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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
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OPERAÇÕES UNITÁRIAS-1
Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
1 Região clarificada
2 Região de concentração constante
3 Região de concentração variável
4 Lodo
1
2
3
4
1 Região clarificada
2 Região de concentração constante
3 Região de concentração variável
4 Lodo
1
2
3
4
A descarga de lama geralmente é feita utilizando uma bomba centrífuga. Numa unidade de
sedimentação de grande porte pode-se ter um túnel até o ponto de descarga, a fim de haver acesso
completo ás válvulas e a tubulação , no caso de dificuldade. Para evitar investimento, pode ser utilizado
uma linha de concentrado do fundo do tanque até a bomba centrífuga.
Do ponto de vista da engenharia química, o projeto envolve essencialmente, o cálculo da área de
sedimentação e da altura do sedimentador.
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
A operação de sedimentação é baseada em fenômenos de transporte, onde a partícula sólida em
suspensão está sujeita à ação das forças da gravidade, do empuxo e de resistência ao movimento. O
mecanismo da sedimentação descontínua auxilia na descrição do processo contínuo, com o uso do
teste de proveta, que é baseado no deslocamento da interface superior da suspensão com o tempo,
conforme ilustra a Figura abaixo. Durante esse teste pode ser observada a existência de três regiões
distintas: a região de líquido clarificado, a de sedimentação livre e a de compactação. Algumas
considerações físicas devem ser estabelecidas, a fim de caracterizar cada região:
1. na região de sedimentação
livre, as partículas sólidas
sedimentam sem que haja
interação entre elas; a
velocidade de sedimentação e a
concentração de sólidos são
consideradas constantes;
2. na região de compactação, as
partículas sólidas já começam a
interagir entre si; é notada a
variação da concentração de
sólidos ao longo dessa região,
devido à desaceleração sofrida
por essas partículas.
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
No início do teste (t = 0), a suspensão apresenta-se homogênea e a concentração de sólidos é constante
em todos os pontos da proveta. Instantes depois, as partículas maiores começam a sedimentar e a formar
uma fina camada de sólidos no fundo da proveta, que é a região de compactação; essa região é formada
por partículas sólidas mais pesadas e com maior velocidade de sedimentação. As partículas sólidas mais
finas sedimentam mais lentamente e sem interação entre elas, dando origem a uma região intermediária,
de concentração de sólidos constante, que é a região de sedimentação livre. Ao tempo que os sólidos
começam a sedimentar, tem início a formação de uma região de líquido clarificado, isenta de sólidos.
Com o decorrer do teste são observadas variações na altura das regiões: as regiões de líquido clarificado
e de compactação tornam-se maiores devido ao desaparecimento da região de sedimentação livre. Em
seguida é atingido um ponto onde existe apenas uma região de sólidos (compactação) e uma região de
líquido clarificado. A partir desse ponto o processo de sedimentação consiste numa compressão lenta dos
sólidos, que expulsa o líquido existente entre essas partículas para a região de líquido clarificado. A
expulsão do líquido promove a acomodação das partículas sólidas, que pode ser observado por meio de
uma pequena variação na altura da região de compactação.
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
Para que o efluente saia límpido é necessário que a velocidade de ascensão do líquido (v=V/A)
não exceda a velocidade de sedimentação do sólido. Os valores de A devem ser calculados para
toda a gama de concentrações preentes no sedimentador, Ca≤C≤CL e o projeto deve se basear
no maior valor de A obtido (ou menor capacidade F/A). A relação (C)x(v) é estabelecida através
de ensaios de provetas.
Agitação
1 Região clarificada
Suspensão em estudo
com concentração
conhecido. 2 Região de concentração constante
Agita-se a suspensão até que
fique completamente
homogênea e determina-se 3 Região de concentração variável
como a altura da interface
superior varia com o tempo de 4 Lodo
Z=0 sedimentação.
t=0 t>0 11
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
A interface da região Clarificada fornece a relação (C)x(v)
A velocidade de sedimentação
é calculada como:
dz
v=
dt
A posição influi na concentração e
consequëntemente na velocidade.
Qual a concentração
neste ponto?
É aquela em que a
altura da suspensão
seria zi se todas os
sólidos estivessem na
concentração C.
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
A interface da região Clarificada fornece a relação (C)x(v)
È realizado um único ensaio com concentração igual a da O projeto do sedimentador
alimentação do sedimentador industrial, medindo em baseia-se na identificação
diferentes pontos da curva de sedimentação, os valores de θ, da concentração e
z e zi. A concentração de suspensão aumenta a medida que z velocidade correspondente a
decresce. uma capacidade que garanta
um transbordamento isento
Balanço de massa: de sólidos.
Ca z0 A Czi A C Ca e zi z0 F 1 v
A Ca 1 1
C C L
Zi representa a altura que a suspensão ocuparia se todos os
sólidos estivessem na concentração C (Kynch 1952).
Teremos:
Ca z 0 z z
Ca z0 A Czi A C v i
zi
C a z0 v
θ z Zi C
z z
v i
zi 1 1
C
CL
- - - - - -
- - - - - -
- - - - - -
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
O funcionamento adequado de um espessador requer uma corrente de líquido clarificado isenta
de sólidos e, para que isso aconteça, é necessário que a velocidade ascensional de líquido
clarificado seja menor do que a velocidade de sedimentação dos sólidos, para que não ocorra o
arraste dessas partículas. A capacidade do espessador é a medida do volume de suspensão que
pode ser tratado por unidade de tempo, para a obtenção de um espessado com características
pré-determinadas, para isso é necessário que o cálculo da capacidade seja feito para toda a
faixa de concentrações de sólido existente dentro do espessador, desde a concentração de
alimentação até a concentração desejada para o material espessado. O valor mínimo de
capacidade é que deverá ser utilizado nos cálculos de projeto do espessador.
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Simplificação do Evaristo Biscaia Jr. (1982)
F F z0
A Pr oj A min min
F F dz Cz
v ; C a 0 ; zi z v
d zi
A Pr oj A min
F F z Baseado no fato de que a curva de
Sabemos que: Logo: 0
A Pr oj A min min sedimentação resulta na combinação
F 1 v
zmin
Ca z0 de uma reta com uma exponencial.
A Ca 1 1 CL
C CL
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
Cálculo da altura do sedimentador:
A altura do Sedimentador é dada pela soma:
Ca z0
H H1 H C H 2
z0 zi L
H1 : região clarificada + região de concentração constante CL
H C : região de compactação
Ponto
H 2 : fundo correspondente a
O termo H C é calculado adotando a correlação de Orr: Ca z0 CL
zi L
* CL
4 FC a .t S * Ca
HC lembremos que: C
3 A L a
S t
Logo teremos:
θ
4 FCat S
HC
3 S A L
sendo:
t - tempo de residência da região de compactação
S - densidade do sólido
- densidade do líquido
L - densidade do lodo
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
Ex: Calcular o diâmetro e a altura do sedimentador Dorr Oliver para
operar com 30 m3/h de suspensão aquosa de Cal.
g sólidos
Dados: Ca 0, 08 Usando um papel milimetrado é
cm3 suspensão possível marcar os pontos e fazer
g sólidos a análise gráfica. Porém, você
CL 0, 25 3
cm suspensão pode ajustar uma função para
g prever os valores e ter uma
S =2, 2 3
cm aproximação.
Ensaio de proveta (250C):
z(cm) 40 32,8 25,5 18,8 14,2 11,2 8,6 6,6 5,2 4,8
(min) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
45
C z 0, 08 40
zmin a 0 12,8cm 40
CL 0, 25
(cm)
35
y = 40,226e-0,05x
Com este valor faz-se a leitura no gráfico e identifica o valor do 30
min . Uma alternativa é ajustar uma função e subtituir o valor de
R² = 0,9944
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Z
15 12,8
10
0
0 10 20 ? 30 40 50
tempo (min)
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
Ex: Calcular o diâmetro e a altura do sedimentador Dorr Oliver para
operar com 30 m3/h de suspensão aquosa de Cal.
z(cm) 40 32,8 25,5 18,8 14,2 11,2 8,6 6,6 5,2 4,8
(min) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Ca z0 0, 08 40
z min 12,8cm
CL 0, 25
Para estes dados encontraremos o seguinte valor:
Considerando que o z min 12,8cm está na região não linear, adotaremos
a segunda equação ajustada: Veja que para este caso o valor encontrado é:
22,43min
z=1028. -1.41 z z min 12,8cm min 22, 43min
0, 25
0, 25massa sólido 1vol lodo 1dens agua
2, 2 vol solido 1,14 g
L 3
1cm lodo cm3
*
4 FC a .t S 4 30 3, 64.10 2 27, 4 min 1h 2, 2 1, 0
HC
3 A L 3 31 60 min 1,14 1, 0
H C 0,184m H C 18, 4cm
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
Ex: Calcular o diâmetro e a altura do sedimentador Dorr Oliver para operar com
30 m3/h de suspensão aquosa de Cal. A altura do Sedimentador é dada pela soma:
H H1 H C H 2
H1 : região clarificada + região de concentração constante
O fabricante possui valores entre 0,45 e 0,75m. Vamos adotar
o valor médio de 0,6m
H C : região de compactação
H 2 : fundo, o fabricante sugere o valor de 0,146.R
D 6,3
neste caso o raio é de R= = 3,15m
2 2
Portanto: H 0, 6 H C 0,146.R
H 0, 6 0,184 0,146 3,15 =1,24m
H 1,24m
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
Ex: Determinar o diâmetro e a altura de um espessador Dorr para operar com 20
m3/h de uma suspensão aquosa de barita (ρs=4,1g/cm3) a 300C. A concentração de
sólidos na alimentação é de 103g/L de suspensão e o lodo final deve ter 346g/L de
suspensão. Ensaio de proveta a 300C conduziu aos seguintes resultados:
Comportamento
Linear
Ponto
Crítico
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
Ex: Determinar o diâmetro e a altura de um espessador Dorr para operar com 20
m3/h de uma suspensão aquosa de barita (ρs=4,1g/cm3) a 300C. A concentração de
sólidos na alimentação é de 103g/L de suspensão e o lodo final deve ter 346g/L de
suspensão. Ensaio de proveta a 300C conduziu aos seguintes resultados:
Região de
Concentração
constante (linear)
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Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
Ex: Determinar o diâmetro e a altura de um espessador Dorr para operar com 20 m3/h de
uma suspensão aquosa de barita (ρs=4,1g/cm3) a 300C. A concentração de sólidos na
alimentação é de 103g/L de suspensão e o lodo final deve ter 346g/L de suspensão. Ensaio
de proveta a 300C conduziu aos seguintes resultados:
g sólidos F z0 40 cm3 1m3 104 cm 2 60 min m3
Dados: Ca 103 2,16 1,30
L suspensão A min min 18,50 cm 2 min 106 cm3 1m 2 1h m 2 .h
g sólidos F F F 20
CL 346 A F A 15, 40 m 2
L suspensão A Pr oj A min 1,30
g A min
S =4,1 3
cm A 15, 40 1,10 16,94m 2
fator de segurança 10%
Portanto teremos: D2
A D 4, 7m
C z 103 40 4
zmin a 0 11,91cm
CL 346 Calculo da Altura:
Caiu na região linear Ca z 0 C z C z
C C L a 0 zi L a 0 11,91cm
Portanto, adotemos a equação linear: zi zi L CL
Altura=-1,52 (tempo)+40,03 g 1L
103 3 3
11,91min 40, 03 Ca L 10 cm
min 18,50 min; lembremos que: C *a 2,51.102
S g
-1,52 4,1 3
cm
min 18,50 min
346
F F z 346massa sólido 1000vol lodo 1dens agua
Mostramos que: Logo: 0 4,1 vol solido 1, 26 g
L
A Pr oj A min min 1000cm lodo 3
cm3
*
4 FC a .t S 4 20 2,51.10 2 t min 1h 4,1 1, 0
HC
3 A L 3 16,94 60 min 1, 26 1, 0
H C 7,85.10 3 t Veja na próxima página como determinar t.
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OPERAÇÕES UNITÁRIAS-1
Capítulo IX – SEDIMENTAÇÃO
Ex: Determinar o diâmetro e a altura de um espessador Dorr para operar com 20
m3/h de uma suspensão aquosa de barita (ρs=4,1g/cm3) a 300C. A concentração de
sólidos na alimentação é de 103g/L de suspensão e o lodo final deve ter 346g/L de
suspensão. Ensaio de proveta a 300C conduziu aos seguintes resultados:
A altura do Sedimentador é dada pela soma:
H H1 H C H 2
H1 : região clarificada + região de concentração cte
O fabricante possui valores entre 0,45 e 0,75m.
Vamos adotar o valor médio de 0,6m
H C : região de compactação
H 2 : fundo, o fabricante sugere o valor de 0,146.R
D 4,7
neste caso o raio é de R= = 2,35m
2 2
Portanto: H 0, 6 H C 0,146.R
H 0, 6 0,126 0,146 2, 35 =1,07m
H 1,07m ~1,1m
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