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28/03/2022

Prática – teórica
Patologia II
Dr. Rufo – câncer de mama
Neoplasias
Nomenclatura neoplasia, seja ela benigna ou
− Neoplasia significa novo crescimento, maligna
cujas células com essa característica → A palavra carcinoma indica tumor
são transformadas, visto que maligno, que reproduz epitélio de
continuam se replicando. revestimento
− A replicação celular precisa ser → O termo sarcoma refere-se a uma
controlada rigidamente, para que o neoplasia maligna mesenquimal,
equilíbrio não seja quebrado. usado como sufixo, indica tumor
− As células neoplásicas possuem maligno de determinado tecido
atividades celulares que se → A palavra blastoma é usada como
manifestam continuamente, sinônimo de neoplasia e, quando
denominadas constitutivas, logo, no usada como sufixo indica que o
caso da célula tumoral, a proliferação tumor reproduz estruturas com
é classificada como atividade características embrionárias.
constitutiva, visto que não é regulada. − Origem da neoplasia (critério
− As neoplasias possuem certo grau de histogenético)
autonomia e aumentam de tamanho − Usualmente, para denominar um
independentemente do ambiente. tumor, toma-se o nome da célula,
− Todas as neoplasias dependem do tecido ou órgão reproduzido e
hospedeiro para sua nutrição e acrescentam-se os sufixos -oma, -
suprimento sanguíneo sarcoma ou -carcinoma.
− Neoplasia: lesão constituída por
proliferação celular anormal,
descontrolada e autônoma,
geralmente com perda ou redução da
diferenciação, em consequência de
alterações em genes ou proteínas que
regulam a multiplicação e a
diferenciação das células. (Lesão
expansiva formada por aumento do
número de células).
− A diferenciação entre neoplasia
benigna e maligna baseia-se no
comportamento clínico potencial de
um tumor.
− As neoplasias benignas e malignas
possuem dois componentes:
1. Células neoplásicas (parênquima).
2. Estroma conjuntivovascular.
Classificações das neoplasias
− Comportamento clínico (benigno ou
maligno)
− Aspecto microscópico (critério
histomorfológico)
 Neoplasia identificada pelo tecido ou
célula proliferante. Possui algumas − Teratoma: tumor benigno ou maligno
regras: originado de células toti ou
→ Sufixo -oma: empregado na multipotentes que se originam nas
denominação de qualquer gônadas. São constituídos por tecidos

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derivados de mais de um folheto malignos originados em órgãos
embrionário. sólidos.
 Nos benignos, há diferenciação de 2. Tipo vegetante: observado em
tecidos, que formam estruturas tumores benignos e malignos que
organoides, porém dispostos crescem em superfície, formando
desordenadamente. massa exofítica (Que se desenvolve
 Nos malignos, a diferenciação é ou está do lado externo de um
limitada encontrando-se apenas órgão), que pode ser poliposa,
raros esboços organoides de permeio papilomatosa ou em couve-flor.
com as células que sofreram Possui tendência a ulcerar-se.
transformação maligna. 3. Tipo infiltrativo: exclusivo de tumores
Neoplasias benignas malignos, possui aspecto
− As células de neoplasias benignas são macroscópico predominantemente
bem diferenciadas, podendo ser da lesão. Há infiltração maciça da
indistinguíveis das células normais região acometida, não formando
correspondentes. nódulos ou vegetações. Órgão fica
− Possui baixo índice mitótico, o que espessado, porém menos
resulta em tumor de crescimento lento, deformado. Quando ocorre em
com células que crescem unidas entre órgãos ocos pode provocar
si, não se infiltram nos tecidos vizinhos e estenose (estreitamento de um
formam uma massa esférica. duto/vaso).
− Possui crescimento expansivo, 4. Tipo ulcerado: sofre ulceração
provocando compressão de estruturas precoce, exclusivo de neoplasia
adjacentes, que podem sofrer maligna. Lesão infiltra em tecidos
hipotrofia. adjacentes e ulcera-se no centro,
− Pode haver formação de cápsula formando cratera com bordas
fibrosa ao redor do tumor, o que faz endurecidas, elevada e irregulares.
com que a neoplasia seja removida  Aspectos microscópicos: todo tumor
por cirurgia quase que é formado por células neoplásicas e
completamente. estroma conjutivovascular.
− Degenerações, necroses e Inicialmente existe apenas células
hemorragias são pouco comuns. neoplásicas, e à medida que a lesão
− O crescimento lento do tumor cresce, surge o componente
assegura o desenvolvimento estromático. Tumores com até 2mm
adequado dos vasos sanguíneos, são avasculares, e a partir disso,
garantindo: forma-se vasos na neoplasia. Não são
 Boa nutrição das células observadas inervações, e a dor
 Tumores benignos não provoca sentida é provocada por infiltração
ulceração ou compressão das terminações
 Não compromete a nutrição do nervosas em tecidos vizinhos. A
hospedeiro, ou produz substâncias microscopia varia na neoplasia
que produzem anemia ou caquexia benigna e maligna:
Neoplasias malignas → Neoplasia benigna: células bem
− Aspectos macroscópicos: podem ser diferenciadas, indistinguíveis das
císticos ou sólidos, sendo pouco células normais correspondentes.
delimitados, não possuem cápsula e As atipias celulares e arquiteturais
comumente invadem tecidos e são discretas, as células crescem
estruturas vizinhas. unidas entre si (coeso) e não se
 Sólidos: apresentam-se infiltram nos tecidos vizinhos, com
macroscopicamente sob quatro crescimento do tipo expansivo
tipos: (para fora) e comprime estruturas
1. Tipo nodular: tumor forma massa adjacentes. Esse tipo de
expansiva com tendência esférica, crescimento favorece a formação
visto em tumores benignos e de vasos sanguíneos, garantindo
boa nutrição, o que dificulta a
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presença de degenerações e − No grau III, as células são semelhantes aos
necrose. Pode ser observada a linfócitos, já que as células são
formação de cápsula fibrosa em indiferenciadas.
torno do tumor. São observadas − As células podem sofrer a todo momento
disparos que estimulam a diferenciação
bordas bem definidas, e o tecido
da célula maligna em outro tipo de célula
conjuntivo é estimulado pelo que não deveria ser observado naquele
organismo a produzir uma capsula tecido.
de tecido fibroso para tentar − Em todos os tipos de tumores é
conter esse crescimento. observado exsudato inflamatório.
→ Neoplasia maligna: em − A quantidade de colágeno é
decorrência da sua alta taxa de pequena, enquanto o ácido
multiplicação, o crescimento é hialurônico é abundante, o que
rápido e infiltrativo, além disso favorece o deslocamento das células
podem ser observadas tumorais.
degenerações, necrose, − A célula anaplásica e indiferenciada
hemorragia e ulceração, em são semelhantes morfologicamente,
decorrência da diferença de porém a nível de marcadores celulares
“tempo” de desenvolvimento do e alvo terapêuticos, são diferentes
estroma e vasos sanguíneos - que − Os tumores mais inflamados são
são mais lentos e sempre haverá melhores responsivos, visto que o
graus de displasia. Além disso, não tratamento oncológico pode
são observadas cápsulas. As fortalecer e auxiliar esse processo
células cancerosas apresentam responsivo. Quanto mais inflamação
mais volume que as normais, em há dentro desse tumor (célula
decorrência do aumento do inflamatória no estroma do tumor, não
núcleo, nucléolo evidente, sua pode ser fora), mais fácil alinhar o alvo
cromatina é mais irregular e terapêutico ao processo inflamatório
compacta, podendo haver para auxiliá-lo. No caso do câncer de
células bi ou multinucleadas. mama triplo negativo, por ser
Figuras de mitose são frequentes, indiferenciado de origem, o
anomalias cromossômicas são tratamento não é efetivo, porém a
comuns – principalmente PDL1 (conferir se é esse nome) pode
aumento do número de auxiliar no tratamento.
cromossomos. Pode se observar
também hipercelularidade,
pleomorfismo celular (cada célula
de uma forma), perda da
diferenciação celular,
ansionucleose, mitose atípica,
disqueratose (uma célula de
queratina produzindo queratina,
nos tumores epiteliais, quando se
tem várias disqueratoses surgem a
pérola córnea) e anaplasia (não
há diferenciação alguma, Propriedades e características das células
dificultando alvo terapêutico). malignas
OBS. Quando se tem células bem diferenciadas,
− Autonomia de proliferação
podendo identificar de onde a célula é, e esta
possui semelhança às células normais, o tumor é
 Em decorrência de fatores de
grau I, porém quanto menos diferenciada a célula crescimento que são produzidos
for, e sua identificação se tornar deficitária, o pelas células tumorais e pelas células
tumor é grau III. Para ser grau II, observa-se áreas do estroma, ativadas pelas células
diferenciadas e indiferenciadas, sendo necessário neoplásicas
avaliar a lâmina por completo, para que se  Mutação ativada em oncogenes que
chegue à essa classificação. codificam fatores de crescimento ou

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seus receptores que permanecem  Essa instabilidade facilita alterações
ativados independentemente do na regulação genética e
agonista epigenética, associando-se a
 Hiperexpressão de genes que progressão neoplásica.
acionam o ciclo celular por  A instabilidade genômica confere às
translocação de um gene para junto neoplasias malignas a capacidade
de um promotor potente. de acumular novas mutações e
− Insensibilidade aos sinais inibidores de mudar seu fenótipo, agressividade e
mitose resistência ao tratamento.
 Decorre da mutação inativadora em − Angiogênese
genes que codificam moléculas  Para garantir o suprimento sanguíneo,
reguladoras da via MAPK, que levam as células malignas induzem a
a perda da atividade de GTPase. formação de novos vasos a partir de
 Mutação com perda de função ou vasos vizinhos.
deleção de genes supressores de  O processo de angiogênese se dá por
tumor que controlam o ciclo celular. meio dos mesmos mecanismos de
 Perda de inibição por contato: angiogênese que ocorre na
células normais multiplicam-se e cicatrização de feridas e em
locomovem-se em uma superfície até inflamações.
formarem uma monocamada, e − Capacidade de recrutar células
quando há o estado de confluência, inflamatórias
tanto crescimento quanto − Capacidade de evasão do sistema
movimento se encerram, porém, esse imunitário
processo não é respeitado nas células  Deve-se à interação complexa entre
neoplásicas, já que se multiplicam células transformadas, células do
desenfreadamente. estroma e células do sistema
 Modificação na atividade de fatores imunitário, que criam microambiente
de crescimento que atuam como supressor da resposta imunitária
inibidores da divisão celular, e citotóxica.
passam a ser ativadores de − Adaptações metabólicas
proliferação celular desenfreada.  Altera-se principalmente o
− Evasão dos mecanismos de apoptose metabolismo energético, para suprir
 Resultado da inibição de genes pró- a demanda necessária para
apoptóticos e da hiperexpressão de manutenção da alta atividade
genes antiapoptóticos. proliferativa.
− Evasão da senescência replicativa  Em decorrência do seu estado menos
 A senescência replicativa ocorre em diferenciado, as células cancerosas
células normais após vários ciclos de recuperam algumas propriedades de
proliferação, quando perdem a células embrionárias.
capacidade de proliferação, mas − Capacidade de invadir e metastatizar
ainda assim são viáveis. Essa perda de  Ativação de genes que favorecem a
capacidade é consequência da produção de metaloproteases (MMP)
erosão dos telômeros em cada ciclo  Inibição de genes que estimulam
celular. inibidores de MMP
 Essa senescência é um dos  Alterações nos mecanismos de
mecanismos de proteção contra a adesão entre as células cancerosas e
proliferação celular descontrolada, entre estas e a MEC.
visto que é induzida em células com Metástase
ativação de oncogenes. − Formação de um novo tumor a partir
− Instabilidade genômica do primeiro, mas sem continuidade
 Resulta de defeitos em genes de entre os dois.
reparo do DNA e de estresse oxidativo − A formação de metástase envolve:
durante a duplicação do DNA,  Destacamento das células da massa
favorecendo quebras no DNA em tumoral original
sítios frágeis.
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 Deslocamento dessas células através não sendo liberado fator de
da matriz extracelular crescimento. Quanto mais fibra
 Invasão de vasos linfáticos ou colágena, mais agressivo o tumor é.
sanguíneos − Reação desmoplásica: reação que o
 Sobrevivência das células na estroma do tumor sofre para aumentar
circulação o crescimento da formação tumoral.
 Adesão ao endotélio vascular no − Características gerais das neoplasias
órgão em que as células irão se  Diferenciação e anaplasia
instalar → Grau de semelhança entre
 Saída dos vasos nesse órgão células parenquimatosas normais
(diapedese). e neoplásicas.
 Proliferação no órgão invadido → No tecido normal, há estímulo
 Indução de vasos para o suprimento neoplásico, com consequente
sanguíneo da nova colônia aumento da proliferação das
Anotações da aula células da camada basal, que se
− Os tumores em jovens, carregam multiplicam mais rápido, ao passo
fatores genéticos maiores, enquanto que à medida que os tumores se
nos adultos e idosos, os tumores já são desenvolvem, sua capacidade
mais influenciados por fatores de proliferação aumenta
ambientais. (metabolismo aumenta) e
− Neoplasia: “crescimento autônomo, alcança outros tecidos. O tumor
descontrolado, progressivo e benigno possui as mesmas
persistente, da mesma maneira características do tecido normal,
excessiva após a interrupção do ou seja, as células são bem
estímulo, da progênie de uma única diferenciadas, sendo iguais às do
célula transformada com tecido normal, o que se altera é a
disseminação descontrolada de proliferação (aumenta).
clones de células malignamente  Taxas de crescimento
transformadas.” → Determinada por tempo de
− O tumor pode ser hiperplásico e duplicação das células tumorais
hipertrófico → A fração que se encontra no
− Quando infiltra para tecido conjuntivo grupo replicativo
já não é câncer inicial. Câncer nunca → Taxa com que as células são
é inicial, quando é inicial recebe-se o perdidas ou morrem
nome de carcinoma em situ, que é → À medida que as células sofrem
quando há perda de diferenciação mitose, chega-se a um
celular, mas ainda não infiltrou em determinado momento em que
outros tecidos. as células vão indiferenciar, e o
− Neoplasma: massa/conjunto que organismo vai levar as células à
contém várias neoplasias (todas as apoptose, parte das células se
células novas que estão surgindo). diferenciam, parte das células
− Parênquima: crescimento tumoral, vão continuar sofrendo mitose e
propriamente o tumor, sendo a célula parte das células vão
que se multiplica. Ex. tumor epitelial, o permanecer no período G0, que
parênquima é o tec. epitelial é o período de quiescência, onde
− Estroma: tecido de suporte, no caso do esperam para receber estímulo
tumor epitelial, é o tecido conjuntivo. de proliferação, logo, os tumores
Quanto mais o tumor cresce, maior a mais agressivos e com alta taxa
demanda de atividade de um tecido de proliferação são os formados
de suporte, o que favorece seu por células G0, porém, a
crescimento, em decorrência da quimioterapia só é capaz de
liberação de fatores de crescimento combater as células em
pela célula clonada. replicação, não sendo capaz de
− Cápsula: cresce ao redor, formada por identificar as células G0 e acaba
tecido conjuntivo – fibra colágena fina,
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por estimulá-las, o que explica a  Via Wnt – beta catenina além de
recidiva dos cânceres. interferir na coesão celular, há uma
→ A célula pode proliferar, chegar vertente de mudança
em estágio G0, sofrer conformacional da célula, que
diferenciação, morrer e sofrer passa a ser semelhante ao
desdiferenciação (não há zona fibroblasto, para que possa
de transição entre normalidade e “movimentar” por outros tecidos.
células tumorais) Esse processo de mudança
 Invasão local conformacional é denominado
→ Neoplasias benignas Transição epitelial-mesenquimal
• Crescimento lento (TEM). Enquanto a célula se
• Situado no tecido de origem movimenta para os tecidos
• Bem diferenciado adjacentes, produz suas próprias
• Limites bem definidos (quando enzimas (principalmente a uPA) que
mais infiltrativo, mais rígido) a protegem e clivam as fibras ao
• Capsula fibrosa longo desse deslocamento por
→ Neoplasias malignas outros tecidos. Entre as
Vias de sinalização metaloproteinases produzidas, há a
− Via canônica MMP2 e MMP9,
 Transição epitelial-mesenquimal Metástase
(TEM): para que uma célula fique − Destacamento das células
aderida à outra, é necessário que − Deslocamento das células
haja a E-caderina, e para que a E- − Locomoção – transição epitelial
caderina fique aderida à célula, é mesenquimal
necessário que haja beta-catenina − Invasão de vasos sanguíneos e
no citoplasma. A via de sinalização linfáticos
para que a união de E-caderina e − Transmigração ou diapedese
Beta catenina ocorra, é a Wnt – Beta − Crescimento secundário
catenina, que possibilita com que a Nomenclatura
célula sofra proliferação celular e − Dependente da origem, que pode ser
volte depois a ter o estado de epitelial ou mesenquimal
coesão. A ptn transmembrana − Quando se tem neoplasia maligna de
constitutiva, comunica-se com o origem epitelial usa-se o termo
composto que possui beta catenina carcinoma
no citoplasma ligado à E-caderina − Quando se fala de neoplasia maligna
(desmossomo) em sua de origem mesenquimal, usa-se o
conformação normal, para que termo sarcoma
haja proliferação, o WNT é ativado − As benignas usam o sufixo “oma”
pela necessidade do organismo de − Nos tumores de fase embrionária:
proliferar, e se expressa na superfície blastoma
da ptn transmembrana, causando o − Exceções: linfoma (maligno dos
desligamento da beta-catenina da linfócitos); leucemia (neoplasia
E-caderina, passando a ser mais maligna); Melanoma (maligno);
expressa no núcleo. Em caso de Sarcoma Ewing (maligno).
tumor, essa via WNT – beta catenina − Ex. fibrosarcoma (neoplasia maligna
fica ativada constantemente, em mesenquimal de origem dos fibrócitos);
decorrência de uma mutação em neoplasia maligna mesenquimal dos
qualquer um dos compostos ligados adipócitos (lipossarcoma);
a qualquer fator que interage na Rabdomiosarcoma (neoplasia
beta catenina. maligna mesenquimal muscular
− Via não canônica estriada.
 Faz com que a movimentação Gradação e estadiamento dos tumores
aconteça a partir da mudança do − Gradação: dividir os tumores em graus
citoesqueleto. de pleomorfismo. Não varia entre os
tumores
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 Divide-se em graus controladas, que são os checkpoints,
→ Grau I: bem diferenciado antes da fase S (duplicação) e antes
→ Grau II: moderadamente da fase M (mitose), o controle é feito
diferenciado pela p53, que fiscaliza as células,
→ Grau III: pouco/pobremente buscando se possuem mutação ou
diferenciado não, caso haja, a p53 recruta os
− Estadiamento de tumor: dividir o tumor inibidores de CDK que param a célula
em estágios, pode ser de dois tipos no ciclo celular, para que a p53
 Estadiamento clínico: recrute os genes de reparo para
 Estadiamento histopatológico reparar o DNA mutado, com o reparo
 Levar em consideração tamanho do concluído haverá degradação dos
tumor, metástase linfonodal genes (p53 tbm se degrada, só que,
(regional) e metástase à distância pela MDM2) e a célula retorna para o
 Variável para cada tipo de tumor ciclo (guardião do genoma), caso
Bases moleculares das neoplasias não seja possível reparar o DNA
Carcinogênese e progressão tumoral mutado pelo gene de reparo, a p53
− Carcinogênese: desde a primeira recruta genes relacionados à
mutação que a célula apresenta apoptose – FAS via extrínseca, BAX de
− Progressão tumoral: a partir do tumor via intrínseca.
que se formou, como irá evoluir p53: recruta genes que fazem reparo no DNA
− Crescimento celular normal − Entre os fatores de transcrição proteico
 Quando se tem via sinalizadora para fisiológicos que estão atuando no
mitose processo de proliferação celular é o
→ Fatores de crescimento MIC, que quando mutado intensifica a
→ Receptores de superfície (FC) proliferação
→ Sistema de transdução de sinais −
→ Fatores de transcrição Aula 06/04/2022 - Carcinogênese
 Principais mitógenos que vão auxiliar − Base genética do câncer: há mutação
na via de sinalização em algum gene, não necessariamente
→ PDGF estando relacionado com a
→ VEGF hereditariedade
→ EGF − Genes alvo: proto/oncogenes, genes
→ FGF supressores de tumor (p53, pRb), genes
 Principais vias ativadas de reparo do genoma (BRCAA,
→ Ras/Rac GADD45), genes controladores de
→ MAPK apoptose (BAX, FAS), telomerase.
→ PI3K/AKT  Oncogenes: proto-oncogene podem
 A nível de ciclo celular, no organismo mutados passando a ser oncogene.
há proteínas constitutivas, como a Devem ser ativados. Fatores de
CDK (quinase dependente de crescimento (sis – PDGF); Receptores
ciclina), em estado inativo, de fatores de crescimento (erb-B2);
demandando para sua ativação, a proteínas transdutoras de sinal (ras);
presença de fósforo e ciclina. fatores de transcrição (myc); ciclinas
Quando ativadas, é formado um e CDKs (ciclina D).
composto ativo CDK-fosforo-ciclina,  Genes supressores de tumor: possui
atua fazendo com que a célula exceção. Hipótese de Knudson:
progrida no ciclo celular. A primeira 1. Mutação herdada, com maior
ação do composto, que possui predisposição que o normal, tenta
quinase, é a fosforilação da pRb explicar o câncer em indivíduos
(retém os fatores de transcrição), jovens.
fazendo com que a célula passe de 2. Duas mutações herdadas:
fase ao longo do ciclo. Ao se fosforilar, predisposição 10³ vezes maior que
a pRb libera os fatores de transcrição. o normal, tenta explicar câncer
Tendo em vista as duas fases do ciclo infantil.
celular que precisam ser altamente  GSTs: Haplo-insuficiência
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→ Quantidade de proteínas epigenéticas. Estando mais
produzida por apenas um único relacionado com casos de câncer
alelo normal de GST pode não ser de mama, leucemia, câncer de
suficiente para conter o mama (Receptor de Estrógeno +),
crescimento tumoral. linfoma.
→ Quando o indivíduo nasce com  Carcinógenos físicos
uma mutação cromossomal, e → Dímeros de pirimidina: ligações de
torna-se disfuncional, por não mesma fita no DNA, como se
conseguir resistir à somatização enovelasse o DNA de modo
das mutações errado, quebrando a sequência,
 Telômeros: estruturas terminais do sendo considerado mais lento e
cromossomo que faz proteção difícil de ocorrência
(TTAGGG) → Comum em lábios, e pacientes
→ As constantes mitoses provocam brancos. Caracteriza por uma
encurtamento do telômero. No degradação pela célula tumoral
câncer, a telomerase (enzima de que se torna mais fácil.
molde para extensão dos  Carcinógenos biológicos
telômeros) é constantemente → Mutação pontual dos
ativa, o que leva à imortalização nucleotídeos, que pode ser direta
da célula ou indireta.
− Câncer é uma doença do → Causada por vírus e bactérias
envelhecimento, que precisa de • Vírus: transfecção x inserção
muitos passos: ❖ DNA- vírus oncogênicos: HPV (as
1. Ativação de oncogene proteínas do vírus vão no núcleo
2. Inativação de GST1 celular provocar a alteração na
3. Inativação de GST2 p53 e pRb), EBV (relacionado
4. Inibição de apoptose com a mononucleose
5. Inativação do reparo de DNA infecciosa/doença do beijo, em
6. Ativação da telomerase paciente imunossuprimido sofre
Epidemiologia do câncer reativação do processo
− Idade carcinogênico e produz uma
− Fatores geográficos (culturais e série de proteínas que induz vias
ambientais) de carcinogênese diferentes –
− Hereditariedade EBNA-5 por exemplo, inativa a
− Distúrbios adquiridos (+ importante, p53, há ainda o LMP-2 e LMP-1,
− Agentes carcinógenos o câncer mais comum
 Carcinógenos químicos associado à mononucleose é o
→ Determinadas células possuem Linfoma de Burkitt que
estruturas que fazem adutor no desencadeia tumores
DNA, inserindo substâncias gástricos), HHV-8 (desencadeia
químicas nocivas no DNA (como um dos tumores que é o
componentes do cigarro, sarcoma de kaposi – associado
corantes, conservantes) quase predominantemente em
→ Agentes iniciadores: células que pacientes HIV +, lesão celular
possuem a mutação adutora. definida por ser uma
→ Agentes promotores: substâncias proliferação celular induzida
que aceleram a atividade das pelo vírus da Herpes. A infecção
células que fazem adução no acontece via respiratória, e o
DNA, exemplo é o álcool. Não vírus fica em latência em região
inicia o processo, mas acelera as de orofaringe, quando o
células mutadas. paciente tem uma
→ Os agrotóxicos são considerados imunossupressão, os vírus
carcinógenos por provocar acabam infectando as células
estresse oxidativo e processo endoteliais e ativando VEGF,
inflamatório, alterações
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que intensifica a proliferação Terapia contra o câncer
neoplásica), HBV/HCV. − Busca por qualidade de vida para o
❖ RNA-vírus oncogênicos: HTLV-1 paciente
• Bactérias: H. pylori (estimula o − Antes de se decidir tratamento precisa
processo de estresse oxidativo, levar em conta:
desencadeando processo de  Sintomas
inflamação crônica e persistente,  Tipo de tumor
que induz muita citocina e muitas  Dor
alterações epigenéticas, além de  Metástase
vários processos constitutivos, o  Outras complicações
que resulta em grande invasão  Emocional
tecidual). Paciente − A partir disso, pode-se escolher
carcinogênico com H. pylori terapias combinadas e
precisa ser acompanhado de acompanhamento por equipe
perto e paciente com pólipos multidisciplinar
intestinais precisam ter os pólipos − Cura x taxa de sobrevida x tempo de
removidos em decorrência da sobrevida livre da doença:
sua rápida progressão.  Cura: quando há remissão completa,
• Helminto: Schistossoma mansoni. porém, ainda é passível de remissão,
→ logo, termo não usual
  Taxa de sobrevida: 5 anos sem
Mutação doença. Porcentagem de paciente
− Progresso somático, dependente da que sobrevive a esse tempo de 5
variação biológica do indivíduo e da anos.
origem da diferença individual  Tempo de sobrevida livre da doença:
− Seleção natural: progressão ambiental intervalo entre o desaparecimento e
e sobrevivência dos indivíduos mais reaparecimento.
aptos. − Terapias do câncer
Progressão tumoral  Cirurgia: dependentes da biópsia
− Câncer é de origem monoclonal → Curativa
− Uma única célula sofre mutação, e a → Paliativa: diminuir dor,
partir disso, sofre várias mitoses sintomatologia e progressão
formando células semelhantes, que se → Reconstrutiva
proliferam e formam polls de células. À  Radioterapia
medida que a célula vai sofrendo → Local, e mata as células em
mitose, as células se tornam diferentes, proliferação. Pode ser curativa,
caminhando para a indiferenciação, remissiva, paliativa, ablativa
formando o desenvolvimento de (quando se identifica que o tumor
heterogeneidade tumoral. Com a é causado por hormônio) e
progressão, as células menos profilática.
indiferenciadas vão sofrendo seleção → Medidas de radioatividade:
natural, permanecendo apenas as BECQUEREL (BQ) radiação
mais indiferenciadas, por sua maior produzida, GRAY (GY) radiação
aptidão em favorecer o processo absorvida, SIEVERT (SV) efeito
tumoral. biológico.
− Progressão de um tumor em boca, por → Radioresistência – artigo: quanto
exemplo: estresse na célula normal, mais alterações, mutações em
provoca mutação celular, dando determinados alvos (p53, raf-1, ras,
origem a lesão precursora/hiperplasia, Bcl-2) acontecer, menos o
conforme a proliferação permanece, paciente responde à radioterapia.
há displasia, mais mutações → Efeitos celulares agudos: 10Gy
acontecem, dando origem ao (necrose); 1 a 2 Gy (morte de
carcinoma in situ, que à medida que a células em proliferação, lesão
mutação e proliferação acontece, endotelial)
tem-se o carcinoma infiltrativo.
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→ Efeitos tardios: fibrose,
carcinogênese
→ Efeitos colaterais da radio:
vermelhidão na pele, diarreia, dor
ao urinar, xerostomia, cansaço,
perda de apetite, mucosite.
 Quimioterapia
→ Medicamentos que atuam nas
células neoplásicas destruindo ou
controlando o seu
desenvolvimento
→ Ciclo inespecífico: mostarda
hidrogenada
→ Administração: oral, intramuscular,
intravenosa. As aplicações
possuem intervalo programados
pelo médico.
→ Efeitos colaterais: fadiga, infecção,
infertilidade, sangramento,
mudanças no SNC, mudanças no
sistema urinário, queda de cabelo,
mucosite, disfagia, náuseas e
vômitos, constipação ou diarreia,
anemia e aumento de
sangramento.
 Nanotecnologia

 Imunoterapia

 Terapia molecular

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