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para os OEs de orégano (OEO) e tomilho (OET) sobre (E; 37 ± 2º C). As amostras foram analisadas no tempo
cepas de bactérias Gram-negativas e Gram-positivas 0 (T0; 24 h após o preparo) e no tempo de 35 dias
causadoras de mastite bovina (Beloni, 2022; Silva et (T35).
al., 2022). De acordo com a literatura, o timol e o
carvacrol, componentes majoritários dos OEs de Tabela 1. Composição qualitativa e quantitativa das
tomilho e orégano, são responsáveis pela atividade formulações
antimicrobiana. Componentes (% p/p) FB F10%
A partir de resultados obtidos em outros FA
trabalhos realizados pelo Grupo de Pesquisa em Saúde
Poloxamer 407 20,0 20,0
Humana e Animal (GPSHA) em parceria com o Grupo
de Microbiologia Aplicada (GRAm), ambos da UFES, Sorbato de potássio 0,15 0,15
foi observado que a associação OEO:OET na Água purificada QSP 100,0 100,0
concentração de 3,5% (p/p) e na proporção 89:11 foi FO
capaz de inibir o crescimento de cepas padrão de E. Vitamina E 0,1 0,1
coli e S. aureus e inibiu a formação de biofilmes de S. Polissorbato 80 1,0 1,0
aureus. Em seguida, foram obtidas emulsões contendo
a mesma associação utilizando a cera aniônica OE de orégano - 8,86
Lanette. No entanto, dada a volatilidade dos OEs, a OE de tomilho - 1,14
busca por formas farmacêuticas alternativas se faz OE de girassol QSP 100,0 100,0
necessária, a fim de aumentar a estabilidade dos FB: Formulação base; F10%: Formulação com OEs a 10% p/p.
produtos. Assim, foi proposta a preparação de uma
formulação micelar, baseada no poloxâmero 407. A A análise do perfil de textura (APT) foi obtida
mistura dos OEs foi incorporada na formulação base em aparelho de textura (BROOKFIELD, modelo
nas concentrações de 2,5; 3,5; 5 e 10% e, inicialmente, CT3), em temperatura ambiente (25 ºC), conforme
a sensibilidade antimicrobiana das formulações foi metodologia descrita por Tai et al. (2014). As análises
pesquisada sobre cepas padrão de E. coli e S. aureus. foram realizadas a partir da medida da resistência à
Somente a formulação contendo os OEs a 10% penetração e remoção de uma sonda tipo cilindro
apresentou atividade sobre todas as cepas estudadas e acrílico com 2,54 cm de diâmetro e sensibilidade de
esta foi selecionada para a continuidade do estudo. força de 10 g, no modo compressão, em dois ciclos. A
Neste cenário, o objetivo da presente etapa do sonda foi inserida na amostra a uma profundidade de
trabalho foi estudar a influência da adição dos OEs no 30 mm, na velocidade de 2 mm.s-1. Foram realizadas
perfil de textura da formulação base e avaliar a 3 determinações e os resultados foram expressos como
influência de diferentes temperaturas de armazenagem a média e o desvio padrão. Para análise estatística dos
no perfil de textura da formulação contendo a resultados foi realizado o teste T, utilizando Microsoft
associação de OEs, em produtos armazenados durante Excel (2016).
35 dias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
MATERIAL E MÉTODOS
A análise do perfil de textura fornece
A formulação base foi preparada em pequena informações acerca de parâmetros que podem ser
escala, mediante emulsificação por agitação mecânica relacionadas à consistência e à espalhabilidade das
(agitador FISATOM - modelo 713D), à frio. Todos os formulações (Tai et al., 2014). A fornece os dados de
componentes foram pesados individualmente em parâmetros como dureza, adesão, adesividade,
balança analítica (MARTE, modelo AY220) e as fases coesividade, elasticidade e índice de elasticidade das
aquosa (FA) e oleosa (FO) foram deixadas em formulações. Estes, por sua vez, podem ser
repouso, durante 12 h. A FA foi mantida sob relacionados à consistência, espalhabilidade,
refrigeração (6 ± 2º C) e a FO, em temperatura facilidade de aplicação e, tempo de retenção do
ambiente (25 ± 2º C). Em seguida, as fases foram produto no local de aplicação (Calixto et al., 2017; Tai
misturadas, na proporção 40:60 (FA:FO), em balão et al., 2014). A análise é realizada a partir da inserção
tritubulado de fundo redondo. Procedeu-se a agitação e retirada de uma sonda nas amostras, sendo as
na velocidade de 2.500 rpm, durante 10 min, em banho informações coletadas durante a trajetória da sonda
de gelo. Os OEs foram incorporados na fase oleosa na nas amostras. A sonda age como se fosse um dedo
concentração de 10% p/p, antes da agitação das fases. humano pressionando a superfície do produto e o
A composição qualitativa e quantitativa das espalhando sobre a pele (Calixto et al., 2017; Tai et al.,
formulações é descrita na Tabela 1. 2014).
Depois de preparadas, amostras das emulsões Os resultados do perfil de textura com e sem os
foram armazenadas em potes herméticos, mantidos em OEs analisadas após o preparo (T0) são dados na
diferentes temperaturas: temperatura ambiente (TA; Tabela 2.
25 ± 2º C), sob refrigeração (SR; 6 ± 2º C) e em estufa
Evento online
www.even3.com.br/cobicet2023
Anais do IV CoBICET – Resumo expandido
Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologiaa
27 de agosto a 01 de setembro de 2023
Tabela 2. Valores médios dos parâmetros de textura formulação deve se distribuir superficialmente em
após o preparo (T0; n = 3) uma distância entre 5 e 7 mm. Os valores são
Parâmetros FB FOEs consistentes aos encontrados no presente trabalho.
Dureza (g) Com relação às condições de armazenagem, é
123,33 191,33
(±10,02)S (±26,10)S
possível observar, a partir dos resultados, que os perfis
Adesividade 6,47 6,57 de textura das formulações com OEs foram
(mJ) (±0,76)NS (±2,02)NS influenciados pela temperatura de armazenagem. Para
Coesividade 0,77 0,65 a formulação mantida em temperatura ambiente, todos
(±0,10)NS (±0,19)NS os parâmetros avaliados sofreram aumentos
Elasticidade 7,72 6,01
(mm) (±0,27)NS (±1,89)NS
significativos, exceto a coesividade, indicando
FB: formulação base; FOEs: formulação com OEs a 10% p/p. S: manutenção das forças intermoleculares na
diferença significativa (p<0,05); NS: sem diferença significativa formulação, contribuindo para a estabilidade no
(p>0,05). sistema e para ausência de influência no espalhamento
(Erdem, 2005; Majithiya et al., 2006). Conforme
Na Tabela 3 são apresentados os resultados do Erdem (2005) e Majithiya et al. (2006), a coesividade
perfil de textura das amostras da formulação com OEs permite medir a extensão na qual uma amostra pode
analisadas após 35 dias, em amostras mantidas sob ser deformada antes de romper sua estrutura, podendo
diferentes temperaturas de armazenagem. estar relacionada à capacidade de boa aplicação e
espalhamento da emulsão sobre o local de aplicação.
Tabela 3. Valores médios dos parâmetros de textura da Já a adesividade, mensura a força necessária para
formulação com OEs, no tempo 35 dias (n = 3) retirar por completo a sonda da formulação,
T35
Parâmetros T0 relacionando ao empenho necessário para transpor a
TA SR E força de atração existente a superfície e a emulsão.
Dureza (g) 191,33 308,33 278,00 194,33
Desse modo, a adesividade das formulações está
(±26,10)S (±27,30)S (±60,10)NS (±21,57)NS relacionada diretamente com o tempo de permanência
Adesividade 6,57 16,20 17,40 5,67
de uma formulação nas superfícies, a capacidade de
(mJ) (±2,02)NS (±2,39)S (±4,86)S (±2,96)NS remoção e a sua pegajosidade (Gilbert et al., 2013;
Coesividade 0,65 0,62 0,49 0,64 Majithiya et al., 2006). Por outro lado, para as
(±0,19)NS (±0,15)NS (±0,06)NS (±0,06)NS amostras mantidas sob refrigeração, a dureza e a
Elasticidade 6,01 13,80 14,37 11,32 coesividade não sofreram variações significativas
(mm) (±1,89)NS (±1,13)S (±1,81)S (±4,69)NS após 35 dias. Já para as amostras mantidas em estufa,
TA: temperatura ambiente; SB: sob refrigeração (SR); E: estufa.
nenhum parâmetro mudou significativamente,
Comparação entre as amostras nos tempos 0 e 35 dias: S: diferença
significativa (p<0,05); NS: sem diferença significativa (p>0,05); apresentando valores próximos daqueles encontrados
após o preparo.
Segundo Pandit et al. (2016), a dureza está Quando as condições de armazenagem foram
relacionada à resistência da estrutura à deformação comparadas entre si, foi possível observar que nos
diante à penetração da sonda, ou seja, a força máxima parâmetros de dureza e adesividade, as formulações
necessária para a sonda deformar a amostra e penetrar armazenadas em estufa apresentaram diferença
na mesma, fornecendo parâmetros quanto a firmeza e significativa (p<0,05) quando comparada as amostras
consistência da emulsão. Após análise das amostras no armazenadas em temperatura ambiente, com exceção
tempo zero (T0), observou-se que a incorporação dos apenas para a elasticidade e coesividade, as quais não
OEs na formulação base provocou aumento da dureza, sofreram alterações significativas (p>0,05). Já para as
com variação considerada significativa, resultando em formulações sob refrigeração, quando comparadas
um produto mais consistente e firme. A adição dos com as armazenadas em temperatura ambiente, não
OEs não alterou significativamente os demais foram observadas diferenças significativas.
parâmetros pesquisados, sugerindo que a Finalmente, os valores dos parâmetros foram
espalhabilidade, a adesão, a permanência, bem como diminuídos significativamente quando comparados
a capacidade de remoção do produto não foram com aqueles obtidos para as amostras mantidas no
alterados pela adição dos OEs. ambiente e sob refrigeração. Tal característica pode
De acordo com Ferreira (2015), a elasticidade, ser justificada pela capacidade termorresponsiva do
compreende a capacidade de uma formulação se poloxamer (Dumortier et al., 2006; Jones et al., 2009;
distender e retornar a sua característica inicial e, Pereira et al., 2013). Silva et al. (2017), avaliaram a
quanto menor o seu valor numérico, maior será a influência do poloxamer 407 na estabilidade física e
elasticidade da formulação. A redução da elasticidade na textura de emulsões contendo óleo de girassol. A
interfere, diretamente, na capacidade das formulações presença do polímero em variadas concentrações na
de retornar a sua condição inicial. Segundo Nurman et formulação (15 e 20% p/p) promoveu aumento na
al. (2019), para que a espalhabilidade de uma viscosidade, assim como dos parâmetros de dureza,
formulação semissólidas seja considerada boa, a elasticidade e coesividade. Segundo os autores, o
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comparable efficacy to antibiotic treatment.
Frontiers in microbiology, v. 10, 11 p, 2019.
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