Você está na página 1de 56

Citologia e Embriologia

Profa. Maria Clara


mcpestanacalsa@gmail.com
CÉLULAS
• É a menor unidade de um organismo vivo;
• As propriedades (morfologia e fisiologia) de um organismo
dependem das propriedades de suas células;
• As células se originam unicamente a partir de outras células e sua
continuidade se mantém devido à transmissão de seu material
genético ao longo das gerações (hereditariedade).
Constituição das Biomembranas
• As biomembranas só são visíveis na magnificação de microscopia
eletrônica, pois medem, geralmente, entre 7,5 a 10 nanômetros de
espessura.
• Impregnadas por metais, são identificadas ao microscópio eletrônico
de transmissão (MET) como uma estrutura trilaminar, formada por
duas lâminas densas que delimitam uma lâmina pálida central. Esta
imagem obtida ao microscópio eletrônico de transmissão é
denominada MEMBRANA UNITÁRIA ou UNIDADE DE MEMBRANA
(U.M.)
• Por convenção, faz-se uma correlação desta imagem com o modelo
molecular da membrana plasmática, formulado por Singer e
Nicholson, em 1970, denominado MOSAICO FLUIDO, e, atualmente,
associado a todas as biomembranas.
Esquema de um fragmento de
membrana plasmática ilustrando
a presença e posição de seus
elementos, compondo um
mosaico molecular (adaptado de
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO,
J. Biologia celular e molecular. 8ª
ed. Rio de Janeiro, Guanabara-
Koogan, 2005).

1 – proteína intrínseca – integral ou transmembrana


2 – proteína intrínseca – ectoproteína
3 – proteína intrínseca – endoproteína
4 – proteína extrínseca – externa (glicoproteína)
5 – proteína extrínseca – interna
6 – lipídio – glicolipídio
7 – proteoglicana da matriz extracelular (eventualmente inserida na membrana plasmática)
8 – glicídios – açúcares ligados aos elementos da membrana
9 – lipídio – colesterol
10 – lipídio – fosfolipídio
11 - membrana plasmática – uma biomembrana – uma U.M.
12 – superfície extracelular da membrana plasmática com presença das porções glicídicas de seus
componentes - porção visível do glicocálice ao MET
13 – citoesqueleto
Unidade de Membrana (U.M.)
Eletromicrografia de dois
enterócitos do epitélio de
revestimento interno do tubo
digestório. O perfil de corte,
observado ao microscópio
eletrônico de transmissão (MET),
nos revela a presença de
microvilosidades no ápice das
células (MV). Suas membranas
plasmáticas laterais, em
proximidade, revelam a ocorrência
de algumas junções (J), a
presença do espaço extracelular
(estrela) e interdigitação das
membranas pareadas (In). (MET,
células epiteliais)
Biomembranas
• As biomembranas formam estruturas fechadas
• A estrutura da bicamada é similar para as
biomembranas;
• Composição: lipídica e protéica;
• Delimitam a célula e seus compartimentos;
• Controlam o movimento de moléculas;
Componentes das bimembranas
• Os principais componentes da membrana plasmática são os lipídios (fosfolipídios e
colesterol), as proteínas e os grupos de carboidratos que estão anexados a alguns
lipídios e proteínas.
• Um fosfolipídio é um lipídio composto por glicerol, duas caudas de ácido graxo e
uma cabeça com um grupo de cadeias de fosfato. Membranas biológicas
normalmente envolvem duas camadas de fosfolipídios com suas caudas
apontando para dentro, uma estrutura chamada de camada dupla de fosfolipídio.
• O colesterol, outro lipídio composto por quatro anéis de carbono interligados, é
encontrado ao lado dos fosfolipídios no núcleo da membrana.
• As proteínas das membranas podem se estender parcialmente pela membrana
plasmática, cruzar a membrana completamente, ou ficar livremente anexadas às
superfícies de dentro ou de fora.
• Grupos de carboidrato estão presentes apenas na superfície externa da
membrana plasmática e estão anexados a proteínas, formando glicoproteínas, ou
lipídios, formando glicolipídios.
Propriedades da bicamada

• Barreira impermeável a compostos hidrofílicos;


• Estabilidade:
- interações hidrofóbicas e van de Waals mantém sua
arquitetura mesmo com variações de pH e força
iônica do ambiente externo
Composição Lipídica

Moléculas anfipáticas são moléculas que apresentam a característica


de possuírem uma região hidrofílica (solúvel em meio aquoso), e
uma região hidrofóbica (insolúvel em água, porém solúvel em lipídios
e solventes orgânicos).
Fosfolipídeos
Os fosfolipídios, dispostos em uma bicamada, compõem o
tecido básico da membrana plasmática. Eles são bem
adequados a esta função, porque eles são anfifílicos, ou seja,
eles têm regiões hidrofílicas e hidrofóbicas.
Fosfolipídeos
• A parte hidrofílica, ou com afinidade por água, de um fosfolipídio é a
sua cabeça, a qual possui um grupo fosfato carregado
negativamente, além de um pequeno grupo adicional (de diferentes
identidades, "R" no diagrama à esquerda), que também pode ser
carregado ou polar.
• A cabeça hidrofílica dos fosfolipídios em uma membrana bicamada é
voltada para parte externa, entrando em contato com o fluido
aquoso dentro e fora da célula.
• Como a água é uma molécula polar, ela prontamente forma uma
interação eletrostática (baseada em carga) com as cabeças dos
fosfolípidos.
Fosfolipídeos
• A parte hidrofóbica, ou "que tem medo de água", de um fosfolipídio
consiste em suas cadeias longas e apolares de ácidos graxos.
• As cadeias de ácidos graxos podem facilmente interagir com outras
moléculas apolares, mas não muito bem com a água. Por causa disso,
é mais favorável energeticamente para os fosfolipídios colocarem
suas cadeias de ácido graxo na parte interna da membrana, onde elas
estão protegidas da água ao seu redor.
• A dupla camada de fosfolipídios formada por essas interações produz
uma boa barreira entre o interior e o exterior da célula, porque água
e outras substâncias carregadas ou polares não podem cruzar
facilmente o núcleo hidrofóbico da membrana.
Especializações da Membrana Plasmática
Especializações da superfície baso-lateral da
célula JUNÇÕES CELULARES
Junções celulares = vedação
• Junção oclusiva – Junção dos folhetos externos das
membranas de células vizinhas,
• Formadas por proteínas transmembranas;
• Une as células formando uma barreira impermeável;
• Evita movimentação de moléculas entre diferentes
domínios de membrana.
Junções celulares = adesão
• Junção aderente –
cinturão de adesão
apical, abaixo da
junção oclusiva;
• Estão intimamente
relacionadas ao
citoesqueleto da
célula;
• Desmossomas –
Placas de adesão em
forma de disco
Junções celulares = comunicação
• Junção comunicante – junção do tipo fenda (GAP)
• Permite a comunicação entre as células vizinhas
(íons e pequenas moléculas)
Especializações da superfície apical
da célula
• Microvilosidades – provisões cilíndricas do citoplasma,
envolvidas por membrana que se projetam da superfície
apical da célula;
• Aumentam a área de superfície celular;
• Possuem suporte de filamentos de actina.
Citoesqueleto
• A capacidade que as células eucarióticas possuem de
adotar uma variedade de formas e de executar
movimentos coordenados e direcionados depende de uma
rede complexa de filamentos de proteínas que se
estendem por todo citoplasma.
• Essa rede é chamada de citoesqueleto embora seja, ao
contrário, de um esqueleto ósseo, uma estrutura
altamente dinâmica que se reorganiza continuamente
sempre que a célula altera a forma, se divide ou responde
ao seu ambiente.
Citoesqueleto
• O citoesqueleto forma um arcabouço interno para o
grande volume do citoplasma, sustentando-o da
mesma forma que uma estrutura metálica sustenta
um prédio.
• As diferentes atividades do citoesqueleto
dependem de três diferentes tipos de filamentos
protéicos:
- Filamentos de Actina
- Microtúbulos
- Filamentos Intermediários
Cada tipo é formado a partir de uma subunidade protéica
diferente: actina nos filamentos de actina, tubulina nos
microtúbulos e uma família de proteínas fibrosas, como
vimentina e lâmina nos filamentos intermediários.
Citoesqueleto
• Os microtúbulos são estruturas rígidas que normalmente apresenta
uma das extremidades ancorada a um único centro organizador de
microtúbulos chamado centrossomo (uma estrutura geralmente
localizada ao lado do núcleo próximo do centro da célula) e a outra
livre no citoplasma.
• Os filamentos de actina (também chamados de microfilamentos). São
polímeros helicoidais de duas cadeias. São estruturas flexíveis, com
diâmetro de 5 a 9nm, organizados na forma de feixes lineares, redes
bidimensionais e géis tridimensionais.
• Os filamentos intermediários são estruturas que proporcionam
estabilidade mecânica às células e tecidos. Os filamentos
intermediários são polímeros fortes semelhantes a cabos,
constituídos de polipepetídeos fibrosos que resistem ao estiramento
e desempenham um papel estrutural na célula, mantendo sua
integridade.
Organelas
Cada um dos elementos distintos, cercados por uma
membrana, presentes no citoplasma das células
eucariontes, das células cujo núcleo está envolto por
membrana; organoide.
Organelas envolvidas na
síntese de macromoléculas
Retículo Endoplasmático (RE)
• O RE está organizado em um labirinto de túbulos
ramificados e de vesículas achatadas que se
estendem pelo citosol.
• Papel central na síntese de lipídeos e proteínas e
armazenamento de Ca2+
Micrografia fluorescente do
retículo endoplasmático
Características Gerais do RE
• Presente em todas as células eucarióticas;
• A sua membrana constitui por volta da metade das
membranas e uma célula animal;
• Forma um labirinto de tubos (10% do volume celular);
• Síntese de proteínas (compartimenta e captura);
• Síntese de lipídios (membrana e hormônios);
• Detoxificação;
• Sequestro e armazenamento de Cálcio (contração
muscular);
• Glicogenólise (liberação de glicose);
• Comunicação entre organelas.
Funções em comum dos dois tipos de
Retículo endoplasmático
• Segregação dos produtos sintetizados em suas
membranas no interior de suas cavidades;
• A grande área do citoplasma ocupada pelo RE fornece
suporte mecânico ao citosol juntamente com os
microtúbulos e microfilamentos;
RE rugoso e liso
Características do RE liso
• Na maioria das células existe poucas regiões da membrana do RE sem ribossomos.

• O RE liso é
abundante em algumas
células especializadas
(hepatócitos).
Nessas células o REL
possui funções adicionais
relacionadas ao
metabolismo de lipídeos.
Funções do RE liso
• Síntese de lipídeos provendo membranas para a membrana
plasmática e organelas internas.
• Produção de hormônios lipídicos: Testosterona, Progesterona e
Estrógeno.
• Metabolização do glicogênio para obtenção de glicose.
• Participa da desintoxicação do organismo (via Citocromo P450)
• Quebra de glicogênio no fígado e solubilização da bile
(digestão)
• Armazenamento de Ca2+ intracelular (estrutura especializada
em células musculares). Processo está envolvido na contração
e relaxamento dos músculos
RE rugoso
• O RE rugoso é formado por vesículas membranosas
achatadas com polirribossomos aderidos.
• Funções:
1. Sintetiza e segrega
proteínas
2. Transformações
pós traducionais
RE rugoso
Via secretora:
RE rugoso ⇾ Golgi ⇾ vesículas secretoras ⇾ exterior da célula
Aparelho de Golgi (AG)
A estrutura que hoje chamamos de aparelho de Golgi foi primeiro
descrita pelo médico italiano Camilo Golgi, em 1898, que trabalhou
durante anos com a técnica histológica de impregnação pela prata, com
a qual verificou a presença constante de um retículo em células
secretoras, neurônios e células metabolicamente ativas.
Aparelho de Golgi
• A confirmação da existência da organela só ocorreu com as
observações ao microscópio eletrônico, que permitiu uma
boa correlação de aspectos ultra estruturais.
• O AG é uma organela com membrana, formada por vários
compartimentos ordenados na forma de pratos
empilhados;
• Cada pilha de Golgi é composta de 2 faces distintas: uma de
entrada (Cis) e outra de saída (Trans)
Aparelho de Golgi
- O aparelho de Golgi é abundante em células especializadas em secreção.

Ex: Células do intestino


que produzem grande
quantidade de muco
rico em polissacarídeos.
Nessas células são encontradas
grandes vesículas na parte da
rede trans do AG.
AG - Transporte de macromoléculas
AG - Funções
• É responsável pelo processamento de lipídeos e
proteínas sintetizados no RE.
• Nas cisternas ocorrem:
- Glicosilação
- Fosforilação
- Sultatação
- Síntese de polissacarídeos (principalmente para
vegetais e componentes da matriz extracelular em
animais)
Ribossomos
• São estruturas, relacionadas com a síntese proteica,
que ocorrem em todos os tipos celulares, até
mesmo em procariontes.
• Livres no citosol, ou associados às membranas, os
ribossomos são fundamentais para o
funcionamento celular e sobrevivência do indivíduo.
Tipos de Ribossomos
• Nos eucariotos, os ribossomos são formados por quatro
tipos de RNA ribossomal e, aproximadamente, 80
proteínas diferentes.
• A maior parte do RNA ribossomal é produzida no
nucléolo, enquanto as proteínas são produzidas no
citoplasma.
• As proteínas que formarão o ribossomo migram do
citoplasma para o núcleo e associam-se aos RNA
ribossomais, formando subunidades, que migram para o
citoplasma.
Tipos de ribossomos
• Os ribossomos são formados por duas subunidades:
subunidade maior e subunidade menor. Essas saem
do núcleo separadas, mas se unem no citoplasma.
Um ribossomo funcional é formado por ambas
unidas e ligadas a uma molécula de RNA
mensageiro (RNAm).
• Esse ribossomo funcional é responsável por garantir
a síntese de proteínas, e, quando o complexo é
formado, podemos observar quatro sítios de ligação
distintos, um sítio na unidade menor e três sítios na
unidade maior (sítios P, A e E).
Síntese de proteínas

• A síntese de proteínas pode ser dividida em três


etapas: início, elongação e término.
• Na etapa de início, observa-se a aproximação das
moléculas de RNA mensageiro e do RNA
transportador, além das subunidades do ribossomo.
O RNA transportador, nessa etapa, levará o primeiro
aminoácido que formará a cadeia polipeptídica.
Síntese de proteínas
• Após a etapa de início, temos a etapa de elongação. Nela os
aminoácidos são adicionados um a um. O RNA transportador chega
ao sítio A e pareia-se por complementaridade ao códon do RNA
mensageiro.
• Ocorre então uma ligação peptídica entre o aminoácido que está no
sítio A e a cadeia polipeptídica em formação que está no sítio P.
• O ribossomo move o RNA transportador do sítio A para o sítio P, e o
RNA transportador, do sítio P, segue para o sítio E, onde é liberado. O
RNA mensageiro também desloca-se nesse processo, fazendo com
que no sítio A localize-se no próximo códon que será traduzido.
Síntese de proteínas
• A última etapa é a etapa de término, marcada pela chegada no sítio
A do ribossomo do códon de término.
• As trincas UAG, UAA e UGA sinalizam o fim da tradução, uma vez
que não codificam nenhum aminoácido. Quando essas trincas
surgem, entra em ação o fator de liberação, que será responsável
pela liberação do polipeptídio. Após o fim do processo, todos os
componentes separam-se, inclusive as duas subunidades
ribossomais.
Diferença entre os ribossomos de
procariotos e eucariotos
• Os ribossomos de procariotos e de eucariotos são
bem semelhantes quanto a sua estrutura,
entretanto, pequenas diferenças podem ser
observadas entre eles.
• De maneira geral, os ribossomos dos eucariotos são
maiores que aqueles presentes em organismos
procariontes. Além disso, observa-se uma pequena
diferença no que diz respeito à composição, sendo
os ribossomos dos eucariotos mais complexos.
OBRIGADA!!!!

Você também pode gostar