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Os textos das referências bíblicas foram extraídos


da Nova Versão Internacional (NVI), da Bíblia Inc.

AMP - Ministério de Jovens da PIB Fortaleza.


somosamp@gmail.com
prleo@pibfortaleza.com.br

Fortaleza/CE.

2ª Edição: Janeiro de 2018.


A Bíblia, Palavra de Deus, nos alerta sobre várias coisas a respeito de
não caminharmos sozinhos, mas acompanhados. No entanto, há três
que merecem destaque e você vai entender o porquê do 1 a 1 ser tão
importante para nós:

1) Somos um corpo, Jesus é a cabeça e nós somos os membros (Rm


12.4-5):

Algum órgão do corpo fora dele não funciona e está apto a morrer.
Todos nós precisamos da ajuda uns dos outros. O amor é vital para a
sustentação desse corpo de Cristo, assim como é o sangue no corpo
humano.

2) Há infantilidade e maturidade espiritual (Hb 5.12-14):

Todos que aceitam Jesus como Salvador e Senhor da sua vida iniciam
a caminhada como “bebês na fé” e, ao longo do tempo, vão
amadurecendo. Há pessoas que já estão no alimento sólido e podem
ajudar as outras que ainda estão no leite a crescerem na fé, ensinando
o que antes também aprenderam.

3) Um cristão ajuda o outro a levantar (Ec 4.9-10):

Nessa caminhada, estamos sujeitos a quedas e tropeços, mas se


tivermos acompanhados, muito rápido teremos quem nos ajude a
levantar e a contribuir na cura de vários ferimentos. Somos mais
fortes juntos.
Temas

Encontro 01: Salvação


“Se você morresse hoje, você teria certeza de que iria para o céu?” 06
Encontro 02: Deus Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo
“Não são 3 deuses.” 09
Encontro 03: A Bíblia
“A bíblia (...) do começo ao fim aponta para Jesus Cristo” 12
Encontro 04: Oração
“Por que orar se Deus já sabe de todas as coisas?” 16
Encontro 05: A Igreja e o Corpo de Cristo
“A Igreja não pode ser descrita só como um espaço físico” 19
Encontro 06: Batismo
“O ritual do batismo não nos traz salvação” 22
Encontro 07: Dízimos e Ofertas
“Dízimos e ofertas não são meios de barganhar com Deus” 25
Encontro 08: A Fé e a Graça
“Fé que agrada a Deus não é simplesmente acreditar que Ele existe” 29
Encontro 09: O Fruto do Espírito e as Obras da Carne
“A Bíblia não fala sobre frutos, no plural, mas sobre um só fruto“ 32
Encontro 10: Dons do Espírito Santo
“Quem decide qual dom que iremos ter é Deus” 37
Encontro 11: Ide - Evangelismo e Missões
“Pregar o evangelho não é profissão nem um dom dado a poucos” 41
Encontro 12: Serviço e Liderança
“Jesus foi o maior exemplo de serviço que houve na Terra” 44
Encontro 13: Pureza Sexual
“A pureza sexual não significa só virgindade“ 49
Encontro 14: Relacionamentos (Parte 1)
“Jesus foi um ser humano completamente relacional” 53
Encontro 15: Relacionamentos (Parte 2)
“O casamento (...) sempre foi plano de Deus” 58
Encontro 16: A Segunda Vinda de Cristo
“Escatologia não tem o objetivo de responder as minhas curiosidades” 62
E Agora?
“Um fim que deve se tornar outro começo” 66
Encontro 01: Salvação

Introdução: Antes de tudo, converse com seu discipulador sobre sua vida. Como
você chegou à igreja? Se houve, como foi sua conversão? Pergunte o mesmo para
ele.

Se você morresse hoje, você teria certeza de que iria para o céu? Você tem
certeza da sua Salvação?

Se dependesse somente de nós e das nossas atitudes, não teríamos a salvação,


afinal, “Não há distinção, porque TODOS pecaram e estão destituídos da glória de
Deus, sendo JUSTIFICADOS gratuitamente por Sua graça, por meio da redenção
que há em CRISTO JESUS” (Rm 3.23-24).

Como o pecado entrou no mundo?

A partir da desobediência de Adão e Eva. No entanto, a negação à vontade de Deus


começou com a cobiça de Lúcifer - o mais belo anjo - em querer ser Deus (Ezequiel
28.14-17 e Isaías 14.12-14), o qual foi atirado à terra. Ele usou a serpente, no Éden,
para corromper a pureza de Adão e Eva e, então, o pecado passou a fazer parte da
natureza humana. (Ap 12.7-9 e Gn 3.6-7).

Assim, o pecado entrou ao mundo através de um só homem, Adão, mas também foi
através de um só homem, Jesus, que nós hoje podemos ter salvação e perdão dos
pecados com a JUSTIFICAÇÃO (Rm 5.18-19). Se não fosse por Jesus, estaríamos
condenados ao inferno e a sofrer toda a eternidade (Ap 20.10)

O que é a justificação?

É tornar e declarar algo JUSTO diante de Deus. Nós somos pecadores e, por
natureza, não somos justos, mas ao colocarmos nossa fé em Cristo Jesus e
recebê-Lo como Salvador, Deus nos vê como perfeitos e sem manchas por causa
da Cruz. (Rm 3.23-26). Jesus é nossa ponte para chegar a Deus (Jo 14.6), o
intermediador (1 Tm 2.5-6).

Exemplo: Deus é o juiz em um tribunal, você é o réu e será condenado. No entanto,


o próprio Juiz chama outra pessoa, Jesus, para ser condenado no seu lugar e você

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se livrará da condenação, mesmo tendo sido você quem cometeu a infração. Jesus
é condenado, mas, o mesmo juiz que o prendeu, também é capaz de libertá-lo e,
depois de cumprida a pena, não há mais condenação.

Por que Jesus é chamado, na Bíblia (Jo 1.29; 36), de Cordeiro de Deus?

Porque ele é o sacrifício planejado e perfeito para nos redimir do pecado. Profetas
na bíblia já haviam falado sobre isso antes dEle vir (Jr 11.19, Is 53.7). A questão do
sacrifício começa no Antigo Testamento. Os judeus, povo escolhido de Deus (Dt
7.7-9), foram escravos do Egito por muito tempo. Deus os livrou na época da Páscoa
e ela ficou marcada pelo sacrifício de um cordeiro nas famílias e o derramamento
do seu sangue nas portas para livrá-los dos anjos da morte (Já uma analogia à
redenção). Além disso, havia um sacrifício diário pelos pecados do povo no Templo
de Jerusalém (Ex 29.38-42). Para os pecados serem perdoados, deveria haver o
sacrifício de um animal. Tudo isso apontava para Jesus, que veio a ser o sacrifício
último e eterno.

Jesus, portanto, veio para nos salvar e para que não dependêssemos mais de
sacrifícios para ter os pecados perdoados e redimidos. Fomos lavados pelo Seu
sangue. Se não fosse por Ele, não teríamos esperança na vida eterna e o pecado
nos levaria à morte (Rm 6.23) – a espiritual, a física e a eterna. Nós seríamos
separados eternamente de Deus se não fosse pelo Seu amor e Sua vontade de
estar perto de nós.

A fé é condição fundamental para salvação e a dúvida a respeito dessas coisas é


contrária à FÉ, afinal, “a fé é certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas
que não VEMOS” (Hb 11.1).

Não há ESFORÇOS capazes de nos conceder a salvação, ela vem mediante a


GRAÇA de Jesus, por meio da . (Ef. 2.8-9). Precisamos reconhecer que somos
pecadores, nos arrepender verdadeiramente (e não apenas ter remorso), aceitar o
sacrifício que Jesus fez e crer que foi por nós, para nossa salvação, e viver uma vida
baseada nesse ato de amor.

“Se já fui perdoado, posso pecar, afinal, Ele sempre vai me perdoar”. Errado. Jesus
ter morrido para nos salvar e para nos perdoar dos nossos pecados não deve gerar
em nós o comodismo de continuar na prática do pecado (Rm 6.1-18), pois isso
mostra um coração ingrato diante do sacrifício de Jesus, afinal, Ele morreu para nos
afastar de tudo aquilo que nos afasta dEle. Então, por que iremos permanecer em

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pecado? Devemos olhar para cruz e jogar todas as nossas falhas e mazelas por lá
(e não nos apegar a elas), pois fomos amados o suficiente para desfrutar de uma
vida livre de pecados e cheia do amor de Deus. O pecado nos desvia do foco, que é
Deus, e o desagrada.

Não devemos viver em pecado, mas, em momentos da caminhada cristã, iremos


pecar (1 Jo 2.1-2). O que fazer diante disso? A Bíblia nos fala, em 1 Jo 1.9:

“SE confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos
pecados e nos purificar de toda injustiça”.

Não se afaste de Deus por ter sentimentos de culpa. É preciso SEMPRE


reconhecer nossos erros diante de Deus e, se necessário, das pessoas. A cruz nos
tirou das trevas e da morte e nos deu vida, mas ainda não nos fez alcançar a
perfeição que só virá na eternidade. É preciso lutar diariamente contra nossa
natureza pecaminosa (Hb 12.1-4).

A morte na Cruz deve nos tornar gratos pelo que foi feito e nos relembrar sempre
que devemos e podemos nos relacionar com Ele, propagar o que Ele fez por nós e
espalhar o amor de Jesus que é refletido em nós.

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você reconhece que é pecador e precisa lutar contra o pecado? Você


consegue sozinho?

03 De forma prática, como você acha que pode lutar contra o pecado no seu
dia-a-dia? Evitando e fazendo o quê? Pratique e compartilhe no próximo
encontro!

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Encontro 02: Deus Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo

Introdução: É importante saber que a nossa finita e limitada mente humana não vai
conseguir entender e explicar de forma integral certos conceitos e ações de um
Deus soberano, que nem sempre vai deixar todas as coisas 100% claras e
definidas, afinal é aí que entra a fé: seria muito fácil CRER em tudo que estivesse
totalmente visível e explicável aos olhos humanos. A trindade é um desses
exemplos de algo que nós nunca compreenderemos de forma completa como
Deus o faz. Somente com a fé é possível ter a vida baseada em uma relação com
Deus Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo, que são um só.

A palavra “Trindade” não se encontra na bíblia (assim como “namoro”), mas não é
errado usá-la. Ela conceitua o fato de haver 3 pessoas coexistindo entre si e sendo
um só Deus. Não são 3 deuses. Que tal você ler alguns versículos antes de
conversarmos mais sobre isso? Abra em:

Deuteronômio 6.4 1 Coríntios 8.4 1 Timóteo 2.5.

Cada membro da trindade é Deus. O Pai é DEUS (1 Pedro 1.2 / João 6.27). O Filho
Jesus é DEUS (1 João 5.20 / Colossenses 2.9-10). O Espírito Santo é DEUS (Atos
5.3-4 / 1 Coríntios 3.16-17 / João 14.26).

Não há um mais importante que o outro. Cada um tem seu agir e suas obras
específicas na Bíblia. Seguem alguns poucos exemplos:

01 Deus, o Pai, dá início e cria todas as coisas e o universo (Apocalipse 4.11 /


Gênesis 1.1), nos dá a Salvação (João 3.16-17), entre outros.
02 Jesus, o Filho, foi o instrumento que Deus usou para realizar certas obras
aqui na Terra e para nos trazer a salvação através da sua morte e ressurreição (João
1.1-5 / Mateus 1.21-23 / Apocalipse 1.1), entre outros.
03 O Espírito Santo também esteve presente desde o início da criação do
universo (Gêneses 1.2), falou através de homens (2 Pedro 1.21), ungiu Jesus (Atos
10.38) e foi prometido por Jesus para estar conosco como Conselheiro (Jo 14.16 e
26), entre outros.

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Uma analogia bem “boba” a respeito disso é o OVO. O ovo é a casca, a gema e a
clara, cada um com sua forma e características coexistindo em um só elemento e
todos eles sendo o ovo propriamente dito. Claro que a analogia não vai ser perfeita
porque a trindade nunca será explicada totalmente. Mas que não esqueçamos: “Ó
profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por que
quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?” (Romanos
11.33-34).

Deus foi o criador de todas as coisas, mas decidiu estar na Terra em carne, como
humano, através do envio de seu Filho Jesus. Ele caminhou ao lado de muitos
homens e retornou aos céus. Para não estar distante de nós, hoje podemos
desfrutar de um Deus que não habita mais em templos feitos por mãos de homens
(Êxodo 40.2 e 34-35), mas dentro de nós, que somos santuários vivos do Espírito
Santo (1 Coríntios 6.19).

Não devemos priorizar ou esquecer nenhum dos três. O Espírito Santo, que habita
em nós, tem sido esquecido por muitos cristãos. Devemos clamar diariamente por
Sua manifestação, pois, sondando nossas mentes, o Espírito Santo prevalecerá em
nossas ações e nos fará refletir a glória de Deus, testemunhando o quão
transformador é tê-Lo em nossa vida. Quando Ele passa habitar em nossa vida?
Leia Efésios 1.13.

Descubra algumas de Suas características:

Ele fala aos nossos corações sobre o mal que virá (1 Timóteo 4.1)
Ele nos ama (Romanos 15.30)
Ele intercede e nos ajuda a orar (Romanos 8.26)
Ele se entristece (Efésios 4.30)
Se nos aproximamos do mal, Ele é apagado em nossas atitudes (1 Tessalonicenses
5.19)
Ele nos dá a certeza de que somos filhos de Deus (Romanos 8.16).
Ele nos guia à verdade (João 16.12-14)
Ele nos traz revelações e entendimento acerca das coisas de Deus (Ef 3.5 e 1 Co
2.14-15)
Ele nos faz nascer de novo em Cristo (João 3.5-6)

Jesus Cristo não veio à Terra a passeio, mas com um propósito (João 3.16). Através
dEle, hoje podemos ter a salvação e a vida eterna, mas não foi fácil para Jesus. Em
sua forma humana, chegou a pedir para que Deus afastasse dEle o momento na

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Cruz (Lucas 22.42). Você sabe o que aconteceu com Jesus?

“(...) Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças
(...). Ele foi traspassado por causa das NOSSAS transgressões, foi esmagado por
causa das NOSSAS iniquidades; o castigo que NOS TROUXE A PAZ estava sobre
ele, e pelas suas feridas fomos curados. (...) o Senhor fez cair sobre ELE a iniquidade
de TODOS NÓS. Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu sua boca; como um
cordeiro, foi levado para o matadouro; e, como uma ovelha que diante dos seus
tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca” (Isaías 53.4-7).

Mas Ele RESSUCITOU e a morte por Ele foi VENCIDA (Marcos 16.6,14). Agora o que
nos cabe é proclamar e pregar as boas novas, tudo o que aconteceu e o que
acontecerá (Mateus 28.19-20).

Para descobrir mais sobre a trindade, leia a Bíblia e busque todas as revelações que
somente Deus é capaz de dar e fazer ter fé o suficiente para entender o
sobrenatural de Deus.

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você acha que tem se esquecido de algum dos três no seu dia-a-dia?
Como? Em sua opinião, existe uma hierarquia na trindade?

03 De forma prática, como você pode refletir a trindade na sua vida? Aplique e
compartilhe no próximo encontro!

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Encontro 03: Bíblia

Introdução: Leia esse texto de Adauto Lourenço: “Você não acredita na Bíblia
Sagrada por ser um pedaço de papel escrito por homens? Se eu lhe perguntasse:
‘Qual é a sua idade?’ e você me respondesse: ‘A minha idade é tantos anos’. E eu lhe
dissesse: ‘Então me prove’. A pessoa pegará sua carteira de motorista ou sua
certidão de nascimento e dirá: ‘Está aqui a prova’. Eu sentaria e daria risada dizendo:
‘O cara acredita em um pedaço de papel’. Sua certidão de nascimento nada mais é
do que um pedaço de papel. Eu digo: ‘Me prova’. Tudo o que você pode falar é o
seguinte: ‘Eu acredito nesse pedaço de papel’. Se você chega e diz: ‘Espera, tem
mais. Eu tenho o meu pai e minha mãe’. Interessante! Agora você acredita em
testemunhas. Então você acredita em pedaço de papel e em testemunhas! Olha
que coisa absurda! Por um acaso a Bíblia também não é papel que testemunhas
falaram a respeito? As pessoas não creem nas Escrituras porque elas não querem
crer.”

O ser humano tem o (mau) costume de criticar tudo aquilo que não o agrada ou que
o tira da sua zona de conforto. Com a bíblia, para algumas pessoas, isso não é
diferente. Ela não é um manual de instruções, mas possui mandamentos e
conselhos preciosos dados por Deus através de homens inspirados por Ele (2
Timóteo 3.16-17). A bíblia possui TUDO o que Deus quis falar para nós, é a Sua
mensagem sobre o ontem, o hoje e o amanhã, portanto, só esse fato já deve gerar
em nós a empolgação de descobrir o que Ele quer nos falar diariamente através
dela.

A bíblia, que é a Palavra de Deus, do começo ao fim aponta para Jesus Cristo,
mesmo que implícito, e nos mostra que o amor de Deus por nós não foi
demonstrado apenas no ato da cruz, mas está presente de Gênesis a Apocalipse.
Falando nisso, vamos conhecer mais sobre os seus livros? Ao todo, são 66. São 39
livros no Antigo e 27 no Novo Testamento.

O antigo testamento (AT) mostra qual foi o plano de Deus desde a criação do
mundo e do homem, quem foi o povo escolhido por Ele, e a sua história, para que
dele viesse o Sacrifício Vivo, Redentor e Salvador do mundo. Possuindo vários
autores, os livros do AT foram escritos em pergaminhos durante 1100 anos. Os
registros iam sendo feitos, compilados e repassados por gerações.

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O AT é composto por:

01 O Pentateuco: possui os 5 primeiros livros, os quais foram escritos e colocados


na Arca da Aliança (Deuteronômio 31.24-26) e, com o tempo, outros textos
inspirados foram acrescentados;

02 Os livros Históricos e os dos Profetas, escritos pelos menores e pelos maiores;

03 Os Escritos, que contêm os livros de Salmos, Provérbios, entre outros.

O novo testamento (NT) foi escrito durante 100 anos e possui os Evangelhos, a
história da Igreja e os livros apostólicos (cartas). Entre o AT e o NT, durante 400
anos, não houve nenhuma palavra profética por parte de Deus e esse silêncio foi
quebrado quando se cumpriu a profecia de Malaquias (3.1) que disse: "’Vejam, eu
enviarei o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim. E então, de
repente, o Senhor que vocês buscam virá para o seu templo; o mensageiro da
aliança, aquele que vocês desejam, virá’, diz o Senhor dos Exércitos”. O NT se inicia
com os evangelhos que falam, dentre tantas maravilhas, sobre a vida e a morte de
Jesus aqui na Terra.

Por ser a bíblia um livro inspirado por Deus, não bastava que pessoas escrevessem
coisas sobre Ele, era preciso muito mais. A palavra “cânon” ou “canonicidade”
significa “régua” e é usada para afirmar que as escrituras são inspiradas por Deus e
que elas têm autoridade para fazer parte da Bíblia Sagrada, sendo autorizadas por
Ele e reconhecidas pela nação judaica e pela igreja cristã.

Existiram alguns critérios para aprovação dos livros no NT:

1) Apostolicidade [o autor do livro deveria ser apóstolo ou ter relação estreita com
ele];

2) Universalidade [o livro deveria ser aceito como um todo pelo Corpo de Cristo];

3) Conteúdo [Possuir características espirituais, concordar com outros livros


bíblicos e não haver ficções];

4) Inspiração [Evidências de obras e valores divinos, do Espírito Santo].

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Se há canonicidade, o que são os livros apócrifos (entre outros não canônicos)?

Apócrifo significa “oculto”. Há alguns livros escritos no período do silêncio profético,


citado acima, e que foram acrescentados especificamente na bíblia católica, pela
Igreja Católica, na época da Reforma Protestante (1500 d.C). A nação de Israel
tratou esses livros com respeito, no entanto, por conter alguns erros históricos e
teológicos e possuir contradições bíblicas como “oração pelos mortos”, “petições
aos santos”, entre outros, foram considerados como documentos históricos
importantes, e falhos, mas não como a Palavra de Deus inspirada.

Por que devemos e precisamos ler a Bíblia?

- Ela é instrumento para fortalecer a nossa fé (Romanos 10.17);


- Ela não deixa que sejamos destruídos ou que pereçamos (Oseias 4.6);
- É através dela que somos alimentados espiritualmente (Mateus 4.4);
- Ela nos liberta da mentira e do engano e nos faz enxergar a Verdade (João 8.31-32
e Mateus 22.29);
- Ela nos ensina e nos corrige (2 Timóteo 3.16);
- Ela nos guia na conduta e na caminhada da vida (Salmos 119.9 e 105);
- Guardada e firmada no coração, ela nos ajuda a não pecar e a vencer tentações
(Salmos 119.11 e Lucas 4.1-13);
- Ela nos ajuda a ter uma vida bem sucedida (Josué 1.8);
- Ela nos ajuda a firmar nossa vida na rocha (Mateus 7.24-27);
- Ela mantém firme a nossa esperança (Romanos 15.4);

Entre outros motivos que você vai descobrir ao iniciar sua leitura! Não adianta ter
em mãos esse livro tão precioso e não saber utilizá-lo. Antes de tudo, precisamos:

01. Orar para que Deus nos dê entendimento e fale aos nossos corações naquele
momento;

02. Ter a consciência de que ler a bíblia não é uma obrigação, nossa Salvação não
depende disso, mas é um privilégio ter acesso às Palavras de Deus;

03. Dedicar e reservar tempo só para a leitura, sem distrações e interrupções;

04. Ter o entendimento de que a bíblia não é só para leitura, mas para aplicação
diária no nosso estilo de vida;

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05. Saber que, embora haja muitos livros que nos auxiliem na interpretação e no
entendimento da Bíblia, ela é suficiente e poderosa por si só, não precisa de
complementos;

06. Nunca interpretar ou ver um versículo de forma isolada, ele está em um


contexto, busque entendê-lo;

07. Ao ter dúvidas, buscar ajuda do discipulador, líder ou Pastor.

08. Ter paz ao entender que há perguntas “irrespondíveis” e que, talvez, só teremos
respostas a todas as perguntas na eternidade.

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Com que frequência você lê a bíblia? Qual sua maior dificuldade para isso?

03 De forma prática, como você acha que a Bíblia pode interferir no seu estilo
de vida? Pratique e compartilhe no próximo encontro!

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Encontro 04: Oração

Introdução: É comum a pergunta “Por que orar se Deus já sabe de todas as


coisas?”. No entanto, a oração nos mantém em constante relacionamento com o
Pai. A oração não é só um meio para fazer pedidos, ela é um exercício de fé. Ela
ocorre quando temos a certeza de que falar com Deus é a ação mais importante
para entender a Sua vontade. Se Jesus orava, quem somos nós para fazer
diferente dEle? (1 Coríntios 11.1).

Os discípulos de Jesus perceberam que a oração era algo tão importante e um


diferencial na vida do Seu mestre que pediram para serem ensinados a orar (Lucas
11.1-4). Quando Jesus fala sobre oração, em Mateus 6.7, faz questão de frisar “E,
quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como os pagãos.
Eles pensam que, por muito falarem, serão ouvidos”. Portanto, não importa se será
uma oração de 5 minutos ou de 2 horas, mas se entregaremos a Deus uma oração
sincera que agrade o Seu coração. Jesus nos mostra exatamente como e o que
deve fazer parte dela:

“Pai nosso que estás nos céus”: Mostra a quem deve ser direcionada a nossa
oração, somente a Deus.

“Santificado seja o Teu nome”: Antes de qualquer pedido ou gratidão, devemos


adorar e exaltar a Deus, proclamar a Sua grandeza e Sua santidade. Demonstrar e
lembrar, diariamente, que somente Ele é digno de toda honra e glória (Apocalipse
4.11).

“Venha o Teu Reino; seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”: Quando
temos a certeza de que a vontade de Deus é bem melhor do que a nossa,
passamos a orar por coisas eternas e para que os planos de Deus se concretizem,
e não os nossos. Fazer isso em oração nos tranquiliza e nos ajuda a entender que
recebendo um “sim” ou um “não”, a resposta de oração foi realizada do melhor jeito:
O que Ele quis. E isso nos traz paz.

“Dá-nos hoje o pão nosso de cada dia”: Isso nos lembra de que o HOJE vai ser
suprido por Deus e que devemos viver um dia de cada vez. Não há problema em
pedir por algo para o futuro, mas precisamos ter convicção que Ele vai nos dar
TUDO o que precisamos para HOJE. Também nos mostra que podemos fazer

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pedidos a Deus, afinal, Ele se importa com os nossos desejos e irá realizá-los se
forem pedidos com a motivação correta, como Tiago 4.2-3 nos fala.

“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”: Em


Mateus 6.15, Jesus é muito claro quando afirma que da mesma forma que Deus
nos perdoa, Ele exige que perdoemos quem nos ofendeu. As duas coisas estão
sempre interligadas: Deus nos perdoa dos pecados, mas nós também devemos
perdoar quem ‘pecou’ contra nós. Não é uma opção, é uma condição. Por sermos
falhos, nós erramos, mas precisamos nos arrepender diante de Deus (1 João 1.9) e
ter mudança ter atitude.

“E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”: Se Jesus, que era Deus,
foi tentado no deserto e lidou com o mal o tempo todo, precisava orar por isso,
imagine nós. O mal e o pecado estão presentes no mundo pecaminoso, não
podemos fugir disso, mas é possível pedir forças para que não sejamos atraídos
pela ‘boa’ aparência enganosa do que é ruim, do pecado e do mal.

Nesse mesmo dia, Jesus nos alertou “Mas, quando você orar, vá para o seu quarto,
feche a porta e ore a Seu Pai, que está em secreto” (6.6). Isso não é sobre orar só
no quarto, mas sobre a importância de deixarmos de lado todas as distrações e
ocupações da vida e dedicar um tempo para conversar e se colocar diante de Deus.
O “quarto” de Jesus era o Monte das Oliveiras. Constantemente, Ele se isolava e
estava lá se fortalecendo espiritualmente.

Entenda: sua oração é importante para Deus, leia em 1 João 5.14-15. Mas tão
importante quanto orar por nossas vidas é orar pela vida de outras pessoas, isso é
a “oração de intercessão”. Você sabia que, antes mesmo de você vir ao mundo,
Jesus orou por você? Leia em João 17.20-16. Jesus também orou pelos seus
discípulos (João 17.6-19). Pedro, o discípulo, foi preso por pregar o evangelho, mas a
igreja orou (Atos 12.5) e, milagrosamente, as algemas caíram dos seus punhos e ele
foi liberto (Atos 12.7). Precisamos orar pelas autoridades (1 Timóteo 2.2), pela Igreja
de Cristo (Salmos 122.6-7); por nossos amigos (Jó 42.8-9), pelos nossos inimigos
(Mateus 5.44), por doentes (Tiago 5.15) e por quem mais nós pudermos lembrar!
Orar pelos outros tira de nós o egoísmo e nos ajuda a ter mais compaixão por outras
vidas.

Se, depois disso tudo, você ainda não consegue ver motivos suficientes para orar,
a bíblia te oferece mais alguns:

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- Para imitarmos Jesus (Marcos 1.35; Lucas 5.16; Lucas 22.39)
- Para conhecer os segredos de Deus (Jeremias 33.3)
- Para pedir sabedoria (Tiago 1.5)
- Para vencer a aflição e a ansiedade (Tiago 5.13; Filipenses 4.6-7)
- Para vencer tentações (Mateus 26.41);
- Para tomar grandes decisões (Lucas 6.12-16);
- Por libertação (Marcos 7.26-30);
- Para o nome de Deus ser glorificado (João 14.13-14);
- Para clamar por socorro e ser ouvido (Salmos 18.6);
- Para nos livrar das tribulações (Salmos 34.17);

Há outros inúmeros motivos, mas entenda: não busque motivos para orar,
aproveite esse privilégio e o livre acesso para falar com o Criador do mundo!

Não deixe de orar NUNCA. “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5.17). Orar é como
respirar, deve ser natural para qualquer cristão. Se prendemos a respiração, nos
falta o ar, nos falta vida, ficamos angustiados. Converse com Deus e deixe que Ele
se torne seu melhor amigo!

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Com que frequência você ora? Qual sua maior dificuldade para isso?

03 De forma prática, como você acha que pode fazer a oração ser um hábito
constante na sua vida? Coloque em prática e compartilhe sua experiência
no próximo encontro!

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Encontro 05: A Igreja e o Corpo de Cristo

Introdução: Precisamos ter em mente que a Igreja não pode ser descrita só como um
espaço físico, pois ela não é um local específico, embora, estar reunido em um lugar
para adorar a Deus e estar em comunhão com os irmãos seja importante para todos
os cristãos. A palavra “igreja”, em grego, é “ekklesia” e significa “assembleia pública”,
além de ser a junção de duas palavras: “chamar” e “fora”. Portanto, o propósito da
Igreja não pode ser resumido a pessoas reunidas DENTRO de um templo, pois a
intenção é que Jesus seja proclamado também para os que estão FORA.

A Igreja está relacionada a pessoas, não a lugares. A Igreja é o corpo de Cristo, a


Bíblia afirma: “E sujeitou todas as coisas a Seus pés, e sobre todas as coisas [Jesus]
o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que
cumpre tudo em todos” (Efésios 1.22-23) e em 1 Coríntios 12.13-14 isso é reafirmado
quando somos comparados aos membros de um corpo, visto que Jesus é a cabeça.

Há três definições de igreja a qual nós, cristãos, fazemos parte (ou deveríamos fazer).
Uma é a “igreja universal”, que é aquela que reúne espiritualmente todos os cristãos
do mundo, é a igreja sendo igreja mesmo que não haja uma reunião específica.
Fazemos parte dela porque somos uma família formada não por sangue humano,
mas pelo sangue de Cristo, que nos tornou filhos (João 1.12-13). A outra é a “igreja
local”, aquela formada quando nos unimos para professar, juntos, a fé em Jesus
Cristo, para adorá-Lo, para estar em comunhão, para nos sustentar em oração, sendo
a reunião dos santos, independentemente da denominação, para glorificar a Deus e
confirmar o propósito de algo que, ao contrário do que muitos acham e dizem, foi
fundado pelo próprio Cristo (Mateus 16.15-19). A outra é a “igreja instituição”, com as
mesmas práticas da “igreja local”, mas que possui um espaço físico, com CNPJ, com
normas próprias, organizada com cargos e líderes que administram todos os
recursos em prol de expandir o evangelho e unir vidas para Ele.

Atos 2.42 fala sobre o propósito e importância da reunião em igreja local:

“Eles se dedicavam ao ENSINO dos apóstolos”: A Bíblia deve ser estudada,


ensinada e usada para que não sejamos levados por ‘todo vento de doutrina’.
Precisamos do ensino da Palavra para que sejamos fortalecidos espiritualmente,
cheguemos à maturidade e alcancemos a unidade da fé e o conhecimento de
Jesus. (Efésios 4.11-14)

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19
“Eles se dedicavam à COMUNHÃO”: Comunhão é união de propósitos, de amor.
Reunião de pessoas para glorificar a Deus e refletir o Seu amor na vida do próximo.
Pessoas reunidas multiplicando as alegrias e dividindo as dores (Romanos
12.15-16), ajudando na consolação (2 Coríntios 1.3-4), se dedicando em amor e
dando honra uns aos outros (Romanos 12.10), levando os fardos (Gálatas 6.2),
agindo com bondade e praticando o perdão (Efésios 4.32), edificando e exortando
uns aos outros (1 Tessalonicenses 5.11) e, acima de tudo, AMANDO (1 João 3.11),
não só de boca, mas em ação (1 João 3.18).

“Eles se dedicavam ao PARTIR DO PÃO”: Essa é a ideia das refeições


compartilhadas com os cristãos e também do agir em prol de pessoas que
possuem necessidades e podem ser ajudadas através do nosso compartilhar. Mas
é também a lembrança da Ceia do Senhor, ato realizado por Jesus antes da sua
morte na Cruz. O evangelho pode ser pregado em qualquer lugar, mas era nos
momentos de refeições que os cristãos podiam partir o pão, fazer a analogia e falar
aos demais que Jesus foi partido, seu Corpo foi entregue, para que hoje nós
tenhamos vida eterna.

“Eles se dedicavam às ORAÇÕES”: Como estudamos no encontro sobre oração, ela


é fundamental para nos fortalecer e nos manter firmados em Cristo e em
comunhão com as pessoas. A Igreja de Cristo não pode negligenciar essa arma tão
poderosa, pois é com ela que podemos nos manter fortes nas lutas contra as
investidas do Inimigo (Efésios 6.13-18). Se Jesus nos quer unidos, Satanás vai
tentar de tudo para trazer a destruição e a contenda para esse Corpo.

Além do que se fala em Atos, a missão da Igreja foi dada por Jesus em seus
evangelhos, como em Mateus 28.19-20. Devemos proclamar o Evangelho e o plano
de salvação para aqueles que ainda não conhecem. Precisamos ser LUZ em um
mundo escuro de trevas (Mateus 5.14-16). Para ser luz, precisamos sair da nossa
zona de conforto e, mesmo sem estar num ambiente cristão, ser SAL (Mateus 5.13).
O sal possui algumas características importantes: Ele, misturado na comida, faz
toda a diferença mesmo sem ser visto, assim devemos ser nós. Não precisamos de
holofotes para cumprir os propósitos de Deus, nosso agir vai fazer diferença e
trazer um sabor diferente em meio a um mundo sem gosto, sem vida. O sal também
conserva, assim como devemos conservar nossos valores cristãos diante dos
valores invertidos e cruéis.

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Precisamos ter em mente que, mesmo sendo a Igreja de Cristo, ela é composta por
pessoas falhas, pecadoras e doentes (Mateus 9.12-13), portanto, estamos
propensos a nos decepcionar, assim como nós podemos decepcionar alguém. Tudo
muda quando a nossa perspectiva muda. Em vez de focar em pessoas, devemos
focar em Cristo, que nunca nos abandonará. Devemos tomar a postura de levantar
o caído, de amar aqueles que foram machucados e, também, de perdoar quem nos
machucou. Cruz é sinônimo de PERDÃO. Jesus nos perdoou, portanto, quem
somos nós para escolher ter raiva e não perdoar?

A Bíblia fala em Lucas 6.31 “Como vocês querem que os outros lhe façam, FAÇAM
também vocês a eles”. Isso é sobre FAZER algo independentemente da atitude do
outro. É amar e orar por quem “achamos que não merece” (Mateus 6.27-36). Não
esperemos dos outros, façamos! Afinal, “Há alegria maior em DAR do que receber”.
(Atos 20.35). Que decidamos dar aquilo que recebemos de graça: o AMOR!

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você já foi machucado na igreja? Qual foi sua atitude diante disso? Se não,
você conhece alguém que já foi? Como você pode ajudá-la?

03 De forma prática, de que modo você tem contribuído como membro do


Corpo de Cristo baseado em Atos 2.42? Pratique e compartilhe!

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Encontro 06: O Batismo

Introdução: Você precisa saber que o ritual do batismo não nos traz salvação, pois
já sabemos o que precisamos para alcançá-la (Ef 2.8-9). Embora o batismo não seja
um pré-requisito para salvação, ele é uma consequência dela, além de ser uma
ordenança dada por Jesus Cristo (Mateus 28.19-20). No entanto, o batismo não é
um mero ritual, ele traz em si um grandioso e importante significado na vida de
qualquer cristão.

O batismo não começou na época de Jesus, mas já era uma prática dos judeus que
significava purificação ou consagração a Deus, utilizada também na conversão de
gentios ao judaísmo, ou seja, o ritual em si não era novidade. Desde antigamente, o
batismo marcava um início, um compromisso com algo. Portanto, Jesus utilizou
uma prática comum da época para que ela ganhasse um novo significado. Jesus foi
exemplo até nisso, afinal, se João Batista realizava o “batismo de arrependimento”
(Mateus 3.11), Jesus não precisaria dele, visto que ele não tinha pecado algum, não
tinha do que se arrepender ou ser purificado. Mas Ele falou que era necessário que
toda a justiça fosse cumprida (Mateus 3.15). Justiça essa que foi cumprida através
da Sua vida, ao morrer na cruz, tomando nossos pecados sobre Ele, ou seja, antes
do sacrifício, Jesus já se identificava com os pecadores e mostrou que Ele veio para
cumprir toda a Lei por nós. Por isso, é importante perceber que Jesus aprovou o
batismo, inclusive na prática, para que depois ele trouxesse a nós essa ordenança
cristã que torna pública nossa declaração de fé.

Então, o que é o batismo cristão?

O batismo por imersão é um ato que representa, figuradamente, a morte e a


ressurreição de Cristo. Ser mergulhado nas águas significa a morte para o pecado
e, ao ser emergido, demonstramos uma vida nova, purificada e limpa por Jesus.
“Portanto, fomos sepultados com ele na morte, por meio do batismo, a fim de que,
assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai também
NÓS vivamos uma vida nova”. (Romanos 6.4). Através do batismo, demonstramos
publicamente que temos uma nova vida em Cristo, além de tornar externo algo que
começou em nosso coração. Assim como o casamento é um ato simbólico da união
entre duas pessoas, o batismo é o ato que mostra ao mundo nossa aliança com
Jesus Cristo... E com a sua Igreja! Por isso, não concordamos com o batismo em
bebês, pois eles ainda não têm o entendimento de tal ato.

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nas águas, parte da igreja visível. Ser batizado no Espírito Santo não é algo que
precise ser demonstrado através de sinais, atos ou emoções (Ef 1.13), podendo ser
efetuado sem que nós nem mesmo tenhamos consciência, afinal, é Deus quem
efetua em nós tanto o querer quanto o realizar (Filipenses 2.13).

Em resumo, o que a bíblia fala sobre o batismo? Ele é, de fato, algo importante?

- Foi ordenado por Jesus e é um ato de obediência (Mateus 28.19-20)


- Reflete mudança de vida (Lucas 3.8-14);
- Está associado ao arrependimento (Atos 2.38);
- É consequência da nossa fé e conversão (Atos 8.36-38);
- Torna pública nossa salvação (1 Pedro 3.21);
- É a externalização de que temos plenitude nEle (Colossenses 2.10-12);
- É o reflexo por termos aceitado A mensagem de Cristo (Atos 2.41);
- Representa que pertencemos ao Corpo de Cristo (1 Coríntios 12.12-14);

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você já foi batizado nas águas? Se sim, compartilhe a experiência. Se não,


converse sobre seu desejo a respeito disso.

03 De forma prática, você tem estado imerso no Corpo de Cristo? Pratique


essa imersão e compartilhe no próximo encontro!

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Antes de iniciar, publicamente, seu ministério aqui na Terra, Jesus foi batizado. No
batismo de Jesus, João Batista estava mostrando para todos que Aquele era o tão
esperado Messias. Esse ato trouxe às pessoas o testemunho da vinda do Espírito
Santo, ali representada pela pomba (Mateus 3.17), e a maravilhosa imagem da
trindade, demonstrando o agir de Deus Pai, Jesus Filho e o Espírito Santo. O
batismo também representa que a trindade habita em nós e que não nos
relacionamos apenas com a cabeça, que é Jesus, mas com todo o corpo dEle, que
é a Igreja. É em nome da trindade que o batismo é realizado.

Qual a relação da igreja com o batismo?

Além de ser uma ordenança de Jesus, também há outro significado envolvendo


esse ato. A imersão não é só nas águas, mas no Corpo de Cristo. Tornamos-nos UM
só com Ele, mas também UM só com aqueles que professam a mesma fé em
Jesus. Somos UM com a Igreja de Cristo.

“Há UM só corpo e UM só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram
chamados é UMA só; há UM só Senhor, UMA só fé, UM só batismo, UM só Deus e
Pai de todos que é SOBRE todos POR MEIO de todos e EM todos” (Efésios 4.4);

“Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois TODOS são
UM em Cristo Jesus”. (Gálatas 3.28).

Os batistas acreditam que, após ser batizado, o cristão passa a fazer parte
oficialmente daquele Corpo e se torna um membro, de forma figurada (1 Coríntios
12.14-30), mas, também, de forma literal. O cristão passa a fazer parte daquela
família de fé e da igreja institucional onde o batismo ocorreu.

O mais importante não é o que acontece no ato do batismo em si, mas o que
acontece a partir desse momento. Após o batismo, fazendo parte do Corpo, somos
impulsionados a amar, a servir, a pregar, a evangelizar, a sermos IMERSOS em uma
atmosfera de unidade e de união que nos ajuda na caminhada da fé, como já foi
estudado.

Preciso buscar outro batismo para receber o Espírito Santo?

Não. A bíblia é clara quando afirma que não cabe a nós buscar meios para receber
o Espírito Santo, pois isso acontece a partir do momento que nos tornamos corpo
com Cristo (Leia 1 Coríntios 12.13), fazendo parte da Igreja invisível, e, com o batismo

16
23
Encontro 07: Dízimos e Ofertas

Introdução: Em um mundo capitalista, frequentemente somos incentivados a


investir em algo que nos gere retorno. Isso é, na maioria das vezes, dar para receber,
só que em maior quantidade. No mundo cristão não funciona assim, afinal, já vimos
que há maior alegria em dar do que receber (Atos 20.35). A priori, você precisa
entender que dízimos e ofertas não são meios de barganhar com Deus ou com a
Igreja, mas é a consequência de um coração grato e generoso.

Dízimo vem da palavra hebraica “maaser” e da grega “dekate” e significa “um


décimo”, ou seja, 10% de algo.

No Antigo Testamento, a bíblia fala do dízimo antes da Lei Mosaica e durante a Lei.
Antes da lei, o dízimo foi um ato voluntário e não rotineiro, sendo praticado em duas
situações. Abraão (Gênesis 14.17-20), após uma vitória, muito provável que em
forma de gratidão, pois não havia nenhuma ordem de Deus, dizimou a
Melquisedeque, um sacerdote de Deus, o que ganhou na batalha. Jacó (Gênesis
28.20-22) fez um voto e prometeu seu dízimo. Durante a Lei, o dízimo foi planejado
para sustentar os levitas (Números 18.21-24), mas também tinha relação com
produção de terras e frutos (Levítico 27.30-33). Também foi usado para festas e
para ajuda aos pobres (Deuteronômio 14.22-27 e 28-29), além outros propósitos
semelhantes citados no AT.

Não há, no Novo Testamento, nenhuma passagem que nos ordene diretamente a
dizimar, no entanto, será que precisamos de um mandamento direto para que
ajudemos financeiramente no sustento da casa do Senhor? Embora não haja a
ordenança na bíblia, também não há a proibição. Hoje em dia, não somos presos a
regras do AT, no entanto, devemos ser conduzidos através da gratidão. A
INTENÇÃO é mais importante do que a OBRIGAÇÃO. Deus examina nossas
intenções (Jeremias 17.10).

Qual a diferença entre dízimo e oferta?

O dízimo significa 10% de algo. Atualmente, esse “algo” é tudo aquilo que
recebemos financeiramente, aquele valor que Deus nos permitiu ganhar para
nosso sustento básico. Deus não quer que sejamos endividados, portanto, pagar
dívidas e obrigações necessárias é um dever nosso perante a sociedade e

25
demonstra um bom testemunho (Romanos 13.5-7), enquanto dar o dízimo não é um
dever, é uma opção. Por isso, não devemos abdicar de um em prol do outro, mas
buscar viver uma vida equilibrada, efetuando os dois através de uma boa
administração cristã sobre os recursos que Deus nos dá. A oferta não é um valor
“calculado”, ela é um valor qualquer que seu coração quis oferecer a Deus e a igreja
em algum momento. Seja R$1,00 seja R$1.000,00.

Por que precisamos, então, dizimar e ofertar?

Se você faz parte de uma igreja institucional, você deve ter em mente,
naturalmente, que a igreja precisa ser ajudada e sustentada financeiramente e que
você é instrumento nessa ajuda. Embora a igreja seja, exclusivamente, para a obra
do Senhor, vivemos em um mundo capitalista, o qual é preciso ter despesas para
obtenção de coisas. Há gastos para obtenção de materiais de limpeza, para
aquisição de cadeiras, mesas, instrumentos musicais, ventiladores, para
pagamento de água, de energia, de salários a funcionários que dedicam horas do
seu dia para organizar a igreja em todos os aspectos, entre outros. Os pastores que
se dedicam integralmente a cuidar de vidas e a manter o sustento da igreja também
precisam de salários para se sustentar (1 Timóteo 5.17-18). O que você desfruta
dentro da igreja é real e precisa ser pago para que continuemos reunidos lá. É, no
mínimo, egoísta querer desfrutar de algo e não se incomodar para ajudar a manter.

Infelizmente, a igreja evangélica tem sido mal vista por causa de notícias a
respeito de igrejas que fazem o mau uso do dinheiro que ganham dos cristãos,
além de se utilizar da “teologia da prosperidade” e de “trocas de bênçãos”. Nosso
olhar deve estar atento a isso.

Por que utilizar, hoje em dia, os 10% como referência?

Antes de tudo, mais do que se apegar a uma porcentagem, devemos lembrar


que Jesus não entregou na cruz só 10%, Ele se doou 100% para nós e foi o
exemplo vivo de entrega, de altruísmo, e de AMOR. Ele se fez pobre para que
fossemos ricos – mas não financeiramente (2 Coríntios 8.9). No entanto, há
algumas reflexões que pode fazer você decidir dar 10% para a obra de Deus, não
por obrigação, mas por opção.

“Se há prontidão, a contribuição é aceitável de acordo com aquilo que alguém tem, e
não de acordo com o que não tem. Nosso desejo não é que outros sejam aliviados
enquanto vocês são sobrecarregados, mas que haja ”. (2 Coríntios 8,12-13).

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1) Proporcionalidade (1 Coríntios 16.1-2): Se, mesmo após arcar com as dívidas das
suas necessidades básicas (comer, beber e vestir), há condições de separar 10% da
sua renda para contribuir, seja quem ganha R$1.000,00 ou R$100.000,00, todos
estarão ajudando de forma proporcional ao que tem. É algo justo.

2) Compromisso (2 Coríntios 8.7): Se você decide separar uma parte dos seus
ganhos, todos os seus planejamentos serão baseados no compromisso que
você tem em ajudar a obra do Senhor e em não gastar aquele valor. A excelência
também está no contribuir.

3) Desapego/repartição (Atos 2.44-45): Você ganha 100% do Senhor, certo?


Quando você decide separar 10% para dar a algo que não envolve gastos pessoais
e que não te tragam benefícios diretamente, você para de pensar somente em seus
interesses e desenvolve no seu coração o prazer em ajudar outras vidas. (Afinal,
dízimos e ofertas também ajudam missionários, projetos sociais e ministérios).

Para a construção do Templo do Senhor, em Israel, Davi ofereceu, voluntariamente,


boa parte de seus recursos, como ouro e prata, e ainda incentivou que outras
pessoas fizessem o mesmo. Davi falou “Agora, quem hoje está disposto a ofertar
dádivas ao Senhor?” (1 Crônicas 29.5b). Em seguida, todos começaram a ofertar e
a dar os seus melhores recursos para a obra do Senhor. A bíblia é clara, no versículo
9, quando diz que TODOS se alegraram em fazer isso com o coração íntegro e
voluntariamente. Davi finaliza com uma linda oração a Deus.

Leia agora com seu discipulador 1 Crônicas 29.10.17. “Quem somos nós para que
pudéssemos contribuir tão generosamente como fizemos? TUDO vem de ti, nós
apenas te demos o que vem das TUAS mãos” (v.14).

Se você, realmente, não poder contribuir com 10%, Deus não vai te castigar, afinal,
Ele conhece todos suas necessidades e despesas. No entanto, se você tem
condições “de sobra” para dar mais que 10%, você pode se programar para isso
também. Entregar algo a Deus não é investimento pessoal, mas quando doamos
com ALEGRIA e com desprendimento ao dinheiro, aquilo não nos fará falta
nenhuma porque Deus nos supre de TODAS as formas.

“Lembre-se: aquele que semeia pouco também colherá pouco, e aquele que
semeia com fartura, também colhera fartamente. Cada um dê conforme
determinou em seu CORAÇÃO, não com pesar ou por obrigação, pois Deus AMA

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quem dá com ALEGRIA. E Deus é poderoso para fazer que toda a graça lhes seja
acrescentada, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que
é necessário, vocês TRANSBORDEM em toda boa obra” (2 Co 9.6-8).

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você dizima ou oferta? Se não, qual o motivo?

03 De forma prática, leia 2 Coríntios 8 e 9 e no próximo encontro compartilhe


o que você achou e se algo a respeito disso mudou em sua mente.

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Encontro 08: A Fé e a Graça

Introdução: “Pois pela GRAÇA vocês são salvos, por meio da FÉ, e isto não vem de
vocês, é dom de Deus” (Efésios 2.8). A fé e a graça estão intimamente relacionadas
e têm tudo a ver com a nossa salvação e caminhada cristã.

O que é a fé?

O dicionário Aurélio nos diz que fé é “um sentimento de quem acredita em


determinados ideais ou princípios religiosos”. Aos olhos humanos, a fé pode ser
depositada em qualquer coisa: pessoas, objetos, religião, trabalho etc. No entanto,
como cristãos, nossa referência é a bíblia e ela nos diz, em Hebreus 11.1, que fé “é a
certeza de coisas que se esperam e a convicção de fatos que NÃO se veem”. O
versículo 6 deixa claro que, sem ela, é impossível agradar a Deus, pois, para se
aproximar dEle, é preciso acreditar na sua existência e nas recompensas que terão
quem O busca.

A fé em Jesus Cristo e uma vida baseada nela é o diferencial de qualquer cristão.


Há muitas passagens bíblicas que falam sobre o quanto ela é mensurável. Para o
centurião, em Lucas 7.1-10, Jesus afirmou que nunca tinha visto em Israel alguém
com TANTA fé; assim como em Mateus 8.26, Jesus chamou os discípulos de
“homens de PEQUENA fé”. Assim como um músculo hipertrofia de acordo com a
utilização que fazemos dele, quanto mais nos aproximamos de Deus, mais Ele
aumenta nossa fé. Quanto mais a nossa fé aumenta, mais vamos conseguir
enxergar a realização de milagres e as maravilhas que Deus realiza diariamente em
nossas vidas. A falta de fé do povo fez com que Jesus realizasse poucos milagres
na sua cidade natal (Mateus 13.58).

Ter uma fé que agrada a Deus não é simplesmente acreditar que Ele existe (afinal,
até os demônios creem, como há em Tiago 2.19), mas viver de acordo com o que Ele
diz, tendo a certeza de que cada passo que nós damos (2 Coríntios 5.7), Ele se faz
presente - inclusive nos momentos ruins - e que a Sua vontade deve prevalecer em
nossa vida. Através da fé, Deus nos dá a oportunidade de perceber o seu agir não
só no âmbito físico, mas também no espiritual.

A fé em Jesus traz a salvação (Atos 16.31), mas também traz obediência, afinal,
quanto mais fé, menos questionamentos à palavra de Deus e a Sua vontade nós

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teremos. É a fé em Deus, e não em homens, que vai nos deixar firmes mesmo em
meio à sequidão (Jeremias 17.5-8). É por causa da fé que conseguimos entender
que há um tempo certo para todas as coisas (Eclesiastes 3.1) e não ficamos tão
aflitos diante da incerteza sobre o futuro, afinal, cremos que Deus também está lá.

Embora as atitudes e o testemunho sejam importantes para que outras vidas


conheçam Jesus, você não deve ficar calado, mas pregar o evangelho, pois a bíblia
afirma que “a FÉ vem por se OUVIR a mensagem e a mensagem é ouvida mediante
a Palavra de Cristo” (Romanos 10.17). Portanto, é preciso também falar, pregar,
testemunhar e proclamar sobre a boa nova, pois ela também produz fé. Que pregar
não seja uma vergonha e que as perseguições não te paralisem, afinal, quem
perseverar até o fim será salvo (Mateus 10.22).

Como Tiago 2.14-26 afirma, a fé e as obras estão totalmente ligadas, não porque a
obra produz fé e salvação, mas porque a obra é o próprio fruto de uma vida salva e
grata. Quando entendemos o que Jesus fez por nós, é impossível ficar parado e não
ter uma vida que seja frutífera em boas obras (Salmos 92.12-15). Fiquemos atentos:
Tendo fé, Jesus assegurou que faríamos obras maiores que as dele (João 14.12). A
fé é dada por Deus, mas o cultivo e o crescimento dela cabem a nós.

E a GRAÇA?!

A graça é o que se conhece por “favor imerecido”. Antes mesmo de nós nascermos,
Jesus morreu pelos nossos pecados, ou seja, somos salvos não porque NÓS
fazemos algo, mas porque ELE já fez o que precisava ser feito (Romanos 8.31-39).
Não somos merecedores de receber nada, mas Ele nos deu tudo. (Romanos 3.23).

Hoje vivemos na época da graça, e não na da lei, pois não precisamos mais cumprir
uma lei para obter a salvação, a ordem é inversa: obedecemos à lei de Deus com
prazer justamente porque já fomos salvos. O Espírito Santo que habita em nós nos
ajuda nisso. Nunca conseguiríamos cumprir a lei 100%, pois somos limitados (Tiago
2.10) e, sem Jesus, estaríamos condenados. Mas Jesus fez isso por nós (Mateus 5.17).

Para cumprir a lei, Jesus resumiu tudo em dois mandamentos (Mateus 22.37-40):
Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Não é que
só existam dois mandamentos, mas cumprir a lei será mais fácil porque toda a
nossa vida estará baseada no AMOR.

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A graça sempre existiu, não é algo que veio junto com a vinda de Jesus a Terra.
Todas as vezes que Deus agiu em misericórdia e perdão com o Seu povo, mesmo
quando eles mereciam a morte, a graça dEle se fez presente. Onde o pecado
abundou, a graça SUPERABUNDOU. (Romanos 5.20).

Viver pela graça deve nos tornar graciosos. A graça vem sobre nós e deve refletir
no nosso próximo. Assim como Deus age conosco, devemos agir com os outros.
Jesus sempre olhou com amor para aqueles que eram visto como os “mais
pecadores”. TODOS nós necessitamos do seu perdão e amor diariamente. Não
há melhor ou pior para Deus.

A GRAÇA de Deus nos livra do legalismo porque entendemos que não é sobre nós
fazermos algo, mas é sobre o que Jesus já fez, afinal, não é por cumprir algo que
nos tornaremos melhores “Porque a lei foi dada por Moisés; a GRAÇA e a verdade
vieram POR JESUS CRISTO” (João 1.17). A graça é Deus olhando para nós e
enxergando Jesus através de nós.

Entenda o que Deus faz e aplique na sua vida com outras pessoas: Justiça é você
receber algo ruim porque é o que você merece. Misericórdia é você merecer algo
ruim, mas não receber. A graça é quando você merece receber algo ruim, mas Deus
é gracioso e vai além: decide te dar algo BOM.

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você tem muita ou pouca fé? Você já sentiu a graça de Deus em alguma
situação na sua vida? Compartilhe sobre isso!

03 De forma prática, ore e peça mais fé a Deus. Experimente também viver os


próximos dias como se tudo fosse um grande presente gracioso de Deus e
conte como foi a experiência!

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Encontro 09: O Fruto do Espírito e as Obras da Carne

Introdução: Vamos começar o estudo corrigindo a expressão que, frequentemente,


usamos de maneira errada. A Bíblia não fala sobre frutos, no plural, mas sobre UM
só fruto contendo diversas características. Não entendeu? Pense em uma
tangerina. Ela é um fruto, mas possui vários “gominhos”. Assim é o fruto dado pelo
Espírito Santo e desenvolvido em nós de acordo com nossa intimidade com Ele.
Gálatas 5.22-23 diz: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência,
amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio”.

A ideia do fruto é interessante porque sendo um só, plantado pelo Espírito Santo e
regado por nós para que haja colheita, ele é desenvolvido em nós por completo para
que todos os “gominhos” sejam praticados de forma igual, não uns mais que os
outros, afinal, se todos fazem parte do mesmo fruto, só há duas hipóteses para ele:
o apodrecimento ou a frutificação.

Quando Jesus fala “Venha o teu Reino; seja feita tua vontade, assim na terra como
no céu” (Mt 6.10) significa que a nossa salvação em Cristo Jesus não será
manifesta somente quando morrermos, mas, hoje, já devemos viver o Reino dEle
para a nossa realidade de vida. Se nós fazemos parte de um Reino, possuímos um
Rei. Portanto, nossas atitudes demonstram quem comanda nossas vidas e o fruto
do Espírito é uma dessas demonstrações.

A árvore será reconhecida pelos seus frutos: se a árvore é boa, o fruto é bom (Mt
6.17). Em João 15.5-8, Jesus afirma que é a Videira e que nós somos os ramos.
Você já viu alguma árvore fazer força para produzir um fruto? Com certeza não.
Assim somos nós, pois, se estamos ligados a Deus, em obediência, Ele produzirá
naturalmente o fruto em nós. Se o fruto do Espírito não está sendo manifesto em
nós, é preciso refletir: A quem estamos dando permissão para criar raízes em nossa
vida? O fruto do Espírito não é manifesto só quando estamos bem, mas em toda e
qualquer situação que estivermos vivendo.

É possível ter o Espírito Santo habitando em você e, ainda assim, viver de acordo
com as obras da carne. A Bíblia diz (Gálatas 5.19-21 - NVI) que elas são: “imoralidade
sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira,
egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes
(...)”. Entre o Fruto do Espírito e as Obras da Carne sempre prevalecerá aquele que

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está sendo mais ‘alimentado’. Assim, todos os dias é travada uma luta entre nossa
carne e nosso Espírito. Leia Gálatas 5.16-18 e perceba o que irá prevalecer no
decorrer da nossa vida. Vamos então nos aprofundar acerca desses assuntos.

Começaremos com as obras da carne!

“Imoralidade sexual/Orgias”: É tudo o que está relacionado à forma como usamos


nosso corpo para explorar e desfrutar do sexo, ou o desejo dele e atos relacionados,
fora do casamento. Esse tema será aprofundado no estudo 13, mas saiba desde já:
o sexo é algo bom e para ser aproveitado, mas somente dentro do casamento.
Paulo afirmou em 1 Coríntios 7.10 que, se não é possível controlar os desejos
sexuais, é melhor casar a ficar cedendo a esses desejos e desagradar a Deus. Pecar
sexualmente é pecar contra o corpo e ele é templo do Espírito Santo, por isso
devemos preservá-lo com todo cuidado (1 Co 6.18-20).

“Impureza”: A impureza começa na cabeça e é refletida em atitudes. Somos


impuros quando, em nossa mente, prevalecem pensamentos que não são puros,
que não são descritos como em Filipenses 4.8. Por isso, é importante de ter
cuidado com o que se vê e se ouve, pois o que permitimos entrar em nossa mente
exerce muita influência em nossas atitudes (e, na maioria das vezes, nem
percebemos isso). Entenda: Não é sobre você tirar o que tem de ruim na sua mente,
mas sobre você preenchê-la de coisas saudáveis e puras. Assim, impureza perderá
o seu lugar, pois no “espaço” terá prevalecido o que você tem colocado de bom, o
que agrada a Deus.

“Libertinagem/Lascívia”: Nada mais é do que usar a liberdade que temos em Cristo


(Gálatas 5.1) para tomar atitudes que alimentam a carne e desagradam a Deus
(Gálatas 5.13-14).

“Idolatria”: Deus quer que nos livremos dela (1 Jo 5.21). Engana-se quem pensa que
a idolatria só existe quando relacionadas a imagens e a santos. Ela começa quando,
em nosso coração, habita um deus que não é só o Deus Senhor e Salvador. Celular,
redes sociais, um relacionamento, igreja, ministério, uma pessoa, um emprego, tudo
isso pode se tornar um deus da sua vida quando você não coloca Deus à frente e
decide priorizar essas (e outras) coisas. Sem perceber, você já não consegue mais
viver sem esse deus. Deus é o único pelo qual nós devemos depositar o sentido da
nossa vida! Leia Isaías 46.9-10 / 44.6-10/ 44.18.

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“Feitiçaria”: Está ligado a adivinhações, astrologia, cartas, ‘receitas’ para
conquistar/destruir algo ou alguém. É tudo o que se diz ter poder para obter algo,
até mesmo informações. Esse mundo jaz do maligno (1 Jo 5.19) e ele ainda
tempoder para agir em coisas ou pessoas que não possuem a presença de Deus e,
portanto, estão vulneráveis a serem usadas por Satanás (que engana, ilude e atrai).
No entanto, tudo isso será lançado ao fogo (Isaías 47.12-15).

“Ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja”: Esse é o


grupo de tudo aquilo que traz separação, intriga e desunião. Todas essas coisas são
o oposto do AMOR, o que Deus quer para nós, afinal, é através dele que seremos
reconhecidos como discípulos de Deus (Jo 13.34-35). Esse grupo é capaz de
afastar pessoas do corpo de Cristo e prejudicar a caminhada de fé do cristão.
Quanto mais de Jesus tivermos em nosso coração, menos dessas coisas teremos
em nossas atitudes.

“Embriaguez”: O que nos tira de si e do nosso normal deve ser evitado, afinal,
devemos ser guiados apenas pelo Espírito Santo. Em 1 Co 10.31-33, a Bíblia nos
alerta que tudo que fizermos, inclusive beber e comer, deve ser pra glória do
Senhor, para engrandecê-lo e exaltá-Lo. Antes de colocar algo na sua boca, pense:
beber algum líquido que possua álcool vai exaltá-Lo em minhas atitudes e no que
eu estiver fazendo ou é mais provável que meus desejos carnais e algumas coisas
ruins em mim venham à tona?

No corpo de Cristo, há vários tipos de pessoas, inclusive, aquelas que lutaram e


continuam lutando contra o vício do álcool e, por isso, devemos ter mais cuidado
ainda, afinal, o que é “tranquilo” para mim, para o meu irmão pode ser uma pedra de
tropeço e atrapalhar toda sua caminhada cristã. Vida com Deus não é só sobre nós
e Deus, mas sobre eu, Deus e o meu irmão (“Ninguém deve buscar o seu próprio
bem, mas sim o dos outros” – 1 Co 10.24). Leia 1 Co 8.9-13.

A intenção não é proibir, mas refletir: “Esforcemo-nos em promover tudo o quanto


conduz à paz e à edificação mútua. Não destrua a obra de Deus (...). É melhor não
comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a
cair” (Rm 14.19-21). Leia o cap. 14 de Rm.

No entanto, em Gálatas 5.22, Paulo diz o que deve prevalecer em nós:

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O fruto do Espírito.

“Amor”: “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todos os pecados”. (Pv 10.12).
Toda a Bíblia aponta para Jesus, a forma revelada do amor de Deus por nós. Tudo é
sobre amor. Não é sobre o amor que vem de nós, condicional, mas sobre aquele que
vem de Deus, que traz perdão, graça misericórdia e transformação. Ele nos dá esse
amor e cabe a nós refleti-lo nos outros. Quanto mais amor, mais de Jesus nós
estaremos levando para o mundo sedento! Você não precisa sentir o amor para
demonstrá-lo, deixe fluir!

“Alegria”: “Porque a ALEGRIA do SENHOR é a nossa FORÇA” (Nm 8.10). Neemias


até chorou diante da situação ruim que acontecia, mas a alegria dele não era
circunstancial, era essa que habita em nós porque ELE habita também. Paulo, na
cadeia, nos diz “Alegrem-se sempre NO Senhor. Novamente digo: Alegrem-se” (Fp
4.4). Alegria não porque está tudo bem, mas porque Deus é bom o tempo todo e,
não importa o que acontece externamente (Leia 1 Co 4.16-18), Ele está conosco.
Alegria é forma de testemunhar o agir de Deus em nós. Quem consegue ser alegre,
humanamente falando, diante de algo ruim? Quem tem Jesus!

“Paz”: Paz não é ausência de conflitos, mas a tranquilidade mesmo em meio ao


caos. A paz vem de Deus, pois Ele disse “Deixo a vocês a paz, a minha paz dou a
vocês. Não a dou como o mundo dá. Não se perturbe o seu coração nem tenham
medo” (Jo 14.27). O “pacote” é completo, Jesus nos preenche e nos entrega tudo o
que precisamos, inclusive, a paz dEle! (2 Ts 3.16)

“Paciência”: “O homem paciente dá prova de grande entendimento” (Pv 14.29). A


falta de paciência tem origem na falta de compreensão. Você já percebeu que,
normalmente, ‘explodimos’ com algo e, após entender melhor a situação (Atraso, o
erro de alguém, algo que deu errado, pessoas diferentes etc), nos arrependemos?!
Paciência também envolve esperar, não ser ansioso, confiar que para tudo há um
tempo determinado e que Deus NÃO se atrasa (Ec 3.1).

“Amabilidade/Benignidade”: Isso envolve o nosso interior. Nossa natureza é


maligna e pecaminosa, mas quando o fruto do Espírito é desenvolvido, a
benignidade substitui a malignidade e o nosso coração se enche do bem que vem
de Deus. “Se alguém está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas se
passaram, eis que TUDO se fez NOVO” (2 Co 5.17). Nossas atitudes serão boas
porque, em nosso coração, haverá o que é bom.

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“Bondade”: É a externalização da benignidade. É uma arma de amor ao próximo.
Aqui, as obras físicas entram em ação e, nas atitudes, a benignidade é refletida
através da bondade (Ef 2.10). A bondade envolve ajudar os mais necessitados, se
desprender financeiramente, gastar tempo limpando as lágrimas de alguém, visitar
enfermos etc.

“Fidelidade”: “Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me
considerou FIEL, designando-me para o ministério” (1 Tm 1.12). Somos fiéis? A Bíblia
diz que quem é fiel no pouco, é fiel no muito (Lc 16.10), portanto, temos sido cristãos
fiéis à Palavra, ao ministério, à família, às pessoas? Somos confiáveis ou temos
mais facilidade com a falsidade e com a traição?

“Mansidão”: Um espírito manso e tranquilo é o que agrada a Deus (1Pe 3.4), pois
Jesus mesmo falou “(...) aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração”
(Mt 11.29). A pessoa mansa não se ira nem se abala facilmente diante das
frustrações e dos problemas. A calma é uma característica forte e é quase
impossível a mansidão estar aliada à confusão.

“Domínio Próprio”: Somos impulsivos por natureza, mas não devemos esquecer
que quem deve nos dominar é o Espírito Santo. “Porque todos os que são guiados
pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8.14). Quem tem domínio próprio
consegue negar as vontades carnais e que desagradam a Deus. “Afastem-se de
toda forma do mal” (1 Ts 5.22). Isso envolve ter domínio sobre as coisas atrativas,
mas que são ruins, como também controlar seus sentimentos e emoções ao invés
de deixar que eles controlem você!

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Quais obras da carne você tem deixado prevalecer? E o que precisa ser
mais desenvolvido no que diz respeito ao fruto do Espírito?

03 De forma prática, peça a Deus ajuda para se livrar das obras da carne que
você tem dificuldade e seja intencional em suas atitudes para desenvolver o
fruto do Espírito. Compartilhe como foi a experiência no próximo encontro!

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Encontro 10: Dons do Espírito Santo

Introdução: Diferentemente do fruto do Espírito, o qual nós devemos ter


integralmente e igualmente, os dons dados por Deus, através do Espírito Santo, são
diferentes em pessoas. É através do dom que cada cristão descobre sua função e
propósito no corpo de Cristo, para edificar a igreja e refletir Jesus na sociedade pelo
que cada um foi chamado para fazer.

“Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de


ministérios, mas o Senhor é o mesmo (...). A cada um, porém, é dada a manifestação
do Espírito, visando ao bem comum” (1 Co 12.4-5,7).

Quem decide qual dom que iremos ter é Deus (1 Co 12.11), não há relação com
méritos ou talentos. No entanto, Ele quer que tenhamos conhecimento dos nossos
dons para utilizarmos na edificação, pois Deus não quer que os enterremos (Leia Mt
25.14-30). Não há um dom mais importante do que outro, cada um tem sua devida
funcionalidade no corpo de Cristo.

Embora nem todos tenham descoberto seus dons, Deus os dá a todos, não há
quem não possua. Cabe a nós administrá-lo de forma que glorifique a Deus: “Cada
um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a
graça de Deus em suas múltiplas formas. Se alguém fala, faça-o como quem
transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê,
de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo, a
quem sejam a glória e o poder para todo o sempre. Amém” (1 Pe 4.10-11).

A Bíblia fala a respeito de alguns dons em Rm 12.6-8/ 1 Co 12.4-11/ 1 Co 12.28,


entre outros. Vamos nos aprofundar em alguns deles?

Dom de profecia: Leia 1 Co 14.1-3. Profetizar é simplesmente transmitir a


mensagem de Deus, dada pelo Espírito Santo, buscando, muitas vezes, exortar,
influenciar e endireitar o povo de Deus. A profecia pode ter relação com um
acontecimento futuro, uma previsão, mas ele é, em sua essência, um dom de
proclamação. Ela nunca contraria a Bíblia nem traz confusão.

Dom de sabedoria: É a capacidade de trazer soluções ou de resolver conflitos e


problemas difíceis com habilidade dada por Deus. É a facilidade em dar conselhos

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sábios e que trazem discernimento diante de situações específicas. Não é ensino
de estudo teológico, é ensino prático.

Dom de conhecimento: Esse dom envolve o entendimento e a compreensão e


revelação de coisas profundas de Deus e de alguns mistérios que envolvem a Sua
Palavra e Seu agir.

Dom de servir: Este dom faz com que o cristão tenha grande vontade em ajudar
ministérios e a obra de Deus através do seu tempo e disposição. A pessoa com
esse dom ama ajudar a igreja a crescer através do serviço, seja braçal, intelectual
ou relacional.

Dom de ensinar: Cristãos que o possuem transmitem a Palavra de Deus de forma


eficaz e clara para outras pessoas. Sem esse dom, é até possível ler e entender a
Bíblia, mas não explicará e tirará dúvidas tão bem quanto alguém que tem esse dom
de ser mestre.

Dom de dar ânimo: Possui este dom aquela pessoa que consegue animar quem
está triste ou que traz uma palavra de ânimo em meio a situações ruins, fazendo
grande diferença ali.

Dom da contribuição: É a capacidade de contribuir financeiramente para a obra de


Deus com alegria e desprendimento. O que importa não é o valor, mas o quão útil ele
poderá ser.

Dom de liderança: É a facilidade que as pessoas têm em transmitir uma visão,


ideias e valores e, através disso, influenciar pessoas a aplicarem o que foi
transmitido, mesmo sem intenção. Os líderes sempre veem além e não se limitam
ao que têm. São grandes agentes de transformação.

Dom de misericórdia: É o dom que faz as pessoas terem facilidade e capacidade


em ajudar outras vidas que passam por necessidades e por problemas.

Dom de cura: Através dele, pessoas são curadas e restauradas, mas não só de uma
doença, pois o seu lado emocional, espiritual ou social também podem ser alvos de
cura e de libertação.

Dom da fé: É a capacidade extraordinária e fora do comum de crer nas promessas


de Deus, sem duvidar que Ele seja capaz de cumprir. As pessoas com esse dom

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também ajudam no fortalecimento e encorajamento da fé de outros irmãos. Aqui, fé
é inabalável.

Dom de discernimento de espíritos: É o dom que as pessoas têm de discernir com


facilidade o que vem da Palavra de Deus (sejam ações ou palavras) e o que vem de
doutrinas ou situações falsas e satânicas. Para cristãos, não existe “sexto sentido”,
existe esse dom. Fique atento!

Dom de evangelismo: Possuem esse dom aquelas pessoas que transmitem com
muita tranquilidade e facilidade, de forma eficaz, a Palavra de Deus aos que não são
cristãos ou crentes em Jesus. É muito comum pessoas aceitarem a Jesus através
dos cristãos com esse dom.

Dom de línguas: É um dos dons mais mal interpretados. A Bíblia fala sobre a língua
dos anjos (Não é muito aprofundada, visto que Paulo só fala sobre ela à igreja de
Corinto – 1 Co 14). Assim como todos os outros dons, somente algumas pessoas o
possuem. Ele não tem relação com “recebimento do Espírito Santo ou da salvação”.
No caso de Pentecostes (Atos 2), a palavra grega ‘línguas’, traduzida, significa
literalmente ‘idiomas’. Ali, os apóstolos compartilharam o evangelho em seu idioma
nativo e pessoas com outros idiomas entendiam/ouviam em sua própria língua.
Esse é o dom que dá ao falante a capacidade de falar, orar e adorar uma língua
desconhecida para si.

Dom de interpretação de línguas: Assim como há quem fale em línguas diferentes,


para que a igreja seja edificada (1 Co 14.19) é preciso que alguém traduza, ou seja,
que possua esse dom.

Dom de administração: É o dom que dá a capacidade de fazer uma organização,


seja igreja ou não, funcionar e ter seus planos bem executados e pessoas bem
direcionadas e organizadas.

Dom de pastorado: É o dom que Deus dá a homens para que as ovelhas sejam, por
eles, cuidadas, guiadas e instruídas a se manterem na Palavra de Deus e a crescer
espiritualmente, contribuindo para que elas se pareçam, cada dia mais, com Jesus
Cristo. (1 Pe 5.1-4).

Há alguns outros dons que poderiam ser citados, visto que Deus escolhe como se
manifestar e o que desenvolver em cada um dos seus filhos - para a expansão do
seu Reino aqui na Terra - de acordo com Sua vontade. Não são testes ou leituras

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que irão fazer você descobrir qual é o seu, mas um relacionamento íntimo e
profundo diário com Deus para que ELE te revele aquilo para o qual Ele te chamou
para fazer e ter o privilégio de contribuir na Sua obra.

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Qual foi o dom (ou os dons) que você mais se identificou? Por quê?

03 De forma prática, ore a Deus pedindo revelação e sabedoria para descobrir


qual o seu dom ou como você pode se aprofundar nele e ser mais útil para
o Reino de Deus. Compartilhe o que você descobriu no próximo encontro!

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Encontro 11: Ide - Evangelismo e Missões

Introdução: Engana-se quem acha que evangelizar e fazer missões são práticas
somente dos famosos “missionários”. Pregar o evangelho não é profissão nem um
dom dado a poucos, mas é um ato natural de todos aqueles que receberam a boa
notícia sobre Jesus e sua ressurreição e não querem ficar parados diante disso.
Não é preciso viajar para evangelizar, afinal, todo cristão deve fazer isso em casa, no
trabalho, na faculdade, onde quer que esteja. “Cantem ao Senhor, bendigam o seu
nome; CADA DIA proclamem a sua salvação! Anunciem a sua glória entre as
nações, seus feitos maravilhosos entre todos os povos!” (Sl 96.2-3).

O que é evangelizar?

É contar a boa notícia sobre o que Jesus fez para dar salvação aos pecadores. Em
2 Coríntios 5.20, Paulo afirma que somos embaixadores de Cristo, ou seja,
representamos um reino celestial neste mundo caído. Evangelismo não é sobre
usar somente as palavras, mas é sobre pregar também com a vida. “Eles afirmam
que conhecem a Deus, mas por seus atos o negam; são detestáveis,
desobedientes e desqualificados para qualquer obra” (Tito 1.2). Mesmo que não
falemos nada, nossa vida pode testemunhar o poder de Deus operando em nós.

Nossas atitudes são importantes para que honremos o que Jesus fez por nós e
vivamos como filhos de Deus, mas não podemos nos acomodar em não pregar o
evangelho, afinal, para que saibam o que Cristo fez pelos pecadores, é necessário
falar. “Como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão se não
houver quem pregue? E como pregarão se não forem enviados?” (Rm 10.14-15).

Evangelizar é uma ordenança de Jesus Cristo. Logo após sua crucificação, quando
Ele ressuscitou e apareceu aos discípulos, deixou uma ordem: “Portanto, vão e faça
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que ordenei a vocês. E eu estarei
sempre com você, até o fim dos tempos” (Mt 28.19-20).

Jesus não veio ao mundo para salvar somente aqueles que tiveram o privilégio da
Sua presença, mas para todo aquele que crê e que declara que Ele é o único e
suficiente Salvador e Senhor. Nada era segredo, muito pelo contrário, as boas
novas deveriam ser espalhadas. E, assim, fizeram os primeiros cristãos. “Os que

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haviam sido dispersos, pregavam a palavra por onde quer que fossem” (At 8.4).
Jesus os enviou, assim como continua a nos enviar para levar esperança a todos.
“Assim como o Pai me enviou, Eu os envio. E, com isso, soprou sobre eles e disse:
Recebam o Espírito Santo” (Jo 20.21-22). Portanto, Jesus nos envia e, através do
agir do Espírito Santo em nós – porque, por conta própria, não conseguimos fazer
nada –, somos capazes de transformar o mundo e levar pessoas à reconciliação
com Cristo.

Como foi dito em lições anteriores, “todos pecaram e estão destituídos da glória de
Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que
há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a
fé, pelo seu sangue, demonstrando sua justiça” (Rm 2.23-25). Por causa de Adão,
já nascemos pecadores (Por que você acha que não precisa ensinar uma criança a
mentir, ela já o faz naturalmente?). No entanto, Jesus morreu por nós para que não
fossemos condenados. Ele pagou o preço.

Portanto, nós já aprendemos e vivemos isso, mas ainda há muitas pessoas que
precisam saber que estão mortas espiritualmente e precisam, urgentemente, se
reconciliar com Cristo para que possam ter vida eterna (2 Co 5.18-21). Cada um de
nós deve proclamar que há esperança em Cristo Jesus, não em méritos nossos.
“Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que
Deus ressuscitou dentre os mortos, SERÁ SALVO. Pois com o coração se crê para
justiça, e com a boca se confessa para a salvação”. (Rm 10.9-10).

Não fomos chamados somente para falar do evangelho e sair pregando por aí. Fazer
discípulos envolve muito mais do que anunciar que há salvação em Cristo Jesus.
Assim como Jesus dedicou tempo ensinando, cuidando e amando, a nossa missão,
como cristãos, não termina quando o plano de salvação é falado e pronto.
Precisamos acompanhar aqueles que são novos na fé, discipular e prepará-los para
que sejam novos discípulos de Jesus e continuem propagando e vivendo as boas
novas. Não somos chamados para levar infinitas pessoas para dentro de uma igreja,
mas para ser e fazer discípulos que são seguidores de Jesus e fazem diferença no
mundo.

Deus não escolhe pessoas específicas para praticar o evangelismo, pois, por sua
graça e misericórdia, é Ele quem fala através de nós. No entanto, precisamos ter
algumas coisas em mente antes de pregar o evangelho:

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1) Oração é fundamental (1 Tm 2.1-4)

Se a salvação vem do Senhor, precisamos buscá-Lo para pedir sabedoria em como


agir e o que falar para as pessoas que nos ouvirão.

2) Devemos estar preparados (1 Pe 3.15-15):

Precisamos estar preparados, sempre, para responder a razão da nossa esperança.


Portanto, devemos nos aprofundar, diariamente, na Palavra de Deus. A Bíblia
sempre nos ensinará algo, pois ela é viva e eficaz (Hb 4.12).

3) Use a Bíblia como referência (Jo 8.31-32)

Nossas palavras não têm poder, mas as de Deus sim. Nunca devemos evangelizar
falando sobre nossas opiniões pessoais, mas sempre apresentar a Palavra de Deus,
pois somente ela é capaz de libertar alguém da escravidão do pecado.

4) Não acusar nem tentar convencer, mas apenas testemunhar (At 1.8)

Quem convence alguém do seu pecado é o Espírito Santo (Jo 16.8). Também não
cabe a nós apontar erros ou julgar, afinal, Deus é o único juiz (Sl 7.11). Testemunhas
falam sobre o que vivem e o que veem, esse é o nosso papel. Proclamar o que
Jesus fez e continua a fazer em nós e no mundo.

5) A igreja é importante instrumento de evangelização (Ef 3.8-11)

Templos humanos não salvam ninguém, no entanto, a caminhada de fé não deve


ser feita sozinha. Convidar pessoas para ir a igreja ainda é muito eficaz na
propagação do evangelho. Muitas pessoas têm encontros reais com Jesus dentro
de igrejas e, ali, começam a fazer parte do Corpo de Cristo.

6) Amar (1 Co 13.2)

Amar a Cristo, amar a si mesmo e amar o seu próximo. O cristianismo gira em torno
do amor. Nada deve ser feito por obrigação, mas porque um dia Ele nos amou
primeiro (1 Jo 4.19). Através do amor dEle, seremos capazes de dividir com o
próximo a melhor notícia de todas: Jesus!

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E Missões? O que é?

Missão nada mais é do que o envio. Todos nós somos enviados por Deus. Um
grande homem de Deus, John Stott, disse uma vez: Missão, antes de tudo, significa
tudo aquilo que a Igreja é enviada ao mundo para fazer. No entanto, existem
pessoas que sentem o chamado específico de Deus para deixar sua terra e sair
pregando as boas novas pelo mundo afora, colocando em prática o que há em
Salmos 96.3: “Anunciem a sua glória entre as nações, seus feitos maravilhosos
entre todos os povos!”.

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você tem pregado o evangelho em seu meio? Se não, como você pode
mudar isso?

03 De forma prática, que tal escolher alguém para falar sobre Jesus essa
semana? Fale o nome da pessoa para seu discipulador, ore por isso e
compartilhe a experiência no próximo encontro!

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Encontro 12: Serviço e Liderança
Estudo feito com base no livro “A revolução no voluntariado” de Bill Hybels

Introdução: “Nós amamos, servimos e cuidamos dos outros porque esta é a


conduta normal de pessoas cheias do Espírito de Deus. Somos cristãos. Cristo foi
o servo maior. Não podemos deixar de servir porque o Espírito do Servo tem
enchido o nosso coração. Quando servimos, estamos sendo apenas quem
naturalmente somos”. (Steve Sjogren).

Jesus foi o maior exemplo de serviço que houve na Terra. Mais do que ações, Ele
deu a sua própria vida por amor a pessoas. Esvaziando-se de si, foi servo. (Fp
2.5-11). Fomos chamados a servir pessoas e criados para realizar boas obras já
preparadas por Deus (Ef 2.10) e inspirados por Jesus a não ficar parados (João
13.14-17), mas ser o primeiro a lavar os pés das pessoas. Não é sobre o que você
faz, mas sobre o que você permite que Deus faça através da sua vida.

A Bíblia é repleta de homens e mulheres que decidiram não só 1) receber a salvação,


2) ser meros espectadores do agir de Deus no mundo 3) ser consumidores do que
igrejas oferecem, mas a viverem o privilégio de trabalhar a serviço de Deus para
transformar o mundo através do evangelho. Jesus chamou pessoas comuns para
serem seus discípulos e abençoar vidas, portanto, não pense que você precisa ser
extraordinário para servir pessoas, você só precisa ter o coração disposto e ser
obediente a Deus. A fé sem obras é morta (Tg 2.17), então, coloque-a em ação!
Existem alguns pontos que você precisa levar em consideração ao servir:

1) Não busque reconhecimento (Mt 6.3-4): Faça o que faz por amor a Deus e
porque tem nEle sua fonte de inspiração. Não queira que os outros percebam suas
obras de serviço, pois pessoas são imperfeitas e se a sua motivação para agir
estiver nelas, quando elas falharem em reconhecer, você falhará em servir. Mesmo
que ninguém veja, Deus está vendo!

2) Não espere recompensas (Gl 6.9-10): Nem sempre servir trará retornos
instantâneos ou benefícios pessoais, mas o serviço genuíno sempre gerará frutos
espirituais e, no tempo certo, eles aparecerão (não necessariamente para você,
mas para o engrandecimento do Reino dEle).

3) Não seja seletivo no serviço (Lc 6.35-36): Não escolha a quem servir. Jesus
disse que é fácil fazer algo por quem amamos, pois até os pecadores o fazem. Você

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precisa ir além e fazer como Jesus: sirva a todos, até aos seus inimigos. Um ato de
amor em meio ao ódio pode mostrar o que Jesus é capaz de operar.

4) Suas obras glorificam a Deus (Mt 5.16): Não sirva para que você seja visto, mas
para que somente Jesus seja reconhecido através do seu serviço. Sua boa obra
deve apontar para Cristo sempre. Se te elogiarem por um ato de serviço, diga quem
foi o responsável por tê-lo realizado através de você. Saiba bem de quem é a glória:
“pois dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas. A Ele seja a glória para sempre!
Amém.” (Rm 11.36).

5) Sirva porque você ama através ações (1Jo 3.18): Que sua motivação em servir
seja uma consequência por você amar a Deus e amar ao seu próximo. Não só fale,
mas aja!

6) Motive pessoas a servir (Hb 10.24): Essa palavra cabe a todos, mas se você é
líder, preste mais atenção ainda. Você é tão apaixonado por servir que as pessoas
ao redor se sentem motivadas e encorajadas não só com suas palavras, mas com
suas ações? Nem sempre todos são proativos ou agem por conta própria, portanto,
seja o empurrão motivador na vida das pessoas. Chamem-nas para experimentar,
para aprender e conhecer sobre o serviço na igreja. Apresente as áreas,
acompanhe e mostre pra elas que servir não é um peso, mas um privilégio. Seja tão
empolgado, cheio de amor e alegre servindo naquilo que Deus te chamou ao ponto
disso ser um encorajador natural. O que você faz tem mais poder de influenciar do
que o que você fala ou pede. Lave os pés - não somente peça para que lavem.

7) Seja ensinável e flexível (Fp 4.11): Sempre há algo para aprender, não importa
quantos anos de serviço tenha ou quais experiências você já vivenciou no
ministério de Cristo. Seja humilde em aprender sobre como determinadas coisas
podem ser melhoradas e saiba que mudar suas ações em certas áreas ou
situações pode trazer excelência no que você faz para Deus e para as pessoas.
Seja moldável e não tenha vergonha de admitir que você possa ter errado no seu
servir.

8) Serviço sem disciplinas espirituais é ativismo (Lc 10.38-42): Você pode até
fazer coisas “para Deus” e, ainda assim, não se relacionar com Ele, mas isso não o
agradará. O serviço que agrada a Deus é reflexo de uma vida de oração, de leitura
da Palavra e de jejum. Quanto menos de Jesus você tiver na sua vida, mais da sua
natureza carnal e pecaminosa vai prevalecer nas suas obras. Para cuidar de
pessoas, você precisa primeiro cuidar de si. Alimente o seu espírito!

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9) Não se abale na frustração do serviço (1Co 15.58): Nem sempre o serviço será
um ‘mar de rosas’. É possível que haja frustrações, desânimos e desertos em meio
a suas boas obras, mas lembre-se de que também houve para Jesus. Nem sempre
as pessoas queriam o que Ele tinha para oferecer, mas a obra de Deus continuava
ainda assim. Servir não é uma corrida de curta duração, mas uma grande maratona.
Algumas vezes, sacrifícios serão necessários para que o cuidado com vidas seja
efetivado de forma integral. O trabalho para Deus nunca é inútil.

Entenda: Deus não precisa do seu serviço, mas você precisa dEle para servir e para
transformar a realidade a sua volta. Jesus poderia ter vivido o seu ministério
sozinho, mas Ele decidiu chamar 12 pessoas para iniciar tudo. Até hoje, Deus
continua a operar dessa forma, Ele não precisa do nosso esforço, mas nos confiou
a sua missão para que vivêssemos o privilégio de agir no mundo junto com Ele.
“Portanto, somos embaixadores de Cristo” (2Co 5.20). Visto que Deus decidiu ter
um corpo aqui na Terra, somos seus braços e suas pernas. Se nós estamos nos
movendo, o mundo enxerga Deus se movendo através de nós. Não fique estático,
sirva na obra do Senhor!

Se você não sabe no que servir, se ainda não descobriu o seu dom, pense sobre as
habilidades que você tem e busque experiências! Tente servir em certas áreas e,
com o tempo, descubra aquilo que te impulsiona a fazer mais e mais. Alinhe a sua
paixão com o serviço na obra de Deus. Como disseram certa vez: “Faça algo em
algum lugar – AGORA!”. Não perca tempo, pois “a colheita é grande, mas os
trabalhadores são poucos” (Lc 10.2).

Quanto a LIDERANÇA, ela nada mais é do que você, naturalmente, inspirar vidas a
se moverem. Não espere um cargo de líder para servir. A liderança é uma
consequência natural de quem serve com todo o coração e influencia vidas de
forma positiva. Existem pessoas com cargos de Pastores e de líderes, mas que não
inspiram nem exercem influência sobre seus liderados (e quando agem sobre eles
é por causa da posição que têm, e não pela postura que possuem). Não busque ser
líder de funções, acima de tudo, seja líder de pessoas (e, para isso, você não precisa
de cargo). Não profissionalize seu ministério nem o torne uma obrigação. Que seu
serviço maior seja o de motivar e inspirar pessoas a serem mais parecidas com
Jesus.

Por fim, ATENÇÃO, líderes! Deleguem funções e acompanhem seus liderados


(Êxodo 18.17-26). Grandes ministérios têm falhado porque, por um lado, algumas
pessoas têm sido sobrecarregadas e, por outro, outras não têm sido bem cuidadas.

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Moisés foi aconselhado pelo seu sogro a escolher “homens capazes, tementes a
Deus e dignos de confiança” (v.21) para ajudá-lo em seu ministério. Não delegue
somente funções, mas cuidem dos seus liderados para que eles estejam sendo
cuidados e aptos a cuidarem de outras vidas. Pessoas saudáveis saram pessoas,
pessoas feridas ferem pessoas. Viva a “pirâmide do cuidado e do amor”. Assim,
cada servo estará sempre cuidando DE alguém e sendo cuidado POR alguém. Não
negligencie vidas, Deus nos chama para ser pescador de homens, não de coisas!
(Lc 5.10). Vá atrás, ame, prepare, cuide, invista tempo e lembre-se sempre: A maior
ferramenta de Deus sempre foi pessoas!

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você serve em algo? Em quê? Como você se sente ao servir? Se não,


gostaria de fazê-lo?

03 De forma prática, escolha alguém essa semana para cuidar e investir tempo
de conversa e orando por ela. Compartilhe no próximo encontro essa
experiência.

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Encontro 13: Pureza Sexual

Introdução: A pureza sexual não significa só virgindade ou ausência do ato sexual,


mas ela está intimamente ligada com o que há na mente, no coração. É possível
você ser imoral sexualmente somente com pensamentos e desejos pecaminosos.
A pureza sexual significa manter a santidade na sexualidade.

Você pode ser casado ou um solteiro (sem práticas sexuais), ainda assim, não ser
puro sexualmente. Em Salmos 119.9: “Como pode o jovem manter pura a sua
conduta? Vivendo de acordo com sua palavra”. Embora seja uma instrução aos
jovens, essa palavra serve para todas as idades. Guardar a Palavra de Deus no
coração nos ajuda a não pecar (Sl 119.11). Portanto, constantemente precisamos
recorrer à Bíblia para que quando os desejos e cobiças carnais aparecerem, nossa
mente esteja de acordo com o que o Espírito deseja (Rm 8.5).

Seu corpo é templo do Espírito Santo, então, pecar sexualmente é pecar contra
seu próprio corpo (1 Co 6.18-20). Devemos glorificá-lo. Qual é a vontade de
Deus? “é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual.
Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, não
dominado pela paixão de desejos desenfreados” (1 Ts 4.3-4). A Bíblia possui
inúmeras condenações à imoralidade sexual e muitos alertas de que todo
cristão deve fugir dela.

O sexo e o casamento

O sexo foi algo criado por Deus para ser desfrutado dentro do casamento. Através
do sexo, você se torna um só com alguém (Gn 2.24 e 1 Co 6.16-17) e, por isso, é tão
importante que você se una e seja uma só carne com a pessoa que você firmou
laços eternos diante dos homens e de Deus. Paulo afirma que o casamento é a
solução para que a relação sexual, o toque entre homem e mulher, não seja
considerada uma imoralidade sexual (1 Co 7.1-2). Portanto, o sexo fora do
casamento é considerado pecado por ser uma imoralidade sexual (Gl 5.19).

Quando você aprende a controlar seus impulsos sexuais enquanto solteiro, os


reflexos positivos disso refletem no seu casamento. Diante de tentação para um
sexo fora do casamento, você está apto para dizer não. Diante da impossibilidade
(gravidez de risco, doença, etc.) de ter relações sexuais, você vai ter aprendido a
controlar seus desejos, entre outros benefícios “humanos”.

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O casal não deve se abster do sexo, exceto por consentimento mútuo e com
propósito específico (1 Co 7.3-6). A resposta ao que é permitido ou não dentro do
matrimônio é por conta do casal: o que for de acordo pelos dois e que não envolva
adultério e terceiros.

A homoafetividade

Deus criou o homem e a mulher para se relacionarem e procriarem. Do início - Adão


e Eva (1.27-28) - ao fim - casamento entre a noiva (igreja) e o noivo (Jesus) - é tudo
sobre família, sobre a união entre homem e mulher. Relações sexuais e deturpadas
entre mesmo sexo é pecado (Rm 1.24-27 / Lv 18.22 / 1 Co 6.9). No entanto, quem
luta contra desejos homossexuais não é pior do que quem vive em uma
heterossexualidade depravada. Para Deus, tudo que alimenta a carne e vai contra a
Sua vontade é pecado e devemos lutar contra ele todos os dias da nossa vida. O
que é feito com esse desejo: você alimenta ou mata? (Cl 3.5-6)

Homossexuais devem ser amados e cuidados no corpo de Cristo. Eles não devem
estar fora da igreja, mas dentro, pois somente lá eles poderão ouvir sobre o
evangelho que liberta (Ef 4.15-16). É preciso que eles sejam encorajados e ajudados.
Todos os cristãos precisam ter a consciência de que essa não é uma batalha
vencida de um dia para o outro: sejam pacientes (Ef 4.2). Todos pecam (1 Jo 1.8-10),
mesmo que de formas diferentes, e todos devem se ajudar nessa luta contra o
pecado.

A pornografia

É um vício que tem feito parte da vida de muitas pessoas, principalmente com o
crescimento da internet. Ela traz reflexos negativos para relacionamentos e para a
vida individual do cristão. Sem dúvidas, “somente” olhar é pecado, pois desejos e
certas atitudes pecaminosas surgem a partir disso (Mt 5.27-29). A pornografia cria
uma fantasia acerca do sexo e de certos padrões que, quase sempre, só existe nas
imagens, mas não na vida real. Assim, quem assiste pornografia pode se frustrar
em suas relações e trazer agressões, desvios e abusos sexuais para com seu
(futuro) cônjuge.

A masturbação

Ela é um vício em seu próprio corpo, é um prazer egoísta. A Bíblia não tem uma
afirmação clara sobre esse assunto, mas o seu significado é manus (mão) +

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stupare (desonrar, profanar). Ela é, quase sempre, a consequência de pensamentos,
desejos sensuais / sexuais e, pior, da cobiça por pessoas que não seja seu cônjuge.
Tudo que fazemos deve ser para a glória de Deus (1 Co 10.31), e a sua masturbação
não glorifica nome dEle. Se em você há dúvidas de que sua prática desagrada ou
não a Deus, é melhor abandoná-la (1 Jo 3.21, Cl 3.15 e Rm 14.22-23).

Virgindade

Existem pessoas que fizeram sexo antes do casamento quando ainda não
conheciam o evangelho ou o fizeram antes de mudar e se arrepender por seus
pecados. A Bíblia afirma que em Cristo somos novas criaturas e TUDO se fez novo
(2 Co 5.17) e que Deus não se lembrará mais dos nossos pecados (Jr 31.34),
portanto, não se apegue ao passado. Se você está preocupado (a) com o que vão
pensar de você, lembre-se de Deus, que nos restaura e nos purifica do pecado de
forma completa.

É claro que o ato já foi feito e as consequências disso ainda existirão, seja uma
doença, uma gravidez indesejada ou outras coisas negativas, mas não se condene
por isso (nem condene seu cônjuge, se for o caso dele). Quem acusa é Satanás (Ap
12.10). Não importa o que aconteceu antes, mas a sua atitude a partir do
arrependimento.

E se você é virgem, não se apegue somente ao ato da penetração. Tome cuidado


com a forma que você usa o seu corpo fora do casamento. A pureza sexual está
presente em atitudes e intenções, não apenas no órgão genital (1 Co 6.13-14 e 1 Co
7.9).

Como lutar contra a imoralidade sexual (pornografia, masturbação, sexo


depravado, etc.)?

Se você está envolvido com algum aspecto deturpado da sexualidade, você pode e
deve ser liberto o quanto antes. Em termos práticos:

1) Confesse o seu pecado a Deus (1Jo 1.9) e a um cristão que pode te ajudar (Tg 5.16).
2) Ore diariamente para que Deus te liberte (Jo 16.23-24 e Ef 3.20).
3) Alimente seu espírito com a Palavra e se encha de Deus (Rm 8.5 e 14).
4) Não se ache forte, mas reconheça que é fraco e fuja das tentações (Rm 7.15-20
e 2Tm 2.22).
5) Preencha e ocupe sua mente com coisas boas (Fp 4.8).

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6) Não caminhe sozinho, compartilhe suas lutas com os seus irmãos na fé (1 Co
12.26 e Pv 27.6).
7) Preste contas a alguém, conte sobre suas lutas (Pv 28.13, Pv 12.1, Pv 17.28).
8) Afaste-se de quem ou daquilo que te faz pecar sexualmente (Pv 13.20 e 1 Co 15.33).
9) Faça o bloqueio dos sites pornográficos no seu computador.
10) Evite filmes e sites que possuem cenas de sexo ou insinuações a isso.

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você se sente a vontade para falar se luta contra algo aqui citado? Se sim,
compartilhe.

03 De forma prática, tente essa semana se libertar de tudo aquilo que faz
apologia ao sexo ou que pode te fazer viver a imoralidade sexual.
Compartilhe no próximo encontro como foi a vivência.

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Encontro 14: Relacionamentos (Parte 1)

Introdução: Jesus foi um ser humano completamente relacional. Ele conversou e


dedicou tempo aos mais diversos tipos de pessoas, no entanto, teve sabedoria em
lidar, diferentemente, com cada tipo de personalidade e grupo específico. Devemos
tratar a todos igualmente em termos de amor e respeito, mas é preciso ter cuidado
e discernimento sobre o envolvimento com cada um.

Você e a sua família (Mt 10.37)

Jesus e o Seu Reino são mais importantes do que tudo, inclusive do que pai e mãe.
Quando nos convertemos (mas nossa família não), é provável que atritos familiares
se intensifiquem por causa da fé, e Jesus nos alertou quanto a isso (Lc 12.53). É
preciso honrar os pais e não provocar os filhos (Ef 6.1-4) e, ao mesmo tempo, agradar
mais ao Senhor (Gl 1.10 e At 5.29). Ainda assim, a família é projeto de Deus para
manifestação da Sua glória e negligenciá-la é negar a fé (1Tm 5.8). Busque ter uma
boa relação com todos (e isso inclui a sogra, ein!). Você tem cuidado e amado mais as
pessoas de fora da sua casa do que as de dentro? (1Tm 3.5). Você tem dado um bom
testemunho dentro do seu lar? Se Jesus era um bom filho e um bom irmão, imite-o!

Você e o seu trabalho (ou sua faculdade) (Cl 3.22-24)

Não importa onde seja, precisamos exercer com excelência a função que Deus nos
confiou através do trabalho. Ali também é um ambiente para testemunhar que
Jesus Cristo habita em você. Seja honesto, pontual e fiel. Evite murmurações e
estar em conversas que te façam pecar. Mesmo que você não seja satisfeito com
o que faz ou com o seu chefe, lembre que você está a serviço do Rei (Ef 6.5-8). E se
você é chefe, cuidado: abuso de poder desagrada a Deus (Ef 6.9).

Você e as autoridades - Pastores, líderes, governantes, etc. (Rm 13.1-7)

Embora não concordemos com certas autoridades, cabe a nós respeitá-las. Você
tem sido rebelde na sua forma de tratar os superiores? Você tem pagado seus
impostos honestamente? Jesus, mesmo com todo o seu poder, Paulo e outros
cristãos se submeteram às autoridades. No entanto, lembre que a vontade de Deus
está em 1º lugar, e se a ordem dada O desagrada, é preciso repensar e orar sobre
quais atitudes tomar.

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Você e os que não são cristãos (1 Co 15.33)

Há uma linha muito tênue entre se afastar de quem não segue a Cristo e estar
muito próximo a essas pessoas. É preciso haver equilíbrio. Somos luz do mundo (Mt
5.14-15), portanto, não devemos isolar do nosso meio pessoas que não seguem a
Cristo, mas estarmos firmes para apresentar o evangelho a elas. O que não
devemos é nos moldar ao padrão do mundo (Rm 12.2) e sermos influenciados por
estas pessoas, e sim sermos o agente influenciador. Se você percebe que, com os
amigos não cristãos, suas atitudes desagradam a Deus, afaste-se e volte somente
quando seu comportamento com eles apontar para Cristo. Ame-os e permita que
eles sintam Jesus através de você e queiram conhecer mais sobre esse amor que
te transformou. Não imponha suas opiniões a respeito de Deus, mas ore para que
seus amigos O conheçam.

Você e os amigos cristãos (Jo 15.13-16)

Jesus escolheu 12 pessoas para caminharem com Ele. Não só servos, mas homens
que Ele considerou como amigos e confiou as suas palavras. Não devemos ser
seletivos e fazer acepção de pessoas para nos relacionar, mas podemos pedir a
Deus que nos dê amigos mais chegados que irmãos (Pv 18.24). Jesus tinha os seus
mais próximos. É preciso ter cuidado na hora abrir o coração, expor a vida e ouvir
opiniões, visto que planos podem ser fracassados na falta ou no erro de conselhos
(Pv 15.22-23; 28 / Sl 1.1). Escolha mentores e amigos que vão te ajudar a estar mais
próximo de Deus nessa caminhada de fé, mesmo que nem sempre eles “passem a
mão na sua cabeça”. (Pv 27.6 / Pv 27.17). E respeite as diferenças entre vocês!

Você e outras Igrejas (1 Co 12.27)

A igreja ‘universal’ a qual fazemos parte por causa do sangue de Cristo é uma só,
visto que somos irmãos entre si e filhos do Senhor (Gl 3.26-29). Como toda família
e como todo corpo, existem membros que estão mais doentes do que outros e
requerem cuidados maiores. Embora haja muitas denominações, devemos ter
cuidado em como tratamos uns aos outros através das críticas e julgamentos.
“‘Amem o seu próximo como a si mesmo’. Mas se vocês se mordem e se devoram
uns aos outros, cuidado para não se destruírem mutuamente”. (Gl 5.14-15). Se você
tem algo contra alguma igreja ou sua doutrina, não saia falando mal dela
explicitamente por aí (Tg 4.11-12). Que tal ajudá-la e ir aos líderes dessa igreja para
oferecer uma conversa e conselhos bíblicos em amor? (Ef 4.14-15). Se você não
pode ajudar diretamente, comece a orar por ela (Tg 5.17-19). Quando você usa seu

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chicote, através da língua, em igrejas que têm filhos de Deus, você está
chicoteando a si mesmo, afinal, somos um só corpo, tendo Jesus como cabeça.
Não dê um tiro em seu próprio pé: Você é membro do corpo de Jesus, não só de
uma igreja local.

Por fim, “Façam todo o possível para viver em paz com todos” (Rm 12.18).
Relacionamentos demandam sacrifício, paciência e perdão. Se, como cristãos,
seremos reconhecidos pelo amor que temos uns pelos outros (Jo 13.35), que esse
amor seja demonstrado em atitudes, não somente em palavras (1 Jo 3.18).

A fofoca

Relacionamentos saudáveis não deixam a fofoca fazer parte deles. A fofoca não
envolve só uma mentira, mas também o repasse de informações
desnecessárias a respeito de alguém. É possível a fofoca ser feita mesmo sem
más intenções, por isso, antes de citar o nome de um 3º em uma conversa, faça
a si mesmo três perguntas:

1) O que eu falo é mentira ou exagero?

2) Eu vou denegrir ou desonrar a reputação de alguém?

3) É provável que eu gere sentimentos ruins na vida de quem está ouvindo?

Se a resposta for sim para alguma delas, fique calado. Cuide da sua língua! Ela pode
gerar um incêndio que você não será capaz de apagar (Tg 3.3.-6). O que você fala
sobre alguém diz mais sobre você mesmo do que sobre a pessoa citada. Leia agora:
Pv 11.12-13 | Pv 12.16 | Pv 17.27 | Pv 20.19 | Pv 21.25.

Mesmo que você seja casado, preste atenção nos tópicos seguintes! Você pode
ajudar alguém.

A solteirice como deve ser (1 Co 7.29-33)

Quando você casa, o seu ministério principal é a família, é tanto que Paulo trata isso
com naturalidade na passagem acima. O Senhor deve ser sempre a prioridade em
nossa vida e em nossa casa, mas o serviço na obra de Deus fora do lar não é mais
prioridade quando você é casado (a). Por isso, enquanto você é solteiro (a), a obra de
Deus dentro e fora da igreja pode ser vivida de forma plena, sem preocupações e
interrupções.

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O solteiro não deve perder tempo buscando um cônjuge, mas estar firme no seu
relacionamento com Deus e se dedicar a Sua obra, pois, naturalmente, ele estará
convivendo com pessoas que vivem o mesmo propósito. Com isso, a oportunidade
de conhecer alguém e a futura proximidade pode trazer como consequência o início
de uma relação saudável que une propósitos e impulsiona os dois para Cristo. Não
procure alguém para namorar, mas busque ser uma pessoa que está preparada em
Jesus para se relacionar. Para tudo há um tempo certo (Ec 3.1).

A preparação para namorar

Busque estar feliz e em plenitude com Cristo enquanto solteiro (a) e, assim, você
poderá ser feliz a dois, visto que não cobrará do outro algo que deve estar em
Jesus: a sua alegria (João 15.11). Ore muito e busque a Deus acima de tudo. Seja a
pessoa com quem você gostaria de namorar. Ame sua própria companhia.
Descubra seu propósito em Jesus e para onde você quer ir, caso contrário, você
será guiado pelos propósitos do (a) outro (a). Sinta completa paz (Cl 3.15) e, se
houver algum incômodo, mesmo que pequeno, repense se o namoro deve ser
iniciado. Estar solteiro não é para ser algo ruim se você tem Jesus como sua melhor
e maior companhia.

E sobre o assunto “Ficar”?

Certa vez já disseram: “Ficar é gostar o suficiente para beijar, mas não o suficiente
para se comprometer”. “Ficar” nada mais é do que satisfazer a vontade carnal,
afinal, para conhecer alguém você não precisar beijar, e sim conversar. Portanto, o
“ficar” desagrada a Deus! (Gl 5.16-17).

Defraudação Emocional

Você defrauda alguém emocionalmente quando permite que ela (e) sinta algo por
você sem que você tenha a intenção real de corresponder àquilo. Pessoas que
defraudam, geralmente, o fazem para ter seu ego e sua carne alimentados ou por
não terem coragem o suficiente para dizer “não” em certas situações. Em qualquer
um dos casos, você estará pecando.

É possível que você também se “autodefraude”. Isso ocorre quando você,


sozinho (a), sonha e cria expectativas para ter algum tipo de relação com alguém
que não te corresponde.

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Essas duas formas podem causar graves consequências ao coração e gerar
traumas que serão carregados para dentro de relacionamentos que poderiam ser
saudáveis, mas não o são pelas feridas geradas pela defraudação. Guarde o seu
coração (Pv 4.23) e deixe que somente as pessoas certas tenham acesso a ele.

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você tem problema em algum tipo de relacionamento citado aqui?


Converse sobre.

03 De forma prática, o que precisa ser mudado em suas relações? E em quais?


Decore as perguntas do tópico da fofoca e aplique na semana. Compartilhe
as experiências no próximo 1a1.

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Encontro 15: Relacionamentos (Parte 2)

Namoro/Noivado

A Bíblia não trata sobre o namoro propriamente dito, mas os princípios da Palavra
de Deus devem ser aplicados nele. Compromissos pré-nupciais já existiam na
época de Jesus (Mt 1.18). O namoro não deve ser tratado como curtição ou como
“um teste”, mas como uma preparação para o casamento. Por isso, é tão importante
escolher bem com quem você vai namorar, afinal, você não precisa ter uma
bagagem cheia de aprendizados e traumas de outros namoros para que um deles
seja bem sucedido, você só precisa de Jesus para isso.

A Bíblia nos afirma que na multidão de conselhos há segurança (Pv 11.14), que andar
com sábios nos torna mais sábios (Pv 13.20) e que planos fracassam por falta de
conselhos (Pv15.22). Por isso, é tão importante que casais tenham mentores e
conselheiros que caminhem com eles e os ajudem sempre que necessário. Mentor
não é guru, pois eles não tomam decisões por nós, apenas nos ajudam a refletir e
olhar para a direção certa. O ideal é que todo casal seja acompanhado por outro
casal mais experiente e com um tempo maior de caminhada na fé.

Relacionamentos abusivos

Uma das consequências de não viver um relacionamento alicerçado em Jesus


Cristo é estar em uma relação baseada no medo e/ou na imposição de uma pessoa
para com a outra. Jezabel era casada com o Rei Acabe, mas quem reinava mesmo
era ela. Ali, havia uma relação baseada no controle que ela buscava ter sobre seu
marido e sobre todos ao seu redor (1 Rs 19.1-4 | 1 Rs 21.4-7).

“Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo” (Ef 5.21).

Aqui, Paulo nos mostra que não deve haver pessoas controlando pessoas, mas
sujeição, submissão uns aos outros. Se você busca controlar alguém, você está
pecando e desobedecendo a Deus. Relacionamentos saudáveis se sustentam na
servidão (Jo 13.14-15), relacionamentos abusivos se sustentam na bajulação, no
medo de desagradar e na idolatria à outra pessoa.

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Jugo desigual (2 Co 6.14-18)

Jugo é uma barra de madeira que une dois bois para carregar uma carga só. No jugo
desigual, um boi é mais forte ou maior que o outro e, por isso, levar a carga e
caminhar ao lado será dificultoso para algum deles. Analogicamente, assim é uma
relação entre um cristão e um não cristão dentro de uma relação amorosa. (e, às
vezes, até mesmo entre cristãos com propósitos diferentes).

A mensagem da Cruz é loucura para os que não têm Jesus como Senhor da sua
vida (1 Co 1.18), portanto, alguns princípios bíblicos não são compreendidos pelos
descrentes. Evitar o pecado já é difícil naturalmente por causa da constante luta
contra a carne, e se torna mais complicado ainda para quem não caminha ao lado
de alguém que o incentive a obedecer a Palavra de Deus. Por isso, ao iniciar – ou a
continuar – um namoro com descrente, pense bem no quão difícil isso pode ser e
esteja em oração para saber se isso agrada só seu coração ou também ao de Deus.

Há, também, casos de cristãos já casados em jugo desigual. A separação não é uma
opção (1 Co 7.12-13), mas buscar ter uma conduta cristã que fale mais alto do que
palavras é o ideal, seja homem ou mulher (1 Pe 3.1-2). Ore sem cessar pela
conversão do seu cônjuge (1 Ts 5.17).

Casamento

O casamento e a união entre o homem e a mulher sempre foi plano de Deus, afinal,
foi assim que Ele deu início à humanidade. Jesus teve uma família. Por ser tão
importante para Deus, a união de uma família é muito odiada por satanás. A Bíblia
está repleta de demonstrações de que quando uma família é abalada, muito
provavelmente a caminhada de fé dos seus membros também o é.

O casamento é um palco de aprendizado e crescimento de fé quando Jesus é o


centro. Ele é comparado ao relacionamento de Cristo com a Igreja (Ef 5.22-27).

Divórcio

Se a união do homem e da mulher através do casamento pode refletir a imagem de


Jesus, o divórcio é a quebra dessa união e o reflexo de que algo, em algum
momento, não estava alinhado à vontade de Deus. Casais não se separam quando
está tudo bem, mas quando o desejo de olhar para si foi maior do que aquele de
olhar para o Alto.

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Embora no caso de adultério haja a opção de divórcio (Mt 19.9), ainda assim, Jesus
sempre mostrou que o perdão é maior do que o pecado (Mt 5. 23-24 e 6.14-15).
Afinal, Deus odeia o divórcio (Ml 2.16). Nós, como igreja e noiva de Cristo, traímos a
Deus com nossas atitudes e, ainda assim, por meio de Jesus Cristo, Deus decide
não se separar de nós (Os 3.1-2).

Ao fazer perguntas para seu discipulador sobre assuntos mais profundos acerca
disso, lembre-se de que Deus é relacional e pessoal, portanto, não devemos
generalizar casos e situações reais. Cada um irá prestar contas com Deus (Rm
14.12) e só Ele conhece as intenções do coração.

Submissão (Ef 5.22-24)


Essa parte foi baseada no vídeo “Submissa, eu? – Val Gonçalves” do canal Jesus Copy no Youtube.

Submissão é algo que deve acontecer entre pessoas independentemente do


gênero (Ef 5.21). A submissão da mulher ao marido não significa que ela seja menos
importante ou que ela não possa ter voz dentro da relação. A mulher deve ser
auxiliadora (Gn 2.18), ou seja, ajudar o marido a exercer o seu papel de provedor e de
líder com excelência (Gn 2.15). Submissão é “apoiar a missão de alguém”. A esposa
pode e deve ajudar o marido na descoberta e no cumprimento da sua missão e do
seu propósito aqui na Terra.

Lembrando: a submissão citada deve ser exercida dentro do casamento, e só.


Submissão não é sinônimo de fraqueza, mas de força, pois é preciso ser muito forte
para abrir mão de certas vontades em prol de honrar seu marido. E ainda que seu
marido não seja um bom líder, não tome as atitudes que ele deveria tomar. Não se
torne mãe do seu esposo, o deixe agir.

Mulheres, por isso é tão importante que vocês decidam casar com um homem que
se submete a Deus, pois é leve ter como cabeça do seu lar um homem que tem
Jesus como seu Senhor. Homens, sejam como Jesus e contribuam para que seja
fácil para suas esposa serem submissas.

O amor do homem e o respeito da mulher (Ef 5.33)


Essa parte foi baseada no livro “Amor e Respeito” de Emerson Eggerichs.

A Bíblia manda que o marido ame a esposa e que a esposa respeite o seu marido. É
muito comum que os homens se sintam desrespeitados por causa de certas
atitudes das mulheres que não agem como deveriam agir; e que muitas mulheres

60
não se sintam amadas como deveriam se sentir. Por isso, Paulo é enfático em pedir
para que cada um se esforce em fazer o que, naturalmente, não estão aptos a fazer:
o homem a amar (demonstração de sentimentos) e a mulher a respeitar (submissão
através de atos e palavras).

Quando os dois cumprem bem o seu papel de amar e de respeitar, a relação entre
os dois se torna leve. Quando um não ama ou não respeita, um ciclo é interrompido
ou quebrado e problemas podem surgir. Cumprir a Palavra de Deus é a chave para
o casamento saudável. Faça sua parte independentemente de o outro estar
fazendo ou não a dele.

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Para casados e namorados: compartilhe suas experiências dentro do seu


relacionamento a respeito dos temas aqui abordados. Para solteiros:
compartilhe sobre seus desejos e sobre quais as dificuldades que você
acha que teria dentro do namoro e do casamento.

03 De forma prática, analise se seu relacionamento está em jugo desigual e


como isso poderia mudar. Nos próximos dias: Homens, façam algo prático
que demonstre seu amor. Mulheres, quando perceberem que estão
desrespeitando seu marido de alguma forma, recuem.

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Encontro 16: A Segunda Vinda de Cristo

Introdução: Não temos a intenção nem a autoridade para impor ou definir como
absoluto determinado posicionamento acerca do fim dos tempos. Se você deseja
se aprofundar mais nisso, ore e peça discernimento ao Espirito Santo. Você
também pode conversar com nossos pastores e buscar uma orientação mais
individualizada a respeito do assunto. A intenção do estudo é apresentar o que a
Bíblia diz e trazer mais clareza no que tange alguns aspectos da escatologia. Como
Dr. Russell Shedd disse: Escatologia não tem o objetivo de responder as minhas
curiosidades, mas de despertar a minha responsabilidade.

O que é a escatologia?

É a parte da teologia que estuda a doutrina do fim dos tempos, da volta de Cristo,
do juízo final, etc. A palavra ‘escatologia’ deriva de duas palavras gregas que
significam “último” e “estudo”.

O que é a Segunda vinda de Cristo?

Acima de tudo, é a esperança que nós, cristãos, temos alicerçada nas profecias e
nas promessas da Bíblia. A Palavra de Deus fala a respeito das duas vindas de
Jesus. Na primeira, Ele nasceu de uma virgem, veio como homem e cumpriu muitas
profecias desde seu nascimento até sua morte. Ele sofreu na Terra (Is 53), mas
ressuscitou. Embora não tenha cumprido todas as profecias, Jesus retornará para
cumprir o restante. Na Segunda vinda, Jesus já virá como Rei e Libertador (Zc 14.9).
Enquanto nós nos alegraremos, muitos se lamentarão por não terem crido na
Primeira Vinda (Zc 12.10 e Ap 1.7). Na sua Segunda Vinda, Jesus estabelecerá o Seu
Reino por completo na Terra (Ap 20.4-6), derrotará o Anticristo e destruirá o mal.

A Bíblia não deixa margem para dúvidas: Assim como subiu ao céu, Ele voltará dele
(At 1.11); há uma localização (Zc 14.4); haverá sinal no céu (Mt 24.30), João descreve
como será (Ap 19.11-21), entre outros.

O que é o arrebatamento?

O conceito de arrebatamento é descrito em 1 Ts 4.13-18 e em 1 Co 15.50-54. Em


termos gerais, o arrebatamento é um evento em que Jesus retorna às nuvens e

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retira todos os crentes em Cristo da Terra e os leva para si. Todos os pecadores
redimidos serão removidos da Terra e tomados por Deus. Há doutrinas diferentes a
respeito do período em que isso acontecerá e a cronologia dos fatos.

O que é a Grande Tribulação?

É um dos sinais do fim dos tempos. Será um período em que Deus vai terminar de
disciplinar a nação de Israel (Dn 9.24) e o Anticristo assumirá o poder (Dn 9.26-27).
Quanto ao tempo que ela durará (baseada no livro de Daniel), existem diferentes
opiniões a respeito: há quem diga que durará exatos 7 anos, há quem não veja como
um período literal, mas simbólico, dentre outras. Depois da Tribulação, seja ela
antes, durante ou depois do arrebatamento, uma coisa é certa: Cristo voltará para
estabelecer Seu Reino na Terra. No fim dos tempos, haverá uma série de
catástrofes, pecados e apostasia (2 Tm 3.1-5; 13)

Sobre a cronologia dos fatos

A título de conhecimento, visto que não queremos definir um posicionamento


neste estudo, existem três correntes sobre a ordem do Arrebatamento e da Grande
Tribulação. São elas:

1) Visão Pré-tribulacional do arrebatamento

Arrebatamento antes da grande tribulação. Os salvos não irão passar pela


Tribulação, ou seja, serão arrebatados. Depois disso, o Anticristo será revelado e a
tribulação começará. Quem ficar, ainda terá a oportunidade para se arrepender.

Baseada no fato de a igreja não estar nem ser destinada a ira de Deus (Rm 8.1 / 1 Ts
1.9-10 / 1 Ts 5.9) e na citação de Jesus sobre seu retorno, que poderia acontecer
até mesmo durante a vida do discípulo João (Jo 21.22-23).

2) Visão Mesotribulacional do arrebatamento

A Igreja só irá passar por uma parte da Tribulação, mas será arrebatada antes dos
piores acontecimentos. Entende-se que a ira de Deus só virá na segunda metade
da Tribulação, a parte mais pesada.

Está baseada na cronologia dada em 2 Ts 2.1-3, onde o Anticristo será revelado


após a apostasia (abandono da fé) e no toque da Trombeta de Apocalipse 11.15.

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3) Visão Pós-tribulacional do arrebatamento

O arrebatamento ocorrerá depois da Grande Tribulação, ou seja, a Igreja passará por


todo o período de Tribulação e só será levada no fim (ou próximo ao fim), quando
Jesus voltar e o mundo acabar. Afirma-se que a Igreja encontrará Jesus no ar, Ele
retornará à Terra e iniciará o Seu Reino. Ou seja, o Arrebatamento e a Segunda
Vinda de Cristo acontecerão quase ao mesmo tempo.
Baseada no discurso de Jesus sobre o fim dos tempos (Mt 24.21-29), afirmando
que Ele voltará depois de uma grande tribulação e nas passagens de Apocalipse
13.7 e 20.9, que afirmam que haverá santos na Tribulação.

Por fim, sobre as cronologias defendidas, como disse RC Sproul: todas as visões
têm algo em comum: no final, Cristo VENCE, todo joelho se dobrará e toda língua
confessará que Jesus é o Senhor. Não há uma ordem explícita, na Bíblia, sobre os
acontecimentos, portanto, não nos apeguemos tanto a isso.

O juízo final

Haverá um juízo final (Hb 9.27). Será lançado no lago do fogo quem não tiver seu
nome escrito no livro da vida (Ap 20.11-15). Jesus Cristo será o juiz (Jo 5.22). Todos
nós iremos comparecer no Tribunal de Deus (Rm 14.10). Decisão final? O castigo ou
a vida eterna (Mt 25.46). Qual é o seu?

As consequências do fim influenciam os nossos dias atuais

A forma exata como vai acontecer não é o mais importante, mas sim o que temos
feito diante da esperança do que irá acontecer no futuro, mesmo sem saber se
estaremos aqui vivos na Terra ou não.

Devemos ser obedientes o tempo todo, afinal, não saberemos quando o fim
chegará e como Jesus nos encontrará (Mc 13.33-37), afinal, nós prestaremos
contas das nossas obras (Rm 14.12). No céu, seremos eternos adoradores,
portanto, que comecemos isso aqui (Ap 5.9). Visto que tudo isso acontecerá, não
devemos reter para si, mas sermos proclamadores do evangelho e dar a
oportunidade aos que não creem de se voltarem para Jesus (Rm 10.17). E, por fim,
servir uns aos outros, afinal, foi isso que Jesus nos inspirou a fazer (2 Co 5.10).

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Talvez você esteja errado sobre o que será morar no céu (Apocalipse 21 e 22)

Após o fim dos tempos, o que, hoje, conhecemos como Céu e Terra terão um novo
significado. O lugar onde nós, crentes em Jesus, moraremos será a Nova Terra, ou
seja, a Nova Jerusalém, cidade celestial que será estabelecida e passaremos a
eternidade com nossos corpos glorificados (1 Co 15.35-58). Não será uma cidade
no meio das nuvens, e sim algo mais concreto, sem pecado, sem mal e sem
enfermidades.

Converse com seu discipulador:

01 O que esse encontro falou ao seu coração? O que você aprendeu que ainda
não sabia?

02 Você tem certeza sobre seu destino final? Se não, fale mais sobre isso com
seu discipulador.

03 De forma prática, reflita e converse sobre o seu estilo de vida e como poderia
trazer a realidade da futura vinda de Cristo para ela.

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E Agora?

Finalmente, chegamos ao fim. Um fim que deve se tornar outro começo. Assim
como alguém iniciou o discipulado com você, agora é possível que outra pessoa
seja abençoada e edificada por meio de sua vida. Converse com a pessoa que te
acompanhou nesses estudos sobre a possibilidade de discipular outras vidas. Não
retenha para si o que você aprendeu ao longo desses encontros. Você tem
autoridade para isso através de Jesus Cristo:

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do


Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo que ordenei a
vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim.” (Mt 28.18-20)

Seja UM, não só com o Pai, mas também com os filhos. E, nessa união, todos nós
apontaremos para cima, para Ele.
Edição: Milena Férrer.
Revisão: Pr. Leonardo Cristóvão.
Diagramação: Thiago Belo.

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