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Lição 3 – A Mordomia da Alma e do Espírito

21 de Julho de 2019

Texto Áureo

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Ts 5.23)

Verdade Prática

Ao lado do corpo, a alma e o espírito devem estar preparados para a vinda do Senhor Jesus
Cristo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Rm 5.12 O pecado atingiu a todos os homens


Terça – Ec 7.20 Não há homem que não peque

Quarta – 1 Jo 1.7 O sangue de Cristo nos purifica de todo o pecado

Quinta – 1 Ts 5.23 A tricotomia do ser humano

Sexta – Hb 12.14 Sem santificação ninguém verá o Senhor

Sábado – Gl 5.25 O cristão deve andar no Espírito

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gálatas 5.16-22,25

16 – Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.

17 – Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um
ao outro; para que não façais o que quereis.

18 – Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.

19 – Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia,

20 – idolatria, feitiçarias, inimizades,porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,

21 – invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais
vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de
Deus.

22 – Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança.

25 – Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.

HINOS SUGERIDOS: 5, 223, 324 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Conscientizar que, ao lado do corpo, a alma e o espírito devem ser preservados para a vinda do
Senhor Jesus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos

1 Conceituar alma e espírito;

2 Relatar a mordomia da alma;

3 Apresentar a mordomia do espírito.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Vivemos numa sociedade materialista em que o corpo, em quase todas as esferas, é a


prioridade. Muitos levam mais a sério malhar o corpo em detrimento de exercitar práticas que
desenvolvam mais a saúde da mente e a vida espiritual. A mordomia da alma e do espírito
implica desenvolver a esfera material do corpo. Podemos desenvolver a nossa mente com as
coisas boas com que nos alimentamos (Fp 4.8,9), e também podemos tonificar o espírito com
exercícios de piedade os quais as Escrituras nos ensinam (Mt 6.9-13,16-18). Portanto, nesta lição
temos a oportunidade de falarmos acerca do bem-estar da alma e do espírito.

INTRODUÇÃO

Para ser mordomo da alma e do espírito, o homem necessita, antes de tudo, da fé em Deus, da
entrega incondicional a Cristo Jesus e da ação poderosa do Espírito Santo na sua mente,
pensamento e maneira de viver diante do Criador. Para isso é preciso ser “nova criatura” (1 Co
5.17)! Assim, além de conservar o corpo, precisamos conservar a alma e o espírito. É o que
veremos nesta lição.

I – CONCEITUANDO ALMA E ESPÍRITO

1. O significado de alma. No Antigo Testamento, a palavra “alma” é nephesh. No Novo, o termo


usado é psiquê, que tem o sentido de “alma” e de “vida”, e encontra-se ligado à palavra
psíquicos, que significa “pertencente a esta vida”. Ela é “a base das experiências conscientes”,
equivalendo, portanto, à própria vida, à personalidade ou à pessoa mesmo (cf. 2 Co 1.23).

Assim, o texto bíblico de Levítico 17.10-15 revela uma diversidade de sentidos para a palavra
“alma”: A pessoa física (v.10), a vida de um animal (v.11), a vida de uma pessoa (v.11). Do ponto
de vista teológico, a alma é a sede das emoções e dos sentimentos, conforme Jesus expressou
num contexto de angústia: “A minha alma está profundamente triste até a morte” (Mc 14.34).
2. A origem da alma. A alma está unida ao espírito, e, por isso, é humanamente impossível
separá-los. Só a Palavra de Deus pode fazê-lo (Hb 4.12). Assim, tanto a alma quanto o espírito
constituem a parte imaterial do ser humano. Em relação à origem da alma, há pelo menos três
teorias que tentam explicá-la: a teoria da preexistência, do criacionismo e da participação.

2.1. Teoria da preexistência. Segundo essa teoria, as almas existem nas diversas esferas do
mundo espiritual e entram no corpo gerado, num processo denominado “reencarnação”. O
objetivo desse processo é levar a pessoa a sofrer pelos “pecados cometidos em pretensas
existências anteriores”. Esse é um dos pontos fundamentais do Espiritismo. Entretanto, não há
fundamento bíblico para essa teoria. A Bíblia revela que o “pecado original” passou a todos os
homens (Rm 5.12) e que vigora até os dias atuais, pois “não há homem que não peque” (Ec
7.20). Porém, o sangue de Cristo purifica o pecador (1 Jo 1.7), quando este se arrepende,
confessa o seu pecado e o deixa (Pv 28.13).

2.2. Criacionismo. Segundo esta teoria, baseada no pensamento filosófico grego, Deus
dedica-se à criação de almas diariamente, para que habitem nos corpos que forem sendo
concebidos. É um ponto de vista que carece de fundamentos bíblicos.

2.3. Teoria participativa. A teoria expressa que Deus dá a vida a toda pessoa gerada de
acordo com as leis da reprodução biológica geradas por Ele. Assim, homem e mulher geram um
novo ser com a cooperação divina (At 17.28; Hb 1.3). É uma visão que tem base na Bíblia e que
está harmonizada com a Palavra a Deus: “Fala o SENHOR, o que estende o céu, e que funda a
terra, e que forma o espírito do homem dentro dele” (Zc 12.1b).

Todavia, como Deus age na criação de cada alma e espírito dentro do ser humano é um dos
muitos mistérios da fé pela qual devemos curvar-nos humildemente diante de sua magnitude.

3. Conceituação de espírito. Segundo o Novo Testamento, a palavra que se refere a “espírito”


é pneuma. O termo pode se referir a parte imaterial da personalidade humana (cf.1 Co 7.1,34),
o próprio ser da pessoa (1 Co 16.18; 2Tm 4.22) e, mais especificamente, a fonte do
discernimento (Mc 2.8), das emoções (Jo 11.33) e da vontade (At 19.11) de uma pessoa. Assim, o
espírito humano regenerado, submetido a Cristo, torna-se sensível ao Espírito Santo e é capaz
de manifestar o fruto do Espírito, as virtudes do Reino de Deus (Gl 6.1;cf. Mt 5 – 7).

Nesse sentido, em termos espirituais, só há dois tipos de crentes: os espirituais e os carnais


(Rm 8.1). Os crentes espirituais caracterizam-se pelo seu “espírito” dominado pelo Espírito Santo
(Gl 5.16-18,22-25). Os carnais vivem de acordo com a natureza carnal que não foi submetida
nem transformada por Cristo (Gl 5.19-21).

SÍNTESE DO TÓPICO I
A alma é a sede das emoções e dos sentimentos; o espírito, a fonte dessas emoções e
sentimentos.

SUBSÍDIO DIDÁTICO- -PEDAGÓGICO

Para a exposição deste primeiro tópico, sugerimos a leitura das páginas 242-260 da obra
“Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal”, editada pela CPAD. O assunto em estudo é
altamente teológico, por isso, consultar uma boa Teologia Sistemática será de ajuda inestimável
a fim de apresentar com maior segurança um assunto complexo. Tenha atenção com o termo
“tricotomia” (ponto a ser desenvolvido no tópico 2). Neste primeiro tópico você deve deixar claro
o significado do termo “alma”, as teorias acerca de sua origem e a conceituação do termo
“espírito”. Boa aula!

II. A MORDOMIA DA ALMA: “O HOMEM INTERIOR”

1. A tricotomia do homem. Afirmamos que o ser humano é um ser tricotômico. Ou seja,


Deus o constitui de três partes conforme revela-nos a sua Palavra: “e todo vosso espírito, e
alma, e corpo” (1 Ts 5.23). O corpo, a parte material, refere-se ao “homem exterior” (2 Co 4.16).
Já o conjunto imaterial formado pela alma e pelo espírito, que é envolvido pelo corpo, a Bíblia
denomina-o de “o homem interior”, conforme as palavras do apóstolo Paulo: “Porque, segundo
o homem interior, tenho prazer na lei de Deus” (Rm 7.22; cf. 2 Co 4.16).

2. A mordomia da alma. A Bíblia declara que a alma do homem, assim como o espírito e o
corpo, deve ser conservada irrepreensível para a vinda do Senhor Jesus Cristo. Essa é a essência
da mordomia da alma. Cada crente deve mantê-la íntegra e irrepreensível. Alguns aspectos,
porém, devem ser considerados na mordomia da alma.

2.1. A Necessidade da alma. Essa necessidade inclui a emoção e pode ser satisfeita no
relacionamento com Deus. A alma precisa de refrigério espiritual e da presença divina (Sl 23.1-
3). No salmo 42, o salmista expressa sinceramente a necessidade de sua alma: “Como o cervo
brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem
sede de Deus, do Deus vivo” (vv.1,2). Quanta necessidade a alma tem por Deus?! A Bíblia revela
que o Espírito Santo preenche essa necessidade e produz em nós o “fruto do Espírito” (Gl 5.22-
24).
2.2. A santificação da alma. É uma necessidade da alma o “viver santo”, sem o qual ninguém
verá a Deus (Hb 12.14). O ser humano é salvo pela “graça de Deus”, e isso é dom divino (Ef
2.8,9).

Mas ele precisa também arrepender-se de seus pecados, confessar a Cristo como Senhor e
santificar-se integralmente em Deus, conforme o apóstolo Paulo ensina: “Abstende-vos de toda
aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e
alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo” (1 Ts 5.22,23).

2.3. A santificação dos pensamentos. Vimos que a alma é “a sede das emoções, dos
sentimentos e dos pensamentos”, logo, sua mordomia deve zelar por tudo o que preenche o
pensamento do crente, conforme ensina o apóstolo Paulo (Fp 4.8).

Nesse contexto, devemos atentar para a advertência de Jesus em relação ao coração do


homem (isto é, sua interioridade): “Porque do coração procedem os maus pensamentos,
mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19). Portanto,
não podemos pensar só no que “não fazer”, mas também no que “não pensar”. Toda ação ou
reação humana precede o pensamento, o sentimento e a emoção.

SÍNTESE DO TÓPICO II

O homem é um ser tricotômico, isto é, constituído de corpo, alma e espírito; e a mordomia da


alma envolve necessidades e santificação dos pensamentos.

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO

“Textos bíblicos que parecem apoiar o tricotomismo incluem 1 Tessalonicenses 5.23, onde Paulo
pronuncia a bênção: ‘E todo o vosso espírito, e alma, e corpo seja plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo’. Em 1 Coríntios 2.14 – 3.4, Paulo
refere-se aos seres humanos como sarkikos (literalmente: ‘carnal’ 3.1,3), psuchikos (literalmente:
‘segundo a alma’, 2.14) e pneumatikos (literalmente: ‘espiritual’, 2.15). Esses dois textos parecem
demonstrar de forma ostensiva três componentes elementares. Vários outros textos parecem
distinguir alma e espírito (1 Co 15.44; Hb 4.12)” (HORTON, M. Horton (Ed.). Teologia Sistemática:
Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.248).

III – A MORDOMIA DO ESPÍRITO

1. Andando em Espírito. Na mordomia do espírito, o crente deve procurar andar em Espírito,


ou seja, na submissão ao Espírito Santo. Diz o texto bíblico: “Digo, porém: Andai em Espírito e
não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 4.16). Andar em Espírito é viver em obediência à
direção do Espírito Santo em todas as áreas da vida. Há uma luta interior entre a carne e o
Espírito (Gl 4.17), mas uma vez guiados pelo Espírito Santo não estamos sob a escravidão da
carne (Gl 4.18). Portanto, “se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.25).

2. Frutificando no Espírito. Quando o crente produz frutos dignos da vida cristã, ele glorifica
a Deus. Nosso Senhor chamou-nos a dar “fruto” e escolheu- -nos para permanecer dando fruto
(Jo 15.9,16). Frutificar no Reino de Deus é testemunhar Cristo com sua vida, por meio de boas
obras de amor que mostram o caráter de Deus em você (Jo 15.16; Mt 5.16; Gl 5.22).

SÍNTESE DO TÓPICO III

A mordomia do espírito está amparada em duas esferas: andar no Espírito e frutificar no


Espírito.

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

“Primeiro as coisas mais importantes

A intimidade da sala de estar que Maria teve com Jesus nunca resultará da agitação da cozinha
de Marta. Agitação, por si só, causa distração. Vemos em Lucas 10.38 uma mulher com a virtude
da hospitalidade. Marta abriu sua casa para Jesus, mas isso não significa que ela
automaticamente tenha aberto seu coração. Em sua ânsia de servir a Jesus, ela quase perdeu a
oportunidade de conhecê-lo.

Lucas nos diz que ‘Marta, porém, andava distraída em muitos serviços’. Em sua mente, ela se
preocupava em fazer o melhor. Tinha que fazer o máximo por Jesus.

Podemos ser pegas pela mesma cilada de desempenho, sentido que devemos provar nosso
amor a Deus através de grandes feitos. Então, nos apressamos em deixar a intimidade da sala
de estar para nos ocupar por Ele na cozinha – realizando grandes ministérios e projetos
maravilhosos, no esforço de divulgar as Boas Novas. Fazemos todo o nosso trabalho em seu
nome. Nós o chamamos ‘Senhor, Senhor’. Mas, no fim, será que Ele nos reconhecerá? Nós o
conheceremos?

O reino de Deus, como você vê, é um paradoxo. Enquanto o mundo aplaude as grandes
façanhas. Deus deseja comunhão. O mundo clama ‘Faça mais! Seja tudo o que puder!’, mas
nosso Pai sussurra: ‘Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus’. Ele não procura tanto por
trabalhadores como procura por filhos e filhas – um povo no qual possa fluir” (WEAVER, Joanna
A. Como ter o coração de Maria no mundo de Marta: Fortalecendo a comunhão com Deus em
uma vida atarefada. Rio de Janeiro: CPAD, pp.9,10)
CONCLUSÃO

A mordomia da alma e do espírito, juntamente com a do corpo, completa a conservação


integral do crente (1 Ts 5.23). Zelar pela nossa interioridade e exterioridade diante de Deus é
reco nhecer que o Pai quer dominar tudo em nós e não somente partes de nossa vida. Por isso,
sinta-se encorajado a expressar Cristo como seu Salvador. Esteja nele! Seja santo! Para isso
Deus nos chamou.

PARA REFLETIR

A respeito de “A Mordomia da Alma e do Espírito”, responda:

• Do ponto de vista teológico, que é a alma?

Do ponto de vista teológico, a alma é a sede das emoções e dos sentimentos.

• O que diferencia um crente espiritual do carnal?

O Espírito Santo (Gl 5.16-18,22-25). Os carnais vivem de acordo com a natureza carnal que não
foi submetida nem transformada por Cristo (Gl 5.19-21).

• Cite as três teorias acerca da origem da alma.

Teoria da preexistência, Teoria criacionista e Teoria participativa.

• Como o homem e a mulher geram um novo ser?

Homem e mulher geram um novo ser com a cooperação divina (At 17.28; Hb 1.3).

• O que o crente deve procurar na mordomia do espírito?

Na mordomia do espírito, o crente deve procurar andar em Espírito, ou seja, na direção e


submissão do Espírito Santo.
A Mordomia do Corpo
A Mordomia do Corpo é um das temáticas mais importantes para o Cristão. Nosso corpo não é a
realidade final de nosso ser.
O seu movimento é proveniente do sopro que do Criador recebemos (Gn 2.7). Através dele, cabe-
nos glorificar a Deus, pois não é instrumento de imundície, mas de santificação (1 Co 6.18-20).
Neste artigo você estudará sobre:
1. Definindo o termo Corpo
2. Saúde ou Culto ao Corpo?
3. O Templo de Deus
4. Pecados contra o Corpo
5. As consequências dos pecados contra o Corpo
6. Canais para o pecado
Bons estudos!

Texto Bíblico
(1 Coríntios 6.13-20).
V, 13 – Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros.
Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo.
V, 14 – Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
V, 15 – Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei
membros de uma meretriz? Não, por certo.
V, 16 – Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só
carne.
V, 17 – Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.
V, 18 – Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o
seu próprio corpo.
V, 19 – Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que
não sois de vós mesmos?
V, 20 – Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais
pertencem a Deus.
Definindo o termo “Corpo”
O termo hebraico “bāsār” e o grego “sōma” designam a corporalidade individual, tanto dos homens
como dos animais. É a parte visível, externa e material do homem, mediante a qual o sujeito tem
uma existência terrena ou somática.
O corpo do homem e dos animais foi criado do pó da terra (Gn 1.24,25; 2.7), mas são distintos (1 Co
15.39). Após a Queda, o corpo do homem ficou sujeito ao cansaço, às enfermidades, à corrupção, à
ignomínia e à fraqueza (1 Co 15.42,43).
Por isso, a Bíblia diz que é necessário que esse corpo corruptível se revista de incorruptibilidade (1
Co 15.53).
A Natureza Material do Corpo
1. A estrutura do corpo humano.
A Bíblia declara que Deus fez o homem do pó da terra (Gn 2.7), e a ciência afirma que o corpo é
constituído de vários elementos químicos terrígenos.
Tais elementos são enumerados como cálcio, carbono, cloro, flúor, hidrogênio, tintura de iodo, ferro,
magnésio, manganês, nitrogênio, oxigênio, fósforo, potássio, silicone, sódio, súlfur. Juntos eles não
ultrapassam 6% de todo o corpo e o restante é composto de água, carbono e gases. A Bíblia afirma
que o corpo humano “é da terra, terreno” (1 Co 15.47-49). Essa é a parte material do ser humano.
2. Ilustrações tipológicas da natureza material do corpo.
a) Tabernáculo ou tenda (2 Co 5.1; 2 Pe 1.13,14). Esses textos referem-se ao corpo como algo
provisório, assim como o Tabernáculo o era para Israel, na sua peregrinação pelo deserto. Nosso
corpo é o tabernáculo ou santuário de Deus, que é o cristão verdadeiro.
O corpo é o invólucro da alma e do espírito que um dia dará lugar a um corpo espiritual, glorioso e
incorruptível. Assim como o Tabernáculo de Israel exigia cuidado para a sua manutenção e
preservação, nosso corpo material requer atenção, zelo, manutenção e pureza.
b) Templo de Deus (1 Co 6.19). Nosso corpo deve ser o templo de Deus e para sua glória. A
mordomia do corpo implica reconhecer que o mesmo é de Deus, e deve ser conservado santo e
agradável a Ele (Rm 12.1; 1 Co 6.20).
c) Vaso de barro (Lm 4.2;2 Co 4.7; 2 Tm 2.20,21). Essa designação tem o objetivo de mostrar a
fragilidade do nosso corpo e, também, destacar a importância e utilidade desses vasos para a obra
de Deus.
Saúde ou Culto ao Corpo?
Culto ao corpo
É óbvio que devemos cuidar do corpo, todavia, a sociedade moderna, influenciada pela mídia, vem
cometendo excessos nessa área.
O que temos visto é um verdadeiro “culto à boa forma física”, onde os padrões estéticos ditados
pelos meios de comunicação são cada vez mais altos e inatingíveis, levando milhares de pessoas às
academias de ginásticas e às clínicas de cirurgias plásticas.
Muitos, até mesmo crentes, na busca do corpo perfeito, deixam de comer ou se submetem às dietas
da moda, sem orientação médica, prejudicando a saúde. Precisamos vigiar, pois sabemos que “o
mundo jaz do Maligno” (1 Jo 5.19 – ARA).
O dever de cuidar do corpo
Fomos criados para a glória de Deus (Is 43.7). Portanto, toda nossa essência deve ser conservada
pura, santa e agradável a Deus (Rm 12.1,2).
Controlar o estresse, fazer uma caminhada, manter uma dieta equilibrada é essencial para a saúde
física e mental de qualquer ser humano.
Muitos pastores se descuidam da saúde física em razão de estarem sobrecarregados com diversas
atividades, compromissos ministeriais, estudo, trabalho, família etc. O resultado disso é a incidência
cada vez maior de obreiros com problemas cardiovasculares.
De acordo com os especialistas, a melhor maneira de prevenir as doenças do coração é reduzir a
exposição aos fatores de risco: obesidade, diabetes, hipertensão, níveis altos de colesterol e vida
sedentária. Cuidar do corpo é questão de bom senso.
A Fórmula Química do Corpo Humano
A fórmula química do corpo humano foi assim calculada:
– 05 partes de matérias minerais;
– 13 partes de gorduras;
– 16 partes de albumina;
– 66 partes de água.
Equivale a dizer que se deduzimos a água, a quase totalidade do que resta no corpo humano
compõe-se de matérias protéicas.
As matérias protéicas são os constituintes essenciais dos tecidos. Todos os elementos químicos,
nos processos de digestão e oxidação, produzem calorias, mas o objetivo principal da ingestão das
proteínas é reparar as perdas de elementos albuminosos, que, em proporção de trinta a setenta
gramas, o adulto destrói por dia.
Esta reparação é algo absolutamente essencial. Quando não é possível obter estes elementos do
alimento, o corpo extrai-os dos seus próprios tecidos, causando o enfraquecimento que se observa
durante um jejum, ou quando, por razões de enfermidade, a assimilação é imperfeita.
Em investigações onde se procedeu ao desdobramento de uma molécula proteica, resultou a
verificação de que se trata de uma micro–estrutura muito complexa, ao contrário do que se supunha
até aí.
No processo de análise desta molécula foram isolados vinte e um aminoácidos, aos quais se
atribuíram determinados efeitos no processo digestivo e assimilativo.
Buscando o equilíbrio
O cuidado excessivo com o físico faz com que muitos crentes negligenciem a vida espiritual (Mc
8.36,37). Jesus afirmou que somos o sal da terra, e o sal representa equilíbrio, harmonia,
moderação.
É claro que precisamos cuidar do corpo e da nossa aparência, mas, sem exageros. Não podemos
nos deixar levar pelos padrões impostos pelo mundo.
Devemos, sim, nos adequar aos modelos divinos a fim de que em tudo o Senhor seja glorificado (1
Pe 4.11).
Cuidar do corpo é recomendação bíblica, mas cultuá-lo é idolatria. O cristão deve buscar o equilíbrio
para sua saúde mental e física através de uma boa dieta, caminhada, não se estressando e usando
o bom senso.
O Templo de Deus
Nosso corpo é santuário de Deus
A mordomia do corpo implica em reconhecer que o mesmo pertence ao Senhor, e, portanto, deve
ser santo e agradável a Deus (Rm 12.1; 1 Co 6.20).
Quando recebemos a Jesus Cristo como Salvador, mediante a fé, nosso corpo, outrora dominado
pelo pecado, torna-se um santuário ou morada do Espírito Santo.
Temos, então, a responsabilidade de mantermos esse santuário sempre arrumado, limpo e santo.
Nosso corpo pertence a Deus
Muitos acham que têm o direito de fazer o que quiserem com seu corpo. Esses tais imaginam que
isso é liberdade.
Porém, na realidade, não passam de escravos de seus próprios desejos. Nosso corpo não nos
pertence, pois fomos comprados por bom preço (1 Co 6.19,20). S
eu corpo é propriedade do Senhor, por isso não viole os padrões de vida estabelecidos por Ele. Uma
boa mordomia do corpo implica reconhecer que ele pertence ao Senhor e lhe é santuário.

Pecados contra o corpo


Pecar contra o corpo “é transgredir as leis que regem o funcionamento normal do corpo” (1 Jo 3.4).
Vejamos alguns exemplos:
Glutonaria.
Atualmente muitas são as opções para se comer além dos limites: rodízios de carne, massas, self-
service sem balança etc.
A Palavra de Deus é incisiva contra o pecado de glutonaria (Lc 21.34; Gl 5.21; 1 Pe 4.3). O consumo
exagerado de alimentos resulta em obesidade, um mal que está associado principalmente às
doenças cardiovasculares.
Muitos crentes em Jesus preocupam-se somente com o bem-estar da alma, esquecendo-se de que
também precisam zelar pelo corpo através de uma alimentação equilibrada.
Fornicação.
Diz respeito à prática sexual entre pessoas solteiras. Trata-se de um pecado contra o corpo. É obra
da carne (Gl 5.19; Ef 5.3). O solteiro que não teme a Deus não consegue dominar seus desejos.
Mas, os autênticos servos do Senhor contam com a ajuda daquEle que habita em nós, o Espírito
Santo (1 Co 6.20). Muitas são as conseqüências do pecado contra o corpo.
Atualmente temos visto o crescente aumento do número de pessoas infectadas com o vírus HIV
(vírus da AIDS) que pode ser facilmente contraído em relações sexuais.
Segundo dados do Ministério da Saúde, de 1980 a junho de 2007 foram notificados no Brasil
474.273 casos de AIDS. A Bíblia diz que o salário do pecado é a morte (Rm 3.23).
Adultério.
Diz respeito às relações sexuais de pessoas casadas com outras casadas ou solteiras. Deus
abomina o adultério (Êx 20.14; Lv 18.20; Dt 5.18), pois contraria a lei natural do matrimônio e da
monogamia.
É uma atitude que entristece a Deus porque mostra que preferimos seguir nossos próprios desejos a
nos colocarmos sob a direção do Espírito Santo. Jesus deixou claro que o adultério ocorre no
coração, antes do ato (Mt 5.28).
Prostituição.
Diz respeito a todas as práticas sexuais pecaminosas, inclusive o homossexualismo (Dt 23.17; 1 Co
6.10,16; 1 Ts 4.3). O Diabo tem feito de tudo para levar o máximo de pessoas à perdição eterna.
Infelizmente, muitos estão facilitando as coisas para ele: assistindo a filmes impróprios, acessando
sites inconvenientes, lendo revistas pornográficas, e tantos outros vícios mundanos. Não dê lugar ao
Diabo! (4.27; Pv 1.10; 5.1-23).
Não contamine seu corpo e sua alma! A retidão diante do Senhor resulta em saúde física, mental e
espiritual. A glutonaria, a fornicação, o adultério e a prostituição são alguns pecados contra o corpo.
As consequências dos pecados contra o Corpo
Os pecados contra o corpo trazem conseqüências negativas tanto para a pessoa que o pratica
quanto para outras que são levadas a cometer tais pecados. Sem falar nos filhos que são vítimas
inocentes, herdando doenças e até deformações físicas pela imprudência dos pais.
Doenças Sexualmente Transmissíveis.
São resultado de uma vida promíscua e sem respeito às leis divinas. Comprovadamente, essas
doenças resultam de relações sexuais ilícitas. Só o pecado pode produzir esses males contra o
corpo e contra a alma. O texto de 1 Coríntios 6.12-20 exorta o crente a não expor seu corpo à
prostituição por ser ele o templo do Espírito Santo.
Toxicomania. É o uso de drogas narcóticas.
A dependência da droga está vinculada a impulsos psicológicos e emocionais, e provoca conflitos
íntimos, dando origem a neuroses, além de males de toda espécie contra o usuário, sua família, as
autoridades e a sociedade em geral.
Alcoolismo e tabagismo.
Você poderia perguntar qual a relação desse assunto com os crentes, e eu lhe responderia que o
objetivo desta lição alcança o não crente, como também busca prevenir os jovens que podem ser
influenciados pela propaganda sórdida e infame.
As bebidas alcóolicas e o fumo são dois grandes males da nossa sociedade que, infelizmente,
fazem parte do status.
A mordomia bíblica do corpo abstém-se e condena formalmente esses dois males que tanto
prejudicam a pessoa no seu todo e não apenas o seu organismo e sua saúde.
A Bíblia está cheia de conselhos para que o corpo humano seja mantido puro, saudável, pois nele
deve habitar o Espírito Santo.
A Palavra de Deus enfatiza a temperança como fruto do Espírito (Gl 5.22). Devemos cuidar de nosso
corpo de modo que, através dele, glorifiquemos a Deus (1Co 6.19,20; Rm 12.1).
Canais para o Pecado
1) Visão.
As pessoas são induzidas a pecar através da “concupiscência dos olhos” (1 Jo 2.16).
Concupiscência é a força do desejo impuro e lascivo despertada através do que se vê. É pela visão
de algo proibido, que muitas pessoas pecam contra “o seu tabernáculo” desonrando-o com o
adultério, a fornicação, a imoralidade sexual e o furto (Êx 20.14: Gl 5.19-21).
a) Tipos de olhos. Olhos altivos (Pv 6.17; Is 2.11), olhos malignos (Pv 23.6), o olho mau (Mt 6.23;
Pv 28.22), olhos zombeteiros (Pv 30.17), olhos cheios de adultério (2 Pe 2.14). Jesus falou que os
“olhos são a candeia do corpo” (Mt 6.22). Portanto, devemos cuidar dos olhos para que sejam luz e
não trevas (Mt 6.23).
b)Visão e instintos naturais. O pecado age como um “vírus contagioso” e, quando ataca a
faculdade da visão, explora os instintos da aquisição, da fome, da sede e da reprodução.
Vejamos como isso acontece:
Primeiro, para satisfazer o instinto da aquisição, a concupiscência dos olhos conduz ao furto, ao
enriquecimento ilícito, ao engano e à defraudação material (Êx 20.15; Mc 10.19; Lc 18.20; Rm 13.9;
Ef 4.28).
Segundo, para satisfazer o instinto de fome e sede, a concupiscência dos olhos atrai a pessoa à
glutonaria e bebedice, denominadas “obra da carne” (Gl 5.21; Pv 23.2; Lc 21.34; Rm 13.13; 1Pe
4.3).
Em terceiro lugar, para satisfazer o instinto da reprodução, a concupiscência dos olhos atua como
força impulsora para os pecados sexuais.
2) Olfato e paladar.
São faculdades físicas ligadas aos instintos naturais da satisfação da fome e sede, os quais também
podem se tornar condutores de pecado contra o corpo.
Os pecados de glutonaria e embriaguez são estimulados pelo paladar (Lc 21.34). Quando o paladar
está sob a força do poder do pecado o homem perde o controle desse instinto natural de sua vida
(Gl 5.21).
3) Audição.
O Diabo explora os sons para perturbar a alma e o espírito. Hoje, na busca de preencher o vazio
interior, os jovens são atraídos pela parafernália dos sons estridentes do rock e outros tipos
similares, também repulsivos e condenáveis.
Esse tipo de música escraviza, prejudica a audição, reproduz mensagens ocultas de satanás e
blasfemam contra Deus.
4) Tato.
É o outro sentido corporal que se manifesta através das mãos, dos pés e outros órgãos do corpo. A
Bíblia fala muito das mãos e da sua utilidade no corpo. O mordomo cristão deve administrar, tanto os
pés como as mãos para a glória do Senhor. Nenhum órgão do corpo pratica qualquer ato por si
mesmo, porque todos são comandados pela alma e espírito.
a) As mãos são importantes. A Bíblia fala do valor das mãos: o fruto do trabalho das mãos (Pv
10.4); mãos que engrandecem (Pv 31.31); mãos que sustentam (Mt 14.31); mãos que abençoam (Mt
19.13); mãos que trabalham (1Ts 2.9); mãos de Judas Iscariotes (Lc 22.21); mãos do apóstolo Pedro
(At 9.41); mãos de Herodes (At 12.1); mãos de Paulo (Gl 6.11).
b) E os pés? Nossos pés devem ser consagrados para andar em retidão na presença de Deus (Gn
5.24; 6.9; 17.1). Andar com sinceridade e segurança (Pv 10.9); andar na luz do Senhor (Is 2.5); não
andar em trevas (Is 50.10); andar em Espírito (Gl 5.16).
Nossos pés não devem andar segundo o curso do mundo (Ef 2.2); nem andar nos desejos da carne
(Ef 2.3); nem andar desordenadamente, em dissolução, concupiscência (2Ts 3.6; 1Pe 4.3). Nossos
pés não devem caminhar em lugares impuros, mas devem ser santificados a Deus para levar boas
novas.

Conclusão
Na Bíblia encontramos várias mensagens que nos orientam a manter-nos puros e saudáveis.
Então, cuidemos do nosso corpo objetivando a glória de Deus: “Portanto, quer comais, quer
bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31).

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