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AVALIAÇÃO DA MARCHA

Profª. MSc. Ariela Torres


Pesquisas atuais
• Plataformas de força
• EMG
• Sistema de análise do
movimento com vídeo
de alta velocidade
Funções principais da marcha
• Sustentação da cabeça, MMSS e tronco
• Equilíbrio e postura ereta
• Controla o pé
• Gera energia mecânica
• Absorção do impacto e estabilidade
Ciclo da marcha
• Intervalo de tempo ou sequência de
movimentos que ocorrem entre dois contatos
do mesmo pé.
• MI
• Fases: apoio e balanço
Ciclo da marcha
Fase de apoio
• O pé encontra-se em contato com o solo e
sustenta o peso.
• Fases:
- Contato inicial (toque do calcanhar)
- Resposta à carga (pé plano)
- Apoio médio (apoio sobre apenas um MI)
- Apoio terminal (retirada do calcanhar)
- Pré-balanço (retirada dos pododáctilos)
Fase de apoio
Fase de balanço
• O pé não está sustentando peso e move-se
para frente.
• Fases:
- Balanço inicial (aceleração)
- Balanço médio
- Balanço terminal (desaceleração)
→ Fase de flutuação ou fase sem apoio duplo
Fase de balanço
Apoio sobre os dois MMII
• Ambos os pés em contato com o solo
• 25% do ciclo
• Ocorre duas vezes
• Quanto mais lenta a marcha: ↑
• Quando a velocidade da marcha aumenta: ↓
• Corrida: desaparece
Apoio sobre um MI
• Um membro em contato com o solo
• Ocorre duas vezes
• 30% do ciclo
Parâmetros normais da marcha
→ 8 a 45 anos
• Largura da base: 5 a 10 cm
• Comprimento do passo: aprox. 72 cm
• Comprimento da passada: aprox. 144 cm
• Desvio pélvico lateral: 2,5 a 5 cm
• Desvio pélvico vertical
• Rotação pélvica: 8⁰
• Centro de gravidade
• Cadência normal: 90 a 120 passos por minuto
→ A velocidade da marcha é de aprox. 1,4 m/s
Largura normal da base
Desvio pélvico
Rotação Pélvica
Cadência da marcha
A – pé normal, B – pé cavo
Padrão normal da marcha
• Fase de apoio – CCF
- Contato inicial (toque do calcanhar)
- Resposta à carga (aceitação do peso ou pé
com contato total)
- Subfase de apoio médio (apoio sobre um MI)
- Apoio terminal (elevação do calcanhar)
- Pré-balanço (elevação dos pododáctilos)
Padrão normal da marcha
• Fase de balanço - CCA
- Balanço inicial
- Balanço médio
- Balanço terminal (desaceleração)
Movimento articular durante a
marcha normal
• Quadril
- Função: estender (apoio) e flexionar (balanço)
- Ligamentos ajudam na estabilização
- Flexores e extensores do quadril: desacelerar
de modo excêntrico
- Estabilidade através dos abdutores
- Perda do movimento: compensação com
joelho ipsilateral, quadril contralateral ou
lombar.
Movimento articular durante a
marcha normal
• Joelho
– Funções: suporte de peso, amortecimento de
impacto, aumento do comprimento da passada e
movimentação do pé durante o balanço.
– Quadríceps: aceitação de peso
– Isquiotibiais: flexionam o joelho e desaceleram o
MI na fase de balanço.
– Deformidade em flexão: quadril flete e perde a
extensão
Movimento articular durante a
marcha normal
• Gastrocnêmio e sóleo
– 85% da contração voluntária máxima durante a
marcha normal
– Estabilidade do joelho e tornozelo
– Restringem a rotação da tíbia sobre o tálus
durante a fase de apoio
– Atuam de forma concêntrica e excêntrica
Movimento articular durante a
marcha normal
• Pé e tornozelo
– Funcionam de modo interdependente
– Verificar os movimentos de flexão plantar e dorsal.
Visão geral e anamnese
• A avaliação da marcha de um paciente deve
ser incluída em qualquer avaliação dos MMII.

• Posturas da cabeça, pescoço, tórax e coluna


lombar podem afetar a marcha.

• Identificar a ação dos segmentos do corpo e


observar anormalidades durante a marcha.
Observação
• Primeiramente avaliação postural, posteriormente
avaliação da marcha.
• Roupa adequada
• Solicitar marcha habitual utilizando auxílios
necessários
• Observar claudicação ou deformidade
• Vista anterior, posterior e lateral
• Observar da região proximal à distal e vice-versa
• Tronco e MMSS
Vista anterior
• Tronco, pelve
• MMSS e pelve
• Quadril, joelho,
tornozelo e pé
• MMII
• Atrofia muscular
Vista lateral
• Rotação de ombro e
tórax
• Balanço dos MMSS
• Coluna
• Pelve
• Movimento das
articulações dos MMII
• Comprimento do passo
e da passada
• Cadência
Vista posterior
• Mesmas estruturas da
vista anterior
• Calcanhar
• Base de suporte
• Fase de
descarregamento de
peso do ciclo da marcha
• Coluna, nádegas, face
posterior da coxa e
panturrilha
Calçados e pés
EXAME
• Observação
• Marcha alterada: FM e
ADM
• Ciclo de marcha D e E
• Discrepância de
membros
EXAME
Pontuação da locomoção
Ex: TUG Mecanismos de compensação
Marcha anormal
• Os desvios da marcha podem ser decorrentes
de 3 razões:
- Patologia ou lesão em uma articulação
específica;
- Compensadores de lesão ou enfermidade em
outras articulações no lado ipsilateral.
- Compensadores de lesão ou enfermidade do
membro contralateral.
Marcha antálgica
• É autoprotetora e decorrente de lesão na
pelve, quadril, joelho, tornozelo ou pé
• Fase de apoio sobre o MI afetado: ↓
• Fase de balanço do MI não comprometido: ↓
• Menor comprimento do passo no lado não
afetado
• ↓ da velocidade da marcha e cadência
Marcha antálgica
Marcha artrogênica
• Consequência de rigidez, frouxidão ou
deformidade (quadril ou joelho)
• Pode ser dolorida ou indolor
• Pelve elevada + flexão plantar tornozelo
oposto
• Circundução do MI rígido
• Ex: artrodese ou gesso
Marcha artrogênica
Marcha atáxica
• ↓ equilíbrio e base ampla
• Ataxia cerebelar: instabilidade da margem e
movimentos exagerados
• Ataxia sensitiva: pés batem contra o solo +
elevação excessiva do quadril (tabética)
Marcha atáxica
Marcha com contratura das
articulações
• Imobilização prolongada/ tratamento
inadequado
• Contraturas em flexão:
– QUADRIL: ↑ lordose lombar + extensão tronco +
flexão joelho
– JOELHO: dorsiflexão excessiva
– PLANTAR NO TORNOZELO: hiperextensão do
joelho e flexão anterior do tronco com flexão de
quadril
Marcha com contratura das
articulações
Marcha equina
• Sustentação do peso sobre a borda lateral do

• Fase de sustentação de peso sobre o MI
afetado ↓
• Presença de claudicação
• Ex: pé torto congênito
Marcha equina
Marcha do glúteo máximo
• Glúteo máximo fraco
• Impulsão do tórax para trás no contato inicial
para manter a extensão do quadril do MI de
apoio
Marcha do glúteo máximo
Marcha de Trendelenburg ou
Marcha do glúteo médio
• M. abdutores de quadril fracos
• Inclinação lateral excessiva do tronco
• Sinal de Trendelemburg +
Marcha de Trendelenburg ou
Marcha do glúteo médio
Marcha ceifante ou hemiplégica ou
hemiparética
• MI adiante em circundução
• MS em flexão
Marcha ceifante ou hemiplégica ou
hemiparética
Marcha parkinsoniana ou
festinante ou de pequenos passos
• Pescoço, tronco e joelhos flexionados
• Arrastar dos pés ou passos curtos e rápidos
• Incapacidade de parar
Marcha parkinsoniana ou
festinante ou de pequenos passos
Marcha dos flexores plantares
• Flexores plantares sem função = ausência da
impulsão final da passada
• Fase de apoio e comprimento do passo
menores do lado não afetado
Marcha dos flexores plantares
Claudicação do psoas
• Fraqueza do psoas maior
• Rotação lateral, flexão e adução do quadril
• Ex: doença de Legg-Calvé-Perthes
Claudicação do psoas
Marcha do quadríceps
• Quadríceps lesado
• Compensação com flexão anterior do tronco +
forte flexão plantar do tornozelo
• Utilizar a mão para estender o joelho
Marcha do quadríceps
Marcha em tesoura
• Paralisia espástica dos adutores de quadril
• Joelhos se movem em conjunto
Marcha em tesoura
Marcha do MI curto
• A pelve se inclina inferiormente para o lado
afetado
• Supinação do pé (alongar o membro)
• Lado não afetado: flexão exagerada ou
elevação do quadril na fase de balanço para
que o pé se eleve do solo
Marcha do MI curto
Marcha escarvante ou do pé caído
• Fraqueza ou paralisia dos dorsiflexores
• Ex: lesões do nervo fibular comum,
poliomielite
• Elevação excessiva do joelho
• No contato inicial, pé bate contra o solo
Marcha escarvante ou do pé caído

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