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QUERIGMA

PRIMEIRO ANÚNCIO
SIGNIFICADO DE QUERIGMA
◦ A palavra “querigma” tem sua raiz relacionada com os arautos
reais – os “quérix” –, homens que percorriam os reinos
proclamando as notícias relacionadas com a vida palaciana.
◦ Na tradição cristã, a palavra querigma se tornou sinônimo do
primeiro anúncio das verdades da fé. Os discípulos, após a
morte de Jesus, saíram pelas cidades e povoados anunciando o
querigma do Reino de Deus, que, nas Escrituras, é assim
resumido: “Jesus de Nazaré foi morto, ressuscitado e exaltado à
direita de Deus Pai”.
“Jesus de Nazaré foi morto, ressuscitado
e exaltado à direita de Deus Pai”.
Essa afirmação é o centro da fé cristã. Entre os
apóstolos, São Paulo é muitas vezes chamado de
grande missionário querigmático, já que ele soube
mais do que ninguém propor as bases do Evangelho
e o nome de Jesus para muitos povos e muitas
culturas diferentes. O querigma cristão consiste na
apresentação de Jesus com seus três grandes títulos:
Salvador, Senhor e Messias.
O querigma inaugura a experiência da
fé.
◦ Todos os que desejam seguir Jesus Cristo passam,
necessariamente, pelo anúncio primeiro da fé, pelo
despertar do amor a Jesus Cristo. O querigma é, então,
o primeiro anúncio do Evangelho para aquelas pessoas
que ainda não conhecem Jesus Cristo. A palavra
anunciada não é uma teoria. É a Boa Notícia que revela
o amor de Deus pela humanidade na entrega de seu
Filho Jesus.
Conteúdo do Querigma
◦ O AMOR DE DEUS
◦ O PECADO
◦ A SALVAÇÃO
◦ A FÉ E CONVERSÃO
◦ O SENHORIO DE JESUS
◦ O ESPIRITO SANTO
◦ A COMUNIDADE
◦ ESSAS SÃO AS METAS DO QUERIGMA
CRIADOS POR AMOR!
1°O AMOR DEDEUS
CRIADOS POR AMOR!
◦ Sabemos que Deus é o primeiro princípio de todas as coisas.
De fato, “tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito” (Jo 1,
3). E toda a Criação é fruto extensivo do amor de Deus e é
sustentada por este amor. No livro do Gênesis, o autor sagrado
nos relata a origem de tudo o que há e, a cada coisa criada,
vemos a manifestação do amor e do poder de Deus. Ele criou o
dia e a noite; o céu, a terra e o mar; as plantas, as ervas e as
árvores; o Sol e a Lua; os seres vivos; e, como coroa de toda a
Criação, o homem e a mulher. Tudo é, pois, obra de Suas
mãos!
DEUS NOS CRIOU A SUA IMAGEM E
SEMELHANÇA!
◦ Em virtude do “fiat” de Deus – ou seja, de sua vontade – todas
as coisas são criadas. Neste cenário, entretanto, o homem
apresenta-se como uma criatura entre todas singular. Ele é
criado como um ser predileto.
◦ Escrituras, afirma que: “antes de criar o homem, o Criador
como que reentra em Si mesmo para procurar o modelo e a
inspiração no mistério do seu Ser, que já aqui Se manifesta de
algum modo como o ‘Nós’ divino”. O homem, portanto,
diferentemente dos outros seres criados, é feito à imagem e
semelhança de Deus, à imagem e semelhança do Amor.
O PECADO
Por causa do pecado original, perdemos a
harmonia interior.
◦ A serpente era o mais astuto de todos os animais do campo que
o Senhor Deus tinha formado. Ela disse à mulher: “É verdade
que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do
jardim?”. A mulher respondeu-lhe: ‘‘Podemos comer do fruto
das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no
meio do jardim, Deus disse: ‘Vós não comereis dele, nem o
tocareis, para que não morrais’.” “Oh, não! – tornou a
serpente – vós não morrereis! Mas Deus bem sabe que, no dia
em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como
deuses, conhecedores do bem e do mal”
Aqui está o início do chamado “pecado das origens”. Satanás, que havia
perdido o Céu, agora investe para fazer com que os filhos de Deus, também, o
percam.
◦ Veja, meu irmão: a ação do demônio de tentar é uma ação ordinária. E o
que significa, para o demônio esse ato de tentar? Significa fazer com que
você se afaste de Deus. O inimigo quer lhe tirar dos braços de Deus! É,
por isso, que não podemos manter diálogo com satanás. Porque ele é
sorrateiro, astuto, mentiroso e assassino.
◦ A astúcia do inimigo
◦ Uma das maiores astúcias do demônio é fazer com que muitos não
acreditem na sua existência. E, isso, infelizmente até mesmo dentro da
Igreja! E, assim, o inimigo vai encontrando espaço para agir, pois, se não
estamos atentos à sua ação maléfica, se não acreditamos que ele está a
nos tentar, acabamos por não vigiarmos e evitarmos as suas armadilhas.
◦ Como o Catecismo da Igreja nos ensinou, o demônio é essa “voz
sedutora”. Por sua vez, essa voz sedutora, na hora em que estamos
passando por uma tribulação, nos questiona: “Onde está o seu Deus? Por
que Ele não veio ao seu auxílio?”. Meus irmãos, não podemos entrar em
diálogo com essa voz sedutora, porque ela quer nos levar à perdição e à
morte.
A Palavra de Deus nos assegura que “o salário do pecado é a morte” (Rom
6,23). Deus nos havia criado para a imortalidade, mas por causa do
pecado original, a morte entrou na existência humana .
Outra realidade, consequente do pecado original, é a de que o ser humano
passa a encontrar dificuldades para corresponder à vontade de Deus. E
como isso é verdade! Muitas vezes, fazer a vontade de Deus é uma
verdadeira luta!
SALVAÇÃO
A salvação nos foi dada por meio de Jesus
Cristo.
◦ No evangelho de Lucas 23, 39 – 43, nos deparamos com o Cristo suspenso na cruz e ao lado d’Ele dois
ladrões. Os dois foram condenados à morte, por consequência das maldades que realizaram e,
diferente de Jesus, mereciam o que estavam sofrendo.
◦ O primeiro ladrão, faz como todos os outros que participam desta cena trágica, zomba de Jesus: “Se
és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!” Não é apenas uma zombaria, é um grito de dor.
Está clamando – se podes; faça alguma coisa, salva-me desse tormento – esse homem pede a salvação,
mas seu pedido de ajuda se baseia somente no sofrimento carnal, ele não ultrapassa o olhar humano
em relação a Jesus e por isso não experimenta a graça de conhecê-lo. Jesus, até então, permanece em
silêncio.
◦ Em seguida, o segundo ladrão, clama: “Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu
Reino!” Apesar de sua condição pecadora, ele vê que Jesus não sofre por seus próprios erros, mas
nota que, esse homem ao seu lado sabe de algo que o ajuda a suportar tudo aquilo. Então, esse ladrão
pede para ser apresentado para essa realidade. Pede uma relação pessoal com Aquele que está ao lado
dele.
◦ E, então, Jesus rompe o seu silêncio: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso.”
Abandonar-se em Deus
◦ A experiência cristã de, abandonar-se em Deus nos momentos de dor, é
fazer a experiência de pedir para Deus algo no futuro, mas sentir-se em
paz no presente. Confiar em Jesus faz com que algo mude dentro de nós.
Ele não nos tira sempre da cruz, mas com certeza nos dará o paraíso.
◦ A salvação que Cristo doa ao mundo, só é alcançada por aqueles que se
lançam em uma relação pessoal com Ele, entregando suas dores,
angústias, medos e sofrimentos, no entanto, não colocando como
condição para segui-Lo a resolução dessas realidades. É olhar para
Cristo e saber que mesmo se a dor não passar aqui, chegará o dia em
que O “veremos face a face” (I Cor 13, 12), e ali não haverá mais dores e
nem lágrimas.
◦ Maranatha, vem Senhor Jesus.
FÉ E CONVERSÃO
Em Deus, aprenda a viver a verdadeira fé e
conversão.
◦ A palavra fé, significa crer, prestar adesão a alguém. Deus comunica o Seu amor aos homens e
espera uma resposta concreta para a realização de Suas obras. A fé é a resposta do homem ao
Deus que se revela. Essa comunhão é confirmada quando a inteligência e a vontade do homem
são submetidas completamente a Deus.
◦ Em obediência à Palavra de Deus, o homem livremente inicia a vida de fé quando abre os olhos
para a verdade e assume a graça de participar e optar definitivamente pelo plano de salvação.
◦ Em obediência à Palavra de Deus, o homem livremente inicia a vida de fé quando abre os olhos
para a verdade e assume a graça de participar e optar definitivamente pelo plano de salvação.
◦ “Fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê” (Heb 11,1). É a
posse antecipada do que se espera, é uma demonstração da realidade ainda não acontecida. Fé
é o caminho da entrega e do abandono; é como atravessar um túnel, embora tudo pareça
escuro, temos a certeza de encontrar a luz no final.
Viva a conversão
◦ A conversão parte da fé: “Crede em Jesus, arrependei-vos de vossos pecados e então
podereis viver a vida do Filho de Deus ressuscitado” (Ato 2,38).
◦ Conversão é a escolha radical; é a opção determinada pela causa do Reino de Deus.
Essa transformação acontece quando: o arrependimento leva a pessoa a renunciar
ao pecado, em busca de uma vida nova.
◦ Jesus quer salvar e nos conduzir ao Pai e aceitar Jesus implica em uma mudança de
valores, de atitudes e de vida. A experiência com Deus é a causa principal para que
aconteça a confirmação da mudança de vida.
◦ Não basta viver a conversão por tempo determinado. Quando conhecemos a
verdade, devemos ser fiéis no compromisso com Deus. Nossa resposta deve ser uma
só: “Dizei somente sim se é sim; não se é não” (Mt 5,37). Perseveremos diante das
dificuldades na caminhada; renunciemos ao pecado e deixemos o Senhor nos
modelar para sermos transformados em criaturas novas.
Jesus é o Senhor da nossa vida!
◦ Nós estamos sob a autoridade do Nosso Senhor Jesus Cristo. E o que isso
significa? É semelhante ao que acontece conosco, como cidadãos de uma nação,
moradores de uma cidade, estamos sob a autoridade de nosso presidente e
prefeito. A diferença é que esses homens têm um poder transitório, temporal, já
autoridade de Jesus é plena e eterna.
◦ Tal como não podemos dizer que não queremos viver debaixo do sol, por mais
que nos escondamos na sombra, o raios dele sempre nos alcançam. Com Deus
também é assim, podemos não querer, mas vivemos debaixo da autoridade
d’Ele e Ele tem o controle de todas as coisas sobre a nossa vida.
◦ Não é possível fugir do Senhorio de Deus
◦ Deus nos conhece mais do que nós mesmos, sabe quando estamos bem, sabe
quando estamos mal. Ele nos conhece e sabe das nossas intenções. Jesus tem o
Senhorio sobre a nossa vida, Ele respeita as nossas escolhas, só agindo quando
damos abertura para que Ele possa trabalhar em nós.
◦ Tudo aquilo que tenta preencher o lugar de Deus em nossa vida, nos torna
escravos do pecado. Estamos com a porta aberta, podendo ser livres, mas
escolhemos a servidão. É necessário que nós reconheçamos o Senhoria de Jesus
sobre nós para que possamos ser verdadeiramente livres.
ESPIRITO SANTO
Espírito Santo: a força vivificante de um Deus em
movimento
◦ Jesus disse a Nicodemos: “O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem e
nem para onde vai (…)” (Jo 3,8).
◦ O vento é um agente da natureza misterioso. Não podemos prendê-lo, tampouco podemos definir o
seu curso e a sua ação, e ao mesmo tempo em que sopra forte, destruindo o que não está firme,
também surge como uma brisa suave, que refresca e traz serenidade. Assim é o Espírito Santo de
Deus, o Qual sempre foi simbolizado pelos antigos, como vento, (Hebraico: rúah = hálito de Deus,
sopro, respiração; Grego: pneuma = soprar, respirar, espírito aéreo; vento).
◦ O “vento”, na Bíblia, é muito mais do que um símbolo ou uma forma de ilustrar o Espírito Santo,
porque para os antigos, o vento era sinal de vida ativa, sinal da presença misteriosa de Deus, era a
Vida do próprio Deus incutida no homem, aquilo que lhes dá dinamismo “dynamis” que quer dizer
força, capacidade, movimento.
◦ Muitos têm uma concepção errônea de que o Espírito age apenas em alguns momentos, e nos
esquecemos de que estamos cercados pela ação contínua de Deus, pois Ele não só mora em nós pelo
“sopro” do nosso batismo (sacramento), como também nos envolve, nos movimenta e quer guiar a
nossa vida, em qualquer lugar e a qualquer momento. Ah! Como seríamos cristãos diferentes se
permitíssemos que o “Vento” de Deus soprasse a todo instante as “velas do nosso barco”, para que
fosse, de fato, o condutor de nossas ações!
Espírito Santo, uma pessoa da Trindade!
◦ Muitos se esquecem de que Ele é uma Pessoa e, sendo assim, podemos senti-Lo como
sentimos o vento, de modo que, podemos ter um relacionamento de intimidade e
profundidade com Ele. Podemos falar com Ele e ouvir a Sua voz: “O vento sopra onde
quer e ouves a sua voz”. Quantos já perderam a “audição” e, o pior, o gosto pela oração,
porque não pedem a efusão do Espírito Santo, não entram em comunhão com Ele.
Tantos vivem uma profunda aridez espiritual “igual a da terra sem água”, porque não
cultivam uma intimidade com a Pessoa do Espírito. Podemos dizer que, como os
discípulos de Éfeso, muitas pessoas que são batizadas ainda dizem: “nem sequer
sabemos que existe um Espírito.
◦ Não nos esqueçamos de que Deus está conosco agora e está trabalhando, Ele não para,
Ele age em nós continuamente na Pessoa do Espírito Santo e, quer ter uma comunhão
conosco onde quer que estejamos: em nosso trabalho, nossos estudos, nossas amizades e,
principalmente, em nossa forma de orar: “Da mesma forma, o Espírito vem em auxílio
à nossa fraqueza, porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém,
mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis” (Romanos 8: 26).
Comunidade
A Igreja é evangelizadora e, ao mesmo tempo, é um Evangelho, porquanto, é ela mesma
uma manifestação da Nova Vida trazida por Jesus. O objetivo último da evangelização
não é a transformação de indivíduos isolados sem nenhum nexo entre si, mas a integração
de comunidades cristãs autênticas, onde é vivida a salvação trazida por Cristo Jesus. E
mais, a vida em plenitude só se experimenta em plenitude em união efetiva com os demais
irmãos na fé: a Igreja. Toda a evangelização tende à integração das comunidades cristãs,
onde se manifesta de maneira clara e efetiva o amor de Deus derramado por nós, em
nosso coração, pelo Espírito Santo.
A comunidade não é opcional. É absolutamente necessária para perseverar na vida nova.
Ela nos garante o crescimento e o desenvolvimento do neo-evangelizado. Sem ela, a
semente da Palavra da Salvação será afogada pelas preocupações da vida e os valores
anti-evangélicos que regem o mundo. À comunidade não se assiste, mas pertence-se. Faz-
se parte ativa dela. Ali, dá-se e se recebe amor como o de Jesus: que nos dispõe a entregar
a vida pela pessoa amada. Isto é o que essencialmente forma a comunidade: o amor
cristão.
COMUNIDADE

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