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ENGENHARIA DE MINAS

Metalurgia
2º Ano, Turma: A

TEMA: FILTRAÇÃO

Discentes
Aurora Armando
Daniel Rui Raimo
Elito Baptista
Maúlito Zito dos Santos
Vercínio Teodoro Bula

Docente: Eng. Geraldo Conde Eliseu

Abril de 2014
TETE
Índice
Introdução..........................................................................................................................3

Objectivos..........................................................................................................................4

FILTRAÇÃO.....................................................................................................................5

Objetivos da Filtragem......................................................................................................5

Princípio de Funcionamento de um filtro..........................................................................6

Auxiliares de filtração.......................................................................................................7

Meio filtrante.....................................................................................................................8

Tipos de torta.....................................................................................................................9

Tipos de operação..............................................................................................................9

Teoria da Filtração com Formação de Torta...................................................................10

Tipos de Filtro Usados na Industria Mineral...................................................................12

1. Filtros a Vácuo.........................................................................................................12

2. Filtro Prensa.............................................................................................................14

Tempo de Filtração..........................................................................................................15

Tempo de Lavagem da Torta...........................................................................................15

3. Filtros Hiperbáricos, de Pressão e Cerâmicos..........................................................16

Conclusão........................................................................................................................18

Bibliografia......................................................................................................................19
Introdução
Neste presente trabalho aborda se necessariamente sobre a Filtração nos pontos que
tangem seus objectivos, seu princípio de funcionamento, seus componentes os tipos e
outras partes;

A princípio, a Filtração compete a separar sólido de líquido ou fluido que está


suspenso, pela passagem do líquido ou fluido através de um meio permeável capaz de
reter as partículas sólidas. Método este que é uma das aplicações mais comuns do
escoamento de fluidos através de leitos compactos.

Tem como objectivo tradicional a operação que gera a separação mecânica das
partículas sólidas de uma suspensão líquida com o auxílio de um leito poroso;

A clarificação total (e às vezes até o branqueamento simultâneo) de produtos líquidos


encerrando pouco sólido;

A eliminação total do líquido de uma lama já espessada.

Um filtro funciona com um suporte do meio filtrante sobre o qual vai se depositando a
torta à medida que a suspensão passa através do filtro.

Filtração
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Objectivos

 Objectivos gerais

Perceber o processo de Filtração.

 Objectivos específicos
 Entender a definição;
 Interpretar a definição da Filtração;
 Diferenciar este processo dos outros;
 Conhecer o seu princípio de funcionamento e os seus componentes;
 Saber os diferentes tipos de Filtração.

Filtração
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FILTRAÇÃO
Filtração ou filtragem é um método utilizado para separar sólido de líquido ou fluido
que está suspenso, pela passagem do líquido ou fluido através de um meio permeável
capaz de reter as partículas sólidas.

A filtração é uma das aplicações mais comuns do escoamento de fluidos através de


leitos compactos. A operação industrial é análoga às filtrações realizadas em um
laboratório que utilizam papel de filtro e funil.

O termo filtração pode ser utilizado para processos de separação dos sólidos de
suspensões líquidas e, também para separação de partículas sólidas de gases, como por
exemplo, a separação das poeiras arrastadas pelos gases utilizando tecidos.

O objetivo da operação é separar mecanicamente as partículas sólidas de uma suspensão


líquida com o auxílio de um leito poroso. Quando se força a suspensão através do leito,
o sólido da suspensão fica retido sobre o meio filtrante, formando um depósito que se
denomina torta e cuja espessura vai aumentando no decorrer da operação. O líquido que
passa através do leito é chamado de filtrado.

Em princípio a filtração compete com a decantação, a centrifugação e a prensagem.

Objetivos da Filtragem
 A separação de sólidos relativamente puros de suspensão diluídas;
 A clarificação total (e às vezes até o branqueamento simultâneo) de produtos
líquidos encerrando pouco sólido;
 A eliminação total do líquido de uma lama já espessada.

Em certas situações a filtração não compete com outras operações. Por exemplo, se o
líquido for o produto e o sólido constituir o resíduo, como no caso do óleo existente nas
tortas de algodão ou amendoim, a prensagem é o processo mais indicado. Porém,
quando o objetivo é a clarificação de suspensões de média e elevada concentração, a
centrifugação compete com a filtração.

Filtração industrial difere da filtração de laboratório somente no volume de material


operado e na necessidade de ser realizada a baixo custo. Assim para se ter uma
produção razoável, com um filtro de dimensões moderadas, deve-se aumentar a queda
de pressão, ou diminuir a resistência ao escoamento, a fim de aumentar a vazão.

Filtração
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A maioria dos equipamentos industriais opera mediante a diminuição da resistência ao
escoamento, fazendo com que a área filtrante seja a maior possível, sem que as
dimensões globais do filtro aumentem proporcionalmente.

Princípio de Funcionamento de um filtro


Um filtro funciona com um suporte do meio filtrante sobre o qual vai se depositando a
torta à medida que a suspensão passa através do filtro. A força propulsora da operação
vária de um modelo de filtro para outro, podendo ser:

 Próprio peso da suspensão, como no caso da figura abaixo;


 Pressão aplicada sobre o líquido;
 Vácuo;
 Força centrífuga.

Ao contrário do que se pensa comumente, os poros do meio filtrante não precisam ser
necessariamente menores do que o tamanho das partículas. De fato, os canais do meio
filtrante são tortuosos, irregulares e mesmo que seu diâmetro seja maior do que o das
partículas, quando a operação começa algumas partículas ficam retidas por aderência e
tem início a formação da torta, que é o verdadeiro leito poroso promotor da separação.
Tanto isso é verdade, que as primeiras porções do filtrado são geralmente turvas.

Em muitas situações o meio filtrante é previamente recoberto com um material inerte


que se destina a reter os sólidos contaminantes da suspensão, isto consiste o pré-
revestimento. O sólido empregado é denominado auxiliar de filtração, ou ainda,
coadjuvante de filtração.

Filtração
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Os auxiliares de filtração são bastante utilizados para acelerar a filtração ou ainda para
possibilitar a coleta mais completa das partículas mais finas da suspensão. Estes
coadjuvantes são sólidos finamente divididos, com estrutura rígida, que formam tortas
abertas, não compressíveis. Portanto, outra função do auxiliar de filtração é diminuir a
compressibilidade da torta. Ele desempenha o papel de “esqueleto” da torta. A adição
tem por finalidade impedir a compactação da torta que vai se formando durante a
filtração, mantendo-a porosa durante todo o ciclo.

Os auxiliares de filtração mais comuns são: terras de infusórios; terra fuller; areia fina;
diatomita ou kieselguhr; polpa de celulose; carbonato de cálcio; gesso; amianto; perlita;
carvão.

A quantidade a empregar varia com uma série de fatores. Como regra recomenda-se 1 a
2 kg de auxiliar de filtração por kg de contaminante, mas há uma quantidade ótima.
Quantidades menores aumentam o ciclo, porque o meio filtrante entope, enquanto que
maiores quantidades contribuem para aumentar a perda de carga através da torta sem
remover o Auxiliares de filtração.

Auxiliares de filtração
 Diatomáceas – As diatomáceas ou terras diatomáceas são rochas sedimentares
formadas por esqueletos silíceos microscópicos de algas de origem marinha ou
lacustre, de formas muito variadas e cujas dimensões variam de 5 a 100 μm. São
submetidos a trituração seguida de secagem, sendo que os coadjuvantes
calcinados são submetidos a um tratamento complementar em um forno rotatório
com a finalidade de aumentar as dimensões das partículas pó aglomeração. Os
coadjuvantes sintetizados são calcinados em presença de um sal de sódio que
aumenta o efeito de aglomeração.
 Perlita – Trata-se de uma rocha vítrea de origem vulcânica que se expande a alta
temperatura. Como as terras diatomáceas, a perlita é essencialmente sílica sendo
também rica em alumínio, que a deixa quimicamente neutra.
 Celulose – Se emprega em forma de farinha de madeira para dar forma a uma
pré-capa ou para aerar uma capa de alimentação. Também pode empregar-se em
forma de pasta de papel dividida por uma pré-capa e em forma de pó de celulose
obtido a partir do pó de madeira mediante a dissolução de lignina e purificação
das fibras.

Filtração
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 Carvão ativo – Obtido a partir dos subprodutos da fabricação de papel, é
importante pelas suas propriedades absorventes contaminante.

Meio filtrante
Tão grande é a variedade de meios filtrantes utilizados industrialmente que seu tipo
serve como critério de classificação dos filtros: leitos granulares soltos, leitos rígidos,
telas metálicas, tecidos e membranas. Os leitos granulares soltos mais comuns são feitos
de areia, pedregulho, carvão britado, escória, calcáreo, coque e carvão de madeira,
prestando-se para clarificar suspensões diluídas.

Os leitos rígidos são feitos sob a forma de tubos porosos de aglomerados de quartzo ou
alumina (para a filtração de ácidos), de carvão poroso (para soluções de soda e líquidos
amoniacais) ou barro e caulim cozidos a baixa temperatura (usados na clarificação de
água potável). Seu grande inconveniente é a fragilidade, não podendo ser utilizados com
diferença de pressão superiores a 5 kg/cm2.

Telas metálicas são utilizadas nos “strainers” instalados nas tubulações de condensado
que ligam os purgadores às linhas de vapor e que se destinam a reter ferrugem e outros
detritos capazes de atrapalhar o funcionamento do purgador. Utilizam-se também nos
filtros mais simples que existem, os “nutsch”, e nos rotativos. A importância das telas
metálicas na filtração vem crescendo ultimamente. Podem ser chapas perfuradas ou
telas de aço carbono, inox, níquel ou monel.

Os tecidos são utilizados industrialmente e ainda são os meios filtrantes mais comuns.
Há tecidos vegetais, como o algodão, a juta (para álcalis fracos), o cânhamo e o papel;
tecidos de origem animal, como a lã e a crina (para ácidos fracos); minerais: amianto, lã
de rocha e lã de vidro, para águas de caldeira; plásticos: polietileno, polipropileno, PVC,
nylon, teflon, orlon, saran, acrilan e tergal. O inconveniente é que a duração de um
tecido é limitada pelo desgaste, o apodrecimento e o entupimento. Por este motivo,
quando não estiverem em operação, os filtros devem ficar cheios de água para prolongar
a vida do mesmo.

Por outro lado, o uso de auxiliares de filtração diminui o entupimento dos tecidos,
prolongando sua vida útil.

Filtração
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Membranas semipermeáveis, como o papel pergaminho e as bexigas animais, são
utilizadas em operações parecidas com a filtração, mas que na realidade são operações
de transferência de massa: diálise e eletrodiálise.

Tipos de torta
As características da torta produzida variam de uma operação para outra. Sólidos
cristalinos formam tortas abertas que facilitam o escoamento do filtrado. Já os
precipitados gelatinosos, como os hidróxidos de ferro e alumínio, produzem tortas
pouco permeáveis. De um modo geral o tipo de torta depende:

 Da natureza do sólido,
 Da granulometria e da forma das partículas,
 Do modo como a filtração é conduzida,
 Do grau de heterogeneidade do sólido.

Tipos de operação
Embora o mecanismo seja sempre o mesmo, uma filtração pode visar objetivos bem
diferentes. Um “strainer”, por exemplo, visa reter escamas de ferrugem, fios, etc.,
enquanto que certos filtros têm por finalidade clarificar do modo mais perfeito possível
certos líquidos, como águas e bebidas. Nestes exemplos o sólido é o refugo da operação,
mas em outras filtrações ele constitui o produto, como no caso da filtração de cristais,
pigmentos e outros produtos sólidos valiosos.

O filtro funciona para produzir torta que na maioria das vezes é lavada e drenada para
purificar e separar os sólidos no estado mais seco possível. Há também situações nas
quais, tanto o sólido quanto o filtrado são produtos, sendo a nitidez da separação um
requisito da operação. Em outros casos, uma separação parcial já é satisfatória. Neste
caso o filtro é um espessador e sua função é produzir uma lama espessa a partir de uma
suspensão.

No geral, quando o sólido na suspensão a filtrar for menos que 0,1% a operação poderá
ser considerada como clarificação. Quando a concentração superar bastante este valor a
operação poderá ser vista como uma extração: do sólido, quando este for o produto, do
líquido ou de ambos.

Filtração
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Teoria da Filtração com Formação de Torta
A teoria da filtração permite estabelecer a relação entre a capacidade do equipamento e
as variáveis área, tempo e pressão de filtração. Essa relação, por sua vez, depende
intrinsecamente das propriedades da torta resultante do processo de filtração, um meio
poroso que se compacta pela percolação do próprio filtrado.
No estágio atual de conhecimento, a caracterização da torta não pode ainda prescindir
da condução de ensaios em escala de bancada, e os resultados são utilizados no scale up
com base na teoria, por meio de procedimento simples e seguro.
A suspensão escoa por ação da pressão contra o meio filtrante, resultando na separação
entre o filtrado e a torta. A maior parte do líquido da suspensão constitui o filtrado e as
partículas sólidas formam uma torta saturada com o líquido. O meio filtrante é um
tecido que tem como função reter as partículas no início da operação. Em seguida essa
tarefa é realizada pela própria torta, que sofre um aumento da sua espessura com o
tempo.

Filtração com formação de torta.

Uma teoria para a filtração pode ser estabelecida considerando-se que:


 O filtrado escoa através de dois meios porosos em série: a torta e o meio
filtrante;
 A torta cresce continuamente ao longo da operação pelo aporte de suspensão;
 As propriedades da torta dependem da posição em relação ao meio filtrante e do
tempo de filtração.
Com base na equação que relaciona vazão e queda de pressão no escoamento de fluido
através do meio poroso, pode-se chegar à equação da filtração na forma amplamente
utilizada no projeto e análise de desempenho de filtros (Massarani,
2002):

Filtração
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Sendo:
 t – tempo de filtração (θ);
 V – volume de filtrado (L3);
 A – Área de filtração (L2);
 Δp – queda de pressão no filtro (M/Lθ2);
 <α> - Resistividade média da torta (L/M);
 c – concentração de sólidos na suspensão que alimenta o filtro (M de sólido/M
de líquido;
 Rm – resistência do meio filtrante (1/L);
 A - Resistividade α caracteriza pontualmente a torta,

Onde:
 Ρs – representa a densidade das partículas sólidas;
 Εs – a fração volumétrica de sólidos;
 k – a permeabilidade local,
A resistividade média da torta depende, como indica a Equação, da queda de pressão Δp
no filtro:

Nas condições operacionais que prevalecem na indústria, como consequência das


características da bomba centrífuga utilizada na filtração sob pressão e do sistema de
vácuo empregado no filtro rotativo, a filtração ocorre essencialmente sob queda de
pressão constante. A equação da filtração toma a forma:

A caracterização da torta e do meio filtrante pode ser feita experimentalmente em


equipamento de bancada operando sob uma dada queda de pressão. A Equação
evidencia a relação linear consagrada entre V e t/V, que permite determinar a
resistividade média da torta e a resistência do meio filtrante em função das condições

Filtração
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operacionais do filtro. A fração volumétrica de sólidos na torta pode ser calculada a
partir da expressão:

Onde é a relação entre a massa da torta e a massa da torta seca; e são as


densidades de liquido e das partículas solidas, respectivamente.

Tipos de Filtro Usados na Industria Mineral


Diversos são os fatores que devem ser considerados para especificar um filtro. Em
primeiro lugar estão os fatores associados com a suspensão: vazão, temperatura, tipo e
concentração dos sólidos, granulometria, heterogeneidade, e forma das partículas. Vêm
depois as características da torta: quantidade, compressibilidade, valor unitário,
propriedades físico-químicas, uniformidade e estado de pureza desejado. Há, também,
fatores associados com o filtrado: vazão, viscosidade, temperatura, pressão de vapor e
grau de clarificação desejado. E finalmente o problema dos materiais de construção.

A operação de filtração e baseada na diferença de pressão que deve existir


através da torta de sólidos formada durante o processo. Essa queda de pressão e
diretamente relacionada com a porosidade da torta, que e função da distribuição de
tamanho das partículas. Ou seja, quanto menores os espaços interparticulares (poros),
maior será a queda de pressão através da torta.
As características da polpa a ser filtrada, como percentagem de sólidos e distribuição
granulométrica, e do produto final do desaguamento – umidade da torta de filtração.
Se a diferença de pressão requerida na operação for menor do que 1 Bar, os filtros a
vácuo têm aplicação destacada. Para diferenças de pressão maiores, os filtros indicados
passam a ser, então, os de pressão.
Uma regra geral deve ser respeitada na escolha dos equipamentos de filtração: quanto
maior for a diferença de pressão requerida, maiores serão os custos com equipamento e
consumo energético por tonelada de produto (Cox e Traczyk, 2002).
Entretanto, o uso dos filtros de pressão vem crescendo na indústria mineral, devido à
necessidade crescente de recuperação de material particulado fino, menor do que 44 μm
(325 Mesh), nas polpas ou rejeitos dos processos minerais.

Filtração
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1. Filtros a Vácuo
Os filtros a vácuo de tambor, disco ou correia operam sob o mesmo princípio físico. De
acordo com este princípio, a diferença de pressão entre o tanque de polpa e a superfície
do meio filtrante é instituída por meio de um sistema de vácuo, permitindo a passagem
do líquido através do meio filtrante, enquanto as partículas são retidas nesse meio,
formando a torta de filtração.
A operação do filtro rotativo a vácuo caracteriza-se por produzir tortas secas de pequena
espessura (inferior a 1 cm) e operar continuamente e sob queda de pressão reduzida
(inferior a 0,8 atm.). A filtração é realizada sobre o meio filtrante que recobre a
superfície cilíndrica do equipamento, que pode ser um tambor ou discos.
O filtrado alimenta a câmara adjacente ao meio filtrante e é drenado pela parte central

Operação do filtro rotativo a vácuo (adaptado de Pavlov et al., 1981).

Após a formação da torta, durante o contato cilindro-suspensão, seguem-se as seguintes


operações ao longo de uma rotação do filtro: drenagem a vácuo do líquido da torta,
lavagem da torta com o auxílio de bicos lavadores, nova drenagem de líquido e retirada
da torta em contato com o meio filtrante.
Os filtros a vácuo são compostos por seções perfuradas de metal ou cerâmica - através
das quais escoa o líquido - recobertos com o meio filtrante ou tecido de filtração, sob o
qual os sólidos são depositados para formar a torta. A coleta do filtrado é feita nos
compartimentos receptores de vácuo; as bombas de vácuo podem ser montadas ao lado
do filtro ou em outro compartimento. Câmaras ou armadilhas para umidade devem ser
instaladas antes das bombas de vácuo (condensadores barométricos), evitando que

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líquidos, principalmente os corrosivos, sejam succionados para dentro delas. Esse
dispositivo passa a ser desnecessário quando são utilizadas no processo bombas com
selagem líquida ou quando o filtrado não é danoso aos equipamentos (Cox e Trackzyk,
2002).

2. Filtro Prensa
Os elementos do filtro prensa são os quadros e as placas, separadas entre si pelo meio
filtrante. Como ilustra a Figura 21 a suspensão alimenta concomitantemente o conjunto
de quadros, formando-se a torta junto ao meio filtrante. O filtrado percola o meio
filtrante, escoa pelas ranhuras dos quadros e é conduzido para fora do filtro.
A etapa de filtração está concluída quando a torta ocupa todo o espaço oferecido pelos
quadros. Ocorre, então, a lavagem da torta e, em seguida, o filtro é aberto e a torta
descarregada, sendo a operação do filtro prensa caracteristicamente conduzida em
batelada.

Partes componentes e operação do filtro prensa (adaptado de Halberthal, 2009).

O desempenho do filtro prensa pode ser expresso pelo volume de filtrado (Vf)
produzido no tempo total de um ciclo completo: tempo de filtração (tf), tempo de
lavagem da torta (tl) e tempo de desmantelamento, limpeza e montagem do filtro (td).

Como o filtro prensa forma tortas espessas, da ordem de 2,5 cm, a influência do meio
filtrante será relevada na formulação que leva aos tempos de filtração e de lavagem. O
tempo de desmantelamento, limpeza e montagem depende de fatores externos à teoria

Filtração
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da filtração, como características mecânicas do filtro e aspectos operacionais da
instalação industrial.

Tempo de Filtração
O tempo consumido para que todo volume dos quadros seja ocupado pela torta – tempo
de filtração, tf – pode ser calculado combinando-se a equação da filtração com aquela
que permite correlacionar o volume de filtrado (Vf), a concentração da suspensão
(c) e o volume da torta (vt):

Onde e é a espessura dos quadros, rearranjando as equações, tem-se:

Filtração no quadro do filtro prensa.

Tempo de Lavagem da Torta


Considera-se que o processo de filtração e lavagem da torta sejam feitos sob a mesma
pressão. Neste caso, levando-se em conta a configuração do escoamento do líquido de
lavagem na torta formada, a vazão de lavagem é:

Filtração
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Para o tempo de lavagem tem-se:

Sendo β a relação entre o volume de líquido de lavagem e o volume de torta para se


alcançar um produto dentro das especificações desejada.

3. Filtros Hiperbáricos, de Pressão e Cerâmicos


A tendência de moagens mais finas de minérios em usinas concentradoras resultou em
maior dificuldade de desaguamento, o que requer filtração sob pressão. O uso crescente
desses equipamentos na hidro metalurgia também aumentou a necessidade da filtração
sob pressão para desaguar e lavar resíduos de lixiviação e precipitados.

Os filtros de pressão operam sob pressões acima da atmosférica, e, há cerca de trinta


anos atrás, eram considerados uma grande inovação nas indústrias mineral e
metalúrgica. Diversas indústrias utilizavam em suas etapas de desaguamento a operação
de filtração a vácuo, seguida por secagem térmica. Entretanto, a necessidade de redução
no consumo de energia e o aumento na produtividade dos equipamentos, torna os filtros
de pressão cada vez mais comuns nas plantas industriais.

Nessa categoria de filtros, citam-se os filtros Larox e Andritz, bastante utilizados nas
operações de desaguamento de concentrados de flotação ou de concentrados minerais
transportadas através de dutos.

Os filtros automáticos de pressão Larox são filtros de membrana em placas de recesso,


nas quais as câmaras são dispostas horizontalmente. Cada placa do filtro tem área de
filtração em um só lado, de 1,6, 2,5 e 6 m2, ou áreas de filtração em ambos os lados, de
0,9, 2,1 e 4,7 m2, dependendo do modelo do filtro. As placas são empilhadas
verticalmente para resultar em uma área de filtração total entre 1,6 e 168 m2, e a
capacidade do filtro pode ser ampliada acrescentando-se mais placas. Uma manta
filtrante única percorre o espaço entre as placas em zig-zag.

Filtração
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A decisão por um sistema de filtragem sob pressão ou a vácuo dependerá do objetivo
final dessa operação unitária: produção de tortas com baixa umidade (sólidos
praticamente secos), recuperação da fase líquida, ou ainda, a remoção de contaminantes.
Parâmetros como turbidez do filtrado, taxa de filtração versus umidade final da torta,
além da eficiência de lavagem da torta frente ao consumo de água de lavagem, devem
ser fortemente considerados, pois geralmente ditam o custo final do processo.

Os sistemas de filtração sob pressão podem aumentar a capacidade do secador pela


diminuição do teor de umidade da torta de filtração, em comparação aos filtros
centrífugos e a vácuo, resultando no aumento da capacidade da planta (Larox
Coorporation, 2008).

Outros filtros bastante utilizados nas operações de desaguamento de concentrados e de


sua escolha do tipo de filtro a ser empregado em um determinado processo industrial
depende das características exigidas para o produto filtrado, bem como de
peculiaridades operacionais de cada usina de beneficiamento. Entretanto, algumas
questões devem ser respondidas, tais como: natureza dos sólidos, densidade da polpa,
necessidade de lavagem da torta (hidrometalurgia), umidade final da torta e turbidez do
filtrado, com o intuito de verificar qual tipo de filtro atende às necessidades do processo.
Rea e Jay (2005) realizaram experimentos de filtragem para concentrados de cobre e
cobalto, utilizando filtros hiperbáricos, de pressão e cerâmicos, para avaliar a
performance de cada equipamento diante dos desafios de cada empresa.

Os filtros horizontais de correia são largamente empregados na indústria mineral; são


equipamentos que combinam as operações de sedimentação gravitacional com filtração
na zona de formação de torta, formando um produto (torta) que possa ser posteriormente
seco ou lavado. A etapa de sedimentação permite que as partículas mais grossas formem
uma pré-capa de filtração, proporcionando maior eficiência de filtração da polpa. A
Pannevis-Larox, fabricante de filtros horizontais de correia, garante que este tipo de
equipamento tem melhor desempenho, quando comparado aos filtros rotativos a vácuo
(Larox Coorporation, 2010).

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Conclusão
Findado o trabalho pode se notar que a filtração é uma das aplicações mais comuns do
escoamento de fluidos através de leitos compactos. O termo filtração pode ser utilizado
para processos de separação dos sólidos de suspensões líquidas e, também para
separação de partículas sólidas de gases. Os filtros usados na indústria mineira são os
filtros a vácuo, os filtro prensa e os filtros Hiperbáricos, de Pressão e Cerâmicos.

O objetivo da operação é separar mecanicamente as partículas sólidas de uma suspensão


líquida com o auxílio de um leito poroso. Quando se força a suspensão através do leito,
o sólido da suspensão fica retido sobre o meio filtrante, formando um depósito que se
denomina torta e cuja espessura vai aumentando no decorrer da operação. O líquido que
passa através do leito é chamado de filtrado.

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Bibliografia
DA LUZ, Adao Benvindo et al, Tratamento de Minerio, 5ª Ediccao CETEM/MCT, Rio
de Janeiro 2010
BRAGA, P.F.A. e FRANÇA, S.C.A. (2008), Beneficiamento de sedimentos do Canal
do Cunha por peneiramento, espessamento e filtração em geobags, CETEM/MCT,
Rio de Janeiro-RJ, RT 2008-014-00, 30p.
FOUST, A. S. et.al. (1982). “Princípios das Operações Unitárias” – Ed LTC, Rio de
Janeiro – RJ, 2ª edição.
GOMIDE, R. (1980). “Operações Unitárias”, vol. 3 – Ed do Autor, São Paulo.

http://www.enq.ufsc.br/disci/eqa5313/

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