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Aula 13 – Digestão de

Ruminantes

Fisiologia Veterinária II
Curso Medicina Veterinária
Prof(a): Betânia Glória Campos
M. Veterinária – Doutora Produção Animal UFMG

Patos de Minas, 2018


Fisiologia II
Curso Medicina Veterinária

 6 – Base da digestão nos ruminantes

 6.1 – Bases anatômicas da digestão dos ruminantes;


 6.2 – Ruminantes jovens;
 6.3 – Princípios da digestão em ruminantes;
INTRODUÇÃO
Quem são os ruminantes?

Animais que tem a capacidade de ruminar, ou seja,


regurgitam e remastigam o alimento ingerido e o
deglutem novamente. Possuem:

Pré- Retículo
Não Rúmen
Fermentação
Estômagos secretor microbiana
Omaso

Estômago Abomaso Estômago


Secretor glandular
verdadeiro
REVISÃO
Classificação dos
grandes mamíferos
ungulados (casco).
ANATOMIA
Como é o TGI dos ruminantes?
ANATOMIA
Anatomia e fisiologia do TGI
ANATOMIA
Estômagos - Estrutura e função

O estômago dos ruminantes possue:

 Rúmen e Retículo:
compartimentos para
atividade microbiana;

 Omaso: um compartimento
de transição que antecede o
compartimento gástrico
propriamente dito;

 Abomaso: onde ocorre a


digestão gástrica.
ANATOMIA
Epitélio do TGI de ruminantes
ANATOMIA
Trajeto do alimento
ANATOMIA
Trajeto do alimento
ANATOMIA E FUNÇÃO
Rúmen

 É o maior dos quatro pré-estômagos. Preenche quase


todo lado esquerdo da cavidade abdominal.

 Dividido por pilares


ruminais em 4 sacos,
dorsal, ventral e 2
posteriores.
ANATOMIA E FUNÇÃO
Rúmen

 Realiza a quebra mecânica e química dos alimentos.

 Os pilares movem o
alimento em sentido
rotatório, misturando o
conteúdo sólido com o
conteúdo líquido.

 O órgão movimenta-se
continuamente,
proporcionando uma
divisão física
(estratificação da
digesta).
ANATOMIA E FUNÇÃO
Extratificação da digesta
ANATOMIA E FUNÇÃO
Extratificação da digesta
ANATOMIA E FUNÇÃO
Extratificação da digesta
ANATOMIA E FUNÇÃO
Ruminação
ANATOMIA E FUNÇÃO
Ruminação
ANATOMIA E FUNÇÃO
Glândulas salivares e saliva
ANATOMIA E FUNÇÃO
Retículo

 Não é completamente separado do rúmen, logo suas funções


e motilidades estão muito ligadas às do rúmen.

 sua principal função é


separação de partículas
maiores.

 Os corpos estranhos
ingeridos pelos bovinos
ficam retidos nas pregas do
retículo.
ANATOMIA E FUNÇÃO
Omaso

 Compõe 7% do volume total do estômago dos ruminantes,


composto por lâminas musculares (folhas) .

 Orgão selecionador.

 Funções:

• Absorção de água,
minerais, ácidos
graxos voláteis (AGV).

• Redução das partículas


alimentares.
ANATOMIA E FUNÇÃO
Omaso
ANATOMIA E FUNÇÃO
Abomaso

 Estômago verdadeiro ou glandular .

 A mucosa possui glândulas que secretam o suco gástrico ou


abomasal.

 pH de 1,5 a 3,0.

 Os principais produtos
das glândulas são:
• Enzimas;
• Hormônios;
• Ácido clorídrico
ANATOMIA E FUNÇÃO
Abomaso

 Estômago verdadeiro ou glandular .


 Rúmen sempre do lado esquerdo.
ANATOMIA E FUNÇÃO
Motilidade do TGI
ANATOMIA E FUNÇÃO
Padrões de motilidade ruminorreticular
Fermentação

Princípios da digestão em
ruminantes
REVISÃO
Vantagens dos ruminantes em relação aos
monogástricos:

 Capacidade de utilizar carboidratos complexos como a


celulose;

 Capacidade de utilizar N não protéico;

Ou seja, transforma alimentos de baixo valor nutricional em


alimentos nobres, como leite e carne.
Fermentação
Qual a principal diferença entre ruminantes
e monogástricos?

É que nos ruminantes as enzimas


responsáveis pela digestão nos
pré-estômagos é secretada por
microrganismos e não pelo
hospedeiro assim como nos
monogástricos ou no abomaso.
Fermentação
Quais microrganismos?
fungos

bactérias

protozoários

Estes microrganismos vivem em


simbiose, ou seja, produtos
excretados por uma espécie
microbiana servem de substrato
para outra.
Fermentação
Espécies de bactérias ruminais agrupadas de acordo
com o substrato.

Produtoras de metano
Hemicelulolíticas Utilizadoras de lipídeo
(hemicelulose)
Celulolíticas (celulose) Utilizadoras de açúcar
Pectinolíticas (pectina) Utilizadoras de ácido
Amilolíticas (amido) Proteolíticas (proteínas)
Ureolíticas (uréia) Produtoras de amônia
Fermentação

Na verdade quando alimentamos o ruminante

Alimentamos a flora ruminal

AGV (acetato, butirato e propionato)

Micro + AGV = substrato para hospedeiro


FERMENTAÇÃO
Condições do ambiente ruminal

Anaerobiose: permite a ocorrência de fermentação que


leva a produção de ácidos graxos voláteis (AGV).

pH: 5,5 a 7,0.

Temperatura: 39,0 C°

Fluxo de ingesta: lento.

Umidade, força iônica e oxirredução.


FERMENTAÇÃO
Digestão enzimática microbiana
 Microrganismos produzem enzimas digestivas
 Hidrolizam a celulose
 Liberando glicose.

Adesão de bactérias à
fibra alimentar
liberando enzimas
digestivas.
FERMENTAÇÃO
Digestão enzimática microbiana
FERMENTAÇÃO
Fermentação microbiana
FERMENTAÇÃO
Fermentação microbiana
FERMENTAÇÃO
Tipo de substrato e produção de AGV

Propionato

Butirato
Acetato
FERMENTAÇÃO
Tipo de substrato e produção de AGV

Dieta rica em fibra Dieta rica em amido


FERMENTAÇÃO
Produção de metano

Por ser uma rota aceptora de elétrons, a metanogênese


permite remover continuamente o H2 (gasoso) produzido
no rúmen, assim a formação de metano é essencial para o
ótimo desempenho do ecossistema ruminal, porque impede
o acúmulo de H2 no rúmen.
FERMENTAÇÃO
Metabolismo de proteína pelos microrganismos
ruminais
ABSORÇÃO
Absorção de AGV

 Os AGV representam de 60 a 80% das necessidades


energéticas do animal;

 São absorvidos diretamente do epitélio dos pré-


estômagos para corrente sanguínea;

 O processo absortivo ajuda a manter o pH do rúmen


removendo o ácido;
ABSORÇÃO
Destino dos AGV pós-absorção

 Acetato: parte é oxidada nas células do epitélio, sendo o


restante absorvido sem alteração;

 Propionato: a maior parte absorvida, sendo pequena


porção convertida a lactato pelas células epiteliais;

 Butirato: todas as moléculas são transformadas em beta


hidroxibutirato antes de serem absorvidas (corpo
cetônico).
Ruminantes jovens

Ruminantes jovens
RUMINANTES JOVENS
RÚMEN

ABOMASO

O bezerro nasce com o rúmen pouco desenvolvido. A


ingestão de alimentos sólidos promove o desenvolvimento
muscular e papilar do rúmen.
RUMINANTES JOVENS
O bezerro nasce com o rúmen pouco desenvolvido
RUMINANTES JOVENS
Goteira esofágica

Goteira esofágica
RUMINANTES JOVENS
Desenvolvimento cronológico dos estômagos

Desenvolvimento dos compartimentos do estômago


bovino do nascimento até a maturidade.
REFERÊNCIA
CUNNINGHAM, Klein, Bradley G. Tratado de
fisiologia veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier Editora, 2014. 608 p

Cap –31 pág 320


Aula 14 – Absorção

Fisiologia Veterinária II
Curso Medicina Veterinária
Prof(a): Betânia Glória Campos
M. Veterinária – Doutora Produção Animal UFMG

Patos de Minas, 2018


ABSORÇÃO
Transporte de moléculas simples pelo epitélio intestinal
ABSORÇÃO
Absorção no intestino delgado
ABSORÇÃO
Absorção de CARBOIDRATOS no intestino delgado
ABSORÇÃO
Absorção de PROTEÍNAS no intestino delgado
ABSORÇÃO
Absorção de GORDURAS no intestino delgado
ABSORÇÃO
Variações morfológicas do TGI
ABSORÇÃO
Absorção no Intestino Grosso
REFERÊNCIA
CUNNINGHAM, Klein, Bradley G. Tratado de
fisiologia veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier Editora, 2014. 608 p

Cap –30 Digestão e Absorção - pág 297

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