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15/5/2023
Alimentos processados
Aluno (as)
SORAYA APARECIDA AZEVEDO
SOLANGE SOARES MARTINS
MICHEL ARAÚJO
INTRODUÇÃO
O estilo de vida dos consumidores foi completamente alterado nessas últimas décadas devido a
urbanização, a globalização e a renda, e como consequência houve uma redução do tempo
dedicado ao preparo de alimentos no ambiente doméstico. Nesse contexto, os produtos de fácil e
rápido preparo como os produtos empanados têm ganhado destaque, sendo uma alternativa
interessante para os processadores de produtos cárneos, especialmente aves. Essas mudanças
de hábitos de consumo vêm exigindo adaptações da indústria avícola (CARVALHO et al., 2018).
No Brasil, a demanda por produtos preparados de aves, como os empanados, tipo Steak, vem
crescendo. A produção de empanados é dada principalmente a partir de carne de frango
mecanicamente separada, seguido pela mistura de pele de frango e retalho do peito, e então é,
posteriormente, formatado em porções específicas, proporcionando menor perda durante o
cozimento e melhora no aproveitamento dos músculos que seriam subutilizados, após são
empanados e pré-fritos (VEIT et al., 2011). A maior conscientização e exigência dos consumidores
gera uma maior atenção voltada a formulação e ao processamento de empanados. A tecnologia
de empanamento permite aumentar a vida útil do produto e agregar valor pelo aumento de
rendimento no processo, pela melhoria na aparência do produto e por proporcionar uma
diversificação de sabores. Os produtos empanados apresentam maior vida útil comparado a uma
carne crua, principalmente pelo retardamento da oxidação e consequente surgimento de rancidez.
O processo de empenamento também protege o produto contra a desidratação e queima pelo frio
durante o congelamento. O aperfeiçoamento do processo de empenamento tem sido um grande
desafio para os profissionais da área de alimentos, principalmente com relação à escolha e
composição do sistema de cobertura que é responsável pelas principais características do produto,
tais como: manutenção de aroma e sabor, custo, espessura da cobertura, funcionalidade, textura,
sabor, apelo visual e diferenciação entre os produtos (DILL et al., 2009). Além disso, as
formulações têm sido modificadas a fim de obter um produto mais saudável, com menor adição de
conservantes, aromatizantes e outros compostos artificias. Neste capitulo abordaremos as etapas
do processamento de empanados, seus principais sistemas de cobertura e um trabalho publicado
pelo grupo como exemplo. O empenamento é uma das principais maneiras pelas quais as
indústrias processadoras de carnes agregam valor aos produtos, por realçar ou favorecer a cor,
sabor e textura. A agregação de valor se deve ao aproveitamento de cortes de proteína com preços
mais baixos ou que seriam descartados e pelo aumento de rendimento. As tecnologias de
empenamento podem melhorar a qualidade de carnes frescas, congeladas e processadas,
retardando a perda de umidade, reduzindo a oxidação de lipídios, melhorando a aparência do
produto, preservando aromas voláteis, funcionando como transportadores de aditivos alimentares,
como agentes antimicrobianos e antioxidantes, e redução da absorção de óleo durante a fritura.
TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE EMPANADOS
Os empanados congelados de frango foram introduzidos à indústria de fast food no final dos anos
70, sendo considerado um dos maiores casos de sucesso no setor avícola, obtendo em pouco
tempo êxito de vendas (BARBUT, 2012). Mesmo sendo considerado um novo produto no mercado,
o consumo de empanados de frango surgiu há muitos anos com 456 Avanços em Ciência e
Tecnologia de Alimentos - Volume 2 o ato de empanar carnes, sendo assim um alimento tradicional,
porém numa versão que confere maior praticidade conforme exigido pelos consumidores atuais.
Empanados de frango são definidos pelo Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Instrução Normativa nº 6, de 15/02/2001)
como um produto cárneo industrializado, obtido a partir de carnes de diferentes espécies animais
de açougue, acrescido de ingredientes (proteínas de origem vegetal e/ou animal, aditivos,
condimentos, especiarias, farinhas, vegetais, molhos, queijos, produtos cárneos industrializados),
moldado ou não, e revestido de cobertura apropriada que o caracterize. Pode ser cru, semi-cozido,
ou cozido, ou semi-frito ou frito, ou outros. A quantidade limite exigida para proteínas e carboidrato
na formulação é de no mínimo de 10% e no máximo de 30%, respectivamente. Quanto a adição
de proteínas não cárneas é permitida o máximo de 4% em forma de proteína agregada (BRASIL,
2001). Conforme relatado por Ordóñez (2005), a primeira operação a ser feita é a redução do
tamanho (moagem), seguida pelas etapas de mistura, de moldagem, de recobrimento através de
um sistema de cobertura específico, de fritura, de cozimento e de congelamento. As principais
operações que constituem o processamento de produtos empanados podem ser observadas na
Figura 1. A etapa de redução do tamanho/moagem permite diminuir a dureza, subdividindo a carne
de frango congelada em pequenas porções, que juntamente com a adição da salmoura facilita a
extração das proteínas miofibrilares, contribuindo para a interação entre as moléculas posterior da
mistura (ORDOÑEZ, 2005). Em seguida, os outros ingredientes são adicionados na formulação e
misturados para formação de uma massa uniforme, homogênea à distribuição dos componentes,
melhorando a qualidade sensorial e as propriedades funcionais dos alimentos. Depois, essa
mistura adquire forma prensando a massa dentro de um molde. Esta operação é aplicada em
alimentos pastosos a fim de conferir forma e tamanhos distintos, sendo seu maior objetivo
aumentar a diversidade e oferecer ao consumidor um produto atrativo. A moldagem pode ser
realizada aplicando altas pressões sobre um bloco da mistura cárnea previamente congelado
(ORDOÑEZ, 2005). Nesta etapa, a temperatura é um fator a ser controlado, tendo como limite os
valores entre –4 e –2°C, para que o processo ocorra corretamente. Caso a temperatura não esteja
baixa o suficiente a massa se torna mole e não adquire a forma desejada, ou então não consegue
sair do molde adequadamente, desfigurando o produto final (OWENS, 2001). O uso de
temperaturas acima de –1°C resulta em um produto final com pontos e “chapiscos”, causando
problemas durante a etapa seguinte de cobertura, como cobertura irregular com buracos e
sobreposição de peças (GL, 2002). Atualmente, as tecnologias que utilizam revestimentos
comestíveis diretamente em alimentos despertam um grande interesse pela indústria de alimentos
SISTEMAS DE COBERTURA
O ato de revestir produtos alimentícios passou do ambiente doméstico para restaurantese indústrias.
O atributo sensorial crocância é o mais apreciado pelos consumidores. A in- tensidade desta
característica é utilizada para medir a qualidade de muitos alimentos fritos,como nuggets e Steaks
de frango, por exemplo. Para conferir crocância a esses produtos, utiliza-se um sistema de
cobertura, que pode ser definido como qualquer combinação de ingredientes, seja à base de
cereais ou não, que reveste um substrato proteico ou de ou- tra natureza, fornecendo ao produto
acabado atributos como sabor, textura e aparência (DILL et al., 2009).
Além da questão sensorial, os sistemas de cobertura funcionam como uma barreira protetora
contra a migração de gases e a perda ou ganho de umidade, além de protegero alimento contra
danos mecânicos. É também uma forma de se aumentar a variedade de produtos e adicionar valor
a alimentos mais simples (FELLOWS, 2006).
A etapa de empanamento é um popular sistema de cobertura, hoje em dia, inclusive, alguns
sistemas de empanamento podem conter condimentação, realçando ainda mais características de
sabor, aroma e aparência. Por conta de sua importância industrial e eco-nômica, as indústrias que
trabalham com produtos empanados ou que estão pensando emimplantar esta linha, precisam ter
conhecimento sobre o processo e os tipos de empanamento disponíveis. Também deve-se estar
atento às particularidades dos ingredientes envolvidos, principalmente no que diz respeito à farinha
de empanamento
Predust ou Pré-enfarinhamento
Este é o primeiro componente de um sistema de cobertura e tem por objetivo facilitar a ligação
entre as camadas seguintes e o substrato. Em muitos casos também será um car-reador de
condimentos. Por conta da superfície irregular da massa, a cobertura e o substrato podem
encontrar problemas de aderência (DELFINO et al., 2017).
O predust será o responsável por eliminar esse problema, com a formação de uma camada
absorvente, que irá conferir uma maior uniformidade e melhor textura. A farinhade trigo é o
predust mais usado pela indústria, porém, também há outras alternativas de formulação de
predust, com amido e proteínas (DEGENHART, 2003).
Essas alternativas podem ser utilizadas para eliminar algumas desvantagens apresen-tadas
pela farinha de trigo, como descolamento da cobertura e perda de crocância, devido à
formação de um filme entre a cobertura e a carne, deixando a umidade presa, o que au-
menta a pressão abaixo da cobertura, resultando em seu deslocamento. O filme formadoé
resultante da hidratação das proteínas e do amido. Com a gelatinização do amido, pode
ocorrer uma retenção de parte do vapor da água que seria perdido, prejudicando a crocânciada
cobertura. Como solução a esse defeito, recomenda-se a utilização de material protéico
acrescido de gomas (SILVEIRA, 2003).
Batter
(BORTOLUZZI, 2006).
Os ingredientes mais comuns do batter são a farinha de trigo, farinha de milho, amido, gomas,
agentes de escurecimento, proteínas e aromatizantes. A farinha de trigo proporcio-na aumento da
viscosidade, ajuda na suspensão de alguns ingredientes sólidos e auxilia na obtenção de textura
firme na cobertura. Podem ser duras ou moles, o que será definidopelo teor de proteínas produzido.
As duras produzem 11% ou mais de proteínas com uma boa qualidade das propriedades do glúten.
Já as moles contribuem com um teor proteico de 7 a 9%, com baixa qualidade das propriedades
do glúten. Já a farinha de milho não possui a capacidade de desenvolver glúten. Além disso, se
diferencia da farinha de trigo por não apresentar a mesma capacidade de absorção de água e por
ter uma granulometriamaior. Os amidos, em contrapartida, promovem uma maior adesão e uma melhor
propriedade de formação de película em relação às farinhas (LOEWE, 1990; GL, 2002).
Em relação as gomas, sua função quando presentes em uma formulação de batter, égarantir maior
viscosidade, estabilidade e homogeneidade. Já os agentes de escurecimento,como o próprio nome
já sugere, são usados para desenvolver coloração ao se aplicar calor.Podem ser usados dextrose,
sacarose e alguns ingredientes lácteos.
As proteínas mais usadas em batter são as de soja, de leite e ovos, além de glúten detrigo que
contribuem para a melhoria das propriedades de emulsão, formação de película, escurecimento,
adesão e textura.
Os aromatizantes podem vir na forma de especiarias e sal. Este último, inclusive, podeser usado
para evitar a formação de cristais de gelo quando o batter se encontra a baixas temperaturas.
Dependendo do grau de viscosidade, os batters podem ser classificados como de adesão (baixa), de
coesão (média) e temperatura (alta). Este último é geralmente utilizado para derivados de peixe, frutos
do mar, frango e vegetais (DILL et al., 2009).
Breading
Gonçalves, (2011) descreve o breading como a terceira e última etapa de cobertura, que é
responsável pela textura, apelo visual e diferenciação entre os produtos. O breadingé a farinha de
cobertura, podendo ter base de cereal e conter condimentos ou não. Esse termo compreende
diversos produtos, desde farinha de trigo não temperada e não cozida afarinha derivada de pão. É
a camada aplicada sobre o batter (GL, 2002).
Conforme relatado por GL (2002), um dos atributos básicos associado ao breading é agranulometria.
O breading é dividido em três categorias de granulometria: pode ser grosso(maior impacto visual),
médio (melhor absorção de água) ou fino (rápida absorção de água).Existem disponível no mercado
de empanados quatro variedades de breading, sendo elas:
• Tradicional: Com uma farinha densa e algumas crostas, que proporciona mordida
dura;
• Extrusado: que apresenta crocância próxima à farinha de pão e pode ser produzi-do em larga
escala;
• Americano: que proporciona uma mordida crocante com pedaços de crosta arre-
dondados;
• Japonês: que possui a forma alongada e é livre de crostas, além de ser o maiscrocante de
todos os tipos.
PRÉ-FRITURA E CONGELAMENTO
Os produtos empanados são muito populares entre os consumidores, principalmente pela sua
praticidade e por conta de seus aspectos de textura, sabor e aparência.
A tecnologia envolvida no processo de empanamento inclui diferentes etapas que precisam ser
conduzidas com cuidado e com a escolha certa de ingredientes e processos,visando alcançar um
produto de alta qualidade.
Suculência, crocância e sabor e aroma característicos de carne são atributos impor- tantes para
uma maior aceitação dos produtos empanados. Hoje o desafio da indústria de alimentos se
concentra em modificar esses sistemas de empanamento, com o objetivo de produzir produtos
sensorialmente bem aceitos e saudáveis. Estudos mais recentes mostram que a operação de
extrusão tem se mostrado uma alternativa interessante para a produção de farinhas de
empanamento que apresentam boas características funcionais e de aceita- ção entre os
consumidores. Deste modo, fica evidente que o conhecimento aprofundado doprocessamento de
empanado e dos sistemas de cobertura é de suma importância para o desenvolvimento e inovação
desses produtos não somente em termos de economia como também nutricionais.
REFERÊNCIAS
1. ARES, G.; TÁRREGA, A.; IZQUIERDO, LUIS.; JAEGER, S.R. Investigation of the
number of consumers necessary to obtain stable sample and descriptor configurations from check-
all-tha-t-apply (CATA) questions. Food Quality and Preference, v.31, p.135-141, 2014.
2. BARBUT, S. Poultry products: formulations and gelation. In: BARBUT (Ed.) Poultry
products processing: an industry guide. Boca Raton: CRC Press, 2002. p. 249-289.
13. LOEWE, R. Ingredients selection for batters systems. In: Batters and breadings
in food processing, Olewnik, M.; Kulp, K.; eds.; American Association of Cereal Chemists: St.
Paul, MN, 1990, p.11-28.
15. MBA, O.I.; DUMONT, M.J.; NGADI, M. Palm oil: Processing, characterization and
utilization in
the food industry – a review. Food Bioscience, v. 10, p. 26-41, 2015.
RESUMO
Entende-se por linguiça, o produto cárneo industrializado obtido de carne suína ou suína e bovina,
adicionado de toucinho, ingredientes, embutido em envoltórios naturais e/ou artificiais, curado,
fermentado, maturado, defumado ou não e dessecado.
1. INTRODUÇÃO
A carne é um alimento com grande valor nutricional, comercial e social, mas apresenta uma limitada
vida-de-prateleira. Visando a preservação da carne, foram desenvolvidos alguns procedimentos
como a secagem, salga e fermentação. (VIOTT et al., 2006).
A linguiça, tradicional produto cárneo fermentado, teve a sua fabricação iniciada, no Brasil com a
imigração italiana, no sul do país, região onde encontraram como aliado um clima propício para a
produção caseira que, com o passar do tempo, deu origem as pequenas fábricas. (TERRA et al,
2004)
A produção de linguiça no Brasil compõe uma fatia significativa do mercado de produtos cárneos.
Mudanças na busca de melhor qualidade, redução de custos e investimentos na tecnologia de
produção foram percebidas pelo mercado consumidor brasileiro, que é responsável pela atual
produção de 110 a 120 toneladas de linguiça por dia. (TERRA et al., 2004).
Entende-se por linguiça o produto cárneo industrializado obtido de carnes suínas e bovinas,
adicionado de toicinho, ingredientes, embutido em envoltórios naturais ou artificiais, curado,
fermentado, maturado, defumado ou não.
No Brasil, conforme a Instrução Normativa nº 22, de 31 de julho de 2000, do Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento, as características de identidade e qualidade de oito tipos de
salames estão definidas, e a diferenciação entre eles está no tipo de matéria-prima, na
granulometria da carne e do toicinho, com ênfase na condimentação.
1.2 PRODUÇÂO
2. Produção de Embutidos
O próximo passo da preparação do salame é misturar e modelar a massa em forma redonda para
a total remoção do ar. Segundo Martins (2006, p. 11) o processo de embutimento consiste em:
“introduzir a massa já preparada na tripa previamente selecionada e disposta para este fim em
equipamentos chamados embutideiras ou embutidoras.”
. A utilização de tripas artificiais se dá por não apresentarem problemas de higiene, por
favorecerem o embutimento padronizado e não dificultarem a manipulação do material bem como
seu armazenamento.
As tripas mais utilizadas são as de colágeno, celulose ou de materiais plásticos que podem
ser o poliéster, a poliamida, o polietileno e o cloreto de polivinila (REIS & SOARES, 1998).
O penúltimo processo produtivo da linguiça ou salame é a secagem e maturação, que é o processo
mais delicado devido à massa estar ainda fresca e com água, permitindo a proliferação de
microrganismos (TERRA, 2003). A maturação, para obter sucesso, segundo Redetec (2006, p. 11),
precisa ser feita da seguinte maneira:
A maturação é feita à temperatura entre +18 e +/-20ºC e a umidade relativa no primeiro dia deve
estar em torno de 95%. A umidade deve ser reduzida durante três a quatros dias para 85%. A
velocidade do ar não pode ser mais do que 0,1 ou 0,2m/s. Depois de curados, os salames e ou
linguiças são colocados (as) para maturação adicional e secagem para estabilização da cor,
desenvolvimento do aroma e finalização do processo de preparo para a estocagem do produto. A
secagem é feita a temperaturas entre 12 e 15ºC e numa umidade relativa de 70 a 75% com
velocidade do ar menor que 0,1m/s. Quando o salame perde de 25 a 30% de seu peso, este já
pode ser embalado e comercializado
O último processo é o da estocagem e embalagem. A linguiça deve ser, portanto, embalado em
materiais que o protejam contra a contaminação.
A contaminação do embutido pode ocorrer em qualquer fase da sua produção e está contaminação
pode ser por agentes físicos, substâncias tóxicas, microrganismos infecciosos ou toxigênicos
(EVANGELISTA, 2001).
A preocupação com a segurança dos produtos se dá pela alta incidência de doenças transmitidas
pelos alimentos. A linguiça, por sua vez, esta sujeito a contaminação por várias fontes: inicialmente,
pelo próprio animal, posteriormente pela água, pelas instalações industriais, equipamentos mal
higienizados dentre outras (EVANGELISTA, 2001). Daí a necessidade de se monitorar todo o
processo de produção do salame.
As bactérias lácticas, como já foi visto, constituem um grupo de microrganismos amplamente
distribuídos nas linguiças, bem como em outros alimentos. Essas bactérias são responsáveis por
uma variedade de compostos antimicrobianos, incluindo: ácidos, diacetil, peróxido de hidrogênio,
dióxido de carbono, álcool, aldeído e bacteriocina (BROMBERG et al., 2006). Porém, cada
composto citado pode acarretar no crescimento de bactérias deterioradoras e patogênicas.
Conforme aponta Shillinger & Lücke apud Bromberg et al. (2006), (...) bactérias lácticas
originalmente isoladas de carnes e produtos cárneos são os microorganismos mais indicados para
serem utilizados na intensificação da segurança microbiológica destes alimentos. (...) estas
bactérias são adaptadas às condições das carnes e devem, desta forma, ser mais competitivas
comparativamente às bactérias lácticas provenientes de outras fontes. A nisina, bacteriocina
produzida por Lactococcus lactis subsp. lactis, apresenta uma baixa eficácia na biopreservação de
carnes devido à sua baixa solubilidade, distribuição não uniforme e baixa estabilidade. Além disso,
a dose requerida é considerada antieconômica, excedendo a ingestão diária aceitável para um
consumo de 100 g de carne por dia para uma pessoa de 60 kg.
Conforme se sabe, vários tipos de salames são comercializados e produzidos no Brasil, os
quais apresentam variação em sua composição, calibre, grau de moagem dos ingredientes e
condimentos adicionados, defumação ou não e período de maturação. O tipo mais comum de
salame comercializado no Brasil é o italiano, caracterizando-se pela sua moagem média (6 a 9
mm), é curado, fermentado, apresentando tempo de maturação de 25 a 50 dias e é dessecado
(GLORIA et al., 2006).
Ferramentas de gestão da qualidade têm sido criadas e implementadas para garantir um alimento
seguro, além de proporcionar diminuição de custos, redução de perdas e otimização da produção
(FURTINI; ABREU, 2005). As Boas Práticas de
Fabricação (BPF) e o Sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) são
ferramentas amplamente recomendadas por órgãos de fiscalização tais como a Agência Nacional
de Vigilância Nacional – ANVISA e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, e
utilizada em toda cadeia produtiva de alimentos. Recentemente, a Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT disponibilizou o Guia de aplicação da ABNT NBR ISO 22000:2006
baseada nos princípios do APPCC para promover a eficácia e a eficiência de um sistema de gestão
de segurança de alimentos.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como toda produção de alimentos, a produção de linguiça necessita ser acompanhada por
profissional especializado na área de alimentos para desempenhar atividades como elaboração da
formulação e controle de processo.
Os produtos devem atender aos Padrões de Identidade e Qualidade e as indústrias produtoras
devem atender as exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR, N. Embutidos e defumados de carne suína. Belo Horizonte. SENAR – AR/MG, 1997.
MARINADOS
INTRODUÇÃO
Desde tempos remotos, o homem busca características alimentares que definam suas preferências
e complementem seu dia-a-dia, seja individualmente ou em sociedade, criando assim
regionalidades culturais e aspectos intrínsecos a sua cultura alimentar. O uso de 24 marinados nas
carnes para promover melhores características sensoriais vem se desenvolvendo ao longo do
tempo, e as indústrias tem observado a crescente demanda consumista por produtos que possuam
especificidades únicas e garantam segurança e praticidade no seu uso, mantendo assim um rígido
controle sobre a qualidade dos produtos produzidos (DELIBERALI et al., 2010). Marinados são
soluções condimentadas destinadas a carne para conferir melhorias em termos de sabor, textura
e aumento do prazo de validade do produto, podendo ser aplicadas via processos de injeção,
massagem ou imersão, devendo observar sempre a qualidade do tratamento aplicado, uma vez
que o tratamento reflete nas características do produto (OLIVO, 2006). No caso da carne de aves,
a Instrução Normativa nº 89 de 17 de Dezembro de 2003 do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), aprova o Regulamento Técnico de Qualidade e Identidade (RTQI) para
Aves Temperadas, o qual descreve que frangos temperados poderão ter no máximo 20% de
salmoura incorporada na carne, sendo que como requisitos básicos devem apresentar: 78% se
umidade (máximo), 15% (mínimo) de proteína cárnea, 1% de sal (mín) e 0,5% (mín) de
condimentos. As características sensoriais necessárias ao produto final devem ter textura, cor,
sabor e odor característicos, impactando no desenvolvimento do marinado e na tecnologia de
aplicação (BRASIL, 2003). Porém, a falta de métodos eficazes para o controle de ingredientes
adicionados, bem como da água incorporada em carnes temperadas, fizeram com que o
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), órgão do Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), proibisse sua comercialização por meio do ofício
circular nº 008/2010, o qual foi aprovado pelo MAPA, até que haja procedimentos eficientes contra
possíveis fraudes (BRASIL, 2010). De acordo com os objetivos pretendidos para a carne, o
marinado pode apresentar diversas formulações e especificidades. Segundo Sampaio et al.(2012),
as carnes do peito e da coxa de frangos cozidos ganharam um aumento na vida útil, devido aos
efeitos anti-oxidantes dos ingredientes contidos no marinado, resultando num produto de
aceitabilidade comercial e interesse industrial. O desenvolvimento de um marinado para carnes
está diretamente relacionado ao setor de ingrediente e aditivos alimentares, uma vez que estes
agem diretamente nas características intrínsecas ao alimento e o modificam quimicamente,
garantindo qualidade, segurança e singularidade, ao passo que a indústria pode alçar novos
mercados e melhorar seu desenvolvimento, observados na fala do presidente da Associação
Brasileira da Indústria e 25 Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos (ABIAM) Helvio
Tadeu Collino, que afirma que “a curva ascendente é observada de forma marcante em
companhias que investiram forte em pesquisa e desenvolvimento, e conseguiram estar sempre na
dianteira tecnologia e de inovações, oferecendo produtos e serviços diferenciados” (COLLINO,
2009). Existem hoje inúmeros sabores e ingredientes que podem compor o marinado, sendo que
a escolha de uso desses depende do objetivo e destino do produto em questão, que pode ser
adicionado de especiarias, ervas, vinagres, óleos e temperos variados conforme culturas regionais
(OLIVO, 2006). Os ingredientes adicionados no marinado possuem principal finalidade de
aumentar a retenção de água pela carne, garantindo a fixação de sabores e aromas, melhorando
a suculência e a textura da carne (XARGAYÓ et al., 2007). Sendo assim, um composto marinado
pode levar características e sabores regionais para os consumidores de outras regiões com
diferentes influências alimentares, promovendo a diversidade de culturas alimentares.
1. Métodos de marinação
O uso de soro de leite líquido também pode ser empregado na indústria cárnea, como relata Terra
et al. (2009), que produziu mortadela com até 100% de substituição da água utilizada na fabricação,
sem alteração das características sensoriais do produto final. Silva (2013) descreve que os filés de
peito de frango que receberam marinados adicionados de proteínas do soro de leite foram os que
apresentaram menores perdas por exudação. Juntamente com as proteínas, os hidrocolóides
também ajudam a aumentar a CRA, melhorando a textura da carne durante processo de cocção,
através da suspensão dos sólidos do marinado e aumento da viscosidade, garantindo estabilidade
e homogeneidade da fórmula a qual será retida junto aos sítios hidrofílicos da proteína miofibrilar
(OLIVO, 2006). Vários estudos demonstram que as salmouras, quando adicionadas de carragenas,
apresentam melhor capacidade de retenção de água no alimento, geleificando em temperaturas
entre 50º e 60º, contribuindo para a textura do produto final, rendimento e palatabilidade
(PIETRASIK, 2003; LENNON, 2010). Garcia-Cruz (1992), que estudou 14 diferentes hidrocolóides
e suas influências na estabilidade ao cozimento de amostras trituradas de carne bovina+marinado,
descreve que a goma xantana apresentou a melhor capacidade de retenção de água durante
cocção, ficando a frente de um grupo de gomas selecionadas, sendo elas: goma guar, locusta e a
mistura xantana-locuta (50% cada). O hidrocolóide I-Carragena também é apontado por Kirmaci
(2013) como ingrediente chave na melhor CRA de peitos de frangos submetidos ao processo de
cocção, tanto por radiofrequência como por banho-maria. Os sais conservantes também podem
sem empregados em formulações de marinados para evitar o crescimento indesejável de
microrganismos no produto e promover ganhos de cor, sendo os mais utilizados nitrito e o nitrato
de sódio e potássio. A cura consiste numa série de reações redutoras dos sais, que resulta na
formação de óxido nitroso (NO), o qual irá complexar-se com a mioglobina, resultando na cor rósea
do produto. É importante ressaltar que a efetividade da reação de cor depende da quantidade de
mioglobina disponível na matéria-prima (TERRA, 2005). Estudos apontam que a adição de culturas
starter em produtos cárneos reduz a formação de nitrosaminas, que são compostos altamente
carcinogênicos, devido a denitrificação dos sais de cura adicionados ao produto (TERRA, 2005;
SEBRANECK, 2007). Devido a seus benefícios, a adição de culturas starter em produtos cárneos
torna-se de grande interesse industrial no desenvolvimento de novos produtos, conferindo assim
maior segurança e qualidade.
3. MARINAÇÃO DA CARNE
Processo de congelamento
O processo de congelamento da carne marinada afeta diretamente a salmoura e os
componentes nela dissolvidos, retirando energia do sistema e criando um gradiente de
concentração diferenciado entre a água a os solutos. A velocidade de congelamento é crucial
para menor exudação da carne, ou seja, a formação dos cristais de gelo irá influenciar
diretamente na capacidade de retenção de água do produto final quando descongelado.
Flutuações na temperatura ao longo do período de estocagem podem gerar o fenômeno
denominado recristalização, o qual forma cristais de gelo entre as estruturas fibrosas da carne,
causando danos a proteína miofibrilar. O sistema de congelamento escolhido para carnes de
frango marinadas deve apresentar boa eficiência na velocidade do congelamento, evitando a
recristalização ao longo do período de estocagem, garantindo assim maior qualidade (OLIVO,
2006).
Assis (2010), que analisou a retenção de umidade amostras de filé de peito de frango
que receberam salmouras preparadas a partir de proteína isolada de soja, tripofosfato e sal
(NaCl), sendo posteriormente congeladas, descreve valores de 77,15% para o tratamento c5%
de tripolifosfato e 77,34% com 8% de proteína isolada de soja, demonstrando que os
ingredientes apresentam melhores resultados de CRA quando trabalhados em separado. O uso
de hidrocolóides é uma boa alternativa ao uso de proteínas isoladas em marinados destinados
melhorar a CRA em carnes. Palezi (2013) descreve que a aplicação de hidrocolóides em
marinados destinados a carne de frango apresenta uma série de benefícios tecnológicos,
contribuindo diretamente para melhor palatabilidade do produto.
Giampietro et al. (2011), que pesquisaram diferentes tipos de salmoura para carne de matrizes
de frango corte, descrevem que as amostras marinadas com condimento industrial da
Globalfood - Advanced Food Tecchnology® (composto por: cloreto de sódio, polifosfatos,
hidrocolóides, especiarias) diferenciados pela percentagem de óleos essenciais de alho (que
foi mais concentrado no tratamento que apresentou maior CRA), injetadas na proporção de
15% do peso da amostra e armazenadas por 30 dias a -15ºC, apresentaram valores de CRA
na ordem de 66,49% e 68,18%. Tais dados estão de acordo com os valores obtidos durante a
pesquisa, que apontam para o uso de hidrocolóides em junção ao polifosfato e sal.
REFERÊNCIAS
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Queijo coalho
Introdução
O leite serve como primeiro alimento dos filhotes de todas as espécies de mamíferos,
sendo uma grande fonte de minerais, proteínas, água, lipídios e outros constituintes
essenciais para o crescimento saudável do filhote, sendo esta característica da classe
Mammalia. Podem-se citar como outras características desta classe o corpo recoberto
com pelagem, cuidados prolongados do filhote pela mãe, desenvolvimento do embrião
dentro do corpo da fêmea, entre outras e com algumas exceções (JARDIM et al., 2015),
porém o homem é o único mamífero que continua consumindo leite na sua fase adulta
e de outras espécies. O leite é uma das matérias-primas mais ricas em termos de
possibilidade de processamento industrial e de qualidade nutricional e sensorial.
Segundo a Portaria nº 146/96 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento –
MAPA (BRASIL, 1996). “entende-se por leite, sem especificar a espécie animal, o
produto obtido da ordenha completa e ininterrupta em condições de higiene, de vacas
leiteiras, sãs, bem alimentadas e em repouso. O leite de outros animais deve denominar-
se segundo a espécie da qual proceda.” Segundo PAIVA e PAIVA (2001), a composição
do leite consiste em parâmetros químicos, caracterização físico-química e higiene,
porém os parâmetros químicos, como teor de gordura, proteínas, lactose e vitaminas
são variados e dependem de fatores como a alimentação do animal, raça, espécie, se
foi feito alguma seleção ou melhoramento genético entre outros. Desta maneira, a
Instrução Normativa n° 76/2018 do MAPA (BRASIL, 2018), define os requisitos físicos
e químicos para a classificação dos todos os tipos de leites consumidos no país, bem
como seus limites, garantindo um padrão de identidade e qualidade.
QUEIJOS
A origem dos queijos é incerta, alguns pesquisadores discutem se foi iniciado na Idade
Média ou em tempos antigos datando de 6.000 a.C. segundo vestígios arqueológicos
encontrados (PERRY, 2004). Embora a tecnologia para a produção de queijos seja
comum a quase todos os tipos (consistindo na coagulação das proteínas do leite por
intermédio de um coagulante podendo este, ser de diversas origens) variações podem
ser observadas a partir da origem do leite, processamento da massa, tempo de
maturação, prensagem e muitos outros criando a vasta variedade de queijos existentes.
(ANDRADE, 2006). Segundo a Portaria nº 146/1996 (BRASIL 1996), o queijo, por
definição, é: “... produto fresco ou maturado que se obtém da separação parcial do soro
do leite ou leite reconstituído (integral, parcial ou totalmente desnatado), ou de soro
lácteos, coagulados pela ação física do coalho, de enzimas específicas, de bactéria
especifica, de ácidos orgânicos, isolados ou combinados, todos de qualidade apta para
uso alimentar, com ou sem agregação de substâncias alimentícias e/ou especiarias e/ou
condimentos, aditivos especificamente indicados, substâncias aromatizantes matérias
corantes.” Conforme essa regulamentação há diversas opções de processamento do
leite para fabricação de queijos gerando uma vasta gama de produtos, com
características e de padrões sensoriais próprios. 16 O queijo de coalho, segundo a
Instrução Normativa n° 30/2001 (BRASIL, 2001), é definido como: “... o queijo que se
obtém por coagulação do leite por meio de coalho ou outras enzimas coagulantes
apropriadas, complementada ou não pela ação de bactérias lácteas selecionadas e
comercializado normalmente com até dez dias de fabricação.
O leite deve ser aquecido a 62 °C para que o coagulante comece a agir sob as proteínas
do leite. A coagulação do leite, que popularmente é chamado de coalhada, é a fase mais
importante para a fabricação de queijos, uma vez que uma coagulação inadequada pode
refletir sobre características físico-químicas (teor de proteínas), sensoriais (amargor
advindo de alguns fragmentos de aminoácidos) e no rendimento (CAMISA, 2011). O
leite possui duas categorias de proteínas: caseínas e proteínas do soro. As caseínas
são compostas por uma mistura das frações alfa (α), beta (β) e kappa (κ) caseínas, e as
do soro apresenta a beta-lactoglobulina como sua principal proteína (CAMISA, 2011) O
processo de coagulação ocorre em duas etapas especificas onde, primeiramente ocorre
a hidrólise enzimática da fração kappa das caseínas, uma vez que estas proteínas estão
situadas na periferia das micelas da emulsão, essa primeira fração hidrolisada é solúvel
em água e posteriormente é perdida com o soro. Por fim, ocorre a formação do gel da
coalhada, onde todos os componentes são presos na cadeia desse gel (FOOD
INGREDIENTS BRASIL, 2011). A adição do cloreto de cálcio (CaCl2) adicionado
posteriormente tem por intuito de corrigir a teor de Ca2+, que possa vir a se precipitar
com o aquecimento da matriz. Este íon importante na formação da coalhada uma vez
que confere a textura da massa se ligando em dois sítios das proteínas durante o
processo de coagulação. Após a coagulação faz o corte da massa com cortes paralelos
e perpendiculares a fim de realizar a primeira dessoragem, processo que o soro começa
a ser eliminado da coalhada e, após o aquecimento da massa para a segunda
dessoragem aliada a mexedura constante, os grãos da coalhada eliminam mais soro e
adquirem formato esférico. Após essa etapa o soro é retirado da massa por filtração. A
salga pode ser realizada diretamente na massa utilizando uma parte do soro e uma
porcentagem de 1,5 a 2,0% (m/V) de sal para o volume de leite utilizado, ou por
salmoura. Após esta etapa, a coalhada é enformada e prensada, e então pode ou não
ser maturado por até dez dias, segundo a Portaria n° 146/1996 (BRASIL, 1996)
Discussão
Segundo SOUSA (2014) a acidez do queijo coalho, embora não seja regulamentada
com um padrão de identidade e qualidade, os valores variam de 0,12 a 1,01% em ácido
lático para queijos artesanais, estando de acordo com o valor de 0,18% obtido neste
trabalho. A acidez, juntamente com o pH, está diretamente atrelado ao grau de
dessoramento do soro da massa, produção de ácido lático produzido com a 32
fermentação da lactose presente no queijo pelas bactérias ácido láticas e o grau de
maturação. Por se tratar de um queijo fresco, compreende-se o motivo do mesmo ter
uma acidez muito semelhante com a do leite pasteurizado utilizado no processo, e a
pequena alteração, de 0,03%, pode ter sido proveniente de alguma alteração com a
adição do cloreto de cálcio, coagulante ou algum ingrediente dos condimentos. Queijos
de massa mais ácida tendem a apresentar um derretimento maior, segundo Narimatsu
et al. (2003) queijos de massas ácidas, como o queijo prato (acidez titulável = 0,57) tem
a propriedade de derreter, o que não ocorre nos queijos tipo coalho, favorecendo assim
a reação de Maillard e o seu escurecimento. Segundo ANDRADE (2006) em sua
avaliação de diferentes marcas de queijos coalho no nordeste brasileiro o percentual de
cinzas variou de 4,68% faixa qual se enquadra o queijo deste trabalho, 4,79%. O
percentual de cinzas de um queijo (ou outro produto lácteo) está intimamente
relacionado a sais e minerais presentes na matéria prima, principalmente os de cálcio.
Diante da análise de umidade do queijo, 50,37%, podemos classificar o produto como
queijo de alta umidade, ou de massa branda ou macio, segundo a Tabela 2. Sendo
superior ao valor obtido por Andrade (2006), 44,52%, evidenciando a necessidade uma
prensagem maior e mais prolongada do produto para próximas formulações. O teor de
proteína bruta para o queijo desenvolvido foi de 15,91%. Segundo ANDRADE (2006),
em seus estudos com diferentes marcas de queijo tipo coalho, o teor médio de proteínas
foi de 20,70%. O teor de lipídios presentes na amostra foi de 13,51% foi quase 50%
menor dos quais apresentados por Andrade, 2006 (26,88%). Segundo Silva (2013)
queijos de média a alta umidade apresentam, geralmente, teores entre 35 a 60% de
gordura, tornando o produto mais magro, mesmo sendo elaborado com leite integral
pasteurizado tipo A e de acordo com a Tabela 3, pode-se classificar o queijo como
“magro”. O rendimento de um queijo é propriedade descrita como a recuperação de
gordura e proteínas do leite, estando assim diretamente relacionado com a coagulação,
uma vez que todo este processo ocorre na ação do coalho sobre a fração kappa da
caseína, proteína presente no leite. De maneira geral pode-se dizer 33 que o rendimento
de um queijo é quantidade queijo produzido a partir de um volume de leite (BUZATO,
2011). Para a produção de 1 kg de queijo são necessários, aproximadamente, 10 L de
leite, ou seja, 0,1 kg de queijo/L de leite (ANDRADE, 2006). O queijo produzido neste
trabalho teve um rendimento de 0,128 kg de queijo/L de leite. Embora o teor de proteínas
do produto final (15,91%) estar abaixo do trabalho realizado por Andrade (2006), que foi
de 20,70%, houve um aumento de 28% no rendimento do queijo comprovando que o
tipo de prensagem influencia neste valor, pois, os valores reportados pela literatura
utilizaram uma prensa pneumática e neste trabalho foi utilizada a prensa manual, desta
forma não conseguindo eliminar parte do soro, mostrada pelo teor de umidade maior,
foi computado para o cálculo do rendimento.
CONCLUSÕES
As análises físico-químicas nos indicam que foi elaborado um queijo macio (ou de
massa branda), no que diz respeito ao teor umidade, e magro, quanto ao teor de
lipídios. Outro fator apontado pelas análises foi o rendimento 28% maior que os
apresentados em trabalhos anteriores. A textura medida instrumentalmente embora
seja diferente, em alguns parâmetros obtidos por Silva (2013), de acordo com a
Associação de Palavras, foi um ponto que não desvalorizou o produto, inclusive, foi
um ponto que agradou os avaliadores. A elaboração desse queijo, de acordo com os
resultados, principalmente da análise sensorial teve uma grande aceitabilidade, desta
forma, conclui-se que o Sudoeste do Paraná seja um possível mercado consumidor
para novos produtos e não necessariamente semelhantes aos já disponíveis no
mercado e este produto, em particular, como por exemplo, o queijo elaborado nesse
trabalho.
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Manteiga
Introdução
· Manteiga;
· Manteiga maturada;
· Manteiga extra; ou
textura lisa
uniforme, untosa, com distribuição uniforme de água, cor branco amarelada sem
MARÇO DE 1996).
durante sua precipitação, com isso, tem-se uma queda de rendimento e perde-se em
eficiência
como consequência uma manteiga oleosa, sem consistência com sabores amargos
(VALSECHI, 2001).
c) Sal: pode ser adicionado em forma de salmoura ou sal seco, e além do sabor à
manteiga,
sintéticos, idênticos aos naturais, em quantidade suficiente para obter o efeito desejado:
baixa
orelana, beta caroteno e curcuma ou curcumina e o uso de descorantes como, clorofilina
ou
É a forma mais simples para a obtenção do creme, pois consiste em deixar o leite em
repouso durante aproximadamente 24 horas, acarretando a separação por diferença de
densidade (a nata é leve), sendo necessário somente efetuar a coleta do material. Deve-
se para esta operação utilizar recipiente raso o que facilita a separação da nata. A
principal desvantagem apresentada por este método é o longo tempo para a obtenção
do creme, favorecendo o desenvolvimento de microrganismos que prejudicam o sabor
e aroma da manteiga. Outras desvantagens são: a acidificação do creme e o baixo
rendimento em comparação ao desnate mecânico
melhor forma em relação ao desnate natural pois: o tempo de processo é menor
obtendo-se um creme doce e fresco: o leite por esse método não fica sujeito ao ataque
microbiano e a absorver sabores e odores estranhos: apresenta uma menor perda de
creme e evita a possibilidade de coagulação do leite e ocupa menor espaço físico. O
equipamento utilizado é a -, 8 centrífuga ou desnatadeira, sendo a mais indicada a
fechada, que pode obter leite com teor de gordura menor que 0,04 %. É recomendável,
trabalhar-se com
Filtração do creme
A coagem é realizada com os objetivos de eliminar sujidades, como pelos, que além de
prejudicar a aparência do produto também são fontes de microrganismos, e para
eliminar resíduos de caseína, o que é importante pois esta serve como substrato para o
desenvolvimento de microrganismos. Para esta operação usa-se uma peneira de
malhas finas (O,5mm)
Tratamento do creme
Se a fabricação da manteiga for feita logo após o desnate, dará origem a um produto
denominado manteiga de massa doce, que além de não ter bom sabor e aroma, terá
curta durabilidade. Para a obtenção de um produto com melhor qualidade e
conservação, é importante o tratamento do creme conforme descrito abaixo.
Estocagem do creme
Se a produção da manteiga não for feita logo após a obtenção do creme, faz-se
necessário o armazenamento. É fundamental que este seja feito a temperatura baixa
(pode ser feito em geladeira), para evitar a possível perda de qualidade devido ao
crescimento de microrganismos
Padronização
Pasteurização
Resfriamento
Maturação natural
A maturação natural é feita quando o creme não sofre pasteurização. Como já foi dito a
pasteurização traz importantes vantagens, portanto, o ideal é que seja feita. Pelo
método natural não é possível a obtenção de uma manteiga padronizada, ou seja,
sempre com as mesmas características, porque não se tem como controlar quais os
microrganismos que estarão presentes após a pasteurização. A maturação natural é
feira deixando-se o creme em repouso por 12 a 16 horas, que é o tempo necessário
para que ocorra a maturação. Caso a batedura do creme não seja feita logo após o final
da maturação, deve-se fazer o armazenamento do creme à temperatura de 4-6°C.
Maturação artificial
Ao contrário do método natural. o método artificial é feito adição de microrganismos
específicos para promoverem a que são o Lactococcus lactis, L. cremoris (desenvolvem
acidez), L. citrovorus e L. diacetilactis (desenvolvem sabor e aroma). Devem ser
adicionados numa prorpoção de 3% em relação ao peso do creme, sob agitação, 12 Se
a manteiga for destinada ao consumo rápido, o final da maturação é determinado
quando a acidez chega a 50°0, apresentando excelente sabor e aroma. Caso a
manteiga seja armazenada por longo tempo, o final é. determinado quando a acidez
chega a 30-35°0, para obtenha maior durabilidade, embora apresente-se com sabor e
aroma inferiores. Esta é a melhor forma de fabricação pois como são acrescentados
microrganismos conhecidos, obtém-se produto padronizado e se não houver mudança
durante o processo, o produto sempre terá a mesma característica. Caso a batedura do
creme não seja feita logo após o final da maturação, deve-se fazer o armazenamento
do creme à temperatura de 4-6°C.,
Batedura
Após a maturação o creme deve ser resfriado antes de iniciar a etapa de batedura. que
é feita na batedeira, e tem como objetivo a união dos glóbulos de gordura, formando os
grãos de manteiga, havendo também a separação da fase líquida (Ieitelho). A
temperatura deve ficar na faixa de 8 a 13°C. Abaixo de 8°C, a operação é prejudicada
pois aumenta o tempo para a ~obtenção dos grãos de manteiga, dificultando a união
dos glóbulos de gordura. Acima de 13°C, ocorre diminuição do tempo de processo só
que, produzindo manteiga com qualidade inferior, sendo difícil separar o leitelho,
ocorrendo também arraste de gordura com o leitelho e a manteiga fica mole, tendo
aspecto de mingau pastoso, diminuindo a sua conservação. - Para realizar a batedura,
deve-se encher a batedeira entre 35- 50% de sua capacidade, pois acima deste volume,
aumenta em demasia o tempo do processo e abaixo o creme adere à parede e não se
realiza a bateção. O final, que leva em tomo de 20 a
Lavagem da manteiga
Esta etapa é necessária para que se promova a retirada de resíduos de leitelho. que
pode ser fermentado pelos microrganismos prejudicando a qualidade da manteiga. e
também ajuda na retirada de sabores estranhos. • Deve ser feita com água limpa e
fervida e com temperatura a 8°e no início e 4°e no final. para não promover o
amolecimento da manteiga. A quantidade de água a ser usada é igual a quantidade de
leitelho retirado. e deve ser feita no mínimo 2 vezes. A lavagem pode ser feita dentro da
própria batedeira. Após. colocar a quantidade de água necessária. fecha-se a batedeira
e deixa-se girar algumas vezes. Após o escorrimento da água. efetua-se novas
lavagens. até que a água saia limpa
Salga da manteiga
É uma etapa opcional. mas apresenta as vantagens de conferir melhor sabor à manteiga
e de também ajudar na conservação. A salga é realizada. aproximadamente. 15 minutos
antes de iniciar a malaxagem. A quantidade de sal a acrescentar varia entre 2 a 6%,
pois depende da classificação da manteiga. ou seja, se será do tipo extra.
Malaxagem
Nesta etapa, os grãos de manteiga são amassados até formar uma massa homogênea
e elástica. juntamente com a retirada 14 • do excesso de água. Esta operação que é
feita no malaxador, que normalmente está conjugado com a batedeira. Caso a
malaxagem seja feita de forma incompleta, haverá um excesso de água, facilitando o.
desenvolvimento de microrganismos contaminantes. Por outro lado, se, a malaxagem
for excessiva dará a manteiga um aspecto gorduroso além de excessiva retirada de
água fazendo com que caia o rendimento. A temperatura deve estar em tomo de 12 a
14°C, pois se for maior a manteiga ficará muito mole aderindo às paredes do
equipamento, mas se estiver abaixo, tomará difícil o processo de homogeneização da
manteiga. O término é determinado fazendo-se uma pressão, após um corte, na
manteiga, se for observada a presença de pequenas gotas de água limpa, pode-se
interromper a malaxagem. Outro indicativo é quando a massa da manteiga se apresenta
uniforme, sem cavidades.
EMBALAGEM
d'água, ar e luz; o plástico (PVC, polietileno), que é mais vantajoso que o papel e a lata
que deve ser estanhada,
ARMAZENAMENTO
• Se a manteiga for consumida rapidamente, pode ficar na geladeira, caso seja feito
armazenamento prolongado é recomendável ficar em temperatura de 10 a 15°C abaixo
de zero,
Conclusão
Afinal quem não gosta de um pão quentinho acompanhado de uma manteiga derretida
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Hamburger
Introdução
No século XIII, os cavaleiros tártaros utilizavam uma técnica peculiar para moer a carne
dura e crua levando-a na sela de seus cavalos. Após horas de galope o alimento se
transformava em uma pasta mais fácil para mastigar. Era o chamado "bife tártaro", que
se consumia cru, como ainda se serve em restaurantes, acompanhado de uma gema
de ovo, também crua. Cinco séculos mais tarde o alimento chegou ao porto de
Hamburgo, na Alemanha, onde se incorporou aos hábitos alimentares da população
local. No início do século XIX, imigrantes alemães levaram para os Estados Unidos a
receita já adaptada aos seus costumes, que consistia em grelhar a carne levemente
com cebolas. No final desse século um dono de restaurante em Washington teve a ideia
de colocar o hambúrguer entre duas fatias de pão e transformá-lo em sanduíche. A
introdução do hambúrguer nos costumes do brasileiro deve-se ao americano Robert
Falkenburg, campeão de tênis em Winbledon, que apostou nessa ideia e abriu em 1952,
no Rio de Janeiro, a primeira lanchonete que seguia os padrões americanos. Atreladas
ao hambúrguer vieram outras novidades como o milk shake e o sundae. O sanduíche
que nasceu no lombo de um cavalo transformou-se em um dos maiores geradores de
negócios, tendo caído no gosto das mais diversas culturas. Países com costumes
diferentes têm adotado o hábito de hambúrguer com adaptações. Na índia, por exemplo,
utiliza-se carne de carneiro no lugar da bovina.
Objetivo
Definição
Ingredientes opcionais
Gordura animal; gordura vegetal; água; sal; proteínas de origem animal e/ou vegetal;
leite em pó; açúcares; malto dextrina; aditivos intencionais; condimentos, aromas e
especiarias; vegetais; queijos; outros recheios. Permite-se, no limite máximo de 30%, a
adição de carne mecanicamente separada, exclusivamente em hambúrguer cozido.
Será permitida a adição de 4,0% (no máximo), de proteína não cárnica na forma
agregada
Matéria prima
maior produtor mundial de carne bovina (Anualpec, 2003), sendo que a carne bovina de
segunda é a mais consumida. Na produção de hambúrguer, a carne é submetida e um
processo de manipulação excessivo, o que favorece a instalação e veiculação de
microrganismos patógenos. Considerando-se tais características, é necessária a
avaliação da qualidade higiênico-sanitária do ponto de vista microbiológico e a adoção
de práticas adequadas para sua conservação e preparação, a fim de garantir que o
consumo ocorra de forma segura e livre de contaminação. Os microrganismos que
contaminam os produtos cárneos são amplamente distribuídos na natureza e podem ser
encontrados na água, no solo, no trato intestinal do homem e de animais, na pele, nas
mãos e no trato respiratório dos manipuladores de alimentos, na pele e nas carcaças de
bovinos e nos equipamentos e utensílios de abatedouros e de cozinhas. A microbiota
normal de produtos à base de carne bovina moída sob condições higiênicas é composta
de bactérias da família Enterobacteriaceae, Enterococus, Lactobacillus e
Staphylococus. As bactérias patogênicas ou potencialmente mais comuns nestes
alimentos são Escherichia coli, Clostridium perfringens, S. aureus e Salmonella, e
ocasionalmente, Yersinia enterocolítica, Clostridium botulinum e Bacillus cereus. A
deterioração de carnes é resultado das atividades metabólica de microrganismos
presentes que podem causar alterações físicas, químicas ou sensoriais, isto é,
alterações na cor, sabor, odor, textura ou aspectos desses alimentos. Na carne moída
ou na carne de hambúrguer bovina são evidenciadas, predominantemente, as bactérias
aeróbias como Pseudomonas, Alcaligenes, Acinetobacter, Moraxella e Aeromonas, que
crescem na superfície desses alimentos e, ocasionalmente, as anaeróbias, como
Lactobacillus, que se desenvolvem no interior. As Pseudomonas e Acinetobacter-
Moraxella spp, são geralmente responsáveis pela deterioração primária; as
Pseudomonas normalmente deterioram os produtos cárneos durante a estocagem a
frio; as bactérias ácido-lácticas causam deteriorações típicas em carnes estocadas em
embalagens com atmosfera modificada ou embalagens à vácuo. A multiplicação de
patógenos nos produtos cárneos pode ocorrer em qualquer etapa da produção e do
consumo e depende de fatores intrínsecos, como atividade de água, pH, potencial de
óxido-redução, composição química, fatores antimicrobianos naturais, interações entre
os microrganismos e de fatores extrínsecos relacionados com o ambiente, como a
umidade e a temperatura. A contaminação da carne bovina por bactérias de origem fecal
pode ocorrer durante ou após o abate, no seu empacotamento ou ainda pela
contaminação cruzada com bactérias encontradas no ambiente, superfícies, utensílios
e equipamentos. Posteriormente, no processo de moagem, microrganismos presentes
nas superfícies das carnes são misturados com as demais porções, tornando o produto
contaminado. Durante o processo de produção do hambúrguer, tanto em
estabelecimentos industriais e varejistas quanto na fabricação caseira, pode ocorrer
contaminação resultante da adoção de práticas inadequadas de higiene ou após a
adição de condimentos ou outros ingredientes contaminados
Resultados e discussão
Fluxograma de processo
Moldar
Embalar
8- Colocar a panela com a mistura em caixa de isopor, colocar água a 45°C em volta da
panela e deixar em repouso.
9- Checar regularmente o ponto final: forma-se uma massa firme e consistente. Isto
deve ocorrer entre 3 e 4 h.
11- Após resfriado, adicionar os sabores desejados (mel, polpa, etc.) através de mistura.
Quanto mais vigorosa for a mistura, o produto tenderá a ficar menos consistente.
Cuidado para adicionar polpas e outros produtos, pois estes devem ter boa qualidade e
serem livres de contaminantes. Pode ser adicionado também doce de fruta em calda
batido em liquidificador com a calda que já é açucarada e assim checar os níveis de
doçura desejados para o produto final.
1 INTRODUÇÃO
Produto da fermentação láctica, o iogurte está presente na dieta humana desde tempos
remotos, quando a fermentação era utilizada como forma de preservação do leite.
Metchnikoff sugeriu no início do século, que o consumo regular de leites fermentados
poderia oferecer benefícios à saúde do consumidor, considerando suas características
como: aroma, sabor e textura (SIVIERI; OLIVEIRA, 2002; BERNARD et al., 2006).
O consumidor moderno tem incluído cada vez mais o iogurte na sua dieta alimentar, não
só pelo fato de ter um consumo rápido e prático, mas também, e principalmente, pelas
qualidades organolépticas e de saúde que lhe estão associadas (MEDEIROS;
CASAGRANDE; BITTARELO, 2006).
De acordo com Bren (2005), os tipos mais importantes de iogurte são: os iogurtes
tradicionais ou sólidos e os iogurtes coalho misturado ou batido (iogurtes mais líquidos
e a sua fermentação realizam-se em cuba, antes do acondicionamento. São geralmente
iogurtes macios, naturais ou de polpa de frutas, ou com pedaços de frutas).
Os preparados à base de polpas de frutas podem ser adicionados aos iogurtes de várias
formas: com pedaços de frutas de vários tamanhos, sem pedaços de frutas, com ou sem
sementes, coloridos com corantes naturais ou artificiais, aromatizados, com cereais ou
outros ingredientes como fibras. Estes têm ainda a função de conferir mais consistência
ao iogurte, pois em sua composição contém espessantes que conferem mais corpo e
viscosidade auxiliando na manutenção da dispersão das proteínas exercendo uma
função importante contribuindo para evitar a separação de fases (RITTER, 2009). Os
espessantes mais tipicamente utilizados são: goma-guar, goma xantana, cmc (caboxi
metil celulose), amido modificado, pectina e carragena (BREN, 2005).
2 OBJETIVOS DO IOGURTE
Nos últimos anos, o seu consumo generalizou-se na Europa, graças ao
desenvolvimento industrial, tecnológico e, sobretudo, científico. Vários estudos
reconhecem as múltiplas virtudes nutricionais do iogurte e a presença de uma série de
fatores multidimensionais implicados na promoção da saúde humana
Com a crescente demanda do iogurte pelo consumidor que facilmente o incorporou aos
seus hábitos alimentares, as indústrias partiram em busca de novos tipos e sabores,
sempre procurando conquistar a maior porção possível do mercado. Ao mesmo tempo,
desenvolveram processos com menores custos sem prejuízo da qualidade do produto
que é uma conseqüência, além das condições de fabricação, também da qualidade e
tratamento do leite e da atividade da cultura empregada (OLIVEIRA; CARUSO, 1996).
3 TIPOS DE IOGURTE
Encontra-se à venda variados tipos de iogurte. De acordo com os produtos que são
adicionados antes ou após a fermentação é possível dividir os iogurtes nos seguintes
tipos:
O tratamento térmico que é necessário para o tratamento da base de frutas faz com que
parte dos aromas das frutas seja perdido para a atmosfera e o sabor do iogurte final não
fica semelhante ao da fruta (SPREER, 1991).
3.2 CONSUMO
Nos últimos anos têm surgido na literatura, que até aí praticamente inexistentes, estudos
em que foi demonstrado que as condições de processamento têm um efeito decisivo na
microestrutura e propriedades reológicas de sistemas alimentares (ALVES, 2001;
BROWN et al.,1995; DE CARVALHO & JABOUROV, 1994, 1995; FOSTER et al., 1996;
RENARD et al., 1997; STEVENTON et al., 1994; WALKENSTROM & HERMANSSON,
1998;WALKENSTROM et al., 1998)
O leite deverá ser padronizado em seus teores de gordura e sólido não gorduroso, com
objetivo de apresentar uma composição química constante, preservando-se as
características sensoriais. Para que um iogurte tenha uma boa padronização, se deve
ter como pontos chaves a padronização das proteínas e da gordura em 3,5% (BREN,
2005).
A gordura exerce um papel muito importante na consistência e na viscosidade dos leites
fermentados, além da gordura realçar o sabor, dar mais cremosidade ao produto,
melhora o aroma e disfarça a acidez (BREN, 2005).
Mistura de Ingredientes: para que o iogurte tenha boa consistência, é necessário que o
leite tenha 15% de extrato seco desengordurado. O valor do extrato seco
desengordurado (15%) pode ser atingido ou por concentração do leite, ou por adição de
leite desnatado em pó. No caso de iogurte batido, adiciona-se 8% a 12% de açúcar,
para melhorar o sabor e a consistência (AQUARONE; BORZANI; LIMA, 1983).
Para que o iogurte adquira sua típica consistência não somente é importante que tenha
lugar na coagulação ácida, se não que também se faça produzir a desnaturação das
proteínas do soro. Como é sabido que os melhores resultados de consistência (em leites
fermentados) a uma temperatura entre 85 e 95ºC. O tratamento térmico ótimo consiste
em aquecer a 90ºC e manter nessa temperatura durante 15 minutos (SPREER, 1991).
por intermédio de uma unidade estática para garantir uma mistura homogênea
(SPRANGOSKI; MARCONDES, 2007).
O envase deve ser efetuado imediatamente logo após o resfriamento, caso não seja
possível, o armazenamento deve ser mais curto, sem ultrapassar 24 horas. A
temperatura ótima para que o iogurte não perca a viscosidade é de 10-20ºC (BREN,
2005).
Estocagem: a refrigeração do iogurte em temperaturas inferiores a 10ºC e o seu
armazenamento a esta temperatura até o momento de sua venda diminui as reações
bioquímicas e biológicas, que são resultado das atividades metabólicas das culturas
lácticas do iogurte e possivelmente de microrganismos contaminantes que resistem ao
tratamento térmico (SPRANGOSKI; MARCONDES, 2007).
3.5 VISCOSIDADE
Cálculo de viscosidade:
Do ponto de vista reológico físico, os alimentos fluidos podem ter seu comportamento
viscoso dividido em dois grandes grupos: Newtonianos e Não Newtonianos.
Newtonianos: aqueles que obedecem à lei de Newton. A viscosidade dos alimentos
newtonianos é influenciada somente pela temperatura e composição (GONÇALVES,
1989). A viscosidade é independente do gradiente de cisalhamento no qual é medido.
Muitos fluídos são Newtonianos como solventes, a água, óleos minerais e fluidos de
silicone.
Não newtonianos: aqueles que exibem desvio da lei de Newton, ou seja, a tensão de
cisalhamento não é em dadas condições ao gradiente de velocidade (ALVES, 2002;
GONÇALVES, 1989).
Os espessantes usados em produtos lácteos têm como principal função realçar, atribuir
e manter as características desejáveis de corpo como: textura, viscosidade e aparência,
melhorando os atributos sensoriais do produto final (MOLETA; SARAIVA, 2006). Os
espessantes e geleificantes mais utilizados em iogurtes são: gelatina, alginatos,
carboximetilcelulose, carragenas, pectinas com baixa e alta metoxilação, amidos,
amidos modificados, ágar, goma locuste, goma xantana e goma guar (TELES; FLÔRES,
2007).
Segundo Maruyama et al. (2006) as gomas, também chamadas de hidrocolóides, são
aditivos alimentares que têm função de espessar, estabilizar, encorpar, conferir
viscosidade, elasticidade e dar a textura desejada ao alimento produzido. Podem ainda
ser utilizadas como substituintes de gorduras, já que a gordura é fundamental para os
efeitos sensoriais e fisiológicos dos alimentos, contribuindo para o sabor, percepção no
aparelho bucal, aparência, aroma, etc.
A pectina é extraída da casca de frutas cítricas e maçã, por hidrólise ácida à quente
seguida da precipitação alcoólica ou alcalina. É submetida a seguir à purificação,
secagem, moagem e homogeneização (SPRANGOSKI; MARCONDES, 2007).
A pectina pode ser de alto teor de metoxílas (ATM), com grau de esterificação maior
que 50%, forma géis com conteúdo de sólidos solúveis acima de 55% e pH de 2,0 a 3,5,
a pectina de baixo teor de metoxílas (BTM), com grau de esterificação menor que 50%,
para a formação de géis necessita de sais de cálcio solúveis (FERTONANI, 2006;
LAMANTE et al, 2005).
O gel ATM pode ser utilizado em geléias com pedaços ou polpas de frutas, iogurtes,
sucos concentrados, bebidas lácteas acidificadas entre outros. A pectina BTM pode ser
utilizada em geléias de baixo teor de sólidos (15-60%), iogurte, entre outros
(SPRANGOSKI; MARCONDES, 2007; SILVA, 2000).
A goma guar é retirada do endosperma do feijão do tipo guar (Ajamopsis), sua
importante propriedade é a capacidade de se hidratar rapidamente em água fria e atingir
alta viscosidade. É usada como espessante em alimentos pobres em calorias e para
aumentar o poder geleificante de outros espessantes (SPRANGOSKI; MARCONDES,
2007).
A goma guar é de baixo custo além de ser um bom espessante e estabilizante. Sua
formação é constituída por moléculas de manose e galactose na proporção 2:1.
Dissolvem-se em água fria e geleifica quando em contato com borato (BARUFFALDI;
OLIVEIRA, 1998).
Apesar dos amidos serem modificados como espessantes, eles são considerados
alimentos. O amido constitui uma importante reserva de nutrição de todas as plantas
superiores (sementes, tubérculos, rizomas e bulbos). Pelo fato de ser facilmente
hidrolisado e digerido é um dos elementos mais importantes da alimentação humana
(BOBBIO, 1992).
O amido é constituído de cadeias de α-D- glicose. Sua estrutura é constituída por dois
polímeros a amilose e a amilopectina, sendo que as cadeias destas são ramificadas e
da amilose retas. Além disso, a amilose forma géis firmes após o resfriamento e tem
grande tendência a precipitar, enquanto que a amilopectina apresenta geleificação lenta
ou inexistente, precipitação lenta e textura gomosa e coesiva (SPRANGOSKI;
MARCONDES, 2007).
DOCE DE LEITE
Padronização da matéria-prima: as matérias-primas (leite e açúcar) devem sempre ter
as mesmas características e qualidades, com mínimas variações entre lotes. No caso
do leite, principalmente em relação à gordura e acidez. Portanto, é preciso evitar trocas
constantes de fornecedores;
- Embalar com cuidado: independente do doce ser envasado em lata, plástico ou pote
de vidro, é preciso ter cuidado com a higiene durante a embalagem e depois manter a
embalagem bem lacrada e armazenada em temperatura controlada. Assim se evita o
surgimento do mofo causado por micro-organismos.
Para Stephani todos os passos são fundamentais por um único motivo: a padronização
da produção. “O produto tem sempre que manter um mesmo padrão, pois é o padrão
que o consumidor gosta. Cada doce vai ter uma fórmula diferente, o seu padrão, mas a
partir do momento em que você encontra o seu, a saída é fazer isso igual todos os dias.
Se o resultado do doce estiver diferente do habitual, você precisa avaliar o que mudou
no processo de produção”.
ingredientes:
Modo de fazer:
Misture o bicarbonato de sódio com o leite e armazene. Em uma panela seca de aço
inoxidável, adicione o açúcar, leve-o em fogo alto, mexendo constantemente até que o
açúcar comece a derreter e caramelizar (cuidado para não deixar a calda escurecer
muito, pois pode prejudicar o sabor do doce de leite).
Com a calda ainda quente e com todo açúcar já em estado líquido, adicione lentamente
a mistura do leite com o bicarbonato na panela. A partir daí, comece a mexer e não pare
mais. Mantenha o fogo alto o suficiente para manter a evaporação constante, sem
projetar o leite para fora da panela (cuidado para não se queimar). Na fase inicial, o
controle do fogo é mais complicado, no entanto, com o aumento da concentração do
leite na panela, o processo vai ficando mais fácil.
Sem parar de mexer, desligue o fogo. Só pare quando o doce estiver em uma
temperatura entre 70 a 75°C (utilize um termômetro cozinha para medir). Na sequência,
envase o produto. Tampe os frascos e vire-os de cabeça para baixo. Mantenha o doce
de leite fora da refrigeração, protegido do sol, de umidade e de luz excessiva. Se forem
utilizadas boas práticas de fabricação durante a produção, o produto terá uma validade
média de 60 a 90 dias, a variar pelo tipo de embalagem.
Saiba mais:
Por mais que a fórmula e os ingredientes sejam simples, o doce de leite passa por
diversas modificações de região por região. O doce produzido no Nordeste é bastante
diferente do que é feito no Sudeste e no Sul. Assim como os produzidos em outros
países latinos, como Argentina, Uruguai, Colômbia (conhecido como arequipe) e México
(conhecido como cajeta).
“Na região sul, assim como na Argentina e no Uruguai, o produto é mais escuro, com
um sabor mais acentuado de caramelo, às vezes até com aromas, como o de baunilha.
No Sudeste, o produto não é tão escuro e não há o costume de acrescentar aroma. Já
no Nordeste ele é mais claro, com menos açúcar e mais leite”, conta Rodrigo Stephani,
da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). “Na região Sul, na Argentina e no
Uruguai, é até utilizado corante de caramelo para deixá-lo mais escuro. No Nordeste, o
doce é muito claro por conta de uma reação de Maillard pouco extensa, o que preserva
o valor nutritivo das proteínas pois as mantém intactas”, complementa Antônio
Fernandes, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
O seu preparo é realizado a partir do leite fresco, que é deixado para descansar por 24
horas, sob refrigeração, para facilitar a remoção da nata superficial. Recomenda-se
utilizar leite com teor de creme (nata) reduzido, o que auxilia no processo de fabricação.
Na etapa seguinte, é feita a neutralização da acidez do leite com a adição de bicarbonato
de sódio (encontrado no comércio), na proporção de 45 gramas de bicarbonato para
cada 100 litros de leite. Esta quantidade de bicarbonato pode ser ajustada para conferir
cor mais clara ou escura ao doce de leite. Se o doce estiver muito escuro, diminui-se a
quantidade de bicarbonato na próxima batelada, se estiver muito claro aumenta-se.
Após a neutralização, o leite deve ser fervido sob constante agitação. Ainda sob
agitação é feita a adição lenta de açúcar na proporção de 20 a 25% em relação à
quantidade de leite para o doce em pasta. Para doce em tabletes, utilizar de 30 a 35%
de açúcar.
O ponto final do doce de leite pode ser determinado colocando-se uma gota do doce em
um copo com água fria. Se a gota atingir o fundo do copo sem se desmanchar, o
processo pode ser finalizado. Para doce em tabletes, o teste é realizado colocando-se
uma colher com o doce de leite na água fria. Se houver a formação de uma massa tipo
“puxa-puxa” e não grudar nas mãos, o doce estará no ponto.
FLUXOGRAMA
Ricota
A proteína láctea possui uma particularidade interessante, está entre o pool de proteínas
encontradas nos alimentos, com elevado valor biológico, compostas principalmente por
aminoácidos essenciais e consequente valor biológico.
Uma fabricação tradicional de queijo Minas Frescal ou Queijo Minas Padrão, apresenta
uma composição média no soro de: 0,2 a 0,5% de gordura, 0,6 a 0,8% de proteínas (das
quais 80% de proteínas solúveis características do soro lácteo e de elevado valor
biológico), 4,7 a 4,9% de lactose (açúcar natural do leite) e 0,6 a 0,7% de sais/ cinzas
(minerais como cálcio, sódio e fosfatos). Naturalmente, a quantidade residual de
constituintes lácteos como mencionado anteriormente irá variar em função da espécie
leiteira (leite de vaca, cabra, búfala ou ovelha), misturas destes leites, queijo e tecnologia
empregada.
O soro lácteo é a matéria prima para elaboração da Ricota e pode ser adicionado de
leite integral, leite desnatado e até mesmo creme de leite, dependendo do produto final
a ser elaborado, carreando os constituintes despojados do leite no decorrer do processo
de produção queijeira, amplamente divulgados e recomendados por nutricionistas,
principalmente pela distinta e elevada digestibilidade (solubilidade na presença dos
sucos gástricos), superior a todos os queijos e sua grande virtude.
Formato: cilíndrico;
Massa: obtida por desnaturação protéica (calor e ácido) das proteínas contidas no soro.
Pode ser prensada ou não.
Água..................................93 a 94%
Proteínas............................0,3 a 1,2%
Lactose..............................4,5 a 5%
Cinzas................................0,2 a 0,8%
Soro: soro oriundo da fabricação de queijos coalhados por coalho cuja, a acidez máxima
deve-se situar na faixa de 13ºD. Deve ser coado ou filtrado para eliminação de pedaço
de massa.
Ácido cítrico: Adicionar o ácido cítrico na dosagem de 50 gramas para cada 100 litros
de soro ou ácido lático industrial na dosagem de até 100 ml para cada 100 litros de soro.
Bicarbonato de Sódio: deve reduzir parte da acidez original do soro para a faixa de 8 a
10ºD. O soro menos ácido (nesta faixa mencionada) proporciona um melhor rendimento
de massa. Na prática utiliza-se de 30 a 40 gramas de Bicarbonato de Sódio para cada
100 litros de leite. O Bicarbonato deve ser adicionado ao soro antes do aquecimento.
Técnica:
Após a seleção do soro, que deverá ser coado ou desnatado destiná-lo ao tanque de
fabricação adicionando o Bicarbonato de Sódio.
Este deve ser momento da adição do ácido, que deverá estar diluído em 10 partes de
água.
O afloramento:
Depois de aflorada, a massa deve ser recolhida com auxílio de conchas especiais, e
diretamente depositadas na forma.
Opções de formas:
1º. Forma própria para Ricota (formato cônico), que é totalmente fechada com poucos
furos;
3º. Forma para queijo Minas Padrão de ½ quilo, com dessorador (para Ricota prensada);
4º. Tubos para prensagem (proporcionam uma Ricota também mais compacta e com
melhor acabamento).
Salga:
É opcional e deve ser mais uma decisão mercadológica que técnica, pois havemos de
encontrar consumidores para as mais variadas adições (sem sal, com sal,
condimentada, temperada, defumada, etc). A salga pode ser: através do queijo (Queijo
Minas Frescal com salga no leite), por polvilhamento (polvilhando sal sobre a massa
depois de aflorada) ou em salmoura (10 a 20 minutos para formas de 250 a 500 gramas
respectivamente).
Obs:
FLUXOGRAMA
BEBIDA LÁCTEA
No Brasil, a fabricação de bebidas lácteas usando soro líquido tornou-se uma das
melhores alternativas. Para a elaboração do produto, deve-se utilizar soro fresco,
com acidez máxima de 13°D, sem a presença de substâncias inibidoras nem de água
de lavagem de massa.
O soro sempre deve ser filtrado para a eliminação das partículas em suspensão
3.Adicionar 85% do leite a ser empregado (o teor de gordura do leite deverá estar na
faixa de 2,3 a 3%);
4.Adicionar 90% do leite a ser empregado. O teor de gordura do leite deverá estar na
faixa de 3%. O leite deve estar isento de antibióticos, resíduos de sanitizantes ou
qualquer tipo de inibidor;
Para a elaboração do produto, deve-se utilizar soro fresco, com acidez máxima de 13°D,
sem a presença de substâncias inibidoras, nem de água de lavagem de massa. Além
disso, o soro sempre deve ser filtrado para a eliminação das partículas em suspensão
e as partículas de massa. Em seguida, deve-se submetê-lo a um tratamento térmico
com temperatura aproximada de 70°C por 10 a 15 min, antes de acrescentar quaisquer
ingredientes ao leite.
FLUXOGRAMA
BIBLIOGRAFIA
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leite-ideal