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elaborada a partir do uso dos aditivos Emustab e fração de volume líquido drenado, a partir de
Maltodextrina em diversos tempos de batimento. diferentes concentrações de aditivos e tempos
diversos de batimento. O estudo da estabilidade de
2 MATERIAL E MÉTODOS espuma é importante para determinar valores
mínimos de agente estabilizante na elaboração de
O presente trabalho foi realizado no espuma estável e de qualidade para o processo de
Laboratório de Processamento de Alimentos do secagem em foam-mat (FERREIRA, 2017;
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia FREITAS, 2016).
do Maranhão, Campus Zé Doca. Os frutos de murici Constata-se a partir da Figura 1 que todas as
e os aditivos (Emustab e Maltodextrina) utilizados formulações testadas (F1, F2, F3 e F4) favoreceram
foram adquiridos em mercado local da cidade de Zé drenagem de líquidos (coalescia média de 29,6% da
Doca/MA. massa inicial em 90 minutos de repouso). Fenômeno
Foram realizados os procedimentos de semelhante foi reportado do Baptestini (2015) ao
seleção, lavagem e higienização dos frutos de murici estudar a espuma de graviola a partir de diferentes
em uma solução clorada (100 ppm por 15 minutos). porcentagens de Maltodextrina (2,5%; 5,0%; 7,5% e
Em seguida, os frutos foram despolpados com o 10,0%), com drenagem de líquido para todas as
auxílio de uma centrífuga de frutas da marca Philips amostras analisadas. A estabilidade de uma espuma é
Walita® modelo RI1861, com potência de 700W. A inversamente proporcional a fração de líquido
polpa resultante foi diluída em 50% de água pura e drenado (SANTOS, 2017; SOUZA, 2021).
armazenada sob congelamento até o momento da A formulação F3 apresentou as maiores
experimentação. médias de líquidos desprendidos (31,5%; 30,8% e
A elaboração das espumas de murici ocorreu 29,2% de drenagem de líquidos para as espumas
a partir de 4 formulações, com os aditivos Emustab elaboradas nos tempos de 10, 20 e 30 minutos,
ao valor fixo de 2,0% e Maltodextrina em respectivamente). Já as menores médias de líquidos
concentrações crescentes de 0,5%; 1,0%; 1,5% e coalescidos (25,2% e 27,2%) foram observadas para
2,0%. A otimização das espumas aconteceu em a formulação F2 nos tempos de 20 e 30 minutos de
temperatura ambiente (± 25 °C), sob agitação batimento. Morais et al. (2021) ao estudarem a
mecânica em batedeira doméstica planetária da espuma de bacuri a partir da combinação dos aditivos
marca Arno® (600W), para os tempos de 10, 20 e 30 Emustab (2,5%) e Albumina (2,5%; 5,0% e 7,5%)
minutos de batimento. observaram drenagem de líquido para todas as
O estudo da estabilidade da espuma formulações de estudo (até 10,8% da fração de
analisado no intervalo de 90 minutos, a partir da líquido). Enquanto, Diógenes (2018) trabalhando
montagem de um sistema com provetas e funis, com espuma de cumbeba conseguiu estabelecer
acoplando uma malha de diâmetro milimétrico dentro espuma sem drenagem, mediante as formulações F1
dos funis para funcionar como filtro. Colocou-se 5 (3% Emustab + 2% Liga neutra) e F2 (2,5% Emustab
gramas de cada espuma sobre o filtro, a temperatura + 1,5% Liga neutra) após 90 minutos de repouso.
ambiente (± 25 °C), com a verificação de líquido Tais comportamentos podem ser atribuídos as
drenado mediante pesagem das provetas em balança características dos diferentes aditivos usados nos
semi-analítica aos tempos de 5, 30, 60 e 90 minutos estudos, as propriedades das diferentes matérias-
de repouso. O cálculo da estabilidade da espuma foi primas vegetais apresentam, assim como as
desenvolvido a partir da Equação 1, com os condições ambientais as quais os experimentos foram
resultados expressos em fração do volume drenado realizados.
(%) de cada intervalo de tempo. Ao analisar as espumas de murici apenas a
partir da variável concentração de aditivo, observou
Ө(%) = Vd/Vi x 100 (1) que a maior concentração de aditivos não se mostrou
significativo, logo que, as espumas (F1, F2, F3 e F4)
Em que: elaboradas nos tempos de 10 minutos de aeração
Ө = fração de volume drenado (%); resultaram em 29,2%; 30,8%; 32,2% e 30,9%,
Vd = volume do líquido drenado (mL) em cada respectivamente, de líquido desprendido (oscilação
intervalo de tempo; de 3,0% de coalescência). Já as espumas (F1, F2, F3
Vi = volume inicial da espuma colocada no funil e F4) obtidas nos tempos de 30 minutos de batimento
(mL). favoreceram 28,8%; 27,6%; 30,0% e 29,0%,
respectivamente, de líquido desprendido (oscilação
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO de 2,4% de coalescência). Baptestini (2015) observou
para a espuma de graviola que maiores concentrações
Na Figura 1 estão plotados os dados da de Maltodextrina (2,5%; 5,0% e 7,5%) favoreceu a
estabilidade da espuma de murici, representados em redução progressiva da fração de líquido coalescido
II Simpósio Online Sulamericano de
Tecnologia, Engenharia e Ciência de Alimentos
Figura 1. Valores médios da fração de volume líquido drenado (%) da espuma da polpa de murici, analisada no
tempo de 90 minutos de repouso, elaborada a partir da combinação de Emustab à 2,0% e Maltodextrina à 0,5;
1,0; 1,5 e 2,0% (F1, F2, F3 e F4, respectivamente) nos tempos de 10, 20 e 30 minutos de batimento.
Tempo de drenagem Tempo de drenagem
F1 F2
5 min 30 min 60 min 90 min 5 min 30 min 60 min 90 min
35 35
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
10 min 20 min 30 min 10 min 20 min 30 min
TEMPO DE BATIMENTO TEMPO DE BATIMENTO
35
FRAÇÃO VOL. DRENADO (%)
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
10 min 20 min 30 min 10 min 20 min 30 min
TEMPO DE BATIMENTO TEMPO DE BATIMENTO
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