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Liberdade Completa em Cristo!

Exposição de Romanos 8
Efésios 5.27
Exposição da Palavra Culto de Adoração– IPA (10/09/2023)
Seminarista Gabriel Almeida

INTRODUÇÃO

• Contexto Geral: A Epístola aos Romanos, escrita pelo apóstolo Paulo, é uma das cartas
mais importantes e teologicamente ricas do Novo Testamento. Paulo escreveu esta carta
durante sua terceira viagem missionária, provavelmente em Corinto, por volta do ano 56-
57 d.C. Ela é endereçada à comunidade cristã em Roma, que era uma cidade central do
Império Romano e abrigava uma igreja diversificada composta por judeus e gentios.
• Contexto Imediato: O contexto imediato da carta de Romanos é a preparação de Paulo
para sua viagem a Jerusalém, onde ele planejava entregar uma oferta coletada entre as
igrejas gentias para os crentes judeus em necessidade. Ele escreve a carta para
estabelecer um relacionamento mais profundo com os crentes romanos antes de sua
visita, bem como para ensiná-los sobre as doutrinas fundamentais da fé cristã.
• Assuntos Tratados nos 7 Primeiros Capítulos: Pecado e Condenação (Capítulo 1):
Paulo começa descrevendo a depravação da humanidade e como todos pecaram e
estão separados de Deus. A Justificação pela Fé (Capítulos 2-4): Paulo ensina que a
justificação diante de Deus não vem pela observância da Lei, mas pela fé em Jesus
Cristo. Ele usa o exemplo de Abraão como um modelo de fé. A Paz com Deus (Capítulo
5): Paulo explora a paz que vem por meio da justificação pela fé e como fomos
reconciliados com Deus por meio de Jesus Cristo. A Liberdade da Escravidão ao
Pecado (Capítulo 6): Paulo aborda a transformação que ocorre na vida do crente,
indicando que não somos mais escravos do pecado, mas servos da justiça. A Lei e o
Pecado (Capítulo 7): Paulo discute a relação entre a Lei e o pecado, destacando que a
Lei revela o pecado, mas não pode salvá-lo. Ele expressa a luta interior entre a carne e
o Espírito.
• Esses primeiros sete capítulos de Romanos estabelecem uma base sólida para a
compreensão da fé cristã, enfatizando a universalidade do pecado, a justificação pela fé
e a transformação que ocorre na vida do crente. A carta continua explorando temas como
o papel de Israel na redenção, a vida no Espírito e a soberania de Deus nos capítulos
subsequentes.
• No dia 6 de janeiro de 1941, o presidente Franklin Delano Roosevelt falou ao congresso
dos Estados Unidos sobre a situação da guerra na Europa. Muitas de suas palavras
naquele dia foram esquecidas, mas, no encerramento de seu discurso, Roosevelt disse
que ansiava por "um mundo alicerçado em quatro liberdades humanas essenciais".
Especificou-as como: liberdade de expressão, liberdade de culto, liberdade da miséria e
liberdade do medo. Suas palavras continuam vivas na memória de muitos, mesmo que
esses ideais ainda não tenham se concretizado em todas as partes do mundo.
• Romanos 8 é a "Declaração de Liberdade" do cristão, pois neste capítulo Paulo
declara as quatro liberdades espirituais que desfrutamos em decorrência de nossa união
com Jesus Cristo. Ao estudar este capítulo, vemos a ênfase sobre o Espírito Santo,
mencionado treze vezes. "Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor,
aí há liberdade" (2 Co 3:17).
1. Liberdade do julgamento- NENHUMA
CONDENAÇÃO (Rm 8.1-4)
• A Lei condena, mas o cristão tem uma nova relação com a Lei, portanto não
pode ser condenado. Paulo faz três declarações sobre o cristão e a Lei que,
juntas, se resumem em nenhuma condenação.
• A Lei não tem direito algum sobre nós (v. 2). Fomos libertos da lei do pecado
e da morte. Temos vida no Espírito. Em Cristo, passamos para uma esfera de
existência completamente distinta. Paulo descreve a "lei do pecado e da morte"
em Romanos 7:7-25 e a "lei do Espírito da vida" em Romanos 8: A Lei não tem
mais jurisdição sobre nós; estamos mortos para a Lei (Rm 7:4) e livres da Lei
(Rm 8:2).
• A Lei não pode nos condenar (v. 3). Isso porque Cristo já sofreu essa
condenação por nós na cruz. A Lei não pode salvar, mas apenas condenar. No
entanto, Deus enviou seu Filho para nos salvar e fazer aquilo que a Lei não era
capaz de fazer. Jesus não veio como um anjo, mas sim como um homem. Não
veio "em carne pecaminosa", pois nesse caso, teria sido um pecador. Antes, veio
"em semelhança de carne pecaminosa", como homem. Carregou nossos
pecados em seu corpo na cruz. A lei determina que não se pode ser julgado
duas vezes pelo mesmo crime. Uma vez que Jesus Cristo sofreu o castigo pelos
nossos pecados, e uma vez que estamos "em Cristo", Deus não nos condenará.
• A Lei não pode nos controlar (v. 4). O cristão tem uma vida justa, não pelo
poder da Lei, mas pelo poder do Espírito Santo. A Lei não tem poder de produzir
santidade; pode apenas revelar e condenar o pecado. Mas o Espírito Santo que
habita dentro de nós nos capacita a andar em obediência à vontade de Deus. A
justiça que Deus exige em sua Lei é cumprida pelo poder do Espírito. No Espírito
Santo, temos vida e liberdade (Rm 8:2) e o preceito da lei se cumpre em nós
(Rm 8:4).
• O legalista tenta obedecer a Deus com as próprias forças e não consegue
cumprir os preceitos justos de Deus. O cristão guiado pelo Espírito entrega-se
ao Senhor e experimenta a obra santificadora do Espírito em sua vida. "Porque
Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa
vontade" (Fp 2:13). É esse fato que leva à segunda liberdade que os cristãos
desfrutam.

2. Liberdade da derrota – NENHUMA


OBRIGAÇÃO (Rm 8.5-17)
• "Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne, como se constrangidos a
viver segundo a carne" (Rm 8:12). Não temos obrigação nenhuma para com
nossa velha natureza. O cristão pode viver em vitória. Nesta seção, Paulo
descreve a vida em três níveis diferentes e estimula seus leitores a viver no mais
elevado desses níveis.
• "Não tendes o Espírito” (w. 5-8). Paulo não está descrevendo dois tipos de
cristão, um carnal e outro espiritual. Antes, contrasta os que têm a salvação com
os que não têm. Há quatro contrastes.
1. Na carne - no Espírito (v. 5). O não salvo não tem o Espírito de Deus (Rm 8:9) e vive
na carne e para a carne. Seus pensamentos giram em torno das coisas que satisfazem
a carne. O cristão, entretanto, tem o Espírito de Deus dentro de si e vive em uma esfera
inteiramente nova e diferente.
2. Morte - vida (v. 6). O não salvo está vivo em termos físicos, mas no que diz respeito ao
espírito, está morto. O ser interior está morto para Deus e não responde às coisas do
Espírito. A pessoa pode ser moral, e até mesmo religiosa; mas lhe falta vida espiritual.
Precisa do "Espírito da vida, em Cristo Jesus" (Rm 8:2).
3. Guerra com Deus - paz com Deus (w. 6, 7). Ao estudar Romanos 7, vimos que a velha
natureza rebela-se contra Deus e se recusa a sujeitar-se à Lei de Deus. Os que creram
em Cristo desfrutam "paz com Deus" (Rm 5:1), enquanto os não salvos estão em guerra
com Deus.
4. Agradar a si mesmo - agradar a Deus (v. 8). Estar "na carne" significa estar perdido,
longe de Cristo. O não salvo vive para agradar a si mesmo e raramente pensa em
agradar a Deus. A raiz do pecado é o egoísmo - aquilo que nós queremos, não a vontade
de Deus.

• “Tendes o Espírito” (w. 9-11). "Vós, porém, não estais na carne, mas no
Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o
Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8:9). A prova da conversão é a
presença do Espírito Santo dentro de nós, testemunhando que somos filhos de
• Deus (Rm 8:16). Nosso corpo torna-se o templo do Espírito Santo (1 Co 6:19,
20). Apesar de o corpo ser destinado à morte por causa do pecado (a menos, é
claro, que o Senhor volte antes), o Espírito dá vida a esse corpo no presente
para que possamos servir a Deus. Se morrermos, um dia o corpo será
ressuscitado dentre os mortos, pois o Espírito Santo selou cada um dos cristãos
(Ef 1:13, 14).
• "Sois do Espírito!" (w. 12-17). Não basta ter o Espírito, é preciso pertencer ao
Espírito! Só então, ele compartilhará conosco a vida abundante a nosso dispor
em Cristo. Não devemos coisa alguma à carne, pois a carne só causou
problemas em nossa vida. Temos obrigação com o Espírito Santo, pois foi ele
que nos convenceu de nosso pecado, relevou Cristo a nós e nos concedeu vida
eterna, quando cremos em Jesus. Por isso, ele é "Espírito de vida", capaz de
nos conceder o poder de que precisamos para obedecer a Cristo e de nos
capacitar a ser mais semelhantes a Cristo. Mas também é Espírito de morte, pois
nos capacita a "mortificar" os atos pecaminosos do corpo. Ao entregar os
membros do corpo ao Espírito (Rm 6:12-17), ele aplicará em nós a morte e a
ressurreição de Cristo. Mortificará as coisas da carne e reproduzirá as coisas do
Espírito. O Espírito Santo também é "Espírito de adoção" (Rm 8:14-1 7). No Novo
Testamento, o termo adoção significa "ser aceito na família como um filho
adulto". Quando chegamos a Deus, passamos a fazer parte de sua família pelo
novo nascimento. Mas, no instante em que nascemos para a família de Deus,
ele nos adota e nos confere a posição de filho adulto.

3. Liberdade do Desânimo – NENHUMA


FRUSTRAÇÃO (Rm 8.18-30)
• Nesta seção, Paulo trata do problema extremamente real do sofrimento e da dor.
Talvez a melhor maneira de entender esta seção seja observar os três "gemidos"
discutidos.
• Os gemidos da criação (vv. 18-22). Quando Deus concluiu sua criação, viu que
era boa (Gn 1:31); hoje, porém, a criação geme. Há sofrimento, morte e dor,
todos decorrentes do pecado de Adão. Não é culpa da criação. É importante
observar as palavras que Paulo usa para descrever a situação da criação:
sofrimento (Rm 8:18), vaidade (Rm 8:20), cativeiro (Rm 8:21), corrupção (Rm
8:21) e angústias (Rm 8:22). No entanto, tais gemidos não são em vão; Paulo
os compara a uma mulher em trabalho de parto. A dor está presente, mas
terminará quando a criança nascer. Um dia, a criação será liberta e deixará de
gemer para se tornar gloriosa!
• Os gemidos dos cristãos (vv. 23-25). O motivo pelo qual gememos é o fato de
termos experimentado "as primícias do Espírito", um antegozo da glória
vindoura. Assim como a nação de Israel provou as primícias da terra de Canaã
quando os espias voltaram (Nm 13:23-27), também nós, cristãos, provamos as
bênçãos do céu por intermédio do ministério do Espírito. Isso desperta em nós
o desejo de ver o Senhor, de receber um novo corpo e de viver com ele e de lhe
servir para sempre.
• O Espírito Santo geme (w . 25-30). Deus se preocupa com as provações de
seu povo. Quando ministrava na Terra, Jesus gemeu ao ver o que o pecado fazia
com a humanidade (Mc 7:34; Jo 11:33, 38). Hoje, o Espírito continua a gemer
conosco e sente o peso de nossas fraquezas e sofrimentos. Mas o Espírito não
se atém a gemer. Ele ora por nós por meio desses gemidos, a fim de que sejam
os conduzidos para a vontade de Deus. Nem sempre sabemos qual é a vontade
de Deus. Nem sempre sabemos orar, mas o Espírito intercede por nós para que
vivamos dentro da vontade de Deus, apesar do sofrimento. O Espírito "nos
assiste em nossa fraqueza".
• Com o é possível nos sentirmos desanimados ou frustrados quando já
participamos da glória de Deus? Nosso sofrimento de hoje é apenas uma
garantia de que receberemos muito mais glória quando Jesus Cristo voltar!

4. Liberdade do medo – NENHUMA


SEPARAÇÃO (Rm 8.31-39)
• Não há nenhuma condenação, pois compartilhamos da retidão de Deus, e a Lei
não pode nos condenar. Não há nenhuma obrigação, pois temos o Espírito de
Deus que nos capacita a vencer a carne e a viver para Deus. Não há frustração
alguma, pois compartilhamos da glória de Deus, a bendita esperança da volta
de Cristo. Não há qualquer separação, pois experimentamos o amor de Deus.
"Quem nos separará do amor de Cristo?" (Rm 8:35).
• A ênfase desta última seção é sobre a segurança do cristão. Não precisamos
temer o passado, o presente ou o futuro, pois estamos seguros no amor de
Cristo. Paulo oferece cinco argumentos para provar que o cristão não pode ser
separado de seu Senhor.
• Deus é por nós (v. 31). O Pai é por nós e provou esse fato entregando seu Filho
(Rm 8:32). O Filho é por nós (Rm 8:34) e o Espírito também (Rm 8:26). Deus faz
todas as coisas cooperarem para nosso bem (Rm 8:28). Deus é por nós em sua
Pessoa e em sua providência. Por vezes, lamentamos como Jacó: "Todas estas
coisas me sobrevêm" (Gn 42:36), quando, na verdade, tudo está trabalhando em
nosso favor. A conclusão é óbvia: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?".
O cristão precisa começar cada dia ciente de que Deus é por ele. Não há nada
a temer, pois o Pai amoroso deseja apenas o que é melhor para seus filhos,
mesmo quando precisamos passar por provações para receber o que ele tem de
melhor a oferecer. "Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o
Senhor, pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais" (Jr
29:11).
• Cristo morreu por nós (v. 32). Vemos aqui uma argumentação em ordem
crescente. Se, quando éramos pecadores, Deus nos deu seu melhor, agora que
somos filhos de Deus, acaso ele não nos dará tudo de que precisamos? Jesus
empregou essa mesma argumentação quando tentou convencer as pessoas de
que era inútil se preocupar e temer. Se Deus cuida dos pássaros e das ovelhas,
e até mesmo dos lírios, certamente cuidará de nós! Deus se relaciona com seus
filhos com base na graça do Calvário, não com base na Lei. Deus concede todas
as coisas em abundância aos que lhe pertencem!
• Deus nos justificou (v. 33). Isso significa que nos declarou justos em Cristo.
Satanás deseja nos acusar (Zc 3:1-7; Ap 12:10), mas, em Cristo Jesus, somos
justos diante de Deus. Somos os eleitos de Deus - escolhidos em Cristo e aceitos
em Cristo. Uma vez que é Deus quem nos justifica, por certo não nos acusa.
Para ele, acusar os seus seria o mesmo que dizer que sua salvação falhou e
que continuamos vivendo em nossos pecados. Podemos experimentar paz no
coração quando entendemos o significado da justificação. Quando Deus declara
que o pecador que crê foi justificado em Cristo, trata-se de uma declaração
inalterável.
• Cristo intercede por nós (v. 34). A segurança do que crê em Cristo se deve a
uma intercessão dupla: o Espírito intercede (Rm 8:26, 27) e o Filho de Deus
intercede (Rm 8:34). O mesmo Salvador que morreu por nós intercede por nós
no céu. Como nosso Sumo Sacerdote, pode nos dar a graça de que precisamos
para superar a tentação e derrotar o inimigo (Hb 4:14-16).
• Cristo nos ama (w. 35-39). Em Romanos 8:31-34, Paulo prova que Deus não
falha conosco; mas será que podemos falhar com ele? E se vacilarmos em meio
a alguma grande provação ou tentação? O que será de nós? Paulo trata desse
problema nesta última seção e explica que nada nos separará do amor de Jesus.
Deus não nos protege das dificuldades da vida, porque precisamos delas para
nosso crescimento espiritual (Rm 5:3-5). Em Romanos 8:28, Deus garante que
as dificuldades da vida trabalham a nosso favor, não contra nós. Deus permite
que venham as provações, a fim de usá-las para nosso bem e para a sua glória.
Uma vez que suportamos as provações por amor a ele (Rm 8:36), é possível nos
abandonar? De modo algum! Antes, quando passamos pelas dificuldades da
vida, ele está mais próximo de nós. Além disso, ele nos dá o poder de conquistar
a vitória (Rm 8:37). Somos "mais que vencedores''; literalmente, somos
"supervencedores" por meio de Jesus Cristo! Ele nos dá vitória sobre vitória! Não
precisamos temer a vida nem a morte, nem as coisas do presente, tampouco as
do futuro, pois Jesus Cristo nos ama e deseja nos dar a vitória. Não se trata de
uma promessa condicional: "Se fizermos isso, Deus fará aquilo". Essa garantia
em Cristo é um fato comprovado, e nos apropriamos dele porque estamos em
Cristo. Nada pode nos separar de seu amor! Podemos crer nessa verdade e nos
regozijar!

CONCLUSÃO

• Ao recapitular este capítulo maravilhoso, vemos que o cristão é plenamente vitorioso.


Estamos livres do julgamento, pois Cristo morreu por nós e temos sua justiça. Estamos livres
da derrota, pois Cristo vive em nós por seu Espírito e participamos de sua vida. Estamos
livres do desânimo, pois Cristo virá nos buscar e participaremos de sua glória. Estamos livres
do medo, pois Cristo intercede por nós e não podemos ser separados de seu amor.
NENHUMA CONDENAÇÃO! NENHUMA OBRIGAÇÃO! NENHUMA FRUSTRAÇÃO!
NENHUMA SEPARAÇÃO! SE DEUS É POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA NÓS?

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