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AULA 3

FISIOLOGIA ANIMAL

Como os animais absorvem os nutrientes?

Objectivos: compreender os diferentes processos envolvidos na digestão dos


animais;

-Descrever os diferentes tipos de digestão e os processos envolvidos;

-Descrever a fisiologia do fígado;

1- SISTEMA DIGESTIVO
É o sistema responsável pela digestão, Consiste na transformação dos
alimentos em suas moléculas constituintes, para que possam ser absorvidas
pelo organismo.

Ex.: proteínas (aa) o carbohidratos (glicose, frutose e galactose) o lípidos


(ácidos graxos e glicerol)

Tipos de digestão

a) Digestão intracelular, o tipo de digestão que ocorre exclusivamente no


interior das células. Ex.: protozoários (no interior dos vacúolos
digestivos) e nos poríferos (nos coanócitos).

b) Digestão extracelular, o tipo de digestão que ocorre fora das células, no


interior de uma cavidade digestiva. Ex.: platelmintos, nematelmintos,
anelídeos, moluscos, artrópodes, equinodermos e cordados (anfioxo,
peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos).
c) Digestão extra e intracelular, ocorre em parte no interior de uma
cavidade digestiva e em parte no exterior das células. Ex.: cnidários ou
celenterados.
1.1- A digestão Humana

O Sistema digestivo humano divide-se em duas partes: tubo digestivo e órgãos


anexos.

a) O tubo digestivo é um canal que atravessa o organismo, conduzindo os


alimentos através do mesmo. Divide-se em boca; faringe; esôfago;
estômago; intestino delgado intestino (duodeno, jejuno e íleo) grosso e
ânus.

b) b) Os órgãos anexos: são órgãos localizados ao longo do tubo digestivo,


auxiliando o processo digestivo. Ex.: língua; dentes; glândulas salivares;
pâncreas e fígado.

1.2- Fenômenos da digestão


a) Fenômenos Físicos: consiste na quebra, trituração e condução dos
alimentos ao longo do tubo digestivo. São eles: mastigação, deglutição e
peristaltismo.
b) Fenômenos químicos: consiste na acção enzimática do suco gástrico
sobre os alimentos. São eles: Insalivação (na boca), Quimificação (no
estômago) e Quilificação (no intestino delgado).
Órgãos anexos à boca (os dentes, a língua e as glândulas salivares).
a) Os dentes → São estruturas mineralizadas formados a partir do epitélio
e do tecido conjuntivo das gengivas com a função de triturar, cortar e rasgar
os alimentos.
Tipos de Dentição Humana
O homem apresenta dois tipos de dentição: dentição de leite e definitiva.
Ex.: 8 incisivos; 4 caninos; 8 pré-molares e 12 molares (incluindo o ciso).

1.2- O Sistema Digestivo das Aves

Nas aves, o sistema digestivo tem algumas diferenciações:

- Papo é uma porção dilatada do esôfago, com a função de armazenar


alimentos;

- Proventrículo ou estômago químico realiza a digestão química ou enzimática


dos alimentos;

- Moela ou estômago mecânico tem a função de triturar os alimentos. Nas aves


observa-se na moela pequenas pedras, com a função de facilitar a trituração
dos grãos;

-Cloaca é uma abertura localizada no final do tubo digestivo com a função de


defecar, excretar ácido úrico e reproduzir.

1.4- A Digestão nos Ruminantes

Nos ruminantes (boi, cabra, carneiro, veado, girafa), o estômago Apresenta-se


dividido em quatro câmaras: o rumem ou pança, o ventrículo ou barrete, o
omaso ou folhoso e abomaso ou coagulador.

- O Rumem ou Pança é a primeira porção do estômago dos ruminantes, ai a


folhagem (rica em celulose e celobiose) sofre a ação das enzimas digestivas
(celulase e celobiase), que são produzidas por bactérias e protozoários ali
existentes. Em seguida os alimentos passam para o ventrículo e retornam a
boca onde são mastigados demoradamente (ruminação) para depois seguirem
para a próxima câmara.

- No Omaso ou Folhoso os alimentos são amolecidos e ocorre intensa


absorção de água.

- No Abomaso ou Coagulador único segmento que apresenta enzimas


digestivas produzidas pelo próprio animal, ocorre a digestão química ou
enzimática dos alimentos.

Obs.: O ser humano não apresenta a enzima celulase, logo não digerem a
celulose.

Na natureza, um carbohidrato superabundante é a celulose, contida nas


diferentes partes das plantas. Contudo, a digestão da celulose exige uma
enzima, a celulase (observe o sufixo ASE). Somente invertebrados produzem
essa enzima. Ainda assim, muitos vertebrados consomem vegetais como
alimentos e conseguem obter a celulose para produzir energia. A estratégia,
nesse caso, foi dividir o trabalho com as bactérias simbióticas. Então, para
esses animais, a digestão química é dependente da manutenção de uma
população de microorganismos dentro do trato digestório deles. Como há um
“intermediário” no processo (as bactérias), a digestão levará mais tempo. E
para mais alimento poder ser consumido em cada oportunidade, é preciso ter
mais espaço para abrigar o processo. Isso fica bastante evidente na
comparação da anatomia do sistema digestório entre os animais, conforme seu
tipo de alimento. A evolução dos ruminantes dotou-os de um estômago
subdivido em regiões, por isso é poligástrico. O gado, um ruminante clássico,
retira o capim do solo e o mastiga brevemente. Assim, ao passar pelo esfíncter
esofágico inferior, o alimento chega ao estômago, na região do rúmen (ou
pança) com pouca digestão mecânica da mastigação, porém com bastante
saliva. Enquanto isso, o animal continua retirando mais capim e acumulando na
sua pança, podendo realizar a ruminação posteriormente. No rúmen existe uma
grande quantidade de bactérias. Junto com a saliva, a digestão das bactérias
forma um ambiente de fermentação, o qual resulta na liberação de ácidos
graxos do alimento, além de muitos gases, entre eles o metano. Os ácidos
graxos são imediatamente absorvidos na mucosa do rúmen. Os gases são
liberados por eructação (o popular arroto). Do rúmen, o bolo alimentar, ou seja,
o capim mastigado, a saliva e os microorganismos que estão associados ao
capim, seguem para o retículo (também chamado de barrete) cuja parede
interna se assemelha a um favo de mel. Esse é o menor dos quatro
compartimentos e tem a função de agrupar o material formando pequenos
bolos para enviá-los de volta à boca, permitindo nova mastigação – a
ruminação. No retículo também há bactérias que se juntarão aquelas que
chegam com o bolo alimentar, aumentando a digestão. São componentes do
estômago: o rúmen (ou pança), o retículo (ou barrete), o omaso (ou folhoso) e
o abomaso (ou coalheira). Numa próxima deglutição, o conteúdo mais
liquidificado (refletindo maior digestão) segue para o omaso (ou folhoso), cuja
mucosa é cheia de pregas (folhas – daí folhoso), o que permite maior área para
a reabsorção da água. A retirada de grande volume de água torna o bolo
alimentar mais concentrado de bactérias. O omaso libera pouco a pouco o
conteúdo para dentro do abomaso (coagulador, estômago verdadeiro ou
estômago químico), e ali receberá as enzimas digestivas produzidas pelas
glândulas da mucosa da região. Todo esse processo garante a captação de
nutrientes para a geração de energia dos ruminantes. Contudo, é um processo
que envolve desperdício, uma vez que muito material é eliminado nas fezes
ainda sem ter completado sua digestão. Por isso, os ruminantes gastam grande
parte de seu tempo comendo.

Cadeia alimentar

Os animais consumidores herbívoros retiram seus nutrientes dos produtores e,


por sua vez, servem de alimento para os carnívoros. Após a morte de
herbívoros e carnívoros, os detritívoros devolvem os nutrientes ao meio
ambiente, “alimentando” os produtores.

A escolha do alimento tem a ver com o nicho ecológico de cada animal,


herbívoros, carnívoros e omnívoros e os outros animais é que todos
necessitam retirar os nutrientes do alimento que ingerem. Os alimentos
possuem os nutrientes e outras substâncias, que não são de interesse para a
produção de energia.
Tarefa

Desenha o sistema digestivo com a referida legenda dos seguintes animais:


aves, homem e ruminantes.

Defina: turpor, estivação, hibernação, ruminação, deglutição, mastigação,


movimento peristálticos, vómito…

Fisiologia do fígado

O fígado é designado como laboratório central do corpo, por realizar uma gama
de funções relacionado com o bom funcionamento do organismo. O fígado tem
inúmeras funções no organismo, entre algumas delas podemos citar:

Secreção da bile, participa na regulação do metabolismo de proteína, participa


na regulação do metabolismo de gordura, síntese e degradação de proteínas,
formação de ureia e ácido úrico e alantoína, formação de depósito de várias
proteínas e oligoelementos, participação na regulação do metabolismo
hormonal e função desintoxicante para várias substâncias. Toda excreção dos
hepatócitos, que ocorre através da bile, possui função na digestão. A bile é
composta por ácidos biliares (65%), sintetizados pelos hepatócitos a partir de
colesterol, fosfolipídeos e colesterol, que vem da digestão de lipídeos
(triglicerídeos, vitaminas, ácidos graxos, pigmentos, bilirrubina da hemólise de
hemácias e água, Na+, K+ e Cl são secretados pelos ductos biliares. Os ácidos
biliares têm a função de emulsificar lipídeos, aumentar superfície de contacto
para lipase pancreática. A bile é despejada no duodeno quando há presença
de gordura no intestino. Após a acção, os ácidos biliares são reabsorvidos no
íleo e retornam para o fígado pela circulação enterohepática.

1. Defina: bulimia, anorexia, obesidade, micelas,

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