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10 - Sedimentação

OP1 – Sedimentação

Introdução
 A SEDIMENTAÇÃO é a remoção por deposição gravitacional
de partículas SÓLIDAS do LÍQUIDO em que estão SUSPENSAS.
Em geral,...
 É uma OPERAÇÃO UNITÁRIA efetuada em tanques de seção
cilíndrica de grande diâmetro.
Neste sentido,...
 Dentre os equipamentos de separação, o sedimentador é o
que pode atingir uma das mais elevadas capacidades.
 A depender do objetivo, a sedimentação pode ser chamada
de:
espessamento clarificação
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OP1 – Sedimentação

Espessamento
 Quando o principal interesse é a obtenção de uma
suspensão mais CONCENTRADA.

Clarificação
 Quando o interesse básico é a obtenção de um
sobrenadante LIMPO,

... ou seja,...

 visa remover uma quantidade relativamente pequena de


partículas e produzir um efluente claro.

 Exemplo
Exemplo: tratamento de água e produção de vinhos.
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OP1 – Sedimentação

O Sedimentador
 Consiste basicamente de um tanque de grande diâmetro
com:
um dispositivo para introduzir a ALIMENTAÇÃO com um
mínimo de turbulência
turbulência;;
um mecanismo de varredura acionado externamente para
impelir os SÓLIDOS depositados até o ponto de descarga
descarga;;
um dispositivo para remover os SÓLIDOS concentrados
concentrados,,
e;
um dispositivo para remoção do LÍQUIDO clarificado
clarificado..
 A velocidade do raspador deve ser baixa,
Geralmente, opera entre...

20 - 35 ft/s
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OP1 – Sedimentação

Ca*

Cl *

 O underflow do SEDIMENTADOR descarrega o lodo


(geralmente, utilizando bomba centrífuga).
Neste caso,...
 Este lodo é muito MAIS diluído que a torta da FILTRAÇÃO.
... sendo que,...
 A SEDIMENTAÇÃO pode ser sucedida por uma FILTRAÇÃO.
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OP1 – Sedimentação

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OP1 – Sedimentação

Fatores que Afetam a Sedimentação


 A sedimentação de uma suspensão aquosa de partículas ou
flocos pode sofrer a influencia de fatores tais como:
 natureza das partículas (tamanho, forma, densidade,
propriedades químicas etc
etc)):
partículas mais ESFÉRICAS
ESFÉRICAS,, ou mais GROSSAS (maiores),
ou mais DENSAS
DENSAS,, têm MAIOR facilidade de sedimentar
sedimentar..
... sendo que,...
a floculação é uma alternativa para viabilizar a sedimentação
de PEQUENAS partículas
partículas..
Assim, as vezes...
principalmente no caso da clarificação
clarificação,, faz
faz--se necessário a
adição de floculantes para remoção das partículas finamente
divididas que, sem isso, seriam retidas no efluente
efluente.. 7
OP1 – Sedimentação

 quantidade de sólidos na suspensão:


Suspensões muito CONCENTRADAS apresentam
características de sedimentação bem DIFERENTES das
observadas na sedimentação de uma partícula de forma
ISOLADA..
ISOLADA
Isso se deve,...
ao efeito da concentração
concentração..

Como consequência,...
Esse efeito origina o fenômeno da sedimentação IMPEDIDA
IMPEDIDA..

Fazendo com que,...

A taxa de sedimentação deixe de ser CONSTANTE para se


tornar DECRESCENTE
DECRESCENTE..
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OP1 – Sedimentação

Cálculo da Área do Sedimentador


 Seja:
F - vazão de alimentação, L3 M 0T 1
A - área da seção transversal do sedimentador, L2 M 0T 0
C* - concentração de sólidos numa dada seção transversal do sedimentador:  Vsólidos Vsuspensão 

L - vazão de suspensão descendente num nível qualquer do sedimentador, L3 M 0T 1


V - vazão de líquido ascendente num nível qualquer do sedimentador, L3 M 0T 1
U - vazão de lama que deixa o sedimentador, L3 M 0T 1
índices: a - alimentação; l - lama ou lodo

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OP1 – Sedimentação

Assim, ...
 Admitindo que NÃO saia sólido no sobrenadante (condição de
projeto esperada num sedimentador para não perder sólido).
Balanço de Massa de Sólido
 Ca*
* 
LF *
LC  C
 S FCa*   S LC *   S UCL*  U  * 
CL  Ca*
U F *
 CL

Balanço de Massa para o Líquido entre um Nível


qualquer e o Fundo do Sedimentar

 f L 1  C *    f V   f U 1  CL* 

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OP1 – Sedimentação

LC *
L 1  C   V  * 1  CL* 
*

CL

 1 1 
V  LC *  *  * 
 C CL 

Porém,...
LC *  FCa*

Então,...
 1 1 
V  FCa*  *  * 
 C CL 

Dividindo pela área


V FCa*  1 1 
   
A A  C * CL* 

Também,...
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OP1 – Sedimentação

V
Tem-se que  v  velocidade
A

Assim,...

Ca*  1 1 
AF  * *
v  C CL 

Mas sabe-se que,...


 Massa de sólidos 
C  C*s   
 Volume de suspensão 

Então,...
Multiplicando e dividindo por  s :

F 1 v

A Ca  1  1 
 C CL 

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OP1 – Sedimentação

 A operação de sedimentação é baseada em fenômenos de


transporte, onde a partícula sólida em suspensão está sujeita
à ação das forças da gravidade, do empuxo e de resistência ao
movimento.
 O mecanismo da sedimentação DEScontínua auxilia na
descrição do processo contínuo, com o uso do TESTE DE
PROVETA.
 Esse ensaio é baseado no deslocamento da interface
superior da suspensão com o tempo, conforme ilustra a Figura.

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OP1 – Sedimentação

 Durante esse teste pode ser observada a existência de três


regiões distintas:
de líquido clarificado de sedimentação livre
de compactação
Algumas considerações físicas devem ser estabelecidas, a
fim de caracterizar cada região:
 na região de sedimentação livre livre,, as partículas
sedimentam sem que haja interação entre elas elas;; a
velocidade de sedimentação e a concentração de sólidos
são consideradas constantes
constantes;;
 na região de compactação
compactação,, os sólidos já começam a
interagir entre si
si;; é notada a variação da concentração
de sólidos ao longo dessa região, devido à desaceleração
sofrida por essas partículas
partículas.. 14
OP1 – Sedimentação

 No início do teste (t = 0), a


suspensão apresenta-se
homogênea e a concentração
de sólidos é constante em
todos os pontos da proveta.
t=0 t>0
 Instantes depois, as partículas maiores (mais pesadas e com
maior velocidade de sedimentação) começam a sedimentar e
a formar uma fina camada (região de compactação D) de
sólidos no fundo da proveta.
 Os sólidos mais finos sedimentam mais lentamente e sem
interação entre elas, dando origem a uma região
intermediária, de concentração de sólidos constante (região
de sedimentação livre B).
 Ao tempo que começa-se a sedimentação, inicia-se a
formação da região de líquido clarificado (A), isenta de sólidos. 15
OP1 – Sedimentação

 Com o decorrer do teste observam-se


variações na altura das regiões: as
regiões de líquido clarificado (A) e de
compactação (D) tornam-se maiores
devido ao desaparecimento da região de
sedimentação livre (C).

 Ao final, atinge-se um ponto onde existe apenas uma região


de sólidos (compactação) e uma região de líquido clarificado.

 A partir desse ponto, o processo consiste na compressão


lenta dos sólidos, que expulsa o líquido de entre as partículas
para a região de líquido clarificado, o que promove a
acomodação das partículas sólidas, gerando uma pequena
variação na altura da região de compactação.

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OP1 – Sedimentação

 Para que o efluente saia límpido é necessário que a


velocidade de ascensão do líquido (v=V/A) NÃO exceda a
velocidade de sedimentação do sólido.
 Os valores de A devem ser calculados para toda a gama de
concentrações presentes no sedimentador, Ca ≤ C ≤ CL e o
projeto deve se basear no maior valor de A obtido (ou menor
capacidade F/A).

 A relação (C) x (v) é estabelecida através de ensaios de


provetas.

Método de Kynch
 Ensaios em PROVETAS graduadas servem para determinar o
par velocidade de sedimentação-concentração, necessários
para determinação da área do sedimentador CONTÍNUO.
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OP1 – Sedimentação

 Considerações:
 concentração de partículas é uniforme ao longo da
seção horizontal
horizontal;;
 efeitos de parede são desprezíveis
desprezíveis;;
 efeitos de tamanho
tamanho,, forma e gradientes de
concentração NÃO influenciam a velocidade de
sedimentação;;
sedimentação
 a velocidade de sedimentação depende APENAS da
concentração LOCAL das partículas
partículas;;
 a concentração inicial da suspensão é uniforme
uniforme;;
 a velocidade de sedimentação tende a zero à medida
em que se aproxima o valor limitante
limitante,, que corresponde
aquela camada de sedimento na base do equipamento
equipamento;; 18
OP1 – Sedimentação

Agitação
Z0
Suspensão em estudo 1 Região clarificada
com concentração Z (posição da interface clarificada)
conhecida.
Agita-se a suspensão com 2 Região de concentração constante
concentração conhecida (Ca) até
que fique completamente
homogênea e determina-se como 3 Região de concentração variável
a altura da interface superior
(região clarificada) varia com o 4 Lodo
Z=0 tempo de sedimentação.

t=0 t>0

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OP1 – Sedimentação

A velocidade de sedimentação
(Ca) é calculada como:
dz
v=
dt

Qual a concentração
neste ponto?

É aquela em que a
altura da suspensão
seria zi se todas os
sólidos estivessem na
concentração C.

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OP1 – Sedimentação

Distância da interface à base - Tempo de sedimentação


 É realizado um único ensaio com concentração igual a da
alimentação do sedimentador industrial, medindo em
diferentes tempos os valores de Z, e calculando o valor de Zi.
 A concentração da suspensão aumenta enquanto Z decresce.
Zi representa a altura que a suspensão ocuparia se
TODOS os sólidos estivessem a concentração C
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OP1 – Sedimentação

Balanço de massa:
Ca z0 A  Czi A  C  Ca e zi  z0
Teremos:
Ca z0 zi  z
Ca z0 A  Czi A  C   v
zi 
O projeto do sedimentador baseia-se na identificação da
concentração e velocidade correspondente a uma capacidade
que garanta um transbordamento isento de sólidos.
F 1 v
θ z Zi C z
C a 0
z z
v i
F

1 v 
A Ca  1  1 
 A Ca  1  1   C CL 
zi  C CL 

- - - - - -
- - - - - -
- - - - - -

O valor MÍNIMO de capacidade é que deverá ser


utilizado nos cálculos de projeto do sedimentador 22
OP1 – Sedimentação

 O funcionamento adequado de um equipamento requer:


uma corrente de líquido clarificado que seja
ISENTA de sólidos
Pra que isso aconteça, é necessário que...
 A velocidade ASCENDENTE de líquido clarificado seja
MENOR do que a velocidade de sedimentação dos sólidos,...
Para que, ...

NÃO ocorra o arraste dessas partículas.


 A CAPACIDADE é:
medida do VOLUME de suspensão que pode ser tratado
tratado,,
por unidade de TEMPO
TEMPO,, por unidade de ÁREA
ÁREA,...
,...
Para que, ... 23
OP1 – Sedimentação

se tenha a obtenção de um espessado com


características pré-determinadas.
Para isso, ...
 É necessário que o cálculo da capacidade seja feito para:
TODA a faixa de concentrações de sólido
existente dentro do sedimentador,...
Desde, ...
a alimentação
Até, ...
a concentração desejada
para o material espessado
Então, ...
O valor MÍNIMO de capacidade é que deverá ser
utilizado nos cálculos de projeto do sedimentador 24
OP1 – Sedimentação

Simplificação do Evaristo Biscaia Jr.


 Baseada no fato de a curva de sedimentação resultar na
combinação de uma reta com uma exponencial.

F F F 1 v
     Mas, tem-se que:  
 A Pr oj  A  min A Ca  1  1 
 C CL 

dz C z F F z C z
v ; C  a 0 ; zi  z   v; Logo:       0  zmin  a 0
d zi  A Pr oj  A min  min CL 25
OP1 – Sedimentação

Cálculo da Altura do Sedimentador


 A altura do sedimentador é dada pelas soma:

H  H1  H C  H 2
H1 : região clarificada + região de concentração constante;
H C : região de concentração variável (compactação);
H 2 : fundo

H1  0, 45 a 0, 75m (em projeto H1  0, 6m);


H 2  0,146* R
O termo HC (correlação de Orr):
*
F  C a  t  S   
HC  4     ;
3 A  L 
mas Ca*  Ca
S
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OP1 – Sedimentação

Assim, ...
t - tempo de residência da região de compactação;
4 FCa t   S     S - densidade do sólido;
HC     - densidade do líquido;
3 S A  L   
 L - densidade do lodo

z0 Ponto correspondente
a CL

Ca z0
 zi  L 
CL

t
θ

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