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WEMERSON FERREIRA DE ARAÚJO

8022760

Atividade no Portfólio
Dies Domini

Trabalho apresentado ao Centro Universitário


Claretiano para a disciplina Introdução à Liturgia e ao Ano
Litúrgico, ministrada pelo tutor Andre Costa Santos.

MACEIÓ
2020
Introdução
O domingo foi definido como o dia do Senhor, através dos apóstolos, desde o início do
cristianismo, devido a intima relação com o centro do mistério cristão, a Páscoa do Senhor. Em
Cristo se cumpre a primeira e se estabelece a nova criação, por isso, Ele se insere de forma singular
na história da humanidade e como o núcleo do mistério do tempo e da eternidade que O pertence;
assim recorda a vigília pascal no rito de preparação do círio pascal. Sendo assim, no domingo em
cada semana, a Igreja convida ao encontro com o Ressuscitado, bem como os primeiros discípulos
tiveram indicando o eixo central da história.
A fé no ressuscitado conduz à experiência da importância deste dia, cujos títulos são muitos:
dia dos cristãos, o senhor dos dias, dia da luz e etc., todos eles apontam para o sentido do domingo,
que é reconhecido ao longo dos anos e vigorosamente testemunhado pelo Concílio Vaticano II.
Atualmente, com a organização das condições socioeconômicas, o domingo tem sido
reduzido ao puro “final de semana” onde o homem tem se travestido da necessidade do descanso e
do respeito pelos valores autênticos de outras atividades, para esvaziar o sentido desse dia.
Entretanto, ao legítimo cristão urge a coerência de fé para compreender e viver profundamente a
santificação do domingo e seu real significado.
Em algumas regiões, a falta de motivações de fé enfraquece o sentido da celebração do dia
do Senhor, a centralidade eucarística e o motivo de reder graças a Deus em comunidade; além disso,
existe também o elemento da insuficiência de sacerdotes. Por estas razões, a recuperação das
profundas motivações doutrinais se faz necessária, para que haja entre os fies a certeza, firmada
pelo Concílio Vaticano II, do dever de se reunir para participar da partilha do pão da Palavra e da
Eucaristia fazendo memória da Paixão, Ressurreição e gloria de Cristo.
Para a compreensão do dever santificador do domingo é preciso considerar as múltiplas
dimensões deste dia apresentadas posteriormente e não ter medo de dar a Cristo todo o tempo, pois
Ele é quem conhece os mistérios do tempo e da eternidade e nos entrega tudo isso como novidade
em seu divino amor.

Capítulo I - Dies Dominia


A celebração da obra do Criador
A mensagem apresentada na Escritura desde as suas origens revela o caráter inseparável que
há entre a criação primeira e a nova criação e missão gloriosa de Cristo ressuscitado na plenitude
dos tempos em uma perspectiva cristocêntrica, sendo Jesus princípio e fim de todo o universo
chegamos ao que João afirmou em seu Prólogo: “Tudo começou a existir por meio d'Ele, e sem Ele
nada foi criado” (Jo 1,3). Desse modo, a ação do Filho na obra criadora do Pai é manifestada
plenamente no mistério de sua Pascoa tornando o domingo, para os cristãos, uma experiência
festiva pascal. Mas para se chegar a compreensão dessa experiência é preciso arraigar a teologia do
sábado presente na santificação desse dia ao final da obra da criação, na caracterização da primeira
Aliança e preanuncio do dia do Senhor.
A narração do Gênesis em estilo poético permite contemplar o hino ao Criador do universo e
sua bondade na criação, “Deus viu que isto era bom” (Gn 1,10.12, etc.), além disso, projeta uma luz
positiva sobre os elementos da criação possibilitando a compreensão e possível regeneração do
mundo; no mundo o homem, portador de liberdade vive uma dialética da bondade quando
permanece firme à sua origem e quando volta para o seu criador após sofrer com a deturpação do
pecado.
O preceito do sábado é inserido no decálogo situado em uma estrutura dos pilares da vida
moral; o sentido da santificação desse dia é contemplado no conjunto do texto sagrado que mostra
claramente como o tempo e o espaço pertencem ao Senhor em sua totalidade, Deus estabelece um
diálogo de amor nesta aliança e o homem necessita explicitamente alimentar esta relação de diálogo
por meio da oração, sobretudo no dia do Senhor.

Capítulo II
Dies Christi
O dia do Senhor ressuscitado e do dom do Espírito
A celebração do domingo é intimamente relacionada com a ressurreição de Jesus Cristo
nosso Senhor em todas as Igrejas, do Oriente e também do Ocidente. Particularmente no Oriente é
celebrado a cada domingo, o dia da ressurreição, é nessa referência que ele se torna para os cristãos
o dia que brota a salvação do mundo.
Este primeiro dia da semana está ligado ao primeiro dia da criação onde Deus criou a luz,
agora pela vida nova de Cristo, Ele inicia a nova criação, ou seja, evidencia a relação especial que
há entre a ressurreição do Senhor e o início da criação no Gênesis. Foi o primeiro dia da semana,
depois do sábado, que caracterizou o ritmo da vida dos discípulos de Jesus em suas reuniões para
partilhar o pão e plenificar o sentido deste dia lembrando sempre da salvação oferecida no batismo.
O domingo, além de ser o primeiro dia da semana é ainda o oitavo, isso quer dizer que ele
ganha um sentido transcendente ao septenário e escatológico revigorando a esperança dos cristãos
para a perspectiva continuamente cristocêntrica da plenitude dos tempos, que vislumbra Cristo
como luz do mundo refletida na festividade neste dia.

Capítulo III
Dies Ecclesia
A assembleia eucarística, alma do domingo
Cristo prometeu que estaria com seus discípulos até o fim do mundo, essa presença viva e
salvífica do ressuscitado não se faz somente individualmente, mas reunidos como povo de Deus, os
membros do seu Corpo místico exprimem sua própria identidade como Igreja, assembleia chamada
pelo ressuscitado para anunciar essa presença e viver de forma adequada a união fraterna, a oração e
a partilha do pão.
Não há um estatuto diferenciando entre a celebração da Eucaristia em qualquer outro dia da
semana e a celebração eucarística dominical na vida litúrgica ou sacramental, apesar disso, a
dimensão eclesial é enfatizada na celebração eucarística do domingo, pois foi o dia em que o
Senhor nos deu vida ressuscitando dos mortos.

Capítulo IV
Dies Hominis
O domingo: dia de alegria, repouso e solidariedade
Desde os primórdios, os cristãos já celebravam o domingo como o dia da alegria tanto nas
Igrejas do Oriente como no Ocidente, isso era sinal da alegria que transbordava do ressuscitado em
cada aparição e fielmente um doce fruto do Espírito Santo. Muitos motivos supracitados também
davam aos discípulos a razão para celebrar o dia do Senhor ressuscitado como o dia da alegria plena,
aquela que permanece e consola.

Capítulo V
Dies Dierum
O domingo: festa primordial, reveladora do sentido do tempo
Celebrar o dia do Senhor atingiu a dimensão semanal com a Páscoa a cada domingo da
semana, logo surgiu o ciclo anual onde há uma associação de datas periódicas que estimulam as
festividades rompendo a monotonia dos dias. Essas principais festas da Igreja, sempre na relação da
salvação, fundamentaram-se nas celebrações judaicas: a Páscoa e Pentecostes.

Conclusão
Portanto, a grandiosidade do dia do Senhor é firmemente comprovada através de sua riqueza
pastoral e espiritual que constituem um resumo para bem viver a vida cristã. Em observância do
verdadeiro sentido desse dia como preceito, o fiel deve participar de sua comunidade de forma
regular na celebração da eucarística dominical, pois neste dia o Senhor ressuscitou dos mortos e
chama à inesgotável redenção pelo alimento da Palavra e da Eucaristia, fonte de todos os
sacramentos.
REFERÊNCIAS

 SANTOS, V. P. C. Ano Litúrgico e Liturgia das Horas. Batatais: Claretiano, 2014.


 Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/johpaul‐ii/pt/apost_letters/1998/documents/
hf_jp‐ii_apl_05071998_ diesdomini. html>. Acesso em: 23 março. 2020.

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