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BASES MOLECULARES DAS DOENÇAS GENÉTICAS,

DIAGNÓSTICO MOLECULAR E TECNOLOGIAS


RECOMBINANTES – Erros inatos do metabolismo
* QUE TIPO DE INFORMAÇÃO AS HEMOGLOBINOPATIAS NOS TROUXERAM?

❶ OUTROS MECANISMOS DE DOENÇAS GENÉTICAS – DOENÇAS CAUSADAS POR MUTAÇÕES EM


DIFERENTES CLASSES DE PROTEÍNAS
1) Mutações em proteínas histoespecíficas:
doença restrita ao tecido;
2) Mutações em proteínas de manutenção:
expressos em todos os tecidos, mas não
causam patologia em todos os tecidos

**existem exceções! Fenilcetonúria e Tay-Sachs

-redundância genética (proteínas de


manutenção): sobreposição de genes, reduzindo
os níveis subclínicos do impacto da perda de
função do gene mutante.
RELAÇÃO ENTRE GENÓTIPO E FENÓTIPO EM DOENÇAS GENÉTICAS: POR QUE EXISTE VARIAÇÃO NO FENÓTIPO CLÍNICO
ENTRE OS INDIVÍDUOS?

1) Heterogeneidade Alélica = o que é?


Alelos que conferem funções residuais frequentemente associados à forma branda da doença.
** fibrose cística (ausência congênita do canal deferente, sem as outras manifestações); Hb Kempsey (alta afinidade por O2
- policitemia).

2) Heterogeneidade de Locus = o que é?


Hiperfenilalaninemia: 5 genes envolvidos com padrões diferentes da doença.

3) Genes modificadores = o que é?


Homozigoto β-talassemia com herança de α-talassemia = forma menos grave de β - talassemia
ERROS INATOS DO METABOLISMO (EIM)

• Garrod (1902): 1ª Doença metabólica – AR (autossômica recessiva)

ALCAPTONÚRIA
• Conceito de EIM: distúrbios determinados geneticamente que
afetam as vias metabólicas da biotransformação no organismo:
• deficiência de atividades de enzimas essenciais
• deficiência de cofatores ou ativadores enzimáticos
• defeito no transporte de determinado composto
• maioria herdadas de forma AR
Cerca de 500 EIM conhecidos → agrupados pelos seus metabólitos; vias metabólicas;
função enzimática ou envolvimento de organela

DISTÚBIOS DO METABOLISMO

CARBOIDRATOS AMINOÁCIDOS ARMAZENAMENTO LIPÍDEOS


GALACTOSEMIA CLÁSSICA FENILCETONÚRIA D. TAY-SACHS
D. von GIERKE ALCAPTONÚRIA D. GAUCHER
D. POMPE HOMOCISTINÚRIA, ALBINISMO

TRANSPORTE E M. MINERAL MUCOPOLISSACARIDOSE COLESTEROL


CISTINÚRIA D. HURLER HIPERCOLESTEROLEMIA
D. WILSON D. HUNTER FAMILIAL
S. MORQUIO

PURINAS
D. LESCH-NYHAN
ERROS INATOS DO METABOLISMO (EIM)

*Pensando em rotas metabólicas, quais os problemas que podem ser identificados?

1) Ausência do produto;
2) Acúmulo do substrato da etapa anterior que foi interrompida;
3) Surgimento de uma rota metabólica alternativa.

COMPROMETIMENTO DOS PROCESSOS


CELULARES
enzima
NORMAL

substrato produto

DEFEITO enzima
ENZIMÁTICO

produto
substrato
produto
rota alternativa alternativo
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS

O que são enzimas?

O que é enzimopatia?

**distúrbios de natureza genética devido a falta da atividade de uma ou mais enzimas específicas ou defeitos nos
transportes das proteínas acarretando a interrupção de uma via metabólica.
**acúmulo de substâncias, deficiência de produtos intermediários críticos, deficiência de produtos finais específicos ou ou
ainda o excesso nocivo de produtos de vias metabólicas acessórias.
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS

❶ AMINOACIDOPATIAS

- Hiperfenilalaninemias (AR)

*mutações que levam ao aumento dos níveis plasmáticos de fenilalanina = deficiência de fenilalanina hidroxilase ou
fenilcetonúria (PKU - PhenylKetonUria).

*mutações em qualquer um dos cinco loci da hiperfenilalaninemia = PAH, PCD, DHPR, GTP-CH, 6-PTS.

fenilalanina hidroxilase (hepática)


Enzimas do metabolismo da
tetraidrobiopterina (BH4), co-fator
da PAH
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❶ Aminoacidopatias

FENILCETONÚRIA (PKU) CLÁSSICA


- AR
- Defeito genético relacionado à deficiência mental – desenvolvimento do SNC na infância e interfere na função do
cérebro maduro.
- Mutação no gene que codifica a PAH (conversora de fenilalanina em tirosina) = PERDA DE FUNÇÃO
- Acúmulo de fenilalanina nos líquidos corporais
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❶ Aminoacidopatias

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Crianças normais ao nascer
• Ingestão de fenilalanina:
-  fenilalanina → retarda a
mielinização → alterações
neuromusculares e RM
-comportamento esquizóide,
hiperatividade e irritabilidade
-movimentos repetitivos (autismo)
-EEG anormal (convulsões)
-vômitos constantes
-urina com cheiro de rato
-pele e cabelos claros (*)
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❶ Aminoacidopatias

•Teste da fralda: adicionar na urina cloreto férrico 


verde escuro (ácico fenilpirúvico)

•Triagem neonatal: Teste do pezinho (3-4 dias após


nascimento) – dosagem da fenilalanina no sangue

Teste não é feito


antes de 24h do
nascimento, mas
deve ser
confirmado até 4
semanas após o
nascimento!
Diagnóstico precoce e dieta pobre em fenilalanina (300-500 mg
de fenilalanina/dia) até 7 anos de idade ou tempo indeterminado
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❶ Aminoacidopatias

FENILCETONÚRIA VARIANTE E HIPERFENILALANINEMIA NÃO-FENILCETONÚRIA

- Enzima PAH mutante com alguma atividade residual.


- 10 vezes acima do normal
- Danifica menos ou até não danifica o cérebro
- Identificados na triagem neonatal
- Fenótipo normal = indica os níveis suportáveis de fenilalanina plasmática que não podem ser excedidos pelos pacientes
com PKU clássica
- PKU variante = tolerância intermediária à fenilalanina (entre PKU-clássica e hiperfenil. não-fenilcetonúria)

MUTAÇÕES NO GENE PAH – HETEROGENEIDADE CLÍNICA


DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❶ Aminoacidopatias

HIPERFENILALANINEMIAS – HETEROGENEIDADE ALÉLICA E DE LOCUS

A) Defeitos moleculares no gene da fenilalanina hidroxilase


- 400 mutações diferentes
- Muitas mutações = substancial heterogeneidade genética na população (heterozigotos compostos)

Heterogeneidade fenotípica

Genes modificadores
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❶ Aminoacidopatias

A) Defeitos no metabolismo da tetraidrobiopterina

- 1% a 3% das hiperfenilalaninemia apresentam gene da PAH normal.

ALTERAÇÕES NOS GENES ENVOLVIDOS NA FORMAÇÃO OU


RECICLAGEM DO COFATOR DE PAH  BH4

HETEROGENEIDADE DE LOCUS
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❶ Aminoacidopatias

1- fenilalanina hidroxilase Dopa, norepinefrina,


2-tirosina hidroxilase epinefrina e serotonina
3-triptofano hidroxilase

BH4 necessária para todas as etapas

Mutantes no gene da BH4 foram descobertos


de que maneira?
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❶ Aminoacidopatias

** diferentes causas nestas doenças reflete em que?

TRATAMENTO!!!

Administração oral de BH4


Dieta é normal para os mutantes em BH4
Normalização dos neurotransmissores por L-dopa e 5-
hidroxitriptofano

 Provisão de grandes quantidades de um cofator


geralmente é um tratamento comum em EIM
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❶ Aminoacidopatias

FENILCETONÚRIA MATERNA

-tratamento correto = homozigotos mutantes apresentam fenótipo normal

TRATAMENTO NÃO PODE SER FEITO SOMENTE NA INFÂNCIA! SNC MADURO PODE SER PREJUDICADO TAMBÉM

MÃES HOMOZIGOTAS MUTANTES QUE PARARAM O TRATAMENTO = FILHOS HETEROZIGOTOS ANORMAIS 


DEFICIÊNCIA MENTAL, MICROCEFALIA, MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS (CORONÁRIAS)

FENILALANINA ELEVADA É TERATOGÊNICA!


MULHERS PKU QUE PLANEJAM ENGRAVIDAR = DIETA DEVE SER
POBRE EM FENILALANINA ANTES DA CONCEPÇÃO E DURANTE A
GESTAÇÃO
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS

❷ DOENÇAS DO ARMAZENAMENTO LISOSSÔMICO (AR)

- Enzimas hidrolíticas
- Defeitos nas hidrolases = acúmulo de substrato na organela
 disfunção celular  morte celular

- Progressão da doença não é inevitável


- Cérebro – doença neurodegenerativa
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❷ Doenças do armazenamento lisossômico

DOENÇA DE TAY-SACHS – armazenamento lisossômico de lipídeos

- Pertence ao grupo das gangliosidoses GM2 = incapacidade de degradar um esfingolipídio Qual é a lesão bioquímica?

HEXOSAMINIDASE A (hex A)

Produto de 3 genes (complexo enzimático)

Gangliosídeos ou glicoesfingolipideos:
forma de esfingoliídeos em que a estrutura
básica é uma ceramida ligada a uma cadeia
polissacarídica

SNC (células ganglionais = lipídeo de


membrana (receptor) da substância
cinzenta do cérebro
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❷ Doenças do armazenamento lisossômico

Em condições normais o GM2 (componente da membrana de neurônios) quando desnecessário, é quebrado


no lisossomo pela -hexosaminidase. Para isto são necessários 3 componentes: uma sub-unidade , uma
sub-unidade  e uma sub-unidade ativadora. Na doença de Tay Sachs a sub-unidade  está inativa ou
funciona mal, o que leva a um acúmulo tóxico de GM2.
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❷ Doenças do armazenamento lisossômico

Quadro Clínico:
•frequente nos judeus Ashkenazi (1:3.600
nascimentos)
•1:27 portador do alelo mutante
•grave degeneração física e mental progressiva (1ºs
Anos de vida) → acúmulo de gangliosídeos (GM2) em
tecido cerebral
•Deterioração neurológica grave= paralisia (perda das
at. Motoras)
•cegueira
•mancha mácular vermelho-cereja no olho
•morte na primeira infância
~ 10 meses DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❷ Doenças do armazenamento lisossômico

18 meses

Paciente com cerca de 4 anos


DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❷ Doenças do armazenamento lisossômico

AS MUCOPOLISSACARIDOSES – armazenamento lisossômico de mucopolissacarídeos

- Mucopolissacarídeos ou glicosaminoglicanas
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❷ Doenças do armazenamento lisossômico

- Degradação das gligosaminoglicanas = LISOSSOMO


- Requer remoção em etapas das unidades de monossacarídeo no final da cadeia por uma enzima específica para o
monossacarídeo  série de enzimas envolvidas
Reflete em várias doenças por armazenamento =
glicosaminoglicanas acumuladas são detectadas na urina

SÍNDROME DE HUNTER (XR)


GARGULISMO
SÍNDROME DE HURLER (AR)
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❷ Doenças do armazenamento lisossômico

• Característica fisiopatológica:
presença de vacuolização citoplasmática → lisossomos → incapacitação de
digestão → espessamento de todos os tecidos comprometidos

-espessamento da córnea → opacificação


-espessamento cartilaginoso → limitação articular (estatura baixa)
-espessamento celular do miocárdio → hipertrofia
-comprometimento intelectual (deficiência mental) e auditivo
-hepatoesplenomegalia
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❷ Doenças do armazenamento lisossômico

•Deficiência grave da α-L-iduronidase


•Fácies grosseira
•baixa estatura c/deformidades esqueléticas
•cifose-escoliose
•hipoacusia (surdez) progressiva
•hipertricose
•cabelos e sombrancelhas grossas e espessas
•Macroglossia (crescimento anormal da língua)
•hipertrofia dos lábios
•comprometimento intelectual progressivo
•Óbito antes dos 10 anos de idade

SÍNDROME DE HURLER (AR)


- Síndrome de Scheie (alélica; fenótipo mais brando)
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❷ Doenças do armazenamento lisossômico

SÍNDROME DE HUNTER (XR)


•Infecções respiratórias
•hérnia inguinal e umbilical
•face grotesca
•baixa estatura
•limitação articular
•hepatoesplenomegalia
•surdez moderada
•comprometimento intelectual moderado
•Deficiência na enzima iduronato sulfatase
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❷ Doenças do armazenamento lisossômico

Semelhante à SH, mas com


progressão lenta

SÍNDROME DE HURLER VS SÍNDROME DE HUNTER

- Co-cultivo de fibroblasto de indivíduos com SH e SHunter  captação cruzada de α-L-iduronidase

Mutações em genes de proteínas diferentes

Complementação genética = o produto bioquímico


de um mutante pode corrigir o defeito bioquímico
em outro mutante

Transplante de medula óssea


Terapia de reposição enzimática
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS

❸ DOENÇAS DO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS

GALACTOSEMIA CLÁSSICA OU TIPO I (AR)

- Galactose = monossacarídeo derivado da hidrólise da lactose (leite)


- Lactose = convertida em glicose e galactose pela lactase (enterócitos)
- Galactosemia = deficiência (ausência) da galactose-1-fosfato uridil-transferase (GALT) = ACÚMULO DE SUBSTRATO
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❸ Doenças do metabolismo dos carboidratos

* + de 200 mutações envolvidas (mais comum Q188R – glutamina por arginina)

Manifestações clínicas:
- Início precoce (período neonatal)
- Após ingestão de lactose: perda de peso, vômito e
diarreia;
- Hipoglicemia e encefalopatias nos primeiros dias de
vida;
- Letargia e hipotonia;
- Icterícia prolongada;
- Hepatoesplenomegalia;
- Anemia hemolítica;
- Catarata (desde o nascimento);
- Lesões no SNC e deficiência mental.
DOENÇAS ENVOLVENDO ENZIMAS ❸ Doenças do metabolismo dos carboidratos

GALACTOSEMIA CLÁSSICA OU TIPO I (AR)


- Diagnostico:
1) vômitos, diarreias, hipoglicemia persistente, icterícia prolongada, hepatoesplenomegalia...
2) Cromatografia urinária de aminoácidos e açúcares (galactose e galactodil);
3) Cromatografia plasmática dos aminoácidos;
4) Biologia molecular para mutação mais prevalentes (Q188R)
5) Padrão ouro** = análise qualitativa da atividade da GALT nos eritrócitos.
6) Teste do pezinho, até o 5º dia de vida do bebê

- Tratamento:
1) Suspensão da galactose = exclusão total de leite e derivados
2) Até os 3 anos de idade

**FRUTOSEMIA (mutações no gene da aldolase B); assintomáticos até receber alimentação com frutose
- Vômitos, diarrérias;
- Hipoglicemia com sudorese;
- tremores, palidez
- Efeito Pavlov
DOENÇAS ENVOLVENDO PROTEÍNAS RECEPTORAS

❶ HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAL

- Grupo de distúrbios metabólicos conhecidos como hiperlipoproteinemias = ↑ lipídeos no plasma (colesterol,


triglicérides ou ambos) e de lipoproteínas plasmáticas específicas.

Proteína de superfície = ligação da LDL e transferência para o


MUTAÇÕES NO RECEPTOR DE LDL interior da célula
+400 mutações diferentes no
gene do receptor de LDL

Colesterol transportado como complexo LDL/colesterol → entra


na célula por meio de receptores → endocitose → vesículas
tranportadas p/ lisossomos → colesterol separado da proteína
→ liberado na célula
DOENÇAS ENVOLVENDO PROTEÍNAS RECEPTORAS ❶ Hipercolesterolemia Familial

- Herdada como característica autossômica semidominante. O que quer dizer?

Diferença no fenótipo do homozigoto e do heterozigoto

- Efeito de dose: manifesta-se mais cedo e mais intensamente nos homozigotos = ↓ número de receptores ↑ colesterol
LDL plasmático.
- Homozigotos: doença coronariana clinicamente significativa na infância; morte ~30 anos (infarto)
- Heterozigotos: colesterol plasmático 2x ↑ do que nos controles
- Importância do diagnóstico molecular = maioria das hipercolesterolemias são multifatoriais.

ateroma xantomas
DOENÇAS DE TRANSPORTE

FIBROSE CÍSTICA

- Distúrbio genético autossômico recessivo letal mais comum em crianças caucasianas (portadores 1/25)
- Gene envolvido: CFTR – regulador transmembrana da fibrose cística  proteína é regulada pelos canais de cloreto
localizados na membrana apical das células epiteliais.

- Fenótipo: aumento do sódio e cloreto no suor – acomete principalmente pulmão e pâncreas

Secreção espessa e infecções Síndrome de má digestão por


recidivantes deficiência de enzimas pancreáticas
-morte por insuficiência pulmonar (lipase, tripsina, quimiotripsina)

*95% dos homens acometidos são inférteis – ausência bilateral congênita do canal deferente (alguns homens apresentam
fenótipo parcial - heterogeneidade alélica: alteração associada à mutações no CFTR, mas não gera doença pulmonar e
pancreática).
DOENÇAS DE TRANSPORTE – Fibrose Cística

- 7q31
- 27 exons Poro do canal de cloreto
- Proteína reguladora da condutância transmembrana da FC formado por 12 segmentos
- ~2000 mutações diferentes transmembranares
- Domínios (2 atravessam a membrana); Dois domínios de ligação de ATP

Heterogeneidade
clínica por conta da
heterogeneidade
alélica

- ATP é ligado e
Mutação classe 2: erro hidrolisado;
dobramento/não sai do energia para abrir
reticulo endoplasmático e fechar o canal
DOENÇAS DE TRANSPORTE – Fibrose Cística

- Fisiopatologia

*transporte anormal de líquidos e eletrólitos


através das membranas apicais epiteliais

- Identificação principal pelas glândulas


sudoríparas = cloreto não é reabsorvido
alterando o gradiente eletroquímico
impedindo a entrada de sódio = criança
salgada

- Pulmão = redução do líquido das vias


aéreas:  muco
- Pseudomonas aeruginosa (infecção)

Tratamento:
- Controle infecção;
- Alimentação
- Terapia gênica (?) Braqueteamento digital; prolapso retal
 DISTURBIOS DE PROTEÍNAS ESTRUTURAIS

DISTROFIA MUSCULAR DUCHENNE E BECKER – DEFEITOS NA DISTROFINA

Pseudo-hipertrofia da panturrilha – tecido


muscular por conjuntivo e gordura.
DISTURBIOS DE PROTEÍNAS ESTRUTURAIS – Distrofia muscular Duchenne e Becker

*gene da distrofina = 1,5% do cromossomo X (79 exons) – GIGANTESCO!


• Complexo distrofina:
• Manutenção da integridade da membrana muscular, por ligar o citoesqueleto de actina à matriz extracelular
• Necessária para posicionar as proteínas no complexo e assim fazê-las funcionarem corretamente
• Várias mutações = doenças autossômicas (DMC – doença muscular congênita)
• Diagnóstico molecular
• Mosaicismo materno (5% a 15%
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA DAS EIM

GRUPO 1:
Defeitos no metabolismo dos aminoácidos: fenilcetonúria, doença do xarope de bordo, homocistinúria, tirosinemias...
Defeitos no metabolismo dos ácidos orgânicos: acidúrias metilmalônicas, propiônica, isovalérica...
Defeitos no ciclo da ureia
Intolerância aos açúcares: frutosemia, galactosemia
Intoxicação por metais: hemocromatose

- Quadro clínico e laboratoriais: intoxicação aguda recorrente ou crônica progressiva do acúmulo do componente tóxico
próximo das cadeias enzimáticas bloqueadas

- Alterações de consciência,
- Graus variáveis de ataxia
- Crises epiléticas
- Neonatos: dificuldade ao se alimentar, vômito, diarreia, letargia, irritabilidade, sonolência, alteração tônus muscular,
disfunção hepática, renal, hormonal, odor na urina
- Quadros crônicos: encefalopatias, síndromes epiléticas, acidente vascular encefálico, deficiência mental
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA DAS EIM

GRUPO 2:
Doenças do metabolismo intermediário e afetam a produção ou utilização da energia no fígado, cérebro, tecido
musculoesquelético, miocárdio...
Distúrbios do metabolismo energético – mitocôndria e citoplasma

- Acidemias lácticas congênicas (defeitos no transporte do piruvato, piruvato carboxilase, piruvato desidrogranase e
ciclo de Krebs)
- Defeitos da cadeia respiratória, oxidação de ácidos graxos e de corpos cetônicos
- Defeitos citoplasmáticos: metabolismo do glicogênio e gliconeogênese, hiperinsulinimismo, distúrbios da via da
pentose-fosfato

Quadros clínicos:
- Alteração no desenvolvimento fetal: dismorfologia, malformações
- Encefalopatia aguda (defeito na cadeia respiratória)
- ataxia, acidente vascular encefálico (hipóxia-isquemia), síndromes epiléticas
- Anomalias visuais, déficit auditivo, disfunção cardíaca, renal, hepática e endocrinológicas
- Síndrome de morte súbita
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA DAS EIM

GRUPO 3:
Distúrbios de organelas celulares, incluindo defeito na síntese ou degradação de macromoléculas complexas
- Doenças do depósito lisossômico, peroxissômico, síntese de colesterol...
- Mucopolissacaridoses

Quadro clínico
- Involução do desenvolvimento neuropsicomotor
- Distúrbios psiquiátricos
- Neurodegeneração
- Síndromes epiléticas
- Paralisia ocular e surdez neurossensorial
- Hepatoesplenomegalia
- Afeta desenvolvimento fetal: desvios fenotípicos, síndromes malformativas, hidropsia fetal

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