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Rio de Janeiro- RJ
Junho/2003
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Rio de Janeiro- RJ
Junho/2003
AGRADECIMENTOS
Agradeço esse trabalho a todos que acreditaram em mim, que me deram força a começar
mais essa etapa da minha vida, me mostrando desde o início que eu seria capaz.
Às minhas amigas de curso e de trabalho, Rosane Regina, Bianca e Beth, pela força que
me deram quando comecei essa monografia e pelos momentos em que sempre estiveram
próximas a mim. Eu adoro vocês!!!
Aos meus amigos, em especial ao Marcio, que sempre estiveram do meu lado, me apoiando
e me “aturando” nos momentos de mais nervosismo, seja em casa, na Igreja, no telefone...
Contem sempre comigo!!!
A creche Pintando a Infância, por ter me dado a minha primeira turminha: Ana Clara
Barbieri, Ana Clara Rodrigues, Alice, Arthur, Bruno, Carolina, João Vitor, Lucas e Silas;
que me alegram com seus sorrisos e suas brincadeiras. Foi pensando em vocês que cheguei
hoje ao final deste trabalho.
DEDICATÓRIA
Todos nós sabemos quanto é importante a relação da criança com outras crianças e
com o mundo. Sabemos também que é característico de todas a as crianças o querer
desbravar o mundo com suas próprias mãos. A criança adora correr, pular, saltar, rir, falar
alto. A criança adora crescer e se desenvolver. A criança adora brincar.
Essa trabalho vem mostrar qual a relação da criança com o brincar. De que forma
que a brincadeira ajuda na criança em seu desenvolvimento físico e psíquico. A idéia de
basear os estudos em Winnicott e Aucouturier vem para mostrar as diferentes faces e
abordagens que são dadas ao brincar que, longe de ser algo simples e sem significado, o
brincar é uma ação repleta de informações e de simbologias que ajudam Educadores e
Psicomotricistas a conhecerem sempre mais e mais os seus alunos.
SUMÁRIO
Introdução................................................................................................................pág 01
Capítulo I- Metodologia..........................................................................................pág 04
Conclusão .............................................................................................................pág 32
Quando se fala em criança a primeira coisa que nos vem a cabeça é vida, alegria,
brincadeira. Quando recordamos a nossa infância, qual a primeira imagem que nos vêm a
memória? Com certeza muitos responderão as brincadeiras e os jogos que fazíamos
individualmente ou com nossos amigos.
Para calcar minha pesquisa, busquei algumas hipóteses as quais pudessem ser a base
de meu estudo:
- Ao brincar a criança tende a se aproximar do grupo e/ou trazer esse para próximo de si.
- O brincar não é somente um momento em que a criança corre, pula, grita, inventa. O
brincar é uma forma que a criança tem de se relacionar com o outro, conhecer o outro e
estar em contato com ele.
Tendo como objetivo geral mostrar de que forma que a brincadeira pode ajudar à
criança de 1 a 3 anos a se conhecer e conhecer o próximo, a socializar com outras criança e
se adaptar no meio físico e social a que está sendo inserida; pretendo atingi-lo respondendo
algumas questões, tais como: “Até que ponto, conforme Aucouturier, a brincadeira livre
ajuda a criança na relação com outras crianças?” , “Quanto a brincadeira dirigida, a
intervenção do psicomotricista auxilia de que forma nessa adaptação?” , “uma vez que o
brincar é tão importante para o desenvolvimento da criança, qual a visão de Winnicott para
o brincar?” , “ Quais as providências que o Psicomotricista deve ter quando está em frente a
uma criança com dificuldades de socialização? Deve trazer a criança para a brincadeira ou
adaptar a brincadeira a criança? De que forma?”.
Pretendo com esse trabalho, mostrar a importância que a brincadeira tem para a
criança. Fazer com que o educador descubra que, mais que uma simples brincadeira, as
atividades que as crianças fazem com seu grupo tem um valor social implícito, onde novas
relações são formadas e vínculos são estabelecidos. Sejam essas atividades livres ou
dirigidas, a cada nova brincadeira novo e mais forte grupo será formado entre as crianças, e
essas cada vez mais unidas e felizes.
CAPITULO I
METODOLOGIA
Porém não consegui desvincular esse trabalho da análise de textos, desta maneira
busquei também fundamentação num estudo de cunho teórico, este trabalho desenvolveu-se
também em cima de dados previamente retirados de livros e de idéias de autores. E
conforme diz Tachizawa e Mendes (2000, p.33)
Desta forma verifica-se que deve haver um contexto a ser analisado e a partir deste
contexto buscar textos que levem a análise deste trabalho, bem como as verificações a
análises tiradas na pesquisa de campo.
O contexto escolhido por mim foram os diversos momentos de jogos e brincadeiras
que crianças de 1 a 3 anos vivenciam dentro de uma creche, em especial a minha turma
dentro da creche o maternal Ib da creche universitária Pintando a Infância da UFRJ. A
creche fica cituada dentro da ilha do fundão e atende aos filhos dos funcionários desta
universidade. Porém sobre a creche falarei mais detalhadamente no próximo capítulo.
As crianças chegam a creche as 7:30, e nela ficam até as 17:30. São servidas 4
refeições: a 1ª as 9:00 (que é chamada de colação, geralmente é servido leite, biscoito ou
pão. Para os menores geralmente é servido suco e fruta) ; a 2ª as 12:00 (almoço); a 3ª as
15:00 e a última as 17:00. Após o almoço as crianças do berçário, maternais e jardim I
dormem até as 15:00, esse momento é chamado de “hora do soninho”, acordando para o
lanche das 15h. Dentro deste período as crianças participam de atividades propostas pelas
educadoras- seguindo sempre o eixo pedagógico da creche- e pelos estagiários de música,
artes ou educação física.
A EVOLUÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE
CAPITULO IV
A PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR
“A brincadeira é uma linguagem
infantil que mantém um vínculo
essencial com aquilo que
é o “não- brincar.”
Referencial Curricular
Lins ainda diz que brincando a criança pode expressar sua raiva sem que o
mundo se volte contra ela, ou seja, durante a brincadeira ela tende a trazer a tona
questões existentes dentro dela, podendo se referir a angústias, ansiedade, raiva,
tristeza, e até mesmo felicidade, euforia e alegrias, ou seja, os mais diversos
sentimentos que ela as vezes nem sabe externalizar, mas que ao brincar ela consegue
colocar “para fora”, sem que receba nenhuma critica ou repreensão. Mas, ainda como
diz Lins:
Desta forma é importante darmos as criança tempo e espaço para que estas
brinquem e de se desenvolvam, permitindo que elas possam trabalhar a própria
criatividade uma vez que desde o momento que a criança brinca ela esta tendo o domínio
da linguagem simbólica, sendo a brincadeira uma ação que ocorre no plano da
imaginação. Quando a criança brinca ela utiliza-se de objetos reais para dar-lhes outros
significados originados na sua imaginação.
Para Vygotsky os jogos e as brincadeiras são condutas que imitam ações reais,
não é que a criança quando utiliza-se de um objeto não esteja interagindo com o real, mas
pelo contrário, o objeto serve somente como um facilitador da transformação do
imaginário em real. Além disso os jogos têm também papel decisivo na aquisição da
linguagem, no aprender a lidar com o outro, e nas habilidades sociais.
Quando a criança brinca os gestos e objetos que ela utiliza e como utiliza
mudam o significado para esta criança, pois como ainda diz o Referencial (pág. 27)
Em seu livro “O brincar e a Realidade” Winnicott cita Milner, que diz que o
brincar das crianças está relacionado a concentração dos adultos. Winnicott faz
constantes ligações entre o brincar e a importância da fantasia.
Ou seja, quando a criança brinca ela esta dando sinais claros de sua vivacidade,
e ela esta se socializando com outras crianças ao mesmo tempo, pois como Winnicott
disse, há uma comunicação consigo (eu) e com os outros, gerando assim uma relação.
Ao mesmo tempo que a criança brinca ela cria relações e, ao passo que ela interage com
os objetos de sua brincadeira ela revela relatos íntimos que, aos olhos do psicanalista
são falas reveladoras para o trabalho terapêutico.
Como falado, cabe ao educador ou quem for lidar com a criança, o dever de
“dar” a liberdade sem deixar de lado os limites. É preciso mostrar as criança que
existem regras e que estas devem ser cumpridas.
E o brincar é uma forma de dar a criança “regras” e ensiná-las a ter limites, pois
qual o jogo que não tem regras a serem cumpridas? Ao mesmo tempo que a criança
brinca é formado nela conceitos e ao passo que ela brinca vai comunicando a sua visão
de mundo, assim como afirma Oliveira (2000, pg8)
Por volta dos dois anos a criança começa articular realidade e fantasia, a
inteligência da criança está mais voltada para o “aqui e agora”, e a criança começa a
utilizar-se da linguagem e da imagem mental. Nessa idade a criança começa a fazer
representações simbólicas que auxiliam a criança a mostrar a forma como ela entende a
sua realidade, assim como afirma Oliveira (2000, pg 106)
Winnicott (79) diz que “é no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança
ou o adulto tem sua liberdade de criação.” O brincar é essencial porque nele é
manifestado a criatividade, e somente na criatividade que o indivíduo, seja ele criança
ou adulto, encontra o seu “eu”. Ainda em Winnicott (80)
Nesta seção falarei um pouco do trabalho deste psicomotricista que tanto se destacou
no trabalho com criança de 0 a 6 anos de idade. Conforme diz Bernard Aucouturier
(in Pinto)
Aucouturier ainda diz que é nesta idade que o “eixo” de trabalho deve estar
voltado, na espontaneidade da criança. Como ele próprio diz (in Pinto)
Mas para a criança ter um desenvolvimento harmonioso é necessário que ela esteja
inserida num ambiente que proporcione todas as possibilidades de descobertas, de
conhecimento, de comunicação.
Na prática pedagógica é necessário que o Psicomotricista favoreça a criança no seu agir e
no seu pensar, provocando um desenvolvimento completo, conforme ilustra Aucouturier
(in Pinto)
“Favorecer um desenvolvimento harmonioso da criança é, antes de tudo, dar-lhe a
possibilidade de existir, de tornar-se uma pessoa única, é oferecer-lhe, então, condições as
mais favoráveis para comunicar-se, expressar-se, criar e pensar.”
Para completar, a prática psicomotora educativa deve ter como principal objetivo
favorecer o acesso ao pensamento operatório. Isto se dá através do desenvolvimento da
comunicação, expressão, criação e descentração. E Pinto completa
Para explicar melhor a forma com a criança atinge o pensamento operatório acredito
fazer-se necessário uma explicação particular dos fatores que levam a esse pensamento,
com isso- assim como no artigo de Pinto- falarei agora de cada um:
A primeira etapa da comunicação é a não verbal. Essa fase é muito importante para
a criança, mas é necessário que a criança passe progressivamente à comunicação verbal. A
totalidade da função simbólica só poderá desenvolver-se através do registro da linguagem,
assim como diz Pinto
• A expressão- ocorre na forma que a criança tem de passar para o mundo aquilo que
existe dentro dela. Através da expressividade de a criança demonstrara toda sua alegria;
agressividade; impulsividade, como afirma Pinto:
1
Todas as citações de Kelly Pinto foram retiradas do site; www.espaconectar.com.br, não sendo possível
desta forma colocar o número da página da onde originou a citação.
expressar sua impulsividade motora sem sentimento de
culpa.”
Através da motricidade que a criança descobre a si própria e faz com que o mundo
conheça a ela. Também através da motricidade que a criança realiza descobertas.
As vezes a criança pode apresentar alguma impulsividade, e esta pode aparecer tão
forte a ponto de assustar terapeutas e educadores, porém esta impulsividade faz parte da
criança, é uma forma de descarga e que deve ser entendida como manifestação de prazer,
assim como afirma Aucouturier:
• A criação- a criança adora desenhar, formar, criar algo. O ato criativo abrange toda
capacidade de compreender algo, e acaba “afetando” a relação, a ordenação,
configurações e os significados.
Para haver a PPA é necessário é necessário que se haja uma sala com um dispositivo
espacial e temporal. Mas o que seria esse dispositivo? O primeiro consiste na exist6encia de
dois lugares: um lugar em que possa haver uma expressividade motora para o prazer de agir
e o prazer de brincar. O segundo lugar é destinado para a plasticidade aonde a criança possa
atingir o prazer da representação plástica pela construção da linguagem, pela massinha de
modelar e pelo desenho.
A sala terapêutica de Aucouturier tem estes espaços bem delimitados dentro de seu espaço
físico.
Porém, como já citei neste trabalho, existem algumas regras a serem seguidas e
algumas delas são destinadas a forma de utilização do espaço. Há leis para se passar de um
lugar ao outro, e esta passagem se dá em três momentos, chamados de tempo, que
abrangem o dispositivo temporal. Por sua vez esse dispositivo temporal compreende três
tempos: o primeiro e o segundo no mesmo lugar; e o terceiro no segundo lugar.
Parece complicado entender, mas Kelly Pinto relata a discriminação deste tempo:
Voltando aos tempos da PPA convém uma breve explicação do que ocorre em cada
tempo da prática.
“O que elas podem fazer em cada lugar, o tempo que têm em cada um
e que devem respeitar a arrumação de cada espaço, isto é, não devem
levar um almofadão, que é do local da motricidade...”
Aucouturier deixa claro que a seqüência de tempo devem ser seguidas, mas cada tempo é
variável para cada faixa etária, assim como afirma Kelly Pinto:
Ou seja, a criança até os 3 anos pode escolher o que deseja fazer, a que momento,
porém deve obedecer o espaço, se quiser desenhar terá que se dirigir ao local específico.
Essa é uma forma de colocar limites e criar hábitos nas criança, uma maneira lúdica de
criar hábitos e atitudes.
Com isso termino aqui esse capítulo sobre a Prática Psicomotora Aucouturier,
acreditando que pude passar um pouco do trabalho desse Psicomotricista que tanto voltou
seus olhos para as questões da educação das criança, principalmente das criança de 0 a 6
anos.
MINHAS OBSERVAÇÕES
Quando comecei a idealizar essa Monografia eu não tinha como objetivo principal
analisar dados, colher amostras, nem nada que dizia respeito a uma pesquisa de campo. Na
verdade eu montei esse trabalho em cima de observações que eu fazia antes mesmo de
entrar no curso de pós –graduação. Porém acredito que as observações que fiz são, pelo
menos para mim, muito interessantes e gostaria de citar neste trabalho.
Como já disse nos primeiros capítulos a turma observada foi o maternal, turma a
qual eu sou uma das responsáveis dentro da creche. Eu estou a dois anos com a turma e,
uma vez que sou Educadora da turma e os acompanho desde o berçário, eu tenho o
privilégio de participar de todas as atividades de Psicomotricidade, desde o ano passado até
os dias de hoje.
No início do ano passado as criança, por serem ainda muito pequenas, não tinham
nenhuma atividade de psicomotricidade estando a cargo das educadoras de turma qualquer
estimulação. Porém, do meio do ano em diante, as criança foram beneficiadas com
atividades de psicomotricidade ministrada por um estudante de educação física que seguia
os ensinamentos de Aucouturier. A partir daí começaram as minhas observações, e pude
comparar as crianças no antes e no depois que começaram as atividades na oficina de
Psicomotricidade.
A princípio as crianças ficavam meio assustadas, pois era algo novo que viam,
brinquedos grandes feitos em emborrachados...elas podiam subir e descer, correr e saltar...
aos poucos foram se familiarizando e começaram a demonstrar prazer por aqueles
momentos em que ora brincavam sozinhos, ora com os amigos de sala- bastava a elas
escolherem o que iriam fazer.
Porém por serem pequenas ainda, não costumavam passar para os tempos da estória
e do desenho- pois a concentração era muito pouca e os lápis poderiam ser perigosos.
A partir deste ano as crianças voltaram a participar da mesma oficina, com o mesmo
estagiário de psicomotricidade. Elas continuam animadas, e cada vez mais interagindo com
o meio. Falam algumas palavras, pedem para brincar de esconder. Nesse momento atual
elas já participam do tempo da estória, só que com 3 a 5 minutos de duração, seguidos dos
desenhos.
Observei que antes as crianças brincavam, mas não externalizavam tanto o “mundo”
interior que existe em cada uma delas como fazem agora.
Quanto a socialização, as crianças costumam chamar- as vezes puxando, segurando
pela mão- os amiguinhos para brincarem juntos, porém esses momentos são as vezes
poucos, uma vez que as crianças ainda estão na fase egocêntrica. Ora e meia surge briga por
causa de um brinquedo, e como eles ainda não sabem resolver esse tipo de conflito surge a
intervenção do psicomotricista. Porém o principal objetivo é a autonomia e a brincadeira
livre.
A é uma criança muito risonha, mas que não tem a fala muito desenvolvida ainda,
falando somente algumas palavras isoladas, ou balbucios. Ela gosta muito de ficar sentada
ao lado da educadora e observar o resto da turma. Vire mexe ela ri e aponta para o grupo,
aos poucos ela se integra ao mesmo e começa a brincar. Gosta mais de brincar sozinha, de
andar de triciclo e subir em uma escadinha de espuma e pular para o chão. Não é seu
costume disputar brinquedo dentro de sala. Não pede ajuda do Psicomotricista e atende
sempre que é solicitada.
C também é uma criança igualmente alegre. Tem a fala mais desenvolvida, costuma
chamar os amiguinhos para as atividades. Gosta de realizar brincadeiras mais “brutas”:
pula, corre, salta, se joga no chão e sobre os amiguinhos como uma forma de demonstrar
carinho. Quase nunca fica sentada, sempre recepciona um amiguinho quando chega a sala
de movimento, e costuma reclamar quando a atividade acaba.
Das duas crianças, dentro de turma, a segunda é mais socializada que a primeira.
Talvez por ter a fala mais desenvolvida. Porém, com relação a desenvolvimento motor, A é
mais evoluída, dificilmente cai, corre e sobe com muita facilidade.
Utilizei esses exemplos para comparar as duas crianças, nem para falar do
desenvolvimento delas, uma vez que as características de cada uma estão de acordo com a
faixa etária, mas utilizei esses exemplos para mostrar como que é feita as atividades. A
criança pode escolher se quer participar, pode ficar sentada num canto da sala e interagir
com a turma quando quiser, ou caso não queira ela não é forçada a participar da atividade,
ou pode só ouvir a história ou fazer o desenho. É a criança que faz a sua brincadeira.
Fantástico é ver as evoluções que são feitas a cada mês. No ínicio deste ano as
criança estavam maio acanhadas, brincavam mas logo paravam. Atualmente elas brincam,
correm, criam e recriam situações e fazem coisas que só a “fantasia” permite. E o brincar
surge como a porta de entrada da “fantasia” no mundo real da criança.
É foi através destas observações que escolhi este tema e verifiquei que é a criança
que constrói o brincar, e que brincar é algo muito sério. Que brincando ela conhece o outro
e se conhece, entende o mundo e modifica-o, da maneira que mais agrada a ela, como em
um faz-de-conta.
CONCLUSÃO
De acordo com a citação acima cabe ao professor favorecer ao aluno um ambiente amplo e
tranqüilo que possibilite ao aluno ser um indivíduo ativo, explorando a si e ao meio. Em
seu livro Fátima Alves afirma esta necessidade da exploração de si e do mundo como fase
de desenvolvimento, assim como ela diz
O educador deve estar atento também ao fato de que cada criança é única. Não é
porque uma criança já atingiu um certo nível de linguagem que outra criança da mesma
idade tenha que acompanha-la no mesmo ritmo, conforme ilustra Alves (2003, pág 17)
Devemos ainda saber que quando somos pequenos quem toma conta e educa são os
nossos pais. Na ausência deles toma responsabilidade que toma conta e substitui o pai.
Assim acontece com o educador de classes de educação infantil, em especial de creches.
Como já falei, brincar é a coisa que as crianças mais gostam de fazer e nada melhor
que a escola utilizar desta característica das crianças para entendê-las melhor; ajudá-las a
interagirem, e educa-las de uma outra forma.
Ou seja, é observando o brincar da criança que o educador poderá trabalhar e planejar suas
atividades, de uma forma que interligue o “fazer didático” com o faz-de-conta infantil.
Segundo Rosa (2002, pág 61) existe uma diferença fundamental entre o brincar
típico e ao aprender:
com essas palavras de Rosa respondo uma de minhas questões, no passo que para
Winnicott a brincadeira é vista como uma forma de análise dentro da psicanálise.
Observando o indivíduo a brincar estamos tendo uma idéia de como ele é realmente. E que
a brincadeira é tão importante que antecede à aprendizagem. Por que não dizer que o
brincar “prepara” mente para o aprender?
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: Corpo, Ação e Emoção. Rio de Janeiro: Wak, 2003
FONSECA, Vitor da & MENDES, Nelson. Escola, escola, quem és tu? Pespectivas
Psicomotoras do Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987
OLIVEIRA, Vera Barros de (org), O Brincar e a Criança do nascimento aos seis anos.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2000
ROSA, Sanny S. da, Brincar, Conhecer, Ensinar. (3ª ed). São Paulo: Cortez, 2002
http://www.espaconectar.com.br
http://espacowinnicott.com.br
http://psicopedagogiaonline.com.br