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CÓLICA EQÜINA
Cólica
Abdômen agudo
Síndrome cólica
A cólica, definida como transtorno agudo do TGI, pode resultar na morte do eqüino conforme o
grau de comprometimento do TGI, do desequilíbrio hidro-eletrolítico e ácido-base e da dor do
paciente.
ANATOMIA
Estômago (A)
intestino delgado (B)
duodeno
jejuno
íleo
intestino grosso
ceco (C)
cólon (D)
cólon dorsal direito
cólon dorsal esquerdo
cólon ventral esquerdo
cólon ventral direito
cólon menor (E)
reto (F)
EPIDEMIOLOGIA DA CÓLICA
Incidência difícil de ser estabelecida
≈ 30%: resolução espontânea ou tratamento doméstico
População de 100 cavalos:
4 a 10 casos/ano
10-15% recidivas 2 a 4 episódios/ ano
ETIOLOGIA DA CÓLICA
Mudanças de manejo: dieta, habitat e/ou atividades físicas
AVALIAÇÃO CLÍNICA
EXAMES Abdominocentese
COMPLEMENTARES Palpação retal
Laboratoriais: hematócrito, proteína total, etc.
IDENTIFICAÇÃO
ANAMNESE
Histórico
início dos Sinais Clínicos
alteração de comportamento antes dos sinais de dor
medicação já realizada
Episódios anteriores de cólica
há quanto tempo?
tipo de tratamentos recebidos?
restabelecimento do animal?
Rotina do animal e alterações
condições do habitat trabalho, intensidade, horário
estado reprodutivo e imunitário programa de vermifugação
doenças graves ou traumatismos estado de outros animais
Dieta
alimentação: tipo, quantidade e qualidade; programa alimentar; alterações
água: qualidade e quantidade
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3
EXAME FÍSICO
Sinais Clínicos:
Aumento de freqüência cardíaca 25-40bpm
Aumento da pressão arterial (PAM, PAS, PAD)
Coloração de mucosas: róseas (normal), congestas, toxêmicas, cianóticas
Aumento do TPC 1-2seg
Aumento da freqüência respiratória 10-20mpm
Aumento de temperatura (?) 37,5-38,5°C
Desidratação
Alterações Comportamentais:
esticar-se bruxismo e resposta/sinal de Flehming
ajoelhar-se sede espúria = “brincar com a água, sem
escavar o chão beber”
decúbito freqüente ou tentativas escoicear
frustradas de deitar-se inapetência
rolar pelo chão tenesmo vesical (espasmo no esfíncter
debater-se de forma descontrolada da bexiga)
depressão ou excitação sudorese
olhar ansioso e repetido para o flanco e ereções
abdômen
Auscultação Abdominal:
sistemática
motilidade intestinal
distingüir gás de fluido
1- cólon menor;
2- intestino delgado;
3- cólon ventral
esquerdo;
4- ceco;
5- cólon ventral
direito
Forma de Notação:
Sendo:
intestino ceco
delgado - ausência de motilidade
+- movimento peristáltico incompleto
+ hipomotilidade
cólon ventral cólon ventral ++ motilidade normal
esquerdo direito +++ hipermotilidade
esq. dir.
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4
Sondagem nasogástrica
procedimento diagnóstico e terapêutico
permite a saída de gases, a retirada do refluxo enterogátrico e, també, auxilia no retorno
do peristaltismo
verificar:
Aspecto
Volume
pH
Considerar:
Passagem da sonda nasogástrica
Calibre da sonda / fenestração
Métodos:
passivo (bomba de vácuo)
ativo (sifonagem)
EXAMES COMPLEMENTARES
Abdominocentese:
coleta de fluido abdominal
tricotomia e antissepsia
local: 15 cm caudal ao processo xifóide
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Objetivos do Tratamento
1. redução da dor
2. restauração da motilidade
3. correção e manutenção do equilíbrio hidro-eletrolítico e ácido-base
4. prevenção/tratamento da endotoxemia
Analgesia
flunixin-meglumine: 1,1mg/kg, iv ou im, 1-3 X/dia (1ª escolha)
dipirona: 5 a 22mg/kg, IM ou IV, até 4 vezes/dia
xilazina: 0,2-0,5mg/kg, iv ou im (analgesia e severa sedação por 10-40min)
butorfanol: 0,05-0,1mg/kg, iv ou im (analgesia potente por 10-90min)
Neuroleptoanalgesia:
0,4mg/kg xilazina + 0,03mg/kg butorfanol
0,4mg/kg xilazina + 0,001mg/kg buprenorfina
0,4mg/kg xilazina + 0,04mg/kg meperidina
0,4mg/kg xilazina + 0,06mg/kg morfina
Antiespasmódicos
Espasmos dor
Obstruções simples
N-butilescopolamina:
Bloqueio colinérgico relaxamento e atonia mm. lisa
Dose: 0,2 a 0,3mg/kg, IV
Descompressão
Sondagem nasogástrica:
saída de gases
retirada do refluxo enterogástrico
auxilia no retorno do peristaltismo
Tiflocentese/Cecocentese e Colonocentese
saída de gases
antissepsia cirúrgica
catéter 14 ou 16G
local:
Ceco: na fossa paralombar direita, entre a última costela e tuberosidade ilíaca
Cólon: procedimento idêntico, porém mais perigoso
AB (peritonite):
Penicilina G benzatina: 40000UI, cada 48h, im
5
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Fluidoterapia
desidratação > 7%
expansão volêmica
correção eletrolítica
Fluidoterapia Intravenosa
Administração rápida de fluido
Metade do fluido perdido deve ser reposto na primeira hora
Taxa de infusão: 15-30l/hora, por 1-2h
Tipos de Fluidos
Cristalóides:
Ringer simples
Ringer lactato
NaCl 0,9%
hipertônica (NaCl 7,2 à 7,5%)
4-6ml/kg, 10-30min
associada à reposição de fluido isotônico
Colóides
hidroxietilamido $$
Fluidoterapia Oral
Ausência de refluxo enterogástrico
Indicada nos casos de compactação
Ingestão voluntária ou sonda nasogástrica
5 litros a cada 3 horas
hipovolemia peritonote
hipotensão endotoxemia
desbalanço eletrolítico isquemia
dor distensão por gás, material líquido ou
enterocolite sólido
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Laxantes ou Catárticos
facilitam o amolecimento das fezes e sua eliminação compactação
introdução após a descompressão gástrica
Principais:
Óleo mineral: até 4 litros
Psilium: 450g em 4-8 litros de água
Dioctyl sodium sulfosuccinate (DSS, 4%): 10-30mg/kg, 8 litros de água, até 2X, QOD
Sulfato de magnésio: 0,5-1,0g/kg em 8 litros de água, SID, até 3 dias
Emolientes
Lubrificam fezes e mucosas, sem interferir no peristaltismo
Vaselina, glicerina ou óleo mineral:
5 a 10ml/kg, cada 24h
Antiácidos
Tamponam a acidez gástrica
®
Hidróxido de magnésio (Leite de Magnésia )
®
Hidróxido de alumínio (Pepsamar )
® ®
Associação de ambos (Mylanta ou Malox )
50ml/100kg, cada 4h
Inibidor de Receptor H2
Cimetidina (Tagamet ®):
8,8mg/kg, TID, VO ou 4,4 a 6,6mg/kg, TID, IV
Ranitidina (Antak ®):
4,4 a 6,6mg/kg, BID ou TID, VO ou 1,5mg/kg, IV, TID
Famotidina (Famoset ®):
4mg/kg, TID, VO
Nizatidina (Axid ®):
6,6mg/kg, TID, VO
+
Inibidor da Bomba de H
Bloqueia a secreção de HCl
Omeprazol:
1,5mg/kg, SID, VO
0,5mg/kg, SID, IV
Sucralfato
Polissacarídeo sulfatado com afinidade por áreas lesadas da mucosa (5X)
1 a 2g/100kg, BID ou TID
Antibióticos
Duodeno-jejunite:
Penicilina (20000 a 40000 UI/kg, BID) + metronidazol (15mg/kg, QID)
Colite:
Enrofloxacina (2,5mg/kg, BID, IV)
Ciprofloxacina (2,5mg/kg, SID, VO)
Ceftiofur (2 a 4mg/kg, BID, IV)
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Suporte Adicional
observação dos primeiros sinais de laminite, palmilhas amortecedoras
instituir nutrição adequada assim que houver melhora dos Sinais Clínicos
acompanhamento do animal até a completa resolução do quadro
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Cólica Espasmódica
alterações neurovegetativas (nervosas)
contração da musculatura da parede do intestino
Isquemia
Tratamento:
SN
Antiespasmódicos escopolamina
Fluidoterapia, se necessário
Tratamento:
SN
Alívio da dor
Fluidoterapia, se necessário
Timpanismo
Timpanismo
Tratamento:
SN
Alívio da dor
Descompressão
Fluidoterapia, se necessário
10
Tratamento:
SN
Anti-ácidos (14-21 dias) + sucralfato (potros)
+
Inibidor da bomba H omeprazol
Suspensão das atividades atléticas
Duodeno-jejunite Proximal
Tratamento:
Empírico e agressivo!
SN – retirada do refluxo
Fluidoterapia IV (50-100l/dia na fase aguda)
Sol. glicose-aa-vits: Stimovit, Aminovit
AINE: flunixim-melglumine (0,5mg/Kg, BID-QID, IM)
Risco de Infecção:
Penicilina (20000 a 40000 UI/kg, BID) + metronidazol (15mg/kg, QID)
+ gentamicina ou cefalosporina
Laparotomia exploratória???
Colite ou Colite X
Agressivo
SN
Fluidoterapia
AINEs: flunixim meglumine: 0,5mg/Kg, BID – QID, IM
Carvão ativado: Enterex
Tratamento antimicrobiano:
Enrofloxacina (2,5mg/kg, BID, IV)
Ciprofloxacina (2,5mg/kg, SID, VO)
Ceftiofur (2 a 4mg/kg, BID, IV)
Óleo mineral e/ou sulfato de magnésio – eliminação de CHOs endotoxinas
Compactação
Geralmente:
alimentos de baixo valor nutricional
baixa ingestão de água
água com areia
Tratamento:
SN
Alívio da dor
Fluidoterapia intesna reposição da volemia:
Reequilíbrio hidro-eletrolítico
Amolecimento da massa compactada
Laparotomia exploratória
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Deslocamentos e Torções
Fatores predisponentes:
poucos pontos de fixação do intestino movimentação das alças intestinais
Fatores desencadeantes:
alterações dos movimentos intestinais, principalmente:
diarréias
movimentos intestinais bruscos
rolamento
Conseqüências:
obstrução da passagem do conteúdo intestinal
Prejuízo da irrigação sanguínea morte tecidual
As lesões são mais graves conforme a proximidade ao estômago
Torção da raiz do mesentério!!!
Sinais Clínicos:
Dor intensa e incontrolável
Rápida deterioração do estado clínico
Deslocamentos e Torções – cont.
Diagnóstico:
Palpação retal
Abdominocentese
Laparotomia exploratória
Tratamento:
SN
Fluidoterapia, se necessário
Laparotomia exploratória
Enterolitíase
Composição:
sais de fósforo e magnésio precipitados num pequeno núcleo
pequenos pedaços de plástico, borracha, esponja, arame e pedriscos
Tamanho, peso e número variável
5 a 15 centímetros de diâmetro
200g a 3,6kg
velocidade de formação é desconhecida (2 anos???)
Diagnóstico:
palpação retal: somente 40% da cavidade abdominal é palpável
líquido peritoneal normal, exceto quando há necrose compressiva
laparotomia exploratória
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Tratamento:
SN
laparotomia pela linha média (ou flanco em alguns casos)
taxa de sobrevida: 80-90%
redução da taxa:
lesão na parede da alça intestinal
localização do enterólito em porções não exteriorizáveis
do intestino
peso excessivo do enterólito
Hérnia Ínguino-escrotal
Exame físico:
Visual
Palpação
Encaminhamento imediato para a cirurgia
Tratamento:
Herniorrafia
Orquiectomia?
Intussuscepção
BIBLIOGRAFIA
1. Colahan, P. T.; Mayhew, I. G.; Merritt, A. M.; Moore, J. N. Eqüine Medicine and Surgery.
a
Missouri: Mosby, 1999 (5 ed.), v.1 e 2
2. Speirs, V. C. O Sistema Alimentar. In.: __ Exame Clínico de Eqüinos. São Paulo: Artmed,
1999. p.269-306.
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4. Smith, B. P. Tratado de Medicina Interna de Grandes Animais. São Paulo: Manole, 1994, v.
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5. Mair, T.; LOVE, S.; Schumacher, J.; Watson, E. Equine Medicine, Surgery and
Reproduction. Philadelphia: Saunders, 1998.
6. Viana, F. A. B. Fundamentos de Terapêutica Veterinária – ed.2000. Disponível
http://www.vet.ufmg.br/clinica, em 24/05/2006
7. Murray, M. J. The Gastrointestinal System. In.: Robinson, N. E. Current Therapy in Equine
Medicine – 4. Philadelphia: W. B. Saunders, 1997. p.165-191.