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Índice

1-O que é Mordomia Cristã?


2-Mordomia do Corpo
3-Mordomia da Alma e do espirito
4- Mordomia do pensamento
5-Mordomia das Finanças
6-Mordomia do Tempo
7- Mordomia da Igreja Local
1-O que é Mordomia Cristã?

1 - Introdução
1 Pe 4.10 e 11; 1 Co 4.1 e 2

A palavra mordomia sofreu, ao longo dos anos, uma deturpação


devido ao seu mau uso. Esta palavra é usada como regalias e favores
concedidos, especialmente pelos governos, a alguns funcionários
públicos. Ou ainda, quando pensamos em mordomo, pensamos num
romance ou filme policial em que o mordomo sempre é o criminoso.
Estes não são o sentido bíblico da mordomia cristã.

SIGNIFICADO DA PALAVRA MORDOMO:


A palavra mordomo, em português, vem do latim majordomus, que
tem o mesmo significado do grego oikonomoV - oikonomos (oikoV -
oikos, casa, e nomoV - nomos, governo). Major, em latim, é maior ou
principal, e domus, casa, a casa com tudo que ela contém e significa.
Assim mordomo é o principal servo, o que administra a casa do seu
senhor.
Vejamos alguns mordomos na Bíblia: Eliézer (Gn 24.2) e José (Gn
39.4-6).

CONCEITO BÍBLICO DA MORDOMIA:


“É o reconhecimento da soberania de Deus, a aceitação do nosso cargo de
depositários da vida e das possessões, e administração das mesmas de acordo com
a vontade de Deus” 

BASE BÍBLICA DA MORDOMIA CRISTÃ:


a) Deus é dono de tudo e de todos:
Do universo: Gn 1.1; 14.22; l Cr 29.l3-l4; Sl 24.l; 50.10-12.
Do homem:
por direito de criação -Is 42.5
por direito de preservação: At l4.l5-l7 e At 17.22-28
por direito de redenção: 1 Co 6.l9e20; Tt 2.l4 e Ap 5.9
b) O homem é o mordomo - Gn 1.28; 2.l5 e Sl 8.3-9.
Na Aula
Leia atentamente as passagens citadas e responda as seguintes perguntas com
sinceridade:
1 – Cite algumas obras das mãos do Senhor:
Gênesis 1:1, 16, 21 e 25
Gênesis 1:27
Jó 4:17
Isaías 43:15
Jeremias 10:16

2 – Relacione algumas coisas que pertence ao Senhor de acordo com os seguintes


textos:
Salmo 24:1
Salmo 8:3
Gênesis 14:22
Deuteronômio 10:14

3 – Deus, nos criou e não nos abandonou. Ele também nos sustenta na sua
providência. O que nos fala sobre Deus em Atos 14:17?

4 – A Palavra “mordomo” aparece na Bíblia algumas vezes. A que se relaciona o


mordomo nos seguintes textos?
Gênesis 15:2,3 e 24: 1,2 e 3

 
Mateus 25: 14 – 30
Devemos entender a posição de cada um dos personagens aqui citados. A Todos
eles foi confiada uma tarefa administrativa. E nenhum era dono de nada. Eles
recebem ordens de administrar os interesses de seus senhores.
5 – Que funções são dadas por Deus ao primeiro homem e a primeira mulher?
Gênesis 1: 28
Gênesis 2:15

+6EM CASA
6 – Que função José recebeu do Faraó do Egito após lhe interpretar o Sonho?
Gênesis 41:39 – 43

7 – O que o Faraó do Egito reconheceu haver em José para lhe tornar governador
e administrador de todo o Egito?
Gênesis 41: 38,39

8 – Na oração de Davi em I Crônicas 29: 1 – 22, ele se prepara para a construção


do Templo e faz algumas ofertas para tal construção. Que grandes verdades diz
Davi nesse texto?
v. 11 ao 16

9 – Na história de Daniel, encontramos muitos fatos que nos chamam a atenção.


O que foi confiado a Daniel pelo Rei Nabucodonozor ?
Daniel 2: 48,49
 
Explique
Compreendemos agora que o que Deus deseja de seus servos e filhos, é que
administremos o seu patrimônio. É claro que o Espirito Santo nos dará
capacitação para tal tarefa.
 
10 – Cientes que da nossa responsabilidade diante de Deus e de nossa
incapacidade para bem desempenharmos a função a nós confiada. O que
devemos fazer?

Mateus 20:25 –28 Salmo 123:2 Lucas 9;23 – 24

 
CONCLUSÃO
Você já tem aprendido que tudo o existe, foi criado por Deus. ele criou e mantém
sua criação. Somos apenas administradores dos interesses do Senhor. Como fiéis
mordomos devemos nos colocar como servos, procurando imitar o exemplo de
Jesus que serviu a ponta de perder a sua vida para ganhar a nossa vida. Devemos
aprender a nos envolver com a administração dos interesses de nosso Senhor.

2-Mordomia do Corpo 1 Co 6.19 e 20


O corpo é a estrutura física do homem. Este foi criado por Deus com
um cuidado especial. Ao criar as demais coisas, Deus disse: “Haja...”
Quando, porém, criou o homem, formou-o do pó da terra e soprou-lhe
nas narinas dando assim o fôlego da vida (Gn 2.7). O salmista Davi
disse: “Eu te louvarei porque de um modo admirável e maravilhoso fui
formado.” (Sl 139.14).

1. CONCEITO FALSO SOBRE O CORPO


Há um conceito errôneo, que existe desde o primeiro século, divulgado
pelos gnósticos de que a matéria é má. Com este negam a encarnação
de Jesus (o fato de Jesus ter vindo em carne) e afirmam que Ele veio
apenas em Espírito. A Bíblia condena este conceito em I Jo 4.2 e 3 que
diz: “Nisto conheceis o Espírito de Deus - todo espírito que confessa
que Jesus veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa
que Jesus veio em carne não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a
respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e já está no mundo.”
Também afirmam que não devemos nos preocupar com a preservação
e santificação do nosso corpo, pois sendo a matéria má não importa o
que façamos com o mesmo. A Bíblia, por sua vez, também condena este
conceito afirmando que o nosso corpo é templo do Espírito Santo
devendo ser cuidado como tal.

2. DEVERES PARA COM O CORPO


-Alimento saudável
-Higiene do corpo, da casa e das roupas assim evitando doenças
-Visitas ao médico em caráter preventivo - vacinas, por exemplo,
exames preventivos, etc.
-Descanso / -Usar trajes santos (Sl 96.9)
-Lazer (Lc 2.52) / -Fugir da prostituição (1 Co 6.15-18, Ef 5.1-4 e Cl
3.5)
-Não fazer uso dos inimigos do corpo: fumo, bebida e drogas

3. O QUE A BÍBLIA FALA DO NOSSO


CORPO?

Foi criado por Deus: Gn 1.26 e 28 - 2.7 e Sl 139.14.


É templo do Espírito Santo: 1 Co 6.19 e 20.
É usado como metáfora da Igreja: 1 Co 12.12--31.
Podemos glorificar a Deus em nosso corpo (1 Co 6.20 e Fp 1.20),
dedicando-o a Deus (Rm 12.1 e 2).
CONCLUSÃO:
Cuidar do nosso corpo é um dever. Deus escolheu fazer
dele o seu templo. Sendo assim, deve ser usado de
acordo com a vontade de Deus, que é boa, perfeita e
agradável. Sabendo que o nosso corpo não é nosso mas
de Deus

Na Aula
1 – Quando Deus criou o homem, ele o fez com um cuidado especial. Ao criar as
demais coisas ele simplesmente disse; “Faça-se” e “Viu Deus que era bom”. Quando
porém, criou o homem, qual foi a diferença das demais criações de Deus?
 
Gênesis 1:26 – 28 e semelhança
 
Gênesis 1:31 Ele viu que
 
2 – De que forma é descrita a criação do ser humano?

 
Salmos 139:14
 
Salmos 8: 4,5
De fato, o ser humano é criado conforme a imagem e semelhança de Deus. O nosso
corpo é considerado uma criação maravilhosa. Por mais que a ciência humana tenha se
desenvolvido, ainda não conseguiu avançar a ponto de criar algo e lhe dar vida. O Ser
humano recebe de seu criador a capacidade de viver. O corpo humano é portanto mais
do que uma escultura, e dotado de vida inteligente.
 
3 – Quais são as coisas que não devemos fazer com o nosso corpo?
 
Provérbios 5: 3 –6, 8 e 9
 
Provérbios 6: 6 – 10
 
Provérbios 20:1
 
Provérbios 23: 1 – 3
 
Provérbios 23:14 – 21
 
I Coríntios 6: 18
 
4 – Qual é o severo julgamento de Deus quanto ao mau uso do corpo?
I Coríntios 6: 9 – 11 Gálatas 5:21
Em Casa
5 – Que parte do corpo devemos dar atenção especial?
Tiago 3 : 2 – 6
 
Mateus 12:36,37
 
Provérbios 4:23

 
6 – Qual o ponto de partida de todo o mau uso do corpo?
 
Provérbios 4:22
 
Jeremias 17: 9, 10

 
7 – Que tipo de coração Deus procura?
 
II Crônicas 16:9
 
Salmo 51:17
 

8 – O que o corpo se torna ao receber a salvação em Cristo?


 
I Coríntios 3: 16,17
 
I Coríntios 6:19

3- MORDOMIA DA ALMA E ESPIRITO

INTRODUÇÃO 

Para ser mordomo da alma e do espírito, o homem necessita, antes de tudo,


da fé em Deus, da entrega incondicional a Cristo Jesus e da ação poderosa
do Espírito Santo na sua mente, pensamento e maneira de viver diante do
Criador. Para isso é preciso ser “nova criatura” (1 Co 5.17)! Assim, além
de conservar o corpo, precisamos conservar a alma e o espírito. É o que
veremos nesta lição.

I – CONCEITUANDO ALMA E ESPÍRITO 

1. O significado de alma. No Antigo Testamento, a palavra “alma” é


nephesh. No Novo, o termo usado é psiquê, que tem o sentido de “alma” e
de “vida”, e encontra-se ligado à palavra psíquicos, que significa
“pertencente a esta vida”. Ela é “a base das experiências conscientes”,
equivalendo, portanto, à própria vida, à personalidade ou à pessoa mesmo
(cf. 2 Co 1.23). 

   Assim, o texto bíblico de Levítico 17.10-15 revela uma diversidade de


sentidos para a palavra “alma”: A pessoa física (v.10), a vida de um animal
(v.11), a vida de uma pessoa (v.11). Do ponto de vista teológico, a alma é a
sede das emoções e dos sentimentos, conforme Jesus expressou num
contexto de angústia: “A minha alma está profundamente triste até a morte”
(Mc 14.34).

2. A origem da alma. A alma está unida ao espírito, e, por isso, é


humanamente impossível separá-los. Só a Palavra de Deus pode fazê-lo
(Hb 4.12). Assim, tanto a alma quanto o espírito constituem a parte
imaterial do ser humano. Em relação à origem da alma, há pelo menos três
teorias que tentam explicá-la: a teoria da preexistência, do criacionismo e
da participação.

     2.1. Teoria da preexistência. Segundo essa teoria, as almas existem nas


diversas esferas do mundo espiritual e entram no corpo gerado, num
processo denominado “reencarnação”. O objetivo desse processo é levar a
pessoa a sofrer pelos “pecados cometidos em pretensas existências
anteriores”. Esse é um dos pontos fundamentais do Espiritismo. Entretanto,
não há fundamento bíblico para essa teoria. A Bíblia revela que o “pecado
original” passou a todos os homens (Rm 5.12) e que vigora até os dias
atuais, pois “não há homem que não peque” (Ec 7.20). Porém, o sangue de
Cristo purifica o pecador (1 Jo 1.7), quando este se arrepende, confessa o
seu pecado e o deixa (Pv 28.13).

      2.2. Criacionismo. Segundo esta teoria, baseada no pensamento


filosófico grego, Deus dedica-se à criação de almas diariamente, para que
habitem nos corpos que forem sendo concebidos. É um ponto de vista que
carece de fundamentos bíblicos.

 2.3. Teoria participativa. A teoria expressa que Deus dá a vida a toda


pessoa gerada de acordo com as leis da reprodução biológica geradas por
Ele. Assim, homem e mulher geram um novo ser com a cooperação divina
(At 17.28; Hb 1.3). É uma visão que tem base na Bíblia e que está
harmonizada com a Palavra a Deus: “Fala o SENHOR, o que estende o céu,
e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele” (Zc
12.1b).

   Todavia, como Deus age na criação de cada alma e espírito dentro do ser
humano é um dos muitos mistérios da fé pela qual devemos curvar-nos
humildemente diante de sua magnitude.

   3. Conceituação de espírito. Segundo o Novo Testamento, a palavra que


se refere a “espírito” é pneuma. O termo pode se referir a parte imaterial da
personalidade humana (cf.1 Co 7.1,34), o próprio ser da pessoa (1 Co
16.18; 2Tm 4.22) e, mais especificamente, a fonte do discernimento (Mc
2.8), das emoções (Jo 11.33) e da vontade (At 19.11) de uma pessoa.
Assim, o espírito humano regenerado, submetido a Cristo, torna-se sensível
ao Espírito Santo e é capaz de manifestar o fruto do Espírito, as virtudes do
Reino de Deus (Gl 6.1;cf. Mt 5 – 7).

     Nesse sentido, em termos espirituais, só há dois tipos de crentes: os


espirituais e os carnais (Rm 8.1). Os crentes espirituais caracterizam-se
pelo seu “espírito” dominado pelo Espírito Santo (Gl 5.16-18,22-25). Os
carnais vivem de acordo com a natureza carnal que não foi submetida nem
transformada por Cristo (Gl 5.19-21).

I. A MORDOMIA DA ALMA: “O HOMEM INTERIOR” 

    1. A tricotomia do homem. Afirmamos que o ser humano é um ser


tricotômico. Ou seja, Deus o constitui de três partes conforme revela-nos a
sua Palavra: “e todo vosso espírito, e alma, e corpo” (1 Ts 5.23). O corpo, a
parte material, refere-se ao “homem exterior” (2 Co 4.16). Já o conjunto
imaterial formado pela alma e pelo espírito, que é envolvido pelo corpo, a
Bíblia denomina-o de “o homem interior”, conforme as palavras do
apóstolo Paulo: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de
Deus” (Rm 7.22; cf. 2 Co 4.16).

     2. A mordomia da alma. A Bíblia declara que a alma do homem, assim


como o espírito e o corpo, deve ser conservada irrepreensível para a vinda
do Senhor Jesus Cristo. Essa é a essência da mordomia da alma. Cada
crente deve mantê-la íntegra e irrepreensível. Alguns aspectos, porém,
devem ser considerados na mordomia da alma.

    2.1. A Necessidade da alma. Essa necessidade inclui a emoção e pode ser


satisfeita no relacionamento com Deus. A alma precisa de refrigério
espiritual e da presença divina (Sl 23.1-3). No salmo 42, o salmista
expressa sinceramente a necessidade de sua alma: “Como o cervo brama
pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A
minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (vv.1,2). Quanta necessidade
a alma tem por Deus?! A Bíblia revela que o Espírito Santo preenche essa
necessidade e produz em nós o “fruto do Espírito” (Gl 5.22-24).

      2.2. A santificação da alma. É uma necessidade da alma o “viver


santo”, sem o qual ninguém verá a Deus (Hb 12.14). O ser humano é salvo
pela “graça de Deus”, e isso é dom divino (Ef 2.8,9).

     Mas ele precisa também arrepender-se de seus pecados, confessar a


Cristo como Senhor e santificar-se integralmente em Deus, conforme o
apóstolo Paulo ensina: “Abstende-vos de toda aparência do mal. E o
mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma,
e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.22,23).

     2.3. A santificação dos pensamentos. Vimos que a alma é “a sede das


emoções, dos sentimentos e dos pensamentos”, logo, sua mordomia deve
zelar por tudo o que preenche o pensamento do crente, conforme ensina o
apóstolo Paulo (Fp 4.8).

     Nesse contexto, devemos atentar para a advertência de Jesus em relação


ao coração do homem (isto é, sua interioridade): “Porque do coração
procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos,
falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19). Portanto, não podemos
pensar só no que “não fazer”, mas também no que “não pensar”. Toda ação
ou reação humana precede o pensamento, o sentimento e a emoção.

  SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO

“Textos bíblicos que parecem apoiar o tricotomismo incluem 1


Tessalonicenses 5.23, onde Paulo pronuncia a bênção: ‘E todo o vosso
espírito, e alma, e corpo seja plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo’. Em 1 Coríntios 2.14 – 3.4, Paulo
refere-se aos seres humanos como sarkikos (literalmente: ‘carnal’ 3.1,3),
psuchikos (literalmente: ‘segundo a alma’, 2.14) e pneumatikos
(literalmente: ‘espiritual’, 2.15). Esses dois textos parecem demonstrar de
forma ostensiva três componentes elementares. Vários outros textos
parecem distinguir alma e espírito (1 Co 15.44; Hb 4.12)” (HORTON, M.
Horton (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 2018, p.248).
III – A MORDOMIA DO ESPÍRITO 

   1. Andando em Espírito. Na mordomia do espírito, o crente deve


procurar andar em Espírito, ou seja, na submissão ao Espírito Santo. Diz o
texto bíblico: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a
concupiscência da carne” (Gl 4.16). Andar em Espírito é viver em
obediência à direção do Espírito Santo em todas as áreas da vida. Há uma
luta interior entre a carne e o Espírito (Gl 4.17), mas uma vez guiados pelo
Espírito Santo não estamos sob a escravidão da carne (Gl 4.18). Portanto,
“se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.25).

     2. Frutificando no Espírito. Quando o crente produz frutos dignos da


vida cristã, ele glorifica a Deus. Nosso Senhor chamou-nos a dar “fruto” e
escolheu- -nos para permanecer dando fruto (Jo 15.9,16). Frutificar no
Reino de Deus é testemunhar Cristo com sua vida, por meio de boas obras
de amor que mostram o caráter de Deus em você (Jo 15.16; Mt 5.16; Gl
5.22).

CONCLUSÃO 

    A mordomia da alma e do espírito, juntamente com a do corpo, completa


a conservação integral do crente (1 Ts 5.23). Zelar pela nossa interioridade
e exterioridade diante de Deus é reconhecer que o Pai quer dominar tudo
em nós e não somente partes de nossa vida. Por isso, sinta-se encorajado a
expressar Cristo como seu Salvador. Esteja nele! Seja santo! Para isso Deus
nos chamou.

EM CASA

A respeito de “A Mordomia da Alma e do Espírito”, responda:

• O que diferencia um crente espiritual do carnal? 

• Cite as três teorias acerca da origem da alma. 

• Como o homem e a mulher geram um novo ser? 


• O que o crente deve procurar na mordomia do espírito? 
4-MORDOMIA DO PENSAMENTO
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor,
nisso pensai.” (Fp 4.8 )
Devemos dar graças a Deus pela capacidade que temos de pensar,
refletir e usar esta para a glória de Deus. Deus conhece os nossos
pensamentos e o meditar do nosso coração. Somos mordomos do nosso
pensamento, assim devemos reconhecer o Senhorio Divino sobre este.
Há uma declaração bíblica que diz “...nós temos a mente de Cristo” (I
Co 2.16). Ter a mente de Cristo é pensar como Ele e ter o nosso
pensamento dominado pelo mesmo.

1. FASES DO PENSAMENTO

Segundo o Pr. João Falcão Sobrinho o pensamento humano abrange


quatro fases:
A memória, o que é acumulado nos registros do cérebro, através dos
sentidos físicos.
A análise, a avaliação dos dados da memória, a reflexão. A imaginação,
ou fantasia que está relacionada com as emoções, desejos íntimos e
sonhos. A elaboração do pensamento (a associação entre os dados
guardados na memória e a imaginação) em ordem, para ser aplicado à
realidade externa.
2. DEUS CONHECE OS NOSSOS PENSAMENTOS

Ele sabe os nossos pensamentos - Sl 139. 1 e 2


Os nossos pensamentos devem ser agradáveis a Deus - Sl 19.14
Ele reprova os pensamentos maus - Gn 6.5; Pv 6.16-19 e Pv 15.26
 
3. DEVERES PARA COM O NOSSO PENSAMENTO

Ocupá-lo com coisas boas - Fp. 4.8


Ser cheio da Palavra de Deus - Sl 119.11; I Tm 4.15; Js 1.8
Sempre recordar as bençãos recebidas de Deus - Sl 103.2
Ser dominado pelo amor - Rm 5.5 e Rm 12.9-21
Ser dominado pela fé - Hb 11.6
Deve sempre estar em renovação - Rm 12. 1 e 2; Cl 3.1-10
4. INIMIGOS DO PENSAMENTO

Literatura pecaminosa
Programas televisivos e radiofônicos pecaminosos
Fantasias pecaminosas - Mt 5.27 e 28
Más conversações - Sl 1.1 e 2; I Tm 6.20 e I Co 15. 33

IV. O QUE DEVE PREENCHER A NOSSA MENTE?

Tudo o que é verdadeiro. O apóstolo se prende ao sentido de ser


verdadeiro e falar a verdade;
Tudo o que é honesto. Que tem ou revela dignidade ou elevação de
caráter; honrado, nobre, respeitável, sério;

Tudo o que é justo. Há quem coloque a mente nas coisas pelos métodos
fáceis. O exemplo perfeito do que nós éramos está em Gênesis 6.5. O
cristão, no entanto, tem a mente de Cristo (1Co 2.16), e por conta disso,
pensa e age como um ser humano a imagem e semelhança de Deus;

Tudo o que é puro. Pureza no mais alto sentido do que é moralmente puro


e livre de máculas, do não-poluído, pois é deste modo que o apóstolo Paulo
descreve a Igreja de Cristo e, de modo particular, os crentes, 2 Co 11.2; Ef
5; 1Jo 3.3. Não devemos colocar nossa mente nas imaginações dos
sentimentos carnais (cf. Ef 2.3);

Tudo o que amável. Não devemos planejar mentalmente vingança ou


castigo despertando a amargura e o medo nos demais, nem deixar nossas
mentes se prestarem para críticas, censuras e criação de ressentimentos.

Tudo o que é de boa fama. A lista destaca a cortesia, a temperança, a


pureza e o respeito. Afinal, a vida de qualquer pessoa é muito influenciada
por aquilo a que dá atenção. O que tem boa fama é aquilo digno de que se
pense;
A Palavra de Deus, Sl 119.11; I Tm 4.15; Js 1.8;
Recordação das bençãos recebidas de Deus, Sl 103.2;
Deve sempre estar em renovação, Cl 3.1-10; Rm 12..1, 2.
 CONCLUSÃO

Ao saber que Deus conhece os nossos pensamentos, isso já seria o


suficiente para zelarmos por estes. Deus nos deu um filtro para
coarmos os nossos pensamentos em Filipenses 4.8: "Finalmente,
irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é
justo, tudo que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é boa fama, se
alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o
vosso pensamento."

ESCREVA SOBRE O QUE ENTENDEU COM SUAS PALAVRAS :

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5-MORDOMIA DAS FINANÇAS

INTRODUÇÃO 

Os cristãos devem ser referência na administração das finanças que Deus,


bondosamente, lhes concedeu. Nesta aula, refletiremos acerca de alguns
aspectos da mordomia financeira com base na Bíblia Sagrada – como nossa
única regra de fé e prática. Veremos que o dinheiro pode ser bênção ou
maldição, e que tudo depende do uso que fazemos dele.

I – TUDO O QUE TEMOS VEM DE DEUS 

    1. Deus é dono de tudo. Tudo o que há no planeta pertence a Deus,


tanto o mundo quanto seus habitantes (Sl 24.1). Há os que são filhos de
Deus por criação e há os que são seus filhos por adoção através da fé em
Jesus (Jo 1.12). Assim, podemos afirmar que os não-crentes recebem
dádivas por permissão de Deus; nós, seus filhos por adoção em Jesus
Cristo, temos convicção de que tudo o que temos vem diretamente de dEle,
conforme Davi expressou: “Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos”
(1 Cr 29.14).

     2. O trato com o dinheiro. Se tudo o que temos vem de Deus,


precisamos lidar com o dinheiro de modo especial. Isso é necessário, pois
muitos se tornaram materialmente ricos, mas espiritualmente miseráveis,
como Jesus revelou a situação dos crentes de Laodiceia (Ap 3.17). Em
Apocalipse, nosso Senhor deixou claro que o crente pode pensar estar rico
aos próprios olhos, mas invariavelmente desgraçado, miserável, pobre,
cego e nu diante dos olhos do Senhor. A história do mundo mostra que a
busca por dinheiro e riquezas materiais levou muitas pessoas a cometerem
perversidades, violências e crimes inomináveis. 

      3. Cuidado com a falsa prosperidade. Precisamos ter cuidado para


não sermos enganados pelas armadilhas da já conhecida “Teologia da
Prosperidade”. Esta ensina que todo crente deve ser rico, porque, diz essa
teologia, “somos filhos do Rei”. Isso não passa de propaganda enganosa e
distorção da graça de Deus. Ora, as Escrituras mostram que Jó foi um servo
fiel a Deus (Jó 1.1), mas, embora muito rico, veio certa vez a experimentar
a pobreza. Mas nem por isso abandonou a Deus, apesar de todo o
sofrimento que experimentou.

II – COMO O CRISTÃO DEVE GANHAR DINHEIRO 

   1. Trabalhando honestamente. Desde o Gênesis, após a Queda, o


homem emprega esforço para obter os bens de que necessita. O Criador
disse: “No suor do teu rosto, comerás o teu pão” (Gn 3.19a). O apóstolo
Paulo recomendou: “E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios
negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos
mandado” (1 Ts 4.11). Assim, por trabalho honesto entendemos todo o tipo
de atividade que sustenta e dignifica o ser humano. Entretanto, há trabalhos
que o degradam e humilham. Por isso, ao cristão sincero não convém
atividades correlacionadas com a bebida alcoólica, drogas, prostituição,
aborto etc.

     2. Fugindo das práticas ilícitas. O cristão não deve recorrer a meios ou
práticas ilícitas para ganhar dinheiro, tais como jogo do bicho, do bingo,
rifa, loterias, e outras formas “fáceis” de se angariar riquezas. Em
Provérbios, lemos: “O homem fiel abundará em bênçãos, mas o que se
apressa a enriquecer não ficará sem castigo” (Pv 28.20).

4. Fugindo da avareza. Avareza é o amor ao dinheiro. É uma


escravidão ao vil metal. Diz a Bíblia: “Porque o amor ao dinheiro é a
raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da
fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.9,10).
Deus não condena a riqueza em si, mas a ambição, a cobiça e a
avareza que ela desperta. Abraão e Jó eram homens ricos, porém,
fiéis a Deus. O que Deus condena é a ganância, a ambição
desenfreada por riquezas (Pv 28.20).
5. III – COMO O CRISTÃO DEVE UTILIZAR O DINHEIRO 
6.    1. Na Igreja do Senhor. Na igreja há várias maneiras pelas quais o
cristão pode e deve contribuir, de modo positivo e abençoado, para a
manutenção da Obra do Senhor. 
7.      1.1. Contribuindo com os dízimos. Entregar os dízimos para a
manutenção material da Obra do Senhor é uma das maiores
expressões de gratidão a Deus e amor por sua causa na Terra (Ml
3.8-12). Como já vimos, no Novo Testamento, o dízimo não foi
abolido, pois Jesus trouxe a maneira correta de sua entrega (Mt
23.23). O Novo Testamento também revela que o cuidado dos órfãos
e das viúvas é “a verdadeira religião” (Tg 1.27). Assim, a mordomia
do dízimo é de fundamental importância à vida da igreja. 
   1.2. Contribuindo com ofertas alçadas. O crente fiel deve contribuir com
ofertas alçadas (levantadas), de modo voluntário, como prova de sua
gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas. Com esses recursos (dízimos e
ofertas), a igreja mantém a evangelização, as missões, o sustento de
obreiros, o socorro aos necessitados (viúvas, órfãos, carentes etc.), bem
como o patrimônio físico da obra do Senhor e outras necessidades.

       2. Na sociedade civil. 

       2.1. Evitando dívidas fora do seu alcance. Muitos têm ficado em


situação difícil por causa do uso irracional do cartão de crédito. As dívidas
podem provocar muitos males, tais como falta de tranquilidade (causando
doenças); desavenças no lar; perda de autoridade e independência.
Devemos lembrar que “o rico domina sobre os pobres, e o que toma
emprestado é servo do que empresta” (Pv 22.7). Outro problema é o mau
testemunho perante os ímpios quando o crente compra e não paga.           
2.2. Evitando os extremos. De um lado, há os avarentos que se apegam
demasiadamente à poupança, em detrimento do bem-estar dos familiares.
Estes não se importam em ver os filhos passarem necessidade, pois o seu
desejo de “poupar” e de entesourar para o futuro é irrefreável. De outro, há
os que gastam além de suas possibilidades, contraindo dívidas que
perturbam a harmonia do lar. 

      2.3. Tendo controle da renda. É importante que se faça um orçamento


familiar, observando o quanto a pessoa ganha, gasta e, se possível, reserva
para imprevistos. Em nosso país, grande parte das pessoas recebe apenas o
denominado “salário mínimo”, uma renda que não garante nem o mínimo
previsto em lei. Entretanto, o crente em Jesus deve conter-se dentro dos
limites de sua renda, seja ela grande ou pequena, para não ser vítima de um
mal maior. 

 2.4. Não fique por fiador. Outro cuidado importante é não ficar por fiador.
A Bíblia desaconselha isso (cf.Pv 11.15,; 17.18; 20.16; 22.26; 27.13).
Muito menos forneça cheque para alguém usá-lo em seu nome. Previna-se! 

     2.5. Fugindo do agiota. É verdadeira maldição quem cai na mão dessas


pessoas, pois elas cobram “usura” ou juros extorsivos. Esse tipo de
atividade é ilícito. Um cristão não deve praticar a agiotagem, que é o
empréstimo de dinheiro de modo clandestino. Além de ser ilegal, a Bíblia
condena essa prática (cf. Êx 22.25; Lv 25.36). 

     2.6. Pagar os impostos. “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem


tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem
honra, honra “ (Rm 13.7). O cristão não deve ser sonegador, pois isso não
glorifica a Deus. Ainda que muitos aleguem que os governos não aplicam
bem o dinheiro arrecadado, desviando-o para outras finalidades, o cristão
precisa comportar- -se como cidadão dos céus no trato com o dinheiro. É
mandamento bíblico que paguemos os impostos (Mt 22.17-21).

CONCLUSÃO 

    O dinheiro pode ser uma bênção ou uma maldição. Isso depende muito
do uso que fazemos dele. Se o fizermos para a glória de Deus, com gratidão
pelos bens adquiridos, seremos recompensados pelo Senhor. Que usemos
os recursos financeiros de modo honesto, como verdadeiros mordomos de
nosso Senhor Jesus Cristo! Que o Senhor nos ensine a usar os recursos
como bênção! 

EM CASA

A respeito de “A Mordomia das Finanças”, responda: 

• O que o salmista expressou em relação a Deus? 

• O que nos mostra a história do mundo? 

• O que entendemos por trabalho honesto? 

• O que é avareza? 

• Cite ao menos três itens de como o dinheiro pode ser usado na


sociedade? 
6-MORDOMIA DO TEMPO

I – CONCEITOS IMPORTANTES

1. A palavra tempo.Tempo significa “série ininterrupta e eterna de


instantes. Medida arbitrária da duração das coisas. Época determinada”.
Ele “é a duração dos fatos, é o que determina os momentos, os períodos, as
épocas, as horas, os dias, as semanas, os séculos etc”. Nesse sentido, a
palavra tempo pode ter significados variados, dependendo do contexto em
que é empregada. 0 tempo também é sinônimo de época, período, prazo,
tempo musical, tempo verbal etc.

2. O tempo na Bíblia e na Teologia.Deus criou o tempo. Ele o formou com


o objetivo de estabelecer ciclos para suas obras criadas (Gn 1.14). Nesse
aspecto, o homem também buscaria o seu Criador no tempo (At 17.26,27).
Assim, sem a dimensão do tempo, o homem não compreenderia sua
origem, começo, nem muito menos, o conceito de “eternidade”.
A Bíblia emprega significados variados, sentidos reais e metafóricos, do
tempo. Vejamos:

2.1. No princípio – a eternidade.No Gênesis, o livro das origens de todas as


coisas, o primeiro-capítulo inicia dizendo: “No princípio, criou Deus os céus
e a terra” (Gn 1.1). No hebraico, a expressão “no princípio” é bereshit,
“princípio de tudo”. A maioria dos estudiosos da Bíblia concorda que esse
“princípio” é indefinido, pois é o “tempo de Deus”, ou o seu kairós. João
1.1,2 expressa esse mesmo princípio.
2.2. Yom.A palavra hebraica que corresponde ao dia natural de 24 horas. Ou
seja, cada dia da semana, do mês, do ano. É o dia a dia no qual Deus nos
concede viver. A mordomia do tempo insere-se nesse tempo de Yom, o dia
natural.

2.3. Chronos.É o termo grego para “tempo”, que pode ser medido, contado
e definido. Na teologia é considerado o “tempo do homem”, isto é, o tempo
cronológico. Além de incluir o “dia” de 24 horas, também refere-se a
semanas, meses, anos, décadas etc. É o tempo que pode ser medido,
dividido, analisado ou estudado. Nesse sentido, o salmista escreveu:
“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos
coração sábio” (Sl 90.12,14).

2.4.    Kairós.É “o tempo de Deus”, que só pode ser definido por Ele mesmo.
O apóstolo Pedro revelou que, para Deus, o tempo não pode ser avaliado
com as mesmas categorias humanas de medição: “Mas, amados, não
ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos,
como um dia” (2 Pe 3.8-grifos meus). Jesus também ensinou que não se
pode definir o tempo de Deus (Kairós)’. “E disse-lhes: Não vos pertence
saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio
poder” (At 1.7).

I – A MORDOMIA DO TEMPO

1. Remindo o tempo.O tempo é o único bem que não podemos recuperar.


Por isso, a Palavra de Deus exorta-nos: “Portanto, vede prudentemente
como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo,
porquanto os dias são maus” (Ef 5.15,16). Segundo o relatório “2018 Global
Digital”, o  Brasil está entre os três países do mundo em que a população
passa, em média, mais de nove horas do dia navegando na Internet. É um
dos dois únicos países onde o tempo médio diário, gasto nas redes sociais,
supera as três horas e meia, portanto, bem acima da média mundial. Remir
o tempo significa não desperdiçá-lo.
2.       Contar o tempo. O sal.mista escreveu: “Ensina-nos a contar os nossos
dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12). Será
possível contar os dias? Entender que são Limitados, finitos e terrenos é
conscientizar-se do nosso limite humano. Não somos, pois, seres infinitos.
Nosso Senhor declarou assim: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de
amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o
seu mal” (Mt 6.34). Aprendamos, pois, contar o tempo que Deus nos deu!
3.       Â prestação de contas. Um dia nos apresentaremos diante de Deus, a
fim de prestar contas dos bens espirituais e materiais que Ele nos
concedeu. Tudo o que administramos com relação ao nosso corpo – as
faculdades físicas e emocionais -, daremos conta a Deus. Sim, o Criador nos
cobrará acerca do que fizemos com o nosso tempo.
SÍNTESE DO TÓPICO II

A mordomia do tempo envolve o seu proveito diligente e a prestação de


contas a Deus pelo uso.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO”TEMPO E TEMPO

Deus nos deu o tempo. Ele não vive no tempo. O tempo é nosso, da
humanidade. É um dom de Deus a cada ser humano. Ora, se o tempo é um
dom que Deus nos concedeu, concluímos que, como dom, devemos saber
como administrá-lo. Deus nos cobra por tudo que fazemos de errado,
inclusive a má administração do nosso tempo. Por isso o apóstolo Paulo
disse: ‘Remindo o tempo porquanto os dias são maus’.
Existem muitas pessoas as quais pensam que o tempo é de Deus. De certa
forma, estão certas. Quem criou esta dimensão e nos colocou nela foi Deus.
Mas Deus fez o tempo para nós. O tempo é nosso. 0 tempo é dádiva, é
próprio da humanidade. Ela deve saber como aproveitá-lo, como usufruir
dele o máximo que puder, sem erros; se não desvalorizará as suas próprias
almas.
Pensemos nisso um pouco mais e no sentido da individualidade” (DANIEL,
Silas. Reflexões sobre a Alma e o Tempo: Uma teologia de chronos e kairós.
Rio de janeiro: CPAD, 2001, p.124). [Escola Dominical |Lição 8 – A
Mordomia do Tempo Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2019 – CPAD |
Classe: Adultos] 

III – COMO APROVEITAR BEM O TEMPO

1. Use o tempo para Deus.O crente e, especialmente, os obreiros,


precisam reservar tempo para Deus. São momentos da vida devocional
diária, oração e estudo Palavra, que não podem faltar em nossa vida
piedosa.
1.1. Na oração.Na Bíblia, os homens de Deus que se destacaram na vida
devocional sempre deram valor à oração, (a) Davi e Daniel oravam três
vezes ao dia (Sl 55.16,17; Dn 6.10,11); (b) Jesus orava diariamente (Mt 26.41-
44). Ou seja, o ensino acerca de uma vida vigorosa de oração permeia as
Escrituras.
1.2.    Na leitura da Palavra.A Bíblia declara que Davi tinha prazer em ler a
Palavra de Deus (Sl 119.97) e escondê-la em seu coração (Sl 119.11). Todo
crente que ama a Deus tem prazer em meditar na palavra divina. 0 obreiro
do Senhor precisa ler e estudar a Bíblia diariamente para a edificação
pessoal, bem como o preparo na doutrina, ensino, exortação, orientação e
advertências a Igreja de Cristo.

2. Use o tempo para você mesmo.O apóstolo Paulo exortou a Timóteo a


cuidar de si mesmo em primeiro Lugar (1 Tm 4.16). O apóstolo João
desejou ao destinatário de sua terceira carta que tudo fosse bem em toda
as coisas (3 Jó 1.2). Assim, além de cuidar da vida espiritual, a Palavra de
Deus mostra que é importante cuidar da parte emocional, buscando o
equilíbrio interior, que tanto beneficia a mente e o corpo.
3. Use tempo para sua família. Há líderes que têm tempo para a igreja,
para viagens, seminários, conferências e convenções, mas deixam sua
família em segundo ou terceiro planos. Há casos de casamentos destruídos
por falta de valorização do cônjuge para com a sua família. Ora, não
podemos deixar de priorizá-la.
Um dos recursos necessários para a edificação de sua família é o culto
doméstico (Dt 6.7; 11.19). Pense nisso! Que o conselho de Paulo possa calar
fundo em nossa alma:”Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e
principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1 Tm
5.8).
SÍNTESE DO TÓPICO IIIO nosso tempo deve ser direcionado a Deus, a você
mesmo e sua família. [Escola Dominical |Lição 8 – A Mordomia do
Tempo Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2019 – CPAD | Classe: Adultos] 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“APROVEITE CORRETAMENTE O SEU TEMPO


[…] Quando o tempo é bem aproveitado, ele se torna satisfatoriamente
extenso para os que o achavam curto por ser veloz e prazerosamente veloz
para quem não gostava dele por achá-lo extenso.
Uma indagação interessante e oportuna seria: ‘Como aproveitar bem o
meu tempo?’ A resposta óbvia seria: fazendo o que gosto e o que me faça
progredir.
Fazer o que não gostamos é ruim demais. Quando faço o que não gosto,
faço malfeito e perco o meu tempo, angustio a vida. Todavia, se doso bem
o tempo medido com o tempo vivido, e este último é vivenciado
intensamente no que gosto de fazer, tudo se encontra no seu devido lugar
e não há mais insatisfação.
Existe ainda uma contraposição: não é verdadeira a afirmativa de que há
coisas que fazemos e devemos fazer mesmo sem gostar? Sim, por causa da
necessidade. Primeiro a obrigação (no sentido de dever, mesmo que sem
prazer); depois os trabalhos que eu gosto de fazer (dever com prazer ou
coisas que são boas para mim, mesmo que não sejam tão imprescindíveis)
e, por fim, o lazer. Quando não seguimos essa regra, a relação entre tempo
medido e tempo vivido não é satisfatória” (DANIEL, Silas. Reflexões sobre a
Alma e o Tempo: Uma teologia de chronos e kairós. Rio de Janeiro: CPAD,
2001, p.134).

CONCLUSÃO

Após a Queda, o homem passou a experimentar as agruras e os pesares da


ação do tempo. Veio a envelhecer, enfermar-se e, finalmente, morrer. Mas,
agora, em Cristo, somos exortados a remir o tempo, aproveitando-o de
modo a glorificar a Deus e a honrá-lo enquanto estivermos na Terra, com os
nossos olhos voltados para “Sião”. Ali, junto ao Pai Celeste e ao Cordeiro,
desfrutaremos plenamente da vida eterna. A morte não terá poder sobre
nós

Em casa
1)Qual é o significado do tempo Chronos?

2) Qual é o significado do tempo designado Kairós?

3)O que é remir o tempo, segundo a lição?


4) Quartas vezes Davi e Daniel oravam por dia?

5) Qual foi exortação de Paulo a Timóteo?

7-MORDOMIA DA IGREJA LOCAL

INTRODUÇÃO 

A igreja local é formada por pessoas que se reúnem para adorar, congregar
e servir a Deus. Nesta lição, refletiremos sobre as nossas responsabilidades
quanto ao lugar no qual desenvolvemos nossa comunhão com o Pai Celeste
e com os irmãos em Cristo. Que o Espírito Santo nos guie neste estudo!

I – A MORDOMIA DOS BENS ESPIRITUAIS 

   1. A mordomia e a valorização da Palavra de Deus. Ao longo dos


séculos, Deus confiou a proclamação de sua Palavra aos seus seguidores.
Há mais de 1490 anos antes de Cristo, Deus falou com e por meio de
Moisés (Êx 3.1-22; 17.14). Tempos depois, falou por intermédio de outros
profetas a partir de Samuel até Malaquias. E, nos últimos dias, revelou-se
através de seu Filho, Jesus Cristo (Hb 1.1).

Todos devem zelar pela Palavra de Deus, lendo-a, estudando-a em


profundidade e realçando o seu inestimável e infinito valor.

Espera-se que, na liturgia do culto cristão, a Palavra de Deus tenha a


primazia (Sl 119.11). Num culto, a pregação e o ensino da Bíblia Sagrada
deve ter toda a prioridade. Se a mordomia da Palavra for negligenciada, os
prejuízos espirituais da congregação serão grandes e, às vezes,
irremediáveis.

     2. A mordomia na evangelização e no discipulado. Uma das melhores


formas de se exercer a mordomia da Palavra de Deus é evangelizar todos os
tipos de pessoas (Mc 16.15,16). De acordo com essa demanda, a Palavra de
Deus deve ser proclamada “a tempo e fora de tempo” (2 Tm 4.2). Somente
ela pode transformar o interior das pessoas.

      Todavia, paralelo à evangelização, deve ocorrer o discipulado eficaz


(Mt 28.19), que é a mordomia da Palavra exercida de maneira pessoal no
curto, médio e longo prazos. Sem discipulado não há aprofundamento da
fé, perseverança, fidelidade e maturidade cristã. Isso é o que as estatísticas
missionárias revelam. Onde há real discipulado, a maior parte das pessoas
permanece em Cristo. Mas, quando o discipulado é ignorado, esse dado cai
vertiginosamente.

     3. A mordomia no uso dos dons espirituais. Os dons espirituais são


concedidos por Deus para dar poder e unção à Igreja. Eles confirmam a
pregação da Palavra, a fim de glorificar a Cristo. A Bíblia mostra que os
dons espirituais foram confiados unicamente à Igreja, ou seja, aos salvos:
“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4.10 – grifo meu).

    Na Bíblia há orientação para o uso correto dos dons espirituais (1 Co


14.40).

II – A MORDOMIA DA AÇÃO SOCIAL DA IGREJA 

   1. A assistência social no Antigo Testamento. No Antigo Testamento, encontramos


o fundamento para a obra de assistência social:

    1.1. Nos salmos. Davi, homem de Deus, analisando a situação do próximo, afirmou:
“Fui moço, e agora sou velho, mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua
descendência a mendigar o pão” (Sl 37.25). Certamente, já com idade avançada, o
salmista podia concluir que o “Jeová Jiré” não desampara jamais aqueles que o servem
(Sl 82.3,4).

   1.2. Nos provérbios. O sábio escreveu: “Informa-se o justo da causa do pobre, mas o
ímpio não compreende isso” (Pv 29.7). O texto mostra que não podemos nos omitir
quanto à necessidade de nossos irmãos.

      1.3. Nos profetas. Isaías, o profeta messiânico, clamou pelos necessitados (Is 1.17).
Jeremias, o “profeta das lágrimas”, falou em defesa dos oprimidos (Jr 22.3). O profeta
Ezequiel não deixou de contribuir, protestando contra Jerusalém, pela sua omissão em
atender aos pobres (Ez 16.49). Zacarias foi usado por Deus de igual modo para exortar
sobre o cuidado com os necessitados, incluindo órfãos, viúvas e estrangeiros (Zc
7.9,10).

       2. Assistência social no Novo Testamento. Aqui também encontramos


fundamentos para a obra de assistência social:

      2.1. Nos Evangelhos. Jesus, em seu ministério, multiplicou pães e peixes duas vezes
para alimentar as multidões (Mt 14.13-21; Mt 15.29-39). Isso indica que Jesus deu
muita importância à necessidade de socorrer os famintos. Assim, na igreja local, os
cristãos têm o privilégio de prover o alimento necessário para aqueles que necessitam
do pão cotidiano.
  2.2. Nos Atos dos Apóstolos. Os diáconos foram escolhidos para cuidar da assistência
social da igreja. Tal trabalho foi considerado pelos apóstolos um “importante negócio”
(At 6.1-6). Dentre as características da Igreja Primitiva, vemos que os crentes “tinham
tudo em comum” (At 2.44,45).

        2.3. Nas Epístolas. O apóstolo Paulo, ensinando sobre os dons, dá ênfase ao


ministério de socorro aos pobres e carentes (Rm 12.8). O apóstolo Tiago, de início, em
sua carta, já afirma que a verdadeira religião é visitar os órfãos e as viúvas e guardar-se
da corrupção (Tg 1.27), pois “a fé sem as obras é morta em si mesma” (Tg 2.17).

         3. Agindo para glória de Deus e o alívio do próximo. Não precisamos, portanto,


do Socialismo, ou do Marxismo, ou da Teologia da Libertação (braço auxiliar do
marxismo que dessacraliza o evangelho e politiza o Reino de Deus) para acolher e
cuidar dos necessitados. Os representantes dessas ideologias usam um ideal
supostamente nobre para escravizar pessoas e perpetuarem-se no poder. Infelizmente, o
nosso país, bem como toda a América Latina, é vítima dessa ideologia nefasta.

      O fundamento da igreja local para a prática social está nos salmistas, nos profetas,
em Cristo e nos apóstolos, ou seja, em toda a Bíblia. A Igreja de Cristo deve socorrer os
menos favorecidos porque o amor de Deus está em nós, e, portanto, devemos amar o
nosso semelhante (Mc 12.30,31; cf. Gl 2.10).

      Que estrutura as igrejas locais têm para atender os novos convertidos que se acham
entre certos grupos: prostitutas, moradores de rua, drogados, famintos, deficientes e
deprimidos? É preciso, à luz do exemplo do nosso Salvador, e dentro das nossas
possibilidades (Ec 9.10), estruturar o mínimo de condições para resgatar tais segmentos.
Sejamos zelosos na mordomia da ação social!

III – A MORDOMIA DOS CRENTES NA IGREJA LOCAL 

   1. Em primeiro lugar é preciso congregar. É notório o crescimento dos


“desigrejados”. Não temos espaço aqui para entrar em detalhes sobre o fenômeno.
Entretanto, um dos maiores perigos deste movimento é esta falsa ideia: já que a “igreja
sou eu”, não preciso frequentar os cultos regulares, nem ser membro de uma igreja
local. 

     Ora, não é isso o que a Bíblia ensina, mas exatamente o contrário: “não deixando a
nossa congregação, como é costume de alguns” (Hb 10.25). Quer sua igreja local seja
grande, quer seja pequena, ou um ponto de pregação, alegre-se em orar com os irmãos,
participar da ceia do Senhor, ouvir a Palavra de Deus, compartilhar os dons espirituais e
assistir aos mais necessitados. Tenha a alegria de congregar! Ame a Cristo, o cabeça;
mas ame também a Igreja, o seu corpo.

      2. Líderes cristãos como mordomos. Os pastores das igrejas locais, como
mordomos cristãos, têm grande responsabilidade diante de Deus pelas almas que lhe são
confiadas. Essa responsabilidade está amparada no próprio exemplo de Jesus. Nosso
Senhor ensina-nos como cuidar das almas que o Pai nos confiou. Ele lavou os pés aos
discípulos, e ensinou: “Entendeis o que vos tenho feito? […] Porque  eu vos dei o
exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.12,15 – grifo meu).
Aqui, está claro que nenhum líder deve comportar-se como “maior que os outros”,
inacessíveis aos humildes servos do Senhor, mas todos devem fazer parte da
“irmandade da bacia e da toalha”. Essa perspectiva consciente da liderança evangélica é
o mais eficaz antídoto contra o orgulho.

    3. A mordomia dos membros e congregados. Numa igreja local, além dos líderes
terem uma responsabilidade específica, o membro do Corpo de Cristo deve ser útil à
Obra do Senhor, exercendo a mordomia do Reino de Deus conforme a sua capacidade.
Orando, louvando, testemunhando, evangelizando, visitando enfermos e afastados,
liderando departamentos e realizando outras atividades. É preciso trabalhar “enquanto é
dia” (Jo 9.4).

CONCLUSÃO 

A mordomia na igreja local abrange muitas tarefas. Precisamos saber a nossa vocação e
perseverar nela para servir melhor ao Senhor e à sua Igreja. É um grande privilégio
servir a Deus com os dons que Ele nos deu. Portanto, seja um mordomo fiel na igreja
em que você congrega. Ame a Deus, ame ao próximo, ame à igreja e congregue com
alegria. Valorize a igreja local.

A respeito de “A Mordomia da Igreja Local”, responda: 

• Quem são os mordomos da Palavra de Deus, hoje? 

• Qual a melhor maneira de se exercer a mordomia da Palavra de Deus? 

A quem foi confiada a grande mordomia dos dons espirituais? 

• Em que está o fundamento para a nossa prática social? 

• Que grande lição Jesus deu aos apóstolos sobre a humildade? 

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