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Prazer de Agir, de Brincar, de Pegar e de Aprender

Bernard Aucouturier

Prazer de Agir, de Brincar, de Pegar e de Aprender

Associar idéias opostas, como brincar e aprender parece inconcebível hoje em dia no
enquadre educativo. Em efeito, no mundo atual da escola, no qual as exigências
cognitivas são cada vez mais precoces e às vezes incisivas, é preciso, a meu ver
repetir que estas idéias fundam na verdade um percurso de maturação psicolo?gica,
que os educadores devem descobrir e que os reeduca dores devem redescobrir para
ajudar a criança a viver um desenvolvimento mais harmonioso, num mundo tão difícil
de se viver e compreender. 

O ser humano nasceu para o prazer e foge ao desprazer e o sofrimento. 

O prazer é um conceito fundador do desenvolvimento da criança e defendo esta idéia


há mais de trinta anos, mas o prazer é também um conceito fundador da pratica de
ajuda psicomotora como eu a criei. 

O prazer nós o sentimos, no?s o vivemos como uma excitação sensorimotora


agradável, difusa, más fica mais difícil de explicar. 

No entanto, neurologistas há alguns anos mostraram a importância de alguns


hormônios produzidos pelo arqueocérebro como a dopamina, a noradrenalina e
principalmente endomorfinas para a gênese e a manutenção do prazer. 

Nós consideramos de suas explorações científicas: 


-que o prazer é um ativador do sistema nervoso central que provoca um estado de
tensão cerebral que possibilita a atenção, a intenção, a anteciparão. 
-que o prazer cria uma dinâmica de desenvolvimento das sinapses, que permite a
plasticidade do S.N de expressar-se. 
-finalmente o prazer é o que aproxima, enquanto a dor e o desprazer afastam. O
prazer abre a criança ao mundo, enquanto o desprazer o afasta o fecha sobre si -
mesmo. 

Mas o que seria o prazer sem o desprazer, trata-se de uma dupla antagónica que não
pode viver um sem o outro! 

A ação é prazer 

Num contexto assegurador de amor parental, quando o bebê mama, ele age
pulsionalmente sobre a mãe; ela se transforma (uma transformação sensorial, tônica,
emocional e psicológica). Inversamente, quando a mãe age sobre a criança para lhe
proporcionar cuidados e aliviá-los; este se deixa transformar (uma transformação
sensorial, tônica e emocional). 

Assim toda ação é um processo de transformação recíproca que interessa tanto a


mãe como a criança.Neste sentido, a ação de um se confunde com a do outro: a ação
vincula à criança a mãe. A criança não está sá, o outro esta? dentro dele. 

Por outro lado, as transformações recíprocas definem as interações da relação mãe-


criança e dão origem ao prazer de um e de outro, o que facilita o processo
identificação primária. No entanto, a criança não vive sempre transformações
reíprocas ideais, ele vive então o desprazer. 

Voltarei a abordar este tema mais adiante. 

As conseqüências das transformações recíprocas e do prazer que elas liberam têm


conseqüências capitais para a evolução da criança. 
O prazer da ação e a gênese psíquica 

Emcondições mais favoráveis, no decorrer dos primeiros meses, o bebê engrama


transformações de seu corpo que correspondem às ações vividas sobre o corpo da
mãe ou às ações exercidas sobre ele pela mãe. 

Estes engramas são vestígios de ações guardados na memória implícita: esta memo?
ria registra experiências primárias de prazer ma?s também experiências dolorosas de
desprazer: 

-Esta memo?ria implícita reconhecida hoje formaria o inconsciente origina?rio não


recalcado. -ela condiciona a vida afetiva emocional, cognitiva e sexual da criança,
más também a do adulto. 
-ela se expressaria somente pelo sonho, pela via não verbal: motora, rítmica, vocal e
tonicoemocional. 
Evidentemente, este aspecto interessa principalmente especialistas de ajuda à
criança, e estabelece um lugar essencial à expressividade do corpo no desfecho de
conflitos corporais profundos, provindos da primeira infância. 

Os vesti?gios de ações de prazer registradas estão na origem dos fantasmas de


ação. 

Em efeito, quando a criança vive esperas prolongadas ou respostas inapropriadas à


satisfação de suas necessidades, este se coloca em um estado de tensão tônica e
emocional. Surgem então dores corporais, desprazer, e um certo grau de angústia. 

Se a mãe é fonte de prazer, ela é igualmente temida, preocupante, fonte de


desprazer, porque ela faz com que a criança viva momentos difíceis inevitáveis. 
Assim, a falta de prazer e ressentida com um grau de angústia, a criança cria para sí
uma dinâmica desejante para obter o objeto de prazer, sem por tanto recebê-lo. A
criança "caça o prazer" Gerard Mendel. 

Esta dinâmica desejante associada às descargas hormonais de dopamina solicita


intensamente a memória implícita e então a criança representa pulsionalmente ações
de prazer que ele viveu com a mãe. "Representações"? 

Este desejo de ação é um fantasma de ação, é uma ação pulsional violenta, sem
limite, não recalcada e que não se expressa pela via corporal, pela motricidade: como
chupar os dedos, um pano, levar objetos à boca, morder, pegar, tocar, e mobilizar seu
corpo no espaço. 

O fantasma de ação de devoração 

O fantasma de devoração é um fantasma de grande poder: devorar a mãe, incorporá-


la em sí é ama-la; más simultaneamente porque ela é temida, devorar a mãe é
também destruir e aniquilá-la, por isso o fantasma de destruição. Eis certamente o
conflito originário mais marcante do ser humano, que gera toda a vida afetiva (amor e
ódio) e cognitiva da criança, e de nós todos. 

Mas não é um conflito intrapsíquico por causa da imaturidade psicológica da pequena


criança, é um conflito intracorporal que eu concebo como um conflito intratônico:
como explicar abraços fortes seguidos rapidamente de violentas mordidas e
arranhões, ou de um afastamento. Como explicar o prazer de construir uma torre com
cubos e depois destruí-las violentamente. 

Pais confrontados ao fantasma de devoração 

No princípio, a mãe apropria-se do fantasma de devoração de seu filho e brinca com


ele através de "eu te como, eu te como", fazendo de conta com a boca e com as
mãos "de devorar" seu filho. A criança vive então um prazer evidente compartilhado
pela mãe. Ela inicia seu filho a representar o fantasma numa área do brincar, uma
área simbólica. A criança, muito identificada à sua mãe a imitara? e assim será
convidado a não morder mais e a integrar facilmente o "não, você não me morde", a
realidade então. 

Não obstante, a iniciação à dimensão simbólica não está encerrada.


Simultaneamente, a mãe ensina ao seu filho a dar beijos, em seguida a mandar
beijos. Ora, o beijo é um simbolismo da devoração... Não é! Em seguida a mãe
ensina ao seu filho a "dar tchau" com a mão, feito uma boca que se abre e se fecha, a
mão sendo um prolongamento da boca. 

A devoração inicial se tornou um gesto relacional, social, que coloca o corpo à


distância: os fantasmas,a pulsionalidade e a intensidade dos afetos, entre parênteses,
são contidas. A criança abre-se ao simbolismo de seus fantasmas integrando a
realidade graças à qualidade de identificação primaria e a a?rea do brincar
compartilhado. O que resta a criança. O prazer de devorar com os olhos, de devorar
conhecimento. O conhecimento como mãe provedora? 

Mas como se dá o acesso ao simbo?lico e a integração da realidade quando a


relação ao outro se contro?i sob um fundo de desprazer, de ódio e de agressividade? 

O prazer de pegar 

O prazer de pegar o mundo para si é apenas a continuidade da expressão do


fantasma de devoração. Em efeito, a perda do prazer de agir sob o outro é
compensada pelo prazer de pegar o espaço e os objetos. Pegar é um asseguramento
simbo?lico contra a perda. 

Pegar o espaço e todas suas direções pela conquista de estar de pé, assim como
pegar objetos são metáforas do corpo desejado da mãe. Sim, a criança pega o
espaço como ele pegou o seio. Como vocês explicam que as crianças que vocês
ajudam que têm dificuldade de aprendizagem revelam seu medo de ser devorado ou
seu desejo de ser devorado, de ser amado? 

Os pais facilitam as primeiras ações de seu filho com um mínimo de coação.


Deixando-o agir, este encontra resistências em seu ambiente e encontra prazer em
resolvê-los. A criança se mede a realidade, esta que o permite de conter o excesso
pulsional de pegar. 

Na ausência dos pais, o prazer de agir e de transformar o ambiente é uma


experiência sempre nova do espaço e do tempo. A ação prevalece à onipotência, a
força do sujeito sobre o mundo, a eficácia e conquista de si, a confiança em si, o
prazer de ser si mesmo em direção a autonomia. 

Pore?m, se os pais não deixam a criança agir, este não pode viver a onipotência de
sua ação, ele sofre de sua ineficácia, e sofre de suas derrotas repetidas e correndo o
risco sentir-se invadido pelo poder agressivo dos pais. 

Agir para conhecer 

Agir sobre o mundo, descobrir e redescobrir com insistência, é afirmar seu desejo de
viver e ao mesmo tempo o desejo e conhecê-lo. 

- Para a repetição da ação, a criança cria o espaço e os objetos. Ele os observa com
insistência, ele descobre os parâmetros que o constituem, ele os memoriza para
compara?-los a outros espaços e outros objetos. A criança é sa?bia. 

-A repetição da ação da? a criança a segurança de adquirir conhecimentos futuros. 


-A repetição da ação assegura a capacidade de aprender por si - mesmo, assegura
tambe?m à curiosidade intelectual para compreender este mundo tão complexo no
qual vive a criança hoje. 

O desejo e o prazer de aprender podem ser compreendidos como uma evolução do


prazer de pegar e alem do prazer de devorar, más não há prazer de aprender sem
falta assumida. O conhecimento torna-se então um simbo?lismo de asseguramento
contra angu?stia de perda. 

Brincar livremente 

A criança brinca pelo prazer de agir projetando seu mundo interno psíquico
inconsciente e consciente, mas nossa atenção enquanto especialista de ajuda nos
leva a compreender por que algumas crianças brincam enquanto outras não.
Elas brincam com prazer para se assegurar contra a angu?stia. Todas as
brincadeiras têm uma função de asseguramento. 

A angústia, é um corpo em tensão, sofrendo, que resulta de uma relação defeituosa e


que corresponde a um estado afetivo de desprazer e emoções de mal-estar.
A partir desta definição, compreendemos facilmente que a criança so? pode
assegurar-se pela dinâmica do prazer que aniquila o desprazer da angústia. 

- Algumas crianças vivem então um grau de angústia assumido e se asseguram pelo


brincar, enquanto outras vivem um grau de angu?stia excessivo não assumido e não
podem se assegurar pelo prazer insuficientemente vivido na relação. 

- Assim, todas as angu?stias da criança se referem a angústias arcaicas de perda do


corpo (queda, despedaçamento, dissolução, explosão) que se desenvolvem no
decorrer dos 6/8 primeiros meses. 
Estas se manifestam pela agitação motora e descargas emocionais (choro, gritos) as
quais são bem contidas quando a qualidade do envelope protetor dos pais existe.
Más apesar disso, certo grau de angu?stia arcaica e de agressividade inevitáveis se
mantêm, que a criança pode assumir porque ela tem recursos elementares de
asseguramento simbólico como devorar, pegar, tocar, manipular, mobilizar-se,
aprender, identificar-se a mãe…, mas também porque a criança é capaz de pôr em
pra?tica brincadeiras de asseguramento profundo. 

Estas brincadeiras aparecem espontaneamente em todas as crianças em torno do


terceiro ano e duram muito tempo, e acredito a vida toda. Estas brincadeiras são: 
-construir, destruir (juntar, separar, abrir, fechar, encher, esvaziar), 
-equilibrar-se, cair, girar, se balançar, 
-enrolar-se (envelopar-se e ser envelopado), liberar-se, 
-esconder-se, ser descoberto, 
-perseguir, ser perseguido, escapar, fugir, 
-identificar-se com o agressor, identificar-se com o agredido 

Um movimento diale?tico de ações opostas permanece nestes jogos. Em efeito, esta


ações opostas permitem a criança de viver o prazer de construir, de equilibrar-se, de
envelopar-se... Esta experiência se refere às ações da mãe e libera o prazer de
atacá-la, de destruí-la, e assim afastar o medo de ser destruído e abandonado*. 

Assim, no prazer de construir existe o desejo de destruir para construir melhor


novamente. Então nós podemos dizer: mais estou perto de você, mas eu desejo me
afastar de você, para melhor me reaproximar de você e assim por diante. Será que
esta dialética não é va?lida para a vida toda! 

Esta brincadeiras de asseguramento profundo estão presentes em todas as culturas,


elas são universais. Elas são uma expressividade do corpo sem fronteiras. Elas
garantem a segurança afetiva da criança e sua evolução psicolo?gica e
principalmente o desejo de crescer e construir-se como sujeito independente. 
As crianças que vocês ajudam não viveram esta diale?tica de ações opostas. Elas
vivem uma falta de asseguramento profundo. Ajudá-las a se construir é um processo
asseguramento é a condição fundamental para encontrar uma segurança afetiva e
abertura ao prazer de pegar e aprender. As angu?stias arcaicas não foram
suficientemente contidas dão um sentido as dificuldade principais que vocês
conhecem, mas que eu gostaria no entanto de relembrar rapidamente. 

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* A criança se apropria o ódio contra o objeto-mãe para melhor dominá-la e que ela não seja mais um entrave
para sua evolução. Trata-se de um mecanismo inconsciente que no?s encontraremos na brincadeira de
identificação com o agressor
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Dificuldades afetivas e relacionais 

As angu?stias e o desprazer provindos de uma relação defeituosa fazem com que a


criança se sinta invadida por "objetos maus", não podendo reter o "bons objetos". Ele
se sente perseguido por uma carga agressiva, um perseguidor interno corporal, um
agressor que não é identificado. 

A propósito, não pode haver evolução sem ajudar a criança para desmascarar este
perseguidor interno, representando-o pelo brincar, pelo desenho, pela modelagem e
pela linguagem a fim que a criança descubra nela, que ela possui bons "objetos", e
que suas pulsões agressivas não o destroem. 

A carga de ódio acumulada contra o objeto-mãe separa o mundo externo da criança :


nada é bom, nada é para se reter, tudo deve ser rejeitado, destruído, e toda a energia
pulsional agressiva é: 

-ou projetada para o exterior, por isso a instabilidade, a agitação motora usada
agressivamente para reagir contra a mãe e fugir a realidade. Os pais, responsáveis,
professores, são vividos como perigosos, carregados de desconfiança apesar de sua
atitude compreensiva. A carga agressiva com as pessoas limita, ou mesmo
impossibilita disponibilidade para outros investimentos, principalmente do ponto de
vista da realidade das aprendizagens e do conhecimento. 

-ou a pulsionalidade agressiva, destruidora é voltada contra ele mesmo. A


passividade motora, a inibição psíquica, assim como a retenção emocional são
conseqüências. Estas crianças cujas angústias não foram suficientemente contidas,
sofrem. Elas sofrem porque elas não podem criar processos de asseguramento
contra a angústia. Eles não são nem seres de ação, nem seres de brincar, tampouco
seres de comunicação. Seu comportamento pode oscilar entre excitação motora,
agitação e apatia, desinteresse de tudo. São crianças de uma grande fragilidade
emocional. Os medos, a raiva são freqüentes e sua capacidade de descentração
tônico-emocional é muito fraca. Aí está um fator a mais que limita e atrasa o acesso
as aprendizagens cognitivas. 
Estas crianças buscam sua identidade por falta de identificação primária. Elas vivem
dolorosamente a angu?stia de separação com a mãe e por isso a identificação à
figura feminina ou a figura masculina são incertas. A identificação sexual para a
menina como para o menino é difícil e esta incerteza invade o pensamento da criança
e o coloca em um conflito que deixa pouca disponibilidade para que ele se pense e
pense o mundo externo. 

As dificuldades instrumentais 

As angústias arcaicas insuficientemente contidas limitam o desenvolvimento das


organizações instrumentais como a sensibilidade interoceptiva, proprioceptiva e
exteroceptiva, assim como o tônus e o ritmo das atividades. 

A fragilidade da sensibilidade interoceptiva diminui o desenvolvimento de algumas


funções somáticas e podem aparecer então desde os primeiros meses e
somatizações digestivas, respiratórias. A agitação motora futura será a seqüência
lógica. 

A fragilidade da sensibilidade proprioceptiva gera uma imagem interna do corpo mal


definida e um atraso na descoberta da imagem especular. A representação de si pelo
desenho é incerta.
Por outro lado, a fragilidade das sensações proprioceptivas não favorece o
desenvolvimento otimal do tônus de equilíbrio, a insegurança afetiva é evidente. Por
isso o medo da queda e a busca do chão como lugar de segurança. 

A fragilidade das sensações proprioceptivas não permite a criança perceber seu eixo
corporal descoberto na qualidade do apoio parental e nós conhecemos a importância
das sensações cinestésicas e visuais deste eixo na aquisição da lateralidade. 

A fragilidade das sensações exteroceptivas corre o risco de deformar a percepção do


mundo externo e sustentar erros de caráter espacial e temporal. A criança privilegia
então o espaço e o tempo afetivo. 

Dificuldades cognitivas 

A noção de permanência estabelecida a partir da qualidade da relação com a mãe,


bem como a criação de objetos de prazer, durante sua ausência, quando não é
assegurada, a noção de conservação não poderá ser integrada e cumprida de forma
satifatória. Ora, esta é necessária para o estabelecimento de muitas funções
cognitivas e à organização lógica do raciocínio. Aliás, a noção de antecipação corre o
risco de ser alterada e no?s sabemos o quanto esta noção é indispensável ao
desenvolvimento da inteligência e da capacidade de pensar e representar o mundo. 

***

Eu lhes propus algumas idéias para compreender as dificuldades da criança e para


ajuda?-La a restabelecer o sentido de ser ela mesma e de aprender. Ma?s um
discurso teórico por mais pertinente que seja é pouca coisa para a pessoa que se
compromete em ajudar uma criança que esta? sofrendo. 

Em efeito, não existe ajuda sem uma sensibilidade emocional dirigida a criança: sentir
em si seu corpo, seu tônus, suas sensações, a criança em seu mal-estar, através de
seus gestos, de seus gritos, de seus silêncios, de suas recusas são as prioridades da
ajuda. 

Viver ressonâncias tônico emocionais recíprocas, com certa empatia abre caminho
para imaginar as intenções da criança, de viver seus desejos profundos jamais
expressados, abre um caminho para compreender a criança para além do que ela é
naquele momento.
A este propósito, a formação pessoal pela via do corpo deve ser a chave mestre de
toda formação para este e esta que escolheu de ajudar crianças em dificuldade. N0s 

E para concluir, eu imaginei um diálogo com todas as crianças que eu ajudei. 

- você sabe por que você vem aqui comigo?


- Sei não.

- porque você esta? mal na escola, na sua família.


- Tá bom, pa?ra, eu vim aqui para brincar. 
- Espera, você esta? aqui para que eu te ajude a ficar melhor na escola, na vida.
- Está bem, mas eu sei tudo que a professora e meus pais te disseram. 

- Más eu posso te dizer que eu esqueci tudo que a professora e seus pais me
disseram. Quando eu estou contigo aqui, eu não tenho mais memo?ria.
- Bem, a professora me diz sempre que eu tenho um memo?ria parecida com um
escorredor! 

- Talvez seja para ser engraçada que ela te diz isso.


- Então você, você é um especialista da ajuda às crianças que têm ide?ias negras. 

- Se você quiser.
- Bom, você brinca comigo. 

- Certamente. Algumas vezes, você brincara? de lobo, de dragão, de bruxa, de


fantasma, de Batman, de Power Rangers… de Zorro. Más você não conhece o Zorro.
- Sim, meu avô já me falou dele. 

- Quando eu tinha sua idade, eu era fan de Zorro, eu não sei por quê. Talvez por
causa da máscara, de sua grande espada, de seu cavalo preto? Seu fiel servente?
Você sabe como se chamava seu servente? Bernardo, ele era surdo e mudo.
aqui, se você quiser, você poderá brincar de bebê, de passarinho caído do ninho, e
eu poderei te carregar!
- Você faria isso por/para mim? 

- Sim, eu posso porque eu não sou uma pessoa como as outras.


- E você acha que isso vai me ajudar a aprender na escola? 

- Talvez, para ter menos ide?ias negras. Agora é hora de partir, de voltar para sala de
aula
- Não quero ir embora. 

- Eu vou te dar um cartão para a próxima sessão.


- não preciso, eu me lembro que aqui com você é sempre as quintas-feiras às 10
horas 

- Aliás, o u?ltimo cartão você mordeu as beiradas.


- é…é porque eu queria te comer. 
- Oh, là, là, me comer!
- é…, porque eu estou bem contigo e agora eu não estou mais sozinho! Você
entende? 

- Sim, eu te entendo. Tchau. Até quinta-feira que vem. " 


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Complejizando o conceito de empatia tônica EMOCIONAL
PSICOMOTORA CLÍNICA
Lic. Claudia Ravera
Montevidéu, novembro 2008.
Alguns falam de psicomotor tônico-emocionais empatia para se referir
a
nossa principal ferramenta, porque pode estabelecer um
tônica diálogo com a criança ouvir seu repertório não-verbal, enquanto
implantar nosso.
Eu sei o conceito de empatia é um conceito controverso e, em certa
medida pode
considerado "simples", mas, sem dúvida, preferem usar quando eu
preciso
consciente do que eu coloquei em jogo como uma terapeuta no
encontro terapêutico. Golse
1
Ele afirma que a teoria do apego de John Bowlby, que baseia-se
principalmente no
conceito de emoção, oficiar como uma ponte entre a teoria das pulsões
(Freud) e
teoria das relações de objeto (Klein). Ele acrescenta que a noção de
emoção é muito
mais dinâmico do que os dos afetos, embora conceitos derivada
dela um pouco
Solto como empatia - mais ilustrativo do que o intrapsíquico. Neste
sentido
a "fraqueza do conceito," Kohut
2
Ele estava particularmente preocupado que a
gerações que poderiam acontecer iria entender que a empatia não é
uma maneira
para ser "amigável" ou "curar através do amor", mas é a chave
antecedência permite a profunda compreensão do mundo interior dos
seres humanos
3
. É
neste último sentido que eu me refiro ao conceito de empatia.
1
Golse, B., Conferência. "Psicopatologia
Infantil". Flappia. Montevideo. 2007.
2
Maclsaac, D., "EMPATIA: A CONTRIBUIÇÃO Heinz Kohut" em
Nova
endereços na psicoterapia. Livro: Repensando o conceito de empatia.
Compilado por Arthur C. Bohart e Leslie Greenberg. American
Psychological
Association, Washington, DC (1997) Autor do comentário: Monica
Celis Sierra.
Aberturas psicanalítica. Março 2003 No. 13.
3
Golse, B., Conferência. "Psicopatologia
Infantil". Flappia. Montevideo. 2007.

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Eu não sinto a necessidade de gerenciar e conceitos de transferência
contratransferência, por outro parte específica da abordagem
psicoterapêutica
psicanalítica. Como Ajuriaguerra diz no prefácio do livro "A prática
psicomotor. Reabilitação e terapia "Aucouturier-Darrault e Empinet:"
Alguns
número psicomotor ter considerado a transferência desempenha um
papel na
terapia psicomotora. Este não é o caso dos autores de que o
comentário.
A partir de perspectivas rogeriana, tem defendido a ideia de que
consiste em afirmar
que como uma atitude de compreensão é adotado, o problema da
transferência
É quase evacuado do campo terapêutico. A transferência da pessoa
O terapeuta não é uma necessidade em si, mas é o sistema correlativo
atitudes. Na abordagem terapêutica, o fato de intervir como
partenaires
dá a transferência simbólica de carácter temporário, não alcança
quase à pessoa do terapeuta, se este último não é ambígua na sua
prática.
(...) Assim que, se a atitude do terapeuta ou reeducação é claro, o
transferência não pode assumir um caráter afiado. O terapeuta, por
"Empatia Tonic" faz parte de uma atitude de escuta que incentiva a
comunicação
ao mesmo tempo que mantém uma distância em uma atmosfera de
segurança ".
Mas deixar a natureza humana, que nos dá a realidade e senso comum.
Vamos para as emoções humanas, que vão para o seu lugar de
gestação, vamos ver
o que acontece entre uma mãe e um bebê. Nós encontramos o mais
rapidamente reunião
e bonito, onde nós colocamos palavras e como podemos manter o
modo de colocar
tentar entender e compreender.
A primeira palavra que nos vem é ternura, amor, diálogo tônico ....
O conceito de diálogo tônico, criado pelo Prof. De Ajuriaguerra
4
do
Contribuições Wallonians é definido como "a função de câmbio,
mediada pelo corpo,
que joga todo o tema em comunhão afetiva e dando origem a psique,
quando você define a dupla relação com o ambiente social e do
interior, através da
mediador privilegiado que é a mãe. "
4
Ajuriaguerra, J.; Marcelli, D. (1987) Manual de Psicopatologia
Infantil, publicação
Masson SA, segunda. Edição, Barcelona.

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DIÁLOGO TONIC mãe-bebê
Ajuriaguerra - Wallon
Função de troca
CORPO mediada
Que dá todo o assunto
Na comunhão afetiva.
E QUANDO QUE INSTITUI A DUPLA
RELACIONAMENTO COM AMBIENTAL E SOCIAL
DENTRO DO MÉDIO
Ela dá origem a PSYCHE
Através deste mediador privilegiado que é a mãe.
Matthew é um bebê de um mês e uma semana. Isso nos braços de sua
mãe à espera de seu
se voltam para o controle Pediátrica Policlínica em sua vizinhança
(Policlínica Giordano).
Parece que eles foram apreendidos por seus olhares entre si, como
uma espécie
cordão umbilical, mas parece fato de conhecimento e
reconhecimento,
Eles intercaladas lhes sorrisos tímidos que estão a ter
alívio. Abordamos
falar com a mãe para perguntar se eles concordariam e
presenciáramos
filmáramos seu bebê durante o exame médico porque estávamos
fazendo

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uma investigação. Margarita olha para nós o que exige que você
parar de olhar para ela
precioso bebê, sorrindo para nós, diz que sim. O bebê olha
constantemente ela.
Olhamos para eles como eles olham, que o bebê é como um atrator
ímã
olha !!!. Não se fala, todos estão relaxados, enquanto o tom do
músculo se do bebé,
corpo estado plácido infectar nós. Não só olha para o batente
Bebê e mãe, também foi interrompido o tempo eo espaço é reduzido
para aqueles dois
corpos ternamente desfrutar. Mateus começa a fechar por um instante
pálpebras e, em seguida, abra os olhos. Ele derrete a mãe sente que
seu bebê significaria
algo que faz as coisas, que é preciadamente bonito. Mateus retorna
para fazer outra
colírio, nós exclamar em palavras o quão bom ele é, não podemos
Acreditamos que, sendo assim pequeno dizer tantas
coisas. Continuamos a olhar "de fora"
o envelope que protege o mundo externo, para a mãe e para o bebê
amar. O bebê é anestesiada, feche suas pálpebras ... vai estar
dormindo? Mãe
falamos, falamos de Mateus e do ser divino. Matthew não é como o
seu
Mom falar com estranhos, abrir os olhos e olhar para ver se sua mãe
está lá com ele,
com o cabo que liga o olho. Estavam fora novamente, este é o lugar
para eles.
Digite a consulta. O pediatra é doce e suave, ele não quer que nós só
atirar
volta. Nós começamos a filmar. A mãe se despe na maca, xaile, boné,
luvas, jaqueta, bucitos, um batita, outro batita, camiseta, meias e
fraldas. Ele era
desnudito veio ao mundo, mas não chora, a temperatura ambiente é
quente para
Apesar da pobreza de recursos. O pediatra aquece as mãos nos
bolsos
o bebê não sofre o frio que pode estar em suas mãos. Ele fala em
primeiro lugar, ele diz
é bonito, nomeá-lo. Ele toca o nariz com o dedo indicador como um
sinal da ternura. O bebê
verifica-se aos olhos do pediatra. Ele permite examinar suavemente,
em qualquer
tempo de chorar a qualquer momento, detê-la. Os "umbilicais" looks
da medula
continua agora com o olhar do pediatra que é menos intenso, menos
permanente, mas que é suave e humana.
Ser um bom observador e seu ambiente quotidiano da família do bebê,
é um profundo e difícil
fenómeno artístico semelhante à aprendizagem. Vamos tentar
engravidar clima
emocional entre um bebê e seus pais, é como tentar entender como o
beleza na arte é apreendido pelo sujeito humano. E, como antes, uma
obra de arte,
esta cena materna nos leva a dizer com flores "Qualquer interpretação

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parecerá sempre incompleta, como o sentido último da obra é para
provocar
experiências, submeter de imediato, através de emoções e
sensações. Potencial
Arte-educação é precisamente esta falta que nos desafia
continuamente a
buscar respostas. "
4
Então fale diálogo tônico, está tentando interpretar, mas sabemos que
não
atingido. Vamos passar para a "linguagem abusiva", nas palavras de
Golse, deixe-
com o conceito de diálogo momento tônico sobre o que ele diz sobre
Ajuriaguerra em
mãe e mediador privilegiado do diálogo.
Funções maternas foram estudadas por diversos autores, mas vai
demorar
D. Stern conceito de constelação da maternidade e nós localizar dentro
desse
Constellation lugar que ocupam o diálogo tônica.
Popa
5
argumenta que o que ele chama de constelação da maternidade ", é
uma
organização da vida mental da mãe, somente apropriado e adaptado
para
enfrentar a realidade de cuidar de uma criança. Isso faz com que a
organização psíquica especial
a mãe em um "paciente".
Popa
6
desenvolve quatro grandes questões de interesse para a mãe durante
este
constelação da maternidade, e que se relaciona com a cultura deixar de
ser universal ou
inata:
1) emissão de vida e crescimento. Pode manter o bebê vivo e
fazê-lo crescer?. Você pode alimentá-la, fazer você engordar, vigiá-lo
durante
noite, evitar deixar cair, resfriá-lo, admiti-lo, etc ...
2) relacionamento tema principal. Você pode se relacionar
emocionalmente com
bebê naturalmente e garantir o desenvolvimento psicológico do bebê
para ser
como ela deseja? Você pode criar um link para uma criança que nem
sequer fala e
Você só pode expressar-se por um bem diferente do seu repertório,
pode
proporcionar segurança e afeto, você pode ajustar o ritmo do bebê,
você pode "segurar"
você pode transmitir normas sociais mínimas de produção e recepção
afeto, você pode conseguir a intenção de negociação e comunicar a
um
entre? Você pode reconhecer e acreditar que é realmente seu
filho? Pode
entrar na preocupação materna primária de Winnicott, que desenvolve
5
Stern, D. "A constelação da maternidade".
6
idem

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uma sensibilidade marcada e fortemente identifica com seu bebê
melhor atender às suas necessidades? Você pode ler o seu bebê e
interagir com
ele não-verbal, pré simbólico e espontânea? Você pode entrar em um
jogo
Livre? É uma mãe "por natureza?" Temores de mães nestes
estágios sofrer sensação artificial, impróprio, inadequado, deficiente,
vazio
mesquinha ou ser muito difícil em si mesma em alguns dos
sentimentos e comportamentos do repertório humano, como ser
incapaz de amar,
ser espontâneo ou se render.
3) Tema de matriz de suporte. Será que ele sabe a mãe como criar e
ativar a
sistemas de apoio necessários para executar essas funções? Refere-se
à
Mãe precisa para criar, permitir, aceitar e regular de uma rede de
apoio
benfeitor e protetor de modo que possa satisfazer plenamente os dois
primeiras funções para manter o bebê vivo e promover o seu
desenvolvimento
psicológico e emocional.
4) RE-questão da identidade. Será capaz mãe
transformar e reorganizar sua própria identidade para permitir e
facilitar estes
funções? Em suma, o novo mãe deve mover o seu centro de
identidade
filha de mãe, esposa-mãe de parteira profissional, um
a geração anterior em geração.
Circunscribiríamos diálogo tônico, em seguida, a segunda questão
importante, a questão da
relacionamento primário. Por que dizer de Ajuriaguerra "que
mediador privilegiado que é o
mãe "... e estes são os privilégios que tornam a mãe? Como construir
estes
privilégios que permitem que você entrar em um relacionamento com
seu bebê, um diálogo
tónico com ele, entre muitas outras coisas?
Cadastre-se agora esta idéia de algo mãe privilegiado com a idéia de
capacidade
empática, porque se o diálogo tônica é uma função de intercâmbio
emocional através
corpo, mas para cumprir esse papel é necessário disponibilidade
empática como
precursor inevitável.
O conceito polêmico de empatia vem de filósofos estética da arte
(Robert Vischer 1847-1933, Teodoro Lipps). O termo foi usada no
início do
"Endopatia" em vez de empatia. De acordo com Lipps teria dois
aspectos fundamentais no
endopatia: "projecção" a partir do qual o sujeito estende seu ser em
uma realidade

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externa e "imitação", através do qual se apropria de certos elementos
do trabalho
Art.
Vemos, então, como o conceito de endopatia, leva-nos de tentar
compreender a experiência artística para tentar entender a
comunicação
Humano como uma arte. Estas mesmas idéias ir para o outro com algo
de um,
apropriando-se, compreensão e "out" do que outro, eu trago à mente
uma vinheta clínica.
Estar com um grupo de crianças de 4 e 5 anos, então eu disse a eles
trabalhar na sala
O que ele parecia torná-los algo artístico, oferecendo-lhes grandes
folhas de papel e
escovas. Uma menina muito inteligente e afiada me disse: "O que é
isso?" ... Eu disse,
"Vocês. sabe o que é arte? "Um breve silêncio e resposta
inesquecível" Sim
!, Nós sabemos o que é quando você começa algo que nunca imaginei
que você estava indo para sair! "
realizar este duplo movimento de entrada e saída.
Dentro de psicologia era C. Rogers, que disse que a empatia envolve
compreender a experiência subjetiva do paciente como a sua própria,
mas sem
perder a qualidade do "como se"
6
. A empatia é mais do que um estado e como um processo
Cada processo tem um passe temporário e um registo em alguma
forma de memória.
Tem várias facetas de entrar no mundo da percepção do outro, se
sentir confortável em
ele vive temporariamente sua vida, mover suavemente dentro dela sem
julgamento,
transmitir como se sente mundo do outro, tornando-se um co-
confiar nessa pessoa em seu mundo interior.
Por isso, talvez, quando uma mãe e bebê recém-nascido são muito
mais longos
de compreensão mútua construído ao longo de nove meses de
coabitação
corpo, mas ... apenas e só se houver suficiente mãe maturidade I,
tolerar e
Ele reconheceu a sua ignorância sobre o que o bebê para descobrir que
o bebê
como enigma, de que "imprecisão" muito original de toda a criação ...
ela não sabe
tudo sobre ele e respeita sua aparência única ... o bebê não sabe tudo e
Ele tem muito a construir / descobrir. Algo muito semelhante acontece
conosco em
nosso ensino e trabalho clínico, que tem tanto de ser mãe. A chave
talvez
está no "ego suficientemente maduro" de cada um de nós como
psicomotor, cada um como um professor, como cada aluno e em ...
tudo continua o trabalho de educação que fazemos para nós mesmos
como

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pessoas e profissionais. Parece oportuno também enfatizar o
treinamento
como sujeito social subjacente, que acontece em todas as
universidades verdade, Treinamento
que vai além do pessoal ea profissional.

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