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26 a 29 de Novembro de 2019
Bananeiras/PB
Área de Publicação
Djalma Vitorino Costa Filho1 ; Geovana Silva Alves2; Valéria Lopes Cruz ³
1
Departamento de Agroindústria, IFPE / Campus Vitória de Santo Antão, Propriedade Terra Preta S/N,
Zona Rural, CEP: 55600-000, Vitória de Santo Antão-PE. E-mail: djalma.vitorino@vitoria.ifpe.edu.br
2
Departamento de Tecnologia em Alimentos/IF Sertão-PE / Campus Salgueiro, BR 232, km 504, sentido
Recife, Zona Rural, CEP: 56000-000, Salgueiro-PE. E-mail: geovanasilva1308@gmail.com
³Departamento de Agroindústria, IFPE / Campus Vitória de Santo Antão, Propriedade Terra Preta S/N,
Zona Rural, CEP: 55600-000, Vitória de Santo Antão-PE. E-mail: valeria.lopes@vitoria.ifpe.edu.br
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi avaliar as características físico-químicas de frutos de biri-
biri (Averrhoa bilimbi L.) revestidos com amido em diferentes concentrações. Foram
avaliadas as seguintes características físico-químicas: pH, sólidos solúveis totais, acidez
total titulável e taxa de maturação. Os frutos foram revestidos com amido, em
concentrações de 5%, 10% e 15%, armazenados em BOD na temperatura de 25°C, em
sete tempos (0, 3, 6, 9, 12, 15 e 18). Os perfis dos parâmetros estudados neste trabalho
apresentaram concordância com os encontrados na literatura, onde pode-se observar
uma diminuição da acidez titulável, aumento do pH, elevação dos sólidos solúveis e
consequentemente a taxa de maturação. Também pode-se observar que para os sólidos
solúveis e a taxa de maturação apenas o revestimento de amido 5% apresentou-se
significativamente semelhante à amostra controle, enquanto que para a acidez titulável
nenhum dos tratamentos diferiu significativamente da amostra controle. E para o
potencial hidrogeniônico, os revestimentos de amido 10% e 15% foram os que se
apresentaram significativamente melhores que o controle. Logo, o presente estudo leva-
nos a recomendar o uso do revestimento de amido 10% para a conservação do biri-biri
(Averrhoa bilimbi L.)
INTRODUÇÃO
O biri-biri (Averrhoa bilimbi L.) pertencente à família das Oxalidaceae, assim
como a carambola (Averrhoa carambola L.), entretanto diferentes no sabor,
características físicas e utilização, é bastante cultivado em países de clima tropical. Têm
provavelmente sua origem nas Ilhas Molucas é encontrado no sudeste asiático, em
países como Índia, Malásia, Tailândia e países da América do Sul, incluindo o Brasil
(PASCHOALIN, et al., 2014).
Como forma de aumentar o tempo de vida útil de produtos vegetais, técnicas de
utilização de revestimentos comestíveis têm sido cada vez mais reconhecidas como
método eficaz, no combate ao escurecimento e no aumento do tempo de vida útil de
frutos. Pois protegem a superfície do produto, evitando as interferências do ambiente
inserido, como também ajudam nas características sensoriais, mantendo a aparência
DOI: 10.17648/enag-2019-114925
https://proceedings.science/p/114925
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fresca do produto por mais tempo (BENÍTEZ et al., 2013; PIZATO et al., 2013;
BESINELA JÚNIOR, 2010; MIGUEL et al., 2008).
Os revestimentos têm origem animal ou vegetal, ou associam-se substâncias com
outros compostos e/ou interação de ambos (ASSIS; BRITTO, 2014). A aplicação do
amido na produção de revestimentos se baseia nas propriedades químicas, físicas e
funcionais da amilose para obtenção de géis na sua capacidade para originar filmes. As
moléculas de amilose em solução, devido à sua linearidade, tendem a se orientar
paralelamente, aproximando-se o suficiente para que se formem ligações de hidrogênio
entre hidroxilas de polímeros adjacentes. Como resultado, a afinidade do polímero por
água é reduzida, favorecendo a formação de pastas opacas e filmes resistentes
(WURZBURG, 1986).
De acordo com o que foi exposto, o objetivo desse trabalho é avaliar as
características físico-químicas de frutos de biri-biri revestido com amido em diferentes
concentrações.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado no laboratório de tecnologia de vegetais do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – Campus Vitória
de Santo Antão. O experimento objetivou a avaliação da conservação pós-colheita de
frutos do biri-biri (Averrhoa bilimbi L.) revestidos com revestimentos comestíveis de
amido sob diferentes concentrações (5%, 10% e 15%).
Matéria-prima
Foram utilizados como matéria-prima frutos de biri-biris adquiridos na cidade de
Vitória de Santo Antão em estádio de maturação verde e levados para o laboratório,
logo em seguida selecionados, higienizados conforme Brasil (2002).
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Caracterização físico-química
Sólidos solúveis totais (SST)
Para a determinação dos teores de sólidos solúveis totais do biri-biri, foi
utilizado um refratômetro analógico (0 – 32% Brix) – RHB32. A leitura foi feita em
triplicata e realizada com uma alíquota de 0,05 mL de suco de biri-biri sobre o prisma
do aparelho. Os resultados foram expressos em graus ºBrix (ZAVAREZE, et al. 2012).
Onde:
V = volume da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação em
mL;
M = Molaridade da solução de hidróxido de sódio; P = Volume
pipetado em mL;
PM = Peso molecular do ácido cítrico correspondente em g (constante
= 192);
n = número de hidrogênios ionizáveis (constante = 3).
Análise de pH
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Tratamento estatístico
O tratamento dos dados do armazenamento foi realizado usando o delineamento
inteiramente causualizado em esquema fatorial (2 x 3 x 7), onde os revestimentos
comestíveis de amido tiveram as concentrações de 5%, 10% e 15% armazenados em
BOD na temperatura de 25°C, em sete tempos (0, 3, 6, 9, 12, 15 e 18). Para comparação
entre as médias foi utilizado o teste de Tukey a 5% de significância, utilizando o
programa ASSISTAT versão 7.7 beta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir na Tabela 2 estão dispostos os resultados das análises de acidez total
titulável do biri-biri (Averrhoa bilimbi L.) recoberto com Amido em diferentes
concentrações e intervalos de tempo.
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Tabela 4. Sólidos Solúveis Totais (°Brix) do Biri Biri (Averrhoa bilimbi L.) recobertos
com amido
Tratamentos
Dia
Amido 5% Amido 10% Amido 15% Controle
a a a
0 3,23 3,27 3,33 3,13 a
3 3,47 a 3,47 a 3,50 a 3,37 a
a a a
6 3,63 3,67 3,67 3,63 a
9 3,80 a 3,83 a 3,83 a 4,06 a
ab ab a
12 4,06 4,03 4,0 4,4 b
ab a a
15 4,40 4,23 4,17 4,63 b
18 4,53 ab 4,40 a 4,26 a 4,83 b
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*Nas linhas, as médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5
% de probabilidade.
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linear com o tempo de armazenamento, uma vez que os valores de Sólidos Solúveis
totais crescem com o tempo, e o valor de Acidez total Titulável decresce.
Os valores de taxa de maturação neste experimento está muito acima do
encontrado por Souza et al. (2011), que encontrou valores de 0,89 para frutas verdosas e
1,07 para biri-biri’s maduros. Kluge (2006) afirma que deve se ter bastante cautela ao
analisar este parâmetro, uma vez que algumas frutas, apresentam, falsamente, elevadas
relações SST/ATT, o que pode conduzir a interpretações erradas a respeito da qualidade
comestível. Este problema pode estar atrelado neste caso, uma vez que os valores
elevados de Sólidos, e o teor de acidez praticamente estável podem ter ocasionado em
valores de taxa de maturação que não condizem com a realidade esperada.
Observando a Tabela 5, constata-se o revestimento de amido 10% e 15%
apresentaram um desempenho significativamente melhor do que a amostra controle para
o parâmetro de taxa de maturação.
CONCLUSÕES
Os perfis dos parâmetros estudados neste trabalho apresentaram concordância
com os encontrados na literatura, onde pode-se observar uma diminuição da acidez
titulável, aumento do pH, elevação dos sólidos solúveis e consequentemente a taxa de
maturação. Também pode-se observar que para os sólidos solúveis e a taxa de
maturação apenas o revestimento de amido 5% apresentou-se significativamente
semelhante à amostra controle, enquanto que para a acidez titulável nenhum dos
tratamentos diferiu significativamente da amostra controle. E para o potencial
hidrogeniônico, os revestimentos de amido 10% e 15% foram os que se apresentaram
significativamente melhores que o controle.
Logo, o presente estudo leva-nos a recomendar o uso do revestimento de amido
10% para a conservação do biri-biri (Averrhoa bilimbi L.). Para trabalhos futuros
recomenda-se a realização de um planejamento fatorial sob os revestimentos de amido
10% a fim de estipular o melhor valor estatístico para a concentração destes
revestimentos.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, E. R.; ALVES, L. I. F.; RÊGO, E. R. do; RÊGO, M. M. do; CASTRO, J. P.
de; SAPUCAY, M. J. L. da C. Caracterização Físico-químico de Frutos de Biri-biri
(Averrhoa bilimbi L.). Biotemas, vol. 22, nº. 4, p. 225 – 230, 2009.
ASSIS, O. B. G.; BRITTO, D. Revisão: coberturas comestíveis protetoras em frutas:
fundamentos e aplicações. Brazilian Journal of Food Technology, v. 17, n. 2, p. 87-
97, 2014.
AZEREDO, H. M. C,; MIRANDA, K. W. E.; ROSA, M. F.; NASCIMENTO, D. M.;
MORA, M. R. Edible films from alginate-acerola puree reinforced with cellulose
whiskers. LWT- Food Sci. And Tech., v.46, p.294-297, 2012.
BESINELA JÚNIOR, E; MONARIM, M. M. S.; CAMARGO, M.; MAHL, C. R. A.;
SIMÕES, M. R.; SILVA, C. F. Efeito de diferentes biopolímeros no revestimento de
mamão (Carica Papaya L) minimamente processado. Varia Scientia Agrárias, v. 1, n.
1, p. 131-142, 2010.
BENÍTEZ, S.; ACHAERANDIO, I.; SEPULCRE, F.; PUJOLÀ. Aloe vera based edible
coatings improve the quality of minimally processed „Hayward kiwifuit‟. Postharvest
Biology and Technology. V.81, p.29–36, 2013
DOI: 10.17648/enag-2019-114925
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