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DOI: http://dx.doi.org/10.31512/ricsb.v2i1.2628

Papilomavírus humano: uma revisão narrativa da literatura


Human papillomavirus: a narrative review of literature

Amanda Larissa Bagatini Dos Santos1, Caroline Medine Monteiro1, Fabiane Andrade
Vargas2
1
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santo Ângelo, RS,
Brasil; 2Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.

RESUMO
O objetivo do estudo foi descrever sobre o Papilomavírus humano e o câncer do colo do
útero. Foi realizada uma revisão narrativa, abordando de forma interdisciplinar os
aspectos epidemiológicos, bioquímicos, genéticos, imunológicos e farmacológicos. O
trabalho desenvolvido aborda as disciplinas do quarto semestre do curso de Farmácia
da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus de Santo
Ângelo. Concluímos que é possível relacionar diferentes disciplinas para descrever e
desta forma construir o conhecimento sobre um assunto.
Descritores: Interdisciplinaridade; Papilomavírus humano; Verrugas genitais; Neoplasia
cervical; Vacinação; Teste de Papanicolaou.

ABSTRACT
The aim of this study was to describe the Human Papillomavirus and cervical cancer. We
made a narrative review, in an interdisciplinary mode witch was based on
epidemiological, biochemical, genetic, immunological and pharmacological aspects. The
work developed addresses the discipline of the fourth semester of the Pharmacy course
of the Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus de Santo
Ângelo. We concluded that it is possible to corelate different disciplines to describe and
to build knowledge about a HPV.
Descriptors: : Interdisciplinarity; Human papillomavirus; Genital warts; Cervical
neoplasia; Vaccination; Papanicolaou test.

de baixo risco estão associados a


INTRODUÇÃO tumores benignos, como verrugas e
condilomas, e os HPV de alto risco estão
O Papilomavírus humano (HPV) é um
associados a tumores malignos, como o
vírus que causa uma das infecções
câncer de colo de útero, vulva, ânus e
sexualmente transmissível (DST) mais
pênis 3,4. Mas, essa relação não é exata,
comuns no mundo. Atualmente, está
sendo a relação hospedeiro/vírus extre-
bem estabelecido que a infecção com
mamente importante para a evolução
certos tipos de HPV pode causar câncer
ou não da doença. Esse vírus infecta as
do colo do útero 1,2. Existem mais de 150
células basais do tecido epitelial, que
tipos de HPV, sendo em torno de 30 os
possuem atividade mitótica, em locais
que infectam o trato anogenital. Os HPV

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que apresentam micro traumatismos ou Medicine National Institutes of Health


rupturas no epitélio da pele ou da e LILACS - Literatura Científica e Técnica
mucosa 5. da América Latina e Caribe. Na pesquisa,
A prevenção contra a infecção do foram utilizados os seguintes descri-
HPV pode ser classificada como pre- tores: Papilomavírus humano; HPV;
venção primária, evitando o contato e câncer de colo do útero; neoplasia
vacinando os não expostos; em preven- cervical; vacina contra o HPV;
ção secundária, que inclui a detecção prevenção; diagnóstico; tratamento
das lesões precursoras e em prevenção farmacológico e vacinas contra HPV.
terciaria que tem como foco principal O trabalho desenvolvido possui os
prevenir a volta dessa infecção 6,7. conteúdos de todas as disciplinas do
O diagnóstico pode ser realizado quarto semestre do curso de Farmácia
pelos exames clínicos, citológicos, da Universidade Regional Integrada do
colposcópico e/ou peniscópico e histo- Alto Uruguai e das Missões, Campus de
patológicos 8. O tratamento das lesões Santo Ângelo, englobando as disciplinas
provocadas pelo HPV consiste na de Bioquímica II, Farmacognosia IV,
remoção das verrugas genitais pelo uso Genética Humana, Imunologia Básica,
de agentes citotóxicos, métodos Práticas Profissionais II, Famacotécnica
cirúrgicos, eletrocauterização, criotera- Magistral e Industrial IV, Farmacologia C
pia, remoção com laser e terapias imu- e Farmacotécnica Homeopática.
nomoduladoras, além de tratamentos A pesquisa começou abordando os
alternativos como a fitoterapia e aspectos epidemiológicos do câncer do
homeopatia 9. colo do útero no mundo, no Brasil, na
Com o objetivo de descrever região sul e transmissão; sobre
o Papilomavírus humano e o câncer do o Papilomavírus humano, sua biologia
colo do útero, foi realizado um estudo molecular e aspectos oncogênicos;
de forma interdisciplinar englobando as métodos de prevenções primária e
disciplinas de bioquímica, farmaco- secundária e o diagnóstico. Na se-
gnosia, genética, imunologia, famaco- quência do trabalho, foi revisada, na
técnica, farmacologia e homeopatia, do literatura, sobre o tratamento, no
quarto semestre do curso de graduação momento em que foram incluídas as
em farmácia. disciplinas de imunologia, farmacologia,
farmacognosia e homeopatia.

MÉTODO DESENVOLVIMENTO

Foi realizado um estudo de revisão ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E


narrativa de forma interdisciplinar, com TRANSMISSÃO
a coleta de dados realizada em fontes O Papilomavírus humano (HPV) pode
secundárias, por meio de artigos de causar câncer de colo do útero, vagina,
2002 até o ano de 2017, sobre vulva, pênis e ânus, bem como alguns
o Papilomavírus humano. As bases de cânceres da cabeça e pescoço, verrugas
dados utilizadas foram: SciELO anogenitais e recorrentes papilo-
- Scientific Electronic Library matose. Conforme a Organização Mun-
Online; PUBMED - National Library of dial da Saúde, em 2012, no mundo, foi

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estimada 528 mil casos novos de câncer roupas e objetos íntimos) ainda é
do colo do útero e 266 mil mortes, 80% controversa e raramente relatada 9.
afetam mulheres entre 15 e 45 anos que
vivem em países em desenvolvimento, PAPILOMAVÍRUS HUMANO
e correspondendo a 7,5% de todas as O HPV, pertencente à famí-
mortes por câncer em mulheres 10. Para lia Papilomaviridae, é um pequeno vírus
o Brasil, foi estimado 16.370 casos de DNA dupla fita e circular, não
novos de câncer do colo do útero para envelopado, que possui um genoma de
2018, com um risco estimado de 15,43 aproximadamente 8.000 pares de bases.
casos a cada 100 mil mulheres. Sem O DNA viral é composto por uma região
considerar os tumores de pele não reguladora (LCR – long control region),
melanoma, o câncer do colo do útero, que contém a origem de replicação e a
na Região Sul é o quarto tipo mais maioria dos promotores de transcrição;
incidente 11. por regiões codificadoras denominadas
O vírus do HPV pode ser transmitido de precoce (E – early), que codifica as
por contato dos órgãos genitais durante proteínas envolvidas na replicação viral
a prática sexual, por relações anais e por e transformação celular, e tardia que
sexo oral. A via sexual é considerada o codifica as proteínas do capsídeo (L –
principal modo de transmissão do HPV, late) 4, 14, 15.
pelo contato direto com a pele e Na região E estão os genes E1, E2, E4,
mucosas de indivíduos infectados 12. No E5, E6 e E7, em que os genes E1 e E2
entanto, a transmissão vertical do HPV é codificam proteínas responsáveis pela
corroborada pela ocorrência de papi- replicação do HPV, sendo o E2 também
lomatose recorrente de laringe em responsável pela transcrição do DNA. A
crianças com menos de dois anos de proteína codificada no gene E4 tem
idade, e por relatos de casos de RN com função na maturação e a liberação das
condiloma genital ao nascimento 13. Já, partículas do vírus. Os genes E5, E6 e E7
a transmissão por fômites (toalhas, codificam proteínas envolvidas na trans-
formação celular (Figura 1) 3, 4, 16, 17.

Figura 1: Desenho esquemático do genoma viral circular de dupla fita do HPV 16, com a
localização dos genes e funções das proteínas codificadas por esses 3, 17.

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Os genes L1 e L2 da região L são Existem mais de 150 tipos de HPV,


responsáveis pela formação do capsídeo sendo que destes, 40 infectam o trato
que envolve o DNA do vírus HPV (Figura anogenital, e são classificados conforme
1). O capsídeo consiste em 360 cópias da o seu grau de risco em HPV de alto risco
proteína principal capsídica, L1, e HPV de baixo risco. Os HPV de baixo
organizada como 72 pentâmeros em risco causam, em geral, tumores benig-
uma rede icosaédrica e 12 cópias da nos, como condilomas e verrugas co-
proteína capsidial menor L2 18. muns, sendo que os tipos 6 e 11 estão
O HPV infecta as células basais do associados com até 90% dessas lesões.
tecido epitelial, a partir de pequenas Já, os HPV de alto risco provocam, em
rupturas na pele ou mucosa, pelo geral, tumores malignos, como o câncer
processo de endocitose. Essas células do colo do útero, vulva, ânus e pênis,
basais possuem capacidade mitótica e sendo os tipos 16 e 18 os mais inci-
são responsáveis pela renovação epite- dentes no mundo, responsáveis em
lial. Quando o vírus infecta a célula cerca de 70% dos casos de câncer cer-
epitelial em condições normais, pode vical 4.
ocasionar uma infecção latente, produz- Quando os vírus de baixo risco (HPV
tiva ou transformante. Na infecção 6, 11) entram no núcleo da célula, esses
latente, o DNA viral permanece na permanecem habitualmente em sua
forma circular epissomal, apresentando forma circular epissomal e não causam
um baixo número de cópias, que se maiores danos ao DNA do hospedeiro.
duplicam dentro das células basais do Porém, quando os vírus de alto risco
hospedeiro. A infecção produtiva ocorre (HPV 16, 18) infectam a célula, ocorre
com o surgimento de lesões clínicas ou quebrar no DNA, na região E2,
subclínicas, que pode ser detectada linearizando-o, e iniciando a expres-
pelas alterações nas células epiteliais são das proteínas E6 e E7, responsáveis
provocadas pela replicação e formação pela transformação da célula. As
de milhares de vírions. Já, na infecção proteínas E6 e E7 se ligam as proteínas
transformadora, não há formação de supressoras de tumor da célula hospe-
partículas virais infectantes e o DNA deira, p53 e pRb, respectivamente, e as
viral integra-se ao genoma do hospe- encaminham para a degradação, via
deiro, podendo desenvolver o câncer 5. proteossoma (Figura 2) 16, 19.

Figura 2: Desenho esquemático das proteínas E6 e E7 encaminhando as proteínas p53 e


pRb, respectivamente, para a degradação, via proteossoma 19.

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PREVENÇÃO bivalente contra HPV, produzida por


Os métodos preventivos contra a GlaxoSmithKline, a vacina quadrivalente
infecção ocasionada pelo vírus do HPV contra HPV e a vacina nonavalente
são subdivididos em prevenção pri- contra HPV produzidas pela Merck
mária, que tem como objetivo evitar os Sharp and Dohme. Essas vacinas são
fatores de risco que podem levar a produzidas a partir da proteína L1 do
ocorrência da doença; em prevenção capsídeo viral, por tecnologia de DNA
secundária, que envolve a detecção de recombinante, resultando em partículas
doenças antecipadamente (período pré- semelhantes aos vírus ou VLP (vírus-
clínico ou assintomático), para que um likeparticles). As VLPs são partículas
tratamento precoce, adequado seja ocas, não possuem DNA e não provocam
iniciado, e uma diminuição no desen- infecção, porém induzem a produção de
volvimento da infecção ou um anticorpos contra os tipos específicos de
restabelecimento da saúde do indiví- HPV contidos na vacina, gerando uma
duo; e em prevenção terciaria, que tem resposta imunológica específica de
como foco principal prevenir a volta da memória baseada em anticorpos
infecção, ou seja, previne que haja uma neutralizantes contra as proteínas L1 do
reinfecção ou reativação do vírus no capsídeo viral. A persistência dos níveis
indivíduo 6, 7. de anticorpos é de 4,5 a 5 anos. Porém, a
proteção contra a infecção vai
Prevenção Primária depender da quantidade de anticorpos
A prevenção primária inclui o uso de produzidos, a presença dos anticorpos
preservativo, imunização e adoção de no local da infecção e a sua persistência
estilo de vida saudáveis 6, 7. O preser- durante um longo período de tempo 21,
vativo reduz em cerca de 70% a 80% o 22.

risco da infecção pelo HPV, já que não A vacina Cervarix® (bivalente) contém
protege todas as regiões possíveis de antígenos na forma VLP dos tipos de
serem infectadas, como a vulva, a região HPV 16 e 18, que são os responsáveis
pubiana, perineal, perianal e a bolsa pelas lesões genitais pré-cancerosas de
escrotal. Além desse método de pre- alto grau do colo do útero e câncer do
venção, foram desenvolvidas vacinas colo do útero, e ainda é um adjuvante
contra o Papilomavírus humano 20. para aumentar a sua imunogenicidade
Atualmente, três vacinas contra HPV (Figura 3) 21.
estão disponíveis no mercado: a vacina

Vacina Papilomavírus humano 16 e 18 (recombinante)


Forma Farmacêutica Suspensão injetável intramuscular
Apresentação Frasco-ampola com 1 dose de 0,5 ml
20 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 16
20 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 18
Excipientes: adjuvante AS04 que contém Lípido A 3-O-desacilo 4-
Composição monofosforilo (50 microgramas), adsorvido em hidróxido de alumínio
hidratado (Al(OH)3) (0,5 miligramas Al3+), proteína L1 sob a forma de
partículas tipo vírus (VLPs) não infeciosas produzidas por tecnologia de
DNA recombinante e água para injetáveis, cloreto de sódio (NaCl),
fosfato monossódico di-hidratado (NaH2PO4.2H2O).
Figura 3: Forma farmacêutica, apresentação e composição por dose da vacina bivalente
contra o HPV Cervarix® 23.

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A vacina quadrivalente Gardasil escolher, a segunda é aplicada dois


contém antígenos dos tipos de HPV 6, meses depois que a primeira, e a
11, 16 e 18 e um adjuvante para terceira, seis meses depois que a
aumentar a sua imunogenicidade primeira dose, sendo recomendada a
(Figura 4). Essa vacina é administrada aplicação para indivíduos do sexo
em duas ou três doses, dependendo da feminino dos 9 aos 26 anos e masculino
idade da paciente, sendo que quando de 11 a 26 anos. Essa vacina está
são duas doses o intervalo entre elas é disponível no sistema público de saúde,
de seis meses e quando são três doses a no Brasil, sendo recomendada no
primeira é na data que o paciente calendário vacinal oficial do país 21, 24.

Vacina Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante)


Forma Farmacêutica Suspensão injetável intramuscular
Apresentação Frasco-ampola com 1 dose de 0,5 ml
20 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 6
40 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 11
Composição 40 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 16
20 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 18
Excipientes: adjuvante sulfato de hidroxifosfato de alumínio amorfo
(225 microgramas de Al), cloreto de sódio, L-histidina, polissorbato 80,
borato de sódio e água para injetáveis.

Figura 4: Quadro com a forma farmacêutica, apresentação e composição por dose da


vacina quadrivalente contra o HPV 25.
HPV 22, reduzindo, segundo dados do
A vacina contra o HPV nonavalente fabricante, em aproximadamente 90% o
®
(Gardasil ) contém antíge-nos dos tipos risco de desenvolvimento de câncer do
de HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58 colo uterino. Até a publicação desse
(Figura 5). Essa nova vacina ampliou a estudo ainda não estava disponível no
proteção contra o HPV, pois inclui cinco Brasil 26.
novos subtipos na proteção com o

Vacina Papilomavírus humano 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58 (recombinante)
Forma Farmacêutica Suspensão injetável intramuscular
Apresentação Frasco-ampola com 1 dose de 0,5 ml
30 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 6
40 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 11
60 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 16
40 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 18
20 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 31
Composição 20 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 33
20 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 45
20 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 52
20 microgramas Proteína L1 do Papilomavírus humano Tipo 58
Excipientes: adjuvante sulfato de hidroxifosfato de alumínio amorfo
(225 microgramas de Al), cloreto de sódio, L-histidina, polissorbato 80,
borato de sódio e água para injetáveis.

Figura 5: Quadro com a forma farmacêutica, apresentação e composição por dose da


vacina nonavalente contra o HPV 26.

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As partículas dessas vacinas, quando realizada em homens com os mesmos


injetadas por via intramuscular, são fins 6.
reconhecidas como estranhas pelas
células do sistema imune, incluindo as Prevenção Terciária
APCs (Células Apresentadoras de Na prevenção terciária da infecção
Antígeno) que as assimilam e são por HPV, pode ser utilizada a su-
transportadas pelo sistema linfático até plementação com vitaminas antioxi-
os gânglios linfáticos. O antígeno é dantes (A, C e E) que restringem lesões
apresentado aos linfócitos T helper, intracelulares originados por radicais
ativando os linfócitos T e os linfócitos B. livres e impedem a multiplicação do
Os linfócitos B se diferenciam em DNA viral e a persistência do HPV.
plasmócitos, e produzem anticorpos Também, o exame de Papanicolaou de-
específicos aos antígenos apresentados ve ser realizado, pois caso haja uma
pela vacina. Os anticorpos possuem a reativação do vírus, a paciente terá o
capacidade de neutralizar o HPV, e são acompanhamento com o profissional
transportados pela corrente sanguínea desde a fase de latência da infecção 6, 7,
por todo o corpo, até chegar ao epitélio 28.

basal do colo do útero, vulva, vagina e


ânus. No trato genital inferior estes DIAGNÓSTICO
interceptam, ligam-se e neutralizam o O diagnóstico das lesões provocadas
vírus, prevenindo a infecção e pelo HPV pode ser realizado pelos
facilitando a eliminação do vírus pela exames clínicos, citológicos, colpos-
ação dos macrófagos. Após a cópico e/ou peniscópico e histopa-
imunização pelas vacinas, é tológicos. O diagnóstico molecular da
estabelecida uma memória imunitária presença do vírus pode ser feito por
pelos linfócitos B memória, ocorrendo captura híbrida ou reação em cadeia da
um aumento significativo na produção polimerase (PCR) 8, 22.
de anticorpos contra o vírus, caso ocorra Periodicamente, em mulheres, são
um contato posterior com o HPV 27. realizados exames preventivos citopa-
tológicos do colo uterino ou exame de
Prevenção Secundária Papanicolaou, para a detecção de anor-
Na prevenção secundária é realizado malidades presentes no trato genital.
o exame preventivo de câncer do colo Ele é feito por meio da coleta de
do útero ou exame de Papanicolaou, e amostras das células que descamam o
os exames de colposcopia e peniscopia. colo do útero. O esfregaço é preparado,
O exame de Papanicolaou pode corado e examinado por um especia-
identificar a presença de células lista, que indicará a presença ou ausên-
anormais no trato genital, sendo usado cia de células atípicas 29.
para diagnóstico e acompanhamento da Havendo a necessidade de aumentar
paciente desde o período pré-clínico da a sensibilidade dos métodos para a
infecção. O exame de colposcopia é identificação de lesões pelo HPV,
realizado para a identificação de lesões efetuam-se os exames de colposcopia e
no colo do útero e na vagina da peniscopia. O exame de colposcopia
paciente, com indicações específicas de identifica lesões no colo do útero, na
acordo com idade e estado imunológico vagina, na vulva e região perianal a
da paciente. Bem como, a peniscopia é partir do colposcópio, aparelho ótico

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que amplia a imagem em até 40 vezes. A solução de ácido acético 2% a 5%


Para identificar regiões anormais são utilizado para o diagnóstico das lesões
empregadas soluções reagentes como o do HPV, é preparado conforme
ácido acético em concentrações de 2% a o Formulário Nacional da Farmacopeia
5% e a solução de lugol. Identificadas Brasileira (Figura 6) 30.
áreas anormais direcionam-se biópsias
para diagnóstico histológico 29.

Componentes Quantidade
Ácido acético glacial 2ga5g
Água purificada qsp 100 mL
Figura 6: Quadro apresentando os componentes e quantidades para o preparo de ácido
acético 2% a 5% 30.

No preparo dessa solução, transfere- A solução de lugol também utilizada


se o ácido acético glacial para um para esse exame diagnóstico, é
recipiente contendo 30 mL de água preparada conforme o Formulário
purificada e completa-se o volume, Nacional da Farmacopeia Brasilei-
lentamente, com o mesmo diluente, ra (Figura 7) 30.
homogeneizando-o com posterior fil-
tração 30.

Componentes Quantidade
Iodo ressublinado 5g
Iodeto de potásssio 10 g
Água purificada qsp 100 mL
Figura 7: Quadro com os componentes e quantidades para o preparo de lugol 30.

Para o preparo do Lugol, tritura-se o cadeia da polimerase (PCR). Esses


iodo ressublimado e o iodeto de métodos auxiliam na programação do
potássio, e se acrescenta 10 mL de água tratamento e no seguimento, espe-
purificada, para que ocorra a dispersão cialmente após o tratamento das lesões
até uma completa dissolução. Trans- de alto grau. A captura híbrida é um
fere-se para um recipiente de vidro, teste de biologia molecular qualitativa,
completando o volume com água, e por que investiga a presença de um grupo
fim homogeneiza-se e filtra-se 30. de HPV de alto ou baixo risco, realizado
Outros métodos complemen-tares e em amostras de material genital ou
auxiliares de diagnósticos são os de anal. No método PCR, segmentos de
detecção do DNA do HPV, entre eles, a DNA são amplificados (feitas várias
captura híbrida (CH) e a reação em cópias) em até um milhão de vezes,

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tornando as partículas de DNA viral O 5-Fluorouracil a 5%, menos usado


fáceis de serem detectadas. Na reação atualmente, é um antagonista pirimi-
em cadeia da polimerase (PCR) é dínico (subunidade de ácido nucleico),
identificado o DNA do HPV 31, 32. que interfere na síntese de DNA,
No homem, o diagnóstico é realizado inibindo a enzima timidilato-sintetase
pelo exame clínico, pelo exame de que catalisa a conversão do ácido
peniscopia e histopatologia, que deoxiuridílico em ácido timidílico,
raramente é necessária. A peniscopia precursor do DNA. Além disso, pode se
possui os mesmos princípios da inserir ao RNA, impedindo a síntese
colposcopia, sendo feita na genitália proteica, levando a destruição da lesão.
masculina e região perianal. Após a É indicado em algumas lesões extensas
detecção de regiões com indícios de na vagina, uretra e ânus, porém é
infecção, remove-se um fragmento do contraindicado para gestantes, por seu
tecido para a biópsia quando há dúvida efeito teratogênico. Porém, pelo risco
quanto ao potencial oncogênico da de ulceração em tecido sadio e seus
lesão, porém nos homens, na maioria outros efeitos colaterais locais, é pouco
das vezes, são empregados métodos utilizado atualmente 33, 34, 35.
destrutivos sem necessidade de
amostra para exame anatomopa- Métodos Cirúrgicos,
tológico 9, 29, 33. eletrocauterização, procedimentos
com alça de alta frequência,
TRATAMENTO crioterapia e laser de CO2
O tratamento das lesões provocadas Os procedimentos cirúrgicos e o uso
pelo HPV consiste na remoção das de alça de alta frequência podem
verrugas genitais pelo uso de agentes requerer a utilização de anestésicos
citotóxicos, métodos cirúrgicos com o locais ou outros tipos de anestesia. A
uso de anestésicos locais, eletro- excisão local é utilizada para remover
cauterização, crioterapia, remoção com quantidades pequenas de lesões. Já, a
laser e terapias imunomoduladoras, eletrocauterização com alça de alta
além de tratamentos alternativos como frequência utiliza um eletrocautério que
a fitoterapia e a homeopatia 9, 29, 33. aquece os tecidos e destrói as
verrugas 33, 34.
Agentes Citotóxicos A crioterapia, método praticamente
O ácido tricloroacético é utilizado em abandonado atualmente, possui efeito
soluções de 80% a 90%, possuindo de destruição que ocorre por lesão
efeito cáustico, eliminando as verrugas celular, causada pelo frio do nitrogênio
por coagulação das proteínas e líquido ou CO2, e pela anóxia tecidual,
destruição do DNA viral. Ocasiona devido a modificações micro-
necrose total na verruga onde é circulatórias. O procedimento com laser
aplicado, provocando a descamação. de CO2 ocasiona danos locais com rápida
Essa solução não ocasiona efeito cicatrização, possuindo um controle de
sistêmico e pode ser aplicada durante a profundidade desses danos. Causa dor,
gestação. As aplicações são realizadas necessitando de anestesia durante o
de forma tópica em pele e mucosas procedimento 33, 34.
(vulva, vagina e colo do útero) 33, 34.
Terapias Imunomoduladoras

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O Interferon é uma proteína


imunoreguladora, originada a partir dos Terapias Alternativas
linfócitos T, macrófagos, fibroblastos e Fitoterapia
outras células, após sofrerem a esti- A Podofilina é um extrato alcoólico
mulação por um antígeno. Como impuro retirado das raízes e rizomas de
medicamento, o Interferon pode ser espécies do gênero Podophyllum, como
dividido em alfa, beta e gama, que a Podophyllum peltatum e Podophyllum
podem induzir certas enzimas, suprir a emodi. Apresenta ação antimitótica,
proliferação celular, reforçar a capa- que impede a mitose das células do
cidade de fagocitose dos macró-fagos, tecido epitelial em divisão, porém
elevar a citotoxicidade dos linfócitos também apresenta efeito corrosivo no
para as células alvos e inibir a tecido normal 33, 34.
multiplicação do vírus nas células No entanto, há diversos problemas
atingidas 33, 34, 35. com a padronização das formulações de
O Interferon é utilizado no Podofilina, como por exemplo, o risco
tratamento de verrugas, sendo aplicado de toxicidade sistêmica. Então, é
de modo local na forma de gel ou substituída pela Podofilotoxina, que é
pomada. Existem ainda as preparações um extrato purificado, mais estável e
injetáveis feitas dentro da lesão com baixa absorção sistêmica, sendo
(intralesionais) e aplicações tópicas ou anti-mitótico, que inibe a metáfase das
de forma sistêmica, utilizado como células epiteliais em divisão, ligando-se
injeções subcutâneas e intramusculares a tubulina, evitando a polimerização da
(uso parenteral) 29, 33. mesma, para a formação dos micro-
O Imiquimod é um agente imuno- túbulos, suspendendo a mitose 33, 34, 36.
modulador, sob a forma de gel, sendo A Podofilina apresenta-se nas formas
administrado por via tópica. Ele é farmacêuticas de solução a 0,5% ou de
utilizado no tratamento de verrugas gel e creme a 0,15%, que devem ser
anogenitais, onde seu potencial de ação aplicados 2 vezes ao dia durante 3 dias,
auxilia na maior produção de inter- seguido por 4 a 7 dias sem tratamento.
ferons, induzindo assim a resposta Esse ciclo pode ser repetido, se neces-
imune do indivíduo contra as células sário, por até 4 vezes. Os efeitos
modificadas pelo vírus. Além disso, adversos locais são leves, como irritação
possui efeito antiviral, antitumoral e não e sensibilização do local da aplicação
permite a proliferação do vírus. Este com o começo da necrose da verruga,
medicamento não destrói as lesões prurido e ardor. Porém, essa formulação
ocasionadas pelo HPV, mas contribui é pouco utilizada atualmente 33.
para que haja a estimulação de Outra substância utilizada como
citocinas, favorecendo assim a elimi- terapia é extraída do Barbatimão. Em
nação dessas lesões pelo sistema um estudo de 12 anos, foi demonstrado
imunológico do paciente infectado. o potencial do extrato das suas cascas
Durante o tratamento, o contato sexual avermelhadas do caule, da espé-
deve ser evitado enquanto houver a cie Stryphnodendron adstringens, que
presença do gel sobre a pele, sendo que então foram utilizadas no desenvol-
a administração do gel com o uso de vimento de uma pomada para
preservativos também deve ser tratamento das verrugas causadas pelo
evitada 33. HPV. O princípio ativo extraído dessa

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planta são os taninos, com ação cica- segundo os métodos de preparo, E


trizante e antimicrobiana 37, 38, 39. impregnar a glóbulos, ou seja, infiltrar o
ativo, e por fim, armazenar em um
Homeopatia recipiente de vidro neutro, inativado
A homeopatia se trata de um método (sem energias), âmbar e bem fechado. É
sistematizado por Christian Friedrich recomendado administrar por via oral 3
Samuel Hahnemann, com o princípio glóbulos, 3 vezes ao dia 41, 42.
dos semelhantes, onde o medicamento
possui efeito semelhante ao do sintoma CONSIDERAÇÕES FINAIS
causado pela doença, ao contrário da
alopatia, que segue o princípio dos O Papilomavírus humano é o agente
opostos, onde o medicamento tem causador da doença sexualmente
efeito contrário ao do sintoma da transmissível denominada HPV, que se
doença. As patogenesias são os efeitos tem difundido cada vez mais
dos preparados homeopáticos nos mundialmente. A infecção provocada
organismos considerados saudáveis, por esse vírus, ocasiona o aparecimento
sendo expressas na forma de sintomas de verrugas nas regiões genitais, sendo
visíveis. A homeopatia se fundamenta essa a principal forma de diagnóstico,
na experimentação que é um dos seus porém, pode apresentar-se de forma
princípios. A similitude (semelhante assintomática. O tratamento adequado
equilibra semelhante), as doses consiste na eliminação das lesões,
mínimas (uso de soluções altamente porém a sua efetividade depende de
diluídas e dinamizadas) e os preparados fatores como: O tipo de HPV, o local em
únicos (medicamentos únicos que são que as verrugas se encontram e o
estudados individualmente visando estágio em que a infecção foi diagnos-
conhecer sua patogenesia) 40, 41. ticada, além do status imunológico da
Esse tratamento homeopático tem paciente.
como característica a dinamização, Pensar em HPV, hoje, é pensar em
como sendo o processo de preparo de prevenção primária e secundária, com o
todos os medicamentos, que envolve objetivo de diminuir morbimortalidade.
diluições seguidas de uma agitação Estimular o uso de preservativos e a
vigorosa, que diminui o efeito tóxico do vacinação DE pessoas do sexo feminino
composto e potencializa o efeito de 9 a 26 anos e do sexo masculino de
terapêutico, cuja energia foi despertada 11 a 26 anos é fundamental. Em países
no momento das dinamizações. Além onde a vacinação já está implementada
disso, os medicamentos homeopáticos há anos, atingindo a faixa etária
possuem origem nos diferentes reinos recomendada, vide exemplo austra-
da natureza: animal, vegetal e liano, os índices de redução de verrugas
mineral 41. anogenitais e de lesões de alto grau do
O Nitricum acidum 4CH é utilizado colo uterino e anogenitais são
para o tratamento das verrugas extremamente altos e animadores.
originadas pelo HPV, o qual possui o Quanto a prevenção secundária,
ponto de partida do ácido nítrico, devemos estimular campanhas de
utilizando como insumo inerte água coleta de citopatológico regular, como
purificada, realizando as dinamizações ocorre por exemplo na Inglaterra, com
até chegar a potência desejada,

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busca ativa das mulheres. Essa preventivas, precisamos agir para


estratégia também se mostrou muito mudarmos o panorama atual, sob pena
eficaz em reduzir os casos de câncer de de continuarmos a figurar entre os
colo uterino. países onde o HPV mais causa mortes.
Num país de dimensões continentais
como o Brasil, frente a tantas opções

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Autor Correspondente: Caroline Medine Monteiro


Endereço: Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI –
Campus de Santo Ângelo.
E-mail: carol_kk96@hotmail.com

Recebido: 06 de maio de 2018


Aprovado: 27 de julho de 2018

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