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FILTRO SOLAR cosméticos

Indústria
cosmética
adota química
avançada para
garantir
exposição
segura dos
consumidores
Cuca Jorge

Rose de Moraes

O sol pode brilhar na primavera, no verão, no outono e no inverno porque a nova geração de protetores
para a pele em lançamento no mercado brasileiro evoluiu e muito. Além da tradicional proteção contra as
radiações UVB – parte das radiações ultravioleta com comprimentos de onda entre 290 nanômetros (nm)
e 320 nm –, reconhecida por vários Fatores de Proteção Solar (FPS), as fórmulas passaram a contar com
a proteção contra as radiações UVA (radiações ultravioleta com comprimentos de onda entre 320 nm e
400 nm), e com complexos hidratantes, componentes anti-radicais livres e também com comprovada
fotoestabilidade.

A importância da evolução dos filtros e protetores poderá ser sentida na pele dos brasileiros, agora menos
expostos ao envelhecimento precoce, às rugas e aos melanomas. Outra grande exigência para os
protetores também está sendo atentamente observada pelos fabricantes, que é não se decompor em
apenas quinze minutos sob o sol, deixando os indivíduos totalmente desprotegidos das radiações sem o
seu conhecimento.

A fotoestabilidade, realmente, constitui um dos aspectos mais importantes para se avaliar a qualidade e a
proteção que devem estar presentes nos filtros. A primeira companhia a desenvolver uma molécula
fotoestável para proteção UVA foi a L´Oreal. Patenteada, essa molécula, porém, não pôde ser
comercializada às centenas de fabricantes de filtros solares existentes no mundo.

Assim, abriu caminho para a Ciba, primeira empresa a comercializar no mundo moléculas de filtros
absorvedores com proteção UVA fotoestável.

Comprovar fotoestabilidade, portanto, é essencial a um filtro solar. “De nada adianta cobrir a pele com um
‘protetor’ se o filtro não for estável aos raios solares, pois irá se degradar após os primeiros quinze
minutos depois da aplicação”, comentou Danielle Navarro Sanches, pesquisadora e responsável pelo
marketing técnico de Home & Personal Care da Ciba para a América Latina, conforme ocorria há bem
pouco tempo com moléculas, como as avobenzonas não-estabilizadas.

Fabricadas nos laboratórios da Ciba na Suíça, as moléculas mais avançadas pertencem à linha Tinosorb
e já possuem nome genérico nos Estados Unidos (US Adopted Names), respectivamente Bisoctrizole
(Tinosorb M) e Bemotrizinol (Tinosorb S). Quimicamente, são compostas de Metileno Bis-Benzoriazolil
Tetramethylbutilfenol (Tinosorb M) e Bis-Etilhexiloxifenol Metoxiphenil Triazine (Tinosorb S).

Tinosorb M é um filtro absolutamente inovador. Insolúvel, introduz no campo dos filtros solares uma nova
classe de absorvedores capaz de cumprir dupla função. Ou seja, tanto absorve energia como também a
reflete.
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Danielle recomenda usar filtros com


peso molecular acima de 500

Como filtro químico, absorve a energia solar e a transforma em calor, sem interferir na epiderme. Como
filtro físico, reflete as radiações. Sua segurança em grande parte está associada ao seu peso molecular.
Tinosorb M tem peso molecular correspondente a 658, sendo considerado altamente eficaz na proteção
UVA, principalmente ao filtrar as radiações longas, entre 360 e 400 nm, e é fornecido na forma de
dispersão aquosa a 50% para ser adicionado na emulsão já formada. “É um filtro especial que inaugurou
uma nova classe de absorvedores”, frisou Danielle.

Já Tinosorb S é um filtro solar lipossolúvel para a incorporação na fase oleosa da emulsão. “Tinosorb S
também segue a nova tendência de criar moléculas com peso molecular superior a 500 Daltons, conforme
recomenda a regra, e apresenta peso molecular correspondente a 627, possuindo mais alta eficiência na
faixa de espectro curto, ou seja, atua também entre 320 e 360 nm”, acrescentou Danielle.

As novas propostas de órgãos regulamentadores internacionais visam aumentar a segurança dos filtros
solares para que não penetrem na epiderme, tampouco na derme, isentando os usuário de filtros de
riscos de interação dos seus componentes com as células, tecidos e órgãos humanos.

Filtros nocivos – No entanto, há séculos, a pele, um dos mais belos e sensíveis órgãos do corpo
humano, é exposta às agressões das radiações solares, tanto imediatas como cumulativas. A pele,
inclusive, pode ser porta de entrada de males causados por substâncias presentes nos próprios filtros.
Isso, aliás, vem sendo demonstrado pelas mais recentes pesquisas e descobertas realizadas por
cientistas preocupados e dedicados aos estudos nesse campo.

As benzofenonas II, por exemplo, já tiveram seus efeitos nocivos atestados no sentido de comprometer a
atividade hormonal de seus usuários e, por isso, foram excluídas da lista de filtros da Colipa (Associação
Européia das Indústrias Cosméticas, de Artigos de Toucador e Perfumaria).

A entidade regulamentadora da Comunidade Européia, responsável pelas diretrizes, orientações e


regulamentações realizadas nesse setor, também vem submetendo à investigação várias outras
substâncias utilizadas em filtros. Esse é o caso das benzofenonas III, homossalatos e 4-metilbenzilideno-
cânfora, atualmente sob suspeita de causarem atividades estrogênicas e disfunções hormonais, como
hipotireoidismo, atrofia da glândula tireóide, causador de vários comprometimentos à saúde que, se não
tratados a tempo, podem levar à morte seus portadores.

Um dos responsáveis pela penetração dos filtros na primeira camada da pele, ou seja, na epiderme, de
acordo com a farmacêutica Danielle Navarro Sanches, seria o baixo peso molecular das substâncias.

As benzofenonas II têm peso molecular de 228. Os homossalatos apresentam peso molecular


correspondente a 262 e o 4-metilbenzilideno-cânfora, 254.
“Por isso, a recomendação é adotar a ‘lei’ dos 500 Daltons, que comprovou que uma molécula é capaz de
penetrar através da epiderme quando tem peso molecular menor que 500”, esclareceu Danielle.

De fato, todo o cuidado é pouco quando se trata da pele, pois, além de disfunções hormonais, outras
substâncias sob investigação podem aumentar a quantidade de radicais livres e contribuir para o
envelhecimento precoce. Nesse caso estão o octocrileno e o metoxicinamato de octila, substâncias que
foram alvo do estudo realizado pelo professor Kery-Hanson, da Universidade da Califórnia, concluído em
agosto de 2006.

Na opinião de Angela Martins, gerente de vendas e marketing de Home & Personal Care da Ciba para a
América Latina, o mercado de proteção solar enfrenta situações paradoxais. “As pessoas estão cada vez
mais conscientes dos danos causados pela exposição solar à pele, como o envelhecimento precoce, o
aparecimento de manchas e o desenvolvimento de câncer.” Isso é muito positivo e ocorre em grande
parte devido à educativa divulgação feita pelos órgãos de imprensa e, com isso, a demanda por
protetores solares só tende a aumentar. Por outro lado, segundo ela apontou, algumas empresas
fornecedoras de matérias-primas apresentam certa dificuldade em lançar com grande agilidade moléculas
para filtros, pelo menos no ritmo imposto por esse mercado cada vez mais dinâmico.

“Para se ter clareza sobre essa questão, as pessoas precisam saber que o desenvolvimento de novas
moléculas de absorvedores UV demanda, em média, algo em torno de sete anos. Além desse período de
‘incubação’, devemos somar o período necessário à sua aprovação pelos órgãos regulamentadores que
irão determinar as restrições de concentração para o uso das substâncias.”

“O FDA (Food and Drugs Administration), acredite, demora aproximadamente dez anos para aprovar uma
nova molécula de absorvedor UV”, informou em tom de desabafo a gerente Angela Martins.

Divergência retardou evolução – Na avaliação dos especialistas, os usuários de filtros solares estão
muito bem familiarizados com o significado do Fator de Proteção Solar (FPS). Esse parâmetro clínico é
adotado há algumas décadas em filtros para proteger e evitar a formação de eritemas (vermelhidões) e
queimaduras na pele, mas, que fique bem claro, oferece apenas proteção contra as radiações UVB, a
parte da radiação ultravioleta que penetra até a epiderme e apresenta comprimentos de onda entre 290 e
320 nm, associada mais recentemente não só a queimaduras, mas também ao surgimento de câncer de
pele.

“Tecnicamente, portanto, o FPS só diz respeito à proteção UVB. Entretanto, a falta de consenso em
relação aos parâmetros de proteção que deveriam ser adotados em relação às radiações UVA – parte
das radiações UV que apresenta comprimentos de onda entre 320 nm e 400 nm e penetra na pele até a
derme, considerada a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e também por casos já relatados de
câncer de pele –, cujas metodologias vêm sendo discutidas há quase vinte anos, além de deixar os
usuários confusos, também os deixaram desprotegidos e, com um agravante: o protetor solar que
apresenta apenas a proteção na faixa das radiações UVB retira o “alarme” natural de vermelhidão que
seria disparado pela pele quando exposta em excesso aos raios solares, permitindo que os raios UVA

atuem livremente e penetrem mais profundamente – até a derme – provocando efeitos danosos, como o
fotoenvelhecimento, sem que a pele apresente qualquer sinal de queimadura.

Essa espécie de efeito adverso do filtro solar com alta proteção UVB, aliás, conforme Angela Martins, já
causou muita polêmica nos Estados Unidos. Naquele país, usuários de filtros solares chegaram a
processar fabricantes pelo entendimento de que os filtros UVB prometeram uma falsa proteção total,
tomando por base inclusive informações constantes nos rótulos.

“Portanto, enquanto há quase unanimidade em relação à adoção da metodologia para a caracterização


de filtros com proteção UVB ao redor do mundo, as discussões técnicas sobre a proteção UVA são
amplas e controversas”, considerou Angela.
Cuca Jorge

Ângela: filtros que não barram UVA são perigosos

Um desses métodos, o padrão australiano, método “in vitro” pelo qual se calcula a transmissão da
radiação UVA, prega que a proteção UVA deve absorver 90% das radiações na faixa de 320 até 360 nm.
“Esse método, porém, apresenta a desvantagem de não oferecer cobertura integral a toda a faixa da
radiação UVA, que vai desde 320 até 400 nm, não levando em conta também a fotoestabilidade”, alertou
Danielle.

Se tomarmos outra metodologia “in vitro”, como o comprimento crítico de onda, por meio do qual se
considera a área necessária quando a proteção UVB/UVA alcançar 90% de proteção, e cuja medida
mínima deva ser 370 nm, requisito recomendado pela Colipa, também é importante observar, de acordo
com as especialistas da Ciba, que não está sendo considerada a comprovação da fotoestabilidade.

Métodos não faltam – Amplamente utilizada em vários países, a metodologia “in vivo”, conhecida como
“método japonês”, determina de forma semelhante ao FPS quantas vezes o produto protege a pele da
radiação UVA, apresentando boa correlação “in vitro”, e, por isso, foi escolhida, segundo apontaram as
especialistas da Ciba, como um dos parâmetros para as novas recomendações da Colipa.

Outro método “in vitro”, que também desconsidera a fotoestabilidade, determina a razão entre as
proteções UVB e UVA por meio de cálculo do espectro do produto.

Nos últimos tempos, porém, novas regulamentações deram novo rumo às metodologias nos âmbitos da
Colipa e da FDA. Em janeiro deste ano, a Colipa recomendou que a proteção UVA deve corresponder a,
no mínimo, um terço da proteção UVB. Assim, se o FPS do filtro UVB for igual a 30 (FPS=30), a proteção
UVA deverá ser, no mínimo, de 10 PPD (pigments permanent darkening).

O objetivo da Colipa nesse caso, conforme interpreta Angela Martins, é facilitar ao consumidor o
entendimento do nível de proteção UVA cujas informações irão constar dos rótulos. “Desse modo, se o
produto cumprir o requisito de proteção UVA fotoestável em pelo menos um terço do nível do FPS,
medido em PPD, o filtro poderá utilizar o apelo de proteção UVA”, informou.

Em sintonia com a nova recomendação da Colipa, uma nova proposta da FDA também pretende facilitar
o entendimento da proteção UVA por parte da população. Mas, além de levar em conta a fotoestabilidade,
relacionar o nível de proteção UVA (segundo razão UVA/UVB em PPD) com a proteção UVB (FPS), essa
nova proposta classifica em ranking os diferentes níveis de proteção UVA, delegando aos produtos,
conforme se observa nos hotéis, classificações por uma, duas, três ou até quatro estrelas.

Se aprovada, a nova proposta deverá entrar em vigor já a partir do próximo verão de 2008 nos Estados
Unidos. Até o final do mês de novembro deste ano, contudo, estará aberta ao debate. De acordo com
essa nova proposta da FDA, os filtros, já classificados com seus respectivos valores de FPS, poderão
conter desde nenhuma proteção UVA até diferentes níveis de proteção UVA. Assim, UVA com uma
estrela (*) significa baixa proteção UVA. Com duas estrelas (**), média proteção UVA. Com três estrelas
(***), alta proteção UVA e, por fim, com quatro estrelas (****), o consumidor contaria com uma
ultraproteção UVA.
Prudência, sobretudo – Ativos instáveis e/ou associados a riscos toxicológicos para a composição de
filtros solares deixaram de ser produzidos pela Basf há pelo menos três anos. “A companhia entendeu ser
prudente descontinuar a fabricação e a comercialização de ativos como a avobenzona (butil-metóxi-
dibenzoilmetano ou BMDBM) e a benzofenona II pela sua interface com o sistema endócrino dos seres
humanos, incluindo a 4-metilbenzidileno-cânfora, pela suspeita de alcançar até a corrente sangüínea, e
também por exigirem a presença de estabilizantes, como octocrileno e vitamina E”, informou Evandro
Souza, gerente de soluções em cosméticos da Basf.

“Os critérios de segurança toxicológica e de fotoestabilidade da Basf são muito rigorosos”, comentou
Souza, mas muitos países continuam a fazer uso da benzofenona II e do MBC (cânfora), pois essas
substâncias não foram proibidas pelos organismos internacionais, como a Colipa e a FDA.

“Nós, da Basf, no entanto, respeitamos os critérios dos organismos oficiais, assim como os clientes que
ainda utilizam essas tecnologias, mas, por uma questão de evolução, desenvolvemos e estamos
oferecendo ao mercado moléculas mais modernas para proteções UVB e UVA, 100% fotoestáveis”,
explicou o especialista.

A proteção UVA em filtros solares é levada muito a sério em vários países, tornando-se tema de
importância capital em discussões técnicas, regulamentos e legislações.

Na Austrália, por exemplo, protetores solares contra UVB apenas, e com alto FPS, correspondente a 100,
foram proibidos. Naquele país, é permitido às indústrias somente fabricar filtros solares com FPS até 50.

A iniciativa parte do entendimento de que, quanto mais elevada a proteção UVB, mais o indivíduo se
expõe às radiações solares, e com outro agravante: tem a falsa sensação de estar completamente
protegido, enquanto, na realidade, estaria totalmente exposto às radiações UVA, segundo comentou
Souza.

Por isso, a Basf tem se preocupado com o desenvolvimento de filtros de altíssimo espectro e que possam
absorver radiações na faixa de 910 nm até 940 nm.

Cuca Jorge

Souza: combinar orgânicos e


inorgânicos amplia proteção

Os filtros da linha Uvinul são integrados por compostos orgânicos e inorgânicos. Entre os orgânicos, a
molécula benzoato de dietilamino-hidroxihexila, patenteada sob o nome de Uvinul A Plus, atua na banda
de proteção UVA I, apresentando proteção contra radiações com comprimento de onda até 354 nm, e
inclui propriedades anti-radicais livres, desacelerando a ação de envelhecimento provocada pelo sol à
pele.

“A proteção UVA com Uvinul A Plus é 100% estável por até 120 minutos, ou seja, duas horas, o que não
se obtém com outras tecnologias de filtro UVA, como a avobenzona (BMDBM), mesmo que em sistema
de estabilizadores, o que seguramente aumenta a fotoestabilidade, mas não alcança os 100% de
proteção”, informou Souza.

De acordo com testes comparativos realizados pela Basf, o Uvinul A Plus revelou ser fotoestável em até
120 minutos para UVA, enquanto um sistema BMDBM+octocrileno+octil-metoxicinamato apresentou,
após 120 minutos, menos de 60% de proteção UVA em relação à proteção inicial”, informou o
especialista.

Com uma combinação de duas moléculas benzoato de hidroxilbenzoilhexil e metoxicinamato de etilexil,


comercialmente denominadas Uvinul A Plus B, a Basf ampliou o espectro de proteção na faixa UVA I e
UVB, oferecendo absorção máxima entre 310 e 354 nm.

Com Uvinul MC 80 (metoxicinamato de etilexil), filtro UVB dos mais utilizados no mundo, a capacidade de
absorção máxima encontra-se na faixa de 310 nm. Também para cobertura UVB, o filtro Uvinul N 539 T
(octocrileno) confere absorção máxima na faixa de 302 nm.

“Considerado o filtro UVB mais moderno e disponível no mundo, o Uvinul T 150 (octiltriazona), além de
apresentar altíssima performance (absorção máxima na faixa de 314 nm), possui características de
imunoproteção celular”, destacou Souza.

A Basf também fornece benzofenonas III (Uvinul M 40) e IV (Uvinul M S 40). A primeira pertence à classe
de protetores das mais antigas e possui tanto ação UVA II como UVB, oferecendo parâmetros de
absorção máxima entre 320 nm e 330 nm e 287 nm. A segunda possui ação UVA II e UVB e absorção
máxima entre 323 nm e 286 nm.

Em matéria de ativos para filtros inorgânicos, o mercado também pode se considerar bem servido pelas
ofertas da Basf. “T-Lite SF-S é considerado o TiO2 mais moderno do mundo, conferindo proteção UVA II
e UVB até o pico de 330 nm.

Já o T-Lite Max, com proteção UVA II e UVB, é um dos poucos TiO2 disponíveis que apresentam
compatibilidade com carbômeros, o que aumenta consideravelmente as possibilidades para a criação de
formulações mais nobres. Por último, o Z-Cote Max é um ZnO também com alta compatibilidade a
carbômeros e com ação UVA II e UVB, até o pico de 370 nm, sendo o único compatível com espessantes
baseados na tecnologia dos poliacrilatos, que também proporciona várias inovações em formulações para
os fabricantes”, concluiu Souza.

Protetores avançam – Primeira a lançar no País os protetores solares Sundown, em 1985, marca líder
de mercado, com participação de 40%, a Johnson & Johnson investe atualmente em novas fórmulas e
tecnologias mais avançadas de proteção.

Para o verão de 2008, o consumidor de Sundown, por exemplo, já fará uso de uma nova combinação de
ingredientes contidos em uma inovadora tecnologia denominada Suncomplex. “Trata-se de uma
combinação de filtros suaves, não-oleosos e de rápida absorção que garantem as proteções UVA e UVB
balanceadas, preservando a saúde da pele durante e após a exposição solar e prevenindo contra o
envelhecimento precoce”, afirmou Alice Moraes, cientista da Johnson & Johnson.

Ultra-resistente à água e ao suor, essa tecnologia assegura o mesmo nível de proteção durante todo o
tempo de uso. As novas misturas de filtros para as proteções UVA e UVB permitem menores
concentrações de uso, deixando a pele hidratada e não-esbranquiçada. Sua fórmula fotoestável, segundo
Alice, foi desenvolvida para proteger do sol até as peles mais sensíveis, prevenindo riscos de alergias e
irritações.

“A nova fórmula de Sundown com tecnologia Suncomplex já está adequada à nova recomendação da
Colipa, órgão responsável pela regulamentação dos cosméticos na Europa, que exige proteções UVA e
UVB balanceadas na proporção de três para um (três UVB para um UVA)”, informou a especialista.

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Alice: inovações atendem às
recomendações européias

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Protetores tradicionais ganham


nova fórmula

No Brasil, embora não haja legislação estipulando como informar essas novidades aos consumidores, a
Johnson & Johnson providenciou nas embalagens de Sundown informações sobre a proteção
balanceada, explicando no rótulo que a nova fórmula garante maior e mais eficaz proteção UVA,
preservando a saúde e a regeneração natural da pele durante e após a exposição solar, e além de manter
o mesmo nível e eficácia de proteção contra os raios UVA e UVB durante todo o tempo de utilização do
produto.

As novidades da Johnson & Johnson para o próximo verão estão longe de parar por aí. A empresa
acabou de apresentar, em setembro último, aos médicos brasileiros, participantes do 62º Congresso
Brasileiro de Dermatologia, em São Paulo-SP, a tecnologia Helioplex, presente na marca de produtos
Neutrogena, adquirida pela Johnson & Johnson em 1994, mas que, durante muito tempo, teve seu maior
foco de mercado voltado a produtos para limpeza facial.

Avobenzona estabilizada – Um dos principais feitos da tecnologia Helioplex foi ter conseguido estabilizar
a avobenzona. A molécula bem conhecida em sua formação convencional desde sempre foi considerada
eficiente contra as radiações UVA, mas sua instabilidade à presença solar foi comprovada, ao se
decompor sobre a pele e gerar o que a ciência há anos tenta inibir, ou seja, a formação de radicais livres.

Até o surgimento da nova tecnologia da Johnson & Johnson, a molécula de avobenzona, portanto,
poderia causar comprometimentos à pele.

“A tecnologia Helioplex, exclusiva da marca Neutrogena, representa uma criativa combinação de dois
consagrados filtros solares – a avobenzona e a oxibenzona –, além de ingredientes cosméticos que,
juntos, permitem ampla e superior proteção tanto UVA como UVB. Essa tecnologia tem a capacidade de
estabilizar a avobenzona porque a irradiação solar ao atingir essa molécula é dissipada pelos outros filtros
e emolientes integrantes da fórmula, sem danificar a molécula”, informou o cientista Nilo Cobeiros, da
Johnson & Johnson.

Para desenvolver a nova tecnologia Helioplex, cujo projeto teve início em 2005, foram integradas ações
de profissionais pertencentes a três centros de pesquisas da Johnson & Johnson: Skillman, Los Angeles e
São José dos Campos-SP.

O centro de pesquisas de São José dos Campos-SP, inclusive, de acordo com Cobeiros, está muito bem
aparelhado para desenvolver filtros solares e conta com recursos não só para formular, mas também
avaliar resultados, tendo atuado, nesse caso, concomitantemente com outros centros, responsabilizando-
se por uma parte considerável do trabalho de preparação de fórmulas e de avaliações.

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Tecnologia
consegue tornar
estável a
avobenzona

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Cobeiros: DEHN dissipa os UVB que
decompõem a avobenzona

“É importante assinalar que, para desenvolver a nova tecnologia, levamos em conta as necessidades dos
dermatologistas com o balizamento dos atributos que os produtos deveriam ter. De maneira simplista,
podemos dizer que o principal filtro pára-raios UVA é a avobenzona. Essa molécula, além de ter maior
poder de cobertura das radiações, desde os raios UVA curtos até os longos, apresenta custo acessível e,
embora novos filtros estejam surgindo, eu diria que a avobenzona ainda permite a melhor relação custo-
benefício para o mercado”, considerou o cientista Cobeiros.

A oxibenzona, segundo ele, é um filtro antigo, seguro e aprovado pelo FDA, que protege principalmente
contra os raios UVB, mas também exerce pequena proteção contra os raios UVA curtos. Segundo
Cobeiros, na tecnologia Helioplex, a oxibenzona é associada ao DEHN, um diéster do ácido 2,6-naftaleno
dicarboxílico e 2-etilhexanol, que não é um filtro, e sim um agente de estabilização que auxilia a dissipar
os raios UVB, que são os responsáveis pela decomposição da avobenzona.

Os produtos da marca Neutrogena pertencente à Johnson & Johnson e com tecnologia Helioplex estão
sendo inaugurados no mercado de proteção solar. Inicialmente, estão sendo apresentadas duas linhas de
produtos: a linha Ultra Sheer FPS 55 e FPS 70 e a linha Fresh Cooling FPS 30 e FPS 45. Todas
respeitam as normas da Colipa, exigindo as proteções UVA e UVB balanceadas na proporção de três
para um (três UVB para um UVA), mas, por enquanto, de acordo com Cobeiros, os protetores da marca
Neutrogena não serão fabricados no Brasil e “nem há previsão para que isso aconteça”, acrescentou o
cientista.

Para a vice-presidente da unidade de negócios de cuidados com a pele da Johnson & Johnson para a
América Latina, Suzan Rivetti, a entrada de Neutrogena no mercado de proteção solar no Brasil é muito
importante, pois traz inovação e tecnologia de ponta ao portfólio da marca no País. “Estamos trazendo
para o mercado brasileiro as principais novidades em proteção solar lançadas recentemente nos Estados
Unidos”, afirmou Suzan.

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Linha de produtos oferece
proteção contra UVA e UVB

Mas o acesso do consumidor brasileiro aos protetores Neutrogena, por enquanto, se dará via importação.
O mesmo não acontece com a linha francesa de proteção solar RoC, Minesol, produzida localmente sob
licença pela Johnson & Johnson desde 2005.

“O Brasil é o único País, além da França, com permissão para fabricar os protetores RoC. Neste ano, a
marca também introduziu em sua formulação nova tecnologia que visa oferecer amplas proteções UVA e
UVB. O novo Minesol traz também a avobenzona estabilizada, aliada a outras tecnologias já existentes no
mercado, como Tinosorb S e dióxido de titânio, resultando em formulação mais moderna e segura”,
informou Cobeiros.

As novas fórmulas de Minesol oferecem FPS 25, FPS 30 e FPS 60. O filtro com FPS 25 é formulado em
gel-creme, sendo indicado para peles desde normais até oleosas, pois possui tecnologia que utiliza
derivado de amido, cuja propriedade é amenizar a oleosidade dos ingredientes. Com dose extra de sílica,
também oferece toque seco. O protetor com FPS 30 é considerado o primeiro produto para o corpo todo
da linha Minesol e indicado para peles normais e secas. O Minesol FPS 60 é indicado para peles
intolerantes ao sol e oferece ampla proteção com toque seco.

A oferta da Sarfam para a formulação de filtros solares também é bastante ampla. Associadas as
proteções UVB e UVA, é composta por filtro lipossolúvel (BMDBM), que proporciona amplo espectro de
proteção em concentrações de uso até 5%.

Também combinado a outros filtros, o filtro para proteção UVB (Polysilicone-15) pode alcançar alto valor
de FPS. Essa tecnologia líquido-mineral funciona como os filtros minerais, mas propicia melhor dispersão
sobre a pele. “O Polysilicone-15 é capaz de estabilizar a avobenzona, filtro orgânico UVA efetivo e
globalmente aprovado”, acrescentou Aline Vazquez, técnica do departamento de marketing da Sarfam.

Um dióxido de titânio com estrutura cristalina do tipo rutilo, com boa transparência, e revestido com sílica
e dimeticone, é outra novidade oferecida às indústrias para que suas formulações alcancem altos fatores
de proteção.

Indicado para uso em protetores hidroalcoólicos (géis), o filtro solar UVB hidrossolúvel
(phenylbenzimidazole sulphonic acid), em combinação com outros filtros lipossolúveis (UVB e UVA),
promove uma mistura sinérgica para o desenvolvimento de fórmulas com altos valores de FPS.

Um sistema formador de filme (Polyester-10, Propylene Glycol Dibenzoate), resistente à água para filtros
em spray hidroalcoólicos, revelou ser capaz de permitir a retenção total dos protetores sobre a pele. Por
último, a empresa ainda está trazendo ao mercado um copolímero de acrilato (Dermacryl AQF), formador
de filme resistente à água. Apresentado na forma líquida, tem fácil incorporação em sistemas aquosos e
dispensa neutralização ou aquecimento para a sua dispersão.

Lançamentos refletem tendências – Os atuais lançamentos da Natura e da Nívea refletem tendências


mundiais e agregam maiores benefícios aos consumidores que não abrem mão de se expor ao sol para
ter uma pele bronzeada.

Para essa temporada, a Natura está lançando a linha de protetores solares Fotoequilíbrio, oferecendo
90% de proteção UVA e proteção UVB nos fatores entre FPS 8 até FPS 30. A linha se compõe de
emulsões protetoras hidratantes (FPS 8, FPS 15 e FPS 30) e inclui fluido protetor também hidratante
(FPS 15). Além de altamente resistentes à água e ao suor, as novas fórmulas são fotoestáveis, podendo
o consumidor contar com a atuação do FPS escolhido durante todo o período de exposição ao sol.
Somado a esses benefícios, o consumidor ainda poderá contar com três horas de hidratação. As fórmulas
ainda foram aprimoradas com um complexo antioxidante, capaz de bloquear 91% dos radicais livres.

Outras inovações da Natura, formuladas com elastinol R, oferecem tecnologia exclusiva para agir
diretamente na firmeza, elasticidade e na renovação celular da derme e da epiderme. Trata-se da linha
Fotoequilíbrio Ultra, desenvolvida para proteger, tratar e hidratar diariamente a pele, sem que seja preciso
ir à praia ou freqüentar piscinas, mas apenas caminhar nas ruas, expondo-se ao sol.

A linha Ultra é composta de emulsões protetoras e hidratantes para o corpo e para a face, nesta última
em versões para pele mista/oleosa ou normal/seca, ambas com FPS 30, além de incluir protetor labial
hidratante com FPS 30.

Os novos protetores da Nívea, feitos especialmente para a pele dos brasileiros, resultaram na linha de
proteção solar Nívea Sun Light Feeling, contendo o exclusivo Fator Azul. Segundo os especialistas da
empresa, a fórmula protege a pele contra as radiações UVA e UVB, previne o aparecimento de rugas e
manchas, promove hidratação prolongada, é resistente à água e possui textura suave.

Fabricados nas versões FPS 15 e FPS 30, os protetores dessa linha se diferenciam pela presença de
ingredientes especiais, como componentes derivados de tapioca, que atuam como micropartículas e
facilitam o espalhar dos produtos.

“Nívea Sun Light Feeling combina as tecnologias de formulação dos filtros solares UVA e UVB de alta
eficiência com hidratantes de rápida absorção”, explicou Adolfo Gutmann, gerente de qualidade da Nívea.

Além de loções protetoras (FPS 8 e FPS 15), a Nívea também produz loções bloqueadoras com FPS 20,
FPS 30 e FPS 50, além de protetor especial para proteger peles mais suscetíveis a irritações e
queimaduras, como a loção bloqueadora Sensitive com FPS 60, fórmula com pH balanceado e
dermatologicamente testada.

Matérias-primas em destaque – O mercado brasileiro de protetores solares e bronzeadores cresceu à


razão de 18,7% em 2006 no comparativo com 2005 que, por sua vez, já havia crescido 18% em relação a
2004. No ano passado, foram contabilizados R$ 483,4 milhões em vendas diretas e produzidas 5,7 mil
toneladas de produtos. Na composição do faturamento, os protetores solares representaram 89% da
receita total do último ano, o que corresponde a nada menos do que R$ 430 milhões. Os dados são
monitorados pela Abihpec–Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos.

Na avaliação de Nelson Perassinoto, gerente técnico de Personal Care da ISP Brazil, a dinâmica do
mercado brasileiro de fotoproteção é impressionante. O crescimento anual se mantém acima da média
em relação aos demais produtos cosméticos e, em 2007, a expectativa é repetir os bons resultados.

“Muitas empresas de cosméticos, e mesmo as farmacêuticas, têm demonstrado interesse em participar


desse mercado atrativo devido aos números e valores atuais, contando com projetados para o futuro
próximo”, revelou.

No entender de Perassinoto, o consumidor está cada vez mais exigente em relação aos benefícios dos
protetores. “Os produtos, além de proteger, têm de comprovar boa resistência à água, não produzir efeito
esbranquiçado na pele, ter fácil espalhamento, não ser oleoso, não deixar a pele brilhante e secar
rapidamente. Todos esses atributos ainda devem ser somados à estabilidade das formulações com o FPS
desejado, o que, sem dúvida, é tarefa que exige alta tecnologia e muitos estudos teóricos e práticos
voltados ao desenvolvimento de emulsões e géis.”

De acordo com a experiência do especialista, não só no Brasil, mas também em toda a América Latina,
incluindo os últimos desenvolvimentos realizados nos Estados Unidos e Europa, as próximas tendências
no uso de matérias-primas para protetores solares apontam para as seguintes direções: “Entre cada
grupo de dez produtos, nove combinações de filtros deverão contar com a presença de metoxicinamato
de etilexil”, afirmou. O dióxido de titânio, sem dúvida, continuará sendo o filtro inorgânico mais utilizado
em fotoprotetores.

Outras considerações do especialista levam em conta que, nos produtos com FPS igual ou superior a 30,
haverá maior combinação de filtros orgânicos e inorgânicos para que haja maior equilíbrio e melhor
desempenho dos protetores, inclusive voltados para o público infantil.

Na opinião de Perassinoto, a benzofenona III se manterá na composição de algumas das marcas mais
vendidas no mundo. “Não só por constar da lista dos filtros aprovados pelo FDA, mas também pelo seu
custo-benefício compensador.”

A proteção dos raios UVA que, inicialmente, se revelou apenas presente nos protetores com FPS mais
elevados, deverá se estender ainda às composições de filtros com FPS mais baixos.

Outra tendência observada por ele é o mercado voltar a utilizar o filtro octocrileno nas formulações de
fotoprotetores, em parceria com a avobenzona, em futuros lançamentos.
De todo modo, é recomendável que os pesquisadores fiquem atentos à combinação de filtros, antes de
iniciar qualquer processo de formulação, pois algumas composições estão sob a proteção de patentes.

Preocupada em prestar informações aos interessados, a ISP tem desenvolvido fórmulas para a área de
fotoproteção ao longo de muitos anos e organizou dados em uma biblioteca, acervo que concentra os
resultados dos estudos de estabilidade e apresenta as avaliações dos testes de FPS “in vivo”, realizados
com a participação de, no mínimo, três voluntários.

Cuca Jorge

Perassinoto: banco de dados ajuda a


criar produtos seguros

"Isso tudo é feito com a finalidade de oferecer maior segurança aos nossos clientes quanto à eficácia das
formulações”, destacou.

Depois de desenvolver um inovador sistema de emulsionantes, baseado em Sodium Polyacrylate


(Rapithix A-100) e um Glyceryl Stearate e Laureth-23 (Cerasynt 945), a empresa vem oferecendo aos
clientes diferentes formulações com maior agilidade e com menores custos para a fabricação.

“Para as formulações que exigem altas concentrações de filtros inorgânicos, nossa sugestão é utilizar
Acrylic Acid/VP Crosspolymer (Ultrathix P-100), modificador reológico multifuncional capaz de suportar até
10% de óxidos metálicos e ainda conferir sensorial não-oleoso às fórmulas, que apresentam altos
percentuais de fase oleosa”, informou.

Para tornar os filtros mais resistentes à água, a linha Antaron, segundo ele, é a mais completa e pode
atender aos diferentes tipos de emulsão.

A qualidade e a segurança da linha de filtros solares Escalol, também oferecida pela empresa, é uma das
mais reconhecidas e procuradas pelo mercado, segundo Perassinoto.

“Os formuladores devem prestar muita atenção à dispersão patenteada pela ISP (Escalol Block), única
existente no mercado de dióxido de titânio em éster, que confere espalhamento diferenciado aos produtos
sem deixar o efeito esbranquiçado indesejado.”

Para fórmulas que agregam ativos antienvelhecimento e anti-rugas a fatores de proteção solar,
Perassinoto indica um produto denominado Prolipid 141, formado por gel lamelar, capaz de atuar como
“delivery system” em ativos de tratamento, potencializando os efeitos benéficos do produto por mais
tempo.

Fórmulas para uso diário aumentam – Uma das mais novas diretrizes da FDA, segundo Francisco
Santin de Souza, especialista em Personal Care da Cosmotec Especialidades Químicas, obriga os
fabricantes a mencionar no rótulo dos produtos todas as informações pertinentes à proteção que estão
sendo oferecidas aos consumidores. Assim, se o protetor solar, seja qual for o nível de proteção UVB
(FPS), não contiver em sua composição a proteção contra os raios UVA, terá de, obrigatoriamente, fazer
constar explicitamente essa informação no rótulo: “Não contém UVA”.

“Tanto as radiações UVB como as UVA estão relacionadas com danos diretos ao DNA celular, podendo
causar mutações na estrutura genética da pele e desencadear melanomas. Por isso, várias empresas
estão se dedicando ao desenvolvimento de ativos cosméticos que possam melhorar a efetividade e a
proteção contra os danos decorrentes da exposição solar, não poupando investimentos na criação de
fórmulas para o uso diário”, informou o especialista.

Cuca Jorge

Souza: proteger o DNA celular contra os danos


oxidativos das radiações UV

“As pessoas precisam entender que existe uma nova categoria de protetores solares surgindo e que
esses não são necessariamente produtos para o uso em praias ou piscinas”. Um protetor para o uso
diário, por exemplo, não precisa ser hidroresistente, mas, por outro lado, precisa ser mais refinado em sua
formulação, ter sensorial agradável e conter ativos para complementar a proteção à pele, principalmente
antioxidantes, como vitaminas E, C, e a Coenzima Q10. Essa é, aliás, uma das mais fortes tendências
mundiais que destacam a necessidade de se criar formulações que possam não só efetivamente proteger
a pele, bem como restaurar danos gerados ao DNA, de acordo com Souza.

Proteger o DNA celular contra os danos oxidativos das radiações UV tornou-se, portanto, prática
totalmente viável, principalmente em decorrência das tecnologias de extração de frações especiais de
plantas e flores, como os jasmins, ricas em flavonóides, ativos que impõem barreira aos danos celulares
causados à pele pelo sol, podendo atuar como coadjuvantes de proteção, juntamente com os filtros UVA
e UVB, e também combater com eficácia a “intoxicação” da pele provocada pela excessiva exposição
solar.

Os flavonóides de jasmim (Helisun) constituem tecnologia da francesa Silab, distribuída com


exclusividade pela Cosmotec no Brasil. “Trata-se de um ingrediente ativo, rico em flavonóides de jasmim,
que protege os dois mecanismos naturais que promovem a desintoxicação das células, por via enzimática
e química”, explicou Souza. Os flavonóides reforçam o sistema natural de defesa das células contra os
raios UV e ajudam a pele a se autoproteger, reforçando as frentes de proteção fisiológicas da pele por
meio de enzimas. A desintoxicação das células é obtida por meio da proteção da catalase, enzima-chave
no combate aos radicais livres, e da glutationa, essenciais contra os danos oxidativos.

Com eficácia comprovada em experimentos “in vitro” e “in vivo” na França, os flavonóides de jasmim, de
acordo com um dos estudos realizados para comprovar o efeito protetor do DNA, revelaram: “Após a
extração e a eletroforese do DNA de queratinócitos submetidos à radiação UVB, a visualização e a
análise dos filamentos de DNA mostraram que Helisun a 2% protegeu o DNA em 54%”, informou Souza.

Outros ativos recém-introduzidos no Brasil e também procedentes da Silab são os peptídeos do algodão,
que oferecem aos protetores a função reparadora do DNA celular, após a ocorrência de dano solar
oxidativo.

De acordo com esse panorama, é notória a seriedade com a qual grandes corporações de pesquisa e
desenvolvimento de matérias-primas e ativos, bem como fabricantes de filtros solares, estão encarando a
proteção da pele contra o amplo espectro de radiações solares. Em alguns casos, como no Brasil, não
seria exagero, enfrentar a questão como um problema de saúde pública, principalmente quando se trata
de trabalhadores de áreas rurais e daqueles que passam a maior parte do tempo expostos às radiações
solares em um simples caminhar pelas ruas.

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