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Unidade II

Unidade II
5 EPI (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL) E EPC (EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO COLETIVA)

5.1 Equipamentos de proteção

Os equipamentos de proteção são considerados de grande importância para o trabalhador. Devem


ser fornecidos com a devida orientação para que sejam utilizados de forma correta.

Os equipamentos de proteção podem ser classificados em dois tipos: de proteção individual e de


proteção coletiva.

5.1.1 EPI

De acordo com a NR 6 do MTB (Ministério do Trabalho), os EPIs destinam‑se a proteger a integridade


física do trabalhador durante a atividade de trabalho.

A função dos EPIs é neutralizar ou atenuar um possível agente agressivo contra o corpo do trabalhador
que o utiliza, evitando lesões ou minimizando a sua gravidade. Em casos de acidentes ou exposições a
riscos, também podem nos proteger contra efeitos de substâncias tóxicas, alérgicas ou agressivas, que
podem causar as chamadas doenças ocupacionais.

A segurança no trabalho tem como objetivo as práticas seguras nas atividades, inserindo medidas
que visam a preservar a saúde e o meio ambiente.

Para que as atividades ocorram com segurança, elas devem ser organizadas, adequando as condições
de trabalho, inserindo medidas de controle, objetivando a organização estrutural e operacional e
realizando a avaliação dos riscos ambientais.

Saiba mais

Para ter mais informações sobre a NR 6, acesse:

BRASIL. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI). Portaria SIT


n. 292, de 8 de dezembro de 2011. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/
files/FF8080812DC56F8F012DCDAD35721F50/NR06%20(atualizada)%202010.
pdf. Acesso em: 12 mai. 2015.
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A NR 6 discute temas atuais e bem relevantes a respeito dos EPIs.

São obrigações do empregador:

• Adquirir e fornecer gratuitamente o EPI adequado ao risco.


• Fornecer EPI aprovado pelo MTE.
• Oferecer treinamento ao trabalhador.
• Tornar obrigatório o uso do EPI.
• Substituir imediatamente qualquer material danificado.

São obrigações do empregado:

• Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina.


• Responsabilizar‑se por sua guarda e conservação.
• Avisar ao empregador quando o EPI está impróprio para o uso.
• Lembrar que se trata de um equipamento de uso individual.
• Observar que o uso coletivo é inadequado por motivos de higiene e proteção.

Tipos de EPI

Há diversos protetores que são disponibilizados, como: de cabeça, respiratórios, auriculares, para
ombros e para membros superiores e inferiores.

Os protetores de cabeça englobam: capacete, óculos de segurança, bem como protetores faciais,
auxiliares e respiratórios.

Os óculos de proteção são de grande importância aos trabalhadores. Devem ser compatíveis com os
demais EPIs, possuir proteção lateral, ter proteção contra radiação ultravioleta, vapores e gases e contra
produtos químicos.

Figura 8 – Exemplo de equipamentos de proteção individual

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EPR (Equipamento de proteção respiratória)

Características gerais dos EPR:

• Proteção contra: poeira, fumos, neblinas, névoas, gases e vapores.

• Fatores que afetam a seleção de EPR: pelos faciais, necessidade de comunicação, visão, temperaturas
extremas e problemas de vedação.

• Respiradores de adução de ar: recebem o ar pelo uma fonte externa ao meio ambiente de trabalho.

• Situações de emergência: líquidos voláteis, vazamento de gases, materiais radioativos e


agentes patogênicos.

• Purificadores de ar: filtram o ar do ambiente com o auxílio de filtros específicos acoplados.

A respeito dos respiradores semifaciais:

• Sem manutenção: máscara facial – possuem filtros mecânico e químico.

• Com manutenção: peça feita de borracha, silicone ou outro elastômero.

• Respiradores de peça facial inteira: ambientes com contaminação mais alta desses agentes
dispensam o uso de óculos de proteção.

Óculos de segurança

Filtros substituíveis de
classes P2 ou P3

Figura 9 – Exemplo de EPR purificador de ar com peça semifacial e filtros substituíveis de classes P2 ou P3 aos pares

Filtros substituíveis de
classes P2 ou P3

Figura 10 – Exemplo de EPR purificador de ar com peça facial inteira e filtros


substituíveis de classes P2 ou P3 aos pares respiradores de fuga

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• Respirador de bocal: pequenos vazamentos ou acidentes com frascos de laboratório – cartuchos


químicos descartados imediatamente após o uso.
• Respirador de capuz (adução de ar): capuz de fácil colocação que é ligado a um pequeno cilindro
de ar comprimido em situação de grandes vazamentos.

São tipos de filtros:

• Mecânico: partículas suspensas, por exemplo, máscara de procedimento comum.


• Químico: gases e vapores orgânicos.
• Combinado: mecânico e químico.

Figura 11 – Exemplo de uso da máscara com filtro contra vapores orgânicos

Figura 12 – Exemplo de uso de máscara descartável com proteção contra partículas suspensas no ar

Classificação americana para os filtros mecânicos

A classificação americana para os filtros mecânicos estabelece:

• Classe N: resistente a aerossóis em bases aquosas, não resistente a óleos.


• Classe R: resistente a óleos.
• Classe P: à prova de óleos.

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Na área hospitalar:

• Máscaras cirúrgicas protegem os pacientes de gotículas contendo aerossóis patogênicos.

• Procedimentos que geram névoas: transmissão bacilo de Koch.

• Máscara N95.

Máscaras

Devem ser descartáveis, com filtro triplo e possuir tamanho suficiente para cobrir completamente a
boca e o nariz.

Precisam ser descartadas após o atendimento de cada paciente ou quando ficarem úmidas.

As máscaras do tipo N95 (bico de pato) contêm filtros, por isso são recomendadas para o atendimento
a pacientes com tuberculose. Como é um equipamento de proteção respiratória purificador de ar, possui
95% de eficiência de filtração.

Protetor auricular

• É indicado em laboratório com níveis elevados de ruído, por exemplo, capela mal planejada com
presença de ruído do exaustor.

• A NBR 10152 estabelece limite de 60 decibéis para uma condição de conforto durante a jornada
de trabalho.

• Podem ser descartáveis, tipo concha, externos ou de inserção.

Figura 13 – Exemplo de protetor auricular

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Protetores para ombros

Os mais comuns são os aventais, que possuem diversos tecidos. Protegem o trabalhador contra
partículas, contato com borrifos de agentes químicos e biológicos, bem como contra o calor e chamas.

Avental

O avental precisa ter mangas longas para proteger o trabalhador no contato com o paciente.
Também deve ser impermeável para a realização de limpeza e desinfecção de artigos, equipamentos ou
ambientes. Deve ser usado fechado.

O avental deve ser trocado diariamente e sempre que houver contaminação visível. Em hipótese
alguma o avental contaminado deve ser manipulado. É preciso acondicioná‑lo em saco plástico, só
devendo ser retirado para a lavagem. As roupas do consultório jamais devem ser lavadas junto com
outras roupas. Antes da lavagem, deve ser feito o ciclo separado e a roupa deve ser deixada de molho
em hipoclorito de sódio.

São tipos de aventais:

• PVC: produtos químicos.

• Kevlar: calor seco.

• Borracha: grande quantidade de soluções, lavagem e limpeza.

Membros superiores

As luvas possuem diversos tipos e são compostas por diferentes materiais. Podem apresentar
estrutura leve, média e pesada.

Cada tipo de luva tem a sua finalidade. Vejamos a seguir algumas delas:

• Látex descartáveis: luvas de procedimento.

• Látex reutilizáveis: adequadas para lavagem de material ou procedimentos de limpeza.

• Luvas Kevlar: fibra cinco vezes mais resistente que o aço, a autoclave, a estufa e as muflas.

• Luvas de vinil: indicadas aos alérgicos ao látex.

• Devem ser de boa qualidade e usadas em todos os procedimentos.

• Luvas de látex: ideais para procedimentos de atendimento e cirúrgicas (estéreis) para cirurgias,
devendo ser descartadas a cada paciente.

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• Luvas de plástico: devem ser usadas como sobreluvas, quando houver necessidade de manusear
artigos fora do campo de trabalho.

• Luvas grossas de borracha e cano longo: empregadas durante os processos de limpeza de artigos
e ambientes.

Figura 14 – Exemplo de luva descartável de látex

Figura 15 – Exemplo de tipos de luvas de proteção

Membros inferiores

As sandálias são materiais que deixam os pés desprotegidos. Os sapatos de pano também não são
indicados, pois auxiliam pouco.

Exemplos de protetores de membros inferiores:

• Calçados: umidade, respingos de substâncias químicas ou material biológico, derramamento de


líquidos quentes e solventes, impacto de objetos diversos, material perfurocortante.

• Áreas estéreis: sapatilhas esterilizadas (reutilizáveis ou não).

• Botas de segurança:

— Pés e pernas (cano alto).

— Borracha: áreas úmidas e serviços de limpeza.


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Os calçados devem ser fechados e com solado antiderrapante. O objetivo é atuar na proteção
e segurança dos pés contra impactos de objetos, agentes térmicos e agentes cortantes, umidade e
respingos de produtos químicos.

Figura 16 – Exemplo de calçado de segurança

Lembrete

As máscaras precisam ser descartáveis, com filtro triplo e cobrir


completamente a boca e o nariz. Devem ser descartadas após o atendimento
de cada paciente ou quando ficarem úmidas.

5.1.2 EPC

Os EPCs dizem respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado
risco. Precisam ser providenciados e mantidos pela empresa.

Representam equipamentos de proteção pertencentes à infraestrutura predial, tais como


ventilação dos locais de trabalho e sistema de exaustão, utilização de pisos e paredes adequadas
às necessidades do local de trabalho, sistema de gás encanado, proteção nas escadas (corrimão,
antiderrapante), aterramento elétrico, enclausuramento acústico de fontes de ruído, saídas de
emergência, entre outros.

Os EPCs também são empregados no trabalho rotineiro de algumas áreas, como instalação de
chuveiros de emergência e lava‑olhos, proteção de máquinas e equipamentos e de suas partes móveis,
existência de cabine de segurança biológica, capelas químicas, cabine para histologia, cabine para
manipulação de radioisótopos e kit de primeiros socorros.

Os EPCs englobam ainda equipamentos de proteção contra incêndios, como extintores,


mangueiras, portas corta‑fogo, sprinkles (sistema de segurança que, por meio da elevação de
temperatura, produz fortes borrifos de água no ambiente – borrifador de teto) e manta ou cobertor
(para abafar ou envolver a vítima de incêndio, confeccionado em lã ou algodão grosso, não devendo
ser constituído de fibras sintéticas).

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Cabine de segurança de uso geral:

• Capela: indispensável em qualquer laboratório.

• Velocidade de exaustão: verificada periodicamente.

• Exaustor: substâncias químicas ou partículas.

Cabine de segurança nível 2:

• Robusta.

• Revestimento interno: resistente a produtos químicos.

• Ruído máximo 70dB.

• Iluminação: 300 lux.

Cabine de segurança para gases:

• Substâncias químicas com reações explosivas ou gases.

• Revestida de aço inoxidável.

• Filtro Hepa A3: carvão ativado.

• Retém aerossóis e os odores gerados.

• Possui sistema hidráulico.

Cabine de fluxo laminar:

• Sistema eletromecânico: filtro Hepa (filtro de partículas aéreas de alta eficiência).

• Unidirecional.

• Velocidade reduzida.

• Fluxo horizontal ou vertical.

• Eficiência de, no mínimo, 99,97%.

• Partícula de até 0,3 micras.

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CSB (Cabine de Segurança Biológica) de fluxo horizontal:

• Cabine de fluxo laminar.

• Amostra não patogênica.

• Pequenos procedimentos indicados para proteção da amostra.

• Dispositivo de controle simplificado.

Cabine de fluxo laminar fluxo vertical:

• Amostras ou produtos patogênicos.

• Filtro absoluto: livre de partículas e micro‑organismos de até 0,2 micras.

• CSB I, II e III.

Equipamentos de segurança:

• Chuveiros de segurança (acionamento manual ou automático): acidentes com produtos químicos,


material biológico ou vestimentas em chamas.

• Lavadores de olhos: acionados manual ou automaticamente.

• Equipamentos de proteção contra incêndios.

• Cones sinalizadores (sinalização de áreas de trabalho).

Figura 17 – Cone sinalizador de área de trabalho

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Figura 18 – Chuveiro e lava‑olhos de emergência

Equipamento de proteção para organismos geneticamente modificados envolve:

• NB1: dispositivo mecânico para pipetagem, associado a uniforme e avental – luvas e óculos
de proteção.

• NB2: CSB (capela) + EPI completo.

• NB3: CSB + EPI (máscaras faciais ou respiradores).

• NB4: dependendo da necessidade, CSB classes II ou III – pipetas mecânicas ou automáticas.

É importante que todos conheçam o local onde ficam guardados os equipamentos e que saibam
manipulá‑los corretamente.

Lembrete
Para que ocorra segurança no trabalho, devemos organizar atividades,
adequar as condições de trabalho, inserir medidas de controle, objetivar a
organização estrutural e operacional e realizar avaliação dos riscos ambientais.

Observação
Os EPCs devem ser providenciados e mantidos pela empresa, que
também deve fornecer o treinamento adequado desses equipamentos.
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6 INCÊNDIOS E COMBATE AO FOGO

6.1 Tetraedro do fogo

O incêndio é o processo pelo qual se desenvolve uma reação de combustão. Para que ocorra o
incêndio, são necessários três componentes:

• Energia ou calor.

• Combustível: elemento que serve de campo de propagação do fogo, que, para se propagar,
alimenta‑se de materiais como madeira, tecidos e produtos inflamáveis, como solvente.

• Comburente: elemento ativador do fogo. O comburente natural do ambiente é o oxigênio.

Calor

O calor é formado pela movimentação e atrito dos átomos/moléculas da matéria. As características


importantes do calor são seus efeitos, sua propagação e seus pontos de temperatura. Tais efeitos
proporcionam mudanças de estado, aumento da temperatura e aumento do volume.

• A propagação pode ocorrer por:

— Condução: quando o calor é propagado através de um corpo.

— Convecção: quando o calor é propagado através de movimentos ascendentes dos gases.

— Irradiação: quando as ondas de energia se deslocam através do ar e até no vácuo.

• Os pontos de temperatura são divididos em:

— Ponto de fulgor: determinado pela temperatura mínima na qual o combustível começa a liberar
seus vapores inflamáveis.

— Ponto de combustão: temperatura mínima na qual acima dela o combustível mantém sua
queima, mas é necessário uma fonte de energia fornecendo o calor externo.

— Ponto de ignição: temperatura em que ocorre a liberação de gases e vapores que em contato
com o O2 do ar, se incendeiam por si só sem mais a necessidade de outra fonte de energia
fornecendo calor externo.

Combustível

Os combustíveis são as substâncias capazes de alimentar a combustão. Eles podem ser sólidos, líquidos
ou gasosos, no entanto, a queima sempre acontecerá quando o combustível estiver na forma gasosa,
pois serão os vapores liberados que reagirão com o O2 do ar para que assim aconteça a combustão.
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Os combustíveis sólidos podem ser papel, madeira, tecidos, plásticos, ferro, cobre, bronze etc.

Os combustíveis líquidos são os líquidos inflamáveis e solventes, como os derivados de petróleo,


álcool, acetona etc. Nesse caso, devemos considerar que o peso, a solubilidade e a volatilidade deles
têm grande influência na propagação ou na extinção do fogo, pois quando são mais leves que a água,
eles vão flutuar e o incêndio ficará na superfície, quando são mais solúveis, serão diluídos e se tornarão
menos inflamáveis e quando são mais voláteis serão também mais inflamáveis.

Os combustíveis gasosos ocupam o espaço do recipiente e quando são mais leves que o ar, se
dissipam com facilidade.

Comburente

O O2 dá vida às chamas e intensifica o fogo. Na atmosfera, estão presentes aproximadamente 21%


de O2, 78% de N2 e 1% outros gases.

Num incêndio, podem acontecer alguns tipos de queima:

• Queima livre: quando o O2 é abundante na atmosfera, em local aberto.


• Flash over: quando O2 é abundante num local confinado, a temperatura chega a ser maior
que 700 ºC (rápido aumento ao nível do teto). Surgem línguas de fogo na área de fumaça e as
superfícies combustíveis no interior do ambiente emanam gases ocorrendo a ignição simultânea
da maioria dos materiais do cômodo.
• Queima lenta: neste caso, a concentração de oxigênio cai para 16% e até a 8% e a queima fica
bem mais lenta.
• Backdraft: quando a concentração de oxigênio cai ainda mais, abaixo de 8%, em local confinado
com temperatura maior que 700 ºC, o local permanece sem queima, no entanto ao se quebrar
uma janela ou abrir uma porta, o O2 do ar entra no local e ocorre a explosão, que é chamada
de backdraft.

Reação química em cadeia

Quarto vértice do tetraedro do fogo, ela torna a queima autossustentável, pois o calor irradiado das
chamas atinge o combustível, que é decomposto em partículas e oxigênio do ar e irradia outra vez calor
para o combustível, formando assim um ciclo.

São riscos de incêndio:

• Fumar em local não permitido.


• Instalação elétrica malfeita.
• Lugares sujos e em desordem.
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• Equipamentos que produzem faíscas.

• Existência de reagentes inflamáveis e ou explosivos.

• Tubulações de gases perigosos.

Saiba mais
Para entender como funciona o backdraft, assista o trailer do filme:
BACKDRAFT. Dir. Ron Howard. Estados Unidos: Imagine Films
Entertainment, 1991. 137 minutos.

6.2 Classificação de incêndios

Os incêndios são classificados de acordo com as características dos combustíveis. Devemos conhecer
qual a natureza do material que está queimando para descobrir o melhor método para uma extinção
rápida e segura.

Para cada tipo de incêndio existe uma forma adequada.

Classe A

Os incêndios de Classe A compreendem:

• Implicação de materiais sólidos inflamáveis de fácil combustão.

• Propriedades inflamáveis em superfície, em profundidade e que deixam resíduos, por exemplo,


tecidos, madeira, papel, papelão, plásticos etc.

Extinção

Para efetuar a extinção, são necessários agentes refrigerantes ou abafadores com grande quantidade
de água, por exemplo, extintores de incêndio de água pressurizada, de espuma ou pó químico ABC. Se a
combustão estiver no início, podem ser empregados os extintores de pó químico seco ou gás carbônico.

Classe B

Os incêndios de Classe B compreendem:

• Incêndios em líquidos inflamáveis.

• Materiais gasosos.
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• Produtos que queimam somente na superfície e não deixam resíduos, por exemplo, vernizes, óleos,
graxas, gasolina e álcool.

Extinção

Para a extinção dos incêndios da classe B, pode ser feito o abafamento por espuma, por vapor ou por
meio de neblina de água. Extintores de espuma ou pó químico BC, de CO2 , e ABC podem ser utilizados.

Classe C

Os incêndios de classe C compreendem as combustões em equipamentos elétricos (corrente elétrica,


por exemplo, motores, transformadores e quadros de distribuição).

Extinção

Para apagar o fogo, é preciso utilizar extintores que não conduzem corrente elétrica, como o gás
carbônico e o pó químico seco.

Não utilizar extintores à base de água para a classe C, pois a água é um condutor de corrente elétrica.

Caso a corrente elétrica esteja desligada, o combate ao incêndio pode ser realizado da mesma
maneira como procedemos nas classes A e B.

Classe D

Os incêndios de Classe D compreendem:

• Fogo em metais ou ligas metálicas pirofóricas que se inflamam espontaneamente.


• Elementos que se inflamam de forma natural, por exemplo, magnésio, titânio, zircônio, pó de
alumínio e urânio.

Extinção

Para controlar o fogo, os agentes extintores a serem empregados são os de pós químicos especiais,
pois isolam o metal combustível do ar, interrompendo a combustão.

Classe K

É a classificação do risco de incêndio ao cozinhar com óleo vegetal e gorduras de origem animal.

Extinção

O fogo é extinto por resfriamento e pelo efeito asfixiante da espuma.

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Observação

Não se deve utilizar extintores à base de água para a classe C, pois a


água é um condutor da corrente elétrica.

Classificação do fogo Materiais


Classe A

Materiais sólidos que queimam em superfície e


profundidade. Exemplos: madeira, papel e tecido.

Classe B

Líquidos inflamáveis, graxa e gases inflamáveis


que queimam somente em superfície. Exemplos:
gasolina e álcool.

Classe C

Equipamentos elétricos energizados. Exemplos:


TV e computador ligados à rede elétrica.

Classe D

Ligas metálicas e materiais pirofóricos. Exemplos:


magnésio e titânio.

Figura 19 – Classes de incêndio

6.2.1 Métodos de extinção do fogo

São métodos de extinção do fogo:

• Resfriamento: reduz o calor gerado pela combustão; possui a água como agente.

• Isolamento: isola o material (combustível) que poderia ser atingido pelo fogo, evitando sua propagação.

• Abafamento: retira o comburente (oxigênio); podem ser utilizados os extintores portáteis e


os hidrantes.

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6.3 Tipos de extintores

Extintor de água pressurizada

Age por resfriamento e é indicado para incêndios de classe A, por penetrar nas profundidades do
material, resfriando‑o.

Não pode ser utilizado em líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos. Possui a desvantagem de,
em alguns casos, danificar o material em que é aplicado.

Para verificar a pressão indicada no manômetro, deve ser inspecionado a cada seis meses.

Extintor de espuma química

Esse tipo de extintor age tanto por resfriamento (incêndios classe A) quanto por abafamento
(incêndios classe B). Não pode ser utilizado para incêndios de classe C (equipamentos energizados).
Possui a desvantagem de danificar o material em que é empregado.

Extintor de pó químico seco

Veja a seguir as principais características do extintor de pó químico seco:

• Atua por abafamento, e sua ação consiste na formação de uma nuvem sobre a superfície em
chamas, reduzindo a porcentagem de O2 disponível.

• É indicado para as três classes de incêndios.

• É mais eficiente na classe B (líquidos inflamáveis) e C (equipamentos elétricos energizados).

• É corrosivo, ou seja, danifica o material que atinge, não devendo ser empregado em aparelhos
elétricos delicados (computadores).

• Por ser tóxico, deve ser evitado em locais fechados.

Extintor veicular

Até o fim de 2004, era permitido utilizar o extintor de incêndio do tipo BC em veículos. Constituído de
bicarbonato de sódio, deve ser recarregado a cada 12 meses. Atualmente, utiliza‑se o extintor de incêndio
do tipo ABC, que é feito de fosfato de monoamônio. É descartável e tem validade de cinco anos.

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Figura 20 – Pó químico ABC - 1kg (conhecido como extintor veicular)

Extintor de espuma mecânica

Age tanto por resfriamento (indicados para incêndio da classe A – materiais sólidos), como por
abafamento (sugerido para incêndio da classe B – líquidos inflamáveis). Forma uma película aquosa
sobre a superfície, impedindo a reignição, e não deve ser utilizado na classe C.

Extintor de CO2 (dióxido de carbono)

Age por abafamento, expelindo CO2 e reproduzindo a concentração de oxigênio no ar. Recobre o
material em chamas com uma camada gasosa, isolando o O2 e extinguindo o incêndio por abafamento.
É indicado para incêndios da classe B (líquidos inflamáveis) ou C (equipamentos elétricos energizados).
Possui a vantagem de nunca estragar o material que atinge, podendo, por isso, ser empregado em
aparelhos delicados (computadores) sem danificá‑los.

Outros dispositivos:

• Extintor de carreta: como possui grande volume, é operado por dois elementos para facilitar o
seu transporte.

• Hidrante: existente em redes hidráulicas, o que facilita o combate ao fogo.

• Dispositivos especiais (sprinklers): também conhecidos como chuveiros sprinklers.

Figura 21 – Dispositivos especiais (sprinklers)

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Cuidados com o extintor:

• Deve ser colocado em locais bem visíveis.

• Longe do acesso de crianças e de fontes de calor.

• Deve ter o acesso desobstruído.

• Deve estar carregado e pronto a funcionar.

Cada extintor, que sempre deve apresentar cor vermelha, deve possuir uma etiqueta que:

• Indique o mês e o ano de manutenção.

• Identifique a pessoa ou entidade responsável pela manutenção.

• Assegure que a recarga tenha sido efetuada.

6.4 Medidas de prevenção e combate a incêndios

Podemos elencar como medidas de prevenção:

• EPC – manta-corta fogo: usada quando o incêndio se estende até a roupa do operador (a extinção
ocorre por abafamento).

• Plano de emergência para combate a incêndio e instruções para evacuação do local.

• Extintores adequados (validade, locais apropriados, funcionamento).

• Treinamento duas vezes ao ano.

• Verificação regular dos equipamentos.

• Extintor de incêndio correto.

Quadro 5 – Tipos de extintor e as classes de fogo

Classes de fogo
A B C
Tipos de extintor Materiais sólidos Líquidos, gases inflamáveis Equipamentos elétricos
Espuma Adequado Adequado Inadequado
Água pressurizada Adequado Inadequado Inadequado
Pó químico “BC” Inadequado Adequado Adequado
Pó químico “ABC” Adequado Adequado Adequado
CO2 (dióxido de carbono) Inadequado Adequado Adequado

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São fontes causadoras:

• Equipamentos elétricos mal conservados, mal operados ou conectados em rede elétrica errada.

• Operação indevida com líquidos inflamáveis.

• Sobrecarga de rede elétrica, por conectar vários aparelhos em uma única tomada.

• Acidentes.

Saídas de emergência

Para salvar a vida humana em caso de incêndio, é necessário que as edificações sejam dotadas de
meios adequados de fuga, que permitam aos ocupantes se deslocarem com segurança para um local
livre da ação do fogo, calor e fumaça, a partir de qualquer ponto da edificação, independentemente do
local de origem do incêndio.

Além disso, nem sempre o incêndio pode ser combatido pelo exterior do prédio, dependendo da
altura do pavimento onde o fogo se localiza ou pela extensão do pavimento (edifícios térreos).

Nesses casos, é necessário que a brigada de incêndio ou o Corpo de Bombeiros entre no edifício pelos
meios internos a fim de efetuar ações de salvamento ou combate.

De acordo com a NR 23:

23.1 Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios,


em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis.

23.1.1 O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores


informações sobre:

a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;

b) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança;

c) dispositivos de alarme existentes.

23.2 Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente


e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam
abandoná‑los com rapidez e segurança, em caso de emergência.

23.3 As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas


por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída.

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23.4 Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa


durante a jornada de trabalho.

23.5 As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de


travamento que permitam fácil abertura do interior do estabelecimento
(BRASIL, 2011a).

Lembrete

Extintores devem ser colocados em locais visíveis, longe do acesso de


crianças e de fontes de calor. Também devem ter o acesso desobstruído e
estar carregados e prontos a funcionar.

Resumo

Os EPIs se destinam a proteger a integridade física do trabalhador


durante a atividade de trabalho. Sua função é neutralizar o agente agressivo
nos corpos daqueles que o utilizam.

Pode-se dizer que os EPIs de maior importância utilizados na área da


saúde são: as luvas (que protejam o profissional, mas que sejam agrádaveis
ao toque no cliente/paciente); as toucas (em alguns casos apenas prender
os cabelos é suficiente); os óculos de proteção (em muitos atendimentos
laboratoriais ou hospitalares é essencial o uso de óculos de proteção para se
proteger dos respingos de expurgos, ou mesmo o uso de óculos especais
para laser); os sapatos (adequados e confortáveis); as calças compridas
(sempre é melhor do que qualquer outro tipo de vestimenta); o jaleco ou
o avental (sempre limpos e que cubram pelo menos parte dos braços).

Além dos EPIs, os EPCs também têm grande importância para garantir
um ambiente mais seguro no trabalho.

Vimos que a segurança no trabalho tem como objetivo as práticas


seguras nas atividades, inserindo medidas que visam preservar a saúde do
trabalhador e o meio ambiente. Para tanto, é necessária a organização das
atividades, adequando-as às condições de trabalho, inserindo medidas de
controle para organização estrutural e operacional, e realizando a avaliação
dos riscos ambientais.

Um local com arejamento adequado, ar condicionado ou aquecimento,


quando necesário, é de extrema importância para que o atendimento ao
cliente/paciente seja tranquilo, tanto para o trabalho do profissional, como
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para que a pessoa que está sendo atendida sinta-se bem e confortável.
O uso de macas de altura adequada a cada profissional é muito importante
para evitar problemas ergonômicos, os mochos com enconsto e regulagem
de altura também são os ideais. A acessibilidade também faz parte da
desejada estrutura de um ambiente adequado.

Os incêndios são classificados de acordo com as características dos


combustíveis. Relatamos que é preciso conhecer qual a natureza do material
que está queimando para descobrir o melhor método para uma extinção
rápida e segura. Há cinco classificações de incêndio: classe A (incêndios em
matérias sólidos), classe B (incêndios em líquidos inflamáveis e materiais),
classe C (incêndios em equipamentos elétricos), classe D (fogo em metais
ou ligas metálicas pirofóricas) e classe K (fogo em óleo vegetal e gorduras
de origem animal em cozinhas).

Os métodos de extinção do fogo são: resfriamento (redução do calor


gerado pela combustão; água como agente); isolamento (separação do
material que poderia ser atingido pelo fogo, evitando sua propagação); e
abafamento (remoção do comburente).

Devemos ter alguns cuidados com os extintores, pois eles devem ser
colocados em locais bem visíveis, longe do acesso de crianças e de fontes
de calor. Seu acesso deve ser desobstruído e sempre devem estar carregados
e prontos para uso.

Por fim, destacamos a importância de haver um plano de emergência


para combate a incêndio e instruções para evacuação do local, além
de extintores adequados (validade, locais apropriados, bom estado de
funcionamento), treinamento duas vezes ao ano, verificação regular dos
equipamentos e uso do extintor de incêndio correto.

Exercícios

Questão 1. (Sanepar 2004, adaptada). Quanto aos EPIs, cabe ao empregador:

I – ditar as normas para sua confecção.

II – exigir o seu uso.

III – adquirir o equipamento adequado para cada atividade.

IV – responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica.

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Unidade II

V – orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação.

Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas.

A) Somente as afirmativas I e II são corretas.

B) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

C) Somente as afirmativas lI, III, IV e V são corretas.

D) Somente as afirmativas lII e lV são corretas.

E) Somente as afirmativas I, ll e V são corretas.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: a norma NR 6 sobre EPI discute as obrigações de trabalhador e empregador; este último
não dita as normas, mas fornece gratuitamente treinamento e equipamento.

II – Afirmativa correta.

Justificativa: o empregador deve exigir o uso do EPI pelos trabalhadores.

III – Afirmativa correta.

Justificativa: é dever do empregador fornecer equipamento adequado e aprovado pelo Ministério do


Trabalho e Emprego específico para cada atividade.

IV – Afirmativa correta.

Justificativa: o empregador precisa substituir imediatamente o equipamento quando estiver danificado.

V – Afirmativa correta.

Justificativa: o empregador deve oferecer treinamento ao trabalhador.

Questão 2. (Cesgranrio 2018) Para haver fogo, é necessária a presença de três elementos que formam
o triângulo do fogo ou, mais modernamente, o quadrado ou tetraedro do fogo. Para extinguirmos o
fogo, basta retirar um desses elementos. Quando retiramos ou reduzimos o elemento denominado de
comburente, estamos extinguindo o fogo pelo método denominado de:
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BIOSSEGURANÇA

A) Abafamento.

B) Isolamento.

C) Resfriamento.

D) Sufocamento.

E) Quebra da reação em cadeia.

Resposta correta: alternativa A.

Análise das alternativas

A) Alternativa correta.

Justificativa: o abafamento consiste em tirar o ar (oxigênio), que é o elemento comburente. Deve-se


impedir o contato do combustível com o comburente.

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: o isolamento é quando se faz a retirada do que pode pegar fogo, ou seja, o material
combustível (madeira, papel, produtos inflamáveis etc.).

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: o resfriamento consiste em retirar o calor, para que o combustível pare seus gases e o
vapor, extinguindo-se o fogo.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: o sufocamento não é um método de extinção do fogo.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: a quebra da reação em cadeia não é um método de extinção do fogo.

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