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Ministério de Ensino IBB

Avance - LIVRO DE ROMANOS


LIÇÃO 5 –  O PECADO, A GRAÇA E A LEI

NOSSO ALVO
Compreender que não somos mais escravos do pecado;

Buscar a vida de santidade;

Entender o que é a lei e sua relação com a vida do cristão

TEXTO DE REFERÊNCIA
TEXTO DE REFERÊNCIA VERSÍCULO- CHAVE

“Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não


ROMANOS 6 e 7
estais debaixo da lei, e sim da graça.” Rm 6.14

INTRODUÇÃO

Continuando o estudo da carta de Romanos, hoje falaremos de temas que dão


sequência às reflexões da semana passada. Conceitos como santidade, vida nova, morte para
o pecado, viver para Deus, estão presentes no capítulo 6. Já no capítulo 7, vamos explorar
questões relacionadas à Lei e sua relação conosco, cristãos.
I. O REINADO DA GRAÇA (Rm 6.1-23)

No capítulo 6, Paulo nos mostra que a doutrina da justificação nos leva à santificação. Se
pela justificação fomos libertos da culpa do pecado, é na santificação que somos salvos do
poder do pecado. Vencemos o pecado sob o manto da graça e não pelo governo da lei. Esse é
também um capítulo que nos situa bem a respeito da graça. Ela não é a liberdade para pecar,
mas o poder de Deus para nos ajudar a vencer o pecado. Assim, Paulo refuta a possibilidade
de libertinagem, em função da graça. Vamos analisar esses argumentos paulinos..

1.Pecado, Graça e Batismo (6.1-14)

Uma Pergunta (Rm 6.1)

Paulo traz uma importante indagação: “permaneceremos no pecado, para que a graça seja
mais abundante?” ou seja, já que fomos alcançados pela graça que nos justifica, podemos
continuar pecando?

Hernandes Dias Lopes apresenta como essa pergunta se tratava de uma distorção
perigosa: “se a graça é superabundante onde o pecado é abundante, se a multiplicação das
transgressões serve para demonstrar o esplendor da graça, então não deveríamos pecar mais
para que Deus seja ainda mais glorificado na magnificência da sua graça?”

Um monge russo chamado Rasputin teve o seguinte raciocínio: “quanto mais uma pessoa
pecar, mais graça ela receberá. Portanto, peque à vontade.”

Como essa declaração tem a ver com a pergunta de Paulo aos Romanos? Seria certo esse
posicionamento? Pois bem, a resposta de Paulo a seguir ajuda a combater esse
posicionamento.

A Resposta (Rm 6.2)

Paulo responde categoricamente: “DE MODO ALGUM.” Essa expressão bastante usada por
Paulo traz a ideia de um repudio a um determinado pensamento, até mesmo uma indignação.
É inaceitável viver na prática do pecado para o cristão. “Morremos para o pecado”. A morte e
a vida não podem coexistir. Não podemos estar mortos para o pecado e viver nele ao mesmo
tempo.

Paulo nos deixa claro: o pecado não combina com a vida cristã. O crente morreu para o
pecado, através da justificação. Isso não quer dizer que é impossível a prática do pecado pelo
cristão, mas que é inconsistente, incoerente e incongruente moralmente. Continuar em uma
vida pecaminosa só revela que se ama mais o pecado do que a Deus.

Um lembrete - Não dá para ignorar (Rm 6.3-10)


 

Paulo nos faz um lembrete que não podemos ignorar: a realidade do batismo em Cristo
Jesus. Se o batismo representa a união com Cristo em sua morte, então morremos com ele.
Fomos incluídos na sua morte, sepultados pelo batismo (v. 4). Quando ele morreu, morremos
com ele; quando foi sepultado, fomos sepultados com ele; quando ele ressuscitou, Ele nos
garantiu a possibilidade de uma nova vida nEle! Aleluia!

O nosso velho homem ficou na cruz, foi crucificado com Cristo. O corpo do pecado, ou
seja, o corpo condicionado e dominado pelo pecado, deve ser destruído. Assim, não
serviremos mais ao pecado, como escravos dele. Isso nos aponta para uma vida nova, na luta
diária para viver a vontade de Deus, sob o poder da sua graça.

O que precisamos sempre lembrar:

Mortos para o pecado

Batizados em Cristo   Velho homem crucificado


 Sepultados com Ele

Novidade de Vida
(na sua morte e
Ressurreição) Relacionamento pessoal com Cristo

Vivendo para Deus

Alguns alertas (Rm 6.11-13)

Paulo traz alertas importantes para vivermos esse processo de vitória sobre o pecado:
precisamos nos considerar mortos para o pecado; vivermos para Deus; destronar o pecado
do nosso coração e do nosso corpo; oferecer nossos corpos a Deus, e não ao pecado - ou
seja, viver o processo de santificação! Paulo nos alerta para considerar essas verdades.

Esse termo “considerar”, descrito no v. 11, nos aponta para a necessidade de agirmos
em função de um fato: precisamos sepultar nossa velha natureza! Paulo afirmou que estamos
mortos para o pecado e nos ordena para que vivamos de acordo com essa afirmação. É uma
questão de fé e obediência.

          Veja que Paulo não defende a impecabilidade do crente. Ele não nega nossa
sensibilidade ao pecado. Ainda lutamos contra o pecado que nos assedia. Mas afirma que
precisamos nos considerar mortos para o pecado, assim como Cristo foi morto por nossos
pecados na cruz. A penalidade que deveria estar sobre nós foi posta sobre Cristo. Então, por
que viver ainda preso, ainda escravo de algo que fomos libertos? Os versos 12 e 13 nos
apontam essa direção: o pecado é um intruso, um usurpador. Mas não permitiremos que ele
assuma o controle, que reine em nossa vida, pois já temos um rei: Cristo Jesus!

Uma garantia (Rm 6.14)

Paulo apresenta uma garantia fundamental para quem se entrega a Deus: “não será
mais dominado pelo pecado.” A libertação se dá pela graça de Deus! Que bom ter essa
garantia. Quanto mais me entrego a Deus e permito ser controlado pelo Espírito Santo, menor
será a influência do pecado em minha vida. A graça reina em minha vida!

Como afirma Hernandes Dias Lopes: “Estar debaixo da lei é aceitar a obrigação de
guardá-la e assim incorrer na sua maldição e condenação. Estar debaixo da graça é
reconhecer a nossa dependência da obre de Cristo para a salvação, e assim ser justificado ao
invés de condenado.”

2.Da escravidão para a liberdade (6.15-23)

Essa parte da carta cita alguns contrastes: pecado e santidade; condenação e


justificação; morte e vida; escravidão e liberdade. No v. 15, Paulo retrata a mesma indignação
do v. 1: a graça é uma licença para o pecado? E a resposta é enfática novamente: de modo
nenhum!

            Veja que interessante o v. 16: a rendição sempre nos leva a ser servo e obediente. O
homem será sempre servo: ou de Deus ou do pecado. A diferença é que a rendição ao pecado
nos leva à morte, enquanto que a rendição a Deus nos leva à justiça e à liberdade. Como
afirma Hernandes Dias Lopes, “a escravidão de Deus é liberdade; a liberdade do pecado é
escravidão”. E aí nos é apresentada, nos versos 17 e 18, a grande troca que conquistamos:
pela conversão, trocamos o senhorio do pecado para o senhorio de Deus; trocamos do reino
das trevas para o reino da luz. Da escravidão à liberdade.

Diante dessa realidade, Paulo nos alerta, no v. 19, que devemos nos dedicar
inteiramente à justiça, para a santificação. Se, antes, dedicávamos todos os nossos recursos e
nossos membros para a prática do pecado, espera-se hoje, após a conversão, que nossa
dedicação a Deus não seja inferior à dedicação anterior. Devemos ser mais consagrados a
Deus do que o ímpio é ao pecado.

            Nos versos seguintes (v. 20 a 22), mais uma vez o paradoxo é ressaltado: a escravidão é
liberdade e a liberdade é escravidão. Continuando seu raciocínio, no v. 23, Paulo reforça que
o pecado faz do homem um escravo e seu pagamento final é a morte. O salário é o resultado
que merecemos pelo nosso trabalho. Assim é o resultado do pecado: a morte. Mas, em
contrapartida, a vida em por meio do dom gratuito de Deus, em Cristo Jesus.  No reino da
graça, os justos recebem não o que merecem, mas um dom gratuito, uma dádiva divina.

Finalizamos essa seção com esse quadro resumo:


ANTES AGORA


Escravidão do pecado Liberdade / escravo de Deus


Vício Santidade


Vergonha Paz no coração


Morte Vida eterna
II –  A LIBERTAÇAO DA LEI (Rm 7.1-25)

Este capítulo é, sem dúvida, um dos textos mais complexos desta carta. Após provar
que o crente está morto para o pecado, Paulo vai explicar a forma pela qual o homem morre
para a lei. Sabendo que muitos dos seus leitores, principalmente os judeus, teriam muitas
questões referentes à relação entre a Lei e a Graça, Paulo trata mais uma vez sobre isso nesse
trecho da carta. Ele novamente traz o propósito da Lei de Deus e qual o seu lugar na vida do
cristão

1.O que é a LEI

          Neste capítulo, são citados 21 vezes a palavra “lei”. Mas do que ele está falando? Veja
algumas considerações a respeito desse termo:

O Pentateuco (ou a Torá) Chamada de “A Lei” pelos judeus

Também era visto como um conjunto de toda a lei


O Antigo Testamento
de Deus

Um princípio ou norma O sentido geral, que significa “regra”

Todo o designo de Deus ao homem (portanto,


A lei de Deus
toda a Bíblia)

      No capítulo 7, Paulo usa alguns termos específicos sobre a LEI: lei que é santa (dos v. 7
ao 16); a Lei do pecado (v. 23); a Lei de Deus (7:22 e 25).

            2. Uma ilustração da lei (7.1-6)

           Paulo explica o princípio da autoridade da lei a partir de uma ilustração do casamento.


A mulher está legalmente unida ao marido enquanto ele viver. As obrigações de um para o
outro são rompidas só com a morte de um deles. A lei é comparada ao marido e nós somos
comparados à mulher. Eis o princípio: somente a morte pode interromper o domínio da lei
sobre nós.

A aplicação dessa ilustração: na morte de Cristo, fomos desobrigados, libertos mesmo


do regime da lei e nos ligamos a um novo relacionamento, agora com o próprio Jesus (v. 4). Na
metáfora do casamento, o marido morre. Na aplicação cristã, quem morre não é o marido (a
lei), mas a esposa (a igreja). Morremos ao nos identificar com a morte de Cristo.

            3.A relação da lei com o pecado (7.7-13)

Paulo pergunta e responde: a lei é pecado? DE MODO ALGUM! Ela é causadora da


morte? DE MODO NENHUM! Então, qual é o seu papel e a sua relação com o pecado?
                  - Ela revela e expõe o pecado (7:7-9) – Ao revelar o padrão divino,
consequentemente expõe o pecado. É como um raio-X que revela o nosso interior e nos
mostra como somos falhos.

          - Ela condena o pecado (7:10, 11 e 13) – Se o pecado é toda forma de transgressão à
Lei de Deus, consequentemente, ao revelar o pecado, ela o condena. Não é ela a responsável
pelos nossos pecados, mas nossa inclinação ao erro que nos faz pecar. Por isso, a lei sempre
vai exercer esse papel de condenar o pecado. Se onde não há lei, não há transgressão, há uma
sensação no homem de que está vivo. Mas a lei apontou o meu pecado e condenou essa
prática que me afasta de Deus.

          - Mas, ela é “santa, e o mandamento é santo, justo e bom” (7:12) – Simplesmente
refletem o caráter de Deus! Portanto, o problema não era a lei, somos nós. O casamento
fracassou não pelas falhas do marido (a lei), mas pelas fraquezas da esposa (nós).

            4.A lei e a carne (7.14-25)

O problema nunca esteve na lei, mas no homem que é frágil e pecador. Devido à
natureza carnal, não somos capazes de cumprir integralmente os preceitos da lei. E se vê esse
constante conflito que Paulo apresenta: devido à sua pecaminosidade, o homem quer fazer o
bem, mas pratica o mal. Tem prazer na Lei de Deus, mas está em guerra constante contra a lei
do pecado que opera ainda devido à nossa carnalidade.

            Qual a conclusão que Paulo chega? Somos miseráveis, somos desventurados se


dependermos só desta lei que revela e condena o pecado, mas que é incapaz de salvar o
pecador. Sem reconhecer nossos pecados, jamais seremos libertos deles.

Paulo apresenta alguns conflitos: entre a natureza da lei e a nossa natureza (v. 14),
entre o saber e o fazer (v. 15), entre a liberdade e a escravidão (v. 16 e 17).

Também apresenta a impotência do velho homem na luta contra o pecado (v. 18 a 20) e
a guerra interior do crente (v. 21 a 23). Essa realidade nos leva à constatação: somos libertos
da culpa do pecado na justificação em Cristo (justificação); estamos sendo libertos do poder
do pecado pela ação do Espírito Santo (santificação); seremos libertos da presença do
pecado no encontro com Deus (glorificação).

            E Paulo termina assim: ele dá graças a Deus porque há uma lei de Deus, que está em
Cristo, que o aprisiona para o bem. E é sobre isso que falaremos na próxima lição: A Lei do
Espírito da Vida! Essa me leva à inclinação para as coisas de Deus e me liberta do pecado
CONCLUSÃO

Nessa extensa lição de hoje, vimos dois importantes capítulos, nos quais Paulo apresenta a
relação do pecado, da graça e da lei. Em um breve resumo: fomos alcançados pela graça;
assim, não viveremos pecando; estamos em um processo de santificação; o pecado quer
nos dominar; a Lei, que é boa e perfeita, não nos livra do pecado; temos um conflito
constante entre a carne e o espírito. Mas graças a Deus, que Cristo nos libertou e nos
liberta a cada dia pelo poder da cruz, nos fazendo viver debaixo da graça, na lei do Espírito
da Vida!

Fontes de Consulta:
Bíblia de Estudo Cronológica – Aplicação Pessoal, CPAD
CRANFIELD, C. E. B. – Comentário de Romanos, versículo por versículo. São Paulo, Editora Vida Nova: 2005.
LOPES, Hernandes Dias – Romanos, o Evangelho Segundo Paulo. São Paulo, Agnos: 2010 Comentários
Expositivos Agnos)
Manual Bíblico SBB 2ª Edição Revisada, SBB
Revista da Escola Bíblica Dominical – Lições Bíblicas CPAD – Romanos – 2º Tri 2016 (Maravilhosa Graça)
Revista da Escola Bíblica Dominical – Lições Bíblicas CPAD – Romanos – 1º Tri 2016 (Justiça e Graça)
Revista da Escola Bíblica – Série Cartas de Paulo – Romanos – editora Cristã Evangélica

REFLETINDO SOBRE O QUE FOI ESTUDADO:

1. Com base no que estudamos no capítulo 6, como você responderia ao pensamento de que,
hoje, no tempo da graça, a prática do pecado é irrelevante na vida do cristão? É a graça uma
licença ao pecado?

2. A partir da analogia que Paulo fez sobre o casamento, no início do capítulo 7, como você
explicaria nossa relação com a lei, considerando a morte de Cristo por nós?

3. Considerando o que estudamos na lição no capítulo7, qual seria a relação da lei com o
pecado?

4. Quais os conflitos que Paulo apresenta nos versos 15 a 24 do capítulo 7?

PARA A PRÓXIMA AULA

1. Leia o capítulo 8 de Romanos e reflita sobre nossa posição de filhos de Deus, nossa luta
contra a carne e o papel do Espírito Santo em nossas vidas.

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