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Resumo - O presente trabalho foi proposto como ferramenta avaliativa da disciplina Farmacotécnica
II, ministrada para o curso de Farmácia do CCENS/UFES, empregando a metodologia Aprendizagem
Baseada em Problema. Para tal, a formulação de uma suspensão foi proposta e a mesma teve
parâmetros físico-químicos avaliados nos tempos 0, 1, 2, 7, 14 e 30 dias. Finalizado este período, os
resultados foram discutidos e confrontados com as bases teóricas do conteúdo ministrado. A partir
dos dados relatados, os estudantes concluíram que a formulação não apresentou estabilidade
adequada, requerendo redensenvolvimento farmacotécnico. A metodologia de aprendizagem se
mostrou eficaz para a finalidade pretendida, sugerindo que o conteúdo foi adequadamente
apreendido, possibilitando a formação de habilidades específicas, de forma crítica e reflexiva.
Introdução
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suspensões, a fim de avaliar a necessidade de adequações na formulação proposta, com base nos
conhecimentos apreendidos na unidade curricular acerca do tema.
Metodologia
Procedimento do preparo
Para o preparo do veículo, todos os componentes foram previamente pesados em balança
analítica (Marte, modelo AY220). O EDTA, o metabissulfito de sódio e a sacarina foram solubilizados
um a um em béquer de vidro, juntamente com água purificada. Em outro béquer foram solubilizados
os conservantes (metilparabeno e propilparabeno) em propilenoglicol, sob ligeiro aquecimento (Nova
Ética, modelo 208D). Ambas as soluções foram transferidas para um cálice de vidro ao qual foi
adicionado o polissorbato 80 e a glicerina. O volume foi completado para 100 mL com a dispersão de
CMC-Na e o flavorizante de laranja foi adicionado. O ABZ foi incorporado no veículo por levigação em
gral e o pH foi ajustado para 5,5.
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O aspecto do produto acabado foi avaliado a olho nu, sendo observados os parâmetros:
viscosidade aparente, presença de grumos, partículas em flutuação, formação de aglomerado rígido
“cake”, facilidade de redispersão, cor e odor.
O pH da suspensão foi medido com o auxílio de aparelho de pH digital de bancada (Digimed,
modelo DM22), mediante inserção direta do eletrodo na amostra.
O volume de sedimento formado foi medido diretamente na proveta, em mL, sem agitação. O
índice de sedimentação (F) foi calculado pela razão entre o volume final de sedimento (V f), observado
no dia da análise e o volume ocupado pela suspensão logo após o preparo (V0).
Para a determinação do tempo de redispersão, as amostras em repouso foram redispersas
mediante movimentos verticais de 180º. Com o auxílio de um cronômetro, o tempo para completa
redispersão foi anotado, bem como o número de giros necessários para a completa redispersão do
sistema.
Resultados
Parâmetros T0 T1 T2 T3
pH 5,50 (±0,012) 5,81 (±0,012) 5,44 (±0,012) 5,31 (±0,00)
F 1 0,36 0,28 0,30
Número de giros 2 10 11 14
Fonte: Os autores (2019).
Discussão
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Segundo a Farmacopeia Brasileira (2019), suspensões de albendazol devem apresentar pH
entre 4,5 a 5,5. No momento do preparo da suspensão, o pH da formulação foi ajustado para 5,5. No
T1, o valor anotado foi 5,81 e, nos demais tempos, 5,44 e 5,31. É possível que tenha ocorrido erro de
determinação no T1, uma vez que a alteração no pH foi pequena nos T2 e T3. Em um estudo
realizado por Yagoub, Abdoun e Seri (2013), os valores de pH observado para uma suspensão de pH
foram semelhantes aos observados no presente trabalho (T3 = 5,31) e em conformidade com a
especificação.
A partir de avaliação visual das amostras, observou-se que a suspensão obtida apresentou
coloração branco leitosa, sem formação de aglomerado rígido no fundo da proveta e sem a presença
de partículas flutuando. Ao verter o recipiente foi verificado um escoamento rápido e uniforme do
conteúdo, que apresentou viscosidade aparente média. Tais parâmetros se mantiveram inalterados
ao longo dos 30 dias de observação. Não foi observada a formação de sedimento após as primeiras
48 horas de repouso, sendo que o F obtido foi igual a 1. No entanto, o valor de F nos demais tempos
foi inferior a 0,4.
Sabe-se que quanto mais próximo de 1 este valor, maior a floculação do sistema, uma vez
que sugere a presença de aglomerados frouxos, que permanecem por maior tempo em suspensão no
meio. Valores de F mais próximos de 0 sugerem a ocorrência de aglomeração no fundo do frasco.
Nota-se, também, que no número de giros necessários para a redispersão no sistema aumentou,
indicando a necessidade de maior agitação para reconstituição da formulação (PIMPLE et al., 2017;
YARNYKH et al., 2017). Em formulações de suspensões consideradas ideais, as partículas sólidas
devem permanecer dispersas de maneira uniforme no veículo na forma de aglomerados frouxos
(flocos) e, quando em repouso, não deve haver a formação de agregado rígido, devendo a
redispersão ocorrer rapidamente, parâmetros que devem ser mantidos durante toda a vida útil do
produto (ALLEN, 2002; ALLEN; ANSEL; POPOVICH, 2013; THOMPSON, 2013).
Os resultados analisados indicam que, nas primeiras 48 horas de estudo, os parâmetros de
estabilidade física da suspensão de ABZ foram adequados. No entanto, estes não foram mantidos ao
longo do período estudado, indicando a necessidade de redesenvolvimento farmacotécnico da
formulação.
Conclusões
Após finalização da parte experimental, os estudantes do grupo concluíram que havia a
necessidade de ajustes na viscosidade meio e/ou no tamanho das partículas dispersas, uma vez que
estes parâmetros influenciam na formação de sistemas floculados e, portanto, na estabilidade das
suspensões.
A execução da atividade favoreceu o processo ensino-aprendizagem do conteúdo abordado,
contribuindo para o desenvolvimento de raciocínio crítico e de habilidades relacionadas ao preparo de
suspensões nos estudantes matriculados na unidade curricular Farmacotécnica II.
Referências
ALLEN, L. V. The art, science, and technology of pharmaceutical compounding. 2th ed.
Washington: APhA. 2002.
ALLEN, L. V.; ANSEL, H. C.; POPOVICH, N.G. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de
fármacos. 9ª ed., São Paulo: Artmed, 2013.
PIMPLE, A. et al. Oral suspension: a review. Journal of Medical and Pharmaceutical, v. 4, n. 20, p.
49-52, 2017.
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SINKO, P. J. Martin: físico-farmácia e ciências farmacêuticas. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
YAGOUB, Y. M. M.; SIHAM, A.; SERI, H. I. In-use stability studies of two veterinary medicinal
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