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A Natureza do Homem

I. A COMPLEXIDADE DO SER HUMANO

A natureza do ser humano é distinta tanto em relação a Deus quanto em


relação aos anjos. Vejamos por quê.

1. A natureza de Deus. Ao contrário do homem, Deus é um ser simples;


possui uma única natureza. Por essa razão, Ele foi definido, pelo próprio
Filho, como sendo espírito (Jo 4.24). Isso significa que, para existir, o
Senhor não necessita, como nós, de uma natureza composta de corpo,
alma e espírito. O Todo-Poderoso define a si mesmo como aquele que
simplesmente é: “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). Ele existe por si
mesmo (Jo 5.26).

2. A natureza dos anjos. Seres criados e finitos, os anjos possuem


igualmente apenas uma natureza. Eles são descritos como espíritos (Hb
1.14). E, diferentemente de nós, não se reproduzem através do sexo (Lc
20.34-36). O corpo angélico é espiritual (1Co 15.44; Hb 1.14).

3. A natureza dos homens. Já os seres humanos possuem uma


natureza, que pode ser descrita como dupla: uma física (o corpo) e uma
espiritual (a alma e o espírito — 1Ts 5.23). Para vivermos neste mundo,
necessitamos de nossa natureza completa. Se uma apartar-se da outra,
morremos (1Rs 17.21,22).
II. AS CARACTERÍSTICAS DO CORPO HUMANO

O corpo humano tem as seguintes características: materialidade,


visibilidade e mortalidade.

1. Materialidade. Ao contrário dos anjos — seres espirituais —, criados


de uma só vez pela palavra divina (Sl 33.6), o homem — ser material e
físico — veio à vida a partir de uma matéria já existente: a terra. Deus,
pois, formou Adão, o primeiro genitor da humanidade, do pó de nosso
planeta (Gn 2.7). O mesmo pode-se dizer de Eva, que, provinda do
homem, possui a mesma substância deste (Gn 2.21,22). Desde a sua
criação, o ser humano vem reproduzindo-se e enchendo a terra (Gn 1.28;
At 17.26).

2. Visibilidade e tangibilidade. Envolto num corpo material, o ser humano


pode ser visto e tocado. Aliás, a visibilidade e a tangibilidade (aquilo que
se pode tocar) foram as provas que o Senhor Jesus apresentou a Tomé
como evidências de sua ressurreição física (Jo 20.27). O discípulo
incrédulo só veio a convencer-se da verdade depois de ter visto e tocado
as feridas do Cordeiro de Deus (Jo 20.29).

3. Mortalidade. Apesar de material, o corpo humano foi criado com a


possibilidade de manter-se vivo para sempre. Se não fosse o pecado,
Adão e Eva estariam, hoje, entre nós (Gn 2.16,17). Mas, por causa de
sua desobediência, morreram; o salário do pecado é a morte (Gn 5.5;
Rm 6.23). O apóstolo Paulo ensina, porém, que, quando do
arrebatamento da Igreja, o que é mortal revestir-se-á da imortalidade
(1Co 15.53,54). O homem, portanto, foi criado imortal. Ou seja: com a
possibilidade de viver para sempre, caso não houvesse pecado. Mas,
quando recebemos a Jesus, como nosso Salvador, passamos a
desfrutar, desde já, a vida eterna (Jo 3.15). Ele é Jesus Cristo, o Filho de
Deus! Crer nisso depende a nossa eternidade.

III. ALMA, O NOSSO ELO COM O MUNDO EXTERIOR

Só viremos a entender claramente a nossa natureza espiritual, se


aceitarmos esta proposição: espírito e alma são inseparáveis. A partir
daí, veremos a alma como a janela, através da qual acessamos o mundo
exterior. Nesse sentido, a morte física é a separação entre a alma e o
corpo.

1. Alma e espírito são inseparáveis. Em nosso ser, alma e espírito


acham-se tão unidos, que somente a Palavra de Deus pode alcançar-
lhes a junção (Hb 4.12). Conforme veremos, a alma e o espírito formam a
nossa substância imaterial. E cada um deles tem uma função específica
em nosso ser.

2. A alma é a janela para o mundo exterior. Através da alma, o ser


humano se expressa e tem acesso ao mundo que o cerca. Para que isso
seja possível, a alma serve-se dos órgãos sensitivos (Lc 11.34). E, por
intermédio destes, o homem carnal deixa-se atrair pelas concupiscências
da carne e dos olhos (Tg 1.13,14; 1Jo 2.16). Por isso, o Senhor decreta:
“A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.4). O pecado começa na alma e
contamina o espírito e o corpo. Por isso o apóstolo recomenda a
completa santificação de nosso ser (1Ts 5.23).

3. A separação da alma e do corpo gera a morte. A morte ocorre quando


a alma se separa do corpo. É o que nos mostra a narrativa da morte de
Raquel, a esposa amada de Jacó (Gn 35.18). Saindo-lhe a alma, ela
morreu. Quando isso ocorre, a alma dos justos é recolhida ao lugar de
descanso, ao passo que a dos ímpios é aprisionada no inferno (Lc 16.20-
31). Observe, pois, que a alma (juntamente com o espírito) permanece
consciente até a ressurreição do corpo. Enfatizamos que a alma e o
espírito são inseparáveis; são um único elemento de nossa
imaterialidade.

IV. O ESPÍRITO E O NOSSO CONTATO COM DEUS

O espírito humano, por ser o elo entre o corpo e Deus, é a sede de nossa
comunhão com o Pai Celeste. Na Bíblia, espírito e alma são tomados, às
vezes, como sinônimos.

1. O que é o espírito. Em termos simples, o espírito compõe, juntamente


com a alma, a parte imaterial do ser humano. Embora distintos um do
outro, não podem separar-se; somente a Palavra de Deus, como já
vimos, é capaz de alcançar a divisão entre ambos (Hb 4.12). Em virtude
de suas faculdades, o espírito humano atua como a sede de nossas
afeições espirituais (Sl 77.3,6).

2. O elo entre o nosso corpo e Deus. É por meio de nosso espírito que
nos comunicamos com Deus (Ap 1.10). Foi em seu espírito, portanto,
que João recebeu a revelação do Apocalipse. Paulo, no serviço
missionário, estava, no espírito, em comunhão com Deus e com os
irmãos (1Co 5.4).
3. A sede de nossa comunhão com Deus. Através de nosso espírito,
temos experiências e encontros com Deus (Sl 143.4,7). Eis a experiência
do profeta (Is 26.9). Portanto, a verdadeira alegria divina manifesta-se,
em primeiro lugar, em nosso espírito, pois é neste que todo o nosso ser
se consagra ao serviço divino (Sl 51.12; Rm 1.9). O nosso espírito tanto
fala em mistérios quanto ora (1Co 14.2,14,16).

O espírito também pode abrigar o orgulho e a soberba (Pv 16.18). Por


isso, quando o ímpio falece, o seu espírito (e também a alma, porquanto
ambos são inseparáveis) é aprisionado até o julgamento final (1Pe 3.19).

CONCLUSÃO

O homem é um ser tanto físico quanto espiritual. Por essa razão, Deus
requer nossa completa e uniforme santificação (1Ts 5.23). Temos de ser
santos no corpo, na alma e no espírito.

Jesus morreu e ressuscitou, a fim de que sejamos santos em todo o


nosso ser. E, quando do arrebatamento da Igreja, apesar de nossas
limitações, o Senhor nos revestirá da imortalidade e da incorruptibilidade.
A guerra do cristão – Gl 5:16–25

1) Todo cristão verdadeiro está envolvido em 3 guerras diferentes nesta


vida:

➢Contra Satanás e seus anjos (os demônios)

➢Contra o mundo (o sistema perverso deste mundo)


➢Contra a carne (os desejos da natureza humana)

2) De um lado nós temos a carne, ou a natureza humana. É uma natureza


pecaminosa, inclinada ao mau e contrária à vontade de Deus.

3) Do outro lado temos o Espírito de Deus que vem nos habitar na nossa
conversão. A presença do Espírito Santo na nossa vida é uma influência
poderosa que nos inclina para o bem. O Espírito Santo nos leva para longe do
pecado para uma vida de santidade. Esta passagem bíblica nos ajuda a fazer
a diferença entre os verdadeiros “crentes” (evangélicos ou discípulos de
Cristo) e os que os são de nome somente.

4) Verso 16: “vivam pelo Espírito” (“andai no Espírito”) = deixar o Espírito


Santo dirigir a nossa vida.
Andar indica uma ação contínua. Para fazer uma viagem a pé, é necessário
perseverar para chegar ao fim. A vida cristã também é assim. Nós devemos
andar no Espírito. É isto que caracteriza o cristão.

5) Nós não devemos satisfazer “aos desejos da carne” (v. 16). O cristão
não obedece aos seus desejos egoístas.
6) Verso 17 – A guerra entre as duas naturezas.
Se desejarmos o mal, o Espírito Santo nos opõe. Se desejarmos o bem, a
carne nos opõe. Nós não fazemos mais o que queremos.

➢Se formos conduzidos pelo Espírito Santo, não somos mais dominados
pela carne. Rm 8:5-9, 12-14.
➢ “Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne
deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada
para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas a
mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga
de Deus porque não se submete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem
é dominado pela carne não pode agradar a Deus. Entretanto, vocês não
estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de
Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não
pertence a Cristo.

➢ “Portanto, irmãos, estamos em dívida, não para com a carne, para


vivermos sujeitos a ela. Pois se vocês viverem de acordo com a carne,
morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão,
porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus.”

8) Os que pertencem a Cristo não estão mais interessados em satisfazer


os desejos carnais (v. 24).
Eles “crucificaram” os desejos e paixões da carne. “Crucificar” significa
“morrer”. O que pertence a Cristo morre diariamente para as suas paixões
carnais.

As Obras da Carne

Quinze obras da carne são citadas aqui, e estão divididas em três grupos
diferentes. Estes 3 grupos abrangem todas as partes do ser humano: corpo, alma
e espírito.

1º grupo – pecados contra o corpo:

➢Imoralidade sexual (prostituição)

➢Impureza

➢Libertinagem (lascívia)
➢Embriaguez (bebedices)
➢Orgias (glutonarias) Três destas obras são sexuais

2º grupo – pecados espirituais:

➢Idolatria
➢Feitiçaria
3º grupo – pecados da alma, cometidos nas relações com as outras
pessoas:

➢Ódio (inimizades)
➢Discórdia (porfias)
➢Ciúmes (emulações)

➢Ira
➢Egoísmo (discórdias, pelejas)

➢Dissensões
➢Facções (heresias)

➢Inveja

Primeiro Grupo – Pecados contra o corpo

As primeiras três obras mencionadas são da área sexual. A moral na sociedade


brasileira tem mudado muito nos últimos 25 – 30 anos. A nossa cultura está
sendo bombardeada com informações sexuais e estímulos à sensualidade.
Antes era tabu falar em sexo em público; hoje é tabu não se falar em sexo. Antes
era só alguns filmes mais picantes no cinema que mostravam cenas explicitas de
sexo; hoje até a televisão mostra cenas explicitas de nudez ou sexo a qualquer
hora. Até os programas infantis se tornaram sensuais. Somos
bombardeados com o assunto não só na TV e no cinema, mas nas revistas, nos
programas humorísticos, nas propagandas, e até nas letras de música.
Tudo é válido hoje em dia. O ato sexual não é mais reservado só para o casal
casado, mas agora se aceita na nossa sociedade como perfeitamente normal o
sexo antes do casamento (ficar), a infidelidade dentro do casamento, o
homossexualismo, a pornografia e até a pedofilia. As novelas têm sido um
dos maiores responsáveis por esta mudança de mentalidade da sociedade. As
mulheres vestem roupas que expõem cada vez mais o corpo feminino e que
mantém os homens em um ambiente constantemente erotizado. Isto influencia
muito a nossa sociedade. É por isso que hoje nós vemos o seguinte quadro no
Brasil:

➢Um dos campeões mundiais da prostituição infantil.

➢Um dos destinos favoritos dos estrangeiros para o turismo sexual,


principalmente durante o Carnaval.
➢Talvez o maior exportador mundial de travestis.

➢50% dos nossos jovens já tiveram experiência sexual ao chegarem aos 15


anos.
➢700 mil adolescentes deram à luz somente nos hospitais do SUS em 2001.
Destas, 32 mil tinham 14 anos ou menos.
➢30% dos homens casados admitem relações fora do casamento nos últimos
12 meses.
➢O Brasil ocupa lugar de destaque nas estatísticas da incidência de AIDS e
outras doenças sexualmente transmissíveis. Isto, e outras coisas piores, é o que
nós temos quando deixamos os desejos da carne dominar. Dizem-nos que é a
nova liberdade sexual.

1) Imoralidade sexual (adultério) – É o termo geral para relações sexuais fora


do casamento. O plano de Deus é que a prática sexual seja reservada ao
casamento. Isto é válido tanto para os que são casados como para os que não
são casados.
➢O solteiro deve se abster de relações sexuais antes do casamento.
➢O casado deve manter as suas relações sexuais somente dentro do
casamento.
➢O nosso corpo é membro do corpo de Cristo e não devemos contaminá-lo com
pecados sexuais. Mas a nossa natureza pecaminosa exige a satisfação dos seus
desejos sexuais.
➢ “O corpo, porém, não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o
Senhor para o corpo. Por seu poder, Deus ressuscitou o Senhor e
também nos ressuscitará. Vocês não sabem que os seus corpos são
membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma
prostituta? De maneira nenhuma! Vocês não sabem que aquele que se
une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois, como está escrito: ‘Os
dois serão uma só carne’. Mas aquele que se une ao Senhor é um
espírito com ele. Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados
que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca
sexualmente, peca contra o seu corpo.” 1Co 6:13b-18.
➢ “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus?
Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem
homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem
alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de
Deus.” 1Co 6:9-10

2)Impureza – A palavra grega é “porneia”.


É a falta de pureza sexual ou a falta de moral. Inclui-se aqui todo tipo de pecado
sexual: as perversões sexuais, a pedofilia, o incesto, a homossexualidade, e a
pornografia, entre outros.
➢A pornografia tem invadido a nossa sociedade e é muito mais fácil obtê-la do
que antigamente. A Internet a torna muito mais acessível, especialmente para os
adolescentes.
➢Homossexualismo é pecado – não é somente um estilo de vida alternativo.
➢ “Não se deite com um homem como quem se deita com uma mulher;
é repugnante.” Lv 18:22
➢ “Se um homem se deitar com outro homem como quem se deita com
uma mulher, ambos praticaram um ato repugnante. Terão que ser
executados, pois merecem a morte.” Lv 20:13
➢ “Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas
mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias
à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as
relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos
outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e
receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão.” Rm
1:26-27
➢A homossexualidade que prevalecia em Sodoma e Gomorra foi a causa da
destruição daquelas cidades (Gn 19)

3)Libertinagem (lascívia) – Um comportamento sexual sem freios morais.


Sensualidade e indecência propositais, conscientes e de vontade própria. Às
vezes alguém pode ser levado a cometer um pecado sexual por ignorância ou
por engano; não é do que estamos falando aqui. A lascívia é uma decisão
consciente de agir com sensualidade. Incluem vestimentas provocantes, atos e
gestos obscenos e indecentes, danças provocantes, etc. A lista de pecados
sexuais não é exaustiva. No versículo 21 o apóstolo Paulo adiciona “e coisas
semelhantes”.
4)Embriaguez (bebedices) – Em grego, Paulo usou o plural. É uma
embriaguez repetitiva, ou alcoolismo. Ele não se refere aqui ao uso ocasional de
bebida alcoólica sem embriaguez. Em 1Co 6:10 é dito que os alcoólatras
(entre outros pecadores) não herdarão o reino de Deus.
“Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se
encher pelo Espírito...” Ef 5:18

➢O álcool muda o comportamento de uma pessoa, mesmo quando ela não


chega a estar embriagada. (perde as inibições, toma mais riscos, se torna mais
agressiva ou mais amigável)
➢A abstinência completa do álcool é preferível. Este é o caminho mais nobre.
▪Essa abstinência era exigida dos sacerdotes (os líderes espirituais) e suas
famílias no AT (Lv 10:9).
▪Quando uma pessoa se consagrava a Deus (voto de Nazireu), tinha que se
abster de bebidas alcoólicas (Nm 6:2-3). Alguns foram consagrados à Deus
desde a sua infância. Foi o caso de Sansão, Samuel e João Batista.
▪As bebidas alcoólicas eram desaconselhadas aos reis e governadores
(príncipes) (Pv 31:4).
▪A abstinência de bebidas alcoólicas foi praticada por Daniel e seus
companheiros na Babilônia (Dn 1:8).
▪A abstinência foi exigida de João Batista (Lc 1:15)
▪Os dirigentes na igreja não podem ter apego às bebidas alcoólicas (“não dados
ao vinho”) (1 Tm 3:3).
5)Orgias (glutonarias) – Esta palavra em grego descreve a bagunça noturna
feita por pessoas alcoolizadas. “No passado vocês já gastaram tempo
suficiente fazendo o que agrada aos pagãos. Naquele tempo vocês
viviam em libertinagem, na sensualidade, nas bebedeiras, orgias e farras,
e na idolatria repugnante.”
1Pe 4:3
É a falta de moderação.

Isto pode também incluir a glutonaria. “Se você encontrar mel, coma
apenas o suficiente, para que não fique enjoado e vomite.” Pv 25:16
Estes cinco pecados são aqueles cometidos contra o nosso corpo. Nosso corpo é
o templo do Espírito Santo (1Co 3:16-17) e devemos mantê-lo limpo e digno.
Segundo grupo – os pecados espirituais
1)A idolatria – a idolatria é tudo que ocupa o primeiro lugar na nossa vida. O
primeiro lugar é o lugar de Deus.
➢ “Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum
ídolo, nenhuma
imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da
terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto...” Ex 20:3-
5 (Dt 16:21-22)
➢ “Por isto meus amados irmãos, fujam da idolatria.” 1Co 10:14
➢A idolatria também está relacionada na lista dos que não entrarão o Reino dos
Céus em 1Co 6:9-10 e Ap 21:8.
➢Quais são algumas formas de idolatria que podemos ter em nossa vida?
▪Imagens (ídolos) – estátuas, quadros, bijuterias no corpo ou no carro – tudo
que usamos para prestar culto ou endereçar nossas orações a alguém ou a
alguma coisa que não seja o Deus verdadeiro.
▪O dinheiro ou as coisas materiais
▪Os prazeres e o divertimento (esportes, frequentação de bares, música,
etc.)
▪Uma outra pessoa (ídolos da música, do cinema ou da televisão; mas também
uma pessoa muito querida – namorado(a), cônjuge, etc.)
➢O discípulo de Jesus deve ter uma comunhão íntima com Deus através da
adoração diária, do agradecimento, da oração de intercessão e da meditação na
Palavra de Deus.
2)A feitiçaria – Isto inclui todo tipo de manipulação ou consulta ao mundo dos
espíritos.
➢ “Não permitam que se ache alguém entre vocês que queime em
sacrifício o seu filho ou a sua filha; que pratique adivinhação, ou se
dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça
encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os
mortos. O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas, e é
por causa dessas abominações que o Senhor, o seu Deus, vai expulsar
aquelas nações da presença de vocês.” Dt 18:10-12
Isto inclui:
▪Consulta a uma benzedeira
▪Consulta através de búzios, cartas, bola de cristal, leituras da palma da
mão, etc.
▪Consulta de médium ou vidente
▪Passes, encostos, trabalhos, colocar feitiço
▪Comunicação com os mortos
▪Horóscopo
▪Utilização de cristais, incenso, reflexologia, acupuntura, Yoga e muitos outros
métodos da Nova Era.
➢ “Voltarei o meu rosto contra aquele que procurar quem consulta
espíritos e contra quem procurar médiuns para segui-los, prostituindo-se
com eles. Eu o eliminarei do meio do seu povo.” Lv 20:6
➢A feitiçaria também está relacionada na lista dos que não entrarão o Reino dos
Céus em 1Co 6:9-10 e Ap 21:8.
Terceiro grupo – pecados da alma, cometidos nas relações com as outras
pessoas

Estes pecados sociais complicam, estragam e impedem as nossas relações


com as outras pessoas; inclusive os incrédulos, os irmãos e irmãs em Cristo, os
membros da família, nossos colegas de trabalho e de escola e nossos amigos.
1) Ódio (inimizades)– Esta palavra significa inimizade, animosidade,
hostilidade. É odiar alguém e fazer dele o nosso inimigo. É procurar lhe
fazer mal em vez de lhe fazer
bem.
➢ “Façam todo o possível para viverem em paz com todos.” Rm 12:18
➢ “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Amem o seu próximo e odeie o seu
inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles
que os perseguem...” Mt 6:43-44
➢Será que nós já não dissemos coisas como: “não gosto de fulano de
tal”? Será que desejamos mal a alguém (“bem feito!”) ou não queremos
vê-los suceder na vida?
2) Discórdia (porfias)- ver mais abaixo
3) Ciúmes (emulações) – a palavra grega é “zelos”, de onde vem a nossa
palavra “zelo”. A palavra tem um sentido positivo e outro negativo.
➢No sentido positivo é uma emoção de entusiasmo, grande afeto, dedicação,
ardor. Deus é descrito como sendo zeloso. Nunca adore nenhum outro deus,
porque o
Senhor, cujo nome é Zeloso, é de fato Deus zeloso.” Ex 34:14
➢No sentido negativo, que é o caso aqui, é um zelo excessivo (ou até doentio)
por alguém ou alguma coisa material que possuímos (carro, casa, etc.); é o nosso
xodó. Este zelo excessivo nos consume e nos preocupa o tempo todo.
➢Este ciúme muitas vezes nos leva à discórdia.
➢ “Pois onde há inveja (zelos) e ambição egoísta, aí há confusão e toda
espécie de males.” Tg 3:16
➢ “Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do dia, não
em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não
em desavença e inveja (zelos).” Rm 13:13
4) Ira – Dominado pela ira, ou com crises de ira. É a ira explosiva e sem controle.
➢Quando foi a última vez que você explodiu com alguém?

➢Por qual motivo?

➢A explosão de ira é sempre ruim e nunca se justifica, mesmo se nós temos


razão ou se fomos injustiçados.
➢ “Não permita que a ira domine depressa o seu espírito, pois a ira se
aloja no íntimo dos tolos.” Ec 7:9
➢ “O insensato revela de imediato o seu aborrecimento, mas o homem
prudente ignora o insulto.” Pv 12:16
➢ “O homem irado provoca brigas, e o de gênio violento comete muitos
pecados.” Pv 29:22
➢ “Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos
para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem
não produz a justiça de Deus.” Tg 1:19-20

2) Discórdia (porfias), 5) Egoísmo (discórdias, pelejas), 6) Dissensões,


7) Facções (heresias)
Estas quatro palavras são bem próximas em sentido. Por isto vamos tratar delas
juntas e fazer alguma diferença entre elas.
➢Porfias são brigas, discussões, desentendimentos
➢Discórdias ou pelejas são brigas e discussões repetidas, disputas
➢Dissensões são confrontos e rebeliões provocadas pelas disputas

➢Facções são a divisão em 2 ou mais grupos que se odeiam e não se falam


mais.
➢Estas disputas podem ser por causa de:
▪doutrina,
▪de dirigentes na igreja,
▪de dinheiro,
▪problemas de família,
▪problemas conjugais,
▪problemas no serviço,
▪problemas políticos, etc.
➢Este processo é a causa da maior parte de divisões na igreja (inclusive da
formação de novas denominações), divórcios e mesmo a formação de
novos partidos políticos.

7) Inveja – É a dor interna ou a maldade que sentimos por causa da alegria ou


do sucesso de alguém.
➢Não é somente a atitude do coração, mas como falamos das obras da carne,
esta inveja é uma inveja colocada na prática.
➢Isto pode se manifestar de várias maneiras:
▪Uma crítica maldosa contra alguém
▪Comentários desnecessários da vida de alguém
▪Fofocas da vida de alguém
▪O desacato ou desrespeito pela pessoa invejada
▪Perseguição da pessoa que temos inveja
▪O roubo ou a destruição de algo que invejamos de alguém
➢Situações que podem criar inveja:
▪Um colega de escola ou de trabalho tem mais êxito do que nós
▪Outra pessoa recebe um prêmio, um presente ou uma promoção que nós não
recebemos
▪Outra pessoa possui bens materiais que nós não temos e que desejamos tanto
▪Outros são mais respeitados ou mais amados do que nós
▪Outros têm mais poder ou influência
▪Outros são mais bonitos ou mais bem esculpidos
▪Outros têm mais talento

8)“...e coisas semelhantes.” (verso 21)


As obras da carne são pecado e devem ser confessadas.
O Fruto do Espirito Santo

Gálatas 5.22-23

INTRODUÇÃO

No interior de cada crente é travado um grande conflito: o Espírito contra


a carne. “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a
carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que,
porventura, seja do vosso querer” (Gl 5.17).

Até o dia da nossa conversão, a "carne" ou a natureza pecaminosa


reinava sozinha. Nascemos de novo e o Espírito Santo veio habitar em
nós com o objetivo de controlar e mudar toda a nossa vida. O conflito é
inevitável, mas se desejamos uma vida cristã vitoriosa, devemos entregar
o controle e a direção da nossa vida ao Espírito Santo. Se vivemos no
Espírito, andemos também no Espírito (Gl 5.25).

O Espírito Santo reinando em nós produzirá o caráter cristão. Ele


produzirá em nós as virtudes do caráter de Jesus Cristo. O apóstolo
Paulo chama estas virtudes de o "Fruto do Espírito Santo".

1. O QUE E O FRUTO?

A metáfora do "fruto" aparece várias vezes no Novo Testamento,


designando sempre algum "resultado" (Mt 3.8; 7.16; Rm 1.13; Ef 5.9; Hb
13.15). O fruto do Espírito são qualidades morais divinamente
implantadas. São resultados da ação do Espírito em nosso caráter.

Primeiro, a sua origem é sobrenatural: "do Espírito" (genitivo grego que


indica fonte ou causa). Enquanto as "obras da carne" são atos que-
praticamos naturalmente, o "fruto do Espírito" é de responsabilidade do
próprio Espírito. Precisamos ter humildade, pois não podemos produzir
este fruto.

Segundo, o seu crescimento é natural. O "fruto" faz parte da "lei da


semeadura e da colheita": "aquilo o que o homem semear, isso também
ceifará" (Gl 6.7). O nosso interior é como um campo onde estamos
semeando diariamente. Aquilo que você semear você irá colher. "Semeie
um pensamento, e você colherá uma ação; semeie uma ação, e você
colherá um hábito; semeie um hábito e você colherá um caráter; semeie
um caráter e você colherá um destino". Se você deseja que o Espírito
Santo produza o fruto em você, forneça-lhe os meios: oração e leitura
bíblica. "A graça nos confere os meios para colhermos abundante safra
espiritual".

Terceiro, a sua maturidade é gradual. Antes de ser um fruto maduro, há


etapas que precisam ser cumpridas. Isto demanda tempo: primeiro a flor,
depois o embrião e por fim, o fruto (Mc 4.28). O Espírito Santo não tem
pressa e um caráter cristão maduro é resultado de uma vida inteira.

2. O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO

Lemos em Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,


longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio
próprio. Contra estas cousas não há lei.”

Há uma classificação comum destas virtudes: amor, alegria e paz (meu


relacionamento com Deus); longanimidade, benignidade e bondade (meu
relacionamento com os outros); fidelidade, mansidão e domínio próprio
(relacionamento comigo).
Vejamos cada virtude separadamente:

2.1. Amor: Na língua grega "amor" (ágape) é uma palavra distinta usada
para descrever a natureza do amor de Deus (Jo 3.16). Ele nos amou sem
que oferecêssemos motivos para que Ele nos amasse. E é esse amor
que o Espírito derrama em nosso coração (Rm 5.5), para que possamos
obedecer ao mandamento de Jesus: O meu mandamento é este: que vos
ameis uns aos outros, assim como eu vos amei (Jo 15.12).

No "Hino ao Amor" (1 Co 13), Paulo apresenta quinze características do


amor: é sofredor, benigno, não é invejoso, não se ufana, não é soberbo,
não é indecoroso, não é interesseiro, não se irrita, não se ressente do
mal, não se alegra com a injustiça, alegra-se com a verdade, tudo
aguenta, tudo acredita, tudo espera e tudo suporta.

O amor expressa o conteúdo total da fé cristã. O amor é a essência do


caráter divino: Deus é amor (1 Jo 4.8).

2.2. Alegria: A alegria (no grego "charis") é o gozo da graça, é um bem-


estar espiritual, resultado de uma correta relação com Deus. A fonte
desta alegria é o Senhor (Fp 3.1; 4.4,10; Rm 12.12). É a chamada
"alegria da fé" (Rm 15.13; Fp 1.25) e a "alegria no Espírito Santo" (Rm
14.17; 1 Ts 1.6). Esta alegria independe das circunstâncias externas e
pode ser desfrutada em meio às tristezas e aflições desta vida.

2.3. Paz: Paz (Shalom, no hebraico – Jz 6.24) inclui tudo quanto Deus
tem dado em todas as áreas da vida. A paz é uma dádiva de Deus (SI
4.8; 29.10-11; 119.165) e pode ser desfrutada somente na presença de
Deus (Nm 6.24).
No contexto do Novo Testamento, Jesus é a nossa paz ("eirenê", no
grego). Confira em Ef 2.14-18. Nele encontramos sossego, mesmo em
meio às tribulações. A paz de Cristo não significa ausência de guerra,
mas é uma tranquilidade interior. Ela é uma dádiva sobrenatural e
indestrutível (Jo 14.27; 16.33). Em Cristo temos paz com Deus (Rm 5.1)
e a paz de Deus (Fp 4.7).

"A paz é o primeiro fruto que se observa após o perdão de pecados"


(Adam Clarke).

2.4. Longanimidade: Longanimidade ("makrothumia", no grego) significa


literalmente "fôlego comprido" ou "lento à ira". É a paciência para
suportar injúrias de outras pessoas. E um atributo de Deus, que tolera
pacientemente todas as fraquezas humanas, não se deixando tomar por
explosões de ira ou furor (Nm 14.18; SI 86.15; Rm 2.4; 1 Pe 3.20).

O Espírito Santo nos capacita à longanimidade, isto é, sermos tolerantes


com as pessoas cuja conduta visa provocar-nos à ira (Mt 18.21-35).

2.5. Benignidade: Benignidade (no grego, "chrestotes") significa uma


disposição gentil e graciosa para com os outros. Também significa
"excelência de caráter" e "honestidade". É um atributo divino (Mt 11.30;
Tt 3.4). Jesus Cristo é o nosso modelo de gentileza, pois sempre se
mostrou gentil para com os seus semelhantes. No caso da mulher
flagrada em adultério (Jo 8.1-11), enquanto os homens se mostraram
inflexíveis e exigentes, Jesus revelou a sua benignidade.

2.6. Bondade: Bondade (no grego, "agathosune") significa aquilo que é


bom e útil. É a qualidade de generosidade e de ação gentil para com
outras pessoas. "Uma pessoa é bondosa quando se dispõe a ajudar
àqueles que estão em necessidade" (M. Lutero). A bondade é um
atributo de Deus (SI 34.8; 107.1; Mt 19.17).

Bondade e benignidade são termos que estão ligados entre si (Rm 2.4;
Ef 2.7). W. Barclay diz que a diferença está no fato de que a bondade
pode reprovar, corrigir e exortar (Mc 11.15-18); mas, a benignidade só
pode ajudar (Jo 8.10-11).

O Espírito Santo produz em nós uma bondade que é, ao mesmo tempo,


amável e enérgica.

2.7. Fé: Fé (no grego, "pistis") pode significar tanto "confiança" quanto
"fidelidade". Para Paulo, "fé" significa o recebimento da mensagem da
salvação e a conduta baseada no Evangelho (Rm 1.8; 1 Co 2.5; 15.3, 14,
17). O cristão vive pela fé, e de fé em fé (Hb 11.1-6).

John Stott diz: "Fé é a confiabilidade que convida outras pessoas a


confiarem em nós. É a fidelidade provada, a dignidade sólida de alguém
que sempre cumpre as suas promessas e termina o que começa".

2.8. Mansidão: Mansidão (no grego, "prautes") possui três significados


principais: submissão a Deus (Mt 5.5; 11.29); dócil ou não soberbo (Tg
1.21); consideração (1 Co 4.21; 2 Co 10.1; Ef 4.2). O termo era aplicado
também para coisas, palavras, remédios, ações e sentimentos que
acalmam e suavizam.

A mansidão é o resultado da verdadeira humildade, que reconhece o


valor do outro e se recusa a se considerar superior. É a virtude daqueles
que herdarão a terra (Mt 5.5). Jesus Cristo é o modelo perfeito de
mansidão.
2.9. Domínio Próprio:

Domínio próprio (no grego, "egkrateia") significa "autocontrole", o


domínio dos próprios desejos e apetites. É o senhorio sobre a língua, os
pensamentos, os apetites e as paixões sexuais (Pv 16.32; 1 Co 7.9;
9.25).

A vitória mais difícil é a vitória sobre o próprio eu ou sobre as próprias


paixões. Somente com o poder do Espírito Santo é possível o domínio
próprio.

CONCLUSÃO

Quando olhamos para o fruto do Espírito Santo vemos um retrato de


Jesus Cristo. Todas as nove virtudes acima estão presentes no caráter
de Cristo. Elas só -podem ser implantadas no crente, por intermédio do
Espírito Santo. Ele é quem opera a transformação moral do crente (2 Co
3.18). Deixe o Espírito trabalhar em seu caráter!

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