Você está na página 1de 8

21/05/2019

Operações Unitárias I Sedimentação


 Operação de separação sólido-líquido baseada na diferença entre as
concentrações das fases presentes na suspensão a ser processada,
sujeitas à ação do campo gravitacional
Sedimentação  Ocorre normalmente em tanques cilíndricos ou retangulares
Profa. Dra. Lorena Oliveira Pires conhecidos como sedimentadores
Engenharia Química  A operação consiste em concentrar suspensões ou purificar o líquido.
Instituto de Química  Pode ser realizada em batelada ou em equipamento contínuo
Unesp - Araraquara

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 2

1 2

Classificação Sedimentador
 Epessadores
 Fase particulada é o produto de interesse
 Produção de espessados com alta concentração de partículas
 Ex.: espessamento de rejeitos de mineração
 Clarificadores
 Líquido é o produto de interesse
 Produção de espessados com baixas concentrações de partículas
 Extravasante limpo (ex.: tratamento de água)

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 3 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 4

3 4

Sedimentador Fatores que afetam a sedimentação


 Partículas esféricas e maiores (em diâmetro e massa específica)
 Maior velocidade terminal
 Decantação mais rápida
X
 Partículas não-esféricas e menores

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 5 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 6

5 6

1
21/05/2019

Fatores que afetam a sedimentação


 Velocidade de sedimentação
 Densidades do sólido e do líquido
 Diâmetro e forma da partícula
 Viscosidade do fluido (influenciada por T)
 Concentração da fase particulada
 Natureza morfológica e granulométrica das partículas
Mecanismo da Sedimentação
 Características do tanque de sedimentação

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 7 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 8

7 8

Mecanismo da sedimentação Mecanismo da sedimentação


 Facilmente compreendido por meio do ensaio de proveta que se
baseia no acompanhamento, no tempo, do deslocamento axial da
interface superior da suspensão

 Logo que a sedimentação se inicia, todas as partículas começam a


sedimentar e, hipoteticamente, aproximam-se rapidamente de suas
vt

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 9 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 10

9 10

Mecanismo da sedimentação Mecanismo da sedimentação


 Estabelecem-se então quatro zonas de concentração diferentes:  Ponto crítico da sedimentação
 À partir do ponto (e)
 Única interface entre o líquido limpo e o sedimento
D → partículas mais pesadas com sedimentação mais rápida ou  Compressão dos sólidos
sedimento
 Expulsão do líquido retido entre os sólidos
C → região com distribuição de tamanho e concentração variável
B → região de concentração uniforme quase igual à concentração
inicial
A → região do líquido límpido ou clarificado

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 11 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 12

11 12

2
21/05/2019

Mecanismo da sedimentação Operação


 A operação de sedimentação pode ser realizada contínua ou
A descontinuamente.
B  Na operação descontínua, as alturas das zonas variam com
o tempo
C  Na operação contínua (em estado permanente) as alturas
das zonas serão constantes
D
Taxa de alimentação = taxa de remoção do líquido límpido e da lama

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 13 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 14

13 14

Operação
 Embora ensaios laboratoriais sejam descontínuos, seus resultados
são úteis para o projeto de sedimentadores contínuos
✓ Coe e Clevenger
✓ Talmadge e Fitch
Cálculos de Projetos ✓ Fluxo de sólidos

Profundidade do sedimentador

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 15 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 16

15 16

Projeto Método de Coe e Clevenger


 O projeto de um sedimentador exige a especificação da área da  Considera-se que a área de um sedimentador contínuo deve ser
seção reta e da profundidade suficiente para permitir a decantação de todas as partículas
alimentadas
 À medida que o tempo passa, a velocidade de sedimentação diminui.
Coe e Clevenger (1916) e Kynch (1952) propuseram um modelo para  Esta seção ou zona que constitui o “gargalo” da operação será
explicar este efeito, admitindo que a velocidade de sedimentação denominada zona limite
seja proporcional à concentração dos sólidos suspensos

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 17 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 18

17 18

3
21/05/2019

Método de Coe e Clevenger Método de Coe e Clevenger


 Hipóteses:  As velocidades de sedimentação em suspensões de diversas
concentrações são determinadas em experimentos isolados:
 A velocidade de sedimentação dos sólidos em cada zona, bem como a  Determina-se a velocidade inicial de sedimentação para uma dada
velocidade de queda da interface de sólidos-líquido é função da suspensão com concentração inicial de sólidos
v = f (C )
concentração local da suspensão  Dilue-se essa suspensão
 Determina-se a nova velocidade de sedimentação
 A velocidade com que os sólidos sedimentam através das zonas deve ser  Repete-se até dados suficientes para relação entre velocidade e
suficiente para garantir a substituição dos sólidos que deixam esta zona concentração

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 19 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 20

19 20

Método de Coe e Clevenger Método de Coe e Clevenger


 Calcula-se a área S do sedimentador para várias  Para que não haja arraste de partículas sólidas na direção do vertedor
concentrações de líquido clarificado
Q
v=
S vsedimentação da partícula  vascensão do líquido
Q
S= [1]  Balanço de Massa Total
v  Considerando que não há arraste de partículas para cima
 O valor máximo encontrado será a área necessária para
permitir a sedimentação em regime permanente de todo o
sólido alimentado ao decantador

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 21 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 22

21 22

Método de Coe e Clevenger Método de Coe e Clevenger


 Balanço de Massa para os Sólidos
Q = Qclar + QE  Regime permanente
Qclar = Q − QE ( S )  Não há arraste de sólidos

Velocidade 0 Voltando em [2]:


ascensional do Q − QE Q0 .C0 = Q.C = Qclar .Cclar + QE .C E
líquido na seção v=  Q0 .C0   Q0 .C0 
S   −  
 C   CE 
Q − QE Q .C
Q= 0 0
Q .C
QE = 0 0
S=
S= [2] v
Q .C .(1 C ) − (1 C E ) [3]
v C CE
S= 0 0
Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 23 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218
v 24

23 24

4
21/05/2019

Método de Coe e Clevenger Exercício 1


S: área de sedimentação = seção transversal do sedimentador [m2] Uma suspensão aquosa de CaCO3 foi submetida a uma série de
v: velocidade de sedimentação na zona limite [m/h] ensaios de sedimentação e foram obtidos os seguintes resultados:
Q0: vazão volumétrica da suspensão alimentada ao sedimentador [m 3/h]
C (g/L) 265 285 325 415 465 550
C0: concentração de sólidos na suspensão alimentada [kg/m3]
v (cm/h) 10 8 6 3 2 1
CE: concentração da lama espessada [kg/m3]
C: concentração da suspensão na zona limite [kg/m3]
Deseja-se calcular o diâmetro de um decantador com capacidade de
processar 8 ton/h de CaCO3 seco, alimentado ao sedimentador em
suspensão contendo 236 kg/m3. A lama deverá encerrar 550 kg/m3.

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 25 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 26

25 26

180 180

170 170

160 160

150 150
S (m2)

S (m2)

140 140
y = -0,0023x2 + 1,5542x - 91,203
130 130 R² = 0,9598

120 120

110 110

100 100
200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
C (kg/m3) C (kg/m3)
Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 27 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 28

27 28

Método de Talmadge e Fitch Método de Talmadge e Fitch


 Método gráfico que permite calcular diretamente a área mínima do 1. Traçar a tangente à curva de sedimentação na zona de clarificação
sedimentador quando se conhece o ponto de compressão (P C) na 2. Traçar a tangente à curva de sedimentação na zona de
curva de decantação espessamento
3. Traçar a bissetriz entre as duas retas
4. Localizar PC
5. Traçar a tangente à curva de sedimentação passando pelo ponto
crítico

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 29 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 30

29 30

5
21/05/2019

z
Método de Talmadge e Fitch
 qE é dado pelo cruzamento da tangente no ponto Pc com a horizontal
z = zE, onde zE é a altura da interface correspondente à concentração
CE especificada para a lama espessada.

zc Pc
zE
Q0 .C0 .q E
S= [4]
C0 . z 0
qc qE q
Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 31 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 32

31 32

q (min) V (ml)
Método de Talmadge e Fitch Exercício 2 2 960
4 841
Um ensaio de sedimentação foi realizado em 6 740
 Balanço de Massa para sólidos:0 laboratório num cilindro graduado de 1000 ml,
Q0 .C0 = QE .C E + Qclar .Cclar Na proveta, a massa de sólidos é constante:
10 560
com a finalidade de fornecer os dados para o
C0 .S .z0 = Cc .S .zc = C E .S .z E 15 376
Q0 .C0 = QE .C E projeto de um sedimentador para 30 ton/h de uma
suspensão contendo 48 g/L de um sólido cristalino. 20 272
 kg 2 
 m 3 .m .m = kg  Os resultados obtidos foram tabelados. A altura do 25 233
zE   cilindro graduado de 1000 ml é de 36,1 cm. A
QE = S .vE = S . C0 . z 0 = Cc . z c = C E . z E
30 219
qE concentração de saída do sedimentador deverá ser 40 198
a correspondente a 60 minutos de sedimentação.
zE Q0 .C0 .q E 60 185
Q0 .C0 = S . .C E S= Qual a área do sedimentador?
qE z0 .C0 24 175
Q0 .C0 .q E Q0 .q E [4] horas
S= S=
z E .C E Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 z0 33 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 34

33 34

Método baseado no fluxo de sólidos


 Uma das técnicas mais empregadas para se determinar a
área do sedimentador de estações de tratamento de esgoto.

 Baseia-se no fluxo de sólidos que passa (no estado


estacionário) através de uma seção do equipamento
0,07 F = C.v
kg kg m
qE = .
h.m 2 m 3 h
Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 35 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 36

35 36

6
21/05/2019

Método baseado no fluxo de sólidos Método baseado no fluxo de sólidos


[Kg/h.m2] FT = FG + FE  A área do sedimentador projetada a partir do ponto limitante
garante o espessamento desejado
 Balanço de Massa:
[massa que entra no sedimentador] = [massa que passa pela camada limitante]

Q0 .C0 = FL .S
Q0 .C0
S= [5]
FL ?
[Kg/m3]
Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 37 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 38

37 38

Método baseado no fluxo de sólidos Método baseado no fluxo de sólidos


 Ensaios descontínuos em escala de bancada
1. Curva z x q para várias concentrações de sólido F
zi
2. Determinar a velocidade inicial (vi) para cada concentração (Ci) vi =
A tangente deve ser tomada a partir de z0 (altura inicial da interface)
q i
FL
3. Multiplicar cada velocidade inicial pela concentração
correspondente para se obter o fluxo
4. Construir a curva do fluxo (Fi) em função da concentração (Ci)
5. Traçar uma tangente a curva de fluxo de sólido a partir da
concentração desejada na fase espessada
CE C
Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 39 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 40

39 40

Exercício 3
Uma indústria necessita projetar um sedimentador para espessar uma
suspensão que possui uma vazão de 120 m3/h desde uma
concentração de 1,5 kg/m3 até 17,5 kg/m3 de sólidos suspensos. Foram
realizados ensaios de sedimentação em proveta utilizando-se várias
concentrações de suspensão, de maneira a se obter as velocidades
iniciais de sedimentação em função da concentração (vide Figura)
a) Determinar o diâmetro do sedimentador
A = 22,5 m2
b) Calcular as vazões de lama e de clarificado D = 5,35 m

QE = 10,29 m3/h
Qclar = 109,71 m3/h
Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 41 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 42

41 42

7
21/05/2019

Dimensionamento da Profundidade do Dimensionamento da Profundidade do


Sedimentador Sedimentador
 A concentração da lama espessada que se pode obter numa dada  Para determinar o volume da zona de compressão são
operação não é função da área do sedimentador, mas do tempo de considerados os seguintes parâmetros:
residência dos sólidos na zona de compressão  Vazão mássica do sólido → Q0.C0 [kg/h]
 Vazão volumétrica de sólido → Q0.C0 /rs [m3/h]
 Tempo de residência do sólido na zona de compressão → qE-qC
 Então, o volume de sólido na zona de compressão é dado
por:
Vs = 0 0 .(q E − q C )
Q .C
[6]
rs
Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 43 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 44

43 44

Dimensionamento da Profundidade do Dimensionamento da Profundidade do


Sedimentador Sedimentador
 Considerando:
 V: volume da suspensão de densidade média ( rm)
V=
Q0 .C0
.(q E − q C ).
(r s − r ) [8]
(r m − r )
 Vs: volume do sólido
V do líquido
rs
V .r m = Vs .r s + (V − Vs ).r líquido

V .r m = Vs .r s + V .r − Vs .r Volume da suspensão na zona de compressão, que é o


volume mínimo que o sedimentados deverá ter para espessar
V .(r m − r ) = Vs .(r s − r ) lama até a concentração CE.
V = Vs .
(r s − r ) [7]
(r m − r )
Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 45 Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 46

45 46

Dimensionamento da Profundidade do
Sedimentador
 Logo, a profundidade do sedimentador (H) pode ser calculada pela
relação:

V
H=
S
H=
Q0 .C0 (r − r )
.(q E − q C ). s [9]
S .r s (r m − r )

Profa. Lorena Oliveira Pires - Operações Unitárias I BT31218 47

47

Você também pode gostar