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Conceitos básicos sobre neoplasias: definições e classificação
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numero variável de
Carcinogénese alterações genómicas
De um conjunto de alterações
capazes de conferir as células
É o processo através do qual a célula
neoplásicas capacidade de crescimento
normal adquire as caraterísticas
autónomo e vantagem seletiva.
próprias da célula neoplásica, muitas
vezes, estas células são apeladas de Tumorigénese é o resultado de alterações
células transformadas. do genoma, causadas por agentes
Pelas suas caraterísticas especiais, as endógenos ou exógenos
células progenitoras dos tecidos são os (carcinogénicos), que não são
alvos preferenciais deste processo. completamente reparadas.
O processo de transformação confere
Sistemas de reparação do DNA
às células afetadas um conjunto de
caraterísticas que permitem a sua BER (Base excision repair) – Remove
multiplicação descontrolada e forma produtos de aquisição e oxidação.
autónoma. NER (Nucleotide excision repair) –
Em regra, não ocorre numa única Excisa segmentos oligonucleotídicos
etapa, requerendo a acumulação de que contém aductos maiores.
alterações sucessivas que conferem MMR (Mismatch repair) – Verifica o
vantagem seletiva à célula
DNA logo após a polimerização para
neoplásica.
identificar e remover bases mal
Células transformadas – são células que inseridas.
anteriormente estavam sob regulação TCR (Transcription-coupled repair) –
pelo organismo, tornam-se autónomas e Repara lesões que bloqueiam a
descontroladas agindo de forma transcrição.
independente aos diferentes estímulos do DSRR (Double strand break repair and
tecido. recombination) – Evita erros utilizando
Normalmente, quando uma célula se a cópia da cadeia de DNA oposta.
começa a dividir de forma exagerada,
Carcinogénios
sofre feedback negativo das outras
células do tecido de forma a parar esta São agentes capazes de causar danos
proliferação. Contudo, quando uma no genoma, induzindo a transformação
célula é neoplásica, isto não acontece
neoplásica das células:
porque a célula tem a capacidade de
ignorar esta sinalização. Carcinogénicos químicos.
Este processo de transformação requer a Carcinogénicos físicos.
ação de agentes tumorigénicos. Apesar Carcinogénicos biológicos.
da transformação depender apenas de
As ações podem ser independentes ou
uma alteração no genoma para se iniciar,
sinérgicas.
é também necessário um longo período
de tempo onde ocorre a aquisição de um
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Carcinogénios Biológicos
Estima-se que cerca de 20% de todos os
casos fatais de cancro, estão
relacionados, na sua génese, com
agentes biológicos.
O número de agentes biológicos
potencialmente implicados em processos Princípios da oncogénese microbiana
de carcinogénese é elevado, contudo Agentes oncogénicos persistem, em
não existem provas concretas de muitas regra, por longos períodos no
destas associações. hospedeiro.
Entre os agentes biológicos Existe variabilidade em potencial
carcinogénicos incluem-se: oncogénico dentro da mesma
espécie.
Vírus A carga microbiana é relevante para
Vírus de DNA: HPV, HBV, EBV, HHV-8. o processo.
Vírus de RNA: HTLV-1. Interações entre genótipo e carga
microbiana podem ser sinérgicas.
Bactérias O genótipo e fenótipo do hospedeiro
Helicobacter pylori (cancro gástrico). modulam o risco.
Borrelia burgdorferii. Dado serem transmissíveis, a
Chlamydia psitacci. prevalência de infeção na geração
influencia a da seguinte e pode
Helmintas conduzir a amplificação inter-
Schistosoma haematobium. generacional.
Clonorchis sinensis. Mecanismos oncogénicos
Classes de micróbios oncogénicos Alterações na fisiologia do hospedeiro –
Classe A – induz imunossupressão, através imunossupressão e perturbações
da expressão de proteínas anormais pelas hormonais.
células cancerígenas que são Efeitos noutros agentes biológicos – as
reconhecidas e eliminadas pelo sistema alterações desencadeadas por um
imune, facilitando a progressão tumoral agente biológico podem favorecer a
(maioritariamente causada por vírus). colonização por outros agentes com
Classe B – indução de metaplasia e capacidade carcinogénica.
displasia (maioritariamente causada por Efeitos diretos em vias de transdução de
vírus e bactérias). sinal nas células do hospedeiro – inibição
Classe C – alteração da regulação da apoptose através de alterações na
hormonal, de forma a promover a P53, sobre-regulação de ciclinas …
proliferação celular incorreta. Inflamação crónica – estímulo da
proliferação celular, dano genómico
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Biologia da célula neoplásica e interação com hospedeiro
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Biologia da célula neoplásica e interação com o hospedeiro
A invasão da MEC é um processo ativo que Para além das bem estabelecidas interações
pode ser esquematizado em 4 fases: entre as células tumorais e as células
estromais, existe evidência que as células
Desadesivação celular. estromais podem transmitir sinais oncogénicos
Ligação aos componentes da MEC. às células tumorais. Eventualmente, as células
Degradação da MEC. estromais podem estimular o
Migração das células neoplásicas. desenvolvimento de alterações genéticas
que promovam a carcinogénese.
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Angiogénese
neovascularização resultante.
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Vias de disseminação
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As
Estados de transição epitélio mesênquima: emt E MET
Metabolismo e cancro
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Síndromes paraneoplásicos:
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Modelo de neoplasia humana: cancro do pulmão
Poluição atmosférica.
Fibrose pulmonar.
Fatores genéticos.
As políticas repressivas em relação ao tabaco Tipos histológicos
nas últimas décadas fizeram com que a
incidência deste cancro viesse a diminuir, As neoplasias do pulmão são muito
diversificadas quanto à sua morfologia, sendo
tendo atingido o seu pico em 1980 em
os carcinomas o tipo mais predominante (90%
homens e 1990/2000 nas mulheres. A
dos casos).
mortalidade também tem vindo a cair a
pique em ambos os géneros, tendo impacto Tradicionalmente, estes carcinomas são
a diminuição da incidência, mas também a divididos em dois grandes grupos:
melhoria das terapêuticas utilizadas no
tratamento deste tipo de cancro. Carcinomas de pequenas células (e
outros carcinomas neuroendócrinos do
Fatores de risco pulmão) – SCLC.
Os carcinomas de pequenas células
Tabagismo:
constituem cerca de 15% do total e são
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PD-1
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Mecanismo de carcinogénese: alterações genéticas,
ciclo celular e apoptose
Tumorigénese Proto-oncogenes
Mutações somáticas
Recetores membranares
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Proto-oncogene MYC
Fatores de transcrição
Mutação.
Perda de heterozigotia.
Deleção.
Mutação pontual.
Perda e duplicação do alelo alterado.
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Telómeros
Funções:
Xeroderma pigmentosum
Evita a degradação das extremidades dos
Mutações germinativas nos genes de
cromossomas.
reparação de nucleótidos por excisão.
Impedem a fusão das extremidades das
hélices, permitindo assim a replicação. Doença AR.
Incapacidade de reparação de dímeros
Numa célula normal, o processo de
de pirimidina (induzidos UV).
replicação não consegue copiar as últimas
As manifestações desta doença reflete-se
séries de bases dos telómeros de uma das
na sensibilidade ao sol, hipogonadismo,
hélices, os telómeros vão-se encurtando a
neurodegeneração e elevado risco de
cada mitose.
carcinomas basocelulares e melanomas.
Perda de telómeros → senescência
Reparação Mismatch
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Caretakers VS Gatekeepers
Instabilidade genetica
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Modelo de neoplasia humana: cancro da mama
Carcinoma invasor
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Classificação de Nottingham
Carcinoma in situ
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Marcadores biológicos
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Assinaturas genéticas
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Modelo de neoplasia humana: cancro do colo uterino
Metodos de rastreio
Citolgia convencional:
Sensibilidade: 62.5%
Especificidade: 96.6%
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Aspectos morfologicos compativeis com HPV Tipos de alto risco: HPV 16 e 18, são
– presença de coilócidos, células epiteliais responsáveis por 70% dos carcinomas. São a
com citoplasma clarificado e o nucleo muito causa das çesões de HSIL e da maioria das
denso com muita cromativa. lesões de LSIL planas.
HPV e carcinogénese
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