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MEMBRANA PLASMÁTICA

E TRANSPORTE ATRAVÉS
DA MEMBRANA
Disciplina de Funções Biológicas I
Professor(a): Áislan Vivarini
Marina Souza
MEMBRANAS BIOLÓGICAS:
COMPARTIMENTAÇÃO
“Para mantermos vivos devemos ser capazes de nos manter
contra o equilíbrio, de permanecer desbalanceados, e isso só
pode ser feito com membranas”.
Thomas, 1974
TROCAS DE
ENERGIA E
MATÉRIA

COMPARTIMENTO 1 COMPARTIMENTO 2
Por que esta estrutura se preservou?
FUNÇÕES

SEPARAR e INTEGRAR

CÉLULAS X MEIO ORGANELAS X CITOSOL

MEMBRANA PLASMÁTICA Núcleo, Reticulo endoplasmático,


complexo de Golgi,
- Proteção da célula Lissossomo, Peroxissomo,
- Manutenção do equilibrio iônico Mitocôndria,
com o meio extracelular Cloroplasto, Vacúolo, Vesículas
- Reconhecimento celular e molecular -Controle de atividades celulares
- Adesão -Organização dos sistema enzimáticos
- Comunicação celular -Execução de funções especializadas
COMPARTIMENTOS CELULARES
ESTRUTURA DA MEMBRANA

(Fonte: SILVERTHORN, 2003)


Funções da membrana plasmática
• Proteção;
• Regulação do transporte para dentro e fora da célula;
• Permite a transdução de sinal;
• Reconhecimento celular;
• Ponto de ancoragem para elementos do citoesqueleto e outros
elementos extracelulares;
• Compartimentalização de domínios subcelulares;
• Formam junções especializadas que permitem a adesão e a
comunicação celular;
• Sítios de ação enzimática e sinalização;
• Permite o movimento direto da célula e de organelas.
Lipídeos (fosfolipídios)
Composição Glicídios (glicolipídeos e glicoproteínas)
química Proteínas

Mas a porcentagem depende do tipo celular.....


Formada por quatro tipos principais de lipídios:

Fosfolipídios

Esfingolipídios

Colesterol

Glicolipídeos

Lipídeos de membrana são moléculas ANFIPÁTICAS:


Possuem na sua estrutura uma região polar e outra apolar.
Fosfolipídeos
• Ácidos graxos: hidrofóbico
• Grupo fosfato: hidrofílico
FOSFOLIPÍDEOS
Fosfoglicerídeos – Arcabouço de glicerol, com 2 caudas de
hidrocarbonetos em carbonos adjacentes. O terceiro
carbono liga-se ao grupo fosfato que, por sua vez, encontra-
se ligado a diferentes grupos-cabeça:
Fosfolipídios – coesão e fluidez
Neutros – fosfatidiletanolamina
fosfatidilcolina
esfingomielina
Negativo – fosfatidilserina

Funções:
• Fluidez de membrana
• Criação de domínios
• Transdução de sinais (Fosfatidilinositois)
ESFINGOLIPÍDEOS
✓ Lipídeos contendo esfigosina: uma cadeia acila
(hidrocarboento) contendo dois grupos:
• hidroxila (-OH) e um grupo amina (-NH3) nos três
carbonos de uma de suas extremidades.
Colesterol ajuda na estruturação da membrana
✓O colesterol é o esterol mais importante de biomembranas;

✓ Os anéis cíclicos conferem rigidez a membrana aumentando a


resistência e os movimentos gerados pelas caudas flexíveis dos
fosfolipídios.
GLICOLIPÍDEOS
Apresentam glicídios na sua cabeça polar:
•Glicofosfolipídeos
•Glicoesfingolipídeos

São sempre encontrados


no folheto externo da
bicamada lipídica,
expondo seu grupo-
cabeça glicídico para o
meio extracelular
Glicolipídeos
Encontrados apenas na face externa da membrana (assimetria)

Funções:
. Proteção
Glicocálice
. Alteram a carga da membrana e o fluxo de íons
Reforço da Membrana: Glicocálice
(glicolipídeos e glicoproteínas)
Importância do Glicocálice
(Glicolipídeos e glicoproteínas)

• Proteção (química e mecânica)

• Processos de adesão célula-

célula

• Coagulação do sangue (tipo

sanguíneo)

• Carga de superfície

• Inflamação

• Adesão a Matriz extracelular


Lipídeos da membrana plasmática têm
distribuição assimétrica

Fosfatidilcolina Esfingomielina
Glicolipídeo
Fosfatidiletanolamina Fosfatidilserina
Fluidez da Membrana

Saturação x Insaturação
Presença de colesterol

Diapedese
A fluidez da membrana depende da composição e
estruturação dos fosfolipídios

Movimentos
Difusão lateral
Rotação
Flip-flop (enzimático)
Mais fluida Menos fluida
Dinâmicas da Membrana Plasmática
Fosfolipídeos se movem pela membrana plasmática
de várias formas:
Flipase Flopase Scramblase
(proteínas transportadoras de lipídios)

Assimetria da membrana Simetria da membrana


Papel das proteínas transportadoras de lipídios
Scramblase Flipase/Flopase

Scramblase catalisa a Flipase e Flopase catalisam a


organização dos organização dos fosfolipídios
fosfolipídios

Membrana simétrica Membrana assimétrica


Nas duas camadas (parte superior
diferente da inferior)
Exemplo
Apoptose → fosfatidilserina (flopase)
1972 – Modelo de Singer e Nicolson

Existência de:
• Matriz lipídica
- fosfolipídeos
- glicolipídeos
- colesterol
• Proteínas Extrínsecas
(proteínas de superfície)
• Proteínas Intrínsecas
(atravessam a membrana)
- canais
- poros
- bombas
PROTEÍNAS DE MEMBRANAS
Conferem individualidade e especificidade as membranas podendo
variar sua composição entre 50% a 75% da massa de uma membrana.

Região hidrofóbica
PROTEÍNAS DE MEMBRANA:
DIVERSIDADE DE FORMAS E FUNÇÕES

Transportador Enzima Receptor celular

Marcador de Adesão celular Ligação


identidade celular ao citoesqueleto
Proteínas se associam à membrana de diferentes formas

PROTEÍNAS QUE ATRAVESSAM COMPLETAMENTE A MEMBRANA:

1) Proteína transmembrana de passagem única


2) Proteína transmembrana de múltipla passagem
3) Proteína transmembrana enrolada em barril
Proteínas se associam à membrana de diferentes formas

PROTEÍNAS ANCORADAS A UM DOS LADOS DA MEMBRANA:

4) Proteína ancorada através de uma parte de sua estrutura


5) Proteína ancorada por uma âncora de ácido graxo
6) Proteína ancorada por uma âncora GPI (glicosilfosfatidilinositol)
Proteínas se associam à membrana de diferentes formas

PROTEÍNAS ASSOCIADAS INDIRETAMENTE À MEMBRANA:

Proteínas interagem fracamente


com proteínas integrais de
membrana:

7)Proteína periférica de
membrana (intracelular)

8)Proteína periférica de
membrana (extracelular)
Estruturas em α-hélice cruzam a membrana plasmática
✓ Aminoácidos destas α-hélices são comumente hidrofóbicos e
interagem com os lipídios da membrana
✓ Interação entre α-hélices de uma proteína auxilia seu correto
dobramento
Proteínas contendo Folhas-β cruzam a
membrana plasmática formando “barris”
✓ Barris-β formam canais transmembrana, por onde
substâncias atravessam a membrana plasmática
Algumas proteínas de membrana são
glicosiladas
0
Movimento de algumas proteínas é restrita a
uma determinada região da membrana

“Rafts” de membrana
“Rafts” de membrana são microdomínios
distintos da membrana plasmática
✓ Domínios especializados de membrana, mais espessas, com
proteínas exclusivas que se concentram nestas regiões.
✓ Presença de certas proteínas e lipídeos específicos são
necessárias para estabilizar os “Rafts” de membrana.
Transporte através da Membrana
Difusão simples
- Transporte de gases

TRANSPORTE PASSIVO Difusão facilitada


(sem gasto de energia – ATP) - Transporte de nutrientes
Osmose
- Transporte de água

Bomba de Na+/K+
Transporte contra concentrações diferentes
TRANSPORTE ATIVO
Fagocitose
(com gasto de energia –
- Englobamento de partículas
ATP)
Pinocitose
- Englobamento de líquidos
Permeabilidade relativa da Membrana
Plasmática restringe a difusão de algumas
moléculas
Transporte pela membrana pode
ser passivo ou ativo
Transporte Passivo:

➢ Difusão Simples
➢ Osmose
➢ Difusão Facilitada
Fator que afetam a difusão: Tamanho da partícula
Ureia
Sacarose
INICIO EQUILÍBRIO

TEMPO

INICIO EQUILÍBRIO
Osmose
A água movimenta-se sempre de um meio
hipotônico (menos concentrado em soluto) para um meio
hipertônico (mais concentrado em soluto) com o objetivo de
se atingir a mesma concentração em ambos os meios
(isotônicos) através de uma membrana semipermeável
(Fonte: WIDMAIER et al., 2006)
Difusão Facilitada
Mediada por carreador
(proteínas transportadoras)
Difusão Facilitada
Mediada por canal
(proteínas canal)
[145mM] [5mM]

[5-15mM] [140mM]

✓ Cada proteína canal é específica para cada íon;


✓ Alguns dependem de voltagem, estímulo
mecânico ou presença de um ligante.
Proteínas de transporte de membrana favorecem a
transferência de substâncias através de membranas
celulares

✓Transportadores requerem mudança de conformação para cada


íon/molécula transportada
✓Mudança de conformação de canais alteram seu estado de fechado
para aberto: Uma vez aberto, um canal permite a passagem contínua
de íons/moléculas
DIFUSÃO FACILITADA por Proteína Carreadora

(Fonte: TANNER & RHOADES, 2005)


Aplicação Clínica: Mutação em um gene que
FIBROSE CÍSTICA produz uma proteína de
membrana que transporta o
Cloro para fora da célula.
Como o meio intracelular fica
mais concentrado entra mais
H2O por Osmose e assim a
parte externa da célula fica
desidratada. Quando isso
ocorre em tecidos da traquéia
por exemplo, o muco presente
fica mais viscoso e seco,
causando a Fibrose Cística.
Tipos de Canais Iônicos
Transporte Ativo
✓ Requer gasto de energia
✓ Dá-se sempre contra o gradiente de concentração do soluto

A harmonia do
desequilíbrio

• Balanço osmótico
• Potencial de membrana
Transporte ativo transfere uma substância
contra seu gradiente eletroquímico
Exemplo: Bomba de Sódio/Potássio
Papel da bomba de Sódio-Potássio (Na+/K+) na
manutenção do potencial de membrana
Bombas de Na+/K+ geram gradientes eletroquímicos
nos dois lados da membrana
Exemplo: Sódio e Glicose Transportador simporte
de glicose é dirigido
(absorção entérica) pelo gradiente de Na+
(Fonte: SILVERTHORN, 2003)
TRANSPORTE ATIVO PRIMÁRIO

(Fonte: WIDMAIER et al., 2006)


TRANSPORTE ATIVO SECUNDÁRIO

(Fonte: WIDMAIER et al., 2006)


A importância de canais e bombas para o
transporte de íons.....

ATP

...reflete no desequilíbrio que mantém a vida.


SITUAÇÃO PROBLEMA
- A úlcera gástrica tem a indicação clínica para reduzir a secreção de suco gástrico. A
úlcera é uma ferida circular ou oval na mucosa estomacal.
- É importante regular a secreção de ácido pelas células parietais, estas células
produzem uma solução de HCl (150 mmol/L) com pH abaixo de 1.
- O desenvolvimento de úlceras gástricas pode estar associado à infecção estomacal
por Helicobacter pylori, como também ao uso de certos medicamentos (p.ex.:
ácido acetilsalicílico, o ibuprofeno e outros antiinflamatórios não esteróides).
- A terapia da úlcera gástrica associa a redução da secreção de ácido gástrico
usando antagonistas dos receptores H2 ou INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS,
bem como a neutralização do ácido secretado com antiácidos e protetores da
mucosa. No caso de infecção por H. pylori, são associados anti-secretores e
antibióticos.

QUAL O PAPEL DA BOMBA DE PRÓTONS? EXPLIQUE O PORQUÊ DO USO


DE INIBIDOR DA BOMBA DE PRÓTONS?

(Fonte: Braga, M. P., Silva, C. B., Adams, A. I. H. Inibidores da bomba de prótons: Revisão e análise
farmacoeconômica. Saúde (Santa Maria), v.37, n.2, p. 1932, 2011)

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