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Câncer de Colo de Útero

Resumão:
 Principal característica relacionada ao CA de colo de útero – HPV.
Subtipos 16 e 18, tem outros, mas são os principais.
 Prevenção: Vacina, preservativos, educação sexual e preventivo.
 É uma doença de país pobre – problema com rastreio, problema na vacinação e na
educação sexual.
Tem mais casos na região norte do Brasil, em detrimento do sudeste e morre-se mais
também nessa região.
 Tratamos CA de colo de útero como um modelo de carcinogênese biológica – vírus
produzindo uma proteína e isso é integrado ao genoma celular, causando uma série de
alterações, e levando à carcinogênese.
E6 -> se liga ao P53 – não tem revisão do material genético.
E7 -> se liga ao RB – ciclo celular não acontece de maneira correta.

HPV:
 A infecção se dá por pequenas rupturas no epitélio, em geral, na relação sexual com
penetração sem proteção, mas também no contato pele a pele (sem relação sexual).
 HPV ano-genital, é a principal IST transmitida no mundo.
 Grande parte das infecções tem um clearence espontâneo, ou seja, o próprio organismo
elimina.
 Ele é fator de risco para outros cânceres: vagina, vulva, canal anal, garganta.
 Entende-se que a infecção por um subtipo oncogênico de HPV é fator necessário para o
desenvolvimento do carcinoma de colo uterino - uma vez que o DNA HPV pode ser encontrado
em até 99,7% dos cânceres do colo uterino.
 Entre a infecção por um subtipo oncogênico e o desenvolvimento do carcinoma invasor
podem transcorrer vários anos (em geral 5-10). Isso é um dado importante porque consegue-
se detectá-lo, por isso faz-se o rastreio – tem tempo de detectar e tratar.
 Como o HPV se insere na célula?
O genoma do HPV modifica a produção de 6 proteínas (chamadas proteínas E, e 2 proteínas L).
As proteínas E6 e E7, interferem no processo de mortalização da célula epitelial = apoptose.
Além disso, interferem nas proteínas reguladoras -> P53 (gene supressor tumoral) e RB.
 HPV 16 e 18 são responsáveis por 71% dos casos, mas 31,33,45,52 e 58 também são
oncogênicos e responsáveis por 19% dos casos.
Em mais de 90%, se resolve em até 12 meses (clearence espontâneo do vírus).
 Se não detectou e não tratou pode ir para lesão precursora e até câncer.

Fatores de Risco:
Infecção pelo HPV.
Início precoce da atividade sexual – abaixo de 16 anos.
Múltiplos parceiros.
 Tabagismo.
 Coinfecção (gonorreia, herpes, clamídia).
 Imunossupressão.
 Uso de ACO por mais de 5 anos.
Paridade e idade precoce no primeiro filho.

Histologia:
 O epitélio escamoso reveste a ectocérvice, uma continuação do epitélio vaginal.
 O epitélio colunar mais frágil, reveste o canal cervical e se estende até o ectocérvice.
 A Junção escamocolunar (JEC) é onde os epitélios se encontram.
A JEC muda ao longo do tempo de lugar, fisiologicamente.
A diferença entra o local inicial da JEC e o novo local no qual fica, é chamada Zona de
Transformação – nesse local podem ocorrer as metaplasias, displasias, que vão originar o
câncer.
 NUNCA ESQUECER: Ao colher o preventivo sempre pegar células da JEC.

Rastreio:
 O que é?
Detecção em pacientes sem sintomas.
 Como é feito no Brasil?
Papanicolau = Preventivo = Citologia Oncótica.
 Outras possibilidades:
- Citologia em base líquida.
- Testes de HPV.
- Inspeção visual com ácido acético – colposcopia.
 Periodicidade:
2 anuais, se negativos, a cada 3 anos.
Dos 25 aos 64 anos.
 Rastreio imunodeprimidas:
2 coletas com intervalo semestral, depois anualmente.
Se for uma paciente com HIV com CD4+ menor que 200, mantem-se o rastreamento
semestral.
Classificação/Resultado do Preventivo:

O corretor é vir como essa classificação de 2006.

Lesões Precursoras:

FOTO: Aspecto macroscópico das lesões.


 São alterações epiteliais na Zona de Transformação.
 O que define o câncer invasor?
Passar da membrana basal.

Colposcopia:
 Lente de aumento no colo do útero.
 Para que se aplica?
Diagnóstico e Conduta:

Por que no LSIL, na doente com menos de 25 anos em posso repetir em 6 meses, e na maior
ou igual não?
Porque na mais jovem tem clearence espontâneo e a doença pode reverter, na maior de 25
anos, já não é tão fácil.

Tratamento da Lesão Precursora:


 Crioterapia – gás gelado que queima a lesão.
 Laser.
 Cirurgia de Alta Frequência – CAF.
 Conização – lesões um pouco maiores, mas até determinado tamanho.

Diagnóstico de Câncer de Colo de Útero:


 Histopatológico.
 Nas lesões mais avançadas, a biopsia pode ser feita diretamente no exame especular, não
precisa nem encaminhar para colposcopia.
 Nas lesões iniciais – colposcopia com biopsia.

Carcinoma Invasivo:
 Sinais e Sintomas:
- Corrimento vaginal, que pode ou não ser fétido.
- Sangramento irregular em mulheres em idade fértil.
- Sangramento pós-menopausa (primeiro lugar penso em CA de endométrio – diagnóstico com
USG e histeroscopia).
- Sangramento pós-coito em mulheres de qualquer idade.
- Dispareunia.
- Dor na região pélvica.
 Sinais e sintomas do câncer avançando:
- Perda de peso.
- Alterações Urinárias – compressão por parte do útero, de bexiga e ureteres.
- Dor pélvica.
- Edema de membro inferior – pela compressão dos vasos linfáticos e trombose (qualquer
câncer – câncer é fator de risco para trombose).
 Padrões de Disseminação:

- No exame físico sempre examinar linfonodo supraclavicular.


- Pulmão – mais comum.
 Outras informações:

- Exame físico e de imagem ajudam no estadiamento.


 Estadiamento:
- História e exame físico detalhados (toque retovaginal, checar linfonodos)
- RM da pelve; RM ou TC de abdome; RX ou TC de tórax.
A FIGO fala o exame de imagem que estiver disponível.
- PET/CT -> se disponível para lesões a partir de Ib1 ou outro método de imagem disponível.
- Cistoscopia -> se suspeita de invasão de bexiga.
- Retossigmoidoscopia -> se suspeita de invasão de reto.
- Laboratório: Hemograma, função hepática, função renal, anti-HIV.
- TNM.
- Doença Inicial = doença localizada – Proposta cirúrgica CURATIVA.
- Localmente avançada = não está só restrita no útero – não adianta mais cirurgia.
- Metástase à distância – não há mais proposta de tratamento curativo, é paliativo.
 Tratamento:

- A quimio serve para sensibilizar as células para radioterapia, por isso em alguns estágios é
feita em conjunto.
- Braquiterapia – tipo de radioterapia localizada.
Ela serve para complementar a radioterapia convencional.
É a inserção de um cilindro para fazer lá perto do colo do útero, para não atingir tanto os
órgãos adjacentes.
- Rádio – tratamento complexo com uma série de complicações.
Lesão Actinica – são as complicações da radioterapia.
Qual o problema disso? A paciente faz rádio, e alguns anos depois, volta com problema na
bexiga, não tem câncer, mas tem essa lesão actinica. Tratamos uma complicação do
tratamento.

 Prognóstico:

Prevenção:

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