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Amanda
Stapenhorst
Equipamentos de proteção
individual e coletiva
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Devido à exposição constante do profissional da saúde a inúmeros fatores
de risco, a utilização dos equipamentos de proteção individual e coletiva
assume um papel de grande importância para a preservação da saúde
do trabalhador. Assim, é preciso que o profissional saiba reconhecer a
necessidade desses equipamentos para o bom funcionamento do am-
biente de trabalho e de que maneira o seu uso adequado pode minimizar
os ricos relacionados às tarefas laborais.
Neste capítulo, você vai estudar quais são os EPIs e os EPCs nos la-
boratórios clínicos e experimentais e como eles devem ser utilizados de
acordo com a classe de risco e com o Nível de Biossegurança presentes
no ambiente de trabalho.
Avental
O avental, ou jaleco, pode ser classificado como avental de uso diário, avental
para procedimentos não invasivos e avental para procedimentos invasivos.
O avental de uso diário serve para identificar o profissional e proteger as
roupas. Ele deve, preferencialmente, ser de mangas longas e ter comprimento
abaixo dos joelhos. Mesmo sendo o jaleco de uso diário, ele deve sempre ser
abotoado e utilizado apenas no local de trabalho, ou seja, jamais deve ser
utilizado em áreas públicas, tais como restaurantes, lanchonetes e banheiros.
É importante sempre remover o avental na hora de sair do ambiente de
trabalho e o pendurar no lugar destinado, dessa forma, evita-se a transmissão
de possíveis patógenos presentes no tecido e/ou a contaminação por algum
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patógeno presente no ambiente que seria levado de volta para o local de tra-
balho. O avental deve ser lavado sempre que necessário ou, no mínimo, duas
vezes por semana.
Já o avental para procedimentos não invasivos é destinado para situações
em que o profissional sabidamente entrará em contato com fluidos orgânicos
(coleta de sangue, aplicação de vacinas, exames clínicos, entre outros). O
avental de tecido não estéril deve, obrigatoriamente, ter mangas longas e
comprimento abaixo dos joelhos. Também existe o avental descartável não
estéril, o qual também tem mangas longas e comprimento abaixo do joelho,
entretanto, esse tipo de jaleco é utilizado durante procedimentos de isolamento
e é descartado logo após o uso.
O avental cirúrgico é diferenciado, pois, além de passar pelo processo de
esterilização, é longo, tem mangas compridas e punhos ajustáveis, os quais têm
uma alça de fixação no polegar (evita que as mangas se desloquem durante o
procedimento). Esse tipo de avental para procedimentos invasivos é utilizado
apenas em cirurgias de grande porte, nas quais a exposição ao sangue e a
outros fluidos corporais é alta.
Gorro
O gorro deve ser utilizado para evitar a queda de cabelo em materiais ou locais
estéreis. O uso adequado do gorro requer que este recubra todo o cabelo e as
orelhas do profissional. Ele precisa ser descartado imediatamente após o uso.
Luvas
As luvas devem ser utilizadas sempre que o profissional da saúde entrar em
contato direto com um indivíduo, fluidos orgânicos, fezes, produtos químicos
ou temperaturas extremas, conforme as classificações abaixo:
Sapatos e botas
Recomenda-se que o profissional da saúde utilize exclusivamente sapatos
fechados e, se possível, impermeáveis.
Máscara
Deve ser usada quando houver risco de contaminação da face com sangue,
fluidos corpóreos, secreções e excretas.
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Tratamento
Risco
Classe de risco Risco coletivo ou medidas
individual
profiláticas
1 Baixo Baixo -
NB-1
Refere-se ao trabalho com agentes biológicos da Classe de Risco I. Recomenda-
-se a utilização de EPIs adequados e o cumprimento das boas práticas de labo-
ratório. O NB-1 exige a utilização de avental, luvas, óculos e calçado fechado.
NB-2
Refere-se à manipulação de agentes biológicos da Classe de Risco II. Geral-
mente são aplicados a laboratórios clínicos e hospitalares, nos quais, além
do uso dos EPIs, os profissionais também devem fazer uso da contenção por
meio de barreiras primárias (cabines de segurança biológicas) e secundárias
(projeto do ambiente/laboratório de acordo com a legislação). Os profissionais
que atuam em locais NB-2 devem utilizar avental, proteção respiratória, luvas,
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óculos e calçado fechado. Ademais, os locais NB-2 devem ter lava olhos e
cabines de segurança classe II (EPCs).
NB-3
Refere-se a ambientes nos quais microrganismos da Classe de Risco III são
manipulados ou em locais que tenham altas concentrações de agentes da
Classe II. Esse tipo de ambiente exige medidas de contenção física primária
e secundária e o local deve ser projetado de maneira específica, visando à
contenção de agentes de alto risco. O local deve ser rigorosamente controlado
por meio de medidas de vigilância, inspeção e manutenção, além de todos
os funcionários do local serem devidamente treinados sobre as Normas de
Biossegurança e a correta manipulação desse tipo de material.
Os EPIs exigidos para esses locais são: avental, proteção respiratória
(máscara com filtro), luvas, óculos e calçado fechado. O local deve ter como
EPCs: lava olhos, sistema de alarme, escoamento de ar direcionado e cabines
de segurança classe II ou III.
NB-4
Refere-se ao nível de segurança máxima, ou seja, são locais que desenvol-
vem projetos e manipulam agentes biológicos da Classe de Risco IV. Esses
locais devem ser projetados e construídos em áreas isoladas, funcionalmente
independentes de outras áreas. É preciso que haja todos os EPIs supracitados,
juntamente com procedimentos de segurança especiais.
Os profissionais que trabalham em ambientes NB-4 devem utilizar máscara
facial ou macacão pressurizado, luvas, óculos, roupa protetora completa e
calçado fechado como EPI. Os EPCs exigidos são: lava olhos, equipamentos
de exaustão, vácuo e descontaminação e cabines de segurança classe III.
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https://goo.gl/DfZ4ve
Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 485, de 11 de novembro de
2005. Aprova a Norma Regulamentadora nº32 (Segurança e Saúde no Trabalho em
Estabelecimentos de Saúde). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília,
DF, 16 nov. 2005.
CAMISASSA, M. Q. Segurança e saúde no trabalho: NRs 1 a 36 comentadas e descom-
plicadas. Rio de Janeiro: Método, 2015.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.