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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

Escoamento interno
Prof. Fábio Bicalho Cano

Descrição

A descrição física e geral do escoamento interno e da camada-limite


hidrodinâmica em escoamentos laminar e turbulento.

Propósito

Os escoamentos viscosos internos e incompressíveis são de extrema


importância para os engenheiros, destacando-se os escoamentos em
dutos de seção reta circular presentes em sistemas de abastecimento,
irrigação e saneamento de água, bem como em sistemas de tubulações
que transportam fluidos em geral, como petróleo. Estão presentes ainda
na engenharia os dutos não circulares e os canais abertos.

Objetivos

Módulo 1

Escoamento laminar em dutos fechados

Reconhecer o regime de escoamento laminar.

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Módulo 2

Escoamento turbulento

Descrever o regime de escoamento turbulento.

Módulo 3

Escoamento em canais abertos

Reconhecer canais de escoamento aberto.

Módulo 4

Perdas de energia devido ao atrito

Identificar as dissipações viscosas em tubos.

meeting_room
Introdução
Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo a seguir e
compreenda os conceitos de escoamento interno.

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1 - Escoamento laminar em dutos fechados


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o regime de escoamento laminar.

Vamos começar!

video_library
Conceituando o regime de
escoamento laminar!
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão
abordados neste módulo.

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Regimes de número de Reynolds


O regime de escoamento laminar é aquele em que não se observa
movimento de mistura, caracterizando, assim, um movimento altamente
ordenado. Já o regime de escoamento turbulento é altamente
desordenado e acompanhado por flutuações de velocidade.

A classificação do regime de escoamento depende da relação entre as


forças inerciais e as forças viscosas presentes no fluido. Essa relação é
quantificada pelo número adimensional de Reynolds (Re), definido pela
relação:

ρv̄D v̄D
Re = =
μ v

Em que:

ρ é a massa específica do fluido.

v̄ é velocidade média de escoamento.

D é o diâmetro interno do tubo.

μ é a viscosidade absoluto ou dinâmica.

v é a viscosidade cinemática.

O experimento de Reynolds, que consiste em observar o


comportamento de um pigmento colorido injetado no centro de um tubo
transparente submetido ao escoamento interno de água com vazão, é
gradativamente aumentado. Observe na representação a seguir.

Experimento de Reynolds.

As linhas de corrente de um escoamento viscoso, em seus limites


extremos de comportamento, podem ser de dois tipos, veja a diferença

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entre eles a seguir:

Escoamento laminar Escoamento turbulento

Vemos na tubulação transparente um filamento, uma linha ou


uma lâmina contínua de pigmento para o escoamento laminar,
em função do arrasto do pigmento pelo movimento comportado
do líquido.

Escoamento laminar, comportado com deslocamento camada a camada.

Em termos do desenvolvimento da teoria científica, a imagem o


experimento de Reynolds levou à formulação teórica do comportamento
apresentado do tipo de escoamento.

O número de Reynolds crítico (Re cr ) é aquele a partir do qual o


escoamento deixa de ser laminar. É consenso na literatura que, para um
escoamento interno a dutos com seção reta circular, o valor máximo
para o número de Reynolds crítico é:

Re cr = 2300

Para a maioria das condições práticas, podemos classificar os regimes


de escoamento viscosos conforme os seguintes limites:

Escoamento laminar (limite rígido)

Re < 2.300

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Escoamento transitório (limite superior não rígido)

2.300 ≤ Re ≤ 4.000

Escoamento turbulento (limite não rígido)

Re > 4.000

O escoamento que apresenta número de Reynolds próximo ao valor do


Re cr é chamado de escoamento intermitente, pois é possível observar
alternância de regimes de escoamento: ora laminar, ora turbulento.

Os tubos são dutos de seção reta circular. Para dutos em que a seção
reta não é circular, para a classificação do regime de escoamento
viscoso, utilizamos no cálculo do número de Reynolds o diâmetro
hidráulico D H definido por:

4A SR
DH =
Pm

Em que:

A SR é a área da seção reta do duto.

Pm é o perímetro molhado, ou seja, o comprimento total da seção


reta que é alcançado pelo fluido.

A expressão do diâmetro hidráulico é definida de forma que, quando


aplicada ao tubo, a relação gera como resultado D H = D . A seguir são
apresentadas as determinações do diâmetro hidráulico para algumas
seções retas de escoamento.

Tubos expand_more

A determinação é feita pela seguinte expressão:


2
4(πD /4)
DH = = D
πD

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Dutos de seção reta retangular expand_more

A determinação é feita pela seguinte expressão:

4ab 2ab
DH = =
2(a+b) a+b

Dutos de seção reta quadrada expand_more

A determinação é feita pela seguinte expressão:

2
4a
DH = = a
4a

Canais abertos expand_more

A determinação é feita pela seguinte expressão:

4ab
DH =
2a+b

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A equação do escoamento laminar


em tubos
Vamos considerar o balanço do momento para um pequeno volume de
fluido incompressível na forma de anel, com espessura dr e
comprimento dx, em um escoamento laminar, permanente e
completamente desenvolvido, conforme a representação a seguir.

Representação esquemática de um pequeno elemento de volume de fluido em escoamento interno


laminar completamente desenvolvido em tubo, para o cálculo do momento.

Na imagem, não existe movimento na direção radial, e a velocidade do


fluido na direção x é alterada em função do raio, tal que u = u(r) .
Como o perfil de velocidades (envelope de setas em azul) é estacionário
e completamente desenvolvido, não existe variação da quantidade de
movimento ao longo do escoamento, portanto, não existe aceleração, ou
seja, ∑ F = 0 .

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Logo, podemos escrever para o somatório de forças que atuam sobre o


elemento de volume de fluido:

2πrdrP x − 2πrdrP x+dx + (2πrdxτ ) r − (2πrdxτ ) r+dr = 0

Dividindo a expressão anterior por 2πdrdx e invertendo a posição dos


termos, temos:

P x+dx − P x (rτ ) r+dr − (rτ ) r


r + = 0
dx dr

Aplicando o limite quando o elemento de volume tende a zero, ou seja,


drdx → 0 , temos:

dP d
r + (rτ ) = 0
dx dr

Conforme a imagem anterior, os sentidos das tensões representados no


elemento de volume foram considerados no equacionamento. Logo, as
tensões devem ser consideradas em módulo. Supondo uma relação
linear entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação, sabendo
que du/dr < 0 , temos para a tensão de cisalhamento:

du
τ = μ
dr

Assim:

μ d du dP
(r ) =
r dr dr dx

Na equação anterior, observamos à esquerda uma função f (r) e à


direita uma função g(x). Essa igualdade só será possível se
f (r) = g(x) = constante. Assim, podemos considerar dP /dx =

constante e, por integração, podemos escrever:

1–
a
integração em relação a r :

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2
du r dP
r = + C1
dr 2μ dx

2–
a
integração em relação a r :
2
r dP
u(r) = + C 1 ln r + C 2
4μ dx

Como condições de contorno, temos:

du
= 0, quando r = 0 ⇒ C 1 = 0
dr
2
R dP
u = 0, quando r = R ⇒ C 2 = −
4μ dx

Portanto:

2 2 2
r dP R dP 1 dP R dP
2 2
u(r) = − = (r − R ) = (
4μ dx 4μ dx 4μ dx 4μ dx

E finalmente:

2 2
R dP r
u(r) = − (1 − )
2
4μ dx R

A velocidade média v̄ é definida por:

∫ u(r)dA
v̄ =
A SR
2 2
R R dP r
R
∫ − (1 − )2πrdr
∫ u(r)2πrdr 0 4μ dx R
2
1 d
0
v̄ = = = −
2 2
πR πR 2μ

2
R dP
v̄ = −
8μ dx

Com base na equação anterior, podemos observar que:

2 2 2
R dP r r
u(r) = − (1 − ) = 2v̄ (1 − )
2 2
4μ dx R R

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A velocidade máxima v máx é determinada para r = 0 , veja:

2
R dP
v máx = − = 2v̄
4μ dx

Agora, vamos ver a determinação da queda de pressão e da perda de


carga.

Para um comprimento linear L do tubo, a queda de pressão no


escoamento será dada por:

dP P1 − P2
− =
dx L

Considerando o escoamento laminar, a velocidade média v̄ e sabendo


que D = 2R , temos:

8μv̄L 32μv̄L
ΔP L = P 1 − P 2 = =
2 2
R D

A queda de pressão proveniente dos efeitos viscosos é um processo


irreversível, que na prática tem relação direta com o fator de atrito f e a
pressão dinâmica, independentemente do escoamento ser laminar,
transitório ou turbulento:

2
L ρv̄
ΔP L = f
D 2

Assim, para o escoamento laminar, temos para o fator de atrito f :

64μ 64
f = =
ρv̄D Re

A perda de carga h L é definida como:

2 2
ΔP L 1 L ρv̄ L v̄
hL = = f = f
γ ρg D 2 D 2g

Para o cálculo da vazão Q, temos:

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2 2 4
(P 1 − P 2 )D πD ΔP L πD
˙
Q = V = v̄A SR = =
32μL 4 128μL

Essa equação é denominada lei de Poiseuille e o escoamento que


segue esse comportamento é chamado de Hagen-Poiseuille.

A região de entrada
As partículas na camada em contato direto com a parede têm sua
velocidade zerada quando o fluido entra no duto. Esse efeito é
denominado princípio da aderência ou do não escorregamento.

Devido ao atrito entre camadas de fluido, as camadas vizinhas têm suas


velocidades gradativamente diminuídas, apresentando um valor máximo
no eixo central de simetria do duto. A sequência desses efeitos segue a
representação da imagem a seguir.

Desenvolvimento da camada-limite de velocidade em tubo.

Podemos observar na imagem uma região em que os efeitos viscosos


são dominantes e existe uma variação significativa de velocidades. Essa
região é denominada camada-limite de velocidade ou simplesmente
camada-limite.

Na região central, delimitada pela fronteira da camada-limite, até


determinado comprimento ao longo da direção x, observa-se uma
região onde os efeitos viscosos no escoamento são desprezíveis (região
de escoamento invíscido-central)

Com o transcorrer do escoamento, a extensão da camada-limite


aumenta na direção do escoamento até sua fronteira alcançar o centro
do tubo, situação em que a região de escoamento invíscido desaparece.

A partir daí, um comprimento adicional é necessário para o


término do desenvolvimento do perfil de velocidades.

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A região compreendida da entrada do tubo até o ponto de estabilização


completa do perfil de velocidades é chamada de região de entrada
hidrodinâmica e o comprimento associado a sua extensão é
denominado comprimento de entrada L E .

A região que se inicia com o perfil de velocidades completamente


desenvolvido e inalterado é denominada região hidrodinamicamente
completamente desenvolvida.

Para um duto de seção reta circular, o perfil de velocidades na região de


escoamento laminar completamente desenvolvido é parabólico.

A tensão de cisalhamento na parede é mais alta na entrada do tubo,


onde a espessura da camada-limite é menor e diminui até atingir o valor
constante igual à tensão na parede, quando o escoamento se apresenta
completamente desenvolvido, conforme a representação da imagem a
seguir.

Redução da tensão de cisalhamento na parede ao longo do comprimento de entrada.

Empiricamente, para o escoamento laminar, o comprimento de entrada


hidrodinâmica é estimado por:

LE
= 0, 05Re
D

Em que D é o diâmetro interno do tubo.

Para Re cr = 2.300 , temos para o comprimento de entrada:

L E = 115D

Para o escoamento turbulento, o comprimento de entrada hidrodinâmica


é menor que o comprimento laminar e pode ser estimado por:

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LE
1/4
= 1, 359Re
D

Em muitos problemas práticos de engenharia que envolvem


escoamentos turbulentos, o comprimento de entrada hidrodinâmico
pode ser aproximado para:

L E ≅ 10

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 1 - Vem que eu te explico!

Queda de pressão vs tensão de cisalhamento


na parede de tubo

Módulo 1 - Vem que eu te explico!

Velocidade média

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Falta pouco para


atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Para o escoamento de Hagen-Poiseuille:


4
ΔP L πD
˙
V =
128μL

Podemos concluir que, para uma vazão V̇ especificada, a queda de


pressão é

A inversamente proporcional ao comprimento do tubo.

B inversamente proporcional à viscosidade do fluido.

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inversamente proporcional à quarta potência do


C
diâmetro.

D diretamente proporcional ao número de Reynolds.

E diretamente proporcional ao fator de atrito.

Responder

Questão 2

Observe a imagem a seguir e indique o que representa o


comprimento L.

A O comprimento de estabilização dos efeitos viscosos.

B O comprimento de entrada.

C O comprimento do núcleo invíscido.

D O comprimento de estabilização da vazão.

O comprimento de atuação da tensão de


E
cisalhamento na parede do duto.

Responder

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2 - Escoamento turbulento
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever o regime de escoamento turbulento.

Vamos começar!

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Conceituando o regime de
escoamento turbulento
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão
abordados neste módulo.

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Tensão de cisalhamento em
escoamento turbulento
Nas aplicações práticas da engenharia, a maioria dos escoamentos é
turbulenta. O escoamento turbulento é caracterizado por flutuações
rápidas e randômicas com formação de redemoinhos de fluido
denominados turbilhões, presentes em toda a extensão do escoamento
e que representam um mecanismo adicional de transferência de massa,
de quantidade de movimento e de energia.

O movimento dos turbilhões acarreta, mesmo para um escoamento


médio em regime permanente, flutuações nos valores da velocidade,
temperatura e pressão. Assim, podemos assumir que os valores
instantâneos da velocidade e da pressão, por exemplo, flutuam em
relação a um valor médio, conforme a representação a seguir.

Representação da velocidade (a) e da pressão (b) para um escoamento turbulento no tempo.

Conforme a representação da imagem, os valores instantâneos da


velocidade e da pressão, em determinado ponto do escoamento
turbulento, são compostos por duas parcelas: um valor médio e uma
componente flutuante:

′ ′
u(t) = ū + u e p(t) = p̄ + p

Devido às flutuações, para o escoamento turbulento interno a tubos, a


tensão de cisalhamento não é corretamente modelada, considerando a
velocidade média turbulenta ū, conforme a equação:

dū
τ = −μ
dr

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Empiricamente, para a tensão turbulenta precisa, devem ser


consideradas duas parcelas: uma componente laminar τ lam , que
representa o atrito entre as camadas de fluido na direção do
escoamento, e uma componente turbulenta τ turb , relacionada com as
flutuações.

Assim:

τ total = τ lam + τ turb

No escoamento turbulento, o perfil parabólico para o escoamento


interno a tubos torna-se mais achatado, com uma queda brusca de
velocidade bem próxima à parede do tubo, e mais uniforme,
apresentando pequenas variações de velocidade, na região central do
tubo.

A seguir veja os perfis de velocidade próximo à parede, de forma


comparativa, para os escoamentos laminar e turbulento.

Escoamento laminar Escoamento turbulento

Veja na imagem os gradientes de velocidade para escoamento


laminar no interior de um tubo (representação em corte, somente
da parede inferior).

Podemos observar na imagem anterior uma maior tensão de


cisalhamento na parede para o escoamento turbulento, uma vez que:

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∂ ū ∂ ū
( ) > ( )
∂y ∂y
y=0,turb y=0,lam

Vamos considerar a imagem a seguir, que representa um turbilhão


ascendente que promove a transferência de partículas de fluido de uma
camada inferior, com velocidade menor, para outra superior, com
velocidade maior, devido à flutuação de velocidade v ′ decorrente do
turbilhão ascendente a partir de um elemento de uma área diferencial
dA .

Movimento ascendente de partícula de fluido em decorrência de um turbilhão ascendente.

Na imagem, a vazão mássica ascendente será determinada por:


dṁ = ρv dA

Essa transferência de massa de menor valor de velocidade na direção


do escoamento promoverá uma redução na velocidade média de
escoamento na camada superior.

A velocidade das partículas transferidas na direção do escoamento é u ′ .


Portanto, a quantidade de movimento transferida na direção do
escoamento para a camada superior será determinada por (ρv ′ dA)u ′ .

Assim, como a força é igual à variação da quantidade de movimento, a


força que atuará sobre um elemento de fluido acima do elemento de
área dA o fará no sentido contrário do escoamento, pois as partículas
têm velocidade inferior, oferecendo resistência. Essa força resistiva δF
será determinada por:

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′ ′
δF = − (ρv dA)u

Portanto, temos para a tensão de cisalhamento:

δF
′ ′
= −ρv u
dA

Logo, a tensão de cisalhamento turbulenta será quantificada por:


′ ′
τ tub = −ρu v



u v

Em que representa a medida da média temporal dos componentes
de velocidade flutuantes u ′ e v ′ .





−ρu v

−ρu
′2 ′
−ρu w

A tensão e as tensões ou são denominadas
tensões de Reynolds ou tensões turbulentas. Os modelos de
turbulência buscam estabelecer uma relação matemática entre a tensão
de Reynolds e o gradiente de velocidade médio.

O modelo de turbulência mais simples é escrito como:

– ∂ ū
′ ′
τ turb = −ρu v = μ t
∂y

Em que μ t é a viscosidade de turbilhonamento ou viscosidade


turbulenta. Assim, temos para a tensão cisalhante total em
escoamentos turbulentos:

∂ ū ∂ ū
τ total = (μ + μ t ) = ρ (v + v t )
∂y ∂y

Onde v t é a viscosidade cinemática de turbilhonamento ou viscosidade


cinemática turbulenta.

Perfil de velocidades turbulento em

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tubos
Para o escoamento turbulento, em função das flutuações, cada termo de
velocidade nas equações da continuidade e de Navier-Stokes a seguir,
para um fluido incompressível e newtoniano, é uma função aleatória de
variação rápida no tempo e no espaço.

∂u ∂v ∂w
+ + = 0
∂x ∂y ∂z


ρ
DV

= −∇p + ρg + μ∇ V → → →2

Dt

Na engenharia, muitas vezes estamos interessados nos valores médios


de velocidade, pressão, tensão de cisalhamento etc. Assim, por
exemplo, a média temporal da velocidade de escoamento na direção
x, u = u(x, y, z, t) é definida por:

T
1
ū = ∫ udt
T 0

Em que T representa um período de cálculo da média, bem maior que


qualquer período significativo das flutuações, conforme as
representações na imagem a seguir, com média zero nas direções r e θ.

Observe a representação das componentes da velocidade para o


escoamento turbulento em tubos e do período T .

(a) Velocidade na direção x, (b) velocidade na direção r e (c) velocidade na direção θ.

As partículas de fluido ao longo do escoamento têm velocidade zero na


parede do tubo. Assim, nas camadas de fluido perto da parede a
velocidade é baixa, prevalecendo um forte efeito viscoso que torna o
escoamento laminar, com a formação de uma subcamada viscosa, onde
atua a tensão laminar τ lam .

A região mais afastada da parede, que envolve a região central do


escoamento em tuboss, é chamada de camada turbulenta externa, onde
tensão turbulenta τ turb domina.

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A região intermediária é denominada de camada intermediária ou de


superposição e, nessa camada, ambas as tensões são significativas.

A ilustração dessas regiões, dentro da camada-limite hidrodinâmica


y = δ(x) , é apresentada na imagem a seguir.

Regiões na camada-limite hidrodinâmica δ(x) e associação entre as tensões de cisalhamento no


escoamento turbulento (a) e o perfil de velocidades (b).

Conforme a imagem, a tensão de cisalhamento no fluido, próximo à


parede, tende a seguir o comportamento newtoniano, ou seja:

du
τ0 = μ
dy

Para um perfil de velocidades linear nessa região e sabendo que u = 0

quando y = 0 , e que para o escoamento laminar temos a velocidade u


equivalente à velocidade média no tempo ū, temos:

ū − 0 ū
τ0 = μ = μ
y − 0 y

Com o objetivo de ajustar os dados experimentais a um perfil


adimensional, costuma-se considerar um fator constante u ∗ definido
por:

τ0

u = √
ρ

A análise dimensional da constante u ∗ fornece [u ∗ ] = L/T , o que


permite denominar esse fator como velocidade de atrito ou velocidade
de cisalhamento. Portanto, podemos escrever:

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2


τ 0 = (u ) ρ = μ
y

Rearranjando a equação anterior, temos a lei de parede:

∗ ∗
ū yu yu
= =

u μ/ρ v

Uma vez que u ∗ e v são constantes, ū e y apresentam uma relação


linear de velocidades adimensional na subcamada viscosa, conforme
indicado na imagem a seguir.

Lei de parede na subcamada viscosa, 0 , e lei logarítmica para o escoamento



≤ yu /v ≤ 5

turbulento completamente desenvolvido em tubos lisos.

Para a camada turbulenta externa (CTE) verifica-se experimentalmente


que a velocidade média ū é independente da viscosidade, mas seu
desvio, em relação à velocidade na borda da camada-limite U (x),
depende da espessura da camada-limite δ(x), da tensão de
cisalhamento na parede τ p , da massa específica do fluido ρ e da
posição y na camada-limite, seguindo a expressão:

(U − ū) CT E = Φ (δ, τ p , ρ, y)

Dessa forma, podemos definir a lei da diferença de velocidade para a


camada turbulenta externa:

U − ū y
= ϕ( )

u δ

As leis de parede e da diferença de velocidade são precisas para uma


grande variedade de escoamentos turbulentos em tubos e, a princípio,
essas leis devem se sobrepor na camada intermediária ou de
sobreposição.

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Observa-se, experimentalmente, que essa sobreposição é satisfatória,


considerando a lei logarítmica da camada intermediária, definida por:


ū 1 yu
= ln + B

u κ v

Para o escoamento em tubos lisos, as constantes adimensionais


assumem valores aproximados: κ = 0, 41 eB . Esse ajuste
= 5, 0

experimental está representado na imagem anterior.

playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 2 - Vem que eu te explico!

Parâmetro classificatório de tubos


hidraulicamente lisos

Módulo 2 - Vem que eu te explico!

Perfil de velocidades da lei de potência para


escoamento turbulento

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Falta pouco para


atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Considere as características dos escoamentos laminar e turbulento


isotérmicos e os perfis de velocidades a seguir, definidos após o
comprimento de entrada.

Pode-se afirmar que os escoamentos representados por (a) e (b)


são, respectivamente,

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A turbulento e laminar.

B laminar e invíscido.

C laminar e turbulento.

D turbulento e invíscido.

E viscoso e transitório.

Responder

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Questão 2

O perfil de velocidades para a água em escoamento turbulento, com


viscosidade μ = 8, 00 × 10
−4
Pa ⋅ s , em um tubo liso de 12cm de
diâmetro interno, é ū = 9, 2y
1/8
. Qual é a tensão de
m/s

cisalhamento na parede, em unidades do SI?

A
−4 −7/8
9, 2 × 10 y

B 8, 0 × 10
−4
y
−5/8

C 9, 2 × 10
−4
y
−3/8

D 8, 0 × 10
−4
y
−1/8

E 7, 4 × 10
−3
y
−1/8

Responder

3 - Escoamento em canais abertos


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer canais de escoamento aberto.

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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

Vamos começar!

video_library
Conceituando canais de escoamento
aberto
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão
abordados neste módulo.

Classificação dos escoamentos


Um escoamento em canal aberto é aquele que apresenta uma superfície
livre em contato com a atmosfera, por exemplo, em rios, galerias
pluviais, canais e calhas, que são conduzidos pela ação da gravidade e
cujo gradiente de pressão na interface com a atmosfera é desprezível.
Em um canal aberto, devemos observar duas laterais e um fundo em
que a condição de não escorregamento é evidenciada.

A imagem a seguir apresenta alguns contornos de velocidade em


diferentes canais, em que geralmente a velocidade máxima fica
localizada abaixo da superfície livre, aproximadamente 20% de sua
profundidade. Devemos observar que, quanto mais raso o canal, mais
próximo da superfície fica o contorno de velocidade máxima.

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Contornos de velocidade, em m/s, em canais abertos retilíneos.

Os escoamentos práticos em canais abertos são predominantemente


turbulentos e, apesar das irregularidades das velocidades, podemos
aproximar o escoamento real para um escoamento unidimensional
uniforme e obter estimativas de vazão muito razoáveis.

Agora entenderemos a diferença entre dois tipos de escoamento:

Escoamento uniforme Escoamento não


uniforme
É aquele em que a
profundidade do líquido É aquele em que a
e sua velocidade são close profundidade do líquido
praticamente e sua velocidade são
invariantes ao longo da alteradas ao longo da
extensão do canal. extensão do canal.

A imagem a seguir apresenta a vista lateral de um canal e sua seção


transversal.

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Vista lateral de um canal com inclinação S (a) e sua seção transversal (b).

Na imagem anterior, a velocidade média V do escoamento é


determinada por:

1
V = ∫ vdA
A A

Em que A é a área da seção transversal.

Para a vazão volumétrica Q, temos:

Q = V ⋅ A

O raio hidráulico R h é determinado pela razão entre a área da seção


transversal de escoamento e o perímetro molhado P m . Assim, temos:

A Dh
Rh = =
Pm 4

As geometrias mais comuns de canais abertos são apresentadas na


imagem a seguir.

Seções transversais mais usuais para canais abertos: (a) retangular, (b) trapezoidal e (c) circular.

Vejamos cada um deles:

Canal retangular expand_more

Para o canal de seção transversal retangular, temos:

A by
Rh = =
Pm b+2y

Canal trapezoidal expand_more

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Para o canal trapezoidal, em que a variação do comprimento


horizontal por unidade de variação do comprimento vertical da
parede à esquerda é quantificada por m 1 /1, e da parede à direita
por m 2 /1, temos:

1
2
A = by + y (m 1 + m 1 )
2

2 2
P m = b + y (√ 1 + m + √1 + m )
1 2

B = b + y (m 1 + m 2 )

Canal circular expand_more

Para o canal de seção transversal circular, temos:

2
d
A = (α − sen α ⋅ cos α)
4

P m = αd

B = d sen α

Em que:

y
α = arccos (1 − 2 )
d

Uma primeira classificação dos escoamentos em canais abertos


fundamenta-se na taxa de variação da profundidade do canal e da
velocidade média do escoamento. Assim, para um escoamento
uniforme, a profundidade e a velocidade média são constantes. O
escoamento pode ser:

Escoamento Escoamento
rapidamente variado gradualmente variado
(ERV) (EGV)

Quando em distâncias Quando em distâncias


curtas se observa uma relativamente maiores,
mudança rápida na a profundidade e a
profundidade e
close velocidade variam
velocidade, temos um lentamente ou de forma
escoamento gradual, temos um
rapidamente variado escoamento
(ERV). gradualmente variado
(EGV).

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A imagem a seguir ilustra esses tipos de escoamentos em canais


abertos, invariantes no tempo, mas não uniformes.

Escoamentos permanentes não uniformes gradualmente variado (EGV) e rapidamente variado (ERV).

A força primária que sustenta o escoamento em canais abertos é a


força gravitacional. O número adimensional associado ao efeito
gravitacional sobre o escoamento é o número de Froude (F r), definido
por:

ç
For a inercial V V
Fr = = =
ç
For a gravitacional √ gL √ gy

Em que:

y é a profundidade do canal.

V é a velocidade média.

Uma segunda classificação para os escoamentos em canais abertos


fundamenta-se na comparação da velocidade média do líquido no canal
com a velocidade de uma onda em sua superfície medida em relação à
velocidade média, denominada celeridade da onda (c), quantificada por:

c = √ gy

Da expressão anterior, verificamos que a velocidade da onda é função


apenas da profundidade do líquido y. Portanto, temos para o número de
Froude:

V V
Fr = =
√ gy c

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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

Logo, para a classificação do escoamento com base no número de


Froude, vamos considerar a imagem a seguir. Nela, observa-se a
produção de onda superficial com velocidade c, devido ao
posicionamento de uma placa vertical, de forma a obstruir parcialmente
a passagem de uma corrente de líquido com velocidade média V .

Geração de onda através da obstrução parcial da corrente de fluido por placa vertical.

Então, considerando a imagem, temos três tipos de escoamento:

Escoamento crítico

Se F r = 1 , então V = c , ou seja, a velocidade média do


líquido é igual à velocidade da onda, indicando a ocorrência de
uma onda estacionária. Esse escoamento é denominado
escoamento crítico.

Escoamento subcrítico

Se F r < 1 , então c > V , e a onda se propaga a montante


(para a esquerda). Esse escoamento é denominado
escoamento subcrítico ou fluvial.

Escoamento supercrítico

Se F r > 1 , então V > c , e a onda se propaga a jusante (para


a direita). Esse escoamento é denominado escoamento
supercrítico.

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Energia específica e aplicações


Para o escoamento de um líquido ideal em regime permanente em canal
aberto, em muitos casos, é prático medir a energia entre dois pontos na
superfície livre do líquido em relação ao fundo do canal. Veja na
representação a seguir:

Energias mecânicas por unidade de peso de fluido na superfície do líquido, adotando como
referência (Datum) a linha de fundo do canal aberto.

A partir da representação vista, temos a equação de Bernoulli:

2 2
p1 V p2 V
1 2
+ + y1 = + + y2
γ 2g γ 2g

Na superfície livre: p 1 = p 2 = p atm

Portanto:

2 2
V V
1 2
+ y1 = + y2
2g 2g

Para qualquer ponto intermediário, considerando o princípio de


conservação da energia, podemos escrever para a energia total por peso
de fluido (E) :

2
V
E = y +
2g

A energia total quantificada é denominada energia específica.

Em canais de seção retangulares, em que b é a largura do canal, a


descarga específica q é definida por:

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ã
vaz o volum trica é Q V (by)
q = = = = Vy
largura do canal b b

Assim, para canais retangulares, temos para a energia específica:

2
q
E = y +
2
2gy

A equação anterior, considerando a descarga específica q constante (ou


Q constante), fornece um perfil cúbico em y, representado pela linha
contínua na imagem a seguir, que apresenta um gráfico de profundidade
y em função da energia específica E .

Perfil de energia específica E em função da profundidade y para um valor fixo de vazão específica
q. F r < 1, escoamento fluvial (subcrítico), F r , escoamento torrencial (supercrítico) e F r
> 1 ,
= 1

escoamento crítico.

Podemos observar na imagem que, para ocorrer uma descarga


específica, faz-se necessária uma energia mínima E mín chamada de
energia crítica (E c ), correspondente à profundidade crítica (y c ).

Para E > Ec , verificamos que duas profundidades de escoamento são


possíveis: uma para o escoamento subcrítico e outra para o escoamento
supercrítico. Essas profundidades são denominadas profundidades
recíprocas.

De modo geral, uma transição é caracterizada por variações na


profundidade e na velocidade média de escoamento do líquido em uma
extensão relativamente curta do canal, associada a um escoamento não
uniforme bruscamente variado.

Para exemplificar, vamos considerar a constrição de um canal retangular


causada pela elevação de uma altura h no leito do canal, conforme a
representação da imagem a seguir.

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Constrição de canal retangular: (a) elevação h no fundo do canal, (b) diagrama de energia específica
versus profundidade correspondente.

Na imagem vamos considerar os pontos (1) e (2) na superfície do canal


aberto e o diagrama de energia específica do canal. Assim, o balanço de
energia fornece:

E1 = E2 + h

Assim, quando escoa sobre uma rampa ou um obstáculo no leito do


canal, um líquido altera sua profundidade de escoamento uma vez que a
elevação do leito aumenta sua energia potencial.

Para a análise dos efeitos de rampa e de obstáculos no leito de canais


abertos, vamos considerar escoamento unidimensional com elevação
gradual a uma curta distância e efeitos de cisalhamento desprezíveis,
nas representações da imagem a seguir.

Escoamentos em canais abertos sobre a ação de rampa e de obstáculo, com seus respectivos
diagramas de energia específica.

Da análise da imagem, temos:

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Para o escoamento torrencial (F r > 1) em rampa expand_more

Vamos começar com a imagem (a), devemos considerar para


esse tipo de escoamento y 1 < yc , conforme a imagem (b). Ao
passar pela rampa, a energia potencial do líquido aumenta com a
elevação h, e a profundidade do líquido também aumenta, de y 1
para y 2 , conforme a imagem (b). Ainda na imagem (b), com a
consequente redução na energia específica de E 1 para E 2 e
devido à elevação da profundidade, y 2 > y1 , a carga cinética em
(2) deverá diminuir, diminuindo a velocidade média de
escoamento torrencial V 2 .

Para o escoamento fluvial (F r < 1) em rampa expand_more

Vamos começar com a imagem (c), temos y 1 > yc , conforme a


imagem (d). Ao passar pela rampa, a energia específica do
líquido diminui de E 1 para E 2 e a sua profundidade também
diminui de y 1 para y 2 , conforme a imagem (d). Pela equação da
continuidade, a vazão volumétrica Q deve permanecer
constante: Q = V1 y1 b = V2 y2 b. Assim, para manter a vazão
constante, com a redução de y 2 em relação a y 1 , a velocidade
média de escoamento V 2 deve ser maior que V 1 .

Para o escoamento sobre um obstáculo expand_more

Vamos começar com a imagem (e), a redução máxima de


energia para um escoamento torrencial é (E 1 − E mín ) e está
associada com a profundidade crítica y c , conforme a imagem
(f ). Se o obstáculo apresentar uma elevação h c = yc − y1 ,
imagem (e), o escoamento passará de torrencial para fluvial,
aumentando a profundidade do escoamento para y 2 , conforme a
imagem (f ).

Vertedores e ressalto hidráulico


A forma mais comum de medida da descarga de um canal aberto é
através da utilização de um vertedor, que é um dispositivo conectado ao

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canal que direciona o escoamento para uma abertura projetada que


permite a medição da vazão.

A imagem a seguir apresenta um vertedor de crista larga. Nesse


vertedor, o transbordo da corrente a jusante é denominado lâmina e
geralmente é descarregado livremente para a atmosfera.

Vertedor de crista larga. LE = linha de energia.

O vertedor de crista larga possui uma elevação acima do fundo do canal


suficiente para bloquear o escoamento e tem uma largura tal que as
linhas de corrente no transbordo podem ser consideradas paralelas.

Esses vertedores são projetados de forma que o escoamento seja


subcrítico (F r < 1) a montante e crítico (F r = 1) próximo ao topo ou
próximo à crista do vertedor.

Na imagem anterior, o canal é retangular e a altura do vertedor é h. A


seção (1) representa um ponto de corrente a montante, onde o
escoamento é considerado não perturbado e Y é a distância vertical a
partir do topo do vertedor até a superfície livre.

Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos (1) e (2) na superfície


livre, considerando V 1 ≅0 e adotando o leito do canal como referência
para medição das elevações, temos:

2
V
c
Y + h = h + yc +
2g

Portanto:

V c = √ 2g (Y − y c )

Considerando a largura do vertedor retangular igual a b, temos para a


vazão Q :

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Q = V c (by c ) = by c √ 2g (Y − y c )

O vertedor de crista delgada tem uma placa plana fixada na direção


normal ao escoamento, que proporciona uma crista com borda delgada
na forma de lâmina vertente que se comporta como um jato livre,
conforme a representação da imagem a seguir.

Vertedor retangular com crista delgada: (a) escoamento ideal, com linhas de corrente paralelas e (b)
escoamento real.

Na imagem (a), considerando a conservação da energia específica nas


seções (1) e (2), levando em conta a seção (1) não perturbada — ou seja,
com V 1 ≅0 —, temos:

2
V
2
h + η = h +
2g

Portanto:

V 2 = √ 2gη

Para uma largura b constante do vertedor, temos para a vazão


volumétrica Q :

Y Y
2b
1/2 3/2
Q = b∫ V 2 dη = b ∫ (2gη) dη = √ 2gY
0 0
3

O ressalto hidráulico é o fenômeno observado quando um fluido em


escoamento supercrítico passa de forma abrupta para um escoamento
subcrítico. A imagem a seguir apresenta a formação de um ressalto
hidráulico.

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Ressalto hidráulico. Escoamento sob comporta que promove a aceleração do fluido, atingindo F r >

1 e, em seguida, a formação do ressalto hidráulico, com F r .


< 1

As características turbulentas do ressalto hidráulico tornam esse


fenômeno um dissipador de energia. A intensidade do ressalto varia de
perturbações suaves até fragmentações do fluido com formações de
vórtices intensos.

O parâmetro mais significativo no desempenho de dissipação


energética no ressalto hidráulico é o valor numérico do número de
Froude.

Assim, a imagem a seguir apresenta, de forma esquemática, as


características dos diferentes tipos de ressaltos hidráulicos. Os seus
respectivos intervalos de operação para o número de Froude e suas
descrições seguem em sequência.

Classificação dos ressaltos hidráulicos.

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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

Conforme a imagem dos ressaltos hidráulicos, temos:

Ressalto hidráulico tipo oscilante expand_more

1 < F r ≤ 1, 7 . Superfície da água encrespada oscilante e com


formação de ondas estacionárias na superfície quando
F r ≅ 1, 7 . Dissipação de energia abaixo de 5%.

Ressalto hidráulico tipo fraco expand_more

1, 7 < F r ≤ 2, 5 . Elevação suave da superfície com pequenos


redemoinhos e com pouca dissipação de energia, entre 5% e
15%.

Ressalto hidráulico bem desenvolvido oscilante expand_more

2, 5 < F r ≤ 4, 5 . Instável com jatos intermitentes do fundo


para superfície, acarretando ondas persistentes a jusante.
Dissipação de energia entre 15% e 45%.

Ressalto hidráulico tipo permanente expand_more

4, 5 < F r ≤ 9, 0 . Estável e bem-equilibrado com dissipação de


energia entre 45% e 70%.

Ressalto hidráulico tipo forte expand_more

F r > 9, 0 . Razoavelmente intermitente, com superfície agitada


e ondulante a jusante. Dissipação de energia entre 70% e 85%.

Exemplo prático
(Adaptado de Potter, Wiggert e Ramadan, 2014, p. 437) Vamos analisar
um exemplo para compreender melhor os assuntos estudados. Um
canal retangular com 4m de comprimento transporta água a uma
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profundidade y 1 = 1, 70m e com velocidade V 1 = 1, 90m/s .O


escoamento passa por uma rampa conforme a representação a seguir,
na qual o leito é elevado em h = 0, 30m . Vamos determinar:

A profundidade da água y 2 .

A velocidade da água V 2 , após a transição.

A altura crítica.

Escoamento de fluido em um canal retangular.

Veja que, para a descarga específica constante, temos:

Q
2
q = = V 1 y 1 = 1, 90 × 1, 70 = 3, 23m /s
b

Para o número de Froude no ponto (1), temos:

V1 1, 90
Fr = = = 0, 46
√ gy 1 √ 10 × 1, 70

Como F r < 1 , o escoamento no ponto (1) é subcrítico.

A energia específica no ponto (1) será quantificada como:

2 2
V 1, 90
1
E1 = y1 + = 1, 70 + = 1, 88m
2g 20

Assim, considerando o diagrama da energia específica, temos:

E1 = E2 + h

⇒ E 2 = 1, 88 − 0, 30 = 1, 58m

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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

Considerando a energia específica genérica e sabendo que V = q/y ,


temos:

2 2
V q
E = y + = y +
2
2g 2gy

Derivando a energia específica em relação a y e igualando a zero para


encontrar o ponto crítico:

2
dE q
= 1 − = 0
3
dy gy

1/3
2 2
3 q 3, 23
⇒ yc = √ = ( ) = 1, 01m (item c)
g 10

Para determinar y 2 e V 2 , realizamos os seguintes cálculos:

Determinando y 2 expand_more

Para a determinação de y 2 , temos:

2 2
q 3, 23
E2 = y2 + ⇒ 1, 58 = y 2 +
2 2
2gy 20y
2 2

3 2
⇒ 20y − 31, 6y 2 + 10, 4 = 0
2

í
Ra zes: y 2 = 1, 21m, y 2 = 0, 838m e y 2 = −0, 494m

Como a raiz negativa não tem sentido físico e y c < y2 < y1

(diagrama de energia):

y 2 = 1, 21m (item a)

Determinando V 2 expand_more

Para a determinação de V 2 , temos:

q 3,23
V2 = = = 2, 67m/s( item b)
y2 1,21

playlist_play
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Vem que eu te explico!


Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 3 - Vem que eu te explico!

Equação de Chezy-Manning

Módulo 3 - Vem que eu te explico!

Profundidade hidráulica

emoji_events

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Falta pouco para


atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Seja um canal retangular submetido a uma descarga específica


q = 5, 00m /s ⋅ m
3
eg = 10, 0m/s
2
. Sabe-se que o ponto crítico
(y c , E c ) é o ponto de inflexão no perfil de energia específica (E)
versus profundidade do canal (y), quando a descarga específica é
constante. Diante dessas informações, qual a profundidade crítica
desse canal?

A 1,55m

B 2,32m

C 3,08m

D 3,60m

E 4,22m

Responder

Questão 2

Considere um canal de seção transversal retangular com 4m de

largura e inclinação de 2o. Para um escoamento uniforme, se a

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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

profundidade de água no canal é igual a 2,5m, o raio hidráulico


desse canal é igual a

A 4m.

B 3,5m.

C 2,7m.

D 1,1m.

E 0,8m.

Responder

4 - Perdas de energia devido ao atrito


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as dissipações viscosas em tubos.

Vamos começar!

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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

video_library
Você sabe como descrever as
dissipações viscosas em tubos?
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão
abordados neste módulo.

Perda de carga em tubos


As perdas de energia nos escoamentos viscosos internos a dutos são
decorrentes do cisalhamento do fluido com a parede do duto. Apresenta
como característica uma dissipação viscosa de energia distribuída ao
longo do escoamento e das dissipações viscosas nos componentes ou
acessórios de tubulação, que promovem pequenas descontinuidades na
linha de energia do duto. Em função dessa característica, são
denominadas perdas singulares, perdas localizadas ou perdas
menores.

Considerando a dissipação de energia em função do cisalhamento na


parede da tubulação, podemos fazer a distinção entre dois tipos de
parede: lisa e rugosa, que são diferenciadas baseando-se nas
representações da imagem a seguir.

Tipos de parede: (a) parede lisa e (b) parede rugosa.

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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

Com base na imagem, o tubo será considerado liso quando a


imperfeição superficial ou a rugosidade superficial média e da parede
estiver dentro da espessura δ v da subcamada laminar turbulenta. Por
sua vez, o tubo será considerado rugoso (ou áspero) quando a
rugosidade superficial média e da parede projeta-se além da espessura
δv da subcamada laminar turbulenta.

Com o objetivo de generalizar e obter uma expressão empírica para uma


ampla faixa de rugosidade e para uma ampla faixa de regime de
escoamento, buscou-se combinar as relações experimentais para o
escoamento em tubos lisos e para o escoamento em tubos rugosos. A
expressão que atende a esse objetivo é dada pela fórmula:

1 e/D 2, 51
= −2, 0 log ( + )
1/2 1/2
f 3, 7 Re D f

Em que f é o fator de atrito de Darcy.

A representação gráfica da fórmula anterior, não explícita em f , é


denominada diagrama de Moody e segue a representação da imagem a
seguir.

Diagrama de Moody, com rugosidade superficial média e = ε .

No diagrama de Moody, devemos observar que, para o escoamento


laminar caracterizado quando Re ≤ 2000 , o fator de atrito segue um
comportamento linear descrito pela equação f = 64/Re .

Para o escoamento turbulento completamente desenvolvido — região à


direita da curva tracejada denominada, nesse diagrama, como região
completamente rugosa —, o fator de atrito só depende da rugosidade
relativa ε/D e independe do número de Reynolds, pois os perfis
identificados nessa região são paralelos ao eixo da ordenada (Re).

Uma fórmula explícita em f , alternativa para o diagrama de Moody, com


desvio máximo de 2%, é dada pela expressão:

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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

1,11
1 6, 9 e/D
≅ −1, 8 log [ + ( ) ]
1/2
f Re D 3, 7

Para a quantificação da perda de carga distribuída, associada ao atrito


do fluido na parede da tubulação, utilizamos a equação de Darcy-
Wiesbach:

2
L v
hL = f
D 2g

Em que f é o fator de atrito ou coeficiente de perda de carga,


determinado a partir do diagrama de Moody ou da fórmula empírica
explícita em f .

Para a perda de carga localizada, que estão associadas à dissipação


viscosa devido aos efeitos de entrada e de saída do fluido na tubulação,
bem como ao atrito nos acessórios de tubulação tais como válvulas,
joelhos, expansões, contrações, curvas e outros tipos de encaixes, a
magnitude dessa dissipação de energia é diretamente proporcional à
carga cinética do fluido e é quantificada por:

2
v
hL = K
2g

Em que K é o coeficiente de resistência ou coeficiente de perda.

Os coeficientes de resistência são determinados experimentalmente e


apresentados na forma de tabelas, gráficos ou representações
esquemáticas. A imagem e as tabelas a seguir apresentam alguns
valores para os coeficientes de resistência K .

Coeficiente de resistência determinado via gráfico, acompanhado de representações esquemáticas


de expansão e contração bruscas em tubos.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 50/59
11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

A tabela a seguir apresenta o coeficiente de perda K em válvulas e


acessórios de tubulação.

Acessório Geometria K

Padrão flangeado 0,3

Raio longo
0,2
flangeado
Cotovelo de 90o
Padrão rosqueado 1,5

Raio longo
0,7
rosqueado

Padrão rosqueado 0,4

Cotovelo de 45o
Raio longo
0,2
rosqueado

Rosqueado 0,9
Tê, divisório
Flangeado 0,2

Rosqueado 2,0
Tê, ramificação
Flangeado 1,0

Tabela: Coeficiente de perda K em válvulas e acessórios de tubulação.


Fox et al., 2018, p. 237.

A seguir, apresentamos o coeficiente de resistência determinado via


representações esquemáticas de entrada em tubos.

Coeficiente de resistência.

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Coeficiente de descarga
Para o entendimento do coeficiente de descarga (C d ) e sua ação na
correção da dissipação de energia devido ao atrito, vamos considerar o
escoamento de um fluido através de um dispositivo denominado de
tubo Venturi, representado na imagem a seguir.

Escoamento de fluido em tubo Venturi, com seção de estrangulamento ou garganta representada


pela seção (2).

Levando em conta a imagem, em uma primeira análise, vamos


considerar o escoamento de um fluido não viscoso e incompressível
que escoa da seção reta (1) para a seção reta de estrangulamento (2).
Assim, aplicando a equação de Bernoulli, temos:

2 2
ρv ρv
1 2
p1 + + γz 1 = p 2 + + γz 2
2 2

Como a tubulação está na horizontal, então z 1 = z2 .

Do balanço de massa, para fluido incompressível, a vazão volumétrica é


a mesma em qualquer ponto da tubulação, portanto:

2 2
πD πD
1 2
v1 = v2
4 4

Logo:

2
2 2 2
ρ(v 2 D /D ) ρv
2 1 2
p1 + = p2 +
2 2

O que implica em:


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por:

v2 =

os efeitos viscosos. Assim, temos:

Q = (v 2 )
real
Cd =


2 (p 1 − p 2 ) = ρ [1 − (

(v 2 )

(v 2 )

A 2 = C d A 2 (v 2 )
ó
Escoamento interno

2 (p 1 − p 2 )/ρ

1 − (
D2

D1

A equação de Bernoulli não considera as perdas de energia por

real

ó
te rica
D2

D1

Assim, a velocidade na garganta do medidor de Venturi será estimada

cisalhamento no escoamento. Na prática da engenharia, a equação


pode ser modificada pela inclusão de um fator, o coeficiente de

Para a determinação da vazão Q no tubo Venturi, considerando os


efeitos de dissipação viscosa, podemos escrever:

te rica
2

descarga C d , determinado experimentalmente, definindo razão entre a


velocidade média real na garganta, em que são considerados os efeitos
viscosos, e sua velocidade média teórica, em que não são computados

= Cd (

O coeficiente de descarga é determinado experimentalmente e seu valor


pode ser determinado graficamente, conforme a imagem a seguir.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html#
2

) ]v

πD
2
2

4
2
2
) ×


2 (p 1

1 −

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Coeficiente de descarga para tubo Venturi. β é a razão entre o diâmetro interno da garganta e o
diâmetro interno do tubo.

O perfil da imagem pode ser substituído pela seguinte fórmula de


correlação:

4,5
C d ≅ 0, 9858 − 0, 196β

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 4 - Vem que eu te explico!

Linha piesométrica (LP) e linha de energia (LE)

Módulo 4 - Vem que eu te explico!

Placa de orifício

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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

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Falta pouco para


atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A água escoa em uma tubulação com rugosidade relativa 0,006 e


diâmetro interno de 4cm, apresentando uma viscosidade
cinemática v = 1, 15 × 10
−6 2
m /s . Utilizando o diagrama de
Moody, para uma velocidade média de escoamento de 2,3m/s, qual
é o fator de atrito f ?

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Diagrama de Moody, com rugosidade superficial média e .


= ε

A 0,011

B 0,022

C 0,033

D 0,046

E 0,055

Responder

Questão 2

Considere o escoamento laminar completamente desenvolvido e


um óleo de peso específico γ = 8, 89kN /m
3
e viscosidade
cinemática v , com vazão Q
−4 2 3
= 1, 18 × 10 m /s = 0, 008m /s

em um tubo de ferro galvanizado de 20, 3cm de diâmetro interno.


Sabendo que g = 10m/s
2
, qual é a queda de pressão em 100m de
tubo horizontal?

A 2 kPa

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11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

B 4 kPa

C 6 kPa

D 8 kPa

E 10 kPa

Responder

Considerações finais
Em nosso estudo destacamos os seguintes aprendizados: a
classificação dos regimes de escoamentos viscosos, a formulação da
equação do escoamento laminar, a identificação de uma camada-limite
hidrodinâmica, a tensão de cisalhamento e o perfil de velocidades em
um escoamento turbulento.

Vimos também as classificações dos escoamentos em canais abertos e


a importância do número de Froude, a definição da energia específica e
da descarga específica.

Por fim, analisamos suas aplicações na quantificação das transições de


escoamento como o ressalto hidráulico, os tipos de vertedores e a
quantificação da perda de carga devido à dissipação viscosa no
escoamento interno a tubos.

headset
Podcast

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Ouça este podcast sobre a importância do diâmetro hidráulico,


a diferença de abordagem matemática entre escoamentos
laminar e turbulento, a condição necessária para formação de
um ressalto hidráulico e a distinção entre perdas de carga
distribuída e localizada.

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speed
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Leia o artigo Coeficiente de rugosidade de Manning para o rio Paracatu,
de Guilherme B. Lyra e colaboradores, publicado na Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, que apresenta a importância desse
parâmetro na determinação da vazão em canais abertos.

Leia o artigo Modelagem computacional de ressalto hidráulico em canal


urbano, de Francisco Guedes Cavalcante e colaboradores, publicado na
Revista DAE, que analisa um ressalto hidráulico por modelagem
computacional.

Leia o artigo Estudo da transição entre escoamento laminar e


turbulento em tubo capilar, de M. H. Martins e A. Knesebeck,
apresentado no XI Congresso Brasileiro de Engenharia Química em
Iniciação Científica 2015. O artigo apresenta um esquema experimental
para medição dessa transição de escoamento.

Referências
ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e
aplicações. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.

COELHO, J. C. M. Energia e fluidos: mecânica dos fluidos. São Paulo:


Blücher, [s.d.].

ELGER, D. F. Mecânica dos fluidos para engenharia. 11. ed. Rio de


Janeiro: LTC, 2019.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 58/59
11/09/2023, 20:25 Escoamento interno

FOX, R. W. et al. Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de


Janeiro: LTC, 2018.

HIBBELER, R. C. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson Education do


Brasil, 2016.

POTTER, M. C.; WIGGERT, D. C.; RAMADAN, B. H. Mecânica dos fluídos.


São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014.

WHITE, F. M. Mecânica dos fluidos. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2018.

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