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Originalmente este grupo de fármacos foi desenvolvido para prevenir gravidez indesejada.
Nos últimos anos, contudo, passaram a agregar vantagens inerentes como regulação hormonal
(caso de ovários policísticos) e no controle de sintomas da menstruação (oleosidade da pele,
cólicas, alterações de humor). Outros benefícios que foram constatados ao longo das décadas de
uso incluem a redução de: dismenorréia, adenocarcinoma (ovariano e endometrial), Doença
Inflamatória Pélvica (DIP), câncer de endométrio e de ovário.
É importante salientar que alguns fármacos comercializados não são classificados como
anticoncepcionais e devem ser relevados na assistência farmacêutica:
1)Pílulas
São as formas farmacêuticas mais comuns e práticas à disposição, podendo ser de uso
oral (ex: Microvlar®) ou vaginal (ex: Lovelle®). Pela formulação são classificadas em dois grandes
grupos.
1.1)Minipílulas
Linestrenol: Exluton®
Diferente das Minipílulas, estas são compostas por dois hormônios, normalmente um
progestágeno e um estrogênio. A composição binária não é constante em todas, fato que as
subdivide em três grupos:
Nota: No caso de pílulas bifásicas ou trifásicas, os comprimidos são identificados por cores
diferentes e devem ser seguidos na ordem descrita na cartela/bula!
Estas pílulas são mais seguras que as Minipílulas, com taxa de falha de apenas 1%. O
mecanismo anticoncepcional também é similar, mas engloba também uma supressão das
gonadotrofinas (FSH e LH) e alterações no endométrio.
Há uma grande variedade de formulações no mercado, sendo que as mais conhecidas são
as seguintes:
Modo de uso: O uso segue o mesmo modus operandi das minipílulas, de forma que há cartelas
com 21 a 28 comprimidos (lembre-se que as últimas são placebo até completar os 28 dias do
ciclo). É preciso administrar um comprimido por dia à partir do primeiro ao quinto dia da
menstruação e seguir até se completar 28 dias, lembrando que os últimos comprimidos do ciclo
(quando presentes na cartela – de cor diferente) sempre são placebo. Deve-se obedecer
preferencialmente o mesmo horário de administração e pode-se fazer continuísmo de uma cartela
para outra, descartando os placebos quando existirem.
2)Adesivos
Uma forma farmacêutica muito prática que foi desenvolvida para aquelas que não se
adaptam a rotina diária de comprimidos ou que preferem evitar as injeções. Há apenas um
representante no mercado, mas goza da mesma eficácia das demais formas farmacêuticas
quando usadas corretamente (risco de 1%). Sua duração é intermediária entre os comprimidos e
injetáveis, de forma que um adesivo tem efeito 1 semana, de forma que em um ciclo de 3
semanas, na quarta não é utilizado e há o sangramento habitual. E da mesma forma que os
comprimidos, pode-se fazer continuidade sem a pausa, o que aumenta a segurança.
Modo de uso: Os adesivos devem ser aplicados em áreas específicas do corpo como nádegas,
abdômen, na região do músculo deltóide ou no músculo trapézio (na parte superior das costas).
Cada vez que for feita a troca é preciso mudar a região de aplicação. Importante que a área seja
isenta de pêlos, bem limpa e seca antes da aplicação. É importante verificar diariamente se o
adesivo não está descolando!
3)Injetáveis
As formulações injetáveis são as mais duradouras dos anticoncepcionais, embora não tão
práticas como os comprimidos e adesivos. São indicadas para aquelas que preferem um método
anticoncepcional de longa duração, sem a necessidade de se lembrarem do uso diário.
Há dois tipos de formulação injetável que apresentam durabilidade de ação diferente: os
preparados isolados e os preparados combinados. No primeiro há apenas um hormônio
progestágeno com duração de até 3 meses, enquanto que no segundo há o progestágeno com
um estrogênico e a ação é de 1 mês. O mecanismo de ação é o mesmo das pílulas: inibição da
ovulação e aumento da viscosidade do muco cervical.
No mercado brasileiro os anticoncepcionais mais conhecidos desta classe são:
Modo de uso: Seja uma formulação simples ou combinada, uma injeção deve ser aplicada em um
dos últimos dias da menstruação no músculo glúteo médio. O objetivo é que fique o “depósito” na
região, que não pode ser mexida ou massageada após a aplicação. No caso de uma formulação
simples o efeito anticoncepcional é garantido por 3 meses, enquanto que nas combinadas o efeito
é de 1 mês. Pode-se fazer uma nova administração até 3 dias antes ou depois do prazo previsto
(30 dias ou 90 dias), havendo ou não menstruação.
4)Anéis Vaginais
O anel vaginal é uma forma farmacêutica mais recente que também se mostra muito
prática para uso mensal. No mercado brasileiro só existe uma formulação comercializada e ainda
é pouco conhecida, mas com eficácia bem reconhecida pelas usuárias deste tipo de
anticoncepcional.
A formulação do anel é do tipo combinada e utiliza a absorção sistêmica que ocorre na
mucosa vaginal (como é utilizado para outras medicações como o Estriol, Promestireno).
Modo de uso: O anel deve ser inserido na vagina no primeiro dia da menstruação, independente
da preocupação com o fluxo. Ele deve ser colocado o mais profundo possível e ficar por 3
semanas, sempre sendo checado se não saiu do local após as relações sexuais. Após as 3
semanas ele deve ser retirado e então ocorre o sangramento habitual, contudo, pode-se fazer a
troca do antigo anel por um novo e com isso suprimir a fase de sangramento. Este procedimento
garante uma segurança maior pela manutenção dos níveis basais de hormônios.
Problemas com lentes de contato: É um sintoma comum e deve ser esclarecido que é
normal de ocorrer quando se inicia o uso do anticoncepcional. Ainda não existe explicação
para a ocorrência deste fato, mas é importante salientar que pode ocorrer alteração da
visão e mesmo incompatibilidade com as lentes de contato.
A pílula do dia seguinte, embora prática, não deve ser encorajada como contraceptivo
recorrente porque sua taxa de falha é estatísticamente alta (cerca de 8%) em relação aos
anticoncepcionais, especialmente quando já passaram 48 horas do ocorrido. Além disso, o uso
máximo recomendado para uma mulher é de duas vezes ao ano, sob risco da eficácia ser ainda
menor porque os mecanismos de regulação hormonal femininos superam a carga da pílula do dia
seguinte.