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TRAUMA TORÁCICO

Dr. Rodrigo Otávio Duarte de Araújo Abreu


Cirurgia geral e do trauma
HM sete lagoas, HNSG, Hospital Unimed, Faculdade Atenas,
HJK
CURRÍCULO

- Graduado em Medicina pela Universidade de Itaúna


(UIT) em 2017
- Cirurgião do Trauma pelo Hospital João XXIII - MG.
- Cirurgião Geral e do Trauma em:
• Hospital Metropolitano de Sete Lagoas
• Hospital Nossa Senhora das Graças
• Hospital Unimed
• Hospital Júlia Kubitschek
- Docente do curso de Medicina da faculdade Atenas de
Sete Lagoas
OBJETIVOS

• Entender os diferentes cenários envolvidos no trauma


torácico

• Saber diagnosticar e indicar o tratamento correto

• Compreender a importância do mecanismo de trauma


e exame físico
CASO CLÍNICO

• 07/04/22 – 07:30

• L.S.S, Sexo masculino, 24 anos

• Contexto: paciente trazido pelo SAMU-USB, vítima de queda livre de cerca de 15 metros
(viaduto), evento testemunhado por terceiros, possível TAE. Relato de abuso de drogas prévio
(cocaína)

• Paciente em prancha rígida com colar cervical, avaliada em sala de reanimação


CASO CLÍNICO

Ao exame: Admito paciente confuso, letárgico, hipocorado.


• A- Via aérea pérvia, colar mantido, colocado em mascara facial de O2 com reservatório
• B- Taquidispneico, expansibilidade torácica assimétrica, sem creptação ou enfisema
subcutâneo, murmúrio vesicular ausente a esquerda, oximetria não mensurável, FR 50 irpm.
• C- Extremidades frias, vasocontritas, pulso filiforme, FC 170 bpm, FAST com lâmina de
líquido esplenorrenal, sem outros achados. Pelve estável.
• D- ECG=12 (AO 4 RV 4 RM 4), Pupilas isocóricas e fotorreativas
• E- Presença de tatuagem traumática em região toracolombar a esquerda, FCC em antebraço
esquerdo suturada, escoriações em MMII
CONDUTA
?
ANATOMIA

• 5 COMPARTIMENTOS

• TRANSIÇÃO CERVICO-TORÁCICA

• TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL
ANATOMIA

• 5 COMPARTIMENTOS

• TRANSIÇÃO CERVICO-TORÁCICA

• TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL
ANATOMIA

• 5 COMPARTIMENTOS

• TRANSIÇÃO CERVICO-TORÁCICA

• TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL
FISIOLOGIA

• GRADIENTE DE PRESSÃO

• EXPANSÃO PULMONAR
MECANISMO DE
TRAUMA

• CONTUSO

• PENETRANTE:
- ARMA DE FOGO
- ARMA BRANCA
PALAVRAS CHAVE:

• 1- ENERGIA CINÉTICA

• 2- DISSIPAÇÃO DE ENERGIA

• 3- TRAJETO
EXAME FÍSICO

• A – lesões de traqueia mediastinal e brônquios principais

• B – lesões de parênquima (brônquios e bronquíolos, vasos)

• C – lesões cardíacas e vasculares

• D – lesões medulares

• E – lesões digestivas e ósseas


EXAME FÍSICO

• A – Quando intubar?
• B – Ausculta!!!
- E-FAST – EXTENSÃO DO EXAME FÍSICO
- RX BEIRA-LEITO
• C – ESTADO HEMODIN MICO
- JANELA MEDIASTINAL FAST
- NÃO AGUARDAR A CONCLUSÃO DIAGNÓSTICA PARA INICIAR A REANIMAÇÃO
- PACIENTE TRAUMÁTIZADO QUER SANGUE!
• D – GLASGOW MENOR QUE 8 – VOLTE 3 CASAS
- TRAUMA MEDULAR ALTO PODE GERAR TRM
• E – LESÕES ÓSSEAS TORÁCICAS DEVEM SER VALORIZADAS
- TRAUMA DA REGIÃO ANTERIOR – LEMBRAR DO EXTERNO
- TRAUMA PENETRANTE QUE CRUSA O MEDIASTINO – LEMBRAR DO ESÔFAGO
EXAMES
COMPLEMENTARES

• E-FAST

• RX - ABCDE

• TC
TRATAMENTO

• VIA AÉREA

• TORACONCENTESE DE ALÍVIO

• TORACOSTOMIA DE ALÍVIO

• TORACOSTOMIA COM DRENAGEM


PLEURAL FECHADA

• TORACOTOMIA
TRATAMENTO

• VIA AÉREA

• TORACONCENTESE DE ALÍVIO

• TORACOSTOMIA DE ALÍVIO

• TORACOSTOMIA COM DRENAGEM


PLEURAL FECHADA

• TORACOTOMIA
TRATAMENTO

• VIA AÉREA

• TORACONCENTESE DE ALÍVIO

• TORACOSTOMIA DE ALÍVIO

• TORACOSTOMIA COM DRENAGEM


PLEURAL FECHADA

• TORACOTOMIA
TRATAMENTO

• VIA AÉREA

• TORACONCENTESE DE ALÍVIO

• TORACOSTOMIA DE ALÍVIO

• TORACOSTOMIA COM DRENAGEM


PLEURAL FECHADA

• TORACOTOMIA
TRATAMENTO

• VIA AÉREA

• TORACONCENTESE DE ALÍVIO

• TORACOSTOMIA DE ALÍVIO

• TORACOSTOMIA COM DRENAGEM


PLEURAL FECHADA

• TORACOTOMIA
CASO CLÍNICO

• Realizado toracocentese com jelco 14 no quarto espaço intercostal esquerdo e posterior


toracostomia com drenagem pleural fechada. Drenagem imediata de 600 ml de conteúdo
hemático com escape aéreo.

• Realizado 2 CH e 2 PFC
CASO CLÍNICO
CASO CLÍNICO
EVOLUÇÃO NA SALA DE
REANIMAÇÃO

• Recebeu 1000 ml de SF 0,9% + 2CH + 2PFC

• Dados vitais 153pbm, PA 96X52 mmHg, FR 42 irpm, sat 94% com O2 10L/min na MF

• Mantendo mesmo padrão neurológico


CONDUTA
?
TC DE COLUNA
TC DE TÓRAX
TC DE TÓRAX
TC DE TÓRAX
TC DE TÓRAX
TC DE TÓRAX
ACHADOS
TOMOGRÁFICOS

• TC de crânio: sem alterações


• TC de coluna cervical: sem alterações
• TC de coluna torácica e lombar: fratura de processo transverso a esquerda de T8, T9, T10,
T12, L1 e L2. Fratura de corpo de S4 e S5
• TC de tórax: área de contusão pulmonar importante no lobo inferior do pulmão esquerdo, com
sangramento intralveolar, áreas de blush arterial intraparenquimatoso. Hemopneumotórax
laminar, residual, dreno bem posicionado. Fratura do 8, 9 10 e 11 arco costal a esquerda.
• TC de abdome e pelve: ausência de líquido livre, ausência de pneumoperitôneo, sem sinais de
lesões de vísceras maciças, fratura de acetábulo direito com luxação posterior da cabeça do
fêmur, fratura sacral inferior, hematoma extraperitoneal.
CONDUTA
?
EVOLUÇÃO NA SALA DE
POLITRAUMA

Reavaliação – 09:36

• FC: 153bpm, FR: 56 irpm, Spo2: 90% MF O2 10L/min, PA: 80X40 mmHG, ECG 14

• Dreno oscilante e borbulhante: +300 ml conteúdo hemático = total 900 ml em cerca de 2 horas

• Gaso: Ph: 7,22 / pCO2 30 / Po2 98 / HCO3 12,3 / BE -14,1 / Lactato 8,3
CONDUTA
?
EVOLUÇÃO NA SALA DE
POLITRAUMA

Realizado às 09:36 02 CH + 02 PFC. Reavaliado às 10:36

FC: 113 bpm, FR: 40 irpm, Spo2: 92% MF O2 10L/min, PA: 110X50 mmHG, ECG 14, menor agitação, contactuante
Dreno oscilante e borbulhante: +150 ml conteúdo hemático = total 1050 ml em cerca de 2 horas
AR: MV bilateral com sibilos inspiratórios e expiratórios. Paciente e acompanhante referem histórico de asma
Redução da luxação do fêmur pela ortopedia no leito
Realizado Salbutamol + VNI – melhora do padrão ventilatório e hemodinâmico
11:36 – Dreno sem novos débitos, mantendo escape aéreo de baixo volume, paciente apresentou melhora do padrão
hemodinâmico após volemia.
EVOLUÇÃO NA SALA DE
POLITRAUMA

12:00

• Paciente apresenta piora hemodinâmica importante, PA:70X40, FC 170bpm, palidez cutânea e


mucosa

• Dreno com débito maior que 500 ml em cerca de 10 minutos

• Levado ao bloco cirúrgico para toracotomia


CENTRO CIRÚRGICO

• Anestesia geral com intubação seletiva, apresentava hemorragia intralveolar


• Toracotomia antero-lateral, quarto espaço intercostal esquerdo
• Cavidade torácica com hemotórax maciço, identificado laceração pulmonar em região posterior do lobo inferior
do pulmão esquerdo, tamponada com compressas
• PCR peroperatória, realizado abertura do saco pericárdico, clampeamento da aorta e massagem cardíaca. Paciente
retomou ritmo sinusal após 7 minutos de reanimação. Recebeu 1 choque e 3 ampolas de adrenalina EV
• Realizado liberação do ligamento pulmonar, clampeamento de área lacerada e grampeamento com grampeador
linear cortante.
• Mantido 2 drenos torácicos
• Fechamento de cavidade
• Recebeu na sala cirúrgica total de 8 CH + 6 PFC + Bicarbonato 1mg/kg + 3g Gluconato de cálcio + Nora 45 ml/h
+ Vaso 6 ml/h. Diurese 1600 ml.
CENTRO CIRÚRGICO
CENTRO CIRÚRGICO
OUTROS CENÁRIOS
OUTROS CENÁRIOS
OUTROS CENÁRIOS
“Quem valoriza mecanismo de trauma e põe a mão no paciente, faz diagnóstico
precoce” VERSIANI, Tarcísio

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