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Tema: Conhecendo a Deus na dimensão de Deus.

Texto: Mateus 22:34-40

Ao ouvirem dizer que Jesus havia deixado os saduceus sem resposta, os


fariseus se reuniram. Um deles, perito na lei, o pôs à prova com esta
pergunta: Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? Respondeu
Jesus: "Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua
alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior
mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como
a si mesmo'. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os
Profetas".

Introdução:
A tradição judaica tinha muito rigor em relação com o Decálogo, o texto
de Êxodo 20:1-17 é o registro da recepção desse documento a Moisés.
Mas a mesma tradição que se tornou guardião da Lei fez com que ela se
tornasse um Everest em tonelada de princípios morais difíceis de serem
praticado por todo o povo de Israel. Segundo o comentarista William
Hendriken os rabinos devotado ao legalismo cheio de sutilezas,
mantinham extensos debates sobre os mandamentos, discutindo se
algum em particular era grande e pequeno,pesado ou leve. Era normal
perguntarem qual dos 613 mandamentos, 248 deles positivos, 365
negativos era o grande mandamento. No sentido superlativo é “ o maior
de todos”.

O Texto do Evangelho de Marcos 12:32,34traz três particularidades que


constrói uma imagem mais completa sobre essa narrativa, são elas:
a) Para Israel não existe outra opção a não ser adorar o Deus de
Abrão, Isaque e Jacó. O famoso shemá que todo genuíno israelita
estava acostumado a ouvir desde tenra idade. Deuteronômio 6.4,5
b) Uma confissão da parte do perito da Lei não indica
necessariamente que ele colocava isso em prática, essa constatação
percebemos na denuncia de que ele não estava longe do Reino feita
pelo Senhor Jesus.
c) O diálogo entre o escriba e o Senhor Jesus é de categoria
metafísica, mesmo eles não inserindo categoria filosóficas
diretamente na pauta da discussão eles levam o assunto para uma
dimensão muito profunda, quem é mais importante Deus (o autor
da Lei ) a Lei que representava Deus como ser pessoal, ou se seria
o homem para quem a Lei foi feita.

A situação tem estreita relação com a nossa atual realidade político


social, temos uma Constituição promulgada em 1988, ela é o marco
regulatório do nosso modelo de democracia. Todavia a pergunta que
devemos fazer é, quem é maior a Constituição ou o povo? Nenhum e
nem outra, ambos se sustentam pela identidade de paridade orgânica,
não podemos ter leis que não sejam para ninguém como também não
podemos ser um povo sem uma Constituição. O objetivo da lei é proteger
o seu povo como nação, a Carta Magna é o documento inalienável de
nossa nação como soberana perante os limites das fronteiras
internacionais, é o regulador orgânico da proteção dos direitos civis e
sociais. E o que isso tem a ver com a Lei de Deus? Tudo, porque só
podemos conhecer a Deus pela sua Lei e ela está registrada
enfaticamente na sua Palavra para que não sejamos um povo levados
pelas rédeas das nossas vontades carnais.
O debate entre o Escriba e o Senhor Jesus nos leva a fazer três
perguntas:
• Em qual dimensão Deus está para que eu possa amá-lo
profundamente.
• Como acessar essa dimensão de Deus para conhece-lo
pessoalmente.
• Como minha fé deve ser para estar em condições de acessar a
dimensão de Deus?
• Na comparação com o escriba que ouvia do mestre que ele não
estava longe do Reino de Deus, qual a distância sua vida tem da
dimensão do Reino de Deus?

I. Em qual dimensão Deus está para que eu possa amá-lo


profundamente?
Resposta: Deus é transcendente e imanente, ele não está tão longe como
também está tão perto. Ele está aqui e está em todo lugar, ele não está
diluído na Natureza como diz os panteístas, Ele não está ausente como
advoga os deístas, fez o relógio deu corda nele e foi embora, Ele não se
perdeu na cortina de fumaça da história humana ficando sem energia
para conduzir os dramas da humanidade. Ele é soberano está presente
e atuante em nós e por nós. A primeira coisa que devemos entender
sobre como conhecer a Deus em sua dimensão é que Ele está aqui na
Igreja, só posso amar a Deus quando for participante do corpo Dele, Ele
me ama na Igreja e por meio da Igreja em comunidade poderemos
transmitir esse amor de volta para Ele.

II. Como acessar essa dimensão de Deus para conhece-lo


pessoalmente.
Ninguém acessa a Deus como numa atitude individualista, numa ação
de ligar o botão da fé. A realidade nossa hoje é que todos estamos em
franca rebeldia contra Deus. De cima a baixo da das camadas da nossa
sociedade todos estamos em estado de rebelião contra Deus. Porém um
grito irrompeu o silencio, Cristo se fez por pôr nós a solução definitiva
para no reconciliar com Deus e nos conduzir novamente para a
segurança da vida significativa que precisamos. Só por meio exclusivo
da morte substitutiva do Senhor Jesus temos acesso a dimensão do amor
do Pai, ele provou o seu próprio amor por nós morrendo morte de Cruz
como afirmação de que não iremos mais viver as misérias da vida nas
correntes do Diabo.

III. Como minha fé deve ser para estar em condições de acessar a


dimensão de Deus?
Sinceramente a sua fé não tem forma, ela nem existe. Ninguém tem
condições de acessar a Deus como ele é Santo, Santo e Santo. O que
devemos fazer é confiar no que Cristo fez na Cruz, somente a
misericórdia de Deus é o fio que não nos deixa cair no precipício do
Inferno. Acessaremos a dimensão de Deus de fato quando a exemplo do
que Nicodemos ouviu do próprio Mestre, só quando nascermos de novo.

IV. Na comparação com o escriba que ouvia do mestre que ele não
estava longe do Reino de Deus, qual a distância sua vida tem da
dimensão do Reino de Deus?
Essa é um genuíno diagnostico, passamos as vezes mais tempo nos
preocupando com a nossa agenda religiosa do que com as coisas de fato
que são do Senhor Deus. Deixemos as Escrituras por sí mesma nos
confrontar com o Evangelho autentico e puro do Reino de Deus. Hoje o
convite de Deus é fazermos diferente da tradição judaica, abrirmos mão
de todo o entulho da religião gospel, da teologia da prosperidade e de
toda a concepção humanista que merecemos alguma coisa ou algum
favor de Deus.

Conclusão:
A Lei de Deus é para o povo, como o povo de Deus é para a sua Lei. Essa
dinâmica não deve ser dificultada por nossas realidades religiosas
denominacionais, não devem criar dificuldades por nossas preferências
em estabelecer o que é mais importante ou menos importante no
conjunto da estrutura espiritual do Reino de Deus. Para Deus o marco
regulatório para que a Lei e o homem sejam respeitados dentro da
conjuntura da dimensão do Reino de Deus é através da manifestação
do amor dele em nós. Amor é a palavra que resume relacionamento com
Deus e com o homem, a nossa caminhada com o Senhor Jesus só terá
resultado profundo em nós se aprendermos que o amor é uma
manifestação de quem de fato foi alcançado pela ação do novo
nascimento no Reino de Deus.

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