Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pela presença dos pré-estômagos, os bovinos, assim como a cabra, a ovelha, o búfalo, o
camelo e os cervídeos, são classificados como poligástricos ou ruminantes, animais
que têm capacidade de ruminar, consistindo na regurgitação dos alimentos ingeridos, na
remastigação e em nova deglutição.
A língua é o principal órgão prensor, conduzindo o alimento até a boca. Ruminantes não
têm dentes caninos nem incisivos superiores. A função antagonista dos incisivos
inferiores se realiza pela lâmina dental constituída de tecido conjuntivo fibroso,
recoberto por epitélio intensamente cornificado. A fórmula de dentição permanente de
ruminantes é 2(I 0/4, C 0/0, P 3/3, M 3/3), quer dizer, 32 dentes.
Os ruminantes jovens dispõem de uma dentição caduca que na maioria dos casos
emerge antes do nascimento. A fórmula de dentição caduca de ruminantes é 2 (I 0/4, C
0/0, P 3/3), ou seja, 20 dentes.
Em muitos aspectos, o retículo pode ser considerado uma bolsa cranioventral do rúmen;
a digesta flui livremente entre estes dois órgãos. O retículo é conectado ao esférico
omaso por um túnel pequeno, o orifício retículo-omasal. O abomaso é o estômago
glandular ou verdadeiro do ruminante.
Cada um destes órgãos tem estrutura mucosa muito distinta, embora dentro de cada
órgão, alguma variação regional em morfologia possa ser observada. A superfície
interior do rúmen forma numerosas papilas que variam em forma e tamanho, desde
pequenas e pontiagudas a longas e folhadas.
O epitélio reticular é lançado em dobras que formam camadas poligonais que dão ao
retículo, uma aparência de colmeia. Dentro do omaso ocorrem dobras longitudinais
largas que lembram as páginas de um livro (um termo comumente utilizado para o
omaso é livro). As pregas omasais são acumuladas com ingesta finamente moída e
representam aproximadamente um terço da área de superfície total dos pré-estômagos.
Epitélio estratificado, escamoso como achado no rúmen não é normalmente considerado
um tipo de epitélio absortivo.
Rúmen
O rúmen é o maior dos quatro pré-estômagos. Localiza e preenche quase todo o lado
esquerdo da cavidade abdominal. Ele é dividido em quatro áreas ou sacos por estruturas
musculares chamadas de pilares ruminais. Há um saco dorsal, um ventral e dois sacos
posteriores. Os pilares movem o bolo alimentar pelo rúmen em sentido rotatório,
misturando o conteúdo sólido com o conteúdo líquido.
De uma maneira geral, a fermentação pelas bactérias ruminais irá ocorrer sobre cada um
dos nutrientes dos alimentos.
Retículo
O retículo ocupa uma posição cranial e não completamente separado do rúmen.
Logo, suas funções e motilidades estão muito ligadas às do rúmen. A abertura do
esôfago no cárdia é comum ao retículo e ao rúmen.
As paredes internas do retículo estão revestidas por uma membrana mucosa, disposta
em inúmeras pregas (em forma de favos de mel).
Os corpos estranhos ingeridos pelo bovino (arames, pregos e outros) ficam retidos
nestas pregas e impedidos de passar para os demais compartimentos do aparelho
digestivo posterior, com consequentes reticulites e pericardites, altamente indesejável
para estes animais, que, não raramente, levam o animal à morte.
Omaso
O omaso localiza-se do lado direito do retículo-rúmen, apresentado um formato
esférico. Contêm em seu interior muitas lâminas musculares, que lhe conferiram o nome
popular de folhoso (folhas semelhantes às de um livro). Na mucosa destas lâminas
formam-se papilas, mais curtas e menos numerosas, se comparadas com as do rúmen.
Suas principais funções estão ligadas a absorção de água, de minerais, de ácidos graxos
voláteis e redução de partículas alimentares.
Intestinos
Os intestinos são divididos em duas porções, as quais sofrem, ainda, subdivisões:
Existe no intestino grosso, uma população microbiana semelhante à do rúmen, mas bem
menor em número. Estes microrganismos fermentam o pouco substrato que lá chega, da
mesma forma que os do rúmen, produzindo ácidos graxos voláteis e proteínas
microbianas.
Então, confira essas 7 dicas dadas pelo especialista Prof. Guilherme Pontes e saiba
porque eles são alguns dos cuidados essenciais!
Formule uma dieta para fechar a exigência das vacas no pré e no pós-parto.
Dê boas condições para a vaca, reduza a disputa de cocho, separe novilhas de vacas no
pré-parto, separe primíparas de multíparas, se for possível.
Se não for possível separá-las, trabalhe com espaçamento de cocho um pouco maior.
Faça com que essas vacas tenham conforto térmico adequado, que elas não passem por
períodos de estresse, com picos de cortisol.
Tenha um bom manejo de vacas secas. As vacas precisam secar com um escore entre 3
e 3,5 e parir entre 3 e 3,5.
Se eu erro durante a lactação, essa vaca vai secar mais gorda. Se ela seca mais gorda, ela
tem mais chances de adoecer na próxima lactação.
Se eu errar na escolha do touro e passar a ter muito auxílio a parto, muitos natimortos,
eu passo a ter mais riscos de ter metrite, retenção de placenta, consequentemente
reduzir o consumo dessas vacas, aumentando cetose e assim por diante.
Você sabia que um produtor pode ter ganhos de R$55.000,00 por ano, a cada 100
animais em lactação, reduzindo a prevalência média anual de mastite subclínica de
50% para 20%?
Células Somáticas
Nem sempre as alterações na CCS são apresentadas de forma clara. Nos casos de
mastite subclínica, conforme o próprio nome já diz, não são vistas alterações clínicas
relevantes.
Por outro lado, nos casos de mastite clínica as alterações são perceptíveis, caracterizadas
principalmente pela presença de grumos no leite e modificações no úbere da vaca, como
dor, inchaço, vermelhidão e aumento de temperatura.
Mastite subclínica
Conforme já dito, na mastite subclínica não é possível observar alterações no leite e
no úbere do animal. No entanto, por ser uma infecção/inflamação da glândula mamária
ela causa redução na produção de leite dos animais e pode acometer grande parte dos
rebanhos.
Além disso, podem ocorrer alterações na composição do leite, como nos níveis de
gordura, proteína e lactose. O aumento significativo na contagem de células somáticas
afeta diretamente a qualidade do leite e a bonificação paga por grande parte dos
laticínios, causando queda no valor do litro de leite recebido pelo produtor.
Algumas ferramentas têm sido utilizadas para mensurar os valores da CCS e identificar
os animais portadores de mastite subclínica.
Exames como o CMT (California Mastitis Test) permitem identificar de maneira mais
subjetiva a doença subclínica, devido ser baseado em uma análise visual da reação que
ocorre entre o leite e o reagente no momento do exame (método qualitativo).
Mastite clínica
Consiste na forma da doença em que é possível observar alterações nas
características do leite, na glândula mamária e até mesmo no comportamento do
animal.
Nas vacas com mastite clínica é possível observar a presença de grumos no leite e
alterações no úbere como inchaço, aumento de temperatura local, vermelhidão, aumento
da sensibilidade dolorosa e até endurecimento dos quartos mamários acometidos.
Devemos ter a consciência de que a redução da produção de leite dos animais doentes é
o principal prejuízo da doença, sendo que muitas vezes não vemos essa redução que
pode ir de 10 a 30%!
Nos Estados Unidos estima-se que o custo por caso de mastite seja de aproximadamente
U$ 185/vaca/ano. Já na Europa a estimativa é de que este custo esteja por volta de €
190/vaca/ano. Em um estudo realizado no Brasil observou-se que a mastite subclínica
foi responsável por uma redução de 17% no volume de produção de leite, representando
uma perda de 2,4 bilhões de litros de leite/ano.
Controle da mastite
Para se alcançar sucesso no programa de controle da mastite é muito importante que os
envolvidos na melhoria da qualidade do leite entendam cada etapa do processo, estejam
abertos a receber treinamentos e percebam os benefícios que as ferramentas fornecem
para o dia-a-dia no manejo dos animais. É essencial que durante o programa de controle
exista um monitoramento periódico dos resultados obtidos.
O programa de 6 pontos de controle da mastite retrata ações fundamentais a serem
realizadas para reduzir a ocorrência da doença. São eles:
Células Somáticas
Nem sempre as alterações na CCS são apresentadas de forma clara. Nos casos de
mastite subclínica, conforme o próprio nome já diz, não são vistas alterações clínicas
relevantes.
Por outro lado, nos casos de mastite clínica as alterações são perceptíveis, caracterizadas
principalmente pela presença de grumos no leite e modificações no úbere da vaca, como
dor, inchaço, vermelhidão e aumento de temperatura.
Mastite subclínica
Conforme já dito, na mastite subclínica não é possível observar alterações no leite e
no úbere do animal. No entanto, por ser uma infecção/inflamação da glândula mamária
ela causa redução na produção de leite dos animais e pode acometer grande parte dos
rebanhos.
Além disso, podem ocorrer alterações na composição do leite, como nos níveis de
gordura, proteína e lactose. O aumento significativo na contagem de células somáticas
afeta diretamente a qualidade do leite e a bonificação paga por grande parte dos
laticínios, causando queda no valor do litro de leite recebido pelo produtor.
Algumas ferramentas têm sido utilizadas para mensurar os valores da CCS e identificar
os animais portadores de mastite subclínica.
Exames como o CMT (California Mastitis Test) permitem identificar de maneira mais
subjetiva a doença subclínica, devido ser baseado em uma análise visual da reação que
ocorre entre o leite e o reagente no momento do exame (método qualitativo).
Nas vacas com mastite clínica é possível observar a presença de grumos no leite e
alterações no úbere como inchaço, aumento de temperatura local, vermelhidão, aumento
da sensibilidade dolorosa e até endurecimento dos quartos mamários acometidos.
Devemos ter a consciência de que a redução da produção de leite dos animais doentes é
o principal prejuízo da doença, sendo que muitas vezes não vemos essa redução que
pode ir de 10 a 30%!
Nos Estados Unidos estima-se que o custo por caso de mastite seja de aproximadamente
U$ 185/vaca/ano. Já na Europa a estimativa é de que este custo esteja por volta de €
190/vaca/ano. Em um estudo realizado no Brasil observou-se que a mastite subclínica
foi responsável por uma redução de 17% no volume de produção de leite, representando
uma perda de 2,4 bilhões de litros de leite/ano.
Controle da mastite
Para se alcançar sucesso no programa de controle da mastite é muito importante que os
envolvidos na melhoria da qualidade do leite entendam cada etapa do processo, estejam
abertos a receber treinamentos e percebam os benefícios que as ferramentas fornecem
para o dia-a-dia no manejo dos animais. É essencial que durante o programa de controle
exista um monitoramento periódico dos resultados obtidos.
Em algumas situações o prejuízo pode até não ser acentuado a curto prazo, mas o
processo de determinadas doenças ocasiona alterações permanentes nos animais de
forma a impactar no seu desenvolvimento e vida futura.
Conforme será mostrado e discutido ao longo deste texto, dados de campo têm
demonstrado quais são os períodos críticos para a ocorrência destas doenças.
1. Diarreia
A diarreia consiste em uma das principais razões pelas quais as bezerras adoecem
ou morrem. Durante a fase de aleitamento as bezerras são altamente susceptíveis à
ocorrência de diarreias devido ao sistema imunológico não estar plenamente
desenvolvido e estabelecido.
Este fato contribui para que uma ampla diversidade de agentes patogênicos tenha a
chance de se instalar no organismo do animal. Com isso, ocorrerão distúrbios intestinais
de graus variáveis.
Esta ampla diversidade de agentes patogênicos constitui um dos motivos que dificultam
o diagnóstico etiológico das diarreias. No entanto, conforme mencionado anteriormente,
os dados de campo fundamentam-se como uma importante ferramenta que expressa os
períodos críticos de atuação dos principais agentes envolvidos nas diarreias em bezerras
leiteiras.
Cripstosporidiose;
Coccidiose;
Salmonelose;
Colibacilose;
Clostridiose;
Coronavirose;
Rotavirose;
Diarreia Viral Bovina.
Agentes comuns em bezerras como a Escherichia coli e alguns vírus tendem a ocasionar
diarreia logo nos primeiros dias de vida, enquanto agentes como Cryptosporidium
spp. acometem mais o sistema digestivo do 5º ao 15º dia de vida, em média.
Todos os principais agentes patogênicos citados possuem as vias oral e fecal como
potenciais meios de transmissão. Além disso, a higiene das instalações e do ambiente
constitui uma medida básica e essencial de profilaxia.
2. Infecções umbilicais
O processo de cura de umbigo representa um dos primeiros cuidados que se deve
realizar com as bezerras logo após o nascimento, visto que o umbigo do recém-
nascido ainda está aberto e corresponde a uma grande porta de entrada de
microorganismos.
Um dos métodos mais eficazes para avaliação da eficiência da cura de umbigo consiste
na realização da palpação umbilical. Neste método objetiva-se o reconhecimento
manual das estruturas umbilicais, classificando-as em escores de 0 a 2, sendo:
0 – umbigo normal;
1 – umbigo com infecção externa;
2 – umbigo com infecção interna.
Uma meta ideal seria de que no mínimo 90% das bezerras avaliadas expressem escore
umbilical 0, ou seja, sem alterações.
O período recomendado para que a palpação seja feita corresponde da 2ª à 3ª semana
de vida. Caso a avaliação seja realizada antes da 2ª semana de vida, as estruturas
umbilicais se apresentarão em uma conformação diminuta que inviabiliza a
identificação manual.
Por outro lado, caso a palpação seja feita após a 3ª semana de vida as estruturas
umbilicais estarão em maior dificuldade para palpação devido ao aumento da resistência
da musculatura abdominal das bezerras.
Os animais positivos para a doença devem ser tratados o quanto antes, a fim de evitar a
proliferação dos agentes, além de receberem tratamento de suporte com hidratação oral
e/ou endovenosa e antipiréticos.
Quanto ao monitoramento, uma boa opção são os programas de teste para cetose. Para
isso é necessário focar nas duas primeiras semanas após o parto e para que o teste seja
realizado de forma adequada é preciso que uma gota de sangue do animal seja colocada
em uma tira reagente já inserida no medidor que vai determinar a concentração
sanguínea de BHBA em poucos segundos.
Dentre elas estão a anaplasmose e a babesiose, sendo estas doenças ocasionadas pelas
riquétsias e por protozoários, respectivamente.
No Brasil, Anaplasma marginale, Babesia bovis e Babesia bigemina são os principais
patógenos envolvidos no complexo da TPB. Os prejuízos ocasionados pela tristeza
parasitária bovina são altamente significativos, principalmente nas regiões endêmicas de
sua ocorrência.
A outra situação ocorre nas áreas endêmicas, onde a população de vetores está presente
durante o ano todo. Nestas regiões, os animais apresentam maior resistência à infecção,
pois desenvolvem certa imunidade nos primeiros meses de vida ao serem infectados
quando ainda estão protegidos pelos anticorpos colostrais. Esta situação caracteriza
áreas de estabilidade enzoótica, onde não são esperados surtos, nem altas taxas de
mortalidade pela doença.
Quando um animal se torna infectado, ocorre uma multiplicação dos protozoários nas
hemácias, levando-as à destruição por meio da lise celular. Desta forma, ocorre o
desenvolvimento de hemólise grave levando a sinais clinicamente detectáveis.
Animais que são infectados com B. bovis podem apresentar babesiose cerebral, que se
manifesta por sinais neurológicos de incoordenação, paralisia e convulsões.
O ideal é que a aferição da temperatura retal seja adotada como exame de triagem dos
animais, e, sendo assim, aqueles que apresentarem hipertermia (> 39,3°C) devem ser
submetidos ao exame de esfregaço sanguíneo. A vantagem do esfregaço sanguíneo está
na capacidade de diagnosticar a doença logo no seu início, direcionando o tratamento
para o agente específico que está causando a doença.
Um dos pontos que dificulta a adoção dos exames de esfregaço sanguíneo e hematócrito
como formas de monitoramento da TPB nas propriedades é a necessidade de aquisição
de equipamentos específicos, além da presença de mão de obra capacitada. Entretanto,
ambos os exames representam as formas mais confiáveis para o diagnóstico e a
condução dos casos clínicos da doença.
O tratamento para babesiose pode ser feito com diaceturato de diminazeno na dose de
3,5 a 7 mg/ kg ou imidocarb na dose de 1 a 3 mg/kg. Não se deve utilizar imidocarb em
animais debilitados devido ao risco de intoxicação.
Casos onde o hematócrito se encontra abaixo de 12% e/ou a clínica do animal está
desfavorável, recomenda-se realizar transfusão sanguínea na dose de 10 mL de
sangue/kg.
Vale ressaltar que o animal doador de sangue deve ser examinado previamente quanto à
presença ou não de TPB, coletando o seu sangue somente em casos negativos. Animais
que são submetidos a mais de uma transfusão sanguínea possuem maior risco de
desenvolverem reações hemolíticas, e, por isso, podem necessitar de terapia com
corticoides.
Quer saber mais sobre essa doença? Leia o artigo abaixo e descubra as causas, os
sintomas, o tratamento e a prevenção da cetose bovina!
Já nos quadros de cetose secundária, como o próprio nome diz, essa queda acentuada
do apetite ocorre secundária a outras enfermidades. A vaca então passa a mobilizar
tecido adiposo a fim de obter uma fonte alternativa de energia e como consequência há
o aumento dos níveis séricos de ácidos graxos não-esterificados (AGNE) no sangue.
Em alguns casos, o quadro clínico pode evoluir apresentando sinais nervosos como:
tremores musculares, hiperexcitabilidade e incoordenação com ataxia dos membros
posteriores.
Esses fatores podem ocasionar desde a redução de peso e da fertilidade dos animais, até
enfermidades secundárias.
Tratamento da cetose
O tratamento da forma clínica da doença é sintomático, dessa forma é
importante reverter o quadro hipoglicêmico com a administração de glicose via
endovenosa – a glicose via oral deve ser evitada, pois é rapidamente fermentada no
rúmen, produzindo precursores cetogênicos, o que agravaria o problema.
Esse monitoramento pode ser realizado em medidores apropriados para este fim,
aplicando uma amostra de sangue coletada da cauda dos animais.
O uso de drench em vacas recém paridas pode ser uma boa opção, essa administração
oral forçada de nutrientes (drench), minimiza a deficiência energética, reidrata o animal
e estimula a fermentação ruminal.