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Sistema digestório de equinos e bovinos

Equinos

Os cavalos são animais que se alimentam principalmente de plantas, sendo


considerados herbívoros e monogástricos, por possuírem um único
compartimento no estômago. Eles não possuem capacidade de vomitar nem de
arrotar. Seu estômago tem um tamanho reduzido, que o força a se alimentar
em pequenas porções, por muito tempo, ao longo do dia. Seu intestino grosso
é desenvolvido para que ocorra a fermentação dos alimentos pela microbiota
do local.

Seu trato gastrointestinal começa na boca, que é constituída pelos lábios,


bochechas, gengivas, palato duro, assoalho da boca, língua, dentes e
glândulas salivares, que através de seus ductos secretam saliva para dentro da
cavidade. A boca apreende os alimentos, tritura-os, e forma o bolo alimentar
através da secreção de saliva. Após isso, há o palato mole, a faringe e a glote,
que coordena a passagem dos alimentos para o esôfago.

O esôfago se estende da faringe ao estômago, sendo classificado em parte:


cervical, torácica, e abdominal, onde pode ocorrer o estreitamento do lúmen do
órgão, em equinos e ruminantes.
A projeção do estômago do equino é em formato de “J” devido à proximidade
do cárdia ao piloro, isso proporciona a observação de duas curvaturas, uma
menor, e outra de maior proporção, entretanto, no interior do órgão é
encontrada uma região glandular e outra aglândular de aspecto esbranquiçado.
As glândulas cárdicas e pilóricas têm por principal função amenizar a ação do
suco gástrico e acidez estomacal contra a mucosa, através da produção de
muco que propicia uma barreira de proteção. Já as glândulas fúndicas
possuem três tipos de células diferentes: células mucosas do colo que
produzem muco, células principais que produzem pepsinogênio e as células
parientais são as que fornecem íons de cloreto e oxigênio.
O estômago tem a função de armazenar, triturar e fornecer o alimento com
velocidade adequada para absorção no intestino delgado
O intestino delgado é constituído de três partes: duodeno, jejuno e íleo, tem
seu início no piloro e seu fim no seco. É nele onde ocorre a digestão química e
absorção dos nutrientes, secreção de enzimas pelo pâncreas e sais biliares
vindo do fígado.
Na região do ceco e do cólon que se inicia a fermentação, e digestão
microbiana da celulose. Quando o bolo alimentar chega
no ceco, ele passa rapidamente para o cólon, pois não ocorre movimentos
retrógrados neste órgão. E ao chegar no reto, as fezes provocam a distensão
do mesmo, induzindo a defecação.
Também fazem parte do sistema digestório, o fígado e o pâncreas, que secreta
quase todas as enzimas necessárias para a degradação das substâncias
alimentares.

Bovinos
A dieta dos bovinos é baseada em alimentos com alto teor de fibra e diferente
dos equinos, são ruminantes, com vários compartimentos no estômago.
Seu trato gastrointestinal é formado pela boca, faringe, esôfago, estômago,
intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso (ceco, colón e reto)
e ânus, além das glândulas anexas (salivares, pâncreas e fígado).
Pelo fato deles não possuírem dentes incisivos superiores, a língua funciona
como um êmbolo, apreendendo e conduzindo o alimento para a cavidade
bucal. O esôfago dos ruminantes atua na eructação e ruminação, por meio de
reflexos de contração e relaxamento dos esfíncteres. Sendo que, durante o ato
de ruminação, o bolo alimentar é conduzido do retículo-rúmen para a boca por
meio de movimentos antiperistálticos do esôfago.
Eles possuem a capacidade de aproveitarem, carboidratos fibrosos como fonte
de energia e compostos nitrogenados não proteicos como fonte de proteína,
devido seu estômago ser dividido em quatro compartimentos (rúmen, retículo,
omaso e abomaso) e pela relação simbiótica dos microrganismos
fermentadores de fibra.
Os três primeiros abrigam microrganismos, responsáveis pela atividade de
fermentação e o abomaso assemelha-se ao estômago dos não ruminantes.
É pela ingestão de forragem, que o tamanho e volume do rúmen, retículo e
omaso são desenvolvidos, e pela ingestão de alimentos concentrados que as
estruturas (papilas ruminais) de seu rúmen se desenvolvem.

Referências

CAVALUS. Você conhece o aparelho digestivo dos equinos? 2021. Disponível


em: <https://cavalus.com.br/saude-animal/voce-conhece-o-aparelho-digestivo-
dos-equinos/>. Acesso em: 11 out. 2021.

SOUZA, Jefferson Andrade de. Cólica secundária a obstrução intraluminal de


cólon menor de um equino: relato de caso. 2019. 39 f. Trabalho de Conclusão
de Curso (Bacharel em Medicina Veterinária) – Centro de Ciências Agrárias,
Universidade Federal da Paraíba, Areia.

OLIVEIRA et al. Desenvolvimento e fisiologia do trato digestivo de ruminantes.


Revista Ciência Animal, São Cristóvão, v.29, n.3, p.114-132, 2019.

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