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Palavras-chave:
Papilomavírus; Câncer do colo uterino; Carcinogênese.
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INTRODUÇÃO
O HPV pode transformar e imortalizar células hospedeiras fazendo com que a célula
maligna se torne independente no controle do seu ciclo celular. Antecedendo o câncer cervical, as
alterações consideradas pré malignas, segundo o projeto Lower Anogenital Squamous Terminol-
ogy (LAST), são as Lesões Intraepiteliais Escamosas de Alto Grau (LIEAG).
MÉTODO
Para a presente revisão sistemática, primeiro houve a identificação dos últimos dados
disponíveis relacionados ao HPV. Este capítulo foi desenvolvido com objetivo de compreender o
papel do HPV na Gênese das Lesões Pré Malignas do Colo do Útero, abrangendo a etiologia,
fisiopatologia e epidemiologia. Trata-se de uma revisão de literatura, disponível nas bases de
dados eletrônicos UpToDate, LILACS, BVS, Portal de Periódicos CAPES e PubMed.
Adotou-se como critérios de inclusão apenas artigos publicados nos últimos 8 anos,
revisados por pares e com descritores em ciências da saúde (DeCS): “papilomavirus”, “câncer de
colo uterino” e “carcinogênese”. Foram encontrados 84 artigos dentro desses critérios, sendo 13
escolhidos para a revisão. Além disso, os artigos foram analisados qualitativamente conforme
amostra, escopo, desenho metodológico, resultados e conclusões.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
ETIOLOGIA
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Papilomavirus humano (HPV) é um grupo de vírus do gênero Papillomavirus da família
Papillomaviridae, com cerca de 55 nm, formato icosaédrico constituído de 72 capsômeros, não
envelopado e sem enzimas ou glicoproteínas (FEBRASGO, p. 852, 2020). Apresenta um capsídeo
que engloba uma molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA) de dupla fita e circular que é
constituído por aproximadamente oito mil pares de bases, codificando apenas nove genes
(FARHAT, Calil K. et al., 2010)
A organização genômica é dividida a partir de regiões funcionais, sendo a região precoce
(E1, E2, E4, ES, E6 e E7), a região tardia ( proteínas estruturais encapsuladas L1 e L2) e a região
reguladora denominada LCR (long control region) ou URR (região regulatória upstream). A LCR
se localiza entre os genes L1 e E6, em um segmento de aproximadamente 1000 pares de base sem
a presença de uma ORF (open reading frame). Essa região apresenta numerosos sítios de ligação
para inibidores e ativadores de transcrição, auxiliando na determinação da variedade de
hospedeiros para tipos específicos de HPV (FARHAT, Calil K. et al., 2010).
De acordo com a literatura atualizada, são identificados mais de 200 tipos de HPVs, que
podem ser subdivididos em categorias cutâneas ou mucosas com base em seu tropismo tecidual,
infectando apenas seres humanos (PALEFSKY, 2022). Dentre eles, 40 apresentam caráter
infectante na região anogenital, sendo agrupados a partir de seu potencial oncogênico. Os HPVs
de baixo risco para infecção da região anogenital são 6, 11, 26, 30, 40, 42, 43, 44, 54, 70 e 73 e os
de alto risco são 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 50, 51, 52, 53, 55, 56, 58,59, 64 e 68. Além disso, sabe-
se que 20 espécies de HPV são responsáveis por induzir a carcinogênese, sendo a 16 e a 18 as
mais prevalentes para câncer de colo de útero (FEBRASGO, p. 852, 2020).
Além do câncer cervical, o vírus é associado à transformação maligna em ânus, orofaringe,
base da língua, amígdalas, vagina, vulva e pênis (PALEFSKY, 2022). Antecedendo ao câncer, as
alterações consideradas pré malignas, segundo o projeto Lower Anogenital Squamous Terminol-
ogy (LAST), são as Lesões Intraepiteliais Escamosas de Alto Grau (LIEAG). As LIEAGs são
lesões de maior risco biológico caracterizadas por marcantes proliferações de células com
desorganização, perda de polaridade, atipias e atividade mitótica, acometendo terço médio ou toda
a espessura do epitélio. Inclui-se os termos NI-2/3 ou NI-3 nos casos de LIEAGs com o intuito de
realizar uma correlação com a terminologia diagnóstica de neoplasia intraepitelial (NI-)
universalmente realizada. De acordo com a localização da LIEAG, a lesão é denominada NIC se
cervical, NIP se peniana, NIPA se perianal, NIA se anal, NIVA se vaginal e NIV se vulvar
(FOCCHI, 2018).
EPIDEMIOLOGIA
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anos na maioria dos países ocidentais (PALEFSKY, 2022). Ademais, sabe-se da existência de um
segundo pico em mulheres após a menopausa (SILVA, Carlos H. M. et al., 2018).
Estima-se que pelo menos 80 por cento dos ativos sexuais são expostos ao HPV pelo
menos uma vez na vida, embora muitos especialistas acreditem que praticamente todos os adultos
após a sexarca sejam infectados pelo vírus. Sabe-se que o diagnóstico muitas vezes não é realizado
devido a transitoriedade da infecção, impossibilitando o dimensionamento exato da patologia
(PALEFSKY, 2022). A infecção crônica na região cervical é mantida em aproximadamente 10%
das mulheres, em virtude da capacidade do HPV de escapar de vigilância imune do hospedeiro
(SILVA, Carlos H. M. et al., 2018).
Para o ano de 2023 foram estimados 17.010 novos casos de câncer cervical no Brasil, o
que representa um risco considerado de 13,25 casos a cada 100 mil brasileiras (INCA, 2022). As
taxas globais de incidência e mortalidade estão diretamente relacionadas à eficiência de programas
de triagem para pré-câncer e câncer cervical e de vacinação contra o HPV (FRUMOVITZ, 2023).
FISIOLOGIA
CONCLUSÃO
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A revisão objetiva esclarecer os mecanismos pelos quais a infecção pelo HPV induz a
transformação pré-maligna. Dito isso, estudos destacaram que a persistência viral de uma cepa de
alto risco é essencial para o desenvolvimento da carcinogênese, além da carga viral, dos fatores
genéticos e do estado geral e imunológico do hospedeiro. É importante ressaltar que conhecer a
forma de atuação do vírus é essencial para o manejo eficaz dos pacientes e para o
desenvolvimento de tecnologias de combate, como vacinas e farmacoterapias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FARHAT, Calil K. et al. Guia prático de imunização da mulher. São Paulo: DoctorPress, 2010. P. 167-185.
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FRUMOVITZ, Michael. Invasive cervical cancer: Epidemiology, risk factors, clinical manifestations and diagnosis.
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INCA. Incidênica câncer colo de útero. Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: <
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PALEFSKY, Joel. Human papillomavirus infections: Epidemiology and disease associations. UpToDate, 2022.
Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/human-papillomavirus-infections-epidemiology-and-disease-
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Acesso em: 27 jan. 2023.
SILVA, Carlos H. M. et al. Patologia do trato genital inferior e colposcopia. Belo Horizonte: Medbook, 2018.
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