O documento descreve o sistema digestivo dos ruminantes, que possui características únicas como os pré-estômagos (rúmen, retículo e omaso) onde ocorre a digestão microbiana dos alimentos fibrosos. Explica também que os filhotes de ruminantes possuem um sistema digestivo diferenciado no início da vida para digerir principalmente leite.
O documento descreve o sistema digestivo dos ruminantes, que possui características únicas como os pré-estômagos (rúmen, retículo e omaso) onde ocorre a digestão microbiana dos alimentos fibrosos. Explica também que os filhotes de ruminantes possuem um sistema digestivo diferenciado no início da vida para digerir principalmente leite.
O documento descreve o sistema digestivo dos ruminantes, que possui características únicas como os pré-estômagos (rúmen, retículo e omaso) onde ocorre a digestão microbiana dos alimentos fibrosos. Explica também que os filhotes de ruminantes possuem um sistema digestivo diferenciado no início da vida para digerir principalmente leite.
Os ruminantes possuem um sistema digestivo peculiar, com caractersticas prprias bem
definidas, o que lhes permite aproveitar os nutrientes contidos em alimentos fibrosos e
grosseiros. Isto ocorre graas ao de microrganismos (bactrias e protozorios) que habitam o trato digestivo, alm da ao mecnica executada atravs do processo de ruminao. O sistema digestivo, que tem como funo, triturar, reduzir em pequenas partculas e digerir os alimentos comea naboca (lbios, lngua, dentes e glndulas salivares). O esfago um tubo cilndrico que se dilata facilmente e que conduz os alimentos da boca at o rmen, com o qual se comunica por um orifcio chamado crdia. Pr-estmagos Os pr-estmagos dos ruminantes so amplamente utilizados na culinria, para fazer a famosa dobradinha ou buchada. Compreendem trs compartimentos, rmen, retculo e omaso, os quais representam os estmagos falsos, onde ocorre a digesto microbiana e a ao mecnica sobre os alimentos fibrosos e grosseiros. O rmen, pana ou bucho o maior dos compartimentos, comportando 80% do volume total do estmago, e ocupa quase todo o lado esquerdo da cavidade abdominal. Em bovinos adultos pode conter at 200 litros, enquanto que em ovinos e caprinos sua capacidade de aproximadamente 20 a 30 litros. A parede do rmen revestida por uma mucosa coberta de papilas ligeiramente chatas, que lhe conferem o aspecto de toalha felpuda. O rmen comunica-se com o retculo atravs da goteira esofgica. Normalmente, as bordas da goteira esofgica esto separadas, deixando passar certos tipos de alimento (forragens slidas, gua, etc.), para o rmen e o retculo. Entretanto, nos filhotes, a ingesto de leite provoca um reflexo que faz com que as bordas da goteira se unam, fazendo com que o leite passe diretamente ao abomaso. O retculo ou barrete o menor dos pr-estmagos, que atua como um marca-passo dos movimentos da ruminao. Seu interior revestido por uma mucosa, cujos relevos do um aspecto semelhante ao favo de abelha, e apresenta pequenas papilas.Comunicase com o rmen atravs de uma ampla abertura, com o omaso atravs de um estreito orifcio e ainda com o esfago atravs da goteira esofgica. O omaso ou folhoso, cujas paredes so musculosas, tem seu interior revestido por mucosa curiosamente disposta em folhas ou lminas, lembrando um livro, cobertas por numerosas papilas rugosas. Estmago verdadeiro O Abomaso, conhecido tambm por coalheira o nico estmago verdadeiro, ou seja, onde ocorre a secreo de suco gstrico, e onde se processa a digesto propriamente dita. De forma alongada, est situado direita do rmen e repousa sobre o abdmen, logo atrs do retculo. Um amplo orifcio permite a passagem do alimento proveniente do omaso. Internamente, o abomaso revestido por uma mucosa lisa, que contm numerosas glndulas que secretam o suco gstrico. O coalho, utilizado na fabricao de queijos, nada mais que o suco gstrico de cabritos, cordeiros ou bezerros em aleitamento. Outro orifcio, o piloro, controlado por um esfncter (msculo circular, forte), permite a passagem dos alimentos para o intestino delgado (ou tripa), que um tubo estreito e longo, que pode alcanar de 20,0 a 25,0 metros, nos caprinos e ovinos, e compreende trs pores: duodeno, jejuno e leo. O intestino grosso muito mais curto (4.0 a 8.0 metros) cuja poro terminal se enrola formando um caracol, denominado clon, sendo que nesta parte ocorre a absoro de gua, e formao das fezes pelos msculos da parede do clon. Finalmente o clon se comunica com o reto, onde as fezes se acumulam, e so eliminadas atravs do nus.
O sistema digestivo compreende ainda as glndulas anexas (fgado e pncreas), e
mantido por uma fina membrana, firme e transparente, recoberta de gordura, denominada peritneo. A digesto Para serem utilizados pelo organismo, os alimentos devem ser previamente transformados. O sistema digestivo pode ser comparado a uma fbrica, onde so feitas diversas transformaes da matria prima que so triturados, misturados e transformados, atravs de mecanismos de natureza mecnica, microbiana e qumica. Durante o pastejo, o objetivo maior dos ruminantes o de encher o rmen (da a expresso encher o bucho!), ingerindo o alimento de forma rpida. Inicialmente, o alimento apreendido com a boca, atravs dos dentes incisivos ( bom lembrar que os ruminantes possuem somente os dentes incisivos inferiores), e sofre apenas uma ligeira mastigao com auxlio dos dentes traseiros (molares superiores e inferiores). Ao mesmo tempo, os alimentos so umedecidos pela saliva, que secretada em grande quantidade, com o objetivo de amolecer o alimento. Este amolecimento continuar no rmen, onde chega tambm a gua ingerida pelo animal. Atravs dos movimentos das paredes do rmen, com auxlio dos msculos pilares, os alimentos continuam a ser triturados mecanicamente. Ao auscultarmos ou colocarmos a mo, com o punho cerrado, sobre o flanco esquerdo do animal, podemos perceber os movimentos do rmen, na freqncia de uma a duas contraes por minuto. O contedo do rmen segue ento seu caminho em sentido contrrio, em direo boca, constituindo o processo deruminao, ou seja, o retorno do bolo alimentar do rmen para a boca, onde submetido a uma nova mastigao e ensalivao, agora mais demoradas e completas. A calma e tranqilidade ambiental so favorveis a uma ruminao correta, com regurgitaes espaadas de um minuto. A parada da ruminao um sinal de indisposio alimentar ou de doena. Aps bem triturado, o bolo alimentar novamente deglutido, voltando ao rmen, que continua em movimento. O alimento passar para o retculo, quando se apresentar com partculas suficientemente pequenas e fluidas podendo, para isto, ocorrer vrias ruminaes. Todos os alimentos, durante sua permanncia no rmen, so decompostos pela ao da flora ruminal (bactrias e protozorios). Estes microrganismos se encontram aos milhares por mililitro de lquido, e esto especializados e adaptados a estes alimentos. Comparemos o rmen a uma pequena cidade, onde todos os habitantes so carpinteiros, que possuem conhecimentos e equipamentos especializados para trabalhar com madeiras de pinho. Se, de repente, o fornecedor passasse a entregar somente madeira de lei, estes carpinteiros iriam ter dificuldades, inicialmente, at que se adaptassem ao novo tipo de madeira. Analogamente, mudanas bruscas de alimentao (troca de feno por silagem, introduo de rao, etc.),podem causar distrbios digestivos graves, pela falta de adaptao da flora rumenal ao novo alimento. Desta forma, toda alterao na alimentao deve ser gradativa, para adaptao da flora rumenal. As bactrias da flora rumenal dividem-se em dois grupos principais: As bactrias celulolticas, que digerem os volumosos (capim, feno, silagem), As amilolticas, que digerem os concentrados (rao, milho, farelos, etc.). Estes dois grupos devem estar em equilbrio, ou seja, a flora amiloltica deve ser sempre menor que a celuloltica. Um aumento exagerado da flora amiloltica, causado pelo excesso de concentrados, causa srios danos digesto. Assim, somente os volumosos devem, ser dados vontade, sendo, no caso do confinamento, fornecidos no mnimo trs vezes ao dia, para que haja um funcionamento adequado da flora rumenal. Existe uma verdadeira associao ou simbiose entre os microrganismos do rmen e o
prprio animal ruminante. Osmicrorganismos absorvem parte dos nutrientes dos
alimentos, para sua prpria manuteno. Em contrapartida, estes seres vivos microscpicos, ao morrerem, restituem seu contedo celular ao organismo, principalmente de substncias nitrogenadas, que retornam ao circuito da digesto. Entre os produtos resultantes das fermentaes do rmen, so produzidos tambm gases, como o metano e o carbnico, que so eliminados pela boca, atravs da eructao, graas aos movimentos rumenais. O alimento, se adequadamente liquidificado, passa ao omaso onde prensado pelas lminas existentes na sua mucosa, perdendo assim boa parte do excesso de gua passando, a seguir, ao abomaso. No abomaso ou estmago verdadeiro, o alimento sofre ao qumica do suco gstrico (de forma semelhante ao que ocorre no estmago humano), secretado pelas glndulas presentes em sua mucosa. O suco gstrico contm:quimosina ou coalho, que provoca a coagulao da casena do leite, alm de pepsina, lpase, cido clordrico, etc., todos envolvidos no processo de digesto qumica. Na forma semifluida, o bolo alimentar passa ao intestino, onde continua o processo qumico, iniciado no abomaso, sofrendo ao de outras secrees do sistema digestivo (suco pancretico, bile e suco intestinal) O estmago dos filhotes Os ruminantes so mamferos, necessitando no incio da vida, do leite materno. O leite para ser digerido precisa sofrer a ao de enzimas contidas no suco gstrico produzido pelo abomaso que, ao nascimento, o compartimento mais desenvolvido. Quando o filhote succiona a teta da me ou o bico da mamadeira, a goteira esofgica funciona como uma calha que desvia o leite, levando-o diretamente ao abomaso. Na idade de 2-3 semanas o abomaso ainda o compartimento mais desenvolvido (500 a 1.000 ml), j que o leite, nesta idade, ainda o principal alimento. O rmen, por sua vez, j apresenta uma capacidade significativa (250 a 500 mL), segundo a quantidade de alimentos slidos que os filhotes estejam recebendo. Assim, recomendvel que, a partir da segunda semana de vida, os filhotes tenham disponveis alimentos slidos (feno, capim amarrado em pequenos feixes, rao concentrada), para estimular o desenvolvimento dos pr-estmagos, bem como o mecanismo da ruminao.