Você está na página 1de 13

Citologia e Embriologia

UNIDADE 2
UNIDADE 2
DISCIPLINA: CITOLOGIA E EMBRIOLOGIA

Prezado aluno, estamos iniciando mais uma unidade, assim é de extrema importância
que você organize seu tempo para a realização das atividades, como a leitura do livro
texto, a execução das atividades e fóruns, bem como a visualização dos vídeo aulas.
Assim, o processo de ensino-aprendizagem será alcançado com êxito.

Na primeira unidade, você conheceu o contexto em que surgiram os diversos concei-


tos da Biologia Celular. Verificamos que a célula é a unidade básica dos seres vivos,
sendo composta por muitos tipos de moléculas. Você teve uma visão panorâmica das
células e das suas principais estruturas, entendendo como essas são estudadas e
suas principais diferenças. Componentes químicos e estruturais de uma célula? Quais
as diferenças de uma célula eucarionte e procarionte?

Pronto! Respondido esses questionamentos e revisados os conteúdos da unidade


anterior vamos dar início a nossa segunda unidade.

Sabemos que a célula eucarionte é delimitada por um conjunto de membranas, for-


mando compartimentos que separam os diversos processos metabólicos. Além disso,
é possível observar nessa célula a presença de uma variedade de organelas, estrutu-
ras subcelulares que realizam funções especializadas, e de um núcleo proeminente.
Agora, vamos iniciar o estudo da organização celular, através dos aspectos morfofun-
cionais da membrana celular, as principais organelas encontradas nas células eucari-
óticas, como também o citoesqueleto, que em conjunto, interagem de modo dinâmico.
Vamos iniciar pela membrana plasmática, que é responsável por manter constante
o meio intracelular e desempenhar funções vitais para a sobrevivência das células.
Em seguida, abordaremos o sistema de membranas que divide a célula em comparti-
mentos, vendo as características morfofuncionais de cada organela, com a finalidade
de compreender que a célula executa, em separado e com mais eficiência, funções
especializadas que não poderiam ser realizadas em um único compartimento. Por fim,
veremos a arquitetura e papel do citoesqueleto no ambiente celular para que você
tenha domínio dos processos que envolvem esta arquitetura.

Membrana plasmática

Você conseguiu observar a membrana plasmática das células eucariontes e proca-


riontes nas figuras da unidade anterior? É importante que você observe bem para que
compreenda toda sua estrutura e importância, percebendo que as células delimitam
seu território através da membrana celular.

Para que você perceba quão fina e transparente é a membrana plasmática, ela não
consegue ser vista diretamente pelo microscópio óptico, só podendo ser vista apenas

1
no microscópio eletrônico. A membrana plasmática é simples na sua forma: a sua
estrutura se baseia em uma bicamada de moléculas lipídicas, com espessura apro-
ximada de 5nm, sendo responsável por inúmeras funções celulares, como separar o
meio intracelular do extracelular, atuando no controle da penetração e saída de subs-
tâncias da célula, é responsável pelo reconhecimento de moléculas e células, graças
a seus receptores específicos, servem ainda como canais de comunicação por onde
têm lugar as trocas de moléculas e íons que participam das atividades celulares. Em
muitos tecidos, a membrana plasmática ainda consegue se ligar aos componentes da
matriz extracelular, participando da fixação da célula em determinados locais, como
servindo de apoio para a migração celular. E como grande característica dos euca-
riontes, tem a capacidade de dividir a célula em diversos compartimentos (sistema de
endomembranas).

Querido aluno, qual fato atribui à membrana plasmática realizar essas inúmeras fun-
ções? O vídeo - A membrana plasmática – estrutura e funções, no link, com tempo de
duração de 46 minutos, irá ajudá-lo na compreensão deste fenômeno, além de pro-
porcionar conhecimentos básicos sobre os tipos de transporte através da membrana.

Após assistir ao vídeo e fazer a leitura do livro texto da página 73 a 85, você chegará a
conclusão que a composição molecular exibida pela membrana é complexa e hetero-
gênea. Os lipídeos, proteínas e carboidratos são moléculas estruturais da membrana
que conferem também certas propriedades à sua superfície. E que todas as mem-
branas celulares apresentam a mesma organização básica, sendo constituídas por
duas camadas lipídicas fluidas e contínuas, onde estão inseridas moléculas proteicas,
constituindo um mosaico fluido. Observe abaixo a representação (Fig. 1) dos compo-
nentes da membrana plasmática:

Figura 1: Representação da membrana plasmática (Fonte: http://sereduc.com/03F1HX)

2
Lipídios da membrana: Os lipídios da membrana são moléculas longas com uma
extremidade hidrofílica e uma cadeia hidrofóbica. As macromoléculas que apresen-
tam esta característica - uma região solúvel em meio aquoso e outra solúvel em li-
pídios – são ditas anfipáticas. Entre os lipídios frequentes nas membranas celulares
animais encontram-se os fosfolipídios (os fosfoglicerídeos e os esfingolipídios contêm
o radical fosfato e são chamados de fosfolipídios) e o colesterol. Apenas as membra-
nas das células animais contêm o colesterol, o que não ocorre nos vegetais, o coles-
terol influencia a fluidez da membrana, de forma que, quanto maior a concentração
de esteróis, menos fluida será a membrana. Encontramos ainda os glicolípidios, que
compreende os lipídios que contêm hidratos de carbono, com ou sem radical fosfato.
Observe que as moléculas da camada dupla de lipídios estão organizadas com suas
cadeias hidrofóbicas voltadas para o meio interno da membrana, já as cadeias hidro-
fílicas ficam voltadas para o meio extracelular ou para o citoplasma.

Proteínas da membrana: Uma das principais funções das proteínas é compor a mem-
brana plasmática, de tal modo que, a atividade metabólica das membranas depende
principalmente das proteínas. As proteínas encontradas na membrana plasmática po-
dem ser divididas em dois grandes grupos: as integrais ou intrínsecas e periféricas ou
extrínsecas, dependendo da facilidade de extração da camada lipídica. As moléculas
das proteínas integrais estão mergulhadas na camada lipídica, com as porções hidro-
fóbicas no centro e as porções hidrofílicas nas superfícies da membrana. Observe na
figura que algumas dessas proteínas atravessam toda a espessura da membrana,
as proteínas transmembrana, outras podem atravessar mais de uma vez a bicamada
lipídica, recebendo o nome de proteínas transmembrana de passagem múltipla. Já as
proteínas periféricas não estão mergulhadas na membrana.

Portanto, caro aluno, a membrana é constituída por uma camada hidrofóbica média e
duas camadas hidrofílicas, uma interna (citoplasmática) e outra externa (extracelular).

Note também que a superfície externa da membrana plasmática apresenta uma re-
gião rica em hidratos de carbono ligados a proteínas ou a lipídios, denominada de
glicocálice. Então, vamos discutir agora sobre a função dessa estrutura! O glicocálice
pode exercer inúmeras funções dentro da célula, dentre elas, a de proteção con-
tra agressões químicas e mecânicas; enzimática, atuando em algumas reações são
catalisadas por enzimas do glicocálice, como a lactase e dissacaridase; apresenta
também função antigênica, fazendo parte do complexo maior de histocompatibilidade,
assim, reconhecendo o que pertence ao organismo e o que não pertence. E por fim,
a de reconhecimento celular, fato atribuído a especificidade que permite às células se
reconhecerem mutuamente e estabelecerem certos tipos de contato.

A superfície celular é dotada de complexos adaptativos, que conferem uma função


particular a certas áreas da membrana. Essas diferenciações são denominadas: es-
pecializações da superfície celular. Sugiro que você faça a leitura do livro texto da
página 89 a 98.

3
Perceba que de uma maneira sincronizada, esses constituintes moleculares asso-
ciam-se segundo suas propriedades químicas e define padrões funcionais para a
membrana da célula. Compreendendo os mecanismos que estão relacionados a es-
trutura e função da membrana plasmática, vamos começar a adentrar no interior da
célula e entender a morfofisiologia dos seus principais constituintes.

Sistema de Endomembranas:

Vimos anteriormente que as células eucariontes apresentam duas partes morfologica-


mente distintas – o citoplasma e o núcleo – o citoplasma é envolvido pela membrana
plasmática, essa membrana como vimos anteriormente é responsável por dividir a
célula em diversos compartimentos, o sistema de endomembranas.

O Sistema de Endomembranas é um dos maiores compartimentos celulares. É com-


posto por cisternas, sáculos e túbulos que se comunicam através de vesículas trans-
portadoras. Quando uma vesícula transportadora brota da membrana da organela
doadora, trafega pelo citosol e se funde na membrana da organela receptora; deste
modo, não só o conteúdo da vesícula, mas também, a sua membrana, é transferida à
organela receptora. E quais organelas fazem parte desse sistema? As organelas que
compõem o sistema de endomembranas são as mitocôndrias, retículo endoplasmá-
tico, aparelho de Golgi, lisossomos e peroxissomos. As principais organelas envolvi-
das por membranas de uma célula animal estão ilustradas na figura abaixo (Fig. 2):

Figura 2: Célula animal e suas organelas (Fonte: http://sereduc.com/bu7YhOl)

4
Muitas das organelas envolvidas por membranas, como o retículo endoplasmático,
o aparelho de Golgi, as mitocôndrias e cloroplastos, são mantidos em seus locais
relativos na célula por ligações ao citoesqueleto, especialmente aos microtúbulos. Os
filamentos do citoesqueleto fornecem vias para o movimento das organelas e para o
direcionamento do tráfego de vesículas entre elas.

Para que você perceba o espaço ocupado por essas organelas dentro de uma célula,
saiba que, juntas, aproximadamente, metade do volume de uma célula é representa-
do pelas organelas. Apesar de ser estruturas minúsculas para serem isoladas manual-
mente, as organelas conseguem ser separadas por centrifugação diferencial, para sa-
ber mais detalhe sobre esse processo, leia o texto do link: http://sereduc.com/g2UcKi

Caro aluno, espero que até aqui você tenha conseguido perceber a clara diferença
entre uma célula procariótica e eucariótica. Sabendo que uma de suas principais di-
ferenças é o sistema de endomembranas que rodeia uma célula eucariótica, como
teria surgido essas organelas? Acredita-se que as organelas envoltas por membranas
tenham-se originado por duas formas de evolução: a primeira acredita que as mem-
branas nucleares e as membranas do retículo, do aparelho de Golgi, dos endossomos
e dos lisossomos tenham-se originados de invaginações da membrana plasmática.
Porém, acredita-se que as mitocôndrias e os cloroplastos tenham surgido de uma for-
ma diferente, essa diferença baseia-se na ideia que essas organelas possuem seus
próprios pequenos genomas e por poderem sintetiza parte de suas próprias proteínas.

Tendo brevemente revisado as principais organelas envoltas por membrana das célu-
las eucarióticas, dedicaremo-nos à particularidade de cada organela e seu mecanis-
mo de ação.

Reticulo endoplasmático: Lembra que falamos na unidade anterior da extrema im-


portância do microscópio? Graças ao seu surgimento foi possível reconhecer uma
rede constituída por túbulos e vesículas permeando o citoplasma, e que passou a
ser identificada como retículo endoplasmático. Esses túbulos possuem uma parede
formada por uma unidade de membranas que delimita cavidades, as cisternas do
retículo endoplasmático. Lembre-se que assim como a membrana plasmática, todas
as membranas do retículo endoplasmático são formadas por uma bicamada de lipo-
proteínas, com um padrão de organização semelhante ao da membrana plasmática,
sendo, porém mais delgada. O retículo endoplasmático pode apresentar dois padrões
morfológicos distintos: associados a ribossomos, formando o retículo endoplasmático
rugoso (RER); ou como um sistema de túbulos anastomosados permeando o citoplas-
ma, dando origem ao retículo endoplasmático liso (REL), como mostra a figura abaixo
(Fig. 3):

5
Figura 3: Diferenças estruturais dos retículos endoplasmático: liso e rugoso (Fonte:
http://sereduc.com/JU0Onb)

É importante que você entenda que diante da diferença no padrão morfológico dos
retículos e do seu conteúdo enzimático, estes vão desempenhar funções distintas
na célula: o retículo endoplasmático rugoso é o sítio da síntese de proteínas para
exportação, glicosilação e outros processos químicos. As cadeias polipeptídicas sinte-
tizadas nos polirribossomos acoplados às membranas do RER são transferidas para
o interior das cisternas onde são processadas e acumuladas, em seguida, são trans-
portadas, no interior de vesículas, para seus locais de destino, ou seja, as proteínas
encontradas no seu organismo foram sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso.

Já o retículo endoplasmático liso (REL), por apresentar um complemento enzimático


heterogêneo em diversos tipos celulares, desenvolve um maior número de funções,
possuindo, contudo, uma distribuição mais restrita, sendo relativamente escasso na
maioria das células, porém é altamente desenvolvida em outras para realizar funções
particulares, como: a síntese de hormônios esteroides na glândula adrenal, síntese de
lipídeos, síntese de ácido clorídrico e captura e armazenamento de cálcio.

Você já se alimentou hoje? Imagine que nessa alimentação você ingeriu certas subs-
tâncias tóxicas, como conservantes e corantes. Porém, ao chegar às suas células,
essas substâncias são convertidas em substâncias inócuas ou de fácil excreção, esse
processo ocorre na pele, no fígado, nos rins e pulmão, onde o REL participa de ma-
neira direta do processo de detoxificação. Outra importante função do REL dos hepa-

6
tócitos é a glicogenólise, ou seja, a obtenção de glicose a partir do glicogênio.

Complexo de Golgi: A identificação do complexo de Golgi foi inicialmente realizada


com o uso de microscópios ópticos, através de pesquisas realizadas no final do século
passado por Camilo Golgi (para mais detalhes acesse ao link: http://pt.wikipedia.org/
wiki/Camillo_Golgi), sendo posteriormente sua estrutura revelada através da micros-
copia eletrônica. O complexo de Golgi é um sistema membranoso constituído por um
número variável de vesículas achatadas e por vesículas esféricas de diversos tama-
nhos. A localização do complexo de Golgi varia de acordo com o tipo e a função da
célula, mas, em geral, é possível observar essas estruturas quase sempre ao lado do
núcleo e perto dos centríolos. Seu tamanho é bem variável, podendo, ser pequeno,
como ocorre na célula muscular, médio, como nas células enteroendócrinas, e gran-
de, como nas células que secretam glicoproteínas. As membranas do complexo de
Golgi, como as demais membranas biológicas, são lipoproteicas, possuindo em torno
de 40% de lipídios e 60 a 65% de proteínas.

Caro aluno, tendo em vista, as características celulares do complexo de Golgi, quais


as funções este pode desempenhar na célula? Essa organela tem múltiplas funções,
porém é muito importante na separação e endereçamento das moléculas sintetizadas
nas células, encaminhando-as para as vesículas de secreção, que serão expulsas da
célula, para os lisossomos (veremos mais adiante esta organela), para as vesículas
que permanecem no citoplasma ou para a membrana celular. Para que fique mais cla-
ro em sua mente as funções do complexo de Golgi, é interessante que você acesse o
link (visualização obrigatória): https://www.youtube.com/watch?v=MHsLWJ7l5tk.

Dando continuidade às organelas, vamos falar agora dos lisossomos e sua importân-
cia na digestão celular, para assim finalizar o conjunto de organelas envolvidas na
síntese de macromoléculas.

Lisossomos: são organelas membranosas de ocorrência natural em células animais,


vegetais e em protozoários, com forma e tamanhos bem variados. Seu interior é áci-
do e apresentam um número elevado de enzimas hidrolíticas (enzimas que rompem
moléculas, adicionando os átomos das moléculas de água). Atualmente, são conhe-
cidas mais de cinco dezenas de hidrolases lisossômicas. Essas enzimas atuam em
meio ácido, mantido por um mecanismo de transporte de H+ através das membranas
lisossômicas.

Essas organelas participam do processo de digestão intracelular (digestão que ocorre


dentro das células), servindo de depósitos de enzimas utilizadas pelas células para
digerir moléculas introduzidas por pinocitose, por fagocitose, ou, então, organelas da
própria célula. Entenda que os lisossomos constituem o principal local de degradação
das organelas celulares e das moléculas que são introduzidas nas células, porém
essas organelas são incapazes de distinguir e degradar moléculas proteicas que já
tenham cumprido suas funções e se tornado desnecessárias, bem como aquelas que
foram sintetizadas com defeito ou sofreram alguma alteração, tornando-se não funcio-

7
nais. Após a atividade das enzimas lisossômicas, algumas vezes permanecem depó-
sitos de materiais que resistem à ação enzimática, resultando nos chamados corpos
residuais que podem ou não ser exocitados pelas células.

O processo de digestão intracelular pode estar relacionado à alimentação, à elimi-


nação de constituintes celulares envelhecidos, neutralização da ação de elementos
estranhos, à diferenciação celular e à remodelação tecidual. Para complementar a
leitura realizada até o presente momento, é de suma importância que você , visualize
dois vídeos de aproximadamente 12 minutos no total: Vídeo 01 e Vídeo 02 , que re-
lata as principais características e o mecanismo de ação dos lisossomos. Em um dos
vídeos, você ainda vai recapitular um pouco sobre o complexo de Golgi.

Falamos até aqui a função isolada de três organelas específicas: o retículo endoplas-
mático, o complexo de Golgi e os lisossomos. Essas organelas em conjunto atuam
desempenhando uma importante função na síntese das proteínas. Entenda que o pro-
cesso de síntese das proteínas é iniciado nos ribossomos acoplados ao retículo endo-
plasmático rugoso, depois de concluído essa etapa inicial, as proteínas podem seguir
diferentes trajetos: se a proteína que estiver sendo sintetizada possuir uma sequên-
cia-sinal para o retículo, inicia o processo de translocação que acopla o polipeptídico
recém-formado a membrana do retículo. Se as proteínas forem destinadas à secreção
ou ao lúmen de uma organela, estas passarão para o dentro do lúmen do retículo.
No lúmen do retículo, as proteínas irão dobrar-se, agrega-se com outras proteínas,
formando pontes dissulfito e com cadeias oligossacarídicas. Após esse processo, as
proteínas são direcionadas ao complexo de Golgi. Ao chegar ao complexo de Golgi,
os oligossacarídeos são modificados, passam pelo processo de glicosilação, que é
responsável por parte da especificidade dos vários tipos de glicoproteínas e, também,
pelo destino final desses compostos. Em seguida, as proteínas são despachadas para
a membrana plasmática, lisossomos ou vesículas secretórias. Em todas as células
eucarióticas, vesículas de transporte brotam continuamente do complexo de Golgi e
se fusionam com a membrana plasmática, num processo chamado de exocitose cons-
titutiva; este processo entrega lipídios e proteínas da membrana plasmática, além de
liberar moléculas da célula, ao processo de secreção. As células secretórias possuem
uma via regulada de exocitose, onde moléculas armazenadas em vesículas secretó-
rias são liberadas da célula por exocitose, quando uma célula recebe sinal para secre-
ção. Por outro lado, as células também ingerem líquidos, moléculas, e algumas vezes,
partículas, por endocitose (Fig. 4). Esses materiais são entregue aos endossomos
(compartimento que recebe as moléculas introduzidas no citoplasma pelas vesículas
de pinocitose, que se originam da membrana plasmática) então aos lisossomos, onde
é degradado por enzimas hidrolítcas. Para uma maior compreensão do processo aci-
ma, é recomendado a visualização do vídeo: Síntese e secreção disponível no link,
cabe ressaltar que este vídeo tem duração de 6 minutos.

8
Figura 4: Organelas envolvidas na síntese de macromoléculas (Fonte:
http://sereduc.com/q84XbP)

Para que a quantidade de proteínas produzidas não venha a ser superior ao necessá-
rio pelas células, os níveis intracelulares de proteínas são mantidos tanto pela síntese
quanto pela degradação dessas moléculas. Moléculas que não sejam mais neces-
sárias, sintetizadas com defeito ou alteradas pelo uso, são marcadas pela proteína
ubiquitina para serem degradadas. Essa degradação é realizada nos proteossomos,
que são acúmulos citoplasmáticos de enzimas proteolíticas.

Outra organela que merece destaque pelo papel desempenhado dentro da célula
são os peroxissomos, essas organelas são caracterizadas pela presença de enzi-
mas oxidativas que transferem átomos de hidrogênio de diversos substratos para o
oxigênio. São estruturas citoplasmáticas encontradas em células animais e vegetais,
vistas exclusivamente à microscopia eletrônica, são limitadas por uma membrana de
constituição semelhante à membrana plasmática. No interior dos peroxissomos é en-
contrada a maior parte da catálise celular, enzima que converte peróxido de hidro-
gênio em água e oxigênio, essa ação é importante porque o peróxido de hidrogênio
que se forma nos peroxissomos é um oxidante enérgico e prejudicaria a célula se
não fosse eliminado rapidamente, além disso os peroxissomos atuam ainda na de-
sintoxicação e catalisando a degradação dos ácidos graxos, produzindo acetil-CoA,
que pode penetrar nas mitocôndrias onde vai participar da síntese de ATP. Alterações
nesta organela podem ocasionar alguns distúrbios, como a síndrome de Zellweger e a
adrenoleucodistrofia, leia sobre estas patologias nos links: http://sereduc.com/OkseBy
e http://sereduc.com/LMsKfN.

9
Falamos até aqui das organelas envolvidas na síntese e secreção de proteínas (o
retículo endoplasmático, o complexo de Golgi e os lisossomos) e da importância fisio-
lógica dos peroxissomos. Sabendo que toda e qualquer célula, independente da sua
atividade metabólica, precisam de uma fonte de energia para realizar suas atividades
metabólicas. Para realização de suas atividades, as células utilizam a energia prove-
niente da ruptura gradual de ligações covalentes de moléculas de compostos orgâni-
cos ricos em energia, como os hidratos de carbono e lipídios. Todavia, as células, não
usam diretamente a energia liberada dos hidratos de carbono e gorduras, utilizam-se
de um composto intermediário, a adenosina-trifosfato (ATP), produzido graças à ener-
gia contida nas moléculas de glicose e ácidos graxos.

É importante você perceber que para cada atividade celular, existe uma determinada
organela responsável por executar esta atividade. Assim como, existem organelas es-
pecíficas na síntese e secreção de proteínas, devem existir nas células, organelas es-
pecíficas na produção de energia, a organela envolvida nesse processo é a mitocôn-
dria. A produção de energia tem seu início no citosol, onde a transferência de energia
dos nutrientes para o ATP é dada, porém, esse processo retira apenas uma pequena
parte da energia dos nutrientes, sendo necessária uma maquinaria mais eficiente na
transferência de energia; e é na mitocôndria que faz todo esse processo.

Mitocôndrias: As mitocôndrias são organelas arredondadas ou alongadas, presentes


no citoplasma das células eucariontes, são numerosas nas células com metabolismo
alto, como as células musculares estriadas. São distribuídas por todo o citoplasma,
sendo que em algumas células, essas se localizam próximo aos locais onde existe
grande consumo de energia. A organização ultraestrutural dessa organela mostra a
existência de duas membranas que envolvem um espaço interno onde se localiza a
matriz mitocondrial, a membrana interna e externa. A membrana mitocondrial externa
é lisa e extremamente permeável a diversos tipos de moléculas, graças à ação das
porinas, além de ser abundante em colesterol. Em contrapartida, a membrana interna
é impermeável, portanto seletiva, e pobre em colesterol, sendo abundante em cardio-
lipina. Essa molécula dificulta a passagem de partículas com carga elétrica através
da membrana mitocondrial, impedindo alterações no processo de geração de energia.
Ainda nessa membrana, encontramos uma rica variedade de proteínas, como as pro-
teínas que constituem a cadeia transportadora de elétrons e outras envolvidas no pro-
cesso de geração de energia. A membrana interna apresenta invaginações, formando
as cristas, que aumentam a sua superfície; no interior das mitocôndrias, encontra-se
uma substância granulosa e elétron-densa, a matriz mitocondrial, contendo filamentos
de DNA e ribossomos, além das enzimas necessárias para o ciclo do ácido cítrico (Fig.
5). Essas estruturas, em conjunto, de modo a proporcionar a geração de energia. Uma
vez que a energia é liberada na cadeia transportadora de elétrons, ela é utilizada para
o transporte de prótons da matriz para o espaço intermembranoso, onde os prótons se
acumulam. Esses prótons do espaço intermembranoso fluem de volta para a matriz,
através dos corpúsculos elementares, esse fluxo propicia a conversão de energia e
produção de ATP a partir do ADP. Para uma maior compreensão da ultraestrutura e
mecanismo de ação das mitocôndrias no processo de geração de energia, sugiro que

10
você assista aos vídeos encontrados nos links: Vídeo 01 e Vídeo 02, com média de
duração de 12 minutos. E faça a leitura obrigatória do livro-texto da página 133 a 143.

Figura 5: Estrutura da mitocôndria (Fonte: http://sereduc.com/SHQ62E)

Nas células vegetais, além da presença das mitocôndrias, é possível, encontrar ainda
os cloroplastos. Essa organela tem importante papel na célula vegetal por ser o local
da fotossíntese. Os cloroplastos, que contém a clorofila, permitem que as células se-
jam capazes de, na presença da luz, removam o carbono do dióxido de carbono do ar
e incorpore-o em suas próprias substâncias, liberando oxigênio da célula.

Falamos anteriormente que cada organela apresenta uma determinada localização,


quase sempre constante, além das células apresentarem formatos específicos. Mas
diante de toda complexidade celular, como essa localização e forma são garantidas?

Durante muito tempo, acreditava-se que o citoplasma era apenas um material coloidal
que preenchia espaços estruturais na celular. Porem, após o advento de grandes téc-
nicas e dos avanços tecnológicos da microscopia, foi possível identificar a existência
de uma rede formada por um complexo de estruturas de organização e composição
variada, a esta se deu o nome de citoesqueleto. Acreditava-se que essa estrutura
exercia um papel mecânico, de suporte, garantindo o formato celular adequado e a
posição correta dos componentes celulares. Porém, após vários estudos foi possível
ampliar ainda mais o papel funcional dessa estrutura, chegando à conclusão que o
citoesqueleto é responsável por estabelece, modificar e manter a forma das células e
dos seus componentes, sendo também responsável pelos movimentos celulares como
contração e deslocamentos das organelas, cromossomos e dos grânulos. Então, deve
vir a pergunta? Quais os componentes são encontrados no citoesqueleto que permite

11
exercer tais funções? Os principais elementos encontrados no citoesqueleto são os
microtúbulos, filamentos de actina, filamentos de miosina, filamentos intermediários
e macromoléculas proteicas diversas. Esses elementos, unidos, constituem um con-
junto dinâmico, assumindo aspectos diferentes de acordo com as necessidades da
célula. Quando a célula sofre modificações na sua forma ou ocorre um processo de
contração muscular, é proveniente do resultado da interação de filamentos de actina
com miosina, outros movimentos como os ciliares e flagelares são devidos aos micro-
túbulos, Visualize o seguinte vídeo com duração de 3 minutos (atividade obrigatória):
Vídeo e faça a leitura do artigo neste link, além da leitura do livro texto da página 98
a 110, para um maior entendimento dos componentes e atuação do citoesqueleto.

Nesta unidade, você aprofundou seus conhecimentos sobre a célula eucariótica, es-
tudando as principais características das biomembrana e sua importância biológica,
exercendo inúmeras funções graças à fluidez e assimetria, sendo responsável prin-
cipalmente por controlar a entrada e saída de íons e moléculas nas células. Vimos
também à importância biológica do glicocálice para o bom funcionamento celular. Em
seguida, vimos às características e funções de cada organela, dividindo-as em: as
envolvidas na síntese, transporte e modificação das proteínas; síntese de lipídios,
digestão intracelular e mecanismos de geração de energia. Por último, vimos o arca-
bouço celular, o citoesqueleto, responsável por promover a sustentação, manutenção
da forma, bem como proporcionar os movimentos celulares.

Agora vamos colocar os conhecimentos aprendidos em prática? Sugiro que você re-
solva os exercícios disponibilizados no portal do aluno. É de extrema importância a
realização desta atividade, pois você irá exercitar seus conhecimentos, além de apro-
fundar o conteúdo. Portanto, otimize seu tempo e mãos à obra!

12

Você também pode gostar