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Ciências Agrárias

UNISA - Universidade de Santo Amaro

Avaliação da Proteina Surfactante em Pulmões de Bezerros


Clonados
RAFAEL GOUVEIA SANTOS(1)

CAIO RODRIGUES DOS SANTOS(2),PAULO CESAR MAIORKA(3)(Orientadores)


Ciências Agrárias
INTRODUÇÃO:
A clonagem ou transferência nuclear (TN) é uma biotécnica que permite a
geração de um organismo geneticamente idêntico a outro. Para isso, é utilizado
o núcleo de uma célula do individuo de interesse, o qual é transferido para um
oócito previamente enucleado (Campbell et al., 1996), para posterior
implantação uterina.
A maior limitação da clonagem de animais adultos é a extrema ineficiência em
produzir descendentes viáveis (Edwards et al., 2003), depois de uma década
após a clonagem do primeiro mamífero clonado a taxa de sucessos na geração
de indivíduos através de TN ainda é muito baixa. Diversas espécies de
mamíferos foram clonadas, porém a taxa de insucesso muito grande, a maioria
destes não conseguem sobreviver mais que 6 meses, sendo que malformações
é a principal causa de óbitos envolvendo estas animais (CHAVATTE – PALMER
et al.; 2004).
Embora esteja claro que as alterações placentárias estejam envolvidas pela
grande perda de animais durante a fase gestacional, estudos envolvendo
animais que vieram a óbito no período pós-natal foram realizados a fim de
esclarecer a causa mortis destes animais, dentre as diversas alterações
evidenciadas as cardiopulmonares foram as mais freqüentes (santo, Cr).
Hipertensão, atelectasia edema e congestão pulmonar são alterações
constantes em bovinos oriundos de TN. A deficiência de surfactante encontra-
se entre as principais suspeitas diagnósticas como causa de hipertensão
pulmonar (Hill et al., 1999).
O surfactante é produzido pelos pneumócitos do tipo II e é composto
primariamente por fosfolípides e proteínas, sendo os primeiros responsáveis por
diminuir a tensão superficial alveolar (Bleul, 2009). Quatro tipos protéicos foram
descritos em bovinos e designados como SP-A, SP-B, SP-C e SP-D (Takahashi
et al., 1990; Danlois et al., 2000). Trabalhos envolvendo a produção, distribuição
e quantificação de surfactante em bezerros oriundos de processos reprodutivos
naturais ou por TN, ainda são escassos na literatura (Danlois et al., 2000;
Danlois et al., 2003) bem como a correlação com as alterações pulmonares
descritas (CHAVATTE – PALMER et al.; 2004).
Além de descrever histologicamente as principais alterações pulmonares em
bezerros clonados, foram realizadas reações de imunoistoquímica para detectar
a produção e a quantificação da proteína Surfactante B nos pulmões dos

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animais necropsiados.

OBJETIVO:
Estabelecer o envolvimento da Proteina Surfactante nas altas taxas de
mortalidae de fetos oriundos de TN no periodo pós natal, quantificando e
detectando a sua produção através de reações de imnuistoquímica.

METODOLOGIA:
Animais
Os animais são oriundos da fazenda Tambaú, localizada no município de
Tambaú, estado de São Paulo. Foram gerados no total 21 animais através da
técnica de TN. Para este procedimento foram utilizadas células somáticas de
um animal adulto doador do patrimônio genético, neste estudo a célula
empregada foi o fibroblasto. Dentre os 21 animais gerados, 13 vieram a óbito
ainda no período perinatal. Os animais que vieram a óbito foram encaminhados
para o Laboratório de Patologia Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade de São Paulo onde foi realizado o exame
necroscópico.
Amostras
Foram colhidas amostras de tecido pulmonar de 13 animais oriundos de TN as
quais foram incluídas em parafina e seccionadas em cortes de 5 µm de
espessura, posteriormente transferidos para laminas de microscopia e para
lâminas próprias de reações imunoistoquímicas. Para o exame histológico
padrão foi utilizado o método de coloração HE.
Imunoistoquímica
Para a reação de imunoistoquímica, foi utilizado pulmão proveniente de animais
gerados por TN e como controles positivos e negativos foram utilizados pulmão
e musculatura cardíaca respectivamente, provenientes de um animal gerado por
reprodução natural. A recuperação antigênica foi feita com uma solução de tris-
EDTA (pH 9.0) e aquecidos em microondas por 12 minutos seguido pelo
bloqueio da atividade endógena a qual foi realizada com uma solução de
peróxido de hidrogênio (5%) em água destilada. Reações inespecíficas foram
bloqueadas com solução de leite desnatado (5%) em PBS (1%), a 37° C por 30.
O anticorpo primário polyclonal anti-proteina B surfactant (Millipore Corporation,
referência AB3780) foi diluído na razão 1:2000 em PBS 1%, para então realizar
a incubação das amostras, a qual foi realizada a 4°C overnight em câmara
úmida. Após a primeira incubação as amostras foram lavadas em PBS (1%)
com Tween 20 (0,05%) e incubadas com anticorpo secundário biotinilado suíno
anti-coelho (Dakocytomation, USA, referência K0690) por 30 minutos a
temperatura ambiente em câmara úmida. Procedeu-se 3 lavagens em PBS (1%)

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com Tween 20 (0,05%) e incubação com o complexo estreptovidina peroxidase


(DakoCytomation, USA, referência K0690) por 30 minutos em temperatura
ambiente. A revelação foi feita com o cromógeno diaminobenzidina (DAB)
(Dakocytomation, USA, referência K3468) e a coloração de fundo com
hematoxilina.

RESUMO:
Histopatologia
A avaliação histopatológica revelou áreas de atelectasia pulmonar difusa
moderada caracterizadas por expansão incompleta dos sacos alveolares
principalmente de regiões periféricas, congestão capilar e distensão septal
alveolar, edema alveolar difuso moderado caracterizado por material de
coloração discretamente eosinofílica e aspecto homogêneo, além de enfisema
pulmonar. Bronquíolos terminais apresentaram moderada quantidade de
exsudato supurativo luminal, depósito de fibrina, além da presença de mecônio
caracterizado por material amorfo, refringente, homogêneo e de coloração
amarelo-acastanhada delineando predominantemente estruturas alveolares.
Trombos arteriais em organização foram visualizados aderidos à camada íntima
de artérias e arteríolas pulmonares, caracterizados por coloração fortemente
eosinofílica, apresentando em seus interiores seqüestro de neutrófilos
degenerados, além de múltiplos focos lobulares de imaturidade pulmonar
caracterizada por ausência de septação alveolar secundária, diminuição da
quantidade de sacos alveolares e aumento de celularidade intersticial.
Imunoistoquímica
A reação de imunoistoquímica realizada demonstrou que os pneumócitos do
tipo II estão produzindo a proteína Surfactante B, reações positivas envolvendo
o anticorpo SPB foram visualizadas margeando sacos alveolares e alvéolos,
como controle positivo, utilizamos tecido pulmonar provenientes de um animal
gerado por reprodução natural. A eficiência do anticorpo pode ser comprovada
pela reação negativa apresentada pelo controle negativo, no caso musculatura
cardíaca provenientes de um animal gerado por reprodução natural.
DISCUSSÃO
Todos os animais clonados examinados neste trabalho apresentaram
alterações pulmonares significativas e semelhantes às encontradas por outros
pesquisadores (Hill et al.,1999; Cibelli et al., 1998; Edwards et al., 2003).
Variados graus de atelectasia foram observados nos animais necropsiados em
nosso estudo e podem estar relacionados à quantidade de surfactante
disponível (Reynolds et al., 1965; Cotran et al., 1999).
O surfactante forma uma monocamada composta por fosfolipídeos e proteinas
sobre bronquíolos terminais e alvéolos (Bleul, 2009). Atua diminuindo a tensão
superficial alveolar permitindo a expansão e a ventilação dos pulmões do

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neonato. Segundo (Hill et al., 2000) a deficiência de surfactante foi o que


provavelmente causou a incompleta expansão pulmonar em um dos bezerros
clonados por sua equipe, porém nos animais examinados neste trabalho pode
ser visualizado a presença de Surfactante no tecido pulmonar.
A deficiência de surfactante pulmonar tem origem multifatorial. Pode ser
causada por defeitos sintéticos primários (ausência total ou parcial ou síntese
anormal) ou existir em condições alheias a uma produção eficiente que alterem
sua disponibilidade e/ou constituição. A aspiração de líquido amniótico (Hill et
al.,2000), edema pulmonar, membrana hialina e aspiração de mecônio estão
entre as mais comumente encontradas em bezerros clonados.
A marcação positiva para a proteína B surfactante em amostras de pulmões de
bezerros clonados indica que há produção ativa da molécula por parte dos
pneumócitos do tipo II, ou seja, a deficiência não é causada por ausência total
de síntese e sim por uma diminuição na sua produção.
Excetuando-se as causas não relacionadas à síntese alterada, estudos
envolvendo a composição e atuação do surfactante em bovinos normais (Hall et
al., 1994) e apresentando sinais de estresse respiratório são limitados. Segundo
(Danlois et al., 2000), a concentração e proporção relativa dos constituintes do
surfactante em bezerros apresentando síndrome do estresse respiratório
encontravam-se alteradas. Em bezerros clonados não há estudos comprovando
este fato.
A atelectasia pode estar relacionada à produção de surfactante ineficiente ou
aspiração de fluído amniótico secundário a hipóxia fetal.
As regiões atelectásicas são inadequadas para a hematose gerando hipóxia
secundária e vasoconstrição local capaz de causar lesão ao revestimento
alveolar e gerar ou agravar condições pulmonares hipertensivas (Bleul, 2009). A
condição hipóxica gera dano celular com consequente edema pulmonar
(Wauer, 1997).
A presença de mecônio em bronquíolos e alvéolos de três bezerros
necropsiados altera a estabilidade da monocamanda surfactante, além de
induzir resposta inflamatória pulmonar aguda, encontrada em dois dos
bezerros, simulando, portanto uma condição de síntese insuficiente e não
disponibilidade (Lopez, 1992; Bleul, 2009), gerando ou agravando condições de
deficiência e hipertensão (Jubb et al., 2007), pneumonia intersticial atípica (Hill
et al., 1999) e reação inflamatória (Li et al., 2005).
Sinais de hipertensão pulmonar elevada associada ao ducto arterioso patente
tais como hipertrofia concêntrica do miocárdio ventricular direito, banda
moderadora e edema pulmonar, foram observados em nosso trabalho,
semelhantemente as encontradas por (Cibelli et al., 1998).
A hipertensão pulmonar decorre de anomalias cardiovasculares e pulmonares
congênitas ou adquiridas, nas quais ocorre um aumento no regime de pressão,
fluxo e/ou resistência arterial ou venosa na circulação pulmonar (Cotran et al.,

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1999). No feto fisiologicamente normal existe certo grau de vasoconstrição


arterial pulmonar considerada normal. A resistência pulmonar pós-natal é
reduzida pela expansão pulmonar com ar e pelo efeito vasodilatador direto do
oxigênio sobre as arteríolas pulmonares (Hill et al., 1999). Condições hipóxicas,
tais como a atelectasia, podem induzir vasoconstrição arteriolar pulmonar
(Flanagan et al., 1994) gerando ou agravando estados hipertensivos em uma
espécie já susceptível a baixa saturação de oxigênio (Alexander et al., 1965).
A persistência do ducto arterioso (PDA), inicialmente não causa alterações
funcionais, porém, a exposição da circulação pulmonar a regimes volumétricos
e pressóricos aumentados e constantes gera um estado hipertensivo local e
hipertrofia e/ou dilatação cardíaca direita compensatória, além do
espessamento da banda moderadora (Cotran et al., 1999).

CONCLUSÃO:
A realização deste trabalho pode esclarecer que os animais oriundo de TN que
vieram a óbito no período pós-natal, produzem a proteína surfactante, porém
esta produção pode estar deficiente, culminando na grande quantidade de
animais com comprometimento cardiorespiratório. A grande quantidade de
liquido amniótico inspirado, provável causa de uma diluição do surfactante,
continua sendo uma das suspeitas nos quadros de atelectasia pulmonar.

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(Germany): Thieme p. 2–20.

________________________________________________________________
Trabalho realizado em conjunto com o laboratório de Neuropatologia
Experimental e Comparada do Departamento de Patologia da Faculdade de
Medicina Veterinára e Zootecnia da Universidade de São Paulo - USP, sob a
supervião do Prof. Dr. Paulo César Maiorka.

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Digestibilidade aparente de rações contendo misturas em


diferentes proporções de milho (Zea mays) e polpa cítrica
NATHÁLIA NOTARNICOLA DE MORAES(1), BRUNA DA SILVA MOREIRA(2)

CARLOS DE SOUSA LUCCI(3)(Orientadores)


Ciências Agrárias
INTRODUÇÃO:
Misturas concentradas para ruminantes em confinamento contêm na sua
totalidade pelo menos 50% de suas composições ocupadas por milho em
grãos, como fonte de energia. Atualmente o custo destes grãos tem aumentado
substancialmente, o que vem conduzido os criadores a empregar substitutos
como a polpa cítrica comercializada sob a forma de pellets. Levando em conta
que a alimentação representa uma parcela significativa no custo total da
produção de animais ruminantes, surge o interesse nos resultados deste
trabalho.
O milho há alguns séculos vem sendo utilizado diretamente na alimentação
humana e de animais domésticos. Sua importância não se restringe apenas ao
fato do grande volume produzido, mas também, ao importante papel sócio-
econômico que representa. Constitui inestimável fonte de matéria-prima básica
para a expressiva gama de produtos industrializados. Devido ao alto conteúdo
de carboidratos, principalmente amido, e de outros componentes como
proteínas, óleos e vitaminas, tornou-se um produto de relevante importância
comercial.
Existe grande variedade de cereais que podem ser utilizados na alimentação de
ruminantes. Ao longo dos anos, esses cereais têm sido substituídos por
ingredientes que constituem subprodutos da manipulação industrial. Sendo
ricos em energia, e provenientes da indústria alimentícia, essa substituição
justifica-se não somente pela disponibilidade de subprodutos de cereais
convencionais empregados para a alimentação humana mas, principalmente,
porque os ruminantes são capazes de usar esses subprodutos, muitas das
vezes poluidores, em alimentos de elevado valor nutritivo para seus organismos
.
No Brasil, onde a dieta é composta basicamente de forragem, sendo
generalizado o sistema de criações extensivas para os ruminantes, o fator
limitante está na ingestão de energia, considerado preponderante para o baixo
desempenho da pecuária nacional. Com a finalidade de melhorar tais
resultados, é indispensável o fornecimento de concentrados, objetivando dessa
forma maximizar a ingestão de energia digestível pelo animal. A inclusão de
grãos na ração é comumente feita para elevar os requerimentos energéticos, no
entanto, estes diminuem o conteúdo de fibra da dieta.
A polpa cítrica (PC) é um subproduto da fabricação de suco concentrado,

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constituída de casca, sementes, bagaço e frutas descartadas disponibilizado no


mercado desde 1993. Nos últimos anos, tem sido utilizada como uma
alternativa ao milho em rações para ruminantes em confinamento (Santos et al.
2004). Trata-se de um alimento energético que apresenta menor teor de
proteína bruta que o milho em grão (13% inferior a do milho, segundo o NRC,
1996) que possui características diferenciadas quanto à fermentação ruminal,
caracterizando-se como um produto intermediário entre volumosos e
concentrados (Fegeros et al., 1995). Em geral, a polpa é caracterizada pela alta
digestibilidade da matéria seca, sendo superior até a do milho laminado e por
possuir características energéticas de concentrado, e fermentativas ruminais de
volumoso (Ezequiel, 2001). Bhattacharya & Harb (1973) e Schaibly & Wing
(1974) encontraram menores coeficientes de digestibilidade aparente da
proteína bruta na polpa cítrica, do que no milho em grão. A eficiência da síntese
de proteína microbiana também foi menor com a utilização da polpa cítrica na
dieta conforme rresultados obtidos por Highfill et al., 1987.
A polpa cítrica peletizada apresenta alto teor de pectina, que é um componente
da parede celular e é a substância que lhe confere alto valor energético. Devido
à presença da pectina, a polpa cítrica proporciona um ambiente ruminal mais
propício à degradação da fração fibrosa da dieta do que o milho em grão, que é
rico em amido (Wing, 1975; Van Soest, 1982; Fegeros et al., 1995). Assim, a
pectina se comporta como um carboidrato não-estrutural, tendo rápida e
extensiva degradação pelos microrganismos do rúmen, embora, quando se
trata de produtos finais da fermentação, assemelhe-se aos carboidratos
estruturais, proporcionando um padrão de ácidos graxos voláteis similar a dietas
contendo níveis significativos de volumosos. Maiores relações
acetato/propionato e maiores valores de pH foram obtidos por Ben-Ghedalia et
al. (1989), comparando dietas com polpa cítrica e cevada, ingrediente rico em
amido. Estes autores observaram que a digestibilidade dos constituintes da
parede celular arbinose, galactose, manose e xilose) é 16% superior nas rações
contendo polpa cítrica em relação àquelas contendo cevada e constituídas de
80% de concentrado, o que pode explicar a melhora na digestibilidade da fibra.
Por essas características, geralmente são obtidas maiores digestibilidades da
fração fibrosa de dietas com a participação da polpa cítrica, segundo
Bhattacharya & Harb, 1973; Pascual & Carmona, 1980; Fegeros et al., 1995 e
Menezes Jr. et al., 2000). Fegeros et al. (1995) estimaram o conteúdo
energético da polpa cítrica em 1,66 Mcal de energia líquida de produção por
quilograma de matéria seca, sendo que esse valor foi inferior ao citado pelo
NRC (1996). Pode ocorrer, no entanto, interferência do tipo da fruta e do
processamento utilizado na produção da polpa cítrica por pellets. A substituição
total do milho pela polpa cítrica em dietas com altos teores de concentrados
determinou diminuição das energias digestível e metabolizável, bem como na
retenção de compostos nitrogenados , segundo Bhattacharya & Harb, 1973.

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Observa-se desta forma que a polpa trata-se de um alimento energético que


possui características que a tornam um produto intermediário entre os alimentos
volumosos e alimentos concentrados.
Além da vantagem econômica em seu emprego como substituto do milho, a sua
época de produção é favorável. A safra da laranja é iniciada em maio e
concluída em janeiro, período que coincide com a entressafra de grãos como o
milho e com a época de escassez de forragem (CARVALHO, 1995). O ponto de
importância na alternativa de emprego da polpa em relação ao milho, como já
visto, é o fato da polpa cítrica peletizada apresentar elevado teor de pectina,
que lhe confere alto teor energético, em contraste com o elevado teor de amido
presente nos grãos de milho. Desta forma, a pectina comporta-se como se
fosse um componente não estrutural, embora a sua fermentação no rúmen
implique em proporções de ácidos graxos voláteis semelhante as encontradas
com a digestão de fibras estruturais . Tanto assim que observações práticas
criatórias tem levado a idéia que a adição de polpa à rações de ruminantes tem
resultado em menores incidências de problemas metabólicos, tais como a
acidose láctica e meteorismo, que acontecem frequentemente com o emprego
de elevadas quantidades de alimentos concentrados . Realmente em termos de
rúmen existem afirmativas de valor melhor para a polpa quando substitui o
milho: VAN SOEST (1982) sugere melhor padrão de fermentação no rúmen,
propiciando condições para a atuação das bactérias celulolíticas em rações
contendo polpa cítrica, facilitando a ação desses microorganismos à digestão
da parede celular de porções fibrosas das rações.
Apesar dessas considerações, experimentos que comparam a digestibilidade de
rações com polpa em substituição ao milho têm mostrado desvantagens para a
polpa: Martinez e Fernández (1980), utilizando rações contendo zero, 30 e 60%
de polpa cítrica na alimentação de cordeiros em confinamento, encontraram
ganhos de peso de 312 gramas, 272 gramas e 234 gramas por animal e por dia
, respectivamente. Esses autores concluíram que os ganhos de peso e as
conversões alimentares decresceram com a inclusão de polpa cítrica nas
rações.
BUENO et al. (2002) ao fornecerem quantidades crescentes de polpa cítrica
(máxima inclusão de 66,5%) para cabritos da raça Saanen, verificaram aumento
linear na digestibilidade da fibra em detergente neutro, e por BHATTACHARYA
& HARB (1973), que observaram aumento proporcional na digestibilidade da
porção fibrosa até o teor de 60%, na ração de ovinos, à medida que o milho foi
substituído pela polpa. FEGEROS et al. (1995), trabalhando com ovelhas
recebendo rações constituídas de feno e 30% de polpa cítrica, encontraram
valores de 87,2; 78,6; 52,7; 82,0; 93,2; e 83,1% para a digestibilidade aparente
das frações MO, MS, PB, EE, FB e ENN, respectivamente, verificando aumento
na digestibilidade da fibra bruta em rações contendo até 30% de polpa cítrica.
Muitos trabalhos apresentados na literatura não mostraram diferença na

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digestibilidade dos diversos nutrientes quando empregados polpa cítrica em


comparação ao milho (Wing, 1975; Esteves et al., 1987; Brown & Johnson,
1991), mas os resultados ainda não são conclusivos. Schaibly & Wing (1974)
encontraram aumento das digestibilidades da matéria seca e da energia com a
substituição de até 2/3 da silagem de milho pela polpa cítrica, enquanto
Pinheiro et al. (2000) encontraram menores coeficientes de digestibilidade da
matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, energia bruta e fibra em
detergente neutro nos níveis 60 e 80% de substituição do milho pela polpa
cítrica, comparados com os níveis 40 e 100%, para bovinos recebendo dieta
composta com 50% de volumoso.

OBJETIVO:
Medir a digestibilidade de misturas concentradas contendo milho e polpa cítrica
em diferentes proporções no total do trato digestivo de ovinos.

METODOLOGIA:
Foram empregados seis ovinos machos, castrados, da raça Sulfock, com peso
aproximado de 35 kg e idade de 1 ano, que serviram ao experimento em um
delineamento estatístico de quadrado latino (change-over) (PIMENTEL
GOMES,1985) com dois grupos de três animais com os seguintes tratamentos:
A) 75% milho, 25% polpa cítrica
B) 50% milho, 50% polpa cítrica
C) 25% milho, 75%polpa cítrica

Foi empregado o seguinte esquema de distribuição de tratamentos aos seis


animais, considerando-se três subperíodos experimentais de 21 dias cada:

123 456
I–ABC BCA
II – B C A A B C
III – C A B C A B

No desenvolvimento do trabalho ao serem seguidos os três subperíodos


experimentais de 21 dias cada, os primeiros 14 dias foram destinados a
adaptação dos animais às diferentes dietas, e na última semana de cada
subperíodo foram feitas coletas totais de fezes para medir a digestibilidade
aparente. Foram analisados (AOAC, 1980): proteína bruta, extrato etéreo, fibra
bruta, matéria mineral, extrativos não nitrogenados sendo calculadas as taxas
de digestibilidade aparente dos seguintes grupos de nutrientes: proteína, extrato
etéreo, fibra e extrativos não nitrogenados.
As coletas de fezes foram executadas por cinco dias consecutivos. Ao final de

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cada dia 20% do total das fezes colhidas por animal foi mantido em freezer,
fazendo-se uma amostra composta por indivíduo ao término dos cinco dias.
O arraçoamento dos animais foi feito com feno de coast cross como único
volumoso, na proporção de 40% da MS da ração, sendo os restantes 60%
compostos por misturas de farelo de soja como fonte protéica além de milho e
polpa cítrica, em diferentes proporções, como fontes energéticas. A alimentação
foi fornecida em duas partes: as 8:00h e as 15h. Durante as fases de colheita
de fezes, a ração no seu todo (alimentos volumosos e concentrados ) foram
restritos a 80% do consumido nos períodos de adaptação.

RESUMO:
Os valores de digestibilidade obtidos para valores de matéria seca foram:
84,500%, 79,667% e 76,500% respectivamente para os tratamentos A, B e C,
sendo encontrada diferença estatisticamente significativa entre tratamentos
(p=0,001) a medida em que a polpa cítrica entrou em maiores proporções nas
rações conforme a equação : 89,934- 0,130 X.
As digestibilidades obtidas para proteína bruta foram: 85,667% 82,000%e
75,833% respectivamente para os tratamentos A, B e C ,da mesma forma
menores (p=0,004) com quantidades de polpa cítrica mais elevadas nas
misturas, obedecendo à equação : 91,333- 0,154 X.
As digestibilidades obtidas para fibra bruta foram: 73,167%, 72,000% e
65,500% respectivamente para os tratamentos A, B e C e não diferiram
significativamente entre tratamentos (p=0,059), seguindo a equação de
regressão: 78,283 – 0,059X.
Para valores de digestibilidade do extrato etéreo, os coeficientes obtidos foram
87,667%, 85,333% e 80,167% respectivamente para os tratamentos A, B e C,
sendo encontrada diferença estatisticamente significativa entre tratamentos (p=
0,011), obedecendo à equação de regressão 92,935 - 0,109X e demonstrando
que para a gordura também a digestibilidade diminuiu com o ingresso de
quantidades mais elevadas de polpa cítrica.
Os valores de digestibilidade obtidos para valores de extrativos não
nitrogenados foram: 88,000%, 83,500% e 81,167% respectivamente para os
tratamentos A, B e C, sendo encontrada diferença estatisticamente significativa
entre tratamentos (p=0,027) a medida em que a polpa cítrica entrou em maiores
proporções nas rações conforme a equação : 92,933 – 0,109 X.
Considerando-se que a digestibilidade aparente abrange os processos
digestivos desenvolvidos no total do trato digestório, abordando por isto a
fermentação microbiana ruminal e a digestão enzimática nos intestinos, o milho
ao ingressar em maiores proporções na composição das diferentes rações
obteve maior sucesso em termos de digestibilidade. Um ponto a ser

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considerado seria o escape de maior ou menor parte do milho da degradação


ruminal para a digestão nos intestinos através de amilase, quando alguns
trabalhos registram uma eficiência mais alta quando o amido é trabalhado
enzimaticamente ao invés de por bactérias ruminais amilolíticas.

CONCLUSÃO:
Nas condições deste experimento a substituição em porções crescentes do
milho pela polpa cítrica, em rações de ruminantes, conduziu a uma queda
gradativa da digestibilidade da matéria seca, extrato etéreo, extrativos não
nitrogenados e proteína das rações empregadas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
AOAC. Official Methods of Analysis. 1 led. Washington D.C. A.O.A C 1980
1051p.

BHATTACHARYA, A.N.; HARB, M. Dried citrus pulp as grain replacement for


Awassi lambs. Journal of Animal Science, v.36, n.6, p.1175-1180, 1973.

BUENO, M.S. et al. Effect of replacing corn with dehydrated citrus pulp in diets
of growing kids. Small Ruminant Research, v.46, p.179-185, 2002.

BEN-GHENDALIA et al. The effects of starch and pectin rich diets on


quantitative aspects of digestion in sheep. Animal Feed Science and
Technology, v.24, p.289-298, 1989.

EZEQUIEL, J. M. B. Uso da polpa cítrica na alimentação animal. III Simpósio


Goiano sobre Manejo e Nutrição de Bovinos, p. 329-346, 2001, Goiânia-GO.

FEGEROS, K.; ZERVAS, G.; STAMOULI, S.; APOSTOLAKI, E. Nutritive value of


dried citrus pulp and its effect on milk yield and milk composition of lactating
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SANTOS, F.A.P.; PEREIRA, E.M.; PEDROSO, A.M. Suplementação energética


de bovinos de corte em confinamento. In: SIMPÓSIO SOBRE
BOVINOCULTURA DE CORTE, 5., Piracicaba, 2004. Anais. Piracicaba:
FEALQ, 2004. p.261-297.

VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. Corvallis: O& Books,
1982. 373p.

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Digestibilidade in situ de misturas em diferentes proporções de


milho (Zea mays) e polpa cítrica
BRUNA DA SILVA MOREIRA(1), NATHÁLIA NOTARNICOLA DE MORAES(2)

CARLOS DE SOUSA LUCCI(3)(Orientadores)


Ciências Agrárias
INTRODUÇÃO:
Misturas concentradas para ruminantes em confinamento contém normalmente
elevadas proporções de milho como fonte de energia. Atualmente os elevados
custos deste grão tem conduzido ao emprego de substitutos, entre estes a
polpa cítrica peletisada, considerando que a alimentação representa uma
parcela significativa no custo total da produção de carne, leite e lã obtida de
ruminantes. Surge daí o interesse deste trabalho.
O milho há alguns séculos vem sendo utilizado diretamente na alimentação
humana e de animais domésticos. Sua importância não se restringe apenas ao
fato do grande volume produzido mas também, ao importante papel sócio-
econômico que representa. Constitui inestimável fonte de matéria-prima básica
para a expressiva gama de produtos industrializados. Devido ao alto conteúdo
de carboidratos, principalmente amido, e de outros componentes como
proteínas, óleos e vitaminas, tornou-se um produto de relevante importância
comercial.
No Brasil, onde a dieta é composta basicamente de forragem, o fator limitante
está na ingestão de energia, considerado preponderante para o baixo
desempenho da pecuária nacional. Para melhorar tais resultados, é
indispensável o fornecimento de concentrados, objetivando dessa forma
maximizar a ingestão de energia digestível pelo animal.
A inclusão de grãos na ração é comumente feita para elevar os requerimentos
energéticos, no entanto, estes diminuem o conteúdo de fibra da dieta. A polpa
cítrica é um subproduto da fabricação de suco concentrado, constituída de
casca, sementes, bagaço e frutas descartadas. Nos últimos anos, tem sido
utilizada como possível alternativa ao milho em rações para ruminantes em
confinamento (Santos et al. 2004). É considerada um alimento fonte de energia
(sua energia é cerca de 13% inferior a do milho, segundo o NRC, 1996) que
possui características diferenciadas quanto à fermentação ruminal,
caracterizando-se como um produto intermediário entre volumosos e
concentrados (Fegeros et al., 1995). Em geral, a polpa é visualisada pela alta
digestibilidade da sua matéria seca, sendo superior até a do milho laminado.Ela
torna-se interessante por possuir características energéticas de concentrado, e
fermentativas ruminais próximas dos alimentos volumosos (Ezequiel, 2001).
Além da vantagem econômica, a sua época de produção é muito favorável ao
seu emprego . Como a safra da laranja é iniciada em maio e concluída em

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janeiro, esse período coincide com a entressafra de grãos como o milho e com
a época de escassez de forragem (CARVALHO, 1995).
Martinez e Fernández (1980), utilizando rações contendo zero %, 30 % e 60 %
de polpa cítrica na alimentação de cordeiros em confinamento, encontraram
ganhos de peso de 312 gramas, 272 gramas e 234 gramas por animal por dia ,
respectivamente. Esses autores concluíram que o ganho de peso e a conversão
alimentar decresceram com a inclusão de polpa cítrica na ração.
Realmente em termos de rúmen existem afirmativas de valor melhor para a
polpa quando substitui o milho: VAN SOEST (1982) sugere melhor padrão de
fermentação no rúmen, propiciando condições para a atuação das bactérias
celulolíticas em rações contendo polpa citrica, facilitando a ação desses
microorganismos à digestão da parede celular de porções fibrosas das rações.
Apesar desseas considerações, alguns experimentos que comparam a
digestibilidade de rações com polpa em substituição ao milho tem mostrado
desvantagens para a polpa: Martinez e Fernández (1980), utilizando rações
contendo zero, 30 e 60% de polpa cítrica na alimentação de cordeiros em
confinamento, encontraram ganhos de peso de 312 gramas, 272 gramas e 234
gramas por animal e por dia, respectivamente. Esses autores concluíram que os
ganhos de peso e as conversões alimentares decresceram com a inclusão de
polpa cítrica nas rações.
Outros trabalhos no entanto demonstraram vantagens na adição de polpa à
misturas concentradas.BUENO et al. (2002) ao fornecerem quantidades
crescentes de polpa cítrica (máxima inclusão de 66,5%) para cabritos da raça
Saanen, verificaram aumento linear na digestiblidade da fibra em detergente
neutro, e por BHATTACHARYA & HARB (1973), que observaram aumento
proporcional na digestibilidade da porção fibrosa até o teor de 60%, na ração de
ovinos, à medida que o milho foi substituído pela polpa. FEGEROS et al. (1995),
trabalhando com ovelhas recebendo rações constituídas de feno e 30% de
polpa citrica, encontraram valores de 87,2; 78,6; 52,7; 82,0; 93,2; e 83,1% para
a digestibilidade aparente das frações MO, MS, PB, EE, FB e ENN,
respectivamente, verificando aumento na digestibilidade da fibra bruta em
rações contendo até 30% de polpa cítrica.
Ainda muitos outros trabalhos apresentados na literatura não mostraram
diferença na digestibilidade dos diversos nutrientes quando empregados polpa
cítrica em comparação ao milho (Wing, 1975; Esteves et al., 1987; Brown &
Johnson, 1991), mas os resultados ainda não são conclusivos. Schaibly & Wing
(1974) encontraram aumento das digestibilidades da matéria seca e da energia
com a substituição de até 2/3 da silagem de milho pela polpa cítrica, enquanto
Pinheiro et al. (2000) encontraram menores coeficientes de digestibilidade da
matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, energia bruta e fibra em
detergente neutro nos níveis 60 e 80% de substituição do milho pela polpa
cítrica, comparados com os níveis 40 e 100%, para bovinos recebendo dieta

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composta com 50% de volumoso.


Procurando obter mais informações sobre a digestibiidade da polpa quando
medida no interior do rúmen, notam-se algumas afirmativas interessantes
quanto às variadas técnicas empregadas para essas medições. Evidentemente
a digestibilidade não é uma medida igualmente útil para todos os nutrientes; por
exemplo não se determina a digestibilidade dos minerais nem das vitaminas.
Neste caso realizam-se balanços minerais, determinando a ingestão total e a
eliminação total com a finalidade de medir a fração que realmente ficou retida
no corpo. Apesar destas variações, a digestibilidade tem sido aceita como uma
medida satisfatória do valor nutritivo dos alimentos, pois os dados obtidos são
válidos e nos dão realmente subsídios importantes para alimentação. Vários
são os métodos utilizados para serem determinadas as digestibilidades dos
nutrientes contidos nos alimentos. Neste sentido, são empregados métodos
diretos e indiretos, métodos “in vivo” e “in vitro”. Nas técnicas “in vivo” conta-se
a dos sacos de náilon contendo amostras do alimento a ser testado e incubação
desses sacos no interior do rúmen por diferentes períodos de tempo. Dentre as
técnicas in vitro ressalta-se a fermentação ruminal “in vitro”, dentre aquelas in
vivo ressalta-se adigestibilidade verdadeira, a digestibilidade com indicadores, e
a técnica de proporção ou relação (ANDRIGUETTO, 1986).
A metodologia de colocação de amostras de alimento no rúmen, através de
sacos, é relativamente antiga, tendo sido provavelmente idealizada por QUIN et
al. em 1938 , na África do Sul(citado por ORSKOV, 1980) O objetivo de Quin e
colaboradores foi estudar a desintegração de alimentos no interior do rumen.
Os autores usaram sacos cilíncricos confeccionados com seda natural, bastante
fina, que foram introduzidos através de uma fístula no rúmen de carneiros
adultos. A partir desta idéia básica outras técnicas foram propostas, segundo o
princípio de se utilizar o rúmen para o estudo da ação dos microorganismos
sobre diferentes substratos.
Atualmente a técnica "in situ" com sacos de náilon é bastante utilizada e
amplamente aceita, sendo um método relativamente rápido par determinar a
taxa de degradação dos constituintes dos alimentos no rúmen. Também permite
estimar a degradabilidade efetiva, corrigindo, pela taxa de passagem, os valores
da degradação potencial obtidos, conforme relatado por ORSKOW e
McDONALD (1979).
Com essa metodologia mede-se o desaparecimento dos componentes dos
alimentos após serem incubados no rúmen, em sacos de náilon, durante
diferentes períodos. Assume-se que esse desaparecimento é sinônimo de
degradação pelas bactérias presentes no órgão. A técnica tem por falha o fato
dos alimentos contidos nas amostras incubadas não serem submetidos à
salivação, à mastigação e à ruminação pelo animal, NOCEK (1988).

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OBJETIVO:
Os objetivos do presente trabalho foram determinar,com emprego de ovinos
dotados de cânulas de rúmen, as digestibiidades ruminais ( in situ) da máteria
seca e proteína de misturas concentradas contendo diferentes proporções de
fontes energéticas milho e olpa cítrica, e matéria seca do feno de Coast cross,
único volumoso das rações.

METODOLOGIA:
Foram empregados seis ovinos machos, castrados, da raça Sulfock, com peso
aproximado de 35 kg e idade aproximda de 2 anos, todos os animais sendo
providos de cânulas de rúmen.
O delineamento estatístico empregado foi quadrado latino (change-over)
conforme PIMENTEL GOMES(1985) utilizando-se dois grupos de três animais
cada, com os seguintes tratamentos, ministrados de forma alternativa :
A) 75% milho, 25% polpa cítrica
B) 50% milho, 50% polpa cítrica
C) 25% milho, 75%polpa cítrica
Foi executado o o esquema apresentado a seguir, empregando-se os três
tratamentos em três subperíodos experimentais de 21 dias cada:

123456
I–ABC BCA
II – B C A A B C
III – C A B C A B
Nos últimos tres dias de cada subperíodo experimental foi desenvolvida a
técnica de sacos de náilon com a colocação de cerca de cinco gramas de
amostra das mistuas concentradas que corresponderam aos diferentes
tratamentos. Incubações dos sacos com amostras foram conduzidas no rúmen
por: zero h, 1 h, 3 h, 6 h, 12 h, 24 h e 48 h. AS analises foram realizadas
conforme prescrições de AOAC (1980) para : matéria seca e proteína bruta ,
sendo calculadas as taxas de digestibilidade in situ de cada um destes grupos
de nutrientes.
Paralelamente, em todos os animais foram incubados sacos de náilon contendo
amostras do feno de Coast cross (Cynodon dactylon) empegado como único
volumoso nesta experimentação. Aproximadamente cinco gramas de amostra
de feno, grosseiramente picado, foram introduzidas em cada saco.Nesta
situação a analise laboratorial determinou os teores de matéria seca, permitindo
o calculo de sua degrdabilidade Para o feno, os tempos de incubação foram de
zero h, 24 h., 48 h. e 72 horas. Em qualquer das situações foi adotado o
sistema de colocação, no rúmen, dos sacos com amostras em tempos
diferentes e retirada de todos simultaneamente.

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RESUMO:
Os resultados obtidos referem-se a taxas de degradabilidade efetiva calculadas
para valores de proteina bruta e mátria seca da mistura concentrada, bem como
de matéria seca do feno.
Para a proteina da mistura concentrada as taxas de degradabilidade foram
iguais a 62,32 %, 74,37% e 77,69 % respectivamente para os tratamentos A (25
% de polpa cítrica), B ( 50% de polpa cítrica) e C (75 % de polpa cítrica). Esses
valores mostraram-se significativamente diferentes (p=0,000) sendo detectada
regressão lineear com a equação 56,088 + 0,308 X). desta maneira, ficou
patente que o ingresso de maiores teores de polpa cítrica nas misturas
concentradas resultaram em taxas de degradabilidasde progressivamente mais
elevadas para a proteina. No tocante à matéria seca das misturas concentradas
foram detectadas, da mesma forma que para a proteína, diferenças
significantes entre tratamentos (p= 0,000) ,com as taxas de degradabilidade
iguais a 62.36, 64.80%; e 78.23% respectivamente para os tratamentos A ( 25
% de polpa cítrica ), B ( 50 % de polpa cítrica ) e C ( 75 % de polpa cítrica). Foi
detectada regressão linear com a equação : 52,60 + 0,317 X ) . Da mesma
forma com o ocorrido com a proteína das misturas concentradas, a
degradabilidade efetiva da matéria seca das misturas aumentou
progressivamente com o ingresso de maiores proporções de polpa nas
misturas. No que se refere à degradabilidade efetiva da matéria seca do feno,
empregado como único volumoso da ração, os valores encontrados foram
iguais a 44.56%, 47.31% e 47.91% respectivamente para os tratamentos A (
25% de polpa cítrica na mistua concentrada), B (50% de polpa cítrica na mistura
concentrada) e C ( 75% de polpa cíytrica na mistura concentrada) Houve
diferença significativa entre tratamentos ( p=0.086) detectgando regressão com
a equação : 43,25 + 0,07 X . Observa-se assim que a matéria seca do feno
também foi melhor degradada quando as roporções de polpa cítrica foram
progressivamente maiores nas misturas concentradas.

CONCLUSÃO:
O ingresso de quantidades maiores de polpa cítrica em misturas concentradas ,
em substituição ao milho em grãos, resultou em melhores digestibilidsades, no
interior do rúmen, não só para as frações matéria seca e roteina das misturas
concentradas, como também para a maaateria seca do feno, este empegado
como único volumoso nas rações de ovinos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ANDRIGHETO, 1.; BAILONI, L.; COZZI, G.; TOLOSA, H. F~.

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Observations on in situ degradation offorage ceil in alfalfa and italian


rverass. Journal of Dair Science, v. 76, p. 2624-2631, 1993.

AOAC. Official Methods of Analysis. 1 led. Washington D.C. A.O.A C 1980


1051p.
EZEQUIEL, J. M. B. Uso da polpa cítrica na alimentação animal. III Simpósio
Goiano sobre Manejo e Nutrição de Bovinos, p. 329-346, 2001, Goiânia-GO.

FEGEROS, K.; ZERVAS, G.; STAMOULI, S.; APOSTOLAKI, E. Nutritive value of


dried citrus pulp and its effect on milk yield and milk composition of lactating
ewes. Journal of Dairy Science, v.78, p. 1116-21, 1995.

ORSKOV, E.R.; HOVELL, 1;'. D. DEB., MOULD, 1'. Uso de la tecnica de


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ORSKOV, E.R.; McDONALD, 1. The estimation of protem degradabilitv


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of passage. Journal Agriculture Science. v. 92. p.499-503 1979.

SANTOS, F.A.P.; PEREIRA, E.M.; PEDROSO, A.M. Suplementação energética


de bovinos de corte em confinamento. In: SIMPÓSIO SOBRE
BOVINOCULTURA DE CORTE, 5., Piracicaba, 2004. Anais. Piracicaba:
FEALQ, 2004. p.261-297

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Programa de Controle Populacional Animal (PROCOPA):


Extensão Universitária Contribuindo para o Bem Estar Animal e
Controle de Zoonoses
NATHÁLIA NOTARNICOLA DE MORAES(1)

CELSO MARTINS PINTO(2),RAFAEL GARABET AGOPIAN(3),ADRIANA


CORTEZ(4)(Orientadores)
Ciências Agrárias
INTRODUÇÃO:
Em grande parte dos centros urbanos é essencial o controle populacional de
cães e gatos, pois com o maior número de animais nas ruas o risco de
zoonoses, acidentes de trânsito, agressão e danos a propriedade aumentam
(CARDIN, 1969; CARTER, 1990; CIAMPI &GARCIA, 1996).
As cadelas e gatas são animais pluríparos e sua gestação é curta, com
potencial de produção de proles numerosas que podem atingir a maturidade
sexual ao redor dos 6 meses de idade (Secretaria do Estado de Saúde de São
Paulo, 2006). Fatores que somados a falta de posse responsável dos
proprietários contribuem para o aumento da população de cães e gatos nas
ruas de forma descontrolada, dificultando o controle das zoonoses (VIEIRA,
2008), tais como a Leishmaniose Visceral e Raiva canina, que apresentam
grande impacto na Saúde Pública (REICHMANN, 2000, MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2003).
Uma maneira de contribuir para o controle de populações de cães e gatos é
diminuindo a natalidade destes animais, reduzindo assim os problemas
decorrentes do aumento de suas populações (REICHMANN, 2000).
Muitas técnicas para o controle populacional de pequenos animais estão sendo
implantadas como os métodos não-cirúrgicos na expectativa de controlar a
superpopulação, mas muitos fatores desfavoráveis foram observados nestes
métodos, os quais não proporcionam resultados satisfatórios (ALEXANDRE &
SHANE, 1994).
Os métodos não-cirúrgicos geralmente utilizados incluem a domiciliação
impedindo que o animal entre em contato com animais do sexo oposto, não
ocorrendo, portanto o acasalamento e o método químico, que consiste na
administração de medicamentos hormonais que interferem no ciclo reprodutivo
tornando, em geral, as fêmeas inférteis. Segundo Reichmann (2000), nenhum
desses métodos tem se mostrado eficiente por exigirem responsabilidade e
comprometimento dos proprietários.
A esterilização cirúrgica é eficiente, definitiva e segura, permitindo o controle
populacional imediatamente após sua realização (ALEXANDRE & SHANE,
1994). São geralmente procedimentos eletivos com o principal objetivo de evitar
estros e crias indesejadas (FOSSUM, 2001).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

21
UNISA - Universidade de Santo Amaro

A técnica mais utilizada nas clínicas veterinárias para esterilização cirúrgica de


fêmeas é a Ovariohisterectomia, onde os ovários e o útero são removidos
(SLATTER, 2007). Migliari e Vuono (2000) propuseram a técnica de Ovário
Salpingo Histerectomia (OSH) modificada para diminuir o tempo cirúrgico e
melhorar a recuperação pós-operatória, condições fundamentais quando se
trabalha com esterilização em massa.
Em machos a orquiectomia tem sido a técnica mais utilizada para esterilização
cirúrgica e ainda pode modificar ou eliminar padrões de conduta característicos
dos machos, como por exemplo, diminuir a agressividade (NAVARRETE, 1997).
Em decorrência de novas legislações que impedem ou dificultam a utilização de
animais para fins didáticos (Lei nº 12.917, 2008; Lei nº 13.943, 2004) os
programas de esterilização cirúrgica de pequenos animais podem ser uma
oportunidade para a participação dos alunos de graduação com a finalidade de
colocá-los em situações práticas reais melhorando o processo de ensino e
aprendizagem.

OBJETIVO:
2.1 OBJETIVO GERAL

Descrever as atividades realizadas pelo Programa de Controle Populacional


Animal (PROCOPA), vinculado ao Núcleo de Atividades de Extensão da
Veterinária (NATEV) da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de
Santo Amaro (UNISA).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Contribuir com o controle populacional de cães e gatos na comunidade


adjacente ao Campus I da UNISA.

• Aprimorar profissionalmente residentes do setor de cirurgia de pequenos


animais do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da
UNISA.

• Aprimoramento da formação acadêmica dos alunos de 1º a 9º semestres do


curso de medicina veterinária da UNISA.

METODOLOGIA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

3.1 PROCOPA

O PROCOPA é um programa permanente e gratuito de esterilização cirúrgica


realizado nas dependências do Campus I da UNISA que foi implementado em
Março de 2009. As atividades descritas no trabalho correspondem ao 1º
Semestre de 2009.

3.2 EQUIPES

A equipe para realização das atividades foi composta por:


a) Docentes, responsáveis pela coordenação e supervisão das atividades.
b) Residentes do setor de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário da UNISA, responsáveis pela realização do ato cirúrgico.
c) Discentes fixos, responsáveis pela organização da sala, equipamentos e
materiais utilizados nas atividades e participação das atividades programadas.
d) Discentes rotativos participantes, na forma de revezamento, das atividades
programadas.

3.3 ESPAÇO FÍSICO

As atividades foram realizadas numa sala equipada e preparada para


atendimento cirúrgico. Este local foi dividido em 3 setores: pré-cirúrgico, trans-
cirúrgico e pós-cirúrgico.

3.4 ATIVIDADES

As atividades foram compostas por: cadastros dos animais, agendamento do


procedimento cirúrgico que compreendeu o pré-cirúrgico, trans-cirúrgico e pós-
cirúrgico.

3.4.1 Cadastro dos animais

Os cadastros dos animais foram realizados durante o programa “ UNISA em


Ação na Comunidade", que ocorreu no dia 28 de Março de 2009 no Campus I.

3.4.2 Agendamento dos procedimentos cirúrgicos

O agendamento e orientações pré-cirúrgicas foram realizados na semana do


procedimento cirúrgico.

Os itens 3.4.1 e 3.4.2 foram realizados por alunos do 1º ao 4º semestres.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

23
UNISA - Universidade de Santo Amaro

3.4.3 Pré-cirúrgico

Foi realizada a anamnese e exame físico do animal. Os animais considerados


hígidos foram submetidos ao protocolo anestésico para o ato cirúrgico.

3.4.3.1 Protocolo anestésico

• Medicação pré-anestésica (MPA):

- Caninos:
Foi administrado a MPA composta por Acepran 0,2% e Meperidina (50mg/mL)
nas doses de 0,1mg/Kg e 5mg/Kg , respectivamente, por via intramuscular.

- Felinos:
Foi administrado a MPA composta por Meperidina (50mg/mL) na dose de
5mg/Kg, por via intramuscular.

• Indução Anestésica:
Foi realizada indução anestésica, tanto para macho como para fêmea utilizando
Ketamina (50mg/mL), Midazolan (5mg/mL) e Fentanil com doses de 5 mg/kg;
0,5 mg/kg e 0,5 µg/kg respectivamente, por via intravenosa e a manutenção
anestésica por reaplicação em bolus de 20% da dose dos fármacos utilizados
para indução no caso de machos, e no caso de fêmeas com anestesia inalatória
a base de Isoflurano e Oxigenioterapia.
Nos machos foi realizado bloqueio local intratesticular com lidocaína 2% sem
vasoconstritor.

3.4.3.2 Preparação dos animais para ato cirurgico

Foi realizado tricotomia e higienização das regiões de acesso cirúrgico e


venoso, bem como canulação da veia cefálica para fluidoterapia e entubação
traqueal.

O item 3.4.3 foi realizado por alunos do 5º ao 9º semestres

3.4.4 Trans-cirúrgico

As fêmeas foram submetidas ao procedimento de OSH pela Técnica do Gancho


Modificada (Migliari e Vuono, 2000) e os machos à Orquiectomia aberta
(Fossum, 2005).

O item 3.4.4 foi realizado por residentes do Hospital Veterinário da UNISA,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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auxiliados por alunos do 9º semestre.

3.4.5 Pós-cirúrgico

Foi realizada medicação analgésica e antibiótica nos seguintes protocolos:


• Fêmeas: Cloridrato de Tramadol (50mg/mL) na dose de 2mg/Kg e Penicilina
Benzatina (1200000UI) na dose de 48000 UI/Kg, por via subcutânea.
• Machos: Dipirona Sódica (500mg/mL) na dose de 25mg/kG e penicilina como
acima descrito.

Foi realizado proteção da ferida cirúrgica através de gaze e malha tubular.

O item 3.4.5 foi realizado por alunos do 3º ao 8º semestres.

3.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A partir do cadastro dos animais que foram preenchidos pelos proprietários foi
realizada a epidemiologia descritiva das seguintes variáveis: Total de animais
esterilizados, total de fêmeas e machos esterilizados por espécie animal e idade
e participação dos alunos e residentes nas atividades.

RESUMO:
O PROCOPA foi idealizado para atender de maneira permanente e gratuita uma
demanda crescente, por esse serviço, da população carente do entorno do
Campus I da UNISA que era contemplada por Campanhas de Castrações
realizadas pelo menos uma vez por semestre pelo NATEV da FMV/UNISA
desde 2002.
Devido à experiência acumulada durante estes anos de trabalho junto à
comunidade, percebemos que o crescimento populacional de cães e gatos era
maior que a capacidade de atendimento dessa demanda, exigindo que a
freqüência e o número de animais atendidos nessas campanhas fosse cada vez
maior. Além disso, a necessidade de alternativas pedagógicas para melhorar o
processo de ensino-aprendizagem dos alunos da FMV e a adequação às Leis
que regulamentam a utilização dos animais em aulas práticas fez com que um
Programa permanente com a participação de alunos e residentes fosse
implementado.
Durante o Primeiro Semestre de 2009 foram atendidos um total de 62 animais,
sendo 32 machos e 30 fêmeas como sumariados no Quadro 1, dados que
corroboram o trabalho de PARANHOS (2002) que estudou a dinâmica

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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populacional desses animais no Município de São Paulo.


Esses dados sugerem a não interferência cultural dos proprietários nessa
comunidade quanto a esterilização cirúrgica de machos, visto que em atividade
semelhante realizada no interior do Estado de São Paulo o procedimento em
machos era associado ao comprometimento da virilidade masculina fazendo
com que os proprietários fossem mais resistentes a realização do ato cirúrgico.

Quadro 1: Número de fêmeas e machos esterilizados cirurgicamente pelo


PROCOPA na UNISA no 1º semestre de 2009.

ESPÉCIE MACHOS FÊMEAS TOTAL


CANINOS 12 (19,35%) 15 (24,20%) 27 (43,55%)
FELINOS 20 (32,25%) 15 (24,20%) 35 (56,45%)
TOTAL 32 (51,60%) 30 (48,40%) 62

Foi observado no Quadro 2 que 53/62, ou seja, 85,4% dos animais foram
esterilizados até os 2 anos de idade, ou seja, na sua fase inicial da vida
reprodutiva, o que contribui para uma maior efetividade no controle populacional
de cães e gatos. Esses dados diferem daqueles encontrados por Cárceres
(2004), que analisou o programa de esterilização canina e felina do Município
de São Paulo entre os anos de 2001 e 2003, e pode indicar uma
conscientização maior dos proprietários entorno do Campus I da UNISA quanto
ao problema da superpopulação dos animais de companhia, já que essa
atividade direcionada a essa comunidade já é realizada há vários anos.

Quadro 2: Idade dos animais esterilizados cirurgicamente pelo PROCOPA na


UNISA no 1º semestre de 2009.
IDADE CANINOS FELINOS
(MESES) MACHO FÊMEA MACHO FÊMEA TOTAL
N/C 3 3 3 9
31 1 2
41 2 3
5 1 12
613138
7 448
8 2 2
9 11
11 1 1
12 1 3 6 2 12
24 4 1 5
36 1 1 2

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48 1 1 2
60 1 1
72 1 1 1 3
84 1 1
TOTAL 12 15 20 15 62

Não houve diferença quando foi comparado o número de animais atendidos


pelo PROCOPA com a média atendida em Campanhas promovidas pelo
NATEV (dados não mostrados), mas devido as atividades desenvolvidas pelo
PROCOPA serem realizadas de forma contínua houve um estreitamento das
relações entre a universidade e a comunidade adjacente.
No Quadro 3 estão descritos o número de alunos participantes das atividades
por semestre. Foi observada maior participação de alunos de 5° e 9° semestres,
isso pode estar associado ao maior interesse pelo programa por discentes que
estão cursando disciplinas correlacionadas com as atividades do PROCOPA,
tais como Semiologia, Técnica Cirúrgica, Anestesiologia, Patologia Cirúrgica e
Epidemiologia, transpondo o aprendizado teórico para uma aplicação prática,
permitindo maior vivência com a profissão e com o atendimento ao público. Isto
faz com que estes se tornem mais capazes de lidar com situações que
requerem conhecimento técnico e ações efetivas.
A participação dos Residentes Ingressantes do Setor de Cirurgia de Pequenos
Animais do HOVET/UNISA se torna fundamental a medida que esses podem
contribuir com o aprendizado técnico dos graduandos e cria uma oportunidade
de aprimoramento profissional pois eles adquirem maior destreza no
procedimento cirúrgico, já que na rotina do HOVET o número de cirurgias
realizadas com essa finalidade é menor.
A dinâmica de trabalho num programa de esterilização em massa explora a
capacidade dos alunos e residentes em trabalhar em equipe respeitando as
diferenças individuais e curriculares de cada um, auxiliando na formação de
profissionais e cidadãos diferenciados.
Considerando que cada vez mais o poder público está envolvido em
Programas dessa natureza, estes terão a capacidade de futuramente
estabelecerem parcerias com as Prefeituras Municipais, assim como ocorre no
Município de São Paulo.

Quadro 3: Número de alunos separados por semestre que participaram das


atividades do PROCOPA na UNISA no 1º semestre de 2009.

GRADUANDOS PARTICIPANTES DO PROCOPA


SEMESTRE 1º 3º 5º 7º 9º TOTAL
DISCENTES FIXOS 0 2 3 0 2 7
DISCENTES ROTATIVOS 2 4 12 1 7 26

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TOTAL 2 6 15 1 9 33

CONCLUSÃO:
O Programa de Controle de Populacional Animal se mostrou viável envolvendo
a participação da estrutura acadêmica (professores, residentes e alunos) e a
comunidade promovendo a conscientização da população ao mesmo tempo em
que auxilia na formação de jovens profissionais.
Nessa atividade ocorreu o estreitamento da relação docente-discente
melhorando o processo de ensino-aprendizagem.
O PROCOPA deve ser aprimorado visando uma maior capacidade de
atendimento à população e atrelando programas educacionais de posse
responsável, bem estar animal e promoção de saúde com a finalidade de
contribuir efetivamente com o controle de natalidade da população de cães e
gatos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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animal control center whose owners complied with a spaying / neutering
program. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 205, n. 3, p,
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special reference to the U.K. and Japan. Journal Small Animal Practice, v. 10, p.
419-446, 1969.

CARTER, C.N. Pet population control: another decade without solutions?


Journal of the American Veterinary Medical Association, Schaumburg, v.197,p,
192-195, 1990.

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CIAMPI, M.A.S.;GARCIA,GARCIA, R.C.M. Relatório técnico – campanha de


controle das populações de cães e gatos no município de Taboão da Serra, São
Paulo, Brasil. Arca Brasil – Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar
Animal e Prefeitura de Taboão da Serra, 1996.

FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais. In: FOSSUM, T. W.; 2.ed., São


Paulo: Roca, p. 617-620, 2005.

MALM C. et al. Ovário-histerectomia: estudo experimental comparativo entre as


abordagens laparoscópica e aberta na espécie canina. Intra operatório-I.
Arquivo Brasileiro de Medicina Veteinária e .Zootecnia, v.56, n.4, p.457-466,
2004.

MIGLIARI, R.; VUONO, R.S. Ovário Salpingo Histerectomia em cadelas e gatas


– proposta de novos procedimentos. Revista educação continuada CRMV – SP,
V.3, fascículo 3, p 28 – 32, 2000.

MINISTÉRIO DA SAÙDE. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose


Visceral. Normas e Manuais Técnicos. 120p, 2003.

NECULQUEO CÁRCERES, L. P. Estudo do programa de esterilização canina e


felina no Município de São Paulo, período 2001 a 2003, 83 f. Dissertação
(Mestrado em Medicina Veterinária) - Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

PARANHOS, T.N. Estudo das populações canina e felina, em domicilio,


Municipio de São Paulo, 83 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) -
Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

REICHMANN, M.L.A.B. et al., Educação e promoção da saúde no Programa de


Controle da Raiva, São Paulo, Instituto Pasteur, 2000.

SÃO PAULO. Lei nº 12.916, de 16 de abril de 2008. Dispõe sobre o controle da


reprodução de cães e gatos e dá providências correlatas. Diário Oficial Estado
de São Paulo, São Paulo, SP, v. 118, n. 72, 17 abr. 2008. Seção 1, p. 1-2.

SÃO PAULO. Lei nº 13.943, de 29 de dezembro de 2004. Proíbe a entrega de


animais capturados nas ruas para instituições e centros de pesquisa e ensino.
Diário Oficial Cidade de São Paulo, São Paulo, SP, v. 50, n. 2, 04 de jan. 2005.
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VIEIRA, A.M.L. Controle populacional de cães e gatos - Aspectos Técnicos e

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Operacionais. Ciência Veteterinária nos Trópicos. Recife-PE, v. 11, suplemento


1,p.102-105, abril, 2008

________________________________________________________________
natynomo@yahoo.com.br

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Reticulocitose e Reticulocitopenia Canina


AMANDA EVELYN CECCONI DA SILVA(1)

ELIZABETH BOHLAND(2)(Orientadores)
Ciências Agrárias
INTRODUÇÃO:
Os reticulócitos são células eritróides imaturas anucleadas com resquícios de
ribossomos e ácido ribonucleico (RNA) (COTTER, 2001). Foram descritos pela
primeira vez em 1865 por Wilhelm Heinrich Erb que detectou a presença de
grânulos intraeritrocitários (COWGILL, NEEL e GRINDEM, 2003). Possuem um
tamanho maior do que o eritrócito maduro (RILEY et al, 2001), porém somente
apresentam 20% de hemoglobina total quando comparado a uma hemácia
(GONZÁLEZ e SILVA, 2008).
Segundo Fernandez e Grindem (2006) estas células são periodicamente
liberadas na circulação a cada 14 dias permanecendo por dois a três dias na
Medula Óssea antes de entrar na corrente sanguínea por diapedese. (JAIN,
1993)
Quando liberadas na circulação, essas células contêm uma agregação de RNA,
sendo chamandas de “reticulócitos agregados”. Com o tempo, a quantidade de
RNA diminui a pequenos pontos ou manchas e essa célula mais velha é
denominada reticulócito ponteado (BUSH, 2004).
Cães respondem vigorosamente com reticulócitos agregados em anemias
regenerativas. Os reticulócitos ponteados são encontrados em uma
porcentagem tão inferior que não se torna necessário a sua diferenciação
(FERNANDEZ e GRINDEM, 2006).
Anemia é a diminuição da habilidade do sangue em suprir as necessidades
adequadas de oxigenação para o funcionamento metabólico. É caracterizada
pela redução do valor de hemoglobina, hematócrito ou contagem de eritrócitos
abaixo da referência em animais normalmente hidratados. A causa da anemia é
determinada pela evolução histórica do paciente, exame clínico e físico
juntamente com os resultados hematológicos laboratoriais. A determinação da
causa base da anemia é fundamental para o tratamento terapêutico e
prognóstico do paciente. (AIRD, 2000)
As anemias são classificadas quanto ao aspecto morfológico em: Macrocíticas
(hemácias de volume maior), Microcíticas (hemácias de volume reduzido) e
Normocíticas (hemácias de volume regular). Quanto às propriedades tintoriais
da hemoglobina: Normocrômicas (normal) ou Hipocrômicas (pálida) (LORENZI,
2006).
Em relação à resposta medular, esssas podem ser regenerativas, quando a
medula esta respondendo, ou seja, lançando células jovens (reticulócitos) na
circulação, ou arregenerativa, quando não se observa resposta medular face a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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anemia.
As anemias regenerativas são assim classificadas por uma perda excessiva de
hemácias, porém a sua produção medular está preservada (GARCIA-
NAVARRO, 2005).
A reticulocitose (aumento do número de reticulócitos na circulação periférica)
ocorre somente nas anemias de causas extra-medulares (BUSH, 2004); como
nas hemorragias com evolução superior a três dias ou hemólise, onde a
reticulocitose ocorre de forma mais acentuada (BROCKUS e ANDREASEN,
2003) porque existem recursos de ferro e proteína para a eritropoiese
(FERNANDEZ e GRINDEM, 2006).
Anemias arregenerativas são extra ou intra-medulares (BROCKUS e
ANDREASEN, 2003). Normalmente são anemias medianas para severas com
complicação sistêmica secundária associada (WEISS e TVEDTEN, 2004) entre
elas: doença renal, doença hepática, perda crônica de sangue, endocrinopatias,
deficiências nutricionais (FERNANDEZ e GRINDEM, 2006). A anemia da
doença inflamatória (ADI) é a etiologia mais comum, sendo que compreende
várias afecções: doenças inflamatórias no geral, Infecções ou neoplasias.
(CANÇADO e CHIATTONE, 2002). As causas intra medulares podem ocorrer
por depressão ou falha total de sua função. (FERNANDEZ e GRINDEM, 2006).

OBJETIVO:
Justificativa: O objetivo geral do presente estudo foi avaliar o número de
reticulócitos do sangue de cães com valores do hemograma dentro da faixa de
normalidade e de cães anêmicos atendidos no no Hospital Veterinário da
Universidade de Santo Amaro no período de março a maio de 2009.

Objetivos específicos:
Avaliar o número relativo e absoluto de reticulócitos de cães anêmicos ou não
Avaliar o índice de produção de reticulócitos de cães anêmicos ou não
Avaliar a reticulocitose em função da classificação hematimétrica das anemias
Avaliar a reticulocitose em função do grau de anemia

METODOLOGIA:
Foram utilizadas 480 amostras sanguíneas de cães (machos e fêmeas de
várias raças e idades sendo hígidos ou enfermos) que foram atendidos no
Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de
Santo Amaro em um período de 3 meses.
As amostras sanguíneas foram coletadas através da punção da veia jugular
externa com auxílio de seringa e agulha e transferidas imediatamente para
tubos com anticoagulante EDTA em um volume final de meio (0,5) ml ou três ml

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

de acordo com o tamanho do tubo utilizado.


Após a coleta as amostras eram enviadas rapidamente ao Laboratório de
Análises Clínicas da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de
Santo Amaro onde foi realizado o hemograma completo e contagem de
reticulócitos.
O hemograma completo era realizado pelo método manual: a contagem de
hemácias foi realizada após a diluição da amostra com líquido de Gower (1:200)
utilizando Câmara de Neubauer; o volume globular foi determinado pela técnica
do microhematócrito e a hemoglobina foi mensurada pelo método da
cianometahemoglobina. A partir desses dados pode-se obter os Índices
Hematimétricos: Volume Corpuscular Médio (VCM), Hemoglobina Corpuscular
Média (HCM) e Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) e a
classificação das anemias.
Para a contagem de reticulócitos as amostras sanguíneas foram colocadas em
um tubo com azul de cresil de brilhante à 1% na proporção de 1:1 sendo
mantidas em repouso em temperatura ambiente por vinte minutos. Após este
período foi realizado um esfregaço sanguíneo que foi corado pelo método
rápido (panótico). Após a secagem das lâminas foi realizada a contagem de
reticulócitos em microscópio óptico utilizando a objetiva de imersão (x100).
Para obter o valor relativo dos reticulócitos, essas células imaturas foram
diferenciadas sobre mil hemácias em campos microscópicos homogêneos e
expressos em porcentagem.
O valor absoluto de reticulócitos foi calculado através da multiplicação do
percentual de reticulócitos encontrados com o número total de hemácias
(BIRGEL et al, 1982). O grau de reticulocitose relativa e absoluta foi estimado
em normal, baixo, moderado a marcado (WEISS e TVEDTEN, 2004; FELDMAN,
2000)
Para a determinação do índice de produção de reticulócitos (IPR) inicialmente
foi obtido o percentual de reticulócitos corrigidos, ou seja, percentual de
reticulócitos vezes o volume globular encontrado dividido pelo volume globular
médio da espécie (cão - 45%). O IPR foi calculado dividindo-se o percentual de
reticulócitos corrigidos pelo número de dias que o reticulócito permanece na
circulação periférica (cuja variação é de um a dois dias e meio em função do
valor de hematócrito obtido). Valores de IPR menores ou iguais a um foram
associados a processos não regenerativos, valores entre 1 e 2 levemente
regenerativos e superiores a 2 foram associados a processos regenerativos
(NELSON e COUTO, 2001).
Para a classificação dos animais quanto ao grau de anemia, foi utilizado o valor
do volume globular obtido, conforme FELDMAN (2000). Assim, os animais
foram classificados e divididos nos seguintes grupos: Grupo I - não anêmicos
(ht 37%), Grupo II - anemia leve (30 – 37 %), Grupo III – anemia moderada (20
– 29 %), Grupo IV – anemia severa a muito severa (menor ou igual a 19%).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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RESUMO:
Das 480 amostras avaliadas, 17 foram excluídas do estudo pois os animais
apresentavam valores de hematócrito superior a 54%. O grupo de animais com
anemia severa a muito severa foi assim constituído devido ao pequeno número
de animais que apresentaram anemia muito severa (nove animais).

Das amostras analisadas, 253 eram provenientes de cães não anêmicos (ht 37)
– GRUPO I, 97 de animais com anemia leve (30 -37) – GRUPO II, 67 com
anemia moderada (20 – 29) – GRUPO III e 46 de anemias severa a muito
severas (<=a 19%) – GRUPO IV.
Avaliação do número relativo de reticulócitos de cães anêmicos ou não.
Considerando os valores absoluto (V.A.) e relativo (V.R.) de reticulócitos, os
valores médios e d.p para cada um dos grupos foram respectivamente, os
seguintes: Grupo I (não anêmicos): V.A. 35.344,7 +/- 30773,5 e V.R. 0,56 +/-
0,50; Grupo II (anemia leve): V.A. 40.647,4 +/- 40489,1 e V.R. 0,85 +/- 0,9;
Grupo III (anemia moderada): V.A. 72.179,1 +/- 58106,3 e V.R. 2,07 +/- 1,8 e,
Grupo IV (anemia severa a muito severa)V.A. 65439,13 +/- 45622,3 e V.R. 3,16
+/- 2,2.
Os animais não anêmicos apresentaram valores relativos de reticulócitos
inferiores a 4%, sendo que a maioria dos animais (84,2%) apresentaram valores
até 1% e o restante (15,8%) entre 1-4%. O valor médio e desvio padrão do
percentual de reticulócitos para esses cães foram de 0,56 +/- 0,5. Quando a
resposta medular foi analisada considerando o valor absoluto, resultados
semelhantes foram encontrados com 81,6% dos animais com valores inferiores
a 60.000 reticulócitos por microlitro de sangue e 18,4 % com valores entre
60.000 e 150.000 ret/µL de sangue.
Dentre os animais com anemia leve, também foi observado um maior número
de animais com valores relativos de reticulócitos inferior a 1% (74,2%); 24,7% -
entre 1 e 4% e 1,0% de animais entre 4,1 e 20% de V.R. Resultado bastante
semelhante foi encontrado quando considerado o valor absoluto dessas células.
Este padrão de resposta se alterou para os animais com anemia moderada
onde foi verificado que 37,3% com V.R. inferior a 1%; 50,7% dos animais
apresentaram um V.R. entre 1 e 4%; e 11,9% apresentaram resposta entre 4,1
e 20%. Considerados os valores absolutos, 46,3% não responderam a anemia,
46,3% mostraram resposta leve, 6% resposta moderada e 1,5 % marcada.
Entre os animais com anemia severa ou muito severa com percentuais de
resposta muito semelhantes aos valores encontrados acima (V.R. entre 1 e 4%:
47,8%; até 1%: 23,9% e, entre 4,1 e 20%: 28,3%. Analisando os resultados
acima foi observado que quanto maior a intensidade da anemia, maior foi a
magnitude da resposta medular, avaliada pelo Valor Relativo de Reticulócitos.
Os valores absolutos de reticulócitos desses animais tiveram comportamento

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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semelhante ao encontrado nas anemias moderadas, exceto para a resposta


marcada, que não foi verificada em nenhum dos animais desse grupo.
Estes resultados revelam que na anemia moderada, o número de hemácias tem
uma maior influência sobre o número absoluto de reticulócitos.
Em relação ao índice de produção de reticulócitos (IPR), os valores médios e
encontrados para todos os grupos foram inferiores a um, conforme podemos
observar a seguir: GRUPO I: 0,46 +/- 0,4; GRUPO II: 0,36 +/- 0,4, GRUPO III:
0,50 +/- 0,4 e GRUPO IV: 0,43 +/- 0,3. Avaliando a resposta por grupo,
verificamos que mais de 86% dos animais de cada grupo apresentou IPR igual
ou inferior a 1%. IPR entre 1 e 2 (indicativo de resposta leve) foi mais
expressivo nos grupos de animais com anemia moderada (13,4%) e nos
animais não anêmicos (9,5%). IPR acima de 2, ou seja, associado a processos
regenerativos, somente foi encontrado para uma pequena parcela doas animais
não anêmicos e levemente anêmicos, correspondentes a respectivos de 0,8% e
1% dos cães desses grupos.
Os resultados do IPR são discrepantes dos obtidos utilizando os Valores
relativos e absolutos, amplamente utilizados em Medicina Veterinária, e
precisam ser melhor avaliados, procurando verificar a utilidade dessa variável,
utilizada para a espécie humana, na avaliação da resposta medular de cães.
Alguns autores sugerem um maior estudo deste parâmetro, pois este ainda não
foi validado seu uso na Medicina Veterinária.
Considerando os Índices Hematimétricos, foi verificado que entre os animais
não anêmicos 90,9% apresentaram hemácias de tamanho e cor semelhante à
normalidade (normocíticas normocrômicas), 2,4% foram macrocíticas
normocrômicas e 6,7% normocíticas hipocrômicas.
Animais levemente anêmicos em sua maioria apresentaram anemias
normocíticas normocrômicas (90,7%) que também foram prevalentes nas
anemias moderadas em 77,6% dos cães desse grupo e em 34,8% dos animais
com anemias severas. As anemias normocíticas hipocrômicas ficaram em
segundo lugar na ocorrência em 5,2% dos casos de anemias leve; 13,4% das
moderadas e 10,9% das severas. Seguiram-se os casos de anemias
macrocíticas normocrômicas com 1% doas animais com anemias leves, 3% dos
que apresentaram anemia moderada e 14% das severas. As anemias
macrocíticas hipocrômicas, conhecidas como regenerativas, só foram
encontradas em 2,2% do total de animais do estudo ou 4,8% dos animais
anêmicos, tendo ocorrido com maior freqüência entre os animais com volume
globular inferior à 19%.

A partir destes valores foi possivel averiguar a grande variação entre as formas
de avaliação da resposta medular mais utilizadas de rotina (sendo que 17% das
amostras obtiveram valores divergentes.). A resposta regenerativa de
macrocitose e hipocromia baseada na avaliação dos índices hematimétricos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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(somente foi confirmada com reticulocitose em 40% das amostras) deve ser
cuidadosamente analisada, principalmente quando utilizados métodos manuais
de contagem do número de hemácias.

CONCLUSÃO:
Os resultados mostraram que a contagem de reticulócitos é fundamental para a
melhor avaliação da resposta medular do paciente canino à anemia, devendo
porém ser interpretada em conjunto com os dados do exame físico e outros
exames complementares do paciente. E sempre que necessário a resposta
medular deverá ser avaliada por exames mais sensíveis como a citologia ou
biópsia de Medula óssea.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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Bernard F.; ZINKL, Joseph G.; JAIN, Nemi C. Schalm’s Veterinary Hematology 5
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BIRGEL, E.H. et al. Patologia clínica veterinária. São Paulo: SPMV, 1982. 260p

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________________________________________________________________
1 Aluna da Graduação Universidade de Santo Amaro - UNISA
2 Professora Titutar II da Faculdade de Medicina Veterinária - Unisa

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Ciências Biológicas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

A influência da granulometria no sucesso de eclosão e tempo de


incubação dos ninhos das tartarugas marinhas Caretta caretta
(Linnaeus, 1758) e Lepidochelys olivacea (Eschscholtz, 1829) no
litoral norte da Bahia, Brasil
MARINA SUEMI NOMURA(1)

PAULO CESAR FONSECA GIANNINI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Das sete espécies de tartaruga marinha conhecidas, cinco ocorrem e
reproduzem-se no Brasil. São elas: Caretta caretta – Linnaeus, 1758; Chelonia
mydas - Linnaeus, 1758; Eretmochelys imbricata – Linnaeus, 1766;
Lepidochelys olivacea – Eschoscholtz, 1829 e Dermochelys coriácea –
Linnaeus, 1766. Essas cinco espécies incluem-se nas listas nacional e
internacional de fauna ameaçada de extinção.
As tartarugas marinhas somente saem do mar para a desova, geralmente
durante o período de primavera/verão em praias tropicais e subtropicais. O
acasalamento ocorre no mar, com a fecundação sendo interna. Uma mesma
fêmea pode realizar de três a cinco desovas em uma única temporada
reprodutiva. A desova ocorre geralmente no período da noite; a fêmea sobe à
praia, confecciona o ninho, que possui cerca de 0,5 m de profundidade, e nele
deposita uma média de 120 ovos. De 40 a 60 dias após a desova, os filhotes
nascem e deixam o ninho.
A razão sexual (proporção de indivíduos machos e fêmeas produzidos em cada
ninho) é dependente da temperatura de incubação. Temperaturas acima de
29ºC determinam o nascimento de fêmeas enquanto abaixo de 27ºC nascem
somente machos. A temperatura, dentro desse intervalo, que determina uma
proporção 1:1 entre fêmeas e machos é chamada de pivotal. O período de
determinação sexual controlado pela temperatura é um dos momentos mais
críticos para a vida desses animais; sendo assim, é necessário compreender os
fatores extrínsecos à biologia da incubação que controlam a temperatura e
outras variáveis físicas do microclima do ninho.
No Brasil, as desovas ocorrem desde o norte do estado do Rio de Janeiro até o
Rio Grande do Norte, encontrando-se as maiores concentrações no estado da
Bahia. O perigo de extinção das tartarugas marinhas no Brasil começou a ser
reconhecido em 1970. Seguiram-se, leis de proteção a esses animais. Em
1989, o IBAMA e a IUCN incluíram as cinco espécies de tartarugas marinhas
existente no país na lista oficial de espécies vulneráveis e/ou ameaçadas de
extinção.
O Projeto Tamar/ICMBio surgiu em 1980 e, ao longo de dois anos, realizou

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

39
UNISA - Universidade de Santo Amaro

levantamento das possíveis áreas de ocorrência de tartarugas marinhas por


todo litoral brasileiro. Hoje, o Projeto Tamar/ICMBio conta com 23 bases ao
longo do litoral continental do país, monitorando aproximadamente 1000km de
praias, além das atividades mantidas nas ilhas oceânicas. A Fundação Pró-
Tamar, instituição privada e sem fins lucrativos, foi criada em 1988 para ajudar
a levantar fundos e co-administrar o Projeto Tamar/ICMBio.
O estado da Bahia conta com quatro bases do Tamar/ICMBio, sendo
considerado importante ponto de desova de tartarugas marinhas, onde se
concentram 50% das desovas registradas no Brasil. Engloba a principal área de
desova de C.caretta e E.imbricata, com ocorrência de L.olivacea e C.mydas.
Possui também grande ocorrência de formas juvenis.
A Base Sítio do Conde-BA monitora uma extensão costeira de
aproximadamente 81km, limitada ao sul pelo rio Inhambupe (12°05'47,0"S /
037°41'10,5"W) e ao norte pelo rio Real (11°27'29,2"S /37°20'55,2"W). Outros
dois rios importantes na área são o Itariri e o Itapicuru. Ao longo da extensão da
base, são consideradas 12 praias, algumas porém sem limites morfológicos
(rios ou portões). De sul para norte, são elas: Ribeiro, Salinas, Barra do Itariri,
Corre Nu, Poças, Siribinha, Costa Azul, Lote, Vapor, Dunas, Coqueiros e
Mangue Seco. Estas praias agrupam-se em três arcos praiais, os quais têm os
rios mencionados como fronteiras. Nas praias de Barra do Itariri, Corre Nu,
Vapor, Dunas, Coqueiros e Mangue Seco, os ninhos que não sofrem
interferência humana são mantidos em situação natural (in situ); já nas demais
praias, os ninhos são transferidos para um cercado de incubação, e aí
monitorados diariamente.
O litoral norte da Bahia possui grande variedade de praias quanto às
características morfodinâmicas e sedimentológicas, o que propicia estudo
controlado das diferentes variáveis relacionadas com a interação entre as
tartarugas marinhas e as praias de reprodução. Do ponto de vista
morfodinâmico, as praias em geral classificam-se em: reflexivas, na qual há
intensa reflexão de energia de quebra de onda, e dissipativa, onde a energia de
quebra de onda se dissipa gradualemnte; a praia reflexiva é tipicamente
íngreme, com areias grossas e presença de berma no seu limite superior,
sendo favorecida por acúmulo na parte emersa e erosão ou ausência de areia
na zona submersa; a dissipativa é plana, com areias finas e sem berma, sendo
favorecida por erosão na parte emersa e deposição na zona submersa.
A granulação do substrato sedimentar onde os ovos das tartarugas marinhas
são depositados influencia o sucesso de eclosão, interferindo sobre o
desenvolvimento dos embriões. Destacam-se, sob este aspecto, três
parâmetros físico inter-relacionados: temperatura, difusão de gases e umidade.
A caracterização deste substrato é portanto, fundamental para a conservação e
concepção de estratégias de manejo dos ovos de tartarugas marinhas.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

OBJETIVO:
Este trabalho tem como objetivo avaliar as possíveis relações entre a
distribuição granulométrica nos ninhos das tartarugas marinhas C.caretta e
L.olivacea e o tempo de incubação e o sucesso de eclosão destas duas
espécies, em praias do litoral norte do Bahia, monitoradas pelo Projeto
Tamar/ICMBio Base Sítio do Conde.

METODOLOGIA:
A região de estudo pertence à base Sítio do Conde - BA, do Projeto
Tamar/ICMBio. Neste estudo, trabalhou-se com duas áreas, designadas parte
sul (Barra do Itariri e Corre Nu) e parte norte (Vapor, Dunas, Coqueiros e
Mangue Seco), cada qual corresponde a um arco praial contínuo. A parte sul
possui 14km de extensão, limitando-se a sul pelo rio Itariri e a parte norte
possui 23km, limitando-se a norte pelo rio Real. Entre as duas áreas há um
trecho de 28km de praias sem amostragem, onde se encontra o rio Itapicuru.
A coleta das amostras deu-se entre janeiro e março de 2008, somente em
ninhos in situ e para as duas espécies de maior abundância na área, C.caretta
e L.olivacea. O método utilizado foi o padrão do Projeto Tamar/ICMBio
(Marcovaldi & Marcovaldi, 1999). As praias foram monitoradas diariamente,
para a identificação de novas desovas e acompanhamento dos ninhos em
incubação, com abertura de ninhos caso verificada a eclosão dos filhotes.
Durante a abertura do ninho, identificou-se a espécie e coletou-se amostra do
sedimento arenoso situado imediatamente acima dos ovos. Cada amostra foi
condicionada em saco plásticos, devidamente identificado.
As amostras foram obtidas em duas baterias, a primeira com início na primeira
semana de janeiro e a segunda na primeira semana de fevereiro. Em cada
bateria, planejou-se coletar uma amostra por quilômetro de cada espécie.
Desse modo, ao final das duas baterias, contar-se-ia, no total, com 148
amostras. No entanto, não foi possível realizar todas as coletas, porque em
alguns quilômetros não ocorreram desovas no período de estudo; além disso,
houve desovas com interferência de predação animal. Ao final da coleta,
totalizaram-se 82 amostras. Destas, 26 foram coletadas na parte sul, sendo 14
de L.olivacea e 12 de C.caretta, e 56 na parte norte, sendo 32 de L.olivacea e
24 de C.caretta.
As atividades laboratoriais foram realizadas no Laboratório de Sedimentologia
do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (Labsed-IG-USP).
Após secas, as amostras foram submetidas à análise granulométrica, no
equipamento Mastersizer 2000, da Malvern, o qual mede a difração de raios
laser para inferir o tamanho das partículas colocadas em suspensão na água ou
no ar. Para dispersão dos grãos foi utilizado o acessório Scirocco 2000,
indicado para amostras dominantemente arenáceas, o qual trabalha a seco.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Os resultados granulométricos foram expressos na escala phi, onde phi é o log


negativo, na base 2, do diâmetro expresso em mm; desse modo, quanto mais
grossa a granulometria, menor é o valor em phi e vice-versa. Estes resultados
foram separados em quatro classes (phi): areia grossa (0,0-1,0), areia média
(1,0-2,0), areia fina (2,0-3,0) e areia muito fina (3,0-4,0). Calcularam-se as
medidas estatísticas (diâmetro médio, desvio padrão, assimetria e curtose) da
distribuição de frequências granulométricas, para cada amostra, pela técnica
analítica dos momentos de Pearson, através do programa Momento 4.1 de
Paulo C. F. Giannini e Daniel R. Nascimento Jr (2006).
Para avaliação dos resultados, foram utilizados dois métodos: o gráfico, que
consistiu na construção de diagramas de dispersão envolvendo as variáveis
granulométricas, biológicas (tempo de incubação e taxa de eclosão) e a
distância ao longo da costa; e o analítico, que envolveu a análise de correlação
linear entre estas mesmas variáveis. Ambos os métodos foram aplicados por
meio do programa Microsoft Office Excel 2007.
O coeficiente de correlação linear de Pearson (r) entre as variáveis analisadas
foi submetido a exame de nível de significância (p ou erro I), segundo teste t
Student. Apenas correlações com valores de p menores que 0,2 foram aceitos e
utilizadas para efeito de interpretação e discussão.
O método de McLaren & Bowles (1985) utilizado para inferir o sentido da deriva
litorânea longitudinal residual admite a existência de dois padrões de variação
combinada de três medidas estatísticas (diâmetro médio, desvio padrão e
assimetria), capazes de indicar inequivocamente o rumo de transporte. Estes
padrões de variação são: “mais fino, melhor selecionado, mais negativo” e “mais
grosso, melhor selecionado, mais positivo”.

RESUMO:
As praias da parte norte da área estudada (Mangue Seco e Coqueiros)
apresentam morfodinâmica intermediária-dissipativa a intermediária, entre os
estágio 2 a 4 de Wright et al. (1979), com variações ao longo de sua extensão.
Contêm campos de dunas ativas com até pouco mais de 1 km de comprimento
transversal à costa, localmente avizinhadas junto à praia por dunas frontais
incipientes. As praias da parte sul (Corre Nu e Barra do Itariri) possuem
morfodinâmica dominantemente dissipativa, com presença de arrecifes
bioclásticos (beach rocks) na antepraia. Entre as feições eólicas, predominam
dunas frontais incipientes, parte delas com falésias na face voltada para o mar.
Esta variação de morfodinâmica acompanha a redução de altura média de onda
da parte norte, quando comparada à parte sul.
Tanto nos ninhos de C.caretta como de L.olivacea, a tendência de variação
granulométrica ao longo dos dois setores de costa amostrados foi a mesma: as
areias tornam-se mais grossas em média (com menores valores em phi),

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

melhor selecionadas (com menor desvio padrão) e com assimetria da


distribuição de frequências mais positiva, rumo sul. Desse modo, pode-se
interpretar que o rumo dominante de deriva litorânea longitudinal residual nos
dois setores costeiros estudados, de acordo com a regra de McLaren & Bowles
(1985) é sul.
O engrossamento seletivo das areias de praia neste rumo deve-se a aumento
nas proporções de areia grossa e areia média, em detrimento do teor de areia
fina e, em dois dos agrupamentos de amostras estudados (C.caretta parte norte
e L.olivacea parte norte), em detrimento também da concentração de areia
muito fina.
Para L.olivacea, nas duas áreas, e C.caretta, na parte norte, o tempo de
incubação aumenta com o afinamento (crescimento de diâmetro médio em phi)
e com a piora da seleção granulométrica (aumento do desvio padrão); em
outros três dos agrupamentos de amostras estudados (C.caretta, em ambas as
partes, e L.olivacea, na parte norte), o tempo de incubação cai com o aumento
de assimetria.
A tendência para prolongamento da incubação com o afinamento da
granulometria é confirmado pelas variações de classes granulométricas nos
ninhos de L.olivacea, na parte sul, e de ambas as espécies, na parte norte; o
tempo de incubação aumenta com a diminuição nas proporções em massa de
areia grossa e areia média e com o aumento na proporção de areia fina e/ou
areia muito fina.
Em ambos os trechos de praia e para ambas as espécies, o tempo de
incubação aumenta significantemente no sentido sul-norte.
Em L.olivacea, na parte sul, e em C.caretta ao longo dos dois arcos praiais
estudados, a eclosão é favorecida por afinamento do diâmetro médio e piora de
seleção granulométrica.
Nos ninhos de L.olivacea da parte sul, bem como nos de C.caretta da parte
norte, a taxa de eclosão apresenta correlação negativa com as concentrações
das classes granulométricas mais grossas (areia grossa e areia média) e
positiva com as mais finas (areia fina e areia muito fina).
Para L.olivacea, na parte sul e C.caretta, na parte norte, a taxa de eclosão
aumenta no sentido sul-norte.
Para L.olivacea, na parte sul, encontrou-se aumento estatisticamente
significativo (p:0,2) da taxa de eclosão com o incremento do tempo de
incubação.
Foi observado que o rumo dominante de deriva litorânea longitudinal residual
nos trechos costeiros estudados é sul, indicado pelo engrossamento seletivo
das areias de praia, neste mesmo rumo, de acordo com o método de McLaren
& Bowles (1985).
Este comportamento granulométrico deve-se à progressiva perda de
sedimentos finos, seja rumo costa afora seja para a praia emersa, durante o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

processo sucessivo de vaivém de arrebentação ou de espraiamento,


respectivamente.
Características da dinâmica e sedimentologia praial devem ser levadas em
consideração em estudos de incubação de ovos de tartarugas marinhas, pois
afetam diretamente as condições de microclima do ninho. No presente estudo,
detectou-se para as espécies L.olivacea, em ambas as áreas, e C.caretta, na
parte norte, o aumento do tempo de incubação com o afinamento do diâmetro
médio e a piora da seleção (diminuição do desvio padrão). Em outros três
agrupamentos de amostras estudados (C.caretta, em ambas as partes, e
L.olivacea, na parte norte), observou-se ainda correlação negativa do prazo de
incubação com a assimetria da curva de distribuição granulométrica.
De acordo com estudos prévios desovas realizadas em sedimentos
enriquecidos nas frações mais grossas apresentam temperatura média maior
que as situadas em sedimentos mais finos. A temperatura incluí-se entre os
principais parâmetros ambientais que influenciam a duração de incubação dos
ninhos, pois acelera o desenvolvimento embrionário e leva assim a períodos de
incubação mais curtos.
No presente estudo, o tempo de incubação da espécie L.olivacea, na parte sul,
aumentou com a diminuição do teor de areia grossa e areia média e com o
aumento do de areia fina. Na parte norte, o resultado foi semelhante,
adicionado de correlação direta com a classe areia muito fina. Estes resultados
são reforçados pelo aumento do tempo de incubação no sentido sul-norte, em
ambas as espécies, nos dois trechos estudados, visto que o engrossamento da
granulometria por efeito da deriva litorânea, ocorre, nesta região, no sentido
oposto. Resultados semelhantes, menor tempo de incubação em ninhos com
sedimentos mais grossos, já haviam sido encontrados em pesquisas realizadas
na costa do Espírito Santo.
Estudos prévios com tartarugas de água doce das espécies Podocnemis
expansa e Podocnemis unifilis demonstram analogamente que o tamanho do
sedimento influencia na duração da incubação. Areias mais grossas
apresentariam temperaturas maiores, promovendo a eclosão dos ninhos mais
cedo que aqueles localizados em areias mais finas.
Em L.olivacea, na parte sul, e C.caretta, ao longo das duas áreas estudadas, a
eclosão foi favorecida pelo aumento do diâmetro médio em phi (afinamento dos
grãos), de sul para norte. Estudo de taxa de eclosão em C.mydas, na Ilha de
Ascensão (Santa Helena), constatou a mesma correlação com o tamanho de
grãos, assim como para E.imbricata em Ilhéus, Bahia, onde o diâmetro médio
afetou o sucesso de eclosão, sendo que quanto maior o diâmetro em mm,
menor a taxa de eclosão.
O sucesso de eclosão e a mortalidade embrionária variam de acordo com
características ambientais durante o período de incubação, as quais são
influenciadas principalmente pela temperatura e pela umidade no interior do

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

ninho. Os substrato úmido aumentaria a porcentagem da taxa de eclosão em


C.caretta, desde que este não se encontre saturado em água. Como areias
mais finas propiciam a retenção maior e mais prolongada de umidade, o
afinamento de granulometria favorece indiretamente a eclosão.
Os estudo prévios sobre as desovas de P.unifilis demonstraram que o tamanho
do sedimento não afetou a porcentagem de eclosão. Já para P.expansa,
segundo mesmo trabalho, o sucesso de eclosão é favorecido pelo afinamento
do tamanho dos sedimentos. Estudos no estado da Bahia, com a espécie
C.caretta, mostraram que sedimentos praiais cuja distribuição granulométrica
apresenta alta concentração da fração areia fina otimizam o desenvolvimento e
nascimento de filhotes.

CONCLUSÃO:
Conclui-se, neste trabalho, que a granulometria das praias amostradas tem
influência no tempo de incubação e na taxa de eclosão das espécies de
tartarugas marinhas investigadas (C.caretta e L.olivacea). Esta influência não
pode ser analisada sem levar em consideração a variação de aporte e
morfodinâmica costeira ao longo das praias, uma vez que é esta variação que
determina a mudança de granulometria.
O rumo de deriva litorânea longitudinal no trecho de costa estudado é sul, o que
se reflete na melhora de seleção granulométrica, com engrossamento da areia
de praia, nesse mesmo rumo. Como consequência desse engrossamento, o
tempo de incubação diminui, juntamente com a taxa de eclosão, de norte para
sul.
Levando em consideração os resultados obtidos neste trabalho, os cercados de
incubação a serem construídos ou modificados, nesta área, devem ser
realizados de preferência na porção mais ao norte de cada arco praial, onde as
areias são relativamente mais finas e favoráveis à eclosão, porém deve-se levar
em consideração a mudança de temperatura, para que não altere a razão
sexual, uma das principais preocupações no manejo e conservação das
tartarugas marinhas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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size distributions. Journal of Sedimentary Petrology, 55(4): 457-470.

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12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

45
UNISA - Universidade de Santo Amaro

WRIGHT, L.D.; CHAPPEL, J.; THOM, B.; BRADSHA, W.M. & COWELL, P.,
1979. Morphodynamics of reflective and dissipative beach and inshore systems:
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________________________________________________________________
1-graduação em ciências biológicas da UNISA.

2-Professor Dr. Pós graduação do Instituto Geociências Universidade de São


Paulo.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Análise comparativa de um projeto de Mecanismos de


Desenvolvimento Limpo e dois projetos de Produção Mais Limpa
de duas empresas do setor industrial
JANAINA OLIVEIRA COSTA(1)

SALETE REGINA VICENTINI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A partir da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII, a
poluição passou a ser um problema em algumas cidades. Esta revolução
representou a consolidação e a globalização do capitalismo, sistema sócio-
econômico atual, que proporciona o aumento da produção, do consumo de
bens materiais e da urbanização. Com o crescimento da produção e do
consumo, a pressão sobre os recursos naturais aumentou, gerando degradação
ambiental em todas as suas formas.
Os indicadores da degradação ambiental tornam-se alarmantes, à medida que
a capacidade de suporte do planeta é reduzida não só pela poluição, como
também pelo desmatamento, pela expansão da erosão, pela contaminação das
águas, pelo consumo exagerado de fontes de energia não-renováveis, e pelo
crescimento populacional. O crescimento da população pressiona o uso
crescente dos recursos naturais e contribui para perpetuar a pobreza, que por
sua vez gera problemas ambientais graves, especialmente nos países em
desenvolvimento.
Na década de 60, a crescente preocupação pública com as questões
ambientais fez com que muitos governos no mundo se sentissem pressionados
em achar soluções para conter a degradação ambiental e buscar o
desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento sustentável pode ser definido como o desenvolvimento que
procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades. Para isso, deve existir um processo contínuo de melhoria das
condições de vida, redução do uso de recursos naturais e minimização da
degradação ou dos desequilíbrios ambientais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) começou a realizar conferências para
tratar dos problemas ambientais. A primeira delas, a Conferência das Nações
Unidas sobre Ambiente Humano, em Estocolmo na Suécia, em 1972, contou
com a participação de 113 países. A Estocolmo-72, como ficou conhecida,
tornou-se um marco e dela saíram frutos importantes como o Programa das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - PNUMA. Para
discutir a intensificação das mudanças climáticas foi estabelecida a Convenção

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

do Clima na conferência Eco-92, que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992


(MARTINS, 2002). Desde então, os países participantes têm se reunido em
Conferências das Partes (COPs) para discutir este assunto e tentar encontrar
soluções para o problema. A COP-3 foi uma das mais importantes, pois
estabeleceu o Protocolo de Kyoto, que propõe o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL), permitindo aos países industrializados de
financiar projetos de redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) nos
países em desenvolvimento.
Em 1991, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial
(UNIDO) junto ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Centro
de Atividades do Programa de Meio Ambiente em Paris (UNEP/IEPAC)
iniciaram um projeto, onde foram criados os “Centros Nacionais de Tecnologias
Limpas” com o objetivo de desenvolver a Produção Mais Limpa ou P+L, que
significa a aplicação contínua de uma estratégia ambiental e tecnológica aos
processos produtivos, com o objetivo de aumentar a eficiência no uso de
matérias-primas e insumos, tendo como resultados a não-geração ou
minimização de resíduos nas empresas. Desse modo a P+L reduz os riscos
ambientais e traz benefícios econômicos para o empreendimento.
No Brasil, com o crescimento das atividades industriais, da geração de resíduos
e da poluição, os órgãos ambientais passaram a solicitar das empresas o
controle e o tratamento das emissões atmosféricas, resíduos sólidos e
efluentes. Com isso, as empresas começaram a busca de soluções e
alternativas inovadoras para o sistema produtivo, como os Mecanismos de
Desenvolvimento Limpo (MDL), as técnicas de Produção Mais Limpa (P+L), a
certificação da norma ISO 14000 e os Sistemas de Gestão Ambiental - SGA.

OBJETIVO:
O objetivo deste trabalho foi fazer uma análise comparativa entre um projeto de
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL e dois projetos de Produção
Mais Limpa – P+L, em duas empresas do setor industrial, uma da área química
e a outra fabricante de eletrodomésticos, verificando os pontos de convergência
e divergências destes projetos; avaliando também a viabilidade de aplicação
destas técnicas conjuntamente e se estes projetos atendem ao conceito de
sustentabilidade.

METODOLOGIA:
A pesquisa foi feita com duas empresas do setor industrial. A empresa “A” é
uma empresa da área química, onde foi desenvolvido um projeto de MDL com o
objetivo de reduzir a emissão de óxido nitroso. O projeto consiste na instalação
de uma planta para a decomposição térmica de N2O originado da fabricação de

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ácido adípico. O N2O é gerado como um subproduto do estágio de oxidação de


ácido nítrico, sendo emitido na corrente de gás residual. Com o projeto a
empresa esperava reduzir as emissões de GEE em aproximadamente 5,96
milhões de toneladas.
Já a empresa “B” fabrica eletrodomésticos e possui na unidade fabril de São
Paulo 2 projetos de P+L, um para a redução no volume e toxicidade de resíduos
e outro para a redução do consumo de água. No primeiro projeto para a
“redução no volume e toxicidade de resíduos sólidos gerados” na estação de
tratamento de efluente (ETE), foram adotadas medidas como a implantação, em
1998, de uma unidade de segregação de esmalte para evitar que os efluentes
da linha de esmaltação se misturassem com os demais líquidos encaminhados
para a ETE. O efluente líquido é segregado no setor de esmaltação, seguindo
para floculação e posterior adensamento. Na sequência, um filtro-prensa separa
a água clarificada, que segue para a ETE. O resíduo sólido resultante do
processo, formado unicamente por esmalte, fica retido na torta do filtro-prensa e
retorna à linha de produção como matéria-prima, sem que suas características
tenham sido alteradas. Além da implantação do sistema de reutilização, a
empresa mantém um contato permanente com os fornecedores de esmaltes,
visando à redução de metais pesados e outras substâncias tóxicas presentes
na matéria-prima. Para o outro projeto de redução do consumo de água, foi
implantado, em 1996, um sistema de reuso do efluente tratado que consiste de
sistema de filtragem, com vazão de 9 a 10m³/h, adaptado ao sistema de
tratamento de efluentes. O material filtrante é composto por areia isenta de ferro
que promove a retenção de contaminantes e eventuais partículas em
suspensão. Após o filtro há uma caixa d’água com 5m³ de capacidade, utilizada
para o armazenamento e duas bombas que bombeiam a água para o processo
industrial e sanitários. No processo industrial, a água é reutilizada: na lavagem
de piso; na remoção de tinta em pó, das peças eventualmente danificadas
antes do processo de queima; e no processo de desengraxe das peças.
A metodologia utilizada foi a de método comparativo através do levantamento
bibliográfico em artigos, livros e sites relacionados aos assuntos ambientais, de
MDL e de P+L. Também foi aplicado um questionário com 17 questões abertas
e fechadas, enviado para os responsáveis pelos projetos nas 2 empresas
pesquisadas.

RESUMO:
Sobre as motivações que levaram as empresas a implantar os projetos, as duas
empresas que responderam ao questionário puderam enumerar de 1 a 6 em
relação à importância de cada motivação citada; o número 1 foi considerado o
item mais importante e o item 6 o menos importante.
Nos resultados as duas empresas colocaram o mesmo item como mais
importante: “contribuir para o esforço global de combate à mudança climática”.

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A empresa “A” tem este item como motivação principal, pois segundo Lopes
(2002) o objetivo final dos projetos de MDL é a redução da emissão de gases
do efeito estufa (GEE) ou o aumento da remoção de CO2, já que estes gases
são os responsáveis pela intensificação das mudanças climáticas. E como
consta no Anexo A do Protocolo de Kyoto, um dos GEE é o Óxido Nitroso, o
qual a empresa “A” buscou reduzir.
A empresa “B” também tem esse item como principal, pois segundo o SENAI-
RS (2003), a P+L tem seu foco voltado para uma estratégia de redução
contínua da poluição e dos impactos ambientais através de reduções na fonte –
eliminando os resíduos e emissões dentro do processo produtivo ao invés de
tratá-los depois que foram gerados. Dessa forma, a P+L contribui também para
a redução de futuras emissões, como por exemplo de metano, com a
destinação de menores quantidades de resíduos.
Para as maiores influências para aplicação do projeto em determinado
processo, a empresa “A” escolheu o processo de maior geração de resíduos ou
emissões de gases.
Segundo Lopes (2002), as atividades de projetos de MDL devem estar
exclusivamente relacionadas a determinados tipos de GEE, como o óxido
nitroso (N2O), e aos setores/fontes de atividades, onde são gerados estes
gases.
A empresa que implantou a P+L escolheu como maior influência a
“possibilidade de redução do uso de recursos naturais”. A P+L além da
minimização de resíduos, busca também otimizar o uso de matérias-primas e
insumos. Através dessa otimização, os recursos naturais são “economizados”.
A conscientização ambiental na empresa também deve ser verificada para que
um projeto de MDL ou de P+L funcione de acordo com a sua proposta inicial e
que atenda as metas ambientais.
As duas empresas consideram importante a proteção ambiental como parte
integrante do processo. A empresa como um todo deve ter consciência
ambiental, do contrário o programa pode até ser implantado, mas não se pode
garantir quanto à sua continuidade.
Além da conscientização, a preocupação com proteção ambiental pode ser
avaliada até mesmo para a autorização de implantação do projeto. Segundo
Lopes (2002) para estabelecer a linha de base de atividade de projeto do MDL,
deve ser adotado o “Documento e referências sobre impactos ambientais”, que
se refere à documentação e às referências sobre os impactos que podem ser
causados pelas atividades de projetos. Os participantes da atividade de projeto
devem relatar quais impactos são considerados significativos, incluindo um
relatório de impacto ambiental e o termo de referência da avaliação de impacto
ambiental. Este documento será avaliado pela Comissão Interministerial sobre
Mudança Global do Clima - CIMGC para aprovação da implantação do projeto.
De acordo com o SENAI-RS (2003), a P+L elimina ou reduz a emissão de

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poluentes para o meio ambiente, ao mesmo tempo em que aperfeiçoa o uso de


matérias-primas, água e energia. Desta forma, além de um efeito de proteção
ambiental de curto prazo, a P+L incrementa a eficiência do uso de recursos
naturais, gerando melhorias sustentáveis de longo prazo.
Sobre a necessidade de inovação e mudança tecnológica; e alterações no
processo produtivo, as duas empresas responderam de forma afirmativa para a
necessidade de inovação e de mudança tecnológica, como sendo fundamentais
para as aplicações dos projetos.
De acordo com o SENAI-RS (2003), as mudanças tecnológicas são orientadas
para as modificações de processo e de equipamentos. As mudanças
tecnológicas podem variar desde mudanças simples, que podem ser
implementadas num curto período, até mudanças complexas e onerosas, como
a substituição completa de um processo.
Tanto para a decomposição térmica de óxido nitroso na empresa “A”, quanto
para redução no consumo de água e de resíduos perigoso na empresa “B”,
existiram mudanças nos processos produtivos e aplicação de novas
tecnologias. Mesmo assim, a empresa “B” declarou que não houve alteração no
processo produtivo, pois apenas foi realizado o reaproveitamento de água e
matéria-prima.
Também foram avaliados a necessidade de acompanhamento da quantidade de
redução de emissões, resíduos, matéria-prima e insumos. E se a prevenção da
geração de resíduos; e a redução de matéria-prima e energia são almejadas.
Os resultados foram afirmativos para os dois projetos.
Lopes (2002) afirma que no MDL deve ser realizado um plano de
monitoramento, que inclui a forma de coleta e armazenamento de todos os
dados necessários para calcular a redução das emissões de gases de efeito
estufa, que tenham ocorrido dentro dos limites do projeto ou fora desses limites,
desde que sejam atribuíveis à atividade de projeto e dentro do período de
obtenção de créditos.
Na P+L os objetivos são relacionados à minimização de resíduos e do consumo
de matéria-prima, água e energia. A adoção da P+L teria como principal
objetivo o controle dos resíduos, através de controle e acompanhamento,
minimizando a poluição no ambiente.
Sobre as principais barreiras enfrentadas para a aplicação dos projetos nas
empresas, o entrevistado pode escolher até três alternativas, porém a empresa
“A” assinalou apenas uma alternativa, sendo esta a de “custos”.
As duas empresas citaram como uma das barreiras a questão dos custos,
porém quando se decide investir em P+L, ao comparar as mudanças que são
geradas na estrutura dos custos totais, com o passar do tempo os custos
diminuem significativamente. Esta redução ocorre devido aos benefícios
gerados a partir do aumento da eficiência dos processos e dos ganhos no
menor consumo de matérias-primas e energia, e na diminuição de resíduos e

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emissões.
A concepção errônea foi citada pela empresa “B” nos itens “interpretação
limitada ou incorreta do conceito do projeto” e “experiência limitada com o
envolvimento dos colaboradores em projetos da empresa”, isto pode ser
solucionado com a informação e divulgação a todos os colaboradores sobre a
importância do projeto.
Deve ser instituída uma rede de agentes dentro da empresa para organizar
programas de P+L, capacitar e liderar empregados funcionais para a gestão de
projetos e acolher o conhecimento prático dos colaboradores com experiência
nos processos produtivos. Desse modo, a barreira da empresa a se limitar a
mudanças superficiais de curto prazo pode ser superada, criando chances de
uma melhoria contínua.
Em relação a parte financeira das implantações, como o beneficiamento
econômico com a redução de resíduos e emissões e à existência de
financiamento para a implantação da técnica, a empresa “A” declarou que
apesar de não existir um financiamento para investimentos no projeto, obtêm
benefícios com a redução das emissões de N2O. Na visão do responsável pelo
projeto a redução de emissões é normalmente um benefício econômico, em
razão das emissões serem provenientes das matérias-primas, desse modo, a
redução das emissões aumenta o rendimento do processo.
Para Lopes (2002) o setor privado tem grande oportunidade de participação no
MDL, pois o potencial para reduzir emissões nesse setor é significativo. Além
disso, este setor é receptor de fluxos crescentes de investimentos que podem
ser destinados às atividades de projeto de MDL.
Já na empresa “B” existe um financiamento para aplicação da técnica, o que se
torna uma dificuldade a menos para a implementação do projeto de P+L, pois o
maior problema que se enfrenta dentro de uma empresa é a falta de recursos.
Desta forma, a possibilidade de ganhos com as reduções e a existência de
fontes de financiamento facilitam a implantação.
Sobre a possibilidade de implantação conjunta das técnicas de MDL e P+L, a
empresa “A” declarou que os métodos são complementares, porém a P+L é
mais ampla ao passo que o MDL só pode ser aplicado em alguns casos
particulares, onde o projeto possa ser enquadrado dentro das regras do
Protocolo de Kyoto.
A empresa “B” declarou que a empresa lançou mercado brasileiro um
refrigerador de 15,8 kWh/mês, com foco no consumo de energia, com um gás
inócuo ao meio ambiente - o isobutano, fabricado dentro do conceito de P+L. O
projeto é da sede da empresa na Alemanha e foi submetido à UNFCCC (United
Nations Framework Conventionon Climate Change), tendo sua metodologia
reconhecida como MDL, podendo concorrer à aquisição de créditos de carbono.
A aplicação conjunta dessas técnicas só é possível se houver um bom
planejamento estratégico, que disponibilize recursos financeiros e de pessoal

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especializado para que se possa estudar e viabilizar essa implantação; do


contrário o investimento na implantação conjunta pode não trazer retorno
financeiro.
Por último, para demonstrar quais os critérios dos projetos que podem ser
considerados parte da busca pelo desenvolvimento sustentável, a empresa “A”
citou: “obter incentivos financeiros e, ao mesmo tempo, reduzir a emissão de
gases que causam o aquecimento global estão completamente alinhados com a
noção de sustentabilidade, pois envolvem a proteção ao meio ambiente e a
geração de lucro para a empresa”.
Lopes (2002) cita como um dos requisitos do MDL que a atividade de projeto
contribua para o desenvolvimento sustentável do país no qual venha a ser
implantada.
Já a empresa “B” citou que um dos seus pilares estratégicos é voltado ao meio
ambiente e à comunidade. E que o durante projeto “o termo sustentabilidade
refere-se à medida que os resultados e as realizações da intervenção são
duradouros. Muitas vezes, as avaliações consideram a sustentabilidade das
mudanças institucionais, bem como os impactos socioeconômicos”.
Desse modo, é possível observar uma preocupação das empresas em ter
processos que poluam menos e que economizem recursos naturais, sem deixar
de lado os aspectos financeiros.

CONCLUSÃO:
Os projetos de MDL e P+L apresentaram as seguintes semelhanças: contribuir
para o esforço global de combate à mudança climática; preocupação ambiental
como parte integrante dos projetos e benefícios econômicos com as melhorias
obtidas.
As maiores dificuldades para implantação das técnicas foram: custos e falta de
informação sobre os temas, por isso, deve-se estabelecer um planejamento
com um período de divulgação e informação dos temas MDL e P+L para todos
os colaboradores da empresa, e apresentação de casos de sucesso para a
gerência ou diretoria.
O MDL criou a possibilidade dos países desenvolvidos cumprirem parte de suas
metas de redução de emissão financiando projetos de novas tecnologias,
produção mais limpa e de desenvolvimento sustentável nos países em
desenvolvimento. Isso prova que a P+L pode ser um instrumento usado para
que se possam atingir as metas no MDL.
O MDL e a P+L podem ser implantados em conjunto e contribuem para a
sustentabilidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
LOPES, I. V. et. al. 2002. O mecanismo de Desenvolvimento Limpo - Guia de
orientação. Editora Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro. 90 p.

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MARTINS, J. P. S. 2002. A década desperdiçada: O Brasil, a Agenda 21 e a Rio


+ 10. Editora Komedi. Campinas. 200 p.

SENAI-RS - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. 2003.


Implementação de Programas de Produção mais Limpa. UNIDO, UNEP, Centro
Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) – SENAI-RS. Porto Alegre. 42 p.
________________________________________________________________
Palavras-chave: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, Produção mais Limpa,
desenvolvimento sustentável.

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Análise da atividade antibacteriana e teores de fenóis totais e


flavonóides em extratos de Tithonia diversifolia (Hemsl.) A. Gray
(Asteraceae)
DANIELE COELHO GOMES LIMA(1)

MARCO AURELIO SIVERO MAYWORM(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Uma planta medicinal pode ser definida como qualquer vegetal que produza,
em quantidade considerável, substâncias biologicamente ativas utilizadas direta
ou indiretamente como medicamento. Os princípios biologicamente ativos das
drogas procedem do metabolismo das plantas, constituindo-se, em muitos
casos, em respostas dos mecanismos de integração da planta com o ambiente.
A biodiversidade pode ser definida como a variedade e variabilidade existentes
entre os organismos vivos e as complexidades nas quais eles ocorrem. Uma
das principais características da diversidade é a distribuição relativa desigual
dos seus componentes no espaço geográfico, significando que a abundância de
espécie é variável em um determinado ambiente. A implicação óbvia disto
relaciona-se com a necessidade de serem tomadas medidas urgentes para a
conservação dos ecossistemas.
Por muito tempo, os recursos terapêuticos foram constituídos por minerais,
produtos de origem animal e principalmente por plantas e seus extratos. Ao
longo dos séculos o homem percebeu a existência de algo nas plantas que,
administrado sob diversas formas (chás, garrafadas, pós, etc.), era capaz de
resultar em reações benéficas á saúde.
Quimioterápicos e antibióticos podem ter ação antibacteriana, antifúngica e
antiviral, sendo que esta ação pode levar a inibição do crescimento, à
inativação, ou a morte do agente infeccioso. Os antibióticos e os
quimioterápicos interferem com diferentes atividades da célula bacteriana,
causando sua morte ou somente inibindo seu crescimento. Os primeiros são
chamados de bactericidas e os segundos chamados de bacteriostáticos.
Algumas drogas, tipicamente bacteriostáticas, podem ser bactericidas para
determinadas espécies de bactérias.

Metabólitos Secundários

Um dos fatores de extrema importância para a descoberta de princípios ativos


naturais consiste, principalmente, na interação entre a química e a
farmacologia.
Dá-se o nome de metabolismo ao conjunto de reações químicas que

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continuamente estão ocorrendo em cada célula. A presença de enzimas


especifica garante certa direção a essas reações, estabelecendo o que se
denomina de rotas metabólicas. Os compostos químicos formados, degradados
ou transformados, são chamados de metabólitos. Estas reações que visam o
aproveitamento de nutrientes para satisfazer as exigências fundamentais da
célula, sendo considerados processos essenciais à vida, são chamadas de
metabolismo primário. Vegetais e microrganismos, apresentam todo arsenal
metabólico como, enzimas e coenzimas, capaz de produzir, transformar e
acumular inúmeras outras substâncias não relacionadas de forma direta á
manutenção da vida do organismo produtor, sendo definido como metabolismo
secundário. Estes produtos, não são necessariamente essenciais para o
organismo que os produz, mas garante vantagens para sua sobrevivência e
perpetuação em seu ecossistema.
Os Metabólitos secundários são elaborados através da biossíntese dos
compostos primários e apresentam uma grande importância ecológica para o
vegetal, como defesa contra herbívoros e microrganismos proteção contra
radiação UV, atração de polinizadores ou animais dispersores de sementes,
bem como a participação em interações alelopáticas.
Os principais grupos de Metabólitos secundários são os alcalóides, terpenóides
e fenóis entre outros quinonas, óleos voláteis, glicosídeos e flavonóides.
Os alcalóides são os mais potentes de todos os grupos químicos presentes.
Alcalóides são compostos nitrogenados farmacologicamente ativos e são
encontrados principalmente nas angiospermas. Na grande maioria possuem
caráter alcalino, mas apresentam exceções como a colchicina, piperina, oximas
e alguns sais quaternários. Muito se escreveu sobre a possível função dos
alcalóides nas plantas, sobre as razões de ocorrerem nelas. Algumas de suas
possíveis funções seriam como agentes venenosos que protegem a planta
contra insetos e herbívoros, produtos finais de reações de detoxificação que
representam um bloqueio metabólico de compostos que de outro modo seriam
nocivos à planta, reguladores de crescimento, substâncias de reservas capazes
de fornecer nitrogênio ou outro elemento necessário à planta.
Terpenóides são definidos como produtos naturais cuja estrutura pode ser
dividida em unidades menores de isopreno. Estes compostos são associados
em quase todas as interações possíveis que as plantas mantêm entre si e com
os demais microrganismos. Os sesquiterpenóides contêm três unidades de
isopreno, enquanto que tetraterpenóides ou carotenóides têm oito unidades. Os
sesquiterpenóides têm grande distribuição na natureza e formam a maior classe
de terpenóides, tratando-se de um grupo que apresenta grande espectro de
atividades biológicas, como atividade antitumoral e antimicrobiana.
Os compostos fenólicos possuem grande diversidade em suas estruturas, que
podem ser simples ou complexas. Dentre os compostos fenólicos estão às
ligninas e os taninos, polímeros de grande importância para os vegetais. Muitos

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dos compostos são constituintes de óleos voláteis, sendo alguns aromatizantes


tradicionais, como o aldeído, na canela. Sob a forma de ácido gálico, os fenóis
atuam na defesa das plantas, participam na inter-relação entre animais e
vegetais, são agentes alelopáticos, atuando na inibição da germinação de
sementes.
Os taninos são definidos substâncias fenólicas solúveis em água, apresentando
habilidade de formar complexo insolúvel em água com alcalóides, gelatina,
entre outras proteínas.
Os taninos são divididos de acordo com os núcleos fenólicos existente em sua
composição e na maneira como se unem formando dois grupos principais: os
taninos hidrolisáveis que se dividem em dois subgrupos dependendo do ácido
derivado na hidrólise sendo os galitaninos (ácido gálico) e elagitaninos (ácido
elágico) e os taninos condensados que formam o outro grupo principal sendo
mais resistentes à hidrólise. Estes compostos são particularmente importantes
componentes gustativos, sendo responsável pela adstringência de muitos frutos
e produtos vegetais. A complexação entre taninos e proteínas é a base para
suas propriedades como fatores de controle de insetos, fungos e bactérias.
Flavonóides constitui um grupo de compostos polifenólicos complexo que
apresentam uma estrutura caracterizada por dois anéis aromáticos (A e B) e um
anel heterocíclico oxigenado (C). Compondo este grupo estão descritos mais de
4000 compostos fenólicos diferentes incluindo os subgrupos flavonóis, flavonas,
antocianinas e flavononas. Diversas funções são atribuídas aos flavonóides nas
plantas, dentre elas podem-se citar: proteção dos vegetais contra incidências de
raios ultravioleta e visível, além de proteção contra insetos, fungos, vírus e
bactérias, atração de animais com finalidade de polinização, antioxidante,
controle da ação de hormônios vegetais, agentes alelopáticos e inibidores de
enzimas. Os flavonóides agem na membrana do microrganismo, apresentando
atividade contra bactérias gram positivas.
Os óleos essenciais, também chamados óleos voláteis ou essências, são
misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e
líquidas. Quimicamente, a grande maioria dos óleos voláteis é constituída de
derivados fenilpropanóides ou de terpenóides que pode ter ação anti-séptica,
inibindo o crescimento de bactéria e fungos.
As quinonas são compostos orgânicos que podem ser considerados como
produtos da oxidação de fenóis, sua principal característica é a presença de
dois grupos carbonílicos que formam um sistema conjugado com pelo menos
duas ligações duplas. São pigmentos naturais utilizados como corantes
alimentares, possui uma ação laxante.

Atividade Antimicrobiana

O termo antimicrobiano é usado para descrever elementos que combatem

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diretamente microrganismos causadores de doenças, ou que estimulem o corpo


no combate à infecção, fortalecendo o sistema imunológico.
As plantas têm sido fontes valiosas de produtos naturais que auxiliam na
manutenção da vida humana. O uso de extratos de plantas, com conhecimento
de suas propriedades antimicrobianas, tem importante significado em
tratamento terapêutico.
Com o conhecimento e o estabelecimento de métodos analíticos, iniciaram–se
as pesquisas com constituintes e atividades semelhantes em Pteridófitas,
Gimnospermas e Angiospermas. Verificando-se que grande número de plantas
floríferas apresentava propriedades antimicrobianas.
Extratos produzidos a partir de espécies de Amaranthaceae, Scrophulariaceae,
Alismataceae, Zingiberaceae, Plantaginaceae, Compositaceae, Lythraceae e
Verbenaceae apresentam atividades antibacteriana sobre microrganismos
Gram Positivos e Gram Negativo. Nos extratos foram encontrados esteróides,
saponinas, polifenóis e flavonóides.
Para desenvolver novos medicamentos os bacteriologistas partiram do principio
de que determinados produtos, capazes de livrar o homem de diversos males,
possuíam atividade bactericida ou bacteriostática. A esses princípios dá-se o
nome de antibióticos.
Nos últimos anos tem-se verificado um grande avanço cientifico envolvendo os
estudos químicos e farmacológicos de plantas medicinais que visam obter
novos compostos com propriedades terapêuticas.

Família Asteraceae

A família Asteraceae possui distribuição cosmopolita, sendo a maior família de


Eudicotiledônea, com aproximadamente 1600 gêneros e 23000 espécies. No
Brasil a família esta bem representada, ocorrendo aproximadamente 300
gêneros e 2000 espécies. Diversas plantas medicinais estão também incluídas
entre as Asteraceae, destacando-se a carqueja (Baccharis ssp), a camomila
(Matricaria recutita), o guaco (Mikania spp).
Muitas de suas espécies são ainda invasoras sendo consideradas agressivas
por produzirem substâncias que inibem ou retardam o crescimento de
competidores.
Entre os constituintes químicos encontrados nessa família destacam-se
triterpenos, esteróides, cumarinas, óleos voláteis, sesquiterpenóides,
flavonóides, alcalóides, entre outros.
Tithonia diversifolia (Hemsl.) A. Gray é um arbusto de textura semi-herbácea,
ereto, vigoroso, ramificado, de 1,5-2,5 m de altura com ramagem vigorosa mais
quebradiça, folhas inteiras ou lobadas e pubescente. Inflorescência terminais e
axilares com flores amarelas vistosas, reunidas em capitulo solitário grande,
semelhante ao girassol, formado durante os meses de outono-inverno, planta

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rústica e pouco tolerante a baixa temperatura é indicada principalmente para


regiões tropicais e subtropicais do país. Multiplica-se por sementes que
germinam espontaneamente, formando mudas nas proximidades da planta
mãe.
Diversos trabalhos foram feitos com a família Asteraceae apresentando
atividades antimicrobianas.
Extrato de inflorescências de Calêndula (Calendula officinalis L.) mostrou
atividade bactericida, fungistática, virucida entre outras. Os principais
componentes seriam flavonóides, saponinas e carotenóides.

OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo estudar o potencial antibacteriano e
analisar os teores de fenóis totais de extratos etanólicos produzidos a partir de
folhas, caules e inflorescências de Tithonia diversifolia (Hemsl.) A.Gray
(Asteraceae).

METODOLOGIA:
Materiais

Amostras de folhas, caules e inflorescências de Tithonia diversifolia (Hemsl.)


A.Gray foram coletadas na região de Parelheiros, zona sul da região
metropolitana de São Paulo – SP, em uma área livre de adubos e agrotóxicos.
Amostras testemunhas foram coletadas e herborizadas segundo técnica de
FIDALGO & BONONI (1989) e depositadas no herbário da Universidade de
Santo Amaro sob n° 3801.

Determinação de Massa Seca das Amostras e dos Extratos

Para determinar o rendimento de massa seca, fragmentos de mesmo tamanho


de inflorescências, folhas e caules foram selecionadas em triplicata, pesadas
em balança analítica e colocadas para desidratar em estufa a 100º C, durante
12 horas. Depois, os fragmentos secos foram acondicionados em dessecador
fechado vácuo, para retirar o restante da umidade das amostras e estas foram
pesadas até atingir peso constante.
Os teores de massa seca de cada extrato foram obtidos utilizando-se amostras
de 1 mL (em duplicata), eliminando-se o solvente e mantendo-se em
dessecador até peso constante.

Produção de Extratos

As amostras foram fragmentadas e submersas em etanol P.A., sendo agitadas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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a cada dia e o solvente trocado a cada 7 dias, perfazendo um total de 28 dias


de extração. Após a primeira extração (7º dia) o material foi triturado em
liquidificador e em seguida submerso novamente em etanol P.A. Após a quarta
extração (28º dias), o material com etanol foi aquecido a 70ºC durante duas
horas para uma melhor eficiência realizando-se a quinta e última extração. As
extrações foram feitas à temperatura ambiente e protegidas da luz, a fim de
evitar a fotooxidação dos compostos. Os extratos obtidos foram reunidos
constituindo os extratos etanólicos brutos, os quais foram concentrados sob
pressão reduzidas em rotaevaporador a 35ºC, a fim de se obter concentrações
a 1%, sendo armazenados em geladeira a temperatura entre 2 e 6ºC.

Amostras Microbianas

Neste trabalho foram utilizadas cepas-padrão de alta concentração de UFC


(Unidades Formadoras de Colônias), originárias de culturas do ATCC
(“American type culture collection”) adquiridas através do Instituto Adolfo Lutz
(IAL), e isolado clínico provenientes do Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo (ICB-USP) e do laboratório de microbiologia da
Universidade de Santo Amaro.
A atividade antibacteriana foi determinada pelo método de macrodiluição,
utilizando-se 8 cepas (Escherichia coli, Pseudomonas auriginosa,
Staphylococcus aureus, Salmonella Typhimurium, Klebsiella pneumoniae,
Bacillus subitilis, Enterococcus faecalis, Proteus mirabilis).
As bactérias foram estocadas em cultura com glicerol e mantidas a -20ºC para a
sua preservação até o momento do seu uso, quando foram ativadas em Caldo
TSB (Caldo de soja triptona) para crescimento e mantidas em estufa por 24
horas à temperatura de 37ºC.

Método de Macrodiluição em Caldo

Os testes de atividade antimicrobiana foram desenvolvidos segundo o método


de macrodiluição em caldo. Foram utilizados tubos de ensaio contendo 5 mL de
meio de cultivo. Os tubos foram autoclavados por 15 minutos a 121 ºC e em
seguida mantidos em estufa a 37 ºC por 24 horas, a fim de assegurar a
esterilidade dos mesmos. Nos tubos, foram depositadas concentrações
exponenciais (8 µg/mL a 2048 µg/mL) dos extratos produzidos a 1% e 100 µL
do inóculo padronizado em 1,5.108 UFC/mL, quantificado segundo 0,5 da
escala de McFarland. Os testes foram realizados em duplicata e mantidos em
estufa a 37 ºC por 24 horas. Quatro tubos foram utilizados como controle, sendo
dois negativos (tubo somente com meio de cultivo e outro tubo com meio de
cultivo e 100 µL de extrato) e dois controles positivos (tubo com meio de cultivo
e 100 µL de inóculo e o outro com meio de cultivo, 100 µL de inóculo e 100 µL

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de solvente). A Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi dada pela primeira


concentração onde houve inibição do crescimento microbiano.
As concentrações que inibiram o crescimento dos microrganismos foram
semeadas em ágar Mueller Hinton e incubadas em estufas por 24 horas a 37ºC.
A Concentração Bactericida Mínima (CBM) foi dada pela primeira concentração
de extrato onde não houve crescimento em placa.

Dosagem de Fenóis Totais

A análise dos fenóis totais de Tithonia diversifolia foi feita em duplicata,


utilizando-se balões volumétricos de 50 mL, aos quais foram adicionados 35 mL
de água deionizada, 50 µL de extrato etanólicos, 2,0 mL de Follin Cicauteau,
5,0 mL de solução saturada de carbonato de Sódio (NaCO3), e água
deionizada novamente completando-se o volume de 50 mL.
Os balões foram agitados para homogeneização do conteúdo e após 2 horas,
foram iniciadas as leituras em espectrofotômetro, medindo a absorbância em
760 nm, utilizando-se ácido tânico como padrão (100 mg/mL).

RESUMO:
O maior valor percentual de massa seca foi observado no extrato de folhas
(73,3%) e o menor valor no extrato de caules (23,3%). Quanto ao rendimento
dos extratos os maiores valores percentuais obtidos foram de inflorescências
(11%) e caules (10,8%) enquanto o menor rendimento foi obtido com o extrato
de folhas (5,5%).
Os valores de Concentração Inibitória Mínima (CIM) e de Concentração
Bactericida Mínima (CBM) utilizando extratos etanólicos de Tithonia diversifolia
produzidos a partir de inflorescências, folhas e caules, sobre cepas de
bactérias. Os extratos mostraram atividade contra todos os microrganismos
testados. O extrato de inflorescências apresentou os menores valores de CIM
sobre E. coli, P. mirabilis e S. Typhimurium (256 µg/mL) e menores valores de
CBM sobre E. coli, P. mirabilis e S. Typhimurium (512 µg/mL). O extrato de
folhas apresentou os menores valores de CIM sobre B. subtilis, E. coli, P.
mirabilis, S. aureus e S. Typhimurium (256 µg/mL) e os menores valores de
CBM sobre B. subtilis, E. coli, P. mirabilis, S. aureus, S. Typhimurium (512
µg/mL). O extrato caule apresentou valores de CIM (512 µg/mL) e CBM (1024
µg/mL) sobre todas as cepas testadas.
Os maiores teores de fenóis foram observados nos extratos de inflorescências
(1,55 mg/mL) e folhas (2,1mg/mL), enquanto o extrato de caules apresentou
baixo teor de fenóis (0,45 mg/mL).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

CONCLUSÃO:
O extrato de folhas apresentou melhor atividade antibacteriana e maior
conteúdo fenólico.
A atividade antibacteriana do extrato caulinar deve estar relacionada com a
presença de outros compostos não mensurados neste trabalho. É possível
também que a presença de outros compostos como carotenóides em maiores
teores no extrato de inflorescências poderia estar atuando em sinergia, gerando
o efeito antibacteriano observado.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CASTRO, H.G. & FERREIRA, F.A. 2000. Contribuição ao estudo das plantas
medicinais: carqueja (Baccharis genistelloides). Viçosa, MG: UFV,
Departamento de Fitotecnia: 10p.

CECHINEL FILHO, V. & YUNES, R.A. 1998. Estratégias para Obtenção de


Compostos Farmacologicamente Ativos a partir de Plantas Medicinais.
Conceitos sobre Modificação Estrutural Otimização da Atividade. Química Nova
23: 99-105.

FIDALGO, O. & BONONI, Z.L.R. 1989. Técnica de coleta, preservação e


herborização de material botânica. Instituto de Botânica de São Paulo.
________________________________________________________________
Apoio financeiro: UNISA

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Análise da expressão de GALECTINA-3 no tumor primário e sua


metástase linfonodal do carcinoma papilífero da tiróide
associada à mutação BRAF TI799A
NATÁLIA MARQUES BORGES(1)

MARCO AURELIO VAMONDES KULCSAR(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
O câncer no ser humano origina-se por alterações em genes responsáveis
pelo controle da proliferação celular, chamados genes supressores tumorais e
proto-oncogenes, mutações nestes últimos levam ao crescimento fora de
controle de células dando início a um tumor, passando a denominar-se
oncogenes.
No sistema endócrino o câncer ocorre principalmente na glândula tireóide. A
tireóide está localizada apoiando-se frouxamente sobre a traquéia anterior, na
altura da cartilagem cricóide, sendo formada por dois lobos laterais direito e
esquerdo, que em conjunto apresentam formato morfológico em forma de
borboleta. O principal papel da glândula tireoidiana é sintetizar hormônios para
o desenvolvimento e crescimento metabólico sendo que a função da glândula
está sob o controle do eixo hipotalâmico/ hipofisário. Os tumores malignos da
glândula tireóide originados das células foliculares podem ser classificados em
carcinomas foliculares, carcinoma papilífero e anaplásico, dentre os quais 90%
dos casos são de carcinoma papilífero. Já as células parafoliculares podem
originar os carcinomas medular. Diversos fatores ambientais contribuem para o
desenvolvimento do câncer de tireóide como radioatividade e fatores
nutricionais.
Análises em oncogenes vêm sendo utilizadas para identificar possíveis
mutações que levam as células a se proliferar constantemente, como as
mutações em RAS, GSP, TSH-R, rearranjo PAX-8/PPARý, rearranjo RET/PTC,
rearranjo TRK-T e a mutação BRAF, como possíveis marcadores moleculares
dos tumores da tireóide. Os tumores malignos da glândula tiroide se manifestam
como um nódulo do parênquima tiroidiano e podem ser classificados de acordo
com a sua morfologia, os originados das células parafoliculares o carcinoma
medular e, os originados das células foliculares carcinomas foliculares,
carcinoma papilífero e anaplásico ou carcinoma indiferenciado, sendo o
carcinoma papilífero (CPT) é o mais freqüente dos carcinomas da glândula
tiroide (KAWACHI, et al., 2000).
Dentre as alterações moleculares descritas no CPT, as mais prevalentes é a
mutação BRAFT1799A e a expressão aumentada da proteína galectina-3
(KAWACHI, et al., 2000) A mutação BRAFT1799A, observada em 45% e pode

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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esta relacionada ao pior prognóstico a mutação é utilizada como um marcador


tumoral. A galectina-3 é uma proteína monomérica de 30 Dka conhecida
também como Mac-2, CBP-35, IgEBP, CBP-30, RL-29, L-29, L-31, L34 e LBL é
uma das isoformas no qual são descrita em mamíferos galectinas 1 a 14
pertencente a família das lectinas que se ligam ao carboidrato ß-galactosídeos
(YOSHII et al., 2001).
A proteína galectina-3 pertence à família das lectinas solúveis que se ligam a
ß-galactosídeos e tem uma importante função na regulação do crescimento
celular, sendo detectada em diversos tecidos humano desempenhando diversas
funções fisiológica. Porém e em tumor primário e na metástase a expressão de
galectina-3 foi encontrada aumentada. Interessantemente, vários autores
mostraram a expressão de galectina-3 é observada em grande variedade de
carcinomas da tiroide, sendo predominantemente expressa em carcinoma
papilífero. A proteína é utilizada como um marcador tumoral na tiroide na
distinção de lesões benigna e maligna da glândula (YOSHII et al., 2001). Apesar
de amplamente estudado, não existe a associação entre galectina 3 e a
mutação BRAFT1799A.
O presente estudo tem como intuito analisar a expressão protéica da
galectina-3 em tumores primário na recidiva linfonodal metástatico de pacientes
operados com diagnóstico de carcinoma papilífero, associando com a presença
da mutação BRAFT1799A, como um potencial marcador de agressividade em
neoplasias de tireóide.

OBJETIVO:
Analisar a expressão de galectina-3 à presença e a ausência da mutação
BRAFT1799A em tumor primário e recidivo linfonodal metástatica de carcinoma
papilífero de tiroide

METODOLOGIA:
Extraímos DNA de blocos histológicos de 10µm de espessura obtidos 8
pacientes com diagnóstico de CPT recidivos e metastáticos os tecidos foram
desparafinizados e o DNA genômico foi extraído utilizando 200µl da solução lise
celular a 98ºC por 15 minutos no banho seco. Para extrair o DNA totalmente
puro foi adicionado 20µl de proteinase K para a degradação das proteínas,
seguido por uma adição de NaCl para precipitar as proteínas da solução. O
sobrenadante foi coletado para um eppendorf novo, em seguida o DNA será
precipitado com isopropanol e glicogênio. O pellet de DNA seguirá para uma
lavagem com etanol 70% e foi hidratado com água deionizada.
Para a detecção da mutação BRAFT1799A utilizamos o método PCR Nested.
O DNA foi amplificado em duas reações de PCR sucessivas na região que
contém o sítio de mutação BRAFT1799A e produto final foi analisado após

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

coloração do gel com brometo de etídeo e a presença de uma banda de 170 pb,
adicional a de 199 pb, a qual indicará a presença da mutação em heterozigose .
Como controle positivo da reação, utilizaremos a linhagem NPA de carcinoma
papilífero de tiroide, que é homozigota pra a mutação BRAF, cujo produto de
digestão enzimática gera predominância da banda de 170 pb. A técnica foi
adaptada para se tornar mais adequada. Utilizam-se duas reações de PCR em
seqüência, sendo que a segunda reação utiliza primers que amplificam um
fragmento específico dentro do fragmento já amplificado da primeira PCR, em
uma região que contém o sítio de mutação de BRAF.
O primeiro par de primers (Forward 5’-GACTCTAAGAAGAAAGATGAAGTAC-
3´) e o Reverse: 5´-GATTTTTGTGAATACTGGGAACTATGA- 3´) amplifica um
fragmento de 399 pares de base (pb). Posteriormente, este produto de 399 pb
foi amplificado pelo segundo PCR que gera um produto final de 199pb
(Forward: 5´-TAAAAATAGGTGATTTTGGTC TAGCTAGCTCTAG-3’ e o
Reverse: 5´-ACTATGAAAATACTATAGTTGAGA-3’). As condições da reação de
PCR será 950C x 1 minuto; 940C x 30 segundos, 580C x 30 segundos, 720C x
30 segundos por 40 ciclos e 720C x 10 minutos. O produto do segundo PCR
será digerido com XbaI por 16 horas a 370C.e o produto, aplicado em gel de
poliacrilamida 12%.
Para padronizar e agilizar os resultados obtidos com imunohistoquímica será
utilizada a técnica de Tissue MicroArray (TMA), uma técnica que permite a
realização de centenas ou milhares de análises simultâneas, diminuindo-se as
variáveis obtidas com reações separadas. O TMA será construído a partir de
um bloco de parafina vazio (receptor) para onde centenas ou milhares de
pequenos cilindros teciduais (diâmetro >= 0,6mm e altura de 3-4 mm) serão
transferidos de maneira coordenada, utilizando-se um equipamento específico.
As perfurações são realizadas uniformemente, por meio de coordenadas
cartesianas X,Y definidas, e cada amostra será perfurada em duplicata. Para
construir o TMA, utilizamos tecidos de recidiva de carcinoma papilífero de
tireóide e suas respectivas metástase.
Cortes histológicos do TMA com 3µm de espessura serão incubados com
anticorpo anti-galectina-3 overnight a 4ºC, seguida por incubação com anticorpo
secundário biotinilado. A reação será revelada pelo complexo
biotinaestreptoavidina – peroxidase e DAB, e contracorado com hematoxina de
Gill. A positividade da proteína foi observada na coloração marrom ao
microscópio, sendo intensificada das seguintes formas: (1) fraca (2) regular e
(3) forte. Sendo também analisada referente o seu local de concentração como
focal ou multifocal.

RESUMO:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Nesta serie de pacientes estudados observamos uma alta prevalência da


mutação BRAFT1799A , cerca de 75% dos pacientes. A expressão de
galectina-3 mostrou-se intens tanto nos tumores primários quanto nos
linfonodos metástaticos a (+++).
Analisamos a expressão de galectina-3 em tumor primário e recidivo linfonodal
metástatico de carcinoma papilífero de tiroide relacionando com a mutação
BRAFT1799A pelo método de imunohistoquímica. As analises de positividade
foram feitas por observadores distintos em microscópio de luz e foram
classificadas em (+) fraca, (++) regular (+++) forte de acordo com a intensidade
da coloração marrom. O valor médio de positividade foi obtido com os valores
de positividade atribuídos por 3 observadores diferentes.
Dentre os 8 casos de CPT analisados, 6 apresentavam-se positivos para a
mutação BRAFT1799A. Sendo que a galectina-3 estava presente em tecidos
positivos e negativos para a mutação BRAFT1799A . Dos 8 casos 7
apresentaram expressão forte e 1 caso negativo para a mutação apresentou a
expressão moderada .
Similarmente, as recidivas linfonodais (n=8) apresentaram um resultado
semelhante para a mutação (n=6). Nestes casos a expressão da galectina-3
apresentou-se forte em 7 casos, sendo em 1 caso negativo para a mutação e
expressão apresentou-se fraca. Os resultados estão demonstrados
graficamente nas figuras 3 e 4.

CONCLUSÃO:
Concluímos que a presença da galectina-3 pode esta associada a negatividade
e a positividade da mutação BRAFT1799A. No entanto o trabalho possa ser
melhor confirmado com trabalho futuros, e que do talvez possa indica que a
galectina-3 possa ser um potencial marcador de malignidade em carcinoma
papilífero quando associada a negatividade e a positividade da mutação
BRAFT1799A

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Kimura, E.T; Nikiforova, M.N; Zhu,Z.; Knauf, J.A; Nikiforov, Y.E; Fagin, J.A. High
prevalence of BRAF mutations in thyroid cancer: genetic evidence for
constitutive activation of the RET/PTC-RAS-BRAF signaling pathway in papillary
thyroid carcinoma. Cancer Res, v.63, 2003 n° (7) p.1454-1457.

Yoshii. T, Inohara. H, Takenaka. Y, Honjo. Y, AkahaniI. S, Nomura. T, Raz. A,


Kubo. T, 2001. Galectin-3 maintains the transformed pheno-type of thyroid
papillary carcinoma cells vol. Int J Oncol. 2001 18, no4, p. 787-792 (30 ref.)

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Kawachi, K; Matsushita, Y; Yonezawa S; Nakano, S; Shirao, K, Natsugoe, S; et


al. Galectin-3 expression in various thyroid neoplasms and its possible role in
metastasis formation. Hum Pathol, 2000

________________________________________________________________
Natalia Borges

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ANÁLISE DAS POSTURAS DE TRABALHO DO PERIODONTISTA


COMO UM FATOR DE RISCO NO DESENVOLVIMENTO DE
POSSÍVEIS DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES
MICHELLE STORCH CARDOSO LIMA(1)

CLAUDIA DIAS OLLAY(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A literatura aponta inúmeros casos de doenças que alteram a saúde do
trabalhador. Para o desempenho das atividades laborais são adotadas
determinadas posturas, que poderão provocar o desgaste do corpo. A prática
clínica Odontológica pode impor sobrecargas ao organismo do cirurgião-
dentista, predispondo-o a lesões, principalmente as de ordem física.

OBJETIVO:
Analisar as posturas laborais dos Periodontistas como um fator de risco no
desenvolvimento de possíveis lesões osteomusculares que podem ser
ocasionadas em função de seu processo de trabalho.

METODOLOGIA:
Para realização desta pesquisa, foi estabelecido o critério de inclusão: alunos
matriculados no curso de Especialização em Periodontia da Universidade de
Santo Amaro em andamento no ano letivo de 2005 os quais, durante a análise
biomecânica, estavam realizando o procedimento de raspagem.
Foi verificado que o curso de Especialização em Periodontia era composto por
11 indivíduos. Porém, nos dias em que a análise biomecânica foi realizada, um
deles encontrava-se em procedimento de triagem e orientação aos seus
pacientes. Sendo assim, a amostra desta pesquisa foi composta por 10
indivíduos.
Nos meses de maio e junho de 2005, foi realizada a entrega do Termo de
Consentimento Pós-Informação, onde os participantes eram informados sobre o
objetivo geral desta pesquisa e assinavam um termo de ciência e concordância
quanto à sua participação. Desta maneira, logo em seguida, foi realizada a
aplicação do Questionário Geral, nos intervalos de suas atividades práticas e
teóricas, com o objetivo de conhecer a população a ser estudada. Após sua
aplicação, foram realizadas a tabulação e interpretação dos dados colhidos
mediante a construção de gráficos e tabelas no Microsoft Excel.
Posteriormente, foi realizado na Clínica de Especialidade da Universidade de
Santo Amaro, durante o mês de agosto de 2005, a análise biomecânica da

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

atividade laboral de cada participante desta pesquisa, através da observação de


sua atividade prática durante um atendimento de duração aproximadamente de
30 minutos.
Durante a análise biomecânica, foi utilizada a Ficha de Avaliação da Atividade
Laboral, baseada no questionário usado por CALDEVILLA (2002), como
protocolo para o registro de parâmetros biomecânicos. Além disso, foi realizado
o registro fotográfico das atividades com auxílio da câmera Sony Cyber Shot,
modelo digital P73, 4.1 mega pixels, apenas para fins ilustrativos.
Com os dados registrados na Ficha de Avaliação da Atividade Laboral, foram
realizadas a tabulação e interpretação dos mesmos mediante a construção de
tabelas no Microsoft Excel.

RESUMO:
Como pôde ser observado, a população estudada foi composta por 10
indivíduos. Deste total, 70,0% eram mulheres, e 30,0% homens.
Através da realização deste estudo, foi possível identificar o grande número de
participantes portadores de algum tipo de desconforto osteomuscular, que foi de
8 indivíduos, 80% do total.
Em estudo realizado por GASPAR e REGES (1999), os desconfortos
osteomusculares na coluna, ombros e pescoço são cada vez mais observados
no cotidiano do profissional em Odontologia.
De acordo com os resultados obtidos através do levantamento das localizações
de desconforto osteomuscular dos periodontistas analisados neste estudo,
pôde-se perceber que a informação da bibliografia acima repete-se.
Além disso, dos participantes que apresentavam desconforto osteomuscular, foi
identificado que todos eles (100,0%) apresentavam desconforto na coluna
cervical, 6 (75,0%) na coluna lombar, 2 (25,0%) na coluna torácica, 5 (62,5%)
nos ombros; 3 (37,5%) nos punhos; e 1 (12,5%) na escápula.
Conforme descrito nos resultados, todos os periodontistas analisados
realizavam a flexão do pescoço, com predomínio estático. De acordo com
CHAFFIN (1973) apud BARBOSA et al (2000), a flexão do pescoço até um
ângulo de 15º seria aceitável para a prevenção de fadiga muscular desta região
e do aparecimento de lesões osteomusculares. Além disso, a manutenção de
posturas estáticas na região cervical, configura-se como um problema para os
músculos desta região. Segundo um estudo realizado por LAWRENCE (1972)
apud NOGUEIRA (1983) afirmou que a degeneração dos discos intervertebrais
da região cervical é bastante comum entre cirurgiões-dentistas. Desta forma,
esses fatores podem explicar os resultados obtidos de que 100,0% dos
indivíduos analisados apresentavam desconforto osteomuscular na região do
pescoço.
Conforme observado nos resultados desta pesquisa, 75,0% dos indivíduos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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analisados relataram possuir algum desconforto osteomuscular na região de


coluna lombar. Isto pode estar relacionado à postura adotada de flexão anterior
de tronco que estes periodontistas adotam durante a execução de suas
atividades práticas, no procedimento de raspagem. De acordo com COUTO
(1995) a flexão anterior de tronco, na posição sentada, acarreta uma tendência
de queda anterior do tronco devido a ação da gravidade. Portanto, para manter
o tronco na posição ereta, os músculos paravertebrais desenvolverão uma
contração estática para não permitir este deslocamento. Como estes músculos
estão firmemente fixados nos corpos vertebrais esta contração resultará em um
aumento da pressão intradiscal lombar, e, conforme descrito anteriormente,
pode provocar a degeneração discal desta região.
Durante o movimento de flexão do tronco e também do pescoço, ocorre uma
compressão assimétrica do disco intervertebral. A porção anterior do disco
apresenta-se sob pressão fazendo com que o núcleo pulposo desloque-se
posteriormente, já as fibras posteriores, alongam-se e entram em tensão. A
compressão do núcleo sobre as fibras posteriores, pode levar a degeneração
do disco, e posteriormente, a uma discopatia (COUTO, 1995; OLIVER, 1999).
Conforme demonstrados nos resultados, 62,5% dos periodontistas analisados
relataram possuir algum desconforto osteomuscular em ombros. Este índice
pode estar relacionado com a postura de abdução do ombro de predomínio
estático realizado por eles, durante a execução de suas atividades práticas.
Os tendões de certos músculos como o supra-espinhoso, o principal músculo
abdutor do ombro nos primeiros 60º deste movimento, possuem a parte
vascularizada e a não-vascularizada. Com o déficit de nutrição, os tendões
sofrem modificações histológicas com sinais de degeneração como células
mortas, depósitos de cálcio e microrrupturas das fibras de colágeno. Estes
sinais de degeneração são localizados principalmente nas partes não-
vascularizadas dos tendões (MENDES, 2003).
Segundo MENDES (2003), a abdução de ombro ao atingir um ângulo de 30°
provoca uma isquemia parcial nos vasos, que quando mantida por períodos
prolongados hipertrofiam as arteríolas e vênulas levando a um aumento de
pressão no músculo supra-espinhoso que ultrapassa o limiar de distúrbio da
circulação.
Portanto, como demostrado nos resultados desta pesquisa, a população
estudada encontra-se exposta aos riscos para o desenvolvimento de
tendinopatia, fadiga muscular e síndrome do impacto na região de ombro.

CONCLUSÃO:
Constatou-se que os desconfortos osteomusculares estão mais presentes na
região do pescoço, devido a flexão e a manutenção de posturas estáticas dos
músculos desta região e da abdução continuada dos ombros, fatores estes que
podem levar ao desenvolvimento de tendinopatias, fadiga muscular e síndrome

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

do impacto; a postura sentada por longa permanência é outro fator de risco que
pode levar a discopatias na região do tronco. Mediante o relatado, concluí-se
que através da análise biomecânica de 10 periodontistas em seus postos de
trabalho, durante a realização do procedimento de raspagem e dos resultados
obtidos, podemos afirmar que as posturas laborais adotadas são um fator de
risco e, portanto, possuem influência direta no desenvolvimento de possíveis
lesões osteomusculares. É importante salientar que a origem das lesões
osteomusculares relacionadas ao trabalho é multifatorial, ou seja, envolve
fatores psicossociais como o estresse, tensão, insatisfação profissional por
baixa remuneração; fatores individuais como sexo e idade; fatores ocupacionais
como os aspectos organizacionais, por exemplo, número de horas trabalhadas,
a não-realização de pausas, o número de atendimentos por dia, os
equipamentos de trabalho, tais como os que fornecem vibração e ruídos; o
próprio risco de acidentes, a contaminação e infecção oferecidos pela atividade
ocupacional, e ainda, a atitude postural adotada por cada profissional durante a
atividade laboral.
A Fisioterapia do Trabalho vem contribuindo para a proteção, promoção e
prevenção da saúde dos trabalhadores. Desta forma, pode também auxiliar os
periodontistas quanto a melhor forma de trabalho para a prevenção de doenças
ocupacionais, no sentido de orientar quanto a adoção da melhor postura de
trabalho, ou seja, postura que ofereça um menor gasto energético e menor risco
de lesão ocupacional; além de orientar quanto ao ajuste do mobiliário,
equipamento e instrumentos de trabalho no dia-a-dia laboral, e reforçar a
importância da organização do trabalho, no que se refere a importância das
pausas durante o trabalho e do número adequado de atendimentos por dia.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ANDERSSON, G. B. J.; CHAFFIN, D. B.; MARTIN, B. J. Biomecânica
Ocupacional. 1 ed. Belo Horizonte: Ergo, 2001. 579p.
BARBOSA, L. H.; STURION, H. C.; WALSH, I. A. P.; ALEM, M. E. R; GIL
COURY, H. J. C. Abordagem da Fisioterapia na Avaliação de melhorias
ergonômicas de um setor industrial. Revista Brasileira de Fisioterapia, São
Paulo, v. 4, n. 2, p. 83 – 92, 2000.
BARRETO, S. M.; SANTOS FILHO, S. B. Atividade ocupacional e prevalência
de dor osteomuscular em cirurgiões-dentistas de Belo Horizonte, Minas Gerais,
Brasil: contribuição ao debate sobre os distúrbios osteomusculares relacionados
ao trabalho. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.17, n. 1, p.181-193,
jan./fev., 2001.
CALDEVILLA, F. Fatores posturais na ocorrência de lombalgia em operadores
de máquinas de uma montadora. São Paulo. 2002. 75p. Trabalho de Conclusão
de Curso - Faculdade de Fisioterapia, Universidade de Santo Amaro.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

71
UNISA - Universidade de Santo Amaro

CASTRO, S. L.; FIGLIOLI, M. D. Ergonomia aplicada à dentística. Avaliação da


postura e posições do cirurgião-dentista destro e da auxiliar odontológica em
procedimentos restauradores. Jornal Brasileiro de Clínica & Estética em
Odontologia, Curitiba, seção Ergonomia, v. 3, n. 14, p. 56-62, 1999.
COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho: O manual técnico da máquina
humana. 1 ed. Belo Horizonte: Ergo, 1995. v. I, 353p.
GASPAR, A. M. M.; REGES, R. V. Problemas cervicais do cirurgião-dentista.
ROBRAC, Goiânia, v. 8, n. 26, p. 45-48, 1999.
MENDES, R. Patologias do trabalho. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2003. v. II,
1924p.
PÉCORA, J. D.; SAQUY, P. C. A ergonomia e as doenças ocupacionais do
cirurgião-dentista. 1 ed. Ribeirão Preto: Dabi Atlante, 1994. 31p.
NOGUEIRA, D. P. Riscos Ocupacionais de Denistas e sua Prevenção. Revista
Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 11, n. 41, p. 16-24,
jan./fev./mar., 1983.
OLIVER, J. Cuidados com as costas – um guia para terapeutas. 1 ed. São
Paulo: Manole, 1999. 162p.
________________________________________________________________
Palavras-chave: Postura de Trabalho; Distúrbios osteomusculares; Odontologia,
Riscos Ocupacionais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

72
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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO AMBIENTAL DOS


COLABORADORES DE UMA EMPRESA QUIMICA COM
RELAÇÃO À COLETA SELETIVA DE LIXO EMPRESARIAL
NÚBIA CRUZ GÊNOVA(1)

SALETE REGINA VICENTINI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A partir do desenvolvimento tecnológico e da excessiva exploração dos
recursos naturais, o homem vem causando um grande desequilibrio ambiental
produzindo quantidades crescentes de resíduos originados em indústrias,
comércio, residências e outros, sem se preocupar com a destinação adequada
desses resíduos para conservar o meio ambiente. Para amenizar essa situação
as indústrias adotam as normas técnicas, fazendo com que elas reduzam a
quantidade de resíduos e que os gerados sejam manipulados de maneira
correta, sem que ocorra um grande impacto ao meio ambiente.
Os resíduos são constituídos por vários tipos de compostos no qual cada tipo
precisa de uma destinação diferenciada. Eles podem ser classificados como lixo
“seco” ou “úmido”. O lixo “seco” é composto por materiais recicláveis como
papel, vidro, lata, plástico etc. Entretanto, alguns materiais não são reciclados
por falta de mercado, como é o caso de vidros planos. O lixo “úmido”
corresponde à parte orgânica dos resíduos, como as sobras de alimentos,
cascas de frutas, que pode ser usada para compostagem, que é um método de
degradar a matéria orgânica biologicamente podendo ser realizado dentro de
casa, no qual o produto obtido pode ser utilizado como adubo.
Sendo assim, a reciclagem vem sendo, uma das melhores alternativas para o
tratamento de resíduos, onde é adotada a política dos 3 R`s que significa
reduzir, reutilizar e reciclar, pois desvia os resíduos sólidos que podem ser
reciclados de aterros sanitários ou lixões, reduzindo a criação e a utilização de
aterros e diminuindo os riscos ambientais proporcionados por esses resíduos.
Também pelo fato de diminuir o consumo de matéria prima, e caso o sistema de
coleta seletiva seja bem estruturado, pode se tornar uma atividade econômica
rentável, tanto para os trabalhadores quanto para os colaboradores.
Hoje, um dos grandes responsáveis pela poluição são os rejeitos industriais,
que são originários de resfriamentos, lavagens, descargas, extrações,
impregnações, tratamentos químicos, além de outros.
Para tentar amenizar esta situação, segundo Maroun (2006), as indústrias estão
adotando as normas técnicas (NBRs) tentando fazer com que suas indústrias
produzam menor quantidade de resíduos e os resíduos gerados sejam
manuseados, armazenados e direcionados de maneira correta, sem que haja

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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maior impacto ao meio ambiente.


Os métodos de tratamento de resíduos mais utilizados pelas indústrias são:
Incineração, que consiste no processo de combustão ou queima controlada que
transforma sólidos, semi-sólidos, líquidos e gasosos em dióxido de carbono,
outros gases e água, com redução do volume e do peso iniciais.
Co-Processamento, que consiste na destruição térmica dos resíduos nos
processos de fabricação de cimento
Biopilha ou Landfarming, são sistemas de tratamento de resíduos que, através
de propriedades físicas e químicas do solo e de sua intensa atividade
microbiana, promovem a biodegradação, destoxificação, transformação e
imobilização dos constituintes dos resíduos tratados, minimizando o impacto
ambiental.
Reciclagem interna ou externa, podendo ser realizada dentro da própria
indústria ou através de empresas terceirizadas. Este tratamento consiste em
transformar os excedentes sólidos e torná-los insumo destinando-o aos
processos produtivos.
De acordo com Orth (2004), a destinação final dos resíduos é entendida como a
destinação dos resíduos sólidos para locais que possam permanecer por tempo
indeterminado no seu estado natural ou após ser transformado em material
adequado, sem causar dano ao meio ambiente e à saúde pública. O autor ainda
define como as principais formas de destinação a seguintes:
Aterro industrial, que corresponde a um confinamento dos resíduos em grandes
áreas projetadas para receber os tipos de resíduos correspondentes, no qual
tem que haver um sistema de drenagem e remoção de líquidos que percorrem
dos resíduos, sistema de tratamento do líquido percolado, sistema de
tratamento de gases que são liberados pelos resíduos, monitoramento de
águas subterrâneas e a impermeabilização com camadas de argila e material
polimérico de alta densidade.
Aterros sanitários, que corresponde a uma estrutura que possui sistema de
impermeabilização inferior, captação e tratamento de chorume (líquido poluente
gerado pela degradação do lixo). É a única estrutura que atende
completamente a legislação, e a gestão adequada dos resíduos.
Aterro Controlado (nos outros a segunda palavra ta minuscula), são áreas em
que os resíduos são lançados e, em geral, são apenas cobertos com materiais
inertes (terra ou argila). Não existem drenos de chorume ou de gases
combustíveis. Não sendo o correto mais corresponde a uma evolução do lixão.
Lixão, que corresponde a uma área onde os resíduos são lançados sem que
sejam adotadas quaisquer das providências mínimas de proteção do meio
ambiente. Trata-se de terrenos onde não há controle de entrada de resíduos.
Também são descartados resíduos industriais perigosos.
A prática de atividades voltadas à capacitação profissional por intermédio da
Educação Ambiental Não-Formal no espaço empresarial, além de cumprir o

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Art.13 da Lei Federal 9795/99 que incentiva: “a participação de empresas


públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental
em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-
governamentais;” (BRASIL, 1999), abre espaço aos funcionários para que
conheçam a problemática ambiental, incentivando-os a desenvolver um novo
método de pensamento para agir de forma integrada e polivalente frente aos
complexos problemas globais.
A Educação Ambiental na empresa também “conduz os profissionais a uma
mudança de comportamento e atitudes em relação ao meio ambiente interno e
externo das suas organizações”, despertando o interesse em cada funcionário
na “ação e busca de soluções concretas para os problemas ambientais que
ocorrem principalmente no seu dia-a-dia” .
A aplicação de EA em ambientes empresariais, através de metodologias que
envolvem investigação e planejamento participativo, como a produção de
material de comunicação utilizado em dinâmicas de implantação de gestão
ambiental, passa ser considerada como um instrumento indutor para a
preservação da qualidade de vida, pois constroem entre as pessoas valores
sociais, conhecimentos direcionados ao tema, atitudes e competências
“voltadas para a conquista e manutenção do direito ao Meio Ambiente
ecologicamente equilibrado”. Dentro das iniciativas da EA empresarial existem,
segundo (de acordo com) Simons (2006), três formatos diferentes para a
aplicação das metodologias, dentre elas o principal, pelo seu caráter impositivo,
destinado a preparar a organização para cumprir os itens propostos pela Norma
– International Standard Organization (ISO 14001), especificamente o item
4.4.2, que estabelece a prática de ações de caráter informativo sobre os
potenciais ou reais impactos ambientais relativos às atividades da empresa e a
importância dos benefícios da sua prevenção.
Hoje, a coleta seletiva é o principal e mais simples sistema de controle de um
importante aspecto ambiental da sociedade: os resíduos sólidos domésticos. O
lixo gerado pela população nas suas mais complexas áreas de atuação causa
dificuldades na forma de disposição e tratamento final. A coleta seletiva é
considerada com uma forma de preparo dos materiais para uma destinação
diferenciada dos resíduos potencialmente recicláveis, reduzindo, desta forma, o
encaminhamento para locais impróprios e sem a mínima estrutura para a sua
disposição final, como lixões a céu aberto ou terrenos baldios.

OBJETIVO:
Analisar o comportamento ambiental dos colaboradores de uma empresa
química, localizada no Estado de São Paulo, através de questionários
abordando a questão da Coleta Seletiva de Lixo no ambiente de trabalho, nas

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áreas de administração e de produção.

METODOLOGIA:
O presente estudo foi aplicado em uma indústria química, localizada na zona
sul da cidade de São Paulo. Fundada em 1863, oferece ao mercado uma ampla
gama de produtos e serviços que abrange os campos da saúde, agricultura e
polímeros. Possui atividades nos cinco continentes e está no Brasil desde 1896,
possuindo cerca de 3.500 colaboradores.
A pesquisa foi realizada na forma de questionário, distribuído para os
colaboradores das áreas de administração (Marketing, Business Services e
Pesquisa & Desenvolvimento) e de produção (Pesagem, Formulação,
Embalagem Primária e Secundária). Antes de distribuir os questionários, houve
uma avaliação das questões junto aos Setores de Comunicação e Meio
Ambiente da empresa.
Os questionários foram compostos por 13 questões fechadas, que apresentam
um conjunto de alternativas para que apenas uma seja escolhida e uma
questão aberta, que possui um espaço em branco para que o questionado
responda expondo sua opinião sobre o assunto mencionado. Estes
questionários foram distribuídos para 100 colaboradores entre as áreas
apresentadas acima, por um período de um mês.
Os resultados foram analisados estatisticamente através do programa Microsoft
Office Excel 2007 e agrupados por grau de similaridade entre as questões.

RESUMO:
Foram obtidos oitenta questionários respondidos, sendo quarenta de cada área,
o que possibilitou entender os conhecimentos gerais e específicos a respeito da
coleta seletiva entre os setores, e ainda, o comportamento dos colaboradores, a
respeito da realização das práticas de separação de lixo adotadas na empresa,
em suas residências.
Quando perguntado se sabiam o que é coleta seletiva de lixo, 100% dos
colaboradores das áreas de administração e produção responderam que sim. A
partir disso, podemos verificar (questão 6) que em ambos os setores, 70% dos
colaboradores de administração e de produção conhecem a política dos 5 R´s.
Segundo Figueiredo (1995), além da coleta seletiva, é necessário que a
sociedade reconheça que somente a reciclagem não será a única medida para
resolver os problemas relacionados à destinação do lixo. Então seria necessário
aumentar programas que realcem as problemáticas causadas pela geração de
lixo, trabalhando a importância da sua separação na fonte para posterior
reciclagem e reutilização dos mesmos e o mais importante, apresentar medidas

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para a redução de geração de lixo.


De acordo com Layrargues (2002), a reciclagem tem sido uma das melhores
alternativas para o tratamento dos resíduos, onde adota- se a política dos 3R´s
(reduzir, reutilizar e reciclar), diminuindo o consumo de matéria prima, e caso o
sistema de coleta seletiva seja bem estruturado, pode se tornar uma atividade
econômica rentável, tanto para os colaboradores quanto para a empresa.
Nesse caso, pode-se considerar que o programa adotado pela empresa, está
sendo divulgado e de acordo com as leis e normas vigentes à coleta seletiva de
lixo.
Na questão 7, 57,5% dos colaboradores da administração e 50% dos
colaboradores da produção responderam que fazem separação de lixo em suas
casas. Já na questão 8, 90% dos colaboradores da administração e 97,5% dos
colaboradores da produção, responderam que contribuem para a coleta seletiva
no ambiente de trabalho.
Pode-se observar que apenas alguns colaboradores adotam o hábito de
separação de lixo em suas casas. Segundo Piva & Filho (2003), as empresas
geralmente adotam o programa de Coleta Seletiva para controle de um dos
seus aspectos ambientais, que é a geração do lixo doméstico pelos seus
funcionários ou por algum tipo de processo produtivo. O Programa torna-se
necessário pelo fato de órgãos fiscalizadores como a CETESB, no caso do
Estado de São Paulo, Polícia Ambiental, Secretaria de Meio Ambiente,
Vigilância Sanitária, entre outros, que cobram ações de melhoria contínua para
a conservação ambiental, amparados pela lei federal 9.605/98 de crimes
ambientais. Esta lei, que obriga os fiscais envolvidos a promover medidas
necessárias à preservação, interrupção ou minoração do agravamento do dano
ambiental, que neste caso seria a disposição incorreta do lixo gerado pelos
funcionários.
No caso do lixo residencial, não há uma fiscalização tão presente quanto as que
ocorrem nas empresas, o que facilita o não comprometimento das pessoas com
relação à coleta seletiva de lixo.
Para Vieira (2003) a Educação Ambiental na empresa conduz os colaboradores
a uma mudança de comportamento e atitudes em relação ao meio ambiente
interno e externo das suas organizações, o que desperta o interesse em cada
colaborador na “ação e busca de soluções concretas para os problemas
ambientais que ocorrem principalmente no seu dia-a-dia”.
Pouco mais de 70% dos colaboradores da adminitração e 85% dos
colaboradores da produção, afirmam que há um programa que incentive a
diminuição dos resíduos gerados no ambiente de trabalho (questão 9). Quando
perguntado se a distribuição das lixeiras era ideal, 20% dos colaboradores da
administração e apenas 7,5% dos colaboradores da produção, não consideram
adequada a distribuição das lixeiras no ambiente de trabalho (questão 10).
De acordo com Maroun (2006), as empresas têm adotado as NBR´s, tentando

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fazer com que sua empresa produza menor quantidade de resíduo e que eles
sejam manuseados, armazenados e por fim, direcionados de maneira correta,
sem que ocorra maior impacto ao meio ambiente. Garcia (2003) diz que as
empresas têm adotado a prática de coleta seletiva, recolhendo os resíduos
sólidos diferenciados em recipientes indicativos, encaminhando-os para
tratamentos, como a reciclagem, compostagem, reuso e/ou outras destinações.
O fato de não haver lixeiras no espaço de produção, para que não ocorra
contaminação dos produtos, não interfere na opinião dos colaboradores com
relação à distribuição das lixeiras.
Perante as respostas anteriores, verificou-se que os colaboradores estão bem
informados com relação à coleta seletiva de lixo, mesmo assim, em ambos os
setores, 97,5% dos colaboradores responderam, que seria eficaz aumentar a
divulgação sobre a importância da coleta seletiva (questão 12). Já na questão
13, quando perguntado se tinham conhecimento sobre um serviço terceirizado,
55% dos colaboradores da administração, responderam que não, contra 85%
dos colaboradores da produção que responderam que sim.

Sendo assim, a divulgação interna tem sido eficiente.

CONCLUSÃO:
Através dos resultados obtidos foi possível concluir que os colaboradores
questionados sabem o que é coleta seletiva e que em ambos os setores, têm
conhecimento sobre a política dos 5Rs. Mais de 50% realizam a coleta seletiva
em suas residências, e contribuem para a coleta seletiva no ambiente de
trabalho. Grande parte dos colaboradores afirma que há um programa que
incentive a diminuição dos resíduos gerados no ambiente de trabalho. Grande
parte dos colaboradores afirma que há um programa que incentive a diminuição
dos resíduos gerados no ambiente de trabalho. Na área administrativa, 20%
não consideram adequanda a distribuição dos coletores de lixo.
Grande parte dos colaboradores tem conheciemnto sobre as cores destinadas a
cada tipo de lixo. Na produção, 85% possuem conhecimento de como é
realizada a coleta seletiva dos resíduos gerados na empresa e do seviço
terceirizado que a empresa possui para esse tipo de coleta.
Colaboradores de ambas as áreas sentem falta da divulgação sobre a coleta
seletiva, assim como de ações para motivar essa prática no ambiente de
trabalho juntamente com a educação ambiental. Diante disso suger-se a
utilização empresarial, envolvendo os colaboradores em uma ação de
conhecimento pessoal e melhoria profissional.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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ABNT, Associação Brasileira de normas e técnicas - NBR ISO 14001:2004


Sistemas da gestão ambiental Requisitos com orientações para uso
Environmental management systems - Requirements with guidance for use
Segunda edição. ABNT, 31.12.2004, 27 páginas
DAGNINO, R. S.. 2007. Resíduos Sólidos: Lixo ou Matéria - prima?.
Dissertação: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas.
LAYRARGUES PP. 2000. Ideology and the environment: Business leaders
adopt a strategy of environmental.

________________________________________________________________
não há.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Análise do perfil dos servidores públicos da Secretaria Municipal


do Verde e do meio Ambiente de São Paulo em relação aos
resíduos gerados no ambiente de trabalho com base na
Educação Ambiental
FABIANA ANGELIM CAMÕES(1)

SALETE REGINA VICENTINI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Dentre os diversos problemas ambientais mundiais, a questão do lixo é das
mais preocupantes e diz respeito a cada um de nós. Abordar a problemática da
produção e destinação do lixo no processo de educação é um desafio, cuja
solução passa pela compreensão do indivíduo como parte atuante no meio em
que vive, (Felix, 2007). Ainda segundo o autor a coleta seletiva é uma
metodologia que objetiva minimizar o desperdício de matéria prima e a
reciclagem de forma mais racional de gerir os resíduos sólidos urbanos. A
reciclagem, na sua essência, é uma maneira de educar e fortalecer nas
pessoas o vínculo afetivo com o meio ambiente, despertando o sentimento do
poder de cada um para modificar o meio em que vivem.
Segundo Quintas (2004) a questão do lixo pode ser trabalhada em programas
de educação ambiental desde a perspectiva do “lixo que não é lixo”, por meio
dos três R’s, até aquela que toma esta problemática como conseqüência de um
determinado tipo de relação sociedade - natureza, histórica e socialmente
construída, analisando desde as causas da sua existência até a destinação final
do resíduo e, ainda, buscando a construção coletiva de modos de compreendê-
la.
A separação dos materiais recicláveis cumpre um papel estratégico na gestão
integrada de resíduos sólidos sob vários aspectos: estimula o hábito da
separação do lixo na fonte geradora para o seu aproveitamento, promove a
educação ambiental voltada para a redução do consumo e do desperdício, gera
trabalho e renda e melhora a qualidade da matéria orgânica para a
compostagem. Entre as vantagens ambientais da coleta seletiva destacam-se: a
redução do uso de matéria-prima virgem e a economia dos recursos naturais
renováveis e não renováveis; a economia de energia no reprocessamento de
materiais se comparada com a extração e produção a partir de matérias-primas
virgens e da valorização das matérias-primas secundárias, e a redução da
disposição de lixo nos aterros sanitários e dos impactos ambientais
decorrentes. Os materiais recicláveis tornaram-se um bem disponível e o
recurso não natural em mais rápido crescimento. (Waite, 1995).
As empresas e pessoas preocupadas com a questão ambiental ou com vistas à

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sustentabilidade, sabem plenamente que é por meio da educação e da


formação permanente que se estabelecem as grandes e efetivas mudanças,
pois levam a solução de problemas ambientais que afetam o futuro de todos,
não excluindo pobres ou ricos, países de primeiro mundo ou em
desenvolvimento.
Os procedimentos técnicos desenvolvidos e aplicados no campo ambiental
devem considerar de forma primaz as representações, valores e ações sociais
dos seres humanos. O posicionamento frente a questões de valores ou
participação coletiva, direcionado para a solução de problemas da comunidade,
deve ser o ponto de partida da EA, a qual deve ser contextualizada no tempo e
no espaço, valorizando o coletivo, a diversidade e o confronto das diferenças.

OBJETIVO:
Levantar o perfil dos servidores públicos da Secretaria Municipal do Verde e do
Meio Ambiente em São Paulo em relação aos hábitos a respeito dos resíduos
gerados no ambiente de trabalho com base na educação ambiental através da
aplicação de um questionário.

METODOLOGIA:
Para cumprir os objetivos propostos por este trabalho, foi realizada uma
pesquisa, através de um questionário aplicado aos servidores públicos da
Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente localizada em São Paulo,
com perguntas em relação a coleta seletiva de lixo, reciclagem, destinação final
dos resíduos entre outras questões pertinentes ao assunto a uma amostragem
de 150 pessoas, no qual 92 foram respondidos em anonimato.
As perguntas foram formuladas, basicamente, com o objetivo de conhecer os
hábitos dos funcionários públicos em relação à questão dos resíduos gerados
no ambiente de trabalho.
Pode-se definir o questionário como a técnica de investigação composta por um
número mais ou menos elevado de questões, apresentadas por escrito às
pessoas, tendo como objetivo o conhecimento de opiniões, crenças,
sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, entre outros (Gil,
1999).

RESUMO:
Em geral observou-se que os resultados obtidos através da aplicação do
questionário foram bastante satisfatórios.
Verficou-se na primeira questão que 100% dos servidores públicos
questionados sabem o que é a coleta seletiva de lixo e 85% sabem que existem
os recipientes para a coleta seletiva no ambiente de trabalho e 43% considera

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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inadequada a distribuição das lixeiras.


Constata-se que 95% dos servidores públicos questionados já ouviram falar
sobre a recomendação para usar o princípio dos 3 R's na hora de consumir e
dar um destino ao resíduo que produz, e 86% deles fazem a separação dos
materiais recicláveis antes de jogá-los na lixeira sendo que 90% separam as
pilhas e baterias dos outros materiais, observa-se também que 98% dos
servidores públicos utilizam o papel reciclável no ambiente de trabalho.
Observou-se que 96% dos servidores questionados acreditam que seria eficaz
uma maior divulgação sobre a importância da coleta seletiva no ambiente de
trabalho e que apenas 10% deles não tem a preocupação e o hábito diário de
diminuir a quantidade de resíduos gerados. Verificou-se apenas uma questão
onde o resultado foi considerado insatisfatório, pois 72% dos servidores
públicos questionados não sabem para onde os resíduos gerados são
encaminhados após serem recolhidos, fazendo-se portanto trabalhar essa
questão através de informativos e palestras, tendo a Educação Ambiental como
um papel fundamental na conscientização e sensibilização das pessoas
envolvidas.
Constatou-se nos resultados que aproximadamente metade dos servidores
públicos, 57 % dos questionados acreditam que exista uma preocupação com a
melhoria constante das boas práticas relacionadas com o lixo, e que a rotina é o
principal obstáculo para isso. Na concepção geral dos servidores públicos da
Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, a SVMA encontra-se no
estágio regular em termos de conscientização de seus funcionários voltada aos
bons hábitos em relação ao lixo.

CONCLUSÃO:
Podemos constatar nos resultados, que os servidores públicos em geral, têm
bons hábitos em relação aos resíduos gerados no ambiente de trabalho, mas
baseando-se na informação de que a maioria não sabe o destino final dado aos
resíduos produz, faz-se necessário um trabalho de conscientização,
esclarecendo a questão de destinação de resíduos como também o que devem
fazer com o mesmo, objetivando assim, evitar impactos negativos ao meio
ambiente e à saúde pública. Os resultados apresentados corroboram com Felix
(2007), onde ele afirma que para formar sujeitos ecológicos, o trabalho
educacional é, sem dúvida, um dos mais urgentes e necessários meios para
reverter essa situação, pois atualmente, grande parte dos desequilíbrios está
relacionada às condutas humanas geradas pelos apelos consumistas que
geram desperdícios, e pelo uso inadequado dos bens da natureza.
De acordo com Tavares (2002), se todos contribuem com a degradação
ambiental compartilham responsabilidades nesse sentido. Assim, dentro desses
processos participativos, deveriam ser realizados trabalhos de sensibilização
para as questões ambientais. Para Tavares (2002), vive-se hoje na era do

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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descartável, em uma sociedade consumista em que a maioria da população


considera inesgotáveis os recursos naturais e não considera o espaço público
como parte de seu meio ambiente, tornando grave a questão do descarte de
resíduos sólidos, “o lugar do lixo é no lixo”. Como o lixo é um problema cultural,
a mudança de atitude da população em geral, pode ser associada a uma
revolução cultural lenta, gradual e silenciosa. E talvez tenha que ser construída
nos pequenos espaços, nas ações miúdas e rotineiras da vida organizada
socialmente. Quando a informação se dispersa, faz e desfaz verdades
estabelecidas e é reconstruída.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
FELIX, R.A.Z. Coleta seletiva em ambiente escolar. In: Revista eletrônica
Mestrado em Educação Ambiental. Fundação Universidade federal do Rio
Grande. ISSN 1517-1256, v.18, 2007.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo:


Atlas, 1999.

QUINTAS, J. S. Educação no processo de gestão ambiental: uma proposta de


educação ambiental transformadora e emancipatória. In: LAYRARGUES, P.
(Coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília, DF, MMA,
Diretoria de Educação Ambiental, 2004.

TAVARES, M. G. O.; MARTINS, E. F.; GUIMARÃES, G. M. A. Educação


ambiental, estudo e intervenção do meio, 2005. Disponível em: www.campus-
pie.org/. Acesso em 29 de Setembro de 2009.

________________________________________________________________
Não há.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Análise do Perfil sociambiental dos usuários do Parque


Ecológico Guarapiranga, São Paulo
MARIA CLEONICE GALDINO PEREIRA(1)

MARIA DO SOCORRO S PEREIRA LIPPI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
1.Introdução

A Bacia Hidrográfica do Guarapiranga teve sua concessão para o represamento


em 1906 sob a supervisão do engenheiro americano M. M. Murtaugh, quando
foi iniciada a construção da Represa Guarapiranga, tendo seu término em 1909,
sob o comando do engenheiro Thomas Berry, ambos a serviço da “The São
Paulo Tramway, Light & Power Co”. conhecida como “Light”, uma empresa de
origem canadense que atuava na produção e distribuição de energia elétrica e
transporte coletivo (Mendes & Carvalho, 2000).
A Bacia Guarapiranga é o um dos principais Mananciais da Região
Metropolitana de São Paulo (RMSP), com uma área de drenagem de 636Km²,
abastecendo cerca de quatro milhões de pessoas localizadas na zona sudoeste
da capital paulista, abrangendo parcialmente os municípios de Cotia, Embu,
Juquitiba, São Lourenço da Serra e São Paulo (ISA, 2006).
O Parque Ecológico Guarapiranga (PEG) foi criado em 1989 (Decreto Estadual
nº 30.442) e inaugurado em 3 abril de 1999, pela Secretaria do Meio Ambiente
do Estado, ocupando 7% dos 28 km no entorno da Bacia Guarapiranga,
constitui uma área de preservação ambiental e de proteção contra ocupações
ilegais. Localizado no número 3.286 da Estrada da Riviera, no Bairro da Riviera
Paulista, na zona sul da capital Paulista, com 250,30 hectares. Uma das
maiores preocupações para criação do Parque foi a contenção das ocupações
irregulares, objetivando a proteção dos mananciais; preservação da fauna e
flora existentes; realizar atividades de Educação Ambiental e oferecer
alternativas de lazer à população (França, 2000; SMA, 2000; Campos Filho,
2003).

OBJETIVO:
2. Objetivos

O presente trabalho tem por objetivo analisar e estabelecer um perfil


socioambiental dos visitantes e usuários do Parque Ecológico Guarapiranga
(PEG), objetivos específicos:
Caracterizar os visitantes e usuários do PEG;

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Realizar um estudo da percepção ambiental dos visitantes e usuários do PEG


Diagnosticar o objetivo da visita e do uso;
Contribuir para a elaboração do Plano de Manejo do Parque Ecológico
Guarapiranga.

METODOLOGIA:
3. Material e Métodos
3.1 Área de Estudo
O estudo será realizado no Parque Ecológico Guarapiranga, localizando na
Estrada do Riviera, 3286, bairro Riviera Paulista, zona sul da cidade de São
Paulo. O Parque possui uma área de uso intensivo com alguns equipamentos
de lazer, como pista de Cooper, e equipamentos de ginástica; espaços
destinados a atividades de Educação Ambiental; área verde extensa. Está
localizado às margens da represa Guarapiranga.
3.2 Público Alvo
O público alvo da pesquisa são adultos de ambos os sexos, visitantes e
usuários do Parque Ecológico Guarapiranga.

3.3 Coleta de Dados


A coleta de dados em campo foi realizada através de entrevistas, precedidas
de pré-teste.

3.3.1. Pré-Teste
O pré-teste tem por finalidade evidenciar possíveis falhas na redação do
questionário, tais como: complexidade das questões, imprecisão na redação,
desnecessidade nas questões e constrangimentos ao informante. O pré-texte
deve assegurar que o questionário esteja bem elaborado expressando clareza e
precisão dos termos (Gil, 1999).
Ainda, segundo o mesmo autor depois de redigido o instrumento de pesquisa,
mas antes de aplicado definitivamente, poderá passar por uma prova preliminar,
que poderá evidenciar possíveis falhas na redação do instrumento de pesquisa
tais como: complexidade das questões, imprecisão na redação,
desnecessidade das questões, constrangimentos ao informante, exaustão.
3.3.2 Entrevista
A entrevista é uma das técnicas de coleta de dados mais utilizada no âmbito
das Ciências Sociais, possibilitando analisar os mais diversos aspectos da vida
social, sendo eficiente para obtenção de dados em profundidade acerca do
comportamento humano, podendo os dados obtidos serem suscetíveis de
classificação e de quantificação. A pesquisa pode apresentar uma relação fixa
de perguntas, questões de âmbito fechada, aberta e dupla (Gil, 1999), utilizadas
neste trabalho.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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3.4 Análise dos dados


Após de interpretadas, as respostas foram agrupadas em categorias,
recebendo um tratamento quali-quantitativo, a fim de evidenciar os resultados
relativos aos objetivos específicos da pesquisa. Após a finalização do
tratamento dos dados, efetuaram-se as análises e a discussão dos resultados,
seguido das considerações finais (Gil, 1999).

RESUMO:
4.Resultados e Discussão

A pesquisa foi realizada nos finais de semana, no horário de funcionamento do


Parque, das 8h às 17h, em dias ensolarados e chuvosos, totalizando 100
entrevistas, com usuários e visitantes (frequentadores) do Parque Ecológico
Guarapiranga (PEG).
As questões iniciais que abordam idade, sexo e grau de escolaridade, indicam
um perfil dos freqüentadores do Parque Ecológico Guarapiranga, com faixa
etária entre 28 e 37 anos (40%), de sexo predominante feminino (70%),
masculino (30%), e com escolaridade, na sua maioria, nível médio (47%).
Dados de perfil observados em frequentadores de parques públicos do estado
de São Paulo apresentaram resultados iguais referentes ao grau de
escolaridade, com ensino médio 69%, no entanto apresentaram um perfil
masculino predominante com 59% (Whately, et al. 2008).
Analisando a figura 5 temos um número de indivíduos por residência de 5 ou
mais pessoas (32%), 3 pessoas (25%) e os que moram sozinhos com (3%).
Quanto a condição de emprego, a maioria dos entrevistados (62%) declararam
que estavam trabalhando no momento da pesquisa . A renda mensal familiar
dos entrevistados ficou em torno de 2 a 5 salários mínimos (42%) e de 1 a 2
salários mínimos, um percentual menor de 32%.
Em 2000 o Plano Municipal de Habitação identificou 1.241 loteamentos
irregulares dos quais 254 estão localizados em áreas de mananciais e que
abrigam 56.862 domicílios onde residem 216.588 pessoas, com renda média do
chefe familiar inferior a 5 salários mínimos (Santoro, Ferraro & Whately, 2009).
A relação de bairros obtida com as respostas, mostra uma grande variedade de
bairros cujos moradores frequentam o Parque Ecológico Guarapiranga, e com
maior incidência de usuários provenientes dos bairros, Jd. Rivieira (14%), Alto
do Rivieira (9%), Jd. Herculano (8%), Pq. Figueira Grande (7%), Jd. Nakamura
e Vila Bom Jardim (6%), Jd. Kagohara (5%), Guarapiranga, Jd. Ângela e Jd.
Vera Cruz (3%), Jd. Boa Esperança, Jd. Horizonte Azul, Jd. Novo Santo Amaro,
Jd. Santa Margarida, Parque Santo Antonio, e Vila Nagibe apresentaram (2%),
as demais localidades citadas 1%.
Esta grande disparidade de bairros no entorno da represa Guarapiranga é
resultado do uso e ocupação do solo, onde em 2003 cerca de 59% da Bacia

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

86
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Hidrográfica da Guarapiranga teve seu território alterado por atividades


humanas, divididas entre usos antrópicos que ocupam 42% da área total da
Bacia, incluindo atividades agrícolas mineração, indústrias e áreas de lazer,
usos urbanos 17% resultante na ocupação urbana de alta densidade (ISA,
2006).
De acordo com os dados do IBGE (2007), estima-se que moram na Bacia
Guarapiranga 787.820 pessoas, em 1980 eram 332.064 e em 1991 cerca de
548.370 pessoas, com base nesses dados é possível verificar o crescimento
que a região vem sofrendo.
Os loteamentos irregulares, reunidos nos arredores do Reservatório
Guarapiranga apresentam precária infra-estrutura de saneamento sendo estes
lotes responsáveis por grande parte do crescimento da região (SMA & CEA,
2008).
Dentre as atividades mais praticadas no parque encontra-se o passeio
(21,18%), sendo o de maior ocorrência; foi observado um grande número de
familiares que levam as crianças nos finais de semana como forma de
entretenimento, sendo este recreação com a família (18,38%), alguns praticam
a caminhada (14,64%), outros simplesmente descansam (14,02%), contemplam
a natureza (13,40%) ou praticam esporte de quadra (4,98%). Na relação de
atividades ao responder o questionário o entrevistado do pôde optar por mais
de uma atividade.
Dados observados em avaliação às principais atividades realizadas nos
parques públicos de São Paulo apresentam que 68% dos freqüentadores
desenvolvem alguma atividade física como fazer caminhada, correr, fazer
ginástica, musculação e esportes de quadra; lazer ou cultura (35%) incluso
levar as crianças para brincar assim como passear; descanso e relaxamento
(17%) envolvendo observar a natureza ou respirar ar puro, a freqüência dos
usuários de parques públicos (35%) no estado de São Paulo é maior nos finais
de semana, a grande maioria vai para caminhar, correr ou simplesmente
descansar e outros para atividades como shows que parques oferecem próximo
a residência, ou até mesmo como uma oportunidade para passear pela cidade
um local diferente no final de semana (Whately,et al., 2008).

Buscando avaliar o conhecimento e entendimento dos frequentadores do PEG,


referente ao que é um parque ecológico, foi observado de acordo com as
respostas que a maioria dos entrevistados não compreendem a importância de
se ter um Parque Ecológico na região, a grande maioria respondeu sendo um
ponto de diversão para crianças e adultos (17,24%); um local de lazer (16,67%);
uma área verde (12,64%); o contato com a natureza (12,08%); ambiente
agradável (8,06%); um lugar que preserva a natureza e os animais (5,75%); um
local onde há atividades recreativas (5,17%); a união de plantas, animais e
água (4,03%); para outros um parque ecológico serve como instrumento de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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ensino para a população abordando a conservação da natureza (2,30 %) e


apenas 1,15% dos entrevistados entendem ser um local que oferece educação
ambiental.
A criação do Parque Ecológico Guarapiranga teve como propósito a proteção
dos mananciais, a preservação da fauna e flora, conter as ocupações
irregulares desenvolvendo atividades de educação ambiental e oferecer
alternativas de lazer para a população (França, 2000).
A Educação Ambiental (EA), com sua abordagem interdisciplinar enfrenta
grandes desafios na formação de educadores. O maior desafio é introduzir a EA
de modo a não perder de vista as suas vivências e abordagens humanística e
transformadora, envolvendo a todos, comunidade e meio ambiente (Tristão,
2007).
A fim de levantar a percepção a respeito de meio ambiente foi relacionado as
respostas por categorias, em que para a maioria dos entrevistados 24,65 % a
natureza representa o meio ambiente; outros sendo um lugar sem poluição,
limpo (16,2 %); área verde (11,27 %); um local onde vivemos (10,56 %);
entrevistados que interpretam como o tudo (5,64 %) e aqueles que
responderam não saber (4,95 %).
Esses dados indicam que a percepção em relação ao meio não está no sentido
de que o ambiente construído também constitui o meio ambiente, prevalecendo
uma idéia naturalista.
Dados de percepção a respeito de meio ambiente foram observados com
alunos do ensino fundamental, para a maioria o meio ambiente é o lugar onde
vivemos (44,6%) e 33,7% dos alunos responderam ser simplesmente a
natureza (Pelicioni, 1998).
A maioria dos entrevistados, 63% não identificou problemas ambientais no
PEG; aqueles que identificaram 37% estão expressos por categoria.
A falta de cuidado com a represa foi o dado com maior percentual 33,33 %;
outros fatores como o lixo e poluição 16,68 %; o despejo de esgoto (12,5%); a
população em área de manancial (4,17%). É possível verificar a falta de
compreensão dos entrevistados em relação as respostas ao se referirem como
problema ambiental a falta de segurança ( 2,08%), assim como a falta de
organização do campo (de futebol) (2,08%).
A partir de 1980 o despejo de esgoto e a poluição difusa correspondente a todo
o tipo de resíduos que não sendo descartado e coletado adequadamente vão
para os corpos de água. A poluição da Represa Guarapiranga é causada
principalmente por despejo de esgotos, que são provenientes de residências,
de comércios, pequenas indústrias e de atividades agrícolas (SMA & CEA,
2008).

CONCLUSÃO:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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5. Conclusões
Com a análise dos resultados apresentados é possível entender que os
freqüentadores do Parque Ecológico Guarapiranga trazem um perfil quanto a
percepção ambiental, em sua maioria, um caráter apenas social. A percepção
foi buscada de várias formas nas questões trabalhadas.
Há uma grande necessidade de informação ligada ao conhecimento referente
ao local onde se encontra o PEG, uma vez que os freqüentadores passem a
valorizar esse conhecimento torna-se fácil aspirar a importância em se ter um
Parque Ecológico próximo a residência, e passar a frequentá-lo com essência e
não simplesmente por recreação.
Foi observado durante a pesquisa um público variado em relação às intenções
de visitas ao PEG, ao buscar a utilização dos espaços. Dos entrevistados, os
usuários que vão ao Parque com maior frequência está ligado a alguma prática
esportiva; o outro público envolve os visitantes de primeira vez e aqueles que
vão ao menos uma vez ao mês, em geral é para um simples descanso; e em
sua maioria quer está em contato com o meio natural.
Nesta mesma abordagem o parque obteve uma avaliação boa de seus
espaços, no entanto há um grande número de frequentadores que
desconhecem várias atividades existentes no PEG, havendo uma necessidade
maior de divulgação.
Com a caracterização socioambiental dos freqüentadores do PEG é possível
conhecer a percepção do público e suas opiniões em relação aos espaços do
Parque, servindo como base para a criação de projetos e atividades no Parque
Ecológico Guarapiranga que respeitem as restrições que o local apresenta,
buscando atender as aspirações dos freqüentadores, pautados na Educação
Ambiental.
Os resultados apresentados neste trabalho farão parte do Plano de Manejo do
Parque Ecológico Guarapiranga, já em andamento.
Deste modo o caminho traçado pela Educação Ambiental deve ser lento
deixando conhecimento ao longo do percurso, ressaltando que em muitas vezes
é necessário retornar, pois essa aprendizagem é permanente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
6. Referências Bibliográficas

Brasil, 1981. LEI Nº 6.938 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Campos Filho, O.S. 2003. Parque Ecológico do Guarapiranga: um espaço de
lazer e preservação. In: http://www.ambiente.sp.gov.br (acessado em junho /

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

2008).

França, E. 2000. O Programa de Saneamento Ambiental e Recuperação


Urbana da Bacia do Guarapiranga e a Prefeitura de São Paulo. In: França,
Elizabete (coordenação). Guarapiranga: Recuperação Urbana e Ambiental no
Município de São Paulo. M. Carrilho Arquitetos. São Paulo:19-39

Gil, A. C. 1999. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª edição. Atlas. São


Paulo.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2007. Dados do Censo


Demográfico. Disponível em: www.ibge.gov.br

ISA. Instituto Socioambiental 2006. Seminário Guarapiranga. Proposições de


ações prioritárias para garantir água de boa qualidade para o abastecimento
público. São Paulo. 171p.

Mendes, D. & Carvalho,M. C. de.2000. A Ocupação da Bacia Guarapiranga:


Perspectiva Histórico-Urbanística. In: França, Elizabete (coordenação).
Guarapiranga: Recuperação Urbana e Ambiental no Município de São Paulo. M.
Carrilho Arquitetos. São Paulo: 39-67

Pelicioni, A. F. 1998. Educação Ambiental na Escola – Um levantamento de


percepções e práticas de estudantes de primeiro grau a respeito de Meio
Ambiente e Problemas Ambientais. Dissertação para obtenção do titulo de
Mestre. Universidade de São Paulo. São Paulo. 118p.

Santoro,P.F.et al.2009. Mananciais: diagnóstico e políticas habitacionais.


Instituto Socioambiental. São Paulo.127p.

SMA - Secretaria do Meio Ambiente. 2000. Atlas das Unidades de Conservação


Ambiental do estado de São Paulo. São Paulo.

SMA & CEA, - Secretaria do Meio Ambiente e Coordenadoria de Educação


Ambiental. 2008. Caderno Ambiental Guarapiranga. Secretaria do Estado do
Meio Ambiente. São Paulo. 84p.

Tristão, M.. 2007. A Educação Ambiental e os espaços / tempos de formação.


In: Guera, A. F. S. & Taglieber, J. E. Educação Ambiental Fundamentos,
Praticas e Desafios. UNIVALI. Itajaí: 37-52

Whately, M. et al.2008. Parques urbanos municipais de São Paulo: subsídios

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

90
UNISA - Universidade de Santo Amaro

para a gestão. Instituto Socioambiental. São Paulo. 119p.

________________________________________________________________
Palavras chaves: Parque Ecológico Guarapiranga, Perfil Socioambiental,
Educação Ambiental.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Analise do potencial fitotóxico de extratos etanólios de


Erechtites valerianaefolia (WOLF) DC.
ALEXANDRE EMANOEL MARTINS ZOMER(1)

MARCO AURELIO SIVERO MAYWORM(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A utilização de herbicidas no controle químico de plantas daninhas é uma
prática comum na agricultura. Isso se deve, principalmente, ao fato de ser um
método eficiente e de baixo custo, sendo assim, outros métodos de controle têm
sido deixados de lado.
Anualmente, o mercado mundial de agroquímicos movimenta em torno de U$
30 bilhões, e no Brasil essa indústria tem crescido continuamente. Estima-se
que nos últimos anos a venda desses produtos no Brasil atingiu U$ 3 bilhões.
Um dos principais problemas associados ao uso de herbicidas é o
desenvolvimento de espécies resistentes aos mesmos, o que acarreta uma
contínua demanda por novos compostos químicos, que apresentem
mecanismos bioquímicos de ação diferente daquelas exercidas pelos herbicidas
atualmente em uso.
O controle de plantas invasoras pode ser efetuado através de compostos
naturais, provenientes do metabolismo secundário das plantas, capazes de
inibir a germinação ou o crescimento das mesmas. Estes compostos têm função
ecológica de defender a planta contra herbívoros, atraem polinizadores, atuam
como ferormônios e exercem atividade alelopática.
A variedade de atuação dos compostos secundários, principalmente na ação
alelopática, fizeram dos aleloquímicos um recurso para o desenvolvimento de
herbicidas naturais.
Diversos estudos estão sendo realizados através da alelopatia, na tentativa de
diminuir o uso de herbicidas. Estudos sobre substâncias alelopáticas e a
identificação das plantas que possuem princípios ativos capazes de causar
algum efeito é assunto de grande importância, tanto na utilização de extratos
capazes de inibir plantas daninhas na tentativa de diminuir o uso de herbicidas
comerciais, quanto na determinação de práticas culturais e de manejos mais
adequados que evitem a interferência destas substâncias no crescimento de
outras.
Os metabólitos secundários foram considerados, durante muito tempo, nada
mais do que subprodutos do metabolismo primário. Entretanto, o fato do vegetal
utilizar rotas biossintéticas elaboradas e com elevado gasto de energia,
conduziu à hipótese mais aceita atualmente de que estes compostos são
necessários para sobrevivência e preservação do vegeta. Foram reconhecidas
como funções de vários metabólitos secundários, a defesa contra herbívoros e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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microrganismos, proteção contra raios UV, atração de polinizadores e


dispersores de sementes, bem como sua participação em efeitos alelopáticos.
Os metabólitos secundários produzidos pelas plantas constituem diversas
classes de compostos, entre as quais destacam-se alcalóides, terpenos, óleos
voláteis, saponinas, e compostos fenólicos como flavonóides, taninos, quinonas
e cumarinas.
Os alcalóides são compostos nitrogenados farmacologicamente ativos
encontrados predominantemente nas angiospermas. Constituem-se num vasto
grupo de metabólitos com grande diversidade estrutural, representando cerca
de 20% das substâncias naturais descritas. Sementes e frutos que continham
alcalóides agiam como fortes inibidores de germinação. Observou-se a ação
inibitória de diversos alcalóides na germinação de sementes de alface.
Os terpenóides formam um grande grupo de substâncias naturais cujas
moléculas estão envolvidas na maioria das possíveis interações entre plantas,
plantas e microrganismos e entre plantas e animais. Os monoterpenóides
caracterizam-se fundamentalmente por sua volatilidade e odor característico.
São utilizados como anestésicos, expectorantes e antitussígenos. São os
principais componentes dos óleos essenciais e muito estudados no ponto de
vista aleloquímico. Os monoterpenóides podem ser os principais responsáveis
pelos efeitos inibitórios de óleos essenciais. Os sesquiterpenóides formam a
maior classe dos terpenóides, apresentando atividade antipirética, antifebrífuga,
antimalárica, antiinflamatória e antiespasmódica. Óleos voláteis são misturas
complexas de substâncias voláteis lipofílicas, como os terpenóides. Plantas
medicinais que possuem óleos essenciais entre seus princípios ativos, têm-se
revelado promissoras no controle de plantas invasoras.
Saponinas constituem um grande grupo glicosídeo com estruturas esteroidais e
triterpênicas, capazes de produzir espuma em solução aquosa. Estes
compostos têm mostrado ação de lise celular e fungitóxica. As saponinas
presentes nas raízes de alfafa retardam o crescimento do algodão.
Os flavonóides são um grupo de compostos fenólicos de ampla ocorrência no
reino vegetal. Apresentam funções antioxidantes, proteção contra raios UV e
entrada de microrganismos, ação alelopática, entre outras. Em raízes de
macieira é encontrada a florizina, um flavonóide que inibe o crescimento das
plântulas da mesma espécie.
Taninos são substâncias fenólicas solúveis em água responsáveis pela
adstringência de frutos e outros produtos vegetais. São utilizados na medicina
popular no tratamento de reumatismo, hemorragias, queimaduras, processos
inflamatórios, entre outros. Os taninos apresentam ação inibitória em
germinação de sementes, crescimento das plantas e bactérias.
As quinonas são compostos orgânicos que podem ser considerados produtos
de oxidação de fenóis. Apresentam atividade laxante, e na planta atuam na
defesa contra insetos e patógenos. A juglona, uma naftoquinona presente na

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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nogueira, impede o crescimento de outras espécies debaixo da copa e na área


onde se desenvolvem as raízes da planta.
As cumarinas são heterosídeos solúveis em álcool, amplamente distribuídas
entre os vegetais podendo ser encontradas também em fungos e bactérias.
Apresentam ampla atividade farmacológica e ação alelopática. O psoraleno,
isolado de sementes e frutos de diversas espécies, inibe a germinação de
sementes de alface mesmo em concentrações muito baixas.
A ordem Asterales compreende nove famílias botânicas, das quais a família
Asteraceae (Compositae) é uma das mais importantes como fonte de espécies
vegetais de valor medicinal.
Na família predominam ervas ou subarbustos, menos frequentemente arbustos,
pequenas árvores ou lianas. Possui distribuição cosmopolita, sendo a maior
família de Eudicotiledoneas, com aproximadamente 1600 gêneros e 23.000
espécies. No Brasil a família é bem representada, ocorrendo aproximadamente
300 gêneros e 2000 espécies.
Entre os constituintes químicos encontrados nessa família destacam-se
triterpenos, cumarinas, óleos essenciais, sesquiterpenóides, lactonas,
flavonóides, entre outros.
A família Asteraceae pode ser considerada uma das mais importantes fontes de
espécies vegetais de interesse terapêutico, dado o grande número de plantas
pertencentes a ela que são usadas popularmente como medicamentos, muitas
das quais amplamente estudadas dos pontos de vista químico e farmacológico.
Erechtites valerianaefolia (Wolf) DC. (sinonímio Senecio valerianaefolius) é uma
espécie da família Asteraceae conhecida popularmente como capiçoba,
capiçoba-vermelha, caruru-amargoso, voadeira preta, erva gorda e maria-
gomes. É uma planta anual, herbácea, ereta de caule semi-suculento e mais ou
menos pigmentado de antocianina (algumas vezes muito escuro), levemente
pubescente, de 50-120 cm de altura, nativa do Brasil. Propaga-se
exclusivamente por sementes. Trata-se de planta daninha com alto teor de
matéria orgânica e boa fertilidade. Infesta lavouras, chegando a ser a única
espécie infestante. Ocorre em todo o país, contudo é mais frequente na planície
litorânea, onde é importante infestante de bananais.
Não foram encontrados até o momento trabalhos que avaliem o potencial
alelopático de Erechtites valerianaefolia.

OBJETIVO:
Este trabalho teve como objetivos analisar o potencial alelopático de extratos
foliares, caulinares e radiculares de Erechtites valerianaefolia, sobre a
germinação e crescimento de plântulas de alface (Lactuca sativa L.), e avaliar
os teores de flavonóides e açúcares totais dos extratos.

METODOLOGIA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Amostras de folhas, caules e raízes de Erechtites valerianaefolia (Wolf) DC.


foram coletadas em uma propriedade localizada no bairro de Parelheiros,
município de São Paulo.
Amostras de folhas, caules e raízes foram fragmentadas e submersas em
etanol P.A., sendo agitadas diariamente e o solvente trocado a cada 7 dias,
perfazendo um total de 28 dias de extração. Após a terceira extração (21º dia),
os materiais foram triturados em liquidificador e, em seguida, submersos
novamente em etanol P.A. As extrações foram feitas à temperatura ambiente e
protegidas da luz, a fim de evitar a fotooxidação dos compostos. Os filtrados
obtidos foram reunidos, constituindo os extratos etanólicos bruto, os quais
foram concentrados sob pressão reduzida em rotaevaporador a 45°C, a fim de
obterem concentrações a 1%.
Os testes de ação alelopática foram desenvolvidos segundo método usual, em
triplicata. Em discos de papel de filtro com 9 cm de diâmetro, foram depositados
4 mL de extrato de forma uniforme. Para efeito de controle, em outros discos de
mesmo diâmetro foram depositados 4 mL de etanol P.A. Os discos
impregnados foram mantidos por 24 horas em estufa e dessecador para
eliminação do solvente. Após esse período, os discos de papel foram
depositados em placas de Petri previamente esterilizadas. Em cada placa foram
acrescentados 4 mL de água destilada e, após 1 hora, foram depositados 20
aquênios de alface (Lactuca sativa L.). As placas foram vedadas com filme
(PVC) e mantidas sob iluminação constante e temperatura ambiente pelo
período de cinco dias. A porcentagem de germinação e Índice de Velocidade de
Germinação (IVG) foram determinados diariamente, e no 4º dia foram medidos
os comprimentos do eixo hipocótilo-radicular e das folhas cotiledonares,
também foram determinados teores de flavonóides e açúcares totais.

RESUMO:
As massas fresca e seca das amostras analisadas, e o rendimento dos extratos
etanólicos obtidos a partir de folhas, caules e raízes de E. valerianaefolia. O
extrato foliar apresentou a maior porcentagem de massa seca total (62,4%), e
maior rendimento do extrato (2,9%). Os extratos caulinar e radicular
apresentaram porcentagem de massa seca total semelhante (54,2 e 51,5%,
respectivamente), contudo o rendimento do extrato caulinar foi maior (1,8%) em
relação ao extrato radicular (1,5%). Esses resultados indicam que o extrato
foliar possui, a princípio, maior quantidade de compostos solúveis em etanol.
As taxas de germinação, índice de velocidade de germinação (IVG) e
crescimento das plântulas de alface (Lactuca sativa L.) sobre os extratos
etanólicos de E. valerianaefolia. O extrato foliar apresentou maior efeito
alelopático, inibindo totalmente a germinação dos aquênios de alface. Sobre o
extrato radicular observou-se a menor taxa final de germinação (78,3%), em
relação ao controle e o extrato caulinar não afetou significativamente a taxa de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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germinação final (93,3%).


Os índices de velocidade de germinação (IVG) dos extratos caulinar e radicular
(28,8 e 18,2, respectivamente) mostraram-se inferiores ao controle (41,0),
resultados esperados, uma vez que os extratos caulinar e radicular retardaram
a germinação dos aquênios observada no 1° dia de contagem.
As plântulas desenvolvidas sobre os extratos caulinar e radicular apresentaram
forte redução no comprimento médio do eixo hipocótilo-radicular (11,0 e 8,5
mm, respectivamente), em relação ao controle (41,1 mm).
O comprimento das folhas cotiledonares foi fortemente afetado pelo extrato
radicular, apresentando tamanho inferior à 3 mm, em relação ao controle (3,6
mm), enquanto o extrato caulinar não afetou significativamente o comprimento
das folhas cotiledonares (3,1 mm).
Os teores de flavonóides dos extratos de E. valerianaefolia. O extrato foliar
apresentou maior teor de flavonóides (0,92 mg/mL) em relação aos extratos
caulinar (0,21 mg/mL) e radicular (0,06 mg/mL).
O maior efeito alelopático apresentado pelo extrato foliar pode estar associado,
a princípio, ao maior teor de flavonóides presentes no extrato (0,92 mg/mL).
O maior teor de açúcares totais foi observado no extrato radicular (4,4 mg/mL) e
o menor teor foi observado no extrato foliar (1,2 mg/mL). Esses resultados
sugerem, a princípio, que o efeito alelopático apresentado pelo extrato radicular
pode ser creditado em parte ao teor elevado de açúcares, através de ação
osmótica.
Devido à diversidade de compostos que ocorrem em E. valerianaefolia pode-se
sugerir a ação de mais de um componente químico responsável pelo efeito
alelopático dos extratos, sendo que apenas o isolamento desses compostos e a
avaliação das suas atividades possibilitarão melhor entendimento dos
resultados aqui observados.

CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos neste trabalho demonstraram que todos os extratos de
Erechtites valerianaefolia. apresentam ação alelopática, sendo que o extrato
foliar mostrou-se mais efetivo, inibindo totalmente a germinação das sementes
de alface (Lactuca sativa L), podendo ser uma fonte para a busca e isolamento
de novas substâncias que poderão ser utilizadas como herbicidas naturais.
Sendo assim, a partir deste trabalho, novas pesquisas poderão ser
desenvolvidas com o objetivo de dar continuidade aos estudos da espécie:

• Análise do potencial alelopático utilizando extratos com concentrações


menores que 1 %;

• Fracionamento do extrato etanólico bruto afim de obter extratos com


diferentes polaridades;

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• Avaliação sazonal do potencial alelopático;

• Isolamento e identificação e isolamento de compostos presentes nos


extratos;

• Avaliação de outras atividades biológicas (antimicrobiana, antioxidante,


antifúngica, anticolinesterásica, inseticida, acaricida, etc.).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALMEIDA, F.S. 1988. A alelopatia e as plantas. Fundação Instituto Agronômico
do Paraná. Londrina.

LORENZI, H. 2000. Plantas Daninhas do Brasil. Instituto Plantarum. Nova


Odessa.

MURAKAMI, C.; CARDOSO, F. L. & MAYWORM, M. A. S.. 2009. Potencial


fitotóxico de extratos foliares de Aloe arborescens Miller (Asphodelaceae)
produzidos em diferentes épocas do ano. Acta Botanica Brasilica 23(1): 111-
117
________________________________________________________________
Alelopatia; Fitoquimica; Erechtites valerianaefolia (WOLF) DC.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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APLICAÇÃO DE PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM


CONDOMÍNIO RESIDENCIAL
MARIA CRISTIANA SANTOS(1)

MARIA DO SOCORRO S PEREIRA LIPPI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A atuação da Educação Ambiental, tanto nos processos formal como no
inoformal, é hoje, uma das principais ferramentasvoltadas para a solução de
problemas relacionados ao meio ambiente, considerando que a Educação
ambiental propicia uma visão da realidade como um sistema dinâmico, onde as
relações entre desenvolvimento e meio-ambiente, teoria e prática, pensamento
e ação são devidamente explicitados e entendidos, como consta no capítulo 36
da agenda 21:

“[...] tanto o ensino formal como o informal são indispensáveis para modificar a
atitude das pessoas, para que estas tenham capacidade de avaliar os
problemas do desenvolvimento sustentável e abordá-los. O ensino é também
fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes,
técnicas e comportamentos em consonância com o desenvolvimento
sustentável e que favoreçam a participação pública efetiva nas tomadas de
decisão [...]” (Agenda 21, p. 239).

O analfabetismo ambiental levou a espécie humana a produzir pressões


insuportáveis sobre os sistemas naturais. Com isso, a capacidade de suporte
dos ecossistemas globais já foi superada. Estamos vivendo de retiradas
contínuas de uma poupança, na qual não fazemos nenhum depósito. A
velocidade de exploração das florestas e dos solos é, muitas vezes, superior à
capacidade de regeneração da natureza. Extrapolamos todos os limites que a
ignorância permite e como conseqüência, percebe-se a perda da qualidade de
vida, de uma forma generalizada, em todo o mundo que pode ser desde a perda
de uma cachoeira de água potável a um riacho que sumiu; de um recanto
destruído à violência dos assaltos e do desemprego; do empobrecimento
estético à erosão cultural (op. cit.).

A realização humana só pode ser o produto do trabalho coletivo, com a ação


política articulada e vinculada a práticas educativas que almejam a
concretização da cidadania plena e ecológica (Baeta et al., 2005).

Condomínios

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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A Lei Federal nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, regulamenta a organização


e administração dos condomínios. Cada condomínio deverá elaborar sua
convenção, bem como elaborar e aprovar seu regimento interno. Após o
registro da convenção no registro de imóveis, o regimento se torna obrigatório
para os proprietários, promitentes compradores, cessionários e promitentes
cessionários, tanto para os atuais quanto aos futuros.

A administração do condomínio está regulamentada no capítulo VI e deve ser


exercida por um síndico cujo mandato não poderá ser superior a 02 anos,
sendo que isto deve estar previsto na convenção do condomínio. O capítulo VII
dispõe sobre as assembléias extraordinárias que poderão ser convocadas pelo
próprio síndico ou por um quarto dos seus condomínios.

Tanto na Lei Federal nº 4.591, de 16 de dezembro de 1994, como nas


convenções dos condomínios, não se verifica expressa nenhuma
regulamentação ou orientação quanto aos acondicionamentos ou disposição
dos resíduos.

OBJETIVO:
Realizar um estudo do conhecimento e percepção ambiental dos moradores do
condomínio califórnia, investigar a aceitação do público-alvo sobre a
implantação de um Programa de Educação Ambiental voltado para o uso
racional de água, coleta de óleo de aozinha e coleta seletiva de resíduos
sólidos.

METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido no condomínio califórnia, localizado na Estrada do
Campo Limpo, 560, no bairro Campo Limpo, São Paulo,SP.

A pesquisa foi realizada com 43 moradores.

Foram utilizados questionários, buscando atingir o maior número possível de


moradores.

Os questionários foram avaliados a partir de tabelas das respostas e


posteriores análises destes dados ( Gil, 1999).

RESUMO:
Analisando a idade dos moradores, constatou-se que 30 pessoas possuíam
idade entre 18 e 40 anos, 10 pessoas pos´suíam idade entre 41 e 63 anos e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

99
UNISA - Universidade de Santo Amaro

apenas 3 pessoas possuíam idade acima de 63 anos, sendo que a pessoa mais
velha possui 75 anos.

Metade da população mundial tem menos de 20 anos e 90% destes vivem em


países em desenvolvimento. Estima-se que, até 2050, a população irá aumentar
50%, atingindo 9 bilhões de pessoas (Caruso & Sobrinho, 2000). A pesquisa
mostrou que da totalidade dos entrevistados, 14 são do sexo feminino e 29 do
sexo masculino (figura 2), destes, 20 pessoas são as mais acessíveis e que
ficam a maior parte do dia em casa, representados pelas donas de casa,
aposentados e estudantes, devido às suas profissões, a maior parte dos
condôminos passam o dia fora, no trabalho e retornam à suas residências
somente no período noturno, representados por 05 vendedores, 01 auxiliar de
enfermagem, 01 comerciante, 04 administradores, 02 Técnicos, 01 auxiliar de
escritório, 01 Body Piercing, 01 Secretária, 01 Jornalista, 02 Professores, 02
Motoristas, 01 Policial e 01 Advogado.

Grande parte dos apartamentos são habitados por 1, 2 ou 3 pessoas, como


pude observar, muitos casais com um filho residem nos apartamentos. A média
de tamanho da família de uma dada população é um dado relevante muito
utilizado pelos planejadores das mais diversas áreas das atividades humanas
(Dias,2001).

Poucas pessoas separam e reciclam o lixo. A grande quantidade do lixo


domiciliar é jogado na lixeira central do condomínio, após recolhimento feito
porta a porta, pelos funcionários.

Como se não bastassem todos os problemas provocados pela poluição das


águas e do ar, o homem ainda precisa aprender a conviver com seus dejetos
sólidos, produzidos em grande quantidade por uma sociedade que se habituou
ao consumo desnecessário e exagerado (Almeida et. al, 1996).

Um número muito grande de condôminos não dá um destino adequado para


suas baterias de celular e pilhas usadas, apenas 3 pessoas descartam-nas em
lugares adequados.

No Brasil, não é preocupação prioritária a disposição final de pilhas e baterias


usadas. A grande maioria dos brasileiros não sabe que pilhas e baterias são
lixo químico, que podem causar danos sérios à saúde e que devem ter uma
destinação final diferenciada do lixo comum. A produção de pilhas é cerca de
670 milhões de unidades por ano, sendo basicamente de pilhas zinco-carvão e
alcalinas. Porém, muitos outros tipos de pilhas entram no país através da
importação de equipamentos eletrônicos (relógios, calculadoras, etc.),

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

100
UNISA - Universidade de Santo Amaro

eletroportáteis e brinquedos. Todas, entretanto, vão para no lixo comum


(www.lqes.iqm.unicamp.br). Devemos lembrar que as pilhas alcalinas brasileiras
já não contêm metais pesados perigosos (Dias, 2006).

O condomínio Residencial Califórnia, está localizado em uma região onde ainda


há área verde e muitas árvores, o que favorece a presença de pássaros, no
entanto, a pesquisa nos mostra que um número alto de pessoas não
conseguem ouvir pássaros e identificá-los. Apenas 9 pessoas conseguiram
classificar os pássaros que ouvem e o Bem-te-vi é o pássaro mais visto pelos
condôminos.Conforme Oliveira (2002), vivemos um momento de crise do
processo civilizatório, da necessidade de reconstrução de valores, pautados em
uma nova ética de promoção de vida, que releve a dignidade humana e repense
as relações dos seres humanos entre si e com a natureza.

Um número bastante significativo de moradores assistem programas sobre o


meio ambiente. A programação voltada para o meio ambiente está crescendo
cada vez mais e nos dias de hoje quase todos os canais já possuem alguma
programação que fale sobre meio ambiente.

Segundo Silva (2000), os meios de comunicação têm um importante papel a


cumprir na educação. Canclini (1995), diz que o poder da mídia é tão grande
que chega a substituir as formas de participação popular, como os sindicatos,
partidos políticos e as diversas associações. Porém entendemos que seja
utilizado de uma forma.

Conforme pesquisa, 11 pessoas gostariam da implantação da coleta seletiva,


não é um número muito expressivo, mas possuem a mesma opinião quanto a
existência de coletores distribuídos no condomínio, para que possam incentivar
mais pessoas a jogarem os lixos nos lugares adequados.

Conforme James (1997) os homens estão começando a perceber como vêm


tratando o planeta pelo uso descuidado de seus recursos, pela poluição e pelo
descaso para com seus delicados ciclos anuais. Começam a perceber, também,
que sua própria saúde e seu prazer de viver dependem das condições do meio
ambiente.

A maioria dos moradores, no total de 29 demonstraram motivação para


participar do Projeto de Educação Ambiental. Esta situação nos mostra que as
pessoas estão começando a preocupar-se com o problema das condições do
meio ambiente (James, 1997).

De acordo com visita monitorada e orientação do programa desenvolvido no

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

101
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Conjunto Nacional, foi desenvolvida a seguinte proposta:

A - Conscientização Ambiental

Nas reuniões semanais de condomínio, será incluído o tema Meio Ambiente


com intuito de preservação e conservação dos recursos naturais. Serão
desenvolvidas atividades como filmes, jogos ambientais, gincanas e sempre
que possível, propostas para debates na tentativa de melhoria da qualidade de
vida dos condôminos, sem agressão ao meio ambiente. Estas atividades serão
ministradas por uma Bióloga voluntária.

Os principais tópicos trabalhados serão:

A água, uso correto e consciente, sem gastos desnecessários.

Mutirão para a plantação de mais áreas verdes, plantas e árvores frutíferas, que
por conseqüência trarão mais passarinhos para o condomínio.

Coleta seletiva: Palestras sobre a importância da colaboração de todos os


moradores, além de filmes e panfletos informativos.

Economia de energia elétrica.

B - Óleo de Cozinha

Para este resíduo - óleo de cozinha, contatamos a ONG Trevo, que deixará
recipientes de 30 litros para coleta semanal do óleo de cozinha.

Os recipientes estarão disponíveis na entrada principal de cada prédio.

C - Coleta Seletiva

Parte I
Implantação dos coletores, que estarão distribuídos em todo o condomínio.

Serão colocados folhetos em todos os prédios com todas as informações


necessárias para que os moradores possam depositar o lixo corretamente.

Parte II
Cada residência será munida por uma caixa plástica identificada, onde serão
depositados os materiais recicláveis. Os materiais deverão ser limpos e secos.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

102
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Este material será recolhido por funcionários do condomínio como já se faz hoje
com o lixo.

Parte do material como latas, garrafas, papelão, entre outros serão vendidos
para uma ONG que trabalha com material para reciclagem, o restante será
recolhido pelo caminhão da coleta seletiva que já existe no bairro, o dinheiro
desta comercialização, será revertido para o condomínio, os condôminos
escolherão através de voto o que gostariam que fosse construído ou comprado
com o dinheiro arrecadado na venda dos reciclados.

CONCLUSÃO:
A educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e
sensibilizar as pesoas para transformar as diversas formas de participação em
potenciais caminhos de dinamização da sociedade e de concretização de uma
proposta de sociabilidade baseada na educação para a particiação (Jacobi,
2001).

De acordo com os resultados obtidos durante a realização deste trabalho doi


possível observar que grande parte dos condôminos não possuem
conhecimento da realidade sobre as questões ambientais urbanas mais
problemáticas.

A princípio, houve uma grande dificuldade quanto à aceitação dos condôminos


sobre a questão ambiental, mas ao término da pesquisa, após explicações no
sentido de conscientização, houve uma resposta positiva para a implantação do
Programa de Educação Ambiental, inclusive com boas sugestões.

Nas reuniões de condôminos será oferecido sempre alguma atividade que


reforce a conscientização ambiental dos moradores e os incentive cada vez
mais na colaboração da continuidade do Programa.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CARUSO, Antonio Carlos; SOBRINHO, Eduardo Jorge Martins Alves. 2000.
Educação Ambiental – Mudança de cultura. Tribunal de Contas do município de
São Paulo. Realização do Grupo Ambiental do TCMSP em parceria com SVMA.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

DIAS, Genebaldo Freire. 2001. Educação Ambiental: Princípios e práticas. 7ª


edição. Gaia. São Paulo,SP.

ALMEIDA, Aristides de; SÁBER, Aziz A.B.; SALUM, Carlos A. L.; ASSIS, Célia
de; SALATI, Enéas; BORNHEIM, Gerd A.; DAMINELLI, Mário. 1996. Ecologia a
qualidade da vida. 2ª edição. SESC. São Paulo, SP.
________________________________________________________________
No desenvolvimento deste trabalho não há notas de rodapé.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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As Sensações visuais e proprioceptivas na natação


CLEIA BISPO DOS SANTOS(1)

CLAUDIA STEFANINI(2)(Orientadores)
Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
1 INTRODUÇÃO
Sendo a sensação a atividade dos receptores sensoriais e sua aferência ao
Sistema Nervoso Central e, a percepção a integração da informação sensorial
com a entrada dos dados do passado (MAGILL, 2000), pode-se associa-las às
habilidades motoras básicas da natação, como o equilíbrio, a respiração e a
propulsão.
Percepção não é a mesma coisa que sensação. Ainda que, popularmente,
muitas pessoas usem as duas palavras como sinônimas.
Sensação é o simples registro de estímulos físicos, através dos órgãos
sensoriais. Os sentidos meramente detectam fenômenos como luz (visão) e
som (audição), registrando-os seus neurônios e enviando-os para os centros
nervosos. As sensações são as matérias-primas, as sensações não são
produtos elaborados, trabalhados. Quando um treinador emite os sons de suas
instruções dirigidas aos atletas, enquanto o fenômeno sonoro estiver
transitando apenas pelos nervos auditivos, não se poderá dizer que houve
percepção - apenas, sensação.
A aula dada é apenas estimulo físico: enquanto o estimulo não for registrado,
transmitido para o cérebro e elaborado, não houve percepção.
Uma visão com defeitos produz sensações óticas imperfeitas, transmitindo
dados imprecisos para o cérebro. Informações incorretas só podem determinar
percepções viciadas: o processo perceptivo pode até estar bom, mas o que ele
fará será processar matéria prima de má qualidade, dando como conseqüência
aprendizagem irrealista.
Segundo Catteau e Garoff (1990), as habilidades motoras básicas do nado são
o equilíbrio, a respiração e a propulsão. Cada uma com sua característica e
função especifica para este esporte.
Tratando-se do equilíbrio verifica-se que todo nado é considerado simétrico (da
mesma proporção, da mesma regularidade de um todo). A propulsão simétrica
e axial revela-se menos desequilíbradora. O reequilíbrio é basicamente
garantido pelas pernas (que eventualmente neutralizam as oscilações criadas
pelas ações dos braços). O equilíbrio do nadador aproxima-se da posição
horizontal. A cabeça (exceto nos tempos respiratórios) fica visivelmente
estabilizada no eixo de deslocamento. (CATTEAU; GAROFF, 1990).
É preciso ainda observar a supressão das informações fornecidas pelas plantas
dos pés (tão importante para o equilíbrio do bípede). Sendo a gravidade

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

105
UNISA - Universidade de Santo Amaro

praticamente neutralizada pelo empuxo de Arquimedes, as variações do


equilíbrio tornam-se mais lentas.
Outro elemento da natação é a respiração. Na natação basicamente a
respiração esta ligada à ação dos braços, a brevidade da inspiração exige a
utilização da via bucal. A inspiração é um tempo forte e curto e a expiração, um
tempo fraco e longo.
Passa-se de um automatismo inato para um modo inverso que é adquirido:
expiração ativa e inspiração reflexa. A inspiração situa-se além da fase motora
da ação dos braços.
O elemento da propulsão é muito importante na natação. Ela é executada
basicamente pelos (membros superiores, 80% responsável pelo deslocamento
na água) e (membros inferiores, com apenas 20% de responsabilidade por esse
deslocamento). Tudo indica que cada um desses elementos o equilíbrio, a
respiração e a propulsão só têm valor e sentido quando integrado no conjunto.
Catteau e Garoff (1990) vão um pouco mais além com relação às esses
princípios, pois alguns autores consideram apenas os elementos de equilíbrio e
respiração, como elementos a abordar no processo de adaptação ao novo
meio.
Todavia, tradicionalmente são consideradas como componentes da adaptação
ao meio aquático, ou seja, como sendo habilidades aquáticas básicas: a
respiração, o equilíbrio - que inclui as rotações e os saltos - e a propulsão. Isto
é, serão considerados como elementos indispensáveis para uma posterior
abordagem de habilidades desportivas, no meio aquático, o domínio dos fatores
relacionados com o equilíbrio, a respiração e a propulsão.
Contudo, a estas habilidades aquáticas básicas, pode-se acrescentar os
lançamentos e as recepções, o ritmo, os reboques, a flutuação e a
familiarização inicial com o meio. Procura-se, nos estudos sobre o tema, uma
melhor sistematização destas habilidades. Assim, propuseram a abordagem
das rotações, dos deslocamentos (que incorporam a propulsão e os saltos), das
manipulações (que incluem os lançamentos e as recepções) e dos equilíbrios
(também abarcando as flutuações e a respiração).
Em outros estudos científicos sugere-se a abordagem nesta fase dos saltos,
das rotações, dos deslocamentos, do equilíbrio e, dos lançamentos e das
recepções. No entanto, segundo o autor em questão, são fatores essenciais
para a posterior prática da Natação numa perspectiva utilitária e desportiva, a
respiração, a flutuação e a propulsão.
Em síntese, aparentemente serão habilidades aquáticas básicas a serem
abordadas no decurso dos programas de adaptação ao meio aquático: o
equilíbrio, incluindo a flutuação e as rotações; a propulsão, onde se integram os
saltos; a respiração; e as manipulações, que também abrangem os
lançamentos e as recepções.
Quanto à investigação desta pesquisa, procurou-se mudar a luminosidade. Se

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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os olhos forem mantidos num baixo nível de luz durante certo tempo, eles ficam
mais sensíveis, e uma determinada luz permanecerá mais brilhante. Essa
"adaptação a escuridão" é rápida durante os primeiros segundos, e depois
branda.
As células receptoras, cones e bastonetes, adaptam-se em tempos diferentes: a
adaptação dos cones completa-se em cerca de sete minutos, ao passo que a
dos bastones continua por uma hora ou mais. É como se, em vez de uma,
tivesse duas retinas interligadas no olho.
Os mecanismos de adaptação ao escuro começam a ser agora entendidos
detalhadamente, graças principalmente aos engenhosos tecnicamente
brilhantes experimentos do fisiologista britânico W.A.H Rushton. Foi sugerido há
muitos anos que a adaptação se desvia à regeneração dos pigmentos visuais
descorados pela luz - esse descoramento estimulando, por algum processo
desconhecido, os receptores a transmitirem sinais elétrico ao nervo ópitico. A
rodopsina fotoquímica foi então extraída do olho de uma rã, sua densidade na
luz medida durante o descoramento e regeneração, e feita a comparação com
as curvas de adaptação humana ao escuro.
Parece também que o brilho deve estar relacionado ao montante de substância
fotoquímica a ser descorado. O que se fez foi medir a densidade da substância
fotoquímica no olho vivo, durante a adaptação ao escuro ou a qualquer luz
colorida. A técnica consiste essencialmente em fazer incidir um breve Flash de
luz sobre o olho e medir a quantidade de luz refletida nele, com uma célula
fotoelétrica muito sensível. No começo, parecia impossível fazer isso com o
olho humano, pois sobra muito pouca luz para ser refletida depois da quase
completa absorção pelas substâncias fotoquímicas e o pigmento preto
localizado atrás dos receptores.
Assim, o olho do gato foi usado, servindo a camada refletora da região
posterior, o tapetum, como espelho para refletir a luz na célula fotoelétrica. O
método funcionou com o olho do gato; e conseguiu-se depois torná-lo
suficientemente sensível para detectar e medir a luz muito tênue refletida do
olho humano. Apurou-se que havia descoramento das substâncias fotoquímicas
com a adaptação, embora fosse muito menor que o esperado. Detectou então
os três pigmentos sensíveis à cor por esse mesmo método, resultado que foi
confirmado pelo exame microscópico de cones isolados.

OBJETIVO:
2 OBJETIVOS
Esta pesquisa tem por objetivo comprovar a baixa qualidade proprioceptiva
visual em crianças de 10 a 12 anos, praticantes da natação a aproximadamente
6 meses.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Interessou-se por verificar o rendimento dos indivíduos adaptando-se a


escuridão, tendo em vista o fato da visão ser a capacidade sensorial mais
importante.

METODOLOGIA:
3 METODOLOGIA
O presente estudo teve uma característica a pesquisa quase- experimental, pois
se propôs a identificar a qualidade proprioceptiva em indivíduos praticantes da
natação.
Segundo Santarem (2002), o método quase-experimental é assim denominado
quando o delineamento experimental não é possível e caracteriza-se pelo
estudo de casos ou grupos de casos, com a presença de uma variável a ser
estudada.
Para o autor, o design Quase-Experimental é uma aproximação do experimento
verdadeiro, contudo, a escolha não é aleatória e a variável independente,
apesar de ter sido manipulada, não foi pelo pesquisador.
Aproxima-se das pesquisas experimentais, embora não seja realizada por meio
da descrição aleatória dos sujeitos nos grupos. Tem um rigor considerável,
estabelecendo comparações entre grupos não equivalentes ou com os mesmos
sujeitos antes do tratamento.
O universo da pesquisa são crianças em idade escolar. A amostra é aleatória
não probabilística. Foram avaliadas 02 turmas de 05 crianças, totalizando 10
indivíduos, com idades entre 10 e 12 anos. Os mesmos são praticantes da
natação a aproximadamente 06 meses, com 02 aulas por semana e duração de
45 minutos cada.
Foi utilizado como instrumento de coleta de dados e informações um
questionário com perguntas fechadas e aplicado um teste sensorial, no qual foi
retirada a capacidade visual gradativamente. Os testes foram aplicados às
turmas de uma academia de natação de médio porte da zona sul da cidade de
São Paulo.
As avaliações foram efetuadas em uma piscina de 16m x 5m de largura e com
1,30 m de profundidade. Utilizou-se um questionário contendo 06 questões
objetivas e um óculos de mergulho com as lentes pintadas de preto pela
metade, outro pintado por inteiro e outro normal. O teste consistia em fazer o
trajeto estabelecido com os olhos abertos; depois com metade da visão
disponível (com os óculos escurecidos pela metade – apenas uma lente); e por
último com os olhos vendados (com óculos escurecidos).

RESUMO:
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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4.1 Com a visão totalmente disponível


Pode-se observar que 60% dos alunos pesquisados apresentaram o resultado
bom a ótimo e 40% do total apresentou o resultado regular.
TABELA 1: Resultado do teste com visão disponível
DESEMPENHO RESULTADO
Ótimo ou bom 60%
Regular 40%
Ruim 0%

4.2 Com a visão parcialmente disponível


Observou-se que nenhum aluno pesquisado apresentou o resultado bom ou
ótimo. Verificou-se que 70% apresentou o resultado regular e 30% do total
apresentou um resultado ruim.
TABELA 2: Resultado do teste com visão parcialmente disponível
DESEMPENHO RESULTADO
Ótimo ou bom 0%
Regular 70%
Ruim 30%

4.3. Com a visão totalmente indisponível


Verificou-se que 100% dos alunos não obtiveram um desempenho satisfatório.
Todos foram considerados ruins.
TABELA 3: Resultado do teste com visão totalmente indisponível
DESEMPENHO RESULTADO
Ótimo ou bom 0%
Regular 0%
Ruim 100%

5 DISCUSSÃO
Através de testes com níveis diferentes de dificuldades, observou-se que o
deslocamento em decúbito ventral sem a capacidade visual, não mantém o
mesmo desempenho de um deslocamento com a visão normal.
Observou – se também uma insegurança por parte dos praticantes da pesquisa,
no momento do deslocamento houve redução de velocidade, por serem
iniciantes tiveram um pouco mais de resistência nos primeiros movimentos
deixando de praticar a propriocepção, por este motivo muitos se perderão em
relação ao espaço, deixando de executar os movimentos.

CONCLUSÃO:
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Para garantir percepções de acordo com seus objetivos, o treinador deve zelar
pelos órgãos sensoriais dos seus atletas. Os órgãos dos sentidos devem ser
examinados, periodicamente. Uma percepção espacial incorreta impede o atleta
de desenvolver uma boa visão de perspectiva, prejudicando sua performance,
nas jogadas em que seja exigida boa acuidade e precisão.
Outro equívoco a ser corrigido, com respeito às sensações, é sua confusão com
sentimentos. Sentimento não é registro de estímulos físicos, mas a expressão
de uma experiência afetiva. Assim, não é correto dizer sentimento de dor, mas
sensação de dor; como, também, o certo é dizer sentimento de perigo, ao invés
de sensação de perigo.
Portanto, pelo conhecimento de percepção, sabe-se que é certop defini-la como
sendo a organização e a interpretação das sensações, através dos recursos
mentais. Conseqüentemente, quanto melhor a capacidade psicológica do
individuo, no sentido de organizar suas sensações, preparando-as para serem
interpretadas, melhor a capacidade do individuo de aprender, a partir da sua
comunicação com o meio ambiente.
Pela analise dos dados coletados verifica-se que indivíduos de 10 a 12 anos
praticantes da natação aproximadamente a seis meses, ainda não possui uma
coordenação global das habilidades motoras desta modalidade, mesmo alguns
sendo praticantes de outros esportes.
Contudo, espera-se uma melhora gradativa dessas percepções, tendo em vista
o aperfeiçoamento da modalidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
REFERÊNCIAS
CATTEAU, R. e GAROFF, G. O Ensino da Natação. 2ª ed. São Paulo: Manole,
1990.
MAGILL, R. Aprendizagem motora – conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard
Blucher, 2000.
SANTAREM, J. M. Hipertrofia muscular aptidão física, saúde e qualidade de
vida. São Paulo, 2002. Disponível em: saudetotal.com acesso em: 23 de
setembro de 2009.

________________________________________________________________
Tapetum¹: O Tapetum Lucidum (latim: Tapede brilhante) é a membrana
posicionada dentro do globo ocular de certos animais vertebrados, como cães e
gatos, capaz de refletir a luz que entra nos olhos e melhorar a visão do animal
em condições de baixa luminosidade.

Essa camada de células reflexivas é a responsável pelo brilho dos olhos desses
animais quando refletidos na luz durante a noite.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Avaliação Comportamental de Puma concolor (Linnaeus, 1771)


cativo no Zoológico Municipal de Guarulhos utilizando Técnicas
de Enriquecimento Ambiental
FLAVIA REGINA SOUZA DE OLIVEIRA(1)

Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A contínua fragmentação dos habitats, a degradação de ecossistemas, a ação
predatória do ser humano por meio do abate e da captura, e a constante
ameaça à vida selvagem cooperam para que os felídeos selvagens corram alto
risco de extinção e tem deixado o cativeiro como uma das únicas opções para a
sobrevivência de várias espécies (OLIVEIRA, 1994; GENARO et al., 2001;
ADANIA et al., 2005). O cativeiro pode então exercer efeitos a longo, médio ou
curto prazo no comportamento dos animais. De maneira geral, os animais
passam a apresentar comportamentos não naturais a sua espécie,
denominados comportamentos anormais. O entediamento e o comportamento
estereotípico são bastante observados em animais cativos (BOSSO, 2008). A
estereotipia pode ser definida como um comportamento apresentado de
maneira exagerada e repetitiva que muitas vezes está associado ao tédio e as
disfunções comportamentais do animal (DANTZER E MORMED, 1983). O
cativeiro é caracterizado por alta densidade populacional, espaço limitado,
baixa pressão predatória, fácil acesso a comida e barreiras físicas inibindo a
dispersão e imigração (NEWBERRY, 1993). Uma das alternativas para a
conservação sadia da fauna e para melhorar a qualidade de vida de animais em
cativeiro é o enriquecimento ambiental que pode reduzir o estresse e ao mesmo
tempo aumentar o bem estar do animal e também propiciar aos animais a
possibilidade de expressarem comportamentos o mais próximo possível do
exibido em ambiente natural (HARE, 2000). O aumento de taxas reprodutivas, a
redução do estresse, a diminuição de distúrbios comportamentais, redução de
intervenções clínicas e da taxa de mortalidade são alguns benefícios do
enriquecimento ambiental (CARLSTEAD, 1994; SHEPHERDSON, 2000). Outra
grande importância do enriquecimento ambiental é no papel da conservação em
zoológicos, pois ele permite ao visitante observar os animais se comportando
naturalmente, deixando-o assim mais satisfeito e interessado, o que facilita
também a educação ambiental (BOSSO, 2008). A suçuarana é o segundo maior
felino do Brasil, de porte um pouco menor que a onça pintada. É um animal
solitário, terrestre e arborícola, de atividade crepuscular e noturna. Sua
distribuição geográfica estende-se do oeste do Canadá ao extremo sul do
continente sul-americano (exceto Andes). No Brasil ocorre em todas as regiões,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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à exceção do sul do Rio Grande do Sul. Habita campos, florestas e montanhas


(EMBRAPA, 2008; NEX, 2008). Está presente na lista Oficial dos Mamíferos
Brasileiros Ameaçados de Extinção do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência das técnicas de
enriquecimento ambiental nos parâmetros comportamentais em um indivíduo de
suçuarana (Puma concolor) e verificar ocorrência da diminuição de
comportamentos estereotipados.

METODOLOGIA:
As observações foram divididas em três etapas: Pré-Enriquecimento (PRE),
Enriquecimento (DE) e Pós-Enriquecimento e totalizaram 90 horas onde os
comportamentos do animal foram registrados em uma ficha de campo
elaborada após a descrição do catálogo comportamental através do método de
amostragem animal focal com registro instantâneo com intervalo de um minuto.

RESUMO:
No comparativo das três etapas foi possível observar que no período da manhã
houve um declínio na expressão do comportamento Parado Inativo,
confirmando que quando é apresentado ao animal um aumento de chances de
escolha, o tempo de inatividade é reduzido. O comportamento Parado Ativo
apresentou significativo aumento comparando-se as fases de Pré e Pós-
Enriquecimento, este aumento pode ser atribuído ao fato de o animal
permanecer por mais tempo executando atividades consideradas naturais. O
pacing que é considerado um dos comportamentos que mais expressam a
condição de estresse de felinos mantidos em cativeiro, apesar de apresentar
aumento na fase de Enriquecimento, observou-se que no Pós-Enriquecimento
este comportamento praticamente não aparece. Houve um aumento gradual na
expressão co comportamento denominado Outros onde o animal passou a
apresentar comportamentos que não eram expressados, pode-se então
considerar que o enriquecimento ambiental proporcionou ao animal um
aumento do repertório comportamental.

CONCLUSÃO:
Os felinos interagem muito bem com odores e é através do olfato que
reconhecem se um objeto ou qualquer outra situação que lhes é apresentado é
ameaçador ou não.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

112
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Neste estudo, foi possível observar que o animal reagiu muito bem ao
enriquecimento sensorial, diminuindo significativamente sua taxa de inatividade
entre as três etapas do estudo e aumentando o comportamento exploratório.
O comportamento pacing também obteve diminuição em sua expressão,
demonstrando que as técnicas de enriquecimento ambiental mostraram-se
eficazes na diminuição de comportamento estereotipado, porém, deve-se variar
a forma de realização do enriquecimento para tornar o cotidiano do animal mais
dinâmico e pouco previsível.
Estas respostas são importantes por indicarem uma possível melhora no bem
estar do animal, facilitando o manejo e tornando-o mais interessante para o
público podendo assim, incentivar as instituições a desenvolverem programas
de educação ambiental.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ADANIA, C. H., et al..2005. Studbook dos grandes felinos brasileiros. Livraria
Conceito. Jundiaí: 80 p.
BOSSO,P.L., 2008. Enriquecimento Ambiental. Disponível em
www.zoologico.sp.gov.br. Data de acesso: 28/11/2008.
CARLSTEAD, K..;SHEPHERDSON, D., 2000. Alleviating stress in zoo animals
with environmental enrichment. In: MOBERG, G.P.; MENCH, J.A. The Biology of
animal stress: basic principles and implications for animal welfare. CAB
International. Cap. 16, 337-354 p.
DANTZER, R., MORMED, P., 1983. The arousal properties of stereotypical
behavior. Applied Animal Ethology. Vol. 10, 233-244 p.
EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Disponível em:
www.faunacps.cnpm.embrapa.br. Data de acesso: 16/12/2008.
GENARO, G., ADANIA, C.H., GOMES, M.S., 2001. Pequenos felinos brasileiros:
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HARE, V.J., 2000. Environmental Enrichment Advancing Animal Care.
Universities Federation for Animal Welfare.
NEX (No extinction), Disponível em: www.nex.org.br. Data de acesso:
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NEWBERRY, R. C., 1993. The space-time continnum and its relevance to farm
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OLIVEIRA, T. G., 1994. Neotropical cats: Ecology and conservation. EDUFMA.
São Luís: 244p.

________________________________________________________________
Palavras chave: Comportamento; Enriquecimento Ambiental; Bem estar; Puma

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

113
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concolor; Cativeiro; Estereotipado.

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Avaliação da degradação de corantes reativos da indústria têxtil


por quelantes de ferro produzidos por fungos basidiomicetos
JOSIE PARAIZO DE MELO(1)

VERA MARIA VALLE VITALI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
1. INTRODUÇÃO

Diversos são os problemas ambientais que têm se agravado devido ao rápido


crescimento populacional e das atividades industriais. As conseqüências dessa
ação antrópica vêm tomando dimensões preocupantes, podendo ser notadas
através de alterações na qualidade do solo, ar e água.
A contaminação de águas naturais, sem dúvidas, tem sido um dos maiores
problemas da sociedade moderna. Segundo a Companhia de Saneamento do
estado de São Paulo (SABESP) em 2010, estima-se que a demanda de água
será superior a capacidade hídrica dos mananciais.
As indústrias têxteis são responsáveis pela geração de um alto volume de
resíduos recalcitrantes, entre eles os corantes, além da contaminação dos
recursos hídricos eles podem causar sérios problemas ambientais quando não
corretamente tratados.
Os efluentes têxteis caracterizam-se por serem altamente coloridos, devido à
presença de corantes que não se fixam na fibra durante o processo de
tingimento e são facilmente detectáveis a olho nu, mesmo em concentrações
tão baixas quanto 1ppm (1mg/L). Este fator apresenta vantagens e
desvantagens, pois uma pequena quantidade lançada de efluentes no ambiente
aquático pode causar acentuada mudança de coloração dos rios, e facilmente
detectada pela população.
O tratamento de efluentes têxteis torna-se assim uma prioridade, constituindo
um sério desafio à indústria têxtil e a organizações e empresas dedicadas ao
tratamento de águas residuais.
.
Há diversas formas de tratamento para os efluentes têxteis: físicos, químicos e
biológicos. A remoção de cor de efluentes utilizando técnicas físico-químicas
envolve coagulação, floculação e separação de líquidos e sólidos, que geram
bons resultados em corantes de enxofre e dispersivos. Todos esses processos
separam o corante da fase líquida, permanecendo e gerando altos volumes de
lodo necessitando de tratamento posterior.
Porém, a utilização dos processos tecnológicos para o tratamento de efluentes
não são muito eficientes ou apresentam um elevado custo, necessitando da
combinação de algumas metodologias complementares para se obter melhores

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

115
UNISA - Universidade de Santo Amaro

resultados.
Os microrganismos têm sido intensamente estudados com a finalidade de
remover compostos tóxicos do ambiente, e muitas pesquisas de degradação de
compostos químicos mostram vários microrganismos, entre eles alguns fungos,
extremamente versáteis em degradar substâncias recalcitrantes. A degradação
do efluente industrial depende de suas características químicas e de
microorganismos com aparatos metabólicos capazes de quebrar esses
compostos em moléculas menores. Os basidiomicetos são reconhecidos pelo
seu potencial em descolorir corantes têxteis. Além das enzimas ligninolíticas,
compostos de baixa massa molar, como mediadores e quelantes de ferro são
responsáveis pela descoloração.
Os quelantes de metais são compostos de baixa massa molar produzidos por
fungos e bactérias capazes de aumentar a disponibilidade de íons metálicos
para o metabolismo desses organismos. Os quelantes de ferro são os mais
estudados por aumentar a disponibilidade do Fe2+ íon, que se encontra
presente nos sítios ativos de muitas enzimas lignocelulolíticas, como lignina
peroxidase e manganês peroxidase no caso dos basidiomicetos.
O mecanismo de degradação dos compostos quelantes de íons férricos (Fe+3)
é de reduzi-los para íons ferrosos (Fe+2) que reagem com o peróxido de
hidrogênio (H2O2), em uma reação do tipo Fenton, produzindo radicais
hidroxilas, os quais são altamente oxidantes capazes de reagir tanto com a
lignina como com a celulose na parede celular. A vantagem é de proporcionar
reações redutoras de ferro estáveis permitindo a difusão do quelante e do H2O2
para o interior da parede celular da madeira, antes da reação produzir •OH, o
que protegeria a hifa fúngica dos efeitos deletérios do radical.

OBJETIVO:
2.OBJETIVO

Analisar a influência da mudança de pH para a faixa alcalina na produção de


quelantes de ferro nas diversas idades fisiológicas do fungo,simulando a
entrada do efluente têxtil no meio de cultura, e determinar a sua influência na
degradação dos corantes reativos utilizados na industria têxtil

METODOLOGIA:
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. MATERIAL
3.1.1 Espécies fúngicas e meio de manutenção
Foram utilizadas as linhagens CCB 204 Peniophora cinerea e CCB 390 Trogia
buccinalis (Mont.) Pat. depositados na Coleção de Cultura de Basidiomicetos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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(CCB) do Instituto de Botânica de São Paulo, mantidas em Extrato de Malte


Ágar 2% (MEA 2%) à 4°C.

3.1.2. Corantes sintéticos da indústria têxtil


Foram utilizados os corantes reativos: Cibacron Azul Brilhante H-GR, Cibacron
Vermelho FN-2BL e Cibacron Amarelo FN-2R.

3.1.3. Meio de Cultura - Extrato Malte 2% (ME 2%): em 1 litro de água destilada,
20 g de extrato de malte, 20 g de glicose e 1 g peptona bacteriológica (pH final
5).

3.2. MÉTODOS
3.2.1 Determinação do pico de máxima absorção
Para obter o pico de Max. de absorção para os corantes, preparou-se:0,01%
de cada corante e fez-se varredura no espectro no intervalo de onda de 400-
700nm.

3.2.2. Inoculação e cultivo dos fungos


Os fungos foram inoculados com seis discos de 5 mm de diâmetro com
crescimento micelial de 7 dias de incubação, em frascos de erlenmeyer de 500
mL com 100 mL de meio extrato de malte 2% (ME 2%) e incubados a 25°C no
período de 28 dias .Durante esse período, em intervalos de 7, 14, 21 e 28 dias,
lotes de três frascos inoculados tiveram o pH alterado entorno de 8,5 com
solução de hidróxido de sódio (NaOH) 2N. Antes e após a adição NaOH 2N, em
intervalos de 24, 48 e 72hs de incubação, alíquotas de 4 mL foram retiradas
para o monitorado de pH, produção de quelantes de ferro e enzimas oxidases e
peroxidases. Após a análise de 72hs, cada frasco de cultivo foi filtrado em papel
de filtro comum e o sobrenadante foi congelado para análises posteriores de
degradação de corante. Como controle abiótico foi utilizado meio de cultura sem
inóculo e controle fúngico meio inoculado e incubado por 28 dias sem alteração
de pH.
3.2.3 Parâmetros monitorados:
3.2.3.1. pH
Alíquotas de extratos livres de micélio foram utilizadas para determinar o pH.
3.2.3.2. Atividade de Peroxidase foi avaliada pelo aumento de absorbância
durante a oxidação do ABTS a 420 nm. A reação (em 1 mL) constituída de: 0,6
mL de extrato enzimático, 0,25 mL de tampão citrato-fosfato 50 mM, pH 4; 0,05
mL de peróxido de hidrogênio; e 0,1 mL de ABTS 5 mM.
3.2.3.3. Atividade de Oxidase
A atividade de oxidase foi avaliada utilizando a mesma metodologia descrita no
item 3.2.3.2, substituindo os 0,05 mL de peróxido de hidrogênio por água milliq.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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3.2.3.4 Detecção de compostos quelantes de ferro


Ensaio quantitativo de compostos quelantes de ferro foi determinado na
competição por ferro entre o complexo férrico do corante indicador Cromo
Azurol S (CAS) e de um quelante produzido pelo fungo.
3.2.3.4.5. Preparo da vidraria
Para remover traços de metais toda a vidraria foi mantida de molho em solução
de HCL 6M por uma noite, sendo em seguida enxaguada com água deionizada.
3.2.3.4.6. Solução de Cromo Azurol S (CAS)
A solução CAS foi preparada com 1,5 mL de FeCl3.6H2O 1 mM em solução de
HCl 10 mM e adicionado 7,5 mL de solução CAS a 2 mM. Em seguida, com
agitação baixa e constante, adicionou- se lentamente solução HDTMA
(Hexadeciltrimetilamonio) preparada com 6 mL de HDTMA 10 mM e acrescido
de 10 mL de água milliq. Em outro balão volumétrico de 100 mL foi colocado
4,307 g de piperazina anidra com 40 mL de água milliq e o pH foi ajustado para
5,6 com HCl concentrado. Adicionou a solução de CAS ao balão volumétrico,
mantendo agitação constante, e ajustou o volume para 100 mL com água milliq.
3.2.3.4.7. Ensaio da produção de quelantes de ferro
Um (1,0) mL do extrato fúngico foi misturado com 1,0 mL de solução de CAS,
incubados por 1 hora em temperatura ambiente, em seguida foram
determinadas as absorbâncias da amostra em espectro a 630 nm. O controle
negativo foi preparado com meio de cultura não-inoculado. A porcentagem de
quelantes produzidos foi calculada comparando a amostra com o controle
negativo.

3.2.3.8. Obtenção da fração de baixa massa molar


Os extratos das réplicas dos fungos foram colocados em um só frasco e
congelados, liofilizados, ressuspenso a 10% de seu volume inicial com água
MilliQ e ultrafiltrado em filtro de centrífuga com corte de 5 KDa a 3960 rpm por
100 min a 25ºC. O filtrado obtido foi conservado na geladeira enquanto
procediam-se os ensaios de descoloração dos corantes reativos da indústria
têxtil.
3.2.3.9. Degradação in vitro dos corantes reativos pela fração de baixa massa
molar que contém quelantes de ferro.
Cada corante reativo a 0,01% foi misturado à FBMM e incubado por 72 horas a
25°C. A descoloração dos corantes reativos foram avaliadas em intervalos de
24 horas, retirando da mistura reacional alíquotas de 0,1mL, diluídas 10 vezes
com água MiiliQ e analisadas pelas razões entre as absorbâncias determinadas
para cada corante e pelo espectro de absorção do efluente na região visível da
luz (400 -700nm). Como controle foi utilizado frasco não inoculado.

RESUMO:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A maioria dos processos biotecnológicos utilizando fungos basidiomicetos


baseia-se em seus produtos metabólicos, como enzimas e polissacarídeos. A
importância do aparato enzimático destes fungos está diretamente relacionada
com a bioconversão de resíduos lignocelulósicos em processos de
biorremediação de solos contaminados e no tratamento de efluentes das
indústrias papeleiras e têxteis.

Para os estudos de degradação de corantes têxteis, um dos parâmetros


importantes para ser avaliado é o comportamento dos fungos em pH alcalino,
característica do efluente têxtil e que possui grande influência sobre o
metabolismo desses organismos. Para isso foi avaliado o crescimento dos
fungos P. cinerea e T. buccinalis em meio extrato de malte 2% durante 28 dias
de incubação, e em intervalos de 7 dias foram alterados o pHs dos meios para
8,5 simulando o estresse alcalino proporcionado pelo efluente têxtil em
diferentes idades fisiológicas. Nesta situação foi possível observar a influência
do choque de pH quanto a atividade dos quelantes, das enzimas e de sua
capacidade em degradar os corantes têxteis.

No controle abiótico observou-se que o meio extrato de malte possui o pH em


torno de 5. Quando seu pH foi alterado para 8,5 com NaOH, o meio acidificou
em 48 horas devido ao tamponamento proporcionado pela matéria orgânica
existente em sua formulação. Com o envelhecimento do meio, observou-se que
o pH permaneceu próximo de 7.

Com o crescimento de P. cinerea e T. buccinalis, nos meios sem alteração do


pH, estes permaneceram na faixa de 4,5.
Nos meios com estresse alcalino P. cinerea nos cultivos com 7 e 14 dias
conseguiu acidificar o meio logo após a alteração do pH por NaOH, nos cultivos
com 21 e 28 dias necessitava de 24 horas para acertar o pH para o seu ótimo
metabólico. Já T. buccinalis necessitou de 24 horas para ajustar seu pH na
faixa ácida não importando a idade fisiológica. A capacidade em acidificar o
meio é decorrente da produção de ácidos orgânicos que são formados por meio
do metabolismo de açúcares e assim controlam o pH para seu ótimo de
crescimento e metabolismo.
Os dois fungos estudados são produtores de exsudados coloridos, que
durante o tempo de incubação vão tornando o meio de cultivo mais escuro para
o tom castanho. Esses exsudados prejudicaram as leituras das porcentagens
de unidade de CAS, porém, a adição de NaOH para produzir o estresse
alcalino, facilitou a leitura desta análise, possivelmente atuando na diminuição
da cor do exsudado no meio.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

119
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Nos cultivos de P. cinerea, sem alteração de pH, a leitura de % de Cas foi só


possível na primeira semana de cultivo produzindo em torno de 45% de CAS.
Nos tratamentos com estresses alcalino observou-se a ação dos quelantes de
ferro em todo o período de cultivo, mas as maiores porcentagens obtidas foram
nas primeiras semanas. Com 7 dias de cultivo, após dois dias do estresse,
observou-se 60% de CAS, com 14 dias de incubação, após 24 horas do
estresse, observou-se no cultivo 70% de CAS que se manteve durante os
demais dias de monitoramento. Com o envelhecimento do cultivo observou-se
uma baixa recuperação na atividade dos quelantes após a alcalinização,
variando entre 10 a 20% de CAS e diminuindo na última semana do cultivo.
Em ambientes com pHs mais baixos favorecem a redução de ferro e a
produção de quelantes, e os nossos resultados mostram que a variação do pH
para alcalino não inativa a ação dos quelantes, visto que P. cinerea acidificou o
pH em torno de 4 em 24 horas nas idades fisiológicas de 7 e 14.
T. buccinalis cultivado no controle positivo apresentou o mesmo
comportamento de P. cinerea, a produção de exsudado impossibilitou a leitura
no espectrofotômetro. Apenas com 14 dias de incubação observou-se a ação
dos quelantes em torno de 30% de CAS. Os resultados mostram que T.
buccinalis, ao contrario de P. cinerea, apresentou atividade dos quelantes sobre
o corante, logo após o estresse alcalino. .
T. buccinalis apresentou predominância da atividade de peroxidases. As
oxidases apresentaram atividade baixa, variando entre 1 a 5 U/L.

A atividade de peroxidases durante o experimento variou de 400 a 1000 U/L


apresentando pico de atividade de 1600 U/L com 30 dias de incubação. Com o
estresse alcalino a atividade diminuiu em torno de 400 U/L com 7 e 14 dias de
incubação, reduzindo sua atividade em torno de 17% e comparando com o pico
de atividade, 30 dias de incubação, a redução foi de 45%, mostrando a
influência da idade fisiológica na recuperação da atividade.
P. cinerea também apresentou baixa atividade de oxidase, que variou entre 0
a 39 U/L durante o cultivo no meio controle. Com o estresse alcalino, não
recuperou a atividade. Enquanto no controle no intervalo de 14 a17 dias de
incubação observa-se o pico de atividade variando entre 25 a 38 U/L, o choque
de pH desativou a enzima.
A atividade de peroxidase variou de 0 a 200 U/L durante o cultivo no meio
controle, apresentaram vários picos de atividade com: 22 (185 U/L) e 30 (221
U/L) dias de incubação. Com a alteração do pH, nas diversas idades
fisiológicas, apenas o cultivo com 7 dias de incubação conseguiu recuperar a
atividade após 48 horas do choque de pH, nos demais períodos a atividade não
ultrapassou a 41 U/L , mostrando que o cultivo novo é capaz de absorver o
estresse alcalino e manter a atividade de peroxidase.
A degradação dos corantes pelas frações de baixa massa molar, com e sem

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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estresse alcalino, obtido por T. buccinalis e P. cinerea , variou de acordo com o


corante. As FBMM, que contém os quelantes de ferro, em todas as idades
fisiológicas, foram capazes de degradar o corante azul brilhante H-GR. A
degradação foi constatada pela inclinação na linha das razões entre as
absorbâncias do corante nos dois tratamentos e nas diferentes idades
fisiológicas.
A degradação de corantes pode ser monitorada durante o cultivo do fungo em
meio líquido, através da razão entre dois comprimentos de onda característicos
do corante, neste caso 630 e 500nm. Quando o metabolismo fúngico obtém
alguma modificação na molécula do corante, como a retirada de um radical, ou
a quebra em duas novas moléculas, ocorre uma mudança na absorbância do
pico característico do corante e as razões formam uma reta inclinada ao longo
do tempo. Quando as razões apresentam-se constantes, pode-se inferir que
não houve degradação.
A degradação do corante azul brilhante H-GR foi confirmada pelos valores de
descoloração. Os tratamentos com as frações obtidas nos cultivos de T.
buccinalis obtiveram % de descoloração variada em cada idade fisiológica: 7
dias sem estresse – 43,82%; 14 dias com estresse – 37,58% e 28 dias sem
estresse alcalino 12,02%. P. cinerea também apresenta porcentagens de
descoloração variando com a idade de cada tratamento: 7 dias com estresse-
42,52%; 14 dias com estresse - 27,75% e 28 dias sem estresse - 25,16%.
Para os corantes amarelo e vermelho não foi constatada degradação e nem
descoloração com a reação com a FBMM de T. buccinalis e P. cinerea.
As recalcitrâncias dos corantes vermelho FN-2BL e amarelo FN-2R devem-se a
suas estruturas moleculares classificadas como corantes azos e o azul brilhante
HG-R classifica-se como antraceno., molécula mais simples comparada com as
dos outros dois corantes.

CONCLUSÃO:
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos neste trabalho constatou que a produção de quelantes de
ferro não foi inibida pelo estresse alcalino nos dois fungos, entre tanto, a
atividade enzimática é diminuída, e influenciará negativamente na descoloração
dos corantes quando se pensa no metabolismo todo atuando sobre o efluente.
Esses resultados indicam que para a utilização desses fungos em um processo
de tratamento de efluentes de têxteis é fundamental a manutenção da cultura
jovem no processo para garantir uma maior eficiência no processo de
degradação do efluente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

121
UNISA - Universidade de Santo Amaro

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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lignin- degrading basidiomete Pleurotos sajor- caju. Biochemical Journal 255:
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GLENN, P.K. & GOLD, M.H. 1983. Decolorization of Several Polymeric Dyes by
Lignin-degrading Basidiomycete Phanerochaete chrysosporium. Applied and
Envoironmental Microbiology, v. 45, f. 6, pp. 1741-1747.

KUNZ, A., PERALTA-ZAMORA, P., MORAES, S.G., DURÁN, D. 2002. Novas


tendências no tratamento de efluentes têxteis. Química Nova 25: 78-82.

________________________________________________________________
Sem notas de rodapé

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL FITOTÓXICO DE EXTRATOS DE


ZINGIBER SPECTABILIS GRIFF. (ZINGIBERACEAE)
RAFAEL VICENTE DOS SANTOS(1)

MARCO AURELIO SIVERO MAYWORM(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
1. Introdução

1.1. Considerações gerais

As plantas e sua biodiversidade já geraram imensos benefícios diretos ao


homem, e esse potencial tem sido cada vez mais valorizado pelos meios
acadêmico e industrial (EHRLICH & WILSON, 1991; FERRO et al., 2006). Na
agricultura, o controle de plantas daninhas com herbicidas é uma prática
comum (VARGAS et al., 1999). Só o mercado mundial de herbicidas
movimentou 15 bilhões de dólares em 1997 (GRIMES, 1998).
Todavia, a exposição humana a herbicidas químicos configura um grave
problema de saúde pública em todo o mundo (OMS, 1990; KOH &
JEYARATNAM, 1996; KONRADSEN et al., 2003), além de drásticos impactos e
prejuízos ambientais (TOMITA & BEYRUTH, 2002; WASWA et al., 2002).
Portanto, há motivos mais que suficientes para se estudar alternativas eficazes
para substituição desses produtos químicos. Nesse sentido, inúmeros estudos
estão sendo realizados com respeito à alelopatia para o manejo e controle de
ervas daninhas (DURIGAN & ALMEIDA, 1993).

1.2. Alelopatia

Potencial alelopático, a princípio, refere-se à habilidade que uma planta tem de


inibir o desenvolvimento de outras plantas e microorganismos. De fato, o termo
alelopatia foi criado por MOLISCH (1937) e vem do grego Allelon (de um para
outro) e Pathós (sofrer). O efeito é realizado por biomoléculas chamadas
“aleloquímicos”, produzidas pelas plantas e lançadas por estas no ambiente
(RIZVI & RIZVI, 1992). Alelopatia foi definida por RICE (1984) da seguinte
forma: “qualquer efeito direto ou indireto, danoso ou benéfico que uma planta
exerce sobre outra pela produção de compostos químicos liberados no
ambiente”. Tais substâncias são em sua maioria provenientes do metabolismo
secundário das plantas (WALLER, 1999).
Tem havido atualmente um largo interesse por se conhecer e explorar os
compostos secundários das plantas para o desenvolvimento de novos
herbicidas, pesticidas, estimulantes e reguladores de crescimento (EINHELLIG,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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1995). A atividade dos aleloquímicos já tem sido utilizada como alternativa para
os agrotóxicos. Na África do Sul, por exemplo, restos de pinheiro (Pinus patula),
eucalipto (Eucalyptus grandis) e acácia (Acacia mearnsii) foram usados contra
uma série de invasoras como buva (Conyza sumatrensis), trevo-dos-prados
(Trifolium sp.) e capim-quicé (Echinochloa utilis) (SCHUMANN et al., 1995). No
México, a incorporação ao solo de restos de bétula (Betula erecta), junco
(Juncus sp.) e alno (Alnus firmifolia) resultou em inibição aleloquímica contra as
invasoras pé-de-ganso (Chenopodium murale), trevo-de-cheiro (Melilotus
indicus), caruru-roxo (Amaranthus hybridus) e tradescância (Tradescantia
crassifolia) (ANAYA et al., 1987).
CHOU & KUO (1986) observaram que onde havia espécies de Leucena
(Leucaena leucocephala), poucas plantas invasoras cresciam; e extratos da
planta foram fitotóxicos tanto para espécies lenhosas quanto para herbáceas. A
incorporação ao solo de raízes e folhas em decomposição de joão-brandinho
(Piper sp.) e taquara (Olyra micrantha) inibiu o crescimento de plântulas de
alface, mostrando claramente que restos de vegetação (serrapilheira) podem
também ter efeito alelopático (BORGES et al., 1994).
Por outro lado, a alelopatia pode também representar algum problema para o
agricultor. A prática da “rotação de culturas” em agricultura é bastante difundida
no Brasil: em uma época do ano é plantada uma cultura e, em outra época,
outra cultura, de modo a não esgotar os recursos nutricionais do solo. No
entanto, este procedimento, por sinal muito recomendado, tem limitações, pois,
restos da cultura anterior incorporados ao solo podem desempenhar função
alelopática. Logo, dependendo da cultura subsequente, os efeitos podem ser
bastante prejudiciais, com diminuição acentuada do crescimento e da
produtividade (FERREIRA & AQUILA, 2000). Exemplificando, os restos da
cultura de trigo (Triticum sp.) retardaram o crescimento das plantas de algodão
(Gossypium sp.) (HICKS et al., 1989).
Já foi mencionado que o efeito da alelopatia é gerado por aleloquímicos e que a
maioria dessas substâncias é proveniente do metabolismo secundário das
plantas. Os terpenos, os fenóis e os compostos nitrogenados formam as três
principais classes de metabólitos secundários (TAIZ & ZEIGER, 1998). E dentre
esses compostos, os mais diretamente ligados à alelopatia são os terpenos e
fenóis (INDERJIT & DUKE, 2003). Ainda acerca dos terpenos: a subclasse dos
monoterpenos, constituintes frequentes dos óleos essenciais, está mais
diretamente ligada com os efeitos inibitórios (HARBORNE, 1980; RICE, 1984).

1.3. A família Zingiberaceae

A família Zingiberaceae é formada por 50 gêneros e 1100 espécies, originárias


das regiões asiáticas, das florestas tropicais e subtropicais, ocorrendo
preferencialmente em áreas sombreadas, ocasionalmente em terrenos mais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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úmidos. É representada por plantas herbáceas perenes, aromáticas,


geralmente com rizomas dos quais nascem caules aéreos que transportam
folhas com larga bainha na base, envolvendo o caule (VIMALA et al., 1999;
SCHIMIDT, 2000). No Brasil, ocorre apenas um gênero: Renealmia, com 17
espécies, sendo a maioria nativa da Amazônia (SOUZA & LORENZI, 2005).
Algumas plantas da família são utilizadas desde a antiguidade como plantas
medicinais, como o gengibre (Zingiber officinale) cujo princípio ativo apresenta
ações estimulante, digestiva e antimicrobiana, contra a rouquidão e inflamação
da garganta, além de ser anti-reumática e antitrombótica (LORENZI & MATOS,
2002); e o açafrão (Curcuma longa L.), que possui propriedades anti-
hepatotóxica , antiinflamatória e hipoglicemiante e é utilizada para tratamento
de cálculo biliar e icterícia (LORENZI & MATOS, 2002).
Zingiber spectabilis Griff., conhecida popularmente por “sorvetão”, é uma planta
herbácea e aromática, adaptada às regiões tropicais e subtropicais, com folhas
alternas, de nervação paralelo-pinada, lâmina bem desenvolvida e larga bainha
na base, envolvendo o caule (VIMALA et al., 1999); as flores são protegidas por
brácteas vistosas de cor amarela com formato de uma colméia e, por causa
desta aparência e pela longa durabilidade, são muitas vezes cultivadas como
ornamentais (ZOGHBI et al., 2001).
Os óleos voláteis das inflorescências de Zingiber spectabilis são ricos em
&#946;-felandreno (45,3%), &#945;-pineno (13,4%), substância com
comprovada atividade fitotóxica (RANA DEVI et al., 1997) e &#946;-pineno
(11%). Os óleos voláteis de inflorescências são qualitativamente similares para
as folhas e hastes, mas as porcentagens são completamente diferentes, sendo
&#945;-pineno e &#946;-pineno os principais componentes de óleos voláteis
das folhas e hastes (VAHIRUA-LECHAT et al., 1996).

OBJETIVO:
2. Objetivos

Estudar o potencial fitotóxico dos extratos etanólicos obtidos a partir de folhas,


caule e brácteas jovens e maduras de Zingiber spectabilis Griff. sobre a
germinação e crescimento de plântulas de alface (Lactuca sativa L.).

METODOLOGIA:
3. Materiais e métodos

3.1 Materiais

Amostras de folhas, inflorescências (jovens e maduras) e rizomas de Zingiber

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

125
UNISA - Universidade de Santo Amaro

spectabilis Griff. Foram coletadas em população livre de agrotóxicos em


propriedade particular no bairro de Parelheiros, na zona sul da capital de São
Paulo. Amostras testemunhas foram coletadas, herborizadas e depositadas no
herbário da Universidade de Santo Amaro – UNISA em São Paulo.

3.2. Métodos

3.2.1 Produção de extratos

As amostras de folhas foram fragmentadas e submersas em etanol 99,5°GL,


sendo agitadas diariamente e o solvente trocado a cada sete dias, perfazendo
um total de 28 dias de extração. Após a primeira extração (7º dia), o material foi
triturado em liquidificador e, em seguida, submerso novamente em etanol
99,5°GL. Após o 28º dia, foi realizada a quarta e última extração a frio. As
extrações foram feitas à temperatura ambiente e protegidas da luz, a fim de
evitar a fotooxidação dos compostos. Os filtrados obtidos foram reunidos,
constituindo o extrato etanólico bruto que foi concentrado sob pressão reduzida
em rotaevaporador a 45°C, e conservado em geladeira a uma temperatura entre
4 e 8°C (RESCHKE et al., 2007).. Todas as etapas do processo de extração
foram repetidos para as inflorescências jovens e maduras e rizomas

3.2.2 Testes de ação alelopática

Os testes de ação alelopática dos extratos de Zingiber spectabilis Griff. foram


desenvolvidos segundo MURAKAMI et al. (2009) e em triplicatas. Em discos de
papel filtro com 9 cm de diâmetro, foram depositados 4mL de extrato de
maneira uniforme. Para efeito de controle, em outros discos de mesmo diâmetro
foram depositados 4mL de etanol 99,5°GL. Os discos impregnados foram
mantidos por 24 horas em um dessecador para que o extrato pudesse secar e
ser absorvido pelo papel filtro. Após esse período, os discos de papel filtro
foram depositados em placas de Petri (diâmetro 9 cm) previamente
esterilizadas. Em cada placa foram acrescentados 4mL de água destilada e,
após quatro horas, foram depositados 20 aquênios de alface (Lactuca sativa L.).
As placas foram vedadas com papel filme (PVC) e mantidas em ambiente com
iluminação constante e temperatura ambiente por um período de cinco dias. A
porcentagem de germinação e índice de velocidade de germinação (IVG) foram
avaliados a cada dia, e no último dia foram medidos ainda os comprimentos do
eixo hipocótilo-radicular das plântulas de alface.

RESUMO:
4. Resultados e discussão

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

126
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Os extratos reduziram expressivamente o índice de IVG e o crescimento das


plântulas, embora não tenham afetado a taxa final de germinação (em torno de
90%). De fato, segundo FERREIRA & AQUILA (2000), as plântulas em
crescimento são mais sensíveis a aleloquímicos que os aquênios durante a
germinação, pois, as substâncias alelopáticas podem estimular o aparecimento
de plântulas anormais, sendo a necrose da radícula um dos sintomas mais
comuns. Os extratos de brácteas jovens, brácteas maduras e caule mostraram
maior toxicidade sobre o crescimento do eixo hipocótilo-radicular das plântulas
de alface (5mm, 9mm e 10mm, respectivamente).

CONCLUSÃO:
Todos os extratos foram fitotóxicos para as plântulas de alface.
Os extratos reduziram o crescimento das plântulas, embora não tenham
interferido na germinabilidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
5. Bibliografia

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Não há notas.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

130
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Busca de inibidores para proteína antioxidante Ohr (Organic


Hydroperoxide Resistance Protein) de Xylella fastidiosa (Wells et
al., 1987)
NÁDILA MAGALHAES MILLAN(1)

LUIS EDUARDO SOARES NETTO(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Radicais livres são moléculas com pelo menos um elétron desemparelhado em
sua órbita externa, estes podem ser produzidos nos organismos vivos, pela
transferência de elétrons, por meio de óxido-redução. Devido algumas espécies
não serem radicalares, como o peróxido de hidrogênio (H2O2), o oxigênio
singlete e os peróxidos orgânicos, utiliza-se o termo “espécies reativas de
oxigênio” (ROS - Reactive Oxygen Species). ROS são gerados em processos
da respiração mitocondrial, oxidação de lipídeos, metabolismo de poluentes e
medicamentos. Também há produção de ROS pelos cloroplastos, através do
processo de fotossíntese e, produção de H2O2 por peroxissomos, no processo
de fotorrespiração.
A formação de ROS é iniciada a partir do oxigênio molecular por etapas de
redução univalente, primeiramente a redução de O2 produz radical anion
superóxido (O2•-) que não consegue atravessar a membrana plasmática. Após
redução de O2•-, peróxido de hidrogênio (H2O2) é gerado e este por poder
atravessar as membranas, pode agir como molécula sinalizadora na defesa de
plantas. A redução acarreta a perda de mais um elétron de H2O2 e gera a ROS
mais reativa que é o radical hidroxila (•OH). As ROS induzem processos como a
oxidação de biomoléculas, como proteínas, lipídeos, ácidos nucléicos e
carboidratos, mudando as funções biológicas de tais moléculas.
Ao ser invadida por patógenos, como bactérias, as plantas desenvolvem vários
processos de defesa, entre os quais está o oxidative burst, processo no qual
ocorre a geração de espécies reativas de oxigênio, ROS, em grande
quantidade, causando um estresse oxidativo, ou seja, um desequilíbrio celular
onde há uma quantidade maior de oxidantes do que de antioxidantes. Este
processo ocorre através da ativação de componentes de oxidases, pré-
existentes no sistema vegetal, principalmente o mecanismo de ativação da
NADPH oxidase.
As células vegetais são aptas a produção de ROS, principalmente H2O2,
sendo esta produção regulada por luz, hormônios ou ferimentos. O H2O2
possui efeito antifúngico e antibacteriano, sendo tóxico à patógenos. Este
desempenha um papel fundamental na resposta de hipersensibilidade de
plantas, em relação a infecção por patógenos, tal defesa se trata de um

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

131
UNISA - Universidade de Santo Amaro

processo em que a invasão de patógenos incita o colapso das células do


hospedeiro.
Xylella fastidiosa é uma bactéria gram-negativa, não flagelada, de 0,1 a 0,3 ×
1,5 µm de tamanho, e seus patótipos geram várias doenças em plantas de
importância agrícola. Tais doenças são caracterizadas como emergentes, por
representarem uma ameaça ao continente americano, em regiões tropicais e
subtropicais, entre estas doenças há a Clorose Variegada dos Citros (CVC), a
qual surgiu pela primeira vez em 1980 no sul da América do Sul, registrada pela
primeira vez no Brasil em 1987.
Resultados de estudos demonstram que X. fastidiosa causa perturbações no
metabolismo do nitrogênio em citros, esta coloniza os vasos de xilema da planta
hospedeira, concentrando-se no pecíolo quando se trata de citros. O controle
da CVC está limitado à remoção por poda de ramos infectados, aplicação de
inseticidas e utilização de plantas sadias em novos pomares.
A planta, como citado acima, ao ser invadida por patógenos gera como sistema
de defesa, dentre outros, o oxidative burst, em que ROS são produzidas. Porém
X. fastidiosa possui um mecanismo de defesa antioxidante que entre
peroxirredoxinas, GSH peroxidase e catalases, há uma proteína pertencente a
uma família encontrada exclusivamente em bactérias, na maioria patogênica,
conhecida como Ohr (Organic hydroperoxide resistence).
Ohr possui massa molecular de 14,9 kDa, uma seqüência de aproximadamente
143 aminoácidos, dois resíduos de cisteína conservados (Cys-61 e Cys-125) e
sítio ativo muito hidrofóbico. O alinhamento de seqüências de genes de Ohr em
diferentes bactérias mostrou que as duas cisteínas são completamente
conservadas. Ohr é uma proteína dimérica, com estrutura na forma elíptica,
seus dois monômeros apresentam-se fortemente interligados, este é composto
por duas folhas betas e duas alfa hélices centrais, sendo seu sítio ativo formado
por seus dois resíduos de cisteína originados do mesmo monômero.
Ohr é sensível a peróxidos orgânicos, mas não a H2O2 e superóxidos, já que
sua expressão foi fortemente induzida por t-BHP (hidroperóxido de terc-butyla),
induzida fracamente em H2O2 e não sofreu indução por superóxidos. Estudos
demonstraram que Ohr foi mais eficiente na remoção de peróxidos orgânicos de
10 a 20 vezes em relação à remoção de H2O2. Sua expressão é regulada pela
proteína OhrR.
A sensibilidade de Ohr a peróxidos orgânicos é devida tal proteína ser uma
peroxidase tiól dependente, sendo envolvidos neste processo seus resíduos de
cisteína. No entanto, Ohr utiliza somente ditióis como substrato, como DTT e
DHLA, e não monotióis, de acordo com reação abaixo.

Ohr(&#8722;SS-)+R-(SH)2 &#8594; Ohr &#8722; [Cys-61]-SSR-SH &#8594;


Ohr &#8722; (SH)2+RSSR

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Estudos à respeito do sito ativo da proteína Ohr demonstraram em seus


estudos que, além da hidrofobicidade, os possíveis substratos de Ohr deveriam
ser moléculas alongadas, portanto, o sistema gerado pela doação de elétrons a
partir de NADH, contendo lipoamida e lipoamida desidrogenase (Lpd)
demonstrou-se muito eficiente na caracterização da atividade peroxidásica de
Ohr. Tal sistema é representado a seguir:

NADH &#8594; lipoamida desidrogenase &#8594; lipoamida &#8594; Ohr


&#8594; peróxido

Devido à importância econômica em relação aos danos causados a agricultura


por X. fastidiosa são relevantes os estudos a respeito desta bactéria,
principalmente relacionados a busca de novos meios de combate a tal, sendo o
estudo a respeito da proteína Ohr importante no processo de produção de
drogas, pois a mesma apresenta características específicas, auxiliando neste
processo.

OBJETIVO:
Busca de inibidores para a enzima antioxidante Ohr de Xylella fastidiosa,
através da realização de ensaios enzimáticos a partir de compostos químicos
sintéticos. Selecionando assim, por triagens variadas, compostos que possuam
características inibitórias em relação à atividade enzimática da proteína Ohr.

METODOLOGIA:
As linhagens de bactérias utilizadas de X. fastidiosa para a clonagem e
expressão gênica foram BL21(DE3): [F-, amp T, hsdSb (rB- mb-), gal, dcm]
(DE3) (Novagen) e XL1-Blue: recA1 endA1 gyrA96 thi-1 hsdR17 supE44 relA1
lac [F´ proAB lacIqZDM15 Tn10 (TetR)]: linhagem de clonagem (Stratagene).
Em meios de cultura LB, 1% de triptona, 1% de NaCl, 0,5% de extrato de
levedura; meios sólidos preparados com a adição de 2% de ágar e meios
seletivos como LB acrescido de ampicilina (100µg/ml), utilizando o plasmídeo
pET15b (5708 pb). A purificação foi realizada por cromatografia de afinidade a
níquel através do Kit His Trap, sendoque as seqüências dos genes clonados
foram amplificadas dos vetores de expressão utilizando primers específicos
para cada gene, depois de amplificados realizou-se a purificação do DNA e em
seguida as amostras foram quantificadas em gel de agarose 0,8%.
Através de ensaios de DTT oxidado uma série de 32 compostos, sintetizados
pelo Laboratório de Química Fina do Dr. Leandro Helgueira de Andrade no IQ-
USP, foi testada em relação ao efeito inibidor da atividade enzimática de Ohr.
A determinação da velocidade de oxidação de DTT foi possibilitada por esse
ensaio, na presença de Ohr e peróxido. O DTT (ditiól) é oxidado pela Ohr em

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

133
UNISA - Universidade de Santo Amaro

presença de um peróxido como substrato, demonstrando a produção de DTT


oxidado, mensurada por espectrofotômetro de leitora de placa em absorbância
de 310nm. A reação foi incubada a 37°C e iniciada com a adição de 20µL de t-
BHP 3,7mM em condições de tampão NaPO4 185mM, Triton 1,85%, BSA
1,85mg/mL, DTPA 1,85mM, Ohr 1,85µM e DTT 3,7mM. As amostras foram
testadas em concentrações finais inicialmente iguais a 0,1µM, 1µM, 10µM,
100µM e 1mM, porém tais concentrações foram modificadas de acordo com a
necessidade de testar a taxa de inibição de cada amostra. A partir dos gráficos
obtidos realizaram-se os cálculos de velocidade da atividade de Ohr.

RESUMO:
Como nos ensaios foram utilizadas concentrações variadas de cada composto,
para determinar o IC50 de inibição, e a concentração final de peróxido (t-BHP)
utilizado foi de 200µM, valores de concentração de compostos maiores do que
200µM podem inibir a atividade enzimática apenas pelo excesso de composto
na solução, causando possível precipitação e um resultado de inibição falso
positivo. Devido a tais aspectos, parâmetros foram estipulados para determinar
qual composto seria um possível inibidor de Ohr. Em relação a todas as
triagens realizadas, os compostos que inibiram 50% da atividade de Ohr,
chamado IC50, com concentração no ensaio igual ou menor que 100µM foram
selecionados como de alta taxa de inibição, os compostos que inibiram 50% da
atividade de Ohr com concentrações próximas a margem de 100µM e 300µM
foram considerados de média taxa de inibição, já os compostos que apenas
apresentaram inibição de 50% da atividade de Ohr, na maioria das triagens,
com concentrações acima de 300µM foram considerados de baixa taxa de
inibição.
Logo na primeira triagem realizada os resultados obtidos caracterizaram três
compostos com alta taxa de inibição, as amostras 6, 10 e 12. Os compostos 6 e
10 inibiram completamente a atividade da proteína Ohr , já o composto 12 inibiu
a atividade de Ohr com IC50 de aproximadamente 100 µM.
As amostras 1, 21, 22, 23, 24, 25, 28 e 29 apresentaram nível médio de inibição
de Ohr, pois demonstraram uma margem de IC50 entre 100µM e 1000µM.
Apesar dos compostos terem sido sintetizados sem nenhuma informação
referente ao sítio ativo da proteína Ohr, três amostras apresentaram resultados
satisfatórios referentes à inibição de Ohr. Os compostos 6, 10 e 12 que
apresentaram alta taxa de inibição da atividade de Ohr, possivelmente,
bloqueiam o sítio ativo de alguma forma impedindo a atividade enzimática, no
entanto, não se encaixam necessariamente neste. Baseados na estrutura
química dos compostos com diferentes níveis de eficiência de inibição
A partir da estrutura destes compostos serão realizadas varreduras virtuais,
com o propósito de sintetizar moléculas mais específicas ao sítio ativo de Ohr,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

134
UNISA - Universidade de Santo Amaro

com estrutura compatível ao encaixe do sítio ativo da enzima, inibindo sua


ação, como a adição de cadeias longas de ácidos graxos, característica
essencial de possíveis substratos de Ohr. Além disso, novos compostos estão
sendo sintetizados e também serão testados em ensaios de DTT oxidado para
verificar possível inibição da atividade da proteína Ohr possibilitando a inibição
desta e, como conseqüência, sensibilizando o patógeno X. fastidiosa ao ataque
oxidativo concebido pela planta hospedeira.
O estudo referente à ação inibitória destes compostos químicos, relacionados à
atividade da proteína antioxidante Ohr, é essencial para a síntese de drogas
contra a bactéria patogênica X. fastidiosa, causadora de diversas doenças em
variadas espécies de plantas. Tal proteína é encontrada apenas em bactérias,
em sua maioria patogênica, como a X. fastidiosa, que causa danos importantes
no setor agrícola de muitos países, não sendo encontrada em plantas.
Além deste aspecto, Ohr é uma enzima com características estruturais e
funcionais únicas, como a respeito da hidrofobicidade de seu sítio ativo e de
sua atividade peroxidásica, sendo todos estes fatores em conjunto cruciais para
determinar a proteína antioxidante Ohr como alvo para a produção de drogas
contra bactéria patogênicas. Estudos mais específicos da atividade de Ohr e da
ação de compostos com caráter inibidor de sua atividade serão realizados
futuramente em próximas etapas, permitindo a síntese de compostos capazes
de inibirem a ação antioxidante de Ohr, sendo estes utilizados como agentes
farmacêuticos contra infecções em vegetais por X. fastidiosa.

CONCLUSÃO:
Os resultados gerais obtidos a partir das triagens dos ensaios de DTT oxidado
demonstraram que da série de 32 compostos testados 17 amostras
apresentaram baixa ou nenhuma taxa de inibição da atividade de Ohr. Os
resultados foram positivos em relação às amostras 6, 10 e 12 que apresentaram
alto poder de inibição, indicando compostos promissores, e nove amostras que
apresentaram nível médio de inibição, sendo estas as 1, 21, 22, 23, 24, 25, 28 e
29.
Estudos mais específicos da atividade de Ohr e da ação de compostos com
caráter inibidor de sua atividade serão realizados futuramente nas próximas
etapas, permitindo a síntese de compostos capazes de inibirem a ação
antioxidante de Ohr, sendo estes utilizados como agentes farmacêuticos contra
infecções em vegetais por X. fastidiosa.

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________________________________________________________________
Nádila Magalhães Millan1,2, Andressa Yurie Silvestre Sakugawa2, Luis Eduardo
Soares Netto2
1- Curso de Ciências Biológicas, Universidade de Santo Amaro – UNISA.
2- Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, Instituto de Biociências -
Universidade de São Paulo.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

CONCENTRAÇÃO DE METAIS EM SOLOS ADJACENTES À


AVENIDA MARGINAL DO RIO TIETÊ, SÃO PAULO
NATALIA CARDADEIRO E SILVA(1)

ANA MARIA GRACIANO FIGUEIREDO(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A poluição atmosférica ocorre principalmente em áreas metropolitanas, onde o
ambiente natural encontra-se altamente degradado. Essa degradação é gerada
pela presença de diferentes tipos de poluentes atmosféricos, uma vez que
nessas áreas existe um maior aglomerado demográfico e grandes
concentrações de veículos e indústrias [1].

A poluição ambiental pode ser relacionada a vários fatores, como o crescimento


desordenado dos grandes centros urbanos e metrópoles, pela implantação de
indústrias, grande circulação de veículos automotores, desmatamento e
ocupações irregulares que poluem as águas, o ar e os solos [2].

O solo é parte altamente afetada em áreas urbanizadas, podendo afetar a biota.


Solo pode ser definido como um composto heterogêneo gerado a partir da
reorganização de um material original, como rochas, sedimentos ou outros
solos. Essa reorganização ocorre a partir de ações da atmosfera, trocas de
energia, ou até mesmo, ações biológicas, através de animais e vegetais. Cada
solo possui uma composição diferente e é formado por diferentes quantidades
de minérios, minerais, materiais orgânicos entre outras substancias; essa
grande diversidade dos solos muitas vezes está relacionada com a própria ação
antropogênica ou até mesmo, pode estar ameaçada pela mesma, uma vez que
as atividades humanas afetam diretamente o ambiente [3].

Desde o princípio da história humana, o solo tem sido utilizado como receptor
de substâncias resultantes da atividade humana. Com o surgimento de grandes
processos de transformação a partir da Revolução Industrial, a liberação
descontrolada de poluentes para o ambiente e sua conseqüente acumulação no
solo sofreu uma mudança drástica de forma e de intensidade, que pode ser
explicada pela utilização intensiva dos recursos naturais e também pelos
resíduos gerados no aumento das atividades urbanas, industriais e agrícolas
[3].

Os solos vicinais à Marginal do Rio Tietê, assim como os solos de muitas outras
áreas da cidade de São Paulo, provavelmente, já estão sob impacto do homem
e possivelmente sofreu alterações desde o inicio de sua utilização, tanto para o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

trafego como para outras ações no passado [3].

OBJETIVO:
Este estudo tem como objetivo a caracterização química dos solos superficiais
adjacentes à Marginal do Rio Tietê, na Região Metropolitana de São Paulo, por
meio da técnica de análise por ativação com nêutrons instrumental (INAA), para
determinar elementos de interesse ambiental como As, Ba, Co, Cr, Sb e Zn em
amostras de solos coletadas ao longo de seu curso.

METODOLOGIA:

3.1. Área Estudada


A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é formada por grandes centros
urbanos e industriais, e devido ao grande fluxo de moradores e trabalhadores,
apresenta diariamente tráfego intenso de veículos. A Rodovia SP-015 é um dos
principais, se não, o maior, acesso à RMSP e, portanto, possui sempre
congestionamentos e grande fluxo de veículos. Esta rodovia é constituída pelos
complexos viários da Marginal do Rio Pinheiro e da Marginal do Rio Tietê [4] A
Marginal do Rio Tietê é um importante eixo de trafego automotivo na cidade de
São Paulo, unindo as Zonas, Norte, Oeste e Leste [4].
3.2. Amostragem e Coleta
Foram coletados solos adjacentes a Marginal do Rio Tietê, que apresenta alta
densidade de tráfego na cidade de São Paulo, além de apresentar canteiros
que favorecem a coleta das amostras.
Dessa forma, foram coletadas 32 amostras de solo com auxilio de tubos de
PVC; os testemunhos foram coletados em oito pontos ao longo da Avenida e
apresentavam profundidade de 0-5cm. A posição de cada ponto foi
precisamente determinada durante o trabalho de campo, com ajuda de um GPS
(Geographic Positioning System) com uma exatidão de 10m.

Previamente à coleta da amostras, foi necessário protocolar na Companhia de


Engenharia de Tráfego (CET) do município, de São Paulo, junto ao
Departamento de Gestão de Eventos, um formulário de autorização (fornecido
pela CET). Foi necessário também um “Memorial Descritivo de Coleta”, onde foi
detalhada a proposta deste projeto de pesquisa, bem como os procedimentos
que foram utilizados na retirada do solo.

3.3. Preparo das Amostras


Em laboratório, após a retirada de gramíneas e outros tipos de vegetação
presentes nas amostras, foi feita a secagem em estufa a 40ºC, em béqueres, e
após a secagem, foi realizada a peneiração, sendo separada para análise a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

138
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fração 2 mm. As amostras foram moídas em moinho de ágata a uma


granulometria 75m. Após o preparo as amostras foram devidamente
acondicionadas, para a posterior análise com INAA.

3.4. Análise por Ativação com Nêutrons Instrumental (INAA)


Nesta técnica, o material em estudo é irradiado com feixes de nêutrons em um
reator nuclear, esses nêutrons são capturados pelos núcleos dos átomos
presentes na amostra, deixando-os instáveis e dando origem a isótopos
radioativos dos elementos presentes (Figura 2). Estes radionuclídeos são
identificados pela energia liberada (raios gama); denomina-se “pronto” aqueles
que são liberados no momento da irradiação e “atrasado” ou simplesmente
raios gama, aqueles que são liberados em decorrência do decaimento do
radionuclídeo e são acompanhados de partículas beta. Cada elemento irradiado
origina um radioisótopo com um tempo de decaimento próprio, podendo levar
de segundos até anos. Graças a isso, podemos determinar os elementos
presentes na amostra e a concentração do radioisótopo na amostra é
proporcional à intensidade da radiação gama emitida. Nas determinações
quantitativas, geralmente é usado o método comparativo. Amostra e padrão são
irradiados, em conjunto, nas mesmas condições, em um determinado fluxo de
nêutrons.

Quando a amostra é irradiada a atividade induzida, que pode ser medida em um


detector, é expressa através da equação geral da análise por ativação [5].A
concentração dos elementos em uma amostra pode ser calculada pela equação
1, desde que os parâmetros como: secção de choque, fluxo de nêutrons, tempo
de irradiação e meia-vida dos radioisótopos formados, sejam precisamente
conhecidos. A concentração da amostra é calculada comparando-se a atividade
do elemento na amostra à atividade do elemento no padrão (de concentração
conhecida). Para isso podemos relacionar a equação 1 obtida para o padrão de
referencia e para amostra

RESUMO:

Os resultados dos 6 elementos estudados (As, Ba, Co, Cr, Sb e Zn) nas 32
amostras analisadas por INAA podem ser observados na tabela 01, que indica
as faixas e médias para cada elemento aos longo dos oito pontos de coleta na
Avenida Marginal do Rio Tietê.

Tabela 01: Médias e faixas para cada elemento nos 8 pontos analisados.
P1 P2 P3 P4
Média Faixa Média Faixa Média Faixa Média Faixa
As 45,1 28 57 6,825 3 14,4 20,2875 4,8 7,3 7,6 2 18

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Ba 377,5 499 312 642,25 355 801 591,125 668 906 578,75 477 664
Co 7,975 7,1 9,5 8,4 4 10,8 8,4339286 7 10,9 6,6875 5,9 7,55
Cr 112 100 124 133,675 56,7 167 134,63393 109,5 200 104,475 84,9 141
Sb 2,6925 1,37 3,9 3,6925 2,87 4,2 3,8446429 4,2 8,4 4,36 3,8 4,75
Zn 310,75 236 438 363,75 578 72 492,75 1225 633 565,75 489 698

P5 P6 P7 P8
Média Faixa Média Faixa Média Faixa Média Faixa
As 10,8 7 14,4 7,5 3,2 12,4 4,425 2 6,6 2,9 2 3,6
Ba 427,5 328 503 503,25 344 700 379 253 576 531,75 354 698
Co 5,3 4,4 6,8 6,225 4,2 10,2 5,5 3,8 6,4 5,7 5,2 6
Cr 97,525 72 138 53,65 10,6 72 64,975 48,5 101 61,2875 43,15 80
Sb 3,4 5,1 2,6 4 2,7 6 2,4825 1,93 2,6 2,75 1,6 4,5
Zn 546,75 412 711 375,25 242 500 343,5 242 526 303,25 208 470

A CETESB definiu valores orientadores para os metais pesados em solos no


estado de São Paulo; estes valores são apresentados na forma de relatórios
que devem ser revisados a cada 4 (quatro) anos. Desta maneira os valores
orientadores para solos e águas subterrâneas no estado de São Paulo são
definidos da seguinte forma:
Valor de Intervenção – é a concentração de determinada substância na qual
podem ocorrer risco potenciais, diretos e indiretos a saúde humana. Para isso
foram considerados cenários genéricos de exposição:
AGR – valor utilizado para avaliação de risco a saúde humana para áreas
agrícolas.
RES - valor utilizado para avaliação de risco a saúde humana para áreas
residenciais.
IND - valor utilizado para avaliação de risco a saúde humana para áreas
industriais.
PREV – concentração de determinada substância na qual podem ocorrer
alterações prejudiciais à qualidade do solo. Este valor indica a qualidade do
solo capaz de sustentar suas funções primárias [3].

Os valores obtidos foram comparados com os valores de intervenção fornecidos


pela CETESB . As concentrações de As ao longo da Avenida não apresentaram
valores significativos, suas concentrações se mantiveram em grande parte
abaixo dos valores de intervenção agrícola, e em sua maioria as concentrações
não chegam nem ao menos a afetar as características naturais do solo [3]. Nos
pontos 1 e 2 deve haver contaminação por pesticidas ou indústrias do ramo da

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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vidraria ou cimento, que utilizam o As e desta forma teriam contaminado o solo.

O Ba apresentou concentrações muito elevadas ao longo de toda a marginal do


Rio Tietê, o que indica um grande impacto gerado pelo homem. Seus valores
ultrapassaram os limites industriais estipulados pela CETESB, 2005. Estas
grandes concentrações podem estar relacionadas com pesticidas, grande
emprego na indústria de tijolos e vidros e até mesmo ao trafego de automóveis,
pois o Ba é empregado em componentes automotivos como lubrificantes .

Os valores de Co estiveram dentro dos limites estipulados pela CETESB, não


apresentando alterações em nenhum ponto de coleta.

O Cr, o Zn e o Sb apresentaram alterações em suas concentrações ao longo de


toda a Avenida. Suas concentrações estiveram acima dos limites de intervenção
agrícola, e até mesmo de intervenção residencial para o Zn no ponto 3; no
entanto, essas concentrações não chegam a ser tão altas quanto as do Ba.
Esses elementos são considerados associados ao tráfego, sendo liberados nos
gases de exaustão dos veículos. O Zn é também empregado na industria de
fertilizantes e pesticidas, podendo ser daí este valor elevado no ponto 3. Além
disso, o Zn é usado em óleos lubrificantes e está associado ao desgaste de
materiais constituintes dos automóveis, o que sugere origem veicular.

CONCLUSÃO:

Os resultados obtidos indicam uma grande contaminação dos solos da marginal


do Rio Tietê por diferentes metais, sugerindo ações antropogênicas.
Essas altas concentrações dos metais analisados podem afetar a saúde
humana, uma vez que estes elementos químicos estão disponíveis em uma
área de grande tráfego de automóveis, e de fácil acesso. Com uma baixa
umidade relativa do ar e o grande fluxo de automóveis estes elementos podem
se desprender do solo, e na forma de poeira afetar a saúde humana, gerando
complicações respiratórias e podendo até mesmo levar ao câncer.

Quanto às concentrações de Ba, que possivelmente estão relacionadas ao


tráfego, é simples traçar uma relação entre o congestionamento na área e os
elevados valores obtidos; no entanto, a presença de Ba pode estar associada
também a raticidas, apesar de sua utilização ter sido proibida pela ANVISA
(Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) através da resolução 326, de 9 de
Novembro de 2005.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
[1] Teixeira, E. C.; Feltes, S. & Santana E. R. R. “Estudo das emissões de fontes
móveis na região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul”. Química
Nova, Vol.31 (2008).
[2] “Atlas Ambiental do Município de São Paulo” (2009)
http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br/pagina.php?id=20.

[3] CETESB: “Valores orientadores para solos e águas subterrâneas no estado


de São Paulo” (2005)
http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/relatorios/tabela_valores_2005.pdf

[4] DER/SP-“ Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo -


Diretoria de Planejamento.” (2009)
http://www.der.sp.gov.br/malha/denominacoes.aspx?ler=rel_desc#rel_desc.

[5] De Soete, D.; Gigbels, R.; Hoste, J.. Nêutron Activation Analysis. London:
Wiley-Interscience, 1972.

________________________________________________________________
UNISA 2009 - São Paulo-SP-Brasil

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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CONDUTA DA ENFERMAGEM DIANTE DOS ASPECTOS SOCIAIS


RELACIONADOS À ORIENTAÇÃO JUNTO A MÃE
SOROPOSITIVO
ALESSANDRA VIEIRA DA SILVA(1)

VALDILEA ZORUB PASQUINI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Considerado a pandemia da atualidade, o Vírus da Imunodeficiência Adquirida
(HIV) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), têm se configurado
como um dos mais sérios problemas de saúde pública, com alta taxa de morbi-
mortalidade, grande tendência de crescimento e propagação em diversos
territórios. (1)
A AIDS é uma doença fatal, que é possível a transmissão vertical do vírus, que,
quando ela ocorre, traz conseqüências ao binômio mãe-filho e família, e
considerando, também, que o profissional da área da saúde, em especial o
enfermeiro, tem importante papel no combate a epidemia de AIDS.
Como adverte a literatura, é possível a redução de aproximadamente 70% no
risco da Transmissão vertical com o uso do tratamento anti-retroviral na
gestação, trabalho de parto e parto e nos recém-nascidos alimentados
exclusivamente com fórmula infantil.
Mas a experiência de não amamentar para as mulheres é difícil, envolvendo
aspectos sociais que devem ser acompanhados.
A equipe de enfermagem por conter uns dos profissionais que passam a maior
parte do tempo com os pacientes, deve estar aberta para perceber os
sentimentos, atitudes e comportamentos e para que, além de esclarecerem as
condições clínicas e os cuidados gerais com a pessoa, possa estabelecer ainda
vínculo, interação junto à mãe soropositiva para o HIV mediado pelo encontro
(3) .

OBJETIVO:
Participação da enfermagem diante dos aspectos sociais relacionados à
orientação para não amamentar.

METODOLOGIA:
Pesquisa de revisão bibliográfica. dados coletados em consulta eletrônica e
livros didáticos referentes ao tema. Foram encontrados 33 artigos, dos quais 16
eram pertinentes ao tema, com um recorte temporal de 2000 a 2009. Os
critérios de inclusão abrangeram apenas os artigos que continham as seguintes

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

143
UNISA - Universidade de Santo Amaro

expressões: transmissão vertical do HIV, cuidados de enfermagem,


amamentação.

RESUMO:
A infecção aguda, também chamada de síndrome da infecção retroviral aguda
ou infecção primária, ocorre em cerca de 50% a 90% dos pacientes. Seu
diagnóstico é pouco realizado, devido ao baixo índice de suspeição, sendo, em
sua maioria, retrospectivo. O tempo entre a exposição e os sintomas é de cinco
a trinta dias. A história natural da infecção aguda caracteriza-se tanto por
viremia elevada, como por resposta imune intensa.

Os sintomas aparecem durante o pico da viremia e da atividade imunológica. As


manifestações clínicas podem variar desde quadro gripal até uma síndrome que
se assemelha à mononucleose. Além de sintomas de infecção viral, tais como:
febre, adenopatia, faringite, mialgia, artralgia, rash cutâneo maculopapular
eritematoso, ulcerações muco-cutâneas envolvendo mucosa oral, esôfago e
genitália, hiporexia, adinamia, cefaleia, fotofobia, hepatoesplenomegalia, perda
de peso, náuseas e vômitos. Os pacientes podem apresentar, ainda, candidíase
oral, neuropatia periférica, meningoencefalite asséptica e síndrome de Guillain-
Barré. Os achados laboratoriais inespecíficos são transitórios e incluem:
linfopenia seguida de linfocitose, presença de linfócitos atípicos, plaquetopenia
e elevação sérica das enzimas hepáticas. Os sintomas duram, em média, 14
dias, sendo o quadro clínico autolimitado. A ocorrência da síndrome de infecção
retroviral aguda clinicamente importante ou a persistência dos sintomas por
mais de 14 dias parecem estar relacionadas a uma evolução mais rápida para
AIDS.

Na fase assintomática o estado clínico básico é mínimo ou inexistente. Alguns


pacientes podem apresentar uma linfoadenopatia generalizada persistente,
"flutuante" e indolor. Portanto, a abordagem clínica nestes indivíduos, no início
de seu seguimento, prende-se a uma história clínica prévia, investigando
condições de base como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças hepáticas, renais, pulmonares,
intestinais, doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose e outras doenças
endêmicas, doenças psiquiátricas, uso prévio ou atual de medicamentos. Enfim,
situações que podem complicar ou serem agravantes em alguma fase de
desenvolvimento da doença pelo HIV. Histórico familiar, hábitos de vida, como
também uma avaliação do perfil emocional e psicossocial do paciente, seu nível
de entendimento e orientação sobre a doença são extremamente importantes.

Na fase sintomática o portador da infecção pelo HIV pode apresentar sinais e


sintomas inespecíficos e de intensidade variável, além de processos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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oportunistas de menor gravidade, principalmente em pele e mucosas, sudorese,


fadiga, emagrecimento e trombocitopenia.

A Aids é a fase do espectro da infecção pelo HIV em que se instalam as


doenças oportunistas, que são as doenças que se desenvolvem em decorrência
de uma alteração imunitária do hospedeiro. Estas são geralmente de origem
infecciosa, porém várias neoplasias também podem ser consideradas
oportunistas.
Com base nos dados epidemiológicos e clínicos, a partir dos sintomas e sinais
mencionados, os profissionais de saúde poderão, ao determinar os riscos de
infecção pelo HIV em seus pacientes, ajudá-los a reconhecer esses riscos e
aconselhá-los para reduzi-los e para realizarem o teste anti-HIV. É importante
lembrar que, o tratamento adequado de outras DST, quando presentes, além de
romper a cadeia de transmissão, auxilia o prognóstico do portador da infecção
pelo HIV, visto que as DST facilitam a progressão para doença clínica.
Denomina-se transmissão vertical do HIV a situação em que a criança é
infectada pelo vírus da AIDS durante a gestação, o parto ou por meio da
amamentação,no entanto, a criança, filho de mãe infectada pelo HIV, tem a
oportunidade de não se infectar pelo HIV. Atualmente, existem medidas
eficazes para evitar o risco de transmissão, tais como: o diagnóstico precoce da
gestante infectada, o uso de drogas anti-retrovirais, o parto cesariano
programado, a suspensão do aleitamento materno, substituindo-o por leite
artificial (fórmula infantil) e outros alimentos, de acordo com a idade da criança.
Durante o pré-natal, toda gestante tem o direito e deve realizar o teste HIV.
Quanto mais precoce o diagnóstico da infecção pelo HIV na gestante, maiores
são as chances de evitar a transmissão para o feto. O tratamento é gratuito e
está disponível no SUS.

No país investe-se hoje maciçamente no incentivo à testagem anti-HIV no pré-


natal. A implantação dessa prática em meio à população feminina, durante a
gestação, abre um leque de vantagens, dentre as quais se destacam:
Diagnóstico precoce da infecção pelo HIV, com possibilidade de início do
tratamento, se for o caso, o que favorece o prognóstico da doença a curto,
médio e longo prazo, além do corte da cadeia de transmissão, com as medidas
preventivas adequadas.
Diagnóstico da infecção em consulta ambulatorial, multiprofissional, onde a
mulher é adequadamente aconselhada, orientada, e tem tempo e espaço para
se colocar diante da nova realidade. (2)
Possibilidade de iniciar o protocolo de profilaxia da transmissão vertical o mais
precocemente possível, garantindo os melhores resultados para a criança. É
importante ressaltar aqui que, nos serviços públicos, estão disponibilizados os
testes e os medicamentos necessários ao tratamento dos casos e à profilaxia

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

da transmissão do vírus para a criança.

RESULTADOS:
A epidemia de AIDS no Brasil conta hoje com cerca de 474 mil casos
confirmados da doença e uma estimativa de cerca de 600 mil infectados
vivendo com HIV e AIDS. Do número total de casos identificados de 160 mil são
mulheres.
Anualmente, 3 milhões de mulheres dão à luz no Brasil. Segundo estudo
realizado em 2004, numa amostra representativa de parturientes de 15 a 49
anos de idade, de todas as regiões do país, a taxa de prevalência de mulheres
portadoras do HIV no momento do parto é de 0,42%, o que corresponde a uma
estimativa de cerca de 13 mil parturientes infectadas.
Estudos ainda revelam que as mulheres mais jovens têm mais percepção de
risco de infecção pelo HIV e que há precocidade no início de seu
relacionamento sexual. Essa condição repercute na rede de assistência à
mulher, pois o início das relações sexuais acarreta uma série de modificações
na sua situação de vida, expondo-a ao risco de gravidez e DST, dentre outras
intercorrências. E o papel de “cuidadoras” que as mulheres desempenham na
sociedade faz com que, para a maioria delas, a primeira responsabilidade seja
com a saúde de suas crianças e de outras pessoas da família, e por isso,
muitas vezes não se percebam sob risco (3).
A imagem da amamentação, de alguma maneira, tem povoado o mundo das
mulheres, enquanto símbolo representativo da maternidade, construído social e
culturalmente ao longo dos tempos, paradoxalmente tido como determinação
biológica da espécie. A amamentação não se esgota apenas em fatores
biológicos, mas abrange dimensões construídas culturalmente, socialmente e
historicamente. Para as mulheres, a AIDS é uma doença que afeta diretamente
a identidade social, sendo essa uma razão pela qual é em torno dos aspectos
sociais e morais nela implicados que se estabelece uma identidade de mulher
HIV positivo.É através do sofrimento imposto pelas restrições que a AIDS impõe
às mulheres, que elas se tornam capazes de reconhecerem-se umas nas
outras.
A equipe de enfermagem deve estar aberta para perceber os sentimentos,
atitudes e comportamentos e para que, além de esclarecer as condições
clínicas e os cuidados gerais com a pessoa, possa estabelecer ainda vínculo,
interação junto à mãe soropositiva para o HIV mediado pelo encontro.
A enfermagem é uma profissão que não exige somente o conhecimento de um
conjunto de técnicas específicas, pois em todos os setores, os enfermeiros são
solicitados a fornecer um cuidado integral, envolvendo os aspectos biológicos,
psicossociais e espirituais.
Cabe aos profissionais de saúde que assistem crianças expostas verticalmente
ao HIV sugerir a não amamentação e inserir na rotina de intervenções as

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

orientações sobre a alimentação adequada ao RN e aos gestores da instituição


compete garantir a aquisição da fórmula infantil.
Como recomendado, a mulher com diagnóstico de HIV deve ter sua lactação
inibida logo após o parto e não faça a doação do leite. Isto pode ser conseguido
com medidas mecânicas e farmacológicas.
O aleitamento cruzado e a doação também são contra-indicados. Portanto, as
crianças deverão ser alimentadas com leite artificial, mas, a partir do segundo
mês de idade, outros alimentos poderão ser introduzidos na alimentação
infantil.
O profissional deverá subsidiar a mulher de argumentos lógicos que lhe
possibilite explicar para familiares e outras pessoas de sua comunidade ou de
outro ciclo de sua relação, o fato de não estar amamentando, possibilitando-lhe
assim, atender sua vontade de manter em sigilo seu estado sorológico.
O HIV é excretado livre ou no interior das células no leite de mulheres
infectadas, que podem apresentar ou não sintomas da doença. A carga viral no
leite materno é um importante determinante do risco de transmissão. O
Ministério da Saúde contra-indica o aleitamento materno entre mulheres
infectadas pelo HIV (3).
As medidas mecânicas consistem em realizar a compressão das mamas
(enfaixamento), de forma cuidadosa, para não restringir os movimentos
respiratórios com conseqüente desconforto materno. Fisiologicamente o
enfaixamento das mamas exerce um controle local da glândula mamária, que é
compatível com a hipótese de o leite conter um inibidor secretado por ele
mesmo, que se acumula durante a estase, dentro do lúmem da glândula
mamária. Esta substância seria um peptídeo (inibidor de feedback da lactação)
que inibiria em nível local, de forma autócrina, a produção de leite. Essa
medida, isoladamente, tem sucesso em 80% dos casos, quando mantida pelo
período de sete a dez dias, evitando-se a manipulação e estimulação das
mamas.

CONCLUSÃO:
Acredita-se que a educação em saúde seja o melhor meio para os profissionais
obterem maior envolvimento com a clientela.
O enfermeiro, pela sua formação, está capacitado para atuar nesse processo,
pela sua função de educador e de cuidador.
São inúmeros desafios encontrados, o assunto evolui rapidamente, sendo
necessária a atuação constante para a assistência de enfermagem e a prática
profissional, que constitui a aplicação de ações e de informações cientificas
com objetivo da prevenção e tratamento.
Concluo que, os serviços de saúde devem estar organizados para esse
atendimento e a enfermeira obstetra, bem como os outros profissionais da

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

equipe pré-natal, estar envolvida na busca de soluções para as transformações


que a infecção pelo HIV trouxe para a assistência a saúde da gestante, do feto
e da família.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
(1) Barroso ,Léa Maria Moura; e Galvão, Marli Teresinha Gimeniz. Avaliação de
atendimento prestado por profissionais da saúde a puerperas com hiv/aids.
Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2007 Jul-Set; 16(3): 463-9.

(2) Vaz, M.J.R.; Barros, S.M.O. Redução da transmissão vertical do HIV: desafio
para a assistência de enfermagem.Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto,
v. 8, n. 2, p. 41-46, abril 2000.

(3) Moreno, C.C.G.S. et al. Mães HIV positivo e a não-amamentação. Rev.


Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (2): 199-208, abr. / jun., 2006.

________________________________________________________________
Alessandra Vieira da Silva: Discente da graduação de enfermagem da Facenf -
Unisa.

Valdilea Zorub Pasquini: Docente da Facenf - Unisa.

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CULTIVO DE FIBROBLASTOS AUTÓLOGOS PARA O


PREENCHIMENTO FACIAL
DÉBORA GALDINO PINTO(1)

LILIAN PINEIRO EÇA(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A pele, o maior órgão do corpo humano, reveste todo o organismo permitindo a
comunicação com o meio externo. Este órgão é composto por três camadas
distintas: epiderme, derme e a hipoderme (subcutânea) (SOUTO, 2006). É na
derme que se encontra os fibroblastos (BAILEY e cols., 1973), células de
interesse neste trabalho.
Os fibroblastos são células de origem mesenquimal localizadas em grande
quantidade na derme. São responsáveis pela formação e remodelação dos
tecidos conjuntivos propriamente ditos. A produção de componentes fibrilares,
não fibrilares e microfibrilas da matriz extracelular do tecido conjuntivo realizada
por estas células, proporcionam a sustentação estrutural e metabólica de outros
órgãos e tecidos, como a epiderme (MORAES e cols., 2005).
Na pele também estão presentes as células-tronco (MOORE & LEMISCHKA,
2006). Estruturas localizadas na derme, como o folículo piloso e a lâmina basal
são reservatórios de células precursoras. Estas células possuem
multipotencialidade, apresentando assim, potencial de diferenciação em
diferentes tipos celulares (YU, 2006; PAPINI, 2003).
As rítides e linhas de expressão facial são um dos parâmetros mais visíveis do
fenômeno fisiológico do envelhecimento cutâneo (ORIÁ e cols, 2003).
Desenvolvem-se ao decorrer dos anos por um processo natural do
envelhecimento cutâneo, que ocorre na mudança estrutural e funcional da
derme. A diminuição do número de fibroblastos e consequente diminuição da
produção de matriz extracelular prejudicam na sustentação, elasticidade e tônus
da epiderme (RESENDE e cols, 2006).
O uso de fibroblastos autólogos é uma vantagem no rejuvenescimento facial,
pois as células são do próprio paciente excluindo risco de rejeição. A partir das
exigências por um tratamento eficaz, seguro e com resultados positivos e
duradouros, visamos com este trabalho desenvolver nova metodologia na
reparação tecidual com a infusão de fibroblastos autólogos jovens em rítides e
em linhas de expressão através do cultivo celular.

OBJETIVO:
Promover a reparação tecidual da pele com a infusão de fibroblastos autólogos
jovens em rítides e em linhas de expressão através do cultivo celular.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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METODOLOGIA:
Isolamento dos fibroblastos

Foram selecionadas 3 mulheres, não fumantes, na faixa etária entre 45 a 65


anos.
Foi realizada biópsia da pele de 1 cm3 na região da virilha de cada paciente.
Optamos por esta região, pois é uma região que não recebe radiação direta e
outros fatores externos. Para a realização da biópsia a paciente recebeu
aplicação de anestésico local. O tecido coletado foi lavado ainda em ambiente
cirúrgico com PBS (Solução Salina Fosfato - LGC®) á 1% PE (Penicilina
Estreptomicina - LGC®) e transportado ao laboratório de cultivo celular em tubo
cônico contendo solução enzimática á 37ºC.
Em seguida, o tecido foi fragmentado e posteriormente transferido para garrafas
de cultura de 25 cm3. Após este procedimento foram adicionados 5 ml de meio
de cultivo 199 (M199) suplementado a 10% com soro humano (SH) e levado
para cultura em temperatura 37ºC, 5% CO2 com ar umidificado (KURU e cols,
1998).

Cultivo e expansão celular

Após a expansão foi padronizado um intervalo de dias fixos entre as trocas que
no caso deste trabalho é de quatro dias. A expansão dos fibroblastos foi feita
até a quarta passagem, pois desta forma não ocorre alteração genotípica das
células (GRAGNANI e cols, 2007).
Com a obtenção de 70% da confluência da cultura primária, a cultura foi
subcultivada no vigésimo dia após o início do cultivo das células. A realização
da subcultura ou passagem de células (pd) foi através do uso de Tripsina -
LGC®. Após, a solução de células foi transferida para tubo cônico e
centrifugado á 1500 rpm por 5 minutos, para a formação de um botão-pellet de
células. O pellet de células foi ressuspenso com 2 ml de PBS e dividido em 2
alíquotas sendo, 1ml para expansão e 1ml para infusão. A alíquota para
expansão foi transferida para uma garrafa de cultura de 75 cm3, contendo 10 ml
de M199 a 20% SH (KEIRA e cols, 2004).

Infusão dos fibroblastos nas rítides

O procedimento de infusão dos fibroblastos nas rítides foi realizado com auxílio
de seringa de 1 ml e agulha 30G ½, após o uso tópico da pomada anestésica
aplicada 30 minutos antes da infusão nas regiões escolhidas. Foi utilizado
algodão com solução antisséptica para assepsia do local da infusão.
A aplicação foi realizada com agulha em inclinação de 30º para penetração
retrógrada em todas as regiões com pele fina. O nível da aplicação é na derme

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

150
UNISA - Universidade de Santo Amaro

superior e média, com a finalidade de adicionar os fibroblastos em local correto


para que sintetizem suas substâncias da matriz extracelular com o máximo de
aproveitamento para melhora das rítides. As infusões foram realizadas nas
regiões frontais, periorbital, perioral, sulcos nasogenianos e sulcos lábio
genianos.
Para se obter resultados satisfatórios foram necessários no mínimo quatro
processos de infusão de fibroblastos nas linhas faciais, com intervalo definido
de acordo com o desenvolvimento da cultura de cada paciente, no mínimo de
15 dias.
A análise dos resultados de preenchimento foi realizada pelo método de
imagem (KENET, 2000). A aquisição das imagens foi realizada utilizando-se
câmera digital convencional que trabalham no espectro visível, buscando-se
assegurar que a iluminação e ângulos fossem uniformes e aproximadamente os
mesmos em todas as fotografias.

RESUMO:
Cultivo e expansão celular

As pacientes selecionadas foram submetidas à biópsia de 1 cm3 na região da


virilha. Este fragmento de tecido foi explantado e após seis dias de cultivo
primário, em garrafa de cultura de 25 cm3, foi observado uma monocamada de
células fibroblásticas.
Estas células foram cultivadas até atingir uma confluência de 70%, para
realização da primeira passagem celular (1 pd) e primeira infusão de
fibroblastos nas rítides faciais.
Para expansão do número de células, a cada 15 dias foi realizada a passagem
celular (pd). As células foram expandidas até a quarta passagem.

Viabilidade Celular

As células foram coradas com Trypan Blue e contadas em Câmara de


Neubauer. A viabilidade celular resultou em 98% de células viáveis (Figura 5).

Infusão dos fibroblastos nas rítides

Foram realizadas quatro infusões de fibroblastos nas rítides faciais, com


intervalo de 15 a 20 dias entre cada infusão nas pacientes. Após aplicação de
pomada anestésica, alíquota de x106 cél/ml foi colocada em uma seringa de 1
ml, e a agulha introduzida até a região da derme e aplicada à quantia de 0,1 ml
de solução de células em cada penetração. As infusões foram realizadas com
intervalo definido de acordo com o desenvolvimento da cultura de cada
paciente.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

151
UNISA - Universidade de Santo Amaro

O resultado do preenchimento variou de acordo com o metabolismo de cada


paciente.
As infusões foram realizadas nas regiões frontais, periorbital, perioral, sulcos
nasogenianos e sulcos lábio genianos. Após vinte dias da primeira infusão
houve o preenchimento de rítides na região periorbital,. Clinicamente foi
observado um preenchimento acentuado desta região, porém em algumas
pacientes não houve preenchimento significativo das rítides, mas uma melhora
na vitalidade da pele foi observada, supostamente em consequência da síntese
de matriz extracelular dos fibroblastos.

DISCUSSÃO

Os fibroblastos são células predominantemente encontradas nos tecidos


conectivos, são importantes nos mecanismos de reparação e remodelamento
tecidual (PAN e cols., 2006), e na produção de componentes essenciais, como
o colágeno (BAXTER e cols., 2002; RAE, 1981).
A perda de colágeno ocorre a partir de 30 anos, quando o corpo passa a perder
1% da proteína ao ano, prejudicando a elasticidade, firmeza e tônus da pele.
Estas mudanças originadas na derme estão relacionadas com a diminuição da
habilidade das células, particularmente os fibroblastos, em regenerar a matriz
extracelular (YAMAMOTO e cols., 2006; FREI e cols., 1998).
Com o envelhecimento o colágeno e elastina mudam qualitativamente e
quantitativamente. As alterações qualitativas refletem na alteração das
propriedades físicas das moléculas. O colágeno fica mais estável com o
envelhecimento, em consequência aumenta a rigidez dos tecidos e há maior
dificuldade de difusão dos nutrientes dos capilares para as células e dos
metabólitos das células para os capilares, o que ocasionaria deterioração
progressiva da função celular (PAPALÉO, 2002). A diminuição da quantidade
de colágeno e elastina no tecido epitelial é resultante de uma diminuição da
atividade metabólica e do número de fibroblastos (BAILEY e cols., 1998).
Os fibroblastos in vivo permanecem metabolicamente ativos por longo período
sem se dividir, mas podendo voltar ao ciclo celular em resposta a estímulos. Ao
longo da vida a alimentação não balanceada, estresse e doenças contribuem
para a ativação da quiescência dos fibroblastos e consequente aparecimento de
linhas de expressão facial e rítides. Os fibroblastos in vitro possuem alta
multiplicação, pois o ambiente é altamente controlado, sendo estimulados por
fatores de crescimento e substâncias necessárias para seu metabolismo, como
vitaminas e aminoácidos (SATO e cols., 1994). Os fatores de crescimento
expressos pelos fibroblastos decorrentes das sinalizações celulares são de
grande interesse no nível de regeneração tecidual (GUIRRO & GUIRRO, 2002).
Uma característica distinta do uso da cultura de fibroblastos autólogos é a
reparação de tecidos e órgãos dos próprios pacientes, com compatibilidade e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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funcionalidade, sem que ocorram problemas com rejeições (IKADA, 2006).


Em nossos resultados podemos observar que o tempo para expansão celular
dos fibroblastos é relativo e esta relacionado com o metabolismo de cada
paciente, pois o ciclo celular pode ser prejudicado por fatores internos e
externos, o que justifica o tempo individual para cada expansão celular
(MORAES e cols., 2005). Durante o cultivo destas células ocorre a liberação de
fatores de crescimento de fibroblasto – FGF no meio e que são utilizados pelos
próprios fibroblastos e pelas células indiferenciadas (NAKASHIMA & AKAMINE,
2005).
As células indiferenciadas ao metabolizar o FGF, são estimuladas a
diferenciação gerando fibroblastos jovens. A obtenção de fibroblastos jovens é
importante neste trabalho, pois são células que possuem maior capacidade de
proliferação e síntese, contribuindo para um melhor resultado. Por tanto, a
aplicação dos fibroblastos diretamente na derme sobre as rítides ou linhas de
expressão, tem o intuito de estimular a produção de novas células, colágeno e
elastina e ainda incrementar a nutrição do local, agindo sobre os tecidos que se
encontram desnutridos e desvitalizados (GUIRRO & GUIRRO, 2002).
A infusão de fibroblastos jovens nas rítides contribui para ativação do
metabolismo celular cutâneo, pois a aplicação de células em alto potencial de
síntese e o processo inflamatório, causado pela introdução da agulha,
contribuem para a mobilização de células endoteliais, mastócitos, fibroblastos,
macrófagos, e células migratórias (leucócitos sanguíneos) (SPECTOR, 1980;
GUIRRO & GUIRRO, 2002).
Em nosso trabalho a região de melhor preenchimento das rítides foi a
periorbital, região esta que apresenta pele mais fina e de fácil preenchimento
quando comparado com a região perioral. Na região periorbital a quebra de pele
não é profunda, não necessitando de grande reposição de matriz extracelular,
obtendo-se assim, resultados satisfatórios e visíveis. As regiões perioral e sulco
apresentam grande profundidade necessitando de grande quantidade de matriz
para seu preenchimento, até mesmo nos tratamentos convencionais (ácido
hialurônico, toxina botulínica), porém muitas vezes ainda não satisfatório. Os
resultados não satisfatórios obtidos no preenchimento das rítides das pacientes
neste trabalho, onde não se observou mudanças visuais, podem estar
relacionados com a atividade metabólica individual de suas células e com as
regiões de grande profundidade de quebra. Pois em cada cultivo se obteve
número celular diferente, porém não significativos.
As linhas de expressão por sua enorme importância estética, particularmente no
sexo feminino, como sinal do desaparecimento da juventude, é motivo de
atenção especial e de procura de cuidados corretivos e tratamentos (ESTEVES
e cols., 1991). As pacientes submetidas ao protocolo de rejuvenescimento facial
através da infusão de fibroblastos nas rítides, obtiveram melhora da qualidade
do tecido cutâneo da face e atenuação das linhas de expressão, com

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

153
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consequente melhora da auto-estima, satisfação pessoal e aparência estética.

CONCLUSÃO:
• Foi possível estabelecer um protocolo de cultura de fibroblastos de pele
humana, a partir de cultivo primário desses fibroblastos oriundos de um sítio da
virilha clinicamente saudável.
• A viabilidade celular acima de 90%, detectada através do método de exclusão
do corante Tripan Blue permite o uso destas células com segurança em
pesquisas posteriores.
• O resultado do procedimento de infusão de fibroblastos nas rítides sugere o
aumento do número celular e de matriz extracelular regendo a melhorar da
tonicidade cutânea e atenuação de linhas de expressão.

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Tronco - IPCTRON.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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EFEITOS DA PRIVAÇÃO AGUDA DE SONO TOTAL SOBRE A


EVOCAÇÃO DE UMA TAREFA DISCRIMINATIVA EM
CAMUNDONGOS
LUCIANO FERNANDES DOS SANTOS(1)

LUCIENNE COLOMBO MARTINI(2),LUCIENNE COLOMBO MARTINI(3)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Recentemente, relatamos que a privação aguda de sono total (PST) por 6 horas
imediatamente antes da sessão de treino induz amnésia em camundongos
submetidos à tarefa de esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado (ED-
LCE). Nesse cenário, enquanto a maioria da privação de sono encontrada em
nossa sociedade é a privação de sono total, seus efeitos sobre a evocação da
memória ainda permanecem desconhecidos.

OBJETIVO:
O objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos da PST por 6h
consecutivas sobre a evocação de camundongos na ED-LCE.

METODOLOGIA:
Camundongos Swiss machos com 03 meses foram submetidos à sessão de
treino na ED-LCE (1). Esse modelo animal consiste em expor os animais a um
labirinto em cruz elevado modificado, no qual durante a sessão de treino, eles
recebem um estímulo aversivo (luz e jato de ar frio) quando entram no braço
fechado aversivo (Av) – mas não quando entram no braço fechado não-aversivo
(NAv). Simultaneamente, os camundongos evitam os dois braços abertos (Ab)
do aparelho. Então, aprendizado e memória são avaliados pela comparação
entre os tempos de permanência nos braços fechados Av e NAv nas sessões
de treino e de teste, respectivamente. A ansiedade é avaliada pela porcentagem
de tempo de permanência nos braços abertos e a atividade locomotora é
avaliada pelo número total de entradas em todos os braços do aparelho. Dessa
forma, os camundongos foram treinados na ED-LCE. Dez dias após o treino, os
camundongos foram privados agudamente de sono total por 6 horas
consecutivas (grupo PST) ou foram mantidos em suas gaiolas moradia (grupo
controle – CTRL). A PST teve início às 7h e término às 13h e o método da
“interferência gentil” (gentle handling)(2) foi empregado. Imediatamente após o
término da PST, os camundongos foram testados.

RESUMO:
Durante a sessão de treino, não foram verificadas diferenças entre os grupos,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

157
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demonstrando que ambos apresentaram níveis basais semelhantes de


aquisição, emocionalidade e atividade locomotora. Na sessão de teste, a
ANOVA de duas vias seguida pelo teste de Duncan revelou que enquanto o
grupo CTRL evitou significativamente o braço fechado Av, o grupo PST
apresentou exploração semelhante de ambos os braços fechados. Ainda nessa
sessão, o grupo PST apresentou um aumento no número total de entradas.
Tomados em conjunto, nossos resultados sugerem que a PST por 6h foi capaz
de promover déficits de evocação de uma tarefa associativa (esquiva
discriminativa) em camundongos. Tais resultados estão de acordo com diversos
trabalhos que evidenciam os efeitos deletérios da privação de sono,
especialmente o sono paradoxal (3), sobre as diversas fases de formação da
memória.

CONCLUSÃO:
Nossos resultados demonstraram que a privação aguda de sono total por 6
horas – uma condição mais translacional de privação prolongada de sono – é
capaz de induzir déficits de evocação em camundongos em uma tarefa de
esquiva discriminativa, bem como aumentar a atividade locomotora de
camundongos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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task: a new model to study memory-anxiety interactions. Effects of
chlordiazepoxide and caffeine. J. Neurosci. Methods. 102:117-25, 2000.
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3. ALVARENGA, T.A.; PATTI, C.L.; ANDERSEN, M.L.; SILVA, R.H.;
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discriminative avoidance task in rats. Neurobiol. Learn. Mem. 90:624-32, 2008.

________________________________________________________________
Co-autores: Leandro Sanday (b), Karina Agustini Zanin (b,c), Helaine Arrais
Fernandes (b,c), Monica Levy Andersen (c), Sérgio Tufik (c), Camilla de Lima
Patti (b,c), Roberto Frussa Filho (b)

(a) Faculdade de Farmácia da Universidade de Santo Amaro, Departamentos


de (b) Farmacologia e de (c) Psicobiologia da Universidade Federal de São
Paulo

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Eficiência das armadilhas de interceptação e queda (Pitfall)


durante o levantamento da Herpetofauna do Parque Ecológico
Guarapiranga
RENATO AUGUSTO MARTINS(1)

ELIANA DE OLIVEIRA SERAPICOS(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Os anfíbios e répteis constituem o que chamamos de herpetofauna. Formam
um grupo proeminente em quase todas as taxocenoses terrestres. Atualmente,
cerca de 6.347 espécies de anfíbios já foram descritas em todo mundo e, mais
de 8.000 espécies de répteis. Mais de 80% da diversidade da herpetofauna
ocorre em regiões tropicais. Os ambientes florestais são extremamente ricos em
espécies de anfíbios e répteis, principalmente, anuros, lagartos e serpentes.
As armadilhas de interceptação e queda podem ser utilizadas em vários tipos
de estudo, incluindo levantamento de riqueza, comparação de abundância
relativa, estudos que envolvem marcação e captura, estudos sobre
sazonalidade e amostragens de presas potenciais de carnívoros. Este tipo de
armadilha otimiza o esforço amostral e captura espécies raras e de difícil
visualização, pois intercepta os animais ao longo do seu curso de
deslocamento, conduzindo-os para as cercas-guias e, posteriormente, para
dentro dos baldes.

OBJETIVO:
O objetivo deste trabalho é verificar a eficiência das armadilhas de
interceptação e queda (Pitfalls), identificando taxonomicamente e quantificando
a herpetofauna do Parque Ecológico Guarapiranga/SP.

METODOLOGIA:
De acordo com a metodologia de Cechin & Martins (2000) os estudos devem
ser adaptados, principalmente quanto a quantidade e dimensão de seus
recipientes utilizados. Sendo assim em cada área de amostragem foi instalada
uma linha de armadilhas contendo 4 baldes ( 105 litros ) conectados por 10m de
cerca-guia (Fig. 1) e 1 metro de recuo em cada extremidade (com 50 cm de
altura e aproximadamente 10 cm abaixo da superfície) (Fig.2), resultando em
séries de 32 m de extensão cada, totalizando 2 linhas, 8 baldes e 64 m de
cerca-guia. A cerca guia passa sobre a região central de cada balde.
Os referidos baldes foram perfurados para drenagem da água de chuva,
eventualmente acumulada. No interior de cada balde foi colocada uma placa de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

159
UNISA - Universidade de Santo Amaro

isopor (20 x 20 x 1,0 cm), funcionando como superfície de apoio em dias


chuvosos. As amostragens dos anfíbios e répteis foram realizadas em 8
campanhas de 32 dias, tardes e noites nos meses de Março à Outubro.
Durante a amostragem (cada campanha), os baldes permaneceram abertos por
quatro noites seguidas e as armadilhas foram inspecionadas diariamente. Este
cuidado foi tomado para evitar possíveis efeitos de sazonalidade climática e
predação entre as espécies coletadas.
Além disso, alguns répteis foram amostrados fortuitamente através de captura
realizada pelos colaboradores do Parque Ecológico Guarapiranga. Todos
exemplares de répteis foram medidos, sexados e soltos.

RESUMO:
Ao longo do período de estudo e considerando o método conjuntamente à
captura realizada por colaboradores do Parque Ecológico Guarapiranga, foram
coletados 12 exemplares de 4 espécies de anfíbios e 15 exemplares de 8
espécies de répteis. Todos os anfíbios capturados nos pitfalls pertencem à
ordem Anura distribuídas entre três famílias (Leptodactylidae, Craugastoridae e
Brachycephalidae). Entre as 7 espécies de répteis, foram coletados 6 serpentes
(5 da família Colubrídae e 1 da família Viperídae) e três lagartos pertencentes a
família Leiosauridae.
Os pontos 1 e 2 foram compostos por 4 baldes: A,B,C e D. A abundância do
total de exemplares capturados no ponto 1, foi de 5 exemplares, já no ponto 2
foram capturados 7 exemplares. É importante ressaltar a eficiência do balde B
no ponto 2, onde chegou a capturar 4 indivíduos. Há também dois indivíduos,
Haddadus binotatus e Leptodactylus marmoratus,,que foram coletados nos
intervalos das armadilhas. Ambos encostados e pareados à cerca-guia, onde
possivelmente cairiam nas armadilhas.
Muitos anfíbios da Mata Atlântica dependem da integridade da floresta para a
sua sobrevivência. O desmatamento os expõe à luz direta do sol, levando à
dessecação de seus corpos e reduzindo a disponibilidade de abrigos e a oferta
de alimentos. Felizmente, a Região do Parque Ecológico Guarapiranga está em
recuperação, aos poucos e gradativamente, pois a região antes de se tornar um
Parque Ecológico, havia sido totalmente desmatada e transformada em
fazendas, conseqüentemente em pastos. Este desmatamento reflete nas
espécies capturadas nesse estudo. Mesmo que as espécies sejam de áreas
florestadas, todas as espécies são consideradas “resistentes” a impactos, e
tipicamente espécies nativas da Mata Atlântica. O estudo foi realizado entre os
meses de Janeiro a Outubro de 2009. Contudo, a instalação das armadilhas de
interceptação e queda só foi realizada no mês de março (final da estação
chuvosa). Os meses de abril, maio, junho, julho e agosto representam a estação

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de seca, período em que as condições climáticas são desfavoráveis aos


encontros ocasionais com anfíbios e répteis. Este fato se deve, principalmente,
às baixas temperaturas e escassez de alimento.
A partir de setembro, onde se inicia a estação chuvosa, os dias são mais
longos, quentes, e mais úmidos, o que demonstrou uma maior abundância das
espécies. Além de se tratar do período reprodutivo destas espécies. Estes
resultados poderiam ser mais representativos se este ano (2009) não tivesse
sido
atípico, já que neste período houve uma quantidade de chuva muito maior
quando comparado às medidas pluviométricas dos anos anteriores, refletindo
também na baixa temperatura, com médias de 15°C. Em algumas noites de
trabalho de campo foi registrada uma mínima de 8°C no interior da área de
estudo no
Parque Ecológico Guarapiranga.

CONCLUSÃO:
Os pitfall’s (armadilha de interceptação e queda), se revelaram uma
metodologia eficiente, pois permite uma padronização para este tipo de análise,
ou pelo menos quando se trata de espécies de hábito terrestre e semi-fossorial.
O ponto 2 (mais úmido) teve uma coleta de dados mais representativa que no
ponto 1. Este resultado evidencia a escolha de ambiente pelos anfíbios anuros,
já que são animais mais sensíveis ao processo de dessecação.
A metodologia não se mostrou eficiente para captura de serpentes. Contudo,
este resultado pode ter sido reflexo da variação do clima atípico no período de
estudo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CECHIN, S.Z. & MARTINS, M. 2000. Eficiência de armadilhas de queda (pitfall
traps) em amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Rev. Bras. Zool. 17:729-
740

LIEBERG, S.A. 2003. Análise sucessional de fragmentos florestais urbanos e


delimitações de trilhas como instrumento de gestão e manejo no programa de
uso público do Parque Ecológico do Guarapiranga, São Paulo. Tese de
Doutorado. Instituto de Biociências. UNESP.

MALAGOLI, L.R. 2008. Anfíbios do município de São Paulo: histórico,


conhecimento atual e desafios para a conservação.Capítulo III. In: MALAGOLI,
L.R.; BAJESTEIRO, F.B.; WHATELY, M. Além do concreto: contribuições para a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

161
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proteção da biodiversidade paulistana. 1ª ed. Instituto Socioambiental. São


Paulo: 204 – 231.

________________________________________________________________
Palavras-chave: Pitfall, Herpetofauna, Parque Ecológico Guarapiranga.

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EFICIÊNCIA DE ESTUDO DO MEIO COMO FERRAMENTA DE


APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO
ANDREA CRISTHIANE MARTINS(1)

MARIA DO SOCORRO S PEREIRA LIPPI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Ao olharmos a história do Ensino das Ciências, constata-se que este vem
acontecendo de forma tradicional desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Após esse período, houveram tentativas de mudanças em sua estrutura
curricular, porém não se falava ainda sobre alterações na metodologia de
ensino. Na década de 60, com a Guerra Fria, diversas mudanças políticas e
sociais implicaram em grandes alterações no ensino desta disciplina,
vinculando o processo intelectual a investigação científica Nesse mesmo
período surgiram os Centros de Ciências, que em sua maioria eram vinculados
às Universidades e que buscavam a produção de materiais didáticos,
entretanto, percebeu-se a necessidade de pesquisar novas formas de ensinar.
A partir desse momento algumas escolas, por iniciativa de seus professores,
passaram a desenvolver atividades que despertavam uma postura investigativa,
baseada na observação direta dos fenômenos e a elucidação de problemas,
entre elas destaca-se o Estudo do Meio. As primeiras manifestações
semelhantes aos Estudos do Meio surgiram nas escolas conhecidas como
anarquistas, presentes no início do século XX. Estas defendiam a construção
de uma escola em que o diálogo e os debates deveriam estar presentes, e esse
tipo de atividade de observação do meio do qual eram integrantes favoreciam
as reflexões sobre desigualdades e injustiças presentes na sociedade e
despertariam iniciativas para saná-las, todavia esse tipo de ensino logo foi
reprimido juntamente com o movimento anarquista. Já na década de 60, com o
advento das novas propostas escolares essas atividades voltaram a surgir,
agora nas escolas Vocacionais e Experimentais e na Escola de Aplicação da
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. O
Estudo do Meio possui etapas que vão desde a preparação ao processo de
desenvolvimento que busca com resultado a compreensão da realidade. Nos
Parâmetros Curriculares Nacionais o Estudo do Meio é definido como um
método que em virtude do contato com a realidade auxilia na construção do
conhecimento, permitindo que se atue no cotidiano social através de atividades
dentro e fora do espaço escolar. Assim através de concepções coletivas e
individuais os alunos tornam-se capazes de promover atitudes e resolver
problemas. A idéia de se estudar a realidade vai de encontro com o ensino
tradicional que utiliza-se de cópias muitas vezes sem sentido, ou do processo
de decorar fatos e regras, que inibe a formação de um raciocínio em que o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

163
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estudante não está envolvido na construção do pensar, deixando sua educação


sem sentido. Além disso, leva em conta as vivências e histórias de cada
educando valorizando-o com ser humano e cidadão. Além de aumentar a
percepção em relação ao meio, esse tipo de atividade promove outros aspectos
importantes na vivência do educando, instigando-o no processo de
planejamento e desenvolvendo seus aspectos individuais em relação ao seu
lado moral e social. Nessas atividades fica bem clara a integração que há entre
todas as áreas de estudo e a necessidade de uma visão interdisciplinar para
melhor compreensão do mundo, além de permitir o aumento da proximidade
entre professor aluno e entre os próprios alunos. A definição do espaço a ser
investigado pode surgir de várias demandas: professores, currículos e temas
significativos em um determinado momento. Além do espaço, um tema e uma
questão problemática precisam nortear esse trabalho. Em virtude disso,
percebe-se a necessidade cada vez maior de investir em pesquisas
relacionadas ao estudo do meio, principalmente tendo o aluno como foco
dessas investigações, uma vez que existem poucos trabalhos que visam provar
os benefícios e a importância desse tipo de metodologia no cotidiano escolar.

OBJETIVO:
Assim o objetivo geral desse trabalho é Investigar a eficiência do Estudo do
Meio como ferramenta de aprendizagem no Ensino Fundamental e Médio.
Como objetivos específicos visa-se caracterizar possíveis roteiros para
atividades de estudo do meio, verificar as recordações dos alunos em relação a
este e identificar os conteúdos adquiridos durante a atividade comparando com
a proposta pedagógica dos professores.

METODOLOGIA:
O publico escolhido para este estudo foram os alunos de uma escola da Rede
Particular de Ensino, localizada na Zona Sul do município de São Paulo. Como
este é um estudo recordatório, após a definição de quais seriam os estudos do
meio avaliados, optou-se por questionar sempre os alunos que se encontravam
em uma série subsequente a que a atividade se destinava. As séries
investigadas compreenderam os 7°Anos/ 6ªsérie do Fundamental II e 2ª e 3ª
séries do Ensino Médio. Esta escolha intercalada buscou abranger os dois
segmentos nas diversas idades que contemplam a formação desse aluno. Os
Estudos do Meio, na escola em questão, são previamente definidos em sua
maioria nas reuniões de planejamento desenvolvidas no início do ano letivo em
conjunto com todas as unidades que fazem parte desse grupo de ensino. A
partir do levantamento de quais saídas foram realizadas no ano de 2008, optou-
se pelos seguintes estudos do meio para serem averiguados: Céu – Centro de
Estudos do Universo – Brotas – São Paulo; Cidade de Parati; Hopi Hari. A
análise dos estudos dos meios dividiu-se em três etapas para cada um deles,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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sempre levando–se em conta as características peculiares dessa atividade bem


como os aspectos cognitivos pertencentes a cada série avaliada. Etapa 1 –
Caracterização do Estudo do Meio: A caracterização ocorreu através da análise
de todo o processo de construção do roteiro, descrevendo-se as atividades e
programações propostas. Etapa 2 – Elaboração dos Questionários: Em busca
de facilitar a aplicação dos questionários bem como otimizá-los na sua
aplicação, elaborou-se um questionário único, com perguntas abertas e
fechadas para que tanto um aluno de Fundamental II quanto o de Ensino Médio
conseguissem respondê-lo. Para evitar que as respostas fossem induzidas uma
mescla entre as perguntas abertas e fechadas foi utilizada. O método Survey
cujo um dos seus principais objetivos é descrever os relatos de uma população
utilizando-se de instrumentos predefinidos, no caso deste estudo a aplicação de
um questionário pessoal, serviu como parâmetros para a sua construção. Um
pré-teste foi realizado em uma aluna a fim de identificar se esse estava claro em
sua proposta. Etapa 3 – Aplicação dos questionários: A aplicação do
questionário ocorreu em parte das salas correspondentes as séries escolhidas,
já que nem todas estavam disponíveis para o estudo devido aos problemas de
atraso nos conteúdos, enfrentados pelo recesso escolar ampliado em virtude da
Gripe H1N1. Inclusive, sendo este um dos motivos que excluiu uma das salas
de ser entrevistada, uma vez que todos os seus alunos esta se encontravam
ausentes devido há um caso positivo detectado entre eles. Não houve a
necessidade de assinatura de um termo de consentimento, porque em nenhum
momento os alunos ou a escola foi identificada, evitando assim a exposição da
imagem de ambos. Etapa 4 – Análise dos resultados: Para análise dos
resultados utilizou-se metodologias de análise de conteúdo quantitativa e
qualitativa como propõem Gobbi e Simão (2005). A mescla de metodologias foi
necessária uma vez que nas respostas abertas a determinação de categorias
ocorreu proposta de acordo com os critérios definidos pela pesquisa. Os dados
finais desta análise foram organizados de forma sistemática e comparativa, de
forma que se estabeleceu uma hierarquização dos resultados obtidos.

RESUMO:
O CEU Centro de Estudos do Universo , está inserido na Fazenda Estância
Peraltas que fica localizada em Brotas interior de São Paulo. O Objetivo Geral
dessa proposta pedagógica, segundo seus professores idealizadores, é
demonstrar ao estudante que o conhecimento não está compartimentalizado,
interligando as disciplinas de Arte, História, Geografia, Ciências, Espanhol e
Matemática. Através dessa interdisciplinaridade o aluno obterá informações
sobre o processo de desenvolvimento do homem, sua relação com o meio
ambiente e a preocupação com a postura investigadora na busca de aprimorar
seus conhecimentos e agindo em benefício da preservação do ambiente nos
seus espaços geográfico, histórico e social. Como conteúdos espera-se que

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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além de aprimorar a postura investigativa e incentivar uma consciência


interdisciplinar o aluno, compreenda a importância da astronomia para situar-se
e orientar-se nos diversos espaços, entenda a importância do estudo dos astros
para os povos do passado e respeite às relações interpessoais e à preservação
do meio ambiente. Sobre a saída pedagógica de Parati, este município esta
localizado no extremo sul do estado do Rio de Janeiro, esta saída foi realizada
em parceria com uma empresa de Ecoturismo, a Terranativa, que organiza todo
o roteiro da viagem, em conjunto com os professores, fornecendo monitores
que auxiliarão durante toda a atividade. O objetivo geral deste Estudo do Meio é
consolidar aquilo que foi aprendido nas aulas teórico-expositivas das disciplinas
relacionadas, transpondo este conhecimento às atividades práticas de campo,
por meio de observação de aspectos biológicos, geográficos, históricos,
culturais, artísticos, entre outros, bem como promover a interdisciplinaridade
entre todas as áreas envolvidas. Como conteúdos espera-se que o aluno
identifique a estrutura histórica que envolve a cidade de Parati, discuta a
respeito de desenvolvimento sustentável, a partir da identificação dos recursos
naturais presentes nos biomas identificados. Entenda os níveis de Organização
dos Seres Vivos, sua formação e obtenção de energia, níveis tróficos, cadeia e
teia alimentar, ciclo biogeoquímicos, grupos vegetais. Já o Hopi Hari é um
parque de diversões, localizado em Vinhedo. Tem por objetivo desenvolver
conceitos de física relacionados aos brinquedos, obter auxílio da disciplina de
matemática e identificar no corpo humano quais as sensações experimentadas
pelos brinquedos do parque. Foram entrevistados 27 alunos do 7°Ano/ 6ªSérie
do Ensino Fundamental II; 35 da 2ª série e 36 da 3ª série ambos do Ensino
Médio. Apesar da diversão e lazer estarem muito associados a este tipo de
ferramenta didática, entre os entrevistados aproximadamente 77% deles
relacionaram suas primeiras lembranças do Estudo do Meio em questão com
conteúdos de aprendizagem, já os outros 33% referiam-se às atividades de
lazer.
Quando questionados acerca das disciplinas envolvidas com a saída ao CEU,
nenhum aluno se recordou de todas as que estavam inseridas segundo o
material disponibilizado aos alunos pelos professores, porém 46% disseram que
as disciplinas de Ciências, Geografia e História estavam relacionadas. Sugere-
se que isso tenha ocorrido em virtude de uma associação feita com os
professores que foram de fato ao estudo. Já sobre Parati, 43% dos alunos
descreveram todas as disciplinas relacionadas ao estudo, Português, Biologia,
História e Geografia. Em relação ao Hopi-Hari, o resultado ficou em 77% de
acerto, para Matemática, Física e Biologia, em virtude de ser um número
reduzido de disciplinas e um local bem específico para aplicação de
determinadas matérias. No que diz respeito aos conteúdos pertinentes a cada
disciplina envolvida, todos os alunos nas três saídas relacionaram corretamente
o que havia sido abordado, apenas diferenciando-se no grau de profundidade

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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de suas respostas. Em relação a sua preparação para o Estudo do meio, 50%


dos alunos, disseram utilizar-se das aulas preparatórias realizadas em sala de
aula pelos professores, 20% fazem uma pesquisa pessoal do local ou do
conteúdo e 18% alegaram que não se preparam. Para os alunos do 7°Ano/
6ªsérie, aproximadamente 60% acreditam que o relacionamento com os
colegas fica muito melhor após a realizam da viagem, estreitando amizades que
já existiam e conhecendo novos amigos. Para a 2ªsérie do Ensino Médio, 50%
concluíram que as amizades são ampliadas e melhoradas com esse tipo de
atividade. Já para o 3ª série do Ensino Médio, apenas 30% disseram que o
relacionamento entre os colegas fica melhor. Isto pode acontecer nesse último
caso devido a essa saída ser menor que as outras apenas 1 dia, não permitindo
que por exemplo os mais tímidos possam encontrar tempo para se
relacionarem. Entre os melhores estudos do meio que já participaram, Parati foi
o mais mencionado, sendo a Aprendizagem o principal motivo de escolha pelos
alunos. Estes acreditam que Parati é um dos melhores locais para ser aprender
na prática, principalmente os conteúdos de Biologia. Foram mencionadas
também as saídas a Minas Gerais e Brasília realizadas no Ensino Fundamental
II por essas turmas, equilibrando-se os motivos entre aprendizagem, diversão e
fortalecimento das amizades. No Ensino Fundamental II, a saída mais citada foi
a de Araraquara, que diferentemente do Ensino Médio, seu principal motivo de
escolha, foi a possibilidade de fazer novas amizades e reforçar as já existentes.
Por fim, entre as sugestões de locais para realização de novos Estudos do Meio
envolvendo a Biologia/Ciências, os mais citados foram a Floresta Amazônica e
a cidade de Bonito.

CONCLUSÃO:
: Assim, conclui-se que a utilização do Estudo do Meio como ferramenta
didática para o ensino de Biologia/Ciências é positiva, pois os alunos
conseguem absorver e relacionar os conteúdos a essas práticas sendo dessa
forma uma ferramenta eficaz no processo de aprendizagem desse indivíduo,
uma vez que em virtude do processo investigativo que o envolve o educando
utiliza-se de sua experiência para formular diversos conceitos. Constatou-se
também, que os três roteiros avaliados são condizentes com o que se espera
desenvolver nessas atividades propostas, podendo ser inseridos nos
planejamentos escolares das disciplinas de Biologia/Ciências. E que o Estudo
do Meio é uma ferramenta importante para o desenvolvimento pessoal do
aluno, permitindo com que ele aprenda a trabalhar em grupos e a se relacionar
com pessoas diferentes a sua volta auxiliando assim na formação deste como
indivíduo dentro de um contexto social.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Silva, C. R.; Gobbi, B. C. & Simão, A. A. 2005. O Uso da análise de conteúdo

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como uma ferramenta para a pesquisa qualitativa: descrição e aplicação do


método. Revista Organizações Rurais & Agroindustriais, 7 (1). p 70-81.
________________________________________________________________
1. Estudo do Meio; Didática; Biologia/Ciências.

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Enriquecimento Ambiental com duas espécies de Felídeos


cativos do gênero Panthera (Oken,1816)
DANILO DA COSTA SILVA(1)

ELIANA DE OLIVEIRA SERAPICOS(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Pode-se definir comportamento animal como tudo o que um indivíduo for capaz
de fazer, até mesmo movimentos denominados de tanatose, que para a
percepção humana o indivíduo aparenta não fazer absolutamente nada.
Na natureza, dependendo da espécie, os animais passam a maior parte do
tempo à procura de seus alimentos, evitando predadores, procurando e
disputando parceiros para acasalar. Tendo em cada atividade uma nova
experiência e oportunidade para tomarem decisões e aprenderem com as suas
escolhas. No cativeiro, os animais têm seus alimentos fornecidos todos os dias
nos mesmos horários e são protegidos contra interações competitivas. Isso
pode fazer com que os indivíduos desenvolvam comportamentos alterados e
bem diferenciados daqueles que teriam na natureza. No entanto, animais da
mesma espécie, sexo e idade podem responder diferentemente aos estímulos
ambientais.
As estereotipias podem ser quantitativas como a superatividade ou qualitativas
como, os comportamentos que o indivíduo não apresentaria em natureza. Como
comportamentos qualitativos e sinais de bem-estar sub-ótimos, podemos citar a
caminhada sem objetivo, mastigação falsa, ingestão de água em excesso,
forrageamento mesmo após ter se alimentado, masturbação, regurgitação
alimentar seguida de reingestão, coprofagia, auto-mutilação, agressividade,
frustração, abanar a cabeça, medo, pacing, enrolar a língua e engolir ar.
A definição de bem-estar animal é vista pelas três seguintes abordagens, que
são: o estado psicológico do animal, quando o bem-estar é definido em função
dos sentimentos e emoções; o funcionamento biológico, quando as funções
orgânicas estão em equilíbrio; e por fim, de respostas fisiológicas anormais e a
vida natural que neste caso, assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes próximos ao seu habitat natural, tendo liberdade para
desenvolver suas características e capacidades naturais, dentre elas a
expressão do comportamento.
Os ambientes cativos devem oferecer aos animais oportunidades para
expressarem seus comportamentos naturais ou semelhantes a este, através de
uma boa ambientação no recinto com árvores, troncos, piscinas e objetos
novos.
O enriquecimento ambiental ou comportamental é uma ciência que prevê um
ambiente mais complexo e interativo criado para melhorar a qualidade de vida

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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dos animais, possibilitando a estes expressarem um comportamento mais


próximo possível do exibido no meio natural. É também uma forma de otimizar o
espaço disponível para os animais cativos, promovendo uma maior interação
destes com o ambiente, respeitando as características da espécie em questão.
O enriquecimento pode reduzir estresse enquanto aumenta o bem-estar do
animal. Porém, não basta encher o ambiente de novos estímulos, deve-se
considerar o significado de cada um deles e a definição de como eles devem
ser úteis para melhorar a vida dos animais. Para tanto, é muito importante
conhecer bem o comportamento da espécie, de modo a proporcionar aos
animais estímulos biologicamente relevantes. Outra importância do
enriquecimento ambiental é o papel na conservação em zoológicos, pois ele
permite ao visitante observar os animais se comportando naturalmente,
deixando-os assim, mais satisfeitos e interessados, o que facilita o trabalho de
educação ambiental.
Na prática, o enriquecimento ambiental consiste na introdução de variedades
criativas, originais e simples nos recinto. O enriquecimento pode ser: físico, com
a implantação de novos itens no recinto como troncos e galhos; sensorial,
estimulando os cinco sentidos dos animais; cognitivo, com dispositivo mecânico
para os animais manipularem e estimular as capacidades intelectuais; social,
proporcionando relações intra ou inter-específica; e alimentar que é o mais
utilizado e proporciona aos animais uma das situações mais comuns na
natureza, que é a procura pelo seu próprio alimento.
A família Felidae é dividida em duas subfamílias: Felinae e Pantherinae,
representadas em 13 gêneros e 36 espécies. A maioria dos representantes
desta família possui hábitos crepusculares/noturnos, solitários e com a
necessidade de habitar grandes territórios, fazendo com que esses vivam em
baixa densidade. Estes animais possuem corpo flexível e musculoso, além de
membros robustos e fortes. As patas são providas de garras fortes, afiadas e
retráteis.
O gênero Panthera Oken, 1816 compreende representantes de felídeos de
grande porte, como: leão (Panthera leo), leopardo (Panthera pardus), onça-
pintada (Panthera onca) e o tigre (Panthera tigris). Todas descritas por
Linnaeus em 1758. Uma característica comum a todos os representantes de
Panthera, além do porte, que caracteriza esse gênero, é o fato de poderem
rugir.
Quase todos os felídeos selvagens estão classificados sob algum grau de
ameaça e algumas espécies são vistas como criticamente em perigo de
extinção. As principais causas dessas ameaças são a redução e a
fragmentação de seu habitat, além da contínua pressão vinda da caça, ou seja,
todas relacionadas diretamente à ação antrópica.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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OBJETIVO:
Este estudo teve como objetivo observar o comportamento de duas espécies de
felídeos pertencentes ao gênero Panthera, mantidos em cativeiro antes, durante
e após atividades de enriquecimento ambiental, no Zoológico Municipal de
Guarulhos/SP, a fim de analisar possíveis estereotipias. Qualificar e quantificar
os comportamentos e comparar o comportamento entre machos e fêmeas de
Panthera leo e Panthera onca durante as análises. Implantar atividades de
enriquecimento ambiental visando diminuir possíveis eventos comportamentais
estereotipados.

METODOLOGIA:
O presente trabalho foi desenvolvido no Zoológico Municipal de Guarulhos
(ZMG). Foram observados quatro indivíduos de Felídeos do gênero Panthera,
sendo um casal de Panthera leo e um casal de Panthera onca. O macho de
Panthera leo, foi a óbito antes que terminasse as observações.
Os métodos de observação utilizados foram o Ad libitum e o Animal Focal. O Ad
Libitum teve duração de 30 horas, sendo 15 horas para cada espécie, onde os
indivíduos foram observados, tendo os seus comportamentos registrados à
vontade e em seqüência. Essa etapa foi importante para realizar um
levantamento dos comportamentos, para a formulação do catálogo
comportamental, qualificando assim, os comportamentos. Após montar o
catálogo comportamental específico de Panthera leo e Panthera onca, foi
elaborada a ficha de campo. O método Animal Focal foi utilizado nas três
etapas: a) antes enriquecimento (AE) com observação e a quantificação de
dados etológicos; b) durante o enriquecimento (DE) onde foram implantados os
itens de enriquecimento, quantificando também os atos comportamentais; c)
pós-enriquecimento (PE), com quantificação dos atos comportamentais sem a
presença de enriquecimento.
As atividades de observação foram padronizadas previamente e ocorreram no
período matutino e vespertino, sempre no mesmo horário, sendo 2 horas para
cada período do dia, com 1 hora para cada espécie, totalizando 4 horas de
observação diária. A cada 30 segundos de observação, no time, era registrado
o que os indivíduos, macho e fêmea, de cada espécie, estavam fazendo de
forma simultânea.
Para cada etapa de observação (AE, DE e PE), o período de estudo foi de 20
dias, totalizando assim 80 horas de observações para cada etapa, 240 horas de
observação no final do experimento e 120 horas de observação para cada
espécie, sendo 40 horas para cada etapa.
No final de cada observação, eram obtidos 121 registros, sendo que o primeiro
era eliminado, pois ainda estava ocorrendo a habituação entre o observador
com a ficha de campo e com os animais. Deste modo, eram passados apenas
120 comportamentos para a Tally Shett (planilha controle).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Na etapa de enriquecimento, foram implantados itens visando envolver todas as


cinco categorias. Todos os itens foram avaliados previamente, inclusive pela
equipe técnica científica do ZMG, a fim de promover total segurança para os
indivíduos.
Os itens de enriquecimento eram colocados uma vez ao dia, pela manhã e
permaneciam até um dia no recinto, sendo retirados no dia seguinte pela
manhã, com exceção das folhas, feno ou outros itens naturais, os quais serviam
como novo substrato para os indivíduos.

RESUMO:
Neste estudo foram qualificados 51 atos comportamentais para Panthera leo e
61 para Panthera onca que foram agrupados em 10 categorias, sendo elas:
Alimentação; Atividades Individuais; Atividades Sociais, que foi dividida em não
afiliativos (comportamentos aparentemente prejudiciais ao convívio social),
afiliativos (comportamentos benéficos para o convívio social), e play, nos caso
de Panthera onca que ainda apresentam esse tipo de comportamento;
Descanso, que também foi dividido em quatro subcategorias, sendo repouso,
dormindo, sentado e pausa; Interação Visual; Locomoção; Manutenção;
Vocalização; Não Visível e Outros.
Com as etapas AE, DE e PE, foi possível levantar o registro de 52.800 atos
comportamentais, sendo 24.000 para Panthera leo e 28.800 para Panthera
onca. Houve a diferença de 4.800 registros, pois não foi possível observar o
macho de Panthera leo, na etapa PE devido ao seu óbito.

Panthera leo
A categoria alimentação teve aumento na etapa DE devido à implantação dos
enriquecimentos alimentares. O macho mais observava a fêmea na interação
com os enriquecimentos e descansava do que participava das atividades em si.
Fato este, semelhante como ocorre na natureza, uma vez que as fêmeas
exploram mais o ambiente enquanto o macho fica em alerta para defendê-lo. O
macho se alimentava de itens do enriquecimento quando a fêmea carregava a
estrutura que continha a recompensa e deixava cair, ou quando ela já estava
saciada.
Comportamentos bem diversificados compunham a categoria atividades
individuais. Essa categoria foi aumentada. O ato esfregar-se, no caso do macho
no período matutino, foi estimulado pelos enriquecimentos sensoriais, quando
foram utilizadas essências e principalmente odores de outros animais. A
freqüência da interação do macho com os enriquecimentos sensoriais era
relativamente alta, porém era mais freqüente quando solto, durante o registro
fotográfico e não durante a observação. No período vespertino, o macho se
esfregava sempre após vocalizar, ou antes, de afiar as garras no tronco. Com a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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aplicação do enriquecimento, houve também um aumento do ato farejar tanto


pro macho quanto pra fêmea, porém esse comportamento se mostrou
equivalente ao forragear, onde a fêmea procurava ir atrás das recompensas
escondidas, conseqüentemente, uma maior exploração do recinto. O aumento
da utilização do recinto é considerado como sendo a quarta meta do
enriquecimento ambiental.
A categoria atividades sociais para Panthera leo, só foi possível fazer o registro
comportamental dos indivíduos convivendo socialmente nas duas primeiras
etapas, devido ao óbito do macho. A falta do convívio social na última etapa
para a fêmea desencadeou inúmeros comportamentos prejudiciais a ela, como
o pacing. Devido ao fato dos leões serem os únicos felídeos sociais, o convívio
solitário, aparentemente pode ser prejudicial, sendo importante a manutenção
de mais de um indivíduo em cativeiro. Nessa categoria, um ato benéfico ao
convívio social que teve a freqüência aumentada nos dois períodos na etapa
DE, sendo executado pelos dois indivíduos, indicando aproximação e melhor
convívio social, foi o grooming. Este ato é um indicativo de conforto e harmonia
no convívio social.
Descanso teve um aumento. Provavelmente os animais ficavam em estado de
repouso ou dormindo dentro do cambeamento. E passaram então a exibir esse
comportamento na área de exposição. Essa categoria era a segunda mais
expressiva para os dois animais mesmo antes da aplicação do enriquecimento,
sendo esse um comportamento normal ao meio natural, pois cerca de 80% do
dia, para os leões é dedicado a dormir, ou descansar.
Os animais interagiam visualmente. Dentro da categoria interação visual o ato
comportamental mais expressivo é o olhar em direção ao cambeamento, mais
comum no período vespertino, devido ao fato de estarem esperando a
alimentação. O público, muitas vezes, procura chamar a atenção dos animais,
fazendo barulho e em alguns casos, atirando objetos. Cadeira de rodas,
carrinho de bebê e mochilas, são exemplos que chamam a atenção dos animais
e em alguns casos, desencadeavam também o pacing, principalmente na
fêmea. O impacto do público pode ser considerado negativo no comportamento
dos animais cativos, pois é a única variável imprevisível pelo animal. Ao
contrário da hora da alimentação e a limpeza do recinto, a intensidade do
público e o comportamento dos mesmos, são imprevisíveis.
Na categoria locomoção, se enquadra o único comportamento estereotipado
para os animais, o pacing, que para a fêmea, sempre tinha algum motivo
aparente para a sua realização. Com a morte do macho, a fêmea passou a
fazer pacing sem motivo aparente. Assim que era solta, já se aproximava do
tanque e iniciava o ato. Esse foi um dos comportamentos alterados pela
ausência do macho. O pacing é considerado como sendo um comportamento
relacionado à irritabilidade.
O ato grooming, que se enquadra na categoria manutenção, teve um aumento

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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de freqüência na etapa DE nos dois períodos e para os dois indivíduos. Esse


ato é um indicativo de conforto e a ausência desse está relacionada à
comportamentos estereotipados. Este ato teve uma queda na freqüência na
etapa PE.
A vocalização era freqüente no período vespertino, quando os animais
esperavam pela alimentação. O macho era o indivíduo que mais vocalizava, e a
fêmea, apenas o acompanha em alguns momentos. A vocalização para o
macho era seqüenciada e alta. O ultimo rugido era o mais forte. O rugido é a
forma de comunicação positiva, de defesa ou ataque que os felinos utilizam. Na
etapa PE, com o óbito do macho, o ato vocalizar para a fêmea foi mais
freqüente. Porém, não foi muito registrada essa alteração, pois muitas vezes a
vocalização da fêmea, era curta e de aparência rouca, de tanto que ela
vocalizava, não estando no time.
Os indivíduos costumavam ficar não visível em dias quentes, devido ao
substrato do cambeamento ser de cimento queimado e mais fresco. Era comum
entrarem para o cambeamento quando a taxa de visitação era alta, sendo essa
uma forma de se privar do público e o cambeamento funcionava como um ponto
de fuga. O ponto de fuga é importante, pois os animais nem sempre querem ser
vistos. Esta categoria foi a que mais teve alteração durante a etapa DE, caindo
quase que pela metade em relação à primeira etapa. Os animais passaram
mais tempo visíveis e aproveitando mais a área do recinto. No período matutino,
essa maior permanência na área de exposição se deve as novidades que os
animais encontravam no recinto. No período vespertino, os animais
permaneciam ativos no cambeamento, esperando pela alimentação.
Na categoria outros, foram inclusos comportamentos que não foram observados
no Ad libitum. Alguns comportamentos foram freqüentes na etapa AE, mas
outros bem diferentes apareceram na etapa DE.

Panthera onca
A categoria alimentação teve aumento devido aos enriquecimentos alimentares
e a aplicação dos enriquecimentos influenciou também na categoria atividades
individual, aumentando os atos farejar e esfregar-se para o macho e a fêmea.
Os itens de enriquecimento aumentaram as atividades de brincadeira e
brincadeira social, permanecendo a freqüência deste ato alta também na etapa
PE. O ato de brincar estimula a capacidade cognitiva e motora dos animais,
além de aproximá-los.
Os indivíduos de Panthera onca, possuem um convívio social harmonioso, sem
brigas ou comportamentos prejudiciais a esse tipo de convívio. Apenas foram
dois os atos comportamentais não afiliativos observados: o de expulsar e o
afastar-se do outro. O grooming social foi um comportamento bem freqüente,
porém, com pouca duração, não sendo registrado. Tanto o grooming social,
quando o individual, era realizado em dias chuvosos, ou quando os animais se

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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molhavam no tanque. Porém, essa prática passou a ser freqüente na etapa DE.
O ato tentativa de monta, que se enquadra na categoria atividades social. Ele
sempre era realizado de forma incorreta, ao contrário. Algumas ocorrências
desse comportamento eram seqüenciadas pelo pacing devido à tentativa
frustrada de monta.
A categoria descanso nas três etapas, foi a mais freqüente para os dois
indivíduos em todos os períodos e etapas.
As onças interagiam visualmente bem mais que os leões. Todas as atividades
do público e dos animais de recintos próximos chamavam a atenção dos
indivíduos. Na natureza, espécies diferentes constantemente possuem algum
tipo de contato, seja por vocalização, odores ou até mesmo visual. No
zoológico, esse tipo de interação pode ser positiva, porém, deve-se evitar o
contato entre presa e predador, o que pode gerar estresse na presa.
O pacing, ora tinha uma causa aparente, como no caso da frustração na
tentativa de monta e na alta taxa da presença de público, ora não tinha
nenhuma causa aparente.
A vocalização foi a categoria menos expressiva, sendo a freqüência maior para
o macho na primeira etapa. A vocalização não tinha uma causa aparente.
Os registros da categoria não visível eram realizados quando os indivíduos
estavam fora do alcance de visão do observador, devido ao alto número de
público, ou quando os animais, mais comumente repousavam atrás dos troncos.
Para a categoria outros, foram inclusos comportamentos que não foram
observados no ad libitum, ou que apareceram na etapa DE.

CONCLUSÃO:
Todos os quatro indivíduos interagiram com os enriquecimentos. As fêmeas das
duas espécies foram as que mais interagiram. O macho de Panthera leo,
interagiu menos com os enriquecimentos que pediam um pouco mais de
esforço, sendo os sensoriais o que mais o agradava. A fêmea de Panthera leo
teve interação com todos os enriquecimentos, ultrapassando expectativas. No
caso de Panthera onca, após serem soltos, sempre era o macho que primeiro
chegava aos enriquecimentos. A fêmea ficava observando durante um tempo,
mas logo se aproximava e começava a interagir com o enriquecimento. Em
muitos casos, os dois interagiam juntos.
Embora atividades de enriquecimento ambiental sejam comuns nos dias de
hoje, a maioria dos zoológicos brasileiros não desenvolvem Programas de
Enriquecimento Ambiental como atividades rotineiras. Por isso, torna-se
importante o estudo e a aplicação de técnicas de enriquecimento, além do
acompanhamento cuidadoso dos resultados e a sua posterior divulgação, para
que um número cada vez maior de instituições possa fazer uso dessas técnicas
em benefício dos animais.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Muitas vezes, enriquecimentos simples e sem custo, podem surtir efeitos


satisfatórios, como as folhas de palmeira e feno com odor de outros animais,
assim como foi utilizado no presente trabalho.
O público, durante a interação dos animais com os enriquecimentos, ficava
satisfeito por verem os animais ativos e interagindo, muitos ainda se mostravam
curiosos e freqüentemente faziam perguntas. Sendo assim, a atividade de
enriquecimento, é um bom momento para desenvolver atividades de educação
ambiental.
O uso de enriquecimento ambiental influencia positivamente o comportamento
dos animais, aumentando o repertório comportamental e comportamentos de
bem estar, como o grooming, contribuindo positivamente para a conservação
das espécies cativas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALTMANN, J. 1974. Observational study of behavior: sampling methods.
Behavior, 49(3): 227-267.

NOWAK, R.M. 1999. Walker’s mammals of the world. Baltimore, The Johns
Hopkins University Press, vol. 1, 6th ed., 836p.

YOUNG, R. J. 2003. Environmental enrichment for captive animals. Blackwell


Science. Oxford. 228p.

________________________________________________________________
Palavras chave: Enriquecimento Ambiental; Panthera; Comportamento; Bem-
estar animal.

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Envelhecimento e qualidade de vida da mulher no climatério.


MONIQUE LORYS ARAÚJO DE SIQUEIRA(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
O envelhecimento, antes considerado um fenômeno, hoje faz parte da realidade
das sociedades. O mundo envelhece e o Brasil também, com previsão para
2025, de mais ou menos 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
Teremos então entre estes, uma população mais jovem, que são os
“envelhescentes”, os idosos, os muito idosos ou idosos em velhice avançada.
As mulheres tem uma expectativa de vida maior que a dos homens, em média 7
anos a mais, com agravos naturais desta fase do ciclo vital, iniciados com o
climatério .
O modelo de referência para quase tudo que se relacione ao sucesso, beleza,
sensualidade e valorização da mulher em nossa sociedade é a juventude. ¹
Em outras culturas, em que a maturidade, a personalidade e a inteligência são
capitais mais valiosos, o medo de envelhecer não é tão grande quanto no Brasil
¹
Para as mulheres, envelhecer tem um significado completamente diferente do
que para os homens. São elas que se preocupam mais com corpo e com o
relacionamento na velhice. A contagem progressiva é inevitável. A cada instante
estamos ficando mais velhos. A questão é como encaramos esse processo.
Muitos associam esta fase à inatividade, às dificuldades e ao fim da vida. E é
por isso que muita gente tem medo de envelhecer. ¹
Envelhecer é mais do que natural. É um processo biopsicossocial gradativo de
diversas transformações, ocorridas ao longo da existência do indivíduo. ¹

OBJETIVO:
Investigar o significado do climatério como uma etapa do ciclo vital da mulher,
identificar as alterações físicas, psíquicas, emocionais e sociais no climatério,
e propor ações de promoção em saúde à mulher na fase do climatério.

METODOLOGIA:
Estudo de revisão bibliográfica de caráter descritivo e qualitativo de fontes
secundárias, onde foram expostos assuntos de saúde pública e histórico
sociais, encontrados em bases de dados SCIELLO, BDENF, pesquisas
científicas, trabalhos de conclusão de cursos e revistas on-line no período de
abril de 2001 a julho de 2009, usando como descritores as palavras; mulher,

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envelhecimento e climatério.

RESUMO:
Climatério

O climatério é definido pela Organização Mundial da Saúde como uma fase


biológica da vida e não um processo patológico, que compreende a transição
entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher. 2 É o
período que abrange a fase em que os hormônios ovarianos e gonadotróficos
hipofisários deixam de ser fabricados progressivamente. Caracteriza-se por
amenorréia e ou ciclos menstruais irregulares, até cessarem completamente. A
alteração hormonal não é abrupta, acontece gradualmente de forma regressiva
e pode levar anos, acarretando alterações físicas, biológicas e psíquicas
importantes, afetando a qualidade de vida da mulher. 3 A menopausa é um
marco dessa fase, correspondendo ao último ciclo menstrual, somente
reconhecida depois de passados 12 meses da sua ocorrência e acontece
geralmente em torno dos 48 aos 50 anos de idade.2
Utilizando o índice de Kupperman citamos os “11” principais sintomas: Ondas
de calor na face e pescoço "fogachos", sudorese noturna, insônia, suores
repentinos, sangramentos irregulares, cefaléias, alterações vasomotoras e
psicoemocionais, atrofia vaginal, instabilidade conjugal afetada pela
insegurança feminina. Estes variam de uma mulher para outra, ocasionados
pelos distúrbios hormonais femininos "estrogênios e progesterona", e é
importante saber que nem todas as mulheres reagem igualmente a este novo
período de sua vida, definido como: mudança de vida. 3

Principais agravos à saúde da mulher envelhescente no climatério.

Além do fato concreto da interrupção dos ciclos menstruais, as mulheres nessa


fase podem apresentar aumento das taxas de colesterol, doenças
cardiovasculares, Diabetes mellitus, neoplasias benignas e malignas,
obesidade, distúrbios urinários, osteoporose e doenças auto-imunes. 2
Estes agravos, que não apresentam relação direta com a diminuição da função
ovariana, podem, no entanto, provocar uma mudança na imagem que a mulher
tem de si, levando-a a insegurança e ansiedade. 2
Trataremos a seguir sobre dois temas dentre os agravos no período do
climatério em que iremos nos aprofundar no presente estudo. São eles a
sexualidade e a osteoporose. 2

Sexualidade

O envelhecimento sexual é um dos fatores mais freqüentemente apontados

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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como fonte de angústia para mulheres e homens nessa fase da vida. Os


conflitos são mais freqüentes no ocidente do que em outras culturas como a
oriental, principalmente devido à desvalorização dos indivíduos mais maduros,
incluindo as mulheres após a menopausa. 2
As modificações orgânicas que ocorrem na mulher durante o climatério não
obrigatoriamente implicam na diminuição do prazer, mas podem influenciar a
resposta sexual, que pode ser mais lenta. Em outras palavras, as alterações
fisiológicas que ocorrem, pouco influem sobre a sexualidade, entretanto, podem
limitar qualitativa e quantitativamente a resposta erótica. 2
As mulheres no climatério, mais freqüentemente após a menopausa, podem
apresentar uma lubrificação vaginal menos intensa e mais demorada, sendo
necessário, às vezes, um maior estímulo sexual. É possível ocorrer também um
adelgaçamento dos tecidos vaginais, que pode levar à dor nas relações
sexuais, tornando a perspectiva do sexo com penetração, motivo de ansiedade
e de falta de satisfação. 2
O declínio da função hormonal ovariana no climatério determina modificações
significativas nos órgão genitais internos e externos que podem influenciar a
resposta sexual. O maior efeito da deficiência estrogênica sobre a pelve é a
diminuição do fluxo sanguíneo, que pode promover alterações no aparelho
genital. Os pêlos pubianos tornam se escassos, há redução de parte do tecido
adiposo dos grandes lábios e retração dos pequenos lábios e do clitóris. As
alterações observadas na vagina devido à diminuição dos níveis estrogênicos
são, freqüentemente, mais marcantes do que as da genitália externa. 2

Osteoporose

A osteoporose é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como


a “Epidemia Silenciosa do Século”, atualmente um problema de saúde pública
no mundo inteiro devido ao aumento na expectativa de vida das populações.
Afeta indivíduos de maior idade, de ambos os sexos, principalmente mulheres
após a menopausa, que também apresentam mais fraturas. No Brasil, somente
uma a cada três pessoas com osteoporose é diagnosticada e destas somente
uma em cada cinco recebe algum tipo de tratamento. A osteoporose se
desenvolve como decorrência de uma desordem de remodelação óssea. 2
Na formação óssea vários são os fatores que influenciam, sendo os nutricionais
e os hormonais os de maior importância. As vitaminas D, A e C, além do Cálcio,
Magnésio, Boro, Manganês e vitamina K são imprescindíveis para a formação
de massa óssea. As deficiências de sais minerais, vitaminas essenciais e
proteínas na alimentação acarretam distúrbios na função osteoblástica. Os
hormônios sexuais femininos (estrogênios), de algum modo desempenham um
papel importante na determinação da velocidade de maturação do tecido ósseo.
2

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

179
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A densitometria mineral óssea (DMO) é o exame de referência para o


diagnóstico da osteoporose realizada pela avaliação da coluna lombar, do colo
do fêmur, e antebraço, segundo os critérios da OMS. Deverá ser realizada em
mulheres consideradas de alto risco para osteoporose e de apresentar fratura. 2
Em uso experimental, os estrogênios têm demonstrado que induzem um
aumento da osteogênese, aparentemente devido a uma inibição na função de
reabsorção do PTH (paratormônio). Baseado nesse efeito sobre a reabsorção
óssea, os estrogênios são ainda utilizados no tratamento da osteoporose. 2

Ações de promoção à saúde e prevenção dos agravos.

O tratamento pela administração de hormônios visa, em especial, combater os


sintomas vasomotores, o ressecamento vaginal, que causa a dispareunia (dor
na penetração) e da pele, preservar a massa óssea, melhorar o sono, impedir a
deteriorização da função cognitiva e estimular a libido. Os medicamentos mais
usados na terapia hormonal são os estrogênicos e os progestógenos. 2
Os efeitos colaterais da terapia hormonal são: Dor nas mamas, cólicas
abdominais, alterações de humor, fadiga, depressão, irritabilidade, alterações
na pele, ganho de peso, ansiedade e dores generalizadas, náuseas, distúrbios
gastrointestinais (quando utilizados por via oral), sensibilidade mamária, dor de
cabeça, retenção de líquido, edema; provável estímulo a leiomiomas e
endometriose sendo dependentes da dose e do medicamento usado. 2
Para prevenção da osteoporose podemos enfatizar que os nutrientes mais
diretamente associados com a prevenção da perda óssea são o cálcio e a
vitamina D. A vitamina D está presente em alimentos como leite e seus
derivados e nos ovos, mas a sua melhor fonte é a exposição ao sol, que ativa a
pró-vitamina D. O consumo de cálcio deve ser estimulado durante a infância e
adolescência para que haja uma boa formação do tecido ósseo, essencial na
prevenção da osteoporose. A principal fonte de cálcio é o leite e seus
derivados, porém para o adulto deve ser incentivado o consumo desses
alimentos desnatados, para não exceder o consumo de gordura animal. Vale
ressaltar que a prática de atividade física também aumenta a absorção de
cálcio. 2
A fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pelo uso das plantas medicinais e
suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas
isoladas, ainda que de origem vegetal. Conceitualmente, fitoterápico é todo
medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas
vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu
uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. A sua
eficácia e segurança são validadas por meio de levantamentos
etnofarmacológicos de utilização, documentações técnico-científicas em
publicações ou ensaios clínicos. Para o climatério descompensado,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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particularmente, existem fitoterápicos com propriedades estimulantes sobre os


receptores hormonais específicos (receptores beta), melhorando assim, as
manifestações clínicas apresentadas. O grande diferencial desses fitoterápicos
é a sua ação altamente seletiva, sendo considerados os Moduladores Seletivos
dos Receptores Estrogênicos (SERMs), o que fazem com que tais substâncias
tenham baixíssimos índices de efeitos colaterais.2
Terapias alternativas naturais têm sido buscadas e seriam capazes de
proporcionar os benefícios da TRH sem provocar efeitos colaterais e sem
contra-indicações, como exemplo o gérmen de soja (isoflavona). Estudos
evidenciam que a isoflavona diminui a intensidade e a freqüência dos sintomas
vasomotores em mulheres na menopausa. A dieta rica em soja parece também
ser benéfica para o sistema cardiovascular, pelo efeito favorável sobre o efeito
lipídico. 3
A prática regular de exercício físico resulta em muitos benefícios para
organismo, melhorando a capacidade cardiovascular e respiratória, promovendo
o ganho de massa óssea, a diminuição da pressão arterial em hipertensas, a
melhora na tolerância à glicose e na ação da insulina. Portanto, as mulheres
devem ser encorajadas a realizar atividade física regularmente. 2
É de fundamental importância que haja um equilíbrio entre a ingestão de
calorias e o gasto energético para que ocorra a redução de peso. O exercício
escolhido pela mulher no climatério deve ser agradável, acessível e fácil de
fazer, contribuindo assim para seu bem-estar, auto-estima e regularidade. São
recomendadas atividades de variadas naturezas, dando-se prioridade aos
exercícios aeróbicos (caminhada, natação, hidroginástica) e à musculação,
desde que devidamente orientados por profissionais. 2
Os exercícios físicos estimulam a secreção de endorfinas hipotalâmicas,
substâncias estas envolvidas na termoregulação hipotalâmica, reduzindo os
sintomas vasomotores. Salienta ainda que promova o fortalecimento muscular,
a manutenção da mobilidade articular além de menor acúmulo de gordura. A
atividade física contribui ainda para a melhora da imagem corporal, aumentando
a auto-estima feminina. 3

CONCLUSÃO:
Este estudo enfatizou a importância de uma assistência humanizada as
mulheres envelhescentes. Entendemos que essas mulheres passam por
inúmeras transformações biológicas, psíquicas e sociais. São transformações
normais que fazem parte do envelhecimento, devido à deficiência hormonal que
acomete as mulheres no período do climatério e da menopausa. Devido ao
aumento da expectativa de vida das mulheres no contexto mundial, se insere
um urgente estímulo à investigação e estudos sobre o fenômeno,
proporcionando assim um melhor atendimento, compreensão e orientação das

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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pacientes que vivenciam esse momento, sabendo que a aceitação contribui


favoravelmente para uma menor sintomatologia climatérica.
O papel do Enfermeiro no desenvolvimento de qualidade de vida das mulheres
que vivenciam esse período é importante, pois o mesmo possui um amplo leque
de atividades que pode desempenhar na promoção da saúde das pacientes,
sendo primeiramente acolhedor, educador e orientador. Espera-se que esse
estudo ofereça uma maior consistência teórica e técnica quando ao
entendimento da mulher no climatério.
No atual contexto mundial onde a globalização e a longevidade preconizam a
beleza, a qualidade de vida e o envelhecimento ativo, o Enfermeiro deve ser
participante, e envolvido com as ações desenvolvidas por outros profissionais
da saúde.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1 – Mouta C. Estilo de viver - Medo de envelhecer sem neuroses. Publicado em:
20.11.2008. Citado em 01.10.09. Disponível em:
http://msn.bolsademulher.com/estilo/materia/medo_de_envelhecer/55332/3

2 – Ministério da saúde – Secretaria de atenção à saúde. Manual de atenção à


mulher no climatério / Menopausa. Série A, Normas e manuais técnicos, Série
direitos sexuais e direitos reprodutivos – Brasília Distrito federal, caderno 9,
2008.

3 – Aragão CO, assistência de Enfermagem à mulher no climatério:


Enfrentamento feminino das alterações biopsicossociais. Publicação em: 06
julho 2007. Citado em: 01.outubro.09
Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/20889/1/assistencia-de-
enfermagem-a-mulher-no-climaterio-enfrentamento-feminino-das-alteracoes-
biopsicossociais/pagina1.html

________________________________________________________________
1 - Aluna concluinte do curso de graduação de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro UNISA – São Paulo/SP
Monique_lorys@msn.com
2 - Orientadora e Enfermeira – Mestre em Gerontologia Social – Docente do
Curso de Graduação de Enfermagem da universidade de Santo Amaro UNISA -
São Paulo/SP

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Estudo comparativo de constituintes nutricionais e do teor de


mercúrio total, cádmio e chumbo em peixes comercializados
para consumo humano na cidade de Cubatão litoral de São
Paulo – ênfase à relação: ingestão de mercúrio e práticas
alimentares
BÁRBARA CORTOPASSI FONSECA(1)

DEBORAH INES TEIXEIRA FAVARO(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A região de Cubatão é considerada um pólo industrial e como decorrência
dessas atividades, ocorre degradação ambiental. Apesar das indústrias locais
possuírem programas para controlar a poluição, o histórico ambiental negativo
da região resultou numa carga poluente superior à capacidade de assimilação
(Nascimento et al., 2006).
De acordo com CETESB (2003), o município de Cubatão é tradicionalmente
industrial. Em meados do século XX, a cidade de Cubatão foi escolhida para
receber a instalação de várias indústrias (químicas, petroquímicas,
siderúrgicas), devido a sua proximidade tanto da capital quanto do porto de
Santos.
A localização do município (muito próximo à Serra do Mar) interfere na
circulação atmosférica local. A presença de inúmeras indústrias poluidoras,
associadas a esse fator, gera um acúmulo de poluentes, que podem ficar
confinados junto à Serra, gerando graves conseqüências ambientais. As áreas
industriais encontram-se praticamente cercadas pela Serra do Mar. Esse fato
vem sendo amenizado nos últimos anos, com a instalação de filtros e com a
fiscalização mais efetiva tanto do setor público quanto das próprias empresas.
O acumulo de poluentes pode acarretar também em poluição hídrica, motivo
pelo qual o Rio Perequê é monitorado regularmente, uma vez que esse rio é
utilizado como área de lazer pela população. Esses fatos deixaram o município
com poucos atrativos turísticos, portanto, ele não sofre nenhuma conseqüência
devida à população flutuante, fato comum nos demais municípios do litoral
(CETESB, 2003).
Os cuidados em relação à poluição têm se concentrado na propriedade de que
muitos poluentes (como metais pesados) possuem a capacidade de se
acumular no ambiente, podendo ser transportados via cadeia alimentar para
diversos níveis tróficos. Este efeito culmina com a ocorrência das maiores taxas
de contaminação nos níveis mais altos da cadeia trófica. Entre as atividades
industriais que geram resíduos no Pólo Industrial de Cubatão, destaca-se a
indústria siderúrgica de base, por utilizar metais diretamente como matéria

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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prima, liberando para o meio ambiente ampla variedade de produtos poluentes


(Nascimento et al., 2006).
O acumulo de poluentes devido à atividade industrial na região pode acarretar
em poluição hídrica (CETESB, 2003).
Hoje em dia os peixes constituem-se em importante fonte de estudo, pois
podem absorver e acumular em seus organismos contaminantes de grande
interesse por causa dos seus efeitos tóxicos nos próprios peixes e nos
organismos que os consomem, como o próprio ser humano.

OBJETIVO:
O objetivo do trabalho foi avaliar o teor de mercúrio (Hg), cádmio (Cd) e chumbo
(Pb) em peixes, bem como determinar alguns micronutrientes (Ca, K, Na, Se e
Zn) e outros elementos traço (As, Br, Co, Cr e Rb) em músculos de pescados
mais consumidos pela população de Cubatão, estado de São Paulo.

METODOLOGIA:
Neste estudo as seguintes espécies carnívoras foram analisadas: Corvina
(Micropogonias furnieri), Perna de Moça (Menticirrhus americanus), Pescada
(Macrodon ancylodon) e planctívoras, Sardinha (Sardinella braziliensis) e
Tainha (Mugil liza), num total de 58 amostras. Todas as espécies foram
adquiridas em peixarias locais da região. As amostras compradas foram
avaliadas quanto aos indicadores de qualidade para pescados e caracteres
organolépticos externos (olhos, guelras e escamas). Após a classificação,
pesagem e medição e retirada dos músculos, as amostras foram filetadas e
separadas.
As amostras foram secas em estufa ventilada a 45°C até peso constante. Após
a secagem, os músculos foram triturados e homogeneizados. Todas as
amostras, após esta secagem, foram armazenadas em refrigerador até a sua
utilização.

Os elementos traço foram determinados por meio da técnica de Analise por


Ativação com Nêutrons (NAA), os elementos tóxicos (Cd e Pb) por
espectrometria de absorção atômica com forno de grafite (GF AAS) e Hg total,
por meio da técnica de espectrometria de absorção atômica com geração de
vapor frio (CV AAS). Os métodos foram validados, em termos de precisão e
exatidão, por meio da análise de materiais de referência com valores
certificados para os elementos estudados.

RESUMO:
Os intervalos de concentração (peso úmido) para os elementos analisados nas
espécies foram: As (392 – 3330 µg kg-1); Br (2,0 – 9,5 mg kg-1); Ca (108 –
2311 mg kg-1); Co (1,0 – 21,8 µg kg-1); Cr (0,01 – 0,32 mg kg-1); K (2823 –

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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4436 mg kg-1); Na (256 – 3039 mg kg-1); Rb (0,22 – 2,3 mg kg-1); Se (290 -


6257 µg kg-1) e Zn (1,6 – 17,9 mg kg -1).

Quanto aos teores de Hg, os resultados apresentaram uma grande variação de


concentração entre os indivíduos da mesma espécie e entre as espécies
analisadas. Dentre as espécies analisadas, a Corvina foi a que apresentou os
maiores valores de Hg total (41 a 348 µg kg-1). Em seguida, as espécies Perna-
de-Moça (43 a 184 µg kg-1), Pescada (12 a 62 µg kg-1), Sardinha (26 a 135 µg
kg-1) e Tainha (3 a 23 µg kg-1).

Para os elementos tóxicos Cd e Pb, os intervalos de concentração obtidos


foram : Cd (2,00 - 44,6 µg kg-1) e Pb (21,5 – 1069 µg kg-1). Esses resultados
são preliminares.

CONCLUSÃO:
O método de NAA e o método de CV AAS permitiram determinar as
concentrações dos elementos com exatidão e precisão adequada, conforme
confirmadas pela análise dos materiais de referência utilizados. Concluiu-se que
a espécie que apresentou os maiores valores de concentração para os
micronutrientes (Ca, Fe, K, Na, Se, Zn) foi a Sardinha. A espécie Corvina
apresentou valores similares para Ca e maiores para Se. Com relação ao As
observou-se que as espécies Sardinha, Corvina e Tainha apresentaram valores
médios de concentrações que excederam o limite estabelecido pela ANVISA de
1000 µg kg-1 (ANVISA, 1998).
Verificou-se que nenhuma das espécies predadoras (Corvina, Perna de Moça e
Pescada) nem as espécies não predadoras (Sardinha e Tainha), excederam os
limites da legislação brasileira para Hg (ANVISA, 1998), estando próprias para o
consumo humano.
Podemos concluir, parcialmente, que a espécie Corvina apresentou altos
valores para Cd e Pb, sendo a espécie Perna de Moça a que apresentou o
maior valor para Pb. As demais espécies analisadas apresentaram baixos
valores para esses elementos.
Os resultados obtidos sugerem que a espécie Corvina pode ser usada como
bioindicador, pois acumula metais e permanece no estuário até a idade adulta,
indicando assim as condições da região onde vive.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 1998. Legislação Brasileira -
Portaria nº 685. Brasília. 5 p.

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Básico Ambiental. 2003.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

185
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Relatório de Qualidade das Águas Litorâneas do Estado de São Paulo -


Balneabilidade das Praias. São Paulo. 72p.

NASCIMENTO, S. M.; FARIAS, L. A.; CURCHO, M.R.M.; BRAGA, E.S.;


FAVARO, D. I. T. 2009. Estudo Comparativo De Constituintes Nutricionais E Do
Teor De Mercúrio Total Em Peixes Comercializados Na Cidade De Cananéia,
Litoral De São Paulo. International Nuclear Atlantic Conference - INAC. Rio de
Janeiro. 12p.

________________________________________________________________
Agradeço ao CNPq pelo apoio finaceiro.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

186
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Estudo da atividade fitotóxica de extratos foliares de Piper spp


L. (Piperaceae)
RODRIGO SILVA MACEDO(1)

MARCO AURELIO SIVERO MAYWORM(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Durante séculos foram descobertas muitas formas de utilização das plantas
medicinais e suas virtudes terapêuticas, esse conhecimento representou e
ainda representa o único recurso terapêutico para muitas comunidades e
grupos étnicos. Os conhecimentos populares contribuíram tanto para a inclusão
de espécies vegetais como plantas medicinais eficazes, quanto para a direção
de estudos científicos voltados para a obtenção de novos medicamentos (DI
STASI, 1996).
Desde os primórdios, o homem recorre às plantas para solucionar suas
enfermidades. Registros de 4.000 anos a.C. indicam o uso da papoula, Papaver
somniferum e da ulmária, Filipendula ulmaria para amenizar a dor das mulheres
no parto. Povos da Grécia e Roma antigas já tinham conhecimento dos efeitos
farmacológicos de Atropa belladona, para fins sedativos e até mesmo
envenenamento. Os egípcios utilizavam a dedaleira, Digitalis purpurea como
diuréticos. Na América do Sul, indígenas confeccionavam flechas com efeitos
paralisantes através da abutua, Chondodrendon tomentosum, e missionários
espanhóis enviados para colonizar a América, descobriram e divulgaram por
toda a Europa, os efeitos antimaláricos de Chichona (HOSTETTMANN et al.,
2003).
Com os avanços da ciência puderam-se criar métodos para a síntese de
compostos, com grande importância fisiológica nos animais, principalmente no
homem, e isso contribuiu para a formação de fármacos para a medicina do
século XX (HOSTETTMANN et al., 2003).
A biodiversidade em sua distribuição relativa possibilita a variação dos
componentes químicos entre as populações, tal qual os microorganismos, as
plantas produzem grandes variações de compostos químicos, fornecendo uma
ampla gama de produtos de importância na economia, pois as oportunidades
para a descoberta e identificação dos novos fármacos aumenta com a
diversidade de espécies, como os fitoterápicos que são preparados apenas com
plantas medicinais e os fitofármacos que são substâncias extraídas de plantas
podendo apresentar aplicação farmacêutica (GUERRA & NODARI, 2004).
Muitas espécies nativas vêm sendo utilizadas como fonte de recursos
medicamentosos para curar, amenizar ou diminuir os efeitos patológicos da
população através da medicina popular, utilizando plantas de fácil acesso como
Baccharis (carqueja), Bauhinia (pata-de-vaca), Cecropia (embaúba), Piper

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

187
UNISA - Universidade de Santo Amaro

(pariparoba) e Passiflora (maracujá) (REIS et al., 2004). Fitoterápicos,


usualmente são utilizados de forma preventiva, problemas gastrintestinais e
circulatórios e distúrbios nervosos como a insônia (CALIXTO, 2001).
Plantas medicinais são exemplos do Reino Vegetal que sintetizam em seus
metabolismos primários e secundários substâncias ativas utilizadas como
medicamentos (CASTRO et al., 2004).
A restrição dos metabólitos secundários na natureza deve-se à forma de
especialização de cada espécie para se adaptar às condições do meio em que
vivem ao longo do tempo, habilitando às plantas a terem funções específicas
não necessariamente essenciais para os organismos que as produzem (GROS
et al., 1985).
No Meio, as plantas recorrem à estratégias químicas para competir pelos
recursos disponíveis. Na elaboração destas estratégias, produzem
aleloquímicos, metabólitos secundários especiais que podem ser armazenados
em diversos órgãos vegetais, que serão liberados no ambiente (MALHEIRO &
PERES, 2001).
Os aleloquímicos podem ser liberados no ambiente através da lixiviação dos
compostos químicos pela chuva ou orvalho, pela exsudação direta das raízes,
pela liberação de substâncias voláteis, e pela queda de partes das plantas no
solo que ao serem decompostas, alteram o desenvolvimento de outras espécies
(MALHEIROS & PERES, 2001), afetando-as em suas funções vitais, tais como,
absorção de nutrientes, regulação de crescimento, e que vão desde a inibição
da fotossíntese até a respiração.
Piperaceae é uma família bastante comum nas formações florestais brasileiras,
particularmente na mata atlântica, onde as espécies de Piper são pequenos
arbustos ou árvores, sublenhosos, facilmente reconhecidas mesmo em estado
vegetativo, pela presença de nós gemiculados e folhas geralmente alternas. No
estado reprodutivo, encontra-se inflorescência do tipo espiga ou racemo. Seus
frutos são bagas ou drupas. Pertencem a esta família algumas plantas
utilizadas como medicinais: o falso-jaborandi (Piper spp), além de plantas
utilizadas como condimentos, como a pimenta-do-reino (Piper nigrum). Inclui até
oito gêneros e aproximadamente 2000 espécies. No Brasil, ocorrem cinco
gêneros e aproximadamente 500 espécies (SOUZA & LORENZI, 2005).

OBJETIVO:
Este trabalho visou estudar a atividade fitotóxica de extratos etanólicos de
folhas de Piper mollicomum (Kunth), P. richardiifolium (Kunth) e P. xylosteoides
(Kunth) Steud.

METODOLOGIA:
Amostras de folhas de Piper mollicomum (Kunth), P. richardiifolium (Kunth), P.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

188
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xylosteoides (Kunth) Steud. foram coletadas em área preservada de Mata


Atlântica e amostras testemunhas foram herborizadas, segundo o método de
FIDALGO & BONONI (1989) e depositadas no Herbário da Universidade de
Santo Amaro, sob os vouchers Affonso 169, Affonso 170 e Affonso 171,
respectivamente.
Amostras de folhas foram fragmentadas e submersas em etanol P.A. Cada
amostra foi agitada diariamente, sendo o solvente trocado a cada sete dias,
totalizando 28 dias de extração. Todas as extrações foram feitas à temperatura
ambiente, protegidas de luz, e os solventes contendo as substâncias extraídas,
foram reunidos constituindo os extratos etanólicos. Os extratos foram
concentrados, sob pressão reduzida em rotaevaporador a 40ºC, a fim de obter
soluções com concentrações a 1%, sendo armazenados entre 4 e 8°C
(RESCKHE et al.,2007).
Os testes de ação fototóxica foram desenvolvidos segundo MURAKAMI et al.,
(2009), em triplicata. Foram depositados 4 mL de extrato em forma uniforme
sobre discos de papel de filtro com 9 cm de diâmetro. Para efeito controle,
foram depositados 4 mL de etanol P.A. em outros discos de mesmo diâmetro
mantidos por 24 horas em estufa e dessecador para a eliminação dos
solventes. Após esse período, os discos foram depositados em placa de Petri
nas quais foram em seu interior 3mL de água destilada esterilizada e, após 1
hora, foram depositados em cada placa, 20 sementes. Foram utilizadas neste
trabalho, sementes de alface (Lactuca sativa), rúcula (Eruca sativa) e couve
(Brassica oleracea). As placas foram vedadas com película de PVC e mantidas
sob iluminação constante e temperatura ambiente pelo período de sete dias. A
porcentagem de germinação e índice de Velocidade de Germinação (IVG) foi
determinada diariamente, e no 7º dia foram medidos os comprimentos do eixo
hipocótilo-radicular e das folhas cotiledonares.
As leituras foram feitas no 1º, 4º e 7º dia de germinação. O IVG foi calculado
com a média dos valores obtidos para as repetições de acordo com MAGUIRE
(1962), sob a fórmula abaixo:

IVG = G1/N1 + G2/N2 + ... + Gn/Nn


G = Número de Sementes germinadas; N = Dia da Contagem.

RESUMO:
A tabela 1 apresenta as taxas de germinação e crescimento de plântulas de
couve (Brassica oleracea), rúcula (Eruca sativa) e alface (Lactuca sativa) sobre
os extratos etanólicos produzidos a partir de folhas das espécies estudadas.
Todos os extratos reduziram a germinação das espécies alvos no primeiro dia
de contagem em relação aos respectivos controles, destacando o extrato de P.
mollicomum sobre as sementes de couve, o extrato de P. richardiifolium sobre

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

189
UNISA - Universidade de Santo Amaro

as sementes de rúcula e o extrato de P. mollicomum sobre os aquênios de


alface.
Na avaliação feita no último dia de contagem os três extratos afetaram
fortemente a germinação final das sementes de rúcula, e os extratos de P.
mollicomum e P. xylosteoides a germinação dos aquênios de alface. As
sementes de couve foram menos afetadas pelos extratos das espécies
estudadas. Tais resultados afetaram os valores de IVG observados. Os
menores valores de IVG foram observados com extratos de P. richardiifolium
sobre rúcula (0,5) e P. mollicomum sobre alface (0,1).
Os extratos de P. mollicomum e P. richardiifolium inibiram fortemente o
desenvolvimento do eixo hipocótilo-radicular (EHR) e das folhas cotiledonares
(tamanho inferior à 3 mm) das espécies alvos. O extrato de P. xylosteoides
afetou fortemente o comprimento do EHR, porém não afetou expressivamente o
comprimento das folhas cotiledonares das espécies alvo.
O maior efeito fitotóxico apresentado pelo extrato de P. richardiifolium sobre
couve e pelo extrato de P. mollicomum sobre alface, pode estar associado, a
princípio, pelo maior teor de fenóis totais presentes nesses extratos (2,2 e 2,3
mg/mL, respectivamente). REIGOSA et al., (1999) propuseram que altas
concentrações de compostos fenólicos inibiam a germinação, porém os mesmo
compostos em baixar concentrações a estimulam. Tal estimulação da
germinação pôde ser observado nos testes com os extratos de P. xylosteoides
sobre couve e alface, que apresentaram germinação próxima aos valores dos
respectivos controles.
Comumente as espécies da Família Piperaceae apresentam atividade
fitotóxica. O extrato aquoso de P. dilatatum afetou o crescimento de plântulas
de alface, impedindo o crescimento das plântulas e extratos aquosos (3%) de P.
aduncum e P. tectonifolium geraram taxas de germinação elevadas (63,7 e
95%, respectivamente), das sementes de alface (OLIVEIRA et al., 2007).
CAMPOS (2001) testou a atividade alelopática sob sementes de alface
(Lactuca sativa) utilizando extratos aquosos, metanólicos e hexânicos
produzidos a partir das folhas de Piper xylosteoides. Nos extratos hexânicos
observou-se forte ação alelopática, não havendo germinação; nos extratos
metanólicos, um aumento na taxa de germinação de 48,8%. DOURADO (2002)
observou os efeitos fitotóxicos dos extratos etanólicos das folhas de Piper
xylosteoides, no qual obteve germinação de 3,35% dos aquênios testados. O
presente trabalho obteve 73,35% de germinação no sétimo dia. Os divergentes
resultados podem ser associados à diferença sazonal dos períodos de coleta.

CONCLUSÃO:
Os resultados apresentados neste trabalho demonstram que os extratos
etanólicos foliares de Piper mollicomum, P. richardiifolium e P. xylosteoides

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

190
UNISA - Universidade de Santo Amaro

possuem atividade fitotóxica.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CALIXTO, J. B. Medicamentos Fitoterápicos. IN: YUNES, R. A. & CALIXTO, J.
B.; 2001. Plantas medicinais sob a ótica da moderna química medicinal.
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CAMPOS, A. M. G. 2001. Variações sazonais no potencial alelopático de


extratos foliares de espécies de Piper L. (Piperaceae). Monografia apresentada
a Universidade de Santo Amaro para obtenção do título de Bacharel em
Ciências Biológicas. São Paulo.

CASTRO, H. G.; OLIVEIRA, L. O.; BARBOSA, L. C. A.; FERREIRA, F. A.;


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composição do óleo essencial de cinco acessos de mentrasto. Química Nova
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DI STASI, L. C. 1996. Plantas medicinais arte e ciência. Ed. UNESP. São Paulo.

DOURADO, R. S. 2002. Efeito da concentração e tempo de exposição sobre a


ação alelopática do extrato etanólico de Piper xylosteoides (Kunth) Steud
(Piperaceae). Monografia apresentada a Universidade de Santo Amaro para
obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas. São Paulo.

FIDALGO, O. & BONONI, V. L. R. 1989. Técnicas de coleta e herborização de


material botânico. Instituto de Botânica do estado de São Paulo. São Paulo.

GROS, E. G.; POMILIO, A. B.; SELDES, A. M.; BURTON, G. 1985. Introduccion


al estúdio de los productos naturales. Washington: The General Secretariat of
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GUERRA, M. P. & NODARI, R. O. Biodiversidade: Aspectos biológicos,


geográficos, locais e éticos. 2004. In: SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.;
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UFSC. 5ª edição. Porto Alegre/Florianópolis. 13 -1102p.

HOSTETTMAN, K; QUEIROZ, E. F. & VIEIRA, P. C. 2003. Princípios ativos de


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MAGUIRE, J. D. 1962. Speed of germination-aid in selection and evaluation for


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UNISA - Universidade de Santo Amaro

MALHEIROS, A.; & PERES, M. T. L. P. 2001. Alelopatia: Interações químicas


entre espécies. IN: YUNES, R. A. & CALIXTO, J. B.; Plantas medicinais sob a
ótica da moderna química medicinal. Universidade do Oeste de Santa Catarina.
Chapecó, Argos. 301p.

MURAKAMI, C.; CARDOSO, F. L.; MAYWORM, M. A. S. 2009. Potencial


fitotóxico de extratos foliares de Aloe arborescens Miller (Asphodelaceae)
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OLIVEIRA, S. C. C.; LUSTOSA, F. L. F.; ROMEIRO, L. A. 2007. Efeito


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REIGOSA, M. J.; SOUTO, X. M.; GONZÁLEZ, L. 1999. Effect of phenolic


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REIS, M. S.; MARIOT, A.; STEENBOCK, W. Diversidade e domesticação de


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________________________________________________________________
Palavras chaves: Piperaceae, Piper, atividade fitotóxica, alelopatia

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

192
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Estudo do potencial antifúngico de espécies de


Melastomataceae
JOSÉ ADRIANO PINHEIRO(1)

MARCO AURELIO SIVERO MAYWORM(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A biodiversidade das plantas constitui a principal fonte de biomoléculas para a
produção de uma gama de produtos de importância econômica, sendo que
muitas destas biomoléculas constituem moldes para síntese de um grande
número de fármacos, porém é relativamente pequena a porcentagem utilizada
pelo homem (1 a 10%), podendo haver um grande número de plantas com
potencial medicinal ainda não estudado (COWAN, 1999).
As chances para a identificação de produtos com possível utilização econômica
aumentam com a diversidade de espécies, e o Brasil é o país com maior
diversidade genética vegetal do mundo, com mais de 55.000 espécies
catalogadas de um total estimado entre 350.000 e 550.000 espécies (GUERRA
& NODARI, 2004).
Em análises feitas por MORENO et al. (2004) com 88 espécies nativas da
região de mata atlântica, mostraram que 56 espécies apresentaram alguma
atividade biológica, indício de que o estudo fitoquímico da vegetação nessa
região pode produzir resultados promissores para uma aplicação direta, ou
servir para o desenvolvimento de novos produtos.
Os Metabólitos secundários são compostos químicos de estrutura relativamente
complexa, que cumprem funções específicas em cada ser vivo, tais como
proteção contra raios UV, predação, desidratação e atração para polinização,
Segundo MULLER et al. (2002) produtos secundários produzidos pelas plantas
são biossintetizados em várias organelas celulares, porém são estocados em
estruturas especificas como ductos, vacúolos, parede celular e superfícies
cerosas como forma de proteger os processos metabólicos da planta de seus
efeitos tóxicos. Para serem facilmente liberados, geralmente estão localizados
em áreas onde agem na defesa de vários órgãos, como por exemplo, as
superfícies das folhas, frutos, próximo da epiderme, e são liberados para o meio
por vários mecanismos como exsudação radicular, decomposição de resíduos
foliares, lixiviação e volatilização.

Os compostos fenólicos são os mais freqüentemente encontrados e dentre eles,


os mais abundantes entre as plantas estão os flavonóides, comuns em plantas
superiores, biossintetizados a partir de fenilpropanóides. Possuem 15 carbonos
no núcleo fundamental, e constituem uma classe importante de polifenóis
(RICE, 1984). Muitos deles apresentam atividades antioxidante, antiinflamatória

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

193
UNISA - Universidade de Santo Amaro

e antibacteriana que têm um grande potencial de exploração na área cosmética


(PERRUCHON, 2002). Também são utilizados em escala industrial para a
produção de inseticidas, corantes, aromatizantes e medicamentos
(MARASCHIN & VERPROOTE, 1999).
Os flavonóides são polifenóis encontrados com relativa abundância entre os
metabólitos secundários vegetais que possuem funções para as plantas como
proteção contra raios ultravioletas, contra microrganismos, ação alelopática,
entre outras (ALMEIDA, 1988). A florizina, um flavonóide encontrado em raízes
de Pyrus malus, inibe o crescimento das plântulas da mesma espécie
(ZUANAZZI & MONTANA, 2003).
Quinonas são compostos orgânicos que podem ser considerados como
produtos de oxidação de fenóis, e que são responsáveis pelas atividades
bactericida, antifúngica e antitumoral de extratos de Kigelia pinnata
(HOUGHTON et al., 1994).
CARVALHO et al. (2003) observaram que fenóis como hidroquinonas como
ocorre em Juglans regia que excreta juglona, uma naftoquinona, inibem a
germinação de sementes e crescimento de fungos e bactérias.
SOUTO et al. (1994) relataram que fragmentos de espécies como Quercus
robur, Pinus radiata e Acacia melanoxylon geram inibição de crescimento e
desenvolvimento de sementes de alface e o efeito alelopático é devido
principalmente a compostos fenólicos.
Os terpenóides são classificados de acordo com a quantidade de unidades de
isopreno (monoterpenóides, triterpenóides, sesquiterpenóides entre outros) e
apresentam algumas funções protetoras como: antimicrobiana, antifúngicas,
antivirais e outros atuam como aleloquímicos (VICKERY & VICKERY, 1981).
Segundo ROBBERS et al. (1997), terpenóides extraídos de Artemisia
absinthium possuem ação alelopatica.
Em Eucalyptus. globulus, E. viminalis e E. baxteri foram encontrados vários
compostos como fenóis, terpenóides, glicosédeos e óleos voláteis que agem
como potentes aleloquímicos (ALVES et al.,1999).
Taninos são compostos fenólicos responsáveis pela adstringência de muitos
frutos e outros produtos vegetais. São solúveis em água formando complexos
insolúveis com alcalóides, gelatinas e outras proteínas (SANTOS & MELLO,
2004).
DJIPA et al. (2000) comprovando a ação antimicrobiana de extratos de
Syzygium cumini sobre vários microrganismos, entre eles, Staphylococcus
aureus, verificaram que esta propriedade foi devida à alta concentração de
taninos (77 a 83%).
Os óleos essenciais são, em geral, misturas complexas de substâncias voláteis,
lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas (SIMÕES & SPITZER, 2004).
MACHADO et al. (2003) avaliando 14 extratos de plantas medicinais brasileiras,
utilizadas no tratamento de doenças infecciosas, quanto ao seu potencial

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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antimicrobiano frente a microrganismos resistentes de importância médica,


demonstraram que os óleos essenciais de várias delas eram responsáveis pela
atividade antimicrobiana.
O óleo essencial das sementes de Caryocar brasiliense mostrou bioatividade
em testes de suscetibilidade sobre isolados de Candida neoformans e
Paracoccidioides brasiliensis (CABRERA & KLEIN, 1980).
Os alcalóides formam um grupo heterogêneo de substâncias orgânicas, com
anel heterociclico contendo nitrogênio. São potentes inibidores de germinação,
encontrado em plantas como tabaco, café e cacau (ALMEIDA, 1988). Alcalóides
como a cocaína, cafeína, codeína, escopolamina, efedrina entre outros
possuem também ação alelopática (EVENARI, 1949).
Nos últimos anos, vem aumentando o número de infecções invasivas causadas
por espécies de Candida, causadoras de micoses superficiais ou invasivas em
seres humanos (DIGNANI et al., 2003).
Espécies fitopatogênicas como Cladosporium cladosporioides que atacam
cajueiros (MENDES, 1998) e Cladosporium sphaerospermum que é uma
espécie comum e cosmopolita, ocorrendo como invasor secundário em diversas
partes de plantas, como rizosfera do feijão, e sementes de arroz e milho (HOOG
& GARRO, 1995), causa vários problemas para a agricultura. Isto obriga o uso
de produtos antifúngicos que podem provocar efeitos colaterais verificados com
antifúngicos sintéticos (KULBRERG, 1997).
Tendo em vista o aumento das infecções fúngicas bem como a necessidade de
novos agentes antifúngicos na agricultura para evitar perdas incalculáveis na
produção agrícola (ZACCHINO, 2001). Para isto, compostos com propriedades
antifúngicas extraídos da vegetação nativa poderiam constituir uma alternativa
terapêutica (ALVES et al., 2000).
Os compostos fenólicos são um importante grupo de substâncias que possuem
comprovada ação antifúngica e esta pode ocorrer pela inativação de sistemas
enzimáticos do microrganismo envolvidos na produção de energia e na síntese
de componentes estruturais (PORTE & GODOY, 2001).
De acordo com SOUZA & LORENZI (2005), Melastomataceae compõe-se de
ervas, arbustos ou árvores, menos freqüentemente epífitas. Possui distribuição
predominantemente pantropical, incluindo cerca de 200 gêneros e 5.000
espécies. No Brasil ocorrem cerca de 70 gêneros e 1.000 espécies, sendo
comuns na floresta atlântica algumas espécies de Leandra, Miconia e
Tibouchina. O uso econômico da família concentra-se em espécies
ornamentais, como Medinilla magnifica, a Schizocentron elegans , Tibouchina
clavata e Tibouchina granulosa.
Cerca de um quarto das espécies de Melastomataceae pertence ao gênero
Miconia, que ocorre desde o sul do México até o norte da Argentina e Uruguai,
este gênero pode ser reconhecido pelas folhas largas, inflorescências
geralmente terminais e frutos bacácios (GOLDENBERG, 2004). São comuns em

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

195
UNISA - Universidade de Santo Amaro

áreas de florestas e em cerrados, onde se destacam Miconia albicans e Miconia


stenostachya (SOUZA & LORENZI, 2005).
Miconia cabucu Hoehne possui porte arbóreo de 6 a 10 metros de altura,
apresenta folhas ovais, inflorescência com tricomas, florescendo entre agosto e
setembro e fruto do tipo baga, ocorrendo desde São Paulo até Santa Catarina
(GOLDENBERG, 2004).
O gênero Tibouchina conta com aproximadamente 250 espécies, concentradas
especialmente no Brasil (PERALTA, 2002). Na Mata Atlântica é uma planta
tipicamente pioneira, de ampla distribuição (DOMINGOS, 1998). Tibouchina
fothergillae (DC.) Cogn é um arbusto de altura média de 1,5 metros com ramos
cilíndricos, folhas membranáceas, flores solitárias terminais e dicásio,
possuindo frutos do tipo cápsula ovóide. Ocorrem em Minas Gerais, Paraná, Rio
de Janeiro e São Paulo, florescendo e frutificando em quase todos os meses do
ano (SILVA & AFFONSO, 2005). Tibouchina sellowiana Cogn. apresenta porte
arbustivo a arbóreo com até 5 metros de altura, com ramos cilíndricos ou
levemente tetragonais, folhas coriáceas, frutos em cápsula ovóide. Pode ser
encontrada em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande
do Sul e Santa Catarina, florescendo e frutificando de fevereiro a junho.
O gênero Leandra, possui cerca de 200 espécies, distribuídas pela região
neotropical e regiões subtropicais, desde o México e Antilhas até o norte da
Argentina. Caracteriza-se por apresentar inflorescências terminais e/ou pseudo-
axilares, botões florais de ápice agudo a acuminado e frutos carnosos do tipo
bacídio, políspermicos (BAUMGRATZ & SOUZA, 2005).
O gênero Behuria mostra-se em geral uma distribuição bastante reduzida,
muitas vezes ocorrendo em uma única localidade, sendo dentro destas
localidades pouco numeroso em indivíduos (BRADE, 1956). Behuria insignis
Cham. é encontrada no estado de São Paulo e Paraná, habitando subosques
de mata pluvial e caracteriza-se por apresentar porte arbóreo com flores
hexâmeras e cápsulas loculicidas (BAUMGRATZ, 2000).
Algumas espécies são utilizadas na medicina popular como Comolia
veronicaefolia, Loreya mespiloides e Miconia aplostachya são utilizadas como
anti-sépticas e cicatrizantes de feridas (CAVALCANTE & FRIKEL, 1973) Para
tratamento contra úlceras são utilizadas Lasiandra mutabilis (MOREIRA, 1871),
Melastoma pauciflora (MOREIRA, 1862) e Miconia aplostachya (CAVALCANTE
& FRIKEL, 1973).
Extratos de Miconia albicans apresentaram forte atividade alelopática,
reduzindo a velocidade de crescimento das plântulas de alface e gergelim
(GATTIL, 2007).
GORLA & PERES (1997) observaram que extratos aquosos de Miconia albicans
apresentaram efeito inibitório sobre a germinação e principalmente no
crescimento radicular de sementes de tomate e pepino, e segundo os autores, a
presença de alcalóides, glicosídeos saponínicos, glicosídeos cardiotóxicos e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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taninos poderiam justificar os resultados observados.


CELLOTO et al. (2003) estudando o potencial antimicrobiano de espécies de
Melastomataceae, verificou que os extratos de Miconia albicans, M. rubiginosa
e M. stenostachya obtiveram forte atividade contra Candida albicans,
Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Proteus mirabilis e Salmonella,
sendo o efeito observado principalmente devido a presença de triterpenos.
O extrato de Trembleya laniflora também apresentou atividade antimicrobianna
frente a linhagens de Staphylococcus aureus e Micrococcus luteus (VENTURA
et al., 2007).
Outras atividades biológicas ainda são encontradas com espécies de
Melastomataceae como antiviral em Melastoma alabathrium (DÉVÉHAT et al.,
2002), efeito citotóxico em Plasmodium falciparum por Dissotis brazzae
(OMULOKOLI et al.,1997), atividade analgésica de Miconia rubiginosa
(SPESSOTO et al., 2003) e potencial anticâncer de Miconia lepidota
(GUNATILAKA et al.,2001). Da mesma forma que alguns compostos como os
flavonóides, dentre eles os derivados de quercetina também são descritos por
MIMURA et al. (2004) em espécies do gênero Huberia, taninos em espécies de
Melastoma, Monochaetum e Bredia por YOSHIBA et al, (1994), terpenos em
Henriettella (CALDERÓN et al., 2002), além de antocianidinas em Tibouchina
(TERAHARA, 1993). Porém comparando a outras famílias de plantas, as
espécies de Melastomataceae ainda são pouco exploradas do ponto de vista
fitoquímico.

OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo estudar o potencial antifúngico de
estratos foliares de Miconia cabucu Hoehne, Tibouchina fothergillae (DC.)
Cogn., T. sellowiana Cogn., Leandra cardiophylla Cogn, L. cordigera Cogn. e
Behuria insignis Cham. (Melastomataceae).

METODOLOGIA:
Foram coletadas folhas maduras de Miconia cabucu Hoehne, Tibouchina
fothergillae (DC.) Cogn., T.sellowiana Cogn., Leandra cardiophylla Cogn., L.
cordigera Cogn. e Behuria insignis Cham. em área preservada no sul do
município de São Paulo. Amostras testemunhas foram coletadas e herborizadas
segundo técnica de FIDALGO & BONONI (1984) e depositadas no herbário da
Universidade de Santo Amaro.
Para determinar o rendimento de massa seca das amostras coletadas foram
selecionados três fragmentos de tamanho uniforme, em triplicata, pesados
imediatamente em balança analítica e desidratados em estufa à vácuo , a
100ºC, durante 12 horas. Posteriormente, os fragmentos secos foram

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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acondicionados em dissecador fechado a vácuo até peso constante.


Amostras de folhas foram fragmentadas e submersas em etanol P.A, sendo
agitadas diariamente e o solvente trocado a cada 7 dias, perfazendo um total de
28 dias de extração. Após a primeira extração, o material foi triturado e
submerso em etanol P.A. As extrações foram feitas à temperatura ambiente e
protegidas da luz, a fim de evitar a fotooxidação dos compostos. Os extratos
obtidos foram reunidos, constituindo os extratos etanólicos brutos, os quais
foram concentrados sob pressão reduzida em evaporador rotativo a 45°C, e
tendo suas concentrações acertadas a 1% (BERNARD et al., 1995 –
modificado).
Alíquotas de 400 µg do extrato etanólico foram aplicadas em placa
cromatográfica de sílica gel 60 F254 (0,2 mm, Merck). O controle positivo é a
nistatina (5mg/mL). As placas cromatográficas foram eluídas com CHCl3:
MeOH (9:1, v/v). Após a eluição e secagem, as cromatoplacas foram reveladas
com uma suspensão de esporos de Cladosporium cladosporioides Fresen de
Vries, SPC 140 e Cladosporium sphaerospermum Penzig, SPC 491 em uma
solução de glicose e sais minerais e incubada a 28 °C por 48 horas (HOMANS
& FUCHS, 1970). A atividade aparece como halos brancos (indicativos de
inibição do crescimento do fungo), sobre um fundo de coloração verde escura.
Cepas dos dois fungos são mantidas no Instituto de Botânica/ Secretaria do
Meio Ambiente, em meio de batata-dextrose-ágar.
Para a determinação dos fenóis totais confeccionou-se uma curva padrão em
duplicata, utilizando-se balões volumétricos de 50 mL, aos quais foram
acrescidos 35 mL de água destilada, solução aquosa de ácido tânico em teores
conhecidos (25 a 300 µg), 2,0 mL de reagente de Follin Ciocauteau, 5,0 mL de
solução saturada de carbonato de sódio (Na2CO3) e água destilada até
completar o volume para 50mL. Os balões foram homogeneizados e após duas
horas, se procedereu a leitura em espectrofotômetro a 760nm (SALGADO,
2004).

RESUMO:
A tabela 2 apresenta as massas fresca e seca das folhas e o rendimento em
peso seco (P.S.) de cada extrato. Observaram-se maiores porcentagens de
massa seca total em T. fothergillae (92,6%) e L. cordigera (81,3%), e a menor
em Miconia cabucu (67,5%). Os maiores rendimentos dos extratos foram
obtidos em Tibouchina sellowiana (13,1%) e Leandra cordigera (12,0%) e os
menores com os extratos de T. fothergillae (6,2%) e B. insignis (6,3%),
provavelmente devido esses materiais possuírem, respectivamente, maiores e
menores teores de compostos solúveis em etanol.
A tabela 3 apresenta os teores de fenóis totais, flavonóides e açúcares totais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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obtidos nos extratos das espécies estudadas. Os extratos de T. sellowiana, M.


cabucu e T. fothergillae apresentaram os maiores teores de fenóis totais (19,3,
10,9 e 10,2 mg/mL, respectivamente). Os maiores teores de flavonóides foram
observados em L. cardiophylla (1,6 mg/mL), T. fothergillae (0,9 mg/mL) e L.
cordigera (0,8 mg/mL). Os maiores teores de açúcares totais foram observados
nos extratos de T. fothergillae (5,4 mg/mL), L. cardiophylla (4,4 mg/mL) e M.
cabucu (3,6 mg/mL).
RODRIGUES et al. (2007) analisando extrato metanólico de Miconia cabucu
verificaram a presença de compostos como biflavonóide, quercetina, miricetina
e kaempferol. Em Lavoisiera foram encontrados flavonóis glicosilados derivados
de canferol e quercetina (BOMFIM-PATRÍCIO et al., 2001).
As figuras 2 e 3 apresentam os resultados da atividade antifúngica dos extratos
sobre Cladosporium cladosporioides e C. sphaerospermum, respectivamente.
As cromatografias mostram que não houve ação antifúngica para estes
esporos, determinada pela ausência de halos brancos nas colunas
cromatográficas, observado com a nistatina, substância padrão utilizada.
Segundo LOPES et al. (2008) mostrou que apenas 26,5% de 34 extratos
testados contra Cladosporium cladosporioides e C. sphaerospermum foram
ativos, sendo que apenas um deles apresentou forte atividade fungicida.

CONCLUSÃO:
Os resultados apresentados neste trabalho demonstraram que os extratos
analisados embora não tenham apresentado atividade antifúngica frente às
cepas de Cladosporium.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALMEIDA, F. S. 1988. A alelopatia em plantas. Londrina, IAPAR ( Circular, 53).
60 p.

ALVES, T. M. A.; SILVA, A. F.; BRANDÃO, M.; GRANDI, T. S.; SMÂNIA, E. F.


SMÂNIA, J. R. A.; ZANI, C. L. 2000. Biological screening of Brazilian medicinal
plants. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 95: 367-373.

BAUMGRATZ, J. F. A. 2000. Two new species of Huberia (Melastomataceae:


Merianieae) from Brazil. Brittonia 52: 24-33.

BAUMGRATZ, J. F. A. & SOUZA, M. L. D. R. 2005. Novas espécies de Leandra


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Brasílica 19 (3): 561-566.

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PHILOGENE, B.J.R.; SANCHEZ-VINDAS, P.; HASBUN, C.; POVEDA, L.; SAN
ROMAN, L.; ARNASON, J.T. 1995. Insecticidal defenses of Piperaceae from the
neotropics. Journal of Chemical Ecology 2: 801-815.

BOMFIM-PATRÍCIO, M. C.; SALATINO, A.; MARTINS, A. B.; WURDACK, J. J.;


SALATINO, M. L. F. 2001. Flavonoids of Lavoisiera , Microlicia and Trembleya
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BRADE, A. C. 1956. Melastomataceae novae IV. Arquivos do Jardim Botânico


do Rio de Janeiro 4: 213-228.

CABRERA, A. L.; KLEIN, R. M. 1980. Compostas. Tribo: Vernoniae. In: Reitz.


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Santa Catarina.v. 3, p. 224-408.

CALDERÓN, A. I.; TERREAUX, C.; SCHENK, K.; PATTISON, P.; BURDETTE,


J. E.; PEZZUTO, J. M.; GUPTA, M. P.; HOSTETTMANN, K. 2002. Isolation and
structure elucidation of an isoflavone and a sesterterpenoic acid from
Henriettella fascicularis. J. Nat. Prod. 65: 1749-1753.

________________________________________________________________
Palavra-chave: Melastomataceae, antifungico, extrato

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Estudo do potencial antimicrobiano de extratos foliares de


espécies de Melastomataceae
JOSÉ ADRIANO PINHEIRO(1)

MARCO AURELIO SIVERO MAYWORM(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A biodiversidade das plantas constitui a principal fonte de biomoléculas para a
produção de uma gama de produtos de importância econômica, sendo que
muitas destas biomoléculas constituem moldes para síntese de um grande
número de fármacos, porém é relativamente pequena a porcentagem utilizada
pelo homem (1 a 10%), podendo haver um grande número de plantas com
potencial medicinal ainda não estudado (COWAN, 1999).
As chances para a identificação de produtos com possível utilização econômica
aumentam com a diversidade de espécies, e o Brasil é o país com maior
diversidade genética vegetal do mundo, com mais de 55.000 espécies
catalogadas de um total estimado entre 350.000 e 550.000 espécies (GUERRA
& NODARI, 2004).
Em análises feitas por MORENO et al. (2004) com 88 espécies nativas da
região de mata atlântica, mostraram que 56 espécies apresentaram alguma
atividade biológica, indício de que o estudo fitoquímico da vegetação nessa
região pode produzir resultados promissores para uma aplicação direta, ou
servir para o desenvolvimento de novos produtos.

2.2. Metabólitos secundários

Os Metabólitos secundários são compostos químicos de estrutura relativamente


complexa, que cumprem funções específicas em cada ser vivo, tais como
proteção contra raios UV, predação, desidratação e atração para polinização,
Segundo MULLER et al. (2002) produtos secundários produzidos pelas plantas
são biossintetizados em várias organelas celulares, porém são estocados em
estruturas especificas como ductos, vacúolos, parede celular e superfícies
cerosas como forma de proteger os processos metabólicos da planta de seus
efeitos tóxicos. Para serem facilmente liberados, geralmente estão localizados
em áreas onde agem na defesa de vários órgãos, como por exemplo, as
superfícies das folhas, frutos, próximo da epiderme, e são liberados para o meio
por vários mecanismos como exsudação radicular, decomposição de resíduos
foliares, lixiviação e volatilização.

Os compostos fenólicos são os mais freqüentemente encontrados e dentre eles,


os mais abundantes entre as plantas estão os flavonóides, comuns em plantas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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superiores, biossintetizados a partir de fenilpropanóides. Possuem 15 carbonos


no núcleo fundamental, e constituem uma classe importante de polifenóis
(RICE, 1984). Muitos deles apresentam atividades antioxidante, antiinflamatória
e antibacteriana que têm um grande potencial de exploração na área cosmética
(PERRUCHON, 2002). Também são utilizados em escala industrial para a
produção de inseticidas, corantes, aromatizantes e medicamentos
(MARASCHIN & VERPROOTE, 1999).
Os flavonóides são polifenóis encontrados com relativa abundância entre os
metabólitos secundários vegetais que possuem funções para as plantas como
proteção contra raios ultravioletas, contra microrganismos, ação alelopática,
entre outras (ALMEIDA, 1988). A florizina, um flavonóide encontrado em raízes
de Pyrus malus, inibe o crescimento das plântulas da mesma espécie
(ZUANAZZI & MONTANA, 2003).
Quinonas são compostos orgânicos que podem ser considerados como
produtos de oxidação de fenóis, e que são responsáveis pelas atividades
bactericida, antifúngica e antitumoral de extratos de Kigelia pinnata
(HOUGHTON et al., 1994).
CARVALHO et al. (2003) observaram que fenóis como hidroquinonas como
ocorre em Juglans regia que excreta juglona, uma naftoquinona, inibem a
germinação de sementes e crescimento de fungos e bactérias.
SOUTO et al. (1994) relataram que fragmentos de espécies como Quercus
robur, Pinus radiata e Acacia melanoxylon geram inibição de crescimento e
desenvolvimento de sementes de alface e o efeito alelopático é devido
principalmente a compostos fenólicos.
Os terpenóides são classificados de acordo com a quantidade de unidades de
isopreno (monoterpenóides, triterpenóides, sesquiterpenóides entre outros) e
apresentam algumas funções protetoras como: antimicrobiana, antifúngicas,
antivirais e outros atuam como aleloquímicos (VICKERY & VICKERY, 1981).
Segundo ROBBERS et al. (1997), terpenóides extraídos de Artemisia
absinthium possuem ação alelopatica.
Em Eucalyptus. globulus, E. viminalis e E. baxteri foram encontrados vários
compostos como fenóis, terpenóides, glicosédeos e óleos voláteis que agem
como potentes aleloquímicos (ALVES et al.,1999).
Taninos são compostos fenólicos responsáveis pela adstringência de muitos
frutos e outros produtos vegetais. São solúveis em água formando complexos
insolúveis com alcalóides, gelatinas e outras proteínas (SANTOS & MELLO,
2004).
DJIPA et al. (2000) comprovando a ação antimicrobiana de extratos de
Syzygium cumini sobre vários microrganismos, entre eles, Staphylococcus
aureus, verificaram que esta propriedade foi devida à alta concentração de
taninos (77 a 83%).
Os óleos essenciais são, em geral, misturas complexas de substâncias voláteis,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas (SIMÕES & SPITZER, 2004).


MACHADO et al. (2003) avaliando 14 extratos de plantas medicinais brasileiras,
utilizadas no tratamento de doenças infecciosas, quanto ao seu potencial
antimicrobiano frente a microrganismos resistentes de importância médica,
demonstraram que os óleos essenciais de várias delas eram responsáveis pela
atividade antimicrobiana.
O óleo essencial das sementes de Caryocar brasiliense mostrou bioatividade
em testes de suscetibilidade sobre isolados de Candida neoformans e
Paracoccidioides brasiliensis (CABRERA & KLEIN, 1980).
Os alcalóides formam um grupo heterogêneo de substâncias orgânicas, com
anel heterociclico contendo nitrogênio. São potentes inibidores de germinação,
encontrado em plantas como tabaco, café e cacau (ALMEIDA, 1988). Alcalóides
como a cocaína, cafeína, codeína, escopolamina, efedrina entre outros
possuem também ação alelopática (EVENARI, 1949).
As primeiras descrições sobre o uso de antimicrobianos datam de 3000 anos
atrás, pela utilização por médicos chineses de bolores para tratar inflamações e
feridas infeccionadas. A ação dos bolores provavelmente é explicada pela
produção natural de antibióticos produzidos pelos fungos, o qual não se sabia
ao certo na época (TAVARES, 1996). Esta ação também foi percebida por
Alexandre Fleming quando observou halos de inibição provocados pelo fungo
identificado mais tarde como Penicilium notatum em placas contendo a bactéria
Staphylococus aureus, a partir daí com a identificação da substância produzida
pelo fungo com ação bactericida, penicilina, culminou a partir de 1929 o inicio
da era moderna de antibióticos (PELCZAR et al., 1996).
Nos últimos anos muitos trabalhos vêm sendo realizados em busca de plantas
com atividade antimicrobiana, que corresponde a uma das importantes
utilizações das plantas com fins medicinais pelas populações (BABU et al.,
1997).
A necessidade de produzir novas drogas sintéticas ou naturais antibióticas está
no fato de que as bactérias possuem a capacidade genética em adquirir e
transmitir resistência aos antibióticos aplicados (SOUZA, 1998).
Os flavonóides já são descritos como potentes metabólitos retirados das plantas
para este fim, sua ação se deve por sua capacidade de se complexar com
proteínas extracelulares e solúveis, também por se agruparem com
peptídeoglicanos da parede celular bacteriana, podendo causar rompimentos
na membrana dos microrganismos (COWAN, 1999).
Substâncias como os óleos essenciais estão citados em diversos trabalhos
como potentes compostos presentes nas plantas como responsáveis pelas
atividades antimicrobianas observadas (KELSEY et al., 1984; GALLI et al.,
1985; GERGIS et al., 1990; ZOGHBI et al., 1998).
De acordo com SOUZA & LORENZI (2005), Melastomataceae compõe-se de
ervas, arbustos ou árvores, menos freqüentemente epífitas. Possui distribuição

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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predominantemente pantropical, incluindo cerca de 200 gêneros e 5.000


espécies. No Brasil ocorrem cerca de 70 gêneros e 1.000 espécies, sendo
comuns na floresta atlântica algumas espécies de Leandra, Miconia e
Tibouchina. O uso econômico da família concentra-se em espécies
ornamentais, como Medinilla magnifica, a Schizocentron elegans , Tibouchina
clavata e Tibouchina granulosa.
Cerca de um quarto das espécies de Melastomataceae pertence ao gênero
Miconia, que ocorre desde o sul do México até o norte da Argentina e Uruguai,
este gênero pode ser reconhecido pelas folhas largas, inflorescências
geralmente terminais e frutos bacácios (GOLDENBERG, 2004). São comuns em
áreas de florestas e em cerrados, onde se destacam Miconia albicans e Miconia
stenostachya (SOUZA & LORENZI, 2005).
Miconia cabucu Hoehne possui porte arbóreo de 6 a 10 metros de altura,
apresenta folhas ovais, inflorescência com tricomas, florescendo entre agosto e
setembro e fruto do tipo baga, ocorrendo desde São Paulo até Santa Catarina
(GOLDENBERG, 2004).
O gênero Tibouchina conta com aproximadamente 250 espécies, concentradas
especialmente no Brasil (PERALTA, 2002). Na Mata Atlântica é uma planta
tipicamente pioneira, de ampla distribuição (DOMINGOS, 1998). Tibouchina
fothergillae (DC.) Cogn é um arbusto de altura média de 1,5 metros com ramos
cilíndricos, folhas membranáceas, flores solitárias terminais e dicásio,
possuindo frutos do tipo cápsula ovóide. Ocorrem em Minas Gerais, Paraná, Rio
de Janeiro e São Paulo, florescendo e frutificando em quase todos os meses do
ano (SILVA & AFFONSO, 2005). Tibouchina sellowiana Cogn. apresenta porte
arbustivo a arbóreo com até 5 metros de altura, com ramos cilíndricos ou
levemente tetragonais, folhas coriáceas, frutos em cápsula ovóide. Pode ser
encontrada em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande
do Sul e Santa Catarina, florescendo e frutificando de fevereiro a junho.
O gênero Leandra, possui cerca de 200 espécies, distribuídas pela região
neotropical e regiões subtropicais, desde o México e Antilhas até o norte da
Argentina. Caracteriza-se por apresentar inflorescências terminais e/ou pseudo-
axilares, botões florais de ápice agudo a acuminado e frutos carnosos do tipo
bacídio, políspermicos (BAUMGRATZ & SOUZA, 2005).
O gênero Behuria mostra-se em geral uma distribuição bastante reduzida,
muitas vezes ocorrendo em uma única localidade, sendo dentro destas
localidades pouco numeroso em indivíduos (BRADE, 1956). Behuria insignis
Cham. é encontrada no estado de São Paulo e Paraná, habitando subosques
de mata pluvial e caracteriza-se por apresentar porte arbóreo com flores
hexâmeras e cápsulas loculicidas (BAUMGRATZ, 2000).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo estudar o potencial antimicrobiano de
extratos foliares de Miconia cabucu Hoehne, Tibouchina fothergillae (DC.)
Cogn., T. sellowiana Cogn., Leandra cardiophylla Cogn, L. cordigera Cogn. e
Behuria insignis Cham. (Melastomataceae).

METODOLOGIA:
Foram coletadas folhas maduras de Miconia cabucu Hoehne, Tibouchina
fothergillae (DC.) Cogn., T.sellowiana Cogn., Leandra cardiophylla Cogn., L.
cordigera Cogn. e Behuria insignis Cham. em área preservada no sul do
município de São Paulo. Amostras testemunhas foram coletadas e herborizadas
segundo técnica de FIDALGO & BONONI (1984) e depositadas no herbário da
Universidade de Santo Amaro.
Para determinar o rendimento de massa seca das amostras coletadas foram
selecionados três fragmentos de tamanho uniforme, em triplicata, pesados
imediatamente em balança analítica e desidratados em estufa à vácuo , a
100ºC, durante 12 horas. Posteriormente, os fragmentos secos foram
acondicionados em dissecador fechado a vácuo até peso constante.

Amostras de folhas foram fragmentadas e submersas em etanol P.A, sendo


agitadas diariamente e o solvente trocado a cada 7 dias, perfazendo um total de
28 dias de extração. Após a primeira extração, o material foi triturado e
submerso em etanol P.A. As extrações foram feitas à temperatura ambiente e
protegidas da luz, a fim de evitar a fotooxidação dos compostos. Os extratos
obtidos foram reunidos, constituindo os extratos etanólicos brutos, os quais
foram concentrados sob pressão reduzida em evaporador rotativo a 45°C, e
tendo suas concentrações acertadas a 1% (BERNARD et al., 1995 –
modificado).
Os microrganismos foram estocados em cultura com glicerol e mantidos à
temperatura de -10ºC para sua preservação até o momento do seu uso, quando
foram ativados utilizando-se Caldo TSB (caldo de soja Triptona) para as
bactérias e Caldo BHI (infusão de coração e cérebro) para C. albicans, para o
crescimento e foram mantidas em estufa por 24 horas à temperatura de 37ºC.
Foram utilizadas cepas-padrão de alta concentração de Unidades Formadoras
de Colônias (UFC), originárias de cultura do ATCC (“American Type Culture
Collection”), adquiridas através do instituto Adolfo Lutz (IAL) e isolados clínicos
obtidos do Instituto de Ciências Biomédicas – USP (ICB/USP) e do Hospital
Geral do Grajaú – UNISA (HGG/UNISA)
Para a determinação dos fenóis totais confeccionou-se uma curva padrão em
duplicata, utilizando-se balões volumétricos de 50 mL, aos quais foram
acrescidos 35 mL de água destilada, solução aquosa de ácido tânico em teores
conhecidos (25 a 300 µg), 2,0 mL de reagente de Follin Ciocauteau, 5,0 mL de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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solução saturada de carbonato de sódio (Na2CO3) e água destilada até


completar o volume para 50mL. Os balões foram homogeneizados e após duas
horas, se procedereu a leitura em espectrofotômetro a 760nm (SALGADO,
2004).

RESUMO:
A tabela 2 apresenta as massas fresca e seca das folhas e o rendimento em
peso seco (P.S.) de cada extrato. Observaram-se maiores porcentagens de
massa seca total em T. fothergillae (92,6%) e L. cordigera (81,3%), e a menor
em Miconia cabucu (67,5%). Os maiores rendimentos dos extratos foram
obtidos em Tibouchina sellowiana (13,1%) e Leandra cordigera (12,0%) e os
menores com os extratos de T. fothergillae (6,2%) e B. insignis (6,3%),
provavelmente devido esses materiais possuírem, respectivamente, maiores e
menores teores de compostos solúveis em etanol.
A tabela 3 apresenta os teores de fenóis totais, flavonóides e açúcares totais
obtidos nos extratos das espécies estudadas. Os extratos de T. sellowiana, M.
cabucu e T. fothergillae apresentaram os maiores teores de fenóis totais (19,3,
10,9 e 10,2 mg/mL, respectivamente). Os maiores teores de flavonóides foram
observados em L. cardiophylla (1,6 mg/mL), T. fothergillae (0,9 mg/mL) e L.
cordigera (0,8 mg/mL).
A tabela 5 apresenta os resultados obtidos nos testes de atividade
antimicrobiana, determinando a Concentração Inibitória Mínima (CIM) e a
Concentração Microbicida Mínima (CMM). Os menores valores de CIM foram
observados com o extrato de M. cabucu sobre C. albicans (256 µg/mL), com o
extrato de T. fothergillae sobre B. subtilis, E. coli, P. mirabilis, P. aeruginosa e S.
aureus (512 µg/mL) e com o extrato de T. sellowiana sobre B. subtilis, E.
faecalis, K. pneumoniae, P. aeruginosa, S. Typhimurium e C. albicans (512
µg/mL).
A tabela 6 mostra que os menores valores de CIM observados com o extrato de
L. cardiophylla sobre E. faecalis, K. pneumoniae, P. mirabilis, P. aeruginosa, S.
Typhimurium, S. aureus e C. albicans (512 µg/mL), com o extrato de L.
cordigera sobre P. aeruginosa (256 µg/mL), B. subtilis, K. pneumoniae, S.
Typhimurium, S. aureus e C. albicans (512 µg/mL), e o extrato de B. insignis
apenas sobre C. albicans (512 µg/mL).
De modo geral os extratos com maior potencial inibitório foram os de M. cabucu
e L. cordigera inibindo respectivamente C. albicans e P. aeroginosa com 256
µg/mL. Os resultados de CMM foram pouco expressivos, sendo a cepa de E.
faecalis mostrando-se resistente a quatro dos extratos testados nas
concentrações avaliadas.
Extratos etanólicos de M. albicans e M. rubiginosa apresentaram atividade
antimicrobiana contra S. aureus, K. pneumoniae e C. albicans, e M. stenotachya

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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sobre C. albicans, porém os extratos não mostraram atividade contra E.


faecalis, P. mirabilis e Salmonella sp. (CELOTTO et al., 2003) semelhantemente
ao observado neste trabalho.
Segundo ALICE et al. (1995) Tibouchina asperior e Leandra australis
apresentam flavonóides, saponinas, taninos e triterpenos. Os flavonóides são
conhecidos por sua atividade antimicrobiana, que é devida, principalmente, a
sua capacidade de complexar-se com proteínas extracelulares de bactérias,
podendo romper sua membrana citoplasmática (COWAN, 1999). Deste modo o
teor mais elevado de flavonóides observado no extrato de L. cardiophylla, pode
ter contribuído para o efeito antimicrobiano observado sobre as bactérias
condicionadas a este extrato.
Taninos são compostos que agem contra bactérias como S. aureus e S.
pneumoniae, mesmo em concentrações mínimas (CASTRO et al., 1999), tais
substâncias foram observados por YOSHIDA et al. (1999) em Tibouchina
semidecandra.
Apesar dos extratos mostrarem atividade inibitória sobre várias cepas testadas,
em concentrações baixas, os mesmos mostraram-se pouco eficientes como
microbicidas, observando-se tal efeito apenas em concentrações mais elevadas

CONCLUSÃO:
Os resultados apresentados neste trabalho demonstraram que os extratos
analisados apresentam expressiva atividade antimicrobiana com M. cabucu e L.
cordigera.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CARVALHO, J. C. T.; GOSMANN, G. & SCHENKEL, E. P. 2003. Compostos
fenólicos simples e heterosídeos. In: SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.;
COSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A. & PETROVICK, P. R. (eds.).
Farmacologia da planta ao medicamento. Ed. UFSC. Florianópolis.

CAVALCANTE, P.B. & FRIKEL, P. 1973. A farmacopéia tiriyó/ Estudo étno-


botânico. Belém: Gráfica Falangola Editora LTDA.. 157 p.
• CELLOTO, A. C.; NAZARIO, D. Z.; SPESSOTO, M. A.; MARTINS, C. H. G.;
CUNHA, W. R.; Braz. J. 2003. Avaliação da atividade antimicrobiana in vitro de
extratos brutos de três espécies de Miconia. Braz. J. Microbiol. 34: 339- 340.
COWAN, M. M. 1999. Plants products as Antimicrobial Agents. Clin. Microbiol.
Rev.12: 564-582.

• DÉVÉHAT, F. L.; BAKHTIAR, A.; BÉZIVIN, C.; AMOROS, M.; BOUSTIE, J.

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207
UNISA - Universidade de Santo Amaro

2002. Antiviral and cytotoxic activities of some Indonesian plants. Fitoterapia 73:
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DIGNANI, M. C.; SOLOMKIN, J.S.; ANAISSIE, E. Candida. IN: ANAISSIE, E.;


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DJIPA, C. D.; DELMEE, M.; QUENTIN-LECLERCQ, J. 2000. Antimicrobial


Activity of bark extracts of Syzygium jambos (Myrtaceae). J Ethnopharmacol. 71:
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Colorimetric method for determination of sugars and related substances. Anal.
Chem. 28: 350-356.

________________________________________________________________
Palavras chave: Melastomataceae, antimicrobiano, extrato

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

208
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Estudo estrutural da distribuição das fibras da matriz


extracelular na pele da Lontra (Lontra longicaudis OLFERS,
1818).
FAGNER LEITAO DE MENEZES(1)

NILSA REGINA DAMACENO(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Introdução:
A lontra neotropical (Lontra longicaudis) é um mamífero da família Mustelidae
de hábitos semi-aquáticos, de ampla distribuição geográfica, ocorrendo no
México, América Central e América do Sul, até o norte da Argentina. No Brasil,
só não ocorre nas porções mais áridas do nordeste devido ao fato de
apresentar adaptações morfológicas e fisiológicas para vida em habitat semi-
aquático.
As lontras ocupam diversos tipos de ambientes aquáticos, tanto água doce (rios
e lagos) como água salgada (lagunas, baías e enseadas). Sua ocorrência está
relacionada diretamente com a presença de substratos duros, que formam
costões rochosos, que servem para abrigo. São encontradas,
preferencialmente, em cursos d’ água de fluxo rápido e cristalino, alimentam-se
principalmente de peixes e crustáceos, podendo ser observadas solitárias ou
em pares, durante o dia ou à noite. É um animal de corpo alongado, patas
curtas com membranas interdigitais, cauda longa e adaptada para propulsão na
água.
A maioria dos estudos sobre a Lontra longicaudis restringe-se aos seus hábitos
alimentares. Devido à redução crescente de seu habitat e comercialização de
sua pele é considerada uma espécie ameaçada de extinção. Existem poucas
informações a respeito de detalhes da organização tecidual dos seus órgãos e
aparelhos, o que pode dificultar a elaboração de medidas que visem seu
manejo e conservação.
Os mamíferos aquáticos exibem uma série de adaptações anatômicas nos
vários sistemas e na forma externa do corpo, uma vez que o ambiente aquático
impõe uma série de desafios a esses animais cujos ancestrais estavam
adaptados à vida em terra.
A pele é um constituinte fundamental para a sobrevivência de qualquer espécie,
uma vez que sua morfologia está intimamente relacionada com o meio em que
vive.
A pele constitui a interface de contato com o ambiente, seja ele aquático ou
terrestre e deve promover camuflagem, proteção à abrasão e às injúrias,
bloquear raios ultravioletas solares e auxiliar na termorregulação.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

209
UNISA - Universidade de Santo Amaro

De modo geral, nos mamíferos, a pele é relativamente espessa, particularmente


a derme (a partir da qual se confecciona o couro), porém sua espessura varia
de acordo com a espécie e com a localização no corpo, sendo que em algumas
espécies, ocorrem também modificações sazonais. A epiderme é espessada
onde o pêlo é esparso e também nas áreas sujeitas a pressão e à abrasão.
A derme localiza-se sob a epiderme e está constituída pela camada papilar
(delgada, formada por tecido conjuntivo frouxo, que forma as papilas dérmicas)
e pela camada reticular (mais profunda e espessa constituída por tecido
conjuntivo denso).
Os tecidos conjuntivos são responsáveis pelo estabelecimento e manutenção
da forma do corpo. Esse papel mecânico é dado por um conjunto de moléculas
extracelulares que conectam as células e órgãos entre si, dando desta maneira,
suporte ao organismo.
A matriz extracelular é constituída por fibras e substância fundamental amorfa
que preenche os espaços entre as células e as fibras do tecido conjuntivo. A
substância amorfa é um complexo viscoso e altamente hidrofílico de
macromoléculas aniônicas (glicosaminoglicanos e proteoglicanos) e
glicoproteínas multiadesivas (laminina, fibronectina, entre outras) que se ligam a
proteínas receptoras (integrinas) presentes na superfície de células, bem como
interagem com os elementos fibrilares.
As fibras da matriz extracelular são divididas em dois sistemas de acordo com a
sua natureza química: o sistema colagênico (cujas fibras são conhecidas por
conter colágeno) e o sistema elástico. Em mamíferos, colágenos são
responsáveis pela força e tensão dos tecidos, enquanto que a elastina e os
proteoglicanos são essenciais para a resiliência da matriz (Montes, 1996). A
quantidade relativa de cada um desses componentes varia significativamente
com a idade e com o tipo de tecido conjuntivo em questão. Mudanças na
estrutura da matriz extracelular alteram especificamente a morfogênese celular,
o funcionamento da célula, proliferação, diferenciação e processos de
migração.
Os colágenos constituem uma família de proteínas fibrosas bem características,
encontradas em todos os animais multicelulares, produzidas por diversos tipos
de células, e que se distinguem em composição química, propriedades físicas,
organização estrutural, distribuição nos tecidos e funções. São as proteínas
mais abundantes nos mamíferos, constituindo cerca de 25% da sua massa
protéica total.
Atualmente são conhecidos mais de 20 diferentes tipos de colágeno. Os
principais tipos de colágeno encontrados nos tecidos conjuntivos são os tipos I,
II, III, IV, V e VII. Dentre estes, com exceção do colágeno IV, todos os tipos
formam fibrilas, cujas estriações transversais típicas, facilmente identificadas
nas micrografias eletrônicas, são conseqüência do arranjo das moléculas de
colágeno.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

210
UNISA - Universidade de Santo Amaro

As fibras colágenas são constituídas principalmente por colágeno tipo I e são


abundantes em localizações sujeitas a grandes forças de tensão. Observadas
sob microscopia de luz, as fibras colágenas são acidófilas, corando-se em
róseo pela técnica da hematoxila-eosina e em vermelho pela técnica do
picrossirius. As fibras colágenas apresentam forte birrefringência de coloração
vermelho-amarelada quando coradas pelo picrossírius e examinadas ao
microscópio de polarização.
O colágeno III, por sua vez, é o principal constituinte das fibras reticulares, que
são de difícil visualização em microscopia de luz quando coradas pela
hematoxilina-eosina, devido à sua pequena espessura, sendo facilmente
identificadas pela técnica da impregnação argêntica e por sua birrefringência
fraca e esverdeada quando coradas pelo picrossírius e observadas sob luz
polarizada.
Observações em pele de mamíferos mostraram que o colágeno tipo III é
encontrado frequentemente na camada papilar da derme enquanto que o
colágeno tipo I predomina na camada reticular (Junqueira et al., 1983).
O sistema elástico compreende três tipos distintos de fibras: as elásticas
propriamente ditas, as elaunínicas e as oxitalânicas. Do ponto de vista ultra-
estrutural, fibras elásticas apresentam-se compostas por um cerne de elastina
(que aparece como um material amorfo e homogêneo) rodeado por
microfibrilas, ricas em fibrilina de 10 – 12 nm de diâmetro (Montes, 1996).
Durante o desenvolvimento de uma fibra elástica, um feixe contendo somente
microfibrilas aparece primeiro e, em seguida, ocorre à deposição do material
amorfo (elastina) por entre as microfibrilas até que a fibra elástica atinja sua
completa maturação. A elastina representa por volta de 90% total da fibra
elástica madura, e foi reconhecida ao microscópio óptico há mais de um século
por causa das suas propriedades características de coloração.
No entanto, em certos compartimentos teciduais, é possível observar somente
feixes de microfibrilas e sem a elastina (conhecidos como fibras oxitalânicas) ou
ainda encontram-se feixes de microfibrilas contendo áreas esparsas de elastina
(conhecidos como fibras elaunínicas). Estas fibras, mesmo no seu estado
adulto, não apresentarão depósito de elastina. Estas observações mostram que
nem todas os feixes de microfibrilas estão destinados a servir como “guias” para
a deposição de elastina, dando origem a uma fibra elástica, podendo ser
entidades microfibrilares independentes no tecido conjuntivo. As fibras do
sistema elástico interagem com muitos componentes extracelulares,
especialmente com as fibras colágenas.
Do ponto de vista biomecânico, a proteína elastina é responsável pelas
propriedades elásticas da fibra elástica; as microfibrilas, por sua vez, são
praticamente inelásticas e fornecem resistência a forças tênseis.
A pele humana é um excelente exemplo de tecido no qual coexistem os três
tipos de fibras do sistema elástico: na derme papilar, especificamente na região

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

211
UNISA - Universidade de Santo Amaro

da junção dermo-epidérmica, aparecem fibras oxitalânicas formadas por feixes


de microfibrilas com 10 a 12 nm de diâmetro. Na derme reticular, predominam
as grossas fibras elásticas, enquanto que na interface entre derme papilar e
reticular observa-se um plexo de fibras elaunínicas (Cotta-Pereira et al., 1976).

OBJETIVO:
Objetivos:
Este estudo teve como objetivo a análise qualitativa da distribuição das fibras
dos sistemas colagênico e elástico na pele da Lontra longicaudis.

METODOLOGIA:
Metodologia:
As amostras do tegumento da pele de uma lontra (Lontra longicaudis) originária
de Buenos Aires, Argentina, foram obtidas no ano de 1994 e fazem parte do
acervo do Laboratório de Biologia Celular da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo. O material se encontra emblocado em parafina.
Cortes de 4µm foram obtidos em micrótomo Leica RM2065 e corados com
hematoxilina eosina para estudo da estrutura histológica geral. Para o estudo
das fibras do sistema colagênico, foi utilizado o método da picrossírius
polarização; para revelar a presença e distribuição das fibras do sistema
elástico utilizou-se a técnica Resorcina-fucsina de Weigert com oxidação prévia
do corte histológico, que cora simultaneamente todos os tipos de fibras do
sistema elástico.
As observações foram realizadas em microscópio óptico Nikon com e sem luz
polarizada e as imagens digitais foram obtidas com o auxílio do programa de
análises de imagens digitais Image Pro-Plus (Media Cybernetics, USA)
acoplado a um microscópio de luz Nikon Opitphot.

RESUMO:
Resultados:
Através da análise microscópica a epiderme da pele da lontra (Lontra
longicaudis) mostrou-se delgada formada por 4 a 5 camadas de células
constituindo um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado; a derme
apresenta um grande número de folículos pilosos e glândulas sebáceas imersas
no tecido conjuntivo. Não foram observadas glândulas sudoríparas. O tecido
conjuntivo apresentou-se com uma distribuição heterogênea seguindo as
diferentes camadas teciduais observadas na derme.
Na camada papilar é possível observar, nos preparados corados com
picrossírius e analisados sob luz polarizada, a presença de delgadas fibras de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

colágeno tipo III organizadas em duas disposições preferenciais; nas regiões de


papila dérmica propriamente dita as fibras de colágeno III apresentam-se como
uma rede delicada de finas fibras coradas fracamente birrefringentes de
coloração esverdeada. Nas regiões mais retilíneas da derme papilar (ou seja,
no espaço interpapilar) as fibras de colágeno apresentam-se dispostas
paralelamente entre si e à membrana basal epitelial.
Na maior parte da derme reticular foi possível observar, nos preparados
corados com picrossírius e estudados sob luz polarizada, a presença de grande
quantidade de fibras colágenas grossas, fortemente birrefringentes de
coloração vermelho-amarelada, características de colágeno tipo I, dispostas
como uma densa trama de feixes nas três direções do espaço.
Na região mais profunda da derme, já em contato com a hipoderme, as fibras
colágenas do tipo I aparecem formando um estrato de fibras paralelas entre si.
A hipoderme, por sua vez, é rica em finas fibras de colágeno tipo III localizadas
nos septos de tecido conjuntivo que sustentam as células adiposas e os vasos
sanguíneos.
Em relação às fibras do sistema elástico, é possível identificar fibras finas,
correspondente às fibras oxitalânicas, que se inserem na lâmina basal epitelial.
Pode-se notar também a presença de fibras elásticas grossas na derme papilar.
Na derme reticular observa-se rede de fibras elásticas que, de modo geral,
acompanha a distribuição das fibras colagênicas, apresentando portanto perfis
em cortes transversais oblíquos e longitudinais. Chama a atenção o fato que, ao
redor dos folículos pilosos, existe uma grande quantidade de fibras do sistema
elástico.
Na região profunda da derme reticular, em co-localização com o estrato de
fibras colágenas paralelas entre si, é possível observar grande quantidade de
fibras elásticas dispostas paralelamente às fibras colágenas. Na hipoderme
ocorrem escassos perfis de fibras do sistema elástico.

Discussão:
A caracterização da morfologia do tecido, assim como da distribuição das fibras
do sistema colagênico e elástico na pele da lontra foi facilmente realizada
devido à existência de critérios morfológicos e histoquímicos especifícos.
A distribuição das fibras dos sistemas colagênico e elástico na pele da lontra
apresentou-se diferente tanto da de mamíferos terrestres quanto de outros
mamíferos ou animais aquáticos,
Sabe-se que as propriedades mecânicas dos tecidos decorrem em grande parte
dos componentes da matriz extracelular, principalmente da relação entre
elastina e colágeno, que conferem respectivamente a elasticidade e a
resistência. Nossos achados são, portanto, compatíveis com a hipótese de que
os sistemas colagênico e elástico co-evoluíram de modo a acomodar a
diversidade funcional (Montes, 1996). Sabendo que a distribuição destas fibras

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

213
UNISA - Universidade de Santo Amaro

em tecidos dinâmicos, como a pele, tem um papel central na biomecânica do


órgão e que as fibras colágenas fornecem resistência às forças tênseis, sugere-
se que as fibras elásticas propriamente ditas distribuídas ao longo da trama
colágena sejam responsáveis pela recuperação plástica do colágeno após o
estiramento
A distribuição das fibras que contém colágeno na derme papilar da lontra é
peculiar, uma vez que, intercaladas às finas fibras reticulares típicas da derme
papilar, aparecem feixes de fibras colagênicas paralelas entre si. Desta forma
na região papilar o colágeno se organiza formando linhas paralelas ao longo da
pele do animal. Pode-se especular que esta distribuição tem relação direta à
capacidade de natação eficiente destes animais, uma vez que criam-se linhas
hidrodinâmicas na pele que podem facilitar o deslizamento na água.
As fibras do sistema elástico apresentaram uma distribuição semelhante ao
demonstrado pela literatura, como por exemplo, na pele humana (Cotta-Pereira,
1984), no sentido que as fibras mais finas, correspondentes às fibras
oxitalânicas (inelásticas) estão localizadas na região superficial inserindo-se na
membrana basal (conferindo adesividade à junção dermo-epidérmica),
enquanto que as camadas mais profundas apresentam maior concentração de
fibras elásticas grossas. Porém, diferentemente da pele humana e da maioria
dos mamíferos terrestres, na pele da lontra ocorrem perfis de fibras elásticas
grossas na camada papilar.
A faixa de tecido conjuntivo denso, localizada próxima à hipoderme, rica em
fibras colágenas e elásticas paralelas entre si pode funcionar como uma
estrutura de interação biomecânica entre a pele e musculatura subjacente,
adaptando a pele às vigorosas contrações musculares durante a natação.
Ao redor dos folículos pilosos existe uma grande quantidade de fibras do
sistema elástico e o estudo aprofundado desta distribuição, a nível ultra-
estrutural, seria enriquecedor para esclarecer aspectos relativos à mobilidade
dos pelos na pele.

CONCLUSÃO:
Conclusões:
A distribuição das fibras da matriz extracelular não é homogênea nas diversas
localizações do tecido conjuntivo da derme da lontra e alguns dos seus
aspectos parecem estar relacionados à maior eficiência natatória, como o
arranjo linear do colágeno na derme papilar e a faixa de tecido fibroelástico na
região profunda da derme reticular.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Cotta-Pereira, G.; Del-Caro, L.M e Montes, G.S. 1984. Distribution of elastic

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

214
UNISA - Universidade de Santo Amaro

system fibers in hyaline and fibrous cartilages of the rat. Acta anatômica 119:
80-85.

Junqueira, L.C.U.; Montes G.S.; Martins J.E.C. e Joazeiro, P.P. 1983. Dermal
collagen distribution. A histochemical and ultrastructural study. Histochemistry
79: 397-402.

Montes, G.S. 1996. Structural biology of the fibres of the collagenous and elastic
systems. Cell Biology Internacional 20: 15-27.

________________________________________________________________
Fagner L. de Menezes¹; Marcelo A. Ferreira2, Mariana M. Veras3, Claudia N.
Battlehner2, Elia G. Caldini2, Nilsa R. Damaceno-Rodrigues2.

1-Curso de Ciências Biológicas da Universidade Santo Amaro. 2-Laboratório de


Biologia Celular, 3-Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental,
Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, Brasil.

Palavras-chave: Pele, matriz extracelular, fibras do sistema colagênico, fibras


do sistema elástico, mamífero semi-aquático, Mustelidae.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

215
UNISA - Universidade de Santo Amaro

ESTUDO HISTÓLOGICO E HISTOQUÍMICO DA GLÂNDULA DE


DUVERNOY DE OXYBELIS FULGIDUS
VALERIA DE SOUZA LEITE(1)

ELIANA DE OLIVEIRA SERAPICOS(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
LEITE, V.S. & SERAPICOS, E.O. Estudo histológico e histoquímico da glândula
de Duvernoy de Oxybelis fulgidus (Daudim, 1803) Serpentes – Colubridae.

A Família Colubridae é considerada a maior e mais diversificada família de


serpentes, pode ter hábitos variados e uma ampla distribuição geográfica.
Essas serpentes apresentam dentição do tipo opistóglifa e produzem uma
secreção tóxica proveniente da glândula de Duvernoy, localizada na região
supralabial, posteriormente aos olhos. A função dessa glândula está
relacionada à alimentação dessas serpentes, pois a substância secretada pode
auxiliar na imobilização e captura de presas, lubrificação do alimento, higiene
bucal, além de desempenhar funções digestivas e de anti-putrefação do
alimento. Acidentes ofídicos envolvendo serpentes não-peçonhentas têm sido
registrados. Estes acidentes foram causados por colubrídeos opistóglifos, entre
eles, Clelia clelia, Clelia plumbea, Philodryas olfersii e Philodryas patagoniensis.
No Brasil, por exemplo, cerca de 40% dos acidentes registrados no Hospital
Vital Brasil, em São Paulo, são causados por serpentes não-peçonhentas.
Porém, até o presente momento pouco se sabe sobre a epidemiologia dos
acidentes causados por colubrídeos.

OBJETIVO:
Objetivos

Este trabalho teve como objetivo realizar estudos histológicos e histoquímicos


da glândula de Duvernoy de Oxybelis fulgidus, visando contribuir para futuros
estudos epidemiológicos de colubrídeos opistóglifos.

METODOLOGIA:
Matérias e métodos

Para o desenvolvimento deste estudo foi utilizado um espécime de Oxybelis


fulgidus pertencente à Família Colubridae, com dentição opistóglifa.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

216
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Este espécime foi capturado na cidade de Lageado (Tocantins), durante o


Resgate de Fauna para a implantação de Usina Hidrelétrica. Posteriormente, foi
destinado a Coleção Herpetológica “Alphonse Richard Hoge” do Laboratório de
Herpetologia do Instituto Butantan, o qual foi identificado e classificado
taxonomicamente por profissionais especializados. Em seguida, foi eutanasiado
de acordo com os protocolos de ética e bem-estar animal e tombado na referida
Coleção sob o registro IBSP: 65.814.

Vale ressaltar que, este indivíduo não foi eutanasiado especificamente para o
desenvolvimento deste estudo, assim sendo, utilizamos material proveniente do
espécime que necessariamente seria depositado em Coleção Científica, visto a
impossibilidade técnica de reintroduzí-lo na natureza, ou em outras áreas, sob
risco de desequilíbrio ecológico.

Após a eutanásia do espécime, a glândula de Duvernoy foi coletada e fixada


em líquido Bouin para posterior processamento histológico. Em seguida, esta
serpente foi catalogada e depositada na Coleção Herpetológica do Instituto
Butantan. O processo de fixação mantém a morfologia e a composição dos
tecidos da glândula, pois insolubiliza as proteínas responsáveis pelas estruturas
das células e dos tecidos. Em seguida, o material passou por uma etapa de
desidratação, que consiste na remoção da água dos tecidos através de álcool
etílico absoluto. Logo depois, o álcool foi substituído por uma sustância química
chamada Xilol, esta etapa é conhecida como diafanização, onde a substância
química torna os tecidos translúcidos. Após a diafanização com Xilol, iniciou-se
o processo de impregnação pela parafina, onde o Xilol foi substituído pela
parafina fundida numa estufa de 60°C. Então o tecido foi colocado em uma
placa de Leuckart que continha parafina fundida. Desta forma, a parafina
solidificou em temperatura ambiente, formando um bloco de parafina com o
tecido em seu interior, esta etapa é conhecida como inclusão.

Depois da inclusão em parafina, seguimos com a microtomia do bloco de


parafina á 5 µm de espessura. Em seguida, ocorreu a desparafinização dos
cortes e hidratação com concentração decrescente de álcool etílico até água
destilada.

Os cortes foram submetidos à coloração pelos métodos de rotina como


hematoxilina-eosina (H/E) E Tricômico de Mallory. Também foram utilizados
métodos histoquímicos para a observação de determinadas substâncias
químicas secretadas pela glândula de Duvernoy.

Em seguida, realizamos a montagem das lâminas com resina sintética Entellan


(Merck), onde as análises das lâminas foram feitas em Microscópio Óptico.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

217
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RESUMO:
RESULTADOS HISTOLÓGICOS

O método hematoxillina/eosina (H/E) quando aplicado à glândula de Duvernoy


corou em róseo o citoplasma das células serosas, e em azul o núcleo dessas
células evidenciando assim a posição basal em que se encontravam. O mesmo
método evidenciou em róseo as células que constituem os ductos excretores, o
epitélio estratificado e o conteúdo acidófilo presente no interior dos ductos.

Na glândula supralabial o método de coloração H/E corou em azul (roxo) o


núcleo das células mucosas e em róseo o tecido conjuntivo que circunda a
referida glândula.

O método de rotina Tricômico de Mallory evidenciou em azul o tecido


conjuntivo que reveste externamente a glândula de Duvernoy, subdivide a
glândula em lóbulos e circunda os túbulos secretores, os quais foram corados
em vermelho. Os vasos sanguíneos e os nervos presentes na glândula de
Duvernoy também se coraram em vermelho. O epitélio estratificado que reveste
internamente os ductos excretores corou-se em vermelho evidenciando a
presença de células mucosas e serosas. O método em questão corou em azul
os septos de tecido conjuntivo que circundam a glândula supralabial, e em
vermelho os túbulos secretores, evidenciando assim a presença de células
serosas.

RESULTADOS DOS MÉTODOS HISTOQUÍMICOS

Na glândula de Duvernoy de Oxybelis fulgidus, as células serosas que


constituem os túbulos secretores reagiram negativamente ao método Alcian
Blue (pH 2,5), fracamente positivo nos ductos excretores e moderadamente
positivo na glândula supralabial demonstrando assim, a presença de
mucopolissacarídeos ácidos.

O método P.A.S. quando aplicado sobre a glândula de Duvernoy, reagiu de


forma negativa nos túbulos secretores e moderadamente positivo nas células
dos ductos excretores e no conteúdo da luz dos mesmos, Já em relação à
glândula supralabial, as células mucosas dos túbulos secretores reagiram
fortemente positiva ao método, constatando a presença de
mucopolissacarídeos neutros.

As células serosas dos túbulos secretores da glândula de Duvernoy não

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

218
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reagiram ao método P.A.S. + Alcian Blue (pH 2,5 ). As células mucosas


presentes nos ductos excretores reagiram de forma moderadamente positiva ao
mesmo método histoquímico. Em relação à glândula supralabial, as células
mucosas que constituem os túbulos secretores coraram-se fortemente ao
método PAS + Alcian Blue, evidenciando assim, a presença de
mucopolissacarídeos neutros e ácidos. Vale ressaltar que foi observada uma
leve predominância dos mucopolissacarídeos neutros.

Quando aplicado o método P.A.S + amilase salivar, as células dos túbulos


secretores da glândula de Duvernoy reagiram negativamente, enquanto as
células mucosas dos ductos excretores e o seu conteúdo reagiram
moderadamente positivo. Nas células mucosas da glândula supralabial foi
observada uma forte positividade ao método, confirmando a presença dos
mucopolissacarídeos neutros, assim como nas células mucosas dos ductos
excretores da glândula de Duvernoy, visto que, a enzima amilase tem a função
de digerir o glicogênio quando presente nas células.

O método Azul de Bromofenol quando aplicado na glândula de Duvernoy


coraram, de forma moderadamente positiva, as células serosas dos túbulos
secretores, indicando então, a presença de proteínas. As células dos ductos
excretores reagiram de forma negativa ao método do Azul de Bromofenol,
Contudo, a secreção presente na luz dos ductos excretores reagiu fracamente
positiva. Em relação à glândula supralabial, não foi observada positividade ao
Azul de Bromofenol.

DISCUSSÃO

Duvernoy, em 1832, foi o primeiro autor a descrever e diferenciar a glândula


supralabial, denominando-a de “Glande Venimeuse”.
TAUB,( 1967) descreveu quatro tipos básicos de glândula de Duvernoy, em
relação à histologia, a primeira é a glândula predominantemente constituída por
células mucosas, a segunda é constituída predominantemente por células
serosas intercaladas por células mucosas sendo denominada de seromucosa
(mista), a terceira é constituída por células mucosas intercaladas por células
serosas, sendo denominada mucoserosa, e a última é constituída
exclusivamente por células serosas.

No presente estudo caracterizamos a glândula de Duvernoy de Oxybelis


fulgidus como seromucosa, devido à predominância de células de natureza
serosa sobre as células mucosas. Estes resultados também foram
apresentados por RENNER & SABÓIA-MORAIS (2000) em estudos com Clelia

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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clelia, por SERAPICOS & MERUSSE (2006) com Phimophis guerrini,


Thamnodynastes strigatus e Tomodon dorsatus e por SALOMÃO (1991) com
Philodryas olfersii.

A predominância de células serosas demonstra que a glândula de Duvernoy


produz enzimas e proteínas, sugerindo um caráter tóxico à secreção produzida
(SERAPICOS & MERUSSE 2006).

Os colubrídeos que possuem a glândula de Duvernoy constituída por células


predominantemente mucosas subjugam suas presas por constricção,
diferentemente dos colubrídeos que possuem a glândula de Duvernoy
constituída predominantemente por células serosas, estes subjugam as suas
presas por envenenamento (TAUB, 1967). O fato da glândula de Duvernoy de
Oxybelis fulgidus apresentar-se caracterizada como seromucosa, explicaria a
relação da referida glândula com o hábito alimentar deste animal, pois a
espécie Oxybelis fulgidus se alimenta preferencialmente de aves, necessitando
assim de uma secreção mais tóxica para subjugar suas presas por
envenenamento.

A função da glândula de Duvernoy está diretamente relacionada à


alimentação dos colubrídeos, pois a presença de células serosas auxilia na
imobilização e captura das presas, na lubrificação do alimento, na higiene
bucal, e ainda desempenham funções digestivas e de anti-putrefação do
alimento (TAUB, 1967; ZAGO, 1971; SALOMÃO, 1991; SERAPICOS &
MERUSSE, 2006).

Neste estudo foi observado que a glândula de Duvernoy de Oxybelis fulgidus é


constituída por túbulos secretores, de natureza serosa, ductos excretores
constituídos por células epiteliais e poucas células mucosas. Estes dados
também foram constatados por ZAGO (1971) em estudos com Xenodon
merremii e Philodryas patagoniensis, em Clelia clelia (RENNER, 2000) e por
SERAPICOS & MERUSSE (2006) com Phimophis guerrini, Thamnodynastes
strigatus e Tomodon dorsatus.

As células que constituem os túbulos secretores da glândula supralabial são


exclusivamente mucosas. Estes dados também foram constatados por
ZALISKO (1992) em estudos com Boiga irregularis e por SERAPICOS &
MERUSSE (2006) em Philodryas patagoniensis, Philodryas olfersii, Oxyrhopus
guibei, Phimophis guerrini, Thamnodynastes strigatus e Tomodon dorsatus.

Em relação à histoquímica da glândula de Duvernoy de Oxybelis fulgidus, foi


observado que o método Alcian Blue pH 2,5 reagiu fracamente nas células dos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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ductos excretores, o que indica que estes também apresentam poucas células
de natureza mucosa, já nos túbulos secretores reagiu negativamente ao
método. Na glândula supralabial, foi observada uma reação moderadamente
positiva indicando a presença de mucopolissacarídeos ácidos, sugerindo assim,
se tratar de uma glândula de natureza mucosa, resultados semelhantes foram
constatados por RENNER & SABÓIA MORAIS (2000) em estudos com Clelia
clelia e por SERAPICOS & MERUSSE (2006) em estudos com Philodryas
patagoniensis, Philodryas olfersii, Oxyrhopus guibei, Phimophis guerrini,
Thamnodynastes strigatus e Tomodon dorsatus.

A presença de mucopolissacarídeos neutros foi evidenciada nas células dos


túbulos secretores da glândula supralabial e nas células dos ductos excretores
da glândula de Duvernoy através do método P.A.S. Este fato indica que as
células mucosas da glândula supralabial secretam tal substância para auxiliar
na lubrificação e deglutição do alimento (KARDONG, 1982). Contudo, a reação
negativa nas células dos túbulos secretores da glândula de Duvernoy, em
relação aos mucopolissacarídeos neutros, deve-se à presença de células de
caráter seroso.

Nos ductos excretores da glândula de Duvernoy e nas células dos túbulos


secretores da glândula supralabial constatou-se a presença de
mucopolissacarídeos neutros e ácidos, evidenciada após a reação PAS + Alcian
Blue pH 2,5, porém houve uma leve predominância de mucopolissacarídeos
neutros, devido ao caráter mucoso tanto das células que constituem os ductos
excretores da glândula de Duvernoy quanto as que constituem túbulos
secretores da glândula supralabial. Estudos com Philodryas olfersii, Philodryas
patagoniensis, Oxyrhopus guibei, Phimorphis guerrini, Tomodon dorsatus e
Thamnodynastes strigatus (SERAPICOS & MERUSSE, 2006) demonstraram
resultados semelhantes.

O tratamento com o método P.A.S.+ amilase salivar, evidenciou a presença de


mucopolissacarídeos neutros nas células dos ductos excretores da glândula de
Duvernoy e nas células mucosas que constituem a glândula supralabial. Se a
positividade observada na reação P.A.S. fosse devida à presença de glicogênio,
este teria sido digerido pela enzima amilase salivar. Contudo, a reação após
tratamento, dos cortes histológicos, pela amilase salivar, permaneceu positiva.
Os túbulos secretores da glândula de Duvernoy reagiram de forma negativa ao
método em questão. RENNER (2000) em estudos com Clelia clelia, também
evidenciou positividade ao P.A.S nos ductos excretores da glândula de
Duvernoy, mesmo após o tratamento com a enzima amilase salivar. Resultados
semelhantes foram obtidos por ZAGO (1971) com Philodryas patagoniensis,
onde os ductos excretores da glândula de Duvernoy e os túbulos da glândula

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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supralabial continuaram reativos ao método P.A.S, evidenciando assim como


neste estudo, a presença de mucopolissacarídeos neutros. SALOMÃO (1991)
em estudos com Phylodryas olfersii, não observou a presença de glicogênio nos
túbulos secretores da glândula supralabial que apresentavam células mucosas,
pois continuaram reativos ao método P.A.S.

Os resultados histoquímicos obtidos neste estudo podem estar relacionados


ao hábito alimentar especialista da espécie Oxybelis fulgidus descrito por
VALADÃO (et al., 2006). De acordo com o autor, foram realizados estudos
envolvendo a predação de aves por Oxybelis fulgidus demonstrando que a
espécie Oxybelis fulgidus utiliza a estratégia de captura denominada espreita,
seguida de bote, onde a serpente apreende a cabeça da presa pela boca
utilizando o método de envenenamento para subjugar a mesma.

As serpentes não-peçonhentas são erroneamente consideradas inofensivas.


No Brasil, cerca de 40% dos acidentes registrados no Hospital Vital Brasil do
Instituto Butantan em São Paulo, são causados por serpentes consideradas
não- peçonhentas (ZALISKO & KARDONG, 1992; SILVA & BUONONATO,
1983/84; RENNER & SABÓIA-MORAIS, 2000; SERAPICOS & MERUSSE,
2006).

Alguns gêneros de colubrídeos opistóglifos responsáveis por acidentes no


Brasil têm sido relatados na literatura cientifica, como Erythrolamprus
(MARTINS, 1916), Thamnodynastes (MARTINS, 1916; DIAZ et al., 2004)
Philodryas (MARTINS, 1916; SILVA & BUONONATO, 1983/84; RIBEIRO et al.,
1999), Clelia (PINTO et al., 1991), e Boiruna (SANTOS-COSTA et al., 2000).

As células dos túbulos secretores da glândula de Duvernoy apresentaram


reação moderadamente positiva ao método azul de Bromofenol, demonstrando
a presença de proteínas, assim como os estudos de ZALISKO (1992) com
Boiga irregularis). As proteínas compõem cerca de 90% do peso seco da
secreção tóxica (veneno) das serpentes. Tal positividade sugere uma certa
toxicidade da secreção produzida pela glândula de Duvernoy de Oxybelis
fulgidus, já que esta espécie necessita de uma secreção mais tóxica para
subjugar as suas presas por envenenamento, pois a presa por, ser uma ave,
dificulta o processo de captura.

Contudo, a espécie Oxybelis fulgidus poderia eventualmente provocar graves


acidentes em seres humanos, devido à toxicidade de sua secreção. No entanto,
até o presente momento nenhum acidente foi relatado envolvendo a serpente
Oxybelis fulgidus, pois pouco se sabe sobre a biologia da espécie Oxybelis
fulgidus, bem como os mecanismos relacionados ao seu aparelho de veneno.

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Este estudo abordou características histológicas e histoquímicas da glândula de


Duvernoy da referida espécie, visando contribuir para futuros estudos
epidemiológicos.

CONCLUSÃO:
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo abordou características histológicas e histoquímicas da glândula


de Duvernoy de Oxybelis fulgidus, um colubrídeo opistóglifo, com hábito
alimentar especialista.

Através dos resultados obtidos neste estudo, podemos classificar a glândula


de Duvernoy de Oxybelis fulgidus como seromucosa, devido à predominância
de células de natureza serosa em seus túbulos secretores e a presença de
células mucosas nos ductos excretores.

A glândula supralabial desta espécie é constituída por células mucosas, sendo


então caracterizada como uma glândula exclusivamente mucosa, devido a forte
reatividade aos métodos histoquímicos à ela aplicados, os quais evidenciaram a
presença de mucopolissacarídeos ácidos e neutros.

O método Azul de Bromofenol evidenciou a presença de proteínas presentes


nas células dos túbulos secretores da glândula de Duvernoy, este fato sugere a
toxicidade dessa secreção. O mesmo não foi observado na glândula supralabial
devido ao caráter mucoso da glândula.

Deste modo, o caráter tóxico da glândula de Duvernoy de Oxybelis fulgidus


está diretamente associado ao hábito especialista desta espécie, que pode
causar eventualmente acidentes graves em seres humanos.

Assim fazem-se necessários a continuidade de estudos sobre os colubrídeos


considerados não-peçonhentos, a fim de contribuir para futuros estudos
epidemiológicos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
RENNER, M.F. 1999. Caracterização enzimática do veneno e estudo histológico
da glândula de Duvernoy de Clelia clelia plúmbea (Wield, 1820) (Serpentes:
Colubridae - Xenodontinae). Porto Alegre, 84p. Dissertação (Mestrado) –

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do rio Grande do


Sul.

RENNER, M.F. & SABOIA-MORAIS, S.M.T. 2000. Estudo histológico da


glândula de Duvernoy de Clelia clelia plúmbea (Wield) (Serpentes: Colubridae -
Xenodontinae). Revista Brasileira de Zoologia, 17(3): 583-588.

SALOMÃO, M.G. 1991. Estrutura e secreção das glândulas de Duvernoy de


Sibynomorphus mikanii (Colubridae, Didsadinae) e Philodryas olfersii
(Colubridae, Xenodontidae), e das glândulas de veneno de Bothrops jararaca
(Viperidae, Crotalinae) e Micrurus frontalis (Elapidae, Elapinae) e a influência
dos estados de alimentação e jejum. São Paulo, 122p. Tese (Doutorado).
Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências, Universidade de São
Paulo.

SERAPICOS, E.O. & MEIRUSSE, J.L.B. 2006. Morfologia e Histoquímica das


glândulas de Duvernoy e supralabial de seis espécies de colubrídeos
opistoglifodontes (Serpentes, Colubridae). Papéis Avulsos de Zoologia, 46 (15):
187 -195.

SILVA, M.V. & BOUNONATO, M.A. 1983/84. Relato clínico de envenenamento


humano por Philodryas ofersii. Memórias do Instituto Butantan, 47/48: 12-26.

KARDONG, K.V. 1982. The evolution of the venom apparatus in snakes from
colubrids to viperids to elapids. Memórias do Instituto Butantan. 46: 105-118.

TAUB, A.M. 1967. Comparative histological studies on Duvernoy’s gland of


colubrid snakes. Bulletin of the American Museum Natural History, New York,
138: 1- 50.

VALADÃO, R.M.; SEGALLA, A.R. & NASCIMENTO, G.A., 2007. Predação de


Turdus leucomelas (aves muscicapidae) por Oxybelis fulgidus (Squamata:
Colubridae) na estação ecológica Serra das Araras, província serrana, Mato
Grosso. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, Caxambu, M.G.

ZAGO, D.A. 1971. Estudo morfológico e histoquímico de glândulas salivares


relacionadas com a evolução da função venenosa nos ofídios. Tese de
Doutorado. Depto. de Histologia e Embriologia do Instituto de Ciências
Biomédicas, Universidade de São Paulo. 69p.

ZALISKO, E.J. & KARDONG, K.V. 1992. Histology and histochemistry of the
Duvernoy’s gland of the brown tree snake, Boiga irregularis. Copeia, 1992: 791-

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799.

________________________________________________________________
GLANDULA DE DUVERNOY DE O. FULGIDUS

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Estudo preliminar da mastofauna terrestre do Parque Ecológico


do Guarapiranga
MADILENE ALVES DE MIRANDA(1)

LILIAN ELAINE RAMPIM(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Em 1500 durante a chegada dos primeiros europeus ao Brasil, a Mata Atlântica
cobria 15% do território brasileiro com uma área equivalente a 1.306.421 Km²,
cobrindo total ou parcialmente 17 estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará,
Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Atualmente esse bioma está
reduzido a menos de 8% de sua área original, com áreas dispostas de modo
esparso, ao longo da costa brasileira e no interior das regiões Sul e Sudeste,
assim como fragmentos no sul dos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul e no
interior dos estados do Nordeste. Após tantos ciclos de utilização insustentável
a Mata Atlântica se encontra na posição de segundo bioma mais ameaçado de
extinção no mundo, perdendo apenas para as Ilhas de Madagascar, onde esse
bioma já está quase extinto. A perda da floresta levou consigo uma diversidade
incalculável, muitas espécies de fauna que eram desconhecidas cientificamente
e que jamais poderemos saber como eram e viviam. Além da fragmentação e
destruição dos seus habitats, os animais da Mata Atlântica sofrem com a caça
predatória, a venda de produtos e animais precedente da caça, a captura ilegal
(tráfico) e introdução de espécies exóticas no território nacional, que acabam
competindo com as espécies nativas. Todos esses problemas são ameaças a
esses animais, porém o mais agressivo e desumano é o tráfico. Além de
prejudicar a biodiversidade, não traz retorno financeiro ao país e não resolve a
questão sócio-econômica. Uma das medidas importantes para a preservação
das comunidades biológicas é o estabelecimento das áreas legalmente
protegidas, que se por um lado só a legislação e a aquisição de terras, por si
só, não asseguram a preservação do habitat, por outro, representam um
importante ponto de partida. Quando se fala de Floresta Atlântica, as unidades
de conservação tornam-se ainda mais importantes já que esse bioma foi quase
extinto pela ação do próprio homem. O Parque Ecológico do Guarapiranga
(PEG) é uma importante Unidade de Conservação, que tem por objetivo
preservar fauna e flora, recuperação do meio ambiente e o desenvolvimento de
atividades de educação ambiental, além ser uma opção de recreação e lazer
para a população da região do entorno e auxiliar na contenção das ocupações
irregulares. Atualmente são conhecidas no mundo cerca de 4.800 espécies de
mamíferos. O terceiro país no mundo que apresenta mais mamíferos é o Brasil,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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com aproximadamente 460 espécies. No entanto essa diversidade biológica é


pouco conhecida.Os mamíferos são os vertebrados que apresentam maior
amplitude de tamanho corporal e têm grande variedade morfológica; é o único
táxon de vertebrados que apresenta formas tão diferenciadas, umas das outras,
como uma baleia e um morcego, suas características e adaptações
morfológicas os distinguem com facilidade de outros grupos animais e permite
que ocupem os ambientes aéreo, aquático e terrestre sendo que neste último
podem apresentar o hábito de vida fossorial, arborícola e terrícola. A ocupação
do território também varia, pois algumas espécies são restritas às áreas mais
preservadas e outras espécies adaptadas aos grandes centros urbanos
Possuem o corpo revestido por pêlos, embora possam ser reduzidos ou
ausentes em alguns indivíduos como as baleias, possuem capacidade de
manutenção da temperatura (endotérmicos) e as glândulas mamárias
responsáveis pelo nome dado a essa classe de vertebrados que são de
primordial importância para os mamíferos já que o leite, produto da glândula
mamária é o único alimento dos filhotes na primeira parte da vida pós-parto.
São representantes importantes no equilíbrio de ecossistemas e na
manutenção da biodiversidade através da dispersão e predação de sementes,
polinização de flores e predação de outros animais entre outros, regulando
assim comunidades animais e vegetais.Constituem o grupo com que os seres
humanos mais se familiarizam São sem dúvidas animais carismáticos que
sempre despertaram o interesse humano, tanto pela sua diversidade, beleza e
utilidade, quanto pelos problemas que podem causar. Os roedores são
utilizados nas áreas médicas e biológicas para o treinamento de profissionais e
também podem se tornar poderosas pragas urbanas. Os indígenas do Brasil
possuíam animais selvagens, que amansavam e mantinham em suas aldeias,
como animais de estimação. São de grande importância para a vida do homem
e sem dúvidas o grupo de maior interesse econômico, constituem em grandes
auxiliares paro o trabalho, fonte de alimentação fornecendo carne e leite, além
do couro e muitos outros produtos necessários para nossa vida moderna.O
Brasil é o país que mais possui espécies ameaçadas de extinção em todo o
mundo, constituindo 69 espécies de mamíferos ameaçados, e muitos deles se
encontram na Mata Atlântica. A degradação cada vez mais acentuada dos
habitats traz sérias conseqüências para a conservação desse grupo, causando
muitas vezes um processo irreversível de extinção das espécies. Entre os
grupos mais ameaçados nesse bioma podemos citar os marsupiais, primatas,
carnívoros e ungulados. Com base no que já foi colocado, torna-se visível a
importância das áreas de proteção ambiental para a preservação das inúmeras
espécies de mamíferos. O Parque Ecológico do Guarapiranga é uma área de
refúgio para aves, anfíbios répteis e mamíferos. O estudo dessa área torna-se
importante para que se tenha conhecimento da ocorrência e diversidade
faunística desse fragmento de Mata Atlântica, que é utilizada por diversos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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animais para viver. E para que através deste estudo seja possível promover a
preservação destes animais e fornecer informações para elaboração de um
futuro plano de manejo do parque.

OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo realizar o levantamento preliminar das
espécies de mamíferos não-voadores do PEG através de métodos diretos e
indiretos.

METODOLOGIA:
O estudo foi realizado dentro dos limites do Parque Ecológico do Guarapiranga,
localizado na Estrada do Riviera, Zona Sul do município de São Paulo, á
margem esquerda da represa Guarapiranga, entre as coordenadas geográficas,
23°41’50” e 23°43’33” de latitude sul e 46°44’39” de longitude oeste. O clima
predominante na região é o tropical úmido com temperaturas médias entre 16°C
e 23°C, os índices pluviométricos estão entre 1600 e 2000 milímetros anuais
com teores elevados de umidade do ar. A direção predominante dos ventos é
SW-NE. O estudo preliminar das espécies de mamíferos não voadores de
médio e grande porte foi realizado no período de abril a agosto de 2009
efetuando um esforço amostral decorrente de três saídas mensais, durante o
período de 5 meses resultando na montagem de 360 parcelas de areia. Os
pontos de coletas de dados foram delimitados em uma área restrita do parque,
em duas trilhas principais nomeadas como sendo: Trilha A e Trilha B (Figura 5).
Foram utilizados dois métodos primordiais de observação: registro de pegadas
em parcelas de areia e entrevistas. Também foi levado em consideração o
eventual avistamento desses animais. Foi utilizado o método de uso de parcelas
de areia para o registro das pegadas dos possíveis mamíferos ocorrentes na
região. Este se mostra um método eficiente para a observação de variação,
freqüência de ocorrência de espécies de mamíferos terrestres e no
levantamento rápido de riqueza de espécies desses animais. Foi utilizado o
método de uso de parcelas de areia para o registro das pegadas dos possíveis
mamíferos ocorrentes na região. Este se mostra um método eficiente para a
observação de variação, freqüência de ocorrência de espécies de mamíferos
terrestres e no levantamento rápido de riqueza de espécies desses animais.

RESUMO:
Através do método de busca ativa foram registradas 7 ordens distribuídas em
10 famílias e 10 espécies: gambá-de-orelha-preta (Didelphis aurita), sagüi-de-
tufos-brancos (Callithrix jacchus), veado-catingueiro (Mazama gouazoupira),
tapeti (Sylvilagus brasilensis), cachorro- doméstico (Canis familiaris), gato-
doméstico (Felis catus), cavalo (Eqqus Caballus), búfalo (Bubalus bubalis),
esquilo (Sciurus ingrami) e capivara (Hydrochoerus hydrochaeris). O método de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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registro de pegadas em parcelas de areia permitiu a identificação das espécies


que ocorrem com maior freqüência no parque. Foram identificadas 4 ordens
divididas em 5 famílias e 5 espécies: gambá-de-orelha-preta (Didelphis aurita),
veado-catingueiro (Mazama gouazoupira), tapeti (Sylvilagus brasilensis),
cachorro-doméstico (Canis familiaris), gato-doméstico (Felis catus). As
entrevistas realizadas com os visitantes, moradores vizinhos e funcionários
foram de grande importância para o estudo preliminar das espécies que
ocorrem no parque. Como resultado das entrevistas, foram identificadas 8
ordens distribuídas em 17 famílias e 28 espécies: gambá-de-orelha-preta
(Didelphis aurita), cuíca (Gracilinanus microtarsus), catita (Marmosa murina),
cuíca (Marmosops incanus), catita (Monodelphis sorex), tatu-galinha (Dasypus
novemcinctus), tatu-peba (Euphractus sexicntus), tatu-bola (Tolypeutes
matacus), sagui-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus), sagui-de-tufos-pretos
(Callithrix penicillata), macaco-prego (Cebus nigritus) cachorro-doméstico(Canis
familiaris), cachorro-do-mato (Cerdoncyon thous), furão (Galictis cuja), gato-
doméstico (Felis catus), veado-catingueiro (Mazama gouazoupira), esquilo
(Sciurus aestuans), ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus), preá (Cavia aperea),
porquinho-da-índia (Cavia porcellus), capivara (Hydrochoerus hydrochaeris),
cotia (Dasyprocta azarae), ratão-do-banhado (Myocastor coypus), paca (Aguti
paca), tapeti (Sylvilagus brasiliensis), coelho-doméstico (Oryctolagus cuniculus),
cavalo (Equus cabalus), búfalo (Bubalus bubalis).O número de mamíferos
registrados no presente trabalho foi o esperado para a região, levando em
consideração o alto grau de urbanização do local. Trabalhos parecidos com
este obtiveram resultados semelhantes como, Andrade et al. (2008) que
registrou 21 espécies na mata nativa e arredores na região de Rancho Alegre,
PR e Prado et al.(2008) que obteve como resultado o registro de 23 espécies de
mamíferos num fragmento de Mata Atlântica em Minas Gerais. Porém há
trabalhos que apresentam números maiores de registros, o que se dá pelo fato
de serem áreas maiores com maior grau de preservação além do uso de
metodologias mais abrangentes (armadilhas convencionais e armadilhas
fotográficas) como no trabalho realizado por Reis et al. (2008) que teve como
resultado principal o levantamento de 85 espécies de mamíferos na fazenda
Monte alegre em Telêmaco Borba, Paraná. A ocorrência de espécies
domésticas registradas no parque (cachorro, gato, cavalo, búfalo, e coelho),
pôde ser atribuída à alta densidade populacional no seu entorno, e a facilidade
com que os mesmos adentram na região do parque, já que este não possui
todo seu entorno delimitado por barreiras físicas. Como relatado por
funcionários, búfalos são criados livremente na rua e acabam invadindo as
áreas do parque; assim como cavalos que vagam em busca de alimento. Os
coelhos domésticos são criados pela Polícia Florestal ao lado do parque, de
onde acabam fugindo e buscando novas áreas para viver e forragear, e este
pode ser um grande competidor para o tapeti. No entanto o animal doméstico

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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de maior ocorrência no PEG é o cachorro e o de menor ocorrência é o gato.


Ocorre ainda o fato de pessoas utilizarem o parque para abandonar animais de
estimação como foi relatado por um funcionário, que observou um porquinho-
da-índia completamente domesticado no parque. As entrevistas realizadas
durante o estudo preliminar foram de grande importância para o conhecimento
de espécies que não seriam registradas na metodologia de campo. Também foi
de grande importância para ciência de possíveis espécies extintas do parque,
sendo este um método também amplamente utilizado, inclusive por Rocha-
Mendes et al. (2005). No entanto pode não ser muito confiável, pois os
entrevistados podem ter apenas o conhecimento popular ou até mesmo
fantasioso, causando confusão na identificação exata das espécies (Andrade et
al. 2008). Algumas espécies citadas nas entrevistas levam a crer que muitos
animais existentes no parque não foram registrados pelos métodos de busca
ativa e registro de pegadas, dessa forma o método de entrevistas se mostrou
bastante eficiente, para conhecimento de espécies como o furão, que não foi
registrado no decorrer do estudo. Esse pequeno carnívoro é um importante
predador de pequenos mamíferos, roedores, répteis e invertebrados, dessa
forma contribui para o controle dessas espécies Auricchio e Auricchio (2006). O
constante encontro de armadilhas, caçadores e incêndios provocados no
parque são indicativos da atividade de caça no passado e que permanecem até
os dias atuais (Negrão et al. 2008), que contribuem para fortes desequilíbrios na
fauna do PEG. De acordo com Aguiar et al. (2005): “A caça é um dos motivos
para o declínio de fauna”. Esse pode ser o provável motivo da extinção de
animais não-registrados nas buscas diretas e indiretas (mencionados apenas
nas entrevistas de moradores e funcionários “antigos”), entre eles o cachorro do
mato (Cerdocyon thous), macaco prego (Cebus Sp.) e ouriço-cacheiro
(Sphiggurus villosus). Esses animais sofrem com a caça intensa em várias
regiões do Brasil.

CONCLUSÃO:
O Parque Ecológico do Guarapiranga apresenta sua fauna de mamíferos
bastante alterada, como conseqüência da grande concentração populacional no
seu entorno.
O parque não é capaz de abrigar mamíferos de grande porte em função da
intensa atividade antrópica na região, e devido á pouca extensão territorial do
mesmo, afinal mamíferos de grande porte necessitam de uma extensão
territorial maior.
Para minimizar os impactos já existentes se faz necessário a elaboração de um
plano de manejo do parque, que deve utilizar as metodologias apresentadas
nesse trabalho, entre outras mais específicas e elaboradas, sendo
recomendado ainda o uso de armadilhas fotográficas para possibilitar o registro
de grupos de diferentes espécies e hábitos, e dessa forma, promover a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

230
UNISA - Universidade de Santo Amaro

proteção da fauna existente nesse local.


O uso de barreiras físicas na área do no parque, como grades ou muros é de
grande utilidade impedindo ou dificultando a entrada de espécies domésticas.
O aumento na fiscalização dessa área e até mesmo um trabalho em conjunto
da Polícia Florestal e os vigilantes do PEG, pode auxiliar na diminuição de
caçadores e armadilhas encontradas no local.
Um trabalho de educação ambiental se faz necessário nos limites do PEG,
como ferramenta de conscientização da população (visitantes, moradores
vizinhos e funcionários), além de auxiliar na diminuição do abandono de animais
no parque, e também controlar de maneira educativa a oferta de alimentos para
as espécies ocorrentes na região.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Barbosa, L. M. 1999. Plano de Gestão do Parque Ecológico do Guarapiranga-
fase 1. Secretaria do Meio Ambiente. São Paulo. 55p.

Campalini, M. e Prochnow, M. 2006. Mata Atântica- Uma rede pela floresta,


RMA, Brasília,334 p.

Reis, N.R.; Peracchi, A.L.; Pedro, W.A.; Lima, I.P. 2006. Mamíferos do Brasil,
UEL. Londrina. 437p.
________________________________________________________________
Palavras-chave: mamíferos, Mata Atlântica, fauna, parque.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

231
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Estudos Estruturais e Conformacionais da Histatina-5 e seu


Análogo, TOACº-Histatina-5: Interação com Íons Metálicos e
Sistemas Biomiméticos
EDIVANIA PAIVA BASTOS(1)

SHIRLEY SCHREIER(2)(Orientadores)
Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
As histatinas pertencem a uma família de peptídeos catiônicos ricos em
Histidinas, secretados pelas glândulas salivares de humanos e primatas
superiores. Histatina-5 (Hst-5) possui alta atividade antifúngica. Hst-5 tem a
capacidade de se ligar a íons zinco (Zn2+) e cobre (Cu2+) presentes na saliva
e, no solvente menos polar, trifluoroetanol (TFE), adota conformação alfa-
helicoidal.

OBJETIVO:
Com o objetivo de contribuir para a compreensão do mecanismo de ação da
Hst-5, foi estudado o efeito do pH, de TFE e da interação com íons metálicos
sobre as propriedades conformacionais do peptídeo.

METODOLOGIA:
Materiais: Hst-5 foi obtida pelo método de síntese em fase sólida. Cloretos de
Mn2+, Cu2+ e Zn2+ foram obtidos da Labsynth.
Métodos: Espectros de fluorescência foram obtidos no espectrofluorímetro
Hitachi F-4500; para monitorar a fluorescência da tirosina, o comprimento de
onda foi 275 nm, e o espectro de emissão obtido foi entre 285 e 400 nm. Para
monitorar a fluorescência do tirosinato, o comprimento de onda de excitação foi
292 nm, e o espectro de emissão obtido ficou entre 305 e 400 nm. Espectros de
CD foram obtidos no espectropolarímetro Jobin Yvon CD6 entre 190 e 260 nm,

RESUMO:
Efeito do pH: O espectro de fluorescência da Hst-5 foi sensível à variação de
pH, refletindo de forma mais intensa o processo de ionização das tirosinas. A
presença de vários resíduos carregados levou a uma diminuição do pK do
grupamento fenólico. Espectros de CD mostraram que o peptídeo em solução
aquosa possui uma conformação flexível. Mesmo sem levar à aquisição de
estrutura, os espectros mostram que a variação de pH promove flutuações
conformacionais relacionadas à variação de carga do peptídeo.
Efeito do TFE: Espectros de CD indicam a aquisição de estrutura alfa-helicoidal
em presença de TFE.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Efeito da interação com os íons Cu2+, Zn2+ e Mn2+: A adição de íons


metálicos levou à diminuição da fluorescência da Hst-5. O efeito foi mais
pronunciado para o Cu2+ .O estudo do efeito do pH na interação Cu2+-Hst-5
mostrou que o íon promove a ionização da(s) tirosina(s) já a pH 7,6 .
Espectros de CD não revelaram alterações conformacionais significativas
devidas à interação com os íons; porém, a complexação em 70% de TFE levou
à perda da estrutura alfa-helicoidal .

CONCLUSÃO:
Os resultados mostram que a conformação da Hst-5 pode ser modulada pelo
pH, pela polaridade do ambiente e pela interação com íons metálicos. Esses
resultados indicam que interações eletrostáticas são as principais responsáveis
pela ligação dos peptídeos às micelas, devido à sua carga superficial. Essas
propriedades poderiam estar envolvidas no mecanismo de ação do peptídeo, e
este pode futuramente servir como modelo para o desenvolvimento de novas
drogas antimicrobianas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Oppenheim, F. G. et al. (1988) J. Biol. Chem 263: 7472-7477.
Ruissen, A.L.A. et. al (2001) Biochem. J 356: 361-368.
Gusman, M. et al. (2001) Biochim. Biophys Acta 1545: 86-95.
Brewer et.al. (1998) Biochem. Cell Biol. 76, 247-256.
Merrifield (1963) J. Am. Chem. Soc. 85, 2149-2154.

________________________________________________________________
Palavras-chave: Histatina-5, peptídeos antimicrobianos, TOAC, técnicas
espectroscópicas, íons metálicos, membranas modelo.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Estudos Estruturais e Conformacionais da Histatina-5 e seu


Análogo, TOACº-Histatina-5: Interação com Metais e Sistemas
Biomiméticos
EDIVANIA PAIVA BASTOS(1)

SHIRLEY SCHREIER(2)(Orientadores)
Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
As histatinas pertencem a uma família de peptídeos catiônicos ricos em
resíduos de Histidina, secretados pelas glândulas salivares de humanos e
primatas superiores. Histatina-5 (Hst-5) possui alta atividade antifúngica. Hst-5
tem a capacidade de se ligar a íons zinco (Zn2+) e cobre (Cu2+) presentes na
saliva e, no solvente menos polar, trifluoroetanol (TFE), adota conformação alfa-
helicoidal.

OBJETIVO:
Este trabalho tem o objetivo de contribuir para a compreensão do mecanismo
de ação da Hst-5, foi estudado o efeito do pH, de TFE e da interação com íons
metálicos sobre as propriedades conformacionais do peptídeo.

METODOLOGIA:
Materiais: Hst-5 foi obtida pelo método de síntese em fase sólida. Cloretos de
Mn2+, Cu2+ e Zn2+ foram obtidos da Labsynth.
Métodos: Espectros de fluorescência foram obtidos no espectrofluorímetro
Hitachi F-4500; para monitorar a fluorescência da tirosina, o comprimento de
onda foi 275 nm, e o espectro de emissão obtido foi entre 285 e 400 nm. Para
monitorar a fluorescência do tirosinato, o comprimento de onda de excitação foi
292 nm, e o espectro de emissão obtido ficou entre 305 e 400 nm. Espectros de
CD foram obtidos no espectropolarímetro Jobin Yvon CD6 entre 190 e 260 nm,

RESUMO:
Efeito do pH: O espectro de fluorescência da Hst-5 foi sensível à variação de
pH, refletindo de forma mais intensa o processo de ionização das tirosinas. A
presença de vários resíduos carregados levou a uma diminuição do pK do
grupamento fenólico. Espectros de CD mostraram que o peptídeo em solução
aquosa possui uma conformação flexível. Mesmo sem levar à aquisição de
estrutura, os espectros mostram que a variação de pH promove flutuações

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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conformacionais relacionadas à variação de carga do peptídeo.


Efeito do TFE: Espectros de CD indicam a aquisição de estrutura alfa-helicoidal
em presença de TFE.
Efeito da interação com os íons Cu2+, Zn2+ e Mn2+: A adição de íons
metálicos levou à diminuição da fluorescência da Hst-5. O efeito foi mais
pronunciado para o Cu2+ .O estudo do efeito do pH na interação Cu2+-Hst-5
mostrou que o íon promove a ionização da(s) tirosina(s) já a pH 7,6 .
Espectros de CD não revelaram alterações conformacionais significativas
devidas à interação com os íons; porém, a complexação em 70% de TFE levou
à perda da estrutura alfa-helicoidal .

CONCLUSÃO:
Os resultados mostram que a conformação da Hst-5 pode ser modulada pelo
pH, pela polaridade do ambiente e pela interação com íons metálicos. Esses
resultados indicam que interações eletrostáticas são as principais responsáveis
pela ligação dos peptídeos às micelas, devido à sua carga superficial. Essas
propriedades poderiam estar envolvidas no mecanismo de ação do peptídeo, e
este pode futuramente servir como modelo para o desenvolvimento de novas
drogas antimicrobianas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Oppenheim, F. G. et al. (1988) J. Biol. Chem 263: 7472-7477.
Ruissen, A.L.A. et. al (2001) Biochem. J 356: 361-368.
Gusman, M. et al. (2001) Biochim. Biophys Acta 1545: 86-95.
Brewer et.al. (1998) Biochem. Cell Biol. 76, 247-256.
Merrifield (1963) J. Am. Chem. Soc. 85, 2149-2154.

________________________________________________________________
Palavras-chave: Histatina-5, peptídeos antimicrobianos, TOAC, técnicas
espectroscópicas, íons metálicos, membranas modelo.

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Expressão do RNAm para iNOS e arginase em macrófagos


murinos estimulados in vitro com Bordetella pertussis
PRISCILA IAMASHITA(1)

MONAMARIS MARQUES BORGES(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A Coqueluche é uma doença altamente contagiosa do trato respiratório
humano, sendo uma das principais causas de mortalidade infantil em alguns
países em desenvolvimento. A doença prevalece onde a assistência médica é
inadequada sendo que sua progressão se dá devido à falta de oferta de
antimicrobianos. Apesar da ampla cobertura vacinal, essa bactéria continua
sendo um grave risco para a saúde humana, pois sua incidência vem
aumentando mesmo em populações vacinadas. Esse fenômeno pode ter
ocorrido devido a uma diminuição na cobertura vacinal, alterações na qualidade
da vacina e até adaptação envolvendo estruturas de fatores de virulência do
agente causador. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2003), estima-se
que 50 milhões de casos e 300.000 mortes ocorrem todos os anos.
Embora seja considerada doença típica de recém nascidos, vários trabalhos
demonstraram que crianças maiores, adultos e adolescentes podem se infectar
passando como portadores assintomáticos, o que agrava ainda mais a
transmissão da doença causando sérios riscos de saúde pública.
A patogênese desta infecção respiratória é pouco conhecida, sendo
caracterizada pela produção excessiva de muco podendo ocorrer morte celular,
broncopneumonia, edema pulmonar e hemorragia focal. Desconhece-se, por
exemplo, o que ocorre no ambiente intracelular dos fagócitos e quais
mecanismos antimicrobianos são desencadeados inviabilizando o crescimento
de B. pertussis no ambiente intracelular.
O agente causador da coqueluche é um cocobacilo Gram-negativo denominado
Bordetella pertussis, isolado em 1906 por Bordet e Gengou. Essa bactéria
infecta o trato respiratório humano, possui uma série de fatores de virulência
classificados em adesinas e toxinas. A hemaglutinina filamentosa (Fha) é a
adesina mais importante devido possibilitar a adesão da bactéria tanto em
células do epitélio respiratório como aos macrófagos. Esta bactéria além de
possuir especificidade por células ciliadas do epitélio respiratório pode também
invadir diversos tipos celulares, incluindo células fagocíticas, quando então
passa por uma fase intracelular sendo capaz de modular a resposta inflamatória
do hospedeiro.
Entre as toxinas, três são as mais importantes: toxina pertussis (PT), toxina
adenilato ciclase (ACT) e toxina traqueal. Outras toxinas são freqüentemente
mencionadas como a toxina dermonecrótica e lipopolissacarídeos (LPS), sem

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

236
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que haja evidência direta de sua participação na patogênese da coqueluche.


Esses fatores de virulência certamente estão envolvidos no controle de
atividade imune das células fagocíticas tendo reflexo na sobrevida do
microrganismo e na resposta imune desenvolvida durante a infecção.
O curso normal da infecção inicia-se com a entrada das bactérias pelas vias
aéreas, através de gotículas derivadas da tosse de uma pessoa infectada. O
patógeno adere às células epiteliais ciliadas da traquéia e nasofaringe, depois
se replica e coloniza áreas adjacentes. Toxinas secretadas pelo microrganismo
danificam o revestimento epitelial, resultando na perda de células ciliadas, o
que induz a tosse característica.
Os macrófagos possuem papel importante na regulação do sistema imune
devido a sua dupla função de defesa. Uma delas é na resposta imune inata
onde diversos receptores são utilizados para reconhecer e promover o processo
de fagocitose e posteriormente na fase adaptativa, atuando como células
acessórias. Após fagocitose estas células liberam mediadores pró-inflamatórios
dentre eles reativos intermediários do oxigênio e nitrogênio além de TNF-a que
contribuem para a morte do microrganismo fagocitado, além de colaborar com o
desenvolvimento do processo inflamatório e reparação tecidual.
Macrófagos e outros tipos de células são capazes de sintetizar óxido nítrico
(NO) através da ativação da óxido nítrico sintase (NOS). NO é gerado pela
conversão da L-arginina em L-citrulina pela NOS, que existe em três isoformas.
Sendo duas constitutivas denominadas cNOS: NOS neuronal (NOS I) e NOS
endotelial (NOS III) e uma induzível chamada iNOS (NOS II). A iNOS tem um
papel importante como mediador microbicida, tumoricida, além de outros
processos fisiopatológicos. Uma vez induzida é capaz de produzir NO por longo
tempo podendo também lesar células vizinhas saudáveis. Este mecanismo é
responsável pela maioria dos processos inflamatórios e autoimunes.
O aumento da expressão de iNOS nas células se dá em resposta a vários
estímulos pró-inflamatórios dentre eles citocinas e produtos microbianos como
LPS enquanto sua inibição ocorre na presença de citocinas anti-inflamatórias. A
regulação de iNOS pode ocorrer em vários níveis: transcrição do gene, pós-
transcrição envolvendo a translocação do RNAm, devido a estabilidade do
RNAm, depende também da disponibilidade de substrato, além da presença de
vários cofatores que atuam inibindo iNOS o que envolve vários sinais de
transdução. Nos macrófagos a expressão do gene iNOS é regulada
principalmente a nível de transcrição. Uma das respostas características de
iNOS ocorre durante a ativação de macrófagos murinos por interferon-g (IFN-g)
ou LPS em que as células se expõem para o indutor seguido pela ativação da
transcrição desse gene, com conseqüente acúmulo do seu RNAm
correspondente.
Um dos fatores que controlam negativamente a síntese de iNOS em
macrófagos é o aumento da atividade de arginase, uma vez que estas duas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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enzimas competem pelo mesmo substrato L-arginina para a produção de NO e


uréia, respectivamente.
Arginase existe em duas formas, a citosólica (AI) altamente expressa no fígado
envolvida com a síntese de uréia e arginase mitocondrial (AII) envolvida na
biossíntese de poliaminas, nos aminoácidos ornitina, prolina e glutamato, no
processo inflamatório, entre outros.
Estudos in vitro têm mostrado que citocinas do tipo Th2 e Th3 podem induzir a
expressão de arginase I (AI) em macrófagos. Arginase I também pode ser
induzida em macrófagos expostos a LPS e análogos de cAMP.
Sabe-se que alguns microrganismos como Helicobacter pillori e Leishmania
induzem a presença de arginase I inibindo a expressão de iNOS para garantir
sua sobrevivência na célula hospedeira.

OBJETIVO:
Analisar a expressão de iNOS e arginase I em macrófagos ativados in vitro por
B. pertussis, afim de compreendermos as estratégias utilizadas pela bactéria no
início da invasão celular e regulação da resposta imune.

METODOLOGIA:
BACTÉRIAS: Bordetella pertussis cepa 18323 foi cultivada a 35°C em meio
sólido Bordet-Gengou (BG) suplementado com 25% de sangue de carneiro e
cefalexina (20 µg/ml), utilizada na fase exponencial de crescimento, período que
corresponde a 48-72 horas de cultivo. Após este período, as colônias de
bactérias foram obtidas por lavagem da camada de ágar com solução salina
tamponada com fosfato (PBS), transferidas para um tubo de centrífuga e
lavadas com meio de cultura apropriado. Controles para excluir a presença de
outras bactérias foram realizados utilizando-se a Coloração de Gram.
OBTENÇÃO DE ANTÍGENO SOLÚVEL DE B. Pertussis: Após o cultivo em meio
BG, as bactérias foram expandidas em meio líquido Stainer & Scholte (SS) a
35,5°C sob agitação por 24 h. As bactérias foram centrifugadas a 8000 rpm, 10
min, 4°C sendo o sobrenadante e o sedimento separados. O sedimento
contendo as bactérias foi inativado por 60 min a 56°C e após duas lavagens
com PBS pH 7,2 as bactérias foram ressuspensas em tampão de sonicação,
composto por fosfato de sódio (50 mM) e cloreto de sódio (0,3 M) pH 8,0 na
presença de inibidor de protease PMSF (1 mM). Posteriormente foram rompidas
no sonicador Sonic Desmembrator 550 (Fisher Scientific) a 4°C por cinco ciclos
de 1 min com 30 s de intervalo, repetido sete vezes. Este material obtido foi
centrifugado a 15.000 rpm, 4°C para separação da fração solúvel dos restos
celulares. A parte solúvel obtida foi filtrada em membrana de 0,22 mm,
alíquotada e estocada a -70°C até o momento de uso. Este material foi

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

238
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posteriormente utilizado nos ensaios para ativação dos macrófagos.


ANIMAIS: Por ensaio, foram utilizados 4 camundongos C57BL/6 com 6 a 8
semanas de idade, peso 22 a 28 g provenientes do Biotério da Faculdade de
Medicina ou Medicina Veterinária da USP. Estes animais foram mantidos em
biotério convencional por curto período de tempo. Os camundongos foram
sacrificados através da exposição ao CO2. A seguir, foram extraídos o fêmur e
a tíbia para a obtenção das células medulares que será a origem de
macrófagos a serem utilizados.
CULTIVO DE CÉLULAS L929: Células L929 foram cultivadas em meio RPMI
contendo 10% de soro fetal bovino, penicilina (50 U/ml) e estreptomicina (50
mg/ml), sendo mantidas por sete dias a 37°C, 5% de CO2. Após este período o
sobrenadante foi utilizado para cultivo e diferenciação das células obtidas de
medula óssea. O sobrenadante de células L929 contém o fator estimulador de
colônias de macrófagos M-CSF, fornecendo uma alternativa para a
diferenciação e proliferação de células progenitoras da medula óssea em
macrófagos maduros in vitro.
ISOLAMENTO E DIFERENCIAÇÃO DE MACRÓFAGOS DERIVADOS DE
MEDULA ÓSSEA MURINA (MfDM): Os macrófagos derivados de medula óssea
foram obtidos a partir do fêmur e da tíbia de camundongos C57BL/6, em
seguida foram removidas as hemácias através de lise com o tampão (ACK).
Posteriormente as células foram lavadas por centrifugação em PBS e
finalmente diluídas na concentração adequada em RPMI completo
suplementado com 10 % de soro fetal bovino inativado (SFB), sobrenadante de
célula L929, penicilina e estreptomicina (50 U/ml e 50 mg/ml, respectivamente).
No sétimo dia as células já diferenciadas foram lavadas com PBS pH 7.2, para
a remoção das células não aderentes, e cultivadas em meio RPMI completo na
ausência de L929 para o início do experimento.
ATIVAÇÃO DOS MACRÓFAGOS:As células foram ativadas por 6 e 24 horas
com 30 mg/ml de antígeno (Ag) obtido do lisado bacteriano na presença ou não
de IFN-g &#61480;(1000 pg/ml) e na presença ou não de L-NOHA (1 mM).
Grupos controle usando macrófagos não ativados foram incluídos. O
sobrenadante foi colhido para dosar NO e as células aderentes utilizadas para
extração de RNA a ser utilizado nas reações de RT-PCR. Grupos paralelos
foram realizados para ensaio de viabilidade celular.
DOSAGEM DE ÓXIDO NÍTRICO (NO): Os sobrenadantes das culturas foram
utilizados para análise da produção de nitrito (NO2-) pelos macrófagos murinos,
utilizando o método de Griess. Uma quantidade de 50 µl de cada grupo foi
transferida para uma placa de 96 poços. Foi acrescentado a tais
sobrenadantes, a mesma quantidade de Sulfanilamida a 1% e de NED (a-
naftiletilenodiamina) a 0,1%, incubados por 10 min a temperatura ambiente. A
absorbância foi lida a 550 nm em leitor de microplacas Multiskan EX
(Labsystems). A concentração de NO2- foi avaliada por meio de uma curva de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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calibração (100 a 1,5 mM), usando nitrito de sódio (NaNO2) como padrão. A
produção de nitrito (NO2-) na cultura celular reflete o nível de óxido nítrico (NO)
uma vez que o nitrito é produto intermediário da reação.
ENSAIO DE VIABILIDADE CELULAR: Foi utlizada a coloração com MTT para
avaliar a sobrevivência e a proliferação celular. As células (3 x 105
células/poço) foram incubadas por 24 horas em placa de 48 poços e meio de
cultura RPMI suplementado com 10% de SFB, penicilina (50 U/ml) e
estreptomicina (50 µg/ml) à temperatura de 37ºC em estufa de CO2. Os
macrófagos foram cultivados na ausência ou presença de Ag (30 mg/ml) e de
IFN-ý (1000 pg/ml). Para controles de morte celular foi utilizado 0,1% Triton X-
100. Ao final do período de incubação foi adicionado MTT (5 mg/ml)
correspondendo a 10% do volume total do sobrenadante, de acordo com o
protocolo modificado de Vitral et al.. As culturas foram incubadas por 4 horas a
37°C e posteriormente os cristais formados na reação foram solubilizados com
HCl 0,1 N em isopropanol e a reação incubada por 15 min à temperatura
ambiente. A densidade óptica foi realizada 550 nm em leitor de microplacas
Multiskan EX (Labsystems). O MTT (3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil brometo
de tetrazolina) é um sal de tetrazolium solúvel em água. Ao ser clivado pela
enzima mitocondrial, desidrogenase succínica, origina cristais de formazan de
coloração violeta solúveis apenas em solvente específico.
EXTRAÇÃO DE RNA E RT-PCR: As células aderentes foram lavadas com PBS
e posteriormente lisadas com 1 ml de reagente Trizol (Invitrogen) de acordo
com as instruções do fabricante. O material foi transferido para microtubo e
posteriormente o RNA total foi precipitado com isopropanol em seguida lavado
com etanol a 75% e ressuspenso em H20 RNase free. A qualidade do RNA
obtido foi avaliada através de eletroforese em gel de agarose 1% em TBE 1x e
corado com brometo de etídeo. A quantificação e a pureza foram determinadas
através da espectrofotometria. O RNA foi tratado com DNase I (Invitrogen)
visando eliminar possíveis contaminações de DNA genômico. 2 mg de RNA de
cada amostra foram tratados com 2U de DNAse I por 15 min a temperatura
ambiente. A enzima foi inativada pela adição de 2 ml de uma solução de EDTA
25 mM seguida de uma incubação a 65ºC por 10 min. Os RNAs tratados com
DNase I foram submetidos à transcrição reversa utilizando a enzima
SuperScriptä III (First-Strand Synthesis System for RT-PCR, Invitrogen). Assim
foi obtido o DNA complementar (cDNA) que serviria posteriormente como molde
para amplificação pela reação em cadeia pela polimerase (PCR). Para todas as
amostras foram realizadas reações sem transcriptase reversa, a fim de se
excluir a eventual contaminação por DNA genômico. As reações de PCR semi-
quantitativo foram realizadas em um volume final de 20 ml contendo 1/10 dos
produtos de RT, 0,4 mM de cada primer, 200 mM de desoxinucleotídeos
trifosfatados (dNTP), 1,5 U de Taq polimerase (Invitrogen), 1,0 mM de MgCl2
para iNOS e 1,5 mM para b-actina e arginase. Para a amplificação foi utilizado o

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termociclador Gene Amp PCR System 9700 (Aplied Bio Systems) e as


seguintes condições foram adotadas: desnaturação inicial de 5 min a 94°C,
seguida de 30 ou 28 ciclos que incluem a seguinte seqüência: 94oC por 45 s
(desnaturação), 58°C por 45 s (anelamento), 72°C por 1 min (extensão), e um
ciclo final de extensão a 72°C por 5 min. Os produtos de amplificação foram
analisados por eletroforese horizontal em gel de agarose 2% em TAE 1x,
corado com brometo de etídio e visualizados através de luz UV. Foram
utilizados os seguintes primers forward e reverse, respectivamente, para iNOS:
5’-AGGAAGAAATGCAGGAGATG-3’ e 5’- CACCTGCTCCTGGCTCAAG-3’
(253-bp); arginase: 5’- TTCTGGGAGGCCTATCTTAC -3’ e 5’-
CCAAGGTTAAAGCCACTGCC-3’ (162-bp); e b-actina: 5’-
ACTACATTCAATTCCATCAT-3’ e 5’-CGATCCACACACAGTACTTG-3’ e 5’-
CGATCCACACAGAGTACTTG-3’ (196-bp). ENSAIO DE DENSITOMETRIA:
Após a visualização em UV, os géis foram fotografados e as imagens
armazenadas em formatos digitalizados utilizando o sistema de captura de
imagem AlphaEaseFC (Alpha Imager 2200). As imagens foram impressas
tornando-se disponível para análise em GS-800 Calibrated Densitometer (Bio-
Rad), sendo a intensidade das bandas quantificadas e normalizadas através do
método de densitometria, utilizando o programa Quantity One (Bio-Rad).

RESUMO:
PRODUÇÃO DE NO POR MACRÓFAGOS: Foram feitas as médias de 2
experimentos independentes, após 6 ou 24 h de incubação. A adição de Ag não
favoreceu significativamente o aumento de nitrito apesar da complexidade deste
antígeno bacteriano. O grupo estimulado com Ag associado ao tratamento com
a citocina IFN-g teve a máxima produção de nitrito. Este grupo foi utilizado
como controle positivo de expressão de iNOS nos ensaios de RT-PCR. A
adição do inibidor de arginase (L-NOHA) na presença do Ag aumentou a
produção de nitrito sugerindo contribuição desta enzima no controle da
produção de NO2- . A produção de nitrito ocorre quando há ativação e
expressão da enzima iNOS, cujo produto final é medido pela presença de nitrito.
VIABILIDADE CELULAR: Para confirmar a viabilidade das células e excluir
problemas que pudessem ocorrer no cultivo celular durante a realização dos
experimentos, foi feito um controle de viabilidade das diversas amostras a
serem utilizadas na reação de RT-PCR utilizando a coloração das células pelo
método do MTT. Há formação de precipitados de formazan devido a presença
da enzima succinato desidrogenase, esta ocorre apenas em células viáveis.
Como controle de morte celular usamos 0,1% de Triton X-100. A adição do
antígeno bacteriano não alterou significativamente a viabilidade das células a
serem utilizadas na reação de RT-PCR.
ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE INOS E ARGINASE: Foram feitos ensaios
utilizando 28 para iNOS e 30 ciclos de amplificação para arginase e &#946;-

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actina. Após 6 horas de estímulo com Ag de Bordetella pertussis, houve pouco


aumento da expressão do RNAm para iNOS. Enquanto com 24 horas não
houve aumento significativo. Para arginase I, o grupo ativado com Ag após 6
horas houve redução na expressão do RNAm. Em 24 h de ativação, o RNAm
para arginase teve um aumento expressivo. Foram apresentados os resultados
através de produtos de RT-PCR. O grupo adicional controle usando macrófagos
estimulados com antígeno na presença de IFN-g expressou as duas enzimas.
QUANTIFICAÇÃO POR DENSITOMETRIA: Os produtos de RT-PCR foram
quantificados por densitometria através do cálculo de expressão relativa das
amostras. O valor da densidade óptica de cada amostra foi dividida pelo valor
do gene endógeno, &#946;-actina. Para o cálculo da proporção entre as
amostras dos grupos tratados com Ag de B. pertussis com os grupos controle,
foi dividido o valor de densidade óptica do primeiro pelo segundo. Os dados
mostraram que tanto com 6 quanto 24 h, arginase se expressou mais do que
iNOS. Porém, a adição de Ag de B. pertussis após 6 horas, foi capaz de
aumentar o dobro da expressão de iNOS, enquanto para arginase a expressão
diminuiu. Já com 24 h, iNOS não teve aumento significativo após ativação,
enquanto arginase aumentou. Esses resultados sugerem que houve controle de
expressão de uma enzima sobre a outra pelo fato dessas enzimas competirem
pelo mesmo substrato L-arginina.

CONCLUSÃO:
Estes dados sugerem que a arginase I pode controlar a expressão de iNOS
neste modelo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CARBONETTI, N.H.. 2007. Immunomodulation in the pathogenesis of Bordetella
pertussis infection and disease. Curr Opin Pharmacol. 7: 272-8.
CHAKRAVORTTY, D. & HENSEL, M.. 2003. Inducible nitric oxide synthase and
control of intracellular bacterial pathogens. Microbes Infect. 5: 621-7.
DURANTE, W.; JOHNSON, F.K. & JOHNSON, R.A.. 2007. Arginase: a critical
regulator of nitric oxide synthesis and vascular function. Clin Exp Pharmacol
Physiol. 34: 906-11.

________________________________________________________________
Financiamento: UNISA, Fapesp, Cnpq (Bolsa Pibic) e Instituto Butantan.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Geração de linhagens sensoras de morte celular via ativação de


caspase 3 - Apoptose
FERNANDA DE OLIVEIRA ARAÚJO GIANNACCARI(1)

EUGENIA COSTANZI(2)(Orientadores)
Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
TERAPIA GÊNICA
A terapia gênica baseia-se na transferência de genes terapêuticos para as
células do paciente. Essa transferência gênica pode ser feita por meio de
diversos veículos ou vetores. A adequação dos vetores é de fundamental
importância para o sucesso da terapia gênica.
A terapia gênica hoje possui grande foco no tratamento de câncer e tem sido
considerada uma das mais promissoras estratégias no combate de tecidos
tumorais. Independentemente do tipo histológico, todos os tumores tem em
comum a perda do controle da proliferação celular. Entre as mais promissoras
estratégias de terapia gênica do câncer está a introdução de genes que
promovem a morte celular, diretamente nas células tumorais, incluindo aqui os
genes supressores de tumor (como p53) e genes com efeito tóxico ou suicidas
(como tk).

MORTE CELULAR - APOPTOSE


A morte celular é um aspecto importante para diversos processos fisiológicos,
portanto o desequilíbrio de suas funções pode ser um fator que caracteriza
inúmeras doenças humanas. Em muitos casos, o desenvolvimento e a
manutenção dos organismos estão diretamente envolvidos com os processos
de morte celular, que no passado eram conhecidos como processos de caráter
exclusivamente degenerativo que ocorriam em situações de lesão ou estresse
celular.
A apoptose é um processo caracterizado pela compactação da célula inteira,
incluindo o núcleo. Durante o processo as células emitem brotamentos
citoplasmáticos chamados de corpos apoptóticos, estes são rapidamente
fagocitados por macrófagos teciduais sem gerar qualquer reação inflamatória.
Os principais mediadores da morte celular por apoptose são as caspases.
As caspases são cisteíno-proteases capazes de clivar substratos que possuam
resíduos de ácido aspártico. Essas enzimas são ativadas nas células
sinalizadas para morrerem por apoptose. Até hoje são conhecidas 14 caspases
humanas, sendo que 6 participam do processo de apoptose e são divididas em
dois grupos: as indutoras (caspases 8 e 9), que dão início à cascata proteolítica
e as efetoras (caspases 3, 6 e 7), que clivam substratos específicos. Existem
duas vias de ativação da apoptose: a via extrínseca ou via dos receptores de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

243
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morte celular e a via intrínseca ou via mitocondrial.


Apesar da diversidade de características presentes nos tecidos tumorais, todos
os cânceres apresentam uma enorme capacidade de proliferação e resistência
a apoptose. Muitas vezes essa resistência a morte celular ocorre devido à perda
de função da proteína supressora de tumor p53. Quando os tumores p53
negativos foram examinados em relação à morte celular, ficou claro que o
número de células que entram em apoptose é muito baixo em relação aos
tecidos normais, o que contribui para o agressivo crescimento tumoral. Em uma
situação de estresse celular, onde há lesão do DNA, a molécula p53 é
fosforilada tornando-se mais estável. Então p53 passa a atuar como um fator de
transcrição induzindo a síntese de p21. Esta, por sua vez, inibe a atividade de
quinases dependentes de ciclina e consequentemente a fosforilação de pRb e a
liberação dos fatores E2Fs (responsáveis pela síntese de DNA), impedindo a
continuidade do ciclo normal da célula. Além disso, há indícios de que a
proteína p53 é capaz de induzir proteínas pró-apoptóticas como BAX, CD95
entre outras. Muitas drogas anticâncer possuem melhor desempenho em
células que expressam p53 selvagem. Esses fatores apontam para p53 como
um forte candidato a gene terapêutico.

PROTEÍNAS BIOFLUORESCENTES
A descoberta das proteínas fluorescentes (PFs) tem revolucionado os estudos
dentro da biologia celular, tornando possível o estudo in vitro e in vivo de
eventos biológicos em células e tecidos vivos em tempo real e de forma não
invasiva. A aplicação das PFs se estende a diversas áreas da pesquisa como
câncer, biologia do desenvolvimento, expressão gênica, angiogênese e
imunologia, entre outros, porém não há um campo que não foi tocado e
transformado pela possibilidade de acompanhar processos biológicos em tempo
real. Estas pesquisas podem se beneficiar da eficiência da marcação
fluorescente de células únicas, tecidos e animais inteiros.
A green fluorescent protein (GFP) foi a primeira PF geneticamente codificada,
foi isolada da água-viva Aequorea Victoria e exibe auto-fluorescência verde
após excitação com luz azul. A GFP serviu de protótipo para o desenvolvimento
de novas categorias de sensores biológicos. Hoje há um amplo espectro de
mutantes e variantes filogenéticas de GFP que dão um resultado multicolorido
aos experimentos com células vivas. As PFs na faixa do infravermelho são
tecnologicamente mais adequadas para detecção profunda de imagens in vivo.
Na faixa do infravermelho, a PF dsRed, derivada do coral Discosoma sp, possui
excitação e emissão nos comprimentos de 558nm e 583nm, respectivamente e
vem servindo como modelo para a construção de outras variações de PFs.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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PROTEÍNA MTF: SENSOR DE APOPTOSE


A proteína de fusão MTF é formada por três proteínas repórteres diferentes: a
proteína fluorescente vermelha (mRFP1), a HSV 1-sr39 truncado
timidina quinase (TK) e a Firefly luciferase (FL). Estas proteínas encontram-se
ligadas por um polipeptídio reconhecido como substrato específico para
caspase- 3, chamado DEVD (Ac-Asp-Glu-Val-Asp). Após a clivagem do motivo
DEVD por caspase-3 as três proteínas marcadoras são ativadas. A fusão MTF
pode ser usada na visualização de apoptose (em resposta a ação de caspase
3) através de três diferentes sistemas de imagem: biofluorescência (mRFP1),
bioluminescência (FL) e tomografia por emissão de positrões, PET (TK) (Ray et
al, 2008).
A mRFP1 (monomeric red fluorescent protein), é uma nova versão de PF
derivada da dsRED, além de ser monomérica, possui uma maturação rápida e
uma mínima interferência com o marcador GFP e seus derivados.
Luciferase é uma enzima catalisadora da luciferina. O gene Firefly luciferase
(FL), usado na construção da fusão MTF, foi isolado do lampirídeo norte-
americano Photinus pyralis. Esta enzima, quando no processo de oxidação de
seu substrato (luciferina-D) emite energia na forma de luz.
A HSV 1-sr39 (Tk) é a versão mutante truncada do vírus herpes simplex 1 (HSV
1) com o gene da timidina kinase. Este funciona como um gene marcador da
localização da expressão da timidina quinase (TK) de modo direto, não invasivo
e in vivo por tomografia de emissão de positrões (PET). PET baseia-se numa
recente tecnologia da medicina nuclear, onde se utiliza radionuclídeos
biológicos para detectar locais onde o metabolismo está aumentado, como no
caso de tumores.
Linhagens celulares expressando a fusão MTF são linhagens sensoras da
ativação da caspase-3. Estas células individualmente ou nos tumores de
animais podem ser utilizadas como um versátil instrumento para mostrar de
forma eficiente e não invasiva, a eficácia de medicamentos e também servir de
ferramenta para o teste de novas terapias.

OBJETIVO:
Neste estudo, foi proposta a criação de linhagens sensoras de apoptose
mediada pela ativação de caspase 3, usando como marcador a expressão da
proteína fluorescente na faixa do infravermelho mRFP1 mediada pelo vetor
MTF. As funcionalidades das linhagens sensoras criadas puderam ser
analisadas através da observação dos efeitos de diversos tratamentos indutores
de morte celular, incluindo tratamentos virais e tratamentos quimioterápicos

METODOLOGIA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Linhagens celulares: Todas foram mantidas em meio DMEM, Dulbecco’s


Modified Eagle Medium, (Invitrogen) suplementado com 10% de soro bovino
fetal (Hyclone), em atmosfera úmida com 5% de CO2 sob temperatura de 370C.
Ambas as linhagens U87 e U251 foram estabelecidas a partir de amostras de
glioblastoma humano e são portadoras dos fenótipos Rb+/p53sel/p16- e
Rb+/p53mut/p16-, respectivamente.
Preparação dos plasmídeos: O vetor pcDNA 3.1 – MTF (gentilmente cedido
pelo Dr. Gambhir, Stanford University) foi preparado seguindo protocolo clássico
de transformação de bactérias DH5 alfa (Sambrook et al, 1989). As preparações
de plasmídeos puros foram realizadas utilizando o Kit Plasmid Mid QIAGEN®
seguindo instruções do fabricante. Determinação da absorbância a 260nm foi
aplicada para quantificação (µg/µl) das preparações. Relação entre as leituras
de absorbância 260nm/280nm serviu para determinar o grau de pureza das
produções (valores entre 1,7-2,0). A identidade de restrição dos plasmídeos foi
confirmada através de fracionamento em gel eletroforese (agarose 0,8% em
tampão TAE), após digestão com as enzimas de restrição Hind III, Xho I e Hind
III + Xba I por 2 horas a 37º C.

Transfecção e Seleção: O método de trasfecção foi lipofecção (transfecção por


lipossomos), utilizando o reagente Lipofectamina 2000 (Invitrogen®), de acordo
com o protocolo do fabricante. Brevemente, ao redor de 1x105células/poço
foram plaqueadas em bandeja de 24 poços. Após 24 horas o meio de cultura
original de plaqueamento (DMEM com 10% de soro bovino fetal) foi trocado
pelo meio Opti-MEM® (Invitrogen®) livre de soro e antibióticos. Utilizamos 0,8µg
do vetor pMTF/poço e 2µl de Lipofectamina 2000. 24 horas após a lipofecção,
foram adicionados as culturas 600µg/ml do antibiótico G418 (Invitrogen®), um
derivado da geneticina. Entre 7-10 dias todas as células da placa controle (não
lipofectada) morreram, indicando o término da seleção. O vetor MTF carrega o
gene Neo, que confere resistência ao antibiótico G418, assim apenas as células
transfectadas com o vetor MTF sobreviveram a seleção. As culturas foram
mantidas sob seleção por mais 7-10 dias e expandidas. Amostras das novas
linhagens U87MTF e U251MTF foram congeladas e armazenadas a -80oC.

Ensaio da análise funcional do vetor MTF na linhagem U87MTF tratada com


estaurosporina: Células U87MTF foram plaqueadas e tratadas com 100nM/ml
de estaurosporina por 96 horas. Células com fluorescência vermelha, resultado
da expressão da proteína biofluorescente mRFP1, ativada após clivagem do
sítio DEVD por caspase 3, foram observadas quantitativamente e
qualitativamente, respectivamente utilizando FACS (Fluorescent activated cell
sorting) e microscopia confocal. Para as análises de FACS as células foram
removidas das placas com tripsina, centrifugadas e lavadas em PBS. O pellet
de células foi ressuspenso em 500µl de paraformaldeído 1% em PBS e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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mantidas a 4oC até o momento da análise. A fluorescência foi detectada na


faixa de 559-700nm, utilizando filtro de excitação entre 503-550nm e emissão
600-700nm. Imagens de células em apoptose foram capturadas sob
microscopia confocal realizada diretamente nas placas de cultura com as
células vivas.

Aplicação das linhagens sensoras U87MTF e U251MTF no monitoramento de


morte celular induzida pelo tratamento com os adenovírus Adp53: Células das
linhagens U87MTF e U251MTF foram plaqueadas, por volta de 1 X104
células/poço em bandejas de 12 poços. Em determinados poços as células
foram transduzidas com os adenovírus portadores do gene supressor de tumor
p53, Adp53 (MOI 100) e em outros poços as células foram transduzidas com os
adenovírus controle AdLacZ (MOI 100). 24 horas após a transdução o meio de
cultura contendo os vírus foi trocado por meio fresco. As amostras foram
analisadas por meio de microscopia confocal e FACS.

Ensaio de análise de morte celular induzida pelos adenovírus Adp53 combinado


com o tratamento de cisplatina: As mesmas linhagens celulares foram
plaqueadas, aproximadamente 1 x104 células/poço em uma bandeja de 12
poços. As células foram transduzidas com Adp53 (MOI 100) ou com o controle
AdLac-Z (MOI 100). 24 horas depois o meio de cultura contendo os vírus foi
trocado por meio fresco. 48 horas depois da transdução foi administrada uma
dose de 30µM de cisplatina em cada poço. As células foram analisadas por
microscopia confocal ensaio quantitativo foi realizado via FACS As amostras
foram coletadas e analisadas 48 horas após a adição de cisplatina.

RESUMO:
Análise funcional do vetor MTF a partir do tratamento com estaurosporina:
Os resultados obtidos através de citometria de fluxo e microscopia confocal a
laser a partir do ensaio da análise funcional do vetor MTF nas linhagens
U87MTF e U251MTF tratadas com estaurosporina sob concentração de 100nM,
mostram que houve a emissão de fluorescência vermelha, resultado da
atividade da proteína mRFP1 após a clivagem do peptídio DEVD, substrato da
caspase 3, o que indica que a estaurosporina possui um efeito indutor de
apoptose via caspase 3 e este efeito pode ser detectado em células humanas
de glioma através do sensor MTF. Em ambas as linhagens, observa-se o
aumento da intensidade da fluorescência vermelha, 47,4% e 26,2%
respectivamente na U87MTF e U251MTF, após tratamento com o agente
químico.
Também foi possível observar nas imagens obtidas das culturas tratadas com
estaurosporina, intensa mudança na morfologia celular. Após passarem por

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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tratamento com estaurosporina, as células apresentam diminuição no volume e


alta condensação da matriz citoplasmática e da cromatina. Já foi observado que
a inibição da proteína quinase C é um dos principais fatores que contribui para
a alteração na morfologia de células tratadas com estaurosporina.
Já se conhece bem que a estaurosporina é um potente indutor de morte celular
em diversas linhagens celulares. Porém ainda não está bem estabelecido o
mecanismo pelo qual a estaurosporina age, sabe-se que existe influência sobre
a fosforilação da pRB, uma proteína supressora de tumor e que a apoptose é
induzida pela via intrínseca. A estaurosporina induz apoptose em células de
glioma por intermédio das caspases 2 e 3. A ativação destas enzimas, resulta
na clivagem proteolítica de PARP (substrato da caspase 3) e então na
apoptose.

Aplicação das linhagens sensoras U87MTF e U251MTF no monitoramento de


morte celular induzida pelo tratamento com os adenovírus Adp53:
Células sensoras das linhagens U87MTF e U251MTF foram utilizadas para
avaliar o efeito do tratamento de remediação da expressão de p53 utilizando
como veículo de transferência gênica o adenovírus Adp53 (MOI de 100). Para
avaliar o efeito do gene supressor de tumor p53, foi usado como controle os
adenovírus AdLacZ (MOI de 100), portadores do gene LacZ (beta-lactosidase).
Já se sabe que os adenovírus são considerados vetores bem adaptados para
os protocolos de transferência de genes supressores de tumor.
A partir da observação dos resultados obtidos das análises de FACS e
microscopia confocal, onde foi possível visualizar a expressão da proteína
mRFP1, pode-se concluir que a presença do transgene selvagem p53 induziu a
ativação de caspase 3 nas linhagens estudadas. Porém, Nas células sensoras
U87MTF não foi visualizada nenhuma célula expressando mRFP1 no momento
da captura das imagens no microscópio confocal, apesar do FACS detectar um
aumento na intensidade de fluorescência vermelha nas célula tratadas com os
adenovírus Adp53 (intensidade de fluorescência igual a 39,52) em relação ao
controle AdLacZ (intensidade de fluorescência igual 34,695).
As células U251 carregam a cópia mutada de p53 e as células U87 possuem
cópia selvagem de p53, o que pode causar resistência ao efeito pró-apoptótico
de p53 exógeno.
Apesar do tratamento baseado na transferência do gene p53 ser uma
estratégia eficiente, garantindo inibição da proliferação celular em diversos tipos
de tumores, existem situações em que p53 pode não ser a melhor escolha
como agente terapêutico, pois é provável que tumores portadores da cópia
selvagem de p53 desenvolvam um mecanismo capaz de inativar a função
antiproliferativa de p53, logo a introdução de uma nova cópia deste gene pode
ter um efeito limitado nestes tumores (Strauss & Costanzi-Strauss, 2004).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Ensaio de análise de morte celular induzida pelos adenovírus Adp53


combinados com o tratamento de cisplatina:
Foi realizado um ensaio de morte celular induzida pelos adenovírus Adp53 (MOI
de 100) combinados com o tratamento de cisplatina sob concentração de 30µM,
utilizando as linhagens sensoras U87MTF e U251MTF.
Os resultados indicam um aumento de aproximadamente 50% na intensidade
de fluorescência vermelha emitida pelas células U87MTF tratadas com Adp53
em combinação com a cisplatina, em comparação com as células U87MTF
tratadas AdLac e cisplatina.
A partir da observação dos resultados obtidos através das análises de FACS e
microscopia confocal, é possível constatar que nas células da linhagem
U251MTF os dois tratamentos mostraram-se eficientes na indução da atividade
de caspase-3.
A transferência do gene p53 para células tumorais pode não só inibir a divisão
celular e induzir apoptose, como pode ser útil para sensibilizar as células
tumorais aos tratamentos radio e quimioterápicos. O tratamento com a
combinação de Adp53 mais cisplatina resulta num significante aumento da
fosforilação de p53 exógeno em células de glioma com cópia de p53 selvagem.
A incapacidade de fosforilação de p53 selvagem endógena quando exposta a
drogas danificadoras de DNA como a cisplatina, sugere uma deficiência na
recepção de sinais ou uma indisponibilidade da p53 endógena em receber
esses sinais, pois quando há p53 exógena, esta é fosforilada mediante ao
estresse sofrido pelo DNA.
A expressão de p53 selvagem é um fator essencial para o efeito citotóxico da
cisplatina em células de glioma, pois a sensibilidade ao quimioterápico é
aumentada.

CONCLUSÃO:
Neste estudo foi testada uma versátil ferramenta sensora da ativação de
caspase 3, capaz de detectar a morte celular de forma não invasiva e em tempo
real, em células vivas únicas ou em tumores inteiros por meio da expressão de
mRFP1: fluorescência vermelha. Com sucesso o vetor MTF foi preparado e as
linhagens celulares sensoras U87MTF e U251MTF foram geradas. A expressão
da proteína mRFP1 foi capaz de mostrar a eficiência de agentes terapêuticos
em induzir morte celular por apoptose em células de glioblastoma.
Este sistema sensor de caspase 3 pode vir a servir como uma promissora
ferramenta em testes com drogas pró-apoptóticas, sendo capaz de relatar a
eficiência ou a despistagem destas drogas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Ray P, De A, Patel M & Gambhir S S, 2008. Monitoring Caspase-3 Activation


with a Multimodality Imaging Sensor in Living Subjects. Clin Cancer Res. 14:
(18), p. 5801 – 5809

Sambrook J, Fristch E F & Maniats T. 1989 Molecular Cloning: A


Laboratory Manual. 2ª edition. Cold Spring Harbor Laboratory Press. New York

Strauss B E & Costanzi-Strauss E, 2004. Terapia Gênica. Cap 38. In: Ferreira C
G & Rocha J C. Oncologia Molecular. 1ª edição. Atheneu. São Paulo. p. 437-
446

________________________________________________________________
sem notas de rodapé.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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HISTÓRICO LITERÁRIO DA DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL -


COMEMORAÇÃO DOS 100 ANOS
HUMBERTO MUNIZ DE SOUZA RAMOS(1), JULIANO JOSE PRIMO RIBEIRO(2)

CAROLINA GUILHERME P BEYRODT DE AMORIM(3),CELIDÉIA APARECIDA COPPI


VAZ(4),MARIA REGINA ANDRADE DE AZEVEDO(5)(Orientadores)
Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
O Brasil, em 2009, realiza uma grande celebração, em comemoração ao
centenário da descoberta da Doença de Chagas, identificada e descrita pelo
médico e pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, que
apresentou ao mundo médico e científico a doença parasitária humana que
representa hoje uma das mais importantes endemias do Brasil e América
Latina, que registra anualmente 810000 novos casos.
O Mal de Chagas é uma parasitose causada pela picada de um inseto
popularmente conhecido como barbeiro, porém a etiologia da doença é
relacionada ao Trypanosoma cruzi, protozoário flagelado da ordem
Kinetoplastida e família Trypanosomatidae, hospedeiro intermediário de
mamíferos, no qual provoca a patologia, e hospedeiros definitivos de
numerosas espécies de artrópodes hemípteros hematófagos da família
Reduviidae e subfamília Triatominae, entre elas o barbeiro (Triatoma
rubrofasciata).
Considerada inicialmente apenas como endemia rural, pelo hábito do vetor se
alojar em locais escuros em casas de pau a pique, sua transmissão pode
ocorrer através da transfusão de sangue e órgãos. Portela-Lindoso & Shikanai-
Yasuda (2003) comentam que os dados do senso Sorológico Nacional,
realizado de 1975 a 1980, indicam 4,2% de prevalência de Chagas em área
rurais, diminuindo para 2,7% na população geral brasileira e aumentando para
3,1% com a inclusão do estado de São Paulo.
A elevada importância da doença chagásica nos grandes centros urbanos deve-
se principalmente aos elevados fluxos migratórios do campo para a cidade
grande o que instaura de modo inequívoco a importância da patologia em
termos de Saúde Pública, embora seja até os dias atuais, uma doença
negligenciada pelo sistema público de saúde.

OBJETIVO:
Descrever um panorama histórico global da Doença de Chagas com a
visualização de aspectos epidemiológicos e aspectos ligados à Medicina
Transfusional, uma vez que em 2009 são completados 100 anos da descrição
da doença realizada pelo Dr. Carlos Chagas.

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METODOLOGIA:
Foi realizada revisão bibliográfica sistemática de publicações sobre Doença de
Chagas de 1990 até os dias atuais em bases de dados eletrônicas.
A avaliação crítica e revisão dos textos das publicações ocorreram através de
discussões entre os autores onde foi considerada a relevância da publicação
em face ao panorama da evolução epidemiológica da doença e do centenário
do Mal de Chagas.

RESUMO:
Embora a Doença de Chagas seja inicialmente proveniente de regiões rurais, é
uma patologia que alcançou um elevado número de enfermos, principalmente
pelo alto fluxo migratório da população rural para as regiões urbanas. Logo é
possível avaliar que somado a este fator, as vias de transmissão provocam a
multiplicação no número de casos, seja devido à transmissão vetorial, vertical
ou através de transfusões (cerca de 33% dos casos, de acordo com Shikanai-
Yasuda et al. (1990)).

CONCLUSÃO:
A educação sanitária, eliminação do vetor e desenvolvimento de métodos
sorológicos para a identificação da parasitose são essenciais para a eliminação
da doença.
Atualmente o risco residual para transmissão transfusional da Doença de
Chagas na cidade de São Paulo é 1/1000000. Mas o desenvolvimento de novas
tecnologias para eliminação de patógenos como detergentes e radiação
“Psoralen” são ferramentas que possibilitam a garantia da segurança
transfusional.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Centenário de Conquistas e Desafios (FIOCRUZ - Publicaç~]ao Virtual
Especial): http://www.fiocruz.br/ccs/media/RM19%20-%20pag%2024-45%20-
%20Especial%20Chagas.pdf (Acessado em Jul/2009).
Barrias ES, Dutra J da MF, de Carvalho TMU. Papel das Proteínas Rabs na
Invasão de Formas Tripomastigotas do Trypanosoma cruzi na Linhagem A431
Transfectadas com Rabs-GFP. Centro de Ciências da Saúde. XXVII Jornada
Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural, UFRJ. p.38.
Portela-Lindoso AA, Shikanai-Yasuda MA. Doença de Chagas Crônica: do
xenodiagnóstico e hemocultura a reação em cadeia da polimerase. Rev. Saúde
Pública 37(1) p.107-15. 2003.
Werneck G. Epidemiologia Descritiva: qualidade das informações e pesquisa
nos serviços de saúde. Revista do Sistema Público de Saúde do Brasil 18(3)
2009. p.205-07.
Gontijo ED, de Andrade GMQ, Santos SE, Galvão LM da C, Moreira EF, Pinto

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

252
UNISA - Universidade de Santo Amaro

FS, et al. Neonatal Screening Program for the Infection by Trypanosoma Cruzi in
Minas Gerais, Brazil: Congenital Transmission and Tracking of the Endemic
Areas. Revista do Sistema Público de Saúde do Brasil 18(3) 2009. p.243-54.
________________________________________________________________
Trabalho realizado em parceria da Graduação e da Pós-Graduação (Mestrado
Profissionalizante).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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IDENTIDADE AMBIENTAL DOS ALUNOS DA ESCOLA E.E. PROF.


CARLOS AYRES: A Educação Ambiental como formadora do
sujeito ecológico
AMANDA DE SÁ SILVA(1)

SALETE REGINA VICENTINI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO

Na Conferência da Universidade de Keel, Grã-Bretanha em 1965, o termo


Educação Ambiental foi citado pela primeira vez. Nesse mesmo encontro foi
estabelecido que, a Educação Ambiental deveria fazer parte da educação de
todos os cidadãos. Isso mostrou que as autoridades estavam começando a se
preocupar com a interação da sociedade com meio ambiente de elas vivem, o
que já foi um bom começo, mas nessa época poucos países aderiram a essa
prática (DIAS, 2004). A primeira Conferência Internacional sobre Meio
Ambiente, aconteceu em 1972 em Estocolmo, Suécia, três anos depois foi
realizada a Conferencia de Belgrado organizado pela UNESCO. Nessa ocasião
foi escrita a Carta de Belgrado, que entre outras coisas, prega um novo sistema
econômico, novas tecnologias e uma reforma no sistema educacional, visando
à diminuição da degradação do meio ambiente natural e social. Em 1977 a
Educação Ambiental foi tema da Conferência de Tbilisi capital de Geórgia, onde
foram esclarecidos os princípios, objetivos e estratégias para o desenvolvimento
de uma Educação Ambiental transformadora (DIAS, 2004).
Em 1992, ocorreu a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável e
Meio Ambiente, a Rio-92. Nessa conferência foi criado o Tratado de Educação
Ambiental para sociedade sustentável, que é ainda utilizada do Brasil
(CARVALHO, 2008) e a Agenda 21 Global, que consiste em vários planos de
ação para o século XXI (o que deu nome à agenda) em 40 capítulos, foi
assinado por 179 países (MMA, 2009).
A Educação Ambiental já podia ser percebida no Brasil antes da
institucionalização do governo federal. Os movimentos conservacionistas
começaram nos anos 70 junto com a luta pela liberdade democrática, mas as
manifestações eram bem isoladas somente na sociedade civil. Também nessa
época os primeiros cursos de especialização em Educação Ambiental foram
criados (ProNEA, 2005), já nos anos 80, com o fim da ditadura no Brasil e a
abertura políticas novos movimentos sociais foram se formando, entre ele o
ecologismo (CARVALHO 2008).
A Rio-92 foi realizada no Brasil onde representantes de várias nações

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

254
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assumiram o compromisso de trabalhar em prol da justiça, igualdade e do


equilíbrio ambiental (PCN, 1998). A agenda 21 foi elaborada na conferência, é
como se fosse um passo a passo para a realização dos compromissos criados
na Rio-92 (TOMAZELLO & FERREIRA, 2001).
A lei sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 27 de abril de
1999. “Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de
Educação Ambiental e dá outras providências.” A Política Nacional de
Educação Ambiental mostra a importância vital que a Educação Ambiental tem
para o desenvolvimento de uma sociedade saudável, com capacidade de
utilizar os recursos naturais de forma responsável através da prática da
Educação Ambiental, que deveria ser inserida em todos os níveis de ensino.
Na luta pelo saber ecológico devemos observar o nosso entorno mais sem
esquecer de nos auto-observar. Devemos fazer críticas mais também nos auto-
criticar, pois ver os problemas externos é relativamente fácil, difícil é
observarmos que no meio que convivemos ocorrem os mesmo problemas. Para
que a Educação Ambiental seja uma realidade cada um deve começar fazendo
sua “ecologia”, devemos reformular nossas teorias, nossos conhecimentos. E
essa reformulação do saber começa na escola (PCN, 1998).
Segundo Carvalho, (2005) educador ambiental não necessita ser um sujeito
ecológico, porém a identidade ecológica que uma pessoa adquire na vida faz
com que o sujeito queira se tornar um educador ambiental, mas por outro lado
há pessoas que começam a trabalhar com Educação Ambiental e aos poucos
se transformam em sujeitos ecológicos. Isso deveria acontecer com os
professores da rede educacional brasileira, para que as novas gerações tenham
uma identidade ecológica. Nos cursos de capacitação em Educação Ambiental
para formação de uma identidade ecológica, é importante trabalhar também
uma nova identidade pessoal e profissional dos educadores, para isso os
cursos devem se envolver com a vida dos professores, “suas experiências, seus
projetos de vida, suas condições de existência, suas expectativas sociais”.
O PCN auxilia as escolas na elaboração dos projetos educativos, para melhora
do convívio escolar, visando o trabalho com temas sociais ou também
denominados temas transversais como meio ambiente, ética, pluralidade
cultural, orientação sexual, trabalho e consumo entre outro temas que a
população considere relevante para uma realidade (ProNea, 2005).

OBJETIVO:
OBJETIVO
Objetivo geral:

Analisar as práticas da Educação Ambiental do corpo docente, na escola Prof º


Carlos Ayres através de questionários, abordando questões ambientais,

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identificando temas que mais conscientizam o corpo discente.

Objetivo específico:

•Conferir a opinião dos alunos sobre os ambientes onde habitam e o que


poderia tornar esses ambientes melhores.

•Verificar se há algum tipo de programa ligado a Educação Ambiental na escola


e quais os incentivos que MEC proporciona para o exercício da Educação
Ambiental.

•Analisar a opinião dos alunos a cerca do que seria o meio ambiente e o que
poderiam fazer para minimizar os problemas ambientais nos locais.

METODOLOGIA:
METODOLOGIA DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada na forma de questionário, sendo distribuídos para os


professores, diretor e alunos de 5 ° a 8 ° série da escola E.E. Professor Carlos
Ayres, que fica localizada no bairro Parque das Nações, São Paulo – SP e tem
população de alunos estimada em 2.500.
Nas pesquisas sociais, o número de elementos é muito elevado, por essa razão
é comum utilizar a técnica de amostragem, assim os resultados da pesquisa
estão baseado em uma pequena fração dos elementos em questão. A
amostragem foi feita através de questionários, que impedem que a avaliação do
pesquisador seja feita com base no aspecto pessoal do entrevistado, mas
também não tem garantia de que todas as questões serão respondidas, assim
diminuindo o número de amostras (Gil, 1999).
Os questionários modificados de PELICIONI, 2000 foram compostos por 25
questões abertas, fechadas e dependentes. Nas questões deixa-se um espaço
em branco para que o entrevistado responda o que quiser. Já as fechadas
apresentam um conjunto de alternativas para que sejam escolhidas uma ou
mais questões, e as dependentes, uma questão depende da resposta da outra
(Gil, 1999). Os questionários foram distribuídos para 100 alunos, 25 para cada
série, que foram escolhidos aleatoriamente pelos professores. Antes de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

256
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realizarmos uma análise dos resultados, foi feita uma filtragem dos
questionários, na qual foram retirados os que estavam preenchidos de forma
incompleta, restando assim 90 alunos, para que através dos resultados fosse
realizada a análise, a fim de estabelecer de que forma a Educação Ambiental é
trabalhada com os alunos (PELICIONI, 2000). O questionário para os
professores contendo 15 perguntas fora disponibilizado para todos os docentes,
oferecendo preferência para a área biológica, com maior facilidade de
desenvolver atividades ambientais com os alunos e foi respondido pelos que
quiseram participar da pesquisa. O questionário dirigido para diretório da escola
foi entregue na secretaria da mesma. Os resultados foram tabulados
manualmente e as respostas foram agrupadas por grau de similaridade entre as
questões.

RESUMO:
RESULTADOS E DISCUSSÃO

As respostas do questionário passado para os alunos 5 ª a 8 ª da escola Prof º


Carlos Ayres foram analisadas em grupos de acordo com o grau de similaridade
das questões.
Pouco mais de 77% dos da 5 ª série, gostariam de mudar algo em suas
casas, entre esses uma parte considerável faria mudanças na aparência de
seus quartos. Pouco mais de 20% estão satisfeitos com suas moradias, por isso
não mudariam nada. Dos alunos da 6 ª série, 47% fariam mudanças em suas
casas para torná-las um lugar melhor para se viver, sendo que a maioria está
satisfeita com sua moradia, portanto não expressou a vontade de realizar
mudanças. Entre os alunos da 7 ª série, 68% sentem a necessidade de fazer
modificações em suas casas, contra 32% que não vêem necessidade de tais
mudanças.
Entre os alunos da 5 ª série, 86% dos alunos gostam da rua onde moram.
Somente pouco mais de 13% não gostam da rua em que estão localizadas suas
casas. Um considerável número de alunos disse gostar das suas ruas por
causa da presença de amizades no local. A maior parte dos alunos da 6 ª série,
89,5%, estão satisfeitos com a rua onde moram, dos 13,6% dos alunos da 7 ª
série, parte deles gosta de sua rua devido à presença de pessoas queridas.
Dos alunos da 8 ª ,29,2% não gostam da rua em que moram,alguns deles por
causa da poluição sonora causada por vizinhos.
Todos os alunos da 5 ª série disseram gostar do bairro em que moram,
principalmente pela presença de um grande número de comércio presente no
local. Dos alunos da 6 ª série, 89,5% gostam do seu bairro pela presença de
amigos e conhecidos e de comércio, entre os 10,5% que não gostam do bairro,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

257
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o principal motivo apresentado foi a violência. Entre os alunos da 7 ª série, 92%


estão satisfeitos com o bairro, apenas 8% não gostam do bairro devido a
violência. Dos alunos da 8 ª série, 75% dos alunos disseram gostar de seus
bairro, 25% dos alunos não gostam do bairro em que moram, devido a violência
e a falta de segurança.
Um grande número de alunos que respondeu ao questionário, disse gostar da
escola em que estuda devido à presença de amigos, de bons professores e de
quadras esportivas. 100% dos alunos que participaram da pesquisa acreditam
que algo poderia ser feito para que o ambiente escolar se tornasse melhor.
A maioria dos alunos da 5 ª e 6 ª séries, gostaria que a escola fosse mais
limpa e de melhorar a qualidade, tanto de materiais didáticos quanto a estrutura
física das salas, que os professores deixassem da faltar às aulas, que as
refeições e o local onde se alimentam fossem melhores e que houvessem aulas
extracurriculares (como aula da canto e teatro). Os alunos da 7 ª série, além
melhoras na estrutura física da escola, gostariam que houvessem mais
atividades ligadas a esporte e que os alunos colaborassem com a limpeza da
escola. Entre os alunos da 8 ª série, alguns gostariam que houvesse um piscina
para que tivessem aula de natação, que fossem construídas mais áreas de
lazer, que a qualidade da comida servida nas refeições melhorasse e que fosse
servido café da manhã para os alunos que estudam no primeiro horário.
Todos os resultados apresentados até este momento dizem respeito ao meio
ambiente do aluno, não meio ambiente natural, mas sim ao meio ambiente
social, pois de acordo com Santos, (2001) a Educação Ambiental deve ser
primeiramente trabalhada localmente com problemas ambientais que estão
próximos dos alunos, para que os mesmos se sintam parte do problema, para
que busquem soluções para melhorar as condições ambientais e a qualidade
de vida nos ambientes que habitam. Muitos desses jovens não estão satisfeitos
com as condições no ambientes que habitam, ou gostariam que algo fosse feito
para torná-los melhores como melhorar as condições de habitação, segurança,
mais áreas de lazer.
De acordo com Souchou et al., (2003) devemos compreender melhor a
realidade do aluno, assim devemos adaptar os trabalhos de Educação
Ambiental com a real situação de vida do aluno, conforme Dias, (2004) é
necessário que se faça uma analise das condições socioeconômicas de cada
local para que a abordagem das questões ambientais sejam bem assimiladas.
Todos os alunos acham importante preservar o meio ambiente. Parte dos
alunos da 5 ª série, disseram que é importante preservar o meio ambiente para
que o mesmo não fique sujo e para manter vivos os animais e as plantas.
Alguns dos alunos da 6 ª série, pensam que preservar o meio ambiente é
importante para que as pessoas continuem vivas ou para que as pessoas não
fiquem doentes. Parte dos alunos 7 ª e 8 ª séries, se mostraram preocupados
com o futuro e com as condições ambientais para as novas gerações.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Os alunos que responderam os questionários estão aprendendo sobre a


fisiologia vegetal, sobre a biosfera, a importância de manter as plantas vivas,
fazer a reutilização de matérias recicláveis, a não jogar lixo no chão, a preservar
o meio ambiente, sobre a biodiversidade, as conseqüências do desmatamento,
sobre poluição do ar, a fazer economia de água e energia elétrica e sobre a
floresta Amazônica.
Foram agrupados os resultados dos questionários direcionados para os
professores e diretores.
As três professoras que responderam, acreditam que a escola é um bom lugar
para se desenvolver a Educação Ambiental. Todos os professores acreditam
que a escola é um ambiente adequado para trabalhar temas ambientais, mas
uma das professoras não se sente preparada para o desenvolvimento do tema
pela falta de material pedagógico. Somente uma das professoras conhecia os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
A escola tem um projeto de reciclagem que é organizado pelos professores,
coordenadores e com a colaboração dos funcionários da escola e tem recebido
materiais didáticos do MEC relacionados a água, que segundo a diretora são
mal aproveitados. Ainda segundo a diretora as capacitações ligadas ao tema
ambiental são realizadas na diretoria de ensino, mas nem todos os professores
comparecem.
O que parece estar faltando é a capacitação em Educação ambiental. Somente
uma das professoras se mostrou realmente interessada no tema ambiental e
duas disseram que incluem questões ligadas a Educação Ambientais em suas
aulas. A capacitação em Educação Ambiental para os professores da rede
estadual é realizada pela diretoria de ensino de cada região. Segundo Carvalho,
(2004) esse tipo de capacitação tem como objetivo mudar a identidade do
professor, tornando-o um sujeito ecológico, e que possa aplicar a Educação
Ambiental de forma adequada que Segundo Medina, (2001) deve se trabalhar a
problemática ambiental que gradativa do local para o global (esses problemas
ambientais foram identificados pelos docentes em uma das questões).
A falta ou pequena quantidade de material pedagógico relacionado às questões
ambientais não é um grande obstáculo. Os educadores devem buscar formas
alternativas porém sempre focando para que os alunos se vejam como parte da
problemática ambiental. Somente uma das professoras conhece o PCN. Os
Parâmetros curriculares Nacionais são como um guia que orienta a melhor
forma de trabalhar as disciplinas em sala de aula. Os projetos de Educação
Ambiental desenvolvidos na escola devem contar com a participação de todos,
desde o diretor até os funcionários da cozinha, mas deve contar principalmente
com a participação dos alunos, então por isso eles devem estar envolvidos com
a escolha do projeto.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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CONCLUSÃO:
CONCLUSÕES

Ficou claro que pequenas mudanças podem melhorar o meio ambiente dos
alunos, através da Educação Ambiental que visa não só a conservação
ambiental, mas também a qualidade de vida das pessoas. Para que isso ocorra
é necessário que cobremos dos políticos o cumprimento das promessas para
tornar a vida da população melhor, que os mesmos fazem nas campanhas
eleitorais, mas geralmente são esquecidas após a candidatura. Todos nos
temos que cobrar dos políticos que cumpram os projetos das campanhas, pois
nada fizermos a realidade do nosso país não mudará. Os alunos se mostram
preocupados com as questões da problemática ambiental que conseguem
identificar no meio ambiente, mas o tema é pouco aproveitado na escola. O
único programa de Educação Ambiental conta com a participação de poucos.
Podemos observar através respostas dos questionários que a Educação
Ambiental tem sido trabalhada de forma muito reducionista, devido o não
aproveitamento dos cursos de capacitação oferecidos pela diretoria de ensino,
que não são feitos pelo corpo docente, pois não são obrigatórios, além disso, as
indicações do PCN, que servem como orientação para o cumprimento do
PNEA, não são utilizadas na escola. Todo o corpo docente com o auxilio do
MEC deve trabalhar para que o PNEA seja cumprido, pois como uma lei o
cumprimento da mesma é um obrigação.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. 2005. A invenção do sujeito ecológico:


identidade e subjetividade na formação dos educadores ambientais. In: SATO,
Michéle. CARVALHO, & Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental:
pesquisa e desafios. Artmed. Porto Alegre, 51-63 p.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. 2008. Educação ambiental: a formação


do sujeito ecológico. 3 ed. Cortez. São Paulo, 256 p.

DIAS, Genebaldo Freire. 2004. Educação ambiental: princípios e práticas. 9 ed.


Gaia. São Paulo, 550 p.

GIL, Antonio Carlos. 1999. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. Atlas.
São
Paulo, 206 p.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

260
UNISA - Universidade de Santo Amaro

MEDINA, Naná Mininni, 2001. A formação dos professores em Educação


Ambiental. In: Secretaria de Educação Fundamental. Panorama de educação
ambiental no ensino fundamental. Brasília, 149 p

MMA. Ministério do Meio Ambiente. 2009. Rio 92. www.mma.go.br, data de


acesso 28/09/2009

PCN. Parâmetros curriculares Nacionais. 1997. Parâmetros curriculares


Nacionais: Educação Ambiental / Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília. 436 p.

ProNEA. Programa Nacional de Educação Ambiental 2005. Programa Nacional


de Educação Ambiental / Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação
Ambiental; Ministério da Educação. Coordenação Geral de Educação
Ambiental: Ministério de Meio Ambiente. 3 ed. Brasília, 102 p.

SANTOS, Silvia Aparecida Martins. 2001. Reflexão sobre o panorama da


Educação Ambiental no ensino fundamental. In: Secretaria de Educação
Fundamental. Panorama de educação ambiental no ensino fundamental.
Brasília, 149p

SOUCHOU et al. 2003. Educação Ambiental: seis proposições para agirmos


como cidadãos. Instituto Pólis. São Paulo, 216p

TOMAZELLO & FERREIRA, Maria Guiomar Carneiro, e Tereza Raquel das


Chagas. 2001. Educação ambiental: que critérios adotar para avaliar a
adequação pedagógica de seus projetos. Ciência & Educação; n.2, v.7: 199-
207p.

________________________________________________________________
LISTA DE SIGLAS

MEC – Ministério de Educação e Cultura


MMA - Ministério do Meio Ambiente
ONU - Organização das Nações Unidas
PCN - Parâmetros curriculares Nacionais
PNEA - Política Nacional de Educação Ambiental
ProNEA - Programa Nacional de Educação Ambiental
Sema - Secretaria Especial do Meio Ambiente
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura

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261
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Impacto da Pesca Artesanal sobre as Tartarugas Marinhas no


Município de Ubatuba, São Paulo.
NATALIA MIRANDA ZANETTI(1)

LUCIANA REZE BERNARDI(2),ELIANA DE OLIVEIRA SERAPICOS(3)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
As tartarugas marinhas pertencem à Classe Reptilia, Ordem dos Testudines,
que diferencia das demais por possuir uma série de características altamente
especializadas nas quais não ocorre em nenhum outro grupo de vertebrados.
Esses animais existem há mais de 150 milhões de anos, resistindo a muitas
mudanças geológicas do planeta; se originaram na terra, mas se modificaram
para uma vida marinha. Para isso, desenvolveram adaptações como diminuição
do número de vértebras, fusão das costelas para uma melhor resistência,
leveza e diminuição da carapaça, se tornando hidrodinâmica para auxiliar na
natação; patas transformadas em nadadeiras, e o desenvolvimento de uma
glândula, próxima do olho, para remover o excesso de sal.
Em todo o mundo existem sete espécies de tartarugas marinhas conhecidas,
distribuídas em 2 famílias: Cheloniidae e Dermochelydae. Dentre as espécies
Brasileiras estão: tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-de-pente
(Eritmochelys imbricata), tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) e tartaruga
cabeçuda (Caretta-caretta).
As tartarugas marinhas respiram por pulmões, porém podem permanecer
algumas horas embaixo d’água, prendendo a respiração. Para isso, o
organismo funciona lentamente, o coração bate devagar, fenômeno este
chamado braquicardia, em que o fornecimento de oxigênio é auxiliado por um
tipo de respiração acessória, feita pela faringe e pela cloaca. Possuem os
sentidos da visão, audição e do olfato extremamente desenvolvidos, além de
uma grande capacidade de orientação. Como animais migratórios, isso é
aqueles que se movimentam em busca de comida ou para chegar a suas áreas
de reprodução (embora as verdadeiras razões da migração não sejam bem
compreendidas), as tartarugas marinhas constituem um recurso compartilhado
por muitas nações, passando a vida toda no mar e subindo às praias somente
para desovar, sempre nas mesmas praias que nasceram.
O consumo humano de tartarugas marinhas e seus ovos é um hábito cultural
de muitas comunidades litorâneas em todo o mundo. A captura intencional
geralmente envolve a coleta ilegal de ovos para alimentação e para o comércio,
além da matança da fêmea ovopositora para o consumo de sua carne e
utilização do casco para fins comerciais.
No Brasil até o final dos anos 70, não existia qualquer programa de
conservação à fauna marinha. Os estudos sobre tartarugas marinhas eram

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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escassos, principalmente quando comparados aos países como México,


Suriname e Costa Rica, que desenvolviam pesquisa há bastante tempo. Por
serem animais internacionalmente conhecidos, devido a seus hábitos
migratórios, o Brasil sofreu uma crescente pressão internacional no sentido de
criar uma legislação para proteção desses animais marinhos assim como
programas conservacionistas. Em 1980 o Instituto de Meio Ambiente e
Recursos Renováveis (IBAMA), como é conhecido hoje, estabeleceu a criação
das Unidades de Conservação no mar, assim como a implementação de
projetos específicos de proteção às espécies marinhas em extinção. Como
resultante foram criadas Reservas Biológicas como de Atol das Rocas, projetos
Peixe boi-marinho e o TAMAR (Tartarugas Marinhas). Porém, apesar do Brasil
contar com leis que protegem as tartarugas marinhas e também contar com um
grande projeto conservacionista como o projeto Tamar/IBAMA, estes animais se
encontram ameaçados. Atualmente todas as espécies se encontram na Lista
Vermelha Internacional de Espécies Ameaçadas de acordo com a União
Internacional para a Conservação da Natureza, C. caretta, C. mydas e L.
olivacea são consideradas espécies em perigo de extinção e D. coriacea e E.
imbricata, espécies criticamente ameaçadas. Da mesma forma, estes animais
constam na lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção do Ministério do
Meio Ambiente, sendo C. caretta e C. mydas consideradas vulneráveis, E.
imbricata e L. olivacea em perigo, e D. coriácea criticamente em perigo. Por
tudo, estes animais requerem esforços de cooperação nacionais e
internacionais para sua preservação.
No Brasil a arte de pesca de cerco flutuante se destaca pelo elevado número de
capturas de tartarugas marinhas. Por esse motivo e por tantos outros ligados à
pesca, é que o projeto TAMAR criou em 2001 o “Plano de Ação para a Redução
da Captura Incidental de Tartarugas Marinhas pela Atividade Pesqueira” que
tem como objetivo diminuir a incidência de tartarugas capturadas e mortas pela
atividade pesqueira através da coleta de informações e pesquisas sobre as
artes de pesca que mais capturam tartarugas e proposição de medidas
mitigadoras, como a substituição de determinadas técnicas por outras menos
predatórias. Ações que abrange todo litoral Brasileiro. Para diminuir o número
das pescas incidentais é fundamental, primeiramente, ter conhecimento sobre o
tipo de aparelho de pesca utilizado, a localização dos sítios e os tipos de iscas
utilizadas, possibilitando posteriormente tomar medidas para evitar os
incidentes.

OBJETIVO:
Este trabalho teve como objetivo descrever sucintamente as diferentes artes
de pesca artesanais que se capturam incidentalmente tartarugas marinhas em
duas praias localizadas no município de Ubatuba, litoral norte de São Paulo, por

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meio de entrevistas informais com a população caiçara, tendo em vista a


importância em se conhecer melhor seus hábitos, principalmente no que condiz
a pesca incidental das tartarugas.

METODOLOGIA:
O estudo foi desenvolvido nas praias da Enseada e Picinguaba no município
de Ubatuba, localizado no extremo norte do litoral paulista, fazendo divisa com
a cidade de Parati (RJ), Caraguatatuba, Natividade da Serra, São Luiz do
Paraitinga, Cunha (SP), e Oceano Atlântico O município é composto por 78
praias continentais totalizando 53 km de extensão, além de 17 ilhas, 9 ilhotas e
10 Lages .
A cidade de Ubatuba possui a maior orla marítima dentre os quatro municípios
do litoral norte paulista, com cerca de 712km², encontrando-se mais adensado
na sua parte sul, da divisa de Caraguatatuba até a sede do município. O
município está totalmente inserido dentro do Parque Estadual da Serra do Mar,
com cerca de 90% de seus remanescentes de Mata Atlântica preservados. Na
Vila de Picinguaba encontramos muitas comunidades caiçaras e pouca
estrutura básica, como saneamento, transporte, atendimento médico, por outro
lado, a praia da Enseada é bem urbanizada, com presença de comércios, casas
de veraneio, hotéis e poucos pescadores artesanais, que exercem também, a
maricultura.
O presente trabalho consistiu em efetuar entrevistas informais junto aos
pescadores das áreas pré-determinadas entre os meses de Abril a Julho de
2009. Foram duas visitas por mês (com exceção de dois finais de semana,
devido às condições meteorológicas). As entrevistas foram realizadas sempre
no final da tarde, depois da pesca. Na maioria das vezes eu me apresentava e
iniciava uma conversa informal sobre o assunto, outras vezes com a permissão
do nativo, utilizava o questionário pré-elaborado. Os pescadores tinham muito
receio em responder as perguntas devido à freqüente fiscalização ambiental no
município em relação à pesca, visto que Ubatuba possui uma grande área
protegida, principalmente Picinguaba que pertence ao Parque Estadual da
Serra do Mar, Núcleo de Preservação Integral que pertence a Fundação
Florestal. Além de Projeto TAMAR que realiza monitoramento de tartarugas na
região.
Os entrevistados viabilizaram informações sobre o número aproximado de
indivíduos de tartarugas marinhas capturadas, local, dados sobre o animal
como classificação taxonômica, tipo de pesca, conhecimento que o pescador
tem sobre esses animais e qual importância lhes são dadas, idade do pescador,
se exerce outra atividade econômica além da pesca e o seu grau de
escolaridade, coletando dados de forma qualitativa. Para a identificação
taxonômica das espécies foram utilizadas fotos das cinco espécies ocorrentes
na costa Brasileira.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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RESUMO:
A espécie descrita pelos pescadores (através de observações das fotos) com
maior freqüência de aparições e captura incidental nos dois tipos de rede é a
Chelonia mydas, (comunicação oral) que é denominada por eles como tartaruga
pequena ou tartaruga verde. Houve também, citações à tartaruga Eretmochelys
imbricata, conhecida com Bicuda ou três pontas. A Caretta caretta foi citadas
em menor número em relação às outras, e identificada geralmente como
tartaruga-amarela (linguagem local). Dermochelys coriacea, foi citada por
alguns pescadores como um animal pouco freqüente e somente nas regiões
profundas de mar aberto, não sendo capturada na pesca artesanal. A espécie
Lepidochelys olivacea não foi citada por nenhum pescador. Houve algumas
divergências com os nomes citados pelos entrevistados. A tartaruga-verde
(Chelonia mydas) é a mais abundante na região. De acordo com alguns
trabalhos a dieta desses animais é onívora, se alimentando na sua grande
maioria de moluscos e macroalgas. Na Praia do Lázaro, em Ubatuba,
descreveram a atividade alimentar de C. mydas como sendo diurna, por isso
podemos observar esses animais facilmente perto de costões e sobre lajes
durante o dia. Esses costões apresentam abundância em algas, com
características semelhantes como se pode observar nas praias estudadas. A
praia da Enseada possui um significativo número de moluscos, pois além da
pesca, alguns pescadores exercem a maricultura.
Segundo os entrevistados os animais possuem tamanho médio de 50 a 80cm
e, pesando em torno de 10 kg, portanto segundo a literatura são considerados
juvenis.
A arte de pesca artesanal que captura maior quantidade de tartarugas
marinhas na praia da Picinguaba, segundo os pescadores, é o cerco flutuante.
Consiste em uma rede circular, constando de duas partes: a casa (que é o
reservatório submerso), assentada ao fundo e preso por “poitas”, e o caminho,
preso ao costão rochoso. Essa arte de pesca é passiva, de baixo impacto que
captura o pescado vivo, resultando em um produto de boa qualidade. É
específica à captura de espécies pelágicas e demerso-pelágicas. O cerco
flutuante tem uma grande contribuição na captura incidental de tartarugas na
região. Porém, contrário de outras modalidades de pesca possui baixo impacto,
quase não há mortes.
Na praia da Enseada os pescadores disseram não utilizar-se dos cercos. Os
resultados então foram para a rede de espera. As redes de espera, de emalhar,
galão ou engancho são confeccionadas de uma panagem retangular cujo
comprimento pode variar de 20 e 30 metros ou até mesmo 100 metros e cuja
altura é de 1 a 3 metros. A panagem é estendida entre duas linhas ou cordões:
uma linha superior munida de flutuadores e uma inferior, com um lastro ou
chumbada. Graças aos flutuadores e ao lastro, a panagem mantém-se

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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verticalmente na água. Os peixes ficam emalhados pelo opérculo e sem


possibilidade de escapar. Muitos peixes são capturados por ficarem emalhados
pela parte central do corpo e outros porque o fio da rede se envolve com o osso
maxilar ou com os dentes.
Estas redes são geralmente lançadas à noite e recolhidas de manhã, porque
apanham muito mais peixe de noite do que de dia. Apesar dos entrevistados
não citarem o uso do equipamento de rede de arrasto de fundo, muitos
pescadores se utilizam deste meio para a pesca de camarão (Camarão-rosa e
Camarão sete-barbas).

CONCLUSÃO:
A tartaruga D. coriacea só foi observada em Picinguaba o que pode indicar
que os pescadores da enseada permanecem em águas rasas e os de
Picinguada vão para águas mais profundas possivelmente pescar com rede de
arrasto. O cerco flutuante é uma arte de pesca onde captura incidentalmente
grande quantidade de tartarugas marinhas, porém exerce baixo impacto com
relação a mortalidades, pois os animais são mantido vivos até a despesca. O
uso dessa arte de pesca então, deveria ser estimulado pelos órgãos
responsáveis, pois com isso favoreceria a conservação das tartarugas e de
outras espécies marinhas, além de preservar a cultura pesqueira local.
O número de tartarugas marinhas observadas pelos pescadores atualmente é
bem menor que há 50 anos. Porém, segundo os caiçaras, já se observa um
aumento significativo nas aparições em relação há 20 anos, quando eram mais
freqüentes os casos de matanças de tartarugas para alimentação e venda nas
praias de Ubatuba.
São muitos os fatores que determinam a maior mortalidade de tartarugas
marinhas, a pesca é um dos principais, então, um maior conhecimento da parte
dos pescadores para com esses animais é fator importante para sua
conservação. Programas como o Projeto TAMAR são indispensáveis para
ajudar nesse processo, por meio de educação ambiental, pesquisa e
monitoramento.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
FELDMAN, F. 2003. São Paulo também tem TAMAR: Em Ubatuba fica uma das
principais bases do projeto TAMAR/IBAMA no Brasil. Revista do TAMAR. 6. 1-
28.

FRAZIER, J. G., 2001. Aramadilha: Algumas artes de pesca ameaçam as


tartarugas marinhas nas áreas de alimentação. Revista Tamar.4. 1-24.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

266
UNISA - Universidade de Santo Amaro

MÁRQUEZ, M. R., 1990. Sea turtle of the world an annotated and illustrated
catalogue of sea turtle species known to date. Fao Species Catalogue. 125p.

________________________________________________________________
Natalia Miranda Zanetti.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

267
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Incidência de coccídeas e helmintos em psitacídeos


provenientes do tráfico de animais silvestres
GABRIELA TURINO MENDES(1), MICHELLE SALZMANN MONTEIRO(2), AMANDA LIE
ITO(3), NAYARA DALILA COSTA(4), SILVIA BEATRIZ DIAS ALVES PORTELA(5)

CELSO MARTINS PINTO(6),ADRIANA CORTEZ(7)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A manutenção de aves em cativeiro implica em questões ambientais que
necessitam ser criteriosamente analisados quanto á sobrevivência e
persistência de agentes transmissíveis. Os animais capturados na natureza e
que são conduzidos ao cativeiro sem os necessários procedimentos de
adaptação tornam-se excepcionalmente suscetíveis aos agentes infecciosos
devido á falta de resistência imunológica, estresse e manejo inadequado, além
de desnutrição que quase sempre os acompanha até o ponto final do comércio
ilegal. O tráfico dos animais silvestres no Brasil, especialmente de aves das
ordens passeriformes e psitaciformes, representa fonte permanente de animais
ilegalmente comercializados. Estas aves tornam-se vítimas de inúmeras formas
de maus tratos e falhas de manejo, levando-as á condição de suscetíveis ás
infecções, como as helmintoses e coccidioses. O SOS FAUNA, entidade não-
governamental de proteção animal, desenvolve projetos e atividades de resgate
dos animais vítimas do comércio ilegal, bem como a recuperação, reabilitação e
reintrodução á natureza das mesmas. Quando do resgate, os animais são
mantidos em cativeiro por um período de quarentena, durante o qual são feitos
exames diversos para a verificação de infecções que possam acometê-los. Os
exames coproparasitológicos são realizados para a pesquisa de ovos de
helmintos e oocisto de coccídeas, especialmente de Eimeria spp. , tão comuns
nestas situações. O presente projeto visa o estudo da ocorrência de helmintos e
coccídeas nos psitacídeos apreendidos do comércio ilegal e conduzidos ao
SOS FAUNA , para a verificação de incidência dos mesmos nestes grupos de
aves nas condições em que são mantidos quando de quarentena e a citação de
tratamentos clínicos que se fizerem necessários.
Coccídias:
As principais coccídias que podemos encontrar em psitacídeos são as do
Gênero Eimeria, que faz parte do Filo Protozoa, Subfilo Sporozoa, Classe
Coccidia e Família Eimeriidae. A doença causada por este parasito é
denominada Coccidiose. A Eimeria sp. é encontrada nas células epiteliais do
intestino. (URQUHART et al, 1998).
A Eimeria sp. tem distribuição cosmopolita. Epidemiologicamente, seus oocistos
são altamente resistentes, persistindo no ambiente até por anos. Estes
protozoários são altamente hospedeiro-especificos, sendo que após a infecção

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

268
UNISA - Universidade de Santo Amaro

há produção de imunidade espécie-especifica (URQUHART et al, 1998).


Após debelarem a infecção, as aves atingidas podem se recuperar e continuar
eliminando oocistos no ambiente, condição que as caracteriza como portadores
convalescentes (URQUHART et al, 1998).
Nas fezes de aves infectadas há eliminação de oocistos não esporulado, que
em condições ambientais favoráveis se esporula e se torna infectante. A
infecção ocorre com a ingestão do oocisto esporulado, que então se dirige para
os enterócitos aonde ocorre a reprodução tanto sexuada quanto assexuada,
que gera lesão em epitélio e dificulta a função intestinal (FILHO,2006).
A Eimeria sp. produz alterações na mucosa intestinal, cuja gravidade está
relacionada a densidade parasitária e a localização dos parasitas na mucosa.
Após a ruptura das células contendo esquizontes ou gamontes, o tecido em
geral recupera lentamente sua morfologia básica. Ocorre em algumas espécies
lesões superficiais do epitélio e a destruição das vilosidades intestinais, o que
pode causar diminuição da absorção de nutrientes e conseqüente deficiência da
conversão alimentar e aparece como sintoma clínico a diminuição de peso e
problemas de crescimento. (URQUHART et al, 1998).
O diagnóstico baseia-se no exame post-mortem de algumas aves acometidas.
Apesar dos oocistos poderem ser detectados nos exames de fezes, seria
errado fazer o diagnóstico com base apenas nessas evidências, pois o maior
efeito patogênico em geral ocorre antes da produção de oocistos, e
dependendo do hospedeiro envolvido, a presença de grandes quantidades de
oocistos não está necessariamente relacionada a graves alterações patológicas
no intestino, já que há espécies apatogênicas (URQUHART et al, 1998).
Depois de feito o diagnóstico, o tratamento deve ser instituído o mais breve
possível, sendo as sulfonamidas as drogas mais amplamente utilizadas
(FOREYT, 2001).
As alternativas de controle baseiam-se no uso de compostos anticoccídios na
ração ou na água e nas práticas de manejo adequado, como manter a cama
dos animais limpa, de utilizar sempre bebedouros que impeçam que a água
atinja a cama, com os comedouros e bebedouros do tipo e altura que não
possam ser contaminados por dejeções e manter boa ventilação para reduzir a
umidade no aviário ou gaiola (URQUHART et al, 1998).
Nematodas:
Nematodas são helmintos que parasitam diversos tecidos do corpo dos animais,
sendo que nas aves a maioria infecta o trato gastrintestinal, provocando vários
distúrbios que interferem no crescimento, desenvolvimento e bem estar animal,
podendo causar diarréia, destruição e lesão do epitélio intestinal, prostração,
hiporexia, anorexia, diminuição da conversão alimentar e retardamento do
crescimento entre outros distúrbios.
O controle, em geral, se baseia em um bom manejo e uso periódico de
vermífugos. O diagnóstico consiste basicamente em exame de fezes (técnica

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

269
UNISA - Universidade de Santo Amaro

para pesquisa de ovos leves- flutuação água/éter), contagem de ovos, exame


post-mortem (necropsia: presença de helmintos). O tratamento se faz através
de anti-helmínticos que sejam eficientes para cada tipo de helminto.
Alguns dos nematóides que podem ser encontrados nos intestinos de aves são:
Trichostrongylus tenuis, Strongyloides sp., Ascaridia sp., Heterakis sp. e
Capillaria spp. (URQUHART et al, 1998).

OBJETIVO:
Verificar a ocorrência de coccídeas e helmintos em psitacídeos provenientes do
tráfico de animais silvestres que chegaram a ONG SOS Fauna no ano de 2008.

METODOLOGIA:
Para a realização desse trabalho foram utilizados três recintos de psitacídeos
sendo dois de Amazona aestiva (recintos 1 e 2) e um de Aratinga aurea
(Recinto 3), provenientes do tráfico e que foram alojados no SOS FAUNA.
Foram realizadas três coletas, sendo a primeira realizada no dia 29/04/08, a
segunda no dia 02/10/08 e a terceira no dia 11/11/08. Foram coletados ”pools”
de fezes diretamente do piso dos recintos, sendo estas depositadas em
coletores universais e devidamente identificados. Durante a coleta, os
responsáveis utilizaram os equipamentos de proteção individual que era
composto de luvas e máscaras descartáveis, avental de manga comprida e
sacolas plásticas nos pés (propé), que eram descartadas após a saída de cada
recinto. As amostras foram transportadas em caixa de isopor com gelo
reciclável previamente resfriado e colocadas no mesmo dia no refrigerador sob
temperatura de aproximadamente 4ºC. O processamento das amostras foi
realizado um dia após a coleta no laboratório de parasitologia veterinária na
Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Santo Amaro. Foram
realizados dois métodos de exame coproparasitológico: Método de Willis que é
utilizado para a pesquisa de ovos leves e oocistos de coccídeas e o Método da
centrifuga-sedimentação em água-eter adaptado utilizado na pesquisa de
estruturas pesadas (Ferreira et al.,1962).

RESUMO:
Recinto 1: Amazona aestiva
Foram coletadas três “pools” amostrais, sendo que só foi observado Ascaridia
sp. (+) na terceira amostra do dia 02 de outubro de 2008 e Eimeria sp. (++) na
amostra 2 do dia 11 de novembro de 2008, ambas encontradas no método de
Willis.
Recinto 2: Aratinga aurea
Foram coletados três “pools” amostrais, sendo que foi observado nas amostras
2 e 3 do dia 29 de abril de 2008 respectivamente, Eimeria sp. (+) e
Strongyloides sp. (+); e nos dias 2 de outubro e 11 de novembro de 2008, na

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

270
UNISA - Universidade de Santo Amaro

terceira amostra foi encontrado Ascaridia sp. (+) todas encontradas pelo método
de Willis.
Recinto 3: Amazona aestiva contendo 5 aves
Foi coletado um “pool” amostral, sendo observado na primeira coleta Eimeria
sp. (+) e na terceira coleta a presença de Ascaridia sp. (+) ambas no método de
Willis.

CONCLUSÃO:
Nos resultados obtidos nesse estudo, foram encontrados, de um total de vinte e
uma amostras, quatro amostras com presença de ovos de Ascaridia sp., em
três amostras a presença de oocistos de Eimeria sp. e em uma amostra ovos de
Strongyloides sp. e no restante das amostras não encontrou-se parasitas nos
métodos utilizados.
O helminto Ascaridia sp. é um verme intestinal potencialmente patogênico
observado em aves domésticas e silvestres jovens, causando enterite catarral à
hemorrágica, podendo levar á oclusão intestinal e morte. A forma de infecção
pode ser por ovos livres no solo, pelo reservatório (ave assintomática), ou por
hospedeiro de transporte (URQUHART et al, 1998). Assim sendo, a infecção
adquirida pelas aves e diagnosticada no presente estudo tem uma importante
participação ambiental.
Os helmintos do Gênero Strongyloides são vermes capiliformes de intestino
delgado e ceco das aves. No ambiente desenvolve-se larvas e depois machos e
fêmeas adultos de vida livre, e em determinadas condições ambientais as larvas
de terceiro estágio podem infectar os hospedeiros por penetração cutânea,
provocando reações eritematosas, ou por ingestão e migração via sangue
venoso. No intestino delgado e ceco, causa enterite catarral, com diminuição da
digestão e absorção de nutrientes. As larvas são susceptíveis às condições
climáticas extremas (URQUHART et al, 1998).
Em estudo de aves silvestres realizado no estado de Pernambuco, encontrou
maior prevalência de Capillaria sp. e Coccídeas (FREITAS et al,2002). No
estado de São Paulo, no Zooparque da cidade de Itatiba foram encontrados em
fezes de aves silvestres parasitas dos gêneros Capillaria sp., Ascaridia sp. e
Eimeria sp. (HOFSTATTER et. al).
Comparando os resultados deste trabalho com o estudo realizado em
Pernambuco, verificamos a ocorrência comum de Coccídeas. No estudo
realizado no Zooparque da cidade de Itatiba, foi constatado a presença de
Ascaridia sp. e Eimeria sp. coincidindo com os achados desta pesquisa. Nos
dois trabalhos citados foi encontrado Capillaria sp. o que não foi observado em
nossas amostras. Em contrapartida, o Gênero Strongyloides foi encontrado em
nossas coletas, o que não foi detectado nos trabalhos acima.
No trabalho constatamos uma maior incidência de patógenos nas amostras
coletadas próximas a porta e também nas áreas cobertas dos recintos. Através

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

271
UNISA - Universidade de Santo Amaro

disto, podemos presumir que a presença de agentes parasitários podem estar


relacionados com o carreamento destes através dos tratadores, que tem acesso
a vários recintos, podendo transportar esses agentes através dos calçados, das
roupas, luvas e materiais usados para higienização do recinto.
Outra hipótese seria a menor incidência de luz solar nas áreas cobertas,
ocasionando maior umidade desses locais e facilitando a sobrevivência de ovos
e oocistos desses agentes parasitários, já que o sol contribui sendo um
desinfetante natural, desfavorecendo a permanência dos patógenos.
Outro fator predisponente é por essas aves serem provenientes do tráfico,
sofrendo estresse pelo impacto de serem retiradas do seu habitat, pela
superpopulação e más condições de manejo durante o transporte e resgate,
resultando numa maior suscetibilidade para o desenvolvimento de doenças
infecciosas, parasitárias entre outras.
Para diminuir as possibilidades de infecção e reinfecção dos animais no recinto,
são necessários métodos de prevenção e controle, tais como o uso de
pedilúvio, separação dos materiais usados em cada recinto, realização de
quarentena dos animais recém chegados, fornecer alimentação equilibrada,
diminuir fatores de estresse, usar compostos anticoccídeos na ração e na água,
uso periódico de vermífugos e diminuir a densidade populacional.
Concluimos que as péssimas condições de vida das aves vítimas do tráfico
resultam numa maior susceptibilidade para o desenvolvimento de doenças
infecciosas, parasitárias, entre outras, especialmente as infecções helmínticas e
por protozoários intestinais, como as encontradas no presente estudo por
Ascaridia sp., Strongyloides sp. e Eimeria sp.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.FOREYT, W. Veterinary Parasitology: Reference
Manual. 5 Ed. Iowa State University
Press. Estados Unidos. 2001. p 679-681.
2.RENCTAS (2002) 1º relatório nacional sobre o tráfico de fauna
silvestre. Brasília: Rede Nacional de Combate ao Tráfico
de Animais Silvestres (RENCTAS).
3.SICK, H. (1997) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Ed.
Nova Fronteira.
4.JOSEPH, V. 2003. Infections and parasitic of captive passerines. Semin. Avian
Exotic Pet Med. 12(1):21-28
5. FREITAS, M et al (2002). Parásitos gastrointestinales de aves silvestres en
cautiveiro en el estado de Pernambuco, Brasil. Parasitol Latinoam 57:50-54 -
FLAP
6. HOFSTATTER, P et al (). Levantamento de parasitos intestinais em aves

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

272
UNISA - Universidade de Santo Amaro

mantidas no zooparque de Itatiba, São Paulo. Departamento de parasitologia,


IB, UNICAMP/Zooparque de Itatiba.
7. FILHO, R. L. A., Saúde Aviária e doenças, São Paulo, editora Roca, 2006, pp
256-260.
8. FORTES, E., Parasitologia Veterinária, 3° edição, Editora Cone, 1997.
9. SLOSS, M.W., ZAJAC, A., KEMP, R.L., Parasitologia Clínica Veterinária, 6º
edição, Editora Manole LTDA., 1999.
10. URQUHART, G. M. et al, Parasitologia Veterinária, 2ª edição, editora
Guanabara Koogan, 1996.

________________________________________________________________
Tabela dos resultados e imagens presentes no trabalho original.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

INFECÇÃO NATURAL POR ESPÉCIES DE PLASMÓDIOS, EM


ANOFELINOS CAPTURADOS NA MATA ATLÂNTICA DO ESTADO
DO ESPÍRITO SANTO, POR MEIO DA REAÇÃO EM CADEIA DA
POLIMERASE (PCR)
ELIANE FERNANDES JANEZ(1)

ROSELY DOS SANTOS MALAFRONTE(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
1. INTRODUÇÃO

1.1- Malária

A malária é uma doença conhecida desde a antiguidade, cuja provável origem


foi na África, espalhando-se pelas áreas tropicais e subtropicais de todo o
mundo (Pessôa & Martins, 1988). Devido à crença de que sua causa se dava
pelos miasmas e emanações dos pântanos, o nome da doença teve sua origem
da expressão italiana “mal aire” (Korolkovas & Burckhalter, 1982) a qual
significa mal ar ou ar insalubre (Rey, 1991). A malária chegou provavelmente às
Américas, através de uma expansão à Europa e Ásia e da migração humana
(Bruce-Chwatt, 1985; Stringer & Andrews, 1988).
Sua incidência é maior nas regiões tropicais e subtropicais, principalmente nas
zonas alagadas de cursos d’água, rios, represas, lagos ou lagoas (Pessôa &
Martins, 1988).
A cada ano, estima-se que 300 a 500 milhões de pessoas sejam infectadas e
que em média, 1,5 a 2,7 milhões de pessoas chegam a óbito. Dessa forma, a
malária continua sendo uma das principais doenças parasitárias (Guerrant &
Blackwood, 1999). A maior incidência ocorre em países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento, principalmente no continente africano, com 90% dos casos
notificados. O Brasil e a Índia, além da África, apresentam alta ocorrência dessa
parasitose (WHO, 1997).

1.2 - Malária no Brasil

No Brasil, é considerada relevante, principalmente na Região Amazônica


(Sallum et al., 2008). Apresentando aproximadamente 99% dos casos, tal
quadro é consequência do influxo migratório para a região, problemas
relacionados a escassos recursos econômicos, , entre outros, os quais tornam o
seu controle muito difícil (Voorham et al., 1993).
Na região extra-amazônica a maior parte dos casos é importada por meio de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

274
UNISA - Universidade de Santo Amaro

migrantes provenientes do norte do país ou de viajantes que estiveram em


áreas endêmicas do Brasil e do exterior. No entanto, um pequeno número de
casos é autóctone, relacionado a um nicho ecológico bastante peculiar (Deane,
1992) já que existem áreas da região sudeste e sul, principalmente aquelas cuja
vegetação é formada por Mata Atlântica, que possuem focos residuais (SUCEN,
2009).

1.2.1- Malária na Mata Atlântica

Casos autóctones de malária residual, relacionados à Mata Atlântica e a regiões


litorâneas recobertas por ela (Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo) foram
objetos de estudos recentes. Estes casos apresentam sintomatologia bastante
atípica: a parasitemia geralmente é muito baixa e os indivíduos são na maioria
das vezes oligossintomáticos (Carvalho et al., 1988; SUCEN, 1993; SUCEN,
1995).
Esta malária é denominada de “malária bromeliana” porque nestas regiões,
diferentemente dos anofelinos encontrados na Região Amazônica, os vetores
responsáveis pela transmissão da doença (Anopheles (Kerteszia) cruzii e
Anopheles (K.) bellator) desenvolvem-se nas águas acumuladas nos verticílios
das folhas de bromélias, encontradas na Mata Atlântica (Rachou, 1958;
Forattini, 1962; Forattini et al., 1986).

1.2.2- Malária no Estado do Espírito Santo

O Estado do Espírito Santo registra anualmente cerca de 100 casos de malaria,


dos quais 10 a 30 são autóctones. Estes casos ocorrem na Mata Atlântica do
Espírito Santo e na região montanhosa do Estado, ao longo de um semicírculo
centrado em Vitória. São registrados principalmente em nove municípios, com
aproximadamente 5.343 km² e uma população de 215.000 habitantes. A
topografia é irregular, há pequenas montanhas com altura média de 800 metros
e vales estreitos. Os principais municípios atingidos são: Santa Leopoldina,
Santa Maria do Jetibá, Domingos Martins, Viana, Marechal Floriano, Alfredo
Chaves, Venda Nova do Imigrante e Santa Tereza (Rezende et al., 2009)
A malária autóctone notificada, ao contrário do que ocorre no Estado de São
Paulo, exibe sintomatologia muito semelhante à malária causada por
Plasmodium vivax, embora casos de malária assintomática e anticorpos contra
as variantes da proteína circunsporozoíta (CSP) de P. vivax também foram
relatados (Cerrutti et al., 2007).

OBJETIVO:
2. OBJETIVO

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Analisar a infecção natural, por espécies de plasmódios, na fauna anofélica


capturada no município de Santa Tereza, bem como identificar as espécies de
plasmódios por meio da reação em cadeia da polimerase, com “primers”
desenhados a partir de sequências da região que codifica para o gene 18s do
DNAr (Win et al., 2002).

METODOLOGIA:
3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1- Capturas de Anofelinos

Os anofelinos foram capturados pelo período de um ano (fevereiro de 2007-


2008). As capturas ocorram no município de Santa Tereza (19º56’12’’S,
40º’35’28’’W e 656 metros), estado do Espírito Santo. Este município, dentre as
regiões montanhosas, apresentou nos últimos anos, maior incidência de
malária, sendo por esse motivo, objeto de estudo.
As capturas foram conduzidas pela equipe local da FUNASA. As espécies
foram enviadas ao Laboratório de Entomologia da Faculdade de Saúde Pública
da Universidade de São Paulo para a sua identificação.

3.1.1- Coleta

As capturas foram realizadas em dois pontos denominados: fixo e móvel. O


ponto fixo foi determinado pela equipe de campo em Valsugana Velha,
enquanto que os pontos móveis foram determinados a partir da ocorrência de
casos de malária durante o período de estudo. Para a captura dos anofelinos
foram utilizados dois tipos de armadilhas: armadilhas luminosas tipo CDC e
barraca de Shannon (Shannon, 1939).

3.1.2- Anofelinos

As espécies de anofelinos identificadas foram enviadas ao Instituto de Medicina


Tropical, da Universidade de São Paulo, para realização da técnica de PCR.

3.2- Técnicas Moleculares

3.2.1- Extração de DNA de anofelinos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

276
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DNA de “pool” de até 10 anofelinos/tubo foi extraído conforme protocolo


preconizado por Oskam et al. (1996) com pequenas modificações. O DNA foi
estocado em freezer até o momento de ser utilizado para a PCR.

3.2.2- PCR de mosquitos

O protocolo utilizado para a PCR foi desenvolvido por Kimura et al. (1997) e
modificado por Win et al. (2002). Ele baseia-se em duas reações sequenciais
onde a primeira emprega “primers” gênero-específico, que amplificam um
fragmento de aproximadamente 130 pares de base (pb) do gene que codifica o
rRNA 18s do Plasmodium. Uma segunda reação foi realizada com o “primer”
espécie-específico em combinação com cada um dos “primers” reversos
espécie-específicos para Plasmodium vivax, P. falciparum e P. malariae.
As amostras foram submetidas à eletroforese em gel de agarose a 1,5% em
tampão TBE. Após a corrida, o gel corado em brometo de etídio foi
fotodocumentado em aparelho “eagle eye” da Stratagene.

RESUMO:
4. RESULTADOS

4.1- Anofelinos registrados na Mata Atlântica do município de Santa Tereza,


Espírito Santo
.
Foram capturados 120 mosquitos: 20 por meio da armadilha de CDC e 100 por
meio da barraca de Shannon. Os anofelinos identificados foram: 10 An.
albitarsis Lynch Arribalzaga, 1878; 1 An. argyritarsis Robineau-desvoidy, 1827;
1 An. braziliensis Chagas, 1907; 32 An. cruzii ; 11 An. evansae Brèthes, 1926; 3
An. galvaoi Causey, Deane & Deane, 1943; 9 An. lutzi Cruz, 1901; 12 An.
parvus Chagas, 1907 e 18 An. strodei Root, 1926; os 23 restantes não foram
identificados, ao nível de espécie, sendo dessa forma, descartados.
An. (K) cruzii (32%) foi a espécie com maior frequência na barraca de
Shannon, seguida de An. (N) strodei (19%) e An. (N) parvus (14%).
Em armadilha luminosa tipo CDC, An. cruzii também ocorreu com maior
frequência e as demais, ocorreram em igual densidade.
No mês de fevereiro de 2007 a espécie mais coletada foi An. cruzii, bem como
no mesmo mês, em 2008.
A espécie predominante nos dois pontos de captura foi An. cruzii, contribuindo
com 20,61% e 12, 37% nos pontos fixo e móvel, respectivamente.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

277
UNISA - Universidade de Santo Amaro

4.2- Infectividade
Para a técnica de PCR, foram utilizados tanto DNA individual como em “pool”
de até 10 insetos/ tubo.
Como controles positivos foram utilizados DNA de Plasmodium vivax e de
cultivo de P. falciparum, ambos da SUCEN (Superintendência de Controle de
Endemias). DNA de Plasmodium malariae não foi utilizado como controle
positivo por não se ter este em mãos.
Todos os anofelinos capturados foram negativos em PCR, para as três
espécies de plasmódios.

5. DISCUSSÃO

A malária extra-amazônica, devido a sua característica residual, sempre foi


colocada em segundo plano pelos órgãos de controle. Dados recolhidos pela
Vigilância Ambiental do Sistema Único de Saúde, durante o período de 1985 até
2006 demonstram a totalidade de 4.870 casos autóctones e importados de
malária registrados no Espírito Santo (Natal, 2007). A maioria dos casos
notificados ocorreram nos municípios situados na área montanhosa do mesmo
Estado, sendo An. cruzii Dyar & Knab, 1908 subgênero Kerteszia Theobald
1905, um vetor em potencial no local (Rezende et al., 2005).
O Estado do Espírito Santo notificou em 2008, 122 casos de malária autóctone
(CVE, 2009), sendo que a maioria destes ocorreram no município de Santa
Tereza. Este fato levou os pesquisadores nos últimos anos, a escolher este
município para a realização dos estudos.
As coletas dos anofelinos foram conduzidas pela equipe local da FUNASA. As
armadilhas utilizadas para as capturas foram as luminosas tipo CDC e barraca
de Shannon. Observou-se diferença na quantidade de mosquitos capturados
em ambas as armadilhas. A maioria foi capturada próximo às residências. An.
cruzii, subgênero Kerteszia, por exemplo, teve maior frequência nesse tipo de
armadilha. Este resultado corrobora com Luz et al. (1979), que relata já ter
ocorrido a captura de algumas fêmeas do subgênero Kerteszia dentro das
matas e nas proximidades de domicílios. Porém, segundo Corrêa (1961),
apesar de An. cruzii ser um mosquito antropofílico, este possui hábitos
exofílicos, isto é, alimenta-se preferencialmente fora dos domicílios. Na
armadilha tipo CDC a espécie mais capturada também foi An. cruzii. Zavortink
(1973) relatou que An. cruzii foi bem adaptado a habitats de montanha, bem
como outras espécies do subgênero Kerteszia.
Os anofelinos, após as capturas, foram enviados ao Laboratório de
Entomologia da Faculdade de Saúde Pública da USP para as identificações.
Após as identificações, estes foram enviados ao Laboratório de Protozoologia
do Instituto de Medicina Tropical para a realização das identificações de sua
infecção natural por meio de técnicas moleculares. Utilizou-se o DNA genômico

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

278
UNISA - Universidade de Santo Amaro

desses anofelinos para realizar a PCR. Observou-se que das nove espécies
ensaiadas, isto é, de 97 mosquitos utilizados, todas apresentaram resultado
negativo.
A fim de se facilitar e melhorar a sensibilidade/especificidade do diagnóstico,
novas técnicas acabaram sendo desenvolvidas. Vários pesquisadores optaram
por utilizar técnicas de biologia molecular, em particular a PCR. Esta técnica
tem se prestado ao diagnóstico das espécies de plasmódios em seres humanos
(Snounou et al., 1993a, b; Kimura et al., 1997; Rubio et al., 1999; Win et al.,
2002) e a sua utilização em mosquitos de campo foi avaliada (Arez et al., 1997).
Neste trabalho, utilizamos “primers” desenhados a partir de sequências
conservadas de DNA ribossômico (18S) e a técnica utilizada é a do nested PCR
que se mostra mais sensível que a técnica convencional.
Pouca informação a respeito da infectividade dos anofelinos capturados nas
Matas Atlânticas brasileiras está disponível em literatura.
Relatos dos anos 40 demonstraram o encontro de infecção natural por
plasmódios em anofelinos do subgênero Kerteszia capturados na região
sudeste do Brasil (Rachou, 1958). Dows et al. (1943) também relatam que An.
bellator Dyar & Knab, 1906 consegue se infectar artificialmente com P.
falciparum Welch, 1897.
Rezende et al. (2009), em estudo na mesma região deste projeto, no período
de 2004 a 2006, por meio da técnica de PCR e com quantidade superior de
anofelinos (2.290) obtiveram uma taxa mínima de infecção para An. cruzii de
0,5% para P. vivax. A porcentagem proporcionalmente maior de anofelinos
infectados pode ser explicada pelo uso de técnica mais sensível que ELISA.
Como podemos observar, a taxa de infectividade nos anofelinos destas
regiões que apresentam malária residual é baixa. Sendo assim, embora
frustrante, o não encontro de anofelinos infectados nestas áreas do Estado do
Espírito Santo está dentro das expectativas deste estudo.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

279
UNISA - Universidade de Santo Amaro

CONCLUSÃO:
Conclusão inclusa na discussão

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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282
UNISA - Universidade de Santo Amaro

________________________________________________________________
Sem notas de rodapé

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LEVAMENTO DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELA


COMUNIDADE DO JARDIM CAMPESTRE, EMBÚ-GUAÇÚ, SP
VAGNER FRANCISCO LUCIANO DE SOUZA(1)

MARCO AURELIO SIVERO MAYWORM(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Desde os mais antigos tempos, os seres humanos utilizam plantas e outros
meios naturais para curar doenças e cicatrizar ferimentos. Muitas civilizações
passadas têm suas próprias referências históricas às plantas medicinais.
Nos documentos mais remotos a fitoterapia era vista como “presente dos
deuses” e estava ligada a magia. No que diz respeito à documentação escrita
do uso das plantas como remédio, a primeira menção é encontrada na obra
chinesa Pen Ts´ao ou “A Grande Fitoterapia” de Shen Nung, em 2800 a.C.
contando mais de 360 espécies, incluindo Ephedra sinica, usada até hoje como
fonte de efedrina (ELDIN & DUNFORD, 2000).
As plantas pelas suas propriedades terapêuticas ou tóxicas adquiriram uma
fundamental importância na medicina popular e devido a isto se tornaram objeto
de estudo na tentativa de descobrir novas fontes de princípios ativos. Mesmo
com grandes descobertas existentes, medicamentos industrializados e a
tecnologia atual, diversas comunidades, principalmente as mais afastadas das
áreas urbanas, ainda utilizam as plantas medicinais como fontes alternativas
para cura seus males.
Em 2300 a.C., os egípcios, assírios e hebreus já cultivavam diversas ervas e
chegavam a criar purgantes, vermífugos, diuréticos, cosméticos e especiarias
para a cozinha, além de líquidos e gomas utilizadas no embalsamento de
múmias (MARTINS et al., 1995).
Assírios elaboravam águas aromáticas, tinturas e ungüentos, enquanto os
hebreus que conheciam muitos segredos das ervas medicinais, empregavam
em seus rituais religiosos e sacrifícios, plantas como a mirra da qual se obtinha
o incenso.
Os árabes deram também grande contribuição na área médica e na difusão de
diversas plantas medicinais na costa do mediterrâneo, desenvolvendo intensas
pesquisas que resultaram em vastos conhecimentos na farmacopéia de todos
os tempo. Dentre os principais médicos árabes estão Avicena (978-1037), que
se tornou mais famoso como médico, que Hipocrates e Galeno.
Já Na Idade Média, a medicina e o conhecimento sofreram um longo período
de estagnação. Na época as obras de Dioscórides, Columela, Galeno e Plínio
eram consultas obrigatórias, ocorrendo ainda o emprego da medicina dos
signos que postulava a cura de determinadas partes do corpo por meio das
plantas, que lhe fossem semelhantes.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Os primeiros europeus que chegaram ao Brasil depararam com uma grande


quantidade de plantas medicinais em uso pelas inúmeras tribos que aqui viviam.
Por intermédio dos pajés, o conhecimento das ervas locais e seus usos eram
transmitidos e aprimorados de geração a geração. Os novos conhecimentos
sobre a flora local acabaram-se fundidos àquele trazidos da Europa, muitas
vezes de usos populares bastante difundidos.
Princípios ativos
Os compostos primários e secundários do metabolismo vegetal constituem os
princípios ativos responsáveis pela ação medicinal das plantas. Entre eles
destacam-se mucilagens, alcalóides, taninos, antraquinonas,compostos
fenólicos, flavonóides, óleos essenciais, saponinas, esteróides.
Mucilagens são misturas de polissacarídeos formando um complexo, que
dissolve parcialmente em água, podendo ser ácido ou neutro. Na água formam
sistemas coloidais viscosos, devido ao seu peso molecular bastante elevado,
não sendo absorvidos pela corrente sanguínea. A sua ingestão forma uma
camada protetora sobre a superfície das mucosas gástrica e intestinal
(MARTINS et al., 1995), permitindo a cicatrização de áreas lesadas, por impedir
a atividade de substâncias irritantes promovendo a diminuição dos estados
inflamatórios e amenizando a dor.
Os alcalóides formam um grupo diversificado de compostos que contêm um
anel heterocíclico com nitrogênio. Há grandes diversidades estruturais, existindo
um grande número de efeitos farmacológicos (ações analgésica, anti-séptica,
alucinógena, vasoconstritora, antiespasmódica, anestésica local, etc.) (ELDIN &
DUNFORT, 2000).
Os taninos são substâncias solúveis em água com massa molecular entre 500
e 3000 Dalton, com habilidade de formar complexos insolúveis com alcalóides e
proteínas. Em geral ocorrem misturas de polifenóis, apresentando reação acida.
Possuem propriedades adstringentes que podem ser usadas terapeuticamente
no tratamento de enterites e diarréias, infecções na boca, hemorróidas e na
cicatrização de lesões da pele. Possuem ainda, atividades antimicrobiana, anti-
hemorrágica, anti-séptica e antiinflamató.
As antraquinonas são substâncias policíclicas, inodoras, de cor amarela a
acastanhada, são produtos da oxidação de fenóis, sendo formadas por dois
grupos carbonílicos. Em geral os compostos antracênicos possuem
propriedades eméticas e emanagoga, e são estimulantes do cólon e aumentam
o peristaltismo. Flavonóides são heterosídeos constituídos por um ou mais
açúcares e uma fração aglicona. A porção aglicona compreende derivados,
flavônicos, antociânicos, catequínicos entre outros. Apresentam ações
antivirótica e fungistática, entre outras.
Óleos essências constituem um conjunto de substâncias voláteis produzidas
por espécies vegetais, responsáveis pelo aroma das plantas, como mentol na
hortelã e o cheiro de eucalipto dado pelo eucaliptol (MARTINS et al., 1995). Sua

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

285
UNISA - Universidade de Santo Amaro

atividade curativa é muito variada e na terapêutica são aplicados contra muitas


doenças. Apresentam atividades anti-séptica, expectorante, diurética,
analgésica, antiinflamatória entre outras.
Saponinas são glicosídeos de esteróis ou terpenos policíclicos, de elevada
massa molecular (600 a 2000 daltons). São componentes importantes para
ação de muitas drogas expectorantes e diuréticas (MARTINS et al., 1995).
Alguns esteróides presentes na natureza são caracterizados pela sua
especificidade e poderosa ação contra o músculo cardíaco. Esses esteróides
ocorrem como glicosídeos esteroidais e devido sua ação sobre o músculo
cardíaco, são denominados de glicosídeos cardioativos ou cardíacos, são
indicados para tratamento de insuficiência cardíaca. Para o aproveitamento
adequado dos princípios ativos, as plantas medicinais podem ser usadas,
conforme o caso, em preparações diversas e de acordo com os princípios a
serem extraídos e a forma de tratamento a ser realizada.
Formas de preparo de plantas medicinais
Infusão é o uso das ervas na forma de chá, o mais comum e praticado.
Coloca-se a quantidade de água indicada para ferver, colocam-se as ervas na
vasilha, despeja-se a água, após ferver em cima das ervas, tampando-se a
vasilha e deixando-se amornar.
A decocção é uma preparação normalmente utilizada para as ervas não
aromáticas (que contém princípios estáveis ao calor) e para as drogas
vegetáveis constituídas por sementes, raízes, cascas e outras partes de maior
resistência à ação da água quente (MARTINS et al., 1995). A parte utilizada da
planta, preferencialmente picada, é colocada em água fria, fervendo-se por
cinco a dez minutos, contatos a partir do inicio da fervura. A seguir, deve-se
filtrar e consumir de imediato.
A maceração é uma preparação realizada a frio, que consiste em colocar a
parte da planta medicinal dentro de um recipiente contendo álcool, óleo, água
ou outro líquido extrator. O recipiente permanece em lugar frio, protegido da luz
solar direta, podendo ser agitado periodicamente. Findo a tempo previsto, filtra-
se o líquido para consumo. Plantas com possibilidades de fermentação não
devem ser preparadas dessa forma (MARTINS et al., 1995).
Xaropes ou lambedores são preparados líquidos fortemente açucarados, para
mascarar o gosto amargo dos vegetais. Na preparação faz-se inicialmente uma
calda com açúcar, na proporção de uma parte e meia a duas de açúcar para
cada parte de água. A mistura é levada ao fogo e, em poucos minutos, há
completa dissolução, adicionam-se as plantas preferencialmente frescas e
picadas, em fogo baixo (MARTINS et al., 1995).
Nos Ungüentos utilizam-se diversas ervas frescas trituradas. O suco obtido é
misturado à gordura vegetal, de coco ou amendoim, ou à manteiga fresca
Garrafadas são preparações elaboradas com varias plantas medicinais, cujo
veiculo é geralmente aguardente ou vinho branco e raramente água, onde

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

podem ser acrescentados produtos de origem animal ou mineral. Depois de um


tempo variável de repouso, as preparações podem ser utilizadas, mas sem
serem filtradas.
Tinturas são medicamentos líquidos resultantes da extração de drogas
vegetais, geralmente por líquido extrator constituído de mistura de álcool e
água. Esse processo é usado quando não é possível extrair princípios ativos da
planta por meio de infusão ou decocção.
Compressa faz-se através de um cozimento da planta, molhando-se no
mesmo um pano fino, aplicando-se na parte doente.
Lavagens são preparações de um chá de ervas medicinais. Usa-se sobre a
superfície do corpo ou introduz-se então por via anal, vaginal ou uretral,
conforme o caso, usando-se para este fim um irrigador com bico próprio, ou
seringa.
Nos banhos, a dosagem normal é de 30 a 60 gramas para um litro de água.
Cozem-se as ervas durante 10 minutos, dilui-se decocto na água que vai ser
usada para o banho (MARTINS et al., 1995).
Caracterização da área de coleta
No intuito de contribuir para um melhor conhecimento do uso tradicional de
plantas com fins medicinais, procurou-se realizar um levantamento de plantas
medicinais utilizadas pela comunidade do Jardim Campestre, situado no
município de Embú-Guaçú no extremo sul a 44 km da capital São Paulo.
Predomina-se em sua área de 21km² grande parte de Mata Atlântica, cuja
manutenção é importante para os recursos hídricos. A região se destaca por ter
seu território 100% protegido por leis de proteção ambiental, fazendo divisa com
APA (Área de Proteção ambiental Municipal) Capivari-monos e com a estrada
de ferro Mairinque-Santos. Não foram encontrados registros sobre o número de
habitantes da comunidade. A comunidade possui poucas ruas pavimentadas,
não há posto de saúde, a população faz uso de poços artesianos e fossas
sépticas. Há apenas uma escola de nível primário, duas linhas de transporte
público e um galpão da associação de moradores onde ocorrem reuniões da
comunidade.

OBJETIVO:
Este trabalho teve como objetivos verificar junto à comunidade do Jardim
Campestre, como as pessoas tratam suas doenças com a utilização de plantas
medicinais e ainda coletar, relacionar, identificar as plantas utilizadas, analisar e
comparar essas informações com aquelas obtidas junto à literatura cientifica.

METODOLOGIA:
O material foi coletado na residência das pessoas entrevistadas ou em locais
próximos, indicados pelas mesmas, seguindo a técnica de FIDALGO & BONONI

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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(1989). O material botânico levantado foi seco, herborizado na Faculdade de


Biologia (UNISA).
As identificações dos espécimes foram feitas por especialista do herbário do
Instituto de Botânica. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os
moradores da comunidade, com o auxílio de um caderno de anotações.
As entrevistas foram elaboradas através de um questionário com os dados
pessoais dos entrevistados (nome, idade, tempo de residência, quantas
pessoas moram na residência, como obteve conhecimento, etc) e os dados
etnofarmacológicos (nomes comuns, partes utilizadas, modo de preparo e
finalidade de uso). Foram realizadas 10 viagens totalizando 8 meses, coletando
o relato de 32 famílias em diferentes pontos da área de estudo.

RESUMO:
Foram feitas 32 coletas, totalizando 248 espécimes de plantas medicinais, entre
as quais foram identificadas 62 espécies pertencentes a 31 famílias botânicas
sendo as mais expressivas Lamiaceae e Asteraceae.
As espécies mais utilizadas foram boldo (Plectranthus neochilus) e capim
santo (Cymbopogom citratus).
As partes vegetais mais utilizadas foram as folhas (72%) e caules (20%).
As principais formas de preparo foram às infusões (52%). As indicações mais
citadas foram para tratamento do aparelho respiratório (26%).
A principal origem do conhecimento foi transmitida por familiares de geração a
geração (60%).
Das indicações propostas pela comunidade do Jardim Campestre, 18% foram
confirmadas e 82% parcialmente confirmadas. Apesar de preliminar, este
levantamento observou que as pessoas disponíveis da comunidade continuam
utilizando as plantas para tratar de muitas enfermidades do dia-a-dia e existe
um bom conhecimento sobre a utilização das plantas.

CONCLUSÃO:
O levantamento de plantas medicinais, realizado na comunidade do Jardim
Campestre resultou num total de 248 espécimes, entre as quais foram
identificadas 62 espécies, pertencentes a 31 famílias botânicas.
A comunidade de Jardim campestre é uma comunidade carente por não haver
postos de saúde e farmácias, seus moradores procuram usar seus
conhecimentos para a cura de suas doenças. São conhecimentos que foram
passados de geração a geração pelos familiares e conhecimentos passados por
amigos, vizinhos, livros e televisão.
As folhas e o caule das plantas foram às partes vegetais mais utilizadas pela
comunidade, tendo como sua principal forma de preparo as infusões e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

288
UNISA - Universidade de Santo Amaro

decocções. As indicações de tratamento mais utilizadas pela comunidade foram


para o aparelho respiratório, digestório e ainda calmante.
Este trabalho evidenciou que parte das informações colhidas já foi observada
em estudos científicos com as espécies citadas e pode ser fonte promissora na
descoberta de novos princípios ativos, porém outras não foram avaliadas
cientificamente, o que só será possível a partir da conservação dos
conhecimentos adquiridos ao longo dos anos. Dessa forma, fazer um
levantamento sobre a comprovação científica das propriedades de cada espécie
foi uma maneira de tornar as informações obtidas um ponto de partida para
futuros estudos farmacológicos de grande importância para que se possa
compreender melhor as ações medicinais e tóxicas das espécies levantadas.

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________________________________________________________________
¹ Aluno do Curso de graduação em Ciências Biológicas da Faculdade de
Ciências Biológicas da Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP. Endereço
para correspondência: Rua Jerônimo monteiro N°44, Centro, CEP: 29600-000
Espírito Santo, E.S. E-mail: capichaba@gmail.com.
¹ Biólogo. Doutor em Botânica. Professor Titular da Faculdade de Biologia da
Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

289
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Levantamento de Habenaria Willd. no Núcleo Curucutu, Parque


Estadual da Serra do Mar, São Paulo, SP
RODRIGO QUEIROS MARTINHO(1)

PAULO AFFONSO(2)(Orientadores)
Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A Mata Atlântica, na época do descobrimento do Brasil, era uma das maiores
florestas tropicais da América do Sul, com uma área com pouco mais de um
milhão de Km2, estendendo-se do paralelo 5o S ao paralelo 32o S, distribuindo-
se do nordeste até o sul do país, atravessando as atuais fronteiras da Argentina
e do Paraguai.
Com a vinda da colonização européia, a floresta foi seu principal alvo tanto para
o início da colonização como para a exploração de suas áreas. Um dos itens a
serem inicialmente explorados foi o pau-brasil, sendo uma madeira de cor
avermelhada utilizada para a tintura em tecidos de um novo mercado
renascentista. Desta madeira que surgiu o nome para a nova nação. Depois
desta grande exploração vieram outros grandes ciclos econômicos como o da
cana de açúcar, café entre outros.
Desde a época da colonização até os dias atuais, a pressão sobre este
patrimônio foi tão grande que restou apenas 4% de sua área original em todo
território nacional. Por tudo isso a Mata Atlântica é uma das principais florestas
tropicais ameaçadas de extinção e um dos “hot spots” prioritários a
conservação.
O estado de São Paulo, originalmente apresentava cerca de 80% de seu
território coberto pela Mata Atlântica e seus ecossistemas associados,
representado por vários tipos de estruturas florestais. Com o passar dos anos
esse abundante ecossistema foi diminuindo severamente devido à colonização,
e nas últimas décadas, ao crescimento populacional descontrolado,
especulações imobiliárias, entre outros.
A Mata Atlântica apresenta formações florísticas, fisionômicas, e condições
fisiográficas diversificada, tendo uma vegetação bem distinta, como a floresta
ombrófila do litoral (Serra do Mar), floresta semidecídua do planalto, a floresta
de araucária dos estados sulinos, manguezais, restinga e campos de altitude.
A Serra do Mar é formada por uma série de cadeias montanhosas, que se
estendem desde o sul da Bahia até o nordeste do Rio Grande do Sul. Essas
cadeias se formaram a partir do soerguimento de placas sul-americanas
localizadas na costa leste do continente, erguendo assim um complexo
cristalino (de 600 milhões de anos) muito resistente. Esse soerguimento não foi
totalmente homogêneo, ocorrendo diferentes níveis na elevação do terreno e
afundamento de blocos de rochas, criando assim as escarpas. Com o passar

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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dos anos essa cadeia montanhosa sofreu desgaste, tanto pela ação erosiva,
como pela ação dos ventos, com isso os picos foram tomando formas
arredondadas, como por exemplo, o Pão de Açúcar no Rio de Janeiro.
Essas escarpas fazem com que os ventos vindo do mar se elevem, criando
condições climatológicas ideais para o desenvolvimento da Mata Atlântica. Os
ventos carregados de umidade, ao se deparar com a serra, sobem e se
resfriam, provocando a condensação do excesso de vapor de água, que ficam
suspensas pelo ar, ocorrendo assim uma outra característica deste local, a
neblina.
O Núcleo Curucutu faz parte do Parque Estadual da Serra do Mar (P.E.S.M.) e
é administrado pelo Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente. É um
local com elevada diversidade de flora, ocorrendo também uma vegetação
campestre considerada anormal para este ambiente devido aos níveis de
altitude entre 750 e 850 metros, considerado baixo para este tipo de vegetação.
O Núcleo Curucutu, faz parte da Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata
Atlântica, sendo estratégica sua conservação, por abrigar as nascentes dos rios
Embu-Guaçu e Capivari, que são responsáveis, em parte, pelo abastecimento
de água da cidade de São Paulo e da baixada santista.
A região em que o Núcleo faz parte, era uma área produtora de carvão,
chamada de Fazenda Curucutu, que foi adquirida pelo Estado em 1958. Na
década seguinte, as reservas Estaduais de Itanhaém e Itariru foram agregadas
ao Núcleo Curucutu pelo Decreto 36544/60. Desde então são implementadas
tentativas para o desenvolvimento de um plano de manejo do Núcleo.
É na área do Núcleo Curucutu que o herbário UNISA em parceria com o
herbário PMSP e o Instituto Florestal, estão desenvolvendo um projeto temático
para o estudo da Flora do Núcleo. A primeira fase deste projeto teve inicio em
1997, na qual foram feitas coletas de exemplares de todas as espécies que se
encontravam em fase reprodutiva. Esta fase correspondeu aos 4 primeiros anos
da participação do herbário UNISA.
Na segunda fase, as famílias que se encontravam em estagio mais avançado
de coleta e identificação, passaram a fazer parte de trabalhos separados para
que pudesse ampliar os conhecimentos sobre uma família na área de estudo.
Hoje, alguns desses trabalhos encontram-se publicados, tais como os:
Levantamento de Tibouchina, de Gentianaceae Juss., de Iridaceae Juss., de
Oncidium Sw., além de outros trabalhos em fase de publicação.
A família Orchidaceae é composta por ervas epífitas, terrícolas e humículas.
São monocotiledôneas e não possuem raiz pivotante, não penetrando
profundamente no solo em busca de nutrientes, sendo assim elas espalham
suas raízes superficialmente no solo, galhos e rochas, assim as orquídeas nos
mostram que suas raízes são sensíveis ao acúmulo de água e a falta de
circulação de ar, ocorrendo exceções em algumas espécies. “A maioria das
orquídeas coloca seus órgãos a serviço do armazenamento de água: raízes,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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caule e folhas”. Essa absorção de água ocorre, em maior parte, pelas suas
raízes, que são velamenosas. As folhas e bulbos também têm a capacidade de
absorção, mas em menor quantidade em relação às raízes. O caule é
basicamente do tipo rizoma, que pode se ramificar lateralmente. Suas folhas
são simples, membranáceas, carnosas ou finas, com uma ou várias nervuras.
As com mais de uma nervura, possuem folhas desde finas até mais rígidas e as
que possuem uma nervura central geralmente são mais rígidas, carnosas e
coríaceas. A sua inflorescência é normalmente racemosa, com flores
monóclinas, raramente díclinas, zigomórficas, muitas vezes ressupinadas,
possuem três sépalas e três pétalas, com uma delas modificadas em labelo,
usado como guia para insetos, auxiliando na polinização e fertilização da flor.
A família Orquidaceae é uma das maiores entre as angiospermas, com
aproximadamente 800 gêneros e 20.000 espécies. Sua distribuição é
cosmopolita, aparecendo em quase toda área do globo, com maior incidência
nas regiões tropicais da América e Ásia. No continente americano, ocorre com
maior freqüência em florestas de altitude, como por exemplo, na Serra do Mar.
No Brasil a família é representada por cerca de 200 gêneros e 3.000 espécies,
são encontradas entre as quatro províncias climáticas. A primeira delas com
60% das espécies é a Serra do Mar, seguida da bacia Amazônica com 35%, e
do Cerrado com 25% das espécies. A quarta província, na parte sulina, em
grande parte só há espécies terrícolas.
Habenaria Willd.: O genêro Habenaria está inserido na subfamilia
Orchidoideae, tribo Orchideae e subtribo Orchidideae. Suas políneas são
formadas de grãos de pólen sécteis com estipe e retináculo afixado na base.
Apresenta raízes filiformes, fasciculadas, geralmente incluindo uma raiz
tuberosa. Caule ereto, anual, com flores nas extremidades que formam racimos
mais ou menos longos, sempre simples. Em sua maioria, as cores das flores
tendem mais para o verde amarelado, com aroma relativamente raro. Sempre
terrícolas, de terrenos relativamente úmidos até alagadiços, raro nos campos
mais secos, podem ser encontrados também sobre troncos em decomposição
ou sobre rochas com acúmulo de detritos.
Este gênero compreende mais de 600 espécies descritas, distribuídas nas
regiões tropicais e subtropicais. No Brasil é provável que existam mais de 200
espécies em toda sua flora.

OBJETIVO:
Realizar o levantamento de Habenaria Willd., no Núcleo Curucutu, incluindo a
elaboração de chave analítica, descrições, ilustrações e observações
fenológicas para as espécies.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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METODOLOGIA:
Para realização deste trabalho, foram utilizados materiais de Habenaria
provenientes de coletas realizadas anteriormente e durante o desenvolvimento
deste estudo, e que se encontram depositadas nos Herbários da Universidade
de Santo Amaro (UNISA) e da Prefeitura do município de São Paulo (PMSP).
O presente trabalho foi desenvolvido no Núcleo Curucutu, localizado junto ao
paralelo 24ºS, abrangendo parte dos municípios de Itanhaém (21.094,46ha.),
Juquitiba (2.941,22ha.), Mongaguá (3.772,17ha.) e São Paulo (2.506,97ha.),
fazendo parte do Parque Estadual da Serra do Mar (P.E.S.M.). Possui uma área
em torno de 30.000 ha., compondo parte da Zona Núcleo da Reserva da
Biosfera da Mata Atlântica. O Núcleo Curucutu foi criado como reserva estadual
em 1960 com 12.090ha. e incorporado ao parque em 1977, integrando, com o
passar dos anos, novas áreas de preservação.
As coletas foram realizadas mensalmente no período de 2009. O material
coletado foi identificado e depositado no acervo do Herbário UNISA. As coletas
e os procedimentos de preparação e conservação do material botânico
seguiram a metodologia usual.
As descrições foram elaboradas com base no material herborizado e/ou fixado
em álcool 70%, principalmente para a confecção das ilustrações.
Para obtenção de dados comparativos com as amostras provenientes do
Núcleo Curucutu visitou-se os seguintes herbários: PMSP, SP, SPF, RB. Os
dados de floração e frutificação foram obtidos através das análises das
exsicatas, das observações em campo, bem como consultas à literatura.

RESUMO:
Habenaria Willd., Sp. Pl. 4: 44. 1805: Plantas terrícolas ou palustres. Raízes
filiformes, fasciculadas, geralmente incluindo uma raiz tuberosa. Caule ereto,
simples. Folhas membranáceas, conduplicadas, patentes a eretas, geralmente
distribuídas ao longo do caule, base em bainha amplexicaule. Inflorescência em
racemo, terminal, flores dispostas espiraladamente. Flores ressupinadas,
esverdeadas a verde-amareladas, glabras. Sépalas livres entre si, a dorsal
côncava a cuculada encobrindo o ginostêmio, as laterais patentes, muitas vezes
reflexas. As pétalas divididas em 2-segmentos, o segmento posterior em geral
conivente com a sépala dorsal, o segmento anterior menor, às vezes reduzido,
dentiforme ou ausente. Labelo livre dividido em 3-segmentos, segmentos
lineares ou oblongos, e os laterais pendentes. Cálcar conspícuo, geralmente
cilíndrico ou clavado, descendente. Ginostêmio curto, geralmente crasso. A
antera ereta, dividida em 2-lóculos, rimosa, firmemente unida ao ginostêmio,
não articulada, nunca caduca, locos muitas vezes divergentes. Possui 2
polínias, sécteis, com caudícula e viscídios basais. Rostelo dividido em 3-lobos,
lobo terminal total ou parcialmente escondido sob os lóculos da antera. Estigma

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dividido em 2-lobos, projetado para frente. Fruto cápsula, estreitamente 6-


costado.

CONCLUSÃO:
Foram encontadas seis espécies na área de estudo:
1 Habenaria fluminensis Hoehne, Arq. Bot. Estado São Paulo 1:41. 1939:
Espécie normalmente encontrada na região Sudeste (MG, RJ, SP) do Brasil
(Pabst & Dungs, 1975), podendo ocorrer em menor número em outras regiões.
Sendo natural do Estado do Rio de Janeiro, daí seu nome H. fluminensis. No
Núcleo Curucutu foi encontrada nas Trilhas do Campo e do Rio Embu-Guaçú,
sendo observado no mês de março flores e frutos, ocorrendo os dois estágios
na mesma haste floral e somente fruto no mês de maio.
Pode ser distinta das demais espécies de Habenaria na área de estudo por
possuir uma inflorescência com poucas flores, a forma do segmento anterior da
pétala e o segmento lateral do labelo semelhantes, sendo eles lineares,
aciculados e sinuosos, maiores ou igual ao do posterior e do mediano.
2 Habenaria josephensis Barb. Rodr. Gen. Sp. Orchid. 2:257. 1881:
Espécie encontrada nas regiões Sudeste e Sul (MG, RJ, SP, PR, SC, RS) do
Brasil. Na área de estudo foi encontrada na Trilha do Rio Embu-Guaçu, com
flores e frutos no mês de março.
A espécie é próxima da Habenaria leptoceras Hook., porém difere-se por
possuir uma flor menor, pelos segmentos laterais do labelo serem menores e
pelos segmentos posteriores das pétalas possuírem ápice agudos e não obtuso
ou truncados como ocorre nesta espécie.
Em relação as espécies encontradas no Núcleo Curucutu, se aproxima da H.
pleiophylla Hoehne & Schltr., distinguindo-se por apresentar cálcar menor que o
ovário+pedicelo e a pétala possuir segmento posterior.
3 Habenaria melanopoda Hoehne & Schltr., Anexos Mem. Inst. Butantan, Secc.
Bot. 1(2):20. 1920:
Espécie pouco ocorrente, sendo encontrada nos Estados de São Paulo e Rio
de Janeiro. No Núcleo Curucutu, foi encontrada na Trilha do Campo no mês de
novembro em flor.
Esta espécie aproxima-se de Habenaria balansae Cogn., diferindo-se desta por
seu racemo floral, com flores mais próximas uma das outras, e sua haste floral,
geralmente maior. Apresenta calcar claviforme, com ápice mais espessado do
que o observado em Habenaria balansae Cogn..
Em relação as espécie do Núcleo Curucutu, ela pode ser distinta por suas
folhas menores e estreitas.
4 Habenaria parviflora Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl. 314. 1835:
Espécie amplamente distribuída pela América do Sul, sendo comum no Sudeste
do Brasil. Encontradas na área de estudo na Trilha do Mirante e na Trilha do
Rio Embu-Guaçu, com floração no mês de março e frutificação nos meses de

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abril e julho.
Apresentam uma grande variação em sua morfologia floral, com racemo
congesto, brácteas cobrindo as flores correspondentes, porém o que mais
chama atenção para a espécie é a variação em seu porte, sendo desde
delicado a robusto. Quando delicadas se desenvolvem em solos ácidos das
formações higrofilas, quando robustas se desenvolvem em solos férteis com
alto teor húmus.
No Núcleo Curucutu, difere-se das demais espécies por sua inflorescência em
racemo congesto.
5 Habenaria pleiophylla Hoehne & Schltr., Anexo Mem. Inst. Butantan, Secc.
Bot. 1(2):23. 1921:
Espécie ocorrente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil (MG, RJ, SP, PR, SC).
Encontrada no Núcleo Curucutu na Trilha do Campo, com flores e frutos no mês
de abril.
Próxima de Habenaria leptoceras Hook., e muitas vezes confundida com ela,
distinguindo-se pela pétala posterior retangular de ápice truncado ou retuso e
segmento anterior ausente.
No Núcleo Curucutu, se aproxima da H. josephensis, cuja comparação foi feita
nos comentários dessa espécie.
6 Habenaria rodeiensis Barb. Rodr., Gen. Sp. Orchid. Nov. 2:256. 1882:
Espécie distribuída desde a região Central do Brasil, passando pelo Sudeste,
até a região Sul (GO, DF, MG, RJ, PR, SC).
Espécie com segmento anterior das pétalas e segmento lateral do labelo muito
semelhante, sendo eles lineares, igual ou maior em comprimento que o
segmento posterior da pétala e do segmento mediano do labelo.
Em campo, por estes segmentos, pode ser confundida com H. fluminenses,
distinguindo-se desta espécie pela posição dos segmentos, unidas na base até
próxima a 1/3, enquanto que em H. fluminensis a segmentação tem início muito
próximo da base.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
HOEHNE, F.C.1940. Flora Brasílica, INC: ROMITI & LANZARA. São Paulo, SP,
p. 51-180.
PABST, G.F.J. & DUNGS, F. 1975. Orchidaceae Brasiliensis, Brücke-Verlag
Kurt Schmersow. Hildesheim, vol. I, p. 408.
ROMANINI, R.P. & BARROS, F. 2007. Flora Fanerogâmica da Ilha do Cardoso
do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, v.12, p. 29-276.

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________________________________________________________________
Habenaria Willd; Orchidaceae; Núcleo Curucutu.

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Levantamento de Ochnaceae DC. no Núcleo Curucutu, Parque


Estadual da Serra do Mar, São Paulo
CINTYA EMY OUCHI(1)

PAULO AFFONSO(2)(Orientadores)
Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Na costa leste do Brasil estendia-se uma imensa faixa florestal, a Mata
Atlântica, na qual ocupava uma extensão de 1.300.000km², ou cerca de 15% do
território nacional, englobando 17 estados brasileiros, atingindo o Paraguai e a
Argentina. Cerca de 80% da população brasileira vive sobre o domínio da Mata
Atlântica, sendo representada, no Estado de São Paulo, com três formações
florestais diferentes, sendo elas a mata de planície litorânea, mata de encosta e
mata de altitude, e se caracteriza por apresentar alta pluviosidade e alta
umidade, que se estende numa faixa contínua de largura média de 200km.
Atualmente o domínio da Mata Atlântica se encontra fragmentado em pequenas
manchas verdes, restando pouco mais de 7% da extensão original, abrigando
uma das maiores diversidades florística e faunística do país, além de expressivo
número de endemismo nesse bioma, onde 53% das espécies de árvores e 77%
de outras plantas, e 567 espécies, dentre as 1361, de mamíferos, aves, répteis
e anfíbios são tidos endêmicos. A lista oficial da fauna brasileira ameaçada de
extinção informa que, das 202 espécies, 171 ocorrem na Mata Atlântica. No
entanto, apesar da degradação decorrente da agricultura, queima de
combustíveis e pela exploração de madeiras nobres que ocorria desde 1950,
ajudou a criar e consolidar a identidade do Brasil, passando a integrar a rede de
Reserva da Biosfera da UNESCO, em 1991. A implantação da política de
proteção à Floresta Atlântica pelo Governo do Estado de São Paulo teve inicio
em 1977, através da criação do Parque Estadual da Serra do Mar, segundo o
decreto Estadual nº10.251, de 30 de agosto desse mesmo ano, incluindo
algumas reservas existentes. Posteriormente sofreu alteração pelo decreto
Estadual nº 3.313, de 06 de março de 1979, acrescentando áreas do Município
de Ubatuba ao seu limite anterior próximo à divisa com o Estado do Rio de
Janeiro, sobrepondo algumas áreas do Parque Nacional da Serra de Bocaina,
sendo considerado hoje a maior extensão de área protegida, com 315mil
hectares de áreas decretadas, da qual somente 30% pertencem ao Estado, o
que ocasiona uma grade problema fundiário. O Parque Estadual da Serra do
Mar é o maior parque paulista, detendo a maior parte das nascentes dos rios
que vertem para o Atlântico, responsável pelo abastecimento de água das
populações do litoral, e representa a maior porção contínua preservada da Mata
Atlântica no Brasil, abrangendo 28 municípios. Devido a sua dimensão, é
dividido em núcleos administrativos, como o Núcleo Curucutu, nome dado pelos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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índios tupi-guarani ao local devido a enorme quantidade de corujas (Krukutu)


que encontraram durante sua migração em busca de locais altos. Esse núcleo
ocupa uma área aproximado de 30.000 ha, passando pelos municípios de
Itanhaém, São Paulo, Juquitiba e Mongaguá, e apresenta uma fisionomia
bastante distinta com área de restinga alta (município de Itanhaém) e
remanescentes de campos naturais e matas nebulares na crista da serra. Suas
coordenadas geográficas aproximadas são 23º52’ de latitude sul e 46º38’ de
longitude oeste de Greenwich, sendo a altitude média da região entre 600 e
800m. Apesar da exploração de madeiras para a carvoaria nas décadas de 40 e
50, o Núcleo Curucutu não apresenta sinais de ocupação humana intensa e
localiza-se em um dos trechos menos estudados da Mata Atlântica de São
Paulo, e é responsável por cerca de 30% do abastecimento de água em São
Paulo e parte da baixada Santista. Sua administração é feita pelo Instituto
Florestal, um Órgão da Administração Direta do Estado e subordinado à
Secretaria de Estado do Meio Ambiente. A família Ochnaceae possui
distribuição pantropical, podendo ser encontrada no México, América Central,
África ao sul do Saara e no Nordeste da Ásia continental até os arquipélagos do
Indo-Pacífico, tangenciando a Austrália oriental, com limite em Fiji, incluindo
aproximadamente 30 gêneros e 400 espécies, sendo encontrada, no Brasil, 11
gêneros e cerca de 120 espéceis. São plantas lenhosas, subarbustivas e
arbóreas, raro herbáceas ou anuais, com folhas simples, alternas e estipulada e
com margem geralmente serreadas. Inflorescência cimosa ou racemosa,
geralmente panícula, às vezes reduzidas a uma única flor. Suas flores são
amarelas, alvas ou avermelhadas, bissexuadas, actinomorfas ou zigomorfas
devido à posição do androceu, diclamídeos. As estípulas são sempre
presentes, caducas ou persistentes. Cálice de (3-)5(-12)-mero, geralmente
dialissépala, prefloração imbricativa, corola 4-5(-10)-mera, dialipétala, com
estames oligostêmones ou diplostêmones, ou mais freqüentemente,
polistêmones, livres entre si. Anteras geralmente poricidas, estaminódios
presentes ou ausentes, às vezes petalóides ou formando uma corona. Pode, ou
não, apresentar disco nectarífero. Ovário é súpero, com (1-)2-5(-15) carpelos,
unidos ou livres, mas com estiletes sempre unidos. Nos gêneros com ovário
cujos lóculos são uniovulados, a placentação é basal, no mais, podem ser
axilar, sub-basal, parietal ou laminar. Fruto apocárpico, com os carpídios
assentados sobre o receptáculo carnoso e coloridos, ou fruto simples, deiscente
ou indeiscente, ou cápsula com paredes coriáceas ou lenhosas. Sementes
encontradas são de uma a muitos, com integumento membranoso ou ósseo e
endosperma carnoso, farto, ou ausente. Seu embrião pode ser reto ou curvo.

OBJETIVO:
Realizar o levantamento de Ochnaceae DC., no Núcleo Curucutu, Parque
Estadual da Serra do Mar (PESM), incluindo a elaboração de chaves analíticas,

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descrições, ilustrações e estudo fenológico para as espécies.

METODOLOGIA:
Este trabalho foi realizado no Núcleo Curucutu, localizado ao interior do APA
Capivari-Monos, que ocupa uma área de cerca de 30.000 há. Neste trabalho
deu-se o prosseguimento do levantamento da Flora do Núcleo Curucutu
realizados pelos herbários da UNISA e do PMSP (Prefeitura Municipal de São
Paulo). Para o desenvolvimento desse trabalho, foram utilizados materiais
pertencentes a família Ochnaceae do Núcleo Curucutu que já se encontravam
identificados e depositados no acervo do herbário UNISA, juntamente com os
materiais coletadas no decorrer deste estudo. As coletas foram realizadas
mensalmente no decorrer de 2008 a 2009. A técnica de herborização utilizada
seguiu metodologia usual. As observações mais detalhadas foram feitas
utilizando estereomicroscópio, e as ilustrações foram feitas à mão livre,
incluindo estruturas como folhas, inflorescências e partes reprodutivas do
material herborizado, ou fixado em álcool 70%. Fez-se registros fotográficos dos
materiais coletados. O estudo fenológico das espécies se deu pelas
observações em campo, além das consultas literárias.

RESUMO:
Foram encontrados na área de estudo 2 gêneros e três espécies para a família
Ochnaceae. Todas as espécies encontradas são plantas terrestres, com folhas
simples e alternas, de estípulas persistentes ou caducas. Apresentam
inflorescência racemo ou panícula, terminal, pauciflora, de flores pentâmeras,
rosadas ou brancas. Estames de 5-10, livres, com estaminódios presentes ou
não. O ovário é súpero, sincárpico, de 3-5 lóculos, com um ou muitos óvulos por
lóculo. No Núcleo Curucutu o gênero Ouratea apresenta plantas arbóreas, de
folhas simples, alternas, de ápice agudo, e estípula caduca. Inflorescência em
panícula ou racemo, terminal, pauciflora. Flores com pétalas em número de 5,
amarelas obovadas, ápice obtuso ou retuso, base truncada, sépalas em número
de 5, amarelo amarronzadas, ovada, ápice agudo, e base truncada. Estames
10, livres, com anteras sésseis, ca. 4mm comprimento, de deiscência poricida.
Estaminódios ausentes. Ovário 5-locular, onde há apenas 1 óvulo por lóculo,
com placentação basal, estilete simples. Fruto drupa. Ouratea apresenta duas
espécies no Núcleo Curucutu. A primeira O. parviflora, pode atingir 5m de
altura, apresenta folha lanceolada-obovada, margem inteira, base aguda, com
5-8cm comprimento, e 1,4-1,8cm largura, pecíolo, 2-4mm comprimento, estípula
lanceolada, 2mm comprimento. Inflorescência panícula. Flores com pétalas de
ápice obtuso de 7mm comprimento, ca. 5mm largura, sépalas de 5mm
comprimento, 2mm largura, estilete 2-3,5mm comprimento. A segunda espécies
desse gênero é O. sellowii, também arbórea, com 2-8m altura, folha eliptica,
margem serreada na porção do ápice, base ligeiramente atenuada, com 2,8-

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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6,4cm comprimento, 1,4-2cm largura, pecíolo 3-5mm comprimento, estípula


lanceolada, ca. 5mm comprimento. Inflorescência racemo ou panícula. Pétalas
de ápice retuso, de 7mm comprimento e 6mm largura, sépalas com 5mm
comprimento e 3m largura, estilete com 3-4mm comprimento. O gênero
Sauvagesia apresenta somente um representante na área de estudo, S. erecta.
São plantas de porte herbácea, de 7,5-31cm altura, folha simples, alternas,
lanceolada-obovada, margem serreada, ápice agudo e base aguda, de 0,9-
1,3cm comprimento e 0,3-1cm largura, pecíolo de 2-4mm comprimento, estípula
persistente, 0,5-0,9cm comprimento, Inflorescência en cincínio, axilar, e
pauciflora. Flores com pétalas em números de 5, branco-rosadas, obovadas, de
ápice arredondado e base truncada, de 4-5mm comprimento e 2-3mm largura,
sépalas em número de 5, lanceoladas, ápice agudo e base truncada, de 5mm
comprimento e 1mm largura. Estames em números de 5, livres, com anteras
sésseis, ca. 2mm comprimento, e deiscência apical oblíqua. Estaminódios
presentes, sendo os externos numerosos, filiformes, com ca. 1mm
comprimento, e os internos em números de 5, petalóides, oblongos, com ca.
3mm comprimento, ca. 1mm largura. Ovário com 3 lóculos na base, passando a
1 lóculo no ápice, pluriovulados, placentação basal. Estiletes simples, com ca.
2mm comprimento. Fruto em forma de cápsula septicida.

CONCLUSÃO:
Ouratea parviflora
Esta espécie apresenta folhas, flores e inflorescências com tamanhos e
formatos bastante variáveis. Tem sido coletada principalmente em florestas
pluviais, na Serra do Mar, de Ubatuba a Iguape e, também, na cidade de São
Paulo. No entanto, apesar da ampla distribuição, é uma espécie basicamente
limitada a Serra do Mar.
Pode haver ocorrência de flores em todos os meses do ano. No entanto, dados
sobre a frutificação revelam falhas entre os meses de dezembro e janeiro.
Porém, essa alteração independe da distribuição geográfica.

Ouratea sellowii
Espécie com distribuição exclusiva em serras do interior do continente, isto é,
na Serra dos Órgãos, da Mantiqueira e de Paranapiacaba e, também no
município de São Paulo. Distribui-se basicamente em florestas semicaducifólias,
principalmente em capões e matas de galeria excepcionalmente citada em
vegetação rupestre, geralmente associada a regiões relativamente altas,
sugerindo ser razoavelmente tolerante a baixas temperaturas e/ou secas
sazonais.
Em São Paulo a floração se dá entre março e novembro, e a coleta dos
materiais em fruto podem ser feitas no mês de Agosto. Na área de estudo
floresceu de abril a junho e frutificou em junho.

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Ouratea sellowii pode ser confundida com O. parviflora, diferindo desta por
apresentar folha elíptica com margem serreada na porção apical, e limbo com
menos comprimento (2,8cm) enquanto que O. parviflora apresenta folha
lanceolada-obovada de margem inteira e o menor comprimento do limbo
observado para esta espécie foi de 5cm.

Sauvagesia erecta
Sauvagesia erecta é uma espécie de ampla distribuição no Brasil, comportando-
se, às vezes, como invasora de culturas (Souza & Lorenzi, 2005), encontrada
sobre solo arenoso e úmido em locais ensolarados. Floresce e frutifica em abril,
maio, e de agosto a novembro (Jung-Mendaçolli, 1996). Na área de estudo
exemplares foram observados florescendo e frutificando durante todo o ano.
Esta espécie diferencia-se facilmente das espécies de Ouratea pelo seu hábito
herbáceo, 5 estames e a presença dos estaminódios.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
JUNG-MENDAÇOLLI, S.L. 1996. Flora Fanerogâmica da Ilha do Cardoso. Vol 4.
Instituto de Botânica, Secretaria do Estado de Meio Ambiente. São Paulo. 92p.

SOUZA, V.C. & LORENZI, H. 2005. Botânica Sistemática: Guia ilustrado para
identificação de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Instituto
Plantarum de Estudos da Flora. Nova Odessa. 640p.

YAMAMOTO, K. 1995. Estudo taxonômico sobre Ouratea parviflora (DC.) Baill.


(Ochnaceae) e espécies afins ocorrentes em Floresta Atlântica nas regiões
sudeste e sul do Brasil. Tese: Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.
Instituto de Biologia. Campinas.
________________________________________________________________
1,2 - Faculdade de Biologia - Universidade de Santo Amaro, Herbário UNISA,
São Paulo, SP, Brasil.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Levantamento preliminar de Coleobrocas (Insecta: Coleoptera)


do Parque Ecológico do Guarapiranga
GABRIEL ALAN CREIN RODRIGUES(1)

FRANCISCO JOSE ZORZENON(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Os insetos constituem o grupo mais numeroso dentre todos os seres vivos e
embora diminutos, são significativos pela espantosa capacidade de reprodução
e de adaptabilidade aos meios mais adversos.
Muitos insetos têm alto valor para a vida do homem e sem eles o modelo de
sociedade humana que conhecemos não poderia existir, como exemplo por
suas atividades polinizadoras. Avaliação feita em 2003 estimou que o serviço de
polinização de todos os insetos no mundo é superior a 100 bilhões de dólares
anuais. Os insetos ainda nos fornecem o mel e a cera das abelhas, seda e
outros produtos de valor comercial, servem de alimento para animais úteis à
sociedade e como predadores ajudam a manter animais e plantas nocivas sob
controle.
Porem, mais de 10.000 espécies de insetos são consideradas pragas, que
sozinhas ou em conjunto com microorganismos podem causar danos
consideráveis ou a morte para humanos, agricultura, a produtos florestais ou
manufaturados.
Dentre os insetos a ordem Coleoptera (besouros) é a mais diversificada, tanto
quanto ao número de espécies quanto aos ambientes diversos que podem ser
explorados por eles. Com cerca de 350.000 espécies descritas, representam
aproximadamente 1/5 dos organismos descritos. Conhece-se 127 famílias,
quase 7.000 gêneros e mais de 72.000 espécies para a região Neotropical O
sucesso dos coleópteros é atribuído a capacidade de consumir diferentes tipos
de alimento e pela presença de élitros. Os élitros são as asas anteriores de
consistência córnea ou coriácea que cobrem as asas membranosas posteriores
que ficam dobradas e escondidas abaixo dos élitros. Quando em voo os élitros
se mantêm abertos e imóveis, enquanto as asas membranosas vibram
Os coleópteros possuem papel importante na reciclagem de nutrientes,
principalmente na fase larval. As larvas podem ser xilófagas (Scarabaeidae,
Cerambycidae, Curculionidae), digerindo celulose tornando-a disponível para o
ecossistema, e também podem ser coprófagas (Scarabaeidae), enriquecendo o
solo com matéria orgânica (principalmente fezes) durante sua fase de
reprodução.
Muitas espécies de coleópteros possuem grande importância econômica, pois
são pragas da agricultura. São bem conhecidos os danos que são causados
pela broca do café, do algodoeiro, da cana de açúcar, do arroz, do milho entre

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

302
UNISA - Universidade de Santo Amaro

outros. Os coleópteros também podem atacar produtos alimentícios


armazenados como sementes de cereais e grãos, ou ainda livros e tapetes.
Muitas famílias de besouros são consideradas brocas em árvores e palmeiras,
causando danos elevados direta ou indiretamente à planta, abrindo passagem
para entrada de fitopatógenos, consumindo tecidos sãos e sementes ou
levando a um enfraquecimento generalizado pela excessiva perda de seiva
vegetal na tentativa de cicatrização.
Segundo o mesmo autor as principais pragas encontradas broqueando árvores
e palmeiras são representadas pelas famílias: Curculionidae (incluindo as
subfamílias Scolytinae e Platypodinae) Dryophthoridae, Bostrichidae e
Cerambycidae. Os adultos são normalmente atraídos pelo cheiro de
fermentação exalado dos ferimentos mecânicos ou danos que foram realizados
por outras pragas. A penetração do adulto depende da espécie, podendo ser
ativa, sendo feita a postura dentro do próprio túnel escavado pela fêmea. As
larvas escavam galerias e podem ter um ciclo biológico muito longo, chegando
á vários meses.
Os bostriquídeos são reconhecidos pelo seu corpo cilíndrico, cabeça hipognata,
que fica escondida abaixo do pronoto em vista dorsal. Os élitros com forte
declive apical e geralmente possui espinhos ou tubérculos. Por essas
características, as pequenas espécies são frequentemente confundidas com os
Scolytinae, sendo distinguidos por possuírem antena reta e os seguimentos da
clava livres entre si. Esta família contém cerca de 550 espécies, divididas em 99
gêneros. No Brasil ocorrem 15 gêneros e 34 espécies aproximadamente.
Os cerambicídeos estão distribuídos por todo planeta, exceto nas regiões ártica
e antártica. A dispersão está diretamente relacionada às formações vegetais e
às condições climáticas de cada região biogeográfica, sendo que as regiões de
clima tropical são mais ricas e diversificadas em espécies. Esta é 2º maior
família da ordem Coleoptera, apresenta cerca de 35.000 espécies sendo destas
4.000 são do Brasil. É nesta família também que se encontram os maiores
besouros do mundo, Macrodontia cervicornis (Linnaeus) e Titanus giganteus
(Linnaeus), este último que tem em média 200 mm de comprimento.
A família Curculionidae é, sem duvida, a maior, não só da classe dos insetos,
como de todo o reino animal. Com cerca de 50.000 espécies descritas,
distribuídas em aproximadamente 4.500 gêneros. No Brasil ocorrem cerca de
632 gêneros e 4041 espécies
Os curculionídeos são besouros que possuem a cabeça prolongada em um
rostro de comprimento muito variável, aonde se encontra as antenas que são
clavadas e geniculadas. O comprimento varia de 0,5 a 90 milímetros (incluindo
o rostro). O corpo é compacto, de forma muito variável com o tegumento
bastante endurecido podendo ser liso, pubescente ou revestido por escamas
coloridas, às vezes metálicas
A maioria dos curculionídeos são insetos fitófagos, alimentando-se

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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essencialmente nos tecidos vivos, explorando raízes, troncos, folhas, flores e


frutos. Os curculionídeos possuem distribuição geográfica condicionada à
existência das plantas, sendo que muitas espécies estão fortemente associadas
a hospedeiros vegetais específicos ou às formações vegetais, por esse motivo
eles se tornam material interessante para estudos de coevolução e biogeografia
(Bondar, 1945). Ainda sobre hábitos alimentares, poucas espécies são
predadoras, coprófagas, mirmecófilas ou termitófilas. Geralmente são
terrestres, de hábitos diurnos ou noturnos, sendo algumas espécies aquáticas.
Do ponto de vista econômico existem muitas espécies prejudiciais às plantas e
grãos armazenados, sendo que algumas delas tornaram-se pantropicais ou
mesmo cosmopolitas. Adultos de algumas espécies são considerados
transmissores de doenças virais às plantas. Dentre estas espécies vale
salientar: Anthonomus grandis, o bicudo do algodão; Eutinobothrus brasilienses,
a broca da raiz do algodoeiro; Helodytes foveolatus e Neobagous spp.,
gorgulhos aquáticos do arroz; Cratosomus spp., broca das laranjeiras e do
abacateiro; Sphenophorus levis, broca da cana de açúcar; Rhinostomus
barbirostris, Rhynchophorus palmarum e Homalinotus spp., brocas das
palmeiras; Cosmopolites sordidus, broca da bananeira, conhecida
popularmente como moleque. Sitophilus spp., atacam cereais armazenados nos
depósitos, principalmente arroz e milho.
Esta é uma das subfamílias dos curculionídeos, sendo que as espécies são
consideradas as mais evoluídas de toda a ordem Coleoptera. Com cerca de
5800 espécies distribuídas mundialmente.
Estes besouros possuem a antena geniculada, com uma clava formada por três
seguimentos bem compactos. Alguns possuem a cabeça visível dorsalmente e
outros a cabeça fica abaixo do pronoto, não sendo vista quando olhados por
cima, mas sempre é voltada para baixo. O corpo varia de muito pequeno a
pequeno, tendo formato cilíndrico.
Este grupo de besouros possui cerca de 37 gêneros e 1400 espécies, sendo
que a maioria está distribuída em áreas tropicais. Podem ser reconhecidos pela
falta do rostro, característica comum dos curculionídeos. Presença de sutura
pré-gular, esclerito pré-gular distinto, localizado entre a sutura gular média e a
articulação labial. As tíbias apresentam dentes e o 1 articulo do tarso é mais
longo do que os artículos 2-5.
Assim como alguns escolitíneos, os platipodíneos em geral são xilomicetófagos,
cultivando fungos em galerias que perfuram nos troncos. Esses fungos são
transportados pelos próprios besouros, em depósitos especiais, em forma de
saco ou taça, localizado na maioria das vezes externamente ao inseto, e
denominados de micângias. As micângias ocorrem principalmente em fêmeas e
podem estar localizadas; na região oral da cabeça, cavidade coxal protorácica,
margem anterior do protórax, proepisternum, proepimeron, pronoto e no élitro.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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OBJETIVO:
Reconhecer e abundância das principais famílias de importância econômica da
ordem Coleoptera do Parque Ecológico do Guarapiranga.
Comparar a eficiência das armadilhas de etanol e armadilha de queda “Pitfall”,
quanto a coleta de coleópteros.

METODOLOGIA:
O levantamento foi realizado no Parque Ecológico Estadual Guarapiranga,
(Figura 1) situado na zona sul da cidade de São Paulo, na margem esquerda da
represa do Guarapiranga. O parque possui uma área total de 256 hectares, que
se encontra entre as coordenadas geográficas 23º41’50’’ e 23º43’33’’ de latitude
sul e 46°44’49’’ e 46º47’09’’ de longitude oeste. Engloba as várzeas existentes
na foz do rio Embu-Mirim e do córrego Piraporinha e esta em uma altitude que
varia desde 737 metros (nível médio do reservatório) até pouco mais de 830
metros próximo a Estrada da Baronesa.
As coletas foram realizadas mensalmente, de outubro de 2008 a junho de 2009.
Dois métodos de coleta foram utilizados: armadilha de etanol e armadilha de
queda “Pitfall”.
Armadilha de etanol: foram confeccionadas com embalagem de álcool
comercial nas quais foram feitas três aberturas laterais de forma triangular.
Cada uma dessas embalagens foi preenchida com álcool a 80% até próximo a
abertura e fixadas a uma altura de 1,50 metros do solo . Em cada área de
amostragem 3 armadilhas de etanol foram dispostas, totalizando 24 ao longo do
parque.
Armadilha de queda: para estas armadilhas, foram enterrados no solo
recipientes de boca larga, de maneira que a abertura ficasse ao nível da
superfície, para que os insetos que se deslocarem sobre o mesmo, caíssem no
seu interior . Em cada área de amostragem foram montadas 25 armadilhas de
queda, perfazendo um total de 200 armadilhas ao longo do parque.
As principais famílias de importância econômica da ordem Coleoptera foram
identificadas sob estereomicroscópio no Laboratório de Entomologia Geral do
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Sanidade Vegetal do Instituto
Biológico de São Paulo, e armazenados em vidros contendo álcool etílico a
70%. Em seguida, foram depositados como material de testemunho na coleção
entomológica “Adolph Hempel”. Para a identificação das famílias foi seguida a
chave proposta por Lawrence et al., (2000).

RESUMO:
Durante o período de outubro de 2008 a junho de 2009 foram capturados 1.187
coleópteros. A abundância foi maior nas armadilhas de etanol com 630

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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exemplares representando 53,07% do total capturado. Em armadilhas de


queda, o numero de coleópteros capturados foi de 557 exemplares, 46,9% do
total capturado.
Em relação aos coleópteros de importância econômica, foram capturados 394
indivíduos, representando 33,2% do total de coleópteros. Para estas famílias, a
armadilha de etanol 80% foi a que obteve melhores resultados capturando 360
indivíduos, sendo que a armadilha de queda capturou 34 indivíduos, como
mostra a figura 3. Esta grande diferença se deu, pois o etanol destas
armadilhas serviu como substância atrativa. Nakano & Leite (2000) afirmam que
plantas atacadas entram em processo de fermentação alcoólica, em
consequência da decomposição da matéria vegetal causada por fungos que
penetram pelas galerias dos ramos atacados, essa fermentação tem a
capacidade de atrair coleobrocas com eficiência. E também por essas
armadilhas estarem suspensas, a uma altura de 1,50 metros do solo, pois as
brocas são atraídas enquanto estão em voo, na procura de uma nova planta
hospedeira, (Flechtmann, et al., 1995). Poucas famílias de importância
econômica foram encontradas nas armadilhas de queda, pois no solo estão as
espécies de famílias predadoras (Carabidae, Elateridae, Clambidae), que são ai
encontradas por estarem atrás de suas presas como mostra Levesque &
Levesque (1992).
Entre as espécies das famílias de importância econômica, na armadilha de
etanol, a família que obteve mais representantes foi Curculionidae com 252
indivíduos (70%), seguida de Bostrichidae com 71 indivíduos (20%) e
Cerambycidae com 37 indivíduos (10%) (Figura 7). Dorval e Peres Filho (2001)
em levantamento feito na vegetação de cerrado do Mato Grosso, com armadilha
de etanol, também obtiveram a família Curculionidae como predominante,
porém Cerambycidae foi superior a Bostrichidae.

A subfamília Scolytinae foi responsável por 95,6% do total de curculionídeos e


38,2% de todos os coleópteros. A presença de scolitíneos no Brasil vem
aumentando tanto em numero de espécies como de indivíduos. A presença
deles em plantações florestais esta se tornando relativamente comum, e
também aumentam em pomares frutícolas, principalmente os besouros de
ambrósia (Flechtmann, et al., 2001).
Levantamento de Scolytinae, feito em plantações de Eucalyptus spp., em
Cuiabá por Dorval et al., (2004) obteve maior abundância de indivíduos se
comparado ao presente trabalho, em período de coleta e metodologia
semelhante, com o uso de etanol como substância atrativa. A grande
diversidade de espécies florestais nativas do Parque Ecológico do
Guarapiranga deve ter contribuído para a manutenção de uma entomofauna
diversificada de predadores e parasitóides, afetando as populações de várias
espécies de Scolytinae, como proposto pelo mesmo autor onde havia sub-

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

306
UNISA - Universidade de Santo Amaro

bosques de floresta nativa entre as plantações de Eucalyptus spp.

CONCLUSÃO:
As armadilhas de etanol obtiveram melhores resultados em comparação as
armadilhas de queda “Pitfall” para a coleta de coleobrocas.
A família Curculionidae foi a que apresentou um maior número de indivíduos,
sendo que a grande maioria desses foi representada pela subfamília Scolytinae.
A continuação deste trabalho se torna necessária para reconhecer estes
indivíduos a nível de espécie, o que dará mais informações sobre sua biologia e
para conhecer a flutuação destes ao longo do ano. O estudo dessas espécies e
o monitoramento são fundamentais para a determinação de quais espécies
poderão causar danos ao homem.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BARBOSA, L.M. 1999. Plano de Gestão do Parque Ecológico do Guarapiranga
– fase 1. Secretaria do Meio Ambiente. São Paulo. 55p.

COSTA, C.; VANIN, S.A.; CASARI-CHEN, S.A. 1988. Larvas de Coleoptera do


Brasil. Museu de Zoologia da Cidade de São Paulo. São Paulo. 282p.

GALLO et al. 1988. Manual de Entomologia Agrícola. 2º ed. Agronomica Ceres.


São Paulo. 649p.
________________________________________________________________
Palavras chave: Coleobrocas, Guarapiranga, pragas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Levantamento qualitativo e distribuição da avifauna do Solo


Sagrado do Guarapiranga, São Paulo, SP
FERNANDO IGOR DE GODOY PIRES DA SILVA(1)

MARIA DO SOCORRO S PEREIRA LIPPI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
O Brasil é um país tropical com proporções continentais, comportando
diferentes características geográficas, morfoclimáticas e ecossistemas
(RUSCHI, 1979). Diversificada, também, é a avifauna brasileira, a segunda
maior do mundo, com 1822 espécies, sendo 232 espécies endêmicas (CBRO,
2008).
Dentre os municípios brasileiros com maior quantidade de estudos ornitológicos
está São Paulo (SCHUNCK, 2008). Dificilmente teríamos a impressão de que
uma cidade tão urbanizada e poluída abrigaria uma diversidade grande de
espécies (DEVELEY & ENDRIGO, 2004).
Apesar da diversificada avifauna, o município tem sofrido alterações nas
populações nativas de aves, isso devido ao desmatamento, urbanização,
manejo inadequado da flora, caça e captura ilegais (FIGUEIREDO & LO, 2000).
Em São Paulo, os registros sobre a composição da avifauna são ainda
insuficientes, existindo uma grande demanda por trabalhos sazonais, ou seja,
que abordem um período de 12 meses para conter as quatro estações do ano e
assim, registrar as espécies migratórias as quais anualmente aparecem no
município (SCHUNCK, 2008).

OBJETIVO:
Realizar o levantamento da avifauna do Solo Sagrado do Guarapiranga, São
Paulo, SP, bem como sua distribuição.

METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado no Solo Sagrado do Guarapiranga, situado entre as
coordenadas 23°45'S e 46°44'W, com área de 327.500m², situado à margem
sul da represa Guarapiranga, pertencente à Igreja Messiânica Mundial do
Brasil.
Para respeitar-se a sazonalidade e, conseqüentemente, incluir na lista espécies
migratórias, foi determinado o período de um ano completo (de 01/07/08 a
30/06/09). O levantamento foi qualitativo, visando encontrar o maior número
possível de espécies no local (DEVELEY, 2003). A metodologia utilizada foi a
de trajeto, na qual foram percorridos caminhos delimitados (RODRIGUES et al.,
2005) anotando-se em caderneta de campo.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Devido ao tamanho do local e grande diversidade de habitats, dividiu-se a área


em seis áreas: A: ambientes alagados; B: construções urbanas ou vias
pavimentadas; C: palustre – caracterizada por brejos e alagadiços; D: fragmento
de mata secundária; E: bosques e áreas arborizadas; F: áreas abertas

RESUMO:
Foram identificadas 178 espécies, de 20 ordens e 54 famílias, através de 250
horas de campo, o que gerou uma curva de suficiência amostral.
Duas espécies, Pyroderus scutatus e Procnias nudicollis, estão ameaçadas de
extinção no Estado de São Paulo, de acordo com o decreto 53.494 de 2008 e,
quatro, Brotogeris tirica, Myrmeciza squamosa, Scytalopus indigoticus e
Cranioleuca pallida, são endêmicas do Brasil Uma espécie, Lophornis
chalybeus, teve seu primeiro registro documentado para o município.
Verificou-se que cada um dos ambientes possuiu algumas espécies típicas, o
que possibilitou o elevado número de espécies registradas.

CONCLUSÃO:
A área estudada possui uma diversidade significativa de espécies, além disso,
há espécies ameaças de extinção e endêmicas, sendo assim, entendemos que
é fundamental a preservação de cada ambiente, especialmente da mata e
brejos, para que o número da avifauna continue, pelo menos, no mesmo
patamar e possa abrigar novas espécies.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CBRO – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, 2008. Listas das aves do
Brasil. Versão 5/10/2008. Disponível em http://www.cbro.org.br. Acesso em:
11/03/09

DEVELEY, P.F., 2003. Métodos para estudos de aves. Cap. 1. In: CULLEN JR,
L.; RUDRAN, R. & PADUA, C. V. Métodos de estudos em Biologia da
Conservação e Manejo da Vida Silvestre. Ed. EFPR, São Paulo: 19-42 p.

DEVELEY, P.F. & ENDRIGO, E. 2004. Aves da Grande São Paulo: Guia de
Campo. Aves e Fotos Editora. São Paulo: 295 p.

FIGUEIREDO, L. F. A. & LO, V. K. 2000. Lista das Aves do Município de São


Paulo. Bol. CEO nº 14: 15-35 p.

RODRIGUES, M.; CARRARA, L. A.; FARIA, L.P. & GOMES. H.B. 2005. Aves do
Parque Nacional da Serra do Cipó: o Vale do Rio Cipó, Minas Gerais, Brasil.
Rev. Bras. Zool. 22 (2): 326-338 p.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

RUSCHI, A. 1979. Aves do Brasil. Vol. 2, Ed. Rios, São Paulo, 335 p.

SCHUNK, F. 2008 As aves do município de São Paulo: conhecimento histórico,


diversidade e conservação. n: ISA, Instituto Sócio Ambiental. Além do concreto:
contribuições para a proteção da biodiversidade paulistana. Litokromia. São
Paulo: 270-313 p.
________________________________________________________________
fotos e arte do fundo: Fernando Igor de Godoy

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

310
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Marcação de drogas heparinomiméticas e suas interações com


células endoteliais em cultura
THAÍS AGUILAR MIRANDA(1)

RODRIGO IPPOLITO BOUCAS(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A principal causa de morte advém de problemas cardiovasculares, que muitas
vezes tem como conseqüência a trombose. A heparina é o medicamento
antitrombótico mais utilizado no tratamento da trombose venosa profunda e na
profilaxia de algumas doenças cardiovasculares. A unidade estrutural
predominante da heparina é um hexassacarídeo octassulfatado, constituído
essencialmente de dois tipos de dissacarídeos: um trissulfatado e outro
dissulfatado respectivamente na proporção de 2:1. Porém por apresentar ação
moduladora em diferentes processos biológicos apresenta algumas
desvantagens clínicas como escassa biodisponibilidade, variabilidade na dose-
resposta e efeitos colaterais indesejáveis, entre eles riscos de sangramento.
Heparinas de baixo peso molecular e derivados por síntese química ou
heparinomiméticos têm sido desenvolvidos, a fim de superar tais desvantagens
clínicas, já que estas apresentam vantagens como: melhor biodisponibilidade,
maior tempo de vida no plasma e uma reprodutibilidade superior da resposta de
anticoagulação. Dentre os compostos heparinomiméticos utilizados no estudo
estão o oligossacarídeo derivado de heparina (C3) e fosfosulfomanana (PI-88).
Oligassacarídeo de heparina é constituído por uma mistura de oligossacarídeos
derivados de heparina com baixa massa molecular (2200 - 2500 Da), produzido
a partir de extensa despolimerização induzida por irradiação gama e
desenvolvido para a prevenção e tratamento de demência vascular e demência
senil do tipo Alzheimer. Este composto apresenta propriedades moleculares e
bioquímicas ainda desconhecidas, porém alguns de seus efeitos são bem
caracterizados. Sugere-se que este agente seja capaz de modular o
funcionamento do Sistema Nervoso Central uma vez que possui a capacidade
de ultrapassar a barreira hemato-encefálica. Este polímero exibe baixa ação
anticoagulante, demonstrando um efeito cerca de 1/6 a 1/7 o efeito exibido pela
heparina. Já, a fosfosulfomanana (PI-88) é um composto produzido por uma
levedura chamada Pichia (Hansenula) holstii NRRL Y-2448, quando esto é
cultivada aerobicamente em um meio condicionado com nitrogênio, D-glicose
como fonte de carbono e com excesso de fosfato. Os dados disponíveis em
relação à natureza das cadeias de oligossacarídeos fosforiladas sugerem que
esta fosfosulfomanana é constituída, em sua maioria, por resíduos de
pentassacarídeos fosfatados. O restante é constituído por unidades formadas
por tetrassacarídeos fosfatados e ainda, em menor quantidade, por resíduos de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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hexa, tri e dissacarídeos fosfatados. O produto da exaustiva sulfatação de


frações de oligossacarídeos fosfatados é conhecido como PI-88. Este composto
tem sido identificado como uma droga promissora contra o crescimento tumoral
e metástase em ensaios clínicos. PI-88 mostra-se ainda como um potente
agente anticoagulante e antitrombótico com um novo mecanismo de ação. Este
composto apresenta atividade anti-Xa, sugerindo que a atividade anticoagulante
mediada pela antitrombina não esteja associada a este composto.

OBJETIVO:
O presente trabalho tem como os seguintes objetivos, estabelecer uma
metodologia para conjugação de drogas heparinomiméticas com biotina;
analisar os compostos heparinomiméticos marcados utilizando métodos
químicos, físico-químicos e enzimáticos e estudar a ligação destas drogas em
células endoteliais estabelecidas em cultura.

METODOLOGIA:
Para realização do presente trabalho foram utilizados os seguintes materiais:
heparina de pulmão bovino; oligossacarídeo derivado de Heparina (C3),
Fosfosulfomanana (PI-88) e células endoteliais de aorta de coelho.
Dentre as metodologias utilizadas destacam-se:
Conjugação da biotina às drogas heparinomiméticas: Cada droga
heparinomimética foi marcada com biotina, utilizando inicialmente a metodologia
aplicada para a heparina (BOUÇAS et al., 2008). Devido ao baixo peso
molecular do oligossacarídeo derivado de heparina (C3), sua amostra
biotinilada foi purificada em coluna de Gel Filtração Superfine (G-15).
Dosagem de ácido urônico: Diferentes concentrações de drogas
heparinomiméticas padrões e biotiniladas foram diluídas em água, num volume
final de 0,5 ml. A essa solução foram adicionados lentamente 3,0 ml de H2SO4
concentrado, em banho de gelo para evitar o aquecimento. A seguir, os tubos
foram aquecidos a 100 ºC por 15 minutos, sendo logo em seguida colocados
em banho de gelo, e posteriormente, foram adicionados 100 ul de reagente
carbazol (0,1% (v/v) em etanol absoluto). Após uma hora, a temperatura
ambiente, foi realizada a leitura da absorbância a 525 nm.
Quantificação de biotina ligada à droga heparinomimética: A quantificação da
biotina covalentemente ligada às drogas heparinomiméticas foi feita por leitura
de absorbância. Os resultados obtidos foram comparados com uma curva
padrão, construída a partir da leitura de concentrações crescentes de biotina
ensaiada nas mesmas condições.
Degradação enzimática: As drogas heparinomiméticas padrões e bioloniladas
foram incubadas separadamente com 70 µl de heparinase e/ou heparitinase II,
em tampão etilenodiamino acetato (EDA) 0,1M, pH 7,0 a 30 °C e em presença
de 20 mM de acetato de cálcio por 18 horas. A seguir, o incubado foi seco,

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ressuspenso e analisado por eletroforese em gel de agarose e cromatografia


em papel.
Eletroforese em gel de agarose: Para este estudo foi utilizado o tampão PDA
0,05M, pH 9,0, tampão acetato de bário e também tampão tris- acetato. As
amostras foram aplicadas em lâminas de gel de agarose a 0,6%, no tampão de
escolha, sendo posteriormente submetidas à eletroforese (5V/cm durante 1
hora) em caixa refrigerada a 5 °C. Após a corrida eletroforética, as drogas
heparinomiméticas foram precipitadas no gel através da imersão em uma
solução de cetavlon 0,1% por 2 horas. Após esse período, o gel foi coberto com
papel Whatman nº 1, e seco sob ventilação e calor (com a utilização de
lâmpada de 250W e ventilador para a corrente de ar), sendo posteriormente
corado com uma solução de azul de toluidina 0,1% em ácido acético 1% e
etanol 50%. O excesso de corante foi removido com a mesma solução sem o
corante. O gel foi seco à temperatura ambiente.
Eletroforese horizontal em gel de poliacrilamida: O gel foi preparado utilizando-
se 1,2 g de poliacrilamida (6% de solução final), 36 mg de bisacrilamida (0,16%)
e 14 mg de persulfato de amônio, os quais foram adicionados a 20 ml de
tampão Tris-glicina (0,5M e 0,04M; pH 8,3). A solução foi deaerada sob
agitação a 4°C. Após a adição de TEMED (25 µl), a solução foi transferida
imediatamente para uma placa de vidro. O gel polimerizado foi mantido a 4ºC,
imerso no mesmo tampão.
Cerca de 10 µg das drogas heparinomiméticas padrões e biotiniladas foram
aplicadas ao gel sobre pequenas tiras de papel Whatman nº 1 e submetidas a
uma diferença de potencial de 8 V/cm, durante 30 minutos. A seguir, o gel foi
corado com azul de toluidina 0,1% em ácido acético 1% e descorado com ácido
acético 1%.
Cromatografia descendente em papel: Os produtos formados pela degradação
enzimática da heparina e das drogas heparinomiméticas foram fracionados em
cromatografia descendente, em papel Whatman nº 1, por 24 horas, em solvente
ácido isobutírico: hidróxido de amônio 1,25 N (5:3 v/v). Em seguida a
cromatografia foi seca em estufa. Os produtos de degradação insaturados
foram detectados pela absorção em luz ultravioleta a 232 nm, e revelados pela
reação com nitrato de prata em meio alcalino.
Ensaios de “Blotting”: Após a corrida eletroforética em tampão PDA 0,05M pH
9,0, as amostras foram transferidas para uma membrana de nitrocelulose, Após
a imobilização das amostras, a membrana de nitrocelulose foi incubada com
uma solução de caseína (5% de leite Molico desnatado) em PBS (0,1M, pH
7,4), sob agitação branda por 2 horas, a fim de bloquear os sítios inespecíficos.
A seguir, foram realizadas 3 lavagens sucessivas de 5 minutos com PBS e
incubação com estreptavidina conjugada com peroxidase na proporção de
1:1000 em PBS, por 1 hora, protegido da luz. A membrana foi novamente
lavada, por 5 vezes com PBS. Para a visualização do complexo biotina-

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

313
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estreptavidina, a membrana foi revelada por quimioluminescência e,


posteriormente, com DAB.
Ensaio de ligação da heparina e drogas heparinomiméticas: Para o ensaio de
ligação das drogas heparinominéticas utilizou-se uma placa “multiwell” de 96
poços previamente tratada com poli-L-lisina, numa concentração de 10 µg/ml
mantida aproximadamente 18 horas a 37ºC e incubada com concentrações
crescentes das drogas heparinomiméticas padrões e biotiniladas em PBS (100
µl), por 18 horas a 37 ºC. Ao final da incubação, a placa foi lavada 3 vezes com
PBS e incubada com tampão de bloqueio (BSA 1% em PBS) por uma hora, e
então revelada com estreptavidina conjugada com Europium, na diluição de
1:1000 em PBS por 30 minutos, protegida da luz. Após o tempo de incubação, a
placa foi lavada 5 vezes com PBS. Para uma melhor leitura da fluorescência do
Europium, a placa foi incubada com Solução Enhancement por 5 minutos sob
agitação. A leitura da fluorescência foi realizada em leitor de ELISA para
fluorescência, utilizando-se excitação a 340 nm e emissão a 615 nm.
Ensaios citoquímicos: As células endoteliais foram cultivadas sobre lamínula
circular de 12 mm de diâmetro a uma concentração de 104 células/lamínula e
mantidas em placa multiwell de 24 poços. Os experimentos foram realizados
com células cultivadas por 3 dias. foram incubadas com heparina ou droga
heparinomimética biotinilada (50 g/ml) em PBS por 1 hora. Após esta
incubação, foram lavadas A seguir, as células foram fixadas com formaldeído
2% por 30 minutos à temperatura ambiente. A revelação da heparina ou droga
biotinilada foi realizada incubando-se por 40 minutos as células endoteliais com
estreptavidina conjugada com Alexa FluorTM 594, diluída em uma concentração
de 5 µg/ml em PBS, previamente centrifugadas a 4 ºC por 10 minutos a 5.000 g.
Para os ensaios descritos acima, as células foram incubadas com DAPI 1:5000
em 0,01% de saponina em PBS por 30 minutos, com o objetivo de visualizar os
núcleos celulares. A seguir, as células foram lavadas 5 vezes em PBS, lavadas
rapidamente em água bidestilada e montadas em lâminas histológicas com
Fluormont G.

RESUMO:
A caracterização dos heparinomiméticos biotinilados foi realizada a partir de
métodos químicos, físico-químicos e enzimáticos comparando-se os resultados
obtidos com os resultados das drogas heparinomiméticas padrões (drogas não
marcadas com biotina). A dosagem das amostras contendo ácido urônico
mostrou que a heparina e C3 biotinilados apresentam quantidades próximas
aos seus respectivos padrões. Para ambos compostos, houve uma pequena
perda durante o processo de biotinilação, contudo esta perda não influenciou
nos experimentos a seguir. Já o PI-88 não apresenta ácido urônico em sua
estrutura química, não sendo possível verificar a perda de material durante o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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processo de biotinilação. A determinação da quantidade de biotina ligada à


heparina e às drogas heparinomiméticas foi realizada pela leitura da
absorbância da biotina. A partir dos dados das curvas para cada composto
padrão e biotinilado podemos afirmar que o procedimento de biotinilação foi
eficiente para heparina e C3 em cerca de aproximadamente 90%. Já a partir
dos dados do PI-88 padrão e biotinilado foi possível verificar uma biotinilação
parcial em cerca de aproximadamente 10%. O comportamento eletroforético
dos heparinomiméticos biotinilados em gel de agarose, tampão PDA
apresentou-se diferente do padrão. Houve uma redução na migração de
heparina e C3 biotinilados quando comparados com a migração dos respectivos
padrões. PI-88 biotinilado não apresentou alteração na migração eletroforética
em relação ao padrão. Os resultados observados sugerem que os compostos
biotinilados, heparina e C3, apresentam uma maior interação com a diamina do
tampão. Já o PI-88 biotinilado apresenta o mesmo perfil eletroforético e,
portanto a mesma interação com diamina em relação ao seu respectivo padrão.
O ensaio de “blotting” mostrou somente as bandas correspondentes aos
heparinomiméticos biotinilados, indicando a presença de biotina nestes
compostos. A heparina padrão, quando tratada com a heparinase
separadamente ou em conjunto com a heparitinase II, não é mais visualizada no
gel, pois os produtos formados são fragmentos com baixo peso molecular,
portanto não foram fixados no gel em presença de cetavlon. Já a heparitinase II,
revelou uma degradação parcial da heparina padrão. No entanto, para as
amostras de heparina biotinilada, após o tratamento das enzimas, não se
observam mudanças na migração eletroforética. Já a heparina biotinilada, não
foi substrato para a heparinase ou heparitinase II, não havendo formação de
produtos insaturados. Os produtos de menor peso molecular foram visualizados
na cromatografia em papel. O mesmo procedimento foi realizado para as
drogas heparinomiméticas padrões e biotiniladas. O C3 padrão e biotinilado
apresentaram as mesmas características descritas para a heparina, Em relação
ao PI-88 padrão e biotinilados, estes não são substratos para as enzimas
heparinase e heparitinase II, não sendo, portanto degradados. Ambos
compostos apresentam o mesmo perfil em gel de agarose e em cromatografia
descendente em papel. Em poliacrilamida os compostos biotinilados heparina e
C3 apresentam maior peso molecular em relação aos compostos padrões
devido à ligação da biotina em suas estruturas. O mesmo não foi observado
para PI-88 biotinilado. Este polímero apresenta um comportamento
eletroforético em gel de poliacrilamida semelhante ao seu respectivo padrão.
Quanto ao ensaio de ligação observou-se que a heparina biotinilada apresenta
uma ligação dose dependente e saturação à partir de 20µg/ml. Já o C3
biotinilado apresenta uma ligação dose dependente e não apresenta saturação
até 60 µg/ml. PI-88 também apresenta uma ligação dose-dependente, um
aumento da intensidade de ligação a partir de 10 µg/ml e uma curva crescente e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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não saturável até 60 µg/ml. No ensaio de detecção citoquímica, observou-se a


ligação da heparina e C3 biotinilados à matriz extracelular, sendo a superfície
celular negativa. Para confirmar e melhor visualizar a ligação destes compostos
biotinilados somente à matriz extracelular a imagem obtida em microscopia de
fluorescência confocal, foi rotada em 90°. Observa-se que ambos os compostos
não estão no plano celular, mas sim extracelular, marcando, portanto,
componentes da matriz extracelular. Já o PI-88 biotinilado apresenta ligação
somente à superfície celular. O mesmo procedimento de rotação foi realizado
para a imagem obtida para este composto mostrando ligação acima do plano
celular, diferentemente das imagens rotadas em 90° para heparina e C3. A
presença de PI-88 ligado à superfície celular decorre da sua interação com o
FGF-2 (Zong et al., 2009).

CONCLUSÃO:
A partir dos resultados apresentados pode-se concluir que o processo de
biotinilação foi realizado de modo eficiente para a heparina e C3. Ambos
apresentaram cerca de 90% de sua estrutura biotinilada. Porém, a presença da
biotina faz com que esses compostos apresentem algumas características
diferentes quando comparados com o composto padrão, tais como: maior
interação em tampão PDA, tris-acetato e bário/PDA, não susceptibilidade a
ação das enzimas e aumento do peso molecular. No caso do PI-88, o processo
de biotinilação ocorreu parcialmente, uma vez que cerca de apenas 10% de
biotina foi incorporada à sua estrutura. Devido a biotinilação parcial, este
composto não apresentou as mesmas alterações descritas para heparina e C3.
Com o uso de técnicas de detecção citoquímica, foi possível identificar a ligação
da heparina e heparinomiméticos biotinilados nas células endoteliais de aorta
de coelho. Utilizando-se a microscopia confocal pode-se verificar que a
heparina e C3 biotinilados ligam-se somente aos componentes da matriz
extracelular, diferentemente do PI-88 biotinilado. Este último apresentou
marcação à superfície celular, provavelmente devido à sua interação via FGF-2
(Zong et al. 2009).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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ZONG F, et al. (2009) Syndecan-1 and FGF-2, but Not FGF Receptor-1, Share a
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Mesenchymal Tumor Cells. PLoSONE 4(10): e7346.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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________________________________________________________________
1 Thaís Aguilar Miranda - aluna de Ciências Biológicas 6º semestre norturno
2 Prof Dr Rodrigo Ippolito Bouças - docente de bioquímica da UNISA

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METAIS EM SOLOS URBANOS: AVALIAÇÃO DA


CONCENTRAÇÃO EM SOLOS ADJACENTES À MARGINAL DO
RIO PINHEIROS
GEORGES MIKHAEL NAMMOURA NETO(1)

ANA MARIA GRACIANO FIGUEIREDO(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A poluição do ambiente urbano vem se tornando um problema em quase todas
as metrópoles, tendo em vista o crescimento dessa população, estima-se que
até 2050 cerca de 70% da população mundial esteja vivendo em cidades
(ONU,2007). Junto com o ar e água, o solo vem sendo degradado de forma
muito rápida em decorrência do crescimento econômico, populacional, industrial
insustentável e sem planejamento. Com isso o aumento da poluição por metais
no meio ambiente devido a ações antrópicas como, emissões veiculares,
resíduos industriais, deposição atmosférica e demais é evidente. A saúde
humana esta ligada à qualidade dos solos que nos acercam, portanto a
alteração de concentração de metais, assim como a perda de matéria orgânica
e infecção por microorganismos patógenos, são fatores que indicam a
característica do solo e sua qualidade.
Os metais são utilizados em muitos estudos como traçadores de poluição
ambiental, estes elementos podem ser provenientes de fontes naturais ou
antrópicas e um dos desafios dos estudos atuais é saber como distinguir essas
duas origens. Sabe-se porem que solos com origem em rochas básicas mais
ricas em metais apresentam maiores teores desses elementos, quando
comparados com aqueles formados sobre granitos, gnaisses, arenitos e siltitos
(Valadares, 1975; Rovers et al., 1983; Tiller, 1989; Oliveira, 1996).
Áreas dentro de uma cidade onde os solos estão em contato com a atmosfera
como avenidas, jardins públicos e parques estão expostos a significativos níveis
de poluição. A poeira de solos contaminados podem ter efeitos tóxicos se
inalado ou ingeridos por seres humanos, em particular as crianças são as que
estão mais susceptíveis a esse tipo de contaminação em decorrência de seus
hábitos. A ingestão de solo tem sido reconhecida como a mais importante fonte
de contaminação por chumbo (Manta et al., 2002; Ljung et al., 2006).
São Paulo é uma cidade com cerca de 1.700 km2, sendo 900 km2 dentro dos
limites do município, onde predominam os espaços construídos, o solo
impermeabilizado, intensa atividade humana e carência acentuada de áreas
verdes. Muitas áreas residenciais e comerciais foram estabelecidas próximas a
grandes vias, rodovias e indústrias.
Em 1950 a cidade de São Paulo tinha aproximadamente 2 milhões de pessoas,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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em 1960 esse numero passou para 3,7 milhões e atualmente são 10,9 milhões
de pessoas que vivem na cidade atualmente, sendo a 5º cidade mais populosa
do mundo. Em matéria de crescimento, supera a média mundial
(Jannuzzi,2004).
A contaminação por metais é uma importante questão ambiental no Estado de
São Paulo, e existem poucas informações a este respeito. Sabe-se somente
que entre os metais pesados, Cd, Pb, Ni e Cr têm sido normalmente associados
à poluição e ao risco ecológico (ROSS, 1994). Em maio de 2002, a CETESB
divulgou a existência de 255 áreas contaminadas no Estado, em novembro de
2008 a lista atualizada totalizava 2.514 áreas contaminadas, sendo 781 na
capital (CETESB, 2006). Os principais grupos de contaminantes encontrados
nestas áreas foram, (em ordem decrescente) solventes aromáticos,
combustíveis líquidos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAHs), metais e
solventes halogenados

OBJETIVO:
Esse estudo terá como objetivo a caracterização química dos solos superficiais
(0 a 5cm de profundidade) da Marginal do Rio Pinheiros na região metropolitana
de São Paulo, determinando elementos de interesse ambiental como As, Ba,Co,
Cr, Sb e Zn em amostras coletadas ao longo de sua extensão. A análise por
ativação com nêutrons instrumental (INAA) será utilizada como técnica analítica
na quantificação dos teores totais dos elementos estudados.

METODOLOGIA:
Marginal do Rio Pinheiros é o nome dado ao conjunto de avenidas que
margeiam o Rio Pinheiros na cidade de São Paulo, formando a segunda via
expressa mais importante da cidade. Liga a região de Interlagos à região do
Cebolão, no acesso à Rodovia Castelo Branco. Ela dá acesso às Rodovias
Imigrantes e Anchieta através da Avenida dos Bandeirantes e, por conta disto,
possui em seu trajeto grande fluxo de caminhões que vêm do interior do país,
com destino ao Porto de Santos. Em conjunto com a Avenida Francisco Morato,
na altura da ponte Eusébio Matoso, a via expressa também dá acesso às
rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt (Atlas Ambiental, 2002).
Em cada ponto foram coletadas amostras (constituídas de sub-amostras)
superficiais de solo (0-5cm de profundidade) contendo 4 vértices (A,B,C e D),
em uma área aproximada de 1 m2, a cada 3 km de distância, totalizando 28
amostras em 7 pontos de coleta. Utilizaram-se tubos de polietileno para evitar
qualquer tipo de contaminação. Não houve um padrão na escolha do lado das
avenidas para a amostragem do solo, também não foi levado em consideração
o vento característico da região. Por outro lado, tentou-se amostrar o solo a
uma distância bastante próxima às pistas, em geral de 15 - 115cm de distância.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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As amostras foram colocadas na estufa a 40ºC em béqueres. Após a secagem,


foi efetuada a peneiração em peneiras de plástico, sendo separada a fração
2mm e posteriormente moídas utilizando-se um moinho de ágata.
Após o tratamento descrito, foram determinados os teores totais dos elementos
As, Ba, Cr, Sb e Zn por meio da técnica de INAA. Para tanto 100 miligramas de
amostra, foram pesados em envelopes de polietileno, previamente limpos (com
solução de ácido nítrico diluído), e posteriormente selados a quente. Também
foram utilizados como padrões os materiais geológicos de referência BEN
(IWG-GIT), GS-N (IWG-GIT) e Soil-7 (IAEA), para controle da qualidade dos
resultados. Cerca de 100mg desses materiais foram pesados e preparados da
mesma forma que a amostra. Amostras e padrões foram irradiados por 8 horas,
no reator IEA-R1 do IPEN-CNEN/SP, em um fluxo de nêutrons térmicos.
Foram feitas também analises granulométricas pelo Instituto Agronômico -
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos Ambientais -
Laboratório de Física do Solo (IAC-Campinas). A técnica utilizada permite
classificar a textura do solo analisado através de um densiômetro que calcula as
dimensões dos fragmentos do solo bem como sua densidade, a fim de obter
maiores dados para interpretação dos resultados obtidos.

RESUMO:
A analise granulométrica é uma importante ferramenta para que se possam
correlacionar a concentração de metais com a tipologia do solo.
Solo de característica argilosa tem a capacidade de reter mais metais do que o
arenoso, devido à granulometria menor e com isso uma maior área de
superfície.
Assim, conforme a literatura os metais têm maior afinidade a ligar-se em frações
mais finas dos solos (Förstner e Salomons, 1980).
De acordo com o estudo feito pela prefeitura de São Paulo (Atlas Ambiental,
2009), o solo da cidade de São Paulo possui característica arenosa, argilosa e
conglomerados com espessura métrica.
Com relação às amostras da Marginal do Rio Pinheiros, as análises
granulométricas realizadas no IAC-Campinas apresentaram, na maioria dos
pontos características argilosas e arenosas, exceto o ponto 4 que apresentou
solo predominantemente arenoso e no ponto 7 onde apresentou nos vértices C
e D um solo muito argiloso.
A CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) por decisão
da sua diretoria, definiu valores orientadores para os metais pesados em solos
no estado de São Paulo, os quais são apresentadas na forma de um relatório
que deve ser revisado a cada 4 (quatro) anos.
Assim os valores orientadores para solos e águas subterrâneas no estado de
São Paulo, são classificados como:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

320
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• Valor de Intervenção – é a concentração de determinada substância na qual


pode risco potenciais, diretos e indiretos a saúde humana. Para isso foram
considerados cenários genéricos de exposição:
o AGR – valor utilizado para avaliação de risco a saúde humana para áreas
agrícolas.
o RES - valor utilizado para avaliação de risco a saúde humana para áreas
residenciais.
o IND - valor utilizado para avaliação de risco a saúde humana para áreas
industriais.
• PREV – concentração de determinada substância na qual podem ocorrer
alterações prejudiciais à qualidade do solo. Este valor indica a qualidade do
solo capaz de sustentar suas funções primárias (CETESB, 2005).
Os resultados obtidos para o arsênio mostram uma pequena elevação na
concentração a partir do ponto 4, com alguns pontos ultrapassando o valor de
prevenção (PREV). Isso se deve a possível utilização de pesticidas nessa área,
já que conforme a literatura, o arsênio de origem antrópica tem relação com a
mineração (os rejeitos da mineração são jogados nos rios, contaminando a
água e plantações), produção de cimento, uso de pesticidas (arseniato de
chumbo), herbicidas (arsenito de sódio), conservantes de madeira, geração de
eletricidade pela queima de carvão e refinaria de petróleo, indústrias de vidros e
cristais (EHC 224, 2001).
Com relação ao elemento bário, suas concentrações ficaram muito acima dos
valores de prevenção recomendados pela CETESB, ultrapassando em quase
todos os pontos o nível de intervenção residencial (RES), o que pode indicar
sua origem antrópica. Da mesma forma que o arsênio, este metal também é
utilizado como pesticida (veneno para ratos). Além disso, o bário tem várias
aplicações na indústria, que variam de cerâmicas até lubrificantes,
principalmente em velas de ignição nos motores de combustão interna, baterias
de automóveis (sulfato de bário precipitado) e em outros tipos de
armazenamento de energia, em lâmpadas fluorescentes, na produção de
vidros, tijolos (EHC 107, 1990).
Os resultados obtidos para os elementos cobalto, cromo e antimônio mostraram
estar em conformidade com os valores orientadores da CETESB, ou seja, as
concentrações observadas ficaram abaixo dos valores de prevenção para a
maioria das amostras analisadas no caso do cromo, e para todas as amostras
analisadas no caso do cobalto e antimônio.
A concentração do zinco, esteve acima do nível de intervenção residencial no
ponto 2 e entre os pontos 4 e 5. Esse metal também é utilizado na indústria de
fertilizantes e pesticidas. Além disso, estudos feitos com solos coletados nas
adjacências de avenidas e rodovias de trafego intenso, sugerem que tanto o
zinco como o bário são metais provenientes das emissões veiculares
(Morcelli,2002; Souza,2003).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Conforme mencionado, o bário é considerado um “elemento relacionado ao


tráfego veicular”, no entanto de acordo com Silva (2007), alguns combustíveis
como o diesel apresentam baixas concentrações de bário (na forma de BaSO4),
utilizado para reduzir a geração de fumaça. Souza (2003) afirma que o bário é
adicionado aos componentes do motor, como por exemplo, nos catalisadores
combustíveis. Por outro lado, este metal é bastante utilizado em fertilizantes e
pesticidas (EHC 107, 1990). Assim, não se pode sugerir qual a principal fonte
antrópica do metal na Marginal do Rio Pinheiros. Não se deve descartar
também sua origem natural, pois as altas concentrações podem ser oriundas do
intemperismo de rochas constituintes da litologia local.
Com relação ao zinco, o gráfico de caixa sugere que a principal fonte antrópica
realmente se deve as emissões veiculares, uma vez que as mais altas
concentrações do metal foram observadas nas amostras coletadas a uma
distancia muito próxima a pista (15 cm).

CONCLUSÃO:
Os resultados sugerem que a concentração de Zinco no solo adjacente a
Marginal do Rio Pinheiros é de origem antrópica, ultrapassando os limites de
intervenção recomendadas pela CETESB, podendo assim, ser um risco a saúde
humana indiretamente através da ressuspenção da poeira desse solo
contaminado, já que esses locais são de difícil acesso para pessoas em
decorrência do alto fluxo de automotivo. O Bário também apresentou valores
que ultrapassam os valores de intervenção industrial, porém não se pode
afirmar que sua origem seja somente antrópica.
Com relação ao bário, parte desse problema pode ser devido ao fluxo de
caminhões que passam por dentro metrópole com destino ao Porto de Santos,
ocasionando congestionamentos e assim aumentando o tempo de exaustão
desses elementos na atmosfera gerando material particulado que se depositou
nos solos. E também devido à ineficiência do transporte em massa na
metrópole, fazendo com que o número de automóveis circulando na cidade
aumente consideravelmente, causando assim o aumento da poluição do ar.
Outra possibilidade é o uso de rodenticidas ao longo da extensão da Marginal
do Rio Pinheiros, tendo em vista que o rio sofre despejo de esgotos e lixo,
ocasionando um aumento no numero de roedores que vivem nas margens do
rio.
Com relação ao zinco, sua elevada concentração pode estar também vinculada
ao uso de herbicidas e pesticidas em decorrência do Projeto Pomar para
preparação do solo antes das plantações das árvores.
Um indício que pode reforçar a possível utilização de rodenticidas e herbicidas
no local onde esse trabalho foi realizado é a concentração de arsênio do ponto
4 ao 7, onde sua concentração foi maior em comparação ao resto do perfil, já

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

322
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que esse metal é encontrado nestes produtos, porém a ANVISA proíbe o uso de
arsênio e seus sais em rodenticidas através da resolução RDC Nº 326, de 9 de
Novembro de 2005.
A técnica de AAN mostrou-se, mais uma vez, adequada para estudos
ambientais, possibilitando a determinação de elementos potencialmente tóxicos
em amostras de solos da cidade de São Paulo.

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324
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________________________________________________________________
Sem notas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

325
UNISA - Universidade de Santo Amaro

O papel do enfermeiro na prevenção da Onfalite e seus


principais aspectos de educação em saúde.
ALINE MARCELINA LIMA DO CARMO(1)

LUCIANA NETTO DE OLIVEIRA(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Onfalite consiste na infecção que acomete a superfície do coto umbilical. Trata-
se de um processo agudo, caracterizado por sinais de inflamação local, como
edema, aumento da sensibilidade e calor local.
Os agentes etiológicos são estreptococos, estafilococos e bacilos Gram-
negativos entéricos. Com freqüência os estafilococos estão implicados na
causa das onfalites.
A alteração local é acompanhada de eritema, induração, podendo haver
secreção purulenta e solução de continuidade cutânea (celulite). O
envolvimento sistêmico é manifestação freqüente.
É considerada uma doença grave que pode rapidamente levar à disseminação
hematogênica ou extensão para o fígado ou peritônio. Há necessidade de
internação hospitalar para tratamento com antibióticos por via parenteral, ou
correções cirúrgicas advindas das complicações da onfalite.
Há necessidade da postura de profissionais da saúde com o foco na prevenção
da onfalite.
Até o advento de partos assépticos e cuidados assépticos do coto umbilical,
muitas mortes ocorreram a partir de infecções do mesmo.1
A ocorrência da onfalite é uma grande controvérsia mediante nossa medicina
que está em constante modernização, com novas descobertas e curas para
patologias muito mais complexas e abrangentes.
As infecções neonatais contribuem significativamente nos índices de
mortalidade infantil.
Houve um período em que o banho do recém-nascido era feito diariamente com
água na temperatura de 37°C, não ultrapassando três minutos, e que a água
deveria ser previamente fervida enquanto não ocorresse a cicatrização
umbilical.
O banho do RN antes da caída do cordão umbilical e a total cicatrização do coto
era tido como uma contra indicação, acreditando também que o curativo do coto
umbilical deveria ser feito com gaze umedecida com água oxigenada, e que o
mesmo deveria ser trocado em dias alternados ou em caso de contato com
fezes ou urina. Tal menção gera uma enorme credibilidade à necessidade de o
enfermeiro manter-se atualizado, visto que tal prática é sabiamente contra
indicada.
Minha motivação em desenvolver este estudo justifica-se pelo meu interesse

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

em conhecer as principais e necessárias intervenções de enfermagem para que


haja a prevenção da onfalite.

OBJETIVO:
O objetivo do presente estudo é destacar quais as principais e necessárias
intervenções de enfermagem e os principais aspectos de educação em saúde
para a prevenção da onfalite.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica em periódicos publicados em
língua portuguesa e inglesa, indexados nas bases de dados Lilacs, Medline e
Scielo, onde foram selecionados 24 artigos e utilizados 11 destes, datados de
1998 a 2009 (11 anos) a partir as palavras chaves: cordão umbilical, gravidez,
neonatologia, puerpério, recém-nascido, saúde da criança, umbigo; 2 livros
relacionados a especialidade temática, datados em 1984 e 1999; Protocolo de
Enfermagem; Caderneta de Saúde da Criança e uma lei da Resolução COFEN.
Para análise e discussão, os dados foram agrupados nas seguintes categorias:
I- O ser criança; II- Onfalite; III- Papel do Enfermeiro; IV- Protocolo.

RESUMO:
No século XIX as crianças eram ignoradas pela classe média, não existiam
instituições que se dedicassem aos cuidados infantis, exceto algumas
fundações, onde eram altas as taxas de mortalidade infantil.
No Brasil, no que tange à assistência infantil, conhecia-se apenas ações
preventivas, baseadas na caridade e filantropia.
A primeira unidade voltada para o atendimento das necessidades dos
prematuros foi criada apenas em 1.922, em Chicago.
O objetivo da higienização adequada do coto umbilical é a prevenção de
infecção e a promoção de desidratação, mumificação e queda do coto
umbilical.2
Complicações da onfalite são extremamente raras, mas potencialmente
catastróficas.1
A Caderneta de Saúde da Criança do Ministério da Saúde deve ser preenchida
de acordo com o crescimento e desenvolvimento da criança. Nela constam
orientações de como cuidar do bebê, sendo aqui importante ressaltar as
orientações a respeito do cuidado com o coto umbilical, constando que a
limpeza da região do umbigo deve ser realizada apenas com álcool a 70%, e
não se preconiza o uso de faixas, moedas ou qualquer outro objeto sobre o
umbigo.
Para que o quadro da onfalite não se agrave, é importante identificar as
principais complicações e encaminhar o RN imediatamente a partir de tal

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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infecção, faz-se necessário o diagnóstico precoce e tratamento imediato, para


que não haja a morbidade elevada e possível mortalidade.3
As complicações são extremamente raras, mas potencialmente catastróficas.
Muitos bebês poderão exigir intervenção cirúrgica1 como nos casos de:3

- Evisceração, o que requer ressecção;


- Fasciíte Necrotizante, requer administração de largo espectro antibiótico e
desbridamento de todo o tecido morto, seguido de curativo diário da ferida. 3
- Peritonite, requer evacuação de todo o pus intraperitoneal e os vasos
umbilicais envolvidos são extirpados.1
- Aderência Peritoneal, requer procedimento cirúrgico para correção da
aderência.
- Complicações Hepáticas, requer drenagem extraperitoneal ou laparotomia.
As complicações da onfalite representam um problema primário, gerando outro
problema muito importante, que é a interrupção do binômio mãe-filho, no que se
refere à ‘’separação’’ de ambos por um dado tempo para a realização de
procedimentos cirúrgicos a fim da correção das complicações.

PAPEL DO ENFERMEIRO NO CUIDADO COM O COTO UMBILICAL


Quando se trata de educação para a saúde, o pré requisito básico para seu
estabelecimento é a capacidade dos profissionais de estabelecerem uma
relação de confiança com o cliente, capaz de fazer com que este aceite o
conhecimento transmitido, ao mesmo tempo em que substitui conceitos
errôneos ou obsoletos referentes às práticas do cuidado com a saúde. 2
O Cuidado com o RN e prematuro, pelas suas particularidades exige
conhecimento e estabelecimento de uma assistência direcionada às suas
necessidades, abrangendo um cuidado específico durante o internamento e
continuidade após a alta hospitalar.
A prática de cuidados vem se modernizando, por isso há a necessidade de o
enfermeiro manter-se sempre atualizado, possibilitando o eficaz papel de
educador, aproveitando todas as oportunidades que encontrar, reforçando
práticas saudáveis, corrigindo hábitos que coloquem a saúde do RN em risco e
incentivando o indivíduo por melhor a qualidade de vida.

Pré Natal
O enfermeiro deve participar ativamente do pré natal, conforme são definidas
suas atribuições pela Resolução COFEN nº 271/2002:
Art 5º: O Enfermeiro pode receber o cliente/paciente, nos limites previstos do
art. 2º, para efetuar a consulta de Enfermagem, com o objetivo de
conhecer/intervir, sobre os problemas/situações de saúde/doença;
Art. 6º: Em detrimento desta consulta, o Enfermeiro poderá diagnosticar e
solucionar os problemas de saúde detectados, integrando às ações de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Enfermagem, às ações multi-profissionais.


Deve-se priorizar o enfermeiro nas ações educativas a serem desenvolvidas no
período grávido-puerperal. 2
Participar ativamente de ações educativas que devem ser desenvolvidas
durante o período de gravidez. A mulher, vivenciando uma fase completamente
diferente de tudo o que já viveu, necessita de orientações a cerca do estado
gravídico que se encontra. É importante educar a respeito do auto cuidado e,
desde já, dos cuidados que deverá ter com o RN.
Deve-se utilizar estratégias de educação para a saúde que propiciem a
assimilação dos conhecimentos transmitidos. 2
O enfermeiro deve ser criativo, elaborando manuais, folhetos ou cartilhas para a
orientação do cuidado com o coto umbilical, utilizando uma estratégia
educativa. É interessante o uso de figuras ilustrando o passo a passo da
higienização correta, utilizando termos simples para que haja o entendimento
de qualquer um que venha consultá-los, independente do nível de instrução.
Deve-se orientar visando substituir saberes culturalmente adquiridos, ajudando
a compreender os riscos e benefícios, vantagens e desvantagens. 2
Promover um diálogo com as gestantes a respeito do cuidado com o coto
umbilical a partir de suas experiências e crenças uma vez vivenciadas e
trazidas pelas gestantes é outra questão fundamental na educação em saúde.
Um ponto a se ressaltar, de acordo com o seu freqüente acontecimento, é a
influência da cultura nas atitudes do indivíduo relacionado ao cuidado do coto
umbilical, tais atitudes ou mitos, são transferidos de geração para geração e
influencia o modo de vida das pessoas, cada qual possuindo o seu ‘’saber
popular’’.
Alguns costumes usados no passado como faixas, moedas, borras de café,
talismãs são contra indicados, pois trazem contaminação ao local podendo dar
início a um processo infeccioso.
A ‘’força’’ e a credibilidade que os usos e costumes das gerações carregam
consigo, é mais uma importante evidência de se fazer necessária instruções a
respeito de como cuidar de um novo ser que se tem consigo, deixando de lado
práticas errôneas e ampliando o conhecimento dos cuidadores a respeito de
cuidados efetivos ao RN.
No âmbito da família é que o maior fluxo de informações circula e que as
pessoas mais velhas são consideradas as mais experientes. 2
Há quem acredite que se faz necessário o uso de pó secante para que não haja
pus no coto umbilical, bem como sulfa, mercúrio, fumo, gaze e faixa, para não
haver infecção, e há quem tenha medo de machucar o neném, por isso não
cuidam do coto umbilical do seu filho.
O enfermeiro, por ter uma relação muito próxima com as gestantes e
comunidade em geral, deve realizar orientações diárias referente à prevenção
da onfalite, treinando e monitorando os pais/cuidadores do recém nascido.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Alojamento Conjunto
O enfermeiro deve garantir a permanência, em tempo integral, do recém-
nascido ao lado da mãe.2 Isso ajudará na percepção da mãe quanto a sua
capacidade de cuidar do seu filho em tempo integral, encorajado-a a colocar em
prática tudo o que foi aprendido, bem como a supervisão do enfermeiro pelos
cuidados prestados por ela.
O enfermeiro deve demonstrar a higiene corporal de recém-nascido,
enfatizando a limpeza do coto umbilical2 explicando como e quantas vezes
fazê-lo, bem como disponibilizar o material necessário para a realização do
cuidado. Após a primeira demonstração, quem deverá realizar as próximas
higienizações será a mãe, já estando capacitada para tal cuidado. As
higienizações deverão ser realizadas com a supervisão do enfermeiro, o mesmo
encorajando-a e instruindo-a no que se fizer necessário.
É importante permitir que a mulher/puérpera verbalize suas dúvidas e manifeste
sua opinião sobre a melhor forma de executar o cuidado. 2
O enfermeiro deve ser tido como um orientador amigo, a fim de educar,
supervisionar e checar o que esta sendo posto em prática. Se houver dúvidas, o
enfermeiro deve explicar o porquê do erro, relacionar com quais riscos este se
relaciona e oferecer oportunidade, quantas forem necessárias, de realizar outra
vez, e da forma correta. Tudo isso, baseado em um diálogo tranqüilo e livre de
cobranças rígidas. É importante considerar os conhecimentos das mães,
respeitar suas crenças e reforças as práticas corretas, corrigindo pacientemente
aquelas consideradas de risco.
Os profissionais de enfermagem devem investir em sua identificação junto à
clientela, com intuito de garantirem uma relação de maior proximidade com
quem interage, ainda, ganhar visibilidade dentro da instituição onde atuam, no
que se refere à relação interpessoal e de cuidado com o cliente. A equipe de
enfermagem é aquela, dentre as demais categorias de profissionais de saúde,
que está mais e por mais tempo presente no cuidado aos pacientes e por isso
assume a atribuição de dar orientações sobre o cuidado. 2

Educação para a Alta Hospitalar


Todo este empenho e trabalho do enfermeiro a cerca de ações educativas,
estratégias de aprendizado, demonstrações da prática do cuidar e oferecimento
de oportunidades de dialogar a respeito de medos, crenças e dúvidas sobre a
higienização do coto umbilical, devem surtir efeito de tal forma, que tais hábitos
corretos adquiridos devem perdurar, principalmente, após alta da mãe e do RN,
para que haja continuidade do cuidado ao coto umbilical do RN.
Para a supervisão do cuidado fora do âmbito hospitalar, o enfermeiro deve
garantir retorno ambulatorial ou encaminhamento do binômio para a UBS de
referência, visando monitorar as condições do curativo do coto umbilical. 2
É muito importante o retorno do RN após alta, para que haja detecção e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

330
UNISA - Universidade de Santo Amaro

controle de intercorrências precoces.


A prática de enfermagem na assistência à criança, além de estar voltada para
os cuidados diretos à criança, deve avançar como elo de ligação entre a
criança, a família e profissionais de saúde, buscando promover e estimular os
pais a oferecer condições mais satisfatórias para que a criança possa crescer e
se desenvolver adequadamente.
É imprescindível o acompanhamento das puérperas mediante visitar domiciliar,
reforçando as orientações recebidas durante o pré-natal quanto aos cuidados
com o coto umbilical.
A inserção no PSF (Programa de Saúde da Família), o qual realiza ações de
atenção integral por meio da realização de ações de promoção de saúde é
fundamental no acompanhamento do RN.

PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE


O Programa Saúde da Família, no que tange a Atenção à Saúde de Criança, é
portador de um importante Protocolo de Enfermagem da Prefeitura Municipal de
São Paulo.
Partem de uma temática onde o atendimento à criança engloba a seqüência de
ações ou medidas preventivas direcionadas desde antes do nascimento até os
5 anos de idade, com o objetivo de evitar que ela adoeça e visa promover um
crescimento e desenvolvimento adequados.
Ressalta-se ainda que a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) já adotou a
estratégia da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI),
portaria 3522/2002/SMS – D.O.M 18/09/2002, onde são destacados os
principais agravos, situações de risco do RN inclusive em relação ao coto
umbilical.
No que tange a Atenção à Saúde da Criança, o Protocolo de Enfermagem
instrumentaliza os enfermeiros que atuam nas UBS, garantindo que essa
assistência ocorra conforme as diretrizes do Sistema Único de Saúde,
norteando condutas no âmbito da Atenção Integrada à Saúde da Criança.
Neste protocolo é destacado o tratamento para o granuloma umbilical que
constitui na “formação de tecido de granulação exsudativo no umbigo, não é
incomum em recém-nascido. A falha do epitélio umbilical em crescer sobre o
coto seccionado o umbigo resulta numa massa crostosa persistente e tecido
granulomatoso.
Neste caso, de acordo com o Protocolo de Enfermagem, é preconizado a
cateterização do mesmo com Nitrato de Prata 2% em bastão, uma vez ao dia
durante um minuto, protegendo a região periumbilical, realizando também os
cuidados de enfermagem e agendar retorno diário, fazendo indicação para a
continuidade da assistência prestada.

AVALIAÇÃO DO COTO UMBILICAL

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

331
UNISA - Universidade de Santo Amaro

No Protocolo de Enfermagem da Prefeitura Municipal de São Paulo encontra-se


a importância da visita domiciliar do RN e em particular a avaliação do coto
umbilical.
Ao analisar o coto umbilical durante a visita domiciliar, se o mesmo não
apresentar anormalidade, é realizado os cuidados de enfermagem
preconizados. Apresentando anormalidades como sinais de infecção e
presença de secreção purulenta, devem-se realizar os cuidados de
enfermagem juntamente com o encaminhamento para a consulta médica
imediata prevenindo desta forma os agravos descritos no trabalho.

CONCLUSÃO:
Havendo o acompanhamento efetivo do pré-natal das mães, bem como o
acompanhamento dos recém-nascidos pelos profissionais de enfermagem,
possibilitando que neste período haja orientações pertinentes, sanando as
diversas dúvidas que possam ocorrer pelas mães e demais cuidadores,
explicando como realizar os cuidados adequados com o coto umbilical e os
benefícios desta prática contribuirão de forma eficaz para a prevenção da
ocorrência da onfalite.

Obs.: O restante da bibliografia encontra-se no trabalho completo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1- Fraser N, Davies BW, Cusack J. Neonatal omphalitis: A review of its serious
complications. Acta Ped.. 2006; v. 95; p. 519-22.

2- D’avila CGC, Gonçalves R. O conhecimento de puérperas quanto ao cuidado


com o coto umbilical: considerações sobre a assistência de enfermagem. Rev.
Paul. de Enf. 2003; v. 22: p. 22-30.

3- Ameh EA, Nmadu PT. Major complications of omphalitis in neonates and


infants. Ped. Surg. Int. 2002; v. 18: p. 413-16.

________________________________________________________________
Aline Marcelina Lima do Carmo, aluna do oitavo semestre da Faculdade de
Enfermagem da UNISA.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Luciana Netto de Oliveira, professora assistente da Faculdade de Enfermagem


da UNISA, das disciplinas: Processo Saúde e Doença no Ciclo de Vida da
Criança e Terapias Complementares. Especialista em Pediatria e Puericultura
pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

333
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Observação de quelônios como ferramenta de Educação


Ambiental no PEG - Parque Ecológico Guarapiranga, SP
CLAUDIO ANDRÉ NUCITELLI(1)

MARIA DO SOCORRO S PEREIRA LIPPI(2),ELIANA DE OLIVEIRA


SERAPICOS(3)(Orientadores)
Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A Represa Guarapiranga foi construída através do represamento do Rio
Guarapiranga pela companhia Light & Power com finalidades energéticas, a
construção da barragem foi iniciada em 1906 e finalizou em 1909. A partir de
1928 a Represa Guarapiranga tornou-se a principal fonte de abastecimento de
água para a população de São Paulo fornecendo 1 m3/s (MENDES, 2000). No
final dos anos 80, a ocupação desordenada causou impacto na represa, como
floração de algas resultantes na grande quantidade de matéria orgânica
proveniente do despejo de esgoto na água, causando entupimento dos filtros
ameaçando a captação de água e abastecimento de 3 milhões de pessoas. Na
década de 90 o governo iniciou a elaboração de um programa de recuperação
ambiental da região do Guarapiranga, o investimento, no entanto, foi
insuficiente, já que a qualidade da água piorou e seu nível de abastecimento foi
comprometido por conseqüência do desmatamento, poluição, erosão,
assoreamento (ISA, 2006).
O Parque Ecológico Guarapiranga (PEG) foi criado no dia 3 de abril de 1999,
com a finalidade de promover a preservação e proteção das áreas de
mananciais, da fauna e da flora do local, planejado para causar o mínimo de
impacto ao meio ambiente, com passarelas suspensas que levam aos principais
edifícios, com 500 metros de extensão. O Parque oferece às pessoas
interessadas, atividades associadas ao meio ambiente, como trilhas ecológicas,
oficinas culturais e ambientais ligadas à preservação da bacia do Guarapiranga
e a preservação ambiental (CAMPOS FILHO, 2003). Com a implantação do
Parque Ecológico ocupou-se parte da área da bacia hidrográfica com o uso
compatível com a proteção dos mananciais. Este Parque tornou-se mais um
instrumento de controle adotado pelo governo estadual para garantir a
qualidade dos mananciais para o abastecimento público (SMA, 1999).
Entendemos como um dos elementos importantes para a gestão do PEG a
Educação Ambiental, que segundo PHILIPPI Jr & PELICIONI (2000) é um
processo de educação política que possibilita a aquisição de conhecimento,
habilidades e a formação de atitudes que se transformam em práticas de
cidadania. A Educação Ambiental é uma ideologia bastante clara, que se apóia
num conjunto de idéias que conduzem à melhoria da qualidade de vida e ao
equilíbrio do ecossistema para todos os seres. A interpretação em áreas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

334
UNISA - Universidade de Santo Amaro

naturais é uma estratégia educativa, já que o homem interage com a natureza


motivando-o a contribuir a preservação do meio (PÁDUA & TABANEZ, 1997). A
avaliação de abordagem adotadas em programas de Educação Ambiental pode
trazer contribuições significativas ao processo, na medida em que procura
aspectos eficazes ou ineficazes. A busca de eficácia pode ser especialmente
importante em um país como o Brasil, que reúne ao mesmo tempo uma
diversidade biológica das mais ricas do mundo e uma grande escassez de
recursos disponíveis para assegurar sua proteção (PÁDUA & TABANEZ, 1997).
Sendo assim nos propomos a realizar um estudo sobre essa problemática
ambiental que envolve as tartarugas do lago, buscando uma solução no sentido
de preservá-las. O estudo será pautado na educação ambiental, que servirá de
base para a proposta do projeto.

OBJETIVO:
Este estudo teve como objetivo realizar uma proposta da implantação de um
projeto de Educação Ambiental no Parque Ecológico Guarapiranga (PEG),
voltado para a observação de quelônios já existentes no local. Especificamente
realizar um levantamento sobre as concepções de meio ambiente dos
funcionários do PEG e seu envolvimento com as questões ambientais da
região; e propor um projeto de Educação Ambiental para os funcionários do
PEG que trabalham diretamente com os usuários do Parque, voltado para a
observação e conservação dos quelônios introduzidos no local.

METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada no Parque Ecológico Guarapiranga, localizado na
Estrada do Riviera, 3.286, bairro Riviera Paulista, São Paulo, SP. O Parque
possui uma área total de 250,30 hectares, integra um sistemas de Parques da
Bacia Hidrográfica do Guarapiranga (SMA,1999). O público-alvo foi constituído
por funcionários do Parque Ecológico Guarapiranga cujas atividades são
desenvolvidas com o público que freqüenta o Parque: visitantes e usuários.
Buscamos um caminho metodológico através de um trabalho por etapas 6
etapas: Etapa 1 – Pesquisa diagnóstica (primeiro momento) acerca das
concepções de elementos do meio ambiente com funcionários do PEG, através
de entrevista; Etapa 2 – Análise dos questionários; Etapa 3 – Elaboração de um
mini curso focado nas dificuldades de entendimento, resultado da análise;
Etapa 4 – Execução do mini curso com os funcionários do PEG; Etapa 5 –
Pesquisa (segundo momento) com os funcionários em que constaram os
mesmos questionamentos do “primeiro momento”; Etapa 6 – Proposta de um
projeto de Educação Ambiental para os funcionários do PEG que trabalham
diretamente com os usuários e visitantes do Parque, voltado para a observação
e conservação dos quelônios introduzidos no local. A coleta de dados foi
realizada através de entrevista com os funcionários do PEG, baseada em

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

GIL(1999). As entrevistas foram realizadas em dois momentos, a primeira


entrevista, teve um caráter diagnóstico realizada em um primeiro momento; a
segunda entrevista aconteceu após o desenvolvimento do mini-curso com os
funcionários, em um segundo momento. A análise dos dados, segundo LUDKE
& ANDRE (1986) é uma fase de formulação das categorias iniciais, quando é
necessário ler e reler o material até chegar a uma espécie de “impregnação” do
seu conteúdo. As leituras sucessivas devem possibilitar a divisão do material
em seus elementos componentes, sem, contudo perder de vista a relação
desses elementos. De posse dos resultados e após sua avaliação será
proposto um projeto de Educação Ambiental a ser desenvolvido com os
funcionários do Parque, voltados à contemplação dos quelônios introduzidos
num lago da área de uso intensivo do PEG.

RESUMO:
O primeiro questionário iniciou com a caracterização dos funcionários, os
resultados observados apresentam, respectivamente os cargos e funções
exercidas pelos funcionários do Parque Ecológico do Guarapiranga (PEG), sexo
e distribuição por idade dos mesmos. Nestes predominam Auxiliares de
Limpeza que estão diretamente em contato com os usuários do PEG, com
maior freqüência de idade entre 21 e 30 anos. Nas concepções dos
funcionários, notamos que o conceito que os funcionários do PEG tem em
relação a vegetação, mostram que a vegetação não tem importância ou que
proporciona sombra, ou até mesmo, que torna a paisagem mais bonita. Nota-se
outras concepções mais elaboradas após o mini-curso, já que as respostas
foram mais completas. Nos últimos anos a necessidade de se resolver inúmeros
problemas ambientais gerou propostas diferenciadas para suas resoluções, que
foram determinadas medidas de diversas naturezas (CASCINO; JACOBI &
OLIVEIRA, 1998). Os funcionários tiveram mudança em relação a consciência
sobre a importância dos animais para o meio ambiente após o desenvolvimento
do mini-curso, como citado por alguns funcionários que os animais têm
importância para a reprodução de frutos e dispersão de sementes. No primeiro
momento, os funcionários citaram que animais se alimentam de capim ou
alguns deixaram sem respostas. Ao longo da década passada, em diversos
países, o empobrecimento foi trazido por uma combinação de aumento
populacional muito rápido e um desenvolvimento econômico regressivo ou
inconseqüente. Agravando o desmatamento, erosão do solo e desertificação
(DIAS, 2000). Podemos observar algumas respostas não coerentes, ao
perguntarmos sobre a função do solo, obtivemos as seguinte srespostas: “o
solo deve estar limpo para pisar nele”, “sem resposta” ou “não sabe”.
Observamos respostas mais significativas, após o mini-curso, como: “o solo é
importante para abrigar espécies” e “desenvolvimento da fauna e flora”. Os
ecossistemas urbanos, com o seu intenso metabolismo do cotidiano, muitas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

336
UNISA - Universidade de Santo Amaro

vezes terminam consolidando imagens e conceitos normalmente ligados a sua


esterilidade: as cidades são floretas de concreto que produzem gases fétidos.
Na verdade, onde hoje existe a cidade, existiam florestas, riachos, campo,
animais silvestres, entre outros (DIAS, 2000). Em relação à percepção que os
funcionários tinham em relação a importância da água que atravessa o Parque,
obteve-se respostas como "nenhuma porque a água é suja", " não tem função",
ou "atrair água da chuva". Registramos, também, mudanças de percepção após
o mini-curso, sobre a água, notaram que a água que passa dentro do Parque
tem uma grande importância para o ciclo natural. Segundo DIAS (2000), a fauna
urbana é aquela que encontrou formas de sobreviver na cidade, ou seja,
localizou o seu nicho e se instalou, com um certo sucesso reprodutivo, como
visto nas tartarugas introduzidas no Parque. O homem precisava vivenciar
experiências positivas com o mundo natural, de modo a desenvolver um amor
por ele. Uma vez conhecendo mais, compreendemos mais, e podemos passar à
apreciação. Os funcionários não sabiam da influência que as tartarugas teriam
no meio ambiente se ganhasse a liberdade para a Represa. É citada a sua
permanência no lago por sua beleza e não pelo desequilíbrio que elas poderiam
desencadear na fauna e flora local. Após a aplicação do mini-curso os
funcionários já estavam mais esclarecidos sobre a problemática local que
poderia desencadear com sua soltura. Este é um ponto crucial da pesquisa,
pois mostra o conhecimento dos funcionários em relação às tartarugas e o
quanto é importante a informação e a formação dos funcionários para
trabalharem com o público do parque. Na Ecologia Humana observa-se que as
condições sociais afetam o ambiente natural e vice-versa. Para uma pessoa
que passa fome, é difícil dizer “não mate esta capivara, pense na preservação
desta espécie!”. As suas condições sociais adversas a empurram a isso (sem
contar a variável cultural). O papel da Educação Ambiental é justamente
estimular, promover a percepção para que as pessoas “acordem”, ajam, e com
isso busquem melhorar a sua qualidade de vida e a qualidade de sua
experiência humana (DIAS, 2000). É necessária que existam formas
alternativas de conscientização sobre meio ambiente, como uma forma de
percepção simples e fácil. Os funcionários tiveram esta percepção com formas
de Educação Ambiental alternativas. As populações moradoras de metrópoles
têm demonstrado uma crescente necessidade de aproximação com a natureza.
Esse comportamento pode ser notado pelo grande número de pessoas que
visitam as áreas verdes existentes nos centros urbanos (PADUA e TABANEZ,
1997). Notamos que há uma carência dos visitantes em relação ao animal,
muitos querem tocar ou até ter como animal de estimação. Mas é visível o fato
que as pessoas não sabem da problemática que podem causar ter um animal
silvestre em sua casa. A maioria destas tartarugas chegou ao Parque oriundas
de doações de visitantes, pessoas que possivelmente não conseguiram criar,
seguramente por falta de conhecimento. E essa situação reforça a necessidade

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

337
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de uma educação voltada para o meio ambiente. A Educação Ambiental é um


preparo antecipado e uma experiência possível, ilimitada e profética de uma
imensa abertura de nossas possibilidades de comunicação com a vida e os
seres vivos (TRAJBER & MANZOCHI, 1996), ou seja, é uma possibilidade de
ampliar os novos horizontes dos funcionários. Os Projetos de intervenção em
Educação Ambiental implicam necessariamente na confluência entre dois pólos:
por um lado a pesquisa que gera o conhecimento necessário sobre um
determinado problema; por outro lado, a intervenção educacional, dentro da
qual estão situados os principais elementos levantados na fase anterior
(PHILIPPI JR & PELICIONI, 2000). Segundo estes mesmos autores, as
propostas de Educação Ambiental pretendem aproximar a realidade ambiental
das pessoas, conseguir que elas passem a perceber o ambiente como algo
próximo e importante nas suas vidas. Em um primeiro momento os funcionários
tinham um conceito não definido sobre meio ambiente, respostas não
esclarecedoras sobre o assunto tratado. Após a aplicação do mini-curso,
obtiveram-se respostas claras e objetivas sobre o assunto abordado. Alguns
funcionários esclareceram dúvidas de outros referentes ao curso a e assim
houve a conscientização como descrito por PHILIPPI JR & PELICIONI (2000). O
mini curso foi montado após o resultado da primeira entrevista. Analisando as
respostas foram identificadas as dificuldades para abordar diretamente a
problemática. O mini-curso foi montado na forma de apresentação audiovisual
em PowerPoint com imagens; um outro recurso utilizado foi a apresentação de
vídeos de forma simples e objetiva. Os conteúdos abordados foram meio
ambiente no geral; características do PEG; animais silvestres, focando mais
especificamente os quelônios, para uma melhor compreensão dos funcionários
do PEG. O mini-curso foi realizado em 3 dias e 4 seções diferentes para todos
os funcionários do Parque Ecológico Guarapiranga. Houve um envolvimento,
integração e interação entre os funcionários durante a atividade. De posse dos
resultados propomos um trabalho com os funcionários do PEG, através de um
projeto norteado pelos princípios da Educação Ambiental, com informações
acerca das tartarugas. Faremos um esboço do programa de atividades e
material a ser utilizado no projeto. Como material de apoio sugerimos um a
cartilha com informações sobre a biologia e conservação dos quelônios
brasileiros e/ou exóticos, habitat, alimentação, predadores, reprodução,
classificação, entre outras. Todo funcionário deverá ter uma cartilha para servir
de apoio em eventuais dúvidas; sugerimos, ainda, uma Maquete da área onde
as tartarugas se encontram (lago) no PEG e um Jogo Ambiental, com
informações acerca do ambiente e das tartarugas, assim como mecanismos de
conservação das mesmas e do meio ambiente. O jogo foi confeccionado
baseado na pesquisa com os funcionários e tem a finalidade de instruir e
educar os funcionários sobre a importância da conservação da natureza para o
ser humano, como também as influências benéficas e maléficas que o homem

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

338
UNISA - Universidade de Santo Amaro

tem sobre o meio ambiente.

CONCLUSÃO:
Em um primeiro momento, todos os funcionários do Parque Ecológico
Guarapiranga ficaram com receio de participar da entrevista e do mini-curso,
por considerar que seria difícil. Contudo a abordagem foi de forma simples e
fácil para todos compreenderem, motivando-os a interagir com as questões
abordadas e dando abertura para que eles citassem próprias vivências. Essa
forma de trabalho permitiu que fossem transmitidas todas as informações
programadas. A Educação Ambiental é uma maneira de mostrar para as
pessoas aquilo que eles vivenciam no dia-a-dia, capacitando-as de forma
simples e direta como se deve preservar o nosso meio ambiente. Existe uma
falta de treinamento direcionado para os funcionários do Parque Ecológico
Guarapiranga em relação ao meio ambiente, mesmo sendo aplicado este mini-
curso propomos que sejam realizados outros trabalhos educativos com todos os
funcionários do PEG, de uma forma simples para maior entendimento das
questões relacionadas à Educação Ambiental. Em relação a presença dos
quelônios no Parque Ecológico Guarapiranga, percebemos que os funcionários
mudaram sua concepção após o mini-curso. No primeiro momento eles
entendiam que os animais deveriam ser soltos na Represa Guarapiranga, após
nossa atividade houve uma mudança em relação a soltura, passaram a
perceber que há uma possibilidade de mantê-los no lago. Para isso é
fundamental que haja um aprofundamento sobre a biologia e conservação dos
quelônios, assim como as consequências da introdução de animais silvestres
em ambientes adversos. Neste sentido propomos que haja um trabalho de
Educação Ambiental tendo como ferramenta a observação de quelônios.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CAMPOS FILHO, O.S. 2003. Parque Ecológico do Guarapiranga: um espaço de
lazer e preservação. In: http://www.ambiente.sp.gov.br (acessado em
junho/2008). CASCINO, F; JACOBI, P. & OLIVEIRA, J. F. 1998. Educação, Meio
Ambiente e Cidadania: Reflexões e Experiências. SMA/ CEAM. São Paulo.
DIAS, G. F. 2000. Educação Ambienta: Princípios e Praticas. Gaia, 6ºedição.
São Paulo.
GIL, A.C. 1999. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª edição. Atlas. São
Paulo.
ISA – Instituto Socioambiental. 2006. Guarapiranga 2005: Como e porque São
Paulo está perdendo este manancial: Resultados do diagnóstico socioambiental
participativo da bacia hidrográfica da Guarapiranga. Instituto Socioambiental,
São Paulo.
LUDKE, M. & ANDRÉ M. 1986. Pesquisa em Educação: abordagens
qualitativas. EPU. São Paulo.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

339
UNISA - Universidade de Santo Amaro

MENDES, D. & CARVALHO, M. C. 2000. A Ocupação da Bacia Guarapiranga:


Perspectiva Histórico-Urbanística. In: França, Elizabete (coordenação).
Guarapiranga: Recuperação Urbana e Ambiental no Município de São Paulo. M.
Carrilho Arquitetos. São Paulo: 39 – 67.
PADUA, S. M. e TABANEZ, M. F. Educação Ambiental - Caminhos Trilhados no
Brasil. Instituto de Pesquisa Ecológicas-IPÊ,1997. São Paulo.
PHILIPPI JUNIOR, A. e PELICIONI, M. C. F. 2000. Educação Ambiental –
Desenvolvimento de Cursos e Projetos”. Signus. São Paulo.
SMA - Secretaria do Meio Ambiente. 1999. Plano de Gestão do Parque
Ecológico do Guarapiranga. São Paulo.
TRAJBER, R. e MANZOCHI, L. H. 1996. Avaliando a Educação Ambiental no
Brasil: Materiais Impressos. Gaia. São Paulo.
________________________________________________________________
Palavras-chaves: Parque Ecológico Guarapiranga, Educação Ambiental,
Ferramentas, Quelônios.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Potencial Inseticida de Extratos de Asteraceae sobre Blatella


germanica (Linnaeus, 1758)
SILVIO OLIVEIRA ARAÚJO(1)

MARCO AURELIO SIVERO MAYWORM(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Pragas Urbanas
As baratas são os mais antigos e importantes insetos associados ao ser
humano. Pertence a Classe Insecta, ordem Dictyoptera, também chamada de
Blattodea, e permaneceram basicamente inalteradas em relação aos hábitos e
forma corpórea nos últimos 300 milhões de anos. Fósseis de baratas são
conhecidos desde a Era Paleozóica. O hábito omnívoro e noturno proporciona
às baratas um abundante suprimento alimentar e maior proteção contra
predadores. Dessa forma, os ambientes domésticos, especialmente nos
grandes centros urbanos, levam ao desenvolvimento de grandes populações de
baratas, agravando os problemas relacionados a elas. Até em tribos indígenas
na Amazônia a incidência do inseto é de tal gravidade que obriga os indígenas
mudar de local ou a queimarem suas casas periodicamente. A importância
econômica das baratas, sob o ponto de vista agrícola é insignificante. Sob o
ponto de vista médico, podem ser transmissores de sérias doenças ao homem.
Pelo fato de viverem em esgotos, latrinas, em restos de comida possibilitam
transportarem em suas patas, ou em suas peças bucais, germes patogênicos
que contaminam os alimentos. As três espécies de baratas domissanitárias
mais importantes são Blatella germanica (barata alemã, francesinha, barata de
cozinha), Periplaneta americana (barata de esgoto, cascuda) e Blatta orientalis
(barata oriental), esta última mais comum em regiões de clima temperado. Os
adultos da Blatella germanica, família Blattellidae, medem de 12-16 mm de
comprimento e tem a coloração castanho-amarelada, e os machos e fêmeas
são alados. Apresenta um corpo achatado com antenas filiformes e vários
segmentos e aparelho bucal do tipo mastigador. A fêmea desta espécie carrega
a ooteca presa ao seu abdome até poucas horas antes da eclosão dos ovos.
Os machos vivem em média quatro meses e as fêmeas seis meses. A fêmea
produz de quatro a oito ootecas em sua vida, em média com 36 ovos por ooteca
com uma média de 30 ninfas. São vetores mecânicos de patógenos e abrigam-
se em cozinhas, depósitos de alimentos, estufas, geladeiras, motores elétricos,
fornos, estufas, geladeiras, freezers, conduítes elétricos, frestas de azulejos,
guarnições de portas, armários embutidos, gabinetes, divisórias, depósitos de
embalagens, máquinas de refrigerantes e de café. O uso de inseticidas
químicos no controle de baratas, em especial Blatella germanica, consiste em
uma prática amplamente difundida no mercado domissanitário. Hoje estão

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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registrados vários produtos para o controle destas pragas, como piretróides


(atuam na transmissão axônica), organofosforados e carbamatos (inibidores da
acetilcolinesterase). Vários inseticidas sintéticos convencionais disponíveis no
mercado são de ação neurotóxicas. São muito eficazes no controle de baratas,
porém o uso frequente e indiscriminado destes produtos tem levado à presença
de altos níveis de resíduos tóxicos nos alimentos, ao desenvolvimento de
populações resistentes, à intoxicação de mamíferos, e à destruição de
organismos benéficos. Os extratos de plantas apresentam-se como alternativa
dentro de uma perspectiva de manejo integrado de pragas e de propriedade
familiar, visando do lado ecologicamente menos agressivo. As substâncias de
origem vegetal apresentam diversas vantagens quando comparadas aos
inseticidas sintéticos, entre elas, reduzem o acúmulo do pesticida no meio
ambiente, são biodegradáveis e não apresentam os conhecidos efeitos
colaterais típicos dos inseticidas convencionais.
Extratos Vegetais com Ação Inseticida
O uso de plantas com propriedade inseticida é uma prática muito antiga. No
entanto, entre as décadas de 50 e 70, ocorreu um avanço na síntese orgânica,
inclusive de produtos com atividade inseticida. Moléculas como HCH
(hexacloroexano), DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano), aldrin, dieldrin e clordano
foram desenvolvidas e passaram a ser utilizadas. Entretanto, foi constatado que
o emprego dessas e outras substâncias foram responsáveis por impactos
ambientais, além de perderem o espectro de ação, que mostraram quando
foram sintetizadas. Desta forma, os estudos de controle de pragas com
produtos derivados de plantas foram retomados no início dos anos 60, com o
principal objetivo em proteger o meio ambiente. Os inseticidas sintéticos, apesar
da eficiência podem apresentar uma série de problemas, como contaminação
ambiental, presença de altos níveis de resíduos em alimentos, desequilíbrio
biológico devido à eliminação de inimigos naturais e surgimento de populações
de insetos resistentes. As plantas, como organismos que co-evoluem com
insetos são fontes naturais de substâncias inseticidas, já que as mesmas são
produzidas e se acumulam no vegetal em resposta a um ataque de herbívoros.
Para se protegerem contra a ação de herbívoros, as plantas desenvolveram
dois mecanismos de defesa, os mecanismos diretos e indiretos. Os
mecanismos diretos envolvem substâncias como a sílica, metabólitos
secundários (aleloquímicos), enzimas e proteínas, além de órgãos como
tricomas e espinhos que afetam diretamente o desempenho de ataque do
inseto. Já os indiretos se devem à ação de substâncias voláteis, emitidas pela
planta.
Metabólitos Secundários
A produção de metabólitos secundários não deve ser entendida como produção
de material de refugo sem nenhum significado, como se acreditavam até
meados do século XX. Recentemente, foi compreendido que os metabólitos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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secundários são resultados da especialização celular e que suas manifestações


durante certas fases do desenvolvimento do organismo produtor se devem à
expressão diferencial dos genes. Devido às diversidades químicas e funcionais,
os compostos fenólicos têm despertado grande interesse dos pesquisadores
em diversas áreas, como biologia, química, medicina, ecologia e agricultura. Em
relação à presença dos compostos fenólicos na planta, a maioria dos estudos
relaciona esses compostos com estresse metabólico, parede celular e
exsudados de raízes e outros órgãos. Eles servem também como pigmentos de
flores, agem na proteção constitutiva contra pragas e doenças, funcionam como
moléculas sinais e atuam como compostos alelopáticos, sendo componentes
estruturais e funcionais da matéria orgânica do solo. As piretrinas, que ocorrem
em espécies de Chrysanthemum cinerariifolium (Asteraceae), são
monoterpenos que apresentam atividade inseticida. Piretrinas naturais e
sintéticas são componentes de inseticidas comerciais, possuindo baixa toxidade
para mamíferos.
A Família Asteraceae
A família Asteraceae possui distribuição cosmopolita, sendo a maior Família de
Eudicotiledônea, com aproximadamente 1.600 gêneros e 23.000 espécies. No
Brasil a Família esta bem representada, ocorrendo aproximadamente 300
gêneros e 2.000 espécies. Diversas plantas medicinais estão também incluídas
entre as Asteraceae, destacando-se a carqueja (Baccharis), a camomila
(Matricaria recutita), o guaco (Mikania glomerata). Os metabólicos secundários
comumente encontrados em plantas da Família Asteraceae são poliacetilenos,
terpenóides e flavonóides, sendo que alguns flavonóides isolados possuem
inúmeras atividades biológicas, como citotóxica, antimicrobiana, diurética e
hepatotóxica. O interesse pelo estudo das espécies dessa família deve-se aos
importantes resultados obtidos com os extratos de Chrysanthemum
cinerariaefolium L., que foram os primeiros inseticidas botânicos utilizados a
partir da piretrina, extraída do piretro.

OBJETIVO:
Este trabalho teve como objetivo estudar o potencial inseticida e de repelência
de extratos etanólicos de espécies de Asteraceae, obtidos a partir de folhas de
Ageratum fastigiatum, caules de Baccharis trimera, caules e folhas de Erechtites
valerianaefolia, Tithonia diversifolia e Vernonia westiniana sobre Blatella
germanica.

METODOLOGIA:
Criação de Blatella germanica em Laboratório
A população de Blatella germanica utilizada neste trabalho é originária da
coleção do Instituto Biológico de São Paulo. Os insetos foram criados em

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recipiente de plástico (55 x 25 x 30cm), coberto com uma tela de nylon de


malha fina e uma camada de vaselina líquida na borda superior interna para
evitar a fuga dos insetos e permitir a ventilação. Como abrigos foram utilizadas
caixas de ovos de papelão sobrepostas ao fundo do recipiente. Água e alimento
(ração para gatos) foram fornecidos suficientemente para o bom
desenvolvimento da população. O recipiente plástico foi mantido à temperatura
ambiente, e quando necessário, a população foi removida para a limpeza,
retirando-se as fezes e insetos mortos.
Produção de Extratos
As amostras foram fragmentadas e submersas em etanol P.A., sendo agitadas
diariamente e o solvente trocado a cada sete dias, perfazendo um total de 28
dias de extração. Após a primeira extração (7º dia) o material foi triturado em
liquidificador e em seguida submerso novamente em etanol P.A. Após a quarta
extração (28º dia), o material com etanol foi aquecido a 70ºC durante duas
horas para uma melhor eficiência de extração. Os extratos obtidos foram
reunidos constituindo os extratos etanólicos brutos, os quais foram
concentrados sob pressão reduzida em rotaevaporador a 35ºC, a fim de se
obter concentrações a 5%, e armazenados em geladeira.
Bioensaio de Ação Inseticida
Em discos de papel de filtro com 9 cm de diâmetro foram depositados 2 mL de
cada extrato. Para efeito de controle, em outros discos de mesmo diâmetro
foram depositados 2 mL de etanol. Para comprovação do método utilizado foi
feito um controle positivo com inseticida sintético utilizando-se 2 mL de
cipermetrina (Vectocell 250 CE - 1%). Os discos impregnados foram mantidos
por 24 horas em um dessecador para eliminação do solvente. Após esse
período, os discos de papel filtro foram depositados em placas de Petri
(diâmetro 9 cm) previamente esterilizadas. A avaliação de mortalidade (em
triplicata) foi feita em recipientes plásticos de tamanho e condições iguais, sob
luz e temperatura ambiente. Colocou-se placa de Petri com o papel de filtro
impregnado com extratos das espécies estudadas, alimento, água e seis
baratas. As observações foram realizadas em intervalos de 24 horas, durante
sete dias, para verificação da mortalidade. Para análise de eficácia dos extratos
estudados, utilizou-se a fórmula de Abbot (1925) conforme á seguir: Ef.%
(percentual de eficácia) = 100 (x - y) / x, onde x = % indivíduos vivos na amostra
não tratada (controle) e y = % indivíduos vivos na amostra tratada (extrato).

Avaliação de Repelência
Experimento 1
Em recipientes plásticos de tamanho e condições iguais (em triplicata), sob luz
e temperatura ambiente, utilizou-se uma arena formada por cinco caixas
plásticas circulares, sendo a caixa central interligada simetricamente às demais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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por tubos plásticos. Placas de Petri com papel filtro impregnado com 2 mL de
extrato das espécies estudadas e placas de Petri com o papel filtro impregnado
com 2 mL de etanol (controle negativo) foram distribuídas, respectivamente, em
dois recipientes simétricos opostos. No recipiente central, inseriram-se 10
baratas. Colocou-se água em todos os recipientes para hidratação. As
observações foram feitas em intervalos de 60 minutos, durante 5 horas, sendo
avaliado o número de indivíduos presente por recipiente. Para comparação dos
diversos tratamentos foi estabelecido o Índice de Preferência (I.P.) citado por
PROCÓPIO et al. (2003), conforme à seguir: I.P= (%IPT - %Ipt) / (%IPT + %Ipt),
sendo: I.P.= Índice de Preferência; %IPT= % de insetos no extrato-teste; %Ipt=
% de insetos na testemunha. Onde: I.P.= –1,00 a -0,10, extrato teste repelente;
I.P.= -0,10 a +0,10, extrato teste neutra; I.P.= +0,10 a +1,00, extrato teste
atraente. Assim, cada extrato foi considerado repelente quando IP estava que -
0,10. Utilizou-se, também, para o cálculo a fórmula de Abbot (1925).
Experimento 2
Em recipientes plásticos de tamanho e condições iguais (em triplicata), sob luz
e temperatura ambiente, montou-se aparato6. No lado A colocou-se papel de
filtro impregnado com extrato das espécies estudadas, no centro, água para
hidratação, e no lado B, papel filtro impregnado com 2 mL de etanol (controle
negativo). Foram inseridas 10 baratas no centro do recipiente, a as observações
realizadas em intervalos de 30 minutos, durante 3 horas, para verificação de
repelência. Calculou-se o número de indivíduos presentes de cada lado durante
o experimento, obtendo, assim o percentual de repelência.

RESUMO:
Avaliação de Mortalidade sobre Blatella germanica
Os extratos obtidos a partir de folhas de Ageratum fastigiatum, caules de
Baccharis trimera e caules de Tithonia diversifolia não apresentaram ação
inseticida. Os extratos obtidos a partir de folhas de Vernonia westiniana e folhas
de Tithonia diversifolia apresentaram baixa ação inseticida (5,6 e 11,2%,
respectivamente). Os extratos de caules de Erechtites valerianaefolia e caules
de Vernonia westiniana geraram 16,7% de mortalidade e o extrato de folhas de
Erechtites valerianaefolia gerou 22,3% de mortalidade. O controle positivo
(inseticida sintético) apresentou alta atividade inseticida (94,5%) sobre Blatella
germanica, comprovando a eficácia da metodologia aplicada. Diferenças no
método para produção do extrato, na composição química entre as plantas, ou
mesmo os diferentes níveis de resistência dos insetos testados poderiam a
princípio, ter contribuído para os resultados observados. Os principais
constituintes químicos encontrados no gênero Vernonia são triterpenos,
esteróides e lignanas, mas os mais frequentes são lactonas, sesquiterpênicas e
flavonóides, tanto que estes compostos são usados como marcadores

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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taxonômicos para o gênero Vernonia). A atividade inseticida de extrato de


Vernonia westiniana observada neste trabalho pode estar relacionada à
presença de terpenóides. Segundo alguns autores, esta classe de compostos
está presente no gênero Vernonia e tem ação inseticida. Mediante ao fato de se
observar baixo efeito inseticida dos extratos estudados, se fez necessário o
estudo de repelência destes mesmos extratos.

Avaliação de Repelência sobre Blatella germanica


No teste de arena, com base no Índice de Preferência (I.P.) e Percentual de
Eficácia (Ef.%) observou-se que os extratos de folhas de Erechtites
valerianaefolia (I.P. = +0,11; Ef.% = -25) e caules de Tithonia diversifolia (I.P. =
+0,11; Ef.% = -25%) não apresentaram atividade repelente. Folhas de Ageratum
fastigiatum (I.P. = - 0,11; Ef.% = 20%), caules de Erechtites valerianaefolia (I.P.
= -0,33; Ef.% = 50%), caules de Vernonia westiniana (I.P. = -0,40; Ef.% =
57,1%), caules de Baccharis trimera (I.P. = -0,55; Ef.% = 71,4%), folhas de
Tithonia diversifolia (I.P. = -0,60; Ef.% = 75%) e folhas de Vernonia westiniana
(I.P. = -0,78; Ef.% = 87,5%) apresentaram atividades repelentes. Assim, estes
valores constatados nos resultados de I.P. foram inferiores a -0,10 e mais
próximos de -1,00 (limites mínimos e máximos estipulado para o extrato ser
considerado repelente). Portanto caules de Baccharis trimera, folhas de
Vernonia westiniana e folhas de Tithonia diversifolia foram os extratos que
obtiveram um maior percentual repelente. O controle positivo (inseticida
sintético) apresentou alta atividade repelente (92,5%) sobre Blatella germanica.
Seria interessante em uma próxima análise, avaliar o tempo de permanência
dos insetos sobre o extrato e os controles (positivo e negativo), pois o tempo de
permanência pode alterar o resultado, no caso de o extrato ser repelente, a
permanência será menor do que no controle negativo que o inseto está
presente ao acaso. No teste com recipientes isolados não foi observada
atividade repelente expressiva com os extratos de folhas de Erechtites
valerianaefolia (10%), folhas de Ageratum fastigiatum (15%), caules de Tithonia
diversifolia (23%), caules de Vernonia westiniana (29%), caules de Erechtites
valerianaefolia (31%) e folhas de Tithonia diversifolia (37%), os quais foram
inferiores ao resultado do controle negativo (39%). Maiores taxas de repelência
foram observadas com os extratos de caules de Baccharis trimera (69%) e
extrato de folhas de Vernonia westiniana (73%). O controle positivo (inseticida
sintético) apresentou alta atividade repelente (85%) sobre Blatella germanica.
Segundo alguns autores, os diterpenos são os compostos encontrados em
maior quantidade no gênero Baccharis. Outros diterpenóides clerodanos
encontrados em B. rethinoides, B. triangularis, B. artemisioides e B. crispa
apresentaram atividade inseto-repelente e inibição da vontade de se alimentar.
Vários autores demonstraram também a presença de terpenóides em Baccharis
trimera.. A presença de diterpenos e outros terpenóides podem ter contribuído

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para a atividade repelente observada com o extrato de Baccharis trimera.


Foram observadas a presença de alcalóides, cumarinas, triterpenos e
glicosídeos saponínicos em Vernonia polyanthes. A presença de tais compostos
no extrato de folha de Vernonia westiniana poderia ter contribuído para os
resultados aqui observados. Tithonia diversifolia contém lactonas
sesquiterpênicas, i.e. targinina A, targinina C e flavonóide hispidulina. Tais
compostos poderiam, à princípio, ser responsáveis pela atividade repelente
observada neste trabalho.

CONCLUSÃO:
Acredita-se que o modo de ação dos extratos mais ativos pode estar
diretamente relacionado aos compostos terpenóides, presentes em Asteraceae,
visto que são substâncias muitas vezes produzidas pelas plantas com a
finalidade de protegê-las contra a herbivoria. Cabe ressaltar, que substâncias
isoladas, raramente são as únicas responsáveis pela atividade repelente, já que
inúmeros compostos de diferentes classes encontram-se em um mesmo
extrato, desta forma, a diversidade de compostos que ocorrem nas espécies
estudadas, faz se supor que possivelmente mais de um componente químico
seja responsável pela ação repelente, e apenas o isolamento dos principais
componentes e a avaliação da sua ação repelente possibilitará entender melhor
os resultados observados neste trabalho. Com a realização desta pesquisa,
pretendeu-se contribuir para a formulação de novos compostos repelentes e/ou
inseticidas, extraídos de plantas, visando à produção orgânica e a conservação
ambiental.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ABBOTT, W.S. 1925. A method of computing the effectiveness of aninseticide.
Journal Economic Entomology 18: 265-267.

PROCÓPIO, S. O. DE; VENDRAMIM, J.D.; RIBEIRO JR, J.I. & BARBOSA. J.S.
2003. Bioatividade de diversos pós de origem vegetal em relação a Sitophilus
zeamais Mots. (Coleoptera: Curculionidae). Ciência e Agrotecnologia 27: 1231-
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RESCHKE, A.; MARQUES, L.M. & MAYWORM, M.A.S. 2007. Atividade


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Medicinais 9: 67-70.

________________________________________________________________
Apoio Financeiro: UNISA

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Potencial inseticida de extratos de Asteraceae sobre Blatella


germanica (Linnaeus, 1758)
SILVIO OLIVEIRA ARAÚJO(1)

MARCO AURELIO SIVERO MAYWORM(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Blatella germanica, conhecida como barata alemã é um importante vetor de
transmissão de doenças, por estar associada ao ambiente de vida humana e a
locais contaminados por microrganismos patogênicos. Este fato torna seu
controle inevitável e desejável. Contudo, o uso de inseticidas químicos pode
levar à contaminação do homem e dos animais domésticos. Estratégias
biológicas de controle de baratas podem reduzir esses riscos, e o uso de
extratos vegetais está entre algumas das alternativas.

OBJETIVO:
Este trabalho teve como objetivo estudar o potencial inseticida de extratos
etanólicos de espécies de Asteraceae, obtidos a partir de folhas de Ageratum
fastigiatum, caules de Baccharis trimera, caules e folhas de Erechtites
valerianaefolia, Tithonia diversifolia e Vernonia westiniana, verificando a
mortalidade e repelência destes extratos sobre Blatella germanica.

METODOLOGIA:
foram avaliados os efeitos dos extratos estudados sobre o comportamento
repelente e atividade inseticida através de três bioensaios. A avaliação de
mortalidade (em triplicata) foi feita em recipiente, colocando-se placa de Petri
com o papel filtro impregnado com extratos das espécies estudadas e as
observações foram realizadas em intervalos de 24 horas, durante sete dias.
Para verificação dos testes de repelência, utilizaram-se testes em arena e
recipientes isolados. No teste de arena, formada por cinco caixas plásticas
circulares, sendo a caixa central interligada simetricamente às demais por tubos
plásticos, placas de Petri com papel filtro impregnado com 2 mL de extrato das
espécies estudadas e placas de Petri com o papel filtro impregnado com 2 mL
de etanol (controle negativo) foram distribuídas, respectivamente, em dois
recipientes simétricos opostos. No recipiente central, inseriram-se 10 baratas.
Foi feita a contagem em intervalos de 60 minutos no período de 5 horas. No
experimento de recipientes isolados, de um lado (A) do recipiente, com baratas,
foi colocado papel filtro impregnado em extratos vegetais, no centro foi colocado
algodão umedecido com água para alimentação e do lado B o papel filtro
impregnado em álcool (controle negativo). As observações foram realizadas em

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

348
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intervalos de 30 minutos durante 3 horas.

RESUMO:
Os extratos de caules de Erechtites valerianaefolia e Vernonia westiniana
geraram 16,7% de mortalidade e o extrato de folhas de Erechtites
valerianaefolia gerou 22,3% de mortalidade. A atividade inseticida de Vernonia
westiniana observada neste trabalho pode estar relacionada à presença de
terpenóides. Para avaliação de repelência, no teste de arena, as maiores taxas
foram observadas com os extratos de caules de Baccharis trimera (71,4%),
folhas de Tithonia diversifolia (75%) e folhas de Vernonia westiniana (87,5%).
Em recipientes isolados, as maiores taxas foram observadas em caules de
Baccharis trimera (69%) e folhas de Vernonia westiniana (73%). Acredita-se que
o modo de ação dos extratos mais ativos pode estar diretamente relacionado
aos compostos terpenóides, presentes em Asteraceae, visto que são
substâncias muitas vezes produzidas pelas plantas com a finalidade de
protegê-las contra a herbivoria.

CONCLUSÃO:
Cabe ressaltar, que substâncias isoladas, raramente são as únicas
responsáveis pela atividade repelente, já que inúmeros compostos de diferentes
classes encontram-se em um mesmo extrato, desta forma, a diversidade de
compostos que ocorrem nas espécies estudadas, faz se supor que
possivelmente mais de um componente químico seja responsável pela ação
repelente, e apenas o isolamento dos principais componentes e a avaliação da
sua ação repelente possibilitará entender melhor os resultados observados
neste trabalho.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ABBOTT, W.S. 1925. A method of computing the effectiveness of aninseticide.
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CASTRO, H.G.; FERREIRA, F.A.; SILVA, D.J.H. & MOSQUIM, P.R. 2001.
Contribuição ao estudo das plantas medicinais: Metabólitos Secundários.
Viçosa-MG. Editora Suprema Gráfica: 104p.

PROCÓPIO, S. O. DE; VENDRAMIM, J.D.; RIBEIRO JR, J.I. & BARBOSA. J.S.
2003. Bioatividade de diversos pós de origem vegetal em relação a Sitophilus
zeamais Mots. (Coleoptera: Curculionidae). Ciência e Agrotecnologia 27: 1231-
1236.
________________________________________________________________
apoio financeiro UNISA

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Práticas de Manejo de Macrófitas no Reservatório Guarapiranga


IVAN CHAMI GENTIL(1)

ADMILSON CLAYTON BARBOSA(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
O reservatório do Guarapiranga é um dos principais mananciais da Região
Metropolitana de São Paulo, abastece aproximadamente quatro milhões de
pessoas. É também o mais ameaçado, estimasse que residem
aproximadamente 800 mil pessoas ao redor do reservatório.
Em 2003, mais da metade da área do reservatório encontrava-se alterada por
atividades humana. No período entre 1989 e 2005 a área ocupada pelo
reservatório diminuiu consideravelmente. A diminuição da quantidade de água
envolve algumas questões como o aumento na quantidade de macrófitas que
impedem a navegabilidade onde acarretam problemas de captação de águas e
no manejo do reservatório (ISA, 2006), outra questão a ser considerada em
reservatórios de água para abastecimento e geração de eletricidade, são as
dificuldades relacionadas às operações de barragens, os bloqueio de
sumidouros e o aumento na manutenção de turbinas (PITELLI, 1998;
WHATELY e CUNHA, 2006).
Embora sua proliferação seja uma resposta da natureza aos ambientes
poluídos, por se alimentar de matéria orgânica e fósforo e, em suas raízes ficar
retido material em supersão e absorver metal pesado da água, os problemas a
ela associada ainda é maior que os benefícios
(CAVENAGHI et al., 2005; ESTEVES, 1998; PEDRALLI, 2003; POMPÊO,
1996).
Outro fator muito relevante é o fato das raízes servirem de habitat para larvas
de insetos e as folhas de abrigo aos insetos adultos. As espécies mais
recorrentes são do gênero Mansonia e Culex sp., vetores de doenças e de
transtornos sociais (NATAL et al.,1991).
Segundo Esteves (1998) as primeiras menções ao termo macrófitas aquáticas
foi usada no ano de 1938 por Weaver e Clements, que as definiram como
plantas herbáceas que se desenvolvem na água, em solos cobertos ou
saturados por água. Neste grupo estão incluídos
os vegetais que vão desde macro-algas (gênero Chara) até angiospermas
(gênero Typha). São consideradas vegetais que, durante o processo evolutivo,
retornaram do ambiente terrestre para o aquático, mas que mantiveram
algumas estruturas características de vegetais terrestres, como a presença de
cutícula e estômatos nas plantas aquáticas emersas.
São vegetais macroscópicos, submersas ou parcialmente submersas, ou ainda
flutuantes,que habitam água doce ou salobra, cujas partes realizam

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

350
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fotossíntese permanentemente, ou por diversos meses, todos os anos


(PEDRALLI et al., 2003; POMPÊO e MOSCHINICARLOS,
2003).
Devido a grande concentração de matéria orgânica encontrada no Reservatório
Guarapiranga, existe uma grande ocorrência de macrófita, onde as que
possuem maior
ocorrência são a Eichhornia crassipes, aguapé, e a Pistia stratiotes, alface-
d’água (ELETROPAULO, 1981).
A macrófita aquática E. crassipes é nativa da América do sul tropical e foi
introduzida em quase todos os continentes, enquanto que P. stratiotes é
considerada uma espécie cosmopolita tropical e subtropical (POTT e POTT,
2000).
Ecologicamente, as macrófitas aquáticas podem se constituir no principal
produtor de matéria orgânica, atingindo cerca de 100 t de peso seco/ha/ano
(PIEDADE et al., 1991), valor superior ao da cana de açúcar, mesmo mediante
a aplicação de grandes quantidades de insumos agrícolas. Apresenta
importante papel na troca de nutrientes, podendo tornar-se as principais
controladoras da dinâmica de nutrientes no ecossistema (JUNK, 1980;
POMPÊO,
1996). Dessa forma, participam intensivamente da reciclagem de nutrientes,
podendo assimilar elementos retidos no sedimento por intermédio das raízes,
os quais são liberados para a coluna de água através da excreção e da
decomposição (GRANÉLI e SOLANDER,
1988).
São importantes espécies na cadeia trófica de ecossistemas aquáticos,
fornecem abrigo a peixes, insetos, moluscos, e perifiton (POTT e POTT, 2000).
Segundo Hamilton (1993), as macrófitas fazem a autodepuração das águas
pela assimilação de nutrientes e retenção de sedimentos.
Segundo Pitelli (2006) a maioria dos reservatórios esta sujeito a variação de
nível, isso pela sazonalidade e demanda de geração de energia, isso demanda
um conhecimento dessa variação e seu efeito sobre as macrófitas, portanto é
imprescindível a inclusão deste estudo dentro dos EIA/RIMA1. O autor ainda
coloca que, a razão desta condicionante se sustenta nos problemas
ocasionados por densas infestações de macrófitas aquáticas em vários
reservatórios no Brasil.
A distribuição e a presença das macrófitas são determinadas pela concentração
dos nutrientes na água, pelo meio suporte onde estão fixadas, profundidades da
lâmina d’água, presença ou não de correnteza, índice de turbidez, presença de
herbívoros e atividades humanas (APHA, 1995; WOOD e MCATAMNEY, 1996;
PITELLI, 2006).
Devido a maior profundidade de penetração da luz, em regiões próximas a
barragens, geralmente na zona de desembocadura dos rios em reservatórios as

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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macrófitas aquáticas emersas podem apresentar elevada biomassa onde


podem se constituir em importantes produtores de matéria orgânica para o
sistema. Nos reservatórios o crescimento excessivo das macrófitas aquáticas
pode causar diversos problemas ambientais além de prejuízos à geração de
energia e navegação, entre outros usos múltiplos (JUNK et al., 1981).
As maiorias dos problemas causados pelas densas colonizações de macrófitas
aquáticas são: alteração das características da água, especialmente redução da
disponibilidade de oxigênio dissolvido, alteração das características de
navegabilidade e de utilização do corpo hídrico para esportes náuticos,
prejuízos à produção de peixes e para a captura do pescado, criação de
condições adequadas para instalação e manutenção de populações de insetos
e outros organismos indesejáveis, incluindo vetores de doenças humanas,
redução da capacidade de armazenamento e da durabilidade de reservatórios,
redução do fluxo d’água e da vida útil de canais de irrigação e drenagem,
interferência na captação de água para irrigação e uso público, interferência na
produção de energia elétrica, prejuízos à edificações no corpo hídrico,
especialmente pontes, aumento das perdas d’água por evapotranspiração,
dentre outros (PITELLI, 1998).
Segundo Beyruth (2000) o reservatório do Guarapiranga produz água a uma
taxa de 10,6 m³/s, fornecendo cerca de 25% da Região Metropolitana de São
Paulo. O reservatório é a segunda maior fonte de água do Estado (MANCUSO,
1992) é também utilizado para controle de inundações, produção de energia e
recreação.
Segundo Whately e Cunha (2006) o reservatório do Guarapiranga foi construído
através do represamento do Rio Guarapiranga pela companhia Light & Power
com finalidade energética. A partir de 1928, o reservatório da Guarapiranga
tornou-se a principal fonte de água para abastecimento público de São Paulo,
mediante o fornecimento de 86,4 milhões de litros de água por dia (ISA, 2006).
Ainda de acordo com Whately e Cunha (2006) em 1958, na época das cheias o
nível do reservatório era mantido em níveis bem abaixo do máximo,
possibilitando a regularização das enchentes.
Os primeiros alertas para a degradação da qualidade da água e da região da
bacia foram feitos na década de cinqüenta em relação ao esgoto. No final dos
anos 80 a ocupação do entorno já causava impactos na represa onde a floração
de algas resultantes da grande quantidade de matéria orgânica proveniente do
despejo de esgotos na água causaram entupimento dos filtros na captação da
água, e ameaçaram o abastecimento de água de três milhões de pessoas. Uma
grande mortandade de peixes, noticiadas em todos os veículos de
comunicação, deu o alerta sobre a saúde no reservatório. No inicio de 2006,
ano do centenário da Guarapiranga, foi aprovada uma lei para o Guarapiranga
que tem como objetivo proteger e recuperar a região, constitui o marco inicial
para reverter o processo de degradação e garantir

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

352
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o uso deste importante reservatório para abastecimento público (ISA, 2006).


Em 1979 foi efetuada a retirada mecânica da maioria dessas plantas e até o
momento não se notou a proliferação dessa espécie para o restante do
reservatório, permanecendo confinada naquele local. Concomitante com o
aumento da população dos mananciais do Reservatório, nos últimos anos têm-
se observado o aparecimento do aguapé normal formando pequenas moitas
isoladas junto às margens, em pontos que coincidem com acúmulos de lixo e
detritos, não se caracterizando como infestação. A partir de 1980 foi registrada
grande proliferação de algas nas águas do Reservatório, sendo o seu controle
executado pela SABESP, que utiliza essas águas para fins de abastecimento
(ELETROPAULO, 1982; 1983).
Ao longo dos anos a Eletropaulo utilizou-se de vários processos para manter
sob controle a infestação de plantas aquáticas em seus reservatórios: Processo
manual que era utilizado para a remoção de pequenas quantidades de plantas
esparsas em locais de fácil acesso. O lança-chamas, de forma experimental no
Reservatório Pirapora em 1957, mas o resultado não foi satisfatório. A remoção
com escavadeiras, onde o processo é adotado até a presente data
no Canal Pinheiros, para remover plantas aquáticas, bem como lixo e detritos
acumulados junto as cercas flutuantes existentes no Canal. O processo químico
que foi o processo com maior eficiência, pois os demais eram aplicáveis
somente em áreas restritas e o controle biológicos que consistia no povoamento
de peixes adequados as suas condições, tendo por objetivo o incremento das
atividades de

OBJETIVO:
Levantamento bibliográfico sobre o histórico de ocorrência de duas espécies de
macrófitas Eichhornia crassipes, aguapé e a Pistia stratiotes, alface-d’água no
Reservatório do Guarapiranga, concluindo com uma breve discussão sobre o
assunto.

METODOLOGIA:
Esta pesquisa foi realizada a partir de leitura dos relatórios sobre manejo do
Reservatório Guarapiranga, elaborado pela Eletropaulo S.A. no período de 1980
a 1986 disponibilizadas nos arquivos da Empresa Metropolitana de Águas e
Energia, e em outras fontes disponíveis.

RESUMO:
Segundo Welch (1980) as macrófitas podem acelerar o envelhecimento de um
lago provocando aumento na velocidade do processo de assoreamento, por
abrigar e consolidar sedimento, já que um lago, do ponto de vista geológico, é
um elemento transitório e está gradualmente sendo preenchido.
Para o manejo das macrófitas aquáticas em reservatórios, efetuar o controle em

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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grande escala de fatores ambientais como a temperatura, precipitação e


disponibilidade de nutrientes torna-se muito difícil (POMPÊO, 1996; POMPÊO e
MOSCHINI-CARLOS, 2003).
Ainda segundo Pompêo (2006) a turbulência da água, ocasionada
principalmente pela ação do vento, também não é de fácil controle, tendo que
ser levado em consideração a forma, o tamanho e como o reservatório está
encravado no relevo regional. Por outro lado, na maioria dos reservatórios é
tecnicamente possível efetuar o controle da altura da lâmina d'água através da
alteração da vazão. Esse procedimento permite prever as profundidades da
massa d'água e da penetração da luz no corpo do reservatório.
Desta forma, a manutenção do nível da água do reservatório em cotas que
altere o padrão sazonal histórico da profundidade da água e da penetração da
luz poderá interferir no desenvolvimento das macrófitas aquáticas,
proporcionando modificações na área potencialmente colonizável nas margens
para as emersas e na intensidade da radiação fotossinteticamente ativa para as
submersas (ELETROPAULO, 1983; POMPÊO, 1996;).
Segundo Beyruth (1992) ficou evidente a necessidade de proteção vegetal
arbustiva nas margens do lago, paralelas ao rio, evitando a entrada de massas
de macrófitas para o mesmo nos períodos de enchente. Essa entrada poderia
ser danosa ao contribuir para o ingresso dessas massas vegetais no
reservatório de Guarapiranga.
A restauração do reservatório Guarapiranga tornou-se muito complicada por
tratar-se de um corpo d’água de grande porte, onde algumas das soluções mais
comuns são ineficazes como a remoção mecânica, que se torna um processo
de alto custo, e o combate com substâncias químicas, como por exemplo, o
3,4D ou outros contaminantes, que põe em risco o abastecimento público de
água (ELETROPAULO, 1982; WHATELY e CUNHA, 2006; ISA,
2006).
Uma das medidas de controle de macrófitas, esta implicitamente ligada a
qualidade das Águas do Manancial, que pode ser melhorada a partir de
medidas de educação ambiental para a população, aplicar as legislativas
especificas já existentes e elaboração de programas de gerenciamento de
bacias e saneamento. Alguns dos melhores resultados encontrados sobre
medidas de controle começaram cedo e por longo tempo antes que uma hiper
eutrofização ocorresse. As autoridades de recursos hídricos tendem a contribuir
também com estações de tratamentos de esgotos com adequada remoção de
nutrientes, ou seja, uma percepção pública maior com a qualidade da água.
Para que ocorra sucesso deve-se ocorrer uma forte parceria entre os cidadãos
e as estratégias de gerenciamento ambiental.
Em conseqüência torna-se pertinente os atuais trabalhos realizados pela
SABESP em parceria com as Universidades UNESP Botucatu e UFSCar, no
sentido de conhecer a dinâmica do Reservatório, a biologia e ecologia das

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

354
UNISA - Universidade de Santo Amaro

espécies para realizar o manejo integrado das espécies com a operação do


Reservatório (SABESP, 2009).

CONCLUSÃO:
As macrófitas são plantas que aparecem naturalmente nos reservatórios.
Ecologicamente desempenham funções importantes dentro dos ecossistemas
aquáticos. Porém as condições de degradabilidade desses ambientes sejam
por poluição ou por assoreamento potencializa sua propagação e crescimento,
tornando-se um problema que põe em risco a operação, manejo e vida útil dos
reservatórios.
Não há uma única solução para tratar esse problema, que só poderá ser
solucionado a partir do manejo integrado para o controle das macrófitas e
conhecimento da dinâmica dos reservatórios, sendo essa uma solução que vem
sendo estudada para o Reservatório Guarapiranga

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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________________________________________________________________
Palavras-chave: macrófita, reservatório Guarapiranga, Eichhornia crassipes
Mart., Pistia stratiotes Linnaeus.

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357
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PREVALÊNCIA DE CISTOISOSPOROSE EM GATOS MANTIDOS


EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE MANEJO AMBIENTAL
JÉSSIKA TEIXEIRA SANTOS(1)

CELSO MARTINS PINTO(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A cistoisosporose é uma doença parasitária causada por protozoários da classe
Coccídia que apresentam fases reprodutivas distintas no interior dos
hospedeiros e no ambiente. No epitélio intestinal dos hospedeiros causa danos
severos quando da reprodução intracelular por esquizogonia e gametogonia.
Após estas etapas, forma-se o oocisto, que então é eliminado para o ambiente
através das fezes.
A partir do bolo fecal, o oocisto contamina o ambiente e amadurece, tornando-
se esporulado, formando-se 2 esporocistos com 4 esporozoítos no interior de
cada um. Esta forma de resistência no ambiente possui um espesso
revestimento protéico, que confere importante longevidade ao oocisto. A partir
da ingestão desta estrutura pelo gato doméstico, no caso de Cystoisospora felis
e Cystoisospora rivolta, o revestimento do oocisto é digerido no estômago e
intestino delgado e os esporocistos são liberados. Em seguida, ocorre a
liberação dos esporozoítos e a invasão das células epiteliais intestinais, dando
início ao parasitismo intracelular. Estas fases intestinais, especialmente a
esquizogonia, desperta relavante resposta imunológica nos hospedeiros,
modulando a sequência das infecções e a disponibilização de oocistos para o
ambiente.
O componente ambiental torna o ciclo biológico das coccídias de controle mais
difícil. A higienização dos ambientes ocupados pelos animais torna-se um dos
pontos críticos a serem cuidadosamente considerados no manejo sanitário dos
animais. A auto-infecção ou hetero-infecção deve ser considerada quando da
persistência desta parasitose entre os animais de um gatil. O confinamento,
especialmente em situações de sobrepopulação, colabora para estas
ocorrências, o que deve ser do conhecimento do profissional envolvido com a
adoção destas medidas. A introdução de animais novos no plantel,
especialmente os jovens, requer cuidados referentes à quarentena e isolamento
dos mesmos, durante o período necessário para a realização dos exames
necessários e o monitoramento do período de incubação das doenças
transmissíveis.
Além das medidas preventivas no ambiente, deve-se atentar para as condições
dos hospedeiros, especialmente em relação aos animais jovens e com
enfermidades intercorrentes, especialmente aquelas que induzem ao estado de
imunossupressão. A quimioprofilaxia pode ser lembrada quando da introdução

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

358
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dos animais debilitados e presumivelmente suscetíveis, quando são


introduzidos em situações específicas nas quais a quarentena não pode ser
atendida.
Neste contexto de transmissibilidade e morbidade importantes, a
cistoisosporose felina projeta-se como tema de relevância para os exames e
observações rotineiras de gatis e instituições que mantêm os gatos domésticos,
exigindo conhecimento estratégico de diagnóstico, tratamento e controle para a
adequação dos métodos e as considerações econômicas e de pessoal que são
os responsáveis pelos trabalhos rotineiros.

OBJETIVO:
Esta pesquisa tem como objetivo investigar a prevalência de cistoisosporose
em gatos mantidos em diferentes condições de manejo ambiental.

METODOLOGIA:
Para a realização desse estudo, foram selecionados três locais distintos
caracterizados por manejos (alimentação, vacinação, vermifugação e higiene)
diferentes.
O abrigo SALAS está localizado em Parelheiros, município de São Paulo,
constitui uma extensa área que abriga aproximadamente 700 cães e 60 gatos
abandonados. O abrigo dispõe de 3 gatis com uma média de 20 animais em
cada. Os gatis possuem uma área fechada destinada para dormitório dos
animais, outra aberta com luz solar e um tanque de areia que é higienizado
diariamente. Os animais são alimentados com ração seca e úmida e
esporadicamente com carne moída ou sardinhas cruas. Ao chegarem ao abrigo,
os gatos são vacinados, vermifugados e imediatamente colocados em contado
com os outros animais, sem que seja feito um período de quarentena.
O gatil Luarás, localizado no Jabaquara, São Paulo, cria gatos da raça maine
coon para venda. O gatil abriga aproximadamente 30 gatos que são
estritamente domiciliados, alimentados com ração seca, vacinados anualmente
e vermifugados semestralmente. Os animais ficam instalados em uma
residência junto à proprietária do gatil, possuem seus comedouros, bebedouros
e sanitários distribuídos pela residência. Estes sanitários são mantidos com
caixas plásticas e substrato comercial e higienizados imediatamente após o
uso.
144 animais entre cães e gatos de proprietários moradores do bairro de Cocaia
localizado em São Paulo participaram da campanha de castração realizada no
dia 27 de junho sob responsabilidade do Clube da Cidadania Vigilantes da Vida
e Centro de Planejamento de Natalidade Animal (CPNA), neste evento foram
selecionados 25 gatos de diferentes proprietários para coleta das amostras

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

359
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fecais para realização desta pesquisa.


Os animais foram cadastrados com formulário contendo informações acerca da
raça, idade, sexo, alimentação, vacinação e vermifugação, dados do
proprietário e tipo de manejo. Foram coletadas amostras de 80 animais no
período de junho, julho, agosto e setembro de 2009.
No abrigo Salas e no gatil Luarás as amostras de fezes foram recolhidas das
caixas de areia logo após a defecação, armazenadas em coletor universal limpo
e seco, mantidas sob refrigeração e processadas no máximo 2 dias após a
colheita, sendo realizada a leitura de uma lâmina por amostra em microscópio
óptico.
Já na campanha de castração, as fezes foram coletadas através de palpação
abdominal após os animais terem sido induzidos à anestesia geral. Os
procedimentos seguintes foram os mesmos utilizados nas outras coletas.
A técnica mais comumente utilizada na medicina veterinária para exame de
fezes é o teste de flutuação fecal, muitas substâncias diferentes podem ser
usadas para fazer soluções de flutuação, como cloreto de sódio saturado,
nitrato de sódio, sulfato de magnésio, sulfato de zinco a 33% e solução
concentrada de açúcar. (20)
Para esta pesquisa foram utilizados o cloreto de sódio saturado (método de
Willis) e a solução concentrada de açúcar (método de Sheather) para análise
coproparasitológica das 80 amostras colhidas. Foram consideradas positivas as
amostras que apresentaram no mínimo 1 oocisto por campo.

RESUMO:
Submetidas as amostras fecais dos 80 animais às técnicas
coproparasitológicas, obteve-se 11,25% de positivas para a presença de
oocistos de Cystoisospora sp. Este percentual é similar ao encontrado por
SERRA et al. (2003), que observou 12,3% de parasitismo por Cystoisospora sp.
em gatos de comportamento domiciliado e errante provenientes da região
metropolitana do Rio de Janeiro.
Obteve-se 20% de amostras positivas para Cystoisospora sp. dos gatos
domiciliados de particulares, valor este superior aos achados de diversos
autores que avaliaram o parasitismo por Cystoisospora sp. em diversas regiões
do Brasil. FUNADA et al. (2007) encontrou 8,3% de amostras positivas para
Cystoisospora sp., BRENER et al. (2005) detectou 7,5% de parasitismo pelo
mesmo protozoário. Já LIMA et al. (2006) obteve 8,23% das amostras
analisadas positivas para Cystoisospora sp. enquanto GENNARI et al. (1999)
encontrou 8,3%. Esta diferença nos resultados deve-se ao fato dos animais
participantes da pesquisa pertencerem à uma população carente, com acesso
restrito à informações sobre higiene, manejo e profilaxia e sem recursos para
encaminhar seus animais ao médico veterinário.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

360
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No abrigo SALAS obteve-se 12% de amostras positivas para Cystoisospora


sp., do total de 25 colhidas, em contrapartida no gatil Luarás 100% das
amostras foram negativas, destacando a importância dada ao manejo
diferenciado do gatil pela proprietária.
Não houve associação entre a presença de alterações na consistência das
fezes e a ocorrência de Cystoisospora sp., pois aproximadamente 50% das
amostras positivas apresentaram fezes firmes de coloração marrom, conclusão
esta que coincide com os achados de COELHO et al. (2009), que avaliou 51
fezes de felinos em Andradina – SP. Essa informação é de grande importância
para a rotina da clínica veterinária mostrando que o tratamento para
cistoisosporose em felinos não deve ser descartado pela simples ausência de
sintomas.

CONCLUSÃO:
Diante do percentual de amostras positivas obtidas nos três grupos
caracterizados pelas diferentes técnicas de manejo empregadas, pode-se
concluir que a alimentação, a quimioprofilaxia, isolamento e quarentena quando
necessário e sobretudo a higiene (limpeza e desinfecção) das instalações e
caixas de areia tornam-se o ponto crucial para a prevenção e controle da
cistoisosporose felina.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BRENER, B. et al. Frequência de enteroparasitas em amostras fecais de cães e
gatos dos municípios do Rio de Janeiro e Niterói. Revista Brasileira Científica
Veterinária, v. 12, n. 1/3, p. 102-105, jan./dez. 2005.

COELHO, W. M. D. et al. Ocorrência de parasitos gastrointestinais em amostras


fecais de felinos no município de Andradina, São Paulo. Revista Brasileira de
Parasitologia Veterinária, v. 18, n. 2, p. 46-49, abr./jun. 2009.

FUNADA, M. R. et al. Frequência de parasitos gastrointestinais em cães e gatos


atendidos em hospital-escola veterinário da cidade de São Paulo. Arquivos
Brasileiros de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 59, n. 5, p. 1338-1340, 2007.

________________________________________________________________
Nota 1. Cystoisospora sp. não é classificada como uma zoonose.
Nota 2. Cystoisospora sp. é uma doença infecciosa comum em diversas
espécies de felídeos brasileiros.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

361
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Prevalência de enteroparasitos e perfil hematológico de crianças


de baixa renda da zona sul de São Paulo-SP
MARCELO ANDREETTA CORRAL(1), IVAN HENRIQUE YOSHIDA(2)

CAROLINA GUILHERME P BEYRODT DE AMORIM(3),MARIA REGINA ANDRADE DE


AZEVEDO(4)(Orientadores)
Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
As infecções parasitárias são freqüentes no mundo, prevalecendo na África,
Ásia e América do Sul, embora pouco freqüentes nos países desenvolvidos.
Aproximadamente um terço da população das cidades dos países em
desenvolvimento vive em condições ambientais propícias à disseminação das
infecções parasitárias.
Como há repercussão econômica em virtude dos efeitos deletérios à saúde dos
indivíduos, respostas como programas educacionais e sociais são propostos
por todo o mundo, mas não efetivos em países de economias mais pobres. Nos
países subdesenvolvidos as parasitoses intestinais atingem índices de até 90%
de contaminação, o que também dificulta a atuação de uma medida corretiva.
No Brasil as parasitoses intestinais figuram entre os principais problemas de
saúde pública, encontrando-se bastante disseminadas e com alta prevalência,
podendo apresentar manifestações diversas: desde assintomática até diarréia,
perda proteica intestinal, desnutrição, anemia e dores abdominais. Devido à
baixa condição socioeconômica da população, ao grande aumento
populacional, às migrações internas, às deficiências de saneamento básico, à
falta de moradia, à promiscuidade, à má alimentação, o contingente de
brasileiros infectados não é pequeno.
A poluição fecal do solo pelos membros das famílias, em fundo de quintal, por
exemplo, chega a ser importante e se houver pessoas contaminadas com
parasitoses, grande quantidade de ovos pode ser acumulada. Há também a
utilização de fezes de animais como forma de adubo para hortaliças e irrigação
com água muitas vezes proveniente de rios ou córregos contaminados.
Muitos estudos sobre a prevalência de enteroparasitos foram feitos, um deles
foi realizado em 1994 com uma população favelizada de São Paulo, na qual
45,7% nas amostras fecais sendo que o Ascaris lumbricoides foi o de maior
prevalência. Outro estudo realizado em 2006 com escolares atingiu 31% de
positividade, sendo a Entamoeba histolytica o parasita de maior freqüência
(41,9%), já estudos atuais (2008) revelam 54,2% de parasitismo sendo a
Giardia lamblia o parasito de maior incidência (31,1%).
O grau de escolaridade também tem importância preponderante, pois o
conhecimento das medidas de prevenção das doenças são adquiridos com a
escolaridade e também, transmitidos dentro do ambiente familiar conforme a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

362
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educação dos pais e orientação.


Diversos trabalhos apontam para um maior índice de anemia em pessoas
portadoras de parasitose, onde anemia pode ser definida como a deficiência de
suprimento de oxigênio para os tecidos do organismo, seja pela diminuição dos
glóbulos vermelhos e/ou pela taxa de hemoglobina, podendo atingir
indiscriminadamente tanto o sexo masculino quanto o feminino.
A dosagem de hemoglobina constitui um método padrão para determinação de
uma anemia, porém os resultados obtidos devem ser interpretados com certa
cautela, pois os valores de referência podem variar conforme a idade, sexo e
estado nutricional. Estima-se que a anemia afete metade dos escolares e
adolescentes nos países em desenvolvimento e que suas principais causas
sejam o baixo consumo de ferro e infestações parasitárias.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2002) anemia se dá pela falta de
um ou mais nutrientes no organismo, encontra-se agravada em países em
desenvolvimento, pela alta incidência de infecções por helmintos.
A anemia pode prejudicar o crescimento, facilitar a instalação de processos
infecciosos, diminuir o rendimento do aprendizado ou reduzir a produtividade no
trabalho, contribuindo de maneira importante para a queda da capacidade geral
e do desempenho do indivíduo.
A deficiência de ferro é a deficiência nutricional mais freqüente no mundo,
produzindo anemia em homens, mulheres e crianças. Uma alimentação
inadequada, bem como as hemorragias, que provocam uma perda de ferro
levam a uma deficiência que se deve tratar com suplementos do mineral.
O estudo das enteroparasitoses e anemia em crianças de baixa renda
moradoras das grandes metrópoles, torna-se importante para que ações
preventivas sejam tomadas visando minimizar e monitorar essas doenças.

OBJETIVO:
Analisar numa população carente da Zona Sul de São Paulo a incidência de
enteroparasitos e avaliar as eventuais alterações hematológicas.

METODOLOGIA:
A) Casuística

A.1 População em estudo

As 68 crianças que participaram do estudo possuem faixa etária de 0 a 17 anos


e são freqüentadoras da Pastoral do Menor da Paróquia Nossa Senhora de
Lourdes, entidade que assiste crianças carentes, situada à Alameda dos
Piratinins, 679 - Planalto Paulista, Zona Sul de São Paulo.
Tais crianças tinham autorização prévia dos seus pais ou responsáveis, pois
estes assinaram um termo de consentimento. Os resultados com alterações

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

363
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foram entregues aos pais, para encaminhamento e atendimento médico.

A.2 Coleta e análise das amostras de fezes e sangue

Foram coletadas duas amostras de fezes de cada criança, e essas foram


devidamente processadas pelo método de Hoffman. Para isso, foi fornecido o
frasco coletor, sem ônus para o responsável, após orientação prévia sobre o
método da coleta e transporte. Os exames foram realizados no laboratório
Escola da Faculdade de Biomedicina (LABIFAR) da Universidade de Santo
Amaro.
A amostra de sangue foi coletada por um profissional qualificado (Biomédico)
num tubo com EDTA como anticoagulante, e a realização do hemograma foi
feita no Hospital Estadual do Grajaú, através do aparelho automatizado
“COULTER” modelo STKS.
Após a assinatura do termo de consentimento aplicou-se um questionário
abrangendo: idade, sexo, tipo de moradia, renda familiar, tipo de fossa e
esgoto, hábitos alimentares, freqüência de diarréia, uso de medicamentos,
origem da água e tratamento envolvido antes do consumo.

A.3 Método dos exames de fezes

Foi utilizado o método de Hoffman, principal técnica qualitativa para detecção


de parasitos.

A.3.1 Método de sedimentação espontânea de Hoffman

Aproximadamente 2 a 4 gramas de fezes, foram colocadas em frasco de Borrel


e desmanchadas em água com espátula de madeira, a emulsão foi coada em
gaze para dentro de um cálice cônico, e este teve o volume completado com
água até dois terços da capacidade total. O conteúdo foi misturado bem e
deixado para sedimentar por 24 horas.
Após o tempo necessário para sedimentação, com o auxílio de uma pipeta
Pasteur, foi pipetado uma pequena amostra de sedimento. Essa, foi transferida
para uma lâmina, que recebeu uma gota de lugol (melhor visualização) e uma
lamínula para recobrir. O conjunto foi visualizado em microscopia óptica ao
aumento de 40x.

A.4 Avaliação Hematológica

As amostras de sangue total foram analisadas no aparelho “COULTER STKS”


origem (COULTER, EUA) utilizando os seguintes parâmetros: glóbulos
vermelhos, hematócrito, dosagem de hemoglobina, volume corpuscular médio,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

364
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hemoglobina corpuscular média, concentração de hemoglobina corpuscular


média, RDW, contagem de plaquetas, glóbulos brancos e contagem diferencial
de leucócitos.
As lâminas de esfregaços sanguíneos foram confeccionadas para confirmação
dos resultados provenientes da automação.

B. Análise dos resultados

As lâminas resultantes de cada uma das amostras fecais foram analisadas ao


microscópio óptico com leitura em aumentos de 100x e 400x, a fim de permitir a
observação de cistos de protozoário e ovos e larvas de helmintos. Os dados
obtidos foram tabulados para a posterior análise.
As amostras de sangue foram submetidas à leitura em aparelho de automação
para avaliação dos parâmetros citados no item A.4.. Para confirmação dos
resultados, foram confeccionados esfregaços sanguíneos corados com
Panótico e analisados ao microscópio em aumento de 1000x com objetiva de
imersão.
Os questionários respondidos pelos pais ou responsáveis foram avaliados e as
informações foram relacionadas aos resultados obtidos nos exames de fezes e
de sangue.

RESUMO:
A primeira coleta foi realizada no dia 5 de Setembro de 2008 e a segunda no
dia 21 de Março de 2009 na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Os
resultados estão contidos em tabelas com temas relacionados. As crianças
foram identificadas previamente com um número de atendimento para facilitar a
realização dos exames. No primeiro dia de coleta foram entrevistadas 42
crianças, das quais foram obtidas 35 amostras de fezes e 38 amostras de
sangue. Já no segundo dia, foram entrevistadas 26 crianças e coletadas 15
amostras de fezes e 26 amostras de sangue.
Todas as crianças responderam o questionário e receberam um número de
atendimento. Devido a isto, há crianças identificadas, no entanto sem a
respectiva amostra, justificando assim a ausência de alguns números de
identificação nos resultados. A seqüência numérica continuou de uma coleta
para outra.

A. Características da população em estudo

Das 68 crianças entrevistadas, 44,3% são do sexo masculino e 55,7% são do


sexo feminino. Quanto a faixa etária, 15 crianças possuem entre 1 a 5 anos, 38

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

365
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crianças possuem entre 6 a 10 anos e 15 crianças possuem entre 11 a 17 anos.

B. Resultado dos exames coproparasitológicos

Pelo método de Hoffman, 42% das amostras encontraram-se positivas. Os


protozoários não patogênicos Endolimax nana e Entamoeba coli foram os mais
numerosos com frequência de 60,9% e 43,5% respectivamente. A Giardia
lamblia, principal protozoário esteve presente em 30,4% das amostras e o
helminto Ascaris lumbricoides em 17,4%. Notou-se também poliparasitismo em
52,4% das crianças.

C. Perfil hematológico

Para a análise hematológica, foi realizado hemograma completo. Foram


analisados os parâmetros da série vermelha, série branca e plaquetária.

C.1 Série Vermelha

A contagem geral de hemácias, a quantificação de hemoglobina, a


determinação do hematócrito e a avaliação dos índices hematimétricos foram
analisados nesse grupo.
A população em estudo apresenta alterações significativas no perfil
hematológico. Pode-se subdividir em dois grupos: as crianças laboratorialmente
sadias, com índices de hemoglobina superiores a 11,5 g/dl (75%) e aquelas que
apresentaram alguma alteração, sendo essa principalmente nos baixos índices
de hemoglobina, totalizando 25% das crianças. Os índices VCM e HCM
também se encontram alterados em alguns casos, indicando uma alteração no
tamanho e na cor das hemácias respectivamente.

C.2 Série Branca

Foram feitos a contagem total e diferencial dos leucócitos por automação no


aparelho COULTER STKS. Lâminas foram confeccionadas para a confirmação
dos resultados obtidos.
Alterações nos leucócitos totais e diferenciados, no geral, totalizaram 31% das
amostras, sendo que em 69% dos casos os resultados estavam dentro dos
valores de referência.

C.3 Série Plaquetária

Em todas as amostras analisadas as plaquetas se apresentaram número e


morfologia normais.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

366
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D. Análise do questionário

O questionário revelou que a maioria dos pais das crianças apresentam


primeiro grau incompleto (62%) e que a maior parte das crianças moram
somente com as mães. Residem em sua maioria em domicílios com mais de 5
pessoas, sendo que de 1 a 2 pessoas contribuem com a renda familiar total.
As casas possuem no máximo 3 cômodos, sendo que na maioria das vezes o
sanitário se encontra do lado externo. O destino dos dejetos varia, porém 52%
das famílias destinam à fossa negra e 42% à rede de esgoto. O lixo geralmente
fica armazenado próximo às residências, nas quais uma vez por semana há a
coleta do mesmo pelo sistema público.
A água consumida pelas famílias é encanada em 43% dos casos e o filtro
estava presente em 15% das residências. Nenhuma família faz uso de água
oriunda de poço.
As crianças realizam até duas refeições completas por dia, sendo que estas são
pobres em carnes e frutas, e os hábitos higiênicos normalmente são precários.

E. Discussão

As parasitoses intestinais constituem-se em um grande problema de saúde


pública, sobretudo nos países de Terceiro Mundo, sendo um dos principais
fatores debilitantes da população. A ausência ou insuficiência de condições
mínimas de saneamento básico e inadequadas práticas de higiene pessoal e
doméstica, são em grande parte, responsáveis pela transmissão dos parasitos
intestinais. As enteroparasitoses são mais comuns em crianças e são
adquiridas muitas vezes pela via oral-fecal, sendo águas e alimentos
contaminados os principais veículos de transmissão.
Neste estudo foram encontrados 42% de amostras coproparasitológicas
positivas, semelhantes aos da literatura, Pedrazzani et al. (1988) realizaram um
estudo epidemiológico de parasitoses intestinais em escolas de São Carlos, SP,
na qual foram analisadas 254 crianças e constataram 37,8% de parasitismo.
Entretanto, há trabalhos que apontam menor incidência de parasitos como o de
Zochio et al. (2006) na qual analisou 76 amostras fecais e encontrou 19,7% de
parasitismo.
Com relação aos parasitas intestinais mais prevalentes, os diversos estudos
pesquisados não corroboram com os dados encontrados. Os parasitas Ascaris
lumbricoides, Trichuris trichiura e a Giardia lamblia são de fato encontradas com
maior freqüência no exame coproparasitológico de estudos epidemiológicos,
diferente deste trabalho, onde os parasitas mais freqüentes foram a Endolimax
nana e a Entamoeba coli, que não são considerados patogênicos. Zochio et al.
(2006) também encontrou em sua maioria, os mesmos parasitos do presente
trabalho.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

367
UNISA - Universidade de Santo Amaro

A distribuição de anti-helmínticos de amplo espectro pelos postos de saúde, faz


com que diminua a freqüência de helmintíase nas crianças, como relatado pelos
pais no preenchimento do questionário epidemiológico. Os pais também
revelaram que as crianças andam calçadas para brincar, o que justifica a
ausência de ancilostomídios e estrongilídios.
Muitos estudos abrangem as questões parasitárias relacionando-as com o perfil
hematológico ou em paralelo com o mesmo, na qual o principal achado é a
diminuição de hemoglobina, caracterizando assim a anemia. A Organização
Mundial de Saúde define anemia nutricional como a condição na qual o
conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo dos valores considerados
normais para a idade, o sexo, o estado fisiológico, sem consideram a causa da
deficiência.
Neste estudo, foi encontrado 25% de crianças com anemia (Hemoglobina
menor que 11,5 g/dl), diferentemente de Pedrazzani et al. (1988) que encontrou
9,3% numa população de 172 crianças analisadas, porém Lessa, Devincenzi e
Sigulem (2003) encontraram 69,5% de crianças anêmicas numa população de
118.
O tipo de anemia em questão não foi confirmada, pois não foram executadas as
determinações de ferro e ferritina séricas. As lâminas e os cálculos dos índices
hematimétricos revelaram anemias microcíticas e hipocrômicas.
As alterações nos leucócitos foram encontradas em 31% das crianças, sendo
que a eosinofilia estava presente nos casos de parasitemia causada por
helmintos. As alterações nas séries linfocítica e neutrofílica não podem ser
diretamente relacionadas com a presença de enteroparasitos mais estão de
acordo com algumas informações obtidas dos questionários, pois as crianças
que apresentaram essa condição relataram estar com gripe ou resfriadas no
momento da coleta.
A análise do questionário sócio econômico indica uma população carente com
escassos hábitos de higiene, famílias numerosas dividindo poucos cômodos e
se alimentando de forma insatisfatória para o desenvolvimento das crianças em
questão. Notou-se que 62% dos pais dessas crianças apresentam baixa
escolaridade com 1° grau incompleto, o que poderia dificultar o acesso a
medidas profiláticas para doenças enteroparasitárias.

CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos através dos exames coproparasitológicos, hemograma e
do questionário convergem às situações preocupantes, pois os parasitos
intestinais ainda se fazem presentes, revelando condições precárias de
saneamento básico e higiene; a condição de anemia revela carência na
suplementação alimentar.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

368
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Acredita-se que para solucionar os casos descritos durante a realização deste


trabalho, são necessárias medidas de saneamento básico e programas
contínuos. Tais medidas visam a educação sanitária, que devem ser direito de
todo cidadão, assim como assistência médico-laboratorial para fins de controle
e eficácia de tratamentos, tanto para as questões parasitológicas quanto para
as hematológicas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
LESSA AC, DEVINCENZI UM, SIGULEM DM. Comparação da citação
nutricional de crianças de baixa renda, no segundo ano de vida, antes e após a
implantação de programa de atenção primária à saúde. Caderno Saúde Pública.
Vol.19 n° 2. Rio de Janeiro, 2003.
PEDRAZZANI ES, et al. Helmintoses intestinais: prevalência e correlação com
renda, tamanho das famílias, anemia e estado nutricional. Rev. Saúde Pública
vol.22, n° 5, 1988.
ZOCHIO LB, CHAVES PC, MONTEIRO CP, FONTOLAN OL, DALPINO D.
Prevalência de parasitas intestinais em crianças do centro de convivência
infantil e da EMEI Venâncio Ramalho Guedes de Azevedo do Instituto “Lauro de
Souza Lima” (ILSL) Bauru/ SP. Rev. News Lab, ed 79, 2006.

________________________________________________________________
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Programa de Coleta Seletiva Domiciliar no Condominio


Residencial Eco Vitta Sabará
DAYANE CRISTINA RIBEIRO(1)

MARIA DO SOCORRO S PEREIRA LIPPI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
O lixo gerado nas cidades é, sem dúvida, um dos grandes problemas em quase
todos os municípios brasileiros. O lixo, na realidade, é matéria prima
proveniente principalmente de recursos não renováveis, cuja produção provoca
custos financeiros e energéticos, e pode causar impactos negativos ao
ambiente. O ser humano se livra do lixo, jogando-o fora de seu alcance, mas
não do ambiente em que vive.
A quantidade de lixo gerado em todo o mundo tem aumentado
substancialmente ano a ano. No Brasil, 260.000 toneladas de lixo são gerados
por dia. Setenta e seis por cento (76%) são depositados a céu aberto em lixões,
13% depositados em aterros controlados, 10% depositados em aterros
sanitários, 0,9% compostados em usinas e 0,1% são incinerados. Deste total,
cerca de 125.000 toneladas são oriundas das residências.
O acúmulo de lixo é um fenômeno exclusivo das sociedades humanas. Em um
sistema natural não há lixo: o que não serve mais para um ser vivo é absorvido
por outros, de maneira contínua. O lixo domiciliar é basicamente formado por
resíduos como o papel, o metal, o vidro, o plástico e a maior parte dele são
compostos por lixo orgânico, isto é, restos de alimentos muitas vezes
desperdiçados antes mesmo de serem consumidos.
Resíduos Sólidos
Os resíduos podem ser classificados pela sua natureza física, pela sua
composição química, pelas suas características biológicas, pelos riscos
potenciais ao meio ambiente.
Ainda segundo os autores, os resíduos sólidos podem ser classificados em
inertes que é a classe III não se solubilizam em concentração superior de
potabilidade, em não inertes que é a classe II sendo combustibilidade,
biodegradabilidade e solubilidade em água. E os perigosos que é a classe I
onde apresentam índices de periculosidade, que pode apresentar riscos à
saúde pública (aumento da mortalidade ou incidências de doenças) e riscos ao
meio ambiente (os resíduos ou substâncias são manuseados ou destinados de
forma inadequada).
A origem do lixo é o principal elemento para a caracterização dos resíduos
sólidos. Quanto a isso, existem cinco classes: I) Lixo doméstico ou residencial:
resíduos gerados nas atividades diárias em casas, apartamentos, condomínios
e demais edificações residenciais; II) Lixo comercial: resíduos gerados em

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

370
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estabelecimentos comerciais, cujas características dependem da atividade ali


desenvolvida; III) Lixo público: resíduos presentes nos logradouros públicos, em
geral resultantes do ambiente tais como folhas, galhadas e poeira, além de
entulhos descartados irregularmente pela população e restos de embalagens;
IV) Lixo domiciliar especial: compreende os entulhos de obras de construção
civil, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus; V) Lixo de fontes
especiais: lixo industrial, lixo radioativo, lixo de portos aeroportos e terminais
rodo ferroviários e lixo agrícola. As características dessa última classe merecem
cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, estocagem,
transporte e disposição final.
Gerenciamento de resíduos sólidos
O gerenciamento de resíduos sólidos deve ser integrado, englobando etapas
articuladas entre si, desde ações visando a não geração de resíduos até a
disposição final, compatíveis com os demais sistemas do saneamento
ambiental, sendo essencial a participação do governo, iniciativa privada e
sociedade civil organizada.
Com o considerável aumento da consciência ecológica das populações
urbanas, surgiram diversas alternativas para se aproveitar os produtos contidos
no lixo urbano. No caso dos resíduos sólidos domésticos ou urbanos as
principais alternativas restringem-se a implementação de programas de coleta
seletiva em áreas ou bairros selecionados das cidades, nos quais podem ser
aproveitados vidros, plásticos, metais e papéis.
O adequado gerenciamento dos resíduos constitui uma alternativa que contribui
para alcançar o desenvolvimento sustentável, uma vez que permite economizar
recursos naturais (matéria-prima, energia, água) e saneamento ambiental
(reduz poluição do ar, água, solo e subsolo).
Os aterros sanitários permitem o confinamento seguro dos resíduos em termos
de contaminação ambiental e saúde pública. Descreve ainda que os resíduos
são dispostos em camadas, compactados por tratores e cobertos com uma
camada de terra, que será a base para uma nova camada de resíduos. Este
mesmo autor acrescenta que a instalação dos aterros deve ser feita em área
adequadamente escolhida, afastada de corpos d’água e a base dos mesmos
devem conter camada impermeabilizada e dreno, permitindo o controle e o
tratamento do chorume.
O lixão é uma forma inadequada de se dispor os resíduos sólidos urbanos
porque provoca uma série de impactos ambientais negativos.
A reciclagem é definida como o processo de reaproveitamento dos resíduos
sólidos, em que os seus componentes são separados, transformados e
recuperados, envolvendo economia de matérias-primas e energia, combate ao
desperdício, redução da poluição ambiental e valorização dos resíduos, com
mudança de concepção em relação aos mesmos.
Cabe ao consumidor praticar o consumo responsável, utilizando critérios sócio-

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ambientais para a escolha de produtos; separar os resíduos recicláveis na fonte


(em casa), destinando-os para a reciclagem e procurar melhorar seus
conhecimentos sobre o assunto. Cabe ao catador a auto-organização em
cooperativas ou associações, rompendo o ciclo de exploração do seu trabalho
pelos atravessadores; proceder à coleta de forma organizada, como, por
exemplo, não catando no lixão, nem rasgando sacos nas ruas; desenvolver sua
ética ambiental e seu empreendedorismo, saindo da marginalidade. Ao
intermediário cabe o respeito e apoio aos catadores, pagando-lhes um preço
justo e reconhecendo a importância dos mesmos para que seu
empreendimento prospere.
Coleta seletiva
A coleta seletiva, além de contribuir significativamente para a sustentabilidade
urbana, vem incorporando gradativamente um perfil de inclusão social e
geração de renda para os setores mais carentes e excluídos do acesso aos
mercados formais de trabalho .
A mobilização da sociedade para a separação dos materiais recicláveis na fonte
geradora é realizada através de campanhas de sensibilização promovidas junto
aos bairros, condomínios, escolas, comércio e indústrias.
Entre as vantagens ambientais da coleta seletiva, destacam-se a redução do
uso de matéria prima virgem e a economia dos recursos naturais renováveis e
não renováveis, além da redução da disposição de lixo nos aterros sanitários e
dos impactos ambientais decorrentes.
Através da coleta seletiva, o lixo gerado pelo consumo de produtos da
população é coletado e separado. A coleta seletiva pode ser domiciliar, com os
recicláveis separados previamente na residência do gerador do resíduo ou por
entrega voluntária, na qual conjuntos de containers (postos de entrega
voluntária ou local de entrega voluntária) são instalados em locais estratégicos
para depósito dos materiais recicláveis pela população.
Os resíduos domésticos possuem um potencial muito grande para a reciclagem,
pois contém em sua composição muita matéria orgânica (compostagem), além
de substâncias que possuem mercado comprador, tais como papel e papelão,
metais ferrosos e não ferrosos, plásticos e vidros.

OBJETIVO:
Avaliar o entendimento dos moradores do condomínio residencial Eco Vitta
Sabará, sobre Coleta Seletiva;
Implementar um programa de Coleta Seletiva.

METODOLOGIA:
Público alvo

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O público alvo do trabalho foram moradores adultos do condomínio residencial


Eco Vitta Sabará.
Local
O condomínio Eco Vitta Sabará está localizado na região sul da cidade de São
Paulo, no bairro Jd. Ubirajara, na rua Zike Tuma, 100. O condomínio possui dois
prédios com quinze andares cada um, em cada andar possui seis
apartamentos.
Diagnóstico prévio
O diagnóstico prévio foi realizado por meio de questionário, com moradores do
condomínio, através de questões abertas. Para esta metodologia de coleta de
dados foi utilizado Gil (1999) onde questionário é uma técnica de investigação
composta por um número mais ou menos elevado de questão apresentada por
escrito às pessoas, com o objetivo de coletar conhecimento de opiniões,
crença, sentimentos, interesses, expectativas e situações vivenciadas. O
questionário apresenta uma série de vantagens, em que garante o anonimato
das respostas, não expõe os pesquisados a influência das opiniões e do
aspecto pessoal do entrevistado e algumas limitações que não oferece a
garantia de que a maioria das pessoas devolva-no devidamente preeenchido, o
que pode implicar a significativa diminuição da representatividade da amostra e
proporciona resultados bastantes críticos em relação à objetividade, pois os
itens podem ter significado diferente para cada sujeito pesquisado.
O questionário foi apresentado em forma de perguntas, deixando-se um
espaço em branco para que as pessoas escrevessem suas respostas sem
qualquer restrição. A principal vantagem é de não forçar o respondente a
enquadrar sua percepção em alternativas preestabelecidas.
O conteúdo das questões pode se referir ao que as pessoas sabem (fato), ao
que pensam, esperam, sentem ou preferem e ao que fazem (comportamentos).
As perguntas se referem genericamente aos padrões éticos relativos ao que
deve ser feito, mas pode envolver considerações práticas a respeito das ações
que são praticadas. O interesse destas perguntas está em que podem oferecer
um reflexo do clima predominante de opinião, bem como do comportamneto
provável em situações específicas.
Análise dos questionários
Para a análise dos questionários foram estabelecidas categorias. Para esta
metodologia, de categorias, foi utilizado Gil (1999) uma vez que as respostas
fornecidas pelos pesquisados tendem a ser as mais variadas. Para que essas
respostas possam ser adequadamente analisadas, torna-se necessário
organizá-las, o que é feito através do agrupamento em certo número de
categorias. Foi utilizado a forma de tabulação, um processo de agrupar e contar
os casos que estão nas várias categorias de análise.
Palestra
Após a análise dos questionários foi realizado uma palestra com os moradores,

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objetivando as características dos resíduos sólidos, os problemas enfrentado


pelo meio ambiente, a importância da coleta seletiva e o projeto de implementar
o programa de coleta seletiva no condomínio EcoVitta Sabará.

RESUMO:
Os resultados foram obtidos após análise de dados dos questionários que
foram aplicados em uma única etapa, com finalidade de identificar o
conhecimento dos moradores sobre questões abordadas.
Caracterização da população alvo
A população alvo são os moradores que apresentaram idade entre 25 a 45
anos. Foram aplicados 15 questionários para cada condômino de um andar, de
um único prédio. Os moradores que participaram do questionário são pessoas
que já tem formação acadêmica, alguns concluindo pós- graduação e
especialização na área de atuação.
Análise da percepção dos condôminos sobre coleta seletiva
A análise foi realizada como forma de perceber o interesse no programa de
implementação da coleta seletiva.
Análise dos questionários
Foi realizada a análise de dados dos questionários de forma quantitativa e
qualitativa, separados em categorias.
Ao perguntar para os moradores sobre a relação homem x meio ambiente, o
resultado perceptivo de sobrevivência prevaleceu. Salienta que o homem e o
meio ambiente são concebidos como parte de um mesmo processo de
constituição e de diferenças com influência ambiental.
A maioria dos moradores respondeu que o lixo não é reaproveitável. O lixo é
tudo aquilo que do ponto de vista, perdeu a utilidade, o valor, ou o que não
queremos mais usar e nem guardar. Sendo um elemento inerente à
humanidade, buscando materiais em diversos pontos e concentrando-os nas
cidades para atender às necessidades. Percebemos que há um real
necessidade de esclarecimento sobre o que é lixo.
Os resultados sobre qual seria o destino do seu lixo apresentou-se satisfatório,
sendo para o aterro sanitário. O aterro sanitário é que reúne as maiores
vantagens, reduzindo os impactos ocasionados pelo descarte dos resíduos
sólidos. O lixão consiste em uma forma Inadequada para o descarte final dos
resíduos sólidos.
Quanto à importância da coleta seletiva, a maioria dos moradores respondeu
perceptivo na diminuição de resíduos sólidos; destaca-se também a
“reciclagem”, que aponta para um entendimento da importância a Coleta
Seletiva. Para aproveitar da melhor forma possível o lixo e transformá-lo de algo

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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indesejável para algo reaproveitável é necessário reconhecer os diferentes tipos


de lixo para saber separá-los e organizá-los de forma adequada.
Para os moradores, as pessoas não têm consciência da utilização da coleta
seletiva, onde perceberam que falta incentivo da população em executá-la. Mas
já um morador, foi convicto em sua resposta dizendo que um terço da
população têm consciência da utilização da coleta seletiva. O lixo cresceu em
quantidade e diversidade, a ponto de exibir uma tomada de consciência urgente
por parte da população, no sentido de reduzi-lo, modificá-lo e tratá-lo.
Ao analisar os resultados percebe-se que os moradores têm consciência
demonstrando nas respostas: “reaproveitamento de materiais”, porém não há
consciência sobre a importância na geração de empregos. A reciclagem é um
processo onde os materiais que se tornariam lixo são desviados e utilizados
como matéria-prima na manufatura de bens, preservando os recursos naturais,
reduzindo a poluição de ar e águas e diminuindo a quantidade de resíduos a
serem aterrados.
Com a coleta seletiva no condomínio, os moradores acreditam que ajudará na
preservação do meio ambiente, pois diminuirá a quantidade de lixo misturado
que havia no condomínio, facilitando a separação do lixo para a destinação
adequada. Assim, a maioria dos moradores está se empenhando para uma
melhoria no meio ambiente. A disposição inadequada do lixo causa a poluição
do ar, da água e do solo, além de impactos sociais e de saúde na população.
Com a implementação da coleta seletiva, os moradores estão dispostos a
preservar o meio ambiente, pois têm consciência que ocorrerá o aproveitamento
de materiais para a geração de lucro no condomínio. Um morador fez referência
que haverá a separação do lixo; outro respondeu que com isso estará
ocorrendo a preservação dos recursos naturais. Alguns moradores acreditam
que haverá uma educação para o futuro, com a iniciativa ocorrendo de imediato,
assim a população aprenderá a preservar melhor o meio ambiente. Os
programas de coleta seletiva levam a uma melhoria na limpeza urbana,
diminuição do acúmulo de resíduos sólidos a serem despejados nos aterros
sanitários e uma maior geração de materiais recicláveis. A pesquisa nos aponta
para uma situação favorável à implementação de um projeto de coleta seletiva
no condomínio.
Ao perguntar aos moradores sobre sua responsabilidade em participar de um
programa de coleta seletiva, relacionadas a responsabilidade de cada um pelo
seu próprio lixo; e somadas em relação a preservação do meio ambiente e
contribuição ao meio ambiente. Neste sentido, salientam que a coleta seletiva
requer uma busca de mudanças de comportamento da população,
principalmente à respeito do desperdício relacionados à sociedade de consumo.
Para os moradores o futuro do condomínio com a implementação da coleta
seletiva implica na “geração de lucro”, na “consciência” de um “futuro melhor” e
finalmente um dos moradores diz que é necessário ter “união” dos moradores

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para que tenha bons resultados. O resultado desta pesquisa diz que o sucesso
de um programa de coleta seletiva, visando à reciclagem, depende do
envolvimento da população, através de um bom programa de comunicação e
educação ambiental; uma boa logística de coleta; e um bom sistema de
escoamento dos materiais. Comparando-se com os resultados, no início da
pesquisa, quando foi questionado sobre a importância da coleta seletiva,
apenas uma pessoa apontou que pode haver a “geração de emprego”, houve
uma mudança nas respostas, pois neste momento houveram referências sobre
“geração de lucro”, quando perguntado sobre o “futuro do condomínio”.
Desta forma entendemos que e necessário que os programas de coleta seletiva
sejam sempre pautados na sustentabilidade ambiental, social e econômico.
Implementação da coleta seletiva
A implementação da coleta seletiva no condomínio Eco Vitta Sabará, aconteceu
com a conscientização da parte do sindico. Em seguida foi realizada uma
palestra com os moradores para o conhecimento do projeto e entendimento de
coleta seletiva.
Após a realização da palestra, estudamos um lugar adequado para a colocação
dos coletores. Com o local determinado foi providenciado a aquisição do
material e colocado no local determinado.
Percebemos que houve sucesso na colocação dos coletores, através da
colaboração dos moradores em separar corretamente os resíduos sólidos,
resultado atribuído à palestra e orientação. Outro resultado da implementação
da coleta seletiva é a geração de receita, que já está ocorrendo.
Salientamos que há este sucesso “logístico” e a diminuição de resíduos sólidos
na natureza, porque é sabido que grande parte do lixo gerado na cidade de São
Paulo o destino são os lixões, no registro pela prefeitura.
Podendo comparar a implementação deste projeto com o “Condomínio
Residencial Alpino” que já teve coletores para o mesmo fim, mas o resultado
não foi satisfatório por não ter colaboração dos moradores na separação dos
resíduos sólidos, isso nos mostra a importância do envolvimento da população
nos projetos dessa natureza.

CONCLUSÃO:
Diante dos resultados obtidos consideramos que a etapa de diagnóstico se
mostrou bastante importante para o programa de implementação da coleta
seletiva de resíduos sólidos no condomínio Eco Vitta Sabará.
A implantação da coleta seletiva no condomínio evidência uma importante
tomada de decisão por parte dos moradores e mostra que existem pessoas
preocupadas em contribuir com a questão ambiental.
A coleta seletiva é considerada uma forma de alternativa para o ambiente, uma

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vez que possibilita o destino adequado para os resíduos sólidos, aumentando o


tempo útil dos aterros sanitários.
Alem disso, há uma melhoria na qualidade do ambiente, no que se refere à
contaminação causada pelo destino incorreto dos resíduos; outro ponto
importante é a diminuição da retirada de matéria-prima dos recursos naturais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Gil, A. C. 1999. Métodos e Técnicas de Pesuisa Social. Editora Atlas. São
Paulo. 206 p.
JACOBI, P. 2002. Meio ambiente urbano e sustentabilidade: alguns elementos
para a reflexão. 4º edição. Editora Cortez. São Paulo.
OLIVEIRA, J. F. 2003. Guia Pedagógica do lixo. 4º edição. Editora SMA. São
Paulo. 100 p.

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Unisa

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Programa de Enriquecimento Ambiental com lontra, Lontra


longicaudis (OLFERS, 1818), no Parque Zoológico Municipal de
Guarulhos.
ROSANE FERNANDA FARAH(1)

LUCIANA REZE BERNARDI(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
A Lontra longicaudis (OLFERS, 1818), é um mamífero carnívoro de hábito semi-
aquático, pertencente à Família Mustelidae, podendo ser encontrado em rios,
lagos, assim como também em manguezais e enseadas marinhas. Sua dieta
alimentar é constituída por peixes, crustáceos, anfíbios, moluscos e também
são oportunistas, se alimentando de pequenos mamíferos, aves, répteis e
insetos. Em cativeiro, estes animais podem apresentar comportamentos
anormais, pelo fato de serem mantidos em um ambiente artificial e limitado.
Esses comportamentos estereotipados podem ser indicadores de falta de bem-
estar da vida cativa.

Comportamento é tudo aquilo que o animal é capaz de fazer no ambiente em


que habita (DEL-CLARO, 2004). Em conseqüência, os animais na natureza
evoluíram para viver num ambiente de grande complexidade física e temporal.
Estas complexidades físicas incluem no ambiente espacial, tais como solo,
rocha e água. Variações temporais ocorrem em fatores tais como luz,
temperatura, umidade, disponibilidade de alimento e mudanças sazonais na
vegetação (U.F.A.W.- UNIVERSITIES FEDERATION FOR ANIMAL WELFARE,
2002). Em conseqüência, os animais desenvolvem comportamentos
específicos, que os permite a interação em seu ambiente.

Quando um animal é submetido a viver em condições ambientais diferentes do


seu habitat, há o risco de que ele não consiga exibir parte de seus
comportamentos naturais. (COSTA & PINTO, 2003). Estes animais, sem
estímulos adequados, podem apresentar comportamentos anormais ao longo
do tempo.

Segundo SHEPHERDSON et al. (1998), o Enriquecimento Ambiental é um


princípio de manejo animal, que tem como prioridade, buscar a qualidade de
vida dos animais mantidos em cativeiro, pela identificação e pelo uso de
estímulos ambientais necessários ao bem-estar psicológico e fisiológico destes
animais.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Na prática, abrange uma variedade de técnicas criativas, originais e


engenhosas, que ajudam a manter os animais cativos ocupados, através do
aumento da quantidade e diversidade de oportunidades comportamentais e do
oferecimento de ambientes mais estimulantes para a vida em cativeiro,
sobretudo, mantendo sempre a segurança do animal (SHEPHERDSON et al.,
1998). BLOOSMSMITH et al. (1991), identificou cinco grandes grupos de
técnicas de enriquecimento ambiental, sendo eles Físicos, Sensoriais,
Cognitivos, Social e Alimentar.

Os Físicos estão relacionados às estruturas físicas do recinto, ao ambiente


onde os animais estão inseridos, com a introdução de aparatos que deixem os
recintos semelhantes ao habitat natural. O Sensorial consiste na estimulação
dos cinco sentidos dos animais: visual, auditivo, olfativo, tátil e gustativo,
usando sons com vocalizações, ervas aromáticas, urina e fezes de outros
animais, entres outros.

O Cognitivo é quando os animais são estimulados nas suas capacidades


intelectuais. O Social consiste na interação intra-específica ou interespecífica
que pode ser criada dentro de um recinto, da convivência entre indivíduos
diferentes ou da mesma espécie. E por fim o Alimentar, onde de acordo com o
hábito de cada espécie, ocorrem esporadicamente alimentos que não constam
em sua dieta em cativeiro, havendo assim uma variação em sua alimentação.

OBJETIVO:
Observar uma lontra em cativeiro, Lontra longicaudis, a fim de considerar
possíveis alterações comportamentais, Antes (A.E.), Durante (D.E.) e Após
(P.E.) as aplicações dos itens de Enriquecimento Ambiental, promovendo assim
bem- estar animal, no período de Junho à Setembro de 2009, em horários
padronizados.

METODOLOGIA:
Neste trabalho, foi estudado um indivíduo macho, da espécie Lontra longicaudis
(OLFERS, 1818), exposto no Parque Zoológico Municipal de Guarulhos.

Inicialmente, foram feitas observações através do método Ad libtum (ALTMANN,


1974), em períodos integrais, totalizando 3 horas diárias de observação, a fim
de montar um etograma, para identificação dos principais padrões dos
comportamentos do animal como um controle de suas atividades diárias. Após

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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a realização do etograma (Tabela 1), foi elaborada uma ficha de campo para o
indivíduo (Anexo 1), com os eventos e fatos que compõem cada um dos
padrões comportamentais já estabelecidos.

O desenvolvimento deste estudo ocorreu em três etapas:


a) Antes do Enriquecimento (A.E.), com coleta de dados etológicos sem a
presença de enriquecimento ambiental no recinto, podendo servir assim com
controle;
b) Durante o Enriquecimento (D.E.), onde serão implantados os itens de
Enriquecimento Ambiental (Tabela 2);
c) Pós o Enriquecimento (P.E.), na ausência total de enriquecimentos para
identificar possíveis alterações dos comportamentos estereotipados e qualidade
ambiental ao animal.

O método de observação foi o animal focal (ALTMANN, 1974), onde as


atividades de observação foram padronizadas e ocorreram no período da tarde,
de Junho a Setembro, em horários pré-determinados (de acordo com a
atividade da espécie). As sessões de observação ocorreram em períodos de 3
horas diárias, com registros instantâneos de 3 minutos e intervalos de 5 minutos
para cada registro. Para essas observações, foi utilizado um cronômetro, uma
prancheta, uma ficha de campo e uma caneta.

Cada etapa (A.E., D.E. e P.E.) foi estudada em um período 20 dias, totalizando
então 60 horas para cada etapa, sendo, portanto 180 horas de observação final
no estudo. Os itens de enriquecimento tiveram permanência de no máximo um
dia no recinto, uma vez que os itens, após período limitado, não se demonstram
mais atraentes para o animal (YOUNG, 2003).

RESUMO:
Foram analisados cinco padrões comportamentais: Deslocamento, Descanso,
Interação, Alimentação e Manutenção.

Segundo as análises de dados, podemos evidenciar na etapa A.E. que o padrão


comportamental que o animal mais desempenha ao longo do dia é o
deslocamento com 39%. Na natureza, em campo, foi verificado que esta
espécie gasta a maior parte do tempo realizando comportamentos do padrão
descanso, por possuir hábitos noturnos, tendo seus picos de atividade no início
e no final do dia (crepuscular) conforme descreve CARVALHO (2007).

Nos resultados encontrados neste estudo com a lontra em cativeiro fica

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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evidente uma alteração em seus comportamentos e hábitos, pois um ambiente


cativo e limitado é capaz de gerar comportamentos estereotipados (alterações
dos padrões normais) (YOUNG, 2003).

Comparado à natureza, o valor do padrão interação nesta etapa foi considerado


elevado pelo grande número de vezes que o animal realizava o comportamento
cambalhota (CB). Este comportamento foi considerado estereotipado, repetitivo
e sem função aparente (DANTZER & MORMED, 1983), uma vez que o animal
não realiza este comportamento na natureza, segundo as pesquisas
bibliográficas realizadas por este estudo.

Durante a etapa D.E., o padrão comportamental deslocamento diminuiu para


32%, e o padrão descanso aumentou para 29%, sendo um resultado desejado,
onde pode ser observada uma influência do Enriquecimento implantado durante
os 20 dias, mesmo que o padrão deslocamento fosse ainda o maior registrado.

Durante o período do presente estudo, o animal deveria ter apresentado maior


incidência no padrão descanso, e não de deslocamento, assim como
CARVALHO (2007) diz, a Lontra longicaudis apresenta hábitos noturnos e
crepusculares. Este objetivo foi alcançado na etapa P.E., onde o deslocamento
reduziu para 28%, e o padrão descanso aumentou para 46%.

O padrão interação também obteve resultados significativos para o estudo nesta


etapa (P.E.), uma vez que este reduziu para 10%, diminuindo apenas o
comportamento desejado, CB.

Os padrões alimentação e manutenção mantiveram equilibrados durante as três


etapas, obtendo os resultados, respectivamente de 9%, 11%, 8% e 6%, 7%,
8%.

Os comportamentos estereotipados, realizados nas três etapas foram coçar


(CO), cambalhota (CB) e mordendo pata posterior na água (B).

Foi possível notar a redução do comportamento CB, Durante e Após as


atividades de Enriquecimento Ambiental, uma vez que estas atividades, sendo
bem sucedidas em condições ambientais, resultam na diminuição no
comportamento anormal (U.F.A.W., 2002).

A execução destes comportamentos era não só influenciado pelo animal estar


em um ambiente limitado, mais também pela presença do público. Alguns
estudos com primatas sugerem que visitantes são prejudiciais para alguns
animais, uma vez que foi relatada a mudança de comportamentos dos animais,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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indicando redução de bem-estar e estereotipias (BIRKE, 2002; SKYNER et al.,


2004) .

Durante a etapa D.E, os comportamentos B e CO resultaram com uma redução


desejada, porém, na ausência dos itens, o animal voltou a apresentar estes
comportamentos, principalmente o comportamento B. Isto confirma a
importância da continuidade deste programas em Zoológicos, mantendo assim
a qualidade de vida e bem-estar dos animais.

CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos com os Enriquecimentos Ambientais no recinto para a
lontra foram implantados conforme proposto, alcançando os objetos iniciais
deste programa. Esses itens oferecidos durante o estudo buscaram tornar o
recinto mais próximo ao natural, podendo proporcionar bem- estar ao animal.

O animal apresentou interação com todos os itens aplicados durante a etapa


D.E., sendo eles Físicos, Sensoriais, Cognitivos e Alimentares.

O animal do presente estudo, Lontra longicaudis, apresentou alguns


comportamentos estereotipados (CB, B e CO), provavelmente desenvolvidos
em cativeiro, uma vez que o animal chegou ao Zoológico ainda filhote. Com a
presença dos itens de EA, estes comportamentos apresentaram diminuições
em sua freqüência, podendo assim, avaliar a influência do Programa de
Enriquecimento Ambiental.

Durante a etapa P.E., o animal passou a desempenhar em maior freqüência o


Padrão Descanso, 46%, enquanto o Padrão Deslocamento reduziu para 28%,
sendo uma valor desejado para este estudo.

No Padrão Alimentação, pode ser observado o aumento da freqüência nas


formas variadas de manipular o alimento, o que inibe o desenvolvimento de
estereotipias alimentares, como se alimentar dentro da água, através falta de
estímulos.

Os Enriquecimentos Ambientais possibilitaram que o animal desenvolvesse


atividades lúdicas, necessárias para idade do animal e maior exploração do
recinto.

Foi possível evidenciar a importância da influência do contato humano em


cativeiro, para diminuição de comportamentos anormais, uma vez que a

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freqüência do comportamento IM aumentou, e as freqüências dos


comportamentos estereotipados diminuíram.

Até o presente momento existem poucos estudos que comprovam os


comportamentos diários de lontras na natureza, pois estes são animais de
hábitos noturnos, que vivem em tocas e muito ariscos. Dentro deste exposto,
houve grande dificuldade de estabelecer com precisão todos os padrões destes
animais.

Trabalhos mais aprofundados são necessários para melhor avaliação dos


padrões, tipos de itens a serem aplicados e comportamentos, a fim de avaliar o
sucesso do Programa, levando o bem-estar a vida cativa.

A continuidade da aplicação deste Programa, visando sempre à segurança do


animal, é muito importante para manter a qualidade de vida dos animais em
Zoológicos, não só da Lontra, uma vez que todos os animais possuem
necessidades naturais, de acordo com cada espécie, principalmente por
estarem em um ambiente artificial, sendo assim limitado, o que não ocorreria
em vida livre.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALTMANN, J. 1974. Observational study of behavior: sampling methods.
Behavior. v. 49, p. 227– 267.

BIRKE, J.F.2002. Effects of browse, human visitors and noise on the behavior of
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BLOOMSMITH, M. A., BRENT, L. Y. & SCHAPIRO, S. J. 1991. Guidelines for


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primates. Laboratory Animal Science. v. 41, p. 372– 7.

CARVALHO. J. O. 2007. No Rastro da Lontra Brasileira. Ed Bernúncia.


Florianópolis. p. 102.

COSTA, M. J. R. P. & PINTO, A. A. 2003. Princípios de Etologia Aplicados ao


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DANTZER, R. & MORMED, P. 1983. De arousal properties of stereotypic


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DEL-CLARO, K. 2004. Comportamento Animal: Uma introdução à ecologia


comportamental. Ed. Conceito. Jundiaí. p. 134.

SHEPHERDSON, D. J. 1998. Tracing the path of environmental enrichment in


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SKYNER, L.J.; AMORY, J.R.; HOSEY, G. 2004. The effects of visitors on the
self- injurious behavior of a male pileated gibbon (Hylobates pileatus).
Zoo.Garten N.F.

U.F.A.W. 2002. Guia para o enriquecimento das condições ambientais do


cativeiro. Trad: Simone Celotti. Sociedade Zoofila Educativa.

YOUNG, R. J. 2003. Environmental enrichment for captive animals. Blackwell


Publishing Company. Oxford. p. 242.

________________________________________________________________
Palavras- chave: Lontra longicaudis (OLFERS, 1818); cativeiro; comportamento;
enriquecimento ambiental; bem- estar animal.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

384
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Quantificação e distribuição do molusco da família Ampularidae,


Pomacea canaliculata (Lamarck, 1822) na Ilha dos Eucaliptos
localizada na Represa do Guarapiranga, São Paulo – SP
ATILA STEIGERWALD(1)

CARL HEINZ GUTSCHOW(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Em 1899, a The São Paulo Tramway, Light & Power Co. instalou-se na cidade,
a empresa canadense foi autorizada a operar nas cidades de São Paulo e Rio
de Janeiro, explorando a produção e distribuição de energia elétrica. A Light
assim conhecida pela população, em 1906 decidiu construir um lago artificial,
que ficaria conhecido como Represa do Guarapiranga.
A Represa do Guarapiranga, até os anos 40 deste século era conhecida como
Lago de Santo Amaro, tendo sua construção autorizada pela Lei Estadual nº
1061-B, de 28 de dezembro de 1906, sancionada pelo Dr. Jorge Tibiriçá.
Em contraposição ao rio, a condição de represa provoca alterações no
ecossistema aquático, causando modificações na composição química do
sedimento, na água, na circulação e na organização das comunidades
biológicas, além de influenciar o rio e suas comunidades bióticas e jusantes.
A Represa situa-se a 23º 43’ S e 46º 32’ W. Aloja-se em território com relevos
alternados por colinas, morrotes e planícies aluviais, constituem uma área de
transição entre a borda da Serra do Mar e o Planalto Paulista, seu clima
predominante é semelhante ao do serrado.
A poluição das águas origina-se de várias fontes, destacam se os efluentes
domésticos e industriais e o deflúvio superficial urbano e agrícola que, por sua
vez, está associado ao tipo de uso e ocupação do solo.
A Bacia Hidrográfica do Guarapiranga, sub-bacia do Alto Tietê, estende-se por
643 km2 na região sul, metropolitana de São Paulo. O perfil econômico da
região caracteriza um dos mais pobres de São Paulo, formando um complexo
quadro de pobreza social, de difícil reversibilidade, agravando os componentes
de preservação ambiental da bacia, pela alta porcentagem de ocupação
irregular, tornando de modo geral nestes bairros, o lançamento de esgotos e
acúmulo de resíduos sólidos ao longo das vielas e nos cursos d’água, polindo o
ecossistema do reservatório.
A Ilha dos Eucaliptos, esta no centro da represa (23°44’14’’ e 23º44’26’’ S e
46º43’51’’ e 46º44’09’’ W), altitude média de 737m, 32 hectares de área,
vegetação constituída por reflorestamento de eucaliptos permeado por
capoeira, Mata Atlântica secundária e região de intersecção entre a floresta de
eucaliptos e a mata.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

385
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Nas represas, as comunidades bentônicas são de grande importância devido ao


seu papel estrutural e funcional, participando tanto na reciclagem de materiais
como no fluxo de energia. Os moluscos são repetidamente encontrados entre
os grupos formadores destas comunidades, embora sua densidade seja
bastante variável. O filo Mollusca esta entre os animais invertebrados mais
evidentes e familiares, incluem os mariscos, ostras, lulas, polvos e caramujos.
A classe Gastrópoda é a maior dentre os moluscos. Esses fazem parte
importante da cadeia trófica, independentemente se forem aquáticos, terrestres
ou ambos, sua relação pode ser herbívora, carnívora, ou onívora e muitos se
especializam em alimentações variadas. Sendo alimento importante para outros
animais.
Os Prosobranquias são os Gastrópodas de vida aquática com respiração
branquial, possuem um órgão sensível a cargas químicas, compreendendo as
concentrações sedimentares na água. Desenvolvimento direto, ampla
distribuição, principalmente na América do Sul, representante é o molusco do
gênero Pomacea canaliculata (LAMARCK, 1822).

OBJETIVO:
Este trabalho teve por objetivo analisar a quantificação e distribuição do gênero
Pomacea canaliculata (LAMARCK, 1822), na Ilha dos Eucaliptos localizada na
Represa do Guarapiranga, São Paulo - SP, de acordo com os fatores abióticos
limitantes.

METODOLOGIA:
A área de pesquisa esta localizada no bairro Vila Represa, na bacia do
Guarapiranga, na Ilha dos Eucaliptos. Os dois pontos de coleta foram definidos
após duas coletas-piloto para adequação da metodologia, realizadas em
14.V.2009 e 16.V.2009. Ficaram definidos como ponto - 1 (P.1) face norte da
ilha e outro a oeste ponto - 2 (P.2), latitude S.23º43’45,9” / longitude
W.46º44’3,8” e latitude S.23º44’1,9” / longitude W.46º44’8,8” respectivamente,
conforme as melhores condições do ambiente.
Os pontos de coleta se deram por apresentarem características bióticas e
abióticas diferentes. O P.1 apresenta: solo argiloso, vegetação
predominantemente de eucaliptos e mata de capoeira bastante desenvolvida,
ausência de plantas aquáticas em praticamente, face influenciada diretamente
pelo vento e sem zona de praia. O P.2 tem: solo sedimentar / arenoso,
vegetação mista entre eucaliptos e mata atlântica secundária, presença de
plantas aquáticas, pouca influência do vento, zona de baia e área de uso
comum de diversas espécies com grande acumulo de material sedimentado.
Foram realizadas 15 coletas por ponto, os valores do clima e da água foram
registrados, entre eles os parâmetros físicos, biológicos e químicos. Os

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

386
UNISA - Universidade de Santo Amaro

parâmetros biológicos envolveram 5 coletas, para análise microbiológica de


coliformes totais e coliformes fecais da água.
Os valores microbiológicos foram obtidos através da análise das amostras
baseando-se na Instrução Normativa nº 162 de 23/VIII/2003 Capítulo IX – para
a Determinação do Número Mais Provável de Coliformes totais e Coliformes
fecais – NMP, realizado no Departamento de Microbiologia da Universidade de
Santo Amaro. Os parâmetros estudados foram determinados segundo a
Resolução do CONAMA 20/86, que se referem também à qualidade da água
em virtude da proteção das comunidades aquáticas.
O período de estudo foi realizado nos meses de agosto e setembro, transição
do inverno para a primavera em 36 dias, os valores entre os pontos de coleta
foram desenvolvidos em um mesmo padrão de análise, sendo parâmetros da
água e do ambiente analisados das seguintes formas: Temperatura da água:
termômetro de vidro; pH: fita de pH com escala decimal; Turbidez: disco de
Secchi em cm; Coliformes totais e fecais: determinação do Número Mais
Provável de Coliformes totais e Escherichia coli,(NMP); Direção do vento:
visualização do deslocamento de ar e bússola para ordenar a direção;
Temperatura do ar: termômetro eletrônico.
Uma das técnicas utilizadas para coletar gastrópodes o transecto, a técnica foi
adaptada aos locais de coleta, determinando 20m2 de transecto paralelos a
margem da ilha, possibilitando-a quantificação.
O amostrador utilizado foi o multi-corer, um cano de PVC de 1 m de
comprimento com dispositivo de fechamento no topo (tampa). Desce ao fundo o
tubo com a tampa aberta, ao penetrar o sedimento a tampa é fechada. O multi-
corer trabalha bem em sedimentos arenoso, lamoso e argiloso, inconsolidados.
A preservação da água como da interface sedimento-água é excelente, ponto
interessante deste sistema é a disponibilidade de diversas amostras
semelhantes, o que possibilita a correlação entre diversos tipos de análises.
Em cada área, foram coletadas dez amostras aleatoriamente do solo, as
amostras foram selecionadas em malha com 10 mm de abertura, retendo os
grandes materiais, e o gênero Pomacea sp. Os animais foram quantificados e
devolvidos logo em seguida.
A classificação do gênero foi realizada pela equipe do Museu de Zoologia de
São Paulo, orientada pelo Dr. Luiz Ricardo L. Simone, como Pomacea
canaliculata (LAMARCK, 1822).

RESUMO:
A maior diferença entre reservatórios e lagos naturais é a existência e a
operação da barragem. O procedimento operacional do reservatório produz
várias mudanças nos mecanismos de funcionamento, assim, num reservatório,
normalmente a frequência e o volume de precipitação regem a sua operação,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

387
UNISA - Universidade de Santo Amaro

contribuindo para modular as características da água do reservatório.


São de enorme as relações entre os sistemas terrestres e aquáticos, as áreas
ripárias e suas matas ciliares têm importância na dinâmica dos ecossistemas
aquáticos. A formação de habitats, abrigos, corredores de migração, constância
térmica, áreas de reprodução, regulação da entrada e saída de energia,
fornecimento de material orgânico, diminuição da entrada de sedimentos,
contenção de ribanceiras, sombreamento, regulação da vazão e do fluxo de
corrente, além da influência na concentração de elementos químicos na água.
A represa apresenta uma alta capacidade de depuração, devido ao elevado
potencial oxidativo, devido uma alta taxa de renovação, mistura das águas
promovida pelos ventos, ondas, correntes e atividades náuticas. O próprio tipo
de substrato interfere na fauna bentônica, e a disponibilidade de alimento é de
fundamental importância para a ocorrência desta fauna.
O levantamento quantitativo da Pomacea canaliculata, aponta possíveis
problemas existentes neste ecossistema, também não se pode esquecer que o
meio ambiente é um conjunto em harmonia, ou seja, às vezes basta um
desequilíbrio para que todo um ecossistema seja comprometido.
A diversidade bentônica correlacionada com os parâmetros biológicos, físicos e
químicos são de extrema valia, podendo constituir métodos na evidenciação
dos impactos da poluição em um curso d’ água.
Os resultados mostram correspondência entre os parâmetros analisados
durante os 36 dias de estudo nos 2 pontos de amostragem. As variações da
água ocorridas ao longo do estudo decorreram muito devido às oscilações da
temperatura do ar e direção do vento.
O vento incidindo sobre P.1 influenciou os parâmetros estando em zona
suscetível a variações. A qualidade da água do reservatório está diretamente
influenciada pela alta taxa de renovação e pela mistura das água, P.1 ao sofrer
ação do vento, pode ou não alterar a água, sendo um limite abiótico para a
ocorrência da Pomacea canaliculata. O P.1 apresentou maiores alterações, por
conta deste, a presença do organismo estudado teve menores incidências
decorrentes destes resultados.
Como caracterizado, o P.2 sofre baixa influência dos fatores limitantes
encontrados no reservatório por estar em zona de baia, estando protegido e
preservando quanto às qualidades da água deste local em períodos maiores.
Assim foi possível identificar o maior número de indivíduos no P. 2, ocorrendo
picos de incidência igual a 24 indivíduos como na coleta 05, onde foram
coletados no P.1 zero indivíduos e no P.2 24. Grandes diferenças no número de
indivíduos foram registradas, mais com possível semelhança em algumas
coletas, como na 03, 08 e 09, onde a diferença entre os pontos foi de apenas 1
individuo.
O estudo ocorreu no período de inverno em transição para a primavera,
apresentou como fator ambiental, o nível elevado de água acumulada

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

388
UNISA - Universidade de Santo Amaro

denominado período de cheia, isto possibilitou a maior mistura da massa


d’água, disponibilizando alto nível de nutrientes e comunidades fitoplanctônicas
dissociado /m³ de água, estes sendo material do habito alimentar da Pomacea
canaliculata.
Os bentônicos podem existir em diferentes tipos de sistemas e em diversos
habitats, dentro de um mesmo sistema e possuir ciclo de vida relativamente
longo, possibilitando a análise e variação temporal, consequentemente, avaliar
os distúrbios ambientais. Os bentônicos exercer papel importante no
processamento da matéria orgânica de corpos d’ água, acelerando a
decomposição, promovendo assim a reciclagem de nutrientes e a transferência
de energia aos níveis tróficos superiores, sendo um elo fundamental na cadeia
decompositora dos detritos.
Posteriormente inúmeras observações, estudos e pesquisas vieram demonstrar
que organismos fagótrofos realmente têm participação na decomposição dos
esgotos. Nos programas de monitoramento com emprego de parâmetros
biológicos, para avaliação qualitativa e quantitativa das condições ecológicas-
sanitárias das águas de qualquer ecossistema lêntico e lótico, a fauna bêntica,
em especial os macroinvertebrados está tendo, portanto, ampla difusão nos
vários continentes.
A represa do Guarapiranga apresenta inúmeras entradas de descargas
poluidoras de origem doméstica, que tornaram suas características físico-
químicas mais ou menos distintas espacialmente, compensando em momentos
com pouca interferência dos fatores limitantes. Apesar disso, ocorreram
algumas variações limitantes para a ocorrência do gênero Pomacea
canaliculata, por ser grupo estreitamente influenciado pelos parâmetros aqui
estudados.

CONCLUSÃO:
Em relação ao ecossistema estudo verifica-se, haver uma limitação para a
existência da Pomacea canaliculata. Os índices de diversidade dos destes
bentônicos embora ao nível de gênero demonstrem essa limitação, inúmeros
fatores ambientais influem direta ou indiretamente sobre a sua distribuição.
Como comentados anteriormente, é possível verificar e alertar os problemas
que afetaram e continuam afetando o reservatório tais como: maior aporte de
descargas poluidoras, ocupação desordenada, resíduos sólidos, induzindo
assim à possibilidade de eutrofização do reservatório, afetando diretamente os
fatores que tem influência sobre a o gênero estudo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BERARDI,M.H.P. et al. 1999. A ocupação da Bacia do Guarapiranga:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

389
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Perspectiva Histórico-Urbanísta. cap2. In: França, E. Coord. Guarapiranga:


recuperação urbana e ambiental no município de São Paulo. CDU. São Paulo.:
39-65p.

KOWSMANN,R.O.; COSTA,M.P.A.; PALMA,J.J.C. & VICALVI,M.A. 1983.


Métodos de coleta e análise de sedimentos inconsolidados. In: Chaves,H.A.F.
Processos e métodos (relatório final) Série Projeto. REMAC. PETROBRAS. 63-
76p.

ROCHA,A.A. 1976. A Limnologia, os Aspectos Ecológico-Sanitários e a


Macrofauna Bentônica da Represa do Guarapiranga na Região Metropolitana
de São Paulo. Dissertação de Doutorado apresentada ao Departamento de
Zoologia, Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. USP. São
Paulo.

________________________________________________________________
Palavras chaves: Guarapiranga, Ilha dos Eucaliptos, Quantificação, Molusco,
Parâmetros e Água.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

390
UNISA - Universidade de Santo Amaro

utilização de técnica de Enriquecimento Ambiental com pinguim


de magalhães (Spheniscus magellanicus FOSTER, 1781) no
Aquário de São Paulo
IVAN CHAMI GENTIL(1)

CARL HEINZ GUTSCHOW(2)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
O pingüim de Magalhães (Spheniscus magellanicus FOSTER, 1781) é uma ave
marinha pertencente à família Spheniscidae, ocorrendo uma maior diversidade
na costa sul da América do Sul (Argentina e Chile), que durante os meses de
inverno, a procura de águas quentes, podem se perder na corrente de Falkland,
chegando à costa Sul e Sudeste do Brasil.

Sua morfologia reflete várias adaptações à vida no meio aquático. Alimentam-


se de pequenos peixes, krill e outras formas de vida marinha, sendo por sua vez
vitimas da predação de orcas e focas-leopardo.

São especialmente vulneráveis à extinção por conta da ação antrópica direta ou


indireta. Em cativeiro, esses animais podem apresentar comportamentos de
estresse (estereotipado).

OBJETIVO:
O presente trabalho tem como objetivo observar o comportamento de seis
espécimes de pingüim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus FOSTER,
1781) em cativeiro, levantando comportamentos diários, a fim de considerar
possíveis comportamentos de estresse. Coletar dados antes, durante e após o
oferecimento de itens de enriquecimento ambiental, identificando mudanças no
comportamento, promovendo o bem-estar do animal durante o período de maio
e setembro de 2009.

METODOLOGIA:
O estudo foi realizado no Aquário de São Paulo, onde teve início no dia 19 de
Maio de 2009 e término em 22 de Setembro de 2009.

Para realização deste estudo foram utilizados seis espécimes de Pingüim-de-


magalhães (Spheniscus magellanicus FOSTER, 1781) alocado no recinto nº 38,
de exposição do Aquário de São Paulo.

O Aquário de São Paulo, com o apoio do IBAMA, recebeu cinco Pingüins-de-

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

391
UNISA - Universidade de Santo Amaro

magalhães vindos do Centro de Reabilitação Animallia (São Sebastião) no dia


02 de Julho de 2008. Todos jovens, com aproximadamente um ano de idade.
Dentre os cinco animais apenas um encontrava-se aparentemente debilitado.

No dia 08 de Julho de 2008 o Aquário de São Paulo recebeu mais quatro


animais vindos de Florianópolis – SC (Policia Florestal), sendo que dois eram
jovens com aproximadamente um ano de idade, e dois já apresentavam
panugem adulta, com aproximadamente um ano e nove meses de idade.

O recinto em que vivem é composto de parte terrestre com 55% de grama


sintética (tapetes brancos), 40% de seixos rolados – dolomitas, 5% de piso liso,
respeitando os três tipos de substratos recomendados na literatura, à parte
aquática com 18 mil litros de água doce, que passa por um sistema de filtragem
continuamente.

Para esterilização do ar, o recinto conta com um sistema de ar condicionado


que efetua varias trocas durante o dia e mantém a temperatura do recinto em
22°C (com possível regulagem), além de um ventilador que melhora a
circulação do ar. Para o controle da umidade do ar, o recinto também conta com
um aparelho desumidificador. Diariamente pela manhã os pingüins
permanecem cerca de uma hora no solário (nos dias em que havia sol). Esta
parte do recinto é fechada com telas anti-mosquito, para evitar a Malária

Foram realizadas observações adotando o método Ad libitum conforme


ALTMANN (1974) para a elaboração do etograma, que segundo WEMMER et
al., (2001), é um inventário escrito dos padrões comportamentais ou padrões
motores apresentados pela espécie em todas as situações possíveis. São
empregados termos descritos para identificar padrões de comportamento e
freqüentemente, classifica-se dentro de categorias funcionais e motivacionais,
como locomoção, postura de descanso, comportamento de bem-estar, cuidado
próprio e compartilhado. Parte das categorias, como comportamento social,
pode ser também subdividida dentro de padrões agressivos, padrão afiliativo,
comportamento sexual e de corte.

O desenvolvimento da pesquisa ocorreu em três etapas: a) AE (antes do


enriquecimento) coletando dados etológicos sem a presença de itens de
enriquecimento ambiental (que servirá como controle); b) DE (durante o
enriquecimento) que consistiu na implantação de itens de enriquecimento
ambiental (Tabela 2); c) PE (pós-enriquecimento) na ausência total de itens de
enriquecimento.

As atividades foram realizadas por um observador de forma padronizada e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

392
UNISA - Universidade de Santo Amaro

ocorreram ao longo do dia, iniciando às 10 horas da manhã e finalizando às 18


horas. As sessões de observação totalizaram 60 h em cada etapa e, 180 h no
final das três etapas. O método de registro foi o de esquadrinhagem, sendo ele
contínuo, e o método para registrar o comportamento foi amostragem de tempo,
feitas em intervalos de tempo de 5 minutos onde ocorreram registros
instantâneos dos eventos e padrões de atividades de 3 minutos (ALTMANN,
1974).

Segundo U.F.A.W. (2000) registro por esquadrinhagem consiste em observar o


grupo todo, em dados intervalos de tempo, registrando o comportamento de
cada individuo no instante em que é observado. Amostragem de tempo requer
registrar o comportamento em intervalos de tempo de amostragem regular e
pré-determinado.

Em laboratório os comportamentos foram analisados e definidos os padrões de


comportamento, a fim de correlacionar os comportamentos observados com o
enriquecimento ambiental. Assim podemos observar possíveis mudanças de
padrões e a eficiência do método. Todas as observações foram padronizadas, e
seguidas até o final do estudo para não ocorrer comprometimento nos
resultados. Os resultados foram quantificados e transformados em
porcentagem, calculados a partir da soma das porcentagens encontradas nas
três etapas.

RESUMO:
Durante as três etapas (AE, DE e PE) foram observados comportamentos
divididos em categorias descritas em um etograma.

A utilização dos itens de enriquecimento ambiental e as observações foram


realizadas com sucesso. Durante a primeira etapa, foram observados alguns
comportamentos, considerados como comportamentos anormais
(estereotipados), classificados como: raspar no visor (MO), exercício lateral
(ML) e coçar (CO).

O comportamento coçar foi considerado como comportamento anormal, pois os


animais apesar de ao sair da água, se coçarem para arrumar as penas,
passavam a coçar-se por um longo período de tempo, evidenciando um
comportamento sem função aparente, onde esses comportamentos foram
apresentados pela maioria dos animais, semelhante à definição de DANTZER &
MORMEDE (1983) que define estereotipias como séries de movimentos do todo
ou parte do animal que são repetidas regularmente e que não servem a
nenhuma função aparente.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

393
UNISA - Universidade de Santo Amaro

O comportamento MO pode ser observado a partir da interação desses animais


com o humano presente do outro lado do visor, porém se tornando uma
conseqüência ruim para o animal, tendo em vista que ao raspar repetidamente
no visor, desenvolveram-se falhas nas penas do ventre.

Segundo YOUNG (2003) descreve barreiras de vidro proporcionando uma


excelente oportunidade para os animais se relacionarem visualmente com as
pessoas, porém podendo ter efeitos positivos ou negativos sobre seu bem
estar.

Durante a aplicação dos itens de enriquecimento notou-se que os


comportamentos anormais diminuíram (CO de 28,50% para 19,50%, ML de
7,00% para 4,40% e na terceira etapa para 2,40% e MO de 0,50% para 0%) e
os animais começaram a apresentar comportamentos novos, ou seja, que não
haviam sido classificados antes, onde segundo YOUNG (2003) aprender
comportamentos novos permite que o animal possa lidar com mudanças no seu
ambiente.

Esses comportamentos foram classificados como: “mergulhar e saltar” que


somente um animal o apresentou e “soltando bolha”, onde todos os animais o
apresentaram. O comportamento “soltando bolha” foi apresentado mediante a
alguns itens, que foram as argolas e bolinhas de plástico e os peixes
congelados, que eram itens que ficavam boiando na superfície da água. E o
“mergulhar e saltar” em interações sociais que ocorriam dentro da água como
uma forma de brincadeira.

Inicialmente com a utilização dos itens de enriquecimento os animais


apresentaram respostas evasivas, que foi diminuindo com o passar do tempo,
provavelmente por serem objetos novos em seu ambiente, resultados
semelhantes encontrados por SHIMOJI et al., (1993).

Durante a utilização dos itens alimentares (peixe vivo e peixe congelado)


obteve-se maior sucesso, talvez pela necessidade que esses animais
apresentam em procurar comida, que segundo YOUNG (2003) é um
comportamento de sobrevivência que em conjunto com os itens transformaram
o ambiente cativo em algo mais próximo do ambiente natural.

Os animais obtiveram uma oportunidade para caça, diferentemente da forma de


alimentação que era realizada pelos tratadores fora da água, um estímulo à
exploração do cativeiro principalmente dentro da água e o maior interesse
aparente pelo ambiente, baseada na aprendizagem associativa, onde os

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

394
UNISA - Universidade de Santo Amaro

pingüins aprenderam a associar os peixes como oportunidade de caça, quando


desempenhado esse comportamento, pode-se tornar gratificante para o animal
(HUGHES &DUNCAN, 1998; YOUNG, 2003).

STEVENSON et al., (1994) diz que os pingüins alimentam-se de peixes que


fornecem um forte estimulo visual, aparecem para induzir comportamentos de
caça, porém em cativeiro a alimentação de peixes mortos para pingüins
apresenta uma série de problemas. Em muitos zoológicos, a parte aquática dos
pingüins não contém água corrente, utiliza-se um sistema biológico de filtração,
em qualquer caso, é difícil para alimentar os pingüins na água. Alguns pingüins
podem aprender a consumir peixes mortos de uma bandeja, mas outros não, e
como conseqüência uma série de instituições tem recorrido à mão-alimentação
dos seus pingüins.

Os enriquecimentos físicos (pedra marrom, cascalho nas tocas, bolas e argolas


de plástico, bolhas de sabão e as bolas espelhadas) aparentemente geraram
curiosidade, estímulo e brincadeira, provavelmente quanto à diferença de tons e
tamanho das pedras, o movimento das bolhas de sabão no ar, o movimento das
bolas e argolas dentro da água, e os reflexos das bolas espelhadas, porém
esse tipo de enriquecimento poderia ter sido mais explorado, para que
ocorresse um melhor aproveitamento do enriquecimento.

Os enriquecimentos sensoriais (vocalizações e músicas) não geraram grande


curiosidade dos animais, mas percebeu-se que com a música os animais
apresentaram comportamentos de descanso durante um maior período de
tempo, e com a vocalização, em um curto período apresentaram um
comportamento de comunicação, que entre as aves é muito importante na
natureza, semelhante a resultados obtidos por OGDEN et al., (1994) que
descreve sobre uma série de jardins zoológicos que tem experimentado a
reprodução de músicas ou sons de outros animais como uma forma de
enriquecimento com variados graus de sucesso, muitas vezes informações mais
calmas no comportamento dos animais.

Foi observada também outra problemática, os animais ficavam mais tempo


parados fora da água, do que em movimentação ou parados dentro da água ,
devido este comportamento ou ao substrato (cimento), apresentavam
calosidades nas patas, chamadas de Bumblefoot, onde segundo YOUNG
(2003), deve-se considerar a possibilidade de que um substrato pode causar
irritação ou outras formas de doenças para uma espécie.

Além disso, é possível dizer que os animais preferem substratos que não são os
melhores para seu bem estar físico, o Bumblefoot é uma doença de aves em

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

395
UNISA - Universidade de Santo Amaro

cativeiro, que resultam da subutilização do pé ou a estimulação da circulação


no pé, a probabilidade dessa doença ser reduzida é a utilização de pedras
cobertas de substrato, mas os animais podem preferir o concreto para se
locomoverem (HEIDBRINK, 1997).

Durante o processo em que esses animais estavam com essa calosidade,


algumas limitações foram observadas em seus movimentos, fazendo com que
permanecessem mais tempo parados em pé ou deitados fora da água,
agravando ainda mais essas calosidades. Segundo DUNCAN & PETHERICK
(1991) e YOUNG (2003) a saúde física de um animal interage fortemente com a
saúde psicológica, uma vez que, se um animal se torna consciente de um
problema de saúde físico, isto pode levar a uma perturbação psicológica.

A maior dificuldade, era fazer com que esses animais, por vontade própria,
permanecessem na água. Foram então, idealizados itens de enriquecimento,
que forçassem esses animais a permanecer mais tempo na água.

Inicialmente durante a segunda etapa (DE) quando os itens foram introduzidos


no recinto, principalmente os itens, que não pertenciam ao grupo Alimentar, os
animais apresentaram uma aparente aversão, mas a partir da utilização
posterior do mesmo item, ocorreu uma interação aparente com o
enriquecimento, com isso os animais passavam mais tempo se movimentando
ou descansando dentro da água.

Ainda durante a segunda etapa foi observado um grande retrocesso em relação


às calosidades apresentadas por esses animais, em alguns quase inexistentes,
porém durante a terceira etapa, em que não existiam itens de enriquecimento
ambiental, e os animais permaneciam mais tempo fora da água, essas
calosidades novamente foram apresentadas por alguns animais, podendo ser
uma resposta para o aumento de 15% ocorrido no padrão Descanso.

Após as analises comportamentais, foram analisados os comportamentos


inseridos em 5 Padrões Comportamentais: Deslocamento, Descanso, Interação
Social, Alimentação e Manutenção. Analisando o Padrão de Deslocamento
observou-se que durante as três etapas ocorreu um acréscimo da freqüência
desses animais se deslocando fora da água e durante a segunda etapa os
animais deslocaram-se com uma maior freqüência em relação às outras etapas,
dentro da água.

O padrão de comportamento Interação Social apresentou resultados positivos,


pois durante a segunda etapa os animais apresentaram uma freqüência

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

396
UNISA - Universidade de Santo Amaro

considerável dentro da água (4,55%), ou seja, contribuindo para a comunicação


destes animais, diferentemente da primeira etapa.

Observando a figura 8, o padrão de comportamento Descanso apresentou uma


freqüência mais elevada, porém durante a segunda etapa a freqüência em
comparação com a terceira, decresceu 15% (de 35% para 20%), observando
uma maior atividade dos animais.

O Padrão de Comportamento Manutenção teve um declínio de


aproximadamente 12% fora da água (de 38% para 26,9%) (Figura 8), e dentro
da água de 6% (de 13,20% para 6,60%), isso mostra que a freqüência de
comportamentos estereotipados diminuiu consideravelmente, em relação as
etapas onde não se utilizavam os itens de enriquecimento.

Analisando o Padrão Comportamental Alimentação notou-se que ocorreu uma


ligeira variação na freqüência, podendo ser desprezível para uma análise,
porém durante a utilização dos itens de enriquecimento alimentares eram
registrados apenas interações com o enriquecimento e não alimentação, talvez
por este fato as freqüências mantiveram uma média semelhante.

O padrão Descanso apresentou uma diminuição significativa durante a


utilização dos itens de enriquecimento, seguindo o crescimento nos valores dos
padrões Deslocamento e Interação Social durante a segunda etapa. O padrão
Manutenção apresentou a maior diminuição, em relação aos outros padrões,
podendo ser caracterizada como a diminuição do comportamento estereotipado
CO, que representa 20% dos comportamentos inseridos no padrão
Manutenção.

CONCLUSÃO:
É importante observar animais em cativeiro, devido suas possíveis situações de
estresse, pois estes podem ficar doentes ou até morrer.

Com relação aos enriquecimentos, houve eficácia para fazer com que os
pingüins permanecessem mais tempo dentro da água, se tornando um ponto
positivo contra o Bumblefoot.

Observou-se que os pinguins submetidos ao enriquecimento, apresentaram


menor freqüência de comportamentos de Descanso e Manutenção e maior
freqüência de comportamento de Interação Social e Deslocamento.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

397
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Atualmente esses estudos são freqüentes, mas necessitam ser rotineiro, e não
apenas esporádicos.

Existe uma preferência dos pingüins aos enriquecimentos alimentares e a


alguns enriquecimentos físicos dispostos na água.

Nota-se que os comportamentos estereotipados foram reduzidos a partir da


inclusão de itens relacionados ao enriquecimento ambiental.

Desta forma influenciando manejos de animais silvestres no futuro, em qualquer


instituição onde estejam presentes animais cativos, seguindo a aplicação de
técnicas de enriquecimento.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALTMANN, J. 1974. Observational study of behavior: Sampling methods
Behaviour. v. 49, p 227–267.

DANTZER, R. & MORMEDE, P. 1983. De-arousal properties of stereotypic


behavior. Animal Ethology. p. 233-244.

DUNCAN, I. J. H. & PETHERICK, J. C. 1991. The implications of cognitive


processes for animal welfare. Journal of Animal Science v. 69, p. 5017–5022.

HEIDBRINK, G. A. 1997. Incorporating alternative materials into the


enhancement of
primary housing areas. In: Proceedings of the Second International Conference
on Environmental Enrichment. Copenhagen Zoo. Copenhagen. p 95–102.

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1696–1707.

OGDEN, J. J., LINDBURG, D. G. & MAPLE, T. L. 1994. A preliminary-study of


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gorillas. Applied Animal Behaviour Science v.39, p. 163–176.

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introduction of a PVC perch by singly caged Macaca fascicularis. Laboratory
Primate Newsletter. v. 32, n.4, p. 8–11.

STEVENSON, M. F., DRYDEN, H., ALABASTER, A. & WREN, C. 1994. The

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

398
UNISA - Universidade de Santo Amaro

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Zoo Yearbook v. 33, p 9–15.

U.F.A.W. - UNIVERSITIES FEDERATION FOR ANIMAL WELFARE. 2000. Guia


para o enriquecimento das condições ambientais do cativeiro. Tradução de
Simone Celotti. São Paulo: Sociedade Zoófila Educativa.

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Zoológico para Países em Desenvolvimento. São Carlos.

YOUNG, R.J. 2003. Environmental Enrichment for Captive Animals. UFAW


Animal Welfare Series. London: Blackwell Science.
________________________________________________________________
Spheniscus magellanicus, enriquecimento ambiental, comportamento
estereotipado, bem-estar.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

399
UNISA - Universidade de Santo Amaro

100 anos Da Doença de Chagas


CAMILA DANTAS DOS SANTOS BARROS(1), SIMONE APARECIDA RIBEIRO DE
SOUZA(2), BRUNO HENRIQUE GUERZONI(3), MARIA MADALENA ROSA DE
CARVALHO(4)

CÁSSIO NEGRO COIMBRA(5)(Orientadores)


Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
Introdução
Em abril de 1909, Carlos Justiniano Ribeiro Chagas (1878-1934), pesquisador
do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), destacou-se ao descobrir o protozoário
Trypanosoma cruzi e a tripanossomíase americana, conhecida como doença de
Chagas. Carlos Chagas foi o primeiro cientista na história da medicina a
descrever completamente uma doença infecciosa. Em um primeiro momento
Chagas descreveu a patogênese, posteriormente identificou o agente etiológico
da enfermidade, o protozoário que denominou Trypanosoma cruzi, em
homenagem ao epidemiologista Oswaldo Cruz, a seguir determinou a via de
transmissão e caracterizou o vetor, conhecido como barbeiro (Triatoma
infestans), também chamado chupança. A “triplice descoberta” de Chagas,
considerada única na história da medicina, constitui um marco na história da
ciência e da saúde brasileiras e este ano a Doença de Chagas completa 100
anos. Atualmente, milhões de pessoas estão infectados em toda a América
Latina pela Doença de Chagas, sendo que grande parte dos casos localiza-se
no Brasil, principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. É uma doença
de evolução crônica, debilitante, que determina no homem quadros clínicos com
características e conseqüências muito variadas. Ela está intimamente
relacionada às más condições de moradia, pois essas favorecem a
disseminação dos vetores.

OBJETIVO:
Objetivo
O presente trabalho foi idealizado pela disciplina de imunologia básica como
parte de um trabalho interdisciplinar do curso de Biomedicina e visa demonstrar
uma visão integral da doença de Chagas com ênfase no estado da arte da
resposta imunológica no controle e nas lesões determinadas pela infecção do
parasito.

METODOLOGIA:
Desenvolvimento

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

400
UNISA - Universidade de Santo Amaro

A Doença de chagas é transmitida para hospedeiros vertebrados, podendo


ocorrer em diferentes espécies de mamíferos, tem início durante a hematofagia,
quando o Triatoma infestans (barbeiro) elimina os tripomastigotas metacíclicos
em suas fezes. Essas são as formas infectantes e podem penetrar, pelas
mucosas, quando o homem leva as mãos contaminadas aos olhos ou nariz, por
soluções de continuidade como as provocadas pelo ato de coçar ou pelo orifício
da picada do barbeiro. Logo após a penetração, o tripomastigota metacíclico
invade células do sistema fagocítico mononuclear e perde o flagelo, passando a
se chamar amastigota. Nesse estágio elas multiplicam-se por divisão binária em
ciclos de aproximadamente doze horas, até que a célula infectada fique repleta.
Nesse momento as formas amastigotas transformam-se novamente em
tripomastigotas, até o momento em que a célula se rompe e libera os
tripomastigotas, que se deslocam para infectar uma nova célula alvo, se
disseminando para o restante do organismo através da circulação sangüínea e
linfática. Os principais órgãos atingidos são: o coração, tubo digestivo e plexos
nervosos. Podendo atingir a corrente circulatória e seguir para todos os tecidos
do hospedeiro, onde vão invadir os mais diferentes tipos celulares. Os insetos
vetores são hematófagos e ao se alimentar do sangue de pessoas ou animais
infectados, podem ingerir os tripomastigotas. Este serão convertidos em
epimastigotas no tubo digestivo do inseto vetor. Os epimastigotas se
reproduzem por divisão binária e, quando chegam à porção terminal do
intestino do Barbeiro, voltam à forma tripomastigota. Estas são altamente
móveis e infectantes, denominadas formas metacíclicas eliminadas nas fezes
do vetor. As principais formas do Trypanosoma cruzi são; amastigotas presente
na fase intracelular, sem organelas de locomoção, com pouco citoplasma e
núcleo grande, o cinetoplasto fica ao lado do núcleo, presente na fase crônica
da doença; epimastigota é a forma encontrada no tubo digestivo do vetor, não é
infectante para os vertebrados. Tem forma fusiforme e apresenta o cinetoplasto
junto ao núcleo. Possui flagelo e membrana ondulante; Tripomastigota, fase
extracelular, que circula no sangue, apresenta flagelo e membrana ondulante
em toda a extensão lateral do parasito, o cinetoplasto se localiza na
extremidade posterior do parasito. Esse é o estágio evolutivo que se torna
presente na fase aguda da doença, constituindo a forma infectante para os
vertebrados.
As manifestações da Doença de chagas dividem-se em duas fases; fase aguda
mais comum em crianças, principalmente menores de 3 anos, a infecção afeta o
músculo cardíaco, o cérebro e as meninges, provocando miocardite ou
meningoencefalite. Em pessoas mais velhas, geralmente, esses sinais ficam
muito atenuados e seus sintomas são confundidos com doenças endêmicas. A
fase aguda tende a curas espontâneas. Após a transmissão pelo barbeiro há
um período de incubação de cerca de 4 a 12 dias, a partir do qual se inicia a
chamada fase aguda da doença, que na maioria dos casos dura de 3 a 8

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

401
UNISA - Universidade de Santo Amaro

semanas. Frequentemente, observa-se um processo inflamatório associado a


infecção na porta de entrada do Trypanossoma cruzi de 4 a 6 dias após a
contaminação. Quando a infecção é no olho ou próximo a ele, os sinais
inflamatórios são bastante evidentes, se ocorrer na pele dos membros ou rosto,
a lesão inicial se assemelha a uma mancha dolorosa avermelhada ou a um
furúnculo, estas lesões são acompanhadas de linfoadenopatias “ínguas” nas
regiões próximas ao local da contaminação. Os sintomas desta fase da doença
podem correspondem a falta de apetite, taquicardia, aumento do tamanho do
baço (esplenomegalia) e fígado (hepatomegalia), edema de face que pode se
estender de forma sistêmica, indicando a disseminação da doença para todo o
corpo.As manifestações da fase crônica da doença, dependerão de muitos
fatores como, a virulência do parasito, ou seja, a capacidade do patógeno em
gerar a patogênese e pela capacidade de defesa do organismo. De tal forma
que muitos pacientes infectados possuem a doença em forma latente, ou seja,
passam um longo período sem apresentar nenhuma manifestação clínica
inerente à enfermidade. Entretanto, em alguns casos a doença pode progredir,
comprometendo muitos tecidos e órgãos, principalmente o coração, a
manifestação mais evidente é a miocardiopatia dilatada chagásica, ou
cardiomegalia chagásica, neste caso há um aumento do coração que cresce na
presença da infecção pelo Trypanossoma cruzi, dessa forma, a capacidade de
contração e consequentemente o débito cardíaco diminui, além disso, ocorre
um bloqueio atrioventricular que podem culminar na cardiopatia chagásica
crônica. Estas alterações causam aumento da taquicardia, batimentos
cardíacos fora de ritmo (extra-sístoles e arritmias), distúrbios hemodinâmicos,
dor precordial, falta de ar quando da realização de esforços físicos com
insuficiência cardíaca progressiva. Nesta fase da doença, podem ocorrer
também comprometimentos digestivos, pois há um aumento do calibre do
esôfago ou porções finais do intestino (megaesôfago e megacólon chagásico).
Dessa forma, frequentemente é observado constipação intestinal prolongada e
dificuldade progressiva para deglutir (disfagia), caracterizado como progressivo
que evolui até que o individuo só consiga engolir líquidos, pois sente dores ao
realizar este processo, bem como vômitos, queimação e sensação de
sufocamento. Os sintomas gerais dessa fase são sintomas de insuficiência
cardíaca congestiva, como inchaço nas pernas (edema), fadiga, palpitações e
falta de ar (dispnéia). As mortes súbitas e inesperadas entre indivíduos jovens,
aparentemente sadios (por arritmias cardíacas complexas) são comuns. Porém
a maioria dos pacientes chagásicos crônicos é assintomática, sendo
classificados como “indeterminados”.
De maneira geral, o sistema imune é um conjunto de células e tecidos que atua
de forma coordenada com o objetivo de promover a proteção contra a presença
de corpos estranhos a um hospedeiro, a distinção do que é próprio ou não
próprio do indivíduo e a vigilância contra a formação de células neoplásicas. Do

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

402
UNISA - Universidade de Santo Amaro

ponto de vista prático, a resposta imune pode ser divida em resposta inata e
adaptativa que devem interagir a fim de promover de maneira eficiente as
funções do sistema imunológico. A resposta imune inata tem como principais
componentes as células dendríticas, macrófagos e as células matadoras
naturais (NK), já a resposta imune adaptativa responde através dos linfócitos T
e B aos processos infecciosos, sendo coordenado por um conjunto de
glicoproteínas denominadas citocinas. A resposta imune adaptativa é
específica, possui memória e atua determinada pelos linfócitos TCD4+ que são
os coordenadores das respostas específicas. Dependendo do comportamento
do invasor, um conjunto de citocinas é secretado em maiores concentrações e
determina a diferenciação deste tipo celular em subtipos denominados Th1 que
proporciona respostas do tipo celular ou Th2 que proporciona respostas do tipo
humoral, de fato, o sistema imune adaptativo atua em uma dicotomia sempre
ocorrem respostas celulares e humorais diante de um estímulo, porém, o
comportamento do invasor determina o tipo predominante de resposta baseado
no espectro de citosinas presentes nesta resposta. No caso da Doença de
Chagas, como descrito anteriormente, a invasão do hospedeiro ocorre pela
forma tripomastigota que se transforma em forma amastigota e multiplica-se nas
células, o comportamento intracelular, neste primeiro momento, determina a
secreção de interleucina (IL-12) por macrófagos e interferon (INF-) pelas células
NK evidenciando a transformação de células TCD4+ em subtipos Th1, dessa
forma, o controle da parasitêmia na fase aguda e a prevenção da mortalidade é
determinado de forma efetiva por meio de uma resposta do tipo celular que é
mais eficiente, porém, mais agressiva que as respostas humorais. Dessa forma,
a resposta imune coordenada em indivíduos imunocompetentes, controla a
parasitemia da fase aguda, entretanto o sistema imune não consegue erradicar
o parasito que permanece de forma indefinida no hospedeiro. Diversos estudos
em seres humanos demonstram respostas celulares em todas as formas
clínicas, o que suporta um papel protetor do sistema imunológico em um
primeiro momento, no entanto, os estímulos persistentes de respostas
imunológicas são responsáveis por lesões em inúmeras doenças, tal efeito é
considerado citotóxico e tem sido implicado como responsável do
desenvolvimento das formas severas da doença de chagas. Estudos recentes
sobre o papel de várias citocinas demonstraram que o INF - citocina
responsável por respostas eminentemente celulares, parece estar envolvido
com a forma cardíaca e a IL-10 que inibe respostas celulares, apresenta uma
direta correlação com a forma indeterminada da doença. sugerindo um papel no
controle das lesões determinado pelas respostas celulares. Com relação a
respostas humoral, anticorpos ativadores do sistema complemento, são
encontrados em níveis elevados no soro de pacientes com a forma benigna da
doença o que pode estar relacionado ao prognóstico da doença, sugerindo um
papel protetor para esses anticorpos na medida em que isto não é observado

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

403
UNISA - Universidade de Santo Amaro

na forma cardíaca. Entretanto, outros estudos sugerem a participação destes


anticorpos na patogênese, uma vez que anticorpos auto-reativos contra
diversas estruturas do hospedeiro são encontrados em pacientes chagásicos
crônicos. Além disso, foram encontrados, no soro de pacientes crônicos,
anticorpos anti-Trypanosoma cruzi capazes de estimular a proliferação de
linfócitos B CD5+, uma sub-população celular correlacionada a processos auto-
imunes, o que pode contribuir para as lesões da doença.

RESUMO:
DISCUSSÃO

O presente trabalho, foi o melhor avaliado pela disciplina de Imunologia Básica,


como parte de uma atividade do curso de Biomedicina. A proposta trouxe uma
importante visão dos aspectos inerentes a diferentes disciplinas e contemplou
na doença de chagas uma visão interdisciplinar, que teve como objetivo maior
demonstrar ao aluno o entendimento da integralidade do conhecimento
proposto pelo curso.
O conhecimento dos mecanismos inerentes a defesa de nosso organismo
contra diversos agentes infecciosos, envolve inúmeros aspectos metabólicos e
ambientais que são fundamentais, para a melhor compreensão da patogênese
das doenças, bem como, das estratégias do hospedeiro e do agente invasor.
Nosso sistema imunológico atua em uma rede de cooperação, envolvendo a
participação de muitos componentes estruturais, moleculares e celulares. De tal
forma, que nos coloca diante de um delicado equilíbrio entre a saúde e a
doença, em que tanto a deficiência quanto o exagero resultam em dano
tecidual.

CONCLUSÃO:
CONCLUSÃO
Na doença de Chagas, em um primeiro momento a resposta imune do
hospedeiro confere uma defesa adequada, porém, a não erradicação do
parasito em um segundo momento poderia exacerbar as respostas do
hospedeiro. Apesar dos estudos demonstrarem forte associação do sistema
imunológico no desenvolvimento das lesões características da doença, estudos
complementares devem ser realizados para a melhor compreensão da
patogênese.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
http://www.fiocruz.br/chagas/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=80

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

404
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Sudesh Kumar and Rick L. TarletonAntigen-Specific Th1 But Not Th2 Cells
Provide Protection from Lethal Trypanosoma cruzi Infection in Mice1 The
Journal of Immunology, 2001, 166: 4596-4603.
Cláudia N. Paiva, a, Alexandre S. Pyrrhoa, b, Liane J. Ribeiroa, Renata
Gonçalvesa, Deise A. Costaa, Tania C. Araujo-Jorgec, Milena B. P. Soaresa, d
and Cerli R. Gattass. Trypanosoma cruzi: requirements for induction and
maintenance of protective immunity conferred by immunization Experimental
Parasitology, Volume 102, Issue 2, October 2002, Pages 89-98

________________________________________________________________
Este ano a Doença de Chagas completa 100 anos de descobrimento , este
trabalho visa informar um pouco sobre as reações imunológicas de nosso
organismo frente a invasão do protozoário Trypanossoma cruzi.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

405
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Ciências da Saúde

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

406
UNISA - Universidade de Santo Amaro

PREVENÇÃO DA MUCOSITE ORAL NO PACIENTE COM


LEUCEMIA: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
KARINA NODARE DE MORAES(1)

Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Leucemia Linfóide Aguda (LLA) é uma neoplasia maligna do sistema
hematopoiético caracterizada pela alteração do crescimento e da proliferação
das células linfóides na medula óssea, com conseqüente acúmulo de células
jovens indiferenciadas, denominadas blastos (1).
Ressalta-se ainda que a LLA acomete cerca de 80% de todas as leucemias que
atingem crianças e adultos jovens. Tendo em vista a alta complexidade da
doença e em conseqüência da exposição dos pacientes aos agentes
quimioterápicos e radioterápicos, considera-se de grande importância a
assistência de enfermagem e o conhecimento dos fatores que podem
influenciar o prognóstico da doença, dentre esses fatores, destaca-se a
mucosite oral conseqüência comum no tratamento acometendo então a
atividade mitótica de forma que a mucosa é intensamente afetada, perdendo a
capacidade de superar o processo normal de esfoliação. A mucosite oral é
definida como uma inflamação e ulceração da mucosa bucal com formação de
pseudomembrana e fonte potencial de infecções com risco de morte. É um
efeito debilitante de tratamentos do câncer como a radioterapia e a
quimioterapia bastante freqüente (afeta mais de 40% dos pacientes) e dolorosa.
A manifestação inicial é o eritema, seguido do desenvolvimento de placas
brancas descamativas, que são dolorosas ao contato. Crostas epiteliais e
exsudadas fibrinosas que levam à formação de uma pseudomembrana e
ulceração, representando a forma mais pronunciada da mucosite. Os pacientes
invariavelmente apresentam sintomatologia dolorosa. A forma mais severa da
mucosite é representada pela exposição do estroma do tecido conjuntivo
subjacente ricamente inervado devido à perda de células epiteliais, geralmente
ocorrido entre 5 e 7 dias após administração da droga (2).
A ulceração resulta em dor severa que muitas vezes requer alterações na dieta
e administração parenteral de narcóticos para sua paliação. Em pacientes
mielossuprimidos a mucosite ulcerativa pode servir como veículo para a invasão
sistêmica de bactérias ou produtos da parede celular bacteriana.
A mucosite oral pode ser classificada em cinco graus diversos, de acordo com o
sistema de graduação da Organização Mundial de Saúde: grau 0 - indica
ausência de mucosite; grau I - presença de úlcera indolor, eritema ou
sensibilidade leve; grau II - presença de eritema doloroso, edema, ou úlceras
que não interferem na habilidade do paciente em alimentar-se; grau III - úlceras

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

407
UNISA - Universidade de Santo Amaro

confluentes que interferem na capacidade do paciente em ingerir alimentos


sólidos; e grau IV - sintomas tão severo que o paciente requer suporte enteral
ou parenteral.

OBJETIVO:
Esse estudo tem por objetivo identificar e apontar dentre as medidas de
prevenção aquelas relacionadas à assistência de enfermagem ao paciente com
diagnóstico de Leucemia Linfóide Aguda suscetível ao desenvolvimento da
mucosite oral.

METODOLOGIA:
Trata-se de estudo bibliográfico, tipo revisão da literatura. Realizou-se
levantamento bibliográfico, por meio de consulta eletrônica, utilizando a base de
dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS), por meio das palavras-chave contempladas na Biblioteca Virtual em
Saúde – Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): ”Mucosite oral”, “Mucosite
and Enfermagem” e “prevenção and mucosite”, foram localizados 92 artigos,
destes 10 atenderam ao objeto de estudo desta pesquisa. Os critérios de
inclusão determinados foram: artigos que retratam o tema prevenção e
mucosite, mucosite e enfermagem e mucosite oral, publicados no período de
2000 a 2009 e no idioma português.
Iniciou-se uma fase de exploração do material obtido, com o objetivo de avaliar,
selecionar e ordenar. Classificando os segundo informações dos dados obtidos
e analisando a consistência das informações apresentadas pelos autores.

RESUMO:
O termo mucosite oral surgiu em 1980 para descrever a inflamação da mucosa
da boca induzida pela quimioterapia e radioterapia. Como a quimioterapia e a
radioterapia não diferenciam as células neoplásicas, que se dividem
rapidamente, das células normais que proliferam com rapidez, como as da
mucosa bucal ou da medula óssea, provocam vários efeitos colaterais que se
manifestam na cavidade bucal. Além disso, a boca abriga inúmeras bactérias,
transformando-se em porta de entrada para microorganismos infecciosos no
hospedeiro mielossuprimido.
As drogas quimioterápicas podem apresentar toxidade medular, deixando os
pacientes suscetíveis a complicações responsáveis pela morbidade e
mortalidade.
A natureza das complicações orais dependem de fatores como o tipo de câncer,
localização, idade do paciente, dose da quimioterapia, profilaxia empregada

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

408
UNISA - Universidade de Santo Amaro

contra os agentes patogênicos da microbiota bucal, condição bucal pré-


existente e estado bucal durante o tratamento. A mucosite oral é conseqüência
freqüente ao paciente submetido a tratamentos quimioterápicos e
radioterápicos, trata-se de um fator de risco grave na imunossupressão severa.
A dor oriunda da mucosite é tão intensa que pode interferir ou na alimentação
do paciente e freqüentemente leva à necessidade do uso de analgésicos
opióides e à interrupção do protocolo de tratamento. Essa dor pode atingir
níveis significativos e comprometer a nutrição, a qualidade de vida do paciente
e, às vezes, pode levar à modificação e até a interrupção do tratamento, tal
interrupção diminui o controle do crescimento tumoral podendo levar o paciente
ao óbito. Essas complicações bucais na quimioterapia antineoplásica podem
ocorrer por dois mecanismos: 1 ação direta da droga sobre os tecidos ou
estomatotoxidade direta e 2- por alterações induzidas em outros tecidos, com a
mielossupressão da medula óssea ou estomatotoxidade indireta .
O efeito sistêmico da quimioterapia manifesta-se pela relação direta com a
mielossupressão, o mesmo ocorrendo com os efeitos clínicos na mucosa bucal.
As complicações bucais dos pacientes portadores de leucemias podem ser
divididas em lesões bucais primárias, secundárias e/ ou terciárias. As
complicações primárias resultam da infiltração dos tecidos bucais pelas células
leucêmicas; as secundárias são as manifestações bucais da anemia,
trombocitopenia e neutropenia e as complicações terciárias são aquelas
resultantes da terapia mielossupressiva e imunossupressiva. As drogas
citotóxicas que mais afetam o epitélio bucal são: Actimicin D, Daunorubicin e
Daunomycin, Adriamycin, 5-Fluorouracil, Bleomycin, Citosine, Arabinoside e
Metotrexate. O conhecimento da severidade citotóxica de determinados agentes
antineoplásicos na mucosa bucal auxilia na programação e preparo do plano de
cuidados de enfermagem e intervenções. (3).
Este importante efeito colateral clínico agudo da terapia antineoplásica causa
desconforto e dor, podendo ainda limitar a nutrição adequada, levando à
interrupção ou modificação na administração da medicação, prolongamento do
período de internação hospitalar e, em alguns pacientes, infecções com risco de
morte consideráveis. Além disso, infecções secundárias podem levar a
infecções sistêmicas graves.
A higiene oral é uma estratégia de “prevenção” que reduz o desenvolvimento de
microorganismos e o desenvolvimento da mucosite severa, permitindo a
eliminações de fatores de infecção. A higiene oral, embora haja algumas
controvérsias, pode reduzir a mucosite severa e não aumenta o risco de
bacteremia, desde que a higiene oral seja iniciada uma semana antes do
tratamento da LLA, com instrução a cerca da mesma e da dieta. Escovação
com creme dental fluoretado após as refeições; restaurações irregulares, que
devem ser trocadas ou revistas; próteses, que devem ser avaliadas; cáries, que
devem ser tratadas; higienização das próteses, que deve ser realizado escova e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

409
UNISA - Universidade de Santo Amaro

pasta dentária, devendo-se mantê-las em solução de hipoclorito de sódio


durante a noite; próteses mal adaptadas, que não devem ser utilizadas. Os
estudos têm demonstrado a importância do cuidado oral como auxilio na
redução da mucosite e infecções, promovendo conforto. Ao enfermeiro cabe a
supervisão e a implantação dos cuidados orais, a educação do paciente e da
família é crucial, bem como sua participação. Para cuidados em mucosite oral
recomenda a educação do paciente, programas de higiene e cuidados orais
com componentes-chave para prevenir e reduzir a severidade da mucosite oral.
Portanto, o enfermeiro deve ser responsável pelo estabelecimento de um
programa de cuidados orais, envolvendo o paciente e seus familiares, desde a
avaliação inicial até os diagnósticos e as intervenções de enfermagem.
O desenvolvimento de um abrangente programa de cuidados orais é importante
para o paciente, pois permite intervenções que visam o manejo e o controle da
dor, à promoção de nutrição e de hidratação adequadas, à identificação de
infecções e ao acompanhamento das mudanças na cavidade oral. O primeiro
passo para o cuidado oral envolve a avaliação da cavidade oral desde o inicio
do tratamento até o seu final, identificando vários aspectos e fatores para o
desenvolvimento da mucosite.
Para tal, pode-se iniciar selecionando instrumentos de avaliação e escalas de
mensuração do grau de comprometimento da cavidade oral pela mucosite.
Observa-se, a partir das informações sistematizadas encontradas, que há
escalas para a mensuração e determinação da mucosite oral, e protocolos de
cuidados orais que são apropriados para direcionar as intervenções a cada
paciente individualmente.
O segundo passo para o cuidado oral envolve a criação de um programa
planejado, envolvendo limpeza dos dentes e bochechos específicos para cada
paciente.
Ainda dentro das possibilidades de atuação do enfermeiro na elaboração de um
programa de cuidados orais, há a orientação do paciente quanto ao tipo de
alimentação, preparo dos alimentos, alimentos que devem ser evitados porque
irritam a mucosa: aqueles muito ácidos, muito condimentados, muito salgados e
muito açucarados. Os pacientes devem ser orientados quanto a mudança no
estilo de vida, necessários para minimizar as complicações orais, tais como
evitar álcool e tabaco (2).
Ressalta-se que é de extrema importância o conhecimento do enfermeiro na
identificação dos possíveis efeitos adversos dos tratamentos quimioterápicos e
radioterápicos para então estabelecer um plano assistencial adequado a cada
paciente.
Cabe ao enfermeiro definir e conhecer os graus da mucosite oral para que
possa planejar executar e intervir, implementando uma assistência segura a
esses pacientes, para isso dispomos de ferramentas já preconizadas para
auxiliar neste processo como a escala de definição dos graus e gravidade da

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

410
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mucosite.

Além desta escala de toxicidade, encontramos disponível para otimização do


plano assistencial a escala de mensuração de reações para mucosa, permitindo
o conhecimento prévio das complicações orais e o que podemos esperar da
evolução da mucosite.

A assistência de enfermagem deve acontecer de forma estruturada e pré-


definida dessa forma cabe ao enfermeiro organizar-se e implementar um plano
de cuidados que incluam aspectos como: embasamento científico,
conhecimento das limitações e necessidades de cada paciente, aspectos
socioeconômicos e psicossociais. Dentre as orientações a um cuidado
especializado são sugeridas as seguintes orientações:
Evitar alimentos que sejam irritantes termicamente, mecanicamente e
quimicamente, aumentando o conforto e diminuindo a dor no momento da
refeição, avaliação diária da cavidade oral, visando a prevenção ou
agravamento do quadro, evitar traumas da mucosa oral, orientando familiar e
paciente quanto ao cuidado e integridade da mucosa, orientar alimentos
permitidos x proibidos, orientar quanto a escovação com escova de cerdas
macias ou de espuma, orientar quanto a higiene oral alternando as soluções
conforme tratamento e prescrição indicados, higienização a cada 4 horas para
profilaxia no caso de mucosite leve, higienização a cada 1 ou 2 horas nos casos
de mucosite severa, manter e orientar hidratação oral e evitar medicamentos
que tenham um potencial de induzir e prolongar o sangramento, ex:aspirinas,
anticoagulantes.

CONCLUSÃO:
A mucosite oral embora seja uma complicação importante ao tratamento do
paciente submetido à ação de quimioterápicos e radioterápicos tem sua
importância relevada para a Enfermagem dado que no estudo realizado não
foram encontrados muitos artigos relacionados ao tema elaborados pelo corpo
de enfermagem.
O profissional que atua na oncologia tem o dever e é o responsável direto pela
prevenção e planejamento do cuidado a ser prestado ao paciente suscetível ao
desenvolvimento da mucosite oral, o conhecimento científico e prático é a
principal ferramenta para a prevenção da mucosite oral, destacando-se a
orientação e educação ao paciente e família, que tem papel fundamental neste

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processo tratando-se a Leucemia Linfóide Aguda uma neoplasia que afeta


principalmente crianças. A orientação adequada à prática da higiene oral, no
processo que antecede e no decorrer do tratamento pode garantir menor
probabilidade de risco de desenvolvimento da mucosite severa, de infecções
sistêmicas e do trato gastrointestinal nos pacientes suscetíveis.
É consenso entre os órgãos internacionais de tratamento do câncer de que
focos infecciosos na cavidade oral são fontes potenciais de infecções
sistêmicas (8).
Logo prevenir a infecção da cavidade oral pode garantir ao paciente um
prognóstico positivo livre de complicações e garantindo a eficácia do
tratamento.
Educação e orientação fazem parte da rotina da Enfermagem, porem quando
falamos em prevenção o enfermeiro tem papel exclusivo e fundamental,
promovendo a elaboração do processo associado à orientação direta, e o
relacionamento e a confiança dos familiares é fundamental para o resultado
esperado. Conclui-se que prevenir a mucosite oral pode evitar as complicações
e o risco para infecções no tratamento das Leucemias, garantindo assim um
prognóstico positivo para esses pacientes, o enfermeiro como protagonista
deste processo deve estar absolutamente envolvido e atento ao plano de
cuidados para a prevenção da mucosite oral, garantindo a orientação e
educação para a higiene oral.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Ikeuti PS, Borin LNB, Luporini RL. Dor óssea e sua relação na apresentação
inicial da leucemia linfóide aguda. Rev.Bras.hematol.hemoter; 2006;28(1):45-48

2. Albuquerque ILS, Camargo TC. Prevenção e tratamento da mucosite oral


induzida por radioterapia: revisão de literatura. Revista Brasileira de
Cancerologia 2007; 53(2): 195-209

3. Galvão V,Castro CHBC, Consolaro A. Mucosite severa em paciente com


leucemia:uma abordagem terapêutica.Rev.Cir.Traumatol.Buco-Maxilo-
Fac.Camaragibe,2006;abril/junho;vol.6,n2,p.35-40

________________________________________________________________

1 Graduanda em Enfermagem na Faculdade de Enfermagem da Universidade


de Santo Amaro, São Paulo – SP. knodare@hotmail.com
2 Enfermeira. Professora das Disciplinas de Administração e Oncologia da

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Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro

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HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA E AS


INTERCORRÊNCIAS DA PRÓSTATA, UMA REVISÃO DA
LITERATURA
PAULO EDNILSON MARÇAL(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O câncer de próstata é a sexta ocorrência mais freqüente de casos novos de
neoplasia maligna no mundo e a terceira causa de morte mais freqüente entre
os homens. Representa 9,7% das neoplasias malignas entre homens (sendo
15,3%, em países desenvolvidos e 4,3%, em países em desenvolvimento ). É
encontrado principalmente acima dos 50 anos e, à medida que a expectativa de
vida aumenta, passa a tornar-se mais importante no quadro da mortalidade
entre homens. Especula-se que o aumento da incidência seja parcialmente
devido a uma melhor identificação de casos subclínicos, facilitada pela
expansão do uso do teste de PSA (antígeno prostático específico). Por outro
lado, o aumento concomitante da mortalidade sugere que o crescimento da
incidência não pode ser inteiramente explicado por um viés induzido pelo
aumento da proporção de casos novos diagnosticados em fase mais precoce
(¹).
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o segundo tipo mais
comum entre a população masculina é o câncer de próstata, ocupando o quinto
lugar no mundo (1).
O conhecimento da patologia e o acesso aos serviços preventivos e de
diagnósticos são considerados pontos chaves na prática preventiva.
Conhecendo-se a evolução do câncer de próstata, os métodos de diagnóstico
precoce e dispondo-se de condições de acesso aos serviços médicos-
laboratoriais, potencialmente o câncer de próstata pode ser detectado numa
fase inicial e com isto o caso apresentar, na maioria das vezes, melhor
prognóstico.
Por motivo cultural e/ou falta de esclarecimento muitos homens não fazem a
prevenção do câncer de próstata. Talvez este comportamento seja por medo ou
mesmo temor, no caso de serem operados e perderem a potência sexual ou
mesmo acharem que não poderão mais ter ejaculação ou, então, ficar com
incontinência de urina e até imaginarem que ao se submeterem ao exame do
toque retal “poderão comprometer a masculinidade”, ou também acharem que
“se mexer numa coisa que está quieta poderá piorar” ou, ainda mais grave, não
encontrar tempo algum para fazer o exame de prevenção de câncer, destarte,
levando a esta situação mundialmente calamitosa (3).

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A hiperplasia prostática benigna (HPB) é a doença mais prevalente da próstata,


com aproximadamente 50% dos homens apresentando evidências histológicas
de HPB aos 50 anos e 90% aos 80 anos de idade. A HPB é considerada uma
doença progressiva, definida como o crescimento contínuo da próstata, levando
a intensificação de sintomas e ao aumento do risco de complicação ao longo do
tempo, como a retenção urinária aguda e a cirurgia devido à HPB (2).

OBJETIVO:
- Identificar os agravos da Próstata.
- Avaliar todas as intercorrências na Hiperplasia da Próstata.
- Pesquisar as medidas preventivas e curativas da Hiperplasia da Próstata.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo bibliográfico, tipo revisão de literatura, estruturada. Tem
como objeto de estudo, 10 artigos de pesquisa e 2 revistas brasileiras de
medicina, indexados na base de dados em enfermagem, LILACS - Literatura
Latino-Americana e a do Caribe em Ciências da Saúde, SCIELO Scientific
Electronic Library Online (ambas são indexadas na base virtual em saúde) e
BDENF Base de dados de Enfermagem,.
O recorte temporal foi de 1999 a 2008, sendo este corte de 9 anos justificado
pela necessidade de informações atualizadas sobre as intercorrências na
próstata, priorizando a Hiperplasia Prostática Benigna. Os descritores utilizados
para a capturação dos artigos foram de acordo com o DEC’S (Descritores em
Ciências da Saúde) – “intercorrências na próstata”, “hiperplasia prostática
benigna”, e “antígeno prostático específico”.

RESUMO:
A próstata fica localizada bem abaixo e por detrás da bexiga, desta maneira,
propicia que a uretra passe por dentro da glândula. Tem a forma semelhante a
uma castanha, inclusive com aquelas duas partes arredondadas, como também
têm igualmente sua superfície lisa, a qual é decorrente dum tecido que a
reveste e a protege, denominado de cápsula. Pesa em média 20g e tem o
tamanho de um noz, medindo por volta de 2 cm de largura, por 2cm de
comprimento. Apresenta a consistência semelhante a da região tênar do
polegar quando contraído, isto é, ao se juntar as pontas do polegar e do dedo
mínimo e ao deslizarmos um dedo sobre esta região tênar sentirá como se
estivesse palpando uma pequena borracha arredondada (1).
A próstata é uma glândula interna do aparelho genital masculino, que tem a
função de produzir uma secreção fluida denominada de líquido seminal e que,

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no momento do orgasmo, se junta aos espermatozóides para constituir o


esperma ou sêmen.
Na Próstata poderão ocorrer três tipos principais de transtornos:
- A infecção ou inflamação, que é denominada de prostatite.
- O tumor benigno, que está representado pela hiperplasia prostática benigna.
- O tumor maligno que é representado pelos: adenocarcinoma ou carcinoma e
sarcoma (3).
O antígeno prostático específico (PSA), é usado como marcador tumoral em
várias patologias da próstata, desde 1960 descreveu-se a produção de
anticorpos contra um ou mais antígenos do tecido prostático (13).
Os estudos de biologia molecular do PSA iniciaram-se em 1971, quando foi
reconhecido um componente específico do líquido seminal humano, cujo gen
estava localizado no braço longo do cromossomo 19 (1).
O PSA é uma glicoproteína de cadeia simples, derivada do epitélio prostático e
secretada no líquido seminal. Concentrações mínimas de PSA são encontradas
também nas glândulas para-uretrais, endométrio humano e células tumorais
mamárias (1,2).
A elevação das concentrações séricas do PSA total, não confere conclusão
diagnóstica, vista que, além do CaP(Carcinoma Prostático), outras patologias
benignas da próstata podem causar aumentos dos valores de PSA total, como a
prostatite e a Hiperplasia Benigna da Próstata (HPB) (1,3).
Atualmente são conhecidas duas formas de PSA no soro: Livre
(aproximadamente 10%) e complexada com &#945;¹-Antiquimiotripsina (cerca
de 90%)(1).

Prostatite

A prostatite é uma infecção da próstata que pode ser aguda ou crônica, ambas
as doenças são benignas e curáveis, conquanto sejam submetidas a um
tratamento correto e precoce (3).
A prostatite ocorre devido a vários fatores: migração de bactérias através da
uretra em direção à próstata, deficiências da atividade antibacteriana da
secreção prostática (a falta de zinco na secreção é freqüentemente apontada),
falta de anticorpos locais e sistêmicos. Cada paciente pode apresentar
preponderância de um ou mais fatores (3,1).
Geralmente não deixa seqüelas, mas quando tratada inadequadamente, poderá
apresentar algumas complicações devido à fibrose glandular, como: cistite
crônica, estreitamento da uretra e obviamente dor e/ou dificuldade ao urinar. O
tratamento no geral é medicamentoso e de fácil resolução (1).

Carcinoma ou adenocarcinoma de próstata

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O carcinoma da próstata é o tumor, maligno, mais frequente no homem idoso e


também apresenta crescimento lento e insidioso (1,2,3).
Quanto à incidência, é muito raro antes dos 50 anos de idade, mas deve estar
por volta de 1% nesta faixa etária; todavia esta percentagem vai aumentando
gradativamente com a elevação da idade, e após os 50 anos de idade 8% a
10% desenvolvem esta doença, porém surge mais frequentemente entre 60 e
65 anos de idade, sendo que o pico de maior incidência é por volta dos 73 anos
de idade. Por outro lado, mais de 80% dos homens que atingem a idade de 80
anos têm câncer de próstata.
A etiopatogenia do tumor é incerta e pode ser multifuncional, no entanto, seu
crescimento está relacionado à produção do hormônio masculino. Todavia, a
hereditariedade é um fator muito importante e agravante, como também e
principalmente para aqueles residentes em áreas urbanas (6).

Hiperplasia Prostática Benigna

A hiperplasia prostática benigna é uma enfermidade crônica que surge depois


dos 45/50 anos de idade e corresponde a uma afecção caracterizada pelo
aumento do tamanho da próstata. Embora não apresente risco de vida, leva
consigo a probabilidade de graves consequências ou sequelas, por outro lado,
em 10% dos pacientes que extraem a próstata, com um único objetivo de tratar
a HPB, apresentam na anatopatologia um câncer prostático incidental. Portanto
pode-se assim considerar a HPB como sendo uma provável lesão
potencialmente pré-cancerígena, caso não seja tratada precoce e
adequadamente (3).
Aos 50 anos de idade a próstata se assemelha a uma maçã, onde a casca é
fina e está bem aderida ao seu núcleo ou endocarpo, destarte, este não poderá
ser enucleado, sem romper a casca. Entretanto, depois dos 50 anos de idade e
havendo hiperplasia da próstata se assemelhará a uma laranja, onde a casca
se apresenta bem espessa e, neste caso, os bagos ou endocarpo poderão ser
enucleados sem destruir a casca. Comparativamente e guardando as devidas
proporções, assim é o aspecto desta glândula, respectivamente, num adulto
jovem num idoso com HPB ou mesmo com Câncer. No caso da HPB a cápsula
da próstata está aumentada e tem a espessura entre 2 e 2mm (3).
A etiopatogenia da HPB ainda não está bem esclarecida, julga-se ser devida a
um desequilíbrio entre a produção de hormônio masculino e feminino,
respectivamente, testosterona e estrógeno, que são hormônios produzidos
normalmente pelo homem na fase adulta, em proporções bem definidas e
conhecidas (3).
O crescimento da próstata é andrógeno dependente. Sabe-se que a castração
antes da puberdade, impede o crescimento da próstata. Ainda as células
epiteliais e do estroma produzem fatores de crescimento que são controlados

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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pelos hormônios esteróides, que atuam na matriz extracelular, estimulando ou


inibindo o crescimento da próstata (3).
O diagnóstico geralmente é suspeito quando apresenta sintomas. Os principais
são (1,2):
- Dificuldade para começar a urinar.
- Perda do jato forte da urina.
- Diminuição do calibre da urina.
- Gotejamento constante após terminar de urinar.
Caso a HPB não seja tratada, a próstata continuará aumentando de tamanho
até chegar a obstruir a uretra, subsequentemente, haverá retenção de urina na
bexiga e, desta forma, advirão todas as conseqüências que são comuns a esta
complicação (3).
A forma de diagnóstico dependerá do estágio da doença, quando esta já está
num estágio mais avançado somente poderá ser avaliado com exames a seguir
(1,6):
- Dosagem no sangue, do antígeno prostático específico.
- Toque retal.
- Biópsia através da ultra-sonografia.
Tratamento
Todas as formas de tratamento têm seus riscos e benefícios, mas sempre que
possível, a escolha do tratamento deve ser uma decisão compartilhada entre o
médico e o paciente. Tais decisões devem ser baseadas em análises imparciais
dos riscos e benefícios de cada opção de tratamento, bem como nas
preferências do portador da doença. As principais opções de tratamento são
(3):
- Expectante
- Clínica ou medicamentosa
- Cirúrgica (incluindo os métodos paliativos e alternativos)
Expectante
É um método que não é indicado nenhum tipo de tratamento, o portador da
doença fica apenas em observação clínica e realizando os exames periódicos
até que seja detectada alguma intercorrência na glândula para então iniciar
outro tratamento, é um método muito importante para os casos assintomáticos
ou com sintomas leves (3).
Medicamentoso
É indicado para aqueles pacientes que possuem os sintomas da doença, mas
que, ainda, não são candidatos para a cirurgia. Também para aqueles que por
motivos próprios se recusam a fazer a cirurgia e os que possuem ou já possuiu
alguma doença cardíaca que impossibilita o mesmo de realizar a cirurgia.
Na atualidade os fármacos mais utilizados são os chamados inibidores &#945;-
adrenérgicos, os antiandrogênicos e os fitoterápicos, ou seja, à base de ervas
que não possui eficácia comprovada (1,2,3).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Cirúrgico
Em algumas situações, ou se, a doença estiver num estágio bem avançado, os
tratamentos anteriores serão ineficazes. No entanto a retirada da próstata é o
procedimento mais indicado (3).
Uma das formas do tratamento cirúrgico é a de extração da próstata, onde é
feita uma cirurgia a céu aberto, que é a retirada da próstata pela via cirúrgica
tradicional que é a abdominal, indicada à pacientes com a próstata muito
grande e com outras indicações, porém esta modalidade não é a mais prescrita,
dando-se preferência a via endoscópica, por apresentar menos complicações e
seqüelas, e que no caso da próstata são irreversíveis.
Por via endoscópica pode-se retirar a próstata parcialmente, usando-se o
endoscópio, que é inserido no canal da uretra permitindo a ressecção da
mesma. Trata-se de um procedimento cirúrgico mais simples, usado com muita
frequência por substituir a cirurgia tradicional.
Existem também vários métodos a laser que são utilizados, um exemplo é a de
laser induzida, que é feita por via transuretral, com um aparelho contendo fibra
óptica que libera raio YAG-laser na próstata, fazendo a ressecção da mesma
(1,4,6).
Os métodos endoscópicos são utilizados para se fazer a extração da próstata
por meio da enucleação, mantendo-se assim a cápsula íntegra (1,3).

CONCLUSÃO:
É preciso muito compromisso para termos resultados positivos com relação ás
medidas preventivas, que devem ser desenvolvidas por profissionais da saúde,
incluindo os da enfermagem, referente às afecções da próstata. Muitos homens
não têm o conhecimento necessário sobre as intercorrências que ocorrem na
próstata, precisando ser esclarecidos, mesmo por que estão diante de
patologias importantes, que podem se agravar ao longo do tempo, como ocorre
no câncer, e na hiperplasia prostática. É preciso acabar com todo tipo de
preconceito que envolve as medidas preventivas dos agravos da próstata, tendo
em vista que o diagnóstico precoce ainda é o melhor caminho pra um
prognóstico com sucesso. Os serviços de saúde devem oferecer programas de
orientação e acolhimento às pessoas que envelhecem e também às demais,
informando-as sobre as intercorrências que podem surgir na próstata, e suas
conseqüências. Da mesma maneira que existem os programas voltados à
saúde da mulher, devem existir programas de educação em saúde, voltados ao
publico masculino, atendendo suas especificidades, diminuindo o preconceito,
corrigindo os conceitos e informações errôneas e propiciando melhores
condições de saúde e vida ativa.
Este estudo foi desenvolvido para trazer uma reflexão sobre a problemática em
questão, junto a profissionais da saúde, que tem como papel importante, as

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ações educativas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. INCA. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa da Incidência e mortalidade
por câncer. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde; 2002. p 1- 4.

2. Brasil, MS. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Instituto Nacional do


Câncer. Programa de Controle de Câncer de Próstata: Documento de
consenso. Rio de Janeiro: INCA; 2002.

3. Braz A. A próstata e o câncer. Rev Bras Med 1999; 56(4): 273- 8.

________________________________________________________________
¹ Graduando do 8º semestre do Curso de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro, São Paulo-SP. Email: paulinho708@hotmail.com
² Orientadora – Enfermeira – Mestre - Docente do Curso de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro

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A ACUPUNTURA COMO FERRAMENTA DA ASSISTENCIA DE


ENFERMAGEM
TATIANE APARECIDA ANTUNES NASCIMENTO(1)

DANIEL RAMOS OLCERENKO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A preocupação com a saúde, as medidas de promoção e prevenção em saúde
vêm ocupando cada vez mais espaço na vida das pessoas (1).
Podendo ser observada uma crescente busca pelo cuidado integral, aonde não
haja separação entre o físico, mente e sentimentos para que possamos vê-los
inter-relacionados.
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) surgiu a milhares de anos na China,
possui tratamento e meios de diagnostico específicos através de uma
concepção holística em relação ao ser humano com o mundo, avaliando
disfunções fisiológicas, sistêmicas, energéticas e vibracionais, constituída por
um conjunto de modalidades, sendo a acupuntura a mais conhecida e aplicada
atualmente (2).
Variados são os motivos pelos quais as pessoas buscam a Medicina Tradicional
Chinesa, os citados atualmente são: resultados não obtidos no tratamento
convencional; indicação de pessoas conhecidas ou familiares; opção por
tratamentos percebidos como holísticos e evitar efeitos negativos da medicação
alopática; utilizada como uma terapia adicional (1).
A teoria de Einstein no século XX relata que a matéria é vista como
manifestação de energia e os homens constituídos também de matéria
passaram a ser considerados seres energéticos, e essa visão está ligada à
compreensão da ação da terapia complementar e/ou alternativa que possui
características próprias, objetivando o restabelecimento da saúde ou melhoria
da vida do paciente.
A enfermagem vem fazendo uso dos recursos disponíveis para o tratamento de
seus pacientes, com a utilização da acupuntura uma das modalidades da
Medicina Tradicional Chinesa (MTC), no qual utiliza procedimentos terapêuticos
manipulativos, energéticos e vibracionais para tratamentos energéticos e
patológicos promovendo o seu restabelecimento.
Esta modalidade de tratamento teve inicio em nosso país com a chegada dos
imigrantes orientais, que a utilizavam para cuidar de seus familiares e da
comunidade, no qual foi observada e divulgada, sendo atualmente exercida por
especialistas e técnicos de acupuntura e por diversas classes de profissionais
da área de saúde, reconhecida pelo Conselho Federal de Enfermagem como
especialidade na Resolução COFEN n.º 197/97 no qual era obrigatória como
carga mínima de 360 horas, havendo alteração com a Resolução COFEN n°

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283/2003 no qual o profissional Enfermeiro deverá ter 1.200 horas para usar a
Acupuntura complementarmente a em suas condutas profissionais, sendo
necessária a comprovação da sua formação técnica específica, perante o
COFEN, na Resolução COFEN n° 287/2003 a formação do profissional
Enfermeiro especializado em acupuntura poderá ser realizado em instituições
de ensino devidamente credenciadas, a fim de garantir validade e aprovação do
sistema COFEN/CORENs.
A acupuntura tem assumido um papel de grande importância na prevenção,
tratamento e até mesmo na cura de algumas patologias. Utilizando-se da
estimulação de pontos de acupuntura que se encontram na superfície do corpo
realizada nos pontos específicos através da inserção de agulhas. Sendo seus
resultados reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde e por pesquisas
cientificas (3).
A enfermagem exerce um papel fundamental devido a encontrar-se em contato
direto junto à comunidade agindo de forma assistencial, esclarecendo-a e
educando-a quanto a possíveis práticas terapêuticas como a acupuntura, que
estão disponíveis no Sistema Único de Saúde através da Política Nacional da
Medicina Natural e Práticas Complementares.

OBJETIVO:
O objetivo deste trabalho é abordar a utilização da acupuntura pela a
enfermagem, fornecendo dados que possibilitem ao seu conhecimento e valor
terapêutico.

METODOLOGIA:
Este estudo trata-se de um levantamento bibliográfico realizado nas bases de
dados da SCIELO Scientific Eletronic Library Online e LILACS Literatura-
Americana e a do Caribe em Ciência da Saúde, sendo consideradas as
publicações em revistas nacionais, e em português (Brasil). As consultas
incluíram somente artigos indexados entre 2003 a 2009. As seguintes
estratégias de busca foram utilizadas:
SCIELO e LILACS - Descritores: ("terapias complementares, medicina
alternativa, enfermagem e acupuntura.”)
Foram encontrados na Base de dados da SCIELO Scientific Eletronic Library:
33 artigos, após refinar, 10 artigos encontrados. Dos 7 artigos selecionados,
após leitura dos resumos, foram descartados 4 artigos que se referiam a
utilização de terapias complementares.
A opção pelo ano de publicação a partir de 2000 cabe ao fato de que nos anos
de 1994 e 2009 foi encontrado um maior número de artigos pertinentes ao
tema.

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RESUMO:
ACUPUNTURA
É uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa, que significa em latim "punção
com agulhas"; sendo utilizada em vários paises e recomendada pela
Organização das Nações Unidas (ONU), através da Declaração de Alma Ata da
institui a Medicina Alternativa em caráter internacional como uma técnica
eficiente no tratamento e prevenção de doenças. Desenvolvida na China há
5.000 anos, utiliza-se da colocação de agulhas metálicas em pontos específicos
para harmonizar e preservar ou devolver a saúde. Seu funcionamento é regido
por certas leis universal descobertas há milênios por sábios taoístas.
O Taoísmo é uma filosofia nativa da China que se baseou na busca pela
harmonia com o Universo através da utilização de suas leis naturais em todos
os aspectos. O retorno ao estado natural do ser humano é objetivo do Taoísmo
e, por extensão da acupuntura.
A medicina tradicional chinesa é um sistema médico integral. Utiliza linguagem
que retrata as leis da natureza e valoriza a inter-relação harmônica entre as
partes para atingir a integridade. Tem como fundamento a teoria do Yin-Yang e
também a dos cinco elementos (água, fogo, madeira, metal e terra) a todas as
coisas e fenômenos. Utiliza como elementos a anamnese, a palpação do pulso,
a observação da face e da língua e tem várias modalidades de tratamento –
acupuntura, plantas medicinais, dietoterapia, práticas corporais e mentais.
O Taoísmo é uma filosofia nativa da China que se baseou na busca pela
harmonia com o Universo através da utilização de suas leis naturais em todos
os aspectos. O retorno ao estado natural do ser humano é objetivo do Taoísmo
e, por extensão da acupuntura.
Para isto podem ser utilizadas agulhas, moxas de ervas, ventosas ou sangrias
em determinados pontos para manipulação da energia vital Qi que fluiria
através do corpo através de 14 canais principais chamados de meridianos, de
modo que se pode influenciar o sistema energético podendo-se estimular,
retardar ou restabelecer o fluxo da energia vital do paciente e ajudá-lo a
retornar ao padrão harmônico original (1).
Com bases energéticas e neurofisiológicas, baseada numa teoria dos padrões
de fluxo de energia vital Qi que percorrem o corpo físico através dos meridianos
(1).
Uma das variações da acupuntura tradicional é a chamada auriculoterapia ou
acupuntura auricular. É um método de diagnóstico e tratamento baseado na
crença de que a orelha seria o mapa dos órgãos do corpo, quando evidenciado
alguma alteração no organismo do individuo, o tratamento deve ser realizado
através da inserção de uma agulha ou sementes para pressão no local indicado
correspondente àquele órgão. Não há nenhuma prova científica dando respaldo
a essa prática (1).
Para o diagnóstico utilizam-se critérios e através destes é realizado o

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tratamento, baseando-se na Medicina Tradicional Chinesa utilizando-se a teoria


de: Yin/Yang (Tao) e dos Cinco Elementos (2).
TEORIA YIN - YANG
Esta teoria defende que todo objeto ou fenômeno consiste de dois aspectos
opostos, chamados de yin e yang, que são conflitantes e interdependentes se
movimentando e gerando transformações a todas as coisas.
Os chineses consideram que, no início, não havia corpo físico ou energético. A
ausência de forma chama-se de Vazio. O Vazio é a essência do Tao. Quando o
Vazio produziu a função de transformar e de criar, surgiram todas as coisas e
fenômenos. Processo denominado “manifestação de Existência”. Assim a
essência do Tao é o Vazio, pois do Vazio vieram os opostos Yin e Yang, dos
opostos vieram infinidades de processos e acontecimentos que deram origem
ao mundo que conhecemos (2).
A energia vital Qi tem dois aspectos ou pólos: Yin e Yang. Então dissemos que
Yang é o exterior como pele, músculos, tecidos superficiais e vísceras e Yin é a
parte interna que são os órgãos.
Tudo foi formado a partir da interação entre Yin e Yang, as duas forças opostas
e complementares que representam o feminino e masculino, o escuro e o claro,
o fraco e o forte. Nada existe sem o seu oposto, pois em cada pólo está contida
a semente do outro pólo.
O meridiano possui canais de Yin e Yang, em membros superiores e inferiores,
em vísceras e órgãos.
Essa relação é a lei universal do mundo material e energético, sendo utilizada
para explicar a fisiologia e a patologia do corpo humano podendo se
diagnosticar fazer o tratamento da mesma (1).
TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS
Baseando-se na teoria dos cinco elementos: Madeira, Fogo, Terra, Metal e
Água, observamos a relação do ser humano com a natureza através dos ciclos,
e como estas podem influenciar nas suas atividades fisiológicas.
Cada elemento rege atribuições ao corpo humano: órgão, víscera, tecidos,
órgãos dos sentidos e emoções; e da natureza: estações, fatores ambientais,
crescimento e desenvolvimento, cores, sabores e orientações entre outras.
Podemos observar as fases de um ciclo no qual existe uma interdependência e
um controle recíproco entre eles determinando um estado de constante
movimento e capacidade de modificação.
Modificação em relação ao ciclo natural de equilíbrio chamada de Relação de
estimulo recíproco ou Ciclo Geração, o ciclo de ataque chamado de Relação de
interação e exagero ou Ciclo de Controle e o ciclo de Relação de Neutralização
no qual resultará no desgaste do elemento agindo de forma oposta a da
interação.
Os ciclos de exagero e neutralização ocorrem simultaneamente pelo excesso
ou insuficiência dos elementos, ocasionando alterações em seu equilíbrio

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

424
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energético, manifestando em seu organismo.


FISIOLOGIA DA ACUPUNTURA
Após a realização de vários estudos sobre o sistema de meridianos, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), há cerca de 400 pontos de acupuntura
e 20 meridianos/ vasos conectados a maioria dos pontos. Estes pontos
apresentam alta condutância elétrica, na superfície do corpo, sendo
identificadas à presença de junções gap nos pontos de acupuntura. As junções
gap são complexos protéicos, que facilitam a comunicação intercelular e
aumentam a condutibilidade elétrica. Entendendo-se que haja uma conexão
entre pontos de acupuntura - cérebro - orgãos.
Através estimulação pela acupuntura as fibras sensitivas do Sistema Nervoso
Periférico (SNP) realizam uma transmissão elétrica via neurônios para produzir
alterações no Sistema Nervoso Central (SNC), para liberação de substancias
(3).
A Organização Mundial de Saúde publicou um documento que divulgou os
resultados científicos da Acupuntura em comparação com o tratamento
convencional (remédio) para 147 doenças.
Relação dos tratamentos que houve eficácia similar à medicação convencional:
Hipertensão, Álcool, Ansiedade, Depressão, Inflamação na próstata.
Relação dos tratamentos que houve eficácia maior ou igual a 50%: Acne,
Arteriosclerose, Asma, AVC (seqüela), Cólica estomacal e intestinal, Cólon
irritado, Dor lombar, Ejaculação precoce, Enxaqueca, Esquizofrenia,
Hipotensão, Lactação deficiente, Infecção urinária recorrente, Infertilidade,
Rinite alérgica, Obesidade, Policisto no ovário, TPM, Úlcera.
Na prática da Acupuntura é difícil estipular contra-indicação absoluta, entretanto
por razões de segurança, deve ser evitada nas condições de: gestação,
emergências médicas e situações cirúrgicas, tumores malignos (local do tumor)
e pacientes com hemofilia ou em uso de coagulantes (3).
PAPEL DA ENFERMAGEM
A enfermagem deve atuar de forma holística, agindo de modo amplo, integrado,
relacionando a teoria à pratica determinando suas ações e intervindo, pois é o
próprio profissional que executa a técnica e o corpo mostra onde reside seu
problema e como corrigi-lo. Para realizar a terapia natural é importante o
enfermeiro lidar diretamente com o cliente, observar a preocupação do todo,
interagir mutuamente, até mesmo com o ambiente (2).
Assim como os princípios básicos da Medicina Tradicional Chinesa no qual visa
o restabelecimento do individuo através dos mecanismos fisiológicos,
psicológicos e energéticos, a enfermagem deve desempenhar uma assistência
visando o atendimento das necessidades e aperfeiçoamento de saúde através
dos cuidados de enfermagem, do compartilhamento do saber sobre o processo
saúde-doença e da busca conjunta de soluções alternativas complementares
para atendimento dessas necessidades.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

425
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Os enfermeiros especializados em acupuntura exercem esta atividade de forma


autônoma, utilizando-a em clinicas ou em hospitais escolas para estudos de seu
efeito.
O Ministério da Saúde apresentou a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS) no qual se
destaca as necessidades de divulgar, apoiar, incorporar e implementar, porém a
enfermagem não faz parte integrante da área de saúde no qual faz uso desta
pratica pelo SUS, fazendo assim com que não haja a participação de nossa
categoria para a execução desta.

CONCLUSÃO:
É necessário que o profissional de enfermagem amplie o seu ramo de atuação,
considerando a pratica da acupuntura uma possível assistência de
enfermagem, atualmente somente alguns profissionais da área de saúde
podem utilizá-la em instituições privadas e no Sistema Único de Saúde, ou de
forma autônoma, desde que capacitados.
A enfermagem possui conhecimento técnico e cientifico para a incorporação da
acupuntura em suas atividades, desde que tenha atendido as exigências
perante o Conselho Federal de Enfermagem.
Uma profissão que tem como essência o processo do cuidar, a enfermagem
busca o bem estar biopsicossocial do paciente, atuando na prevenção,
promoção e reabilitação da saúde. Para que esse processo aconteça, ela deve
ser exercida de forma holística e humanizada, livrando o paciente de danos
decorrentes de imperícia, imprudência e negligência. A assistência de
enfermagem relaciona o desenvolvimento de ajuda entre o enfermeiro e o
indivíduo, cabendo ao mesmo esclarecer e orientar quanto ao uso da
acupuntura para o seu tratamento.
A acupuntura possui inúmeras vantagens se comparadas a outras técnicas.
Além de ser praticamente indolor, não necessita de tempo para recuperação o
custo é baixo, não possui efeitos colaterais e os resultados são rápidos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Wink S. Acupuntura: Uma Tecnologia Para a Enfermagem. Revista Paulista
de Enfermagem, 2006; 25 (3): 177-82.
2. CA Junior E. T, Silva K. M, Cabral M. S. F. Caderno Temático da Medicina
Tradicional Chinesa - Prefeitura do Município de São Paulo - Secretaria
Municipal da Saúde: (Internet) São Paulo (SP); Disponível em:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/saude/publicacoes/0001/MT
C_CadernoTem%C3%A1tico.pdf
3. Silva A. S. T. Acupuntura sem segredos: tratamento, milenar e científico.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Revista Psicologia Actual, Lisboa, jan. 2007; 10


________________________________________________________________
¹ Graduanda da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
UNISA – São Paulo/SP (tatianeantunes@yahoo.com.br)
2 Docente do Curso de Enfermagem e Medicina da Universidade de Santo
Amaro UNISA – São Paulo/SP

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A ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA APÓS OS SEIS MESES DE VIDA


CAMILA IRAMAIA PIRES(1)

CAROLINE ALVES GARCIA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A alimentação infantil após os seis meses exclusivos de aleitamento materno, é
chamado de complementação alimentar, até os vinte e quatro meses de vida.
Onde são introduzidos alimentos e líquidos, na proporção e gênero adequado,
variando com a idade da criança, até o fim deste período.
Durante a prática clínica sobre o estado nutricional das crianças, em uma
creche na cidade de São Paulo, avaliando peso/altura das mesmas, foi
verificado que a maioria das crianças estavam fora do padrão desejável de
nutrição, tanto as que estavam acima como as que estavam abaixo do peso.
Causando danos como, obesidade, desnutrição, infecções alimentares e
ingesta insuficiente de micronutrientes, que o leite materno possui em
quantidades suficientes até o sexto mês vida.
Assim, ao entrevistamos as mães, e observando os gráficos de peso/altura
percebemos que este problema estava ocorrendo, devido à forma incorreta de
iniciar a alimentação complementar para a criança. Onde ela é feita
precocemente, tardiamente ou de forma inadequada, relacionada às
necessidades nutricionais infantis. Tendo as famílias, um custo maior com a
introdução de leite não humano e/ou outros alimentos, comparada a outras
famílias que mantiveram o aleitamento materno até os seis meses de vida.
Tendo como objetivo, mostrar neste estudo, o beneficio que a mãe/cuidador
terá em oferecer para a criança, à introdução da complementação alimentar
corretamente no momento certo. Sendo o enfermeiro um educador e
colaborador para o inicio do desenvolvimento da criança. Tendo certeza que
esta orientação também faz parte do seu objetivo, que é a promoção da saúde,
em qualquer fase da vida.

OBJETIVO:
Mostrar a importância de introduzir alimentos complementares, corretamente,
para lactentes a partir do sexto mês de vida.

METODOLOGIA:
Trata-se de um trabalho de revisão bibliográfica, com consulta ao site on line da
BIREME, utilizando as bases de dados LILACS e SCIELO.
Colocando a palavra alimentação na busca, foram selecionados 40 artigos na
língua portuguesa e que estavam disponíveis, em texto completo, on line.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Após essa seleção, e seguindo os seguintes descritores: Alimentação,


Alimentação mista, transtornos alimentares na infância, Suplementação
Alimentar, foram selecionado 3 artigos, abrangendo o período de 1999 a 2009.

RESUMO:
A introdução da alimentação complementar a partir do sexto mês de vida da
criança, ocorre, porque neste período ela está com o trato gastrintestinal
amadurecido, em estágio de desenvolvimento geral neurológico (mastigação,
deglutição, digestão e excreção) e onde acontece também, o desaparecimento
do processo de extrusão (língua protusa). Tendo controle da cabeça bem
desenvolvida, permitindo que a criança tenha sustentação ficando sentado, e
virando o rosto para o lado em sinal de negação ao alimento.(1)
Muitos estudos indicam que a complementação alimentar ocorre
precocemente, antes do período que é recomendado pela Organização Mundial
da Saúde (OMS). Causando danos para saúde, para o desenvolvimento e
diminuindo a duração do aleitamento materno.
O Sobrepeso ou a obesidade está relacionado diretamente ao inicio da
alimentação complementar, precoce ou no período indicado. Porém, é feita de
forma inadequada, com a introdução de leites industrializados e espessantes,
com adição de açúcar em mamadeiras, sendo este um uso errôneo e
dispensável. A criança não tem necessidade fisiológica, sendo recomendado
seu uso aos 12 meses ou mais, moderadamente.
O uso da mamadeira também é contra indicado, pois pode causar confusão
para a criança com o aleitamento materno, entre os bicos, podendo também
causar o desmame do leite materno precoce, possibilitando uma ingesta maior
de leite, desenvolvendo na criança um habito de consumir mais alimento do que
realmente ela necessita.
Ocasionando também infecções alimentares pela higiene inadequada da
mamadeira, quando o uso indicado correto é a oferta através do copo,
salientando que está pratica deve acontecer no período indicado.
Outro problema importante, que ocorre também com freqüência, é a
desnutrição infantil. Mais comumente em regiões mais pobres e com pouca
instrução. Uma forte causa para a ocorrência da desnutrição, é a introdução
precoce da alimentação complementar, antes do seis meses, diminuindo o
aleitamento materno, inserindo a oferta de alimentos com baixos valores
energéticos e nutritivos.
A desnutrição causada pela pobreza, tem tido muitas intervenções para
diminuição deste problema, com o trabalho do SUS no Programa de Saúde da
Família (PSF). Sendo a peça fundamental para o êxito, a intervenção da
enfermeira na assistência direta as famílias, com observação do padrão

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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socioeconômico e assim, orientando particularmente cada família.


“A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica a desnutrição como uma das
cinco causas de morte infantil, além de ser subjacente as demais”
A alimentação complementar adequada abrange várias práticas para manter
simultaneamente a ingestão de leite materno. A introdução é gradual e
adequada à idade da criança, com a oferta de nutrientes mais complexos, onde
o lactente esta menos sensível a alimentos parcialmente alérgicos. (2)
Deve-se ter cuidado para garantir que estes alimentos complementem, e não
substituam, de maneira nenhuma o leite materno bruscamente, ou antes do
período adequado de encerramento.
No período de introdução da alimentação para a criança, é importante a oferta
da maior variedade de novos alimentos no primeiro ano de vida, diversificando
seu paladar. Atentando-se sempre, para cada vez que um novo alimento for
introduzido à criança, ter um intervalo de 4 a 7 dias, identificando assim,
possíveis alergias alimentares.
A oferta de alimentos mais nutritivos e a ingestão de micronutrientes pode ser
aumentada, diversificando a dieta para incluir frutas, vegetais e derivados de
animais. É igualmente importante escolher combinações de alimentos que
aumentam a absorção de micronutrientes.
Uma dieta de qualidade para a criança deve ser bem colorida, com diversidade
de alimentos, que contenham ferro, zinco, cálcio, vitamina A, Vitamina C e
outros.
A oferta deste alimentos deve ser feita sempre com colher, longe de distrações
para a criança, em um local onde a criança fique em frente a mãe/cuidador
(onde ela entenda como um ato de carinho). Também, deve ser feita de forma
paciente e diversificada, uma vez que é normal a rejeição de alguns alimentos,
por isso se deve fazer outras associações para atrair o seu paladar. Nunca
deve obrigar a criança a comer e também não substituir a comida por
“mamadeira”.
A introdução dos alimentos complementares deve ser aumentada na
quantidade e consistência à medida que a criança vai crescendo, conforme
orientações de profissionais da área da saúde, como o enfermeiro nas
consultas de puericultura.
A partir do oitavo mês a alimentação é feita com vegetais sólidos e pequenos
pedaços de frutas, também é oferecido para a criança alimentos como biscoitos
e torradas, para que possam segurar e mastigar (inicio da erupção dos dentes).
Sendo que estes devem ser oferecidos para serem pegos com os dedos, tendo
a mesma importância dos brinquedos, para o desenvolvimento de alguns
sentidos, (tato, olfato, visão). Aos doze meses a criança já pode receber a
alimentação da família na proporção adequada.
Ter boa higiene e manipular os alimentos de forma adequada é tão importante
quanto a boa alimentação. A lavagem das mãos antes da preparação das

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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alimentações, como utilizar utensílios limpos para preparar e servir para


criança, sendo aconselhável oferecer alimentos frescos, e não guardá-los para
refeições que serão feitas mais tarde mais tarde.
Uma nutrição equilibrada pode ser melhorada através da diminuição da
freqüência do aleitamento, aumentando as quantidades/qualidade dos
alimentos, mantendo o aleitamento materno até o período indicado,
fortalecendo o vínculo mãe e filho.
“As crianças e depois como adultos, tendem a preferir alimentos da maneira
como lhe foram apresentados inicialmente. Por isso é recomendável que se
ofereça inicialmente à criança alimentos com baixos teores de açúcar e sal.” (2)
Estudos nutricionais devem identificar as dietas locais e as boas práticas
vigentes que devem ser apoiadas, testando opções para a melhoria da dieta
tradicional e das respectivas práticas nutricionais. Identificar o público-alvo e as
estratégias eficazes para alcançá-los, respeitando sempre os valores
nutricionais e os costumes regionais.
A responsabilidade de uma alimentação complementar de qualidade, e no
período correto, é da mãe/cuidador, partindo do principio que foi oferecido
orientação e acompanhamento de algum profissional da área da saúde,
principalmente da enfermagem desde a gestação, até os 24 meses de vida.
Período este importante para prevenção de doenças ocasionadas pela
alimentação inadequada. Um resultado satisfatório depende também da
instrução da mãe, tradição familiar e aderência ao planejamento desta fase, tão
importante quanto um tratamento medicamentoso, pois a alimentação
adequada promove a saúde.
A enfermagem tem um papel muito importante na nutrição da criança dentro do
período de seis a vinte e quatro meses de vida, com a equipe multiprofissional,
observando e detectando situações socioeconômicas.
E em posse desses dados, que são adquiridos mais comumente na consulta
de enfermagem, é feita a orientação de acordo com o caso de cada criança, e
acompanhado, pois as consultas são seqüenciais.
A nutrição aqui referida não entra no mérito de profissionais de nutrição, mais
sim, do conhecimento que é adquirido de base pelo enfermeiro, e aplicado no
âmbito de intervenção onde lhe cabe como profissional da saúde, e parte da
equipe multiprofissional. Assim, evidenciando algo de maior gravidade, é
encaminhado pelo mesmo, para um nutricionista ou outro profissional de acordo
com a indicação do caso.
Preconizando a importância da alimentação complementar adequada. Segue
esquema detalhado facilitando a implantação pelo enfermeiro.
Os 10 passos para a alimentação saudável da criança menor de dois anos.
(3)

Passo 1. Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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chás ou quaisquer outros alimentos.


Passo 2. A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros
alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.
Passo 3. Após os seis meses, dar alimentos complementares (cereais,
tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes), três vezes ao dia, se a
criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada.
Passo 4. A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de
horários, respeitando-se sempre a vontade da criança.
Passo 5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e
oferecida com colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e,
gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família.
Passo 6. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação
variada é, também, uma alimentação colorida.
Passo 7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas
refeições.
Passo 8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas,
salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com
moderação.
Passo 9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o
seu armazenamento e conservação adequada.
Passo 10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar,
oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a
sua aceitação.

Calorias / quantidade de alimentos sólidos até 24 meses


O fornecimento da alimentação para o lactente tem uma porcentagem
especifica de calorias diárias relacionado ao período de vida.

• Fornecer aos lactentes de 6 a 8 meses aproximadamente 200 kcal por dia em


alimentos complementares.
• Fornecer aos lactentes de 9 a 11 meses aproximadamente 300 kcal por dia
em alimentos complementares.
• Fornecer às crianças de 12 a 24 meses aproximadamente 550 kcal por dia em
alimentos complementares.

O número de refeições diárias a ser introduzido na alimentação da criança.


Segue um esquema base.

• Alimentar os lactentes de 6 a 8 meses com alimentos complementares 2 ou 3


vezes por dia.
• Alimentar os lactentes de 9 a 11 meses com alimentos complementares 3 ou
4vezes por dia.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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• Alimentar o infante de 12 a 24 meses com alimentos complementares 3 ou 4


vezes por dia. Oferecer lanches nutritivos 1 ou 2 vezes por dia, conforme o
desejo.

Aumentar gradualmente a consistência e a variedade dos alimentos à medida


que a criança cresce, adaptando a dieta às necessidades e habilidades da
criança.

• Oferecer alimentos amassados e semi-sólidos, se possível amolecidos com


leite materno, a partir dos 6 meses de idade.
• Alimentar os lactentes de 6 a 7 meses com combinações de alimentos
pastosos ricos em calorias e vitaminas.
• Introduzir “petiscos” (lanches que a criança pode comer sozinha) a partir de 8
meses de idade.
• Fazer a transição para a dieta da família por volta dos 12 meses de idade.
• Se as crianças recusarem muitos alimentos, experimentar com diferentes
combinações de sabores, texturas e métodos de estimulação.
• Alimentá-las com calma e com paciência, minimizando as distrações durante
as refeições.
• Não forçar as crianças a comer.
As práticas recomendadas para as crianças sobre alimentação, diversificando a
dieta para melhorar a qualidade e ingestão de micro nutriente.

Pirâmide Alimentar
Grupo de Paes, Cereais, Arros e Massas
1 fatia de pão
30g de cereal pronto para ingerir
½ xícara de cereal, arroz ou massa cozidos

Grupo de Vegetais
1 xicara de verduras cruas
½ xícara de outro vegetal, cozido ou cru cortado em pedacinhos
¾ xícara de suco de vegetais

Grupo das Frutas


1 maçã, banana ou laranja média
½ xícara de fruta cortada ou cozida
¾ xícara de suco de fruta

Grupo do leite, Iogurte e Queijo


1 xícara de leite ou iogurte
45g de queijo natural

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60g de queijo processado

Grupo de Carnes, Aves, Peixe, Feijão, Ovos e Nozes


60-90g de carne magra, ave ou peixe cozidos
½ xícara de feijão, 1 ovo ou 2 colheres de sopa de manteiga de
amendoim contando como 30g de carne magra.

CONCLUSÃO:
Com o término desse estudo percebi que a alimentação adequada até o dois
anos de vida da criança, contribui para o seu desenvolvimento neuropsicomotor,
porém é um processo trabalhoso.
Não basta introduzir alimentação nos períodos corretos, mais sim também os
alimentos corretos. Sendo este um principio básico mundial.
Além de ser importante o estudo sobre as condições socioeconômicas de cada
família \ região, para que a assistência a ser prestada seja correta e coerente.
Assim com todos esses recursos, a enfermeira pode implementar uma
alimentação complementar adequada, passível de avaliação, sempre utilizando
os gráficos de crescimento (peso/altura) e seguindo orientações de
intervenções indicadas pela OMS.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Monte. C. M. G., Giugliani. E. R. J., Recomendações para alimentação
complementar da criança em aleitamento materno. J Pediatria, Rio de Janeiro.
2004, 80(5): p.131-141.
2. Campos. S. H., Boog. M. C. F., Cuidado nutricional na visão de enfermeiras
docentes. R Nutrição, Campinas. 2006, 19(2):p.145-155.
3. Oliveira. L. P. M., et al, Alimentação complementar nos primeiros dois anos
de vida. R Nutrição, Campinas. 2005, 21(5):p.459-469.

________________________________________________________________
1 . Graduanda do curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
(UNISA) [e-mail] yramaya1@hotmail.com
2 . Professora da diciplina de pediatria da Universidade de Santo Amaro
(UNISA) Enfermeira especialista em Pediatria e Neonatologia

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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A assistência de enfermagem ao paciente politraumatizado


ALEX DE OLIVEIRA VASCONCELOS(1)

DANIEL RAMOS OLCERENKO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O Atendimento Pré-Hospitalar (APH) é uma modalidade de assistência
especializada, fora do âmbito hospitalar, cuja finalidade de atendimento visa à
manutenção da vida e/ou minimização das seqüelas. No Brasil, os recursos de
especialização em enfermagem ou APH ainda são recentes, o enfermeiro vem
se qualificando nessa área por meio de recursos de especialização em
emergência ou APH, atendendo as diretrizes do Ministério da Educação e do
Conselho Federal de Enfermagem.
Triagem é a classificação das vítimas em categorias, não apenas relativas à
gravidade, mas sim às situações em que mais se beneficiarão do socorro
prestado. A triagem do paciente politraumatizado diminui o fluxo interno de
pacientes em unidade de emergência reduzindo o tempo de duração deste na
unidade.
Quanto à avaliação do nível de consciência, em pacientes atendidos no serviço
de emergência, também pode ajudar a reduzir o tempo de permanência. Para
esta avaliação é utilizado a Escala de Coma de Glasgow (GCS) nos pacientes
críticos com traumatismo. A palavra trauma apresenta se como um substantivo
sinônimo de traumatismo, ou conjunto das perturbações causadas por um
ferimento seja ele de qualquer natureza.
O enfermeiro do pronto socorro deve estar presente no recebimento do
paciente na sala de emergência, fazendo a admissão do mesmo, as
prescrições, evoluções de enfermagem e planos de alta dos pacientes
internados desenvolvendo sistemas de triagem como parte integrante dos
serviços de emergência, possibilitando assim, a melhora na qualidade da
assistência e a diminuição dos riscos decorrentes da espera para o atendimento
na unidade.

OBJETIVO:
Verificar a assistência de enfermagem ao paciente com politraumatismo, em
todos os níveis da atuação sobre o mesmo; sejam pré-hospitalares ou
hospitalares. A fim de esclarecer e orientar a assistente de enfermagem, de
forma didática e ordenada.

METODOLOGIA:
A presente pesquisa é uma referencia bibliográfica realizada por meio de
literatura exploratória das pesquisas publicadas, de 1991 a 2005, relativa ao

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trauma, APH, Assistência de enfermagem, Emergência e a triagem dos


pacientes politraumatizados onde foram utilizadas como fontes bibliográficas a
Base de Dados da Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online
(SciELO).

RESUMO:
Analisando a realidade atual, a multiplicação da violência e da quantidade de
veículos automotores e a explosão demográfica, vêm aumentando
progressivamente as patologias traumáticas nas unidades de urgência e
emergência, admitem que "o trauma atingiu o primeiro lugar como etiologia na
população de 0 a 39 anos". Porém, somente o conhecimento sobre esses
números não é suficiente, pois o enfermeiro que atende o politraumatizado nas
unidades de urgência e emergência, deve saber associar as lesões ortopédicas
com as possíveis complicações sistêmicas. A presença de trauma de grande
energia pode levar ao acometimento grave do sistema musculoesquelético
atingindo outros órgãos e tecidos adjacentes, colocando em risco a vida do
paciente em alguns casos.
Em alguns casos, as lesões podem comprometer outros sistemas, gerando
riscos de vida ou seqüelas incapacitantes a vítima, como por exemplo, na
fratura de coluna onde a instabilidade ocasionada pela falta de imobilização
adequada pode levar a uma lesão de medula espinhal e, conseqüentemente, a
seqüela neurológica gravíssima e irreversível como a tetraplegia ou a
paraplegia. Outro comprometimento específico pode ocorrer nas fraturas e
luxações de membros superiores e inferiores, no qual o estado neurovascular
próximas a essas lesões devem sempre ser avaliados pelo enfermeiro, uma vez
que o desvio anatômico dos ossos pode levar às lesões de artérias e de nervos
periféricos. Em relação a técnicas de imobilização o enfermeiro deve ter
conhecimento desses equipamentos a fim auxiliar o médico na sua instalação e
orientar o paciente sobre os cuidados de manutenção e esclarecimento de
possíveis complicações com o seu uso.
O enfermeiro como coordenador do atendimento ao politraumatizado e
responsável pelo funcionamento adequado das unidades de urgência e
emergência, deve ser dotado de extenso conhecimento dos aspectos que
envolvem os cuidados do paciente com o trauma. Para o sucesso do
atendimento ao politraumatizado nas unidades de urgência, é absolutamente
necessário que o enfermeiro desta unidade esteja ciente de todos os aspectos
que envolvem a assistência, inclusive os de origem jurídica, pois uma fratura
grave tratada de modo negligente e imprudente pelos profissionais de saúde
pode levar a complicações posteriores à vítima e, como conseqüência, a um
possível processo penal.
O enfermeiro tem como responsabilidade e o dever de exercer a profissão com

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência,


responsabilidade, honestidade e lealdade. São características que devem servir
como parâmetros para o enfermeiro, garantindo assim, a melhor assistência
prestada.

O SERVIÇO DE APH
A equipe de profissionais envolvida no atendimento do serviço de APH pode ser
constituída pelo auxiliar ou técnico de Enfermagem em um atendimento primário
(unidade móvel de Suporte Básico a Vida) ou pelo Enfermeiro e Médico no
atendimento secundário (unidade móvel de Suporte Avançado a Vida).
“O chamado é atendido por um técnico na central de regulação que identifica a
emergência e imediatamente transfere o telefonema para o médico regulador.
Esse profissional faz o diagnóstico da situação e indica o atendimento no
mesmo instante, orientando o paciente ou a pessoa que fez o contato, sobre as
primeiras ações e designa uma ambulância de suporte básico de vida, com
auxiliar de enfermagem e socorrista para o atendimento no local ou então, de
acordo com a gravidade do caso envia uma UTI móvel com médico e
enfermeiro.
O tempo médio de atendimento para a ambulância se deslocar é de um a dois
minutos após receber a comunicação do acidente com vítima, de cinco a oito
minutos para chegar ao local, de dois a oito minutos para o atendente prestar
os primeiros socorros e de 6 a 13 minutos para que a vítima seja atendida em
um pronto socorro.

ATENDIMENTO HOSPITALAR
A restrição do tempo, em virtude da gravidez das lesões, às vezes impede a
utilização de recursos propedêuticos sofisticados e as indicações dos
procedimentos terapêuticos baseiam-se no exame clinico inicial. Apesar da
complexidade do quadro, o politraumatizado deve ser encarado como portador
de uma entidade única e, portanto, atendido, examinado e tratado de forma
global.
Em todos os pacientes traumatizados, as prioridades de avaliação e conduta
estabelecidas baseiam-se nos sinais e lesões que impedem a função vital. Para
facilitar a compreensão, pode-se dividir o atendimento hospitalar em avaliação e
tratamento inicial, avaliação secundária e tratamento definitivo. Essa
classificação tem caráter didático, entretanto, com freqüência as três fases são
executadas simultaneamente, dependendo da gravidade do estado do paciente
e da equipe que presta o atendimento.
A assistência de Enfermagem na sala de emergência o enfermeiro da sala de
emergência deve ouvir o relatório da equipe da ambulância e informar ao
medico as condições de entrada do paciente estado geral e a pontuação
atingida na GCS, para reavaliar o paciente, puncionar o pacienta caso o mesmo

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

437
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não tenha um acesso prévio parar a administração das medicações que serão
prescritas e direcionar o paciente para os serviços de apoio a diagnostico logo
após a avaliação neurológica, prescrever individualmente cada paciente
informado os cuidados que devem ser tomados com cada lesão assim
mantendo, monitorizarão e avaliando o paciente constantemente.
A triagem é feita pelo Enfermeiro na sala de emergência através do exame
físico e fazendo a Sistematização de Assistência de Enfermagem onde o
mesmo aplica a GCS o mesmo identifica e informa ao Medico os resultados da
GCS com essa triagem o Enfermeiro faz com que o paciente politraumatizado
seja examinado com maior rapidez pelo medico. Pois os tipos de trauma
atendidos na sala de emergência são de diversas naturezas no atendimento de
emergência pode dar entrada tanto traumas fechados como abertos, em grande
parte o APH traz pacientes vitimas de acidentes de transito e por serem
traumas causados por pancada portando o paciente geralmente apresenta um
trauma fechado e um trauma aberto.

ATENDIMENTO INICIAL
O atendimento nos primeiros 20 minutos deve-se ter muita atenção com o
primeiro curativo, utilizando-se de preferência material estéril ou limpo. Esse
processo pode diminuir em ate 15% o risco de contaminação. Um breve exame
físico e obtenção de dados vitais são de grande importância para avaliação
inicial e identificação do risco de vida no local do evento. O atendimento inicial é
especificado através das condições em que se encontra o paciente e anulado
se os riscos a segurança da equipe que presta o socorro e os riscos imediato
de vida ao paciente são identificadas e tratadas ao mesmo tempo.

AVALIAÇÃO DA CENA, SITUAÇÃO E SEGURANÇA (APH)


Avaliação da cena é o estudo rápido dos diferentes fatores relacionados à
ocorrência e indispensáveis para a tomada de decisão. Riscos e proteção
individual: existe riscos aos quais estamos expostos ao socorrer uma pessoa
fora do ambiente hospitalar. Um bom socorrista deve conhecer tais riscos, os
principais itens de proteção individual e os passos para a avaliação correta e
segura da cena onde ocorre determinada situação de emergência.
É fundamental evitar contato direto com substâncias que possam transmitir
doenças infecciosas como sangue, urina, fezes, vômito, saliva, muco, esgoto,
água, roupas ou superfícies contaminadas etc.
Para tanto, o socorrista deve utilizar itens de proteção individual: luvas, óculos,
máscaras, roupas adequadas, máscara para RCP (barreiras faciais), entre
outros.
Para que o socorro siga de forma segura, antes mesmo de se examinar a
vítima, o local deve ser cuidadosa e sistematicamente avaliado. Por isso é
fundamental fazer a "avaliação da cena".

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

438
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A avaliação deve ser constante e não apenas no primeiro momento, pois os


fatores podem alterar-se com facilidade e rapidez.

CONTROLE, COMANDO E COMUNICAÇÃO


É importante frisar e definir que o sistema de atendimento pré-hospitalar é um
serviço médico. Assim, sua coordenação, regulação e supervisão direta e a
distância deve ser efetuada unicamente por médico. Na urgência-emergência
deverá haver uma ação integrada com outros profissionais, não-médicos,
habilitados para prestar atendimento de urgência-emergência em nível pré-
hospitalar, sob supervisão e coordenação médica.
Transporte uma Central de Regulação, de fácil acesso ao público, onde o
médico-coordenador, quando pertinente, despachará o atendimento à
emergência para a unidade que esteja mais próxima, colhendo ainda
informações adicionais que poderão exigir a presença do médico no local.
A chamada "Regulação Médica" das Emergências, é o elemento ordenador e
orientador da atenção pré-hospitalar, faz o enlace com o nível hospitalar e
abarca duas dimensões de competência: a decisão técnica em torno aos
pedidos de socorro e a decisão gestora dos meios disponíveis definindo o
veiculo destinado a este chamado assim define-se ambulância como um veículo
(terrestre, aéreo ou hidroviário) que se destine exclusivamente ao transporte de
enfermos.

START E AS CORES DE IDENTIFICAÇÃO:


No processo de triagem para iniciar o socorro no local do desastre, um dos
métodos mais utilizados é o START-Simple Triage And Rapid Treatment que
identifica as vítimas por fitas coloridas ou etiquetas (tarjetas) coloridas ou
cartões de triagem.
Vitimas classificada com a Cor vermelha: socorro imediato, primeira prioridade
ou prioridade imediata são vítimas que requerem atenção imediata no local ou
tem prioridade no transporte.
Vitimas classificada com a Cor amarela: segunda prioridade ou prioridade
secundária - socorro deve ser rápido, mas deve aguardar vítimas com maior
prioridade. São vítimas sem indicativo de que virão a morrer nos próximos
minutos se não forem socorridas estão orientadas, deambulando, conseguindo
cumprir ordens simples.
Vitimas classificada com a Cor verde: terceira prioridade ou prioridade tardia -
vítimas deambulando, com lesões menores e que não requerem atendimento
imediato. Não devem ser consideradas isentas de lesão. Apenas não são
prioritárias naquele momento.
Vitimas classificada com a Cor preta: prioridade zero ou última prioridade -
vítimas consideradas em morte óbvia ou em situações de grande dificuldade
para reanimação.

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439
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ABORDAGEM PRIMARIA EXAME FISICO


A Abordagem Primária tem como objetivo identificar e tratar lesões que possam
levar uma pessoa a morte, ou seja, ameaçam a vida de forma imediata.
Está dividida em A, B, C, D e E, ou seja, A de abertura de vias aéreas com
controle cervical, B de verificação de Respiração, C de controle de Grandes
Hemorragias com verificação de Pulso, D de Avaliação do Nível de Consciência
e E de Exposição da vítima com Controle Térmico.
A. O primeiro objetivo na obordagem primária é estabelecer uma via aérea
estável e desobstruída. Ao abordar as vias aéreas, o enfermeiro deverá utilizar
as manobras de levantamento da mandíbula (Jaw Trust), retirada de corpos
estranhos (Heilimch), e suplementação de oxigênio via ambu com máscara,
para fornecer um conduto de oxigênio para a correção da hipoxemia alveolar.
Nesse momento, uma atenção à coluna cervical deve ser dada, como a
utilização de colar cervical e a ausência de movimentos excessivos com o
pescoço, para não comprometer ou levar a vítima a uma lesão medular.
B. que é o da respiração devem-se checar as ventilações da vitima através da
técnica VER, OUVIR e SENTIR, devendo o enfermeiro, se necessário, preparar
todos os materiais - cânulas, fio guia, laringoscópio e outros para que seja
promovido a entubação endotraqueal pelo médico emergencialista nos
politraumatizados não responsivos.
C. verificar batimentos cardíacos da vítima, a fim de perceber se a mesma
encontra-se em parada cardíaca associada à parada respiratória. Para tanto
verificar pulso central, ou seja, na artéria carótida, localizada entre o músculo
esternocleidomastóideo e a traquéia.
D. tem como objetivo identificar o estado neurológico da vítima é realizado logo
após o controle hemodinâmico. Nesse momento, o exame neurológico deve ser
preciso e enfocar o estado de alerta da vítima, as repostas a estimulações
verbais, as respostas a estimulações dolorosas e o estado de consciência.
Dessa forma, a escala de coma de Glasgow deverá ser utilizada pelo
enfermeiro para direcioná-lo a uma informação mais precisa e universal do
estado neurológico do politraumatizado.

E. devemos expor a vítima apenas em locais de suspeita de fraturas e lesões


importantes, e, além disso, cobri-la com manta térmica para manter o seu
aquecimento.

ABORDAGEM SECUNDARIA
O enfermeiro emergencialista começa o exame secundário e suas intervenções
quando tenham sido garantidas a via aérea, a respiração e a circulação, e
envolve uma avaliação da cabeça aos pés, combinada com os diagnósticos
definitivos e tratamento das lesões.
Esta avaliação compreende a realização de um exame físico geral, iniciando

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

440
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pela observação detalhada da cabeça e identificação de lesões cortantes ou


perfurantes, hematomas e crepitações. Os olhos devem ser avaliados quanto à
abertura, diâmetro e reatividade pupilar, hemorragias, edema e hematoma. No
pescoço o alinhamento da traquéia a simetria dos músculos e as jugulares
devem se avaliados.
No tórax se observa a expansibilidade torácica, palpar a clavícula para verificar
a presença de deformidades. No abdome palpar cuidadosamente cada
quadrante analisando a sensibilidade e rigidez da pele. Na pelve palpar as asas
ilíacas e teste cuidadosamente a mobilidade da pelve. Palpar o monte do
pubes.
No períneo observar a presença de hemorragias pela uretra, vagina ou ânus.
Palpar em busca de hematomas ou deformidades. Nas extremidades
Inspecionar cada um dos membros superiores e inferiores, observando a cor e
a integridade da pele, o alinhamento, a simetria e a presença de deformidades
ou aumento de volume. Palpar cada uma das extremidades em busca de
crepitação ou instabilidade; avaliar tônus muscular.
No Dorso Mobilizar cuidadosamente a vítima pela técnica de rolamento a 90o,
se sua situação assim o permitir. Inspecionar o dorso, observando a cor e a
integridade da pele e a presença de deformidades ou aumento de volume.
Palpar a coluna nas suas porções torácica, lombar e sacral, em busca de
deformidades ou crepitação.

CONCLUSÃO:
Vimos por meio deste trabalho, que o paciente politraumatizado sempre
encontra uma equipe de profissionais de saúde com o intuito de prestar o
atendimento para o restabelecimento de suas funções vitais a fim de afastar os
riscos que colocam em questão a sua vida. A enfermagem é parte integrante e
fundamental dessa equipe e o enfermeiro é o principal gestor de cuidados
imediatos e qualitativos à vítima politraumatizada. Ele tem a função primordial
de organizar e coordenar toda assistência de enfermagem ao paciente que
necessita do serviço de urgência e emergência.
É fundamental que o enfermeiro tenha uma bagagem científica rica em
anatomia, fisiologia e terminologia básica do sistema locomotor, além de
possuir informações relacionadas às principais patologias ortopédicas e suas
associações de lesões com os outros sistemas, para que a equipe de
enfermagem colabore com o sucesso do prognóstico do paciente, direcionadas
a uma recuperação mais rápida e com o mínimo de sofrimento.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Ministério da Saúde (BR). Regulamento técnico dos Sistemas estaduais de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

441
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urgência e emergência. Portaria n° 2048/GM de 5 de novembro de 2002.


Brasília: Ministério da Saúde; 2002.
2. Prado C. Ensino-aprendizagem da Escala de Coma de Glasgow: análise de
duas técnicas em enfermeiros do serviço de emergência [dissertação]. São
Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2001.
3. Pavelqueires S. Manobras avançadas de suporte ao trauma - MAST. 3ª ed.
Ribeirão Preto: Legis Summa Ltda; 1997.

________________________________________________________________
¹Aluno do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem
da Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP.
² Enfermeiro. Professor Adjunto da Faculdade de Enfermagem da Universidade
de Santo Amaro. São Paulo, SP.

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A assistência do enfermeiro na prevenção sobre a Doença


Hipertensiva Especifica da Gravidez (DHEG), durante o pré-natal
RAQUEL SATURNINO LIMA CAMPELO(1)

EGLE DE LOURDES FONTES J OKAZAKI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG) é o distúrbio mais
comum na gestação. Esta patologia caracteriza-se por hipertensão
acompanhada de proteinúria e/ou edema, sendo estes chamados de tríade da
DHEG. DHEG em duas formas básicas: pré-eclâmpsia (forma não convulsiva
marcado pelo início da hipertensão aguda após a vigésima semana de
gestação) e eclampsia, que é um distúrbio hipertensivo gestacional que se
caracteriza pelos episódios convulsivos conseqüentes a efeitos cerebrais
profundos da pré-eclâmpsia. Através desta pesquisa verificamos o quanto é
importante que seja feito o acompanhamento durante o pré-natal, para que
tenha melhor evolução da gestação e do feto. Pois se atentarmos para
primeiros sintomas da pré-eclâmpsia, a assistência será mais efetiva, com isso
diminuir os riscos da gestação.
A gravidez é o período que vai desde a fecundação até o nascimento. É um
período de profundas modificações no corpo feminino, envolvendo todos os
sistemas, que se ajustam fisiologicamente à nova condição. Iniciam-se na
primeira semana e vão até o final da gravidez (1).
As modificações emocionais e psicológicas da mulher durante a gravidez são
intensas e podem variar com forme alguns fatores: planejamento anterior da
gravidez, relações familiares, quantidade de filhos, entre outros. Acredita-se que
as alterações fisiológicas são deflagradas por hormônios e as modificações
maternas ocorrem conforme o desenvolvimento fetal, nesse período pode surgir
algumas doenças especificas da gravidez ( 1).
A hipertensão é uma doença crônica, que na maioria dos casos compromete o
equilíbrio dos mecanismos dos vasodilatadores e vasoconstritores, levando a
um aumento da tensão sanguínea nos vasos provocando danos em alguns
órgãos, geralmente esse aumento é igual ou superior a 130x90mmhg(2).
A hipertensão arterial pode ser entendida como a apresentação de níveis de
pressão arterial sistólica acima de 140mmhg e de pressão diastólica acima de
90mmhg em adultos. Trata-se de uma doença considerada, a grande
responsável pelo surgimento da insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, e
insuficiência renal. O diagnóstico de hipertensão nagravidez é feito quando os
níveis pressóricos são iguais ou superiores a140/90 mmHg (2).
A toxemia gravídica conceitua-se como doença multissistêmica ocorrendo no
final da prenhez e caracterizada por manifestações clínicas associadas e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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peculiares: hipertensão, edema e proteinúria. Nas suas formas graves, em


virtude da irritabilidade do sistema nervoso central, instalam-se convulsões, e a
doença é denominada eclâmpsia; ausentes as crises convulsivas, trata-se da
pré-eclâmpsia .
Com base nesta realidade, torna-se relevante voltar-se para o conhecimento
total da Doença Hipertensiva Especifica da Gestação - DHEG, que
compreende: a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia, em conseqüência da qual se
observa a maior taxa de mortalidade materna e perinatal. Na identificacao das
formas de manifestacao da hipertensão arterial na gravidez e fundamental
diferenciar a hipertensão que antecede a gravidez daquela que condição
especifica da mesma. Na primeira, a elevacao dapressao arterial e o aspecto
fisiopatologico basico da doenca, a segunda e resultado da ma adaptacao do
organismo materno a gravidez, sendo a hipertensao apenas um de seus
achados. O impacto dessas duas condicoes, sobre mãe e feto, e bem diferente,
assim como seu controle
A gestação é um fenômeno fisiológico para a maioria das mulheres, no entanto,
em algumas podem ocorrer agravos em sua evolução, colocando em risco a
saúde da mãe e do concepto. Entre as doenças maternas que ocorrem no
período gravídico, a hipertensão induzida pela gravidez é considerada uma das
que mais efeitos nocivos provocam no organismo materno, fetal e neonatal. As
repercussões mais freqüentes para o concepto associadas à doença
hipertensiva na gravidez são: restrição do crescimento intra-uterino, baixo peso
ao nascer e prematuridade, e mortalidade fetal e neonatal (2).
DHEG, também denominada pré-eclampsia pode ser definida como uma
manifestação resultante do aumento da pressão arterial, em gestantes
normotensas, primigestas e é observada após a 20º semana de gestação. É
caracterizada pelo desenvolvimento gradual da hipertensão arterial igual ou
superior a 130x90mmhg. Ocorre na ultima metade da gestação e caracteriza-se
por hipertensão, edema em membros inferiores, ganho excessivo de peso
quando este se apresenta maior do que é esperado e proteínura (presença de
proteína na urina), e persiste durante todo o período gestacional, impondo,
desta forma assistência pré-natal de qualidade, já que o quadro clinico
apresenta gravidade de intensidades diferentes (3).
A DHEG, na atualidade, continua sendo ainda responsável por elevados
números de morbidade e mortalidade materna e Peri Natal. Nesse sentido a
pressão arterial é um dos mais importantes indicadores das condições de saúde
da gestante.
A hipertensão é uma das mais serias e mais comuns complicações da gravidez,
ocorrendo em aproximadamente em 7% de todas as gestações. É responsável
por 1 a 20% da mortalidade materna, assim como contribui significada mente
para a morbidez e para a mortalidade Peri natal.
As causas ainda não são totalmente conhecidas, porém existem vários fatores

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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predisponentes como: idade da gestante (precoce ou avançada), nuliparidade,


gestações múltiplas, diabetes, hipertensão arterial crônica, casos na família,
conflitos emocionais. Na gravidez, as alterações físicas e emocionais são
rápidas comparadas a outros períodos da vida adulta. As gestantes geralmente
de baixo nível sócio econômico têm baixa qualidade na assistência ao pré-natal
ou não o iniciaram .

OBJETIVO:
Identificar junto à literatura o papel do enfermeiro para a prevenção da Doença
Hipertensiva Especifica da Gravidez- DHEG e a sua atuação durante o pré-
natal.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo de revisão literatura e bibliográfica de artigos originais
publicados no período de 2001 a 2007, referentes ou relacionados à doença
hipertensiva específica da gravidez-dheg e a assistência do Enfermeiro durante
o pré-natal. Foram pesquisados 20 artigos nos quais foram usados 11, as
fontes de pesquisas foram; Scielo, Revista Nursing, Revista da Sociedade
Brasileira de Cardiologia e 3 Livros.
Palavra chave: Hipertensão na gestação, enfermagem e gestante de alto risco,
DHEG.

RESUMO:
Assistência do Enfermeiro
O pré-natal é um acompanhamento da evolução da gestação que visa cuidar da
saúde da mulher e de seu bebê até que o parto ocorra. Durante o pré-natal são
realizadas consultas nas quais a cliente será avaliada e orientada sobre sua
nutrição; exames laboratoriais; a análise de sua saúde ou presença de doenças
como diabetes mellitus ou hipertensão arterial também é feita; orienta-se quanto
a realização de exercícios físicos, será feito o controle de peso e de pressão
arterial bem como análise de ultrasonografia e orientações sobre a
amamentação. A consulta do pré-natal pode ser realizada mensalmente pelo
enfermeiro através de uma educação continuada, com o objetivo de garantir
uma gravidez sem riscos para mãe e o bebê. Percebe-se então que o pré-natal
é importante já que a gravidez é a décima causa de morte em mulheres e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

445
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bebês. Portanto é importante orientar as gestantes acerca do pré-natal para que


estas se motivem a realizá-lo.
As ações mais importantes para o controle da mortalidade materna são
dependentes do acesso e da qualidade da atenção realizada pelos serviços de
saúde, especialmente na atenção ao parto e puerpério. O acompanhamento ao
pré-natal tem impacto na redução da mortalidade materna e pré-natal, desde
que as mulheres tenham acesso aos serviços, os quais devem ter qualidade
suficiente para o controle dos riscos identificados. A atenção pré-natal tem
como objetivos principais: assegurar a evolução normal da gravidez; preparar a
mulher em gestação para o parto, o puerpério e a lactação normais; identificar o
mais rápido possível às situações de risco. Essas medidas possibilitam a
prevenção das complicações mais freqüentes da gravidez e do puerpério.
A DHEG pode ser prevenida ou controlada com um correto acompanhamento
no pré-natal, assiduidade nas consultas, reconhecimento e tratamento dos
sinais precoces da doença por parte do pessoal de saúde. Dentre os
profissionais capacitados, destaca-se o Enfermeiro, que tem por objeto de
trabalho o cuidar .
O Enfermeiro tem como função adequar a assistência durante o pré-natal
possibilitando a prevenção, ou a redução dos riscos à saúde das gestantes e do
concepto, conseqüemente diminuído as taxas de morbidade e mortalidade
materna e fetal. É preciso valorizar as alterações e queixas da gestante. Os
esforços devem estar voltados para o controle dos sintomas e a melhoria das
condições materno-fetais, até que o parto possa ser realizado .
Finalidade da primeira consulta de enfermagem
•Tem como objetivo: acolher a mulher respeitando sua condição emocional em
relação à atual gestação,
•Esclarecer suas dúvidas, medos, angustia ou simplesmente curiosidade em
relação a este novo momento em sua vida;
•Identificação e classificação de riscos;
•Confirmação de diagnóstico;
•Adesão ao pré - natal e educação para saúde estimulando o auto cuidado.

CONCLUSÃO:
É importante ressaltar que durante toda gestação podem ocorrer complicações
que tornam uma gestação normal em gestação de alto risco. Por isso, logo no
inicio do pré-natal, e durante toda gestação, deve-se proceder a uma avaliação
de risco das gestantes de modo a identificá-las no contexto amplo de suas vidas
e mapear os riscos a que estão exportas.
A consulta de pré-natal envolve procedimentos bastante simples, podendo o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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profissional de saúde dedicar-se a escutar as demandas da gestante,


transmitindo nesse momento o apoio e confianças necessários para que ela se
fortaleça e possa conduzir com mais autonomia a gestação e parto.
O processo de comunicação, especialmente durante o pré-natal inicial é
necessário que a enfermeira utilize uma linguagem acessível e que os
esclarecimentos sejam esclarecidos em conhecimentos técnico-cientificos.
Dessa forma é importante que a enfermeira durante as consultas, não se
detenha somente na entrevista e sim em ouvi as duvidas e medos relacionados
a gestação ou fatores que possam interferir de alguma maneira na
gestação,pois é fundamental importância a comunicação entre gestante e
enfermeira,sendo que na maioria dos casos ,a doença pode ser evitada ,com
uma assistência no pré-natal e o diagnostico precoce e tratamento da pré
eclampsia reduzirão as mortes pela eclampsia e suas complicações.
Dentre os problemas encontrados na gravidez, a mais significativa tem sido a
Doença Hipertensiva Especifica da Gravidez(DHEG),na gestação ,pois sua alta
incidência e seus riscos ,aumentado o a mortalidade materna e fetal.No caso da
pré-eclampsia apesar de sua complexidade clinica e a natureza potencialmente
grave é a forma mais comum de hipertensão curável e é inteiramente reversível
com intervenções rigorosa e manutenção até que haja necessidade do parto .
As modificações fisiológicas e morfológicas no organismo das gestantes
portadoras dessa patologia podem ser instaladas lenta e gradativamente,
acarretando até que muitas vezes ate o parto.
A assistência do enfermeiro a mulher com pré-eclampsia pode ocorrer em meio
em vários momentos. Em primeiro lugar deve-se atentar para a prevenção da
doença, momento que ocorre durante o pré-natal da gestante. A prevenção
consiste em priorizar a ocorrência da doença, quantos todos os esforços são
dirigidos para reverter, cessar ou retardar o aparecimento clinico da pré-
eclampsia, e o tratamento da doença instalada, visando evitar sua evolução
para as formas mais graves e suas complicações.
Os cuidados no pré-natal adequados, com uma atenção especial para o
aumento de peso e o monitoramento cuidadoso da pressão arterial e de seus
sintomas característicos reduzem a incidência da doença. A assistência de
enfermagem á gestante tem grande responsabilidade quanto ao
reconhecimento e tratamentos dos sintomas como também as pacientes em
relação aos sinais e sintomas presentes.
Finalmente é importante enfatizar que é necessária uma grande vigilância a fim
de controlar a doença efetivamente e muita atenção do enfermeiro e sua equipe
aos sintomas apresentados pela mulher grávida durante o pré-natal ate o parto,
sendo esta a melhor forma de ser diagnosticada e tratada antes de se tornar
grave e desenvolver complicações irreversíveis.
Através do trabalho podemos conhecer mais sobre a Doença Hipertensiva
Especifica da Gravidez (DHEG) e que o enfermeiro pode contribui na

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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assistência de forma sistematizada, visando um atendimento adequado no Pré-


natal, como uma oportunidade e de promover o cuidado da doença. Esta
Sistematização, os cuidados devem caminhar juntos, ao Enfermeiro e sua
equipe, prestando uma melhor assistência a gestante e ao concepto,
diminuídos assim os altos índices de morbidade e mortalidade materna, Peri
natal e fetal.
A gravidez é um período de várias mudanças físicas e emocionais, que cada
mulher vivencia de forma distinta. Essas mudanças podem gerar medos,
dúvidas, angústias e fantasias. Informações sobre as diferentes vivências
devem ser trocadas entre as mulheres e os profissionais de saúde. Essa
possibilidade de intercâmbio de experiências e conhecimentos é considerada a
melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Carvalho RMC, et al.Fator Preditivo de Hipertensão Gestacional em
Adolescente Premiará: Analise do Pré-Natal, do MAPA e ad Microalbuminúria.
Arq. Brás. Cardiol. 2006; 87.p. 487-495

2. Chaim SRP; Oliveira SMJV; Kimura AF; Hipertensão arterial na gestação e


condições neonatais ao nascimento. Acta paul. enferm. vol.21 no.1 São Paulo
Jan./Mar. 2008.

3. Geraldo Mota de Carvalho. Patologias obstétricas. Enfermagem em


Obstetrícia. 3ºed.rev. ampl, cap.11, pg.64-74, Ed.E.P. V, São Paulo, 2007.

________________________________________________________________
1. Aluna do curso de graduação de Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro-UNISA E-mail saturnino.raquel@gmail.com
2. Doutora e Mestre em Enfermagem Obstétrica da Universidade de Santo
Amaro-UNISA

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A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO COMO FATOR PREVENTIVO E


EDUCACIONAL NA GESTAÇÃO EM IDADE MATERNA
AVANÇADA E SUAS POSSÍVEIS CONSEQUENCIAS
JULIANA DA CONCEIÇÃO SANTOS(1)

EGLE DE LOURDES FONTES J OKAZAKI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Atualmente a sociedade confronta-se com um número, cada vez maior, de
mulheres que decididamente querem engravidar em idades avançadas. E hoje
a idade materna mais elevada vem sendo tema de grande e freqüente
preocupação obstétrica em relação aos resultados maternos e perinatais1.
Gestação significa gestar, esperar, aguardar, e é isto que ocorre com a mulher
por um período de tempo de aproximadamente 40 semanas ou 280 dias,
podendo ir até 42 semanas. Gestar é mais do que possibilitar o crescimento e o
desenvolvimento fetal; envolve uma adaptação biológica, corporal e também
psíquica. É um momento de reconfiguração de relações e reordenamento do
espaço psicológico interno da mulher, é um período muito importante que deve
ser acompanhado pelo profissional de saúde, pois representa o início de uma
nova vida e de um novo ser; portanto a gestante deve ser bem orientada com
todo apoio e assistência necessária para que nasça uma criança saudável de
uma mãe também saudável.
A assistência à mulher no ciclo grávido-puerperal deve valorizar e promover o
crescimento humano englobando a participação da família. A família deve estar
incluída nesse contexto para que possa servir de suporte aos profissionais de
saúde desde o início da gestação, durante todo o seu desenvolvimento e até a
finalização desta, visando à manutenção e melhoria da saúde da mulher. A
assistência pré-natal compreende um conjunto de atividades que visa à
promoção da saúde da mulher grávida e do feto, tem como objetivos principais:
assegurar a evolução normal da gravidez; preparar a mulher em gestação para
o parto, o puerpério e a lactação normais; identificar o mais rápido possível as
situações de risco. Essas medidas possibilitam a prevenção das complicações
mais freqüentes da gravidez e do puerpério2.
Embora a gestação seja um evento biológico normal para a maioria das
mulheres, esta também pode apresentar uma situação de alto risco, tanto para
a gestante como para o feto, ocorrendo distúrbios que interferem com o
desenvolvimento fetal normal, com o parto e o pós-parto. Dentre estes fatores
de risco encontramos questões relacionadas com a idade da gestante. Vários
fatores com a idade podem colocar sob risco a gravidez de uma adolescente
(menos de 19 anos) ou uma mulher madura (acima de 35 anos). Existe um risco

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

449
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maior em relação a uma gestação em idade avançada decorrente tanto da


própria senescência ovariana quanto da freqüência aumentada de doenças
crônicas em mulheres nessa faixa etária, (hipertensão arterial e diabetes
mellitus) que sabidamente acarretam riscos potenciais para a gravidez. A
literatura demonstra maior freqüência de complicações pré-gestacionais e
gestacionais em gestantes com idade igual ou superior a 45 anos1.

OBJETIVO:
Analisar quais são os maiores fatores de riscos associados à idade materna
isoladamente, tendo a atuação da enfermeira como educadora e prevenindo
esses fatores de risco.

METODOLOGIA:
O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica de literatura de
periódicos indexados nas bases de dados Lilacs e Scielo a partir das palavras
chave gravidez de risco, idade materna avançada, pré natal de risco, publicados
em língua portuguesa, no período de 1993 a 2009

RESUMO:
Entre as razões para o aumento do número de gestações acima dos 35 anos,
encontram-se a ampla disponibilidade de métodos contraceptivos, a
postergação do matrimônio, a maior incidência de divórcios, o desejo de atingir
um nível educacional e profissional mais elevado, de conquistar estabilidade e
independência financeira, e o primoramento de técnicas de fertilização
artificial3.
Entretanto, a maternidade concretizada no limite ou mesmo após essa idade é,
hoje, uma nova realidade, que se deve, principalmente, aos avanços da
medicina e à implementação de técnicas de reprodução assistida multiplica as
opções em mulheres que, de outro modo, não teriam oportunidade de
engravidar, o que vem fazendo com que não exista mais uma fronteira precisa
entre gestantes jovens e com mais idade3.
A maternidade na idade madura é cada vez mais freqüente e os recém-
nascidos de mães com idade de 30 a 40 anos dobraram em relação aos índices
apresentados no ano de 19761.
Após os 35 anos, ocorre uma diminuição da Capacidade reprodutiva, pois as
células sexuais femininas começam a escassear ocorrendo um declínio da
fertilidade. Segundo a literatura, a idade ideal para procriação tem sido
considerada, entre 20 e 29 anos, pois, nessa fase, são observados os melhores
resultados maternos e perinatais. É também, nesse período, que ocorre o maior
número de gestações, em populações sem controle de fertilidade1.
A maioria dos trabalhos da literatura sobre gestação em idade avançada refere-

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

se a mulheres com idade entre 35 e 40 anos. Entretanto, muitos destes estudos


mostraram que os resultados da gestação e do parto são similares às
encontradas em gestantes mais jovens1. Esses resultados constituem um
contraponto na definição mais comum de idade materna avançada que usa a
idade de 35 anos como referência aos efeitos relacionados à idade no
prognóstico da gestação. Já gestantes com idade igual ou superior a 40 anos
exibem diferenças significativas em relação à abortamento1.
Algumas doenças crônicas como, hipertensão arterial e diabetes mellitus são
encontradas com maior freqüência nas gestantes com idade avançada.
Encontra-se também maior incidência de abortos de primeiro trimestre,
anormalidades fetais, mortalidade materna, gestação múltipla, incidência de
diabetes gestacional e pré-eclâmpsia complicada com síndrome HELLP,
hemorragias, partos por cesariana, baixo peso do bebê ao nascimento, maiores
índices de sofrimento fetal, e menores índices de Apgar do bebê no quinto
minuto5. Nessas gestantes, também ocorre aumento de complicações
obstétricas, tais como: trabalho de parto prematuro, anteparto, trabalho de parto
prolongado,trabalho de parto disfuncional, gestação múltipla, apresentações
anômalas, distocias, placenta prévia, pós-datismo, oligoidrâmnio e polidrâmnio,
rotura prematura de membranas 1.
3.1 HIPERTENSÃO
É fato bem conhecido que as alterações cardiovasculares aumentam com a
idade. Existe relação direta entre a idade materna e a incidência de hipertensão
arterial. Essa correlação já é visível no período reprodutivo da mulher. Verificou-
se 0,23% de hipertensão crônica, entre gestantes de 20 a 29 anos, 0,93%,
entre aquelas de 40 a 44 anos e 1,41%, naquelas com 45 anos ou mais, estudo
esse realizado, na Suíça, entre os anos de 1987 e 2001 A prevalência de
hipertensão arterial crônica em mulheres, entre 25 e 30 anos, é cerca de 1,5% e
aumenta em quase quatro vezes na década subseqüente1.
O principal efeito da idade no sistema cardiovascular é a perda gradual da
capacidade de complacência cardíaca e vascular. Esse fato é demonstrado em
estudos histológicos da parede de vasos sangüíneos e também na observação
de declínio da resposta vascular aos vasodilatadores1. A doença hipertensiva
específica da gestação, também conhecida como pré-eclâmpsia, é a
complicação mais freqüente da gravidez e uma das principais causas de
mortalidade e morbidade materno-fetal,tem incidência em 6% a 30% das
gestantes, e resulta em alto risco de morbidade e mortalidade materna e
perinatal.A idade materna avançada e a primiparidade são reconhecidos fatores
de risco para a pré-eclâmpsia.
3.2 DIABETES MELLITUS
É uma doença metabólica crônica que pode provocar complicações
cardiovasculares secundárias. A expressão clínica do diabetes é conseqüência
direta da inabilidade das células em utilizar a glicose para seu suprimento

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

451
UNISA - Universidade de Santo Amaro

energético, devido à relativa ou absoluta falta de insulina. Para manter seu


metabolismo oxidativo, essas células utilizam substratos metabólicos derivados
da atividade proteinolítica e lipolítica acentuada. Dessa maneira, o perfil do
sangue circulante é caracterizado por aumento dos níveis de glicose e dos
metabólitos derivados da lipólise e proteinólise1.
A incidência aumentada de diabetes gestacional está associada à obesidade
materna e idade materna avançada. O aumento concomitante do peso fetal está
associado com neonatos macrossômicos (peso 4.000 g), distocias de ombro,
parto cesárea ou fórcipe e morbidade materna. Segundo a classificação do
"Report of the Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes
mellitus" (1997), representa a complicação médica mais comum na gravidez. O
diagnóstico dessa alteração metabólica previne riscos maternos e fetais. A mãe
é alertada sobre uma condição que pode afetar sua saúde no futuro e os riscos
fetais, associados à tolerância diminuída à glicose, podem ser prevenidos ou
inimizados com o tratamento adequado.
3.3 OBESIDADE
A obesidade materna apresenta associação conhecida com pior prognóstico
materno-fetal, especialmente em gestantes com idade avançada1. Existe
correlação entre peso materno e mortalidade perinatal1. Conclui que tanto a
idade avançada quanto o controle de peso têm impacto nos resultados
perinatais, a obesidade materna contribui para o aumento de incidência de pré-
eclâmpsia, diabetes gestacional, complicações obstétricas, trabalho de parto
prematuro, cesárea e macrossomia. Adicionalmente, a obesidade materna pode
estar relacionada à maior risco de malformações fetais, como defeitos do tubo
neural1. O índice de massa corpórea (IMC) aumenta proporcionalmente à faixa
etária das gestantes, e as com menos de 35 anos tem IMC médio de 24,9; entre
35 e 40 anos, de 25,3 e aquelas com 40 anos ou mais, de 26,01.
3.4 HEMORRAGIA
A hemorragia durante o período puerperal é outra complicação obstétrica,
comum tendo maior incidência em gestantes com idade igual ou superior a 35
anos. Freqüentemente, está associada à inércia uterina puerperal1.
3.5 SINDROME DE DOWN
O risco de o recém-nascido apresentar síndrome de Down, em mulheres com
40 anos ou mais, é de 1 em 106 nascimentos, sendo que esse risco é de 1 em
66 nascimentos, para qualquer outra alteração cromossômica. Se
considerarmos idade materna igual ou superior a 45 anos, esses riscos são de
1 para 30,outros autores relatam risco de 9,9 vezes maior para a síndrome de
Down, entre gestantes com 40 anos ou mais, quando comparadas com aquelas
com menos de 35 anos. Para 21 nascimentos respectivamente1.
Os dados publicados sobre os riscos associados às gestações, em mulheres
acima de 35 anos de idade, são ainda pouco consistentes e conflitantes, devido
a outras variáveis de confusão, como a paridade e as doenças preexistentes,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

452
UNISA - Universidade de Santo Amaro

que prejudicam a avaliação de riscos associados com a idade materna


isoladamente1.
A gravidez é por si só um desafio adaptativo, pois implica mudanças que
atingem a mulher nos seus aspectos fisiológico, psicológico e social. Ela
experimenta um desequilíbrio de tal ordem que a gravidez é sentida como um
grande evento estressor. Por isso, justifica-se que toda gravidez é considerada,
em alguma medida, de risco, mesmo que de baixo risco2.
A avaliação de risco não é medida a ser utilizada uma única vez, mas de forma
contínua que abranja a gestação e o trabalho de parto. Complicações precoces
podem surgir de maneira inesperada, necessitando encaminhar a mãe a um
nível mais complexo de assistência2.
Do ponto de vista médico, alguns fatores são responsáveis por configurar uma
gestação como de alto risco, os quais podem ser divididos em dois grupos: os
fatores de risco presentes já antes da gestação e os que surgem durante este
período. Os primeiros incluem idade da mãe, doença materna, antecedentes
obstétricos, origem étnica, história familiar de doenças hereditárias, e
problemas de consangüinidade2.
Os fatores que surgem durante a gravidez correspondem, entre outros, à alfa-
feto-proteína materna demasiadamente elevada ou baixa, à infecção materna, à
hipertensão, ao diabetes gestacional, à exposição da mãe a agentes
teratogênicos e/ou a radiação, e a alterações ecográficas. A ocorrência de
algum destes fatores intensifica as angústias e as dificuldades próprias da
gestação: o temor da mulher em relação a si própria e ao feto passam a ser
reais.
Gravidez de alto risco pode ser entendida, então, como aquela que apresenta
maior probabilidade de ter evolução desfavorável, seja para o feto, seja para a
mãe2.
Alguns autores enfatizaram os estudos que apontam para os prejuízos, diretos
ou indiretos, que a idade materna e paterna avançada pode trazer para a prole.
Destacaram o aumento das complicações obstétricas e/ou problemas fetais e
perinatais, os quais poderiam aumentar o risco de mortalidade e morbidade em
recém- nascidos e crianças no decorrer da vida. Também foram citadas
associações com paralisia cerebral, epilepsia, autismo, dislexia, psicose e
disfunções na motricidade fina, percepção visual e déficit de atenção.
Especificamente na mulher identifica-se menor probabilidade de filhos do sexo
masculino e maior probabilidade de conceber um bebê com trissomia do
cromossomo 21, e/ou com desordens mitocôndricas do DNA. No homem,
aumentam, com a idade, as chances de ter filhos que apresentam desordens
hereditárias3.
Não está estabelecido, entre os autores, o limite de idade a partir do qual os
riscos maternos e perinatais se elevam. Alguns utilizam, para sua definição, o
limite de 35 anos1, outros, a partir de 40 anos de idade, enquanto estudos mais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

453
UNISA - Universidade de Santo Amaro

recentes incluem ainda o conceito de idade materna “muito avançada”, que


envolve o estudo de gestantes com idade de 45 anos ou mais1.
Em uma recente revisão da literatura, a autora aponta para o maior risco de
complicações em uma gravidez depois dos 35 anos, ressalta que tais
complicações devem ser entendidas também com base em outros fatores, tais
como o resultado cumulativo de doenças prévias. Ela afirma que não há
evidências diretas de que a idade materna, por si só, seja um complicador da
gestação ou do parto. Ao mesmo tempo, os resultados perinatais de gestantes
nessa faixa etária são melhores quando se trata de gêmeos e trigêmeos. A
autora também acredita que as intervenções junto a grávidas com mais de 35
anos devem levar em consideração outros aspectos além da idade. Assim,
enfatiza que a equipe de saúde e o manejo médico devem procurar se afastar
do viés da idade como fator preponderante nas complicações de uma gestação
nessa faixa etária2. Outros autores apontam algumas vantagens em adiar a
maternidade. A segurança financeira e a maior maturidade podem garantir uma
melhor qualidade à parentalidade. Ao mesmo tempo, em função do aumento no
número de mulheres que estão tendo filhos com mais de 35 anos. As gestantes
com idade maior que 35 anos apresentam-se com maior freqüência ao pré-natal
aderem melhor às orientações médicas e procuram manter melhor qualidade de
vida.
Do ponto de vista emocional, outros autores relatam tanto uma postura
facilitadora quanto dificultadora do processo de transição para a maternidade de
grávidas após os 35 anos. A primeira se evidenciaria através da maior
maturidade2, melhores condições de saúde mental e menor medo de ficar sem
ajuda e de perder o controle durante o parto. Ao mesmo tempo, elas tendem a
culpar menos freqüentemente a equipe médica pela dor do parto e a ficar mais
satisfeitas com a assistência recebida3, também foram identificadas algumas
vantagens psicológicas das gestantes com idade avançada, entre elas a
experiência de vida e uma identidade mais consolidada, o que faz com que
estejam mais bem preparadas para aceitar o bebê como um indivíduo separado
delas e com características próprias, promovendo com mais êxito o seu
desenvolvimento emocional2.
Existe também, a postura dificultadora que se manifesta, entre outras formas,
através da disposição física reduzida, menos atitudes positivas em relação à
maternidade e mais ansiedade em relação ao cuidado com a criança no período
pós-parto. Destaca-se, também, a percepção constante de que o seu bebê
corre risco durante a gravidez e o parto, ou que ele seja mais vulnerável,
mesmo sem que a gestante tenha apresentado qualquer problema de saúde ou
complicação durante a gestação. Tal percepção pode evocar, segundo esses
autores, mais sentimentos de culpa nas mulheres que adiaram a gestação,
acreditando que é exclusivamente sua a responsabilidade pelas condições de
saúde do bebê. Além disso, foi encontrado maior resistência a mudanças e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

maiores problemas de adaptação à maternidade em gestantes com mais de 35


anos. Contudo, alguns poucos autores encontraram dados opostos aos
descritos acima mostrando que as mulheres mais jovens é que apresentavam
mais dificuldades na maternidade quando comparadas às com idade mais
avançada 2.
A maior prevalência de intercorrências médicas e obstétricas, no ciclo grávido-
puerperal da gestante acima de 40 anos, impõe assistência pré-natal
específica, em que o caráter preventivo é fundamental para a sua assistência.
Na atualidade, tem sido destacado que, mais importante do que a idade da
gestante, seriam suas condições de vida e saúde, bem como a qualidade da
assistência no pré-natal e no parto1. O acompanhamento ao pré-natal tem
impacto na redução da mortalidade materna e perinatal, é fundamental para
redução da mortalidade materna e perinatal prevenindo complicações futuras.

CONCLUSÃO:
O estudo de revisão mostra que alguns autores relacionam idade entre 35 e 40
anos como sendo consideradas como idade materna avançada, mas em
relação aos riscos associados às gestações, nessa faixa etária, são ainda
pouco consistentes e conflitantes associados com a idade materna
isoladamente. Estudos recentes mostram que a partir de 45 anos apresenta
maior risco de complicação durante a gestação. Os fatores de maior
importância associados à idade avançada são hipertensão e diabetes. O
diabetes esta associado à obesidade materna, e com o aumento do peso fetal
leva a macrossomia neonatal. É fato importante que quanto mais elevava for a
idade materna maior o risco de hipertensão e que a obesidade materna também
contribui para o aumento de incidência de pré-eclâmpsia.
É importante o apoio, compreensão e muita orientação dos profissionais da
saúde conscientizando todas as gestantes a importância em fazer
acompanhamento pré- natal prevenindo qualquer tipo complicações durante e
após a gestação, devendo ser avaliados se ha riscos envolvendo a gestação,
mantendo a gestante sempre bem informada fazendo orientações especificas
sobre esses riscos minimizando a ansiedade e preocupações das gestantes e
diminuindo a mortalidade materna e perinatal.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Schupp TR. Gravidez após os 40 anos de idade: análise dos fatores
prognósticos para resultados maternos e perinatais adversos. Tese
apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Doutor em Ciências São Paulo 2006.

2. Osis MJD, Hardy E, Faundes A, Alves G. Fatores associados à assistência

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

455
UNISA - Universidade de Santo Amaro

pré-natal entre mulheres de baixa renda no Estado de São Paulo (Brasil). Rev
Saúde Pública 1993; 27:49-53.

3. Gomes AG,Donelli TMS, Piccinini CA,LopesRCS. Maternidade em Idade


Avançada: Aspectos Teóricos e Empíricos 2008. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
________________________________________________________________
Graduanda da Faculdade de Enfermagem da Universidade Santo Amaro
UNISA-São Paulo SP
E-mail: jullyanastos@yahoo.com.br
Docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
UNISA-São Paulo SP

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

456
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A contribuição do enfermeiro na abordagem da criança vítima de


violência doméstica
PATRÍCIA GISSONI SOARES LÚCIO(1)

DAMARIS GOMES MARANHAO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A violência doméstica é um fenômeno complexo que pode ser definido como
relações familiares conflituosas, decorrentes de métodos agressivos por
excesso de poder de algum membro da família em relação aos demais ou sobre
um em especial. É caracterizada por meio de atitudes, negligencia ou
agressões físicas, psicológicas ou sexuais envolvendo os membros de uma
família.
Historicamente as crianças, as mulheres, os idosos e as pessoas com
necessidades especiais são as vitimas mais freqüentes. A criança é o principal
alvo de agressões por ser mais vulnerável e dependente de cuidado adulto e
que pode ocupar um lugar social inferior na hierarquia familiar. A cultura
brasileira naturaliza a punição física como meio de educação comportamental
da criança e o limite entre a disciplina e a violência é tênue.
A violência doméstica contra a criança é um fenômeno que até o final da
década de 1980 parecia oculto aos olhos da comunidade brasileira, mas os
movimentos sociais que denunciaram esta prática resultou em reconhecimento
do direito delas à proteção por meio de leis que também prevêem a punição dos
agressores.
Em 1960 surgiram os primeiros diagnósticos de maus tratos contra a criança e
adolescente no Brasil, junto a propostas de intervenção para inibir o fenômeno
em questão, que mais tarde contribuiriam para a promulgação em 1990, do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, por meio da Lei Federal 8069/90.
A partir da promulgação desta lei, a notificação de casos de maus tratos ou
negligencia contra a criança e adolescente, mesmo que suspeitos, passou a ser
obrigatória. A comunicação constitui justa causa para o rompimento do sigilo
profissional e poderá ser feita à autoridade judicial nos locais onde não houver
Conselho Tutelar, o que oferece respaldo legal aos profissionais de saúde,
estimulando-os a notificarem os casos.
Anterior à legislação nacional especifica, o Código de Ética do Exercício
Profissional de Enfermagem, no artigo 52, considerava inflação ética “provocar,
cooperar ou ser conivente com maus tratos”. Embora a legislação seja clara
quanto à obrigatoriedade da notificação do fato, é preciso que o enfermeiro
desenvolva competências para não apenas notificar, mas para acolher, cuidar,
assistir a criança vitima de violência doméstica. A graduação em enfermagem
prepara o enfermeiro para acompanhar o crescimento e desenvolvimento

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

457
UNISA - Universidade de Santo Amaro

infantil e assistir a criança em relação à prevenção e recuperação da saúde, o


que implica em prepará-lo para reconhecer e cuidar dos problemas de saúde
prevalentes em nosso meio. A violência doméstica é um problema de saúde
publica que por sua complexidade requer a identificação tanto de sinais clínicos
de maus tratos ou negligencia relativos aos cuidados infantis como de atitudes
subjetivas que expressam a dinâmica familiar na interação com a criança. A
violência contra a criança também pode ser exercida por outros parentes ou
pessoas que convivem e cuidam dela, como tios, avós, irmãos mais velhos,
como se observa na pratica clinica de enfermagem realizada em uma creche da
área de abrangência da Universidade Santo Amaro. A questão que norteia este
trabalho é a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre este fenômeno
com vistas a colaborar com o desenvolvimento de competências pelo
enfermeiro para acolher, cuidar e assistir crianças nesta situação.

OBJETIVO:
Descrever o fenômeno da violência intrafamiliar nos seus aspectos coletivos e
legais e situar o enfermeiro na abordagem da criança vítima desta problemática.

METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica de artigos publicados em língua portuguesa, no período de
2000a 2008, em periódicos indexados nos bancos de dados Scielo e Lilacs.
Foram selecionados quatorze artigos que correspondiam aos objetivos da
pesquisa. A análise buscou descrever a dinâmica familiar da violência
doméstica e as ações do enfermeiro na sua prevenção e na assistência as
famílias e crianças.

RESUMO:
O problema dos maus tratos contra a criança foi, segundo alguns autores,
desconsiderado pela sociedade no decorrer das décadas, com base em uma
ideologia de que a família era o contexto mais seguro para as crianças ou
pessoas dependentes de cuidados. A esta ideologia atribuem o fato de ter
poucos documentos históricos sobre o tema. A violência contra a criança é
praticada pelos pais ou outros familiares com base no conceito equivocado de
que o castigo físico é uma forma de recurso educativo. O filho, culturalmente,
ainda é considerado propriedade dos pais e sua educação, mesmo que por
meio violentos parece ainda ser da autoridade exclusiva da família.
A idéia de que o filho possa ser educado e disciplinado por meio de intimidação,
agressão verbal ou física, é adquirida de maneira equivocada através de
experiências, padrões e premissas da sociedade, repetindo-se este padrão
cultural a cada geração.
Os movimentos sociais que culminaram no reconhecimento dos direitos da

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

mulher e da criança e também na diminuição do poder exercido pelo homem


sobre a mulher e dos pais para com os filhos, questionam estes padrões
culturais. Pesquisadores referem que a violência nas relações familiares situa-
se na dinâmica das relações de poder e todos têm sua parcela de
responsabilidade, pois o Estado é omisso nas políticas publicas de proteção e
assistência às famílias para que estas tenham as condições necessárias de
zelar pelos direitos fundamentais das crianças.
Os profissionais da saúde em geral podem encontrar dificuldades em identificar
e ou lidar com o problema da violência domestica, devido às deficiências em
sua formação.
A observação e a análise aprofundada do histórico familiar é uma ferramenta
importante que possibilita identificar riscos e levantar hipóteses diagnósticas
para serem investigadas.
Ao atender uma criança vítima de violência, é recomendável que o profissional
tenha uma atitude de acolhimento, não julgadora, não punitiva com a família,
ainda que o agressor esteja presente. Essa postura de confiança visa provocar
menos sofrimento à criança e sua família, proporcionando uma relação
acolhedora, de escuta e segura para que juntos possam desenvolver uma
avaliação da dinâmica da violência e consigam planejar os cuidados
necessários e para que se possa interromper o processo de violência contra a
criança. Entretanto, a legislação prevê que em confirmação ou suspeita de que
o paciente tenha sofrido agressões, o enfermeiro deve notificar de imediato
para que a vida do mesmo não seja colocada em risco. O enfermeiro negligente
a este fenômeno pode ser suspenso de suas atividades ou ter sua habilitação
cassada caso omita quaisquer informações que levem a comprovar o ato do
abuso. Omisso ao diagnóstico da agressão com intuito do zelo de sua carreira,
o profissional contribui para que a experiência da criança se torne ainda mais
traumática. É preciso estar ciente de que os parentes não agressores da
criança ou adolescente também muitas vezes são coniventes aos excessos de
poder para que o escândalo não venha à tona e abale a estrutura familiar do
vitimizado. Por outro lado, é preciso tomar cuidado para que notificações com
base em evidências frágeis comprometam ainda mais a situação da criança que
poderá ser encaminhada para um abrigo, longe de sua casa, sentindo-se
punida mais uma vez.
O repudio para com o agressor e a aproximação afetiva para com a vítima dos
maus tratos são os primeiros sentimentos do enfermeiro em presença da
confirmação do caso. Os cuidados adotados se resumem quase que
praticamente para as vítimas, deixando de lado a premissa de que o fato possa
ter ocorrido devido a uma medida educacional severa vivenciada pelo próprio
agressor quando criança. A análise deve se estender da perspectiva daquele
que cometeu a prática abusiva ao membro vitimizado da família.
O enfermeiro tem o papel de educador enquanto atua em sua área com

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

459
UNISA - Universidade de Santo Amaro

pacientes vinculados ao fenômeno da violência. Cabe a ele em sua atividade


assistencial incitar a reflexão da família sobre o abuso de poder para que eles
possam aprender outro modelo de relacionamento com a criança.
O enfermeiro pode desenvolver trabalhos com a temática dos maus tratos junto
com as famílias expostas a este fenômeno, para que seja atribuído significado
de proteção e saúde aos pais das crianças vítimas do abuso. Ele pode
promover debates, reflexões, oficinas e palestras em grupos de auto-ajuda e
ajudar a articular e construir uma rede de apoio na comunidade, integrando
pessoas envolvidas com a problemática como profissionais das Unidades
Básicas de Saúde, creches, escolas, clubes de mães e igrejas. Outro aspecto
relacionado á função educativa do enfermeiro junto ás famílias é o de orientá-
las a encontrar outros meios de interação em casa, alertando-os sobre os males
de uma rotina exaustiva e cansativa.
É função do enfermeiro trabalhar em prol de benefícios que enriqueçam o bem
estar da população, aproveitando-se de quaisquer oportunidades para educá-la.
Com relação ao ideal de proteção dos direitos da criança, ele pode orientar as
famílias através de pequenas conferências, criar programas educativos para
pais e recém-casados, tendo como respaldo aqueles com risco de
dependências químicas ou de outro tipo, sempre com o intento da prevenção da
violência no lar.
São poucas as instituições brasileiras que oferecem suporte específico para o
atendimento de vítimas da violência, deixando a tarefa para profissionais que
não foram preparados para temática em sua formação acadêmica.

CONCLUSÃO:
Conclui-se que a violência domestica contra a criança é um fenômeno complexo
e um problema de saúde pública que requer do enfermeiro o desenvolvimento
de competências para identificar, acolher e cuidar das vitimas, bem como
considerar a dinâmica familiar que o produz. Ao assistir a criança é preciso não
julgar os agressores, mas coletar dados sobre a dinâmica familiar para
compreender o contexto em que a violência ocorreu, não apenas para notificar
conforme preconiza a lei, mas, sobretudo, para prevenir que outros eventos
como este se repitam. Aconselhamento individual ou atividades educativas em
grupo, visando refletir com as famílias sobre os males causados às crianças
quando os pais ou outros parentes abusam do poder ao discipliná-los por meio
de agressões físicas ou psicológicas, podem contribuir para prevenir a violência
contra a criança. É dever do profissional da saúde proporcionar métodos
alternativos de educação e cuidado infantil nas comunidades para que o
fenômeno possa ser amenizado.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

460
UNISA - Universidade de Santo Amaro

1. Assis SG, Constatino P. Violência contra crianças e adolescentes: o grande


investimento da comunidade acadêmica na década de 90. In: Minayo MCS,
Souza ER, organmizadoras. Violência sob o olhar da saúde: a infrapolítica da
contemporaneidade. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2003. p. 163-98.
2. Gonçalves HS, Ferreira AL. A notificação da violência intrafamiliar contra
crianças e adolescentes por profissionais de saúde. Cad Saúde Pública 2002
fev; 18(1): 315-9.
3. Machado HB, Lueneberg Cf, Regis E, Nunes MPP. Abuso sexual: diagnóstico
de casos notificados no município de Itajaí/SC, no período de 1999 a 2003,
como instrumento para a intervenção com famílias que vivenciam situações de
violência. Texto Contexto Enferm 2005; 14: 54-63.
________________________________________________________________
1 Aluna do oitavo semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro. patygissoni@yahoo.com.br.
2 Doutora em Ciências da Saúde. Professora Titular da Faculdade de
Enfermagem Universidade de Santo Amaro.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

461
UNISA - Universidade de Santo Amaro

A DIFICULDADE DO PLANEJAMENTO FAMILIAR NA


ADOLESCÊNCIA
JOSEFA ELIANA REZENDE DE OLIVEIRA(1)

EGLE DE LOURDES FONTES J OKAZAKI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Planejamento familiar é um conjunto de ações que tem como finalidade
contribuir para a saúde da mulher e da criança, permitindo aos genitores a
possibilidade de escolher quando e quantos filhos desejam ter. Este
planejamento deve fazer parte da saúde publica.
Faz-se necessário o esclarecimento da questão do planejamento familiar,
principalmente na adolescência, quando muitos jovens praticam sexo, sem
preocupar-se com as conseqüências.
Considera-se a adolescência o período de 12 a 18 anos de idade, a partir do
qual surgem características sexuais secundárias.
Nos últimos 20 anos o jovem passou a ter acesso às mais diversas fontes de
informação e desinformação a respeito de questões sexuais, sofrendo forte
influência dos meios de comunicação, como por exemplo, a televisão, que se
limita a mostrar o sexo como uma coisa muito boa e como sinônimo de poder,
ao invés de informar que, quando feito de forma irresponsável, pode trazer
conseqüências muito sérias, como uma gravidez indesejada ou uma doença
sexualmente transmissível .
O que me motivou a pesquisar o assunto é que falar sobre planejamento
familiar leva-nos a falar sobre sexualidade, que é um assunto importante e
muito interessante, e a nós, profissionais da saúde, atrai sobremaneira.
Durante a adolescência é importante abordar este assunto, pois é neste período
que a sexualidade começa a aflorar de uma forma muito intensa, acarretando
um forte impulso e curiosidade em relação ao sexo. As mudanças que ocorrem
no corpo através da puberdade, dando sinais diferentes e em outros casos
iguais, ocorrem tanto no menino quanto na menina. São mudanças
significativas que fazem despertar a sexualidade em ambos, aflorando
sensações até então desconhecidas, levando-os a descobrir a masturbação
como a primeira forma de prazer e conseqüentemente o interesse pelo sexo
oposto. Através desse interesse acaba ocorrendo a vontade da prática do sexo
e muitas vezes a sua realização.
Sabe-se que a sociedade sempre crucificou as garotas que faz sexo muito
jovem, principalmente sem vínculo amoroso, ao contrário dos garotos, que
sempre foram incentivados e glorificados quando apresentam este
comportamento, justificando o fato de os garotos perderem a virgindade mais
cedo que as garotas.

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Porém, com o passar do tempo, a realidade foi mudando. O mundo ficou mais
moderno, as mulheres foram ganhando espaço em todas as esferas, seja no
âmbito profissional como em outras áreas, tornando-se independentes. Tal fato
contribuiu para que as mesmas passassem a não dar tanta importância às
imposições da sociedade, o que se reflete no sexo, já que atualmente as
garotas perdem a virgindade tão cedo como os garotos, demonstrando, assim,
que ambos se mostram despreparados psicologicamente para esta questão,
visto o grande número de adolescentes com doenças venéreas ou grávidas .
Outro agravante para este quadro é o fato de um grande número de
adolescentes que transam com vários parceiros em um curto período de tempo,
sem se preocupar nem com gravidez nem com doenças sexualmente
transmissíveis .
A enfermagem tem um papel importante nesta questão, pois, além de orientar e
esclarecer as dúvidas dos adolescentes em relação ao sexo, pode também,
informá-los e orientá-los quanto aos métodos contraceptivos, ensinando-os a
usá-los adequadamente.

OBJETIVO:
Relatar as dificuldades dos adolescentes para a realização do planejamento
familiar.

METODOLOGIA:
Este estudo caracterizou-se por uma revisão bibliográfica a respeito da
dificuldade encontrada pelos adolescentes para a realização do planejamento
familiar, pesquisada em artigos indexados em revistas de enfermagem, em
tese, em revistas eletrônicas, portal do Ministério da Saúde, livro e na Base de
Dados da BIREME entre os anos de 1999 a 2008. Foram utilizadas as palavras
chave: planejamento familiar, adolescência e contracepção.

RESUMO:
A adolescência é uma transição entre a infância e a idade adulta, quando
ocorrem algumas transformações. Mudanças estas que ocorrem no campo
físico, quando a imagem corporal nem sempre acompanha as alterações físicas
e as modificações biológicas trazendo o aparecimento dos caracteres sexuais
secundários
É na adolescência que ocorre um grande rendimento psíquico, pois há uma
melhor eficácia, rapidez, aumento na concentração e seleção de informações.
Sua memória adquire melhor capacidade de reter estas informações, assim
como a linguagem torna-se mais complexa de acordo com o aumento do

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vocabulário e da expressão. É nesta época que o jovem a começa a contestar


tudo e todos. Esta contestação de idéias e valores passa a ser feita em relação
a figuras autoritárias, como o pai.
Ocorre nesta fase um afastamento da família e conseqüentemente a imersão no
mundo adulto.
Portanto a adolescência é um papel social, papel este que é simultâneo à
puberdade(1)

Puberdade
A puberdade feminina inicia-se entre 11 e 14 anos, variando de pessoa para
pessoa. Normalmente tem inicio com a 1º menstruação (menarca),
acompanhada geralmente de outras transformações. Ocorre, a partir dos 10
anos, um crescimento em centímetros na sua altura, a cintura afina, os quadris
ficam mais largos, os seios começam a crescer e surge uma leve penugem no
púbis e nas axilas, ocorrendo também desenvolvimento das glândulas
sudoríparas, acarretando uma maior sudorese e odor nas axilas. No menino a
transformação ocorre por volta dos 13 anos, ou seja, um pouco mais demorado
do que as meninas. Os primeiro sinais de transformações são o aumento dos
órgãos genitais, o aparecimento da barba, de pêlos na região pubiana, nos
braços e peito. Modificação da voz, que fica mais grave, um alongamento do
esqueleto, enrijecimento dos músculos, o tronco e os ombros alargam-se, a
pele fica mais gordurosa, surgindo as acnes, podendo ocorrer neste período a
primeira ejaculação(1).

Reprodução Humana

Reprodução humana é a fertilização através do ato sexual. O conhecimento do


ciclo de fertilidade feminina através de Ogino e Knaus, somados aos métodos
físicos e químicos de controle de natalidade que as mulheres passaram a
conhecer, ajudaram a contribuir numa diminuição no número de filhos,
permitindo à mulher uma autonomia no quesito sexualidade, sem se preocupar
apenas com a reprodução, já que antigamente o papel da mulher em relação ao
sexo estava apenas ligado à procriação. Isso acabou mudando a partir do
momento que se desvinculou a sexualidade da re produção.
Assim como houve uma modernização na questão da sexualidade, houve
também na reprodução humana. A chamada reprodução humana “in vitro” foi
realizada pela primeira vez em 1978 pelo inglês Louis Brown, que consistia em
uma técnica de reprodução humana independente do ato sexual. Vale lembrar
que está técnica foi criada para beneficiar casais inférteis.

Sexualidade
Sexualidade não esta condicionada ao ato sexual em si, mas a maneira como

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homens e mulheres expressam sua masculinidade e sua feminilidade, assim


como os indivíduos se mostram como gostariam de serem vistos em relação à
aparência, ao seu desejo e a sua capacidade de atrair os outros
Freud designou varias fases para definir a sexualidade:
Fase Oral: o prazer está presente com a necessidade de sucção e mastigação
entre 18 meses a 2 anos.
Fase Anal: Corresponde ao prazer em torno da zona erógena anal, prazer em
expulsar ou reter as fezes, de 2 a 4 anos.
Fase Fálica: quando a criança procura imitar o pai ou a mãe em busca de um
maior amor. De 3 a 7 anos.
Fase de Latência: É quando há uma diminuição das atividades sexuais, ou seja,
seria um intervalo, fase de vergonha e moralidade . De 7 a 12 anos.
Fase Genital: O prazer está mais presente agora nas áreas genitais, quando
ocorre uma estruturação na identidade sexual da pessoa. Interesse pelo sexo
oposto. Dos 12 anos em diante.
A sexualidade começa a se desenvolver no inicio da adolescência.

Planejamento familiar

Planejamento Familiar é o conjunto de ações de regulação da fecundidade que


garante direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela
mulher, pelo homem ou pelo casal.
Na época colonial a igreja tinha um discurso de que a mulher era feita para a
vida família, devia obediência ao seu marido e não tinha direito à livre
sexualidade, sendo o sexo visto apenas como forma de reprodução.
Apenas em 1776 o reverendo Thomas Robert Malths criou uma tese alertando
sobre os perigos da superpopulação agregados ao não crescimento da
produção de alimentos.
Bem mais tarde, em 1952 foi criado em Londres o International Planeed
Parenthood Federation (IPPF) por Margaret Sanger, que recebeu o apoio
financeiro de muitas instituições que eram a favor do planejamento familiar, e
que tinha como objetivo justamente o controle desta diminuição demográfica.
Nos anos 60, a IPPF vem para o Brasil e financia algumas instituições e
entidades para que ocorra a implementação do planejamento familiar
Em 1965 foi criado o BENFAM, financiado por capital internacional e filiado ao
IPPF, e que tinha como objetivo treinar os profissionais da saúde para a prática
do planejamento familiar.
A partir dos anos 60 a mulher se tornou mais independente, deixando de ser
apenas a rainha do lar, passou a figurar no mercado de trabalho, tendo então a
aspiração de realizar o controle do seu corpo e da fecundidade através dos
métodos de contracepção
Em 1983 o Ministério da Saúde instituiu o Programa de Assistência Integral a

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Saúde da Mulher (PAIMS), que constituiu em assistir a mulher nas diversas


etapas da vida, incluindo a fase reprodutiva. A consagração do direito do
planejamento familiar está explicita na Constituição Federal de 1988, parágrafo
7 do artigo 226, que perdura claramente o direito e liberdade do casal de
usufruir desse programa, e de responsabilidade do estado para fazer valer este
direito (2)
Os métodos que fazem parte do planejamento familiar e são aprovados pelo
Ministério da Saúde são:
Métodos Naturais: muco, tabela e temperatura.
Métodos de Barreira: Condom feminino e masculino, diafragma e espermicida.
Métodos hormonais: Pílula e injeção.
Métodos cirúrgicos: Vasectomia e Laqueadura.
Métodos de emergência: pílula do dia seguinte.

Dificuldades do planejamento familiar

O jovem tem iniciado cada vez mais cedo sua vida sexual, e o começo dessa
trajetória sexual acaba sendo um marco na vida de qualquer individuo, seja ele
jovem ou não.
Só que tão importante quanto o inicio da sexualidade é abordar a questão da
anticoncepção na adolescência. E falar desse assunto é de suma importância,
considerando que a maioria dos jovens tem se exposto consideravelmente a
gestações e a doenças sexualmente transmissíveis sem nenhuma proteção. É
necessário, então, que os jovens utilizem os métodos contraceptivos para sua
proteção e que possam usufruir o sexo de forma segura. Porém, fica evidente
em estudos que os jovens vêm encontrando dificuldade na questão da
contracepção, e acabam não utilizando estes recursos para se prevenirem
adequadamente. Vários motivos são alegados pelos adolescentes para
explicarem estas dificuldades: dificuldade de diálogo com o parceiro,
desconhecimento dos métodos e de sua correta utilização, esquecimento e
imprevisibilidade da relação sexual. Culturalmente fica evidenciado que a
responsabilidade maior quanto à prevenção, principalmente com relação à
gravidez, é da mulher, ou seja, os garotos esquivam-se dessa questão,
deixando para as garotas a responsabilidade. (3)
Em outros casos, muitos garotos deixam de usar os métodos de proteção
porque acabam saindo com garotas virgens, não vendo nessa situação uma
necessidade de se prevenir. A baixa escolaridade também é um ponto alvo
nesta questão, pois ficou evidenciado que, quanto menos escolarizado, menos
informado o jovem está.
Em relação ao conhecimento, os métodos mais citados pelos adolescentes
foram a camisinha masculina e a pílula, sendo um dos mais utilizados o coito

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interrompido .
Quanto à obtenção de informações ou esclarecimento de dúvidas sobre os
métodos anticoncepcionais, os jovens recorrem à televisão, revistas e amigos,
quando muitas vezes os pais poderiam estar fazendo este papel, pois uma boa
comunicação entre pais e filhos sobre tais questões contribuiria muito para que
a primeira relação sexual dos filhos acontecesse mais tarde e, portanto estes
estariam melhores preparados psicologicamente, sabendo escolher e usar o
método contraceptivo mais adequado. Juntamente com os pais, a escola
desempenha um papel fundamental nesta questão, pois ela serve como um
suporte que concerne à educação sexual, podendo despertar nestes
adolescentes um compromisso com a própria sexualidade e um sentido de
responsabilidade. Outro fator importante é que os programas de saúde têm que
atingir bem mais o jovem para a questão do planejamento familiar, havendo
uma necessidade de ampliar o acesso a serviços especializados.
Cabe ao enfermeiro, principalmente da UBS, o papel fundamental nesta
questão, já que realiza várias consultas com jovens, e assim tem a
oportunidade de orientar, esclarecer dúvidas, criar grupos educativos aplicando
palestras referentes a sexualidade e ao modo correto de utilização de métodos
contraceptivos, ajudando com isso, a diminuir o número de adolescentes
grávidas e prevenir o aparecimento de doenças sexualmente transmissíveis
nesta população .

CONCLUSÃO:
Percebeu-se através dos estudos, que os adolescentes enfrentam muitas
dificuldades para utilizar os métodos contraceptivos, comprovando a
necessidade de informações mais fidedignas quanto à importância da utilização
desses métodos, assim como esclarecimentos sobre as dúvidas quanto ao seu
uso correto, pois muitos mostraram -se despreparados quanto à utilização
correta dos mesmos. Nesta fase da vida é importante que os jovens saibam que
o sexo pode ser praticado, mas de uma forma responsável, para que não
ocorram gestações indesejáveis e nem o aparecimento de doenças
sexualmente transmissíveis.
Cabe aos pais fortalecer um diálogo com seus filhos sobre a questão da
sexualidade e da importância da contracepção, ajudando-os, assim, a sentirem-
se mais preparados e seguros quando iniciarem a sua vida sexual.
A escola também desempenha um papel fundamental nesta questão,
principalmente se os profissionais forem qualificados, pois assim podem educar
sexualmente esses jovens, mostrando o quanto é importante praticar o sexo de
modo seguro, sendo de ambos os gêneros tal responsabilidade.

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Quanto ao enfermeiro, em especial da UBS, este tem que intensificar e


garimpar cada vez mais os adolescentes na consulta de enfermagem,
procurando uma melhor abordagem, incentivando–os a participar de grupos de
saúde sexual na própria UBS, seja através de palestras ou de outros métodos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1- Ballone GJ Infância e adolescência. Adolescência e Puberdade. Psiq Web.
2004, outubro [citado em 25 agosto/2009]; Disponível em
www.psiqweb.med.br/site.

2- Costa AM. Planejamento familiar no Brasil. Rev. Bioética. 2000, 4(2): 209-
217.

3- Vieira LM, Saes SO, Dória AAB, Goldberg TBL. Reflexões sobre a
anticoncepção na adolescência no Brasil. Rev. Bras. Saúde Materno Infantil.
Recife, Jan/mar de 2006, 6(1): 135-140.

________________________________________________________________
1 Aluna de graduação da Faculdade de Enfermagem da UNISA.
Correspondência: eliana_rezende1977@yahoo.com.br
2 Professora Adjunta da Disciplina Enfermagem na Saúde da Mulher da UNISA.
Mestre em Saúde Materno Infantil

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A dor no paciente oncológico


PRISCILA TATIANE MAIA AUGUSTO PINTO(1)

EVELEN CRISTIANE GOMES SPILLA CASA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Na maior parte do mundo a maioria dos pacientes com câncer tem doença
avançada, tendo como único real tratamento o alivio da dor e cuidados
paliativos.
Cuidar do paciente oncológico cada vez se torna uma tarefa mais complexa e o
enfermeiro por ser o profissional da área da saúde que permanece a maior
parte do tempo junto ao paciente com dor, é quem tem maior oportunidade de
contribuir muito para aumentar o conforto do paciente e aliviar sua dor, através
de cuidados especiais oferecidos para o conforto do paciente, de modo que ele
possa desenvolver sua capacidade funcional e sobreviver sem dor.

Apesar de considerável o progresso farmacológico e científico, a dor continua a


ser substancialmente subtratada. O foco das pesquisas científicas continua
sendo a cura do câncer cabe ao enfermeiro que é quem passa a maior parte do
tempo com o doente fazer com que o seu direito de ter a sua dor aliviada seja
respeitado e dê prioridade ao mesmo. Além disso, o enfermeiro deve ter em
mente que a persistência da dor ocasiona sofrimento inútil para o doente,
familiares, amigos e equipe de saúde.

OBJETIVO:
Apresentar as maneiras que a enfermagem tem de lidar com a dor do paciente
oncológico.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo bibliográfico, tipo revisão de literatura, estruturada. Tem
como objeto de estudo 05 artigos de pesquisa em português indexados na base
de dados em enfermagem, LILACS – Literatura Latino-Americana e a do Caribe
em Ciências da Saúde e BDENF Base de dados de Enfermagem, e 01 manual
de tratamento da dor.

O recorte temporal foi de 2004 a 2009, tendo este recorte de cinco anos
justificado pela necessidade de informações atualizadas sobre a dor no
paciente oncológico.
Os descritores utilizados para capturar os artigos foram de acordo com o DEC'S
(Descritores em Ciências da Saúde) - '' dor oncológico enfermagem'', ''avaliação

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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da dor oncológico'', ''assistência enfermagem dor oncológico''.

Foram selecionados na LILACS: 10 artigos. Após a leitura dos resumos, foram


descartados 07 artigos que não estavam de acordo com o tema, finalizando
com 3 artigos pertinentes.

Foram selecionados na BDENF: 42 artigos. Após a leitura dos resumos, foram


descartados 39 artigos que não estavam de acordo com o tema, finalizando
com 2 artigos pertinentes.

Foram encontrados 02 artigos que se repetiram nas bases de dados LILACS e


BDENF, sendo que foi dado preferência para o da BDENF.

RESUMO:
Diversas patologias têm sintoma álgico como elemento integrante de sua
ocorrência.
Segundo a IASP (Internato Association for the Study of Pain) a dor como uma
"experiência sensorial e emocional desagradável, associada a dano presente ou
potencial, ou descrita em termos de tal dano", demonstrando que a dor sempre
apresenta um componente subjetivo.

Desde os primórdios, o homem vem, progressivamente, procurando


compreender as causas da dor com a finalidade de livrar-se dela. Todas as
pessoas, de um modo geral, sabem o que é dor. Entretanto, geralmente, é difícil
para alguém descrever a própria dor e impossível conhecer exatamente a
experiência de dor de outra pessoa.

No paciente oncológico dentre os principais sintomas referidos o mais temido é


a dor. Em 70 a 90% dos doentes com neoplasia maligna a dor apresenta-se
como sintoma principal. Estima-se que 10% a 15% dos doentes com câncer
apresentam dor de intensidade significativa nos casos de doença inicial. Com o
aparecimento de metástases, a incidência da dor aumenta 25% a 30% e nas
fases muito avançadas da doença 60% a 90% dos doentes referem dor de
intensidade bastante expressiva 50% dos doentes sentem dores em todos os
estágios do câncer e 70% na doença avançada. 3 Depois do medo de morrer, a
dor é o segundo sintoma mais temido pelo doente com câncer recentemente
diagnosticado. 1

É imprescindível que a queixa da dor seja valorizada porque é através dela, que
o cuidado e o conforto do paciente serão garantidos.
A dor pode ser classificada em aguda e crônica. Para obter uma avaliação

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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eficaz da dor é necessário saber o tempo e a duração, a origem, padrão


temporal e intensidade.3 Considerando a subjetividade da dor, esta só pode ser
avaliada por meio do auto relato e da expressão corporal sendo que a
interpretação dolorosa envolve não apenas os aspectos físicos- químicos da
nocicepção, mas também os componentes sócio culturais e as particularidades
do ambiente onde o fenômeno nociceptivo é experimentado. 1

A experiência dolorosa é um fenômeno individual e, para caracterizá-la, devem


ser realizadas avaliações sistemáticas. O registro de tais informações permite
que os dados sejam compartilhados entre os diversos plantões e a equipe
multiprofissional, possibilitando melhor assistência. A comunicação entre o
doente e os profissionais que o atendem é de extrema importância para
compreensão do quadro álgico e de seu alivio. No intuito de refinar a expressão
dessa experiência e facilitar a comunicação entre doentes e profissionais, foram
desenvolvidos instrumentos para a avaliação da dor. Os objetivos da avaliação
da experiência dolorosa são: determinar os elementos que possam justificar,
manter ou exacerbar a dor, sofrimento e a incapacidade, apurar o impacto da
dor na vida do indivíduo e verificar a eficácia das intervenções terapêuticas
propostas. 2

Ao longo da experiência dolorosa, o doente desenvolve mecanismos para


classificação da dor sentida. Sua primeira classificação se refere ao físico, ao
seu corpo que dói, localizando e quantificando a experiência dolorosa. Quando
a dor não melhora mesmo com remédios ele a classifica como dor espiritual,que
é vista, pelo doente como uma dor de maior relevância em relação a qualquer
tipo de dor e sua análise leva à conclusão de que ela traz um sofrimento
insuperável. O convívio com a dor e as rotinas impostas pela doença, leva o
doente a utilizar a linguagem da escala numérica que ele aprendeu dos
profissionais da saúde e que lhe permite classificar a intensidade da sua dor e
se fazer entender. 1

Para entendermos a dor e sermos capazes de aliviá-la no processo da cura,


devemos considerá-la em seu contexto mais amplo, que inclui as atitudes e
expectativas mentais do paciente, seu sistema de crenças, o apoio emocional
da família e dos amigos, e muitas outras circunstâncias. Em vez de lidar com a
dor desse modo abrangente, a atual prática médica, atuando dentro de uma
limitada estrutura biomédica, tenta reduzir a dor a um indicador de algum
distúrbio fisiológico específico. Na maioria das vezes, a dor é tratada por meio
da negação e suprimida com analgésicos. 2

No entanto, várias atividades de enfermagem podem ser usadas para auxiliar a


pessoa que manifesta dor, sendo elas: estabelecer relação com o paciente que

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sente dor; ensinar ao paciente a resposta da dor; usar a situação paciente-


grupo; lidar com outras pessoas que estejam em contato com o paciente;
fornecer outros impulsos sensoriais; promover repouso e relaxamento; usar
analgesia imaginada; diminuir os estímulos nocivos; utilizar outro auxílio
profissional; permanecer com o paciente; explicar que a fonte de estímulos
nocivos foi removida ou diminuída e auxiliar na assimilação da experiência com
dor. 2

Para avaliação da dor do paciente, pode-se usar uma grande variedade de


escalas unidimensionais para mensurar a intensidade da dor. No entanto, o
desafio para o enfermeiro é adaptar cada instrumento à capacidade cognitiva e
psicomotora de cada paciente, adulto ou criança, para que os dados subjetivos
referidos possam ser traduzidos da forma mais objetiva possível. É importante,
utilizar protocolos padronizados para que todos os profissionais avaliem de
forma sistemática as experiências dos pacientes. 2

Dor aguda: funciona como alerta. É o resultado da estimulação nociceptiva


(inflamação) ou lesões diretas (lesões mecânicas). Na maioria das vezes é
causada por ferimento ou estado patológico agudo e dura somente enquanto
persistir a lesão do tecido. A dor aguda é uma lesão fisiológica. 3

Dor crônica: é a dor com duração igual ou superior a 6 meses. Não tem função
biológica de alerta. O termo crônico refere-se à dor que se mantém além do
tempo normal da cura. A dor crônica é patológica, causada por lesão do tecido
nervoso (periférico, medular ou central). 3

Dor do câncer: As dores associadas às neoplasias malignas ocorrem em razão


da ativação de nociceptores periféricos ( dores somática e visceral) ou por dano
direto do SNC ou SNP (dor neuropática ou de deaferentação). Trinta por cento
dos doentes com câncer sentem dor ao diagnóstico, e 65% a 85% sentem dor
quando a doença é avançada (Cleeland et al.; 1994; Levy, 1996). 3

Conceito de dor total: A dor é mais que um fenômeno físico e nem sempre os
aspectos psicológicos, sociais e espirituais são considerados. É fundamental o
conhecimento do conceito de dor total sob quatro aspectos: somático,
psicológico, social e espiritual. Esse conceito foi introduzido por Cecily
Saunders (1967), médica e uma das fundadoras do St. Christopher Hospice na
Inglaterra. 3

Diante dos frequentes e intensos episódios dolorosos, o doente aceita como


próprio sentí-los e cria maneiras para diminuir a intensidade da dor sentida ou
até mesmo prevenindo-a quando isso está ao seu alcance. Saber que pode

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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contar com o atendimento na hora da crise, possuir medicação eficaz ao


alcance da mão, mesmo quando não utilizada, possibilita maior segurança para
o doente em saber que pode controlar o seu quadro doloroso. 1

Primeiro passo: na história clínica e no exame físico, são fundamentais a


definição do tipo (somática, visceral, neuropática ou mista) e a quantificação da
dor. Existem várias escalas de avaliação da dor. 3

É importante definir o tipo da dor entre leve, moderada e intensa. Caso se utilize
uma escala numérica, considera -se dor leve (1 a 4); dor moderada (5 a 7) e dor
intensa (8 a 10). Na prática clínica, a escala analógica não- visual (notas de
zero a dez, sendo zero nenhuma dor e dez dor máxima) é melhor compreendida
pelos pacientes. 3

ESCALA VERBAL DESCRITIVA : Esta escala, ou escala de avaliações verbais,


consiste em uma escolha de três a cinco palavras ordenadas numericamente,
como nenhum, pouco, modesto, moderado ou grave. O número que
corresponde à palavra escolhida é usado para determinar a intensidade da
sensação dolorosa em nível ordinal. É uma escala pequena, sendo fácil para o
paciente marcar e para a enfermeira analisar, bem como aplicável para
qualquer tipo de dor clínica. 2

ESCALA VISUAL ANALÓGICA: Esta escala consiste em uma linha que


representa uma qualidade continua de intensidade e dados verbais – nenhuma
dor ou dor máxima. O tamanho da linha pode variar, mas é frequentemente de
10 cm. Esta escala é mais indicada uma vez que o respondente marca em
qualquer ponto na escala, ao contrario da escala verbal descritiva em que deve
escolher uma palavra. Sua utilização pode ser muito útil em situações clinicas
nas quais se deseje mensurar a intensidade como resultado de um tratamento,
sendo fácil de administrar e marcar. Esta escala produz dados nivelados em
intervalos, podendo ser usados parâmetros estatísticos na análise.2

ESCALA NUMÉRICA: É utilizada para a criança graduar sua dor em intervalos


de 0 a 5 ou 0 a 10, onde 0 significa ausência de dor e 5 ou 10 respectivamente
significam a pior dor imaginável. 2

ESCALA DAS FACES: É uma escala que contém seis faces e estas são
mostradas à criança. Primeira figura é muito sorridente, e as expressões vão se
transformando ate chegar à ultima que é muito triste. As figuras intermediarias
mostram graus crescentes de tristeza. A criança escolhe a face que se parece
com a sua em situação de dor. 2

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A avaliação da queixa dolorosa é reconhecida como um direito de todos os


doentes e deve ser investigada em toda internação. O manejo da dor
compreende uma abordagem inicial e regular. A avaliação da dor inclui o local,
a intensidade, a frequência, a duração e a qualidade e deve ser registrada em
instrumentos para tal finalidade, sendo que para avaliação da intensidade os
instrumentos descritos anteriormente poderão ser utilizados.

2- Segundo passo: programar o tratamento da causa da dor:

tratamento clínico/ cirúrgico;


tratamento quimioterápico e/ou radioterápico.

3 – Terceiro passo: escada analgésica da Organização Mundial da Saúde


(OMS) (WHO, 1996): guia principal para o manejo da dor oncológica também é
utilizada para o manejo da dor não oncológica. É um método baseado na
intensidade da dor referida pelo paciente e na resposta ao analgésico
empregado de forma sequencial, de acordo com a intensidade da dor. 3

A escada analgésica da OMS é a base para o tratamento clínico da dor. Possui


duas vias, ou seja, pode subir ou descer, dependendo da situação.
O método pode, efetivamente, aliviar a dor em 80% a 90% dos pacientes(Shug,
1990). A escada não deve ser utilizada isoladamente, mas combinada com
outras modalidades de tratamento. 3
Nas dores leves, inicia-se o tratamento com analgésicos não-opioides (degrau
1). Maximiza-se a dose do AINE até o limite superior da dose clínica e/ou
toxicidade inaceitável. Em qualquer dos três degraus, se não houver melhoria
significava da dor (não atingir zero), deve-se tentar a associação de drogas
adjuvantes ( ou co- analgésicos). Avalia-se a resposta terapêutica de forma
contínua e mantém-se a associação até o fracasso terapêutico. Pode-se manter
o co analgésico, caso este tenha sido eficaz e, em seguida, muda-se de degrau.
3

No degrau 2, para dores moderadas, recomenda-se a terapia inicial com


opioides fracos, que recebem esta classificação, pois doses aparentemente
muito altas conseguem analgesia pouco eficaz para dores intensas. Para
aqueles classificados como ''fortes'', as doses aparentemente baixas causam
analgesia eficaz para dores intensas. Ajusta-se gradualmente a dose do opioide
fraco e, após não ser mais factível, muda-se para o degrau 3. Não é correto
associar drogas da mesma classe terapêutica (p.ex., codeína mais tramadol). 3

Finalmente para dores intensas (degrau 3), os opioides fortes são usados com
ou sem AINE e/ou drogas adjuvantes, como demonstrando anteriormente. Após

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atingir o último degrau, é inaceitável manter associado um opioide fraco. 3


As dores somática e visceral respondem aos opioides, ao passo que as dores
neuropáticas não respondem. Os medicamentos primariamente indicados para
dor neuropática crônica são os antidepressivos e anticonvulsivantes. 3

CONCLUSÃO:
O presente estudo apresentou as escalas de dor e as maneiras de utiliza-las.
Durante o estudo encontramos dificuldades em encontrar artigos científicos.
Percebe se que o enfermeiro tem evoluído lentamente no que se diz respeito a
assistência do tratamento da dor que é o único real tratamento do paciente
oncológico. O que nos leva a refletir sobre a falta de envolvimento da
enfermagem.

Vale ressaltar que não se deve subestimar ou mesmo ignorar as dimensões


éticas, culturais, históricas e religiosas envolvidas na temática. Hoje em
oncologia, a preocupação não é mais somente com a cura, mas sim, com a
qualidade de vida do paciente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Chico ED, Hayashi VD, Ferreira NMLA. Doente com câncer: A experiência de
crescer com o sofrimento. Texto Contexto Enferm, 2004 Jan – Mar; 13 (1):57 -
62.

2.Pimenta CAM. Conceitos culturais e a experiência dolorosa. Rev Esc


Enfermagem USP 1998 ago.;32(2):179-86 apud Rigotti MA, Ferreira AM.
Intervenções de enfermagem ao paciente com dor. Arq Ciênc Saúde 2005; jan-
mar;12(1):50-4.

3.Naime, Fauzia F. Manual de tratamento da dor: dor aguda e dor de origem


oncológica: tratamento não invasivo. 1°Edição. Barueri, SP: Minha Editora,2009.

________________________________________________________________
1. Graduanda de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro.
(enf.priscilamaia@gmail.com)
2. Especialista em Oncologia e Docente da Faculdade de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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A enfermagem e o controle do diabetes na infância e


adolescência
MARIA DE LOURDES DE SOUSA(1)

DAMARIS GOMES MARANHAO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O diabetes é um grupo de doenças metabólicas incuráveis e não-contagiosas,
caracterizadas por hiperglicemia associada a disfunções, insuficiência de vários
órgãos e outras complicações. Pode resultar de defeitos de secreção e ou ação
da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, ou de fatores ex
ternos, como sedentarismo, alimentação inadequada, condições
socioeconômica, entre outros. A incidência do diabetes é crescente e, segundo
a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2025 terá uma percentagem de
5,4% e se dará principalmente em países desenvolvidos. O tempo da doença
também determina desde deficiência grave na visão, cegueira, retinopatia,
nefropatia, neuropatia e doença cardiovascular. Os custos para o atendimento
ao diabetes são elevados e variam entre 2,5% e 15% de acordo com sua
prevalência, perda de produtividade e alta taxa de morbi-mortalidade. Entre
outros cuidados que devem ser mantidos pelos diabéticos são prioritários:
hábitos alimentares saudáveis, atividade física regular alternada com repouso;
conforto e proteção da pele, sobretudo, das extremidades. O enfermeiro deve
ter um conhecimento profundo destes aspectos, do controle da doença e
também dominar as didáticas especificas para ensinar aos pacientes como
fazer o controle glicêmico associado ao esquema terapêutico e para os insulino-
dependentes incluir as técnicas de conservação, aspiração, dosagens e
aplicação da insulina para leigos. O controle do diabetes depende do grau de
conhecimento e aceitação do paciente. A escolha deste tema para pesquisa é
decorrente do interesse da autora após contato com crianças e adolescentes
diabéticos e profissionais em serviços de saúde e em grupos educativos onde
observou que alguns destes pacientes tinham dificuldade de seguir um regime
terapêutico eficaz.

OBJETIVO:
Identificar na literatura os cuidados e ações educativas específicos para
crianças e adolescentes diabéticos que são constituintes da assistência de
enfermagem.

METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica de artigos publicados em periódicos nacionais indexados
em bases de dados Scielo no período entre 2000 e 2009, em língua

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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portuguesa, a partir das palavras chaves: diabetes mellitus, doença crônica,


enfermagem, criança. Foram selecionados trinta artigos e após leitura dos
títulos e resumos resultaram onze artigos que focavam o objeto desta revisão. A
análise temática ressalta cinco dimensões que devem ser consideradas na
assistência de enfermagem a estes pacientes: a) A descoberta da doença: uma
fase crítica para a criança e o adolescente; b) Crescer e desenvolver-se com a
condição de diabético; c) A dinâmica da família de crianças e adolescentes
diabéticos d) O grupo como estratégia terapêutica e educativa e) o enfermeiro
como mediador entre o paciente, a família e a equipe multiprofissional

RESUMO:
A descoberta da doença: uma fase critica para a criança e o adolescente.
A grande maioria dos casos de diabetes se desenvolve entre a infância e
adolescência, com predominância entre cinco e quinze anos de idade. São
indivíduos geralmente magros e o início dos sintomas é usualmente súbito com
significativa perda de peso, poliúria e polidipsia. São insulinopênicos com
tendência à cetoacidose e, portanto, dependentes da terapia com insulina. A
descoberta do diabetes é percebida pelas crianças e adolescentes como uma
limitação devido aos sinais e sintomas da doença e por requerer readaptações
no estilo de vida. Há uma mistura de sentimentos que podem resultar em
negação da doença, dos cuidados e do tratamento, com risco de cetoacidose
devido ao regime terapêutico ineficaz. Quando isto ocorre o paciente tem que
ser hospitalizado comprometendo no convívio familiar e social. Segundo
pesquisa realizada com doze crianças e pré-adolescentes na faixa etária de 7 a
14 anos, no período de 2001 a 2002, no Estado de São Paulo, o momento do
diagnóstico parece ser muito marcante para este grupo etário. As crianças e
pré-adolescentes tentam compreender o que está ocorrendo, podem atribuir a
causa do seu adoecimento às pessoas que se relacionam com elas ou aos
acontecimentos de suas vidas. Emoções como medo, desespero, insegurança e
até revolta são freqüentes. A revolta é um sentimento que pode ocorrer após o
diagnóstico ou perdurar por mais tempo, e pode fazê-la sentir raiva, deprimir-se
e não fazer o uso da medicação, não dar seguimento ao tratamento, fazer
prática de uma dieta inadequada, este conflito interior pode levá-la a descuidar-
se e isolar-se do convívio social. Essa revolta é mais freqüente entre os
adolescentes, pois estão em uma fase do ciclo vital com grandes mudanças
fisiológicas, sociais, psicológicas e cognitivas, e reagem ao diagnóstico e
limitações. A adolescência é uma fase própria de transformações, tanto físicas
quanto psicológicas, e o impacto da doença pode alterar abruptamente o seu
desenvolvimento tornando-o suscetível a angústia e a ansiedade. Os
adolescentes entre 12 e 17 anos, são os que demonstram mais rebeldia, reação
típica da idade que não aceita o tratamento, nesse caso cabe ao enfermeiro a
tarefa de orientar e salientar a importância do auto cuidado fazendo o uso

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

correto da medicação, dietas e exercício físico. Para o adolescente aceitar-se


como indivíduo doente, diferente de seus amigos, implica em ser alguém
vulnerável e socialmente desvalorizado. O primeiro impacto da notícia em ser
diabético pode deixá-lo confuso e assustado. O adoecer altera processo natural
da fase de transição da infância para a adolescência, sobretudo nos agravos
crônicos que requerem um redirecionamento e reflexão acerca de suas rotinas
e projetos de vida.
Crescer e desenvolver-se com a condição de diabético.
Crescer e se desenvolver já implica em uma tarefa árdua que é agravada
quando se tem uma doença crônica. A criança cresce aprendendo a conviver
com o diabetes, sem pensar muito na doença, para não se sentir infeliz,
aceitando o fato, ela aprende a lidar com as frustrações e preconceitos das
pessoas. A própria definição de doente crônico significa uma condição que o
acompanhará por toda a vida, não tem cura, somente controle. É preciso
aprender a enfrentar o preconceito das pessoas ao seu redor. O medo do
preconceito pode levar algumas crianças e adolescentes omitirem que têm
diabetes, dificultando o seguimento de orientações e restrições quanto ao uso
correto de medicações e dieta. Quando a criança e o adolescente aceita sua
condição e aprende a interpretar os sintomas causados pelo diabetes, ela
aceita a ajuda profissional, o tratamento e os cuidados para aliviar seu
sofrimento. No caso do diabetes isto significa excluir ou reduzir o consumo de
alguns alimentos, fazer o uso correto da medicação e assumir o auto cuidado.
A dinâmica da família da criança ou adolescente diabético
Em pesquisa realizada na cidade de Botucatu, interior do Estado de São Paulo,
os familiares foram entrevistados com o objetivo de investigar a experiência de
cuidar de adolescentes e pré-adolescentes com diagnóstico de diabetes há
mais de um ano. Descrevem a experiência de observar os primeiros sinais da
doença antes do diagnóstico e que, após este ser confirmado, aos poucos
adquirem consciência da extrema gravidade da doença e de como se sentem
despreparados para lidar com as limitações e cuidados que a doença requer. A
participação da família é muito importante na aceitação da doença e na
adaptação da criança ou adolescente à condição de doente crônico. O apoio da
família incentiva-os a aceitar sua condição, os cuidados e a seguir o tratamento
com menos estresse. Pesquisa realizada em 2004, na cidade de São Carlos,
interior de São Paulo, com seis famílias de crianças e adolescentes diabéticos
com o objetivo de saber o significado que a situação de doença gera na
dinâmica familiar, evidencia que quando a família é informada de que um dos
seus membros tem diabetes passa por uma fase de crise. As relações entre os
familiares e outras pessoas que convivem no mesmo ambiente, ou que são
responsáveis pelos cuidados das crianças e adolescentes podem se modificar e
emergir conflitos decorrentes do rearranjo de papéis que a atenção diferenciada
para a criança ou adolescente doente requer. O cuidado à criança e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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adolescente com doença crônica consome energia, tempo, retira a privacidade


da família e pode provocar isolamento social e emocional. Quando a família da
criança é informada pelos profissionais sobre a fisiopatologia da doença,
tratamento e os recursos disponíveis, seus níveis de estresse e ansiedade não
se alteram. A relação e envolvimento dos pais no controle glicêmico, reforçam a
parceria entre pais e filhos no gerenciamento e controle da doença. Os pais
percebem que o cuidado da criança ou do adolescente vai além das
medicações e controle alimentar, é necessário fazê-la compreender a doença, o
tratamento e aceitar sua condição, o que possibilita uma convivência mais
harmoniosa. No entanto, algumas crianças ou adolescentes ainda se
constrangem e envergonham-se em ser diabético, dificultando o cuidado e auto
cuidado. O impacto da informação sobre o diagnóstico da doença pode levar
alguns pais momentaneamente a negarem o fato, fase que precisa ser
superada, uma vez que a criança ou adolescente diabético necessita que sua
família assuma com ela os cuidados necessários. Ao contrário, quando a
criança ou adolescente não tem ajuda da família, informação e apoio do
profissional de saúde, tende a ter dificuldades com a restrição alimentar e com
os sinais e sintomas da doença, ficando mais vulnerável a crises de hipo e
hiperglicemia e cetoacidose, podendo até mesmo ser hospitalizada. No
enfrentamento da crise inicial desencadeada pela ciência do diagnóstico e suas
implicações, as famílias vão aprendendo a lidar com a situação, de acordo com
suas características, a dinâmica familiar e a situação sócio-econômica e
cultural.O diabetes faz com que o cotidiano da família mude, fazendo-os
esquecer outras preocupações que não seja o cuidado com a criança ou
adolescente diabética, mudam seus hábitos e comportamentos e tornam-se
mais unidos e cooperativos, todos passam a lutar por um mesmo objetivo. Por
outro lado, a família precisa ser orientada pelos profissionais de saúde para que
aos poucos, à medida que as crianças cresçam e os adolescentes aceitam a
condição e aprendem a cuidar de si, evitem a super proteção, pois esta causa
co-dependência, privando-os de viver plenamente cada fase da vida. Ao
contrário, alguns pais tentam mostrar para os filhos que a doença tem
limitações, mas que eles podem e devem ter perspectivas, crescer e
desenvolver-se como todas as crianças.
O grupo como estratégia terapêutica e educativa
Quando a criança ou adolescente aceita que tem uma doença crônica, aceita a
idéia de ser diferente e passa a conviver com os colegas, percebe que a
doença mudou apenas o seu organismo, não alterando sua personalidade e
seus valores. Os grupos de crianças e adolescentes é uma estratégia educativa
que os ajuda socializar-se com outros portadores, a perceber que todos ali
estão na mesma condição e compartilham sentimentos, conhecimentos e
vivências. A educação em saúde propicia à criança e ao adolescente
independência, pois aprendem a cuidar de si cultivando mais liberdade, a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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construção de hábitos saudáveis que os beneficiam a resolver problemas


referentes à doença ou ao seu tratamento, diminuindo as complicações. O
planejamento e coordenação desses grupos, em geral, são realizados pelos
enfermeiros. Para tanto é necessário a fisiopatologia, tratamento e controle do
diabetes, além de didática específica.
O enfermeiro como mediador entre o paciente, a família e a equipe
multiprofissional.
O profissional que presta assistência à criança ou adolescente diabéticos não
deve condicionar seu trabalho somente ao controle da doença, mas precisa
cuidar do paciente de forma holística e humanizada. O enfermeiro tem que ter
habilidade e compreensão para ajudar as crianças, adolescentes e familiares de
acordo com os problemas específicos de cada paciente, nos aspectos
emocionais, sociais ou relacionados à fisiopatologia do diabetes. O enfermeiro é
responsável pela promoção e proteção em saúde e reabilitação, ou seja, ele
promove ações que propiciam a promoção de saúde, protege e reabilita o
paciente com informações e orientações que ele precisa, facilitando o seu
convívio com a doença e com a sociedade. A importância do enfermeiro é
desde a anamnese, a descoberta e o tratamento da patologia, pois é ele quem
recebe o paciente e o direciona as diversas especialidades de acordo com a
necessidade do mesmo, além de acompanhá-lo dali em diante. A enfermagem
tem um papel muito importante na educação para a saúde, individual ou em
grupo, proporcionando ao paciente e a sua família acolhimento e
esclarecimento amplo sobre a doença, fazê-los compreender o quão importante
é o auto cuidado, medicação, controle e prevenção de danos causados pela
doença saciando suas dúvidas e seus medos. No caso das crianças, que
dependem dos pais, estes precisam assumir os cuidados e ajudar no
desenvolvimento de habilidades dos filhos para o auto cuidado. Em geral os
adolescentes, pelas próprias características da fase de desenvolvimento em
que se encontram, têm mais dificuldade de aceitar as limitações e disciplina
necessária para o controle da doença.

CONCLUSÃO:
A descoberta da doença é uma fase crítica para a criança e o adolescente que
cresce e se desenvolve com a condição de diabético, o que repercute na
dinâmica da família. Os grupos de crianças e adolescentes diabéticos são uma
estratégia educativa e terapêutica eficaz e o enfermeiro pode atuar como
mediador entre o paciente, a família e a equipe que os assiste. O enfermeiro
como parte da equipe multidisciplinar que atende o diabético, precisa
desenvolver ações educativas individuais ou em grupo de pacientes visando a
aderência ao tratamento com o objetivo principal de manter os níveis glicêmicos
dentro dos limites para evitar complicações agudas ou crônicas. O enfermeiro

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tem um papel muito importante ao acolher, ouvir, orientar, cuidar das crianças e
adolescentes diabéticos e da família, por meio de assistência individual ou em
grupos. Para isto o enfermeiro deve ter uma ampla e profunda compreensão da
dinâmica familiar e do processo de crescimento e desenvolvimento da criança e
adolescente, assim como da fisiopatologia, cuidados, tratamento, complicações
e controle do diabetes e de seus desdobramentos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1-Ministério da saúde (Brasil). Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento
de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica Diabetes Mellitos. Brasília:
Ministério da Saúde 2006.
2-Moreira P L, Dupas G. Vivendo com o diabetes: a experiência contada pela
criança. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Fev. 2006- Out 2009; 14(1):25-32.
3-Brito T B, Sadala M L A. Diabetes mellitus juvenil: a experiência de familiares
de adolescentes e pré-adolescentes. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2009,
vol.14, n.3, pp. 947-960. ISSN 1413-8123.
________________________________________________________________
Aluna do oitavo semestre da Faculdade de Enfermagem da UNISA
(nina.mlsousa@hotmail.com).
Orientadora, Doutora em Ciências da Saúde, Profª Titular da Faculdade de
Enfermagem da UNISA.

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A ENFERMAGEM E O PACIENTE TERMINAL: HUMANIZANDO AS


RELAÇÕES INTERPESSOAIS.
ALINE VIVIANE MUNIZ(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
É notório nos dias de hoje os avanços tecnológicos na área da saúde. Muitos
não visam somente a cura e sim prolongar a vida do paciente que receba o
prognóstico de terminalidade. Com estes avanços tecnológicos ocorreu uma
mudança social da morte, sendo assim o paciente não morre mais em casa,
próximo aos seus familiares e sim em meio ao ambiente hospitalar com
pessoas estranhas ao seu redor. No último século as doenças crônicas
degenerativas substituíram as doenças transmissíveis como as principais
causas de morte, este quadro fez com que se eleva-se o número de pacientes
terminais dentro das instituições de saúde
O paciente terminal é caracterizado por um quadro de irreversibilidade,
apresentando uma alta probabilidade de morrer em um período relativamente
curto. A internação hospitalar é percebida como sendo uma experiência
desagradável por quem a vivencia, aumentando a ansiedade do ser doente no
que tange seu quadro patológico 1. Estudos demonstram que profissionais não
estão preparados para lidar com a morte ou até mesmo a ajudar um paciente
que está morrendo. A enfermagem, por cuidar destes pacientes, deveria ofertar
um suporte diferenciado; porém muitos profissionais não estão preparados para
desenvolver esta tarefa.
Durante o processo de adoecimento e hospitalização a atenção da equipe de
saúde dirige-se essencialmente para a doença e não para o individuo doente 1.
A humanização apresenta-se como uma demanda crescente no resgate ao
cuidado com o processo de respeito e valorização do ser humano, pois
segundo a teoria das “Necessidades Humanas Básicas” o ser humano tem
necessidades que precisam ser atendidas para seu completo bem-estar 1. A
enfermagem visa estabelecer vínculo, promover o encontro, construir relações e
conhecer o outro, deve ser uma facilitadora na promoção da saúde e do bem-
estar bio-psico-sócioespiritual e emocional do cliente, conduzindo-o as
melhores formas de enfrentamento do processo de doença e hospitalização.

OBJETIVO:
O presente estudo visa investigar o comportamento e sentimentos do paciente
terminal no espaço das relações junto a enfermagem e identificar as principais
dificuldades no relacionamento entre a enfermagem e o paciente.

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METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica de natureza qualitativa que visa abordar a temática do
paciente terminal e a humanização no cuidado prestado pela enfermagem. A
busca foi realizada nas bases de dados Scientific Eletronic Library (SCIELO),
Literatura Latino Americano e do Caribe em Ciências e Saúde (LILACS) e Base
de Dados de Enfermagem (BDENF), do sítio da Biblioteca Virtual em Saúde–
BVS- Bireme.
Os descritores utilizados foram de assunto enfermagem, doente terminal, morte
e humanização da assistência. Foram selecionados 11 artigos indexados que
tiveram como critério de inclusão recorte temporal entre os anos de 2008 e
2009.

RESUMO:
Após leitura minuciosa dos artigos, criaram-se quatro categorias de
apresentação de resultados: terminalidade, humanização, relação interpessoal
paciente e enfermagem e propostas de ações humanizadas junto ao paciente
terminal. Para a elaboração do texto foram destacados trechos dos artigos de
acordo com cada tópico explorado e suas respectivas referências.

Terminalidade

Os pacientes terminais são aqueles acometidos por uma doença de difícil


tratamento, por um conjunto de situações em que se esgotam as possibilidades
terapêuticas de cura ou para prolongar a vida de forma digna e quando há uma
disfunção irreversível do sistema nervoso central 3. Não há como precisar o
tempo de vida deste paciente, porém a morte pode ocorrer de três a seis
meses. Devido às condições de irreversibilidade do paciente, os procedimentos
adquirem características especificas e seguem normas não usuais: não valem
os recursos de reanimação cardiorrespiratória e os recursos de manutenção
das funções fisiológicas, quando ocorre a parada cardíaca 2.
O enfermeiro ao presenciar o processo de morte dispõe de todas as suas
forças para apoiar a família, participando do sofrimento, sentindo pela mesma,
com o intuito de amparar, tentando compreender os sentimentos envolvidos.
Soma-se a esse envolvimento excessivo a convicção de que o objeto de cuidar
sempre é salvar a vida: não havendo possibilidade de atingir este objetivo, o
cuidar do paciente em fase terminal perderia o significado 2.

Humanização

As pessoas que estão morrendo necessitam ser tratadas com dignidade e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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integridade, ou seja, que tenham garantidos os direitos a uma morte digna, que
recebam cuidados contínuos e seja respeitada sua autonomia 3. O cuidado
humanizado pressupõe habilidade técnica do profissional de saúde no exercício
de suas funções, além de competência pessoal evidenciada na capacidade de
perceber e compreender o ser paciente em sua experiência existencial,
satisfazendo suas necessidades intrínsecas, favorecendo sobremaneira um
enfrentamento positivo do momento vivido, além de preservar a sua autonomia,
ou seja, o direito de decidir quanto ao que deseja para si, para sua saúde e seu
corpo, por ser este direito uma das primeiras coisas diminuídas ou perdidas
quando se adoece 3.
A humanização na prática da enfermagem tem como essência a comunicação
enfermeiro – doente –família, pois é através dela que se estabelece a relação
entre seres humanos, sendo o meio de informação aos pacientes e familiares e
o recurso terapêutico de enfermagem 3.
A enfermagem se apresenta como um encontro entre o ser que cuida e o ser
cuidado; é possível destacar que esta profissão exerce um papel fundamental
na prática do cuidar humanizado a partir de uma interação efetiva com o
paciente hospitalizado 1.
A enfermeira deve se preocupar com a qualidade de vida do paciente, não
poupando esforços para diminuir seu sofrimento, como também de seus
familiares 3.Quanto mais respeitar a autonomia do paciente e a participação
dos familiares na discussão da evolução do quadro clínico e condutas
prognósticas, maior será o sucesso da humanização do atendimento a este
doente 3.

Relação Interpessoal Paciente e Enfermagem

Lidar com a morte do dia-a-dia é extremamente angustiante e desgastante,


fazendo surgir sentimentos como impotência, frustração e insegurança diante
do sofrimento do paciente e do insucesso das ações profissionais 2. O tema
morte é ignorado e pouco abordado por profissionais de saúde, pacientes e
familiares, sendo que muitos ignoram a possibilidade de morte para si mesmo e
para as pessoas de seu círculo de relações.
O paciente hospitalizado pode ter medo da morte, associando a doença à
morte iminente, tornando-se profundamente ansioso e vivenciando agudo
sofrimento 3. Os pacientes terminais através de demonstração de sentimentos
como frustração, sensação de fragilidade, medo, impotência, indignação,
atitudes de revolta, desistência de viver, exigências e dor pode ocasionar perda
na relação interpessoal entre a enfermagem e o cliente.
A morte por ser vista como algo negativo e ruim faz com que os pacientes
tornem-se quietos, não desejando mais ver ninguém. Neste momento o cuidado
de enfermagem prestado ao paciente tem que fazer diferença, pois, por saber

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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que sua hora está perto o mesmo busca no próximo: inspiração, compreensão e
atenção. A presença de pessoas amigas e da família é importante neste
momento, pois demonstra ao paciente que ele terá companhia até o fim,
amenizando o sentimento de perda e solidão.
A morte é um fato consumado, mas ao mesmo tempo inaceitável para o ser
humano, pois vivemos como se nunca fossemos morrer, e talvez seja por isso,
que os profissionais de enfermagem, apesar de discussões sobre morte e
morrer, não estão preparados para atender no processo de morte 3. Sem
perspectiva de melhora para o paciente, cuidar dele torna-se extremamente
exaustivo: é um cuidado exigente, complexo e não traz recompensa para os
esforços distendidos, mas, sentimentos de medo, ansiedade, insegurança e dor
2.
Os profissionais mostram-se vulneráveis a queda da qualidade do seu trabalho
pela falta de capacitação dos aspectos psicossociais do cuidado paliativo. A
dificuldade encontrada no serviço prestado pela enfermagem a doentes
terminais ocorre pelo despreparo acadêmico e institucional. Há relatos de que
como o profissional coloca os próprios sentimentos em primeiro plano, desviam
o foco da assistência, que deveria ser identificar e atender as necessidades do
paciente 2.
A interação com o paciente torna o enfermeiro capaz de entender o que o
paciente quer ou não dizer. A linguagem desempenha uma função
características de grande valor, além do que diz o paciente, a entonação de
voz, sua expressão facial, gestos, todos estes são constituintes de sua fala.

Propostas de Ações Humanizadas Junto ao Paciente Terminal

Um modelo de cuidar de pessoas em fase terminal da doença foi proposto por


autores, como recurso para o ensino e formação de estudantes e enfermeiros.
Além do aprendizado teórico, o aprendizado prático ao lado de profissionais
experientes e seguros seria a forma mais adequada de preparar e apoiar
futuros profissionais para assumirem este cuidado 2.
Durante a graduação é esperado que se ofereça subsídios básicos para o
enfrentamento de situações como a morte, para que os alunos saibam atender
as necessidades do paciente sem delegar esta atividade a outro profissional. É
relevante que se ofereça suporte psicológico aos profissionais de enfermagem,
a busca de suporte psicológico servirá para minimizar sofrimentos e buscar por
uma melhor qualidade de vida e no serviço prestado..
O processo do cuidar envolve relacionamento interpessoal originado no
sentimento de ajuda e confiança mútua 3. O processo comunicativo eficaz entre
profissional de enfermagem-paciente, expresso de forma verbal ou não verbal
fortalecem o vinculo afetivo, necessidades individuais de cada ser doente 1 .
Um simples toque, um gesto de carinho pode ajudar o cliente a valorizar, dentro

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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de suas possibilidades, pequenas ações que poderão levar o mesmo a sorrir, a


seguir em frente, e principalmente, propiciar bem estar e melhor qualidade, ao
tempo de vida que ele tiver 3. E ao profissional a sensação de dever cumprido.

CONCLUSÃO:
Após vivenciar em campo de estágio a dificuldade de relacionar-me com o
paciente surgiu a questão norteadora: os profissionais de enfermagem estão
preparados para assistir o paciente terminal? Existe um bloqueio tanto dos
profissionais em oferecer a atenção, o afeto, o aperto de mão, o saber ouvir,
quanto do paciente em demonstrar seus sentimentos e nos relatar seus
anseios.
Durante a graduação não existe uma disciplina específica que nos oriente
sobre como dever ser o contato/convívio com o paciente terminal. Em campo de
estágios percebe-se que os profissionais são atarefados em realizar
procedimentos e tarefas burocráticas não se preocupando com o psicossocial
do enfermo.
O trabalho da enfermagem frente ao paciente terminal é de grande
responsabilidade e gratificante quando temos a certeza de ter sido feito o
melhor. Os profissionais de saúde não estão se permitindo vivenciar o luto e
isso, talvez, seja um mecanismo de defesa de que se utilize para se resguardar,
pela sua dificuldade em compreender o sofrimento do paciente e tentar
amenizá-lo.
É difícil o convívio diário com este paciente, pois há o medo de nos
afeiçoarmos a ele e de sentirmos a sua perda. Levando-se em conta que o
paciente é vulnerável e seu tempo é escasso 2, há de se trabalhar o processo
de comunicação verbal e não verbal para que o paciente saiba que estamos ali,
por ele.
Somos por excelência seres de comunicação 2. É imprescindível que os
profissionais de enfermagem busquem se comunicar com o paciente de modo
atencioso, com respeito, utilizando uma linguagem acessível, bem com
priorizando a comunicação não-verbal 1, esta que não é muito utilizada e muito
apreciada pelos profissionais. No entanto para que isto aconteça é necessário
que o tema seja abordado com os profissionais e que estes recebam um
suporte psicológico para perder o receio de interagir com o paciente e para que
este convívio não interfira na qualidade de sua vida.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Morais, Gilvânia Smith da Nóbrega; Costa, Solange Fátima Geraldo da;
Fontes, Wilma Dias; Carneiro, Alan Dionizio. Comunicação como instrumento
básico no cuidar humanizado em enfermagem ao paciente hospitalizado. Acta

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Paul Enferm. 2009. 22(3):323-7.


2. Costa, Jacqueline Camilo da; Lopes, Kassandra; Rebouças, Dienne Margaria
Caetano; Carvalho, Ludmila do Nascimento Rodrigues; Lemos, Juliana Furtado;
Lima, Orcélia P. Sales. O enfermeiro frente ao paciente fora de possibilidades
terapêutica oncológicas: uma revisão bibliográfica. Vita et Sanitas. 2008;
2(2):150-161.
3. Corbani, Nilza Maria de Souza; Brêtas, Ana Cristina Passarela; Matheus,
Maria Clara Cassuli. Humanização do cuidado de enfermagem: o que é
isso?.Rev Bras Enferm. 2009. 62(3):349-54.

________________________________________________________________
1Graduanda do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro,
nine.muniz@hotmail.com.
2 Orientadora-Enfermeira-Mestre em Gerontologia do Curso de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro.

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A ENFERMAGEM FRENTE AO TRATAMENTO DO PACIENTE


COM MIELOMA MÚLTIPLO
JULIANA ABREU LOPES(1)

Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O mieloma múltiplo é uma doença de distribuição mundial, tem uma incidência
predominante no sexo masculino e na raça negra sendo menos comum em
asiáticos. É uma doença comum em idosos, sendo que os pacientes descobrem
a doença em média com 71 anos de idade e raramente com menos de 35 anos
(1%).
É uma doença do plasmócito. Esta célula está presente normalmente na
medula óssea de indivíduos sadios e desempenha um importante papel no
organismo sendo a célula responsável pela produção de anticorpos
(imunoglobulinas IgG, IGA, IgM, IgD, IgE) que são proteínas que participam da
defesa contra microorganismos.
No mieloma múltiplo estas células por motivos ainda não muito bem
esclarecidos, sofrem alterações, ficando anormais em função e aumentando em
quantidade ocupando o local das outras células que irão originar os glóbulos
brancos, vermelhos e plaquetas. O plasmócito anormal do mieloma irá produzir
um anticorpo único e anormal denominado proteína M que pode ser detectado
através de testes laboratoriais (eletroferese de proteínas e imunofixação de
proteínas) no sangue e/ou na urina. (1)
Os sintomas mais frequentes do portador de mieloma múltiplo são dores
musculares generalizadas, podem aparecer lesões ósseas ou até fraturas
disseminadas, hipercalcêmica, anemia, fadiga entre outros. O mieloma múltiplo
é uma doença crônica que pode ser tratada e controlada por tempo muito
prolongado e o paciente poderá ter uma vida normal, com as atividades pouco
interrompidas se seu tratamento e seguimento foram realizados corretamente.
O Transplante de celula-tronco hematopoética (TCTH) autólogo é responsável
pelo principal avanço na terapia do Mieloma Múltiplo (MM) e, apesar de não ser
curativo, proporciona um aumento significativo da sobrevida global, sobrevida
livre de doença e da qualidade de vida.
O TCTH Autólogo é aquele onde a medula é obtida do próprio paciente. Nesta
forma o transplante, as células tronco são colhidas através do sangue periférico
(após administração de fatores de crescimento de colônias – GCSF) e
armazenados pelo método de criopreservação) antes do tratamento sendo
então, re-infundidas para resgatar o paciente dos efeitos mieloblativos do
tratamento. (2)
Quando o paciente é candidato ao transplante ele passa por uma sequência de

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tratamentos.
A primeira fase é denominada indução, e tem como objetivo tratar o mieloma
promovendo a melhora dos sintomas e reduzindo a carga de doença para
facilitar a coleta de células-tronco.
Os esquemas de tratamento de indução mais comumente utilizados são: pulsos
de dexametasona ou combinação desta com outras drogas como no esquema
VAD (vincristina, adriamicina, dexametasona) ou na associação com talidomida
(tal+Dex).
A segunda fase denominada consolidação é o transplante propriamente dito, e
a quimioterapia utilizada é o melfalano endovenoso em dose alta.
A terceira fase é a manutenção. O objetivo desta fase é tentar eliminar a doença
residual e manter a doença estável. O medicamento mais utilizado nesta fase é
a talidomida podendo ser usada isoladamente ou em associação com
dexametasona. (1)
As orientações de enfermagem no pré TMO irão permitir a efetiva orientação do
paciente através do esclarecimento de cada etapa e fase do internamento
facilitando a sua participação nos cuidados diários.
Já as orientações pós TMO irão facilitar o intercambio de informações entre
enfermeiro, paciente e família, para o esclarecimento de dúvidas e
questionamentos que ainda possam estar perturbando-os. (2)
Prestar assistência adequada ao paciente levando em consideração o alto grau
de complexidade do tratamento, e o enfermeiro, como membro dessa equipe
multiprofissional, atuará em todas as fases do processo de tratamento,
utilizando um modelo de assistência individualizada e integral.

OBJETIVO:
Este estudo tem como objetivo destacar a importância do enfermeiro(a) frente o
paciente com diagnóstico de mieloma múltiplo, submetido ao transplante
autólogo de medula óssea, visando a melhora na assistência de enfermagem,
sendo este um processo de alta complexidade. Melhorar a qualidade de vida do
paciente transplantado uma vez que o transplante de medula óssea expõe o
paciente há uma série de complicações. Minha meta é buscar embasamento
teórico para compreender a real situação do paciente transplantado e melhorar
cada dia mais a qualidade da assistência de enfermagem.

METODOLOGIA:
Trata-se de estudo bibliográfico, tipo revisão da literatura. Realizou-se
levantamento bibliográfico, por meio de consulta eletrônica, utilizando o site do
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), juntamente com a base de dados
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e
Revistas da área, por meio das palavras-chave contempladas na Biblioteca

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Virtual em Saúde – Descritores em Ciências da Saúde (DeCS):.”Transplante


Autólogo”, “Mieloma Múltiplo” e “Enfermagem”, foram localizados 65 artigos,
destes 16 atenderam ao objeto de estudo desta pesquisa. Os critérios de
inclusão determinados foram: artigos que retratam o tema assistência de
enfermagem ao paciente submetido ao transplante autólogo de medula óssea
com diagnostico de Mieloma Múltiplo, publicados no período de 1997 a 2008 e
nos idiomas espanhol e português.
Iniciou-se uma fase de exploração do material obtido, com o objetivo de definir,
selecionar e ordenar. Classificando-os segundo informações dos dados obtidos
e analisando a consistência das informações apresentadas pelos autores.

RESUMO:
O conhecimento e a experiência, são estratégias muito utilizadas pela
enfermagem para o alcance de uma assistência de qualidade. O saber
originado no cotidiano da prática associado ao suporte teórico sinaliza a
necessidade de resolução das limitações, propiciando um cuidado, melhor
fundamentado. A busca do aprendizado, auto-conhecimento e da interação com
a equipe multiprofissional, são fatores que poderão vir a contribuir
essencialmente no processo do tratamento que é o transplante.
É de competência do enfermeiro hemoterapeuta e especializado em TMO
planejar, executar, coordenar, supervisionar e avaliar os procedimentos. Assistir
o paciente em caráter integral, assim promover medidas de saúde preventivas e
curativas através da educação e comunicação em geral. Sendo assim
proporcionar também condições para o aprimoramento dos profissionais de
enfermagem. Participar da equipe multiprofissional, garantindo assim uma
assistência integrada e com alto padrão de qualidade. Elaborar a prescrição de
enfermagem em todas as etapas do tratamento e respectivamente avaliar e
evoluir junto à equipe multiprofissional.
Os profissionais que trabalham em oncologia estão expostos, no cotidiano do
seu trabalho, a situações geradoras de conflitos que, muitas vezes, são
transferidas para as relações interpessoais. A partir da teoria humanística,
pôde-se interagir melhor com os membros dessa equipe, oferecendo um
espaço para o diálogo para que, desta forma, pudessem ser exteriorizados os
sentimentos. (3)
O cuidado holístico implica em acolhimento e confiança, estabelecimento de
vínculo e atitudes de interesse, que inúmeras vezes o profissional de saúde não
tem capacidade de oferecer por não ter conhecimento sobre estratégias de
enfrentamentos. A informação e o esclarecimento de dúvidas da clientela
podem ser vislumbrados como um dos procedimentos que, sem dúvida, muito
auxiliarão no tratamento a ser realizado. Conhecer os protocolos de cuidados,
os tratamentos, a farmacologia e os resultados de exames para a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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implementação dos cuidados são de fundamental importância para o enfermeiro


atuar com competência na sua especialidade.
A equipe de enfermagem vem conquistando, dia a dia, um espaço cada vez
maior a assistência ao paciente submetido ao TMO, exigindo-se do enfermeiro,
no desempenho de suas funções, a elaboração de um plano terapêutico
detalhado e sistematizado, utilizando elementos da literatura específica em
TMO e da metodologia cientifica. Tendo em conta a gravidade do
comprometimento orgânico do paciente transplantado e o caráter crítico e
instável de suas condições físicas e emocionais, o enfermeiro que atua nesta
área deve ter conhecimento específicos aprofundados, uma vez que atuará de
forma decisiva em todas as fases do tratamento. Levantamento de problemas e
adoção de soluções adequadas e intervenções necessárias para atingir esses
objetivos, com ênfase na otimização do auto-cuidado, fazem parte do panorama
de ações do enfermeiro.
O enfermeiro tem a responsabilidade pelo planejamento, execução,
coordenação, supervisão e avaliação da assistência de enfermagem em TMO,
em todas as fases do tratamento e nos níveis hospitalar, ambulatorial e
domiciliar, ele também tem a responsabilidade de educação e orientação dos
pacientes e de seus familiares.
O tratamento da mucosite, os cuidados com a pele e com o cateter venoso
central e com os procedimentos do isolamento protetor incluem-se entre as
principais áreas específicas de atuação da enfermagem no TMO.
Faz-se necessário o aprimoramento contínuo do enfermeiro, levantamento das
necessidades e criação do processo de enfermagem desenvolvido e
implementado para que possa implementar a consulta de enfermagem. (2)
O enfermeiro é presença constante, levando em consideração todos os demais
profissionais envolvidos, atuará utilizando modelos de assistência individual e
integral, sendo capaz de identificar as intercorrências próprias de cada um e
propor intervenções adequadas.
A prescrição é primordial para assegurar a continuidade do cuidado ao
paciente, possibilitando a qualidade da assistência, sendo ela privativa do
enfermeiro.
A otimização da assistência de enfermagem, envolve estar presente de forma
empática, ouvir, buscar a compreensão das necessidades, entendimento de
situações que transcenda ao somente assistir, promovendo assim o vínculo,
compartilhando as emoções e assim possibilitando a promoção da confiança. A
humanização da assistência traz como conseqüência à ampliação da
perspectiva do cuidado de maneira diferenciada, além dos aspectos físicos.
O Enfermeiro tem que expandir seu olhar do todo e visualizar o cliente não
apenas como fonte de lucro para a instituição, mas como indivíduo que possui
necessidades, afetividade, sentimento e o primordial que é fragilidades. (3)
O transplante sendo um procedimento complexo de grande intensidade, atinge

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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psicologicamente o paciente e toda sua família e a equipe de saúde tem que


estar atenta a esse danos e tentar suprir todas as necessidades do paciente e
seus familiares. Ignorar esta realidade e reduzir a questão como insignificante
pode ter conseqüências graves e até atingir no objetivo final do tratamento. Isso
pode ocorrer quando existirem falhas na comunicação entre equipe de
enfermagem, paciente e familiar, pois o paciente tem que se sentir seguro e
acolhido, prestar um cuidado humanizado e de qualidade acarretará na eficácia
do tratamento.
A comunicação dos profissionais de saúde com os pacientes apresentou-se
como um fator significativo na escolha do tratamento, aumentando a
participação no cuidado à saúde e liberdade para compreender a complexidade
dos procedimentos.
O suporte emocional proporcionado pelo enfermeiro valoriza e enriquece a
assistência, favorecendo o aprendizado do paciente e de seus familiares no
desenvolvimento de autocuidados e da educação sanitária e no fortalecimento
da personalidade do paciente.
A importância da participação ativa do paciente nas atividades de auto cuidado
e da família no esclarecimento de dúvidas, já pensando no momento da alta
hospitalar onde paciente e família tornam-se os responsáveis pelo cuidado. (2)

CONCLUSÃO:
A enfermagem tem um papel decisivo na assistência ao paciente transplantado,
pois se faz presente em todas as fases do tratamento, sendo responsável pela
elaboração do plano assistencial sistematizado, individualizado e específico em
TMO, por tanto o enfermeiro além de ser especialista em oncologia e ter
conhecimento na área de hemoterapia, tem que possuir experiência e
sensibilidade para compreender os medos e angústias dos pacientes.
O enfermeiro estando diretamente envolvido no tratamento tem que possuir
suporte emocional e autoconhecimento, para estruturar a equipe e estar
preparado para situações de conflitos. O suporte emocional favorece o
aprendizado do paciente e familiar e também desenvolve o auto-cuidado e
fortalece a personalidade e a auto-estima do paciente, pois a participação ativa
do paciente e o esclarecimento de suas dúvidas já o preparam para o momento
da alta hospitalar onde paciente e família tornam-se responsáveis pelo cuidado.
Conclui se que o enfermeiro tem que explorar sua visão holística, levando em
consideração a complexidade do tratamento, atentando-se as necessidades
bio-psico-espirito-social e dando ênfase as queixas do paciente, saber ouvir e
compreender suas fragilidades, promovendo assim o vinculo, que acarretará na
confiança entre paciente e profissional, possibilitando a otimização do seu
tratamento, oferecendo melhor qualidade no tratamento.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Maiolino, Ângelo. Papel do Transplante Autólogo de de Medula Óssea no
tratamento do Mieloma Múltiplo. Rev. Bras. Hematol. Hemoter 2007; 29(1): 20-
21
2. Coraiola, Caroline Luiza; Kalinke, Luciana Puchalski; apud Hoffbrand, Pettit e
Moss, 2004. Orientação de enfermagem pré e pós Transplante de Medula
Óssea: Um importante aliado na qualidade da assistência prestada ao paciente
oncológico do hospital Erasto Gaertner. Disponível em:
www.saudebrasilnet.com.br
3. Costa, Cleonice Antonieta; Lunardi Filho, Wilson Danilo; Soares, Narciso
Vieira. Asistência humanizada ao cliente oncológico. Rev. Bras. Enferm 2003;
56(3): 310-314.

________________________________________________________________
1 Graduanda em Enfermagem na Faculdade de Enfermagem da Universidade
de Santo Amaro, São Paulo – SP. julysk8@hotmail.com

2 Enfermeira. Professora das Disciplinas de Administração e Oncologia da


Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro.

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A ENFERMAGEM IDENTIFICANDO E CUIDANDO DO PÉ


DIABÉTICO
CLÁUDIA DIAS SOARES SEGANTIN(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônico-degenerativa, destaca-se no
Brasil e no mundo, sendo considerada como um problema de Saúde Pública
pela posição epidemiológica.
Devido às características clínicas da doença, como acometimento
multissistêmico e sua elevada morbidade, o DM freqüentemente se apresenta
com um impacto negativo nas populações de todo o mundo, tanto nos aspectos
sociais e individuais, quanto nos aspectos econômicos .
Na tentativa de proporcionar melhoria na qualidade de vida do diabético e
prevenção das complicações, é necessário elaborar um plano assistencial que
vise assistir e educar o paciente. As ações educativas são fundamentais
considerando-se que pouco menos da metade (45%) das pessoas diabéticas e
um terço das pessoas com mais de vinte anos de doença desenvolverão
doença vascular periférica e, provavelmente, evoluirão para gangrenas e
amputações, traumas estes que poderiam ser evitados, se fossem tomados os
cuidados apropriados com os pés .
Diante deste problema com o paciente diabético, o enfermeiro, utilizando-se de
sua competência técnica, deve participar da avaliação e do tratamento das
complicações decorrentes desta patologia .
Essa avaliação deve ser global, atentando principalmente para o controle
metabólico-nutricional, clínico e vascular. A avaliação dos membros inferiores
em portadores de DM deve ser criteriosa e investigada as seguintes condições:
neuropatia, isquemia, deformidades e edema .
Faz parte desse esforço preventivo conhecer as experiências prévias quanto ao
conhecimento e comportamento que os diabéticos apresentam em relação aos
cuidados com os pés. Para alcançar as metas da educação em diabetes, o
paciente deve ser estimulado a desenvolver uma postura pró-ativa em relação
ao seu autocuidado. Assumir essa postura envolve mudanças de hábitos de
vida, que exigem habilidade de traduzir informação em ação.
Os profissionais de saúde devem envolver a pessoa diabética em todas as
fases do processo educacional, pois para assumir a responsabilidade do papel
terapêutico, o paciente precisa dominar conhecimentos e desenvolver
habilidades que o instrumentalizem para o autocuidado.
Para tanto, precisa ter clareza acerca daquilo que necessita, valoriza e deseja
obter em sua vida.

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OBJETIVO:
• Identificar o Diabetes Mellitus com uma doença crônica, e suas complicações;
• Reconhecer os principais agravos, sobretudo o “pé diabético” e identificar o
conhecimento e comportamento de pessoas diabéticas em relação aos
cuidados com os pés;
• Relacionar todos os cuidados preventivos e educacionais referentes ao “pé
diabético”, propostos pela enfermagem.

METODOLOGIA:
Realizou-se um trabalho de revisão da literatura, estruturada, sobre a linha de
pesquisa realizada com consulta a artigos em revistas, livros didáticos,
dissertações, teses, projetos e navegações pela internet, que abordam essa
questão. A pesquisa concentrou-se em publicações direcionadas às
complicações nos pés de pacientes portadores de diabetes mellitus (DM),
usando os descritores : diabetes mellitus , pé diabético e assistência de
enfermagem.

RESUMO:
Considerando elevada carga de morbi-mortalidade associada, a prevenção do
diabetes e de suas complicações , é hoje prioridade de saúde pública. Na
atenção básica, ela pode ser efetuada por meio de prevenção de fatores de
risco para diabetes como sedentarismo, obesidade e hábitos alimentares não
saudáveis: da identificação e tratamento de indivíduos de alto risco para
diabetes (prevenção primária); da identificação de casos não diagnosticados de
diabetes (prevenção secundária) para tratamento; e intensificação do controle
de pacientes já diagnosticados visando prevenir complicações agudas e
crônicas (prevenção terciária).
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua família é um desafio para a
equipe de saúde, especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu
modo de viver, o que estará diretamente ligado à vida de seus familiares e
amigos.
Através de uma assistência de enfermagem efetiva aos portadores de diabetes
mellitus, integrando ações de saúde desenvolvidas no Programa de Prevenção
e Controle do DM executadas por profissionais da área da saúde, visa contribuir
para o controle epidemiológico da doença, bem como de suas complicações10.
Um dos aspectos fundamentais na assistência ao paciente com DM é a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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avaliação dos sinais e sintomas precoces das complicações crônicas,


principalmente nos pés. Procedimentos simples como descalçar os sapatos e
examinar os pés dos pacientes, às vezes não são realizados com regularidades
nos serviços de saúde. A detecção da polineuropatia simétrica distal e a
vasculopatia periférica são recomendações internacionais.
A educação, concebida de forma estruturada e organizada, desempenha um
importante papel na prevenção das lesões do pé nos diabéticos.
A abordagem do pé dos diabéticos implica numa assistência multidisciplinar que
deverá ser constituída por médicos, enfermeiros, nutricionistas e podólogo
treinado para atender este tipo de paciente.
A detecção inicial da neuropatia pode ser obtida através da pesquisa das
sensibilidades dolorosa, tátil vibratória e térmica. Para dolorosa utiliza-se um
objeto pontiagudo (agulha ou alfinete), ou os microfilamentos de nylon.
A ausência de pulsos pode ser acompanhada de outros sinais, tais como:
diminuição da perfusão periférica, alteração da coloração da epiderme que varia
do vermelho escuro até o azul quando os membros inferiores são elevados, há
um esvaziamento rápido das veias e os pés adquirem “cor pálida” em poucos
segundos, quando abaixados podem adquirir uma coloração rósea-violácia. Em
geral o pé isquêmico é frio.
Segundo Gamba 1991 tais fatores deverão ser observados rigorosamente, pois
contribuem para o alto índice de complicações em membros inferiores,
ocasionando amputações desnecessárias em portadores de DM.

Medidas Preventivas Multidisciplinares


Plano terapêutico para diabetes mellitus

Controle glicêmico Prevenção de complicações crônicas -Mudança de


estilo de vida -Intervenções preventivas metabólicas e
-Farmacoterapia cardiovasculares
-Detecção e tratamento de complicações
crônicas do diabetes

A assistência de Enfermagem a portadores de Diabetes Mellitus


A assistência de enfermagem deve integrar a um conjunto de ações de sáude,
desenvolvidas no Programa de Prevenção e Controle do DM realizadas por
profissionais da aérea de saúde, tendo como objetivo contribuir para o controle
epidemiológico da doença, bem como de suas complicações.
- O Enfermeiro deve desenvolver atividades educativas, por meio de ações
individuais e/ou em grupo de pacientes diabéticos, de promoção de sáude com
todas as pessoas da comunidade.
- Realizar consultas de enfermagem com pessoas de risco para diabetes,
definindo claramente a presença do risco e encaminhando ao médico da

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unidade para rastreamento da glicemia de jejum quando necessário.


- Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, estratificando
risco cardiovascular, orientando mudanças no estilo de vida e tratamento não
medicamentoso, verificando adesão e possíveis intercorrências ao tratamento,
encaminhando o indivíduo ao médico, quando necessário.
- Estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão
(grupos de pacientes diabéticos).
- Programar, junto à equipe, estratégias para educação do paciente.
- Orientar pacientes sobre a automonitorização (glicemia capilar) e técnica de
aplicação de insulina.
- Acrescentar, na consulta de enfermagem, o exame dos membros inferiores
para identificação do pé em risco. Realizar, também, cuidados específicos nos
pés acometidos e nos pés em risco.
Usar os dados dos cadastros e das consultas de revisão dos pacientes para
avaliar a qualidade do cuidado prestado em sua unidade e para planejar ou
reformular as ações em sáude, inclusive perseguir objetivos e metas do
tratamento (estilo e vida saudável, níveis pressórios, hemoglobina glicada e
peso) .

Neuropatia diabética

É a complicação mais comum do diabetes, compreendendo um conjunto de


síndromes clínicas que afetam o sistema nervoso periférico sensitivo, motor e
autonômico, de forma isolada ou difusa, nos segmentos proximais ou distais, de
instalação aguda ou crônica, de caráter reversível ou irreversível, manifestando-
se silenciosamente ou com quadros sintomáticos dramáticos. A forma mais
comum é a neuropatia simétrica sensitivo-motora distal. Pode se manifestar por
sensação de queimação, choques, agulhadas, formigamentos, dor a estímulos
não-dolorosos, câimbras, fraqueza ou alteração de percepção da temperatura,
pode ser em repouso, com exacerbação à noite e melhora com movimentos.
Pacientes com diabetes devem ser avaliados, anualmente, para presença de
neuropatia periférica distal, usando um dos testes simples conforme listados
abaixo 4:

Tipo de sensação Teste


Dolorosa Com pino, agulha ou palito
Táctil Com chumaço de algodão
Térmica Com cabo de diapasão 128 Hz
Vibratória Com diapasão 128 Hz
Motora Com martelo
Limiar percepção cutânea Monofilamento 10-g

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Fatores Responsáveis pelo Aumento das Amputações em Diabéticos:

Aumento da Incidência do Diabetes


- Envelhecimento da população
- Aumento da obesidade
- Aumento do sedentarismo
Tabagismo
Dificuldade de acesso aos serviços de saúde
Qualidade da atenção

Avaliar os pés dos pacientes quanto a:

História de úlcera ou amputação prévia, sintomas de doença arterial periférica,


dificuldades físicas ou visuais no cuidado dos pés.
Deformidades dos pés (pé em martelo ou dedos em garra, proeminências
ósseas), adequação dos calçados, pigmentação da epiderme, anidrose,
condições das unhas, presença de calosidades, escoriações e temperatura dos
membros.
Detecção de neuropatia por monofilamento de 10 g (ou diapasão de 128 hz);
sensibilidade térmica, vibratória, dolorosa e tátil.
Palpação de pulsos periféricos (pediosa e tibial posterior): tempo de enchimento
venoso superior a 20 segundos e razão tornozelo braquial por índice de Doppler
estetoscópio, presença de edema.

Plano de cuidados para os pés

Inspecionar ambos os pés periodicamente – com objetivo de identificar o pé


diabético em risco de ulceração e os pés com úlceras ativas como:

- Úlceras ou amputações prévias;


- Desconhecimento dos riscos da doença;
- Pé hiperemiado, seco, quente, com fissuras, onicomicoses e calosidades;
- Ausência de sudorese e presença de edema;
-Morfologia: dedos em garra ou martelo, hálux valgo, pé cavo e outras
deformidades;
- Proeminências ósseas;
- Arcos plantares: alteração aguda acompanhada de hiperemia e inchaço ou
crônica acompanhada de ulceração (Pé de Charcot/caracteriaza-se por fraturas,
destruição óssea, reabsorção, esclerose e formação de sequestros e osso
novo);
- Mobilidade articular limitada;
-Inspecionar também os sapatos e avaliar que tipo de calçados o paciente usa e

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fornecer orientações adequadas.


- Discutir a importância dos cuidados dos pés como parte de programa
educativo para prevenção de úlcera e amputação.
- Assegurar um controle adequado de glicemia.
-Negociar um plano de cuidado baseado nos achados clínicos e da avaliação
de risco.
-Oferecer apoio educativo pra cuidados dos pés de acordo com as
necessidades individuais e o risco de úlcera e amputação.
-Aprimorar os conhecimentos do paciente sobre como cuidar do seu pé
diabético.
-Avaliar o risco do paciente de acordo com os achados clínicos.
-Planejar intervenções baseadas nas categorias de risco.
-Encaminhar para cuidados especiais (podólogo e sapatos ortopédicos), e uma
discussão individualizada sobre a prevenção de recorrências, após a úlcera ter
cicatrizado .

Educação do Paciente Diabético Sobre os Seus Pés:

“A educação não é parte do tratamento, senão o mesmo tratamento”, o ensino


adquire grande importância se convertendo em uma função primordial,
mediante a qual se estimula a participação ativa e informada do paciente
tornando-se um elemento indispensável para incentivar o autocuidado.
É fundamental assegurar a capacitação de todos os pacientes (conhecimentos,
habilidades e destrezas), de forma adequada para manter os pés saudáveis.
As áreas que devem ser abordadas na educação do diabético, dos familiares e
cuidadores são:

1. Revisão diária dos pés, incluindo as áreas entre os dedos, pelo próprio ou
por outra pessoa. A observação por terceiros é delegado no caso de redução
da acuidade visual. A planta do pé pode ser observada com um espelho.
2. Lavar diariamente os pés:
– Confirmar a temperatura da água com um termômetro (inferior a 37° C);
– Após o banho secar os pés cuidadosamente, especialmente entre os dedos;
– A lavagem deve durar aproximadamente cinco minutos.
3. Não expor os pés a temperaturas extremas, quer frias ou quentes.
4. Trocar de meias diariamente. Estas devem ser de lã ou de algodão,
preferencialmente de cor clara (detecção precoce de lesão exsudativa).
Utilizar as meias com as costuras para fora ou de preferência sem quaisquer
costuras e não devem ter remendos.
6. Nunca caminhar descalço.
7. O calçado deve apresentar as seguintes características:
– O sapato deve medir mais um centímetro para além do dedo mais comprido;

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– O calcanhar do sapato deve ser firme;


– O dorso deve ser alto, apertado com cordões ou velcro;
– O sapato deve possuir palmilha removível, que seja passível de substituição
por uma palmilha individualizada;
– A troca por um novo par de sapatos deve fazer-se de modo gradual
(experimentar ao fim da tarde, por exemplo);
– O material do sapato deve permitir a transpiração do mesmo (um bom
material é o couro). Sapatos desportivos com sola de borracha são também
uma boa escolha;
– Não utilizar calçado sem meias.
8. Inspecionar e palpar diariamente o interior dos sapatos, antes de calçá-los.
9. Não recortar as unhas excessivamente: lixar é melhor do que cortar.
10. Não cortar os calos e não usar produtos químicos ou adesivos para retirar
as calosidades: recorrer ao enfermeiro, médico ou podologista.
11. Se a pele estiver seca, aplicar cremes hidratantes, mas não entre os dedos.
12. Procurar caminhar diariamente.
13. Não fumar.
14. Controlar a glicemia, a pressão arterial e os lipídios.
15. Assegurar que os pés são examinados regularmente por um profissional de
saúde.
16. Informar a equipa do Centro de Saúde sobre qualquer lesão ou alteração da
cor do pé.

Terapia Nutricional

A terapia nutricional é parte fundamental do plano terapêutico do diabetes,


podendo reduzir a hemoglobina glicada entre 1-2%. Baseia-se nos mesmos
princípios básicos de uma alimentação saudável.
A ingestão diária deve conter de 50 a 60% de carboidratos, a maior parte em
forma complexa. Para tanto, os pacientes devem se encorajados a comer
alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras, legumes, feijões e cereais
integrais 4.
A alimentação recomendada para prevenir e tratar a dislipidemia deve conter,
por exemplo, carnes magras, leite desnatado, cereais integrais, legumes,
verduras e frutas. Dessa forma é possível fornecer uma quantidade adequada
de vitaminas, minerais e fibras, que são importantes no combate às
dislipidemias.
A perda de peso é recomendada para todos os pacientes com sobrepeso ou
obesidade. É importante salientar que perdas modestas de peso da ordem de
5% a 10% trazem benefícios metabólicos significativos.
Pacientes que utilizam insulina devem procurar manter seu padrão alimentar
mais ou menos constante a cada dia, incluindo o valor energético total, a

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500
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quantidade de carboidratos e a distribuição nas diferentes refeições.

Atividade Física

A prática regular de atividade física é indicada a todos os pacientes com


diabetes, pois melhora o controle metabólico, reduz a necessidade de
hipoglicemiantes, ajuda a promover o emagrecimento nos pacientes obesos,
diminui os riscos de doença cardiovascular e melhora a qualidade de vida.
Assim, a promoção da atividade física é considerada prioritária.
Um programa estruturado de atividade física em pacientes com diabetes deve
partir de um a prescrição individualizada de exercícios de preferência
acompanhada de demonstrações práticas, em sessões formais de
condicionamento físico, nas quais sejam contempladas todas as etapas que
compões uma sessão padrão de exercício, incluindo aquecimento, parte
principal e desaquecimento, relaxamento.

CONCLUSÃO:

É preciso que os profissionais de saúde compreendam que o andamento


irregular entre conhecimento e comportamento dos diabéticos não deve ser
interpretado como um obstáculo que não pode ser deixado para trás, mas sim
como um dos desafios fundamentais que precisam ser enfrentados.
Este estudo traz evidências concretas de que o conhecimento do paciente
diabético em relação ao autocuidado com seus pés é fundamental. Deve-se
desenvolver ações educativas para prevenção de complicações, a fim de evitar
que os pacientes diabéticos com risco de úlceras e infecção dos pés
desenvolvam complicações. A importância das orientações práticas para que os
portadores de DM tenham uma assistência de enfermagem eficiente na
prevenção, controle e avaliação da sua morbidade, voltado às complicações
neuropáticas e vasculopáticas, tem o propósito de diminuir o risco de
amputações das extremidades inferiores e a mortalidade precoce. Para que isso
seja incorporado em seu cotidiano, é fundamental que tenham acesso às
informações sobre o diabetes, juntamente com seus familiares.
O reconhecimento dos determinantes e dos fatores intervenientes para o
acometimento desse agravo levará à redução dos custos na área e à melhoria
da qualidade da assistência prestada na rede de serviços de saúde pública,
mediante a atuação qualificada de seus profissionais, proporcionando uma
qualidade de vida eficiente desse grupo de pacientes.
Trata-se de uma doença crônica, que requer mudanças do modo de viver,
envolvendo familiares, amigos e trabalho. Com ajuda e orientações corretas, as

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

501
UNISA - Universidade de Santo Amaro

pessoas diabéticas deverão aprender a gerenciar sua vida, em um processo


contínuo, que vise qualidade de vida e autonomia

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
4- Cadernos de Atenção Básica – nº 16 – Diabetes Mellitus – Ministério da
Saúde – Brasília – DF – 2006.

10- Gamba MA. A importância da assistência de enfermagem na prevenção,


controle e avaliação à pacientes portadores de diabetes com neuropatia e
vasculopatia. Acta Paul Enferm. 1991; 4 (2/4): 7-19.

11- Revilla GP, Sá AB, Carlos JS. O pé dos diabéticos. Rev. Port. Clin. Geral.
Lisboa 2007; 23:615-26.

________________________________________________________________
¹Graduanda em Enfermagem do Curso de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro,
São Paulo – SP – email: clausegantin@hotmail.com
²Orientadora -Enfermeira.- Mestre , Docente do Curso de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

502
UNISA - Universidade de Santo Amaro

A fisioterapia no tratamento motor e proprioceptivo na síndrome


de Smith-Lemli-Opitz
RENATA DO NASCIMENTO SILVERIA(1)

DALVA MARIA DE ALMEIDA MARCHESE(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A síndrome de Smith-Lemli-Opitz (SLOS) foi primeiro descrita em 1964 por
Smith et al.; foi então nomeada RSH, derivada do sobrenome das 3 primeiras
famílias identificadas com o transtorno. A etiologia da síndrome, no entanto,
somente foi esclarecida em 1993 quando Irons, Elias e Tint descobriram o baixo
nível de colesterol em pacientes afetados. Um dos pacientes relatados por
Smith foi reavaliado com a idade de 34 anos; uma dieta instituída com colesterol
elevado teve um efeito benéfico sobre o seu comportamento (Nowaczyk et al.,
2001; OMIM, 2009). A incidência estimada para SLOS é de 1:20.000 a 1:40.000
nascidos vivos, de acordo com os dados referidos no OMIM (2009); existe
grande variação nas incidências publicadas para essa condição e credita essa
variação aos diferentes critérios de avaliação dos pacientes. É uma condição
autossômica recessiva e corresponde a um erro inato do metabolismo do
colesterol que gera, na grande maioria dos pacientes, hipocolesterolemia e
aumento importante nos níveis de 7-desidrocolesterol (7DHC), o último
precursor na biossíntese do colesterol, por deficiência na produção da 3 beta-
hydroxysterol-delta 7-reductase (7-dehydrocholesterol-delta 7-reductase
[DHCR7]) ou 7-desidrocolesterol-redutase. O gene para a DHCR7 localiza-se
em 11q12-q13, e vários alelos mutantes foram identificados (VARGAS, 2000). A
maioria das mutações descritas neste gene é constituída de mutações
presentes nas formas mais leves da doença; porém, podem ocorrer também
mutações ou deleção que resultam nas formas mais graves, levando a uma
correlação genótipo e fenótipo. A descoberta da deficiência da DHCR7 como
fator causador da SLOS fez desta síndrome a primeira verdadeira síndrome
metabólica com múltiplas malformações congênitas descrita (OMIM, 2009). Os
sinais clínicos mais freqüentemente encontrados em SLOS na vida pré e
perinatal são diminuição do movimento fetal, parto com apresentação pélvica,
baixa estatura e peso ao nascer menor que 2500g, com retardo de crescimento
pré e pós natal e choro estridente (Nowaczyk et al., 2001; OMIM, 2009). Nessas
crianças, a fácies é característica, com microcefalia, micrognatia, estreitamento
bitemporal, orelhas baixas e rodadas posteriormente, ptose palpebral, pregas
epicânticas, catarata congênita, hipertelorismo, estrabismo, narinas antivertidas
e amplas, ponte nasal plana. Podem apresentar hemangioma capilar facial,
cabelo loiro, eczema e severa fotossensibilidade. Outros achados são fenda
palatina, língua hipoplásica, grandes margens alveolares, dentes incisivos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

503
UNISA - Universidade de Santo Amaro

grandes e apinhamento dentário (Nowaczyk et al., 2001; OMIM, 2009). Como


alterações do sistema nervoso pode-se observar heterotopias da substância
cinzenta periventricular, hipoplasia de lobo frontal, hidrocefalia, hipotonia
(primeira infância), hipertonia (infância), convulsões, retardo mental e padrão de
sono anormal. As manifestações psiquiátricas incluem comportamento
agressivo e a automutilação (Nowaczyk et al., 2001; OMIM, 2009). Nos demais
sistemas podemos encontrar: defeito de septos ventriculares e, atriais,
coarctação de aorta, ducto arterial patente, pulmões hipoplásicos, anomalias de
lóbulo pulmonar, dificuldade de sucção, vômitos, constipação, mal rotação
gastrointestinal, estenose pilórica, hipospádia, genitália ambígua, micropênis,
escroto hipoplásico, escroto bífido, microuretra, criptorquidia, obstrução da
junção uretropélvica, rins policístico, rim único, hidronefrose e agenesia renal.
No sistema esquelético podemos encontrar sindactilia do 2º e 3º dedos dos pés,
polidactilia pós-axial em mãos e pés tortos congênitos; polegares inclusos,
membros curtos, luxação e subluxação de quadril, Stippled epífise (Nowaczyk et
al., 2001; OMIM, 2009). Ocorre uma sucção pobre e deglutição difícil, comuns
no início da vida, freqüentemente necessitando de alimentação por via
nasogástrica (VARGAS, 2000). Em função dos achados bioquímicos, tem-se
preconizado o tratamento através de suplementação de colesterol na dieta
(VARGAS, 2000). A sobrevida desses indivíduos é menor quando os níveis de
colesterol estão mais longe dos niveis normais; porém, alguns deles atingem a
idade adulta. O fato de se poder suplementar o colesterol por dieta vem
permitindo melhor performance dessas pessoas. O presente estudo visa relatar
o tratamento fisioterapêutico de paciente diagnosticado com a síndrome de
Smith-Lemli-Optiz, uma vez que há dificuldade em se encontrar informações
sobre esse tipo de trabalho da fisioterapia na literatura, apesar de vários
achados clínicos indicarem a possibilidade de atuação que pode melhorar a
qualidade de vida dessas crianças.

OBJETIVO:
Relato de acompanhamento fisioterapêutico de paciente com síndrome SLOS

METODOLOGIA:
O estudo foi realizado através de levantamento de dados de prontuário de
paciente do Ambulatório do Projeto CURUMIM, do Centro de Pesquisa e Estudo
de Fisioterapia em Pediatria do Curso de Fisioterapia da UNISA (CPEP)
diagnosticado com a síndrome de Smith-Lemli-Optiz, em tratamento desde
fevereiro de 2000. Foi considerada como avaliação inicial a coleta de dados
referentes ao primeiro atendimento do ano de 2006 a ser comparada com a
avaliação final em setembro de 2009. Para esse período foram coletadas as
informações sobre os momentos de ganhos indicativos de mudança da fase no
desenvolvimento neuropsicomotor (semi-ajoelhar, ficar em pé, deambular). Os

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

504
UNISA - Universidade de Santo Amaro

demais ganhos pertencem à fase anterior foram simplesmente relatados (rolar,


sentar, arrastar, quatro apoios, engatinhar, ajoelhar). Estão apresentados em
quadros os resultados de exames laboratoriais que acompanham o prontuário,
a saber, lipidogramas e hemogramas, sobre os itens: colesterol total e frações,
triglicérides, eritrograma (eritrócitos e hemoglobina), leucograma (leucócitos e
plaquetas). Foi entregue aos responsáveis a Carta de Esclarecimento ao Sujeito
de Pesquisa solicitando autorização para uso do material referente ao menor,
informações quanto a dados que possam complementar a história do paciente,
bem como autorização para o uso de sons e imagens; a autorização está
expressa na assinatura em Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE). O trabalho de coleta de dados iniciou-se após a aprovação pelo Comitê
de Ética em Pesquisa da UNISA.

RESUMO:
Apresenta-se o propósito L.M.D.S., 9 anos, masculino, nascido em São Paulo,
SP, de pais hígidos, não consanguíneo, com 2 irmãs mais velhas, hígidas.
Gestação sem intercorrências. Nascido em parto domiciliar, em apresentação
pélvica, com mecônio, realizado pela avó materna; a termo, com luxação
congênita de quadril, não chorou ao nascer e foi reanimado com insuflação
pulmonar pela avó. Logo após o nascimento, ao ser atendido no berçário do
Hospital Geral do Grajaú, apresentava peso de 2.560 g, estatura de 44 cm,
perímetro cefálico de 33 centímetros, perímetro torácico de 31 centímetros. Por
apresentar malformação de genitália externa, o gênero somente foi confirmado
através de cariótipo realizado no 4º mês de vida. O diagnóstico da síndrome de
Smith-Lemli-Opitz foi realizado nos primeiros meses de vida pelo Ambulatório
de Genética Faculdade de Medicina da UNISA. Iniciou tratamento de
fisioterapia no Ambulatório do Projeto CURUMIM aos 3 meses de vida. Na
avaliação fisioterapêutica inicial observou-se retardo de desenvolvimento
neuropsicomotor, microcefalia, micrognatia, orelhas rodadas e em abano,
epicanto, ptose palpebral, nariz pequeno, narinas antivertidas; observou-se
também polidactilia em mãos (terminal) e pés (2º artelho), sindactilia do 2º e 3º
dedos dos pés, pés tortos eqüinovaros redutíveis. Outros achados foram
hipospádia, criptorquidia e rins em ferradura. Apresentava hipotonia,
hipersensibilidade tátil em extremidades e infecções respiratórias de repetição,
conforme relatado pela mãe. Mantido com dieta hipercolesterolêmica desde o
início da vida, sob orientação de nutricionista, evoluiu com lento ganho de peso,
atenuação da irritabilidade característica da síndrome, progresso no
desenvolvimento neuropsicomotor, associados à alteração significativa nos
índices dos lipidogramas. Os resultados de hemograma acompanham os
lipidogramas, com alterações crescentes no valor da hemoglobinemia,
demonstrando correção de anemia inicial. Demais valores encontram-se dentro
da normalidade para as situações de infecção que geraram muitas das coletas.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

505
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Na primeira avaliação de 2006, sentava-se sozinho, engatinhava e ficava em pé


com apoio; agarrava com pinça fina e ainda apresentava hipersensibilidade nos
pés. Tinha noção de dentro e fora, de profundidade e altura. Vocalizava sílabas.
Atendia pelo nome; conseguia apontar o que desejava e fazia alguns gestos
para indicar o que pretendia. Demonstrava alegria, vergonha e ciúme. Fazia uso
instrumental dos brinquedos. Brincava com outras crianças. Identificava os seus
e entendia o certo e o errado. Usava óculos, constantemente substituídos por
se quebrarem. Aceitava somente alimentos de consistência pastosa. Os
objetivos traçados para esse ano, com base nas informações anteriores, foram
a correção da postura escoliótica, que se apresentava côncava à esquerda e
rodada à direita, treino da passagem do sentado para o em pé e treino de
marcha; diminuição da hipersensibilidade em extremidades; coordenação fina e
sociabilidade. Nesse ano, o único ganho referiu-se à redução da
hipersensibilidade; o paciente aceitou dormir de meias e começou a calçar
outros tipos de sapato que não a sandália que sempre utilizou (“papete”). O
trabalho foi realizado com grãos (feijões) e placas de texturas diferenciadas
colocadas sob os pés. Outras atividades não foram aceitas; houve um grande
número de faltas à terapia. A troca de fisioterapeuta contribuiu para a
irritabilidade apresentada durante o período de adaptação; porém, outros
fatores interferiram nesse resultado. Os exames laboratoriais mostram que
nesse período houve queda nos níveis de colesterol total, com infecções
respiratórias de repetição. Em 2007 quando o paciente se adaptou ao terapeuta
foi que o tratamento começou a apresentar melhores resultados; foram
realizadas brincadeiras que propiciavam o fortalecimento de musculatura dos
membros superiores e inferiores, alongamento do lado côncavo da curvatura
escoliótica da coluna vertebral, treino do sentado para o em pé, e treino de
marcha na barras paralelas com ajuda do espelho (paciente ainda não se
reconhecia no espelho; pensava estar brincando com outra criança). A seguir
realizou-se o treino de marcha em solo instável; depois, a marcha em distâncias
maiores, subindo e descendo escadas. Brincadeiras projetando o ambiente
escolar, com elevação dos membros superiores, brincadeira de encaixe,
atividades com papel e giz de cera, massa de modelar e cones, foram utilizadas
para ganhar os movimentos necessários para a inclusão (sentar e levantar de
cadeiras, força e coordenação para movimentos mais refinados, disciplina para
se manter interagindo). O menino apresentou uma melhora significativa nesses
três anos (2006/2008): adquiriu marcha com apoio, sobe e desce escadas com
apoio, e realiza brincadeiras com outras crianças. Consegue deglutir partículas
maiores, reduzindo a alimentação pastosa. Esta mais sociável, se reconhece no
espelho e houve uma diminuição significativa da hipersensibilidade. Faz “birra”,
quando quer algo que não lhe é dado e quando não esta gostando da atividade.
Gosta de assistir jogo de futebol, repetidas vezes, para gritar “gol” quando isso
ocorre. Pede para assistir a seu programa predileto e para ouvir as músicas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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desse programa. Reconhece os desenhos de sua preferência e acompanha o


ritmo das músicas. Continua usando óculos que se quebram menos e pede
para limpar as lentes apontando os óculos. Gosta muito de ser elogiado e
percebe quando está sendo advertido, momento em que tenta reverter a
situação com beijos e abraços. Mas também se defende.

CONCLUSÃO:
Depois da consulta à literatura atual, pode-se pensar se o diagnóstico de L. M.
D. S. é mesmo a síndrome de Smith-Lemli-Opitz. Scalco et al. (2006) suspeitam
de que pacientes com fenótipo de SLOS e níveis normais de colesterol e 7-
DHCR, podem ter deficiência em gene diferente e, portanto, outra síndrome. O
diagnóstico de L. M. D. S. foi realizado a partir de exame clínico e avaliação da
colesterolemia; os níveis de 7-DHCR nunca foram investigados. E a outra
pergunta que se faz é sobre se para ele tem alguma importância, nesta fase de
sua vida, saber exatamente seu diagnóstico genético. No momento de seu
nascimento, ou no período imediato, o diagnóstico talvez pudesse trazer
conforto à família por indicar sobrevida mais longa. Mas em SLOS também há
pacientes leves ou moderados (OPITZ, 2006). Então, o que fez com que
L.M.D.S. chegasse até aqui não foi o diagnóstico definitivo. A importância está
somente no fato de mais um caso ser descrito entre os conhecidos e facilitar
novos diagnósticos. L. M. D. S. chegou até aqui por um diagnóstico com base
em exame clínico e nas informações laboratoriais possíveis que permitiram a
ação dedicada da família, da comunidade onde vive e dos profissionais de
saúde que o cercam. Neste momento, para o indivíduo, é fato de importância
quando é levado ao serviço de saúde por uma intercorrência como febres altas,
acima de 39° C, e os profissionais de saúde não compreendem a necessidade
de tratamento diferenciado, por mais que os responsáveis expliquem, gerando
automedicação. Apesar de todas as dificuldades, L. M. D. S. conseguiu um
lugar adequado em sua família e em sua comunidade: aprendeu uma série de
funções que lhe permitem participar das atividades, dentro de suas limitações;
exerce sua vontade demonstrando seus desejos e escolhas; consegue exercer
as relações sociais, de participação, demonstração de afeição (ou antipatia),
que o tornam desejado no ambiente. É capaz de aprender rapidamente o certo
e o errado e de negociar para conseguir seus intentos... Para os familiares, L.
M. D. S. atingiu grandes conquistas em sua vida, principalmente se
considerarmos que ele foi entregue as pais sem sexo definido e sem
prognóstico de tempo de vida. “O filho homem” que a família esperava, que não
viveria mais que 1 ano, comemorará 10 anos com somente três dias de
internação hospitalar em toda sua vida. O sacrifício da família é considerado por
ela como recompensado a cada festa de aniversário realizada. A Fisioterapia
teve vários ganhos: pode acompanhar uma criança que sujeitava seu trabalho à
condição de nutrição adequada do paciente; foi desafiada a realizar tratamento

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

adequado e temporâneo, indo e voltando, acrescentando e aprimorando


realizações no caminho da melhor qualidade de vida e socialização de L. M. D.
S.; guardou ensinamentos que ajudarão outras crianças que apresentem
condição semelhante. E ganhou amigos. A humanidade, frágil e finita, somente
fica grande, forte e boa quando seus componentes podem agir sem medo da
mortalidade que os caracteriza.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Nowaczyk, Malgorzata et al. DHCR7 and Smith–Lemli–Opitz syndrome. Clin
Invest Med, v. 24, n. 6, Dezembro, 2001.

OMIM- Online Mendelian Inheritance in Man. Smith-Lemli_Opitz Syndrome.


Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/dispomim.cgi?id=123450.
Acesso em: 20.02.2009.

VARGAS, Fernando Regla. A criança com estatura. In: CARAKUSHANSKY, C.


Doenças genéticas em pediatria. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
cap. 46, p. 461-462.

________________________________________________________________
Palavras-chave: síndrome de Smith-Lemli-Opitz, hipocolesterolemia, retardo
mental, fisioterapia em pediatria, qualidade de vida

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

508
UNISA - Universidade de Santo Amaro

A hipotonia e o tratamento fisioterapêutico


SANDRA SANTANA SOUZA(1)

DALVA MARIA DE ALMEIDA MARCHESE(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO:
Tônus muscular é definido como grau de tensão do músculo em repouso,
testado pelo limite de movimento. Em um individuo com sistema neuromuscular
intacto, a resistência à distensão passiva é mínima. Historicamente, a
resistência à distensão por parte de músculos sadios era atribuída a reflexos
extensores e/ou tecido conjuntivo; porém estudos comprovam que o tecido
conjuntivo não tem um papel importante na rigidez muscular. Assim, quando
uma pessoa sadia está ansiosa, há um aumento da atividade muscular devido à
estimulação neural, e os reflexos extensores contribuem para a resistência à
distensão muscular passiva. Durante o limite de movimento passivo num
indivíduo neurologicamente intacto ansioso, pode-se notar duas repostas
neurais; a primeira reposta proporciona uma resistência forte e breve ao
movimento, gerada por circuitos espinhais ativados por aferentes do fuso
muscular e do órgão tendinoso de Golgi; a segunda resposta proporciona uma
resistência menor, produzida pelo reflexo extensor tônico. A magnitude do
reflexo extensor tônico é ajustada por comandos motores descendentes. O
circuito neural básico para a modulação do tônus muscular é o arco reflexo,
consistindo dos receptores musculares, conexão central com os neurônios
medulares e motoneurônios. Este circuito é influenciado por fatores
modulatórios que, associados aos tratos neurais, exercem a modulação do
comportamento do tônus. O equilíbrio das influências facilitatórias e inibitórias
permite a modulação adequada e controle do tônus muscular. Danos no
sistema motor interferem freqüentemente na capacidade de regular o tônus
muscular. A hipertonia ou resistência anormalmente intensa à extensão passiva
pode ocorrer nos casos de lesões crônicas do neurônio motor superior e em
algumas doenças dos núcleos da base. A hipotonia (também denominada
flacidez), ou resistência anormal muito baixa à extensão passiva, ocorre em
doenças cerebelares devido à diminuição da facilitação descendente a
interneurônios motores; lesões do neurônio motor inferior; e temporariamente
após uma lesão do neurônio motor superior. A síndrome da criança hipotônica é
caracterizada por diminuição do tônus muscular e menor resistência à
movimentação passiva. Além disso, quando um recém nascido (RN) ou lactente
é suspenso em decúbito ventral, a cabeça e os membros pendem inertes, como
em uma boneca de pano; não tem sustentação completa da cabeça, quando
puxada pelos braços; os membros superiores apresentam falta de resistência

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

passiva na manobra de cachecol e nos membros inferiores observa-se atitude


de batráquio, com hiperabdução das coxas, quando em decúbito dorsal; e a
criança não consegue sentar sem apoio. Crianças com hipotonia grave
apresentam dificuldade alimentar e respiratória, as etapas do desenvolvimento
neuropsicomotor (DNPM) não sendo superadas ou superadas com muito
atraso. Nos casos com comprometimento leve ou moderado, as etapas do
DNPM são superadas, com maior ou menor atraso; essas crianças apresentam
diminuição ou falta de resistência das articulações à movimentação passiva,
acompanhada de hipotonia muscular à palpação, aumento da amplitude dos
movimentos das articulações e adoção de posturas anormais. A hipotonia pode
ser percebida no RN por contraste com a atitude normal e o tônus de hipertonia
em semiflexão do RN de termo saudável. O quadro clínico é evidente e
valorizado, pois propicia a impressão de um bebê gravemente comprometido,
podendo existir dificuldade de alimentar-se e respirar. Em um RN com hipotonia
é necessário determinar a idade gestacional para excluir a prematuridade, pois
uma criança prematura apresenta fisiologicamente a hipotonia muscular com
graus e distribuição variáveis, desde a 28ª semana até a 36ª semana de idade
gestacional. Já no lactente, por apresentar uma hipotonia fisiológica, o quadro é
menos valorizado, e o dado mais importante para o diagnóstico da síndrome da
criança hipotônica passa a ser o retardo do DNPM. Esse retardo pode ser
isolado ou integrante de um quadro global de retardo do DNPM, podendo estar
comprometidas também as funções psíquicas (linguagem, setores adaptativo e
pessoal/social), além do controle postural e do equilíbrio. Quando a hipotonia se
manifesta mais tarde, durante a infância, pode assumir uma distribuição
preferencialmente proximal configurando uma síndrome de cinturas, pélvica e
escapular, indicando suspeita de etiologia primária ou neuromuscular. Pode
ainda apresentar-se com caráter difuso, de forma aguda, em geral simétrica,
acompanhada de déficit motor, sem alterações psíquicas associadas. Na
distinção das condições nas quais a hipotonia é intrínseca ou primária,
correspondendo ao acometimento da unidade motora desde o motoneurônio
medular até o músculo; ou secundária, correspondendo às doenças sistêmicas,
síndromes genéticas ou afecções neurológicas com comprometimento
supranuclear; é necessário verificar a existência ou não de fraqueza muscular e
paralisia acompanhando o quadro de hipotonia. Esse exame pode ser feito com
a criança em posição supina, verificando-se se ela é capaz de mover
ativamente os membros contra a gravidade, espontaneamente ou sob
estimulação, e capaz de manter a posição de um membro passivamente
elevado. Na avaliação de um RN ou um lactente hipotônico, a anamnese é de
extrema importância para a distinção entre as causas centrais das causas
neuromusculares de hipotonia. Relatos de eventos pré e perinatais adversos
podem indicar encefalopatia não progressiva, assim como antecedentes
hereditários e familiares positivos levantam a suspeita de raras causas de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

acometimento cerebral progressivo. Entre as causas pré e perinatais, a


anamnese detalhada é importante para diagnosticar, por exemplo, hipotonia
secundária e transitória no RN desencadeada pela administração de
determinadas drogas que atravessam a placenta, alcançando a corrente
sanguínea fetal e o liquido amniótico. Em alguns casos são administradas
diretamente, intencionalmente durante uma transfusão intra-uterina peritoneal
ou acidentalmente, quando anestésicos locais destinados à mãe são injetados
no feto. Quando administradas à mãe, potencialmente, várias drogas podem
causar no RN letargia, alterações respiratórias e hipotonia muscular. O restante
do exame físico também deve ser valorizado; juntamente com os exames
complementares, pode evidenciar casos de lesões malformativas em múltiplos
órgãos e/ou sistemas, que geralmente indicam comprometimento do Sistema
Nervoso Central (SNC), evidenciando hipotonia de causa central, permitindo
estabelecer a suspeita diagnóstica e indicar o estudo genético para
confirmação. Pode ainda revelar aspectos dismórficos, tanto em doenças
neuromusculares como em cromossomopatias, e em casos raros de
encefalopatias progressivas como a doença de Zellweger. As causas mais
freqüentes de hipotonia muscular no RN são as doenças sistêmicas graves e os
diferentes tipos de comprometimentos não progressivos do Sistema Nervoso
Central (SNC) tais como malformações, hemorragia, anóxia cerebral, infecções
congênitas ou adquiridas e hiperbillirrubinemia. No lactente a hipotonia
muscular pode ser observada entre as manifestações clínicas de doenças
agudas graves, sobretudo quando acompanhadas de septicemia e, de modo
geral, em doenças crônicas de causa extraneurológica, tais como cardiopatias
congênitas, nefropatias, pneumopatias, desnutrição, raquitismo, síndrome de
má absorção e diversos tipos de distúrbios metabólicos. Durante o primeiro ano
de vida, a falta de estímulo e a carência afetiva de crianças institucionalizadas
ou provenientes de ambientes familiares inadequados podem desencadear
atraso no desenvolvimento, ocasionalmente existindo a hipotonia muscular. A
criança hipotônica sofre atraso de desenvolvimento neuropsicomotor e, se não
estimulada em tempo correto, pode desenvolver deformidades que, de outra
maneira poderiam ser evitadas, independente de seu desenvolvimento
intelectual. Mesmo nas condições progressivas o tratamento precoce pode
melhorar a qualidade de vida. Apesar da hipotonia ou flacidez estar presente
em diversas patologias, observou-se pequena quantidade de estudos que
abordem este sinal, dificultando o trabalho do fisioterapeuta. O tratamento
fisioterapêutico da pessoa com hipotonia exige conhecimento de objetivos
específicos que, independente da técnica utilizada, precisam ser respeitados de
modo diferenciado do tratamento da pessoa espástica. Por isso a proposta de
um levantamento bibliográfico para fornecer subsídios na elaboração de
programas para o tratamento fisioterapêutico da hipotonia.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

511
UNISA - Universidade de Santo Amaro

OBJETIVO:
Objetivo Geral: Fornecer subsídios para o tratamento fisioterapêutico da
hipotonia no lactente e na criança. Objetivos Específicos: Identificar as
principais doenças que cursam com a hipotonia evidenciando sua fisiopatologia;
identificar as técnicas de tratamento fisioterapêutico para essa condição.

METODOLOGIA:
METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica das principais
contribuições teóricas sobre a hipotonia para otimização do tratamento
fisioterapêutico em artigos de periódicos e livros, publicados no período de
janeiro 1999 a janeiro de 2009. Foram consideradas as informações constantes
de obras de referência de período anterior. Foram realizadas consultas nas
bases de dados da Biblioteca de Literatura Latino-americana e do Caribe
(Lilacs), Biblioteca de Publicações Médicas (Pubmed), Scientific Eletronic
Library Online (Scielo), Medical Literature Analysis and Retrieval System
(Medline), no acerco da Biblioteca Milton Soldane Afonso da Universidade de
Santo Amaro e acervos de outras Bibliotecas Universitárias. As consultas foram
referentes ao unitermo hipotonia cruzado com os unitermos: flacidez, tono
muscular, tônus muscular, sistema neuromuscular, déficit motor, distúrbio
neurológico, distúrbio metabólico, desenvolvimento, ‘floppy baby’, pediatria,
tratamento, fisioterapia, nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram
localizados e utilizados 70 textos, nos três idiomas, incluídos os textos
clássicos.

RESUMO:
RESULTADOS: Por se tratar de um sinal ou um sintoma, o tratamento
fisioterapêutico da hipotonia sofre restrições a cada condição diferenciada;
assim, descreve-se neste texto dados gerais do tratamento, considerando-se
que as variações já estejam contempladas nos itens precedentes. Em casos de
crianças com hipotonia, é necessário facilitar os movimentos, dar estimulação
proprioceptiva e tátil, provocando sempre atividade muscular. No conceito
Bobath, usa-se a técnica do “tapping” solicitando o uso de vias sensoriais,
visando possibilidades das condições neurofisiológicas da plasticidade
neuronal. A técnica tem como objetivo capacitar a criança à manutenção
automática de uma posição desejada ou movimento contra a gravidade,
provocando um alerta muscular. Consiste de pequenas batidas sobre
segmentos do corpo que podem desencadear uma estimulação tátil ou
proprioceptiva, e co-contração (contração simultânea dos músculos agonistas,
antagonistas e sinergistas) que possibilitam movimentos com estabilidade, de
forma suave, gradual e coordenada. Propõe-se que em crianças com
hipotonicidade podem ser usadas técnicas de compressão articular, percussão
e resistência para melhorar o tônus muscular. O monitoramento dessa técnica é

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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importante, já que algumas síndromes apresentam hipotonia no início do


quadro, mas podem evoluir com espasticidade, como por exemplo, na síndrome
de Edwards. Assim também na paralisia cerebral, a criança com tônus baixo,
pode ser o maior desafio para o terapeuta. A estimulação adequada para o
desenvolvimento é difícil, porém variações de posicionamento podem facilitar o
manejo. Colocar a criança em um alinhamento mais ereto parece ajudar o
incremento do tono postural, embora, no inicio, seja necessário suporte. Os
impulsos proprioceptivos fortes asseguram um alinhamento postural preciso e,
ao mesmo tempo, são importantes nas sessões de tratamento. O terapeuta
deve estar sempre atento quanto à resposta de alto tônus, distribuída
geralmente na musculatura mais profunda, que pode contribuir para a fixação
em vez de controle postural diferenciado. Independente da técnica aplicada é
necessário sempre permitir o uso de todo o potencial muscular da criança.
Muitas vezes a criança apresenta potencial de movimento em membros
inferiores, porém, insuficiente para suportar-se em pé; nesses casos, o uso de
talas extensoras, de parapódios e de órteses adequadas ajudam no treino
dessas novas posições preparando a marcha. As órteses podem ainda ajudar
na prevenção de deformidades, mas podem gerar incapacidade maior que a
debilidade motora apresentada pelo paciente; desse modo, seu uso deve sofrer
supervisão constante com o objetivo de sua retirada. Da mesma maneira, a
cadeira de rodas, quando necessária, deve ser adaptada com assento
horizontal firme e apoio para o tronco, objetivando evitar o desenvolvimento de
escolioses, e apoio para os pés em ângulo reto, combinado com splints de
suporte para os tornozelos e pés, objetivando evitar o desenvolvimento de
deformidade em equinovaro. Nas condições em que a função respiratória esteja
comprometida, é necessário considerar a progressividade da afecção para a
aplicação de técnicas adequadas. A avaliação do paciente com hipotonia deve
contemplar a avaliação da força muscular e da amplitude de movimento, entre
outras medidas. Por se tratar de crianças, o registro filmado ou fotografado é
instrumento valioso.

CONCLUSÃO:
Tendo em vista que a hipotonia é um sinal e sintoma freqüente em diversas
patologias, a quantidade de textos encontrados nas bases de dados que
discutem exclusivamente o tema é baixa. Os textos discutem determinadas
condições e limitam-se à discussão da hipotonia em poucas linhas. Mesmo em
patologias com maior prevalência, como por exemplo, a paralisia cerebral, que
além da evolução, na maioria dos casos com espasticidade, pode apresentar
quadro de início com hipotonia, esse sinal não é discutido. Os textos clássicos
são poucos, mas bastante completos no que se refere à descrição da hipotonia;
porém, não ao seu tratamento fisioterapêutico. Desse modo, o material
disponível para a instrução do fisioterapeuta é escasso e dificulta a forma de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

513
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conduzir o atendimento, já que não existem subsídios suficientes para lidar com
tal condição. Reunir as informações localizadas nesta revisão pode ser uma
maneira de propiciar resultados melhores no acompanhamento dos pacientes
hipotônicos, alertando o profissional para as diferentes possibilidades e limites
em seu trabalho.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
DUBOWITZ, Victor. El niño hipotónico. Barcelona: Editorial Pediátrica, 1973, p.
1-118.

GUSMAN, Sonia; TORRE, Cláudia Alcântara de. Fisioterapia. In: DIAMENT,


Aron; CYPEL, Saul. Neurologia Infantil. 4ª ed. São Paulo: Editora Atheneu,
2005. cap. 101.1, p.1731-1751.

REED, Umbertina Conti. Síndrome da Criança Hipotônica. In: DIAMENT, Aron;


CYPEL, Saul. Neurologia Infantil. 4ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2005, cap.
80, p. 1431-1460.

________________________________________________________________
hipotonia, fisioterapia pediátrica, desenvolvimento neuropsicomotor

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A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM FAMILIAR NO TRATAMENTO


DA ESQUIZOFRENIA
FERNANDA TORRES PIVA(1)

CLAUDIA POLUBRIAGINOF(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica se caracteriza pela perda do contato
com a realidade. Essa por sua vez, ainda gera muitas dúvidas, angústias e
preconceitos em seus portadores, familiares, amigos e em toda a sociedade. (1)
Quando um dos membros da família adoece, todos os membros dela são
afetados. Há uma alteração nas suas atividades sociais normais, pois
necessitam se dedicar e cuidar do doente. Essas pessoas geralmente ficam
confusas diante do repertório comportamental emitido pela pessoa
diagnosticada com esquizofrenia. (2)
A intervenção familiar vem sendo uma alternativa indispensável para o
tratamento de esquizofrenia.) (3)
A prática de enfermagem psiquiátrica se baseia em ações que visem melhorar
a qualidade de vida contribuindo para reabilitação do doente e de sua família.
Assim, torna-se fundamental descrever a importância da abordagem familiar no
tratamento da Esquizofrenia e as ações que a enfermagem desenvolve para
melhorar a qualidade de vida do paciente e sua família. (3)

OBJETIVO:
OBJETIVO
Descrever a importância da abordagem familiar no tratamento da Esquizofrenia
e as ações que a enfermagem desenvolve para melhorar a qualidade de vida do
paciente e sua família.

METODOLOGIA:
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo bibliográfico com abordagem qualitativa. Foi realizada
através de levantamentos de artigos científicos na base de dados: SCIELO,
LILACS, MEDLINE. Para a localização dos artigos foram utilizadas as seguintes
palavras chaves: esquizofrenia, enfermagem psiquiátrica, família. Foram
incluídos artigos dos últimos quinze anos.

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RESUMO:
DESENVOLVIMENTO
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que se caracteriza pela perda do
contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o
olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao seu redor ou, nos exemplos
mais clássicos, ter alucinações e delírios. (1)
A esquizofrenia ainda gera muitas dúvidas, angústias e preconceitos em seus
portadores, familiares, amigos e em toda a sociedade. Não há duvidas de é
uma doença cercada de preconceitos e incompreensões; este preconceito faz
com que o individuo se isole do convívio social e familiar contribuindo para
evolução da doença. (1)
A família tem um lugar e uma função central na vida do portador de
esquizofrenia. Por falta de conhecimento sobre o que esta acontecendo alguns
familiares rotulam o portador com adjetivos pejorativos que não ajudam em
nada no tratamento da doença. Entender o que se passa com o portador é o
primeiro passo para reintegra lo a sociedade e ajuda lo a ter uma vida com
qualidade. (2)
A intervenção familiar vem sendo uma alternativa indispensável para o paciente
portador de Esquizofrenia. Deve-se ter o conhecimento e o entendimento
primeiramente da família, suas características, limitações, medos e
inseguranças. Sabemos que no momento em que a família se depara com a
nova situação ocorre uma desorganização do grupo na tentativa de se adaptar.
(3)
A prática de enfermagem psiquiátrica se baseia em ações que visam melhorar
a condição da qualidade de vida do paciente e de sua família, a contribuir no
controle do surto da doença, torná-la estável, ajudar na integração social após o
aparecimento da doença, e a cooperar na adesão do tratamento e a adaptação
de sua nova condição. (3)
Uma outra importante ação de enfermagem é estimular os pacientes em
atividades em grupos como exercícios físicos, lazer, trabalhos voluntários entre
outros; dessa forma podemos demonstrar como a enfermagem pode reduzir o
sofrimento físico e emocional. (3)

CONCLUSÃO:
CONCLUSÃO
A literatura mostra que as intervenções familiares, que incluam apenas
estratégias educativas, podem resultar em mudanças sobre a quantidade de
informações que os familiares têm sobre a esquizofrenia, mas muitas vezes não
reduzem por um longo período as perturbações emocionais e a sobrecarga dos
familiares, e não alteram a influencia do ambiente familiar no curso da
esquizofrenia.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

516
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Porém as intervenções psicossociais que incluem, além do programa de


educação, outras estratégias como a visita domiciliar, a coordenação de grupos,
promoção do acesso do paciente e família aos recursos da comunidade, têm se
mostrado mais eficazes na prevenção de recaídas de indivíduos de
esquizofrenia, independente da utilização de medicação. Além disso os
familiares geralmente aprovam estas intervenções, o que sugere que as
mesmas também tem sua eficácia no que diz respeito a melhora de qualidade
de vida de toda família.
A enfermagem age estimulando os pacientes em atividades em grupos,
visando melhorar a condição da qualidade de vida do paciente e de sua família,
contribuindo no controle do surto da doença, torná-la estável, ajudar na
integração social após o aparecimento da doença, e a cooperar na adesão do
tratamento e a adaptação de sua nova condição.
Com a presente revisão e leitura dos textos científicos, principalmente sobre a
enfermagem, observou-se que ainda existe pouca literatura sobre o tema.
Dessa maneira, considero que esta é uma área na qual a enfermagem pode e
deve se desenvolver pesquisas, para ofertar a comunidade e profissionais um
rol de procedimentos e ações para melhorar a qualidade de vida do paciente e
de sua família.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Tostes LRM, Moraes LRN. Esquizofrenia: curso, evolução e


prognóstico. J Bras Psiquiatr. 1989;38(4):233-9.

2. Alvarenga-Silva H, Teixeira Jr AL, Costa C. Abordagem familiar em


esquizofrenia. J Bras Psiquiatr. 2000;10(12):387-93.

(3) Galera SAF. Avaliação construtiva de uma intervenção de enfermagem


junto a famílias que tem um portador de
esquizofrenia entre seus membros [tese]. Ribeirão Preto: Escola
de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP; 2002.
p. 809-946.

________________________________________________________________
¹ Graduanda da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
UNISA – São Paulo/SP
nandi_torres@hotmail.com
2 Orientadora e Enfermeira especialista em Enfermagem Psiquiátrica e Saúde
Mental e Qualidade em Serviço de Saúde. Docente do Curso de Enfermagem
da Universidade de Santo Amaro UNISA – São Paulo/SP

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A IMPORTÂNCIA DOS DOUTORES DA ALEGRIA NA VISÃO DOS


PAIS DE CRIANÇAS COM CÂNCER
ALDISLENE SANTOS DE AGUIAR(1)

CLAUDIA POLUBRIAGINOF(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Tal estudo objetiva conhecer a aceitação das atividades realizadas pelos
Doutores da Alegria direcionadas a crianças hospitalizadas com câncer por
seus pais e responsáveis, como a opinião dos mesmos sobre a evolução
clínica, por meio de uma revisão bibliográfica com abordagem qualitativa. Foi
possível observar que a criança com câncer passa por um processo de
despersonalização, fato evidenciado por estar longe da família, do ambiente
familiar, submetendo-se a procedimentos traumáticos, sobretudo a falta de
brincar(1).
Ao hospitalizar-se, independente de sua faixa etária, a pessoa é obrigada a
romper com todas as atividades sociais, a ficar longe da família e daqueles que
lhe tem amor, deixando de ser um individuo socialmente ativo para se tornar um
paciente, com diminuição abrupta de contato com parentes e amigos. A
admissão hospitalar é algo que modifica o cotidiano daquele que é personagem
deste processo, o paciente, interferindo na sua unidade familiar e, como reflexo,
envolve aqueles que fazem parte do seu dia-a-dia. Assim, o paciente entra em
um cotidiano não familiar, situação esta que o deixa vulnerável, amedrontado e
angustiado, pois sugere a necessidade de viver no mundo de uma maneira
nova e inesperada(1).
O processo de internação hospitalar pode desenvolver sentimentos confusos e
dicotômicos na criança e sua família, como por exemplo, cura e morte, alegria e
tristeza, medo e confiança, caracterizando o hospital como um ambiente de
experiências dolorosas e significativas para toda a vida. O manejo de tal
situação apresenta-se como um tarefa complexa para a família e a criança
hospitalizada, pressupondo da equipe de saúde, em especial da enfermagem,
uma assistência diferenciada e peculiar a este processo(1).
No caso da hospitalização infantil, todos estes problemas parecem ter
implicações maiores. As reações da criança, a doença e a hospitalização
dependem principalmente do nível de desenvolvimento psíquico na ocasião da
internação, do tipo da patologia, do grau de apoio familiar e das atitudes da
equipe de saúde. Para a criança, a hospitalização é uma situação estressante,
os resultados de uma hospitalização, mesmo que não haja comprometimento
físico, poderá causar traumas futuros e muitas vezes consequências
imprevisíveis(1).
Justamente em prol desses desafios e problemas inerentes a hospitalização

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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infantil que os Doutores da Alegria, grupo de atores profissionais fundado em


1991 que caracterizados como palhaços realizam atividades lúdicas com
crianças hospitalizadas. O grupo acredita que a alegria é decorrente de uma
comunicação bem estabelecida e que a criança hospitalizada comunica grande
parte de suas necessidades por canais não-verbais. Captar e responder a
essas necessidades através de seus recursos profissionais é a função do
artista, além de estimular e ampliar sua capacidade de interação com o
paciente no curso de formação dos Doutores da Alegria. São abordados temas
como olhar, ouvir, estabelecer contato, interagir (envolvendo o brincar, entre
outros) e comunicar(1).
Partindo desse conhecimento e baseado na necessidade da criança, nota-se a
importância de um momento que propicie ações lúdicas, minimizar sofrimentos
e afirmar o impacto negativo de uma internação hospitalar(1).
Durante o tratamento, toda a família e principalmente os pais, experimentam
conflitos, preocupações, e uma gama de sentimentos e emoções: raiva, mágoa,
medo, ressentimento, isolamento, depressão e culpa. Os pais sentem-se
ameaçados pela morte do filho, pois muitas vezes, no hospital, deparam com a
morte de alguma criança que não conseguiu sobreviver ao câncer. A morte de
uma criança portadora da mesma doença de seu filho tem um efeito devastador
sobre os pais, pode significar uma dor imensa que pode afetar sua capacidade
de manter-se em equilíbrio(2).
O impacto da doença para a família internar um filho, seja criança ou
adolescente, é um grande sofrimento para os pais. Os efeitos da doença estão
interligados aos efeitos da hospitalização, pois assim que a criança adoece e
vai para o hospital em busca de ajuda, a família mostra-se temerosa e reage de
maneira ambígua(2).
O início da internação configura-se como uma situação difícil para os pais e
desencadeia muita ansiedade. Para o familiar, aceitar a situação tal como esta
que lhe apresenta torna-se penoso, ou seja, ver o filho doente, a possibilidade
de se tratar de uma doença grave, a hospitalização, a distância de casa e da
família(2).
Esta condição leva-os a experimentar estados de confusão diante de tantas
situações inusitadas como o acúmulo de informação que lhes é transmitida e/ou
a vivência de situações desagradáveis, desencadeadas, entre outros fatores,
por presenciarem cenas de sofrimento no cotidiano do hospital. Outro fator que
gera muita ansiedade decorre da necessidade de submeter o filho a muitos
exames, que frequentemente são invasivos(2).
Os pais são peças chave na vida de qualquer criança servindo como referencia
e exemplo ao longo de todo vida, mas sobretudo no decorrer de seu
desenvolvimento. Sua percepção e crença nas intervenções se refletem em seu
comportamento junto a equipe de saúde, na sua postura diante das
adversidades da internação, mas principalmente junto ao filho doente(2).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Assim, este trabalho tem por objetivo descrever a percepção dos pais de
crianças com câncer em relação ao trabalho dos “Doutores da Alegria”.

OBJETIVO:
Descrever a percepção dos pais de crianças com câncer em relação ao
trabalho dos “Doutores da Alegria”.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa. Foram
levantados artigos científicos a partir das bases de dados Lilacs e Scielo,
utilizando-se as palavras-chaves: Doutores da Alegria, criança hospitalizada,
câncer, opinião dos pais. Os artigos foram selecionados conforme sua
pertinência e relevância junto ao assunto tratado.

RESUMO:
Doutores Da Alegria – Como tudo começou

Os Doutores da Alegria, um grupo de atores-palhaços, é uma Organização Não


Governamental que atua em prol de fins não lucrativos, atendo-se a
humanização no atendimento. Desenvolvendo seu trabalho no Brasil desde
1991, que fora inspirado no modelo norte-americano, que desenvolvia o método
clown dentro dos Hospitais(3).
Sendo um dos maiores precursores a defender a humanização e a implantá-la,
mais precisamente quando ainda era estudante de medicina em 1967, foi o
clínico geral norte-americano, chamado “Hunter Patch Adams”. Que faz da arte
do palhaço, um meio para animar seus pacientes, reduzindo assim sofrimentos
que a atuação circunstancia lhe promoveu através do processo de
tratamento(3).
O principal trabalho desses atores que desenvolvem o método clown, é dar
subsídios, instrumentos para que a criança hospitalizada enfrente sua atual
situação dentro do hospital(3).
Em 1986 deu-se início ao projeto chamado “Clown Care Unit”, um projeto
composto por um grupo de artistas especialmente treinados para levar alegria
as unidades hospitalares por Michael Chirstensen um palhaço norte-americano,
após ter sugerido fazer uma visita às crianças de um Hospital de Nova York que
não puderam comparecer ao circo(3).
No Brasil o precursor da implementação dos Doutores da Alegria foi o ator
Wellington Nogueira, em meados dos anos 80. Nogueira era professor de inglês
no cursinho pré-vestibular Objetivo em São Paulo, então decidiu não mais
lecionar para assim atuar na arte dramática, indo pra Nova York com a intenção

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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de se tornar ator da Broadway. Lá, graduou-se pela Academia Americana de


Teatro Dramático e Musical, trabalhando em companhias de teatro, cinema e
circo. Em 1988 recebeu um convite de uma colega americana para conhecer o
projeto Clown Care Unit do Big Apple Circus de Nova York, participando da
mesma por três no papel do Dr. Calvin Klown(3).
Sua vinda para o Brasil em 1991, se deu por conta de problemas de saúde de
seu pai, ao ir visitá-lo no INCOR, houve um convite da chefia de Enfermagem
para demonstrar seu trabalho desenvolvido com crianças no Exterior, que
estavam hospitalizadas na Pediatria. A partir de tal acontecimento que o ator se
tornou interessado a ingressar com o projeto no Brasil, que teve seu início no
mesmo ano em que regressou ao país(3).

Doutores Da Alegria - O Atendimento

O atendimento dos Doutores da Alegria, ou Besteirologistas, como denominam-


se, é focado na criança e no adolescente hospitalizado. Consiste em duplas, a
mesma dupla de artistas visita leito por leito, duas vezes por semana, durante
aproximadamente seis oras por dia, comparecem a um mesmo hospital durante
o período de um ano, e a cada seis meses os artistas se revezam entres os
hospitais(2).
Com a intenção de criar laços, vínculos e cumplicidade com as crianças, seus
parentes e os profissionais de saúde, pois parte do trabalho é desenvolver um
relacionamento cooperativo com os diferentes grupos de profissionais da
instituição em questão(2).
Tal método de aproximação, consiste na permissão da criança, respeitando seu
espaço. Caracterização, rotinas prévias e improvisação, são elementos de tal
trabalho artístico(2).
Os besteirologistas como citado anteriormente são profissionais especializados
na arte do palhaço, dentre suas principais características, também dominam
outras artes circenses e musicais. Sua formação é continuada, obtendo cursos
de aprimoramento técnico e artísticos regularmente(2).
Não mostrando receio de parecer aos olhos alheios ridículo, dentre as
características do palhaço, mostra-se curioso e só descobre o significado das
coisas depois de explorado, é sempre divertido, inesperado e espontâneo. A
sua capacidade de transformar fatos geradores de tensão em momentos
engraçados, ajuda a lidar com a vulnerabilidade humana, a superar
dificuldades, estimulando diferentes reações de comportamento(2) .

A Criança Hospitalizada

Durante o período da Hospitalização, a criança se encontra restrita ao ambiente


hospitalar, mais precisamente ao leito de internação, isolada de seu cotidiano,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

cercada por pessoas que não conhece, e que muitas vezes lhe trazem dor e
sofrimento, sentimentos esses representados e refletidos pelos procedimentos,
como agulhas, cortes, sessões de quimioterapia, entre outros(3).
Rompendo barreiras entre a hospitalização que se faz um fardo árduo tanto
para a criança como para sua família. Através de suas atividades realizadas nos
Hospitais, envolvendo principalmente a ação do “brincar” através da interação
com o Doutor da Alegria e seus métodos lúdicos, minimizando assim o
sofrimento vivenciado pela rotina marcada por procedimentos, que, por sua
maioria são invasivos, pela ausência de pessoas e lugares que antes lhe eram
comuns, para assim dar espaço a um cotidiano totalmente novo e traumático
para a criança(3).
Trazendo-lhes o riso, que comprovadamente leva o indivíduo a um estado de
bem estar tanto físico quanto emocional, principalmente se tratando de crianças
em tais condições. Pois, a terapia além do brincar, da indução à expressão de
seus sentimentos, as fazem sorrir(3).
O ato de rir entende-se como manifestação fisiológica, que por sua vez reflete
em um individuo como um todo ativando por sua vez nervos e músculos,
causando efeitos sobre a circulação, respiração e outros sistemas, libera
endorfina e serotonina, substâncias essas que são responsáveis pela sensação
de bem estar e alívio da dor, aumenta a pressão arterial, a freqüência cardíaca,
a quantidade de oxigênio captado pelos pulmões e facilita a saída do gás
carbônico, e fortalece além de tudo as defesas do corpo(3).

A Visão Dos Pais

Segundo a psicóloga e orientadora do grupo Doutores da Alegria, Morgana


Masetti, no vídeo “Globo de Ciência Saúde de 1995”, diz que, após a visita do
grupo 57% dos pais das crianças internadas, relatam perceber uma mudança
satisfatória e muito positiva no comportamento das crianças, tornando-se mais
ativas e dispostas(3).
Em um projeto semelhante aos dos Doutores da Alegria em um Hospital Público
de Campina Grande- PB, em 2004, onde fora entrevistados pais e/ou
acompanhantes, houve grande aceitação por parte dos mesmos, de 93,75%.
Os mesmos afirmaram que o trabalho consegue diminuir o período de
internação das crianças, e que a aceitação aos procedimentos clínicos é de
100%(3).

CONCLUSÃO:
Ao realizar a revisão, foram encontradas duas referencias, dentre as quais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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apenas uma se referia ao trabalho dos Doutores da Alegria, porém, foi possível
constatar que os pais realmente aprovam a abordagem dos palhaços,
entretanto como já mencionado, não tratavam especificamente dos Doutores da
Alegria.
É importante destacar aqui a escassez de referencial bibliográfico a cerca da
visão dos pais sobre o papel dos Doutores da Alegria junto a hospitalização dos
filhos.
Contudo, ressalta-se a carência de literatura sobre o tema, faz- se necessário o
aprofundamento a cerca da terapia lúdica desenvolvida pelos Doutores da
Alegria com crianças e adolescentes hospitalizados com câncer.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Azevedo DM, Santos JJS, Justino MAR, Simpson CA. O brincar enquanto
instrumento terapêutico: opinião dos acompanhantes. Rev Eletr Enferm 2008;
10(1): 137-44.
2.Gontijo L. O discurso dos Doutores da Alegria [dissertação]. São Paulo:
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2006.
3.Rezende F. Câncer infantil: terapias auxiliares. Psicóloga Online; 2008. [citado
em 26 ago 2009]. Disponível em http://www.psicologaonline.com.br/artigos-
cientificos/cancer-infantil-e-terapias-auxiliares/
________________________________________________________________
Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem
da Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP. layneaguiar@hotmail.com
Enfermeira. Doutora em Ciências. Professora Titular da Faculdade de
Enfermagem da Universidade Santo Amaro. São Paulo, SP.
cpolubriaginof@uol.com.br

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A Inclusão na Escola de Crianças e Adolescentes com Alguma


Deficiência
TATIANE APARECIDA ROSCHEL(1)

DALVA MARIA DE ALMEIDA MARCHESE(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O Capítulo 1º, artigo 2, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n°
8.069, de 13 de julho de 1990, considera criança “a pessoa até doze anos de
idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”. A
mesma Lei dispõe que todas as crianças e adolescentes com incapacidades
físicas ou mental têm o direito de educação, independente de sua raça, cor,
sexo, língua, religião, condição social ou sua nacionalidade. Esse direito está
regulamentado na Lei de Diretrizes e Bases do Ensino (LDB), a Lei Nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996, em seu Título V (Dos Níveis e das Modalidades de
Educação e Ensino), Capítulo V - Sobre educação especial, entendida como “a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”. A LDB
dispõe, inclusive, sobre serviço de apoio para atender a necessidades
específicas dos educandos na escola regular, e a formação de classes, escolas
ou serviços especializados quando não for possível a integração do aluno nas
classes comuns do ensino regular. Essa modalidade estará a disposição
também para a faixa etária entre zero e seis anos (Educação Infantil). Quanto
ao corpo docente, a LDB preconiza que os professores deverão ter
especialização adequada em nível médio ou superior para atendimento
especializado, e para os professores do ensino regular, treinamento para
integrar os educandos em classes comuns. A modalidade, de acordo com a
LDB, deverá contemplar currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos que atendam às necessidades do educando, e a
avaliação da terminalidade específica que respeite a impossibilidade de atingir o
nível exigido para demais estudantes, ou a aceleração para os superdotados.
Nos dados do Censo de 2000, no Brasil existem 24.600.256 pessoas que
apresentam pelo menos um tipo de deficiência declarada; portanto 14,5%,
numa população de 169.872.256 habitantes das diversas regiões brasileiras,
naquele ano. Essa porcentagem altera-se dependendo da unidade da
federação e dentro de uma mesma Unidade. O cidadão vai sendo construído
gradativamente com o apoio da escola na medida em que a escola ajuda a
criança a desenvolver-se socialmente através da extensão do seu campo de
contato. As observações sobre inclusão escolar de crianças com necessidades
educacionais especiais merece grande destaque, já que essas crianças têm
sido alvo de mecanismos e procedimentos de segregação e até mesmo

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

524
UNISA - Universidade de Santo Amaro

exclusão do sistema escolar. Em relação às crianças, deve-se ressaltar que o


tratamento reabilitador deve abordá-las em todos os seus aspectos, não apenas
o aspecto motor, mas também os aspectos sensoriais e emocionais e, além
disso, facilitar a inclusão social da pessoa com deficiência. O fisioterapeuta faz
parte da equipe de reabilitação e é de extrema importância que este profissional
esteja atento às possíveis barreiras ou limitações impostas pelo ambiente físico
e social. Deste modo, os fisioterapeutas estão sendo cada vez mais envolvidos
na tarefa de favorecer o acesso e a participação das crianças em situação
escolar. Durante o estágio curricular em escola da rede pública da região de
Capela do Socorro, os acadêmicos de Fisioterapia podem observar as inúmeras
necessidades que levam os alunos com deficiência a não poderem participar de
sua formação como qualquer outra criança, e podem preparar sua intervenção
junto a esses alunos.
As crianças atendidas pelos ambulatórios do curso de Fisioterapia da UNISA
têm os mesmos direitos à escolaridade que qualquer outra criança com
deficiência. Porém, não se conhece a condição delas, em conjunto, nem sua
condição de inclusão. Assim, a proposta deste trabalho é verificar qual a
condição de escolaridade dessas crianças e adolescentes para que se possa
traçar objetivos de intervenção da Fisioterapia em seu processo de inclusão.

OBJETIVO:
Descrever a condição de escolaridade das crianças atendidas nos ambulatórios
de fisioterapia da Universidade de Santo Amaro no ano de 2009, de acordo com
a sua deficiência.

METODOLOGIA:
Foi realizado um estudo transversal, de caráter descritivo, com crianças e
adolescentes de até 18 anos com necessidades especiais temporárias ou
definitivas, que são atendidos nos ambulatórios de Neurologia, de
Psicomotricidade, no Centro de Pesquisa e Estudo de Fisioterapia em Pediatria
– PROJETO CURUMIM (CPEP), do Curso de Fisioterapia da Universidade de
Santo Amaro – UNISA, no ano de 2009. Não havia pacientes na faixa etária
estudada sendo atendidos nos Ambulatórios de Ortopedia, no Grupo de
Estudos em Pneumologia (GEP), e no grupo das Disfunções Mandíbulo-Crânio-
Posturais (DMCP). Foram excluídas todas as crianças menores de 6 anos e
crianças ou adolescentes que não estavam acompanhadas de seus
responsáveis. Após levantamento dos pacientes que se enquadrem ao critério
de inclusão, foi apresentado para os responsáveis dos pacientes a Carta de
Esclarecimento ao Sujeito de Pesquisa e solicitada assinatura no Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. O acompanhante da criança ou do
adolescente respondeu a um questionário onde informou sobre a deficiência

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

525
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e/ou dificuldades que o paciente apresenta, além das condições


socioeconômicas e escolares. O Trabalho iniciou-se com a aprovação do
Comitê de Ética em Pesquisa da UNISA (CEP-UNISA).
Os dados foram colhidos e divididos em grupos de acordo com o tipo de
deficiência: motora/ física; cognitiva; visual e múltipla; para cada grupo de
deficiência foram descritos e comparados os níveis de escolaridade. Não foi
realizada análise estatística em função do tamanho da amostra, sendo os
resultados limitados à análise descritiva.

RESUMO:
Dentre os pacientes 20 eram meninos (57%) e 15 meninas (43%), com média
de idade de 9,62 anos, variando entre 6 e 15 anos de idade. O número de
meninos atendidos na psicomotricidade é 3 vezes o número de meninas; não
existe explicação para o fato, mesmo em se considerando que os atendimentos
são de crianças encaminhadas pelas escolas por hiperatividade e déficit de
atenção. Observou-se que o número médio de irmãos é de 1,74 por paciente,
variando de 0 a 6 irmãos, sendo que 5 pacientes são filhos únicos. Dos 60
irmãos, 35 são do gênero masculino (58%) e 25 são do gênero feminino (42%),
com média de idade de 15,82 anos, variando de 5 meses a 33 anos de vida.
Com relação à condição de moradia, 21 famílias (60%) moram em casa própria,
4 famílias (11%) em casa alugada e 10 famílias (19%) moram em casa cedida
pela Prefeitura ou por alguém da família estendida. Todas as casas são
construídas de alvenaria e têm 3,65 cômodos em média, variando entre 2 e 7
cômodos, com 4,62 moradores por casa em média, variando entre 2 e 11
moradores. Na região onde moram estas famílias, 100% tem água encanada,
91% (32 famílias) têm rede de esgoto e 9% (3 famílias) não possui rede de
esgoto. Em suas casas, 100% das famílias possuem geladeira e televisão, 94%
(33 famílias) têm rádio; 49% (17 famílias) têm computador; 37% (13 famílias)
possuem carro próprio. Em relação ao transporte coletivo, 69% (24 famílias)
têm transporte coletivo próximo da casa; e para 31% (11 famílias) o ponto de
ônibus fica mais distante. Com relação aos equipamentos de saúde, 60% (21
famílias) têm Posto de Saúde próximo da casa e 40% (14 famílias) não têm ou
não sabem se têm. Como se pode observar as famílias que moram em casa
própria ou cedidas têm, na média, piores condições socioambientais se
comparadas com as moradoras de casas alugadas que tem serviços sociais
mais próximos e de melhor qualidade. A maioria das famílias é sustentada pelo
pai, correspondendo a 55% delas (19 famílias); 31% (11 famílias) são
sustentadas pelas mães, e 14% (5 famílias) por outras pessoas como os tios
dos pacientes. Duas delas são sustentadas exclusivamente pelo Benefício de
Prestação Continuada (BPC) recebido pelo paciente. O benefício do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) é recebido por 24 pacientes (69%); e 11
pacientes (31%) não recebem qualquer ajuda do Estado. O lazer de 29%

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

526
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dessas famílias (10) é o passeio do ATENDE nos finais de semana; as 71%


restantes (25 famílias) não tem nenhum tipo de lazer. Este lazer oferecido pelo
Estado indiretamente, nos finais de semana, não é aproveitado por mais
famílias porque só podem participar o paciente e 1 acompanhante. Com relação
à região que habitam, os pacientes são todos vizinhos da UNISA, Campus I. Em
sua região de moradia, 91% das famílias (32 famílias) declararam que existem
escolas públicas. O diagnóstico médico é de Paralisia Cerebral para 49% dos
pacientes; para os 51% restantes, são descritos diversos outros diagnósticos.
Do total, somente 46% dos pacientes (16) frequentam escola. Quanto ao tipo de
deficiência, 26% dos pacientes (9 pacientes) apresentam deficiência motora,
68% (24 pacientes) apresentam deficiência múltipla, 6% (2 pacientes)
apresentam deficiência cognitiva e nenhum apresentou somente deficiência
visual. Deles, 18 frequentam escola (51%), 13 não fequentam e 4 já
freqüentaram (1 com deficiência motora e 3 com deficiências múltiplas). No que
se refere a conseguir uma vaga na escola, os responsáveis por 4 pacientes com
deficiência motora, por 4 dos pacientes com deficiência múltipla e por 1
paciente com deficiência cognitiva relataram terem encontrado dificuldades para
conseguir a matrícula. Daqueles que estão na escola, frequentam escola
pública em sala regular todos os 7 pacientes com deficiência motora, 5
pacientes com deficiências múltiplas e os 2 com deficiência cognitiva. A sala
especial em escola pública é freqüentada por 3 pacientes com deficiências
múltiplas. Somente 1 paciente, com deficiências múltiplas, freqüenta escola
particular, em sala regular. No que diz respeito às adaptações escolares, os
responsáveis por 13 dos pacientes relatam que as escolas apresentam
adaptações. Sobre o acompanhamento em sala de aula, dos pacientes com
deficiência motora somente 1 tem a auxiliar de sala; dos pacientes com
deficiência múltipla, 1 tem auxiliar de sala, 2 a mãe ou o pai frequentam junto
com o paciente a sala de aula e 1 vai acompanhado de cuidador; dos pacientes
com deficiência cognitiva 1 tem auxiliar de sala. Todos os pacientes gostam de
ir a escola, exceto 1 paciente com deficiência motora. A dificuldade com a
matrícula, com a adaptação do ambiente e a falta de auxiliar de sala são os
motivos apresentados pelos pais e que correspondem a falhas na obrigação do
Estado. Além dessas, o transporte escolar não atende a todos os estudantes o
que dificulta ainda mais o acesso. A respeito de discriminação e manifestação
de preconceito, os responsáveis declaram que 3 dos pacientes com deficiência
motora, 2 dos pacientes com deficiências múltiplas e os 2 pacientes com
deficiência cognitiva já foram vítimas desses comportamentos por parte de
colegas e professores. A respeito dos pacientes que nunca freqüentaram a
escola ou deixaram de freqüentar, os responsáveis informam que para 5 deles
(1 com deficiência motora e 4 com deficiências múltiplas) não há adaptações
adequadas para a atividade; para 3 deles (1 com deficiência motora e 2 com
deficiências múltiplas) a escola não providenciou as adaptações adequadas.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

527
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Para 8 deles, todos com deficiências múltiplas, os pais consideram que a


condição da criança impede a freqüência escolar; e para uma criança com
deficiências múltiplas os responsáveis estão procurando uma escola com
classe especial. Quanto à locomoção para a escola, os pacientes vão a pé, no
carro dos pais ou de ATENDE, dependendo do nível de comprometimento e da
distância entre a escola e a moradia. O fato da maioria dos pacientes terem
diagnóstico de paralisia cerebral e serem os com menor frequência à escola,
pode indicar o despreparo dos ambientes para a recepção deles, não só no que
diz respeito às adaptações arquitetônicas em si, mas também ao preparo do
corpo docente. Deve-se considerar, é verdade, o nível de acometimento desses
potenciais alunos; no entanto, ficam ainda de fora aqueles considerados sem
possibilidades de frequência escolar. Mesmo assim, a porcentagem de
matriculados é 23% menor que os da mesma região, cabendo esforço para
melhorar essa porcentagem. De 19 diagnósticos, 10 referem-se a doenças
genéticas e indicam a necessidade de conhecimento de condições especiais,
tanto por parte dos professores e funcionários das escolas, como por parte dos
fisioterapeutas. Alguns autores explicam a resistência de parte dos educadores
de classe regular em aceitar as crianças e adolescentes com alguma
deficiência, devido à falta de informação e esclarecimento acerca das
deficiências em consequência da escassa participação dos mesmos em
palestras ou cursos sobre o tema.
A atuação do fisioterapeuta na escola vai trazer mais luz sobre as necessidades
e condições necessárias para o preparo que as crianças precisam para serem
incluídas, sobre as especificações de adaptação ambiental, sobre as falhas de
avaliação de possibilidades dos alunos e sobre o trabalho de apoio ao
aprendizado, do fisioterapeuta ao lado professor. Essa nova visão permitirá
atuação mais integrada das sessões de fisioterapia no ambulatório com a
inclusão escolar. É nesse sentido que disciplinas como fisioterapia pediátrica e
estágios em área de fisioterapia em pediatria devem preocupar-se com a
formação desse profissional no sentido específico da inclusão.

CONCLUSÃO:
Pode-se concluir que o número de pacientes da fisioterapia que não frequentam
a escola é maior do que os que frequentam. Que os pacientes que apresentam
deficiência motora e cognitiva vão mais a escola do que os com deficiência
múltipla. A maioria dos pacientes que vão à escola, estão matriculados em
colégios públicos e em sala regular.
Disciplinas como o estágio na rede pública de educação permitem ao
fisioterapeuta a relação direta com o professor, com os responsáveis e com os
estudantes em seu ambiente de estudo, criando um vínculo mais favorável à
inclusão escolar que permita a participação na comunidade e o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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desenvolvimento da autodeterminação dos educandos. Os objetivos da


Fisioterapia ganham com essa intervenção um novo horizonte na participação
da construção da cidadania da criança com deficiência.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei 8.069, de 13 de julho de
1990. Dispões sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Brasília:
Casa Civil, 1990. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069Compilado.html Acessado em 26
fev. 2009.

BRASIL. Presidência da República. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº


9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Brasília: subchefia de Assuntos Jurídicos, 1996. Disponível
em http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf1/proejalei9394pdf Acessado em
26 fev. 2009.

MAZZOTTA, José da Silveira; SILVA, Lívia Joelma Almeida de Lima.


Importância da Inclusão escolar na Reabilitação Fisioterapêutica de Crianças
com Paralisia Cerebral. Cadernos de Pós- Graduação em Distúrbios do
Desenvolvimento, São Paulo, v. 9, n.1, p. 9-32, 2009.

________________________________________________________________
Grupo de Pesquisa: Bioetica, saúde pública, formação profissional em
fisioterapia.
Palavras-chave: inclusão, deficiência, educação, escolaridade, fisioterapia

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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A PARTICIPAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO E


PROMOÇÃO À SAÚDE DAS CRIANÇAS USUÁRIAS DE
CRECHES
JESSICA KARINE ARANHA SILVA(1)

DAMARIS GOMES MARANHAO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Na segunda metade da década de sessenta, as mulheres assumem um papel
ativo na sociedade e começam a reivindicar creche para compartilhar o cuidado
dos filhos. Posteriormente, com base em estudos sobre a importância desse
espaço para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças, especialistas
conseguem influenciar a nova legislação do país, que em 1988, na nova
Constituição, reconhece a creche como direito da criança e espaço de
educação infantil. A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
de 1996 as creches passam a fazer parte do sistema de ensino básico do
Brasil, que refere que a educação infantil é a primeira etapa da educação
básica, e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis
anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade. Segundo dados da
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, em novembro de 2008 havia
na cidade um total de 1.234 creches públicas ou conforme a nova denominação
Centros de Educação Infantil atendendo 109.218 crianças. Destas, 311
unidades são administradas diretamente pelo município, 296 também
funcionam em prédio publico, mas são administradas por entidades sociais e
590 funcionam em prédios particulares, conveniadas com o município. Por se
tratar de uma instituição que agrupa crianças menores de cinco anos, faixa
etária que está em uma fase de intenso processo de crescimento e
desenvolvimento, com os sistemas orgânicos ainda imaturos; dependentes de
cuidados dos pais ou responsáveis, portanto mais vulneráveis, demanda
cuidados individualizados e coletivos que visem à promoção da saúde e a
prevenção de agravos. Além disto as características etárias e da instituição
educacional são apropriadas para que se desenvolva nas crianças habilidades
para o cuidado de si, do outro e do ambiente. Para tanto as diretrizes de
creches nacionais prevê que não basta “guardar” e alimentar a criança
garantindo apenas sua sobrevivência e integridade física na ausência dos pais
ou outros familiares, mas, a missão da creche como instituição de educação
infantil é cuidar e educar de forma simultânea, articulando saberes do campo da
educação e da saúde. Considerando que cuidar é uma atitude que se desdobra
em procedimentos, e cujo processo é foco de estudo e trabalho do enfermeiro,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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a questão que origina esta pesquisa é como este profissional pode contribuir
para o cuidado infantil e promoção à saúde neste contexto.

OBJETIVO:
Descrever a participação do enfermeiro no cuidado da criança e promoção a
saúde no contexto da creche.

METODOLOGIA:
Revisão de literatura em periódicos indexados nos sistemas LILACS, SCIELO,
BDENF, no site Scholar Google e em documentos oficiais, a partir dos
descritores: creches; enfermagem; educação infantil; promoção da saúde. O
recorte temporal foi de 1999 a 2009, em textos publicados em língua
portuguesa. Foram analisados 12 artigos, capítulos de livros específicos sobre o
tema, documentos oficiais da SME e do Ministério da Saúde Os textos foram
analisados por meio de leitura analítica e de síntese, resultando em duas
categorias temáticas: a) Histórico da inserção e ações dos enfermeiros nas
creches paulistanas e b) As responsabilidades do enfermeiro na atenção básica
a saúde das crianças usuárias de creche.

RESUMO:
Histórico da inserção e ações dos enfermeiros nas creches paulistanas

As primeiras creches públicas municipais de São Paulo foram implantadas em


meados de 1970 pela Secretaria de Bem Estar Social de São Paulo, que
publicou em 1973 uma programação de saúde, escrita por enfermeiros,
nutricionistas e médico pediatra que compunha a equipe central de
planejamento e supervisão. As atividades do enfermeiro incluiam a vigilância
nutricional, consulta e prescrições de enfermagem, educação continuada das
equipes locais, vigilância epidemiológica, avaliação dos cuidados prestados às
crianças. Além dessas ações periódicas os enfermeiros necessitavam treinar as
“pagens” - denominação do cargo das pessoas leigas que cuidavam das
crianças nas creches – e delegar e supervisionar cuidados específicos de
promoção e controle de saúde das crianças, ao gerente da unidade ou a outra
pessoa que tivesse disponibilidade para tal, tais como: oferta de suplementos
vitamínicos e sais minerais; controle biométrico, observação do estado de
saúde das crianças pela manhã; encaminhamento ao serviço de saúde ou
afastamento temporário das atividades da creche para evitar disseminação de
infecções comunitárias e registro de intercorrências. Inicialmente, conforme a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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programação, a enfermeira treinava uma pagem que segundo sua avaliação


apresentasse interesse e habilidades para exercer estas atividades, e que
passava a exercer então a função de “atendente de enfermagem”, categoria
que na época estava prevista pelo Conselho Federal de Enfermagem. Em 1975
é substituída por auxiliares de enfermagem que passam a fazer parte da equipe
de cada unidade. A partir de 1980, com a ampliação do número de creches
municipais e conveniadas em todos os bairros da cidade, foram contratados
enfermeiros e nutricionistas para compor as equipes regionais, uma vez que a
supervisão havia sido descentralizada. Neste período também é revista a
programação de saúde, que passa a ter maior foco nas ações de vigilância das
doenças transmissíveis e prevalentes na infância, com revisões posteriores,
mas que mantém a mesma prioridade até mais ou menos o ano de 2001,
quando as creches são transferidas para a Secretaria Municipal de Educação.
No ano de 1990 é publicado um documento da Secretaria do Estado do Menor,
órgão estadual que implanta algumas unidades de creches e pré-escolas
publicas na cidade de São Paulo, e que tem como objetivo integrar o cuidado a
educação infantil, em consonância com as recomendações de especialistas em
educação infantil. Nesta programação é previsto um enfermeiro para supervisão
técnica de cada cinco creches que incluía em sua equipe dois técnicos de
enfermagem. Mudanças políticas e administrativas resultaram na extinção deste
programa, mas algumas unidades até 1999 mantinham este modelo. Tanto
neste modelo quanto no das creches municipais algumas unidades continuam
mantendo os auxiliares e técnicos, mas, sem supervisão do enfermeiro, o que
contraria a Lei do Exercício Profissional de Enfermagem. Segundo a mesma
autora refere em outro artigo publicado no ano 2000, a auxiliar de enfermagem
tem como papel orientar as educadoras e fazer cumprir as normas de higiene,
mas a qualidade dos cuidados com a saúde não passa simplesmente pela
normatização de regras, e sim pela interpretação que o educador faz destas
regras e pelas condições reais que encontra para operacionalizá-las. Segundo
outra pesquisadora, nas creches que não possuem auxiliares, técnicos de
enfermagem e enfermeiros, a responsabilidade do processo de cuidar e educar
é das professoras e do gerente da instituição, o que os tornam as primeiras
pessoas a tomarem decisões quando a criança manifesta alguma alteração no
estado de saúde, assim como no planejamento dos cuidados em contexto
coletivo: acolher, alimentar, proteger, limpar, fazer dormir, promover ambientes
adequados para dormir e brincar, e também administrar medicamentos orais e
primeiros socorros no caso de emergências que ocorram durante o período em
que a criança está na instituição.

As responsabilidades do enfermeiro na atenção básica a saúde das crianças


usuárias de creche.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Em decorrência de modificações nos programas e vinculação da rede de


creches publicas, o enfermeiro passa a ter um papel indireto relativo ao cuidado
da criança neste contexto. O Ministério da Saúde prevê, no Manual de
Enfermagem do Programa de Saúde da Família (PSF), que os enfermeiros
devem acompanhar os principais problemas encontrados nas instituições de
educação infantil de sua área de abrangência, como as infecções respiratórias
agudas e as doenças diarréicas, acompanhar o crescimento infantil e a situação
vacinal. Sugere que os enfermeiros orientem os educadores das creches
quanto às técnicas de higiene, técnica de troca de fraldas, para evitar a
disseminação de doenças e para organização do espaço. Recomenda que o
ambiente em que as crianças permanecem, brinquem, fiquem distante daqueles
que trocam ou lavem as fraldas, sobretudo dos ambientes em que se prepara
ou servem alimentos para evitar a contaminação e propagação de doenças de
transmissão fecal-oral. Prevê também que o enfermeiro que compõe a equipe
do PSF, atue em conjunto com as famílias e educadores, mas, sobretudo com
as crianças, promovendo a aquisição de competências, que incluem:
comunicação, higiene, imunizações, sono, nutrição, afeto, segurança,
brincadeiras, cuidados dentários, disciplina e auto-estima, considerando as
necessidades de desenvolvimento intelectual com o acesso ao saber, bem
como o direito a socialização e aos cuidados assistenciais específicos e
necessários. Especifica que em relação à nutrição, os educadores precisam
ajudar a criança no processo de adaptação aos novos alimentos e à forma de
apresentação das refeições no contexto da creche. A refeição deve ser
realizada em local adequado, os alimentos devem estar distribuídos de forma
atrativa, sendo diversificados durante os dias. No caso de crianças que ainda se
alimentam do leite materno, se possível estimular a mãe à comparecer na
instituição, disponibilizando uma sala arejada para que a mesma sinta-se
confortável para a amamentar, já em casos que a mãe não pode comparecer à
instituição, os cuidadores devem fornecer em um copinho o leite materno
ordenhado. Para que a criança repouse, recomenda ambiente arejado e
tranqüilo e em casos que a criança se nega a dormir, o mais apropriado seria
disponibilizar alguma atividade adequada para sua faixa etária. Com base
nestas recomendações e articulando com o artigo sobre a reflexão da
participação dos enfermeiros na creche, onde a autora discorre sobre a
necessidade de formação dos educadores para estes e outros cuidados
integrados as atividades pedagógicas, que é preciso prever um programa de
educação básica e continuada dos professores no qual haja participação do
enfermeiro, por este ser o profissional que possui estas competências. Quanto
às ações de vigilância do crescimento, as autoras do documento do Ministério
da Saúde, reconhecem que é necessário que sejam realizadas por um
profissional de saúde: dados como peso, altura e aceitação alimentar devem
ser observados e anotados, porém enfatizam que é necessário ouvir as

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

533
UNISA - Universidade de Santo Amaro

informações dadas pelos educadores e pelos pais, pois compartilham cuidados


com as crianças. As autoras reiteram que essas atitudes de cuidado não devem
ser de forma alguma negligenciados ou desvalorizados, então se faz necessário
que todo profissional dos serviços de Educação Infantil desenvolvam
habilidades para desenvolver competências para atender essas necessidades
infantis. Para tanto, recomendam que os enfermeiros devem realizar ações
educativas nas creches para o treinamento e cuidado de saúde da equipe de
educadores em geral e para a organização do ambiente físico. Em contrapartida
não basta colocar essas informações a dispor do profissional educador; muitas
vezes os cuidados prestados por eles são com base no senso comum, ou
através de percepções do dia-a-dia, por isto é importante que sejam
supervisionados e acompanhados periodicamente pelas equipes de saúde das
Unidades Básicas de Saúde. Entretanto, em pesquisa publicada em 2007, os
autores referem que esta interação entre creches e os serviços de saúde são
praticamente nulos, que acontecem apenas em algumas circunstâncias, como
em campanhas de vacinaçã. Então pode-se perceber que não há a devida
interação entre os serviços das Unidades Básicas de Saúde e as creches,
comprometendo a comunicação entre ambas e em conseqüência o cuidado e a
promoção da saúde da criança usuária de creche.

CONCLUSÃO:
O enfermeiro participou da implantação, expansão e manutenção da rede de
creches publicas da cidade de São Paulo durante trinta anos, mas vem
enfrentando desafios para continuar contribuindo para o cuidado e promoção a
saúde das crianças usuárias destes serviços. Mudanças nos programas e na
vinculação das creches que passaram da responsabilidade das Secretarias de
Assistência Social para a Secretaria de Educação, repercute na inserção e
papel dos enfermeiros neste contexto e espera-se que o enfermeiro da Unidade
Básica de Saúde contribua na formação dos educadores e gerentes das
creches bem como na vigilância a saúde das crianças e equipe. Entretanto na
literatura aponta-se as dificuldades da operacionalização destes pressupostos,
devido as falhas na interação entre serviços de saúde e educacionais. Conclui-
se que há necessidade de pesquisa sobre o tema, sobretudo sobre como o
enfermeiro inserido nos serviços de atenção básica vem atuando nas creches
de sua área de abrangência, tanto na perspectiva dos serviços de saúde como
das equipes dos serviços educacionais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
- Maranhão DG. Reflexões sobre a participação dos profissionais de
enfermagem nas creches. São Paulo 1999; 12(2): 35-46.
- Veríssimo MLOR. Ações de enfermagem para a promoção da saúde infantil.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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In: Brasil. Ministério da Saúde. Programa Saúde da Família. Manual de


Enfermagem: saúde da criança. Brasília, DF; 2001. p.119-126.
- Verríssimo MLOR, Rezende MA. O cuidado da criança na creche e pré-escola.
In: Santos LES. Creche e pré-escola - uma abordagem de saúde. São Paulo:
Artes Médicas, 2004.

________________________________________________________________
1- Aluna do oitavo semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da
Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP.
2- Orientadora. Enfermeira. Doutora em Ciências da Saúde. Professora Titular
da Faculdade de Enfermagem da Universidade Santo Amaro. São Paulo, SP.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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A RELAÇÃO DA ENFERMAGEM COM PACIENTE EM ESTADO


TERMINAL SOB CUIDADOS PALIATIVOS
MARIA CRISTINA QUEIROZ MENDES(1)

CLAUDIA POLUBRIAGINOF(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Cuidado Paliativo é um conjunto de atos multiprofissionais que têm por objetivo
efetuar o controle dos sintomas do corpo, da mente, do espírito e do social, que
afligem o homem na sua finitude, isto é, quando a morte dele se aproxima. Na
maioria das vezes, a família é também abraçada pela equipe multiprofissional,
pois ela compartilha do sofrimento do paciente. Prolonga-se após a morte sob a
forma de atendimento do luto dos familiares (1).
Os profissionais que compõem a equipe são os que controlam os sintomas do
corpo (médico, enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional), da mente
(psicólogo, psicoterapeuta, psiquiatra), do espírito (padre, pastor, rabino, guru,
sacerdotes das diferentes crenças religiosas referenciadas pelos pacientes), e
do social (assistente social, voluntários). Além disso, na dependência da
evolução clínica do caso, outros profissionais e especialistas poderão ser
chamados a cooperar com a equipe. Não existe mais o objetivo de CURAR o
paciente, pois a doença está em fase progressiva, irreversível e não responsiva.
Trata-se daquela fase tão rotineira quando o médico diz à família “NÃO HÁ
MAIS NADA O QUE FAZER”, e assim condena irremediavelmente o paciente ao
abandono, a ficar entregue ao seu sofrimento, com ou sem esperança de um
milagre (1).
O cuidado paliativo promove o alívio da dor e de outros sintomas estressantes,
considera-se aqui os sintomas estressantes para o doente, principal foco da
atenção; reafirma a vida e vê a morte como um processo natural, condição
fundamental para quem deseja trabalhar com Cuidados Paliativos é ter sempre
presente o sentido da terminalidade da vida. O que não significa banalizar a
morte e nem deixar de preservar a vida; não pretende antecipar e nem
postergar a morte; integra aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado;
oferece um sistema de suporte que auxilie o paciente a viver tão ativamente
quanto possível, até a sua morte; oferece um sistema de suporte que auxilie a
família e entes queridos a sentirem-se amparados durante todo o processo da
doença (2). Entretanto, onde se encaixa o Enfermeiro dentro deste universo a
ser descoberto e tão pouco explorado, sobretudo no Brasil?
Assim, este trabalho tem como objetivos descrever a importância do cuidado
paliativo ao paciente em fase terminal, descrever o entendimento da morte para
os profissionais de enfermagem que fazem parte da equipe multidisciplinar de
cuidados paliativos.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

OBJETIVO:
Descrever a importância do cuidado paliativo ao paciente em fase terminal.
Descrever o entendimento da morte para os profissionais de enfermagem que
fazem parte da equipe multidisciplinar de cuidados paliativos.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa em que
foram utilizadas as bases de dados online LILACS, SCIELO, BDENF, os
descritores utilizados foram: cuidados paliativos, morte, enfermagem, UTI,
paciente terminal, assistência paliativa. Na busca foram considerados os títulos
e os resumos para a seleção, sendo destacados os resumos e os textos
completos dos artigos. Como critérios de inclusão foram considerados textos
nacionais, que abordavam os princípios dos cuidados paliativos, publicados no
período de 2003 a 2009. Foram encontrados 101 artigos, sendo selecionados
46 artigos conforme sua pertinência e relevância junto ao assunto tratado.

RESUMO:
Aspectos históricos
Por muito tempo o termo Hospice foi usado para referenciar a prática dos
cuidados paliativos; no século IV, estes locais ofereciam ajuda e hospedagem
aos viajantes, peregrinos e pobres enfermos; eram dirigidos por religiosos e ali
se prestavam cuidados alimentares, higiênicos e curativos aos ferimentos. A
partir de 1842, criou-se na França um local específico para cuidar de pessoas
em fase terminal, daí para frente outros movimentos semelhantes surgiram na
Inglaterra e em 1902 cinco irmãs católicas fundam o St. Joseph em Londres,
local com 30 camas para cuidar dos pobres enfermos, o objetivo era fornecer
cuidados básicos e ajuda espiritual. Em 1952 a enfermeira Cicely Saunders
começa a trabalhar no local e durante sete anos desenvolve conceitos e
técnicas para o controle da dor e cuidados totais aos enfermos. Inicia-se o
conceito de Hospice e Cuidados Paliativos com uma concepção ampla e
científica; neste ínterim, Cicely forma-se em Medicina e funda o St. Christopher
em Londres (1967) o qual dá início ao movimento que se espalha para todos os
países da língua inglesa (1).
O termo Cuidados Paliativos passou a ser adotado, em função das dificuldades
de tradução fidedigna do termo Hospice em alguns idiomas. A OMS publicou
sua primeira definição de Cuidados Paliativos em 1986. Cuidado ativo e total
para pacientes cuja doença não é responsiva a tratamento de cura. O controle
da dor, de problemas psicossociais e espirituais são primordiais. O objetivo do
Cuidado Paliativo é proporcionar a melhor qualidade de vida possível para
pacientes e familiares (2). Muitos países programaram suas ações ou iniciaram

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suas atividades entre 1999 e 2001. No Brasil, observou-se igualmente o


surgimento de vários serviços nesta mesma época (2).

Pacientes que necessitam de cuidados paliativos


Atualmente o Cuidado Paliativo é em sua maioria, oferecido aos pacientes
portadores de câncer avançado e AIDS, mas dele também se beneficiariam
casos de insuficiência cardíaca congestiva, renais crônicos, hepatopatas
crônicos, pneumopatas crônicos, neuromotores, mal de Parkinson, mal de
Alzheimer, idosos portadores de graves seqüelas causadas por diversas
doenças, sendo nos dia atuais ampliado para as áreas de neonatologia e
pediatria, em atenção às especialidades de hematologia, oncologia pediátrica,
aos prematuros extremos, bebês com má-formação congênita grave, entre
outras doenças raras (1).

Cuidado paliativo e morte


Ao analisar historicamente as representações da morte percebe-se que houve
uma importante alteração na trajetória da morte, que, de familiar e conhecida,
passou a ser completamente negada e relegada. Na Idade Média, a morte era
aceita como um acontecimento natural, que acontecia em casa, acompanhado
dos familiares. Até o século XX o médico apenas acompanhava o doente no
processo de morrer. Foi a partir deste século que o médico começou a lutar
contra a morte dos pacientes. Contudo somente após a década de 30
começaram a crescer o número de pessoas que morriam em hospitais.
Atualmente, principalmente nas UTIs, devido à existência de tecnologias
modernas e sofisticadas a morte é vista como um fracasso ou imperícia, e por
isso deve ser escondida (3).
Após determinado período, por falência do tratamento ou recidiva, a doença
evolui de forma progressiva e inversamente proporcional à condição clínica e
capacidade funcional do doente. O declínio é perfeitamente visível, e os
Cuidados Paliativos se tornam imperativos. Chega-se a um período no qual a
morte é inevitável e uma cadeia de sinais e sintomas anunciam sua
proximidade. Esse período, chamado de fase final da vida, requer atenção
especial, vigilância intensa e uma terapêutica especializada e absolutamente
voltada para o alívio dos sintomas do paciente. O objetivo da assistência a essa
fase da vida é proporcionar o devido conforto sem que a consciência fique
comprometida a ponto de tirar do paciente sua capacidade de se comunicar (2).
Morte e equipe de enfermagem
Prestar um cuidado competente, qualificado e diferenciado ao fim da vida é
responsabilidade de todos os profissionais de saúde, cada um focando um
ângulo diferente, de acordo com sua formação e especialidade. No entanto, a
enfermagem e, especialmente, o enfermeiro, tem enorme potencial para
otimizar esse cuidado. No plano técnico, o enfermeiro desempenha um papel

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impar, é um excelente avaliador dos sintomas e suas intensidades (não só a


dor), estar atento aos sintomas de natureza não apenas física, pode ajudar
muito a prevenir complicações indesejáveis, tem a arte do manejo das feridas e
de saber como lidar com suas limitações que vão surgindo a cada dia, mesmo
que eles não tenham possibilidades cura clínica, que possam ter sua condição
de ser humano e ser social ativo, não apenas na dimensão biológica (2).
Os profissionais empenhados em sua tarefa de cuidar nem sempre conseguem
promover o seu controle. Podem perceber que o seu trabalho não está sendo
reconhecido e se sentem agredidos por sentimentos expressados pelos
pacientes e familiares. Esse fato leva a sobrecarga afetiva, que às vezes se
manifesta através de sintomas físicos o do adoecimento, resultando na
síndrome de “Burnout”, entendida como uma reação à tensão emocional
crônica de pessoas que cuidam cotidianamente de outros seres humanos (2).
Há que se destacar que, possivelmente, o sofrimento dos trabalhadores de
enfermagem seja maior do que os demais profissionais, o impacto da morte dos
pacientes representa o insucesso de todo os esforços e investimentos feitos
pela equipe durante a internação (3).

CONCLUSÃO:
Nada transforma tanto o homem quanto a constatação de seu fim pode estar
próximo. A cura deixa de ser meta, e o cuidado passa a ser paliativo. A
assistência ao paciente impõe outras prioridades: controlar os sintomas, aliviar
o sofrimento, promover a autonomia do paciente, prevenir a solidão, estabelecer
o apoio emocional ou espiritual, contribuir para a sua auto-estima e estabelecer
canais afetivos de comunicação com o paciente e seus familiares.
A equipe de cuidados paliativos é muito importante, não apenas no momento do
diagnóstico, mas durante todo o processo de acompanhamento do paciente até
a morte. A família e o paciente requerem ajuda para lidar com a falta de
aceitação da doença, com a angústia, os sentimentos de revolta e perda que os
acometem. É necessário proporcionar a certeza de que eles não estão
sozinhos, oferecendo cuidado de forma holística, lidar com as limitações do
paciente de forma humanizada, associado ao controle de todos os sintomas,
principalmente a dor. A equipe proporciona ao paciente o morrer com
dignidade.
O enfermeiro é de fato o profissional mais importante para o paciente nesta fase
e a sua permanência junto ao paciente é maior do que a dos outros
profissionais de saúde. É o detentor de conhecimentos e habilidades
específicas para o ato de cuidar, o qual não deve se restringir a fazer curativos
e administrar medicações e outros cuidados indispensáveis para o bem estar do
paciente Identifica as necessidades físicas, psíquicas, sociais e espirituais,
assumindo, assim, a posição central na equipe de saúde, sendo o elo entre os

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vários profissionais envolvidos na assistência ao enfermo, além de ser o


profissional mais próximo e visível, é com ele que o paciente estabelece
vínculos, cria laços afetivos que lhe tragam tranqüilidade em relação à sua
segurança e saúde.
O enfermeiro se depara com inúmeros sentimentos relacionados com o
processo de morte e morrer. Fica frente a frente com algo que não pode
dominar, quando a morte se torna presente, emerge sentimentos de impotência,
de culpa, de tristeza e medo.
Para a enfermagem, o atendimento aos pacientes graves e em situação de
morte iminente é um grande desafio. O desconforto de não saber lidar com a
morte é um fato comum no cotidiano dos profissionais de enfermagem nos
cuidados aos pacientes terminais. Ao se priorizar, no hospital, o salvar o
paciente a qualquer custo, a ocorrência da morte ou de uma doença incurável
pode fazer com que o trabalho do enfermeiro se torne sem significado.
Esse processo de cuidar e testemunhar a morte dos pacientes acarreta
frustração e provoca uma sensação de tristeza. O enfermeiro, na maioria das
vezes, é o primeiro profissional a lidar com a morte, uma vez que, presta desde
os mais simples aos mais complexos cuidados, principalmente, quando o
paciente se encontra em seu estágio final de vida. Observa-se que o sofrimento
das pessoas da equipe de enfermagem se máscara pelo cumprimento de
rotinas.
Evidencia-se então, a necessidade dos profissionais de enfermagem serem
preparados para lidar com o óbito daqueles que estão sob seus cuidados desde
a graduação. O foco do aprendizado é cuidar para o paciente voltar a ter saúde,
obter a cura da enfermidade, preservar a vida. Mas ao se deparar com a morte
de pacientes que não tem mais chances de cura, surge o sentimento de
impotência, frustração, despreparo. Com o passar do tempo, os profissionais
passam a se comportar, parecendo muitas vezes, banalizar o processo de
morte, tornando-se pessoas frias, que não demonstram sentimentos, o estresse
e a fadiga são evidentes, propiciando, muitas vezes, o desenvolvimento
psicopatologias relacionadas com a repressão dos sentimentos.
O referencial teórico estudado, ainda traz uma idéia de que ações para
minimizar o estresse da equipe de enfermagem refletem diretamente na saúde
dos pacientes, ou nos seus momentos finais. Os diversos cuidados, quando
realizados por profissionais altamente beneficiados pelo baixo nível de fadiga,
tornar-se-ão melhor administrados.
Ao doar-se nos cuidados e nos sentimentos humanos o enfermeiro recebe o
dom de saber o valor da vida, percebe que não é só através de tecnologia que
se cuida de um cliente e seus familiares, mas também a percepção de saber
seus reais sentimentos.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Figueredo, MTA Cuidados paliativos. Coletânea de textos sobre cuidados
paliativos e tanatologia. Disponível em:
http://www.ufpel.tche.br/medicina/bioetica/cuidadospaliativosetanatologia-pdf.
2006;14-61. Acesso em: 02 ago 2009.
2. Oliveira, RA. Cuidados paliativos. São Paulo. Conselho Regional de Medicina
do estado de São Paulo, 2008;17-62.
3. Shimizu HE. Como os trabalhadores de enfermagem enfrentam o processo
de morrer Rev Bras Enferm 2007; 60 (3): 257-62.

________________________________________________________________
1 Aluna do 8º semestre da Faculdade de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro (UNISA)
2 Orientadora, Enfermeira. Especialista em Enfermagem Psiquiátrica e Saúde
Mental e Qualidade em Serviços de Saúde. Professora da Faculdade de
Enfermagem da UNISA

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A SÍNDROME DE BURNOUT E A SAÚDE DO ENFERMEIRO


ANA PAULA COSTA SILVA(1)

ROSA MARIA BRUNO MARCUCCI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O trabalho de uma forma geral é uma atividade que traz diversos benefícios ao
indivíduo, como prazer, crescimento e desenvolvimento pessoal, capacitação
profissional e sobrevivência. Ele é exercido através da aplicação das forças
humanas com a finalidade de alcançar um determinado objetivo.
A profissão forma a identidade e o caráter do ser, assim como os diferentes
espaços de trabalhos compõem oportunidades diferenciadas para a aquisição
de propriedades qualificativas que formam a identidade do trabalhador.
Atualmente o mundo vem passando constantemente por momentos de
transição, onde o desenvolvimento tecnológico, o avanço científico, dentre
outros fatores tem alterado significativamente o modo de viver do homem,
exigindo cada vez mais do mesmo para que as novas necessidades sejam
atendidas. Essas mudanças possibilitaram as empresas o aumento da
produtividade, e como consequência, a busca por profissionais mais
qualificados e atribuídos de maiores responsabilidades, com a finalidade de se
alcançarem os lucros. Para que tivessem êxito nessas ações, os profissionais
tiveram que se adaptar às novas tendências de mercado, estando sujeitos a
diferentes variáveis que afetam diretamente o seu trabalho. Frente a isso,
pôde-se observar a preocupação com a saúde do indivíduo neste contexto, por
estar relacionado diretamente com a produtividade da empresa. Para que se
tenha o resultado esperado o trabalho dever ser exercido com qualidade. Em
contrapartida, muitas vezes, a organização não propicia um ambiente favorável
e condições que beneficiem o desenvolvimento e a produtividade do
trabalhador, tornando-o mais susceptível a doenças, desgastes físicos e/ou
emocionais e desmotivação. Além disso, a situação econômica atual com
baixos salários e desemprego obrigam, muitas vezes, os profissionais a atuar
em mais de um local de trabalho ou a se submeterem a grandes esforços para
mantê-lo (1).
A enfermagem é uma profissão que tem como essência o processo do cuidar,
buscando o bem estar bio-psico-sócio-espiritual do paciente, atuando na
prevenção, promoção e reabilitação da saúde. Para que esse processo
aconteça, esta é uma profissão que deve ser exercida de forma holística e
humanizada, livrando o paciente de danos decorrentes de imperícia,
imprudência e negligência. Porém, já há algum tempo, pode-se perceber uma
realidade diferente em que o enfermeiro vem deixando de cumprir o seu papel
de cuidador devido à inúmeras outras atribuições impostas pela profissão (1).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Atualmente, a área da saúde, mais especificamente a enfermagem, é


considerada como uma das mais estressantes, e isso se dão pelas condições
insatisfatórias do ambiente de trabalho, onde a exposição constante da saúde,
o contato direto com o sofrimento, morte, número insuficiente de profissionais,
grande número de tarefas e baixo apoio da chefia sobrecarregam o funcionário
tornando-o desmotivado e estressado. Fatores como estes podem levar ao
estresse ocupacional persistente, tornando-se crônico, o que pode resultar na
Síndrome de Burnout, doença característica destas situações, mas ainda pouco
conhecida pelos profissionais, mas que vem sendo muita estudada nos últimos
tempos pela sua alta incidência.
Profissionais que trabalham em contato direto com pessoas, como docentes,
médicos e enfermeiros, apresentam maior propensão para desenvolver a
Síndrome de Burnout. A prevalência em profissionais da saúde é incerta com
valor estimado de 30% e 47%. Sendo no Brasil de 10%. Estima-se ainda que,
para cada homem, duas mulheres apresentam a síndrome, fato esse explicado
pelas diversas funções que a mulher exerce, ou seja, além do trabalho, atua
também, como dona do lar, esposa e mãe (1).
Frente a isso, justifica-se a escolha do tema por perceber que muitos
profissionais não possuem conhecimento sobre a síndrome e pelo aumento
considerável dos casos nos últimos anos, sendo importante destacar as sérias
consequências causadas à vida do trabalhador.

OBJETIVO:
Aprofundar os conhecimentos sobre a Síndrome de Burnout, abordando suas
definições, características principais e, além disso, sua relação com a saúde do
enfermeiro, a fim de contribuir para que esses profissionais tenham
conhecimento sobre a sua existência e as sérias consequências que o portador
dessa síndrome pode vir a apresentar.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica via on-line utilizando-se as
bases de dados: Scielo, Lilacs, BDENF e Dedalus, a partir das seguintes
palavras chaves: Burnout; Enfermagem; Estafa profissional; Saúde do
Trabalhador.
Foram selecionados trabalhos científicos (artigos de periódicos e monografias)
publicados entre 1997 e 2009. Os artigos previamente selecionados foram
avaliados pelo conteúdo e a escolha se deu para os artigos que atenderam ao
objetivo proposto.

RESUMO:
Síndrome de Burnout

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Burnout vem do inglês, como expressão “queimar até a exaustão”, ou seja,


usado para designar aquilo que deixou de funcionar por exaustão de energia,
indicando uma condição de sofrimento psíquico, um colapso que sobrevém
após a utilização de toda a energia física e emocional disponível. É uma
resposta a um estresse crônico que de uma forma geral afeta diretamente a
produtividade, o relacionamento interpessoal, o desempenho de tarefas, a
qualidade de vida do individuo, do trabalho e da organização. Usado também
como gíria de rua, para se referir a alguém que se consumiu pelas drogas (2).
As primeiras pesquisas sobre a síndrome tiveram início nos Estados Unidos,
sendo na atualidade de interesse mundial por causa de seu impacto sobre a
saúde e sobre o desempenho do trabalhador e das suas conseqüências para a
empresa (2).
O termo Burnout foi inicialmente utilizado por Brandley, em 1969, mas ficou
conhecido em 1974 através de Herbert Freudenberger, médico psicanalista que
trabalhava com tóxico-dependentes em Nova Iorque. Ele descreveu que alguns
voluntários apresentavam uma crescente perda de energia até chegarem à
exaustão, mostrando-se ansiosos, menos compreensivos e depressivos, com
atitudes agressivas e com um tratamento distanciado em relação aos outros (3).
De uma forma geral a síndrome é definida como um fenômeno multidirecional,
ou seja, compreende um conjunto de três variáveis ou dimensões essenciais,
sendo a definição mais aceita pela maioria dos pesquisadores o conceito de
Maslach e Jackson que a define como um fator multidimensional e que envolve
três componentes: exaustão emocional, despersonalização e falta de realização
pessoal, a saber:
• Exaustão emocional (EE): ocorre quando a pessoa sente que não tem mais
energia para realizar as tarefas que exercia comumente, sente que esta sendo
exigido além dos limites, que o trabalho esta sobrecarregado e não dispõe de
recursos assistenciais suficientes para dar aos outros. O individuo sente-se
desgastado e com fadiga;
• Despersonalização (DE): o profissional se distancia dos seus colegas de
trabalho e das pessoas as quais deverá prestar o serviço. Normalmente as
relações se tornam impessoais e o serviço prestado muitas vezes não é de boa
qualidade. Os profissionais podem apresentar ansiedade, atitudes negativas,
irônicas e indiferentes em relação às outras pessoas.
Este comportamento é considerado como o elemento defensivo da síndrome;
• Falta de realização pessoal (RP): o indivíduo começa a analisar o seu trabalho
de forma negativa, senti-se insatisfeito, frustrado por idealizar um futuro
promissor e não conseguir alcançá-lo. Apresenta também sentimentos de
incompetência e baixa auto-estima profissional. Isso é muito comum no início de
carreira, onde os profissionais encontram-se inseguros em relação aos seus
conhecimentos, cheios de expectativas, planos e metas para o futuro e com o
passar do tempo acabam desiludidos por não conseguirem alcançar os seus

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objetivos e por vivenciarem uma realidade muitas vezes diferente do que


almejavam (2).
A manifestação desses sintomas pode ocorrer de forma isolada sem
necessariamente apresentar as três características ao mesmo momento e a
ocorrência de um componente tanto poderá antecipar o desenvolvimento dos
demais, como também poderá desenvolvê-las ao mesmo tempo (3).
A Síndrome de Burnout pode ser compreendida como um processo que
estabelece-se gradualmente e se inicia com o desenvolvimento de sentimentos
de baixa realização pessoal e esgotamento emocional em paralelo. Como forma
defensiva instala-se a despersonalização, acompanhado de comportamentos
negativos frente aos colegas de trabalho, clientes e a organização (2).
Por apresentar uma sintomatologia semelhante a outras patologias mentais
como estresse e depressão, ou mesmo por não se ter conhecimento sobre a
síndrome, foi criado um questionário para facilitar a identificação do diagnóstico.
Esse questionário contém perguntas que abrangem a tríade exaustão
emocional (EE), despersonalização (DE) e realização pessoal (RP).Ele foi
operacionalizado através do Maslach Burnout Inventory (MBI) e desenvolvido
por Maslach & Jackson. Carvalho desenvolveu uma adaptação brasileira
composto por 22 questões, onde 9 itens avaliam a exaustão emocional, 8 a falta
de realização pessoal e 5 a despersonalização. Para cada um dos itens existem
6 opções para medir a frequência que varia de muitas vezes ao ano a todos os
dias. Após a sondagem e computação das respostas é feita a somatória dos
itens baseado na tríade. O resultado poderá identificar se o profissional já tem a
síndrome ou se está propenso a desenvolvê-la. Atualmente existem três
versões de avaliação que são:
questionário Maslach Burnout Inventory (M.B.I.) - versão brasileira para a área
da saúde apresentado anteriormente, composto por 22 itens e que já possui
uma versão adaptada para o português; o MBI-Educators Survey (MBI-ES) -
para os profissionais da educação, e o MBI-General Survey (MBI-GS),
desenvolvido para pessoas que não estejam necessariamente em contato direto
com o público-alvo do serviço, este contendo 16 itens (2,3).
A Síndrome de Burnout integra a Lista de Doenças Profissionais e
Relacionadas ao Trabalho (Ministério da Saúde, Portaria nº 1339/1999). No
CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), recebe o código Z73.0, sendo
reconhecida como risco ocupacional para profissões que envolvem cuidados
com saúde, educação e serviços humanos (1).

Fatores de Risco

Estudos mostram que os fatores relacionados ao ambiente de trabalho têm


influência direta no seu desenvolvimento, mas que as características próprias
do individuo também devem ser consideradas. Normalmente os profissionais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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atingidos pela síndrome são pessoas com grande motivação e dedicadas ao


trabalho, que não sabem dizer não e que se ocupam com várias coisas ao
mesmo tempo, tornado-se compulsivas pelo trabalho a ponto de não medirem
esforços pela empresa, retirando dele grande parte de sua satisfação pessoal
(3).
Dentro dessa classe também são discutidas como influência ou fatores
facilitadores, as seguintes variáveis pessoais:
• Idade: indivíduos mais jovens são menos experientes, logo apresentam maior
dificuldade e menos segurança para enfrentar problemas e assumir
determinadas situações;
• Sexo: segundo pesquisas a incidência é maior em mulheres casadas.
Acredita-se que isso se dá pelas outras responsabilidades atribuídas à mulher
fora do trabalho, como ser dona do lar, mãe e esposa;
• Estado civil: alguns autores descrevem que a pessoa solteira, seja por
divórcio, viuvez ou simplesmente por estar sozinho fazem parte do público de
risco. Em contrapartida, estar só não é tido como único fator preocupante, a
qualidade do relacionamento também é relevante;
• Filhos: nesse caso há uma discordância de opiniões entre autores, enquanto
alguns acreditam que ser pai ou mãe ajuda o indivíduo a ter equilíbrio na
resolução de problemas, outros afirmam que ter filhos é estressante;
• Nível educacional: estudiosos acreditam que pessoas com nível educacional
mais elevado apresentam maior propensão ao Burnout.
Dentre os fatores relacionados ao trabalho podem ser destacados: sobrecarga,
relacionamento entre colegas; supervisores e clientes; tipo de ocupação
(assistencial/cuidador); tempo de experiência (há uma preocupação em ambas
as situações, tanto com profissionais experientes, quanto os inexperientes);
expectativas profissionais; pressão no trabalho; ambigüidade de papel;
responsabilidade; baixo apoio da chefia; turno de trabalho e baixos salários.
Por fim, os fatores sociais também podem contribuir com as seguintes
características: falta de suporte familiar, falta de suporte social, baixo prestígio e
cultura.
Sintomas:
De uma forma geral os sintomas de Burnout podem ser divididos em quatro
tipos: físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos(1).
a)Sintomas físicos *: fadiga constante e progressiva; dores musculares e/ou
osteomusculares; alterações do sono; enxaquecas; distúrbios gastrintestinais;
perda de peso; hipertensão; diminuição da imunidade; distúrbios
cardiovasculares e respiratórios; disfunções sexuais e nas mulheres podem
ocorrer alterações menstruais.
*Essas manifestações correspondem à fase inicial da síndrome.
b)Sintomas psíquicos: dificuldade de concentração; alterações da memória;
lentidão de pensamentos; sentimentos de alienação; solidão; impaciência;

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sentimento de impotência; frustração; mudanças bruscas de humor; baixa auto-


estima; apatia; desconfiança; desânimo, podendo evoluir para a depressão.
c)Sintomas comportamentais: irritabilidade; agressividade; incapacidade para
relaxar; dificuldade em se adaptar às mudanças; perda da iniciativa; com os
amigos e clientes o relacionamento é afetado pelo distanciamento e a
indiferença. Há uma tendência ao consumo de cafeína, álcool, tabagismo,
fármacos e até mesmo drogas. Os casos mais graves podem levar ao suicídio.
d)Sintomas defensivos: isolamento; sentimento de onipotência; perda do
interesse pelo trabalho; em alguns casos até pelo lazer; absenteísmo; intenção
de abandonar o trabalho ou mudar de profissão; ironia e cinismo também são
comuns.

Consequências de Burnout (2)


Qualquer alteração fisiológica ou patológica de uma pessoa antes saudável
muda e muitas vezes prejudicam o seu bem estar trazendo diferentes
consequências que podem acometer não só a vida do indivíduo como o
também o meio ao seu redor. Com a Síndrome de Burnout não é diferente, ela
pode se manifestar de diferentes formas em cada pessoa, isso dependerá das
características pessoais, fatores ambientais e do estágio da doença. Para
melhor classificar as consequências ocasionadas pela síndrome os autores
destacam de uma forma geral os prejuízos a nível individual, organizacional e
social.
• Nível Individual: para o indivíduo há todo um comprometimento físico, psíquico
e comportamental, procedentes dos sintomas clínicos, já citados anteriormente;
• Nível Organizacional: aumento dos gastos; absenteísmo; rotatividade de
funcionários; sobrecarga do quadro de funcionários; falta de interesse da equipe
por práticas inovadoras (em alguns casos); abandono do emprego; queda na
qualidade e produção no trabalho; predisposição a acidentes pela falta de
atenção.
• Nível Social:distanciamento dos familiares e prejuízos aos clientes

Prevenção e Tratamento (2)


Toda profissão ou ambiente de trabalho tem um alto potencial de ser
estressante, mas isso não significa que o profissional manifestará alguma
patologia,assim como a síndrome, isso vai depender do impacto causado à vida
do trabalhador.
Não há como prever doenças, mas é possível adotar medidas de prevenção.
Em comum em alguns artigos estudados, é tido como primeira medida
preventiva ter conhecimento sobre a síndrome, ou seja, se os profissionais
conhecerem sobre as características, manifestações e consequências de
Burnout, e compreenderem melhor a profissão tornam-se mais fácil adotar
medidas preventivas.

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De uma forma geral o ideal é buscar a qualidade de vida, através das seguintes
medidas: boa alimentação; praticar esportes; lazer; realizar atividades
prazerosas; distribuir as atividades de forma adequada; cultivar o
relacionamento entre amigos e familiares, arrumar um tempo para si e sempre
que possível relaxar.
No trabalho, mais direcionado a enfermagem: buscar um bom relacionamento
com os colegas de trabalho, clientes e chefia; buscar apoio dos colegas e
supervisores quando necessário; saber administrar o tempo; investir no
aperfeiçoamento; evitar longas jornadas de trabalho; tentar proporcionar um
ambiente agradável; aumentar a variedade de rotinas e rotatividade.
Vale ressaltar que é de extrema importância o papel da organização na
prevenção de Burnout, haja vista que os fatores organizacionais possuem
influência direta no seu desenvolvimento. Algumas medidas como propor
melhores condições ambientais e organizacionais de trabalho, programas de
socialização entre os membros da equipe e estímulo à participação ativa do
funcionário nas opiniões e decisões da empresa podem contribuir.
Nos casos em que o indivíduo já apresentar a síndrome o ideal é a procura de
um profissional qualificado que indicará o tratamento adequado.

A Síndrome de Burnout e a Enfermagem


Como pôde ser observado o fator que contribui para o surgimento da síndrome
é a relação direta com os outros indivíduos e a enfermagem é tida como umas
das profissões mais próximas dessa interação, apresentando diversas
características para o desenvolvimento de Burnout.
A enfermagem apresenta diversas condições insatisfatórias, com excessivo
número de tarefas, ritmo desordenado, funcionários muitas vezes mal
preparados, falta de material com constante improvisação, além das longas
jornadas. Na maioria das vezes a atuação do enfermeiro é no ambiente
hospitalar, onde há uma exposição diária a riscos, situações de dor, sofrimento,
o que interfere diretamente na saúde mental dos trabalhadores.
Todas essas situações vivenciadas pelos enfermeiros geram ansiedade,
estresse, transtornos emocionais e alteram significativamente a qualidade do
trabalho desempenhado pelo profissional e o relacionamento com as pessoas,
caracterizando a profissão como uma das mais favoráveis ao Burnout.

CONCLUSÃO:
A Síndrome de Burnout foi descoberta há poucos anos, sendo considerada uma
patologia característica da era moderna atual, aonde a preocupação com a
qualidade de vida no trabalho vem contribuindo significativamente para o
aumento de estudos a cerca do tema.
Diferentes profissões podem sofrer com a síndrome, principalmente as que

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atuam diretamente com pessoas, como é o caso da enfermagem, que


apresenta diversas condições insatisfatórias que se assemelham as
características do desenvolvimento de Burnout.
Pôde-se identificar através desse estudo a importância de se conhecer a
síndrome, para que os profissionais saibam de sua existência e consigam
adotar medidas de prevenção, visto que a sua incidência ainda é incerta, mas
apresenta um aumento considerável dos casos nos últimos tempos, trazendo
sérias consequências à vida do trabalhador, nos âmbitos individual,
organizacional e social.
Com isso, torna-se necessário o investimento em pesquisas cada vez mais
amplas sobre o tema, com a finalidade de contribuir no combate a Burnout.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Ribeiro CC, Barbosa JA, Oliveira MS. Síndrome de Burnout e a Enfermagem:
revisão de literatura [trabalho de conclusão de curso] Santos (SP): Universidade
Paulista; 2008.
2. Benevides-Pereira AMT. A Síndrome de Burnout. [acesso em 29 set 2009].
Disponível em:
http://www.prt18.mpt.gov.br/eventos/2004/saude_mental/anais/artigos/2.pdf.
3. Souza WC, Silva AMM. A influência de fatores de personalidade e de
organização
do trabalho no Burnout em profissionais de saúde. Estudos de psicologia. 2002;
19(1): 37- 48.

________________________________________________________________
Graduanda da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
UNISA – São Paulo/SP
(apaulacs@ig.com.br)
Professor assistente do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro UNISA – São
Paulo/SP , Disciplina de Enfermagem em Saúde do Adulto I

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AÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À CONTENÇÃO DE CUSTOS E


DESPERDÍCIO DE MATERIAL.
RAFAEL FERREIRA CUNHA(1)

Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A preocupação com os custos crescentes no setor de saúde, principalmente
nos hospitais, suscita a adoção de estratégias de controle cada vez maiores, no
sentido de garantir a viabilidade destas instituições.
A implementação de sistemas de gerenciamento de custos é importante para a
área de saúde, quando se visa à contenção de gastos sem a perda da
qualidade do serviço a que se propõe prestar. Para isso, é necessário o
envolvimento não só da área administrativa, mas também dos gerentes das
diferentes unidades que compõem uma instituição, pois cada integrante deve
contribuir, com seu conhecimento específico, na criação, implementação e
controle desse sistema, pois o conhecimento dos custos é passo fundamental
para a gestão das instituições de saúde.
Os profissionais que gerenciam as instituições de saúde – médicos,
enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, engenheiros, entre outros, precisam
ter conhecimento para lidar com os recursos e determinar quais as
necessidades da unidade, voltadas para produção de atividades como de apoio,
lembrando sempre que esses recursos são aspectos financeiros importantes
para a organização. Nos dias de hoje é impossível dentro do contexto
hospitalar, não pensar em controle de custos, principalmente dos materiais de
consumo, grande parte consumidos pela equipe de enfermagem. Esses custos
são relativos com medicamentos, materiais e equipamentos e representam o
segundo maior gasto para a instituição, não superando apenas o gasto com
pessoal1.
A presença de grandes estoques de alguns materiais e a escassez de outros,
dentro de um hospital, é talvez um dos pontos que mais afligem os profissionais
envolvidos com o processo gerencial. A escassez implica muitas vezes na
interrupção da assistência, levando a vivência de situações danosas e
estressantes para o cliente, família e profissionais. A presença de grandes
estoques de outros, ocasiona, além da perda de capital decorrente dos
problemas que surgem devido à falta de controle de estoque, a falta deste
mesmo capital para a compra dos demais materiais em falta1.
Com tudo isso, apesar do mercado de trabalho procurar cada vez mais pessoas
capacitadas, o enfermeiro fica dividido entre exercer atividades assistenciais
diretas aos clientes e resolver as atribuições administrativas. Fica então a seu
critério estabelecer um sistema de operacionalização entre administrar para o

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cliente, educar, promover e executar técnicas do cuidado com ele e manter a


organização hospitalar de acordo com as demanda da administração geral, ou
seja, controlar gastos, despesas e desperdícios2.

OBJETIVO:
Identificar a ação do enfermeiro frente à contenção de custos e desperdícios e
pontuar as estratégias de minimizar os desperdícios nas instituições de saúde.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo bibliográfico, tipo revisão de literatura, estruturada. Tem
como objeto de estudo 02 artigos de pesquisa e 01 teses em português,
indexados na base de dados em enfermagem, LILACS - Literatura Latino-
Americana e a do Caribe em Ciências da Saúde, e BDENF Base de dados de
Enfermagem, e tese encontrada no banco de teses da USP (Universidade de
São Paulo).
O recorte temporal foi de 2004 a 2008, tendo este corte de 4 anos justificado
pela necessidade de informações atualizadas sobre ação do enfermeiro frente à
contenção de custos e desperdício de material.
Os descritores utilizados para capturar os artigos foram de acordo com o DEC’S
(Descritores em Ciências da Saúde) – “custos de materiais”, “desperdício de
materiais”, e “enfermagem”.
Foram selecionados na LILACS: 21 artigos. Após leitura dos resumos, foram
descartados 20 artigos que não estavam de acordo com o tema, finalizando
com 1 artigo pertinente.
Foram selecionados na BDENF: 7 artigos. Após leitura dos resumos, foram
descartados 6 artigos que não estavam de acordo com o tema, finalizando com
1 artigos pertinentes.
Foi encontrada 01 tese pertinente ao tema no banco de teses da USP.

RESUMO:
Os resultados encontrados foram divididos de acordo a importância do
gerenciamento de materiais e do controle do desperdício; e a atuação do
enfermeiro frente a esse processo de trabalho.
De acordo com Paterno DA apud JUNIOR AP (2005) "A Administração de
Materiais tem por finalidade assegurar o contínuo abastecimento dos materiais
necessários e capazes de atender à demanda, bem como cuidar de todos os
problemas relacionados a materiais, fiscalizando, zelando e controlando, no
sentido de garantir quantidade e qualidade no abastecimento e padrão no
atendimento"3.
A padronização é a grande aliada da gerência de materiais, entretanto, nem

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sempre encontramos profissionais com a disposição para cumprir protocolos e


mesmo diretores das instituições de saúde com percepção da importância deste
conceito. O aprendizado tem ocorrido pela necessidade de sobrevivência face
às dificuldades financeiras que as mesmas estão enfrentando.
A gerência de materiais, a de manutenção e outras unidades de atividades do
meio somente são percebidas por seus clientes quando funcionam mal. Se
funcionarem corretamente parece que elas nem existem.
O bom senso é a palavra mágica que resolve muitos problemas na gestão de
materiais. A orientação da qualidade deve ser dada pelo uso pretendido com o
material. Não é possível usar micropore® como esparadrapo® e nem uma
super-fotocopiadora para tirar poucas cópias. Apesar de estes exemplos
parecerem exagerados, se fizermos uma reflexão dos usos dos materiais nos
hospitais e em outras unidades de saúde, provavelmente encontraremos
situações semelhantes3.
Uma solução que vem sendo muito utilizada atualmente é o uso da
informatização dentro das instituições de saúde para a distribuição de materiais,
pois garante a utilização correta dos mesmos e conseqüentemente controla os
custos e desperdício das unidades.
Outra estratégia que tem se mostrado eficiente no controle de gastos
hospitalares é a classificação ABC dos materiais de consumo. Essa
classificação surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial, proposta por Wilfrido
Paredo e é baseada no valor de utilização dos itens de estoque, permitindo com
isso um estoque seletivo.
Trata-se de um método que identifica os produtos através de seus valores e
estabelecem formas de gestão. Os materiais classificados como A - são
considerados os mais importantes porque representam 50% dos gastos
hospitalares. Estão representados como materiais assistenciais, luvas,
esparadrapo®, micropore®, medicamentos, laboratoriais entre outros.
Os materiais classificados como B - representam entre 20 e 30% dos gastos e
recebem um controle menos rigoroso do que o A. Os materiais de classe C -
são considerados como itens de pouca importância em termos de valor, pois
representam apenas 20% dos gastos. Esse método de estoque seletivo tem
como função primordial reduzir os gastos desnecessários das instituições.
A busca pela eliminação de desperdício é a função mais importante do
enfermeiro junto à equipe de trabalho e pode ser alcançada capacitando os
profissionais, com técnicas simples de controle de qualidade, evitando o
desperdício (tempo, material, recursos humanos e financeiros).
Os custos dos materiais em particular estão sendo objeto de preocupação muito
comum na administração vindo constantemente controlar seus gastos e,
conseqüentemente, observar seus processos, visando à eliminação de
desperdícios.
Diante disso, o controle de qualidade passou a assumir um papel importante na

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produção e prestação de serviços, como um dos principais processos existentes


para o controle e redução de custos, quer os custos gerais, quer os custos da
qualidade (ou não qualidade) e em particular um determinado custo, o
desperdício, sem com tudo perder a qualidade do serviço prestado.
As instituições de saúde, dentre seus objetivos, tem por missão também
conseguir uma maior confiabilidade em todos os serviços em que oferece à
população, principalmente no que diz respeito, ao tempo de atenção ao usuário
do serviço. E para que suas metas sejam alcançadas, deve-se também evitar
todo tipo de desperdício: de material hospitalar; de esforços desnecessários,
com o uso indevido do tempo; com o próprio trabalho empregado em uma
atividade (quando há o retrabalho), com processos ineficientes entre tantos
outros.
As principais causas de desperdício nas instituições de saúde estão
relacionadas com uso inadequado e abusivo de materiais de consumo.
De acordo com Melo MNB, Germano RM apud CAMPOS CV, SANTOS LGS
(2008) “A enfermagem moderna sofreu significativas modificações em sua
pratica e finalidades, ao evoluir de uma atividade voltada para a prestação de
cuidados caritativos para uma atividade institucionalizada e destinada à
recuperação, à cura da doença e ao cumprimento de funções administrativas,
pois, ao se inserir nos hospitais, o enfermeiro deparou com um trabalho
baseado em regras e normas preestabelecidas pela instituição, no qual a
racionalidade e a impessoalidade eram os elementos essenciais para o
desenvolvimento dessa prática”2.
Em relação aos trabalhadores que atuam na área hospitalar, é importante
salientar a diversidade de profissionais que integram a equipe de saúde,
exercendo atividades de forma complementar e ininterrupta, visando o
atendimento ao cliente com qualidade.
O mercado de trabalho mostra uma maior receptividade para o enfermeiro que
se destaca na ocupação de cargos voltados para o gerenciamento da equipe de
uma forma mais ampla, além de assumir a responsabilidade pelos recursos
humanos, materiais, físicos e financeiros da organização como um todo.
As organizações têm exigido que o enfermeiro assuma cargo de gerência sob a
argumentação de que esse profissional, além de possuir conhecimentos
relativos à prestação do cuidado ao cliente, possui capacitação na área
administrativa e se relacione de maneira satisfatória com demais membros da
equipe de saúde, alem de ser responsável pela previsão, provisão, organização
e controle de materiais.
Além disso, assumem também atividades em relação à seleção e a compra de
materiais, sendo que essas atividades podem variar de uma instituição para
outra. Basicamente, envolvem desde o auxilio na determinação dos tipos de
materiais que vão ser adquiridos, a padronização, a especificação técnica e o
controle de qualidade desses materiais, e emissão de parecer técnico sobre

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eles, até o controle sobre o serviço de manutenção preventiva e reparadora dos


materiais médico-hospitalares2.
Também é ação do enfermeiro eliminar a desorganização do serviço gerado
pelas diferentes formas de conduta profissional na assistência. Pode-se
conseguir isso com a padronização dos procedimentos, a existência de
manuais de normas e rotinas, e uma metodologia de assistência de
enfermagem.

CONCLUSÃO:
O desenvolvimento do presente estudo nos possibilita concluir, diante dos
achados científicos, que as instituições de saúde possuem escassos recursos
financeiros, sendo necessário reduzir custos sem com isso comprometer a
qualidade do atendimento; mostrando como é importante a ação do enfermeiro
controlando custos e assim minimizado os desperdícios desnecessários nas
instituições de saúde.
O bom senso na utilização de materiais é uma das formas mais eficientes de se
evitar os gastos desnecessários, além da informatização para distribuição de
materiais e a classificação do ABC de materiais. A eliminação do desperdício e
a orientação da equipe também é papel do enfermeiro, para tanto ele necessita
ter conhecimento sobre valores de materiais. Através desse estudo podemos
constatar que cada vez mais, os enfermeiros estão atuando na gerencia e
cargos voltados a compras de materiais.
Para tanto, as instituições de saúde devem ter um melhor conhecimento dos
seus custos de funcionamento e dispor de sistemas com informações confiáveis
e tempestivas para subsidiar a analise, tomadas de decisão e adoção de
medidas corretivas em todas as fases do gerenciamento3.
Constatou-se que a gerencia desses custos hospitalares é importante para que
os enfermeiros possam atuar através da observação dos cuidados de
enfermagem prestados por técnicos e auxiliares, controle de material utilizado,
implantação de planilhas de controle de material, ênfase no trabalho em equipe
e analise de planilhas de custos emitidas pela gerencia de enfermagem.
Sendo assim, é imprescindível que a equipe de enfermagem conheça o valor
dos materiais utilizados por ela para que possa ser despertado o interesse
quanto ao uso adequado dos mesmos, gerando assim, menos gastos e
desperdícios aos hospitais, sem com isso prejudicar a assistência de qualidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Lourenço KG, Castilho V. Classificação ABC dos materiais: uma ferramenta
gerencial de custos de enfermagem. Rev. Bras Enf. 2006 jan-fev; 59(1): 52-5.

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2. Campos CV, Santos LGS. A percepção do enfermeiro sobre o seu papel no


gerenciamento de custos hospitalares. Rev. Min. Enf. 12(2): 249-256, abr./jun.
2008.

3. Junior AP. Gerenciamento de recursos materiais em unidades de saúde.


[Tese]. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.7, n.1, p.30-45, dez. 2005.

________________________________________________________________
1. Graduando em Enfermagem da Universidade de Santo Amaro – Email:
cunha-rafael@hotmail.com
2. Docente da Disciplina de Administração da Faculdade de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro

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ACESSIBILIDADE DOS IDOSOS NA REDE BÁSICA DE SAÚDE


MARIA JUSIANA GONÇALVES DA CRUZ(1)

HOGLA CARDOZO MURAI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
“O Brasil hoje é um jovem país de cabelos brancos. Todo ano, 650 mil novos
idosos são incorporados à população brasileira, a maior parte com doenças
crônicas e alguns com limitações funcionais. Em menos de 40 anos, passamos
de um cenário de mortalidade próprio de uma população jovem para um quadro
de enfermidades complexas e onerosas, típicas da terceira idade, caracterizado
por doenças crônicas e múltiplas, que perduram por anos, com exigência de
cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos. O número de
idosos passou de 3 milhões, em 1960, para 7 milhões, em 1975, e 17 milhões,
em 2006 – um aumento de 600% em menos de cinqüenta anos”(1). O
envelhecimento populacional é um processo demográfico presente nos países
pobres e ricos, com manifestações evidenciadas na virada do século XX. Em
vários países, inclusive o Brasil, que, até então, tinham uma população
extremamente jovem, quase - estável, com o declínio da fecundidade, o ritmo
de crescimento anual do número de nascimentos passou, imediatamente, a
cair, o que fez com que se iniciasse um processo contínuo de estreitamente da
base da pirâmide etária, conseqüentemente, de envelhecimento da população.
A transição demográfica no Brasil ocorreu de modo rápido e por isso mesmo
causou grande impacto na área da saúde. Se a proporção de idosos cresce de
modo mais acelerado do que as demais áreas da sociedade, a infra- estrutura
necessária ao seu atendimento não é adequada tanto quantitativamente quanto
qualitativamente. Entre as demandas podem-se destacar aquelas resultantes da
transição epidemiológica marcada pelo aumento das doenças crônico-
degenerativas que assumem a liderança entre as doenças de maior
prevalência. Porém o sistema de saúde não está estruturado para atender à
demanda crescente desse segmento etário. É sabido que os idosos consomem
mais dos serviços de saúde, suas taxas de internação são bem mais elevadas e
o tempo médio de ocupação dos leitos é muito maior quanto comparado a
qualquer outro grupo etário. O SUS apresenta a rede básica como porta de
entrada, nível em que aproximadamente 80% das necessidades de saúde de
uma comunidade de maneira resolutiva. O cuidado dos idosos implica em
ofertar serviços cuja estrutura apresente características que possibilitem o
acesso e o acolhimento de maneira adequada, respeitando as limitações que
apresentam proporções relevantes de idosos(2). Em relação ao processo do
envelhecimento também é importante diferenciar aumento de longevidade e
envelhecimento de uma população. Longevidade refere-se ao número de anos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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vividos por um indivíduo ou ao número de anos que, em media, as pessoas de


uma mesma geração viverão. Já o envelhecimento populacional se refere à
mudança na estrutura etária da população, ou seja, a proporção da parcela de
pessoas com sessenta anos e mais. Os dois processos dependem não
somente de fatores biológicos, mas, também, econômicos, ambientais,
científicos e culturais. A rede de atenção básica deve ser capaz de identificar
idosos fragilizados, isto é, aqueles com maior risco de desenvolver
incapacidade funcional. Deve, ainda, acompanhar de forma eficiente os de
menor risco, paralelamente ao desenvolvimento de ações e atividades de
educação e promoção de saúde. A acessibilidade dos idosos à rede de
assistência depende então, da existência de políticas públicas que garantam
este direito, da oferta de uma rede assistencial com programas que levem em
conta as necessidades deste grupo etário e, principalmente da identificação das
suas demandas de cuidado. A percepção dos aspectos não considerados para
que o acesso aos serviços se concretizem permite a identificação das áreas
prioritárias de intervenção.

OBJETIVO:
Identificar na bibliografia os fatores que influenciam a acessibilidade dos idosos
à rede básica de saúde.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica realizado na produção cientifica
referente à acessibilidade dos idosos à rede básica de saúde. Teve como
população as produções científicas nacionais relacionadas nos últimos onzes
anos, selecionados na base de dados BIREME e em outros materiais como
documentos governamentais relativos ao tema.A busca foi procedida utilizando-
se os seguintes unitermos: idoso, acessibilidade, serviços de saúde, assistência
ambulatorial e atenção básica à saúde. Para a revisão foram lidos os resumos
de 48 artigos identificados inicialmente dos quais foram selecionados 25 pela
pertinência aos aspectos pretendidos no objetivo do estudo. Nesta etapa as
produções científicas foram agrupadas por similaridade temática e descritas em
cinco categorias: aspectos demográficos, políticas publicas, atenção básica,
formação de pessoal e avaliação da assistência. Os documentos
governamentais tais como Estatuto do Idoso, Pacto pela Saúde e Caderno de
Atenção Básica foram utilizados.

RESUMO:
A produção cientifica consultada é enfática na descrição do processo de
transição demográfica no Brasil e de suas implicações para o sistema de saúde
em diferentes contextos. Nos aspectos demográficos descreve os fatores

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desencadeantes e o ritmo de transformação da população. O impacto da


transição epidemiológica e demográfica é também abordado do ponto de vista
das políticas públicas destacando as mudanças nas demandas a serem
atendidas no que se refere à assistência dos idosos. Entre as demandas
aparecem à necessidade de capacitação de pessoal, a adequação da rede de
assistência e a observância dos princípios do SUS entre eles a acessibilidade.
Longevidade e envelhecimento e relacionam a transição demográfica ao
declínio da fecundidade e a queda da mortalidade. Apontam o processo de
envelhecimento da população como responsável pela elevação da pressão de
demanda nos serviços de saúde tendo como conseqüências imediatas o
aumento no uso de consultas, exames e remédios. O aumento da população
idosa apontando como causas a redução das taxas de fecundidade e
diminuição da mortalidade, a transição epidemiológica caracterizada pelo
declínio de doenças infecto-parasitárias e aumento das doenças crônicas não
transmissíveis e relacionando esses aspectos ao estabelecimento de políticas
públicas de saúde específicas para idosos. A transição demográfica falando dos
fatores sociodemográficos, dos indicadores de saúde, de utilização de serviços
de saúde e de autonomia e mobilidade física da população idosa. Comentam
sobre a influência da permanência no mercado de trabalho na redução de
problemas de saúde. Demonstraram, a partir dos dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios – PNAD 1998, que os idosos que ainda trabalhavam
tinham menos doenças crônicas do que os aposentados. Do ponto de vista das
finanças familiares apresentam os idosos como parte fundamental na renda
domiciliar e até mesmo representando a renda principal. A transição
demográfica refere que a população envelhece mais porque houve uma queda
da fecundidade, e a redução das doenças parasitarias e infecciosas. Trata do
aumento da demanda para o setor público e chama a atenção para a depressão
neste grupo etário. Enfatiza a importância do uso dos indicadores de morbidade
e mortalidade para o planejamento da assistência. Em seu artigo chama a
atenção para o que denomina de “invisibilidade do idoso”, ou seja, a carência
de estudos mais amplos que analisem o processo de envelhecimento em todos
os seus aspectos. Fala ainda da desigualdade entre idosos de diferentes
classes socioeconômicas e das dificuldades enfrentadas pelos mais pobres no
acesso à assistência à saúde. È possível perceber nitidamente que as
mudanças foram muitas em relação ao envelhecimento e ao aumento da
longevidade, verificando-se uma mudança brusca nos núcleos familiares em
relação o papel do idoso dentro deste núcleo e na sociedade. O processo de
envelhecimento da população brasileira e as demandas para os serviços de
saúde provocam o estabelecimento das políticas públicas especificas para os
idosos. Os dados epidemiológicos e o crescimento da população idosa como
consequência da diminuição da taxa de mortalidade e declínio da fecundidade,
agregadas às desigualdades socioeconômicas. A autora apresenta o Estatuto

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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do Idoso como avanço na direção da garantia dos direitos à proteção à vida e à


saúde e reforça a necessidade de capacitação de recursos humanos e de
profissionais com formação de especializada para a implementação desses
direitos. Entende que esta é uma política pública a ser priorizada e que deve
abranger a formação de cuidadores de idosos para que sejam capazes de atuar
de modo integrado na promoção, prevenção e recuperação da saúde dos
mesmos. O envelhecimento do ponto de vista da antropologia. Explica as
perdas de papéis sociais e perda de capacidades intelectuais, questiona a
universalidade em varias culturas. Cita um estudo realizado em Minas Gerais
(Brasil) em 2002 o qual descreve as dificuldades de acesso dos idosos a
consultas no sistema público de saúde e das estratégias identificadas por
alguns grupos de idosos para contornar esta dificuldade. A autora usa os
conceitos da antropologia para discutir as diferenças entre seguimentos da
mesma sociedade para buscar o cuidado de que necessitam. A estrutura da
política social, estrutura dos programas sociais, grau de desenvolvimento da
nação, do nível de desigualdade na distribuição da renda. Em seu estudo
conclui que a estrutura de arrecadação e distribuição dos tributos na forma de
aposentadoria e pensão é injusta na medida em que a porção mais rica da
população contribui menos com o sistema e recebe mais na forma do benefício.
Esta injustiça reforça as desigualdades apontadas. O Pacto pela Saúde
estabelecido no Brasil em 1996 no que se refere ao idoso como uma política
apropriada como plano de ação para o envelhecimento, abrangendo assistência
integral de ordem física, psicológica, cultural, religioso-espiritual, econômica.
Ressalta as atribuições da enfermagem na atenção básica do idoso respeitando
os princípios do SUS e o direito à dignidade e cidadania. A autora cita os
processos de trabalho da enfermagem no contexto da Política Nacional de
Saúde do Idoso.A atenção básica é uma área de ação na qual são
operacionalizadas as políticas de Saúde. Veras e Parahyba(3) descrevem sobre
a perda da capacidade funcional, a necessidade de autonomia, de participação,
de cuidado, de auto-satisfação e incentiva a prevenção, o cuidado e a atenção
integral à saúde. Mostram que num contexto de acentuada desigualdade social,
pobreza e fragilidade das instituições a maior parte dos idosos apresenta
doenças crônicas e algumas limitações funcionais. Os idosos brasileiros
convivem com medo de violências, falta de assistência médica e de hospitais e
escassas atividades de lazer, além de angústias com os baixos valores das
aposentadorias e pensões. À desinformação, ao preconceito e ao desrespeito
aos cidadãos da terceira idade, somam-se a precariedade de investimentos
públicos para atendimento às necessidades específicas da população idosa, e
mesmo de recursos humanos, tanto em quantidade como em qualidade. As
características demográficas, educacionais, de trabalho e de saúde dos idosos,
avaliando as condições de morbidade, a cobertura por diferentes modalidades
de planos de seguro-saúde, procura de atendimento de saúde e o tipo de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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atendimento desejado, a utilização dos serviços de saúde pela população e


gasto privado em saúde gasto individual com planos de saúde, consumo de
bens e serviços de saúde, incluindo gastos com consumo de medicamentos, os
idosos relata ser portadores de doenças crônicas. Em sua análise mostra que a
estrutura do sistema de saúde não acompanhou a evolução do envelhecimento.
Como exemplo utiliza o câncer de mama que representa a principal causa de
morte por neoplasia e a existência do recurso tecnológico da mamografia para
seu diagnóstico. No entanto, uma pequena parte da população idosa tem
acesso a esta tecnologia, principalmente entre aquelas de menor condição
socioeconômica. O autor aponta o estudo sobre a acessibilidade de idosos aos
serviços de saúde como uma prioridade. Como a população envelhece e os
idosos desenvolvem mais doenças crônicas, o número de consultas precisa ser
ampliado. É sabido que mais consultas levam ao maior consumo de
medicamentos, maior realização de exames complementares e mais
hospitalização. Logo, o envelhecimento da população requer ampliação de
acesso e serviços de saúde. A aplicação de conceitos de acesso e acolhimento
e verifica os gargalos anunciados afirmando que quanto mais velhos, mais
pobres, mais dependentes e mais doentes, maiores são os mais custos. O
acesso não é garantido, havendo dificuldades para marcar consultas, exames,
há filas e falta de medicamentos. Relatam as queixas dos pacientes em relação
à atenção prestada por profissional não médico como triagem para a consulta
médica, considerada como gargalo quando se discute acessibilidade na rede
básica. A atenção deve oportunizar o cuidado integral e contextualizado, pelas
necessidades e de aspectos individuais e coletivos dessa população. Aborda os
aspectos relacionados às dimensões da vulnerabilidade, visando subsidiar
políticas de prevenção de doenças e práticas de cuidado individual e coletivo.
Destaca entre as dimensões da vulnerabilidade a maior suscetibilidade à ação
de doenças e morte com o avanço da idade cronológica e do aumento
significativo das doenças crônicas não transmissíveis A bibliografia indica que
não é suficiente estabelecer políticas e implantar serviços sem que os recursos
humanos sejam capacitados para trabalhar com a população idosa. Os artigos
consultados mostram a relação entre a capacitação de recursos humanos e a
qualidade da assistência. A interdisciplinaridade como estratégia central para
garantir a assistência integral ao idoso, agregando os saberes distintos como o
cientifico, o técnico, os sociais, os éticos e políticos. Os autores referem o
profissional precisa estar mais bem preparado tanto em habilidades, quanto em
atitudes para trabalhar com ações que envolvem o processo de envelhecimento
dos idosos. A melhor forma de assistir o idoso exige, primeiramente, o
conhecimento das políticas de saúde para idoso, documentos norteadores
como o Estatuto do Idoso e o Pacto pela Vida, tidos como instrumentos
importantes que permitem ao profissional executar seu papel na assistência ao
idoso. Neste aspecto os autores consideram relevante que os profissionais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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adquiram conhecimento sobre as principais ações em educação e saúde tais


como métodos de prevenção de agravos, nutrição adequada, saneamento
básico, imunização, entre outras. A falta de conhecimentos por parte dos
profissionais à falta de habilidades para avaliar e intervir sobre a saúde da
população idosa e para a análise de condições de vida e saúde a partir de
dados dos sistemas de informação em saúde. As experiências já existentes têm
sido avaliadas pelos autores que tratam da avaliação de serviços abordando o
acesso, a acessibilidade, a percepção do usuário, a efetividade da oferta às
desigualdades no uso, a contribuição à enfermagem, a hierarquia dos serviços
e modelos de assistenciais. Os serviços de saúde devem ser avaliados por
meio de indicadores econômicos, tecnológicos, estruturais, de cobertura,
eficácia, satisfação do usuário. A análise conjunta desses indicadores permite a
avaliação da acessibilidade. OS dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios – PNAD de 1998 e 2003 para comparar o acesso aos serviços de
saúde entre idosos da área urbana e rural, concluindo que no meio rural as
barreiras ao acesso são maiores do que nas áreas urbanas. A mesma diferença
não foi observada em relação ao acesso à hospitalização. A influência das
desigualdades socioeconômicas nas formas de adoecer, manifestar
necessidades e a capacidade de acesso aos serviços de saúde. Os autores
salientam que quanto menor a renda e a escolaridade, maior é a necessidade e
menor é a capacidade de utilização dos serviços de saúde. Os autores avaliam
que a redução dessas desigualdades deve ser prioritária como política pública,
apontando a necessidade de ampliação do acesso à rede ambulatorial e
domiciliar ajustada às necessidades dos idosos. O desempenho do PSF ao
modelo tradicional, avaliando que o primeiro modelo como indutor da eqüidade
também é uma forma mais efetiva de promover o cuidado dos idosos por
alcançar mais aquelas populações que socialmente mais necessitam(2). A
possibilidade de reduzir as desigualdades de acesso aos serviços básicos de
saúde pela ampliação da cobertura populacional pelo PSF mesmo tendo
identificado em seu estudo que a percepção de acesso aos serviços de saúde
por usuários deste modelo de atenção resume-se à noção de doença e de suas
formas medicamentosas de tratá-las. Ao avaliarem que o Programa de Saúde
da Família não cumpre o papel esperado em relação ao acesso dos idosos ao
serviço de saúde ao verificar baixa cobertura e pouca resolutividade dos
serviços na região Centro-oeste brasileira. “O grande desafio para o sistema é
conseguir traduzir os avanços obtidos no campo legal em mudanças efetivas e
resolutivas da prática da atenção à saúde da população”. Acreditam que a
utilização adequada da rede básica hierarquizada por níveis de complexidade
possa ser o caminho correto a ser seguido. A importância da avaliação
epidemiológica dos serviços para averiguar a eficácia de novos programas ou
estratégias e da qualidade da atenção à saúde de modo a comprovar
cientificamente seu impacto.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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CONCLUSÃO:
A bibliografia consultada aponta como fatores que influenciam a acessibilidade
dos idosos à rede básica de saúde: Os aspectos demográficos na medida em
que quanto mais idosa a população maior a necessidade de serviços de saúde;
a progressão etária traz consigo o aumento da prevalência de doenças crônicas
não transmissíveis gerando maior utilização de consultas, exames,
medicamentos e de intervenção interdisciplinar. Políticas públicas específicas
que devem ser estabelecidas com base nas mudanças originadas na transição
demográfica e de perfil epidemiológico da população, contemplando as
necessidades específicas deste grupo etário. Destaca-se a necessidade da
ampliação da cobertura de serviços, utilização de novas estratégias de
assistência, incluindo a domiciliar. A atenção básica como área de
operacionalização de políticas públicas participa com a oferta de serviços que
devem garantir o acesso mediante o acolhimento adequado, oferta do cuidado
integral e resolutivo. A capacitação dos recursos humanos que deve promover
tanto as habilidades, quanto as atitudes para trabalhar com ações que
envolvam o processo de envelhecimento. A avaliação dos serviços que deve ser
realizada de modo permanente a fim de conduzir os serviços à redução das
desigualdades sócio-culturais, educacionais e econômicas, reconhecidas na
população idosa brasileira, representando uma importante ferramenta para a
ampliação do acesso aos serviços de saúde.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1- Veras R. Fórum: Envelhecimento populacional e as informações de saúde do
PNAD: demandas e desafios contemporâneos. Cad. Saúde Pública 2007;
23(10):2463-66.
2- Piccini RX, Facchini LA, Tomasi E, Thumé E, Silveira DS, Siqueira FV, et al.
Necessidades de saúde comuns aos idosos: efetividade na oferta e utilização
em atenção básica à saúde. Ciência & Saúde Coletiva 2006; 11(3):657-667.
3- Veras R, Parahyba MI. O anacronismo dos modelos assistenciais para os
idosos na área da saúde: desafios para o setor privado. Cad. Saúde Pública
2007; 23(10):2479-89.

________________________________________________________________
Linha de Pesquisa: Vigilância em saúde
Grupo de Pesquisa: Enfermagem em Saúde Coletiva

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Ações do enfermeiro na prevenção da crise, controle e


tratamento da asma em crianças e adolescentes
KARINA FERRAZ SILVA DE OLIVEIRA(1)

DAMARIS GOMES MARANHAO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores,
caracterizada pela hiper-responsividade das mesmas e pela limitação variável
ao fluxo aéreo, sendo geralmente reversível. Trata-se de uma doença que afeta
aproximadamente 7 a 10% da população e responsável por aproximadamente
350.000 internações hospitalares por ano no Sistema Único de Saúde.
Clinicamente ela se manifesta por meio de sintomas episódicos de dispnéia,
sibilância, tosse seca e sensação de aperto torácico. Esses sintomas são
reversíveis tanto espontaneamente quanto após a administração de
broncodilatadores. Num hospital comunitário no centro-oeste do Brasil pouco
mais da metade das consultas emergenciais por asma foram feitas em crianças
entre zero e catorze anos de idade e quanto mais jovem o grupo etário maior foi
à taxa de visitas. A asma apresenta início dos sintomas nos primeiros anos de
vida e como nesta fase também ocorrem diversos quadros de infecções
respiratórias virais que podem confundir o diagnóstico, torna-o complexo e
altamente clínico. A asma não tratada ocasiona a diminuição da qualidade de
vida da criança e consequentemente dos pais, pois aumenta a frequência de
visitas à emergência, frequência de hospitalizações, número de dias de
ausência à escola, frequência de sintomas diários e noturnos e restrição física.
Em um estudo descritivo baseado nas informações disponíveis nos prontuários
de 560 crianças entre quatro e catorze anos, a frequência das crises foi menor
que uma vez por semana para 72,0% das crianças. Observou- se, ainda, que
92,0% das crianças recorreram ao atendimento de urgência nos doze meses
prévios à admissão no ambulatório especializado, e 42,7% haviam sido
hospitalizados neste mesmo período. A questão que norteia este estudo é como
o enfermeiro pode contribuir para a prevenção da crise, controle e tratamento
da doença em crianças e adolescentes.

OBJETIVO:
Descrever as ações do enfermeiro na prevenção das crises, controle e
tratamento da asma em criança e adolescentes.

METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica de artigos publicados em língua portuguesa, em revistas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

563
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científicas nacionais, selecionadas das bases de dados Lilacs, Medline e Scielo


no período de 2000 à setembro de 2009, a partir das palavras-chave: asma,
asma em crianças, doenças respiratórias,, ambiente na asma, fatores de risco
em asma. Foram encontrados 652 artigos, destes 307 eram artigos nacionais,
258 em língua portuguesa e 253 dentro do período estipulado. Através da
leitura dos títulos, foi feita a primeira seleção, reduzindo para 102 artigos; a
segunda seleção foi obtida através da leitura dos resumos onde eram excluídos
artigos que não abordavam sobre a asma em crianças e adolescentes,
resultando 36 artigos. Os trabalhos obtidos foram lidos na íntegra. A partir daí
realizou-se pesquisa manual, entre as referências bibliográficas dos artigos
selecionados, onde foram selecionados mais 5 artigos totalizando 41 artigos. A
análise considerou as variáveis: ambiente; alimentação; exercício; condições
socioeconômicas; conhecimento sobre a doença; tratamento e atuação do
enfermeiro.

RESUMO:
1. Ambiente
1.1. Clima
O aparelho respiratório, pelas funções que desempenha, está particularmente
exposto às agressões do ambiente. Entre 70% a 85% dos pacientes asmáticos
possuem algum grau de sensibilização a aeroalérgenos e a poeira doméstica é
o aeroalérgeno que reage com maior frequência em testes cutâneos. Os fatores
climáticos interferem no controle da asma em crianças, principalmente na
determinação dos casos mais graves. No período quente e seco, as crianças
menores de cinco anos estão mais predispostas às complicações das crises
asmáticas, necessitando com maior freqüência do atendimento hospitalar. Por
outro lado, segundo pesquisa ambiental realizada em Pernambuco no ano de
2005, o tempo úmido e quente favorece a sobrevivência e proliferação dos
ácaros. Supõe-se então que a procura hospitalar nos períodos secos se dá pelo
aumento do nível de poluição atmosférica que contribui para o
desencadeamento da crise.
1.2. Poluição do ar
Pacientes que vivem em ambientes poluídos tendem a apresentar maior
dificuldade de controle da asma, devido à irritação brônquica causada pelas
substâncias aos quais se expõem. O fumo do tabaco é uma mistura complexa e
dinâmica de milhares de compostos sobre a forma de partículas e vapores que
não podem ser medidas na globalidade. A exposição passiva à fumaça de
cigarro tem sido relacionada à doença sibilante nos primeiros anos de vida e a
asma na idade escolar. As crianças com mães fumantes no primeiro ano de
vida têm risco duas vezes maior de desenvolver asma, podendo este fato estar
associado ao maior contato da mãe com a criança nesta fase da infância. O
paciente deve ser orientado a evitar exposição à fumaça de cigarro, que

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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aumenta a frequência de exacerbações. Esforços devem ser empenhados no


sentido de que não apenas os pais, mas também os demais moradores dos
domicílios se abstenham de fumar, pelo menos na presença das crianças, de
forma a reduzir os efeitos nocivos à saúde infantil. Programas de educação
para a saúde devem ser criados visando esse objetivo.
1.3. Controle ambiental
1.3.1. Ambiente doméstico
Evitar contato com alérgenos domiciliares diminui a exposição ás substâncias
desencadeantes de asma, melhorando a resposta à terapia farmacológica e
reduzindo exacerbações, principalmente em pacientes com histórico de alergia.
O controle ambiental requer educação e um plano completo para diminuição da
exposição alergênica no domicílio, e medidas isoladas têm menor probabilidade
de ser eficazes. As medidas físicas incluindo colocação de capas impermeáveis
aos ácaros em colchão e travesseiro, remoção de carpetes e tapetes, limpeza
do chão e móveis com pano úmido e uso frequente de aspirador de pó, têm se
mostrado superiores ao uso de acaricidas como benzoato de benzila ou ácido
tânico. Para redução de ácaros é recomendado o extermínio profissional dos
insetos, com tratamento de todos os cômodos da casa, associado à limpeza
rigorosa, pois os alérgenos de barata tendem a se acumular no ambiente por
vários meses após o extermínio do inseto. Medidas destinadas a minimizar a
disponibilidade de água e alimento para baratas particularmente na cozinha
devem ser encorajadas e incluem: acondicionar alimentos em recipientes
fechados e evitar permanência de lixo, louças sujas, água ou alimentos para
animais de estimação na cozinha. A limpeza do ambiente domiciliar é um
desafio. O autor recomenda que os mesmos cuidados ambientais em relação
ao quarto devem ser efetuados na sala que é o segundo lugar mais frequentado
pelos pacientes. Embora existam evidências que as medidas de controle
ambiental são eficazes para prevenção das crises, há estudos que falharam em
demonstrar um efeito significante dessa estratégia. Vários aspectos devem ser
considerados para que essa estratégia tenha sucesso, é fundamental que se
defina a sensibilização específica de cada paciente, através de testes cutâneos
de hipersensibilidade imediata ou medida de anticorpos IgE específicos no soro,
e as recomendações devem ser focalizadas no perfil de sensibilidade individual
de cada paciente. Outros fatores ambientais, bem como determinantes
biológicos, psicológicos e sociais atuam de maneira multifatorial na asma,
portanto é um equivoco valorizar apenas o controle do ambiente físico para
irritantes e aeroalérgenos. É importante lembrar que um indivíduo não vive
apenas em uma casa, e sim dentro de uma sociedade, onde ocorre a presença
de alérgenos em diversos ambientes como escola, creche, trabalho, locais de
lazer e em veículos de transportes. Alguns autores consideram que seria
errôneo afirmar que o controle ambiental não funciona para prevenir a
ocorrência dos sintomas em pacientes asmáticos com a aplicação de medidas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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de controle ambiental apenas em suas casas. Assim o individuo nunca está


totalmente livre do contato com níveis significativos de alérgenos devido á
diversidade da exposição alergênica a que todos estão sujeitos no seu dia-a-
dia. As medidas de controle ambiental devem ser adotadas em conjunto com o
tratamento medicamentoso, uma vez que realizadas de forma isolada não
demonstram resultados eficazes.
1.3.2. Creche, escola e local de trabalho
Atenção deve ser dada a possíveis exposições a alérgenos em ambiente
extradomiciliar, que no caso específico do trabalho, podem induzir a asma
ocupacional. Estudo para investigar o conhecimento das educadoras de creche
em relação às doenças respiratórias evidenciou que e a asma é uma doença
citada pelas educadoras por vivenciarem casos entre as crianças sob seus
cuidados. No ambiente da creche, enquanto local de permanência prolongada
da criança, as educadoras referiram que se deve manter o ambiente limpo e
arejado, ventilado, diminuir o pó e a poeira, realizar diariamente a troca de
lençóis e cobertores, lavagem de brinquedos e das mãos. No âmbito domestico
foram citados: cuidados com a alimentação e uso de roupa adequada para a
temperatura, e não expor as crianças à fumaça de cigarro.
2. Alimentação
Desde o nascimento, a criança está exposta a uma grande variedade de
proteínas, incluindo as do leite de vaca, quer através do leite in natura, fórmulas
para lactentes e até mesmo via leite materno. Nas crianças com predisposição
alérgica pode haver intolerância imunológica às proteínas estranhas e, deste
modo, ocorrer sensibilização. É o caso da sensibilização ao leite de vaca e ao
ovo. As manifestações cutâneas, gastrointestinais ou respiratórias são as
consequências habituais da sensibilização precoce. Os alérgenos alimentares
podem comportar-se como inalantes. Deste modo, é fundamental que os
indivíduos sensíveis evitem tanto a ingestão como a inalação destes alimentos.
Pesquisadores analisaram 895 questionários respondidos pelos pais de
escolares, os alimentos desencadeantes mais referidos como responsáveis por
esses quadros foram: leite de vaca (98,9%), clara de ovo (58,7%), amendoim
(50,9%), peixes (49,1%), soja (42,2%), trigo (38,3%), chocolate (6,7%) e frutos
do mar (4,5%). Os temperos alimentares foram responsabilizados por 74,8%
dos respondedores. Até o presente momento, não há nenhum estudo de
abrangência nacional ou internacional, que tenha sido realizado para avaliar a
real dimensão da alergia alimentar. Na maioria das vezes, os dados de
prevalência ou incidência de alergia alimentar são obtidos com o estudo de
pequenos grupos populacionais, com resultados não extrapoláveis.
2.1. Aleitamento Materno
O leite materno (LM) é um alimento imunologicamente complexo. Alguns dos
seus constituintes têm um efeito protetor no desenvolvimento de alergia. No
entanto, outros dos seus componentes, como algumas interleucinas são

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

566
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importantes na produção de IgE e estão presentes em maiores concentrações


no leite materno de mães atópicas, aumentando o risco de atopia, no entanto
devido o seu beneficio nutricional não se deve diminuir o entusiasmo de
recomendá-lo. Um estudo transversal, realizado com crianças em idade inferior
a cinco anos em Cuiabá, demonstrou a criança que não estava sendo
amamentada apresentava uma chance 1,7 vez maior de apresentar asma ou
bronquite do que as que estavam sendo amamentadas. Entretanto, em estudo
de caso-controle com 59 pacientes asmáticos e 104 controles, para saber se
existe relação entre tempo de aleitamento materno e asma não encontraram
associação.
3. Exercício Físico
O termo asma induzida por exercício (AIE) ou mais recentemente
broncoespasmo induzido por exercício (BIE) é frequentemente usado para
descrever episódios de broncoconstrição, após exercícios, em pacientes
asmáticos. Cada vez mais observa-se que, sobretudo nas crianças, a AIE pode
ser muito intensa e nem sempre de diagnóstico fácil. Este quadro leva ao
afastamento das brincadeiras, atividades físicas e esportivas tão fundamentais
para o desenvolvimento integral. Muitas mães e professoras notam que
algumas crianças apresentam crises de tosse, falta de ar e cansaço após
realizarem esforço físico. Algumas crianças são obrigadas a interromper
somente as brincadeiras mais agitadas. Outras se afastam de tudo que exige
desempenho físico. Mesmo assim, todos os anos, centenas de atletas
asmáticos participam com sucesso de eventos esportivos das mais variadas
modalidades. A combinação de medidas gerais e farmacológicas é essencial
para evitar a AIE em quase todos pacientes asmáticos. O maior objetivo é
assegurar que o exercício seja estimulado e encorajado em pacientes
asmáticos, visando os benefícios da atividade física.
4. Condições Socioeconômicas.
A doença manifesta-se com maior gravidade em indivíduos ou populações
submetidas às condições precárias de vida. Um estudo comparativo com
crianças de zero a cinco anos mostrou maior prevalência de sintomas
respiratórios nos níveis socioeconômicos mais baixos. Após ajustar-se para
fatores de confusão, verificou-se que o nível mais baixo triplicou a chance de a
criança apresentar asma ou bronquite, o que mostra, mais uma vez, a
importância do nível sócio-econômico como determinante da saúde infantil. Por
outro lado, estudo com estudantes da rede pública e privada, no qual seria
possível supor que os escolares da rede pública fossem mais carentes que os
da rede privada, não houve diferença significativa entre os grupos, sendo
elevada a prevalência de asma em ambos. Apesar da impor¬tância do
acompanhamento preventivo, este se encontra longe de ser uma realidade
acessível para indivíduo de baixa renda. O sofrimento e os gastos com
internações poderiam ser minimizados se o acesso aos serviços de saúde em

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567
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nível ambulatorial fosse facilitado e se fosse efetivamente implantada uma


política nacional de acompanhamento dos pacientes com asma.
5. Conhecimento sobre a Doença
Na abordagem atual do tratamento da asma, a educação sobre a doença
apresenta papel fundamental. Quando as mães de crianças asmáticas são
educadas para o controle da doença de seus filhos, elas sabem usar
adequadamente a terapêutica medicamentosa prescrita, são capazes de
identificar o momento adequado de procurar o serviço de urgência e executam
apropriadamente às medidas de controle ambiental. Vários autores observaram
que o conhecimento dos pacientes é deficiente tanto em relação aos conceitos
sobre a doença e medicação utilizada como em relação às habilidades
necessárias para a utilização de medicação e ações para o melhor controle da
doença. Isso reforça a necessidade de intervenção educativa constante e de
profissionais bem treinados no manejo adequado da doença. Outro autor, por
sua vez, relata a importância de novos estudos para uma avaliação mais
precisa em relação à eficácia das técnicas educativas para crianças e
adolescentes asmáticos, pois refere benefícios em relação ao conhecimento do
paciente, mas não visualizou melhora nos quadros de crise.
6- Tratamento
O tratamento medicamentoso de manutenção inicial é baseado de acordo com
a gravidade do caso. O objetivo do tratamento é manter a doença sob controle
com a mínima dose possível das medicações e, assim, reduzir a possibilidade
de efeitos adversos. Entre todos os medicamentos antiinflamatórios disponíveis
para o tratamento da asma, a maior atenção deve ser dispensada aos
corticosteróides inalatórios, para avaliar a relação entre eficácia e segurança.
Um problema global é que muitos pacientes asmáticos não fazem um
tratamento de controle. Quando necessitam procuram um serviço de
emergência, o que mostra a ausência de um tratamento profilático, ocasionando
readmissão no serviço hospitalar. O ideal seria que após uma hospitalização,
por asma, o serviço de saúde captasse essas crianças para esclarecimento
diagnóstico. Os objetivos terapêuticos básicos são: minimizar os sintomas que
limitam as atividades diárias, prevenir crises recorrentes, diminuir as visitas às
emergências e as hospitalizações e manter a função pulmonar o mais próximo
possível do normal.
7. Atuação do Enfermeiro
O fato de alguns pacientes não conhecerem a patologia e o tratamento da
mesma demonstra a precariedade do serviço prestado, sobretudo nas
informações aos clientes. É necessária uma preocupação com as medidas de
tratamento integral do paciente, dando ênfase à capacitação dos profissionais
da rede básica que constituem a porta de entrada do sistema de saúde, pois
são profissionais de saúde mais próximos do paciente. O enfermeiro pode atuar
como mediador entre a comunidade e o sistema de saúde local, tendo como

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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objetivo a educação em saúde e o regime terapêutico eficaz. A atuação da


enfermagem é descrita em vários programas de educação em asma, tendo a
responsabilidade de educar os pacientes e sua família. Os enfermeiros, em
parceria com outros profissionais de saúde, podem exercer um papel
fundamental nesse processo uma vez que tem a possibilidade de atuar em
programas de educação em asma, orientando os pacientes e seus familiares.

CONCLUSÃO:
A revisão possibilitou concluir que grande parte dos pacientes asmáticos não
faz um tratamento adequado da doença, isso ocorre devido à falta de
conhecimento sobre a doença, condições socioeconômicas, utilização incorreta
do medicamento entre outros. Sendo assim é essencial a implantação de
programas educativos que visam a orientação dos portadores de asma e dos
familiares quanto aos fatores desencadeantes, ao uso correto dos
medicamentos e à percepção dos sinais de início da crise asmática. Fatores
ambientais, bem como determinantes biológicos, psicológicos e sociais atuam
de maneira multifatorial na asma, sendo assim errado valorizar apenas o
tratamento medicamentoso ou o controle do ambiente físico para irritantes e
aeroalérgenos. O enfermeiro como profissional que compõe a equipe de saúde
e tem no cuidado humano o seu foco de trabalho, pode contribuir por meio de
consulta de enfermagem individual e no planejamento, organização e
desenvolvimento de grupos educativos com portadores e familiares. O objetivo
do enfermeiro é acolher os pacientes e seus familiares, ouvi-los, informá-los
sobre a patologia, fatores de risco, sinais e sintomas na crise, complicações,
tratamento, controle do ambiente físico e social, para construir com cada
paciente e familiar, um plano de cuidado cotidiano e contextualizado,
considerando todos os aspectos envolvidos na doença e no desencadeamento
das crises.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Brasil. Ministério da Saúde, Asma Grave, Portaria SAS/MS nº 12. 2002; 109-
114.
2. Melo RM, Lima LS, Sarinho ESC. Associação entre controle ambiental
domiciliar e exacerbação de asma em crianças e adolescentes do município de
Camaragibe, Pernambuco. J Bras Pneumol 2005; 5-12.
3. Vieira JWC, Silva AA, Oliveira FM. Conhecimento e impacto sobre o manejo
das crises de pacientes portadores de asma. Rev Bras Enferm. 2008; 61(6):
853-7.

________________________________________________________________
Karina Ferraz Silva de Oliveira (Aluna do oitavo semestre da Faculdade de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Enfermagem da UNISA/ karinaferraz.silva@hotmail.com).


Damaris Gomes Maranhão (Orientadora, Doutora em Ciências da Saúde, Profª.
Titular da Faculdade de Enfermagem da UNISA).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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ÁLCOOL E SAÚDE: UMA QUESTÃO DE ALTO CUSTO SOCIAL


GERSON JÚLIO DE FREITAS(1), MAYCON PAULO DE OLIVEIRA(2)

PATRICIA COLOMBO COMPRI(3)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A OMS estima que cerca de dois bilhões de pessoas ao redor do mundo
consumam bebidas alcoólicas. O consumo de álcool acarreta cerca de 1,8
milhões de mortes por ano, o que corresponde a 3,2% de todas as mortes do
globo. No Brasil, estudos demonstraram que 68,7% da população total já fez
uso de bebidas alcoólicas e que, entre adolescentes de 12 a 17 anos, 48,3%
também já fizeram uso do álcool. A prevalência de dependência alcoólica foi de
11,2%, sendo que 17,1% para o sexo masculino e 5,7% para o feminino. O
abuso de álcool, por gerar diversos danos à saúde dos consumidores, pode
levar à morte, assim como é um importante fator relacionado à violência e
criminalidade que tantos danos causam à sociedade. Diante do exposto, o
objetivo deste trabalho é analisar a questão do consumo de bebidas alcoólicas
como importante meio de comprometimento da saúde, tendo como foco a
análise de textos científicos.

OBJETIVO:
Analisar a problemática do consumo de bebidas alcoólicas como importante
meio de comprometimento social e de saúde, tendo como foco a análise de
textos científicos.

METODOLOGIA:
Levantamento e análise sistemática de publicações acerca do uso de álcool e
seus custos sociais, economicos e de saúde, nas bases LILACS, Medline,
SciELO, Cochrane, EBSCO, Pubmed e revistas impressas, encontrando as
vantagens e desvantagens mais citadas.

RESUMO:
O abuso do álcool gera problemas que representam elevado custo social,
sendo que a cada ano no mundo são gastos cerca de 185 bilhões de dólares,
valor este mais alto do que o gasto com doenças coronarianas, asma e
tratamento de drogas, que chega a 118 bilhões de dólares ao ano. Diversas
patologias podem ser originadas ou agravadas em usuários de álcool, dentre as
quais, alterações psíquicas, hepatite alcoólica e cirrose, o álcool pode ainda agir
como imunossupressor e favorecer infecções, agravar úlceras pépticas, causar
pancreatite, neuropatias, pelagra, entre outras.
Diversos autores brasileiros estudaram sobre o tema, seja realizando

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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pesquisas originais, ou analisando e adaptando publicações internacionais à


realidade brasileira, sendo que os resultados obtidos foram importantes
instrumentos por meio dos quais a comunidade científica colocou em evidência
a importância do problema.
O consumo do álcool gera problemas que representam elevado custo para a
sociedade, sendo que a cada ano no mundo são gastos cerca de 185 bilhões
de dólares, valor este mais alto do que o gasto com doenças coronarianas,
asma e tratamento de drogas, que chega a 118 bilhões de dólares ao ano.
A problemática social relacionada ao uso do álcool é constituída por um rol de
questões, tais como: vandalismo, perturbação da ordem pública, conflitos
familiares e interpessoais, abuso de menores, problemas financeiros e
ocupacionais, dificuldades educacionais e custos sociais. Mesmo não podendo
se estabelecer uma causalidade direta, o álcool é um produto que age como
fator adicional ou mediador entre tantos outros que contribuem para a
ocorrência de determinados problemas .
No Brasil, custos do álcool, incluindo absenteísmo, serviços sociais e legais,
chegaram a ser estipulados em 5,4% do produto nacional bruto. Pode-se
comparar esse dado à renda gerada pela produção e comércio de bebidas
alcoólicas na época, que foi de 2,4% do produto nacional bruto.
A necessidade de se adaptar a tendências mundiais e de reduzir os elevados
gastos devidos aos problemas do uso abusivo de álcool, além da pressão da
comunidade científica nacional, levou os governantes brasileiros a finalmente
analisar diferentes evidências oriundas de diversos estudos científicos,
culminando com a produção de políticas nacionais para o álcool.

CONCLUSÃO:
No Brasil, algumas análises mais alarmantes já chegaram a apontar o álcool
como principal fator causador de morbidade e mortalidade, informação esta
que, mesmo questionável e passível de maior análise, tem como base extensa
literatura que relata ser o álcool fator causal ou agravante de diversas
patologias, algumas das quais de elevada incidência na atualidade, como
doenças do aparelho cardiocirculatório, doenças por lesões intencionais e não
intencionais, como acidentes domésticos, acidentes de trânsito, brigas, entre
outros, doenças neurológicas e psiquiátricas, sendo que nessa última categoria
o álcool é tanto causa como conseqüência de enfermidades psiquiátricas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. OMS – Organização Mundial de Saúde. Global status report on alcohol.
Genebra. Organização Mundial de Saúde, 2004.Disponível em:
http://www.who.int/entity/substance_abuse/publications/global_status_report_20
04_overview.pdf, Acessado em: 09 mar. 2009.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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2. Galduroz JCF, Caetano R. Epidemiologia do uso de álcool no Brasil. Rev


Brasileira de Psiquiatria. 2004; 26:3-6.
3. Foster RK, Marriott HE. Alcohol consumption in the new millennium –
weighing up the risks and benefits for our health. Britsh Nutrition Foundation
Bulletin. 2006; 31:286-331.
4. Meloni JN, Laranjeira R. Custo social e de saúde do consumo de álcool. Rev
Brasileira de Psiquiatria. 2004; 26:7-10.
5. Harwood HJ. Economic costs of alcohol and other drug abuse. 1999.
94(5):635-8.
6. Bertolote JM. Alcoolismo hoje. 3ªed., Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1990
p. 131-138.
7. Silveira C et al. Política do Ministério da Saúde para atenção integral a
usuários de álcool e outras drogas. Jornal Brasileiro de Psiquiatria. 2003
52(5):349-354.

________________________________________________________________
Nada digno de nota.

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ANÁLISE CINESIOLÓGICA E AVALIAÇÃO DE RISCOS DE


LESÕES EM VELEJADORES PARAOLÍMPICOS DE SÃO PAULO
CAMILA SOUZA NUNES(1), ANA RENATA BELLOTTI(2)

Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
As participações dos portadores de deficiência física em diferentes atividades
têm recebido atenção crescente, oferecendo a eles a oportunidade de
experimentarem sensações e movimentos, que freqüentemente são
impossibilitados pelas barreiras físicas, ambientais e sociais. Dentre estas
atividades destaca-se o esporte, muitas vezes já indicado desde a fase inicial
do processo de reabilitação.
O desenvolvimento do esporte para pessoas portadoras de deficiência física
tem sua origem com a reabilitação dos veteranos da II Guerra Mundial. O longo
período que os jovens veteranos da Guerra do Vietnã amputados ou lesados
medulares ficavam nos hospitais e nos centros de reabilitação causava tédio e
tornou-se necessário criar formas de lazer e esportes, que favoreceu o esporte
em cadeiras de rodas.
O esporte adaptado no Brasil teve inicio em 1957 com basquetebol em
cadeiras de rodas. Surgiram clubes especializados em esportes para
portadores de limitações físicas. O espírito competitivo desses atletas é
geralmente alto, tanto pela própria vontade de vencer quanto de mostrar-se
capaz. Por este motivo alguns centros de reabilitação têm esses atletas como
foco. Os esportes têm como objetivo desenvolver a melhoria da auto-estima e
auto-imagem, com a intenção de estimular a independência, integração com
outros grupos deficientes ou não, vivência em situações de sucesso, superação
com a melhora da autoconfiança, valorização pessoal, melhora da condição
física, aprimoramento de capacidades físicas gerais, melhora da qualidade de
vida, prevenção de deficiências secundárias entre outros benefícios, com
atividades recreativas e/ou fins terapêuticos e/ou rendimento. O esporte é uma
ferramenta poderosa para atingir tais objetivos e muitos profissionais e os
próprios atletas reconhecem esse trabalho de reabilitação.
A evolução do esporte paraolímpico nacional e internacional, nos últimos anos,
tem adquirido maior participação dos portadores de deficiência em atividades
desportivas, que exige dos atletas maior intensidade e freqüência nos
treinamentos e competições, o que aumenta os índices de lesões traumato-
ortopédicas.
Velejar é saber aproveitar ao máximo as forças da natureza, procurar vencê-las
quando forem adversas, usufruir do barco e da velaria, com a utilização de
técnica e sensibilidade para melhor rendimento. A marinharia é a base de tudo

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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que se desloca sobre a água e é de grande importância o seu conhecimento.


Para o esporte em alto nível deve-se observar o mecanismo de lesão
comparado às deficiências com a finalidade de conseguir estabelecer
parâmetros e métodos de prevenção específicos para atividades desportivas
nos atletas. Considera-se as características de cada esporte com o objetivo de
evitar recidivas da lesão.
Os praticantes do iatismo garantem que é um esporte indicado para qualquer
tipo de pessoa e proporciona prazer, além de ser um esporte ecologicamente
correto.
Qualquer indivíduo pode praticar este esporte, mesmo não sabendo nadar,
apesar da natação ajudar em relação a autoconfiança. A vela também é
indicada para portadores de deficiência física, existem adaptações de acordo
com a limitação de cada um desses velejadores. Independente da sua
deficiência física o velejador pode competir de igual para igual ou simplesmente
velejar.
Na prática do iatismo verifica-se um desconforto provindo da falta de espaço no
convés do barco, repetições de movimentos, cabos jogados no chão,
possibilidade de esbarrões em quinas, moitões (tipo de polia), mordedores,
elementos naturais como intensidade do vento, temperatura, luminosidade
refletida na água e na vela, a resistência da água, associado às limitações de
cada indivíduo, tornam os movimentos mais “agressivos” e facilitam o
aparecimento de possíveis lesões. Uma análise cinesiológica ajudará a prevenir
tais aparecimentos como também tratá-las depois de instaladas.

OBJETIVO:
Objetivo primário: analisar cinesiologicamente dois velejadores paraolímpicos
com diferentes diagnósticos.
Objetivo secundário: identificar possíveis lesões decorrentes dos
posicionamentos e dos gestos esportivos destes velejadores no barco Poli 19.

METODOLOGIA:
Foi realizado um estudo de casos, pela análise de vídeos da classificação
funcional de dois atletas,com diagnósticos de lesão medular (LM) completa
nível T6 e acidente vascular encefálico (AVE). Para cada indivíduo foi detalhado
cinesiologicamente as diferentes posições no barco (proa, mestra e leme).

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RESUMO:
O atleta A, realiza a maioria das funções nas posições do barco com
adaptação, porém ele não desempenha a função de escorar, devido ao seu
comprometimento.
Proa: As principais funções que este atleta realiza nesta posição são regular a
buja e mudar de lado, ou seja, dar o bordo.
Regulagem da buja: Esta função é realizada com o atleta sentado, nela o
velejador com uma das mãos solta o cabo do mordedor e com a outra mão caça
o cabo da buja. Para caçar a vela, realiza os movimentos que partem de uma
flexão de aproximadamente 90º, leve elevação do ombro associado a uma
extensão e pronação de cotovelo e leve extensão de punho e segue para uma
flexão no plano da escápula de aproximadamente 90º de ombro, pronação e
flexão de cotovelo perto de 90º e manutenção da extensão do punho, os
membros superiores são alternados nos movimentos citados. Quanto ao tronco
o movimento para acompanhar a caçada é de flexo-extensão. Esses
movimentos são repetidos sempre que tenha necessidade de regular a vela ou
de dar o bordo. É possível e necessário caçar a vela, tanto a bombordo quando
a boreste.
Mudança de lado: Durante o bordo o atleta necessita mudar de lado. A
descrição foi realizada com a mudança de lado de bombordo a boreste. O
velejador desliza em um banco adaptado e utiliza os braços como apoio. Os
movimentos do membro superior direito partem, ora flexão no plano da
escápula de aproximadamente 45º, ora abdução de ombro, extensão e
pronação de cotovelo e desvio ulnar do punho. Leva para hiperextensão e
adução de ombro, flexão e manutenção da pronação de cotovelo e extensão do
punho, enquanto o tronco realiza flexo-extensão e flexão lateral
respectivamente. Para dar o bordo o atleta pode de bombordo a boreste e o
contrário também, faz-se necessário cada um desses movimentos para ambos
os lados.
Mestra: A principal função que o atleta realiza nesta posição é regular a vela
principal.
Regular a mestra: O atleta sentado realiza a função de regular a mestra com os
movimentos que partem de flexão de aproximadamente 45º de ombro, extensão
e supinação de cotovelo e leve extensão de punho e leva para abdução e
rotação medial de ombro, flexão e pronação de cotovelo e desvio ulnar de
punho associados a flexo-extensão de tronco, alternando os membros
superiores direito e esquerdo durante caçada.
Leme: As principais funções que o atleta realiza nessa posição são mover o
leme, mudar de lado e segurar o leme do outro lado, caracterizando o bordo.
Mover o leme e segurar o leme do outro lado: Para empurrar o leme, o atleta a
bombordo utiliza o membro superior direito e a boreste utiliza o membro
superior esquerdo. Na ação de mover o leme, descrito de bombordo a boreste o

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atleta com o membro superior direito parte de flexão no ângulo da escápula de


aproximadamente 45º, flexão e pronação de cotovelo e extensão de punho e
leva para uma leve extensão de ombro seguida flexão no ângulo da escápula
de aproximadamente 45º, extensão e pronação do cotovelo e manutenção da
extensão de punho, associado com a flexão e rotação do tronco que caracteriza
o impulso do leme. Em seguida ele solta o leme para ocorrer a troca de lado.
Para que o barco não perca o controle, é necessário que o indivíduo pegue o
leme do outro lado, para esta ação ele realiza os movimentos de hiperextensão
de ombro, extensão de cotovelo e extensão de punho associado à flexão de
tronco.
Mudança de lado: Para mudar de lado o velejador utiliza os braços como apoio
e desliza em um banco adaptado. O movimento é descrito de bombordo a
boreste. Os movimentos do membro superior direito partem de abdução de
ombro, flexão e pronação de cotovelo e extensão de punho, e finalizam em
adução de ombro, extensão e pronação de cotovelo e extensão do punho. Ao
mesmo tempo o membro superior esquerdo acompanha a seqüência do
movimento que caracteriza a manobra de push-up, associado aos movimentos
de flexo-extensão e flexão lateral de tronco e inclinação de quadril. A troca de
lado pode ser realizada tanto de bombordo a boreste quanto de boreste a
bombordo, enquanto os movimentos realizados, independente dos lados,
acompanham aos descritos.
O Atleta B, realiza todas as funções dentre as posições, com o membro superior
esquerdo. O membro superior direito encontra-se na maioria das vezes em
posição neutra, porém a articulação do ombro encontra-se ativa em alguns
movimentos. Os membros inferiores auxiliam durante as atividades.
Proa: As principais funções que o atleta B realiza são de regular a buja, mudar
de lado, durante o bordo e escorar.
Regulagem da buja: Para regular a vela, o velejador realiza os movimentos com
o membro superior esquerdo que parte de flexão aproximadamente 45º
associado a pronação e leve flexão de cotovelo e preensão palmar, em seguida
leva para flexão e manutenção da pronação de cotovelo, e preensão palmar
que caracteriza a função de puxar o cabo, para que possa fazê-lo novamente, o
atleta prende o cabo nos dentes. Esse movimento é repetido até que a vela
tenha sido preenchida de vento. Com o tronco o atleta faz uma flexão associada
a uma rotação seguida de hiperextensão e inclinação lateral do tronco para
auxiliar o movimento de caçar a buja. O quadril e os joelhos encontram-se em
flexão e os tornozelos mantidos em dorsiflexão.
Mudança de lado: Durante a mudança de lado de bombordo a boreste o atleta
parte de flexão de tronco, quadril e joelhos, segue para uma extensão de
quadril e joelhos para levantar-se do banco e em seguida gira o corpo com
movimentos de flexo-extensão de quadril e joelho e flexão do tronco que é
obrigatória devido a posição da retranca que encontra-se acima da cabeça.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

577
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Finaliza o movimento com flexão de tronco, quadril e joelhos, para sentar do


outro lado do barco. O velejador utiliza membro superior esquerdo como apoio
para levantar-se e sentar-se, em alguns momentos segura-se no cabo e em
outros apóia-se no banco, o membro superior direito realiza abdução a adução
para auxiliar no equilíbrio.
Escora: O atleta realiza a escora e regula a buja ao mesmo tempo. A escora
consiste em uma hiperextensão de tronco para contrabalancear a força feita
pelo vento na vela. O quadril e os joelhos encontram-se em flexão e o tornozelo
em dorsiflexão.
Mestra: As principais funções que o atleta realiza nesta posição são regular a
mestra e escorar.
Regular a mestra: Para caçar a vela, o atleta utiliza o membro superior
esquerdo. Parte de flexão de ombro de aproximadamente 45º, extensão e
pronação de cotovelo, extensão de punho e preensão palmar e finaliza o
movimento em abdução acima de 90º e rotação lateral de ombro, flexão de
cotovelo acima de 90º, e mantém a preensão palmar. Para que este movimento
seja realizado novamente o velejador prende o cabo na boca, devido ao
membro superior direito não poder auxiliá-lo. Nota-se que o tronco realiza
rotação associado a uma leve flexão e em seguida hiperextensão enquanto o
quadril e os joelhos encontram-se em flexão, em aproximadamente 90º e 45º,
respectivamente.
Escorar: A escora consiste em uma hiperextensão de tronco associado a flexão
de quadril e joelhos e dorsiflexão de tornozelo. Esta função é realizada junto a
regulação da vela que esta descrita acima.
Leme: As principais funções que o atleta realiza nessa posição são mover o
leme, mudar de lado e escorar.
Mover leme: Para desempenhar a função de mover o leme de bombordo a
boreste, o atleta parte da posição neutra de ombro, flexão e pronação de
cotovelo e preensão palmar em seguida para ocorrer o impulso do leme o
movimento conseqüente é de flexão de ombro, extensão de cotovelo e
manutenção da preensão palmar. É necessário fazê-la de bombordo a boreste
e boreste a bombordo, contudo os movimentos citados são similares,
independente da direção que será movido o leme.
Mudança de lado: Para mudar de lado em direção à boreste, o atleta inicia o
movimento com flexão quadril e joelhos, associado a flexão combinada a
rotação de tronco, em seguida estende o quadril e os joelhos para levantar-se
do banco, e em conseqüência exerce a rotação e flexão de tronco, flexão de
quadril e joelhos, para finalizar sentando-se do outro lado do barco e em
seguida realizar a escora. Durante a troca de lado, a mão esquerda segura o
leme, para que do outro lado seja possível move-lo em direção a bombordo.
Escora: Para realizar a função de escorar, o velejador utiliza a ajuda do membro
superior esquerdo para subir no convés para então realizar o contrapeso

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necessário. Observa-se que à boreste do barco o velejador não solta a


extensão da cana do leme, porém à bombordo o mesmo apóia a extensão do
leme no punho esquerdo ou nas pernas.
O esporte iatismo tem como característica a especialidade nos movimentos e
cada indivíduo tem sua peculiaridade. Os velejadores estudados apresentam
diferentes movimentos com as mesmas condições de posicionamento e função
no barco devido principalmente a sua lesão. Mesmo com uma considerável
freqüência de lesões, a vela comparado com outros esportes, principalmente
em competições de alto nível, apresenta um índice baixo de acometimentos.
O atleta B utiliza o membro superior esquerdo e os membros inferiores, para
realizar as funções, sejam elas adaptadas ou não para obter o mesmo objetivo,
que é realizar as atividades do barco. Nota-se que devido ao comprometimento
de membro superior direito, o contralateral realiza trabalho de força
expressivamente maior.
Pelo estudo realizado acredita-se que as contraturas musculares na cintura
escapular são decorrentes de longos períodos de tensão e movimentos que
carecem de força, ou seja, sobrecarga associada a repetições. A contratura
muscular é a forma mais branda de lesão muscular e ocorre por desidratação e
mínima ruptura de fibras.
Uma função que o atleta A não realiza nas três posições é de escorar, diferente
do atleta B. Velejadores nas suas ações permanecem sentados a maior parte
do tempo para realizar um conjunto de movimentos de flexão, extensão,
rotação, inclinação lateral do tronco, e conseqüentemente induzir riscos a
lesões crônicas como tendinites e hérnias discais, devido a sobrecarga imposta
a esta estrutura, o tronco.
Na primeira função de manejar a buja é visível a compensação do tronco. No
caso do atleta B o movimento do tronco dá-se pela flexo-extensão associada a
rotação e flexão lateral, justificado pela não funcionalidade do membro superior
direito. Porém o atleta A realiza apenas os movimentos de flexo-extensão do
tronco. Esses movimentos de compensação auxiliam no desempenho do
movimento, que sugere um aumento de força e alavanca.
O atleta A durante o bordo na proa, necessita de adaptação. Ele desliza sobre
um banco adaptado e realiza a manobra de push up para locomover-se.
Acredita-se que em decorrência deste movimento o atleta pode desencadear
lesões como bursite. O atleta B realiza a troca de lado sem necessidade de
adaptação, apenas os membros superiores são usados como auxílio para
levantar-se e sentar-se.
Para realizar a função de caçar a mestra, o atleta B necessita prender o cabo
nos dentes que substitui o membro superior direito. Com esta adaptação o
indivíduo obtém a seqüência e repetição necessária para realizar a caçada e ao
mesmo tempo realiza o contrapeso. O atleta A, nesta posição utiliza os
membros superiores sem necessidade de adaptação, mas não realiza a escora,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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o que pode interferir no seu desempenho. Associado a esta doença, pode-se


encontrar lesões relacionadas ao manguito rotador (composto por quatro
músculos e tendões, supra-espinal, infraespinal, subescapular e redondo
menor). A dor ocorre principalmente durante a fase da atividade com abdução
acima de 90º. Quando a dor é continua, mesmo com a interrupção da atividade
física, há um sinal de comprometimento mais severo da lesão, pode-se
suspeitar de uma ruptura do manguito rotador.
A ação de regular a vela demanda de inúmeras repetições. Durante o
movimento de caçada de velas, tanto na posição proa, quanto na posição
mestra o atleta A realiza movimentos propícios a desencadear lesões como a
tendinite. Em contrapartida o atleta B só realiza os movimentos promissores na
posição mestra, pois na posição proa realiza movimento de compensação
durante a caçada da vela, que induz a riscos de lesões na coluna,
principalmente lombar. Sugere-se que uma das causas da tendinite na região
do ombro é decorrente a uma deficiência no rítmo escapulo-umeral, que altera a
mecânica da articulação glenoumeral.
Os atletas de alto nível devido à carga horária e a intensidade de treino rigorosa
estão vulneráveis ao aparecimento de lesões. Os principais fatores
predisponentes a manifestação das lesões no iatismo são a falta de tempo para
recuperação, compensações, movimentos acima da angulação segura, falta de
condicionamento, sobrecarga repetitiva, realização de movimentos de força
excessiva, sobrecarga da região lombar e ainda acidentes traumáticos.

CONCLUSÃO:
A partir dos resultados obtidos verificou-se as possíveis lesões decorrentes dos
gestos esportivos realizados em cada posição no barco. As lesões
apresentadas neste estudo são tanto de convenção aguda como crônica.
Os velejadores estudados, segundo a análise cinesiológica apresentam as
mesmas condições de posicionamento e função no barco. Os movimentos são
em grande parte diferenciados por apresentarem comprometimentos distintos
de suas lesões.
As possíveis lesões decorrentes dos gestos esportivos realizados em cada
posição no barco são: hérnia discal, rotação de vértebra, pinçamento cervical,
contraturas musculares em: trapézio, rombóide, grande dorsal, ruptura do
manguito rotador, bursites, tendinites em: manguito rotador, flexores e
extensores de cotovelo, epicondilite lateral e medial em cotovelo, síndrome do
impacto, escoriações por lesões por contato, escaras no quadril.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BUCKUP, Mário. O Brasil a Vela. São Paulo: Antonio Bellini editora e cultura,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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2006, p. 28, 30-1, 208.

CASTRO, Eliane Mauerberg de, Atividade Física Adaptada. São Paulo: Editora
Tecmedd, 2005, p. 39, 437-38.

RUSCHEL, Caroline et al. Incidência de lesões em velejadores brasileiros de


diferentes níveis técnicos. Revista Brasileira de Medicina e Esporte,
Florianópolis, v.15, n.4, p. 268-71, jul./ago. 2009.
________________________________________________________________
Iatismo, deficiente físico, esporte adaptado

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Análise da Marcha em Individuos Escolióticos


MARLUCI BARBOSA DE CARVALHO(1), ELENICE DE ARAUJO ANDRADE(2)

EUGENIA CASELLA TAVARES DE MATTOS(3)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A escoliose é um desvio lateral anormal visto no plano frontal. Os desvios
podem envolver a coluna lombar e torácica. Podendo ser ainda classificadas em
escoliose em “C” ou “S”. Pode levar o indivíduo a apresentar assimetria do
comprimento dos membros inferiores, por alteração na cintura pélvica, isso
pode levar algumas alterações significativas da postura. Além disso, a
deformidade do pé plano, joelho valgo ou assimetria no crescimento ósseo
pode contribuir para o aparecimento de escoliose e pode levar ao
comprometimento da marcha. O ciclo da marcha de cada etapa é dividida em
fase de apoio e fase de balanço, mantendo o alinhamento corporal, com
objetivo de avançar o corpo para frente. Como a marcha é diretamente
dependente da biomecânica dos membros inferiores e tronco, alterações nestes
segmentos podem levar a alterações nas diferentes características da
deambulação. Contudo pouco se sabe desta relação entre as alterações
posturais e a marcha.

OBJETIVO:
Objetivo geral

Analisar as possíveis alterações da marcha em indivíduos escolióticos.

Objetivos específicos

Avaliar as seguintes variáveis da marcha em indivíduos escolióticos, para


comparação com indivíduos não escolióticos.

• Os padrões de MMII;
• Os padrões de MMSS;
• Os padrões de Tronco;
• Cadência;
• Passo e Passada.

METODOLOGIA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Foram avaliados 24 escolióticos com faixa etária de 18 a 40 anos, 19


participantes do sexo feminino e 5 do sexo masculino. Todos os participantes
foram avaliados com a ficha de avaliação elaborada pelo (Grupo de Postura e
Marcha) GPM, composta pelo: Índice de Andar Dinâmico, Escala de
Classificação da Analise do Andar e analise das características da marcha e
mais uma ficha de Avaliação Postural Fotográfica. Para o diagnóstico de
escoliose, foi realizada uma avaliação postural com e sem o simetrógrafo. Os
indivíduos fotografados em três posições: vista posterior, perfil direito e
esquerdo.

RESUMO:
No Indice de Andar Dinamico, a média de pontuação total do grupo E foi de
20,7, no grupo C foi de 22,6 pontos. Dentre os oito itens avaliados, o item 6,
que avalia passar por cima de um obstáculo, 57% dos sujeitos do grupo E
fizeram 2 pontos, que sugere comprometimento brando: isso significa que
consegue mudar a velocidade, mas demonstra desvios brandos no andar ou
não há desvios, mas é incapaz de conseguir uma mudança significativa na
velocidade ou utiliza um acessório. A diferença da pontuação obtida entre os
grupos E e C para este item foi estatisticamente significante (p=0,03). Ao fazer
a comparação entre os grupos C e E para o Índice de Andar Dinâmico, o item
(passar por cima de obstáculos) o grupo E apresentou valores menores em
relação ao grupo C (p0,05). Isto leva a crer que indivíduo escolióticos tem uma
maior instabilidade ao ultrapassar obstáculos.
Na Classificação da Análise do Andar, a média dos resultados obtidos na
classificação da análise do andar. No grupo C, a média de pontuação total da
Categoria Geral foi de 1,00. Na categoria de extremidade inferior foi de 0,36
pontos e na Categoria do Tronco, da Cabeça e da Extremidade Superior foi de
2,64 pontos. Já no grupo E, a média de pontuação total da Categoria Geral foi
de 2,0, na categoria de extremidade inferior foi de 1,14 pontos e na Categoria
do Tronco, da Cabeça e da Extremidade Superior foi de 6,29 pontos. Os grupos
E e C se diferenciaram na categoria geral (p0,04) e na Categoria do Tronco, da
Cabeça e da Extremidade Superior (p0,04). Foram destacados alguns valores
que poderiam mostrar alguma alteração na marcha, os itens destacados serão
descritos a seguir.
Na categoria geral, o item ondulante (presença de uma linha irregular e
ondulações na progressão) todos os sujeitos do grupo E fizeram pontos, seis
componentes do grupo fizeram pontuação 1, e apenas um sujeito pontuou 2. No
grupo C apenas três sujeitos fizeram 1 ponto, e os demais não pontuaram, o
que mostrou uma diferença significativa de (p=0, 017). Na classificação da
análise do andar, na categoria geral os sujeitos do grupo E no item 6
(ondulante) apresentaram resultados inferiores aos do grupo C (p0,05), ou seja,
o grupo E apresenta maior dificuldade em andar numa linha reta sem

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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apresentar desvios, todos os sujeitos apresentaram ao menos 1 desvio.


Mahaudens, et al (2009) também relatam que o grupo escoliótico apresenta
maior ativação dos músculos quadrado lombar, eretores da espinha, glúteo
médio e semitendinoso, quando comparado a indivíduos sem escoliose. Isto
pode estar relacionado à maior instabilidade na perna de apoio, e/ou menor
coordenação na perna que está na fase de balanço ultrapassando o objeto, ou
diferenças dos ajustes posturais que justifiquem as oscilações.
Além disto, os objetos utilizados eram grandes e o desafio passou a ser maior,
que possibilitou evidenciar estas diferenças. Outra possibilidade que pode
corroborar para que haja maior desequilíbrio durante passar por cima de
obstáculos e andar em uma linha reta, seria no momento que o individuo coloca
sua perna de apoio do mesmo lado da convexidade fazendo com que o centro
de gravidade ficasse mais lateralizado. Isto pode gerar uma instabilidade global
dificultando recobrar o equilíbrio.

CONCLUSÃO:
Conclui - se que a escoliose causa alterações na marcha. O grupo escoliótico
apresenta maiores oscilações e desequilíbrios ao andarem em linha reta e
ultrapassar objetos. O Tronco e membros superiores se mostraram alterados no
grupo escoliótico, que apresentou menor movimento comparado ao grupo
controle. Passo, Passada, Cadência e velocidade não mostraram diferença em
relação à escoliose.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
PERRY, Jacqueline. Análise da Marcha: Marcha Patológica. 1 ed. São Paulo:
Manole, 2005. v.1. cap.3, p. 45-70.

MAHAUDENS, et al. Gait in adolescent idiopathic scoliosis: kinematics and


electromyographic analysis. European Spine Journal, Brussels, v.18, n.4, p.512-
21, abril. 2009

RAMOS, Eliane; REIS, Diogo C. dos; ESTEVES, A. Cristine. Análise cinemática


da marcha em portadores de escoliose idiopática. Revista brasileira de
cineantropometria & desempenho humano, São Carlos, v. 8, n. 3. p.85-92, set.
2006.

________________________________________________________________

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1 - Estudando do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santo Amaro São


Paulo, SP.
2- Estudando do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santo Amaro São
Paulo, SP.
3- Doutorado em Neurociências e Comportamento, Professora Adjunto do
Curso de Fisioterapia da Universidade de Santo Amaro.

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ANÁLISE DO QUIMIORREFLEXO CENTRAL PÓS ACIDENTE


VASCULAR ENCEFÁLICO
FLÁVIO TOMAZELLI FAIM(1), BRUNO PLACHA CAVALLI(2), VANESSA CAMARGO
FIORE(3), ALEXANDRA CORREA ARAUJO OCANHA(4), NADIELLE SANTOS COSTA(5),
JOSÉ MARIO COUTO DE SOUZA(6)

WLADIMIR MUSETTI MEDEIROS(7)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma das mais importantes doenças da
medicina, em razão da sua alta incidência, mortalidade e morbidade. De modo
resumido e objetivo, pode-se conceituar AVE como uma manifestação clínica
e/ou anatomopatológica decorrente de comprometimento da circulação
cerebral, causando distúrbios na função cerebral de evolução rápida durando
mais de 24 horas ou ocasionando a morte sem outra causa aparente além
daquela de origem vascular (1).
A incidência do primeiro episódio de AVE, ajustada por idade, situa-se entre 81
e 150 casos/100.000 habitantes/ano. No Brasil um estudo epidemiológico em
Joinville revelou uma incidência pouco mais elevada: 156 casos/100.000
habitantes/ano (1).
As co-morbidades comuns em pacientes pós AVE incluem Doença Cardíaca
Coronariana, Hipertensão Arterial, Diabetes tipo 2 e Hiperlipidemia.
Doenças associadas ao estilo de vida sedentário têm se tornado importante
problema de saúde pública mundial. Paralelamente à redução de atividade
física do homem, constata-se crescente prevalência de obesidade. A inatividade
física tem sido responsável por até 11,7% das mortes nos países
desenvolvidos, estando casualmente associada a Diabetes Mellitus tipo 2,
Obesidade central, Dislipidemia, Hipertensão Arterial dentre outras (2).
Diversas doenças que apresentam sedentarismo severo, tais como Infarto
Agudo do Miocárdio (IAM), Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC), Diabetes
Mellitus e Obesidade apresentam disfunções nos quimiorreceptores. O papel
dos quimiorreceptores é fundamental para os ajustes das concentrações
gasosas no sangue através de ajustes respiratórios, uma vez que destes se
projetam terminações nervosas até o centro respiratório no tronco encefálico.
Existem 2 tipos de quimiorreceptores: os centrais e os periféricos. Os
quimiorreceptores centrais que se localizam no tronco encefálico respondem
diretamente com as mudanças de dióxido de carbono e íons hidrogênio,
acredita-se que os íons hidrogênio sejam, talvez, o único estímulo direto
importante para estes receptores. Contudo, os íons hidrogênio não cruzam
facilmente a barreira hematoencefálica, nem a barreira entre o sangue e o
liquor. Por esta razão acredita-se que esses receptores são consideravelmente

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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mais estimulados por variações na concentração sanguínea de dióxido de


carbono, ainda que esta estimulação seja secundaria já que o dióxido de
carbono reage com a água dos tecidos formando ácido carbônico, este por sua
vez dissocia-se em íons hidrogênio, os íons hidrogênio então exercem um
poderoso efeitos de estimulação sobre estes receptores. Já os
quimiorreceptores periféricos que se localizam no corpo aórtico e nos corpos
carotídeos junto à bifurcação de cada uma das artérias carótidas são formações
altamente vascularizadas (tem o maior fluxo sanguíneo por grama de tecido em
todo o organismo, sendo cerca de 25% do volume total do corpo carotideo, ou
seja, uma vascularização de 5 a 6 vezes maior que o cérebro), que respondem
a mudanças na concentração de oxigênio no sangue através de potenciais de
ação que trafegam bilateralmente ao longo dos nervos glossofaríngeo, ao passo
que os aórticos mandam suas mensagens aferentes através dos nervos vagos
(3).

OBJETIVO:
O objetivo do estudo foi investigar a função do quimiorreflexo central em
pacientes vitima de Acidente Vascular Encefálico; e comparar os níveis de
respostas dos sistemas nervoso autônomo, cardíaco, vascular e respiratório
entre estes e indivíduos saudáveis.

METODOLOGIA:
Participaram deste estudo 16 pacientes dos quais 8 vitimas de AVE
encaminhados a clínica de fisioterapia da Universidade de Santo Amaro e 8
indivíduos voluntários saudáveis (grupo controle), com idade entre 30 e 75
anos, de ambos os sexos. Utilizou-se para análise do quimiorreflexo variáveis
como a Pressão Arterial Sistólica (PÁS), Pressão Arterial Diastólica (PAD),
Pressão Arterial Média (PAM), Freqüência Cardíaca (FC), Freqüência
Respiratória (FR) e Variabilidade da Freqüência Cardíaca (VFC), e o seguinte
protocolo experimental: 1. momento repouso durante 5 minutos 2. momento
hipercapnia: inalação constituída de 7% Dióxido de carbono e 93% de Oxigênio
ofertada por 5 minutos: 3. momento recuperação: repouso por 5 minutos e
interrupção das medições.

RESUMO:
O presente estudo avaliou 16 indivíduos, sendo 8 pacientes pós Acidente
Vascular Encefálico denominado grupo AVE e 8 indivíduos normais
denominados grupo Controle. Participaram do estudo indivíduos de ambos os
sexos sendo 75% do gênero masculino no grupo AVE e 47,5% no grupo
Controle. Observou-se uma média de idade no grupo AVE de 60,1 ± 8,5 anos e
no grupo Controle de 53,1 ± 13,3 anos. Com um peso médio de 71,5 ± 11,9 Kg

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no grupo AVE e 72,2 ± 15,4 Kg no grupo Controle, uma altura média de 164,8 ±
8,2 cm no grupo AVE e 163,5 ± 18,4 cm no grupo Controle, com um índice de
massa corporea (IMC) de 26,3 ± 4,5 Kg/m² no grupo AVE e 26,7 ± 3,8 Kg/m² no
grupo Controle.
As medidas de Variabilidades da Frequencia Cardiaca (VFC) obtidas através do
programa Polar® Precision Performance® são:
Analise do domínio da freqüência.
A Banda de baixa freqüência LF (0,051 a 0,150 Hz) caracterizada pela atividade
simpática, porém sofrendo modulação do parassimpático, apresentando um
leve aumento de 2,15% da atividade Simpática no grupo AVE no momento
Hipercapnia comparado com o momento Repouso, o grupo Controle apresentou
uma redução de 6,59% comparando os mesmos momentos. Entre os grupos no
momento Repouso houve uma diferença de 33,7% e no momento Hipercapnia
27,46%, contudo não houve diferenças significativas entre os grupos em ambos
os momentos.
A Banda de alta freqüência HF (0,151 a 0,40 Hz) representa atividade
parassimpática e esta relacionada à respiração, apresentando um discreto
aumento do momento Repouso para Hipercapnia no grupo AVE de 1,37%,
também houve um aumento no grupo Controle de 2,28%. . Entre os grupos no
momento Repouso houve uma diferença de 18,35% e no momento Hipercania
17,60% Mesmo havendo diferença entres os grupos não apresentou
significância.
O balanço simpático/parassimpático LF/HF representando atividade simpática,
apresentando um aumento no momento Repouso para Hipercapnia no grupo
AVE de 57,89%, e também houve um aumento no grupo Controle de 25%.
Entre os grupos no momento Repouso houve uma diferença de 25% e no
momento Hipercania de 20%. A diferença entre os grupos no momento
Hipercapnia com uma tendência a significância p=0,052.

CONCLUSÃO:
Com base nos dados obtidos na amostra estudada, concluímos que pacientes
vitimas de Acidente Vascular Encefálico apresentam disfunção do
quimiorreflexo, caracterizada por uma significativa hipoativação simpática
durante o estimulo do quimiorreflexo central.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. SACCO, Ralph l. In: Merritt, Houston H. Tratado de neurologia. 11° edição,
New York, Guanabara Koogan, 2007. cap 36, p. 255-70.

2.DORO, Antonio R. Análise da Associação de Atividade Física à Síndorme


Metabólica em Estudo Populacional de Nipo-Brasileiros. Arq Bras Endocrinol

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

588
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Metab, v.50 n.6 p.1066-1074 dez. 2006.

3.GYTON, Arthur C. Tratado de fisiologia médica. 11° edição, Mississipi,


Guanabara Koogan, cap 41, p. 475-80. 2006.

________________________________________________________________
Grupos de Estudo em Reabilitação e Fisiologia do Exercício - GERFE

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

analise ergonomica do trabalho em uma cozinha hospitalar da


cidade de são paulo
GEORGIA RAYMUNDO(1)

CLAUDIA DIAS OLLAY(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Nos hospitais, há um envolvimento necessário de diversos tipos de profissionais
com turnos contínuos devido aos tratamentos, cirurgias e acompanhamentos
aos pacientes, por isso as condições de trabalho oferecidas no âmbito
hospitalar não são sempre satisfatórias (DINIZ et al, 2005).
Isso não é diferente com o que ocorre na cozinha hospitalar, que tem como
característica a prestação diária, interrupta e continua de atendimentos aos
pacientes. Suas atividades exigem rapidez, exatidão e sincronia da equipe.
Dependendo da função e local de trabalho os trabalhadores são submetidos a
fatores de risco ambientais e de organização do trabalho, como ruídos,
umidade, riscos de acidentes, esforços físico e mental, ritmo de trabalho
intenso, monótono e repetitivo com sobrecargas musculares (ISOSAKI, 2008).
Segundo Garcia et alli (1998) e Casaroto et al (2003) os absenteísmos e
afastamentos de trabalhadores de uma cozinha hospitalar se devem por
doenças principalmente do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo.
Dentre os profissionais que compõem uma cozinha hospitalar, estão os
copeiros que realizam atividades predominantemente na postura em pé,
realizam movimentos repetitivos e que exijam força muscular de membros
superiores e coluna, pois devem preparar e entregar as bandejas do desjejum,
almoço, café e janta; higienizar os carros de transporte de refeições e preparar
saquinhos de talheres e guardanapos. Para Casarotto et al (2003) a tecnologia
deste século ainda não chegou para esses serviços, o que explica a sobrecarga
dos trabalhadores, o sofrimento e perda da saúde. E segundo Lourenço et al
(2008) a ocorrência de doenças e de acidentes apresenta uma estreita relação
com as condições ergonômica existentes.
Por isso para melhorar as condições de trabalho, a segurança e o conforto dos
profissionais e pacientes a ergonomia hospitalar vem para tratar de questões
importantes para o âmbito hospitalar (DINIZ et al, 2005). A Analise Ergonômica
do Trabalho tem como objetivo analisar o trabalho, de forma a poder contribuir
com a concepção e/ou a transformação ergonômicas das situações e dos
sistemas de trabalho. A partir da análise do trabalho real, a analise pode
determinar as informações que um trabalhador dispõe para realizar seu
trabalho, definindo as características essenciais de uma nova situação de
trabalho (os dispositivos técnicos, os meios de trabalho, o ambiente e a
organização de trabalho, além das competências e das representações dos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

590
UNISA - Universidade de Santo Amaro

trabalhadores) (SOUZA et al, 2004).


Segundo Diniz et al (2005), vários estudos epidemiológicos apresentam os
profissionais que trabalham em Hospitais com mais problemas
musculoesqueléticos, pois é um local que a postura predominante é a de pé,
dentre as funções dos diferentes profissionais empurrar, puxar, carregar peso é
muito comum nesse ambiente.
A partir desses estudos, vimos à importância de realizar uma analise
ergonômica do trabalho da população de uma cozinha, e com esse estudo
poder contribuir para outras pesquisas, visto ser um assunto extremamente
relevante e de interesse de muitos pesquisadores.

OBJETIVO:
A pesquisa teve como objetivo realizar uma analise ergonômica do trabalho do
setor de cozinha da Unidade de Nutrição Dietética (UND) de um Hospital
Universitário da Cidade de São Paulo e assim, determinar a demanda na UND,
as tarefas e atividades realizadas, os possíveis fatores ergonômicos que
possam influenciar no desenvolvimento de doenças ocupacionais e identificar
possíveis desconfortos corporais na população.

METODOLOGIA:
Inicialmente, foi realizado um projeto para analise do Comitê de Ética do
Hospital Universitário o mesmo foi aprovado em janeiro de 2009.
Após reuniões com o Recursos Humanos (RH) e com o Medico do Trabalho do
Hospital Universitário da Cidade de São Paulo, concluiu-se que o trabalhador a
ser estudado por apresentar mais afastamentos era o Copeiro. Lourenço em
2008 disse que o trabalho na Unidade de Nutrição Dietética (UND) é bastante
árduo, por causa do volume de trabalho ser maior comparado ao numero de
trabalhadores envolvidos, com elevado absenteísmo e rotatividade de pessoal,
queixas de dores generalizadas devida a sobrecarga de trabalho e/ou
realização de horas extras.
Para a realização do estudo na UND foram colhidos os termos de
consentimento livre esclarecido e assim alguns dados puderam ser coletados.
Foram realizadas entrevistas com a supervisora da UND e com 15 copeiros.
Na primeira etapa foi adotado um questionário com questões fechadas e uma
aberta, tratava-se de questões relacionadas a dor física, como características e
intensidade, a questão aberta era para o copeiro sugerir melhorias para a saúde
do trabalhador. Junto foi aplicado o mapa de desconforto corporal de Corlett et
al (1995) que é uma técnica de avaliação psicofísica que tem como objetivo
mapear a presença de desconforto/dor percebidos entre os pesquisados e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

591
UNISA - Universidade de Santo Amaro

deveriam marcar numa escala de 0 a 5 o nível de desconforto de acordo com a


subdivisão dos segmentos corporais existentes numa figura humana pré
elaborada (DINIZ et al, 2005). Os dados foram tabulados, os valores foram
transcritos para uma planilha de Excel para que fossem analisados de acordo
com a sua média aritmética. Todos responderam aos dois questionários.
A segunda etapa correspondeu à analise da tarefa prescrita e a real, analisadas
respectivamente com uma nova entrevista à supervisora da UND e através de
observação direta realizando fotos durante o acompanhamento das atividades
dos copeiros. Foram verificadas diferenças entre o prescrito e o observado,
principalmente no almoço e jantar que segundo os copeiros são as atividades
mais desgastante fisicamente, pois necessitam transportar dois carros de
transporte de refeição, um de comida fria pesando em torno de 45 kg e outro de
comida quente que cheio chega a pesar 125 Kg. Os resultados foram
transcritos em uma tabela como tarefa prescrita e extras.
Diante desse dado colhido para analisar melhor, a terceira etapa foi dada pela
análise da atividade “transportar os carros de refeição”, foi realizado através de
observação, fotos e o uso do Check-list de Couto (1996), para avaliação
simplificada do risco de LER/DORT, que estuda as seguintes variáveis;
sobrecarga física, força com as mãos, postura, posto de trabalho, repetitividade
e ferramenta de trabalho, foi seguido o critério de interpretação e obtido o
resultado da alto risco para LER/DORT.
A quarta etapa foi a utilização de uma ferramenta ergonômica, o Método de Sue
Rodgers, 1998 utilizada em cada copeiro para avaliar e pré diagnosticar o nível
de esforço realizado em todos os segmentos corporais, na atividade de
transportar os carros de refeição.

RESUMO:
O maior índice de afastamentos no ultimo semestre de 2008 (tabela 1) foi dos
copeiros, sem causa registrada, considerando pelo menos 1 dia de
afastamento, ao invés de terem 184 dias de trabalho, considera-se menor ou
igual a 158 dias de trabalho.
Observou-se que os trabalhadores usam inapropriadamente os membros
superiores e a coluna ao empurrar e puxar os carros de transporte de refeições,
o carro que vai a frente, tem uma barra de apoio acima do cotovelo, obrigando o
copeiro a fazer flexão de braço e hiperextensão de punho. Já o carro de trás
tem a barra de apoio em uma altura média, mas pelo fato de estar atrás obriga
o copeiro a realizar força com hiperextensão de ombro e que leva o trabalhador
adotar uma postura inadequada que é a rotação de tronco.
Quando questionados se sentiam dor 14 copeiros responderam que sim. Em
relação a freqüência da dor, foi questionado se era continua ou não e a maioria

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

também respondeu que sim.


Quando questionados sobre a caracterização da dor, a maioria (10 copeiros)
referiram dor em queimação, seguido de peso e pontadas.
Quando solicitado para que deixassem sugestões para a melhoria da saúde do
trabalhador, a maioria sugeriu que trocassem os carros de transporte de
refeição por carros mais leves, e outros sugeriram que melhorassem os
equipamentos, entre outros.
Como resultado do mapa de desconforto corporal de Corlett et al (1995) obteve-
se as pernas como a região mais atingidas por dor, seguida por cervical e
ombro.
E quando questionados sobre a intensidade das dores usando a escala de 0 a
5, onde 0 é a dor mais leve e 5 a dor insuportável, o ombro direito teve como
média 4,5 considerando ser uma dor muito forte, seguido por intensidade 4 as
regiões como ombro esquerdo, cotovelos, mãos e pernas com intensidade 3
considerada moderada.
Para confirmação das hipóteses diagnósticas na atividade em questão foi
utilizado o Check-list de Couto, 2000 para riscos de LER/DORT e o resultado foi
de alto risco para LER/DORT. Também foi utilizada uma ferramenta
ergonômica, o Método de Sue Rodgers, para avaliar o nível de esforço sobre os
seguimentos corporais e teve como resultado muito alto para todos os
seguimentos, para todos os copeiros.
Discussão
Conforme os resultados obtidos pode-se dizer que o trabalho em uma UND é
bastante árduo e que existem fatores ergonômicos que contribuem para o
aparecimento de dores praticamente em todos segmentos corporais. No estudo
de Lourenço et al (2008), pode-se concluir que o serviço de alimentação
caracteriza-se por trabalho intensivo com elevadas exigências em relação a
produtividade, mas podem apresentar condições inadequadas de trabalho, com
problemas de ambiente, equipamentos e processos.
Seguindo a Analise Ergonomica do Trabalho, a entrevista com os copeiros foi
de suma importância para a analise das atividades, assim foi possível observar
as exigências e condições reais da tarefa desempenhada pelo trabalhador, por
isso é indispensável o dialogo com os trabalhadores.
Os copeiros passam a maior parte da sua jornada na postura de pé e ao
conduzir os carros de transporte de refeições acabam adotando posturas
inadequadas por causa dos fatores ergonômicos incorretos que são; os carros
de transporte que não atendem as exigências ergonômicas, a organização do
trabalho por disponibilizar um copeiro para dois carros de transporte e também
pela má conscientização corporal, assim como no estudo de Diniz et al (2005),
que estudou as posturas de trabalhadores do setor de lavanderia em um
hospital confirmou que há posturas inadequadas, essencialmente na adoção da
postura de pé num tempo prolongado e na sobrecarga biomecânica decorrente

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

593
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do manuseio dos carros de transporte. Knoplich (1986) já dizia que “o homem


gera sobrecargas mecânicas em suas estruturas osteo-mio-articulares,
principalmente quando adotam posturas ocupacionais ou funcionais
inadequadas em função de postos de trabalho mal projetados”.
Por isso, a troca ou adequação de carros que atendam as exigências físicas e
laborais dos copeiros é de suma importância . Não foi diferente no estudo de
Lourenço et al (2008), uma de suas recomendações ergonômicas era que
adaptassem melhor os carros de transporte, como por exemplo; substituir as
rodas dos carrinhos, por mais adequados e ajustáveis ao tamanho do mesmo.
Nesse estudo os copeiros apresentaram queixas de dor em diversas áreas do
corpo como mostra os resultados do mapa de desconforto corporal. O maior
índice de dor foi pernas e pé tanto no lado direito como esquerdo, isso se deve
a postura em pé assumida durante um tempo prolongado quando realizam suas
atividades. A postura é determinada pelo posto de trabalho ou natureza da
tarefa. Posturas incorretas ao decorrer do tempo apresentam dor (DINIZ et al,
2005).
Nos segmentos do tronco os mais referidos com dor foi a região cervical,
seguido por pescoço e região lombar, dores essas que podem estar
relacionadas com a postura de pé e pela aplicação de força seguida de rotação
e inclinação de tronco ao transportar dois carros de refeição ao mesmo tempo.
Segundo Lemos (2004) as contrações musculares dolorosas no pescoço e nas
costas se deve pelo fato da má postura dos ombros adotada pela configuração
errada de equipamentos de trabalho, como por exemplo; altura errada da pega
do carro de transporte.
Dentre os membros superiores o mais referido com dor foi os ombros e este
com maior intensidade de dor referida. Seguido por cotovelos e mãos. O que se
deve a falta de adequação dos meios de trabalho e conscientização corporal,
levando assim a posturas forçadas ao empurrar os carros de transporte. No
estudo de Diniz (DINIZ et al, 2005) esta foi uma região do corpo que mais
sofreu sobrecarga osteomuscular, devido a má projeção dos equipamentos que
desconsideram o dimensionamento antropométrico e conforto biomecânico e no
estudo de Isosaki (2008) concluiu-se que o diâmetro e tipo de roda, boa
manutenção, altura da barra de pega podem influenciar no esforço físico do
copeiro ao empurrar e puxar o carro de transporte.
Os dados complementares da AET foram obtidos através do Método de Sue
Rodgers que teve como resultado nível muito alto de esforço para todos os
segmentos corporais e do Check-list para risco de LER/DORT que também teve
o resultado de alto risco para LER/DORT. Dados esses que corroboram com os
resultados obtidos através da analise observacional da atividade.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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CONCLUSÃO:
A pesquisa evidenciou que a Analise Ergonômica do Trabalho foi de suma
importância para a identificação dos fatores de risco ergonômicos, como má
postura, equipamentos não adequados e número insuficiente de trabalhadores;
todos esses fatores contribuem significativamente para o aparecimento de
doenças ocupacionais e deixam claro que intervenções devem ser feitas para
melhorar a saúde do trabalhador da cozinha; medidas ergonômicas que devem
ser implantadas levando em consideração um plano de ação, concepção de um
novo tipo de carrinho ou correção dos carros de transporte de refeição;
implantação de programas de promoção de saúde, como,
treinamentos/capacitações continuadas sobre postura; implantação e
acompanhamento de um programa de ginástica laboral para que as estruturas
usadas em demasia ou incorretamente possam ser preparadas e alongadas
para a função; adoção de cadeiras para que o copeiro possa sentar entre uma
atividade e outra; relacionado a organização do trabalho aumentar do número
de copeiros na equipe de trabalho.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CASAROTTO, R.A & MENDES, L.F. Queixas, doenças ocupacionais e
acidentes de trabalho em trabalhadores de cozinhas industriais. Rev Bras Sau
Ocu. 2003; 28 (107/108): 109-26.
CORLETT, E & WILSON J.R. Evaluation of humam work- A practical
ergonomics methodology. Taylor & Francis: 1995, Londres; p. 663-713.
COUTO, H. A. Ergonomia Aplicada ao Trabalho – O Manual Técnico da
Máquina Humana (Volume II). Ergoeditora, Belo Horizonte; 1996.
DINIZ, R.L; CAMPOS, S.B.C & OLIVEIRA, P.S.C. Avaliação de posturas no
setor de lavanderia em um Hospital em São Luis (MA). 5º. Congresso
Internacional de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces. 2005 maio/ jun 31-01:
PUC-RIO. Rio de Janeiro; 2005.
GARCIA, M.E; MARTINS, A.B.K; HIRATA, E.E; BRAGGIO, E.F; ROSSI, J.C.B;
ALBUQUERQUE, V.G.C; RINALDO, I; RODRIGUES, L.E.A; NOGUEIRA, D.P &
TOLOSA, E.M.C. Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho na
coordenadoria de assistência social da Universidade de São Paulo. Rev Med
HU-USP. 1998; 8 (1): 21-4.

ISOSAKI, M. Intervenção nas situações de trabalho em um serviço de nutrição


hospitalar de São Paulo e repercuções nos sintomas osteomusculares. [tese de
doutorado]. São Paulo: Universidade de São Paulo. Curso de Doutorado em
Ciências. Departamento de Fisiopatologia Experimental, 2008.
KNOPLICH, J. Enfermidades da coluna vertebral. [artigo na internet] Rio de
Janeiro, 1986. [acesso em 17 de março de 2009]. Disponível em:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

595
UNISA - Universidade de Santo Amaro

http://abergo.pep.ufrj.br/abergo2000/objetivos.htm.
LEMOS, M.P. Contribuições da ergonomia na melhoria da qualidade higiênico
sanitária de refeições coletivas: um estudo de caso. [monografia na internet]
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. Mestrado em
Engenharia de Produção. 2004. [Acesso em 05 de abril de 2009]. Disponível em
http://teses.eps.ufsc.br/index.asp.
LOURENÇO, M.S & MENEZES, L.F. Ergonomia e alimentação coletiva: Analise
das condições de trabalho em uma unidade de alimentação e nutrição. 4º.
Congresso Nacional de excelência em gestão. 2008 jul/ago 31-02: Niterói – Rio
de Janeiro; 2008.
SOUZA, A.A & PROENÇA, R.P.C. Tecnologias de gestão de cuidados
nutricionais: recomendações para qualificação do atendimento nas unidades de
alimentação e nutrição hospitalares. Rev Nutr. 2004; 17(4): 425-36.

________________________________________________________________
Ao apoio geral dado pela Médica do Trabalho Dra. Sheila Varges Pastore, a
Aux. Enf. do Trabalho Andreia Soares Estanislau, a Nutricionista Sandy Pereira
Gamez e ao Prof. Roger Valentim Abdala.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Análise Microbiológica de Amostras de Carne de Ostras


(Crassostrea rhizophae) Comercializadas em Supermercados da
Região Sul de São Paulo
ARYENE CASSILO SANTANNA(1)

JOSE CESAR PANETTA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
As ostras são moluscos bivalves pertencentes a família Ostreidae e a ordem
Ostreida. São animais que se desenvolvem em água marinha dentro de
conchas muito calcificadas.
Como todo alimento cru, as ostras podem estar contaminadas com bactérias
perigosas. Isso devido a filtração que elas fazem de grande volume de água (2
a 5 litros água/hora) de maneira a obterem comida, por esse motivo existe uma
probabilidade grande de alguma bactéria ou vírus que possa estar na água se
acumule dentro delas. (foodstandards,2009)
A qualidade sanitária da água de onde as ostras são retiradas, é primordial para
a obtenção de um produto final de boa qualidade microbiológica. (JAY, 2005)
As ostras tem em sua composição química um nível significante de carboidrato
e pequena quantidade total de nitrogênio em sua carne. O carboidrato está
basicamente na forma de glicogênio e, devido a esse nível relativamente alto, a
deterioração das ostras é basicamente fermentativa.(JAY, 2005)
A flora microbiana das ostras varia muito dependendo da qualidade da água de
onde foram retiradas, da qualidade da água de lavagem entre outros fatores.
(JAY, 2005)

Microrganismos Indicadores
São grupos ou espécies de microrganismos que, quando presentes em um
alimento, podem fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação de
origem fecal, sobre a provável presença de patógenos ou sobre a deterioração
potencial do alimento, além de poderem indicar condições sanitárias
inadequadas durante o processamento, produção ou armazenamento (JAY,
2005).

Coliformes totais
É um grupo composto por bactérias as família Enterobacteriaceae, capazes de
fermentar a lactose com produção de gás, quando incubados a 35-37°C, por 48
horas. São bacilos gram-negativos e não formadores de esporos.
Fazem parte desse grupo predominantemente bactérias pertencentes aos
gêneros Escherichia, Enterobacter, Citrobacter e Klebsiella. Destes, apenas a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

597
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Escherichia coli tem como hábitat primário o trato intestinal do homem e


animais. Os demais, além de serem encontrados nas fezes, também estão
presentes em outros ambientes como vegetais e solo, onde persistem por
tempo superior ao de bactérias patogênicas de origem intestinal como
Salmonella e Shigella. Consequentemente, a presença de coliformes totais no
alimento não indica, necessariamente, contaminação fecal recente ou
ocorrência de enteropatógenos (JAY, 2005).

Coliformes termotolerantes
As bactérias pertencentes a este grupo correspondem aos coliformes totais que
apresentam a capacidade de continuar fermentando lactose com produção de
gás, quando incubadas à temperatura de 44-45,5°C. Nessas condições, ao
redor de 90% das culturas de E. coli são positivas, enquanto entre os demais
gêneros, apenas algumas cepas de Enterobacter e Klebsiella mantêm essa
característica (JAY,2005).
A pesquisa de coliformes fecais ou de E. coli nos alimentos fornece, com maior
segurança informações sobre as condições higiênicas do produto e melhor
indicação da eventual presença de enteropatógenos (JAY, 2005).

Salmonella
O gênero Salmonella pertence à família Enterobacteriaceae e compreende
bacilos Gram-negativos não produtores de esporos. São anaeróbios
facultativos, produzem gás a partir de glicose (exceto S. typhi) e são capazes de
utilizar citrato como única fonte de carbono (JAY, 2005).
O pH ótimo para a multiplicação das samonelas fica próximo de 7,0, sendo que
valores superiores a 9,0 e inferiores a 4,0, são bactericidas. Não toleram
concentrações de sal superiores a 9%. O nitrito é inibitório e seu efeito é
acentuado pelo pH ácido (JAY, 2005).
A temperatura ideal para multiplicação de Salmonella é 35-37°C, sendo mínima
de 5°C e a máxima 47°C. Porém, os valores máximos e mínimos dependem do
sorotipo (JAY, 2005).

OBJETIVO:
O objetivo deste trabalho é analisar a qualidade microbiológica de ostras
comercializadas na Região Sul de São Paulo. Será pesquisada presença de
coliformes termotolerantes e coliformes totais, por serem indicativo de
contaminação microbiológica. Também será pesquisada a presença de
Salmonella sp., que é uma bactéria patogênica e se encontrada, causa
prejuízos a saúde publica.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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METODOLOGIA:
Coliformes totais:Pesar 25g da amostra a ser analisada. Adicionar 225ml de
água peptonada a 0,1%. Homogeneizar por 60 segundos. Pipeta-se 1ml desta
diluição e inocula-se em um tubo contendo 9ml de Caldo Lauril Triptose, e um
tubo de Durhan invertido. Repete essa passagem mais duas vezes, pois a
leitura é feita em triplicata, ou seja, são inoculados três tubos para cada
diluição. Pipeta-se mais 1ml para adicionar em um tubo contendo 9ml de água
peptonada a 0,1%, este tubo é considerado, então, a segunda diluição. Desta
diluição, pipeta-se 1ml para cada tubo contendo 9ml de Caldo Lauril triptose e
1ml contendo 9ml de água peptonada 0,1%. Este tubo será considerado a
terceira diluição e assim por diante.
A estante contendo os tubos já inoculados será levada em uma estufa de
cultura à 35°C por 24-48 horas. Após este período será realizada a leitura e os
tubos que apresentarem turbidez e presença de gás dentro dos tubos de
Duhran serão considerados positivos. Dos tubos positivos, com uma alça de
platina, é coletada uma alíquota, que é transferida para um tubo contendo
Caldo Verde Brilhante Bile e um tubo de Durhan invertido. Estes tubos são
levados para uma estufa de cultura à 35°C, por 24-48 horas. É realizada a
leitura. Dos tubos positivos, é coletada uma alíquota e então inocula-se em um
tubo contendo 9ml de Caldo EC e um tubo de Durhan invertido. Estes tubos são
levados para uma estufa de cultura à 44,5°C, por 24-48 horas. Será, então,
realizada leitura e serão considerados positivos os tubos que apresentarem
turbidez e presença de gás dentro do tubo de Durhan. Lê-se a tabela de NMP.

Salmonella: Pesar 25g da amostra a ser analisada e adicionar 225ml de água


peptonada tamponada a 1%, homogeneizar por 60 segundos, e levar a estufa à
35°C por 24 horas. Após este período, pipeta-se 1ml e inocula-se um tubo
contendo 10 ml de Caldo Rapapport e 1ml em um tubo contendo 10ml de Caldo
Selenito Cistina. Estes tubos serão levados à um banho-maria com agitação à
44,5°C por 24 horas. Após este período transfere-se uma alíquota de cada tubo
para uma placa contendo Agar Hektoen, uma placa contendo Agar BPLS e uma
placa contendo Agar XLD. Estas placas são levadas a estufa de cultura à 35°C,
por 24 horas. Após este período, faz-se a leitura.

RESUMO:
Conforme a resolução *RDC nº12 de 02 de janeiro de 2001, para pescado
defumado, moluscos e crustáceos refrigerados ou congelados é permitido até
100 g/ml de coliformes termotolerantes, sendo assim 66 amostras estavam
dentro dos parâmetros e 6 fora dos parâmetros. Entretanto essas 6 amostras
não-satisfatórias são justamente as que estavam fora de refrigeração no
supermercado e que em teste foi encontrada presença de Proteus sp.
Todas as análises realizadas apresentaram resultado negativo para presença

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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de Salmonella sp.

Coleta Quantidade de amostras Quantidade de coliformes pH Bactérias


1ª coleta 06 0,62 g/ml 6,39 Escherichia coli
2ª coleta 06 1500 g/ml 6,93 Escherichia coli, Proteus sp.
3ª coleta 06 93 g/ml 6,63 Escherichia coli
4ª coleta 06 0 g/ml 6,47 Escherichia coli
5ª coleta 06 0 g/ml 6,76 Escherichia coli
6ª coleta 06 0 g/ml 6,39 Escherichia coli
7ª coleta 06 15 g/ml 6,36 Escherichia coli
8ª coleta 06 21 g/ml 6,41 Escherichia coli
9ª coleta 06 15 g/ml 6,44 Escherichia coli
10ª coleta 06 9,1 g/ml 6,39 Escherichia coli
11ª coleta 06 0 g/ml 6,27 Escherichia coli
12ª coleta 06 21 g/ml 6,42 Escherichia coli

Discussão
Durante a leitura sentiu-se falta de um valor de referencia para moluscos
bivalves consumidos crus, sendo desta maneira os valores enquadrados são os
parâmetros mais próximos do analisado.
Acredita-se que a ANVISA deveria ter uma resolução própria para moluscos
bivalves consumidos crus.
Durante a realização da pesquisa houve uma grande dificuldade em encontrar
ostras em supermercados da região Sul de São Paulo, por este motivo não deu-
se continuidade a pesquisa.
O pH da ostra serve de parâmetro para detectar a deterioração das ostras.
Todas as amostras encontraram-se dentro dos padrões para pH.(JAY, 2005)

CONCLUSÃO:
A ostra é um produto nutritivo, mas ainda se tem dificuldade em encontrá-las
nos supermercados visitados para a coleta.
A contaminação desse molusco vem principalmente da má qualidade da água
onde foi cultivado, devido serem animais filtradores, podem assimilar alem de
alimentos, contaminantes.E por esse motivo, deve-se levar em conta de onde
será feita a extração da ostra.
Para diminuir os riscos de uma proliferação bacteriana deve-se manter o
produto sempre sob refrigeração até o consumo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

600
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


Instrução Normativa nº162 de 26/08/2003
D.O.U. = 18/09/2003

Foodstandards,2009. Disponivel em:www.foodstandards.gov.uk Acesso em: 10


de março de 2009

FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M., Microbiologia dos Alimentos, Ed.


Atheneu, 1996.

Infoescola,2008. Disponível em: www.infoescola.com/moluscos/ostras Acesso


em: 09 de março de 2009

JAY, J. M., Microbiologia de Alimentos, 6ª Edição, Porto Alegre, Ed. Artmed,


2005.

________________________________________________________________
*A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no uso da
atribuição que lhe confere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da ANVISA
aprovado pelo Decreto 3029, de 16 de abril de 1999, em reunião realizada em
20 de dezembro de 2000.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

ANSIEDADE: INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM


RELACIONADA AO PACIENTE NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO
MONICA APARECIDA DA SILVA SOUZA(1)

DEBORA CRISTINA SILVA POPOV(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é uma forma eficiente do
enfermeiro organizar os processos de cuidados, realizar sua tomada de decisão
e também pode ser adaptado para ajudar na solução de problemas
administrativos e de liderança, dessa forma promovendo um cuidado otimizado
aos pacientes do centro cirúrgico(1).
Quando o enfermeiro realiza a SAE ele realiza um cuidado humanizado ao
paciente, garante sua responsabilidade junto a equipe e ao cliente, realiza
prescrições de cuidados coerentes aos respectivos problemas encontrado no
paciente, realiza a avaliação dos resultados e da qualidade as suas ações e de
sua equipe de enfermagem(1).
A aplicação do processo de enfermagem proporciona ao enfermeiro a
possibilidade da prestação de cuidados individualizados, centrada nas
necessidades humanas básicas, e além de ser aplicado à assistência, pode
nortear tomadas de decisão em diversas situações vivenciadas pelo enfermeiro
enquanto gerenciador da equipe de enfermagem(1).
O processo de enfermagem possui fases interdependentes e complementares e
quando realizadas juntas resultam em intervenções satisfatórias para o
paciente. Estas fases compreendem, o histórico, o diagnóstico, o plano
assistencial, prescrição, evolução e prognóstico(1).
Nesta categoria o diagnóstico de enfermagem é visto como parte integrante do
processo de enfermagem uma vez que o diagnóstico de enfermagem deriva de
avaliações do paciente como um ser autônomo que interage com suas
particularidades e com o ambiente a todo o momento. Desta forma, o
diagnóstico deve ter continuidade e suas ações devem ser sistematizadas(2).
O diagnóstico de enfermagem é um julgamento clínico sobre as respostas do
indivíduo, da família ou da comunidade a problemas de saúde/processos vitais
reais ou potenciais. O diagnóstico de enfermagem proporciona a base para
seleção de intervenções de enfermagem para atingir resultados pelos quais a
enfermeira é responsável (aprovado na 9ª Conferencia, 1990)(2).
O SAEP (Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória) é
utilizado no Centro Cirúrgico (cc) para sistematizar as ações dentro da seis
fases existentes na SAE da qual vamos enfatizar o diagnóstico de enfermagem
Ansiedade e o paciente pós-operado, pois compreendemos que nesse período,
o paciente apresenta ansiedade, porém muitas vezes, esse sentimento não é

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

602
UNISA - Universidade de Santo Amaro

valorizado(1).

OBJETIVO:
Identificar as intervenções de enfermagem relacionadas ao Diagnóstico de
Enfermagem Ansiedade no período Pós-Operatório.

METODOLOGIA:
Foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica exploratória em literatura
cientifica. A coleta de dados foi realizada em acervos disponibilizados nas
bases de dados encontradas no Medline, Sielo, Lilacs, BDEenf e na biblioteca
Milton Soldani Afonso, da Universidade de Santo Amaro (UNISA), no período de
2000 à 2009.
Foram utilizadas as palavras-chave cirurgia, diagnóstico de enfermagem,
ansiedade e pós-operatório. Foram encontrados 185 artigos e selecionados 9
artigos, 1 tese e 5 livros a fim de responder o propósito de levantar as
intervenções necessárias para minimizar a ansiedade dos pacientes no período
pós-operatório.

RESUMO:
A Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) é
recomendada pela Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico,
Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC). Esta
sociedade define que a enfermagem perioperatória é praticada nos períodos
pré-operatório, trans-operatório e pós-operatório da experiência cirúrgica do
cliente. Engloba coleta de dados, análise e priorização da ação a ser
implementada no trans-operatório e no pós-operatório e avaliação do alcance
dos cuidados prestados ao cliente(1).
Segundo a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), toda
instituição de saúde deverá utilizar a SAE, sistema composto por uma série de
passos integrados que guiam as ações da enfermagem. Vale ressaltar que
nesta mesma resolução, fica esclarecido cabe ao enfermeiro, com
exclusividade, a implantação, o planejamento, a organização, a execução e a
avaliação do processo de enfermagem, que compreende as seguintes etapas:
consulta de enfermagem, histórico, exame físico, diagnóstico, prescrição e
evolução de enfermagem(1).
O foco principal é estar centrado no paciente e nas intervenções para atender
suas necessidades. Respeitar o paciente como indivíduo, protegendo seus
direitos e dignidade; reduzir a ansiedade do paciente e de sua família; oferecer
uma assistência individualizada (cada pessoa é diferente e tem suas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

603
UNISA - Universidade de Santo Amaro

necessidades); satisfação do paciente, familiares e equipe(1).


Tudo isso se torna um processo individualizado, planejado, avaliado e,
principalmente, contínuo, ou seja, abrange os períodos pré, trans e pós-
operatório da experiência cirúrgica do cliente(1).

ETAPAS DA SAEP

A SAEP abrange três fases da experiência cirúrgica o pré-operatório, intra ou


trans-operatório e pós-operatório. Definem-se como pré-operatório o período de
tempo desde quando a decisão para a intervenção cirúrgica é feita até o
paciente ser transferido para mesa da sala de operação. O trans ou intra-
operatório é o período de tempo desde de quando o paciente é transferido para
a mesa da sala de cirurgia até ser admitido na unidade de cuidados pós-
anestésicos. O pós-operatório é o período de tempo que se inicia com a
admissão do paciente na unidade de cuidados pós-anestésicos e finaliza após a
evolução de acompanhamento no setor de clínica ou no domicílio(1).
O âmbito das atividades de enfermagem durante o período pré-operatório pode
incluir uma evolução paramétrica do paciente, antes do dia da cirurgia, por meio
da realização de uma visita pré-operatória (incluindo o exame físico e
emocional, a história anestésica prévia, a presença de alergias conhecidas),
pela garantia de que os exames necessários foram realizados (testagem pré-
admissão), pela provisão dos serviços adequados de consultoria e pela
realização do ensino sobre a recuperação da anestesia e tratamento pós-
operatório, e ainda a abordagem de duvidas que o paciente e a família possam
ter(1).
Na visita pós-operatória as atividades da enfermagem são voltadas para a
avaliação dos efeitos dos agentes anestésicos e do procedimento cirúrgico, a
monitorização das funções vitais, a provisão do conforto e alivio da dor e
prevenção das complicações. As atividades no pós-operatório são ligadas à
promoção da recuperação do paciente e à iniciação do ensino, e de cuidados
essenciais para uma recuperação e reabilitação bem-sucedidas(1).

ANSIEDADE

A Ansiedade e um diagnóstico muito comum em pacientes cirúrgicos, sua


definição pela NANDA e denominada como “Um vago e incomodo sentimento
de desconforto ou temor, acompanhado por resposta autonômica (a fonte é
freqüentemente não especifica ou desconhecida para o indivíduo); sentimento
de apreensão causado pela antecipação de perigo. É um sinal de alerta que
chama a atenção para um sinal de perigo eminente e permite ao indivíduo que
tome medidas para lidar com a ameaça”(2).
É desagradável e difícil de definir de forma rigorosa, pode estar relacionada

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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com outros estados emocionais como terror, horror, alarme, pânico. Pode se
citar também como manifestações físicas: hiperventilação, náuseas, diarréia,
boca seca, insônia, inapetência e fraqueza. As manifestações fisiológicas que
este sentimento pode desencadear são: tremores, palpitações e vertigens ou
ainda alterações comportamentais como apreensões, nervosismo e
preocupações. É direcionada ao futuro, esta implícita a sensação de perigo
eminente(2).
O conteúdo e a abordagem do ensino na educação do paciente deverão ser
sempre individualizados e tendo como um de seus objetivos a redução dos
temores que contribuem para ansiedade do paciente no período pré-operatório.
Os temores são: o medo do desconhecido, da morte, da anestesia e da
alteração de sua imagem corporal(2).
No período trans-operatório o paciente enfrenta uma situação desconfortável
pela proximidade da cirurgia, muitas vezes não tem conhecimento suficiente
sobre o preparo, as rotinas, os cuidados pós-operatórios, gerando incertezas(1-
2).

ANSIEDADE E PÓS-OPERATÓRIO

A ansiedade desses pacientes no período pós-operatório está relacionada ao


medo da morte, da recuperação pós-operatória, com a mudança de ambiente,
como um lugar desconhecido e assustador, além da distância da família e
preocupações financeiras e familiares(1-2).
Identificar como o paciente enfrenta e lida com a situação de estar aguardando
uma cirurgia, conhecer sobre a presença de mecanismos de defesa e como o
paciente responde à situação é importante tanto no pré como no pós-operatório
para os profissionais que o assistem. O enfrentamento, além de representar os
recursos do indivíduo para superar o problema ou reduzir a ansiedade,
representa também uma tentativa do indivíduo exercer algum controle sobre o
ambiente onde ele se insere, relacionando-se com ele de forma mais
adaptativa(1-2-3).
O cuidado de enfermagem é o ponto chave da hospitalização, pois permite
estabelecer relações que contribuem para aliviar as fontes geradoras de
ansiedade para os pacientes e seus familiares(3).
Fatores desencadeadores da ansiedade no período pós-operatório é a ameaça
de morte, risco ou alteração das condições de saúde, dos padrões de interação,
da função/desempenho de papéis, do ambiente ou da situação financeira,
diálogo interno positivo ou negativo(2).
As características definidoras relacionadas ao período pós-operatório é a
preocupação expressas em virtude de mudanças nas condições de vida, a
sentimentos de angustia, agitação, inquietação, temor, a sensação de morte
eminente e a desesperança(2).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

INTERVENÇÕES

No período perioperatório as emoções são bastante individuais e complexas,


assim como a ansiedade que pode promover um pensamento negativo sobre a
cirurgia, sobre sua própria imagem corporal, o ambiente cirúrgico e pós-
cirúrgico, a recuperação e a morte. A preocupação quanto à perda de dia de
trabalho, a perda do emprego, a responsabilidade na sustentação a família,
contribuem para a reação emocional ansiedade e faz com que o paciente se
sinta inseguro quanto ao pós-operatório(1-3).
E muito importante que o enfermeiro proporcione as informações necessárias
que ajuda o paciente a aliviar a ansiedade desde o momento pré-operatório, na
visita pré-operatória oriente sobre os cuidados pós-operatórios e sobre o que
vai acontecer na sala de cirurgia para que o paciente se sinta seguro, confiante
na equipe e no ambiente tanto dentro do centro cirúrgico quanto no pós-
operatório(1-3).
O enfermeiro deve-se apresentar e tratar o paciente pelo nome carinhosa e
freqüentemente, oferecendo explicações e encorajando e respondendo as
perguntas, tudo isso proporciona um sentido de profissionalismo e amizade que
pode ajudar o paciente a se sentir seguro, tanto no período intra-operatório
quanto no pós-operatório(3).

INTERVENÇÕES NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO

A relação enfermeiro/paciente deve ser colocada como destaque no período


pós-operatório principalmente se as informações pré e intra-operatória não
foram dadas de forma adequada ou foram insuficientes(1-3).
È ai que o paciente necessita da presença e da atenção do enfermeiro, assim
como do cuidado e do conforto, para reduzir sua ansiedade e dissipar seus
temores. Estar presente requer um comportamento de mostrar-se por inteiro,
numa relação mútua, diretamente ligada à demonstração de afeto e de atenção
ao outro. Consiste em criar um relacionamento positivo entre pessoas, na qual
haja espaço para a confiança e esperança. Trata-se de uma atitude expressa
na forma atenta e reflexiva de ouvir o outro para uma maior compreensão do
que se passa com essa pessoa como maneira essencial do cuidado(3).
O enfermeiro deve oferecer ao paciente a oportunidade de discutir as razões da
ansiedade, pois sem ajuda alguns pacientes não conseguem expressar seu
medo (de ficar incapaz ou morrer), incentivar o paciente a falar de seus limites
possibilitando que a comunicação ocorra no seu próprio ritmo e escutar
atentamente as expressões verbais dos sentimentos dos pacientes para permitir
a identificação dos comportamentos ansiosos e descobrir a causa da
ansiedade(3).
O ambiente também pode ser um fator contribuinte para a ansiedade do

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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paciente. A complexidade do atendimento prestado, bem como a estrutura


física, o barulho, os equipamentos e a movimentação das pessoas são tidos
como fontes geradoras de estresse para os pacientes e familiares. A ansiedade
do paciente também pode ser gerada por fatos simples como não saber que
horas são ou que dia é, falta de privacidade ou só de ver a equipe de
enfermagem realizando procedimentos em outros leitos que muitas vezes
assustam o paciente, como a reanimação de parada(3).
Identificar e reduzir o maior número possível de fatores ansiosos no ambiente,
como a redução do contato do pacientes com indivíduos que provocam
ansiedade, reduzir o número de pessoas na sala de recuperação pós-cirurgica,
controlar fatores ambientais como iluminações irritantes e tráfego externo
ruidoso para dar o maior conforto para o paciente(3).
O enfermeiro deve estar consciente e sensível à ameaça experimentada pelo
paciente para reconhecer, respeitar e enfrentar suas emoções e seus
comportamentos. Organizar suas tarefas de forma a passar mais tempo com o
paciente para atenuar seu medo de ser negligenciado ou esquecido e ainda
permanecer com o paciente durante suas crises de ansiedade para que ele veja
que não está sozinho(3).
O sentimento de ansiedade na fase pós-operatória pode acarretar também
disfunções fisiológicas no paciente, portanto devemos identificar com
prematuridade essa emoção e realizar as intervenções adequadas como
promover conforto para o paciente, uma boa alimentação, deixar que alguém
que ele confie fique ao seu lado ou ainda pedir ao paciente que ele mesmo diga
quais atividades são confortadoras e que lhe forneçam a sensação de
autocontrole(3).
O enfermeiro deve estar atento as modificações dos pacientes em relação a
ansiedade para poder aplicar as intervenções de forma rápida e eficiente
minimizando futuras complicações no estado físico e mental dos pacientes do
pós-operatório(3).

CONCLUSÃO:
Concluímos que as intervenções relacionadas ao diagnóstico de ansiedade são:
• Minimizar a ansiedade através do relacionamento enfermeiro/paciente,
minimização dos medos do paciente relacionado à morte ou a recuperação pós-
operatória.
• Fornecer informações e orientar o paciente sobre os procedimentos e
intervenções a serem realizados.
• Promover um ambiente seguro e confortável para que o paciente se sinta
relaxado e confiante na equipe de enfermagem e na sua recuperação.
• Tratar o paciente como um todo psico-socio-espiritualmente, ajuda-o a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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enfrentar seus problemas e encarar seu estado de saúde com mais confiança e
esperança.
Acreditamos que esse trabalho contribuiu para humanização da prática de
enfermagem na fase pós-operatória, mostrando que ao minimizar a ansiedade
dos pacientes facilitamos a reabilitação e a recuperação, diminuindo as
complicações futuras que a equipe de enfermagem possa enfrentar
relacionadas ao paciente de pós-operatório.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1- Maia LFS. Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória:
uma revisão de literatura. Enfermagem. São Paulo, 2008.

2- Correia C. Diagnóstico de Enfermagem da NANDA: Definições e


Classificações 2005-2006. Porto Alegre: Artmed; 2006.

3- Doenges ME, Moorhouse MF, Murr AC. Diagnóstico de Enfermagem:


Intervenções, Prioridades, Fundamentos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2009.

________________________________________________________________
* Graduanda do Curso de Enfermagem - 8º semestre - Universidade de Santo
Amaro.E-mail: monica.ssolza@hotmail.com ** Orientadora - Enfermeira,
Mestre em Enfermagem da Saúde do Adulto pela USP, professora assistente
do curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. E-mail:
deborapopov@ig.com.br

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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As competencias do enfermeiro atuante na unidade do AMA


LUCIENE DE SOUZA SILVA(1)

HOGLA CARDOZO MURAI(2),JULIANA REIS FRANCO DE CARVALHO(3)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Por causa das mudanças ocorridas nos paradigmas em saúde publica,
relacionado á transformações estruturais, houve a necessidade de construir
competências para o profissional enfermeiro visando a resolução dos
problemas de saúde.
Segundo parâmetros propostos pelo Ministério da Saúde, estima-se que a
necessidade de consulta habitante/ano para assistência emergencial seja
representada por 15% das consultas oferecidas aos usuários SUS. Em 2005, na
cidade de São Paulo, esta proporção atingiu 43% do total de consultas
realizadas indicando uma inversão na pirâmide da assistência. Estes
atendimentos são na sua maioria, de complexidade compatível com a Atenção
Básica, o que não exige a infra-estrutura de Pronto-Socorros e Hospitais. A
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) atenta à realidade identificou essa lacuna
na assistência e considerando a necessidade de racionalizar e hierarquizar a
oferta de serviços de saúde no território propôs a criação das Unidades de
Assistência Médica Ambulatorial (AMA). Um dos desafios da Secretaria
Municipal de Saúde é consolidar o SUS desenvolvendo estratégias efetivas com
enfoque na promoção, prevenção e reabilitação em todos os níveis de
assistência. Em 2005, surgiram as Unidades de Assistência Médica
Ambulatorial ( AMA ), implantadas no campo de atuação da Atenção Básica,
integrada e articulada à rede de serviços, atendendo a demanda espontânea de
agravos menores, possibilitando que os Serviços de Urgência e Emergências
tenham seus recursos destinados à assistência de maior complexidade. A AMA
absorve a demanda de baixa e média complexidade com qualidade sem perder
a medida do risco e a necessidade da continuidade das atividades de
promoção, prevenção e assistência básica. A gestão das AMA está sendo
compartilhada entre SMS e as entidades da sociedade civil. A proposta oficial
para essas unidades é que devam funcionar de 2º à sábado, das 7 às 19 hs,
podendo funcionar 24hs de acordo com as necessidades locais; com equipe
medica composta por dois médicos clínicos, dois médicos pediatras e um
médico cirurgião ou ginecologista; atualmente na rede da Atenção Básica em
São Paulo são 115 unidades referenciando 413 Unidade Básica de Saúde. O
objetivo geral é ampliar o acesso da população à rede básica de saúde, por
meio da oferta de serviços que possibilitem respostas ágeis as suas
necessidades de assistência médica imediata, com o compromisso de
direcionar os usuários que necessitem de acompanhamento nas UBS. Objetivos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

específicos: 1. Realizar atendimento médico sem agendamento prévio nas


especialidades básicas, para usuários que demandam assistência imediata e
cuja intervenção seja compatível com a complexidade da Atenção Básica; 2.
Aperfeiçoar o atendimento nos Prontos - Socorros na medida em que absorve a
demanda de baixa e média complexidade; 3. Oferecer retaguarda às Unidades
Básicas de Saúde; 4. Aumentar a oferta e a agilidade do acesso aos
procedimentos de apoio diagnostico e terapêutico; 5. Promover a humanização
dos serviços por meio do acolhimento resolutivo à demanda espontânea; 6.
Garantir a assistência e acompanhamento nas UBS dos usuários nela
atendidos, sempre que necessário; 7. Executar as ações pertinentes de
vigilância epidemiológica, identificando, notificando e realizando intervenções
específicas nos agravos de notificação compulsória, violências e acidentes de
trabalho, garantindo a qualidade e a continuidade da assistência segundo
orientações técnicas da Vigilância em Saúde.
Como em todas as unidades de saúde é primordial a presença do enfermeiro.
Neste novo contexto ele também esta inserido, com um papel complexo e
especifico, pois ele precisa atuar na promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação da saúde com total autonomia. O enfermeiro participa como
integrante da equipe de saúde e é responsável por ações que visem satisfazer
as necessidades de saúde da população.
Para isso desenvolvemos competências e ela tem sido relacionada à
capacidade de articular e mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes,
colocando-os em ação para resolver problemas e enfrentar situações de
imprevisibilidade em uma dada situação concreta de trabalho e em um
determinado contexto cultural. Ela compreende um conjunto de saberes e
capacidades que os profissionais incorporam por meio da formação e da
experiência, somado à capacidade de integrá-los, utilizá-los e transferi-los em
diferentes situações profissionais.
Para a prática profissional da Enfermagem existe o desenvolvimento de
competências definidas como CHA: um conjunto de conhecimentos (saber),
habilidades (saber fazer), e atitudes (saber ser), que resulta em uma entrega ou
em uma aplicação pratica. O conjunto de saberes abrange os saberes teóricos,
necessários para a compreensão do fenômeno “cuidado”. O saber-fazer refere-
se ao modo único, compartilhado e fundamentado no saber cognitivo,
formalizado por meio de um processo especifico (Sistema de Assistência de
Enfermagem- SAE) e implementado por meio de procedimentos e protocolos
validados e direcionados para as “boas praticas”. O saber ser caracteriza-se
pelos comportamentos individuais e grupais, flexíveis, pró-ativos e habilidosos
em termos de relações interpessoais, desenvolvidos no cenário profissional,
fundamentados nos princípios da bioética. O enfermeiro em sua trajetória
histórica fundamentou suas ações em pressupostos escritos ( normas, rotinas e
procedimentos ). Considerando que eles seriam a garantias de um “bom

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

cuidado”. Porém essas repetições de ações não favorecem as diferentes


situações vivenciadas em uma unidade de AMA.
Por perceber que o papel do enfermeiro é de tão grande responsabilidade e por
observar a sua importância em uma unidade em que a sua demanda
populacional é nitidamente diversificada, surgiu a idéia de criar competências
especificas para o enfermeiro atuante na AMA.

OBJETIVO:
O presente estudo tem como objetivo delinear as competências do enfermeiro
atuante na AMA.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica com os seguintes descritores:
Competência profissional; Educação em enfermagem; Enfermagem em Saúde
Publica. A busca foi realizada por meio de consulta eletrônica à biblioteca Milton
Soldani Afonso da Universidade de Santo Amaro, consulta eletrônica à base de
Dados da BIREME junto às bases de dados LILACS E SCIELO. Foram
encontrados 24 artigos e 2 livros didáticos referentes ao tema.
Destes,foram selecionados 7 artigos e 1 livro para leitura exploratória e
fichamento e posterior descrição dos resultados.

RESUMO:
A competência interpessoal inclui a capacidade de influenciar os outros, fazer
com que aceitem suas idéias e sigam sua orientação; enfrentar e superar
dificuldades em situações de desafio, aceitando riscos com relativo
conhecimento das conseqüências; capacidade de propor idéias inovadoras, de
iniciar projetos e influenciar o rumo dos acontecimentos: assumir
responsabilidade, agir de acordo com suas habilidades e convicções sem
dependência demasiada dos outros; capacidade de trabalhar em situações não
rotineiras mantendo o padrão de desempenho eficaz, mesmo enfrentando falta
de apoio e cooperação, resistência, oposição, hostilidade; estimular e encorajar
os outros a desenvolverem seus próprios recursos para resolverem seus
problemas; desejar vencer e ser o melhor no desempenho, superar obstáculos
e conseguir reconhecimento dos outros.
Dentre o conjunto de atividades que os enfermeiros gerentes desenvolvem em
um dia de trabalho, 61,4% delas são essencialmente de caráter gerencial, mas
em 38,6% dos serviços eles desenvolvem simultaneamente atividades

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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gerenciais e assistenciais, muitas vezes gerando conflitos diante da


necessidade de articular ambos os tipos de ações.
As competências na área de domínio de gerencia: para conduzir melhor o
trabalho do enfermeiro uma das competências é a “integração da equipe de
saúde na constituição do planejamento e avaliação das ações de saúde”. Ao
desenvolver essa competência o enfermeiro deve planejar ações de promoção,
prevenção e reabilitação da saúde, visando qualidade de vida, definindo as
prioridades e alinhando na mesma direção a equipe. Ter visão do todo e das
partes. As ações têm que se dar por decisões programadas e não no improviso,
o planejamento é o que norteia as ações no nível local de saúde. Ter um
pensamento estratégico para saber a finalidade do trabalho dirigido, ter ações
integradas embasadas no diagnóstico para transformar aspectos deficitários e
manter os adequados com o objetivo de não ser absorvido apenas pela
demanda livre da população. A aplicação prática: Participar da equipe de
saúde; Colaborar o planejamento estratégico da AMA; Colaborar na avaliação
das ações de saúde; Participar na integração com troca de conhecimentos e
experiências para a tomada de decisão. É de total responsabilidade do
enfermeiro o “planejamento da assistência de enfermagem”. Porque a
organização do trabalho, gerenciamento do serviço e das ações é
responsabilidade do enfermeiro. Cabe ao enfermeiro o planejamento,
organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência
de enfermagem e atividade privativa ao enfermeiro, é fundamentado no
conhecimento, com necessidade de delegar atividades aos demais membros da
equipe de enfermagem. A Sistematização da Assistência de Enfermagem é
necessária no trabalho da enfermeira da atenção básica, porque através dela a
enfermeira dá continuidade à assistência e delega atividades aos demais
membros da equipe de enfermagem. A aplicação prática: Realizar o
planejamento anual da gestão de recursos da AMA.O enfermeiro tem como
competência a “supervisão e o apoio a equipe de enfermagem”. Na atenção
básica, a supervisão assume uma posição estratégica, ao possibilitar o
desenvolvimento do trabalho na equipe de enfermagem que ao mesmo tempo,
possibilita o andamento do trabalho na unidade. O apoio a equipe de
enfermagem envolve a valorização da pessoa do auxiliar, porque só se pode
desenvolver um bom trabalho com uma equipe capacitada e coesa. É
necessário respeitar as diferenças individuais, estar aberto a críticas e tomar
decisões em equipe. A aplicação prática: Coordenar as ações da equipe de
enfermagem; Delegar atividades especifica para a equipe direcionando a
organização da unidade. A competência na área de resolução de problemas: o
enfermeiro em seu cotidiano envolve-se com múltiplos processos de trabalho,
fazendo-se necessário identificar, compreender e priorizar, buscando assim dar
mais respostas às necessidades da população. “ Saber identificar os problemas
de saúde, compreender a dimensão coletiva dos problemas de saúde, priorizar

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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os casos de urgência, buscar a resolubilidade” são competências que requerem


em uma série de avaliações : avaliar a situação e tendências da saúde e seus
determinantes, com ênfase na identificação de iniqüidades; avaliar as
necessidades com o olhar nos riscos da população, e não na demanda,
identificar os grupos prioritários. Para saber selecionar os quadros de
importância é necessário saber identificar os problemas de saúde, diagnosticar
e investigar os riscos da comunidade propondo meios e ações para a
resolubilidade. A aplicação prática: Demonstrar iniciativa; saber identificar
situações de saúde/ doença.
Competência na área do trabalho em equipe: desenvolver trabalho em equipe é
a terceira competência identificada e envolve diversas habilidades do
enfermeiro tais como compartilhar conhecimento, administrar conflitos,
capacidade de construção coletiva, dar um Feedback e ter flexibilidade. O
trabalho em equipe pode ser resumido por coordenação, o enfermeiro deve
identificar as características dos profissionais da equipe de enfermagem as
diferentes demandas dos usuários e coordenar o processo do cuidar em
enfermagem. Coordenar o serviço da enfermagem ao cliente é o que vai
desenvolver uma melhoria na atenção dispensada, e isso quer dizer que cabe
ao enfermeiro delegar as atividades para manter a organização e a integração
do atendimento. A aplicação prática: Promover condições de trabalho
favoráveis; saber partilhar os conhecimentos, colher opiniões e administrar
conflitos; saber se comunicar (se fazer entender), saber ouvir e atuar na busca
de soluções.

CONCLUSÃO:
As Unidades de Assistência Médica Ambulatorial fazem parte de um modelo de
assistência recente, criado a partir da necessidade de responder a uma
demanda crescente por atendimentos de urgência e ao mesmo tempo de baixa
e média complexidade. Na proposta oficial representam equipamentos que
devem funcionar de modo integrado à rede básica e contar com o apoio de uma
rede referenciada. Por ser um serviço recente, o perfil do enfermeiro aí atuante
ainda está em construção. A bibliografia consultada permite afirmar que as
competências do enfermeiro atuante na AMA são predominantemente
gerenciais. Neste domínio aparecem o planejamento e avaliação das ações de
saúde, desenvolvidas de modo integrado à equipe de saúde. No mesmo
domínio aparece o planejamento da assistência de enfermagem, com ênfase na
coordenação, supervisão e apoio da equipe de enfermagem. O planejamento da
assistência é um dos componentes da Sistematização da assistência de
Enfermagem. A segunda competência identificada foi a de resolução de
problemas, destacando-se a capacidade para compreender os problemas de
saúde e seus determinantes, de modo a identificar os casos de urgência e atuar

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

613
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de modo oportuno na sua resolução. A terceira competência percebida na


bibliografia diz respeito ao desenvolvimento do trabalho em equipe na qual tem
destaque a habilidade para administrar conflitos promovendo as condições
favoráveis para o alcance dos objetivos.
Tanto as competências gerenciais como as assistenciais são permanentemente
construídas nas experiências cotidianas. O enfermeiro deve reconhecer a saúde
como direito de todos, atuar para garantir a qualidade da assistência em todos
os níveis de atenção a saúde, planejando, organizando, gerenciando e
avaliando o processo de trabalho em enfermagem. Para construir este perfil o
enfermeiro deve buscar incessantemente o aprendizado aplicado ao serviço
para dar sustentação a atitudes e idéias transformadoras.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Puccini PT. As unidades de assistência medica ambulatorial (AMA) do
Município de São Paulo, Brasil: condições de funcionamento e repercussões
sobre a atenção básica no Sistema Único de Saúde, 2006 Cad. Saúde Publica.
Rio de Janeiro, 24(12), dez. 2008.
2. Balsanelli AP, Cunha ICKO, Feldman LB, Ruthes RM. Competências
gerenciais: desafio para o enfermeiro. São Paulo: Martinari, 2008.208p.
3. Vale EG, Guedes MVC. Competências e habilidades no ensino de
administração em enfermagem a luz das diretrizes curriculares nacionais. Rev
Bras Enferm, Brasília, 2004 jul/ago; 57(4): 475-8.

________________________________________________________________
1 Graduanda do curso de enfermagem da Faculdade de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro. São Paulo- luciene_jones@hotmail.com

2 Hogla Cardozo Murai. Enfermeira. Doutora em Saúde Pública. Professora


Titular do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. Co-
orientadora

3 Juliana Reis, Orientadora, Docente do curso de enfermagem.

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As Dificuldades do Enfermeiro na Administração de Conflitos


MARCOS CAMPOS DE CAMARGO(1)

CLAUDIA POLUBRIAGINOF(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Ao longo da história da humanidade a sociedade passou por diversas
transformações sociais, políticas, industriais e tecnológicas. Dentre todas essas
transformações, os avanços da ciência e tecnologia tornaram o ambiente de
trabalho mais competitivo e com maior possibilidade de conflitos.
Nos modelos de gestão clássicos o conflito era tido como algo prejudicial à
organização sendo, na maior parte das vezes ignorado, no entanto, tendências
contemporâneas visualizam-no como um fenômeno inevitável e que esta
presente nas organizações. Porém, acredita-se que o mesmo deva ser
gerenciado adequadamente para prover mudanças no ambiente de trabalho.
Segundo Pickering, 2000, p.12 o conflito pode ser definido como sendo...”as
discórdias internas, resultantes de diferenças quanto a idéias, valores ou
sentimentos entre duas ou mais pessoas”.
Os efeitos negativos dos conflitos estão relacionados a forma destrutiva com
que se lida com eles. Se há sinais aparentes de um clima organizacional em
que as pessoas ou grupos envolvidos estão desmotivados; se há evidencias de
que o conflito é mais significativo do que a missão institucional; se os grupos
tornam-se não cooperativos e se na organização predominar o desejo pela
negociação, há fortes indícios de que os conflitos estejam sendo tratados de
modo destrutivo. Nesse caso, predomina a falta de confiança, e os valores
individuais sobrepõem-se aos grupos e institucionais. Administrar conflitos
significa administrá-los, descobrir como as condições antecedentes se
combinam para chegar ao comportamento na situação especifica e tentar
interferir em seu processo para que o mínimo possível dos envolvidos se
considere perdedor e para que sua dinâmica interfira não mais do que o
indispensável no andamento da organização.
Um estudo feito pela American Management Association descobriu que
administradores de enfermagem gastam, atualmente, uma média de 20% de
seu tempo lidando com conflitos e que habilidades de administração de conflitos
são classificados como de igual importância ou mais importante que o
planejamento, a comunicação, a motivação e a tomada de decisão.

OBJETIVO:
Descrever os fatores que desencadeiam conflitos na equipe de enfermagem.
Descrever a percepção do enfermeiro no gerenciamento desses conflitos
Descrever as estratégias utilizadas pelo Enfermeiro na solução dos conflitos.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

615
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METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativas em que
foram utilizadas as bases de dados online, LILACS, BDENF, PERIGNF,
BIREME e BANCO DE TESES (IBICT), os descritores utilizados foram: conflitos
na enfermagem, administração de conflitos, administração de conflitos na
enfermagem. Na busca foram considerados os títulos e os resumos para a
seleção, sendo destacados os resumos e os textos completos dos artigos.
Como critérios de inclusão foram considerados textos nacionais, que
abordavam conflitos na equipe de enfermagem, publicados no período de 2000
a 2009. Foram encontrados 16 artigos, 3 teses e 3 livros. Destes, foram
utilizados neste trabalho, 6 artigos, 1 tese e 1 livro.

RESUMO:
A administração de conflito consiste exatamente na escolha e implementação
das estratégias mais adequadas para se lidar com cada tipo de situação. Em
alguns momentos, e em determinados níveis, o conflito pode ser considerado
necessário se não se quiser entrar num processo de estagnação. Assim, os
conflitos não são necessariamente negativos, a maneira como lidamos é que
pode gerar algumas reações.
Administrar conflitos significa identificá-los, descobrir como as condições
antecedentes se combinam pra chegar ao comportamento na situação
especifica e tentar interferir em seu processo pra que o mínimo possível dos
envolvidos se considere perdedor e para que sua dinâmica interfira não mais do
que o indispensável no andamento da organização. Administrar conflitos exige,
sem duvida, a compreensão de sua origem. Algumas fontes de conflito
organizacional situam-se em problemas de comunicação na estrutura
organizacional e no comportamento individual nas organizações. O
administrador tem de saber conviver, compreender e lidar com situações
complexas e ambíguas. Isto requer maturidade, experiência e capacidade para
analisar pessoas e situações.
Conflitos na Saúde
Faria e Vaistman (2002, p. 10) afirmam que alguns padrões de conflitos são
inerentes as organizações hospitalares, uma vez que expressam poder e
prestígio “são espaços sociais por natureza coflituosos” e que nas organizações
hospitalares, a heterogeneidade das categorias profissionais, aliada a
distribuição do poder, típica de organizações de especialistas, tornam mais
complexo o serviço da coordenação.
Para gerir organizações de saúde, a comunicação e a negociação são
instrumentos decisivos na gestão contemporânea, considerando a necessidade
do gestor manter a governabilidade diante de contexto de organizacionais
complexos. O autor constrói um pensamento sobre as organizações de saúde,
visualizando-as como uma, “malha intricada e variável de uma ampla gama de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

616
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serviços e categorias profissionais, vinculados a processos em permanente


diversificação”.
Os gerentes de enfermagem lidam diariamente com conflitos internos e
externos, como mal entendidos, falha na comunicação, conflito de
personalidade e diferença de valores. Na organização de saúde a equipe de
enfermagem é a que mais vivencia o estresse, exaustão física e mental, espaço
limitado, autoridade do médico, crença/valores e objetivos escuros. O conflito na
equipe de enfermagem pode ser expresso por um aumento das críticas,
implicâncias ou discussões entre membros da equipe. Quando não
abertamente demonstrados, o conflito pode levar a outros sintomas de
insatisfação, tais como uma redução na quantidade e qualidade do trabalho.
Nas organizações de saúde acontecem conflitos entre enfermeiros e médicos, e
não são somente de natureza técnica profissional, mas também tem fortes
razões socioeconômicas e status. Alguns médicos, às vezes, tem uma pratica
independente nos mesmos serviços onde os enfermeiros usualmente tem o
status de empregado, o que aumenta a distancia entre os dois grupos, Contudo,
a igualdade de respeito está emergindo e deve ser cultivada, embora isto não
seja realidade em muitos serviços de praticas.
O conflito se instala entre médico e enfermeiro quando os médicos
desvalorizam a atitude do enfermeiro, reduzindo a natureza especifica da
enfermagem e uma mera execução de ordens e que o enfermeiro deve dar
conta. Para tanto, a comunicação é fundamental e se fortalece nas relações
entre os profissionais que trocam idéias, opiniões, interagindo, emitindo e
recebendo mensagens. Ela entra em todas as facetas de nossas atividades
cotidianas, proporcionando a estrutura básica que permite às pessoas
conviverem e trabalharem juntas.
Quando surge um conflito desorganizam-se todos os componentes da equipe,
diminuindo a qualidade do trabalho e do atendimento aos pacientes. Entre os
fatores que aumentam o stress nos trabalhados da área da saúde, podemos
citar a falha de participação na tomada de decisão, falta de apoio gerencial,
exigências e aumento do trabalho cada vez maior, por parte da chefia, e rápidas
mudanças tecnológicas inesperadas. Outros fatores que ainda contribuem para
o desencadeamento de conflitos, tais como: invasão do espaço por outros
profissionais, alta rotatividade, desrespeito à pessoa e ao seu espaço, falta de
confiança e desvalorização do trabalho do colega de equipe. O sucesso em
toda a equipe de saúde é obtido através de bons relacionamentos, com chefes
e colaboradores, todo profissional que possuir a capacidade de criar, e manter
relacionamentos leais estará trabalhando em seu próprio benefício, em
beneficio dos pacientes, colaboradores, chefes e da organização.

Estratégias para Resolução dos Conflitos


O gerenciamento de conflitos deve ampliar a compreensão dos problemas,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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aumentar as resoluções alternativas, atingir um consenso maleável e um


genuíno compromisso de tomada de decisão. A maneira mais comum de
resolver um conflito é através da negociação, durante a qual as propostas são
feitas e depois negociadas.
Isso tudo irá proporcionar uma melhor atuação da enfermeira junto a equipe de
enfermagem, facilitando a identificação para posterior avaliação do problema,
considerando todos os fatores diretos e indiretos, assim como a comunicação
das partes envolvidas para poder intervir de forma eficaz na solução do conflito.
Deve-se entender e reconhecer que cada membro da equipe de enfermagem
tem competências e potencialidades próprias, seja no processo de trabalho, no
cuidado, na gerencia, ou em qualquer área que esteja atuando dentro da
unidade lembrando sempre que cada categoria tem suas competências ético-
legais e que isso tem que ser respeitado.
Para que possa administrar satisfatoriamente o conflito, é necessário entender
o seu processo, que ocorre em cinco estágios: o primeiro é o conflito latente,
por condições que favoreçam o surgimento de um conflito, ou seja, situações
que ainda não ocorreram, mas que representam condições para o seu
surgimento. O segundo refere-se ao conflito percebido, algo que os envolvidos
percebem que está ocorrendo. O terceiro é o conflito sentido, quando o mesmo
se torna emoção. O quarto é o conflito manifesto, estágio em que se
manifestam ações e busca de soluções para sua resolução. O ultimo refere à
conseqüência do conflito, ou seja, a avaliação como o mesmo foi resolvido.
Caso seja resolvido de forma racional e coerente, em que todos foram
beneficiados ou tiveram ambas as partes seus propósitos adquiridos, pode-se
afirmar que o conflito foi bem administrado. Entretanto se o contrário ocorrer, as
questões ficam oprimidas, podendo a situação conflituosa reincidir de forma
mais intensa, acarretando maior desgaste emocional e o conflito resolvido de
maneira insatisfatória.
O enfermeiro como gestor deverá gerenciar os conflitos, para tanto deverá
conhecer e aplicar quatro estratégias: acomodação, dominação, compromisso e
solução interativa dos problemas, utilizando-as conforme cada situação. Na
acomodação ocorre o encobrimento dos problemas, buscando resgatar a
harmonia, entretanto o problema fica implícito, pois não foi resolvido e pode
ressurgir a qualquer momento, acompanhado pela carga emocional que nele foi
depositado, A dominação é a disputa pelo poder, prevalece a decisão de quem
tem mais representatividade, esse processo não dá margens às negociações e
sempre um perde para que o outro possa vencer. O compromisso se apresenta
quando cada envolvido tem que ceder um pouco, renunciar questões de menor
relevância, preservando e negociando a essência. O que ficou para trás será
negociado em outra oportunidade. Finalmente a solução interativa dos
problemas visa buscar soluções alternativas que satisfaçam as partes.
Algumas coisas são de muita importância para uma negociação bem sucedida:

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a primeira esta na preparação, pois para negociar a pessoa deverá estar


interada sobre o assunto/problema a ser tratado, verificar ate quando e quanto
pode ceder e quais as estratégias que serão utilizadas para conquistar seus
interesses; saber comunicar, pois a maioria dos erros, omissões, atrasos e
conflitos são causados por uma comunicação inadequada, sem dialogo não há
comunicação nem solução possível para os problemas; ser um bom ouvinte,
demonstrar interesse pela pessoa que fala e pelo assunto; saber perguntar é
uma faceta do ouvir ativamente, pois quem pergunta conduz a conversa.
Quanto ao estilo a ser dotado, é recomendável adotar um estilo que leve à
solução do conflito da forma mais pacifica possível. O que vai definir seu atual
estilo de administrar conflitos está diretamente ligado a duas importantes
características de comportamento: assertividade e cooperação.
A Dificuldade do Enfermeiro
As dificuldades apontam, no geral, para questões de incompatibilidades
pessoais e com o ambiente de trabalho. Parte dessas dificuldades talvez girem
em torno de comprometer-se significando envolver-se com projetos, objetivos
ou metas daquilo que se deseja atingir, assumindo a responsabilidade
integralmente pelos resultados das ações praticadas, não existe
comprometimento se as pessoas não participarem da elaboração dos projetos
bem como do controle dos resultados. Tais dificuldades podem ser geradoras
de estresse tanto para o Enfermeiro, como para seus liderados. O estresse
profissional, conseqüente da insatisfação profissional, pode provocar fatores,
como: irritabilidade, depressão ou excitação, perda de interesse, estagnação
profissional e desmotivação, podendo resultar em baixa qualidade nos serviços
prestados pelo profissionaL.
Por outro lado, o comprometimento encontra-se relacionado a inclusão das
pessoas nos projetos de trabalho, dando lhes autonomia e responsabilidade
para tomar decisões próprias e conscientes no seu campo de atuação, levando
em consideração as normas éticas e morais do ambiente em que trabalham.
Pessoas não comprometidas não criam elos com o trabalho que executam nem
demonstram preocupação com os resultados da organização, esse é o grande
desafio do profissional enfermeiro.
Outras situações que dificultam o trabalho do enfermeiro e sua equipe num
serviço público são influencias externas aos seus locais de trabalho, como as
políticas públicas, a desmotivação pelos baixos salários, a jornada de trabalho
excessiva, que o enfermeiro, como profissional atuante e designado para
administrar as unidades de saúde deve conhecer, inteirar-se de suas influencias
sobre o local de trabalho e buscar, com seus pares e em diferentes níveis
hierárquicos, alertar sobre as possíveis conseqüências na qualidade do serviço
prestado à comunidade.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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CONCLUSÃO:
O conflito na equipe de enfermagem pode ser expresso abertamente por um
aumento das críticas, pouco reconhecimento de seu trabalho, discussão entre
membros da equipe, questão salarial, falta de funcionários e aumento da carga
de trabalho, causando redução na quantidade e qualidade do serviço. Um
estudo feito pela American Management Association descobriu que
administradores de enfermagem gastam, atualmente, uma média de 20% de
seu tempo lidando com conflitos e que habilidades de administração de conflitos
são classificados como de igual importância ou mais importante que o
planejamento, a comunicação, a motivação e a tomada de decisão. O
enfermeiro é o responsável e líder da equipe, ele deve ser o primeiro a perceber
qualquer tipo de problema em sua equipe, tambem deve ter bom
relacionamento com todos os componentes e humildade para ouvir as
necessidades de seus liderados, contribuindo com seu conhecimento e
equilibrando com bom senso o desempenho dos membros da equipe.
Conclui-se, que a maneira mais comum de resolver um conflito é através da
negociação, durante a qual as propostas são feitas e depois negociadas. Não
podemos esquecer que, em uma negociação, é importante que ambos os
interesses sejam levados em consideração, para haver um acordo aceitável.
Além disso, é fundamental saber ouvir, ter flexibilidade diante de algumas
situações e ser líder, sabendo resolver os problemas sem gerar ansiedades e
desconfortos. Administrar conflitos exige, sem dúvida, a compreensão de sua
origem, e que, algumas das fontes comuns de conflito organizacional situam-se
em problemas de falta de comunicação na estrutura organizacional e no
comportamento individual nas organizações.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Corradi EM, Zgoda LTRW, Paul MFB. O Gerenciamento de Conflitos Entre a
Equipe de Enfermagem. Cogitare Enferm 2008 Jan/Mar; 13(2): 184-93.
2. Sales AAR, Lima FRF, Andrade FS, Farias B. Refletindo Sobre a
Administração e Negociação de Conflitos nas Equipes de Saúde. RBPS 2007;
20(2): 111-115.
3. Seixas APR, Silva E, Sauthier M. A Importância do Enfermeiro no
Gerenciamento de Conflitos Entre a Equipe de Enfermagem No Centro de
Terapia Intensiva. Disponível em
WWW.cbecenf.com.br/anaiscofen/pdf9/0021.pdf. Acessado em 15/03/09. Não
foi encontrado data do mês e ano deste artigo.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

________________________________________________________________
(1) Bacharel em Enfermagem – Universidade de Santo Amaro( UNISA).
(2) Orientadora. Enfermeira. Especialista em Enfermagem Psiquiatrica e
saúde Mental e Qualidade em Serviços de saúde. Professora da faculdade de
enfermagem da UNISA.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

As dificuldades dos acadêmicos de enfermagem do 6º, 7º e 8º


semestre em relacionar teoria e prática1.
TÉO CHINAIA(1)

Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Os alunos, candidatos a futuros enfermeiros, em geral, não tem a preocupação
de verificar se as escolas de nível superior desenvolvem suas atividades de
forma compatível com a legislação e a ética de enfermagem e de ensino.
Acabam por investir em cursos que pouco acrescenta em termos de
conhecimento, competência profissional e, em alguns casos, resultam em uma
certificação irrelevante no currículo.
À educação não é apenas uma exigência da vida em sociedade, mas também
é o processo para prover os sujeitos do conhecimento e das experiências
culturais, científicas, morais e adaptativas que os tornam aptos a atuar no meio
social, mundial e planetário, ou seja, ela depende da união dos saberes.
O aluno de enfermagem, que inicia seu processo de aprendizagem na
perspectiva de cuidar de clientes que se apresentam adoecido, outro desafio se
faz premente, o estabelecimento de um vínculo, de uma relação de empatia. Tal
condição configura-se em uma etapa crucial para que se efetive a
aprendizagem.
Em contrapartida, nos meios acadêmicos ocorrem às discussões sobre
intuição, julgamento clínico e a expertise, aliados aos conhecimentos científicos,
que embasariam teórica e holisticamente o cuidador e o ser cuidado,
contribuindo para a valorização pessoal e o reconhecimento profissional da
categoria de Enfermagem. E é com o desenvolvimento da expertise que o
enfermeiro alcançara sua autonomia profissional.
Quando o estudante é colocado em contato direto com a realidade, é esperado
que demonstre suas habilidades práticas associadas aos conhecimentos
teóricos adquiridos. Esse momento tende a ser considerado pelo aluno como
repleto de incertezas, ameaças e inseguranças frente às situações vivenciadas.
O desequilíbrio propicia alterações de percepção, sentimentos, ansiedade e
dúvidas das certezas anteriores. Tal situação do novo se insere porque
transforma a fase de aquisição de conhecimento em momentos de apreensão e
medo.
Essa percepção vem acompanhada de sentimentos de ameaça à situação já
organizada e segura em que a pessoa se encontra que pode parecer real ou
imaginaria, porém seus efeitos são concretos e vêm acompanhados por
manifestações fisiológicas, psicológicas e sociais.
Existe a necessidade que a academia ofereça ao discente a oportunidade de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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expor seus sentimentos, trabalhar seus conflitos, oferecer apoio para suas
deficiências, pois esse é o diferencial que se espera para a formação
profissional, que torna o discente capaz de ingressar no mercado, pois
devemos lembrar que o egresso levará a imagem da seriedade e compromisso
da academia, onde se tornará como um referencial de escolha por muitos
outros.
A Metodologia Participativa é aquela que permite a atuação do aluno de
Enfermagem, valorizando seus conhecimentos e experiências, convidando-os a
discussão e principalmente instrumentalizá-lo a fim de buscar soluções para os
problemas que emergem do cotidiano no processo ensino-aprendizagem.
No desenvolvimento de qualquer atividade, o ser humano sofre influências de
fatores internos e/ou externos fundamentais na eficácia de toda ação individual.
Estes fatores constituem a chamada motivação, que no ambiente de trabalho e
de ensino assume, emocional, profissional e social do individuo.
O estágio curricular supervisionado deve ser contemplado como um
procedimento didático que oportuniza situar, observar e aplicar criteriosa e
reflexivamente, princípios e referenciais teórico-práticos assimilados através do
curso, sendo imprescindível o inter-relacionamento multidisciplinar entre teoria e
prática, sem perder de vista a realidade na qual está inserido.
A dicotomia saber técnico/humano é percebida em alguns relatos dos alunos
quando mostram que as preocupações iniciais, nos primeiros estágios, estavam
dirigidas estritamente para a execução da técnica correta, seja para aprender
ou mostrar para o professor, e também para a quantidade de técnicas
realizadas, buscando garantir que seja executado o maior número possível de
procedimentos. A falta de preparo para cuidar e para o enfrentamento das
experiências marcadas pelo sofrimento humano é relatada por alguns alunos
como dificuldades a serem consideradas. Todavia, referem ainda que seja
muito difícil concretizar essas noções teóricas nas ações de cuidado,
prevalecendo à dicotomia mencionada.
No campo da prática, a tensão, o medo de não acertar, por um lado, para não
comprometer a vida do cliente, por outro, a questão da nota que nos aprovaria
ou não nas disciplinas, eram outro fator complicador do processo de ensino e
aprendizagem na época.
O nível de ansiedade variou conforme características pessoais dos alunos e do
grupo, ou seja, no relacionamento entre colegas e na relação professor-aluno. A
angústia descrita quando tentativas de punção venosa e sondagens foram
experiências mal sucedidas, enquanto que os acertos foram associados à
diminuição da ansiedade e a satisfação com o desencadeamento do estágio.
Entendendo que se faz necessária à disponibilidade de espaços formais na
instituição de ensino onde o estudante possa expressar seus conflitos, medos,
questionamentos e desencontros, mas também possa compartilhar suas
conquistas, vitórias e retificar atitudes positivas.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

As produções científicas fornecem importantes contribuições para o exercício


da enfermagem, sendo assim, é de suma necessidade que os enfermeiros
assistenciais realizem juntamente com os docentes de enfermagem, trabalhos
científicos relacionados ao ensino de enfermagem, uma vez que, são
profissionais que contribuem na formação do aluno de enfermagem,
independente do nível de ensino, principalmente o que diz respeito aos
estágios, favorecendo assim a integração entre teoria e a prática.
Temos que ter clareza do que é fundamental na formação dos profissionais de
Enfermagem, nesse contexto de constantes mudanças, que não tenham como
meta apenas privilegiar o mercado de trabalho, mas que visem basicamente à
construção de uma nova sociedade, a formação de sujeitos críticos, capazes de
sempre buscar o novo, de ousar.

OBJETIVO:
Identificar às dificuldades de aprendizagem dos acadêmicos de enfermagem do
6º, 7º e 8º semestre em relacionar teoria e prática.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo fenomenológico, onde se descreve o
fenômeno buscando a compreensão sem a preocupação de explicá-lo. Aplicou-
se um questionário semi-estruturado no período compreendido entre 02/02/09 a
19/02/09, e a análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva,
com dados absolutos e relativos.
A população do estudo compreendeu os discentes do 6º, 7º e 8º semestres do
curso de enfermagem de uma faculdade de enfermagem da zona sul da cidade
de São Paulo, que estudam no período vespertino. A amostra participante foi
composta por conveniência. Dos 190 alunos matriculados, 88 concordaram em
participar mediante a leitura da carta de informação e assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Nesta pesquisa foi aplicado um questionário nas turmas do noturno já na
primeira semana de estágio. Durante a coleta dos dados os discentes estavam
exercendo suas atividades em disciplinas diferentes, e este foi o fator que
colaborou com o estudo, uma vez que o impacto do novo desafio aconteceu ao
mesmo tempo para todos os participantes da pesquisa.
Este projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê em Pesquisa da Universidade
de Santo Amaro e recebeu parecer favorável sob o protocolo no. 213/08.

RESUMO:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

De um total de 190 alunos matriculados no período do noturno, somente 88


concordaram em participar da pesquisa, deste total de participantes 23% são do
sexo masculino e 77% do sexo feminino, faixa etária, 44% entre 18 a 25 anos,
35% entre 26 a 32 anos, 12% entre 33 a 40 anos, 8% entre 41 a 47 anos e 1%
>= de 48 anos. O estado civil, 62% solteiros (as), 32% casados (as) e 6% outros
(as); destes envolvidos, 36% são auxiliares ou técnicos de enfermagem e 64%
pertencem a outras atividades profissionais.
O estudo apontou que 78% dos discentes que participaram da pesquisa têm
alguma dificuldade em relacionar a teoria e a prática durante o estágio
curricular, os motivos das respostas obtidas foram variados, destacando-se:
horário dos estágios, dificuldade de estagiar devido ao trabalho, distancia entre
a teoria e a prática, falta de conhecimento teórico, emocional, falta de
experiência para a prática de procedimentos, a teoria não acontece na prática,
falta de informações e etc.
Cabe ressaltar que quando os discentes são questionados se existe alguma
dificuldade para relacionar a teoria e a prática, o percentual dos que
responderam que sim fica em 30%, e aqueles que responderam que às vezes
encontram alguma dificuldade fica em 4%. Porém quando o questionamento é
se existe alguma dificuldade para estagiar o percentual dos discentes que
afirmam ter dificuldade fica em 71%. As respostas obtidas foram agrupadas por
relação, sendo que os participantes apresentaram por vezes mais de uma
resposta, totalizando um total de 110 respostas para o problema de pesquisa.
A utilização de alguns discursos tem função apenas para reflexões em torno de
como o fenômeno é percebido pelos participantes do estudo, e direcionamento
da discussão.
“Acho que até o momento não tive como vivenciar todo o conteúdo teórico na
prática”
“A prática é bem diferente do que foi dado em sala de aula”
“A teoria não acontece na prática”
Analisando as respostas de que 30% referiram ter dificuldades para relacionar
teoria e prática e que 71% referiram ter dificuldades para realizar os estágios,
fica a discussão de que a fundamentação teórica exerce ou não influência no
desenvolvimento de atividades teórico-práticas em campo de estágio.
No ensino de Enfermagem, o estágio curricular tem uma importância
indiscutível na formação do estudante e esta previstos pelo Conselho Federal
de Educação (CFE) através da resolução CFE nº 4/72 .
Um problema que usualmente aparece em estágio, é a dificuldade que os
alunos possuem em realizarem a transição do ensino de sala de aula ao ensino
clínico, e do conhecimento adquirido na teoria ser aplicado em situações
práticas. O entrosamento entre a instituição de ensino, instituição de saúde e os
alunos é um vital componente para o aprendizado em estágio, ser eficiente,
alcançando os objetivos traçados pela metodologia de ensino.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Os discentes reconhecem a importância do estágio curricular para


fundamentação teórica prática, porém sentem a dificuldade no momento da
transição do ensino, não só pelas dúvidas advindas do conhecimento adquirido
durante o curso, mas pela mudança do horário das atividades que
anteriormente ocorriam no período noturno, e que agora ocorrem no período
vespertino, o que causa interferência na vida psicossocial do discente,
principalmente no que se refere a manutenção econômica, pois seriam poucos
os que conseguem adaptar-se para este momento acadêmico. Lembrado que
estes discentes geralmente são a única fonte econômica familiar, ou que são os
responsáveis por se manterem financeiramente.
“Distancia entre a teoria e a prática”
“Dificuldade de concluir a relação teoria prática”
“Relembrar a teoria para colocar em prática”
Para alguns discentes, a dificuldade encontrada para relacionar a teoria e a
prática estaria no distanciamento da teoria com as aulas práticas, trazendo
prejuízo para o seu aprendizado, este espaço longínquo da teoria para prática
não oferece a depreensão do conhecimento adquirido, e com isso favoreceria a
perda do mesmo, uma vez que não exercitado, se faria o esquecimento.
A não utilização do Processo de Enfermagem pelos profissionais deve-se ao
distanciamento muito grande entre o pensar e o fazer, entre teoria e prática,
principalmente por não haver uma preocupação maior com a qualidade da
assistência e sim com a demanda do serviço.
“Distância dos campos de estágio, péssimas condições para estagiar”
“Estágios são muito curtos”
“Falta apoio, não somos bem recebidos”
“Hospitais são sempre os mesmos, e isso não permite ver realidades diferentes”
“Faltam campos de estágio”
Alguns discentes sentir-se-iam prejudicados pela diminuição da carga horária
dos estágios, pela distância de alguns campos, pela falta de apoio durante as
disciplinas a estagiar, e até mesmo pela má recepção no estágio, esta
desmotivação seria um fator negativo para a sua formação.
Contudo, a materialização deste ideal não tem ocorrido sem atropelos, pois
antigos e novos problemas somam-se, como a desarticulação entre ensino-
serviço e docente/assistencial, dificuldades na relação público/privado
problemas com a legislação profissional que interfere na preceptoria, escassez
e superlotação dos campos de estágio, algo que tenda a ser intensificado com a
expansão do ensino na esfera privada, dentre outros problemas.
“Dúvidas, insegurança, medo de errar”
“Algumas práticas são muito complicadas”
No campo de estágio as dúvidas, incertezas, o medo de errar contribuiria para
insegurança do discente, e aumentaria os conflitos quando da necessidade de
realizar algum procedimento que exigisse maior destreza ou embasamento

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teórico. E mesmo com a realização das aulas práticas no laboratório de


enfermagem, onde o discente teve a oportunidade de simular procedimentos
técnicos, os mesmo relatam insegurança, pois mesmo o laboratório estar
disponível para simular técnicas de enfermagem, muitos não tinham
disponibilidade de horário para exercitarem as técnicas e procedimentos, por
não poderem deixar de trabalhar.
O fato de estar em um local novo como, por exemplo, o hospital, e o encontro
com uma pessoa desconhecida, o paciente, requer do aluno a habilidade para
lidar não só com as suas emoções, mas também com as do outro (paciente).
No âmbito do ensino da prática, Lunardi pontuou que os instrumentos de
avaliação das atividades de estágio de graduandos vêm impregnados pela
subjetividade dos docentes, servindo como mais um instrumento de controle e
dominação, na medida em que podem punir pelo controle do tempo (atrasos e
lentidão na execução de procedimentos); pela execução de procedimentos que
fujam da técnica ensinada; pelos discursos; pelo modo de ser; pela advertência
na desobediência; pelo uniforme.
“Falta tempo devido o trabalho”
“Cansaço e desanimo”
“Excesso de atividades, seminários e portfólios”
“Falta de flexibilidade da coordenação do curso”
“Horário”
A falta de tempo devido à necessidade de trabalhar, a falta de flexibilidade com
horários, o excesso de atividades exigidas pelos docentes durante o estágio,
aumentaria o stress e o desanimo nesta etapa da vida acadêmica do discente,
e com isso dificultariam ainda mais o seu aprendizado durante os estágios.
Apesar de depender da união dos saberes, o que existe hoje é a fragmentação
total da educação, há separação em duas linhas: de um lado, a escola, dividida
em partes, de outro lado, a vida, na qual se desenvolve o sujeito e os problemas
são cada vez mais multidisciplinares globais e planetários.
Nesta perspectiva, as pesquisas referentes ao ensino de enfermagem devem
corresponder às necessidades e tendências do momento influenciadas pela
prática da enfermagem e com a preocupação na qualificação da formação
destes profissionais.
“Conteúdo teórico é insuficiente para preparar para a prática”
“Pouca teoria”
“Falta mais teoria”
“Falta de conhecimento em terminologia, vocabulário científico, diagnostico e
entrevista”
Para alguns discentes a teoria teria sido ministrada de maneira insuficiente,
sendo incapaz de prepará-lo para a realidade da profissão, apontando talvez
para uma falha institucional, onde a atual grade curricular oferecida não
contemple as necessidades de aprendizado dos acadêmicos de Enfermagem.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Para a autora o discurso do cuidado integral em Enfermagem mostra-se


falacioso na teoria e inviabilizado na pratica. Há muitos profissionais, porém,
que se destacam em seus conhecimentos experimentais, mas sem um
embasamento teórico consistente, cabendo aqui o alerta, para que estes
procurem o aperfeiçoamento para imprimir na Enfermagem, o reconhecimento
da comunidade científica, dos outros profissionais da área e da população
assistida.
“Exercer mais a prática”
“Falta conhecimento das unidades e do ambiente hospitalar”
“Ser enfermeiro, ser líder”
“Falta do contato prático”
Para estes discentes que procuraram o curso noturno o que facilitaria a vivência
prática dos discentes durante o estágio curricular e favoreceria seu
desempenho seria a realização do estágio no horário noturno, pois mesmo com
a diminuição do fluxo de pessoas nos hospitais, a prestação de cuidados de
enfermagem não cessão, são ininterruptos, e favoreceriam que os discentes
esclarecessem suas dúvidas e incerteza com os docentes que acompanham o
estágio, em virtude da diminuição do fluxo de familiares dos pacientes.
A assistência de enfermagem desenvolvida no serviço noturno (SN) deve dar
continuidade ao que é planejado no serviço diurno (SD), onde um maior número
de profissionais pode avaliar de forma mais acurada as necessidades dos
pacientes.
“Contato com o paciente e equipe”
Nos relatos dos discentes o relacionamento com paciente, familiares, equipe de
enfermagem, e a equipe multidisciplinar, ficaria comprometida, pois muitos
sentem dificuldades em se relacionar, comprometendo o seu aprendizado, pois
faltam habilidades em lidar com situações e sentimentos que envolvam pessoas
desconhecidas.
O contato inicial gera a chamada primeira impressão, o impacto que cada um
causa no outro. Essa primeira impressão está condicionada a um conjunto de
fatores psicológicos da experiência anterior de cada pessoa, suas expectativas
e motivação no momento e a própria situação do encontro.

CONCLUSÃO:
O estudo atendeu aos objetivos estabelecidos para a pesquisa, ao identificar
que os acadêmicos de enfermagem sentem dificuldades na realização dos
estágios. Dentre as dificuldades relatadas estão: mudança do horário de
estágio, uma vez que as aulas teóricas ocorreram ou ocorrem no período
noturno. Como alguns alunos trabalham no período diurno, isto causou
dificuldades para ajustes no horário de trabalho para que fosse possível
conciliar as duas atividades. Outros fatores como o aspecto emocional, a falta

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de conhecimento teórico, que está diretamente relacionada ao desempenho


individual de cada aluno, o tempo decorrido entre a oferta das disciplinas
teóricas e a realização das atividades práticas, dificultaram a realização das
atividades práticas durante o estágio.
Quanto aos fatores psicossociais identificados neste estudo, estes interferem no
processo de aprendizagem do acadêmico de enfermagem uma vez que causam
tensão e fadiga, gerando estresse, afetando assim as respostas psicológicas
dos estudantes, promovendo a diminuição da motivação e da auto-estima do
discente, que ao sentir a pressão e o aumento das suas responsabilidades
durante o estágio, tem o seu desempenho acadêmico comprometido,
decorrentes de sentimentos e duvidas do saber.
De uma maneira geral, os dados obtidos neste estudo identificaram alguns
fatores que prejudicam o processo de ensino-aprendizagem a partir do que os
alunos referem como dificuldades durante a realização dos estágios, que se
referem às disciplinas teórico-práticas. Foi percebido que há uma desvinculação
no processo teórico-prático que pode estar relacionado, mas este ponto não foi
objeto do presente estudo. Desta forma, outros estudos com outros desenhos
são necessários para explorar melhor o tema em questão.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo: Ensino precário traz
prejuízos ao profissional e ao paciente. Rev COREN-SP 2008; 73: 4-7.
2. Paschoal AS, Mantovani MF, Méier MJ. Percepção da educação permanente,
continuada e em serviço para enfermeiros de um hospital de ensino. Rev. Esc.
Enferm. USP 2007 Set; 41(3): 478-84.
3. De Domenico EBL, Ide CAC. Referências para o ensino de competências na
enfermagem. Rev Bras Enferm 2005 Jul-Ago; 58(4): 453-7.

________________________________________________________________
1 Trabalho apresentado para a conclusão do curso de graduação em
enfermagem.
2 Aluno do 8º semestre noturno do Curso da Faculdade de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro – UNISA.
3 Orientador, Sociólogo, Educador em Saúde Pública, Especialista em
Educação em Saúde e Saúde Pública pela FSP - USP. Professor Assistente da
Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro – FACENF -
UNISA.

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Aspecto da Ferida: Avaliação de Enfermagem


ADRIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO(1)

MAISA NAMBA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Ao tratar uma ferida é muito importante avaliar o seu estado, pois através da
avaliação o profissional de enfermagem pode adotar recursos mais eficientes
no tratamento.
A tarefa de avaliar um portador de ferida é algo de grande complexidade,
requerendo do profissional um bom conhecimento, pois a avaliação não é feita
apenas daquilo que se vê, pois aquilo que está oculto pode levar a diagnósticos
incorretos, promovendo lentidão no processo de cicatrização(1).
Através da avaliação, é possível traçar um roteiro de cuidados e estratégias a
serem adotadas, com o intuito de promover cicatrização e conforto ao paciente.
Todavia, a avaliação de feridas implica em diferentes modos de interpretação,
diferindo acerca da sua natureza, sua forma e localização, e também o modo
como cada profissional vê a mesma.

OBJETIVO:
Descrever as variações do aspecto de uma ferida.

METODOLOGIA:
A presente pesquisa é um estudo de revisão bibliográfica voltado para os
aspectos evolutivos de feridas e sua cicatrização, através de um roteiro de
avaliação, em bases de dados LILACS e SCIELO, com os seguintes
descritores: feridas, avaliação e enfermagem. Considerados 18 artigos em
português com recorte temporal de 2002 a 2009.

RESUMO:
A avaliação do portador de ferida ocorre em dois momentos: aquele em que se
avalia o estado de saúde e aquele no qual é avaliada a lesão em si. Já a
avaliação da ferida implica na definição de uma conduta terapêutica, a qual
sofre influência direta da história da ferida, como causa, tempo de existência,
presença ou ausência de infecção(1).
A avaliação da ferida implica em pontos importantes como história e exame do
paciente, além de dados do mesmo que digam respeito às suas condições

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gerais, com exames e possíveis doenças associadas ao quadro atual. A lesão


deve ser avaliada e classificada conforme sua localização, profundidade,
evolução, tamanho, leito, presença de secreção e necrose, cor, sensibilidade e
área de comprometimento.
Ao avaliar uma ferida é importante que o profissional saiba se a cicatrização
ocorrerá por primeira, segunda ou terceira intenção, uma vez que a forma de
cicatrização da lesão sofre influência direta pela perda de tecidual. Assim,
discorrem acerca desse processo de cicatrização(1) :
• 1ª intenção ou primária: a cicatrização primária envolve a reepitelização, na
qual a camada externa da pele cresce fechada.
• 2ª intenção ou secundária: é uma ferida que envolve algum grau de perda
de tecido.
• 3ª intenção ou terciária: Ocorre quando intencionalmente a ferida é mantida
aberta para permitir a diminuição ou redução de edema ou infecção ou para
permitir a remoção de algum exsudato através de drenagem.
É extremamente importante considerar os fatores que podem influenciar
positiva ou negativamente a evolução das fases de cicatrização, sendo eles(2) :
• Hematomas;
• Edemas;
• Condições de oxigenação e perfusão tissular;
• Corpo Estranho;
• Tecido Necrótico;
• Ressecamento;
• Estado Nutricional;
• Doenças Crônicas;
• Tabagismo;
• Drogas e Medicamentos;
• Outros fatores como a obesidade, idade avançada, pouca mobilidade, pressão
contínua sobre uma determinada área ou lesão, complicações vasculares e
pulmonares, hipertensão venosa e insuficiência arterial;
• E Infecção.
O profissional deve considerar o grau de contaminação da ferida, pois esse
procedimento permite uma orientação acerca do tipo de tratamento a ser
adotado, além de fornecer subsídios para verificar a possibilidade do
desenvolvimento de infecções.
Atualmente os biofilmes tem sido foco de muitas pesquisas e seu papel na
cicatrização de feridas.
Os biofilmes são comunidades biológicas com um elevado grau de
organização, onde as bactérias formam comunidades estruturadas,
coordenadas e funcionais e são revestidas por uma matriz extracelular, sendo
formadas em duas etapas(3):
• Primeira etapa: reversível, com implantação de uma camada de proteínas do

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hospedeiro que se formam sob a ferida.


• Segunda etapa: adesão intercelular e formação de microcolônias.
As bactérias têm sistemas de comunicação entre si, onde as primeiras
bactérias emitem sinais químicos juntando-as a outras bactérias da mesma
espécie nas microcolônias já existentes ou em novas, e algumas evidências
apontam que espécies diferentes se juntam nos microfilmes e levam maior
resistência a antimicrobianos, com uma espécie capaz de degradar ou inativar o
antibiótico eficiente (3).
Todavia, nem sempre os biofilmes são nocivos, podendo algumas vezes
assumir um papel de proteção, mas na maior parte assumem um caráter mais
patogênico, com interferência no processo cicatricial, uma vez que as bactérias
são beneficiadas com a presença dos biofilmes, os quais estarão
impossibilitando a ação antibiótica para viabilizar a cicatrização.
A reparação tissular permite a cura de uma ferida por reparação ou
regeneração dos tecidos afetados, mostrando-se através da fase inflamatória,
seguida pela fase proliferativa e finalmente a fase reparadora (2). Essas fases
fazem parte de um processo natural de cura, sendo:
• Fase Inflamatória: nesta fase há presença de sinais tópicos do processo
inflamatório, como dor, calor, rubor, edema e perda da função local, iniciando-
se com a ruptura de vasos sanguíneos e o extravasamento de sangue. A lesão
de vasos sanguíneos é seguida rapidamente pela ativação da agregação
plaquetária e da cascata de coagulação, resultando na formação de moléculas
insolúveis de fibrina e hemostasia. Durante este processo ocorre o
recrutamento de macrófagos e neutrófilos, ou seja, ocorre reação completa do
tecido conjuntivo vascularizado em resposta à agressão do tecido, cujo objetivo
é interromper a causa inicial caracterizada pelos sinais tópicos descritos.
• Fase Proliferativa: ocorre o desenvolvimento de um tecido novo denominado
tecido de granulação, o qual é propiciado pelo aumento da concentração de
oxigênio no leito da ferida. Esta fase também é caracterizada pela
neovascularização proliferação de fibroblastos, com formação de tecido róseo,
mole e granular na superfície da ferida. Porém, a formação do tecido de
granulação é estimulada por níveis baixos de bactérias na ferida, mas é inibida
quando o nível de contaminação é elevado.
• Fase Reparadora: é a fase final de cicatrização de uma ferida que se
caracteriza pela redução e pelo fortalecimento da cicatriz. Durante esta fase, os
fibroblastos deixam o local da ferida, a vascularização é reduzida, a cicatriz se
contrai e torna-se pálida e a cicatriz madura se forma em um período de 3
semanas a 1 ano a mais). O tecido cicatricial sempre vai ser menos elástico do
que a pele circundante.
A dor também é um ponto a ser considerado na avaliação de feridas e em
quadros com comprometimento venoso a dor pode estar associada à vasculites;
em situações crônicas a dor se agrava com o frio. Nos casos de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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comprometimento arterial aguda, a dor surge de forma repentina, e por isso


deve ser avaliada criteriosamente já que pode ser um diferencial no diagnóstico.
É estabelecido uma graduação de avaliação para a dor em feridas, que varia de
0 a 3. O paciente informa o escore de dor, segundo avaliação própria, após ser
esclarecido a correspondência de cada valor(1):
• 0 – ausência de dor;
• 1 – leve: dor sem demanda de analgésico;
• 2 – moderada: dor com demanda de analgésico relativa;
• 3 – intensa: dor com demanda de analgésico em horários específicos.
Há ainda uma variação de 0 a 10 que traz uma mensuração da dor em uma
forma de graduação na qual é baseada na avaliação comportamental do
paciente através da Escala Comportamental.
Na avaliação realizada pelo profissional a pele ao redor da ferida deve ser
observada, pois suas características podem auxiliar no diagnóstico diferencial
das úlceras de membros inferiores, indicando uma reação inflamatória
exacerbada e abrindo margens para verificar a presença de quadro infeccioso.
A pele com coloração rosada é considerada de aspecto normal e as feridas com
a pele ruborizada podem indicar sinais de infecção(1).
A presença de edema e eczema deve ser considerada, já que ambos estão
diretamente ligados a reações inflamatórias.
A profundidade da ferida aponta para informações importantes como a
possibilidade de perda tecidual ou não, e havendo perdas o profissional pode
nortear sua terapêutica com base no estadiamento da lesão. No caso das
úlceras temos (1):
• Úlceras de estágio 1 ou superficiais: aquelas nas quais não há perda tecidual,
a pele fica avermelhada, não se rompe, a mácula eritematosa fica bem
delimitada, atingindo a epiderme.
• Úlceras de estágio 2: aquelas nas quais a perda tecidual envolve a epiderme,
a derme ou ambas, apresentando-se em forma de abrasão, apresentando
ulceração ou bolhas.
• Úlceras de estágio 3: apresentam comprometimento do tecido subcutâneo,
sem atingir a fáscia muscular.
• Úlceras de estágio 4: aquelas que apresentam comprometimento do tecido
muscular e adjacentes, como tendão, cartilagem e osso, ocorrendo uma perda
total da pele.
Para medir a profundidade da ferida é utilizada uma espátula estéril no ponto
mais profundo da lesão e posteriormente a medida com régua, ou ainda o
preenchimento da cavidade da lesão com soro fisiológico 0,9%, aspirando com
seringa o conteúdo e computando em milímetro o valor preenchido, realizando
uma comparação com o volume gasto e dos demais em momentos distintos (1).
Em relação à borda da ferida, é muito importante que esta seja avaliada, pois
através do aspecto da mesma, o diagnóstico pode ser definido com mais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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precisão, sendo imperativo no tratamento apropriado(1).


É necessário realizar o monitoramento da dimensão da ferida, com vistas a
documentar de forma mais fidedigna possível a evolução do processo de
cicatrização, devendo especificar o comprimento, a largura, a circunferência e a
profundidade da lesão em centímetros, bem como documentar a evolução de
feridas através de fotografias, as quais podem ser anexadas ao processo do
cliente, sendo avaliada posteriormente pelo médico e transferida para um banco
de dados no computador como um registro do paciente ao longo do tempo (1).
A avaliação do leito da ferida permite definir a viabilidade do tecido que se
apresenta no mesmo. Há dois tipos de tecido, sendo viável e inviável. O tecido
viável é aquele formado no processo de cicatrização, visando à reconstituição
epitelial da área lesada, trata-se (1):
• Granulação: tecido granuloso, vermelho vivo, brilhante, úmido, ricamente
vascularizado.
• Epitelização: revestimento novo, rosado e frágil.
Já o inviável é tecido necrótico, constituído por diferentes materiais orgânicos,
podendo se apresentar de diversas formas (1):
• Necrose de coagulação ou necrose seca (escara) caracterizada como uma
capa ou crosta de camadas de tecidos ressecados e comprimidos, geralmente
com consistência dura e seca, podendo ser macia conforme o grau de
hidratação da mesma.
• Necrose de liquefação ou necrose úmida: amolecida, caracterizada pelo tecido
amarelo/ esverdeado, quando a lesão apresentar infecção ou presença de
secreção purulenta.
• Desvitalizado ou fibrinoso (esfacelos): faz referência ao tecido amarelado,
esbranquiçado, acinzentado, necrosado, de consistência mais delgada, macia,
podendo estar firmemente ou frouxamente aderido ao leito e bordas,
apresentado como cordões, crostas ou mucinoso, sendo formado por bactérias,
fibrina, elastina, colágeno, leucócitos intactos, fragmentos celulares, exsudato e
grandes quantidades de DNA .
O algoritmo da palavra TIME trata sobre as barreiras que impedem a
cicatrização e cada letra aponta para uma barreira a ser removida da lesão.
• T – issue inviable or deficient: tecido desvitalizado.
• I – infection or inflamation: infecção ou inflamação.
• M – Moinsture Imbalance: desequilíbrio da umidade.
• E – Epidermal Margin no Advancing: margens epiteliais que não avançam.
Outro sistema de avaliação do leito da ferida é o Red/Yellow/Black (RYB),
onde as feridas tem seu tecido classificado em conformidade com a cor que
apresentam, podem ser:
• Feridas vermelhas: predomínio do tecido de granulação e novo epitélio,
favorecendo o ambiente úmido, protegendo os tecidos e prevenindo a infecção;
• Feridas amarelas: apresentam exsudato fibroso e seus tecidos são moles e

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desvitalizados, podendo estar colonizadas, o que favorece a instalação de


infecções.
• Feridas pretas: apresentam necrose do tecido, com formação de escara
espessa e necessitando remoção do tecido necrosado com a máxima rapidez e
eficácia através do desbridamento.
O desbridamento, que pode ser instrumental, mecânico, autolítico ou químico
possibilitará a remoção do tecido desvitalizado permitindo melhores condições
de cicatrização.
As características do exsudato devem ser observadas pelo profissional, uma
vez que se trata de um líquido inflamatório extravascular com concentração
protéica elevada e grande quantidade de restos celulares (2). A presença de
exsudato no leito da ferida é uma reação natural do processo de cicatrização,
sendo freqüente na fase inflamatória, devido o extravasamento de plasma, em
decorrência da vasodilatação dos pequenos vasos, provocada por traumas.
Portanto é de suma importância avaliar cor, volume, consistência e odor do
exsudato, pois subsidiarão no diagnóstico diferencial da ferida e de infecção (1).
Com referência ao odor o exsudato pode ser inodoro (sem cheiro) ou fétido.
São destacados três tipos de exsudato (1, 2):
• Seroso: plasmático, aquoso, transparente e encontrado nas lesões limpas.
• Sanguinolento: avermelhada, indicativo de lesão vascular.
• Purulento: espesso, coloração amarelada, esverdeada, achocolatada
(marrom), conforme o processo de infecção.
A mensuração do exsudato é anotada por muitos profissionais por pequena,
média e grande quantidade, porém esta forma torna a avaliação subjetiva e não
confiável.
O odor também deve ser considerado, pois auxilia no diagnóstico e na
terapêutica a ser adotada.

CONCLUSÃO:
Ao descrever as variações do aspecto de uma ferida e todos os fatores que
envolvem o seu processo de evolução e cura, ficou evidente a importância de
verificar de forma criteriosa a forma como a mesma se apresenta.
Dessa forma faz se necessário que o profissional de enfermagem tenha uma
ação baseada em técnicas eficazes, não devendo ter uma visão centralizada,
mas sim totalitária da situação em que se encontra a ferida. Ao estabelecer
critérios avaliativos, o profissional permite conduzir o tratamento de forma mais
dinâmica, e tal conhecimento também fornece uma base importante para uma
avaliação correta, o que conduz a utilização de técnicas adequadas,
contribuindo para uma evolução significativa dentro do processo de
cicatrização.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Lima VLAN, Saár SRC. Avaliação do Portador de Feridas (Internet2007)
(Citado Out. 2009). Disponível em
http://www.tratamentodeferidas.com.br/admin/menu/siteexplorer/documentos/Fe
ridas_cap03.pdf

2. Vattimo MFF, Meneghin P. Fisiopatologia do Processo Cicatricial. Revista de


Enfermagem da USP. V22, n12. São Paulo, 2005 (Citado Out. 2009). Disponível
em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci

3. Pasternak J. Biofilmes: Um Inimigo (In) Visível. Revista da Sociedade


Brasileira de Clínica Cirúrgica. V12, São Paulo, 2009 (Citado Out. 2009).
Disponível em http://www.biofilme_inimigo_in_visível/biofilme.

________________________________________________________________
1. Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro, São Paulo, SP. E-mail: adri_ka_arn@hotmail.com
2. Professora Assistente da Disciplina de Semiotécnica em Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro, São Paulo. SP. Orientadora.

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Assistência de enfermagem á criança em desenvolvimento de


controles esfincterianos
PRICILA ROSILÉIA DA SILVA SANTOS(1)

DAMARIS GOMES MARANHAO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O controle esfincteriano constitui-se em um dos marcos do desenvolvimento
infantil, é um dos primeiros passos para a criança tornar-se auto-suficiente,
porém esta etapa da vida pode gerar muitas vezes preocupação para pais,
educadores infantis e conflitos familiares. O aprendizado do controle
esfincteriano é influenciado por fatores fisiológicos, psicológicos e
socioculturais. A família é o primeiro referencial da criança, seguida pelo
ingresso na creche. Poucas questões na área do desenvolvimento infantil
envolvem maior preocupação do que as áreas referentes ao treinamento de
esfíncteres e os seus distúrbios. O sucesso na aquisição de habilidades para o
uso do sanitário, e conseqüente retirada das fraldas, resulta em maior
independência das crianças no que se refere aos cuidados prestados pelos pais
e educadores de creches. Assim assume um significado importante no
processo de construção de identidade, autonomia e sociabilidade pela criança e
por isto é importante do processo como um todo e não apenas o resultado em
si. A maioria dos pais, mesmo os de melhor nível de informação, apresenta
expectativas inadequadas em relação à idade em que o controle esfincteriano é
adquirido. Embora o processo de adquirir habilidades para o controle
esfincteriano seja denominado pela maioria dos autores como “treinamento de
controle esfincteriano”, neste trabalho considera-se que empregar o termo
treinamento pode ter o significado de ter como base a teoria comportamental
para a educação da criança. Educadores infantis que embasam sua pratica com
base nas teorias interacionistas, não gostam que se empregue o termo
“treinamento”, por acreditarem que o processo de aprendizagem depende não
de estímulos e resposta, mas como um processo no qual interagem criança,
meio ambiente físico e social, com participação ativa da criança. Assim, embora
a maioria dos autores do campo da saúde utilize o termo “treinamento”, as
autoras deste trabalho, concordam que este é um processo mais complexo que
estímulos e respostas e por isto sempre que o termo for empregado pelos
autores o colocarão entre aspas ou o substituirão por “ensino-aprendizagem”.
Esta reflexão semântica é importante, pois existem divergências entre os
autores manifesta em cartas ao editor em consideração a publicação de uma
extensa e atual revisão realizada por médicos do sul do pais, sobre melhor
época para as crianças deixarem as fraldas que dependem da concepção de
ensino e aprendizagem escolhida e das técnicas e atitudes empregadas com as

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crianças nas diversas regiões do planeta. A escolha deste tema se deu a partir
da assistência de enfermagem a uma criança usuária de creche que
apresentava sinais de encoprese associadas às técnicas e atitudes
inadequadas de controle de esfíncteres por parte dos pais.

OBJETIVO:
Analisar os conhecimentos atuais sobre o processo e técnicas empregadas
para aquisição de habilidades para o controle esfincteriano para melhoria da
assistência de enfermagem à criança.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo bibliográfico, do tipo revisão de literatura, através de
pesquisa nos periódicos indexados nos bancos de dados da Biblioteca Virtual
da Saúde BVS, com recorte temporal de 1999 a 2009, a partir dos descritores:
treinamento no uso de toaletes, enfermagem pediátrica, esfíncter, controle.
Foram encontrados 18 artigos e destes foram utilizados quatro artigos que
abordavam as técnicas de controle esfincteriano, uma tese, duas cartas ao
editor e um livro clássico de enfermagem pediátrica.

RESUMO:
Uma das mais importantes tarefas da fase infante é o controle dos esfíncteres.
O controle voluntário dos esfíncteres anal e uretral é conseguido algum tempo
depois que a criança está andando, provavelmente entre as idades de 18 e 24
meses. Entretanto, fatores psicofisiológicos complexos estão implicados neste
processo. É preciso mais do que apenas o fator idade para se iniciar o
aprendizado para o controle esfincteriano, pois este é influenciado por fatores
fisiológicos, psicológicos e socioculturais, onde cada cultura apresenta
expectativas e métodos de “ensino-aprendizagem” específicos, fazendo com
que a criança necessite adaptar-se no ambiente em que está inserida. A criança
deve ser capaz de reconhecer os estímulos de urgência para urinar e evacuar e
reter a eliminação e ser capaz de comunicar esta sensação ao pai ou mãe ou
outro cuidador. A criança deve apresentar algumas habilidades tais como:
sentar, levantar e caminhar para poder dirigir se ao banheiro; falar para
demonstrar suas necessidades; entender e seguir instruções para ser ensinada;
tirar a roupa para evacuar e urinar em local adequado. Essas habilidades
encontram-se presentes na maioria das crianças por volta dos 18 meses, mas
alguns autores discordam, afirmando que dependem da cultura, das
oportunidades de movimentarem-se no ambiente e de como as mães em cada
cultura percebem as necessidades infantis de eliminação, ou seja, como
percebe, interpretam e agem em relação aos movimentos, mímicas faciais
manifestas pelas crianças quando desejam evacuar ou urinar. O aprendizado
das habilidades para evacuar e urinar incluir saber o local considerado

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adequado para a cultura, ou seja, no mundo ocidental, o uso do sanitário


feminino ou masculino, a retirada da roupa, o sentar e equilibrar-se no vaso, a
pressão intra-abdominal associada ao relaxamento dos esfíncteres, o uso da
descarga, a limpeza da região perianal e das mãos. O inicio da aquisição
destas habilidades baseia-se em dois processos: o ensino pelos pais ou
educadores, que nesta idade implica em saber como a criança aprende, ou
seja, ela começa imitando os pais ou irmãos ou coleguinhas que vão ao
banheiro regularmente conforme suas necessidades de eliminação, e o
aprendizado da própria criança, que terá que reconhecer os sinais de seu corpo
e controlar a liberação ou não dos esfíncteres no lugar adequado. Alguns
fatores estressantes podem afetar o controle dos esfíncteres pela criança como
nascimento de irmãos, separação dos pais, mudança de casa, inicio da
freqüência a creche, além do próprio temperamento da criança. Enfermeiras
autoras de livro clássico de enfermagem pediátrica afirmam que uma das mais
importantes responsabilidades das enfermeiras é ajudar os pais a identificarem
os sinais de aptidão em seus filhos, sendo assim, desenvolveram um quadro de
avaliação das habilidades para o treinamento de controle dos esfíncteres á
criança envolvendo quatro aptidões. A aptidão física compreende o controle
voluntário dos esfíncteres que ocorre geralmente em torno de 18 a 24 meses de
idade; capacidade de se manter seco por duas horas; movimento intestinal
regular; habilidades motoras grossas de sentar, caminhar e agachar;
habilidades motoras finas para retirar as roupas. A aptidão mental compreende
reconhecer a urgência para defecar ou urinar; habilidades de comunicação
verbal ou não-verbal para indicar quando está molhado ou apresenta urgência
para defecar ou urinar, habilidades cognitivas para imitar o comportamento
apropriado e seguir orientações. A aptidão psicológica compreende expressar o
desejo de agradar os pais; capaz de sentar-se no vaso sanitário por cinco a dez
minutos, sem reclamar ou sair; curiosidade a respeito dos hábitos de eliminação
dos adultos ou de irmãos mais velhos; impaciência quando fica suja ou com as
fraldas molhadas; deseja ser trocada imediatamente. A aptidão dos pais
compreende reconhecer o nível de aptidão da criança; desejos em investir o
tempo necessário para o treinamento de controle dos esfíncteres; ausência de
estresse familiar ou de alteração, como divórcio, mudança, novo irmão ou férias
iminentes. No treinamento dos controles esfincterianos a criança tende a
adquirir primeiramente o controle do esfíncter anal antes mesmo do uretral, pois
há uma maior sensação na defecação do que a micção, sendo a micção mais
imprevisível e menos marcante que a sensação da defecação. Em uma
pesquisa realizada no Brasil na cidade de Pelotas, RS, constatou-se que a
maioria das crianças aos 24 meses de idade apresentava habilidades
necessárias ao início do controle esfincteriano, porém apenas uma pequena
parcela realmente iniciou este processo. Notou-se também que poucas eram as
mães orientadas por pediatras ou profissionais da saúde para a retirada de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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fralda das crianças e que a maioria das mães agia por intuição própria, pelo
fator idade da criança ou por conselhos de suas próprias mães, avós, amigas e
vizinhas, deixando evidente a necessidade da participação dos profissionais do
campo da saúde para orientá-las. A pesquisa demonstrou também que as
crianças de classes mais pobres eram desfraldadas antes das de classes mais
ricas e que o “treinamento” antes dos dois anos ocorria mais em crianças de
mães com maior número de filhos. Refletindo sobre estes fatos, deduz-se que
os fatores sócio-econômicos, como custo das fraldas descartáveis, ou
disponibilidade dos adultos para cuidarem das crianças, influenciam nas
praticas educativas e de cuidado. Crianças com peso de nascimento superior a
2.500 g quando comparadas a crianças de baixo peso ao nascer, tinha maior
probabilidade de estarem sem fraldas tanto de dia quanto de noite, e que
tentativas frustradas de retirada de fraldas (antes dos 18 meses de idade)
apresentaram uma probabilidade menor das crianças estarem sem fraldas aos
24 meses. O estudo ressalta também os sinais em que pais e profissionais
devem observar para que a criança tenha autonomia do uso do sanitário bem
como a necessidade e participação dos profissionais em aconselharem e
orientarem os pais sobre a época e métodos adequados para os resultados do
processo de ensino e aprendizagem para evitar assim frustrações, que possam
resultar no desenvolvimento emocional da criança e complicações que possam
ocorrer. Ainda hoje o “treinamento gradual” para o controle esfincteriano
proposto por Brazelton em 1962 é o padrão praticado para a maioria das
crianças. O autor propõe que se respeite o processo de maturação e
aprendizagem das crianças, sendo que o adulto observa os sinais de prontidão
e auxilia à perceber os sinais do seu corpo e gradativamente deixar as fraldas,
com a finalidade de minimizar o conflito e ansiedade e demonstrando a
importância da flexibilidade e autoconfiança que resultará no aprendizado da
criança em utilizar sozinha o sanitário, respeitando seu limite. Entretanto outros
autores contemporâneos discordam desta orientação, argumentando que a
mielinização dos tratos piramidais do sistema nervoso central provavelmente já
está pronta quando a criança está engatinhando, e que estudos transculturais
em relação á capacidade de adquirir do controle de esfíncter é determinado
mais pelo ambiente do que pela neuroanatomia. Outros autores argumentam
que mães não orientadas por profissionais da área da saúde têm expectativas
por demais precoces em relação à idade de retirada de fraldas dos filhos,
esquecendo-se que não deve- se levar em conta apenas o fator idade, pois a
criança precisa demonstrar as aptidões já descritas acima, ficando evidente a
necessidade de orientações por profissionais capacitados a pais e cuidadores
de criança em relação à retirada de fraldas. Miranda, em sua tese que estudou
o “treinamento” esfincteriano anal em pré-escolares, demonstra que há muitas
divergências sobre “os métodos de treinamento”, e que por este motivo não se
pode estabelecer um método universal visto que o treino do uso do sanitário

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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tem maior influencia e pode ser considerado como parte principal estabelecida
pela cultura local. Para se começar o processo de aquisição de continência em
uma criança, deve-se levar em conta disposição e prontidão dela, além do que,
é importante que o profissional reconheça outros aspectos e condições que
podem complicar no processo. Estas complicações podem incluir o fato de a
criança ficar separada dos pais por muitas horas a cada dia, pois começa a
freqüentar uma creche ou uma escola infantil. Em artigo didático escrito por
enfermeira e coordenadora de uma creche de empresa, as autoras
recomendam aos educadores infantis que atuam neste tipo de serviço que
antes de começarem a retirada das fraldas combine-se com os familiares, para
que haja coerência nos ensinamentos e cuidados com as crianças para que
ambos possam ajudá-la a aprender a usar o sanitário. As autoras elencam
varias etapas deste processo tanto na creche como em casa. Este processo
pode ser uma das fases mais difíceis do desenvolvimento, portanto, as
crianças, os pais e educadores infantis devem vivenciá-la juntos, com tolerância
em relação aos retrocessos que possam surgir durante as etapas. O excessivo
controle dos pais ou educadores infantis sobre os resultados pode conduzir a
criança a manifestar ansiedade e conflitos. Lutas de poder resultam em impacto
negativo na relação pais-criança-educador e podem gerar complicações físicas
como enurese, encoprese e maus tratos. Iniciar o treinamento precocemente
pode criar tensão e ansiedade, tanto para criança quanto para a família,
aumentando assim a duração do tempo deste treinamento. Fundamentos
teóricos de continência e prontidão sugerem que há sinais físicos e
comportamentais previsíveis que detectam quando a criança está pronta para o
treinamento. Orientar os pais a identificar e agir apropriadamente nestes sinais
exige do profissional da saúde que ele considere a resposta individual da
criança ao processo de aquisição das habilidades em cada contexto, bem como
o nível de cooperação e compreensão dos pais. Baseado nas fases do
desenvolvimento de uma criança, os profissionais de saúde podem programar
orientações educativas específicas sobre o tema para pais e educadores. Assim
na consulta a um profissional de saúde, quando se acompanha o processo de
crescimento e desenvolvimento infantil, em torno dos 18-24 meses, pode ser
um momento oportuno para discutir com os pais o planejamento da retirada das
fraldas noturna e diurna. Pode-se abordar com os pais a importância desta
aquisição para a autonomia, identidade e socialização da criança, para os
próprios pais e demais familiares que convivem com a criança, no ambiente de
casa e da creche, as expectativas, as pressões sociais, e recordações,
particularmente negativas ou não resolvidas, da infância dos pais que podem ter
impacto negativo ou não para este processo com a criança. Para começar o
processo de reconhecimento das capacidades das crianças e orientações aos
pais, é importante que o profissional conheça as diversas teorias que explicam
o desenvolvimento humano, sobretudo na infância, bem como as fases criticas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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deste processo.

CONCLUSÃO:
Ao realizar a pesquisa bibliográfica, não foram encontrados artigos científicos
em idioma português sobre o tema, publicados em revistas de enfermagem ou
que fosse possível identificar se os autores eram enfermeiros, mas sim, um
artigo didático e um capítulo de livro de enfermagem pediátrica, que detalham
aspectos importantes da orientação dos cuidados com as crianças nesta fase, o
que se pode deduzir que embora a enfermagem no Brasil, pareça não estudar
este aspecto do desenvolvimento infantil, se interessa por ele mais do ponto de
vista das orientações da pessoa responsável pelo cuidado infantil. Por conta do
ingresso das crianças em creches os educadores infantis se interessam pelo
tema e buscam informações, inclusive com os enfermeiros que trabalham neste
setor ou nos serviços de saúde. Há consenso entre os autores nacionais sobre
a fase dos 24 meses como mais adequada para inicio do processo, mas,
controvérsias de autores estrangeiros que se manifestaram em cartas ao editor
após publicação de extensa revisão realizada por médicos do sul dos pais. È
necessário que o enfermeiro que acompanha ou cuida regularmente da criança
conheça as teorias, métodos e técnicas empregadas para ensinar a criança e
pais, no sentido de orientar as pessoas responsáveis pelo cuidado infantil,
evitando que os familiares ou educadores infantis adotem métodos ou tenham
atitudes que coloquem em risco o processo de crescimento e desenvolvimento
infantil. Há um número reduzido de artigos científicos relacionados ao assunto,
na literatura brasileira, o que parece indicar que existe um grande déficit de
conhecimento da prática de ensino do controle esfincteriano e suas
conseqüências em nosso meio. Estudos demonstram que ainda se observa as
conseqüências relativas ao ensino inadequado do controle esfincteriano anal,
tanto para a criança quanto para a família e a sociedade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1) Whaley LF, Wong DL. Enfermagem Pediátrica, 5ª Ed. Guanabara Koogan,
Rio de Janeiro, RJ. 1997; (12): 326-27.

2) Mota DM, Barros AJ. Aquisição do Controle esfincteriano em uma coorte de


nascimentos: situação aos 2 anos de idade. Rio de Janeiro, RJ, Jornal de
Pediatria. 2008; 84 (5): 455-62.

3) Miranda JEGB, Treinamento Esfincteriano Anal: estudo transversal em


crianças de 3 a 6 anos de idade, Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Pediatria. Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, para
obtenção do título de Doutor. Botucatu, SP. 2007.

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________________________________________________________________
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Santo Amaro.
Graduanda do oitavo semestre da Faculdade de Enfermagem da UNISA
(pricilarsantos@yahoo.com.br).
Orientadora, Doutora em Ciências da Saúde, Profª Titular da Faculdade de
Enfermagem da UNISA.

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Assistência de enfermagem ao paciente com câncer


FABIANA FRAGA GOTTSFRITZ(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
No Brasil o câncer é considerado um importante problema de Saúde Pública em
virtude de ser elevado índice de ocorrência, representado a segunda causa de
mortalidade no País.
O câncer é uma moléstia maligna que se apresenta em geral sob a forma de
tumores sólidos com tendência a crescimento e ulceração progressiva (1).
Esses tumores invadem e destroem os órgãos de sua vizinhança: não raro
propagam-se através dos vasos sanguíneos e linfáticos, alcançam outros
órgãos mais afastados, onde desenvolvem novos tumores. A enfermidade ataca
os tecidos musculares e glandulares. O paciente começa apresentando um
estado doentio e logo sensível emagrecimento, fadiga e anemia. A causa do
câncer é ainda desconhecida e os meios de combate a este mal são precários,
a não ser que o tratamento seja muito precoce.
Além da preocupação com a doença é importante prever como a assistência
está sendo realizada , lembrando que esse processo envolve tantos os
profissionais quanto o cliente.
A adaptação somática desse processo envolve os diagnostico, terapias,
flexibilidade e coragem do individuo para submeter-se aos procedimentos que
alteram sua compleição física.
As perdas orgânicas decorrentes dos efeitos deletérios da doença debilitam
corpo e mente, gerando conflitos entre recusa de permissão para
procedimentos técnicos ou de participação em cuidados. Situações difíceis e
conflituosas geradas pelas condições de isolamento técnico exigem maior grau
de adaptabilidade do paciente, família e dos profissionais, já que o cerceamento
e restrição de atitudes e movimentos conduzem nível de dependência com a
equipe.
O cuidado de enfermagem nessa perspectiva requer a emergência de um
processo interativo entre a enfermeira, cliente e família, considerando que nas
atitudes de cuidado é que encontramos a essência de expressão humana.
Humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente físico,
os recursos materiais e tecnológicos não são mais significativos do que a
essência humana. Esta sim irá conduzir o pensamento e as ações da equipe de
enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e
construir uma realidade mais humana (2)

A percepção e o apoio às necessidades individuais refletem respeito,

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compromisso e solidariedade, já que a busca do equilíbrio e da harmonia


pessoal estão constantemente presentes, quando na condição de
hospitalização programada ou súbita, onde a respeito do bem-estar e da
atividade independente representam a otimização e a excelência da assistência
institucionalizada a ser prestada ao paciente e família. (3)
O cuidado de enfermagem humanizado subentende que o assistir seja sinônimo
de ajudar no atendimento as necessidades desde as mais inferiores até as mais
elevadas na hierarquia das necessidades humanas básicas, para superação do
desconforto, duvida, ansiedade. O enfermeiro (agente cuidador) identifica a
necessidade e desejo do outro (cliente) de ser cuidado, se reconhece como
possuidor de conhecimento e habilidades especiais (saber/fazer) sente como
compromisso desenvolver sua profissão visando à melhoria do cliente, tendo
assim um resultado em relação à melhora da assistência.
Em síntese, o que importa para o cliente é que a relação com o enfermeiro
corresponda às suas expectativas de cuidado, seja respondendo seus
questionamentos, esclarecendo suas duvidas e demonstrando competência
técnica, seja garantindo com sua presença constante a expressão do afeto, do
carinho, da atenção, do zelo. E o diálogo emerge como fundamental nesse
processo, mesmo quando a relação torna-se imperativa.
Por fim, este estudo tem como objetivo identificar a assistência prestada ao
paciente com câncer visando entender a patologia interação
cliente/enfermagem para a melhoria da assistência.
Podemos também observar que por mais que se separe o profissional do
pessoal è imprescindível o envolvimento emocional entre ambos. Desse modo o
importante é ajudar o paciente à sentir-se seguro, acolhido e bem cuidado no
processo de sua doença.sua patologia.

OBJETIVO:
identificar a assistência prestada ao paciente com câncer visando entender a
patologia interação cliente/enfermagem para a melhoria da assistência.

METODOLOGIA:
Pesquisa de revisão bibliográfica , artigos científicos e livros didáticos, com
seleção dos artigos publicados nos ultimos 10 anos,.usando os seguintes
descritores : assistência de enfermagem ; neoplasia ; câncer .

RESUMO:
Câncer é o termo utilizado para se referir a mais de 100 tipos de doenças , nas
quais células que sofreram alterações genéticas, chamadas então de
neoplásicas ou cancerígenos, se dividem sem controle, podendo invadir tecidos
do organismo por meio da circulação sangüínea e do sistema linfático.

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A maioria dos cânceres é nomeada de acordo com o órgão atingido ou tipo de


célula onde se inicia, e os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários
tipos de células que compõem o nosso organismo. As principais categorias do
câncer são : carcinoma, sarcoma, linfoma e leucemia.
Alguns tipos, como a leucemia, não formam tumores. Ainda que as alterações
genéticas que ocorrem nesse tipo de câncer e em outros que formam tumores
malignos seja a mesma, a diferença é que na leucemia o desenvolvimento se
dá na medula óssea e as células alteradas caem diretamente na circulação
sangüínea.
Cabe lembrar que não há possibilidade de transmissão de câncer entre
pessoas, mesmo nos contatos mais íntimos. Qualquer célula maligna que
penetre em outro corpo é rapidamente destruída pelo Sistema Imunológico
desse novo organismo.
Todos os cânceres se iniciam na célula, a menor unidade estrutural básica dos
seres vivos. O organismo humano é composto por vários tipos de células, que
crescem e se dividem de modo controlado e ordenado, garantindo o seu bom
funcionamento. Uma vez que são responsáveis pela formação, crescimento e
regeneração dos tecidos saudáveis do corpo, quando ficam velhas ou
danificadas, as células morrem e são substituídas por novas , porém é possível
que esse processo natural sofra erros.
O material genético (DNA) de uma célula pode sofrer alterações ou ser
danificado, desenvolvendo mutações que afetam o crescimento normal das
estruturas celulares e conseguentemente a sua divisão. Com seus mecanismos
de controle da divisão inoperantes, as células passam a se multiplicar
independentemente das necessidades do organismo (3).
Por meio de sucessivas divisões, as células acabam formando um agrupamento
de estruturas celulares irregulares que recebe o nome de tumor. Diante dessa
perda de controle intrínseca da multiplicação celular, só resta ao organismo
tentar identificar e destruir essas estruturas anormais por intermédio do Sistema
Imunológico que, por vezes impotente, não consegue conter a evolução da
doença.

A Assistência de Enfermagem

No processo evolutivo da profissão, em busca da consolidação de seus


conhecimentos, a preocupação com a sistematização da pratica teve seus
primeiros momentos no pensamento inovador de Wanda Horta (1968),
abordando a questão do novo método de ação junto ao paciente. (4)
Para ela, a mais importante lição prática que pode ser dado ao enfermeiro , è
ensiná-lo o que observar e como observar, que sintomas indicam melhora,
quais significam o inverso, quais são de importância, quais não são, quais são
de evidencias da falta de cuidados de enfermagem .Tudo isso é de suma

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importância para que a assistência de enfermagem seja realizada com


competência , individualizada , planejada e o mais eficiente possível.
Os enfermeiros deparam-se assim, com o complexo desafio de administrar seu
tempo para que todas as suas tarefas sejam realizadas integralmente e com
qualidade na prestação de assistência ao paciente.
O cuidado, nesse pensar, existe quando é compreendido e aceito tanto pelo
profissional quanto do paciente, isso é uma atitude ética em que os seres
humanos percebem e recebem os direitos, uns dos outros. Tendo em vista que
respeito implica ética, para cuidar é necessário respeitar o outro, valorizá-lo na
sua condição plena de sujeito (um ser humano).
Humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na tarefa a ser
desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro e saber ouvir com
ciência e paciência as palavras e os silêncios. O relacionamento e o contato
direto fazem crescer, e é neste momento de troca, que humanizo, porque assim
posso me reconhecer e me identificar como gente, como ser humano. (5)
A enfermagem vem se transformando através de uma visão diferenciada sobre
o cuidado, considerando a vida com valor fundamental, já pensando não só em
cancerologia, mas em todas as patologias em geral.
Quando falamos então de enfermagem que atuam em oncologia, é necessário
ressaltar que ela detém um conhecimento técnico-científico complexo,
especifico e essencial a pratica ligado a uma imprevisibilidade ditada pelos
efeitos colaterais comuns à terapêutica.
(6) Há habilidade do profissional está em definir as ações terapêuticas, mais
pertinentes às condições , clinica, física e emocional do paciente. Na área de
cancerologia, é importante atender os três aspectos :
1. Sistema completamente condensador : quando o enfermeiro executa pelo
paciente as ações do auto-cuidado
2. Sistema de suporte parcialmente educativo : quando o paciente é capaz e
poderá aprender e desenvolver as ações do auto-cuidado.
3. Sistema de suporte educativo : quando o paciente é capaz e poderá aprender
e desenvolver as ações do auto-cuidado.
Estes cuidados visam o desenvolvimento do auto-cuidado , integrando as
atividades medicinais ao cotidiano do portador de câncer .
Nesta visão, o cuidado pode ser definido como zelo, atenção, uma forma de
expressão, exercício pleno do que há de mais humano no ser , é importa-se
com o outro, ouvi-lo, dialogar ,criar vínculos afetivos e de confiança . Temos a
seguir um caso, que nos mostra como um paciente bem assistido pela
enfermagem ,é bem sucedido em sua recuperação.

O paciente S.J. S , adquiriu câncer aos 25 anos de idade devido uma partida de
futebol onde levou uma violenta pancada no joelho esquerdo. Com o decorrer
do acidente desenvolveu um processo inflamatório que de inicio foi denominado

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como tumor benigno. Com o passar dos tempos os médicos identificaram como
tumor maligno conhecido com sarcoma.
Este paciente na época foi muito bem atendido. A equipe de enfermagem fez
uma integração muito grande com o paciente e familiares.
Foi realizado um verdadeiro trabalho em equipe. onde a enfermagem exercia
sua função referente na assistência ao enfermo e também com a família ,
proporcionando . ao cliente/paciente uma vida digna, pois na época não haviam
muitos recursos para serem aplicados a um paciente com essa patologia.
A família foi bem orientada pela enfermeira em relação ao cuidado e ao
incentivo, dando força de alguma forma para que não desistissem de lutar
contra esse câncer.
O senhor S.J.S após 25 anos com sarcoma chegou a falecer. Foi um trabalho
muito intenso, com inúmeras intenações e momentos difíceis.
Segundo os parentes , se não fosse a equipe que se empenhou em ajudá-lo e a
força que a enfermeira deu aos parentes para ajudar o senhor S.J.S, ele não
teria vivido tanto tempo ..

O atendimento as manifestações do comprometimento psicossomático


destacam ações que objetivam a restauração da estrutura pessoal do paciente.
A educação em saúde precisa ser mais bem estudada para que o enfermeiro
possa recriar o processo educativo , contendo conhecimentos de pedagogia,
porém transformado, para que não seja uma simples transferência de
informações aos indivíduos, mas , um ensino que busca um resultado mais
imediato sobre o modo como eles cuidam de sua saúde , porque se fundamenta
uma necessidade imediata. (7)
(8)Tal qual preconizado por Levine, que ressalta: o trabalho da enfermagem se
resume em atender ao cliente com dignidade, o olhando como um ser completo,
que sofre, que ri, que espera e que tem esperança.O profissional deve sem
duvida ser um ser que promova saúde e confiança, realizando assim uma
assistência humanizada.

CONCLUSÃO:
Quando falamos da enfermagem que atua em oncologia, é necessário ressaltar
que ela deve deter o conhecimento técnico - cientifico ,especifico e essencial á
pratica da assistência especializada. O profissional de enfermagem, faz parte
da equipe de saúde, onde cada um , participa com “ os saberes “ de sua área,
visando o atendimento holístico, humanizado, competente e seguro . É
importante também a interação enfermagem/paciente/família, e é através desse
relacionamento que se consegue a parceria necessária para o cuidado
,ameninando o sofrimento do paciente.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
3- Zanchetta, Margareth Santos. Enfermagem em cancerologia – prioridades e
objetivos assistenciais. p 69-141,1995.

5 - Cuidados humanizados de enfermagem a cliente com câncer. Revista de


enfermagem. UERJ, Rio de Janeiro, abr./jun. p.193-199, 2008.

6 - Carraro,Telma Liza. Enfermagem e Assistência – Resgatando Florence


Nightingale.
Edição. 1 p 54-67, 2004

________________________________________________________________
1- Graduanda 8° semestre do curso de enfermagem da universidade de Santo
Amaro (UNISA).
2- Orientadora : Enfermeira, Mestre em Gerontologia do curso de Enfermagem
da Universidade de Santo Amaro (UNISA).

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Assistência de enfermagem no implante de células tronco em


terapias cardíacas
IGOR WRAGEL CARNEIRO DE OLIVEIRA(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
As doenças cardiovasculares têm uma ação liderante nos indicadores de saúde
no Brasil e no mundo, sendo a primeira causa de mortalidade proporcional no
país desde a década de 60. Em 1999, 25% dos óbitos masculinos e 31,3% dos
femininos foram por doenças cardiovasculares¹. Nos últimos anos, o grande
empenho no uso terapêutico de células-tronco no reparo do tecido cardíaco
após o infarto do miocárdio - e nas cardiopatias em geral - se refletiu no
aumento do número de trabalhos em pesquisa básica, pré-clínica e clínica
publicados em revistas nacionais e internacionais. Contudo, ainda que
possamos assegurar que o tratamento com células-tronco de pacientes com
disfunções cardíacas agudas ou crônicas seja factível, resta aos pesquisadores
explicar os mecanismos de ação das células utilizadas, o benefício
representado por cada tipo celular injetado, assim como o número de células
que deve ser utilizado e a janela terapêutica de sua aplicação².
Vários ensaios pré-clínicos e/ou clínicos com células do sangue de cordão
umbilical, medula óssea, células satélites (músculo estriado esquelético) e
células-tronco embrionárias estão em andamento no país e no mundo3. No
Brasil, um estudo multicêntrico, já em fase final, promovido pelo Ministério da
Saúde tem o objetivo de mostrar que a injeção de células mononucleares da
medula óssea em pacientes cardiopatas promove o reparo do miocárdio lesado
e resulta na melhora funcional cardíaca dos pacientes. Até agora, células-tronco
embrionárias, mioblastos de músculo esquelético e células mononucleares de
sangue de cordão umbilical e medula óssea já foram usados em diferentes
doenças cardíacas na tentativa de melhorar a função do órgão afetado(3). As
células-tronco embrionárias, quando injetadas diretamente no músculo cardíaco
de camundongos, expressam actina e miosina cardíaca, fatores natriuréticos e
induzem à angiogênese.
Embora a pluripotencialidade das células-tronco embrionárias represente uma
importante proposta para os campos da terapia celular e da medicina
regenerativa, muitas informações deverão ser esclarecidas antes da liberação
do uso das mesmas. Os controles de proliferação e diferenciação deverão ser
minuciosamente compreendidos antes que essas células sejam usadas em
terapias cardíacas regenerativas, evitando, assim, os muitos efeitos adversos
conhecidos, particularmente a formação de teratomas. Alternativamente,
mioblastos derivados de músculo estriado esquelético autólogo, de pacientes

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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com disfunção ventricular, foram injetados diretamente no músculo cardíaco


infartado ou na artéria coronária para que se implantassem no miocárdio.
Entretanto a comunicação dos mioblastos musculares com os cardiomiócitos do
hospedeiro via gap-junctions, é muito pequena e se deteriora com o tempo,
ocorrendo, conseqüentemente, arritmias. As células mononucleares da medula
óssea (que contém, além de outras células, progenitores mesenquimais,
endoteliais e hematopoéticos), quando injetadas no coração de camundongos
infartados, podem expressar proteínas cardíacas, como troponina e miosina,
induzir à angiogênese, limitar o tamanho da área infartada e melhorar a Fração
de Ejeção (FE). O número, a capacidade proliferativa e a capacidade
regenerativa das células da medula óssea decrescem com a idade do doador
e/ou com a presença de doenças crônicas associadas. O uso de células de
medula óssea alogeneica, por outro lado, implica a associação de uma terapia
imunossupressora. Embora diversos trabalhos com a aplicação da terapia
celular em pacientes com diferentes cardiopatias estejam em andamento, não
há um real consenso quanto à dose aplicada (número de células) e à via de
administração utilizada. Assim, doses que variam entre 5 e 30 milhões de
células têm sido injetadas diretamente no miocárdio, na artéria coronária ou
ainda infundidas por via intravenosa. Freqüentemente essas células são
administradas nos pacientes no momento da angioplastia da artéria coronária,
dificultando ainda mais a interpretação dos dados sobre a dose ótima e a via de
excelência para a administração das células-tronco.
A dose celular, o tipo celular mais apropriado, a via de inoculação dessas
células e a janela terapêutica são os principais alvos das pesquisas clínicas a
serem desenvolvidas no futuro, buscando uma padronização dos
procedimentos para cada uma das doenças cardiovasculares. Entretanto o
benefício dessas células para os pacientes já pode ser observado nos
resultados preliminares divulgados, nos quais há um aumento da fração de
ejeção e uma melhora na qualidade de vida.
O papel do enfermeiro frente ao implante de células-tronco em terapia cardíaca
é crucial, envolve muitas responsabilidades no cuidado e inclui apoio aos
pacientes e familiares durante o transplante e na fase de recuperação, pelo
monitoramento das possíveis alterações de suas condições vitais e realização
de uma série de intervenções terapêuticas. As células autólogas da medula
óssea destacam-se entre as fontes celulares a serem utilizadas, pois além de
bons resultados apresentam baixo custo e disponibilidade para a população.
Membro fundamental da equipe multidisciplinar, o enfermeiro desenvolve seu
trabalho junto aos demais profissionais, reunindo experiência e conhecimentos
para o benefício do paciente e familiares. O profissional que atua no serviço de
implante de células-tronco em cardiopatias deve possuir uma especialização e
competência para cuidar do paciente durante as fases do transplante.

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OBJETIVO:
Descrever de forma reflexiva a prática de enfermagem no implante de células-
tronco em terapias cardíacas.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão da literatura. Para tanto,
foram utilizadas as bases de dados nacionais e Internacionais na área médica,
tais como MEDLINE, PUBMED, LILACS, BDENF. Os unitermos pesquisados
para a composição amostral da pesquisa foram: células-tronco, assistência de
enfermagem, cardiopatias. O período para análise dos materiais bibliográficos
da pesquisa estendeu-se de Março a Agosto de 2009, referindo-se ao período
de 1999 a 2009. Como critério de inclusão foram utilizados artigos,
dissertações, teses e livros que contemplassem a terapia celular cardíaca e a
assistência de enfermagem no implante de células-tronco em cardiopatias.

RESUMO:
Terapia celular cardíaca:
Desenvolveu-se esta pesquisa baseada em evidências, utilizando uma revisão
sistemática, através de artigos, dissertações e livros; buscando fundamentar as
principais intervenções de enfermagem ao paciente do transplante de células-
tronco¹.
Esta nova terapêutica de tratamento trouxe expectativa para os pacientes com
insuficiência cardíaca (IC) e infarto agudo do miocárdio (IAM), onde na maior
parte das vezes as células naturais não conseguem sozinhas realizar a
regeneração, dependendo do tipo de lesão. No momento que se segue o infarto
do miocárdio, o miocárdio isquêmico crônico pode seguir em associação com
graus variáveis de tecido cicatricial, que na maioria das circunstâncias, a
angiogênese nativa é insuficiente para prevenir o remodelamento resultante
quando ocorre lesão significante. Como conseqüência, a insuficiência cardíaca
relacionada ao IAM permanece como uma grande causa de morbidade e
mortalidade.
O primeiro caso de Terapia Celular em cardiologia foi publicado em 2001, pelo
grupo japonês de Hamano. Até este momento na Cardiologia, somente duas
vertentes tem sido seguidas em terapia celular, são elas: reposição de células
contráteis no coração e obtenção de angiogênese. Esta reposição está
associada a doenças como o IAM e a Doença de Chagas, já que estas doenças
permanecem como uma grande causa de morbidade e mortalidade³.
Após estes trabalhos, sucederam-se novos experimentos que confirmavam a
utilização das CT na melhora da função cardíaca; delineando-se assim a
possibilidade concreta de utilizar as células da medula óssea do próprio
paciente para induzir simultaneamente a melhora do desempenho ventricular e
a angiogênese, os dois principais problemas do coração infartado que evolui

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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para insuficiência cardíaca.


A aplicação do processo de enfermagem (instrumental tecnológico utilizado
para o cuidado de enfermagem) de modo sistemático, planejado e dinâmico nos
possibilita identificar, compreender, descrever, explicar e predizer como nossa
clientela responde aos problemas de saúde ou aos processos vitais, assim
como nos possibilita determinar que aspectos dessas respostas necessitem do
nosso cuidado profissional, para alcançar resultados quais somos responsáveis.
Embasado neste conteúdo, apresento a seguir um plano de cuidados de
enfermagem que compreende uma seqüência de ações referentes à admissão
na Unidade Coronariana (UCOR) após intervenção coronariana primária e o
implante de célula tronco.

Principais Aspectos da Assistência de Enfermagem no Aspirado Medular:


Orientar o paciente quanto o procedimento de punção de medula óssea e a
coleta da amostra medular para diminuir a ansiedade do paciente, visando
garantir sua cooperação, durante o procedimento. Manter o paciente em jejum
para reduzir o risco de broncoaspiração em caso de náuseas e vômitos.
Preparar o material para a punção medular afim de permitir que o procedimento
ocorra de forma planejada e segura. Heparinizar a seringas de 20 ml que serão
utilizadas para aspiração do material medular para evitar coagulação do
aspirado celular, com a conseqüente perda do mesmo. Preparar o material de
oxigenoterapia e de atendimento de urgência; com o objetivo de promover
atendimento eficaz em caso de intercorrências. Disponibilizar maleta térmica
para acondicionar o material coletado; o material necessita ser acondicionado
em local refrigerado para que não ocorra morte celular e perda do material.
Posicionar o paciente em decúbito lateral com as pernas flexionadas ou em
decúbito ventral afim de facilitar o procedimento de punção e coleta do material
medular e por fim utilizar técnica asséptica rigorosa para prevenir infecção³.

Ações de Enfermagem Após a coleta do Aspirado Medular:


Observar o local da punção para detectar sangramento, observar sinais de
flogose. Realizar curativo compressivo para evitar sangramento e infecções.
Avaliar queixas de dor ou hipersensibilidade no sítio de punção e realizar a
administração de analgésicos, conforme prescrição se necessário. Manter o
paciente em jejum para o implante celular intracoronário afim de reduzir o risco
de broncoaspiração.

Assistência de Enfermagem Pós-implante:


Reinstalar a monitorização cardíaca e hemodinâmicas contínuas para identificar
precocemente qualquer instabilidade etrocardiográfica e hemodinâmica.
Promover os cuidados específicos pós-Angioplastia transluminal coronária,
conforme procedimento operacional da Instituição para fornecer assistência de

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enfermagem segura e livre de riscos. Agendar exames pós-implante (ECG,


ecocardiograma e RX) cumprimento do protocolo e acompanhamento dos
resultados. Orientações de alta hospitalar, esclarecer dúvidas quanto ao
cuidados com os sítios de punção e curativos. Preparo para a fase de
seguimento com a equipe de coordenação do Protocolo³.

Atribuições do Profissional Enfermeiro:


Como enfermeiros, não se pode permitir a prática baseada em tradição, sem a
fundamentação de cada cuidado. O exercício do profissional enfermeiro em
uma unidade de transplante de células-tronco (TCT) que abrange um amplo
campo de atuação. É responsabilidade do enfermeiro o planejamento,
execução, coordenação, supervisão e avaliação da assistência de enfermagem
em TCT, em todas as fases do tratamento. Cabe aos enfermeiros oferecer
cuidados específicos aos pacientes submetidos ao TCT e assisti-los nos
aspectos biopsicossocioespirituais, buscando minimizar os efeitos colaterais
decorrentes do tratamento². Entre as atividades do enfermeiro, devem estar
previstos programas de formação de recursos humanos e educação
permanente em serviço. É função do enfermeiro ensinar os funcionários,
buscando a alta qualidade do serviço, e também toda a educação e adequação
do paciente a essa nova etapa de sua vida, que necessitará de algumas
restrições temporárias³.

CONCLUSÃO:
O futuro da terapia celular é promissor, a ser ratificado em estudos clínicos, e a
extensão que este tratamento pode alcançar para as doenças cardiovasculares
deve ser definida em breve. As células autólogas da medula óssea destacam-se
entre as fontes celulares a serem utilizadas, pois além de bons resultados
relatados apresentam baixo custo e disponibilidade para a população. A
presença do enfermeiro, considerando a evolução tecnológica e presenciando a
caminhada a passos largos da ciência, sempre será essencial em qualquer tipo
de tratamento estabelecido. A enfermagem é a profissão que maior propriedade
tem em compreender a singularidade de cada um dos pacientes, valorizando
suas necessidades, sintomas, dor e sofrimento, despertando para um cuidado
mais humanizado. Frente a essas questões, o enfermeiro deve estar atento as
novas terapias, visando seu crescimento profissional e uma assistência
consciente. Tantos fenômenos devem expressar a necessidade de avanços
profissionais no que tange o pensamento crítico, a assistência holística, a
liberdade e a solidariedade humana, e enquanto profissionais atuantes
devemos encontrar meios que permitam promover a saúde, qualificando as
atividades que são de nossa competência. Assim sendo, almejo que o produto
deste trabalho venha contribuir como material de atualização profissional,
treinamento em serviço e para educação continuada.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Ministério da Saúde (BR). Sistema de Informações sobre Mortalidade -
SIM/DATASUS. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. [citado em: 29 set 2009].
Disponível em: http://www.datasus.gov.br
2.American Heart Association. Heart and stroke statistics. Washington: AHA;
2006. [cited 29 set 2009]. Availabe from: http://www.americanheart.org
3. Murry CE, Field LJ, Menasché P. Cell-based cardiac repair: reflections at the
10-year point. Circulation. 2005;112(20):3174-83.

________________________________________________________________
¹ Graduando em Enfermagem na Faculdade de Enfermagem da Universidade
de Santo Amaro, São Paulo – SP. igorwragel@hotmail.com
² Enfermeiro. Mestre em Enfermagem e Professor Adjunto da Faculdade de
Enfermagem da Universidade de Santo Amaro.

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Atitudes dos profissionais de enfermagem antes, durante e após


a injeção de medicamentos ou coleta de sangue em crianças
DEBORA RODRIGUES DANTAS DOS SANTOS(1)

DAMARIS GOMES MARANHAO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A criança é um ser humano em acelerado processo de crescimento e
desenvolvimento e tem um jeito peculiar de pensar, sentir e expressar-se em
cada faixa etária. Quando a criança necessita ser internada ou submetida a um
procedimento diagnóstico ou terapêutico no serviço de saúde, ela se afasta de
sua rotina, se depara com algo novo. Esta situação inusitada gera insegurança
e medo, e pode desencadear reações que alteram as respostas para o
tratamento e recuperação. A criança e os pais precisam ser preparados para
enfrentar o processo diagnóstico e terapêutico. O preparo para os
procedimentos, sobretudo os dolorosos como a injeção de medicamentos ou
coletas de amostras de sangue, tem como objetivo diminuir o sofrimento,
proteger e favorecer o desenvolvimento integral da criança, propondo-lhe
recursos que auxiliem-na a enfrentar o que não pode ser evitado. O plano de
cuidados estabelecido pela enfermagem para cada criança deve prever o
preparo para os procedimentos. Para cuidar da criança é preciso interagir com
ela e seu acompanhante, estabelecendo uma relação de confiança para que se
sintam acolhidos e seguros. Desta forma facilita-se a comunicação da criança
em relação à vivência; possibilita-se a expressão e elaboração do medo,
descarregando-se a tensão durante todas as fases do procedimento. Quando a
criança não é informada ou a equipe de enfermagem ou o acompanhante não
permite que ela manifeste as emoções e fantasias suscitadas pela situação
vivida no serviço de saúde, o medo pode aumentar até tornar-se pânico,
desespero. Comunicar-se com a criança por meio das linguagens que utiliza,
ajuda-a a expressar os medos, fantasias e expectativas antes, durante e após a
assistência de enfermagem. O enfermeiro, desta forma, identifica os problemas
para ajudá-la no processo assistencial, a substituir uma fantasia que a apavora,
pela realidade com a qual ele, em parceria com o acompanhante da criança, a
ajudará a enfrentar. A vivência como graduando de enfermagem em uma
unidade de pediatria para realizar um estágio curricular, ao perceber a
expressão assustada, o choro e a recusa de uma criança que necessitava
receber um medicamento por via intramuscular, suscitou na autora o interesse
pela pesquisa que busca responder como a equipe de enfermagem deve agir
antes, durante e após aplicar injeções ou coletar sangue em crianças,
considerando que este procedimento é doloroso e invasivo.

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OBJETIVO:
Descrever as atitudes dos profissionais de enfermagem antes, durante e após a
injeção de medicamentos ou coletas de sangue em crianças.

METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica em periódicos publicados em língua portuguesa, no
período de 1997 a 2008 (11 anos), indexados nas bases de dados Lilacs e
Scielo, a partir das palavras chaves: procedimento invasivo, brinquedo
terapêutico, preparo para administração intramuscular em criança, injeção em
criança, injeção intramuscular em criança, enfermagem pediátrica. Foram
selecionados e analisados 20 artigos, sendo 18 publicados em revistas de
enfermagem e dois em revistas de psicologia. Destes, apenas cinco focam a
comunicação e o preparo da criança para a aplicação de medicamentos por via
parenteral ou coleta de sangue, foco da revisão. A análise dos artigos resultou
em duas categorias: a) Comunicação e relacionamento com a criança; b) O
brinquedo terapêutico como estratégia de preparo da criança e acompanhante.

RESUMO:
Comunicação e relacionamento com a criança
Estar hospitalizado ou ser submetido aos procedimentos dolorosos constituem
experiência estressante e de sofrimento para a criança. Para assistir a criança é
necessário que o enfermeiro conheça suas formas de expressão e
comunicação, compreenda que seu comportamento pode ser um pedido de
ajuda e utilize este conhecimento para relacionar-se com ela. Em estudo
qualitativo realizado em duas Unidades Básicas de Saúde de Ribeirão Preto,
em 1997, as autoras investigaram a comunicação entre a auxiliar de
enfermagem e crianças na faixa etária de um a sete anos que receberam
injeção intramuscular (IM). Os resultados revelam que não houve comunicação
com a criança antes e durante a realização do procedimento. No momento em
que preparava a medicação a profissional não falava com a criança. Solicitava à
mãe ajuda para posicioná-la ou contê-la para aplicar a injeção, utilizando
recursos que bloqueivam a comunicação verbal com a criança – “fique quieta”,
“não chore”- e quando não conseguiam segurá-la pediam ajuda às outras
pessoas. A única possibilidade de comunicação da criança era chorar, gritar ou
expressar seu medo por linguagem corporal. Após administrar o medicamento o
profissional e o acompanhante pareciam aliviados, talvez porque a reação da
criança lhes tenha causado um desconforto psíquico. O procedimento invasivo
foi considerado um dos momentos mais traumático e causador de estresse para
o trabalhador e o acompanhante. Ao contrário do descrito acima, ao assistir a
criança é fundamental que a equipe de enfermagem explique e converse sobre
os procedimentos que serão realizados, esclarecendo e falando a verdade,
sendo honesta. Quando o procedimento é doloroso, informá-la que poderá

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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sentir dor por um curto período de tempo, mas, que isto ajudará a curá-la. Se as
crianças não estiverem preparadas ou forem enganadas poderão reagir com
desconfiança e resistência, não apenas no momento do procedimento, mas em
futuros relacionamentos com os profissionais de saúde. Quando a criança é
hospitalizada e submetida a constantes procedimentos, seu corpo é manuseado
e invadido, e, muitas vezes, a equipe de enfermagem não se comunica com ela,
deixando-a mais apreensiva, aumentando seu medo e insegurança. O
atendimento adequado à criança começa com a observação e escuta de suas
necessidades, expressas por meio de diversas linguagens, identificando as
expressões de medo, procurando compreender o que motiva este medo, sendo
empática e, sobretudo, reconhecendo na criança um sujeito e não apenas um
objeto de cuidado. A comunicação com a mãe ou acompanhante é de extrema
importância, uma vez que ela pode mediar às relações da criança com o meio
físico e social, por meio de palavras, gestos, cuidados e presença, transmitindo
segurança. Conversar com a mãe, explicando que sua presença pode ajudar a
minimizar o sofrimento do filho, resulta em benefício para criança. A mãe ou
acompanhante precisam ser orientados pelo enfermeiro para que não mintam
para a criança dizendo que “não vai doer”. Os adultos acompanhantes da
criança às vezes também precisam de orientação para controlar o próprio medo
e angústia decorrente do sofrimento da criança, e que neste momento precisa
de apoio, sentir-se seguro e confortável. Em estudo qualitativo observaram-se
oito crianças internadas em duas unidades pediátricas de um Hospital-Escola
do Município de São Paulo e verificou-se que durante a realização de
procedimentos invasivos a equipe de enfermagem tinha uma atitude impessoal
com a criança, pois mantinham conversas paralelas durante a realização da
técnica, não trocavam palavras e olhares com a criança, o que poderia
tranquilizá-la. Os autores ressaltam que a enfermagem precisa conhecer o
processo de desenvolvimento da linguagem e pessoal-social da criança e saber
como comunicar-se com ela em cada fase para que possa prestar-lhe uma
assistência adequada. Além de conhecer o processo de desenvolvimento
humano na infância é preciso identificar as inseguranças e medo do
acompanhante da criança e acolhê-lo para que possa expressar suas emoções
sem que atrapalhe a própria criança. Com auxílio do enfermeiro o
acompanhante poderá expressar suas próprias emoções, e encontrar
estratégias para lidar com a situação, exercendo seu papel de adulto que
acolhe e apóia um ser mais novo e mais vulnerável que ele. Permitir a presença
dos pais ou acompanhante é essencial para a criança, por serem,
potencialmente, fonte de segurança e proteção. Os pais são significativos neste
processo porque os filhos, em geral, confiam neles, o que facilita a
comunicação da equipe com a criança sobre os cuidados que realizarão.
O brinquedo terapêutico como estratégia de preparo da criança e
acompanhante

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Uma forma de comunicar-se e informar a criança é por meio do emprego do


brinquedo terapêutico, técnica que utiliza o lúdico para preparar as crianças e
acompanhantes para compreenderem e enfrentarem os procedimentos
dolorosos. Por meio da brincadeira planejada pelo enfermeiro, a criança libera
temores e ansiedades, expressa os sentimentos, comunica-se e interage com
os profissionais. O brincar é o ato de se divertir, distrair e entreter, é essencial
para a criança, essa necessidade deve ser atendida pelos profissionais de
saúde, sendo incorporado na assistência. No artigo 16, item IV do Estatuto da
Criança e do Adolescente, destaca-se a importância do direito da criança a
“brincar, praticar esportes e divertir-se”, em todo e qualquer contexto, inclusive
no serviço de saúde. Quando a criança brinca, tende aceitar melhor os
cuidados que serão administrados, os procedimentos efetuados resultando em
diminuição no tempo de internação. Observando ou participando das
brincadeiras, os profissionais podem compreender melhor os sentimentos e
necessidades das crianças e acompanhantes, permitindo que dúvidas sejam
esclarecidas. A enfermagem tem papel importante na organização de atividades
lúdicas que auxiliam na qualidade da assistência prestada. O brinquedo
terapêutico é utilizado como uma brincadeira, que simula situações hospitalares
ou realizadas em serviços de saúde, aplicado pelo enfermeiro. A sessão pode
ser realizada em uma sala de brinquedos, no quarto da criança ou em qualquer
área conveniente, a qual deve durar de 15 a 45 minutos. São utilizados
bonecos, agulhas, seringas, ou seja, materiais que a criança verá quando for
submetida a um procedimento doloroso. Em pesquisa experimental realizada
em Serviço de Saúde de São Paulo, em 1998, as autoras observaram 42
crianças pré-escolares que seriam submetidas à coleta de sangue, as quais
foram divididas em dois grupos iguais, um controle e outro experimental e neste
as crianças foram preparadas com o brinquedo terapêutico antes do
procedimento. Os resultados mostraram que as crianças preparadas com
brinquedo terapêutico, apresentaram em menor número comportamentos de
agressão física ou verbal, movimentação do corpo, expressão de emoção e
dependência, colaborando mais do que as que não foram preparadas.
Concluíram que a colaboração das crianças durante o procedimento deve-se ao
fato dessas terem dramatizado o procedimento antes de vivenciá-lo e de
saberem o que iria lhe acontecer, diminuindo a ansiedade e reduzindo suas
fantasias. Quanto mais à criança souber sobre o que a espera, sentirá menos
medo, uma vez que lida melhor com a realidade. Revisão de literatura publicada
no período de 1972 até 2004, sobre brinquedo terapêutico e sua importância no
cuidado infantil conclui que esta abordagem beneficia a criança, os profissionais
da saúde e a instituição, porque facilita a comunicação, a realização de
procedimentos e efetiva a humanização do atendimento. O brinquedo
terapêutico permite a expressão de sentimentos, a comunicação, a liberação de
estresse, a interação criança-família-profissional e minimiza o impacto da

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hospitalização, sendo fundamental no crescimento e desenvolvimento infantil.

CONCLUSÃO:
A revisão possibilitou concluir que a criança e o acompanhante precisam ser
preparados antes de qualquer procedimento por meio da comunicação da
equipe de enfermagem. O brinquedo terapêutico é um recurso rico para que
esta comunicação seja eficaz, possibilitando que a criança dramatize e
exteriorize seus sentimentos relativos aos procedimentos invasivos e aos
profissionais que os realizam, permitindo que haja uma interação entre a
enfermagem e a criança. A presença da mãe ou acompanhante é de extrema
importância para a criança, uma vez que esta é fonte de segurança, de
proteção e apoio. É importante que os profissionais de enfermagem utilizem o
brinquedo terapêutico como instrumento do cuidar, porque este possibilitará a
comunicação e permitirá que as crianças compreendam, fiquem mais tranquilas
e colaborem com os procedimentos diagnósticos ou terapêuticos, uma vez que
puderam ser preparados e orientados quanto ao que iriam enfrentar.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Oliveira VT, Cassiani SHB. O Processo de comunicação na administração de
medicações injetáveis em crianças sob a perspectiva da interação entre mãe-
criança e auxiliares de enfermagem. Rev Latino-am Enfermagem. 1997 out;
5(4): 61-67.
2. Ribeiro PJ, Sabatés AL, Ribeiro CA. Utilização do brinquedo terapêutico,
como um instrumento de intervenção de enfermagem, no preparo de crianças
submetidas à coleta de sangue. Rev Esc Enferm USP. 2001; 35(4): 420-8.
3.Martins MR, Ribeiro CA, Borba RIH, Silva CV. Protocolo de preparo da criança
pré-escolar para punção venosa, com utilização do brinquedo terapêutico. Rev
Latino-am Enfermagem. 2001 mar; 9(2): 76-85.

________________________________________________________________
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Santo Amaro.
Débora Rodrigues Dantas dos Santos - Aluna do oitavo semestre da Faculdade
de Enfermagem da UNISA (debbibc@hotmail.com).
Damaris Gomes Magalhães - Orientadora, Doutora em Ciências da Saúde,
Profª Titular da Faculdade de Enfermagem da UNISA.

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Atuação do enfermeiro no controle da infecção do sítio cirúrgico


PATRICIA LUCIA DA COSTA(1)

DEBORA CRISTINA SILVA POPOV(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) é uma infecção relacionada a procedimentos
cirúrgicos é a maior fonte de morbidade e mortalidade entre os pacientes
submetidos a cirurgias.
As infecções hospitalares são as mais freqüentes e importantes complicações
ocorridas em pacientes hospitalizados. No Brasil estima-se que 5% a 15% dos
pacientes internados contraem alguma infecção hospitalar. Uma infecção
hospitalar acresce, em média 5 a 10 dias do período de internação. Além disso,
os gastos relacionados a procedimentos diagnósticos e terapêuticos da
infecção hospitalar, fazem com que o custo seja elevado .
O risco de ocorrência de ISC é determinado por: dose do inóculo microbiano no
sítio cirúrgico; virulência do microrganismo; resistência imunológica do
hospedeiro; status fisiológico do sítio cirúrgico no final da cirurgia, que é
influenciado pela quantidade de tecido desvitalizado, técnica cirúrgica
empregada e doença de base do paciente.
Um dos principais agentes etiológicos é a flora endógena do próprio paciente.
Fontes exógenas podem ter importância durante o ato cirúrgico, portanto uma
rigorosa técnica asséptica deve ser mantida com intuito de prevenir a
contaminação.
Podemos dividir os fatores de risco em referentes ao hospedeiro, relacionados
à assistência pré-operatória e relacionados ao intra-operatório. Entre os
relacionados ao paciente encontramos: Diabetes mellitus; tabagismo;
obesidade; desnutrição; idade avançada; imunossupressão; e infecções de
sítios distantes. Os fatores relacionados à assistência pré-operatória são: tempo
de internação pré-operatório; tricotomias extensas, entre outros. Os fatores
relacionados ao intra operatório são: tempo intra-operatório; prolongado; técnica
cirúrgica inadequada; uso de drenos.
O Center Disease Control, classificou as ISC de acordo com a sua topografia,
em:
ISC superficial que ocorre em 30 dias após o procedimento e envolve pele e
tecido subcutâneo, apresentando pelo menos um dos seguintes sinais ou
sintomas: drenagem de secreção purulenta da incisão; microrganismo isolado
de maneira asséptica de secreção ou tecido; pelo menos um dos sinais e
sintomas e a abertura deliberada dos pontos pelo cirurgião, dor, edema, eritema
ou calor local; diagnóstico de infecção pelo médico que acompanha o paciente.
ISC Incisional profunda ocorre em 30 dias após o procedimento se não houver

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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implante ou um ano se houver implante. A infecção envolve os tecidos moles


profundos e apresenta pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas:
drenagem purulenta de incisão profunda; incisão profunda com deiscência
espontânea quando o paciente apresentar pelo menos um dos sinais ou
sintomas: febre, dor localizada, edema e rubor exceto se cultura negativa;
abscesso ou outra evidencia de infecção envolvendo fascia ou músculo,
diagnóstico de infecção incisional profunda pelo médico que acompanha o
paciente.
ISC de órgão ou espaço ocorre em 30 dias após o procedimento se não houver
implante ou um ano se houver implante. Envolve outra região anatômica do sitio
cirúrgico que não a incisão e apresenta pelo menos um dos seguintes sinais ou
sintomas: drenagem purulenta por dreno locado em órgão ou cavidade;
microrganismo isolado de maneira asséptica de secreção ou tecido de órgão ou
cavidade; abscesso ou outra evidencia de infecção envolvendo órgão ou
cavidade achada ao exame direto, reabordagem cirúrgica, histopatológico ou
radiológico; diagnóstico de infecção de órgão/espaço pelo médico que
acompanha o paciente
As taxas de ISC dependem diretamente do grau de contaminação da operação,
sendo para cirurgias limpas de 1% a 5%, para as potencialmente contaminadas
de 3% a 11%, para as contaminadas de 10% a 17% e para as infectadas acima
de 27 %, segundo o CDC.
A taxa de infecção em procedimentos limpos é um dos melhores indicadores de
controle das infecções hospitalares.
O tratamento para ISC restrita aos tecidos moles é a abertura da cicatriz,
retirada do material infectado e curativo contínuos até a cicatrização por
segunda intenção.
Tendo em vista o impacto das ISC nos pacientes submetidos a cirurgias e a
participação do enfermeiro como agente preventivo nessas afecções, temos a
justificativa desse estudo.

OBJETIVO:
Descrever o papel do enfermeiro na prevenção da ISC relacionado ao ambiente
do Centro Cirúrgico (CC).

METODOLOGIA:
Pesquisa do tipo bibliográfica, onde foram utilizados como bases de dados o
Scielo, AMB (projeto diretrizes), Medline e Lilacs (literatura latino americana e
do caribe em ciências da saúde), acessados através da Biblioteca Regional de
Medicina (Bireme), e o site de pesquisa Google escolhidos pela grande
confiabilidade quanto à publicação de artigos e trabalhos científicos.
Foram utilizados os descritores: Infecção hospitalar, infecção de sítio cirúrgico,
enfermagem, controle / prevenção de infecções e sala de cirurgia.

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Foram utilizados 29 artigos para serem utilizados como referência de literatura e


por responderem aos objetivos propostos, a partir de 2000 até 2008.

RESUMO:
O controle de contaminação no CC tem sido considerado como medida racional
pelo CDC para prevenção de infecção hospitalar no CC não se limitando
somente a limpeza de pisos, paredes e equipamentos e sim, englobando
também o controle de acesso e o trânsito de pessoas dentro da sala de
operação (SO) durante a cirurgia, movimentação das portas, sistema de
ventilação e paramentação adequado da equipe cirúrgica.
O CC é um conjunto de elementos destinados às atividades cirúrgicas, bem
quanto à sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) e pós-operatória do
paciente que passou por tratamento cirúrgico.
O controle de contaminação é realizado quanto à localização do CC, onde a
unidade de CC deve ocupar uma área independente da circulação geral,
ficando livre do trânsito de pessoas e materiais estranhos ao serviço; com
mínimo de ruído possível; possibilitando o acesso livre e fácil de pacientes das
Unidades de internação, Pronto Socorro e UTI.
A limpeza no CC pode ser considerada como fator predisponente de acúmulo
de sujidades, e consequente transporte das mesmas pelo CC através de
superfícies e calçados. Acreditamos que a limpeza seja fundamental no controle
ambiental. A limpeza no CC pode ser realizada das seguintes formas :
Limpeza Pré-Operatória: Realizada pelo funcionário da manhã, antes da
primeira cirurgia do dia, para remover partículas de poeira depositadas nos
mobiliário e equipamentos. Jamais esquecer de usar Equipamentos de proteção
individual (EPI`s).
Limpeza Operatória: É realizada durante o procedimento cirúrgico e restrita a
contaminação ao redor do campo operatório. As áreas contaminadas com
matéria orgânica do paciente devem ser limpas, com pano molhado com
solução desinfetante, antes que sequem e suas partículas possam ser
disseminadas para o ambiente. Jamais fazer qualquer procedimento sem usar
EPI.
Limpeza Concorrente: É realizada após término de cada cirurgia, envolve as
tarefas de retirada do material sujo da sala, cuidados com cânulas e frascos de
secreções. Deve abranger piso, mobiliário e equipamentos utilizados na Cirurgia
limpando um perímetro de 1 a 1,5 metro em torno do campo cirúrgico, desde
que não haja sujidade visível além desta área.
Limpeza Terminal: É a limpeza realizada diariamente após a última cirurgia
programada do dia. Envolve todos procedimentos de limpeza concorrente
acrescentando a limpeza de todos mobiliários, equipamentos, piso, lavabo e
macas.

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Entre os principais grupos de contaminantes do ar em ambiente climatizado


estão as partículas microbianas, incluindo algas, fungos, bactérias, esporos e
vírus, que são provenientes do ar externo, do sistema de climatização, da
construção, mobiliário, carpete e, principalmente, de seus ocupantes. A
contaminação por essas partículas causa conseqüências adversas aos
usuários, destacando-se infecções, reações alérgicas e irritantes, resultando em
desconforto, doença, perda de produtividade e absenteísmo, entre outras.
As infecções hospitalares de origem exógena são transmitidas através das
seguintes vias: contatos direto e indireto, veículo comum, aerossóis e vetores.
As infecções respiratórias estão, juntamente com as urinárias e cirúrgicas, entre
as síndromes infecciosas mais freqüentes em todos os países. No ambiente
hospitalar é maior o risco de infecções de trato respiratório baixo (pneumonias),
pela inalação de aerossóis contaminados, com menos de 5µm de diâmetro e,
menos freqüentemente, em infecções pós-cirúrgicas que se originam na sala de
cirurgia.
Em virtude da crescente preocupação, no país, com a utilização de sistemas
climatizados, assim como com a qualidade do ar de interiores em todo o mundo,
o Ministério da Saúde do Brasil aprovou a portaria no3. 523, em 28 de agosto
de 1998, tendo como objetivo minimizar o risco potencial à saúde dos usuários,
em face da permanência prolongada em ambientes dotados de sistemas de ar
condicionado. Essa portaria regulamenta a definição de parâmetros físicos e
composição física, química e biológica, suas tolerâncias e métodos de controle,
bem como os pré-requisitos de projetos de instalação e de execução de
sistemas de climatização.
Um dos requisitos mais importantes de um sistema de ar condicionado é a
filtragem, pois é através dela que se obtém a pureza do ar. Nos hospitais, em
áreas que requerem ventilação, devem ser utilizados filtros absolutos capazes
de reter microrganismos. A obtenção de ar ultra limpo, além de implicar custos
mais altos com energia, também exige a utilização de pré-filtros, com uma
eficiência em torno de 20-40%, anterior à passagem do ar em filtros absolutos.
Estes filtros têm eficiência acima de 90%, mas quando instalados nas
condições referidas apresentam eficiência de quase 100% na remoção de
partículas de 1-5µm de diâmetro.
Quando ocorre a recirculação do ar, que é o caso do CC, deve ser utilizado o
filtro HEPA (high efficiency particulate air), assim, previne-se o escape do ar
contaminado pelo paciente para o restante do setor e, também, reduz-se a
concentração de microrganismos no interior da sala. A instalação de ventilação
com pressão negativa é mais complexa do que a de pressão positiva, por ser
mais facilmente comprometida por pontos de infiltrações de ar, o que exige
atenção extra a todo sistema.
Nos Estados Unidos da América do Norte, as salas de cirurgia convencionais
são virtualmente livres de bactérias ou partículas menores que 0,5µm quando

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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vazias. A fonte de bactérias presentes no ar em salas de cirurgia origina-se,


sobretudo da pele das pessoas; as contagens dependem principalmente do
número de indivíduos, seu nível de atividade, sua disciplina e do conhecimento
e aplicação das práticas de controle de infecções. O projeto de instalação do
sistema de refrigeração deve ser desenvolvido de tal forma que o ar filtrado
retire as partículas infecciosas produzidas pela equipe cirúrgica, em direção às
margens da sala, onde elas retornam aos ductos, sem que possam recircular na
área próxima ao campo cirúrgico. Quanto maior a quantidade de objetos, tais
como mesas e armários que interrompam esse fluxo aéreo, maior a turbulência
e a possibilidade de altos níveis de contaminação.
O objetivo de uma ventilação adequada é a remoção de microorganismos, além
de prevenir a sua entrada e promover a exaustão dos gases anestésicos
utilizados durante as cirurgias
A paramentação corresponde à troca das vestes rotineiras por vestimentas
adequadas (pijama cirúrgico, gorro, máscaras e propés), antes do ato cirúrgico,
pela equipe cirúrgica, seguida da utilização de luvas de borracha para proteção
de mãos e punhos, sendo estes acessórios previamente esterilizados .
Os elementos da equipe cirúrgica são as principais fontes exógenas de
bactérias. Sendo assim, o ato de paramentar-se diminui ao máximo a presença
de bactérias no ambiente estéril do centro cirúrgico, por criar uma barreira entre
superfícies contaminadas e o campo cirúrgico .
A paramentação é um conjunto de barreiras contra a invasão de
microorganismos nos sítios cirúrgicos dos clientes e para proteção de
exposição dos profissionais a sangue e outros fluidos orgânicos.
Componentes da paramentação:
Touca: barreira de proteção contra microorganismos do cabelo e couro
cabeludo, em tamanho adequado para a cobertura total do cabelo e sem
solução de continuidade (furos, rasgos) para não "quebrar" a barreira asséptica.
Por ser apenas limpa, não pode tocar em superfícies estéreis.
Uniforme privativo: evita liberação de microorganismos da pele, tronco e
membros, fornecido em tamanhos que atendam os diferentes manequins dos
usuários.
Propé e/ou sapato privativo: justificado na prevenção de contaminação do chão
de áreas críticas por microorganismos que são carreados nas solas dos
sapatos e podem ser liberados ao ambiente.
Porém, sua eficácia no controle de infecções tem sido questionada em vários
estudos, cujo resumo de suas conclusões foram que os microorganismos do
chão dificilmente se dissipam ao ar ambiente e não são aqueles causadores de
infecção do sítio cirúrgico.
Mesmo assim, coberturas de sapatos ou sapatos privativos continuam sendo
recomendados nos EUA para proteção do trabalhador contra contaminação
com fluidos.

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Máscara cirúrgica ou protetor respiratório: evita a liberação de microorganismos


oriundos do nariz e da boca dos profissionais, protegendo o cliente de
contaminação na incisão cirúrgica.
Avental cirúrgico: evita a liberação de microrganismos oriundos do corpo dos
profissionais e a contaminação dos sítios invadidos dos clientes. Com relação
ao profissional, protege a pele do corpo da exposição ao sangue e outras
substâncias orgânicas do cliente. Na literatura predominam estudos sobre tipos
de tecidos para confecção e suas vantagens e desvantagens como barreira
microbiana.
Esterilizados: o que inclui abrir o pacote, desdobrar e vestir o avental tocando
somente no lado interno (que ficará em contato com o corpo). O lado externo
não deve tocar em superfícies não estéreis. É retirado pelo avesso, sendo
tocado somente em seu lado interno, dessa vez, para proteger o profissional
contra contaminação ocorrida do lado externo.
Protetor ocular: recomendado especialmente para proteção dos trabalhadores.
Seu modelo deve permitir aderência à pele circunvizinha, evitando o contato da
mucosa ocular com sangue e outros fluidos e impedindo o embaçamento por
penetração da expiração.
Luvas cirúrgicas: servem como barreira tanto para proteger o cliente da flora
microbiana das mãos da equipe cirúrgica, como para evitar infecção
ocupacional pelo contato com sangue do cliente. Para tanto, as preocupações
se iniciam com sua qualidade (flexibilidade, impermeabilidade e resistência ao
tempo e movimentos cirúrgicos). Mesmo assim, não estão livres de sofrerem
desgastes, furos e rasgos, por decorrência do tempo e do tipo de cirurgia. Uma
alternativa é o uso de luvas duplas em cirurgias acima de 1 hora. Outra
alternativa tem sido a recomendação de troca das luvas a cada 2 horas de
cirurgia, além de sua observação freqüente. As luvas devem ser usadas com
técnica asséptica, para proteção do cliente. O lado externo só pode tocar em
superfícies estéreis e no sítio cirúrgico. Para proteção do profissional, as luvas
devem ser retiradas pelo avesso, sendo tocadas apenas na sua superfície
interna.
O papel do enfermeiro é preconizado em quatro áreas, a saber: administrativa,
assistencial, ensino e pesquisa. No papel administrativo, o enfermeiro realiza o
planejamento, a organização, a direção e o controle das atividades
desenvolvidas nesta unidade. No papel assistencial, elabora um plano de
cuidados, utilizando metodologia científica para prestar assistência
individualizada e o papel de ensino é relevante porque estimula o enfermeiro a
buscar conhecimento para propiciar o aperfeiçoamento da equipe de
enfermagem. Como pesquisador, seja individualmente ou em equipe, poderá
demonstrar a diferença que existe entre uma assistência que deriva da
utilização de conhecimento científico comparada ao cuidado prestado, orientado
para o cumprimento de tarefas, e normas.

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É responsabilidade do enfermeiro do CC proporcionar estrutura física, recursos


humanos e materiais para que o ato anestésico-cirúrgico se realize em
condições ideais, visando assistência integral, o ensino e a pesquisa.
O papel do enfermeiro do CC se destaca como organizador, exercendo um
papel administrativo e de planejamento junto a equipe multiprofissional, bem
como no gerenciamento da assistência ao paciente e da equipe de
enfermagem.
Diversas funções incorporam elementos das práticas de comportamentos e
técnicas que caracterizam o profissional de enfermagem. Para que o enfermeiro
possa atuar nessa unidade é necessário que tenha um conhecimento pertinente
à anatomia cirúrgica, às alterações fisiológicas e os fatores de risco no intra-
operatório, os potenciais de traumas e os meios da prevenção, e as implicações
psicossociais da cirurgia para o paciente e seus familiares.
Assim, deve ser enfatizado que o trabalho da enfermagem em CC só pode
acontecer com a participação de uma equipe multiprofissional (enfermeiros,
médicos, engenheiros, arquitetos e outros), e é necessário que seja
desenvolvido entre esses profissionais, a conscientização de suas funções e a
noção do quanto é importante o trabalho de todos para que se preste uma
assistência de qualidade ao paciente cirúrgico.

CONCLUSÃO:
Baseado no objetivo concluímos que o papel do Enfermeiro na prevenção da
ISC relacionado ao ambiente do CC foi originado da necessidade da equipe
cirúrgica, isto é, houve a necessidade de desdobrar o trabalho médico ao
organizar uma unidade onde fossem realizadas as cirurgias, bem como o
preparo de material e equipamentos indispensáveis ao procedimento cirúrgico.
O enfermeiro assumiu a prática no CC, apenas para fiscalizar o serviço de
enfermagem, no sentido de verificar o cumprimento adequado das técnicas.
A prática do enfermeiro no CC está mais voltada para os aspectos de
gerenciamento, ou seja, para a provisão, o manuseio, e a manutenção de
materiais e equipamentos nas salas de operação bem como o planejamento e
execução dos procedimentos técnicos de forma mais rigorosa possível com
relação a limpeza do ambiente, anti-sepsia, assepsia e toda tecnologia
envolvida no CC.
As atividades administrativas realizadas pelos enfermeiros no CC ficam muito
claras nas suas representações, sendo consideradas necessidades da
instituição, mas são, na realidade, necessidade do processo de trabalho. A
finalidade do ato cirúrgico exige este processo. Percebe-se que, a
administração do enfermeiro está coerente com as necessidades da instituição.
Dessa forma, fica caracterizada a finalidade do trabalho do enfermeiro no CC
como sendo a organização do ambiente do CC, isto é, a organização do
processo de cuidar, coordenar e controlar o trabalho da equipe de enfermagem

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e também as atividades que o centro cirúrgico mantém com outras seções do


hospital, para complementar o projeto médico.
Acreditamos que este trabalho possa contribuir de forma significativa para o
pleno desenvolvimento da classe e profissionais da saúde.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Centers for Disease Control and Prevention. The national healthcare safety
network (NHSN) manual. Atlanta; 2008. [cited 2009 set 30]. Available from:
http://www.cdc.gov/ncidod/dhqp/pdf/nhsn/nhsn_manual_patientsafetyprotocol_c
urrent.pdf.
2. Ministério da Saúde (BR). Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Resolução RDC nº. 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o
Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação
de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília:
Ministério da Saúde; 2002.
3. Oliveira MAN. Gerenciamento de novas tecnologias em centros cirúrgicos
pelas enfermeiras nos hospitais de Feira de Santana – BA [dissertação].
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2002.

________________________________________________________________
¹ Aluna de Graduação do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro UNISA.
² Enfermeira Professora Assistente do Curso de Enfermagem da Universidade
de Santo Amaro. UNISA; Mestre em Enfermagem na Saúde do Adulto.

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Atuação do Enfermeiro no Processo Decisório


JOCELI MABEL ROCHA(1)

Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O enfermeiro deve seguir todas as etapas do processo decisório, é necessário
ter um planejamento, mas em algumas situações a quantidade de tempo para
resolução do problema parece ser insuficiente para identificar a solução
adequada e resolver o problema, passando a não estabelecer metas e
objetivos. O profissional enfermeiro toma decisões constantemente no
cotidiano, este processo de tomada de decisões deve ser baseado em
evidências. Na prática profissional para ser baseada em evidências, a intuição
acaba tendo pouco valor, pois não fornece provas e fundamentos, onde é
necessário que haja embasamento teórico e científico. O enfermeiro deve ter
decisões baseadas em princípios éticos, levar em conta a filosofia de onde
trabalha da enfermagem e aos preceitos éticos universais. O enfermeiro é o
líder da equipe de enfermagem, é quem faz o planejamento de cuidados dos
pacientes, e por estar mais tempo junto com eles, nota as alterações que os
pacientes apresentam, muitas vezes por intuição, onde alguns profissionais que
não estão o tempo todo com os pacientes podem não notar o semblante do
paciente nem diferenças. A qualidade das decisões tomadas pelos enfermeiros
determinará o sucesso ou fracasso de sua liderança, pois a tomada de decisões
é uma das atividades mais específicas no contexto do administrar. Assim,
podemos dizer que todas as decisões dos enfermeiros irão refletir a boa ou má
administração da equipe de enfermagem. Alguns enfermeiros tomam decisões
baseadas em experiências anteriores, porém o correto é seguir todas as etapas
do processo decisório. A comunicação do enfermeiro com a equipe de
enfermagem é de suma importância, para que este profissional tenha decisões
precisas em relação ao realidade problema, para que ocorra uma melhor
assistência de enfermagem. Solucionar problemas e tomar decisões, são
habilidades que o enfermeiro adquire com a prática profissional, para isso
temos que ter técnicas e estratégias, além do conhecimento científico. Através
da revisão de literatura, foram encontrados poucos artigos que descrevem todo
processo de tomada de decisão do enfermeiro.

OBJETIVO:
Analisar a importância do processo de tomada de decisão do enfermeiro.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo bibliográfico, do tipo revisão de literatura, onde foram

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realizadas pesquisas eletrônicas na base de dados da Literatura Latino-


Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), através das palavras-
chave contempladas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no formulário de
pesquisa avançado. Descritores segundo DeCS: Tomada de Decisões,
Organização e Administração, Enfermagem, Enfermeira. Os critérios de
inclusão foram artigos com recorte temporal a partir do ano de 1996 a 2009
devido à necessidade de informações anteriores e comparações com artigos
atuais, somente da área da enfermagem no idioma português. Segundo os
critérios foram encontrados 128 artigos, destes 8 artigos pertinentes ao tema.
Também foram utilizados três livros de administração em enfermagem.

RESUMO:
O enfermeiro deve assistir o paciente, educar, gerenciar a equipe de
enfermagem e o setor, para isto este profissional tem que tomar decisões
constantemente, sendo estas baseadas em evidências científicas. No processo
decisório, estes profissionais acabam atuando também na educação, nos
cuidados com o paciente e no gerenciamento, ou seja, acaba sendo o líder da
equipe de trabalho. A tomada de decisões é de extrema importância para
solucionar problemas da equipe de enfermagem e deve seguir corretamente
todas as etapas do processo decisório, pois estas decisões irão gerar
conseqüências boas ou más para o local de trabalho, e irão determinar o
sucesso ou fracasso do líder. Líderes sem o conhecimento científico, que não
cumprem as etapas do processo decisório, podem ter fracassos administrativos.
A decisão é muito importante em todas as etapas do processo decisório.
Quando o profissional vai tomar alguma decisão, é necessário que ele
reconheça os seus preconceitos e limitações, pois a insegurança quanto aos
próprios valores influencia nas decisões, além disto, solucionar problemas e
raciocinar criticamente com muita calma é indispensável no processo de decidir.
Muitos enfermeiros que ocupam cargos da gerência possuem pouco
conhecimento em relação ao processo de tomada de decisão, o embasamento
científico, o raciocínio crítico e as habilidades são fundamentais para o mesmo.
As decisões que são tomadas em grupo são diferentes de decisões individuais,
pois é possível identificar informações mais detalhistas e próximas a realidade
do problema, assim o enfermeiro exerce uma atuação fundamental na escolha
de quem irá fazer parte do processo decisório. O enfermeiro atua como líder
quando segue as etapas do processo decisório, acaba conhecendo melhor a
equipe com a qual trabalha, notando com maior facilidade que algo está fora da
normalidade, ou seja, o problema. O uso de sistemas de informação facilita o
atendimento entre cliente e profissional, pois auxilia no armazenamento e na
coleta de dados, e servem como ferramentas administrativas, além de colaborar
para a atualização e conhecimento da equipe de trabalho promovendo uma
melhor assistência. Vemos que além da área assistencial, o enfermeiro acaba

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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sendo gerente da equipe de enfermagem durante o desenvolvimento do


processo de tomada de decisão, sendo assim, escutar todas as pessoas
envolvidas no problema é indispensável neste contexto. O profissional
enfermeiro deve planejar organizar, avaliar e executar as decisões coerentes ao
problema. Todas as decisões tomadas pelo enfermeiro devem ser baseadas em
evidências, contendo embasamento científico, deste modo, as decisões são
mais seguras, pois diminuirá a probabilidade de desencadear problemas
futuros. As crenças, valores, experiência de vida e preferências individuais de
cada pessoa interferem na decisão da pessoa que irá decidir. Existem
enfermeiros que tomam decisões baseadas em experiências anteriores ou por
intuição, isto pode acarretar no acréscimo de emoções em excesso, todas as
decisões tomadas pelo enfermeiro devem ser baseadas em evidências
científicas, aumentando assim, a probabilidade de resolução do problema e
diminuindo assim os riscos de haver problemas futuros em relação a esta
decisão. A ausência de confiança, diferentes opiniões, crenças e valores das
pessoas envolvidas no problema podem comprometer a informação,
provocando ocultação ou distorção da realidade do problema, já para alguns
algumas decisões não são favoráveis devido ao credo religioso, por isto é
necessário que todos sejam escutados pelo enfermeiro que irá decidir, sem
levar em conta as crenças e valorizando o conhecimento científico. O
aprendizado e experiências passadas interferem na capacidade de tomar
decisões. O enfermeiro deve tomar decisões baseadas em princípios éticos, e
deve levar em consideração a filosofia de onde trabalha e aos preceitos éticos
universais. Este profissional deve gerenciar a equipe em seu local de trabalho,
como por exemplo, uma unidade hospitalar, priorizando assim um melhor
atendimento da assistência de enfermagem ao paciente, por isto o processo
decisório do enfermeiro deve ter; começo, meio e fim. Para que o enfermeiro
tenha um bom gerenciamento, este profissional deve seguir o processo
decisório, onde tudo ficará mais organizado e ficará mais fácil de visualizar as
alternativas, mas para que tudo isso dê certo deve haver um planejamento. O
enfermeiro é classificado como tomador de decisão, ou seja, é o líder que irá
decidir entre alternativas melhores e piores, com embasamento científico, para
que não haja problemas no futuro em conseqüência da decisão tomada de
decisão. As etapas do processo decisório envolvem identificar o problema, ou
seja, notar que algo fora da normalidade está acontecendo. É necessário definir
o problema, coletar dados, analisar as causas e conseqüências deste,
lembrando que todas as pessoas envolvidas devem ser escutadas, para que
haja informações detalhadas em relação ao problema. Sempre analisar os
dados e investigar soluções alternativas, distinguindo soluções relevantes, para
ser possível visualizar o problema em diferentes dimensões e notar quais serão
as prováveis conseqüências que irão ocorrer futuramente em relação a estas
alternativas. Fazer um levantamento das alternativas, onde irá ter a escolha

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entre as melhores soluções, pois quanto mais alternativas puderem ser


geradas, maior a possibilidade de uma decisão adequada e quanto maior o
número de pessoas ajudarem a resolver o problema, maior o número de
alternativas serão identificadas. Após todas estas etapas, escolher a seleção
apropriada, aplicá-la e avaliar todos os resultados, que é a conseqüência das
decisões tomadas. Atualmente, o enfermeiro não dispõe de muito tempo para
resolver problemas, então, isto acaba sendo um dos pontos negativos deste
processo, por exemplo, a falta de tempo para identificar a solução adequada
que poderá resolver o problema, e a ausência do estabelecimento de metas e
objetivos. É importante que haja muita atenção para que as próprias
preferências das pessoas envolvidas não sejam entendidas como fatos, pois
estas situações podem ser enganadoras. Os enfermeiros mais experientes têm
maior facilidade em tomar decisões em relação aos novos enfermeiros e o
processo decisório acaba sendo despercebido, gerando assim soluções que
acabam surgindo espontaneamente.

CONCLUSÃO:
O enfermeiro deve ter um planejamento e seguir todas as etapas do processo
decisório, para melhorar o atendimento da assistência de enfermagem, este
processo guia a tomada de decisões, ajudando a não pular etapas e a ter uma
decisão mais rápida. As decisões tomadas no passado e no presente podem
provocar o sucesso ou o fracasso da liderança do enfermeiro no futuro. As
decisões são escolhas tomadas com base em propósitos, são ações orientadas
para determinado objetivo e o alcance deste objetivo determina a eficiência do
processo de tomada de decisão, isto acaba sendo mais do que a escolha entre
alternativas, sendo necessário prever os efeitos futuros da escolha,
considerando todos os reflexos que pode causar no momento presente e no
futuro. O problema muitas vezes é o tempo que pode ser curto para resolução
da situação fora da normalidade. É necessário que os problemas sejam
identificados, e os objetivos estejam bem definidos, para não perder o foco.
Durante todo o processo o enfermeiro deve seguir cuidadosamente o
planejamento estabelecido, para que tudo seja dentro do prazo estimado e não
apareçam mais problemas para resolver se estiver com as decisões no prazo.
Alguns enfermeiros tomam decisões baseadas em experiências anteriores e por
intuição, mas com base nos artigos científicos utilizados neste trabalho, vemos
que não são eficazes estes tipos de decisões, devido ao envolvimento
emocional, valores e crenças. É importante, antes do processo de decidir, que o
profissional reconheça seus próprios preconceitos e limitações, ou seja,
conhecer a si mesmo. O líder deve estar atento a experiência profissional
individual, fatores econômicos, emocionais que na maioria das vezes geram
riscos no processo decisório. Além disto, este profissional deve ter honestidade
e capacidade em assumir riscos. Administradores e líderes devem ter

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consciência da própria vulnerabilidade e analisar como ela limita e influencia a


qualidade na tomada de decisões. A situação e os aspectos do ambiente,
também afetam a escolha, deve haver estratégias para escolha da decisão,
havendo mais de uma opção, é necessário escolher entre uma ou outra, sendo
que esta escolha é influenciada por elementos e valores dos indivíduos ou
grupos associados ao ato moral. O ideal é que todas as decisões sejam
baseadas em evidências, utilizando a ciência como base, para que haja
decisões e soluções adequadas, pertinentes ao problema. Todos da equipe que
estiverem envolvidos no problema devem ser escutados, lembrando que o
enfermeiro deve ter a capacidade de escolher as pessoas que irão fazer parte
do processo de tomada de decisão. A comunicação é essencial na coleta de
dados, pois as opiniões e valores de cada pessoa são diferentes, e acabam
influenciando no comunicar. A ausência de comunicação pode provocar
decisões incoerentes com a realidade do problema, provocando agravamento e
novos problemas para a instituição. Através da comunicação, é possível
visualizar novas alternativas e probabilidade de resolução do problema que irá
aumentar. A utilização de sistemas de informações online no ambiente de
trabalho facilita o armazenamento e coleta de dados, bem como informação e
atualização referente ao melhor atendimento da assistência de enfermagem ao
cliente, servindo como opção de ferramenta administrativa. O processo de
tomada de decisão é de suma importância para o profissional enfermeiro, pois
através destas decisões irá demonstrar o embasamento teórico e científico,
habilidade para decidir, visualizar e solucionar problemas e refletir a capacidade
de liderança para com a equipe, assim é necessário que o enfermeiro faça uma
avaliação dos resultados obtidos e ver se suas escolhas estão refletindo
resultados positivos e construtivos para a instituição e principalmente para o
cliente no atendimento da assistência de enfermagem.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Marquis B.L; Huston CJ. Administração e Liderança em Enfermagem: Teoria
e Prática. 4ª ed. Rio Grande do Sul Artmed 2005. (2) 45-62; 274-275.
2. Marcon PM, Lacerda MR, Meier MJ. Uma reflexão sobre processo decisório
no gerenciamento dos serviços de enfermagem. Paraná: Cogitare Enfermagem;
2004 jul. 9(2): 82-88.
3. Berto GS, Cunha KC. A Participação do Enfermeiro no Processo Decisório.
Santa Catarina: Texto e Contexto de Enfermagem; 2000 maio. 9(2)p(2): 737-
751.

________________________________________________________________
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Santo Amaro.
Graduanda do oitavo semestre da Faculdade de Enfermagem da UNISA

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(drarocha1@gmail.com).
Docente da diciplina de Administração da Faculdade de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro.

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Atuação do enfermeiro no transplante cardíaco


FRANCIANE SCHULTZ(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O Transplante Cardíaco é a cirurgia realizada em pacientes com grave e
irreversível insuficiência cardíaca, que recebe o coração de um doador com
morte cerebral confirmada.
Os doadores para transplante cardíaco são pacientes com morte encefálica, ou
seja, pacientes que apresentam destruição completa e irreversível do cérebro e
tronco cerebral, mas que mantêm, temporariamente e artificialmente, os
movimentos respiratórios, os batimentos cardíacos e a circulação sanguínea.
A circulação extracorpórea (CEC) é um procedimento onde uma máquina
realiza o desvio cardiopulmonar, ou seja, desvia o sangue das veias cavas para
um reservatório e reinfunde-o após a oxigenação artificial de volta à aorta,
substituindo as funções do coração e dos pulmões.
No transplante cardíaco ortotópico o coração do paciente é retirado e
substituído por outro.
Na técnica clássica ou biatrial a retirada do coração nativo é realizada
basicamente pela excisão dos seus ventrículos, incluindo as valvas cardíacas,
com secção nos planos atrioventricular e ventrículo-arterial. Os átrios
remanescentes servirão de suporte para receber o coração doador.
Enquanto que na técnica bicaval a canulação é feita diretamente nas cavas. A
retirada do coração do receptor é feita seccionando-se ao nível da junção cavo-
atrial superior; na cava inferior realizamos a secção deixando dois centímetros
de parede do átrio direito para facilitar a linha de sutura que fica muito próxima
ao diafragma.
No transplante cardíaco heterotópico o enxerto não substitui o coração, mas è
anastomoseado paralelo a ele, auxiliando-o no trabalho cardíaco. O implante do
enxerto funcionará semelhante a uma circulação assistida.
O transplante cardíaco heterólogo ou xenotransplante é usado somente em
estudos experimentais, onde ocorre a troca de órgão entre animais de espécies
diferentes(1).
No transplante cardiopulmonar ocorre o coração e os pulmões são trocados em
um só bloco(1).
As indicações para o transplante cardíaco são: insuficiência cardíaca
congestiva classe III, IV da NYHA com presença de sintomas incapacitantes ou
com alto risco de morte dentro de um ano e sem possibilidade de outra
alternativa de tratamento clínico ou cirúrgico, cardiomiopatias isquêmicas e nas
cardiomiopatias valvulares.

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O transplante cardíaco é indicado para pacientes portadores de cardiomiopatia


chagásica, devido a um número elevado desses pacientes portadores desta
afecção evoluir para um choque cardiogênico. Algumas indicações se devem a
cardiopatia virótica e cardiopatia pós-radioterapia.
O transplante cardíaco é a alternativa de tratamento para pacientes portadores
de endomiocardiofibrose em estágio avançado, pacientes com miocardiopatia
dilatada idiopática, cardiopatias congênitas, cardiopatia periparto, cardiopatia
hipertrófica, cardiopatia restritiva, cardiopatia alcoólica, pacientes com
cardiopatia por abuso de drogas e retransplante.
No primeiro semestre de 2009, foram realizados 100 transplantes cardíacos,
com um total de 53 transplantes no estado de São Paulo e o estado do Ceará
foi o estado que mais realizou transplantes cardíacos por milhão de população,
com índice de 2,6 transplantes por milhão de população.
Segundo dados estatísticos da ABTO houve um aumento de 25% de
transplantes cardíacos realizados no ano de 2008.

OBJETIVO:
Ao considerar o tema do transplante cardíaco como integrante do foco da
assistência de enfermagem, este estudo teve por objetivo apresentar alguns
aspectos da assistência de enfermagem no período pré e pós-operatório a
pacientes submetidos ao transplante cardíaco, pois nos últimos anos vem
aumentando o número de pacientes transplantados e necessitando dos
profissionais da área da enfermagem conhecimento e habilidades para atuarem
com esses pacientes transplantados.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica não-estruturada do tipo revisão de
literatura sobre o tema do transplante cardíaco. Para isto foi realizado um
levantamento bibliográfico de periódicos indexados nos sistemas LILACS,
SCIELO, BDENF e ADOLEC, em sites e livros.
Os termos utilizados para a pesquisa foram: “transplante cardíaco”,
“enfermagem” e “complicações”. O recorte temporal foi de 2002 a 2009 e
selecionados apenas os artigos em português.
Os materiais foram analisados por meio de leitura analítica e de síntese,
selecionando-os de acordo com as categorias temáticas.
As categorias temáticas resultantes para atingir o objetivo proposto foram:
Papel do enfermeiro no período pré-transplante cardíaco, englobando a
Assistência do enfermeiro ao doador e a Assistência do enfermeiro ao receptor;
Papel do enfermeiro no período pós-operatório; Complicações pós-transplante
cardíaco; Diagnósticos de enfermagem em pacientes submetidos ao transplante
cardíaco e Consulta de enfermagem após a alta do paciente de transplante

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cardíaco.

RESUMO:
Papel do enfermeiro no período pré-transplante cardíaco - Assistência do
enfermeiro ao doador
Depois de confirmada o diagnóstico de morte encefálica, os coordenadores de
transplantes, na maioria são enfermeiros, fazem a avaliação do potencial
doador e, se viável, realizam a entrevista familiar quanto à doação.
É de responsabilidade da equipe de enfermagem realizar o controle de todos
os dados hemodinâmicos do potencial doador. Para isso é necessário que o
enfermeiro desta equipe possua conhecimentos a respeito das repercussões
fisiológicas próprias da morte encefálica, da monitorização hemodinâmica, e
repercussões hemodinâmicas, advindas da reposição volêmica e administração
de drogas vasoativas.
Para realizar a manutenção do potencial doador, devem-se controlar os níveis
de hemoglobina, pressão venosa central, pressão arterial sistólica, dopamina,
débito urinário e PaO2. O enfermeiro deve realizar controle rigoroso do controle
hídrico, dos distúrbios hidroeletrolíticos, das drogas vasoativas, na reposição
hormonal realizar controle rigoroso dos dados hemodinâmicos para verificar a
resposta do doador a terapia e controle intenso da pressão arterial. O controle
da hiperglicemia é realizado através das dosagens seriadas de glicose
sanguínea. Se não for possível, o enfermeiro deve orientar a equipe a realizar
controle de glicemia capilar no mínimo de quatro em quatro horas. A equipe de
enfermagem deve ficar atenta a quaisquer distúrbios de coagulação, podendo
se manifestar em sinais como mudança da coloração da diurese (hematúria),
gengivorragias ou sangramento persistente em locais de punções vasculares.
Monitorização eletrocardiográfica para detectar arritmias e realizar controle e
manutenção da temperatura. No aquecimento do potencial doador utilizam-se
soluções aquecidas entre 37°- 38 °C, para lavagem gástricas e vesicais, para
administração endovenosa, instalação e controle de cobertores térmicos e a
nebulização aquecida. Manutenção da ventilação e oxigenação e possuir um
conhecimento do equilíbrio ácido-básico e de fisiologia respiratória e na
ocorrência de uma parada o enfermeiro, junto com o médico deve instituir as
manobras ressuscitadoras básicas e avançadas(2).
É fundamental o controle ventilométrico e gasométrico. Utiliza-se FIO² mais
baixa para obter um PO2 superior a 100, empregando um volume de 10-15 cc/
kg na ventilação mecânica do paciente e um PEEP de 5 cmH2O, e realizar a
aspiração das vias aéreas com cautela. A gasometria arterial do paciente deve
ser obtida a cada 4 horas.
Assistência do enfermeiro ao receptor
Para um paciente se um receptor, ele deve passar por uma série de exames

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clínicos, onde nada deve ser menosprezado, examinam-se mucosas, peles e


unhas para descartar infecções; observa-se o estado dos dentes e das
gengivas, se necessário são tratados. Órgãos como o pulmão, fígado e os rins,
além dos outros, são cuidadosamente avaliados, pois se apresentarem alguma
alteração irreversível nesses órgãos, são considerados maus candidatos para o
transplante cardíaco. Outro fator importante é a análise das condições
socioeconômicas e a estrutura psicológica, só então o médico deve abordar o
paciente e a família com a opção de transplante. Não se deve abordar o
paciente em antes, pois ele pode se frustrar e contribuir para o agravamento do
seu estado, caso haja alguma restrição. E fundamental que exista vontade de
se recuperar da parte do paciente, assim com o de seus familiares(1).
É fundamental manter o receptor em condições clínicas e emocionais
satisfatórias. As orientações de enfermagem pré-operatórias contribuem para
reduzir complicações no pós-operatório, que muitas tem sua base no medo do
desconhecido e na ansiedade ocasionadas pela falta de orientação.
Os exames laboratoriais solicitados são: Grupo sanguíneo, sódio e potássio
séricos, colesterol, triglicerídios, acido úrico, coagulograma, função plaquetária,
DHL, TGO, TGP, gama-GT, CKMB, fosfatase alcalina, bilirrubina total e frações;
proteinograma, hemograma, urina tipo I, gasometria, curva glicêmica, clearance
de creatinina e reações sorológicas para hepatite B e C, toxoplasmose,
doenças de chagas, lues, vírus citomegálico. Também faz parte deste grupo de
exames o parasitológico de fezes(1).
Depois de preparado o paciente, ele fica em casa, quando há condições, ou no
hospital; o paciente e avaliado clinicamente a cada 2 ou 4 semanas,
monitorando-se suas condições cardiológicas e clínicas e grau de urgência para
o transplante, pois a qualquer momento pode surgir um doador(1).
Papel do enfermeiro no período pós-operatório
Para receber o paciente transplantado é necessário prover de materiais e
equipamentos a unidade, para minimizar intecorrências e para proporcionar um
ambiente calmo e seguro, para uma assistência de enfermagem livre de riscos
e danos potenciais para o paciente transplantado, e disponibilizar profissionais
aptos para a assistência de enfermagem. É necessário que o enfermeiro
transmita confiança para os familiares do paciente transplantado, ajudando a
minimizar suas angustias e ansiedades, facilitando a assistência de
enfermagem.
Na assistência prestada preconiza-se o uso de técnicas assépticas,
preconizando a lavagem de mãos antes, durante e após o contato com o
paciente, sendo aconselhável o uso de mascaras, luvas e capote. Na admissão
do paciente na unidade de pós-operatório, ele se encontra sob o efeito dos
anestésicos, portanto permanecendo a prótese ventilatória durante algumas
horas. Realizar o controle da gasometria arterial após 20 minutos da chegada
do paciente ou após ajuste no ventilador. A monitorização hemodinâmica

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(pressão arterial média, Swan-Ganz) invasiva deve ser imediatamente habilitada


e realizar a monitorização dos sinais vitais e do oximetro de pulso, com cautela,
e o oximetro não pode estar abaixo de 92%. Conectar o recipiente dos drenos
de mediastino e/ou torácicos no circuito do aspirador (20 cmH20) e posicionar
os tubos de drenagem sem formação de alça ou dobra. A drenagem devera ser
mensurada e observada a cada hora, assim como o volume urinário. A unidade
externa do marcapasso deve estar disponível, caso haja distúrbios de
condução(3).
O enfermeiro deve ter suas habilidades e destrezas desenvolvidas para realizar
o exame físico, atentando também para o curativo cirúrgico que, quando
realizado no centro cirúrgico, pode permanecer por 24 a 48 horas quando não
há presença de sangramento. Diariamente, deve ser realizado o
eletrocardiograma, RX de tórax e assegurar a coleta de sangue para a dosagem
de cicloscoporina antes da administração da dose diária(3).
O enfermeiro deve ficar atento às complicações hemodinâmicas imediatas,
distúrbios de condução, insuficiência renal devido aa drogas
imunossupressoras, complicações digestivas, neurológicas, metabólicas e
sinais e sintomas de rejeição. As principais manifestações clínicas de rejeição
são: febre, sintomas de insuficiência cardíaca, astenia, palpitação, distúrbios de
condução e do ritmo em especial a fibrilação atrial. A enfermagem precisa ficar
atenta para as complicações do tratamento imunossupressor, de acordo com o
protocolo da instituição. Diariamente são administradas doses de ciclosporina,
azatioprina e predinisona, necessitando da equipe de enfermagem os cuidados
como assegurar a coleta de sangue para a realização do exame antes da
administração da ciclosporina, o resultado deverá estar entre 250-300 mg.
Analisar o hemograma completo do paciente e estar atento a contagem dos
leucócitos, estando abaixo de 4000/mm², a azatioprina terá que ser suspensa
temporariamente. A ciclosporina traz efeitos colaterais como, insuficiência renal,
hipertensão arterial, tremores, hipertricose e hipertrofia gengival. O tratamento
imunossupressor favorece o aparecimento de ulceras gastrointestinais,
diabetes, dislipidemias, infecções bacterianas e nas pessoas mis idosas o
aparecimento de osteoporose(3).
Após o transplante, o receptor possue sentimentos de sofrimento e
insegurança e cabe ao profissional de enfermagem oferecer apoio para a
superação das suas ansiedades, inseguranças e apoio psicológico, através de
promoção de ações educativas e orientações aos familiares sobre adaptações à
nova situação e sobre a conscientização da real condição e a
responsabilizarem-se pelo autocuidado, promovendo o máximo da autonomia
da pessoa transplantada.
Cabe a equipe de enfermagem, prevenir as infecções durante o cuidado
prestado ao paciente transplantado.
A pessoa transplantada necessita de cuidados especiais, necessitando de

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mudanças no estilo de vida para aquisição de hábitos saudáveis, como na


alimentação, cuidados rígidos na higiene e cabe a enfermagem realizar as
orientações necessárias.
Complicações pós-transplante cardíaco
As complicações hemodinâmicas imediatas incluem: hipertensão arterial
pulmonar pré-existente, tempo de isquemia e proteção miocárdica. A
insuficiência renal pode estar relacionada á circulação extracorpórea, ao estado
hemodinâmico e a uma insuficiência renal pré-existente. Pacientes pós-
transplante cardíaco podem desenvolver complicações digestivas, como: íleo
paralítico, hemorragias digestivas, úlcera de stress, volvo, entre outros. As
complicações metabólicas são causadas por desordens do metabolismo
glicídico, desenvolvendo diabetes córtico-induzido, devido altas doses de
corticoteroídes; já as complicações neurológicas são menos frequentes, mas os
pacientes podem ter crises convulsivas por causa de embolia gasosa, por
retirada de ar ineficiente das cavidades cardíacas. As complicações infecciosas
são consideradas uma das maiores causas de mortalidade e morbidade após o
transplante cardíaco. As infecções bacterianas ocorrem com maior frequência
no primeiro mês, já as virais a partir do segundo mês de transplante, as
infecções fúngicas nos dois primeiros meses e as infecções parasitarias entre o
quarto e o sexto mês de transplante cardíaco. Existem três diferentes tipos de
rejeição, onde a rejeição hiperaguda está relacionada à imunidade do tipo
humoral mediada por anticorpos anti-HLA da classe I, preexistentes no receptor,
ocorrendo destruição imediata e irreversível do enxerto; a rejeição aguda está
relacionada a uma reação imunitária do tipo celular, podendo ocorrer a partir da
primeira semana e a doença vascular do enxerto (rejeição crônica) considerada
a principal causa da perda do enxerto após o primeiro ano pós-transplante
cardíaco, está relacionada a fatores imunológicos e não imunológicos no
desenvolvimento de lesões coronarianas.
Pacientes pós-transplante cardíaco ocorrem uma diminuição no índice da
massa corporal em relação ao período pré-transplante, podendo ocorrer logo
em seguida, um ganho progressivo de peso, até o final do seguimento de 60
meses pós-transplante, podendo ganhar até 10 kg em apenas um ano; esse
ganho de peso pode causar alterações dos níveis de colesterol total, LDL,
triglicérides e maiores níveis séricos de glicose, levando ao desencadeamento
de outras complicações devido ao aumento de peso.
Complicações tardias, como doença vascular do enxerto e neoplasias; a
incidência dos pacientes transplantados cardíacos desenvolverem neoplasias
malignas é alta comparada com a população no geral, a neoplasia mais
frequente nesse grupo de pacientes transplantados é a neoplasia de pele.
O sangramento pós-operatório de cirurgia cardíaca é uma das complicações
que podem levar a morbidade do paciente, devido a operações de emergências,
plaquetopenia pré-operatório, ao uso de circulação extracorpórea (CEC) e

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acidose metabólica pós-operatório.


Diagnósticos de enfermagem em pacientes submetidos ao transplante cardíaco
Os diagnósticos de enfermagem segundo a taxonomia II da NANDA de maior
prevalência no período pós-operatório são: risco para infecção, risco para
constipação, déficit no auto cuidado para vestir-se, déficit no auto cuidado para
alimentação, integridade da pele prejudicada, mobilidade física prejudicada,
integridade tissular prejudicada, padrão de sono perturbado, padrão respiratório
ineficaz, ansiedade, desobstrução ineficaz das vias aéreas, dor aguda, nutrição
desequilibrada: menos que as necessidades corporais, ventilação espontânea
prejudicada, risco para intolerância à atividade.
Consulta de enfermagem após a alta do paciente de transplante cardíaco
Através da consulta de enfermagem, o cliente integra um modelo de educação
em saúde, favorecendo a aquisição de habilidades para o autocuidado. Os
principais objetivos da consulta de enfermagem são promover, manter e
restaurar a saúde, do paciente transplantado. Os diagnósticos de enfermagem
segundo a teoria de Oren, identificados na consulta de enfermagem após o
transplante cardíaco são: Falta de execução afetiva de condutas orientadas,
riscos à vida e ao bem estar, adaptação inadequada ao problema da saúde,
desconhecimento da doença e do tratamento, falta de aceitação da doença,
inadequada promoção da saúde, ingesta inadequada de alimentos, insuficiência
de líquidos, oxigenação inadequada, desequilíbrio entre atividades e descanso,
eliminações inadequadas, inadequada adaptação social, adaptação inadequada
às modificações do ciclo vital e desequilíbrio entre solidão e interação social.

CONCLUSÃO:
A atuação do enfermeiro no transplante cardíaco envolve desde a manutenção
do doador até a realização da consulta de enfermagem após a alta do paciente,
exigindo do enfermeiro conhecimentos e habilidades para identificar qualquer
tipo de alteração fisiopatológica para que, junto com a equipe de saúde,
possam tomar as medidas mais adequadas.
E de extrema importância que o enfermeiro saiba realizar a monitorização
hemodinâmica, que interprete exames laboratoriais, conheça sobre as drogas
de imunossupressão e seus efeitos colaterais e conheça as mudanças que o
paciente passará, tanto sociais quanto psicológicas.
Com o avanço da medicina e do conhecimento, no manejo imunológico, nas
técnicas cirúrgicas, nos cuidados intensivos de enfermagem e a introdução de
drogas imunossupressoras mais modernas, exigindo assim do profissional
enfermeiro, a busca do conhecimento diariamente.
Com este trabalho foi possível reunir um corpo de conhecimentos necessários
para que uma melhor assistência de enfermagem possa ser providenciada para
a assistência do paciente no período pré e pós-operatório de transplante

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cardíaco, podendo contribuir para a redução das complicações pós-transplante


cardíaco.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Magalhães HM, Manrique R, Dynkhuysen JJ, Pavanello R, Magalhães Filho
HM. Transplante Cardíaco. In: Porto CC. Doenças no coração: prevenção e
tratamento. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p. 1030-33.

2. Guetti NR, Marques IR. Assistência de enfermagem ao potencial doador de


órgãos em morte encefálica. Rev Bras Enferm 2008 jan-fev; 61(1): 91-7.

3. Enokibara MP, Silva LD. Transplante Cardíaco: cuidados intensivos de


enfermagem no pós-operatório. Rev Enferm UERJ 2002 set-dez; 10 (3): 247-50.

________________________________________________________________
1 Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de
Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP. Endereço para
correspondência: Rua: Ribeirão do Costa, Afonso Cláudio, CEP: 29600-000
Espírito Santo, E.S. E-mail: franschultz@gmail.com.

2 Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Professor Adjunto da Faculdade de


Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP.

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Atualização sobre as técnicas de Revascularização Miocárdica e


as implicações para a assistência de enfermagem
DEISE SIMEÃO MARTINS BENEDITO(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Revascularização Miocárdica é a restauração do transporte sanguíneo
através de um conduto. A doença aterosclerótica causa estreitamento da luz do
vaso reduzindo o transporte sanguíneo, a cirurgia devolve a perviedade da
artéria(1).
A operação é instituída para preservar a função do miocárdio, melhorar a
qualidade de vida de pacientes com sintomas anginosos, elevar a sobrevida de
alguns subgrupos, sobretudo daqueles com alto risco, contribuir para o
indivíduo retorno às suas atividades normais.
O sucesso da cirurgia de revascularização miocárdica está em amplamente
relacionado com a técnica empregada, o tipo e a qualidade do enxerto
escolhido(2).
A técnica tem sido inovada e reproduzida de forma aprimorada, meio de
minimizar os transtornos causados pelo procedimento invasivo e favorecer a
recuperação do paciente.
A grandeza de cuidados requeridos pelo paciente que se encontra no período
perioperatório de cirurgia cardíaca, cujas condições de clínicas são instáveis,
necessita de intervenções de enfermagem imediatas fundamentadas.
O enfermeiro que se atenta a sintomatologia do indivíduo em pós-operatório,
conhece a história pregressa e a evolução da terapêutica nos períodos
operatórios de revascularização miocárdica, pode estar apto de antever e
provisionar os cuidados que se fizerem necessários.

OBJETIVO:
Tendo em mente o contexto apresentado acima, este estudo tem como objetivo
descrever os diferentes tipos de revascularização miocárdica e correlacioná-las
com as intervenções de enfermagem.

METODOLOGIA:
O presente estudo trata-se de uma revisão literária realizada através de
consulta às Bases de Dados MEDLINE, LILACS e BDENF.
Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes unitermos do tipo
descritores de assunto “Revascularização Miocárdica”, “Cirurgia Cardíaca”,
“Cuidados de Enfermagem”.

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Foram apreciados artigos científicos de língua portuguesa publicados no


período de 1998 a 2009. Outros recursos bibliográficos examinados foram
livros, além de textos pertinentes ao tema localizado em endereços eletrônicos
da área médica, obtidos por meio de pesquisa não estruturada.
Para a seleção dos artigos, primeiramente, foi realizada a leitura dos resumos
resultantes da pesquisas às bases de dados. Foram obtidos aqueles
considerados relevantes. Após a análise foram estabelecidas categorias
temáticas para melhor apresentar os resultados.
Na busca dos artigos científicos, 104 foram avaliados por atenderem aos
critérios pré-estabelecidos, destes, 21 foram selecionados para composição do
estudo por possuírem conteúdo relevante e valor agregante significativo para
construção do trabalho.
As categorias temáticas são; Técnicas Cirúrgicas, Tipos de Enxerto,
Complicações, Papel do Enfermeiro, Diagnósticos de Enfermagem, Assistência
de Enfermagem.

RESUMO:
Técnicas Cirúrgicas
Cirurgia com Circulação Extracorpórea
Consiste no emprego de um sistema artificial de circulação sanguínea que tem
função de substituição de bombeamento e oxigenação de sangue realizado
pelo coração, o que permite que o médico cirurgião realize o procedimento com
o coração parado(1).
A indução de parada cardíaca ocorre através da administração de solução que
também atua para proteção e manutenção do órgão. Sucede o clampeamento
da aorta ou fibrilação ventricular(1).
Durante o procedimento o sangue fica suscetível a agressões, como quando
heparinizado em contato com superfície estranhada (circuito de CEC) que
favorece a trombose e o aumento das proteínas de coagulação, fator associado
a um maior sangramento peri e pós-operatório(1,3).

Cirurgia sem Circulação extracorpórea


Para se evitar os efeitos prejudiciais causados pela CEC foi desenvolvida a
técnica cirúrgica que suprime a necessidade do bypass extracorpóreo.
Foram criados estabilizadores de superfície que facilitam a realização da sutura
com o coração em atividade, desenvolvidas manobras de exposição do coração
e táticas anestésicas.
Com o emprego da técnica observa-se redução de morbi-mortalidade,
diminuição da necessidade de terapia transfusional, menor ocorrência de
trauma, menor tempo de internação em Terapia Intensiva e Hospital e logo
redução de custo. A RM sem CEC é principalmente vantajosa em casos de

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pacientes mais debilitados como; idosos, doente renal, hepático, hematológico,


oncológico, com histórico de AVC entre outros. Entretanto a técnica é restrita a
um contingente restrito de pacientes e os vasos das paredes lateral e posterior
do coração são de difícil acesso.
O método de operação é considerado confiável e satisfatório devido índice
reduzido de complicações e mortalidade.

Cirurgia Minimamente Invasiva


Procedimento realizado sem auxilio de circulação extracorpórea. São realizadas
incisões menores e a artéria aorta sofre menos ou nenhuma manipulação. Seja
por videotoracoscopia na qual por este instrumento são introduzidos nas
pequenas incisões sistemas ópticos e pinças especiais que permitem a
dissecção e sutura, monitorados por vídeo. Por minitoracotomia através de
mínimas incisões na parede anterior do hemitórax esquerdo a artéria mamária
esquerda é dissecada e anastomosada. Ou ainda sob visão direta mesmo que
com auxilio do video-assistido para dissecção e liberação da artéria mamária.
A modalidade é bastante estudada e aderida pelos cirurgiões, devido os
benefícios que promove incluem-se, redução do tempo anestésico, menor
tempo de intubação orotraqueal, menor índice de transfusões de sangue, menor
tempo de drenagem torácica, ausências dos efeitos nocivos que a CEC
promove, é esteticamente mais aprazível, condensa o tempo de internação, são
elementos que convergem para um resultado total mais satisfatório.

Intervenção Coronariana Percutânea


É uma opção à RM desde que o paciente atenda aos critérios ou pode ser
associadas à técnica cirúrgica completa.
Existe uma preferência dos médicos em instituir a técnica por ser bem aceita
pelos pacientes e reduzir o tempo de internação. Entretanto, por a PCI se
apresentar como um potencial indutor de reintervenção passou-se a adotá-la
como terapia de primeira escolha, mas, precedendo o método intervencionista.

Tipos de enxerto
Veia safena magna
Para a escolha da veia é feita uma avaliação pré-cirúrgica. A opção de primeira
escolha geralmente é magna, seguida da parva, e cefálica em último caso
devido seu calibre. Sendo que qualidade da veia também influi no sucesso da
operação.
Na escolha da safena magna, primeiramente faz-se uma incisão longitudinal no
membro inferior, a dissecção da veia inicia-se na região maleolar ou na região
inguinal disseca-se sofre o trajeto da veia que é retirada, lavada com solução
fisiológica heparinizada e anastomosada a artéria coronária.
Embora seja uma alternativa viável cirurgias realizadas com este tipo de

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enxerto, sofre maior risco de reoperação do que os enxertos arteriais. Sua


sobrevida se torna inferior por conta das alterações morfológicas e funcionais
causadas ao enxerto como as distensões sofridas durante a manipulação,
aumento do fluxo pulsátil e pressão que passa a ter ao ser inserida ao sistema
arterial.
Tais alterações hemodinâmicas podem afetar as estruturas endoteliais e
provocar hiperproliferação celular e contribuir para uma trombose.

Artéria Radial
É considerada opção como segundo enxerto, possui bom calibre garantindo
boa perviabilidade, comprimento satisfatório, seu emprego não influencia
negativamente na taxa de morbidade.
Geralmente é escolhida a artéria do membro superior não dominante, a retirada
da artéria radial é feita com a da artéria mamária. É realizado o teste de Allen
para avaliar a condição circulatória do membro.
Também usada em pacientes multiarteriais conferindo bom prognóstico
imediato e a longo prazo.

Artéria Torácica Interna


Artéria Torácica Interna é considerada padrão ouro para a cirurgia com
excelente resultado a longo prazo em parte pelo melhor manejo da enxertia
durante a cirurgia. Entre as vantagens; o diâmetro é compatível, a enxertia
dificilmente desenvolve aterosclerose, garante uma maior sobrevida ao
paciente, menor risco de reoperação. Para driblar uma incompatibilidade de
extensão, é usado, por exemplo, o enxerto livre utilizando toda a sua extensão.
A ATID chega até a coronária direita com facilidade. A ATIE, mais utilizada,
possui a vantagem que quando usada em “Y” dois ramos, melhor adaptar-se as
demandas de aumento e diminuição de fluxo sanguíneo como no repouso
estresse.
Atualmente com a técnica de procedimento de Vineberg que consiste em
realizar o implante da artéria torácica interna esquerda (ATIE) no miocárdio
ventricular esquerdo de maneira mais rápida menos complexa e mais eficiente,
contribui ainda mais para o sucesso da cirurgia com essa artéria.

Artéria Mamária
O enxerto tem boa evolução no pós-operatório imediato favorecendo o
funcionamento por longo tempo.
Na técnica faz se a dissecção do pedículo arterial (artéria, veia, gordura e
pleura) ao longo do trajeto da artéria até o 6° espaço intercostal. Procura-se
evitar trauma. A anastomose ocorre logo após secção.

Artéria Gastroepiplóica

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Sua utilização é pouco freqüente embora possua baixa tendência em


desenvolver aterosclerose e perviabilidade tão satisfatória quanto a ATI. Os
maiores fatores contrários são, o vaso possuir irrigação sanguínea maior para
sua parede e numa incisão elevar o risco de sangramento, lesão e isquemia. A
incisão torácica se estende até o abdome, isso aumenta o risco de
contaminação e infecção do trato gastrintestinal. Possui tendência ao espasmo,
controlado com o uso de papaverina.
O cirurgião faz a escolha do vaso a ser utilizado considerando elementos pré-
operatórios e achados intra-operatórios de modo a encontrar a opção de
enxerto que mais se adéqua a cada paciente.

Complicações
De maneira geral as complicações potencias são; as cardíacas, pulmonares,
neurológicas, renais, sangramentos, desequilíbrio eletrolíticos, coagulopatias,
infecção, sepse.
Débito cardíaco diminuído na maioria das vezes resultado da hipovolemia
provocado por uma série de fatores inerentes a cirurgias, hipotensão arterial
com elevação da freqüência cardíaca, hipotermia cirúrgica, etc. No período
trans e pós-operatório o indivíduo necessita do suporte ventilatório mecânico.
Os efeitos deletérios dos tubos endotraqueais, produção de muco e a dor no
local da incisão torácica, podem refletir na diminuição da capacidade do
paciente tossir, estendendo o tempo uso da ventilação mecânica.
O sangramento reflete o uso de anticoagulante, a CEC e hipotermia que alteram
o mecanismo de coagulação, traumas cirúrgicos contribuem para ao
sangramento persistente e quando excessivos geram risco de morte. Arritmias
como Fibrilação Atrial são comum no P.O de Revascularização miocárdica
produzindo reflexo no aumento da internação hospitalar, morbidade.
Estudos relacionam as complicações neurológicas no pós-operatório de
revascularização do miocárdio à manipulação da aorta. Hipoperfusão,
microembolias podem lesionar o sistema nervoso central levando ao Acidente
Vascular Cerebral, embolia, etc.
A má perfusão renal decorre dos prejuízos causados às células sanguíneas
durante a CEC provocando danos aos eritrócitos que sofrem hemólise havendo
obstrução dos glomérulos renais. Os fármacos vasopressores instituídos para
elevar a pressão arterial podem reduzir a luz das arteríolas renais e como
prejuízo causar redução do fluxo sanguíneo aos rins.
O procedimento cirúrgico é altamente agressivo e requer o uso de dispositivos
usados para a monitoração invasiva que são potenciais fontes de infecção,
além da ação do bypass cardíaco e terapia anestésica que interferem no
sistema imune sendo agravantes ao surgimento de infecções.

Papel do Enfermeiro

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A real possibilidade de acontecer as complicações no pós-operatório no


paciente revascularizado, requer a atenção dos diversos profissionais que
atuam na recuperação do indivíduo, no objetivo de identificar as manifestações
e atuar na prevenção de danos e seqüelas.
O enfermeiro está presente desde o momento da internação, na avaliação,
monitoração, prestação de assistência. O profissional preparado, dotado de
conhecimento, que subsidie as práticas de enfermagem garante uma
assistência mais qualificada, atuante, sobretudo nas medidas de antecipação
frente aos problemas e riscos da cirurgia, visto ser o líder da equipe de
enfermagem que se encontra no cuidado constante deste paciente. No âmbito
hospitalar o enfermeiro é elemento importante no durante todo o período
perioperatório.
Na fase pré-operatória de cirurgia cardíaca avalia e documenta a história de
saúde quanto a outras doenças preexistente, tratamento, informa quanto à
mudança de hábitos e conduta, eventos pós-operatório esperados, avalia
condição emocional e aprendizado antes da cirurgia. Estabelece comunicação
com a família favorecendo a redução da ansiedade. Popularmente o coração é
tido como o único órgão responsável pela vida, sua manipulação gera temores
entre a população.
Ante a cirurgia, o profissional identifica qualquer alteração que signifique uma
possível mudança na terapia, cada procedimento e etapa a serem seguidas são
explicados de forma a transmitir conforto e segurança ao paciente.
O foco no pós-operatório inicial é a estabilidade hemodinâmica recuperação
anestésica, período de grande desafio aos cuidadores. No momento da
transição da sala cirúrgica para unidade de terapia intensiva as informações
importantes sobre o tratamento e pós-operatório são transmitidas pela equipe
cirúrgica ao enfermeiro que assume o total cuidado do paciente e pelo menos
nas primeiras 12 horas fará uma avaliação minuciosa dos sistemas, num
comparativo com as linhas de base pré-operatórias.
Ao conhecer as complicações possíveis nos diferentes períodos operatórios, o
profissional desenvolve um raciocínio clínico que subsidia um plano de ação e
cuidado individual. O enfermeiro capacitado consciente de suas ações contribui
para evolução mais satisfatória e alta antecipada do paciente.

Diagnósticos de Enfermagem
Os diagnósticos identificados foram segundo a taxonomia II, da mais recente
versão do livro de diagnósticos de enfermagem da NANDA.

Assistência de Enfermagem
Na recuperação do paciente cardíaco, o débito cardíaco adequado o tratamento
de enfermagem requer a monitoração contínua do estado cardíaco e informar o
médico. Isto inclui mensuração de freqüência cardíaca, pressão arterial, PVC,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

688
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PAP, pressão atrial esquerda.


O débito urinário inadequado está ligado a um menor débito cardíaco.
Extremidades cianóticas, pele fria úmida, distensão das veias do pescoço são
sinais de diminuição da função cardíaca, bem como as disritmias. Resultados
de exames e dados do histórico ajudam a determinar a causa, após o
diagnostico enfermeiro e médico atuam em conjunto para restaurar o débito
cardíaco.
Para promover a troca gasosa adequada medidas como aspiração para manter
a permeabilidade do tubo endotraqueal, discutir com fisioterapeuta de o
aumento do (FIO2), a mudança da posição corporal a cada 1 ou 2 horas
possibilitam a melhor perfusão, ventilação e expansão pulmonares. O
enfermeiro auxilia o processo de desmame e extubação que é realizada após
garantia de níveis gasométricos aceitáveis enquanto recebe O2 umidificado e
aquecido sem o ventilador, o paciente deve apresentar reflexo de tosse,
movimentos firmes de preensão com a mão, erguer a cabeça para fora do leito,
força inspiratória negativa e volume minuto adequado. A respiração profunda e
técnica de expiração forçada (FET, sopro) ou tosse deve ser estimulada para
favorecer a perfusão alveolar.
É fundamental ao enfermeiro preocupe-se com o estado neurológico do
paciente isto inclui avaliação do nível de consciência ao aplicar a escala de
Glasgow, determinar presença de pulso de pulso pedioso e poplíteo,
temperatura e coloração dos membros, na detecção de hipoperfusão.
Atentar também as respostas não verbais de dor que pode não ocorrer
exatamente na região da lesão, mas em áreas mais difusa. A dor tem o poder
de estimular o sistema nervoso central a liberar adrenalina que tem efeito
vasoconstritor elevando a freqüência cárdica refletindo num aumento da pós-
carga e débito cardíaco diminuído. Detectar a presença de dor para instituição
de terapia analgésica prescrita influi de forma direta na evolução do paciente.
A Insuficiência renal relacionada aos distúrbios hemodinâmicos causados na
cirurgia também é observado podendo ser revertida com diurético ou na piora
da função renal, diálise. O enfermeiro precisa conhecer os níveis de uréia,
creatinina, eletrólitos, urinário, pois em caso de alteração pode necessitar o
acerto de volume líquido, modificar o medicamento ou ajustar a dose.
No pós-operatório a temperatura corporal está propensa a elevação
conseqüência de infecção ou síndrome pós-pericardiotomia. A síndrome ocorre
em parcela significativa da população submetida a cirurgia cardíaca, tem por
característica; febre, artralgia, algia pericárdica, pleural, atrito pericárdico.
As infecções se instalam geralmente nos pulmões, rins, inserções de cateteres
e obviamente incisões. É a enfermagem que realiza os curativos, cuidados com
cateteres, tubo endotraqueal, portanto, responsável pela manutenção do bom
estado da pele, na prevenção da colonização de agentes causadores de
infecções neste local.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

689
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Deve compreender a importância de se evitar as infecções, o mal instalado


provoca o aumento do metabolismo compensatório e necessidade celular de O2
exigindo maior trabalho do coração, ações preventivas se fazem primordiais, e
sua instalação o reconhecimento deve ser precoce para imediatas medidas de
combate.
O reposicionamento constante além contribuir na prevenção de lesão na pele
que podem vir tornar-se ulceras por pressão, também favorece a retirada de
secreções pulmonares junto o com a aspiração fisioterapia respiratória e
incentivo ao paciente a respirar profundamente e usar FET (ou tosse).

CONCLUSÃO:
Observou-se uma escassez de publicações de enfermagem relacionadas à
Revascularização Miocárdica, embora esta seja uma modalidade cirúrgica já
consolidada e recorrente nos centros cirúrgicos. O material encontrado refere-
se às cirurgias cardíacas e pormenorizam a atenção nos cuidados de
enfermagem. A leitura sistemática de artigos sobre o assusto permitiu
diferenciar as técnicas que produzem possível maior ou menor risco no pós-
operatório. Nesta perspectiva, a assistência de enfermagem é influenciada, na
intensidade dos cuidados, tempo despedido, ações prioritárias. Porém, não se
encontra literatura que estabeleça distinção na atuação do enfermeiro frente às
diversas técnicas de revascularização existentes.
Espera-se que o enfermeiro munido do saber sobre o tema, aliado ao
conhecimento técnico-científico que lhe é desejável, seja capaz de discernir as
condutas necessárias para cada caso. O processo de enfermagem é um
instrumento valioso na maneira de executar a assistência subsidiando o agir do
enfermeiro.
Como foi explanado, as modalidades técnicas variam, tornando umas mais
agressivas e potencialmente maior geradora de inconvenientes do que outras.
A circulação extracorpórea e suas implicações causam transtornos significativos
exigindo uma atenção ao suporte hemodinâmico. A cirurgia minimamente
invasiva por ser menos hostil talvez implique num cuidado não tão incisivo em
determinados aspectos quanto à cirurgia tradicional com incisões maiores,
terapia de proteção cárdica diferenciada ocorrência de sangramento, dor
importante, debilidade. Muito embora tais eventos sejam fato, para atuação do
enfermeiro é preciso que haja fundamentação teórica do conhecimento para um
agir em particular, para trazer subsídios pautados em evidências para sustentar
o processo de cuidar ao instituir medidas terapêuticas adequadas.
Sendo assim, se faz necessário a comprovação por meio de base cientifica as
implicações que as técnicas irão influir na assistência de enfermagem.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

690
UNISA - Universidade de Santo Amaro

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Pêgo-Fernandes PM, Guimarães-Fernandes F, Gaiotto FA. Estado atual da
cirurgia de revascularização do miocárdio. Rev Med 2008 Abr-Jun; 87(2): 92-8.
2. Souza DSR, Gomes WJ. O futuro da veia safena como conduto na cirurgia de
revascularização miocárdica. Rev Bras Cir Cardiovasc 2008 set; 23(3).
3. Brick AV, Domingos SRS, Domingos MB, Buffolo E, Lucchese FA, Silva FPV,
et al. Diretrizes da cirurgia de revascularização miocárdica valvopatias e
doenças da aorta. Arq Bras Cardiol 2004; 11-2.

________________________________________________________________
1 Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de
Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP.
2 Professor Adjunto da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro, São Paulo, SP.

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Avaliação da função sexual em mulheres de diferentes fases do


periodo gestacional
EDINEIA NOLASCO LOPES(1)

CHRISTINE PLOGER(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A sexualidade é um processo amplo e complexo, e ocorre em todo o corpo não
se limitando aos órgãos ou ato sexual. Culturalmente o sexo era visto como um
ato ligado somente à reprodução, onde o prazer era reprimido e considerado
pecado e moralmente condenável. A mulher apresenta uma sexualidade difusa
envolvendo o corpo todo, além de uma vivência mais espiritual e uma
sensualidade maior que a genitalidade. Já o homem possui sexualidade
focalizada (genital) com vivência mais objetiva, portanto condizente com a
turbulência do dia a dia. A resposta sexual é formada por quatro fases, e é
importante que todas ocorram para que haja plenitude do ato sexual. A primeira
fase é denominada desejo, que é promovida por estímulos sexuais internos
(fantasias e pensamentos) e externos (tato, olfato, audição, gustação ou visão),
levando a vasocongestão da vulva e vagina. Com permanência do estímulo,
ocorre a segunda fase denominada excitação, onde ocorre aumento do clitóris,
lubrificação vaginal, contrações do assoalho pélvico e alongamento do canal
vaginal. A continuidade do estímulo conduz a terceira fase, o orgasmo, onde
ocorrem contrações rítmicas do assoalho pélvico, pico de prazer, descarga
adrenérgica, aumento da freqüência cardíaca e formação do lago seminal. Em
seqüência do orgasmo ocorre a quarta fase, denominada de resolução, onde as
condições físicas e emocionais do organismo voltam ao estado basal. Quando
ocorre uma incapacidade de completar esse ciclo ocorre a disfunção sexual,
impedindo que o sexo ocorra satisfatoriamente. As disfunções sexuais na
mulher são classificadas como: transtorno do desejo sexual hipoativo –
diminuição ou ausência da libido; transtorno da excitação – excitação
insuficiente e/ou inadequada; transtorno orgásmico - retardo ou ausência
recorrente do orgasmo após uma fase normal de excitação; anorgasmia –
ausência total de orgasmo; dispareunia – dor persistente durante ou após o
intercurso sexual; vaginismo – espasmo involuntário dos músculos que
circundam a vagina, impedindo qualquer penetração. A disponibilidade de
tratamentos para disfunção erétil com intensa exposição da disfunção sexual
masculina aumentou a procura de homens por consulta e tratamento, abrindo
caminho para discussões sobre a sexualidade feminina. Contudo, embora o
tema seja observado com maior freqüência, ainda pouco se conhece sobre
epidemiologia das disfunções sexuais femininas, e poucos são os tratamentos
disponíveis para as mulheres quando comparadas aos homens. A sexualidade

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

692
UNISA - Universidade de Santo Amaro

feminina passa por diferentes processos na linha da vida do indivíduo, como a


puberdade, gestação, climatério e senescência. A gravidez é um período de
transição biológica, caracterizando por mudanças metabólicas complexas. Há
necessidade de novas adaptações, reajustes psicológicos e pessoais, devido
ao estado temporário de equilíbrio emocional instável e as grandes mudanças
envolvidas no aspecto social. A gestação provoca alterações fisiológicas nos
órgãos sexuais femininos que podem interferir na resposta sexual. As mamas
passam a ter maior congestão notadamente nas primigestas, desencadeando
dor nos mamilos e aréolas deixando de se tornarem regiões erógenas. Na fase
orgásmica ocorrem contrações uterinas, com duração de até um minuto, não
apresentando, porém coordenação suficiente para promover a dilatação do
colo. No entanto, as alterações mais comuns, na área sexual, são as
emocionais. As pacientes preocupam-se com a reação do marido a eventuais
recomendações de abstinência, pelo médico. Problemas como a dispareunia,
contrações uterinas dolorosas pós-coito, amniorrexis prematura e o
sangramento são situações em que a abstinência sexual deve ser recomendada
durante o período gestacional. Não foi encontrada associação entre coito, parto
prematuro, rotura prematura de membranas e baixo peso ao nascimento, tão
pouco efeito deletério para o feto considerando o coito um ato seguro no final
da gestação. Na gravidez, a relação sexual necessita de acompanhamento
médico, devido ao fato da gestação ser um período de mudanças físicas e
psicológicas e em conjunto com fatores culturais, sociais, religiosos e
emocionais, podem afetar a sexualidade e impactar a atividade e o
comportamento sexual da gestante. Na gestação cerca de 80% dos casais
permanecem sexualmente ativos, por esta razão existe a necessidade dos
profissionais de saúde fornecerem informações sobre as modificações que os
casais poderão esperar. Para tanto, se faz necessário um maior conhecimento
sobre possíveis queixas ou disfunções sexuais durante a gravidez, justificando
assim pesquisas sobre os hábitos sexuais e questionamentos sobre a sua
prática.

OBJETIVO:
Avaliar a função sexual de mulheres grávidas, comparando mulheres com
menos de 20 semanas de gestação e mulheres com mais de 20 semanas de
gestação.

METODOLOGIA:
Foram avaliadas 32 mulheres com idade média de 26 anos, o estudo foi
aplicado no ambulatório de Obstetrícia do Hospital Escola Wladimir Arruda
(HEWA) no período de agosto a setembro de 2009. Os critérios de inclusão
foram: gestantes com acompanhamento pré-natal, ativas sexualmente, sendo
que a última relação sexual tivesse ocorrido no período máximo de 12 semanas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

693
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antes da data da pesquisa. Não foram incluídas grávidas com algum tipo de
complicação como diabetes, hipertensão, obesidade, gestação de alto risco,
sangramento, pré eclampsia, pacientes inativas sexualmente e com idade fora
da faixa etária citada acima. Não foram incluídas 10 mulheres por apresentarem
risco gestacional. As mulheres foram separadas em dois grupos de acordo com
o período gestacional. O grupo 1 foi composto de 15 mulheres, com período
gestacional inferior a 20 semanas, sendo a média de 12,14 semanas. O grupo 2
foi composto por 17 gestantes com mais de 20 semanas gestacionais, sendo a
média de 32,70 semanas. Foi aplicado o questionário validado de função sexual
feminino QS-F para cada gestante, sendo que foram colhidos dados como
nome, idade, estado civil e freqüência sexual semanal ou mensal. A
composição do questionário é de 10 perguntas, abrangendo elementos
funcionais e emocionais como: pensamentos, lembranças e imaginação sobre
sexo; participação no ato sexual com desejo; estímulo sexual com preliminares;
lubrificação; aumento da excitação com a excitação do parceiro; relaxamento da
vagina durante a penetração; dor durante a penetração; envolvimento sem
distração durante o sexo; presença de orgasmo; desejo de repetir o ato sexual.
A resposta para cada questão é compostas por uma escala gradual de 0 a 5,
sendo 0= nunca; 1= raramente; 2= às vezes; 3= aproximadamente 50% das
vezes; 4= várias vezes; 5= sempre. O escore final é calculado pela soma do
valor das respostas das questões 1,2,3,4,5,6,8,9 e 10, com exceção da questão
7. Nessa questão, o cálculo é realizado com o numero cinco menos o valor da
questão. Esse resultado é somado as outras questões e seu resultado
multiplicado por dois [questão 1 + questão 2 + questão 3 + questão 4 + questão
5 + questão 6 + (5 - questão 7) + questão 8 + questão 9 + questão 10 = x vezes
2]. Os pontos de corte são: 0 a 20 pontos = nulo a ruim; 22 a 40 = ruim a
desfavorável; 42 a 60 = desfavorável a regular; 62 a 80 = regular a bom; 82 a
100 = bom a excelente. Sendo classificado como paciente com disfunção
sexual apenas aqueles com pontuação abaixo de 60. Analise de Resultados:
Todas as gestantes foram informadas sobre o objetivo da aplicação do
questionário, modo de aplicação e destino dos dados colhidos. Havendo a
concordância em responder, assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido segundo protocolo aprovado pela comissão de bioética da UNISA.
Os questionários foram auto-aplicados em um único encontro, independente do
período gestacional. Quando a paciente possuiu algum tipo de impossibilidade
como analfabetismo, deficiência visual ou outros, o questionário foi lido para a
paciente pela pesquisadora. A mesma não influenciou a paciente na escolha da
resposta, nem discutiu as questões, significado destas, nem da escala de
respostas. No caso de dúvida apenas foi relida a questão de forma pausada,
evitando sinônimos às palavras das perguntas feitas a paciente. O questionário
não foi aplicado caso a paciente estivesse com algum acompanhante, para que
se sentisse à vontade e tivesse privacidade em responder todas as questões.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Ao término da pesquisa os resultados foram submetidos ao teste do


quiquadrado com o objetivo de comparar os dois grupos de gestantes quanto a
resposta ao questionário. O período de inicio do trabalho foi de agosto a
setembro de 2009, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNISA
(CEP-UNISA) em 12 de agosto de 2009, através do parecer nº. 044/2009 para
registro CEP UNISA nº. 031/09. Os dados foram analisados e organizados,
passando pela analise estastistica.

RESUMO:
Pode-se notar que não houve diferença significativa entre o grupo 1 e 2 no
resultado final do Quociente de Função Sexual (QS-F) sendo que a media do
grupo 1 foi de 77.6 e do grupo 2 de 79.88, ambos correspondendo ao padrão de
desempenho sexual regular a bom. Podemos observar a média das respostas
das pacientes de acordo com o período gestacional e o resultado do QSF. Os
grupos não apresentaram diferença estatística significante em relação aos
graus de função sexual na gestação. DISCUSSÃO: Como VITIELLO, 1981 a
abstinência sexual deve ser recomendada na gestação apenas quando ocorre
problemas como a dispareunia, contrações uterinas dolorosas pós-coito,
amniorrexis prematura e o sangramento. O estudo comprovou que não existe
disfunção sexual devido ao estado gestacional e sim insegurança pelo fato de
uma terceira pessoa estar envolvida (feto). Muitos homens tem medo de
machucar o bebe no ventre da mãe, ou passam a ter uma visão da
companheira distorcida acreditando que a mulher não deve ser tocada durante
a gestação para proteger a integridade o bebe. Comumente as grávidas não
conversam sobre sexualidade com o medico que acompanha o seu pré natal,
isso pode ser secundário ao curto tempo do atendimento ou por não se
sentirem confortáveis. Em tempos antigos, profissionais da saúde não falavam
sobre sexualidade, intimidando as mulheres a abordar o assunto. Mas a
gravidez e a sexualidade fazem parte da vida de plena satisfação. Segundo
Senkumwong et al, 2006, e Gökyildiz e Beji, 2005, a gestação interefere na vida
sexual das mulheres quando compararam sua satisfação, presença de orgasmo
e freqüência sexual semanal no período pré-gestacional e gestacional. No
presente estudo não foi objetivo avaliar a diferença entre o período pré-
gestacional e durante a gestação, tal dado poderia ter enriquecido-o
grandemente, mostrando o impacto da gestação na qualidade de vida sexual
das mulheres estudadas. Entretanto no presente estudo comparamos mulheres
com período superior e inferior a vinte semanas gestacionais, e pudemos
verificar que apesar de não haver relevância estatística, as mulheres com
período superior a vinte semanas apresentaram melhor função sexual.
Concordando com Senkumwong et al, 2008, que observaram uma discreta
melhora sexual no terceiro trimestre quando comparou 120 mulheres em
diferentes períodos gestacionais. Porém, Gökyildiz e Beji, 2005, discordam

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

695
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desse achado, e observaram que a qualidade de função sexual na gestação vai


diminuindo de acordo com o evoluir da gestação. Segundo Reisdorfer, 2004,
durante a gestação os parceiros precisam de liberdade para discutir suas
respostas sexuais. O desejo de compartilhar as preocupações e a sensibilidade
de um para com o outro podem fortalecer o relacionamento sexual. Os
parceiros que não compreendem as rápidas mudanças fisiológicas e
emocionais da gestação podem ficar confusos com o comportamento do outro.
Conversando sobre as modificações que ocorrem, os casais podem definir os
problemas e, então, receber o apoio necessário. A baixa amostra da pesquisa
interferiu de forma importante nos resultados, algumas dificuldades como
burocracia de pesquisa dentro do hospital, bem como mulheres que não
quiseram participar da pesquisa, ou que foram excluídas contribuíram para essa
dificuldade. Sugerimos mais estudos sobre o assunto incluindo dados como
função sexual pré gestacional, e possivelmente um questionário masculino para
avaliar a função e satisfação não apenas da gestante, mas também do casal,
visto que a satisfação de um interfere na satisfação do outro.

CONCLUSÃO:
A função sexual das mulheres grávidas é de regular a bom, e não há diferença
na função sexual em gestantes com período inferior a vinte semanas
gestacionais e superior a vinte semanas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
SENKUMWONG, et al. The Changes of Sexuality in Thai Women during
Pregnancy.
J Med Assoc Thai Vol. 89 Suppl. 4 2006.

ABDO, Carmita H. N. Ciclo de resposta sexual: menos de meio século de


evolução deum conceito. Associação Paulista de Medicina, Diagnóstico e
Tratamento, ed. 4, v. 10, 2005.

ABDO, Carmita H. N. Elaboração e validação do quociente sexual – versão


feminina: uma escala para avaliar a função sexual da mulher. RBM – Revista
Brasileira de Medicina, v. 63, n. 9, p. 478-79, 2006.

________________________________________________________________
Palavras-chave: Fisioterapia na sexualidade; disfunção sexual na gestação.

Grupo de Pesquisa: Bioética, Saúde Pública e Formação Profissional do


Fisioterapeuta

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AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO MOBILIÁRIO EM POSTOS


ADMINISTRATIVOS
LUCIANO AUGUSTO MADID ROSA(1)

CLAUDIA DIAS OLLAY(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Atualmente, existe uma preocupação maior com as individualidades e
necessidades dos trabalhadores. (1)

Desta forma surge a ergonomia, uma ciência que estuda a adaptação do


trabalho ao homem, propiciando conforto, bem estar físico e mental ao
trabalhador. (2)

O enfoque ergonômico tende a desenvolver postos de trabalho que reduzem as


exigências biomecânicas e cognitivas, procurando colocar o trabalhador em
uma boa postura de trabalho. (2)

A grande variabilidade das dimensões antropométricas da população leva a


dimensionamentos inadequados dos postos de trabalho, provocando esforços
musculares estáticos e movimentos exagerados dos membros superiores,
membros inferiores e o tronco. Posturas inadequadas e alcances forcados
podem provocar dores musculares resultando em queda de produtividade. (4)

Assim o principal objetivo do projeto do posto de trabalho é a perfeita adaptação


das máquinas e equipamentos ao trabalhador, de modo a reduzir as posturas e
movimentos desagradáveis, minimizando as sobrecargas musculares. (4)

Uma ferramenta utilizada pela ergonomia, como já citado, é a antropometria,


que estuda as medidas físicas do corpo humano. (5)

As várias características humanas: raças, etnias, sexo, faixa etária, entre


outros; determinam diferentes medidas antropométricas determinantes para se
projetar qualquer ambiente adequado de trabalho. (2)

Alguns produtos devem ter certas dimensões reguláveis para se adaptar aos
usuários individualmente. Estas regulagens não abrangem o produto como um
todo, mas abrangem apenas algumas variáveis consideradas críticas, como por
exemplo, as cadeiras operacionais que podem ser reguladas quanto à altura do
acento e inclinação do encosto. (2)

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Em geral a mesa possui 74 cm de altura, fato que necessita a realização do


ajuste da altura da cadeira, propiciando um vão livre entre o assento e a mesa,
para acomodar as pernas e permitir sua mobilidade. Este vão deve ter pelo
menos 20 cm. (6)

Desta forma, é proposto um arranjo entre a mesa de 74 cm e a cadeira


regulável, quanto à altura do assento, que deve ser entre 37 e 47 cm,
adicionada de um apoio de pé, também regulável, de 0 a 20 cm de altura. (6)

A angulação entre o assento da cadeira e o encosto deve possibilitar um ajuste


de 90º a 120º. (7)

O tampo da mesa necessita ter espaço suficiente para proporcionar apoio para
os antebraços, durante o uso do teclado e do mouse, e também espaço para
apoio de materiais de consulta. (8)

Ter um suporte, apoio, para os membros superiores, reduz em ate 40% das
atividades musculares, não sobrecarregando estruturas como ombros cotovelos
e punhos. (9)

Para o assento, recomenda-se um assento com largura de 40 cm, e


profundidade útil entre 38 cm a 44 cm, e que deva ter um espaço livre de 15 a
20 cm entre o assento e encosto, um suporte entre as 2ª e 5ª vértebras
lombares, o encosto deve ter entre 35 a 50 cm de altura acima do assento,
entre outras características. (10)

Quanto o ângulo de visão, o mais confortável para pessoas na postura sentada


é de 20º abaixo da linha do horizonte com desvio padrão de +/- 12º traçada a
partir da altura dos olhos. (2)

Desta forma o monitor deve ser regulado com a borda superior na altura dos
olhos do trabalhador.

Quando se fala em ergonomia, outro fator importante é a postura adotada pelo


trabalhador. Postura é um termo geral que é definido como uma posição ou
atitude do corpo ou disposição relativa das partes do corpo para uma atividade
específica, de forma a realizá-la com menor gasto de energia. (13).

Uma mesa muito alta causa abdução e elevação dos ombros, além de uma
postura forçada do pescoço provocando fadiga dos músculos, ombros e
pescoço. (15)

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Um assento muito alto ou longo gera uma pressão na parte inferior das coxas
ou uma pressão na região de foca poplítea, que diminui o retorno venoso,
causando edemas e diminuição do aporte sanguíneo. Já um assento baixo ou
muito curto gera instabilidade do corpo, que aumenta a tensão e a atividade
muscular. (3)

Desta forma, a coxa deve ficar na horizontal com o joelho a noventa graus. Para
isso se necessário utilizar apoio de pé. (7)

Os cotovelos devem ficar na altura da mesa ou 3 cm a cima, a angulação entre


tronco e membros inferiores deve ser ajustada próximo de 100 a 110º. (7)

Nos parágrafos anteriores, demonstrou-se a influência do mobiliário na postura


do trabalhador e as referências de uma postura considerada neutra para
realização das tarefas administrativas, entretanto, como garantir que os
trabalhadores utilizem o mobiliário de forma correta?

Faz-se necessário que os trabalhadores saibam, na teoria e na prática, a forma


correta e como manusear o mobiliário que utilizam, sendo de vital importância o
processo de educação e treinamento. (16).

Em todo e qualquer processo, a educação e em paralelo o treinamento é uma


ferramenta imprescindível, pois sem ela não existe possibilidade de mudança
de hábitos, nem de evolução pessoal. (16).

OBJETIVO:
Desta forma, o objetivo deste trabalho é analisar a utilização de mobiliários de
postos de trabalho ergonomicamente corretos, ou seja, mobiliários que tenham
padrões adequados e possibilitem ajustes individuais, de forma adequada.

E assim, identificar a necessidade e importância de um programa de educação


e treinamento, para garantir a correta utilização do mobiliário administrativo.

METODOLOGIA:
Este estudo foi realizado em uma empresa multinacional onde os postos de
trabalho com computador possuem as seguintes características:

•Mesa em “L” com 160 cm em cada lateral, 60 cm de profundidade e 74 cm de


altura; A mesa possui profundidade na diagonal de 95 cm.
•Cadeira com 5 rodízios, com assento de 46 cm de largura, 44 cm de

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profundidade útil, com ajuste de altura entre 40 a 53 cm e inclinação de -5º a 5º.


Com encosto de 38 cm de altura, 40 cm de largura e possibilidades de ajuste de
altura de 40 a 50 cm em relação ao assento e de ajuste de inclinação de 90º a
120º.
•Um computador do tipo Desk Top com CPU horizontal com altura, largura e
profundidade de 15 x 44 x 38 cm respectivamente, com monitor de 16
polegadas com altura, largura e profundidade de 36 x 40 x 40 cm
respectivamente. O teclado tem 3 x 46 x 20 cm de altura, largura e profundidade
respectivamente.
•A altura da borda superior do monitor até a mesa varia de 44 a 51 cm.
•Apoio para pés com ajustes de 0 a 20 cm de altura, quando necessário.
•Telefone convencional sem Head Phone.
•Gabinete móvel que permanece debaixo da mesa,

Este posto de trabalho seria considerado um posto de trabalho ergonômico, se


o monitor tivesse a possibilidade de ajuste com um suporte independente e
ajuste de altura de assento com maior amplitude, pois possibilitaria um ajuste
correto do mobiliário, proporcionando uma postura adequada para todos os
biótipos de trabalhadores. (4)

Participaram da pesquisa 100 funcionários com as seguintes características:


pertencem ao sexo masculino, estão na faixa etária de 30 – 50 anos, possuem
entre 160 a 180 cm de altura, e utilizam os postos de trabalho descritos acima,
que são considerados ergonômicos para estes funcionários.

Os trabalhadores responderam um questionário sobre informações básicas


para pudéssemos elaborar o perfil dos funcionários avaliados e selecioná-los

A avaliação do trabalhador quanto a utilização do mobiliário, foi realizada


através da observação e preenchimento de um check list enquanto o
trabalhador realizava suas atividades normalmente.

Foi feita uma única avaliação da cada funcionário e todos os funcionários foram
avaliados pelo mesmo avaliador. Este avaliador possui treinamento e levou em
conta os critérios estipulado pelos coordenadores da pesquisa.

Os trabalhadores estavam cientes que seriam avaliados, mas não sabiam o


momento em que seria feita a avaliação. O avaliador permaneceu circulando
pelos setores e avaliou os funcionários de forma que este não percebessem.

O check list foi elaborado levando em conta a possibilidade de ajustes


existentes neste posto de trabalho. A avaliação constituía de verificar a

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adequação ou não do posto de trabalho, conforme critérios descritos abaixo:

Os critérios utilizados para uma adequada utilização dos ajustes foram: altura
de cadeira é igual a altura que possibilita que os cotovelos estejam junto ao
tronco na altura da mesa, angulação de encosto é igual a entre 100º e 110º,
altura do encosto é igual se está apoiando a região lombar, posição do
computador na mesa (profundidade) é igual possibilitando espaço para apoio
dos membros superiores, utilização do apoio de pé quando necessário é igual a
pés com apoio suficiente para não gerar compressão na fossa poplítea e face
póstero-inferior de coxa.

Para análise dos dados obtidos na avaliação, foram estabelecidos os seguinte


parâmetros: para 5 ajustes adequados é igual a excelente, para 4 ajustes
adequados é igual ótimo, para 3 ajustes adequados é igual bom, para 2 ajustes
adequados é igual regular, para 1 ajuste adequado é igual ruim, para 0 ajustes
adequados é igual péssimo.

Os dados foram tabulados para realização da somatória do número de postos


com cada parâmetro, e estabelecer sua percentagem em relação ao total de
postos analisados.

Após cálculos foi analisado quanto a incidência e prevalência de cada


parâmetro estabelecido.

RESUMO:
A altura dos trabalhadores variou de 1,60 metros a 1,80 metros sendo que a
média aritmética é de 1,71 metros com desvio padrão de 5,96.

A idade dos trabalhadores variou de 30 a 50 anos sendo que a media aritmética


é de 39 anos com desvio padrão de 5,45.

Tendo classificado os postos de trabalho de péssimo à excelente, conforme o


número de ajustes adequados obteve-se que 12 % dos postos avaliados foram
classificados como “péssimo”, 24% como “ruim”, 34% “regular”, 17% “bom”,
10% “ótimo” e 3% “excelente”.

Para cada item avaliado (ajustes do posto) obteve-se que para “ajuste da altura
do assento” 31% dos trabalhadores estavam utilizando de forma adequada,
enquanto 69% não adequados; já para ”angulação do encosto” 37% adequado
e 63% não adequados; “altura do encosto” 18% adequados e 82 % não
adequados, “espaço para apoios de membros superiores” 67% adequados e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

701
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33% não adequados.

Referente a “utilização de apoio de pé “ foi obtido que 31% não necessitavam


do equipamento. Para trabalhadores que necessitam de apoio de pé 14%
utilizavam de forma correta, totalizando 45% dos postos adequados para este
item e desta forma, 55% não adequados..

Como o interesse da pesquisa era verificar a importância de educação e


treinamento através da avaliação se os trabalhadores utilizam seus postos de
trabalho de forma correta, independente da idade e altura, não foi realizado
analise quanto à estes dados dos trabalhadores.

A altura do trabalhador apenas foi importante para determinação se o


trabalhador necessita ou não da utilização do apoio de pé, pois segundo tabelas
e estudos, como o monitor, do posto avaliado, pode ser ajustado a uma altura
de 45 a 50cm (terço superior da tela), e a cadeira tem ajuste de altura do
assento de 40 a 52cm, este posto de trabalho está adequado para pessoas de
160 a 181cm de altura, sendo que as pessoas com altura inferior a 170cm,
necessitam de apoio de pé. (17, 18)

Através do resultado obtido da classificação dos postos quanto ao número de


ajustes adequados pode se observar que a maior parte dos trabalhadores, 34%,
encontra-se com apenas dois ajustes adequados, indicando que os
trabalhadores não conhecem os ajustes possíveis no seu posto de trabalho.

Verifica-se uma tendência dos postos estarem com menos ajustes correto do
que com mais ajustes corretos, visto que só 17%, 10% e 3%, totalizando 30%
dos trabalhadores, estão classificados como “bom”, “ótimo” e “excelente”
respectivamente, contra 12 %, 24% e 34%, totalizando 70% dos trabalhadores,
como “péssimo”, “ruim” e “regular”.

Levando em consideração que um posto de trabalho para estar ajustado


corretamente, de forma que o trabalhador mantenha uma postura neutra, com
menos esforços em todas as articulações e segmentos, necessita, que todas as
possibilidades de ajustes estejam adequadas. (11)

Desta forma, apenas 3% dos trabalhadores foram classificados como


“excelente”, com os cinco ajustes adequados, assim, apenas os 3% possuem
conhecimento e consciência de como ajustar seu respectivo posto de trabalho e
que 97% dos trabalhadores, desconhecem ou não ajustam em sua totalidade
seu posto de trabalho, indicando que necessita de orientação ou
conscientização de como ajustar-se.

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Precisamos levar em conta que os trabalhadores sabiam que seriam avaliados,


o que piora ainda mais o quadro descrito acima. Ao saber que seriam avaliados,
a tendenciosa de qualquer ser humano é de se corrigir, tentando acertar sua
postura e posto de trabalho. Se mesmo sabendo da avaliação apenas 3% dos
trabalhadores estavam classificados como excelente, em uma situação
cotidiana, esse número seria menor ou ate igual a zero. E em contra partida, a
porcentagem de trabalhadores classificados como péssimo, ruim e regular seria
maior.

Se analisarmos os resultados obtidos para cada item avaliado (ajustes do


posto) verifica-se que a altura do encosto é o item com maior número de postos
inadequados, 82%, de forma que este é o ajuste que os trabalhadores mais
desconhecem ou não sabem como arrumar.

O item “espaço para membros superiores” é o item com maior número de


postos adequados, 67%, sendo este item o mais ajustado, porém acredita-se
que isso se dá devido ao desejo de aumentar a área de trabalho e não para
possibilitar apoio para os membros superiores, visto que o apoio só estaria
correto se a altura da cadeira estivesse regulada e o que se encontrou é que
apenas 31% dos postos estavam com o item “altura da cadeira” regulada de
forma correta.

Para a analise do item “apoio de pé”, como não podemos garantir que os
trabalhadores que não necessitavam de apoio estavam conscientes de que não
precisavam, estes foram excluídos da analise, de forma que para este item a
amostra analisada passou a ser uma amostra reduzida com 69 trabalhadores,
obtendo 20% dos trabalhadores adequados e 80% inadequados, como
demonstrado na figura 4.

Desta forma, verifica-se que 80% dos trabalhadores utilizam o apoio de pé de


forma inadequada e, embora tenham solicitado o apoio de pé dando a devida
importância ao mesmo, não sabem utilizá-lo de forma correta.

Através da análise dos dados acima, verificasse que a maioria dos


trabalhadores, ou sua totalidade, embora possuam postos de trabalho com
possibilidade de ajustes e assim proporcionando uma postura correta de
trabalho, estes não se preocupam, ou não sabem como se ajustar.

A falta de interesse e preocupação em ajustar o posto de trabalho pode ser


decorrente do nível de estresse e quantidade de trabalho decorrente das
exigências dos tempos modernos (2, 4)

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Se levarmos em conta que os trabalhadores se preocupem com a postura de


trabalho, pode-se afirmar que os trabalhadores não sabem a forma correta ou a
forma de manusear os ajustes existentes em seu posto de trabalho. (2, 4)

Desta forma, a empresa, ou empregador, deve solicitar e lembra-los da


importância de ajustar o posto de trabalho, além de fornecer e treinar os
funcionários quanto a utilização do mobiliário e a forma correta de ajustes.

Para melhor determinar qual fator é o principal fator de se encontrar postos de


trabalho não ajustados, é preciso desenvolver mais pesquisas, utilizando de
outros métodos como comparação de grupos, antes e após treinamento, entre
outros.

Dessa forma, se tornará possível determinar qual a melhor atuação das


empresas e empregadores, para garantir uma boa condição ergonômica e um
bom ajuste dos postos de trabalho administrativos para seus funcionários.

CONCLUSÃO:
Embora os trabalhadores tenham postos de trabalho com total possibilidade de
ajuste, estes não o utilizam de forma correta.

Isso ocorre, entre outras possibilidades, devido à falta de conhecimento da


postura correta, de como manusear o mobiliário e/ou a falta de conscientização
da importância de uma boa postura de trabalho.

É importante o desenvolvimento de novos estudos para identificação do real


motivo da não utilização correta dos postos de trabalho, possibilitando assim
uma intervenção precisa junto aos trabalhadores.

Entretanto, concluímos assim que é necessário e importante que as empresas


se conscientizem da necessidade de investir em programas de educação e
treinamento para seus trabalhadores proporcionando um melhor
desenvolvimento de suas tarefas e promover, assim, uma medida de prevenção
de distúrbios osteomusculares.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. SÁ, Sergio Antonio Alves de e FONSECA, Gilberto do Nascimento,
Ergonomia, a grande aliada, Pirapora, MG, 2005.

2. IIDA, Itiro, Ergonomia: Projeto e Produção – 2ª edição ver e ampliada – São

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Paulo: Edgard Blücher, 2005

3. COUTO, H.A. Ergonomia aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina


humana voI. 1. Belo Horizonte: Ergo, 1995. 353 p.

5. PANERO, J. e ZELNICK, M. Dimensionamento humano para espaços


internos. Barcelona: Gustavo Gili, 2002, 320 p.

6. REDGROVE, J. Fitting the job to the woman: a critical review. Applied


Ergonomics. v.lO, nA, p. 215¬223,1979.

7. CARTER, J.B. e BANISTER, E.W. Muskuloskeletal problems in VDT work: a


review. Ergonomics. v.37, n.10, p. 1623-1648, 1994.

8. KARLQUIST, L. A process for the development, specification and evaluation


of VDU work tables. Applied ergonomies. V. 29, n.6, p. 423-432. 1998.

9. FENG, Y., GROOTEN, W, WRETENBERG, P. e ARBORELIUS, U.P. Effects


of arm support on shoulder and arm muscle activity during sedentary work.
Ergonomics. V40, n.8, p. 834-848, 1997.

10. Associação de Normas Técnicas, Coletâneas de normas de moveis para


escrito, Rio de janeiro: ABNT, 1998

11. GRANDGEAN, E. e HUTINGER,W. Ergonomics of posture – review of


various problem of standing and sitting posture. Applied ergonomics. V.8, n.3,
p.135-140. 1977.

13. SMITH, L.K., WEISS, E.L., LEHMKUHL, L.D., Cinesiologia clínica de


Brunnstrom, Editora Manole, 5a ed.,São Paulo, 1997, p. 461

15. CHAFFIN, D.B., ANDERSON, G.B.J. e MARTIN, B.J., Biomecânica


ocupacional. Belo Horizonte: Ergo, 2001, 579 p.

16. ARANHA, Maria Lucia de arruda historia da educação, Editora Moderna, 2a


edição, São Paulo, p. 14-15, 1996

17. Tabela de distribuição antropométrica de partes do corpo da INT (Instituo


Nacional de Tecnologia do ministério da ciência e tecnologia)

18. “Antroprojeto” (estimativa de comprimento de partes do corpo assentado em


função da estatura) da Universidade Federal Juiz de Fora, departamento de

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engenharia de produção.

________________________________________________________________
nada consta

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Avaliação de Feridas na prática clínica do enfermeiro


ADRIANA GIMENEZ GARCIA(1)

LUCILENE COELHO SOUZA TERRENGUI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A pele é o maior órgão do corpo, indispensável para a vida humana e
fundamental para o perfeito funcionamento fisiológico do organismo. Como
qualquer outro órgão, está sujeito a sofrer agressões oriundas de fatores
patológicos intrínsecos e extrínsecos que irão causar o desenvolvimento de
alterações na sua constituição como, por exemplo, as feridas cutâneas,
podendo levar à sua incapacidade funcional1.
O organismo humano procura restabelecer a quantidade de tecido cutâneo
mucoso agredido, iniciando o processo de cicatrização imediatamente após a
instalação de uma lesão3.
As tentativas humanas de intervir no processo de cicatrização das feridas
acidentais ou provocadas intencionalmente, como parte da realização de
procedimentos, remontam à antiguidade demonstrando que desde então já se
conhecia a importância de protegê-las de forma a evitar que se complicassem
em danos locais ou gerais para o paciente4. Atualmente podemos constatar o
domínio
da enfermagem nesta área do cuidado humano5. O enfermeiro, sendo um dos
responsáveis pelos cuidados ao paciente portador de ferida, vem buscando
estratégias de prevenção, avaliação e tratamento para o controle e abordagem
desta1.
De fato é fundamental na avaliação da pessoa com ferimento crônico, observar
as características socioculturais e clínicas que interferem no processo de
cicatrização6.
Devem-se considerar aspectos envolvidos com o ambiente terapêutico,
condições físicas, e sociais do paciente para aderência ao tratamento,
condições da ferida e possibilidades de curativos para ajudar no processo de
cicatrização. Fatores importantes na avaliação de feridas que foram abordados
neste trabalho.

OBJETIVO:
Descrever a avaliação de feridas na prática do enfermeiro

METODOLOGIA:
Realizou-se pesquisa bibliográfica nas bases de dados LILACS e BEDENF,
utilizando os descritores: Avaliação de Feridas, Enfermagem, Tratamento de
Feridas e curativos, num recorte temporal dos últimos 10 anos. Foram

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selecionados 8 artigos científicos, utilizados 2 Livros referentes ao tema


estudado e 1 Protocolo de Curativos utilizado na rede Municipal de Saúde de
São Paulo.

RESUMO:
A descrição precisa das características das feridas depende da habilidade do
observador em reconhecer as fases do processo de cicatrização e dos fatores
que nele podem interferir. A diferença de conhecimento que existe entre os
profissionais que realizam essa prática pode ocasionar interpretações
variadas7.
A avaliação de feridas realizada por enfermeiros é de grande importância para
definição e escolha da cobertura a ser utilizada. Este é um processo complexo
e dinâmico que ora passaremos a descrever em três passos a saber:

Passo 1: Avaliação do Paciente de Maneira Holística


A avaliação global, sistematizada e interdisciplinar do indivíduo permite a
detecção de condições ou “co-fatores”, locais ou sistêmicos, que influenciam
tanto no potencial para o desenvolvimento de lesões, como no retardo na
cicatrização, aparecimento de complicações bioquímicas anormais ou
inadequadas6.
Os principais fatores sistêmicos envolvidos no retardo da cicatrização são:
idade, nutrição, vascularização, oxigenação e perfusão tissular, doenças
crônicas, estresse, infecção, tabagismo, uso de algumas drogas, presença de
corpos estranhos na ferida e fatores mecânicos6. Com o avanço da idade a
produção de colágeno diminui, dificultando assim a cicatrização.
Deve-se considerar ainda neste primeiro passo que o processo cicatricial está
diretamente relacionado com o estado nutricional do indivíduo, uma vez que
diversos nutrientes participam da formação de novos tecidos. A reparação e
reconstrução tecidual necessitam de quantidades adequadas de energia,
proteínas, vitaminas e minerais, para alimentar os seus mecanismos
fisiológicos. Frequentemente observam-se orientações nutricionais errôneas
que acabam por prejudicar a cicatrização, já que suspendem alimentos
importantes nesse processo6.
Deve-se considerar que o tratamento de uma ferida é afetado pelas
circunstâncias de vida do paciente. A flexibilidade pode ser importante para o
paciente com uma ferida crônica que precisa retornar ao trabalho2.
Considera-se também no primeiro passo da avaliação do paciente de maneira
holística, que nem todos os produtos para tratamento de feridas estão à
disposição da comunidade. As enfermeiras hospitalares devem garantir que o
produto selecionado continue a ser usado em casa depois da alta 2.

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Passo 2:Avaliação do Aspecto Geral da Ferida

Neste segundo passo verificam-se pontos importantes na identificação de uma


lesão abordados a seguir e identificados na Figura 1 deste trabalho.

Figura 1: Avaliação de feridas segundo causa, tipo de lesão, comprimento, leito


da ferida, bordas, exsudato, odor e pele perilesional.

CAUSA TIPO DE LESÃO CxLxP LEITO DA FERIDA


*Cirúrgica: Agudas(ex.incisão
excisão, enxerto);
Crônicas(ex: deiscência,ferida cirúrgica infectada)
*Não Cirúrgica: Agudas (ex: queimadura,abrasão,esfola-dura, laceração);
Crônicas: (ex.: úlceras de pressão)

*Abrasão/Laceração
*Contusa
*Queimadura
*Venosa
*Arterial
*Pressão
*Neuropática
*Outras (descrever) *C=comprimento
*L=largura
*P=profundidade

Obs:Fazer o decalque da ferida. Medir a profundidade *Epitalizado(róseo)


*Granulação(vermelho)
* Desvitalizado:seco ou úmido
ex:esfacelo(amarelo)/
necrose(negro, marrom,cinza)/escara
*Espaço morto:
túnel/fístula/cavidade

BORDAS EXSUDATO ODOR PELE PERILESIONAL


* Regular/Irregular
* Contraída/Rósea
*Esbranquiçada
*Hiperemiada

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*Macerada
*Hiperqueratosa Tipo Quantidade *N(nenhum)
*C(característica)
*N(fétido)
*N(pútrido) *Normal(hidratada, cor e temp.bons)
* Desidratada, seca, descamativa, pruriginosa.
*Cor:eczema,
hiperpigmentada,
escura
*Temperatura: fria,quente
*Inflamada:edema,hiperemia,enduração, flutuação, creptação,escoriações.
*Seroso(claro)
*Sanguinolento
*Serosanguinolento
*Purulento
*Nenhum
*Piossanguinolento * 0 (nenhum)
* + (Pouco)
*++ (moderado)
* +++ (intenso)
*++++(abundante)
Fonte: Protocolo de Curativos SMS/PMSP8

A. Quanto à Causa ou Etiologia:


- Acidental ou traumática: quando ocorre de maneira imprevista por objetos
cortantes, contundentes, perfurantes, lacerantes, inoculação de venenos,
mordeduras e queimaduras em geral.
- Intencional ou Cirúrgica: quando é realizada de acordo com um fim
terapêutico proposto3. São feridas agudas intencionais. Podem cicatrizar por
primeira intenção, caso em que as bordas da pele são mantidas próximas.
Suturas, grampos ou fitas são usados2.

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- Patológicas: São lesões secundárias a uma determinada doença de base.


- Iatrogênicas: são feridas resultantes de procedimentos ou tratamentos.
- Fatores causais externos: são feridas resultantes de pressão contínua
exercida pelo peso do corpo, fricção, cisalhamento e umidade, como as úlceras
por pressão3.

B. Tipos de Feridas
- Feridas mecânicas: São feridas traumáticas, causadas por traumatismos
externos, cortante ou penetrante, isto inclui, entre outras, as abrasões,
esmagamentos e cortes3.
- Feridas laceradas: São feridas que apresentam margens irregulares, como
as produzidas por caco de vidro ou arame farpado3.
- Feridas químicas: São feridas causadas pela ação de ácidos ou bases muito
fortes e alguns sais e gases, como gás lacrimogênio e ácido hidroclorídrico3.
- Feridas por radiação: São feridas causadas pela longa exposição a raios
solares, raios X ou outro tipo de radiação3.
- Feridas incisas: São feridas produzidas por um instrumento cortante, como
por exemplo as feridas cirúrgicas3.
- Feridas contusas: São feridas produzidas por ação contundente de objetos
rombos. Caracterizam-se por traumatismo das partes moles, hemorragias e
edema3.
- Úlcera arterial: Ferida crônica nas pernas, procedente de lesão das artérias,
por doença vascular periférica (DVP)3.
- Úlcera por pressão: Área de necrose tecidual que se desenvolve quando o
tecido é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por
longo período de tempo3.
- Úlcera venosa: Ferida crônica nas pernas, freqüente em idosos acima de 65
anos, portadores de insuficiência venosa crônica. As úlceras venosas ficam
localizadas nos membros inferiores, preferencialmente na região maleolar
interna, podendo ser desencadeadas por traumas ou infecções3.
- Úlceras vasculogênicas: São feridas crônicas de origem vascular como as
úlceras venosas e arteriais, provenientes de distúrbios circulatórios3.
- Feridas vasculogênicas pé- diabético: Ferida crônica dos pés, resultante de
complicações da diabetes, como neuropatia diabética e doença vascular
periférica3.
- Queimaduras: Produzem lesão por coagulação das proteínas celulares,
sendo decorrentes de processos de contato com calor, eletricidade e
congelamento3.
- Fístulas: Trajeto anormal que conecta superfícies podendo ser causadas por
infecção, traumas, etc3.

C. Formato e tamanho da Ferida

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O formato e o tamanho de uma ferida se alteram durante o processo de


cicatrização. Nos estágios iniciais, à medida que se removem os tecidos
necróticos e/ou esfacelos, a ferida parece aumentar de tamanho. Isso ocorre
porque a real extensão da ferida estava mascarada pelo tecido necrótico.
Registros acurados contendo dados sobre tamanho, profundidade, são
essenciais para monitorar a sua evolução2.

D. Aparência da Ferida
A aparência de uma ferida da indicação do estágio de cicatrização alcançado
ou de qualquer complicação que possa estar presente. Feridas abertas ou
feridas que cicatrizam por segunda intenção podem ser classificadas como:
- Com necrose
- Com infecção
- Com esfacelos
- Com tecido de granulação
- Com tecido de epitelização2
Antes de avaliar uma ferida, a enfermeira deve se assegurar de que todos os
resíduos da cobertura anterior foram removidos. Muitos curativos modernos
formam um gel que da uma impressão errônea da ferida se não for totalmente
removido2.
- Feridas Necróticas: Uma área de tecido que se torne isquêmica por qualquer
período de tempo morrerá. Essa área forma uma escara ou crosta necrótica,
com cor preta ou marrom. Pode estar presente algum tecido necrótico sob a
forma de uma crosta espessa, marrom, cinzenta ou esbranquiçada. Ao avaliar
tais feridas, é importante lembrar que elas podem ser mais extensas do que
aparentam2.
- Feridas Infectadas: Os sinais clínicos da infecção podem ser observados. Eles
variam levemente de acordo com a bactéria causadora da Infecção. Em geral
há eritema ou vermelhidão localizado que pode estar restrito a uma parte da
ferida. Costuma haver forte exsudação quando o corpo envia mais neutrófilos e
macrófagos para a área afetada como se tentasse lavar a ferida. O exsudato
pode ter cheiro repugnante e ser o primeiro indício de infecção2.
- Feridas com esfacelos: O esfacelo típico tem cor branco-amarela. É
encontrado com mais freqüência na forma de “fragmentos” sobre a superfície
da ferida, embora possa cobrir grandes áreas da ferida. O esfacelo é composto
de células mortas que se acumularam no exsudato. Pode estar relacionado com
o final do estágio inflamatório do processo de cicatrização. Os neutrófilos têm
vida breve e morrem antes de poderem ser removidos. Dado o ambiente correto
para a cicatrização, os macrófagos geralmente são capazes de remover a
crosta, que desaparece com o processo de cicatrização2.
- Feridas com tecido de granulação: O tecido de granulação está relacionado
com o estágio de restauração tissular. A cor da ferida é vermelha. A

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extremidade dos laços capilares faz a superfície da ferida parecer granular, daí
seu nome2.
- Feridas com tecido de epitelização: A medida que o epitélio nas bordas da
ferida começa a se dividir rapidamente, as bordas se erguem um pouco e
adquirem cor rosa-azulada. Quando o epitélio se espalha pela superfície da
ferida, as bordas se achatam. O novo tecido epitelial tem cor branca-rosada2.
A epitelização é causada pela perda do contato celular sobre a lesão, e suas
principais características são a migração e a divisão mitótica das células basais.
Inicia-se nas bordas da ferida3.

E. Quantidade de Exsudato na Ferida


A quantidade de exsudato na ferida varia durante o processo de cicatrização.
Há considerável exsudação no estágio inflamatório, citado anteriormente, e
pouquíssima quantidade na epitelização. Exsudação copiosa pode indicar um
prolongado estágio inflamatório ou infecção. Também afeta a seleção do
curativo, tornando talvez necessário um curativo bem absorvente. Pode ocorrer
maceração da pele circundante se for usado um curativo que não seja
suficientemente absorvente para o nível de exsudação2.

Passo 3: Escolha do Curativo


Embora a reparação tecidual seja um processo sistêmico, é necessário
favorecer condições locais através de terapia tópica adequada para viabilizar o
processo fisiológico9.
Curativo é a proteção da lesão ou ferida, contra a ação de agentes externos
físicos, mecânicos ou biológicos. É um meio que consiste na limpeza e
aplicação de uma cobertura estéril em uma ferida, quando necessário, com
finalidade de promover a rápida cicatrização e prevenir contaminação e
infecção. A cicatrização da ferida consiste na restauração da perda de
continuidade3.
Os curativos descritos na Figura 2 tem por objetivo abordar alguns curativos
indicados segundo estágio e tecido de cicatrização.
Os principais objetivos do melhor curativo são: Tratar e prevenir infecções,
eliminar os fatores desfavoráveis que retardam a cicatrização, diminuir a
incidência de infecções cruzadas6.

Produtos utilizados no tratamento de feridas segundo fase de cicatrização da


ferida e Indicações.

A. Hidrocolóide
Os hidrocolóides são curativos que podem ser apresentados em forma de

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placa, pasta, gel e grânulos.


Composição: O hidrocolóide em placa é um curativo sintético derivado da
celulose natural, que contém partículas hidrofílicas que formam uma placa
elástica auto-adesiva. A sua face externa contém uma película de poliuretano
semipermeável não aderente. A camada de poliuretano proporciona uma
barreira protetora contra bactérias e outros contaminantes externos.
Mecanismo de Ação: as partículas de celulose expandem-se ao absorver
líquidos e criam um ambiente úmido que permite às células do microambiente
da ferida fornecer um desbridamento autolítico. Esta condição estimula o
crescimento de novos vasos, tecido de granulação e protege as terminações
nervosas. Ele mantém o ambiente úmido, enquanto protege as células de
traumas, da contaminação bacteriana, e mantém também o isolamento térmico.
Indicação: em úlceras com pequena ou moderada quantidade de secreção,
úlceras de pressão, traumáticas, úlceras venosas, e em áreas necróticas
ressecadas conhecidas com o nome popular de escaras.
Contra-indicação: em casos de infecção principalmente por anaeróbicos, uma
vez que esses produtos são impermeáveis ao oxigênio e não podem ser usados
em
Vantagens: protege o tecido de granulação e epitelização de ressecamento e
trauma, liquefaz o tecido necrótico por autólise, absorve quantidade moderada
de secreção, adere a superfícies irregulares do corpo e possui a capacidade de
moldar-se, não necessitando do uso de curativo secundário; não permite a
entrada de água durante a higiene fornecendo uma barreira efetiva contra
bactérias; auxilia na contenção do odor, reduz a dor. Tanto o doente como sua
família podem aplicá-lo facilmente10.

B. Alginatos
Composição: Os alginatos são polissacarídeos derivados do ácido algínico, que
por sua vez é obtido principalmente, de algas marinhas da espécie Laminaria. É
utilizado há algumas décadas devido a suas propriedades hemostáticas.
Indicação: São indicados para feridas exsudativas, uma vez que o exsudato é
necessário para transformar o alginato em gel. Também são utilizados para o
tratamento de feridas de espessura total, como deiscência de ferida cirúrgica,
úlceras, etc.
Modo de usar: É de fácil aplicação, tem duas apresentações, em placa ou fita.
Pode ser repartido para se moldar ao tamanho da ferida, porém deve ser bem
avaliado quanto sua indicação por ter custo elevado. É classificado como
cobertura primária, sendo necessária uma cobertura secundária. O alginato
precisa ser trocado apenas quando estiver bem saturado.
Observação: O gel emite um odor forte e tem aparência purulenta que não deve
ser confundido com infecção10.

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C. Hidrogel
Composição: Curativo hidroativo, industrializado sob forma de placa de gel
transparente, incolor, composto por 77,7% de água, 20% de propilenoglicol e
2,3% de carboximetilcelulose.
Indicação: É indicado para a remoção de crostas e tecidos desvitalizados e
necrosados de feridas abertas por meio de desbridamento autolítico.
Modo de uso: Deve ser trocado de 24 a 72 horas.
Contra-Indicação: É contra-indicado para pele íntegra e incisões cirúrgicas
fechadas3.

D. Espuma de poliuretano com prata


Composição: espuma com poliuretano com prata, proporciona meio úmido,
favorecendo cicatrização; a prata dispersa na estrutura da espuma é
dispensada no leito da ferida quando em contato com o exsudato e é contínua
quanto à medida que a cobertura é mantida. Pode causar coloração escura no
leito da ferida.
Indicação: Este produto é indicado para ferida com moderada a intensa
exsudação, com ou sem infecção, prioritariamente com infecção. Pode ser
usada em feridas que possuam ou não tecido necrótico, queimaduras de 2°ou
3° Grau e feridas estagnadas.
Modo de uso: A forma de aplicação desse produto deve ser diretamente sobre a
ferida com o lado liso e sem impressão para baixo de forma que ultrapasse a
borda da ferida em pelo menos 2 cm em toda sua extensão.
A troca deve ser realizada quando houver saturação da cobertura, provocando
extravasamento do exsudato, não ultrapassando a 7 dias após a aplicação. Não
necessita de cobertura secundária.
Contra-Indicação: Não deve ser utilizado em pacientes com sensibilidade à
prata. Não deve ser utilizado com soluções de hipoclorito ou peróxido de
hidrogênio, pois ocorre inativação da prata11.

E. Carvão Ativado
Composição: Possui uma cobertura composta de uma almofada contendo um
tecido de carvão ativado, cuja superfície é impregnada com prata, que exerce
uma atividade bactericida, reduzindo o número de bactérias presentes na
úlcera, principalmente as gram-negativas.
Mecanismo de ação: possui um alto grau de absorção e eliminação de odor das
úlceras. O tecido de carvão ativado remove e retém as moléculas do exsudato e
as bactérias, exercendo o efeito de limpeza. A prata exerce função bactericida,
complementando a ação do carvão, o que estimula granulação e aumenta a
velocidade da cicatrização 10.
Indicação: em úlceras exsudativas infectadas, com odores acentuados, em
fístulas e gangrenas.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

715
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Observação: nas úlceras pouco exsudativas e nos casos de exposição


osteotendinosa, deve ser utilizado com restrições, devido à possibilidade de
ressecamento do local da lesão10.

CONCLUSÃO:
Os estudos mostram que a prática do cuidado de feridas tem sido aprimorada
com o passar dos anos. Hoje as opções de materiais de curativos e propostas
no cuidado de feridas são múltiplas, ajudando na escolha do melhor tratamento.
Com o passar dos anos o profissional enfermeiro tem acompanhado as
mudanças do mercado, mediante aprimoramento no cuidado das mesmas.
O aprimoramento na Avaliação de Feridas deve ser uma busca contínua dos
Enfermeiros como profissional referência no cuidado das mesmas.
Fatores relacionados com o paciente, condições de vida, estado geral da ferida
e possibilidades de tratamento, ajudarão o enfermeiro no direcionamento de
uma avaliação eficiente para um tratamento eficaz.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
3. Geovanini T, Oliveira Junior AG, Silva Palermo TC da. Manual de Curativos.
Editora Corpus. São Paulo. 2007

6. Brêtas ACP, Gamba MA. Enfermagem e Saúde do Adulto. Editora Manole.


Baruerí SP. 2006.

2. Dealey C. Cuidando de Feridas: um guia prático para as enfermeiras.


2°Ed.São Paulo, Atheneu. 2001

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

716
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Observação: As demais referencias estão no trabalho completo

________________________________________________________________
1 Graduanda em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade
de Santo Amaro (UNISA), São Paulo – SP. Rua Prof. Enéas de Siqueira Neto,
720ª – Jd. Das Imbuias – São Paulo, SP – 04829-300 –
gimenezg.adriana@gmail.com
2Profª Mestre em Saúde Materno-Infantil, Especialista em Enfermagem
Obstétrica, Profª da disciplina de Estagio Curricular/Saúde Coletiva da
Faculdade de Enfermagem UNISA. lulucilene@terra.com.br

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

avaliação do nivel de estresse em operadores de telemarketing.


GEORGIA RAYMUNDO(1)

CLAUDIA DIAS OLLAY(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Na sociedade atual, os trabalhadores são constantemente forçados a se
adaptarem às novas tecnologias, na tentativa de se atualizarem perante um
mercado de trabalho cada vez mais restritivo e competitivo e garantir assim a
sua empregabilidade (SANTOS et al., 2005).
Com isso há o aumento da carga de trabalho, responsabilidade, complexidades
e redução de direitos adquiridos pelo trabalhador (SINTRATEL, 2001).
Uma série de aspectos de situação de trabalho e extra trabalho podem atuar de
forma conjunta no desencadeamento de transtornos mentais (GLINA et al.,
2001). Grandes pesquisadores sobre estresse foram Walter Cannon (1929) e
Hans Selye (1936, 1976), que através de suas pesquisas descobriu-se que o
organismo se adapta ao estresse dando o nome de síndrome de adaptação
geral (GAS= General Adaptation Syndrome). Sendo constituída por três fases (I-
Alarme, II- Resistência, III – Exaustão) (Walter Cannon (1929), Hans Selye
(1936, 1976) apud MYERS, 1998). E mais recentemente foi descoberta mais
uma fase por Marilda E. N. Lipp que seria a fase de quase exaustão.
As grandes empresas estão buscando a prevenção e o tratamento dos efeitos
negativos do estresse, utilizando questionários para medir o nível de estresse
dos trabalhadores (PUSTIGLIONE et al., 1999). Se esse fato for ignorado, os
resultados refletirão no descontentamento do trabalhador, aumento do número
de absenteísmo, custos maiores com tratamentos, diminuição da produtividade,
inabilidades e até morte prematura dos indivíduos (SINTRATEL, 2001)
Com isso, esta pesquisa visa identificar, através de um questionário específico,
a fase de estresse que os operadores de telemarketing de uma empresa de
São Paulo encontram-se, para assim depois de diagnosticado alguma
alteração, ressaltar a importância de uma intervenção na saúde dos
operadores.
Nota-se que cada vez mais a prevenção vem tomando lugar na vida das
pessoas e das empresas seja pelo fato de que é mais trabalhoso lidar com a
doença e a incapacidade, como também por sentirem a necessidade da
informação e da conscientização em busca da qualidade de vida. (MIYAMOTO,
et a.l., 1999).
A fisioterapia é, com certeza, um contribuidor em potencial nesse processo tão
antigo, mas ao mesmo tempo tão atual, que é a prevenção (MIYAMOTO, et a.l.,
1999). Nasce então, a fisioterapia do trabalho, que, busca promover ações
terapêuticas preventivas a instalações de processos que levam a incapacidade

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

funcional no trabalho, e o tratamento desses distúrbios osteomusculares


relacionados ao trabalho, além de analisar os fatores ambientais, contributivos
ao conhecimento de distúrbios funcionais laborativos. Como ferramentas
necessárias para conseguir alcançar tais objetivos temos, a Ginástica Laboral,
Programa de Orientação ergonômica músculo-articular (COFITTO, 2005),
análises ergonômica, antropométrica, organizacional e o fisioterapeuta do
trabalho pode também criar; organizar e, ou participar de palestras informativas
e preventivas sobre doenças (NUNES et al., 2003).
Dentre varias profissões uma delas que precisam de uma intervenção
fisioterápica é a profissão de operador de telemarketing, pois teve um enorme
crescimento nos últimos 20 anos e a perspectiva é de que continue crescendo,
mas em um ritmo menos acelerado (SINTRATEL, 2001). Os meios de trabalho
são semelhantes ao de um trabalho de escritório. Usam telefone (head-fone) e
computadores que são acoplados a um banco de dados, em bancadas com
vários operadores sentados um ao lado do outro e um em frente do outro, em
salas fechadas e climatizadas (SINTRATEL, 2001). A profissão pode ser
dividida em ativa ou receptiva, ou ser uma combinação de ambas (SINTRATEL,
2001).
Esses trabalhos complexos com operações interativas do computador-telefone
envolvem movimentos repetitivos, posturas fixas, necessidades para
habilidades interpessoais, monitoração elevada das demandas da
produtividade, a indireta e a direta do desempenho, da responsabilidade e do
treinamento a longo prazo (FERREIRA et.al, 2002) As exigências físicas
recaem sobre o sistema osteomuscular, mais precisamente sobre os membros
superiores, pescoço e coluna (SINTRATEL, 2001). Enquanto que problemas de
origem emocional de longa duração podem levar a sérias desordens orgânicas
associadas a mudanças físicas, que são chamadas psicossomáticas,
profundamente ligadas ao estresse. Quando nossos recursos fisiológicos
esgotam e o estresse passa a ser acumulativo o indivíduo torna-se candidato a
enfermidades (BAUK, 1985).
Devido às exigências e decorrência dos conteúdos de trabalho, e precariedade
de suas relações com clientes e supervisores, temos o estresse ocupacional
(por ser um distúrbio relacionado à organização de trabalho) (MURTA, 2004).
Pode afetar a satisfação, o desempenho e produtividade do empregado. E isso
gera custos para as empresas, pois está interligado a salário, estilo de
supervisão, inter-relações, condições físicas e segurança no ambiente de
trabalho (PUSTIGLIONE et al., 1999).
Entende-se então que o estresse psíquico pode ocasionar alguns distúrbios
músculos esqueléticos, devido às exigências e inadequações dos fatores
ambientais, organizacionais e humanos do ambiente de trabalho. Como,
quando o operador encontra-se tenso, sob uma condição de estresse, os
músculos ficam prontos para reagir. Com isso, decorre uma dificuldade em

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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relaxar e provoca-se dor (FEIX et al., 1998).

OBJETIVO:
Avaliar e identificar as fases de estresse em operadores de Telemarketing de
uma empresa privada do ramo de cosméticos.
Consistem em verificar quais são as fases de estresse na amostra selecionada
e sua influencia em dores e desconfortos corporais apontados em avaliação
específica pelos operadores de Telemarketing.

METODOLOGIA:
Para o êxito dessa pesquisa foi realizado um estudo bibliográfico e de campo.
Esse estudo de campo, que pode ser definido como exploratório (já que tem
como propósito avaliar e identificar o estresse em operadores), foi realizado em
uma empresa que já atua no mercado há 24 anos e é responsável pela
fabricação de cosméticos. Seu sistema de venda se baseia no revendedor
autônomo que faz o pedido do cliente, que recebe os produtos em casa. Esse
sistema se encontra ativo há seis meses, desde sua implantação.
Esse trabalho foi baseado em artigos e livros pesquisados nas Bibliotecas de
Saúde Publica e da Faculdade Unisa (Campus I e II) e pesquisado em alguns
sites da internet, como, Bireme, Lilacs, Scielo, Google e Yahoo.
Amostra é composta por 30 operadores de Telemarketing em atuação, 17 no
período matutino (8h às 14h) e 13 no período vespertino (14h às 20h), seis dias
trabalhados por semana. Porém no dia da pesquisa (12 de Setembro de 2006),
foram excluídos do estudo os que haviam faltado nesse dia.
Os operadores são organizados em ilhas, cada uma contendo quatro posições.
Elas se encontram instaladas na sala, cujo espaço é pequeno, e sem uma
ergonomia adequada (como por exemplo, a altura da cadeira abaixo do ideal;
sem apoio para o monitor, não atingindo assim, a altura dos olhos do operador,
entre outros). As estruturas físicas destinadas ao descanso e à convivência

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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social na empresa não se encontram adequadas para atenderem aos


operadores. A empresa se encontra em um período de mudanças e crise, não
sabendo ao certo se mudará de endereço.
Os operadores de Telemarketing são subordinados aos supervisores e a
empresa possui um sistema de que a cada fim de ciclo ocorra um novo
treinamento com eles. Esses ciclos são ciclos promocionais em relação ao seu
produto. Os trabalhadores sempre são bonificados, individualmente, quando
conseguem atingir metas estipuladas pelos supervisores. Existe um supervisor
para cada turno.
Todos os dias é realizada a Ginástica Laboral Preparatória (no inicio da jornada
de trabalho). Um fisioterapeuta responsável passa uma série de exercícios, uma
vez por mês, a dois operadores. Esses são encarregados em estar liderando o
exercício para seus colegas.
Para a pesquisa foi utilizado o Inventario de Sintomas de Stress para Adultos
de Lipp (ISSL) (Anexo 1), que visa identificar de modo objetivo a sintomatologia
que o paciente apresenta, avaliando se este possui sintomas de stress, o tipo
de sintoma existente (se somático ou psicológico) e a fase que se encontra. É
um modelo quadrifásico que se baseou num modelo trifásico de Selye (1984),
com relação aos efeitos do stress que se manifestam tanto na área somática
como na cognitiva, aparecendo em seqüência e gradação de seriedade à
medida que suas fases do stress se agravam. Na primeira fase, a do Alerta, que
é essencial para a preservação da vida, o organismo se prepara para a reação
de luta ou fuga. Se o stress continua presente por um tempo indeterminado a
fase de resistência é iniciada, pois o organismo esta tentando se adaptar a uma
homeostase interna. Nessa fase, os sintomas iniciais desaparecem dando lugar
a uma sensação de desgaste e cansaço. Se o fator estressante continuar e o
individuo não possuir estratégias para se defender, o organismo gasta toda sua
reserva de energia adaptativa e então a fase de exaustão se manifesta,
podendo ocorrer doenças mais sérias. (LIPP, 2005)
Devido à complexidade da analise de seus resultados, se recorreu a ajuda de
uma psicóloga em atuação para maiores esclarecimentos.
O ISSL é de fácil aplicação. Fornece uma medida objetiva da sintomatologia do
stress em jovens acima de 12 anos e adultos. Os jovens não precisam ser
alfabetizados, pois o questionário pode ser lido para a pessoa. Sua aplicação
leva aproximadamente dez minutos e pode ser realizada em grupos de até vinte
pessoas, ou individualmente. Consiste em três quadros que se referem às
quatro fases do stress. No total inclui 37 sintomas de natureza somática e 19 de
caráter psicológico distribuídos pelos três quadros. O primeiro quadro refere-se
às últimas 24 horas, o segundo a última semana, e o terceiro ao último mês. Os
resultados são conferidos pelas tabelas de avaliação que definirão a fase de
stress em que se encontra o indivíduo (LIPP, 2005). Para a correção e
interpretação do ISSL, foi adotado o seguinte procedimento: somou-se

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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separadamente todos os sintomas físicos e psicológicos dos quadros 1, 2 e 3.


Verificou-se o score dos quadros para o diagnóstico de stress e não stress (a
partir da tabela de sinais de stress ). Após essa analise, é obtida uma
pontuação de cada sujeito com o resultado positivo de stress. Foi analisado em
que fase o sujeito pertencia (através da Tabela de Correção 1- Fases do stress,
Anexo 2). E finalmente, foi verificado se o stress era de predominância de
sintomas físicos ou psicológicos (através da Tabela de Correção 2 e 3- Tipo de
Sintomatologia, Anexo 2).
Outro instrumento utilizado foi o mapa de desconforto corporal (Anexo 3), que
consiste em um desenho de corpo humano segmentado em partes (ombros,
braços, região dorsal, etc) e que é apresentado aos sujeitos. Caso esses
relatem algum desconforto ou dor musculoesquelética, deverá marcar no mapa
a região corporal referida. Ele pode apresentar desconforto em uma ou mais
regiões, caso esse sintoma abrangesse mais de um local. Também foi entregue
um termo de consentimento livre (Anexo 4) ao responsável legal dos
operadores, no caso o gerente, para que os operadores fossem informados dos
objetivos da pesquisa, da participação voluntária e além de garantir o sigilo
durante o estudo.
A aplicação do questionário foi realizada em somente um dia no mês de
Setembro, primeiro no período da manhã e posteriormente no período da tarde,
ambos antes do inicio da jornada de trabalho. Foram entregues tanto o
Inventário de Stress como o Mapa de Desconforto Corporal aos operadores,
que desciam em grupos pequenos (de cinco pessoas) até o ambulatório, para
com calma poderem estar respondendo á pesquisa. Cada um era responsável
por suas respostas, sem poder se comunicar com o colega ao lado. Só podiam
fazer perguntas às alunas responsáveis pelo trabalho, caso tivessem alguma
dúvida sobre palavras ou até mesmo sobre questões. Demoraram cerca de 10 a
15 minutos para responder.
Após sua aplicação, foi realizada a tabulação, interpretação dos dados colhidos
através da construção de gráficos e tabelas no Microsoft Excel.

RESUMO:
Diante do mercado de trabalho cada vez mais restritivo e competitivo, a
profissão de operador de telemarketing é um exemplo de grandes índices de
estresse. Esse fato é decorrente ao aumento da carga horária de trabalho,
responsabilidade, precariedade de suas relações com os clientes, monotonia
diante de sua função, rígida supervisão, entre outros (SINTRATEL, 2001).
O índice de participação desse estudo foi consideravelmente bom (83,3%). Não
houve obstáculos da parte dos operadores em responderem à pesquisa.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Dos resultados obtidos nesse estudo, 90% dos operadores eram do sexo
feminino e 10% do sexo masculino, onde cerca de 53% são solteiros; e a idade
principal foi entre 20 e 30 anos (73,34%). Esses dados são confirmados pela
pesquisa realizada por SINTRATEL, 2001, que afirma que a maioria das
pessoas que se encontra nessa área está entre 18 e 30 anos e é do sexo
feminino.
Em relação ao tempo de profissão, constatou-se que 93,33% dos operadores
se encontram há seis meses na empresa, enquanto que 6,67% estão somente
há dois meses; e sua carga horária é de 6 horas diárias, seis vezes por
semana. Resultado esperado, tendo em vista que de acordo com a lei a carga
horária passou para seis horas diárias (MERCOSUR, 2006).
Quando questionados sobre a satisfação com a profissão, obteve-se 20%
parcialmente satisfeitos e 80% satisfeitos. Analisando os operadores com
estresse, 60% deles disseram estar satisfeitos. Esse foi um dado incomum
apresentado pela amostra. Grande parte da literatura diz que a maioria dos
trabalhadores com estresse ocupacional estão insatisfeitos com a profissão por
diversas causas organizacionais (PARAGUAY, 1990). Com esses dados pode-
se considerar que os funcionários estariam com receio de expor a opinião,
mesmo sem identificação.
Já na questão sobre os principais fatores estressantes no trabalho, a resposta
mais citada foi o trabalho repetitivo (13,33%). Esse “trabalho repetitivo” é um
modo de organização freqüentemente utilizado em serviços de telemarketing.
(SINTRATEL, 2001). O maior interesse é no que os funcionários produzirão
para a empresa (OLIVEIRA, 2003). Com esse pensamento, é ignorado o fato de
que o operador pode vir a adoecer, pois a repetitividade dos movimentos e a
monotonia do serviço limitam a natureza humana. Assim, é condicionada uma
situação de estresse, manifestada na forma de doenças musculoesqueleticas
(BITTAR et al., 2004). A empresa desconhece a extensão e evolução desses
quadros patológicos. Sendo assim, não sabe até que ponto compromete,
temporária ou definitivamente, a capacidade de trabalho do operador
(SINTRATEL, 2001).
Através da análise do ISSL foi revelado que 50% dos profissionais sofriam
desse mal. Desses 50% que se encontram em estado de estresse, 93,33%
estão na Fase de Resistência e 6,67% na Fase de Quase Exaustão. Deve-se
ter atenção, pois em todas as fases o cuidado com a saúde é de extrema
importância. Se a homeostase não for reestabelecida e os fatores estressantes
(que no caso dessa amostra é o trabalho repetitivo) não forem eliminados, os
seguimentos mais afetados nessa situação passarão a mostrar não só sinais de
desconfortos, como evoluir para uma doença. Será a fase final do stress, a da
exaustão (LIPP, 2005).
O stress psicológico é o mais apresentado entre os operadores, totalizando
73,33% dos pesquisados. Nota-se semelhança entre o nível de estresse

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

psicológico indicado pelos operadores dessa amostra e a tendência apontada


pela literatura. Nela, observa-se entre os operadores de telemarketing alto nível
de estresse psicológico. Isso ocorre devido ao trabalho possuir altas cargas,
repetitividade, baixo controle sobre suas atividades, monotonia e diversos
contextos organizacionais (FERNANDES et al., 2000).
Constatou-se a partir do questionário a dominância dos sintomas físicos que
são; boca seca e mudança de apetite; problemas com memória; sensação de
desgaste físico constante, tensão muscular, cansaço constante e insônia. Mais
precisamente, através do ISSL conseguiu-se verificar em que período esses
sintomas apareceram e acontecem com os operadores. Nas 24 horas
anteriores a pesquisa, a “mudança de apetite” (43%) era o sintoma que mais os
incomodava. Em relação a semana anterior, citam o “desgaste físico” (37%) e
por fim, no último mês, a insônia (100%). Esses sintomas psicopatológicos são
característicos do estresse ocupacional de uma população trabalhadora. Se
analisada as características reais de trabalho, como atividade mental
importante, repetitividade e rapidez de movimentos, um trabalho rígido e
monótono, pode-se descobrir tais manifestações (PARAGUAY, 1990).
Analisando os resultados obtidos pelo mapa de desconforto corporal, o ombro
direito (19%, vista anterior) e o pescoço (29%, vista posterior), foram os
desconfortos mais citados pelos operadores que apresentam estresse. Isso se
deve ao risco ergonômico aparente da profissão, que utiliza movimentos
repetitivos, postura sentada estática e prolongada; e a monotonia do serviço.
São fatores que causam dor e desconforto corporais (FERREIRA, 2002).
Devido a automação eletro-eletronica, os operadores diminuíram o uso da força
muscular e o gasto calórico no trabalho. Porém partes das estruturas e funções
do sistema osteo-muscular passam a ser mais exigidas e sujeitas aos fatores
agravantes do trabalho. Assim, pode causar doenças como as LER
(SINTRATEL, 2001). Outra literatura semelhante aos resultados alcançados por
essa amostra, em relação aos desconfortos mais citados pelos operadores, diz
que esses são sintomas (desconforto em ombro direito e pescoço) de stress.
Isso porquê quando um indivíduo se prepara para um “ataque físico”,
conseqüentemente, passa a apresentar dores nos ombros, na coluna, pescoço
e cefaléias tensionais, entre outros (BAUK, 1985).

CONCLUSÃO:
Conclui-se a necessidade da intervenção de profissionais qualificados, dentre
eles, o fisioterapeuta do trabalho, que busca promover ações terapêuticas
preventivas a instalações de patologias que levam a incapacidade funcional.
Como meios, têm a Ginástica Laboral, análises ergonômicas, antropométrica,
organizacional e realização de palestras sobre as doenças ocupacionais. Tudo

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

para fornecer conhecimentos para condições favoráveis ao trabalhador em seu


ambiente. Também faz com que ele coloque em prática o aprendizado
adquirido. Assim, fará com que esse possua um ambiente de trabalho favorável
para o seu corpo, e ao mesmo tempo, através da Ginástica Laboral, prevenir e
amenizar o sofrimento psíquico e físico.
Em relação à amostra estudada, todos esses procedimentos preventivos são
essenciais, para que não ocorra a evolução da “Fase de Resistência” e “Fase
de Quase Exaustão”, para a “Fase de Exaustão”; onde o trabalhador passa a se
encontrar vulnerável a doenças, e assim, resta-lhe apenas o tratamento.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
SINTRATEL- SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TELEMARKETING.
Trabalho e Saúde dos Trabalhadores em Telemarketing. São Paulo, Centro de
Educação Permanente em Saúde Publica da Faculdade de Saúde Publica da
Universidade de São Paulo, nov. 2001, 58p.
________________________________________________________________
Referencia bibliograficas incompleta por falta de caracteres!

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AVALIAÇÃO FÍSICA DO JOELHO DE CRIANÇAS E


ADOLECENTES PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE
FUTEBOL
CLÁUDIA DE GODOY OLIVEIRA ANDRADE(1), EDUARDO ANGELICO KUHL(2)

CARLOS ROBERTO FORGAS(3)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O futebol é a modalidade esportiva mais popular no Brasil, sendo uma das
principais formas de lazer em grande parte da população mundial, pela grande
influência que exerce sobre a sociedade em relação ao entretenimento e prática
esportiva.
O joelho é a articulação mais complexa em termos biomecânicos do corpo
humano, e uma das mais simples em termos funcionais e utilizadas no âmbito
esportivo como o futebol, esporte realizado com maior freqüência entre crianças
e adolescentes do gênero masculino.
Na prática do futebol, os membros inferiores são envolvidos em 72,2% das
lesões esportivas, sendo no joelho a maioria dos traumas, 31,6%, pela alta
solicitação mecânica.

OBJETIVO:
Identificar e comparar as possíveis alterações nas articulações do joelho na
criança e adolescente do gênero masculino, praticantes e não praticantes de
futebol.

METODOLOGIA:
Foi feito um estudo realizando uma avaliação antropométrica e específica do
joelho com crianças e adolescentes, sendo estes divididos em Grupo Estudo e
Grupo Controle. Os dados foram registrados em uma planilha, no qual foi
avaliado em ambos os grupos: testes específicos do joelho, palpação das
estruturas da articulação do joelho, amplitude de movimento (ADM),
antropometria (altura e peso), idade. No Grupo Estudo, foi aplicado um
questionário para quantificar o número de horas-aulas semanais praticadas, o
tempo de experiência do atleta (tempo decorrido desde o início do treinamento
esportivo). Foram avaliados 46 indivíduos no Grupo Estudo, com idade média
12,1087 anos, variando entre 6 e 15 anos que realizam futebol de 1 a 2 vezes
semanais, sendo introduzido uma avaliação antropométrica. Utilizando como
Grupo Controle 32 crianças e adolescentes, com idade média 11,46875 anos,
variando de 8 a 17 anos que não realizam nenhuma atividade física.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

RESUMO:
O grupo estudo apresentou significância e média para análise de idade e peso,
uma vez que o número positivo para os testes avaliados foram pequenos
quando comparados ao grupo controle, impossibilitando traçar um perfil de risco
de lesões em relação à estatística. Identificou-se pouca ou nenhuma alteração
na articulação do joelho, uma vez que a prática esportiva não é diária e nem
profissionalizante, apresentando como resultado um importante percentual para
a hiperextensão de joelhos no Grupo Estudo (67,4%) e no Grupo Controle
(71,88%), e geno valgo no Grupo Estudo (58,7%) e Grupo Controle (65,63%).

CONCLUSÃO:
No Grupo Estudo, observou-se ligeira predisposição a desequilíbrios
biomecânicos e fisiológicos analisados individualmente. De acordo com o
estudo, pudemos observar benefícios superiores quando comparados aos
possíveis riscos e a importância de cuidados no sentido preventivo, uma vez
que estamos identificando crianças e adolescentes em fase de desenvolvimento
com organismo imaturo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CAMANHO, G. L.. Patologia do Joelho. 1. ed. São Paulo: Sarvier, 1996.

CARAZZATO, J.G. Atividade física na criança e no adolescente. In:


GHORAYEB, N. e BARROS, T. L. O. Exercício: Preparação Fisiológica,
Avaliação Médica, Aspectos Especiais e Preventivos. São Paulo: Atheneu,
1999. cap. 32

COHEN, M.; ABDALLA, Rene J.. Lesões nos Esportes: Diagnóstico, Prevenção,
Tratamento. 1. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2003.

KAPANDJI, Adalbert Ibrahim. O Joelho. In: KAPANDJI, Adalbert Ibrahim.


Fisiologia Articular: Membro Inferior. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2000. cap. 2, p. 76-156.
________________________________________________________________
Fisioterapia Aplicada ao Esporte.

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Avaliar o perfil hemodinâmico e a resposta inflamatória em


modelo experimental de choque séptico em ressuscitação
volemica
JORGIANE APARECIDA DA SILVA(1)

MARIA JOSE LEONARDO DE SOUZA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A sepse é uma das condições mais freqüentes em terapia intensiva atual e uma
das que mais proporciona desafios à equipe assistencial, seja em seu
diagnóstico ou em seu tratamento. É caracterizada por infecção grave
associada à reação inflamatória sistêmica, mecanismo fisiopatológico mais
estudado na sepse. Sua incidência vem aumentando nos últimos anos,
provavelmente em conseqüência do envelhecimento da população, melhora no
suporte terapêutico aos pacientes imunossuprimidos e aumento da resistência
bacteriana. A morbi-mortalidade da síndrome é extremamente alta,
notadamente de seu espectro mais grave, o choque séptico, no qual a
mortalidade varia em torno de 40 a 60% nas diversas casuísticas.
Qualquer microorganismo pode causar sepse ou choque séptico (bactérias,
vírus, fungos, protozoários), porém as bactérias são os agentes etiológicos mais
comuns. A maioria dos casos de sepse é devido a bactérias Gram-negativas (E.
coli, Klebsiella pneumoniae,Enterobacter sp, Pseudômonas aeruginosa e
outras). Staphylococcus aureus e Streptococcus pnemoniae e outras bactérias
Gram-positivas são responsáveis pelos casos remanescentes.
De acordo com a Conferência de Consenso feita pelo American College of
Chest Physicians and the Society of Critical Care Medicine, onde foram
uniformizadas as seguintes definições :
Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS): Esta pode ser secundária
a uma infinidade de insultos, tais como: trauma, queimaduras, pancreatite,
sepse, etc.
Sepse: SRIS relacionada à infecção documentada ou presumida.
Sepse grave: sepse associada à disfunção orgânica (cardiovascular,
neurológica, renal, respiratória, hepática, hematológica, metabólica), hipotensão
ou hipoperfusão tecidual.
Choque Séptico: Hipotensão ou hipoperfusão não responsiva a volume com
necessidade de uso de agentes vasopressores em pacientes com quadro de
sepse.
Síndrome da Disfunção de Múltiplos Órgãos (SDMO): Presença de função
orgânica alterada em pacientes agudamente enfermos, nos quais a homeostase
não pode ser mantida sem intervenção.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

728
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Recentemente, foram publicados estudos clínicos nos quais determinadas


intervenções terapêuticas estavam associadas a uma redução da mortalidade
em pacientes com sepse grave e choque séptico. Essas abordagens incluem o
uso de corticóide, controle glicêmico intensivo, uso de Proteína C Ativada,
ventilação mecânica protetora para pacientes com lesão pulmonar aguda e
ressuscitação volêmica precoce e agressiva guiada por metas. Destes, a
ressuscitação volêmica é um dos mais utilizados e mais controversos,
notadamente em virtude da ausência de elucidação a respeito de seus
possíveis mecanismos benéficos. A ressuscitação volêmica da sepse é
baseada apenas na normalização de parâmetros clássicos de volemia, tais
como pressão arterial sistêmica (PAS), a pressão venosa central (PVC) e o
débito urinário. Contudo, nos indivíduos sépticos, a normalização exclusiva de
tais parâmetros pode associar-se à persistência de hipoxia tecidual oculta.
A realização de estudos em humanos com o objetivo de esclarecer mecanismos
de ação associados a intervenções freqüentemente encontra dificuldades
metodológicas e éticas. Sob esse aspecto, o uso de modelos animais similares
a situações clínicas permite a elaboração de estudos mecanísticos que
incorporem o uso de técnicas de avaliação a nível tecidual e celular não
factíveis de serem realizadas em seres humanos.
Na busca por métodos terapêuticos capazes de diminuir os elevados índices de
morbidade e mortalidade da sepse, diversos modelos experimentais têm sido
desenvolvidos. O modelo experimental é um dos principais meios para a
resolução de tópicos conflitantes sobre a sepse. Acredita-se que o modelo
experimental é o único método em que é possível avaliar e controlar os
fenômenos sépticos desde a sua instalação até o momento da falência dos
órgãos. Para esta proposta, deve-se utilizar um modelo animal que reproduza a
vasodilatação, hipotensão, aumento do débito cardíaco, resposta ao tratamento
e mortalidade vistos em pacientes sépticos. Nesse contexto, o modelo de
peritonite tem sido bastante utilizado. A peritonite pode ser induzida por
inoculação direta de bactérias ou de conteúdo fecal na cavidade peritoneal ou
ainda por perfuração do ceco.

OBJETIVO:
Considerando-se que o modelo experimental é importante e que o efeito
benéfico da reposição volêmica não está completamente esclarecida este
estudo tem como objetivo avaliar o perfil hemodinâmico e a resposta
inflamatória em modelo experimental de choque séptico em ressuscitação
volêmica.

METODOLOGIA:
Preparação dos Animais:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

729
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Foram utilizados 9 porcos da raça Large White de ambos os sexos pesando em


torno de 40 Kg, os animais foram mantidos em jejum por 18 horas com livre
acesso à água. A condução cientifica desta pesquisa seguirá as normas e
registros da resolução CNS 196/96 do conselho nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP) e será submetido ao Comitê de Ética – CEUA – da Instituição Sírio
Libanês.
Os animais foram pré-anestesiados por via intramuscular com midazolam, e
acepromazina. A seguir, foram sedados com tiopental, submetidos a entubação
orotraqueal, mantidos com infusão contínua de tiopental (10 mg/kg/h) e fentanil
(10 mcg/kg/h) e sob paralisia muscular com pancurônio (dose inicial de 0,15
mg/kg seguida de infusão contínua de 0,25 mg/kg/h) enquanto durou o
procedimento cirúrgico. Após a estabilização, foram mantidos apenas com
tiopental e pancurônio nas doses acima descritas. Os animais foram
conectados a um ventilador mecânico (Evita XLo, Dräger Medical, Lübeck,
Alemanha), com uma pressão expiratória final positiva (PEEP) fixa de 5 cm H20
e fração inspiratoria de oxigênio (FiO2) de 30%, mantidos com um volume
corrente em torno de 8 ml/kg e freqüência respiratória ajustada para uma
PaCO2 em torno de 35 a 45 mmHg. Quando ocorreu redução significativa da
saturação arterial e/ou pressão arterial de oxigênio (PaO2) durante o estudo, a
FiO2 foi elevada para o mínimo necessário para manter uma saturação arterial
acima de 92%. A seguir, os animais foram conectados a monitor
multiparamétrico para monitorização de freqüência cardíaca, saturação arterial
e curva de pressão venosa central e artéria pulmonar após a passagem do
cateter de artéria pulmonar (DX2020, Dixtal Biomédica, Manaus, Brasil).
A seguir, foi procedida a dissecção dos acessos vasculares. Foi introduzido
pela veia jugular externa direita, por visualização das curvas pressóricas, um
cateter de artéria pulmonar com mensurações contínuas de débito cardíaco e
saturação venosa de oxigênio, bem como de volume diastólico final de
ventrículo direito e fração de ejeção de ventrículo direito (Vigilance VDo,
Edwards Lifesciences LLC, Irvine, Califórnia, Estados Unidos). Pela artéria
femoral direita foi introduzido um cateter para monitorização da pressão arterial
invasiva, coleta de amostras de sangue arterial. A veia femoral direita foi
cateterizada para infusão endovenosa de fluidos e medicamentos e coleta de
sangue venoso. Por meio de uma cistostomia foi inserido um cateter para
monitorização do débito urinário.
Imediatamente após a monitorização os animais foram submetidos à
laparotomia mediana por uma incisão de cerca de 4 cm e o cólon descendente
do animal foi visualizado sendo realizada uma incisão de 2 cm e foram retirados
0,75g/Kg de fezes, sendo o intestino suturado a seguir. Foram inseridos dois
cateteres de grosso calibre na cavidade peritoneal na altura de goteiras
parietocólicas bilaterais. A seguir, a incisão foi então fechada. Para indução da
peritonite após 60 minutos de estabilização, uma quantidade equivalente a 0,75

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

730
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g/kg de fezes foi diluída em 200 ml de solução fisiológica (SF) a 37ºC e


introduzida na cavidade peritoneal através dos catéteres. Após a peritonite e
juntamente com o início da ressuscitação volêmica, todos os animais do estudo
receberam amicacina por via endovenosa (250 mg a cada 12 horas) e
metronidazol (500 mg a cada 8 horas) durante toda a duração do experimento.
Imediatamente antes da indução da peritonite e a cada 60 minutos após, foram
mensurados os seguintes parâmetros: freqüência cardíaca, débito cardíaco por
termodiluição, volume diastólico final de ventrículo direito, fração de ejeção de
ventrículo direito, pressão venosa central, pressão capilar pulmonar, pressão de
artéria pulmonar, pressão arterial média, saturação venosa mista, temperatura
central, diurese, concentração de dióxido de carbono (CO2) por capnometria,
saturação arterial de oxigênio, pressões inspiratórias de pico e média, PEEP e
FiO2.
Foram mensurados também, as concentrações de gases arteriais, lactato
arterial, hemoglobina/hematócrito e eletrólitos antes da indução da sepse e a
cada 3 horas até o óbito. Gasometrias venosas centrais foram colhidas antes da
peritonite (para calibração do sistema de monitorização contínua de SvO2) e a
seguir a cada doze horas.
Ressuscitação Volêmica:
Durante toda a duração do estudo, os animais receberam, a cada 24 horas,
uma infusão de manutenção de 1000 ml de solução de glicose a 10% contendo
cloreto de potássio 25 mEq e cloreto de sódio 75 mEq, com o objetivo de
manter os valores de glicemia, potássio e sódio em níveis próximos ao normal.
Durante o tempo cirúrgico e o período de estabilização, os animais receberam
infusão de solução de ringer lactato de tal forma que o protocolo se iniciou com
a PVC acima de 10 mmHg e saturação venosa de oxigênio acima de 70%. Após
a indução de peritonite, os animais não receberam nenhum tipo de solução para
reposição volêmica. Uma vez que a PAM atingiu um valor abaixo de 65 mmHg
por 30 minutos os animais foram submetidos à ressuscitação volêmica baseada
no valor da saturação venosa mista de oxigênio obtido pelo catéter de artéria
pulmonar com saturação venosa contínua, além dos mesmos objetivos
hemodinâmicos citados acima. Assim, os critérios para ressuscitação adequada
foram os seguintes: PAM maior que 65 mmHg, diurese acima de 0,5 ml/kg/h,
PVC de 10 mmHg e SVO2 maior que 70%. Esses objetivos hemodinâmicos
foram mantidos durante todo o estudo. Inicialmente esses animais receberam
bolus de 500 ml de ringer lactato a cada 30 minutos até atingir valores de PVC
acima de 10 mmHg. Quando a saturação venosa se manteve ainda abaixo de
70%, receberam dobutamina com início da infusão em 2,5 mcg/kg/min e
incrementos de 2,5 mcg/kg/min a cada 30 minutos até dose máxima de 20
mcg/kg/min. Nos animais que durante a infusão de dobutamina ocorreu queda
da PVC, receberam novamente bolus de cristalóide até atingir os valores de
PVC já descritos. O incremento da infusão de dobutamina foi limitado por

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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taquicardia acima de 200 bpm. Nesse ínterim, em caso de necessidade, foi


utilizada noradrenalina inicialmente a 0,025 mcg/kg/min e aumentada em 0,025
mcg/kg/min a cada 15 minutos, em caso necessário, para manutenção de PAM
acima de 65 mmHg, conforme descrito anteriormente.

Avaliação da resposta inflamatória:


Nesse segmento do estudo, o objetivo foi avaliar o efeito da ressuscitação
volêmica guiada pela saturação venosa de oxigênio no grau de resposta
inflamatória por meio das mensurações abaixo discriminadas. Todos os
experimentos foram realizados no Laboratório de Imunologia em Doenças
Infecciosas da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP, sob a orientação do
Prof. Dr. Reinaldo Salomão.
De cada animal foram coletadas amostras de sangue arterial ou venoso
periférico em tubos estéreis com 100U de heparina (10 ml/tubo). Em todos os
experimentos deste segmento com exceção da dosagem de citocinas, o sangue
foi colhido antes da peritonite, imediatamente antes da ressuscitação volêmica
e da antibioticoterapia e após 12 horas de ressucitação.
Parte dos experimentos foi feita em sangue total (estudos de imunofenotipagem
em monócitos e neutrófilos e estudos de metabolismo oxidativo em neutrófilos)
e parte em células mononucleares (Células do sangue periférico mononuclear e
produção de Interleucina-6) e neutrófilos (apoptose) isolados. A separação de
neutrófilos e células mononucleares (PBMC) foi realizada por gradiente de
Ficoll-Paque (Pharmacia).

Dosagem do nível sérico de citocinas:


A coleta de sangue se deu imediatamente antes, após 3 e 6 horas da indução
da peritonite, imediatamente antes da ressuscitação e a cada 3 horas a seguir.
O nível sérico das citocinas circulantes (IL-6 e IL-10) foi realizado através de
técnica de Ensaio Imunológico Ligado à Enzima (ELISA), utilizando-se para tal
fim anticorpos espécies específicas (R&D Diagnostics, Minessotta, EUA), de
acordo com metodologia já descrita.

RESUMO:

Nossos resultados demonstram que os animais apresentam hipovolemia e


desidratação caracterizada por uma vasodilatação arterial e da pré-carga. Após
a ressuscitação volêmica houve uma melhora significativa dessas pressões. Ao
avaliar a saturação venosa mista de oxigênio podemos observar uma
hipoperfusão ao entrarmos com a ressuscitação volêmica ou uma melhora

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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aproximação da saturação venosa mista de oxigênio dos valores normais, mais


que não foram suficiente para evitar a hipoperfusão. Tanto na indução do
choque séptico quanto durante a reposição volêmica observamos a persistência
da hipoperfusão. Também foi avaliada a Pressão Arterial Media e constatamos
que durante a sepse ocorreu uma hipotensão, como resposta a infecção. No
momento que entramos com o tratamento houve uma recuperação parcial que
se manteve estável até 12 horas. Já na freqüência cardíaca durante a sepse,
nossos resultados revelaram que o animal evolui com taquicardia e que após o
tratamento se mantiveram taquicardicos, esse fato ocorreu em reposta à
hipotensão como mecanismo compensatório. Nos valores de volume sistólico,
onde mostra que durante a sepse houve uma disfunção do miocárdio, devido à
diminuição do volume sistólico, porém ao entrar com tratamento houve uma
recuperação parcial em 6 e 12 horas. Em nosso estudo também foram
analisadas citosinas, onde observamos um aumento de IL-6 e IL-10, onde a IL-
6 melhora com o tratamento já a IL-10 conserva a reposta infamatória com o
tratamento durante as 12 horas.
A literatura mostra que a hipovolemia, tanto absoluta como relativa, presente no
choque séptico, é um importante fator para o desenvolvimento da hipoperfusão
tecidual e conseqüente disfunção de múltiplos órgãos, principal causa de morte
nesta condição. O quadro da sepse é freqüentemente acompanhado por
hipovolemia, devido à dilatação arterial e venosa e perda de fluido para o
espaço extravascular
Quanto maior o tempo de hipotensão arterial, maior a possibilidade de
desenvolvimento de disfunção orgânica; e que o nível de hipotensão arterial é
variável, no que concerne ao início da hipoperfusão tecidual; o estado
cardiovascular prévio parece ser o principal determinante desse nível. A
hipovolemia, em graus variados, contribui sobremaneira para o início e
perpetuação da hipotensão arterial. A mensuração da pressão arterial, pelo
método não invasivo, perde confiabilidade à medida que a hipotensão é mais
grave, da mesma forma, quando são utilizadas altas doses de drogas
vasoativas.
Inicialmente estudos demonstram através da monitoração hemodinâmica e da
ventriculografia com radionuclídeo, que ocorreria uma dilatação da cavidade
ventricular esquerda e conseqüente depressão da função miocárdica sistólica.
Posteriormente, utilizando-se estas mesmas técnicas (termodiluição e
radionuclídeo) para a avaliação da função ventricular direita na sepse,
observou-se uma queda na fração de ejeção e aumento do índice de volume
diastólico final do ventrículo direito. Estudos que associaram os índices obtidos
pela monitoração hemodinâmica observou que houve uma disfunção ventricular
sistólica de vários graus, desde uma alteração latente até uma grave falência
ventricular sistólica
Alguns estudos que investigaram o efeito do sexo e idade na resposta

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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imunológica pós-trauma, verificou que pacientes que evoluíam com síndrome


de disfunção orgânica múltipla (MODS) apresentavam maior concentração
plasmática de IL-6, IL-8 e IL-10. Estes pa¬cientes evoluíam com mais
freqüência para sepse e apresentava maior mortalidade.

CONCLUSÃO:
Durante o choque séptico houve alterações hemodinâmicas e inflamatórias,
com melhoras parciais após o tratamento na saturação venosa de oxigênio,
volume sistólico e na pressão arterial media e na pressão venosa central e
pressão de oclusão da arterial pulmonar houve após o tratamento uma melhora
significativa.

A ressuscitação volêmica guiada pela Pressão Venosa Central, e Saturação


Venosa de Oxigênio promoveu benefícios hemodinâmicos insuficiente para a
restauração da perfusão sistêmica em modelo experimental de choque séptico.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Martin GS, Mannino DM, Eaton S et al. The epidemiology of sepsis in the
United States from 1979 through 2000. N Engl J Med 2003; 348:1546-54.

2. ACCP/SCCM Consensus Conference: Definitions for sepsis and organ failure


and guidelines for the use of innovative therapies in sepsis. Crit Care Med 1992;
20: 864-74.

3. Rivers E, Nguyen B, Havstad S, et al. Early goal-directed therapy in the


treatment of severe sepsis and septic shock. N Engl J Med 2001;345:1368-
1377.

________________________________________________________________
1 Graduada de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
2 Médico Intensivista e Pesquisador do Hospital Sírio Libanês
3 Docente da disciplina de Patologia da Universidade de Santo Amaro

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CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES DE MOTOCICLETA E


SUAS VÍTIMAS NO MUNICÍPIO DE SOROCABA, SP
CAMILA LOPES DE MORAES(1)

DANIEL RAMOS OLCERENKO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Nos últimos anos, o Brasil tem estado entre os líderes mundiais de acidentes de
trânsito, o que é resultado do aumento do número de veículos em circulação, da
desorganização do trânsito, da deficiência na fiscalização, das condições dos
veículos, do comportamento dos usuários e da impunidade dos infratores1.
Com o aumento considerável do uso da motocicleta como um dos principais
meios de transporte por se tratar de um veículo ágil, econômico e de custos
reduzidos, observa-se o crescimento dos números relativos a acidentes de
trânsito envolvendo esse tipo de veículo.

Devido ao aumento das estatísticas referentes a acidentes de trânsito,


principalmente aqueles envolvendo motocicletas, é de suma importância que
esse agravo seja estudado por se tratar de um problema de saúde pública em
ascensão, trazendo consigo a problemática gerada pelas vítimas desse tipo de
acidente, por serem estas muito vulneráveis.

O Brasil possui um dos trânsitos mais perigosos do mundo e apresenta um


índice de um acidente para cada lote de 410 veículos em circulação. Entretanto,
na Suécia, o mesmo índice é de um para 21.400 veículos2.

Tendo em vista dados relevantes como esse, em 1993, o setor da saúde


passou a assumir oficialmente a violência e os acidentes no país como objetos
de seu interesse, o que antes era de exclusividade da segurança pública3.

A partir disso, em 1998 foi criado pelo Ministério da Saúde, um comitê técnico
com a finalidade de diagnosticar e propor ações específicas para o setor,
levando em consideração que a violência e os acidentes merecem tanta
atenção quanto a AIDS, o câncer e as enfermidades cardiovasculares3.

Assim sendo, em 2001, foi promulgada a Política Nacional de Redução de


Acidentes e Violências. Para que houvesse a efetiva implementação, em 2004,
a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde estruturou a Rede
Nacional de Prevenção de Acidentes e Violências. Em 2005 foi então aprovada
a Agenda Nacional de Vigilância, Prevenção e Controle dos Acidentes e
Violências3.

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Sorocaba é uma cidade do interior do Estado de São Paulo e foi escolhida para
o estudo. Se comparados os dados do município com os de nível nacional,
encontra-se semelhanças no que diz respeito a porcentagem que as
motocicletas representam em ambos.

Os acidentes de trânsito envolvendo motocicleta podem ser identificados como:


atropelamento por moto, colisão entre automóveis e motos, colisão entre duas
ou mais motos, colisão contra postes e árvores, queda de moto, colisão entre
moto e bicicleta,e entre moto e caminhão, no entanto para este estudo
consideraremos as seguintes categorias : colisão entre carro e moto,colisão
entre duas ou mais motos, queda de moto, atropelamento por moto.

A colisão, que é um dos tipos de acidentes de motocicleta com maiores índices


de acontecimento. O motociclista absorve em sua superfície corpórea toda
energia gerada no impacto, seja indo de encontro com a via pública, seja com
os objetos da mesma ou outros veículos a motor.

Considerando todas as evidências sobre o crescente número de acidentes


envolvendo motocicletas, é necessário voltar a atenção a este cenário nacional
e dispensar atenção especial ao estudo dos mesmos, bem como ao que os
caracterizam.

OBJETIVO:
Objetivou-se então, neste trabalho, estudar os acidentes de motocicletas com
vítimas ocorridos no Município de Sorocaba, no ano de 2008 através da:

*análise do número de acidentes envolvendo motocicletas e seus


determinantes.
*caracterização das vitimas desses acidentes, segundo variáveis consideradas
relevantes.

METODOLOGIA:
Para a realização deste estudo foi feito um corte transversal compreendido
entre janeiro de 2008 a dezembro de 2008 avaliando, retrospectivamente,
10.231 SDO (Sistema de Dados Operacionais) contendo todos os tipos de
operações realizadas pelo Corpo de Bombeiros de Sorocaba, SP, porém, os
casos de interesse incluídos no estudo foram apenas acidentes envolvendo
motocicletas que geraram vítimas atendidas pela Unidade de Resgate do Corpo
de Bombeiros durante o período, a saber:
* colisão moto x carro
* colisão moto x moto

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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* queda de moto
* atropelamento por moto

A coleta e o registro dos dados foram realizados por Almir Antonio de Moraes
(cabo do Corpo de Bombeiros) e Camila Lopes de Moraes (autora do trabalho e
estudante de Enfermagem) visavam à padronização e homogeneidade das
informações.
O material utilizado para o estudo continha informações referente ao município
de Sorocaba e foram fornecidos pelos 3 Postos de Bombeiros existentes na
cidade:
* PB Cerrado
* PB Éden
* PB Santa Rosália

Foram coletados do SDO, para análise, itens relacionados à vítima, a saber:


* idade
* sexo
* causa da lesão/ferimento
* área do corpo x ferimento
* óbito evidente
* veículo que ocupava
* posição no veículo
* Equipamento de segurança utilizado/ativado

Relativo ao número de óbitos, foi considerado para este estudo apenas


situações de morte evidente como esmagamento de crânio e face, rigidez
cadavérica, amputações de cabeça, esmagamento total ou parcial da vítima, e
carbonização, uma vez que o óbito só é definido por médico.

RESUMO:
Neste estudo foram evidenciados os acidentes envolvendo motocicletas devido
ao crescimento da frota deste tipo de veículo, considerando ainda não ser
possível esperar um aumento apenas na frota das motocicletas sem que haja
aumento também do número de acidentes envolvendo-as.

Fazendo uma análise no Município de Sorocaba, interior de São Paulo,


encontra-se registrados pelo Corpo de Bombeiros, 969 acidentes com
motocicletas e 980 vítimas feridas no ano de 2004. Já em 2008 foram 1239
acidentes envolvendo motocicletas que geraram 1269 vítimas feridas.

Observa-se que em ambos os anos, o número de vítimas dos acidentes de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

737
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moto é maior do que o número de acidentes, o que evidencia a vulnerabilidade


da vítima neste tipo de acidente.

Na Tabela 1, verifica-se que a grande maioria das vítimas feridas é do sexo


masculino, representada por 78,6% em 2008. Este resultado é semelhante a
diversos estudos nacionais que apontam a predominância do sexo masculino
(acima de 60%) entre as vítimas de acidentes de trânsito2.

Tabela 1
Número e proporção de vítimas de acidentes de trânsito envolvendo
motocicletas atendidas pelo Corpo de Bombeiros, por sexo, Sorocaba, 2008
Sexo N° %
Masculino 997 78,6
Feminino 272 21,4
Total 1269 100

O predomínio de homens entre as vítimas que não morreram ou que foram a


óbito2 por lesões decorrentes de acidentes de trânsito é consequência da maior
exposição, por frequentemente serem os condutores, possuírem habilitação e
terem aprendido a dirigir com menor idade3.

Conforme os dados da Tabela 2, a faixa etária predominante foi aquela que


corresponde às vítimas de 20 a 29 anos, com o valor de 54,1%. Em segundo
lugar esta a faixa de 30 a 39 e em terceiro está a de 10 e 19 anos. Dentre as
vítimas de 50 anos ou mais, foi observado um número considerável de
atropelamentos por moto. Este fato pode estar relacionado à negligência,
imperícia e/ou inabilidade de alguns motociclistas, somado a existência de
deficiências de locomoção, visuais e/ou auditivas dos pedestres nesta faixa
etária mais avançada3.

Tabela 2
Número e proporção de vítimas de acidentes de trânsito envolvendo
motocicletas atendidas pelo Corpo de Bombeiros, por faixa etária, Sorocaba,
2008
Faixa etária N° %
0 a 9 4 0,3
10 a 19 197 15,6
20 a 29 687 54,1
30 a 39 233 18,3
40 a 49 91 7,2

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50 ou mais 57 4,5
Total 1269 100

Tendo em vista que a idade mínima legal para obtenção da Carteira Nacional
de Habilitação no Brasil, é de 18 anos, torna-se preocupante o fato de terem
sido encontradas 2 vítimas com idade inferior a 18 anos e na qualidade de
condutoras da motocicleta. Este fato merece maior atenção, cabendo aos pais
ou responsáveis pelo menor a determinação de quando e em que condições ele
deve começar a fazer uso da motocicleta, principalmente como condutor da
mesma3.

O presente estudo condiz com várias pesquisas nacionais pois apontam que
cerca de 70% das vítimas de acidente de trânsito tem idades entre 10 e 39
anos, pertencendo assim ao grupo de adolescentes e adultos jovens2,3.

Com isso, há a necessidade de se pensar sobre os padrões socioculturais, com


relação a questões de gênero, que permanecem em nossa sociedade ano após
ano e terminam por conduzir a altas taxas de morbimortalidade nos adultos
jovens do sexo masculino, no auge de suas capacidades, acarretando prejuízos
econômicos consideráveis a nação3.

Do total de 1269 vítimas de acidentes de motocicleta, registradas pelo Corpo de


Bombeiros, 7 morreram em decorrência do mesmo no momento do acidente
levando os bombeiros a constatarem o óbito evidente no local.

Pelos dados observados na Tabela 3, conclui-se que os condutores da


motocicleta são a grande maioria das vítimas atendidas (88,6%), vindo em
seguida os passageiros (7,1%) e por último os pedestres (4,3%).

Tabela 3
Número e proporção de vítimas de acidentes de trânsito envolvendo
motocicletas atendidas pelo Corpo de Bombeiros segundo sua qualidade e
condição vital, Sorocaba, 2008
Condição
Qualidade vital Fatal Não Fatal Total
N° % N° % N° %
Motociclista 5 71,4 1119 88,7 1124 88,6
Passageiro 1 14,3 89 7,0 90 7,1
Pedestre 1 14,3 54 4,3 55 4,3
Total 7 100 1262 100 1269 100

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Relacionada à condição vital, observa-se que mais de 70% das vítimas fatais
eram os condutores das motocicletas. Entretanto, passageiro e pedestre
aparecem empatados com uma morte cada tipo de ocupante. Não foram
encontrados estudos que tenham mostrado tamanha proximidade entre vítimas
fatais na qualidade de passageiro e pedestre, nem tão pouco um empate como
o presenciado neste presente estudo.

Sobre as vítimas não fatais, encontra-se um resultado diferente. Em primeiro


lugar permaneceram os motociclistas, liderando com 88,7%. Em segundo lugar
temos os passageiros representando 7% das vítimas e em terceiro os pedestres
com 4,3%.

A partir da Tabela 4, verifica-se que o tipo de lesão mais encontrado foi a


contusão em membros inferiores e em seguida, a contusão de membros
superiores.

Tabela 4
Número e proporção de vítimas de acidentes de trânsito envolvendo
motocicletas atendidas pelo Corpo de Bombeiros, por tipo de lesão e região
corpórea, Sorocaba, 2008
Tipo de lesão Cab/ Pes Tórax Coluna MMSS Abdo Pelve MMII Total
N° % Nº % N° % N° % N° % N° % N° % N° %Amputação 0 0 0 2 0 0
1 3 0,1
Lac/Esmag. 1 0 0 2 0 0 12 15 0,6
Corte 106 3 1 95 0 7 151 363 15,1
Contusão 143 62 70 304 26 58 503 1166 48,5
Perfuração 5 1 0 4 0 0 9 19 0,8
Fratura Exposta 2 0 0 15 0 0 49 66 2,7
Fratura Fechada 6 10 3 77 0 2 89 187 7,8
Queimadura 0 1 1 6 1 1 8 18 0,8
Outros* 20 14 13 228 10 24 258 567 23,6
Total 283(11,7) 91(3,8) 88(3,7) 733(30,5) 37(1,6) 92(3,8) 1080(44,9)2404 100
*Os números entre parênteses referem-se as porcentagens.
** Escoriações, luxação e ferimento abrasivo.

Os membros inferiores tiveram uma porcentagem significativa de 44,9%, sendo


a área corpórea mais lesada nos acidentes.

Os membros superiores estão em seguida com 30,5%.

Com isso, concluiu-se que os membros inferiores e superiores são os mais


acometidos pelas lesões decorrentes dos acidentes envolvendo motocicletas, o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

740
UNISA - Universidade de Santo Amaro

que condiz com outros estudos3.

As escoriações, luxações e ferimentos abrasivos (que encontram-se agrupadas


em outros) foram também lesões de grande frequência tanto nos membros
inferiores quanto nos superiores.

As fraturas de membros também representaram as lesões com valores


importantes. Embora consideradas lesões de baixa ou média gravidade1,
requerem imobilizações prolongadas, acarretando longos períodos de
recuperação da vitima, com importantes custos econômicos e sociais.

Ainda em relação aos membros, concluiu-se que estes são acometidos em


maior quantidade também pelas lesões mais graves como a amputação, a
laceração e esmagamento.

Cabeça e pescoço sofreram 11,7% das lesões e ocuparam o terceiro lugar em


região corpórea mais atingida. Fato este de grande importância uma vez que se
sabe que o traumatismo crânio encefálico é a principal causa de morte nas
vitimas de trauma3.

Os membros são as regiões mais desprotegidas para os motociclistas, uma vez


que o equipamento de segurança comumente utilizado oferece proteção
somente para a região da cabeça.

Na Tabela 5, observa-se que o número de vítimas que não utilizavam capacete


no momento do acidente está extremamente baixo (2,6%) se comparado ao
estudo realizado no Piauí sobre o perfil das vitimas de trauma por acidente de
moto onde 60,21% dos motociclistas não faziam uso do mesmo. Isto sinaliza
um dado muito positivo no município quanto à conscientização do usuário para
a utilização do equipamento de segurança3.

Tabela 5
Número e proporção de vítimas de acidentes de trânsito envolvendo
motocicletas atendidas pelo Corpo de Bombeiros segundo uso de capacete,
Sorocaba, 2008
Usava capacete? N° %
Sim 1132 93,1
Não 33 2,6
Total 1165 95,7*
* Completa-se o total de 100% se somados os pedestres atropelados

Por meio de estudo realizado com registro de necropsia de motocicletas no

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

741
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Japão, autores concluíram que o uso efetivo do capacete reduziu, de forma


significativa, a gravidade das lesões de cabeça e pescoço. E segundo o Centers
for Disease Control and Prevention (CDC), o uso do capacete para os
motociclistas, reduz em 29% o risco de lesões fatais, e, em 67% o risco de
traumatismo crânio encefálico1.

Com relação a distribuição mensal (Tabela 6), registrou-se o maior número de


acidentes e de vítimas não fatais no mês de junho. O maior número de vítimas
fatais, no entanto, pertenceu ao mês de novembro. No entanto, não foi
observada predominância nítida relativa aos meses do ano.

Tabela 6
Número acidentes de trânsito envolvendo motocicletas e das vítimas atendidas
pelo Corpo de Bombeiros segundo condição vital e mês da ocorrência,
Sorocaba, 2008
Mês Nº de Acidentes Nº de Vítimas
Fatal Não Fatal Total
Janeiro 114 1 114 115
Fevereiro 75 0 77 77
Março 100 0 106 106
Abril 108 0 109 109
Maio 113 0 116 116
Junho 131 1 128 129
Julho 98 0 113 113
Agosto 87 0 91 91
Setembro 109 0 109 109
Outubro 107 0 106 106
Novembro 96 4 92 96
Dezembro 101 1 101 102
Total 1239 7 1262 1269

CONCLUSÃO:
Acredita-se que o presente estudo conseguiu caracterizar os acidentes de
trânsito envolvendo motocicletas e as vitimas geradas por eles, fornecendo
assim informações importantes que poderão nortear ações preventivas e de
controle para o grupo de risco evidenciado no Município de Sorocaba.

Constatou-se que as vítimas do sexo masculino foram predominantes neste


estudo. Também as vítimas com idades entre 20 e 29 anos representaram a
maior porcentagem dentro das faixas etárias.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

742
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Relacionado a qualidade das vítimas, ocuparam o primeiro lugar os condutores


das motocicletas.

Quanto ao tipo de lesão, aquela que mais acometeu as vítimas foram as


contusões e relacionado a área corpórea mais atingida, foram os membros
inferiores.
93,1% dos usuários de motocicleta analisados utilizavam o equipamento de
segurança no momento do acidente.

A distribuição das vítimas, segundo o mês de ocorrência do acidente, não


apresentou diferenças significativas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- Oliveira NLB, Sousa RMC. Diagnóstico de lesões e qualidade de vida de
motociclistas, vítimas de acidente de trânsito. Rev. Latino-Am. Enfermagem.
Ribeirão Preto, 2003, nov/dez. 11 (6).

2- Bastos YGL, Andrade SM, Soares DA. Características dos acidentes de


trânsito e das vitimas atendidas em serviço Pré-hospitalar em cidade do Sul do
Brasil, 1997/2000. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, 2005, maio/jun. 23(3).

3- Santos AMR, Moura MEB, Nunes BMVT, Leal CFS, Teles JBM. Perfil das
vítimas de trauma por acidente de moto atendidas em um serviço público de
emergência. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2008, ago. 24(8): 1927-1938.

________________________________________________________________
Camila Lopes de Moraes
Daniel Ramos Olcerenko

Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem


da Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP. ca_lopa@hotmail.com.
Enfermeiro. Professor Assistente da Faculdade de Enfermagem e Medicina da
Universidade Santo Amaro. São Paulo, SP.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

743
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CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA DA ÁREA


ENFERMAGEM COM TEMÁTICA SAÚDE COLETIVA
RAQUEL RODRIGUES CORREA(1)

CLAUDIA POLUBRIAGINOF(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA DA ÁREA ENFERMAGEM
COM TEMÁTICA SAÚDE COLETIVA

Raquel Rodrigues Corrêa


Cláudia Polubriaginof

I- INTRODUÇÃO:

O termo saúde coletiva pode ter várias definições, todavia há o consenso de


que a mesma pode ser concebida como um campo científico, onde se
produzem conhecimentos e saberes acerca do objeto saúde e, onde operam
distintas disciplinas que o contemplam sob vários ângulos; e como âmbito de
práticas, onde se realizam ações em diferentes organizações e
convencionalmente reconhecido como setor saúde(1).
A enfermagem, enquanto uma das disciplinas que compõem o trabalho em
saúde constitui-se também como uma daquelas que constroem a saúde
coletiva(2).
Na enfermagem, estudos nessa direção aparecem, no início da década 80, com
contribuições relevantes de Almeida et al. (1981), Germano (1983) e Silva
(1986), ambos autores contribuíram em busca da compreensão e qualificação
da pratica de enfermagem, disparando um processo de efervescência na
produção de conhecimento em diferentes áreas da enfermagem e, em
particular, da enfermagem em saúde coletiva.(3)
Destacam a contribuição teórica da enfermagem em diferentes áreas temáticas
na saúde coletiva, como, por exemplo: o ensino na instrumentalização para a
intervenção, a organização tecnológica do trabalho em situações específicas,
tais como na hanseníase, na tuberculose e na assistência à mulher, o processo
histórico da prática de enfermagem em saúde pública, os processos
organizativos voltados para a gerência e supervisão de serviços de saúde e de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

744
UNISA - Universidade de Santo Amaro

enfermagem, os modelos de assistência de enfermagem em saúde coletiva, as


transformações do trabalho em saúde coletiva na reestruturação do trabalho em
saúde, a dialética objetividade e subjetividade presente na micro política do
trabalho em saúde, focando aspectos do acolhimento e das relações
estabelecidas no trabalho de equipe em saúde. (3)
A enfermagem, tendo o cuidado como núcleo de competência e
responsabilidade, manifesta potência para transitar em diferentes campos de
conhecimento para a prestação deste cuidado, ou melhor, tendo como foco a
pessoa a quem cuidará, pode então estabelecer mais intensivamente canais de
interlocução com agentes de outras disciplinas e, em conjunto, buscar
tecnologias necessárias à assistência(3).
Neste sentido, consideramos que esta prática apresenta grande possibilidade
de contribuir para a construção de um saber solidificado na saúde coletiva,
através da produção de pesquisas, gerando, portanto conhecimento científico.
(2)
No Brasil, o órgão que normatiza a produção de conhecimentos na área
acadêmica é o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) agência do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) destinada ao
fomento da pesquisa científica e tecnológica e à formação de recursos
humanos para a pesquisa no país. (2)
O aumento da contribuição do conhecimento científico ao processo
tecnológico remete a um importante papel desempenhado pelas universidades
na medida em estas que permanecem como fonte primordial de geração deste
conhecimento. (3)
Existem vários indícios da relevância e do crescimento das atividades de
pesquisa em Saúde Coletiva no país. O número de grupos de pesquisas nesta
área cresce acelerada-mente. O diretório de grupos de pesquisa do CNPq
registra quase 400 deles, envolvendo aproximadamente 2.500 pesquisadores.
Os programas de pós-graduação em Saúde Coletiva chegam a 27, muitos deles
com alto grau de consolidação(1).
A mola propulsora para realização deste estudo, parte do fato de que a autora
do mesmo possui um contato próximo com a área acadêmica de enfermagem e
também com a prática profissional de enfermagem no âmbito da saúde coletiva,
o que possibilitou agregar estas duas consideráveis experiências. Alem de
contribuir como fonte de conhecimento para os profissionais da saúde, que
tenham o interesse em ingressar na pesquisa, gerando as seguintes perguntas
de pesquisa: Quais os grupos de pesquisa com temática Saúde Pública? Onde
estão? Quantos são? Quantas linhas de pesquisas possuem? E quais são?

OBJETIVO:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

745
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II-OBJETIVO GERAL:

• Caracterizar os grupos de pesquisa em enfermagem no Brasil com a temática


Saúde Coletiva.

METODOLOGIA:
METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo do tipo exploratório descritivo, de caráter documental,


de abordagem quantitativa.
A coleta de dados foi realizada entre os períodos de 18 a 25 de setembro, no
site do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, utilizando a seguinte
palavra-chave-“Enfermagem em Saúde Coletiva”, tendo como critério de
inclusão grupos atualizados, com status em formação ou consolidados e
somente aqueles vinculados a instituições de enfermagem, que possuíssem
explícito no título a relação com a enfermagem ou que contavam com a
participação de pesquisadores docentes de enfermagem.
O Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq reúne informações sobre os
grupos de pesquisa em atividade no País abrangendo pesquisadores,
estudantes, técnicos, linhas de pesquisa em andamento, produção científica,
tecnológica e artística geradas pelos grupos. Apesar de ser caracterizado por
uma base de informações de preenchimento opcional, o universo abrangido
pela mesma vem aumentando ao longo do tempo, podendo-se supor ter relativa
representatividade da comunidade científica nacional. (3)
Após a consulta no site do Diretório, os dados eram arquivados em um
instrumento de coletas de dados pré-elaborado.
Efetuada a coleta de dados e transcrição no instrumento, os dados foram
analisados por freqüência relativa e valor absoluto e em seguida apresentados
em tabelas e gráficos, para enfim serem discutidos à luz da literatura cientifica
pertinente.

Para identificar os grupos de pesquisa, foi acessado o site do CNPq, na


pagina inicial clique no link: “Diretório dos grupos de pesquisa”, onde foi aberta
a página “Grupos de pesquisa”, ao lado esquerdo da tela ir ao link “Base
Corrente”, chegando ao “Diretório dos grupos de pesquisa do Brasil”, clicar em
“Grupos”, abrirá a página de “Consulta”. Preencher no consultar com a palavra”
Enfermagem em Saúde Coletiva”. Selecionamos: “Todas as palavras”. No filtro
para buscas, foi selecionado a opção “Ciências da Saúde” e na “Área do Grupo”
a opção “Enfermagem” e então clica-se em consultar abrirá a página com os
resultados da consulta, onde se encontra o nome do grupo, nome do líder, e o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

746
UNISA - Universidade de Santo Amaro

nome da área de pesquisa.

RESUMO:
III-RESULTADOS:

Após aplicação do critério de inclusão, dos 62 grupos encontrados, cinco não


se enquadraram na população do estudo, restando 57.
Os dados citados anteriormente podem ser contrastados com estudo realizado
em 2003, em que ao pesquisarem no Diretório do CNPq, encontraram 388
grupos que referiram a área de Saúde Coletiva como a área de conhecimento
predominante. (2)
Dos 57 grupos, a média foi de 8,9 pesquisadores por grupo, 11,4 alunos por
grupo, 1,8 técnicos por grupo e 3,4 linhas de pesquisa por grupo.
Foram encontrados na literatura 178 linhas de pesquisa , dentre as linhas de
pesquisa encontradas as de mais relevância são: Saúde do idoso sendo citada
por 1 grupo de pesquisa totalizando 1%, bases metodológicas e saúde do
adulto, prevenção e controle de doenças infecciosas e parasitárias ambas
linhas de pesquisa representada por 1 grupo totalizando 1%, saúde da mulher
representada por 4 grupos totalizando 2 %, saúde do trabalhador citado por 3
grupos em porcentagem de 2%, saúde da família citado por 6 grupos
totalizando 3%, epidemiologia citado por 8 grupos totalizando 4%, saúde
ambiental citado por 7 grupos 4%, saúde e educação e saúde coletiva ambas
citados 11 vezes totalizando 6%, saúde mental citado por 15 grupos
representando 8%, praticas em enfermagem citado por 37 grupos totalizando
21%, outras temáticas representam 53 vezes representando 30% das linhas de
pesquisa.
Em relação ao número de líderes por grupo, 36, ou seja, 64 % possuíam
apenas 1 líder por grupo.
Quanto à titulação dos líderes, a maioria dos líderes eram Doutores , ou seja,
48 (85%), contra oito (14%) Mestres e um (1%) de Livre-Docente, o que vem
em semelhança com o estudo de Barata & Goldbaum em 2003, que tiveram
doutores como a maioria dos líderes de grupos de pesquisa, ou seja, 1129
doutores dos 2115 pesquisadores, dos 557 grupos pesquisados com a temática
“saúde coletiva”. (2)
Em si falando da distribuição dos grupos de pesquisa segundo a Unidade
Federativa, estudos mostram a imponência das regiões Sul e Sudeste, em
relação aos demais estados do país, pois só São Paulo, Rio Grade do Sul,
Minas Gerais e Rio de Janeiro concentram 42 (72%) dos 57 Grupos de
Pesquisa em Enfermagem em Saúde Coletiva, mostrando a hegemonia do
sudeste, justificada pela concentração da maioria das instituições de ensino

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

747
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superior.

LINHAS DE PESQUISA ENCONTRADOS SÃO:

• Bases conceituais e metodológicas da enfermagem em saúde coletiva


• Políticas e práticas em saúde e enfermagem frente a necessidades em saúde
dos grupos sociais.
• A Família como Unidade de Serviço em um Programa de Atenção a
Comunidade
• Assistência de Enfermagem a Grupos, Famílias e Comunidades
• Epidemiologia e Práticas em Saúde Coletiva
• Saúde Coletiva no Ciclo Vital
• Avaliação de práticas profissionais na saúde coletiva
• assistência de enfermagem em saúde coletiva
• Políticas e Práticas de Educação e Enfermagem
• vigilância à saúde
• Bioética e Saúde Pública
• Desenvolvimento humano: saúde e educação
• Dinâmica e organização dos serviços de saúde e enfermagem
• Epidemiologia de doenças infecciosas e crônicas na Amazônia
• Saúde Coletiva
• Saúde da mulher
• Saúde do idoso na Amazônia Ocidental
• Saúde indígena
• Saúde Mental
• Bases Teóricas e Metodológicas dos Saberes e Práticas do Cuidar em Saúde
Coletiva
• Diagnósticos e intervenção de Enfermagem em Saúde Coletiva
• Formação e Qualificação da Força de Trabalho em Saúde Coletiva
• Enfermagem em Cardiologia; Qualidade de Vida
• Saúde Mental, Saúde Coletiva e Enfermagem Psiquiátrica
• Avaliação nutricional e de saúde de diferentes grupos populacionais
• Comportamento sexual e reprodutivo na adolescência

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

748
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• Estudo da deficiência de ferro


• Fundamentos e Práticas em Saúde Coletiva
• Nutrição em Saúde Coletiva
• Abordagens teórico-filosóficas em Saúde Mental e Produção de Subjetividade
• Cuidado Humano e Integralidade na Saúde
• Micropolitica do Processo de trabalho em saúde e o cuidado em saúde
coletiva e prática clinica em Enfermagem
• Mortalidade prematura:análise multivariada
• Planejamento, Gestão e Práticas de Saúde Coletiva e Saúde Mental
• Representações Sociais e saúde Coletiva
• Tecnologia do cuidado, práticas na saúde da criança e da família e
enfermagem
• Abordagens teórico-filosóficas em Saúde Mental e Produção de Subjetividade
• Cuidado Humano e Integralidade na Saúde
• Micropolitica do Processo de trabalho em saúde e o cuidado em saúde
coletiva e prática clinica em Enfermagem
• Mortalidade prematura:análise multivariada
• Planejamento, Gestão e Práticas de Saúde Coletiva e Saúde Mental
• Representações Sociais e saúde Coletiva
• Tecnologia do cuidado, práticas na saúde da criança e da família e
enfermagem
• Enfermagem como prática social
• Organização tecnológica do trabalho na saúde
• Práticas, Saberes e Políticas de Saúde
• Processo Saúde-Doença, a promoção e o cuidado em saúde
• Avaliação de práticas profissionais na saúde coletiva
• Estudos culturais em cuidado, saúde e enfermagem
• Estudos em cuidado, educação, saúde e enfermagem
• fundamentos Teóricos e Práticos da Enfermagem de Saúde Coletiva
• Fundamentos Teóricos e Práticos da Enfermagem na Saúde do Adulto
• Avaliação de Serviços
• Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental - Estudos Teóricos e Assistenciais
envolvendo o indivíduo, a família e a comunidade
• Ensino de Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
• Saúde Coletiva
• Cidadania no Cuidado - Participação Política, praticas cotidianas e
genealogias de saberes na produção do cuidado e atenção em saúde
• Ciência e Saúde Coletiva - construção do conhecimento, imagens e sentidos
na produção do cuidado de saúde
• Dinâmicas socioambientais no espaço rural
• Políticas e práticas em saúde e enfermagem
• Gestão, educação e formação: a construção do conhecimento

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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• O cuidar em saúde da criança e do adolescente


• Saúde ambiental
• Saúde da mulher:questões teóricas e práticas.
• Atenção à saúde dos grupos populacionais e de risco.
• Processo de trabalho em saúde.
• Produção de conhecimento
• Planejamento e gestão de sistemas, redes e serviços de saúde
• Políticas e Programas de Saúde
• Planejamento e gestão de sistemas, redes e serviços de saúde
• Políticas e Programas de Saúde
• Categoria de análise do cotidiano escolar e das políticas públicas.
• Corpo, saúde e doença
• Cuidado em enfermagem e saúde na dimensão coletiva
• Fundamentos e práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva
• Educação em Saúde
• Práticas Integrativas e Complementares em Saúde: Plantas Medicinais e
Fototerapia
• Prevenção do HIV e da AIDS
• Processos Saúde/Doença
• Saúde Coletiva e Plantas Medicinais
• Saúde do Adolescente
• Saúde dos Povos Indígenas
• Saúde e Relações de Gênero
• Sexualidade
• Avaliação nutricional e de saúde de diferentes grupos populacionais
• Comportamento sexual e reprodutivo na adolescência
• Estudo da deficiência de ferro
• Fundamentos e Práticas em Saúde Coletiva
• Nutrição em Saúde Coletiva
• Corpo, saúde e doença
• Cuidado em enfermagem e saúde na dimensão coletiva
• Fundamentos e práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva
• Trabalho, cuidados e subjetividades em saúde e enfermagem
• Evolução da história da profissão de enfermagem
• História da enfermagem nas doenças transmissíveis.
• Saberes e práticas da enfermagem na saúde coletiva
• O Quadro Documental da Escola de Enfermagem Anna Nery - Documentos
Históricos.
• Cuidar/Cuidados Classificação Epistemológica para a Enfermagem.
• Concepções Teorizantes e Bases Explicativas para a Enfermagem Ciência e
Arte.
• Enfermagem em Saúde Coletiva, Aspectos Epistemológicos do

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

750
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Conhecimento de Enfermagem.
• Pesquisa e Estudos Epistemológicos para a Enfermagem
• Cuidado na Dimensão Coletiva
• Epidemiologia e Saúde do Trabalhador
• Fundamentos teórico práticos da enfermagem em saúde coletiva.
• Educação ambiental e em saúde
• Estudos clínicos e epidemiológicos em nutrição e doenças crônico-
degenerativas
• Experiência social das enfermidades
• Organização de serviços de saúde
• Políticas públicas, saúde e cidadania
• Prevenção e controle das doenças infecciosas e parasitárias
• Arte, Criatividade e Tecnologia em Saúde e Enfermagem
• Educação em Enfermagem e Saúde
• Informações e Informática em Saúde e Enfermagem e Tele Enfermagem
• Segurança do Paciente de Cuidado Crítico e de alta Complexidade em
enfermagem
• Enfermagem e população: conhecimentos, atitudes e práticas em saúde
• Políticas publicas de saúde, meio ambiente e enfermagem
• Bases teóricas e metodológicas dos saberes e práticas do cuidar em saúde
coletiva
• Enfermagem Psiquiátrica: o doente, a doença e as práticas terapêuticas
• Formação e qualificação da força de trabalho em saúde coletiva
• Processo de cuidar no campo psiquiátrico e no campo da saúde mental
• Gerenciamento de Recursos Humanos em Saúde e Enfermagem
• Análise da educação, trabalho e prática em saúde e enfermagem
• Avaliação de políticas públicas e de sistemas e serviços de saúde
• Modelos assistências e de gestão em saúde e enfermagem
• A Família como Unidade de Serviço em um Programa de Atenção a
Comunidade
• Assistência de Enfermagem a Grupos, Famílias e Comunidades
• Epidemiologia e Práticas em Saúde Coletiva
• Abordagens teórico-filosóficas em Saúde Mental e Produção de Subjetividade
• Cuidado Humano e Integralidade na Saúde
• Micropolitica do Processo de trabalho em saúde e o cuidado em saúde
coletiva e prática clinica em Enfermagem
• Mortalidade prematura:análise multivariada
• Planejamento, Gestão e Práticas de Saúde Coletiva e Saúde Mental
• Representações Sociais e saúde Coletiva
• Tecnologia do cuidado, práticas na saúde da criança e da família e
enfermagem
• Gerenciamento de Serviços de Enfermagem e de Saúde

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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• Enfermagem e população: conhecimentos, atitudes e práticas em saúde


• Arte, criatividade e tecnologia em saúde e enfermagem
• Cuidado e o processo de viver, ser saudável e adoecer
• Educação, saúde e enfermagem
• Enfermagem, Educação e Cidadania
• Gerência do cuidado de enfermagem
• Gestão de Serviços de Saúde e de Enfermagem
• Saúde do Trabalhador
• Educação em Saúde e Enfermagem
• Políticas de Saúde, Tecnologia e o Cuidar em Enfermagem
• Abordagens teórico-filosóficas em Saúde Mental e Produção de Subjetividade
• Cuidado Humano e Integralidade na Saúde
• Micropolitica do Processo de trabalho em saúde e o cuidado em saúde
coletiva e prática clinica em Enfermagem
• Mortalidade prematura:análise multivariada
• Planejamento, Gestão e Práticas de Saúde Coletiva e Saúde Mental
• Representações Sociais e saúde Coletiva
• Tecnologia do cuidado, práticas na saúde da criança e da família e
enfermagem
• Construção e produção do conhecimento na intervenção educativa
• Cuidado em enfermagem e saúde na dimensão coletiva

CONCLUSÃO:
IV-CONCLUSÃO:

Conclui-se com este trabalho que a produção cientifica desses grupos de


pesquisadores a maior produtividade entre os pesquisadores concluíram o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

752
UNISA - Universidade de Santo Amaro

doutorado, para melhor qualificar o perfil desses pesquisadores, seria


interessante comparar esses dados com informações equivalentes para
pesquisadores de outras áreas cientificas na grande área da saúde, e quanto a
distribuição dos grupos de pesquisa a maioria encontra-se na região sul e
sudeste. As linhas de pesquisa são diversas, abordando desde saúde da
criança até tecnologias na pratica da enfermagem em saúde coletiva, suas
linhas de pesquisa são diversas, porem sem focando a promoção da saúde.
Portanto, espera-se que o estudo tenha mostrado com propriedade a razão
pela qual o norteou, todavia toma-se o cuidado aqui de explicitar que o objetivo
do mesmo não era e não foi de modo algum esgotar a literatura científica a
respeito do tema, nem tampouco realizar uma pesquisa de aprofundamento
ideológico mais aguçado, mas sim iniciar o conhecimento tateante do seu autor
sobre a temática e auxiliar na construção do corpo de conhecimento da
enfermagem sobre esta temática.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

V-REFERENCIAS

1- Paim, J. S. & Almeida Filho, N., 2000. A Crise da Saúde Pública. Salvador.
Casa da Qualidade Editora.
2- Matumoto, S. Mishima, S M; Pinto I C. Saúde Coletiva: um desafio para a
enfermagem. Caderno de Saúde Pública. São Paulo, vol. 17, n.1, p.233-244,
jan-fev 2001.
3- Almeida, M. C. P.; Mishima, S. M.; Peduzzi, M., 1999. A pesquisa em
enfermagem fundamentada no processo de trabalho: Em busca da
compreensão e qualificação da prática de enfermagem. Ribeirão Preto: Escola
de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.

________________________________________________________________
1Trabalho de conclusão de curso de Bacharel em Enfermagem
Graduanda de Enfermagem
UNISA – Universidade de Santo Amaro - E-mail da aluna: quel .c@bol.com.br
Orientadora, docente do curso de Enfermagem

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

753
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Cateter Central de Inserção Periférica: Intervenções de


Enfermagem em Neonatologia
NILVA ARAUJO COELHO(1)

MAISA NAMBA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Os cateteres intravenosos periféricos até duas décadas atrás, eram
considerados a melhor opção para acesso venoso, devido às altas taxas de
mortalidade e morbidade decorrentes da utilização de dispositivos de acesso
central.
No campo da terapia infusional é crescente a utilização de cateter venoso
central de inserção periférica (PICC) apresentando alternativa cada vez mais
adotada em cuidado e manutenção para recém nascidos de alto risco.
O PICC foi descrito na literatura pela primeira vez em 1929, como uma
alternativa de acesso venoso central por via periférica, quando um médico
alemão chamado Forsman se auto cateterizou com uma sonda uretral através
de uma veia da fossa cubital. Pela precariedade dos materiais não foi
implementado o procedimento na época.
Na década de 1970 foi desenvolvido o cateter de silicone, utilizado inicialmente
nas unidades de terapia intensiva neonatal, mas foi a partir de 1980 que se
observou a expansão de se uso, pela facilidade de inserção a beira do leito por
enfermeiros e pelo surgimento de programas de capacitação profissional.
No Brasil, o cateter PICC começou a ser utilizado na década de 1990 e tem sido
usada em Neonatologia, Oncologia, Pediatria, terapia Intensiva e Cuidados
Domiciliares. O cateter PICC é considerado por muitos autores como um
dispositivo de acesso vascular seguro, por permitir a administração de fluidos e
medicamentos que não podem ser infundidos em veias periféricas diretamente
na circulação central.
A passagem do cateter PICC é um processo de alta complexidade técnica e
exige conhecimentos específicos. De acordo com a Intravenous Nurses society
(INS)- Brasil cabe privativamente aos enfermeiros e médicos a realização de tal
procedimento, desde que tenham feito a capacitação através de curso e
treinamento que inclua os conteúdos teóricos práticos relativos á inserção,
manutenção e retirada do Cateter, indicações e contra indicações da utilização
do dispositivo e métodos da inserção a fim de garantir a qualidade do
procedimento e o bem-estar do paciente.
No Brasil, a atribuição de competência técnica e legal para o enfermeiro inserir
manipular o PICC encontra-se amparada pela resolução do COFEN nº
258/2001.
É por meio de treinamento especializado e experiência, que o enfermeiro

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adquire habilidades necessárias para um tratamento de qualidade reduzindo os


custos em termo de materiais, mão-de-obra e tempo de internação.
Portanto, este trabalho tem como objetivo descrever as intervenções de
enfermagem em neonatos com cateter central de inserção periférica.

OBJETIVO:
Descrição das intervenções de enfermagem em neonatos com cateter central
de inserção periférica.

METODOLOGIA:
Trata-se de um trabalho de revisão bibliográfica com pesquisa nas bases de
dados NURSING, SCIELO e BDENF, livros e diretrizes, utilizando os seguintes
descritores: cateter venoso central de inserção periférica, neonatologia,
cuidados e manutenção. Considerados 17 artigos, em português e com recorte
temporal entre 2000 a 2008.

RESUMO:
Descrição do material
O cateter venoso central de inserção periférica (PICC) é um dispositivo
intravenoso inserido através de uma veia superficial da extremidade e progride
por meio de uma agulha introdutora e com a ajuda do fluxo sanguíneo, até o
terço médio distal da veia cava superior ou veia cava inferior quando inserido
pela veia safena, adquirindo características de um cateter central.
Este dispositivo possui um ou dois lumens, longo, cerca de 20 a 65 cm de
comprimento, calibre varia de 14 a 24 Gauge ou 1 a 5 French, flexível,
radiopaco de paredes lisas e homogêneas, feito com material bioestável e
biocompatível, como silicone, polietileno e poliuretano.
O Silicone é considerado um polímero de elastômero com estabilidade
prolongada e resistência as variações de temperaturas. Possui paredes mais
grossas que suportam menos pressões com maiores chances de rompimento
ou perfuração, tromboresistente e reduzida aderência bacteriana.
O Poliuretano faz parte de uma ampla cadeia de polímeros chamados
termoplásticos. É mais resistente, menos maleável, suporta maiores pressões,
possibilita fluxo maior de soluções e menor rompimento.
O PICC é disponibilizado comercialmente em duas formas de apresentação:
Material completo: campos cirúrgicos, torniquetes, fita métrica, soluções anti-
sépticas, agulha introdutória, tesoura, seringas, pinça auxiliar para inserção,
gazes, adesiva transparentes e o cateter.
Material básico: fita métrica, agulha introdutória e o cateter.
Local de inserção

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As veias de punção são a veia basílica, cefálica e cubital; sendo nos membros
inferiores a poplítea, safena e femural. Para realizar a prática de uma terapia
intravenosa, o enfermeiro tem que ter domínio em anatomia e fisiologia da pele
e vascular. A pele sobrejacente a veia de escolha tem que estar integra, sem
hematomas, edemas, sinais de infecção ou alterações anatômicas.
A preservação da rede venosa periférica contribui para um sucesso no
procedimento juntamente com a habilidade e destreza na hora da inserção do
cateter.
Indicação
O PICC está Indicado para recém nascido, prematuros extremos, submetidos á
cirurgia, com síndrome, má formações e que necessite de infusão
hidroeletrolítica por um período superior a seis dias; nutrição parenteral,
medicamentos vesicantes, irritantes, vasoativas, soluções hiperosmolares ou Ph
não fisiológico e alguns antibióticos. Recomenda-se a administração de
hemoderivados e coleta de sangue somente em cateteres superiores a 3 Fr.

Vantagens e Desvantagens
De acordo com alguns autores as vantagens são: baixo custo, facilidade de
inserção a beira do leito, menor risco de acidente na inserção do cateter, menor
risco de contaminação, menor risco de infecção em relação a outros
dispositivos vasculares centrais, menor desconforto e dor perante o paciente,
melhor evolução clinica e maior permanência.
As contra indicações ao uso deste dispositivo incluem administração de
grandes volumes em bolus, lesões cutâneas ou infecção no local da inserção,
retorno venoso prejudicado, situações de emergência, trombose venosa, coleta
de sangue com cateteres de diâmetro menor que 3 Fr,hemodiálise e recusa por
parte dos familiares.

Complicações
As complicações circunstanciais incluem flebite, infecção, embolia, oclusão,
mau posicionamento, ruptura e dificuldade na remoção do cateter.
A flebite é graduada em uma escala 1 a 4; no escore 1 há eritema no sitio de
inserção, com ou sem presença de dor; escore 2 dor ou edema; escore 3 dor no
sitio de inserção, eritema, edema e formação de cordão fibroso palpável e no
escore 4 presença de dor no sitio de inserção, eritema, edema, cordão fibroso e
secreção purulenta.
A oclusão não possibilita a aspiração do sangue, apresenta resistência e
impede o fluxo, pode ser decorrente a precipitação de algum fármaco; depósito
de fibrina intraluminal e hemocomponentes e mau posicionamento do cateter. A
inserção periférica elimina complicações potenciais como pneumotórax e
hemotórax e menor taxa de infecção.

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Termo de consentimento quanto passagem do PICC


Após avaliação e indicação do PICC, cabe ao enfermeiro orientar o responsável
sobre o procedimento, risco, benefício, indicação e complicações. Aconselha-se
o responsável assine um Termo de consentimento para a inserção do cateter,
trazendo tanto tranqüilidade e diminuindo a ansiedade do familiar perante o
procedimento de inserção do cateter na beira do leito. O enfermeiro deverá
iniciar o procedimento munido desse documento.

Técnica de inserção do cateter PICC


Segundo os autores orientam que a inserção do cateter periférico segue a
seguinte ordem:
- Identificação da veia apropriada
- Posicionamento do paciente
- Verificação da medida do cateter
- Paramentação
- Abertura completa do material
- Abertura do campo estéril sob o local de punção escolhido
- Anti-sepsia
- Lubrificação do cateter com solução salina
- Preparação do comprimento do cateter
- Aplicação do torniquete
- Preparo do conjunto introdutor
- Execução da venopunção
- Retirada da agulha da bainha protetora
- Introdução completa do cateter periférico
- Remoção da bainha protetora
- Teste de permeabilidade
- Retirada do campo fenestrado
- Limpeza do local da inserção
- Fixação do disco oval
- Fixação do cateter
- Fechamento do sistema
- Confirmação radiológica para confirmação da ponta do cateter.

Informações no prontuário
O profissional responsável enfermeiro ou médico deverá anotar no prontuário as
seguintes informações: data e hora da punção, tipo de material do cateter, local
da inserção, calibre e tamanho do PICC, local da localização da ponta do
cateter.

Protocolo Institucional
O protocolo é um padrão que especifica o formato de dados e as regras a

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serem seguidas por meio da padronização de leis e procedimentos dispostos á


execução de uma determinada tarefa. A elaboração do protocolo pode ser
desenvolvida simultaneamente ou seqüencialmente seguindo as etapas de
diagnóstico situacional, caracterização do cliente, definição das terapêuticas,
construção das normas de atendimento, criação de instrumento e implantação
da sistematização do tratamento, implantação e implementação do protocolo.

Manutenção do cateter
- Cuidados Gerais
O cuidado da manutenção do PICC deve ser realizado por profissionais
qualificados e treinados e o curativo deve ser trocado pelo enfermeiro
capacitado na inserção, manutenção e retirada do cateter.
É por meio de treinamento especializado e experiência, que o enfermeiro
adquire habilidades necessárias para um tratamento de qualidade reduzindo os
custos em termo de materiais, mão-de-obra e tempo de internação.
O sucesso na inserção do PICC é obtido quando a ponta do cateter posiciona-
se centralmente, isto é, em veia cava superior. Se a ponta progredir para além
da veia cava superior, manobras de tração serão aplicadas no cateter para seu
reposicionamento.
Para uma boa manutenção do cateter PICC, deve-se orientar a equipe de
enfermagem que toda vez que manipular o cateter realizar assepsia das
conexões.
Segundo autor evitar aferir Pressão arterial em membro de inserção do cateter
para não ocorrer oclusão ou danos ao cateter.
O sucesso da manutenção do cateter PICC aconteceu com paciente em
tratamento oncológico que recebeu atendimento ambulatorial e permaneceu na
veia jugular por 169 dias sendo 28 dias na internação hospitalar no total de 195
dias, ou seja, deu continuidade ao tratamento por aproximadamente seis meses
com uma única punção venosa. Outro autor relata que há estudos que
comprovam que os pacientes oncológicos mostram permanecia com o cateter
em até 169 dias sem descrição ambulatorial.

Quanto à permeabilização do cateter


A integridade do cateter exige a lavagem apropriada com solução fisiológica
0,9% para permeabilizar o dispositivo evitando misturas de soluções
incompatíveis. A mesma técnica, de flushing, com pressão positiva evita o
refluxo sanguíneo na extremidade do cateter.
Em se tratando da prática do uso de solução salina para manutenção da
permeabilidade cateter percebe-se que quando comparada à prática da
heparinização, ela pode apresentar algumas vantagens. A técnica da solução
salina 0,9% é simples, não requer o preparo de solução como é o caso da
solução contendo heparina onde essa solução é calculada em volume e

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unidades adequados. A quantidade utilizada é o dobro do priming do cateter


que está sendo utilizado.
Quanto à heparinização os autores relatam que de acordo com o protocolo de
cada instituição é utilizado solução de 2 a 3 ml de heparina com 10U para
crianças e 100U para adultos.
Em relação às seringas, quanto menor o volume da seringa, maior a pressão
que ela pode gerar, expondo o paciente ao risco de ruptura do cateter. Assim,
orienta-se nunca usar seringas de 1, 3 e 5 ml diretamente no conector do
cateter, pois geram pressão de 150 Psi (7800 mmHg), 120 Psi (6200 mmHg) e
90 Psi (4608mmHg) .
Quanto ao curativo
Após a inserção do PICC é utilizado curativo oclusivo com filme transparente e
gaze por apresentar um discreto sangramento depois da punção, a troca do
mesmo deve ser realizada de acordo com cada instituição ou quando a
integridade da cobertura estiver prejudicada, não esquecendo que será trocado
pelo enfermeiro capacitado.
A película transparente é a cobertura recomendada para a proteção da inserção
do cateter periférico e central, e particularmente em neonatologia e pediatria.
Material este, estéril, que possibilita a visualização da evolução do aspecto da
inserção de punção, bem como possui membrana semipermeável,
possibilitando a troca gasosa e não penetração de microorganismo e soluções,
como água do banho. A fita de sterile strip® que acompanha o filme
transparente tem a função de segurar o cateter, pois não é usada sutura para
sua fixação, ao inserir as fitas assegurar que são usadas na área de reforço,
não podendo ser fixada no cateter, pois pode dificultar na remoção ou tracionar
o mesmo no seu sitio de inserção. Tanto após a inserção como na manutenção
do curativo, recomenda-se o filme transparente; previamente com anti-sepsia de
solução fisiológica ou clorexidine 0,5%, sendo que a clorexidine tem efeito
antimicrobiano em torno de seis horas em contato com pele.
Os anti-sépticos são substâncias químicas com função de eliminar ou inibir a
multiplicação de bactéria e fungos.
Dentre eles temos:
Álcool a 70% que tem ação rápida e não deixa resíduo, nesse caso sua
indicação é limitada ao preparo da pele para procedimentos de menor tempo de
duração como em punção venosa, medicações intramuscular, subcutâneas,
intradérmicas.
Clorexidine tem ação residual de 5 a 6 horas com função de retardar a
reconolização de bactérias na pele. Sua apresentação de concentração é em
forma de degermantes 2% e 4% para lavagens de mãos e antes da realização
de um procedimento invasivo, a de 5% alcoólica para anti-sepsia da pele integra
antecedendo o procedimento invasivo, a solução aquosa 2% é indicada para
uso em mucosas.

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Iodóforos são os PVPIs com ação residual que varia de 30 a 60 minutos, sua
apresentação é em forma de solução tópica com indicação de para pele e
mucosa, degermante para limpeza de sitio cirúrgico, degermação das mãos e
antebraços e a alcoólica para anti-sepsia da pele integra antecedendo
procedimentos invasivos.
Portanto o mais indicado para a troca do curativo e anti-sepsia da pele para o
PICC é a clorexidine, pois sua ação é mais prolongada e retarda o
recolonização de bactéria no sitio de inserção.
Por recomendações dos autores a troca deve ser 24 horas após a inserção e
sequentemente a cada sete dias usando a técnica asséptica.
O curativo convencional realizado com gaze estéril e micropore deverá ser
trocado a cada dois dias, pois impede a visualização do sitio de inserção por
estar coberto.
Realizar a troca a cada 48 horas caso o paciente apresente sudorese excessiva
mantendo o local limpo e seco, não se esquecendo de etiquetar com data e
hora, respeitando a função de proteção a área onde foi inserido e evitando seu
deslocamento.
A retirada do curativo é de forma manual pelo enfermeiro utilizar luvas estéreis
analisando o cateter, com a retirada das fitas adesivas, observando o cateter se
não houve deslocamento utilizar gaze estéril embebida em clorexidine a 0,5%,
após o processo de retirada do curativo vencido, realizar o procedimento do
novo curativo usando as fitas adesivas, o curativo transparente, não se
esquecer de colocar a data do curativo e nome do enfermeiro.
É aconselhável que registre no prontuário do paciente a data, a hora do curativo
e a evolução do cateter no paciente. A vantagem de utilizar o filme transparente
é poder inspecionar diariamente o local de inserção, o trajeto do cateter, e sinas
de infiltração, edema, isquemia e infecção.
O curativo realizado no cateter PICC cria duas funções: cria um ambiente que
protege o local do cateter inserido e evita que haja seu deslocamento.
Realizar a trocar dos conectores de dupla via, dânulas, e extensores a cada 72
horas.

Remoção do cateter
A remoção do PICC é indicada quanto há o término do tratamento de terapia
intravenosa, sinais flogísticos de infecção, febre, trombose e oclusão. Nunca
puxar o cateter quando verificar resistência, sugere solicitar o raio x para
visualização. Quando for encontrada resistência durante a remoção do cateter,
devem aplicar compressas mornas para dilatar a veia e pressionar suavemente
o dispositivo. Utilizar tração firme na remoção do cateter, porém delicada.

CONCLUSÃO:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Descrito as intervenções de enfermagem em neonatos com cateter central de


inserção periférica. Mostrou que é um cateter de longa permanência inserido
através de uma veia periférica em neonatos que necessite de terapia
intravenosa superior a seis dias.
É um procedimento realizado a beira do leito pelo enfermeiro habilitado e
capacitado na inserção, manutenção e remoção do PICC.
A manutenção do cateter requer do profissional de enfermagem o manuseio
adequado sem complicações futuras estabelecendo maior permanecia do
cateter durante o tratamento.
Cabe ao enfermeiro orientar e treinar a equipe de enfermagem para obter um
sucesso na manutenção do PICC.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Camargo PP, Procedimento de inserção, manutenção e remoção do cateter
central de inserção periférica em neonatos. Escola de Enfermagem USP 2007
mai págs 165.
2.Secoli, SR, Kishi HM, Carrara D. Inserção e manutenção do PICC: Aspectos
da pratica clínica em saúde oncológica. Revista pratica Hospitalar Ano VIII n.47
set/out 2006.
3.Jesus CV, Secoli SR. Complicações acerca do cateter venoso central de
inserção periférica (PICC).Ciência Cuidado Saúde 2007 abr/jun;6 (2):252-260.

________________________________________________________________
* Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro, São Paulo, SP. E-mail: nilva.coelho@hotmail.com
** Professora Assistente da Disciplina de Semiotécnica em Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro, São Paulo. SP. Orientadora.

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COMPARAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA MÁXIMA OBTIDA


NO TESTE ERGOMÊTRICO COM AS FÓRMULAS DE PREDIÇÃO
DA FREQUÊNCIA MÁXIMA EM UMA POPULAÇÃO GERAL
VANESSA CAMARGO FIORE(1), NADIELLE SANTOS COSTA(2), ALEXANDRA CORREA
ARAUJO OCANHA(3), FLÁVIO TOMAZELLI FAIM(4), JOSÉ MARIO COUTO DE
SOUZA(5), BRUNO PLACHA CAVALLI(6)

WLADIMIR MUSETTI MEDEIROS(7)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Atualmente percebe-se a existência de uma linguagem voltada a qualidade de
vida associada à prática de atividade física, com prescrições cuidadosas.
Partindo do pressuposto de que certo grau de atividade física é necessário em
todos os tipos de trabalho humano, se faz necessário um estudo com enfoque
na preocupação com a forma adequada de realizar os exercícios físicos. A
atividade física deve ser prescrita com objetivo de obter algum efeito fisiológico,
ou seja, a melhora do condicionamento ou prevenção e tratamento de doenças.
Desta forma, a atividade física deve seguir critérios para ter efetividade,
estabelecendo a intensidade que podem ser baseados em percentual do
consumo de oxigênio (VO2 máx), da freqüência cardíaca máxima (FC Max) ou
através do índice de percepção do esforço. Partindo do pressuposto que as
fórmulas para predição da freqüência cardíaca máxima (FC Max) são pouco
precisas e que a predição da intensidade da atividade física é dependente da
FC Max e são muito utilizadas na prática diária, justifica-se a necessidade de
verificar qual das fórmulas apresenta correlação mais preciosa com a FC obtida
no teste ergométrico.
Desta forma muitos estudos apresentam controversas para estipular a melhor
formula para prescrever a zona alvo, devendo descobrir a FCmáx do indivíduo
que será treinado.

OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo principal comparar as fórmulas de
predisposição da freqüência cardíaca máxima (FCmax) com frequência
cardíaca máxima obtida no teste ergométrico, para determinar intensidade de
exercício para uma população geral.

METODOLOGIA:
Este estudo retrospectivo avaliou 704 indivíduos submetidos ao teste
ergométrico no período de 1999 a 2006 no ambulatório de Fisioterapia
Cardiovascular da Universidade de Santo Amaro. A amostra foi composta por

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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uma população geral contendo diferentes gêneros, faixa etária, com ou sem
patologias associadas, peso corpóreo ideal ou pré obeso e obeso, indivíduos
que fazem ou não o uso de medicamentos, apresentam ou não fatores de risco
como tabagismo, hereditariedade, sedentarismo e se tiveram ou não infarto,
sendo submetidos ao teste ergométrico para obter a freqüência cardíaca
máxima. Foram utilizadas 37 fórmulas de diferentes autores. A análise dos
resultados foi realizada através do programa SPSS 11.5/Windows. Utilizou-se a
analise de normalidade de Kolmogorov Smirnoff. Para análise das diferenças
entre as formulas e a frequência cardíaca alcançada utilizou-se o Teste de
Wilcoxon. Para verificar a semelhança de comportamento utilizou-se a
Correlação de Spermann. Para avaliação da eficiência das formulas em
predizer a freqüência cardíaca utilizou-se o R2. As análise foram consideradas
significativas quando p0,05.

RESUMO:
O principal achado do presente estudo foi que das 37 fórmulas utilizadas
apenas a fórmula 6 ( FCmax = 209 - idade) se mostrou capaz de predizer
valores que não se diferenciavam significativamente (p = 0,723) dos valores
reais obtidos no Teste Ergométrico.Observou-se também no presente estudo,
que algumas fórmulas predizem valores subestimados para jovens, que
conseqüentemente poderiam gerar prescrições inadequadas, de tamanha baixa
intensidade que acarretariam na ineficiência da intervenção. No sentido oposto,
algumas fórmulas determinam para a população mais idosa, valores acima dos
que foram obtidos no teste ergométrico. A conseqüência mais preocupante da
utilização destas fórmulas seria a prescrição de exercícios com uma intensidade
muito alta, aumentando os riscos cardiovasculares, podendo levar um indivíduo
a morte súbita durante o exercício físico.

CONCLUSÃO:
Segundo os dados obtidos com a população estudada, pode-se concluir que a
Fórmula 6 (fórmula de Hammond (209 – idade)) foi a única que se apresentou
fidedigna, sendo eficiente em predizer valores que se aproximaram das
freqüências alcançadas nos testes ergométricos, sendo um dado extremamente
preocupante uma vez que através das outras formulas obteve-se valores que
podem superestimar ou subestimar a frequência cardíaca, resultando em um
maior risco cardiovascular e um treinamento físico ineficaz no sentido de
promover melhoras no sistema cardiovascular, metabólico e respiratório, uma
vez que suas prescrições são inadequadas.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CAMARDA SRA, Comparison of Maximal Heart Rate Using the Prediction
Equations Proposed by Karvonen and Tanaka. Arq Bras Cardiol 2008; 91(5) :
311-314.
FOX III S.M., et al. Physical activity and the prevention of coronary heart
disease. Ann Clin Res 1971;3:404-432.
GELLISH, et al.. Longitudinal Modeling of the Relationship between Age and
Maximal Heart Rate. Med. Sci. Sports Exerc., Vol. 39, No. 5, pp. 822-829, 2007
KARVONEN JJ, KENTALA E, MUSTALA O. The effects of training on heart rate:
a “longitudinal” study. Ann Med Exp Biol Fenn. 1957; 35: 307-15.
ROBERGS RA, LANDWEHR R. The surprising history of the “hrmax=220-age”
equation. JEP.2002; 5 (2): 1-10.
ROECKER K, "Heart rate prescriptions from performance and anthropometrical
characteristics. Med. Sci. Sports Exerc., Vol. 34, No. 5, pp. 881-887, 2002.
RONDON, M.U.P.B; et al. Comparação entre a prescrição de intensidade de
treinamento físico baseada na avaliação ergométrica convencional e na
ergoespirométrica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. São Paulo, 70, n 3, p.
159-166, mar, 1998.
TANAKA H. Age-Predicted Maximal Heart Rate Revisited Journal of the
American College of Cardiology Vol. 37, No. 1, 2001.
WHALEY MH, et al. Predictors of over-and underachievement of age-predicted
maximal heart rate. Med Sci Sports Exerc. 1992; 24 (10): 1173-9.

________________________________________________________________
GERFE-

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COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO AS


NECESSIDADES DE CUIDADO DO PORTADOR DE OSTOMIA
INTESTINAL
DÉBORA DE SOUZA(1)

MAISA NAMBA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O processo de cuidar da pessoa ostomizada pela equipe interdisciplinar de
saúde requer destes profissionais competências intelectuais, técnicas e
interpessoais. Assim os objetivos do cuidar dos ostomizados, baseados na
atenção integral e individualizada, estão dirigidas para a identificação de suas
necessidades assistenciais, o estabelecimento do nível de ajuda profissional
exigido e o suficiente e adequado provimento de recursos para a reabilitação
(1). O portador de ostomia é aquele paciente que foi submetido a uma
intervenção cirúrgica, cuja finalidade foi desviar o trânsito intestinal do seu local
de origem, alterando a sua fisiologia de eliminação das fezes e dos gases
intestinais, através da exposição de uma parte do intestino na parede
abdominal. Essa cirurgia se caracteriza como um procedimento alternativo que
visa à sobrevivência do indivíduo ou a melhora na sua qualidade de vida,
podendo ser de caráter provisória, quando se pretende desviar
temporariamente o transito intestinal restabelecendo-o posteriormente, ou
definitiva nos casos em que a sua confecção se torna necessária a sobrevida.
Dependendo do local onde é confeccionada, a ostomia ou estoma pode recebe
o nome de ileostomia (íleo), colostomia (cólon) ou jejunostomia (jejuno). A
presença da ostomia como resultado da medida terapêutica utilizada, determina
alterações profundas na pessoa, as quais se expressam por desajustes físicos,
psicoemocionais e sociais que se não forem trabalhados, irão influenciar na
efetividade do processo de reabilitação (2). Cuidar desses pacientes não é
tarefa fácil para os profissionais, pois é necessário prepará-los para o convívio
com a estomia. Alguns autores referem que durante a formação acadêmica são
enfocados, prioritariamente, os cuidados físicos. Não se recebe preparo
suficiente para lidar com as alterações no modo de vida por eles apresentados
(3). Em estudos realizados sobre o cuidado de enfermagem ao ostomizado
verificou-se somente a preocupação para o ensino do autocuidado privilegiando
o manejo com os dispositivos e a troca da bolsa coletora, ignorando os
aspectos emocionais, sociais e espirituais que o acometem.

OBJETIVO:
Descrever as competências do enfermeiro no atendimento às necessidades de

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cuidado do portador de ostomia intestinal.

METODOLOGIA:
Revisão de literatura em periódicos indexados nas bases de dados LILACS,
SCIELO e BDENF, utilizando os descritores “ostomia”, “enfermagem” e
“competência profissional”. Desta busca resultaram 93 artigos. Foram
selecionados os que apresentavam idioma português e texto completo. Deste
total foram utilizados sete artigos pertinentes ao tema. Foram também
consultados três livros, dois de referência nacional e outro tradução. Ressalta-
se ainda o critério de busca, um recorte temporal entre os anos de 200 a 2008.
Após a leitura, foi realizado fichamento, para organização das idéias. Depois
esses dados foram agrupados de acordo com a discussão predominante,
gerando as categorias de análise, necessidades de cuidado x competências do
enfermeiro. Essa análise procedeu-se com base nas alterações encontradas,
que foram denominadas de: físicas, psicoemocionais, sociais e espirituais.

RESUMO:
Diante da análise dos dados obtidos, percebeu-se que a prática assistencial
desenvolvida por enfermeiros estavam voltadas apenas para o ensino do
autocuidado, ou seja, com os cuidados de higiene e troca das bolsas coletoras,
ignorando as alterações subjetivas apresentadas pelos pacientes. Essas
alterações, conforme relatado em um estudo (3) sobre a difícil adaptação do
ostomizado a sua nova condição, influencia profundamente na qualidade de
vida do indivíduo e da sua família fazendo com que haja a necessidade de uma
atenção voltada para a integridade deste ser, uma vez que o cuidado está
presente de forma segmentada. Percebe-se que após a realização de uma
ostomia, o paciente se depara com diversas alterações em seu processo de
viver, indo desde alterações fisiológicas, gastrointestinais, da auto-estima às
alterações da sua imagem corporal, relacionamento sexual, atividades
laborativas e sociais. Com base na literatura consultada, procedeu-se ao
agrupamento das alterações identificadas, com vista às necessidades de
cuidado, determinando quais competências o enfermeiro deve estabelecer
frente a elas. Essas alterações foram agrupadas em físicas: que correspondem
à eliminação alterada das fezes e dos gases intestinais, déficit para o
autocuidado relacionado à troca da bolsa coletora e prevenção das
complicações relacionadas à ostomia e a dificuldade de obter acesso aos
recursos disponíveis pela rede do SUS. Competências do enfermeiro:
competência técnico-científica para a implementação do sistema de cuidados,
conhecimento sobre anatomia e fisiologia gastrointestinal e das principais
patologias geradoras das ostomias, ensino precoce do autocuidado (na fase
pré-operatória), com reforço no pós-operatório e conhecimento das redes de
apoio aos ostomizados e posterior encaminhamento desses pacientes;

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psicoemocionais: compreende a percepção alterada da imagem corporal, baixa


auto-estima, pesar (sentimento de perda/mutilação), distúrbios da sexualidade,
desencadeamento de estratégias de enfrentamento negativas. Competências
do enfermeiro: competência interpessoal para lidar com as alterações
psicossociais (avaliação da condição emocional do paciente e da existência de
rede de apoio familiar ou complementar, reconhecimento da fase de
enfrentamento vivenciada pelo paciente no momento, reconhecer a
necessidade de apoio interdisciplinar, com posterior encaminhamento, cuidar
centrado na totalidade, contrapondo-se a segmentação; sociais: Isolamento
social, abandono das atividades de lazer e de convívio social, aposentadoria
precoce. Competências do enfermeiro: desenvolver no indivíduo capacidade
adaptativa, através da autonomia para o autocuidado, uso de dispositivos de
qualidade, estimular sua participação nos grupos de apoio, estimular a
motivação do paciente para o retorno as suas atividades de vida diária, lazer e
laborativas; e espirituais: busca das redes de apoio (crenças religiosas e
espirituais), passa a desacreditar em sua crença/religião (julga-se abandonado
ou não merecedor das graças pelo seu Deus). Competências do enfermeiro:
oferecer apoio espiritual sempre que solicitado, sem prevalecer à crença
pessoal (respeito à singularidade). As alterações físicas obedecem às
modificações fisiológicas intestinais, designadamente a perda do controle fecal
e a saída dos gases, as complicações relacionadas com a ostomia e realização
do autocuidado e troca da bolsa. A confecção de uma ostomia acarreta uma
série de mudanças na vida do paciente e requer um cuidado especializado de
enfermagem para o restabelecimento de suas funções, visando a sua
reinserção na sociedade. O ensino do autocuidado gera uma adaptação
positiva, pois garante autonomia ao paciente para o desenvolvimento de suas
atividades da vida diária. A orientação quanto à existência de redes de apoio
facilita a reabilitação e a reinserção social. As alterações relacionadas ao
emocional advêm da alteração da imagem corporal, que resulta em baixa auto-
estima. A auto-imagem é definida como um retrato mental que as pessoas têm
de si mesmas e está também bastante associada com a auto-estima. O
ostomizado enfrenta também alteração bastante significativa a respeito da sua
sexualidade. Em uma pesquisa, constatou-se que 76% dos pacientes
entrevistados, não retomaram as atividades sexuais ou retomaram parcialmente
após a ostomia, devido às dificuldades percebidas através das alterações no
corpo e na imagem corporal. Neste estudo somente 24% dos entrevistados
retomaram plenamente suas atividades sexuais. A dificuldade em manter
relações com os parceiros surgem do medo da não aceitação ou vergonha,
devido à presença das fezes, do odor exalado e da possibilidade de vazamento
dos dejetos. Fica então evidenciado que os distúrbios da função sexual podem
ser tanto de ordem subjetiva, relacionada à alteração da imagem corporal, ou
de ordem orgânica, decorrentes da lesão nervosa no ato operatório. Esses

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

767
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dados são bastante expressivos, pois confirmam a necessidade de cuidado,


voltado para a sexualidade desse tipo de clientela. O reconhecimento das fases
de enfrentamento, pelo qual vivencia o ostomizado, auxilia o enfermeiro no
planejamento da assistência, bem como dita a intervenção mais adequada para
aquela fase. Os sentimentos de perda de um órgão valorizado (ânus) e da
mutilação sofrida (representada pelo uso da bolsa) levam a ocorrência de
manifestações como resignação, agressividade, revolta, apatia e ao isolamento
social. É fundamental compreender as modificações que ocorrem na vida da
pessoa que vive com ostomia e como ela vivencia todo este processo, para
prestar um apoio mais efetivo. A valorização do trabalho interdisciplinar
juntamente com a participação da família é essencial no aprimoramento do
processo de cuidar, o que sem dúvida refletirá diretamente no bem-estar e na
qualidade de vida de quem é cuidado. Observou-se, alteração do papel social
perante a família e sociedade, que este desempenhava antes da ostomia. Os
problemas de ordem social podem decorrer da insegurança causada pela
qualidade dos materiais e dos equipamentos utilizados. Muitas vezes o paciente
pode se sentir vulnerável e isolar-se tanto do convívio familiar quanto social.
Esse isolamento pode levar ao abandono das atividades laborativas e de lazer,
fazendo com que aumente o número de aposentadorias, justificadas pela
incapacidade de retorno as atividades. Geralmente as pessoas ostomizadas
sentem dificuldade no retorno ao trabalho, devido à insegurança em manipular
a ostomia em locais públicos e pelo conteúdo eliminado. Identificou-se que para
boa parte das pessoas ostomizadas, o medo da morte é constante. Assim
passam a atribuir o seu futuro a Deus, assumindo uma postura muito passiva
diante da doença, do tratamento e, sobretudo, mostram desinteresse em traçar
planos para o futuro. Além disso, a espiritualidade e a religião constituem-se
importantes aportes para as pessoas estomizadas. As crenças religiosas e
espirituais oferecem forças significativas nos diversos momentos de sofrimento
causados pela doença e pelo tratamento. Para tanto, elas buscam conforto
espiritual em diversas crenças. O respeito à singularidade própria de cada
indivíduo deve ser adotado como princípio para cuidar de ostomizados.

CONCLUSÃO:
Através da revisão literária, ficaram evidenciadas as principais competências a
serem desenvolvidas por enfermeiros no atendimento as necessidades de
cuidado do portador de ostomia intestinal, bem como a percepção de que esses
indivíduos constituem uma clientela especial, que necessita de cuidados
integrais. Acredita-se que o cuidado realizado de forma integral e não
segmentado, contribui para a promoção e obtenção de uma melhor qualidade
de vida, com vistas à adaptação, reabilitação e reinserção desse indivíduo na
sociedade. Porém é esperado que o enfermeiro esteja apto a desenvolver as
competências necessárias para o atendimento dessas necessidades, que inclui

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

768
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conhecimento científico, habilidade interpessoal para lidar com alterações


emocionais e sociais, bem como atitude, que irá nortear seu modo de agir
diante de determinadas situações. Os resultados desta pesquisa contribuem
para o processo de cuidar dos ostomizados pelos enfermeiros e acadêmicos de
enfermagem, pois evidencia as alterações sofridas por essa clientela, que nem
sempre é abordada nos currículos da graduação, bem como delimita as suas
necessidades de cuidado, melhorando assim a qualidade da assistência por
esses agentes cuidadores.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Santos VLCG. Fundamentação teórico-metodológica da assistência aos
ostomizados na área da saúde do adulto. Rev.esc.enf. USP 2000; 34 (1): 59-63.
2.Mendonça RS, Valadão M, Castro L, Camargo TC. A importância da consulta
de enfermagem em pré-operatório de ostomias intestinais. Rev Bras Cancerol
2007; 53.(4): 431-435.
3.Barbutti RCS, Silva MCP, Abreu MAL. Ostomia, uma difícil adaptação. Rev
SBPH 2008; 11(2): 27-38.

________________________________________________________________
1.Autor: Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de
Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. São Paulo,
SP.deborah_souza83@yahoo.com.br.
2..Orientadora:Enfermeira. Professora Adjunta do Curso de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro. São paulo, SP. maisanamba@hotmail.com.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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COMPLICAÇÕES PÓS-NATAL DOS RECÉM NASCIDOS


PREMATUROS ATENDIDOS NO BERÇÁRIO DO HOSPITAL
GERAL DO GRAJAÚ
SOLANGE GABRIEL DA SILVA(1), EDIVANIA LIMA DOS SANTOS(2)

ANA PAULA CAMPELO CAVALCANTE(3)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Organização Mundial da Saúde considera recém nascido pré-termo (RNPT)
todo aquele que nasce entre 20 e 37 semanas de gestação. Este grupo devido
à sua imaturidade anatômica e fisiológica, apresenta maior susceptibilidade às
infecções, que são complicadas pela manipulação e grande período de
permanência nas unidades neonatais, o que ocasiona alta taxa de morbi-
mortalidade (SILVA, 2008).
A etiologia da prematuridade é multifatorial, sendo os fatores mais relevantes os
ambientais, socioeconômico, características biológicas da mãe ao engravidar,
história reprodutiva materna, as condições das gestações, questões
psicossociais, uso de tabaco, álcool e drogas, trabalho, atividade física,
assistência pré-natal, as intercorrências da gestação e as características fetais.
A assistência pré-natal e a redução ou eliminação de fatores e comportamentos
de risco passíveis de serem corrigidos (SILVA, 2008).
Diversas complicações são observadas no período pós-natal decorrentes do
parto prematuro. Algumas patologias podem ser destacadas por sua maior
freqüência e gravidade como: a asfixia neonatal, Síndrome do Desconforto
Respiratório (SDR), icterícia neonatal, hemorragia intra/periventricular,
infecções respiratórias, atelectasias, entre outras (MARCONDES et al., 2002).
A fisioterapia respiratória oferece aos pacientes auxílio preventivo e curativo em
diversas patologias e complicações pulmonares, atuando de maneira eficaz na
remoção das secreções brônquicas, na otimização da mecânica ventilatória,
melhora da oxigenação e da ventilação nos Recém Nascidos (RN), além da
estimulação precoce do desenvolvimento neuro-psico-motor normal. A
intervenção do fisioterapeuta gera um aumento na complacência pulmonar,
diminuição da resistência das vias aéreas, diminuindo desta forma, o trabalho
respiratório imposto ao neonato. Como exemplos de condutas tem-se o
posicionamento, reeqüilíbrio tóraco abdominal, higiene brônquica, reexpansão
pulmonar, suporte ventilatório adequado e estimulação sensorial (RIBEIRO;
MELO e DAVIDSON, 2008).
É importante para o fisioterapeuta e todos os profissionais atuantes em uma
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, o conhecimento do perfil de seus
pacientes bem como, o conhecimento das possíveis complicações pós-natal

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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relacionadas a prematuridade. Com esse conhecimento o profissional pode


preparar-se melhor cientificamente e na prática diária e cercar-se de recursos,
para melhor atender às necessidades desses pacientes especiais
proporcionando uma melhor evolução clínica e qualidade de vida. Assim teve-se
a iniciativa de realizar esta pesquisa retrospectiva com intuito de fornecer
subsídios para planejamento e otimização de recursos, na busca de melhorar o
atendimento fisioterapêutico dos RNPT.

OBJETIVO:
Traçar o perfil dos Recém nascidos pré-termo nascidos no Hospital Geral do
Grajaú, no ano de 2008, identificar as principais complicações relacionadas ao
pós-nascimento de acordo com a idade gestacional e correlacionar com a
importância do atendimento fisioterapêutico.

METODOLOGIA:
Esta pesquisa constitui um estudo retrospectivo descritivo documental realizado
de fevereiro a junho de 2009.

Casuística

A população estudada é formada por Recém Nascidos Pré-termo (RNPT),


todos com idade gestacional (IG) inferior a 37 semanas e seis dias, internados
na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral do Grajaú (HGG) com peso
ao nascer e diagnósticos variados e que receberam atendimento
fisioterapêutico a partir das primeiras 24 horas de vida.
Foram excluídos os RNPT portadores de neuropatias, síndromes e
malformações congênitas e os que apresentaram dados insuficientes em seus
prontuários.
Os dados foram obtidos através de levantamento de prontuários disponíveis no
Sistema de Arquivos Médicos e Estatística (SAME) do HGG.
Para análise das complicações encontradas, os RNPT serão divididos em três
grupos de acordo com a IG: Grupo I é composto de RNPT extremos (IG inferior
a 30 6/7 semanas), no Grupo II estão inclusos os RNPT moderados (IG entre 31
e 35 6/7 semanas) e o Grupo III trata-se dos RNPT limítrofes (IG entre 36 e 37
6/7 semanas).
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HGG mediante
número de protocolo 067/2008.

Métodos

Para a coleta dos dados foi elaborada uma ficha com as variáveis pertinentes à

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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caracterização dos RNPT, informações sobre os antecedentes maternos tais


como idade, a utilização de álcool e/ou drogas durante a gestação,
intercorrências gestacionais e doenças presentes na hora do parto, a realização
ou não do acompanhamento pré-natal e o número de consultas realizadas.
Sobre os RN foi pesquisado data de nascimento, data de alta/óbito, sexo, peso
ao nascer, idade gestacional, complicações apresentadas durante o tempo de
internação, o tempo de suporte ventilatório.

Análise dos Resultados

Os resultados encontrados a partir da avaliação das fichas preenchidas através


dos prontuários serão dispostos em forma de tabelas e gráficos.
Serão considerados os dados que traçam o perfil do público alvo,
caracterizando-os; as complicações mais freqüentes; e a correlação das
complicações encontradas na pesquisa com os dados coletados na literatura.
Os dados serão distribuídos de acordo com os três grupos citados
anteriormente.

RESUMO:
A pesquisa realizada no berçário do Hospital Geral do Grajaú através do
levantamento de prontuários do ano de 2008 totalizou 71 RNPT atendidos pela
fisioterapia.
Os dados obtidos através dos prontuários serão expostos a seguir:
No Grupo I obteve-se o total de 29 RNPT extremos (41% da amostra) e destes,
8 RNPT (27,5%) evoluíram com óbito. A média da Ig deste grupo foi de 27
semanas. Com relação ao tempo de internação este grupo obteve uma média
de 53,7 dias. Em relação ao gênero, nasceram 17 (58,6%) RNPT do gênero
feminino e 12 (41,3%) do gênero masculino. Em relação ao peso ao nascimento
a média foi de 1.049 gramas. A média da nota do boletim de Apgar foi de 7 no
5º minuto. Em relação ao tipo de parto, 21 RNs (72,4%) nasceram de parto
normal e 8 (27,5%) de parto cesárea.
Considerando um pré-natal adequado aquele que tivesse no mínimo 5
consultas, foi observado que somente 3 (10,3%) mães tiveram um pré-natal
adequado. Com relação à idade materna, 9 (31%) mães eram menores de 20
anos, 14 (48,2%) mães tinham idade entre 21 e 30 anos e 6 (20,6%) mães
tinham idade superior a 31 anos.
Referente à assistência ventilatória utilizada por esses RNPT as de vida.
Destes 25 RNPT, 6 (24%) evoluíram com óbito antes da extubação e 7 RNs
(28%) necessitaram de reintubação. Considerando todo o período de
internação, 27 (93,1%) RNPT necessitaram de intubação, sendo o tempo
mínimo de permanência de 1 dia, o tempo máximo de intubação foi de 77 dias

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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(dias não consecutivos e sim a somatória dos períodos que o RN esteve sob
VMI) e a média de permanência em VMI foi de 11,5 dias.
Referente à VMNI, 22 (75,8%) RNPT foram submetidos a este suporte
ventilatório, sendo o tempo mínimo de permanência de 1 dia, o tempo máximo
de 18 dias e o tempo médio de 7,2 dias.
Analisando a oxigenoterapia, foi observado que 22 (75,8%) dos 29 RNs
necessitaram desta, em algum período de sua internação, sendo o tempo
mínimo de permanência de 1 dia, o máximo de 41 dias e a média de 14,4 dias.
O Grupo II foi composto por 36 RNPT moderados (51% da amostra) e destes, 1
RN (2,7%) evoluiu com óbito. A média da Ig foi de 33 semanas. O tempo médio
de internação hospitalar foi de 30 dias. Em relação ao gênero, nasceram 12
RNPT (33,3%) do gênero feminino e 24 RNPT (66,6%) do gênero masculino. A
média de peso ao nascer foi de 1.864g. Em relação à nota do boletim de Apgar,
8 foi a média no 5º minuto. Referente ao tipo de parto, 23 (63,8) RNPT
nasceram de parto normal, sendo um deles feito com a utilização de fórceps, e
13 RNPT (36,1%) de cesárea.
Em relação ao pré-natal, 9 mães (25%) tiveram um pré-natal adequado.
Analisando a idade materna, foi notado que 8 (22,2%) mães tinha idade inferior
a 20 anos, 14 (38,8%) tinham idade entre 21 e 30 anos e 14 (38,8%) mães
apresentaram idade superior a 31 anos.
Com relação ao suporte ventilatório foi observado que 19 (52,7%) RN foram
submetidos à intubação antes das 48 horas de vida, destes 19, 4 RNPT (21%)
necessitaram de reintubação. Considerando todo o período de internação, 23
(63,8%) dos 36 RNPT necessitaram de VMI, sendo o tempo mínimo de
permanência de 1 dia, o máximo de 16 dias e a média de 4,9 dias.
Em relação à VMNI, 29 (80%) RNPT necessitaram desta assistência, sendo o
tempo mínimo de permanência observado de 1 dia, o máximo de 11 dias e o
tempo médio de 3 dias.
Referente à oxigenoterapia, 34 (94,4%) dos 36 RNs tiveram a necessidade
deste suporte, permanecendo por no mínimo 1 dia e no máximo 30 dias e a
média de 4,9 dias.
No Grupo III foi totalizado 6 (8%) RNPT, com um tempo de internação médio de
9,3 dias. A Ig média neste grupo foi de 36 semanas. Em relação ao gênero, 3
RNPT (50%) eram do gênero feminino e 3 (50%) do gênero masculino. A média
de peso ao nascer foi de 2.740g. Em relação ao boletim de Apgar, 9 foi a média
no 5º minuto. Em relação ao tipo de parto, 4 (66,6%) RNs nasceram de parto
normal e 2 (33,3%) crianças nasceram de parto cesárea.
Referente ao pré-natal, 3 (50%) mães do grupo III realizaram o
acompanhamento pré natal adequado. Em relação à idade materna, não houve
nenhuma mãe com idade inferior a 20 anos, 4 mães (66,6%) tinham idade entre
21 e 30 anos e 2 mães (33,3%) apresentaram idade superior a 31 anos.
Em relação ao suporte ventilatório, 2 (33,3%) dos 6 RNPT necessitaram de VMI

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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antes das primeiras 48 horas de vida. Com relação a todo o período de


internação, 4 RNPT necessitaram de VMI, sendo o tempo mínimo de 1 dia, o
máximo de 7 dias e tempo médio de permanência de 3,2 dias.
Referente à VMNI, 3 (50%) RNPT necessitaram de VMNI com o tempo mínimo
de permanência de 1 dia, tempo máximo de 2 dias e um tempo médio de 1,6
dias.
Referente à oxigenoterapia, todos os 6 (100%) RNPT necessitam de tal suporte,
permanecendo por no mínimo 1 dia, máximo de 5 dias e o tempo médio foi de
2,1 dias.
As complicações consideradas pertinentes a fisioterapia neste estudo foram
Desconforto Respiratório Precoce (36%), Taquipnéia transitória do Recém
nascido (15%), Displasia Broncopulmonar (14%), Asfixia (12%),
broncopneumonia (11,6%) e Apnéia (11,6%).
Analisando os dados obtidos através do levantamento de prontuários, pode-se
traçar o perfil dos RNPT nascidos no período de janeiro a dezembro de 2008,
atendidos pela fisioterapia na UTI neonatal do HGG, na cidade de São Paulo.
Dos 71 RNPT inclusos neste trabalho, 51% eram RNPT moderados com uma
Ig média de 33 semanas.
A menor média de peso ao nascer foi atribuída ao Grupo I que apresentou uma
média de 1049 gramas, já no grupo III onde a Ig era maior, os RNPT obtiveram
uma média de peso nascer de 2740 gramas, diferente do encontrado no estudo
de Penalva e Schwartzman em 2006 no qual a média de PN foi de 1560±269
gramas (PENALVA e SCHWARTZMAN, 2006).
Em relação ao tempo de internação, o presente estudo mostrou que a média de
permanência no berçário variou de 53 dias para o Grupo I e 9 dias no Grupo III
e, no grupo II ficou mediano, com um tempo de internação médio de 30 dias. O
que nos mostra que o tempo de internação é inversamente proporcional a Ig e
ao peso ao nascer.
Com relação à idade materna observou que 30% das mães do Grupo I tinham
idade inferior a 20 anos, no Grupo II este número diminuiu para 22% das mães
e no Grupo III todas eram maiores de 21 anos. Referente ao acompanhamento
pré-natal observou-se que apenas 10% das mães do Grupo I realizaram um
pré-natal adequado, já no Grupo III, 50% realizaram um pré-natal adequado. O
que condiz com a literatura encontrada, pois quanto mais jovens as mães maior
o risco de parto prematuro e menor os números de consultas pré-natal.
A nota média do Boletim de Apgar variou entre 7 e 9 comparando os grupos,
um bom preditor já que o Boletim de Apgar quantifica e sumariza a resposta do
RN ao ambiente extra-uterino e às manobras de reanimação. Esta nota média
superior a sete justifica a baixa incidência de asfixia neonatal, já que apenas
notas inferiores a sete caracterizam a asfixia.
No que se refere ao tipo de parto, chama atenção no presente estudo que em
todos os grupos o parto normal foi o mais freqüente variando entre 66% e 72%

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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entre os grupos. Mesmo assim, em todos os grupos o número de parto cesárea


foi superior a 15%, que é a estimativa preconizada pela OMS.
Analisando a necessidade de VMI no grupo I, 93% dos RNPT necessitaram em
algum momento durante a internação de intubação, sendo que 28% destes
RNPT necessitaram de reintubação. Foi observado que o tempo médio de
intubação variou entre 11,5 dias no grupo I para 3,2 dias no grupo III.
Referente à oxigenoterapia o tempo médio de permanência neste suporte
ventilatório variou entre 14,4 no grupo I para 2,1 dias no grupo III. Este suporte
ventilatório foi o mais utilizado no RNPT que compõe a amostra deste estudo,
resultado semelhante ao estudo de Penalva e Schwartzman realizado em 2006
no qual 90% da amostra necessitaram de oxigenoterapia durante o período de
internação.
As complicações apresentadas pela amostra que são pertinentes à fisioterapia
foram apnéia, asfixia, broncopneumonia, displasia broncopulmonar, síndrome
do desconforto respiratório e taquipnéia transitória do recém nascido.
A incidência de síndrome do desconforto respiratório no presente estudo foi de
31 casos o que corresponde a 43,6% da amostra total.
A incidência da displasia broncopulmonar varia em estudos publicados de 23%
a 83%, sendo mais comum em prematuros e o risco de desenvolvimento
inversamente proporcional a Ig. Dos grupos estudados nesta pesquisa o que
apresenta mais chance de desenvolver displasia broncopulmonar é o Grupo I,
no qual estão inclusos os RNPT extremos. A incidência de displasia
broncopulmonar neste grupo foi de 8 casos (27,5%).
A incidência de broncopneumonia foi de 16% para o total da amostra e o grupo
com maior incidência desta doença foi o Grupo II com 20,6% de casos. A lesão
do parênquima pulmonar pode ser causada pela toxicidade do O2, tendo em
vista que o O2 leva a alterações bioquímicas e celulares. O RNPT possui um
sistema imune imaturo o que dificulta a defesa do parênquima pulmonar da
injúria sofrida devido à VM, sendo então de extrema relevância o tempo de
exposição deste neonato às concentrações de O2 inadequadas ou por tempo
prolongado. Além disto, à manipulação do circuito ventilatório e a necessidade
de reintubações podem levar a broncopneumonia por contaminação externa.
As complicações consideradas pertinentes à fisioterapia neste estudo são as
que cursam com o acúmulo de muco, atelectasias, diminuição da
expansibilidade torácica, alteração da relação ventilação-perfusão e sinais de
desconforto respiratório, sendo os objetivos da fisioterapia nestes pacientes:
otimização da função respiratória de modo a facilitar as trocas gasosas e
adequar a relação ventilação-perfusão, diminuir o trabalho respiratório,
adequação do suporte respiratório, prevenção e tratamento das complicações
pulmonares, manutenção das vias aéreas pérvias, eleição e monitoração
adequado do suporte ventilatório, além do favorecimento do desmame da
ventilação mecânica e da oxigenoterapia precocemente.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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CONCLUSÃO:
Os RNPT inclusos nessa pesquisa tiveram em média 32 semanas de idade
gestacional, 1884 gramas de peso ao nascer e 6,5 dias em ventilação mecânica
invasiva e 4,4 dias em ventilação mecânica não invasiva.
Verificou-se que quanto menor a IG e peso de nascimento, maior tempo de
internação, necessidade de suporte ventilatório e maior número de
complicações.
As principais complicações pertinentes à fisioterapia foram Desconforto
Respiratório Precoce (36%), Taquipnéia transitória do Recém nascido (15%),
Displasia Broncopulmonar (14%), Asfixia (12%), broncopneumonia (11,6%) e
Apnéia (11,6%). Os RN acometidos por esse tipo de afecções, normalmente
cursam com acúmulo de muco, atelectasias, uso prolongado de VM e
dependência de oxigênio, o que enfatiza ainda mais a necessidade da presença
do fisioterapeuta nesse setor.
O fato dos RNPT deste estudo terem recebido atendimento fisioterapêutico
desde as primeiras 24 horas de vida, pode ter influenciado de maneira positiva
no resultado do trabalho em itens como tempo de internação, tempo de
permanência em VM e reintubações, além da diminuição da incidência de
complicações como displasia broncopulmonar e pneumonias.
Com a conclusão desse trabalho pôde-se informar melhor os profissionais da
área da saúde em relação as complicações mais freqüentes dos RNPT e a
importância de se considerar as particularidade de cada grupo. Assim os
fisioterapeutas podem receber e prestar um atendimento mais seguro e
especializado às esses pequenos pacientes, tão frágeis e ao mesmo tempo tão
resistentes à mão humana.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
MARCONDES, Eduardo; VAZ, Flávio Adolfo Costa; RAMOS, José Lauro Araújo;
OKAY, Yassuhiko. Pediatria Básica. 9ª ed. São Paulo: Sarvier, 2002, p. 348-
352.

PENALVA, Olga; SCHWARTZMAN, José Salomão. Estudo descritivo do perfil


clínico-nutricional e do seguimento ambulatorial de recém-nascidos prematuros
atendidos no Programa Método Mãe Canguru. Jornal de pediatria. Rio de
Janeiro, v. 82, supl. 1, p. 33-39, 2006.

SILVA, Ana Maria Rigo. Fatores de risco para nascimentos pré-termo no


Município de Londrina - Paraná. 2008. 161 f. Tese (doutorado de Saúde
Pública) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2008

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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________________________________________________________________
Palavras chaves : Prematuridade;complicação;fisioterapia;uti neonatal

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Consulta de Enfermagem à Criança na Atenção Básica à Saúde


SARA GOMES BEZERRA(1)

DAMARIS GOMES MARANHAO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Consulta de Enfermagem é o conjunto de ações sistematizadas realizadas
exclusivamente pelo enfermeiro com o objetivo de conhecer a situação de
saúde e avaliar as necessidades de cuidados de uma pessoa que demande
assistência de enfermagem ambulatorial, seja criança, jovem, adulto ou idoso.
Na consulta de enfermagem à criança o enfermeiro interage com a criança e os
responsáveis, ou seja, familiares e outras pessoas que cuidam dela
cotidianamente. Por meio dessa interação e utilizando a metodologia do
processo de enfermagem, o enfermeiro coleta dados, identifica problemas e
classifica-os em diagnósticos de enfermagem, recomenda intervenções e
prescreve cuidados prestados pela família ou outros responsáveis pelas
crianças, visando a promoção do crescimento e desenvolvimento saudável
assim como a recuperação e reabilitação da saúde¹. A escolha desse tema se
deu a partir da reflexão sobre a assistência de enfermagem à criança prestada
em uma Unidade Básica de Saúde que faz parte do Programa de Saúde da
Família, situada na periferia da zona sul de São Paulo, na qual a autora realizou
estágio durante a sétima serie do curso de graduação em enfermagem.

OBJETIVO:
Descrever a história, origem do termo, constituição, implantação e avaliação da
Consulta de Enfermagem à criança no sistema de saúde.

METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica de artigos publicados no período de 1975 a 2007 (30
anos), em periódicos indexados nas bases de dados Lilacs, Bireme e Scielo, em
língua portuguesa. A pesquisa foi feita a partir dos descritores: Assistência;
Enfermagem; Crianças; Centros de Saúde e Avaliação. Foram selecionados 14
artigos e a análise considerou o histórico do atendimento de enfermagem no
serviço de saúde publica; a origem da expressão Consulta de Enfermagem e a
implantação e avaliação da consulta de enfermagem à criança.

RESUMO:
Histórico do atendimento de enfermagem no serviço de saúde publica
A Consulta de Enfermagem surgiu no Brasil em 1968, sua evolução coincide

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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com a própria historia da enfermagem brasileira, sobretudo, com a da


enfermagem de saúde pública que é classificada pelos autores em quatro
fases. A primeira fase começa com a criação da Escola Ana Neri em 1923,
concomitante com o inicio da pratica de saúde pública brasileira por meio da
colaboração de enfermeiras norte-americanas. Simultaneamente, a crescente
urbanização, o desenvolvimento e o surgimento das grandes epidemias na
America Latina, entre outras, a febre amarela, a malária, a tuberculose e a
ancilostomíase, demandavam um intenso trabalho de educação sanitária para o
qual ainda não havia enfermeiras diplomadas suficientes. A longa duração do
curso de enfermagem fez com que as autoridades sanitárias criassem um curso
de educação sanitária, com duração de ano e meio. O primeiro curso de
Educação Sanitária foi criado em 1925, no Instituto de Higiene de São Paulo,
que deu origem a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Durante muitos anos, a educadora ou visitadora sanitária foi um ator importante
dos serviços de saúde pública por sua competência no campo educacional,
atuando nos centros de saúde, postos de higiene e visitas domiciliares.
A segunda fase caracteriza-se por mudanças na organização dos serviços que
são analisadas pelos autores como de declínio para a profissão do enfermagem
Em 1942 foi criado o Serviço de Enfermagem do Instituto de Higiene e a Escola
de Enfermagem da Universidade de São Paulo, contribuindo para emergir
reflexões relativas à competência técnica e hierarquia dos enfermeiros versus
as educadoras sanitárias. Com o passar dos anos, a liderança profissional das
“enfermeiras diplomadas” relegava as educadoras a uma condição de categoria
com formação inferior. A terceira fase inicia-se com a criação do Serviço
Especial de Saúde Pública (SESP), caracterizado como um período de
expansão e aprimoramento das escolas de enfermagem, algumas sendo
incorporadas às universidades. A quarta fase iniciou-se em 1956, com a
primeira pesquisa em enfermagem, trazendo novas perspectivas para a
categoria. Entre os debates sobre a formação e exercício profissional do
enfermeiro, durante o Curso de Planejamento de Saúde da Fundação Ensino
Especializado de Saúde Pública, em 1968, concluiu-se que a ação denominada
de Atendimento de Enfermagem, era uma das atividades finais da Unidade
Sanitária e não um componente da consulta médica. A partir daí surge a
denominação Consulta de Enfermagem, que vem difundindo-se desde então,
particularmente no que se refere a gestantes ou crianças sadias. Entretanto em
todo o processo histórico como na atualidade ainda se confunde as expressões
“atendimento de enfermagem” que compreende a pré e pós consulta médica,
com a consulta de enfermagem, mas são práticas diferentes, que demandam
competências diferentes. Esta confusão de praticas e conceitos pode ser a
evidencia de uma crise de identidade do profissional enfermeiro relativa a sua
autonomia e atividade fim no sistema de atenção básica.
Origem da expressão Consulta de Enfermagem

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

779
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Em 1925 uma das atribuições da enfermeira no programa de controle e


tratamento de doenças sexualmente transmissíveis eram as entrevistas pós-
clinicas de novos pacientes, com o objetivo de interpretar o diagnostico e
tratamento médico e enfatizar os meios de prevenção². Esta atividade de pós
consulta médica se estende ao controle de outras doenças transmissíveis como
a tuberculose e hanseníase, nos programas de saúde da criança e mulher,
sobretudo no acompanhamento da gestação e do crescimento e
desenvolvimento infantil. Em 1958 a Organização Mundial da Saúde reconhece
entre as funções do enfermeiro de saúde pública as funções médicas
delegadas, a critério de cada país e de acordo com a realidade de saúde local.
A Fundação Serviço Especial de Saúde (SESP) neste mesmo ano, iniciou
experimentalmente o atendimento direto pelas enfermeiras às gestantes sadias
e, mais tarde, às crianças sadias e em 1966 esta atividade foi introduzida como
rotina no manual que originalmente, em 1925, havia sido elaborado pelas
enfermeiras americanas para orientar as enfermeiras de saúde pública
brasileiras. Em 1968 foi realizado um Seminário Nacional sobre o Currículo do
Curso de Graduação de Enfermagem da USP e reconhecida a importância da
Consulta de Enfermagem no campo da saúde da comunidade, atividade esta
que deveria ser exercida com exclusividade pelo enfermeiro, sem possibilidade
de delegação. No ano de 1969 foi implantada a Consulta de Enfermagem em
clínicas de saúde materna, infantil e seguimento de doenças crônicas de
adultos pela Seção Técnica de Enfermagem do SESP de Araraquara.
Entretanto, observa-se desde esta época, controvérsias entre os profissionais
de enfermagem e de outras categorias sobre as diferenças e semelhanças das
funções médicas delegadas, do Atendimento de Enfermagem e da Consulta de
Enfermagem. Na década de 1970, ocorreram vários eventos que ajudaram a
definir o que se compreendia por consulta de enfermagem e quais
competências o enfermeiro deve desenvolver para executá-la com eficácia. O
primeiro deles foi o encontro de enfermeiras organizado pelo Departamento de
Recursos Humanos para a Saúde, do Instituto Presidente Castello Branco, onde
puderam decidir os Padrões de Atribuições do Pessoal de Enfermagem,
definindo entre os fazeres peculiares da assistência de enfermagem a coleta de
dados por meio da entrevista do cliente para orientação, nos serviços de
proteção, recuperação e reabilitação da saúde e realizar consulta de
enfermagem para gestantes e crianças sadias. Na mesma época a Consulta de
Enfermagem foi reconhecida pelo Setor de Enfermagem da Divisão Nacional de
Organização Sanitária como atividade importante para aprimorar a assistência
aos grupos materno-infantil e portadores de doenças transmissíveis. O Hospital
de Clínicas de Porto Alegre (RS), ampliou a Consulta de Enfermagem às
crianças sadias, incluindo o exame físico, o controle do crescimento e
desenvolvimento³, imunizações, solicitação de exames laboratoriais,
orientações alimentares e suporte emocional. Após oito meses, 90% das mães

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

780
UNISA - Universidade de Santo Amaro

atendidas referiam satisfação com a assistência de enfermagem sistematizada


por meio da Consulta de Enfermagem, sendo que menos de 10% das crianças
precisaram ser encaminhadas ao médico. O termo Consulta de Enfermagem foi
empregado pela primeira vez, no Manual de Assistência Médico-Sanitária Geral
elaborado pelo Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), publicado em 1973.
Neste manual foi explicitado a diferença entre Consulta de Enfermagem às
gestantes e crianças sadias, da orientação pós-clínica que segue a consulta
médica e do modelo de atendimento individual ao tuberculoso. Neste mesmo
ano, a Consulta de Enfermagem foi oficializada no manual de normas e
instruções da Secretaria de Estado de Saúde do Ceará. Em 1986 a Consulta de
Enfermagem é reconhecida como atividade fim e independente, privativa do
enfermeiro na Lei do Exercício Profissional de Enfermagem.
A implantação e avaliação da consulta de enfermagem à criança
Em estudo qualitativo realizado no Centro de Saúde Passo Fundo em 1984, o
autor objetivou investigar se existe associação significante entre a Consulta de
Enfermagem e as internações e reinternações hospitalares, por patologias
previníveis, a constância e o período do aleitamento materno e o estado vacinal
das crianças. A amostra foi dividida em Grupo Experimental que era formado
por 100 crianças atendidas em consultas de enfermagem, e o Grupo Controle,
que também era constituído de 100 crianças que jamais haviam sido
consultadas por enfermeiros. Os resultados revelam que no grupo controle
houve mais internações e reinternações, diferentemente do grupo experimental
onde as crianças tinham um acompanhamento da enfermeira. O autor conclui
que a é essencial que a Consulta de Enfermagem seja inserida no
acompanhamento da criança no primeiro ano de vida, contudo é necessário que
os enfermeiros de fato, assumem suas funções da forma esperada e que as
autoridades sanitárias institucionalizem esta atividade. Em outro estudo os
autores descreveram a experiência de implementação, execução e avaliação da
consulta de enfermagem à criança no Centro de Saúde Escola Paulista de
Medicina, na cidade de São Paulo. Dois anos após a implantação desta
atividade, constataram um avanço considerável na realização das consultas,
mas não explicitam quais os criterios que utilizam para avaliar esta atividadade.
Referem tambem que os diagnósticos de enfermagem encontrados foram
solucionados com ações simplificadas, bem como os encaminhamentos de
criança a diversos profissionais de acordo com suas respectivas necessidades.
No ano de 2000, alguns autores relatam a experiência de atuação das autoras,
na Consulta de Enfermagem à criança, no Centro Assistêncial Cruz de Malta.
Os resultados indicam que a consulta de enfermagem ocorre com muito mais
frequencia. A criança só é conduzida à consulta médica pela enfermagem,
quando de fato, a mesma apresente um problema de saúde que determine
confirmação diagnóstica e ou tratamento médico. O caminho inverso tambem
ocorre, com os medicos encaminhando as crianças que atendem para a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

consulta de enfermagem nos casos de risco nutricional, desmame precoce,


atraso no desenvolvimento, ou no caso de mães ou responsáveis que
demonstrem maiores necessidades de orientações para o cuidado com a
criança, em função do prestígio do caráter educativo e preventivo da consulta
de enfermagem. Posteriormente em 2002, um estudo objetivou conhecer a
opinião das mães adolescentes em relação a Consulta de Enfermagem
prestada em um Centro de Saúde de Belo Horizonte. A consulta de
enfermagem para as mães adolescentes significa uma forma diferenciada de
atender; satisfação e segurança, vigilância à saúde da criança e encontro
intersubjetivo. As mães se sentem mais satisfeitas e seguras, quando vivenciam
a capacidade da enfermeira ao realizar a consulta de enfermagem. Contudo,
uma mãe expôs sua insatisfação em relação à enfermeira, quando o filho
apresentou uma reação alérgica e que a enfermeira depois de examinar a
criança disse à mãe que não era nada e na mesma noite o quadro da criança
se agravou, a mãe o levou-a ao médico que diagnosticou alergia ao talco.
Desde este episódio a mãe perdeu a confiança da consulta de enfermagem.
Este fato evidencia a responsabilidade do enfermeiro ao assistir a criança na
consulta de enfermagem, e a importância deste profissional em explicitar que
esta atividade visa o cuidado da criança e não substitui o ato medico. Para isto
o enfermeiro precisa construir competências especificas e evitar afirmar
hipóteses diagnósticas de outra competência profissional. O agendamento de
retorno para avaliar as possíveis queixas e evolução do estado geral da criança
é fundamental, mesmo quando aparentemente o problema de saúde pareça
simples. Outra pesquisa avaliou as atividades desempenhadas pelos
enfermeiros da estratégia Saúde da Família na assistência às crianças de zero
a dois anos, em três Municípios do Ceará, segundo o que é proposto pelo
Ministério da Saúde. Os principais resultados foram que a primeira consulta de
enfermagem é realizada nas crianças só após os 30 dias do nascimento da
criança. O tempo médio gasto pelo enfermeiro na consulta à criança, ficou em
torno de 15 minutos. Foi verificado que os aspectos que mais facilitam o
trabalho do enfermeiro na opinião dos profissionais de Fortaleza foram:
envolvimento com a comunidade, boa relação com as famílias e trabalho em
equipe. Os aspectos que dificultam a atuação dos enfermeiros são: infra-
estrutura e material para o trabalho, excesso de números de famílias por
equipe, excesso de burocracia, baixo salário do enfermeiro, falta de preparo e
apoio do coordenador da unidade, falta de profissionais na equipe
(especialmente de médicos), limitações de espaço físico na unidade. Em
pesquisa realizada em 2007, procurou-se avaliar o processo desenvolvido nas
consultas de enfermagem prestadas às crianças até um ano de idade em
Unidades Básicas de Saúde no Programa de Saúde da Família do Município de
São Paulo. Os resultados referentes à mensuração do peso e comprimento da
criança, ao registro destas medidas no Gráfico de Acompanhamento do

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Crescimento, à anotação do peso no Cartão da Criança, ao aleitamento


materno e esquema vacinal onde todas as crianças atendidas estavam com
suas vacinas atualizadas, foram animadores. Concluiu-se que a qualidade do
processo assistencial desenvolvido pelas 14 enfermeiras, participantes desta
pesquisa, nas 114 consultas de enfermagem prestadas às crianças até um ano
de idade, foi considerada relativamente adequada, no que tange à aplicação de
conhecimentos técnico-científicos na implementação das cinco ações básicas
de saúde preconizadas pelo Ministério da Saúde. No entanto, alguns
procedimentos, relacionados principalmente aos aspectos educativos, requerem
ajustes de fácil resolução, a fim de contemplar aspectos essenciais à saúde da
criança, aprimorando, assim, a qualidade da consulta de enfermagem prestada
em Unidades Básicas de Saúde no Programa de Saúde da Família da cidade
de São Paulo.

CONCLUSÃO:
Conclui-se que a consulta de enfermagem a criança é uma atividade de
competência do enfermeiro que tem sido implementada no Programa de Saúde
da Família e serviços de atenção básica a saúde da criança, mas que requer
mais pesquisas para avaliar sua eficácia na promoção do crescimento e
desenvolvimento saudável das crianças e na orientação dos familiares e outros
profissionais ou pessoas, com os quais a família compartilhe o cuidado infantil.
Esta atividade precisa ser avaliada também em relação a sua qualidade,
resolutividade e integração com outros profissionais dos serviços de saúde. A
legitimação desta atividade junto aos outros profissionais, aos gerentes dos
serviços de saúde e, sobretudo, junto a população, depende da qualidade da
assistência prestada pelo enfermeiro e de clareza quanto a sua especificidade
relativa ao campo da saúde. Na consulta de enfermagem o enfermeiro foca o
cuidado humano, essência da sua profissão, e deve evitar que a população e
outros profissionais confundam seu fazer com substituição do ato médico. Toda
criança tem direito de ser assistida com qualidade por todos os profissionais
que possam contribuir para auxiliá-la a crescer e desenvolver-se com saúde e
qualidade de vida, e entre outros, o direito de ser assistida pelo enfermeiro de
forma sistematizada e integrada.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Gamba MA, Bretas ACP, Ransan LMO. Implantação da Consulta de
Enfermagem à criança no Centro de Saúde da Escola Paulista de Medicina:
Relato de Experiência. Acta Paul Enferm 1988; 1(4): 101-6.
2.Castro IB. Estudo Exploratório sobre a Consulta de Enfermagem. Rev Bras
Enferm 1975; (28): 76-94.
3.Saparolli ECL, Adami NP. Avaliação da Qualidade da Consulta de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Enfermagem à Criança no Programa de Saúde da Família. Acta Paul Enferm


2007; 20(1).

________________________________________________________________
____________________________
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Santo Amaro.
² Aluna do oitavo semestre da Faculdade de Enfermagem da UNISA.
³ Orientadora Damaris Gomes Maranhão, Doutora em Ciências da Saúde, Profª.
Titular da Faculdade de Enfermagem da UNISA.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Contribuição do Enfermeiro na Avaliação Cardiológica Por Meio


do Exame de Eletrocardiograma
RODRIGO VIEIRA FERNANDES(1)

KARISA SANTIAGO NAKAHATA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O enfermeiro precisa estar preparado para identificar e interpretar alterações no
traçado do exame de eletrocardiograma, com base na eletrofisiologia e
anatomia cardíaca, buscando priorizar e agilizar o atendimento aos pacientes
que apresentem alguma patologia cardíaca e com isso resultar em uma rápida
intervenção.
Constitui-se no primeiro exame complementar no diagnóstico cardiológico,
tornando fundamental o conhecimento da interpretação do ECG normal e
patológico. É composto basicamente por doze derivações de registro, seis do
plano elétrico frontal: as derivações periféricas D1, D2, D3 (bipolares), AVR,
AVL e AVF (unipolares), e seis do plano elétrico horizontal: as derivações
precordiais V1 a V6 (unipolares).(1)
Ao longo dos anos ganhou mais agilidade e facilidade de realização e
interpretação, podendo alcançar profissionais não médicos como enfermeiros e
técnicos de enfermagem, entre outros, que trabalham com pacientes
cardiológicos e podem, ao diagnosticar prontamente uma alteração
eletrocardiográfica aguda, desencadear um procedimento/ tratamento de
urgência.

OBJETIVO:
O objetivo deste trabalho é demonstrar e identificar para o profissional
enfermeiro o diagnóstico cardiológico através do traçado de um exame de
eletrocardiograma normal ou em ritmo sinusal.

METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento deste estudo foi realizada uma pesquisa de revisão
bibliográfica, através de consultas em livros, na biblioteca Milton Soldani
Afonso, da Universidade de Santo Amaro (UNISA), e consulta as bases de
dados online, SCIELO, BDENF, MEDLINE e LILACS, onde foram pesquisados
549 artigos, selecionados 18, e, após leitura dos resumos, foram utilizados 3,
com o critério de inclusão em: eletrocardiograma, interpretação e enfermagem.

RESUMO:
O coração é um órgão muscular oco, localizado no centro do tórax, entre os

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

pulmões (mediastino) e repousa sobre o diafragma. Tem a função de bombear


o sangue para os tecidos, suprindo-os com oxigênio e outros nutrientes. Esta
função é realizada pela contração e relaxamento rítmicos de sua parede
muscular. O coração adulto normal em repouso bate aproximadamente 60 a 80
vezes por minuto, cada ventrículo ejeta aproximadamente 70ml de sangue por
batimento e apresenta um débito cardíaco de aproximadamente 5 litros por
minuto. Os quatro compartimentos do coração constituem os sistemas de
bombeamento direito e esquerdo. O lado direito do coração, constituído por
átrio direito, valva tricúspide e do ventrículo direito, distribui o sangue venoso
(sangue desoxigenado) para os pulmões por meio da artéria pulmonar para a
oxigenação. O átrio direito recebe o sangue que retorna da veia cava superior,
veia cava inferior e seio coronário. O lado esquerdo do coração, composto do
átrio esquerdo, valva mitral ou bicúspide e ventrículo esquerdo, distribuindo o
sangue oxigenado para o restante do corpo por meio da aorta. O átrio esquerdo
recebe o sangue oxigenado da circulação pulmonar através das veias
pulmonares. As quatro válvulas do coração permitem que o sangue flua em
uma direção. As válvulas abrem-se e fecham-se em resposta ao movimento do
sangue e às alterações de pressão dentro dos compartimentos. As válvulas que
separam os átrios dos ventrículos são chamadas de atrioventriculares. A válvula
tricúspide, assim chamada porque é composta de três cúspides ou folhetos,
separam o átrio direito do ventrículo direito. A válvula mitral, ou bicúspide, assim
chamada por possuir duas cúspides ou folhetos, localiza-se entre o átrio
esquerdo e o ventrículo esquerdo. A válvula entre o ventrículo direito e a artéria
pulmonar é chamada de válvula pulmonar. A válvula entre o ventrículo esquerdo
e a aorta é denominada de válvula aórtica. As células cardíacas especializadas
do sistema de condução cardíaco geram metodicamente e coordenam a
transmissão dos impulsos elétricos para as células miocárdicas. O resultado é a
contração atrioventricular sequenciada, o que propicia o fluxo mais efetivo do
sangue, otimizando, assim, o débito cardíaco.
O nódulo sinoatrial (SA), referido como o marcapasso primário do coração,
localiza-se na junção da veia cava superior com o átrio direito. Em um coração
normal apresenta uma frequência de ativação inerente de 60 a 100 impulsos
por minuto, podendo modificar-se em resposta às demandas metabólicas do
corpo. Os impulsos elétricos iniciados pelo nó SA são conduzidos ao longo das
células miocárdicas dos átrios por meio de tratos especializados, chamados
vias internodais. Esses impulsos provocam a estimulação elétrica e
subsequente contração dos átrios. A seguir, os impulsos são conduzidos para o
nódulo atrioventricular (AV), localizado na parede atrial direita próxima a valva
tricúspide. Consiste em outro grupo de células musculares especializadas,
semelhantes àquelas do nó SA. O nódulo AV coordena os impulsos elétricos
que chegam dos átrios e, depois de um pequeno retardo (permitindo tempo
para que os átrios se contraiam e completem o enchimento ventricular),

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

retransmite o impulso para os ventrículos. Este impulso é conduzido através de


um feixe de células de condução especializadas (feixe de His), fazendo trajeto
no septo que separa os ventrículos esquerdo e direito. O feixe de His divide-se
no ramo direito (que conduz os impulsos para o ventrículo direito) e no ramo
esquerdo (que conduz os impulsos para o ventrículo esquerdo). Para transmitir
os impulsos para o maior compartimento do coração, o ramo esquerdo bifurca-
se nos ramos anterior esquerdo e posterior esquerdo. Os impulsos percorrem
os ramos até alcançar o ponto terminal no sistema de condução, chamado de
fibras de Purkinje. Esse é o ponto em que as células miocárdicas são
estimuladas, provocando a contração ventricular. A frequência cardíaca é
determinada pelas células miocárdicas com a frequência de ativação inerente
mais rápida. Sob circunstâncias normais, o nó SA apresenta a maior frequência
inerente. O nó AV mostra a segunda frequência inerente mais elevada (40 a 60
impulsos por minuto), e os locais de marcapasso ventriculares possuem a
frequência inerente mais baixa (30 a 40 impulsos por minuto). Se o nódulo
sinoatrial funcionar erroneamente, o nó AV assume a função de marcapasso do
coração em sua frequência inerente mais baixa. Se os nódulos sinoatrial e
atrioventriculares falham em suas funções de marcapasso natural, um local de
marcapasso ectópico no ventrículo irá ser ativado em sua frequência
bradicárdica inerente de 30 a 40 impulsos por minuto. A atividade elétrica
cardíaca é a consequência do movimento de íons (partículas carregadas como
sódio, potássio e cálcio) através da membrana celular. As alterações elétricas
registradas dentro de uma única célula resulta no que é conhecido como
potencial de ação cardíaco. No estado de repouso, as células musculares
cardíacas estão polarizadas, o que significa que existe uma diferença elétrica
entre o interior da membrana celular negativamente carregado e o exterior
positivamente carregado. Logo que um impulso elétrico é iniciado, a
permeabilidade da membrana celular se modifica e o sódio desloca-se
rapidamente para dentro da célula, enquanto o potássio sai da célula. Essa
troca iônica começa a despolarização (ativação elétrica da célula), convertendo
a carga interna da célula em uma carga positiva. A contração do miocárdio
sucede a despolarização. A despolarização suficiente de uma célula do sistema
de condução especializado resulta em despolarização e contração de todo o
miocárdio. A repolarização (retorno da célula ao seu estado de repouso) ocorre
à medida que a célula retorna ao seu estado basal ou de repouso; isso
corresponde ao relaxamento do músculo cardíaco. Depois do rápido influxo de
sódio para dentro da célula durante a despolarização, a permeabilidade da
membrana celular ao cálcio é modificada. O cálcio entra na célula e é liberado a
partir das reservas de cálcio intracelular. (2)
A análise dedutiva é a base fundamental na interpretação do Eletrocardiograma
(ECG) e requer o conhecimento do significado do processo de ativação do
coração. A ativação ou despolarização cardíaca, em condições normais, tem

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

origem no nódulo SA, região de marca-passo cardíaco, localizado no átrio


direito, sendo esta a primeira área do coração a se despolarizar. O estímulo
alcança, em sequência, o átrio esquerdo, o nódulo AV, o feixe de His e seus
ramos (esquerdo e direito), a rede de Purkinje, os ventrículos e, por fim, se
extingue. Durante a atividade cardíaca desencadeada pelo processo de
ativação do coração, fenômenos elétricos são originados na despolarização e
repolarização, podendo ser registrados pelo ECG.(1)
O traçado de onda do ECG representa a função do sistema de condução do
coração, o qual, normalmente, inicia e conduz a atividade elétrica em relação à
derivação. Quando analisado com exatidão, o ECG oferece importantes
informações sobre a atividade elétrica do coração. Os traçados de onda do
ECG são impressos em papel gráfico que é dividido por linhas verticais e
horizontais claras e escuras em intervalos padronizados. O tempo e a
frequência são medidos no eixo horizontal do gráfico, sendo a amplitude ou
voltagem medida no eixo vertical. Quando um traçado de onda se move no
sentido do ápice do papel, ele é chamado de uma deflexão positiva. Quando ele
se move no sentido da parte inferior do papel, ele é chamado de deflexão
negativa. O eletrocardiograma normal apresenta os seguintes elementos: onda
P, complexo QRS, ponto J, onda T, espaço e segmento PR, segmento ST,
intervalo QT e, as vezes, onda U. A onda P representa o impulso elétrico que
começa no nó SA, e se espalha através dos átrios. Portanto, a onda P
representa a despolarização da musculatura atrial. Normalmente, ela alcança
2,5mm ou menos de altura e 0,11 segundo ou menos de duração. O complexo
QRS representa a despolarização da musculatura ventricular. Nem todos os
complexos QRS apresentam todos os três traçados de onda. A primeira
deflexão negativa depois da onda P é a onda Q, que normalmente é menor que
0,04 segundo de duração e tem menos de 25% da amplitude da onda R; a
primeira deflexão positiva depois da onda P é a onda R; e a onda S é a primeira
deflexão negativa depois da onda R. Quando uma onda tem menos de 5mm de
altura, são empregadas letras minúsculas (q,r,s); quando uma onda tem mais
de 5mm, são utilizadas letras maíusculas (Q,R,S). O complexo QRS
normalmente tem menos de 0,12s de duração. A onda T representa a
repolarização muscular ventricular (quando as células recuperam uma carga
negativa, também chamada de estado de repouso). Ela sucede o complexo
QRS e, em geral, tem a mesma direção que o complexo QRS. Acredita-se que
a onda U represente a repolarização das fibras de Purkinje, mas, por vezes, ela
é observada nos pacientes com hipocalemia (níveis baixos de potássio),
hipertensão ou cardiopatia. Quando presente a onda U sucede a onda T e
comumente, é mais baixa que a onda P. Quando alta, ela pode ser confundida
com uma P extra. O intervalo PR é medido desde o início da onda P até o início
do complexo QRS e representa o tempo necessário para a estimulação do nó
SA, despolarização atrial e condução através do nó AV antes da despolarização

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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ventricular. Nos adultos, o intervalo PR normalmente varia de 0,12 a 0,20


segundo de duração. O segmento ST, que representa a repolarização
ventricular precoce, dura desde o final do complexo QRS até o início da onda T.
O início do segmento ST geralmente é identificado por uma alteração na
espessura ou ângulo da porção terminal do complexo QRS. O final do
segmento ST pode ser mais difícil porque ele se mistura na onda T. O
segmento ST é normalmente isoelétrico. Ele é analisado para identificar se está
acima ou abaixo da linha isoelétrica, que pode ser, dentre outros sinais e
sintomas, um sinal de isquemia cardíaca. O intervalo QT, que representa o
tempo total para a despolarização e repolarização ventricular, é medido desde o
início do complexo QRS até o final da onda T. O intervalo QT varia com a
frequência cardíaca, sexo e idade, e o intervalo medido precisa ser corrigido
para essas variáveis através de um cálculo específico. Diversos livros de
interpretação do ECG contêm quadros desses cálculos. O intervalo QT
geralmente é de 0,32 a 0,40 segundo de duração quando a frequência cardíaca
é de 65 a 95 batimentos por minuto. Se o intervalo QT se torna prolongado, o
paciente pode estar em risco de uma disritmia ventricular letal, chamada de
torsades de pointes. O intervalo TP é medido desde o final da onda T até o
início da próxima onda P, um período isoelétrico. Quando não se detecta
nenhuma atividade elétrica, a linha no gráfico permanece plana; isto é
denominada linha isoelétrica. O segmento ST é comparado com o intervalo TP
para detectar alterações a partir da linha no gráfico durante o período
isoelétrico. O intervalo PP é medido desde o início de uma onda P até o início
da seguinte. O intervalo PP é utilizado para determinar o ritmo atrial e a
frequência atrial. O intervalo RR é medido desde um complexo QRS até o
próximo complexo QRS. O intervalo RR é usado para determinar a frequência e
os ritmos ventriculares. A frequência cardíaca pode ser obtida a partir do ECG
através de diversos métodos. Uma fita de 1 minuto contém 300 quadrados
grandes e 1.500 quadrados pequenos. Portanto, um método fácil e exato de
determinar a frequência cardíaca com um ritmo regular consiste em contar o
número de quadrados pequenos dentro de um intervalo RR (é o intervalo entre
duas ondas R) e dividir 1.500 por esse número. Se, por exemplo, existem 10
quadrados pequenos entre duas ondas R, a frequência cardíaca é de 1.500
dividido por 10, ou 150; se existem 25 quadrados pequenos, a frequência
cardíaca é de 1.500 dividido por 25, ou 60. Um método alternativo, porém
menos exato, para estimar a frequência cardíaca, que, em geral, é usado
quando o ritmo é irregular, consiste em contar o número de intervalos RR em 6
segundos e multiplicá-lo por 10. A parte superior do papel do ECG é
usualmente marcada em intervalos de 3 segundos, que abrange 15 quadrados
grandes no plano horizontal. Os intervalos RR são contados, em lugar dos
complexos QRS, porque uma frequência cardíaca computada com base no
último poderia ser indevidamente alta. Os mesmos métodos podem ser usados

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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para determinar a frequência atrial, usando o intervalo PP em lugar do intervalo


RR. O ritmo é identificado ao mesmo tempo em que a frequência é
determinada. O intervalo RR é usado para determinar o ritmo ventricular, e o
intervalo PP, para determinar o ritmo atrial. Se os intervalos são idênticos ou
quase idênticos por toda a fita, o ritmo é chamado de regular; se os intervalos
são diferentes, o ritmo é chamado de irregular.(2)
Podemos calcular a frequência observando as ondas R, então escolha uma que
coincida com uma linha mais escura. Depois conte “300, 150, 100, 75, 60, 50”
para cada linha mais escura que se segue, a linha mais escura onde a próxima
onda R cair é que determinará a frequência.(3)
O ritmo sinusal normal ocorre quando o impulso elétrico começa em uma
frequência e ritmo regulares no nó SA, e faz trajeto através da via de condução
normal. São os seguintes os critérios de ECG para o ritmo sinusal normal (2)
Frequências atrial e ventricular: 60 a 100 no adulto
Ritmos atrial e ventricular: Regulares
Formato e duração do QRS: Usualmente normais, mas podem ser
regularmente anormais.
A bradicardia sinusal ocorre quando o nó SA, cria um impulso em uma
frequência menor que a normal. As causas incluem as necessidades
metabólicas menores (p.ex., sono, treinamento atlético, hipotermia,
hipotireoidismo), estimulação vagal (p.ex., a partir do vômito, aspiração, dor
intensa, emoções extremas), medicamentos (p.ex., bloqueadores dos canais de
cálcio, amiodarona, beta-bloqueadores), pressão intracraniana aumentada e
infarto do miocárdio (IM), principalmente da parede inferior.(2)
São as seguintes as características da bradicardia sinusal (2)
Ritmo normal do coração, apenas FC mais baixa
Há ondas P com orientação normal, originadas no nó SA
A cada onda P, há um complexo QRS
Formato e duração do QRS: Geralmente normais, porém podem estar
regularmente anormais
Intervalo PR: Intervalo consistente entre 0,12 e 0,20 segundo
Relação P / QRS: 1 / 1.
Embora os complexos estejam bastante separados, as ondas P, QRS e T ainda
permanecem bem próximas. Há, simplesmente, pausas mais longas entre os
ciclos.(3)
A taquicardia sinusal ocorre quando o nó SA, cria um impulso em uma
frequência mais rápida que a normal. Ela pode ser causada pela perda
sanguínea aguda, anemia, choque, hipervolemia, hipovolemia, insuficiência
cardíaca congestiva, dor, estados hipermetabólicos, febre, exercício, ansiedade
ou medicamentos simpaticomiméticos.(2)
Os critérios de ECG para a taquicardia sinusal são as seguintes (2)
Frequências atrial e ventricular: Maiores que 100 no adulto

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

790
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Ritmos atrial e ventricular: Regulares


Formato e duração do QRS: Usualmente normais, mas podem ser
regularmente anormais
Onda P: Formato normal e consistente; sempre na frente do QRS, mas pode
estar mesclado na onda T anterior
Intervalo PR: Intervalo consistente entre 0,12 a 0,20 segundo
Relação P / QRS: 1 / 1.

CONCLUSÃO:
O profissional da saúde Enfermeiro pode contribuir com o diagnóstico
cardiológico através da realização e interpretação de um exame de
Eletrocardiograma normal em ritmo sinusal, e diante de qualquer alteração
neste ritmo, poderá este profissional, desencadear procedimentos que agilizem
o tratamento nas urgências. O ritmo sinusal normal, refere-se ao conjunto de
ondas: P (despolarização do átrio), Complexo QRS (despolarização do
ventrículo) e onda T (repolarização do ventrículo), com um intervalo entre 2
ondas R, devendo ser maior ou igual a 3 quadrados grandes (0,2 segundos
cada) ou 15 quadrados pequenos (0,04 segundos cada) e menor que 5
quadrados grandes ou 25 quadrados pequenos no traçado de ECG. A
Bradicardia Sinusal pode ser identificada com o intervalo entre 2 ondas R sendo
maior que 5 quadrados grandes ou 25 quadrados pequenos e na Taquicardia
Sinusal pode-se identificar por meio do intervalo entre 2 ondas R com espaço
menor que 3 quadrados grandes ou 15 quadrados pequenos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Assis, J. F, Gomes, S. K. A, Vilela, M. A. S. D. Dificuldades no Processo
Ensino Aprendizagem do Eletrocardiograma. Nursing; 4 (43): 17- 22, São Paulo,
2003.

2.Bare BG, Smeltzer SC. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 10ª ed. Vol.
2 GUANABARA KOOGAN S.A.; Rio de Janeiro, 2006.

3. Dale Dubin MD. Interpretação Rápida do ECG. 3ª ed. Ed. De Publicações


Científicas, Rio de Janeiro, 1996.

________________________________________________________________
(1) Graduando do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
(UNISA) - tintchones@hotmail.com
(2) Professora da Disciplina de Saúde do Adulto II da Universidade de Santo

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

791
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Amaro (UNISA) Enfermeira Especialista em Cardiologia pela Universidade


Federal de São Paulo (UNIFESP)

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

792
UNISA - Universidade de Santo Amaro

CONTRIBUIÇÕES DOS SISTEMAS COMPUTACIONAIS NO


PROCESSO DE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
MARIANA LAURA ESTEVES PALOMARES(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A informática em enfermagem é uma área de conhecimento que estuda a
aplicação de recursos tecnológicos em diversos sentidos como praticidade,
assistência, gerenciamento da assistência e do cuidado tendo como melhoria
do atendimento ao paciente, de um maior tempo com ele e um trabalho mais
humanizado(1) .
É uma área com mais de 30 anos de aplicação e desenvolvimento. Para muitos
profissionais da saúde, é um desafio trabalhar com esta ferramenta, muitas
vezes por não terem intimidade com a máquina e até por comodismo, preferem
ficar com um prontuário manual e depois arquivar em uma sala imensa,
ocupando espaço, acumulando pó. Mas também existem funcionários que
querem aderir a essa nova ferramenta tão utilizada em outras áreas. Usar a
tecnologia, é estar em conhecimento constante, é ter um prontuário eletrônico
que ficará guardado pra sempre em uma pasta sem o acúmulo de pó, sem
desperdício de papel e o mais importante é que significa crescimento tanto para
padronização quanto para a prática no cuidado direto ao paciente(1).
A aplicação de recursos informatizados traz vantagens e melhoria na atuação
do enfermeiro. O desenvolvimento desta ferramenta tem o objetivo de satisfazer
a necessidade de documentação e controle.
Com o avanço da informática, o tempo para o cuidado tende a ser maior,
trazendo ganhos tanto para a equipe de saúde, quanto para o paciente pela
prestação de serviço mais humanizado.
Ao considerar que a Tecnologia da Informação e a Informática com todos os
seus recursos estão, a grandes passos, invadindo as instituições de saúde,
conhecer quais contribuições tem sido alcançadas por meio destas ferramentas,
é de interesse para a área de Enfermagem(1).
Atualmente, verifica-se um grande movimento no sentido de informatizar os
processos de trabalho das instituições hospitalares. A enfermagem, como maior
grupo de usuários, deve considerar a remodelagem de seus processos de
trabalho com a utilização de ferramentas informatizadas. No entanto, é
importante considerar também quais os benefícios reais e potenciais que estes
recursos trazem para o processo de trabalho envolvido no Processo de
Enfermagem e a sua devida documentação na Sistematização da Assistência

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

793
UNISA - Universidade de Santo Amaro

de Enfermagem, uma vez que pelo método tradicional ocorrem muitas falhas de
registro(2).
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), em essência, é uma
iniciativa no sentido de melhor organizar os processos de trabalho e
documentação relativos ao Processo de Enfermagem(1). A SAE começou a ser
implementada de uma maneira geral nas instituições de saúde a partir de 2000,
cumprindo exigências do Conselho Federal de Enfermagem.

OBJETIVO:
Ao considerar este contexto, este estudo teve por objetivo apresentar as
principais contribuições que os sistemas informatizados e protótipos de
sistemas informatizados têm trazido para a SAE.

METODOLOGIA:
Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão da literatura. A fonte
principal de dados foi o site da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde
(http://www.sbis.org.br) onde estão contidos os materiais dos Congressos
Brasileiros de Informática em Saúde.
Previamente a recuperação dos materiais, foi feita a localização por meio da
Ferramenta de Busca “Google Acadêmico”, sendo que foram localizados 26
materiais usando-se a expressão de pesquisa “CBIS”, “Sistematização da
Assistência de Enfermagem” e “informática”. A opção de escolha por este
evento (Congresso Brasileiro de Informática em Saúde”, deu-se pelo fato de
que este mesmo apresenta a produção específica da área de saúde
relacionado ao tema da informática, o que foi também objeto desta pesquisa.
Dos 26 materiais localizados, 12 eram verdadeiramente do CBIS e 10
atenderam ao objeto de estudo desta pesquisa, sendo os mesmos recuperados
integralmente na base de dados do web site da Sociedade Brasileira de
Informática em Saúde para compor a amostra do estudo.
Cada material foi apreciado por meio de literatura analítica e então categorizado
de acordo com duas temáticas: Contribuição dos sistemas implantados para a
Sistematização da Assistência de Enfermagem e Potenciais contribuições de
sistemas protótipos para a Sistematização da Assistência de Enfermagem.

RESUMO:
Contribuição dos Sistemas Implantados para a Sistematização da Assistência
de Enfermagem

Ao analisar as publicações que foram classificadas nesta categoria, um dos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

importantes aspectos percebidos foi a otimização do tempo. Os enfermeiros


gastam cerca de um terço do tempo em atividades de localização, procura,
agregação e processamento de dados ou informações dos pacientes. Neste
sentido, o estudo de Betta et al(2), relatam que um sistema informatizado
permite reduzir significativamente o tempo com estas atividades relacionadas a
SAE. A esta contribuição, ao mencionar que os enfermeiros quando utilizam a
ferramenta informatizada têm unânime concordância de que o sistema evita a
duplicação de intervenções e da avaliação anterior o que permite otimização do
tempo e também a garantia de avaliação diária.
Outro aspecto mencionado pelos autores como contribuição dos sistemas
informatizados é a segurança e integridade dos dados. Na utilização de um
sistema informatizado é imprescindível que os usuários registrem e recuperem
dados por meio do uso de nome de usuário e senha(2).
Com sistemas informatizados já existentes, muitos estudos comprovam que
esta ferramenta permite que a prescrição dos cuidados de enfermagem estejam
evidenciados aos diagnósticos e assim resultando em uma prescrição feita com
mais flexibilidade e adaptabilidade(2), tendo como conseqüência a geração de
relatórios automatizados; a uniformidade nos parâmetros de diagnósticos e
prescrições, fazendo com o que o serviço da enfermagem seja feito de modo
mais organizado e padronizado.
Utilizar a informática no processo de enfermagem contribui para organização,
fácil acesso às informações e para a recuperação das mesmas. Estas
informações são mais precisas, eficientes e seguras. A recuperação dos dados
pregressos são localizados com mais facilidade e agilidade, evitando um
desgaste de tempo desnecessário(1).
São diversas as contribuições que a informatização traz para a área da saúde.
Esta ferramenta é um auxiliador de tomada de decisões do enfermeiro,
contribuindo com as ações gerenciais e facilitador da comunicação entre os
setores da organização. É um processo aplicável no dia-dia, de qualidade e
prático(1), tornando um trabalho mais prazeroso. Prazeroso no sentido de que o
enfermeiro pode visualizar mais facilmente os resultados e organização de seu
trabalho e, conseqüentemente, uma assistência mais completa para o paciente.
A integração da SAE ao Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), também é um
dos benefícios que a informática trouxe com o seu avanço no ambiente
hospitalar, contribuindo com a totalidade da prática do processo de
enfermagem(1) e fazendo com que outros profissionais, não apenas a equipe
de enfermagem tenham acesso às prescrições e informações dadas sobre os
pacientes. As informações disponíveis sobre a assistência de enfermagem não
são exclusivas para o interesse da equipe de enfermagem. Tais informações
contribuem para que outros profissionais tenham a idéia do que está sendo feito
com o paciente e quais são os resultados obtidos. A disponibilização destas
informações no sistema informatizado é um grande avanço no sentido de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

795
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melhor orientar toda a equipe de saúde com relação ao planejamento


terapêutico.

Potenciais Contribuições de Sistemas Protótipos para a Sistematização da


Assistência de Enfermagem

A falta de padronização em alguns hospitais, não só devido à ausência de


informatização, mas em relação ao não cumprimento da Resolução 272 do
COFEN quanto à implantação da SAE é um problema muitas vezes relatado
pelos enfermeiros. O problema maior é a falta conhecimento científico para
introduzir a informática em seus trabalhos diários.
Na verdade, toda implantação de sistemas informatizados é paradigmática no
nível institucional. Para tanto, são necessários: planejamento, remodelação de
processos de trabalho e treinamento para o uso.
Este conhecimento, como mencionado, também se refere a pesquisas na área
de informática em enfermagem para que os enfermeiros entendam sobre o
processo de representação de conhecimento tácito e explícito e sua importância
para que o sistema informatizado represente a realidade do processo de
trabalho. Este tem sido um grande desafio para a área de Informática em
Enfermagem, como mencionado por Marin e Cunha(1).
Junta-se a isto a necessidade de maior preparo dos próprios enfermeiros em
relação ao entendimento do próprio processo de enfermagem e também do
funcionamento dos sistemas computacionais integrados. Este preparo deve vir
desde a formação na graduação.
Sobre o desenvolvimento de protótipos, construir um protótipo para a
sistematização da assistência de enfermagem seria uma grande expectativa
para os profissionais de saúde, pois facilitaria a comunicação entre todos os
profissionais que atuam no mesmo paciente, sempre tendo uma linguagem
padronizada para a comunicação entre estes. Segundo Peres et al(3), com a
utilização de uma ferramenta computacional é possível melhor gerenciar todos
os dados e informações para melhor qualidade da assistência e satisfação dos
pacientes. Entretanto, antes de implantar de uma maneira genérica, é
necessário desenvolver o sistema na forma de protótipo e realizar todos os
testes possíveis.
Um protótipo é um sistema computacional não totalmente desenvolvido o qual é
implantado experimentalmente em uma das unidades da instituição para captar
a sensibilidade do sistema no local onde os processos de trabalho ocorrem e,
desta forma, permitir ajustamentos no sentido de melhor representar os fatos do
mundo real. Este sistema, então, é ajustado e adequado às necessidades
informacionais, antes de ser implantado em todas as unidades da instituição.
Outro aspecto levado em consideração para a construção e desenvolvimento de
um protótipo é aprimorar os dados e fluxos de informação do sistema, sempre

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

796
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com o objetivo de aperfeiçoar a assistência de enfermagem, para aperfeiçoar o


trabalho do enfermeiro e de toda sua equipe.
A implantação dos protótipos nas instituições de saúde tem como objetivo
também auxiliar na Sistematização da Assistência de Enfermagem, sempre com
o intuito de melhorar o serviço de todos os profissionais envolvidos em questão,
facilitar a comunicação entre a equipe e resultar na melhoria da continuidade da
assistência prestada ao paciente(3).
Peres et al(3) mencionam outra contribuição que os sistemas computacionais, a
serem implantados no âmbito institucional, podem trazer como benefício. Esta
contribuição está relacionada a maior segurança no sentido de se evitar erros o
que contribui diretamente para a qualidade e eficiência da assistência. Outra
contribuição é quanto ao controle dos custos hospitalares para diminuir o gasto
desnecessário ou excessivo. Desta forma, o sistema providencia informações
precisas referentes a recursos materiais e permite o seu armazenamento de
maneira simples para fácil acesso na recuperação destas informações, evitando
duplicidade(3).
A implantação de um protótipo, bem como de qualquer outro sistema, pode
encontrar alguns fatores complicadores. Um deles é o possível
desconhecimento e falta de habilidade dos enfermeiros quanto à utilização de
terminologias padronizadas, com exemplo NANDA, NIC e NOC,(2,3). Este é, na
verdade, um fator complicador crucial, pois um sistema computacional requer a
padronização de linguagem. Neste caso, todo o desenvolvimento deve ser
baseado em terminologia padronizada e isso irá requerer de seus usuários o
conhecimento sobre a mesma.
A falta de aplicação de padrões terminológicos é o grande nó no
desenvolvimento de sistemas computacionais para representar o processo de
enfermagem e, consequentemente, a organização e documentação destas
etapas ou fases, que é a Sistematização da Assistência de Enfermagem.

CONCLUSÃO:
Este estudo avaliou as principais publicações especializadas sobre o tema do
uso de sistemas computacionais e suas contribuições para com a
Sistematização da Assistência de Enfermagem.
Conclui-se que são grandes as contribuições que os sistemas já implantados e
aqueles em fase de desenvolvimento e teste (protótipos) podem trazer para o
processo de organização e documentação das fases do processo de
enfermagem. As maiores contribuições são: otimização do tempo, melhor
organização, linguagem padronizada, auxílio na tomada de decisão, maior
facilidade para recuperação de dados, evitar a redundância, maior facilidade
para comunicação multiprofissional, maior integração das informações e maior
segurança e integridade dos dados.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

797
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Entretanto, algumas dificuldades foram mencionadas com relação ao processo


de implantação destes sistemas. Dentre estas dificuldades destacaram-se: a
falta de padronização da própria assistência, a falta de padronização quanto a
um sistema de registro das etapas do processo de enfermagem, a falta de
profissionais da área de enfermagem preparados para auxiliar ou desenvolver
os sistemas computacionais, o despreparo dos profissionais quanto ao uso
destes sistemas e a falta de adoção de padrões terminológicos reconhecidos.
Outros autores ainda ressaltaram que antes de ser implantado um sistema, o
mesmo deve passar pela etapa de teste para que eventuais falhas sejam
reparadas e assim o sistema possa trazer os seus potenciais benefícios.
Maiores estudos ainda são necessários com relação à adoção de padrões
terminológicos e também quanto à representação destes padrões nestes
sistemas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Marin HF, Cunha ICKO. Perspectivas atuais da Informática em Enfermagem.
Rev Bras Enferm 2006; 59(3): 354-7.
2. Betta CA, Baptista MAC, Nishio EA, Fuscaldi FS. Implantação da
Sistematização da Assistência de Enfermagem através de instrumento
informatizado. In: Anais do X Congresso Brasileiro de Informática em Saúde.
14-18 out 2006; Florianópolis (SC), Brasil. Florianópolis: SBIS; 2006.
3. Peres HHC, Lima AFC, Ortiz DCF. Processo de informatização do Sistema de
Assistência de Enfermagem em um hospital universitário. In: Anais do X
Congresso Brasileiro de Informática em Saúde. 14-18 out 2006; Florianópolis
(SC), Brasil. Florianópolis: SBIS; 2006.

________________________________________________________________
¹ Estudante do 8º semestre do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro. São Paulo, SP.
² Mestre em Enfermagem. Professor Adjunto do Curso de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP.

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798
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Correlação entre a hipertensão na obesidade e o perfil


autonômico e hormonal
FLÁVIO TOMAZELLI FAIM(1), JOSÉ MARIO COUTO DE SOUZA(2), ANDREAS KANNER
BRUNO(3), BRUNO PLACHA CAVALLI(4), ALEXANDRA CORREA ARAUJO OCANHA(5),
NADIELLE SANTOS COSTA(6), VANESSA CAMARGO FIORE(7)

WLADIMIR MUSETTI MEDEIROS(8)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Obesidade é uma doença caracterizada pelo excesso de peso que cursa com
inúmeras alterações ortopédicas, pulmonares, cardiocirculatórias, hormonais e
autonômicas. Assim como, são inúmeras as alterações decorrentes da
obesidade, também são inúmeras as disfunções que podem ser desencadear a
obesidade. Um dos principais enfoques do tratamento dos obesos é a redução
da pressão arterial, porém esta pressão arterial aumentada pode ser resultante
não diretamente da obesidade, mas sim de alterações autonômicas,
metabólicas e hormonais que pré-dispuseram o indivíduo ao excesso de peso
corpóreo.
As identificações de alterações autonômicas, metabólicas e hormonais que
justifiquem a hipertensão no obeso são fundamentais para o desenho de um
programa fisioterapeutico com objetivo não só da redução de peso, mas
também do controle da hipertensão arterial.

OBJETIVO:
Correlacionar o perfil autonômico, metabólico e hormonal de indivíduos obesos
hipertensos com os valores de pressão arterial.

METODOLOGIA:
Foi realizado um estudo, no qual a amostra foi composta por 6 voluntárias do
sexo feminino, com idade entre 35 e 75 anos, com diagnóstico médico de
obesidade comprovada pelo IMC maior que 30 Kg/cm² e hipertensão arterial
comprovada pela PAS maior que 140 mmHg e a PAD maior que 90 mmHg. O
programa de exercícios físicos foi realizado 3 vezes na semana, durante 4
semanas, com intensidade de 60% da Reserva da Freqüência Cardíaca
(Formula RFC de Karvonen) por 30 minutos e complementado com exercícios
localizados para os membros superiores e inferiores.

RESUMO:
Com relação aos dados cardiovasculares e de capacidade funcional obtidos no
teste ergométrico, observou-se inicialmente uma Freqüência Cardíaca de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

799
UNISA - Universidade de Santo Amaro

repouso de 71,0 ± 9,2 bpm e uma Freqüência Cardíaca máxima de 160,0 ± 4,0
bpm, resultando em um aumento de 125%. Já a Freqüência Cardíaca predita foi
obtida com base na fórmula de predição da FC máxima de Karvonen
(KARVONEN, 1957), onde: FC Max = 220 – idade. E obteve-se 177,67 ± 5,8
bpm. A Pressão Arterial Sistólica de repouso apresentou um valor médio de
141,7 ± 11,7 mmHg. A Pressão Arterial Diastólica apresentou um valor médio
de 95,0 ± 10,5 mmHg. A Pressão Arterial Média de repouso apresentou um
valor médio de 110,6 ± 9,8 mmHg. Com relação às pressões arteriais máximas
observou-se um valor de 176,6 ± 28,0 mmHg para a sistólica e 106,6 ± 8,1
mmHg para a diastólica e 130,0 ± 12,4 mmHg para a média. O delta para
Pressão Arterial Sistólica apresentou valores médios de 48,3 ± 23,1 mmHg e
valores médios de 23,3 ± 16,3 mmHg para o delta de Pressão Arterial
Diastólica. O FAI apresentou uma média de 29,8 ± 9,1. O FAI (Functional
aerobic impairment) é o prejuízo da função aeróbia e é obtida através da
diferença entre o VO2 predito e o VO2 obtido. O Duplo Produto corrigido
apresentou média de 28246,6 ± 4352,0 bpm/mmHg. O Duplo produto é obtido
através da multiplicação da freqüência cardíaca pela pressão arterial sistólica.
O METs apresentou um valor médio de 7,68 ± 0,66. O METs é unidade
metabólica que equivale ao gasto energético de repouso, que é obtida através
do VO2 por 3,5. O Volume Maximo de Oxigênio (VO2) máximo corrigido da
população estudada apresentou o valor médio de 26,8 ± 2,2 ml/Kg/min
Observou-se os dados hormonais e metabólicos. Na glicose encontrou-se um
valor médio de 125,1 ± 93,0 mg/dl. Para a insulina obteve-se um valor de 14,3 ±
7,9 mg/dl, proteína C reativa de 6,8 ± 0,7 mg/dl, renina de 10,0 ± 0,5 mg/dl,
aldosterona de 8,4 ± 1,7 mg/dl, T3 de 0,9 ± 0,1 mg/dl, T4 total de 8,7 ± 0,1
mg/dl, T4 livre de 1,1 ± 0,07 mg/dl, TSH de 2,4 ± 0,6 mg/dl, Sódio de 139,3 ± 1,2
mg/dl, Potássio de 4,2 ± 0,08 mg/dl, Creatinina de 0,7 ± 0,05 mg/dl. Foram
observados dados sobre o perfil lipídico. Foram obtidos 237,1 ± 76,8 mg/dl de
colesterol, 151,2 ± 66,8 mg/dl de LDL, 50,4 ± 11,6 mg/dl de HDL, 35,4 ± 18,9
mg/dl de VLDL e 177,0 ± 95,5 mg/dl de triglicérides. Observa-se a correlação
entre o nível plasmático do hormônio triiodotironina (T3) com a Pressão Arterial
Diastólica onde obteve-se uma correlação negativa de -0,897 com uma
significância de p = 0,015. Observa-se a correlação entre a variável Baixa
Freqüência normatizada (LF nu) com a Pressão Arterial Media onde obteve-se
uma correlação positiva de 0,847 com uma significância de p = 0,033. Também
observa-se a correlação entre a variável Alta Freqüência normatizada (HF nu)
com a Pressão Arterial Media onde obteve-se uma correlação negativa de -
0,850 com uma significância de p = 0,032.

CONCLUSÃO:
Com base nos dados obtidos com a amostra estudada, conclui-se que as

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

800
UNISA - Universidade de Santo Amaro

alterações autonômicas e hormonais influenciam no perfil pressórico de


indivíduos obesos hipertensos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
GAVA, N. S. et al. Low intensity exercise training attenuates cardiac &#946;-
adrenergic tone during exercise in spontaneously hypertensive rats.
Hypertension, v. 26, p. 1129-33, 1995

GOODYEAR, L. J. et al. Effects of contractile activity on tyrosine phosphoroteins


and phosphatidylinositol 3-kinase activity in rat skeletal muscle. Am J Physiol, v.
268, p. 987-95, 1995.

GRASSI, G. et al. Physical training and baroreceptor control os sympathetic


nerve activity in humans. Hypertension, v. 23, p. 294-301, 1994.

GUSTAT, J. et al.Relation of self-rated measuresof physical activity to multiple


risk factors of insulin resistance syndromein young adults: the Bogalusa Heart
study. J Clin Epidemiol, v. 55, p. 997-1006, 2002.

LANDSBERG, L.; KRIEGER, D. R.; Obesity, metabolism, and sympathetic


nervous system. Am J Hypertension, v. 2, p. 132-215, 1989.

________________________________________________________________
Grupo de Estudos em Reabilitação e Fisiologia do Exercício - GERFE

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

801
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Cuidados de enfermagem em pacientes com dor oncologica


RAQUEL FERNANDA FERREIRA DA SILVA(1)

Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O câncer é doença complexa, de longa duração e que compromete
significativamente a vida dos indivíduos nos âmbitos de seu funcionamento
biológico, social e afetivo, exigindo assistência especializada por diferentes
profissionais
O instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, descreve que
analisando-se as taxas de mortalidade no Brasil, o câncer esta sempre incluído
entre as primeiras causas de morte(1) .
A Sociedade Americana de Dor colocou o sintoma dor como o quinto sinal vital,
que é considerado tão importante quanto os outros quatros sinais vitais.
E fundamental a caracterização da dor de acordo com a intensidade,
localização, assim como a identificação dos elementos que as desencadeiam,
melhoram ou pioram (2).
A enfermagem se preocupa com o cuidado a pessoa em uma variedade de
situações relacionada à saúde. Cuidar do paciente com câncer implica em
conhecer não só a patologia, mas saber lidar com os sentimentos dos outros
como com as próprias emoções perante a doença com ou sem possibilidade de
cura. A enfermagem deve estar pronta para dar apoio ao paciente em sua
família durante uma diversidade de crises físicas, emocionais, sociais, culturais
e espirituais (1).
A avaliação inicial do fenômeno álgico deve incluir anamnese completa, exame
físico, abordagem psicossocial e familiar (2).
Mesmo na ausência de drogas básicas para o alivio da dor, a assistência de
enfermagem tem o objetivo de reduzir a intensidade da dor pelo uso de calor,
frio e outras terapias complementares (1).
O enfermeiro atua no controle da dor ao administrar as prescrições analgésicas,
avaliar a eficácia dessas prescrições e monitorizar possíveis efeitos adversos
(2)

OBJETIVO:
Ao considerar o tema de dor oncologica como integrante do foco cuidados de
enfermagem, este estudo teve por objetivo apresentar assistência de
enfermagem no período em que o paciente esta mais precisando de atenção,
carinho, dedicação, alivio de sua dor, segurança, bem-estar, empatia do
profissional de enfermagem.

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802
UNISA - Universidade de Santo Amaro

METODOLOGIA:
Este estudo trata-se de um levantamento bibliográfico realizado nas bases de
dados da Bdenf Base de dados em Enfermagem e LILACS Literatura-
Americana e a do Caribe em Ciência da Saúde, sendo consideradas as
publicações em revistas nacionais, e em português (Brasil). As consultas
incluíram somente artigos indexados entre 1994 a 2009. As seguintes
estratégias de busca foram utilizadas:
Bdenf e LILACS - Descritores: ("dor, assistência de enfermagem, oncologia, dor
em oncologia.”)
Foram encontrados na Base de dados em Enfermagem Bdenf: 20 artigos, após
refinar, 6 artigos encontrados. Limites dor oncologica em crianças e mulheres/
País e ano de publicação: Brasil (1994-2009). Dos 20 artigos selecionados,
após leitura dos resumos, foram descartados 14 artigos que se referiam a
pacientes sendo crianças e mulheres, finalizando com 7 artigos pertinentes ao
tema.
Foram encontrados na base de dados Literatura-Americana e a do Caribe em
Ciência da Saúde LILACS: 123 artigos, após refinar, 7 artigos encontrados.
Limites: mulher/Crianças/ Português/ País e ano de publicação: Brasil (1994-
2009). Dos 123 artigos selecionados, após leitura dos resumos, foram
descartados 116 artigos que se referiam a pacientes sendo crianças e
mulheres, finalizando com 13 artigos pertinentes ao tema.
A opção pelo ano de publicação a partir de 1994 cabe ao fato de que nos anos
de 1994 e 2007 é encontrado um maior número de artigos pertinentes ao tema.

RESUMO:
O câncer é doença complexa, de longa duração e que compromete
significativamente a vida dos indivíduos nos âmbitos de seu funcionamento
biológico, social e afetivo, exigindo assistência especializada por diferentes
profissionais.
O câncer, após as doenças cardiovascular, e atualmente a segunda causa de
morte no mundo ocidental, especialmente nos países desenvolvidos. A
organização Mundial de Saúde (OMS) dispõe que onze milhões de pessoas são
diagnosticadas com câncer anualmente, e que a doença representa 12,5% das
mortes no mundo. O instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da
Saúde, descreve que analisando-se as taxas de mortalidade no Brasil, o câncer
esta sempre incluído entre as primeiras causas de morte(1).
O câncer é uma doença em que a dor esta presente com elevada frequência,
sendo apontada como um problema de saúde publica que, já na década
passada, presumia-se assolar, diariamente, cerca de 3,5% de pessoas em todo
o mundo(2).
Dor é considerada como uma experiência sensorial e emocional desagradável a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

803
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lesão reais ou potenciais ou descritas em termos de tais lesões.


A Sociedade Americana de Dor colocou o sintoma dor como o quinto sinal vital,
que é considerado tão importante quanto os outros quatros sinais vitais,
obrigando a ter escalas para descobrir à intensidade da dor.
A dor pode ser classificada em aguda ou crônica. A dor aguda apresenta função
de alerta com boa delineação temporal e em alguns casos, pode tornar-se
crônica. A dor crônica geralmente não possibilita resposta neurovegetativas e
pode ocorrer por fatores ambientais ou psicopatológicos, alem de gerar
incapacidade laborativa, altera sono, apetite, vida afetiva e humor (3).
No Brasil, a neoplasia em 2001 teve 305.330 novos casos de câncer, apesar de
este número estar crescendo cada vez mais, a enfermagem, tem que se
especializar, para estar preparada para lidar com estes pacientes, para prestar
cuidados, atenção e tentar amenizar o sofrimento dos mesmos.
Ao longo da experiência dolorosa, o doente desenvolve mecanismo para
classificação da dor sentida. Sua primeira classificação se refere ao físico, ao
seu corpo que dói, localizando e quantificando a experiência dolorosa. Quando
a dor não melhora mesmo com remédios ele a classifica como dor espiritual,
que é vista, pelo doente como uma dor de maior relevância em relação a
qualquer tipo de dor e sua analise leva a conclusão de que ela traz um
sofrimento insuperável. O convívio com a dor e as rotinas impostas pela
doença, leva o doente a utilizar algumas escalas como a numérica, carinhas,
frutas, copo com água e reza (3).
A escala numérica através do comportamento do paciente atribui-se uma nota
entre 0 a 10, com base no questionamento direto do paciente sobre sua
lembrança da dor em função de suas atividades da vida diária, essa escala
apresenta a vantagem de seus dados poderem ser fornecidos pelos cuidadores,
podendo descobrir sua intensidade.
A escala de carinhas fornece uma avaliação clara e simples ao paciente,
indicando o grau global de fatores que interferem na vivencia, expressão e
funcionalidade do individuo.
Já a escala das frutas pode ser solicitada ao paciente uma comparação entre a
intensidade de sua dor e o tamanho de uma fruta “tão pequena quanto uma uva
ou tão grande quanto uma melancia.
Na escala do copo com água pode-se pedir ao paciente que, abstrata ou
efetivamente, vá colocando água num copo, segundo a intensidade de sua dor,
sendo que quanto mais cheio o copo, maior a intensidade da dor.
A escala da reza principalmente as crianças pode-se pedir que juntem as mãos,
como em oração, e que sejam afastadas conforme a intensidade da dor, sendo
que quanto mais afastadas maior a intensidade.
E fundamental a caracterização da dor de acordo com a intensidade,
localização, assim como a identificação dos elementos que as desencadeiam,
melhoram ou pioram (2)

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804
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Quando se trata de dor no câncer, muitos acreditam que o quadro doloroso das
neoplasias não tem possibilidade de tratamento.
A pratica de enfermagem em cancerologia inclui todos os grupos etários e
especialidades da enfermagem, sendo realizada em diversos ambientes de
cuidado de saúde, incluindo residências, comunidade, instituições de cuidados
agudos e centros de reabilitação (1).
As condições de melhora ou piora dos pacientes refere-se, alem da parte
emocional, ao ambiente social, a postura e ao estilo de vida, que compromete
de modo significativo sua qualidade de vida (2).
A avaliação inicial do fenômeno álgico deve incluir anamnese completa, exame
físico, abordagem psicossocial e familiar (2).
A realização da anamnese completa e do exame físico é vital. Um bom histórico
de enfermagem fornece importantes informações sobre a forma que acontece a
dor, duração, periodicidade, localização, a evolução e os fatores que
contribuem para seu agravamento ou alivio. Na tentativa de tornar mais
precisas as informações colhidas, o profissional de saúde deve proceder ao
exame físico do paciente em destaque para a palpação das estruturas corporais
que permite delimitar as áreas dolorosas, a consistência muscular e as
alterações em órgãos internos (2).
Através de toda avaliação, o profissional deve estar atento ao comportamento
não-verbal do paciente. Expressões faciais ou movimentos sutis muitas vezes
revelam mais sobre o caráter da dor do que um questionamento preciso (2).
O câncer, assim como qualquer outra doença desestrutura emocionalmente a
pessoa e seus familiares: cabe ao enfermeiro ser sensível a estas
necessidades não atendidas, as quais devem ser atendidas como plano de
assistência de enfermagem, com o objetivo de promover conforto humano tanto
para o paciente como para a família. Na pessoa com câncer a experiência de
sofrimento é exacerbada, talvez pela doença culturalmente, não só pelo
paciente, mas também pelo profissional, como a doença que aproxima o ser
humano da morte (1).
No cuidado de enfermagem, os pedidos de conforto podem se apresentar pela
incerteza, impaciência com o desconhecido, incapacidade de concentração,
expressão físicas de desconforto e insegurança. Para a obtenção do conforto,
faz-se necessário a construção de um ambiente esterno favorável: caloroso,
atencioso, amoroso, que propicia crescimento, alivio, segurança, proteção,
bem-estar, que inclua a presença de profissionais que transmita segurança e
empatia. Mesmo na ausência de drogas básicas para o alivio da dor, a
assistência de enfermagem tem o objetivo de reduzir a intensidade da dor pelo
uso de calor, frio e outras terapias complementares (1).
O manejo da dor deve começar pelo alivio da causa física, com o uso de
medicação analgésica eficaz e de forma continua. O tratamento da dor e
baseada em escala, e essencial que se classifique a dor em fraca, media ou

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805
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forte, para que se tenha uma base adequada de tratamento para cada caso
especifico, não utilizando assim sobre ou subdose. A dor fraca os
medicamentos utilizados são analgésicos convencionais (dipirona,
paracetamol), associados a antiflamatorios não-esteroides. Para dor media, os
medicamentos utilizados são opioides fracos (tramadol, codeína) associados às
medicamentos anteriores. Para dor forte, os medicamentos utilizados são
opioides potentes (morfina, fentanila) associados aos analgésicos
convencionais e antiflamatorios .
Às vezes o paciente torna-se dependente da medicação, sabe de todos os
horários que será dado, e quando começa aproximar o horário começa a gritar
de dor (2).
O isolamento familiar e da sociedade, as preocupações financeiras e o medo da
mutilação e da morte em conjunto com a sensação dolorosa são os eventos
responsáveis pelo sofrimento do doente com câncer. A enfermagem, pela
proximidade com o doente, tem condições de contribuir para a compreensão do
quadro álgico e auxiliar o doente na superação do mesmo, melhorando, os
resultados e minimizando as seqüelas e os traumas que a doença por si já
impõe (3).
Acreditamos ser o enfermeiro um importante agente no processo da cuidar do
paciente oncológico, sendo esta situação uma trajetória rica, pôr muitas vezes
difícil, pois envolve muito sentimento e emoções. A enfermagem em seu
contexto atual, esta voltada não só para a execução de técnicas, mas
principalmente para cuidá-lo e o atendimento das necessidades humanas
básicas. O papel do enfermeiro no cuidado ao paciente oncológico é único. A
necessidade de uma visão ampla da prevalência da dor no câncer, bem como
uma noção abrangente do sofrimento que ela acarreta, é primordial para presta
uma assistência, um cuidar humanizado (2).

CONCLUSÃO:
No Brasil e no mundo o numero de pessoas com câncer vem aumentando cada
dia mais, apesar destes números estarem crescendo, cabe a enfermagem se
especializar para saber lidar com estes pacientes. Para que a enfermagem
tenha um bom desempenho o profissional tem que conhecer a patologia para
lidar com a situação.
E de extrema importância que o enfermeiro saiba realizar a anamnese com o
exame físico, com um bom histórico de enfermagem poderá saber qual a forma,
duração, localização e intensidade da dor, e delimitá-la.
Com este trabalho foi possível reunir informações necessárias para uma melhor
assistência de enfermagem, podendo trazer para o paciente alivio e conforto.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Recco CM, Luiz BC, Pinto HM. O cuidado prestado ao paciente portador de
doença oncologia: na visão de um grupo de enfermeiras de um hospital de
grande porte do interior do estado de São Paulo. Arq Cienc Saúde 2005 abr-jun;
12(2): 85-90.

2. Leal RT, Melo CSCM, Salimena OMA, Souza OEI. Dor e Dignidade: o
cotidiano da enfermeira na avaliação da dor oncológica. Revista Nursing, 2008;
10(117): 75-80.

3. Chico E, Hayashi D, Ferreira LMN. Doente com câncer: A experiência de


crescer com o sofrimento. Texto contexto Enferm 2004 jan-mar, 13(1): 57-62.

________________________________________________________________
1 Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de
Enfermagem da Universidade de Santo Amaro.
raquelfernanda15@hotmail.com.

2 Docente das Disciplinas de Administração e Oncologia da Faculdade de


Enfermagem da Universidade de Santo Amaro

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Cuidados Intensivos de Enfermagem em Pacientes Pediatricos


Submetidos a Transplante Renal
KATIA DE CARVALHO(1)

CAROLINE ALVES GARCIA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O transplante renal é uma opção efetiva para tratamento da insuficiência renal
crônica (IRC) em adultos e crianças em Estágio Terminal. (1)
Em 1933 na Ucrânia, Voronoy realizou o primeiro transplante renal entre seres
humanos, sendo também o primeiro transplante de doador cadáver. Em 1952,
em Paris, foi realizado o primeiro transplante de doador vivo com o enxerto
funcionando por vinte e dois dias. (1)
Em 1968 foi realizado o primeiro transplante doador cadáver da América do Sul,
sendo esse um transplante de rim, no Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da USP, pelo Prof. Antônio Carlos Pereira Martins.
(1)
O transplante renal envolve transplantar um rim de um doador vivo ou cadáver
humano para um receptor que possui doença renal em estágio terminal. Os
transplantes renais a partir de doadores vivos bem compatíveis que se
relacionam com o paciente (aqueles com antígenos ABO e HLA compatíveis)
são um pouco mais bem sucedidos que aqueles a partir dos doadores
cadavéricos. Uma nefrectomia dos próprios rins do paciente pode ser efetuada
antes do transplante. O rim transplantado é colocado na fossa ilíaca do paciente
anterior à crista ilíaca. O ureter do rim recentemente transplantado é
transplantado para dentro da bexiga ou anastomosado ao ureter do receptor.
(3)
Estudos publicados em adultos com análise de grande número de pacientes
indicam que a sobrevida do transplantado renal é superior à sobrevida do
paciente em diálise e provavelmente o mesmo se aplica às crianças.
Acrescente-se a isto a melhora na qualidade de vida e também a fatores únicos
à população pediátrica como desenvolvimento neuro-psicomotor e gonodal, que
melhoram após o transplante. A Tais fatores colocam-no como a melhor forma
de tratamento para a IRC em crianças, devendo ser realizado por equipe
multiprofissional em serviços especialmente preparados para tanto. (2)
As vantagens do transplante renal incluem eliminação dos problemas de acesso
dialítico, melhora da nutrição, minimizam a doença óssea e propiciam ajuste
psicossocial do paciente. Entretanto, em lactentes com menos de 2 anos de
idade,
ou com peso inferior a 9 Kg, os resultados, quanto à sobrevida do enxerto,
podem ser inferiores aos das crianças maiores. Consideram fator crucial para o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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sucesso do transplante renal no lactente a seleção do doador. Recomendam


utilizar rim de adulto, pois provê o receptor com grande quantidade de massa
renal e a técnica cirúrgica é menos complexa. Nesta faixa etária, a sobrevida do
transplante é maior com rim de doador vivo, minimizando o risco de disfunções
precoce e tardia do enxerto. (2)
Na última década, houve significativo aumento de sobrevida do paciente e do
transplante devido à melhora nos cuidados pós-operatórios do paciente
pediátrico e na terapia imunossupressiva, resultando em redução da freqüência
e severidade da rejeição aguda, aumentando a sobrevida do enxerto. (2)

OBJETIVO:
E este trabalho tem por objetivo identificar e descrever os cuidados intensivos
de enfermagem, no pós-transplante renal pediátrico.

METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento deste estudo foi realizada uma pesquisa de revisão
bibliográfica, com recorte temporal a partir de 1998 até 2008, através de
consultas na biblioteca Milton Soldani Afonso, da Universidade de Santo Amaro
(UNISA), e consultas as bases de dados online, SCIELO, BDENF e LILACS,
onde foram pesquisados 28 artigos, selecionados 14, e, após leitura dos
resumos, foram utilizados 06, e 03 livros, com o critério de inclusão em:
Cuidados de Enfermagem, Diagnósticos de Enfermagem, Transplante de Rim,
Pediatria.

RESUMO:
Neste estudo foi visto que o transplante renal é a melhor forma de tratamento
da doença renal terminal na infância e os resultados atuais de sobrevida de
pacientes e enxertos indicam que essa forma de tratamento deve ser
encorajada, mesmo em crianças pequenas. A partir da idade de 6 – 8 meses de
vida e/ou peso de 7 – 8kg, os resultados do transplante renal em crianças
permitem relativo otimismo. (2)
A atuação da enfermagem nesse período tem como objetivos: avaliar, detectar
e intervir precocemente nas possíveis complicações pós-transplante renal. Para
tanto é necessário que a equipe de enfermagem tenha conhecimento da
história do paciente, enfocando a evolução da doença, estado atual e
terapêutica utilizada para controle da doença até o momento, bem como a
evolução do paciente durante o transplante de rim e possíveis complicações
associadas ao procedimento cirúrgico. (3)
Os pacientes transplantados são mantidos, no pós-operatório, em isolamento
protetor, para evitar infecções. (2)
O cuidado pós-operatório de lactentes e crianças pequenas requer atenção

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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meticulosa quanto à reposição de líquidos e eletrólitos. Soluções


hidroeletrolíticas são administradas conforme a diurese horária. A composição
das soluções é ajustada conforme os valores de eletrólitos no plasma e na urina
(realizadas a cada 4 – 6 horas durante os dois primeiros dias pós-operatórios).
Soluções com eletrólitos são utilizadas para expandir o volume intravascular. O
volume reposição parenteral é avaliado pela monitorização da freqüência
cardíaca, da pressão arterial, avaliação da perfusão periférica, pressão venosa
central, gasometria arterial e, se necessário, da radiografia de coração e vasos
centrais. Nenhum dos itens acima isoladamente é suficiente para avaliar o
volume intravascular. (2)
O principais cuidados no pós operatório imediato são:

• Monitorização dos sinais vitais, peso, Pressão Venosa Central (PVC), e


Pressão Arterial Média (PAM).
• Diurese horária ou mais freqüente, se o volume urinário estiver muito
aumentado, para evitar desidratação.
• Administração de líquidos de acordo com a PVC, PAM e diurese:
- Manter PVC entre 6 – 10 cmH2O e PAM maior que 70 mmHg (doador
adulto/receptor pediátrico). Se necessário, administrar bolus de solução salina
10/kg, albumina 1g/kg em 30 minutos, dopamina ou furosemida.
• Soro de manutenção: perdas insensíveis + diurese.
• Na presença de plenitude vesical, realizar irrigação da sonda Foley com
solução salina. (2)
Os principais cuidados incluem: (3)

Cuidados de Enfermagem

• Realizar balanço hídrico rigoroso e avaliar o resultado.


• Realizar controle da diurese, com enfoque nas alterações de suas
características (volume, cor, densidade, odor, presença de sedimentos,
hematúria), entre outros.
• Monitorar resultados de exames laboratoriais, que caracterizem a função
renal.

Justificativa do Cuidado

A função renal no período pós-operatório imediato, está relacionada com a


formação de urina (24-48 horas) e normalização da creatinina e uréia sérica.

Cuidados de Enfermagem

• Monitorar a evolução da temperatura (T 38º).

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• Avaliar a evolução da cicatrização.


• Avaliar as condições das inserções de cateteres e drenos.
• Realizar higiene oral adequada e avaliação da cavidade oral, (atenção para o
aparecimento de monilíase oral).
• Observar presença de edema, calor, rubor na ferida operatória, ardência ao
urinar, tosse, dificuldade respiratória e diarréia.

Justificativa do Cuidado

Os fatores que predispõe o paciente ao aparecimento de infecção são:


condições clínicas do receptor e doador, presença de doenças sistêmicas,
alterações da defesa imunológica (utilização de imunossupressores), técnica
cirúrgica. Devido à terapêutica medicamentosa, a febre poderá ser mascarada,
por este motivo esta não pode ser o único parâmetro de avaliação.

Para realizar cuidados intensivos ao paciente transplantado renal pediátrico é


preciso realizar a sistematização da assistência de enfermagem que consiste
em: Histórico de Enfermagem (Exame Físico), Diagnóstico de Enfermagem,
Plano Assistencial, Evolução de Enfermagem, Prognóstico de Enfermagem,
pois estes passos são fundamentais para o sucesso da terapia renal
substitutiva, para que essa nova modalidade de tratamento seja cada vez mais
reconhecida e respeitada dentro da nossa sociedade.
Nesse trabalho descorri apenas os diagnósticos e intervenções de enfermagem,
pois é um assunto que hoje é pouco discutido entre nós da área de
enfermagem.

Intervenções e ações de enfermagem para os diagnósticos de enfermagem, em


paciente que se encontram no período pós-operatório imediato de transplante
renal. (3)

Diagnósticos de enfermagem
Risco para volume de líquidos desequilibrado

Intervenções de Enfermagem
Controle e monitorização de líquidos e eletrólitos

Ações de Enfermagem
Pesar diariamente e monitorar as tendências
Monitorar a situação da hidratação (membranas mucosas úmidas, adequação
das pulsações e pressão sangüínea), quando adequado
Monitorar os resultados laboratoriais relevantes à retenção de líquidos (uréia
aumentada, hematócrito diminuído)

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Diagnóstico de Enfermagem
Risco de queda

Intervenções de Enfermagem
Prevenção de queda

Ações de Enfermagem
Usar laterais da cama com comprimento e altura para prevenir quedas,
conforme necessidade

Diagnóstico de Enfermagem
Risco de infecção

Intervenções de Enfermagem
Proteção contra infecção

Ações de Enfermagem
Monitorar sinais e sintomas sistêmicos e locais de infecção.
Monitorar sinais de infecção (letargia, dificuldade de alimentação, vômitos,
instabilidade da temperatura e mudanças sutis de cor.
Ensinar os sinais de infecção na área da circuncisão (sangramento, hiperemia
ou edema incomum).

Diagnóstico de Enfermagem
Risco de aspiração

Intervenções de Enfermagem
Precaução contra aspiração
Cuidados na pós-anestesia

Ações de Enfermagem
Monitorar nível de consciência, reflexo de tosse, reflexo de náusea e
capacidade para deglutir
Posicionar decúbito a 90º ou mais elevado possível

Diagnóstico de Enfermagem
Mobilidade no leito prejudicada

Intervenções de Enfermagem
Cuidados com o repouso no leito

Ações de Enfermagem

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Posicionar alinhamento correto do corpo


Monitorar condição da pele

Diagnósticos de Enfermagem
Integridade da pele prejudicada

Intervenções de enfermagem
Supervisão da pele
Cuidados com lesões

Ações de Enfermagem
Examinar a condição da incisão cirúrgica quando adequado
Providenciar os cuidados no local de incisão, se necessário
Examinar vermelhidão, calor exagerado ou drenagem na pele e nas membranas
mucosas
Monitorar a temperatura da pele
Manter desobstruídas as sondas de drenagem

Diagnósticos de Enfermagem
Déficit no autocuidado para banho/higiene

Intervenções de Enfermagem
Assistência no autocuidado

Ações de Enfermagem
Monitorar a necessidade do paciente do recurso de adaptação para higiene
pessoal, vestir-se, arrumar-se, fazer a higiene íntima
Oferecer assistência até que o paciente esteja totalmente capacitado a assumir
o autocuidado

Diagnósticos de Enfermagem
Risco de desequilíbrio na temperatura corporal

Intervenções de Enfermagem
Regulação da temperatura

Ações de Enfermagem
Monitorar pressão arterial, pulso, temperatura e padrão respiratório quando
necessário
Monitorar e relatar sinais e sintomas de hipotermia e hipertemia
Monitorar cor, temperatura e umidade da pele

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Diagnósticos de Enfermagem
Ansiedade

Intervenções de Enfermagem
Aulixiar os pais ou cuidadores a controlar a sua ansiedade quando estiverem
com a criança.

Ações de Enfermagem
Estabelecer uma relação de confiança.
Minimizar a separação dos pais.
Envolver a criança em brincadeiras.

Diagnósticos de Enfermagem
Dor Aguda

Intervenções de Enfermagem
Investigar a experiência de dor da criança

Ações de Enfermagem
Para crianças menores de 5 anos usar a escala de Oucher das 05 faces.
Para crianças maiores de 5 anos, pedir para avaliarem a dor usando uma
escala de 0 a 5 anos.

Diagnóstico de Enfermagem
Risco de Solidão

Intervenção de Enfermagem
Estar sempre acompanhando a criança

Ações de Enfermagem
Incentivar os pais sempre a estar junto da criança

Diagnóstico de Enfermagem
Disposição para paternidade ou maternidade melhorada

Intervenções de Enfermagem
Estimular os pais a dar apoio emocional a criança hospitalizada

Ações de Enfermagem
Observar vínculo dos pais com a criança

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CONCLUSÃO:
Esses diagnósticos e intervenções de enfermagem são os principais para
crianças no pós-operatório imediato de transplante renal, e nos serve como um
guia para tornar a assistência de enfermagem individualizada, sistematizada e
facilitando a evolução diária a cada 24 horas.
Com este trabalho conclui-se que é necessário muito conhecimento teórico /
prático pela equipe de enfermagem para prestar um bom cuidado à criança
submetida ao transplante renal.
E com a realização da SAE, e principalmente com a utilização dos diagnósticos
e intervenções de enfermagem, a assistência de enfermagem será diferenciada
e assim minimizando possíveis complicações.
Além de toda essa parte relacionada aos cuidados direto não podemos
esquecer que se trata de crianças, e que a companhia de seus familiares e
principalmente mãe ou pai, é um direito da criança e se torna essencial para
recuperação da criança transplantada.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
(1) Transplante Pediátrico [página na internet] Transplante Renal Pediátrico.
[Atualizado em 12 de abril de 09, citado em 20 de junho de 09]. Disponível em:
http://www.sbn.org.br/capítulos/capítulo4.doc

(2) Piva JP, Garcia PCR. Cuidados Intensivos no Transplante Renal Pediátrico.
in: Medicina Intensiva em Pediatria. 26ª ed. São Paulo: Revinter Revisão, 2006.
Cap 34.

(3) Assistência de Enfermagem ao Paciente Submetido ao Transplante Renal


[página na internet] Protocolo de Cuidados de Enfermagem em Transplante de
Órgãos – ABTO – 2008 [Atualizado em 02 de setembro de 2008, citado em 05
de junho de 09]. Disponível em:
http://www.abto.org.br/abtov02/portugues/profissionais/departamentos/arquivos/
Assistencia_de_Enfermagem_aopcte_Transpl_Renal.pdf.

________________________________________________________________
(1) Graduando do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
(UNISA) – w_perfect@hotmail.com
(2) Professora da Disciplina de Pediatria da Universidade de Santo Amaro
(UNISA) Enfermeira Especialista em Pediatria e Neonatologia

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Cuidados paliativos ao paciente com HIV/AIDS


MARIA APARECIDA VIEIRA GOMES DE MELO(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O primeiro caso de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) surgiu na
Inglaterra no inicio de 1981, identificado em um hospital de Londres. Enquanto
isto, especialistas, enfermeiros e médicos analisavam a situação dos EUA, onde
mais de trezentos casos dessa nova doença tinham sido identificados, e
reconheceram que a Inglaterra também não escaparia dessa epidemia em
evolução.
O ano de 1982 e em 1983, sugiram outros casos e o pavor se estabeleceu,
sendo que os casos de AIDS não mais eram importados; a Inglaterra começava
assistir a uma endemia local, a causa e o modo de transmissão eram
desconhecidas. O tratamento das varias infecções e câncer manifesto nestas
doenças era ineficaz, ninguém sobrevivia após ser acometido por este mal¹.
A contaminação pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é mundialmente
prevalente e vem se estalando nas ultimas décadas, transformando-se em uma
verdadeira pandemia; em todo o mundo existem aproximadamente 40 milhões
de pessoas contaminadas pelo HIV, sendo que no Brasil há cerca de 620 mil
pessoas infectadas.
Nos anos 1980, a AIDS era descrita como condição aguda, uma vez que se
manifestava rapidamente depois do diagnóstico, não havia tratamentos
disponíveis e seu desfecho era rápido, com altas taxas de mortalidade².
Três fatores foram responsáveis para que a AIDS fosse redefinida como
condição crônica: os avanços no conhecimento sobre a história natural da
infecção pelo HIV; tornaram possível o monitoramento da progressão da
doença, o surgimento de marcadores laboratoriais tais como o Teste de
contagem dos Linfócitos (TCD4) e de carga viral e o surgimento e avanços dos
tratamentos anti-retrovirais”. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define
como condições crônicas, os problemas de saúde que requerem uma
administração e acompanhamento permanente durante longo período de
tempo.”
Por tanto, visando possibilitar a percepção de cronicidade ao estar e viver com
AIDS faz-se imprescindível que a sociedade, em especial os profissionais da
saúde, considerem uma condição importante “o estado crônico” e que tem
relação direta com a cultura vivida nos tempos atuais, a saber: a manutenção
da adesão ao tratamento anti-retroviral. A adesão pode ser conceituada como
um processo dinâmico, interativo e contínuo que envolve o profissional da
saúde e o indivíduo com AIDS, apresentando influência de vários aspectos,

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como: fatores relacionados à personalidade do indivíduo, fatores da própria


síndrome, fatores intrínsecos ao tratamento, da relação entre o indivíduo com
AIDS e a equipe de saúde, questões relacionadas ao contexto cultural, apoio
familiar e social, entre outros cuidados paliativos.
Cuidado paliativo é uma abordagem que “aumenta a qualidade de vida de
pacientes e suas famílias que enfrentam problemas associados com doenças
que ameaçam a vida, através de prevenção e alívio do sofrimento, promovendo
e identificando precocemente avaliações exemplares, além de tratamento da
dor e outros distúrbios de natureza física, psicossocial e espiritual”³. Trata-se de
um termo adotado na modernidade para o cuidado em fim de vida e vinculado à
morte ritualizada nos hospitais dos grandes centros urbanos, embora não esteja
necessariamente associada ao fim de vida medicalizado.
Neste aspecto, definimos os cuidados paliativos como um campo científico e
não-científico ao mesmo tempo, onde indivíduos se organizam para lidar com
suas próprias dificuldades e, também, das outras pessoas, acerca de uma
mudança enigmática para a ciência, a morte. Os cuidados paliativos implicam,
principalmente, na relação entre as pessoas que cuidam e as que são cuidadas,
sendo as intervenções técnicas secundárias à relação que se estabelece entre
equipe de cuidados e pacientes. Em vários casos, o campo de atuação
profissional que inclui o cuidado paliativo mantém uma convivência ambivalente
com as religiões, em sua forma mais ampla, para as quais a morte é certamente
uma passagem para outra vida.
O plano do cuidado de enfermagem inclui uma boa coleta do histórico do
paciente, bem como a delimitação dos diagnósticos e por ultimo as prescrições
de enfermagem.
Existem vários outros diagnósticos específicos para o cuidado com paciente
com AIDS, alguns deles serão citados no decorrer do artigo.
Ao fazermos uma análise critica percebemos que o enfermeiro ao cuidar de um
paciente com HIV/AIDS convive com um cenário de problemas de ordem
cultural, social, econômica, política e valores pessoais, que envolvem além dele,
o paciente e sua família. Cuidar de portadores do HIV e de pessoas com a
síndrome da imunodeficiência adquirida exige uma capacitação dos
profissionais e uma política de humanização das instituições de saúde,
voltadas, sobretudo na fase crônica, aos cuidados paliativos.

OBJETIVO:
Demonstrar que além dos cuidados convencionais de enfermagem prestados
ao paciente com AIDS, existe também a necessidade de prestar os cuidados
paliativos, visto que a junção dessas duas assistências trará um final de vida
digno e humanizado para o individuo em fase terminal.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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METODOLOGIA:
Trata se de uma pesquisa bibliográfica, visando identificar quais devem ser os
cuidados paliativos ao paciente com HIV/AIDS. Os critérios de seleção foram os
seguintes: artigos nacionais, relacionados à temática cuidados paliativos e HIV
e incluiu artigos do ano de 1986 a 2009.
O levantamento bibliográfico foi realizado em livros, documentos eletrônicos,
monografias, teses e artigos científicos periódicos nas bases de dados LILACS
(Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE
(National Library of Medicine), BIREME (Centro Especializado da Organização
Panamericana de Saúde) e SCIELO (Scientific Eletrônic Library On Line), alem
de incluir publicações do Ministério da Saúde, utilizando-se descritores:
Cuidados Paliativos e Síndrome de Imunodeficiência Adquirida.
Após a seleção foi realizada uma fase de leitura exploratória com a finalidade
de determinar o material que de fato interessasse, a seguir foi feita uma leitura
analítica dos textos selecionados com a finalidade de ordenar e sumarizar as
informações neles contidas.

RESUMO:
AIDS E HISTÓRIA
A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), foi reconhecida no ano de
1981, nos EUA, após a identificação de um numero elevado de pacientes
adultos do sexo masculino e homossexuais, com Sarcoma de Kaposi,
pneumonia, comprometimento do sistema imune e outras doenças. Tratava-se
de uma nova doença, ainda não classificada, de etiologia infecciosa e
transmissível.
Há quase três décadas do relato do primeiro caso de HIV/AIDS no Brasil, os
sentimentos de medo, pânico, negação e preconceito que acompanhariam a
epidemia em seu início, parecem estar em um passado distante, presente
apenas na memória de quem conheceu o mundo sem doença e estava seguro
de que a epidemia fazia parte de histórias de sociedades antigas.
O primeiro caso de AIDS no Brasil ocorreu em 1983 em pacientes portadores
de Sarcoma de Kaposi. Outros estudos posteriores permitiram a identificação
de casos no período de 1980-1982, no começo da década de 80, a identificação
de novos casos manteve-se restrita aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Essa mudança é notada na relação homem/mulher, que em 1991 era de “25
casos masculinos para um feminino” e em 2000 passa a ser de para cada “dois
casos masculinos um caso feminino”.

AIDS COMO DOENÇA CRÔNICA

Agente etiológico: È um retrovírus (RNA) denominado vírus da imunodeficiência

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humana (HIV).
Reservatório: O homem.
Modo de transmissão: sexual, sangüínea, via parenteral, da mãe para o filho na
gravidez (vertical), durante o parto e no leite materno.
Período de transmissibilidade: Indivíduo infectado pelo HIV pode transmitir em
todas as fases da infecção.
Diagnóstico: È realizado por meio de exames laboratoriais que pesquisam
anticorpos, antígeno, material genético ou por meio de cultura.
São definidas como doenças crônicas, os problemas de saúde com sintomas ou
incapacidades associadas que exigem um tratamento de longo prazo e que
podem ser decorrentes da baixa imunidade , de fatores genéticos ou outras
intercorrências O tratamento compreende a terapia anti-retroviral com seus
efeitos adversos, os medicamentos das doenças oportunistas adquiridas, o
aprender viver com os sintomas e sinais que caracterizam o portador desta
doença ,as incapacidades decorrentes neste processo , as relações familiares,
afetivas e sociais ,que sofrem abalos , alterações no estilo de vida e a
cronicidade da patologia . Sabe-se que na maioria das vezes, ter uma doença
crônica não significa estar doente ou enfermo, apenas quando as complicações
se desenvolvem ou quando os sintomas se tornam suficientemente graves ,
para interferir no desempenho das atividades da vida cotidiana é que o individuo
portador de uma doença crônica se sente doente ou incapacitado.
No ano de 1987 a doença que era considerada aguda e mortal, recebe quase
que acidentalmente uma medicação possível e eficaz no seu tratamento,
tratando-se da Zidovudina (AZT).
Foi a partir do surgimento da terapia anti-retroviral (TARV) que a Organização
Mundial de Saúde (OMS) passou a definir a AIDS com condições crônicas,
enquanto doença tratável e clinicamente manejável e deixou de ser considerada
como uma doença aguda, passando assim, a ser classificada como crônica.
Nesse sentido, procurou-se utilizar definições conceituais que vislumbrassem
para além de apenas um estado de doença mantido e agravado ao longo do
tempo, mas como um fenômeno diretamente relacionado ao conhecimento do
individuo, bem como as crenças, valores, saberes e praticas que permeiam a
rede familiar e social em determinado tempo e espaço.

ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA

Doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema imunológico do


individuo infectado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sua evolução
é marcada por uma considerável destruição de linfócitos TCD4 que se divide
em três fases:
Fase aguda: que se manifesta em semanas após o individuo ser infectado, as
manifestações são variadas febre, sudorese noturna, mal estar geral e letargia,

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mialgia e artralgia, linfodenopatia, dor de garganta, anorexia, náusea e erupção


cutânea. Fase assintomática: dura por alguns anos. Fase sintomática: nesta
fase as manifestações são mais graves, febre prolongada, diarréia crônica,
perda de peso, sudorese noturna, astenia, adenomegalia, tuberculose,
pneumonia por peneumocisticarinii, toxoplasmose cerebral, candidiase,
meningite por criptococos, sarcoma de Kaposi, linfomas, entre outras doenças
oportunistas.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM

“A enfermagem como ciência busca constantemente um conjunto de


conhecimentos específicos que norteiam e servem de suporte para definição e
descrição de suas práticas, melhorando a qualidade dos cuidados prestados ao
indivíduo, família e comunidade”. Para se definir e descrever a prática de
enfermagem faz-se necessário uma sistematização.

HISTÓRICO:

O histórico de enfermagem identifica os fatores de risco, incluindo pratica


sexual e uso de drogas injetáveis alem do estado físico e psicológico, e todos
os fatores que afetam o funcionamento do sistema imune do paciente com
AIDS, incluindo: estado nutricional, integridade da pele, sistema respiratório,
neurológico, digestório, equilíbrio hidroeletrolitico, e nível de conhecimento
referente a sua doença.

CUIDADOS PALIATIVOS E HUMANIZADOS AOS PORTADORES DE HIV/AIDS

O termo “cuidados paliativos,” foi usado pela OMS em função das dificuldades
da tradução fidedigna do termo “hospice”, há muito usado para designar a
pratica dos cuidados paliativos. Faz-se necessário explicar um pouco de
historia. Originado da palavra hospedaria, o “hospice” foi criado por Fabíola,
uma romana do século V, que criou um lugar para abrigar e cuidar de viajantes
famintos e doentes que buscavam ajuda. O tempo passou, essas “hospedarias”
se multiplicaram e anos mais tarde, a Igreja assume o controle destes abrigos.
O primeiro Hospice exclusivo para pessoas doentes foi criado em 1842 por
Jeanne Garniere na Inglaterra.
Na Inglaterra existem hoje quatrocentos e setenta Hospices, e nos Estados
Unidos cinco mil. Em outros países com Europa, Canadá, Austrália e Japão
estão em expansão ,pois este modelo é uma alternativa de atendimento à
pessoas carentes, doentes, excluídos , sem familiares que os acolham.
No Brasil existem diversos serviços cadastrados como prestadores de cuidados

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

820
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paliativos, com objetivo de promover assistência ativa ao paciente, cuja doença


não responde ao tratamento curativo.
”O objetivo dos cuidados de hospice é capacitar o paciente a permanecer em
sua casa.” Os cuidados paliativos não procuram acelerar a morte, nem
prolongamento da vida por meios artificiais.
Os princípios que fundamentam o hospice são:
• A morte deve ser aceita.
• O cuidado total do paciente é mais bem gerenciado por uma equipe
interdisciplinar cujos membros se comunicam regularmente entre si.
• A dor e outros sintomas da doença terminal devem ser tratados.
• O paciente e a família devem vistos como única unidade de cuidados.
• É necessário o cuidado domiciliar do paciente terminal.
• Os cuidados no período de enlutamento devem ser prestados aos membros
da família.
Os cuidados paliativos, na AIDS, seguem os mesmos princípios de outras
doenças, ou seja: visam o conforto pleno (físicos, psíquico, social e espiritual)
dos pacientes e seus cuidadores, afirmam a vida e olham a morte como um
processo normal oferece sistema de suporte para o doente viver tão ativamente
quanto possível até a morte e oferecem a seus familiares, suporte na doença e
no luto.
Desta forma, definir o termo “cuidados paliativos” é uma tarefa extremamente
complexa e desafiadora, considerando que envolve conceitos das diversas
áreas do saber, tais como a biologia, psicologia, filosofia, antropologia e
história, religião. Todos buscam inserir a discussão do sentido e da narrativa
acerca deste momento da vida humana tão enigmática, que é a morte.
Entretanto faz-se necessário o conhecimento desta prática por parte dos
profissionais da saúde, utilizando os princípios dos cuidados paliativos para
garantirem o melhor atendimento ao paciente. Os princípios dos cuidados
paliativos são semelhantes aos previstos nos “hospices”.
“Cuidar significa estar ao lado de pessoas com perda da vitalidade, com dor,
depressão, perda da autonomia, respeitando seus valores espirituais e
culturais”. A medida que a doença progride e o tratamento curativo perde o
poder de controlar a mesma, os cuidados paliativos surgem como uma
necessidade absoluta, na fase em que a incurabilidade se torna uma realidade.
Há necessidade da intervenção de uma equipe de profissionais treinados e
experientes no controle de sintomas de natureza não apenas biológica. Os
cuidados paliativos em enfermagem permitem vivenciar e compartilhar
momentos de amor e compaixão, mostrando ao paciente que é possível morrer
com dignidade, dando-lhe certeza de que ele não esta só no momento da
morte, oferecendo cuidados humanizados no controle da dor e outras situações,
proporcionando uma morte tranqüila. Na medida em que a morte se aproxima
faz- se necessário aplicar os devidos cuidados paliativos: Oferecer ajuda

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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psicológica e espiritual, Estar mais perto do paciente, Proporcionar higiene,


conforto, atendendo as necessidades básicas, Controlar a dor, Indicar sedação
paliativa.
“Há única certeza que o homem tem na vida é a morte, e neste momento só nos
resta dizer adeus a quem nos amamos e esperar que um dia nos
reencontremos na eternidade”.

CONCLUSÃO:
O diagnóstico, HIV/AIDS, representa um evento catastrófico para o paciente,
gerando uma diversidade de sentimentos angustiantes como, vergonha,
ansiedade, depressão, exclusão social e a convivência com a cronicidade da
doença.
O profissional de enfermagem deve acima de tudo oferecer aos pacientes uma
assistência humanizada, comprometida, com conhecimento técnico, de
valorização do ser humano e de suas necessidades. Torna-se também
imprescindível, a conscientização da necessidade de mudança no
comportamento, não só da equipe de enfermagem, mas de todas as pessoas
envolvidas na área da saúde, que prestam assistência ao portador de
HIV/AIDS.
A enfermagem durante todo o processo da doença presta cuidados, indo até o
final da vida, amenizando os conflitos, as dúvidas, as ansiedades, o medo, as
dores, visto que, a AIDS é complexa em todas as esferas, física, psíquica,
social.
O cuidado está presente na vida humana e é importante na preservação e
manutenção das condições de vida, esta é a essência da Enfermagem.
A prática dos cuidados paliativos deve ser divulgada, incentivada e agregada a
outras praticas exercidas pelos profissionais da saúde, visando uma assistência
integral, humanizada, ética e inovadora. Atualmente divulga-se e busca-se cada
vez mais, os procedimentos e equipamentos invasivos mais modernos,
permitidos pelo avanço da tecnologia, assim como instituições de saúde com
grande oferta de hotelaria, negligenciando o atendimento natural e humanizado,
no momento da finitude da vida.
“Sei que meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. Vê-lo-ei
por mim mesmo, meus olhos o verão e não outros. Como meu coração anseia
dentro de mim!
“Ele enxugara dos olhos todas as lagrimam e não haverá mais morte, nem luto,
nem pranto, nem dor, os mortos ressuscitaram e se encontraram com o Senhor
e viverão eternamente”.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Schaurich, Diego; Coelho, Débora Fernandes; Motta, Maria da Graça Corso

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

822
UNISA - Universidade de Santo Amaro

da. A cronicidade no processo saúde-doença: repensando a epidemiologia da


AIDS após os anti-retrovirais. Rev Enferm UERJ 2006 jul-set; 14(3): 455-62.
2. Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth - Tratado de enfermagem médico
cirúrgica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara; 2006.
3. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento
de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso.
4ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.

________________________________________________________________
¹ Graduanda: 8° semestre do curso de Enfermagem da Universidade Santo
Amaro.
² Enfermeira Mestre em gerontologia do curso Enfermagem da Universidade
Santo Amaro. Orientadora.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO E ANÁLISE FÍSICA E


QUÍMICA DE IOGURTE COM A ADIÇÃO DE PRE E PROBIÓTICO
HUMBERTO MUNIZ DE SOUZA RAMOS(1)

VANESSA BRAVO BERNARDELLI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A preocupação com relação à alimentação vem mudando muito nas últimas
décadas. A nutrição continua desempenhando seu papel de fornecimento de
nutrientes, mas o conceito de alimentos funcionais faz com que essa ciência se
associe à medicina e ganhe dimensão extra no século XXI (Salgado, 2001).
São considerados alimentos funcionais aqueles que, além de fornecerem a
nutrição básica, promovem a saúde. Esses alimentos possuem potencial para
promover a saúde através de mecanismos não previstos através da nutrição
convencional, devendo ser salientado que esse efeito restringe-se à promoção
da saúde e não à cura de doenças (Sanders, 1998).
Um alimento funcional pode ser classificado de acordo com o alimento em si ou
conforme os componentes bioativos nele presentes, como, por exemplo, os
probióticos, as fibras, os fitoquímicos, as vitaminas, os minerais, as ervas, os
ácidos graxos ômega 3 (&#969;-3), além de determinados peptídeos e
proteínas (Arvanitoyannis, Houwelingen-Koukaliaroglou, 2005).
Complementarmente, a fisiologia do intestino, assim como a composição e
atividade do ecossistema microbiano responsável pela sua colonização, tem
atraído um grandioso interesse para o desenvolvimento de alimentos funcionais,
o que é revelado pelos recentes desenvolvimentos visíveis no mercado de
probióticos, prebióticos e simbióticos (Roberfroid, 2005).
Probióticos são definidos como microrganismos vivos, administrados em
quantidades adequadas, que conferem benefícios à saúde do hospedeiro (Food
and Agriculture Organization of United Nations; World Health Organization,
2001; Sanders, 2003); sendo Lactobacillus e Bifidobacterium as espécies mais
utilizadas. A influência benéfica dos probióticos sobre a microbiota intestinal
humana inclui fatores como efeitos antagônicos, competição e efeitos
imunológicos, resultando em um aumento da resistência contra patógenos.
Assim, a utilização de culturas bacterianas probióticas estimula a multiplicação
de bactérias benéficas, em detrimento à proliferação de bactérias
potencialmente prejudiciais, reforçando os mecanismos naturais de defesa do
hospedeiro (Puupponen-Pimiä et al., 2002).
Para receber a nomenclatura de "alimento probiótico", os leites fermentados e
iogurtes devem conter, no mínimo, 107 células viáveis por grama ou mL do
produto. Por outro lado, a dose terapêutica mínima exigida é de 105 células
viáveis por grama ou mL do produto (Stanton, et al, 2001) .

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que afetam


beneficamente o hospedeiro, por estimularem seletivamente a proliferação ou
atividade de populações de bactérias desejáveis no cólon. Os prebióticos
abrangem as frutanas, que incluem a inulina natural, inulina hidrolisada
enzimaticamente ou oligofrutose e frutooligossacarídeos sintéticos, além de
galactoligossacarídeos, lactulose, isomaltoligossacarídeo, xiloligossacarídeos,
gentioligossacarídeos (Gibson, Fuller, 2000).
Frutano é um termo genérico empregado para descrever todos os oligo ou
polissacarídeos de origem vegetal e refere-se a qualquer carboidrato em que
uma ou mais ligações frutosil-frutose predominam dentre as ligações
glicosídicas. Os frutanos são polímeros de frutose linear ou ramificada ligados
por ligações b(2®1) ou b(2®6), encontradas, respectivamente, na inulina e nos
frutanos do tipo levanos (Carabin, Flamm, 1999).
Os frutanos do tipo inulina dividem-se em dois grupos gerais: a inulina e os
compostos a ela relacionados - a oligofrutose e os fruto-oligossacarídeos
(FOS). A inulina, a oligofrutose e os FOS são entidades quimicamente similares,
com as mesmas propriedades nutricionais. Essas semelhanças química e
nutricional são conseqüentes à estrutura básica (ligações b(2®1) de unidades
frutosil, algumas vezes terminadas em uma unidade glicosil), bem como à sua
via metabólica em comum. A única diferença entre a inulina, a oligofrutose e os
FOS sintéticos é o grau de polimerização, ou seja, o número de unidades
individuais de monossacarídeos que compõem a molécula (Carabin, Flamm,
1999).
Os simbióticos proporcionam a ação conjunta de prebióticos e probióticos,
podendo ser classificados como componentes dietéticos funcionais que podem
aumentar a sobrevivência dos probióticos durante a passagem pelo trato
digestório superior, pelo fato de seu substrato específico estar disponível para
fermentação (Gibson, Roberfroid,1995).
Produtos alimentícios como os laticínios contribuem para a sobrevivência dos
probióticos ao suco gástrico, particularmente por seu efeito tamponante e
protetor (Ross, Desmond, Stanton, 2005). A indústria de laticínios, em
particular, encontrou nas culturas probióticas uma ferramenta para o
desenvolvimento de novos produtos (Champagne, Gardner, Roy, 2005).
Conseqüentemente, inúmeros laticínios probióticos são disponíveis
comercialmente e a variedade desses produtos continua em expansão (Stanton
et al., 2003).
Diante da procura dos consumidores por alimentos saudáveis e dos efeitos
benéficos dos probióticos e prebióticos, este trabalho tem como objetivo avaliar
as características físico-químicas e o perfil sensorial do iogurte formulado.

OBJETIVO:
Desenvolver formulação de iogurte com adição de probióticos e prebióticos; e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

825
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caracterização físico-química em função do tempo de armazenamento.

METODOLOGIA:
O desenvolvimento da formulação do iogurte seguiu-se com base no
fluxograma tradicional (Tamime e Robinson, 1991), com a uso de leite UHT,
leite em pó e o simbiótico, LACTOFOS (probiótico + prebiótico), da SKL
Pharma® – constituído de Lactobacillus casei, L. rhamnosus, L. acidophilus,
Bifidobacterium bifidum, e frutooligossacarídeos – 6g. As amostras serão
analisadas com relação à sua composição físico-química, determinando teores
de umidade, cinzas, proteínas, lipídeos e pH, conforme AOAC e Adolfo Lutz
(IAL).

RESUMO:
A partir do fluxograma de produção elaborado por Tamime, realizou-se dois
experimentos para preparação do iogurte: um seguindo os parâmetros de
processo do fluxograma tradicional e outro alterando parâmetros como
concentração de cultura iniciadora e tempo de desenvolvimento de inóculo.
Foi observada, através da adequação dos parâmetros modificados, a obtenção
de iogurte com características organolépticas satisfatórias (consistência e pH
similar ao iogurte padrão comercial).

CONCLUSÃO:
O resultado parcial deste estudo vislumbrou que através de evidências
cientificas experimentais, é possível vencer o desafio de produção de alimentos
funcionais com mais atividade biológica - iogurte - com a utilização de
parâmetros de processo que estão vinculados à alterações tecnológicas que
provocam melhor viabilidade dos microrganismos utilizados na cultura iniciadora
que no iogurte pronto remetem a uma avaliação sensorial próxima do comercial.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Association of Official Analytical Chemist. Official Methods of Analysis. 15th ed.
Washington (DC): AOAC; 1995.
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Ciências Farmacêuticas, vol 42, n° 1, São Paulo, 2006.
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos, IAL, 4ª Edição, 2008.
de Paula, Juan Andrés; Camuerga, Esteban; Weill, Ricardo: Effect of the
ingestion of a symbiotic yogurt on the bowel habits of women with functional
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Aires, 2008.
Budiño, F. E. L et al: Effect of probiotic and prebiotic inclusion in weaned piglet
diets on structure and ultra-structure of small intestine. Brazilian Archives of
Biology and Technology – an international journal, vol. 48, n° 6 : pp. 921-929,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

826
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Jaboticabal, 2005.
Hauly, M. C. de O., Fuchs, R. H. B., Prudêncio-Ferreira, S. H.: Suplementação
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Quintaes, K. D., Haj-Isa, N. M. A., Morgano, M. A.: Concentração de ferro e
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Oliveira, Maricê N., Damin, M. Regina: Efeito do teor de sólidos e da
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Tamime, A. Y.; Robinson, R. K.: Yogur: Ciência y tecnologia. Zaragoza, Ed
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UNISA - Universidade de Santo Amaro

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Puupponen-Pimiä, R.; Aura, A.M.; Oksmancaldentey, K.M.; Myllärinen, P.;
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________________________________________________________________
A realização deste trabalho ocorreu com o auxílio do Biomédico Válter Fontolan,
responsável pelo Laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal da
Universidade de Santo Amaro.

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DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE SENSORIAL DE IOGURTE


CONTENDO PREBIÓTICOS E PROBIÓTICOS
DEBORA FRANCISCA DOS SANTOS(1)

VANESSA BRAVO BERNARDELLI(2),VALTER FONTOLAN(3)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Com o aumento na expectativa de vida da população, aliado ao crescimento
exponencial dos custos médico hospitalar, a sociedade necessita vencer novos
desafios, através do desenvolvimento de novos conhecimentos científicos e de
novas tecnologias que resultem em modificações importantes no estilo de vida
das pessoas. A nutrição precisa se adaptar a esses novos desafios, através do
desenvolvimento de novos conceitos. A nutrição otimizada é um desses novos
conceitos, dirigida no sentido de maximizar as funções fisiológicas de cada
indivíduo, de maneira a assegurar tanto o bem-estar quanto a saúde, como
também o risco mínimo de desenvolvimento de doenças ao longo da vida.
Nesse contexto, os alimentos funcionais e especialmente os probióticos e
prebióticos são conceitos novos e estimulantes (Saad, S. M. I.,2006).
Atualmente a definição para Probióticos aceita internacionalmente é que eles
são microrganismos vivos, administrados em quantidades adequadas, que
conferem benefícios à saúde do hospedeiro. A influência benéfica dos
probióticos sobre a microbiota intestinal humana inclui fatores como efeitos
antagônicos, competição e efeitos imunológicos, resultando em um aumento da
resistência contra patógenos. Assim, a utilização de culturas bacterianas
probióticas estimula a multiplicação de bactérias benéficas, em detrimento à
proliferação de bactérias potencialmente prejudiciais, reforçando os
mecanismos naturais de defesa do hospedeiro (Saad, S. M. I.,2006).
Prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que afetam
beneficamente o hospedeiro, por estimularem seletivamente a proliferação ou
atividade de populações de bactérias desejáveis no cólon. Adicionalmente, o
prebiótico pode inibir a multiplicação de patógenos, garantindo benefícios
adicionais à saúde do hospedeiro. Esses componentes atuam mais
freqüentemente no intestino grosso, embora eles possam ter também algum
impacto sobre os microrganismos do intestino delgado (Saad, S. M. I.,2006).
Um produto referido como simbiótico é aquele no qual um probiótico e um
prebiótico estão combinados. A interação entre o probiótico e o prebiótico in
vivo pode ser favorecida por uma adaptação do probiótico ao substrato
prebiótico anterior ao consumo. Isto pode, em alguns casos, resultar em uma
vantagem competitiva para o probiótico, se ele for consumido juntamente com o
prebiótico. Alternativamente, esse efeito simbiótico pode ser direcionado às
diferentes regiões “alvo” do trato gastrintestinal, o intestino delgado e grosso. O

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829
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consumo de probióticos e de prebióticos selecionados apropriadamente pode


aumentar os efeitos benéficos de cada um deles, uma vez que o estímulo de
cepas probióticas conhecidas leva à escolha dos pares simbióticos substrato-
microrganismo ideal (Saad, S. M. I.,2006).
O interesse pelo estudo e desenvolvimento de novos pro¬dutos com
características de prebióticos ou probióticos tem crescido muito nos últimos
anos, porque se sabe hoje que a flora normal bacteriana exerce uma função
fisiológica importante na prevenção de patologias do intestino, particularmente a
consti¬pação, as colites, a diarréia e o câncer de cólon (Maia et al,2008).
Análise sensorial é uma técnica estabelecida para avaliar a aceitação de um
determinado produto pela população, é baseado nas percepções psicológicas e
fisiológicas e é utilizado principalmente no desenvolvimento de um novo
produto, mas também é feito para verificar a preferência do consumidor,
diferenças entre produtos e grau de qualidade (DUTCOSKY, 1996).
O teste escolhido para avaliação do iogurte foi o de escala hedônica, é um
método subjetivo que mede o quanto à população gostou do produto, avalia a
preferência e a aceitabilidade e é possível também avaliar a intenção de
compra. A ficha de análise sensorial pode apresentar um questionário de data,
gênero, a escala hedônica de 5 pontos para os atributos cor, aroma, sabor,
consistência e aparência global, preferência entre as amostras analisadas, e
intenção de compra para cada uma delas.
A avaliação pode utilizar todos os 5 sentidos para percepção das características
de um produto. Quando mastigado, o alimento libera seu aroma característico
na boca, este passa às narinas pela nasofaringe e chega ao epitélio olfativo.
Neste existem conexões com zonas do cérebro o que possivelmente explicam o
fato de sensações olfativas evocarem memórias estimulando emoções. O olfato
unido ao gosto constitui junto o sabor, formando uma sensação única
(DUTCOSKY, 1996).
O teste de aceitação avaliará os atributos de aroma, cor, sabor e impressão
global dos “iogurtes” contendo probióticos e prebióticos. Este teste será
realizado para verificar a resposta sensorial dos consumidores ou consumidores
potenciais, em relação ao iogurte e a perspectiva de compra.

OBJETIVO:
Analisar e avaliar o perfil sensorial, teste de aceitação e intenção de compra do
iogurte com a implementação de colônias probióticos e prebióticos.

METODOLOGIA:
Materiais: Para a preparação do iogurte com implementação de pré e
probióticos será utilizado o seguinte material:
• Leite UHT integral;

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

830
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• Leite em pó integral;
• Preparado de Pré e Probióticos (LACTOFOS – simbiótico – SKL Pharma®
[probióticos e prebióticos]).
Além dos materiais citados anteriormente, é necessária a utilização de
instrumentação e vidraria geral de laboratório, para os devidos preparos e
análises que serão decorrentes do processo de pesquisa.

Métodos:

PREPARAÇÃO DO IOGURTE
A formulação do iogurte seguirá o fluxograma tradicional (Tamime e Robinson,
1991) para a produção, com a utilização de leite UHT, leite em pó e será
adicionado o simbiótico, LACTOFOS (probiótico + prebiótico) da SKL Pharma®
– constituído de Lactobacillus casei, L. rhamnosus, L. acidophilus,
Bifidobactérium bifidum, e frutooligossacarídeos – 6 gramas.
A fabricação se resume a quatro processos, são eles: tratamento térmico prévio
do leite, enriquecimento com sólidos lácteos, incubação, resfriamento e
acondicionamento.
Assim, o processo de fermentação será acompanhado através dos parâmetros
físico, químicos pertinentes em literatura, tais quais pH, acidez, teor de
umidade, teor de cinzas, teor de proteína e teor de gordura (lipídios),
possibilitando a viabilidade de uma microbiota especificamente importante para
a produção do iogurte formulado.
Para a produção de iogurte, será utilizado: leite pré aquecido a 45°C,
adicionado de leite em pó; a mistura deve ser homogeneizada até dissolução
completa.
Em seguida será adicionados a amostra o probiótico e prebiótico. Incubar a
amostra por 4 horas a 45°C em estufa / shaker com agitação 100 rpm. Após
processo fermentativo o iogurte será resfriado a 5°C.
O iogurte será armazenado por um período de 28 dias (de 5 a 8°C), sendo as
amostras avaliadas, isto é, analisadas para caracterização físico-química nos
seguintes tempos: tempo inicial após processamento (0), 7, 14, 21 e 28 dias. E
a analise sensorial será feita com amostras de 14 e 21 dias.

ANALISE SENSORIAL
Sessenta provadores não-treinados realizarão as análises sensoriais de
aceitação das amostras em relação a aroma, cor, sabor e impressão global,
através de escala hedônica, ancoradas à esquerda pelo termo “desgostei
muitíssimo” e à direita pelo termo “gostei muitíssimo”.
Escala hedônica é usada para medir o nível de preferência de produtos
alimentícios por uma população, e relata os casos agradáveis e desagradáveis
provocados no organismo.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

831
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A escala hedônica está relacionada com os estados psicológicos conscientes


de agradável e desagradável e de gosto e desgosto. Geralmente, uma a quatro
amostras é servida ao provador durante uma sessão. Se o produto tem sabor
suave pode ser servido um número maior de amostras por sessão. Além de ser
usado em testes de preferência de consumidores é empregado também para:
• Detectar pequenas diferenças no grau de aceitação de produtos similares,
• Detectar grandes diferenças no grau de aceitação de alimentos, quando
tempo, provadores e condições de testes são modificados,
• Revelar modificações em atitudes de preferência de um dado grupo de
pessoas em relação a um determinado alimento.

RESUMO:
Resultados: A análise estatística será feita submetendo-se os resultados a
análise variância (ANOVA) e ao teste de comparação das médias pela escala
hedônica.
A análise sensorial foi feita com 60 provadores não treinados (alunos e
funcionários da UNISA - campus l), em duas etapas:
1. Amostra de iogurte depois de 14 dias.
2. Amostra de iogurte depois de 21 dias.
Com os mesmos provadores nos 2 dias, sendo, 47 pessoas do sexo feminino e
13 pessoas do sexo masculino.
Na primeira fase depois de 14 dias obtivemos os seguintes resultados no total
dos 60 provadores.
No atributo Aroma: desgostei muito 5,desgostei 4, indiferente 11, gostei 32,
gostei muito 8. No atributo Cor: desgostei muito 4,desgostei 5, indiferente 10,
gostei 31, gostei muito 10. No atributo Sabor: desgostei muito 8,desgostei 8,
indiferente 10, gostei 27, gostei muito 7. No atributo Impressão Global:
desgostei muito 3,desgostei 5, indiferente 13, gostei 32, gostei muito 7. E no
atributo de Intenção de Compra: 39 comprariam o produto e 21 não compraria o
produto.
Na segunda fase depois de 21 dias obtivemos os seguintes resultados com os
mesmos 60 provadores:
No atributo Aroma: desgostei muito 1,desgostei 8, indiferente 7, gostei 33,
gostei muito 11. No atributo Cor: desgostei muito 1,desgostei 2, indiferente 9,
gostei 36, gostei muito 12. No atributo Sabor: desgostei muito 2,desgostei 12,
indiferente 8, gostei 23, gostei muito 15. No atributo Impressão Global:
desgostei muito 0,desgostei 3, indiferente 10, gostei 32, gostei muito 15. E no
atributo de Intenção de Compra: 46 comprariam o produto e 14 não compraria o
produto.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

832
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Discussão: A análise sensorial feita neste trabalho foi para analisar as


características como aroma, cor, sabor, impressão global do produto e se o
consumidor compraria este produto. Entre os métodos sensoriais analíticos
utilizados em alimentos, destaca-se a análise descritiva quantitativa que
proporciona uma completa descrição de todas as propriedades sensoriais de
um produto, representando um dos métodos mais completos e sofisticados para
a caracterização sensorial de atributos importantes. Na literatura falando de
escala hedônica facial, só tem comparação entre 2 ou mais produtos e no
nosso caso estamos analisando varias características de um mesmo produto.
Mas esta escala nos mostra a variação de uma maneira muito clara, pois é a
sensação do provador que estamos analisando, que segundo o Instituto Adolf
Lutz, 1985 a análise sensorial é realizada em função das respostas transmitidas
pelos indivíduos às várias sensações que se originam de reações fisiológicas e
são resultantes de certos estímulos, gerando a interpretação das propriedades
intrínsecas aos produtos. Para isto é preciso que haja entre as partes,
indivíduos e produtos, contato e interação. Analisando os resultados em
comparação ao sexo feminino e masculino, as mulheres são maioria, mas os
homens também têm um papel importante no consumo de iogurtes, porque
pelas observações nas fichas de analises os homens querem sabor pois
colocaram observações do tipo “podia ser de morango”, “poderia ter uma
frutinha”, e açúcar porque colocaram “se fosse doce seria melhor”, “este não é
do meu gosto”. Enquanto as mulheres também pensam no sabor e no açúcar,
mas tive vários comentários como “natural é o meu favorito”, “ é muito
saudável”, meu intestino funciona melhor com natural”. As opiniões entre a
primeira e a segunda fase tiveram um aumento na melhora para os dois sexos,
para todos os quesitos.

CONCLUSÃO:
Fazendo uma comparação entre as duas fases para analisar se teve diferença
na vida de prateleira do iogurte analisando 14 e 21 dias, mostrou que em todos
os aspectos analisados, aumentaram 10% a expectativa do possível
consumidor, evidenciando que após 21 dias de fabricação o iogurte continuou e
até aumentou a expectativa do consumidor.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz:
métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3.ed. São Paulo, 1985.
v.1. Capitulo 6

MAIA, M. C. A.,GALVÃO, A. P. G. L. K., DELLA MODESTA, R. C., PEREIRA


JÚNIOR, N., Avaliação sensorial de Sorvetes à base de Xilitol. Ciência e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

833
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Tecnologia de Alimentos. Campinas, 28 (1), jan.-mar. 2008

SAAD, S. M. I.,Probióticos e Prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de


Ciências Farmacêuticas, vol. 42, jan./mar.,2006

TAMIME, A. Y.; ROBINSON, R. K.: Yogur: Ciência y tecnologia. Zaragoza, Ed


Acribia, 1991.

________________________________________________________________
não possuo notas de rodapé

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

834
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Desenvolvimento Neuropsicomotor em todas as fases


MAYSE DAMASCENO SOUSA(1), PRISCILA MORALES GALHARDO(2), ALINE
CORREIA ALMEIDA(3), JULIELE BARROS SILVA(4), THAIS MOURA MACHADO(5),
FLAVIA PEREIRA SOUSA(6), GABRIELA PAGANINI GALVAO(7), CECILIA MARCIANO
DE OLIVEIRA(8)

EDILENE BIAGIOTTI FERNANDES(9),RAQUEL FERNANDES BATISTA(10)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Quando perguntamos a alguém o que ela entende por desenvolvimento, ou
quando discutimos com profissionais de saúde ou áreas afins o significado do
desenvolvimento da criança, ficamos surpresos com as mais variadas
respostas, uma vez que de fato o desenvolvimento humano é perpassado por
conceitos heterogêneos das mais diversas origens. Isto porque o
desenvolvimento humano pode ser definido ou entendido de várias formas,
dependendo do referencial teórico que se queira adotar e de quais aspectos se
queira abordar. Mas o desenvolvimento vai além de uma determinação
biológica e necessita uma abordagem multiconceitual, e conseqüentemente
multidisciplinar.
Conceitos e definições.
E nós, o que entendemos por desenvolvimento? Antes de qualquer coisa
achamos que é preciso diferenciar alguns termos que são muitas vezes usados
como sinônimos embora tenham significados diferentes. Para tanto, definiremos
alguns conceitos que nos situem em uma determinada perspectiva, começando
pelos próprios termos crescimento e desenvolvimento.
Crescimento significa aumento físico do corpo, como um todo ou em suas
partes, e pode ser medido em termos de centímetro ou de gramas. Traduz
aumento do tamanho das suas células (hipertrofia) ou de seu número
(hiperplasia).
Maturação é a organização progressiva das estruturas morfológicas, já que,
como o crescimento, seu potencial está determinado geneticamente. A
maturação neurológica engloba os processos de crescimento, diferenciação
celular, mielinização e o aperfeiçoamento dos sistemas que conduzem a
coordenações mais complexas. Desenvolvimento é um conceito amplo que se
refere a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que
incluí além do crescimento, a maturação, a aprendizagem e os aspectos
psíquicos e sociais.O desenvolvimento psicossocial é o processo de
humanização, que inter-relaciona aspectos biológicos, psíquicos, cognitivos,
ambientais, sócio-econômicos e culturais, mediante o qual a criança vai
adquirindo maior capacidade para mover-se, coordenar, sentir, pensar e
interagir com os outros e o meio que a rodeia; em síntese, é o que lhe permitirá

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

835
UNISA - Universidade de Santo Amaro

incorporar-se de forma ativa e transformadora à sociedade em que vive. Por


estas definições SERRA, et al. conclui que crescimento e desenvolvimento
fazem parte do mesmo processo, porém exigem, para sua percepção, descrição
e avaliação, abordagens diferentes e especificas.
O processo de envelhecimento pode ser influenciado por fenômenos
intrínsecos. Durante este processo ocorre o caminho inverso da evolução,
mudanças no comportamento intrínseco e deterioração dos sistemas que
geram os comportamentos motor, perceptivo, cognitivo, social e emocional. A
retrogênese da motricidade traz danos que influenciam no bem-estar psíquico,
afetivo, sócio-cultural, físico e cognitivo, implicando, portanto, em piora da
qualidade de vida dos gerontes.
A psicomotricidade é uma ciência que estuda o indivíduo através de seus
movimentos, base das posturas e posicionamento diante da vida e nas relações
com seu mundo interno e externo. E exerce fundamental importância no
processo de conservação da tonicidade funcional, controle postural flexível,
manutenção da imagem corporal, organização espaço-temporal plástica,
integração de praxias ideomotoras, entre outras, relacionadas às necessidades
específicas. Tornando a fase da infância até o envelhecer um contínuo viver de
experiências criativas.

Desenvolvimento Neuropsicomotor do 0 aos 2 anos

Nos dois primeiros meses do recém nascido (RN) as suas atividades são
reflexas, a partir do terceiro mês alguns reflexos vão desaparecendo dando
lugar as atividades voluntarias, há um aumento no tônus postural possibilitando
a estabilidade nos decúbitos de forma que a partir do quinto mês ele consiga
sentar-se com apoio, esse equilíbrio é melhorado de modo que com sete meses
seja possível sentar sem apoio, evoluindo para engatinhar e ficar em pé com
apoio o que é realizado no oitavo mês onde a criança começa a falar silabas
duplas como mamã, papa dada etc.
A criança evolui a cada dia aperfeiçoando o que aprendeu e quando atinge um
ano começa a dar os primeiros passos sem apoio, falar palavras com sentido
papá (comer), au-au (cão), qué-qué (quero), entende bem quando é
repreendida e sabe como chamar a atenção. Brinca com outras crianças, senta-
se a mesa e come sozinha derrubando pouca quantidade de alimento.
Com dois anos engatinha escada acima, sobe em cadeira de adulto, vira-se e
senta-se. Coloca aros num pino. Tira e coloca pinos grandes de uma prancha.
Constrói torre de 3 cubos. Faz rabisco com lápis de cera ou lápis. Vira páginas
de um livro, várias de uma vez. Caminha independentemente. Engatinha
escadas abaixo com os pés em primeiro lugar. Curva-se na altura da cintura
para apanhar objetos sem cair. Empurra e puxa brinquedos enquanto anda.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Desenvolvimento Neuropsicomotor dos 2 aos 7 anos

De 2 a 3 anos a criança já começa a se alimentar sozinha, tem controle da


bexiga e do intestino. Usa cavalo de balanço. Sobe escada com ajuda. Fica de
cócoras e volta a ficar em pé. Segura o lápis em preensão radial.
Consegue virar páginas de livro uma de cada vez e já reconhece músicas que
lhe são familiares.
Aos 3 e 4 anos; testa seu poder com birras, graça e pedidos descobre qual a
melhor forma do seu desejo ser atendido. Anda de triciclo,segura o lápis entre o
polegar e o indicador,sobe e desce escada alternando os pés,corre,salta e pula.
Dos 4 aos 5 anos manuseia objetos pessoais e, se não estiver apta,pede
ajuda,escolhe com o que vai brincar; anda de bicicleta, aprende a nadar, fica na
ponta dos pés.
Dos 5 a 6 anos; a criança escolhe os amigos, escreve o seu nome, é capaz de
pular corda sozinha, recorta e cola formas simples, colore obedecendo a
contornos.
Aos 6 e 7 anos; já possui linguagem mais elaborada, realiza as tarefas de casa
com mais autonomia.

Desenvolvimento Neuropsicomotor dos 8 aos 12 anos

Até os 7 anos, a criança é pré-lógica e usa a intuição como mecanismo para


substituir a lógica. Tem uma imaginação viva e adoram jogos. Cumprem apenas
as tarefas que lhes agradam.Quando um adulto lhes dá uma ordem, balançam
entre a vontade de agradar aos outros e o amor próprio.Choram e gritam - é a
sua forma de dar a conhecer ao mundo como se sentem.
Aos 8 anos têm um enorme desejo de explorar o meio ambiente e, por outro
lado, um medo existencial que as faz temer, por exemplo, o início do ano
escolar.
Aos 9 anos, demonstra maior habilidade em distinguir fatos de ficção; maior
habilidade em exprimir suas idéias, em definir seus problemas; maior
capacidade em aceitar críticas e em avaliar a si própria; tem interesse em
pertencer a um grupo; escreve o ditado cautelosamente
Dos 10 aos 12 anos tem coordenação visual e motora quase igual à do adulto;
aprecia medir força física e habilidade com os outros; apresenta maior
habilidade em generalizar e em pensamento crítico; interesse em explorar e
experimentar; está apta a planejar com antecedência; pronta a assumir maiores
responsabilidades; capaz de definir e compreender palavras abstratas;
capacidade para generalizações mais rápidas segue mais facilmente
argumentos lógicos; maior sociabilidade; nova visão do mundo, mostrando
maturidade progressiva; inicio da puberdade.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Desenvolvimento Neuropsicomotor dos 12 aos 15 anos

O desenvolvimento motor, a parte de esquema corporal está basicamente


formado, com melhoria da execução de habilidades específicas.
Observa-se um aumento repentino em altura, peso e força. As meninas
alcançam gradualmente a maturidade física e sexual, antes dos meninos e
nota-se preocupação com a aparência. Intelectualmente apresenta uma
melhoria nas capacidades de raciocínio e da memorização, bem como da
introspecção e reflexão.
As meninas tendem a manifestar maior interesse no sexo oposto do que os
meninos, e poucas disponibilidades para o relacionamento com irmãos mais
novos e com os pais. Apresentam mais preocupação com o desempenho
escolar, a aparência e a popularidade, procuram encontrar alternativas e tomar
decisões sozinhos e preocupam-se com o tratamento justo dos outros.

Desenvolvimento Neuropsicomotor na Gerontologia

O envelhecimento é o grupo de alterações do desenvolvimento que ocorre com


o decorrer da idade, reduzindo a capacidade do organismo em manter sua
homeostase. No processo de envelhecimento há um declínio gradual de suas
aptidões físicas, mudanças fisiológicas e psicológicas.
Enquanto na criança é observada uma evolução a partir da tonicidade,
evoluindo em equilíbrio, lateralização, noção do corpo, estruturação espaço
temporal, praxia global chegando a praxia fina. No idoso se observa o contrario,
uma involução a partir da praxia fina a tonicidade (FONSECA V. 1983). Além do
processo natural de envelhecimento, fatores patológicos podem promover um
agravo na involução psicomotora.

OBJETIVO:
Facilitar, aos alunos e pacientes do setor de Psicomotricidade na fisioterapia da
UNISA, a visualização e a compreenção das etapas do desenvolvimento
neuropsicomotor, em todas as faixas etárias.

METODOLOGIA:
Realizado por meio de revisão bibliográfica e elaboração de um banner para
visualização.

RESUMO:
Resultados serão obtidos a paritr da exposição do banner atingindo assim o

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

838
UNISA - Universidade de Santo Amaro

objetivo proposto de facilitar a visualização das fases do desnvolvimento


neuropsicomotor.

CONCLUSÃO:
Concluímos que o ser humano possui diversas fases na vida. As vivências, as
experiências se encarregam de dar sentido a cada uma dessas fases. Portanto,
conhecendo o que é esperado em cada uma dessas fases torna-se mais fácil
focar o trabalho terapêutico e alcaçar nosso objetivo de através do banner
expositivo, passar orientações aos cuidadores.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
GALLAHUE, David L. Compreendendo o desenvolvimento motor: Bebês ,
crianças , adolescentes e adultos - São Paulo: Phorte Editora, 2005.
PAINE, v. GREGORY Desenvolvimento motor Humano: Uma abordagem
Vitalícia. 6ed. São Paulo. 2007.
SERRA J, FONSECA, C. D.; MARANHÃO, K.G. A. Fundamentos Técnico-
Científicos e Orientações Práticas para o
Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento : 1ªED. 2001 -
Site:http://saudedacrianca.org.br/cis/normas/desenvolvimento_da_crianca.pdf
Acesso:16/11/2009
________________________________________________________________
Não possui.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

DETECÇÃO DE RADIACAIS LIVRES EM EXTRATOS DE GINKGO


BILOBA POR RPE, ANTES E APÓS IRRADIAÇÃO GAMA.
JANETE CERQUEIRA SOUSA(1)

ORLANDO RODRIGUES JUNIOR(2),REGINA SIQUEIRA HADDAD


CARVALHO(3)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
No Brasil é observado o uso significativo de plantas medicinais, especialmente
entre a população de baixa renda. A adoção de plantas como medicamentos
está associado ao baixo custo e fácil acesso e a crenças populares de seus
efeitos benéficos.
A qualidade microbiológica e físico-química destas plantas pode ser
influenciada pelo meio de cultivo, transporte, processamento e armazenamento,
justificando o uso de diferentes técnicas de descontaminação com o objetivo de
reduzir a biocarga a níveis aceitáveis ao consumo humano (VIEIRA, et al 2007).
Normalmente após colheita, as plantas são colocadas para secar sob o sol ou
em estufas, contribuindo para o aumento da carga microbiana. Além disso,
estudos mostram que a forma de transporte e as condições de armazenamento
aumentam a carga microbiana acima dos níveis permitidos pela ANVISA
(OLIVEIRA et al, 2007). Foram encontrados fungos e bactérias, possíveis
causadores de disfunção gastrintestinal, depressão da resistência do organismo
e infecções hepáticas, quando feita análise microbiológica em plantas e
fitoterápicos VIEIRA et al, 2007. Outro fato preocupante é que bactérias a
exemplo da família Bacillaceae, presentes em algumas plantas, são resistentes
a tratamentos térmicos (VIEIRA et al, 2007).
Devido a esses fatos, se torna justificável a uso de procedimentos de natureza
física ou química para descontaminação de plantas. Um processo químico
eficaz é a exposição ao gás óxido de etileno, porém confere riscos à saúde
devido aos efeitos carcinogênicos e mutagênicos de seus resíduos, tornando-se
o seu uso diminuído ou até mesmo, proibido, em alguns países (SANTOME et
Al, 2005). Outra opção muito adotada hoje é o uso de irradiação gama para
este fim.
Radiação gama são ondas eletromagnéticas com alta capacidade de
penetração e suficientemente energética para destruir bactérias e fungos.
Essas ondas eletromagnéticas atravessam a matéria, gerando radicais devido
perda de elétrons. Estes radicais livres são tóxicos para os microrganismos
provocando sua inativação. O emprego da radiação ionizante como agente
esterilizante é conhecido desde 1.903, exposto por Pierre Curie e Bequerel em
trabalhos separados (OLIVEIRA et.al., 2007).
A radiação gama é usada em vários paises na esterilização de materiais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

840
UNISA - Universidade de Santo Amaro

hospitalares como equipamentos cirúrgicos, seringas, bandagens, luvas, etc; na


indústria na cura de tintas e vernizes; na agricultura com a finalidade de
controle de pragas e para melhorar a carga genética de algumas espécies;
esterilização de alimentos para aumentar seu tempo de prateleira;
descontaminação para conservação de plantas medicinais e fitoterápicos
(OLIVEIRA et.al., 2007).
O processo de irradiação gama tem se mostrado como alternativa para este fim
e vem substituindo a descontaminaçao com o gás óxido de etileno que tem seu
uso proibido no Brasil por apresentar toxicidade considerável. A irradiação
gama apresenta a vantagem de ser aplicada na ausência de água, a frio e pode
ser feita com o produto embalado ou a granel (VIEIRA et al).
Para alimentos é de extrema importância avaliar os efeitos químicos e físicos
provocados pela reação da radiação ionizante com a matéria (LEAL et al, 2004)
Tais modificações podem ser detectadas por diferentes técnicas qualitativas
(espectrofotometria, cromatografia de camada delgada e outras) para se
verificar se houve alterações qualitativas e/ou quantitativas de seus princípios
ativos e marcadores, antes e após a aplicação da irradiação gama (OLIVEIRA
et.al., 2007).
A RDC nº21 de 26/01/201 que regulamenta o uso da radiação em alimentos,
não determina qual dose o produto deve receber, enfatiza apenas que esta
deve ser o menor possível para provocar o efeito desejado, sem prejuízos de
suas características organolépiticas originais (BRASIL, 2001). A legislação
também exige que os alimentos irradiados carreguem o símbolo que identifique
que o mesmo foi submetido ao processo. Associado a isto a exigência do
mercado consumidor tem incentivado estudos com a finalidade de determinar
se o alimento foi irradiado ou não, caso positivo qual a dose recebida (LEAL et
al, 2005).
A Ressonância Paramagnética Eletrônica - EPR é uma técnica espectroscópica
que permite a detecção destes radicais imediatamente após o processo de
irradiação e se apresenta como ferramenta para saber se um alimento foi ou
não irradiado através da intensidade do sinal (LEAL et al, 2005).

OBJETIVO:
Estudar os espectros de EPR (Ressonância Paramagnética Eletrônica) em
amostra de planta medicinal irradiada em relação à amostra que não foi
submetida ao processo de irradiação.

METODOLOGIA:
As amostras de Ginkgo biloba foram adquiridas no comércio da Zona Sul de
São Paulo, em seguida as mesmas foram submetidas a trituração em triturador
caseiro da marca Maloryo, mod. 13.700, e passada por tamis malha 60 Mesh.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

841
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Em seguida procedeu-se o encapsulamento das amostras, onde: 1) em dois


tubos de PVC com 3,0 cm de comprimento cada, foi feito a oclusão de uma das
extremidades com parafina e pesado em balança analítica da marca
Monobloco, mod. 302-5 e anotado os valores; 2) cada um deles foi preenchido
com 54 mg da amostra, em média e ocluída a outra extremidade com parafina;
3) um deles foi submetido a 10 kGy de irradiação (Amostra 2) e o outro não foi
submetido a irradiação (Amostra 1).
A irradiação gama foi feita no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares -
IPEN/CNEN-SP. Em fonte de radiação Gammacello220, com taxa de dose de
2,36 kGy.h&#61485;1.
Após 24 horas, foi feita a medida da ressonância em ambas as amostras em um
espectrômetro EMX da Brukero, operando na banda X.

RESUMO:
As amostras não irradiadas (Amostra 1) apresentou radicais livres, mostrando
que outros fatores também podem gerar radicais livres, podendo ser um
argumento a favor da irradiação de produtos de consumo humano.
A amostra irradiada (Amostra 2) apresentou aumento na quantidade de radicais
livres (o dobro), porém como se trata de espécies de meia vida curta, espera-se
redução destes em curto espaço de tempo (durante o transporte e
armazenamento).
Não se tem muitos relatos de estudos sobre a técnica de irradiação, como
forma de descontaminação microbiológica para plantas medicinais e posterior
avaliação físico-química de seus princípios ativos, tornando necessário a
ampliação deste projeto com amostras controle e padronização dos métodos de
estudo.

CONCLUSÃO:
A RPE se mostra como uma técnica capaz de detectar se o material foi ou não
irradiado através da detecção do aumento considerável da quantidade de
radicais livres presentes na amostra irradiada, em relação a que não passou
pelo processo. E apresenta como vantagem evitar a re-irradição.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
VIEIRA, I. F. R.; LEAL, A. S.; KRAMBROCK. K.; TAMBOURG, E. B.
Identificação de Plantas Medicinais Irradiadas Através de Ressonância
Paramagnética. Brazilian Journal of Food Technology. V.10, n.1, p.63-69, 2007.

LEAL, A, S.; KAMBROCK, K,. GUEDES, K.; RODRIGUES, R, R. Ressonância


Paramagnética Eletrônica (EPR) aplicada á analise de especiarias irradiadas.
Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, V. 24, p. 427- 430, 2004.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

842
UNISA - Universidade de Santo Amaro

OLIVEIRA, R, S. COLAÇO, W. Radiossensitividade Gama de Extratos de


Maytenus ilicifolia: desenvolvimento de Protocolo para controle de qualidade.
Latin American journal of Pharmacy. V. 27, n° 2 p 235-9. 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária


Resolução RDC 21 de janeiro de 2001. Institui o Regulamento Técnico para a
irradiação de Alimentos. Brasília 29 de janeiro de 2001.
________________________________________________________________
1 Discente da Faculdade de Farmácia – UNISA
2 Pesquisador – Doutor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares –
IPEN/CNEN-SP.
3 Docente da Faculdade de Farmácia, Coordenadora do Laboratório Analítico
da Faculdade de Farmácia – UNISA/LONZA e Orientadora -
reginash@gmail.com

Grupo de Pesquisa: Pesquisa, desenvolvimento, análise e controle de qualidade


de princípios ativos, medicamentos e cosméticos.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

843
UNISA - Universidade de Santo Amaro

DIFEENÇAS CLÍNICAS ENTRE PACIENTES JOVENS E IDOSOS


COM SEQUELA DE AVE
DRYELE FERREIRA MEIRELES(1), FLAVIA MOREIRA RESINA(2)

DANIELA KUGUIMOTO ANDAKU OLENSCKI(3),KARLA PESTI CORREIA


FISLER(4),YARA JULIANO(5),NEIL FERREIRA NOVO(6)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Acidente Vascular Encefálico (AVE) é definido como uma síndrome clínica de
origem vascular, seguida da ocorrência súbita (em segundos) ou rápida (horas)
de sinais e sintomas relacionados ao comprometimento de áreas focais no
cérebro. Cerca de 80% dos acidentes vasculares encefálicos são de origem
isquêmica, ocorrem devido à oclusão, por ateroma ou êmbolos secundários,
que privam o cérebro de oxigênio e glicose, prejudicando o metabolismo celular
e conseqüentemente, gerando lesão e morte dos tecidos. No AVE
hemorrágico,ocorre um sangramento anormal nas áreas extra vasculares do
cérebro, causado por um aneurisma ou trauma. A hemorragia eleva as
pressões intracranianas, restringindo o fluxo sanguíneo distal e ocasionando
lesões dos tecidos cerebrais. O AVE é a primeira causa de morte em países
industrializados e a primeira causa de incapacidade entre adultos, sendo a
terceira causa de morte no município de São Paulo. Muitos dos fatores de risco:
tabagismo, sedentarismo, etilismo e doenças relacionadas: hipertensão arterial
(HAS), dislipidemia (DLP) e diabetes melitus (DM) poderiam ser modificados
com tratamento, evitando doenças ou disfunções que resultam em um AVE. Há
um aumento drástico da incidência de AVE após os 55 anos sendo esse risco
dobrado a cada década, em alguns estudos prévios a idade base estabelecida
para determinar AVE em jovens é de 40 anos, 47 anos, não sendo encontrado,
portanto, através de pesquisas uma idade estabelecida por um órgão oficial
para determinar a idade de corte para classificação da ocorrência do AVE em
jovem. No entanto a ocorrência desta enfermidade em indivíduos jovens vem
aumentando. O acometimento em jovens causa grande impacto pessoal, pois
normalmente essas pessoas encontram-se no auge de suas vidas, com muitas
expectativas, e também interfere na relação sócio-econômica, pois além de
gerar altos custos em hospitalização e em serviços de saúde, o indivíduo deixa
de gerar produtividade econômica para o país. Durante o primeiro ano, devido
às seqüelas adquiridas, ocorre uma incapacidade funcional nos acometidos
pelo AVE. Muitos perdem grande parte de sua funcionalidade e não conseguem
realizar suas AVD’s. As seqüelas resultantes que podem ser: motoras;
alterações fisiológicas durante atividades físicas (dispnéia, angina, hipertensão);
funcionais; dificuldade de comunicação; distúrbios do sono; emocionais, como
ansiedade, disfunção sexual e depressão; em muitos casos dificultam o retorno

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

844
UNISA - Universidade de Santo Amaro

ao trabalho produtivo. Durante a fase de internação, é comum que o paciente


seja submetido ao atendimento fisioterapêutico todos os dias, o que facilita
ainda mais no ganho de função, porém, após sua alta hospitalar, muitos deixam
de realizar terapia ou quando a fazem ela é reduzida, por poucas horas e
poucos dias na semana. Muitos ganhos obtidos durante a fase aguda, mantêm-
se no período pós-agudo, de forma que haja manutenção ou melhora no
desempenho funcional do paciente. É comprovado que a reabilitação melhora
os resultados funcionais dos pacientes com AVE e permite que eles
reconquistem sua independência, e seu convívio social. Atualmente existem
instrumentos de boa qualidade para se avaliar a capacidade funcional dos
pacientes como o Índice de Barthel, que avalia atividades relacionadas a
higiene pessoal, banho, alimentação, toalete, subir e desce escadas, vestuário,
controle esfincteriano (bexiga/intestino), deambulação, cadeira de rodas,
transferência, e permite a possibilidade de observar o desempenho motor, de
forma mais clara. Algumas pessoas conseguem ter uma boa recuperação sem
se beneficiar de um programa de reabilitação, já outros, mesmo com
tratamento, não desenvolvem boa recuperação. Ao que parece, a maioria das
dificuldades relacionadas ao estudo dos resultados em AVE são a falta de
critérios uniformes na escolha dos pacientes para implementação dos
programas de reabilitação. Na região em que se situa a Universidade de Santo
Amaro, parece haver uma alta prevalência de AVE em jovens. No entanto, não
há muitos estudos que caracterizem o quadro clínico nestes pacientes,
tampouco que comparem com os pacientes idosos, justificando a realização
desta pesquisa.

OBJETIVO:
Comparar a prevalência dos fatores de risco e doenças relacionadas entre
jovens e idosos acometidos por AVE; Comparar a capacidade funcional atual,
pelas Manobras Deficitárias e Escala Modificada de Barthel, entre estes
pacientes.

METODOLOGIA:
Foram incluídos pacientes com diagnóstico de AVE encaminhados para
atendimento no Ambulatório de Fisioterapia da UNISA. Foram excluídos apenas
os pacientes que não concordaram em participar da pesquisa e os que não
puderam ser contatados. Os pacientes foram distribuídos em dois grupos,
sendo Grupo de Jovens (GJ), composto por 12 indivíduos, e Grupo de Idosos
(GI), composto por 9 indivíduos. Os pacientes do GJ foram acometidos por AVE
antes dos 50 anos de idade e os do GI após os 50 anos. A média de idade atual
do GJ foi de 49,8 anos, sofreram o primeiro AVE aos 41 anos de idade em
média. Com média de tempo de AVE de 8,2 anos. Dois indivíduos tiveram

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

845
UNISA - Universidade de Santo Amaro

recidivas, um paciente apresentou dois e outro três AVE’s. No GI a média de


idade atual foi de 64,4 anos, tiveram o primeiro AVE em média aos 62,2 anos,
com média de 2,3 anos de tempo de AVE. Nenhum paciente apresentou
recidivas. Todos foram submetidos inicialmente a uma entrevista estruturada
para que se coletassem informações sobre: Dados pessoais; Fatores de risco
na época de ocorrência do AVE (uso de anticoncepcional oral, menopausa,
tabagista, uso de drogas ilícitas, gestante, sedentarismo, etilismo, histórico
familiar e outros); Doenças relacionadas (ataque isquêmico transitório, arritmia
cardíaca, dislipidemia, infarto agudo do miocárdio, HAS, diabetes, insuficiência
cardíaca congestiva e trombose); Dados clínicos do AVE (Idade atual, idade
que teve o AVE, tipo de AVE , período de internação, se teve outros AVE’s,
quantos, o(s) ano(s)); Sinais e sintomas do AVE; Dados clínicos logo após a
internação (nível de consciência, afasia, paralisia facial, capacidade de passar
da posição ortostática para posição sentada e deambular, controle de cervical,
predomínio). Seguida de Avaliação Fisioterapêutica composta por: Nível de
consciência, afasia, paralisia facial, tônus, trofismo, capacidade de passar da
posição ortostática para posição sentada e deambular, predomínio e manobras
deficitárias, com o objetivo de evidenciar déficits de grandes grupos musculares
e aplicação de Escala Modificada de Barthel.

RESUMO:
Dentre os fatores de risco relatados, os pacientes do GJ (58,3%) apresentavam
histórico familiar positivo para AVE em freqüência superior ao do GI (22,2%)
(p0,05). Em relação às Doenças Relacionadas, embora não chegando ao nível
de significância, devido ao tamanho da amostra, todos os pacientes do GJ
(100%) eram hipertensos, em oposição a 66,7% do GI. No GJ 33,3% e no GI
66,6% relataram Dislipidemia (DLP). O Diabetes Mellitus esteve presente em
8,3% do GJ e 44,4% dos pacientes do GI. Quanto ao Ataque Isquêmico
Transitório (AIT) 8,3% do GJ e 11,1% do GI a doença prévia. Apenas 11,1% no
GI referiram ICC. Não houve diferença significante em nenhuma das doenças
na comparação entre os Grupos. Durante avaliação da capacidade de passar
da posição ortostática para a sentada, 83,3% sentavam-se sem auxílio no GJ,
enquanto que 88,8% do GI sentavam-se sem auxílio, sem diferença significante.
Na capacidade de deambular, 58,3% dos pacientes do GJ deambulavam sem
auxílio, em oposição, no GI 44,4% dos indivíduos que deambulavam com
auxílio, não tendo significância estatística. Nas Manobras Deficitárias, o GI
obteve desempenho significativamente superior (p0,05) ao GJ no Teste de
Raimiste, pois, o percentual de idosos que mantiveram a posição por 30
segundos (77,7%), foi significativamente maior do que o dos jovens (41,6%).
Durante o Teste de Mingazzini para Membros Superiores, no GJ 41,6% dos
indivíduos e 77,7% do GI mantiveram os membros superiores na posição por 30
segundos. Os que não realizaram o movimento devido ao padrão patológico

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

eram 16,6% dos pacientes do GJ e 33,3% no GI. Sem diferença significante na


comparação entre os Grupos. No GJ 33,3% não mantiveram a posição por 30
segundos, porém, não foi possível analisar o dado devido sua baixa incidência.
No desempenho referente ao Teste de Mingazzini para membros inferiores,
83,3% dos pacientes do GJ e 66,6% do GI mantiveram a posição por 30
segundos. No GJ, 16,6% dos indivíduos e 33,3% do GI não mantiveram a
posição por 30 segundos. Não apresentando diferença significante. Já no Teste
de Barré, os resultados evidenciaram que 91,6% dos pacientes do GJ e 66,6%
do GI mantiveram a posição dos membros inferiores. Apenas 8,3% do GJ e
33,3% dos pacientes do GI não mantiveram a posição por 30 segundos. Sem
significância estatística. Quanto à classificação funcional da Escala Modificada
de Barthel, a maior parte dos pacientes apresentavam dependência leve pois
66,6% das pessoas do GJ e 44,4% do GI apresentaram essa classificação. No
GJ, 25,1% dos pacientes e 33,3% do GI foram classificados como totalmente
independentes. E apenas 8,3% do GJ e 22,2% dos pacientes do GI
apresentaram dependência moderada, sem diferença significante em todas as
análises. DISCUSSÃO: Este estudo evidencia uma maior prevalência de AVE
em indivíduos do sexo masculino em relação ao sexo feminino. Em nossa
amostra o GJ apresentou História Familiar positiva para AVE em frequência
significativamente superior ao GI, por tanto, de acordo com este estudo pôde-se
constatar que indivíduos com História Familiar positiva podem ter maior
predisposição a desenvolver AVE antes dos 50 anos de idade. Nas Doenças
Relacionadas, apesar de não haver significância estatística para o item HAS,
nota-se que 100% dos jovens relataram ter a doença enquanto que 66,7% dos
idosos a referiram. Entretanto, quanto à DM e dislipidemia, houve maior
prevalência nos idosos. Em relação à Avaliação Fisioterapêutica, nas Manobras
Deficitárias para membros superiores, na realização de Mingazzini, não houve
significância porém, o GI (77,7%) mantiveram a posição por 30 segundos
quando comparado ao GJ (41,6%). Na realização de Raimiste, o percentual de
idosos que realizaram e mantiveram o movimento (77,7%) foi significantemente
maior do que os jovens (41,6%). O que nos faz constatar que os jovens
possuem maior comprometimento de membros superiores. Nas Manobras
Deficitárias para membros inferiores, não houve diferenças significantes. Na
realização de Mingazzinni e Barré, o Grupo Jovem apresentou desempenho
superior quando comparados ao Grupo Idoso. Não houve diferença significante
nos resultados da Escala Modificada de Barthel.. Nesta pesquisa, apenas três
pacientes (14,3% do total) mostraram-se totalmente independentes de acordo
com a Escala Modificada de Barthel.

CONCLUSÃO:
Dentre os fatores de risco, a história familiar positiva para AVE pode induzir à
maior ocorrência de AVE antes dos 50 anos de idade; a hipertensão parece

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

847
UNISA - Universidade de Santo Amaro

estar extremamente relacionada ao AVE em jovens, enquanto nos idosos tanto


a hipertensão, quanto dislipidemia e diabetes foram as doenças mais comuns; o
desempenho nas manobras deficitárias para membros superiores nos idosos foi
superior ao dos jovens; não houve diferença no desempenho nas manobras
deficitárias para membros inferiores e na Escala Modificada de Barthel entre
jovens e idosos portadores de seqüela de AVE.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
FALCÃO, Ilka Veras et al. Aspectos Vascular Cerebral Precoce:Implicação para
adultos em idade produtiva atendidos pelo Sistema único de Saúde. Revista
Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v.4, n 1, 95-102, mar. 2004.

MAZZOLA, Daiane et al. Perfil dos Pacientes Acometidos por Acidente


Vascular Encefálico Assistidos na Clínica de Fisioterapia Neurológica da
Universidade de Passo Fundo. Revisa Brasileira em Promoção da Saúde,
Fortaleza, v. 20, n.1, p. 22-7, dez. 2007.

YOU, Roger X. ET AL. Risk Factors for Stroke Due to Cerebral Infarction in
Young Adults, Stroke, v. 28, p. 1913-8, 1997

________________________________________________________________
1,2 Graduandas do curso de Fisioterapia da UNISA
3,4 Docentes do curso de Fisioterapia da UNISA
4,5 Disciplina de Saúde Coletiva da UNISA

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

848
UNISA - Universidade de Santo Amaro

DIFERENÇAS CLÍNICAS ENTRE PACIENTES JOVENS E IDOSOS


COM SEQUELA DE AVE
DRYELE FERREIRA MEIRELES(1), FLAVIA MOREIRA RESINA(2)

NEIL FERREIRA NOVO(3),YARA JULIANO(4),KARLA PESTI CORREIA


FISLER(5),DANIELA KUGUIMOTO ANDAKU OLENSCKI(6)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Acidente Vascular Encefálico (AVE) é definido como uma síndrome clínica de
origem vascular, seguida da ocorrência súbita (em segundos) ou rápida (horas)
de sinais e sintomas relacionados ao comprometimento de áreas focais no
cérebro. Cerca de 80% dos acidentes vasculares encefálicos são de origem
isquêmica, ocorrem devido à oclusão, por ateroma ou êmbolos secundários,
que privam o cérebro de oxigênio e glicose, prejudicando o metabolismo celular
e conseqüentemente, gerando lesão e morte dos tecidos. No AVE
hemorrágico,ocorre um sangramento anormal nas áreas extra vasculares do
cérebro, causado por um aneurisma ou trauma. A hemorragia eleva as
pressões intracranianas, restringindo o fluxo sanguíneo distal e ocasionando
lesões dos tecidos cerebrais. O AVE é a primeira causa de morte em países
industrializados e a primeira causa de incapacidade entre adultos, sendo a
terceira causa de morte no município de São Paulo. Muitos dos fatores de risco:
tabagismo, sedentarismo, etilismo e doenças relacionadas: hipertensão arterial
(HAS), dislipidemia (DLP) e diabetes melitus (DM) poderiam ser modificados
com tratamento, evitando doenças ou disfunções que resultam em um AVE. Há
um aumento drástico da incidência de AVE após os 55 anos sendo esse risco
dobrado a cada década, em alguns estudos prévios a idade base estabelecida
para determinar AVE em jovens é de 40 anos, 47 anos, não sendo encontrado,
portanto, através de pesquisas uma idade estabelecida por um órgão oficial
para determinar a idade de corte para classificação da ocorrência do AVE em
jovem. No entanto a ocorrência desta enfermidade em indivíduos jovens vem
aumentando. O acometimento em jovens causa grande impacto pessoal, pois
normalmente essas pessoas encontram-se no auge de suas vidas, com muitas
expectativas, e também interfere na relação sócio-econômica, pois além de
gerar altos custos em hospitalização e em serviços de saúde, o indivíduo deixa
de gerar produtividade econômica para o país. Durante o primeiro ano, devido
às seqüelas adquiridas, ocorre uma incapacidade funcional nos acometidos
pelo AVE. Muitos perdem grande parte de sua funcionalidade e não conseguem
realizar suas AVD’s. As seqüelas resultantes que podem ser: motoras;
alterações fisiológicas durante atividades físicas (dispnéia, angina, hipertensão);
funcionais; dificuldade de comunicação; distúrbios do sono; emocionais, como
ansiedade, disfunção sexual e depressão; em muitos casos dificultam o retorno

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

849
UNISA - Universidade de Santo Amaro

ao trabalho produtivo. Durante a fase de internação, é comum que o paciente


seja submetido ao atendimento fisioterapêutico todos os dias, o que facilita
ainda mais no ganho de função, porém, após sua alta hospitalar, muitos deixam
de realizar terapia ou quando a fazem ela é reduzida, por poucas horas e
poucos dias na semana. Muitos ganhos obtidos durante a fase aguda, mantêm-
se no período pós-agudo, de forma que haja manutenção ou melhora no
desempenho funcional do paciente. É comprovado que a reabilitação melhora
os resultados funcionais dos pacientes com AVE e permite que eles
reconquistem sua independência, e seu convívio social. Atualmente existem
instrumentos de boa qualidade para se avaliar a capacidade funcional dos
pacientes como o Índice de Barthel, que avalia atividades relacionadas a
higiene pessoal, banho, alimentação, toalete, subir e desce escadas, vestuário,
controle esfincteriano (bexiga/intestino), deambulação, cadeira de rodas,
transferência, e permite a possibilidade de observar o desempenho motor, de
forma mais clara. Algumas pessoas conseguem ter uma boa recuperação sem
se beneficiar de um programa de reabilitação, já outros, mesmo com
tratamento, não desenvolvem boa recuperação. Ao que parece, a maioria das
dificuldades relacionadas ao estudo dos resultados em AVE são a falta de
critérios uniformes na escolha dos pacientes para implementação dos
programas de reabilitação. Na região em que se situa a Universidade de Santo
Amaro, parece haver uma alta prevalência de AVE em jovens. No entanto, não
há muitos estudos que caracterizem o quadro clínico nestes pacientes,
tampouco que comparem com os pacientes idosos, justificando a realização
desta pesquisa.

OBJETIVO:
Comparar a prevalência dos fatores de risco e doenças relacionadas entre
jovens e idosos acometidos por AVE; Comparar a capacidade funcional atual,
pelas Manobras Deficitárias e Escala Modificada de Barthel, entre estes
pacientes.

METODOLOGIA:
Foram incluídos pacientes com diagnóstico de AVE encaminhados para
atendimento no Ambulatório de Fisioterapia da UNISA. Foram excluídos apenas
os pacientes que não concordaram em participar da pesquisa e os que não
puderam ser contatados. Os pacientes foram distribuídos em dois grupos,
sendo Grupo de Jovens (GJ), composto por 12 indivíduos, e Grupo de Idosos
(GI), composto por 9 indivíduos. Os pacientes do GJ foram acometidos por AVE
antes dos 50 anos de idade e os do GI após os 50 anos. A média de idade atual
do GJ foi de 49,8 anos, sofreram o primeiro AVE aos 41 anos de idade em
média. Com média de tempo de AVE de 8,2 anos. Dois indivíduos tiveram
recidivas, um paciente apresentou dois e outro três AVE’s. No GI a média de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

idade atual foi de 64,4 anos, tiveram o primeiro AVE em média aos 62,2 anos,
com média de 2,3 anos de tempo de AVE. Nenhum paciente apresentou
recidivas. Todos foram submetidos inicialmente a uma entrevista estruturada
para que se coletassem informações sobre: Dados pessoais; Fatores de risco
na época de ocorrência do AVE (uso de anticoncepcional oral, menopausa,
tabagista, uso de drogas ilícitas, gestante, sedentarismo, etilismo, histórico
familiar e outros); Doenças relacionadas (ataque isquêmico transitório, arritmia
cardíaca, dislipidemia, infarto agudo do miocárdio, HAS, diabetes, insuficiência
cardíaca congestiva e trombose); Dados clínicos do AVE (Idade atual, idade
que teve o AVE, tipo de AVE , período de internação, se teve outros AVE’s,
quantos, o(s) ano(s)); Sinais e sintomas do AVE; Dados clínicos logo após a
internação (nível de consciência, afasia, paralisia facial, capacidade de passar
da posição ortostática para posição sentada e deambular, controle de cervical,
predomínio). Seguida de Avaliação Fisioterapêutica composta por: Nível de
consciência, afasia, paralisia facial, tônus, trofismo, capacidade de passar da
posição ortostática para posição sentada e deambular, predomínio e manobras
deficitárias, com o objetivo de evidenciar déficits de grandes grupos musculares
e aplicação de Escala Modificada de Barthel. Na realização das manobras
deficitárias, os pacientes deveriam manter a posição por pelo menos 30
segundos. Se houvesse oscilação ou queda do membro parético foi
considerado que o indivíduo não mantinha a posição e quando o paciente não
conseguia posicionar o membro acometido para o início da manobra,
considerou-se que ele não realizava o teste. As manobras foram avaliadas das
seguintes formas: Mingazzini para membros inferiores – Paciente na posição
sentada ou em pé deve manter seus membros superiores na posição de flexão
de ombros a 90º com extensão de cotovelos e dedos afastados. Esta prova é
útil, tanto na avaliação da musculatura proximal, quanto distal dos membros
superiores; Raimiste – Com o paciente em decúbito dorsal, os antebraços são
fletidos sobre os braços em ângulo reto e as mãos são estendidas com os
dedos separados. Esta manobra avalia os músculos extensores do ante-braço;
Mingazzini para membros inferiores – Paciente em decúbito dorsal permanece
com o quadril e joelhos fletidos a 90º. Este teste avalia a força do quadríceps e
psoas; Barré – Paciente em decúbito ventral, com as pernas fletidas formando
ângulo reto com as coxas. Esta manobra evidência déficit dos músculos
flexores da perna. Após a avaliação foi aplicada a Escala Modificada de Barthel
para avaliar a capacidade funcional atual de cada paciente, com perguntas
relacionadas a capacidade do paciente em realizar suas AVD’s como: Higiene
pessoal, banho, alimentação, toalete, subir e descer escadas, vestuário,
controle esfincteriano (bexiga), controle esfincteriano (intestino), cadeira de
rodas e transferências cadeira/cama. Cada item citado é composto por cinco
perguntas, que foram marcadas de acordo com a capacidade de efetuar que foi
descrito. Cada pergunta tem uma pontuação e após o término da aplicação do

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

851
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índice, foi realizada a soma desses valores, para classificar se o paciente


possui uma dependência total (menor ou igual a 25 pontos), dependência grave
(26 a 50 pontos), dependência moderada (51 a 75 pontos), dependência leve
(76 a 99 pontos) ou é totalmente independente (77 a 100 pontos).

RESUMO:
Dentre os fatores de risco relatados, os pacientes do GJ (58,3%) apresentavam
histórico familiar positivo para AVE em freqüência superior ao do GI (22,2%)
(p0,05). Em relação às Doenças Relacionadas, embora não chegando ao nível
de significância, devido ao tamanho da amostra, todos os pacientes do GJ
(100%) eram hipertensos, em oposição a 66,7% do GI. No GJ 33,3% e no GI
66,6% relataram Dislipidemia (DLP). O Diabetes Mellitus esteve presente em
8,3% do GJ e 44,4% dos pacientes do GI. Quanto ao Ataque Isquêmico
Transitório (AIT) 8,3% do GJ e 11,1% do GI a doença prévia. Apenas 11,1% no
GI referiram ICC. Não houve diferença significante em nenhuma das doenças
na comparação entre os Grupos. Durante avaliação da capacidade de passar
da posição ortostática para a sentada, 83,3% sentavam-se sem auxílio no GJ,
enquanto que 88,8% do GI sentavam-se sem auxílio, sem diferença significante.
Na capacidade de deambular, 58,3% dos pacientes do GJ deambulavam sem
auxílio, em oposição, no GI 44,4% dos indivíduos que deambulavam com
auxílio, não tendo significância estatística. Nas Manobras Deficitárias, o GI
obteve desempenho significativamente superior (p0,05) ao GJ no Teste de
Raimiste, pois, o percentual de idosos que mantiveram a posição por 30
segundos (77,7%), foi significativamente maior do que o dos jovens (41,6%).
Durante o Teste de Mingazzini para Membros Superiores, no GJ 41,6% dos
indivíduos e 77,7% do GI mantiveram os membros superiores na posição por 30
segundos. Os que não realizaram o movimento devido ao padrão patológico
eram 16,6% dos pacientes do GJ e 33,3% no GI. Sem diferença significante na
comparação entre os Grupos. No GJ 33,3% não mantiveram a posição por 30
segundos, porém, não foi possível analisar o dado devido sua baixa incidência.
No desempenho referente ao Teste de Mingazzini para membros inferiores,
83,3% dos pacientes do GJ e 66,6% do GI mantiveram a posição por 30
segundos. No GJ, 16,6% dos indivíduos e 33,3% do GI não mantiveram a
posição por 30 segundos. Não apresentando diferença significante. Já no Teste
de Barré, os resultados evidenciaram que 91,6% dos pacientes do GJ e 66,6%
do GI mantiveram a posição dos membros inferiores. Apenas 8,3% do GJ e
33,3% dos pacientes do GI não mantiveram a posição por 30 segundos. Sem
significância estatística. Quanto à classificação funcional da Escala Modificada
de Barthel, a maior parte dos pacientes apresentavam dependência leve pois
66,6% das pessoas do GJ e 44,4% do GI apresentaram essa classificação. No
GJ, 25,1% dos pacientes e 33,3% do GI foram classificados como totalmente
independentes. E apenas 8,3% do GJ e 22,2% dos pacientes do GI

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

852
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apresentaram dependência moderada, sem diferença significante em todas as


análises. DISCUSSÃO: Deve-se levar em consideração que os pacientes que
compuseram a amostra deste estudo foram os que procuraram o Ambulatório
de Fisioterapia da UNISA, isto é, não havia pacientes acamados, com o nível de
consciência prejudicado ou dificuldade de locomoção. Ademais, alguns
pacientes faziam parte de atendimentos em grupo, cujo requisito era que o
portador de AVE conseguisse deambular para executar as atividades propostas.
Este estudo evidencia uma maior prevalência de AVE em indivíduos do sexo
masculino em relação ao sexo feminino. Em nossa amostra o GJ apresentou
História Familiar positiva para AVE em frequência significativamente superior ao
GI, por tanto, de acordo com este estudo pôde-se constatar que indivíduos com
História Familiar positiva podem ter maior predisposição a desenvolver AVE
antes dos 50 anos de idade. Nas Doenças Relacionadas, apesar de não haver
significância estatística para o item HAS, nota-se que 100% dos jovens
relataram ter a doença enquanto que 66,7% dos idosos a referiram. Entretanto,
quanto à DM e dislipidemia, houve maior prevalência nos idosos. Em relação à
Avaliação Fisioterapêutica, nas Manobras Deficitárias para membros
superiores, na realização de Mingazzini, não houve significância porém, o GI
(77,7%) mantiveram a posição por 30 segundos quando comparado ao GJ
(41,6%). Na realização de Raimiste, o percentual de idosos que realizaram e
mantiveram o movimento (77,7%) foi significantemente maior do que os jovens
(41,6%). O que nos faz constatar que os jovens possuem maior
comprometimento de membros superiores. Nas Manobras Deficitárias para
membros inferiores, não houve diferenças significantes. Na realização de
Mingazzinni e Barré, o Grupo Jovem apresentou desempenho superior quando
comparados ao Grupo Idoso. Não houve diferença significante nos resultados
da Escala Modificada de Barthel.. Nesta pesquisa, apenas três pacientes
(14,3% do total) mostraram-se totalmente independentes de acordo com a
Escala Modificada de Barthel.

CONCLUSÃO:
Dentre os fatores de risco, a história familiar positiva para AVE pode induzir à
maior ocorrência de AVE antes dos 50 anos de idade; a hipertensão parece
estar extremamente relacionada ao AVE em jovens, enquanto nos idosos tanto
a hipertensão, quanto dislipidemia e diabetes foram as doenças mais comuns; o
desempenho nas manobras deficitárias para membros superiores nos idosos foi
superior ao dos jovens; não houve diferença no desempenho nas manobras
deficitárias para membros inferiores e na Escala Modificada de Barthel entre
jovens e idosos portadores de seqüela de AVE.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
FALCÃO, Ilka Veras et al. Aspectos Vascular Cerebral Precoce:Implicação para

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

853
UNISA - Universidade de Santo Amaro

adultos em idade produtiva atendidos pelo Sistema único de Saúde. Revista


Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v.4, n 1, 95-102, mar. 2004.

MAZZOLA, Daiane et al. Perfil dos Pacientes Acometidos por Acidente


Vascular Encefálico Assistidos na Clínica de Fisioterapia Neurológica da
Universidade de Passo Fundo. Revisa Brasileira em Promoção da Saúde,
Fortaleza, v. 20, n.1, p. 22-7, dez. 2007.

YOU, Roger X. ET AL. Risk Factors for Stroke Due to Cerebral Infarction in
Young Adults, Stroke, v. 28, p. 1913-8, 1997.

________________________________________________________________
1,2 Graduandas do Curso de Fisioterapia
3,4 Disciplina de Saúde Coletiva
5,6 Professoras do Curso de Fisioterapia

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DIFICULDADES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM CONDUZIR O


PARTO HUMANIZADO
LUCIMARA ROCHA GOMES(1)

CLAUDIA POLUBRIAGINOF(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O parto representa uma experiência muito importante na vida da mulher, ele por
si só já pode trazer ansiedade, medo e muitas expectativas, onde ela aguarda o
bebê que gerou, também é o momento em que ela demonstra sua capacidade e
competência de suportar as dores. Sendo assim o parto pode apresentar um
impacto positivo ou negativo podendo repercutir durante toda sua vida (Lopes,
2005).
A experiência do parto é influenciada por vários fatores, entre eles estão: pré-
natal, participação do companheiro, gestação programada, condições
econômicas e sociais, nível de escolaridade, valorização da mulher; além disso,
ter apoio pode reforçar na mulher sentimentos de ser capaz e de assumir sua
identidade materna (MINISTÉRIO DA SAÚDE – MS, 2003)
A Organização Mundial de Saúde (OMS), 2005, define que humanização é
receber a mulher, seus familiares e o Recém-Nascido (RN) com dignidade,
oferecendo um ambiente acolhedor, limpo, tranqüilo, proporcionando medidas
de alívio da dor, do oferecimento de dieta, incentivo de posições diferentes e a
liberdade de movimentos. Sendo assim, o parto humanizado deveria apresentar
um atendimento seguro, respeitando as necessidades, físicas, emocionais e
sociais, favorecendo assim a redução de riscos e complicações incentivando o
parto normal e reduzindo o número de cesarianas e taxas de morbi-mortalidade
materna e neonatal (MS, 2001).
Segundo o MS, humanização ao parto envolve um conjunto de conhecimentos,
práticas e atitudes que visam à promoção do parto e do nascimento saudáveis e
a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal. Nesta concepção, a
humanização tem como foco a qualificação da atenção, envolvendo
preocupações, por um lado, com o respeito e promoção de direitos humanos da
mulher que recebe assistência, e, por outro, com treinamento ou formação dos
profissionais e evidências científicas que norteiam as rotinas assistenciais, bem
como com instalações físicas e recursos tecnológicos disponíveis.
Nesse processo, a atuação da enfermagem é de extrema importância, para que
o parto seja conduzido da melhor forma possível. É indispensável que a equipe
de enfermagem seja capacitada e sensibilizada a fim de que a vontade da
mulher seja respeitada (MS, 2001).
Em situações em que a insatisfação dos usuários quanto aos profissionais de
saúde estão relacionados ao desrespeito, isolamento, submissão de seus

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

855
UNISA - Universidade de Santo Amaro

corpos a procedimentos e decisões que sequer compreendem.


Assim, é fundamental buscarmos respostas para o fato dos profissionais –
sobretudo da Enfermagem - não incorporarem atitudes e práticas propostas
para o parto humanizado.

OBJETIVO:
Descrever os fatores que tem dificultado a implementação da assistência
humanizada ao parto.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada por via eletrônica, através da
consulta de artigos científicos veiculados nacionalmente nas bases de dados
Scielo, LILACS, além da visita a Biblioteca Milton Afonso da UNISA, Campi l no
período de Julho a Outubro de 2009. Os artigos foram selecionados seguindo
sua pertinência e relevância junto ao assunto tratado. Os descritores utilizados
foram: Humanização da enfermagem. Assistência de enfermagem no Parto
humanizado. Parto humanizado.

RESUMO:
4.1 Humanização

O MS 2003 destaca humanização no parto através das condições de


atendimento, participação da família durante a gestação, parto e puerpério.
Processo que respeita a individualidade das mulheres, valorizando-a como a
protagonista e permitindo a adequação da assistência a cultura, crenças,
valores e diversidade de opiniões dessas pessoas, sendo assim humanizar
trata-se de criar condições para que todas as dimensões do ser humano sejam
atendidas espiritual, psicológicas e biológicas, assistência de qualidade que
valorize não só a parte técnica e estrutural, mas também a relação no
atendimento ao paciente conjunto de conhecimentos práticas e atitudes que
visam a promoção do parto e nascimento saudáveis e a prevenção da
morbimortalidade materna e perinatal reconhecer a individualidade.

4.2 O surgimento do Parto Humanização


Historicamente a assistência ao parto humanizado era de responsabilidade

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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exclusivamente feminina, pois apenas as parteiras realizavam essa prática.


Sabe-se que as mesmas eram conhecidas na sociedade pela suas
experiências, embora não dominassem o conhecimento científico.
Entretanto, partir do século XX na década de 40, foi intensificada a
hospitalização do parto, que permitiu a medicalização e controle do período
gravídico puerperal e o parto como um processo natural, privativo e familiar,
passou a ser vivenciado na esfera pública, em instituições de saúde. Diante do
exposto, a mulher perdeu sua privacidade intervencionista sem o devido
esclarecimento e consentimento da parturiente e foi oferecido para mulher e
seu bebê uma assistência com aparente segurança.
Diante deste processo, o parto passou a ser vivenciado como um momento de
intenso sofrimento físico e moral. O medo, a tensão e a dor das parturientes
nesse modelo de assistência impedem o processo fisiológico do parto normal, o
que pode culminar com práticas intervencionistas que, na maioria das vezes,
poderiam ser evitadas. Atualmente os países em desenvolvimento concentram
uma grande parcela de mulheres desassistidas, o que constitui um grave
problema de saúde pública.
No Brasil, a humanização ganhou espaço a partir do advento do SUS (Sistema
Único de Saúde). Após pesquisa de satisfação com os usuários do (SUS), feito
pelo (MS), na qual se verificou que as origens da política nacional de
humanização não vinha sendo acompanhado por um atendimento humanizado.
Foi elaborado o Plano Nacional de Humanização, que foi implantado para
estabelecer condições de melhorias pessoais entre os pacientes, para que
sejam atendidos de forma humana e solidária”. O ministro José Serra em 2004
encomendou uma pesquisa, sobre o SUS, para mensurar o grau de satisfação
dos usuários. Ao tomar conhecimento de que a principal queixa era a de maus
tratos no atendimento em hospitais, ele convocou um Grupo de Trabalho (GT)
com a incumbência de “elaborar uma proposta de trabalho para a humanização
dos serviços hospitalares públicos de saúde”.
Essa pesquisa foi realizada em parceria com o Conselho Nacional de
Secretários de Saúde e mostrou que as queixas mais freqüentes entre os
usuários do SUS eram: a) as filas nos hospitais; b) o longo tempo de espera
para a realização de exames e cirurgias; c) a incapacidade das unidades de
saúde de acolherem os pacientes.
O GT chegou à conclusão de que a saída seria implantar a “humanização
hospitalar”. Para tanto, apresentou em 24 de maio de 2000, a proposta de um
Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH). O
próprio MS se responsabilizaria por sua implantação, coordenação e culminou
na decisão da aplicação de um projeto-piloto em dez hospitais no país,
previamente escolhidos. Após pesquisa de satisfação com os usuários do
(SUS), feito pelo (MS), na qual se verificou que as origens da política nacional
de humanização não vinha sendo acompanhado por um atendimento

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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humanizado. Foi elaborado o Plano Nacional de Humanização, que foi


implantado para estabelecer condições de melhorias pessoais entre os
pacientes, para que sejam atendidos de forma humana e solidária”.

4.3 Humanizar na prática


A OMS, afirma que humanização é receber a mulher, seus familiares e o RN
com dignidade, oferecendo um ambiente acolhedor, limpo, tranqüilo,
proporcionando medidas de alívio da dor, do oferecimento de dieta, incentivo de
posições diferentes, a liberdade de movimentos. Respeitando as necessidades
físicas, emocionais, sociais. Compreender o parto humanizado como um
conjunto de medidas assistenciais, resgatar o contato humano, ouvir, acolher,
explicar os procedimentos em que a parturiente será submetida, criar vínculo,
pois desta forma ela se sentirá segura, confiante e colaborativa.
A enfermeira com conhecimento no processo de humanização sabe que a
presença do acompanhante pode diminuir a tensão e ansiedade da gestante
que a dor pode ser controlada por métodos farmacológicos e métodos não
farmacológicos. O apoio emocional do acompanhante de escolha da parturiente
é eficaz para que a mulher possa suportar a dor e tensão. Neste sentido, o
acompanhante necessita do apoio e colaboração dos profissionais de saúde na
condução adequada da assistência à mulher. É importante que os profissionais
de saúde estejam sensibilizados quanto à relevância da presença do
acompanhante para parturiente no decorrer do trabalho de parto, como também
precisam estar preparados para executarem suas atividades junto ao
acompanhante e parturiente, informando-os sobre a evolução e condutas a
serem realizadas durante o processo de nascimento. São atitudes simples, mas
eficazes que podem influenciar positivamente a realidade da assistência da
mãe e seu concepto (WALDOM,1999).
Nessas mudanças devemos destacar a postura dos profissionais frente a
necessidades da mulher, frente à falta de autonomia imposta pelos médicos, e
as condições deficitárias de trabalho. Embora as enfermeiras reconheçam
práticas inerentes a humanização, se colocam impedidas de executá-las devido
a hegemonia médica.
A equipe de enfermagem treinada e qualificada pode ser humanizada e prestar
assistência de qualidade, visando o bem estar deste binômio mãe e filho. A
postura da equipe de enfermagem na assistência a parturiente depende da
importância que ela dá a tensão emocional e ao desconforto físico.
A prática da enfermagem humanizada ainda precisa ser melhor compreendida
e vivenciada (WALDOM,1999).

4.4 Dificuldades da equipe de enfermagem


Entre as principais dificuldades encontradas pela enfermagem, temos a
destacar:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

858
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A Falta de autonomia, onde são impedidas de executar tarefas devido à


hegemonia médica, condições de trabalho com infra-estrutura, equipamentos
inadequados.
Falha na busca de humanização da assistência, relacionado ao pouco
conhecimento sobre humanização por parte dos profissionais, rotinas pesadas
com sobrecarga de serviço sem descanso, despreparo dos profissionais para
lidar com suas dimensões intersubjetivas, maus tratos no atendimento
hospitalar, gestão centralizada, intervenções desnecessárias, assistência
focada no modelo biomédico onde o ser humano é fragmentado aumentando
procedimentos invasivos e intervencionistas.

CONCLUSÃO:
O conceito de humanização do parto é bastante diversificado, há movimentos
defendendo como um processo que respeita a individualidade das mulheres,
colocando-as como protagonista e buscando uma adequação da assistência à
cultura, crenças, valores e diversidades de opiniões dessas pessoas.
As medidas implementadas pelo setor saúde no incentivo à participação de
enfermeira obstétrica no acompanhamento do período gravídico-puerperal de
baixo risco se devem ao reconhecimento da profissional enfermeira que assiste
a mulher com qualidade e de forma mais humanizada.
A humanização da assistência ao parto implica que a enfermagem respeite os
aspectos da fisiologia feminina, sem intervenções desnecessárias, reconheça
os aspectos sociais e culturais do parto e nascimento, ofereça suporte
emocional à mulher e a sua família, garantindo os direitos de cidadania. Assim,
é indispensável que a equipe seja capacitada e sensibilizada a trabalhar em
conjunto e superar conflitos, a fim de que sejam respeitados os desejos das
mulheres acolhidas no serviço. Para tanto, é necessária a aquisição de
profissionais qualificados e comprometidos de forma pessoal e profissional, que
recebam a mulher com respeito, ética e dignidade, além de serem incentivadas
a exercerem a sua autonomia no resgate do papel ativo da mulher no processo
parturitivo, como também serem protagonistas de suas vidas e repudiarem
qualquer tipo de discriminação e violência, que possam comprometer os direitos
de mulher e cidadã.
A atuação da enfermagem é extremamente importante desde que demonstre
conhecimento capacidade e humanização conduzindo um parto tranqüilo e
seguro evitando intervenções desnecessárias e que preserve a privacidade e
autonomia da parturiente. A enfermagem deve compreender o parto
humanizado como um conjunto de medidas assistências, resgatar o contato
humano, ouvir, acolher explicar os procedimentos em que a parturiente será
submetida.
Concluiu-se que assistência de qualidade e humanizada ao parto e nascimento

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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privilegia o respeito, dignidade e autonomia das mulheres, com resgate do


papel ativo da mulher no processo parturitivo. Para o bom desenvolvimento do
trabalho de parto, é necessário o bem estar físico e emocional da mulher, o que
favorece a redução dos riscos e complicações respeita o direito da mulher e a
privacidade, a segurança e conforto, com uma assistência humana e de
qualidade, aliado ao apoio familiar durante a parturição, transformam o
nascimento num momento único e especial.
Entre as dificuldades encontradas pela equipe de enfermagem em conduzir o
parto humanizado estão resistência dos profissionais por desconhecerem outra
forma de atendimento, indicando a necessidade de adequação ao novo modelo,
a falta de autonomia, condições de trabalho, sobrecarga de serviço, baixa
remuneração e a falta de recursos físicos e humanos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. LOPES, Rita de Cássia Sobreira. TAGMA S, DONELLI. Carolina M,LIMA.
Cesar A, PICCINI. O Antes e o Depois: Expectativas e Experiências de Mães
sobre o Parto. Psicologia:Reflexão e Critica, 2005,18(2),pp.247-254

2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Parto, Aborto e Puerpério Assistência Humanizada


á mulher, Brasília (DF) 2003.

3. WALDOW,V.R., Cuidado Humano : O Resgate Necessário, 2a ed., Porto


Alegre: editora Saga Luzzato,1999.

________________________________________________________________
1. Trabalho de Conclusão de Curso
2. Aluna do 8º semestre da Faculdade Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro – FACENF UNISA, São Paulo, SP.
3.Orientadora: Enfermeira Especialista em Enfermagem Psiquiátrica e Saúde
Mental e Qualidade em Serviços de Saúde. Professora da FACENF – UNISA,
São Paulo SP.

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Digestibilidade aparente de cães pastores adultos alimentos


com diferentes rações comerciais.
GLAUCIA BEGHINI(1)

KLEBER DA CUNHA PEIXOTO JUNIOR(2),VALTER FONTOLAN(3)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO

A análise dos alimentos é um dos principais pontos a serem observados no


setor de Nutrição Animal. O objetivo principal da análise é o de se conhecer a
composição química, além de verificar a identidade e pureza, sejam elas de
natureza orgânica ou inorgânica.
Um estudo mais completo dos alimentos compreenderá o conhecimento das
propriedades gerais: aspecto, aroma, sabor, alterações, estrutura microscópica
e, ainda, a determinação do teor das substâncias nutritivas, por intermédio de
análises aproximativas.
Alimento é todo material comestível consumido pelo homem e outros animais,
fornecendo energia e/ou nutrientes para sua dieta (NUNES, 1995) ou é uma
substância que, consumida por um indivíduo, é capaz de contribuir para
assegurar o ciclo normal de sua vida e a sobrevivência da espécie à qual
pertence (ANDRIGUETO, 1981).
A digestibilidade de um alimento para animais é um critério importante porque
mede diretamente a proporção de nutrientes do alimento disponíveis para a
absorção pelo organismo (CASE et al, 2000).
Normalmente os rótulos das rações para cães trazem valores da composição
nutricional mínima (para proteína bruta, extrato etéreo e fósforo) e máxima (para
umidade, fibra bruta, cinzas ou matéria mineral e cálcio). Entretanto, não
dispõem de dados referentes à digestibilidade e ao valor biológico da proteína.
Quando se avalia alimento para cães, os valores da composição nutricional são
importantes, porém não menos importantes são os valores de palatabilidade e
digestibilidade. A palatabilidade pode estar ligada à preferência do animal,
facilmente detectada pelo proprietário que observa os hábitos do animal.
Entretanto a digestibilidade dos nutrientes contidos na ração requer a
intervenção do técnico nutricionista (LÔBO et al, 2001).
Atualmente, a digestibilidade dos principais nutrientes para cães tem sido
determinada por três técnicas: 1 - cálculos matemáticos a partir da composição
química da ração e de equações de predição; 2 - extrapolação de dados obtidos
em outras espécies; e 3 - determinação direta em animais, utilizando-se ensaios
de digestibilidade. Ainda que as duas primeiras técnicas possam ser entendidas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

861
UNISA - Universidade de Santo Amaro

como meios de facilitar as estimativas, é possível que subestimem os valores


de digestibilidade dos alimentos de alta qualidade ou superestimem os dos
alimentos de baixa qualidade. Portanto, pode-se classificar a determinação
direta como a técnica mais adequada (CAVALARI et al, 2006).
Os alimentos de qualidade, geralmente têm coeficientes de digestibilidade
superiores enquanto os populares apresentam digestibilidade significativamente
inferior, assim, à proporção em que aumenta a qualidade dos ingredientes
utilizados, verifica-se, paralelamente, um aumento da digestibilidade dos
nutrientes (CASE et al, 2000).
A digestibilidade de um alimento para animais diminui com a presença de níveis
elevados de fibras dietéticas, cinzas, fitatos e proteínas de baixa qualidade. Um
processamento inadequado ou sujeito à níveis de temperatura excessivamente
altos também afetam negativamente a digestibilidade do produto. Inversamente,
a digestibilidade dos alimentos aumenta com a inclusão de ingredientes de alta
qualidade, níveis elevados de gordura e processamento adequado (CASE et al,
2000).
A compra de embalagem de alimentos para animais e sua administração
também pode fornecer informações valiosas sobre a digestibilidade do alimento.
Um produto muito digerível produz fezes de pequeno volume, bem formadas e
sólidas, com freqüência de defecação relativamente baixa e movimentos
intestinais regulares e comparáveis. O alimento deve facilmente manter a
velocidade de crescimento e o peso corporal normais do animal, sem que seja
necessária uma administração em quantidades excessivas e, em longo prazo,
esta alimentação deverá proporcionar pele e pelagem saudáveis. Apesar destas
observações não fornecerem informações quantitativas sobre a digestibilidade
do produto, são medições razoáveis em relação à capacidade do alimento
fornecer nutrientes que possam ser bem absorvidos pelo animal doméstico
(CASE et al, 2000).
As rações de cães podem ser classificadas em Rações Super-Premium;
produtos extremamente balanceados nutricionalmente e produzidos com alta
tecnologia. Utiliza as melhores matérias-primas em sua formulação, com
ingredientes especiais, de alto valor nutricional, o que confere ao produto maior
palatabilidade e digestibilidade. O animal come pouca quantidade e produz um
menor volume de fezes; Rações Premium: São produtos balanceados de boa
qualidade. Utilizam ingredientes bons, porém de qualidade inferior a rações
super-premium. Sua digestibilidade também é um pouco inferior e Rações
Standard: São formulações que utilizam matéria-prima de baixa qualidade.
Podem sofrer alterações em sua fórmula de acordo com a safra de determinado
ingrediente. Utilizam formatos diferenciados e corantes como atrativos
comerciais. Possui baixa digestibilidade, o que faz com que o animal tenha que
comer uma quantidade maior de ração para absorver o necessário.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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OBJETIVO:
OBJETIVO
O objetivo desse trabalho foi avaliar a digestibilidade aparente de rações
comerciais para cães adultos.

METODOLOGIA:
MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi realizado nas dependências do Canil Beghin the Beghin


Kennel, situado à estrada de Vera Cruz nº 2.865, Jd Vera Cruz, município de
São Paulo, Estado de São Paulo, a uma altitude de 656 metros.
As instalações experimentais compreenderam baias individuais de doze m2
com bebedouros, piso de concreto, cochos de plástico que permitiam medir o
consumo de alimentos e descarga de dejetos individualmente.
Doze cães da raça pastor alemão com idade média de sete anos foram
agrupados em delineamento blocos casualizados em quatro grupos de três
animais cada, onde foram alimentados com alimentos secos comerciais para
cães adultos em manutenção, agrupados em quatro tratamentos descritos a
seguir: 1) ração premium, 2) standart A, 3) standart B, e 4) uma mistura de 50%
da ração 1 e 50% da ração 2.
Anteriormente ao início do período experimental, realizou-se vermifugação de
todos os animais e um período de adaptação à dieta com duração de sete dias.
O período de amostragem teve duração de sete dias. Neste período foram
realizadas coletas de fezes e ração diariamente. As fezes foram recolhidas de
forma total quatro vezes ao dia, em seguida foram pesadas, retirada uma sub-
amostra de aproximadamente 20% do total, desprezado o restante e
armazenadas em freezer comercial à temperatura de – 20 C°. A dieta foi
amostrada duas vezes ao dia no momento da alimentação e armazenada no
mesmo local que as fezes.
Ao término do ensaio, as fezes e a dieta foram unificadas por animal, de forma
que fosse obtida uma amostra total de cada animal durante todo o período. Em
seguida, foi retirada uma nova sub-amostra de fezes e dieta que correspondeu
a aproximadamente 30% do total coletado durante todo o período experimental.
Em seguida as fezes foram colocadas, junto com as amostras dos alimentos, na
estufa à 65º C, onde permaneceram por 48h, sendo pesadas novamente, após
a retirada das mesmas e, em seguida, moídos separadamente em moinho tipo
Willey, para posterior análise.
As amostras foram submetidas às análises no laboratório de Bromatologia e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

863
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Nutrição Animal da Universidade de Santo Amaro, pelos seguintes métodos:


Proteína bruta (PB) foi obtida pelo método de Kjeldahl que consiste em três
passos básico: digestão da amostra em ácido sulfúrico com catalizador, que
resulta em conversão do nitrogênio em amônia; Destilação da amônia em
solução receptora e quantificação da amônia por titulação com uma solução
padrão (SILVA;QUEIROZ, 2005), o extrato etéreo (EE) pelo método a frio onde
a extração foi feita com o extrator Soxhlet e usando-se o éter sulfúrico como
solvente, cujo ponto de ebulição é cerca de 35 ºC. Foi realizada em
aproximadamente vinte e quatro horas (SILVA;QUEIROZ, 2005). Para análise
de fibra bruta (FB) as amostras foram submetidas às digestões ácidas (H2SO4-
1,25%) e básica ( NaOH – 1,25%) durante trinta minutos em cada digestão, o
resíduo orgânico foi recebido em cadinho de vidro e o cálculo da fibra bruta foi
realizado pela diferença de peso do cadinho antes e após a queima do resíduo
em mufla, a 500º C (SILVA;QUEIROZ, 2005).
A matéria mineral (MM) foi analisada colocando-se as amostras na mufla
(500ºC) por 4 horas. Após a retirada era feito o cálculo da diferença entre o
peso inicial e final (SILVA;QUEIROZ, 2005) e a umidade (U) foi obtida
colocando-se as amostras na estufa à 105ºC por 16 horas (SILVA;QUEIROZ,
2005).
Com as análises, foram feitos os seguintes cálculos (NUNES,1998):
% Extrativo não nitrogenado (ENN): 100 – (PB+EE+MM+FB).
% Matéria seca (MS): 100 – umidade (U).
% digestibilidade: 100 x Quantidade ingerida – Quantidade excretada nas fezes
Quantidade ingerida

Tabela 1- Descrição Bromatológica das Rações utilizadas no experimento


Ração Proteína
Bruta Fibra
Bruta Extrato
Etéreo Umidade
Máxima Matéria
Mineral
A 23 % 3 % 12 % 10 % 7,5%
B 19 % 5,5 % 7 % 11 % 12 %
C 18 % 6,4 % 7 % 12% 6,4%

Os resultados foram analisados através do programa computacional Statistical


Analysis System (SAS Institute Inc., 1985), sendo anteriormente verificada a
normalidade dos resíduos pelo Teste de SHAPIRO-WILK (PROC UNIVARIATE)
e a homogeneidade das variâncias comparadas pelo Teste QUI QUADRADO

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

864
UNISA - Universidade de Santo Amaro

(Comando SPEC do PROC GLM). Os dados foram submetidos à análise de


variância (PROC GLM), onde se avaliou o efeito do tipo de alimento fornecido
sobre o consumo diário e os coeficientes de digestibilidade aparente da MS,
PB, MM, EE, FB e ENN, sendo, em seguida, utilizado o teste de comparação de
médias TUKEY. Foi adotado o nível de significância de 5% para todas as
análises realizadas.

RESUMO:
RESULTADOS

A ração Premium (A) apresentou maior digestibilidade aparente para todos os


nutrientes quando comparado às rações Standard (B e C) (tabela 2). Isto já era
esperado, pois os alimentos que compõem a dieta A tem qualidade superior aos
utilizados nas rações B e C.
No entanto, quando realizou-se a mistura (ração AB) de 50% de ração A e 50%
de ração Standard (B) a digestibilidade da MS, PB, FB, EE e ENN foi 80,41%,
81,53%, 48,57%, 90,98% e 85,97% respectivamente, valores superiores
estatisticamente aos observados para as rações B (69,31%, 75,51%, 11,67%,
80,82% e 76,58%) e C (67,10%, 74,62%, 24,19%, 77,45% e 72,31%). A
digestibilidade da PB, FB e MS da ração AB não diferiu estatisticamente da
ração Premium (A) que apresentou coeficientes de digestibilidade iguais a
83,04%, 82,91% e 40,83% para MS, PB e FB respectivamente. (tabela 2).
Como esperado não houve diferença estatística entre as dietas entre as dietas
B e C.

Tabela 2: Digestibilidade aparente da MS, PB, FB, EE e ENN de diferentes


rações comerciais secas.
Ração Nº de animais Proteína
Bruta Fibra
Bruta Extrato
Etéreo Extrato não nitrogenado Matéria
Seca
A 3 82,91a 40,83ac 95,92a 88,38a 83,04a
B 3 75,51b 11,67b 80,82b 76,58b 69,31b
C 3 74,62b 24,19b 77,45b 72,31b 67,10b
AB 3 81,53a 48,57c 90,98c 85,97c 80,41a

CV 3,3 % 41,31 % 3,22% 3,37 % 4,87%

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

865
UNISA - Universidade de Santo Amaro

P = 0,0142 0,0413 0,0003 0,0010 0,0027


Letras diferentes na mesma indicam diferença estatisticamente significante
(p0,05)

CONCLUSÃO:
CONCLUSÃO

Nas condições deste experimento a mistura de 50% de ração classificadas


como Premium e 50% de outra classificada como Standard não altera a
digestibilidade da MS, PB e FB quando comparada à ração Premium, mas
diminui a digestibilidade da gordura (EE) o que indica menor aporte energético
aos animais.
Rações Premium apresentam maior digestibilidade e conseqüentemente são
de melhor qualidade que as rações Standard.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BRABEC, Priscila Figueira. Comparação de digestibilidade entre dois alimentos


secos para cães adultos em manutenção. Universidade Metodista de São
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12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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________________________________________________________________
Não há notas de rodapé

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DOENÇA DE ALZHEIMER: UM DESAFIO PARA O CUIDADOR


FAMILIAR
PATRICIA DA SILVA SANTOS(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O panorama atual da sociedade se depara com aumento da longevidade das
pessoas, crescimento do número de pessoas idosas e conseqüente aumento
de doenças crônicas.O envelhecimento intrínseco refere-se aquelas alterações
provocadas pelo processo normal de envelhecimento, as quais são
geneticamente programadas e quase universais dentro da espécie.O
envelhecimento extrínseco resulta das influências externas á pessoa,
enfermidades e doenças, poluição do ar e a luz solar constituem exemplos de
fatores extrínsecos que podem acelerar o processo de envelhecimento(1).
A complexidade dos problemas sociais relacionados ao impacto provocado pelo
aumento da expectativa de vida das pessoas reflete diretamente na
manutenção da saúde dos idosos , na preservação de sua permanência junto à
família e implica em maior incidência de doenças crônico degenerativas
causadoras de demência, entre as quais destaca-se a Doença de Alzheimer.
Demência pode ser definida como síndrome caracterizada por declínio de
memória associado a déficit de pelo menos uma função cognitiva (linguagem,
gnosias, praxias ou funções executivas ) com intensidade suficiente para
interferir no desempenho social ou profissional do indivíduo.
Doença de Alzheimer é uma forma de demência que afeta o idoso e
compromete sobremaneira sua integridade física, mental e social, acarretando
uma situação de dependência total com cuidados cada vez mais complexos,
quase sempre realizados no próprio domicílio. È uma doença
neurodegenerativa que compromete ao longo de sua lenta evolução a
autonomia dos pacientes (2).
A redução da autonomia é o fator determinante da dependência de um cuidador
, que se torna indispensável para preservar o provimento das necessidades
básicas da vida diária do paciente(2).
O cuidador é considerado o membro da família ou não, que provê cuidados ao
paciente e que atua no cuidado por mais de seis meses, ou ainda, como o
principal responsável por prover ou coordenar os recursos requeridos pelo
paciente.
Torna-se necessário também, um maior acompanhamento pelas equipes de
saúde, aos cuidadores familiares, pois as inseguranças advindas do vivenciar
sentimentos novos e dolorosos exigem além do preparo técnico, um suporte
emocional.

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OBJETIVO:
1- Investigar as alterações físicas, mentais e sociais do portador da Doença de
Alzheimer.
2- Identificar os desafios e dificuldades enfrentados pelos cuidadores de
portadores da Doença de Alzheimer.
3- Relacionar as intervenções educativas da Enfermagem aos cuidadores
familiares.

METODOLOGIA:
O presente estudo foi realizado através de revisão bibliográfica com busca nas
bases de dados científicos: Scielo, Lilacs no período de setembro de 2008.
Foram selecionados 35 artigos científicos, um manual e uma portaria. Destes
foram utilizados, 21 artigos, 01 manual e 01 portaria, porque melhor
responderam aos objetivos propostos. Foram pesquisadas referências dos anos
de 2000 a 2009.
Descritores: Doença de Alzheimer, Idoso, Cuidador familiar, Assistência de
Enfermagem.

RESUMO:
Envelhecimento
No Brasil estima-se que nos próximos 20 anos a população de idosos poderá
alcançar e até mesmo ultrapassar a cifra dos 30 milhões de pessoas, o que
representará aproximadamente 3% da população. Entretanto a sociedade não
está preparada para essa mudança no perfil populacional, embora as pessoas
estejam vivendo mais, a qualidade de vida não acompanha essa evolução.
Envelhecimento ou senescência corresponde a eventos biológicos que ocorrem
desde as primeiras alterações morfobiológicas e psicossociais da idade adulta
até o declínio total e a morte (1).
“O Brasil é um jovem país de cabelos brancos”. A cada ano 650 mil novos
idosos são incorporados à população brasileira, a maior parte com doenças
crônicas e alguns com limitações funcionais. O acelerado processo de
envelhecimento populacional têm chamado atenção sobre as condições de
saúde durante os anos adicionais de vida e sobre a incidência futura de
morbidade, morbidade múltipla , disfuncionalidade e mortalidade entre os
idosos.
Uma decorrência do processo de envelhecimento populacional é o aumento
significativo na prevalência de doenças crônico-degenerativas. Dentre elas,
destacam-se as demências, sendo a mais comum a Doença de Alzheimer (DA).

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Doença de Alzheimer – DA

A doença de Alzheimer é conhecida internacionalmente pela sigla DA e é o


tipo de demência com maior chance de se desenvolver nas idades mais
avançadas.
È uma afecção neurodegenerativa progressiva e irreversível de aparecimento
insidioso, de etiologia ainda pouco conhecida, que acarreta perda da memória e
diversos distúrbios cognitivos.
A Doença de Alzheimer é dividida em três estágios (2,3):
Fase inicial: é caracterizada por sintomas vagos e difusos, alterações na
afetividade e déficit de memória recente. Há desorientação progressiva em
relação ao tempo e espaço. Em alguns casos há perda da concentração,
desatenção, perda da iniciativa, retraimento social, abandono de passatempos,
mudança de humor (depressão), alterações do comportamento (explosões de
raiva, ansiedade, irritabilidade e hiperatividade).
Fase intermediária: é marcada por déficits cognitivos (orientação, linguagem,
memória, raciocínio e julgamento) altamente prejudicados, afetando as
atividades instrumentais e operativas, além das dificuldades motoras. Ocorrem
sintomas psicóticos (idéias delirantes, sobretudo persecutórias e alucinações)
em pacientes mais idosos O julgamento é alterado perdendo a noção de riscos.
Essas alterações levam a um progressivo declínio funcional e perda da
capacidade de executar as atividades da vida diária (AVD). Pode ocorrer
agitação, perambulação, agressividade, questionamentos repetitivos, distúrbios
do sono, reações catastróficas, e a denominada “síndrome do entardecer”, ou
seja, a ocorrência de confusão mental e alterações do comportamento,
geralmente, próximos do horário do pôr do sol.
Fase final: todas as funções cognitivas estão gravemente comprometidas, com
dificuldade para reconhecer pessoas e espaços familiares, perda da própria
identidade, confinamento ao leito, estado de apatia, prostração, mutismo.
Podem ocorrer lesões nas palmas das mãos, grandes úlceras de pressão,
incontinência urinária e fecal, formação de fecalomas, decorrentes da
diminuição do peristaltismo, problemas pulmonares, total indiferença ao meio
externo, estado vegetativo, lipodistrofia grave (caquexia) e tendência de manter
os braços e pernas em posição fetal, isto é, encolhidos sobre o tórax e
abdomem. O óbito advém após dez ou quinze anos de evolução devido às
complicações de comorbidades clínicas ou quadros infecciosos. Na doença
mais avançada, o indivíduo acaba por perder a capacidade de funcionar de
modo independente, tornando-se dependente de um cuidador (2).

O Cuidador e a Doença de Alzheimer

O cuidador informal ou familiar trata-se de alguém da família que desempenha

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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atividades de caráter assistencial, sem contar, necessariamente com um


preparo técnico ou emocional para exercê-la.
O cuidador formal envolve ações prestadas por uma rede de serviços de saúde
pública e privada ao atendimento ao idoso e a institucionalização que se torna
necessária quando os cuidados exigem uma maior complexidade. Os cuidados
profissionais incluem o cuidado de enfermaria, o cuidado a domicilio, serviços
voluntários, clubes e centros de cuidados diurnos.
O diagnóstico de demência traz uma realidade contundente que implica em
muitas perdas envolvendo a autonomia do corpo e o afastamento do eu para o
individuo. A carga de ministrar cuidados torna os familiares vítimas da doença
de Alzheimer, expoliando suas reservas, incertezas e a imprevisibilidade abala
sua moral e crença de que estejam proporcionando um cuidado digno do seu
familiar .
Abreu, Forlenza e Barros (2) em seus estudos observaram freqüentemente a
expressão “morte em vida” por familiares e pacientes indicando a decadência
psíquica e funcional do individuo acometido pela Doença de Alzheimer.
Os cuidadores se deparam com numerosos fatores, que incluem a aceitação
do diagnóstico, lidar com um stress cada vez maior, administrar o conflito dentro
da família e planejar o futuro. Com isso, o cuidador ficará vulnerável a doenças
físicas, depressão, perda de peso, insônia, a abusar física e verbalmente do
paciente, de álcool e medicamentos psicotrópicos.
Observa-se falta de referencial (conhecimento sobre a doença) por parte dos
familiares para entenderem as mudanças sofridas pelo doente, que também é
motivo de conflito. Destacando a necessidade da construção de habilidades na
relação de cuidados, dentre elas, a do entendimento de como se dá a evolução
da doença e o seu reflexo no comportamento do doente.

A Enfermagem e o Cuidador

Atualmente na Enfermagem, o cuidado é orientado por um esquema


subjacente, denominado por processo de enfermagem, que propicia ordem e
direção ao cuidado, tendo bases intelectuais sob as quais esse processo é
orientado de maneira ordenada e sistemática.
O papel do profissional de enfermagem como cuidador formal deve-se ao seu
conhecimento cientifico e de suas atribuições privativas . Está habilitado a
integrar a equipe multidisciplinar, contribuindo para o planejamento das ações
dos cuidadores, pautados na educação em saúde, dando suporte e apoio para
a realização dos cuidados leigos, visando a preparação para o cuidado diário do
idoso, utilizando a enfermagem como prática social em que se pode aplicar o
cuidado holístico para o atendimento as necessidades dos seus clientes.
A enfermagem estando preparada para exercer o cuidado trará várias
contribuições para uma reestruturação no cenário de doenças crônico-

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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degenerativos que hoje se apresenta.


A população idosa demanda atenção e cuidados por parte dos enfermeiros
nos diferentes contextos em que se encontram, quer na clínica de agudos ou
crônicos, em instituições asilares ou na família. È necessário que a enfermagem
aproxime-se da referência da família para que a comunicação seja efetiva e a
satisfação profissional atingida, indicando modelos conceituais para as
intervenções com famílias em situação de risco.

A Enfermagem e a Família

A família cuidadora necessita de informação sobre como realizar os cuidados,


incluindo a adaptação do ambiente ao idoso. Além disso, são importantes o
suporte emocional, uma rede de cuidados que ligue a família aos serviços de
apoio e meios que garantam qualidade de vida aos cuidadores principais.
As intervenções podem ajudar a amenizar a angústia do cuidador, evitar a
institucionalização do paciente e permitir que a família possa fazer planos para
o futuro. A literatura aponta diferentes tipos de intervenção utilizados com
cuidadores de idosos demenciados: grupos de apoio, intervenções
psicoeducacionais, terapia familiar e terapia individual.

Sistema de Saúde e o suporte ao portador da Doença de Alzheimer

Em 12 de abril de 2002 foi criada a Portaria nº703 que institui no âmbito do


Sistema Único de Saúde ( SUS ) , o Programa de Assistência aos Portadores
da Doença de Alzheimer , desenvolvido pelo Ministério da Saúde e pelas
Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios em
cooperação com as respectivas Redes Estaduais de Assistência à Saúde do
Idoso e seus centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso. Os
Centros de Referência integrantes da rede são os responsáveis pelo
diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes, orientação a
familiares e cuidadores e o que mais for necessário à adequada atenção aos
pacientes portadores da Doença de Alzheimer .
A ABRAZ- Associação Brasileira de Alzheimer e Idosos de Alta Dependência,
criada em 1993 é uma organização não-governamental voltada especificamente
para a doença com regionais em vários estados e que procura dar apoio aos
familiares .

CONCLUSÃO:
A população idosa no Brasil vem crescendo consideravelmente, aumentando a
incidência de doenças crônico degenerativas, dentre elas as demências .A
Doença de Alzheimer é uma demência que acomete idosos e acarreta déficits

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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de funções cognitivas como memória e linguagem, interferindo na autonomia e


conseqüentemente necessitando de um cuidador .O cuidador familiar ao lidar
com o portador de Alzheimer apresenta dificuldades em relação a doença, por
não haver conhecimento prévio sobre as alterações no comportamento do
portador, assim como o stress devido a dependência que a doença acarreta ,
manifestando patologias de ordem física , psíquica e até social, como o
isolamento e negação de vida própria.
A Enfermagem dentro de suas atribuições e competências poderá oferecer
subsídios para uma assistência voltada especificamente ao idoso portador de
Alzheimer e seu cuidador , familiar ( formal ) ou não familiar ( informal) .As
estratégias utilizadas pela Enfermagem para minimizar os efeitos que a doença
traz estão no planejamento da assistência , no compartilhar conhecimento a
respeito da evolução da doença, na realização de grupos para troca de
experiências, habilidade para ouvir as queixas do cuidador e também do
portador ,incentivar a divisão de tarefa entre os membros da família.Dessa
forma a enfermagem contribui para a melhoria da qualidade de vida do portador
da doença de Alzheimer e do seu cuidador.Incentivando os familiares a
participarem de grupos e ou associações especializadas nesta demência, afim
de não se sentirem sós , diante de uma doença crônica, degenerativa,
desestruturante dos laços afetivos e cruel com todos os envolvidos

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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enfermagem acerca do próprio envelhecimento.Revista Brasileira de
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memória e autonomia. Revista de Psiquiatria Clínica. 2005; 32(3): 131-136.
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Alzheimer.Arquivo Ciências da Saúde .2004;11(2):2-6.

________________________________________________________________
1 Graduanda do 8ºSemestre do curso de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro
2 Orientadora,Enfermeira e Mestre em Gerontologia do curso de Enfermagem
da Universidade de Santo Amaro
Email do autor: enfapatricia@bol.com.br.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL:


CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA IMPORTÂNCIA
ELIANE SILVA DE FRANCA(1), ROSILENE ROSA(2), DIANA APARECIDA DOS SANTOS
GAVA(3)

SOLANGE DE OLIVEIRA F BORRAGINE(4)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Educação Física tem papel fundamental na Educação Infantil, uma vez que
proporciona às crianças inúmeras experiências motoras que as possibilitam
descobrir e redescobrir movimentos, elaborar e reelaborar conceitos e idéias
sobre suas ações, logo, é impossível educar integralmente sem levar em conta
o ato motor.
Essas vivências e experiências com o corpo possibilitam que a criança
descubra seu limite, valorize seu corpo, compreenda suas possibilidades e
perceba a origem de cada movimento. É a partir destas experiências que ela
começa a usar mais facilmente a linguagem corporal, ajudando-a no seu
desenvolvimento para a descoberta de capacidades intelectuais e afetivas.
Apesar desta constatação, observa-se que nem sempre encontramos um
profissional da área neste nível de ensino, sendo ele pouco valorizado ou,
muitas vezes, substituído pelo professor generalista.

OBJETIVO:
Justificar a importância da disciplina Educação Física e do seu profissional na
Educação Infantil.

METODOLOGIA:
Pesquisa indireta, realizada por meio da revisão bibliográfica, que se utiliza de
fundamentação teórica de estudiosos sobre o assunto.

RESUMO:
A escola, de acordo com Rocha (2009), é o local responsável pela construção e
divulgação do conhecimento, promovendo o processo de ensino-aprendizagem
e, durante as aulas, o professor cria oportunidades para que o aluno assimile,
de forma prazerosa, esse conhecimento, desenvolvendo habilidades e atitudes
que possibilitem a criticidade e o desenvolvimento de suas capacidades
cognoscitivas.
Segundo Rocha (2009) um dos pressupostos pedagógicos da teoria de Piaget é
que “respeitar as características de cada etapa do desenvolvimento é

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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considerar o interesse de cada fase, estimulando a atividade funcional, isto é, a


atividade natural de cada indivíduo” (p. 1).
Os estudos experimentais de Piaget possibilitam ao professor identificar o
estagio em que uma criança está atuando, e ao mesmo tempo, mostra o que
esperar dela nos diferentes estágios de desenvolvimento. Logo, é importante
que os educadores respeitem os estágios de desenvolvimento do pensamento
infantil, adequando as atividades escolares às características evolutivas das
crianças.
A Educação Física na Educação Infantil, que compreende crianças de zero a
seis anos, desempenha papel de relevada importância, pois nesta fase ela está
em pleno desenvolvimento das funções motoras, cognitivas, emocionais e
sociais passando, neste período, da fase do individualismo para o das vivências
em grupo.
Dentro dos aspectos de desenvolvimento e aprendizagem, a criança da
Educação Infantil, que por Piaget é denominado de pré-operatório, encontra-se
em um mundo de faz-de-conta, onde o brinquedo e a situação imaginária são
de seu interesse. Neste estagio a criança já não depende unicamente de suas
sensações, de seus movimentos, mas já distingue um significado (imagem,
palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objeto ausente), e esse, é
importante ressaltar, é o caráter lúdico do pensamento simbólico. Este estágio é
também muito conhecido como o estágio da Inteligência simbólica. Nestas
atividades as crianças se dedicam bastante, exercendo sua criatividade,
realizando suas vontades e, muitas vezes, projetando no brinquedo sua
realidade. Sendo assim, nesta fase o brinquedo é um dos métodos a ser
utilizado e que pode garantir motivação das crianças nas aulas, tornando o
aprendizado mais efetivo e agradável.
Através do brinquedo a criança começa a relacionar-se com outras, começa a
trabalhar com regras, com situações em grupos, portanto, o professor de
Educação Física pode desenvolver facilmente seus conteúdos, utilizando-se da
situação da brincadeira para atingir seus objetivos. Neste período, segundo
Neira (2003) o conhecimento da criança se manifesta nas coordenações de
suas ações e por esses movimentos ela se adapta, se desenvolve e forma seu
pensamento. A principal característica desse período é a passagem da ação à
representação mental, surgindo a linguagem, permitindo que a criança expresse
verbalmente uma representação simbólica. A criança apresenta ainda, nessa
fase do desenvolvimento, grande dependência das ações físicas, uma vez que
seu pensamento permanece precedido por elas em qualquer situação. Ao final
deste período em que termina esse processo de organização no plano
simbólico, daquilo que o sujeito já havia organizado no plano motor, surgem os
indícios de uma inteligência operatória.
Por meio do movimento, da expressão do corpo e da relação com seus
sentidos, a criança adquire experiência do mundo e se comunica com ele e com

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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as pessoas, estabelecendo bases para a construção do conhecimento. A aula


de Educação Física é o espaço propício para esse aprendizado, através das
brincadeiras. (MAGALHÃES, KOBAL, GODOY, 2007).
A Educação Física Escolar é um elemento do processo educacional formal, que
possibilita o desenvolvimento global de crianças e adolescentes através da
prática educativa de exercícios ginásticos, jogos, esportes, dança e luta.
Quando em 2003 se fez uma alteração na LDB de 1996, o objetivo foi acabar
com as dúvidas acerca da obrigatoriedade da Educação Física nas escolas,
fazendo com que ela fosse entendida como um componente curricular da
Educação Básica, esta que compreende a Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Ensino Médio. Esta visão de Educação Física como
componente curricular, de acordo com Melo (2006) exige um novo pensar e um
novo agir dos seus professores.
"O novo pensar é caracterizado pela necessidade de se conceber a Educação
Física na escola nas mesmas condições dos demais componentes curriculares,
nos quais as organizações dos seus aspectos didáticas os consolidam na
educação escolarizada” (p.188).
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), lei nº. 9.394
(BRASIL, 1996) a Educação Infantil, sendo a primeira etapa da Educação
Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança ate os 6
anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais,
complementando a ação da família e da comunidade. Respeitando esses
conceitos da LDB parte a idéia de valorização da Educação Física na Educação
Infantil.
Constata-se que a visão de muitas pessoas em relação à Educação Física
ainda é distorcida, uma vez que esta disciplina é muito mais do que jogar
esportes ou atividades com bola, ou ainda não entendem que, por meio desses
esportes ou atividades, encontra-se muito mais que a busca pelo movimento
perfeito ou o fazer apenas pelo fazer, a Educação Física enquanto componente
curricular da Educação Básica, é uma das disciplinas que os alunos mais
gostam, no entanto, por esse motivo ocupa um grau de importância
relativamente baixo entre eles.
Isso é justificável quando analisamos o fato de, na opinião dos alunos, ela
raramente apresentar relação com a vida fora da escola ou com os conteúdos
abordados em outras disciplinas.
Silva e Krug (2008) expressam a importância da Educação Física na Educação
Básica quando apresentam:
“A Educação Física Escolar, como disciplina pedagógica e componente
curricular, possui um compromisso com a educação e formação integral do
aluno, desempenhando um papel fundamental na escola com a finalidade de
contribuir para a experimentação da cultura do movimento humano e suas
variantes do se - movimentar, de acordo com as necessidades, possibilidades e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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interesses, pois a escola enquanto instituição autônoma determinará os


objetivos a serem alcançados e, portanto a disciplina de Educação Física faz
parte deste contexto”.(p. 70).
De acordo com pesquisa realizada por Kunz (2001), muitos educandos somente
tiveram aulas de Educação Física nos anos iniciais do ensino fundamental com
os professores do currículo, isto é, com formação em magistério ou em
pedagogia, havendo um projeto de “uni docência” nas escolas.
“Podemos entender que” uni “vem da palavra unir e “docência” corresponde ao
ato do professor exercer sua profissão, então, logicamente “uni docência” é a
união dos conteúdos de todas as disciplinas e ministradas por um único
professor”. (KUNZ, 2001, p.31)
Contata-se, no entanto que, de acordo com Bracht, Caparroz, Fonte, Frade,
Paiva e Pires (2003) apresentado por Silva e Krug (2008), dada à generalidade
e flexibilidade da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), e
enquanto os Conselhos Estaduais e Municipais de Educação não a
interpretarem corretamente, oferecendo orientações normativas no que se
referem a sua inserção nos respectivos sistemas de ensino, a Educação Física
também pode ver diminuída sua presença no Ensino Básico.
“Problemas de exegese legislativa têm dado margem à não contratação de
professores, pelos Estados e municípios, para as séries iniciais. Se na escola
houver um professor efetivo de Educação Física, ele pode assumir o trabalho
com esse segmento; caso contrário essa disciplina fica a cargo do chamado
professor regente. Portanto, embora a legislação educacional brasileira ainda
obrigue a inclusão da Educação Física, seu caráter mais flexível permite aos
sistemas de ensino reduzirem em muito sua presença nos currículos escolares”
(BRACHT; CAPARROZ; FONTE; FRADE; PAIVA; PIRES, 2003, apud SILVA e
KRUG, 2008, p. 4).
A Educação Física, neste sentido, assume um papel extremamente significativo
na Educação Infantil, pois é através do brincar que a criança explora seu corpo,
interage com outros corpos e desenvolve seu crescimento cognitivo, afetivo e
motor.
Nesta fase da Educação Infantil as crianças possuem uma necessidade natural
em movimentar-se e é importante deixá-las explorar suas habilidades motoras,
uma vez que seu desenvolvimento harmonioso depende de toda a
movimentação que executa.
A integração das sensações, resultando em percepções, irá influenciar toda a
aprendizagem simbólica posterior, em forma de estruturas cognitivas, uma vez
que a criança terá que organizar, no plano do pensamento, tudo o que
organizou no plano das ações. (VALENTE, 2008)
Constata-se com isso, que é importante favorecer à criança um ambiente que
possibilite a ampliação de conhecimento acerca de si mesma e do meio que
vive. Assim, o educador responsável pela transmissão da cultura, deve estar

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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atento aos estágios em que se encontram seus alunos.


A Educação Física aponta Rolim (2004) ao surgir na Educação Infantil, teve
como função instrumentalizar o aspecto psicomotor das crianças através de
atividades que envolvessem a área motora, o que, supostamente, possibilitaria
um maior sucesso na alfabetização, dando suporte às aprendizagens de cunho
“cognitivo”. Esta perspectiva de Educação Física vinculava-se aos princípios da
Educação Infantil de cunho compensatório
Sobre a prática pedagógica da Educação Física na Educação Infantil, Kunz
(2001) registra que a importância de se desenvolver movimentos está na
objetivação de proporcionar à criança, um conhecimento maior de si mesmo e
do mundo à sua volta.
O movimento, segundo Neira (2003) é mais que o deslocamento do corpo no
espaço, ele se apresenta como linguagem que permite a ação da criança sobre
o meio físico e sua atuação sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas
por meio de seu teor expressivo.
Considerando-se a literatura em Educação Física sobre a faixa etária dos
alunos da Educação Infantil, constata-se que a capacidade de movimento não é
inata, significando que a qualidade e a quantidade de experiências motoras
adequadas são fundamentais para o estabelecimento de um acervo motor rico e
flexível que permita aprendizagens mais complexas.
Assim, ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também
se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. Neste
sentido, as instituições educacionais devem favorecer um ambiente físico e
social onde a criança se sinta estimulada e segura para arriscar-se e vencer
desafios. Quanto mais rico e desafiador for o ambiente (do ponto de vista dos
movimentos), mais ele lhe possibilitará a ampliação de conhecimentos sobre si
mesma, dos outros e do meio em que vive. (NEIRA, 2003, P. 115)
Desde o primeiro contato com o mundo, segundo Kunz citado por Burger e Krug
(2009), o inicial e mais importante diálogo com o mundo se realiza por
intermédio do movimento, e durante todo o nosso desenvolvimento, ainda é
com movimentos e gestos que melhor conseguimos nos situar e entender o
mundo e os outros ao nosso redor. Através do movimento, da expressão do
corpo e na relação com nossos sentidos temos experiência do mundo e nos
comunicamos com ele e com outras pessoas, estabelecendo bases para a
construção de nosso conhecimento sobre as coisas.
Segundo Guimarães (2000) apud Silva (2007) a Educação Física escolar visa a
globalização do indivíduo por meio da comunicação, da expressão e de
interação social. Registra também que o professor deve ser o mediador,
proporcionando instrumentos para que a criança amplie seu conhecimento no
ambiente escolar, obtendo cultura e respeitando suas origens. O meio
educacional é responsável por oferecer à criança, práticas motoras
diversificadas, pois ela é essencial e determinante no processo de

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desenvolvimento. Os professores têm papel fundamental nesse processo de


desenvolvimento, como também na ampliação dos conhecimentos da criança.
O Movimento precisa ser trabalhado de uma maneira que desenvolva o
indivíduo integralmente, principalmente na Educação Infantil, para que a criança
possa conhecer a si própria, testar seus limites, modificar seus gestos,
compreender a função de seus movimentos e criar novos movimentos que a
auxiliem a superar suas dificuldades. Para isso, é imprescindível que os
professores de Educação Física realizem um trabalho consciente, para que se
passe a valorizar essa área e, principalmente, se acredite efetivamente na sua
importância.
Atualmente se verifica que na Educação Infantil ainda não são muitos os
exemplos em que as aulas de Educação Física são ministradas por professores
graduados nessa área e, nem sempre, estes têm em sua formação disciplinas
que enfatizam a faixa etária de 0 a 6 anos, e para reforçar a questão podemos
registrar que:
“Por isso, ainda encontramos, nas escolas desse nível de ensino, duas
situações extremas: aulas denominadas de Educação Física, que não têm a
sistematização necessária e trazem atividades muito parecidas com os
esportes; ou brincadeiras na areia e equipamentos do parque, sem nenhum tipo
de diretividade em nenhum momento”.(MELLO, 2001, p. 4 )
Gallahue e Ozmun (2005) registram que a Educação Física na Educação
Infantil é necessária e enfatizam sua relevância no desenvolvimento integral do
indivíduo e Freire (1997) complementa quando apresenta que as experiências
motoras adequadas refletem-se em toda a alfabetização, como no raciocínio
lógico-matemático.
Assim, um elemento significativo de toda essa questão se refere à
compreensão da especificidade e contribuição da Educação Física no trabalho
desenvolvido na Educação Infantil.

CONCLUSÃO:
A Educação Física na Educação Infantil é alvo de muitos debates e reflexões,
no entanto, ainda é marcada pela escassez de produções teóricas, de
pesquisas e estudos que contribuam para o aperfeiçoamento das aulas para
este nível de ensino e para a valorização desta disciplina e do professor.
Exemplo disso é o fato de observarmos a falta do professor de Educação Física
no trabalho realizado na Educação Infantil, destituindo todo o potencial de
aprendizagem que pode ser desenvolvido na criança através da compreensão
das diversas possibilidades das manifestações da cultura do movimento,
reduzindo essas ações a um simples lazer.
Entendendo que a criança tem como característica principal a intensidade de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

879
UNISA - Universidade de Santo Amaro

movimentos, compreendemos como de fundamental importância tratar das


especificidades do campo do conhecimento da Educação Física desde a
Educação Infantil.
Assim, podemos verificar a necessidade de uma concepção didático-
metodológica para ser desenvolvida na Educação Infantil que respeite a criança
em seu desenvolvimento, e trabalhe os aspectos cognitivos, sociais, afetivos e
motores de forma integrada.
A reflexão sobre as causas apontadas para a situação da Educação Física na
Educação Infantil revela sua importância como disciplina no contexto escolar e
formação da criança.
O que se pretende enfatizar é que as crianças que compreendem esse
período, ou seja, com idade de zero a seis anos, precisam ter acesso à
atividade física de forma lúdica, mas com objetivos que as possibilitem adquirir
conhecimentos e, por esse motivo, a Educação Física deve fazer parte deste
contexto, pois não se limitará a aplicar atividades sem uma meta estabelecida.
Embora esse assunto seja discutido atualmente, e a Educação Física seja
componente obrigatório da Educação Básica, ainda são apresentadas poucas
soluções para o trabalho efetivo na Educação Infantil e este fato compromete o
aluno, uma vez que ele perde a oportunidade de ter um melhor
desenvolvimento.
Logo, o professor generalista, isto é, o docente que atua em sala de aula, não
pode exercer a função sem ter a formação adequada na área, e o professor de
Educação Física deve lutar por esse espaço de trabalho e desenvolver ações
que justifiquem a importância de sua atuação na Educação Infantil.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
AYOUB, E. Reflexões sobre a educação física na educação infantil. Revista
Paulista de Educação Física. São Paulo, supl. 4, p. 53-60, 2001.
MAGALHÃES, J.S., KOBAL, M.C., GODOY, R.P. Educação física na educação
infantil: uma parceria necessária. Revista Mackenzie de Educação Física e
Esporte, v. 6, nº 3, p. 43-52, 2007.
NEIRA, M.G. Educação física: desenvolvendo competências. São Paulo:
Phorte, 2003.

________________________________________________________________
Discentes: ELIANE SILVA DE FRANCA¹, ROSILENE ROSA², DIANA
APARECIDA DOS SANTOS GAVA³

Docente: SOLANGE DE OLIVEIRA F BORRAGINE (orientadora).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

ERRO DE MEDICAÇÃO: ESTRATÉGIAS E NOVOS AVANÇOS


PARA MINIMIZAR O ERRO
GRACINETE DO CARMO SILVA(1)

CAROLINE ALVES GARCIA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Atualmente o assunto erro de medicação está trazendo gravíssimos transtornos
e manifestando preocupações quanto á responsabilidade de disponibilizar um
ambiente seguro com qualidade na assistência de enfermagem. Sabe-se que
administração de medicamentos constitui umas das maiores responsabilidade
atribuída à enfermagem. Para sua execução é necessária a aplicação de vários
princípios científicos que fundamentam a ação do enfermeiro, de forma a
promover a segurança do paciente tendo uma visão como um todo. No que diz
respeito à enfermagem esta deve ater-se não somente aos procedimentos
técnicos e básicos inerentes à profissão, mas identificar os caminhos
percorridos pelo medicamento desde o momento que o médico o prescreve até
a sua administração ao paciente, analisando criticamente o sistema de
medicação, refletindo sobre seus conhecimentos. Devendo colaborar com a
segurança do sistema buscando soluções para os problemas existentes, além
de colaborar com pesquisas sobre as novas condutas, avanços e tecnologia
para a segurança do paciente com relação ao erro de medicamento.

OBJETIVO:
Este trabalho tem como objetivo analisar e elencar os tipos de erros e
estratégias para prevenção do mesmo, apontando as ações voltadas segurança
na administração de medicamentos como novas condutas e avanços no
conhecimento cientifico sobre os processos.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo bibliográfico, tipo revisão da literatura. Realizou-se
levantamento bibliográfico, por meio de consulta eletrônica, utilizando o site do
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), juntamente com a base de dados
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), por
meio das palavras-chave contempladas na Biblioteca Virtual em Saúde –
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).” erro medicação,” “segurança
paciente,” “prevenção erros,” cuidados enfermagem,” foram localizados 28
artigos, destes 13 atenderam ao objeto de estudo desta pesquisa. Os critérios

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

de inclusão determinados foram: artigos que retratam o tema erro de


medicação, segurança do paciente, ações para minimizar o erro: publicados no
período de 2000 a 2009 e no idioma português.

RESUMO:
Os erros podem estar relacionados á prática profissional, produtos usados na
área da saúde, procedimentos, problemas de comunicação, incluindo
prescrições, rótulos, embalagens, monitoramento, o uso de medicamento.
Medicar pacientes depende de ações meramente humanas e os erros fazem
parte dessa natureza, porém, um sistema de medicação bem estruturado
deverá promover condições que auxiliem na minimização e prevenção dos
erros, implementando normas, regras e processos com a finalidade de auxiliar
os profissionais envolvidos. Os erros podem ocorrer de varias formas
acometendo ou não risco ao paciente. Entre eles identificamos: Erro na
medicação: é qualquer evento evitável que pode causar ou induzir ao uso
inapropriado de medicamento ou prejudicar o paciente enquanto o
medicamento está sob o controle do profissional de saúde, paciente ou
consumidor. Podem está relacionado a pratica profissional, durante
procedimentos, também por falhas dos sistemas incluindo prescrição,
comunicação, etiquetação, embalagem e nomenclatura aviamento dispensação,
distribuição. Acidentes com medicamentos: constituem em todos os incidentes,
problemas ou insucessos, inesperados ou evitáveis, produzidos ou não por erro
a imperícia ou negligência (1). Reações medicamentosas: se refere
a qualquer dano ou injuria causada ao paciente pela intervenção médica
relacionada á prescrição medicamentos, provocadas pelo o uso ou falta do uso,
quando necessário. Reações adversas ao medicamento: é definida pela OMS
como qualquer efeito prejudicial ou indesejado que se apresente após a
administração de doses de medicamentos normalmente utilizadas no homem
para profilaxia, diagnostico e tratamento de uma enfermidade (3). Erro
potencial: constitui-se em um evento ou situação que poderia ter resultado em
um acidente, injuria ou doença, mas por sorte ou por que foi interceptado nada
aconteceu. O processo de administração de medicação é composto por seis
etapas: revisão e validação da prescrição, separação e distribuição do
medicamento, preparação e administração do medicamento, monitoramento da
ação ou reação do medicamento. Os erros descritos tanto na literatura nacional
como na internacional são relacionados conforme descrição a seguir (2).
Erros de omissão: qualquer dose não administrada até o próximo horário de
medicação.
Erros na administração de um medicamento não-autorizado: a administração de
um medicamento ou dose de medicamento não-prescrito pelo o médico.
Erro de dose extra: da administração de uma ou mais unidades de dosagem,
além daquela prescrita.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Erro referente á via administração: pela via errada ou por uma via que não a
prescrita.
Erros de dosagem: erros com a administração do medicamento em dosagens
diferentes daquelas prescritas pelo médico.
Erros de horário: devido ao horário incorreto de administrar o medicamento; fora
dos horários pré-definido pela instituição ou da prescrição aprazada.
Erros devido ao preparo incorreto do medicamento: Medicamento
incorretamente formulado ou manipulado. Diluição ou reconstituição incorreta
ou inexata, falha ao agitar suspensões, diluição de medicamentos que permitam
esse procedimento, mistura de medicamentos que são física ou quimicamente
incompatíveis e embalagem inadequada do produto.
Erros devido à utilização de técnicas incorretas na administração: Uso de
procedimentos inconvenientes ou técnicas impróprias, como falhas nas técnicas
de assepsia e das lavagens das mãos.
Erros com medicamentos deteriorados: Administração de medicamento com
comprometimento da integridade física ou química. Estes erros citados até
então, referem-se à etapa de administração de medicação, no entanto, existem
outros tipos de erros relacionados a outras etapas do processo que incluem:
Erros de prescrição: prescrição imprópria de um medicamento, como dose
incorreta; rótulos incorretos ou inadequados; preparação incorreta ou
inapropriada distribuição de medicamento com data expirada; medicamento
estocado de maneira imprópria ou ainda comprometido física ou quimicamente.
Erros potenciais: são aqueles que ocorreram na prescrição, distribuição ou
administração dos medicamentos, mas que não causaram dano ao paciente.
Outros fatores que podem contribuir para o erro é a ausência da execução
diária de fatores como: Aprazamento: É o momento em que o enfermeiro
analisa a prescrição médica e, utilizando seus conhecimentos sobre
medicamentos, estipula horários para sua administração, de acordo com os
intervalos prescritos pelo médico e a rotina de aprazamento vigente.
Prescrição médica de medicamento se necessário (SN) consiste na medicação
que deverá ser feita ao paciente se for necessário. O enfermeiro deverá ter
prudência ao determinar a necessidade da administração, não havendo
necessidade de pedir autorização ao médico para administrá-la. Geralmente o
médico estabelece intervalos para a administração da medicação. Prescrição
médica a critério médico (ACM): Consiste na medicação que antes de ser
administrada, exige que a enfermeira responsável pelo paciente consulte o
médico titular ou o médico plantonista, ou seja, não há a administração sem a
confirmação médica (2). A fim de prevenir erros de medicação, enfermeiros
comumente utilizam a prática de verificação dos cinco certos, que estão
intimamente relacionados, sendo eles: Paciente certo, droga certa, via certa,
dose certa, hora certa. Outros três cuidados foram recentemente incorporados à
administração de medicamentos:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

883
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1. O enfermeiro juntamente com sua equipe de enfermagem deverá ler e


analisar a prescrição como um todo da esquerda para direita no início de cada
plantão, sendo uma ação de extrema importância; 2. O direito de o
paciente recusar o medicamento;
3. Documentação correta. Que totalizam oito cuidados no processo de
administração de medicamentos, mas que apenas algumas instituição de saúde
adota todos esses princípios implementando prescrição médica eletrônica,
protocolos e rotinas com cuidados gerais no processo medicamentoso,
aprazamento de medicação como responsabilidade do enfermeiro. Pesquisa
recente da Joint Commission destaca a qualidade das questões de segurança
de medicamentos a pesquisa indica que uma instituição pode diminuir
substancialmente eventos adversos de drogas usando três estratégias:
Identificando processos de alto risco; Identificando erros antes que eles atinjam
o paciente; Desenvolvendo sistemas que rapidamente mitiguem os efeitos de
qualquer dano causado a um paciente. Ressalta ainda que a administração de
medicamentos é um processo complexo. Sendo necessários recursos
direcionados a líderes da instituição, médicos, enfermeiras e farmacêuticos
assim como a pacientes. E preciso desenvolver estratégias que sejam
comprovadas, práticas e mensuráveis para ajudar a desenvolver a melhor
abordagem para a administração de medicamentos. Documentação: Anotar nas
evoluções e anotações de enfermagem todo e qualquer intercorrência,
principalmente relacionadas à medicação, pois será a partir de dados
relevantes que se tomam condutas de melhorias, como: implementação da
educação continuada treinamentos reciclagem. Identificação do paciente com
código de barras: Identificar o paciente com pulseira contendo nome, número
do prontuário com código de barras é um procedimento pratico e simples que é
de grande participação para a minimização dos erros de medicação, e
segurança do paciente em todo e quaisquer procedimentos. Mas infelizmente
este protocolo está presente apenas em algumas instituições de saúde. A Joint
Commission on Accreditations of Healthcare Organizations (JCAHO),
organização não-gorvenamental americana que avalia a qualidade dos serviços
de hospitalares dentro e fora dos EUA, recomenda que existam ferramentas
para medir e monitorar a performance de uma instituição, propondo, que exista
uma analise critica sobre as causas de sua ocorrências e sugere implantação
de medidas de qualidade., Influenciados pelos programas de acreditação
hospitalar já concedido hospitais brasileiro, muitas instituições vêm
padronizando processos e adotando a notificação de eventos adversos como
um indicador para o gerenciamento de qualidade em seus serviços garantindo
assim a segurança do paciente e profissionais envolvidos no processo de
administração de medicamentos. No processo de administração medicamento
deve-se ter em conta: Se o medicamento contém substâncias sujeitas á
controle especiais como, faixa etária a quem se destina a medicação

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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terapêutica, crianças, jovens, a pacientes idosos grupos farmacológicos,


descrição da ação, reação e interação das drogas posologia, prescrição medica
com aprazamento, diluição e tempo de infusão, è importante que a enfermagem
saiba identificar e apontar os fatores de risco para não cometer erro levando em
conta os seguintes critérios:
1. Verificar no prontuário presença de alergias (identificação com etiqueta de
alergia e descrição da substância a que o paciente refere ser alérgica, que
deverá constar na avaliação inicial, capa externa do prontuário, e em todas as
folhas da prescrição médica) ou, caso não esteja anotado, certificar-se por
segurança com o paciente.
2. Fazer leitura global da prescrição médica, da esquerda para direita: nome do
medicamento, dose, via freqüência, horários aprazados.
3. O processo de administração de medicamento deve ser individual, desde o
seu início até a realização da administração no paciente.
4. A prescrição médica é indispensável no momento do preparo da medicação!
O profissional que administra a medicação deve ter suficiente conhecimento
sobre o medicamento á ser administrado. O enfermeiro deve ter conhecimento
do seu papel com relação à assistência de enfermagem e principalmente na
segurança do paciente, pois são de sua responsabilidade os atos de erros
cometidos pela sua equipe, desde assistência mal prestada até o erro com a
administração de medicamentos. Para que a enfermagem consiga controlar o
processo de medicação sob sua responsabilidade, garantindo a segurança do
paciente, fazem-se necessários programas de educação continuada e
incorporado a tecnologias, nova condutas e avanços no sistema de informação
na pratica assistencial. Algumas estratégias são capazes de reduzir os erros de
medicação relacionados a pratica da enfermagem, tais como implementação de
prescrições informatizadas, dose unitária, uso de códigos de barras e bombas
de infusão inteligentes, identificação do paciente contendo nome e registro do
prontuário, prescrição médica com aprazamento, contendo horário, via, dose
escrita de forma clara, quando por via endovenosa, tempo de infusão e
cuidados concernentes a administração e monitorização, conforme a diluição,
tempo de infusão, no ato da preparação deve-se estar com a prescrição, à
realização da leitura da prescrição juntamente com o profissional, que irá
exultá-la dupla checagem durante o manuseio e administração do mesmo (3).

CONCLUSÃO:
Como a base da enfermagem é o cuidado, considera-se relevante que seja
prestado de forma humanizada com uma visão ampla do processo do cuidado,
pois o erro de medicação é uma questão multidisciplinar e as circunstâncias
que o envolvem é multifatorial se limitando apenas a uma categoria profissional.
É importante a reflexão da enfermagem sobre o papel que ele desempenha no

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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local de trabalho, avaliar seus princípios, crenças e educação, além de


considerar também os princípios culturais do paciente e da família. É de grande
importância a participação do enfermeiro em todo momento da assistência
prestada ao paciente, com a visão de que a administração de medicamentos é
um dos fatores mais propícios a ocorrência de erros causando prejuízos aos
pacientes que vão desde o não-recebimento do medicamento necessário até
lesões e morte. A prática de medicação em uma organização hospitalar pode
ser definida como um sistema complexo, com vários processos interligados,
interdependentes e constituído por profissionais de diferentes áreas do
conhecimento (médicos, equipe da farmácia e de enfermagem) que
compartilham de um objetivo comum à prestação da assistência á saúde dos
pacientes com qualidade, eficácia e segurança. O enfermeiro deve assumir que,
nas atividades não existem tarefas menos importante, mas menos complexas, e
que dentro de uma equipe de trabalho os resultados devem ser seguidos
colocando os esforços da equipe a frente de metas individuais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Referencias
1- Grou R, Miasso I, Cassiani B, Silvia C., Fakin T. Erros de medicação: tipos,
fatores causais e providencias em quatro hospitais brasileiros. Rev. Esc.
Enferm. USP outubro 2006; 40(4): 524-32

2- Kawano F, Pereira L, Ueta M, Freita O. Acidentes com os medicamentos:


Como minimizá-los? Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas Brazilian
Journal of Pharmaceutical Sciences, 2006; out./dez; vol. 42, n. 4.

3- Joint Commission International [página na Internet]. EUA: Joint Commission


International: segurança de medicamentos. Acessado em 11/10/2009. [Online].
Disponível em: WWW. jointcommissioninternational.org

________________________________________________________________
1 Graduando em Enfermagem na Faculdade de Enfermagem da Universidade
de Santo Amaro, São Paulo – SP.
afroditgreyce@ig.com.br
2 Professora da Disciplina de Pediatria da Universidade de Santo Amaro.
Enfermeira Especialista em Pediatria e Neonatologia.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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ESTUDO LITERARIO DA INFECÇÃO DE MALÁRIA NO ESTADO


DE SÃO PAULO
JULIANO JOSE PRIMO RIBEIRO(1), HUMBERTO MUNIZ DE SOUZA RAMOS(2)

CELIDÉIA APARECIDA COPPI VAZ(3),CAROLINA GUILHERME P BEYRODT DE


AMORIM(4),MARIA REGINA ANDRADE DE AZEVEDO(5)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A malária, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a patologia
infecto-contagiosa tropical que mais causa problemas sócio-econômicos no
mundo, sendo superada em número de mortes pela SIDA, somente.
Doença que está presente em mais de 100 países, a malária ameaça 40% da
população mundial. A cada 30 segundos uma criança no mundo vai a óbito por
conseqüência da malária e suas complicações fisiopatológicas.
No Brasil o predomínio da malária ocorre na Amazônia brasileira, mas devido
ao fluxo migratório observado, a doença ocorre também na região sudeste
precisamente na região de mata atlântica da cidade de São Paulo.
A triagem sorológica para identificação da infecção de malária através de
componentes sanguíneos no Brasil só é obrigatória em áreas endêmicas,
conforme a RDC nº 154, de 14 de junho de 2004.
Este trabalho tem o objetivo de realizar o levantamento epidemiológico da
contaminação por malária no estado de São Paulo, estabelecendo o fluxo de
notificação aos órgãos sanitários.

OBJETIVO:
Realizar o levantamento epidemiológico da contaminação por malária no estado
de São Paulo, estabelecendo o fluxo de notificação aos órgãos sanitários.

METODOLOGIA:
A revisão bibliográfica sistemática foi realizada com o levantamento de
publicações realizadas sobre Malária e doenças de notificação obrigatória
realizadas no estado de São Paulo em bases de dados eletrônicas.
A avaliação crítica bem como a revisão dos textos dos artigos ocorreu através
de discussões entre os autores deste artigo, onde se levou em conta a
relevância da publicação em face ao panorama epidemiológico da doença no
estado e suas notificações para os órgãos sanitários competentes.

RESUMO:
Apesar dos enormes esforços de pesquisa, a malária permanece como a
doença parasitária mais devastadora da humanidade, vitimando cerca de 200 a
300 milhões de pacientes, resultando em 1,7 a 2,4 milhões de mortes,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

887
UNISA - Universidade de Santo Amaro

principalmente em crianças com idade abaixo de cinco anos.


A região norte do Brasil é responsável por quase todos os casos clínicos de
malária, com uma perda econômica estimada em US$ 100-200 milhões.
Interessante é o fato de que as espécies mais prevalentes de parasitas da
malária, Plasmodium falciparum e P. vivax, são simpátricas nesta área,
oferecendo condições para estudos comparativos.
Na região sudeste, o número de pacientes contaminados pela malária vem se
tornando cada vez mais elevado, fundamentalmente devido aos processos
migratórios que ocorreram principalmente na segunda metade do século XX,
bem como milhares de pacientes que recorrem a São Paulo para o tratamento
de suas enfermidades em hospitais de referência, como o Hospital das Clínicas
da USP.

CONCLUSÃO:
A implementação da triagem sorológica para malária em serviços de
hemoterapia no Brasil em regiões hoje consideradas como não-endêmicas além
da educação e orientação sanitária eficaz, constituem pontos cruciais para
garantir a segurança transfusional e o controle de transmissão da doença.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Lima S do C, Guimarães RB. Determinação Social no complexo tecno-
patogênico informacional da Malária. Hygeia - Rev. Bras. de Geografia Médica e
da Saúde 3(5):58 - 77, Dez/2007.
Hogan DJ (Organizador). Dinâmica populacional e mudança ambiental: cenários
para o desenvolvimento brasileiro. Campinas: Núcleo de Estudos de População-
Nepo/Unicamp, 2007. p.145-63.
Brasil. Resolução - RDC nº 343, de 13 de dezembro de 2002.
Brasil. Resolução - RDC nº 153 de 14 de junho de 2004.
Araujo RA de S. Aquecimento Global e as Consequências sobre as Endemias
Transminitas por vetores no Brasil. Fundação Escola de Sociologia e Política de
São Paulo / Escola Pós-Graduada de Ciências Sociais. Orientação: Profª. MS.
Maria Cláudia Mibielli Kohler[Dissertação de Curso de Especialização], 2007.

________________________________________________________________
Trabalho realizado através da parceria da Graduação e da Pós-Graduação
(Mestrado Profissionalizante).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Explorando métodos de Educação em Saúde


LAERCIO CANDIDO JUNIOR(1)

DALVA MARIA DE ALMEIDA MARCHESE(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO:
Historicamente a Atenção Básica à Saúde tem ficado em segundo plano,
desenvolvendo-se como parte de um modelo centrado em hospitais,
especialidades médicas e utilização de altas tecnologias, recursos caros e
ineficazes para resolver os problemas da população. Pensou-se em uma
alternativa no fortalecimento da atenção básica centrado diretamente na
comunidade, utilizando-se da “Educação em Saúde” como estratégia de
descentralização e humanização, acreditando-se que a compreensão dos
condicionantes do processo saúde-doença-cuidado traga subsídios para a
adoção de novos hábitos. O modelo Tradicional aborda a idéia de que os
modos de vida dos indivíduos são as causas das doenças, tidas como
conseqüências de decisões individuais equivocadas. Nesse sentido, centraliza
no indivíduo a representação da ‘falta da saúde’ como uma falha moral,
culpando-o pelo próprio infortúnio. O Modelo Dialógico tem como principal
ferramenta o diálogo, onde o educador em saúde facilita as descobertas e
reflexões sobre a realidade da comunidade, centrado no incremento da
consciência crítica relacionada à noção de conscientização. O usuário e o
profissional de saúde atuam como iguais, ainda que tenham papéis diferentes.
Durante o ano de 2008 utilizou-se o espaço do Clube da Comunidade (CDC),
situado na periferia de São Paulo, para desenvolver um serviço de fisioterapia,
servindo como estágio em Saúde Pública para o Curso de Fisioterapia da
Universidade de Santo Amaro. Nesse processo verificou-se uma alta procura
por tratamento de indivíduos com “dores na coluna”. Das doenças crônicas que
atingem a população brasileira na auto avaliação de seu estado de saúde, com
base nos dados do Suplemento de Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílio (PNAD-2003), as doenças da coluna foram as mais citadas. Cerca de
80% da população, já experimentou dores na coluna, e a incidência e
prevalência desse sintoma são tão freqüentes que devem ser estudas como
desordens epidêmicas, sociais e que causam grandes prejuízos econômicos. O
modo de pensar e agir popular que explica a dor nas costa é relevante e deve-
se procurar conhecer, levando-se em consideração o que pensam, como essas
dores interferem no seu dia-a-dia, e quais estratégias usam para o
enfrentamento e diminuição da dor. Considerando o importante aspecto
epidemiológico das algias na coluna que indicam a necessidade de cuidados
fisioterapêuticos, e da possibilidade de contato com a comunidade em um

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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instrumento do seu cotidiano representado pelo CDC, resolveu-se oferecer o


tratamento em grupo para a condição de “dor nas costas” que prosseguiu como
trabalho de extensão. Durante a vivência no CDC, foram percebidas
dificuldades e carências dos participantes do grupo, como a insegurança ao
tentar esclarecer suas dúvidas sobre saúde, evidenciando a verticalidade da
relação entre profissional da saúde e usuário; a desorientação na procura de
serviços de saúde ao procurarem os serviços apenas quando se consideravam
doentes; as dificuldades em conseguir agendamento para cuidados
ambulatoriais no setor público; e o baixo nível de conhecimento no que diz
respeito à prevenção de doenças e atitudes cotidianas para minimizar os efeitos
daquelas já existentes. Diante dessas observações, resolveu-se descrever os
métodos de Educação em Saúde propostos para a consolidação da
participação social no SUS que permitam a atuação do fisioterapeuta como
mediador do processo educativo.

OBJETIVO:
OBJETIVO: Descrever os métodos de Educação em Saúde propostos para a
consolidação da participação social no SUS.

METODOLOGIA:
METODOLOGIA: Trata-se de revisão bibliográfica utilizando as bases de dados
científicos eletrônicos da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS), da Literatura Internacional em Ciências da Saúde
(MEDLINE), da SciELO Brazil (Scientific Electronic Library Online) e do site do
Ministério da Saúde. Utilizou-se também dados de livros didáticos referentes ao
tema. O período de pesquisa foi de janeiro de 1980 a janeiro de 2009 e os
unitermos pesquisados foram: Sistema Único de Saúde or SUS/ and educação
em saúde/ and fisioterapia.

RESUMO:
REVISÃO DE LITERATURA: Durante o séc. XX a saúde pública no Brasil
corresponde ao Modelo Assistencial Sanitarista centrado em programas
especiais. Esse modelo concentra a atenção no controle de certos agravos e
em supostos grupos de risco, sem a preocupação nos determinantes
ambientais, não primando pela integralidade e a descentralização dos serviços
de atenção à saúde.A política sanitarista reduzia a determinação do processo
saúde-doença à dimensão individual. Foram desenvolvidas as primeiras
práticas de educação em saúde, caracterizadas pelo autoritarismo, impondo
regras, normas e medidas de saneamento e urbanização voltadas para as
classes subalternas, reduzindo a resolução do problema à atitude individual. A
vacinação compulsória e a vigilância sobre atitudes e moralidade das classes

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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pobres, com a intenção de controlar a disseminação de doenças, liderada por


Osvaldo Cruz, ilustra o autoritarismo biologicista desse momento. A Educação
em Saúde durante o regime militar (1964-1986) foi inexpressiva. Ocorreu a
expansão dos serviços médicos privados e da medicina curativa, contrapondo-
se à atenção preventiva. Despertou insatisfação da população que ao longo da
década de 70 se organizou em movimentos sociais reunindo intelectuais e
populares, retomando a proposta pedagógica de Paulo Freire. Em 1974, Mark
Lalonde, então Ministro da National Healt and Welfare (Saúde e Bem-Estar
Nacional) do Canadá, usou pela primeira vez a expressão “Promoção da
Saúde” em um documento chamado “The New Perspectives on the Health of
Canadians” (Novas Perspectivas Sobre a Saúde dos Canadenses). Tal
documento enfatizava a influência de fatores ambientais, comportamentos
individuais e modos de vida na ocorrência de doenças e na morte. Propunha a
promoção da saúde associada a melhorias ambientais numa abordagem
estruturalista, com mudanças de comportamento que alterassem o estilo de
vida. No Brasil da década de 80 iniciaram-se importantes mudanças na Saúde,
com os movimentos sociais em busca de um modelo de Atenção que acolhesse
a toda a população, de modo universal, integral e descentralizado. A partir da 8ª
Conferência Nacional de Saúde debate-se a incorporação da reforma sanitária
juntamente com a proposta de um Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1988
foram incorporadas as propostas da 8ª Conferência Nacional da Saúde na nova
Constituição Brasileira; porém, a regulamentação do SUS ocorreu somente em
19 de setembro de 1990, pela Lei Federal nº 8.080. Vários problemas
ocorreram desde o início da implantação do SUS, destacando-se a dificuldade
na determinação do financiamento das ações de saúde, a falta definição clara
de funções para os três gestores governamentais (federal, estaduais e
municipais), e a definição clara das formas de articulação público/privado no
novo modelo de organização dos serviços. Além disso, a resistência do antigo
modelo assistencial, baseado na doença e em ações curativas individuais,
dificultando operacionalização do SUS. Era também o momento em que a
transição epidemiológica se instalava, com declínio do crescimento
populacional, redução da taxa de fecundidade e taxas crescentes dos grupos
de terceira idade, com custos de saúde mais altos. Esses problemas da
implantação atingem a Unidade Básica de Saúde (UBS), porta de entrada para
o SUS em nível de atendimento básico, apresentando, devido à falta de novos
projetos, grandes dificuldades para atender à demanda e evitar enormes filas
de espera que promovem sobrecarga aos profissionais. Da mesma maneira,
dificuldades para dar continuidade ao tratamento e solucionar a falta de vagas
para atendimento em especialidades. Com a missão de desenvolver a
capacidade da população de zelar pela sua própria saúde através de práticas
preventivas, criou-se em 1990 o Programa de Agentes Comunitários (PACS)
tendo como metas reduzir a mortalidade infantil e materna, servindo de base

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para a criação do Programa Saúde da Família em 1994. Em março de 2006 o


Ministério da Saúde define como características do processo de trabalho,
dentre as diversas atribuições dos profissionais que integram as equipes do
PSF, a realização da escuta qualificada das necessidades dos usuários em
todas as ações, proporcionando atendimento humanizado e viabilizando o
estabelecimento do vínculo, a promoção da mobilização e da participação da
comunidade.
A abordagem tradicional da educação em saúde trabalha com a idéia de que os
modos de vida dos indivíduos, como por exemplo, regime alimentar pobre,
tabagismo e falta de exercícios, são as principais causas da falta de saúde,
resultado de hábitos insalubres, conseqüência de decisões individuais
equivocadas por falta de informação, representando sua ‘falta de saúde” como
falha moral e, dessa maneira, como culpado por ter escolhido seu próprio
infortúnio. Utiliza-se, então, de estratégias de informação verticalizada, ditando
os comportamentos a serem adotados, fundamentada no referencial
biologicista, focando a intervenção curativa. Pretende mudar comportamentos
individuais por estratégias educativas posicionando-se como o detentora do
saber, e o sujeito da ação educativa é posicionado a aprender passivamente,
dificultando assim o desenvolvimento de consciência crítica. Comportamento
típico e freqüente do modelo tradicional é o efeito temporário da informação
através de campanhas de comunicação de massa que promovem uma reação
enquanto durar o estímulo, sem o qual o comportamento tende a extinção; esse
é o tema de um estudo sobre a avaliação da rapidez da aprendizagem e do
período de retenção da informação de uma campanha sobre a utilização de sais
de reidratação oral, em um programa de Honduras, que demonstrou a
informação durou o mesmo tempo que a veiculação das mensagens. Em outro
modelo de intervenção, o modelo dialógico, a educação busca atingir seus
objetivos trabalhando com grupos. Tem a expectativa de que o ambiente de
grupo facilite o aumento da consciência crítica devido ao seu potencial para
promover a troca de idéias entre os sujeitos. O Modelo Dialógico tem como
principal ferramenta o diálogo, onde o educador em saúde facilita as
descobertas e reflexões sobre a realidade da comunidade junto aos indivíduos.
O usuário é visto como portador de conhecimento que apesar de diferente do
conhecimento técnico-científico não é deslegitimado. É um modelo participativo
onde o usuário e o profissional de saúde atuam como iguais, ainda que tenham
papéis diferentes. Entre os objetivos do modelo dialógico tem-se a informação e
a transformação dos saberes existentes, visando desenvolver a
responsabilidade e a autonomia do indivíduo através da compreensão do
processo saúde-doença, que o capacita a decidir quais estratégias promover
para a manutenção e recuperação da saúde. Apenas com a participação
comunitária é possível a sustentabilidade e efetividade das ações. A nova
saúde pública propõe a promoção de saúde como o meio para a solução dos

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problemas. No entanto, a promoção de saúde tem contradições a resolver;


como promover a livre escolha e ao mesmo tempo intervir no sentido de uma
decisão considerada a mais correta para a preservação da saúde sem intervir
na liberdade de decisão.
Para Paulo Freire, o diálogo é condição básica para o conhecimento. O ato de
conhecer, se dá num processo social e o diálogo é uma mediação deste
processo. Partindo do pressuposto de que o homem é um ser histórico
submerso em condições espaço-temporais, quanto mais ele refletir de maneira
crítica sobre sua existência, mais poderá influenciar-se e será mais livre. Esta
filosofia se apóia em seis pressupostos que Freire designou de “idéia-força”,
todas com base no primeiro pressuposto, de que Toda ação educativa deve,
necessariamente, estar precedida de reflexão sobre o homem e de uma análise
do meio de vida do educando, isto é, a quem o educador quer ajudar a educar.
A conseqüência lógica de se aceitar a autonomia como meta é a de concordar
que se as pessoas educadas optarem por agir de uma forma não saudável,
então, desde que não se coloque em risco a liberdade dos outros, tal deve ser
visto como resultado final aceitável de um processo educacional. Porque,
“Ensinar é, sobretudo tornar possível aos educandos que, epistemologicamente
curiosos, vão se apropriando da significação profunda do objeto somente como,
apreendendo-o, podem aprendê-lo” (FREIRE, 1997, p. 70).

CONCLUSÃO:
CONSIDERAÇÕES FINAIS: As diretrizes propostas pelo SUS têm como
objetivo ampliar e produzir crescimento assistencial à saúde em todos os
municípios do país a partir da descentralização, municipalização, financiamento
setorial e participação popular. Essas diretrizes abrangem os princípios
doutrinários do SUS: a universalidade, a equidade, e a integralidade. Embora o
SUS seja o sistema de saúde vigente, com princípios amparados na
Constituição, é um sistema de saúde democrático que coexiste com outra
lógica, alimentada por interesses econômicos e corporativos. Sua construção
tem como base os serviços e as práticas de saúde pré-existentes, que operam
nessa outra lógica. Assim pode-se entender, pelo menos parcialmente, o
descompasso entre a formação de profissionais de saúde e os princípios, as
diretrizes e as necessidades do SUS; entre os enunciados de integralidade da
atenção, conceito ampliado de saúde, intersetorialidade e a prática em saúde a
que se assiste. A Educação em Saúde pode contribuir para que as equipes de
saúde incorporem novas práticas; valorizando o saber do outro, num processo
de construção coletiva, leva ao entendimento das ações de saúde como ações
educativas, aproximando-se da integralidade na prática cotidiana da junção
promoção-prevenção-assistência, no trabalho multiprofissional e intersetorial.
Um estudo que analisou um serviço de fisioterapia ambulatorial na rede pública

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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como agente de educação em saúde, verificando a promoção de


conhecimentos para os usuários, promovida por estudantes e profissionais de
fisioterapia, concluiu a presença do fisioterapeuta como inexpressiva nos
trabalhos educativos em saúde durante seus atendimentos; considerou a
atuação resultante da formação profissional que não sensibiliza para a
importância da comunicação e educação em saúde como parte da construção
da cidadania e de comportamentos que promovam a saúde dos indivíduos. No
CDC, esporadicamente eram feitas pequenas discussões sobre como era o dia
a dia no enfrentamento das dores, no sentido de como eram realizadas as
tarefas diárias e de algumas soluções simples para a redução dessas dores, ou
quais eram os direitos e deveres diante dos serviços de saúde; as participantes
esperavam passivamente por uma diretriz. Ou seja, esperavam pelas “aulas” do
modelo tradicional de Educação em Saúde, em que o profissional da saúde
“passa informações” numa linguagem técnica, e os demais participantes
assistem sem questionar ou criticar o contexto, subestimando o saber popular e
aparecendo como único detentor do saber. Segundo Freire, a situação
educativa implica, entre outras coisas, na presença dos sujeitos, educador e
educando, o que ensinando aprende, e o que aprendendo ensina. Um fator
observado durante o trabalho de extensão no CDC foi à falta de perspectiva
demonstrada por membros da comunidade em conseguir atendimento na rede
pública. Ao procurar pelos serviços de fisioterapia no CDC, eram orientados a
primeiramente procurarem por atendimento médico, visto a necessidade do
encaminhamento médico para o atendimento; isso os desestimulava na procura
de recursos para o enfrentamento de suas dores, pelo alto tempo estimado para
conseguirem consultas, pela descrença no serviço público ambulatorial e pela
falta de conhecimento e referência do serviço público de saúde. O
Matriciamento, que busca dar apoio às equipes na responsabilização do
processo de assistência, garantindo assim a Integralidade no atendimento,
poderia ter resolvido essa situação. Estabelecendo a inter-relação entre as
especialidades, personalizando a referência e a contra-referência, definindo a
responsabilidade da condução de cada caso com a equipe de referência,
otimizando os serviços e reduzindo o tempo de espera dos usuários, permitiria
que a maior parte dos que procuraram atendimento no CDC tivessem
participado do grupo de tratamento. O profissional de saúde é potencialmente
um educador em saúde e peça chave para a transformação dos modelos de
assistência à saúde. A formação acadêmica desses profissionais deveria
apoiar-se na ação intersetorial, no respeito à autonomia das populações,
orientando as relações entre os profissionais da saúde e a comunidade. A
Educação em Saúde de modelo dialógico tem como objetivo, além de informar,
transformar saberes do cotidiano da comunidade, visando o desenvolvimento e
responsabilidade do indivíduo ou da coletividade nos cuidados com a saúde,
através da compreensão da situação da própria comunidade ou

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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individualmente. Visa fornecer subsídios aos indivíduos para decidirem as


formas de enfrentamento que julgarem adequadas para a recuperação ou
promoção de sua própria saúde. Das percepções de saúde e de acessibilidade
aos serviços de saúde das pessoas que procuraram tratamento para dor nas
costas, constata-se que foram submetidas ao longo dos anos às intervenções
verticalizadas, com imposição de estímulos constituídos por informações em
linguagem técnica, ignorando as demais causas ambientais e sociais, e o saber
popular. Considera-se que a Educação em Saúde de modelo dialógico pode ser
a alternativa para se trazer a comunidade a participar efetivamente das ações
em saúde de maneira sustentável. A participação da população é essencial
para a manutenção do SUS, e o profissional da saúde deve ser o catalisador de
uma maior participação dos usuários, agindo como educador em saúde junto à
comunidade. A formação do fisioterapeuta como educador em saúde é
essencial para que esse profissional se integre nos programas de Atenção
Básica, como educador e educando. E essencial para que o Grupo de Coluna
cumpra seu objetivo na consolidação do SUS através da participação popular.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALVES, Vânia Sampaio. Um modelo de educação em saúde para o programa
saúde da família: pela integridade da educação e reorientação do modelo
assistencial. Interface – Comunic., Saúde, Educ., Botucatu, v.9, n.16, p. 39-52,
set. 2004/fev. 2005.

FREIRE, Paulo. Política e educação: ensaios. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1997.

OLIVEIRA, Dora Lucia de. A ‘nova’ saúde pública e a promoção da saúde via
educação: entre a tradição e a inovação. Rev. Latino-Am. Enfermagem.
Ribeirão Preto. v.13, n.3, mai./jun. 2005.
________________________________________________________________
Palavras Chave: educação em saúde, lombalgias, dor nas costas, fisioterapia
em grupo, clube da comunidade.

¹ Laércio Cândido Júnior, graduando do curso de Fisioterapia da Universidade


de Santo Amaro/SP. candido.jr_l@ymail.com

²Dalva Maria de Almeida Marchese, fisioterapeuta, Mestre em Distúrbios do


Desenvolvimento - Universidade Presbiteriana Mackenzie - Docente do curso
de fisioterapia da Universidade de Santo Amaro/SP.
ftadalvamarchese@uol.com.br

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FATORES QUE INTERFEREM NO CONHECIMENTO DA NUTRIZ


SOBRE ALEITAMENTO MATERNO
ELIDA NEVES DA SILVA(1)

LUCILENE COELHO SOUZA TERRENGUI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O aleitamento é parte fundamental da relação entre a nutriz e o recém-nascido,
não apenas pelo seu aspecto alimentar, como também na formação do vínculo.
Muitos foram os estudos ligados à dinâmica do amamentar, que há muito
comprovam que, não é algo condicional, optativo, que pode ser minimizado ou
mesmo abolido, sem prejuízos. Estudos diversos correlacionam o aleitamento
materno com a redução de mortalidade infantil, e morbidade por infecções
gastrintestinais ou respiratórias (1).
Este processo, íntimo e único na vida dos seus participantes, é condicionado
pela mãe, pois esta é quem, em face da própria independência e da
dependência da cria, têm o controle da situação. Porém existe todo um contexto
que interfere nas ações da matriarca, sistematizando suas posições, sua forma
de ver a vida e por tanto, seu papel como nutriz.
Muitos são os fatores que interferem a mulher-mãe durante o aleitamento
materno, tais como: o contexto histórico, social, cultural, crenças e mitos em
que as nutrizes vivem; a influência de terceiros no cotidiano materno durante a
amamentação; a atuação dos serviços de saúde local; dentre outros (2).
O profissional enfermeiro é um educador com papel de elaborar, executar e
avaliar os programas no processo do amamentar. Dentre as funções do
enfermeiro nas questões a respeito do aleitamento materno compreende
orientar, ajudar e explicar a cada mãe individualmente levando sempre em
conta seu estilo de vida e suas possibilidades, na gravidez, no pré-parto, no
parto e no puerpério, principalmente nos primeiros dias após o parto.
O papel do enfermeiro é humanizar a amamentação, ser convicto, ter facilidade
de relacionamento, ser compreensivo, encorajador, ter uma atitude de apoio
para ajudar a nutirz confiando em sua capacidade, orientando como proceder
diminuindo a ansiedade e insegurança, é imprescindível uma integração entre o
enfermeiro e nutriz, essa interação pode servir de base para que a
amamentação seja bem sucedida e duradoura.
O enfermeiro um papel fundamental de acolhimento, levando segurança
através de orientações que permitam o entendimento das orientações sobre
aleitamento materno. Muitos profissionais desconhecem o seu papel no
aleitamento materno, e por isso não se preparam para essa fase tão importante
e única na vida da nutriz .
Considerando que as taxas de aleitamento materno esta aquém do esperado, e

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a prática da amamentação ser importante fato na saúde da criança e materna é


que desenvolveu este estudo para compreender as variáveis que interferem na
amamentação.

OBJETIVO:
Identificar as variáveis que interferem no conhecimento da nutrizes sobre
amamentação.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica nas bases de dados Google
acadêmico, SCIELO e LILACS. Utilizando-se os unitermos: aleitamento
materno, educação em saúde, enfermagem obstétrica num recorte temporal de
1996 a 2009.Inicialmente leu-se 50 textos e selecionou 10 textos pertinentes ao
estudo .

RESUMO:
1. Baixa escolaridade
Estudos apontam que ainda é baixo o nível de conhecimento de questões
fundamentais que a nutriz precisam ter sobre aleitamento materno.Sendo que
em pesquisas recentes as puérperas relatam não conhecer outra função do
leite materno além de alimentar(3).
Segundo Percegone as nutrizes com o primeiro grau incompleto considerando a
baixa escolaridade, é um dos fatores que irão determinar a prática e
continuidade da amamentação(3).
A baixa escolaridade é predominante nesse grupo, onde se constata uma maior
ocorrência de desmame precoce em grupos de mães com apenas 1º e 2º. A
falta de conhecimento por parte da nutriz a respeito do aleitamento materno,
está intimamente ligada à baixa escolaridade, é uma das causas mais comuns
do desmame precoce, pesquisas constam que muitos mitos como “o leite é
fraco”, “o peito secou”,”a criança chora muito pois o leite não sustenta”, entre
muitos outros, são justificativas comuns das nutrizes, que certamente advêm da
baixa escolaridade.

2. Falta de preparo da nutriz no pré-natal


É através do pré-natal que a nutriz adquiri conhecimentos que irão lhe auxiliar
durante o preparo a manutenção e eficácia do aleitamento materno ate os seis
meses da nutriz. No pré-natal e após o nascimento, o incentivo a amamentação
e o apoio da equipe multidisciplinar ajudarão a puérpera a adquirir

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conhecimento assegurando o sucesso da amamentação.


Por vezes no atendimento do pré-natal os profissionais da saúde não oferecem
as informações necessárias a respeito da grande importância da prática do
aleitamento materno para a saúde da puérpera e do nutriz. O desenvolvimento
de palestras e atividades educativas possibilitara uma oferta maior e mais eficaz
de informações para auxiliar a puérpera.

3 Despreparo do profissional para atender a nutriz


Estudos apontam que o desmame precoce esta relacionado ao despreparo do
profissional em lidar com a puerpera. Segundo Ramos e Almeida em estudos
no pré-parto, no parto e no puerperio as nutrizes se sentiram desamparadas e
não tiveram a presença de um profissional que pudesse apoiar e encorajar a
amamentação. As nutrizes enfatizaram que os profissionais, poderiam dar
informações a respeito do aleitamento materno de uma maneira, mas ampla e
completa, contribuindo assim para o desenvolver do amamentar.
Constatou-se que existe uma distância muito grande entre expectativa das
puerperas e a assistência prestada, revelando um desacerto entre a fala dos
profissionais e a prática das mulheres
Os profissionais da saúde não estabelecem uma pratica na assistência, e não
entendem que atender e orientar a puérpera vai muito além do que apenas um
atendimento impessoal.
O profissional da saúde tem um papel fundamental de acolhimento, levando
segurança através de orientações que permitam o entendimento sobre
aleitamento materno. Muitos profissionais desconhecem o seu papel no
aleitamento materno, e por isso não se preparam para essa fase tão importante
e única na vida da puérpera.

4. Idade e condições sócio-econômicas e culturais


A nutriz, antes de assim o ser, é um indivíduo social, que se relaciona com o
meio à sua volta de forma intelectual e emocional, a partir deste meio. Há
muitos fatores, importantes na formação da individualidade, e também de
fundamental importância no conhecimento acerca do processo de alimentação
da criança via aleitamento (1).
Em pesquisas realizadas no âmbito da amamentação e, em especial aquelas
que focalizaram a vivência de amamentar do ponto de vista da nutriz é possível
compreender que a amamentação apresenta aspectos diversos na sua prática.
A sua questão não é só biológica, mas também, histórica, social e cultural.
A cultura onde a mulher está inserida, a forma em que aprendeu a pensar em
aspectos como reprodução e cuidados com os filhos, seu perfil econômico que
pode representar a possibilidade de acesso ou não a informação. O valor diante

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desta visão de mundo afeta seu conhecimento sobre o aleitamento. A


suposição da situação não se resume a um único fator, como por exemplo,
apenas o econômico, pois em diversos estudos pessoas de classes mais
abastadas também praticam o desmame.
A nutriz com baixa escolaridade, pouco poder aquisitivo e influências culturais
adversas, pode dar uma grande vazão a influencias negativas, como os mitos,
tabus e crendices vindos do relacionamento familiar e cultural. Segundo
Percegone, as puerperas com o primeiro grau incompleto considerando a baixa
escolaridade é um dos fatores que irão determinar a pratica e continuidade da
amamentação (3).
Na trajetória do aleitamento materno, constatamos que os fatores possíveis de
serem identificados, como dificultadores dessa prática, estão ligados a uma
postura cultural, que envolve não apenas a decisão materna, mas o efeito das
instituições e dos profissionais envolvidos, os interesses econômicos, e sociais .

CONCLUSÃO:
O conhecimento da nutriz sobre aleitamento materno ainda é baixo e interfere
na manutenção do aleitamento materno. Sendo o enfermeiro o profissional
fundamental para o esclarecimento destas nutrizes durante o processo de
amamentação, orientando e dando todo suporte necessário para que
amamentação decorra de uma forma correta.
Os principais fatores identificados que podem interferir no conhecimento das
nutrizes sobre amamentação são: idade, condições socioeconômica, cultura,
baixa escolaridade, despreparo do profissional para atender a nutriz e a falta de
preparo da puerpera no pré-natal.
Frente a esses problemas é fundamental que se busque um foco mais holístico,
com campanhas que abordem não mais apenas o aspecto afetivo do
amamentar mais todo seu contexto para a vida da criança. Promover e proteger
o aleitamento deve continuar sendo prioridade na promoção à saúde, mas deve
ser realizada de maneira abrangente, pois através das suas organizações seus
profissionais ligados à saúde podem desenvolver atividades que tragam mais
esclarecimento a nutriz sobre o amamentar, informando sobre a importância do
ato para sua própria saúde. A orientação sobre o aleitamento materno deve
começar na sala de aula, continuar na gravidez, parto e puerpério.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Oliveira LD. Efeito de intervenção para melhorar a técnica de amamentação
nas frequências de aleitamento materno exclusivo e problemas decorrentes da

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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lactação. [dissertação] Porto Alegre: Universidade do Rio Grande do Sul, 2004.


2. Marques ES. Aleitamento materno: .(RE) pensando a importância das
representações e da rede social no contexto local. [dissertação] Viçosa (MG):
Universidade Federal de Viçosa, 2008.
3. Percegoni N, Araújo RMA, Silva MMS, Euclydes MP, Tinoco ALA.
Conhecimento sobre aleitamento materno de puérperas atendidas em dois
hospitais de viçosa, Minas Gerais. Rev. Nutr 2002; jan, vol. 15, n.1.

________________________________________________________________
1 Graduanda em Enfermagem na Faculdade de Enfermagem da Universidade
de Santo Amaro, São Paulo – SP. Eneves21@hotmail.com
2 Profª Mestre em Saúde Materno-Infantil, Especialista em Enfermagem
Obstétrica, Profª da disciplina de Estagio Curricular/Saúde Coletiva da
Faculdade de Enfermagem UNISA. lulucilene@terra.com.br

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Fatores relacionados ao risco de Doença Arterial Coronariana,


entre estudantes de enfermagem
ALESSA APARECIDA SOUZA ALVES(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Doença Arterial Coronariana (DAC) ou aterosclerose coronariana é
caracterizada pelo estreitamento das artérias coronárias em decorrência do
espessamento endotelial causado pelo acúmulo de placas ateromatosas. Os
efeitos da DAC traduzem-se em episódios de dor anginosa quando o portador
da doença expõe-se a fatores precipitantes¹.
A expressão “cardiopatia isquêmica” designa uma afecção cardíaca que tem
como característica principal a isquemia miocárdica. Cerca de 90% dos casos
são decorrentes de aterosclerose coronária, justificando nessas condições a
denominação de cardiopatia aterosclerótica ou DAC. Vale ressaltar, contudo,
que as expressões cardiopatia isquêmica, doença arterial coronariana e
cardiopatia aterosclerótica não são exatamente sinônimas¹.
A DAC é a causa mais comum de morte nos países desenvolvidos e em
desenvolvimento em todo o mundo. No Brasil, a mortalidade relacionada a DAC
oscila entre 11,3 a 2,5 óbitos por 100.000 habitantes, dependendo de fatores
locais.
Em geral, as manifestações clínicas da DAC, como Infarto do Miocárdio,
Acidente Vascular Encefálico e Doença Vascular Periférica, têm início a partir
da meia idade. No entanto, estudos indicam que o processo aterosclerótico
começa a se desenvolver na infância. Estrias gordurosas, precursoras das
placas ateroscleróticas, começam a aparecer na camada íntima da aorta aos
três anos de idade e nas coronárias durante a adolescência, podendo progredir
significativamente na terceira e quarta décadas de vida.
Em 1948, após a II Guerra mundial, quando se verificou o aumento da
mortalidade por DAC, iniciou-se o maior estudo epidemiológico sobre as
doenças cardíacas, o “Framingham Heart Study”. Inicialmente, foram
identificados como os principais fatores de risco cardiovasculares: hipertensão
arterial sistêmica, hipercolesterolemia, tabagismo, obesidade, diabetes mellitus
e sedentarismo. Posteriormente, foram descobertos outros fatores como
hipertrigliceridemia, redução dos níveis de HDL-colesterol (HDL-c), idade, sexo
e fatores psicossociais. Esse estudo observou maior prevalência de DAC no
sexo masculino, na raça branca e, nas Mulheres, um aumento de incidência
após a menopausa².
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as doenças cardiovasculares
são responsáveis por 30% do total de mortes no mundo. A projeção da OMS é

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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que esse grupo de doenças seja a primeira causa de morte em todos os países
em desenvolvimento até 2010³.
Devido à impossibilidade de identificar com certeza quem desenvolverá uma
síndrome isquêmica conseqüente de uma lesão aterosclerótica, existem alguns
fatores de risco diretamente relacionados com a progressão e as complicações
da lesão aterosclerótica. Estes fatores de risco são igualmente importantes em
ambos os sexos, apesar da importância de ser relativamente maior para um
determinado grupo. A associação entre eles tem efeito cumulativo; quanto maior
o número e intensidade dos fatores de risco, maior a incidência das doenças
cardiovasculares. Atualmente, sugere-se que mais de 80% dos casos de morte
por doenças cardiovasculares estejam associadas a fatores de risco já
conhecidos.
A valorização dos chamados fatores de risco, foi uma das grandes mudanças
na maneira de encarar a DAC. Isto nada mais é do que a transposição para a
cardiologia do conceito de multicausalidade das doenças. Já foram
reconhecidos mais de 21 fatores de risco. Porém, muita distância existe entre o
conhecimento destes fatores de risco e a influência que os mesmos têm entre si
no sentido de se atribuir como causa para a DAC¹.
Os fatores de risco pedem ser divididos em modificáveis e não modificáveis.
Quanto maior o número de fatores de risco presentes, maior a chance de
apresentar um evento cardiovascular. Os fatores de risco não-modificáveis
estão relacionados à herança genética de um indivíduo e deixam questões em
aberto com relação à DAC. Mesmo sabendo que não se pode alterar a herança
genética de um indivíduo, existe a possibilidade de alterar seu estilo de vida,
reduzindo a possibilidade de ter um evento cardíaco precocemente¹.
Os fatores de risco não-modificáveis também incluem o sexo ou gênero e sua
incidência de morbi-mortalidade é maior e mais precoce no sexo masculino.
Havendo, porém, uma diminuição desta discrepância quando relacionados a
mulheres pós menopausa². Em mulheres, as manifestações clínicas aparecem
em média cerca de 10 a 15 anos mais tardiamente que os homens, fato este
que possivelmente é explicado pela proteção estrogênica. De fato, a DAC
ocorre de duas a três vezes mais em mulheres após a menopausa do que
aquelas na pré-menopausa. Estudos das décadas de 50 e 60 descreveram que
a menopausa precoce estava associada a aumento de DAC.
Outro fator é a idade, a qual devido a mudanças hemodinâmicas e anatômicas
do sistema cardiovascular levam a uma disfunção arterial progressiva mesmo
em pessoas normais².
O fator antecedentes familiar, é considerado quando o indivíduo tem familiares
diretos como pai, mãe e irmãos que apresentaram a doença antes dos 55 anos
de idade. Relacionado a este fator é necessário ressaltar que os fatores
genéticos não recebem a mesma atenção nas pesquisar epidemiológicas por
um nítido interesse comercial por parte das indústrias farmacêuticas¹. Presença

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

902
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de histórico familiar evidencia maior probabilidade de desenvolver DAC¹.


Os fatores de risco modificáveis, são os que mais podem receber a atenção no
sentido das intervenções preventivas. O tabagismo é o principal fator
modificável elevador da probabilidade de morbidade e mortalidade na DAC e
em doenças neuro cardiovasculares, é também a principal causa de morte
relativa a outras patologias que se pode prevenir. A magnitude do problema é
identificada ao se considerar a estimativa da OMS de que cerca de 1/3 da
população mundial adulta seja fumante. Os malefícios do cigarro estão
diretamente ligados à quantidade e tempo de consumo. É notável a diminuição
da prevalência de DAC em homens que reduzem o consumo de cigarros. E o
consumo de cigarros reduz a relativa proteção a DAC no sexo feminino².
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é considerada como o mais importante
fator de risco para o desenvolvimento não somente da DAC como para todas as
doenças isquêmicas incluindo o Acidente Vascular Encefálico. Em indivíduos
hipertensos o risco para doenças cardíacas é quatro vezes maior entre as
mulheres e três vezes entre os homens, quando comparadas com indivíduos
normotensos. Nas mulheres o risco para hipertensão é consideravelmente
maior principalmente nos últimos três meses de gravidez, e no pós
menopausa².
Em portadores de DM as doenças cardiovasculares são responsáveis por
aproximadamente 80% dos óbitos².
A dislipidemia é a condição na qual há concentrações anormais de lipídios ou
lipoproteínas no sangue. Trata-se de um fator de risco importante para o
desenvolvimento de complicações da aterosclerose. Em diferentes populações,
estão bem estabelecidas as correlações entre o risco para DAC e
concentrações séricas elevadas de colesterol total (CT), particularmente de
lipoproteínas de baixa densidade (LDL-C), assim como concentrações
reduzidas de lipoproteínas de alta densidade (HDL-C).
O sedentarismo, assume um papel extremamente importante como fator de
risco para DAC. Estudos comprovam que a atividade física aeróbica de
moderada intensidade quando realizada de forma regular, no mínimo 30
minutos ao dia pelo menos 3 vezes na semana pode atingir impacto na redução
do risco de evento cardiovascular na ordem de 30 a 40%.
O sobrepeso é outro fator de risco importante para o desenvolvimento de DAC.
Aproximadamente 32% da população brasileira apresenta sobrepeso, ou seja:
Índice de Massa Corporal (IMC) 25, sendo esta taxa de 38% para o sexo
feminino e de 27% para o sexo masculino. A obesidade (IMC 30) foi encontrada
em 8% da população brasileira.
A palavra estresse tornou-se de uso corriqueiro. Usa-se como sendo a causa
ou a explicação para inúmeros acontecimentos que afligem a vida humana
moderna. O estresse está diretamente ligado ao estilo de vida adotado pelo
indivíduo. Na verdade, não é fácil definir o que seja estilo de vida, pois depende

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

903
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de fatores intrínsecos e extrínsecos como os socioeconômicos e culturais¹.


A incidência destes riscos em diversas populações específicas tem sido
estudada. Coelho et al, estudaram o perfil lipídico entre estudantes de medicina
e verificaram que há significância entre o IMC elevado associado ao perfil
lipídico como fator de risco para DCV. Nenhum estudo nacional com estudantes
de enfermagem foi localizado na revisão da literatura.
Os enfermeiros pelo seu papel de educadores são vistos como exemplo de ser
seguido, em que as ações pessoais têm grande impacto para sociedade que os
cerca.

OBJETIVO:
Por esta razão, este estudo teve como objetivo identificar o perfil de risco para
Doença Arterial Coronariana entre estudantes de um curso de graduação em
enfermagem de uma universidade privada da zona sul da cidade de São Paulo.

METODOLOGIA:
Tratou-se de uma pesquisa com desenho não-experimental do tipo
correlacional. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa sob o número 092/2009.
Realizada com alunos matriculados em um curso de graduação em
enfermagem de universidade privada da cidade de São Paulo. A amostra foi
composta pela técnica não-probabilística de conveniência; ou seja, participaram
da pesquisa os alunos que, após a leitura da Carta de Informação, consentiram
pela participação mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
A coleta de dados foi realizada no mês de Setembro de 2009. Através de
questionário com perguntas semi-estruturadas, contendo: dados de
identificação e dados sobre os fatores de risco. A aplicação deste questionário
ocorreu em sala de aula, sendo possível atingir 303 alunos.
As variáveis de identificação da amostra incluíram: sexo, idade, semestre que
cursa atualmente, período. As variáveis relativas aos fatores de risco para DAC
incluíram: IMC (obtido através do cálculo de Peso/altura².), raça, histórico
pessoal de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM),
prática de atividade física (At. Fís.) e padrão de sono (P. Sono), prevalência de
estresse e tabagismo. Foram avaliadas as variáveis: Realização de dosagem de
colesterol e triglicérides e a presença de história familiar para DAC.
Para a análise dos resultados foram aplicados os seguintes testes: teste de G
de Cochran, o qual teve como objetivo estudar as ocorrências simultâneas dos
fatores de rico para DAC. Este teste foi aplicado em separado para gêneros
femininos ou masculinos, nos grupos de IMC 25 e IMC >=25. Em seguida foi
realizado o teste de Qui-Quadrado para comparar as distribuições etárias de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

904
UNISA - Universidade de Santo Amaro

mulheres e de homens nos grupos de IMC 25 ou IMC >= 25. Posteriormente, foi
aplicado teste exato de Fisher, com a finalidade de comparar os gêneros
feminino e masculino em relação a presença de HAS, separando-se por grupos
em IMC 25 e IMC >=25. O nível de seqüência foi fixado em 0,05 ou 5%.

RESUMO:
A partir da coleta de dados realizada em Setembro de 2009, participaram do
estudo 303 (46,2%) alunos de um total de 655 alunos matriculados.
As amostras variaram entre 1º e 8º semestres dos horários matutino (n=105/
34,7%) e noturno (n=198/ 65,3%). No 1º semestre (n=20/ 6,6%), 2º semestre
(n=45/ 14,9%), 3º semestre (n=20/ 6,6%), 4º semestre (n=110/ 36,3%), 5º
semestre (n=36/ 11,9%), 6º semestre (n=34/ 11,2%), 8º semestre (n=38/
12,5%). Não havendo coleta de dados entre os graduandos 7º semestre por
inacessibilidade destes, devido atividade externas à instituição no período da
coleta de dados. Com idade entre 20 até 40, com predominância do sexo
feminino em todas as faixas etárias (Feminino n=255/ 84,2% e Masculino n=48/
15,8%).
De acordo com dados antropométricos (peso e altura) obtivemos os valores de
IMC, que foi >=25 em mais de ¼ da população estudada (n= 79/ 26,40%).
Conforme os dados verifica-se que houve uma distribuição uniforme de IMC 25
em todas as faixas etárias, considerando que nas faixas etárias maiores (36 a
40 e 41 anos) o representatividade de estudantes é menor. E nestas faixas
houve equilíbrio entre IMC 25 e 25.
Quanto à Raça/etnia a soma entre homens e mulheres, houve predomínio da
raça branca (n=159/ 52,5%), seguido dos pardos (n=103/ 34,0%),
posteriormente os negros (n=35/ 11,6%), e em menor quantidade os amarelos
(n=06/ 2,0%).
Quanto à HAS; houve presença na minoria dos pesquisados (n= 11/ 3,6%)
entre homens e mulheres, a correlação entre os sexos não foi significativa
(p=0,214 e 0,3083 respectivamente).
A incidência de DM, foi considerada baixa quanto fator associado ao risco de
DAC, com apenas um (n=1) graduando do sexo feminino(0,03%); o que se pode
considerar um fator de pouca relevância para esta população.
O sedentarismo foi observado na maioria dos graduandos. 243 equivalente a
80,20% são sedentários, contra 60 o que equivale a 19,8%.
O tabagismo não obteve prevalência de relevância conforme sexo e idade, com
o total de 20 fumantes, o que equivale a 6,6% da população pesquisada, com
média de consumo de 7,4 cigarros por dia (valor obtido através da divisão do
total de cigarros/dia citados por todos os fumantes, divididos pelos mesmos).
Sobre estes resultados, há que se destacar que a atividade física é o fator de
risco de maior prevalência para ambos os gêneros (M e F), independentemente

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

905
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do valor do IMC (25 ou 25). Entre os participantes da pesquisa, 89,4% (271


alunos) tem mais de um fator de risco.
Na associação de fatores de risco para DAC, foi verificado que a idade e o IMC
25 representaram um valor significante como probabilidade para o
desenvolvimento de DAC. Entre os estudantes do gênero masculino da faixa
etária de 21 a 25 anos houve uma associação com o IMC 25 significante
(p=0,043). Em seguida, os estudantes do gênero masculino da faixa etária de
26 a 30 anos uma associação significante de 40,0% (p=0,034). Entre os
estudantes do gênero feminino com IMC 25 na faixa etária 31 a 40 anos, houve
uma associação significante de 26,3% (p=0,011). Em termos gerais, entre os
estudantes com IMC 25, uma significância de 25,0% (p=0,025).
Mais da metade dos alunos consideram-se estressados, (n=200/ 66,0%).
Contra (n=103/ 34,0%). E quanto ao padrão de sono, a maioria dos graduandos
consegue manter o padrão ideal de descanso de 06 á 08 horas por noite
(n=181/ 59,7%).
Na questão histórico familiar, 71 graduandos responderam que algum familiar
próximo (Pai, mãe ou irmãos) com menos de 55 anos tem DAC ou IAM. Destes
familiares as mães somam a maioria com 43,7% seguido dos pais com 36,6%
das ocorrências.
DISCUSSÃO
A partir dos resultados apresentados, os fatores de risco modificáveis são os
mais significantes para o desenvolvimento de DAC entre os participantes do
estudo. Dentre estes fatores, destacou-se o sobrepeso (IMC 25). De acordo
com a prevalência de obesidade, a mesma está relacionada a vários outros
determinantes como fatores genéticos, consumo de açúcar, alimentação
desequilibrada e falta de exercício físico.
A obesidade pode ser desencadeada pela má alimentação. Neste caso, vale
ressaltar que o fato de que o estudante, dependendo do turno em que estuda e
de outras atividades desenvolvidas durante o dia, como o trabalho, tende ter
prejudicado o seu hábito alimentar. Junta-se a isto o fato de que o estudante
ainda gasta muito tempo em seu deslocamento para a universidade,
considerando as características do transporte metropolitano. Estes fatores
corroboram o desenvolvimento da obesidade e merecem ser investigados em
outros estudos.
A correlação/associação de fatores conduziu ao dado de maior significância
deste estudo. O IMC 25 associado à faixa etária e gênero produziu o resultado
p=0,043 para a faixa etária de 21 a 25 anos. Este resultado tem significância
pelo fato de que esta é a faixa com maior de maior representatividade (36,0%)
entre as observadas no estudo. O valor p para todas as faixas etárias foi de
0,025.
De uma maneira geral, é necessário que o estudante de enfermagem, saibam
reconhecer os seus limites para um desenvolvimento mais equilibrado de si

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

906
UNISA - Universidade de Santo Amaro

mesmo. É preciso reconhecer que para se tornar um cuidador, antes é preciso


saber cuidar-se. E isso inclui a tomada de decisão com respeito às questões
individuais de saúde, que incluem uma alimentação equilibrada, abstenção de
substâncias nocivas à saúde, observância de horas de sono, realização de
atividades físicas, etc.
Sobre os fatores de risco isolados de maior significância, ressaltou-se a falta de
realização de atividade física entre 76,9% dos estudantes. Apenas 19,8% dos
estudantes realizam regularmente a atividade física. O sedentarismo é um dos
fatores de risco que está diretamente relacionado a outros fatores como o
estresse, obesidade e HAS².

CONCLUSÃO:
Este estudo identificou o perfil de fatores de risco associados a DAC. Os fatores
associados de maior significância foram: IMC 25 na faixa etária de 21 a 25 e de
26 a 30 anos em indivíduos do gênero masculino. O fator de risco isolado de
maior prevalência foi o sedentarismo.
Nos fatores modificáveis para os estudantes de enfermagem, a visão voltada à
vida acadêmica e as responsabilidades transformam o cotidiano dos estudantes
em uma corrida contra o tempo em que a praticidade como transporte,
alimentos industrializados, e cuidados apenas paliativos com sinais e sintomas
de doenças podem ter um peso nos resultados encontrados neste estudo.
Estes resultados levam à reflexão de que o auto cuidado tem sido colocado em
segundo plano.
Novos estudos são necessários para evidenciar as causas do sobrepeso entre
os estudantes de enfermagem. É importante que haja a conscientização de que
quanto melhor for o controle dos hábitos de vida com redução do número de
fatores modificáveis associados, maior é a redução dos riscos a DAC.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Porto CC; Porto AL. Doença do coração: prevenção e tratamento. 2ª ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.
2. Caramelli B; Ballas D; Ramires JAF. Doença Coronária e Aterosclerose:
clínica, terapia intensiva e emergências. São Paulo: Atheneu; 1998.
3. World Health Organization. Noncommunicable diseases and mental health,
integrated management of cardiovascular risk: report of a WHO meeting.
Geneva 9-12, July 2002. Geneva: World Health Organization; 2002.

________________________________________________________________
¹Estudante do 8º. Semestre do Curso de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

907
UNISA - Universidade de Santo Amaro

² Mestre em Enfermagem. Professor Adjunto do Curso de Enfermagem da


Universidade de Santo Amaro. Orientador.

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Fisioterapia em grupo e a melhora da qualidade de vida dos


pacientes com sequelas de AVE
ILDETE DE JESUS REIS(1), EGLE ALVES RODRIGUES(2)

DALVA MARIA DE ALMEIDA MARCHESE(3)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O acidente vascular encefálico (AVE) é uma das doenças neurológicas
incapacitantes mais comuns e um importante problema de Saúde Pública. Em
2001 ocorreram 20,5 milhões de casos de AVE no mundo; 5,5 milhões foram
fatais, sendo que dois terços destes casos ocorreram em países menos
desenvolvidos segundo estimativas internacionais. É definido como o “rápido
desenvolvimento de sinais clínicos de distúrbio focal (por vezes global) da
função cerebral, com duração de mais de 24 horas ou levando a morte sem
outra causa aparente que a origem vascular”. O Acidente Vascular Encefálico é
classificado pela duração e pela patologia da lesão cerebral, em isquêmico ou
hemorrágico. As hemorragias intracranianas são divididas de acordo com o
local e origem vascular do sangue: subaracnóide e intracerebral. As isquemias
podem ser classificadas em subgrupos, levando em conta o mecanismo, tipo e
topografia da lesão. A localização e o tamanho da lesão definem os sinais e
sintomas do AVE. Pequenos danos ao córtex podem não causar sintomas,
porém, no tronco encefálico podem causar a morte. Os maiores danos são
causados por edemas secundários que comprimem estruturas vitais. Os
sintomas neurológicos típicos incluem cefaléia, vômitos, depressão e confusão
mental, paresia ou plegia de um ou mais segmentos ou facial, alteração da
marcha, incoordenação, quedas, crises convulsivas, perda parcial ou total da
visão, afasia sensitiva, motora ou global, disartria, vertigem, diplopia, disfagia e
retenção urinária. Os distúrbios vasculares cerebrais ocorrem
independentemente da idade, ocasião, sexo, família e raça, sendo que
aumentam de maneira exponencial com a idade, ocorrendo comumente em
pessoas acima de 65 anos, sendo raro antes dos 40 anos, nestes casos
causam preocupação pela incapacidade precoce. Decorrem geralmente de
condições predisponentes que tiveram origem anos antes do evento. Os fatores
de risco de maior ênfase são: hipertensão arterial, risco familiar, hiperlipidemia,
diabetes melito, alterações cardíacas, etilismo, uso de anticoncepcionais orais,
tabagismo, obesidade e estresse. As principais incapacidades e dificuldades a
serem enfrentadas são referentes à marcha e à mobilidade do membro inferior
e movimento do membro superior e à espasticidade; estão também afetados
atividades de vida diária, condicionamento cardiovascular, continência urinária e
fecal, atividades domésticas e atividade sexual; cursa com depressão e
distúrbios psiquiátricos, da profissão e vocação, na condução de veículos e no

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

909
UNISA - Universidade de Santo Amaro

lazer que comprometem as atividades de vida diária, além de distúrbios


cognitivos, perceptivos, comportamentais e de vida sexual. Por se sentirem e
serem considerados incapazes de realizarem atividades úteis, os hemiplégicos
desenvolvem um sentimento de autodesvalorização, e em contato com outros
hemiplégicos, aumentam seus esforços físicos frente a obstáculos motores,
ganhando confiança nas habilidades remanescentes. Por sua vez o
fisioterapeuta tem o importante papel de conduzir e melhorar o desempenho de
cada um. Na atividade em grupo a pessoa dispõe de tempo para encontrar sua
própria maneira de trabalhar, respeitando os seus limites. No grupo, descobre-
se maneiras diferentes para executar diferentes tarefas. As observações
mútuas destas tarefas fazem com que o grupo reconheça espontaneamente
que cada participante revela a sua individualidade. Essas tarefas demonstram
que o paciente hemiplégico é um ser em constante reconstrução e deve ser
visto como tal, independentemente do tempo de lesão do Sistema Nervoso
Central (SNC). A terapia em grupo tem crescido acentuadamente em nossa
realidade, determinada por pressões de ordem econômica e modificações nas
concepções das formas de tratamento, fazendo com que ocorra maior
aceitação entre os profissionais e entre os próprios pacientes. A busca por
reabilitação após eventos geradores de impedimentos ou incapacidades,
temporários ou permanentes, encontra grandes dificuldades no acesso ao
tratamento, com as listas de pessoas aguardando chamada nos poucos locais
onde a reabilitação é oferecida sem custos diretos a espera é sempre muito
longa; não é incomum o chamado chegar quando o paciente não mais precisa
dele. O grupo de tratamento fisioterapêutico, embora não possa responder à
necessidade de todos os pacientes com seqüelas de AVE, pode reduzir essas
listas e oferecer serviço de qualidade a pacientes que estão em condição
menos grave e com prognóstico de melhora de marcha, de melhora de função
do membro superior afetado e, principalmente, de melhora no seu
relacionamento social e familiar através do resgate de sua autoestima. A região
do entorno do Campus I da Universidade de Santo Amaro (UNISA) concentra
uma alta desigualdade socioeconômica, com nichos de alta renda vizinhos a
imensas áreas de extrema pobreza. Realizar tratamento em grupos, reduzindo
as listas de espera, reduz essa desigualdade. Saber quem é realmente o
paciente recebido e atendido melhora o serviço que se presta a essa
comunidade. E justifica a realização desta pesquisa.

OBJETIVO:
Este trabalho teve por objetivo verificar a eficiência da terapia em grupo para
pacientes com seqüelas de AVE na melhora do desempenho funcional e da
qualidade de vida.

METODOLOGIA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

910
UNISA - Universidade de Santo Amaro

O público alvo é a população de pessoas com seqüelas neurológicas por


Acidente Vascular Encefálico, moradoras no entorno da Universidade de Santo
Amaro (UNISA), região da Subprefeitura de Capela do Socorro. A amostra foi
composta pelos pacientes que participaram do grupo de fisioterapia específico
para sua condição, chamado de grupo de AVE, ligados ao Ambulatório de
Fisioterapia Neurológica do Curso de Fisioterapia da UNISA, com
funcionamento semanal. Foram usados como critérios de inclusão pacientes
com capacidade de deambulação, com ou sem assistente de marcha, que
apresentaram encaminhamento médico para a fisioterapia e assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido. Além do cumprimento dos critérios
anteriores, foram excluídos da amostra aqueles com um número de faltas
superior a 25% ou faltas seguidas não justificadas. Dos pacientes avaliados 8
eram do gênero masculino e 3 do gênero feminino, com idade média de 56
anos. Foram considerados todos os pacientes incluídos até o início da coleta de
dados. O tratamento foi realizado uma vez por semana, com duração de uma
hora, durante o ano letivo de 2009, havendo pausa de um mês para férias
acadêmicas. Antes do início de cada terapia realizava-se aferição da pressão
arterial de cada paciente. Foram realizados alongamentos, exercícios de
fortalecimento muscular, treino de marcha, melhora da propriocepção,
orientações de Atividades de Vida Diária (AVD’s) e cuidados com a saúde. As
avaliações iniciais consideradas foram as já existentes no Ambulatório,
complementados seus dados a partir da obtenção do consentimento dos
pacientes na participação no estudo. Para a coleta de dados foram utilizadas as
mesmas fichas de avaliação dos grupos do Ambulatório de Fisioterapia
Neurológica. Foi utilizada a Escala Modificada de Barthel (Escala de Barthel), e
a versão em português validada do Questionário de Qualidade de Vida SF-36
(SF-36), que foram aplicados no início (junho-2009) e no final (outubro-2009)
deste trabalho. O acompanhamento e a coleta de dados foram realizados a
partir da aprovação do Projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISA
(CEP). Para análise dos resultados aplicou-se o Teste de Wilcoxon para
comparar o período inicial com o final das 10 categorias da Escala de Barthel e
dos oito domínios do SF-36. Fixou-se em 0,05 ou 5% o nível de rejeição da
hipótese de nulidade.

RESUMO:
Na Escala de Barthel os resultados foram estatisticamente significativos
indicando melhora na condição funcional final, de acordo com o Teste de
Wilcoxon, com p <= 0,001 na análise dos domínios da Escala. A média inicial foi
de 87,64, com mediana de 90, indicadores de dependência leve; a média final
foi de 95,09, com mediana de 98, dependência leve. Quando analisado caso a
caso, observa-se a piora em 1 caso, passando de independente para
dependente leve em função de acidente com fratura em membro superior. Sem

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

911
UNISA - Universidade de Santo Amaro

melhora na pontuação ou faixa de dependência, encontram-se 1 paciente com


dependência leve e 1 paciente já independente. Apesar da melhora na
pontuação, observa-se que 4 pacientes com dependência leve e 1 com
dependência moderada permaneceram estacionados na mesma faixa de
dependência. Os 3 pacientes restantes passaram de dependência leve para
independentes. Das categorias da Escala de Barthel a que obteve melhora mais
acentuada foi a categoria 5 referente a subir escadas, sendo seguida pela
categoria 2 referente ao banho. As categorias 1 e 4 respectivamente referentes
à higiene pessoal e toalete obtiveram variação igual, com melhora na pontuação
da avaliação final. Na categoria 3 referente à alimentação não houve melhora
na pontuação da avaliação inicial para a avaliação final. Na categoria 10
referente à transferência cadeira/cama não houve alteração da pontuação, pois
os pacientes já haviam alcançado pontuação máxima na primeira avaliação. As
categorias 6 e 9 referentes respectivamente ao vestuário e deambulação
obtiveram a menor variação. Em concordância com os resultados da Escala de
Barthel, a avaliação da Capacidade Funcional através da Versão Brasileira do
Questionário de Qualidade de Vida SF-36 (SF-36) demonstrou-se
estatisticamente significativa, com p <= 0,001, de acordo com o Teste de
Wilcoxon indicando melhora da percepção do paciente sobre sua condição.
Nenhum paciente percebe piora na capacidade funcional. Somente 1 considera-
se na mesma situação. Os restantes, 10 pacientes consideram que melhoraram
do ponto de vista da realização de tarefas de um dia comum. A média inicial
para esse domínio foi de 30,91, com mediana de 35; a média final foi de 57,27,
com mediana de 60. A maior variação numérica foi de 50 pontos (metade do
escore, de 40 para 90 pontos e de 10 para 60 pontos). A menor variação foi de
5 pontos, de 35 para 40. Em relação à avaliação do paciente sobre as diversas
atividades físicas referentes à Capacidade Funcional através do SF-36 os itens
que apresentaram melhora foram C, G e I, que representam respectivamente
levantar ou carregar mantimentos, andar mais de 1 quilômetro e andar um
quarteirão. A média inicial foi de 17,6 com mediana de 35; a média final foi de
23,8 com mediana de 48. Comparando-se os resultados da Escala de Barthel
com o domínio de Capacidade Funcional do SF-36, individualmente, constata-
se discordância entre a avaliação e a percepção do paciente em dois casos. Na
Escala de Barthel um caso regrediu na segunda avaliação, passando de
independente para dependente leve, essa piora ocorreu em função de um
acidente com fratura de membro superior esquerdo, porém a percepção do
paciente foi de melhora no SF-36. Um caso apresentou melhora na Escala de
Barthel, porém não teve percepção de melhora no SF-36. No domínio referente
às Limitações por Aspectos Físicos os resultados foram estatisticamente
significativos, com p<= 0,001, de acordo com o Teste de Wilcoxon indicando
melhora da condição na percepção do paciente. Sete pacientes mantiveram a
mesma pontuação da avaliação inicial para a final, seis deles com 25 pontos e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

912
UNISA - Universidade de Santo Amaro

um com 100; dois passaram de 25 para 75 pontos e um passou de 75 para 100


pontos. A maior variação foi de 50 pontos e a menor, de 25 pontos, porém
esses números correspondem a 3 pacientes; os restantes não perceberam
variação na condição. A média inicial foi de 36,36, com mediana de 25; e a
média final foi de 47,73, com mediana de 25. Os demais domínios avaliados
pelo SF-36 referentes à Dor, Estado Geral da Saúde, Vitalidade, Aspectos
Sociais, Limitação por Aspectos Emocionais e Saúde Mental tiveram resultados
sem significância estatística. Discussão: De acordo com os resultados da
Escala de Barthel, pode-se verificar que os resultados da segunda avaliação
foram melhores que os primeiros, mesmo que a maioria dos pacientes tenha
permanecido na mesma faixa de dependência. A categoria referente à
alimentação não apresentou alteração nos resultados da primeira para a
segunda avaliação em virtude de os pacientes já apresentarem dependência
leve para essa função. A mesma discussão pode ser feita para os itens
referentes a controle esfincteriano e transferências cadeira/cama, para os quais
os pacientes eram independentes. As categorias que obtiveram menores
variações foram as referentes a vestuário e deambulação, também com
dependência leve nos dois momentos. No entanto, no estudo final, a melhora
esperada se demonstrou, confirmando os dados encontrados na literatura, no
qual os resultados obtidos foram semelhantes aos deste estudo, com uma
avaliação antes do inicio dos atendimentos e outra após 3 meses de
atendimento fisioterapêutico, utilizando a Escala de Barthel; os resultados
obtidos na avaliação final foram melhores do que os da avaliação inicial, porém
mesmo apresentando melhora, algumas variáveis não se alteraram. Nesse
estudo os autores concluíram que o índice de Barthel contribuiu para mostrar as
dificuldades encontradas por esses pacientes e dessa forma ajudar a
redirecionar o atendimento, servindo também como um instrumento de
avaliação da melhora desses pacientes. Em um outro estudo, o questionário de
qualidade de vida SF-36 também foi utilizado como forma de avaliação no início
e ao final do tratamento, com todos os resultados finais estatísticamente
significativos; o programa de atividades em grupo nesse caso incluía
caminhadas, atividades aquáticas e atividades com cavalos; a intervenção
fisioterapêutica teve duração de 6 meses e freqüência de 5 vezes por semana,
durante 60 minutos. Os autores do estudo de 6 meses citam que é necessário
um período de 3 a 6 meses para que o paciente desenvolva uma maior auto-
estima, segurança e aprenda a controlar suas ações e reações físicas e
emocionais. No presente estudo a intervenção durou 3 meses com freqüência
semanal de uma sessão e duração de 60 minutos, utilizando alongamentos,
exercícios de fortalecimento, estimulação sensorial e treino de marcha
utilizando circuitos, em sessões clássicas de fisioterapia. O tempo parece ter
sido mais relevante que o método, mas essa afirmação carece de melhores
estudos.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

913
UNISA - Universidade de Santo Amaro

CONCLUSÃO:
No presente estudo confirmou-se que o Acidente Vascular Encefálico deixa
seqüelas que repercutem de forma significativa na vida do indivíduo, pois
interferem nas atividades diárias que antes do AVE eram realizadas sem
dificuldades. Esses indivíduos tornam-se pessoas dependentes dos familiares e
amigos, e como conseqüência de suas dificuldades perdem a autoestima,
deprimem-se e são levados ao isolamento social. Durante o atendimento em
grupo os pacientes percebem que existem outras pessoas com as mesmas
dificuldades, ajudam-se uns aos outros, gerando uma interação entre o grupo e,
conseqüentemente, criam um novo círculo social. Reconstroem sua qualidade
de vida. O atendimento em grupo cumpre ainda a tarefa de responder às
necessidades de atendimento de grande número de pessoas a um só tempo,
ajudando nas metas de melhor atendimento à comunidade, reduzindo filas.
Quando participante de um grupo, a pessoa desconstrói a impressão de que
seria melhor atendida numa sessão individual e passa a exercer sua
autodeterminação no controle de sua saúde. Os pacientes aprendem a
trabalhar as suas dificuldades e a desenvolver estratégias que possibilitem a
realização de suas atividades de forma funcional, proporcionando-lhes maior
independência e o retorno à sua comunidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BARROS, José Eliezer Ferre de. Doença Encefalovascular. In: NITRINI,
Ricardo; BACHESCHI, Luiz Alberto. A neurologia que todo médico deve saber.
2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2008. cap. 8, p.171-188.

CICONELLI, Rosana Mesquita. (1997). Tradução para o português e validação


do Questionário Genérico de Qualidade de Vida “Medical outcomes study 36 -
item short-form health survey (SF- 36)”. Tese de Doutorado em Medicina.
Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina.

UYTTENBOOGAART, M., STEWART, R.E., VROOMEN, P.C., DE KEYSER, J.,


LUIJCKX, G.J. Optimizing cutoff scores for the Barthel index and the modified
Rankin scale for defining outcome in acute stroke trials. Stroke, 36: 1984-1987,
2005.

________________________________________________________________
Palavras-chave: Acidente vascular encefálico; seqüelas de AVE; tratamento em
grupo; qualidade de vida; fisioterapia.

Grupo de Pesquisa: Bioética, Saúde Pública e Formação Profissional do


Fisioterapeuta

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

914
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Frequencia de lesões no Jiu Jtsu


FLÁVIO TOMAZELLI FAIM(1), LEANDRO REIS DA SILVA(2), JOSÉ MARIO COUTO DE
SOUZA(3)

WLADIMIR MUSETTI MEDEIROS(4)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Diferentes tipos de artes marciais tiveram como origem a técnica denominada
Shaolin-su-kempo, esta foi desenvolvida pelo monge indiano budista
Bodhidharma, que inicialmente divulgou a técnica na China, que posteriormente
se difundiu pelo Japão, sofrendo então inúmeras transformações, resultado em
diferentes técnicas, onde destacamos o Jiu Jitsu(1).
O Jiu Jitsu tem a sua origem no Japão . A palavra “Jiu Jitsu” significa arte
suave. No Jiu Jitsu a intenção é derrotar o adversário através de projeções,
estrangulamentos, torções e imobilizações resultantes de forças tencionais
sobre articulações(2)
O Jiu Jitsu é uma arte marcial com grande número de praticantes em todo o
mundo, principalmente em paises como Brasil, Japão e Estados Unidos da
América, entretanto as pesquisas relacionadas às lesões são escassas.(3).

OBJETIVO:
Verificar a frequência de lesões em praticantes de Jiu Jitsu.

METODOLOGIA:
Este trabalho é uma pesquisa transversal realizada através de questionário do
tipo aberto e fechado, sendo que 41 questionarios foram respondidos por
lutadores de Jiu Jitsu. Foram inquiridos atletas de três níveis de competição,
obedecendo a seguinte distribuição: nível internacional, nacional e estadual.
O questionário constou dos seguintes quesitos: nome, data de nascimento,
peso, idade de início da prática esportiva, tempo de pratica sem intervalo, faixa
atual, lado dominante, se é competidor, nível de competição, número de treinos
por semana, numero de horas por treino e locais de lesão durante a prática
esportiva (crânio, pescoço, ombro, braço, cotovelo, antebraço, punho,
mão/dedos, quadril, coxa, joelho, perna, tornozelo, pé/dedos, coluna,
peito/costas, boca/dentes, nariz, orelha).
Para a análise dos dados foi utilizada uma estatística descritiva.

RESUMO:
A amostra estudada foi composta por 41 indivíduos todos do sexo masculino e
praticantes de Jiu Jitsu.A média de idade entre os praticantes de Jiu Jitsu foi de
22,1 anos, com relação ao peso observou-se que a média de peso foi de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

76,6kg, na variável idade de inicio, foi observado que praticantes de Jiu Jitsu
iniciam seu treinamento com uma idade média de 17,7anos, o tempo de pratica
foi de 3,7 anos, o numero de treinos por semana e de horas por treino tanto
especifico ao esporte quanto complementares apresentaram 4,6 dias por
semana 144 minutos por dia. Foram relatadas 160 lesões nos praticantes de Jiu
Jitsu. observou-se uma prevalência assustadora de 97,5% de lesões esportivas.
Sendo que os locais de maior freqüência foram: joelho em 26 praticantes
(16,3%), ombro 23 praticantes (14,4%) e orelha 21 praticantes (13,3%).
Lembrando que um praticante de Jiu Jitsu pode apresentar mais de um local de
lesão.

CONCLUSÃO:
Com base nos dados obtidos com a amostra estudada conclui-se que os
principais locais de lesão observados no Jiu Jitsu foram joelho, ombro e orelha.
Identificar os locais de maior frequencia de lesão tem grande importancia para
realizar um trabalho preventivo e de reabilitação.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Stricevic MV, Patel MR, Okazaki T, et al. Karate Shotokan: historical
perspective and injuries sustained in national and international tournament
competitions. Am J Sports Med 1983;11:320–4.

2. Gurgel F. Brazilian Jiu Jitsu Manual Pessoal do Jiu Jitsu. Editora Axel Books.
1° Edição São Paulo Brasil 2007.

3. Padilla Antoni H. Lipothymia and jiu-jitsu. Dia Med. 1955;9;27(38):1150.


________________________________________________________________
Grupo de Estudo Reabilitação e Fisiologia do Exercício - GERFE

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Futsal
ELAINE RODRIGUES DOS SANTOS(1), JEFERSON CASSIO MARINHO GALVEZ
JARA(2), DOUGLAS DOS SANTOS RIBEIRO(3), CAMILA SILVESTRE LIMA(4),
RODRIGO DANTAS FERREIRA(5), ALINE DA SILVA CORTE(6)

CLAUDIA STEFANINI(7)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
1 INTRODUÇÃO

Partimos do princípio de conceituar sensação e percepção como base do


presente estudo. De acordo com Magill (2000), sensação é a recepção da
informação sensorial e sua aferência ao Sistema Nervoso Central. E a
percepção é a interpretação da informação sensorial. Assim, entende-se por
sensação, estímulos captados pelos receptores sensoriais resultantes na
condução e codificação no sistema nervoso central; e percepção, como a
interpretação das informações sensoriais.
Para se dar continuidade e chegar ao objetivo, foi preciso expor teoricamente as
habilidades básicas do futsal, como o domínio ( habilidade de recepcionar a
bola, pode ser feito com peito, partes deiferentes dos pés, coxa, cabeça, entre
outros ), condução ( ato de levar a bola pela quadra de jogo, pode ser feita em
linha reta ou em ziguezague, preparando um cruzamento, lançamento, passe,
entre outras jogadas), passe (meio de se passar a bola entre elementos da
mesma equipe, tendo como objetivo atinguir a meta adversária, podendo servir
como assistência, laçamento, cruzamento, passe e etc), chute (maneira de
golpear a bola, visando o gol ou desviar a mesma, estando ela parada ou em
movimento, são realizados com a parte interna ou externa do pé, com o bico do
calçado ou com o peito do pé), drible ( ato de se eliminar a marcação adversária
através de toques sucessivos, mudanças de direção e deslocamento rápido,
mantendo o domínio da bola) , finta ( o ato de eliminar a marcação adversária
sem a bola, quem finta, o faz com o desejo de obtê-la ), cabeceio (pode ser
ofensivo, defensivo ou cooperativo, quem cabeçeia o faz para marcar um gol,
defender sua equipe ou passar a bola para um companheiro) e marcação (
técnica de impedir que o adversário progrida ou receba a bola em condições de
levar perigo ao seu gol, para se fazer uma boa marcação, o jogador tem que
estar sempre prestando atenção na bola e no adversário), a fim de se conhecer
de uma maneira mais correta e profissional o esporte em questão.

Dissertou-se sobre a função de cada modalidade sensorial dentro do futsal. A


visão é a modalidade sensorial mais utilizada e mais importante, sendo
requisitada em vários momentos como, na execução de um chute, passe,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

917
UNISA - Universidade de Santo Amaro

visualização tática, entre outros. O tato é também muito importante por


relacionar-se ás sensações recebidas dos pés e das mãos, fundamentais à esta
pratica esportiva. Já a audição é importante na sua dimensão para um bom
andamento das partidas, pois, os jogadores e o técnico, dependem muito dela
para se comunicarem e chamarem a atenção no decorrer de um jogo e também
nos treinamentos. E, por fim a propriocepção, tem um papel de suma
importância, por se tratar o futsal de um esporte muito dinâmico, exigindo de
seus praticantes movimentação contínua durante a partida e ainda a realização
de saltos, piques e mudanças de direções bruscas, o que exige que os atletas
tenham-na bem apurada para realização de cada movimento.

OBJETIVO:
2 OBJETIVO

O presente trabalho teve como objetivo comprovar a importância das


modalidades sensoriais (visão, audição, propriocepção e tátil), dentro da prática
do futsal.

METODOLOGIA:
3 METODOLOGIA

Para fundamentar e comprovar a importância destas modalidades sensoriais no


futsal aplicou-se testes em 15 alunos do segundo ano do ciclo II (sexta série),
de uma escola municipal de ensino fundamental na Zona Sul de São Paulo.
Estes alunos têm faixa etária entre 12 e 13 anos, onde todos já tiveram algum
contato com o futsal nas aulas de Educação Física, sendo atualmente, 80%
praticantes da modalidade, 20% praticantes de outras modalidades e 10% que
não praticam nenhum tipo de modalidade esportiva.
O tipo de pesquisa utilizado foi a semi-experimental, onde segundo Santarem
(2002), o método quase-experimental é assim denominado quando o
delineamento experimental não é possível e caracteriza-se pelo estudo de
casos ou grupos de casos, com a presença de uma variável a ser estudada. O
design Quase-Experimental é uma aproximação do experimento verdadeiro,
contudo, a escolha não é aleatória e a variável independente, apesar de ter sido
manipulada, não foi pelo pesquisador.
Os instrumentos utilizados foram quatro testes a seguir descritos:
TESTE 1: Este teste foi aplicado com a finalidade de se desenvolver um
parâmetro entre poder utilizar a visão ou não, em umas das ações mais
utilizadas no futsal, o chute. Em um primeiro momento, pedimos ao aluno que
simplesmente chutasse a bola ao gol, terminado, pedimos para que repetisse a
ação, porém, agora com os olhos vendados.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

918
UNISA - Universidade de Santo Amaro

TESTE 2: O objetivo deste foi induzir o aluno usar somente à audição como
forma de se guiar apenas por estímulos auditivos, sem é claro, o uso da visão.
Com os olhos ainda vendados, foi proposto ao aluno que, chutasse a bola na
direção que ouvisse o apito.
TESTE 3: Este teste foi desenvolvido a fim de observar a sensibilidade
proprioceptiva dos alunos, além de verificar como os mesmos reagem, quando
este sentido sofre alterações. Foi combinado um código com os alunos onde,
teriam a principio se deslocar para direita quando escutassem um apito, para
esquerda quando escutassem dois apitos, para frente quando escutassem três
apitos e para trás quando escutassem quatro apitos; em um segundo momento,
o giramos e pedimos para repetir a ação de deslocamento anterior.
TESTE 4: O ultimo teste teve como finalidade observar a sensibilidade tátil de
cada aluno, tendo em vista sua importância na modalidade esportiva de estudo.
Os alunos foram submetidos a conduzir a bola entre vários cones.

RESUMO:
4 Resultado

No teste 1, foi possível observar que quase 100% dos alunos acertaram o
chute utilizando-se da visão, e quando esta é obstruída pela venda, sente-se
um grande incomodo e o número de acerto cai para 60%.
No teste 2, no primeiro estímulo, observou-se que os alunos estavam ainda
confusos pelo fato da visão continuar obstruída, sendo o índice de erros bem
maior que o de acertos chegando a 70%. Nos demais estímulos notou-se uma
maior confiança e um maior número de acertos: 75% no segundo, 68% no
terceiro, 60% no quarto e 70% no quinto estímulo.
No teste 3, na parte que os alunos estavam em estado natural, observou-se que
a maioria deles, ou seja, 80% mostrou um nível regular de sensibilidade
proprioceptiva. Porém, quando este sentido sofreu alteração com os giros,
quase 70% dos alunos ficaram confusos e não realizaram com a mesma
perfeição do primeiro momento o teste.
Já no último teste, o teste 4, foi o mais equilibrado em relação aos resultados
onde, 80% dos alunos tiveram uma sensibilidade tátil de boa à ótima e apenas
20% de regular a ruim.

5 DISCUSSÃO

Pelos resultados observados, pode-se verificar a importância de se praticar


exercícios físicos. Nos testes aplicados, eram visíveis as dificuldades de
deslocamento e noção de espaço e tempo devidos ao sedentarismo ou a
obesidade de alguns alunos. Diferentemente de outros que costumam se

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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exercitar, estes se saíram muito melhores na realização dos testes.


Afirmando a nossa observação, tomamos o teste de sensibilidade
proprioceptiva como exemplo, na primeira etapa podemos concluir que os
alunos que tem contato com a prática esportiva sem saíram bem melhor dos
que os alunos sedentários, porém, na segunda etapa, teste que os alunos
tiveram em realizar, por ter sofridos alterações no sentido proprioceptivo todos
independentes de serem sedentários ou não, apresentaram confusão na hora
de executar o que foi proposto. Já no teste onde verificamos a importância da
visão, é certo o uso em demasiado desse sentido, um dado que nos chamou a
atenção no decorrer desse teste foi como os alunos se sentiram incomodados e
muitas vezes desconfiados ao ter sua visão obstruída na segunda parte do
teste, o que não aconteceu na primeira etapa onde a aceitação foi bem maior,
sendo o teste mais fácil de ser aplicado.

CONCLUSÃO:
7. Conclusão

Com este estudo, podemos concluir a importância de se estimular o uso de


todas as modalidades sensoriais, seja qual for o esporte. Outro ponto que se
vale ressaltar é a importância de se praticar exercícios físicos. Nos testes
aplicados, eram visíveis as dificuldades de deslocamento e noção de espaço e
tempo devidos ao sedentarismo ou a obesidade de alguns alunos.
Diferentemente de outros que costumam se exercitar, estes se saíram muito
melhores na realização dos testes.
A pesquisa de campo foi de grande valia para termos consciência, observando
na prática e com um olhar de futuros profissionais, a importância do professor
(a) de Educação Física não só para apresentar o esporte aos alunos, mas
também para proporcionar saúde, diversão, liberdade de expressão,
conhecimento corporal, espacial, temporal, entre outras coisas, que se pode
desfrutar em uma boa aula de Educação Física.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Referências

SANTAREM, J. M. Hipertrofia muscular aptidão física, saúde e qualidade de


vida. São Paulo, 2002. Disponível em: saudetotal.com acesso em: 23 de
setembro de 2009.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

FILHO, J. L. A. S. Futsal. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Ed. Sprint, 1998.

MAGILL, R. Aprendizagem Motora: conceitos e aplicações. 5ª Ed. São Paulo:


Ed. Edgard Blucher, 2005.

CARVALHO, M. F. e TRENTIN D. T. Percepção do atleta acerca de sua aptidão


para competição. Revista digital efdeportes.com. Buenos Aires. Nº 131, 2009.
Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd131/percepcao-do-atleta-acerca-
de-sua-aptidao-para-competicao.htm Acesso em: 10/09/2009.

www.novafisio.com.br
Acesso em: 20/09/2009

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital


Acesso em: 21/09/2009

________________________________________________________________
1 Graduando do 2º Semestre de Educação Física na Universidade de Santo
Amaro
2 Graduando do 2º Semestre de Educação Física na Universidade de Santo
Amaro
3 Graduando do 2º Semestre de Educação Física na Universidade de Santo
Amaro
4 Graduando do 2º Semestre de Educação Física na Universidade de Santo
Amaro
5 Graduando do 2º Semestre de Educação Física na Universidade de Santo
Amaro
6 Graduando do 2º Semestre de Educação Física na Universidade de Santo
Amaro
7 Professora Orientadora Ms. Claudia Stefanini

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E SUAS IMPLICAÇÕES


PRISCILLA LIMA DOS SANTOS SILVA(1)

EGLE DE LOURDES FONTES J OKAZAKI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A gravidez na adolescência tem sido tema freqüente de debates por suas
importantes implicações sociais e obstétricos, e por sua crescente incidência. A
gravidez precoce está se tornando cada vez mais comum na sociedade
contemporânea, pois os adolescentes estão iniciando a vida sexual mais cedo.
E entender a experiência da gravidez, requer um olhar acolhedor. Mulheres que
iniciam a maternidade na adolescência tendem a ter um número maior de filhos
durante toda sua vida reprodutiva. Na maioria dos casos, a primeira gravidez
não é planejada, e algumas vezes indesejada.
Gravidez é um momento único da vida da mulher, momento este que precisa ter
consciência de que muita coisa irá mudar no corpo, na mente e no dia a dia da
futura mãe. Tudo começa quando um espermatozóide penetra no óvulo, então
acontece uma fusão das células. Assim está estabelecida a gravidez e as
mudanças começam a surgir.
Adolescência é uma transformação bio-psico-social, que diz respeito às
mudanças anatomo-fisiológicos, como crescimento de glândulas mamárias,
surgimento de pêlos nas axilas e órgãos genitais. A adolescência é uma atitude
ou postura do ser humano perante essas transformações e mediante as
influências transmitidas pelo meio familiar e pela cultura a que pertence.
Atualmente as crianças estão assumindo o papel de adolescentes, e como
conseqüência dessa adolescência precoce tem aumentado muito o número de
adolescentes grávidas no Brasil. À faixa etária de garotas com 14 a 19 anos que
ficam grávidas é extremamente absurda. Independentemente da determinação
da faixa etária, a adolescência é caracterizada por mudanças físicas, mentais e
emocionais.
Um filho indesejado e na adolescência pode ser um grande problema. De que
forma o enfermeiro pode intervir nesta situação?
O trabalho do enfermeiro com as adolescentes é de fundamental importância.
Sua visão e reflexão sobre o assunto contribuíram para o planejamento de suas
ações e, é neste sentido que se faz necessário uma visão ampla, de cuidado
por parte desses profissionais. Destacam também que é importante insistir na
prevenção e promoção, para que o cuidado seja cada vez mais eficaz.
O adolescente necessita de apoio para enfrentar seus conflitos e eventuais
problemas que poderão ocorrer ao longo de seu percurso. A equipe
multidisciplinar deve desenvolver condições para a adolescente expressar todos
os sentimentos em relação a si e à gravidez.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

A intervenção do enfermeiro a nível familiar pode sem dúvida conduzir a que


situação de crise seja ultrapassada e aceita por esta.
A preocupação dos profissionais de enfermagem deve ser uma realidade,
porque os jovens adolescentes constituem um grupo onde podem surgir
comportamentos de riscos. A sua intervenção será a orientação, como lidar com
seu corpo e mudanças que viram acontecer ao longo da gravidez e quase
sempre surgem problemas emocionais. Um ponto importante da orientação é a
prevenção de um outro filho, incentivando as escolhas saudáveis e conscientes
aos adolescentes. Outras condutas que o enfermeiro pode realizar é procurar
compreender a situação que a adolescente vive, deve incentivar a procurar
caminhos para solucionar o problema, nunca abandonar a garota nesta
situação, deve dispor de uma comunicação aberta e acessível com os pais
adolescentes, implicar o pai adolescente no processo de acompanhamento de
sua companheira, incentivando o casal a participar no futuro de uma
contracepção.
Os profissionais que trabalham com adolescentes grávidas devem incentivar a
relação precoce mãe/ filho já estabelecendo atitudes saudáveis e fazendo com
que a mãe goste de si mesma e aceita as alterações do corpo com uma
necessidade para um bom desenvolvimento do filho.
Os pais adolescentes devem aceitar a existência de suporte social e a forma
como utilizam para o seu bem estar e de seu filho.
Quando chega à puberdade, ali pelos 12 anos, 13 anos, meninos e meninas
estão preparadas biologicamente para serem pais e mães; entretanto, não se
está ainda psicologicamente nem socialmente preparados para arcar com as
responsabilidades de uma nova família1.
Mediante toda a problemática física e emocional de uma gestação na
adolescência, percebe-se que a situação, em sua maioria é enfrentada com
dificuldade.
Muitas vezes a adolescente não sabe como lidar com esse problema, o que
resulta em abandono de escola, e acaba entrando no mercado de trabalho
devido o desespero de uma responsabilidade. O abandono por parte da família
e muitas vezes do parceiro, ocasiona numa repetição de outra gestação em
curtos intervalos de tempo1.
A gravidez na adolescência é um desafio social, e não um problema só da
adolescente que em sua maioria, além de estar assustada com a gravidez, fica
sozinha nessa fase, porque às vezes pais, familiares e amigos se afastam,
agridem desencadeando ainda mais conflitos1.
Para reverter esta situação, as adolescentes devem ser amparadas por todas
as pessoas que as cercam, e também preparadas fisicamente e
psicologicamente no pré-natal para o parto quanto para o puerpério e
amamentação1.
A adolescente grávida precisa de oportunidade para retomar e repensar seu

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

papel social, de cidadã, de mulher, de mãe, desenvolvendo assim uma auto-


estima favorável, para que dessa fase em diante possa obter maior equilíbrio,
apoio e uma melhor perspectiva de futuro para sua vida e a do seu bebê.
Não cabe ao profissional emitir julgamentos morais sobre a conduta da
adolescente e sim atendê-la em suas necessidades, pois essa atitude pode
impedir o atendimento adequado e distanciar o adolescente1.
A melhoria das ações de prevenção de DST/AIDS, gravidez na adolescência,
métodos contraceptivos e planejamento familiar, são de suma importância para
evitar a gestação na adolescência.
É preciso vencer preconceitos, entender que a adolescente vive uma fase de
experimentações e, é papel do profissional compreender não apenas o fato da
gestação na adolescência, e sim o processo como um todo1. O profissional tem
que estar pronto para atender, ajudar e conscientizar a adolescente dos
problemas que acarretam uma gravidez ainda na adolescência e mostrar que
tudo pode ser evitado, desde que haja uma informação por parte dos pais, e até
dela com seu parceiro. Hoje existem vários métodos para se evitar uma
gravidez precoce e indesejada.
O desafio maior é prevenir a ocorrência de gestações na adolescência,
intervindo junto ao adolescente, de modo a oferecer subsídios para que o
mesmo compreenda as ações desenvolvidas, conscientizando e mudando seu
comportamento.

OBJETIVO:
Identificar na literatura as possíveis causas de enfrentamento das adolescentes
grávidas.

METODOLOGIA:
Esta pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica sobre a gravidez na
adolescência e suas implicações, indexados em base de dados como Acta
Paulista, BDENF, Scielo, e na listagem das referências bibliográficas dos artigos
selecionados, a partir das palavras chaves: Gravidez, adolescente.

RESUMO:
Muitas adolescentes vêem sua vida mudar completamente depois que
engravidam, e o pior é que não se sentem preparadas para essa nova
mudança. Essas mudanças implicam na relação com a adolescente e os pais,
que nem sempre estão compreensivos e aceitam numa boa essa situação, e
isso gera conflito porque a adolescente fica com medo de perder o apoio e o
afeto dos pais. Outro conflito é o receio e algumas vezes a perda do namorado,
o namoradinho acha melhor “cair fora” deixando toda responsabilidade para

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

menina. Por mais forte que seja a adolescente, é difícil não se deixar abalar
psicologicamente e emocionalmente. O corpo começa mudar de forma, o
constrangimento a vergonha são sintomas que vão surgir na adolescente, e em
muitos casos a adolescente fica depressiva, não tendo mais vontade de
estudar, sair de casa, se deixa levar pela situação. Existem evidências do
abandono escolar, por pressão da família, e ainda, por achar que "agora não é
necessário estudar". Pode haver também rejeição da própria escola, por
pressão dos colegas ou seus familiares e até de alguns professores. Não é
nada fácil deixar o papel de filha para se transformar em mãe.
A gestação na adolescência tem sido associada a uma freqüência de resultados
obstétricos tais como: baixo peso ao nascer, parto prematuro e DHEG. Alguns
estudos relatam que esses riscos acontecem devido à adolescente ser muita
nova e não acompanhar as consultas de pré-natal. O acompanhamento de pré-
natal é de fundamental importância para uma mulher grávida. Geralmente as
adolescentes não tem tanto cuidado com a alimentação adequada, não tem
cuidado com o físico, tudo isso gera complicações na gravidez. Têm bebês que
devido a esses problemas acabam morrendo por desnutrição e problemas
infecciosos no decorrer do 1º ano de vida2. A gravidez na adolescência é um
marco de risco para o recém nascido. Não é só um risco para o bebê, mas para
a mãe do bebê também, tanto é verdade que no mundo em geral pelo menos
60 mil novos casos de adolescentes morrem em decorrência de complicações
na gravidez e no parto2.
E alguns autores consideram a gravidez na adolescência como sendo uma das
complicações da atividade sexual. Quando uma atividade sexual gera uma
gravidez, consequentemente vai gerar problemas a um bom tempo.

PAPEL DO ENFERMEIRO

As adolescentes devem ser compreendidas no contexto em que vivem. O papel


do profissional da saúde é cuidar, prevenir, proteger, tratar, recuperar,
promover, ajudar enfim garantir um cuidado humanizado, por meios de
parâmetros técnicos, éticos, científicos, políticos e solidários. Assistência dos
profissionais consiste no atendimento de qualidade articulando atitudes de
acolhimento.
Orientar, aconselhar são formas de deixar os adolescentes informados sobre
sexualidade, gravidez e tudo que diz respeito ao mesmo, porque a gravidez na
adolescência tem aumentado muito e isso é um problema de saúde pública e
da sociedade em geral. Às vezes a informação sobre sexualidade tem chegado
aos ouvidos dos adolescentes de forma errada e vulgarizada, e em outras
ocasiões há falta de informação. Têm adolescentes que não sabem da
existência de um contraceptivo, outros que só ouviram falar; e o papel do

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

925
UNISA - Universidade de Santo Amaro

enfermeiro é justamente orientar, aconselhar e informar a todos os


adolescentes que tem como prevenir gravidez indesejada. Existem vários
métodos contraceptivos que são importantes para a saúde da mulher, que é um
direito básico do ser humano e que evita riscos de doenças, e previne outras
gestações. A contracepção regular é uma transição importante na trajetória
feminina3.
A enfermagem tem inúmeras atividades a serem realizadas quando se deparam
com uma adolescente grávida, é importante a intervenção do enfermeiro, que
pode sem dúvida fazer com que a situação de desespero por parte do
adolescente seja ultrapassada e aceita.

CONCLUSÃO:
Com esse estudo foi possível perceber que o número de adolescentes grávidas
tem aumentado muito e que as adolescentes enfrentam confrontos. Mediante
esta situação, que resulta em vergonha, depressão, abandono de escola,
problemas familiar, frustrações e riscos obstétricos, por estar grávida tão nova.
As conseqüências negativas da gravidez na adolescência é caracterizado por
mudanças extremamente importante para o desenvolvimento da mulher.
Como é importante o cuidado profissional com vista à saúde da adolescente e a
do bebê.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1- Mainarte, M. A. C. Godoy, S. R. Bonadio, I. C. Gravidez na adolescência em
periódicos de enfermagem, ginecologia e obstetrícia entre 1997-2001. Na. 1
Simp. Internacional do Adolescente May. 2005.

2- Okazaki, E. L. F. J. Enfermagem e Psicopedagogia: conhecimento e


emoções das gestantes adolescentes no pré-natal. [Tese de doutorado] São
Paulo: Universidade de Santo Amaro, 2007.

3- HEILBORN, Maria Luiza. “Gravidez na Adolescência: considerações


preliminares sobre as dimensões culturais de um problema social” In VIEIRA,
Elisabeth M., FERNANDES, Maria Eugenia L., BAILEY, Patrícia e McKAY,
Arlene. (orgs.). Seminário Gravidez na Adolescência, Saúde do Adolescente -
Ministério da Saúde, Projeto de Estudos da Mulher/Family Health International,
Associação Saúde da Família. Rio de Janeiro, 1998, p. 23-32.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

________________________________________________________________
1Graduanda da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro –
UNISA- São Paulo/SP (priscillalimads@yahoo.com.br)
2Docente do curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro- UNISA-
São Paulo/ SP

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

HIPOATIVAÇÃO AUTONÔMICA SIMPÁTICA DURANTE O


ESTIMULO DO QUIMIORREFLEXO PERIFÉRICO
JOSÉ MARIO COUTO DE SOUZA(1), ALEXANDRA CORREA ARAUJO OCANHA(2),
BRUNO PLACHA CAVALLI(3), NADIELLE SANTOS COSTA(4), VANESSA CAMARGO
FIORE(5), FLÁVIO TOMAZELLI FAIM(6)

WLADIMIR MUSETTI MEDEIROS(7)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma das mais importantes doenças da
medicina, em razão da sua alta incidência, mortalidade e morbidade.
O AVE pode ter como causa fenômenos obstrutivos ou hemorrágicos.
Os obstrutivos desencadeiam o classicamente chamado AVE isquêmico (AVEi),
podem ser provocados por trombose, embolia, dissecção da parede arterial,
arterite, compressão e malformações.
Os hemorrágicos podem ser parenquimatosos ou subaracnóideos. São
resultantes da ruptura de microaneurismas, aneurismas ou outras
malformações ou da discrasia sanguínea. A ruptura dos microaneurismas, em
geral, provoca uma hemorragia intraparenquimatosa, classicamente chamada
de AVE hemorrágicos(1).
No Brasil, dos que sobrevivem, pode-se afirmar que de 30% a 48% apresentam
algum tipo de incapacidade, estando impedidos de retornar ao trabalho,
principalmente no primeiro ano após o AVE, e não raro ficam dependentes de
ajuda para o desempenho das atividades da vida diária, em diferentes níveis de
atenção (2).
O papel do quimiorreceptor periférico é fundamental para os ajustes das
concentrações gasosas no sangue através de ajustes respiratórios, uma vez
que destes se projetam terminações nervosas até o centro respiratório no
tronco encefálico, os quimiorreceptores periféricos que se localizam no corpo
aórtico e nos corpos carotídeos junto à bifurcação de cada uma das artérias
carótidas são formações altamente vascularizadas, que respondem a mudanças
na concentração de oxigênio no sangue através de potenciais de ação que
trafegam bilateralmente ao longo dos nervos glossofaríngeo, ao passo que os
aórticos mandam suas mensagens aferentes através dos nervos vagos (3).
A Hipertensão e o sedentarismo severo estão presentes no paciente vitima de
AVE, fatores que contribuem para o surgimento de disfunções no
quimiorreflexo. Entretanto até a presente data não se observou na literatura
pesquisas que avaliassem a integridade do quimiorreflexo.

OBJETIVO:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Investigar a função do quimiorreflexo periférico em pacientes vitima de Acidente


Vascular Encefálico; e comparar os níveis de respostas dos sistemas nervoso
autônomo, cardíaco, vascular e respiratório entre estes e indivíduos saudáveis.

METODOLOGIA:
Participaram deste estudo 16 pacientes dos quais 8 vitimas de AVE
encaminhados a clínica de fisioterapia da Universidade de Santo Amaro e 8
indivíduos voluntários saudáveis (grupo controle), com idade entre 30 e 75
anos, de ambos os sexos. Utilizou-se para análise do quimiorreflexo periférico
variáveis como a Pressão Arterial Sistólica (PÁS), Pressão Arterial Diastólica
(PAD), Pressão Arterial Média (PAM), Freqüência Cardíaca (FC), Freqüência
Respiratória (FR) e Variabilidade da Freqüência Cardíaca (VFC), e o seguinte
protocolo experimental: 1. momento repouso; 2. momento hipóxia: inalação de
uma mistura gasosa constituída de 10% Oxigênio e 90% de nitrogênio durante 5
minutos. 3. momento recuperação: repouso por 5 minutos e interrupção das
medições.

RESUMO:
O presente estudo avaliou 16 indivíduos, sendo 8 pacientes pós Acidente
Vascular Encefálico denominado grupo AVE e 8 indivíduos normais
denominados grupo Controle. Participaram do estudo indivíduos de ambos os
sexos sendo 75% do gênero masculino no grupo AVE e 47,5% no grupo
Controle. Observou-se uma média de idade no grupo AVE de 60,1 ± 8,5 anos e
no grupo Controle de 53,1 ± 13,3 anos. Com um peso médio de 71,5 ± 11,9 Kg
no grupo AVE e 72,2 ± 15,4 Kg no grupo Controle, uma altura média de 164,8 ±
8,2 cm no grupo AVE e 163,5 ± 18,4 cm no grupo controle, com um índice de
massa corporea (IMC) de 26,3 ± 4,5 Kg/m² no grupo AVE e 26,7 ± 3,8 Kg/m² no
grupo Controle.
As medidas de Variabilidades da Frequencia Cardiaca (VFC) obtidas através do
programa Polar® Precision Performance® são:
Analise do domínio da freqüência.
A Banda de baixa freqüência LF (0,051 a 0,150 Hz) caracterizada pela atividade
simpática, porém sofrendo modulação do parassimpático, apresentou um
aumento da atividade simpática do grupo AVE no momento Hipóxia em relação
ao momento Repouso de 15,75% já no grupo controle houve uma diminuição de
13,73%. Entre os grupos no momento repouso houve uma diferença de 33,7% e
no momento hipóxia 8,82% Entretanto não se observou diferenças significativas
entre um grupo e outro nos diferentes momentos.
A Banda de alta freqüência HF (0,151 a 0,40 Hz) representa atividade
parassimpática e esta relacionada à respiração, apresentou um declinio de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

929
UNISA - Universidade de Santo Amaro

10,12% do momento Hipóxia para Repouso no grupo AVE, já o grupo Controle


demonstrou um aumento de 1,68%. Entre os grupos no momento repouso
houve uma diferença de 18,35% e no momento hipóxia 7,60% Mesmo havendo
diferença ente os grupos, não se notou significância.
O balanço simpático/parassimpático LF/HF representando atividade simpática,
apresentou um aumento no momento Repouso para Hipóxia no grupo AVE de
64.12%, e também houve um aumento no grupo Controle de 49.57%. . Entre os
grupos no momento Repouso houve uma diferença de 25% e no momento
Hipóxia de 46,63% A diferença entre os grupos no momento Hipóxia foi
significante com o p=0,044.

CONCLUSÃO:
Com base nos dados obtidos na amostra estudada, concluímos que pacientes
vitimas de Acidente Vascular Encefálico apresentam disfunção do
quimiorreflexo, caracterizada por uma tendência a hipoativação parassimpática
e uma significativa hipoativação simpática durante o estimulo do quimiorreflexo
periférico.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. POLESE, Janaíne Cunha et al. Avaliação da funcionalidade de indivíduos
acometidos por Acidente Vascular Encefálico. Rev. Neurocienc, São Paulo,
v.16, n.3, p. 175-78, jul/set. 2008.
2. GIRARDON-PERLINI, Nara Marilene Oliveira et al. Lidando com Perdas:
Percepção de pessoas incapacitadas por AVC. REME – Ver. Min. Enf,v.11 n.2
p.149-54, abr/jun. 2007.
3. GYTON, Arthur C. Tratado de fisiologia médica. 11° edição, Mississipi,
Guanabara Koogan, cap 41, p. 475-80. 2006.

________________________________________________________________
Grupo de Estudos em Reabilitação e Fisiologia do Exercício

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

930
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Impacto de um programa de fisioterapia cardivascular de curto


prazo na pressão arterial de indivíduos obesos hipertensos
ALEXANDRA CORREA ARAUJO OCANHA(1), NADIELLE SANTOS COSTA(2), BRUNO
PLACHA CAVALLI(3), FLÁVIO TOMAZELLI FAIM(4), JOSÉ MARIO COUTO DE
SOUZA(5), ANDREAS KANNER BRUNO(6), VANESSA CAMARGO FIORE(7)

WLADIMIR MUSETTI MEDEIROS(8)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Obesidade é uma doença na qual a reserva natural de gordura aumenta até o
ponto em que passa a estar associada a certos problemas de saúde ou ao
aumento da taxa de mortalidade. A obesidade é causada por uma complexa
interação entre fatores genéticos e ambientais. Apesar de se tratar de uma
condição clínica individual, é vista, cada vez mais, como um sério e crescente
problema de saúde pública. A associação entre obesidade e hipertensão já foi
reconhecida há algum tempo. Quando pacientes hipertensos foram comparados
a indivíduos normotensos, umas das maiores diferenças encontradas tem sido o
aumento de prevalência de obesidade. Por outro lado, a redução de peso,
mesmo quando modesta, traz benefícios ao paciente hipertenso não só no que
diz respeito à redução dos níveis pressóricos como também com relação à
melhora de outras condições freqüentemente associadas à obesidade. O
exercício físico é um dos principais recursos terapêuticos no tratamento da
obesidade, contribuindo com a redução do percentual de gordura, aumento da
massa muscular, porem ainda são escassos os estudo que avaliem o efeito de
um programa de exercicios fisicos, principalmente os de curto prazo, sobre a
diminuição da pressão arterial.

OBJETIVO:
Nosso objetivo no presente estudo foi verificar a eficácia do programa de
fisioterapia cardiovascular e metabólico de curta duração (1 mes) na redução da
pressão arterial de indivíduos obesos hipertensos.

METODOLOGIA:
Foi realizado um estudo, no qual a amostra foi composta por 6 voluntárias do
sexo feminino, com idade entre 35 e 75 anos, com diagnóstico médico de
obesidade comprovada pelo IMC maior que 30 Kg/cm² e hipertensão arterial
comprovada pela PAS maior que 140 mmHg e a PAD maior que 90 mmHg. O
programa de exercicios fisicos foi realizado 3 vezes na semana, durante 4
semanas, com intensidade de 60% da Reserva da Frequência Cardiaca

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

931
UNISA - Universidade de Santo Amaro

(Formula RFC de Karvonnen) por 30 minutos e complementado com exercícios


localiados para os membros superiores e inferiores.

RESUMO:
Na população estudada observou-se uma idade média de 39,0 ± 10,8 anos,
peso médio de 86,1 ± 12,5 Kg, uma altura média de 1,56 ± 5,7, um IMC médio
de 35,2 ± 6,1 Kg/m2, um peso gordo médio de 25,5 ± 7,2 kg e um peso magro
médio de 61,8 ± 7,4 kg. 16,6 % dos indivíduos utilizavam iECA, 16,6 %
utilizavam diurético e 50% utilizavam estatina.
Com relação aos dados cardiovasculares e de capacidade funcional obtidos no
teste ergométrico, observou-se inicialmente uma Freqüência Cardíaca de
repouso de 71,0 ± 9,2 bpm e uma Freqüência Cardíaca máxima de 160,0 ± 4,0
bpm, resultando em um aumento de 125%. Já a Freqüência Cardíaca predita foi
obtida com base na fórmula de predição da FC máxima de Karvonen
(KARVONEN, 1957), onde: FC Max = 220 – idade. E obteve-se 177,67 ± 5,8
bpm. A Pressão Arterial Sistólica de repouso apresentou um valor médio de
141,7 ± 11,7 mmHg. A Pressão Arterial Diastólica apresentou um valor médio
de 95,0 ± 10,5 mmHg. A Pressão Arterial Média de repouso apresentou um
valor médio de 110,6 ± 9,8 mmHg. Com relação às pressões arteriais máximas
observou-se um valor de 176,6 ± 28,0 mmHg para a sistólica e 106,6 ± 8,1
mmHg para a diastólica e 130,0 ± 12,4 mmHg para a média. O delta para
Pressão Arterial Sistólica apresentou valores médios de 48,3 ± 23,1 mmHg e
valores médios de 23,3 ± 16,3 mmHg para o delta de Pressão Arterial
Diastólica. O FAI apresentou uma média de 29,8 ± 9,1. O FAI (Functional
aerobic impairment) é o prejuízo da função aeróbia e é obtida através da
diferença entre o VO2 predito e o VO2 obtido. O Duplo Produto corrigido
apresentou média de 28246,6 ± 4352,0 bpm/mmHg. O Duplo produto é obtido
através da multiplicação da freqüência cardíaca pela pressão arterial sistólica.
O METs apresentou um valor médio de 7,68 ± 0,66. O METs é unidade
metabólica que equivale ao gasto energético de repouso, que é obtida através
do VO2 por 3,5. O Volume Maximo de Oxigênio (VO2) máximo corrigido da
população estudada apresentou o valor médio de 26,8 ± 2,2 ml/Kg/min
Observa-se o comportamento da pressão arterial sistólica inicial e após 4
semanas de intervenção de cada um dos indivíduos estudados. Observa-se na
primeira semana um valor médio de 141,7 ± 11,7 mmHg e na quarta semana
observa-se um valor médio de 121,7 ± 9,8. Esta redução foi de 14,2%,
apresentando uma significância de p = 0,018. Observa-se o comportamento da
pressão arterial diastólica inicial e após 4 semanas de intervenção de cada um
dos indivíduos estudados. Observa-se na primeira semana um valor médio de
95,0 ± 10,5 mmHg e na quarta semana observa-se um valor médio de 78,3 ±
7,5. Esta redução foi de 17,5%, apresentando uma significância de p = 0,031.
Observa-se o comportamento da pressão arterial media inicial e após 4

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

932
UNISA - Universidade de Santo Amaro

semanas de intervenção de cada um dos indivíduos estudados. Observa-se na


primeira semana um valor médio de 110,6 ± 9,8 mmHg e na quarta semana
observa-se um valor médio de 92,8 ± 6,8. Esta redução foi de 16,1%,
apresentando uma significância de p = 0,018.
O principal achado deste estudo foi que o exercício físico de curto prazo foi
eficaz na diminuição da pressão arterial de indivíduos obesos hipertensos.
A amostra estudada constituiu-se de indivíduos obesos grau II e é do
conhecimento de que muitas vezes a obesidade esta associada a doenças. No
presente estudo os pacientes não apresentaram alterações na avaliação
cardiovascular, com exceção da hipertensão e o baixo condicionamento físico.

CONCLUSÃO:
Com base nos resultados obtidos com a amostra estudada conclui-se que um
programa de fisioterapia cardiovascular de curto período foi eficiente em reduzir
a pressão arterial de indivíduos obesos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CHOBANIAN, A. V. et al. Seventh Report of the Joint National Committee on
Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure.
Hypertension, v. 42 n. 6, p. 1206-52, 2003.

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICIN. ACSM stand position on the


appropriate intervention strategies for weight loss and prevention of weight
regain for adults. Med Sci Sports Exerc, v. 33, p. 2145-56, 2001

CIOLAC, E. G. et al. Acute aerobic exercise reduces 24-h ambulatory blood


pressure levels in long-term-treated hypertensive patients. Clinics, v. 63, n. 6, p.
753-8; Dec 2008.

HALBERT, J. A. et al. The effectiveness of exercise training in lowering blood


pressure: a meta-analysis of randomized controlled trials of 4 weeks or longers.
J Hum Hypertens, v. 11, p. 641-9, 1997.

________________________________________________________________
Grupo de Estudos em Reabilitação e Fisiologia do Exercício - GERFE

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

933
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IMPACTO DO ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA


FRENTE À SAÚDE PÚBLICA
RICARDO DE LIMA SANTOS(1)

HOGLA CARDOZO MURAI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O Brasil está envelhecendo. Esta constatação está descrita e detalhada no
artigo de Veras(1) publicado em 1988. O autor analisou dados censitários e
comparou as mudanças observadas na demografia brasileira com o processo
de envelhecimento populacional vivenciado anteriormente por outros países.
Desde a década de 1980 estes e outros autores anunciam que os idosos serão
pressão crescente sobre a área social e de saúde, que necessitarão de políticas
públicas específicas e que os recursos humanos deverão ser capacitados para
intervir sobre este grupo etário.
Desde a década de 1980 esses e outros autores aprofundado estudos sobre o
grupo populacional acima dos 60 anos, enfatizando os aspectos biológicos,
sociais, culturais, econômicos demográficos e legais relativos a ele. Em comum,
prevêem o aumento da demanda para exames complementares, consultas,
consumo de medicamentos e outros tratamentos. No mesmo período a
informática se popularizou e passou a ser utilizada como ferramenta na área da
saúde. Como exemplo, o Ministério da Saúde desenvolveu e tornou disponível
para consulta uma base de dados com informações de saúde demográficas,
econômicas, de morbidade e mortalidade, entre outras, com a finalidade de
apoiar o planejamento e acompanhamento das ações do Sistema Único de
Saúde – SUS. Neste cenário, definiu-se como problema de pesquisa a
utilização dos dados disponibilizados nos sistemas de informação em saúde
para demonstrar a pertinência das previsões acerca do processo de
envelhecimento da população brasileira com as seguintes indagações: - qual foi
o crescimento proporcional dos idosos na população geral? A taxa de
envelhecimento populacional evolui na mesma intensidade do crescimento do
número de idosos? Qual o impacto desta nova estrutura etária da população
exerce sobre o número, custo e média de permanência das internações
hospitalares pagas pelo SUS? O perfil de mortalidade proporcional por causas e
idade se modificou?

OBJETIVO:
O objetivo deste estudo é identificar evidencias das mudanças no perfil
demográfico e de morbimortalidade de maiores de sessenta anos a partir da
década de 1980 na base de dados dos sistemas de informação em saúde
DATASUS.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

934
UNISA - Universidade de Santo Amaro

METODOLOGIA:
Estudo descritivo, exploratório comparativo de dados demográficos e de
morbimortalidade do grupo etário com sessenta anos e mais, disponíveis na
base de dados DATASUS. Foram definidos três anos censitários iniciando em
1980, 1991 e 2000, acrescidos do ano de 2007 com dados estimados. A
escolha de 2007 deveu-se a disponibilidade de informações de
morbimortalidade nacionais para este período.Os dados foram colhidos
utilizando-se a ferramenta TABNET na base de dados disponível em
WWW.datasus.gov.br /informações de saúde para cada período definido,
organizados em tabelas e em gráficos e posteriormente comparados à
bibliografia sobre o tema.

RESUMO:
A base de dados DATASUS permite a análise da composição populacional a
partir do censo de 1980. O presente estudo selecionou a partir desta data três
outras coincidentes com os censos realizados e a estimativa para o ano de
2007 por dispor de dados de morbimortalidade. Ao analisar os dados
específicos para os maiores de 60 anos, verificou-se também um decréscimo no
ritmo de crescimento populacional, entretanto ainda com taxas maiores do que
o dobro da população total. A distribuição da população idosa por sexo mostra
que as mulheres passaram a viver mais do que os homens. A distribuição dos
idosos segundo as faixas etárias intermediárias mostra que em 1980 somente
8,2% ultrapassavam os 80 anos. Em 1991 eram 10,5% em 2000 eram 12,6 % e
em 2007 eram 14,0%. Esses dados mostram que também há um acréscimo na
longevidade. A taxa de envelhecimento da população representa a proporção
de pessoas com 60 anos e mais em relação aos menores de 15 anos no
mesmo período e local. Este índice foi calculado para os períodos deste estudo.
Os dados mostram que a taxa de envelhecimento não acompanha o ritmo de
crescimento da população idosa, sendo muito mais acelerado. Colocados em
gráficos estes dados mostram mais claramente que numericamente o
crescimento da população de 0 a 14 anos está estabilizado enquanto a de
maiores de 60 anos está em forte ascensão.Um estudioso da população idosa
aplicou em 2004 um instrumento para detecção precoce e previsibilidade de
agravos e afirmou que o “ novo século iniciou-se com a população idosa
crescendo proporcionalmente oito vezes mais que os jovens e quase duas
vezes mais que a população total”.Em relação à demanda dos idosos aos
serviços de saúde só foi possível verificar a evolução do número de internações
em períodos próximos aos escolhidos por não haver coincidência entre os
períodos disponibilizados. Foram verificados os dados referentes à internação
nos anos de 1995, 2000 e 2007. Os dados do sistema de Internação Hospitalar
– SIH/DATASUS também mostram que houve um aumento importante na
utilização de autorizações de internação hospitalar pelo SUS para pessoas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

935
UNISA - Universidade de Santo Amaro

idosas nos períodos selecionados. De 1995 a 2000 o acréscimo foi de 3,6%


enquanto nos sete anos seguintes a elevação foi de 7,2%. Em 2008,
Guarnieri(2) estudando o processo de envelhecimento populacional brasileiro
na perspectiva de contribuir para o cuidado deste grupo específico escreveu
que” um envelhecimento populacional com grande número de idosos com
algum grau de dependência resultante de seqüelas de doenças crônico-
degenerativas poderiam ter sido evitadas, ou melhor, controladas, por meio da
educação em saúde, assistência especializada e reabilitação, o que promoveria
a redução das dependências e dos gastos com atendimento”.As causas das
internações também confirmam a previsão de aumento das doenças crônico
degenerativas neste grupo etário. Verificando-se as principais causas de
internação em cada ano selecionado observou-se que as três primeiras causas
das internações não variaram no período. Em 2007 as neoplasias aparecem
entre as principais causas, que pode significar que as pessoas estão
sobrevivendo mais, vindo a morrer por câncer em idades mais avançadas.
Condições de saúde, capacidade funcional, usam de serviços de saúde e
gastos com medicamentos da população idosa brasileira: um estudo descritivo
baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.Um grupo de
pesquisadores a partir dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios realizada em 1998 analisou dados referentes à morbidade referida e
encontrou como a doença relatada com mais freqüência pelos participantes do
estudo foi hipertensão, seguida por artrite, reumatismo, doença do coração e
diabetes. Dos investigados 69,0% relataram ter pelo menos uma doença
crônica, sendo esta proporção maior entre mulheres do que entre os homens.
“Como era de se esperar, o relato da presença de pelo menos uma doença
crônica aumentou com a idade em ambos os sexos”.O custo das internações
representa outro aspecto importante para os estudiosos da terceira idade. Nos
períodos analisados verificou-se que os custos das internações dobraram. Este
aumento pode ser causado pela maior utilização dos serviços, pela maior
complexidade, pela maior permanência em internação ou pelo conjunto desses
e de outros fatores. Há na bibliografia relato em relação ao gasto com saúde
afirmando que o envelhecimento da população deverá acarretar um aumento do
gasto com saúde em relação ao PIB de aproximadamente 25% até 2050, dos
atuais 8,2% para 10,3%. Estas projeções devem ser entendidas como uma
sinalização das mudanças que estão em curso no Brasil e servir de suporte
para o planejamento e para a adaptação da oferta à demanda por serviços de
saúde no país. A média de permanência na hospitalização é outro modo de
verificar o mesmo dado. Verificadas nos mesmos períodos, observa-se que
embora não sejam a principal causa de internação os transtornos mentais são o
motivo de internações mais longas em todos os períodos selecionados. Em
2007 as causas externas passam a compor o grupo de causas de internações
mais longas entre idosos indicando uma alteração do perfil epidemiológico

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

936
UNISA - Universidade de Santo Amaro

neste grupo etário. Vários estudiosos do impacto do envelhecimento


populacional brasileiro sobre a área da saúde previram este quadro conforme
citado a seguir: Para Ramos(3) o desafio maior no século XXI será cuidar de
uma população de mais de 32 milhões de idosos, a maioria com nível sócio-
econômico e educacional baixos e uma alta prevalência de doenças crônicas e
incapacitantes. Afora as limitações financeiras para aderir aos múltiplos
tratamentos necessários, geralmente em bases crônicas, a disponibilidade de
suporte familiar para o idoso dependente deverá decair marcadamente em face
da diminuição do tamanho da família, o aumento do número de pessoas
atingindo idades avançadas e a crescente incorporação da mulher – principal
cuidadora – à força de trabalho fora do domicílio. É consenso entre diversos
autores que é necessário que se inicie uma reestruturação do sistema no
sentido de promover a prevenção, diagnostico precoce e tratamento das
doenças crônicas e das incapacidades associadas, no adulto em geral e no
idoso em particular. Veras(1) afirmou que o Brasil na década de 1980 era um
jovem país de cabelos brancos e alertou para o fato de que todo ano, 650 mil
novos idosos são incorporados à população brasileira, a maior parte com
doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. Em menos de 40 anos,
dizia, passamos de um cenário de mortalidade próprio de uma população jovem
para um quadro de enfermidades complexas e onerosas, típicas da terceira
idade, caracterizado por doenças crônicas e múltiplas, que perduram por anos,
com exigência de cuidados constantes, medicação contínua e exames
periódicos. Entretanto, embora já apresentem um perfil demográfico semelhante
ao dos países do Primeiro Mundo, os grandes centros populacionais brasileiros
ainda não dispõem de infra-estrutura de serviços que dê conta das demandas
decorrentes das transformações demográficas vigentes. Guarnieri (2) escreveu
que o processo de envelhecimento populacional é o resultado do declínio da
fecundidade e não somente da mortalidade, como o senso comum indica. Nos
países de primeiro mundo este processo ocorreu no século passado e perdura
até os dias de hoje, permitindo que os países se organizassem para atender as
necessidades de cuidados de saúde da população, enquanto os países
subdesenvolvidos e em desenvolvimento, inclusive o Brasil, iniciaram esta
inversão da pirâmide etária sem conseguir suprir as necessidades anteriores.
Os países pobres nos últimos tempos passaram a conviver com problemas do
passado, no caso as doenças infecto-parasitárias, conjuntamente com as
consideradas de países desenvolvidos: “as doenças crônico-degenerativas”. Em
relação à mortalidade os dados do DATASUS mostram que as pessoas acima
de 60 anos estão vivendo mais. Quando dispostas em gráfico, a proporção de
mortes de pessoas nas faixas etárias intermediárias 60 a 69; 70 a 79 anos e 80
e mais anos, as linhas permitem visualizar que os maiores de 80 anos
apresentam uma linha ascendente, significando que de 1980 a 2007 estão
constituindo um grupo maior, enquanto as outras duas faixas estão reduzindo

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

937
UNISA - Universidade de Santo Amaro

sua participação no total de mortes além dos 60 anos. A comparação das


causas das mortes dos idosos, mostram coerência com as causas de
internação. Também mostram que as três primeiras causas de óbito são as
mesmas em todos os períodos confirmando a importância das doenças
cardiocirculatórias e neoplasias neste grupo etário. As causas externas e as
infecciosas e parasitárias apareceram em todos os períodos nas sexta e sétima
posição de freqüência. Dados da PNAD 1998 analisados por especialistas
mostram que a doença relatada com mais freqüência pelos participantes do
estudo foi hipertensão (43,9%), seguida por artrite, reumatismo (37,5%), doença
do coração (19,0%), diabetes (10,3%), asma, bronquite (7,8%), doença renal
crônica (6,8%), câncer (1,1%) e cirrose (0,3%). Foi relatado por 69,0% dos
idosos relataram ter pelo menos uma doença crônica, sendo esta proporção
maior entre mulheres (74,5%) do que entre os homens (62,2%). Como era de
se esperar, o relato da presença de pelo menos uma doença crônica aumentou
com a idade em ambos os sexos.

CONCLUSÃO:
Os dados selecionados na base DATASUS evidenciaram a aceleração do
processo de envelhecimento da população brasileira a partir da década de
1980, mais acentuada a partir do ano 2000. As previsões de estudiosos do
assunto se concretizaram no que se refere ao aumento da demanda para
internações e custos da assistência e predominância das doenças crônico-
degenerativas. As causas de internação e morte sofreram pouca modificação e
mesmo assim, somente a partir da quarta posição na ordem de freqüência.As
recomendações dos estudiosos para que houvesse uma priorização na
capacitação de recursos humanos e no planejamento de serviços adequados
ao novo perfil populacional e epidemiológico brasileiro permanecem se
mostraram pertinentes à realidade mostrada nos dados dos sistemas de
informação.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Veras R. Envelhecimento populacional e as informações de saúde do PNAD:
demandas e desa&#64257; os contemporâneos. Introdução. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro. 2007; 23(10): 2463-66.

2. Guarnieri A. O envelhecimento populacional brasileiro: uma contribuição para


o cuidar. Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde. 2008; 33(3): 139-40.

3. Ramos LR. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos


residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Cad. Saúde Pública,
Rio de Janeiro. 2003; 19(3): 793-798.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

938
UNISA - Universidade de Santo Amaro

________________________________________________________________
1 Graduando do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro, São
Paulo – SP, Rick.lsantos@gmail.com

2 Enfermeira. Doutora em Saúde Pública. Professora Titular I da Universidade


de Santo Amaro – Orientadora.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

939
UNISA - Universidade de Santo Amaro

IMPORTÂNCIA DOS ANTICORPOS ANTIFOSFOLÍPIDES NAS


PERDAS GESTACIONAIS
GERSON JÚLIO DE FREITAS(1), MARCELLA MAIA DE SOUZA(2), LAMIZ TANNOURI(3),
MAYCON PAULO DE OLIVEIRA(4)

PATRICIA COLOMBO COMPRI(5)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Desde a década de 1950 foram descritos anticorpos antifosfolípides circulantes
no sangue de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, sendo que estes
anticorpos, já na época, foram associados a fenômenos alteradores da
hemostasia. Na era atual, a síndrome dos anticorpos antifosfolípides (SAF) é
descrita como uma síndrome na qual há trombofilia, com maior risco de
trombose arterial ou trombose venosa, trombocitopenia e abortamento de
repetição. O diagnóstico da SAF requer a presença de um destes critérios
clínicos mais a presença de anti-coagulante lúpico ou anticorpo anticardiolipina
IgG ou IgM maior que 10UI. A SAF primária ou idiopática é aquela na qual os
anticorpos antifosfolípides surgem sem nenhuma doença subjacente,
diferentemente da SAF secundária, na qual os anticorpos antifosfolípides estão
associados a doenças como lúpus eritematoso sistêmico (LES), colagenoses,
neoplasias, doenças infecciosas, HIV ou ao uso de drogas como clorpromazina,
hidralazina, fenitoína, procainamida ou cocaína.
A freqüência da SAF na população em geral permanece desconhecida. Sabe-
se, contudo, que anticorpos antifosfolípides podem ser encontrados em um a
5% de população saudável, em cerca de 50% dos indivíduos com LES, em até
75% de indivíduos com sífilis e de 70% em indivíduos com HIV.
Os anticorpos antifosfolípides (ACA) desregulam a hemostasia, levando o
indivíduo à trombofilia e tendo, também, efeito no sistema endócrino e
reprodutor feminino. Eles interferem com um anticoagulante natural, a proteína
placentária anticoagulante (PAP) e inibem a síntese de HCG, afetando o
desenvolvimento embrionário. A síndrome dos anticorpos antifosfolípides (SAF)
é caracterizada por maior risco de trombose arterial ou venosa, trombocitopenia
e abortamento de repetição. Seu diagnóstico requer um dos sinais já citados
associados à presença de anti-coagulante lúpico ou anticorpo anticardiolipina
IgG ou IgM maior que 10UI. Seja em pacientes com SAF ou em pacientes sem,
a associação entre os ACA e perda gestacional é preocupante.

OBJETIVO:
Analisar o impacto dos ACA nas perdas gestacionais e discutir medidas
cabíveis para amenizar o problema.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

940
UNISA - Universidade de Santo Amaro

METODOLOGIA:
Análise sistemática de publicações sobre SAF, ACA e perdas gestacionais, nas
bases LILACS, Medline, SciELO, Cochrane, EBSCO, Pubmed e revistas
impressas.

RESUMO:
O risco gestacional em mulheres com SAF varia de 50% a 97%. Nas mulheres
sem diagnóstico de SAF e com perda gestacional, a ocorrência de ACA ocorre
em 16% a 20% dos casos. O tratamento da SAF na gestação com baixas doses
de AAS e enoxaparina mostrou-se eficaz, reduzindo os riscos ao feto e
aumentando a taxa de sucesso gestacional de 30% para 70%.

CONCLUSÃO:
Os ACA participam em um grande número de perdas gestacionais, sendo talvez
necessárias, na tentativa de evitar complicações durante a gravidez, ampliação
de medidas diagnósticas e de tratamento profilático da SAF ou mesmo em
mulheres com ACA positivo mas ainda não diagnosticadas com SAF.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Louzada JR, et al. Síndrome do anticorpo antifosfolípide. Medicina, Ribeirão
Preto 1998; 31:305-15.
2. Aron AL, Gharavi AE, Shoenfeld Y. Mechanism of action of antiphospholipid
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106:8-12..
3. Cowchock FS, Reece EA, Balaban D, Branch DW, Plouffe L. Repeated fetal
losses associated with antiphospholipid antibodies: a collaborative randomized
trial comparing prednisone with low-dose heparin treatment. Am J Obstet
Gynecol 1992; 166: 1318-23.
4. Rosove MH, Tabsh K, Wasserstrum N, Howard P, Hahn B, Kalunian KC.
Heparin therapy for pregnant women with lupus anticoagulant or anticardiolipin
antibodies. Obstet Gynecol 1990;75: 630-4..
5. Costa OLN, Brandão C, Silva MMR et al. Anticorpos Antifosfolípides em
Mulheres com Antecedentes de Perdas Gestacionais: Estudo Caso-Controle.
Rev Bras Reumatol, 2005, v. 45, n. 3, p. 119-23.
6. Barros VV. Tratamento da Síndrome dos Anticorpos Antifosfolípides na
Gestação. Rev Assoc Med Bras 2002; 48(2): 93-117.
________________________________________________________________
Nada digno de nota.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

941
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Incidência de desconfortos osteomusculares em usuários de


computadores portáteis.
DEBORA NOGUEIRA(1)

CLAUDIA DIAS OLLAY(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A necessidade crescente por uma tecnologia pequena e portável levou o
aparecimento de computadores portáteis no ambiente de trabalho trazendo
mais comodidade, facilidade, e rapidez na entrega de qualquer tarefa a serem
realizadas e muitas outras vantagens, porém, acarretando diversas
conseqüências a saúde física e mental (ALVES, 2000).
Esses pequenos computadores, bem convenientes, apresentam riscos à
saúde e a segurança do trabalhador, levando uma disputa entre conveniência,
portabilidade e postura de funcionamento confortável quando utilizados por
longo período devido ter o teclado junto à tela, limitando a adaptação do
usuário, aumentando os danos nos membros superiores segundo (COSTA &
XAVIER, 2006).
Diante de exigências e competitividade cada vez maiores nas empresas, os
trabalhadores são exposto a níveis altos de tensão, cobrança de produtividade
e posturas inadequadas, ocasionando como reflexo um alto numero de
afastamentos, redução da produtividade. Tais condições de trabalho ocasionam
o aparecimento e/ou agravamento de lesões, principalmente no sistema
musculoesquelético (CARDOSO & POPOLIM, 2006).
Os distúrbios osteomusculares relacionados ao tamanho do computador são
doenças de caráter ocupacional, podendo atingir o individuo globalmente
(UEDA & BRITO), sendo importante salientar a precariedade de trabalhos e
estudos que envolvam este tema imensamente comum e atual, sendo de difícil
conclusão quais são estes eventuais desconfortos osteomusculares e sua
relação com as posturas envolvidas.
As DORT’s são doenças ocupacionais que mais acometem a saúde do
trabalhador de forma epidêmica (OLIVEIRA, 2002) ocorrendo com maior
freqüência em membros superiores, DECORRENTES à biomecânica
INADEQUADA, resultando em dor, queda no desempenho, incapacidade
funcional, podendo ocasionar síndromes dolorosas crônicas.
É necessário ressaltar que para identificar e analisar os problemas de saúde
nem um determinado processo de trabalho é preciso conhecer as situações de
trabalho, compreender as condições e a organização do mesmo (OLIVEIRA.
2002).
Assim, para contribuir na investigação dos problemas e na percepção da
situação em que esses trabalhadores são submetidos, delineou-se o presente

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

942
UNISA - Universidade de Santo Amaro

estudo com o objetivo de realizar a análise ergonômica do trabalho


estabelecendo a co-relação entre o uso de computador portátil e as queixas de
desconfortos musculares no momento que utilizam exclusivamente os
computadores portáteis em suas tarefas diárias, atualmente esses
trabalhadores da área de informática segundo Polito & Bergamash em 2002 é
um grupo que mais vem sendo cometido pelas DORT`S.

OBJETIVO:
A pesquisa teve como objetivo verificar a incidência de desconforto
osteomuscular em uma consultoria imobiliária no setor administrativo

METODOLOGIA:
O presente estudo foi realizado com 09 trabalhadores, todos do sexo feminino,
com idade média de 25,2 anos que utilizassem computadores portáteis no setor
administrativo da consultoria imobiliária BINSWANGER BRASIL, através de
uma análise ergonômica, aplicação de questionário, observação dos postos de
trabalho e aplicação da ferramenta ergonômica.

Todos os funcionários que participaram da pesquisa foram instruídos e


assinaram o termo de consentimento.

Para avaliação dos resultados foi realizado um breve questionário de perguntas


fechadas elaborado pelos próprios pesquisadores que continham perguntas de
queixa de desconforto nos últimos três meses, local e período mais intenso; e
tempo de permanência em sedestação.

Para análise ergonômica da atividade laboral, foi realizado observação dos


postos durante dois dias, no qual foram analisadas as possíveis posturas
adotadas pelos trabalhadores.

Aplicando conjuntamente a ferramenta ergonômica Sue Rodgers cuja


metodologia permite avaliar níveis dos riscos ergonômicos, por meio da
conjugação dos esforços, tempo de exposição e freqüência numa planilha
específica. Cada um dos parâmetros: esforço, duração e freqüência avaliados
individualmente numa escala de 1-3, para cada grupo muscular, avaliando a
interação nível de esforço, tempo de esforço antes do relaxamento (ou antes,
de ir para um nível menor esforço), bem como a freqüência de ativação do
músculo por minuto para cada grupo muscular, com base nestes parâmetros é
um prognóstico de fadiga muscular. O grau de severidade é determinado a
partir da combinação dos valores atribuídos a cada parâmetro: comprimento
/esforço/ freqüência (VILLALOBOS et al, 2003).

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

943
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Após aplicação da ferramenta, foi realizada uma breve entrevista dos


trabalhadores sobre as atividades por eles desempenhadas, revelando locais
do corpo onde existem desconfortos e aplicação de um check-list composto de
uma relação de itens para serem verificados, entre eles as condições de
trabalho e ferramentas utilizadas (mesa, cadeira, monitor, acessórios,
equipamentos) juntamente com a análise da postura adotada e dados clínicos
relacionados à algias, para verificar as condições de trabalho, elaborado pela
Professora Claudia Ollay, em anexo 1.

Apesar da utilização de registro iconográfico, como filmagem e fotos das


atividades, os mesmos não foram considerados para este estudo já que não
apresentaram relevância ao estudo.

RESUMO:
RESULTADOS

Quanto à avaliação geral


Obtiveram-se os seguintes resultados: os trabalhadores permaneceram cerca
de 70% da jornada de trabalho na postura em sedestação utilizando o
computador portátil. Os membros superiores foram as regiões mais acometidas.
Dos 9 sujeitos analisados, 5 relataram algum desconforto no pescoço (coluna
cervical) e torácica, e 3 na região do ombro, conforme ilustramos na figura 1. A
intensidade do desconforto foi sentida maior ao final da jornada de trabalho
acometendo 6 trabalhadores.

Quanto ao Check-list

Com relação ao check-list aplicado para se verificar as condições de trabalho,


observamos que o equipamento utilizado, ou seja, o computador portátil não
permite o ajuste fácil em relação à tela do monitor. A borda superior da tela está
mais baixa da linha horizontal dos olhos.
Não existem acessórios de apoio para punhos e mouse (mouse-pad); suporte
para documentos (porta-texto); protetor de tela no monitor; suporte para monitor
de vídeo e suporte para os pés.
A cadeira possui todos os ajustes mínimos para o conforto do trabalhador em
realizar suas tarefas, sendo do tipo giratória com rodízios nos pés e possui
altura ajustável, borda anterior do assento arredondada e estofada, encosto
com altura ajustável, apoios de braços com altura regulável.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

944
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Quanto à mesa observa-se largura e espaço suficientes para o uso dos


equipamentos, a borda anterior arredondada e existe espaço abaixo adequado
para encaixe de membros inferiores.
A tabela abaixo apresenta as variáveis posturais que os trabalhadores utilizam
no posto de trabalho.
Resultado este que é coerente com a postura prolongada em sedestação,
verificada em bancários, que apresentaram maior desconforto em membros
superiores. (Lacerda e cols, 2005).

Variáveis Presente Ausente

Assento correto 22% 78%


Encosto da cadeira 33% 67%
Altura da mesa correto 89% 11%
Borda superior tela/altura olhos 0 100%
Reflexo na tela do monitor 0 100%

Os resultados podem ser classificados em risco baixo para os quadrantes em


verde, moderados para os amarelos, alto para os vermelhos e muito alto para
os violetas.

Divisão do Corpo Nível de Esforço Tempo de Esforço Esforços por minuto


Pescoço 2 2 2
Ombro esquerdo 1 1 1
Ombro direito 1 1 1
Tronco 2 2 2
Braço esquerdo 1 1 1
Braço direito 1 1 1
Mão/punho E 2 1 3
Mão/punho D 2 1 3
Perna/PE E 1 1 1
Perna/PE D 1 1 1

Tabela 3: Resultado da aplicação da ferramenta ergonômica Sue & Rodgers.

DISCUSSÃO

Nos últimos tempos é evidente um aumento na incidência de doenças


osteomusculares, fato intimamente ligado aos novos processos de trabalho, que
levaram o trabalhador a permanecer por longo período de tempo na mesma

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

945
UNISA - Universidade de Santo Amaro

posição executando tarefas repetitivas. Esta posição aparentemente inofensiva


é a que mais agride a nossa coluna, devido a dois importantíssimos fatores: má
postura e assento impróprio (SÁ, 2002). Sem contar o nível de estresse e
tensão que estes trabalhadores estão submetidos, desta forma a permanência
em sedestação por períodos prolongados, contribui para o surgimento de
problemas, levando a diminuição do rendimento dos funcionários (ref),
diminuindo a produtividade e afastamentos.
Na análise geral dos resultados obtidos, observou-se que na maior parte do
tempo, os trabalhadores permanecem em sedestação utilizando o computador
portátil por muitas horas sendo um equipamento inadequado para utilização por
longos períodos. Os computadores portáteis embora convenientes possam
trazer riscos a saúde se utilizados por períodos prolongados devido sua
incapacidade de ser ajustado as condições de trabalho, seus próprios
fabricantes alertam quanto aos problemas ergonômicos associados ao seu uso
(COSTA & XAVIER, 2006), contribuindo para uma alteração postural devido sua
insuficiência de ajustes necessários para sua utilização durante a atividade
laboral .
Observou-se também alta prevalência de desconfortos musculares nos
membros superiores pelos trabalhadores que utilizam o computador portátil,
sendo a coluna cervical, coluna torácica e ombros, respectivamente, os locais
mais citados.
Resultado este que é coerente com a postura prolongada em sedestação,
verificada em bancários, que apresentaram maior desconforto em membros
superiores. (Lacerda e cols, 2005).
Atividades que exigem manutenção das mesmas posições corporais viram
hábitos posturais que podem promover modificações permanentes na atitude
postural, podendo inclusive, refletir em alterações significativas do alinhamento
(BITTAR et al, 2004).
O ambiente não ergonômico é ainda outro fator relacionado com as algias em
coluna vertebral, pois as características incorretas do mesmo obrigam os
trabalhadores a assumirem posturas inadequadas (NASCIMENTO & MORAES,
2000). Assim, não se pode deixar de considerar vários aspectos no ambiente de
trabalho que podem levar à simples desconfortos musculares como até o
adoecimento, entre os mais importantes: a organização de trabalho
(organização do trabalho que determinam o uso que será feito dos mobiliários),
instrumentos de trabalho e o tempo de realização das tarefas (MARIA et al,
2.000), riscos psicossociais, riscos ambientais, fatores biomecânicos e fatores
extra-trabalho (ZILLI, 2002).
Trabalhos em posturas estáticas e condições organizacionais desfavoráveis
são alguns dos fatores que devem estar associados a diversos desconfortos
corporais.
Deve-se levar em consideração não somente os fatores ergonômicos, mais

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

946
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também os antropométricos e sua a relação do trabalhador com os


equipamentos utilizados como os mobiliários, ferramentas, entre outros
(PRZYSIEZNY, 2006).

CONCLUSÃO:
Após observação de algumas incapacidades de ajustes ergonômicos
apresentadas pelo computador portátil como: monitor de altura irregular, e
espaço entre teclado e touche-pad (mouse) pequenos, impossibilitando
mobilidade de punhos e ombros, concluímos que a utilização do computador
portátil por longo período de tempo ira induzir a má postura, seus efeitos
nocivos acarretam em diversos desconfortos osteomusculares especialmente
em região do pescoço e ombros, devido à flexão constante e manutenção de
posturas estáticas dos músculos destas regiões.
De acordo com as ferramentas de análise utilizadas no presente trabalho
podemos concluir que realmente a postura inadequada ao utilizar o computador
portátil por longo período de tempo traz risco duvidoso para as regiões de
pescoço (coluna cervical), ombros, tronco e punhos.
É essencial informar os trabalhadores sobre o sobre os riscos da má postura, a
importância de pausas durante o trabalho, ajuste correto do mobiliário de
acordo suas características antropométricas (LACY, et al 2003), essas
dimensões (medidas físicas corpo humano) são classificadas como estática,
dinâmica e funcional (IIDA, 1990).
Indiscutivelmente são necessárias ações de educação em saúde,
treinamento, palestras, e entre diversas ações a ginástica laboral tem sido
apontada como estratégia importante na prevenção de desconfortos
osteomusculares “exercícios físicos laborais que trazem diversos impactos
positivos a saúde” (PEREIRA, 2001), trabalha a mente, o cérebro, o corpo e
estimula o autoconhecimento e melhor relacionamento interpessoal e melhor
qualidade de vida no trabalho (MENDES & LEITE, 2005)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Referências

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indústrias da cidade industrial de Curitiba (CIC). Dissertação de Pós Graduação
do Centro Federal de Educação Tecnologia, CEFET-PR, 2000.

ALVES, J. H. F. Ginástica Laborativa – Método para Prescrição de Exercícios


Terapêuticos no Trabalho. Revista Fisioterapia Brasil, v. 1, n. 1, set./out., 2000.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

947
UNISA - Universidade de Santo Amaro

p. 19 - 22.

CARDOSO, Daniela Dias & POMPOLIM, Francine Dias. Alterações na coluna


vertebral relacionadas ao trabalho sentado em costureiras. Monografia
apresentada ao Centro Universitário Claretiano. Batatais, MG, 2006.

COSTA, L. XAVIER, A.A. Paula. Análise da relação entre a postura de trabalho


e a incidência de dores nos ombros e no pescoço numa empresa de
desenvolvimento e implantação de sistema de GED. XXVI ENEGEP, Fotaleza-
Ce, out , 2006.

DIASCÂNIO, J.M., et al. Ginástica Laboral em postos de trabalho com


computadores. 1º Jornada de Ergonomia. 17 a 19 de setembro 2003, em evento
organizado pelo Núcleo de Ergonomia e Segurança do Trabalho, da
Universidade Federal de Juiz de Fora, MG.

FUENTES, S.A, et al. BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA LABORAL NA


PREVENÇÃO DOS DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO
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GRIFFIN, T. The Adaptive Laptop. Industrial Design Program, The University of


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LACY; MCGREEVEY; KROLL. Cumulative trauma disorders in office workers:


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ed. São Paulo; Manole; 2005.

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

PEREIRA F. A. et al. Prevalência de Dort. Rev. Brasil Fisioterapia, São Paulo, v.


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http://www.atomicdesigner.com.br/oficio-fev-08-press.pdf

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________________________________________________________________
Palavras-chave: análise ergonômica, computadores portátil, postura, ginástica
laboral.

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Incidência de lesões no Karate Shotokan


JOSÉ MARIO COUTO DE SOUZA(1), ALEXANDRA CORREA ARAUJO OCANHA(2),
NADIELLE SANTOS COSTA(3), VANESSA CAMARGO FIORE(4), BRUNO PLACHA
CAVALLI(5), FLÁVIO TOMAZELLI FAIM(6)

WLADIMIR MUSETTI MEDEIROS(7)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Diferentes tipos de artes marciais tiveram como origem a técnica denominada
Shaolin-su-kempo, esta foi desenvolvida pelo monge indiano budista
Bodhidharma, que inicialmente divulgou a técnica na China, que posteriormente
se difundiu pelo Japão, sofrendo então inúmeras transformações, resultado em
diferentes técnicas, onde destacamos o Karate (1).
O Karate Shotokan é a arte marcial mais conhecida do mundo, tendo como
principal característica os golpes de impacto, não utilizando nenhum tipo de
arma, uma vez que a palavra “Karate” significa mãos vazias. A dinâmica de uma
competição de Karate Shotokan é constituída de bloqueios e uma gama de
golpes, através de socos e chutes, executados com os membros superiores e
inferiores, que atingem as regiões do tronco e da cabeça do adversário(1,2).
Devido a esses golpes, nesse trabalho verifica-se a incidência de lesões por
segmento corporeo.

OBJETIVO:
Verificar a frequência de lesões por segmento corporeo em praticantes de
Karate Shotokan.

METODOLOGIA:
Este trabalho é uma pesquisa transversal realizada através de questionário do
tipo aberto e fechado.
Foram analisados 53 questionários respondidos por praticantes de Karate
Shotokan.Foram inquiridos atletas de três níveis de competição, obedecendo a
seguinte distribuição: nível internacional, nacional e estadual.
O questionário constou dos seguintes quesitos: nome, data de nascimento,
peso, idade de início da prática esportiva, tempo de pratica sem intervalo, faixa
atual, lado dominante, se é competidor, nível de competição, número de treinos
por semana, numero de horas por treino e locais de lesão durante a prática
esportiva (crânio, pescoço, ombro, braço, cotovelo, antebraço, punho,
mão/dedos, quadril, coxa, joelho, perna, tornozelo, pé/dedos, coluna,
peito/costas, boca/dentes, nariz, orelha)
Para a análise dos dados será utilizada uma estatística descritiva.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

950
UNISA - Universidade de Santo Amaro

RESUMO:
A amostra estudada foi composta por 53 Karatecas com a média de idade de
22,4 anos, peso de 68,6 kg, inicio de treinamento com uma média de 14,4 anos,
tempo de pratica 6,3 anos, treinos por semana 3,7 e horas/treino 111 minutos
por dia.
Foram relatadas 148 lesões, sendo elas mais frequentes nas mão/dedos em 23
praticantes (15,5%), seguido por pé/dedos com 19 praticantes (12,8%) e perna
com 14 praticantes (9,5%).
Desta forma estas lesões poderiam ser justificadas por traumas diretos, uma
vez que se observou em um estudo, uma significativa redução destas lesões
com a introdução de protetores de mãos e pés. É importante destacar que os
protetores não limitavam a amplitude articular, porem protegiam contra traumas
diretos(3)
Entender a importância e saber os locais onde ocorrem mais lesões em
determinada prática esportiva, assim como a biomecânica dos movimentos é
fundamental para identificar os mecanismos de trauma e assim fazer um
trabalho preventivo e de reabilitação mais eficientes.

CONCLUSÃO:
Com base nos dados obtidos com a amostra estudada conclui-se que o
principal local de lesão observada no Karate Shotokan foi mão/dedos. Este
comportamento se deve provavelmente a biomecânicas da arte marcial.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Stricevic MV, Patel MR, Okazaki T, et al. Karate Shotokan: historical
perspective and injuries sustained in national and international tournament
competitions. Am J Sports Med 1983;11:320–4.

2. G R Critchley, S Mannion, C Meredith, Injury rates in Shotokan Karate


Shotokan. Br. J. Sports Med. 1999;33;174-177.

3. McLatchie G, Jennett B. ABC of sports medicine. Head injury in sport. BMJ.


1994;18;308(6944):1620-4.

________________________________________________________________
Grupo de Estudos em Reabilitação e Fisiologia do Exercício - GERFE

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951
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Índice de saponificação de óleo vegetal constituinte de uma


emulsão
PRISCILLA MONDADORI DA SILVA(1)

MARCOLINA APARECIDA EUGENIO DA SILVA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Os óleos vegetais podem ser utilizados em formulações preparadas em
farmácias magistrais, como por exemplo, as emulsões. Nessas formas
farmacêuticas, os óleos podem ser usados como princípio ativo, emolientes,
hidratantes, etc.
As emulsões são constituídas por uma mistura entre dois líquidos imiscíveis em
que um deles (a fase dispersa ou interna) encontra-se na forma de finos
glóbulos dispersos em outro líquido (a fase contínua ou externa) 1. Geralmente
consistem na mistura de uma fase aquosa com vários óleos e/ou ceras e são
muito utilizadas na forma de cremes e loções.
As emulsões podem ser um sistema óleo-em-água (O/A), ou seja, a água sendo
a fase externa engloba a partícula de óleo, por isso não tem ação engordurante
e apresenta apenas um efeito evanescente.
Estas emulsões são utilizadas em “produtos de beleza”, principalmente, como
cremes para o uso diurno. Já no sistema água-em-óleo (A/O), a fase oleosa
engloba a fase aquosa, assim por ser o óleo a fase externa, a emulsão
apresenta efeito engordurante deixando a epiderme com aspecto brilhante.
Estas emulsões são usadas principalmente como cremes para noite,
emolientes, etc 2.
O cold cream é uma emulsão do tipo água-em-óleo (A/O), quando aplicada
sobre a pele forma um filme oleoso protetor que permanece mesmo após a
evaporação da água, a lenta evaporação da água confere também um efeito
refrescante à pele. Esta emulsão pode ser usada como veículo ou mesmo pura
como creme para massagem corporal e facial 3.
Em sua formulação, o cold cream possui ceras e óleos que são emulsificados
em água com bórax (borato de sódio). Há aproximadamente 60% de óleo
vegetal na sua constituição, sendo os mais utilizados em farmácias magistrais
os óleos de: semente de uva, amêndoas doce e girassol. O óleo de amêndoas
doce é extraído das amêndoas do Amygdalus communis L. (variedades amarga
e doce), é rico em ácidos oléico, linoléico e palmítico, tocoferóis, squaleno e
vitaminas. O óleo de girassol é obtido das sementes de girassol, Helianthus
annus L, rico em ácidos graxos insaturados, como o oléico, linolênico e,
principalmente, o linoléico. E o óleo de semente de uva é obtido das sementes
de Vitis vinifera, sendo rico em tocoferóis (vitamina E) principalmente na forma
de alfa-tocoferol, ácidos graxos insaturados principalmente o ácido linoleico 4.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

952
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Os óleos vegetais são triglicérides, por isso, podem ser analisados por meio do
índice de saponificação que estabelece o grau de deteriorização e verifica se as
propriedades desses materiais estão de acordo com as especificações, o que
identificam possíveis fraudes e adulterações de matéria graxa com substâncias
insaponificáveis 4, isto é, quando os óleos vegetais são misturados aos
materiais insaponificáveis como, por exemplo, o óleo mineral, ocorre a
diminuição do índice de saponificação proporcionalmente à quantidade
adicionada.
Assim, o índice de saponificação é a quantidade de álcali necessário para
saponificar uma quantidade definida de amostra. Essa análise é aplicável a
todos os óleos e gorduras e expressa a quantidade em mg de hidróxido de
potássio (KOH) necessária para saponificar ésteres e neutralizar ácidos graxos
livres presentes em 1g de amostra. O processo é caracterizado pelo uso de
uma solução alcoólica alcalina e aquecimento que deve ser realizado por meio
de refluxo para que não haja perda de solvente 2. Nestas condições, a
quantidade de álcali consumida para uma determinada massa de amostra é um
indicador quantitativo dos ésteres e dos ácidos livres presentes.
Para óleos e gorduras, o valor do índice de saponificação é interpretado como
indicador de qualidade, atendendo à sua dependência da massa molar dos
compostos predominantes em análise e, consequentemente, da massa molar
dos ácidos graxos que os constituem. Quanto menor for a massa molar de
ácido graxo, maior será o índice de saponificação. Desta forma, este método é
útil para predizer o tipo de triglicérides, uma vez que se pode determinar a
massa molar média de ácidos graxos que formam o óleo 4. Para cada óleo o
índice de saponificação assume valores de intervalos estreitos e bem
determinados.

OBJETIVO:
O presente trabalho pretende verificar a possibilidade de determinar o índice de
saponificação de óleo vegetal constituinte de uma emulsão e validar a análise
como um método de controle de qualidade.

METODOLOGIA:
Por meio de pesquisas bibliográficas 2, 3, 4 escolheu-se como emulsão para
este estudo o cold cream, por conter em sua formulação cerca de 60% de óleo
vegetal, o que pode possibilitar melhores resultados para o índice de
saponificação. Pesquisaram-se também as estruturas químicas dos
componentes do formulação do cold cream para certificar-se de que haveria ou
não a possibilidade de reações químicas de cada um com os reagentes da

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

953
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análise.
Foram manipuladas oito formulações. A formulação de referência é o cold
cream que possui uma fase oleosa constituída de 10% de cera de abelhas, 12%
de monoestearato de glirerila (MEG) e 58,50% de amêndoas doce, 0,20% de
metilparabeno e 0,02% de propilparabeno, e uma fase aquosa composta por 5
% de propilenoglicol (PPG), 0,50% de borato de sódio e 13,78% de água. A
partir da fórmula padrão, outras sete variantes foram manipuladas porem
retirando-se um componente de cada vez 3.
O preparo de cold cream consiste em aquecer separadamente as fases oleosa
e aquosa até 75ºC. Em seguida, verter essas fases em um almofariz de
porcelana, previamente flambado para manter a temperatura, e agitar
moderadamente com o auxilio de um pistilo até a formação de emulsão 3.
Determinou-se o índice de saponificação em triplicata de amostras de todas as
formulações preparadas e do óleo de amêndoas doce puro. Também foi
realizado simultaneamente um ensaio branco que permite por diferença calcular
a quantidade de hidróxido de potássio que reage com a massa de amostra
tomado para o ensaio real.
Para a análise, se aqueceu por trinta minutos em um erlenmeyer acoplado ao
condensador de refluxo, cada uma das amostras e o álcali de potássio
alcoólico. Logo após o aquecimento, o material do erlenmeyer foi titulado com
solução aquosa de ácido clorídrico 0,5 mol.L-1, esse método baseia-se no
doseamento do álcali não consumido em condições de saponificação da
amostra com um excesso deste reagente 2. Por fim, calculou-se o índice de
saponificação utilizando-se a seguinte fórmula: (IS) = (28,05.V.f)/m, no qual, m =
massa da amostra em gramas, V = volume corrigido de HCl, f = fator de
correção, se houver,do HCl.

RESUMO:
Os índices de saponificação (mg de KOH / g de amostra) obtidos são: óleo de
amêndoas doce (172,885), fórmula de referência (146,215), formulação sem o
óleo de amêndoas doce (60,877), formulação sem monoestearato de glirerila
(135,808), formulação sem metilparabeno (132,009), formulação sem
propilparabeno (124,771), formulação sem cera de abelhas (142,641),
formulação sem borato de sódio (119,714) e formulação sem propilenoglicol
(128,788).

DISCUSSÃO:

Partindo do princípio de que só o óleo de amêndoas doce reagiria com o


hidróxido de potássio, o esperado seria o mesmo valor para os índices da
formulação referência e do óleo puro. No entanto, constatou-se que os valores

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são diferentes, o que pressupõe a interação dos componentes com o álcali ou


dos componentes entre si.

CONCLUSÃO:
Foi possível obter um índice de saponificação para cada formulação manipulada
e do óleo puro, porém não se verificou o tipo de interação que cada
componente estabelece nessa análise. Acredita-se as formulações sem o
monoestearato de glirerila, o metilparabeno e a cera de abelhas possuem que
resultados que devem ser melhores pesquisados.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. BILLANY, M. Suspensões e emulsões. In: AULTON, M. E. Delineamento de
formas farmacêuticas. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. cap 23, p. 349-360.

2. FARMACOPÉIA BRASILEIRA. Parte I. 4 ed. São Paulo: Ed. Atheneu, 1988.


p. V.3.3.8.

3. FORMULÁRIO NACIONAL / Ministério da Saúde, Agência Nacional de


Vigilância Sanitária. – Brasília: Ministério da Saúde, Ed. Anvisa. 2005. p. 124.

4. ISHIGAI, M.T. Determinação do equilíbrio hidrófilo-lipófilo (EHL) de óleos


vegetais após serem analisados através da caracterização física e físico-
química. Monografia de trabalho de conclusão de curso. Universidade de Santo
Amaro. São Paulo, 2008. 92p.

________________________________________________________________
Priscilla Mondadori da Silva

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Intervenção de enfermagem em hanseníase: instrumentos e


políticas públicas
KEILA FERREIRA HIRLE(1)

HOGLA CARDOZO MURAI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A hanseníase é uma antiga doença, infecciosa, contagiosa, que tem como
agente etiológico o Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. O M. leprae tem
afinidade por células cutâneas e células dos nervos periféricos, dando a esta
doença um grande potencial para causar incapacidades físicas, que podem
evoluir para deformidades. A doença é marcada por forte estigma social e ainda
hoje esta patologia é vivida por muitos com sofrimento, mesmo depois de
curados. Entre os motivos que causam a discriminação estão o curso histórico
de ter permanecido por muito tempo incurável, falta de informação sobre a
hanseníase, incapacidades e deformidades físicas resultantes do
comprometimento dos nervos periféricos. No enfrentamento da doença o
hanseniano se depara com medos, incertezas e dificuldades, devendo os
profissionais, particularmente os enfermeiros envolvidos no Programa de
Eliminação da Hanseníase (PEH), se questionarem como estão cuidando
desses pacientes. A consulta de enfermagem é capaz de identificar além das
demandas específicas, outras demandas pertencentes ao dia a dia do ser
doente, incluindo as que estão relacionadas ao estigma e ao potencial
incapacitante da hanseníase. Busca-se na consulta de enfermagem, a criação
de vínculo e confiança com o cliente, para oferecer uma atenção de qualidade,
humanizada e efetiva, priorizando-se a cura e prevenção de incapacidades. É
de extrema importância que os pacientes fiquem cientes sobre os vários
aspectos da hanseníase, para que compreendam as manifestações clínicas que
vivenciam a importância do compromisso com o tratamento medicamentoso, do
controle dos comunicantes e para que se sintam impulsionados a praticarem o
autocuidado, prevenindo incapacidades e mantendo sua saúde. A assistência
de enfermagem tem papel importante, pois busca uma participação consciente
e constante do paciente nos programas de controle. É fundamental entender as
limitações e dificuldades de cada cliente, levando em conta as necessidades
individuais de cada um deles para se prestar a devida assistência preconizada
pelo Ministério da Saúde.

OBJETIVO:
Caracterizar as intervenções de enfermagem na assistência ao portador de
hanseníase e sua interface com as Políticas Públicas atuais.

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METODOLOGIA:
Estudo de revisão bibliográfica realizado em base de dados nacionais a partir
dos unitermos hanseníase, autocuidado e enfermagem. Foram identificados
278 artigos em idioma português dos quais foram selecionados 23 por afinidade
com os objetivos propostos. A eles foram acrescidos um capítulo de livro sobre
a teoria do autocuidado de OREM, o Caderno de Atenção Básica e o Guia de
Controle de Hanseníase, ambos publicados pelo Ministério da Saúde. Os
artigos selecionados foram publicados no período entre 1995 e 2009 e após a
leitura e fichamento, foram agrupados de acordo com a discussão
predominante, gerando as categorias de análise apresentadas nos resultados e
discussão.

RESUMO:
Os artigos selecionados foram divididos em quatro categorias: Consulta de
enfermagem, Cotidiano do hanseniano, Perfil clínico-epidemiológico e Políticas
públicas. Os aspectos relacionados ao autocuidado foram incluídos na
categoria Perfil clínico-epidemiológico pela franca interface entre os dois temas.
Sobre a “Consulta de enfermagem”, ficou demonstrado que os instrumentos
utilizados pela enfermagem, juntamente com a equipe multiprofissional,
contribuem na prevenção de agravos, incapacidades físicas e educação em
saúde dos clientes e familiares, sendo a consulta de enfermagem identificada
como estratégia de cuidado. É também considerada como uma estratégia para
estabelecimento de vínculo, com o objetivo de uma assistência de qualidade,
buscando a cura e prevenção de incapacidades na hanseníase. Tratando da
avaliação de incapacidades, deve-se ressaltar a importância desta ser realizada
regularmente e de forma adequada para prevenção de incapacidades em
pacientes com hanseníase em tratamento. Esta avaliação realizada de forma
mais freqüente do que o recomendado atualmente, pode sim evitar seqüelas
futuras no portador de hanseníase. É possível sistematizar e planejar um
atendimento eficaz e contínuo aos hansenianos, com a identificação dos
diagnósticos de enfermagem, elaboração de metas, objetivos, prescrições de
enfermagem e avaliação da assistência, aumentando a qualidade do
atendimento de enfermagem a este paciente. Mas para que isso ocorra deve
haver educação permanente junto aos profissionais, tornando-os aptos a
atender o portador de hanseníase com uma visão holística. Na categoria
“Cotidiano do hanseniano”, buscou-se compreender o cotidiano dos portadores
de hanseníase. Observou-se que este se apresenta perplexo diante do
diagnóstico da doença e que tem receio de transmiti-la a outros, principalmente
às pessoas mais próximas. Frente à tamanha mudança tenta esconder dos
outros sua situação de doente, altera o seu dia a dia devido às mudanças
impostas pela doença e vê o tratamento como único meio de ser curado. Além
do acompanhamento e tratamento medicamentoso, o enfermeiro deve

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identificar as necessidades de cada cliente, seus medos e anseios, auxiliando-o


a conviver melhor com a situação em que se encontra. Sobre a terceira
categoria identificada, “Perfil clínico-epidemiológico”, notou-se que esta varia de
acordo com regiões e municípios. Em um centro de referência do Centro-Oeste
brasileiro verificou-se, por meio dos prontuários de sujeitos com hanseníase,
alta taxa de poliquimioterapia (100%) e baixo percentual de abandono. A
maioria apresentou classificação operacional multibacilar, e dos pacientes
submetidos à avaliação sensitivo-motora, menos da metade da população
apresentou algum grau de incapacidade. Em uma área hiperendêmica em
hanseníase, localizada no estado do Maranhão, depois da coleta e análise dos
dados, constatou-se elevado percentual de pacientes com incapacidades físicas
devido à doença e baixas condições socioeconômicas e ambientais,
demonstrando assim que esses fatores somados podem interferir na qualidade
de vida dos pacientes. Ainda avaliando o perfil clínico-epidemiológico dos
pacientes com hanseníase, em um centro de referência no estado do Ceará,
apurou-se elevado percentual de pacientes acometidos pela hanseníase na
faixa etária de zero a 14 anos. Uma quantidade mínima de pacientes
apresentou forma indeterminada e a maioria apresentou forma dimorfa. A
maioria dos pacientes não apresentou nenhum grau de incapacidade no
diagnóstico, mas uma parcela significativa possuía alguma incapacidade. A
partir dos resultados constatou-se a necessidade de sustentar as atividades de
controle e pesquisa da doença em países ou áreas que já se tenha alcançado a
meta de eliminação. Foram verificados, em um município do estado de São
Paulo, o grau de incapacidade física, os cuidados indicados para os pacientes
realizarem e por fim se os indivíduos inscritos no Programa de Hanseníase
realizavam a prática de autocuidado. Entre os pacientes com grau I de
incapacidades percebeu-se que, 50% deles praticavam adequadamente o
autocuidado prescrito. Dos pacientes que possuíam grau II de incapacidades,
60% praticavam parcialmente o autocuidado e os demais demonstraram
dificuldade em realizar as práticas de autocuidado devido a lesões já existentes
em membros. Tais resultados possibilitam a conclusão de que a assistência de
enfermagem deve intervir no déficit de auto cuidado corrigindo assim esse
desvio. Na teoria do déficit de autocuidado, Dorothea Orem distinguiu a
enfermagem de outros serviços aplicados ao ser humano por ter como foco de
intervenção as pessoas com incapacidades, enfatizando as ações voltadas à
identificação e qualificação das necessidades de cuidado e do ensino do
autocuidado. O termo autocuidado foi definido como a capacidade das pessoas
para cuidarem de si na direção da manutenção da vida e do próprio bem-estar.
É necessário chamar atenção para o fato de que, as ações de autocuidado são
voluntárias, intencionais, incluem tomada de decisão e são influenciadas por
variáveis como idade, sexo, orientação sócio-cultural, fatores familiares e
ambientais, disponibilidade de recursos e fatores ligados ao atendimento nos

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serviços de saúde. Sobre a aplicação da Teoria do autocuidado de Orem,


reafirma-se a universalidade da mesma, ressaltando a importância da família na
promoção do autocuidado e da interação enfermeiro-paciente-família para o
alcance dos objetivos.
Sabe-se que a forma de cuidar que educa é aquela onde a pessoa tem
autonomia no cuidado com a sua saúde, a partir do momento em que o
indivíduo conscientiza-se e responsabiliza-se por si mesmo, esse é o direito e o
dever de cada pessoa para com seu próprio corpo. A responsabilidade é da
pessoa para com a sua própria saúde, e não do profissional. Fica claro para o
paciente sobre a sua responsabilidade consigo mesmo, a partir do momento
que se permite que este participe do seu tratamento e promoção da sua saúde.
Com o melhor acesso aos serviços de saúde e aos profissionais de saúde, os
insucessos nas ações de cuidado não serão mais somente culpa dos
trabalhadores da saúde, mas também culpa do paciente, quando ao ter acesso
aos serviços disponíveis não se tornar responsável pelo seu autocuidado dentro
do tratamento seguido. Mas deve-se considerar o dia a dia e realidade do
cidadão, que tornam as práticas de autocuidado mais complicadas do que uma
simples adesão a um tratamento indicado. A educação do paciente realizada
pelo enfermeiro é uma ação de proteção, que tem como base a informação
dada ao cliente, e onde há o desenvolvimento de habilidades psicomotoras.
Dessa forma, pode-se obter comportamentos modificados e novas atitudes de
saúde. A última categoria trata dos diferentes aspectos das “Políticas públicas”.
Foram analisados, em um município de Minas Gerais, durante um período de
tempo, o desempenho do setor de hanseníase, a incidência de casos no
município e a qualidade do atendimento. No decorrer dos anos ficou claro um
aumento do número de casos detectados e casos paucibacilares. Atualmente
100% dos pacientes que iniciam tratamento são avaliados para prevenção de
incapacidades. O percentual de casos com incapacidades mais severas caiu e
os casos de grau zero tiveram um aumento importante. Diante disto, foi possível
afirmar que as políticas públicas voltadas para a hanseníase e implantadas no
respectivo Estado, por meio da educação permanente dos profissionais,
contribuíram na redução da exclusão social dos portadores de hanseníase,
através do melhor acesso ao tratamento e qualidade de atendimento. Sobre
capacitação, é necessário enfatizar a importância desta para os profissionais de
saúde e da necessidade de serem permanentes os treinamentos. No estado do
Rio Grande do Norte, demonstrou-se que, a avaliação de médicos e
enfermeiros sobre o treinamento de clínica em hanseníase, desenvolvido pelo
Programa de Controle de Hanseníase estadual, foi positiva. Apenas uma
pequena parcela dos profissionais relatou insegurança quanto ao diagnóstico
da doença mesmo depois de treinados. Foram analisadas em municípios do
estado de São Paulo, as ações de controle da hanseníase. Percebeu-se que há
falta de conhecimento sobre ações desenvolvidas por profissionais do próprio

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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grupo na grande maioria dos serviços, e que as ações de educação em saúde


para com os clientes não são sistematizadas e nem citadas pelos profissionais
como prioridade. Na maior parte dos serviços os dados revelam diagnóstico
tardio da hanseníase e sistema de informações com déficits e lacunas.
Constatou-se a necessidade de implementação da busca ativa e da
organização de um fluxo de referência das ações de prevenção de
incapacidades, para realização das ações preconizadas pelo Programa de
Controle da Hanseníase. As ações primordiais de enfermagem no Programa de
Controle da Hanseníase (PCH) são ações assistenciais, educativas, de
vigilância epidemiológica e administrativa. Recomenda-se que, os órgãos
coordenadores do PCH e as instituições formadoras de profissionais da área da
saúde devem rever e atualizar os conhecimentos sobre a hanseníase,
adequando as ações de enfermagem junto aos serviços que atendem esta
doença. De alguma forma esta recomendação foi aceita pela Associação
Brasileira de Enfermagem – ABEN, conforme fica explicado no editorial da
revista temática publicada em 2008 sobre hanseníase, que reuniu experiências
assistenciais exitosas, artigos de atualização e relatórios de pesquisas,
permitindo a aproximação entre academia e serviços.

CONCLUSÃO:
A bibliografia consultada permitiu caracterizar as intervenções de enfermagem
na assistência ao portador de hanseníase sob a ótica dos instrumentos
utilizados, em particular da consulta de enfermagem, identificando as demandas
de assistência ligadas ao perfil clínico e epidemiológico e ao cotidiano do
paciente hanseniano. Em relação às Políticas públicas, foi evidenciada a
importância da capacitação das equipes de saúde para intervir no Programa de
Controle da Hanseníase. Neste sentido, são mostradas experiências de
sucesso no controle da doença com impacto sobre as taxas de detecção de
casos novos e na transformação de seu perfil. Em seu conjunto, pode-se
afirmar que, a qualificação das equipes de enfermagem para a assistência
sistematizada do portador de hanseníase, passa pela compreensão da doença
como potencialmente incapacitante e o reconhecimento desta característica
como eixo central da assistência e do estabelecimento de políticas públicas
apropriadas. Buscar ativamente casos, propiciando diagnóstico e tratamento
precoce, permite a atuação da enfermagem na prevenção das incapacidades
físicas. Prevenir as incapacidades físicas em hanseníase significa intervir sobre
o estigma que envolve a doença, dando ao paciente a possibilidade de romper
o ciclo de perplexidade e medo de seu próprio mal.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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1) Vieira VB, Patine FS, Pascoal VDA, Brandão VZ. Sistematização da


assistência de enfermagem em um ambulatório de hanseníase: estudo de caso.
Arq Ciênc Saúde. [periódico na internet]. 2004. [acessado em 13 abr. 2009];
11(2): 2-9. Disponível em: http://www.cienciasdasaude.famerp.br/racs_ol/Vol-
11-2/ac05%20-%20id%2013.pdf

2) Sá AMM, Paz EPA. O cotidiano de ser hanseniano: um estudo de


enfermagem. Hansen Int [periódico na internet]. 2007. [acessado em 13 abr.
2009]; 32(1): 49-55. Disponível em:
http://www.ilsl.br/revista/index.php/hi/article/viewFile/303/280

3) McEwen M, Wills EM. Bases teóricas para Enfermagem. Tradução Ana Maria
Thorell. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. p.168-171.

________________________________________________________________
1. Aluna do oitavo semestre da Faculdade de Enfermagem da UNISA.
2. Doutora em Saúde Pública e Profª Titular da Faculdade de Enfermagem da
UNISA.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

961
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INVESTIGAÇÃO DO ESTRESSE NA EQUIPE DE ENFERMAGEM


DE UM HOSPITAL LOCALIZADO NA ZONA SUL DE SÃO PAULO:
OCORRÊNCIA, FASE, SINTOMATOLOGIA E FATORES
ESTRESSANTES
FABIOLA DE ALMEIDA LUZ(1)

CLAUDIA DIAS OLLAY(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
1.1 Etresse e conceitos

Estresse é qualquer situação na qual uma demanda não específica exige que o
indivíduo reaja ou tome uma atitude, a essa reação dar-se o nome de
adaptação (SELYE, 1976).
Nas considerações de MOLINA (1996 apud BAHIA, 2002) o estresse pode ser
considerado atualmente como um dos maiores males ou doenças que afligem a
humanidade, principalmente a sociedade ocidental. O fato de esse distúrbio
estar presente em praticamente todas as faixas etárias e ainda combinado com
outros distúrbios físicos e psicológicos lhe confere uma periculosidade única, no
sentido de que a sua prevalência é alta na população em geral. O estresse
pode diminuir drasticamente a resistência do organismo a um grande número
de doenças oportunistas imunologicamente relacionadas.
Nas considerações de MOLINA (1996 apud BAHIA, 2002) o estresse pode ser
considerado atualmente como um dos maiores males ou doenças que afligem a
humanidade, principalmente a sociedade ocidental. O fato de esse distúrbio
estar presente em praticamente todas as faixas etárias e ainda combinado com
outros distúrbios físicos e psicológicos lhe confere uma periculosidade única, no
sentido de que a sua prevalência é alta na população em geral. O estresse
pode diminuir drasticamente a resistência do organismo a um grande número
de doenças oportunistas imunologicamente relacionadas.
Para reagir a possíveis estressores diários, o individuo precisa realizar uma
superação. A adaptação fisiológica ao estresse é a capacidade do corpo em
manter um estado de relativo equilíbrio ou homeostasía. Homeostase é um
fenômeno do organismo mantido por mecanismos fisiológicos que controlam as
funções corporais e monitoram órgãos corporais. A SAG é a que melhor explica
a fisiopatologia do estresse (POTER, 2005).
1.3 Estresse Ocupacional

A reestruturação produtiva pela qual vem passando o setor de serviços de


saúde vem acarretando profundas e significativas mudanças, com repercussões

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na vida cotidiana da força de trabalho em saúde, particularmente do enfermeiro.


As mudanças se apresentam sob a forma da flexibilização das relações
trabalhistas, desregulamentação dos direitos sociais e trabalhistas,
enxugamento de quadros através de demissões em massa para contenção de
despesas, incorporação do subemprego, assim como do regime de trabalho
pautado na escala extra e/ou multiemprego, o qual objetiva suprir a deficiência
de pessoal, sem a necessidade de realização de concursos e efetivação de
quadros, ou seja, explora-se a força de trabalho já existente, mas não se
contrata novos trabalhadores, evitando-se dessa forma novos encargos
trabalhistas. Dentre as repercussões acarretadas por essas mudanças à vida
do trabalhador, destaca-se o estresse ocupacional, desencadeador de danos na
esfera do público e do privado na vivência cotidiana desses trabalhadores
(STACCIARINI JMR, 2002).
A fisioterapia do trabalho utilizando-se de suas ferramentas para manutenção
e/ou restauração da saúde psico-física-social dos trabalhadores atua em todos
os níveis de prevenção. Como prevenção primária e secundária, investiga
através da Ergonomia Organizacional a busca das causas de repercussões da
organização do trabalho na saúde do trabalhador, e na terciária através da
Fisioterapia Clínica (atuação em hospital, ambulatório, clínica, consultório e
centro de reabilitação) busca atender suas conseqüências, quando já existe a
instalação de doenças.
O trabalho da equipe de enfermagem de qualidade requer envolvimento e
dedicação plena dos profissionais. Sabendo que o bem-estar desses
profissionais é condição essencial para a realização do cuidado de qualidade ao
paciente. Através da Fisioterapia do trabalho, nesse estudo será realizada
investigação e avaliação da incidência do estresse, tendo como pré requisitos
as condições de bem-estar dos profissionais que fazem parte da equipe de
enfermagem de um hospital localizado na zona sul de São Paulo.

OBJETIVO:
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral:
Verificar a ocorrência, fase e sintomatologia do estresse na equipe de
enfermagem de um hospital localizado na zona sul de São Paulo.

2.2 Objetivos específicos:


• Identificar o perfil da população;
• Identificar os fatores estressantes;
• Identificar as fases de estresse;
• Identificar se o estresse tem sintomatologia física ou psicológica;

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• Verificar a existência de desconfortos corporal;


• E caracterizar as áreas de desconfortos corporais.

METODOLOGIA:
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS
3.1 Casuística
Para a realização desse estudo de campo descritivo, foi analisada uma
população de 31 sujeitos, onde a amostra foi composta de 5 Enfermeiros (as)
graduados, e 26 auxiliares de enfermagem que compõem a equipe de
enfermagem de um hospital localizado na zona sul de São Paulo distribuídos
em 15 setores.

3.2 Métodos
Para aprovação da pesquisa o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética.
Após aprovação, a empresa através da enfermeira chefe da equipe de
enfermagem assinou um termo de Consentimento Livre Esclarecido que
continha informações sobre como seria realizada a pesquisa, e onde solicitava
permissão formal para execução do estudo. Os dados foram coletados através
de questionários, aplicados nos dias 02, 08, 29 de julho, e 13 de agosto de
2009. Na coleta de dados os participantes recebiam primeiramente duas vias do
termo de consentimento livre esclarecido (Apêndice A) onde assinavam as duas
e ficava com uma das cópias, logo em seguida recebiam três questionários
todos na mesma ordem, sendo que primeiro respondiam o Questionário de
Perfil Profissional (Apêndice C), logo em seguida o Inventário de Sintomas de
Stress para Adultos de LIPP (ISSL) (Anexo B), e por último o Mapa de
Desconforto Corporal (Anexo C). Os questionários eram respondidos em grupo,
agendado segundo disponibilidade dos participantes distribuídos pelos setores
que exerciam suas funções. Os participantes respondiam assistidos, e
orientados sobre responderem sem conversar com os outros participantes da
pesquisa, e em caso de dúvidas conversassem apenas com a aluna que
conduziu a pesquisa.

Dos instrumentos utilizados, o questionário de Perfil da Empresa (Apêncice B)


direcionado ao chefe da equipe de enfermagem, fez breve pesquisa sobre o
perfil geral do quadro de funcionários. O questionário é composto de três
tópicos com ítens para assinalar, sendo: 1. Dados gerais da empresa, nome,
endereço, telefones para contato nomes dos diretores: Geral, Diretor
Administrativo e responsável pela equipe de enfermagem; 2. Quadro de
funcionários, onde buscou saber o número de enfermeiros padrão e auxiliares
de enfermagem que participariam da pesquisa; 3. Trabalho/trabalhador, onde

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eram feitas perguntas objetivas e descritivas sobre absenteísmo, doenças dos


funcionários relacionadas ao trabalho, e regime de trabalho da empresa, quais
os turnos de trabalho.
Os três questionários seguintes foram direcionados à equipe de enfermagem:
enfermeiros (as) graduados, e auxiliares de enfermagem. No Questionário de
Perfil do profissional (Apêndice C) buscou a descrição do perfil individual com o
objetivo de melhor identificar e caracterizar a amostra da população em estudo.
O questionário é subdividido em 4 quadros com ítens que abrangem os
seguintes tópicos: Tópico 1. Dados pessoais: sexo, estado civil, bairro onde
mora, qual meio de transporte utiliza para chegar ao trabalho; Tópico 2. Dados
profissionais como: função, setor onde exerce a função, tempo de profissão,
tempo de empresa, carga horária, se satisfeito com a profissão, identificação de
principais fatores estressantes no ambiente de trabalho, Tópico 3. Outro
emprego, perguntas sobre a função exercida no outro emprego, tempo de
empresa, carga horária e principais fatores estressantes que atribui aquele local
de trabalho; Tópico 4. Saúde, mencionar se tem problemas de saúde.
Outro instrumento utilizado foi o Inventário para Sintomas de Stress para
Adultos de Lipp (ISSL) (Anexo B), validado em 1994 por Lipp e Guevara é um
instrumento que foi aplicado com objetivos de realizar diagnóstico preciso de
estresse, determinar a fase em que se encontra e se este estresse manifesta-se
por meio de sintomatologia na área física ou psicológica. É um instrumento de
fácil entendimento, usa termos bem acessíveis de serem entendidos por
qualquer pessoa. Ele é dividido em três quadros que se referem às quatro fases
do stress. No total inclui 37 sintomas de natureza somática e 19 de caráter
psicológico distribuídos pelos três quadros: QUADRO1 (sintomas
experimentados nas últimas 24 horas), nos sintomas para assinalar a primeira
parte do 1 ao 12 parêntese estão os sintomas físicos: mãos e pés frios, insônia
mudança de apetite, aumento da sudorese dentre outros que fazem menção a
sintomas físicos, do 13 ao 15 parêntese, sintomas psicológicos: entusiasmo
súbito, vontade súbita de iniciar novos projetos, aumento súbito de motivação;
QUADRO 2 (sintomas experimentados na última semana), da mesma maneira
começam pelos sintomas físicos do 1 ao 10 parêntese: problemas com a
memória, sensação de desgaste físico cansaço constante dentre outros. E do11
ao15 parêntese sintomas psicológicos: pensar constantemente em um só
assunto, irritabilidade excessiva dentre outros; QUADRO 3 (sintomas
experimentado no último mês) do 1 ao 12 parêntese sintomas físicos como
insônia, náuseas, problemas dermatológicos prolongados, tontura dentre
outros. do parêntese 13 ao 23 sintomas psicológicos: apatia, depressão ou
raiva prolongada, angústia e ansiedade diária, cansaço excessivo e outros.

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3.3 Análise dos Resultados


Após a aplicação dos questionários foi realizada a tabulação, interpretação dos
dados obtidos através da construção de gráficos e tabelas no Microsoft Excel
2007.
E para interpretação do ISSL, foi seguido rigorosamente a regra orientada,
onde soma-se separadamente todos os sintomas físicos e psicológicos dos
quadros 1, 2 e 3. Verifica-se o score dos quadros para o diagnóstico de stress e
não stress (a partir da tabela de sinais de stress) (Anexo). Após essa analise, é
obtida uma pontuação de cada sujeito com o resultado positivo de stress. É
analisado em que fase do sujeito se encontra (através da Tabela de Correção
1- Fases do stress, Anexo). E finalmente, é verificado se o stress tem
predominância de sintomas físicos ou psicológicos (através da Tabela de
Correção 2 e 3- Tipo de Sintomatologia, Anexo).

CCIH Comissão Controle de Infecção Hospitalar

A instituição onde foi realizada a pesquisa é credenciada ao Sistema Único de


Saúde (SUS), sendo uma instituição que visa à assistência, o ensino e a
pesquisa.
Foram convidados a fazerem parte da pesquisa todos os enfermeiros padrão e
auxiliares de enfermagem que fazem parte da equipe de enfermagem.
Os critérios de exclusão foram, estagiários e funcionários admitidos no
período inferior ou igual a 3 meses.

Foi excluído do estudo um indivíduo por motivo férias.

RESUMO:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

966
UNISA - Universidade de Santo Amaro

4 RESULTADOS
4.1 Características da População
Com relação ao gênero, a amostra foi constituída de 84% (n= 26) do sexo
feminino e 16% (n= 5) do sexo masculino (gráfico 01). E em relação a faixa
etária dos entrevistados, apresentaram idades entre 20-29 anos, 44,9 % (n= 13
) entre 30-39 anos, 34,5 % (n=10 ) entre 40-49 anos, 10,3 % (n=3) entre 50-55
anos, 10,3% (n=3).

Com relação ao estado civil, a maioria são casados fazendo parte 51,6% e em
menor número os solteiros com 35,5% .

Segundo dados coletados no ISSL, mostraram que 45,1%, (n= 14) foram
identificados com estresse e 54,9% (n= 17) sem estresse (Tabela 10). Em
relação as fases do estresse mostrou predomínio a de resistência com 57,1%
(n= 8) , na fase de quase exaustão com 21,5% (n= 3), e na fase de exaustão
com 14,3% (n= 2) (Tabela 11).

Nos resultados obtidos do ISSL sobre o estresse, demonstrou a freqüência de


estressados de 45,1% (n= 14). Segundo Mendes, (2002) estresse é tido como
um evento comum entre profissionais da saúde. Os resultados acima citados
podem ser comparados com a pesquisa realizada por Batista e Guedes (2001)
onde o nível de estresse foi considerado normal, abaixo em enfermeiros
atuantes em unidades de atenção básica à saúde mental. Assim como os
achados de Miquelim et al. (2004), em uma unidade de pacientes portadores de
HIV-AIDS onde apenas 30% dos enfermeiros foram encontrados estressados.
Nos estudos de Miquelim et al. (2004) e Siqueria et al. (2006) falam que os
enfermeiros e auxiliares de enfermagem mais propensos ao estresse são os
que exercem suas funções em instituições (hospitais) onde existe altas cargas
horárias, revezamento e trocas de clínicas, plantões de 24 horas, diferente da
população estudada onde constata-se que talvez por ser um hospital com
características de clínica diagnóstica, onde os pacientes são submetidos a
micro procedimentos e cirurgias que não exige internação, nem permanência do
paciente por muito tempo aos cuidados da equipe de enfermagem, não possui
plantão 24 horas porque, nesse hospital não existe o turno noturno fazendo
parte da carga horária, somente o turno manhã e tarde.

Nos resultados em relação a sintomatologia de estresse da amostra constato-se


que os sintomas psicológicos foram indicados com prevalência de 78,6%,
(N=11) e sintomas físicos de 21,4% (N= 3) (Tabela).

No que diz respeito aos resultados dos sintomas físicos e psicológicos, houve
maior prevalência dos psicológicos com 78,6% (n= 11) e menor prevalência dos

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

967
UNISA - Universidade de Santo Amaro

sintomas físicos com 21,4% (n= 3). Esse foi um dado inusitado, apresentado na
amostra, contrariando o resultado de alguns estudos, que demonstram a
prevalência maior de sintomas físicos citados por enfermeiros. O hospital,
recentemente, reduziu o quadro de funcionários, onde aproximadamente 10
funcionários de cuidados da enfermagem foram demitidos. Segundo Stacciarini
(2002) o enxugamento de quadro de funcionários, através de demissões em
massa, para contenção de despesas, incorporação do subemprego, assim
como do regime de trabalho pautado na escala extra e/ou multiemprego, o qual
objetiva suprir a deficiência de pessoal, sem a necessidade de realização de
concursos e efetivação de quadros, ou seja, explora-se a força de trabalho já
existente, mas não se contrata novos trabalhadores, evitando-se dessa forma
novos encargos trabalhistas. Dentre as repercussões acarretadas por essas
mudanças à vida do trabalhador, destaca-se o estresse ocupacional,
desencadeador de danos na esfera do público e do privado na vivência
cotidiana desses trabalhadores. A psiquiatra Edith Seligmann Silva completa
alertando que no Brasil o estresse psicológico gerado por reestruturações
organizacionais, terceirizações, precarizações das relações trabalhistas,
Programas de Demissão Voluntária (PDV) podem conduzir trabalhadores a
consequências sérias, uma delas é o suicídio. Um levantamento recente
realizado pelo Ministério da Saúde revelou que no Brasil a média anual de
suicídios é de 4,4 casos a cada 100 mil pessoas. O Rio grande do Sul tem o
maior coeficiente do país: são 9,7 casos para cada 100 mil habitantes, mais do
que o dobro da média nacional.

Dentre os sintomas físicos mencionados com maior freqüência, a mudança de


apetite foi citado em 50,0% (n= 12) e sensação de desgaste físico constante
citado por 25,0% (n= 6) e cansaço constante por 25,0% (n= 6)(Tabela13).

Em relação aos fatores estressantes, foi identificado com o maior número de


citações o salário 27,8% (n= 23) seguido do ambiente físico 15,7 % (n= 13),
logo após o terceiro mais citado posições inadequadas 13,2% (n= 11) (essas
referentes as funções realizadas em setores que os funcionários não se
identifiquem segundo suas qualidades e/ou preferências e outros), em terceiro é
identificado a distância de casa 7,2 % (n= 6 ) dentre outros mencionados
(Tabela 9).
Em relação aos fatores estressantes do ambiente de trabalho, foi constatado
que o salário com 27,8% (n= 23) o de maior prevalência, seguido do segundo
ambiente físico com 15,7% (n= 13) e o terceiro mais citado foi o exercício da
função em setor ou atividade indesejada com 13,2% (n= 11). Segundo achados
propostos por (MENDES, 2002) e (BIANCHI, 1999), apontam que o trabalho
hospitalar está entre os que mais geram estresse em seus trabalhadores, e que
a disseminação desse estresse é agravado em função das peculiaridades da

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

968
UNISA - Universidade de Santo Amaro

assistência ao paciente e suas respectivas famílias. A insatisfação com o


salário é um importante fator gerador de estresse, que na tentativa de melhorar
a renda trabalham em dois empregos, ficando assim mais propensos a
desenvolverem o estresse segundo Medeiros, 2000 e Averdaño,1997.

CONCLUSÃO:
6 CONCLUSÃO

Nesse estudo foi constatado que a prevalência de estresse na população


estudada foi de 45,1% (n= 14) a fase de estresse citada com maior frequência
foi a de resistência. Houve predomínio de sintomas psicológicos. Os
principais fatores estressantes identificados de origem ocupacional, foram: a
insatisfação com o salário, a dupla jornada de trabalho, ambiente físico,
exercício da função em setor ou atividade indesejada. A maioria da amostra foi
composta pelo gênero feminino, com estado civil casado.
Conclui-se que a insatisfação com o salário, ambiente de trabalho e setor onde
realiza suas funções, são ameaças a saúde e qualidade de vida da população
estudada. Há uma necessidade de controle do estresse e adequação do
ambiente ocupacional. Sugere-se que o controle do estresse aconteça através
do hospital juntamente com uma equipe multidisciplinar e o próprio funcionário
também pode contribuir com o processo optando pelo estilo de vida saudável:
lazer, alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos e dormir sete a oito
horas por noite. O hospital juntamente com uma equipe multidisciplinar pode
agir de maneira eficaz no controle do estresse. Como instituição, pode reavaliar
algumas questões do contrato empregado empregador, dentre elas a
remuneração dos funcionários, para que esse seja compatível com o exercício
da função. A realização de pausas devem ser pré-definidas, sendo que o cargo
de enfermagem exige estado de alerta constante, o que pode amenizar a
tensão muscular. Também incentivar momentos de lazer dos funcionários,
entretenimento que estimule a amizade e relação interpessoal. E a Fisioterapia
do trabalho fazendo parte de uma equipe multidisciplinar, pode atuar de
maneira preventiva e também tem competência para a reabilitação ambulatorial.
A prevenção realizada pela fisioterapia tem a finalidade de impedir que o
estresse se instale ou que progrida de fase. Nesse caso realiza cuidadosa
investigação ergonômica de todos os ambientes de trabalho que fazem parte do
contexto do ambiente ocupacional, avalia com especificidade as reais causas
do estresse ergonômico e traz a solução através de adequação de mobiliários e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

969
UNISA - Universidade de Santo Amaro

instrumentos de trabalhos que visam proporcionar melhor qualidade de vida ao


trabalhador melhorando sua produtividade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

BIANCHI, E. R. F. Stress entre Enfermeiros Hospitalares. 1999. 101 f. Tese


(Livre-Docência em Enfermagem) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 1999.

MENDES, F. M. P. Influência de Burnout em Professores Universitários. 2002.


Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

MIQUELIM, J. et al. Estresse nos profissionais de enfermagem que atuam em


uma unidade de pacientes portadores de HIV-Aids. DST – Jornal Brasileiro de
Doenças sexualmente Transmissíveis, v. 16, n. 3, p. 24-31, 2004.

POTTER, Patricia A. , ANNE G. P: Fundamentos de enfermagem – Estresse e


enfrentamento V.1, cap 30, p. 137 - 655 – 6ª ed. – Rio de Janeiro: Elsevir, 2005.

________________________________________________________________
Pesquisador aluno: Fabíola
Pesquisador orientador: Claudia Dias Ollay

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Lesões em atletas veteranas de voleibol


BEATRIZ SERNAJOTO CRISTIANI(1)

SERGIO LUIZ DE OLIVEIRA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A atividade esportiva tem sido praticada cada vez mais, os motivos variam
desde o simples prazer de jogar até os benefícios físicos, psicológicos, sociais,
e por isso, abrange diversas faixas etárias.
Porém, essas práticas podem levar a lesões, devido aos movimentos
repetitivos, traumas/impactos, excessivo número de saltos. Um exemplo é o
esporte voleibol, cujas lesões mais incidentes são as do ligamento cruzado
anterior (LCA), tendinopatia patelar, entorse de tornozelo, lombalgia, síndrome
do impacto, lesão do nervo supra-escapular, luxação da articulação
interfalangiana distal e proximal.
Os conhecimentos sobre mecanismos dessas lesões e fatores de risco podem
ajudar os profissionais de saúde na profilaxia de tais distúrbios, não apenas em
atletas de alto rendimento, mas também nos atletas amadores que se utilizam
do esporte inclusive pelos seus benefícios. Há estudos que identificaram lesões
nos esportistas veteranos, cuja faixa etária é de atletas com mais de 35 anos,
porém, não existem pesquisas desse tipo no voleibol, que levam em
consideração, não apenas a biomecânica do esporte, mas também as
alterações decorrentes dessa faixa etária e suas implicações na atividade física
competitiva.
Nesse estudo, não se pretende ignorar as vantagens da prática esportiva, pelo
contrário, identificar as possíveis lesões presentes nesses atletas propiciando
futuras intervenções, preparando-os efetivamente para que possam continuar
jogando e assim, aproveitar por mais tempo os efeitos fisiológicos do esporte
voleibol, obtendo melhor qualidade de vida.

OBJETIVO:
2.1 Objetivo Geral

Identificar a freqüência de lesões nas atletas veteranas de voleibol.

2.2 Objetivos Específicos

Identificar a freqüência de lesões em relação às posições das atletas.


Identificar a freqüência de lesões em relação à idade.
Verificar a correlação entre lesão e anos de prática.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

971
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Verificar a correlação entre lesão e as horas semanais de prática.

METODOLOGIA:
Estudo transversal, cuja coleta de dados foi realizada em novembro de 2008,
durante a fase final do campeonato feminino de voleibol de categoria máster.
Todas as participantes leram o termo de consentimento livre e esclarecido e
assinaram o termo pós-esclarecido.
A amostra foi constituída de 216 atletas, sendo estas distribuídas conforme
posição de atuação (atacante de ponta, atacante de meio, levantadora e líbera)
e grupo etário (30-39 anos, 40-49 anos, 50-59 anos e acima de 60 anos).
Foram incluídas na amostra mulheres, com idade igual ou superior a 30 anos,
que praticam voleibol em clubes amadores de São Paulo, que realizam pelo
menos dois treinamentos semanais. Foram excluídas da pesquisa, as atletas
que praticam outro esporte além do voleibol e as que treinam menos que duas
vezes por semana.
A pesquisa se constitui na aplicação de um questionário contendo 30 questões,
com perguntas abertas e fechadas:
• Relacionadas a identificação do sujeito de pesquisa - nome, idade, data de
nascimento, peso, altura, grau de escolaridade, profissão e renda familiar;
• Relacionadas à prática do voleibol - clube, categoria, posição, freqüência
semanal de treinos e jogos, esportes praticados além do voleibol, preparação
física/ preventiva que efetua, motivo de jogar voleibol;
• Perguntas relacionadas às lesões devido à prática do voleibol - tipo de lesão,
articulações acometidas, cirurgias ortopédicas sofridas, dor, sua intensidade,
sua localização, fatores desencadeantes e doenças degenerativas
apresentadas.
O questionário contém a Escala Analógica Visual (EAV), constituída de uma
reta, onde o indivíduo deve indicar ao longo da linha a intensidade da dor,
sendo que o início da reta representa ausência de dor e o final, a maior dor
possível; escala comumente usada.
As atletas responderam individualmente os questionários. Para aquelas
incapazes de ler, foi realizada a leitura fiel e individualizada do texto para que
pudessem verbalmente indicar a resposta, sendo proibido ao pesquisador expor
seu ponto de vista ou explicar as questões com palavras diferentes daquelas do
questionário.

Análise dos Resultados

Para análise estatística foram aplicados os seguintes testes:


1. Teste do qui-quadrado com o objetivo de comparar as freqüências com que
ocorreram as lesões nas regiões de ombros, cotovelos, mãos/dedos, coluna,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

972
UNISA - Universidade de Santo Amaro

quadril, joelhos e pés/tornozelos e de comparar a freqüência de lesões nos


diferentes grupos etários e posições de atuação dos indivíduos em quadra.
2. Teste de Mann-Whitney com a finalidade de comparar os grupos com ou sem
lesão em relação às horas semanais de treinamento e de tempo de prática
esportiva.
O nível de significância foi fixado em 0,05 ou 5%.

RESUMO:
A idade das atletas variou de 30 a 78 anos, sendo que a média de idade foi de
43 anos, a mediana de 43 anos e a moda foi de 40 anos.
Das 216 jogadoras de voleibol, 25 (11%) jogaram profissionalmente e 181
(84%) atletas não jogaram profissionalmente, sendo que 10 (5%) jogadoras não
responderam tal questão; 132 (61%) atletas jogaram em outras categorias, tais
como: Pré-mirim, Mirim, Infantil, infanto-juvenil, Juvenil e Adulto e 78 (36%)
relatam não terem jogado em outras categorias, sendo que 6 (3%) não
responderam a questão.
As jogadoras treinam em média 5.9 horas por semana, com moda de 6,
variando de 2 á 31 horas semanais. E jogam em média a 13,3 anos, variando
de 1 á 48 anos de prática e moda de 20 anos.
Das 216 jogadoras, 59 (27%) relataram utilizar tornozeleira e 173 (80%)
joelheira, 11 utilizam outros equipamentos, tais como, “munhequeira”,
“cotoveleira” ou “cocheira”. Das Jogadoras que responderam a pergunta
referente à utilização do esparadrapo, 53 (24.5%) afirmam usá-lo durante os
jogos.
As atletas relataram as regiões do corpo que sofreram lesões em decorrência
do voleibol, elas poderiam apontar acometimento de mais de uma região. O
tornozelo com 86 (31.2%) lesões foi significantemente o local anatômico mais
acometido, obteve-se= X²=55.49; (p=0,0000), seguido de mãos/dedos (21.4%),
ombros (20%), joelhos (17%), coluna (5.4%), cotovelos (4%) e quadril (0.7%) o
que não diverge de outros estudos realizados com atletas amadores.
Ao verificar a incidência de lesão por posição, independente da faixa etária, o
resultado não foi significante, X²calc= 24,83 (p=0,1297), as atacantes de meio
relataram 104 distúrbios e foi a posição com maior incidência de lesão
(tornozelo e mãos/dedos foram os locais mais lesionados). As atacantes de
ponta apresentaram 93 lesões desportivas (tornozelo e o ombro foram as
articulações mais acometidas). As levantadoras sofreram 53 lesões (o tornozelo
e mãos/dedos foram os locais anatômicos mais lesionados). As líberas sofreram
16 lesões, sendo que mãos/dedos e ombro, joelho e tornozelo, foram os locais
anatômicos mais acometidos. Não encontramos um consenso na literatura em
relação à posição mais lesionada no esporte voleibol.
Em nosso estudo, não tivemos o objetivo de comparar o fundamento que

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

973
UNISA - Universidade de Santo Amaro

propiciou a lesão com os distúrbios em si, mas mesmo assim, é interessante


notar, como o local anatômico das lesões são estreitamente ligados as posições
e funções exercidas pelas atletas em quadra.
Por exemplo, o segundo local de maior acometimento das atacantes de ponta
foi à articulação do ombro; de acordo com Nardelli (2001), lesões em ombros
estão relacionadas principalmente aos movimentos de ataques e saques
(movimentos freqüentes em atacantes de ponta), ou ainda, nossas levantadoras
e atacantes de meio relataram mãos/dedos como a segunda articulação mais
acometida, uma possível explicação foi relatada no estudo de Solgard et al.
(1995), que envolveu 269 atletas do voleibol dinamarquês, o mecanismo de
lesão de mãos e dedos se deu principalmente durante o contato com a bola ao
realizar o movimento de “toque por cima” (situação freqüente em levantadores)
ou no fundamento do bloqueio (ação primordial dos atacantes de meio), ele
ainda complementa afirmando que as jogadoras apresentaram maior incidência
de lesões em mãos e dedos do que os atletas do sexo masculino, (p 0.001).
Ao analisar a incidência de lesão nas diversas faixas etárias, independente da
posição, o resultado não foi significante X²calc= 11,70 (p=0.8624), porém as
atletas de 40-49 relataram maior freqüência de lesões (141 lesões), seguido do
grupo etário de 30-39 anos com 83 distúrbios; da faixa etária entre 50-59 anos
com 40 distúrbios e do grupo acima de 60 anos que sofreu 11 lesões.
Zoppi; Terreri e Pacheco (2004), relatam que a idade e o nível de performance
em atletas são fatores que predispõe a lesões, em atletas arremessadores
acima de 35 anos há um processo degenerativo associado à síndrome do
impacto, pode haver espessamento e formação de esporões subacromiais na
borda ântero-inferior do acrômio levando a compressões e rupturas do MR,
segundo eles, essas alterações resultam em incidência de rupturas tendíneas
significantemente maiores que em atletas jovens.
Infelizmente, não foram encontrados estudos que correlacionem tais fatores
com atletas de voleibol e na faixa etária do nosso estudo (30-78 anos), apenas
em outras faixas etárias cujas alterações fisiológicas do envelhecimento não
estão tão evidentes.
Ao analisar a incidência de lesão com os anos de prática, independentemente
da posição, as atletas que apresentaram lesão praticavam o esporte por tempo
significantemente superior (p= 0,0394) das que não apresentaram lesão
(médias de anos de prática do esporte de 13.7 vs 11.6, respectivamente), 17
jogadoras não responderam a questão. Não foram encontrados estudos que
investigaram essa relação.
Verificou-se também a correlação entre horas semanais de prática e lesão nas
atletas, independente da posição, o resultado não foi significante na análise
estatística (z=1.68), a média de horas jogando voleibol semanalmente das
atletas que sofreram lesão foi de 6,0 contra 5.5 das que nunca sofreram, dez
jogadoras não declararam a quantidade de horas que praticam voleibol.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

É interessante notar que essas atletas não têm uma carga horária de
treinamento e jogos tão intensa como os atletas profissionais que treinam no
mínimo 30 horas por semana, provavelmente, por esse motivo, as horas
semanais de prática não se caracterizaram como um fator de risco significante
para nossas jogadoras.

CONCLUSÃO:
As atletas veteranas de voleibol apresentam maior freqüência de lesões na
articulação do tornozelo (31.2%), seguida de mãos/dedos (21.4%) e ombros
(20%).
Em relação à posição, a posição de atacante de meio foi a que obteve maior
freqüência de lesões (sem significância estatística), seguida das atacantes de
ponta, levantadoras e líberas.
O grupo etário de 40-49 anos foi o mais lesionado, seguido do grupo etário de
30-39 anos, da faixa etária de 50-59 anos e acima de 60 anos (sem
significância estatística).
O tempo/anos de prática do esporte voleibol correlacionado com lesão
apresentou diferença significante, ou seja, as atletas que apresentaram lesão
praticavam o esporte por tempo superior das que não apresentaram.
Horas de prática e lesão não apresentou correlação significante entre as atletas
veteranas de voleibol.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
NARDELLI, Julio César Carvalho. Estudo epidemiológico de lesões do aparelho
locomotor em atletas de voleibol de alto nível. 2001. 174 f. Dissertação
(Mestrado em medicina esportiva) - Faculdade de Medicina. Universidade de
São Paulo, São Paulo, 2001.

SOLGARD, Lars et al. Volleyball injuries presenting in casualty: a prospective


study. Br. J. Sports Med., Great Britain, v. 29, n. 3, p. 200-204.1995.

ZOPPI FILHO, Américo; TERRERI, Antonio Sérgio Almeida. PACHECO,


Alexandre, Pagotto. Reabilitação do ombro e cotovelo em atletas. In:
AMATUZZI, Marco Martins; GRERE, Julia Maria D´Andrea; CARAZZATO, João
Gilberto. Reabilitação em medicina do esporte. São Paulo: Editora Roca. 2004.
cap.15, p.123-132.

________________________________________________________________
*0

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Lesões no Karate Shotokan e no Jiu Jitsu - Trauma direto versus


indireto
JOSÉ MARIO COUTO DE SOUZA(1), LEANDRO REIS DA SILVA(2), FLÁVIO TOMAZELLI
FAIM(3)

WLADIMIR MUSETTI MEDEIROS(4)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Diferentes tipos de artes marciais tiveram como origem a técnica denominada
Shaolin-su-kempo, esta foi desenvolvida pelo monge indiano budista
Bodhidharma, que inicialmente divulgou a técnica na China, que posteriormente
se difundiu pelo Japão, sofrendo então inúmeras transformações, resultado em
diferentes técnicas, onde destacamos o Karate Shotokan e o Jiu Jitsu(1).
O Karate Shotokan é a arte marcial mais conhecida do mundo, tendo como
principal característica os golpes de impacto, não utilizando nenhum tipo de
arma, uma vez que a palavra “Karate” significa mãos vazias. A dinâmica de uma
competição de Karate Shotokan é constituída de bloqueios e uma gama de
golpes, através de socos e chutes, executados com os membros superiores e
inferiores, que atingem as regiões do tronco e da cabeça do adversário(1,2).
O Jiu Jitsu assim como o Karate Shotokan tem a sua origem no Japão, porem
difere do Karate na técnica e mecânica dos movimentos. A palavra “Jiu Jitsu”
significa arte suave. No Jiu Jitsu a intenção é derrotar o adversário através de
projeções, estrangulamentos, torções e imobilizações resultantes de forças
tencionais sobre articulações(3).
Apesar da origem semelhante entre as duas artes marciais, está claro que a
dinâmica de movimento das duas modalidades é oposta(3). Estas
características particulares podem determinar diferenças importantes na
frequência e nos locais das lesões. Informações fundamentais para a
prevenção e tratamento.
As inúmeras competições, assim como o expressivo número de praticantes nas
duas modalidades justificam a execução deste estudo.

OBJETIVO:
Verificar a frequência de lesões em praticantes de Karate Shotokan e
praticantes de Jiu Jitsu e comparar estas freqüências entre os grupos.

METODOLOGIA:
Este trabalho é uma pesquisa transversal realizada através de questionário do
tipo aberto e fechado. Foram analisados 94 questionários, sendo que 41 foram

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

976
UNISA - Universidade de Santo Amaro

respondidos por lutadores de Jiu Jitsu e 53 por praticantes de Karate Shotokan.


Foram inquiridos atletas de três níveis de competição, obedecendo a seguinte
distribuição: nível internacional, nacional e estadual.
O questionário constou dos seguintes quesitos: nome, data de nascimento,
peso, idade de início da prática esportiva, tempo de pratica sem intervalo, faixa
atual, lado dominante, se é competidor, nível de competição, número de treinos
por semana, numero de horas por treino e locais de lesão durante a prática
esportiva (crânio, pescoço, ombro, braço, cotovelo, antebraço, punho,
mão/dedos, quadril, coxa, joelho, perna, tornozelo, pé/dedos, coluna,
peito/costas, boca/dentes, nariz, orelha).
Para a análise dos dados será utilizada uma estatística descritiva. Para
comparação dos dados normatizados utilizou-se o teste t-Student. Para verificar
a diferença do percentual de lesão entre os grupos utilizou-se o teste de Chi-
square. Utilizou-se o programa SPSS 11.5/Windows. As diferenças entre os
grupos foram consideradas significativas quando p0,005.

RESUMO:
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de
Santo Amaro.
A amostra estudada foi composta por 94 indivíduos (Tabela 01) todos do sexo
masculino, divididos em 53 Karatecas (56,3%) e 41 praticantes de Jiu-Jitsu
(43,7%). A média de idade entre os praticantes de Karate foi de 22,4 anos e no
Jiu Jitsu 22,1 anos, com relação ao peso observou-se uma diferença
significativa (p=0,002) entre os grupos uma vez que a média de peso no Karate
foi 68,6 kg e Jiu Jitsu 76,6kg, na variável idade de inicio também foi encontrado
uma diferença significativa (p=0,006) entre os grupos, onde Karatecas iniciam
seu treinamento com uma idade média de 14,4 anos e praticantes de Jiu Jitsu
17,7anos, o tempo de pratica também se mostrou diferente (p=0,001),
Karatecas apresentam um maior tempo de pratica 6,3 anos contra 3,7 anos dos
praticantes de Jiu Jitsu, o numero de treinos por semana e de horas por treino
tanto especifico ao esporte quanto complementares também apresentaram
diferença (p=0,008) e (p=0,002) sendo no Karate Shotokan 3,7 dias por semana
e 111 minutos por dia e no Jiu Jitsu 4,6 dias por semanas 144 minutos.
Foram relatadas 308 lesões, sendo 160 nos praticantes de Jiu Jitsu e 148 nos
Karatecas.
Com relação aos praticantes de Karate Shotokan (Tabela 02) observou-se que
88,6% apresentaram algum tipo de lesão esportiva. Os locais que apresentaram
maior incidência de lesões foram (Fig. 01): mão/dedos em 23 praticantes
(15,5%), seguido por pé/dedos com 19 praticantes (12,8%) e perna com 14
praticantes (9,5%). Já nos praticantes de Jiu Jitsu (Tabela 03) observou-se uma
prevalência assustadora de 97,5% de lesões esportivas. Sendo que os locais de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

977
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maior incidência foram (Fig. 02): joelho em 26 praticantes (16,3%), ombro 23


praticantes (14,4%) e orelha 21 praticantes (13,3%).
Ao compararmos os locais de lesão entre praticantes de Jiu Jitsu versus
Karatecas (Tabela 04) observou-se que mãos/dedos e pé/dedos foram as
lesões de maior frequência no Karate Shotokan, porem não apresentaram
diferenças significativas quando comparadas com os praticantes de Jiu Jitsu. A
perna foi o terceiro local mais frequente de lesões no Karate Shotokan e
apresentou uma incidência significativamente maior (p=0,042) quando
comparado aos praticantes de Jiu Jitsu, ou seja, do total de lesões na perna,
77,8% ocorreram no Karate Shotokan contra 22,2% no Jiu Jitsu. Já ao
compararmos os locais de lesão nos praticantes de Jiu Jitsu observou-se uma
frequência significativamente maior no joelho, ombro e orelha apresentando
p=0,000 para os três locais. Do total de lesões de joelho 72,2% ocorreram no
Jiu Jitsu contra 27,8% no Karate Shotokan, já no ombro a prevalência foi de
76,7% no Jiu Jitsu e 23,3% no Karate Shotokan e na orelha a diferença foi
alarmante, sendo 95,2% no Jiu Jitsu contra 4,8% no Karate Shotokan.

CONCLUSÃO:
Com base nos dados obtidos com a amostra estudada conclui-se que o
principal local de lesão observada no Karate Shotokan foram as mão e dedos e
no Jiu Jitsu o joelho. Este comportamento se deve provavelmente as diferenças
biomecânicas entre as duas artes marciais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Stricevic MV, Patel MR, Okazaki T, et al. Karate Shotokan: historical
perspective and injuries sustained in national and international tournament
competitions. Am J Sports Med 1983;11:320–4.

2. G R Critchley, S Mannion, C Meredith, Injury rates in Shotokan Karate


Shotokan. Br. J. Sports Med. 1999;33;174-177.

3. Gurgel F. Brazilian Jiu Jitsu Manual Pessoal do Jiu Jitsu. Editora Axel Books.
1° Edição São Paulo Brasil 2007.

________________________________________________________________
Grupo de Estudo em Reabilitação e Fisiologia do Exercício.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Liderança em situações de emergência


MARCELO BARBOSA ROZA(1)

CLAUDIA POLUBRIAGINOF(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Com o crescimento dos grandes centros urbanos foi necessário fazer
adaptações no serviços de saúde, no que diz respeito à emergência e urgência
com o intuito de aumentar a sobrevida das vítimas, já que o aumento de
acidentes de trânsito, acidentes domésticos e violência são as maiores
demandas no atendimento de emergência e urgência no Brasil(1).
O serviço de emergência e urgência tem passado por constante inovação de
suas práticas, requerendo profissionais que além de somar conhecimento
cientifico, também desenvolvam competências como liderança e
gerenciamento, que o permita interagir, entre o gerenciamento e a assistência
procurando suprir as necessidades dos enfermos com potencial risco de morte
ou que precise de atendimento mas que não apresente risco a vida(2).
Urgências são definidas como toda a ocorrência imprevista de agravo à saúde
com ou sem risco de morte, cuja pessoa necessita de atendimento imediato, e
Emergência é a constatação de condições de agravo à saúde que impliquem
em risco iminente de morte ou sofrimento intenso, exigindo atendimento
imediato(1).
A Associação Americana de Enfermagem (ANA) estabeleceu os “Padrões da
Prática de Enfermagem em Emergência” em 1983, tendo como referência
padrões definidos classificando os enfermeiros de emergência em três níveis de
competência: o primeiro nível requer competência mínima para o enfermeiro
prestar atendimento ao paciente traumatizado; no segundo nível este
profissional necessita formação específica em enfermagem de emergência e no
último nível o enfermeiro deve ser especialista em área bem delimitada e atuar
no âmbito pré e intra-hospitalar(11).
Além de conhecimento cientifico que o habilite o enfermeiro, outras atribuições
da enfermagem em uma unidade, envolvem a coordenação, supervisão e
controle das atividades desenvolvidas pelos auxiliares e técnicos de
enfermagem, distribuir tarefas, alocar recursos humanos e materiais
necessários, solucionar dúvidas da equipe nas atividades visando eficácia nos
atendimentos prestados(3).
Frente ao exposto entendemos que para o enfermeiro desenvolver sua prática
profissional, principalmente em setor onde o trabalho é dinâmico, a equipe
médica e de enfermagem precisam atuar de forma sincronizada, em muitas
situações o atendimento deve ser rápido, pois o paciente encontra-se em
estado crítico sob risco de morte; este profissional precisa desenvolver algumas

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

979
UNISA - Universidade de Santo Amaro

habilidades, das quais salientamos a liderança(3).


Dentre as várias definições de liderança e formas de exercê-la, concorda-se
que a liderança é uma ferramenta, que pode conduzir os profissionais da equipe
com a finalidade de alcançar objetivos propostos; neste sentido, o enfermeiro
deve estar preparado para agir na adversidade, desenvolvendo e
amadurecendo um novo tipo de liderança, mudando o perfil de burocrata para
coordenador do cuidado, sendo também um motivador às ações da equipe(4).
Neste contexto o enfermeiro deve estar atento as mudanças e que tipo de
conduta como líder deve tomar para situações encontradas em unidades de alta
rotatividade encontradas no cotidiano(4).

OBJETIVO:
Descrever o processo de liderança do enfermeiro frente a situações de
emergência.

METODOLOGIA:
O presente estudo foi realizado através de revisão bibliográfica com busca nas
bases de dados científicos: Scielo, Lilacs. No período de 12 a 30 de setembro
de 2009. Utilizando os descritores: Liderança em enfermagem, liderança em
emergência, teorias de liderança. Os artigos científicos selecionados foram no
total de 23 artigos. Destes foram utilizados, 11 artigos que melhor respondiam
aos objetivos propostos. Foram pesquisadas referências dos anos de 2001 a
2008.

RESUMO:
Liderança na área de saúde
O enfermeiro independente do hospital ou unidade em que esteja presente,
sempre terá como prerrogativa em seu dia a dia a coordenação e a supervisão
da equipe de auxiliar e técnico de enfermagem, gerenciamento de recursos
humanos e matérias visando solucionar de maneira eficaz, possíveis problemas
de enfermagem(3).
E ciente destas atribuições da enfermagem o enfermeiros na posição de líder
tem o desafio de identificar habilidade de cada profissional integrante da equipe
direcionando suas habilidades nas mais variadas situações, seja de risco ou
não, objetivando alcançar melhor assistência a cada situação que lhe seja
apresentado a cada dia (5).
Para tornar-se um líder, profisional deverá desenvolver capacidade de: visão de
futuro e do cenário a ser construído; trabalhar em equipe na construção da
organização; estar instrumentalizado para conduzir o processo de mudança; ser

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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criativo; assumir ambigüidades e conflitos; ter compromisso ético, saber ouvir e


comunicar-se (5).
Dentre várias teorias sobre liderança, é evidenciado que, não existe uma forma
de liderar que caiba a todas as situações, a teoria de HERSEY & BLANCHARD
propõe a liderança situacional, um estilo de liderança em que, o líder se adapta
as diversas situações para atingir metas e qualidades estabelecidas.
Na enfermagem de emergência, onde a variação de situação é constante, a
liderança situacional é a teoria mais compatível o modelo de liderança em
questão propõe quatro estilos de liderança: determinar (E1), persuadir (E2),
compartilhar (E3) e delegar (E4), no caso são uma combinação de
comportamento de tarefa e de relacionamento(6).
A maturidade dos liderados é apresentada em quatro níveis: baixo (M1), baixo a
moderado (M2), moderado a alto (M3) e alto (M4). Desta forma, o estilo de
liderança determinar (E1) é adequado para liderado com nível de maturidade
baixo (M1). O líder define como, quando e onde a tarefa deve ser executada
pelo liderado. Esse estilo implica comportamento alto de tarefa e baixo de
relacionamento(6).
Para liderado com nível de maturidade baixo a moderado (M2), o estilo de
liderança correspondente é o persuadir (E2). O líder apesar de assumir um
comportamento diretivo, ele encoraja e reforça a disposição do liderado. Esse
estilo envolve comportamento alto tanto para tarefa como para
relacionamento(6).
O estilo de liderança compartilhar (E3) é apropriado para liderado com nível de
maturidade moderado a alto (M3). Neste estilo líder e liderado participam juntos
do processo de tomada de decisão, frente à execução de determinada
atividade; o líder adota comportamento alto de relacionamento e baixo de
tarefa(6).
Para liderado com nível de maturidade alto (M4), o estilo de liderança delegar
(E4) é o mais eficaz, o liderado decide como, quando e onde desenvolver
determinada tarefa; o líder colabora somente quando é solicitado para
esclarecer dúvidas e/ou apresentar novas orientações. Esse estilo implica
comportamento baixo tanto para tarefa como para relacionamento(6).
Em unidades diferenciadas como a UTI, e o centro cirúrgico, os enfermeiros
exerceram formas de liderar muito parecidas, os estilos (E2 persuasão e (E3)
compartilhar, eram os mais predominantes e em relação a maturidade dos
técnicos e auxiliares verificamos o nível de maturidade entre (M2) baixo e (M3)
moderado alto, e analisando os resultados, a forma de liderar que mais cabiam
aos liderados, segundo as pesquisas, variavam em (E3) persuasão e (E4)
compartilhar.
Estes resultados mostram que o mesmo em setores diferentes onde a
emergência esteja presente é imprescindível que o enfermeiro líder, lidere
basea em teorias de lideranças associadas ao conhecimento cientifico e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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comunicação (3, 7 ,6, 8, 4).

Situações críticas na área da saúde


Sendo a unidade de emergência e urgência ou em uma situação pré-hospitalar,
a necessidade de uma equipe treinada, que trabalhe com dinamismo e em
sincronia na realização de procedimentos a pacientes que em muitas ocasiões
necessitam de intervenção imediata com fins de conserva-lhe a vida é
indispensável.
Pensando no papel do enfermeiro líder e gestor de situações de emergência,
entendemos que para exercer a liderança, o gerente deve entender as
diferenças entre liderar e gerenciar, e buscar o desenvolvimento de
capacidades necessárias para o exercício de liderança o que tornará o
enfermeiro mais seguro nos momentos de tomada de decisão, nos momentos
das ocorrências imprevistas.
Em enfermagem de emergência, onde a variação de situações imprevistas são
constantes, a liderança situacional é a teoria mais favorável a rotinas de
unidades de emergência e urgência por permitir variações e adaptações de
conduta do líder(3,4).

Formas de liderança
O conhecimento das aplicações de variadas formas de liderança associando o
conhecimento cientifico, embasam o enfermeiro para uma liderança eficaz,
onde terá base para delegar e cobrar resultados procurando o respeito dos
liderados, tornando-se referencial para o grupo.

Liderança situacional
A teoria de HERSEY & BLANCHARD 1986 a Liderança Situacional “baseia-se
numa inter-relação entre a quantidade de orientação e direção (comportamento
de tarefa) que o líder oferece a quantidade de apoio sócio-emocional
comportamento de relacionamento dado pelo líder e o nível de prontidão
(maturidade) dos subordinados no desempenho de uma tarefa, função ou
objetivo específico”.
Rensis Likert classificou o comportamento dos líderes fundamentalmente em
dois grupos:(10)
Liderança Autocrática Comportamento centrado nas preocupações com a
tarefa, ou seja, o líder é orientado para a tarefa, e preocupa-se mais com esta
do que com a equipe que a executa. Este é classificado como sendo um líder
Autocrático, direto e socialmente distante.
Liderança Democrática Comportamento centrado nas relações pessoais, ou
seja, o líder é orientado para as pessoas e, acredita que o processo
administrativo deve proporcionar um ambiente de trabalho, no qual as pessoas
se sintam confortáveis. Este Líder é classificado como democrático consulto-

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

982
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participativo e preocupado com o funcionário.


Depois de classificado os lideres continuou a desenvolver a teoria e propôs
quatro tipos de liderança:
Autocrático-coercisivo: o líder decide o que há para fazer, quem, como e
quando deve ser feito.
Autocrático-benevolente: o líder toma as decisões, mas os subordinados têm
alguma liberdade e flexibilidade no desempenho das tarefas.
Consultivo: o líder consulta os subordinados antes de estabelecer os objetivo e
tomar as decisões.
Participativo: existe um envolvimento total dos empregados na definição dos
objetivos e na preparação das decisões. É o estilo recomendado por Likert,
sendo, no entanto ainda pouco encontrado na prática(10).

Papel do enfermeiro
A Enfermagem sempre se preocupou em qualificar o cuidado prestado ao
paciente usuário dos serviços de saúde sendo em hospitais estatais ou
privados.
Com o passar dos anos se fez necessário pensar a enfermagem de forma que
deixasse de limitar-se em técnicas de cuidados para somar conhecimento
científico à sistematização da assistência(9).
Essas alterações compreendidas e realizadas pelos profissionais de
enfermagem têm levado a enfermagem a ser um agente provedor de mudanças
sociais e também a se ramificar por várias especialidades desenvolvendo ações
em conjunta de várias naturezas, assistencial, administrativa e educativa(9).
No contexto hospitalar o enfermeiro desenvolve uma gerência mais orientada
para as necessidades do serviço, para o cumprimento de regulamentos, normas
e tarefas reproduzindo o que é preconizado pela organização e por outros
profissionais, principalmente a equipe médica (10).
A atuação do enfermeiro na unidade de emergência requer algumas exigências,
como competência para intervir em alterações fisiológicas do paciente de forma
rápida, a comunicação entre os integrantes da equipe e também com o paciente
o gerenciamento da aptidão e conhecimento dos liderados e o gerenciamento
de recursos materiais (4,7).
O papel do enfermeiro na unidade de emergência consiste em obter a história
do paciente, fazer exame físico, executar tratamento, aconselhando e
ensinando a manutenção da saúde e orientando os enfermos para continuidade
do tratamento. O enfermeiro desta unidade é responsável pela coordenação da
equipe de enfermagem e é uma parte vital e equipe de emergência (7).
Devem os enfermeiros das unidades de emergência aliar à fundamentação
teórica a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a
habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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CONCLUSÃO:
Frente a muitas atribuições de um enfermeiro de emergência, notasse que a
liderança é uma habilidade necessária a ser desenvolvida, além de uma
ferramenta de trabalho imprescindível em qualquer lugar que exerça sua
profissão, já que o trabalho em emergência por ser dinâmico se faz necessário
a sincronia, pois é apresentado constantemente no cotidiano de uma unidade
de emergência situações imprevistas onde o líder para resolver esses eventos
deve adaptar sua liderança as variações para o melhor desempenho da equipe
é necessário que o enfermeiro conheça as formas de liderança associadas ao
conhecimento científico; a forma de liderança que mais compete ao enfermeiro
de emergência é a liderança situacional onde lhe permite fazer variações de
liderança e adaptar-se aos diversos eventos que ocorre no seu cotidiano, seja
compartilhando, delegando, persuadindo e determinado a equipe em que
interage, com a finalidade de alcançar os objetivos propostos na assistência e
pela organização.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Wehbe G, Galvão C. M ,Enfermeiro de unidade de emergência: sua liderança
com o pessoal auxiliar de enfermagem, Acta paulista de enfermagem v14, n3,
set/dez 2001.

2. Balsaneli A.P, Cunha I.C.K.O, Whitaker I.Y, Estilo de liderança e perfil


profissional de enfermeiros em unidade de terapia intensiva, Acta paulista de
enfermagem 2008;v21, n2.

3. Wehbe G, Galvão MC. Aplicação da Liderança Situacional em enfermagem


de emergência. Rev Bras Enferm 2005 jan-fev; 58(1):33-8.

________________________________________________________________
1 Aluno do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro. São Paulo, SP marcelloadvir@yahoo.com.br
2 Orientadora Enfermeira Professora Titular da faculdade de enfermagem da
Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP. cpolubriaginof@uol.com.br

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Marca-passo cardíaco: base de conhecimento para o processo


de enfermagem em cardiologia
TATIANA ROBERTA LUCENA DE MENESES(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A historicidade do marca-passo cardíaco artificial começa em 1958, com o
desenvolvimento do primeiro marca-passo cardíaco por Elmqvist e implantado
por Senning, tornando-se a partir daí, a terapia de escolha para as
bradiarritmias e taquiarritmias.
Com o advento do transistor, foi possível a fabricação de marca-passos
cardíacos implantáveis, pois os circuitos usados até então, eram denominados
estimulação ventricular com freqüência fixa, eram simples e serviam apenas
para controlar a freqüência de estimulação ventricular. Entretanto, muitos
pacientes apresentavam ritmos espontâneos, tornando, nesse caso, freqüente a
competição entre o ritmo natural do coração e o marca-passo cardíaco artificial.
Fato esse, solucionado na década de 60 através dos resultados obtidos com o
enorme avanço tecnológico daquela época, que proporcionou o
desenvolvimento de dois outros modos de estimulação, o ventricular deflagrado
(VVT – estimulação ventricular deflagrada) e o ventricular inibido (VVI -
estimulação ventricular inibida pelo QRS), com amplificador de
eletrocardiograma e circuito para detectar o complexo QRS na geração do
impulso de despolarização do ventrículo esquerdo(1).
No início dos anos 70, com a incorporação dos microcircuitos integrados de alta
capacidade de programabilidade e baixo consumo, começaram a surgir os
marca-passos cardíacos multiprogramáveis, assim denominados, pela
propriedade de programação externa de vários parâmetros. A adição dessa
programação tornou mais fácil o acompanhamento dos pacientes, por meio de
freqüentes ajustes dos parâmetros.
Já na década de 80, com a introdução da bateria de lítio (com grande
durabilidade), do fechamento hermético (aumento de segurança), da
multiprogramabilidade (diversidade de recursos), da telemetria bidirecional
(segurança e confiabilidade) e dos sensores biológicos (possibilidade de
alteração de freqüência), se alcançou aumento da longevidade desses
geradores e sua ampla utilização a partir de então.
Na sua configuração atual, o marca-passo cardíaco é um equipamento
eletrônico utilizado para propiciar ou substituir impulsos elétricos e/ou ritmos
ectópicos, com a finalidade de se obter atividade elétrica cardíaca regular. Sua
capacidade de gerar atividade de contração do músculo cardíaco, se dá por
meio de um estimulo elétrico artificial composto por dois componentes: o cabo

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

985
UNISA - Universidade de Santo Amaro

eletrodo e o gerador de impulso. Poderíamos acrescentar um terceiro


componente, que é o paciente, já que na atual configuração do marca-passo
cardíaco, impulsos elétricos de origem cardíaca inibem a atividade elétrica do
marca-passo artificial, graças à sua capacidade de sensibilidade retroelétrica.
O cabo eletrodo constitui-se de vários filamentos metálicos revestidos por um
isolante (poliuretano ou silicone) que mantém, exposta uma porção metálica na
ponta do eletrodo para descarregar o estímulo elétrico. Há dois tipos de cabos
eletrodos, o unipolar e o bipolar, de uso para implante epicárdico e endocárdico,
respectivamente. Também se observou grande avanço tecnológico na estrutura
dos cabos eletrodos, dentre os quais está o desenvolvimento de cabos com
menor calibre, maior flexibilidade, maior resistência, melhor histo-
compatibilidade (para não estimular o sistema imunológico e evitar rejeição) e
fácil implantação por via venosa, tanto em câmaras atriais quanto ventriculares.
Já o gerador de impulso pode ser de câmara única ou dupla (unicameral ou
bicameral), com capacidade de “sentir” e “estimular” uma ou duas câmaras
cardíacas (átrio e/ ou ventrículo), para determinar a frequência cardíaca. A
configuração da freqüência cardíaca artificial se dá através da amplitude do
estímulo elétrico artificial. Essa freqüência pode sofrer alteração, se, no
intervalo entre um e outro estímulo artificial, o marca-passo artificial detectar
atividade elétrica espontânea do coração, assim, marca-passo artificial irá
“esperar” uma frequência mais lenta para deflagar novamente um estimulo
artificial.
Nesse aspecto, o marca-passo cardíaco pode apresentar dois modos de
estimulação elétrica, o sincrônico e o assincrônico. No assincrônico o estimulo
tem frequência fixa, independente da atividade intrínseca do coração; já o
sincrônico, é capaz de detectar a atividade espontânea do coração e inibir a
estimulação artificial, evitando o problema de competição entre estímulo natural
e artificial.
Esse tipo de tecnologia contribui em grande escala na melhoria da qualidade de
vida de muitos pacientes com cardiopatias de ordem eletrofisiológica, e
considerando ser uma tecnologia que demanda atendimento especializado, vê-
se na figura do enfermeiro que atua em unidades de cardiologia e congêneres,
dentre outras, o profissional mais envolvido no gerenciamento das dimensões
bio-psico-sócio-espirituais da pessoa humana, empregando seus
conhecimentos técnicos e científicos para fazer a intervenção terapêutica na
condição fisiopatológica ou na situação de saúde do indivíduo.
Considerando a extrema escassez de literatura específica da Enfermagem
sobre marca-passo cardíaco artificial, aventou-se realizar uma pesquisa que
abordasse esta temática de uma forma genérica como uma retomada
fundamental sobre o assunto, e que represente a de base de conhecimento
para o enfermeiro na realização do Processo de Enfermagem sobre
cardiopatias eletrofisiológicas.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Some-se a isto a necessidade do enfermeiro estar constantemente atualizado,


já que o conhecimento sobre a etiologia das doenças, bem como seu efeito
sobre a vida diária das pessoas, é de sua responsabilidade. Além disso, a do
processo de enfermagem através da Sistematização da Assistência de
Enfermagem é uma das competências privativas do enfermeiro. Isto posto,
constitui razão suficiente para a realização desta investigação.

OBJETIVO:
-Apresentar as indicações e os tipos de marca-passo cardíaco artificial, como
base de conhecimento para o enfermeiro na realização do Processo de
Enfermagem sobre cardiopatias eletrofisiológicas.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo bibliográfico de atualização sobre marca-passo cardíaco
artificial, contemplando produções científicas Brasileiras sobre cardiopatias
eletrofisiológicas, a partir de fontes secundárias indexadas nas bases de dados
LILACS e SciELO, bem como, o acervo da biblioteca Dr. Milton Soldani Afonso,
da Universidade de Santo Amaro – UNISA.
A coleta de dados foi realizada empregando-se os unitermos “marca-passo” e
“cardiologia”, o unitermo “enfermagem” não foi empregado devido à escassa
produção científica sobre o assunto, e, seu uso restringiria o número de
referências relevantes para pesquisa.
Foram recuperados 33 artigos, dos quais, apenas 08 foram empregados, além
de um livro sobre enfermagem em cardiologia. Os critérios de inclusão
consideraram apenas, artigos de periódicos que envolvessem os unitermos
supracitados e que estivessem disponíveis para compilação, enquanto que, os
de exclusão, abrangeram temáticas que se desviavam do objeto de estudo, e
literaturas de língua estrangeira. Os 08 artigos de periódicos selecionados
foram compilados e submetidos ao procedimento de leitura crítica repetitiva,
visando organizar e sumarizar as informações necessárias para o agrupamento
dos dados por pertinência e similaridade temática dando origem ao presente
estudo.

RESUMO:
Indicações e Complicações do Marca-passo Cardíaco Artificial
De uma maneira genérica, os marca-passos cardíacos artificiais são indicados
para os distúrbios do sistema de condução do coração. Inicialmente eram
recomendados no tratamento do bloqueio atrioventricular total (BAVT),
atualmente, a amplitude de suas indicações alargou-se consideravelmente. Isso
se deveu, sobretudo, ao desenvolvimento da tecnologia de sua fabricação, a
rápida evolução dos conhecimentos sobre eletrofisiologia e métodos
diagnósticos em cardiologia, associados às novas técnicas simples e seguras

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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de implante de marca-passo.
Basicamente, a indicação do marca-passo cardíaco artificial é feita perante
análise criteriosa da cardiopatia, levando em consideração o estado físico,
mental e emocional do doente, bem como, sua ocupação e vida social, ou seja,
sua qualidade de vida. Dentre as principais cardiopatias que potencialmente
teriam indicação de marca-passo, é possível listar:
-As bradicardias diminuem o fluxo sanguíneo cerebral, e dentre outras coisas
pode causar sintomas como síncope, tontura transitória, vertigens, confusão
mental.
-Os bloqueios cardíacos (BAVAT); impedem a passagem dos estimulo
atrioventricular podendo ser temporário persistindo por algum tempo ou
definitivo; o bloqueio cardíaco entre outras causas pode ser induzido por infarto
agudo do miocárdio (IAM); e pós operatório .
-As doenças do nó sinusal assim como disfunção sinusal, parada sinusal,
bloqueio sinoatrial, bradicardia sinusal, ou mesmo incompetência cronotrópica
do nó sinusal, são problemas tornam impossível o funcionamento do coração, já
que o nó sinusal é responsável pela freqüência do mesmo.
-As taquiarritmias são responsáveis pelo aumento da velocidade de contração
do coração através da excessiva chegada de estímulo provindos do nó
sinoatrial. Isto pode levar à isquemia do miocárdio, já que a oxigenação do
músculo ocorre no momento do relaxamento das fibras.
-As arritmias ectópica ventricular são causadas por intoxicação através de
fármacos, e também em casos de supressão de focos ectópicos em
taquiarritmias
As complicações causadas pelo marca-passo cardíaco, no caso de implantes,
podem ocorrer nos primeiros 30, pois, estão frequentemente relacionadas com
a ocorrência de práticas cirúrgicas.
Dentre as complicações mais comumente relatadas na literatura estão, a
extrusão do gerador por infecção na incisão cirúrgica e edema localizado.
Essas complicações conduzem o paciente a reinternação para tratamento e/ou
até mesmo, um reimplante do marca-passo, ou ainda, podem ocorrer
complicações tardias como desequilíbrios psicobiológicos e sócio-espirituais,
cujas causas podem ser deflagradas pela falta de conhecimento do paciente em
relação ao uso do marca-passo.
Tipos de Marca-passo Cardíaco Artificial
A implantação do marca-passo torna possível, sobretudo, o tratamento das
bradiarritmias ou taquiarritmias, quando o sistema elétrico intrínseco do coração
é incapaz de gerar uma freqüência adequada, que mantenha o débito cardíaco
necessário para suprir as demandas fisiológicas do organismo. Para essa
finalidade é possível aplicar diversos tipos de marca-passo: marca-passo
temporário, marca-passo temporário transvenoso endocárdico, marca-passo
temporário transcutaneo, marca-passo temporário epicardico, marca-passo

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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temporário esofágico e o marca-passo definitivo.


Marca-passo temporário: este tipo de estimulação cardíaca temporária é
habitualmente indicada para emergências, controle da freqüência cardíaca e
pode ser retirado quando o ritmo da freqüência cardíaca volta ao normal porem,
é fundamental deixar por mais uma semana por precaução terminando esse
priodo o marca-passo é removido, também é como forma preventiva, ou como
suporte até a implantação do marca-passo definitivo.
Marca-passo temporário transvenoso endocárdico: usualmente é implantado
por via endovenosa, dissecação ou punção. As vias de acesso mais freqüentes
são as veias jugulares internas, subclávias, femorais, basílicas ou braquiais.
Os estímulos de baixa energia são aplicados diretamente na superfície
endocárdica proveniente de um gerador externo de impulso. O tempo de
permanência do eletrodo do marca-passo é variável, e depende do tempo
necessário para a reversão do distúrbio de condução ou da indicação de
implante de marca-passo definitivo, a indicação pode ser temporária ou
definitiva.
marca-passo temporário transcutâneo é um método não invasivo e ideal para o
atendimento emergencial pré ou intra-hospitalar, pós parada cardíaca com
bradiarritmias e na estabilização de bradiarrtmias.
marca-passo temporário epicárdico é um procedimento invasivo para pacientes
no intra-operatório de cirurgia cardíaca com extra-corpórea, é realizado em
pacientes submetidos a toracotomia, de modo que os eletrodos são fixados
diretamente no epicárdio.
marca-passo temporário esofágico esse tipo de estimulação e o método menos
invasivo pois, não necessita de fluoroscopia, precauções com esterilidade ou
cateterismo cardíaco.
É realizada por meio de introdução do cateter eletrodo até o esôfago distal, que
é próximo a parede posterior do átrio esquerdo, onde é possível a captura atrial
com correntes relativamente baixas. Sua atuação é eficaz em induzir ou
interromper a taquicardia supraventricular, porem esse tipo de marca-passo
causa dor torácica e é pouco tolerável o que torna a sua aplicação clinica
restrita.
Marca-passo definitivo (MPD): é indicado para pacientes com risco de débito
cardíaco diminuído, tratamento da cardiomiopatia dilatada e da insuficiência
cardíaca, por introdução de um aparelho chamado ressincronizador cardíaco(2).
A decisão de implantar o marca-passo definitivo resulta da analise criteriosa
baseada em conhecimento cientifico sobre a doença e levando em
consideração o estado físico, mental e emocional do paciente também sua
ocupação e vida social.

CONCLUSÃO:
Os avanços da tecnologia na fabricação de marca-passo, e do implante do

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

989
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mesmo, a busca de mais conhecimento eletro-fisiopatológico dos distúrbios de


condução cardíaca permitiu um progresso consistente na estimulação cardíaca
artificial, extremamente diversificada no seu modo de funcionamento, com alta
confiabilidade, segurança, esses avanços tecnológicos permitiu cada vez mais
um estimulo mais fisiológico possível.
O resultado do implante do marca-passo é o aumento da quantidade com a
melhoria da qualidade de vida das pessoas, adequando a sua freqüência à
necessidade metabólica do portador, trabalhando de forma semelhante ao
marca-passo cardíaco natural, prolongando vidas e permitindo a realização de
atividades diárias, anteriormente restritas, sendo assim a estimulação elétrica é
considerada, um meio de auxílio que visa à melhoria do estilo de vida.
No âmbito da saúde coletiva é crescente o interesse pela avaliação da
qualidade de vida do paciente, definida pela Organização Mundial da Saúde,
porem, o impacto da colocação do aparelho provoca uma nova percepção de si
e dos outros, surgem duvidas que precisam ser esclarecidas, pois representa
uma intervenção significativa que deixa um sinal físico e psicológico marcante
no indivíduo trazendo novas preocupações que levam o sujeito portador a
reorganizar suas ações e pensamentos.
O enfermeiro deve avaliar o conhecimento e a prática do auto-cuidado em
relação ao uso do marca-passo, e orienta-lo sobre as precauções que ele
deverá tomar a partir do implante do marca-passo o enfermeiro também deve
esclarecer duvidas sobre atividades do dia a dia e o uso do aparelho, já que,
uma vez implantado o marca-passo cardíaco, a pessoa deverá aprender a
conviver com este aparelho, fazendo com que ele interfira o mínimo no seu
estilo de vida, ou seja, adaptando-o ao seu estilo de vida.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Ramos G, Ramos Filho J, Rassi Júnior A, Pereira E, Gabriel Neto S, Chaves
E. Marca-passo cardíaco artificial: considerações pré e perioperatórias. Rev
Bras Anestesiol 2003; 53(6): 854-62.
2. Araújo MLM, Teixeira FFT, Ogawa IK Assistência em estimulação cardíaca
artificial. Palomo. JSH. Enfermagem em Cardiologia. 1ª ed. Barueri: Manole;
2007.
3. Magnani C, BG Oliveira, Gontijo ED. Representações, mitos e
comportamentos do paciente submetido ao implante de marca-passo na doença
de Chagas. Cad Saúde Pública 2007; 23(7):1624-32.
________________________________________________________________
1. Aluna do 4. semestre do curso de graduação de enfermagem da Unisa.
2. Professor da Disciplina de Saúde do Adulto da Faculdade de Enfermagem da
UNISA.

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Mitos e preconceitos com a sexualidade do idoso


NEUZA RODRIGUES DE JESUS RIBEIRO(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A população idosa brasileira poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas em
2025, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Este
fenômeno preocupa as autoridades sanitárias, as políticas públicas de atenção
à saúde mental, as demandas econômicas e também os preconceitos
existentes na sociedade, em relação aos idosos. As mudanças ocasionadas
devido o aumento de pessoas na terceira idade, produzem perturbações no
equilíbrio emocional e requer atenção, pois o surgimento de novas situações e
experiências marcam significativamente a vida do idoso, trazendo sentimentos
como a desvalorização¹. Muitas vezes a sociedade contribui para que as
pessoas idosas tenham este sentimento, pois os velhos sempre foram
imaginados como aqueles que estão se despedindo da vida: aposentou-se do
seu trabalho, de sua função, e de sua vida1. Desde criança ouvimos falar que
eles perdem o interesse pelo sexo, os homens tornam-se impotentes aos 50/60
anos de idade e as mulheres depois que entram na menopausa perdem o
interesse pelo sexo. A falta de informações e as idéias errôneas a respeito
desse assunto e sobre o processo de envelhecimento, assim como as
mudanças na sexualidade na terceira idade, têm contribuído para a
manutenção de preconceitos e conseqüentemente trouxeram muitas
estagnações das atividades sexuais contribuindo para as doenças e auto-
estima baixa das pessoas idosas.
Não podemos mais ignorar o idoso que se tornou ator na cena política e social,
redefinindo imagens estereotipadas nas quais a velhice aparece associada à
solidão, doença, viuvez e morte. Este estudo apresenta os preconceitos e mitos
que envolvem a sexualidade na velhice.

OBJETIVO:
Identificar e desmistificar os mitos e preconceitos acerca da sexualidade do
Idoso;
Descrever o impacto dos preconceitos na qualidade de vida das pessoas na
Terceira Idade;
Propor ações de enfermagem que minimizam os preconceitos junto ao idoso.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma revisão de literatura, indexados nas bases eletrônicas de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

991
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dados, artigos de 2002 a 2009. Foram utilizados os seguintes descritores para


realização da pesquisa bibliográfica: Envelhecimento/ Idoso, Mitos, Preconceito,
Sexualidade.

RESUMO:
O envelhecimento é uma grande conquista da história da humanidade, pois
cada vez mais as pessoas estão chegando aos oitenta, noventa anos de idade.
Assim, cem anos é uma idade possível e real. Deseja - se viver mais, porém
com qualidade de vida.
A sociedade moderna ao cultuar valores do progresso, da inovação, da
juventude e principalmente do consumo, produziu preconceitos, mitos e
indiferenças a respeito do envelhecer que devemos superar, porque mais
importante do que viver muito é viver bem.
A velhice não é uma doença, e assim sendo, não se pode tratá-la e curá-la,
quando se trata de um idoso é porque ele esta doente e não porque está velho.
Quando se é jovem não se percebe que um dia virá à terceira idade, o melhor é
ao longo da vida, desenvolver ações e atitudes que permitam ao indivíduo
desfrutar de uma velhice bem sucedida, tanto do ponto de vista físico e
funcional, como psico-social.
Os problemas de saúde podem até limitar mais não impedir, na maioria dos
casos que um idoso leve uma vida sexual ativa. Quanto às mudanças biológicas
as pesquisas têm demonstrado que não devem ser encaradas como doenças.
Existem doenças que se manifestam na velhice, como diabetes, hipertensão,
osteoporose, depressão, mas que podem ter sido adquiridas na infância e se
agravaram ao longo da vida. O processo do envelhecimento ocorre de modo
diferenciado para cada pessoa e não se caracteriza um período só de perdas e
limitações, mas sim, de um estado de espírito decorrente da maneira como a
sociedade e o próprio indivíduo concebem esta etapa.
O envelhecimento com qualidade, depende de prevenção, cuidados e hábitos
saudáveis cultivados desde os primeiros anos de vida. O processo de
envelhecimento tem inicio na vida uterina e desenvolve por todo o ciclo vital até
a morte. Envelhecer é um processo tão natural e esperado quanto nascer,
crescer e mudar, mudar no sentido de sofrer transformações acompanhadas de
alterações, que vão da aparência física ao comportamento e aos papeis
sociais¹.
As pessoas devem envelhecer mantendo-as ativas e participantes da vida
social, capazes de desempenhar diversas tarefas, de idealizar projetos, assumir
responsabilidades, encontrar novos papéis sociais, novas amizades e fazer
planos para o futuro.
Atualmente os idosos estão assumindo papéis não esperados pelas políticas
públicas. Em muitos casos, seus benefícios sociais (aposentadoria, pensão de
viuvez), constituem-se na única fonte de renda do orçamento da família. Ajudam

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filhos, netos e bisnetos. O aumento da longevidade é uma vitória, mas depois


de conquistada é cercada de dificuldades e desafios. As pessoas querem viver
muito, não querem envelhecer e não desejam morrer.
A realidade brasileira marginaliza as pessoas idosas, isso é um problema
cultural². Contudo, hoje, entidades estão lutando pelos direitos dos cidadãos
idosos, providenciando o cumprimento de leis existentes, e por medidas mais
eficazes que inibam e coíbam atitudes de maus tratos, deseducadas e a falta de
urbanidade do qual o idoso é alvo frágil e fácil.
A sexualidade se faz presente em todas as fases do indivíduo, da sua
concepção até a sua maturidade fisiológica. Sexo não é sexualidade. A
sexualidade é uma reação física e emocional ao estímulo sexual, e está além
do impulso e do ato sexual¹. Para muitas pessoas de mais idade, ela oferece a
oportunidade não apenas de expressar paixão, mas afeto, estima e lealdade.
O comportamento sexual é definido por vários princípios, como cultura, religião,
educação e estes valores influenciam intensamente o desenvolvimento sexual,
determinando a maneira como iremos vivenciá-la e lidar com ela por toda a
vida. Até os dias de hoje, verifica-se uma pressão social, principalmente de
filhos e netos para que os seus velhos tenham autocrítica e se mantenham em
seus lugares.
O significado de sexualidade no imaginário coletivo e inclusive na concepção de
muitos pesquisadores parece ter uma tendência em se reduzir o sentido de
sexualidade apenas ao biológico. Para os profissionais da saúde, é muito
comum reduzirem as queixas à deficiência de hormônios ou a uma doença,
enfim a uma parte do corpo, normalmente as genitálias. A sexualidade deve ser
compreendida como algo bem mais amplo e mais complexo e que deve estar
relacionado a fatores psicológicos e emocionais.
Sexualidade no mundo contemporâneo deveria ser entendida abarcando todas
as variáveis que fazem parte do nosso cotidiano, o nosso modo de falar, de
vestir, de sentar, de andar, de desejar, de demonstrar nossas emoções e até de
pensar, devem ser consideradas, além dos fatores biológicos, naturalmente.
Tanto o homem como a mulher, continuam a apreciar as relações sexuais
durante a velhice, as alterações que ocorrem na mulher, como a secura da
vagina e a diminuição no tempo de ereção do homem, podem até prejudicar o
prazer sexual, mas a boa adaptação sexual irá determinar o prazer².
As causas da diminuição da atividade sexual nos idosos são as características
das relações sexuais na juventude, o estado de saúde, problemas de
impotência no homem ou dispaurenia (dor) na mulher, os efeitos colaterais dos
medicamentos, a inexistência de parceiro estável, a capacidade e interesse do
companheiro, Perda de privacidade, exemplo: viver na casa dos filhos ou em
instituições. Raramente as mulheres em idade avançada, principalmente
quando são influenciadas pela educação recebida, consultam especialistas para
tratarem de problemas relacionados com a sexualidade.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Na mulher há uma mudança em nível pessoal e social, que se inicia entre os 48


e 51 anos que é a menopausa, ou seja, o fim da menstruação e da função
reprodutiva, sendo que para algumas mulheres essa mudança pode ser
significativa. È um período de problemas psicológicos em que o fato de não
poder mais gerar filhos propicia o sentimento de desvalorização pessoal
podendo gerar dificuldades.
Na menopausa a mulher não deixa de ter interesse sexual, apenas deixa de ser
fértil. Mas com um tratamento adequado com um bom especialista, a mulher na
menopausa e com qualidade de vida, pode até engravidar e ter filhos através do
método de fertilização “ in vitro “. Foi o que aconteceu com uma mulher Indiana
de 70, após usar este método se tornou a mulher mais velha do mundo a ter
bebês, teve um casal de gêmeos, nasceram de uma cesariana e prematuros,
mas com boa saúde.
A Incontinência urinária é um transtorno muito freqüente em mulheres idosas,
inibe o desejo e a resposta sexual³.
A Histerectomia é a intervenção cirúrgica mais freqüente na mulher com mais
de 50 anos, pode desencadear o surgimento de problemas nas relações
sexuais. Nesse caso trata-se de uma representação psicológica de perda da
feminilidade ou de um Transtorno Depressivo concomitante³. Para o homem,
por condicionamentos recebidos a partir da infância, o ato sexual significa a
confirmação de que é macho e isto é medido pela sua capacidade de ereção e
quando ela não acontece ou não corresponde ao que se espera, o homem
supõe não ser homem, porque sua masculinidade e seu ser estão intimamente
ligados com a ereção, daí a angústia, o medo, o pânico, quando da perda da
ereção ou da possibilidade de que isso venha acontecer futuramente2.
A deterioração das funções reprodutivas do homem é muito diferente do que
ocorre nas mulheres, já que não existe um término definido da fecundidade
masculina, embora a produção de espermatozóides após os 40 anos vai
diminuindo, mas continua existindo até mais de 90 anos3.
O homem pode apresentar sintomas de impotência relacionados á dificuldades
circulatórias ou à diminuição da sensibilidade na região do pênis, mas na
maioria das vezes a impotência na terceira idade surge associada a fatores
emocionais. Há homens que desencadeiam crises com sintomas psicológicos
como a depressão, irritabilidade, e falta de impulso sexual e a queda nos níveis
de testosterona.
Na terceira idade, a sexualidade é freqüentemente vista e baseada em
estereótipos, devido ao desconhecimento e à pressão cultural, existe ainda na
nossa cultura uma falsa idéia de que as pessoas idosas não têm interesse por
sexo, não tem desejo e é incapaz de sentir algum estimulo sexual e que não
são atraentes fisicamente. Esse conceito é semelhante à teoria do começo do
século, de que a criança e o adolescente não têm sexualidade. Da mesma
forma a sociedade tenta negar a sexualidade do idoso e esquecem que a

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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sexualidade não é só genitalidade, existe também uma afetividade que é


essencial ao ser humano.
Estes preconceitos, unidos a falta de informação, induzem as pessoas a uma
atitude pessimista em tudo que se refere à sexualidade, ao sexo e a velhice.
Desta forma, idosos acabam sentindo-se com ausência de objetivos, perda da
auto-estima, auto-confiança, sensações de inutilidade, de estar perdido no
tempo e no espaço , sem qualidade de vida, por não viverem minimamente a
sexualidade que sentem.
A vivência da sexualidade na terceira idade nada mais é do que a continuação
de um processo iniciado na infância. São as alegrias, culpas, vergonhas e
repressões de cada um, associadas às modificações fisiológicas e anatômicas
que a idade impõe, que determinam o comportamento sexual do idoso¹.
O preconceito e a falta de informação surgem como fatores que atrapalham o
desenvolvimento da sexualidade na terceira idade, e não são as mudanças
físicas no corpo as responsáveis pelo fim da intimidade de um casal de idosos,
mas sim as barreiras de caráter socioculturais, de que a sexualidade e o sexo é
coisa de gente jovem. Além de alterações no corpo, o envelhecimento traz ao
ser humano uma série de mudanças psicológicas e emocionais, que podem
resultar em dificuldades de se adaptar a novos papéis, falta de motivação,
dificuldade de planejar o futuro, necessidade de trabalhar as perdas orgânicas,
afetivas e sociais, dificuldades de se adaptar as mudanças rápidas, que têm
reflexos dramáticos nos idosos, ainda podem surgir alterações psíquicas que
exigem tratamento como: depressão, hipocondria, paranóia, suicídios e outros1.
Os medicamentos que se utilizam no tratamento desses transtornos podem
contribuir para piorar a disfunção sexual, sobretudo aquelas substâncias que
têm efeitos anticolinérgicos, responsáveis pela disfunção erétil no homem e
diminuição da libido na mulher3. Um novo medicamento (Viagra feminino)
poderá ser lançado em breve e segundo os estudos comprovaram que este
medicamento faz aumentar a libido, deste modo contribuirá para resolver este
problema na mulher.
A diminuição da libido na mulher pode acontecer por vários motivos: estresse,
doenças, problemas financeiros, conjugais e familiares, e ao contrário do que
muitos pensam, o sexo pode ser revigorante para todos esses problemas,
inclusive podendo usar as “fantasias sexuais“. A grande vantagem das fantasias
sexuais é poder inventá-las do jeito que a pessoa quiser, mas na nossa cultura,
são tantos tabus e preconceitos a respeito do sexo, qualquer fantasia gera
ansiedade culpa e vergonha.
Segundo alguns pesquisadores o vinho tinto aumenta o desejo sexual na
mulher. A libido aparece com mais intensidade depois de uma taça da bebida.
O estudo aconteceu com cerca de 800 mulheres e comprova que a bebida tem
poder afrodisíaco.
Estudos médicos têm demonstrado que a maior parte das pessoas em idade

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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avançada é perfeitamente capaz de ter relações sexuais e sentir prazer.


Todas as atitudes negativas face à sexualidade na velhice, são um reflexo do
nosso medo de envelhecer e morrer, dando origem a preconceitos e
estereótipos que assentam sobre a idéia da anulação da sexualidade das
pessoas idosas e que funcionam como fatores inibidores, contribuindo para a
diminuição da atividade sexual nesta fase da vida.
As atitudes preconceituosas da sociedade no qual estão inseridos os idosos
tipificam as atitudes deles, principalmente na área da sexualidade. São
comportamentos pré-estabelecidos sócio-culturamente, que muitas vezes
classificamos as pessoas com a expressão: assanhadas, viúva alegre, peruas,
fogosas, galinhas, sirigaitas, Maria gasolina, entre tantas outras. O mito mais
presente é que o Envelhecimento traz impotência sexual, o fato é que o corpo
muda, mas a sexualidade continua por toda a vida. Estes preconceitos
contribuem para desencadear as doenças: baixa auto-estima, depressão,
suicídio, aumento de casos de AIDS e perda progressiva da qualidade de vida.

CONCLUSÃO:
A velhice é uma propriedade particular. O processo de envelhecimento tem
inicio na vida uterina e desenvolve por todo o ciclo vital até a morte.
A vivência na sexualidade é um fator contribuinte para elevar a qualidade de
vida das pessoas, principalmente na velhice.
Envelhecer sem preconceitos consiste na necessidade de motivação, apoio e
respeito das pessoas para que o idoso mantenha a sua auto-estima elevada, e
se sinta útil e capaz. Cabe ao idoso o direito de viver em sociedade,
independente da idade, até mesmo sob forma de manter - se ativo e
psicologicamente preparado para os problemas de saúde. O envelhecimento
não pode ser visto sob os olhos da discriminação, não só as pessoas
envelhecem, as gerações também envelhecem.
A luta é de todos, principalmente dos profissionais de saúde e futuros idosos. É
importante estimular ações que promovam educação gerontológica continuada,
com perspectivas de um envelhecimento saudável, com qualidade de vida.
Devemos valorizar a capacidade que os idosos ainda possuem, para vencerem
os mitos e preconceitos, e fazer com que eles “envelheçam vivendo, e não
vivam envelhecendo”.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Rodrigues LCB. Vivencias da Sexualidade de Idosos (as) . Rio Grande:
Universidade Federal do Rio Grande; 2008. [citado em 30 maio 2009].
Disponível em:
http://www.socialgest.pt/_dlds/vivenciasdasexualidadenosidosos.pdf
2.Ballone GJ Sexo nos idosos. PsiqWeb Psiquiatria Geral: São Paulo, 2002.
3.Almeida T. Amor e sexo após os 60 anos. São Paulo; 2008. [citado em 30

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

maio 2009]. Disponível em:


http://www.thiagodealmeida.com.br/site/files/pdf/artigo5.pdf
________________________________________________________________
¹ Graduanda do 8º semestre do Curso de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro. (neuza0507@hotmail.com).
² Enfermeira - Docente - Mestre em gerontologia Social do Curso de
Enfermagem da Universidade de Santo Amaro.

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MORTALIDADE DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE CRECHES:


RISCOS E PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO
THALITA DUTRA PAIVA(1)

DAMARIS GOMES MARANHAO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
As creches ou centros de educação infantil, conforme são denominados na
atualidade são serviços que compartilham com as famílias os cuidados e
educação das crianças menores de três anos ou podem estender este
atendimento até os cinco anos de idade. A maioria das creches públicas
oferece serviços em período integral, embora na rede privada as famílias
possam optar por meio período. Crianças, usuárias da rede pública,
permanecem cerca de oito a doze horas diárias em ambiente coletivo, em uma
fase da vida de maior dependência dos adultos, psíquica e biologicamente
vulneráveis, o que pode aumentar o risco de agravos a saúde. Embora alguns
autores defendam a hipótese de que as crianças usuárias de creche têm maior
risco de se acidentarem, a observação empírica evidencia que, pelo contrário,
os acidentes mais graves ocorrem no domicílio ou no trânsito, talvez porque a
creche tenha um ambiente planejado para a criança. Os acidentes podem ser
controlados e evitados por meio de planejamento de um ambiente adequado às
crianças das diversas faixas etárias, educação básica e continuada dos
profissionais que cuidam e educam as crianças. Considerando que as creches
não são similares, mas, podem variar no que se refere ao ambiente físico, à
composição e formação da equipe, à razão adulto-criança, à organização da
rotina, ao projeto pedagógico que inclui os cuidados cotidianos, há necessidade
de mais investigações sobre o tema correlacionando os riscos com o tipo de
serviço. O interesse por este tema surgiu após a mídia divulgar vários casos de
morte de crianças usuárias de creches privadas ou públicas, causando grande
comoção nos profissionais que atuam no setor e nos familiares de crianças que
utilizam este tipo de serviço, associado ao fato da autora deste artigo trabalhar
em uma creche privada. A ampla divulgação dos fatos, às vezes de forma
sensacionalista, contribui mais para o pânico dos familiares e para reiterar o
preconceito histórico relativo a este tipo de serviço, do que para esclarecer os
interessados. Os educadores e pais das crianças muito sensibilizados pelas
notícias demandam orientações sobre os reais riscos, medidas preventivas
específicas, tais como: identificar os sinais de gravidade dos principais agravos
que acometem as crianças; estabelecer critérios para encaminhar as crianças
ao serviço de saúde e treinar os professores para manobras de suporte básico
de vida. Para tanto é necessário identificar quais as situações de emergência
ou quais os agravos à saúde que oferecem maior risco de morbidade e

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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mortalidade infantil de crianças usuárias de creche, qual a faixa etária


predominante, fatores agravantes.

OBJETIVO:
Descrever os acidentes e agravos com maior risco de morbimortalidade em
crianças usuárias de creche identificando as principais causas e medidas
preventivas.

METODOLOGIA:
Revisão de literatura de periódicos indexados nas bases de dados Lilacs e
Scielo, publicados em língua portuguesa, no período de 1990 a 2009, a partir
das palavras chave: mortalidade infantil, creches e acidentes na infância.
Também foram analisados artigos jornalísticos sobre morte de crianças em
creches, publicados on-line.

RESUMO:
As creches são instituições de educação para crianças menores de cinco anos,
fazem parte do sistema de ensino básico no país, mas muitas vezes não são
incluídas nos programas de saúde escolar. Na prática, as creches, pela
especificidade da faixa etária atendida e serviços prestados, requerem um
modelo de atenção a saúde específico, com a adoção de procedimentos e
cuidados adequados a cada idade, tanto no aspecto individual como coletivo,
para redução dos riscos e uma acentuada melhora na qualidade do
atendimento prestado à criança. Os estudos sobre mortalidade de crianças em
creches são raros, embora haja vários sobre morbidade. O único artigo
localizado e publicado em língua portuguesa é resultante de uma pesquisa
realizada por enfermeira na rede pública de creches paulistanas no período de
1995 a 1999, onde foram descritos os comportamentos de mortalidade de
crianças usuárias de creches. As causas mais freqüentes foram: doenças
respiratórias (36,8%) que em 94% dos casos atingiu menores de 03 anos, com
predomínio das pneumonias (80,5%); doenças infecciosas e parasitárias
(31,8%), tais como as infecções meningocócicas e não meningocócicas,
gastrointestinais e varicela; causas externas (13,5%) relativas a acidentes e
violências; doenças do sistema nervoso (9,4%);%), com enfoque nas
meningites. O ambiente da creche, onde convivem várias crianças, favorece a
transmissão de agentes causadores de doenças. Em relação às causas
externas, a maioria ocorreu no ambiente externo à creche. A maior taxa de
mortalidade atingiu os menores de três anos de idade, e as crianças que
freqüentam a creche há menos de seis meses, provavelmente, pela
vulnerabilidade agravada pelo período de adaptação quando inicia o contato
com outras crianças, e talvez por falta de uma maior integração entre serviços
educacionais e de saúde. Este dado científico também possibilita uma reflexão

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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critica sobre os dados coletados nos artigos jornalísticos publicados online, e


também em relação a outros autores que deduzem que os acidentes ocorrem
mais nas creches, quando na verdade este ambiente, quando bem planejado
protege as crianças do risco do ambiente doméstico ou na comunidade.
Quando compara-se estes dados com as notícias veiculadas pela imprensa, via
online, observa-se que quando ocorrem morte de criança no ambiente da
creche as causas são similares a pesquisa citada, ou seja, a maioria ocorre por
complicações de causas infecciosas, como a de um menino de sete meses que
estava em uma creche particular. O laudo do IML aponta para complicações
respiratórias causadas por meningite. Os responsáveis pela creche classificam
como “tragédia” o acontecimento, e destacam que todas as medidas de
precaução foram tomadas em relação à criança. Este mesmo caso foi
destacado pelo Condepe (Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana)
o qual pediu uma instauração de inquérito policial para apurar as causas da
morte da criança, levando-se em consideração outros fatores além da
meningite, tais como maus tratos e omissão de socorro. Os artigos jornalísticos
relatam também morte de crianças no ambiente da creche causadas por asfixia,
em geral por aspiração de líquido ou vômitos. Há relato de uma criança que
morreu em uma creche em Ourinhos (SP), após ser alimentada e colocada no
berço para dormir. Foi aberto inquérito para apurar a causa da morte. Outro
jornal de Santa Catarina relata o arquivamento do caso de uma criança que
morreu em uma creche mantida por uma organização social. Criança
encontrada morta na creche teve seu corpo exumado para coleta de amostras
para exames, todavia a demora no envio das amostras impossibilitou a
realização dos mesmos, já que o período correto seria logo após a morte da
criança. Sem esses resultados o caso foi arquivado. O Instituto Médico Legal
apontou a asfixia como causa da morte em laudo realizado em 2009 de uma
criança que morreu em uma creche na periferia do Estado de São Paulo. Além
da asfixia mecânica o laudo também apontou broncopneumonia, onde o vômito
ou secreção pulmonar causou a asfixia. O Município de Muriaé foi condenado a
pagar uma indenização por danos morais aos pais do bebê que morreu em
2006 no berçário municipal, após ingerir um mingau que estava na sua
mamadeira. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou como causa da
morte asfixia causada por broncoaspiração. A médica que atendeu a criança
relatou que a mesma projetou uma secreção semelhante ao mingau com o qual
havia sido alimentada. Embora os dados jornalísticos não possam ser
considerados evidências científicas, eles revelam que há necessidade de
pesquisas que avaliem os riscos para que medidas preventivas sejam adotadas
em todas as creches. O engasgo, a aspiração de vômitos ou refluxo parecem
ser a principal causa de morte de criança no ambiente de creche, nestes casos
relatados pela mídia, embora os vômitos ou refluxo possa ter sido
desencadeado por infecções. Um caso de criança que morreu no hospital após

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ter sido removida da creche e apresentar sucessivas convulsões, teve como


causa básica complicações de varicela; outra por complicações de meningite;
confirmando a pesquisa científica de que uma das principais causas são por
doenças infecciosas e que podem ser prevenidas por vacinação, diagnóstico
precoce e assistência adequada. A principal causa externa de mortalidade em
creches parece ser a aspiração ou engasgo, embora todos estes dados
apontem para a necessidade de mais pesquisas com desenhos que possam
investigar os principais riscos no ambiente da creche que inclui a qualidade do
cuidado oferecido à criança, integração com serviços de saúde e protocolos
com critérios claros sobre afastamento temporário de crianças que adoecem e
primeiros cuidados prestados pelos professores e a inclusão ou não de
profissionais de enfermagem neste contexto. Em uma revisão de literatura
sobre fatores de riscos para pneumonia na infância, evidencia que vários
fatores encontram-se implicados nos índices de morbidade e mortalidade,
especialmente nas creches, por conta de pneumonia, sendo relevantes os
fatores referentes à idade (menos de 06 meses), ao peso (menos de 2,500g),
ao desmame precoce, à desnutrição e episódios recorrentes de pneumonia.
Assim a implementação de medidas de educação, prevenção e correção são de
suma importância para o controle e decréscimo do índice de morbidade e
mortalidade infantil decorrente de pneumonia. Uma pesquisa descreveu o
aumento do risco em até três vezes para aquisição de doenças infecciosas em
crianças estando estas associadas ao cuidado voltado para a criança fora da
residência, e também à eficácia de medidas preventivas de transmissão de
doenças em ambiente escolar e nas creches. Tal risco tem associação com as
características das creches e na adoção de medidas preventivas simples, como
lavagem de mãos, ventilação, precauções padronizadas empregadas nos
cuidados infantis, vacinação, treinamento dos profissionais das creches,
semelhante ao recomendado na pesquisa sobre mortalidade em creches. Em
estudo realizado no primeiro semestre de 2006 em creche localizada no interior
do Rio Grande do Sul, para averiguar e identificar o conhecimento das
cuidadoras acerca dos acidentes na infância e possíveis formas de prevenção,
evidencia que há déficits na formação dos profissionais que trabalhavam com
as crianças, ou seja, no que tange aos acidentes que podem ocorrer no dia a
dia, as mesmas se mostraram despreparadas para socorrer as crianças, uma
vez que não tem o conhecimento apropriado para tais situações. Os autores
afirmam que apesar das conquistas na área da educação infantil, que
conferiram direitos específicos à criança, tornando-a personagem central, tais
conquistas nem sempre se traduzem em práticas educativas intencionais,
coerentes com os fundamentos teóricos e as experiências vividas por seus
atores. As autoras da pesquisa acima apontam que em relação “as cuidadoras”,
estas valorizam uma ação focada na criança e voltada para oferecer o melhor,
porém na prática não é isso o que ocorre, já que essas profissionais recebem

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práticas educativas aquém das necessidades do dia-a-dia. Percebe-se que a


sua competência está relacionada ao percurso de aprendizagem próprio; sendo
as experiências adquiridas dentro da creche, na prática profissional, muitas
vezes mais relevantes que nos cursos profissionalizantes. A experiência delas
como mães ajuda em certos aspectos práticos, como na identificação de
algumas doenças e no uso de métodos de cuidados utilizados em casa, mas
não são suficientes. Outro estudo buscou identificar os conhecimentos e
práticas de pessoas que trabalham em creches, fazendo referência aos
quesitos de prevenção, detecção e manejo de situações que implicam em riscos
para as crianças, como afogamentos, quedas, ingestão de pequenas peças de
brinquedos, pequenas alterações no quadro de saúde, entre outros. O estudo
apontou para o fato de que as funcionárias conhecem e identificam esses
agravos, destacando ainda situações que contribuem com esses quadros de
saúde da criança. Assim as autoras apontaram para a importância do
treinamento dos funcionários das creches para esse tipo de ação, onde o
mesmo pode contribuir de forma significativa na prevenção de acidentes na
creche. Atualmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê
que todas as pessoas responsáveis pelo cuidado e educação da criança de
qualquer faixa etária na creche tenham formação de nível superior, em
pedagogia ou educação infantil. Entretanto, as mesmas autoras também
apontam que ainda existem grandes variações na formação e capacitação
profissional entre as trabalhadoras responsáveis pelo atendimento direto às
crianças nesses locais. Isto se reflete nas diferentes denominações atualmente
atribuídas a elas, tais como auxiliar de desenvolvimento infantil (àquelas que
não têm formação específica) ou professora de educação infantil (as que têm
formação específica). Sugere que os pais das crianças levem em conta ao
avaliar um local para matricular seus filhos, o conhecimento e a prática destas
professoras frente aos acidentes ou situações de emergência clínica nas
crianças. Assim, destaca a importância de criar um modelo de prevenção, o
qual pode ser um instrumento de grande utilidade na redução dos riscos de
morbimortalidade de crianças usuárias destes serviços. Entretanto, é preciso
considerar que nem sempre os pais de crianças da rede pública tem a opção de
escolher o melhor local, uma vez que há maior demanda que vagas nas
creches públicas. Assim é preciso uma política pública que garanta a segurança
das crianças.

CONCLUSÃO:
Os estudos sobre mortalidade de crianças usuárias em creche são raros.
Estudos de morbidade e de mortalidade apontam um risco aumentado para
infecções respiratórias, gastrointestinais e outras como varicela e meningites.
Artigos jornalísticos noticiaram óbitos em crianças de creche que ocorreram em
várias regiões do país e causaram comoção nos profissionais e familiares de

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crianças em creches, embora não seja um dado científico e requeiram


investigação para comparar o risco na creche com o risco no domicílio.
Observa-se que quando ocorre óbito de criança no ambiente da creche a causa
principal parece ser por aspiração decorrente de complicações por doenças de
base ou infecciosas. Estes dados apontam para necessidade de mais
pesquisas sobre o tema bem como de formação dos profissionais para
reconhecer os sinais de gravidade e complicações em crianças. Há
necessidade de estabelecimento de protocolos para os primeiros cuidados
quando a criança necessitar, assim como de integração com serviços e
profissionais de saúde para que a assistência à criança seja adequada. O
enfermeiro como profissional do cuidado pode contribuir para a formação básica
e continuada dos professores de educação infantil, bem como com o
planejamento e supervisão dos cuidados na creche e com a integração de
serviços educacionais e de saúde.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Vico ESR, Laurenti R. Mortalidade de Crianças Usuárias de Creches no
Município de São Paulo. Revista de Saúde Pública, SP, 2004.

2. Veríssimo MLOR, Martins J. Conhecimentos e Práticas de Trabalhadoras de


Creches Municipais relativas ao Cuidado da Criança com Infecção Respiratória
Aguda. Revista de Enfermagem da USP, SP, 2006.

3. Goldbaum M, Nesti MMM. Creches e pré-escolas e as doenças


transmissíveis. Revista de Pediatria, RJ, 2007.

________________________________________________________________
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Santo Amaro
Aluna do oitavo semestre da Faculdade de Enfermagem da UNISA
Orientadora, Doutora em Ciências da Saúde, Profª Titular da Faculdade de
Enfermagem da UNISA.

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O ENVELHECIMENTO HUMANO E O MANEJO DE QUEDAS


PRISCILA LÚCIDE RIBEIRO PIRES(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO
A velhice pode iniciar-se quando se encerra a fase economicamente ativa de
uma pessoa e esta passa a ser aposentada e quando atinge os 60 anos de
idade . Contudo a Organização Mundial da Saúde, (OMS) através de estudo e
levantamento estatístico mundial, elevou essa idade para 75 anos, devido ao
aumento progressivo da longevidade e da expectativa de vida.
Considerando que o envelhecimento é um processo natural, é fundamental e
importante distinguir o que é decorrente desse processo, daquilo que é
secundário aos processos patológicos que são freqüentes nesta fase da vida.
Dessa maneira, senescência, senectude ou envelhecimento normal, são as
alterações orgânicas, funcionais e psicológicas próprias que ocorrem em
consequência desse processo, e a senilidade ou envelhecimento usual, são as
modificações determinadas pelas afecções que freqüentemente acometem os
indivíduos idosos. Existem situações nas quais há grande dificuldade em definir
se uma determinada alteração é manifestação de senescência ou de senilidade
(1).
A velhice é um processo pessoal, natural, indiscutível e inevitável, para
qualquer ser humano, na evolução da vida. Nessa fase sempre ocorrem
mudanças biológicas, fisiológicas, psicossociais, econômicas e políticas, que
compõem o cotidiano das pessoas.
Há duas formas básicas de ocorrer essas mudanças, de maneira consciente e
tranquila ou ser sentida com grande intensidade, tudo dependerá da relação da
pessoa com a velhice. Os sinais característicos dessas mudanças são nítidos
por conta da ação do tempo e visão social. Vejamos abaixo alguma delas:
Mudanças Físicas: gradual e progressivas: aparecimento de rugas e
progressiva perda da elasticidade e viço da pele; diminuição da força muscular,
da agilidade e da mobilidade das articulações; aparição de cabelos brancos e
perda dos cabelos entre os indivíduos do sexo masculino, redução da acuidade
sensorial, da capacidade auditiva e visual, distúrbios do sistema respiratório,
circulatório, alteração da memória e outras.
Mudanças Psicossociais: modificações afetivas e cognitivas: efeitos fisiológicos
do envelhecimento, consciência da aproximação do fim da vida, suspensão da
atividade profissional por aposentadoria: sensação de inutilidade, solidão,
afastamento de pessoas de outras faixas etárias, segregação familiar,
dificuldade econômica, declínio no prestígio social, experiências e de valores e

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outras.
Mudanças Funcionais: Necessidade progressiva de vir a necessitar de ajuda
para desempenhar as atividades básicas do cotidiano.
Mudanças Sócio-Econômicas: acontecem quando a pessoa se aposenta ,
sobretudo porque a renda mensal diminui , há maiores gastos com medicação e
exclusão do mercado de trabalho 2
Uma geração só vai se preocupar com o envelhecer quando sente que esta
nova fase da vida está se aproximando, produzindo sensações de desconforto,
ansiedade, temores e medos fantasiosos. Freqüentemente essa ansiedade
gera a falta de motivação levando-o a uma depressão, repercutindo
organicamente e acelerando o envelhecimento ou provocando distúrbios e
dificuldades de adaptação a um novo contexto social.
Estudos recentes comprovam que o avanço da idade não determina a
deterioração da inteligência, pois ela está associada à educação, ao padrão de
vida, a vitalidade física, mental e emocional. Também é preciso perder o
preconceito sobre a idade cronológica das pessoas. Pode-se afirmar que há
jovens com 20, 40 ou 90 anos de idade, tudo dependerá da postura e do
interesse e participação da família e interesse de cada um 3.

OBJETIVO:
O objetivo deste trabalho é identificar as possíveis causas de quedas nas
pessoas idosas, e fazer propostas de prevenção junto ao idoso e seus
familiares.

METODOLOGIA:
Trata-se uma pesquisa de revisão de literatura com abordagem qualitativa. As
bases utilizadas para a coleta de dados foram os bancos de dados SCIELO
Scientific Eletronic Library Online MEDLINE, LILACS Literatura Latino-
Americana e a do Caribe em Ciência da Saúde, Utilizando-se dos unitermos:
Idosos, quedas em idosos, prevenção de quedas. Recorte temporal entre os
anos de 2002 a 2009. Para a organização das informações, contidas nas
publicações científicas encontradas, foi utilizada a leitura flutuante dos resumos
dos trabalhos, identificando-se o objeto, os objetivos do estudo e os resultados
do mesmo.

RESUMO:
A VELHICE COM AUTONOMIA
O envelhecimento é um processo natural que caracteriza uma etapa da vida do

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homem e dá-se por mudanças físicas psicológicas com sobrevida prolongada.


O envelhecimento intrínseco refere-se aquelas alterações provocadas pelo
processo normal de envelhecimento que são geneticamente programadas. O
envelhecimento resulta da soma dos fatores intrínsecos, específicos de cada
pessoa, aos fatores externos, relacionados ao meio ambiente e social.
Enfermidade e doenças, poluição do ar e a própria luz solar constituem em
exemplos que podem acelerar o processo do envelhecimento 4.
O processo envelhecer é considerado como etapa final da vida é como o inicio
de uma nova fase de transformações, que marcam o envelhecimento
contemporâneo, chamado de terceira idade. Parece ser a mais inovadora e
desafiadora etapa, visto que oferece a possibilidade de condensar muitas
questões especiais referentes ao envelhecimento, sobretudo nos dias atuais,
em que se discute um novo modelo de envelhecer, visando à longevidade 3.
O aspecto que se destaca no envelhecimento, é a manutenção da autonomia
do idoso, é o seu nítido e acentuado caráter individual, ou seja, as pessoas da
terceira idade precisam garantir seu auto- governo , ter seu estilo de vida , suas
preferências e atitudes . A terceira idade não possui inicio socialmente e
determinado, mas se apresenta mais como uma mudança de atitude, uma
postura pessoal. A efetivação da terceira idade é também de responsabilidade
do idoso, que deve ser capaz de inserir e adaptar as definições própria da sua
identidade e autonomia e um projeto individual de vida, garantindo suas
relações familiares e sociais. Cabe a ele ter a capacidade e iniciativa de fazer
da sua velhice, uma etapa feliz, que dá continuidade à sua vida anterior e que
possa morar sozinho, administrar seu próprio dinheiro, andar sozinho, tomas
suas medicações nos horários certos, ou seja, assim ele terá uma vida mais
independente, mesmo que ele venha a morar com seus familiares e mesmo
assim possa gastar “seu próprio dinheiro”, isso para ele significa uma
verdadeira autonomia 5.
Quando se pensa na elaboração de uma nova política de cuidados para o
idoso, baseia-se na qualidade de vida, no conceito de capacidade funcional, isto
é a capacidade de ser manter as habilidades físicas e mentais necessárias para
uma vida independente e autônoma 3.

AGRAVOS NA VELHICE
Com o aumento da expectativa de vida do idoso , há consequentemente o
aparecimento de doenças cronico- degenerativas, as internações hospitalares e
a necessidade do idoso ter um cuidador .No mundo atual , há cada vez mais um
número crescente de separações conjugais, a progressiva inserção da mulher
no trabalho, são transformações pelas quais vem passando a estrutura familiar
e que podem transformar o idoso , num problema para a familia .Estas novas
estruturas sociais e familiares, podem levar ao agravo de doenças à pessoa
idosa , estes envelhecerem mais rapidos e adoecem mais , tendo depressão,

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demência, imobilidade, problemas crônicos , incontinência urinária, entre outros


agravos . Ser do sexo feminino, ter idade acima de 70 anos ,ser solteiro e não
ter filhos, morar só, ter baixa renda , são fatores predisponentes aos maoires
agravos e dependência . A frequência de quedas em idosos na realidade é
muito alta, alguns idosos aceitam como um fato comum mais a maioria piora
com a queda, a diminuição da força muscular é um dos fatores muito importante
, porque diminui a flexibilidade articular 6.

CAUSAS E FATORES DE QUEDAS NA PESSOA IDOSA

A queda é a principal causa de morte acidental na população idosa, tanto no


sexo masculino, sendo que o maior número é feminino, devido a fragilidade da
mulher, por ser mais sensível e ter maior possibilidade de desenvolver
osteoporose 7.
A queda pode ser considerada como uma mudança inesperada de posição, não
propositada que o individuo se desloque para um nível inferior à posição inicial,
por exemplo, sobre imobiliário ou no chão com incapacidade de correção em
tempo apto e sem perda de consciência previa. Não é uma conseqüência de
paralisia súbita, ataque epilético ou força externa e extrema. Dessa forma,
excluem-se casos com perda de consciência tais como sincope e
hipersensibilidade de seio carotídeo
As prevenções de quedas em idosos bem como a redução de seus fatores de
risco objetivam reduzir as quedas da pessoa idosa, porem é necessário
estabelecer medidas preventivas e programas de intervenções adequadas 8.
O processo esperado de envelhecimento leva ao aumento dos riscos para
acidentes, devido principalmente às mudanças na acuidade visual e auditiva,
decréscimo da massa muscular e força, redução da destreza e diminuição da
massa óssea aumentando à susceptibilidade a episódio de acidentes, o que
torna o idoso fragilizado.
A fragilidade não possui uma definição consensual, porem constitui-se em uma
síndrome multidimensional envolvendo uma interação complexa dos fatores
biológicos, psicológicos e sociais no curso de vida individual, que culmina com
um estado de maior vulnerabilidade associado ao risco de ocorrência de
desfechos clínicos adversos – declínio ativo, quedas, hospitalização,
institucionalização e morte 9.
A queda é responsável por 70% desta mortalidade, as lesões causadas devido
às quedas são graves problemas de saúde para os idosos, devido a sua alta
incidência e aos custos assistenciais, sendo que o problema se tornará cada
vez mais significante, pois a população está mais envelhecida, e que
aproximadamente, 1/3 da população idosa sofre uma ou mais quedas por ano e

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dentre estas, geralmente ocorre mais com as mulheres do que com os


homens10.
As quedas ocasionam e trazem repercussões na vida dos idosos tanto
diretamente como indiretamente, pois quando essas não ocasionam lesões,
elas geram uma cascata de eventos, que dentre outros, tem-se: diminuição da
mobilidade e funcionalidade, decréscimo da realização de atividades da vida
diária e aumento das susceptibilidades e doenças, dentre essas conseqüências,
podem se citar prejuízo nas atividades que são desenvolvidas diariamente e
relacionadas ao auto cuidado, ao cuidado em seu entorno e á participação
social, constituindo, portanto, um fator critico para a saúde e o bem estar do
idoso 11.
Denominam-se atividades de vida diária (AVD) as que estão relacionadas às
atividades de auto cuidado, como alimentar-se, banhar-se e manter controle
sobre suas próprias eliminações e deambular. Atividades Instrumentais de Vida
Diária (AIVD) que indicam a capacidade de um indivíduo em levar uma vida
independente dentro comunidade como realizar compras, manipular
medicamentos e administrar suas próprias finanças e outros 12.
As quedas podem ser causadas por fatores extrínsecos ou ambientais (inclusive
devido ao uso de dispositivos auxiliares de marcha), fatores intrínsecos
(inerentes ao individuo, como medicações, polifarmácia e do estado físico,
mental e de sua mobilidade) e de situações circunstanciais, entretanto poucas
quedas são resultados de um fator isolado, a maioria è decorrente de diversos
fatores predisponentes. Numerosos estudos têm identificado ate 400 fatores de
risco para quedas, dentre estes citamos alguns :
• Ambientais: tapetes, ausência de corrimão nas escadas, falta de suporte nos
banheiros, iluminação deficiente, calçados inadequados, escadas inseguras,
• Medicamentosos: antidepressivos sedativos e hipnóticos;
• Condição física: mudanças associadas à idade como distúrbio de visão,
audição, fragilidade óssea , muscular, declínio cognitivo;
• Nutricionais: deficiência de vitamina D e cálcio;
• Sedentarismo.
Queda é uma síndrome geriátrica, heterogênea e multifatorial, o que requer
uma avaliação multifatorial e multiprofissional para adequado estabelecimento
do risco de novas ocorrências. A avaliação multifatorial do paciente é capaz de
reconhecer os fatores de riscos de quedas futuras mais identificadas na
avaliação de rotina que incluem: hipotensão ortostática, deficiência da visão,
alteração do equilíbrio e da marcha e limitações da vida diária, sendo que o
risco de queda aumenta drasticamente com o aumento do numero de fatores de
risco 13.
Entre esses eventos estão ás quedas que, quando sofridas por um individuo na
fase de criança pode trazer alguns prejuízos, mas a resposta do organismo a
uma fratura, por exemplo, é rápida e o tempo de recuperação é muito diferente

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do idoso. Para a criança uma queda faz parte do seu crescimento já para o
idoso, essa pode ser desastrosa e indicar muitas vezes a diminuição do seu
tempo vital, além do trauma emocional, que geralmente acaba por fazer parte
tanto da vida do idoso quanto das pessoas que cuidam dele. Porque o idoso
pode evoluir com imobilidade ou fazer menos atividades do que antes da queda
levando a uma serie de complicações pela falta dos exercícios e atividades 14.
Temos outros fatores de quedas como a diabetes mellitus, hipertensão e
osteoporose. A diabete é uma doença crônica que se caracteriza por uma
elevada taxa de glicose no sangue e por uma falta parcial de insulina. Esta
doença é bastante freqüente na população idosa e ocorre em 20% acima de 70
anos, e devido a essa doença os idosos ficam mais predispostos a queda
devido a perda parcial da acuidade visual e fraqueza. A hipertensão que
também é uma doença crônica caracterizada pela elevação da pressão arterial
igual ou acima de 140/90 quando verificada em varias medidas em horários
diferentes, estudo mostram que 65% dos idosos são hipertensos e seus
principais fatores são; ataques cardíacos e os derrames cerebrais. A
Osteoporose é uma doença que causa o enfraquecimento progressivo dos
ossos, pela perda de cálcio e massa óssea, tornando os ossos mais frágeis e
quebradiços. Surge com o avançar da idade e pode causar fraturas mesmo com
traumatismo leves como uma pequena queda, e é uma das principais causas da
invalidez nas pessoas idosas 13.
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO
As diretrizes básicas da Política Nacional de Saúde da pessoa idosa , são bons
exemplos das preocupações com a: promoção do envelhecimento saudável,
manutenção e melhoria ao máximo da capacidade funcional, prevenção de
doenças, recuperação da saúde dos que adoecem, reabilitação e promoção do
envelhecimento ativo e saudável, atenção integrada a saúde da pessoa do
idosa, estimulo as ações intersetoriais , visando a integralidade da atenção
proveniente de recursos capazes de assegurar a qualidade da atenção ao
idoso, estimulo a participação e fortalecimento e controle social, formação e
educação dos profissionais de saúde .A promoção a saúde quer dizer que o
idoso não só tem um direito , como um dever da sociedade e familiares de
promover essa melhoria na sua saúde que depende da sociedade e da família
também 15.
Estudos recentes têm mostrado que doenças crônicas, bem como suas
incapacidades, não são conseqüências inevitáveis do envelhecimento. A
prevenção é efetiva em qualquer nível, mesmo nas fases mais tardias da vida.
Portanto a ênfase na prevenção é a chave para se mudar o quadro atual em
que vivemos. Constituem diretrizes da política nacional da pessoa idosa.
• Promoção do envelhecimento ativo e saudável
• Atenção integral e integrada a saúde da pessoa idosa.
• Estímulos as ações intersetoriais visando a integralidade da atenção a saúde

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da pessoa idosa.
• Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção a saúde
da pessoa idosa.
• Estimulo à participação e fortalecimento do controle social.
O monitoramento das condições de saúde de uma dada população, assim
como dos fatores associados a essas condições, é um instrumento-chave para
orientar estratégias de prevenção, que devem ter como objetivo:
• Interferir favoravelmente na historia natural da doença.
• Antecipar o surgimento de complicações.
• Prevenir as exacerbações e complicações das doenças crônicas.
• Aumentar o envolvimento do paciente no auto cuidado.
• Construir uma base e dados sobre os doentes crônicos 3.
A enfermagem tem grande envolvimento nessas promoções da saúde do idoso
devida a necessidades de orientações aos familiares e como pode favorecer o
dia a dia da pessoa no ambiente residencial. A enfermagem também pode
contribuir com ações educativas destes familiares , com isso tentando diminuir o
numero de ocorrências intra residencial 16.

CONCLUSÃO:
Observou-se que as quedas dos idosos são muito mais frequente do que se
imagina, sendo as mulheres as maiores vitimas, pois se expõem mais nas
atividades do domicilio, que tem potencial para acidentes.
É preciso avaliar a causa que levou a queda e trata-la, além de reconhecer os
fatores de risco para preve futuros eventos, implementando intervenções
adequadas .
A equipe de enfermagem deve orientar a pessoa idosa sobre os riscos e
fatores que levam às quedas, orientar os familiares, e sugerir inclusive,
mudanças de habitos, calçados, moveis, adequação de ambientes , iluninação
adequada, entre tantos arranjos necessarios, visando a prevenção de quedas .
Os riscos domésticos para quedas , devem ser objeto de atenção nas consultas
de enfermagem nas Unidades Basicas de Saude e nas Visitas Domiciliares,
registrando os agravos na Cadernete do Idoso .

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
3. Veras R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas,
desafios e inovações. Rev. Saúde Pública, 2009; vol.43, n.3, p 548-554.

13. Siqueira FV, Fancchini LA, Piccini RX, Tomasi E, Thumé E, Silveira DS,

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Vieira V, Hallal PC. Prevalência de quedas em idosos e fatores associados.


Rev. Saúde Pública vol.41, São Paulo.

16. Tavares DMS, Rodrigues RAP. Educação conscientizadora do idoso


diabético: uma proposta de intervenção do enfermeiro. Rev Esc Enferm USP
2002; 36(1): 88-96.

________________________________________________________________
Graduanda do curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro, São
Paulo – SP priscilaribeiro7@yahoo.com.br

2 Orientadora, Enfermeira e Mestre em Gerontologia do curso de Enfermagem


na Universidade de Santo Amaro.

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O CUIDADOR E A ASSISTÊNCIA AO PORTADOR DA DOENÇA


DE ALZHEIMER
ANGELICA REIMBERG DE MORAES(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de
diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos ¹.
Uma população torna-se mais idosa à medida que aumenta a proporção de
indivíduos idosos e diminui a proporção de indivíduos mais jovens, ou seja, para
que uma determinada população envelheça, é necessário haver também uma
menor taxa de fecundidade ¹.
A queda na taxa de fecundidade que seguiu ao aumento da expectativa de vida
foi além do que se poderia esperar. A mortalidade no Brasil começou a diminuir
nos anos 1940, quando a nossa revolução industrial iniciou-se. Entretanto, a
taxa de fecundidade somente iniciou a sua queda cerca de 30 anos depois, e,
após 30 anos de queda, no final do século, chegou a seu nível mais baixo ¹
Com o aumento da expectativa de vida em 2025, o Brasil será o sexto país do
mundo com o maior numero de pessoas idosas.
O envelhecimento da população mundial durante as últimas décadas fez com
que a demência passasse a ser um dos mais importantes problemas de saúde
publica da atualidade.
Ainda é grande a desinformação sobre o idoso e sobre as particularidades do
envelhecimento em nosso contexto social. O envelhecimento humano, na
verdade, quase nunca foi estudado. Poucas escolas no país criaram cursos
para formar profissionais especialistas no envelhecimento humano, sendo a
Gerontologia e a Geriatria, que estudam as questões especificas desta área,
somadas à outras disciplinas ,como a Psicologia, Sociologia,Antropologia,
Filosofia, entre outras.
Depois da criação da Lei 8.842, em 4 de janeiro de 1994, foram que as
instituições de ensino superior passaram a se adaptar, a fim de atender a
determinação da Lei, que prevê a existência de cursos de Geriatria e
Gerontologia Social nas Faculdades de Medicina no Brasil. Nesse âmbito,
trabalhando com a terceira idade, existem duas entidades de relevo: a
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e a Associação Nacional de
Gerontologia. A geriatria é uma especialidade da medicina que trata da saúde
do idoso, enquanto a gerontologia vem a ser a ciência que estuda o
envelhecimento.
Hoje já existem especializações em geriatria e gerontologia voltada para a
enfermagem.

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Com o aumento da expectativa de vida torna-se mais elevada, especialmente


em países desenvolvidos o aumento da prevalência de doenças crônica-
degenerativa como a Doença de Alzheimer (DA).
Essa doença causa dependência não apenas físicas, mas também financeira, e
o idoso, que já é vitima de inúmeros preconceitos estabelecidos pela sociedade
sofre ainda mais, pois um dos principais sintomas da doença é a perda da
memória fazendo esquecer fatos e pessoas que fazem ou fizeram parte da sua
vida.

OBJETIVO:
Identificar as manifestações físicas e mentais do portador de Doença de
Alzheimer.
Apontar os cuidados e suporte que podem ser oferecidos pela enfermagem, aos
cuidados informais, de portadores desta demência.

METODOLOGIA:
O estudo realizado trata de uma revisão de literatura descritiva exploratória,
cuja coleta de dados foi efetuada por meio de levantamento de bibliográfico,
baseado em artigos encontrados na internet pelas bases de dados Scielo e
Bireme.
Tendo como descritores utilizados: Cuidador, Doença de Alzheimer,
Enfermagem

RESUMO:
Demência pode ser definida como síndrome caracterizada pelo declínio da
memória associado a déficit de alguma função cognitiva, a linguagem, praxia,
gnosia ou funções executivas, que tem força suficiente para interferir no
desempenho social ou profissional do individuo.
O numero de pessoas afetadas por demência aumentará significativamente
com o envelhecimento da população mundial. Estima-se que a população
mundial de pessoas com demência aumentará dos atuais 18 milhões para 34
milhões em 2025.
Existem quatro tipos de demência que são: demência vascular, demência com
corpos de Lewy, demência frontotemporais e a Doença de Alzheimer, sendo a
DA , a demência mais comuns.
A DA é uma doença crônica degenerativa e a ciência medica caracteriza a DA
como doença neurológica, irreversível que se manifesta devido a lesões
neuronais e consequentemente degeneração do tecido nervoso, que altera
principalmente 3 domínios fundamentais: a memória, o comportamento e as
atividades de vida diária . Com isso o individuo vai perdendo sua autonomia e
independência.

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A DA foi caracterizada em 1907 pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer,


que descreveu os aspectos neuropatológicos encontrados em um cérebro de
uma paciente de 55 anos que havia sofrido demência progressiva.
A doença de Alzheimer é a causa mais comum de respostas cognitivas
desadaptadas. Ela afeta, inicialmente, a formação hipocampal, o centro de
memória de curto prazo, com posterior comprometimento de áreas corticais
associativas. Além de comprometer a memória, ela afeta a orientação, atenção,
linguagem, capacidade para resolver problemas e habilidades para
desempenhar as atividades da vida diária.
Há diversos sistemas que armazenam a memória: a memória recente ou de
curto prazo é um sistema que tem um limitado armazenamento de informações
de minutos a horas ².
A memória de longo prazo é um sistema de alta capacidade podendo
armazenar informações de uma vida inteira. Podendo ser subdividida: memória
processual ou memória de habilidades que são adquiridas com pratica, e a
memória declarativa que armazenam informações especificas ².
Atinge homens e mulheres de todas as raças e classes sociais, é considerada
uma doença do envelhecimento, sendo mais comum em pessoas com 60 anos
ou mais ².
Existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade, que
sofrem do mal de Alzheimer, dados da Associação Brasileira de Alzheimer
(ABRAZ).
Desde 1994, 21 de setembro tornou-se o Dia Mundial da Doença de Alzheimer
por determinação da Organização Mundial da Saúde em conjunto com a ADI -
Alzheimer´s Disease International.
Em abril de 2002, o Ministério da Saúde aprovou o tratamento ao portador da
doença de Alzheimer na rede pública, envolvendo não só o diagnóstico e
tratamento como também a medicação e outras atenções, como: atendimento
hospitalar e hospital-dia; visita domiciliar, tratamento acompanhado por equipe
multiprofissional e programa de orientação e treinamento para familiares. Trata-
se das Portarias 702 e 703-MS.
O Ministério da Saúde instituiu no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) o
Programa de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer. Esse
programa funciona por meios de Centros de Referencia, que são responsáveis
pelo diagnostico, tratamento, acompanhamento dos pacientes e orientações
aos familiares e aos atendentes dos portadores de Alzheimer.
O SUS também oferece, por meio do Programa de Medicamentos Excepcionais,
os remédios para o tratamento.
A DA evolui em três estágios:
Fase inicial (2 a 4 anos): é caracterizada por sintomas vagos e difusos, que se
desenvolvem insidiosamente sendo o comprometimento da memória o sintoma
mais proeminente e precoce, em especial a memória recente ³.

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Fase intermediária ( 2 a 10 anos): caracteriza-se por deterioração mais


acentuada dos déficits de memória e pelo acometimento de outros domínios da
cognição, como afasia, agnosia, alterações visuo-espaciais e visuoconstrutivas
e apraxia ³.
Fase avançada ou estágio terminal (1 a 3 anos): todas as funções cognitivas
estão gravemente comprometidas com dificuldade para reconhecer pessoas e
espaços familiares, geralmente, estão acamados e incontinentes e
normalmente acabam falecendo por alguma complicação da síndrome da
imobilidade ³
Para o diagnostico da DA não há teste especifico o exame de certeza depende
de exame anatomopatologico do tecido cerebral obtido em biopsia ou
necropsia.
A demência causa diversas mudanças no meio da vida familiar, entre elas:
socioeconômica, rompimento dos vínculos afetivos do paciente com os
familiares , o que contribui para o agravamento da doença. O portador da DA ,
perde progressivamente sua autonomia , evoluindo para uma dependência cada
vez maior de um cuidador para realizar atividades da vida diária.
A dependência é um estado em que o individuo é incapaz de existir ou
funcionar de maneira satisfatória sem ajuda de outra pessoa podendo ser
classificada em 3 tipos:
Dependência estruturada é aquela em que o individuo perde seu valor social,
quando perde seu status junto à sociedade ².
Dependência física é aquela que deixa o individuo incapacitado para realizar
atividades da vida diária como: vestir-se, banhar-se, alimentar-se entre outras ².
Dependência comportamental Os idosos dependentes permanecem mais tempo
no domicilio e seu relacionamento é mais restrito ocorrendo quase que
exclusivamente no âmbito familiar ².
À medida que a DA progride, surge à demanda por cuidados especiais, função
importante desempenhada pelos cuidadores. Aproximadamente 80% dos
cuidados com o paciente com DA são providos por membros da família.
A ocupação de cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO
sob o código 5162, que define o cuidador como alguém que:
“cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou
responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene
pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”.
O ato de cuidar não caracteriza o cuidador como um profissional de saúde,
portanto o cuidador não deve executar procedimentos técnicos que sejam de
competência dos profissionais de saúde, tais como: aplicações de injeção no
músculo ou na veia, curativos complexos, instalação de soro e colocação de
sondas, etc ³.
A Enfermagem pode contribuir e desempenhar um papel na área de
Gerontologia e Neuropsiquiatria Geriátrica, usando suas atribuições e

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competências profissionais, orientando familiares e cuidadores, realizando


grupos, visitas domiciliares, consultas de Enfermagem ¹.
Inserida numa equipe interdisciplinar deve assistir de maneira individualizada,
levando em consideração as suas limitações físicas, psíquicas e ambientais.
Foca a assistência prestada a esses pacientes orientando os cuidados
especiais: da pele, da boca, da alimentação, na ingestão de água, nos
medicamentos , das eliminações,do sono, etc.
A higiene corporal além de proporcionar conforto e bem-estar se constitui um
fator importante para recuperação da saúde. O banho deve ser diário, momento
mais indicado para observar presença de alguns problemas como hematomas,
pruridos, hiperemia, assaduras e outros agravos ³.
O cuidador não deve medicar o paciente sem ter tido orientação medica, porem
deve identificar sintomas como: náuseas, vômitos,disfagia, constipação
intestinal, diarréias, flatulência.
Deve ser treinado para oferecer alimentação por sonda (dieta enteral).
O conforto e acomodação, verificando a melhor posição na cama, usando
almofadas e travesseiros para manter decúbito adequado.
A mudança de posição e a retirada da cama para a, cadeira de banho
(higiênica), para poltronas, e mesmo para ajudar a caminhar.
Os exercícios após o banho, durante o dia, movimentando as partes do corpo
que mais necessitem de atividades, tais como: mãos, braços, pernas, pés,
dedos.
As adaptações ambientais, para facilitar as atividades, evitar acidentes, arejar o
ambiente, melhorar a iluminação e ventilação, tais como: cadeiras, posição da
cama, grades, ausência de tapetes, muitos móveis, etc..
O vestuário deve ser adequado, confortável, limpo, macio, fácil de colocar e
retirar, evitando acidentes e até fraturas, durante as manobras para vestir e
desvestir..
A comunicação deve ser humanizada, própria para aquele paciente,
expressando-se de maneira verbal ou não verbal, porem, com carinho,
paciência, sem desrespeitar a pessoa. Sempre chamar pelo nome, e não vovó,
lindinha, etc...
Ajudar a resgatar a identidade perdida pela evolução da doença.
A proteção, deve ser prioridade nas atividades do cuidador, prevenindo
acidentes, quedas, dores , agressões, maus tratos por parte de familiares,
parentes, falta de alimentos, medicamentos, etc..
O cuidador deverá estar atuando no domicilio com orientações de preferência,
do sistema de saúde local (UBS, PSF, Atendimento Domiciliar, e outros), dadas
por enfermeiros. Ele deverá saber reconhecer o fim, e junto dos demais
familiares, compreenderem os limites da vida e terem o sentimento de que foi
feito o melhor e o possível para aquela pessoa .
A terminalidade da vida é a única certeza que temos desde o nascimento.

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CONCLUSÃO:
Com o diagnostico da Doença de Alzheimer os familiares não devem apenas
deixar uma única pessoa para ser responsável pelos cuidados, a literatura deixa
claro que esses cuidadores são na grande maioria uma figura feminina,
decorrente do papel que a mulher exerce ao longo de sua vida, como cuidadora
da casa, dos filhos, do marido e de outros parentes.
As tarefas devem ser todas divididas para diminuir o desgaste que a evolução
da doença proporciona aos cuidadores tanto informais como formais.
Com a implementação do Programa de Assistência aos Portadores da DA, os
profissionais de Saúde, a Enfermagem, devem oferecer aos cuidadores,
orientações para os cuidados, proporcionando também atenção à saúde dos
cuidadores, que é uma pratica desgastante que causa risco à saúde ³.
Caso não haja cuidador familiar disponível, há que treinar e capacitar pessoas
selecionadas para executarem essas funções, de preferência, orientados por
enfermeiros e supervisionados em visitas domiciliares. Não podemos nos
isentar da responsabilidade do cuidar, mesmo que nos domicílios, pois o
sistema de saúde deve ter uma rede de atenção, construída entre os vários
atores envolvidos, que são: o portador da DA, a família, os cuidadores e os
profissionais de saúde.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Luzardo AR, Gorini MIPC, Silva APSS. Características de idosos com Doença
de Alzheimer e seus cuidadores: uma série
de casos em um serviço de neurogeriatria. Texto Contexto Enfermagem 2006
Out-Dez; 15(4):587-94.
2. Caldeira APS, Ribeiro RCHM. O enfrentamento do cuidador do idoso com
Alzheimer. Arq Cienc Saúde 2004 jun; 11(2): x.
3. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
Guia prático do cuidador. Normas e Manuais Técnicos. Brasília: Ministério da
Saúde; 2008.

________________________________________________________________
¹Academica do 8º semestre do curso de graduação do curso de Enfermagem da
Universidade de Santo.
E-mail: Likinha_rm@hotmail.com
² Enfermeira Professora Adjunto 1 Mestre em Gerontologia Social do curso de
Enfermagem da Universidade de Santo Amaro

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O desafio dos idosos frente ao HIV/AIDS


ROSIANE PEREIRA DE SANTANA(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Chegar à idade avançada já não é mais privilégio de poucas pessoas, porém a
preocupação não é com a longevidade hoje experimentada por muitos, mas
com a boa qualidade de vida, sonhada por todos, privilégio de alguns ¹.
Atualmente há 39,5 milhões de pessoas infectadas pelo HIV (Vírus da
Imunodeficiência Humana) no mundo. No Brasil, o número de casos de AIDS
(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) registrados até junho de 2006
totalizava 433.067. O número de casos confirmados de AIDS com idade acima
de 50 anos cresce, no Brasil, como em nenhuma outra faixa etária. O
crescimento do número de infecções por HIV/AIDS em pessoas com 60 anos ou
mais resulta na mais nova característica da epidemia. Atribuem-se dois fatores
como responsáveis pelo aumento de casos de AIDS em idades mais
avançadas. O primeiro deve-se àqueles idosos que possuem, entre outros
fatores, maiores recursos, o que contribui para o acesso aos prazeres e
serviços disponíveis, permitindo vida sexual mais ativa. O segundo fator deve-
se, principalmente, à existência de tabu sobre sexualidade na terceira idade. É
enganoso, porém, pensar que as pessoas idosas não fazem sexo e não usam
drogas, a despeito de poucas campanhas de prevenção dirigidas a essa
população. “Velhice sem sexualidade é um mito”. No Brasil, os casos de
infecção de AIDS na faixa etária de mais de 60 anos acontecem
predominantemente por transmissão sexual. Percebe-se também negação do
risco de infecção pelo HIV nesse grupo, tanto por parte dos usuários dos
serviços de saúde, quantos dos profissionais que atendem os idosos, muitos
profissionais não conseguem associar AIDS e pessoas idosas, pois a questão
da percepção do risco não existe ao se olhar essa população ².

OBJETIVO:
Realizar uma investigação histórica do HIV/AIDS no Brasil;
Investigar as dificuldades encontradas por homens e mulheres a partir dos 60
anos no enfrentamento do HIV/AIDS;
Analisar os problemas psicossociais e familiares relacionados aos portadores
de HIV/AIDS;

METODOLOGIA:

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Trata se de uma pesquisa exploratória descritiva, feita através de levantamento


bibliográfico, que constituiu primeiramente de busca eletrônica de monografias,
artigos nas bases de dados LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe
em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Eletrônic Library On Line),
utilizando-se os termos descritores: HIV/ AIDS, Idoso e sexualidade, seguida do
levantamento de dados e publicações no site do Ministério da Saúde.

RESUMO:
O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

O envelhecimento populacional ocupa hoje, um importante fenômeno mundial.


Isto traz um crescimento mais elevado da população idosa em relação aos
demais grupos etários. A busca das causas do envelhecimento populacional
brasileiro desliza em inúmeras interpretações errôneas, que impedem um
melhor entendimento desse fenômeno social. No Brasil, houve um aumento da
população maior de 60 anos no total da população nacional de 4% em 1940
para 8% em 1996. Além disso, a proporção da população “mais idosa”, ou seja,
a de 80 anos ou mais, também está aumentando, alterando a composição
etária dentro do próprio grupo, isto é, a população considerada idosa também
está envelhecendo. O envelhecimento populacional é um fenômeno
extremamente complexo, causado por diversos fatores, que produzem
tendências e conseqüências das mais diversas. Por isso, esse fenômeno está
exigindo, cada vez mais, estudos para o seu melhor entendimento.

O DECLÍNIO DA FECUNDIDADE E A QUEDA DA MORTALIDADE

Desde 1970, a fecundidade teve uma grande queda, e isso nos trouxe como
conseqüência a diminuição do número de crianças e o aumento relativo da
proporção de idosos. O mais impressionante é que não houve qualquer tipo de
política voltada para o planejamento familiar e mesmo assim o declínio das
taxas de fecundidade é notório. Todas essas modificações ocorridas e que
ainda ocorrerão em nossa sociedade aludem no processo do envelhecimento
demográfico brasileiro, que se dá através do aumento do número relativo de
pessoas mais velhas sobre o total da população, acompanhado a redução do
número de jovens de 0 a 14 anos.
O Brasil ainda não apresenta os níveis de fecundidade dos países
desenvolvidos, no entanto a nossa estrutura etária está se modificando
rapidamente. Do ponto de vista puramente demográfico, o processo de
envelhecimento da população deve-se, unicamente e exclusivamente, ao rápido
e sustentado declínio da fecundidade. No entanto, se no futuro próximo, houver
queda significativa da mortalidade dos idosos, haverá uma aceleração deste

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processo. A queda da mortalidade é um processo que se inicia no momento do


nascimento e altera a vida do indivíduo, as estruturas familiares e a sociedade.
As pessoas acreditam ser a queda da mortalidade que faz com que a
população idosa aumente. Esse fenômeno apenas contribui para que o
rejuvenescimento das populações ocorra, já que a queda da mortalidade se
concentra, significativamente, nas populações mais jovens.

SOLIDÃO NA VELHICE

É notoriamente crescente o número de idosos vivendo sozinhos, tanto mulheres


quanto homens, porém, as mulheres apresentam, em geral, uma tendência
maior do que os homens a viverem sozinhas. Isto se dá porque uma grande
parte delas se encontra na categoria de viúvas e uma proporção crescente na
de separadas/desquitadas e divorciadas. Estas diferenças por sexo quanto ao
estado conjugal são devidos, de um lado, à maior longevidade das mulheres e,
por outro, a estilos sociais e culturais de nossa sociedade, que incentivam os
homens a se casarem com mulheres mais jovens. Pesquisas têm mostrado que
a universalização da Seguridade Social, as melhorias nas condições de saúde e
outros avanços tecnológicos, tais como nos meios de comunicação, elevadores,
automóveis, entre outros, podem estar sugerindo que viver só, para os idosos,
representa mais formas inovadoras e bem-sucedidas de envelhecimento do que
de abandono, descaso e/ou solidão.

QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS

O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude mundial, a OMS


(Organização Mundial de Saúde) prevê que em 2025 existirão 1,2 bilhões de
pessoas com mais de 60 anos relata. Tendo - se em conta a expectativa de vida
cada vez mais alta, vários estudos têm sido desenvolvidos de modo a contribuir
para a melhoria da qualidade de vida na terceira idade. “É importante distinguir
os efeitos da idade de patologia”.
O conceito da qualidade de vida está relacionado à auto-estima e ao bem estar
pessoal e abrange uma série de aspectos como a capacidade funcional, o nível
sócio econômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual,
o auto cuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores
culturais, éticos e a religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego
e/ou com atividades diárias e o ambiente em que se vive. A assistência integral
do idoso promove a saúde, previne doenças, sobretudo as sexualmente
transmissíveis, se possível posterga, incapacidade, melhora a qualidade de vida
e ou avalia a dor e o sofrimento seja físico, seja mental. É, portanto, o papel do
trabalhador de saúde tornar progressivamente o idoso capaz de autogerir o
processo saúde/doença.

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AIDS no BRASIL

A AIDS no Brasil começou a ser descrita no início da década de oitenta, sendo


vista como um “câncer gay” sobre o qual se criou medo generalizado, sobretudo
pelo fato de que estar infectado significava mostrar sua homossexualidade e ser
condenado socialmente ³. No Brasil, a infecção pelo HIV/AIDS tal como no resto
do mundo, tem mudado sua face. Na verdade, a epidemia já apresentou
diversas faces: no início dos anos 80, foram os homossexuais e os
politransfundidos. Em meados da década de 80, os usuários de drogas
injetáveis e, logo em seguida, as mulheres parceiras de usuários de drogas.
Nos anos 90, tivemos uma outra face, caracterizada por uma forte tendência da
epidemia atingindo cada vez mais a população de baixa renda, em cidades de
pequeno e médio porte. A partir do ano 2.000 campanhas de prevenção,
conscientização e informação são lançadas, mas, não relacionada aos idosos.
É realizada uma Conferência anual sobre o tema, o tratamento é disponibilizado
gratuitamente pelos hospitais públicos dentre outras conquistas.

PROBLEMAS PSICOSSOCIAIS E FAMILIARES ENCONTRADOS NO


PORTADOR DO HIV/AIDS

O portador de AIDS apresenta alterações em seu corpo, seja pela doença ou


pela medicação, que acarretam em muitos casos, impacto em sua auto-estima.
As pessoas com HIV/AIDS são muitas vezes discriminadas, isoladas do
convívio com outras pessoas, apesar de todo o conhecimento que se tem
atualmente acerca das formas de transmissão. Infelizmente essa discriminação
advém, muitas vezes, no próprio núcleo familiar o que é tremendamente
alarmante, pois a família e os amigos são fundamentais para configurar uma
rede de apoio. Além da AIDS ser uma doença com graves conseqüências
físicas e psicológicas, ela constitui-se também como um fenômeno de natureza
social seguido de processos de segregação social baseados em estigmas
socialmente estabelecidos e fortemente ligados às representações sociais da
doença. O preconceito que existe sobre a doença faz com que os portadores se
tornem cheios de culpa diante do que não podem voltar atrás, culpa que a
família, amigos e a sociedade reforçam com cobranças, discriminação,
isolamento e omissão. Viver com HIV é encontrar-se em situações de
discriminação, abandono, segregação, estigmatização, falta de recursos sociais
e financeiros, ruptura nas relações afetivas e problemas com a sexualidade.
Estas barreiras familiares e sociais se consolidam mais, ao se tratar de idosos
com AIDS, intensificando as questões do preconceito, rejeição, abandono,
negligencia e julgamento moral.

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CONCLUSÃO:
Tendo-se em conta que a expectativa de vida vem aumentando com o passar
do tempo, vemos que o envelhecimento da população é um fenômeno de
amplitude mundial. Com esta realidade, o risco das pessoas idosas
sexualmente ativas, contraírem a infecção pelo HIV/AIDS, aumenta e muda o
perfil da epidemiologia da epidemia. Não estamos habituados a relacionar
AIDS, que foi associada a adultos jovens, homossexuais e usuários de drogas
injetáveis, com as pessoas da terceira idade. Perante a sociedade os idosos
são pessoas assexuadas, sem desejos e que não usam drogas. Uma visão
errônea que infelizmente está sendo descoberta a partir de dados diante da
infecção. Fazem-se necessárias campanhas de prevenção e conscientização
da doença direcionada a esta faixa etária. O contágio por via sexual é a
principal via de transmissão para esse grupo. A estigmatização da AIDS já é um
grande problema, que associado a velhice gera um preconceito duplo. As
dificuldades encontradas além do isolamento social se dão por familiares e
pessoas próximas, decorrente da rejeição e afastamento, ocasionando reclusão
e conseqüentemente a depressão. Estes fatores, somados à fragilidade natural
do idoso e às doenças oportunistas que ocorrem na evolução da AIDS,
contribuem decisivamente para o adoecimento e morte precoce.
As ações da Enfermagem são de extrema importância junto aos idosos
portadores do HIV/AIDS, testando, acolhendo, orientando, envolvendo os
familiares no processo do cuidar.
“O processo do cuidar, não se centra unicamente no bem estar de uma pessoa,
senão em seu existir mais pleno, ajudando-a a ser o mais humana possível num
momento particular de sua vida”.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Araújo VLB, Brito DMS, Gimeniz MT, Queiroz TA, Tavares CM,
Características da AIDS na terceira idade em um hospital
de referência do Estado do Ceará, Brasil. Rev Bras Epidemiol 2007; 10(4).
2. Brasileiro M, Freitas MIF, Representações sociais sobre AIDS de pessoas
acima de 50 anos de idade, infectadas pelo
HIV. Rev Latino-Am Enfermagem 2006; 14(4).
3. Lazzarotto AR, Kremer AS, Hadrich M, Tonin M, Caputo P, Sprinz E, O
conhecimento de HIV/aids na terceira idade:
estudo epidemiológico no Vale do Sinos, Rio Grande do Sul, Brasil. Ciênc
Saúde Coletiva 2008; 13(6).
________________________________________________________________
¹ Graduanda do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro, São
Paulo – SP – email: rosiane_santana2@ig.com.br
² Orientadora -Enfermeira.- Mestre , Docente do Curso de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro, e-mail: irenecortina@hotmail.com

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O ENFERMEIRO E O ESTRESSE DO PACIENTE CIRÚRGICO


LUCIENE COELHO ALAYETE CORTEZ(1)

DEBORA CRISTINA SILVA POPOV(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A enfermagem é uma profissão que se desenvolveu através dos séculos,
mantendo uma estreita relação com a história da civilização. Sendo assim, tem
um papel preponderante por ser uma profissão que busca promover o bem
estar do ser humano, considerando sua liberdade, unicidade e dignidade,
atuando na promoção da saúde, prevenção de enfermidades, no transcurso de
doenças e agravos nas incapacidades e no processo de morrer.
A enfermagem perioperatoria tem como principal atuação no processo de
trabalho o cuidar, e para tanto recebe formação e amparo científico, de forma a
proporcionar segurança para que todos possam crescer e aprender com aquela
experiência e para sair dela com o mínimo de cicatrizes emocionais, para o bem
estar dos familiares e a recuperação do paciente.
É sabido que o cuidado de enfermagem é dirigido à promoção, manutenção,
restauração da saúde e prevenção de doenças; assistir as pessoas no sentido
de contribuir para sua reinserção na vida social. Todas as atividades são
conseguidas através da educação para a saúde, que tem o propósito de levar
informação necessária ao paciente, conduzindo-o ao auto cuidado.
Nesse contexto temos a Sistematização da Assistência de enfermagem – SAE,
e especificamente ao paciente cirúrgico, a Sistematização da Assistência de
Enfermagem Peri operatória – SAEP.

SAEP é a realização da prática de enfermagem de modo sistemático


(organizado e planejado). Com o objetivo de formular princípios, que quando
aplicados às atividades de enfermagem, possam ser efetivos na ajuda ao
paciente e na melhoria da assistência de enfermagem a este paciente. (4).
- A SAEP tem como objetivo subsidiar meios para uma assistência de
enfermagem global atendendo as necessidades do paciente cirúrgico.
- O foco principal é estar centrado no paciente e nas intervenções para
atender suas necessidades.
- Respeitar o paciente como indivíduo, protegendo seus direitos e dignidade;
- Reduzir a ansiedade do paciente e de sua família;
- Oferecer uma assistência individualizada (cada pessoa é diferente e tem
suas necessidades);
- Satisfação do paciente, familiares e equipe.

Etapas da SAEP:

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- 1º fase – Visita pré–operatória


- 2º fase – Implementação da assistência de enfermagem (Período trans-
operatório)
- 3º fase – Visita pós-operatória

O processo cirúrgico é dividido em três fases distintas:

Pré-Operatório

A fase pré-operatório começa quando se toma a decisão de prosseguir com a


intervenção cirúrgica e termina com a transferência do paciente para a mesa da
cirurgia .
Nesse período pode incluir não apenas um exame físico, mas também uma
avaliação emocional, história anestésica prévia, e a identificação de alergias ou
problemas genéticos que podem afetar o resultado cirúrgico.
Enfatiza-se o pré-operatório, considerando que nesta fase, o paciente se
apresenta mais vulnerável, suas necessidades fisiológicas, psicológicas e
sociológicas são alteradas, tornando-se propenso a um desequilíbrio físico-
emocional. Necessitando de cuidados especiais, assim o inter-relacionamento
com a equipe de enfermagem.
O período pré-operatório é o momento mais adequado para o relacionamento
interpessoal, é quando o enfermeiro deverá aprofundar o preparo emocional do
paciente em face de suas ansiedades quanto a cirurgia que ira se submeter.
O período pré-operatório pode ser um momento difícil para o paciente que se
encontra hospitalizado, rodeado de pessoas estranhas, submetendo-se a
procedimentos invasivos, e que está prestes a submeter-se a um procedimento
cirúrgico que pode influenciar direta ou indiretamente nos seus hábitos de vida
do dia-a-dia.

Trans-Operatório

O período trans-operatório começa quando o paciente é transferido para a sala


de cirurgia e termina quando ele é internado na unidade de recuperação pós -
anestésica (URPA).
Nesse período inclui fornecer a segurança do paciente, manter um ambiente
asséptico, garantir o funcionamento adequado dos equipamentos, fornecer os
instrumentos e suprimentos cirúrgicos ao cirurgião, e preencher a
documentação apropriada.

Pós-Operatório

O período pós - operatório inicia-se com a admissão do paciente na URPA e

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termina com uma avaliação de acompanhamento no ambiente clinico ou em


casa. O foco inclui a manutenção da via aérea do paciente, avaliação dos
efeitos agudos anestésicos, avaliação do paciente para as complicações e
fornecimento de conforto e alívio da dor.
Incluir a família no processo de comunicação e interagir com os parentes em
todas as fases do procedimento cirúrgico é um fator que contribui para
amenizar as tensões provenientes dos sentimentos de risco que envolve o
procedimento cirúrgico.
O cliente perde o poder decisório, mesmo das coisas mais simples, quando
adentra uma sala da cirurgia. Tal processo faz com que a pessoa queira saber
tudo que esta acontecendo ao seu redor, na busca do controle da situação e
adaptação ao novo ambiente no qual está vivendo – típica reação de estresse
pela quebra de equilíbrio psicossocial. A quebra de rotina, o contato com as
pessoas estranhas e a perda de individualidade em uma unidade hospitalar
representa grande carga de estresse para o cliente pré-cirúrgico.
Deve ser utilizado um vocabulário claro e objetivo, para que não seja
orientação ritualizada, repetitiva, pois cada ser é individual e único, merecendo,
portanto, uma explicação individual e única.
A experiência da autora como integrante do 8º semestre de graduação em
enfermagem de um Centro Universitário, proporcionou a vivencia com esse tipo
de cliente, nascendo a escolha desse tema para o trabalho de conclusão de
curso.
O desejo manifestado foi o de pesquisar sobre o paciente cirúrgico, porem, não
os procedimentos que o envolve e sim, o ser humano envolvido nesse
processo.
E a partir da experiência da autora com a clínica cirúrgica, e da observação
desse tipo de paciente admitido na unidade, como é recebido, quais as
condições que ele se encontra, qual o comportamento da equipe de
enfermagem em relação a ele, enfim, nos questionamos o que poderia ser feito
para amenizar e/ ou evitar o estresse e suas conseqüências neste contexto.

OBJETIVO:
- Identificar os estressores em pacientes envolvidos no processo cirúrgico no
período pré-operatório.

- Apontar os diagnósticos de enfermagem e as intervenções de enfermagem,


para minimizar e/ou evitar os possíveis estressores do paciente frente ao
tratamento cirúrgico.

METODOLOGIA:

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Para o desenvolvimento desse estudo, deu-se inicio a pesquisa baseada na


revisão da literatura, de caráter descritivo e exploratório, de capítulos de livros,
identificando os diagnósticos e intervenções de enfermagem pertinentes ao
tema e hospitalização, extraídos de quatro livros de diferentes bibliografias.
Também houve um levantamento de publicações cientificas e bases de dados
LILACS, MEDLINE, BDENF, BIREME e o portal SCIELO, utilizando descritores
como: educação de pacientes; enfermagem perioperatoria, humanização,
cliente cirúrgico, intervenções de enfermagem, ansiedade, estresse
psicológicos, relação enfermeiro-paciente e relações familiares.
Foram analisados 35 artigos científicos e sendo utilizando 15 artigos, após
leitura dos resumos e por serem aos similares aos assuntos propostos, no
período de 1998 a 2008.
Foram descritas contribuições de vários autores a cerca das condições do
cliente cirúrgico na fase pré-operatório, bem como intervenções de
enfermagem, aumentando o conhecimento do profissional no cuidado do
paciente adulto-cirúrgico.

RESUMO:
Entende-se o estresse como uma reação psicofisiológica de alta complexidade,
denotando a necessidade de o organismo lidar com algo que ameaça a sua
homeostase ou equilíbrio interno. Estas reações podem surgir quando a pessoa
se depara com algo que a irrite, cause medo, excite ou confunda, tanto com o
caráter de prazer ou de desprazer exacerbado.
A fase de alerta é considerada a resposta inicial ante o estressor, na qual, é
desencadeada uma série de reações para a sobrevivência orgânica, dentre elas
o aumento da pressão arterial, tensão muscular, diminuição dos linfócitos T,
entre outros.
A fase da resistência acontece quando há a resistência do estressor,
predominando a reação passiva na busca pela adaptação com o aumento dos
índices de cortisol do organismo.
A quase - exaustão caracteriza-se como o início do enfrentamento do
organismo diante do estresse, começando a surgir doenças, mas ainda não tão
graves quantos na fase de exaustão.
A exaustão caracteriza-se pela impossibilidade de resistência do estressor e o
surgimento de patologias orgânicas e psicológicas graves que, quando
permanecem atuando por um fracasso adaptativo, suas conseqüências podem
levar a morte. São patologias observadas na exaustão: doenças cardíacas e a
depressão.

4.1 Estressores do paciente no período pré-operatório

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- Hospitalização

A hospitalização é um evento que envolve um a grande capacidade de


adaptação do individuo de varias mudanças que ocorrem no cotidiano.
As dificuldades de adaptação acontecem no momento em que o paciente não é
atendido adequadamente em suas necessidades básicas, agravando com isso
as sensações de isolamento pré-existentes.
A hospitalização pode implicar em uma serie de sentimentos de desconforto,
inclusive propiciando o processo de despersonalização, muito comum no
ambiente hospitalar e em grandes períodos de internação, pois o paciente
passa a ser tratado em função do quadro de sintomas que apresenta, e não
mais pela sua singularidade enquanto indivíduo.

- Dependências familiares

Essa sensação e abandono (abandonar as coisas) segue mesmo após a


realização da cirurgia, na medida em que o paciente não pode retornar
imediatamente suas atividades diárias, como pode ser em se preocupar porque
não pode limpar a casa, o cuidar dos filhos.

- Dor

A associação internacional para o estudo da dor (IASP) a define como “uma


sensação desagradável e uma experiência emocional em resposta a uma lesão
tecidual rela ou potencial, ou descrita em tais termos”.
A dor é uma “experiência complexa e subjetiva, cuja percepção não é
meramente, o resultado da quantidade de tecido lesado, mas envolve um
mecanismo complexo, determinado por muitos fatores, incluindo idade, sexo,
cultura, influenciam ambientais e múltiplas variáveis psicológicas e sociais.
O alivio da dor é um pré-requisito para que o paciente obtenha uma ótima
recuperação e qualidade de vida.
Algumas das conseqüências para o paciente, sem alivio da dor, incluem
sofrimento, ansiedade, medo, depressão, raiva, imobilidade, e isolamento e, tais
conseqüências, podem contribuir pra um decréscimo da qualidade de vida.

- Ansiedade

As principais fontes de ansiedade no período pré-operatório são: 1) Separação


de casa, da família, de suas coisas; 2) o medo com relação à vida em si e; 3)
Ser forçado a assumir o papel doente e antecipar questões diretamente
relacionadas com o físico, tais como o ato cirúrgico, a dor e a perda do controle
de si mesmo.

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A ansiedade é, simultaneamente, uma adaptação e um estressor. Funciona


como adaptação no sentido de que é uma resposta a um desequilíbrio do
sistema e, inicialmente, reduz o nível de tensão, obscurecendo a natureza do
estressor. Contudo, sua existência é um sinal de que o sistema está tendo
dificuldades em manter o equilíbrio e, nesse sentido, desempenha uma função
preciosa.
O estado de ansiedade pode ser definido como a reação emocional transitória
percebida pela consciência e caracterizada por sentimentos subjetivos de
tensão, apreensão, nervosismo e preocupação, intensificando a atividade do
sistema nervoso autônomo. Estas respostas incluem a alteração da freqüência
cardíaca, do padrão respiratório e da pressão arterial além da inquietação,
tremores e aumento da sudorese.

- Falta de Conhecimento

O conhecimento deficiente é um estressor que interfere diretamente em todos


os demais, já que a partir do momento em que o paciente sabe o que irá
acontecer e a quais procedimentos irão submeter-se, torna-se mais precisa a
identificação dos fatores que leva as alterações nos aspectos emocionais do
paciente.

- Medo

O medo é uma emoção que se desencadeia automaticamente quando o


indivíduo encontra-se ameaçado por um perigo do qual não pode fugir e sente-
se incapacitado para enfrentá-lo ou vencê-lo, sendo que quando a ameaça
desaparece, este sentimento é superado.
O medo do desconhecimento é a principal causa da insegurança e da
ansiedade do paciente pré-cirúrgico. Ele teme a morte, anestesia, o
procedimento em si, a recuperação. Em relação à anestesia (temor em acordar
em meio a cirurgia e sentir tudo que está acontecendo) e a recuperação (medo
de não voltar a ser como antes da cirurgia e de não poder fazer as mesmas
coisas que fazia.

4.2 Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem

- Ansiedade
É um vago e incômodo sentimento de desconforto ou tremor, acompanhado por
resposta autônoma (a fonte é freqüentemente não especifica ou desconhecida
para o individuo). Sentimentos de apreensão causados pelas antecipações de
perigo. È um sinal de alerta que chama a atenção para um perigo iminente e
permite ao individuo tomar medidas para lidar com a ameaça.

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Intervenções de enfermagem (NIC, 2008)

I - Intervenções
J- Justificativa

I - Avaliar a ansiedade do paciente e pessoas significativas em relação à


cirurgia.
J - É necessário que os profissionais tenham responsabilidade de identificar e
conhecer sentimentos que surgem e, além disso, saber interpretá-los auxiliando
o paciente, para que suas sensações possam ser controladas e minimizadas
com apoio e compreensão, durante o relacionamento estabelecido.

- Medo

O medo é a resposta à ameaça percebida que é constantemente reconhecida


como perigo.

I – Investigar com cliente o que desencadeia emoções.


J – A não exteriorização dos sentimentos por parte do paciente acaba muitas
vezes acentuando os sintomas físicos gerados pelos conflitos emocionais,
portanto, podendo ser ajudado por um profissional que encoraje a expressão
dos seus sentimentos, incentivando a exteriorização de suas emoções.
Reduzindo assim, o poder nocivo destes conflitos.

- Conhecimento Deficiente (relacionado ao tratamento cirúrgico)

É a ausência ou deficiência de informação cognitiva relacionada a um tópico


especifica.
O conhecimento deficiente é um dos diagnósticos que interfere diretamente em
todos os demais, já que a partir do momento em que o paciente sabe o que irá
acontecer e a quais procedimentos irão submeter-se, torna-se mais precisa a
identificação dos fatores que leva as alterações nos aspectos emocionais do
paciente

- Ensino pré – operatório

São intervenções de enfermagem para oferecer uma assistência de


enfermagem, propiciando uma melhor compreensão e preparo psicológico para
a cirurgia e recuperação no pós-operatório.

I – Adaptar a instrução ao nível de conhecimento e compreensão do paciente.


J – Uma investigação antes de iniciada a instrução, facilitará a significação, a

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eficácia e o sucesso total do processo ensino/aprendizagem, definindo que


conteúdo deve ser incluído, como deve ser, quanto o paciente esta pronto para
entender e quem deve ser incluído no processo

- Processo familiares interrompidos

Definição: Estado em que uma família que normalmente se mantém bem


apresentada, ou está em risco de apresentar, um estressor que desafia a sua
capacidade de funcionamento afetivo anterior.

I – Auxiliar a família e reorganizar os papeis em casa e estabelecer prioridades


para manter a integridade e reduzir o estresse
J – A família é um agrupamento social, a qual os membros interagem, apóiam-
se mutuamente e unem esforços buscando as melhores soluções para os
problemas como o estresse, inclusive os relacionamentos aos processos de
saúde-doença, sofrendo influencias culturais sociais e econômicas

CONCLUSÃO:
Com este estudo concluímos que os estressores relacionados ao paciente
cirúrgico são: hospitalização, dependência familiar, dor, ansiedade, falta de
conhecimento e medo.
Os diagnósticos de enfermagem relacionados a esses estressores são:
ansiedade, medo, conhecimento deficiente e processo familiar interrompido.
As intervenções relativas a esses diagnósticos são: Avaliar a ansiedade do
pacientes e pessoas significativas em relação à cirurgia, ouvirem atentamente o
paciente, observar a presença de sinais verbais e não verbais, encorajar a
verbalização de sentimentos de ansiedade, raiva e medo, explicar a razão e o
efeito pretendido do tratamento, enfatizando o positivo, orientar o paciente
quanto ao uso de técnicas de relaxamento, investigar com cliente o que
desencadeia emoções, apoiar o uso de mecanismos de defesa adequados,
escutar encorajar expressões de atendimento e crenças, oferecer informações
compatíveis com a situação do paciente, adaptar a instrução ao nível de
conhecimento e compreensão do paciente, propiciar tempo para que o cliente
faça perguntas e discuta preocupações, auxiliar a família e reorganizar os
papeis em casa, estabelecer prioridades para manter a integridade e reduzir o
estresse e envolver os membros da família nos cuidados ao membro doente
quando possível alimentação, banho, vestir, pequenas caminhada.
Acreditamos que este trabalho contribua para que os auxiliares de enfermagens
e enfermeiros tenham um pouco mais de sabedoria ao lidar com os pacientes e
com os seus familiares nesta situação tão difícil como o processo cirúrgico, não
se esquecendo que os mesmos estarão em um ambiente diferentes, com

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hábitos diferentes, e na maioria das vezes sem informações concretas sobre o


mesmo, com isso os pacientes a insegurança do deparar com algo novo, o
desconhecido, produzindo a ansiedade e o medo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Smeltrec SC, Bare BG. Tratado de enfermagem médico-cirurgião. 10º Ed. Rio
de janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

2. Santos RR, Piccoli M, Carvalho ARS. Diagnósticos de enfermagem


emocionais identificados na visita pré-operatória em pacientes de cirurgia
oncológica. Cogitare Enferm 2007; 12(1): 52-61

3. Fighera J, Viero EV. Vivencias do paciente com relação ao procedimento


cirúrgico: fantasias e sentimentos mais presentes. Rev SBPH 2005; 8(2): 52-63

________________________________________________________________
1. Aluna de graduação de enfermagem da Universidade de Santo Amaro –
Unisa.
2. Enfermeira, mestre em Enfermagem, saúde do adulto, professora assistente
de curso de enfermagem. Universidade de Santo Amaro – Unisa.

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O PAPEL DA ENFERMAGEM EM ORIENTAÇÃO DO PROGRAMA


PLANEJAMENTO FAMILIAR
ALESSANDRO LOPES DOS SANTOS(1)

EGLE DE LOURDES FONTES J OKAZAKI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:

O Ministério da Saúde (MS) fundamentado na Lei do Planejamento Familiar-PF


(Lei nº 9.263/96) define planejamento familiar como o conjunto de ações de
regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação
ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal, a mesma lei
afirma que o planejamento familiar é direito de todo cidadão.
Até o final dos anos 70 as lutas em prol da saúde reprodutiva das mulheres
encontraram fortes barreiras, destacando-se o Estado autoritário que não
atendia às necessidades básicas da maioria da população; a hegemonia
biomédica na construção de representações sobre o corpo feminino o lugar da
mulher: e os programas verticais de planejamento familiar (PF), implementados
por organismos internacionais desde a década de 1960 (1).
O Planejamento Familiar (PF) surgiu após muitas lutas. Em 1910, quem se
manifestasse com relação à anticoncepção era considerada anarquista e
violadora dos direitos da moral. Neste ano a enfermeira Margareth Sanger
iniciou sua luta pelo direito a contracepção, porém após muito trabalho pode ver
milhares de mulheres tendo o direito de escolher.
Ainda hoje, muitas vezes o PF é considerado como sinônimo de anticoncepção
ou de contracepção, porém este conceito é muito equivocado, uma vez que o
PF é uma filosofia do comportamento que encara não somente a forma racional
e saudável de espaçar os nascimentos, mas igualmente inclui a esterilidade e a
infertilidade, bem como a sexualidade.
A relação entre a mulher e o homem, a respeito das relações sexuais e da
reprodução, incluindo o respeito à integridade pessoal, exige o consentimento e
a vontade de ambos assumirem conjuntamente a responsabilidade e as
conseqüências do comportamento sexual.
Supõe-se que a aprendizagem do Programa Planejamento Familiar visa à
libertação do homem buscando sua sintonia, de modo a possibilitar ao individuo
fazer ao uso de sua capacidade de optar livremente, com clareza e
compreensão, a respeito de seus atos e conhecimentos. Em se tratando de PF,
as atividades de informação são extremamente relevantes ao alcance dos
objetivos de serviços e usuários, exigindo dos profissionais de enfermagem
atitude de empenharem-se e bem informar para que a clientela conheça as
alternativas de concepção e anticoncepção disponíveis e, assim possa

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participar ativamente da definição e do alcance de suas metas reprodutivas (1).


A pesquisa teve como principal objetivo descrever o Planejamento Familiar,
melhorando o entendimento sobre o que é o Programa de Planejamento
Familiar, sua origem, importância e efeito.
O Ministério da Saúde (MS) fundamentado na Lei do PF (Lei nº 9.263/96)
determina que os profissionais de saúde devam desenvolver ações de PF
pautadas nos direitos sexuais e reprodutivos do homem, mulheres e casais,
contemplando tanto a contracepção como a anticoncepção, e assim
desenvolver ações de prevenção aos agravos à saúde. Dentro da área médica
o PF é uma das mais importantes atividades preventivas.
Neste contexto, a competência do profissional de enfermagem é indispensável
para a qualidade da assistência em PF, Já que, profissionais com conceitos e
posturas equivocadas sobre o PF podem comprometer a assistência,
consequentemente influenciar decisões que podem ser para a vida inteira.
Portanto, o estudo e a descoberta da melhor maneira de orientação da
população, contribuirá para a determinação do direcionamento dos programas
educativos e para a reorientação das práticas adotadas por profissionais de
enfermagem e unidades de saúde.

OBJETIVO:
Descrever o Planejamento Familiar, melhorando o entendimento sobre o que é
o Programa de Planejamento Familiar, sua origem, importância e efeito.

METODOLOGIA:

Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura, que (Polit e Hungler)


permite ao pesquisador familiarizar-se com o que está sendo feito em campo
sobre um determinado assunto. O tipo utilizado foi o descritivo, com
levantamento de documentos bibliográficos, onde se buscou o esclarecimento
do problema, por intermédio da atualização de conhecimento e da análise das
contribuições culturais ou científicas existentes na literatura sobre Planejamento
Familiar.
A pesquisa bibliográfica é um importante instrumento na educação continuada
do profissional de saúde, sobretudo com a disseminação da medicina baseada
em evidências.
O levantamento bibliográfico foi realizado em documentos eletrônicos, artigos
científicos periódicos nas bases de dados LILACS (Literatura Latino-americana
e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (National Library of Medicine) e
SCIELO (Scientific Eletrônic Library On Line), utilizando-se descritores:
Planejamento Familiar, Orientações e Enfermagem.

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RESUMO:

ASPECTOS GERAIS DO PLANEJAMENTO FAMILIAR

Desde as épocas mais remotas, o ser humano vem tentando, por várias formas,
controlar a sua fertilidade. Egípcios, gregos, romanos, silvícolas brasileiros e
diversos outros povos têm demonstrado essa preocupação ao longo do tempo.
No entanto, nunca a espécie humana deteve meios tão pesquisados e eficazes
como atualmente no século XXI. Apesar disso, como acontece em relação a
várias outras conquistas da ciência e da tecnologia, o acesso à informação
adequada e à prática contraceptiva abrangente tem sido seletivo e
discriminatório, principalmente em países como o Brasil, onde as desigualdades
sociais atingem níveis escandalosos e humilhantes a nossa sociedade.
As ações voltadas à anticoncepção têm como base a oferta de métodos
anticoncepcionais- MAC aprovados no País, para garantir à mulher, homem ou
casal a possibilidade de livre escolha. Os métodos atualmente disponíveis e
autorizados no Brasil incluem os comportamentais, hormonais orais e injetáveis,
preservativo masculino e feminino, diafragma, espermicida, DIU, laqueadura e
vasectomia (2).

HISTÓRICO DO PF

O planejamento familiar é uma estratégia usada há muitos anos, embora no seu


início não fosse praticada de forma consciente de seus benefícios (2).
O período do Brasil colonial foi marcado por uma tendência ou um sentimento
natalista agregado à idéia do aperfeiçoamento e da melhoria da raça brasileira,
este pensamento era sustentado pela igreja, para esta, a sexualidade somente
deveria servir à procriação. Todas as marcas do desejo carnal e de animalidade
do ato sexual deveriam ser "apagadas" pela concepção. Ou seja, desta forma
era lançada a maldição para as mulheres infecundas, incapazes de reverter
com a pureza da gravidez a dimensão pecaminosa do coito (3).
Este caráter moralista e repressor da sexualidade, explícitos na época vão
perdendo força e em 1952, Margaret Sanger criou, o International Planned
Parenthood Federation (IPPF), que contava com apoio financeiro de diversas
instituições interessadas em planejamento familiar, visando ao controle
demográfico, portanto restritivo às liberdades procriativas das mulheres ou dos
casais. Foi este órgão que anos mais tarde na década de sessenta, financiou
entidades e outras instituições que no Brasil realizaram o planejamento familiar.
Na época começou a argumentação favorável ao controle demográfico
sustentado que o crescimento econômico e o próprio desenvolvimento só

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seriam possíveis com intervenções dirigidas à redução do ritmo do crescimento


demográfico (2).
Durante as décadas de 60 e 70, a igreja sempre vinculando sexo à procriação.
Esta posição é diminuída no final dos anos 70, quando a Igreja passou a admitir
certo controle da fecundidade, desde que o método utilizado seja a abstinência
periódica (3).
Por volta dos anos setenta, o Ministério da Saúde (MS) implementou o
Programa de Saúde Materno-Infantil, onde o planejamento familiar aparecia
discretamente sob o nome de paternidade responsável. No ano de 1977, foi
elaborado o Programa de Prevenção da Gravidez de Alto Risco (PPGAR) (2).
Coincidentemente no Brasil dos anos 70, marcados pelo endurecimento da
ditadura militar, reforça-se entre os militares o discurso da segurança nacional
ameaçada pelo grande contingente de pobres e numerosas famílias, presas
fáceis para a propaganda de idéias subversivas (3).
A partir dos anos 60, as mulheres experimentaram a ruptura com o clássico e
exclusivo papel social que lhes era atribuído desde sempre: o de mãe e "rainha
do lar". O controle da fecundidade, realizar em seu corpo a anticoncepção
passa a ser aspiração e desejo das mulheres (2).
Nos ano de 1983, o Ministério da Saúde divulgou o Programa de Assistência
Integral à Saúde da Mulher (PAISM), que foi desenvolvido pela rede pública de
assistência à saúde, ajustando-se às necessidades epidemiológicas e
requerimentos de cada localidade, de cada população (3).
O PAISM constituiu-se em um conjunto de princípios e diretrizes programáticas
abrangentes, destinadas às mulheres nas diversas etapas e situações de sua
vida, incluindo-se a fase reprodutiva. Entre outras coisas o PAISM prevê a
abordagem para a anticoncepção, tratamento para os casos de infertilidade,
sempre contextualizada no conceito da integralidade assistencial (3).
A consagração do direito ao planejamento familiar está explícita na Constituição
Federal de 88, no parágrafo 7 do art. 226. Ali estão estabelecidas as diretrizes a
serem obedecidas pelo legislador ordinário, que não deve vincular direito e
acesso aos serviços de planejamento familiar às políticas de controle
demográfico (3).
No entanto, apesar do consenso e dos avanços conquistados em torno desta
questão, a situação da saúde reprodutiva das mulheres brasileiras ainda está
longe de um quadro considerado como aceitável (2).
No início dos anos 90 começaram serem implantados os serviços de
atendimento ao aborto legal. Entre os profissionais e os gestores dos serviços,
há praticamente um consenso sobre a necessidade de atender esta demanda
(2).

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

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Os métodos contraceptivos podem ser classificados como “comportamentais”,


isto é baseiam-se na observação das características do ciclo menstrual, com
abstinência sexual durante alguns períodos, “de barreira”, que consiste em
obstáculo mecânico ou químico entre o espermatozóide e o óvulo, “hormonais”
é um método no qual se utiliza hormônios sintéticos, geralmente a associação
de um tipo de estrogênio e um tipo de progesterona. Esses métodos atuam no
centro regulador do ciclo menstrual, levando a um estado em que a mulher não
ovula. São bastante eficazes, com uma taxa de gravidez muito baixa. E por
ultimo o “cirúrgico”, este é o único método de contracepção definitiva, sendo
utilizada por muitos casais. No qual a mulher ira fazer cirurgia.

Métodos Comportamentais

1. Tabelinha, Ritmo, Ogino Knaus

2. Temperatura Basal

3. Muco cervical, Billings

4. Método Sintotérmico (É o uso conjunto dos três métodos anteriores)

5. Ejaculação extravaginal (coito interrompido)

6- LAM (método contraceptivo de Lactação e Amenorréia)

Métodos de Barreira

1. Condom, Camisinha (masculina e feminina)

2. Diafragma

3. Espermiticida

4. Dispositivo Intra-Uterino (DIU)

Contracepção Hormonal

1. Contraceptivos Orais

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2. Contraceptivos Injetáveis

3. Implantes

4. Anel Vaginal

5. Adesivos Cutâneos

6. Contracepção de Emergência (Pílula do Dia Seguinte)

Contracepção Cirúrgica

A esterilização feminina consiste na ligadura tubária, ou laqueadura. A


masculina é a vasectomia.

O USO DO PF NA PREVENSÃO DE DSTs

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) são doenças infecciosas que


podem ser disseminadas através do contato sexual. Algumas podem também
ser transmitidas por vias não sexuais, porém as formas não-sexuais de
transmissão são menos freqüentes. Essas doenças aumentam a chance, em
pelo menos dez vezes, de contaminação pelo Human Immunodeficiency Virus
(HIV). São doenças de difícil detecção, uma vez que acarretam poucos
sintomas visíveis e, muitas vezes, apresentam-se de forma assintomática.

PARTICIPAÇÃO MASCULINA NA CONTRACEPÇÃO

Muitas vezes a participação masculina na contracepção é vista somente como


uma atividade de apoio ao uso de métodos femininos de alta eficácia. Como
veremos a seguir, a participação masculina na contracepção pode ser de três
formas, porem todas as formas são classificados como um tipo de ajuda/apoio
ao método de contracepção feminino são eles:
1- Apoio propriamente dito.
2- Uso eventual de método masculino.
3- Participação em métodos de abstinência periódica.

BENEFÍCIOS QUE O PF PODE TRAZER A SAÚDE MATERNO-INFANTIL

Os benefícios são vários, e são evidenciados de acordo com a fase materna.

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A gravidez implica ate certo ponto em risco materno e fetal se avaliado


fisiologicamente, e com o planejamento familiar reduz-se o numero de gravidez,
e isso traz como consequencia a redução do risco de mortalidade materna. As
complicações na gravidez e no parto estão aumentadas de duas a seis vezes
nas faixas não ideais para a mulher ter filho que é de 18 a 35 anos, assim
sendo tais mulheres estão incluídas no grupo de risco e o planejamento familiar
faz-se necessário, já que auxiliara essas mulheres a não engravida. O PF
também tem benefícios importantes por auxiliar a paciente quanto aos
intervalos entre as gravidez, já que o curto intervalo entre as gestações e o
nascimento tem grande importância para a saúde materno-infantil.

ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIL DE SAÚDE EM PF

De acordo com Lei n 9.263, de 12 de Janeiro de 1996, Art. 4º, o planejamento


familiar orienta-se por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso
igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a
regulação da fecundidade.
A competência profissional no campo da anticoncepção deve incluir os
conhecimentos técnicos, científicos e culturais atualizados, direcionados ao
atendimento das necessidades de saúde sexual e reprodutiva dos clientes. Isso
inclui habilidade para dar orientação, informar e comunicar-se adequadamente,
participando da tomada de decisões quanto aos métodos anticoncepcionais
(MAC) e acolhendo com respeito o/a cliente. O Ministério da Saúde afirma que
os profissionais devem estar preparados para lidar com alguns mitos,
preconceitos e percepções errôneas que os indivíduos acumulam com relação
aos MAC, sexualidade, saúde reprodutiva, acompanhamento dos filhos, dentre
outros.
A atuação dos profissionais de saúde no campo do planejamento familiar está
amparada na Constituição Federal, artigo 226, parágrafo 7º, que recomenda
uma assistência embasada no princípio da paternidade responsável e no direito
de livre escolha dos indivíduos e/ou casais.
Dos profissionais mais encontrados atuando em planejamento familiar esta o
médico, o enfermeiro e o auxiliar de enfermagem. Porem em pesquisas feitas
observou-se que apenas 17,2% dos enfermeiros se sentem preparados para
lidar com as questões de anticoncepção, 58,6% tem dificuldades técnicas para
avaliar contra-indicações, 34,5% dificuldade para manejar efeitos colaterais
e/ou complicações, ainda 27,6% apresentam dificuldades para informar sobre o
uso correto de alguns MAC, sendo que para alguns deles a questão é
considerada técnica e para outros a falta de tempo justifica essa dificuldade.
Alguns enfermeiros ao atuarem no planejamento familiar apresentam
dificuldade de atuação em anticoncepção por não saberem informar ao cliente

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sobre o uso correto do MAC, em especial ao uso de diafragma, DIU e injetável,


isso é justificados por tais profissionais por serem métodos pouco disponíveis
nos serviços e, portanto, pouco trabalhados.
Porém é direito do cliente conhecer todos os MAC existentes, e mesmo não
disponíveis na unidade de saúde, ele poderá buscar outras fontes de aquisição,
que deverão ser divulgadas pelo próprio serviço de primeiro atendimento.
Não obstante aos problemas encontrados na equipe de enfermagem observa-
se também o despreparo dos médicos com relação ao atendimento em
anticoncepção. Acredita-se que os médicos devem envolver mais na atuação
frente às orientações sobre o planejamento familiar.
Frente a esta situação percebe-se que as consultas de acompanhamento de
usuárias de pílula, injetável e DIU podem ser realizadas por enfermeiros ou
auxiliares de enfermagem capacitados e que, inclusive, alguns serviços têm
mostrado que até as inserções de DIU podem ser executadas com o mesmo
nível de competência pelas enfermeiras ou ainda melhor do que quando são
feitas por médicos.

CONCLUSÃO:

A contracepção e a concepção, como componentes do Planejamento Familiar,


constituem-se em ações da Enfermagem, quase sempre inseridas no contexto
materno-infantil. Desta forma apresenta-se nítido a necessidade de se
implementar a educação continuada entre os profissionais. Falhas técnicas na
atuação profissional desencadeiam, por exemplo, a negação do controle da
fertilidade em razão de critérios excedentes por parte dos profissionais.
Embora esteja nítido que o enfermeiro é o profissional de saúde que mais
abraça a luta pelo planejamento familiar, é reconhecida a importância da
participação de todos os membros da equipe nas ações de planejamento
familiar para que a sobrecarga do enfermeiro não comprometa sua
competência.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Moura ERF, Silva RM da. Competência profissional e assistência em
anticoncepção. Rev. Saúde Pública. 2005 Oct; 39(5): 795-801.

2. Costa AM. Planejamento Familiar no Brasil. Disponível em:

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http://www.portalmedico.org.br/revista/bio2v4/planeja.html. Acesso em:


05\10\2009.

3. Sobrinho DF. Estado e População: uma História do Planejamento Familiar no


Brasil. 1993. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos/FNUAP.

________________________________________________________________
Alessandro Lopes dos Santos1
Egle de Lourdes Fontes Jardim Okazaki2

DESCRITORES: Planejamento Familiar e enfermagem.

1 – Graduando em enfermagem pela Faculdade de Enfermagem – FAENF da


Universidade de Santo Amaro, São Paulo-SP. Rua: Helio Jacy Gouveia, nº21–
Jardim são Francisco - Guarapiranga, São Paulo, SP – CEP 04918-110
lellopes@hotmail.com.

2 – Prof. MS. Egle L.F.J.Okazaki. Docente da disciplina de Saúde da Mulher, da


Universidade de Santo Amaro egletcc@gmail.com.

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O papel da enfermagem perante os


ALEXANDRE TAVARES DA COSTA(1)

HOGLA CARDOZO MURAI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:

Nos dias atuais é cada vez maior o aumento da população idosa, pois este
fenômeno ocorre devido aos constantes avanços tecnológicos, principalmente
na área da medicina moderna. Isto tem levado a um grande aumento do
numero de idosos em muitos paises inclusive no Brasil.O processo de
envelhecimento mesmo sendo natural, caracteriza-se pela ocorrência de
doenças crônico-degenerativas e pela perda da autonomia, levando a um
aumento dos gastos com saúde. Das doenças crônicas incapacitantes mais
freqüentes entre idosos brasileiros estão os acidentes vasculares encefálicos –
AVE ou acidentes vasculares cerebrais – AVC (1). Alguns autores afirmam que
o risco para AVE em pessoas com 55 anos ou mais teve um aumento mais que
o dobro na ultima década, os mesmos apontam a Hipertensão Arterial Sistêmica
- HAS como principal fator de risco para a ocorrência de AVE em pessoas
idosas levando em conta o acumulo de diferentes fatores de risco ao longo da
vida. A bibliografia aponta também o AVE como a causa mais freqüente de
seqüelas com déficit motor (2).O paciente idoso acometido por AVE necessita
de acolhimento específico para suas dependências e necessidades o que, na
maioria das vezes, se torna motivo de muito sofrimento para si e para seus
familiares. Se o cuidado dos idosos livres de agravos já representa um custo
social importante, o cuidado dos idosos acometidos por AVE é muitas vezes
maior. Um paciente pós AVE requer apoio familiar, social e de políticas publicas
que garantam a qualidade de vida tanto dele quanto dos que vivem a sua volta.
Entender esta demanda e identificar a contribuição da enfermagem em seu
atendimento é o problema de pesquisa que se coloca neste trabalho.

OBJETIVO:
Caracterizar o sistema de cuidado familiar do idoso pós acidente vascular
encefálico com ênfase na contribuição da enfermagem neste processo.

METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica realizada nas bases de dados BIREME, utilizando as
palavras chave acidente vascular encefálico e idoso, publicados em língua
portuguesa. Os resumos das 134 publicações identificadas foram lidos e deles

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foram selecionados XXVIII artigos pela pertinência da abordagem ao objetivo do


estudo.Os artigos selecionados foram lidos aplicando-se a técnica de
fichamento e em seguida agrupados segundo a temática apresentada. A
análise do material recolhido e assim disposto permitiu a identificação dos
principais aspectos tratados na bibliografia estudada, apresentada em seis
categorias de análise.

RESUMO:
Quando as perdas naturais decorrentes do envelhecimento se somam às
seqüelas como as de AVE o envolvimento de terceiros no cuidado do idoso é
inevitável, dando origem a um sistema de cuidado. Cada subsistema envolvido
– paciente – família e cuidador têm demandas e objetivos próprios a serem
atendidos. A complexidade deste sistema está relacionado à gravidade do caso
e à extensão da dependência gerada.
A bibliografia apresenta dois tipos de AVE: o isquêmico e o hemorrágico.
O isquêmico – AVEI pode ser causado por embolia ou trombose arterial e se
subdivide de acordo com a duração do déficits em: Ataque isquêmico transitório
(AIT): o individuo apresenta quadro com perda de função de uma região
encefálica ou retiniana, regredindo em menos de 24 horas, atribuído a
suprimento sanguíneo inadequado em território carotídeo ou
vertebrobasilar.Déficit neurológico isquêmico reversível: ocorre quando a
reversão do quadro neurológico se dá em tempo superior a 24 horas e inferior a
três semanas. AVE em progressão: este se dá quando o déficit focal piora ou
melhora, em um determinado período de tempo. Por isso, nestes casos, torna-
se necessário uma reavaliação periódica do paciente em 30 a 60 minutos;
- Infarto cerebral ou AVE completo: ocorre quando o déficit neurológico persistir
por mais de três semanas. O Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico - AVEH:
pode apresentar: Hemorragia intracerebral: corresponde a presença de lesão
intraparenquimatosa, (hematoma) levando a sinais neurológicos secundários.
Hemorragia subaracnóide: neste caso não são observados sinais de sofrimento
cerebral intraparenquimatoso, somente se houver complicações posteriores
(3).Os sinais e sintomas de AVEI mais comuns são: paralisias, alterações
sensitivas, distúrbios de linguagem, distúrbios visuais, vertigem e ataxia. Em
AVEH os sinais e sintomas podem parecer semelhantes ao anterior, mas é
neste tipo que aparecem sinais e sintomas mais graves e com uma deterioração
mais rápida. São mais freqüentes nos pacientes com AVEH a cefaléia,
alteração do nível de consciência, náusea e vomito. Os idosos acometidos por
AVE na grande maioria das vezes ficam com graves seqüelas que os deixam
incapazes de realizar as tarefas de vida diária, por mais simples que sejam
tornando-os dependentes de outras pessoas. No Brasil é próprio da cultura que,
no âmbito da família, os mais novos cuidem dos mais velhos entretanto, em
caso de doenças crônico degenerativas o cumprimento desta tarefa torna-se

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muito difícil pois a demanda de cuidados é redobrada, devido às seqüelas


ocasionadas. O doente, entendido como um subsistema de cuidado é descrito
na bibliografia como o sujeito que passa a ser o alvo de cuidados em diferentes
níveis de complexidade. A associação de AVE e envelhecimento potencializa a
dependência de cuidados. A dependência é avaliada pela capacidade dos
indivíduos para realizarem tarefas próprias do autocuidado como mover-se,
alimentar-se, banhar-se, assim como para levar uma vida autônoma na
comunidade realizando tarefas domésticas, fazendo compras e administrando
as próprias medicações. Perder tal independência significa necessitar do apoio
de terceiros, chamados cuidadores. Em geral os fatores associados à
recuperação da capacidade funcional incluem idade, status cognitivo, suporte
social, educação, numero de co-morbidades e depressão pós-evento.
A incapacidade neurológica se dá ao inicio dos sinais e sintomas que vem a ser
um súbito déficit neurológico focal ou alteração do nível de consciência. A
depressão em pacientes vitimas de AVE é muito freqüente devido as
dependências e deformidades características da patologia e no idoso este
quadro é muito mais acentuado que em pacientes de outras faixas etárias. A
perda dos vínculos anteriores como trabalho, vida social, cultural e familiar,
igualmente apontada como favorecedora de depressão requer condições
psicológicas de enfrentamento da doença e o estabelecimento de uma rotina de
exercícios de reabilitação. Este processo de reabilitação é descrito como uma
seqüência de cuidados que “estende-se desde o diagnostico, o tratamento,
manutenção da função física até a reintegração do individuo a sociedade. A
respeito de limitações de movimentos, a bibliografia mostra que elas
desencadeiam uma crise no relacionamento de pacientes e familiares, pois esta
é uma condição que precisará de longos períodos de supervisão, observação e
cuidado (1).“O estudo de Barros (1991) mostra que a longo prazo, 48% dos
sobreviventes com AVC não conseguirão se autocuidar. Deles, 16% deles com
incapacidade moderada, mesmo capazes de andar sem ajuda necessitarão de
alguma ajuda para se vestir . O autor ainda alerta para o fato de que 32% dos
pacientes com incapacidade moderadamente intensa ou grave requerem a
ajuda tanto para andar quanto para se cuidar ou se encontram totalmente
restritos ao leito ou a uma cadeira de rodas, geralmente com incontinências
esfincterianas e totalmente dependentes de cuidados. Somente 15% se
tornarão livres de qualquer grau de incapacidade e 37%, com discreta
incapacidade, não podem desenvolver algumas atividades, que previamente
exerciam, mas são capazes de se autocuidar” (1). Estes dados ressaltam a
transcendência do AVE demonstrada pela demanda de cuidados por longo
prazo e de diferentes complexidades. As demandas ou necessidades do
cuidador são muitas e dependem do grau de dependência do doente.
Pesquisadores salientam que o processo de recuperação não depende
somente da terapia, mas também da relação com a severidade da lesão

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cerebral” (1).
De acordo com o Ministério da Saúde cuidador é o individuo que presta
cuidados ao doente e lhe auxilia em suas atividades de vida diária, tais como:
alimentação, higiene pessoal, medicação de rotina e o acompanha aos serviços
de saúde. Esses cuidadores podem ser leigos ou profissionais. O cuidador é
considerado profissional quando detém o conhecimento teórico e cientifico para
exercer tal tarefa. Os profissionais predominantes neste campo são da
enfermagem, podendo ser auxiliares, técnicos ou enfermeiros. São contratados
pela família para que desempenhe seu trabalho junto ao paciente tanto nas
instituições como no domicílio. Os cuidadores leigos podem ser familiares ou
não, sendo remunerados ou não enquanto o cuidador familiar que vem a ser um
dos membros da família. Em países como o Brasil onde ha diferença social é
marcante, as famílias se vêem pressionadas e obrigadas a prestarem cuidados
aos seus idosos incapacitados pela doença. Muitas vezes para assumir este
papel o cuidador familiar acaba parando sua própria vida para viver a vida do
doente devido ao grau de cuidados que estes necessitam. Para o cuidador
familiar é muito difícil esta nova realidade de cuidar de uma pessoa, que é
totalmente dependente dela para tudo. Um dos principais problemas
enfrentados pelo familiar é o desgaste físico, caracterizado pelas longas
jornadas de acompanhamento, ausência de períodos regulares de descanso e
até mesmo pela desproporção entre o porte físico do doente e de seu cuidador.
São freqüentes relatos de queixas de dores nos braços e pernas, lombalgias,
entre outras. A saúde psicológica do cuidador familiar é igualmente muito
afetada, pois a pessoa fica sem tempo para cuidar de si próprio o que acaba
provocando estresse manifesto por depressão, irritabilidade e até mesmo
agressividade.Tais planos de cuidados requerem apoio financeiro, pois
requerem profissionais específicos para cada problema apresentado,
profissionais como fonoaudiólogo, fisioterapeuta, enfermagem e outros. E não
só profissionais, mas materiais que serão utilizados nesse paciente como
fraldas, comadre, papagaio, cadeira de banho, cadeira de rodas, andador,
material para curativos em caso de lesões de pele e outros. O paciente idoso
vítima de AVE necessita também de uma estrutura de apoio financeiro
importante, pois ao receber alta hospitalar vai para casa necessitando de
imediato suporte para a adaptação e reabilitação nesta nova fase de sua vida.
Fazem parte deste custo à disponibilidade de andadores, cadeira de rodas,
cadeira de banho, em alguns casos cama hospitalar, entre outras adaptações
que terá que acontecer na própria estrutura e planta física da residência. Na
fase aguda do AVE a enfermagem atua em conjunto com outros profissionais
com ênfase nos cuidados de higiene e acompanhamento para prevenção de
problemas em todos os sistemas orgânicos. No domicilio, o enfermeiro pode
atuar através do Programa de Saúde da Família - PSF, fazendo o
acompanhamento e monitoramento de pessoas portadoras de doenças crônico-

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degenerativas ou inserido em programas de acompanhamento domiciliar. É de


sua competência a orientação e acompanhamento destes casos, para amenizar
o sofrimento destes indivíduos e suas famílias, integrando a recuperação da
saúde, a reabilitação das seqüelas e a prevenção de complicações secundárias
e a morte.O sistema de cuidado familiar do idoso pós AVE é um complexo
formado pelas demandas do doente e do cuidador. “Conhecer as atividades de
cuidado desenvolvidas no domicilio e as dificuldades enfrentadas pelos
cuidadores familiares de clientes incapacitados por AVE, contribui para as
atividades educacionais da enfermagem e da equipe interdisciplinar, para que
desenvolvam ações de preparo para a alta hospitalar e acompanhamento
domiciliar” (2).

CONCLUSÃO:
O sistema de cuidado familiar do idoso pós AVE é apresentado na bibliografia
em diferentes aspectos que foram agrupados em seis categorias:
O processo de envelhecimento da população influencia o aumento da
prevalência de AVE. Em relação à etiologia o AVE pode ser isquêmico ou
hemorrágico com diferenças nas manifestações clínicas e tipo de seqüela. A
principal característica do paciente idoso acometido por AVE é a dependência
de cuidados potencializada. As perdas de autonomia naturais do processo de
envelhecimento se somam às seqüelas deixadas pelo AVE com manifestações
físicas e psicológicas importantes que caracterizam a transcendência do
agravo. A instalação de seqüelas precipita a necessidade da intervenção de um
cuidador que assume as tarefas dos cuidados integrais do paciente. Os
cuidadores quase sempre são pessoas da própria família e predominantemente
mulheres que passam a sofrer o desgaste físico e emocional de seu novo
papel. Os cuidadores passam então a demandar cuidados para si mesmos. O
cuidado familiar é caracterizado na bibliografia como o espaço que se segue à
hospitalização e cenário onde o paciente necessita de mudanças no ambiente
domiciliar, os quais poderão trazer mais despesas financeiras à família e
insatisfação pelos membros da mesma, pela nova situação a ser vivenciada em
virtude destas mudanças. O apoio social necessário a este tipo de cuidado no
Brasil ainda é escasso. A participação da enfermagem perante o idoso vitima de
AVE é caracterizada pela interdisciplinaridade e especificidade de acordo com a
fase de evolução do AVE. Na fase aguda voltada aos cuidados integrais do
paciente e a seguir com ampliação de seu papel abrangendo como alvos de
cuidado o doente, a família, o cuidador e o ambiente no qual o sistema de
cuidado acontece. Neste contexto passa a desempenhar o papel
essencialmente educador e gerente do cuidado integral.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Boccchi SC; Ângelo M. Interação cuidador familiar-pessoa com AVC:
autonomia compartilhada. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro. V.10(3):
julho/setembro.2005.

2. Carvalho FR; Pinto MA. A pessoa hipertensa vitima de acidente vascular


encefálico. Rev. Enferm. Rio de Janeiro. Vol.3(15). Set.2007.

3. Braga JL; Alvarenga MP; Moraes Neto JB. Acidente vascular cerebral. Rev.
Brás. Méd. Rio de Janeiro. Vol.3(60). março de 2003. p.88-96.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Enfermagem da


UNISA.
Linha de Pesquisa: Assistência de Enfermagem ao Idoso.

________________________________________________________________
1. Alexandre Tavares da Costa: Graduando do Curso de enfermagem da
Universidade de Santo Amaro – UNISA – alexandre.t.c@bol.com.br
2. Hogla Cardozo Murai: Enfermeira Doutoura em Saúde Publica Professora
Titular I do Curso de enfermagem da Universidade de Santo Amaro.
(Orientadora) _ UNISA

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O PAPEL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA RCP EM RN NA


SALA DE PARTO
JAQUELINE GOMIDE LOPES(1)

CAROLINE ALVES GARCIA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A palavra recém-nascido refere-se à criança que acabou de nascer até 28o dia
de vida.
Na criança recentemente-nascida, falência respiratória é a causa mais comum
de deterioração cardiopulmonar e parada cardiorespiratória (PCR).
Imediatamente após o nascimento, o neonato necessita assumir suas funções
vitais que durante a vida intra-uterina, eram realizadas pela placenta. O
nascimento é considerado uma fase crítica, denominado de período de
transição, que exige adaptações fisiológicas repentinas e cruciais no sistema
corporal. Em essencial, os sistemas cardiovascular e pulmonar sofrem
alterações assim que o cordão é clampeado, e tem início à respiração, o
período de transição fetal para o neonatal representa uma das fases mais
dinâmicas e difíceis do ciclo vital humano que demanda a transformação de
uma condição de completa dependência para outra de auto-suficiência em
relação à oxigenação e nutrição. (1)
A origem do remonta Programa de Reanimação Neonatal (PRN) ao ano de
1978, quando a American Heart Association (AHA) afirmou que a reanimação
neonatal necessitava de uma ênfase diferente da ressuscitação dos adultos,
focalizando a ventilação como eixo central e não a desfibrilação. Em 1985, o
PRN foi desenvolvido conjuntamente pela Academia Americana de Pediatria e
pela AHA, com a missão de ensinar os princípios da assistência ao neonato em
sala de parto. Este modelo sofreu subseqüentes atualizações em 2000 e 2005.
(2)
Em 1993, o Ministério da Saúde do Brasil reconheceu a importância da
presença do pediatra na sala de parto através da Portaria 031/SAS-MS. Após
isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria entendeu a necessidade de habilitar o
pediatra para o atendimento ao bebê na sala de parto e deu início a uma
estratégia de implementação do programa de reanimação no país. (2)
Ao nascer devemos prestar uma assistência adequada, e no caso de
necessidade de uma reanimação em sala de parto, sendo realizada de forma
rápida e eficaz, nos Rns sobreviventes, diminui as seqüelas neurológicas, pois
essas seqüelas podem causar prejuízos para a qualidade de vida da criança e
de sua família.
A reanimação ao nascer tem papel de destaque, estimando-se que a aplicação
dos procedimentos necessários possa prevenir anualmente a morte de 359 mil

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recém-nascidos. (2)
O sucesso da reanimação neonatal depende da organização na sala de
reanimação. Uma equipe coordenada e treinada é fundamental e a
comunicação entre a equipe é
muito importante nesse momento, pois se cada um estiver atento e souber
desempenhar seu papel, o sucesso é garantido.
Manter salas organizadas, testar os equipamentos e verificar os materiais é
responsabilidade da equipe de enfermagem, porque uma situação de
emergência pode acontecer a qualquer momento. As manobras de reanimação
são realizadas pela enfermeira junto com o neonatologista.
Os enfermeiros devem ter liderança, compartilhar ou delegar as funções,
gerenciar a assistência de enfermagem, comunicação, a tomada de decisão, o
relacionamento interpessoal e acima de tudo a competência técnica.

OBJETIVO:
Descrever os passos da ressuscitação cardiorrespiratória (RCP) em recém-
nascidos na sala de parto e o papel da equipe de enfermagem.

METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento deste estudo foi realizada uma pesquisa qualitativa de
revisão bibliográfica, com recorte temporal a partir de 1995 até 2009, através de
consultas na biblioteca Milton Soldani Afonso, da Universidade de Santo Amaro
(UNISA), e consultas as bases de dados online, SCIELO, BDENF e LILACS,
onde foram pesquisados 20 artigos, selecionados16, e, após leitura dos
resumos, foram utilizados 7, e 3 livros, com o critério de inclusão em:
Enfermagem em Emergência, Enfermagem Neonatal, Ressuscitação
Cardiopulmonar

RESUMO:
A RCP é um conjunto de ações utilizadas na vigência de uma PCR com a
finalidade de manter a função cardíaca e pulmonar, garantindo a perfusão
sanguínea adequada ao cérebro e a outros órgãos vitais, prevenindo, assim, a
ocorrência de seqüelas.
Após o nascimento o neonato precisa ser avaliado para estabelecer a
necessidade de realizar a reanimação dependendo da condição do neonato a
reanimação costuma envolver: fluxo livre de oxigênio, ventilação com pressão
positiva, massagem cardíaca com tórax fechado, descompressão gástrica,
drogas de emergência, intubação endotraqueal. (3)
O índice de APGAR é um instrumento que serve para avaliar as condições de
nascimento do RN. Avalia a irritabilidade reflexa, a respiração, a coloração da
pele, o tônus muscular e a freqüência cardíaca (FC) no primeiro minuto e quinto

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minuto de vida. (1)


ÍNDICE DE APGAR
Valores 0 1 2
Freqüência cardíaca Ausente 100 bpm 100 bpm
Esforço respiratório Ausente Choro fraco Choro forte
Tônus muscular Flácido Alguma flexão Ativo, movimento espontâneo
Irritabilidade reflexa Ausente Algum movimento Tosse ou espirro
Cor Cianose, palidez Corpo rosado/ extremidades cianóticas Completamente
rosado
Enfermagem na Uti Neonatal. Assistência ao Recém-nascido de Alto Risco.
O liquido amniótico ao nascer é um dos sinais que devemos avaliar se há
necessidade de dar inicio as manobras de reanimação neonatal realizando o
procedimento de aspiração das vias respiratórias, este procedimento de avaliar
e aspirar é realizado pela enfermeira obstetra. (1)
Como em qualquer reanimação, o objetivo da reanimação neonatal é garantir o
ABC – Vias aéreas (airway), respiração (breathing) e circulação (circulation). (3)
A reanimação segue uma seqüência para avaliar se esta tendo resultado: após
cada intervenção, a equipe avalia rapidamente as condições do RN e a
resposta à intervenção é que decide quais outras medidas seram necessárias.
(3)
A equipe de enfermagem é responsável pela organização e por testar todos os
equipamentos que seram utilizados na reanimação.

Manutenção da temperatura
A equipe de enfermagem recebendo o recém-nascido em campo estéril e seco,
secando-o, retirando os campos úmidos e colocando-o no berço aquecido, evita
a perda por evaporação e condução e também é considerável uma estimulação
tátil para o inicio da respiração.

Aspiração das vias respiratórias:


Secar o recém-nascido e coloque-o em uma superfície firme sob um aquecedor
radiante preaquecido. Use uma posição neutra ou estenda levemente o
pescoço, não mais do que 15 a 30 graus. Para manter essa posição, coloque
um coxim ou manta enrolada sob os ombros. Se a língua for grande ou estiver
causando obstrução, uma cânula oral pode ser necessária. (3)
Usando um cateter macio, aspiração mecânica ou uma seringa, aspire a boca,
depois o nariz, para remover as secreções, mecônio ou outras substâncias. Se
o recém-nascido tem secreções orais em demasia, vire a cabeça de lado para
facilitar a aspiração. Para evitar estimular o reflexo vagal, que pode causar
bradicardia ou apnéia, evite aspirar muito vagarosamente ou por mais de 5
segundos usando um cateter #8 ou #10 com uma pressão de não mais de

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100mmHg. Se aparecer mecônio no liquido amniótico, aspire o neonato ainda


no períneo da mãe, antes da primeira respiração. Se o mecônio for espesso, a
aspiração deve ser feita com um tubo endotraqueal. (3)
Para a realização da aspiração a enfermagem realiza todo o procedimento
conforme o protocolo de cada instituição, no entanto a aspiração direta na
traquéia e a aspiração da traquéia inferior são realizadas pela equipe médica.

Administração de ventilação com pressão positiva:


Se enxugar, aspirar ou outro estimulo tátil (como tocar a sola do pé, esfregar as
costas) não induzir movimentos respiratórios imediatamente, inicie a ventilação
com pressão positiva com uma mascara e bolsa de reanimação imediatamente.
Conecte a bolsa de reanimação a uma fonte de oxigênio e selecione uma
mascara de tamanho correto (tamanho 0 para o neonato prematuro, 1 para o
recém-nascido a termo). Conecte a mascara à bolsa de reanimação. (3)
De pé ao lado, ou por trás da cabeça do recém-nascido, aplique a mascara de
modo que ela cubra o nariz e a boca do neonato, com a borda do queixo do
recém-nascido dentro do anel da mascara. Para obter uma vedação adequada,
faça uma leve pressão para baixo sobre o anel para aplicar a mascara. (3)
Observe a vedação e a técnica de ventilação ventilando duas ou três vezes e
verificando os movimentos torácicos. (Verifique a compressão bolsa de
reanimação apenas com a ponta dos dedos, não com toda a palma.) O tórax do
neonato deve se elevar discretamente, como numa respiração superficial. Uma
respiração profunda indica que os pulmões estão sendo hiperinflados por
excesso de pressão na bolsa de reanimação. (3)
Se o tórax do recém-nascido não se eleva, suspeite de uma vedação
inadequada, um bloqueio das vias respiratórias ou de pressão insuficiente na
bolsa de reanimação. Corrija esses problemas reaplicando a mascara;
reposicionando a cabeça do neonato; verificando a presença de secreção e
aspirando, se necessário; ou aumentando a pressão para 20 a 40 cm H2O ou
até que a válvula de alivio se ative. (3)
Se o tórax se eleva discretamente, forneça uma ventilação inicial por 15 a 30
segundos com oxigênio a 100% a uma freqüência de 40 a 60 ventilações por
minuto. Respirações iniciais podem necessitar de pressão de até 40 cm H2O;
nas ventilações subseqüentes, use apenas a mínima pressão necessária para
movimentar o tórax. (3)
Ações subseqüentes dependem da freqüência cardíaca. Verifique a freqüência
cardíaca com um monitor cardíaco (se não houver monitor disponível, ausculte
o batimento apical com um estetoscópio ou sinta o pulso umbilical na base do
cordão). Para estimar a freqüência cardíaca em 1 minuto, conte os batimentos
por 6 segundo e multiplique por 10. (3)
• Se a freqüência cardíaca estiver acima de 100 batimentos/min e o neonato
respirando espontaneamente, interrompa a ventilação com mascara e bolsa de

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reanimação e forneça estimulação delicada (por exemplo, esfregando a pele).


Monitore o neonato para verificar a estabilização.
• Se a freqüência cardíaca esta acima de 100 batimentos/min, mas o neonato
não está respirando espontaneamente, continue a ventilar com uma freqüência
de 40 movimentos por minuto.
• Se a freqüência cardíaca é de 60 a 100 batimentos/min e esta aumentado,
continue a ventilar. Se freqüência cardíaca esta entre 60 a 80 mas não esta
aumentando, continue a ventilar e certifique-se de que o tórax esteja se
movimentando adequadamente e que o oxigênio fornecido esteja a 100%.
• Se a freqüência cardíaca esta abaixo de 60 batimentos/min ou entre 60 a 80
batimentos/min mas não esta aumentando, outro membro da equipe precisa
iniciar massagem cardíaca (compressões torácicas) imediatamente, enquanto o
outro reanimador continua a ventilar.
A avaliação da freqüência respiratória, freqüência cardíaca, cianose central e de
extremidades, a realização da estimulação nas solas do pé com as pontas do
dedo, e estimulação no dorso do RN que deve ser firme são realizadas pela
equipe de enfermagem. Que também cuidam da monitoração do oxigênio e/ou
da ventilação por pressão positiva conforme é delegado ao enfermeiro ele
realiza o procedimento.

Execução de compressões torácicas:


O reanimador que faz a massagem cardíaca pode usar o método do polegar o
de dois dedos. (3)
Para o método do polegar, coloque ambos os polegares lado a lado sobre o
meio do esterno, com as mãos em torno do tórax e os dedos apoiando as
costas do neonato. Se o recém-nascido é muito pequeno, pode-se colocar um
polegar sobre o outro. (3)
Para o método de dois dedos, coloque as pontas do dedo médio e do anular ou
do indicador sobre o meio do esterno, na linha média, enquanto apóia as costas
do neonato com a outra mão. (3)
Com qualquer um dos métodos, comprima o esterno 1 a 1,5 cm de
profundidade, depois libere a pressão para permitir que o coração se encha;
mantenha os polegares ou dedos em contato com o esterno sempre, mesmo
durante o relaxamento. Aplique 90 compressões/min (uma compressão é igual
a uma massagem mais o relaxamento). Quando fornecer massagem cardíaca,
tenha cuidado de não apertar o tórax com toda a mão e aplicar pressão ao
processo xifóide. O índice de compressões cardíacas para respirações é de 3:1
(90 compressões para 30 respirações por minuto). Cada quarta compressão é
suspensa para permitir uma respiração completa. (3)
Para determinar se as compressões torácicas são eficazes, um profissional
deve avaliar o pulso após 30 segundos de massagem, depois periodicamente
(contando por 6 segundos). Uma vez que a freqüência cardíaca do recém-

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nascido atinja 80 batimentos/min, a massagem cardíaca pode ser interrompida.


Contudo, a ventilação deve continuar ate que a freqüência cardíaca exceda 100
batimentos/min e o recém-nascido respire espontaneamente. (3)
Se a freqüência cardíaca estiver abaixo de 80 batimentos/min, a massagem
cardíaca e a ventilação devem continuar; em alguns casos, drogas de
emergência são administradas nesse ponto. Se o recém-nascido ainda não
responde, a reanimação deve continuar até que o medico decida parar. (3)
Enquanto o pediatra realiza a ventilação, a enfermeira realiza a massagem
cardíaca parando a cada 30 segundos para verificar a FC.

Descompressão gástrica:
A ventilação com mascara e bolsa de reanimação “empurra” o ar para dentro do
estômago, o que pode evitar a expansão completa do pulmão, causar aspiração
de conteúdo gástrico e levar à distensão abdominal (o que impede a
respiração). Consequentemente, quando a ventilação com mascara e bolsa de
reanimação é necessária por mais de 2 minutos, uma sonda orogástrica deve
ser inserida para aspiração de conteúdo gástrico; o tubo é deixado em posição
durante todo o procedimento de reanimação para drenagem do ar. (3)

Drogas de emergência:
Drogas podem ser administradas se o neonato não responder à ventilação com
máscara e bolsa de reanimação e compressões torácicas. Tais drogas são
administradas em geral através das veias umbilicais ou, em alguns casos,
através de uma veia periférica (como do couro cabeludo ou das extremidades)
ou mesmo no tubo endotraqueal. (3)
As drogas também estão indicadas para um neonato cujo coração permanece
com uma freqüência abaixo de 80 batimentos/min, a despeito de ventilação e
massagem adequadas. Se o neonato esta em choque deve-se prescrever um
expansor de volume (em termos ideais, sangue fresco O negativo, cruzado com
o sangue materno; albumina-salina a 5%, soro fisiológico a 0,9% ou solução de
lactato de Ringer também podem ser usados). O expansor de volume é
administrado lentamente durante 5 a 10 minutos por via intravenosa a uma
velocidade de 10ml/kg.

Intubação endotraqueal:
Essa intervenção, que deve ser realizada apenas por um profissional
experiente, está indicada quando se suspeita de hérnia diafragmática, quando o
neonato necessitar de ventilação prolongada, ou quando a ventilação
prolongada com máscara e bolsa de reanimação se mostrar ineficaz. (3)
A intubação endotraqueal também é necessária quando se suspeita de
aspiração de mecônio. Se o líquido amniótico contém mecônio espesso – sinal
de anoxia experimentada in útero – o neonato tem um diagnostico de

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enfermagem de risco de aspiração relacionado com a presença de mecônio no


trato respiratório. Logo que a cabeça do neonato se apresentar, a boca, a
orofaringe e a hipofaringe devem ser aspiradas com uma sonda flexível. (3)
Imediatamente após o parto, um profissional experiente visualiza a laringe com
um laringoscópio, intuba a traquéia e aspira o mecônio das vias respiratórias
inferiores – de preferência aplicando sucção através de um tubo endotraqueal.
Após o tubo ter sido inserido, aplica-se aspiração continua à medida que o tubo
é retirado. Esse procedimento é repetido até que não seja mais aspirado
mecônio. (3)
Durante a intubação o enfermeiro auxilia o pediatra fornecendo o material que
será utilizado, fixando a cabeça do RN, auxilia na aspiração, monitoriza a FC,
respiração e a cor do RN. Após a intubação ausculta o tórax e o abdome, auxilia
na ventilação por pressão positiva e fixa a cânula.
Na sala de parto sempre deve haver uma pessoa habilitada em todas as
técnicas de reanimação e outra pessoa para auxiliar na reanimação.
O neonato recebe o atendimento na própria sala de parto este atendimento é
realizado por médicos neonatologistas, enfermeiras obstetras, técnicos e
auxiliares de enfermagem. (1)

Cuidados pós-reanimação
Observar o neonato se ele apresenta sinais de angustia respiratória, cianose,
apnéia, taquipnéia e retrações inspiratórias. A pressão sanguínea e a perfusão
também podem não estar adequados se isso ocorrer administrar expansores de
volume para reverter o choque. O neonato gasta muita energia durante a
reanimação, portanto devemos monitorar a glicemia pois o mesmo pode
apresentar um quadro de hipoglicemia. (3)
Monitorar o posicionamento do tubo endotraqueal.
Se durante o parto o neonato sofrer asfixia grave, pode ocorrer de o médico
manter glicose sérica em 100 a 150 mg/dl administrando então glicose à 10% e
monitorando o nível de glicose sérica.
Monitorar o hematócrito e avaliar o estado renal.
Monitorar a temperatura da pele do neonato.
Nunca devemos nos esquecer de manter e realizar um suporte com a família,
pois esta estará precisando de atenção, suporte e comunicação adequada
nesta hora.

CONCLUSÃO:
No presente estudo foi descrito os passos da RCP em RN na sala de parto e o
papel da equipe de enfermagem nesse procedimento. Pode-se notar que o
enfermeiro é muito importante nesse momento, pois a assistência prestada pela
equipe de enfermagem é fundamental e a capacitação é indispensável pois

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muitos não estão preparados para essa situação, a comunicação durante a


RCP é essencial para o sucesso.
Porém os trabalhos sobre esse tema são muito escassos. A padronização dos
passos da RCP é importante pois assim a assistência prestada é rápida e
eficaz, salvar vidas é traumatizante e estressante, por isso essa tarefa deve-se
ter um lider que não tenha ansiedade, para não interferir no procedimento, além
de orientar com responsabilidade, mantendo uma postura moral e ética.
O líder que assume essa posição geralmente é o médico pois ele que assume o
aspecto da terapêutica a ser aplicada, por isso também a escassez de trabalhos
na área de enfermagem. No entanto o enfermeiro atua como líder, para
administrar a dinâmica conforme a terapêutica adotada. Assim concluímos que
o médico é o líder no atendimento e o enfermeiro é o líder na coordenação dos
procedimentos na RCP.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Kimura A.F., Fernandes K., Práticas assistênciais em reanimação do recém-
nascido no contexto de um centro de parto normal. Rev. Esc. Enfermagem USP.
São Paulo. 2005. 39 (4): 383 – 390.
2. Ribeiro M.A.S., Lopes M.H.I., Impacto do programa de reanimação neonatal.
Scientia Medica. Porto Alegre. Abril. / Jun. 2007. 17 (2): 79 – 86.
3. Kenner C., Enfermagem neonatal. 2. ed. Rio de Janeiro: Reichmann &
Affonso Editores; 2001.

________________________________________________________________
1 Graduanda do curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
(UNISA), [e-mail] ja_ck_peq@yahoo.com.br
2 Professora da Disciplina de Pediatria da Universidade de Santo Amaro
(UNISA), Enfermeira Especialista em Pediatria e Neonatologia.

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O papel das Ciências Humanas na formação acadêmica do


professor de Educação Física: um estudo de caso
EDER ALEXANDRE MAGALHÃES(1)

CARLOS ALEXANDRE FELICIO BRITO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Diversas transformações vêm ocorrendo no cenário mundial nas últimas
décadas. Com o advento do neoliberalismo, as relações humanas, políticas,
econômicas e sociais adquiriram características singulares, impondo a toda
sociedade, não só um novo estilo de vida, mas também novos desafios.
Entre estes, o papel das universidades na sociedade, bem como, o tipo de
formação que estas fornecem aos seus discentes, merecem especial atenção
devido a sua relevância, frente às novas dimensões cotidianas.
A influência direta da organização econômica mundial no universo acadêmico,
transformado em instrumento para competição mercadológica é abordada por
Santos (2005), Nozaki (1999) e Frigoto (in: CASTELLANI Filho 1999), entre
outros.
Neste cenário, valoriza-se, cada vez mais a formação prática, especializada e
imediatista onde o foco central é a inserção do sujeito no mercado de trabalho
(ANDRIOLI, 2003). Esta, aliás, representa uma característica própria dos
tempos contemporâneos, onde a responsabilidade pelo emprego é do indivíduo
(GENTILI in LOMBARD,SAVIANI e SANFELICE, org. 2005). Com isto, a
formação humana e os aspectos reflexivos, parecem, gradativamente, perder
espaço na universidade (ANDRIOLI, 2003).
No caso específico da educação física, que historicamente foi utilizada com
interesses políticos (CASTELLANI FILHO, 1988) seja para manipulação, seja
para alienação do individuo, ainda constatamos resquícios das estruturas
herdadas do regime militar brasileiro na organização dos cursos de formação de
professores da área.
No que diz respeito à estruturação desses cursos Betti e Betti (1996) destacam
dois tipos de currículos muito utilizados nas IES (Instituições de Ensino
Superior) brasileiras, o “tradicional-esportivo”, que enfatiza a aspectos
biológicos/psicológicos, presente, também, na maneira como muitos egressos
vêem a área (FIGUEIREDO, 2004) e o “técnico-científico”, que faz uma
aproximação com as ciências humanas, além de sugerirem uma terceira via,
baseado na prática reflexiva. Outros autores também apontam para a
necessidade da valorização do aporte cientifico das ciências humanas na
formação do educador físico. (FIGUEIREDO, 2004; CARVALHO, 2001;
MASCARENHAS, 1997; DAOLIO in CARVALHO e RUBIO, orgs, 2001).
Deste modo, este estudo se justifica, mediante uma necessidade real de

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criarmos novos mecanismos que contribuam na formação acadêmica de


profissionais que possam intervir na realidade concreta da sociedade propondo
alternativas para uma nova experiência social.

OBJETIVO:
O presente estudo teve como objetivo observar a percepção dos discentes que
cursam Faculdade de Educação Física, em Licenciatura, frente ao
conhecimento das disciplinas relacionadas às ciências humanas e sua
aplicabilidade na prática profissional.

METODOLOGIA:
Este estudo se caracteriza como um estudo transversal, exploratório e de
campo.

Amostra e local

Foram selecionados alunos de ambos os gêneros, com idade universitária,


regularmente matriculados no primeiro ano (primeiro e segundo semestres) e
no último ano (sexto semestre) no curso de Licenciatura em Educação Física de
uma universidade privada, localizada na região da Capela do Socorro, na
cidade de São Paulo no ano de 2009.
A amostra era composta por 112 alunos no total sendo 77 do primeiro e
segundo semestres, o que representa 68,7% dos alunos pesquisados no
primeiro ano e 35 alunos do sexto semestre, representando 31,3% de alunos
concluintes do ano de 2009.
Os voluntários foram esclarecidos acerca dos termos legais de tal pesquisa,
determinados pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade, para sua
aplicabilidade e assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido na
presença dos pesquisadores e de uma testemunha.

Instrumentos utilizados na aplicação da pesquisa

Foi construído um instrumento (questionário) piloto para verificação ou rejeição


da hipótese e, principalmente, para mensuração de sua eficiência quanto a sua
aplicabilidade. O mesmo foi aplicado em 15 alunos do quarto semestre do curso
de educação física do período matutino em ambos os gêneros. Constatamos a
necessidade de adequação do instrumento de pesquisa em virtude de sua
extensão demandar um tempo excessivo para resposta (por volta de
30minutos), gerando desinteresse dos pesquisandos, o que poderia refletir
assim em uma falta de confiabilidade da sua descrição.
Após análise dos resultados do questionário-piloto, reestruturamos o teste da

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seguinte forma:
- A primeira parte reservada para identificação pessoal do pesquisado,
contendo nome, número do registro do aluno na universidade, semestre em que
está matriculado, sua formação (pois a universidade também dispõe de alunos
matriculados no curso de bacharelado), idade e sexo.
- A segunda parte, composta por uma questão fechada, na qual procurava
identificar a percepção dos alunos sobre o grau de importância das disciplinas
da grade curricular da universidade em sua formação acadêmica. Foram
determinados três grupos distintos para essas disciplinas. Denominamos de:
Grupo das Ciências Humanas (GCH), o Grupo das Ciências Biológicas (GCB) e
o Grupo das Ciências Específicas do Curso de Educação Física (GCEEF). Tal
aferição foi realizada por meio de uma escala que variava de 1 a 5
gradativamente positiva.
- A terceira parte constava de duas questões abertas, sendo a primeira para
verificar o conhecimento dos discentes acerca do conceito de Ciências
Humanas e seus objetivos e a segunda, procurando identificar a relação
atitudinal do pesquisando em uma situação-problema relacionada à indisciplina
dos alunos do ensino fundamental II, nas aulas de educação física.

Procedimentos Analíticos

Foi utilizado à estatística não paramétrica descritiva, o teste de Mann-Whitney


entre os grupos e o teste t de Wilcoxon entre as variáveis. A probabilidade
utilizada na presente pesquisa foi de 5% (p=0,05). Para efetivação dos cálculos
foi utilizado o SPSS 13.0. Para análise das respostas abertas, fundamentando-
nos na análise do conteúdo, categoria presente nas pesquisas qualitativas,
definida por Chizzotti (2006, p.115) como “um conjunto de procedimentos e
técnicas de extrair o sentido de um texto por meio das unidades elementares
[...] como palavras-chaves”. Procuramos identificar a freqüência destas da
seguinte forma:
Acerca da questão referente aos conhecimentos sobre Ciências Humanas
buscamos por um lado termos como sociedade, relações humanas,
contemporaneidade ou por outro, corpo humano, homem e mulher, aspectos
biológicos, etc. No caso das questões referentes a verificação atitudinal do
pesquisado, buscamos identificar termos como mudar o método, mudar a
estratégia, refletir sobre a aula e replanejar ou, por outro lado, palavras como
diretoria, advertência, suspensão, excluir,tirar, não participar da aula, etc.
Os alunos deveriam responder ao instrumento na presença dos avaliadores e
de uma testemunha, sem contato com terceiros, porém, poderiam sanar
dúvidas decorrentes durante o seu preenchimento. Não foi imposto tempo
mínimo ou máximo para conclusão dos questionários, mas sua entrega deveria
ocorrer imediatamente a sua finalização. Foi observado um tempo de resposta

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de aproximadamente 12 minutos.

RESUMO:
Mesmo com a crise deflagrada na economia mundial desde 2008 e a constante
intervenção dos Estados para salvar bancos, indústrias e setores vitais para a
manutenção da ordem burguesa, o discurso neoliberal continua subsidiando a
atual estrutura socioeconômica.
Sob esta óptica mercadológica a educação, principalmente de nível superior,
apresenta-se como importante ferramenta para o fornecimento de mão-de-obra
“qualificada” para o avanço tecnológico-comercial, refletindo diretamente os
anseios do mercado e também sofrendo suas conseqüências.
Nozaky (1999, p.5) analisa as atuais mudanças no campo educacional e sua
relação com os anseios do capital, definindo a ingerência deste no modelo de
qualificação profissional existente no Brasil. Segundo o autor, existe atualmente
uma relação muito próxima entre educação e capital produtivo e a prova disso
são “os ajustes, orientados pelo Banco Mundial e Fundo Monetário
Internacional (FMI) a serviço do grande capital especulativo e financeiro,
canalizando-se,entre outras instâncias, para as reformas na educação”.
Frigoto (in: Castellani Filho 1999, p.49) reforça esta idéia caracterizando no
plano educacional, o Banco Mundial como “o grande definidor da filosofia, dos
valores, das políticas educacionais e das concepções de conhecimento”
presentes no Brasil e em outros países que buscam se adequar a lógica
globalizante atual.
No interior do universo acadêmico, o que se percebe, é a busca,
incessantemente, em formar um profissional que atenda aos interesses
imediatos do capital. O discurso da necessidade de se capacitar para o
mercado de trabalho, na grande maioria das vezes, apresenta-se como
norteador dos interesses acadêmicos, sobressaindo-se frente aos de
intervenções qualitativas na sociedade, servindo assim, aos interesses de uma
minoria que controla os meios de produção e se beneficia de todo um sistema
educacional voltada ao lucro capitalista. Para Andrioli (2003, p.03), em
conseqüência disso “cresce a sobrevalorização do pragmatismo, da eficiência
meramente técnica e do conformismo. O mais importante é a formação
profissional, concebida como único meio de acesso ao trabalho”.
Especificamente em relação à educação física e, principalmente, a formação
acadêmica do professor da área, também existe uma influência direta do
panorama econômico com a organização e produção científica das IES
(Instituto de Ensino Superior) no Brasil. Segundo Betti e Betti (1996, p.10) as
instituições privadas, em virtude de exigências mercadológicas, privilegiam um
currículo denominado “tradicional-esportivo” que enfatiza as chamadas
“disciplinas práticas” baseado no conceito de “execução e demonstração” por

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parte dos graduandos de habilidades técnicas e capacidades físicas. O autor


identifica outro modelo curricular ao qual denomina “orientação técnico-
cientifica” que valoriza as disciplinas teóricas, porém, de forma limitada, pois
sua aplicação se limita a disciplina de prática de ensino, relegando às outras
disciplinas, apenas, a responsabilidade com os conhecimentos produzidos por
sua própria área. O mesmo autor ainda aponta que este currículo geralmente
não é utilizado em sua forma pura, mas combinado com o tradicional-esportivo.
É evidente que a universidade, de modo geral, desempenha um papel
extremamente significativo sobre a prática dos seus egressos. O modo como foi
desenvolvida a formação acadêmica pode, e deve agregar um conjunto de
ferramentas que propicie ao profissional compreender o processo em que está
inserido, tendo subsídios para modificá-lo, caso considere necessário.
Portanto, buscando compreender o papel desenvolvido pela universidade e sua
contribuição para formação do profissional crítico e reflexivo, após a análise dos
resultados, constatamos que:
Não está havendo mudança significativa entre alunos ingressantes e alunos
concluintes, do curso de educação física, no modo como os mesmos
consideram que deve ser a postura do professor em relação a indisciplina
presente na educação física escolar (p0,1207). Neste sentido Betti e Betti
(1996) identificam este fenômeno como conseqüência da construção de um
conhecimento desenvolvido pelo próprio profissional a partir do que este
considera útil para sua atividade, chamado pelos autores de conhecimento
tácito.
Acerca dos conhecimentos sobre Ciências Humanas e seus objetivos na
educação física, conforme verificamos, além de praticamente não encontrarmos
diferença entre discentes primeiro anistas ou último anistas, conforme
comprovado inferencialmente (P0,5090), percebemos que há na sua grande
maioria, mesmo considerando estas disciplinas importantes, que os mesmos
concluem o curso de formação de professores na área, sem saber o significado
e a aplicabilidade que os conhecimentos provenientes das áreas humanísticas
podem acrescentar para sua prática profissional. Tal constatação parece
corroborar com a afirmação de Daolio (in CARVALHO e RUBIO, org, 2001,
p.36) segundo o qual “o aporte de conhecimentos oriundos das ciências sociais
parece não ter conseguido romper totalmente a falsa dicotomia natureza/cultura
presente na área”.
A partir da análise da percepção dos pesquisandos sobre a importância de cada
área do conhecimento sobre sua formação acadêmica, constatamos que as
disciplinas relacionadas às ciências biológicas representam o segmento mais
valorizado tanto para alunos ingressantes como para concluintes do curso.
Figueiredo (2004, p.90) reforça tal idéia constatando que “muitos alunos que
ingressam no curso de Educação Física já trazem uma concepção dessa área
de estudos como promotora de saúde restrita ao aspecto biológico[...]”.

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Percebemos ainda que, a única alteração na maneira de pensar dos alunos em


relação ao grupo de disciplinas componentes deste grupo ocorreu na disciplina
de Cinesiologia (p0,0065). Neste caso, acreditamos que o desconhecimento
acerca da própria disciplina e sua área de atuação científica aos alunos do
primeiro ano ao que, ao atribuírem valores mais significativos para esta, os
alunos concluintes reforçam a idéia de valorização da área.
No campo de análise das ciências específicas, da área de educação física,
constatamos que ocorre a manutenção da maneira de pensar entre os dois
grupos pesquisados na maior parte das disciplinas (Atividades rítmicas e
expressivas p0,0639, técnicas de estudo e pesquisa em educação física
p0,1055, jogos e brincadeiras populares p0,6410, ginástica artística p0,8481,
educação física adaptada p0,7963, voleibol p0,1947, handbol p0,7051,
basquete p0,8744, artes marciais p0,0762 e futebol p0,0864). Verificamos que
em três componentes específicos (Atividades Aquáticas, Organização em
Eventos Escolares e Atletismo) a importância dada pelos alunos concluintes foi
menor do que para os ingressantes (p0,0144, p0,0065 e p0,0354,
respectivamente). Esta alteração pode representar um feeback negativo dos
alunos sobre a forma como essas três disciplinas foram desenvolvidas durante
o curso, porém, não podemos ratificar tal afirmação, pois não era objetivo do
questionário aferir individualmente a avaliação sobre os componentes
curriculares.
De modo geral, a estruturação do curso de licenciatura em educação física da
universidade analisada, pouco vem agregando para que os conhecimentos
provenientes das ciências humanas cheguem à prática profissional do professor
de educação física. Segundo Betti e Betti (1996, p.13) “a verbalização e a
teorização saber-fazer é muito importante para os professores universitários,
mas nem sempre o é para os profissionais”.
Consideramos que na sociedade contemporânea, os ingressantes em um curso
superior de educação física, frutos de uma estrutura midiática massificadora,
que por décadas influenciam, principalmente, o modo de pensar ocidental,
fundamentado em um discurso relacional de esporte/saúde, tendam a
identificarem sua área de atuação sob está mesma ótica, porém, o que
constatamos com a análise dos dados empíricos é que no último semestre do
curso, com a formação acadêmica praticamente concluída, pouco tem sido
agregado no que consideramos ser um conhecimento que promova um
profissional crítico e reflexivo. Inferencialmente, o modo como pensa um aluno
ingressante praticamente mantêm-se inalterado após seis semestres dentro da
universidade.
Acreditamos que a Universidade tenha uma responsabilidade muito maior com
seu egresso e, principalmente, com a sociedade, do que vem exercendo até
então. De acordo com Betti (2005, p.185) espera-se que a Universidade
“contribua para a solução de problemas educacionais, desde a adequada

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formação de professores de educação física até a elaboração de políticas


públicas de esporte e lazer”.
Consideramos, assim, que um curso de licenciatura deva formar profissionais
que se identifiquem com a possibilidade transformadora da realidade social que
historicamente foi determinada pela classe dominante vigente. Para tanto,
Mascarenhas (1997, p.5) considera fundamental apresentar “uma alternativa
capaz de materializar a utopia de uma práxis pedagógica que aponte para
superação de um paradigma esportivizante e biologizante de educação física.”
Carvalho (in CARVALHO e RUBIO, org, 2001) reforça a idéia de não se fixar no
movimento, mas compreender todo o processo. Para a autora a “leitura
proveniente do referencial teórico fundamentado nas ciências humanas permite
a ampliação do universo reflexivo do sujeito” (ibidem, p.99).

CONCLUSÃO:
Por meio da análise dos dados e do referencial bibliográfico, podemos
considerar que há, de fato, necessidade de mantermos uma discussão efetiva
acerca da importância da formação humanística do professor de educação
física.
Considerando a relevância desse profissional no processo educativo de
crianças e jovens em fase escolar e, por outro lado, a pressão exercida pela
lógica capitalista sobre a sociedade, o universo acadêmico deveria servir de
referência para uma educação significativa e transformadora dos problemas
sociais.
Porém, o que constatamos inferencialmente é que, em pouco a universidade
tem agregado na formação acadêmica do discente em educação física. Estes,
após 6 semestres de estudo mantém praticamente inalterado o modo de avaliar
a importância das disciplinas relacionadas a Ciências Humanas, as Ciências
Biológicas e as Ciências Específicas do curso de Educação Física, refletindo,
muito mais o impacto das imposições sociais do que as experiências
universitárias.
Dentro deste cenário, tanto discentes primeiro anistas como último anistas, em
sua maioria absoluta, (78% e 77% respectivamente), inferencialmente
(P0,5090) não sabem o significado de Ciências Humanas e sua aplicabilidade
na prática profissional do professor de Educação Física.
Deste modo, consideramos que, em virtude do currículo universitário privilegiar
uma formação técnica, preocupada com a inserção do aluno no mercado de
trabalho, de acordo com as exigências técnico-mercadológicas neoliberal, em
oposição ao sujeito reflexivo e questionador, não esta havendo alteração
significativa no modo de pensar ou agir do egresso frente à determinada
situação. Comparando os grupos da pesquisa a forma como estes responderam
que agiriam a uma situação de indisciplina durante uma aula ministrada por eles

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não apresentou alteração em seu aspecto atitudinal (P0,1207).


Portanto, em virtude da necessidade eminente de uma educação superior que
reflita os anseios da sociedade como um todo e não os interesses de uma única
classe social, este estudo propõe o aprofundamento do debate acerca da
importância das Ciências Humanas na formação acadêmica do professor de
Educação Física.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BETTI, I.C.R. e BETTI, M. Novas perspectivas na formação profissional em
educação física. Motriz, v.2, n. 1, p.10-15, junho/1996.

BETTI, M. Educação física como prática científica e prática pedagógica:


reflexões à luz da filosofia da ciência. Revista Brasileira de Educação Física e
Esporte. v.19, n.3, p.183-197, julho/setembro 2005.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis:


Vozes, 2006.
________________________________________________________________
Analise estatística desenvolvida com o apoio do Prof. Dr. Gerlando Augusto
Sampaio Franco de Lima da Universidade de São Paulo.
http://lattes.cnpq.br/6304605693985600

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O PAPEL DO ENFERMEIRO DURANTE O PRÉ-NATAL


ANDREA HENRIQUE DOS SANTOS(1)

EGLE DE LOURDES FONTES J OKAZAKI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A assistência à saúde da mulher em especial o pré-natal, tem sido considerada
de extrema importância na saúde materno-infantil pela Saúde Pública. No Brasil
os índices persistentes de mortalidade materno e neonatal têm motivado o
Ministério da Saúde a criar alternativas para melhorar a qualidade do
atendimento as mulheres no período gravídico.
Sobre a assistência ao pré-natal, a gestação caracteriza-se por ser um período
de mudanças físicas e emocionais, determinando que o principal objetivo do
acompanhamento pré-natal seja o acolhimento à mulher, o oferecimento de
respostas e de apoio aos sentimentos de medo, dúvidas, angústias, fantasias,
ou simplesmente, à curiosidade de saber sobre o que acontece com seu corpo
(1).
Baseado na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a
regulamentação do exercício da Enfermagem, e do Decreto nº 94.406, de 08 de
junho de 1987, o qual regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, Para
o pré-natal de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pela enfermeira
(2).
Em 2001, a Secretaria Municipal de Saúde decidiu investir na necessidade de
elaborar o primeiro protocolo, entre eles o de Enfermagem na Atenção a Saúde
da Mulher, que tem como grande objetivo captar a mulher no início da gestação
e acompanhá-la e prestar assistência até o puerpério (2) .
Desse modo, faz-se pensar na dimensão da responsabilidade do enfermeiro na
captação das gestantes, quais os procedimentos serão seguidos e
principalmente a importância que seu trabalho exerce na prevenção de
morbimortalidade materno-infantil.
Visando a organização das ações da enfermeira assegurado pela lei 7.498/86 e
reafirmado pela Resolução COFEN nº 271/2002, um grupo de enfermeiras do
Programa de Saúde da Família, elaboraram um documento contendo diretrizes
operacionais dirigidas à assistência da mulher na gestação, durante o pré-natal
e no puerpério, procurando instrumentalizar o profissional e proporcionar
qualidade no atendimento (2) .

OBJETIVO:
Descrever e refletir sobre os movimentos de mudança e importância da

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representação social, que o enfermeiro tem na saúde pública na consulta de


enfermagem no pré-natal.

METODOLOGIA:
O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica sobre a atuação do
enfermeiro na consulta pré-natal, através de consultas realizadas em periódicos
publicados no período de 1985 à 2009, indexados em base de dados SCIELO a
partir das palavras chave: Gravidez, Pré-natal, Complicações da gravidez e
Educação em Saúde.
O período inicial escolhido para pesquisa foi o de 2000 a 2009, porém
encontraram-se artigos de anos anteriores que possuíam conteúdo expressivo e
significativo para a revisão em questão. Não foram encontrados artigos em
inglês ou espanhol que focassem a consulta pré-natal realizada por
enfermeiros. Foram consultados livros específicos de obstetrícia e portarias do
Ministério da Saúde que fundamentam teoricamente a consulta de pré-natal.

RESUMO:
Regulamentação da profissão de enfermeiro
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986:
Art. 1º É livre o exercício da enfermagem em todo o território nacional,
observadas as disposições desta lei.
Art. 2º A enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser
exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional
de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício.
Art. 6º São enfermeiros:
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos
termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica,
conferido nos termos da lei;

Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem cabendo-lhe:


I - privativamente:
i) consulta de enfermagem;
j) prescrição da assistência de enfermagem;
II - como integrante da equipe de saúde:
a) Participação no planejamento, execução e avaliação da programação de
saúde;
g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera;
h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
i) execução do parto sem distócia; (1)

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Regulamentação do Pré-Natal pelo Enfermeiro


Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987.
Art.8º Ao Enfermeiro incumbe:
I - Privativamente:
g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e
nos programas de vigilância epidemiológica;
h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e
ao recém-nascido;
i) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;

l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência e execução


do parto sem distócia; (1)

Formação acadêmica do enfermeiro


Particularmente na enfermagem, o ensino encontrou suporte nas mudanças
ocorridas na Saúde Pública, a fim de capacitar os alunos nesta trajetória de
inovações. Essas mudanças vem afetando o currículo e projetos políticos de
ensino, para formação de profissionais de enfermagem conhecedores dos
problemas sociais e de saúde da população e capazes de intervir na
reorganização do setor de saúde .

Protocolo de Enfermagem
Um processo de reorganização da Atenção Básica a Saúde que tenha
referência o acesso e a equidade, implica intenso trabalho, em várias vertentes
e movimentos. Surgindo então a necessidade de capacitação dos profissionais
e das equipes e disponibilização de instrumentos de apoio ao processo de
trabalho das equipes (2).
Em 2001, a Secretaria Municipal de Saúde criou os primeiros protocolos para
subsidiar as práticas dos profissionais de saúde, entre os eles o protocolo de
Atenção à Saúde da Mulher. Neste protocolo consta o roteiro a ser seguido pela
enfermeira na consulta do pré-natal(2).
A primeira consulta de pré-natal deve ser realizada anamnese, abordando
aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais,
ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual. Deverão ser ouvidas
as dúvidas da mulher e perguntar sobre seus hábitos alimentares, intestinal e
urinário, movimentação fetal e sobre a presença de corrimentos ou de outras
vaginais (3) .
Segundo o Ministério da Saúde, na primeira consulta o profissional deve
solicitar dosagem de hemoglobina e hamatócrito (Hb/Ht), grupo sanguineo e
fator Rh, sorologia para sífilis (VDRL), glicemia em jejum, exame sumário de
urina tipo 1, sorologia de HIV, sorologia de Hepatite B, sorologia para
toxoplasmose, protoparasitológico, colpocitologia oncótica, bacterioscopia da

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secreção vaginal, sorologia para rubéola, urocultura para diagnóstico de


bacteriúria assintomática e ultra-sonografia obstétrica (3) .

Ações educativas
O enfermeiro deverá promover ações educativas, promovendo uma interação
entre ele e a paciente, para trocar experiências e conhecimentos sobre o
processo gestacional.
O Ministério da Saúde estipula os seguintes temas as serem focados: A
importância do pré-natal, higiene e atividade física, nutrição, desenvolvimento
da gestação, modificações corporais e emocionais, medos e fantasias
referentes a gestação e ao parto, atividade sexual, incluindo prevenção das
DST/Aids e aconselhamento para o teste anti-HIV, sintomas comuns na
gravidez e orientação alimentar para as queixas mais freqüentes, sinais de
alerta e o que fazer, preparo para o parto, orientação e incentivo para o
aleitamento materno e orientação específica para as mulheres que não poderão
amamentar, importância do planejamento familiar, sinais e sintomas do parto,
cuidados após o parto, saúde mental e violência doméstica e sexual,
informação acerca dos benefícios legais a que a mãe tem direito, impacto e
agravos das condições de trabalho sobre a gestação, o parto e o puerpério(3).

Procedimentos técnicos
Segundo o Ministério da Saúde , para um bom acompanhamento pré-natal o
enfermeiro tem que ter conhecimentos científicos e realizar as técnicas
corretamente. Cabe aos profissionais de formação acadêmica universitária
capacitar o profissional para realização dos procedimentos técnicos como o
cálculo da Idade Gestacional (IG) e data provável do parto (DPP), técnicas para
a tomada das medidas do peso e da altura, controle da pressão arterial (PA),
palpação obstétrica, medida da altura uterina, ausculta dos batimentos
cardíacos(BCF), registro diário de movimentos fetais (RDMF), aplicação do
teste de estímulo sonoro simplificado (TESS), detecção de edema, preparo das
mamas para o aleitamento e vantagens da amamentação(3) .
Com a finalidade de (orientar e prevenir) o enfermeiro exerce a prevenção
através da educação e autocuidados. Desta forma o enfermeiro promove a
saúde do binômio mãe e filho, de forma saudável, evitando a morbimortalidade
materno infantil.
O enfermeiro tem um papel educativo e cuidativo.

Interpretação de exames
É de fundamental importância o enfermeiro estar capacitado para a
interpretação de exames, nestes resultados baseiam-se as próximas ações do
enfermeiro na consulta do pré-natal.

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Desde a primeira consulta os enfermeiros buscam através de seu trabalho o


acolhimento da gestante logo no primeiro trimestre. Realizando exame físico,
ouvindo as queixas e tirando dúvidas da paciente, orientando e principalmente
exercendo um trabalho preventivo a patologias e realizando condutas em
intercorrências durante a gestação, fazendo-se assim, um diferencial no pré-
natal, promovendo a saúde e prevenindo doenças no período perinatal.

Prevenção do Parto Prematuro


As evidências de que o sinal para o trabalho de parto é dado pelo feto quando
algo lhe diz que a nutrição está tornado-se limitada e que uma alteração no seu
meio ambiente é necessária para sua vida e bem estar .
A prevenção pré-natal no sentido da manutenção do bom estado de saúde da
mulher é um fator fundamental na prevenção do trabalho de parto prematuro.
Embora pouco se sabe o que especificamente previne o parto prematuro alguns
cuidados têm que ser seguidos, um deles é a nutrição que favorece o
crescimento e o desenvolvimento do feto. Desde o início da gestação as
mulheres têm que estar orientadas quanto aos sinais de parto prematuro, como
sangramentos e contrações uterinas (1) .

Prevenção de Infecções na gestação


As infecções vaginais não são especificamente da gestação, mas neste período
por causa do ambiente modificado elas são comuns, e as mais comuns são
Trichomonas vaginalis e candidíase (3).
O enfermeiro tem um papel fundamental na educação a esta paciente relatando
a ela os sinais e sintomas da infecção, para que possa ser tratada
imediatamente, evitando um prejuízo ao feto. Na Candidíase é produzida uma
secreção abundante branca, aquosa, caseosa e muito irritante para a vagina e
os genitais externos e na Vaginite por trichomonas que produz uma secreção
espumosa, abundante, irritante, de coloração verde-amarelada e com um odor
desagradável (2).

Prevenção de Síndromes Hipertensiva da Gestação


A hipertensão arterial gestacional é considerada uma das mais importantes
complicações gestacionais .
A causa específica da HAG não foi definida, apenas existem fatores
predisponentes que incluem a idade (gestantes muito jovens ou muito idosas),
paridade (classicamente uma doença das nulíparas), gestações multíparas,
diabetes mellitus, e hipertensão crônica. Além disso, a incidência de todas as
toxemias, mas especialmente da eclampsia, é significativamente mais alta em
condições sócio-econômicas menos favorecida. A eclampsia é considerada

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uma doença passível de prevenção em quase todas as circunstâncias (3) .


A mulher devidamente assistida pelo enfermeiro sabe reconhecer as alterações
que necessitam de avaliação, permitirá o diagnóstico e o tratamento antes que
a eclâmpsia ocorra. Os sintomas mais comuns são a Hipertensão Arterial,
edema e proteinúria e quando não tratada a tempo a convulsão (1) .

Prevenção de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG)


Diabetes Mellitus caracteriza-se pela intolerância à glicose, diagnosticada
durante a gravidez, que pode ter iniciado ou ser reconhecida pela primeira vez
durante a gestação, geralmente tem início no 2º e 3º trimestres, geralmente
normalizado os níveis de glicose após o parto. O Diabetes Mellitus tem
repercussão sobre a mãe que necessita de mais insulina, maior tendência à
cetose e acidose, maior incidência de abortamento espontâneo em virtude das
alterações vasculares que atingem a circulação placentária, ocorre toxemia em
25% das pacientes e maior infecção do trato urinário. Já sobre o feto ocorre um
rápido crescimento fetal, com acelerado e desenvolvimento esquelético,
deposição excessiva de gordura e retenção hídrica. Podendo levar o feto a
distócia mecânica e ao tocotraumatismo, morte fetal nas 3 ou 4 ultimas
semanas da gestação, maior incidência de sofrimento fetal durante o parto,
complicações respiratórias no recém-nascidos, maior incidência de
malformações congênitas, nervosas, renais e cardíacas (2) .
A conduta da enfermagem é fundamental no rastreamento das gestantes de
risco para diabetes gestacional, orientando quanto a alimentação e identificando
e diagnosticando as pacientes pré-diabeticas ou diabéticas o mais cedo
possível, através de anamnese e exame físico completo. Principalmente
proporcionar educação continuada a respeito da dieta, medicações, sinais e
sintomas da doença e suas complicações (2).

Prevenção de Infecção do Trato Urinário


O perfil microbiológico das infecções urinárias na gravidez é bem conhecido. A
escherichia coli é o uropatógeno mais comum, sendo responsável por três
quartos dos casos (3).
Dentre as complicações destacam-se o trabalho de parto prematuro, ruptura
prematura de membranas amnióticas, restrição de crescimento intra-útero,
recém-nascidos de baixo peso e óbito perinatal(1).
As manifestações clínicas são dor a palpação no hipogástrio, dor ao toque
vaginal, dor em baixo ventre, pode haver Giordano positivo, polaciúria, poliúria,
disúria, nictúria, lombalgia uni e bilateralmente, náuseas e vômitos, febre e
calafrios, irritabilidade uterina (1) .
Para se reduzir as taxas de infecção urinárias e suas complicações durante a
gravidez, várias etapas devem ser consideradas, em diversos pontos da
assistência obstétrica : cabe ao enfermeiro orientar a paciente quanto a

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ingestão de líquidos, higiene dos genitais, dos sinais e sintomas da uma


infecção do trato urinário, para que ela possa perceber mudanças em seu corpo
e procurar assistência o mais rápido possível, ou mesmo saber relatar na
consulta o andamento da sua gestação, para que o enfermeiro possa identificar,
diagnosticar, tratar e até mesmo encaminhar ao médico, sempre que
necessário.

Prevenção de Anemia
Para um transporte adequado de oxigênio para os tecidos, o nível de
hemoglobina deverá estar acima de 11g/dl e hematócrito acima de 32%. Se a
gestante estiver com anemia por deficiência nutricional: ferropriva e policorpiva
pode ter repercussão direta na mãe como menos resistência a infecções,
complicações hemodinâmicas, freqüência de partos prematuros e toxemia
gravídica e para o feto ele pode ser pequeno para idade gestacional, aumentar
a freqüência de sofrimento fetal, mortalidade perinatal aumentada e lesão
neurológica (3).
O enfermeiro tem que ser capaz de saber identificar através dos exames o
estado de saúde da paciente, para tratar ou encaminhar ao médico quando
necessário, e principalmente recomendar sempre a gestante a ingerir alimentos
ricos em ferro como: vísceras, gema de ovo, folhas verdes, grãos enriquecidos
etc.

CONCLUSÃO:
O trabalho do enfermeiro vem submetendo-se a um crescimento acelerado,
através de regularização profissional e criação de protocolos a serem seguidos,
visando a qualidade do pré-natal, para garantir as consultas com o objetivo da
prevenção de doenças, tomadas de decisão nas condutas quando há existência
de intercorrências e principalmente saber identificar, diagnosticar e/ou tratar
doenças e até mesmo encaminhar as gestantes para outro profissional quando
necessário, focando sempre, a qualidade de vida e a saúde materno-perinatal.
Pode-se citar com ênfase na importância do trabalho do enfermeiro as ações
educativas que ele pode e deve promover durante o pré-natal. O profissional
deve repassar seu conhecimento científico adquirido na formação e durante o
exercício da profissão em benefício da mãe e filho no pré-natal, utilizando-se da
criatividade em ações educativas, para que a paciente orientada possa
participar ativamente com o enfermeiro que a assiste, garantindo a saúde do
binômio mãe e filho. Alcançando assim, os objetivos da consulta do pré-natal e
o cumprimento do trabalho do enfermeiro.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Ministério da Saúde. Manual Técnico. Assistência Pré Natal. 2000.(banco de
dados online). http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_11.pdf
Disponível em (2009 jul 22)

2. Costa RKS, Miranda FAN. Sistema Único de Saúde e da família na formação


acadêmica do enfermeiro. Rev. bras. Enferm. 2009 ; 62(2): 300-304.

3. Ziegel EE, Cranley MS. Enfermagem Obstétrica. 8ª ed. Rio de


Janeiro:Guanabara Koogan; 1985. p. 22.

________________________________________________________________
1 Aluna de graduação da Faculdade de Enfermagem da UNISA.
Correspondência: santos_andrea9@hotmail.com
2 Professora Adjunta da Disciplina de Enfermagem na Saúde da Mulher da
UNISA. Mestre em Saúde Materno Infantil

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O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE AS ORIENTAÇÕES SOBRE


O ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
JOANA DE JESUS(1)

TATIANE APARECIDA VENANCIO BARBOZA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A amamentação é um modo insubstituível de fornecer o alimento ideal para o
crescimento e desenvolvimento de lactentes, sendo também uma influência
biológica e emocional sobre a saúde das mães como dos recém-nascidos 1.
O aleitamento materno é considerado um dos pilares fundamentais para a
promoção e proteção da saúde das crianças em todo o mundo. A superioridade
do leite humano como fonte de alimento, de proteção contra doenças e de afeto
fazem com que especialistas do mundo inteiro recomendem a amamentação
exclusiva por 4 a 6 meses de vida do bebê e complementado até pelo menos o
final do primeiro ano de vida.
A ausência de amamentação ou sua interrupção precoce (antes dos 4 meses) e
a introdução de outros alimentos à dieta da criança, durante esse período, são
freqüentes, com conseqüências enormes para a saúde do bebê, como
exposição a agentes infecciosos, contato com proteínas estranhas, prejuízo da
digestão, desnutrição, alta mortalidade infantil em áreas menos desenvolvida,
comprometendo do crescimento e desenvolvimento do bebê, entre outras.
Na ultima pesquisa realizada no Brasil, sobre a situação do aleitamento
materno em nível nacional concluiu-se que a média de amamentação gira em
torno dos 7 meses e de amamentação exclusiva de apenas 1 mês.
Muitos fatores contribuem para o desmame precoce, no entanto, a falta de
conhecimento sobre aleitamento materno por parte das mães tem representado
papel importante na redução da duração desta prática.

OBJETIVO:
Este estudo tem como objetivo identificar quais as orientações e atuações do
enfermeiro na assistência ao aleitamento materno bem como identificar as
principais práticas de conscientização sobre amamentação; bem como definir
as informações necessárias às puérperas sobre as interferências mais comuns
no período de amamentação.

METODOLOGIA:
Trata se de uma pesquisa bibliográfica, visando identificar qual o papel do

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enfermeiro frente as orientações sobre o aleitamento materno. Artigos


relacionados à temática do ano de 1994 a 2009.
O levantamento bibliográfico foi realizado em livros, documentos eletrônicos,
monografias, e artigos científicos periódicos nas bases de dados LILACS
(Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE
(National Library of Medicine) e SCIELO (Scientific Eletrônic Library On Line).
Descritores: Aleitamento Materno, cuidados, orientações e enfermagem.

RESUMO:
DEFINIÇÕES

A seguir veremos quais são as categorias de aleitamento materno


internacionalmente reconhecidas:
– Aleitamento materno exclusivo: a criança recebe unicamente leite humano de
sua mãe ou ama-de-leite, ou leite humano ordenhado, sem outros líquidos ou
sólidos, com exceção de xaropes ou gotas contendo vitaminas, medicamento
ou suplementos minerais;
– Aleitamento materno predominante: a fonte predominante de nutrição da
criança é o leite humano. Contudo, a criança pode receber água ou bebidas à
base de água, sucos de frutas, solução de sais de reidratação oral, gotas ou
xaropes de vitaminas, minerais e medicamentos, e fluidos rituais.
– Aleitamento materno: a criança recebe leite humano (direto da mama ou
ordenhado);
– Aleitamento materno complementado: a criança recebe leite materno e outros
alimentos sólidos, semi-sólidos ou líquidos, incluindo leites não humanos.

ANATOMIA DA MAMA
As mamas são glândulas cutâneas altamente especializadas que apresentam
tamanho variável, e se localizam entre a 2ª e a 6 ª costela e entre o esterno a
linha axilar anterior, sobre os músculos grande peitoral e serrátil. A aréola
encontra-se no centro de cada mama, composta por tecido altamente
pigmentado, disposto de forma circular, com 1,5 a 2,5cm de diâmetro . Por no
centro da aréola esta o mamilo, que contem cerca de 15 a 20 ductos lactíferos .
Em homens e mulheres, as mamas são idênticas até a puberdade, quando o
estrogênio e outros hormônios iniciam o desenvolvimento da mama nas
mulheres.. A glândula mamária é composta pó um conjunto de 15 a 20 lóbulos
mamários, cada um com seu próprio aparelho secretor, onde o leite é estocado
antes de ser ejetado através do mamilo .

FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

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A produção do leite é determinada pelo reflexo da produção e da descida do


leite. Reflexo da prolactina ou da produção do leite

Reflexo da ocitocina , descida do leite.

Os estímulos auditivos, visuais, sentimentos, pensamentos e emoções podem


interferir no reflexo da descida do leite. Sentimentos agradáveis, como ver, tocar
ou ouvir o bebê chorar podem ajudar o reflexo da ocitocina e fazer o leite fluir.
Isso muitas vezes, o simples ato de pensar no bebê ou ouvir seu choro pode
desencadear o gotejamento das mamas. O leite anterior da mamada contém
mais proteínas, minerais e água, e o leite posterior, mais gorduroso e calórico.

COMPOSIÇÃO E CARACTERISTICAS DO LEITE HUMANO

O leite humano é adequado para o bebê e sua composição é única para


atender as necessidades de nossa espécie. Sendo composto por mais de 200
nutrientes, podendo fornecer em torno de 70 Kcal/100ml. A presença de lactose
no leite humano auxilia a proliferação dos Lactobacillus bifidus que por inibir o
crescimento de microorganismos gram-negativos impede o aparecimento de
infecções intestinais

BENEFICIOS DO ALEITAMENTO PARA A MÃE 2:

• Facilita o estabelecimento do vinculo afetivo mãe-filho;


• Previne as complicações hemorrágica no pós-parto e favorece a regressão
uterina;
• É um método natural de planejamento familiar, entretanto somente antes de
seis meses, quando a criança está em aleitamento materno exclusivo, em livre
demanda, inclusive durante a noite, e que a mãe não tenha ainda menstruado;
• Pode reduzir o risco de câncer de ovário e mama;
• Pode prevenir a osteoporose;

BENEFICIOS DO ALEITAMENTO PARA O BEBÊ 2:

• É um alimento completo para o lactente menor de 6 meses, tanto no aspecto


nutricional, como digestivo;
• Facilita a eliminação do mecônio e diminui a icterícia;
• Protege contra infecções, pela ausência do risco de contaminação e pela
presença de anticorpos e de fatores antiinfecciosos;
• Aumenta os laços afetivos mãe-filho, promovendo mais segurança ao bebê;
• Colabora efetivamente para diminuir a taxa de desnutrição protéico-calórica

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para a diminuição dos índices de mortalidade infantil;


• Diminui a probabilidade do desencadeamento de processos alérgicos pelo
retardo da introdução de proteínas heterólogas existentes no leite de vaca;

OBSTÁCULOS A AMAMENTAÇÃO

O uso de chupetas e mamadeiras

A criança que usa chupeta corre um risco maior de não receber os benefícios
do aleitamento materno durante os primeiros seis meses. Esses objetos quando
inadequadamente higienizados, torna-se veículos de agentes geradores de
enteropatias, e provocam problemas de má-absorção, anemias e diarréia,
levando a desnutrição e muitas vezes, à morte.
Crianças que chupam chupetas amamentam-se menos. O enfermeiro deve
estar alerta para este fato e procurar intervir mais intensamente para que o
desmame não ocorra 3.
Mamilos doloridos

Durante a amamentação muitas mães sentem dor nos mamilos, e muitas vezes
desistem de amamentar seus filhos precocemente. Trauma mamilar é uma
importante causa de desmame e sua prevenção é primordial.

Ingurgitamento mamário

O ingurgitamento mamário reflete falha no mecanismo de auto-regulação da


fisiologia da lactação, resultando em congestão e aumento da vascularização,
acúmulo de leite e edema devido à obstrução da drenagem linfática pelo
aumento da vascularização e enchimento dos alvéolos. O aumento de pressão
intraductal faz com que o leite acumulado, se torne mais viscoso, originando o
"leite empedrado”.
Ingurgitamento discreto é normal e não requer intervenção. O ingurgitamento
excessivo ocorre com mais freqüência entre as primíparas, aproximadamente 3
a 5 dias após o parto. Leite em abundância, início tardio da amamentação,
mamadas infreqüentes, restrição da duração e freqüência das mamadas e
sucção ineficaz do bebê favorecem o aparecimento do ingurgitamento.
Portanto, amamentação em livre demanda, iniciada logo após o parto e com
técnica correta, são medidas eficazes na prevenção do ingurgitamento.

Mastite

.A mastite é uma infecção bacteriana de um ou mais segmentos da mama. Na


maioria das vezes, são as fissuras a porta de entrada da bactérias21. Na

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mastite, a parte afetada está dolorosa, hiperemiada, edemaciada e quente. O


comprometimento geral é importante, com febre e mal-estar importante.
Recomendações úteis na prevenção da mastite puerperal, como iniciar a
amamentação o mais precocemente possível, amamentar em livre demanda e
com técnica correta, e evitar o uso de suplementos alimentares.

Cirurgia de redução de mama

Muitas mulheres com mamoplastia redutora prévia não conseguem sucesso na


amamentação apesar dos esforços e da informação, antes da cirurgia, de que
poderiam amamentar plenamente. Essas mulheres e seus filhos devem ter
acompanhamento pela equipe de enfermagem rigorosamente.

Implante de silicone

Em virtude do uso cada vez mais freqüente de implantes de próteses de


silicone, algumas mães temem amamentar, por acreditarem que esta prótese
prejudicará seus bebês.

Mãe trabalhadora

O trabalho materno fora do lar pode ser um obstáculo à amamentação, porém


não a impede.
As mãe devem ser informadas que o acondicionamento e o manuseio
adequados do leite materno ordenhado são essenciais para a saúde do bebê .
A refrigeração e o congelamento podem ser utilizados para a conservação do
leite ordenhado por no máximo, 24 horas e 15 dias, respectivamente.
A mamadeira é o pior método de oferecer o leite ao bebê não só por razões de
risco, mas também por gerar distorções no funcionamento da musculatura do
rosto da criança e provocar possíveis alterações ortodônticas.

Uso de medicamentos

As drogas podem ser prejudiciais à amamentação, porque podem inibir a


produção do leite, diminuindo o fluxo mamário e mudar a composição do leite.

Medo e ansiedade da mãe

É comum as mães ficarem ansiosas e sentirem medo, especialmente quando


estão diante de uma situação nova da qual elas não têm domínio. O enfermeiro
deve identificar as causas desse medo e ansiedade na mulher e procurar ajudá-
la.

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Idade materna

A idade materna jovem esta relacionada à menor duração do aleitamento, um


nível educacional mais baixo, poder aquisitivo menor e, muitas vezes, o fato de
serem solteiras.

Situação sócio-econômica

O grau de instrução materna, afeta a motivação para o amamentar. As mães de


classes menos favorecidas, também menos instruídas, freqüentemente não
casadas, começam o pré-natal mais tarde e, conseqüentemente, se preocupam
em decidir sobre a forma do aleitamento também mais tarde. O índice de
aleitamento exclusivo é três vezes maior nas mães com mais de oito anos de
escolaridade, quando comparado as com menos de oito anos de escolaridade.

Leite fraco ou insuficiente

Uma queixa comum durante a amamentação é "pouco leite" ou "leite fraco" 3. A


insegurança faz com que a mãe, com freqüência, interprete o choro do bebê e
as mamadas freqüentes como sinais de fome. A suplementação com outros
leites muitas vezes alivia a tensão materna, e essa tranqüilidade é repassada
ao bebê, que passa a chorar menos, vindo a reforçar a idéia de que a criança
estava passando fome. Uma vez iniciada a suplementação, a criança passa a
sugar menos o peito, e como conseqüência vai haver menor produção de leite,
processo que com freqüência culmina com a interrupção da amamentação 3. É
necessário que o enfermeiro esteja atento para oferecer aconselhamento
adequado às mães e suas famílias .

Fissura Mamilar

Fissura mamilar é a ruptura do tecido que recobre o mamilo; as feridas


denominam-se rachaduras e as profundas, fissuras. A fissura mamilar é um
fator que dificulta a amamentação, por causar dor e apresentar sangramento,
sendo mais encontrada em primíparas. As atividades de prevenção e promoção
para a saúde fazem parte do papel do enfermeiro, este deve investir em
atividades como visitas domiciliares, palestras, grupos de apoio e
aconselhamento para incentivar a manutenção.

PAPEL DA ENFERMAGEM ANTES, DURANTE E APÓS A AMAMENTAÇÃO

O enfermeiro deve ter bastante conhecimento técnico e científico para que as


mães nutrizes depositem confiança em todas as suas orientações, estes

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profissionais precisam ver essas mães como pessoas que sentem, de maneira
que se importem com seus sentimentos e medos diante desta nova situação,
porque as mães que amamentam necessitam de apoio.

É função da Enfermagem:

• Conhecer as teorias de Enfermagem para orientar a sua aplicação à família


que estiver amamentando.
• Gerenciar a promoção, o apoio e a prática do aleitamento materno,
garantindo, por meio da educação continuada, uma assistência mais completa.
• Organizar habilidades para criar parcerias entre hospitais, escolas e
comunidades.
• Conscientizar a população de que o aleitamento materno é um dever da mãe
e um direito da criança. Isto levado a sério, toda humanidade será beneficiada.

CONCLUSÃO:
Na luta pela valorização desta prática do aleitamento, os profissionais, de
saúde, deverão atentar para as várias formas de orientações, uma delas o
aconselhamento.
Nós, profissionais de enfermagem, desempenhamos um papel de extrema
importância na assistência à mulher-mãe-nutriz. Para tal, temos que ter
conhecimentos e nos manter atualizados e habilitados, tanto no manejo clinico
ao do aleitamento exclusivo, a fim de intensificar as ações promovidas durante
o período de pós-parto hospitalar, como também, para garantir que o
aleitamento materno continue após o fim da licença maternidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. MACHADO, JFL; FREITAS, MJ; BUENO, SBS. Método especial de
alimentação de recém-nascido: o copinho. 2007. 48 f. Trabalho de Conclusão
de Curso (TCC) – Universidade Bandeirantes de São Paulo, Curso de
Enfermagem, Osasco 2007.

2. SPALLICI, M. D. B. et AL. Aspectos perinatais do aleitamento materno:


orientações durante o pré-natal. . In: XI Encontro Paulista de Aleitamento
Materno, 2000, São Paulo 2000. p. 45.

3. GIUGLIANI, ERJ. O aleitamento materno na prática clínica. J. pediatr. (Rio


J.). 2000; 76.

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________________________________________________________________
1 – Graduando em enfermagem pela Faculdade de Enfermagem – FAENF da
Universidade de Santo Amaro, São Paulo-SP. Rua: Amado Benedito Vilas
Boas, nº 386 – Parelheiros, São Paulo, SP – CEP 04866-000
joanawlt@hotmail.com.

2 – Mestre em Saúde Coletiva, Docente da disciplina de Saúde Coletiva, da


Universidade de Santo Amaro tativb@bol.com.

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O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA MÉDICA


AMBULATORIAL (AMA): UM NOVO MODELO ASSISTENCIAL DA
REDE BÁSICA DE SAÚDE
ALINE OLIVEIRA FERREIRA DE SOUSA(1)

TATIANE APARECIDA VENANCIO BARBOZA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Para a construção de um novo modelo assistencial de saúde é indispensável
repensar o processo de trabalho, visando à qualidade da atenção à saúde,
tanto para o usuário quanto para equipe de saúde atuante. Para concretização
desse processo o está orientado pelo principio da integralidade, sendo as
necessárias ferramentas: interdisciplinares, intersetoriais, e a humanização da
assistência. (1)
A Secretária Municipal de Saúde (SMS) ciente da lacuna existe no sistema
municipal de saúde, referente ao atendimento à população de consulta médicas
nas especialidades básicas, foi proposto à implementação das AMA’s. (1)
O processo de implementação teve inicio em 2005, e atualmente existem 115
AMA’s distribuídos pelas regiões do município de São Paulo. As unidades são
preferencialmente acopladas às Unidades Básicas de Saúde (UBS), mas
também são acopladas aos Ambulatórios de Especialidades (AE) e Hospitais.
(2)
A AMA tem a finalidade de selar a lacuna da atenção básica, sendo responsável
pelo atendimento imediato, sem a rigidez de agendamento prévio que é
tradicional da UBS, que resultava na grande demanda da população por pronto-
socorros, ambulatórios de especialidades e hospitais. (3)
É um modelo assistencial projetado para o atendimento de usuários que
apresentam patologias de baixa e média complexidade. (4) Esses usuários
geralmente necessitam de procedimentos compatíveis com a Atenção Básica,
não exigindo a estrutura dos pronto-socorros ou hospitais. (1)
Contudo a AMA tem como objetivo geral aumentar a acessibilidade da
população à rede básica de saúde, oferecendo atendimentos rápidos, e
assistência médica sem agendamento anterior. (2)
E como objetivos específicos além do atendimento sem agendamento prévio
para especialidades básicas, absorvendo a demanda de pacientes nos
atendimentos de baixa e média complexidade nos prontos-socorros. E oferecer
retaguarda para as UBS, proporcionando agilidade nos procedimentos,
diagnósticos rápidos e tratamento terapêutico, oferecendo atendimento
humanizado através do acolhimento da demanda espontânea, e garantindo
assistência e acompanhamento nas UBS, e ações de vigilância epidemiológica,

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identificação e notificação de casos, garantindo a continuidade e a qualidade da


assistência. (2)
O atendimento nas AMA’s tem seu processo de trabalho estruturado
principalmente na Avaliação e Classificação de Risco. Com base nessa
estrutura são realizados as atividades assistenciais, como acolhimento,
consultas e procedimentos.
A AMA em seu padrão básico é composta pelos seguintes profissionais: um
gerente, de quatro a seis médicos, dois enfermeiros assistenciais, seis
auxiliares / técnicos de enfermagem, um técnico de radiologia, um técnico de
farmácia, um técnico de informática, quatro a seis auxiliares administrativos e
para cada quatro AMA um farmacêutico supervisor. (3)
A unidades AMA’s são consideradas um modelo assistencial intermediário entre
a atenção básica as UBS e pronto-socorro é um modelo novo da administração
do município de São Paulo. (3)

OBJETIVO:
O presente estudo tem como objetivos:
• Descrever o processo de trabalho do enfermeiro atuante em uma unidade
AMA.
• E identificar, junto aos enfermeiros, o conhecimento sobre suas
responsabilidades assistenciais e administrativas.

METODOLOGIA:
Tipo de Estudo
Estudo descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa.

População e Amostra
O estudo foi realizado em uma unidade AMA, sob gestão do Instituto de
Responsabilidade Social Sírio Libanês, localizado na região centro-oeste do
município de São Paulo. A unidade faz parte da rede básica de saúde publica
desde maio de 2008.
Para inclusão na pesquisa foram considerados os seguintes critérios: ser
enfermeiro do serviço de saúde AMA e participar da coleta de dados através da
entrevista. Foram sujeitos do estudo todos os enfermeiros que atuam na
unidade, a população constou de três enfermeiros.

Instrumento de Coleta de Dados


A coleta foi realizada através de entrevistas (Anexo II) semi-estruturadas com
os participantes, uma vez que se pretende proporcionar maior facilidade para a
abordagem dos sujeitos sobre o tema apresentados, orientar para uma

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conversa com finalidade, onde deve ser o facilitador de abertura, de ampliação


e comunicação. “Trata-se de quebrar o gelo; de ter a resposta do agente social
sobre a sua disponibilidade de dar informações; de criar um clima o mais
possível descontraído e de conversa.” (5)
As perguntas fechadas/especificas foram utilizadas com intuito de obter a
descrição dos enfermeiros atuantes na unidade AMA, a pergunta abertas
resultaram no completo da descrição das atribuições realizadas.
As entrevistas foram realizadas com agendamento prévio, na unidade AMA,
com auxilio de um gravador, após a autorização do entrevistado.
Após a coleta dos dados, as entrevistas foram transcritas e os resultados
submetidos à análise temática proposta, onde as falas dos entrevistados estão
separadas de acordo com as idéias comuns, associadas de acordo com que se
encaixe as respostas ao tema abortado durante a entrevista. (6)

Procedimento Ético
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Santo Amaro (UNISA), sendo considerado aprovado, de acordo
com o numero, visando garantir aos participantes durante a pesquisa de campo,
o respeito dos direitos humanos conforme a Resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde referenteas diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos estabelecendo justiça e ética. (7).
Somente após aprovação a coleta dos dados junto aos participantes foi iniciada.
A participação foi voluntária e os objetivos do estudo foram esclarecidos através
do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo I) previamente
apresentado no início da coleta dos dados.
E com a finalidade de preservar o anonimato dos enfermeiros entrevistado foi
encolhida a palavra “E” e em seqüência uma numeração que segue a ordem
cronológica de cada entrevista realizada (E1, E2 e E3).

RESUMO:
A unidade é referência para a população residente da região centro-oeste do
Município de São Paulo, porém é uma unidade nova que foi inaugurada em
maio de 2008, é gerenciada pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio
Libanês.
Como preconizado preferencialmente toda unidade AMA deve ser acoplada a
outro serviço de saúde.(2) Esta AMA esta acoplada a um Ambulatório de
Especialidades, assim alguns serviços são compartilhados entre ambas, como,
raio-X, esterilização, sala de emergência, e a farmácia.

Caracterização Profissional
O tempo de formação dos enfermeiros varia de 21 a 02 anos, quanto à

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instituição de graduação, um formado na Universidade Católica de Santos, um


na Universidade de Marília, e um na Universidade São Camilo.
Em relação à pós-graduação, dois enfermeiros relataram ter cursos de
especialização.
“Primeiro fiz administração hospitalar que há muito tempo atrás todo enfermeiro
tinha que ser administrador e depois fiz UTI em 2003, atualmente estou fazendo
na atuação de supervisão de enfermagem como Gestão em Saúde no SENAC,
por que gerenciamento não é fácil temos que aprender várias técnicas para
errar menos”. E1
“Em 2005 comecei a pós em cardiologia pela UNIFESP (...) fiz também pós em
UTI pela UNIFESP agora iniciei outra pós em administração hospitalar e tenho
já o curso de ACLS”. E2
Os dados coletados referente à formação dos enfermeiros indicam um nível de
capacitação profissional qualificada, podendo contribuir nos serviços de
assistência prestados.
Destaca-se a experiência profissional dos enfermeiros, que relatam experiência
anterior nos serviços de urgência e emergência.
“Minha área sempre foi mais em Pronto Socorro, (...) trabalhei no hospital São
Paulo, no Pronto Socorro de Diadema, no Sabóya no Jabaquara (...) em 93 foi
para terapia intensiva para conhecer o outro lado do tratamento do paciente,
fiquei cinco anos nessa (...) entrei no Sírio Libanês em 2006, lá trabalhava na
unidade de internação e tive a oportunidade de vir para cá”. E1
“Já trabalhava no corpo de bombeiros, entrei em 2003 no resgate dos
bombeiros, remoção inter hospitalar na PS remoções, depois na Bandeirantes
urgências médicas, aonde eu presto serviço de remoção até hoje, dou aula,
palestras para empresas, para outras faculdades como em Rondônia Goiânia”.
E2
“Anteriormente era técnica de enfermagem por 14 anos, trabalhei no Hospital
Universitário, numa empresa de doenças crônicas, clinica médica e cirúrgica e
pronto atendimento.” E3
A experiência profissional pode agir como facilitadora do processo de trabalho
dos enfermeiros.
Os enfermeiros da unidade foram selecionados pelo Instituto de
Responsabilidade Social (IRS) do Sírio Libanês, o tempo de atuação na unidade
varia de 1 ano e 4 meses à 7 meses.
A unidade faz parte da rede publica de saúde, mas como é gerenciada pelo
IRS do Sírio Libanês, o processo de seleção e recrutamento de colaboradores
realizado pela empresa gerenciadora.

Competências da equipe de enfermagem


A enfermagem tem em sua essência o cuidado ao ser humano, seja individual
ou coletivo, na família ou comunidade, tendo o cuidado como à principal

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atuação. Prestando cuidados terapêuticos, e proporcionando uma assistência


humanizada com base nos princípios éticos e na Política Nacional de
Humanização, contribui para melhoria da qualidade do serviço publico de
saúde. (7)
Compete ao atendimento da equipe de enfermagem, acolhimento, classificação
de risco, atividades educativas coletivas, mensuração dos sinais vitais, glicemia
capilar, coleta de exames laboratoriais, eletrocardiograma, administração de
medicamentos orais e injetáveis, inalação, hidratação intravenosa, terapia de re-
hidratação oral, curativo ambulatorial, retirada de pontos, sondagem vesical de
alivio (para realização de exame). (3) Com relação às crianças verificação de
peso e altura, banho em crianças pequenas que apresentam hipertemia.
“De assistencial a gente exerce praticamente tudo, verifica sinais vitais,
punciona criança, punciona velhinhos, crianças com difícil acesso, agiliza o
atendimento.” E2
“Acho que muito é a função do enfermeiro é assistencial, verifico sinais vitais
quando o paciente esta instável, tudo que um técnico faz a gente também faz,
pelo menos eu”. E3
Os enfermeiros da unidade exercem atividades assistenciais, o destaque é a
priorização da assistência direta ao paciente e o interesse em proporcionar é
atendimento ágil e de qualidade.
O enfermeiro é responsável pela equipe de auxiliares de enfermagem, mesmo
que a equipe esteja treina e qualificada, o enfermeiro precisa estar presente na
unidade para realização de supervisão. (8)
Com relação às atividades exclusivas dos enfermeiros estão dividas foram
divididas entre supervisão e assistencial. O enfermeiro supervisor é responsável
por: quantificação do número de atendimentos, direcionamento dos
encaminhamentos para UBS e escalas de trabalho.
“A supervisão da unidade que é feita pelo enfermeiro (...) tanto o enfermeiro da
manha quanto da tarde, estão orientados também a estar junto comigo, pois
não é o meu trabalho meu serviço, é a nossa equipe a enfermagem (...) o
enfermeiro não é capaz de enxergar tudo (...) tenho que contar com a equipe
que estou trabalhando”. E1
Aos enfermeiros assistenciais tanto do período diurno quanto vespertino, são
responsáveis por: organizar as salas, realizar pedido e reposição de materiais,
conferencia das drogas da sala de emergência, tanto do carro de emergência
quanto das bolsas que são utilizadas na remoção do paciente grave, solicitação
de material para farmácia e almoxarifado, avaliação do paciente se deve ter
atendimento priorizado, orientação ao usuário sobre o atendimento prestado na
unidade, atendimento dos pacientes considerados graves, supervisão e
direcionamento da equipe de enfermagem.
“Aqui o enfermeiro faz tudo, quando ele não esta fazendo, esta delegando, ou
esta supervisionando, (...) sempre na urgência ou emergência o auxiliar também

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entra, mas quem toma a frente da liderança é o enfermeiro”. E1


“O enfermeiro resolve tudo, referente ao bom andamento e atendimento na
unidade (...) função do enfermeiro aqui na verdade é agilizar o atendimento (...)
aqui não pode se prender a uma atividade, uma função, tem que rodar”. E2
“É difícil definir o papel do enfermeiro, a gente tem que tocar uma unidade, a
gente trabalha muito com previsão provisão (...) mas a gente nunca é só
assistencial a gente também é gerencial não tem como você dizer que não (...)
a enfermeira esta aqui para agilizar o processo o atendimento do paciente, até
a consulta do médico, tem pessoas que ficam aqui 2 horas até fazer o ciclo
todo, imagine esse paciente que esta com uma dorzinha no peito esperar 2
horas para chegar no médico, o meu papel é tirar ele das 2 horas de espera e
agilizar o processo”. E3
Na identificação das atividades executadas pelo enfermeiro notou-se a sincronia
das respostas, os enfermeiros da unidade não se prendem há uma única
função/papel. Entre os enfermeiros assistenciais foi possível identificar o papel
do enfermeiro na unidade, resolver as inter-corrências diárias, direcionar e
supervisionar a equipe de auxiliares de enfermagem, estar observando os
pacientes avaliando se necessitam de atendimento prioritário e principalmente
garantir o fluxo de funcionamento da unidade, sempre com o intuito de
beneficiar o usuário.
Os encaminhamentos são indicados quando a queixa do paciente não pode ser
solucionada na AMA, ou por ultrapassar o grau de complexidade de seu
atendimento e/ou em casos de doenças crônicas que necessitam de
atendimento continuo. Nos casos de casos de alta complexidade são
encaminhados para o hospital de referencia ou pronto-socorro. (6)
“O médica avalia e faz o diagnóstico da patologia, definir a patologia é exclusivo
do médico, o encaminhamento então ele vem e procura a enfermeira de plantão
e diz “vou encaminhar esse paciente por que ele esta com ataque intra
ventricular” (...) para decidir para onde o paciente vai ser encaminhado, o
médico consulta o enfermeiro. E3
“O enfermeiro que encaminha para outra rede hospitalar, como o hospital da
USP”. E2
Após o preenchimento da ficha de encaminhamento o médico procura o
enfermeiro, que decide para qual estabelecimento de referencia o paciente
deve ser encaminhado.
A remoção é responsabilidade do enfermeiro e avisar o serviço de referência
sobre o motivo da remoção é feito pelo enfermeiro ou médico, o paciente é
levado de ambulância de uso especifico. Durante a remoção de casos de
urgência o enfermeiro seleciona um auxiliar de enfermagem para acompanhar o
paciente, e nos casos de emergência o enfermeiro e/ou médico que
acompanham o paciente na remoção.
A contra-referencia é indicada para o nível de atenção primário a UBS. (6) Os

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pacientes são encaminhados para UBS quando identificado a necessidade de


encaminhamento para alguma especialidade médica.
“Assistente social faz o agendamento dos pacientes que passaram em consulta
paciente, os que não tem uma urgência para passar com especialista vão para
o posto de saúde, que é referencia dele e passa com o clinico que encaminha
para especialidade que ele vai precisar”. E1
O supervisor de enfermagem é responsável pelo direcionamento dos
encaminhamentos para UBS, no intuito de garantir a continuidade do
tratamento.
Em relação da visão os enfermeiros sobre a proposta da unidade
“Acho a proposta muito boa, mas a população não sabe direito como funciona
(...) a maior dificuldade do AMA é a referencia e contra-referencia, quem faz o
que (...) tem aqueles pacientes que tem a referencia e contra referencia
errônea, vem com a carta de encaminhamento para UBS ou carta de
encaminhamento de ortopedista então ai a gente começa a fazer as orientações
ao paciente”. E3
“O AMA é um serviço que está crescendo em São Paulo, veio para desafogar o
PS, para quem dava entrada no PS sem gravidade, e se conforme foi
preconizado no protocolo AMA se ele funcionar como esta funcionando hoje, as
pessoas só tem a ganhar”. E2
Nesse sentido os enfermeiros expressão suas opiniões sobre a AMA. Foi
identificado que a população precisa de orientação sobre os serviços prestados
na unidade, e estar ciente que as especialidades médicas da unidade são as
básicas, sendo na área de pediatria e clinica, assim não atendendo outras
especialidades, mas por outro ângulo a proposta inicial da Assistência Médica
Ambulatorial é realizada, proporcionando um bom atendimento aos usuários.

CONCLUSÃO:
Na unidade de estudo foi possível observar que o enfermeiro desempenha
diversos papeis, estão cientes sobre suas responsabilidades administrativas e
assistenciais.
A supervisão da unidade é feita pela enfermagem, o direcionamento, estoque
de materiais, liderança em situações de emergência, e avaliação da priorização
do atendimento aos pacientes graves, são atribuições dos enfermeiros.
As características referentes à formação e experiência profissional são fatores
importantes a serem destacados, pois são facilitadores para o tipo de
atendimento prestado na unidade.
A AMA em sua proposta disponibiliza para os usuários atendimento médico
para patologias de baixa e média complexidade, sendo assim, o atendimento
prestado na unidade é compatível com a estrutura disponível.
O fluxo de funcionamento da unidade e a tomada de decisão são

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Imprescindíveis para contextualizar o papel do enfermeiro na unidade de AMA,


mas de uma unidade com pouco tempo de funcionamento ainda há a
necessidade de melhorias na estrutura, para receber e atender os usuários.
É importante destacar que presente estudo pretende contribuir para o
conhecimento do papel dos enfermeiros nas Unidades de Assistência Médica
Ambulatorial.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
(1) São Paulo (Cidade). Secretaria Municipal de Saúde. Atenção Básica e PSF.
Documento norteador: compromisso das Unidades Básicas de Saúde com a
população. São Paulo; 2005; Mar. [acesso em 2009 jun 01]; [aproximadamente
25 p]. Disponível em:
http://www.aps.santamarcelina.org/aps/Pdf/normas/AMA.pdf
(2) São Paulo (Cidade). Prefeitura de São Paulo Secretaria da Saúde. Diretrizes
da Assistência Médica Ambulatorial na Atenção Básica. 2009; Jan. . [acesso em
2009 jun 01]; [aproximadamente 46 p]. Disponível em:
http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/saude/areas_tematicas/004
9/AMA_ManualDiretrizesTecnicas.pdf
(3) Puccini PT. As unidades de assistência médica ambulatorial (AMA) do
Município de São Paulo, condições de funcionamento e repercussões sobre a
atenção básica no Sistema Única de Saúde, 2006. Cad. Saúde Publica. 2008;
Dez.: 24 (12): 2755-2766.
(4) São Paulo (Cidade). Prefeitura da Cidade de São Paulo Secretaria da
Saúde. Avaliação do impacto dos serviços AMA (Assistência Médica
Ambulatorial) na produção dos estabelecimentos de saúde do Município de São
Paulo. 2007; Jan. .[acesso em 2009 jun 01]; [aproximadamente 20 p].
Disponível em:
http://www.saudeprev.com.br/comunidade/artigos/avaliacaoamasjaneiro2007.pd
f
(5) Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, p. 226, 1977.
(6) BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96. Decreto nº
93.933. Rio de Janeiro de 1987. Estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo
seres humanos. Bioética, v. 4, n. 2, Suplemento. p. 15-25, 1996.

________________________________________________________________
TCC

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O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA MÉDICA


AMBULATORIAL (AMA): UM NOVO MODELO ASSISTENCIAL DA
REDE BÁSICA DE SAÚDE
ALINE OLIVEIRA FERREIRA DE SOUSA(1)

TATIANE APARECIDA VENANCIO BARBOZA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Para a construção de um novo modelo assistencial de saúde é indispensável
repensar o processo de trabalho, visando à qualidade da atenção à saúde,
tanto para o usuário quanto para equipe de saúde atuante. Para concretização
desse processo o está orientado pelo principio da integralidade, sendo as
necessárias ferramentas: interdisciplinares, intersetoriais, e a humanização da
assistência. (1)
A Secretária Municipal de Saúde (SMS) ciente da lacuna existe no sistema
municipal de saúde, referente ao atendimento à população de consulta médicas
nas especialidades básicas, foi proposto à implementação das AMA’s. (1)
O processo de implementação teve inicio em 2005, e atualmente existem 115
AMA’s distribuídos pelas regiões do município de São Paulo. As unidades são
preferencialmente acopladas às Unidades Básicas de Saúde (UBS), mas
também são acopladas aos Ambulatórios de Especialidades (AE) e Hospitais.
(2)
A AMA tem a finalidade de selar a lacuna da atenção básica, sendo responsável
pelo atendimento imediato, sem a rigidez de agendamento prévio que é
tradicional da UBS, que resultava na grande demanda da população por pronto-
socorros, ambulatórios de especialidades e hospitais. (3)
É um modelo assistencial projetado para o atendimento de usuários que
apresentam patologias de baixa e média complexidade. Esses usuários
geralmente necessitam de procedimentos compatíveis com a Atenção Básica,
não exigindo a estrutura dos pronto-socorros ou hospitais. (1)
Contudo a AMA tem como objetivo geral aumentar a acessibilidade da
população à rede básica de saúde, oferecendo atendimentos rápidos, e
assistência médica sem agendamento anterior. (2)
E como objetivos específicos além do atendimento sem agendamento prévio
para especialidades básicas, absorvendo a demanda de pacientes nos
atendimentos de baixa e média complexidade nos prontos-socorros. E oferecer
retaguarda para as UBS, proporcionando agilidade nos procedimentos,
diagnósticos rápidos e tratamento terapêutico, oferecendo atendimento
humanizado através do acolhimento da demanda espontânea, e garantindo
assistência e acompanhamento nas UBS, e ações de vigilância epidemiológica,

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identificação e notificação de casos, garantindo a continuidade e a qualidade da


assistência. (2)
O atendimento nas AMA’s tem seu processo de trabalho estruturado
principalmente na Avaliação e Classificação de Risco. Com base nessa
estrutura são realizados as atividades assistenciais, como acolhimento,
consultas e procedimentos.
A AMA em seu padrão básico é composta pelos seguintes profissionais: um
gerente, de quatro a seis médicos, dois enfermeiros assistenciais, seis
auxiliares / técnicos de enfermagem, um técnico de radiologia, um técnico de
farmácia, um técnico de informática, quatro a seis auxiliares administrativos e
para cada quatro AMA um farmacêutico supervisor. (3)
A unidades AMA’s são consideradas um modelo assistencial intermediário entre
a atenção básica as UBS e pronto-socorro é um modelo novo da administração
do município de São Paulo. (3)

OBJETIVO:
Descrever o processo de trabalho do enfermeiro atuante em uma unidade AMA.
E identificar, junto aos enfermeiros, o conhecimento sobre suas
responsabilidades assistenciais e administrativas.

METODOLOGIA:
Tipo de Estudo
Estudo descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa.

População e Amostra
O estudo foi realizado em uma unidade AMA, sob gestão do Instituto de
Responsabilidade Social Sírio Libanês, localizado na região centro-oeste do
município de São Paulo. A unidade faz parte da rede básica de saúde publica
desde maio de 2008.
Para inclusão na pesquisa foram considerados os seguintes critérios: ser
enfermeiro do serviço de saúde AMA e participar da coleta de dados através da
entrevista. Foram sujeitos do estudo todos os enfermeiros que atuam na
unidade, a população constou de três enfermeiros.

Instrumento de Coleta de Dados


A coleta foi realizada através de entrevistas (Anexo II) semi-estruturadas com
os participantes, uma vez que se pretende proporcionar maior facilidade para a
abordagem dos sujeitos sobre o tema apresentados, orientar para uma
conversa com finalidade, onde deve ser o facilitador de abertura, de ampliação
e comunicação. “Trata-se de quebrar o gelo; de ter a resposta do agente social

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sobre a sua disponibilidade de dar informações; de criar um clima o mais


possível descontraído e de conversa.”
As perguntas fechadas/especificas foram utilizadas com intuito de obter a
descrição dos enfermeiros atuantes na unidade AMA, a pergunta abertas
resultaram no completo da descrição das atribuições realizadas.
As entrevistas foram realizadas com agendamento prévio, na unidade AMA,
com auxilio de um gravador, após a autorização do entrevistado.
Após a coleta dos dados, as entrevistas foram transcritas e os resultados
submetidos à análise temática proposta, onde as falas dos entrevistados estão
separadas de acordo com as idéias comuns, associadas de acordo com que se
encaixe as respostas ao tema abortado durante a entrevista.

Procedimento Ético
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Santo Amaro (UNISA), sendo considerado aprovado, visando
garantir aos participantes durante a pesquisa de campo, o respeito dos direitos
humanos conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde
referenteas diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo
seres humanos estabelecendo justiça e ética.
Somente após aprovação a coleta dos dados junto aos participantes foi iniciada.
A participação foi voluntária e os objetivos do estudo foram esclarecidos através
do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo I) previamente
apresentado no início da coleta dos dados.
E com a finalidade de preservar o anonimato dos enfermeiros entrevistado foi
encolhida a palavra “E” e em seqüência uma numeração que segue a ordem
cronológica de cada entrevista realizada (E1, E2 e E3).

RESUMO:
A unidade é referência para a população residente da região centro-oeste do
Município de São Paulo, porém é uma unidade nova que foi inaugurada em
maio de 2008, é gerenciada pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio
Libanês.
Como preconizado preferencialmente toda unidade AMA deve ser acoplada a
outro serviço de saúde. (2) Esta AMA esta acoplada a um Ambulatório de
Especialidades, assim alguns serviços são compartilhados entre ambas, como,
raio-X, esterilização, sala de emergência, e a farmácia.

Caracterização Profissional
O tempo de formação dos enfermeiros varia de 21 a 02 anos, quanto à
instituição de graduação, um formado na Universidade Católica de Santos, um
na Universidade de Marília, e um na Universidade São Camilo.

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Em relação à pós-graduação, dois enfermeiros relataram ter cursos de


especialização.
“Primeiro fiz administração hospitalar que há muito tempo atrás todo enfermeiro
tinha que ser administrador e depois fiz UTI em 2003, atualmente estou fazendo
na atuação de supervisão de enfermagem como Gestão em Saúde no SENAC,
por que gerenciamento não é fácil temos que aprender várias técnicas para
errar menos”. E1
“Em 2005 comecei a pós em cardiologia pela UNIFESP (...) fiz também pós em
UTI pela UNIFESP agora iniciei outra pós em administração hospitalar e tenho
já o curso de ACLS”. E2
Os dados coletados referente à formação dos enfermeiros indicam um nível de
capacitação profissional qualificada, podendo contribuir nos serviços de
assistência prestados.
Destaca-se a experiência profissional dos enfermeiros, que relatam experiência
anterior nos serviços de urgência e emergência.
“Minha área sempre foi mais em Pronto Socorro, (...) trabalhei no hospital São
Paulo, no Pronto Socorro de Diadema, no Sabóya no Jabaquara (...) em 93 foi
para terapia intensiva para conhecer o outro lado do tratamento do paciente,
fiquei cinco anos nessa (...) entrei no Sírio Libanês em 2006, lá trabalhava na
unidade de internação e tive a oportunidade de vir para cá”. E1
“Já trabalhava no corpo de bombeiros, entrei em 2003 no resgate dos
bombeiros, remoção inter hospitalar na PS remoções, depois na Bandeirantes
urgências médicas, aonde eu presto serviço de remoção até hoje, dou aula,
palestras para empresas, para outras faculdades como em Rondônia Goiânia”.
E2
“Anteriormente era técnica de enfermagem por 14 anos, trabalhei no Hospital
Universitário, numa empresa de doenças crônicas, clinica médica e cirúrgica e
pronto atendimento.” E3
A experiência profissional pode agir como facilitadora do processo de trabalho
dos enfermeiros.
Os enfermeiros da unidade foram selecionados pelo Instituto de
Responsabilidade Social (IRS) do Sírio Libanês, o tempo de atuação na unidade
varia de 1 ano e 4 meses à 7 meses.
A unidade faz parte da rede publica de saúde, mas como é gerenciada pelo IRS
do Sírio Libanês, o processo de seleção e recrutamento de colaboradores
realizado pela empresa gerenciadora.

Competências da equipe de enfermagem


A enfermagem tem em sua essência o cuidado ao ser humano, seja individual
ou coletivo, na família ou comunidade, tendo o cuidado como à principal
atuação. Prestando cuidados terapêuticos, e proporcionando uma assistência
humanizada com base nos princípios éticos e na Política Nacional de

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

***
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Humanização, contribui para melhoria da qualidade do serviço publico de


saúde.
Compete ao atendimento da equipe de enfermagem, acolhimento, classificação
de risco, atividades educativas coletivas, mensuração dos sinais vitais, glicemia
capilar, coleta de exames laboratoriais, eletrocardiograma, administração de
medicamentos orais e injetáveis, inalação, hidratação intravenosa, terapia de re-
hidratação oral, curativo ambulatorial, retirada de pontos, sondagem vesical de
alivio (para realização de exame). (3) Com relação às crianças verificação de
peso e altura, banho em crianças pequenas que apresentam hipertemia.
“De assistencial a gente exerce praticamente tudo, verifica sinais vitais,
punciona criança, punciona velhinhos, crianças com difícil acesso, agiliza o
atendimento.” E2
“Acho que muito é a função do enfermeiro é assistencial, verifico sinais vitais
quando o paciente esta instável, tudo que um técnico faz a gente também faz,
pelo menos eu”. E3
Os enfermeiros da unidade exercem atividades assistenciais, o destaque é a
priorização da assistência direta ao paciente e o interesse em proporcionar é
atendimento ágil e de qualidade.
O enfermeiro é responsável pela equipe de auxiliares de enfermagem, mesmo
que a equipe esteja treina e qualificada, o enfermeiro precisa estar presente na
unidade para realização de supervisão. (8)
Com relação às atividades exclusivas dos enfermeiros estão dividas foram
divididas entre supervisão e assistencial. O enfermeiro supervisor é responsável
por: quantificação do número de atendimentos, direcionamento dos
encaminhamentos para UBS e escalas de trabalho.
“A supervisão da unidade que é feita pelo enfermeiro (...) tanto o enfermeiro da
manha quanto da tarde, estão orientados também a estar junto comigo, pois
não é o meu trabalho meu serviço, é a nossa equipe a enfermagem (...) o
enfermeiro não é capaz de enxergar tudo (...) tenho que contar com a equipe
que estou trabalhando”. E1
Aos enfermeiros assistenciais tanto do período diurno quanto vespertino, são
responsáveis por: organizar as salas, realizar pedido e reposição de materiais,
conferencia das drogas da sala de emergência, tanto do carro de emergência
quanto das bolsas que são utilizadas na remoção do paciente grave, solicitação
de material para farmácia e almoxarifado, avaliação do paciente se deve ter
atendimento priorizado, orientação ao usuário sobre o atendimento prestado na
unidade, atendimento dos pacientes considerados graves, supervisão e
direcionamento da equipe de enfermagem.
“Aqui o enfermeiro faz tudo, quando ele não esta fazendo, esta delegando, ou
esta supervisionando, (...) sempre na urgência ou emergência o auxiliar também
entra, mas quem toma a frente da liderança é o enfermeiro”. E1
“O enfermeiro resolve tudo, referente ao bom andamento e atendimento na

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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unidade (...) função do enfermeiro aqui na verdade é agilizar o atendimento (...)


aqui não pode se prender a uma atividade, uma função, tem que rodar”. E2
“É difícil definir o papel do enfermeiro, a gente tem que tocar uma unidade, a
gente trabalha muito com previsão provisão (...) mas a gente nunca é só
assistencial a gente também é gerencial não tem como você dizer que não (...)
a enfermeira esta aqui para agilizar o processo o atendimento do paciente, até
a consulta do médico, tem pessoas que ficam aqui 2 horas até fazer o ciclo
todo, imagine esse paciente que esta com uma dorzinha no peito esperar 2
horas para chegar no médico, o meu papel é tirar ele das 2 horas de espera e
agilizar o processo”. E3
Na identificação das atividades executadas pelo enfermeiro notou-se a sincronia
das respostas, os enfermeiros da unidade não se prendem há uma única
função/papel. Entre os enfermeiros assistenciais foi possível identificar o papel
do enfermeiro na unidade, resolver as inter-corrências diárias, direcionar e
supervisionar a equipe de auxiliares de enfermagem, estar observando os
pacientes avaliando se necessitam de atendimento prioritário e principalmente
garantir o fluxo de funcionamento da unidade, sempre com o intuito de
beneficiar o usuário.
Os encaminhamentos são indicados quando a queixa do paciente não pode ser
solucionada na AMA, ou por ultrapassar o grau de complexidade de seu
atendimento e/ou em casos de doenças crônicas que necessitam de
atendimento continuo. Nos casos de casos de alta complexidade são
encaminhados para o hospital de referencia ou pronto-socorro.
“O médica avalia e faz o diagnóstico da patologia, definir a patologia é exclusivo
do médico, o encaminhamento então ele vem e procura a enfermeira de plantão
e diz “vou encaminhar esse paciente por que ele esta com ataque intra
ventricular” (...) para decidir para onde o paciente vai ser encaminhado, o
médico consulta o enfermeiro. E3
“O enfermeiro que encaminha para outra rede hospitalar, como o hospital da
USP”. E2
Após o preenchimento da ficha de encaminhamento o médico procura o
enfermeiro, que decide para qual estabelecimento de referencia o paciente
deve ser encaminhado.
A remoção é responsabilidade do enfermeiro e avisar o serviço de referência
sobre o motivo da remoção é feito pelo enfermeiro ou médico, o paciente é
levado de ambulância de uso especifico. Durante a remoção de casos de
urgência o enfermeiro seleciona um auxiliar de enfermagem para acompanhar o
paciente, e nos casos de emergência o enfermeiro e/ou médico que
acompanham o paciente na remoção.
A contra-referencia é indicada para o nível de atenção primário a UBS. (6) Os
pacientes são encaminhados para UBS quando identificado a necessidade de
encaminhamento para alguma especialidade médica.

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“Assistente social faz o agendamento dos pacientes que passaram em consulta


paciente, os que não tem uma urgência para passar com especialista vão para
o posto de saúde, que é referencia dele e passa com o clinico que encaminha
para especialidade que ele vai precisar”. E1
O supervisor de enfermagem é responsável pelo direcionamento dos
encaminhamentos para UBS, no intuito de garantir a continuidade do
tratamento.
Em relação da visão os enfermeiros sobre a proposta da unidade
“Acho a proposta muito boa, mas a população não sabe direito como funciona
(...) a maior dificuldade do AMA é a referencia e contra-referencia, quem faz o
que (...) tem aqueles pacientes que tem a referencia e contra referencia
errônea, vem com a carta de encaminhamento para UBS ou carta de
encaminhamento de ortopedista então ai a gente começa a fazer as orientações
ao paciente”. E3
“O AMA é um serviço que está crescendo em São Paulo, veio para desafogar o
PS, para quem dava entrada no PS sem gravidade, e se conforme foi
preconizado no protocolo AMA se ele funcionar como esta funcionando hoje, as
pessoas só tem a ganhar”. E2
Nesse sentido os enfermeiros expressão suas opiniões sobre a AMA. Foi
identificado que a população precisa de orientação sobre os serviços prestados
na unidade, e estar ciente que as especialidades médicas da unidade são as
básicas, sendo na área de pediatria e clinica, assim não atendendo outras
especialidades, mas por outro ângulo a proposta inicial da Assistência Médica
Ambulatorial é realizada, proporcionando um bom atendimento aos usuários.

CONCLUSÃO:
Na unidade de estudo foi possível observar que o enfermeiro desempenha
diversos papeis, estão cientes sobre suas responsabilidades administrativas e
assistenciais.
A supervisão da unidade é feita pela enfermagem, o direcionamento, estoque
de materiais, liderança em situações de emergência, e avaliação da priorização
do atendimento aos pacientes graves, são atribuições dos enfermeiros.
As características referentes à formação e experiência profissional são fatores
importantes a serem destacados, pois são facilitadores para o tipo de
atendimento prestado na unidade.
A AMA em sua proposta disponibiliza para os usuários atendimento médico
para patologias de baixa e média complexidade, sendo assim, o atendimento
prestado na unidade é compatível com a estrutura disponível.
O fluxo de funcionamento da unidade e a tomada de decisão são
Imprescindíveis para contextualizar o papel do enfermeiro na unidade de AMA,
mas de uma unidade com pouco tempo de funcionamento ainda há a

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necessidade de melhorias na estrutura, para receber e atender os usuários.


É importante destacar que presente estudo pretende contribuir para o
conhecimento do papel dos enfermeiros nas Unidades de Assistência Médica
Ambulatorial.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
(1) São Paulo (Cidade). Secretaria Municipal de Saúde. Atenção Básica e PSF.
Documento norteador: compromisso das Unidades Básicas de Saúde com a
população. São Paulo; 2005; Mar. [acesso em 2009 jun 01]; [aproximadamente
25 p]. Disponível em:
http://www.aps.santamarcelina.org/aps/Pdf/normas/AMA.pdf
(2) São Paulo (Cidade). Prefeitura de São Paulo Secretaria da Saúde. Diretrizes
da Assistência Médica Ambulatorial na Atenção Básica. 2009; Jan. . [acesso em
2009 jun 01]; [aproximadamente 46 p]. Disponível em:
http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/saude/areas_tematicas/004
9/AMA_ManualDiretrizesTecnicas.pdf
(3) Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. 1977; 226.
(4) BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96. Decreto nº
93.933. Rio de Janeiro de 1987. Estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo
seres humanos. Bioética. 1996; 4 (2): 15-25.

________________________________________________________________
1 Graduanda do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
UNISA – São Paulo/SP.
2 Orientadora e Enfermeira, Mestre em Saúde Coletiva.pelo Universidade de
São Paulo (USP). Docente do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro UNISA – São Paulo/SP.

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O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CONSULTA DO PRÉ-NATAL


ANDREA HENRIQUE DOS SANTOS(1)

EGLE DE LOURDES FONTES J OKAZAKI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A assistência à saúde da mulher em especial o pré-natal, tem sido considerada
de extrema importância na saúde materno-infantil pela Saúde Pública. No Brasil
os índices persistentes de mortalidade materno e neonatal têm motivado o
Ministério da Saúde a criar alternativas para melhorar a qualidade do
atendimento as mulheres no período gravídico.
Sobre a assistência ao pré-natal, a gestação caracteriza-se por ser um período
de mudanças físicas e emocionais, determinando que o principal objetivo do
acompanhamento pré-natal seja o acolhimento à mulher, o oferecimento de
respostas e de apoio aos sentimentos de medo, dúvidas, angústias, fantasias,
ou simplesmente, à curiosidade de saber sobre o que acontece com seu corpo.
Baseado na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a
regulamentação do exercício da Enfermagem, e do Decreto nº 94.406, de 08 de
junho de 1987, o qual regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que
o pré-natal de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pela enfermeira.
Em 2001, a Secretaria Municipal de Saúde decidiu investir na necessidade de
elaborar o primeiro protocolo, entre eles o de Enfermagem na Atenção a Saúde
da Mulher, que tem como grande objetivo captar a mulher no início da gestação
e acompanhá-la e prestar assistência até o puerpério (1) .
Desse modo, faz-se pensar na dimensão da responsabilidade do enfermeiro na
captação das gestantes, quais os procedimentos serão seguidos e
principalmente a importância que seu trabalho exerce na prevenção da
morbimortalidade materno-infantil.
Visando a organização das ações da enfermeira assegurada pela lei 7.498/86 e
reafirmada pela Resolução do COFEN nº 271/2002, um grupo de enfermeiras
do Programa de Saúde da Família, elaborou um documento contendo diretrizes
operacionais dirigidas à assistência da mulher na gestação, durante o pré-natal
e no puerpério, procurando instrumentalizar o profissional e proporcionar
qualidade no atendimento(1).

OBJETIVO:
Descrever e refletir sobre os movimentos de mudança e importância da
representação social, que o enfermeiro tem na saúde pública na consulta de
enfermagem no pré-natal.

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METODOLOGIA:
O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica sobre a atuação do
enfermeiro na consulta pré-natal, através de consultas realizadas em periódicos
publicados no período de 1985 à 2009, indexados em base de dados SCIELO a
partir das palavras chave: Gravidez, Pré-Natal, Complicações da Gravidez e
Educação em Saúde.
O período inicial escolhido para pesquisa foi de 2000 a 2009, porém
encontraram-se artigos de anos anteriores que possuíam conteúdo expressivo e
significativo para a revisão em questão. Não foram encontrados artigos em
inglês ou espanhol que focassem a consulta pré-natal realizada por
enfermeiros. Foram consultados livros específicos de obstetrícia e portarias do
Ministério da Saúde que fundamentam teoricamente a consulta de pré-natal.

RESUMO:
Regulamentação da Profissão de Enfermeiro
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986:
Art. 1º É livre o exercício da enfermagem em todo o território nacional,
observadas as disposições desta lei.
Art. 2º A enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser
exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional
de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício.
Art. 6º São enfermeiros:
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos
termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica,
conferido nos termos da lei;
Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem cabendo-lhe:
I - privativamente:
i) consulta de enfermagem;
j) prescrição da assistência de enfermagem;
II - como integrante da equipe de saúde:
a)Participação no planejamento, execução e avaliação da programação de
saúde;
g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera;
h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
i) execução do parto sem distócia;
Regulamentação do Pré-Natal pelo Enfermeiro
Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987.
Art.8º Ao Enfermeiro incumbe:
I - Privativamente:

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g)participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e


nos programas de vigilância epidemiológica;
h)prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e
ao recém-nascido;
i)acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
l)execução e assistência obstétrica em situação de emergência e execução do
parto sem distócia;
Formação acadêmica do enfermeiro
Particularmente na enfermagem, o ensino encontrou suporte nas mudanças
ocorridas na Saúde Pública, a fim de capacitar os alunos nesta trajetória de
inovações. Essas mudanças vem afetando o currículo e projetos políticos de
ensino, para formação de profissionais de enfermagem conhecedores dos
problemas sociais e de saúde da população e capazes de intervir na
reorganização do setor de saúde .
Protocolo de Enfermagem
Um processo de reorganização da Atenção Básica a Saúde que tenha
referência o acesso e a equidade, implica intenso trabalho, em várias vertentes
e movimentos. Surgindo então a necessidade de capacitação dos profissionais
e das equipes e disponibilização de instrumentos de apoio ao processo de
trabalho das equipes (1).
Em 2001, a Secretaria Municipal de Saúde criou os primeiros protocolos para
subsidiar as práticas dos profissionais de saúde, entre os eles o protocolo de
Atenção à Saúde da Mulher. Neste protocolo consta o roteiro a ser seguido pela
enfermeira na consulta do pré-natal (1).
A primeira consulta de pré-natal deve ser realizada anamnese, abordando
aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais,
ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual. Deverão ser ouvidas
as dúvidas da mulher e perguntar sobre seus hábitos alimentares, intestinal e
urinário, movimentação fetal e sobre a presença de corrimentos ou de outras
vaginais.
Segundo o Ministério da Saúde, na primeira consulta o profissional deve
solicitar dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht), grupo sanguíneo e
fator Rh, sorologia para sífilis (VDRL), glicemia em jejum, exame sumário de
urina tipo 1, sorologia de HIV, sorologia de Hepatite B, sorologia para
toxoplasmose, protoparasitológico, colpocitologia oncótica, bacterioscopia da
secreção vaginal, sorologia para rubéola, urocultura para diagnóstico de
bacteriúria assintomática e ultra-sonografia obstétrica.
Ações educativas
O enfermeiro deverá promover ações educativas, promovendo uma interação
entre ele e a paciente, para trocar experiências e conhecimentos sobre o
processo gestacional.
O Ministério da Saúde estipula os seguintes temas as serem focados: A

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importância do pré-natal, higiene e atividade física, nutrição, desenvolvimento


da gestação, modificações corporais e emocionais, medos e fantasias
referentes a gestação e ao parto, atividade sexual, incluindo prevenção das
DST/Aids e aconselhamento para o teste anti-HIV, sintomas comuns na
gravidez e orientação para as queixas mais freqüentes, sinais de alerta e o que
fazer, preparo para o parto, orientação e incentivo para o aleitamento materno e
orientação específica para as mulheres que não poderão amamentar,
importância do planejamento familiar, sinais e sintomas do parto, cuidados após
o parto, saúde mental e violência doméstica e sexual, informação acerca dos
benefícios legais a que a mãe tem direito, impacto e agravos das condições de
trabalho sobre a gestação, o parto e o puerpério.
Procedimentos técnicos
Segundo o Ministério da Saúde, para um bom acompanhamento pré-natal o
enfermeiro tem que ter conhecimentos científicos e realizar as técnicas
corretamente. Cabe aos profissionais de formação acadêmica universitária
capacitar o profissional para realização dos procedimentos técnicos como o
cálculo da Idade Gestacional (IG) e data provável do parto (DPP), técnicas para
a tomada das medidas do peso e da altura, controle da pressão arterial (PA),
palpação obstétrica, medida da altura uterina, ausculta dos batimentos
cardíacos(BCF), registro diário de movimentos fetais (RDMF), aplicação do
teste de estímulo sonoro simplificado (TESS), detecção de edema, preparo das
mamas para o aleitamento e vantagens da amamentação.
Com a finalidade de (orientar e prevenir) o enfermeiro exerce a prevenção
através da educação e autocuidados. Desta forma o enfermeiro promove a
saúde do binômio mãe e filho, de forma saudável, evitando a morbimortalidade
materno infantil.
O enfermeiro tem um papel educativo e cuidativo.
Interpretação de exames
É de fundamental importância o enfermeiro estar capacitado para a
interpretação de exames, nestes resultados baseiam-se as suas próximas
ações na consulta do pré-natal.
Desde a primeira consulta os enfermeiros buscam através de seu trabalho o
acolhimento da gestante logo no primeiro trimestre. Realizando exame físico,
ouvindo as queixas e tirando dúvidas da paciente, orientando e principalmente
exercendo um trabalho preventivo a patologias e realizando condutas em
intercorrências durante a gestação, fazendo-se assim, um diferencial no pré-
natal, promovendo a saúde e prevenindo doenças no período perinatal.
Prevenção do Parto Prematuro
As evidências de que o sinal para o trabalho de parto é dado pelo feto quando
algo lhe diz que a nutrição está tornado-se limitada e que uma alteração no seu
meio ambiente é necessária para sua vida e bem estar .
A prevenção pré-natal no sentido da manutenção do bom estado de saúde da

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mulher é um fator fundamental na prevenção do trabalho de parto prematuro.


Embora pouco se sabe o que especificamente previne o parto prematuro alguns
cuidados têm que ser seguidos, um deles é a nutrição que favorece o
crescimento e o desenvolvimento do feto. Desde o início da gestação as
mulheres têm que estar orientadas quanto aos sinais de parto prematuro, como
sangramentos e contrações uterinas (2) .
Prevenção de Infecções na gestação
As infecções vaginais não são especificamente da gestação, mas neste período
por causa do ambiente modificado elas são comuns, e as mais comuns são
Trichomonas vaginalis e candidíase .
O enfermeiro tem um papel fundamental na educação a esta paciente relatando
a ela os sinais e sintomas da infecção, para que possa ser tratada
imediatamente, evitando um prejuízo ao feto. Na Candidíase é produzida uma
secreção abundante branca, aquosa, caseosa e muito irritante para a vagina e
os genitais externos e na Vaginite por trichomonas que produz uma secreção
espumosa, abundante, irritante, de coloração verde-amarelada e com um odor
desagradável (2).
Prevenção de Síndromes Hipertensiva da Gestação
A hipertensão arterial gestacional é considerada uma das mais importantes
complicações gestacionais .
A causa específica da HAG não foi definida, apenas existem fatores
predisponentes que incluem a idade (gestantes muito jovens ou muito idosas),
paridade (classicamente uma doença das nulíparas), gestações multíparas,
diabetes mellitus, e hipertensão crônica. Além disso, a incidência de todas as
toxemias, mas especialmente da eclampsia, é significativamente mais alta em
condições sócio-econômicas menos favorecida. A eclampsia é considerada
uma doença passível de prevenção em quase todas as circunstâncias (2) .
A mulher devidamente assistida pelo enfermeiro sabe reconhecer as alterações
que necessitam de avaliação, permitirá o diagnóstico e o tratamento antes que
a eclâmpsia ocorra. Os sintomas mais comuns são a Hipertensão Arterial,
edema e proteinúria e quando não tratada a tempo a convulsão (2) .
Prevenção de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG)
Diabetes Mellitus caracteriza-se pela intolerância à glicose, diagnosticada
durante a gravidez, que pode ter iniciado ou ser reconhecida pela primeira vez
durante a gestação, geralmente tem início no 2º e 3º trimestres, geralmente
normalizado os níveis de glicose após o parto. O Diabetes Mellitus tem
repercussão sobre a mãe que necessita de mais insulina, maior tendência à
cetose e acidose, maior incidência de abortamento espontâneo em virtude das
alterações vasculares que atingem a circulação placentária, ocorre toxemia em
25% das pacientes e maior infecção do trato urinário. Já sobre o feto ocorre um
rápido crescimento fetal, com acelerado e desenvolvimento esquelético,
deposição excessiva de gordura e retenção hídrica. Podendo levar o feto a

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distócia mecânica e ao tocotraumatismo, morte fetal nas 3 ou 4 ultimas


semanas da gestação, maior incidência de sofrimento fetal durante o parto,
complicações respiratórias no recém-nascidos, maior incidência de
malformações congênitas, nervosas, renais e cardíacas (3) .
A conduta da enfermagem é fundamental no rastreamento das gestantes de
risco para diabetes gestacional, orientando quanto a alimentação e identificando
e diagnosticando as pacientes pré-diabeticas ou diabéticas o mais cedo
possível, através de anamnese e exame físico completo. Principalmente
proporcionar educação continuada a respeito da dieta, medicações, sinais e
sintomas da doença e suas complicações (3).
Prevenção de Infecção do Trato Urinário
O perfil microbiológico das infecções urinárias na gravidez é bem conhecido. A
escherichia coli é o uropatógeno mais comum, sendo responsável por três
quartos dos casos.
Dentre as complicações destacam-se o trabalho de parto prematuro, ruptura
prematura de membranas amnióticas, restrição de crescimento intra-útero,
recém-nascidos de baixo peso e óbito perinatal(2).
As manifestações clínicas são dor a palpação no hipogástrio, dor ao toque
vaginal, dor em baixo ventre, pode haver Giordano positivo, polaciúria, poliúria,
disúria, nictúria, lombalgia uni e bilateralmente, náuseas e vômitos, febre e
calafrios, irritabilidade uterina (3) .
Para se reduzir as taxas de infecção urinárias e suas complicações durante a
gravidez, várias etapas devem ser consideradas, em diversos pontos da
assistência obstétrica : cabe ao enfermeiro orientar a paciente quanto a
ingestão de líquidos, higiene dos genitais, dos sinais e sintomas da uma
infecção do trato urinário, para que ela possa perceber mudanças em seu corpo
e procurar assistência o mais rápido possível, ou mesmo saber relatar na
consulta o andamento da sua gestação, para que o enfermeiro possa identificar,
diagnosticar, tratar e até mesmo encaminhar ao médico, sempre que
necessário.
Prevenção de Anemia
Para um transporte adequado de oxigênio para os tecidos, o nível de
hemoglobina deverá estar acima de 11g/dl e hematócrito acima de 32%. Se a
gestante estiver com anemia por deficiência nutricional: ferropriva pode ter
repercussão direta na mãe como menos resistência a infecções, complicações
hemodinâmicas, freqüência de partos prematuros e toxemia gravídica e para o
feto ele pode ser pequeno para idade gestacional, aumentar a freqüência de
sofrimento fetal, mortalidade perinatal aumentada e lesão neurológica (3).
O enfermeiro tem que ser capaz de saber identificar através dos exames o
estado de saúde da paciente, para tratar ou encaminhar ao médico quando
necessário, e principalmente recomendar sempre a gestante a ingerir alimentos
ricos em ferro como: vísceras, gema de ovo, folhas verdes, grãos enriquecidos

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etc.

CONCLUSÃO:
O trabalho do enfermeiro vem submetendo-se a um crescimento acelerado,
através de regularização profissional e criação de protocolos a serem seguidos,
visando a qualidade do pré-natal, para garantir as consultas com o objetivo da
prevenção de doenças, tomadas de decisão nas condutas quando há existência
de intercorrências e principalmente saber identificar, diagnosticar e/ou tratar
doenças e até mesmo encaminhar as gestantes para outro profissional quando
necessário, focando sempre, a qualidade de vida e a saúde materno-perinatal.
Pode-se citar com ênfase na importância do trabalho do enfermeiro as ações
educativas que ele pode e deve promover durante o pré-natal. O profissional
deve repassar seu conhecimento científico adquirido na formação e durante o
exercício da profissão em benefício da mãe e filho no pré-natal, utilizando-se da
criatividade em ações educativas, para que a paciente orientada possa
participar ativamente com o enfermeiro que a assiste, garantindo a saúde do
binômio mãe e filho. Alcançando assim, os objetivos da consulta do pré-natal e
o cumprimento do trabalho do enfermeiro.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Secretaria Municipal da Saúde.Protocolo de Enfermagem. Atenção a Saúde
da Mulher. São Paulo;2004.
2. Ziegel EE, Cranley MS. Enfermagem Obstétrica. 8ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 1985.
3. Carvalho MC. Enfermagem em Obstetrícia. 3ª ed. São Paulo: Editora
Pedagógica Universitária; 2007.

________________________________________________________________
1 Aluna de graduação da Faculdade de Enfermagem da UNISA.
Correspondência: santos_andrea9@hotmail.com
2 Professora Adjunta da Disciplina de Enfermagem na Saúde da Mulher da
UNISA. Mestre em Saúde Materno Infantil

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O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO HPV EM


ADOLESCENTES
JULIANA ALVES BARBOSA(1)

EGLE DE LOURDES FONTES J OKAZAKI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A infecção genital por papilomavírus humano (HPV) vem sendo cada vez mais
conhecida por conta de sua morbi-mortalidade. É uma doença sexualmente
transmissível que acomete homens e mulheres podendo ser assintomáticas ou
se apresentar sob forma de lesões visíveis através de lentes ou se manifestar
sob formas de verrugas ou condilomas. São classificadas como lesões de baixo
e alto risco. Seu diagnóstico é realizado através da citologia oncótica,
colposcopia ou então diagnóstico clínico das lesões condilomatosas.
O HPV tem uma grande correlação com o câncer cérvico uterino pois
praticamente todos os casos de câncer de colo uterino são causados por ele, os
fatores que contribuem para o surgimento do câncer é a iniciação precoce da
atividade sexual, multiplicidade de parceiros, tabagismo, baixa ingesta de
vitaminas, uso prolongado de contraceptivo hormonal oral.
A questão da sexualidade na vida dos adolescentes é responsável por inúmeras
implicações no processo reprodutivo e na saúde bio-psico-social deles. Pois
juntamente com o início da atividade sexual vêm os sentimentos de medo,
angustias, prazer e desejo de conhecer algo novo e com isso também podem
surgir uma gravidez indesejada, aborto e doenças sexualmente transmissíveis.
No Brasil existe um grande número de adolescentes e adultos jovens que fazem
parte de uma população com baixo nível socioeconômico, carentes de
informações e que necessitam de uma maior atenção por meio da equipe de
saúde.
A enfermagem deve estar sempre engajada em prol da melhoria de vida das
pessoas, trabalhando assiduamente na promoção da saúde, prevenção de
doenças, educação em saúde.

OBJETIVO:
Identificação dos fatores causais para o aumento do índice de HPV em
adolescentes e como diminuir esses índices.

METODOLOGIA:
Realização de uma pesquisa bibliográfica baseada em livros e artigos
científicos sobre adolescente, seu desenvolvimento e seu conhecimento sobre
métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis, HPV e o papel

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do enfermeiro na prevenção de HPV em adolescentes.

RESUMO:
Epidemiologia

O Papilomavírus humano (HPV) é um vírus e seu DNA pertence ao grupo


papovavírus é uma doença de transmissão sexual, vertical (mãe-filho) ou
raramente por fômites. Atualmente são conhecidos mais de 100 tipos diferentes
de HPVs e de acordo com sua oncogenicidade são divididos em dois grupos os
de baixo risco e os de alto risco e podem se apresentar sob a forma latente,
subclínica e exofíticas. Os classificados como baixo risco são os tipos 6, 11, 42,
43 e 44, estes responsáveis pelo surgimento de lesões como o condiloma plano
ou acuminado e lesões intra-epiteliais de baixo grau. Os classificados como alto
risco são os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 46, 51, 52, 56, 58, 59 e 68, estes
responsáveis pelas lesões intra epiteliais de alto grau e carcinomas.
O HPV pode apresentar-se em três formas a latente onde o vírus se hospeda
na célula porém a doença não se manifesta e permanece adormecido até uma
queda do sistema auto-imune. A forma subclínica se caracteriza por lesões de
formato mosaico, pontilhados, leucoplasias ou áreas de epitélio aceto-branco
podendo ser múltiplas ou únicas que não se coram positivando seu diagnóstico.
A forma clínica ou exofítica é caracterizada por lesões verrucosas ou
tumorações sésseis de vários tamanhos e visíveis a olho nú e podem estar
presentes no intróito vaginal, grandes e pequenos lábios, períneo e anus.
Grande parte das infecções são assintomáticas os inaparentes e o surgimento
de novas lesões e ou manifestações do vírus se dá por conta da ativação de
“reservatórios” de vírus do que a reinfecção pelo parceiro sexual e sua
persistência e progressão da infecção está relacionada com os tipos virais
presentes, estado imunológico e tabagismo.

Diagnóstico
O diagnóstico do HPV é realizado através colpocitologia oncótica que nada
mais é que o esfregaço em uma lamina das células colhidas do colo do útero
(endocérvice e ectocervice) da mulher com objetivo de detecção da neoplasia
cervical pré-invasiva e câncer cervical clinicamente oculto, esse diagnóstico
depende de que a técnica aplicada seja correta. O sistema Bethesda foi
implantado com o intuito de diminuir resultados falsos negativos, dividindo em
alterações celulares escamosas e glandulares.
ASC (atypical squamous cells) células escamosas atipicas sendo divididas em
(ASC-US) células escamosas atípicas de significado indeterminado e (ASC-H)
as que excluem as lesões de alto grau. LSIL (low-grade squamous
intraepithelial lesions), lesões intra-epiteliais escamosas de baixo grau incluem
NIC 1 (displasia leve) e as alterações do HPV deniminadas atipias coilocitótica.

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HSIL (high-grade squamous intraepithelial lesions), lesões intra-epiteliais


escamosas de alto grau, incluem NIC 2 e NIC 3 (displasia moderada, displasia
grave e carcinoma in situ).
O diagnóstico realizado através da colposcopia é quando o epitélio se torna
acetobranco após a aplicação de ácido acético e isso acontece quando coagula
as proteínas de núcleo e do citoplasma.
Outras formas de diagnóstico é a vaginoscopia com a visualização da vagina, a
vulvoscopia – visualização da vulva, peniscopia – visualização do penis,
oroscopia – visualização da cavidade oral, anuscopia e retoscopia –
visualização do reto e do anus, biopsia das lesões, histopatologia, microscopia
eletrônica e a biologia molecular considerado como definitivo através da
identificação do DNA viral por meio de testes de hibridização molecular ou seja
hibridização in situ, PCR e captura híbrida podendo diagnosticar o tipo de HPV
existente.

Tratamento
Existem vários tipos de tratamento a Podofilina 10-25% em solução alcoólica ou
em tintura de benjoim, Ácido tricloroacético (ATA) a 80-90% em solução
alcoólica, Podofilotoxina 0,15% creme, Imiquimod 5% creme, Interferon,
Eletrocauterização ou eletrocoagulação ou eletrofulguração, Criocauterização
ou crioterapia ou criocoagulação, Vaporização a laser e exérese cirúrgica.

Câncer Cérvico Uterino


No final dos anos 90 constatou-se aproximadamente 100% dos cânceres de
colo do útero relacionado com o HPV passando-se a afirmar sua correlação.
Devido a sua alta incidência, evolução mórbida e elevada taxa de mortalidade
passou a ser considerada na última década como um grande problema de
saúde publica.
O câncer de colo uterino é o segundo tipo de câncer que mais acomete as
mulheres no mundo, com aproximadamente 500 mil casos novos por ano tendo
um maior número em países menos desenvolvidos.
Fatores que contribuem para a doença são o tabagismo, a baixa ingesta de
vitaminas, a multiplicicade de parceiros, iniciação precoce da vida sexual e uso
de contraceptivos oral.
Com o uso de contraceptivo hormonal oral as mulheres que tem infecções
repetitivas por HPV acabam por aumentar o risco de desenvolverem câncer
cérvico uterino e devem ser informadas desse risco, devem também passar por
avaliação prévia do DNA – HPV em mulheres com múltiplos parceiros para
saber o grau de oncogenicidade do HPV e quem faz uso de contracepção oral
por um longo período de tempo também devem ser incluídas em programas de
rastreamento do câncer do colo uterino.
Segundo o autor, durante o tratamento do câncer a mulher se encontra muito

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mais vulnerável, pois o sentimento de impotência por não poder mais trabalhar
e realizar suas atividades rotineiras, a incerteza da cura dificultam sua
recuperação, muitas delas se apegam a religiosidade como suporte para
poderem superar essas dificuldades.

Adolescente
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90 (BRASIL,1990),
circunscreve a adolescência como o período de vida que vai dos 12 aos 18
anos de idade e a Organização Mundial da Saúde (OMS), delimita a
adolescencia como a segunda década de vida (10 aos 19 anos). É neste
período que ocorrem importantes transformações no corpo (puberdade), no
modo de pensar, agir e no desempenho dos papéis sociais. Estas
transformações físicas, emocionais e sociais, provocam mudanças importantes
nas relações dos adolescentes com a sua família, amigos e companheiros e
ainda na maneira como ele próprio se percebe ser humano.
Deixar de ser criança e passar para a fase adulta é um processo de
transformação onde existe a possibilidade de descobrir novas emoções, ser
amada, respeitada, reconhecida, independente e feliz, por outro lado existe o
medo da gravidez precoce, reação dos pais, namorado e familiares, não citando
o medo pelas DSTs.¹
Estudos relatam que o uso de preservativo entre adolescentes tem aumentado
muito nos últimos anos, levando em consideração o seu maior uso entre os
meninos do que as meninas. Outro dado também importante é o uso de
preservativo na primeira e na ultima relação sexual, pois este dado cai bastante
quando se refere a última relação que também está relacionado ao aumento do
uso de contraceptivo oral.²

Ambiente escolar
O ambiente escolar é de grande importância quando se fala de promoção em
saúde e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, pois são eles quem
devem identificar comportamentos de risco nos adolescentes objetivando
mudanças nos mesmos. Para melhor entenderem o processo saúde doença
deve existir uma estratégia de prevenção, visando à vulnerabilidade,
comportamento de risco e danos e o protagonismo juvenil. A autora relata que
existe uma grande impossibilidade de estruturar um compromisso com a
promoção em saúde devido ao docente ter uma visão negativa dos alunos.

Adolescente/HPV
A iniciação da atividade sexual precoce em adolescentes traz implicações em
seu processo reprodutivo e em sua saúde bio-psico-social repercutindo não só
em sua adolescência mais também em sua vida adulta.¹
Os adolescentes apresentam conhecimento regular diante das DSTs,

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conhecendo pelo menos 05 tipos diferentes, sobressaindo entre elas a AIDS e


um baixo nível de conhecimento da Sífilis, Gonorréia e Candidiase. E em seu
conhecimento as principais formas de prevenção são o preservativo masculino
e a abstinência. Ao início da vida sexual mais de 70% referem fazer uso do
preservativo, porém este número acaba caindo para quase 40% delas, pois não
se percebem em risco de contrair um DST. Os adolescentes necessitam de
uma atenção diferenciada, pois fazem parte de um grupo que são mais
vulneráveis e por isso entram em desvantagem à adoção de medidas
preventivas e isso acontece por motivo de relações sexuais não programadas.
Grande parte das mulheres faz uso do preservativo como por meio de
contracepção e não para prevenção de DST/AIDS. Isso acontece por falta de
conhecimento, informação e vulnerabilidade. Toda mulher mesmo percebendo
sua vulnerabilidade deve desenvolver a habilidade em conversar e negociar
com o parceiro o uso do preservativo, pois isso tem provocado grande aumento
de morbidade e mortalidade perinatal e materna.
Em meio a tantos fatores relacionados ao não uso de preservativos e a falta de
orientação em relação as doenças sexualmente transmissíveis em adolescentes
que estão iniciando a vida sexual, pode se observar que existe grande interesse
por parte destes em obter conhecimento, para assim estarem amadurecendo,
construindo suas próprias idéias e críticas de acordo com o que lhe foi
ensinado. Implantando a educação em saúde podemos obter a garantia de
qualidade de vida, promoção de saúde e prevenção de doença desses
adolescentes.

Enfermagem
Vários autores relatam que existe uma carência muito grande em relação ao
conhecimento das DSTs, visando a possibilidade de desenvolver trabalhos de
prevenção para ter uma vida sexual mais sadia. A enfermagem pode ser grande
precursora levando informações e conhecimento para esses adolescentes.
Grande parte dos enfermeiros relata a importância do atendimento de
adolescentes no serviço de saúde, mas metade deles não desenvolvem esse
trabalho por não existir um programa de atendimento específico para esses
adolescentes. Eles justificam esse não atendimento por escassa capacitação no
serviço, falta de estrutura e a não aceitação dos pais.³
O enfermeiro deve ter a responsabilidade e o compromisso de monitorar as
situações de incertezas dos pacientes criando um ambiente onde possam trocar
experiências, combater o desconhecimento e o medo da recorrência mesmo
após o tratamento.
A questão da sexualidade é sempre vista como tabu para as pessoas e com
isso passam a ver os adolescentes como libertinos e sem responsabilidades.
Uma excelente forma de se trabalhar com esses adolescentes é a implantação
de projetos referentes ao seu desenvolvimento, amadurecimento,

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relacionamento e responsabilidade, atuando na promoção da saúde e na


acreditação, orientando quanto a sexualidade de maneira geral como meio de
fonte de prazer, e vida compartilhada a dois e não como fonte de medos e
angustia por uma gravidez indesejada ou uma DST.

CONCLUSÃO:
O HPV é considerado um problema de saúde pública devido ao seu aumento
nos últimos anos.
Deve ser implantado um serviço de saúde do adolescente com estratégia de
educação voltada para a saúde sexual e reprodutiva e controle de agravos a
saúde.
Capacitação dos profissionais “enfermeiros”, com o apoio dos pais e
professores participando em conjunto desse trabalho, podendo estar mais
próximo desses adolescentes, visando mudanças no desenvolvimento e
relacionamento dos adolescentes. A enfermagem deve se apropriar dessa
tarefa, como um desafio para vida e para a melhoria de vida.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Amaral MA, Fonseca RMGS. Entre o desejo e o medo: as representações
sociais das adolescentes a cerca da iniciação sexual. Revista da Escola de
Enfermagem da USP 2006; 40 (4):469-76.

2. Teixeira AMFB, Knauth DR, Fachel JMG, Leal AF. Adolescentes e uso de
preservativos: as escolhas dos jovens de três capitais brasileiras na iniciação e
na última relação sexual. Cadernos de Saúde Publica 2006 jan/jul; 22 (7).

3. Ferrari RAP, Thomson Z, Melchior R. Adolescência: ações e percepções dos


médicos e enfermeiros do Programa Saúde da Família. Interface –
Comunicação Saúde Educação. Abril/junho 2008.

________________________________________________________________
Juliana Alves Barbosa - Graduanda da Faculdade de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro – UNISA – São Paulo/SP
(julianaalves2@hotmail.com)

Egle de Lourdes Fontes Jardim Okazaki - Docente do Curso de Enfermagem da


Universidade de Santo Amaro – UNISA – São Paulo/SP

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O Papel do Enfermeiro no Diagnóstico Precoce do Câncer de


Mama
ILMA MARIA BATISTA DA SILVA(1)

MARIA JOSE LEONARDO DE SOUZA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A incidência do câncer de mama vem aumentando no Brasil, sendo
considerado um dos principais problemas de saúde pública que atinge a mulher
e responsável por um grande número de óbitos.
Histórico familiar, menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade,
anticoncepcional oral, reposição hormonal, história de doença mamária
benigna, exposição à radiação, obesidade, ingestão de álcool, são os principais
fatores de risco.
A prevenção é a forma mais simples de evitar o câncer. Medidas como
mudanças de hábitos dietéticos e comportamentais, valem a pena ser
estimuladas. A prevenção secundária visa à detecção precoce, e o melhor
método com ação comprovadamente eficiente como "screening" é a
mamografia que deve ser realizada a anualmente a partir dos 40 anos de idade.
O exame físico das mamas realizado por médicos ou enfermeiros treinados é
também eficiente, permitindo o diagnóstico precoce de tumores com um ou
mais centímetros de diâmetro.
O auto-exame das mamas não deve ser uma estratégia isolada de detecção
precoce do câncer e sim uma ação complementar de educação para a saúde
que contempla o conhecimento do próprio corpo. Aprender a examinar a mama
e realizar o auto-exame é necessário no processo de auto cuidado da mulher e
deve fazer parte da sua rotina diária. É indispensável capacitar também os
outros profissionais de saúde para que a prevenção possa acontecer de forma
efetiva e solucionadora.
A metástase é muito freqüente no câncer de mama, a detecção precoce pode
ajudar evita-la, diminuindo o risco de morte. O tratamento do câncer envolve
tratamento adjuvante, neoadjuvante, cirurgia, quimioterapia, radioterapia,
hormonioterapia e cirurgia.
O enfermeiro desde a sua graduação tem papel relevante como educador em
saúde, visando o conhecimento e nos apropriando de que somos profissionais
da saúde responsáveis pela educação da população para prevenção e
detecção precoce de doenças, e que orientamos as mulheres das unidades de
saúde em que atuamos para a realização do auto-exame das mamas.

OBJETIVO:

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Enfatizar o papel do enfermeiro no diagnóstico precoce do câncer de mama,


visando a prevenção precoce da doença.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo de revisão de literatura dos últimos cinco anos
de artigos científicos nas bases de dados LILACS, MedLINE e SciELO e
biblioteca da UNISA em periódicos de 2005-2009, usando os descritores:
câncer de mama, detecção precoce, e Papel do enfermeiro.

RESUMO:
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou que no Brasil em 2008, os casos
de Câncer de Mama foram de 49.400 por 100.000 mulheres.
Embora não haja causas específicas conhecidas de câncer de mama, os
pesquisadores identificaram um grupo de fatores de risco. Estes fatores são
importantes para ajudar no desenvolvimento de programas de prevenção. Além
disso, maiores pesquisas sobre os fatores de risco irão ajudar no
desenvolvimento de estratégias efetivas para prevenir ou modificar o câncer de
mama no futuro.
O câncer de mama destaca-se por atingir mulheres de todas as idades, em
especial, aquelas acima dos 45 anos e nos últimos anos essa neoplasia vêm
acometendo mulheres mais jovens, com idades inferiores a 40 anos, o que vem
causando preocupação nos especialistas, favorecendo a implementação de
campanhas de conscientização da comunidade para a detecção precoce do
tumor.
História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama,
especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram
acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de
caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de
cânceres de mama. A idade constitui outro importante fator de risco, havendo
um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce
a menopausa tardia, a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a
nuliparidade, constituem também fatores de risco para o câncer de mama.
Histórico pessoal de câncer de mama: mulheres que tiveram câncer em uma
mama têm maior risco (3 a 4 vezes mais) de ter câncer na outra mama, ou
mesmo em outra parte da primeira. Não se trata de recidiva, mas de um novo
tumor na mesma mama. Em relação ao uso de anticoncepcional oral não se
sabe ao certo, qual o papel da pílula no câncer de mama, mas alguns estudos
sugerem que mulheres que tomam pílula correm risco levemente maior de ter
câncer de mama, quando comparadas às mulheres que nunca usaram. A
reposição hormonal combinada (progesterona mais estrogênio) por longo
período aumenta o risco de câncer de mama. Além disso, são cânceres
diagnosticados em estágios mais avançados, talvez porque a reposição

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hormonal pareça reduzir a eficiência da mamografia.


História de uma doença mamária benigna, como ocorre com mulheres que têm
tumores de mama com alterações epiteliais proliferativas têm o dobro do risco
de câncer de mama; as mulheres com hiperplasia atípica têm risco de
desenvolver a doença. A exposição à radiação ionizante após a puberdade e
antes dos 30 anos dobra o risco de câncer. A Ingestão de bebidas alcoólicas
por mulheres jovens, aumenta o risco de desenvolver câncer de mama nos
anos mais tardios.
Alguns fatores dificultam a prática do auto-exame e a realização de mamografia.
São eles, o temor em detectar anormalidades, dificuldades sexológicas e
culturais, o descrédito na capacidade de detectar doenças.
As ações de prevenção primária e detecção precoce podem reduzir a incidência
e a mortalidade do câncer em diferentes proporções para alguns tipos de
câncer mais comuns.
Os principais tipos de câncer de mama são: Os carcinomas ductais, os mais
comuns, contribuindo com cerca de 75% de todos os cânceres de mama. O
carcinoma lobular é raro e contribui com 5 a 10% dos cânceres de mama. O
carcinoma Medular constitui cerca de 6% dos cânceres de mama e cresce em
uma cápsula dentro de um ducto. O carcinoma Mucinoso contribui com cerca de
3% dos cânceres de mama. O Carcinoma Tubular é raro, contribuindo com
apenas 2% dos cânceres. O carcinoma inflamatório é um tipo raro de câncer de
mama (1 a 2%). A doença de Paget da mama é um tipo menos comum de
câncer de mama. O carcinoma in situ de mama está sendo mais
frequentemente detectado com o amplo uso da triagem mamográfica.
O diagnóstico, o uso de exames preventivos aumentou bastante o número de
casos de câncer identificados antes de causar sintomas. O sintoma mais
comum de câncer de mama é o aparecimento de um caroço. Nódulos que são
indolores, duros e irregulares têm mais chances de ser malignos, mas há
tumores que são macios e arredondados. Portanto, é importante ir ao médico.
Outros sinais de câncer de mama incluem: inchaço em parte do seio, irritação
da pele ou aparecimento de irregularidades na pele, como covinhas ou
franzidos, ou que fazem a pele se assemelhar à casca de uma laranja, dor no
mamilo ou inversão do mamilo (para dentro), vermelhidão ou descamação do
mamilo ou pele da mama, saída de secreção pelo mamilo, caroço nas axilas.
Para diagnosticar o câncer de mama, é necessário realizar o auto-exame das
mamas, o exame clínico e a mamografia, quando indicado, realizar a
ultrasonografia mamária e ressonância magnética.
As mulheres com câncer estão descobrindo cada vez mais cedo que tem a
doença e, por isso, iniciam o tratamento quando a cura ainda é possível. Muitas
ainda têm medo de realizar os exames para detecção, pois o seio está
associado à feminilidade e à sexualidade, diminuindo a chance de cura.
A mamografia serve para diagnóstico e também para guiar a realização de

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biópsia. A ultrassonografia é indicada para mulheres mais jovens e ajuda a


diferenciar nódulos sólidos ou císticos. A ressonância magnética pode ser
usada para analisar melhor os cânceres encontrados por mamografias ou para
mulheres de alto risco. O exame de medicina nuclear é um exame de imagem,
que demonstra o metabolismo ou funcionamento dos órgãos do corpo, por meio
da utilização de substâncias radioativas que são captadas por uma câmara
especial e registradas na forma de imagem. A Biópsia é feita para confirmação
do resultado de câncer. Há vários tipos de biópsia e o médico escolhe a mais
indicada para cada caso. Biópsia por aspiração com agulha fina, biópsia
estereotáxica por agulha grossa, biópsia cirúrgica..
A conseqüência do diagnóstico confirmativo de câncer de mama causa na
mulher traumas psicológicos, perda da auto-estima, sentimento de culpa e de
fracasso.
O câncer de mama tem que ser tratado, imediatamente após o diagnóstico. A
maioria das mulheres com câncer de mama se submete a algum tipo de cirurgia
para remover o máximo possível do tumor e para remoção de gânglios
linfáticos. A cirurgia também pode ser feita para reconstruir a mama ou aliviar
sintomas em estágios avançados da doença. A Cirurgia conservadora da mama
é usada e remove apenas o nódulo e parte do tecido sadio ao seu redor tendo
como grande vantagem a preservação da mama, porém, não pode ser usado
em todos os casos, apenas nas mulheres com câncer nos estágios I e II.
Os medicamentos usados na quimioterapia podem atingir qualquer parte do
corpo, através da corrente sanguínea. Na maioria das vezes, é utilizada uma
combinação de drogas (administradas por via oral ou injetadas) que matam as
células cancerosas, mas também danificam as células normais, acarretando
uma série de efeitos colaterais. Feita após a cirurgia, a quimioterapia reduz as
chances de o câncer voltar. Ela é usada também nos casos em que a doença
se espalhou além dos gânglios linfáticos e atingiu outros órgãos. Outra
aplicação da quimioterapia é para diminuir o tumor antes da cirurgia, o que
também permite aos médicos verificar como o tumor reage à medicação.
Geralmente, a quimioterapia é administrada em ciclos, que se seguem a
períodos de recuperação, ao longo de 3 a 6 meses, em média, usando várias
drogas combinadas simultaneamente. Entre os efeitos colaterais da
quimioterapia estão: náusea e vômito, perda de apetite, feridas na boca, perda
de cabelo temporária, maior risco de infecções (porque diminui o número de
glóbulos brancos) risco de sangramento ou hematoma por causa de pequenos
cortes ou pancadas (por causa da redução na quantidade de plaquetas no
sangue), cansaço (por causa do menor número de glóbulos vermelhos). A
maioria dos sintomas desaparece com o fim do tratamento.
Os efeitos permanentes do tratamento quimioterápico são a chegada precoce
da menopausa e esterilidade. Pode haver dano ao coração principalmente em
se tratando do uso prolongado da droga adriamicina, mas os médicos

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costumam monitorar cuidadosamente as pacientes que usam esse


medicamento. Muito raramente, anos após a quimioterapia, algumas pacientes
desenvolvem leucemia mielóide aguda, mas os benefícios da quimioterapia
superam em muito os riscos dessa ocorrência rara.
A radioterapia é o tratamento com raios de alta energia que matam as células
cancerosas ou fazem o tumor diminuir. A fonte pode ser externa ou interna
(braquiterapia), em que o material radioativo é colocado diretamente no tumor
ou perto dele. No caso do câncer de mama, o mais comum é o uso da
radioterapia de fonte externa, que pode destruir células cancerosas que
restaram na mama, nódulos linfáticos ou na mama após a cirurgia ou, mais
raramente, para diminuir o tumor antes da operação. A Radioterapia Intra-
operatória: Combinando a cirurgia e Radioterapia na mesma intervenção, é uma
técnica radiocirúrgica que permite expor um tumor ou resíduo tumoral, ou zonas
de alto perigo de recidiva, a um feixe direto de radiação, protegendo-se os
tecidos normais.
O tratamento com hormonioterapia usualmente usa estrogênio, um dos
hormônios sexuais femininos, promove o crescimento das células cancerosas
em algumas mulheres. Para elas, existem vários métodos para bloquear os
efeitos do hormônio ou reduzir seus níveis no organismo. O tamoxifeno é uma
droga que bloqueia a ação do estrogênio e é administrada via oral, por um
período de 5 anos após a cirurgia para reduzir os risco de recidiva. Estudos
recentes mostram que o tamoxifeno é eficaz em mulheres com câncer de mama
em estágio inicial com tumores estrogênio-positivos.
O enfermeiro, desde a sua graduação, assume uma função relevante, visto que
desempenha um forte papel como educador em saúde.
A formação de um enfermeiro deve conter, obrigatoriamente, atividades de
ensino teórico e de ensino das habilidades práticas necessárias a sua
formação.
Visando este conhecimento e nos apropriando de que somos profissionais da
saúde responsáveis pela educação da população para prevenção e detecção
precoce de doenças, é que orientamos as mulheres das unidades de saúde em
que atuamos para a realização do auto-exame das mamas. E acreditamos que
ao conhecerem melhor o seu corpo poderão detectar pequenas alterações
morfológicas na mama seja ela benigna ou maligna. Utilizando-se do auto-
exame da mama como instrumento de detecção precoce do câncer da mama, e
acreditando-se na educação da mulher para realizá-lo, se vê a oportunidade
maior de reconhecer a doença neoplásica da mama em um estágio de
desenvolvimento inicial e curável, o que é de igual interesse para os médicos
que interpretam estes sintomas.

CONCLUSÃO:

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O câncer de mama esta em primeiro lugar entre os tipos de câncer que mais
afetam as mulheres.
A falta de conhecimento do auto-exame e a prática do mesmo, dificultam a
detecção precoce do câncer de mama, colaborando para a mortalidade das
mulheres.
A prática do auto-exame deve ser incentivada e ensinada pelos enfermeiros,
como prática do seu exercício profissional.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Ministério da Saúde (BR). Instituto Nacional do Câncer. Fatores de Risco. Rio
de Janeiro: INCA; 2008.
2. Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Sudarth - Tratado de Enfermagem Médico-
Cirúrgica. Kathleen Keller Furniss, R.N., C.,M.S.N. – Cap. 46 Avaliação e
Conduta no Tratamento as Pacientes com Distúrbios Mamários. 8ª ed. - Rio de
Janeiro: Guanabara-Koogan; 1991.
3. Fernandes AFC, Viana CDMR, Melo EM, Silva APS. Ações para detecção do
câncer de mama: Um estudo sobre o comportamento de acadêmicas de
enfermagem. Cienc Cuid Saúde 2007 abr-jun; 6 (2): 215-22.

________________________________________________________________
1 Aluna de Graduação da Universidade de Santo Amaro - UNISA. São
Paulo,SP.
e-mail: Ilma.yad@hotmail.com

² Professora da Patologia da Universidade de Santo Amaro – UNISA. São


Paulo, SP.

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O perfil de diagnósticos de enfermagem do paciente com


doença renal crônica em início de tratamento hemodialítico
MARIANE MUNIZ BISCA(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Doença Renal Crônica (DRC) consiste da perda progressiva e irreversível das
funções renais que pode iniciar com um quadro agudo ou de maneira lenta e
progressiva. O tratamento definitivo indicado é o transplante renal. Trata-se de
um processo moroso, e até que ele se concretize, a única alternativa para
manter a vida esta no tratamento dialítico contínuo que compreende duas
modalidades: diálise peritonial ou hemodiálise. A maioria das pessoas com IRC,
no Brasil segue programas de hemodiálise ambulatorial realizados em regime
de três vezes semanais com duração de, aproximadamente, três a quatro horas
para cada sessão. A hemodiálise substitui a função renal pelo processo de
remoção de tóxicos e outra substâncias nocivas ao organismo, através de uma
circulação sanguínea extra-corpórea(1).
A hemodiálise na maioria das vezes representa uma esperança de vida, já que
a doença é um processo irreversível. Contudo observa-se que geralmente as
dificuldades de adesão ao tratamento estão relacionadas a não aceitação da
doença, à percepção de si próprio, ao relacionamento interpessoal com
familiares e ao convívio social.
O agir e o pensar relacionados à assistência ao ser humano devem ser
prioridades na área da saúde, principalmente para a enfermagem que tem o
cuidar como um dos elementos essenciais de sua prática.
O enfermeiro como coordenador da equipe deve coordenar a assistência
prestada, identificando as necessidades individuais de cada cliente,
proporcionando meios de atendimento que visem uma melhor adequação do
tratamento, garantindo assim uma qualidade de vida melhor, aproveitando todos
os momentos para criar condições de mudanças quando necessário. A prática
do cuidar personalizado está diretamente ligada à qualidade da assistência
prestada, e uma das formas de alcançar este objetivo é através do processo de
enfermagem(2).
A responsabilidade do cuidar exige que todas as intervenções propostas sejam
fundamentadas na avaliação do estado de saúde do indivíduo requerendo que
se adote o diagnóstico de enfermagem como referência.
Com o levantamento dos principais problemas que o paciente em hemodiálise
apresenta e a atribuição dos diagnósticos de enfermagem torna mais fácil
direcionar a assistência e enxergar o paciente de maneira completa.
O diagnóstico de enfermagem é uma etapa que se reveste de singular

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importância, pois fornece meios para propor intervenções de responsabilidade


exclusiva do enfermeiro quanto aos problemas de saúde detectados. O estudo
desse diagnóstico proporciona ainda o uso de uma linguagem própria do
enfermeiro facilitando a comunicação com os pacientes.

OBJETIVO:
Descrever o perfil de diagnósticos de enfermagem do paciente renal crônico em
início de tratamento hemodialítico em uma unidade de hemodiálise da cidade
de São Paulo.

METODOLOGIA:
Tratou-se de um estudo inter-relacional desenvolvimental retrospectivo,
baseado na consulta de dados existentes em prontuário do paciente.
A pesquisa foi realizada em uma clínica de hemodiálise no município de São
Paulo, local escolhido devido à facilidade de acesso e ao grande fluxo de
pacientes em tratamento hemodialítico ambulatorial. Como característica, esta
unidade tem atendimento médio de 40 pacientes por turno de sessão de
hemodiálise, sendo realizados três turnos por dia, totalizando 120 pacientes/dia
que se alternam (Seg/Qua/Sex e Ter/Qui/Sab).
A amostra foi composta por prontuários de pacientes admitidos para tratamento
hemodialítico no período de Abril de 2008 à Abril de 2009, que estavam
acessíveis eletronicamente e que atenderam os critérios de inclusão: ficha de
admissão com exame físico.
A técnica de amostragem foi do tipo não-probabilística por conveniência,
considerando a totalidade dos prontuários existentes; ou seja, foram acessados
os prontuários que estavam acessíveis de acordo com os critérios apresentados
anteriormente. Foram excluídos os prontuários de pacientes que já haviam
iniciado a hemodiálise em outro serviço (constavam como transferência).
Os dados foram coletados durante o mês de Maio/2009. Inicialmente os
prontuários foram separados e posteriormente analisados de acordo com o
período estabelecido e os critérios de inclusão. Os dados do prontuário foram
recuperados por meio do sistema computadorizado existente na instituição
onde o estudo foi realizado.
A análise dos dados consistiu do estabelecimento de estatística descritiva, com
dados absolutos e relativos. A base da análise foi a verificação da ocorrência
das características definidoras para a composição dos treze diagnósticos de
enfermagem previamente sugeridos.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Santo Amaro sob o parecer número: 032/2009.

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RESUMO:
No período de abril de 2008 a abril de 2009, 69 pacientes iniciaram tratamento
hemodialítico na unidade. Destes, 31 eram pacientes que estavam iniciando a
Terapia Renal Substitutiva pela primeira vez. Os 38 restantes, eram pacientes
que já haviam iniciado a terapia em outras clínicas e foram excluídos do estudo.
Os prontuários dos 31 pacientes utilizados neste estudo foram avaliados quanto
às características demográficas. A faixa etária de maior frequência foi a de
pacientes de 40 a 59 anos (58,1%). Quanto ao gênero houve predominância de
indivíduos do sexo masculino (64,5%). Em relação a cor 61,3% dos indivíduos
eram de cor branca, ao estado civil 77,4% eram casados e a procedência
48,4% eram naturais de São Paulo.
Quanto às doenças de base para o desenvolvimento da Doença Renal Crônica,
foi constatado que 29,0% dos pacientes apresentaram Hipertensão Arterial
Sistêmica, 19,4% Diabetes Mellitus, 22,6% a associação das duas patologias.
Outras moléstias também foram demonstradas como causa da DRC, sendo a
Glomerulonefrite presente em 12,9%, a Doença Renal Policística em 12,9% e
as Uropatias Obstrutivas em 3,2% dos pacientes que iniciaram a terapia renal
substitutiva na unidade de hemodiálise onde o estudo foi realizado.
Foi evidenciado neste trabalho que a Hipertensão Arterial Sistêmica é a
principal causa para o desenvolvimento da DRC. Este resultado se aproxima ao
estudo realizado com 122 pacientes em um hospital em Salvador no qual 41,0%
apresentaram HAS, 6,6% Diabetes Mellitus e 27,9% HAS associada a DM.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia a hipertensão arterial e o
diabetes são responsáveis por cerca de metade dos pacientes que estão em
tratamento dialítico no Brasil.
Após a análise das informações contidas nos prontuários dos 31 pacientes
foram descritos através do processo de raciocínio diagnóstico onze
diagnósticos de enfermagem.
Observa-se que o diagnóstico de enfermagem “perfusão tissular ineficaz: renal”
e “risco de infecção” estiveram presentes em 100% dos prontuários analisados,
enquanto que para “ proteção ineficaz” e “controle ineficaz do regime
terapêutico” a porcentagem foi de 80,6% e 54,8% respectivamente.
O diagnóstico de enfermagem “perfusão tissular ineficaz: renal” definido pela
diminuição na oxigenação, resultando na incapacidade de nutrir os tecidos no
nível capilar, tendo como característica definidora principal registrada a
elevação das taxas de uréia e creatinina sanguíneas, estava associado à alta
incidência de HAS na maioria dos pacientes com este diagnóstico médico. A
HAS é o maior causador de DRC.
O diagnóstico de enfermagem “risco para infecção” é definido como risco
aumentado de ser invadido por organismos patogênicos. Este diagnóstico
esteve presente em 100% dos prontuários analisados, confirmado através dos
fatores de risco observados: doença crônica, defesas secundárias inadequadas

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e procedimentos invasivos. Os estados metabólicos em constante alteração


favorecem a instalação de infecções no portador de DRC.
Estes resultados são compatíveis ao estudo realizado com vinte pacientes
adultos em tratamento hemodialítico em uma clínica no Rio de Janeiro, no qual
foram identificados em todos os pacientes os diagnósticos de perfusão tissular
ineficaz renal e risco para infecção.
O diagnóstico de enfermagem “proteção ineficaz” é definido pela diminuição na
capacidade de proteger-se de ameaças internas ou externas, como doenças ou
lesões, caracterizadas na amostra por anorexia, dispnéia, fadiga e fraqueza,
relacionado a perfis sanguíneos anormais (anemia), foi evidenciado em 80,6%
dos prontuários da amostra. A anemia é uma complicação da doença renal
crônica, tendo diversas causas, sendo a deficiência relativa de eritropoetina e a
carência de ferro as mais importantes. A anemia provoca palidez cutânea,
fraqueza, indisposição, déficit de atenção, prejuízo na qualidade de vida e maior
mortalidade nos pacientes com doença renal crônica.
O diagnóstico de enfermagem “controle ineficaz do regime terapêutico” é um
padrão de regulação e interação à vida diária de um programa de tratamento de
doenças e suas sequelas que é insatisfatório para atingir objetivos de saúde.
Este diagnóstico foi constatado em 54,8% dos prontuários analisados e está
relacionado ao déficit de conhecimento da doença, caracterizado pelo uso
irregular das medicações. Segundo Bastos et al(3), permanecer no regime
terapêutico é uma das grandes dificuldades do portador de DRC. Segundo
estes autores, os fatores socioeconômicos e o desconhecimento do processo
patológico em si, podem acelerar o curso da doença. Em alguns casos, a falta
de apoio familiar para procurar o devido atendimento médico pode também
contribuir para a não aderência ao regime terapêutico.
O diagnóstico de enfermagem “volume excessivo de líquidos” foi identificado em
51,6% dos prontuários analisados, é definido por “retenção aumentada de
líquidos isotônicos”, sendo anasarca, azotemia, congestão pulmonar, dispnéia,
edema, oligúria, ortopnéia e ruídos respiratórios adventícios as características
definidoras mais evidenciadas na amostra.
O diagnóstico de enfermagem “nutrição desequilibrada: menos do que as
necessidades corporais” foi evidenciado em 32,2% dos prontuários. A
desnutrição acomete o portador de DRC devido a vários fatores. A desnutrição
desempenha um importante impacto sobre a morbidade e mortalidade de
pacientes que venham a ser submetidos a hemodiálise. Os pacientes
portadores de Diabetes Mellitus, sobretudo, são os que apresentam maior risco
de desnutrição. A desnutrição ainda tem correlação com a eficiência da
hemodiálise.
O diagnóstico de enfermagem “dor aguda” é caracterizado basicamente pelo
relato verbal de dor. Este diagnóstico foi identificado em 25,8% dos prontuários
analisados. A qualidade de vida do portador de DRC é altamente influenciada

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pelas sensações de dor. Um estudo demonstrou que a dor está presente em 59


a 61% dos pacientes adultos portadores de DRC. A dor é um componente de
restrição física que influencia na demanda ocupacional como comorbidades,
sendo fator-chave para prejuízos sociais.
O diagnóstico de enfermagem “intolerância à atividade”, é caracterizado pela
energia fisiológica insuficiente para suportar ou completar as atividades diárias
requeridas ou desejadas, caracterizado por desconforto aos esforços, dispnéia
aos esforços e relato verbal de fadiga ou fraqueza, sendo identificado em 22,6%
da amostra. Esta é uma alteração bastante freqüente em pacientes com DRC,
sobretudo nos idosos. Isto se deve ao comprometimento cardíaco em manipular
a sobrecarga hídrica, acarretando congestão pulmonar.
O diagnóstico de enfermagem “eliminação urinária prejudicada” é definido pelo
distúrbio na eliminação da urina, esteve presente em 19,4% da amostra,
caracterizado por noctúria e retenção urinária.
O diagnóstico de enfermagem “náusea” foi identificado em 16,1% dos
prontuários, tendo como característica principal o relato verbal de náusea.
Devido as características da DRC e seu tratamento doloroso o paciente renal
crônico convive com sentimentos ambíguos como o medo constante da morte, a
esperança de submeter-se ao transplante renal e a expectativa de melhorar sua
qualidade de vida, estes fatores favorecem o aparecimento da ansiedade.
Neste estudo o diagnóstico de enfermagem “ansiedade” esteve presente em
9,6% da amostra, dados que se assemelham aos encontrados no estudo
realizado com 20 pacientes adultos na cidade de Campinas, no qual a
porcentagem deste diagnóstico foi de 10%.

CONCLUSÃO:
Foram identificados e descritos onze diagnósticos de enfermagem a partir dos
dados existentes nos prontuários. A identificação e descrição destes
diagnósticos de enfermagem permitiram conhecer a situação inicial destes
pacientes frente à DRC.
O diagnóstico de enfermagem, “controle ineficaz do regime terapêutico” é o que
mais chama a atenção. Grande parte dos pacientes evoluiu para piora da
função renal devido o não seguimento de um regime terapêutico indicado. Isto
ressalta a importância de que a enfermagem deva reforçar os programas de
educação sobre a terapia a ser iniciada. Caso este processo educativo não seja
devidamente implementado é provável que a hemodiálise não produza os
efeitos desejados e o paciente não obtenha os benefícios da mesma.
A identificação deste perfil de diagnósticos é essencial para a etapa do
planejamento da assistência de enfermagem. Os pacientes submetidos à
terapia da hemodiálise necessitam de assistência individualizada e os
diagnósticos de enfermagem são considerados como a base de todo o

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processo de enfermagem também. Planejar adequadamente as intervenções de


enfermagem promove impacto sobre os resultados e também da qualidade
desta assistência.
Ao identificar estes diagnósticos, uma base de conhecimento foi estabelecida.
Novos estudos para validação deste perfil são ainda necessários, considerando
a limitação amostral. Novos estudos sobre intervenções de enfermagem são
igualmente necessários para completar o presente estudo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Trentini M, Corradi EM, Araldi MAR, Tigrinho FC. Qualidade de vida de
pessoas dependentes de hemodiálise considerando alguns aspectos físicos,
sociais e emocionais. Texto Contexto Enferm 2004; 13(1); 74-82.
2. Souza EM, Martino MMF, Lopes MHBM. Diagnósticos de enfermagem em
pacientes com tratamento hemodialítico utilizando o modelo teórico de Imogene
King. Rev Esc Enferm USP 2007; 41(4): 629-35.
3. Bastos MG, Carmo WB, Abrita RR, Almeida EC, Mafra D, Costa DMN, et al.
Doença renal crônica: problemas e soluções. J Bras Nefrol 2004; 26(4): 203-15.
________________________________________________________________
1. Estudante do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. São
Paulo, SP.

2. Mestre em Enfermagem. Professor Adjunto do Curso de Enfermagem da


Universidade de Santo Amaro.

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O perfil dos pacientes atendidos no ambulatório de fisioterapia


neurológica da UNISA
LAHYS MOREIRA DE ALMEIDA(1)

DALVA MARIA DE ALMEIDA MARCHESE(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Distúrbios e/ou Transtornos Neurológicos são definidos pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) como qualquer perda ou anormalidade de estrutura
ou função psicológica, função fisiológica ou anatômica referente ao sistema
nervoso. Os transtornos neurológicos causam comumente distúrbios
temporários ou permanentes que impedem a realização desde as funções
diárias simples até atividades intelectuais e físicas complexas. É grande o
número de fatores que podem afetar o resultado de um tratamento
fisioterapêutico; considerados os problemas psicológicos e sociais ligados à
doença e à lesão, as relações interpessoais entre o terapeuta e o paciente, a
capacidade de comunicação, a motivação do paciente, a gravidade da doença
ou da lesão e o seu prognóstico, tornam-se problemas importantes enfrentados
pela atuação da fisioterapia. Para que o paciente neurológico consiga avanços
em seu processo de reabilitação é imprescindível que esteja motivado. O
conhecimento dos fatores determinantes de uma alta ou de uma baixa
motivação abre um amplo caminho para intervenções terapêuticas. Instrumento
que propicia essa avaliação, a Classificação de Funcionamento, Incapacidade e
Saúde (CIF), da OMS, define limitações de funções corporais, atividades
pessoais e participação social causadas por doenças. Essas definições
proporcionam uma estrutura para a compreensão do impacto das doenças
sobre a independência pessoal e a integração do individuo na sociedade e
podem ajudar a identificar pacientes que possam se beneficiar de diferentes
modalidades de técnicas de reabilitação. No contexto social e psicológico, os
familiares desempenham um papel fundamental no cuidado de pessoas
incapacitadas. A presença de uma família interessada e comprometida pode
determinar a evolução de um paciente, pois ela pode se responsabilizar por
suprir desde os cuidados básicos necessários até suporte emocional e afetivo.
Cada pessoa possui um potencial de desenvolvimento físico, mental e
emocional diferente. Essas características irão desenvolver-se dependendo das
experiências que cada uma irá adquirir no mundo à sua volta desde o
nascimento. De acordo com a Constituição Federal Brasileira de 1988, a saúde
é um “direito de todos e um dever do Estado”. Para atender a este conceito de
saúde, instituiu-se o Sistema Único de Saúde (SUS), que, entre os muitos
desafios, se propõe a reestruturar e reverter o modelo assistencial antigo,
centrado no individualismo, com baixa cobertura e insatisfação dos usuários,

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por um modelo que esteja pautado principalmente nos princípios de


universalidade, de eqüidade e de integralidade. Nestes termos, a atenção
integral ao indivíduo, que é o objetivo maior do SUS, tem como enfoque a
qualidade de vida. Porém, pacientes com Distúrbios e/ou Transtornos
Neurológicos tem grande dificuldade de encontrar tratamento sem custos
diretos e de fácil acesso em São Paulo, concentrando uma grande demanda
nos poucos centros de reabilitação fisioterapêutica neurológica que oferecem
esse tipo de serviço. A inserção e acesso à fisioterapia são muito importantes
para somar ações que venham ao encontro das necessidades de integralidade
da saúde da população. No entanto, é necessário considerar as formas de
acesso ao serviço, bem como, a estrutura física e organizacional, a relação
profissional-paciente, questões financeiras e aspectos relacionados à melhoria
e manutenção da saúde. A participação do usuário na avaliação da satisfação
da resolução de suas necessidades de saúde está relacionada à maior
adequação no uso de serviços de saúde, tanto quanto à estrutura, como com
relação ao processo do cuidado da saúde em si. A Fisioterapia Neurológica ou
Fisioterapia Neurofuncional, é uma especialidade da Fisioterapia que qualifica
fisioterapeutas na condução da assistência profissional específica às pessoas
com distúrbios cinéticos funcionais, decorrentes de síndromes neurológicas,
incidentes em órgãos e sistemas. Por sua própria definição, agrupa um imenso
número de condições que pode tratar, todas elas com grande número de
pacientes. Infelizmente, a procura por atendimento que aumenta a cada dia na
recepção do Ambulatório de Fisioterapia da UNISA é indicador da necessidade
de serviços de reabilitação/habilitação na cidade de São Paulo, já que a procura
não se limita a moradores do entorno da Universidade. Saber quem são as
pessoas atendidas nesse Ambulatório, a respeito de quem se pode ter mais
informações, descobrir quais as maiores necessidades de tratamento e quais as
maiores carências, pode ajudar a pensar em como otimizar esse atendimento
enquanto esses cidadãos não têm seus direitos à integralidade atendidos.

OBJETIVO:
Objetivo: O objetivo deste estudo foi descrever o perfil de pacientes atendidos
no Ambulatório de Fisioterapia Neurológica da UNISA.

METODOLOGIA:
O público-alvo deste estudo é composto pelos pacientes neurológicos da
Região Sul do Município de São Paulo, referente à Subprefeitura da Capela de
Socorro, que procuram serviço de Fisioterapia Neurológica na Universidade de
Santo Amaro (UNISA). Deste estudo descritivo participaram todos os 52
pacientes atendidos no Ambulatório de Fisioterapia Neurológica no ano de
2009, excluídos os que se recusaram a assinar o Termo de Consentimento

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Livre e Esclarecido ou não se encontravam nos dias marcados para entrevista.


Para coleta de dados foi solicitada autorização da Coordenação do Curso de
Fisioterapia e da Supervisão de Estágio de Fisioterapia Neurológica para
utilização dos prontuários. Foi solicitada autorização para uso dos dados dos
prontuários e das respostas aos questionários aos pacientes, ou a seus
representantes legais, através de assinatura a Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido após leitura da Carta de Esclarecimento a Sujeito de Pesquisa.
Para confirmação de dados e dados complementares foi aplicado aos pacientes
um questionário contendo questões referentes a dados pessoais, diagnóstico
clínico e fisioterapêutico, tempo de espera para atendimento no ambulatório de
fisioterapia da UNISA, dificuldade de acesso ao serviço de fisioterapia, meio de
transporte utilizado para chegar à terapia, recebimento ou não benefício do
INSS, tipo de acometimento, tempo de acometimento e tipo de
encaminhamento ao serviço de fisioterapia. A entrevista semi estruturada foi
aplicada pela pesquisadora e respondida pelo paciente ou seu representante
legal no caso de impedimento ou menor idade. O período de início do trabalho
foi de junho a outubro de 2009, após aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa da UNISA (CEP-UNISA).

RESUMO:
De acordo com a lista de pacientes de março de 2009, eram atendidas 52
pessoas, 32 do gênero masculino e 20 do feminino, com idade média de 26,56
anos, máxima de 77 anos e mínima de 2 anos e mediana de 14,5 anos. Os
pacientes pediátricos, abaixo de 19 anos, somavam 32 pessoas (61,5%) e os
adultos, com 19 anos e mais, 20 pessoas (38,5%). A amostra ficou constituída
por 26 pacientes, sendo 15 do sexo masculino e 11 do sexo feminino, excluídos
do total de 52 pacientes atendidos os que não puderam responder ao
questionário por não se encontrarem nos dias de entrevista ou por se
encontrarem afastados da terapia por motivos diversos. Os entrevistados foram
42,31% do sexo feminino e 57,69% do sexo masculino. A idade média dessa
amostra é de 27,1 anos de vida, com máxima de 77 anos, mínima de 7 anos e
mediana de 14,5 anos. Deles, 17 são pediátricos (65,38%) e 9 adultos
(34,62%). Quanto ao Vínculo Marital, 69,23% da amostra é de solteiros, 19,23%
são casados, 3,85% são divorciados e 7,70% são viúvos. No item referente à
escolaridade, constata-se que 57,69% dos entrevistados são não alfabetizados
e somente 3 tem o Ensino Médio completo; nenhum deles tem Curso Superior,
mesmo incompleto. Em relação à renda familiar, 6 deles (23,1%) declararam
receber um valor inferior a R$ 500; outros 6 (23,1%) declaram receber entre R$
500 e R$ 1000; 8 dos pacientes (30,9%) afirmaram ter renda entre R$ 1000 e
R$ 1500, e 3 (11,6%) recebem valores entre R$ 1500 e R$ 2000. Os 3
restantes (11,6%) não informaram nível de renda. A média de renda informada
foi de R$ 1.036,74, com mínima de R$460,00, máxima de R$ 2.000,00 e

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mediana de R$960,00. Os beneficiados pelo INSS são 23 pessoas,


correspondendo a 88,5% do total de entrevistados. Para 17 dos entrevistados
(65,38%) essa é sua única fonte de renda. Nas outras famílias, o marido é o
responsável pelo sustento em um caso, os pais respondem pelo sustento da
família em dois casos, o paciente recebe ajuda dos filhos em um caso e, 5
pessoas (19,23%) recebem ajuda dos pais além do beneficio do INSS. Quanto
à região de nascimento, 19 dos pacientes são naturais de São Paulo (73,08%),
dois de Minas Gerais, dois da Bahia, um do Rio Grande do Norte, um de
Alagoas e um do Paraná. Dos diagnósticos clínicos mais numerosos em relação
às crianças, 16 casos correspondem à Paralisia Cerebral (PC) (61,54%), sendo
1 caso em comorbidade com síndrome de Down. Entre os adultos
entrevistados, 3 têm diagnóstico de sequela Acidente Vascular Encefálico (AVE)
(11,54%), e outros 3 (11,54%) tem diagnóstico de sequela de Lesão Medular
(LM). As demais condições são Doença de McLeod (distrofia muscular), doença
de Parkinson, síndrome de Spoan e síndrome genética a esclarecer (a/e). O
acometimento motor é acompanhado de acometimento cognitivo em 15
pacientes (57,69%), todos pediátricos. O tempo desde o acometimento
corresponde ao tempo de vida nos 17 pacientes pediátricos, com média de
12,59 anos de vida, mínima de 7 anos, máxima de 16 anos e mediana de 14
anos de vida; os 9 adultos tem tempo de acometimento entre 1 e 24 anos, com
média e mediana iguais a 9 anos. O encaminhamento para tratamento
fisioterapêutico foi feito por instituição do setor público em 24 dos casos (92%).
O tempo médio de espera foi de 163 dias, com mínimo de 2 dias, máximo de
1.095 dias (em 2 casos) e com mediana de 30 dias. Os pacientes classificaram
como rápido o tempo de espera para início do atendimento, em 50% das
respostas à entrevista. O meio de transporte mais utilizado para chegar ao
atendimento foi o ATENDE, em 20 dos casos (76,92%). O outro meio de
transporte mais utilizado foi o transporte coletivo (3 casos), seguido de carro
próprio e caminhando, em 2 e 1 casos respectivamente. Nenhum paciente
entrevistado faz uso do serviço de táxi. A média do tempo em minutos para
chegar ao atendimento de fisioterapia foi de 30,5 minutos, variando entre 10 e
90 minutos, com mediana de 22,5 minutos. As dificuldades encontradas para
chegar para o atendimento foram a distância e a acessibilidade da UNISA no
Campus I, que dificulta a chegada ao Ambulatório, especialmente para os
cadeirantes. Discussão e Considerações Finais: Considerando-se a amostra
estudada, na média os pacientes tratados no Ambulatório de Fisioterapia
Neurológica do Curso de Fisioterapia da UNISA, em atendimentos individuais,
são do sexo masculino, com idade média de 27 anos e mediana de 14,5 anos,
com diagnóstico clínico de paralisia cerebral, acometidos há 11,42 anos.
Portanto, trata-se de pacientes crônicos com necessidade de tratamento por
longos períodos. O grande número de pacientes pediátricos (65,38%) reflete a
realidade do atendimento individual. Os adultos são também atendidos em

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grupos para sequelados de AVE, o que compensa essa diferença. São naturais
do Estado de São Paulo; de acordo o senso comum, os pacientes migram das
regiões Norte, Nordeste e até mesmo do interior do Estado de São Paulo, onde
encontram dificuldades para receber atendimento de saúde adequado e se
dirigem aos grandes centros urbanos, como a cidade de São Paulo em busca
de serviço de saúde que atenda a suas necessidades. Essa não é a realidade
expressa pela amostra estudada. São não alfabetizados, de famílias com renda
mensal R$1.036,74, na maioria das vezes resultante de benefício recebido do
INSS como renda única. A condição econômica de vida com renda familiar de
até dois salários mínimos, condição expressa na mediana de R$ 960,00/mês,
explicita a necessidade do tratamento sem custo direto. E em sua maioria vivem
em seu Estado de origem. Foram encaminhados para atendimento através do
setor público, demonstrando serem SUS-dependentes exclusivos. A renda
familiar muitas vezes não atente as necessidades da família, uma vez que os
gastos são altos por conta da deficiência de um dos membros. Assim, a saúde
das populações sofre o impacto das desigualdades sociais, caracterizadas pelo
empobrecimento de muitos em benefício de poucos, associadas ao processo de
exclusão social, decorrente de uma injusta concentração de renda. Aguardaram
em média 30 dias para serem chamados para avaliação e consideram esse
tempo como rápido. Porém, não foi colhida a informação sobre a quanto tempo
estão em tratamento. Oliveira et al. (2006) relatam que em serviços públicos de
saúde, o usuário espera mais dias para iniciar o tratamento, devido à
dificuldade encontrada como a marcação de consulta. Esta observação é
importante, pois mostra a carência de serviços de fisioterapia gratuitos na
região da subprefeitura de Capela do Socorro. Transportam-se para o
Ambulatório em vans do serviço do ATENDE, mais uma vez dependendo do
amparo do Estado. Demorando em média 30,5 minutos de suas casas até o
Campus I, podem ser reconhecidos como moradores do entorno da UNISA que
cumpre, dessa maneira, atividade de extensão junto à comunidade onde está
inserida. Mesmo quando consideram que moram distante do local de
atendimento. A acessibilidade dentro do Campus I é considerada inadequada
para seu deslocamento; não é a situação do prédio ocupado pelos Ambulatórios
de Fisioterapia; no entanto, a acessibilidade no restante do Campus passa por
adequação, justificando a avaliação dos pacientes. A amostra, composta por
50% dos pacientes atendidos no Ambulatório de Neurologia da UNISA,
estabeleu-se aleatoriamente, uma vez que os pacientes não entrevistados
correspondem aos que, por imprevistos diversos não compareceram nos dias
das entrevistas. Porém, retrata a realidade do perfil dos pacientes. Trata-se de
pacientes crônicos com necessidade de tratamento por longos períodos.

CONCLUSÃO:
Considera-se que o serviço prestado à comunidade do entorno da UNISA é

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significativo e necessário; beneficia o cidadão que necessita do tratamento, a


Universidade que necessita oferecer treinamento a seus acadêmicos e o
acadêmico com a oportunidade do aprendizado na vivência com os cidadãos do
entorno.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
MACHADO, Nayana Pinheiro; NOGUEIRA, L.T. Avaliação da satisfação dos
usuários de serviços de fisioterapia. Revista Brasileira de Fisioterapia. São
Paulo, v. 12, n. 5, p. 401-8, set./out. 2008.

OLIVEIRA, Denise Fornazari; ARIETA, Carlos Eduardo Leite; TEMPORINI,


Edméa Rita; KARA-JOSÉ, Newton. Quality of health care: patient satisfaction in
a university hospital. Arq Bras Oftalmol. Campinas, v. 69, n. 5, p. 731-6, 2006.

LENINIHAN, Laura; SELINGER, Glenn M. Reabilitação Neurológica. In:


ROWLAND, Lewis P. Tratado de neurologia. 11ª Ed., Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007. Cap. 146, p. 832-4.

________________________________________________________________
Palavras-chave: fisioterapia neurológica, atendimento ambulatorial, distúrbios
neurológicos
Grupo de Pesquisa: Bioética, Saúde Pública e Formação Profissional do
Fisioterapeuta

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O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE UMA CARTILHA PARA


ORIENTAÇÃO DO AUTOCUIDADO EM DOENÇA ARTERIAL
CORONARIANA
MARIA MACIANA DE LIMA(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Doença Arterial Coronariana (DAC) é tida como responsável pelo maior índice
de morbimortalidade no Brasil e a falta de informação sobre o processo
patológico pode contribuir para este índice.
Tradicionalmente, acredita-se que a ocorrência de cardiopatia isquêmica seja o
resultado de uma combinação de fatores genéticos, socioeconômicos e
ambientais, estes últimos representados pelo estilo de vida durante a fase
adulta.
A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial que
ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a
camada íntima de artérias de médio e grande calibre. A formação da placa
aterosclerótica inicia-se com a agressão ao endotélio vascular devida a diversos
fatores de risco(1). Eles podem ser divididos em não modificáveis e controláveis
ou modificáveis, sendo este último possível através de uma alteração no estilo
de vida. Em geral, as manifestações clínicas mais freqüentes da aterosclerose
são: Acidente vascular encefálico (AVE), Doença renais crônicas (DRC),
Doença vascular periférica (DVP) e o Infarto agudo do miocárdio (IAM).
Atualmente sabemos que é possível obter uma redução na incidência de
complicações da aterosclerose com a adoção de um estilo de vida saudável e
com o tratamento medicamentoso. A monitoração dos fatores de risco pela
enfermeira é de suma importância, pois, auxilia, na identificação dos aspectos
ligados à melhoria das condições de saúde e de vida para quem convive com
problemas cardiovasculares. A consulta de enfermagem é uma das formas de
se ajudar à clientela ambulatorial na identificação dos fatores de risco
cardiovasculares, o que implica em atividades de planejamento, coordenação,
direção e controle dos fatores de risco no plano assistencial da enfermagem
ambulatorial, tanto no aspecto individual quanto no da saúde coletiva(2).
No entanto, as circunstâncias em que ocorre a consulta de enfermagem não
garantem que as informações disponibilizadas pelo enfermeiro irão ser
absorvidas pelo paciente de forma que o mesmo as aplique quanto as questões
do cuidado com a saúde. O ser humano, de uma forma geral, não apreende os
conteúdos que lhe são apresentados em sua totalidade. Neste caso, a idéia de
disponibilizar informações adicionais no formato impresso poderá contribuir

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para a apreensão dos conteúdos previamente informados durante a consulta de


enfermagem ou servir como fonte de consulta no âmbito domiciliar do paciente.

OBJETIVO:
Considerando o contexto apresentado, este estudo teve como objetivo
desenvolver ou elaborar uma cartilha com informações sobre o auto cuidado
para pessoas leigas com DAC e descrever o processo de elaboração desta
cartilha.

METODOLOGIA:
Tratou-se de uma pesquisa metodológica que teve como base a elaboração de
uma cartilha que futuramente deverá ser disponibilizada para pacientes
portadores de DAC durante a consulta em Unidades Básicas de Saúde ou
outros programas educativos.
Para o desenvolvimento da cartilha, adotou-se os seguintes passos: fase de
modelagem conceitual e fase de desenvolvimento. Na fase de modelagem
conceitual, buscou-se na literatura as informações que seriam úteis para o auto
cuidado. Esta pesquisa na literatura procedeu-se com a utilização de materiais
já publicados como: outros manuais para outras doenças, artigos científicos,
livros e capítulos de livros, materiais eletrônicos disponíveis na web.
Após a reunião destes materiais, os mesmos foram apreciados e definidos
quais seriam os aspectos a serem abordados na cartilha, quais sejam:
Anatomia e fisiologia do coração, fatores de risco para as doenças
cardiovasculares, doenças cardiovasculares, sintomas cardíacos, a vida pós-
infarto, métodos de diagnósticos, tratamento para a doença arterial coronária e
o papel do enfermeiro (a).
O processo de desenvolvimento da cartilha considerou o aspecto da linguagem
que foi adaptada para o melhor entendimento por uma pessoa leiga. Assim que
os materiais eram apreciados por meio de leitura, os mesmos foram escritos em
linguagem informal para serem posteriormente colocados na cartilha.
Para a elaboração da cartilha, o protótipo inicial foi desenvolvido no programa
Microsoft Power Point. Após a validação do material, objeto para futura
pesquisa, o material deverá ser atualizado e finalmente editorado com uma
apresentação definitiva.
Para facilitar a compreensão do usuário-alvo ao qual se destina a cartilha,
buscou-se arquivos de ilustrações.

RESUMO:
Estrutura da cartilha
Seção 1 - Como o coração funciona?

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Localização do coração, o coração, os átrios, os ventrículos, as válvulas, o


sistema de condução, o sistema circulatório – as artérias e veias - 2 páginas.
Seção 2 - Como o coração se alimenta?
A alimentação do coração e as conseqüências que as artérias sofrem com o
passar do tempo - 1 página.
Seção 3 - Causas para as doenças Cardiovasculares
Não modificáveis, modificáveis, os valores da pressão arterial e as formas de
avaliar os riscos associados à obesidade - 6 páginas.
Seção 4 - Doenças cardiovasculares
Aterosclerose: o entupimento das artérias e as alterações do cérebro, rins,
membros inferiores e coração - 5 páginas.
Seção 5 - Sintomas cardíacos
Desconforto respiratório, falta de ar ou dispnéia, edema e ganho de peso,
fadiga, tonteira, desmaio ou perca da consciência, palpitações, dor torácica que
pode irradiar para as costas, ombros braços e pescoço e as características da
dor: angina e infarto -1 página.
Seção 6 - Se você já teve um infarto
O repouso obrigatório, voltando lentamente à ação, reações emocionais ao
infarto, da negação à conscientização, da consciência à depressão, o infarto e o
ego, hospitalização e sentimento de rejeição, a regressão, coitadinho de mim,
do hospital para casa, a neurose cardíaca, a atividade sexual, quanto o coração
trabalha durante a atividade sexual, quando é que eu posso, a melhor posição e
o cônjuge - 7 páginas.
Seção 7 - Métodos de diagnósticos
Eletrocardiograma (ECG), exames de sangue e o cateterismo -1 página.
Seção 8 - Tratamento para a doença arterial coronária
Mudanças no estilo de vida (dez bons motivos para parar de fumar) e o
tratamento medicamentoso - 3 páginas.
Seção 9 - Papel do enfermeiro(a)
Enfermeiro na educação em saúde e a consulta de Enfermagem -1 página.
A escolha pelo enfoque preventivo em torno do tema deu-se pelo fato de que
este problema de saúde vem crescendo nos últimos anos e também pelo fato
do tema ser alvo de interesse e da prática do autor. O produto desenvolvido
“Cartilha para orientação do autocuidado em Doença Arterial Coronariana”
resultou no material com 33 páginas, divididas em 9 seções. Na seqüência são
apresentados os detalhes da elaboração de cada uma destas seções.
A base para a modelagem conceitual foi a realização de uma pesquisa
bibliográfica sobre o tema específico a partir das Bases de Dados Bibliográficos
LILACS e SciELO. Também foram consultados manuais, livros e material
disponível eletronicamente em web sites da área de cardiologia.
Seção 1 - Foi definido que nas informações iniciais deveriam constar noções
sobre anatomia do coração para o público leigo ter a noção do funcionamento

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do coração para melhor compreender as doenças das artérias coronárias,


aspectos da circulação sangüínea, da função do coração e como ele pode
sofrer em conseqüência dessas doenças. Para a seção de como o coração
funciona, foi definido o conteúdo e as ilustrações que melhor representassem
os principais eventos do funcionamento do sistema circulatório.
Por uma questão bastante óbvia e seguindo metodologias semelhantes optou-
se por iniciar a cartilha com informações sobre a anatomia e fisiologia. Esta
opção se justifica pelo fato de que é necessário introduzir ao leitor os conceitos
básicos de familiarização com o restante da terminologia que se segue no
restante da cartilha.
Seção 2 - A elaboração destas seções sobre a anatomia do coração e de como
ele se alimenta, usando imagens ilustrativas e estruturas do coração, é
justificada como elemento de escolha para atrair a atenção do público alvo e ao
mesmo tempo passar informações importantes de como o coração funciona,
como se alimenta e o seu mau funcionamento através do processo patológico,
desta forma, esta cartilha ao abordar, de uma forma geral a alimentação do
coração estabelece um atrativo para que o usuário se interesse pelo conteúdo
principal.
Seção 3 - Aprofundando o assunto foram preparados os materiais de alerta
sobre os fatores de risco para o desenvolvimento das Doenças
Cardiovasculares (DCV), definindo inicialmente o próprio termo em causas não
modificáveis e modificáveis, conteúdo teórico da seção dos fatores de risco
engloba a apresentação das informações dos seguintes temas:
• Fatores de Risco Não Modificáveis: Raça, hereditariedade, sexo e idade.
• Fatores de Modificáveis: Diabetes Melito, Dislipidemias, Hipertensão Arterial,
Hábitos Alimentares e Inatividade Física, Tabagismo, Obesidade.
Seção 4 - Partindo da idéia das seções de anatomia e de como o coração
funciona, incluindo a familiarização do público alvo com novos termos e
terminologias foram desenvolvidas uma introdução geral do assunto principal a
ser abordado quanto às doenças cardiovasculares com base na evolução do
processo aterosclerótico.
Estas patologias são caracterizadas pela alteração no funcionamento do
sistema circulatório constituído pelo coração, veias, artérias, capilares e vasos
sanguíneos. Dentre alguns dos principais distúrbios associados à Aterosclerose
estão: AVE, DRC, DVP e o IAM.
Seção 5 - A próxima seção aborda as formas de diagnosticar a doença arterial
coronária. Primeiramente, foram disponibilizadas as informações concorrentes
aos sinais e sintomas e as características da dor que diferenciam uma crise
anginosa e o infarto agudo do miocárdio (IAM). Foi ressaltada ainda, a
importância da relação entre o conhecimento precoce destes sintomas
cardíacos e as condutas tomadas a seguir.
Diante deste contexto, o alerta sobre a prevenção é de fundamental importância

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para que, no futuro o público alvo não incorra na problemática de adquirir a


doença e não ter as condições ideais de diagnóstico e tratamento.
Seção 6 - A seção aborda a vida após infarto enfatizando alguns aspectos de
suma importância no cotidiano destes pacientes.
A ruptura forçada e abrupta com o cotidiano pelo infarto exerce grande impacto
na vida das pessoas: implica interromper e fragmentar interações que dão
sentido à existência, atividades, relações, pensamento e ação, para focar a
atenção em uma condição específica. Esse rompimento, devido ao limite do
corpo, implica interação com o medo da morte, com a finitude do corpo. Assim,
esses homens vivenciam sofrimento tanto pelos sintomas quanto pelo medo da
morte. O cotidiano tornasse relativizado, os sintomas e o medo de deixar de
existir tornam-se o foco central de interação. Dominados pela dor e sentindo a
vida em jogo, vivem uma paralisia da vida afetiva, intelectual, ativa, perdem a
espontaneidade característica da vida cotidiana. O desconforto é, agora, vivido
por tornarem-se dependentes de outros. Sem dúvida, a única forma de evitar
todo esse desconforto é evitar o próprio infarto: não há outra estratégia se não a
prevenção, que pode incidir em diversos níveis, nos quais a enfermagem tem
importante papel a desempenhar.
Outro aspecto pouco discutido é a atividade sexual. A abordagem
multidisciplinar incluindo a real participação dos enfermeiros, se faz necessária
para esclarecer enfoques multifatoriais da doença coronariana, de seu processo
de reabilitação e das orientações educativas direcionadas ao retorno à vida
sexual dos pacientes. A doença cardíaca não é rara e a disfunção sexual afeta
potencialmente milhares de pacientes; portanto, a equipe de saúde deve estar
preparada para discutir abertamente o assunto com os pacientes e seus
parceiros.
Seção 7 - A seção aborda 3 métodos diagnósticos, para mostrar ao público alvo
que há formas de diagnosticar estas patologias precocemente, tais como:
Eletrocardiograma (ECG) - é um registro gráfico da atividade do coração, usado
na avaliação do sistema cardiovascular, Exames de sangue - são solicitados
para auxiliar no diagnóstico de IAM agudo, identifica anormalidade no sangue,
avaliar fatores de risco associados à aterosclerose e para determinar e avaliar a
prescrição terapêutica e o Cateterismo cardíaco - é utilizado de forma mais
comum para avaliar a permeabilidade da artéria coronária e para determinar se
os procedimentos de revascularização são necessários, quando o paciente
apresenta aterosclerose(3).
Seção 8 - A seção seguinte aborda às terapêuticas atualmente utilizadas no
tratamento da doença. O objetivo é tornar conhecido do público alvo as formas
e perspectivas de recuperação de um estado de equilíbrio com melhora da
qualidade de vida. Com este intuito, as informações disponibilizadas abordam
mudanças no estilo de vida e tratamento medicamentoso. A seção que engloba
medidas de prevenção no estilo de vida que diretamente ajudam na prevenção

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da doença arterial coronariana. Estas medidas estão relacionadas à


modificação de hábitos alimentares, a prática de exercícios físicos regulares,
manutenção do peso corporal ideal e a abstenção do uso do fumo e os dez
bons motivos para parar de fumar.
Seção 9 - A seção a seguir engloba a assistência do enfermeiro (a) nas DAC. A
atuação do enfermeiro, por meio da Consulta de Enfermagem, melhora a
adesão ao tratamento, acelera o restabelecimento do paciente e, acreditamos,
diminui o custo final da assistência. Essas ações objetivam conscientizar o
cliente, durante a consulta, levando-o a promover mudanças na sua qualidade
de vida, adquirindo hábitos de vida saudáveis.

CONCLUSÃO:
A partir dos resultados descritos sobre o processo de elaboração da cartilha,
em suas fases de modelagem conceitual e desenvolvimento foi possível
concluir que: Na fase de modelagem conceitual, buscou-se as informações que
seriam úteis para o auto cuidado baseado na DAC e sua evolução. Quanto à
fase de desenvolvimento foi adaptada com tópicos e ilustrações para o melhor
entendimento facilitando a compreensão do público alvo a qual se destina. Das
duas fases iniciais, a fase de desenvolvimento foi a que empreendeu maior
envolvimento e maior gasto de tempo dos autores.
Como resultado, foi produzido uma cartilha com informações consideradas
essenciais para que o leitor portador de DAC possa usar como referência para
tirar suas dúvidas e buscar orientações seguras no seu processo de
gerenciamento do estado de saúde.
O estudo não é conclusivo no sentido de garantir que todas as informações
disponibilizadas na cartilha sejam as informações essenciais. Uma próxima
etapa do estudo irá requerer a validação destas informações junto a
especialistas nesta área.
Após a validação do conteúdo das informações, a cartilha poderá ser editada,
impressa e disponibilizada em serviços de atenção básica ou em palestras de
sensibilização da população.
Evidentemente, novos estudos serão ainda necessários para evoluir os
resultados potenciais que estas informações poderão produzir na população-
alvo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Sposito AC, Caramelli B, Fonseca FAH, Bertolam MC. IV Diretriz Brasileira
sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq Bras Cardiol 2007;
88(1): 2-19
2. Stipp MAC, Cunha NM. Risco cardiovascular numa clientela ambulatorial –

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Um estudo quantitativo. Online Braz J Nurs 2008; 7: 1-9.


3. Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-
cirúrgica. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p. 533-8.

________________________________________________________________
1. Estudante do 8º Semestre do Curso de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro. São Paulo, SP. Email:maci_lima@hotmail.com.
2. Mestre em Enfermagem. Professor Adjunto do Curso de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP.

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O processo de trabalho do enfermeiro no Banco de Leite


Humano
BIANCA MARTINS SANCHEZ(1)

LUCILENE COELHO SOUZA TERRENGUI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Nenhum outro alimento consegue satisfazer as necessidades do recém nascido
quanto o leite materno, por ser um alimento superior a qualquer outro. Este
satisfaz as necessidades dos prematuros de baixo peso, bem como aqueles
lactentes hospitalizados.
Desde o século XVIII, com a Revolução industrial, “surge as amas de leite
mercenárias”, que deixavam de amamentar seus próprio filhos, a partir deste
fato foi criado um lactário de leite, também denominado Banco de Leite (BL).O
primeiro criado no mundo foi na Áustria , na cidade de Viena em 1900 e o
segundo, dez anos após, nos EUA, em Boston (1, 2).
Implantado no Brasil em 1943, no então Instituto Nacional Puericultura, com o
objetivo principal de coletar e distribuir leite humano, visando atender os casos
de prematuridade, perturbações nutricionais e alergias (3).
Após a segunda guerra mundial (1945), surge um grande desinteresse pelo
Banco de Leite Humano (BLH), devido o desenvolvimento da alimentação
artificial, com leites formulados a partir do leite de vaca (2). Mas após grandes
números de óbitos acorridos entre os lactentes desmamados, surge novamente
necessidade de estoque de leite humano.
No Brasil de 1985 a 1997, ocorre a ampliação da forma de atuação, com a
incorporação de atividades de promoção, proteção e apoio à amamentação. E a
partir de 1998 é desenvolvido o projeto da Rede Nacional de Bancos de Leite
Humanos (REDEBLH), criada pelo Ministério da Saúde (MS), instalando um
processo de crescimento pautado na descentralização e na construção de
competência técnica nos estados e municípios. Desde então, tem ampliado seu
espaço de atuação tanto em função da permanente modernização de seu
modelo de gestão, quanto pela geração de conhecimento. Sua estrutura
organizacional possui uma referência nacional, que está localizada na sede e é
responsável pela normatização e proposição de políticas de atuação bem como
pelas principais ações de desenvolvimento científico e tecnológico (3,4).

Hoje a REDEBLH tem ocupado um importante espaço na área da saúde pública


do Brasil, fazendo parte mais 71 postos de coletas e 194 bancos de leite (5).
Os BLH configuram-se como locais privilegiados para proteção, promoção e
apoio ao aleitamento materno, além de prestar assistência a gestante,
puérpera, nutriz e lactente, o BLH executa as operações de controle clínico da

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doadora, coleta de leite, seleciona, classifica, processa, estoca e distribui o leite


humano ordenhado (LHO), respondendo tecnicamente pelo processamento e
controle de qualidade (6).
O BLH deve dispor de profissionais de nível superior, legalmente habilitados e
capacitados para assumir a responsabilidade médicos-assistenciais e de
tecnologia de alimentos. Sendo assim a equipe do BLH, pode ser composta por:
médicos, nutricionistas, enfermeiros, farmacêuticos, engenheiros de alimentos,
biólogos, biomédicos, médicos veterinários, psicólogos, assistentes sociais,
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, auxiliares e técnicos (de enfermagem,
laboratório e nutrição), entre outros profissionais (6, 7).
Dentre a equipe profissional do BLH está o enfermeiro, este deve possuir
habilidades para ensinar, treinar, realizar palestras, realizar funções de
docência, possuir atitude de ajuda, compreensão e ser estimulador (8). Essas
qualificações fazem com que este profissional seja de extrema importância para
atingir os objetivos do BLH.

OBJETIVO:
Descrever as principais atividades desenvolvidas pelo enfermeiro no Banco de
Leite Humano.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica em periódicos publicados em
língua portuguesa, indexados nas bases de dados LILACS, MEDLINE, SCIELO,
BEDENF, PERIENF e Ministério da Saúde. Foram encontrados 159 artigos e
utilizados 13 pertinentes ao estudo, datados de 2000 a 2009, utilizando os
descritores Banco de leite, Banco de Leite e Enfermagem e Atuação do
Enfermeiro. Utilizou-se ainda 2 livros relacionados à especialidade temática,
datados de 2000 e 2005. Para realização deste estudo tive como eixo norteador
o Processo de Trabalho do Enfermeiro, descrito por Sana anteriormente.
Para que o enfermeiro desenvolva melhor suas atividades é necessário seguir
um processo de trabalho, que defini-se como a transformação de um objeto
determinado em um produto determinado, por meio da intervenção do ser
humano que, para fazê-lo, emprega instrumentos. Para isso é preciso
considerar seus componentes: objeto, agentes, instrumentos, finalidades,
métodos e produtos. Compreende-se por objeto sobre aquilo que se trabalha,
agente é aquele que realiza o trabalho e em cima do objeto, instrumento são
artefafatos, conhecimento, habilidade e atitudes combinadas de maneira
peculiar, finalidades é a razão pela qual ele é feito, métodos são as ações
organizadas de maneira a atender à finalidade e produtos elementos materiais
que se pode apreciar com os órgãos dos sentidos, ou serviços, que não têm a

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concretude de um bem, mas são percebidos pelo efeito que causam (9).
O Processo de Trabalho de Enfermagem contém todos os elementos citados,
mas também é composto de uma série de processos de trabalho,
desempenhados pelo enfermeiro, que podem ou não ser executado
concomitantemente. São eles: o processo de trabalho Assistir, Administrar,
Ensinar, Pesquisar e o Participar Politicamente.

RESUMO:
O BLH é hoje um dos maiores incentivadores do aleitamento materno e
conseqüentemente na preservação da saúde infantil, na manutenção da
qualidade microbiológica do leite humano ordenhado e sua distribuição. Para
que estas atividades continuem sendo realizadas é fundamental a preparação
de profissionais de saúde, mediante adoção de tecnologia comunicativa
centrada na pessoa para promover o conhecimento adequado sobre a
necessidade de amamentar e quando possível, doar o leite materno (2,10).
Para que o BLH possa garantir seus objetivos é necessário ser realizado um
trabalho de promoção e divulgação do aleitamento materno á população, nas
maternidades, nos pré-natais, nos postos de saúde, enfim, para que mulheres
que amamentam e tem leite excedente ás exigências se seus filhos saibam que
podem doar ao BLH (8).
As equipes do BLH assumem uma importante função na manutenção,
divulgando o serviço para essas mulheres, independente de serem gestantes,
além de incentivar a nutriz a amamentar seu filho e doar o leite excedente. Para
isso a equipe de saúde, além do conhecimento em aleitamento materno e
competência técnica, precisa ter habilidades para manejar adequadamente as
inúmeras situações que podem interferir na amamentação (10, 11) .
O profissional de enfermagem desempenha funções como a coordenação da
equipe, consultas de enfermagem as gestantes, com esclarecimentos do
manejo da amamentação, dos benefícios do aleitamento materno para criança,
consulta a puérpera no incentivo e a pratica, prevenção de mastite, desmame
precoce e outras complicações que podem advir em decorrência do despreparo
das mulheres neste período (8).
Processo de trabalho Assistir: As profissionais do BLH são os que sustentam a
proposta defendida pela OMS, esforçando-se para promover, proteger e apoiar
a amamentação com eficiência. E além do conhecimento em aleitamento
materno e competências clínicas, a equipe do BLH precisa ter habilidade em se
comunicar eficientemente com a nutriz, ferramenta de extrema importância para
uma assistência adequada, e fundamental para os bebês atendidos no serviço
(12,13).
Neste particular o enfermeiro tem uma vasta atuação, iniciando as orientações

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no pré-natal, sendo as de maior importância, e dando continuidade no pós


parto.
As orientações dadas nos Bancos de Leite Humano são mais especificas, já
que as nutrizes buscam seus serviços para doação ou dificuldade em
amamentar, por este motivo a assistência de enfermagem no BLH está
vinculada em três eixos: avaliar, orientar e tratar.
O inicio da assistência é dada pela avaliação, pois é a partir dela que serão
identificados os problemas a serem sanados, as orientações que devem ser
feitas e as condutas a serem tomadas.
A orientação caracteriza-se por instruções a fim de esclarecer dúvidas ou
minimizar problemas decorrentes da amamentação, como por exemplo,
ingurgitamento mamário, caracterizado pelo congestionamento venoso e
linfático da mama e pela estase láctea, um dos maiores motivos que levam a
doação, pois para o alivio do ingurgitamento recomenda-se extração do leite e
após satisfação do bebê o alivio se dá por retirada manual do leite materno
(10).
A princípio o motivo para doação era o desconforto decorrente do
ingurgitamento, mas após receberem informações sobre a importância e
benefícios proporcionados pelo seu leite aos recém nascidos, a doação passa a
ser constante (10).
Com este exemplo citado anteriormente, foi possível identificar dois eixos da
assistência, sendo eles o tratamento, pois foi sanado o problema de
ingurgitamento da nutriz e a orientação, mostrando a qualidade e as vantagens
nutricionais do leite materno, garantindo a continuidade da doação de leite.
Com uma comunicação simples e objetiva durante a orientação, é possível
realizar as ações de acolhimento no BLH, com qualidade e humanização,
fundamentais para a captação de doadoras, garantindo o cumprimento de seus
objetivos, sendo eles coletar, tratar e distribuir o leite humano, além das
atividades de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno (14).
O processo de trabalho administrar: A direção e coordenação do BLH são
responsáveis por implementar e garantir a qualidade dos recursos humanos e
materiais, o processo de trabalho e a supervisão do pessoal técnico durante o
período de funcionamento (6). Dentre os profissionais que compõe a equipe do
BLH, esta o enfermeiro, responsável por muitas destas atividades de
coordenação e direção.
Com a supervisão do enfermeiro ocorre a ordenha, coleta, processamento e
distribuição do leite humano, assim como a realização de procedimentos
padronizados para o recebimento do leite materno das doadoras externas e
execução de atividades de registro de informações do BLH (11).
A equipe de enfermagem visa assegurar a integridade de um produto final com
qualidade, desde a seleção, implementação e fichas cadastrais, manutenção de
equipamentos utilizados durante a pasteurização, armazenamento e estocagem

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(15).
O processo de trabalho ensinar: O ensino esta vinculado diretamente com a
assistência, pois através dele são transmitidas orientações necessárias, seja
para o tratamento, a divulgação do BLH e a educação dos funcionários e
nutrizes.
Não basta a mulher estar informada das vantagens do aleitamento materno e
optar por esta prática. Para levar adiante sua opção, ela precisa estar inserida
em um ambiente favorável à amamentação e contar com o apoio de um
profissional habilitado a ajudá-la. É responsabilidade do enfermeiro treinar e
capacitar profissionais da área da saúde do BLH, assim como fazem parte
deste contexto a realização de palestras para nutrizes e funcionários (12, 8).
O que diferencia é a forma como as informações são passadas, cabe ao
enfermeiro fazer esta diferenciação de acordo com o público que deseja atingir,
ou seja, a palestra ou informativo deverá conter termos específicos quando for
voltado para os profissionais, e para as nutrizes devem ser mais esclarecedoras
e ilustrativas.
O processo de trabalho pesquisar: A pesquisa em enfermagem no Brasil teve
início na década de 50 com a realização do “Levantamento de Recursos e
Necessidades de Enfermagem”, pela ABEn e financiado pela Fundação
Rockeffeler (16). Já na década de 90 a produção científica da Enfermagem
aponta para uma nova percepção do homem no mundo. A aproximação da
Enfermagem às ciências sociais e metodologias qualitativas tem possibilitado
uma melhoria na qualidade de assistência prestada de forma mais integral
diante de um objeto vasto e diversificado como o cuidar (16).
Os estudos evidenciam que a Enfermagem transita por esse universo híbrido
buscando respaldo nas teorias sociais, nos movimentos culturais, expressando
sua inovação diante deste objeto de estudo, assim como demonstram o
interesse pela verificação (16).
De forma mais sistemática, desde a década de 70, estudos e pesquisas de
Enfermagem sobre a temática do aleitamento materno vêm se delineando como
fonte de grande contribuição na reformulação e na condução do assistir em
amamentação. Assim, o cuidado em amamentação, vem sofrendo mudanças
significativas refletidas nas políticas públicas e nos órgãos formadores, fruto de
estudos e pesquisas incrementadas ao longo das três últimas décadas (16).
Do “conhecimento sobre o leite” e do “o ensino de como amamentar”, para a
compreensão da vivência daquela que amamenta, a Enfermagem vem
buscando colaborar através de estudos emergentes da prática e vice-versa, no
assistir em amamentação (16).
Neste sentido a Enfermagem Brasileira é de extrema importância neste
processo, e vem trilhando uma trajetória na busca de ampliar o conhecimento
de sua realidade que remete ao cuidar da vida em uma dimensão plural sem
perder de vista o mais singular dos aspectos. Com esta perspectiva, encontra

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nas articulações entre ensino, pesquisa e assistência, a oportunidade de


construir seu arcabouço teórico filosófico (16).
O processo de participar politicamente: Outra atuação importante do enfermeiro
é o processo de participar politicamente, e para descrever sobre os trabalhos
desenvolvidos neste contexto é necessário citar as organizações não
governamentais (ONGs) e movimentos sociais em aleitamento materno e BLH.
Os movimentos sociais geralmente surgem em situações de conflito, quando
um grupo de indivíduos ou organizações reúne-se visando alterar uma
determinada conjuntura. No Brasil estes movimentos têm atuado na promoção,
apoio e defesa do aleitamento materno, com apoio direto às mães, na
fiscalização das políticas públicas ou na mobilização social (17).
E desde o início dos anos 80 estes movimentos sociais estão organizados
principalmente pelas ONGs, grupos comunitários e redes sociais (17). Os
profissionais de enfermagem, e de saúde em geral, são essenciais nestes
movimentos, pois trazem o conhecimento cientifico e a experiência profissional.
O World Alliance for Breast- Feeding Action (WABA), criado em 1991 como uma
aliança mundial, após encontro das ONGs, organizado pelo Fundo das Nações
Unidas para Infância (UNICEF), com objetivo de promover ações de promoção,
proteção e apoio à amamentação. Para estimular o aleitamento materno, a
WABA idealizou a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), com a
estratégia de provocar todos os anos e no mesmo período uma grande
mobilização social e disseminação de informação, que teve inicio em 1992,
abordando a cada ano um tema diferente relacionado à amamentação (18).
Outro grupo de apoio ao aleitamento são as Amigas do Peito, surgidas em 1980
com iniciativa da atriz Bibi Vogel, formados principalmente por profissionais de
saúde e outras áreas, compartilhando junto com outras mulheres suas
dificuldades, expectativas e sucesso vividos com a amamentação. Estes
conhecimentos eram transmitidos através de reuniões de Grupos de apoio
mútuo, no Disque-Amamentação (serviço telefônico de apoio) ou no
AmamentArte (eventos abertos em locais públicos com atividades artísticas
apoiando a amamentação), entre outros (18).

CONCLUSÃO:
A revisão possibilitou concluir que a Rede de Banco de Leite Humano é
extrema importância para o aleitamento materno, deixando de ser somente um
local de ordenha e coleta de leite materno, os Bancos de Leite é hoje no Brasil
um local de proteção, apoio e promoção do aleitamento. Devido às mudanças
que ocorreram nos Banco de Leite Humano ao longo de sua existência, passa a
ser necessário profissional qualificado para compor a sua equipe.

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O enfermeiro é um profissional contemplado por qualificações que possibilitam


a realização das principais atividades desenvolvidas no Banco de Leite, sendo a
assistência, administração, o ensino, a pesquisa e a participação política.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
3. Maia PRS, Almeida JAG, Novak FR, Silva DA. Rede nacional de banco de
leite humano: gênese e evolução. Rev. Bras. de Saúde Matern. Infant. 2006
Jul./set.; 6 (3): 285-92.
9. Sanna MC. Os processos de trabalho de Enfermagem. Rev. Bras. Enferm.
2007 mar/abr; 60(2): p. 221-24.
10. Galvão MTG, Vasconcelos SG, Paiva SS. Mulheres doadoras de leite
humano. Acta paul. enferm. 2006 abr./jun.; 19(2): 157-61.
Observação: o restante das bibliografias está no trabalho completo.

________________________________________________________________
Graduanda em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro (UNISA), São Paulo – SP. Rua Prof. Enéas de Siqueira Neto, 720ª
– Jd. Das Imbuias – São Paulo, SP – 04829-300 -
biancamartinssanchez@hotmail.com

Profª Mestre em Saúde Materno-Infantil, Especialista em Enfermagem


Obstétrica, Profª da disciplina de Estagio Curricular/Saúde Coletiva da
Faculdade de Enfermagem UNISA. lulucilene@terra.com.br

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O profissional de saúde e o estigma


GABRIELA CARVALHO SECUNDO(1)

DALVA MARIA DE ALMEIDA MARCHESE(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O termo estigma, criado pelos gregos, era usado para se referir a sinais
corporais que evidenciavam algo de extraordinário ou mau sobre o status moral
de quem os apresentava. Atualmente o termo ainda carrega um sentido
semelhante ao original, mas é mais aplicado à própria desgraça do que à sua
evidência corporal. Quando o estranho está à frente de alguém, podem surgir
evidências de que ele possui um atributo que o diferencia dos outros da
categoria em que pudesse ser incluído, sendo de uma espécie menos
desejável. Portanto, deixa-se de considerá-lo criatura comum e total, reduzindo-
o a uma pessoa estragada e diminuída. Não são levados em conta todos os
atributos indesejáveis, mas somente aqueles que diferem do estereótipo que foi
criado para determinado tipo de indivíduo. São equivocadas as definições de
normal como aquilo que obedece à norma, ficando num justo meio-termo, ou o
que se encontra na maior parte dos casos de uma espécie, constituindo
característica mensurável. O que faz do normal biológico um conceito de valor e
não de realidade estatística é a vida em si mesma e não a apreciação médica.
Enquanto a anomalia não tem incidência funcional experimentada pelo indivíduo
e para o indivíduo, ela é ignorada ou é uma variedade indiferente. A anomalia é
a consequência da variação individual que impede dois seres de poderem se
substituir um ao outro de modo completo. Diversidade não é doença. O anormal
não é o patológico. A anomalia e a mutação não são patológicas em si mesmas,
mas exprimem outras formas de vida possíveis. A ciência define uma noção de
saúde que não pode se aplicar exatamente a nenhum sujeito individual; esse
conceito só pode ser definido em relação a circunstâncias gerais que não
existem tais e quais em todas as pessoas; portanto, somente pode ser usada
como ponto de referência para orientar a conduta. Para um fato social ser
considerado normal, deve-se considerar uma fase determinada de
desenvolvimento e que a generalidade do fenômeno está ligada às condições
gerais da vida coletiva do tipo social considerado. O desvio não é uma
qualidade que exista no próprio comportamento, mas na interação entre a
pessoa que comete um ato e aqueles que respondem a ela. Goffman (1982)
menciona três diferentes tipos de estigma: abominações do corpo
(deformidades físicas); culpas de caráter individual (distúrbio mental, prisão,
vício, alcoolismo, homossexualismo, percebidas como vontade fraca; crenças
falsas e desonestidade) e estigmas tribais de raça, nação e religião (podem ser
transmitidos através de linhagem e contaminar todos os membros da família).

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Se o preconceito contra o estigmatizado parte do próprio profissional, está


ligado diretamente à desumanização da Saúde, pois como afirma Goffman
(1982), o estigma se refere a uma característica diferente da que se havia
previsto e destrói a possibilidade de atenção para seus outros atributos. Por
definição acredita-se que alguém com um estigma não seja completamente
humano e ele é assim discriminado de várias formas, até mesmo sem pensar,
reduzindo suas chances de vida. Os que se relacionam com o estigmatizado
não lhe dão o respeito e a consideração que os aspectos não contaminados de
sua identidade social os levou a prever que ele receberia. É grande o
sentimento de insegurança e ele é então levado pela sua angústia a extremos
para tentar corrigir o que acredita ser a base do seu defeito, tornando-se vítima
de servidores que vendem meios de melhora estética, comportamental e até
mesmo curas pela fé.
Atualmente as inovações da biologia molecular e engenharia genética são
apresentadas de forma tão espetacular e fantástica que levam a crer que todos
os problemas de saúde poderão ser assim resolvidos, tornando a população
sujeita à mistificação, aquisição de autoridade científica injustificada e à
exploração econômica, tendendo a eliminar escrúpulos e produzir desastres
éticos injustificáveis. Segundo Opitz (1997), ao ouvir ou ler as últimas notícias
sobre os avanços da genética, as populações ocidentais são particularmente
suscetíveis a euforia, graças a uma longa tradição cultural de incorporar essas
notícias, frequentemente preliminares e incompreensíveis, a uma visão ou
concepção específica de si mesmos como uma soma de partes potencialmente
defeituosas, e atualmente potencialmente "consertáveis", e de tomar decisões
concretas sobre o estilo de vida com base nessas percepções. Não há
consenso no discurso biológico ou cultural com relação ao conceito de
normalidade, considerado simplesmente como a ausência de anormalidade, ou
seja, uma não-definição. Ainda sob a perspectiva estatística, aqueles seres
humanos que nascem sem qualquer defeito óbvio na forma ou na função não
são normais, isto é, não são representativos de todas as concepções humanas
de pré-natal, afinal a maior parte delas nem chega a nascer. Na prática diária, o
fisioterapeuta trata um grande número de estigmatizados; convive com seus
medos como profissional e com os medos de seu paciente a quem deve tratar e
oferecer amparo. Sua formação deveria, no entanto, ser suficiente para realizar
esses atendimentos sem dúvidas na ação frente a outro ser humano. Este
trabalho visa avaliar como o preconceito contra o ser estigmatizado se dá nos
dias atuais por parte de profissionais de Saúde, analisando o ganho de
conhecimento sobre o tema do acadêmico de fisioterapia durante sua
graduação.

OBJETIVO:
Avaliar o comportamento do professor e do acadêmico de fisioterapia diante do

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estigma representado pela deficiência física.

METODOLOGIA:
Foi realizado estudo transversal através de questionário com estudantes e
professores da área de fisioterapia para avaliação de manifestação de
preconceitos contra o portador de deformidade física. Os estudantes
entrevistados foram 40 do segundo semestre (Grupo I) e 39 do oitavo semestre
(Grupo II), num total de 79 acadêmicos, que aceitaram participar do trabalho e
assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) comum, após a
leitura da Carta de Esclarecimento do Sujeito de Pesquisa. O mesmo TCLE foi
oferecido para assinatura dos professores fisioterapeutas (Grupo III), 16
pessoas, em folha própria. O questionário foi aplicado pela pesquisadora
principal durante os meses de agosto e setembro de 2009. Foram excluídos dos
resultados as respostas em branco, com rasuras ou em duplicidade. A primeira
parte do questionário consta de dados pessoais (idade, gênero, classificação
em um dos grupos, não havendo identificação do participante pelo nome)
seguida de breve explicação sobre o correto preenchimento. O questionário foi
construído com base na Escala de Manifestação de Preconceitos, nos seus 12
itens referentes à deficiência física. Originalmente essa Escala contava com 48
itens que se encontram como anexo do texto de Crochík. Foi utilizada
anteriormente pelo mesmo autor (CROCHÍK, 2003) visando estudar alvos
distintos de preconceito (racial: judeus e negros; e deficiências: física e mental),
manifestado entre acadêmicos de Administração de Empresas e de outros
acadêmicos da área de ciências biológicas. É uma escala com itens tipo Likert,
com seis alternativas de resposta, variando de discordância total à
concordância total. A pontuação das respostas exclui o ponto neutro, avaliando-
as em discordância total (1 ponto), discordância moderada (2 pontos), leve
discordância (3 pontos), leve concordância (5 pontos), concordância moderada
(6 pontos) e concordância total (7 pontos); quanto maior a pontuação, maior a
manifestação de preconceito . Apesar da pontuação em níveis, optou-se por
avaliar as questões de acordo com a concordância ou discordância, sem a
citação dos níveis de cada grupo questão por questão. Os resultados foram
analisados durante os meses seguintes à aplicação dos questionários, através
de comparação da manifestação de preconceitos entre os três grupos
participantes (2º semestre, 8º semestre e professores). Em virtude do N, a
comparação estatística não se realizou com o Grupo III. Para a análise dos
resultados aplicou-se o teste do qui-quadrado ou o teste exato de Fisher, com o
objetivo de comparar as respostas dadas pelos alunos. O nível de significância
foi fixado em 0,05 ou 5%. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade de Santo Amaro (CEP-UNISA).

RESUMO:

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RESULTADOS: Na questão 3 (O avanço da medicina em seus métodos de


detectar imperfeições nos fetos é importante, pois impede o nascimento de
seres com defeitos físicos), a análise demonstrou diferença estatística
significante com resultado do teste do qui-quadradro de &#967;² = 5,975 e p
0,025. A média do GI foi de 4 pontos, com a maioria das respostas em
concordância (52,5%); o GII teve média de 2,8 pontos e a maioria das respostas
(74,4%) em discordância; no GIII a média foi de 2,8 e maioria das respostas
(68,7%) também foi de discordância. Na quinta questão (Em geral, os
portadores de deficiência física tentam compensar sua deficiência
sobressaindo-se nas atividades intelectuais), houve exclusão de um
questionário do GIII. A análise demonstrou diferença estatística não significante
como resultado do teste do qui-quadradro, com x2 = 3,649, sugerindo maior
porcentagem de concordância do GI, com p0,100. O GI apresentou média de
4,3 pontos e 65% de concordância; no GII a média foi de 3,5 pontos e maioria
de discordância (56,4%); no GIII, média de 3,9 pontos e maioria de
concordância (53,3%). Para as demais questões não houve diferença
estatisticamente significante. Na questão 1 (As pessoas portadoras de
deficiência física, por si só, têm dificuldades de obter empregos, por isso seria
importante que organizações sociais as auxiliassem nisso), o GI apresentou
média de 6,4 pontos e 100% de concordância; o GII apresentou 92,3%
concordância com média de 6,2 pontos e o GIII média de 5,6 pontos, com
87,5% de concordância. A questão 2 (O portador de deficiência física, na
maioria das vezes, me incomoda, pois lembra a imperfeição humana)
apresentou média de 1,2 pontos no GI e 97,5% de discordância; média de 1,1
pontos no GII com 100% de discordância e 93,7% de discordância com média
de 1,3 pontos no GIII. Na questão 4 (Em geral, por mais que se esforce, um
portador de deficiência física não consegue fazer as atividades do cotidiano tão
bem como as pessoas normais), houve exclusão de dois questionários do GII.
O GI obteve média de 3,8 pontos; no GII a média foi de 3,3 pontos e média de
1,8 pontos no GIII. Todos os grupos tiveram a maioria das respostas em
discordância (52,5% no GI; 67,6% no GII e 93,7% no GIII). A questão 6 (Por
mais que tente, uma pessoa portadora de defeitos físicos tem dificuldades de
ser feliz, pois a deficiência a impede de atingir a plenitude da vida), obteve nos
três grupos maioria de discordância. No GI, 82,5% de discordância e média de
2 pontos; no GII 87,2% de discordância e média de 1,6 pontos; no GIII, 93,7%
de discordância e média de 1,6 pontos. Na questão 7 (Para a própria felicidade
das pessoas portadoras de deficiência física, é importante que haja escolas
especiais, trabalhos específicos e formas de lazer que permitam agrupá-las), as
médias foram de 5,1 pontos no GI, de 4,8 pontos no GII e de 3,8 pontos no GIII.
GI e GII apresentaram maioria de concordância (GI 75% e GII 66,7%) e o GIII
apresentou maioria de discordância (56,3%).A questão 8 (As pessoas
portadoras de deficiência física tendem a se considerar vítimas), contou com a

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exclusão de um questionário do GII. Apresentou no GI média de 3,4 pontos, no


GII média de 3,1 pontos e no GIII média de 3 pontos, todos com maioria das
respostas em discordância (GI 60%; GII 65,8% e GIII 62,5%). Na questão 9
(Prefiro não ter filhos, a ter um filho portador de deficiência física), houve
exclusão de um questionário do GII. Todos os grupos apresentaram maioria de
discordância. O GI apresentou média de 2,1 pontos e 90% de discordância; o
GII média de 1,9 pontos e 81,6% de discordância; o GIII média de 1,7 pontos e
93,7% de discordância. A questão 10 (É algo incômodo ter amigos portadores
de deficiências físicas), obteve no GI e no GII média de 1,5 pontos e no GIII
média de 1,1 pontos. Ambos os grupos apresentaram maioria das respostas em
discordância (GI 92,5%; GII 94,9% e GIII 100%). Na questão 11 (Não é
possível, em geral, uma pessoa que nasça com deficiência física não ter
ressentimentos em relação a seus pais), houve exclusão de um questionário do
GI. Apresentou também maioria das respostas em discordância, com média de
2,2 pontos e 84,6% no GI; média de 2 pontos e 87,2% no GII e média de 1,7
pontos com 93,7% no GIII. Na questão 12 (As pessoas portadoras de
deficiência física não deveriam casar entre si, pois poderiam ter dificuldades de
cuidar de seus filhos), a média do GI foi de 2 pontos, a média do GII de 1,7
pontos e do GIII de 1,1 pontos. Todos os grupos apresentaram maioria das
respostas em discordância (GI 87,5%; GII 94,9% e GIII 100%). Considerando-
se a média geral de todas as questões por grupo, o GI obteve média de 3,2
pontos; o GII, média de 2,8 pontos e o GIII, 2,4 pontos. Todos manifestando
discordância moderada à leve.

DISCUSSÃO: A composição da amostra indica que o curso de fisioterapia é


predominantemente feminino. A idade de início e de conclusão do curso é a
esperada num curso de 4 anos, com medianas de 19,5 anos nos acadêmicos
do primeiro ano e de 22 anos nos do último ano. O corpo docente é jovem, com
mediana de 36 anos de idade. Há que se lembrar que a Fisioterapia completa
40 anos este ano; portanto, ainda não se tem grande número de decanos.
Apenas a questão 3 apresentou diferença estatística significante entre os níveis
de concordância do GI (concordância leve) e GII (discordância leve). A questão
refere-se ao avanço nos métodos da medicina que podendo detectar
imperfeições nos fetos poderia também impedir o nascimento de seres com
defeitos físicos. As respostas de concordância podem estar refletindo a visão do
acadêmico que acabou de chegar a uma escola da área de saúde e ainda
pensa poder curar com meios tecnológicos avançados; uma visão um tanto
mágica, uma simplificação do tema expressa no senso comum de que o
conhecimento pode resolver todos os problemas. As respostas do Grupo de
docentes foi exatamente a mesma dos graduandos; portanto, não havia outra
referência para os acadêmicos. A questão 5 sugeriu significância estatística na
mesma comparação. Ainda acredita-se que as pessoas com deficiência física

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só se diferenciam intelectualmente para serem aceitas, na compensação de


suas deficiências. Os grupos de acadêmicos ainda não conseguem exercer o
que deveriam ter aprendido; a resposta é a do senso comum que acredita, por
exemplo, que cegos ouvem melhor. Mais uma vez o grupo de graduandos
esboça discordância, mas acompanha a posição dos docentes, de
concordância. A questão 1 que diz respeito à autodeterminação obteve como
avaliação de todos os grupos a concordância moderada. As respostas da
questão indicam outra vez o senso comum, auxiliado pela visão propagandeada
da tutela necessária, da impossibilidade de escolha para essas pessoas. Na
questão 7, onde o texto sugere de maneira sutil a segregação social, as
respostas dos acadêmicos puderam apresentar maior nível de concordância. A
discordância leve caracterizou a média das respostas dos professores. As
questões 4 e 8 discutem a incapacidade dos deficientes diante do cotidiano.
Essa é a avaliação expressa nas respostas de discordância leve dos dois
grupos de acadêmicos; somente com relação à incapacidade os professores
expressaram-se em discordância total. As questões 2, 6, 9, 10, 11 e 12, tiveram
maiores níveis de discordância em todos os grupos em virtude de indicarem
preconceito declarado nas respostas de concordância.

CONCLUSÃO:
A ausência de diferença estatística significante, neste caso, é o sinal da
importância do tema. Considera-se que os acadêmicos saíram do curso sem
grande alteração em sua postura diante da pessoa estigmatizada. As respostas
têm grande apelo ao senso comum. A deficiência física, o tipo de deficiência
que não pode ser escondido, é o mais frequente na fisioterapia. É necessário,
portanto, um investimento nas discussões entre docentes, e entre docentes e
discentes, que permitam formar conceitos menos preconceituosos e mais
generosos com os humanos cuidados pelos fisioterapeutas. Carinho, cuidados,
abraços e lágrimas trocados são insuficientes. Não basta que o profissional seja
considerado bonzinho. Ele deve, antes de tudo, ser um igual. O outro precisa
ser visto como ser humano, possuidor da vida e dos direitos inerentes a ela, tão
digno de respeito, atenção e cuidado como o profissional que o atende. É ela, a
vida, fator comum a ambos e que os torna iguais apesar das diferenças que são
inerentes aos seres humanos. Tratar bem o portador de deficiência não é,
portanto, gesto piedoso realizado por alguém poderoso em relação à outra
pessoa em posição inferior. É gesto de justiça, de respeito à dignidade humana,
tão presente no outro quanto em si próprio.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CROCHÍK, José Leon. Manifestações de preconceito em relação às etnias e
aos deficientes. Boletim de Psicologia, São Paulo, v. 53, n. 118, p. 89-108,
2003.

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GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade


deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

OPITZ, John Marius. O que é normal considerado no contexto da genetização


da civilização ocidental? Revista Bioética do Conselho Federal de Medicina,
v.5, n. 2, 1997.
________________________________________________________________
Palavras-chave: deformidade física; preconceito; estigma; profissional de saúde;
fisioterapia.

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O uso da LIBRAS na comunicação entre o enfermeiro e o


portador de deficiência auditiva.
FERNANDA SILVA DO AGUIAR(1)

ROSA MARIA BRUNO MARCUCCI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A audição é o sentido que nos permite perceber os sons. A perda da acuidade
auditiva pode ser congênita ou adquirida e os deficientes auditivos podem ser
parcialmente ou totalmente surdos (1).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) há no Brasil
24,5 milhões de pessoas deficiência (14,5% da população) e, destes, 16,7%
apresentam deficiência auditiva, ou seja, mais de 4 (quatro) milhões de
brasileiros têm algum tipo de deficiência auditiva (2) .
A privação auditiva afeta a capacidade de comunicação oral e pode dificultar o
processo de aprendizagem e, ainda, trazer grande dificuldade na assistência
prestada a este tipo de clientela.
No ambiente hospitalar, bem como em todos os serviços de saúde, atendemos
a diversas pessoas, com características distintas e, para cada uma existirá um
tipo de abordagem. O mesmo se aplica ao deficiente auditivo que necessita de
abordagem especifica que proporcione uma comunicação eficaz e um perfeito
entendimento entro o deficiente auditivo e o enfermeiro, o contrário, acabaria
dificultando a prestação da assistência de enfermagem e afetando a qualidade
e até a segurança desse atendimento.
Um dos instrumentos básicos do enfermeiro é a comunicação e, geralmente,
são utilizadas técnicas rudimentares de comunicação entre profissionais de
saúde e o deficiente auditivo, através de mímica ou escrita ou ainda,
dependendo da presença de um acompanhante que auxilie na intermediação.
Além disso, pode-se evidenciar situações de grande constrangimento para
esses usuários, pois, alguns profissionais de Enfermagem e de outras áreas da
saúde, confundem a deficiência auditiva com algum tipo de distúrbio cognitivo
ou deficiência mental e tratam esses indivíduos como se não tivessem
capacidade de aprender ou mesmo, de assumir a responsabilidade pelo auto-
cuidado.
Muito raramente ambos, o profissional e o portador de surdez severa ou
profunda, têm domínio de Língua Brasileira de Sinais também conhecida como
LIBRAS (1).

OBJETIVO:
O presente estudo tem como objetivo aprofundar os conhecimentos sobre
LIBRAS e identificar a importância de seu uso na assistência de enfermagem ao

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paciente portador de deficiência auditiva.

METODOLOGIA:
Pesquisa qualitativa de revisão bibliográfica em literatura cientifica. A coleta de
dados foi realizada em acervos eletrônicos utilizando-se como unitermos:
deficiente auditivo, enfermagem e LIBRAS. Foram selecionados artigos
publicados em periódicos indexados e disponibilizados nas bases de dados:
Méd-line, Scielo, Lilacs, BDEnf, Dedalus, no período de 2000 à 2009.
Vários textos foram previamente selecionados e, após leitura e avaliação, foi
feita a seleção final de acordo com os objetivos do trabalho.

RESUMO:
A deficiência auditiva e os tipos de surdez:

A deficiência auditiva ou surdez pode ser classificada de acordo com a sua


intensidade, sendo assim, existem indivíduos parcialmente surdos e aqueles
totalmente surdos (1).
A surdez parcial é aquela cuja a audição é funcional e apresenta-se em três
sub-tipos :
• Surdez leve: é aquela em que o portador não percebe todos os fonemas das
palavras, é considerado desatento e solicita com freqüência a repetição do que
lhe falam. A deficiência não impede a aquisição normal da linguagem, mas
poderá causar algum problema de articulação ou dificuldade na leitura e/ou
escrita.
• Surdez moderada: é aquela para quem é necessário um volume de voz de
certa intensidade para que esta seja percebida. O portador troca muitas vezes a
palavra ouvida por outra foneticamente semelhante (pato/rato). Nesse caso é
freqüente o atraso da linguagem.
• Surdez acentuada: é aquela em que o portador já não escuta sons
importantes do dia-a-dia (como o toque do telefone, a campainha, a televisão).
Necessita do apoio visual para entender o que foi dito, com ou sem próteses
auditiva.
A surdez total é aquela cuja audição não é funcional, também pode ser
classificada em três sub-tipos (1):
• Surdez severa: o portador percebe a voz humana, mas não entende, não
distingue os sons (fonemas) da fala. A compreensão verbal vai depender em
grande parte da aptidão para utilizar a percepção visual (leitura labial). Sua
ocorrência é comum entre 4 e 5 anos de idade.
• Surdez profunda: o portador não percebe e nem identifica a voz humana,
escuta apenas os sons graves que transmitem vibração (trovão, helicóptero),

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impedindo que adquira a linguagem oral.


• Surdez anacúsica: o portador tem falta total de audição e deve ser trabalhado
e estimulado o mais precocemente possível.

A Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS)

Os ouvintes utilizam a linguagem oral, já a usada pelos surdos geralmente é a


Linguagem Brasileiras de Sinais (LIBRAS). Essas duas linguagens não são
opostas, apenas utilizam métodos diferentes para a transmissão e recepção de
comunicação e podem completar-se.
Os primeiros educadores de surdos aparecem no século XVIII com o alemão
Samuel Heineck, o Abade francês Charles Michel de L’Epée e o inglês Thomas
Braidwood, mais só em 1755, em Paris, o Abade L’Epée fundou a primeira
escola públicas para deficientes auditivos. Já nessa fase, desenvolvia-se a
técnica de comunicação por meio de sinais.(3)
No Brasil, o personagem principal na história dos deficientes auditivos foi o
francês Hernest Huet, portador de deficiência auditiva, que, inicialmente, foi
convidado por D. Pedro II para ensinar três crianças surdas no Rio de Janeiro.
Em 1857, ainda com o apoio de Dom Pedro II, fundou o “Imperial Instituto de
Surdos-Mudos”, hoje chamado de “Instituto Nacional de Educação de Surdos”
e, seguindo o pensamento dos estudiosos do assunto na época, o instituto
também utilizava a Linguagem de Sinais.
Em 1880, ocorreu o Congresso de Milão e, entre os participantes desse
congresso foi acordado que a linguagem de sinais seria imprópria para a
correta educação dos surdos. O Congresso baniu a linguagem dos sinais das
escolas especializadas e adotou o oralismo, método que considera a voz como
o único meio de comunicação e de educação para os surdos.(3)
Só em 1960, com o fracasso do oralismo surgiu o conceito de comunicação
total que inclui todo o espectro dos modos lingüísticos, entre eles gestos criados
pelas crianças, língua de sinais, fala, leitura oro-facial, alfabeto manual, leitura e
escrita.
Em meados dos anos 60, brotou a língua dos sinais associada com a
oralização ou oralismo, surgindo um modelo misto denominado de
Comunicação Total que trouxe o reconhecimento e valorização de língua de
sinais que foi muito oprimida e marginalizada por mais de 100 anos.
A Comunicação Total inclui todo o espectro dos modos lingüísticos: gestos
criados pelas crianças, língua de sinais, fala, leitura oro-facial, alfabeto manual,
leitura e escrita. É mais indicada pois permite melhor desenvolvimento àqueles
que possuam quaisquer restos de audição, melhorando as habilidades de fala
ou de leitura oro-facial, através de uso constante, por um longo período de
tempo, de aparelhos auditivos individuais e/ou sistemas de alta fidelidade para
amplificação em grupo.

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A modalidade Bilíngüe ou Bilingüismo é a proposta mais adequada para o


ensino de crianças surdas, tendo em vista que considera a língua de sinais
como primeira língua e a partir daí se passam para o ensino da segunda língua
que é o português que pode ser na modalidade escrita ou oral. No de
Bilingüismo as crianças surdas precisam ser postas em contato primeiro com
pessoas fluentes na língua de sinais, sejam seus pais, professores ou outros.
Surge então a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), conceituada como a
forma de comunicação e expressão em que os sistemas lingüísticos usados são
de natureza visual-motora, utilizando as mãos em comunicação com braços,
tórax e cabeça. Devido à especificidade regional da linguagem de sinais, cada
país ou território tem suas particularidades, embora existam preceitos básicos
adotados mundialmente, certamente a LIBRAS tem diferenças entre a
linguagem de sinais adotadas em outros locais. A LIBRAS é uma ferramenta
importante para o surdo brasileiro pois lhe permite manifestar suas
necessidades e construir a sua identidade frente a cultura dos ouvintes.
A Linguagem Brasileira de Sinais, LIBRAS, só foi reconhecida legalmente pelo
governo em 2002, pela Lei°10.426 que exige que a LIBRAS seja componente
curricular obrigatório nos cursos de formação de professores de Magistério, no
Ensino Médio e Superior e, também, prevê que seja incluída como disciplina
optativa nas grades curriculares dos alunos dos cursos superiores.

O enfermeiro e a comunicação com o paciente portador de deficiência auditiva

A comunicação estabelecida com o paciente é um dos mais valiosos aspectos


do cuidado de enfermagem, é através dela que o profissional consegue criar
vínculos com o usuário e a família. Para que a comunicação com o surdo seja
eficaz é necessário compreender e ser compreendido, sendo assim, o
entrevistador deve evitar esconder seu rosto e lábios com as mãos, cabelos,
objetos e máscaras cirúrgicas, deve ainda olhar diretamente para o paciente
enquanto fala. Alguns surdos fazem leitura labial, o que ajuda muito no
processo de comunicação profissional – paciente (1) .
Outra forma de preparar os profissionais para o atendimento no que refere às
questões de comunicação é conscientizá–los da importância da comunicação
não-verbal pois 55% do pensamento é expresso por meio de sinais do corpo.
A dificuldade de comunicação pode atrapalhar muito no atendimento ao
paciente com deficiência auditiva. O insucesso desse processo pode levar o
deficiente auditivo a sentir-se excluído do sistema de saúde por não obter
melhora em seu quadro clinico. Por ser um grupo pequeno e específico, tem
sua própria cultura o que pode dificultar mais ainda a comunicação.
A participação da família pode ajudar muito mas, pode também atrapalhar.
Apesar de representar um auxilio, o familiar pode trazer problemas quando, por
exemplo, não permite que o surdo participe como agente ativo do seu

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tratamento. Sendo o acompanhante que explica os problemas e recebe as


orientações, o surdo não tem chance de expor suas dúvidas. (2)
A solicitação de intérpretes nos hospitais ocorre principalmente na coleta do
histórico do paciente portador de deficiência auditiva. A presença desse
intérprete pode diminuir muito o problema da comunicação porém, não seria o
ideal considerando que, enquanto muitos surdos valorizam a presença desses
intérpretes, outros sentem desconfiança e constrangimento ao serem expostos
a pessoas que, muitas vezes, não têm um olhar profissional adotando uma
postura de julgamento ou de piedade (2) .
O deficiente auditivo sofre muito preconceito e passa pela dificuldade de
vivenciar situações de exclusão social. Devido a falta de conhecimento sobre
suas limitações e à vivência de situações negativas, na maioria das vezes, o
portador de deficiência auditiva é visto como rebelde ou como uma pessoa
introspectiva que não revela seus sentimentos.
Algumas enfermeiras foram questionadas para saber como é o processo de
comunicação com os deficientes auditivos. Muitas demonstraram insegurança
ao se relacionarem com os pacientes surdos por não conhecerem a linguagem
utilizada por eles. A comunicação mais utilizada passa a ser a escrita o que
ajuda bastante porém, a linguagem de sinais tem gramática e vocabulário
diferentes da linguagem portuguesa escrita e, dessa maneira, uma pessoa que
nasceu surda no Brasil, pode ser fluente em LIBRAS e não dominar o português
escrito. O aprendizado de LIBRAS exige dedicação e nem sempre é fácil
aprender uma linguagem absolutamente nova, porém, é possível favorecer e
valorizar a contratação de profissionais de saúde com conteúdo básico da
LIBRAS que auxiliem no atendimento a portadores de deficiência auditiva.
A capacitação dos enfermeiros, para atender aos pacientes portadores de
deficiência auditiva é uma necessidade urgente, dando aos profissionais uma
formação que contemple os métodos de comunicação existentes bem como os
prepare para um melhor posicionamento frente ao atendimento a esse grupo de
pessoas.

CONCLUSÃO:
A comunicação é um dos instrumentos principais na assistência do deficiente
auditivo e também a maior dificuldade do enfermeiro com essa clientela.
O estudo mostra o uso da LIBRAS como uma opção de comunicação com o
deficiente auditivo que já existe há muito tempo e poucos profissionais da saúde
conhecem. Por falta de conhecimento desse método de comunicação o
deficiente auditivo se exclui da área da saúde, por não ser entendido
adequadamente e não receber o tratamento correto.
Concluímos que o uso da LIBRAS é a ferramenta mais importante da
comunicação com o deficiente auditivo sendo ela a linguagem dos surdos, com

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a conscientização de todos os profissionais da saúde no uso da LIBRAS,


poderá prestar á assistência correta, com qualidade e eficácia, alcançando a
confiança do deficiente auditivo.
Já o portador de deficiência auditiva, por sua vez, terá mais confiança no
profissional enfermeiro que o ajudará a identificar seus problemas de saúde
obtendo dados mais precisos para prescrição de cuidados corretos prestando
assistência humanizada a esses pacientes.
Recomendamos também que os serviços de saúde disponibilizem intérpretes
para o atendimento aos deficientes auditivos conscientizando seus profissionais
sobre a importância do conhecimento e uso da LIBRAS para valorizar seu
atendimento e a qualidade na prestação de seus serviços.
O conhecimento da LIBRAS deveria ser obrigatório, principalmente na área da
saúde, pelo trabalho realizado envolvendo uma população variada, através do
curso de LIBRAS , os profissionais da enfermagem adquirirá conhecimento para
a comunicação não-verbal, estabelecendo uma comunicação eficaz com o
deficiente auditivo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Cardoso. A.H.A., Rodrigues. K.G., Bachion. M.M., Percepção da pessoa com
surdez severa e/ ou profunda acerca do processo de comunicação durante seu
atendimento de saúde, Rev. Lat-Am Enferm . 2006. Jul. / Ago.14 (4).

2- Chaveiro. N., Barbosa. M.A., Porto. C.C., Revisão de literatura sobre o


atendimento ao paciente surdo pelos profissionais de saúde. Rev Esc Enferm
USP. 2008. 42 (3): 578-583.

3- Rodriguez. C. L. W. Costa M. I. P. A importância da língua de sinais para a


melhoria da socialização dos alunos com deficiência auditiva. [ Monografia ]
Siquera Campos (PR) Faculdade Padre João Bagozzi; 2006. (ultimo acesso em
set/ 2009).

________________________________________________________________
¹ Graduanda do último semestre do Curso de Enfermagem da Universidade
Santo Amaro – e-mail: fernanda.silvaaguiar@gmail.com
² Enfermeira, professora assistente do Curso de Enfermagem da Universidade
Santo Amaro, disciplina de Enfermagem em Saúde do Adulto I

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Os cuidados e orientações da enfermagem para os pacientes


com Lúpus Eritematoso Sistêmico
PRISCILA ALVES PISTORI(1)

VALDILEA ZORUB PASQUINI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória crônica auto-imune,
heterogênea, multissistêmica, caracterizada pela produção de auto-anticorpos
contra vários constituintes celulares. Evolui com manifestações clínicas
polimórficas com período de atividade e remissão. A pele é e um dos órgãos
alvo afetados de forma mais variável pela doença. As lesões cutâneas
constituem 3 dos 11 critérios estabelecidos pela American College of
Rheumatology para o diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico: erupção
malar, lesões discóides e fotossensibilidade .
O Lúpus tem como manifestações clínicas mais freqüentes, lesões na pele,
denominadas asa de borboleta, em maçãs do rosto e dorso do nariz, lembrando
um formato de borboleta; lesões isquêmicas de SNC, polineuropatias,
convulsões e psicoses entre outras manifestações como cefaléia, dores
articulares e edema principalmente nas articulações das mãos, inflamação da
pleura ou pericárdio, inflamação nos rins com perda da função renal, alterações
sanguíneas como anemia, leucopenia, as vasculites gerando lesões dolorosas
nas mãos e pés, no palato ou membros; queixa de febre, emagrecimento e
fraqueza.
O Lúpus afeta em sua maioria mulheres, sendo 10 vezes mais frequente do que
em homens, embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais encontrado entre
20 e 45 anos.
De etiologia não esclarecida, o desenvolvimento da doença está ligada a
predisposição genética e fatores ambientais como luz ultravioleta.
Além da terapia medicamentosa, cuidar de pacientes com Lúpus requer visão
ampla, o enfermeiro precisa atentar-se para realização de diagnósticos,
cuidados de enfermagem, estado psicológico e social da pessoa afetada, assim
como o ensinar auto-cuidado ao paciente com lúpus para promover maior
independência ao paciente.

OBJETIVO:
Este estudo tem por objetivo contribuir com a qualidade e humanização da
assistência de enfermagem aos pacientes com Lúpus.

METODOLOGIA:

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A metodologia trata-se de uma pesquisa descritiva obtida através da revisão de


literatura. Foram utilizados os descritores de assunto: Lúpus, doença auto-
imune, enfermagem, diagnósticos de enfermagem, cuidados de enfermagem.

RESUMO:
Descrição dos sinais e sintomas
O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória da pele que atinge
em sua maioria a pessoa adulta, acometendo preferencialmente áreas expostas
à luz solar. É caracterizada por áreas de vários tamanhos, eritematosas,
descamativas, bem definidas, que evoluem deixando cicatriz desfigurante na
face ou no couro cabeludo caso haja demora no início do tratamento, assim
como alterações na pigmentação. Existe também o Lúpus Verrucoso, sobre
lesões discóides preexistentes em áreas expostas ao sol, surgem lesões
papulonodulares verrucosas. As lesões podem apresentar prurido, e quando
recorrem, o fazem nos locais que já foram afetados.
As lesões são predominantes na região da face, mas pode afetar membros,
lábios e borda palpebral.
No Lúpus Eritematoso Sistêmico, temos comprometimento hematológico, como
plaquetopenias, leucopenias; comprometimento cardiopulmonar: aterosclerose,
pleurite, pneumonite, hemorragia pulmonar, hipertensão pulmonar;
manifestações neuropsiquiátricas: convulsões, psicoses, desordens de humor,
cefaléia, doença cerebrovascular, meningite asséptica, ansiedade, déficit de
memória; comprometimentos renais: nefropatia, nefrite membranosa entre
outras.
A fertilidade não é comprometida no Lúpus e a gravidez, embora não contra
indicada deve ser planejada, por causa da toxicidade das drogas. É uma
gravidez considerada de alto risco, com maior incidência de retardo do
crescimento intra-uterino, prematuridade, hipertensão induzida pela gravidez e
diabetes. A amamentação pode determinar risco para criança, sendo
recomendado intervalo de 4 horas entre medicação e mamadas.
As vacinas contra pneumococo e influenza são seguras e tem eficácia, porém
não devem ser tomadas nos períodos de exarcebação da doença, vacinas com
vírus vivos não devem ser prescritas a pacientes com lúpus.
No Lúpus Eritematoso Neonatal, existem lesões cutâneas, surgindo entre 5º e
15º meses de vida em cerca de 50% dos pacientes e apresentando se em
áreas de exposição do sol, como máculas e pápulas.
As lesões desaparecem espontaneamente, sem presença de cicatrizes, época
em que os anticorpos maternos, transmitidos via transplacentária, são
metabolizados.
O diagnóstico é feito baseado nos critérios de classificação propostos pelo
American College of Rheumatology, que se baseia na presença de pelo menos
4 dos 11 critérios citados a seguir :

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1)Eritema malar: lesão eritematosa fixa em região malar, plana ou em relevo.


2)Lesão discóide: lesão eritematosa, infiltrada, com escamas queratóticas
aderidas e tampões foliculares, que evolui com cicatriz atrófica e discromia.
3)Fotossensibilidade: exantema cutâneo, como reação não usual à exposição à
luz solar, de acordo com a história do paciente ou conforme observado pelo
médico.
4)Úlceras orais/nasais: úlcera orais ou nasofaríngeas, usualmente indolores,
observadas pelo médico.
5)Artrite: artrite não erosiva envolvendo duas ou mais articulações periféricas,
caracterizadas por dor e edema ou derrame articular.
6)Serosite: pleuris (caracterizada por história convincente de dor pleurítica ou
atrito auscultado pelo médico ou evidência de derrame pleural) ou pericardite
(documentado por eletrocardiograma, atrito ou evidência de derrame
pericárdico).
7)Comprometimento renal: proteinúria persistente (0,5g/dia ou 3+) ou cilindrúria
anormal.
8)Alterações neurológicas: convulsão (na ausência de outra causa) ou psicose
(na ausência de outra causa).
9)Alterações hematológicas: anemia hemolítica ou leucopenia (menor que
4.000 leucócitos/ml em duas ou mais ocasiões) ou plaquetopenia (menor que
100.000 plaquetas/ml na ausência de outra causa).
10)(Alterações imunológicas: anticorpo anti-DNA nativo ou anti-Sm, ou
presença de anticorpo antifosfolípide baseado em: a) níveis anormais de IgG ou
IgM anticardiolipina; b)teste positivo para anticoagulante lúpico ou teste falso
positivo para sífilis, por no mínimo 6 meses.
11)Anticorpos antinucleares: título anormal de anticorpo anti-nuclear por
imunofluorescência indireta ou método equivalente, em qualquer época, e na
ausência de drogas conhecidas por estarem associadas à síndrome do Lúpus
induzido por drogas.
O tratamento individualizado depende do comprometimento dos órgãos e
sistemas assim como a gravidade de cada caso, descritos como
medicamentoso e não medicamentoso.
O primeiro tem a finalidade de melhorar a atividade inflamatória, controlar sinais
e sintomas e reduzir complicações, e o segundo inclui-se orientações sobre a
doença e seu tratamento, atividade física, proteção contra luz solar,
alimentação, repouso como forma de amenizar sinais e sintomas que
comprometam a auto-estima e auto-imagem do paciente, assim como apoio
psicológico e social.

•Principais diagnósticos de enfermagem relacionados aos Lúpus.

Dentre as várias funções da enfermagem, destacamos a realização de

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diagnósticos, e intervenções de enfermagem, baseado nos problemas reais e


potenciais. Para elaboração dos diagnósticos é necessário relacionamento
terapêutico entre enfermagem e paciente, além de conhecimento sobre a
fisiopatologia:
-Déficit de volume de líquidos, relacionado à falha nos mecanismos regulares
(supra-renais, hiperglicemia, vômitos), distúrbio de auto-estima /auto-imagem,
relacionados às mudanças biofísicas (lesões na pele, perda de cabelos,
emagrecimento) e psicossociais (mudanças no estilo de vida, dependência de
outros para auxílio), impotência (nível pessoal), relacionada à natureza crônica
da doença, falta de controle sobre resultados, incapacidade de cuidar de si
mesmo e depressão, integridade da pele prejudicada, relacionada aos fatores
externos (punção venosa) e internos (medicamentos, processo inflamatório,
déficit imunológico), medo relacionado à ameaça de morte percebida ou real,
dor aguda relacionada a agentes causadores de lesão (processo inflamatório
disseminado e trauma tissular), mucosa oral alterada relacionada às condições
patológicas, nutrição alterada: ingestão menor do que as necessidades
corporais, relacionada à incapacidade para ingerir nutrientes adequados
(náusea/vômitos) e restrições alimentares terapêuticas, perfusão tissular
alterada, relacionada à redução de volume de sangue, redução do fluxo
sanguíneo renal, resistência vascular sistêmica alterada e aumento da atividade
simpática (hipertensão), proteção alterada, relacionado às defesas primárias e
secundárias inadequadas (lesões de pele, acesso venoso, resposta inflamatória
suprimida) e imunossupressão (doença crônica, agentes farmacêuticos, níveis
elevados de glicose, procedimentos invasivos e desnutrição), ansiedade
moderada, relacionado ao tratamento e prognóstico, risco para controle ineficaz
do regime Terapêutico, relacionado ao conhecimento insuficiente sobre a
condição, o repouso versus as exigências da atividade, a terapia farmacológica,
os sinais e sintomas de complicações, os fatores de risco e os recursos
comunitários,
•Os principais cuidados e orientações de enfermagem à pacientes com Lúpus.
Avaliação do nível de consciência, estado geral, nutricional e nível de
dependência, avaliação freqüentemente do local do acesso venoso quanto à
permeabilidade, infiltração, sinais flogísticos e condições da fixação, promoção
de repouso (relativo ou absoluto considerando a gravidade e tolerância de cada
paciente), proporcionar condições para sono e repouso: ambiente silencioso e
com pouca luz, avaliação da ocorrência de reações adversas (boca amarga,
náuseas e vômitos, hipertensão, hiperglicemia), conversar com o paciente
encorajando o enfrentamento da situação, oferecer recipientes durante
episódios de vômitos, contato com a nutricionista para reformulação da dieta,
fazer higiene oral com bicarbonato de sódio, após episódio de vômito, realizar
curva térmica, fazer controle de pressão arterial, fazer controle de diurese,
realização de balanço hídrico rigorosamente, controle de peso, realização

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glicemia capilar, avaliação dos resultados de exames laboratoriais – de


controle/terapêuticos – (bioquímica: sódio, potássio, cálcio, uréia, creatinina,
urina I, urocultura, hemograma, glicemia e outros) e de diagnostico (raios-X,
tomografia computadorizada, ultrassonografia, outros), atentar para sinais e
sintomas de hiperglicemia, incentivar aceitação da alimentação pela via
estabelecida, solicitar avaliação/parecer/acompanhamento do psicólogo,
assistente social e do líder espiritual, se necessário, realizar higiene corporal
(considerar nível de dependência) com sabonete neutro, conversar com a
paciente durante a assistência, valorizando suas queixas e permitindo que ela
participe de seus cuidados, orientar paciente e acompanhante durante a
hospitalização quanto a: patologia, esquema terapêutico e nutricional,
importância de adesão e manutenção do tratamento, prevenção de
complicações, evitar contato com pessoas portadoras de infecção,
acompanhamento ginecológico, planejamento familiar, considerando estilo de
vida de cada paciente a partir de sua história, orientação sobre compressas
mornas antes do banho morno, se apresentar artralgia matinal, orientação
quanto a mudança de decúbito, movimentação ativa e passiva das articulações,
considerando tipo de repouso apropriado, interagir com acompanhante e
pessoas próximas, orientando a necessidade e de interação social, participação
em eventos sociais significativos para a paciente, transmitir informações
positivas sobre os filhos, fatos e pessoas significativas a paciente, incentivar o
auto-cuidado adequado preferências e limitações como uso de shampoo e
sabonete neutros, evitar tinturas nos cabelos e produtos desconhecidos sobre a
pele, usar maquiagem hipoalergênica, creme hidratante a base de água para o
corpo, manter unhas limpas e aparadas, realizar atividades físicas moderada,
respeitando a tolerância, sugerir formas de aliviar o estresse, orientar quanto à
proteção contra luz solar e outras formas de irradiação ultravioleta, o paciente
deve ser orientado a controlar fatores de risco relacionados à doença coronária,
como dieta, tabagismo, obesidade, sedentarismo e níveis lipídicos sanguíneos,
controle de obesidade e a dislipidemia, Usar filtro solar n°15 ou maior
Usar roupas protetoras, leves, de mangas compridas e chapéus, aplicar
corticosteróides tópicos nas lesões segundo prescrição, sugerir cortes de
cabelos alternativos e uso de perucas para cobrir áreas significativas de
alopecia, incentivar boa higiene oral e inspecionar boca à procura de úlceras
orais, orientar a evitar alimentos quentes ou condimentados que possam irritar a
mucosa oral, examinar diariamente a pele, ensinar quanto à limpeza das lesões
com sabonete antibacteriano, orientar quanto à necessidade de ingestão
protéica adequada com redução de sal, de lipídios e de carboidratos, a dieta
deve acompanhar as modificações do quadro clínico, como hipertensão arterial,
diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, observar sinais de
edema nos membros inferiores e na face, explicar reações adversas da
corticoterapia.

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CONCLUSÃO:
Percebe-se que é uma doença com muitos aspectos e devido ser um transtorno
médico sem uma clara delimitação no imaginário popular, o lúpus é aceito
psicologicamente com alguma dificuldade pelos pacientes.
Com suas diferentes manifestações, os significados também variam, sendo
confundidos com outros transtornos de saúde pelos pacientes. O fato de ser
uma doença que afeta diversos órgãos, o que pode deixar as pessoas
inicialmente confusas e inseguras.
Conclui-se que é um desafio para enfermagem, cuidar dos vários aspectos da
vida dos pacientes lúpicos, pois é uma doença incomum e com sinais e
sintomas diversos.
A utilização dos diagnósticos de enfermagem na prática de enfermagem
possibilita o aperfeiçoamento e a utilização dos conhecimentos de enfermeiros,
proporcionando raciocínio clínico ao profissional.
Enquanto não houver profissionais de enfermagem que proporcionem um
atendimento sistematizado, os pacientes permanecerão despreparados para
alta hospitalar e provavelmente aumentará o número de re-internações por falta
de adesão ao tratamento.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Berbert ALCV, Mantese SAO. Lúpus eritematoso cutâneo: Aspectos clínicos e
laboratoriais. Anais Brasileiros de Dermatologia. Minas Gerais 2005;80(2):119-
31.

2. Bittencout GKGD, Beserra PJF, Nóbrega MML. Assistência de enfermagem a


paciente com Lúpus eritematoso sistêmico utilizando o CIPE. Revista gaúcha
enfermagem, Porto Alegre (RS) 2008 mar;29(1):26-32.

3. Sato EI, Bonfá ED, Costallat LTL, Silva NA, Brenol JCT, Santiago MB et al.
Lúpus eritematoso sistêmico: Tratamento do acometimento sistêmico. Revista
Bras. de Reumatologia, São Paulo 2004 novembro-dezembro; 44 (6):458-63.

________________________________________________________________
Trabalho de conclusão de curso apresentado para adquirir o título de
bacharelado da faculdade de enfermagem da Universidade de Santo Amaro
sob orientação da docente Valdiléa Zorub Pasquini
1- Graduanda do 8º semestre da Universidade de Santo Amaro.
2- Docente da Universidade de Santo Amaro.

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Parto Humanizado: Idealização ou Realidade


VANESSA DE CARVALHO(1)

EGLE DE LOURDES FONTES J OKAZAKI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
1. A assistência ao parto no Brasil ainda segue uma linha antiga e pouco eficaz,
faz-se necessário o aprimoramento do profissional obstétrico e suas técnicas
empregadas, a fim de promover mudanças no modelo de atenção ao parto.
A humanização do parto é necessária, para um melhor acolhimento ao
paciente, tendo em vista que a maioria das instituições tem seus protocolos o
atendimento, que visa o parto em si e não a real necessidade da parturiente. No
atendimento hospitalar, o que se observa é um trabalho “mecânico e pouco
humano”, onde a falta de diálogo é evidente, e o profissional atendente não está
preparado para esse tipo de trabalho. A culpa por assim dizer, deve-se a
formação desses profissionais, que durante o aprendizado, tiveram pouco ou
nenhuma informação, com a real teoria da humanização.
Essa deficiência no preparo desses profissionais agrava ainda mais a situação,
uma vez que sem formação adequada, não se consegue atender a gestante e
suas necessidades individualizadas.
Desenvolvido para proporcionar a gestante um atendimento prioritário em
relação a sua saúde e do bebê, o pré-natal também não abrange o contingente
básico de sua criação estabelecida pelo Ministério da Saúde em muitos postos
de atendimento, oferece serviços precários, prejudicando ainda mais a
população carente que sofre com o mau atendimento prestado por esses
profissionais.
No Brasil o que se observa é uma desigualdade de atendimento entre a rede
publica de atendimento, e o setor privado, onde o primeiro, talvez por excesso
de pacientes, não consegue desenvolver um trabalho mais efetivo no
atendimento e acompanhamento dessas mulheres. Em contra partida, a rede
conveniada oferece um tratamento diferenciado, proporcionado a essa gestante
um acompanhamento completo desde o início da gestação e até o pós-parto.
O modelo atual de prestação de serviço a gestante deve sofrer uma
reformulação e socialização, para que aja mudança no comportamento
esperado do profissional de saúde, não só otimizando o trabalho com a própria
gestante, mas também abrangendo a sua família, proporcionando a este
profissional êxito em suas atividades profissionais.
Humanizar requer não só entender as necessidades do cidadão, mais também
se utilizar meios científicos, para aprimoramento de técnicas, considerando
características sociais, étnicas, religiosas, de cada pessoa, visando valorizar o
respeito à vida humana e a autonomia do indivíduo.

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OBJETIVO:
2. Este trabalho tem como objetivo:

A) Estabelecer o conceito do Parto Humanizado;


B) Identificar os meios de apoio a mulher gestante;
C)Determinar a qualidade do atendimento prestado por profissionais, no
atendimento a gestante, abrangendo suas necessidades.

METODOLOGIA:
3. A metodologia empregada na elaboração deste trabalho foi estabelecida
mediante a pesquisa bibliográfica, constituída de material com enfoques
científicos. Procurou-se ao máximo correlacionar a pesquisa literária com o
tema deste trabalho, a fim de promover um estudo mais apurado.
Os seguintes passos foram estabelecidos para desenvolver essa pesquisa
bibliográfica: levantamento do material nos catálogos das bibliotecas, fontes de
sites científicos e revistas de meio cientifico; seleção de artigos e textos
conforme o objetivo proposto pelo trabalho; leitura e avaliação do conteúdo
literário; desenvolvimento do trabalho, conforme dados úteis relacionados ao
objetivo.
A pesquisa bibliográfica ocorreu no período de 01 de Junho a 20 de setembro
de 2009. O material utilizado foi avaliado sobre critérios rigorosos, sendo
considerados somente os artigos que abordavam o tema e similares com
enfoque no assunto. Não foram descartados nenhum artigo ou publicação,
porém procurou-se utilizar publicações recentes. Para desenvolver e conclusão
desde trabalho foram utilizados 33 artigos científicos relacionados ao tema.

RESUMO:
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Gestação

“Cada criança ao nascer,


nos trás a mensagem de que Deus
não perdeu as esperanças nos homens.”
(Rabindranath Tagore)

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Segundo COSTA apud SALEM (1995), a gravidez é uma condição natural e


evolutiva no ciclo fisiológico da mulher. A essência da maternidade faz parte do
universo feminino, enquanto a visão masculina é totalmente distorcida em
relação ao processo evolutivo, em outras palavras, a mulher nasce para ser
mãe, enquanto o homem nasce somente para reproduzir, não necessariamente
ser pai.
Seja a gravidez concebida de modo natural ou não, a concepção de um filho
gera laços únicos na vida de uma mulher, perdurando para a vida inteira.

4.2 Alterações Físicas e Psicológicas

A gravidez gera no corpo feminino mudanças físicas, a principal delas ocorre


devido ao ganho de peso no período gestacional. O excesso de peso neste
período aumenta o risco a doenças correlacionadas a gestação e pós-gestação,
podendo ocasionar a morte da mãe ou do bebê, quando não de ambos.
Na adolescência a gravidez acarreta maior risco a saúde da mãe e do feto (1).
Nesta fase da vida o corpo feminino, ainda não se encontra completamente
desenvolvido, tão pouco a personalidade e o caráter dessa futura mãe, estão
suficientemente desenvolvidos para gerar uma nova vida. Além das mudanças
físicas geradas pela própria gravidez, na fase da adolescência ocorrem outros
tipos de transformações, simultaneamente com a gestação desenvolve-se o
amadurecimento dessa nova mãe, que se conscientiza dessa nova etapa em
sua vida, podendo desenvolver crises de identidade, depressão e
questionamentos comumente observados na adolescência.
Às vezes, a gravidez é desejada por essas adolescentes, idealizando o fato de
serem mães com aceitação e a idéia erronia de não serem mais sozinhas (1).
Segundo dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a gravidez na adolescência ocorre geralmente entre a primeira e quinta
relação sexual, e as causas mais comuns estão entre: Desconhecimento dos
métodos contra conceptivos; conhecimento dos métodos de barreira, porém não
o utilizam; utilização de métodos anticoncepcionais de pouca eficaz e utilização
incorreta dos métodos existentes.
Apesar do número de adolescentes grávidas encontrarem-se em queda nos
últimos anos, o número de adolescentes grávidas ainda é preocupante no país.

4.3 Pré Natal

O pré-natal é um programa elaborado pelo Governo Federal – SISPRENATAL


ou sistema de pré-natal, com a finalidade de atender, desenvolver, promover a
saúde da mulher grávida de forma humana. O acesso da gestante a este
programa é gratuito, permitindo-lhe o direito de assistência médica durante o
período gestacional.

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O acompanhamento realizado pelo pré-natal é de suma importância, pois além


de assistir a gravidez do inicio ao fim, a gestante pode contar durante a fase
gestacional, com auxílio direto de uma equipe especializada, que tem por meta,
orientar, esclarecer e ensinar a essa futura mãe, como cuidar dessa nova vida
que está sendo gerada (1).
A assistência fornecida pelo pré-natal tem como principais objetivos:
• Diminuir a incidências de doenças gestacionais, diminuindo assim mortes
maternas e perinatal.
• Controle do peso durante a fase gestacional, o que pode ocasionar
complicações durante a gestação e no decorrer do parto.
• Acompanhamento nutricional e suplementação de carências nutricionais, com
a inclusão de suplementos vitamínicos durante a gestação.

Apesar de gratuito, o pré-natal fornecido pela rede pública de serviços á saúde


da mulher, apresentam déficits em sua estrutura, muitas vezes não atendendo a
gestante como planejado, promovendo desistências e/ou recusa a adesão ao
programa de acompanhamento gestacional.

4.4 Enfermagem no Pré-natal: um conceito Humanizado

É cada vez maior a atuação de Enfermeiros no programa de assistência a


gestante. A assistência de enfermagem neste campo da área da saúde tem
como objetivo, promover informação a saúde da gestante, por meio de
comunicação e atendimento direto a esse público especifico.
A ação da enfermagem no programa assistência do pré-natal, permite a
gestante e por que não a própria equipe de enfermagem, entender o que é a
gravidez, por meio de trocas de experiências por ambas a parte. O campo da
obstetrícia por mais explorado que seja ainda é uma área que permite
constantes mudanças, pois cada gestação é única, e as dúvidas geradas em
sua concepção são inúmeras, permitindo a equipe de enfermagem interagir,
proporcionando esclarecimentos quando necessário.
Entende-se que a enfermagem no campo obstétrico vai muito além do “cuidar”,
mais também busca o “entender”, por meio de diretrizes que promovem um
diálogo aberto, podendo assim identificar e sanar as necessidades das
gestantes, por meio de uma solução humana é prática.

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4.5 O Parto – O maior espetáculo da Vida

“Que a única dor da maternidade


se restrinja à do parto”
(Eduardo de Paula Barreto)

Para muitas mulheres o parto se compara a dor da morte, sentimento


compreendido devido ao trabalho de parto, mais morte neste caso se torna uma
palavra imprópria, uma vez que a morte é o fim de uma vida, e o trabalho de
parto precede o início de uma. Com medo do sofrimento que pode perdurar por
muitas horas, devido o processo natural do próprio parto, muitas mulheres
optam por submeter-se a cesariana (2).
Devido uma idéia de que o procedimento de cesárea é muito mais prático, pois
pode ser realizada com data e hora marcada e muitas gestantes optam em se
se submeter à cesariana, por considerá-lo seguro e indolor (2).
O pré-parto é o momento mais sofrido para a parturiente, a idealização e o
medo desse sofrimento (dilatação do colo uterino), faz com que a cesárea
ganhe peso no momento de escolha pelo tipo de parto, devido a utilização de
fármacos para analgesia. Outro ponto relevante para a escolha desse tipo de
procedimento está correlacionado ao planejamento familiar e o desejo das
mulheres de não terem mais filhos, estas se submetem a cesariana para a
realização de laqueadura após o parto.
A ocorrência de partos por cesárea comparada a partos normais em
instituições particulares é elevada, sendo menor a incidência deste tipo de
procedimento em instituições públicas que priorizam o nascimento por parto
natural.
A falta de informação durante a assistência prestada pelo programa de pré-
natal aumenta a ansiedade da gestante em relação a complicações no
momento do parto, gerando muitas vezes dúvidas pela opção do tipo de parto
adequado. Essa situação poderia ser amenizada se houvesse uma participação
mais ativa de equipes multidisciplinares durante toda a gestação, para suprir
todas as dúvidas dessa futura mãe.
A cesárea é um procedimento invasivo e de grande risco, deve ser opção de
escolha pelo profissional da saúde somente em casos extremos, onde a vida da
mãe e da criança possa correr algum tipo de risco, não deve ser dado como
opção de escolha devido ao fato da futura mãe ter medo do parto normal, o
melhor parto é sempre o que ocorre de forma natural.

4.6 Parto Humanizado

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“ Nenhuma influência é tão poderosa


quanto aquela de ser mãe.”
(Sarah Josepha Hale)

No Brasil, o centro de partos onde as gestantes são submetidas ao parto


normal, ainda é assunto para discussões, pois a assistência prestada pelos
profissionais nestas unidades (na maioria por enfermeiras obstétricas),
ultrapassa a barreira paciente-profissional, proporcionando uma troca de
experiências neste momento único de forma humanizada.
O parto humanizado prioriza o nascimento do bebê por vias normais,
permitindo a parturiente permanecer acompanhada durante e após o parto por
familiares.
A humanização do parto tem por conceito uma nova conduta durante as horas
que precedem o nascimento, proporcionando a puérpera, sensações, apoio
familiar, experiências, etc..., oferecendo a mesma uma fase da vida humana
denominada maternidade (2).
Indicada para quem desenvolveu durante os nove de gravidez, uma gestação
tranqüila e de baixo grau de complexidade, o parto humanizado é uma saída
contra procedimentos invasivos na parturiente. Com aceitação evidente em
diversos países, a humanização a vida, proporciona a mãe e ao concepto uma
assistência digna do ponto de vista ético.
Em sua grande maioria é realizado por enfermeiros obstétricos, que pelo fato
de sempre estarem presentes, acabam identificando necessidades na
parturiente, não vivenciadas por outros profissionais da saúde. Esse tipo de
parto não prioriza que sua realização ocorra necessariamente em hospitais,
podem ser realizados em casas, ambulatórios ou centros de assistências,
desde que estes obtenha estruturas mínimas de assistência e que a gestante
não tenha histórico em seu pré-natal que a impeça de submeter-se ao parto
natural.
Apesar do conceito de humanização, existe diferenças entre a autonomia do
enfermeiro obstétrico que exerce sua função em um hospital, da autonomia do
que atua em instituições de apoio. A visão de humanização entre ambas as
instituições, podem ser a mesma, mais o ato de humanização precede pontos
distintos (3).
O profissional obstetra que atua em maternidades propriamente dita, visam à
humanização do parto, sem a utilização de fármacos e a não utilização de
técnicas e/ ou intervenções agressivas, enquanto o profissional obstetra que
atua em casas assistenciais não somente visam o parto natural, como também
vivenciam juntamente com a parturiente não somente a parturição, mais
também tiveram a oportunidade de acompanhar o pré-natal e o momento mãe -
concepto (3).
Outro aspecto em relação à humanização do parto, é o incentivo a

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amamentação, está claro para o meio cientifico que o ato de amamentar não só
traz benefícios, proporciona a perda do peso da puérpera adquirido na
gestação, diminui a incidência de câncer de mama e o mais importante de
todos, beneficia o laço mãe-filho estreitando a barreira antes imaginaria e
tornado o ato de alimentar um ato de amor.
O nascimento é o ato mais importante do ser, cabe ao profissional da saúde,
cuidar para que esse acontecimento ocorra sem traumas, tanto para a mãe,
quanto para seu bebê, utilizando-se para isso recursos científicos para uma
assistência de qualidade (3).

4.7 Ser Mãe

“ No momento em que uma criança nasce,


a mãe também nasce. Ela nunca existiu antes.
A mulher existia, mas a mãe, nunca. Uma mãe á algo absolutamente novo.”
(Rajnessh)

A mulher se “torna” mãe a partir da concepção do feto, porém é somente após


o parto que essa percepção se intensifica, surge um turbilhão de expectativas
nunca antes vivenciadas, tornando a maternidade algo real. A identidade
materna assume seu papel, os laços mãe-filho se estreitam, a sensação de que
um ser depende de sua segurança predomina sobre qualquer prioridade antes
considerada vital.
Esses sentimentos que afloram durante e após a gravidez, podem ocasionar
benefícios como também podem ocorrer malefícios a puérpera que não sabe
como lidar com a nova situação. Algumas mulheres desenvolvem depressão
pós-parto, esse tipo de distúrbio pode ocorrer horas após o nascimento como
também se manifestar até um ano após a maternidade. Esses sintomas muitas
vezes sutis podem levar a condições de isolamento da mãe em relação seu
filho. Ainda não são claros os mecanismos que desencadeiam essas reações,
sabe-se apenas que manifestações hormonais e psicológicas são as principais
desencadeadoras deste tipo de distúrbio.
Os laços mãe-bebê são tão intensos que a menor mudança do comportamento
da mãe, implica em reações na criança, podendo esta retardar seu
desenvolvimento. A ação de uma equipe multidisciplinar no sentido de
humanizar o convívio mãe-filho se faz necessário, uma vez que a repudia da
mãe em relação a criança é algo tratável .
A maternidade é o maior espetáculo da vida, nela são vivenciados momentos
únicos entre mãe-filho, é nesses momentos que se pode ter a real definição da
teoria e da palavra humanização.

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CONCLUSÃO:
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maternidade é uma exclusividade do universo feminino, vivenciado desde o


momento da concepção e com perduração pela vida inteira da mulher.
A gestação é uma etapa de dúvidas, gerada sobre as incertezas do parto e dos
cuidados com o bebê. Nessa fase a mulher fica frágil, sofre modificações físicas
e psicológicas, necessitando de acompanhamento profissional para
esclarecimento e de total apoio familiar.
O acompanhamento pelo pré-natal é de impar importância para a gestante,
pois por meio de consultas, é possível orientar, avaliar e encaminhar essa futura
mãe para o tipo de parto mais adequando. Esse acompanhamento
especializado reduz a taxa de mortalidade de mãe e filho, como também a taxa
de cesáreas sem indicação e mutilação por partos inadequados.
O trabalho de parto é um ato doloroso para a mulher, causando-lhe sofrimento
que podem perdurar horas. É nesse momento em que a ação de uma equipe
voltada a humanização se faz necessária, fornecendo orientações, e
conscientizando a parturiente que o parto natural é sempre a melhor opção.
Este estudo bibliográfico serve para afirmar a importância de ação de
enfermeiros obstétricos em maternidade e casas de apoio, este profissional só
vem somar a esse momento único, visto não só como profissionais, mais
também como co-autores no nascimento do bebê, a equipe de enfermagem
voltada para o cuidar abrange as necessidades da gestante durante a gestação
e no momento do pré, durante e pós parto.
A humanização na gestação, não somente gera, mais como também agrega
benefícios tanto para a mãe quanto para o seu filho.
Conforme os dados apontados por esta revisão bibliográfica, fica claro a
necessidade de aprimoramento e inovação na arte no nascer, com atuação de
profissionais qualificados e que possam atender a gestante e toda a sua
necessidade. Outro ponto a ser considerado é a melhora do acesso dessas
gestantes no programa de pré-natal.
Mãe é muito mais do que uma palavra, também não refere-se somente a
mulher que dá a luz, mais também deve ser entendida como a origem, de um
dos espetáculos mais curiosos da natureza, o nascimento de uma vida.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Benute GG, Galletta, MA. Gravidez na adolescência: prevalência, ansiedade
e ideação suicida. Rev Assoc Med Bras. 2002 Set;48(3).

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2. Diniz CSC. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos


sentidos de um movimento. Ciênc Saúde Coletiva. 2005 Set;10(3)

3. Marques F, Dias IMV, Azevedo L. A percepção da equipe de enfermagem


sobre a humanização do parto e nascimento. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2006
Dez;10(3):439-47.

________________________________________________________________
1. Aluna em Graduação do 4º ano do Curso de Enfermagem - Bacharelado
2. Orientadora, Enfermeira - Docente e Mestre em Enfermagem. Professora do
Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro

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Parto Humanizado:idealização ou realidade?


VANESSA DE CARVALHO(1)

EGLE DE LOURDES FONTES J OKAZAKI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A assistência ao parto no Brasil ainda segue uma linha antiga e pouco eficaz,
faz-se necessário o aprimoramento do profissional obstétrico e suas técnicas
empregadas, a fim de promover mudanças no modelo de atenção ao parto.
A humanização do parto é necessária, para um melhor acolhimento ao
paciente, tendo em vista que a maioria das instituições tem seus protocolos o
atendimento, que visa o parto em si e não a real necessidade da parturiente. No
atendimento hospitalar, o que se observa é um trabalho “mecânico e pouco
humano”, onde a falta de diálogo é evidente, e o profissional atendente não está
preparado para esse tipo de trabalho. A culpa por assim dizer, deve-se a
formação desses profissionais, que durante o aprendizado, tiveram pouco ou
nenhuma informação, com a real teoria da humanização.
Essa deficiência no preparo desses profissionais agrava ainda mais a situação,
uma vez que sem formação adequada, não se consegue atender a gestante e
suas necessidades individualizadas.
Desenvolvido para proporcionar a gestante um atendimento prioritário em
relação a sua saúde e do bebê, o pré-natal também não abrange o contingente
básico de sua criação estabelecida pelo Ministério da Saúde em muitos postos
de atendimento, oferece serviços precários, prejudicando ainda mais a
população carente que sofre com o mau atendimento prestado por esses
profissionais.
No Brasil o que se observa é uma desigualdade de atendimento entre a rede
publica de atendimento, e o setor privado, onde o primeiro, talvez por excesso
de pacientes, não consegue desenvolver um trabalho mais efetivo no
atendimento e acompanhamento dessas mulheres. Em contra partida, a rede
conveniada oferece um tratamento diferenciado, proporcionado a essa gestante
um acompanhamento completo desde o início da gestação e até o pós-parto.
O modelo atual de prestação de serviço a gestante deve sofrer uma
reformulação e socialização, para que aja mudança no comportamento
esperado do profissional de saúde, não só otimizando o trabalho com a própria
gestante, mas também abrangendo a sua família, proporcionando a este
profissional êxito em suas atividades profissionais.
Humanizar requer não só entender as necessidades do cidadão, mais também
se utilizar meios científicos, para aprimoramento de técnicas, considerando
características sociais, étnicas, religiosas, de cada pessoa, visando valorizar o
respeito à vida humana e a autonomia do indivíduo.

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OBJETIVO:
-Estabelecer o conceito do Parto Humanizado;
-Identificar os meios de apoio a mulher gestante;
-Determinar a qualidade do atendimento prestado por profissionais, no
atendimento a gestante, abrangendo suas necessidades.

METODOLOGIA:
A metodologia empregada na elaboração deste trabalho foi estabelecida
mediante a pesquisa bibliográfica, constituída de material com enfoques
científicos. Procurou-se ao máximo correlacionar a pesquisa literária com o
tema deste trabalho, a fim de promover um estudo mais apurado.
Os seguintes passos foram estabelecidos para o desenvolver da pesquisa
bibliográfica: levantamento do material nos catálogos das bibliotecas, fontes de
sites científicos e revistas de meio cientifico; seleção de artigos e textos
conforme o objetivo proposto pelo trabalho; leitura e avaliação do conteúdo
literário; desenvolvimento do trabalho, conforme dados úteis relacionados ao
objetivo.
A pesquisa bibliográfica ocorreu no período de 01 de Junho a 20 de Setembro
de 2009. O material utilizado foi avaliado sobre critérios rigorosos, sendo
considerados somente os artigos que abordava o tema propriamente dito e
similar com enfoque no assunto. Não foram descartados nenhum artigo ou
publicação antiga, porém procurou-se utilizar publicações recentes. Para
desenvolver e concluir este trabalho foram utilizados 33 artigos científicos
relacionados ao tema.

RESUMO:
Gestação

“Cada criança ao nascer,


nos trás a mensagem de que Deus
não perdeu as esperanças nos homens.”
(Rabindranath Tagore)

Segundo COSTA apud SALEM (1995), a gravidez é uma condição natural e


evolutiva no ciclo fisiológico da mulher. A essência da maternidade faz parte do
universo feminino, enquanto a visão masculina é totalmente distorcida em
relação ao processo evolutivo, em outras palavras, a mulher nasce para ser

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mãe, enquanto o homem nasce somente para reproduzir, não necessariamente


ser pai.
Seja a gravidez concebida de modo natural ou não, a concepção de um filho
gera laços únicos na vida de uma mulher, perdurando para a vida inteira.

Alterações Físicas e Psicológicas

A gravidez gera no corpo feminino mudanças físicas, a principal delas ocorre


devido ao ganho de peso no período gestacional. O excesso de peso neste
período aumenta o risco a doenças correlacionadas a gestação e pós-gestação,
podendo ocasionar a morte da mãe ou do bebê, quando não de ambos.
Na adolescência a gravidez acarreta maior risco a saúde da mãe e do feto (1).
Nesta fase da vida o corpo feminino, ainda não se encontra completamente
desenvolvido, tão pouco a personalidade e o caráter dessa futura mãe, estão
suficientemente desenvolvidos para gerar uma nova vida. Além das mudanças
físicas geradas pela própria gravidez, na fase da adolescência ocorrem outros
tipos de transformações, simultaneamente com a gestação desenvolve-se o
amadurecimento dessa nova mãe, que se conscientiza dessa nova etapa em
sua vida, podendo desenvolver crises de identidade, depressão e
questionamentos comumente observados na adolescência.
Às vezes, a gravidez é desejada por essas adolescentes, idealizando o fato de
serem mães com aceitação e a idéia erronia de não serem mais sozinhas (1).
Segundo dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a gravidez na adolescência ocorre geralmente entre a primeira e quinta
relação sexual, e as causas mais comuns estão entre: Desconhecimento dos
métodos contra conceptivos; conhecimento dos métodos de barreira, porém não
o utilizam; utilização de métodos anticoncepcionais de pouca eficaz e utilização
incorreta dos métodos existentes.
Apesar do número de adolescentes grávidas encontrarem-se em queda nos
últimos anos, o número de adolescentes grávidas ainda é preocupante no país.

Pré Natal

O pré-natal é um programa elaborado pelo Governo Federal – SISPRENATAL


ou sistema de pré-natal, com a finalidade de atender, desenvolver, promover a
saúde da mulher grávida de forma humana. O acesso da gestante a este
programa é gratuito, permitindo-lhe o direito de assistência médica durante o
período gestacional.
O acompanhamento realizado pelo pré-natal é de suma importância, pois além
de assistir a gravidez do inicio ao fim, a gestante pode contar durante a fase
gestacional, com auxílio direto de uma equipe especializada, que tem por meta,
orientar, esclarecer e ensinar a essa futura mãe, como cuidar dessa nova vida

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que está sendo gerada (1).


A assistência fornecida pelo pré-natal tem como principais objetivos:
• Diminuir a incidências de doenças gestacionais, diminuindo assim mortes
maternas e perinatal.
• Controle do peso durante a fase gestacional, o que pode ocasionar
complicações durante a gestação e no decorrer do parto.
• Acompanhamento nutricional e suplementação de carências nutricionais, com
a inclusão de suplementos vitamínicos durante a gestação.

Apesar de gratuito, o pré-natal fornecido pela rede pública de serviços á saúde


da mulher, apresentam déficits em sua estrutura, muitas vezes não atendendo a
gestante como planejado, promovendo desistências e/ou recusa a adesão ao
programa de acompanhamento gestacional.

Enfermagem no Pré-natal: um conceito Humanizado

É cada vez maior a atuação de Enfermeiros no programa de assistência a


gestante. A assistência de enfermagem neste campo da área da saúde tem
como objetivo, promover informação a saúde da gestante, por meio de
comunicação e atendimento direto a esse público especifico.
A ação da enfermagem no programa assistência do pré-natal, permite a
gestante e por que não a própria equipe de enfermagem, entender o que é a
gravidez, por meio de trocas de experiências por ambas a parte. O campo da
obstetrícia por mais explorado que seja ainda é uma área que permite
constantes mudanças, pois cada gestação é única, e as dúvidas geradas em
sua concepção são inúmeras, permitindo a equipe de enfermagem interagir,
proporcionando esclarecimentos quando necessário.
Entende-se que a enfermagem no campo obstétrico vai muito além do “cuidar”,
mais também busca o “entender”, por meio de diretrizes que promovem um
diálogo aberto, podendo assim identificar e sanar as necessidades das
gestantes, por meio de uma solução humana é prática.

O Parto – O maior espetáculo da Vida

“Que a única dor da maternidade


se restrinja à do parto”
(Eduardo de Paula Barreto)

Para muitas mulheres o parto se compara a dor da morte, sentimento


compreendido devido ao trabalho de parto, mais morte neste caso se torna uma
palavra imprópria, uma vez que a morte é o fim de uma vida, e o trabalho de

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parto precede o início de uma. Com medo do sofrimento que pode perdurar por
muitas horas, devido o processo natural do próprio parto, muitas mulheres
optam por submeter-se a cesariana (2).
Devido uma idéia de que o procedimento de cesárea é muito mais prático, pois
pode ser realizada com data e hora marcada e muitas gestantes optam em se
se submeter à cesariana, por considerá-lo seguro e indolor (2).
O pré-parto é o momento mais sofrido para a parturiente, a idealização e o
medo desse sofrimento (dilatação do colo uterino), faz com que a cesárea
ganhe peso no momento de escolha pelo tipo de parto, devido a utilização de
fármacos para analgesia. Outro ponto relevante para a escolha desse tipo de
procedimento está correlacionado ao planejamento familiar e o desejo das
mulheres de não terem mais filhos, estas se submetem a cesariana para a
realização de laqueadura após o parto.
A ocorrência de partos por cesárea comparada a partos normais em
instituições particulares é elevada, sendo menor a incidência deste tipo de
procedimento em instituições públicas que priorizam o nascimento por parto
natural.
A falta de informação durante a assistência prestada pelo programa de pré-
natal aumenta a ansiedade da gestante em relação a complicações no
momento do parto, gerando muitas vezes dúvidas pela opção do tipo de parto
adequado. Essa situação poderia ser amenizada se houvesse uma participação
mais ativa de equipes multidisciplinares durante toda a gestação, para suprir
todas as dúvidas dessa futura mãe.
A cesárea é um procedimento invasivo e de grande risco, deve ser opção de
escolha pelo profissional da saúde somente em casos extremos, onde a vida da
mãe e da criança possa correr algum tipo de risco, não deve ser dado como
opção de escolha devido ao fato da futura mãe ter medo do parto normal, o
melhor parto é sempre o que ocorre de forma natural.

Parto Humanizado

“ Nenhuma influência é tão poderosa


quanto aquela de ser mãe.”
(Sarah Josepha Hale)

No Brasil, o centro de partos onde as gestantes são submetidas ao parto


normal, ainda é assunto para discussões, pois a assistência prestada pelos
profissionais nestas unidades (na maioria por enfermeiras obstétricas),
ultrapassa a barreira paciente-profissional, proporcionando uma troca de
experiências neste momento único de forma humanizada.
O parto humanizado prioriza o nascimento do bebê por vias normais,
permitindo a parturiente permanecer acompanhada durante e após o parto por

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familiares.
A humanização do parto tem por conceito uma nova conduta durante as horas
que precedem o nascimento, proporcionando a puérpera, sensações, apoio
familiar, experiências, etc..., oferecendo a mesma uma fase da vida humana
denominada maternidade (2).
Indicada para quem desenvolveu durante os nove de gravidez, uma gestação
tranqüila e de baixo grau de complexidade, o parto humanizado é uma saída
contra procedimentos invasivos na parturiente. Com aceitação evidente em
diversos países, a humanização a vida, proporciona a mãe e ao concepto uma
assistência digna do ponto de vista ético.
Em sua grande maioria é realizado por enfermeiros obstétricos, que pelo fato
de sempre estarem presentes, acabam identificando necessidades na
parturiente, não vivenciadas por outros profissionais da saúde. Esse tipo de
parto não prioriza que sua realização ocorra necessariamente em hospitais,
podem ser realizados em casas, ambulatórios ou centros de assistências,
desde que estes obtenha estruturas mínimas de assistência e que a gestante
não tenha histórico em seu pré-natal que a impeça de submeter-se ao parto
natural.
Apesar do conceito de humanização, existe diferenças entre a autonomia do
enfermeiro obstétrico que exerce sua função em um hospital, da autonomia do
que atua em instituições de apoio. A visão de humanização entre ambas as
instituições, podem ser a mesma, mais o ato de humanização precede pontos
distintos (3).
O profissional obstetra que atua em maternidades propriamente dita, visam à
humanização do parto, sem a utilização de fármacos e a não utilização de
técnicas e/ ou intervenções agressivas, enquanto o profissional obstetra que
atua em casas assistenciais não somente visam o parto natural, como também
vivenciam juntamente com a parturiente não somente a parturição, mais
também tiveram a oportunidade de acompanhar o pré-natal e o momento mãe -
concepto (3).
Outro aspecto em relação à humanização do parto, é o incentivo a
amamentação, está claro para o meio cientifico que o ato de amamentar não só
traz benefícios, proporciona a perda do peso da puérpera adquirido na
gestação, diminui a incidência de câncer de mama e o mais importante de
todos, beneficia o laço mãe-filho estreitando a barreira antes imaginaria e
tornado o ato de alimentar um ato de amor.
O nascimento é o ato mais importante do ser, cabe ao profissional da saúde,
cuidar para que esse acontecimento ocorra sem traumas, tanto para a mãe,
quanto para seu bebê, utilizando-se para isso recursos científicos para uma
assistência de qualidade (3).

Ser Mãe

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“ No momento em que uma criança nasce,


a mãe também nasce. Ela nunca existiu antes.
A mulher existia, mas a mãe, nunca. Uma mãe á algo absolutamente novo.”
(Rajnessh)

A mulher se “torna” mãe a partir da concepção do feto, porém é somente após


o parto que essa percepção se intensifica, surge um turbilhão de expectativas
nunca antes vivenciadas, tornando a maternidade algo real. A identidade
materna assume seu papel, os laços mãe-filho se estreitam, a sensação de que
um ser depende de sua segurança predomina sobre qualquer prioridade antes
considerada vital.
Esses sentimentos que afloram durante e após a gravidez, podem ocasionar
benefícios como também podem ocorrer malefícios a puérpera que não sabe
como lidar com a nova situação. Algumas mulheres desenvolvem depressão
pós-parto, esse tipo de distúrbio pode ocorrer horas após o nascimento como
também se manifestar até um ano após a maternidade. Esses sintomas muitas
vezes sutis podem levar a condições de isolamento da mãe em relação seu
filho. Ainda não são claros os mecanismos que desencadeiam essas reações,
sabe-se apenas que manifestações hormonais e psicológicas são as principais
desencadeadoras deste tipo de distúrbio.
Os laços mãe-bebê são tão intensos que a menor mudança do comportamento
da mãe, implica em reações na criança, podendo esta retardar seu
desenvolvimento. A ação de uma equipe multidisciplinar no sentido de
humanizar o convívio mãe-filho se faz necessário, uma vez que a repudia da
mãe em relação a criança é algo tratável .
A maternidade é o maior espetáculo da vida, nela são vivenciados momentos
únicos entre mãe-filho, é nesses momentos que se pode ter a real definição da
teoria e da palavra humanização.

CONCLUSÃO:
A maternidade é uma exclusividade do universo feminino, vivenciado desde o
momento da concepção e com perduração pela vida inteira da mulher.
A gestação é uma etapa de dúvidas, gerada sobre as incertezas do parto e dos
cuidados com o bebê. Nessa fase a mulher fica frágil, sofre modificações físicas
e psicológicas, necessitando de acompanhamento profissional para
esclarecimento e de total apoio familiar.
O acompanhamento pelo pré-natal é de impar importância para a gestante,
pois por meio de consultas, é possível orientar, avaliar e encaminhar essa futura
mãe para o tipo de parto mais adequando. Esse acompanhamento
especializado reduz a taxa de mortalidade de mãe e filho, como também a taxa

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de cesáreas sem indicação e mutilação por partos inadequados.


O trabalho de parto é um ato doloroso para a mulher, causando-lhe sofrimento
que podem perdurar horas. É nesse momento em que a ação de uma equipe
voltada a humanização se faz necessária, fornecendo orientações, e
conscientizando a parturiente que o parto natural é sempre a melhor opção.
Este estudo bibliográfico serve para afirmar a importância de ação de
enfermeiros obstétricos em maternidade e casas de apoio, este profissional só
vem somar a esse momento único, visto não só como profissionais, mais
também como co-autores no nascimento do bebê, a equipe de enfermagem
voltada para o cuidar abrange as necessidades da gestante durante a gestação
e no momento do pré, durante e pós parto.
A humanização na gestação, não somente gera, mais como também agrega
benefícios tanto para a mãe quanto para o seu filho.
Conforme os dados apontados por esta revisão bibliográfica, fica claro a
necessidade de aprimoramento e inovação na arte no nascer, com atuação de
profissionais qualificados e que possam atender a gestante e toda a sua
necessidade. Outro ponto a ser considerado é a melhora do acesso dessas
gestantes no programa de pré-natal.
Mãe é muito mais do que uma palavra, também não refere-se somente a
mulher que dá a luz, mais também deve ser entendida como a origem, de um
dos espetáculos mais curiosos da natureza, o nascimento de uma vida.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Benute GG, Galletta, MA. Gravidez na adolescência: prevalência, ansiedade
e ideação suicida. Rev Assoc Med Bras. 2002 Set;48(3).

2. Diniz CSC. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos


sentidos de um movimento. Ciênc Saúde Coletiva. 2005 Set;10(3)

3. Marques F, Dias IMV, Azevedo L. A percepção da equipe de enfermagem


sobre a humanização do parto e nascimento. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2006
Dez;10(3):439-47.

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1 Aluna em Graduação do 4º ano do Curso de Enfermagem - Bacharelado
2 Orientadora, Enfermeira - Docente e Mestre em Enfermagem. Professora do

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Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro

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PERCEPÇÃO DOS GRADUANDOS DE ENFERMAGEM SOBRE


DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
MARIANA LARA DOS REIS(1)

DEBORA CRISTINA SILVA POPOV(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Os transplantes de órgãos e tecidos têm assumido papel de grande importância
no tratamento e até mesmo na cura de doenças crônicas e terminais, o que
resulta em uma sobrevida mais digna dos pacientes que precisam desta
intervenção.
Os avanços das técnica cirúrgicas, o controle da rejeição dos tecidos, tem
transformado a doação de órgãos de um tratamentos experimental para uma
opção terapêutica, podendo ser viável para pacientes portadores de falência de
órgãos.
Os órgãos a serem transplantados podem vir de duas fontes: do doador vivo ou
do doador falecido.
O doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. Por lei,
parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores, não parentes só
podem doar com autorização judicial (1).
O doador falecido, geralmente é o paciente em Unidade de Terapia Intensiva
(UTI), com morte encefálica (lesão irrecuperável do cérebro), que em sua
maioria sofreu Acidente Vascular Encefálico (AVE), foi vítima de traumatismo
crânio encefálico (TCE), entre outros (1).
Segundo a Lei nº 10.211 publicada em 23/03/2001, a doação de órgãos só
pode ser efetuada após o consentimento familiar (1).
A retirada dos órgãos é realizada através de um procedimento cirúrgico, aonde
o órgão doado deve ser rapidamente transplantado no receptor, pois os órgãos
sobrevivem poucas horas fora do corpo . O coração e os pulmões, por exemplo,
resistem de 4 a 6 horas após a retirada, o fígado e o pâncreas de 12 a 24
horas, os rins até 48 horas, e as córneas de 7 a 14 dias (1).
Para que haja sucesso no transplante, o doador deve ser doador em potencial,
ou seja, não pode oferecer riscos para o receptor. Atualmente, cerca de 1% das
pessoas que morrem, são doadoras em potencial (1).
O Brasil vem aprimorando o sistema de transplantes. As estatísticas mostram
um crescimento médio de transplantes de cerca de 25% ao ano apartir de 2003
(1) . Isto significa o segundo lugar em número de transplantados no mundo.
Porém a demanda de pacientes que precisa de um órgão é muito grande, tendo
em vista o número de doadores.
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO),
em 2008, foram realizados mais de 500 transplantes, contudo isto não atende a

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demanda da fila que a cada ano cresce mais, aumentando o tempo em fila de
espera para transplante, onde em 2001, eram 43.581 pacientes inscritos em
lista e em 2008 havia 68.906 pacientes em lista. Este número não é maior
porque infelizmente muitos do pacientes morrem por não conseguir um
transplante a tempo. Atualmente há cerca de 70 mil pessoas esperando por um
órgão (1). Esta espera é conhecida como a fila da morte, já que grande parte
das pessoas que aguardam por um órgão acaba morrendo.
As pessoas obtêm informações sobre doação e transplante de órgãos
principalmente através da mídia, outras, são influenciadas por amigos,
familiares, profissionais da saúde e campanhas sobre doação de órgãos.
Em um estudo foi observado que quando o paciente recebia uma informação
negativa sobre transplante de um profissional da saúde, era o tipo de
informação que tinha o pior impacto sobre a aceitação da doação. Por outro
lado, quando informação positiva sobre transplantes era fornecida por
profissionais da saúde, havia um claro aumento em relação a atitudes positivas,
mais importantes que outras fontes de informação (89% e 63%
respectivamente).
Mediante essas afirmações, nota-se a importância desse estudo, pois como
futuro profissional da saúde, o graduando de Enfermagem, tem um papel
importante na divulgação desta informação, devido ao acesso a grande parte da
população e por causarem impacto maior que outros meios de comunicação
quando o assunto é Doação de Órgãos.
Portanto tivemos como pergunta principal do estudo: Qual é o nível de
conhecimento de graduandos do curso de enfermagem quanto à doação de
órgãos?

OBJETIVO:
Identificar o conhecimento dos graduandos do curso de Enfermagem sobre a
Doação de Órgãos.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo-exploratório de abordagem quantitativa,
realizado em uma Universidade privada da zona sul do município de São Paulo.
A população foi composta de estudantes de Enfermagem, do 7º e 8º semestres,
dos períodos manhã e noite, após a assinatura do termo de consentimento
esclarecido.

RESUMO:
Na tabela 1, temos a caracterização da amostra estudada. Temos 14 (45%)
indivíduos do 7º semestre e 17 (55%) do 8º semestre. Quanto ao período 2

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(6%) são do período matutino e 29 (94%) do noturno; 24 ( 77 %) são do gênero


feminino e 7 (33%) são do gênero masculino, trabalham na área da
Enfermagem 8 ( 26%) e 23 ( 74%) não trabalham.
Na tabela 2, temos a caracterização segundo o conhecimento e acesso às
informações. São doadores de órgãos 14 (45%) dos entrevistados, e 17 (55%)
não são doadores, 9 deles (29%) declararam ter conhecimento sobre os
quesitos necessários para doação de órgãos, e 22 ( 71%) dos alunos declaram
não conhecer os quesitos.
Cinco indivíduos (16%) se sentem aptos para orientar alguém sobre a doação e
26 (84%) dizem não estar aptos. Quanto ao acesso de informações sobre o
assunto, 18 alunos (59%) dizem ter tido acesso a informação e 13 (41%)
referem não terem tido contato com o assunto.
Na tabela 3, temos a representação do conhecimento dos graduandos de
enfermagem sobre doação de órgãos, sendo que 28 (90%) não tem
conhecimento sobre o limite de idade para ser um doador e 3 (10%) tem
conhecimento parcial. Na pergunta “qualquer pessoa pode ser doadora de
órgãos”, 2 alunos (6%) tem conhecimento, 22 (70%) não tem conhecimento e
7(24%) tem conhecimento parcial. Quanto aos órgãos que podem ser doados
no caso de morte encefálica, 9 (28%) tem conhecimento, 12 (39%) não tem
conhecimento e 10 (33%) tem conhecimento parcial. Quanto aos órgãos que
podem ser doados por doador falecido 4 (13%) tem conhecimento, 17 (55%)
não tem conhecimento e 10 (33%) tem conhecimento parcial. Dos alunos
entrevistados, 15 (48%) sabem o que é transplante intervivos, 12 (39%) não
sabem, e 4 (13%) tem conhecimento parcial, deles, 4 (13%) tem conhecimento
dos órgãos que podem ser doados nesse tipo de transplante,14
(45%) não sabem e 13 (42%) têm conhecimento parcial. Quanto aos exames
necessários realizados num provável candidato a doação de órgãos 3 (10%)
tem conhecimento, 15 (48%) não tem conhecimento e 13 (42%) tem
conhecimento parcial. Dos indivíduos, 1 (3%) tem conhecimento sobre quem
controla a fila de doação de órgãos e transplantes, 18 (56%) não tem
conhecimento e 12 (39%) tem conhecimento parcial.
Levou-se em consideração os achados na literatura para responder tais
questões, sendo considerado que tem conhecimento quem respondeu
completamente a pergunta, não tem conhecimento quem não respondeu ou
respondeu não saber e conhecimento parcial quem deu resposta incompleta.
No gráfico 1, está a representação dos meios de comunicação por onde o aluno
obteve informações sobre o assunto. Dos indivíduos entrevistados 23 (74,1%)
obtiveram a informação através da televisão, 8 (25,8%) através da Internet, 8
(25,8%) na graduação, 6 (19,3%) através de revistas e jornais, 5 (16%)
receberam informação de um profissional de saúde, 5 (16%) de parentes e
amigos, e 1 (3%) através de outro meio de comunicação. Os entrevistados
poderiam escolher mais de um meio de comunicação pelo qual tenham

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recebido informações sobre o assunto.

Caracterização da amostra:

A amostra foi formada por graduandos de Enfermagem de uma Universidade


privada do município de São Paulo. Foram selecionados os alunos do sétimo e
oitavos semestres, devido à proximidade com o final do curso, levando a supor
que esses alunos já entraram em contato com o tema doação de órgãos .
O sétimo semestre conta com 46 alunos no período noturno, e o oitavo
semestre conta com 112 alunos nos períodos da manhã e noite.
A amostra foi composta por 14 alunos do sétimo semestre e 17 do oitavo,
totalizando 31 alunos, que correspondem a aproximadamente 20% dos alunos.
O período de maior representatividade foi o noturno, devido à proximidade da
autora com esses alunos.
Quanto ao gênero, temos a maioria do sexo feminino, confirmando que a
Enfermagem é uma profissão na sua maioria feminina.
A maioria não trabalha na área, portanto, podemos sugerir que a maior parte
das informações que esses alunos possuem, vem da formação acadêmica ou
por outros meios de comunicação.

A doação de órgãos: conhecimento e acesso a informações

A maioria dos indivíduos entrevistados, (55%) não são doadores de órgãos, o


que se assemelha muito a população geral, pois mesmo que a amostra tenha
sido pequena, pode-se notar que a maioria das pessoas não é doadora .No
Brasil a taxa obtida é de 5,4 doadores por milhão de habitantes. (1)
Quanto aos quesitos de doação de órgãos, tivemos que a maioria, desconhece
o que é necessário para que esta aconteça.
No Brasil a doação só é efetuada através do consentimento familiar, ou seja,
não é necessário deixar nenhum documento por escrito, basta comunicar a
família do seu desejo.A doação se concretizará após a autorização familiar. (1)
Os alunos manifestaram não sentirem-se aptos a darem informações e
orientações sobre o assunto, sendo os entrevistados compostos por alunos do
último ano da graduação, apresentam ainda desconhecimento sobre aspectos
importantes de sua atuação profissional.
Muitas vezes os alunos não encontram subsídios para essa discussão na
universidade, e acabam buscando informações na vida profissional, conforme a
necessidade de obtê-las.
Dos alunos, 41% responderam não ter acesso a informações sobre o assunto,
porém todos respondem que tem contato com o assunto mesmo que raramente,
por meios de comunicação.
A maioria relata que obtém informações por meio da televisão, mostrando que

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esse meio de comunicação é extremamente eficaz mesmo para assuntos


aparentemente complexos.

Conhecimento quanto à doação de órgãos

O conhecimento quanto à doação de órgãos, pode ser relacionado ao


conhecimento de fatores relevantes que devem ser de conhecimento do
profissional que realizará uma orientação a um provável doador de órgãos.
Dividimos em:

1. Limite de idade do doador:

Os alunos em sua maioria não sabem se há um limite de idade para ser um


doador de órgãos, porém alguns relataram que é necessário que o doador
esteja em condições saudáveis.
Não há um limite de idade para doação, o que determina o uso de partes do
corpo para transplante é o estado de saúde com base em uma avaliação
médica do doador. (1)

2. Qualquer pessoa pode doar?

Segundo a legislação, a pessoa só pode ser doadora de órgãos, se preencher


alguns critérios.
No caso de doador vivo a pessoa deve ser saudável e concordar com a doação.
Por lei, somente parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores
vivos; não parentes, somente com autorização judicial.
No caso de doador falecido, após diagnosticado a morte encefálica (ME) é
necessário o consentimento familiar, segundo a Lei nº 10.211 publicada em
23/03/2001, que define o consentimento informado como forma de
manifestação a doação; passando a retirada de tecidos, órgãos e partes do
corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, a
depender da autorização do cônjuge ou parente maior de idade, obedecida a
linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmado em
documento subscrito por duas testemunhas presentes a verificação da morte,
ou seja, a doação é do tipo consentida e independe da vontade manifestada
pelo doador em vida. Evidentemente, a manifestação em vida a favor ou contra
pode ou não favorecer o consentimento após a morte, porém a vontade da
família é a que deve ser respeitada no nosso país. (2)
Essa questão está relacionada com a lei que normatiza a doação, entretanto
nenhum dos entrevistados manifestou, ou citou a existência dessa legislação,
considerando-a como quesito básico a doação.

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3. Quais são órgãos que podem ser doados?

Os órgãos que podem ser obtidos de um doador falecido são: coração,


pulmões, fígado, pâncreas, rins, intestino, córneas, veias, artérias, ossos,
tendões, pele e cartilagem. (2)
O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e
parte do pulmão. (1)
A maioria dos entrevistados cita alguns órgãos passíveis de doação, porém de
maneira incompleta, demonstrando a necessidade de esclarecimento quanto a
essa questão. Somente um entrevistado, respondeu que poderiam ser doados
todos os órgãos, mesmo assim, não foi uma resposta considerada satisfatória
para essa questão.

4. Doador falecido:

A maioria desconhece o que é. Na atual terminologia, doador falecido são


pacientes em UTI, com ME. São em sua maioria pacientes vitimas de TCE ou
AVE. (1)
A maioria dos entrevistados desconhece o que é doador falecido, talvez esse
desconhecimento se relacione ao termo, pois muitos deles respondem que é
aquele doador que já está morto, e não associam com a ME propriamente dita.
Acreditamos que essa terminologia deva ser difundida nos meios acadêmicos,
unificando a maneira de tratar desse tipo de doador.
Vale uma ressalva quanto à abordagem do enfermeiro aos familiares, que
consideram o indivíduo vivo até que a morte seja decretada.

5. Transplante Intervivos:

A maioria tem conhecimento sobre o que é transplante intervivos, porém a


maioria desconhece ou tem conhecimento parcial sobre os órgãos que podem
ser doados nesse tipo de transplante.
Percebemos pelas respostas, que é de maior conhecimento a doação de rins,
talvez por ser a mais divulgada, e a mais familiar aos entrevistados, destacando
então a necessidade de informação quanto aos outros órgãos envolvidos nesse
procedimento.

6.Exames realizados em um provável candidato a doação:

Grande parte dos indivíduos não tem conhecimento dos exames que são
realizados em um candidato a doação de órgãos e nenhum deles citou o

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diagnóstico de ME, que é o principal exame a ser realizado para que se inicie
as demais etapas do processo.
O potencial doador é submetido a uma bateria de exames clínicos (realizados
por dois médicos em períodos diferentes) e laboratoriais (para constatação de
infecções e/ou doenças infecciosas), identificando deste modo se existem as
condições ideais e necessárias à captação de órgãos. A ME somente é
constatada por meio dos exames EEG (Eletro encefalograma) ou Arteriografia,
acompanhada por um médico neurologista. (1)
A ME, mesmo sendo aceita como a morte do individuo pela comunidade
científica mundial, ainda é pouco compreendida pela população que tem
dificuldade em reconhecer que uma pessoa que apresenta batimentos
cardíacos e está quente, possa estar morta. O conceito ME encontra resistência
não só na população, mas também entre os profissionais de saúde que
assistem o potencial doador, representando um obstáculo na aceitação da
doação dos órgãos por parte das famílias, e uma barreira para o processo de
captação-doação. (2)

7 Quem controla a fila de doação de órgãos e Transplantes.

Dos entrevistados, 56% não têm conhecimento sobre quem controla a fila de
doação de órgãos no nosso país. A maioria respondeu ser o governo ou o SUS,
o que não foi considerada uma resposta correta.
No decreto que regulamenta a Lei (decreto Lei nº2. 268), em junho de 1997, o
Ministério da Saúde criou o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e as
Centrais de Notificação, captação e Distribuição de Órgãos (CNCDOs),
conhecidas como Centrais Estaduais de Transplantes, e estabeleceu a forma
de distribuição dos órgãos e tecidos através da lista de espera regionalizada.
(3)
O processo de doação e transplante é complexo, iniciando com a identificação
e manutenção dos potenciais doadores. Em seguida, os médicos comunicam a
família a suspeita de ME, realizam os exames comprobatórios para o
diagnóstico de ME, notificam o potencial doador a Central de Captação e
distribuição de órgãos (CNCDO), que repassa a notificação a Organização de
Procura de Órgãos (OPO). O profissional da OPO (na maioria das vezes o
Enfermeiro),realiza avaliação das condições clinicas do potencial doador, da
viabilidade dos órgãos a serem extraídos e faz entrevista para solicitar o
consentimento familiar da doação dos órgãos e tecidos. Nos casos de recusa, o
processo é encerrado. Quando a família autoriza a doação, a OPO informa a
viabilidade do doador a CNCDO, que realiza a distribuição dos órgãos,
indicando a equipe responsável para retirada e implantes do mesmo. (2)

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CONCLUSÃO:
Conclui-se através deste estudo, que o graduando de Enfermagem, na sua
maioria, não detém total conhecimento sobre o processo de doação e
transplantes de órgãos.
Nota-se a necessidade da abordagem do tema na Universidade, pois como
futuro profissional da Saúde, o graduando entrará em contato com o assunto e
como se observou no estudo, o mesmo não está apto e preparado para lidar
com isto, o que se torna um empecilho neste processo, que já é uma
problemática, visto que a fila da espera por um órgão vem aumentando a cada
dia e a população, em sua maioria, é desfavorável a doação.
Questão cara também ao Enfermeiro é a responsabilidade e função social como
educador e formador de opinião. Conseqüentemente seu trabalho no processo
em si, envolto em assistência – anterior - doação – posterior. A saber:
notificação precoce da ME, manutenção do potencial doador e trâmite familiar.
Nesse sentido, convém destacar a necessidade de boas qualificações do
Enfermeiro em relacionamento interpessoal, considerando-se o consentimento
familiar. Por este motivo, o mesmo deve estar apto e ter conhecimento teórico e
prático sobre o assunto, podendo favorecer ou não o quadro de doação e
transplantes X fila de espera no Brasil.
Portanto é de extrema importância que o futuro profissional conheça aspectos
importantes da sua atuação, procurando melhorar seu conhecimento sobre o
tema, e não se limitar somente ao paciente e família em vida.
Desta forma, a doação e transplantes de órgãos se tornará uma alternativa
cada vez mais próxima da realidade para aqueles que esperam pela vida na fila
da morte.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
(1) Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) – www.abto.com.br
Acesso em 15/09/2008.

(2) Silva L. B.B - Manual do Processo Doação-Transplante da OPO


(Organização de Procura de Órgãos) do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo – OPO-HCFMUSP

(3) Garcia V. D. A política de transplantes no Brasil. Revista da AMRIGS, Porto


Alegre, Out/Dez 2006, 50(4): 313-320.

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1. Graduanda do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro –
UNISA.
2. Orientadora. Enfermeira, mestre em enfermagem na Saúde do Adulto.
Professora Assistente do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro - UNISA

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Percepção dos sinais e sintomas da Síndrome Pré-Menstrual da


mulher inserida num contexto familiar, social e profissional.
ESTER DOS REIS BUENO(1)

MARILDA DE ALMEIDA PEDROSO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
As primeiras citações na história de sintomas como cefaléia e agitação
relacionados ao período pré-menstrual foi referido há 2.000 a.C., descritos por
Hipócrates 1.
Porém, a primeira definição clínica sobre SPM (Síndrome pré-menstrual) foi
descrita em 1931, por um ginecologista chamado Robert Frank, que a
descreveu a síndrome através de algumas observações, como um grupo de
mulheres que se queixavam especialmente de um sentimento de tensão
indescritível que surge de dez a sete dias antes da menstruação, perdurando
em geral até o início do fluxo menstrual. Referiu também que as maiores
reclamações vinham de sentimentos de desassossego, irritabilidade, nervos a
flor da pele, assim procurando alívio através de ações consideradas tolas e
destemperadas 1.
Apenas em 1935 que Greene e Dalton, propuseram a mudança do termo
“tensão pré-menstrual” para “síndrome pré-menstrual”, já que tensão
simbolizava apenas um dos sintomas apresentados pelas mulheres 1,2.
Autor de tese publicada em 1998, concluiu que a SPM pode ser considerada um
conjunto de sinais e sintomas que abrangem aspectos físicos, psicológicos e
comportamentais que acometem a mulher na fase lútea do ciclo menstrual,
causando interferência na sua vida pessoal, familiar e social 3.
Estudos revelam que por se tratar de uma síndrome há o envolvimento de
variados e significativos sintomas 2.
Cabe aqui ressaltar que segundo estudos realizados quantificar a intensidade
destes sintomas torna-se algo muito difícil, pois cada mulher possui suas
particularidades 2.
A síndrome pré-menstrual ainda não possui sua etiologia bem definida,
acredita-se que a síndrome seja multicausal, alguns autores levantam hipóteses
relacionadas a alterações hormonais, bioquímicas, neuroendócrinas, influências
ambientais, psicológicas e nutricionais 2.
A literatura expõe vários métodos para análise diagnóstica, através de gráficos
e tabelas criadas para a confirmação e averiguação da intensidade dos
sintomas 1.
Porém, a forma diversificada em que os sintomas se manifestam nas mulheres,
torna-se difícil estabelecer o diagnóstico da SPM 2.
A complexibilidade, curta duração dos sintomas e todos os preconceitos

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envolvidos na síndrome, fazem com que muitas mulheres procurem de forma


esporádica os serviços de saúde. Muitas vezes nem os profissionais, nem as
pacientes conseguem obter a real percepção da síndrome e acabam
associando a problemas existenciais, desvios psicológicos, fraquezas da
personalidade ou até mesmo distorções de caráter 3.

OBJETIVO:
Este estudo tem como objetivo avaliar o grau de percepção dos sintomas pré-
menstruais na mulher em seu ambiente familiar, social e profissional podendo
desta forma apontar novos caminhos e diferentes perspectivas para ações de
enfermagem que objetivem a promoção da saúde da mulher.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo bibliográfico, tipo revisão de literatura, sobre o tema
percepção dos sinais e sintomas sobre a Síndrome Pré- Menstrual. Para isto foi
realizado um levantamento bibliográfico de periódicos indexados LILACS -
Literatura Latino-Americana e a do Caribe em Ciências da Saúde, SCIELO
Scientific Electronic Library Online (ambas são indexadas na base virtual em
saúde) e BDENF Base de dados de Enfermagem, tese encontrada no banco de
teses da USP (Universidade de São Paulo) e livros.
Os termos utilizados para a pesquisa foram tensão pré-menstrual; sinais e
sintomas; enfermagem. O recorte temporal foi de 1998 a 2008 e selecionados
apenas artigos em português.
Os estudos foram avaliados por meio de leitura analítica e de síntese, e foram
selecionados de acordo com a pertinência do assunto.

RESUMO:
A mulher do mundo moderno está inserida não somente mais em um contexto
familiar, a mulher do mundo moderno se tornou multifuncional, a ela são
atribuídas as mais diversas funções e responsabilidades.
Porém no século passado, em meados da década de 70 a missão da mulher
era vista essencialmente apenas a dedicação à família e maternidade, através
da revolução feminista, a mulher conseguiu trazer a tona, assuntos antes vistos
com resistência e preconceitos, como: sexualidade, o corpo e a saúde, fazendo
com que se tornassem autoras da sua própria história, ou seja, conseguissem
livre arbítrio para programar sua vida profissional, seus desejos e relações
amorosas 2.
O autor acima citado expõe um aspecto essencial para conseguirmos discernir
a mulher do passado que não tinha a oportunidade de ter voz ativa na
sociedade daquela que com o decorrer dos anos veio conquistando seu espaço

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e demonstrando ser capaz de quebrar vínculos historicamente impostos aos


seus corpos e sua vida.
Segundo Azevedo, podemos dizer que a mulher no início deste milênio
apresenta características próprias de uma nova geração, importante no
panorama mundial, diferente da forma que era vista. Porém como nada se
conquista sem ônus, um deles é a SPM 1.
Sabe-se que no passado as mulheres sofriam de SPM, embora o mal
provavelmente não fosse tão difundido na época, pois se casavam ainda
adolescentes, iniciando uma gestação atrás da outra e gerando assim maiores
períodos de amamentação, vivenciando, portanto, poucos ciclos menstruais
durante sua vida. Agora a mulher se propôs a tarefas mais complexas,
conseguindo separar a sexualidade da reprodução, desta forma fazendo com
que a síndrome se tornasse um entrave biológico, intolerável 1.
Entretanto, o que deveria ser a libertação das mulheres, as colocou em maior
conflito, pois agora enfrentam problemas relacionados a dupla jornada de
trabalho, dentro e fora do lar, pois apesar dos avanços e conquistas históricas
algumas questões como a divisão dos trabalhos domésticos ainda trazem
resistência por parte dos homens, a carga horária do trabalho da mulher é, em
média, 13% maior que a dos homens; existindo também uma parcela da
população feminina que exerce uma terceira jornada no mercado de trabalho
informal, como forma de complementar a renda familiar, além da discriminação
salarial representada por baixos salários. Todas estas questões tornam a
situação feminina mais vulnerável, podendo contribuir para a deterioração
progressiva da saúde destas mulheres 1.
Muramatsu, em um de seus estudos revela que pode constatar que mulheres
atribuíam as alterações do corpo aos problemas do dia-a-dia, como “stress”,
vida muito agitada e preocupações de forma geral, também identificou que a
percepção independente do nível socioeconômico ou cultural, estavam
associadas a mulheres que desconheciam seu próprio corpo e que as
alterações físicas e de comportamentos comprometiam o seu relacionamento
pessoal e profissional 2.
A mesma autora acima citada constatou que a SPM interfere em 84,2% da
população no que diz respeito ao ambiente familiar, em 71,4% da população
quanto ao ambiente profissional e 64,2% no social 2.
A família é geralmente provedora do movimento emocional mais forte que
ocorre na vida, pois é nesse espaço que se manifestam várias experiências,
inclusive a SPM. Sentimentos diversos como alegrias, iras, frustrações,
conflitos, tristezas... Muitas vezes se descarregam no ambiente familiar, sendo
estas expressões utilizadas como válvulas de escape, servindo para aliviar
tensões e criar outras para o ambiente familiar 2.
Face a estes eventos o mesmo estudo citado acima menciona que um de seus
sujeitos de pesquisa, referiu que neste período da TPM, a relação que ela

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possui com a família piora mais do que no trabalho, pois com a família há uma
maior liberdade, então assim ela descarregava todos os sentimentos que
acabavam se acumulando no trabalho, toda raiva, sensação de mau-humor era
descarregado no âmbito familiar. Através do trecho acima, é possível observar
que a mulher possui a percepção da síndrome no contexto familiar, fazendo
menção do quanto a síndrome consegue influenciar no seu relacionamento,
pois o fato de se tratar de um ambiente de seu convívio íntimo, ela acaba
acarretando a si mesma prejuízos 2.
Devido à dificuldade da mulher em lidar com as alterações da SPM, a síndrome
acaba se interpondo no seu modo de ser na família, no trabalho enfim em suas
relações 3.
A síndrome passa a influenciar como um agravo a sua existência, pois não são
somente as condições físicas que sofrem alterações, mas a vida na sua
totalidade, com a relação consigo mesma, família, trabalho, lazer 2.
No âmbito profissional Muramatsu, destaca que muitas vezes ocorre o
isolamento das pessoas e da própria mulher que convive com a síndrome.
Conforme relato de uma de suas entrevistadas, refere que quando está no
trabalho as pessoas percebem que ela está sendo grossa, mal educada, então
as pessoas a evitam, se afastam neste período. Outro sujeito afirma que
procura não ficar muito perto das pessoas para que não haja brincadeiras, ela
prefere ficar só para não magoar as pessoas. Algumas atitudes ficam mais
contidas no âmbito profissional, pois envolve questões ligadas à hierarquia e
responsabilidades 2.
Quando o assunto trata-se do ambiente de trabalho, foi encontrada menor
prevalência das mulheres com SPM que trabalhavam fora de casa, comparando
com aquelas que apenas se dedicavam a trabalhos domésticos. Porém há
controvérsias, alguns autores afirmam que aquelas que possuem mais
responsabilidades fora de casa e mais comprometimento com as atividades
domésticas estariam mais sujeitas a desenvolver a síndrome, ressaltando que a
mulher que está presente nesta competitividade do mercado de trabalho
provavelmente é mais ativa na procura de tratamento, por sentir ainda mais o
peso das responsabilidades 3.
Nogueira, em sua pesquisa afirma que a identificação dos maiores danos dos
sintomas provocados pela síndrome estão relacionados com a dificuldade da
realização de tarefas, sendo 70% das mulheres em estudo, e que 10% chegam
até mesmo perder o dia de trabalho. Relata também que apesar dos sintomas
físicos provocarem um grande incômodo, aqueles ligados ao universo psíquico
possui maior repercussão, influenciando na tomada de decisões e no
desempenho profissional 3.
Quando observamos a mulher e a síndrome em seu convívio social, as
limitações não mudam, ainda referindo-se ao estudo de Muramatsu,
encontramos outro relato de suas entrevistadas dizendo que a TPM interfere na

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sua aparência, fazendo com que se sinta feia, horrível, por dentro e por fora; e
que neste período ela não consegue se arrumar, causando irritação. Ela
menciona que se sente barriguda, o cabelo fica feio, ela se sente feia por
completo. A sociedade na qual vivemos é responsável por cobrar das mulheres
corpos perfeitos, criando a ditadura da beleza, onde atingir a melhor aparência
se torna uma busca insaciável. O corpo evidência as alterações provocadas
pela SPM, como edemas, distensão abdominal entre outros sintomas que
provocam a não aceitação do corpo provocando a baixa auto-estima 2.
Através deste argumento usado pela autora fica possível observar que a
síndrome acaba por influenciar a auto-imagem da mulher implicando no seu
bem-estar e na sua convivência social.
Ao analisar todas estas percepções e implicações deste universo feminino, fica
explícito que a Síndrome não está apenas associada a uma simples doença
física que pode ser tratada e curada com métodos clínicos. Ela vai muito, além
disso, suas conseqüências tomam conta todo mês de uma mulher que possui
obrigações afetivas, profissionais e sociais. Compreender esta mulher que
percebe o quanto a síndrome é capaz de influenciar nas suas relações, ajuda a
desvendar o grande impasse das relações interpessoais.
Para tanto é importante mencionar que a enfermagem possui papel
fundamental no cuidar como prática única e diferenciada, incluindo a síndrome
como qualquer outra doença que necessita de cuidados e orientações.
Os cuidados de enfermagem não devem estar somente ligados aos sintomas
físicos, e sim ligados também aos aspectos emocionais, valorizando,
respeitando, levando em consideração as crenças e valores, a cultura, o modo
da mulher ser no mundo. Proporcionando espaço para expressão dos
sentimentos e a humanização do atendimento a estas mulheres 2.
Como profissionais educadores de saúde, cabe a enfermagem a participação
efetiva no ensino das orientações, ajudando no exercício da conscientização da
doença , divulgando os sinais e sintomas, gerando ações educativas que
promovam a melhor aceitação e convívio com a síndrome.

CONCLUSÃO:
Através da revisão de literatura realizada com base no recorte temporal já pré-
estabelecido, verificou-se que há entre os autores uma maior evidenciação nos
estudos sobre os sintomas físicos e biofisiológicos ligados a SPM do que com
os aspectos emocionais; sendo os aspectos emocionais em alguns estudos
apontados como o maior fator de influência.
Foi observado que a mulher consegue obter com mais facilidade a percepção
da síndrome sempre que esta exposta, inserida em seus relacionamentos
interpessoais, evidenciando através de ações e pensamentos que a
manifestação dos sintomas é capaz de ocasionar prejuízos em todos os

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âmbitos, familiar, social e profissional.


Sendo assim a enfermagem pode e deve ter participação no processo de
ensino-aprendizagem, orientando e conscientizando-as de suas limitações
neste período tão complexo vivenciado por elas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1- Azevedo MRD. Influências dos fatores individuais e sócio-culturais na
ocorrência da síndrome pré-menstrual. [dissertação] São Paulo sp:
Universidade de São Paulo; 2005.

2- Muramatsu CH. Convivendo com a síndrome da tensão pré-menstrual: um


enfoque da fenomenologia existencial. [dissertação] São Paulo sp: Universidade
de São Paulo; 2001.

3- Nogueira CWM. Determinantes da Síndrome Pré-Menstrual: Análise de


Aspectos Clínicos e Epidemiológicos. [dissertação] São Paulo sp: Universidade
Estadual de Campinas; 1998.

________________________________________________________________
1Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem
da Universidade de Santo Amaro. São Paulo- SP. ester_105@hotmail.com.
2 Enfermeira. Professora Ajunto da Faculdade de Enfermagem da Universidade
de Santo Amaro.

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PERFIL E EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL DE


SUBPREFEITURA DA REGIÃO SUL DO MUNICÍPIO DE SÃO
PAULO: SÉRIE HISTÓRICA DE 2003 A 2007
ANDRESSA TARAKDJIAN(1), JULIANE RODRIGUES JORDÃO(2), LUIZ CARLOS DE
PAIVA NOGUEIRA DA SILVA(3), LAÍS LUNDSTEDT KAHTALIAN(4), RAFFAELLA
BARBOSA TELES MACHADO(5), DOUGLAS MORAES FREIRE CHARPINEL(6),
ANTONIO BENTO FERRAZ(7), JOSÉ CARLOS ARROJO JÚNIOR(8)

JANE DE ESTON ARMOND(9)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A importância em estudar o Coeficiente de Mortalidade Infantil – CMI - é que
pelos diversos fatores que podem provocar variações nesta taxa, este é
indicador consagrado das condições sócio-econômicas e de saúde de
populações, sendo utilizado como indicador geral e específico; permitindo
também duas dimensões de análise: voltada à assistência individual (cuidado
médico individual) e às ações coletivas executadas pelos serviços de saúde.
Os fatores de risco citados na literatura que contribuem para incremento das
Taxas de Mortalidade Neonatal Precoce e Perinatal, enfocadas nesse trabalho,
bem como, das Taxas de Natimortalidade e CMI Geral envolvem,
principalmente, baixa escolaridade materna, união recente/ausente,
inadequação ou não realização de pré-natal, nascimentos de baixo peso e
porcentagem de gravidez na adolescência.
Quando se compara mortalidade infantil em grandes metrópoles, deve ser
levada em conta qualidade de vida na Região Metropolitana e na periferia,
principalmente no que se refere às habitações subnormais, que propiciam meio
inadequado às relações sócio-ambientais e de saúde à população. Mas os
dados de que se dispõe para o conjunto da Região Metropolitana de São Paulo
estão muito aquém da importância do problema, o que leva muitos autores a
privilegiarem o que se passa no município de São Paulo, enquanto uma
consolidação estatística, igualmente necessária em outros domínios, ainda
espera sua vez.
Os fatores determinantes da mortalidade infantil são múltiplos, articulados entre
si e complexos, compreendendo desde as condições gerais de vida até fatores
específicos. De modo geral, são conseqüências de: condições econômicas e de
vida insatisfatórias; insuficiência ou inadequação de políticas e práticas
específicas e efetivas para a redução da mortalidade infantil; modo de vida e
comportamentos de risco da população.
Localidades com altos valores de mortalidade infantil tendem a apresentar
componente pós-neonatal como predominante e este está associado à elevada
proporção de sua população vivendo em precárias condições de vida e com

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baixa escolaridade. Há ainda ausência de saneamento básico, bem como


elevada proporção da população favelizada.
Afecções e hábitos maternos também são importante fator para o baixo peso ao
nascer, como, por exemplo, fumo, álcool, doenças cardíacas e renais, anemia,
diabetes, infecções e hipertensão.
O acompanhamento pré-natal é muito importante, pois pode solucionar ou
abrandar os fatores de risco descritos acima, portanto sua não realização
contribui muito para a mortalidade infantil.
Conhecendo as prováveis causas, que realmente sofrem variações de acordo
com a renda, e por se tratar de região desfavorecida em SP - Distritos
Administrativos (DAs) da Subprefeitura Capela do Socorro são Socorro, Grajaú
e CidadeDutra - fica evidente que os CMI dessas regiões são reflexo da
situação socioeconômica.

OBJETIVO:
O objetivo geral desse trabalho é traçar perfil de mortalidade infantil da
Subprefeitura da Capela do Socorro (CS) utIlizando-se, para isso, série histórica
de 2003 a 2007. Objetivos específicos: comparar CMI Geral e Parcelado,
incluindo Coeficiente de Mortalidade Perinatal, Coeficiente de Mortalidade
Neonatal Precoce, Coeficiente de Mortalidade Neonatal Tardia e Coeficiente de
Mortalidade Pós-Neonatal, entre Subprefeitura da Capela do Socorro e
Município de São Paulo (SP). Além disso, foram comparados, entre as duas
regiões, os Fatores de Risco para a Mortalidade Infantil, dentre eles, Idade da
Mãe, Prematuridade, Estado Civil da Mãe, Consultas Pré-Natal, Escolaridade
da Mãe e Peso ao Nascer.

METODOLOGIA:
Foi realizado estudo agregado observacional transversal de séries temporais,
em que foram estudadas as populações da CS e de SP quanto aos seus
Coeficientes de Mortalidade Infantil Geral e Parcelada e quanto aos seus
Fatores de Risco (Idade, Estado Civil e Escolaridade da Mãe, Prematuridade,
Consultas Pré-Natal, Escolaridade da Mãe e Peso ao Nascer, dentre outros).
Foram analisados dados provenientes do SINASC e do programa Tabnet, bem
como dados fornecidos pelo PROAIM, comparando-se o CMI Geral e
Parcelado, nos anos de 2003-2007, da CS e de SP. A comparação entre os
dados obtidos relacionados ao CMI geral e parcelado, bem como dos fatores de
risco que as incrementam na regiões enfocada, foi feita com base na
interpretação da razão entre os dados dos anos de 2003 a 2007. Dessa forma,
de acordo com o resultado da divisão dos dados desses períodos, foi possível
avaliar acréscimo ou decréscimo da informação analisada e comparar os dados
da CS com os de SP, procurando sempre focar nas disparidades dos dados
entre as duas regiões, bem como, dentro de uma mesma região, focar nos

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dados díspares dentro do período analisado.

RESUMO:
Em relação à porcentagem de nascidos vivos com menos de 1000g houve
aumento de aproximadamente 16% na CS enquanto que em SP o aumento foi
de aproximadamente 7% no período analisado(2003-2007). Já, em relação à
porcentagem de nascidos vivos com 1000-1999g, houve diminuição de
aproximadamente 13% na CS enquanto que em SP a diminuição foi de
aproximadamente 6% no período referido acima. Com relação à porcentagem
de nascidos vivos com 2000-2999g houve diminuição de aproximadamente 10%
na CS enquanto que em SP a diminuição foi aproximadamente 7,5% no
período. Por fim, em relação à porcentagem de nascidos vivos com menos de
2999g houve diminuição de aproximadamente 10% na CS enquanto que em SP
a diminuição foi de aproximadamente 7% no período.
Analisando os dados de nascidos vivos residentes por ano de nascimento e
faixa etária percebe-se que o número de mães entre 15 e 19(mães jovens) na
CS no período de 2003 a 2007 é maior comparada à faixa etária das mães de
SP no mesmo período, sendo inferior somente em relação ao número de
nascidos vivos das mães que possuem acima de 35anos. Analisando
separadamente as faixas etárias, observa-se que no período 2003-2007 na CS,
o numero de mães que apresentavam a idade entre 15 e 19anos vêm
aumentando, decaindo apenas no ano 2005, mas chegando ao ponto mais alto
em 2007. Já em relação a SP, este apresenta vertente decrescente em todo o
período, não elevando sua taxa em nenhum ano, mas chegando ao ponto mais
baixo em 2007, sendo aproximadamente 3% a menos que na CS. Em relação
ao número de mães que apresentavam idade superior aos 35anos na CS é
possível contatar uma irregularidade, com o número ascendendo e decaindo
ano após ano durante o período analisado. Já em relação a SP, durante todo o
período 2003-2007 o número de mães ascendeu cada ano mantendo o valor de
ascensão constante, que se aproxima de 0,25%, chegando ao seu ponto
máximo em 2007.
Quanto ao número de consultas pré-natal feitas pelas mães, pode ser
observado tanto na CS quanto em SP que há poucos nascidos vivos quando a
mãe não se submete às consultas pré-natais. Felizmente, grande parte das
mulheres passam por 7consultas ou mais de pré-natal durante a gestação, mas
o ideal seria que todas as mulheres fossem a esse número de consultas, no
mínimo. Ao analisar os dados, pode ser visto que há maior prevalência de
consultas pré-natais feitas pelas mulheres na CS, do que em SP. É possível
perceber que tanto SP quanto a CS tiveram um pequeno decréscimo de 2003-
2007 no número de mães que não fizeram consulta pré-natal, o que deve ter
ocorrido devido a maior conscientização da sociedade sobre a importância do
pré-natal durante a gestação, com campanhas educacionais e facilidade no

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atendimento/transporte. Também é observado que o número de mães que se


submetem de 1-3 consultas pré-natais é pequeno, e há maior prevalência na
CS, o que deve ocorrer porque, em SP, há muitas subprefeituras que devem
apresentar uma prevalência baixa de mulheres que se submetem de 1-3
consultas pré-natais e maior prevalência de mulheres que se submetem a mais
consultas. Em ambos os casos houve pequeno decréscimo na prevalência, de
2003-2007. Além disso, observa-se que a prevalência de mulheres que se
submeteram de 4-6 consultas pré-natais diminuiu em ambos os casos, mas
houve decréscimo maior em SP. É interessante observar que, alem da
prevalência, o número de mulheres que se submeteram de 4-6 consultas pré-
natais diminuiu de 2003-2007 em SP e na CS, e o número de mulheres que se
submeteram a 7/+ consultas pré-natais aumentou consideravelmente, assim
como sua prevalência. Outro fato perceptível é que mesmo com o aumento da
prevalência de 7/+ consultas tanto em SP quanto na CS, o número de nascidos
vivos residentes nos dois casos diminuiu. Concluindo, percebe-se que há maior
prevalência de mulheres que fazem consultas pré-natais durante a gestação na
CS, mas apenas cerca de 55% fazem 7/+. Já em SP, das mulheres que fazem a
consulta pré-natal, mais de 70% destas fazem 7/+consultas durante a gestação.
Quanto aos nascidos vivos em relação à escolaridade da mãe, na CS e em SP
no período 2003-2007, é necessário ressaltar que os nascidos vivos foram
divididos em cinco faixas de escolaridade da mãe: nenhuma,1-3anos, 4-7anos,
8-11anos e 12/+ anos. Pode-se observar que, predominantemente, a
porcentagem de nascidos vivos na CS é maior do que a porcentagem de
nascidos vivos em SP, exceto entre as mães com 12/+ anos de escolaridade,
onde esse padrão é invertido. Apesar dessa diferença quantitativa, as duas
regiões seguem uma mesma tendência, que é queda da natalidade
principalmente nas faixas das mães com menor escolaridade. Nota-se, por
exemplo, que em 2003, na CS, a porcentagem de nascidos vivos para essas
faixas, respectivamente, era de 1,23%, 6,79% e 32,83% e que elas foram
caindo gradativamente ao longo dos anos chegando a 2007 com os seguintes
valores, 0,71%, 3,77% e 24,04%. Observa-se a mesma coisa para o SP, ou
seja, ocorre redução gradativa da natalidade nessas 3faixas de menor
escolaridade durante o período de 2003-2007. É importante ressaltar que há
modificação desta tendência nas duas faixas de maior escolaridade. Ambas as
regiões ainda comportam-se de maneira semelhante, porém, agora há aumento
da natalidade. Observa-se, por exemplo, que em SP, em 2003, a porcentagem
de nascidos vivos entre as mães com escolaridade de 8-11anos era de 44,70%,
e entre as mães com 12/+ anos de escolaridade era de 18,40%. Já em 2007
esses valores subiram, respectivamente, para 53,77% e 21,23%. Portanto
constata-se queda da natalidade entre as mães com baixa escolaridade e
aumento da mesma entre as mães com maior escolaridade, tanto na CS quanto
em SP.

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Em 2003, a porcentagem de partos de mães solteiras na CS eram 53%, e em


SP, 47%. Em 2004, 59% e 53%, respectivamente. Em 2005, 61% e 55%. Em
2006, 66% e 59%. Finalmente, em 2007, os partos de mães solteiras na CS
eram 67%, e em São Paulo, 60%.
O coeficiente de mortalidade infantil para menores de 7 dias, no período
estudado, manteve-se relativamente constante. Observa-se que a CS no ano de
2004 apresentou CMI menores que SP. No ano de 2007 houve enorme
distanciamento entre os coeficientes de SP e da CS devido a aumento dos
coeficientes nesta, sendo superior ao do início do período estudado
evidenciando a presença de algum(ns) fator(es) para esse aumento.
Para o coeficiente de mortalidade infantil entre 7-28dias, 2003 foi um ano com
enorme proximidade, mas em seguida houve distanciamento mostrando,
novamente, existirem fatores para a piora do coeficiente na CS. Nos 2anos
subseqüentes a CS acompanhou a tendência de queda de SP, mas com
aproximações expressivas nos valores. Em 2007 observa-se uma tendência
leve de alta nos dois grupos estudados. No CMI entre 28-364dias SP e CS
tiveram dois pontos de grande aproximação, 2003 e 2005, mas com períodos
de aumento dos valores, 2004 e 2006, com a CS sempre acompanhando as
tendências de alta e queda junto com SP, mas com variação entre os valores.
No ano de 2007 a CS aproxima novamente os valores encontrados em SP
mostrando tendência de queda para os próximos anos. Para o CMI em 2003 o
SP e CS apresentavam valores muito próximos, já nos próximos anos houve
alta nos valores da CS muito maior do que em SP com queda no ano
subseqüente. Já em 2006 e 2007 os valores de SP mostraram-se em queda e
os da CS em alta.

CONCLUSÃO:
Diante dos dados coletados e resultados apresentados, é possível perceber que
tanto SP quanto CS tiveram um pequeno decréscimo de 2003-2007 no nº de
mães que não fizeram consulta pré-natal e um aumento no número de mães
que fizeram 1/+ consultas pré-natais, o que deve ter ocorrido devido a maior
conscientização da sociedade sobre a importância do pré-natal durante a
gestação, com campanhas educacionais e facilidade no atendimento/transporte,
embora o necessário ainda seja 7/+ consultas.
Acredita-se que a justificativa para o número de mães entre 15-19(mães-jovens)
na CS desde o ano de 2003-2007 ser maior comparada à faixa etária das mães
em SP na mesma idade e ser inferior somente em relação ao número de
nascidos vivos das mães que possuem acima de 35 anos, seja atribuída ao
aprimoramento das políticas sociais, à expansão de ações compensatórias, ao
aumento da cobertura de serviços de saúde, refletindo em melhoria das
condições nutricionais, ambientais e de acesso aos serviços de saúde na CS.
Com relação ao CMI, percebe-se grande oscilação na CS, com diminuições e

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aumentos repentinos, diferente de SP, que apresentou queda constante de


2003-2007. Provavelmente isso ocorreu devido a falha no atendimento básico
de saúde, mais acentuado na CS por ser uma região carente e necessitada.
Tanto em SP quanto na CS o número de partos de mães solteiras foi
aumentando ao longo dos anos; além disso, a CS, proporcionalmente a SP, tem
índice maior desse tipo de ocorrência. De 2003-2005 a vantagem da CS em
relação a SP se manteve aproximadamente a mesma, e houve discreto
aumento da diferença em 2006 e 2007, que passou de aproximadamente 6%
para aproximadamente 7%.
Observa-se que a maior parte das mães solteiras tem baixa escolaridade e vem
de famílias pobres, degradadas pelo alcoolismo ou por conflitos entre pai e
mãe.
Constatou-se queda da natalidade entre as mães com baixa escolaridade e
aumento da mesma entre as mães com maior escolaridade, sendo que este
padrão se mantém tanto na CS quanto em SP, o que reflete maior atendimento
à população do ponto de vista educacional.
Os declínios nas porcentagens de nascidos vivos de baixo-peso referidas
refletem o investimento na ampliação de serviços de saúde e incorporação de
tecnologia médica-assistencial, além da importância do investimento na
qualidade do pré-natal e da assistência ao parto. Quanto aos aumentos, são o
reflexo de falhas na assistência médica à população e na conscientização das
jovens.
Os gestores de saúde devem ter conhecimento desses CMI e de suas
principais causas, e a partir delas incentivar e investir consideravelmente nos
sistemas e serviços de saúde, proporcionando fácil acesso das gestantes a
esses programas e principalmente dando incentivo e acesso à assistência pré e
pós-natal.
A gravidez bem assistida, especialmente nos meses iniciais, permite boas
condições à criança. A atenção pré-natal pode reduzir a mortalidade através da
detecção e do tratamento de doenças maternas, do manejo da nutrição
materna, da vacinação contra o tétano e do aconselhamento contra o
fumo/bebidas alcoólicas, que contribuem para reduzir o número de mortes por
partos prematuros, baixo-peso ao nascer, síndrome de sofrimento respiratório e
problemas maternos.
A não realização de acompanhamento pré-natal durante a gestação é mais
freqüente entre as mulheres da parcela mais pobre da população, que têm
menor acesso aos serviços de saúde. Entretanto, mesmo ao se controlar as
variáveis socioeconômicas é possível observar o efeito da ausência da
assistência pré-natal sobre a mortalidade neonatal.
Um atendimento adequado ao parto pode reduzir o número de mortes por
anóxia/hipóxia e outros problemas respiratórios. Pode-se, com isso, assegurar a
sobrevivência de recém-nascidos prematuros e de baixo-peso que poderiam vir

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a morrer. Um estado nutricional adequado também é essencial, pois assegura


resposta imunológica adequada. Além da mortalidade, a desnutrição afeta
também a morbidade e o desenvolvimento intelectual.
Como em qualquer outro grupo etário, a identificação precoce de fatores de
risco para a mortalidade também é em recém-nascidos um dos principais
passos para o decréscimo das taxas de mortalidade infantil.
Os principais fatores de risco do recém-nascido incluem: baixo peso ao nascer,
crianças com má formação congênita, crianças filhas de mães portadoras de
HIV, crianças resultantes de gravidez indesejada, crianças cuja mãe perdeu um
filho com menos de 2 anos de vida e mãe sem companheiro, analfabeta e/ou
sem condições de manter a família.
A prevenção do baixo-peso ao nascer continua se consolidando como um dos
métodos mais eficazes na redução dos CMI. Uma atenção pré-natal apropriada
provavelmente trata esse problema, mas o estado nutricional da mãe antes e
durante a gestação também é importante.
Com a redução das demais causas de morte, aumentou a proporção de mortes
por malformações congênitas, sendo que para evitá-las deve-se: assegurar uma
ingestão adequada de folatos, evitar a utilização de
álcool/drogas/medicamentos durante a gravidez, tratar diabetes antes da
concepção e continuar tratamento na gestação, realizar triagem fetal/abortos
seletivos.
A vacinação também é meio fundamental de combate à mortalidade infantil. As
principais vacinas indicadas à prevenção da Mortalidade Infantil são a BCG,
Hepatite B e DTP.
A literatura brasileira mostra que 3variáveis relacionadas ao comportamento
reprodutivo estão também relacionadas a aumentos na mortalidade infantil:
gravidez na adolescência, intervalos interpartais curtos e alta paridade.
O planejamento familiar incentivando uso de anticoncepcionais é essencial para
prevenir abortos, gravidez indesejada e mortalidade por causas obstétricas
indiretas.
Os Programas de orientação sexual, principalmente para adolescentes, são
importantes armas na prevenção da gravidez indesejada, sendo que existem
protocolos de conduta bem estabelecidos para o diagnóstico de HIV e Aids na
gestação e parto, bem como para tratamento de recém-nascidos infectados.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1) SCHOEPS, D. – Tese Participação dos fatores de risco socioeconômicos da
mortalidade neonatal precoce na região sul do Município de São Paulo – Centro
de Informação e Referência (CIR) Biblioteca – São Paulo; sn; 2005. [133] p. tab.

2) ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, N. – Epidemiologia & Saúde – 6ª


edição – Editora MEDSI – Rio de Janeiro, 2003, anexo I, p. 69-71.

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3) DUARTE, C.M.R. - Reflexos das políticas de saúde sobre as tendências da


mortalidade infantil no Brasil: revisão da literatura sobre a última década.
Cadernos de Saúde Pública, 2007, vol.23, n. 7, ISSN 0102-311X.

________________________________________________________________
1-8 - Acadêmicos do 3ºAno da Faculdade de Medicina da UNISA.

9 - Professora Doutora da Cadeira de Saúde Pública da Faculdade de Medicina


da UNISA

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Performance cardiovascular e comportamento autonômico em


indivíduos saudáveis submetidos ao exercício aeróbio de alta
intensidade associados à ventilação mecânica não invasiva
ALEXANDRA CORREA ARAUJO OCANHA(1), VANESSA CAMARGO FIORE(2), FLÁVIO
TOMAZELLI FAIM(3), JOSÉ MARIO COUTO DE SOUZA(4), BRUNO PLACHA
CAVALLI(5), NADIELLE SANTOS COSTA(6)

WLADIMIR MUSETTI MEDEIROS(7)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Os efeitos benéficos do exercício físico (EF) são alcançados quando este é
executado com alta intensidade e durações específicas. Entretanto a
incapacidade de se executar o EF esta presente em diversas doenças,
principalmente nas cardíacas e pulmonares. A VMNI é um recurso que promove
melhora da função respiratória. São escassos os estudos que avaliaram os
efeitos da VMNI associada ao EF, principalmente sobre a função autonômico
(FA) e a performance física. Verificar o impacto da VMNI (Binível) sobre a FA
(simpática e parassimpática), durante a realização de EF aeróbio com e sem o
uso do Binível.

OBJETIVO:
Verificar o comportamento autonômico, especificamente a atividade simpática e
parassimpática, durante a realização de exercício aeróbio com e sem o uso de
VNI com Binível, em indivíduos saudáveis.
Avaliar a eficiência do Binível em promover melhora nas respostas
cardiovasculares, respiratórias e nos marcadores de capacidade física em
indivíduos saudáveis submetidos ao esforço físico.

METODOLOGIA:
Dez indivíduos saudáveis de ambos os sexos com idade média de 21,1 ± 1,0
anos, foram submetidos ao protocolo A: 10 min de repouso e 10 minutos de
exercício de alta intensidade (80% da RFC), protocolo B: idem ao protocolo A
associado ao Binivel com IPAP de 15 cm/H2O e EPAP de 2 cm/H2O com tempo
inspiratório de 1,2 a 1,5seg. A FA foi verificada através da Variabilidade da
Frequência Cardíaca. Estatística realizada através do programa SPSS
11.5/Windows. Normalidade através do teste de Shapiro-Wilk, comparação
intragrupos pelo Wilcoxon e entre-grupos com Mann-Whitney. Significativo
p0,05

RESUMO:

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Na comparação dos 2 grupos a variável LF (Marcador simpático com influências


parassimpáticas) não apresentou diferenças significativas. Variável HF
(Marcador da atividade parassimpática) com binível aumentou
significativamente (p= 0,011), e o LF/HF (Marcador da atividade simpática) com
binível diminuiu significativamente (p=0,02) no EF de alta intensidade.

CONCLUSÃO:
Com base nos dados obtidos com a amostra estudada, concluí-se que a
associação do Binível com o exercício físico promove um quadro de maior
segurança cardio-autonômica, caracterizada pelo aumento do componente
parassimpático.
Este estudo é um passo inicial no propósito de investigar a interação entre a
ventilação mecânica não invasiva e o exercício físico, que tem como próximos
passos a pesquisa da interação de outros parâmetros ventilatórios, indivíduos
portadores de doenças e outras variáveis de interesse.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
AZEREDO, C.A.C.; EPAP: pressão positiva nas vias aéreas. Rev Bras Terap
Intens. 1992; v.4, n.2, p.45-9.
COOPER, CB; Exercise in COPD: limitation and rehabilitation. Med Sci Sports
Exer 2001; 33: 643-646
COSTA, D.; et al.; Influência da Ventilação Não Invasiva por meio do Bipap
sobre a Tolerância ao Exercício Físico e Força Muscular Respiratória em
Pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Revista Latino-am
Enfermagem, Maio-Junho, 2006, n.14.
DAVID, M.K.; et al.; Acute effects of continuous pressure on cardiac sympathetic
tone in congestive heart failure. Circulation. 2001, v.103, p.1189-98
EBEO, C.T, et al. The effect of bi-level positive airway pressure on postoperative
exercise in severe scoliosis. Chest 2002; 121: 1555-60.
GARY, C.B, et al.; Continuous positive airway pressure incresease heart rate
variability in congestive heart failure. J Am Coll Cardiol. 1995; v. 25, p. 672-9.
KOH, J,; BROWN, T.; BEIGHOTO, L.; Contributions of tidal lung insuflation to
human R-R interval and arterial pressure fluctuations. J Auton Nerv Syst. 1998;
v.68, p. 89-95.
LENIQUE, F. et al.; Ventilatory and hemodynamic effects of continuous positive
airway pressure in left heart failure. Am J Respir Crit Care Med. 1997; v.155 n.2,
p.500-5.
SINIAIA, M.S,; YOUNG D.L.; POON C.S.; Habituation and desensitization of the
Hering-Breuer redlex in rat. J Physiol. 2000, v. 523 Pt 2; 479-91.
SILVA, F.M.F.; et al.; Repercussões hemodinâmicas e ventilatórias em
indivíduos sadios com diferentes níveis de EPAP. 2009, Fisiot. Mov., Curitiba,

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v.22, n.3, p419-426.


YAMADA, T.; TAKEDA, J.; Effect of positive end-expiratory pressure on left and
right ventricular diastolic filling assessed by transoesophageal doppler
echocardiography. Anaesth Intensive Care. 1999, v. 27, n.4, p.341-5.

________________________________________________________________
GERFE - Grupo de estudo de reabilitação em fisiologia do exercício

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Política Nacional do Idoso e as atribuições da equipe de


enfermagem na promoção do Envelhecimento Ativo.
NATALIA LUCIO ALVES(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Nunca antes na história da humanidade os países haviam registrado um
contingente tão elevado de idosos em sua população. Em 2007 existiam 19
milhões de pessoas com sessenta anos ou mais no pais, o que corresponde à
pouco mais de 10% da população; em 2025 este percentual poderá chegar a
14% da população brasileira, representando 32 milhões, em 2050 a expectativa
no Brasil, bem como em todo o mundo, é de que existirão mais idosos que
crianças abaixo de 15 anos. Devido a esse fenômeno, a promoção do
envelhecimento ativo é um tema cada vez mais em evidência na atualidade(1).
O termo, “envelhecimento ativo”, foi adotado pela Organização Mundial de
Saúde no final dos anos 90, e que de acordo com a mesma,“ é o processo de
otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais
velhas.”O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma
vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão
envelhecendo, inclusive as que são frágeis, mais idosas.
Neste contexto foi aprovada no Brasil a Lei n.º 8.842, de 04 de janeiro de 1994
e o Decreto n.º 1.948 de 03 de julho de 1996, que dispõe e regulamenta,
respectivamente, a Política Nacional do Idoso, que tem por finalidade
“assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua
autonomia, integração e participação na sociedade”. Como previsto nesta lei, é
considerado idoso, a pessoa maior de sessenta anos de idade(2).
Nesta nova realidade, visamos a necessidade de implementar essa política em
todas as esferas sociais que atendem essa parcela da população, incluindo
principalmente os profissionais da área da saúde e particularmente os da área
de enfermagem, que tem grande atuação frente ao idoso, pois a equipe de
enfermagem age efetivamente na abordagem do cuidado em aspectos do
processo de envelhecimento (capacidade funcional, independência e
autonomia, fragilidade, avaliação cognitiva, engajamento social, qualidade de
vida, promoção de saúde, prevenção de doenças, entre outros); e da senilidade
(condições crônicas de saúde, situações de urgência e emergência, atenção
domiciliar, entre outros).

OBJETIVO:

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Este trabalho tem como objetivos interpretar a Política Nacional do Idoso – Lei
n.º 8.842 de Janeiro de 1994 e o Decreto n.º 1.948 de julho de 1996; identificar
as ações específicas da equipe de enfermagem na atenção à pessoa idosa e
relacionar ambos, visando a promoção de um envelhecimento ativo.

METODOLOGIA:
O estudo desenvolveu- se através de uma revisão de materiais bibliográficos,
artigos científicos , leis, decretos, textos e artigos em periódicos do ano de 2001
ao ano de 2008. A pesquisa foi realizada por meio de base de dados e sistemas
de busca tendo como descritores: Políticas Públicas, Idosos, Enfermagem e
Envelhecimento.

RESUMO:
POLITICA NACIONAL DO IDOSO
No Brasil, na década de 80, surgiu a Associação Nacional de Gerontologia
(ANG), e esta promoveu, em 89, a criação do seminário “O Idoso na Sociedade
Atual”. A partir deste seminário, foi elaborado o documento “Políticas para a 3ª
Idade”, entregue ao Ministério da Ação Social em maio de 1990. Este
documento veio à gerar então o Projeto VIVÊNCIA, lançando pelo então
presidente da República Fernando Collor, e tinha como proposta desenvolver
ações na área da saúde, educação, cultura, lazer, promoção e assistência
social do idoso e preparação à aposentadoria.
Através deste projeto, o então presidente e seus ministros chegaram ao “Plano
Preliminar para a Política Nacional do Idoso”, que tinha como objetivo
“Promover a autonomia, integração e participação efetiva dos idosos na
sociedade, para que sejam co- participes da consecução dos objetivos e
princípios fundamentais da Nação”. Passado algum tempo, foi redigido por
funcionários da Legião Brasileira de Assistência (LBA), Secretaria Nacional da
Promoção Social (SENPROS) e ANG a minuta do Decreto- Lei que disporia
sobre a Política Nacional do Idoso e a criação do Conselho Nacional do Idoso,
dando então, origem à lei n.º 8.842 de 1994, consolidando assim a primeira
articulação expressiva por parte do poder público brasileiro em relação à
pessoa idosa.
O que gerou a criação desta lei foi primeiramente a preocupação com o
aumento significativo de pessoas idosas no país, e, por conseguinte o
reconhecimento de que o Brasil não está preparado para atender esta parcela
da população, onde o sistema de saúde é precário e não há um número
expressivo de profissionais especializados em gerontologia e geriatria.
A lei 8.842/94 segue os princípios de que a família, a sociedade e o Estado são
os grandes atuantes frente ao idoso, devendo assegurar os seus direitos de
cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua
dignidade, bem-estar e o direito à vida(2).

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A Política Nacional do Idoso refere ainda que, o processo de envelhecimento


diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e
informação para todos, e que o idoso não deve sofrer discriminação de
qualquer natureza, devendo o mesmo ser o principal agente e o destinatário
das transformações a serem efetivadas através desta política. Alem disso, é
relatado que as diferenças econômicas, sociais e regionais deverão ser
consideradas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral(2).
Através desta lei, foi elaborado o “Plano Integrado de ação governamental para
o desenvolvimento da Política Nacional do Idoso”, este composto por nove
ministérios: Esporte e Turismo, Cultura, Justiça, Orçamento e Gestão, Saúde,
Educação, Trabalho e Emprego e Secretaria de Urbanismo. Este Plano de Ação
norteia ações integradas de forma a viabilizar a implementação da Política,
definindo ações e estratégias para cada órgão setorial ,negocia recursos
financeiros entre as esferas do Governo e acompanha, controla e avalia as
ações seguindo as diretrizes propostas pela Lei n.º 8.842 de janeiro de 1994.
No caso do Ministério da Educação, duas de suas competências devem ser
destacadas, o incentivo a inclusão nos programas educacionais de conteúdos
sobre o processo de envelhecimento e o incentivo a inclusão de disciplinas de
Gerontologia e Geriatria nos currículos dos cursos superiores.
Os conhecimentos e as instruções sobre o envelhecimento ativo precisam ser
incorporados ao currículo e aos programas de treinamento para todos os
trabalhadores das áreas sociais, de saúde, de recreação, planejamento urbano
e arquitetura, e os princípios e abordagens básicas no cuidado de idosos
devem ser indispensáveis no treinamento de todos os estudantes de medicina e
de enfermagem, bem como de outros profissionais da área de saúde(1).
Ao ministério da saúde, compete determinações diretamente relacionadas á
promoção da saúde da pessoa idosa, como:
- garantir ao idoso a assistência integral à saúde, entendida como o conjunto
articulado e continuo das ações e serviços preventivos e curativos, nos diversos
níveis de atendimento do Sistema Único De Saúde (SUS);
- estimular a participação do idoso nas diversas instâncias de controle social do
Sistema Único de Saúde;
- desenvolver política de prevenção para que a população envelheça mantendo
um bom estado de saúde;
- estimular a permanência do idoso na comunidade, junto à família,
desempenhando papel social ativo, com autonomia e independência que lhe for
própria;
- estimular o auto- cuidado e o cuidado informal;
- envolver a população nas ações de promoção da saúde do idoso;
- desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, as organizações não-
governamentais e entre os Centros de Referência em Geriatria e Gerontologia,

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para treinamento dos profissionais de saúde;


- realizar e apoiar estudos e pesquisas de caráter epidemiológico visando
ampliação do conhecimento sobre o idoso e subsidiar as ações de prevenção,
tratamento e reabilitação.
A ENFERMAGEM E SUA ATUAÇÃO FRENTE AO IDOSO
A atuação da enfermagem junto ao idoso deve estar centrada na educação
para a saúde, no cuidar tendo como base os conhecimentos do processo de
SENESCÊNCIA e SENILIDADE e na reabilitação da capacidade funcional, com
o objetivo de alcançar a independência, autonomia e qualidade de vida da
pessoa idosa.
Para o alcance da promoção da saúde da pessoa idosa, destacam- se como
ações de Enfermagem, adquirir conhecimentos específicos de Gerontologia,
priorizando as questões demográficas e epidemiológicas; diferenciar as
alterações fisiológicas e patológicas no processo de envelhecimento; conhecer
a legislação nacional e as políticas públicas voltadas ao idoso, procurando
difundi- las entre os mesmos, família e comunidade; desenvolver ações
considerando as limitações e a presença de Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT) das pessoas idosas, nos diferentes contextos
(domicílios, instituição de longa permanência e hospitais)(3).
Capacitar os idosos, família, comunidade, estudantes, professores e
trabalhadores no que se refere ao processo de envelhecimento, cuidados às
pessoas idosas e questões relacionadas à velhice; colaborar para mudanças de
comportamento individuais, coletivas e organizacionais, no que diz respeito à
pessoa idosa, por meio da educação em saúde e ações de promoção da saúde
que alcancem as organizações que atendem essa parcela da população, são
mais algumas das importantes atribuições da equipe de enfermagem para a
população idosa(3).
O papel da enfermagem referente à DCNT é de extrema importância para a
assistência ao idoso, onde muitas delas podem ser evitadas, ou pelo menos
adiadas. Não controlar as DCNT de forma apropriada irá resultar em enormes
custos humanos e sociais, que irão absorver uma quantidade desproporcional
de recursos que poderiam ter sido designados a outros problemas públicos(1).
A equipe de enfermagem deve zelar então para que o idoso consiga aumentar
os hábitos saudáveis, diminuir e compensar as limitações inerentes da idade
confortar-se com a angustia e a debilidade da velhice, incluindo o processo de
morte. Portanto, ter conhecimento do processo de envelhecimento, políticas de
atenção ao idoso, prevenção de incapacidades funcionais, promoção de um
envelhecimento saudável e ativo, tratamento e reabilitação de morbidades já
instaladas são elementos hoje imprescindíveis aos profissionais de enfermagem
responsáveis pelo cuidado aos idosos, independente de qualquer tipo serviço
de saúde. É essencial também que a equipe possua conhecimentos e
desenvolva destrezas e habilidades específicas de cuidados, considerando as

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características biológicas, psicossociais, culturais e espirituais dessas pessoas.


PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO ATIVO
O termo “envelhecimento ativo” foi criado pela Organização Mundial da Saúde
no final dos anos 90. Este termo procura conduzir uma idéia mais abrangente
do que o termo “envelhecimento saudável”, e reconhecer além dos cuidados
com a saúde, os outros fatores que afetam o modo como os indivíduos e as
populações envelhecem(1).
Envelhecimento ativo é o “processo de otimização das oportunidades de saúde,
participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à
medida que as pessoas ficam mais velhas"(1).
O envelhecimento ativo aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos
populacionais, permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-
estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que as mesmas
participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e
capacidades; ao mesmo tempo, propiciando proteção, segurança e cuidados
adequados, quando necessários.
O termo “ativo” não refere somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou
de fazer parte da força de trabalho e sim, à participação contínua no meio
social, econômico, cultural, espiritual e civil, e o objetivo do mesmo é, aumentar
a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as
pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são fisicamente debilitadas,
e requerem cuidados(1).
É fundamental para o envelhecimento ativo, que as políticas relativas à
reintegração social da pessoa idosa sejam cumpridas efetivamente. Para isso, é
de grande importância que a pessoa idosa conheça seus direitos e os faça
cumprir, de forma a assegurar sua cidadania. É necessário também incentivar
atividades que permitam às pessoas idosas fazerem parte dos processos
decisórios referente a suas próprias vidas e ter a visão de que a promoção da
saúde das pessoas idosas só será possível, se o envelhecimento for
reconhecido como um processo fisiológico do viver humano e que a promoção
do envelhecimento ativo da pessoa idosa ocorrerá pela efetivação do que é
preconizado nos documentos oficiais emanados da Política Nacional do Idoso e
voltados às ações do SUS e ao Estatuto do Idoso.
Quando políticas públicas, políticas de saúde, mercado de trabalho, emprego e
educação apoiarem de forma veemente o envelhecimento ativo, teremos muito
provavelmente:
• menos mortes prematuras em estágios da vida altamente produtivos;
• menos deficiências associadas às doenças crônicas na Terceira Idade;
• mais pessoas com uma melhor qualidade de vida à medida que envelhecem;
• à medida que envelhecem, mais indivíduos participando ativamente nos
aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos da sociedade, em atividades
remuneradas ou não, e na vida doméstica, familiar e comunitária;

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• menos gastos com tratamentos médicos e serviços de assistência médica(1).

CONCLUSÃO:
Com o surpreendente aumento dos idosos no país, cabe aos profissionais da
área de enfermagem adquirirem conhecimentos sobre as políticas especificas
para a população idosa, em especial sobre a Política Nacional do Idoso, pois
esta é o eixo principal que deve ser seguido pelo profissional de enfermagem,
onde o mesmo deve estar ciente de seus objetivos e diretrizes, contribuindo
então, para que essa política possa se concretizar efetivamente na prática,
promovendo junto a mesma o envelhecimento ativo dessa população.
As políticas públicas específicas para o atendimento da população idosa
existem sim, com justiça e equidade, permitindo a qualidade de vida na
longevidade, garantindo os direitos dos idosos como cidadãos, visando a
autonomia e independência dessa população.
Há a necessidade de difundir essas políticas na sociedade em geral, incluindo
os profissionais da área de enfermagem, procurando assim, tornar esses
profissionais mais conscientes e mais capacitados para o cuidado ao idoso. A
formação do enfermeiro deve contemplar conteúdos programáticos referentes
ao envelhecimento saudável e ativo, promoção e prevenção de agravos e
preparo para o enfrentamento à longevidade pessoal e da população brasileira.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1-World Health Organization. Envelhecimento ativo: uma política de saúde.
Brasília (DF): OPAS; 2005.
2-Brasil. Lei No 8.842 de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional
do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências [acesso
em 2008 Nov. 01]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm
3-Santos SSC, Barlem ELD, Silva BT, Cestari ME, Lunardi VL. Promoção da
saúde da pessoa idosa: compromisso da enfermagem gerontogeriátrica. Acta
Paul Enferm 2008; 21(4):649-53.

________________________________________________________________
1-Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de
Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP. E-mail:
na.lucio@yahoo.com.br
2- Orientadora - Enfermeira - Mestre em Gerontologia Social, Docente do Curso
de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP.

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PRATICAS EDUCATICAS DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO


PÉ DIABÉTICO
KESIO VIEIRA DA SILVA(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Dentre as doenças crônicas degenerativas com índices elevados de
morbimortalidade, o Diabetes Mellitus (DM) vem se destacando como um
importante problema de Saúde Pública(1).

Antes os termos que classificavam os tipos de DM eram, insulino-dependente


ou diabetes mellitus tipo I e não-insulino-dependente ou diabetes tipo II, porém
a partir de 1997 a Organização Mundial da Saúde (OMS) eliminou os termos
insulino-dependente e não-insulino-dependente, e adotou uma nova
classificação. Mantiveram-se os termos tipo 1 e tipo 2, (porem agora com
algarismo arábicos) e diabetes gestacional(2).

O DM tipo 1 é classificado como uma doença caracterizada por destruição das


células b, com deficiência grave na secreção de insulina, sendo 95% dos casos
causadores deficiência do sistema auto-imune e 55% idiopáticos. Os pacientes
geralmente apresentam cetoacidose e necessidade de tratamento com
insulina(2).

O DM tipo 2 é a forma mais prevalente, associando-se freqüentemente a


defeitos na ação da insulina e, secundariamente, à disfunção das células b. Os
raros casos de DM causados por defeitos monogênicos, tanto na ação da
insulina como na função das células b, e aqueles decorrentes de doenças
primária do pâncreas endócrino ou induzidos por drogas foram classificados
como “inespecíficos”. O DM gestacional constitui um grupo à parte(2).

Dentre essas complicações encontram-se as microvasculares , obstrução de


vasos por aterosclerose no coração, membros inferiores e sistema nervoso
central, na retina e rins e as neuropáticas(2).

O diabetes mellitus leva à complicações neurológicas e vasculares importantes


dos membros inferiores(3).

Existe relação entre a idade e o aumento dos níveis glicêmico, tantos em


homens quanto em mulheres. A diminuição da elasticidade das paredes

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arteriais, decorrente do aumento da idade, acarreta o aumento da pressão


arterial, estando diretamente relacionadas as complicações do Diabético.

A avaliação dos pés constitui-se em passo fundamental na identificação dos


fatores de risco que podem ser modificados, o que, conseqüentemente,
reduzirá o risco de ulceração e amputação de membros inferiores nas pessoas
com diabetes(1).

Os objetivos terapêutico primário para tratar o DM tipo 2, visam manter a


qualidade de vida do paciente minimamente afetada, compreendendo a
prevenção de complicações agudas(2).

O comprometimento dos nervos periféricos no diabético faz com que aconteça


uma diminuição da sensibilidade. Com o acometimento da circulação,
obviamente aumenta a possibilidade de infecção, sobretudo no diabetes
descompensado. Tais fatores favorecem para a vulnerabilidade deste paciente
a problemas graves nos pés e pernas, tornando-se um elemento médico-
hospitalar e social de custo elevado.

Os diabéticos são mais suscetíveis à ulceração nos pés(2). Este fenômeno que
representa uma das importantes complicações crônicas do diabetes, é
denominado de pé diabético , e é caracterizado pelo aparecimento de lesões e
ocorrem como conseqüência de neuropatia em 80-90% dos casos. As lesões
são geralmente precipitadas por trauma e complicam-se com a infecção,
podendo terminar em amputação quando não iniciado um tratamento precoce e
adequado(1). As ulceras do pé diabético localizam-se frequentemente nos
dedos, nas faces laterais de zonas de compressão interdigital e nos bordos
laterais do pé.

Diante da problemática relacionada as internações hospitalares prolongadas e


amputações, alerta-se para a necessidade de uma mudança na abordagem do
pé diabético, principalmente quando percebe-se que medidas preventivas,
baseadas na redução dos fatores de risco, educação e atuação da equipe
interdisciplinar podem reduzir significativamente o numero de amputações(3).

O enfermeiro, integrante da equipe interdisciplinar desempenha uma função


importante nos diversos níveis de atenção à saúde, como agente cuidador e
educador, em consequencia de sua constante interação com a população
adoecida.

É importante ressaltar a necessidade dos enfermeiros avaliarem as


extremidades inferiores dos diabéticos de forma minuciosa e com freqüência

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regular, bem como, desenvolverem atividades educativas para o seu


autocuidado, envolvendo o paciente diabético, sua família e associado com um
bom controle glicêmico(1).

OBJETIVO:
- Descrever a assistência de enfermagem na prevenção e no cuidado ao idoso
com Pé Diabético.
- Demonstrar as formas de tratamento preventivo do pé diabético e a
importância dos cuidados com os pés.
- Desenvolver uma proposta de uma educação em saúde (pacientes e/ou
familiares.
- Identificar os fatores de risco para o desenvolvimento do pé diabético, bem
como identificar precocemente pacientes com pé diabético.

METODOLOGIA:
Neste trabalho foi utilizado a técnica de pesquisa/revisão bibliográfica
sistematizada, utilizamos as bases de dados nacionais e Internacionais na área
médica, tais como MEDLINE (National Library of Medicine), PUBMED, SCIELO
(Scientific Eletrônic Library On Line), LILACS (Literatura Latino-americana e do
Caribe em Ciências da Saúde), BDENF e o acervo da biblioteca Dr. Milton
Soldani Afonso, da Universidade de Santo Amaro (UNISA) Campus I. Os dados
coletados para a elaboração deste trabalho são tratados de forma qualitativa,
pois são estruturados e analisados.

O período para análise dos materiais bibliográficos da pesquisa estendeu-se de


Março a Agosto de 2009, e teve como critérios de inclusão artigos nacionais,
relacionados aos descritores: pé diabético, diabetes mellitus e educação em
saúde , incluiu artigos dos últimos 10 anos, (2000 a 2009).

RESUMO:
Pessoas com diabetes mellitus, devem ser orientadas a usar calçados que não
deixem apertados seus pés e que ao mesmo tempo, os protejam de possíveis
agravos extrínsecos. Quando identificado neuropatias, mesmo em ausência de
deformidades visíveis, o calçado deve incluir palmilhas para reduzir e amortecer

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o efeito da tensão repetitiva. No caso de deformidades, deve-se indicar a


utilização de calçados especiais segundo as recomendações de especialistas
da área(2).

A assistência de enfermagem, deve ser prestada dentro de uma visão


humanitária, porque uma enfermidade, seja o pé diabético ou qualquer outro
tipo de ferida, gera sentimentos, como: incapacidade, dependência,
insegurança e sensação de perda do controle sobre si mesmo(3).

As ações educativas realizadas com os clientes diabéticos têm sido voltadas


somente para o controle glicêmico, não sendo, em geral, considerados os
aspectos psicológicos, sociais, culturais e de relacionamento, levando a uma
baixa aderência dos clientes diabéticos em relação ao autocuidado. O
enfermeiro tem que ter um olhar diferenciado deste paciente(3).
Humanização na assistência implica olhar o indivíduo como um todo,
reconhecendo seu pensar e sentir, rompendo com a tendência de olhar, e
centrar-se apenas na doença. Significa individualizar o cuidado e atender às
necessidades, tornando menor o sofrimento do outro. Isso implica ir além de si,
não se esquecendo de que está se tratando de outro ser humano. Significa
respeitar o outro por inteiro e não fragmentar o cuidado, priorizando seu bem, e
não apenas a própria aprendizagem(3).

Numa consulta de rotina para o cliente diabético deve-se levar em conta os


seguintes fatores de risco: idade superior a 40 anos; tabagismo; diabetes com
mais de 10 anos de duração; diminuição dos pulsos arteriais ou hipoestasia em
membros inferiores; deformidades anatômicas (artropatia, calosidades);
presença de ulcerações ou amputações prévias. Os pacientes devem ser
orientados a examinar seus pés, visando a detecção precoce de possíveis
complicações, assim como seu tratamento, quando necessário(3).

CONCLUSÃO:
Como integrante da equipe interdisciplinar, o enfermeiro desempenha uma
função importante nos diversos níveis de atenção a saúde, seja como agente
cuidador e educador. Esta função engloba atividades de educação e saúde
junto ao diabético e seus familiares.

A partir da revisão, observa-se que o cuidado dos pés da pessoa com diabetes
é complexo, pois exige uma estreita colaboração e responsabilidade tanto dos
pacientes e dos familiares como dos profissionais, para identificar os problemas
reais e potenciais, evitando, assim, a ampliação de complicações.

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Portanto acredita-se que a redução das complicações nos pés, que conduzem à
amputação, não depende exclusivamente dos recursos hospitalares, mas sim,
da disponibilidade de medidas preventivas efetivas sobre os cuidados com os
pés, bem como a educação dos pacientes quanto ao auto-cuidado com os pés.
Na rotina de exame físico do paciente diabético, deve-se realizar a avaliação da
sensibilidade periférica, neste momento o enfermeiro deve descalçar o paciente
para examinar seus pés na busca de sinais e sintomas precoces, pois a
consulta de enfermagem apresenta-se como um fator determinante ao agravo
das complicações nos membros inferiores, visto que contribui para a forma de
cuidar e educar, motivando o paciente e seus familiares a participar ativamente
do tratamento e a realizar o autocontrole, e isto reforça a sua adesão ao
tratamento clínico.

Diante do exposto, destaca-se a necessidade da realização de práticas


educativas à pessoa com diabetes, estas informações devem ser reforçadas a
cada novo contato, dependendo das necessidades descrita e identificadas.
Caberá ao enfermeiro enfatizar os cuidados que o paciente deverá dispensar a
seus pés no contexto de vida individual.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1- Laurindo MC; Recco DC; Bobeti DB; Rodrigues CDS. Conhecimentos das
pessoas diabéticas acerca dos cuidados com os pés. Arq Ciênc Saúde. 2005
abr/jun; 12(2): 80-84.

2- Sshmid H; Neumann C; Brugnara L. O diabetes melito e a desnervação dos


membros inferiores: uma visão do diabetólogo. J Vasc Br. 2003; 2(1): 37-48.

3- Barbui EC; Cocco MIM. Conhecimento do paciente diabético em relação aos


cuidados com os pés. Rev Esc Enferm USP. 2002; 36(1): 97-103.

________________________________________________________________
1 – Graduando do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro,
São Paulo-SP, kelson.10@hotmail.com.

2 – Orientadora-Enfermeira, Mestre em Gerontologia, Docente do Curso de


Enfermagem da universidade de Santo Amaro, São Paulo-SP
irenecortina@hotmail.com.

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PRATICAS EDUCATICAS DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO


PÉ DIABÉTICO
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IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Dentre as doenças crônicas degenerativas com índices elevados de
morbimortalidade, o Diabetes Mellitus (DM) vem se destacando como um
importante problema de Saúde Pública(1).

Antes os termos que classificavam os tipos de DM eram, insulino-dependente


ou diabetes mellitus tipo I e não-insulino-dependente ou diabetes tipo II, porém
a partir de 1997 a Organização Mundial da Saúde (OMS) eliminou os termos
insulino-dependente e não-insulino-dependente, e adotou uma nova
classificação. Mantiveram-se os termos tipo 1 e tipo 2, (porem agora com
algarismo arábicos) e diabetes gestacional(2).

O DM tipo 1 é classificado como uma doença caracterizada por destruição das


células b, com deficiência grave na secreção de insulina, sendo 95% dos casos
causadores deficiência do sistema auto-imune e 55% idiopáticos. Os pacientes
geralmente apresentam cetoacidose e necessidade de tratamento com
insulina(2).

O DM tipo 2 é a forma mais prevalente, associando-se freqüentemente a


defeitos na ação da insulina e, secundariamente, à disfunção das células b. Os
raros casos de DM causados por defeitos monogênicos, tanto na ação da
insulina como na função das células b, e aqueles decorrentes de doenças
primária do pâncreas endócrino ou induzidos por drogas foram classificados
como “inespecíficos”. O DM gestacional constitui um grupo à parte(2).

Pelo fato o DM tipo 2 estar aumentando muito em incidência e prevalência em


todo o mundo, ele se tornou um problema de saúde pública. As proporções que
ele atinge são consideradas muito graves à medida que pode passar
despercebido (por não determinar sintomas), com freqüência submetendo os
indivíduos que o apresentam ao risco das complicações crônicas mesmo antes
do diagnóstico.

Dentre essas complicações encontram-se as microvasculares , obstrução de


vasos por aterosclerose no coração, membros inferiores e sistema nervoso
central, na retina e rins e as neuropáticas(2).

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Para o tratamento do diabetes tipo 2 o em 40% dos acasos é utilizado


hipoglicemiante oral e em apenas em 8% é utilizado a insulina. Estima-se que
50% dos casos poderiam ser evitados se não houvesse excesso de peso e
também haveria uma diminuição de 30%, com a realização de atividade física.
O controle da pressão arterial pode por sua vez reduzir 80% dos acidentes
vasculares cerebrais, 60% das amputações de membros inferiores, 50% das
doenças renais terminais e 40% das doenças coronarianas(3).

O diabetes mellitus leva à complicações neurológicas e vasculares importantes


dos membros inferiores(3).

A Declaração das Américas considera o diabetes como uma pandemia e estima


que, até o próximo ano (2010), o número de casos de DM nas Américas
crescerá para 45 milhões, evidenciado pelo envelhecimento demográfico da
população e tendências relativas aos fatores de riscos, relacionados com o
processo de modernização dos países em desenvolvimento(1).

Existe relação entre a idade e o aumento dos níveis glicêmico, tantos em


homens quanto em mulheres. A diminuição da elasticidade das paredes
arteriais, decorrente do aumento da idade, acarreta o aumento da pressão
arterial, estando diretamente relacionadas as complicações do Diabético.

A prevenção do pé diabético deve acontecer em três níveis: primário – consiste


na detecção prévia do pé em risco e na educação sobre o uso de calçados,
higiene, prevenção de traumas e lesões; secundário – envolve o cuidado das
úlceras e correção dos fatores desencadeantes (aliviar pontos de pressão,
tratamento de deformidades ungueais etc); terciário – deve abranger a equipe
multidisciplinar e costuma requerer tratamento intensivo hospitalar.

O enfermeiro tem vital importância na avaliação dos pés do paciente com


diabetes, pois tem conhecimento teórico para realizar a avaliação clínica, que
baseia-se no exame físico dos pés , que inclui inspeção e palpação da pele
(coloração e temperatura); observação da presença de unhas encravadas ou
deformadas e a estrutura dos pés (deformidade dos dedos e do arco plantar);
áreas de calosidades, rachaduras, fissuras, bolhas, úlceras e micoses; a
palpação dos pulsos arteriais tibial posterior e pedioso e a avaliação da
sensibilidade protetora plantar. Além disto, os calçados devem ser
inspecionados, verificando pontos de atrito ou de pressão plantar excessiva,
desgaste irregular e presença de corpos estranhos. Segundo estes
procedimentos básicos, os pacientes diabéticos com risco de apresentarem
úlceras, poderão ser facilmente identificados.

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A avaliação dos pés constitui-se em passo fundamental na identificação dos


fatores de risco que podem ser modificados, o que, conseqüentemente,
reduzirá o risco de ulceração e amputação de membros inferiores nas pessoas
com diabetes(1).

Os objetivos terapêutico primário para tratar o DM tipo 2, visam manter a


qualidade de vida do paciente minimamente afetada, compreendendo a
prevenção de complicações agudas, dos sintomas de hiperglicemia, dos efeitos
colaterais dos medicamentos, da excessiva morbidade e mortalidade
cardiovascular, da cegueira, da nefropatia e das complicações nos membros
inferiores que caracterizam o pé diabético e levam às amputações(2).

O tratamento do pé diabético é fundamentado na diminuição da pressão


tecidual do pé, controle da infecção, correção isquêmica e cuidados com a
lesão. O repouso e a elevação do membro precisam ser iniciados
imediatamente, sendo ideal a retirada de todo peso nos membros inferiores.
Quanto à infecção, na maioria das vezes, a terapia empírica com drogas de
largo espectro é indispensável antes dos resultados da cultura estarem
disponíveis. O acometimento vascular deve ser investigado no exame físico
inicial e também na existência de uma má resposta terapêutica, tornando a
correção da doença oclusiva vascular imprescindível, já que dificulta o
fornecimento de nutrientes e antibióticos à área lesada(2).

Quanto à intervenção cirúrgica, o desbridamento é um respeitável método


auxiliar, pois remove tecido desvitalizado, auxilia no controle da infecção e
estimula a fase proliferativa da cicatrização. Por sua vez a ressecção de cabeça
do metatarso baseia-se na finalidade de diminuir o elevado pico de pressão
focal em torno das cabeças metatarsianas afetadas.

O comprometimento dos nervos periféricos no diabético faz com que aconteça


uma diminuição da sensibilidade. Com o acometimento da circulação,
obviamente aumenta a possibilidade de infecção, sobretudo no diabetes
descompensado. Tais fatores favorecem para a vulnerabilidade deste paciente
a problemas graves nos pés e pernas, tornando-se um elemento médico-
hospitalar e social de custo elevado.

Os diabéticos são mais suscetíveis à ulceração nos pés(2). Este fenômeno que
representa uma das importantes complicações crônicas do diabetes, é
denominado de pé diabético (5 ), e é caracterizado pelo aparecimento de lesões
e ocorrem como conseqüência de neuropatia em 80-90% dos casos. As lesões
são geralmente precipitadas por trauma e complicam-se com a infecção,
podendo terminar em amputação quando não iniciado um tratamento precoce e

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adequado(1). As ulceras do pé diabético localizam-se frequentemente nos


dedos, nas faces laterais de zonas de compressão interdigital e nos bordos
laterais do pé.

Diante da problemática relacionada as internações hospitalares prolongadas e


amputações, alerta-se para a necessidade de uma mudança na abordagem do
pé diabético, principalmente quando percebe-se que medidas preventivas,
baseadas na redução dos fatores de risco, educação e atuação da equipe
interdisciplinar podem reduzir significativamente o numero de amputações(3).
Viver com o diabetes representa um desafio, tanto para o paciente quanto para
aqueles que estão próximos a ele, pois a condição afeta sua vida como um
todo, alterando seu cotidiano. Desta forma, a educação em diabetes deve estar
voltada para a construção de conhecimentos que favoreçam o autocuidado e a
autonomia das pessoas, na perspectiva de que possam ter um viver mais
saudável.

O enfermeiro, integrante da equipe interdisciplinar desempenha uma função


importante nos diversos níveis de atenção à saúde, como agente cuidador e
educador, em consequencia de sua constante interação com a população
adoecida.

É importante ressaltar a necessidade dos enfermeiros avaliarem as


extremidades inferiores dos diabéticos de forma minuciosa e com freqüência
regular, bem como, desenvolverem atividades educativas para o seu
autocuidado, envolvendo o paciente diabético, sua família e associado com um
bom controle glicêmico(1).

OBJETIVO:
- Descrever a assistência de enfermagem na prevenção e no cuidado ao idoso
com Pé Diabético.
- Demonstrar as formas de tratamento preventivo do pé diabético e a
importância dos cuidados com os pés.
- Desenvolver uma proposta de uma educação em saúde (pacientes e/ou
familiares.
- Identificar os fatores de risco para o desenvolvimento do pé diabético, bem
como identificar precocemente pacientes com pé diabético.

METODOLOGIA:
Neste trabalho foi utilizado a técnica de pesquisa/revisão bibliográfica

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sistematizada, utilizamos as bases de dados nacionais e Internacionais na área


médica, tais como MEDLINE (National Library of Medicine), PUBMED, SCIELO
(Scientific Eletrônic Library On Line), LILACS (Literatura Latino-americana e do
Caribe em Ciências da Saúde), BDENF e o acervo da biblioteca Dr. Milton
Soldani Afonso, da Universidade de Santo Amaro (UNISA) Campus I. Os dados
coletados para a elaboração deste trabalho são tratados de forma qualitativa,
pois são estruturados e analisados.

O período para análise dos materiais bibliográficos da pesquisa estendeu-se de


Março a Agosto de 2009, e teve como critérios de inclusão artigos nacionais,
relacionados aos descritores: pé diabético, diabetes mellitus e educação em
saúde , incluiu artigos dos últimos 10 anos, (2000 a 2009).

RESUMO:
Pessoas com diabetes mellitus, devem ser orientadas a usar calçados que não
deixem apertados seus pés e que ao mesmo tempo, os protejam de possíveis
agravos extrínsecos. Quando identificado neuropatias, mesmo em ausência de
deformidades visíveis, o calçado deve incluir palmilhas para reduzir e amortecer
o efeito da tensão repetitiva. No caso de deformidades, deve-se indicar a
utilização de calçados especiais segundo as recomendações de especialistas
da área(2).

A assistência de enfermagem, deve ser prestada dentro de uma visão


humanitária, porque uma enfermidade, seja o pé diabético ou qualquer outro
tipo de ferida, gera sentimentos, como: incapacidade, dependência,
insegurança e sensação de perda do controle sobre si mesmo(3).

As ações educativas realizadas com os clientes diabéticos têm sido voltadas


somente para o controle glicêmico, não sendo, em geral, considerados os
aspectos psicológicos, sociais, culturais e de relacionamento, levando a uma
baixa aderência dos clientes diabéticos em relação ao autocuidado. O
enfermeiro tem que ter um olhar diferenciado deste paciente(3).
Humanização na assistência implica olhar o indivíduo como um todo,
reconhecendo seu pensar e sentir, rompendo com a tendência de olhar, e
centrar-se apenas na doença. Significa individualizar o cuidado e atender às
necessidades, tornando menor o sofrimento do outro. Isso implica ir além de si,
não se esquecendo de que está se tratando de outro ser humano. Significa
respeitar o outro por inteiro e não fragmentar o cuidado, priorizando seu bem, e
não apenas a própria aprendizagem(3).

Numa consulta de rotina para o cliente diabético deve-se levar em conta os

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seguintes fatores de risco: idade superior a 40 anos; tabagismo; diabetes com


mais de 10 anos de duração; diminuição dos pulsos arteriais ou hipoestasia em
membros inferiores; deformidades anatômicas (artropatia, calosidades);
presença de ulcerações ou amputações prévias. Os pacientes devem ser
orientados a examinar seus pés, visando a detecção precoce de possíveis
complicações, assim como seu tratamento, quando necessário(3).

CONCLUSÃO:
Como integrante da equipe interdisciplinar, o enfermeiro desempenha uma
função importante nos diversos níveis de atenção a saúde, seja como agente
cuidador e educador. Esta função engloba atividades de educação e saúde
junto ao diabético e seus familiares.

A partir da revisão, observa-se que o cuidado dos pés da pessoa com diabetes
é complexo, pois exige uma estreita colaboração e responsabilidade tanto dos
pacientes e dos familiares como dos profissionais, para identificar os problemas
reais e potenciais, evitando, assim, a ampliação de complicações.

Portanto acredita-se que a redução das complicações nos pés, que conduzem à
amputação, não depende exclusivamente dos recursos hospitalares, mas sim,
da disponibilidade de medidas preventivas efetivas sobre os cuidados com os
pés, bem como a educação dos pacientes quanto ao auto-cuidado com os pés.
Na rotina de exame físico do paciente diabético, deve-se realizar a avaliação da
sensibilidade periférica, neste momento o enfermeiro deve descalçar o paciente
para examinar seus pés na busca de sinais e sintomas precoces, pois a
consulta de enfermagem apresenta-se como um fator determinante ao agravo
das complicações nos membros inferiores, visto que contribui para a forma de
cuidar e educar, motivando o paciente e seus familiares a participar ativamente
do tratamento e a realizar o autocontrole, e isto reforça a sua adesão ao
tratamento clínico.

Diante do exposto, destaca-se a necessidade da realização de práticas


educativas à pessoa com diabetes, estas informações devem ser reforçadas a
cada novo contato, dependendo das necessidades descrita e identificadas.
Caberá ao enfermeiro enfatizar os cuidados que o paciente deverá dispensar a
seus pés no contexto de vida individual.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1- LAURINDO MC; RECCO DC; BOBETI DB; RODRIGUES CDS.
Conhecimentos das pessoas diabéticas acerca dos cuidados com os pés. Arq
Ciênc Saúde. 2005 abr/jun; 12(2): 80-84.

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2- SCHMID H; NEUMANN C; BRUGNARA L. O diabetes melito e a desnervação


dos membros inferiores: uma visão do diabetólogo. J Vasc Br. 2003; 2(1): 37-
48.

3- BARBUI EC; COCCO MIM. Conhecimento do paciente diabético em relação


aos cuidados com os pés. Ver Esc Enferm USP. 2002; 36(1): 97-103.
________________________________________________________________
1 – Graduando do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro,
São Paulo-SP, kelson.10@hotmail.com.

2 – Orientadora-Enfermeira, Mestre em Gerontologia, Docente do Curso de


Enfermagem da universidade de Santo Amaro, São Paulo-SP
irenecortina@hotmail.com.

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Prevalência das lesões de tecido mole da cavidade oral em


pacientes atendidos na Clínica Odontológica da UNISA.
KATIA REIS FERREIRA(1)

ILAN WEINFELD(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A cavidade oral pode ser a sede de diversas lesões, que são classificadas e
agrupadas de acordo com suas características comuns.
Os pacientes portadores dessas lesões, que procuram o Serviço Odontológico
da Universidade, são submetidos a exames complementares, como a biópsia,
com o intuito de se confirmar o diagnóstico clínico através do estudo
microscópico.
A biópsia é comumente empregada para crescimentos teciduais, massas
nodulares, tecidos ósseos com alterações radiográficas, suspeitas ou não de
neoplasias, bem como nas doenças bolhosas, com uso simultâneo de
imunofluorescência. 11
Especificamente quanto às lesões de localização gengival enviadas para exame
histopatológico no Serviço de Patologia Cirúrgica da Faculdade de Odontologia
da Universidade de São Paulo, destaca-se a hiperplasia fibrosa inflamatória. 4
Gomez et al10 (1992) efetuaram levantamento dos exames anatomopatológicos
realizados num período de dez anos e verificaram que a lesão mais prevalente
foi a hiperplasia fibrosa inflamatória.
Zanetti et al28 (1996) acompanharam 60 pacientes portadores de prótese
parcial removível e constataram que a lesão mais frequente na amostra foi a
estomatite protética (lesão geralmente relacionada ao trauma associado à
presença de microrganismos e à infecção por Candida Albicans28).
Numa análise retrospectiva de 1027 laudos de biópsias de lesões do complexo
buco-maxilo-facial do Departamento de Patologia da Faculdade de Odontologia
de Araraquara, Gonzaga et al11 (1997) verificaram que as alterações mais
freqüentes foram hiperplasia fibrosa inflamatória, mucocele e fibroma.
Cavalcante et al5 (1999) estudaram a freqüência de lesões bucais em tecido
mole e ósseo em crianças e adolescentes, encontrando a mucocele como a
lesão mais comum, seguida de processo inflamatório inespecífico.
Num estudo retrospectivo dos exames anatomopatológicos do Laboratório de
Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da UFMG, Santos et al20 (2002)
observaram que as lesões proliferativas não neoplásicas são as mais
prevalentes; dentro deste grupo a hiperplasia fibrosa inflamatória é a lesão mais
comum, ocorrendo preferencialmente no gênero feminino, com maior incidência
na quinta década de vida.
As lesões proliferativas não neoplásicas constituem a maioria dos exames

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submetidos à análise histopatológica, sendo a hiperplasia fibrosa inflamatória a


lesão mais prevalente do grupo.19,25 A maior incidência de tal alteração é na
5ª década de vida,13 apresentando-se usualmente na face vestibular do
rebordo alveolar16, com maior freqüência no gênero feminino,20,26,9,7
especialmente em função das alterações hormonais, aspecto este que se
agrava ainda mais no período da menopausa.28
Em estudo retrospectivo de exames anatomopatológicos do Laboratório de
Anatomia Patológica da Faculdade de Odontologia de Caruaru – PE, Segundo
et al21 (2003), verificaram que a lesão mais prevalente foi o Carcinoma
Espinocelular, seguido do Fibroma e da Hiperplasia Fibrosa Inflamatória.
Israel et al12 (2003) realizaram levantamento epidemiológico no Rio de Janeiro
e citaram a hiperplasia fibrosa inflamatória como a lesão mais prevalente,
seguida do carcinoma espinocelular, mucocele e processo inflamatório crônico
inespecífico.
Numa população adulta americana, Shulman et al23 (2004) verificaram que a
lesão mais prevalente foi a estomatite protética, seguida da tatuagem por
amálgama e trauma por mordida na mucosa jugal e lábio.
Alves et al1 (2005) realizaram estudo descritivo da ocorrência de hiperplasias
fibrosas inflamatórias observadas no Serviço do Laboratório de Histopatologia
Bucal da Faculdade de Odontologia de Marília e observaram que a hiperplasia
fibrosa inflamatória é mais frequente no gênero feminino e na quinta década de
vida.
Em levantamento das biópsias da cavidade oral realizadas no Hospital
Universitário da Cidade de São Luiz - MA, no período de 1992 a 2002, Cruz7
(2005) identificou a hiperplasia fibrosa inflamatória como a lesão mais comum
com maior predileção pelo gênero feminino.
Em estudo retrospectivo de 1963 lesões bucomaxilofaciais diagnosticadas pelo
Laboratório de Histopatologia da Faculdade de Odontologia do UNICENP/PR,
no período de 2003 a 2006, Bertoja et al3 (2007) evidenciaram a hiperplasia
fibrosa inflamatória como a lesão mais prevalente, seguida do fibroma, cisto
radicular e mucocele.
Na população idosa da Venezuela, Mujica et al17 (2008) verificaram a
prevalência de lesões de tecido mole, apresentando o fibroma como a terceira
lesão mais frequente e a hiperplasia fibrosa inflamatória como a quarta lesão
mais prevalente.
A realização de estudos epidemiológicos na área da saúde é extremamente
importante para se diagnosticar as lesões prevalentes nas populações, a fim de
se estabelecer programas de saúde coletiva e até mesmo guiar as instituições
de ensino quanto aos temas relevantes a serem abordados na graduação e
pós-graduação, de modo a contribuir para a saúde da população.

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OBJETIVO:
Efetuar o levantamento epidemiológico das lesões da cavidade oral mais
freqüentes nos pacientes atendidos na Clínica Odontológica da Universidade de
Santo Amaro, visando aperfeiçoar o aprendizado sobre as mesmas e criar um
material didático para auxiliar os estudantes da área odontológica na obtenção
de um correto diagnóstico.

METODOLOGIA:
Foram levantadas as fichas clínicas dos pacientes atendidos na Clínica
Odontológica da Universidade de Santo Amaro, no período de 2004 a 2008,
totalizando 352 casos. Os dados foram transcritos para uma ficha por nós
elaborada com a finalidade de extrair os elementos importantes para o
levantamento e organizados em tabelas, classificados por grupo de lesão, tipo
de lesão, gênero, faixa etária e localização anatômica.
Os resultados foram descritos em porcentagem e as lesões distribuídas em
grupos, seguindo a classificação utilizada por Marcucci et al.15
Todos os diagnósticos foram subclassificados dentro de cada grupo de doença,
de acordo com as características comuns.
Posteriormente, foi elaborado um texto didático com as informações relevantes
sobre as lesões mais prevalentes nos pacientes usuários da Clínica de
Semiologia da Unisa.

RESUMO:
Foram analisadas as fichas clínicas dos pacientes atendidos na Clínica
Odontológica da Universidade de Santo Amaro no período de 2004 a 2008,
totalizando uma amostra de 352 casos, dos quais 217 eram do gênero feminino
e 135 do gênero masculino.
As lesões mais prevalentes na população estudada foram, respectivamente,
hiperplasia fibrosa inflamatória, totalizando 117 casos, o que corresponde a
33,24% (n=117) da amostra total, seguida do processo inflamatório crônico
inespecífico, totalizando 52 casos, que corresponde a 14,77% (n=52) da
amostra total; fibroma, totalizando 35 casos, que corresponde a 9,94% (n=35)
da amostra total e mucocele, totalizando 35 casos, que corresponde a 9,94%
(n=35) da amostra total.
Dos 117 diagnósticos confirmados de hiperplasia fibrosa inflamatória, 75 eram
do gênero feminino e 42 do masculino, evidenciado maior prevalência das
lesões proliferativas não-neoplásicas da cavidade bucal no gênero feminino.
A faixa etária dos pacientes que apresentaram hiperplasia fibrosa inflamatória
variou de cinco a 89 anos, com maior prevalência entre a quinta e sexta

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décadas de vida. Quanto à distribuição das lesões por região da cavidade oral,
houve maior prevalência no rebordo alveolar, seguido da mucosa jugal e região
do palato duro.
O processo inflamatório crônico inespecífico foi o segundo achado mais
prevalente, perfazendo um total de 52 casos, que correspondente a 14,77% da
amostra total.
Em relação ao Fibroma, dos 35 diagnósticos confirmados, 26 eram do gênero
feminino e 9 do masculino, evidenciado maior prevalência da lesão no gênero
feminino.
A faixa etária dos pacientes que apresentaram fibroma variou de 23 a 77 anos,
com maior prevalência entre a terceira e quarta década de vida. Quanto à
distribuição da lesão por região da cavidade oral, houve maior prevalência na
mucosa jugal, seguido da língua e região do palato duro.
Em relação à mucocele, dos 35 diagnósticos confirmados, 20 eram do gênero
feminino e 15 do masculino, evidenciado maior prevalência da lesão no gênero
feminino.
A faixa etária dos pacientes que apresentaram mucocele variou de cinco a 69
anos, com maior prevalência entre a primeira e segunda décadas de vida.
Quanto à distribuição da lesão por região da cavidade oral, houve maior
prevalência no lábio inferior, seguido do assoalho e mucosa jugal.
O resultado do estudo realizado por Zanetti et al28 (1996), que evidenciou a
estomatite protética como a lesão mais freqüente na população, coincide com
os resultados encontrados por Shulman et al23 e Mujica et AL.17
Em trabalho realizado com uma população adulta americana em 2004, Shulman
et al23 verificaram que a lesão mais prevalente foi a estomatite protética
seguida da tatuagem por amálgama e trauma por mordida na mucosa jugal e
lábio. O Fibroma aparece como a 31° lesão mais prevalente, a Hiperplasia
Gengival como a 38° e a Mucocele como a 44°, resultados que divergem dos
nossos e que sofrem influência pelo fato dos autores terem incluído em seu
levantamento alterações que não representam condições patológicas.
Todavia nossos resultados vão de encontro aos apresentados por Bertoja et al3
(2007) que evidenciaram que a hiperplasia fibrosa inflamatória foi a lesão mais
prevalente, seguida do fibroma, cisto radicular e mucocele.
Nossos resultados também se assemelham aos encontrados por Israel et al12
em 2003, que citaram a hiperplasia fibrosa inflamatória como a lesão mais
prevalente, seguida do carcinoma espinocelular, mucocele e processo
inflamatório crônico inespecífico. Com exceção do carcinoma espinocelular,
todas as demais lesões são coincidentes em ambos os trabalhos.
Provavelmente tal alteração é mais prevalente devido ao levantamento ter sido
efetuado no Hospital Universitário, que é responsável pela realização de
exames anatomopatológicos de pacientes advindos de Niterói e outros
municípios do Estado do Rio de Janeiro, com hipótese de diagnóstico de

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carcinoma espinocelular.
O carcinoma espinocelular também foi descrito como a lesão mais prevalente
no estudo realizado por Segundo et al21, representando 10,63% da amostra
total, fato que eventualmente pode estar ligado às condições climáticas da
região em estudo, associado a hábitos individuais, como o não uso de protetor
labial e até mesmo o fumo, que na região costuma ser o de corda.
Em relação à hiperplasia fibrosa inflamatória, a prevalência da lesão em
indivíduos com idade mais avançada pode estar associada ao fato desses
pacientes utilizarem próteses parciais removíveis com maior freqüência que os
indivíduos jovens. Diversos trabalhos afirmam que o uso de próteses mal
adaptadas pode levar a injúrias dos tecidos, que responde ao trauma com o
desenvolvimento da hiperplasia fibrosa inflamatória. 28, 13, 1 Infelizmente não
conseguimos evidenciar quantos pacientes portadores desta lesão eram
usuários de próteses parciais removíveis, pois as fichas clínicas não
contemplavam tal informação.
O processo inflamatório crônico inespecífico, segundo achado mais prevalente
em nosso estudo, também é um achado de parte de outros estudos
epidemiológicos, como os de Cavalcante et al5, Shulman et al23, Segundo et
al21 e Israel et al12.
Em relação ao fibroma, constatamos que a lesão é mais prevalente na quarta
década de vida, assim como é descrito na literatura. Contudo Bertoja et al3
apontam a quinta década de vida como a mais prevalente. Já quanto à faixa
etária de mucocele e hiperplasia fibrosa inflamatória, nossos resultados são
coincidentes. Em nosso trabalho, as três lesões mais prevalentes tiveram
predileção pelo gênero feminino enquanto que para Bertoja et al3 a mucocele é
mais prevalente no gênero masculino.
Em relação à mucocele, os resultados de nosso trabalho assemelham-se aos
encontrados por Cavalcante et al5, que evidenciaram a mucocele como a lesão
mais frequente na cavidade oral de crianças e adolescentes, com maior
prevalência entre a primeira e segunda décadas de vida e no gênero feminino; o
processo inflamatório crônico inespecífico foi o segundo achado mais
prevalente assim como em nossa pesquisa.
Os resultados encontrados por Mujica et al17 em 2008, aproximam-se dos
nossos, pois apresentam o fibroma como a terceira lesão mais freqüente e a
hiperplasia fibrosa inflamatória como a quarta lesão mais prevalente. A
mucocele não foi citada no trabalho deles, o que provavelmente é justificado
pelo fato desta ser uma lesão freqüente em crianças e adolescentes e o estudo
realizado por eles teve como público alvo a população idosa da Venezuela.
Acreditamos que a maior prevalência das lesões no gênero feminino deve-se ao
fato das mulheres procurarem o serviço odontológico com maior freqüência que
os homens, esse mesmo pensamento é compartilhado com Vieira et al.26
A coleta de dados foi prejudicada pelo preenchimento insuficiente dos

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prontuários e fichas de requisições de exames anatomopatológicos. De um total


de 352 prontuários, apenas 117 prontuários apresentaram informações
relevantes como tempo de evolução, história médica, etnia e hábitos deletérios,
o que impossibilitou uma análise mais aprofundada dessas características, essa
mesma dificuldade foi encontrada por Israel et al.12
Os resultados encontrados em nosso trabalho são muito semelhantes aos já
descritos na literatura.

CONCLUSÃO:
Hiperplasia fibrosa inflamatória é a lesão mais prevalente do grupo estudado,
sendo mais comum no rebordo alveolar de indivíduos do gênero feminino na
quinta década de vida. Seguem-se o fibroma e a mucocele em igual
prevalência.
O fibroma apresenta maior predileção pelo gênero feminino, sendo mais
freqüente na quarta década de vida e localizado na mucosa jugal.
A mucocele é mais comum no lábio inferior e ocorre com maior freqüência entre
a primeira e segunda décadas de vida.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
(1) Neville, B. W.; Damm, D. D.; Allen, C. M.; Bouqout, J. E. Patologia Oral &
Maxilofacial. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
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Cruzes. International Association of Oral Pathologists. 1998.

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José dos Campos, v. 2, n. 1, Jan/Jun, 1999.

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Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.

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Freitas, R. A. Levantamento das biópsias da cavidade oral realizadas no


hospital universitário – Unidade Presidente Dutra / UFMA, da Cidade de São
Luís – MA, no período de 1992 a 2002. Rev. Brás. Patol. Oral, v. 4, p. 185-188,
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Epidemiológico de lesões proliferativas não neoplásicas da mucosa oral –
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C. C.; Castro, V. R.; Villani, E. Correlação entre hipóteses diagnósticas clínicas
e diagnósticos microscópicos de lesões do complexo buço-maxilo-facial, 1997.

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do serviço de Anatomia Patológica do Hospital Universitário Antônio Pedro/UFF,
RBO, v. 60, n. 2, 2003.

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Aguiar, M. C. F. Prevalência das alterações da normalidade e lesões da mucosa
bucal em pacientes atendidos nas clínicas integradas de atenção primária
(CIAPS) da Faculdade de Odontologia da UFMG, 2006.

(27) Weinfeld I., Moraes, A. F. A, Weinfeld, R. K. Oral disease in the public


service of Santos, São Paulo. Department of Oral Pathology, Methodist
University, Brazil, Buccal Health Group of Santos and University of Mogi das
Cruzes. International Association of Oral Pathologists. 1998.

(28) Zanetti, R. V.; Zanetti, A. L.; Laganá, D. C.; Feltrin, P.P. Estudo de 60

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pacientes portadores de prótese parcial Removível: Avaliação clínica das lesões


nas áreas de suporte da mucosa bucal. RPG, v. 3, n. 3, p. 175-183, jul/ago/set,
1996.

(29) Zieper, M. B.; Yih, W. Y.; Katochvil, F. J.; Meshul, C. K. Clear cell
odontogenic tumour. Benign vs. Malignant: report of an unusual case.
International Association of Oral Pathologists. 1998. Supplementary Abstracts.

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Prevenção de acidentes domésticos na infância


SUZANA FIGUEIREDO ALVES PEREIRA(1)

CAROLINE ALVES GARCIA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Ao nascer, o bebê inicia uma jornada de constante crescimento no
desenvolvimento neuropsicomotor, e é muito importante que os pais ou
cuidadores tenham conhecimento desse desenvolvimento. Alguns riscos de
acidentes, porém, acompanham o bebê em todas as idades.O ambiente
doméstico pode ser especialmente hostil às crianças, pois contem: instrumentos
cortantes, móveis, janelas, panelas contendo alimentos fumegantes, fósforos,
garrafas de detergentes e produtos tóxicos deixados embaixo da pia da cozinha
se constituem atrativos especiais para crianças, contribuindo de modo efetivo
para aumentar o número de crianças lesionadas.As causas externas (acidentes
e violências) relacionadas ao trauma incluem: Lesões Não Intencionais
(atropelamentos, ocupantes de veículos automotores, afogamentos,
queimaduras, quedas, envenenamentos, obstruções de vias aéreas e Lesões
Intencionais (homicídios, suicídios, abuso).
A falta de vigilância, proteção e segurança da população infantil ajuda a
acentuar as causas dos acidentes. Tais situações levam a criança a vivenciar
um atraso significativo em seu desenvolvimento e carregar seqüelas dos mais
diferentes tipos de acidentes. As categorias específicas de acidentes e a
prevenção apropriada são mais bem compreendidas ao associá-las as
realizações de desenvolvimento das crianças e jovens. Se os pais ou
cuidadores entenderem que a casa pode não ser um local seguro, tornando-se
necessário adotar medidas de segurança domiciliar, evitando descuidos e
negligências no cuidado à criança. Sabe-se que a insegurança domiciliar pode
ser intensificada pela curiosidade da criança, especialmente quando ela for
atraída por cores, aromas e formatos. Evidenciou-se que a criança se torna
mais vulnerável ao acidente doméstico quando não recebe atenção necessária
ou quando os familiares desconhecem ou negligenciam a segurança no
domicílio, de acordo com as características de cada fase de crescimento e
desenvolvimento. (1)

OBJETIVO:
O objetivo deste trabalho é identificar as principais causas e fatores de risco dos
acidentes envolvendo crianças no ambiente domiciliar a fim de desenvolver
medidas preventivas de acordo com o grau de desenvolvimento da criança.

METODOLOGIA:

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Para o desenvolvimento deste estudo foi realizada uma pesquisa qualitativa de


revisão bibliográfica, com recorte temporal a partir de 1999 até 2009, através de
consultas na biblioteca Milton Soldani Afonso, da Universidade de Santo Amaro
(UNISA), e consultas as bases de dados online, SCIELO, BDENF e LILACS,
onde foram pesquisados 16 artigos, selecionados e utilizados 12, 1 livro e o site
do Ministério da Saúde com o critério de inclusão em: Criança, acidentes
domésticos, prevenção de acidentes.

RESUMO:
O acidente no contexto atual pode ser definido como uma cadeia de eventos
que ocorre em um período relativamente curto de tempo (geralmente segundos
ou minutos), não tenha sido desejada conscientemente, começa com a perda
de controle do equilíbrio entre um indivíduo (vítima) e seu sistema (ambiente) e
termina com a transferência de energia (cinética, química, térmica, elétrica ou
radiação ionizante) do sistema do indivíduo, ou bloqueio dos seus mecanismos
de utilização de tal energia. (2)
Nossas casas podem virar verdadeiras armadilhas quando não damos a devida
atenção a determinados detalhes de sua construção ou de sua mobília.
Escadas são projetadas não considerando a presença de crianças e nem que
os habitantes da casa irão envelhecer. Uma infinidade de substâncias químicas
são usadas e manipuladas, e sobre as quais quase nada sabemos, e por esta
razão na maioria das vezes são tratadas e utilizadas como substancias
inofensivas.

A exploração do espaço é uma atividade importante para o desenvolvimento


infantil. Colocar objetos na boca, tentar pegar frascos com líquidos coloridos
são comportamentos característicos das crianças, mas isso também pode
colocá-la em grande risco de envenenamento e intoxicação não intencional.

As grades do berço também podem ser uma ameaça causando mortes por
estrangulamento e sufocação. Quando estão na fase de descobrir o mundo com
a boca, os bebês ainda podem se engasgar com partes e/ou brinquedos
pequenos, comidas e outros pequenos objetos.

As queimaduras infantis constituem importante causa de atendimento hospitalar


e internação, além de causar seqüelas físicas e emocionais relevantes. Quanto
aos tipos de queimaduras, a escaldadura é o mais freqüente, tendo como
principais causas bebidas, alimentos, óleos e outros líquidos quentes que
entornados sobre a criança, atingem principalmente tronco, ombro, braço e
antebraço, quadril, coxa, perna e também cabeça e pescoço.

A queda foi o tipo mais comum de acidente encontrado na faixa etária de

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menores de 1 ano e entre 1 a 3 anos, que se justifica pela fase de maturação


motora, cognitiva e psicossocial onde encontram-se estas crianças, aprendendo
a conhecer os seus limites e adaptando-se ao meio. Ainda em relação a
quedas, estas permanecem em níveis elevados também em crianças acima de
4 anos, evento este relacionado provavelmente as atividades de lazer e
esportes, próprios desta faixa etária, destacando-se jogos, bicicleta, patins e
outros.
Os especialistas em segurança infantil justamente insistem que um dos maiores
fatores de risco para injúrias físicas é dar independência demais numa fase em
que a criança ainda não tem a mínima noção de perigo.
Em geral, a primeira parte do corpo do bebê a ser atingida em um acidente com
andador é a cabeça, podendo haver traumatismos cranianos de diversas
proporções desde leves, sem consequências, até bem mais graves e, em casos
extremos, fatais.
O melhor é cercá-la de um ambiente protetor, com dispositivos de segurança,
como grades ou redes nas janelas; estas são medidas de proteção passiva,
muito mais efetiva.

Independente de como o acidente acontece e de quem está envolvido com o


fato, os sentimentos de culpa, medo, desespero são os mais percebidos e
expressados pela família. Ninguém está preparado para enfrentar tal situação e
não imaginam que esses casos possam ocorrer consigo. Perpetua-se a culpa
caso ocorram seqüelas irreversíveis ou êxito letal. E, não é raro, essas
ocorrências ocasionam um desajuste na estrutura familiar quando o homem
transfere à mulher a total responsabilidade dos cuidados na educação dos
filhos.

0 aos 6 meses: Adquire o hábito de se virar, engatinhar, pegar e puxar objetos,


explora colocando objetos na boca. Evitar queimaduras no banho,não beber
líquidos quentes, com o filho no colo e no berço é necessário que se verifique
se os espaços entre as barras são adequados para que o bebê não passe entre
eles ou prenda sua cabeça. Nunca deixar o bebe sozinho na banheira. Neste
sentido, os cercadinhos de malha são considerados os mais seguros.Nunca se
deve deixar uma criança desta faixa etária sem assistência sobre uma mesa de
troca de roupas, por exemplo. Para evitar afastar-se, a recomendação é deixar
sempre as fraldas à mão antes de largar a criança, no carrinho colocar cinto de
segurança, grades do berço sempre elevadas.Os brinquedos devem ser
grandes o bastante para não serem engolidos, além de serem resistentes para
não quebrarem. Também é importante que não tenham pontas nem arestas
agudas, sendo arredondados e de madeira lisa ou de plástico. Eles também
não devem conter tintas tóxicas. Na hora de comprar, recomenda-se que se
verifique as recomendações de idade do fabricante.É importante também que

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se mantenham objetos pequenos e agudos, fora do alcance das crianças. O


mesmo com os sacos plásticos, fios de telefone longos e travesseiros fofos, que
podem ser sufocantes, asfixiando a criança. Importante que a criança não
durma na mesma cama que os pais, que, ao virarem-se à noite, podem asfixiá-
la.
7 aos 12 meses: Rasteja,fica em pé segurando na mobília, fica em pé sozinho,
trepa puxa objetos, atira objetos, explora ao colocar objetos na boca,
compreensão crescente de comandos simples. A criança intensifica sua ação
sobre o mundo. Começam a estabelecer relações entre fatos e ações de outras
pessoas. (3) Cuidado, em especial, com os riscos de afogamento e de
queimaduras, evitando-se a cozinha, considerada o local mais perigoso da
casa, como um bloqueio que impeça a passagem da criança para a cozinha,
pois líquidos e alimentos quentes, fios elétricos, torradeiras, bules, garrafas e o
próprio fogão são perigosos, assim como a tábua de passar roupa. Proteger
todas as tomadas de corrente elétrica. Retirar objetos pesados de cima de
móveis tudo o que o bebê alcance e se sinta tentado a puxar. Nesta
etapa, deve-se manter fora do alcance das crianças todos os remédios e
venenos, assim como os produtos perigosos, que devem ser mantidos em suas
embalagens originais. Para evitar quedas, compensa usar portas ou portões
nas escadarias e baixar o estrado das camas a partir do momento que a criança
começa a sentar ou ficar de pé. Os cuidados que vinham sendo tomados até os
seis meses podem ser todos mantidos.
1 a 3 anos:Necessidade de investigar, descoberta dos espaços. Surge a
antecipação pelo pensamento e não apenas pela ação. Exploram o mundo pelo
rastejamento utilizando uma atividade motora.(3) É o período das
intoxicações por produtos de uso domiciliar e inseticidas geralmente
conservados em armários rentes ao chão; iniciam a exploração de espaços e
objetos extradomiciliares. Da fase rastejadora evolui para a de alpinista. Sobem
em cadeiras, mesas, tenta explorar um mundo que se coloca acima de sua linha
de visão. São ainda fascinadas pelo fogo e capazes de abrir a maioria dos
recipientes, além de explorarem armários de louças, gavetas, medicamentos,
mesas de cabeceira, interior de guarda-roupa, geladeiras, fornos, entre outros
locais que reservam perigos. Observar de perto as crianças desta idade é
essencial para evitar acidentes. Atenção às janelas e varandas, mudar sítio de
móveis que facilitem por escalada o acesso as janelas. Elas estão muito
interessadas no que estão fazendo e tem pouca consciência dos perigos que
podem estar correndo. São comuns as quedas e os cortes, por isso é preciso
manter as portas ou caminhos para escadas, trancadas ou bloqueadas. Vale a
pena usar pratos e copos de plástico e verificar os móveis com bordas
cortantes. Atenção aos alimentos em pedaços grandes. Elas podem arremessar
e chutar bola, correr, pular e pedalar um velocípede. Elas começam a entender
mas ainda não sabem o que é perigoso. Elas necessitam de proteção,

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supervisão e disciplina firme. Na banheira, devem-se usar tapetes não


derrapantes e instalar grades em todas as janelas acima do primeiro andar.
3 a 5 anos: Todas as precauções anteriores são mantidas.
Com esta idade, a criança explora a vizinhança, corre, escala, anda com
velocípede, aprende a andar de bicicleta, brinca com outras crianças, atravessa
a rua e esses movimentos precisam ser feitos sob atenta vigilância. Nesta fase,
as crianças podem aceitar e responder aos ensinamentos, porém, elas ainda
necessitam de proteção. Se andar de bicicleta utilizar um tamanho adequado à
altura da criança, além de capacete de proteção.
6 a 12anos: Explode em energia e constante movimento.(3)
Aos seis anos, a criança com um tempo de concentração breve, elas iniciam
novas tarefas que não conseguem concluir, são autoritárias e sensíveis. Aos
sete anos, elas ficam mais quietas que aos seis, mas são mais criativas e
gostam de aventuras. Dos oito aos dez, são curiosas em relação ao
funcionamento das coisas, tem maior autonomia para realizar tarefas. Dos dez
aos doze, são intensas, observadoras, acham que sabem tudo, são
energéticas, indiscretas e argumentadoras. A escola e grupos comunitários
partilham de responsabilidade por sua segurança. Podem idolatrar e querer
imitar heróis infantis ou uma pessoa mais velha que viva perigosamente.
Crianças nessa idade devem assumir alguma responsabilidade por sua própria
segurança.

CONCLUSÃO:
Com este trabalho pode chegar a conclusão que a prevenção necessita ser
direcionada para cada etapa do desenvolvimento da criança e as orientações
individuais nas atividades de puericultura, ou coletivas nas escolas e
comunidades. Através de planejamento de ações de prevenção e de
intervenção a partir do conhecimento especifico das causas, com isto
direcionando com medidas especificas. Não basta proibir, deve-se
procurar ensiná-las e alertá-las para os riscos de suas ações, para que elas
possam desenvolver a noção do que é perigoso e o que aquela atitude pode
provocar. Com crianças ainda pequenas, deve se trabalhar com muita paciência
e atenção, pois elas tendem a imitar os adultos. Ao considerar os possíveis
perigos ambientais aos quais as crianças estão expostas, a tarefa de prevenir
esses acidentes apenas começa a ser consideradas. As
enfermeiras precisam conhecer as possíveis causas de lesão, em cada faixa
etária, a fim de fornecer orientação preventiva antecipada. Portanto, a educação
preventiva aos pais deve iniciar nas consultas de pré- natal, durante todo
processo de puericultura, em qualquer situação de saúde, desde o atendimento
básico até uma possível hospitalização. Prevenir os acidentes infantis é
uma questão de informação e de atenção de pais, educadores e de todos
aqueles que zelam pela infância. O fato dos acidentes acontecerem, no

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ambiente doméstico sugere a modificação do mesmo, como forma efetiva de


prevenção, além de supervisão direta.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Acker J, Acartana M. Construção da participação comunitária para a
prevenção de acidentes domésticos infantis. Revista Brasileira de Enfermagem
vol. 62 no.1 Brasília Janeiro/Fevereiro;2009.p.64-70.

2.Blank D, Waksman R, Gikas RM. Prevenção de acidentes na infância e


adolescência.Sociedade Brasileira de Pediatria.Belo Horizonte - MG;2003.p.1-6.

3.Waley LF, Wong DL. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à


intervenção.5º Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan; 1999. p286-340.

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*Suzana Figueiredo Alves Pereira**Caroline Alves Garcia

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Procedimento de Inserção, Manutenção e Remoção do Cateter


Central de Inserção Periférica com a Equipe de Enfermagem na
Unidade Pediátrica
ADRIANA CARNEIRO DA SILVA(1)

CAROLINE ALVES GARCIA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A criança hospitalizada desencadeia muitas angústias e ansiedade, surgindo
problemas de ordem emocional e comportamental, sendo também penoso para
sua família.
A criança sofre vários agentes estressores durante a hospitalização, sendo uma
delas a punção venosa.
Dentre os materiais convencionais usados na punção venosa destacam-se os
cateteres agulhados e cateteres sobre agulha.
Atualmente existem vários tipos de cateteres, dentre eles o Cateter Central de
Inserção Periférica (P.I.C.C.).Não existe um material com propriedade de
inserção e permanência ideais, devendo então pesar vantagens e
desvantagens de ambos antes de optar por um deles.
Na utilização do PICC, o sucesso aumenta com conhecimento sobre as
propriedades dos dispositivos e com devida habilitação do profissional
responsável pela inserção, manutenção e remoção (1).
A importância do procedimento da passagem do PICC na unidade de pediatria
é que principalmente as crianças com algum tipo de síndrome, ao serem
internados, por passarem por varias tentativas de punções venosas até mesmo
pelo antibioticoterapia que deixam as veias mais fragilizadas; cabendo a
enfermeira avaliação e possibilidade da passagem do PICC. Alguns problemas
analisados na literatura são a falta de cuidado ao manuseá-lo ás vezes por
conhecimento insuficiente da equipe de enfermagem que não foram
capacitados para manutenção correta o que pode contribuir para sua retirada
prematura.

OBJETIVO:
Os objetivos desse trabalho é descrever as práticas de Instalação, manutenção
e remoção do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC), na unidade
pediátrica.
Incentivar o ensino e a prática a equipe de enfermagem garantido a quali dade
da assistência e do serviço prestado.

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METODOLOGIA:
Trata-se de uma revisão de literatura publicada em idioma português, foram
utilizados como materiais artigos científicos, formais disponíveis na web.
Revistas e site Biblioteca Virtual de Saúde, Bireme, Lilacs e Medline, a partir do
ano de 1999 a 2009. Foram encontrados 22 artigos dos quais foram utilizados
11 para esse trabalho, pelos critérios de inclusão: PICC, cuidado de
enfermagem e protocolo.

RESUMO:
É um dispositivo de acesso vascular de inserção periférica com localização
central com lúmen único ou duplo.
São constituídos de poliuretano e silicone, possuem parâmetros como: calibre,
comprimento, diâmetro interno, diâmetro esterno e priming (volume interno),
que estarão especificados em tabelas de conversão que acompanham o
produto.O silicone é considerado um polímero de elastômero com estabilidade
prolongada e resistência a variações de temperatura, é macio, flexível e
bastante resistente a dobras, possui paredes mais grossas, que suportam
menos pressões com maiores chances de perfuração e rompimento,
tromboresistente e reduzida a aderência bacteriana.O poliuretano faz parte de
uma ampla cadeia de polímeros chamados termoplásticos, o cateter e mais
resistente, menos maleável, suporta maiores pressões, possibilita um fluxo
maior de soluções e menos risco de rompimento (1).
É imperativo que o enfermeiro possua total conhecimento da posição anatômica
e estrutura das maiores veias associadas ao sistema venoso central,
especialmente para a inserção de cateteres periféricos (2).
A escolha da veia deve ser analisada pelas suas características, sendo
necessário observar se são palpáveis, calibrosas e com menos curvatura (1).

O PICC é considerado em posição central, quando sua ponta estiver na porção


final da veia cava superior ou porção inicial da veia cava inferior. Em membros
superiores, cabeça, pescoço, à distância entre o local da punção até a clavícula
e terceiro espaço intercostal são medidos. Para a punção de membros
inferiores mede-se o comprimento entre a região da punção passando pela
região inguinal até a umbilical, finalizando na região do apêndice xifóide (1).
O Cuidado na manutenção deve ser diário, o volume e concentração das
soluções utilizadas devem estar determinados na rotina/protocolo de utilização
do cateter. Realizar flush de solução salina ao término da infusão de
medicamentos (principalmente: NPT, quimioterápicos, sangue etc). ficando a
escolha, a critério da rotina pré-estabelecida, semanalmente e diariamente
deverá ser realizada de acordo com a rotina/protocolo, avaliando o sítio de
punção, inspecionar, apalpar o local de inserção e o trajeto da veia, a fim de
observar sinais de infecção (dor, rubor, enduração, calor, secreção), Aferir as

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circunferências dos membros, quando comparadas ás medidas entre o membro


puncionado e o contra lateral ou em relação às medidas anteriores, indicará a
suspeita de trombose ou extravasamento (2).
No curativo a primeira troca, deverá ser realizada sempre após 24 horas do
procedimento e as trocas subseqüentes: curativo transparente ou convencional,
deverá ser trocado, apenas em caso de sujidade, umidade ou desprendimento,
nas trocas subseqüentes dos curativos transparentes não é necessário a
utilização de gaze (2)
A integridade do cateter exigem técnicas de lavagem (flushing) apropriadas. As
seringas menores de 5cc podem facilmente gerar pressões capazes de romper
um cateter.
É necessário fazer um flushing com SF 0,9% a cada 6 a 8 horas para “lavar” o
interior do cateter, eliminando problemas como medicações incompatíveis.
O volume do flushing vai variar de acordo com o peso em crianças e neonatos,
em adultos recomendamos um volume de 10ml.
Quando o cateter for usado em terapia intermitente, também orientamos a lavar
o cateter conforme protocolo da instituição.
Quanto menor o tamanho da seringa, maior a pressão que será gerada. Se
houver oclusão do cateter, mesmo parcial, a utilização de uma seringa pequena
pode gerar pressão suficiente para romper o cateter.
Se for necessário administrar pequenas doses de medicação, transfira a dose
pré-medida para uma seringa maior ou, antes de administrar, verifique a
potência do cateter da seguinte forma: SF0,9% através do cateter, usando uma
seringa de 5cc ou mais, caso não haja resistência, o medicamento pose ser
administrado com uma seringa menor, lentamente. Nunca use força para injetar
qualquer solução.
As bombas de infusão hospitalares padrão ou para “Home Care” não geram
pressão suficiente para romper um cateter.
As vantagens do PICC são: confiabilidade do acesso; inserção menos
traumática, menor risco de ocorrer: flebite química, extravasamento e infiltração
de líquidos, possibilidade de administração de medicamentos irritantes e/ou
vesicantes, disponibilidades de vários acessos venosos para seleção de
implantação e diminuição do estresse na criança e familiares causado pelas
múltiplas punções venosas (1).
Outras vantagens do PICC são: redução de custo; facilidade de inserção do
recém-nascido mantido na incubadora; melhor evolução clínica; menor risco de
acidentes na implantação; menor risco de contaminação e maior tempo de
permanência; conservação do sistema venoso periférico nas extremidades
superiores; menor risco de infecção em relação a outros dispositivos vasculares
centrais; diminuição da hipoxemia e hipotermia e menor restrição da mobilidade,
entre outras (1).
As desvantagens estão relacionadas ao tipo de material e características do

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cateter. O cateter de silicone apresenta baixa resistência e pode ser facilmente


rompido, caso não seja manipulado com delicadeza, dentre outras
desvantagens, tem-se restrição dos movimentos, quando o cateter é inserido na
fossa antecubital; a fixação inadequada e a necessidade de cuidados diária
semanais são as mais evidentes na manutenção diária (1).

O PICC é indicado para recém nascido prematuros extremos; recém nascidos


com indicação de nutrição parenteral por tempo prolongado; recém nascidos
com indicação a cirurgia e recém nascidos com síndrome e malformações,
sendo também indicado para terapias hiperosmolares e soluções com pH não
fisiológico. O PICC e contra-indicado em neonatos com infecção de pele ou de
tecido subcutâneo em área próxima do local a ser utilizado para a punção;
presença de lesões dérmicas que possam sugerir um comprometimento da
integridade do cateter; policitemia(aumento anormal dos glóbulos sanguíneos),
pois a experiência prática evidencia que a implantação do PICC deve ser
evitada em bebês com hematócrito elevado, pelo risco de obstrução do cateter
em função do aumento da viscosidade, edema localizado, problemas
ortopédicos, dissecção venosa prévia e recusa dos pais, acrescenta que a
plaquetópenia; coagulopatia; hematomas em recém-nascido em ventilação
mecânica de alta freqüência de emergência são razões para contra-indicar o
PICC (1).
As complicações relacionadas ao PICC podem ser locais, sistêmicas ou
circunstanciais. Complicações locais: Flebite é a inflamação das células
endoteliais da parede venosa por fatores mecânicos, químicos ou infecciosos. É
uma complicação que pode prolongar a hospitalização, caso não seja tratada
precocemente. Flebite mecânica é a complicação mais observada com o PICC,
ocorrendo em resposta a um trauma durante a inserção, retirada ou
movimentação do dispositivo no interior do vaso, e torna-se evidente de 48 a 72
horas após a inserção ou retirada do dispositivo. Flebite química decorre de
infusões que agridem a parede da veia e esta diretamente relacionada à infusão
de soluções ou medicamento irritantes diluído de modo inadequado ou á
mistura de medicamentos incompatíveis, infusão muito rápida e presença de
pequenas partículas na solução. Flebite infecciosa é a inflamação da parede
interna da veia associada á infecção por microrganismos (1).
Infecção, pode estar relacionada à contaminação microbiana da infusão ou do
cateter, sendo esta a fonte mais comum das infecções locais (1).
Trombose é causada pela aderência de plaquetas e fibrinas que obstruem o
cateter e o lúmen do vaso (1).
Complicações sistêmicas
Sepse ocorre quando os microrganismos migram para o corrente sanguínea e
pode colocar a vida da criança em risco (1).

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Embolia por cateter ocorre quando uma parte do cateter se quebra e desloca-se
para a circulação sistêmica. Ele pode migrar para o tórax e alojar-se na artéria
pulmonar ou no ventrículo direito, causando embolia pulmonar, disritmia
cardíaca, septicemia, endocardite, trombose e até mesmo a morte (1).
Complicações circunstanciais
As complicações circunstanciais incluem oclusão do cateter, mau
posicionamento, ruptura e dificuldade de remoção do dispositivo (1).
A oclusão é definida como a obstrução parcial ou completa do cateter que
impede ou dificulta a aspiração de sangue, levando a perda da permeabilidade
do cateter, que se encontra associada poucas lavagens do PICC (1).
As principais causas de remoção do PICC é: ruptura ou quebra do cateter;
posicionamento inadequado do cateter, extravasamento de liquidos, presença
de processo infeccioso ou inflamatório. Assim cabe, ao enfermeiro identificar
qual a motivo da remoção e descontinuar a terapia.
A remoção do cateter deve ser feita de forma asséptica e delicadamente a cada
centímetro.Em caso de resistência, aplicar uma compressa úmida e morna na
área acima do trajeto do cateter por 20 a 30 minutos para favorecer a
vasodilatação e tentar a remoção novamente. Na segunda tentativa, se for
mantido resistência, refazer o curativo e tentar tirá-lo após 12 a 24 hs ções com
pH não fisiológico (1).
O PICC é contra-indicado em neonatos com infecção de pele ou de tecido
subcutâneo em área próxima do local a ser utilizado para a punção; presença
de lesões dérmicas que possam sugerir um comprometimento da integridade do
cateter.
Com o uso do PICC os riscos associados á inserção direta na veia subclávia ou
jugular, como pneumotórax, hemotórax, lesão do plexo braquial embolia gasosa
– são reduzidos; porém a ocorrência de complicações pode acarretar prejuízos
a terapia, como não infusão de medicamento e limitação do local para outras
punções e comprometer a segurança da criança, ampliando o tempo de
hospitalização e os custos do tratamento (3).
Por meio de treinamento especializado e experiência, que o enfermeiro em
terapia intravenosa adquirá a eficiências e habilidades necessárias para um
tratamento de qualidade, contribuindo para a diminuir a incidência de
complicações e reduzir os custos de materiais, mão-de-obra e tempo de
hospitalização.
Cabe aos enfermeiros treinar sua equipe na realização deste procedimento,
sendo parte integrante da equipe de saúde necessita de promover
oportunidades de ensino para a equipe de enfermagem, garantindo a qualidade
da prática e da assistência.

CONCLUSÃO:

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Conclui-se que o principal problema citado pela maioria dos artigos em relação
ao PICC é a falta de cuidado ao manuseá-lo às vezes por conhecimento
insuficiente, o que pode contribuir para sua retirada prematura.
Diante disso, a educação continuada e a enfermeira têm papel fundamental em
aprimorar o conhecimento necessário a equipe de enfermagem para o uso
desta nova tecnologia, assim como a implantação do uso do protocolo de
cuidados que poderá nortear e proporcionar uma assistência com qualidade no
que se refere principalmente ao manuseio e manutenção do PICC, garantido
assim maior durabilidade desse dispositivo com segurança para a criança (3).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1- Camargo,PP; Procedimento de Inserção, Manutenção e remoção do cateter
Central de Inserção Periférica em neonatos, Dissertação apresentada à
Universidade de São Escola de enfermagem,2007
2- Feitosa,JL, Secretário do Estado de Saúde, Antunes,JRP, Subsecretário de
Saúde, Aranda,AC, Superintendente de Saúde, Rotina para Cateter Venoso
Central de Inserção Periférica em Neonatos- Maio –2002
3- Jesus, VC; Secoli,RS; Complicações acerca do cateter venoso central de
inserção periférica (PICC).cienc cuid saúde 2007 abr/jun;6(2);252-260

________________________________________________________________
(1) Graduando do Curso de Enfermagem – Universidade de Santo Amaro –
UNISA - E-mail:drisgj2007@hotmail.
(2) Professora de Enfermagem da Disciplina de Pediatria da Universidade de
Santo Amaro - UNISA, Enfermeira Especialista em Enfermagem Pediátrica e
Neonatologia.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Produção científica dos Grupos de Pesquisa do CNPq sobre


família
THAISA DE CASTRO ARAUJO(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O processo de trabalho em enfermagem são complementares e
interdependentes umas das outras. Consistem em cinco, são eles: o assistir,
administrar, ensinar, pesquisar e o processo de trabalho participar
politicamente(1).
Assistir tem como finalidade promover, manter e recuperar a saúde, através de
um conjunto de instrumentos: conhecimento, habilidade, atitudes além de
materiais, equipamentos, espaço físicos entre outros instrumentos que
compõem o assistir em enfermagem. Pesquisar tem como finalidade descobrir
novas e melhores formas de assistir, gerenciar, ensinar e pesquisar em
enfermagem através de métodos qualitativos e quantitativos de pesquisa(1).
Mas é através do processo de trabalho de assistir que o foco é no cuidar do
individuo, não somente com ênfase no corpo biológico, mas também o olhar
espiritual, social, psicológico, coletividade e fundamental na sua família.
A família é composta por duas ou mais pessoas, onde cada um tem um papel
atribuído, e embora diferenciado, consubstanciam o funcionamento do sistema
como um todo e é reconhecida como um grupo social fundamental(2).
Nos últimos tempos vem ocorrendo algumas mudanças na estrutura da família,
onde com isso surge uma série de formas de família, tais como: a família
nuclear composta por pais e filhos biológicos ou adotados, sendo o pai o único
provedor e a mãe a dona-de-casa; a família extensiva composta por pessoas
com laços sanguíneos como tios, avós e primos; a família pai/mãe solteiros,
onde o filho vive somente com um dos cônjuges; a família reconstruída inclui
padrasto, madrasta e enteado; a família comunitária, onde a responsabilidade
pela criação e a educação se cinge aos pais e a escola, sendo as crianças de
responsabilidades de todos os membros adultos, pois o papel dos pais é
descentralizado; a família homossexual, onde os filhos desta união podem ter
sidos concebidos em casamentos anteriores ou podem ser adotados.
Em meados do século XX, as famílias eram do modelo tradicional, sendo o
homem autoritário e a mulher mais afetiva. A partir da segunda metade do
século os modelos começaram a mudar passando para o modelo igualitário
com o homem mais afetivo onde dividia o trabalho domestico, e a mulher
conciliando a vida profissional com a familiar.
A família, portanto passa a ser mais flexível para adaptar-se as mudanças
sociais. É na família que as pessoas têm suas primeiras relações interpessoais

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estabelecendo trocas emocionais, obtendo suporte afetivo que são importantes


para o desenvolvimento psicomotor dos indivíduos.
Os eventos que marcam o ciclo evolutivo familiar podem ser tanto previsíveis
(nascimento, adolescência, casamento dos filhos) quanto imprevisível
(separações, doença, perda), provocando uma crise no funcionamento da
família, onde estas crises precisam ser superadas para que haja manutenção
da saúde familiar.
As mudanças que hoje vem ocorrendo no contexto social e histórico estão
provocando mudanças nas estruturas e nos estilos familiares, em conseqüência
afetando a relação pais e filhos.
Sendo assim, a família tem total influência no que diz respeito ao
desenvolvimento biopsicossocial, onde é dividida em três funções são elas:
biológicas: onde a principal função da família é garantir a sobrevida da criança;
psicológicas: garantindo suporte de sobrevida emocional; social: onde a criança
recebe informações de acordo com a cultura da sua família sobre valores,
normas, crenças, ideais, modelos e padrões de comportamento para atuar na
sociedade.
Para um bom desenvolvimento da criança, é necessário que a mesma se sinta
em um ambiente familiar harmônico, precisa se sentir acolhida, protegida,
amada, para que a criança conquiste autoconfiança, auto-apreciação,
autocontrole para crescer uma pessoa resiliente.
Sem o acolhimento da família, a criança pode ficar mais vulnerável, que seria
uma predisposição individual que potencializa os efeitos de um estressor, no
qual pode ocasionar frustrações nas crianças.
A necessidade da pesquisa para transformar o conhecimento sobre a família é
preciso, pois o enfermeiro busca informações do processo saúde – doença da
família e de seus membros. Assim o enfermeiro gera apoio, segurança e o
aumento habilidade da família em enfrentar com estrutura situações
estressantes para não atingir o sistema familiar.
Os programas de pós-graduação tiveram um crescimento significativo nos
último 30 anos para a pesquisa, onde foram surgindo os grupos de pesquisas
compostos por pesquisadores, estudantes e pessoal de apoio técnico que está
organizado em torno à execução de linhas de pesquisa segundo uma regra
hierárquica fundada na experiência e na competência técnico-científica.
Encontramos os grupos de pesquisas nas universidades, instituições isoladas
de ensino superior, institutos de pesquisa científica, institutos tecnológicos e
laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de empresas estatais ou ex-
estatais. 5
Diretório do Grupo de pesquisa no Brasil foi criado em 1992 pelo CNPq,
disponível ao público em geral, onde se compõe de informações referentes aos
recursos humanos, linha de pesquisa, especialidade, setores de aplicação,
produção científica e tecnológica, e interação com o setor produtivo de todos os

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grupos de pesquisa que estão em atividades no Brasil.


Mantém uma base de dados corrente, e as informações desta base são
atualizadas pelos membros envolvidos na pesquisa. Censos bi-anuais, que são
fotografias dessa base corrente, estão disponíveis os resultados dos Censos
realizados a partir de 2000(3).
Possui três finalidades: trocar informações entre a comunidade cientifica e
tecnológica; permitir resposta em campos não cobertos pelos dados, através de
construção de amostras, para obter um melhor planejamento e gestão das
atividades de ciências e tecnologia; preservar a memória da atividade científico-
tecnológica no Brasil, através da realização de censo(3).
As atividades de enfermagem devem visar assim, não apenas o individuo, mas
toda a sua família a fim de ampliar o olhar do enfermeiro para proporcionar uma
ferramenta de trabalho.
Muitas vezes o profissional foca seu olhar no plano de cuidados ao individuo
conforme a necessidade de determinada pela doença e esquece de olhar de
onde o paciente vem e para onde ele vai após a alta hospitalar, para assim
determinar os cuidados e prestar orientações aos familiares e avaliar a saúde
familiar.
Por meio da pesquisa em enfermagem como referencial teórico, foram
levantados os seguintes questionamentos: Quem são os grupos de pesquisa
com a temática Família? Onde estão? Quantos são? Quais são as linhas de
pesquisa que apresentam a temática?

OBJETIVO:
O presente estudo teve como objetivo identificar e caracterizar os grupos de
pesquisa da área de enfermagem com temática Família no Diretório dos Grupos
de Pesquisa no Brasil do CNPq.

METODOLOGIA:
Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo bibliométrica, desenvolvida
como Trabalho de Conclusão de Curso na Universidade de Santo Amaro.
Os dados foram coletados com a utilização do meio eletrônico no Diretório dos
grupos de pesquisa no Brasil do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), no
período de setembro a outubro de 2009.
A população foi de 68 grupos de pesquisa, foram excluídos 14 grupos, pois não
expressavam no estudo e na pesquisa sobre a temática família, tanto no nome
do grupo, quanto na descrição do grupo e/ou linha de pesquisa.
Para identificar os grupos de pesquisa, acessa o site do CNPq, na página inicial
clique no link: “Diretório dos grupos de pesquisa”, onde entrará na página
“Grupos de pesquisa”, ao lado esquerda da tela ir ao link “Base Corrente”,
chegando ao “Diretório dos grupos de pesquisa do Brasil”, clicar em “Grupos”,
abrirá a página de “Consulta”. Preencher no consultar por com a palavra

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Família. Selecionar: “Todas as palavras”. No filtro para buscas, selecionar a


opção “Ciências da Saúde” e na “Área do Grupo” a opção “Enfermagem” e
então clica em consultar abrirá a pagina com os resultados da consulta, onde
encontra o nome do grupo, nome do líder, nome da área de pesquisa.
Para caracterização dos grupos de pesquisas do diretório CNPq, foi utilizado
instrumento para a coleta de dados contendo os seguintes itens: Nome do
grupo de pesquisa; Ano de formação; Instituição; UF; Data de atualização;
Número de líderes; Número de pesquisadores; Número de estudantes; Número
de técnicos; Linha de pesquisa com a temática "família".

RESUMO:
Foi verificado que dos 68 grupos de pesquisa, 41 % dos grupos não
apresentam a Temática “Família” citada no Nome do grupo, mas expressam a
temática de outra forma, expressam em sua linha de pesquisa ou na descrição
do grupo. E somente 13% citam de alguma forma a palavra “Família“ no nome
do grupo. Dos 13% que tem “Família” no nome, 6% citam somente a “Família”,
sem outra temática inclusa.
Referente ao ano de formação dos grupos de pesquisa, 25% dos grupos se
formou entre 2004 a 2009 e 2% formaram entre 1982 á 1989 que são os mais
antigos, mas que continuam ainda em ação. Então há um crescimento
significativo de grupos trabalhando com a temática “Família” a partir de 1999, o
que não ocorria muito antes dos anos 90 como mostra o gráfico. Acreditam que
os enfermeiros sentiram no seu dia-dia em atuação no campo de trabalho, a
necessidade de estudar a família, por isso esse crescimento visível dos grupos
nos últimos anos, mas ainda há poucos grupos se estudam Família, precisa dos
enfermeiros se interessarem ainda mais pela Temática.
A região de origem dos grupos que trabalham com a temática “Família” é em
São Paulo com 14%, e em segundo estado que tem maior quantidade de
grupos que estudam ou pesquisam sobre família é o Rio Grande do Sul com
9%. E em menor quantidade de grupos se encontra em dois estados: no
Pernambuco e Piauí ambos com 1%. Podemos observar que o interesse
independe do Estado, cultura ou desenvolvimento da região, e sim dos grupos
de pesquisar em trabalhar sobre família, só basta ter força de vontade e
iniciativa para conquistar um diferencial.
Atualização dos dados, 34% dos grupos realizaram atualização de seus dados.
Destes 34%, 23% se atualizaram a partir de julho de 2009. Isso mostra que
grande parte dos grupos conquista seu objetivo, realizam as pesquisas e
mostram ao publico seus resultados, e também que não são grupos fajutos, só
pra dizer que possui um grupo de pesquisa.
Em relação aos recursos humanos, pode-se observar um desequilíbrio berrante,
pois há grupos com números de estudantes, por exemplo, dez vezes maior que
o número de pesquisadores ou cinqüenta vezes maior que o número de

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técnicos, e vice - versa em alguns grupos.


As linhas de pesquisas, os grupos que apresentam a temática “Família”
expressada em sua linha de pesquisa são 31%, e 22% dos grupos não
expressam a temática. São poucos os grupos que falam somente sobre a
família, muitos desmembram a família, falando somente de um membro em
particular, mas que está associado á família como crianças, adolescentes e
idosos, então eles focam no individuo colocando a “Família” em segunda
ordem. E também á grupos que tem muitas linhas de pesquisas, a maioria não
expressam “Família”.

CONCLUSÃO:
CONCLUSÃO
O presente trabalho surgiu com a necessidade da falta de profissionais em
estudar a família, foram observados no CNPq os grupos que estão estudando a
temática e assim conhece-los. Foram buscar através da pesquisa artigos
relacionados à família e se pode observar o déficit dos artigos com a temática
família. Então com que referencial o enfermeiro vai se apoiar para intervir na
família, sendo que não há onde obter informações necessárias para o cuidado
com a família ou em que a família pode influenciar no tratamento do individuo.
As famílias enfrentam inúmeras dificuldades, limitações e conflitos, para
manejar as mudanças e as demandas geradas pela situação. Desse modo,
ressalta-se que a avaliação da estrutura e da dinâmica da família é fundamental
para a promoção do cuidado adequado às necessidades da unidade familiar,
para o alcance da responsabilidade compartilhada dos profissionais de saúde e
para capacitação da família para identificar e equilibrar suas demandas e
ampliar seus recursos.
O profissional deve sempre buscar conhecimento tanto para orientar o paciente
sobre os cuidados que deve ser prestado após alta hospitalar, ensinar em
relação aos docentes ou sobre novas tecnologias que vem surgindo para
facilitar o trabalho dos profissionais ou avanços na buscas de diagnósticos, e é
através da pesquisa em enfermagem que o profissional, enfermeiro, pode
buscar tais informações.
Desse modo, são necessárias pesquisas futuras que ampliem as categorias dos
estudos sobre Família, para que assim possa aumentar as habilidades dos
profissionais de enfermagem, apoiando-as, fortalecendo-a e orientando-a, do
modo pelo quais essas habilidades são aprendidas pelos seus membros,
quando se encontrar fragilizada no processo de saúde e doença.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Sanna MC. Os processos de trabalho em enfermagem. Rev Bras Enferm
2007; 60(2): 221-4.

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2. Lawdermilk DL, Perry ES, Bobak MI. O cuidado em enfermagem materna. 5ª


Ed. Porto Alegre: Artmed; 2002.
3. Ministério de Ciência e Tecnologia (BR). Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Brasília; 2009. [citado em 30 ago
2009]. Disponível em: http://www.cnpq.br

________________________________________________________________
1. Graduanda do Curso de Enfermagem Universidade de Santo Amaro UNISA –
São Paulo, SP.
e-mail: thaca887@hotmail.com
3. Professor Adjunto do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro. São Paulo, SP.

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PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DO BOLO TIPO


INGLÊS PRODUZIDO COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE
KEFIR
VANESSA SILVERIO LUCENA(1)

VANESSA BRAVO BERNARDELLI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Kefir é uma bebida originária do Cáucaso, produzida pela ação de bactérias
lácticas, acéticas e leveduras no leite. Também conhecido por kephir, kiaphur,
kefyr, képhir, kéfer, knapon, kepi e kippe. Os grânulos de kefir são constituídos
por 66% de bacilli, 16% de streptococci e 18% de leveduras ou 890 a 900 g/kg
de água, 2 g/kg de gorduras, 30 g/kg de proteínas, 60 g/kg de açúcares e 7 g/kg
de cinzas (Farnworth, 2003).
O metabolismo da colônia de microorganismos consome a lactose e reduz a
caseína, albumina e outras proteínas aos aminoácidos que as constituem, além
de sintetizar ácido láctico, a lactase e outras enzimas que ajudam a digerir a
lactose restante depois da bebida ingerida. Ainda modificam os sais de cálcio
para formas mais facilmente absorvidas pelo organismo humano.
O preparado pode ser feito com leite de vaca, cabra, ovelha, búfala, égua e até
de camela. Diferentemente do iogurte que é fermentado apenas por
lactobacilos, o kefir exige temperaturas mais baixas e é fermentado por mais de
quarenta tipos diferentes de microorganismos em sua colônia, incluindo as
leveduras (utilizadas na preparação de diversos produtos, dentre eles: pão,
cerveja, vinagre, queijo, vinho, chucrute etc).
O Kefir é o produto cuja fermentação se realiza com cultivos acido lácticos
elaborados com grãos de Kefir, Lactobacillus kefir, espécies dos gêneros
Leuconostoc, Lactococcus e Acetobacter com produção de ácido láctico, etanol
e dióxido de carbono. Os grãos de Kefir são constituídos por leveduras
fermentadoras de lactose (Kluyveromyces marxianus) e leveduras não
fermentadoras de lactose (Saccharomyces omnisporus, Saccharomyces
cerevisiae e Saccharomyces exiguus), Lactobacillus casei, Bifidobaterium sp e
Streptococcus salivarius subsp thermophilus.
Os grãos de Kefir multiplicam-se conforme vão sendo cultivados, quanto maior
a temperatura mais ativos ficam e por conseguinte aumentam mais rapidamente
o seu tamanho, por causa disso, são tradicionalmente doados e as orientações
para seu cultivo são passadas oralmente. Para fazê-la é bastante simples,
podendo ser misturada a frutas, mel e cereais e utilizada no preparo das
receitas que tradicionalmente levam leite ou iogurte. Deve-se utilizar no seu
manuseio, instrumentos não metálicos, dada a possível reação do ácido da

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fermentação com os metais, mantendo-o em locais com pouca luz e de


temperaturas exteriores o mais constantes possível - 15.°C até 40.°C - quanto
maior a temperatura mais rápida será a fermentação, abaixo dos 10.C o kefir
entra em estado de hibernação, por isso, se necessário um período sem utilizá-
lo, guarde-o em ambiente refrigerado.
As massas de bolo são constituídas por um sistema bifásico: gorduras + outros
ingredientes da mistura. A fase gordurosa apresenta-se dispersa de forma
irregular com partículas de forma e tamanho variados. Internamente às
partículas de gordura são encontradas inúmeras bolhas de ar incorporadas
durante o processo de mistura e batimento. A formação de estrutura uniforme
dos alvéolos é de grande importância para a qualidade de massas assadas.
Uma emulsão estável permite boa evaporação da água e expansão do gás
carbônico liberado, resultado das reações do fermento. A qualidade de bolos
pode ser avaliada por meios instrumentais e sensoriais. A microestrutura
determina em larga extensão as propriedades reológicas e sensoriais. A cor é
um parâmetro crítico em produtos forneados. Bolos com crosta muito claras ou
muito escuras estão associados a falhas no processo e formulação (Esteller et
al., 2005, 2006a).

Perante a procura por alimentos funcionais este trabalho teve como objetivo
avaliar as características físico químicas do bolo inglês formulado com adição
de kefir.

OBJETIVO:
OBJETIVO GERAL
Avaliar as características físico-químicas de bolo tipo inglês com a
implementação de concentrações distintas de kefir.

OBJETIVO ESPECÍFICO
Produzir bolo tipo inglês com adição de kefir.
Neste trabalho tem-se como objetivo a apresentação dos resultados
experimentais obtidos com as análises físico químicas, apresentando assim as
vantagens de um alimento funcional contendo concentrações distintas de kefir,
e compará-lo com um controle sem kefir.

METODOLOGIA:
MATERIAIS E MÉTODOS

MATERIAIS

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No preparo das massas serão utilizados os seguintes materiais:

• Farinha de trigo
• Açúcar refinado
• Margarina culinária
• Ovos
• Kefir
• Água
• Leite em pó integral
• Sal refinado
• Aroma natural de baunilha em pó
• Fermento químico (Royal).

Além dos materiais citados anteriormente, é necessária a utilização de


instrumentação e vidraria geral de laboratório, para os devidos preparos e
análises que serão decorrentes do processo de pesquisa.

MÉTODOS

As formulações (produzidas em duplicata) e processo empregado são


apresentados, respectivamente, na Tabela 1 e Figura 1.
Foi produzido o total de 3 bolos, onde 1 é considerado controle, pois, foi
produzido de acordo com a receita original de bolo inglês. Os demais bolos,
foram produzidos conforme receita padrão de bolo inglês, alternando as
concentrações de água e de kefir. A quantidade de kefir adicionada variou de
acordo com a quantidade de água, não podendo ultrapassar um total de 150 g.
Para o preparo do bolo inglês com adição de kefir foi utilizado farinha de trigo,
açúcar refinado, água, fermento. A massa foi preparada em batedeira e o bolo
assado em forno elétrico. O processo foi realizado conforme apresentado em
fluxograma abaixo.

Tabela 1 – Formulações utilizadas para o teste experimental da massa do bolo

Formulação
Ingredientes (g) Controle 1 2
Farinha de trigo 250 250 250
Açúcar refinado 250 250 250
Margarina culinária 250 250 250
Ovos 250 250 250
Kefir 0 50 150
Água 150 100 0
Leite pó integral 25 25 25

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Sal refinado 4 4 4
Aroma baunilha 2,5 2,5 2,5
Fermento químico 15 15 15

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO QUÍMICA


As amostras foram analisadas com relação à sua composição química,
determinando-se os teores de umidade, cinzas, proteínas, lipídeos e
posteriormente os resultados obtidos do bolo tipo inglês com adição de kefir
foram comparados com o os resultados do bolo tipo inglês sem adição de kefir:
- A determinação de umidade ocorrereu após secagem em estufa (AOAC,
1995);
- O teor de cinzas foi determinado pela incineração da amostra em mufla a
550°C (AOAC, 1995);
- O teor de lipídeos foi determinado pelo Método de Soxhlet;
- As proteínas foram quantificadas pelo método de micro Kjeldahl;

DETERMINAÇÃO DE UMIDADE:

a. Colocar um cadinho em estufa, a temperatura de 103 a 105°C, por no mínimo


de 1 hora.
b. Transferir para dessecador e deixar no mínimo 30 minutos para resfriar.
c. Pesar em balança analítica, com precisão de décimos de miligramas.
d. Pesar 2,000 gramas da amostra seca ao ar (ASA), em cadinho previamente
pesado no item 3.
e. Proceder a secagem (do cadinho com a mostra) em estufa, a 105°C por 4
horas.
f. Transferir para dessecador e deixar no mínimo 30 minutos para esfriar.
g. Pesar, novamente, em balança analítica com 3 casas decimais .
h. Calcular a umidade perdida e a matéria seca restante. (Cecchi, Heloisa.
2003)

TEOR DE CINZAS

a. Aquecer o cadinho na mufla a 550°C, por meia hora. Esfriar em dessecador e


pesar em balança analítica. Registrar o peso do cadinho vazio.
b. Pesar no cadinho 2 a 3 g de amostra seca.
c. Colocar o cadinho mais a amostra na mufla preaquecida a 550°C, esperando
até que o material se torne branco ou cinza-claro. Essa é a indicação de que a
cinza está pronta.
d. Esfriar o material no dessecador por cerca de 20 a 30 minutos.
e. Pesar o material.
f. Calcular a porcentagem de cinza na amostra. (Cecchi, Heloisa. 2003)

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TEOR DE PROTEÍNAS MÉTODO Kjeldahl


Digestão
a. Pesar 100 mg de amostra.
b. Transferir para tubo de digestão (25 X 245 mm).
c. Adicionar 1,9 g de mistura de sulfato de potássio + sulfato de cobre (10:1)
e. Adicionar 3 ml de ácido sulfúrico concentrado.
f. Proceder a digestão, aquecendo lentamente no início, em bloco
digestor na capela (aproximadamente 1,5 horas a 400ºC).

Destilação
a. Após esfriar adicionar 35 ml de água destilada.
b. Preparação de erlenmeyer receptor: transferir cerca de 10 ml de H3BO3 e 1 a
2 gotas do indicador.
c. Posicionar o erlenmeyer no aparelho destilador.
d. Adicionar 15ml da solução hidróxido de sódio 40% no tubo com material
digerido.
e. Proceder à destilação, coletando 50 ml do destilado.

Titulação

Procede-se à titulação do destilado, usando - se bureta com ácido clorídrico a


0,02 N, de fator conhecido. (Cecchi, Heloisa, 2003)

TEOR DE LIPÍDEOS MÉTODO DE Soxhlet

a. Desengordurar internamente e externamente um balão de Soxhlet com éter.


b. Lavar a estufa 105°C por 4 horas
c. Deixar esfriar em dessecador por 30 minutos.
d. Pesar em balança analítica, 4 casas decimais.
e. Pesar 2,000g de amostra em papel filtro, isento de gordura, e em seguida,
colocamos em cartucho ou dedal de Soxhlet por aproximadamente 1 hora.
f. Introduzir o cartucho no interior do extrator (verificação em lâmina, podendo
também usar corantes para gordura, quando a amostra sabidamente é rica em
extrato etéreo) proceder a evaporação do éter do balão.
g. Desengordurá-lo por fora com éter.
h. Levar à estufa 105°C durante 4 horas.
i. Transferir para dessecador durante 30 minutos para esfriar.
j. Pesar em balança analítica, 4 casas decimais. (Cecchi, Heloisa, 2003)

DETERMINAÇÃO DE FIBRA BRUTA


Determinação:

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a. Pesar por substituição 2,000 gramas de matéria seca ao ar (ASA) e


transportar para becker de forma alta (600 mL) de capacidade.

b. Cobrir a amostra com 200 ml de ácido sulfúrico à 1,25%.

c. Levar ao aparelho de Sebelin e deixar em ebulição por 30 minutos.

d. Filtrar com o sistema de peneira, a vácuo.

e. Lavar com água destilada e deionizada.

f. Voltar o resíduo insolúvel ao becker e juntar 200 ml de hidróxido de sódio à


1,25%.

g. Levar ao aparelho de Sebelin e deixar em ebulição por 30 minutos.

h. Filtrar no cadinho de vidro com placa porosa, previamente pesado.

i. Lavar com água destilada aquecida até reação neutra.

j. Levar o cadinho de vidro com placa porosa com a fibra bruta à estufa 103-
105ºC por 4 h.

k. Transferir para dessecador e pesar em balança analítica.

RESUMO:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A caracterização físico química do bolo tipo inglês sem adição de kefir, dos
bolos produzidos com adição de 50 g e 150 g de kefir e dos dados fornecidos
pelo NEPA-UNICAMP, 2006 encontra-se na tabela 2.

TABELA 2 – Caracterização físico-química de bolo tipo inglês com diferentes


concentrações de kefir, resultados expressos na porcentagem (%) na matéria
seca.

AMOSTRA

DADOS DA TABELA BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS (NEPA-


UNICAMP), 2006
PADRÃO

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KEFIR 50 g
KEFIR 150 g
UMIDADE
36,7 37,15 28,07 29,35
CINZAS
1,0 2,73 2,85 2,99
PROTEÍNAS
4,8 11,95 9,38 9,49
FIBRA BRUTA
0,7 0,10 0,61 0,34
LIPÍDEOS (EXTRATO ETÉREO)
12,4 24,37 25,58 26,19

De acordo com o esperado o maior teor de umidade foi apresentado pelo bolo
padrão, já os bolos com adição de kefir apresentaram baixa umidade o que
significa maior ingestão de matéria seca. Não ocorreu diferença significativa no
teor de umidade quando comparamos o bolo padrão e os contendo diferentes
concentrações de kefir.
Com relação ao teor de cinzas não apresentou diferença significativa da
formulação padrão para as formulações com adição de kefir, porém quando
realizamos a comparação entre o bolo padrão e com adição de kefir com 50 g
ou 150 g notamos pela literatura pesquisada (Tabela Brasileira de Composição
de Alimentos, 2006) menor teor de cinzas (1,0%).
Não ocorreu diferença significativa em relação ao teor de proteínas quando
comparado o bolo da formulação com 50 g de kefir com o bolo da formulação
com 150 g de kefir, o bolo padrão apresenta um teor de proteínas bastante
elevado em comparação tanto com os bolos com adição de kefir e muito mais
relevante quando comparado com a literatura pesquisada (Tabela Brasileira de
Composição de Alimentos, 2006) que apresenta formulação com o teor de
proteínas bastante baixo quando comparado com o bolo padrão.
O teor de lipídeos das formulações padrão e com adição de 50 g e 150 g foi
relativamente maior que o teor de lipídeos quando comparado com a literatura
pesquisada (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, 2006). Já quando
comparado os bolos com adição de kefir os resultados foram superiores para
ambos.
Quanto à determinação de fibras os valores calculados encontram-se em
conformidade com os dados pesquisados na literatura (NEPA-UNICAMP, 2006)
Os bolos foram produzidos com tempo e temperatura fixados, porém nos
mostrou variação na cor, o bolo padrão apresentou uma coloração mais escura,
já os bolos com adição de kefir, independente da quantidade de adição de kefir
apresentou coloração mais clara quando comparados com o bolo padrão.

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CONCLUSÃO:
CONCLUSÃO
A adição de kefir proporciona:

• Diminuição de umidade relativa


• Aumento no teor de lipídios
• Conformidade em relação ao teor de fibras
• Aumento na concentração de cinzas, visto que a utilização de probióticos na
formulação auxiliam a manutenção dos minerais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=109
2. Saad, S. M. I.: Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira
de Ciências Farmacêuticas, vol 42, n° 1, São Paulo, 2006.
3. BAIK, O.D.; MARCOTE, M.; CASTAIGNE, F. Cake baking in tunnel type multi-
zone industrial ovens. Part II. Evaluation of quality parameters. Food Res. Int.,
Amsterdam, v.33, p. 599-607, 2000.
4. Esteller M.S.; Júnior O.Z.; Lannes S.C.S. Bolo de Chocolate produzido com
pó de cupuaçu e kefir. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. Vol 42,
número 3, jul/set 2003.
5. YAKUGAKU, Zasshi; KUBO, M; ODANI, T; NAKAMURA, S; TOKUMARU, S;
MATSUDA, H. Pharmaceutical study on kefir-a fermented milk product in
Caucasus. Japan, Antitumor Activity, 1992. 489-495.
6. Cecchi, Heloisa Máscia . Fundamentos teóricos e práticos em análises de
alimentos. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2° Edição, 2003.
7. Instituto Adolfo Lutz. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos
químicos e físicos para análise de alimentos. 3rd ed. São Paulo: Editora do
Instituto Adolfo Lutz; 1985.
8. Tabela brasileira de composição de alimentos /NEPA-UNICAMP. Versão II.-2.
Ed Campinas, SP; NEPA-UNICAMP, 2006.

________________________________________________________________
Sem mais

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Proposta de avaliação da repercussão de uma anomalia


congênita no contexto da família segundo o Modelo Calgary
JESSICA HERRSCHAFT(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 5% das
gestações resultam no nascimento de uma criança com algum tipo de anomalia
congênita ou doença genética que comprometerá seu desenvolvimento e
qualidade de vida; e que as condições de etiologia predominantemente genética
respondem por 15% a 20% das causas de mortalidade perinatal e infantil em
nações em desenvolvimento, tendo as anomalias congênitas passado da quinta
para a segunda causa de mortalidade infantil no Brasil nos últimos vinte e cinco
anos(1).
Para anomalia congênita há diversas definições na literatura, sendo que neste
estudo adotamos a concepção que a define como “uma condição determinada
por fatores causais que atuam antes do nascimento, cuja expressão clínica
inclui defeitos em um ou mais órgãos, que podem ser estruturais ou funcionais”.
Segundo o autor, apesar do termo congênito significar que o defeito básico
encontra-se ao nascer, nem sempre é possível demonstrá-lo nos recém-
nascidos, já que pode se manifestar, clinicamente, mais tarde(2).
A notícia a princípio e a convivência após a revelação trazem a família um
impacto muito grande de inicial negação e muito mais pra frente, nem sempre
acontecendo, de aceitação. A família constitui um conjunto organizado de
pessoas que se relacionam e interage, cada um de seus membros exercendo
um papel específico, determinado por questões culturais e pelas necessidades
individuais e do grupo. A criança, por ainda encontra-se em fase de crescimento
e desenvolvimento, depende de um cuidador, pois necessita de estímulos
atenção, carinho, compreensão e proteção. Neste espaço, na lacuna, é que o
profissional envolvido se encaixa, trazendo a família uma parceria, as
orientações e esclarecimentos buscam tornar os pais mais envolvidos e
seguros.
As grandes maternidades já estão percebendo o quão importante para a
recuperação da criança é o nível de envolvimento da família. O papel de mãe
principalmente, que leva ao seu bebê o vínculo afetivo de que ele tanto
necessita a sensação de fazer parte de uma filiação, de uma história.
Considerar a família como uma perspectiva de trabalho ainda constitui-se um
desafio para os profissionais de saúde, sobretudo em um contexto em que o
cuidado está voltado, principalmente, para atender às necessidades do
indivíduo e não da unidade familiar.

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OBJETIVO:
O objetivo da pesquisa foi desenvolver um instrumento acerca destas crianças
que apesar de “diferentes”, mantêm singularidades que devem ser investigadas
nas suas especificidades: orgânica, anatômica, cultural, psíquica, social com
base no Modelo Calgary de Avaliação da Família (MCAF), uma estrutura
integrada para avaliação familiar proposta por Wright e Leahey(3).

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo metodológico, desenvolvido como Trabalho de
Conclusão de Curso na Universidade de Santo Amaro.
Os dados foram processados por meio do Diagrama Ramificado do Modelo
Calgary de Avaliação da Família elaborado por Wright e Leahey(7) que é
constituído por três categorias principais: estrutural, de desenvolvimento e
funcional.
Este processamento dos dados do diagrama constitui-se da primeira fase do
desenvolvimento do instrumento. No desenvolvimento de instrumentos na
pesquisa metodológica, são realizadas três fases: modelagem conceitual,
validação e teste.
Neste estudo, em virtude de suas características, será apenas desenvolvida a
primeira fase, que é a modelagem conceitual. A partir desta modelagem foi
criado o Instrumento de Avaliação da Família.
Para a modelagem, foram consideradas as seguintes categorias:

• Estrutural, na qual estão presentes as estruturas: interna, externa e de


contexto. Na estrutura interna há abrangência de seis subcategorias:
composição da família, gênero, orientação sexual, ordem de nascimento,
subsistemas e limites. Na estrutura externa, inclui duas subcategorias: família
extensa e sistemas mais amplos. Na estrutura de contexto, inclui cinco
subcategorias: etnia, raça, classe social, espiritualidade e/ou religião e
ambiente.
• De desenvolvimento, não existem estruturas, é composta por subcategorias de
estágios, tarefas e vínculos.
• Funcional, estão presentes as estruturas: instrumental e expressiva. Na
estrutura instrumental inclui a subcategoria atividades da vida diária. Na
estrutura expressiva inclui nove subcategorias: comunicação emocional,
comunicação verbal, comunicação não verbal, comunicação circular, soluções
de problemas, papéis, influencia e poder, crenças, alianças e uniões.

RESUMO:
Para o desenvolvimento do Instrumento de Avaliação da Família (Anexo 1)
foram consideradas as categorias mencionadas, as quais serão apresentadas a
seguir:

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Identificação da criança

Composto por nome da criança, idade e tipo de deficiência. No intuito do


profissional identificar em qual fase de desenvolvimento a criança se apresenta
de acordo com sua idade.
A identificação da criança é de suma importância em qualquer instrumento de
coleta de dados.

Estrutura familiar
Composto pela estrutura interna da família, ou seja, quem são seus membros,
qual a ordem de nascimento, gênero.

Orientação sexual familiar

Facilitando assim, o uso da linguagem, do diálogo que teremos com essa


família, identificar os dialetos adequados durante o preenchimento das
questões.

Funcionamento familiar

Nesta parte do instrumento, verificar o bom relacionamento entre os membros


da família, observar se existe inversão de papéis, qual o nível de contato de
apego nessa família.

Envolvimento da família com o profissional

Conhecer quais os profissionais envolvidos, como a família os recebe, verificar


se a família conhece o processo saúde-doença, além disso, quais são os limites
profissionais no âmbito familiar, levantar assim, as medidas propedêuticas a
serem realizadas.

Contexto familiar
Analisar em qual contexto socioeconômico esta família está inserida, quais são
suas maiores dificuldades, nível de educação e acesso aos serviços influencia o
funcionamento da família.

Espiritualidade e/ou religião

As crenças religiosas dos membros de uma família, bem como rituais e praticas,
podem exercer influencia positiva ou negativa sobre sua capacidade de
enfrentar ou tratar uma doença ou preocupação em saúde.

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Atividades diárias da família


Refere-se às atividades rotineiras da vida diária, tais como alimentar-se, dormir,
preparar refeições, aplicar injeções, mudar de roupas, etc. Para famílias com
problemas de saúde essa é uma área de particular importância. As atividades
instrumentais da vida diária são, em geral, mais numerosas e mais freqüentes e
assumem maior significado em razão da doença de um membro da família.

Comunicação Emocional Familiar

As famílias geralmente expressam um amplo espectro de sentimentos, que vão


de felicidade, tristeza até a raiva, ao passo que famílias com dificuldades, em
geral tem padrões muito rígidos em uma estreita variação de expressão
emocional.

CONCLUSÃO:
O presente trabalho surgiu da necessidade de avaliar as famílias com um
instrumento teórico baseado na intervenção familiar. Chamou-nos a atenção o
fato de que a família como estrutura de uma criança portadora de anomalia
congênita não estar envolvida no processo de saúde doença.
A partir da chegada á família de uma criança portadora de anomalia genética,
esta se torna o centro de sentimentos, pensamentos, duvidas, incertezas e,
principalmente, de medo do desconhecimento, do preconceito que ela possa a
vir sofre, preconceito este vivenciado pelos pais, que muitas vezes optam por
não revelar o diagnóstico nem sequer para a família ampliada.
O profissional da saúde deve atuar para fortalecer a família, e desenvolver
ações facilitadoras para que o elo entre a criança aumente e favoreça seu
crescimento e desenvolvimento.
A enfermagem age estimulando os pacientes em atividades em grupos, visando
melhorar a condição da qualidade de vida do paciente e de sua família,
contribuindo na integração social cooperando na adesão do tratamento e a
adaptação de sua condição.
Assim, ao se fazer presente, partilhar com a família suas inquietudes e
sofrimentos, ao deixá-la perceber que não está só no enfrentamento dessa
difícil situação, sem duvida o profissional estará contribuindo para a promoção
de condições favoráveis aos ideais relacionados ao desenvolvimento infantil.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Horovitz DDG, Llerena Júnior JC, Mattos RA. Atenção aos defeitos
congênitos no Brasil: panorama atual. Cad Saúde Pública 2005; 21(4): 1055-64.
2. Reis LV. Anomalias congênitas, identificadas ao nascimento, em filhos de
mulheres adolescentes [tese]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina.

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Universidade Federal de São Paulo; 2005.


3. Wright LM, Leahey M. Enfermeiros e famílias: um guia para avaliação e
intervenção na família. 3ª ed. São Paulo: Roca; 2002.

________________________________________________________________
1. Graduanda do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro
(UNISA). São Paulo, SP e-mail: jessica_herrsch@yahoo.com.br
2. Professor Adjunto do curso de Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro. São Paulo, SP.

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Proposta de Treinamento de procedimentos básicos no


Laboratório de Enfermagem
CINTHIA REGINA DE SOUZA FERREIRA(1)

MAISA NAMBA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Os procedimentos básicos correspondem a técnicas de rotinas assistenciais
mais comuns na enfermagem, sendo o enfermeiro líder deve estar preparado
para oferecer serviços não somente para o cuidado e a manutenção da saúde,
mas também para capacitar, treinar e adequar a sua equipe.
O Laboratório de Enfermagem (LE) representa a essência do aprendizado, o
aluno tem a oportunidade de simular o campo de trabalho; Fridelander(4)
descreve como um recurso de grande valor, tanto no ponto de vista ético como
educacional.
O ensino de procedimentos práticos, sempre foi realizado no laboratório, com a
finalidade, dentre outras, de desenvolver no estudante habilidades
psicomotoras antes de ir para a prática clínica.
Vários autores relatam que a assiduidade dos alunos no LE é muito pequena,
visto que existe uma falta de conscientização dos alunos quanto à importância
de treinarem as técnicas (uso do Le, uso Le fundamentos, estímulos revisão
literatura); e como estagiária no LE por dois anos e meio constatei que a
demanda de alunos no laboratório era maior no período de prova prática e a
estatística interna do laboratório de enfermagem desta Universidade ratifica a
evasão dos alunos em outros períodos.

OBJETIVO:
Elaborar um plano de treinamento de técnicas básicas de enfermagem no
laboratório.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa metodológica, baseada no desenvolvimento de um
plano de treinamento. A modelagem conceitual considerou a consulta a material
bibliográfico atemporal relacionados a laboratório de enfermagem, técnicas de
enfermagem, ensino-aprendizagem, treinamento e desenvolvimento, utilizando
as seguintes bases de dados BDENF, LILACS E SciELO e acervos de livros
pedagógicos.

RESUMO:

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No Curso de Graduação de Enfermagem o ensino-aprendizagem dos


procedimentos básicos inicia-se com a instrução teórico – prática, princípios
científicos, seguido de demonstração da técnica e observação do desempenho
dos estudantes.O aperfeiçoamento é constituído por repetições das
informações recebidas.
Fridlander(2) verificou que os alunos que recebiam um treinamento prévio
cometiam de 50 a 70% menos erros quando desenvolviam o cuidado junto ao
paciente, e outro estudo observou que os estudantes que executaram a técnica
em menos tempo foram os que treinaram no laboratório.
O plano de treinamento é um conjunto de etapas que visa uma ação em prática.
O planejamento é composto por 3 fases (5):
A primeira fase é a de Preparação; é a previsão dos passos que concorrem
para assegurar a sistematização, o desenvolvimento dos objetivos cognitivos,
afetivos, psicomotores e comportamental
Na fase de preparação está incluído a seleção de recursos . Estes recursos
podem ser físicos, sendo que o laboratório de enfermagem é um recurso de
grande valor no treinamento das habilidades psicomotoras da aprendizagem em
situação simulada;
Em relação aos recursos humanos, o desempenho dos monitores foi muito
apreciado pelos estudantes e que 69% destes afirmaram que gostariam de ser
monitores e para exercer a função de instrutor é necessário ter conhecimento
técnico – científico atualizado, destreza e habilidade no fazer, ser didático,
gostar de ensinar, trocar e buscar conhecimento, ser ético e comprometido e o
grande participantes. O grande número de alunos dificulta o desenvolvimento,
uma vez que o diálogo se torna mais raro, repercutindo negativamente sobre os
processos de reflexão e de humanização.
Os recursos de materiais e equipamentos se faz necessário a previsão e a
provisão de materiais, levantando as necessidades, identificando a quantidade
e a especificidade deles para suprir as necessidades com reposição de
materiais.
Equipamentos, simuladores semelhantes aos das unidades hospitalares,
permite ao estudante manusear com liberdade para experimentar, testar,
repetir, errar e corrigir
Os recursos de informações são de suma importância a pesquisa sobre o tema,
sendo as fontes de pesquisa revistas e periódicos, livros e manuais(3).
A segunda fase é o desenvolvimento onde são descritas as cinco etapas do
treinamento.
A primeira etapa é o tempo total, em que pesquisa realizada relata que 81,8%
dos participantes consideraram suficiente o tempo de 2 horas para o
treinamento.
A segunda etapa é a apresentação do tema, que identificará o nível de
conhecimento dos alunos sobre o tema utilizando tempo máximo de 20

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minutos(3). A importância de se considerar o conhecimento prévio, lembra que


o termo educar inclui a troca entre professor e aluno, sendo este um processo
relacional que valoriza o saber de cada pessoa. A terceira etapa é a separação
e preparo de materiais, nesta fase, é fundamental que o acadêmico aprenda a
planejar de maneira sistemática todas as atividades a serem desenvolvidas.
A quarta etapa é a demonstrações da seqüência da técnica, a percepção de
retenção mnemônica nos esclarece que aprendemos 1% através do gosto,
1,5% através do tato, 3,5% através do olfato, 11 % através da audição e 83%
através da visão e a porcentagem dos dados retidos pelos estudantes alunos é
de 10 % do que lêem 20 % do que escutam 30 % do que vêem 50 % do que
vêem e escutam 70 % do que dizem e discutem e 90 % do que dizem e logo
realizam e o método de ensino dos dados retidos depois de 3 horas é: somente
oral é de 70%
somente visual 72% e oral e visual simultaneamente 85% e em 3 dias os dados
retidos são 10%, 20% e 65% respectivamente.
O desenvolvimento das técnicas básicas no LE é um passo fundamental no
crescimento profissional dos acadêmicos, e permite avaliar o aluno na
construção de uma ação com seqüência lógica, na habilidade psicomotora; a
criatividade; a prontidão; a praticidade, eficiência e efetividade, também um
momento para o aluno utilizar os instrumentos básicos de enfermagem que são
indispensáveis ao desenvolvimento profissional do estudante.
O profissional de saúde deve estar fundamentado na capacidade de tomar
decisões, visando o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade, da força de
trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas.
A cinca etapa é a discussão, o aluno deverá perceber diferentes situações,
destacar os pontos comuns e os pontos discordantes, adotar posturas
condizentes com os próprios referenciais de conduta e considerar os códigos de
Ética pertinentes à situação, rever suas avaliações e suas decisões com senso
crítico e construtor.
A terceira fase é o aperfeiçoamento e nesta envolve o próprio plano e suas
conseqüências em termos de ensino-aprendizagem da competência individual
como referência o conhecimento, a habilidade e atitude. No processo de
avaliação o aluno responderá ao instrutor e este observará se há necessidade
do replanejamento.
O formulário consta o plano de treinamento no laboratório de enfermagem conta
com os docentes responsáveis pelo laboratório de enfermagem e das
disciplinas de Fundamentos e Semiotécnica em enfermagem, o instrutor monitor
do laboratório de enfermagem que desenvolverão habilidades e competências
para conduzir e mediar o treinamento.
Terá regulamento para os alunos da graduação para participar do treinamento,
este deve ter conhecimento prévio dos conteúdos das disciplinas de
fundamentos e semiotécnica em enfermagem.

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A divulgação Institucional sobre o treinamento será nas salas de aula, o


agendamento será no laboratório e cada treinamento restringirar-se a um grupo
com 10 alunos, para um bom acompanhamento visual e demonstração
devolutiva das técnicas por todos. A folha do agendamento constará nome,
semestre e ra. A data do treinamento será de segunda a quinta feira, no horário
das 15 às 17 horas tendo que comparecer assídua e pontualmente, com
tolerância de atraso de 15 (quinze) minutos, os alunos deverão apresentar-se
devidamente vestidos jaleco branco, de mangas compridas e fechados, calça
comprida ou saia abaixo dos joelhos, cabelos presos, possibilitando criar o
hábito do âmbito hospitalar.
Na apresentação o instrutor realizará um feedback para saber o que os alunos
lembram da teoria e prática, definição e finalidade do procedimento,
apresentando a ficha didática que conterá uma história baseada em problemas,
questionamentos teórico-prático (livro), com associação de procedimentos e
descrição do objetivo do treinamento.
O material didático terá o manual de procedimentos básicos de enfermagem,
referencial recomendado e padronizado pelo Curso de Enfermagem. A
separação e preparo de materiais, o grupo listará a relação dos materiais,
sendo que cada um colaborará com um item, estes terão acesso ao armário
que ficará na sala. A falta de materiais ou excesso será mantida até que o
grupo perceba a importância de se reunir todo material antes da execução do
procedimento e a demonstração da sequência da técnica o aluno começará o
procedimento no simulador de acordo como aprendeu e a monitora
aleatoriamente o substituíra por outro aluno que dará continuidade no
procedimento. Sendo assim todos realizarão o procedimento.
O monitor poderá interromper o procedimento desafiando os alunos com
questionamentos de raciocínio clinico, pontos críticos, não conformidades e
aspectos éticos.
Na discussão do tema segundo o Código de ética dos profissionais de
enfermagem no capítulo 3 das responsabilidades o art. 16 - assegurar ao
cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de
imperícia, negligência ou imprudência, e no art. 18 manter-se atualizado
ampliando seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, em beneficio da
clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão. Portanto, serão
discutidas as não conformidades, pontos críticos, aspectos éticos e
relacionados ao cotidiano.
Exemplo de uma técnica da ficha didática: assunto sondagem vesical de
demora e enluvamento. Cliente de 54 anos internada para cirurgia eletiva de
grande porte. O cirurgião prescreve que a sondagem vesical de demora seja
realizada no centro cirúrgico, momento antes da cirurgia. No setor da clinica
cirúrgica a paciente é encaminhado ao banho de aspersão e conseqüente/e
será orientada a fazer uma boa higienização intima. E agora, como será

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procedida a passagem de sonda no centro cirúrgico? Perguntas ao aluno,


princípios de assepsia, definição, finalidade, assistência de enfermagem, tipos
de sondas e calibres, tipos de coletores de urina, infecção urinária relacionada a
sondas.

CONCLUSÃO:
O ensino de adultos envolve tentar integrar a informação nova com o conteúdo
que ele possui, o plano de treinamento foi elaborado como uma estratégia de
processo ensino-aprendizagem dos procedimentos básicos de enfermagem,
sendo esperada alguma mudança de comportamento e é preciso não esquecer
que a competência técnica é fundamental na formação do enfermeiro e é ela
que o habilita para seu fazer cotidiano, que proporciona segurança para o
profissional e para seu cliente, impulsionando-o para o progresso e a produção
científica. Posteriormente, pretende-se dar continuidade no estudo com a
intenção de aplicar o plano de treinamento para avaliar a eficiência, eficácia e
validar o instrumento.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
3. Colman FT. Tudo que o enfermeiro precisa saber sobre treinamento um
manual prático: instruções básicas para treinamentos. São Paulo: Guanabara
Koogan; 2003.

4. Friedlander MR. O ensino dos procedimentos básicos no laboratório de


enfermagem. Rev Esc Enf USP. 1984 abr/jun; 18(2):151-62.

5. Turra CMG, Enricone D, Sant´Anna FM, André LC. Planejamento de ensino e


avaliação. 11ª ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto; 2000.

________________________________________________________________
1 Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Santo
Amaro, São Paulo, SP. E-mail: cinthiaregyna@hotmail.com
2 Professora Assistente da Disciplina de Semiotécnica em Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro, São Paulo. SP. Orientadora.

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PSF SOB A ÓTICA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE


MARIA DO CARMO REIS CRESPILHO(1)

CLAUDIA POLUBRIAGINOF(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o Programa Saúde da Família
(PSF) surgiu em 1994 como uma forma de reorientação de um modelo
assistencial, mediante o trabalho de equipes multiprofissionais implantadas nas
Unidades Básicas de Saúde (UBS). A estratégia do PSF fundamenta-se em um
modelo assistencial de forma integral e contínua voltada para a promoção,
proteção, prevenção e recuperação da saúde, em conformidade com os
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) dirigido aos indivíduos,
à família e a comunidade (1).
Quando falamos em PSF destacamos o Agente Comunitário de Saúde (ACS),
profissional fundamental para o sucesso deste programa, por ser o elo de
comunicação entre a Equipe de Saúde da Família e a comunidade onde vive.
Muitas vezes passa a sofrer forte pressão tanto por parte da comunidade onde
vive ou da própria equipe, o que pode gerar agravos a sua saúde e prejuízos
para sua qualidade de vida.
A literatura que cerca e fundamenta o PSF sempre destaca a importância do
ACS dentro da equipe de saúde, entretanto na prática este profissional parece
estar à margem de seu reconhecimento social e profissional e ainda se
encontra sobrecarregado das atribuições que lhe compete, gerando uma carga
adicional de estresse.
O estresse tem sido considerado como um dos fatores negativos que mais
influenciam o ser humano, podendo ser citado o exemplo do stress ocupacional,
que é resultado de inúmeras situações onde a pessoa descreve o ambiente de
trabalho de forma ameaçadora a sua vida pessoal e profissional prejudicando
suas funções e interações com o ambiente de trabalho. Os riscos ocupacionais
do ACS não se traduzem somente à ordem física, mas também a de ordem
psíquica.
O trabalho é capaz de influenciar a personalidade do ser humano e pode refletir
no seu equilíbrio, sua inserção social, sua saúde física e mental. Fatos esses
que me levam a realizar esta pesquisa de levantar dados frente às equipes de
saúde, sobre as dificuldades e os fatores estressores do trabalho do ACS.

OBJETIVO:

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Descrever as dificuldades do ACS no PSF;


Descrever fatores estressores no ambiente de trabalho deste profissional.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratório-descritiva do tipo pesquisa de
campo, realizada em três Unidades Básicas de Saúde do Município de São
Paulo. A coleta de dados teve início após aprovação do Comitê de Ética e
Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde sob o nº 325/09 de 18/08/2009.
A população foi constituída por ACS, que atuam nessa função em um período
superior a seis meses. Informamos aos participantes que ao concordarem em
participar deste estudo, necessitariam dar ciência no termo de consentimento
livre e esclarecido para registro de depoimentos, garantindo sigilo e anonimato
absoluto, a fim de proteger sua privacidade (ANEXO 1),Conforme Resolução
nº196/96 do Conselho Nacional de Saúde (1996). A coleta de dados foi
realizada em sala reservada dentro da UBS com agendamento prévio. As
entrevistas foram fonografadas e transcritas para a leitura e categorização das
informações coletadas, foram nomeadas na seqüência das mesmas com nomes
de flores. As fitas serão guardadas por um período de cinco anos e
desprezadas após o término da vigência de acordo com a Lei 9610/98 (2).
(ANEXO 2). Foi utilizado como instrumento de coleta de dados, um questionário
semi-estruturado elaborado pela pesquisadora e os dados coletados mediante
entrevista.

RESUMO:
A população estudada encontra-se entre 23 e 54 anos, sendo que a maior
concentração dos trabalhadores tem entre 40 e 49 anos (55%). Predomina-se o
sexo feminino (88%) sobre o masculino (12%). Em relação ao nível escolar, a
maioria concluiu o ensino médio (55%), seguido daqueles com ensino médio
incompleto (33%) e ensino fundamental completo (12%).
A primeira pergunta do instrumento da coleta de dados (ANEXO 2) foi Há
quanto tempo você trabalha na empresa?
Foram levantados os seguintes dados: 45% corresponde de 07 à 09 anos de
trabalho na empresa, 44% de 03 a 01 ano de trabalho na empresa e 11% com
experiência inferior à 01 ano de trabalho na empresa.

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A seguir, a análise global dos depoimentos:


A Visão do trabalho do PSF buscou compreender como o ACS interpreta o seu
trabalho dentro da equipe. Dos entrevistados 45% consideraram o seu trabalho
no PSF como importante e os demais reconheceram como gratificante, útil, bom
e novidade (55%).
O ato de ajudar presente na narrativa da Margarida aponta a importância em
ajudar as pessoas, além da satisfação e de um trabalho cumprido.

“Como eu vejo? ah... um trabalho útil, um trabalho que ajuda as pessoas, dá pra
orienta as pessoas... ajuda, eu acho que eu tenho ajudado
bastante...”Margarida

“Um bom trabalho...” Bromélia

“Ah!... bom é assim, acho um trabalho importante né, um trabalho importante


pra comunidade, pro paciente, eu gosto do que eu faço...” Rosa

“Eu acho um trabalho muito importante, porém deveria ser mais reconhecido
vindo de cima, ter mais médicos, ter mais espaço pra marcar especialistas e,
também a população se compromete que muitas vezes é marcado e a própria
população não vai...” Dália

“Importante...” Cravo

O agente é uma peça importante para o desenvolvimento do PSF, assim sendo,


cuidar desse trabalhador e valorizá-lo é de fundamental importância (3). O
profissional da saúde enfrenta em seu dia a dia situações estressantes e
gratificantes como resultados de uma exposição constante em sua vivência
profissional ultrapassando até mesmos suas expectativas pessoais.

“É, gratificante e... mais sem reconhecimento...” Flor do campo.

“Hum. não tão reconhecido como deveria ser...” Orquídea

Os entrevistados com experiência inferior à 01 ano de trabalho, representam


(11%) e considera seu trabalho como uma novidade. Essa análise foi
organizada obtendo-se o seguinte depoimento.
“Por enquanto, como é novo pra mim... é muito novo... trabalha com outro tipo
de ramo, então, por enquanto é tudo novidade, eu não tenho muita perspectiva,
ainda do que é errado e do que é certo... não sei...” Hortência.

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“Um bom trabalho...” Bromélia.

Quando questionados quanto ao reconhecimento do trabalho podemos


destacar como sendo a consideração, a virtude, o esforço e a dedicação que
alguém tem por você ou vice-versa, seja no ambiente familiar ou no trabalho, os
entrevistados demonstraram que o mesmo não é reconhecido (45%), é
reconhecido (33%) e mais ou menos reconhecido (22%).
“Mais ou menos.”.Margarida

“De jeito algum...”.Begônia

“Sinto...” Bromélia

“Não, não sinto...” Flor do Campo

“De quatro meses pra cá... sim, no começo não era...”. Hortência

“Sim, eu sinto é... porém, sempre tem alguma coisa assim, que reconhecesse
mais porque se a gente preenche muito papel e muitas vezes o papel... eu falei
pra você não vem resposta...”. Dália

O ACS em relação à equipe tem ainda como fonte a falta de reconhecimento


pelo trabalho que desempenham com dedicação e esforço, não é o trabalho em
si que gera o sofrimento e adoecimento em um trabalhador, mas sim as
condições em que esse trabalho acontece. O trabalho em equipe integrado
exige conhecimento e valorização do trabalho do outro, construindo consensos
quanto aos objetivos a serem alcançados e a maneira mais adequada de atingi-
los.
A questão como gostaria de ser reconhecido profissionalmente, os ACS
referiram:

“È... olha... sendo mais valorizada pelas pessoas no geral né?, eu


gostaria também que tivesse menos cobrança que não tivesse muita papelada,
que as coisa pudesse resolver com mais facilidade...”. Begônia

“Eu acho que eles podiam valorizar um pouquinho mais porque funcionário feliz
trabalha sempre mais... produz mais... poderia vim um incentivo anual,
mensal....mas uma decisão que venha deles,mas assim um incentivo maior pra
pessoa...” Dália

“Bom!... a partir do momento que eu vou à casa do paciente, que ele tivesse
mais respeito pelo meu trabalho né?...de não ficar batendo a porta na minha

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cara, de não fica me xingando e não fica me comparando com outros agentes
de saúde que já tenham passado anteriormente né?...então alguns pacientes te
atendem muito bem, mais a maioria não né...a valorização da pessoa que esta
fazendo a visita...”.Hortência

Com relação ao depoimento anterior é nítida em sua narrativa à insatisfação da


comunidade pelo seu trabalho, devido a sua experiência ainda ser inferior a 01
ano de trabalho e estar associada a uma comparação de outros profissionais
que ali atuaram, portanto a qualidade de seu trabalho no que se refere ao
respeito da comunidade pelos mesmos gera conflitos e agravos de saúde entre
eles .

“É no caso a equipe como um todo visse o agente comunitário como ser


humano dando condição de atendimento dentro da ubs porque, quando é pra
contrata... tem que ser morador do bairro, mas uma vez trabalhando pura e
simplesmente nós não somo vistos como moradores, nem como pessoas
cadastradas, mas pura e simplesmente como funcionários...”. Orquídea

Um outro aspecto a ser notado é a evidência da necessidade de ser vista como


ser humano pela equipe e principalmente como moradora desta comunidade,
tendo os mesmos direitos como usuária da instituição. Esses profissionais estão
sujeitos a uma dinâmica laboral particular de viver e trabalhar na mesma
comunidade, que pode gerar pressões e sobrecarga adicionais .
O ACS é um morador do bairro, requisito necessário para a contratação do
mesmo. Segundo a Lei Federal 10.507 (art. 3º) de 10 de julho de 2.002,
apontado pelo Ministério da Saúde.
“É... que tivesse mais reconhecimento pela... tanto pelo posto, que a gente
pudesse participar mais do próprio posto mesmo, pudesse participar de grupos
que a gente não tem essa... esse...respaldo, entendeu a gente não pode
participar de grupos...”. Flor do Campo

“Como uma pessoa comum, também tem erros e falhas né... e as


pessoas não acham isso né?... que a gente tem que dar tudo certo...” Cravo

Os fatores estressantes citados pelos entrevistados com maior incidência e


relevância foram quanto à burocracia e o preenchimento de papéis além de
cobrança da comunidade e da equipe multiprofissional.

“Muita cobrança né e pouco reconhecimento...”. Rosa

“Oh!... acabei de falar né a papelada é muita coisa pra anota e... aí... tem um

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montão de reclamação sabe... pela parte da comunidade e também tem a


equipe...” Begônia

“No dia a dia a falta de união da equipe a falta de humanização...” Dália

O conflito do trabalho em equipe gera dificuldades no cotidiano laboral fazendo


com que esta categoria passe a ser um fator estressante colaborando para a
alteração do desempenho em seu ambiente de trabalho.

“Quando algum paciente reclama, quando eu ouço... reclamação de algum


paciente que não caba a mim resolver o problema dele...” Bromélia

“Muita cobrança da população muita cobrança da direção, falar o que deveria


ser, mais valorizado...” Flor do campo

“A quantidade de papel pra preencher todos dias, a cobrança em geral tanto da


equipe quanto das famílias, muita burocracia sem necessidade quando eles
fazem os papel eles não consulta os agente comunitário pra vê se aquilo é de
acordo com o nosso trabalho do dia a dia...” Orquídea

“.Bom!... Esse fato que falei anteriormente, mas o fato do paciente vir até o seu
trabalho e denegrir a sua imagem perante o seu superior e seus companheiros
de equipe... Considero bastante... mais isso...” Hortência

O último item contemplava melhorias na condição do trabalho que de acordo


com os entrevistados 44% relataram a necessidade de ter um
acompanhamento com um profissional psicólogo, para que pudessem
desabafar e diminuir o estresse. Porém, 22% indicam a atividade/terapia como
sendo uma condição necessária e ideal para a melhoria do seu trabalho e os
demais 34% distribuem-se em programas, reconhecimento e união.

“É uma atividade que ajudasse a gente relaxar, descontrair, desestressar,


alguma coisa assim, não sei que atividade, mas alguma coisa que tirasse esse
cansaço. físico e mental, né?...”. Margarida

“Bom, eu acho que deveria ter reconhecimento do ACS que é um trabalho


estressante, de ter um psicólogo uma terapia né?...”. Rosa

“Alguma coisa que pudesse fazer com que o estresse, sabe o estresse é muito
grande quem sabe né, uma terapia de dança exercício né,um psicólogo. Oh!...
não sei te explicar direito, mas o que pesa mesmo é o estressei...”.Begônia

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“Poderia melhorar, ter mais humanização, ter mais união, poderia ter psicóloga
pra gente desabafar, nem que fosse em grupo mais... um... cuidando do
cuidador...”. Dália

A essência da função do ACS esta nas relações e nos vínculos estabelecidos


na comunidade e na equipe de saúde. Portanto, suas ações dependem da sua
relação interpessoal, gerando rendimento profissional e satisfação pessoal .

“É eu já tive problema de depressão, eu acho que deveria ter um respaldo


melhor nessa parte entendeu?...com a gente é... tem o problema de perto,
então eu acho como tem os programas aqui na unidade (NASF) a gente poderia
participar mais diretamente.como funcionário...”.Flor do Campo
**NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família.

“Uma assistência psicológica, uma assistência é....junto às família, diminuir a


quantidade de família principalmente, porque hoje é cobrado 85% de visita, isso
independente se eu tenho 190 ou 275 , 290 isso é injusto! se você fica doente
tem um atestado médico você não pode justificar, se você fica uma semana
sem trabalhar você tem que correr atrás do prejuízo pra você fazer, o que você
não fez em uma semana aonde tá o reconhecimento do agente comunitário?
Não tem, só querem ver número...” Orquídea

“Bom! a questão de... do local de trabalho, pra mim é excelente, ta... ótimo, o
problema é da porta pra fora, é o que a gente enfrenta do lado de fora né?... o
reconhecimento perante aos meus superiores, ta sendo conforme meus passos,
eles tão me reconhecendo né..” Hortência

“Essa eu vou ficar sem responder mesmo! Essa... condição que poderia
dar...alguma terapia mesmo né...bem antes de sair..,.quando a pessoa
começa., pelo menos uma vez por mês...o encontro com as pessoas...”. Cravo.

“Mais união...”. Bromélia

CONCLUSÃO:
O presente estudo permitiu-nos conhecer um pouco sobre as dificuldades e os
fatores estressores apresentados pelos ACS em seu âmbito profissional.
Quanto às Dificuldades a questão de não saber lidar com a parte administrativa
de papéis, atingirem as metas de visitas de 100% com qualidade, entender o
porquê não ser visto como morador sendo funcionário, ter programas na

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unidade e não poder participar, entender o porquê as atividades são voltadas à


população e não ao profissional.
Dentre os Fatores estressores citados como: Cobrança da população e equipe
de saúde, excesso de preenchimento de papéis, falta de união na equipe e
respeito da população, o que mais teve destaque foi o preenchimento excessivo
de papéis por considerarem uma burocracia desnecessária. Quanto a cobrança
da população e equipe, relataram estarem associadas a agendamentos de
consultas médicas e serviços especializados, entre outros.
Os resultados revelaram uma nova visão de encarar as necessidades de um
profissional que gosta e acredita no que faz, mas almeja por uma nova
realidade de transformação que colabore para o seu melhor desempenho.
Sugestionamos que sejam conduzidos novos estudos no sentido de elaborar e
implantar programas de inserção dos ACS nas atividades/terapias onde o foco
seja o cuidador. O ACS sonha um dia ser visto como um profissional respeitado
e valorizado dentro e fora da instituição com direito de expressar seus
conhecimentos, experiências e sentimentos não simplesmente por ser o “elo”
entre a equipe de saúde e a comunidade, mas por acreditar poder contribuir e
participar mais em decisões, sugestões e novos trabalhos dentro do PSF.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação
de Saúde da Comunidade. Saúde da Família: uma estratégia para a
reorientação do modelo assistencial. Brasília. Ministério da Saúde, 1997.36 p.

2.Brasil. Lei 9610/98. Regulariza os direitos autorais e dá outras providências.


1998.

3.Ferraz L, Aerts DRGC. O cotidiano de trabalho do agente comunitário de


saúde no PSF em Porto Alegre. Ciênc saúde coletiva 2005; 10(2).

________________________________________________________________
I Graduanda do 8º semestre da Faculdade de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro – UNISA – FACENF – São Paulo (SP), Brasil
II Enfermeira. Professora Assistente da FACENF da UNISA. Especialista em
Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental e Qualidade em Serviços de Saúde.

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São Paulo (SP), Brasil.

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QUANTIFICAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA COMPARATIVA DA


QUERCETINA E RUTINA EM MEIO ALCÓOLICO
HUGO HARDER PEREIRA(1)

REGINA SIQUEIRA HADDAD CARVALHO(2),ROBSON MIRANDA DA GAMA(3),ROBSON


MIRANDA DA GAMA(4)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Os ativos vegetais vêem sendo utilizados em larga escala pela indústria
cosmética e farmacêutica, auxiliam nos processos de desenvolvimento
sustentável regional como é o caso do Brasil e de outros países da América
Latina e prometem render grandes descobertas no futuro. A quercetina é um
bioflavonóide natural, encontrado na própolis, apresenta-se sob a forma de um
pó com coloração amarelo-ouro, insolúvel em água, com diversas propriedades,
onde podemos destacar atividades antivirais, antioxidantes e imunológicas,
antiinflamatória entre outros1. Em metodologias analíticas, a quercetina tem
sido utilizada como o principal padrão, por estar largamente distribuído no reino
vegetal1.
A rutina também, bioflavonóide descoberto em 1842, por Weiss, nas espécies
vegetais de ruta graveolens, é amplamente distribuída no reino vegetal, é
conhecida e identificada em aproximadamente 34 famílias e 77 espécies
vegetais diferentes, pertence à subclasse dos flavonóis, com coloração
amarelo-esverdeada, freqüentemente hidroxilada, metoxilada, normalmente
solúvel em solventes orgânicos e bases inorgânicas, com propriedades
antioxidantes, seqüestramento de radicais livres e vasoprotetoras, diminui a
fragilidade capilar dos vasos sanguíneos2.
Para a realização das técnicas analíticas de quantificação dos flavonóides
expressos em quercetina ou rutina são utilizados solventes orgânicos como o
metanol (MeOH) e o etanol (EtOH). Onde em função da segurança de trabalho,
por ser menos tóxico, utiliza-se o etanol1-2.
Quantitativamente a dosagem dos flavonóides pode ser realizada seguindo a
metodologia da quantificação dos flavonóides totais em espectrofotometria
UV/Visível, o método fotocolorimétrico é utilizado para determinação de ativos
em baixas concentrações por ser mais sensível que os métodos titulométricos
ou gravimétricos. Nos doseamentos colorimétricos, a quantidade de elementos
dosados é determinada pela coloração da solução e determinada por uma faixa
de comprimento de onda específico, identificando a concentração destes ativos
pela tonalidade da solução3. Esta análise quantitativa tem como princípio a
relação proporcional existente entre a quantidade de luz absorvida e a
concentração da substância na solução. Os flavonóides são capazes de
absorver radiação eletromagnética, e para que não haja interferência de outras

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substâncias complexa-se estas soluções com cloreto de alumínio (AlCl3),


intensificando a sensibilidade do teste no momento da quantificação3.
A estrutura dos flavonóides possui dois anéis fenólicos, aos quais são
denominados de zonas cromóforas (zonas de absorção da luz), estes anéis são
os responsáveis pela quantificação destas substâncias em leituras por meio da
luz.
O AlCl3 é utilizado no diagnóstico da presença de alguns grupamentos
químicos, empregado pela primeira vez para antocianinas. Trata-se de uma
classe de pigmentos do grupo dos flavonóides, encontrados principalmente nas
flores. Em 1954 foi sugerido o uso do AlCl3 na determinação
espectrofotométrica de certos grupamentos químicos em flavonóides que
reagiam sobre reagentes de desvios (shift reagent) em espectrometria no UV-
visível para sua determinação estrutural. O cátion alumínio forma complexos
estáveis com os flavonóides, ocorrendo na análise espectrofotométrica um
desvio para maiores comprimentos de onda e uma intensificação da absorção.
Outro aspecto importante para a determinação da quantificação dos flavonóides
é a escolha do solvente. No caso dos flavonóides a solubilização é realizada
pelas zonas hidroxiladas presentes nos anéis fenólicos.
O metanol (álcool metílico - MeOH) é um líquido incolor, absorvido por ingestão
oral, inalação, ou de forma transdérmica e a sua absorção pode resultar em
toxicidade, levando ao óbito. O metabólito do metanol, formaldeído, é
rapidamente oxidado pela aldeído desidrogenase do ácido fórmico, que é
responsável pela acidose metabólica e toxicidade retiniana associada aos
riscos do metanol.
O etanol (álcool etílico - EtOH) é tóxico por via oral, inalação, via subcutânea,
intravenosa e por via cutânea. Vapores de etanol podem produzir depressão do
sistema nervoso central, irritação nos olhos e nas vias aéreas superiores. Ele é
bem menos tóxico que o metanol.

OBJETIVO:
Comparação da quantificação espectrofotométrica da quercetina e da rutina em
metanol e etanol.

METODOLOGIA:
Foram feitas soluções padrão da quercetina e rutina (Sigma) em MeOH e EtOH
(P.A. absoluto), com e sem complexação com AlCl3. A partir destas soluções
foram realizadas diluições sucessivas em triplicata para a leitura da absorbância
em espectrofotômetro UV/Visível Micronal B582.

RESUMO:
A quercetina foi estável tanto em MeOH quanto EtOH, com e sem complexação,

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porém com maior sensibilidade de leitura espectrofotométrica em EtOH/AlCl3,


diferindo da rutina. A rutina possui baixa sensibilidade de leitura
espectrofotométrica quando está somente em MeOH e verificou-se que é
instável em EtOH. Após a complexação da rutina com AlCl3, esta se manteve
estável tanto em MeOH quanto em EtOH, porém com maior sensibilidade de
leitura espectrofotométrica em MeOH/AlCl3.

CONCLUSÃO:
Verificou-se que a rutina é instável em EtOH, porém quando complexada com
AlCl3, se torna estável.
O método espectrofotométrico se tornou mais sensível com a complexação da
rutina em MeOH, o que difere da quercetina que apresenta-se mais sensível em
EtOH do que em MeOH.
Tendo em vista que a rutina e a quercetina quando complexadas com AlCl3
tornam-se estáveis tanto em MeOH quanto EtOH é proposto a utilização do
EtOH como solvente de preferência para diluição devido a melhor “segurança
de trabalho”.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. HARDER, H; GAMA, MR, CARVALHO, RSH – Rutina: Quantificação
espectrofotométrica em meio alcoólico. In VI Congresso Científico Latino
Americano, realizado em Foz do Iguaçu, PR, no período de 10 a 14 de Janeiro
de 2009.

2. MANABE, E.A; SILVA, E.C; CARVALHO, R.S.H. Adequação da metodologia


do cloreto de alumínio em metanol para cloreto de alumínio em etanol. In:
Programa da 12ª Jornada Nacional de Iniciação Científica e 57ª Reunião Anual
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, realizado em
Fortaleza, CE, no período de 17 a 22 de julho de 2005. p. 89.

3. ROLIM, A. et al – Total flavonoids quantification from O/W emusion with


extract of Brazilian plants. International Journal of Pharmaceutics, v.308, p. 107
– 114, 2006.

________________________________________________________________
1 Discente da Faculdade de Farmácia – UNISA.
2 Graduada da Faculdade de Farmácia – UNISA.
3 Docente e Farmacêutico Responsável – LESIFAR – UNISA.
4 Docente da Faculdade de Farmácia, Coordenadora do Laboratório Analítico
da Faculdade de Farmácia – UNISA/LONZA e Orientadora -
reginash@gmail.com

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Grupo de Pesquisa: Pesquisa, desenvolvimento, análise e controle de qualidade


de princípios ativos, medicamentos e cosméticos.

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QUEDA EM PESSOA IDOSA: UM DESAFIO SOCIAL


MARCUS VINICIUS MENDES DE SOUZA CARMONA(1)

IRENE CORTINA(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O envelhecimento da população associa-se a importantes transformações
sociais e econômicas, bem como à mudança no perfil epidemiológico e
demandas dos serviços de saúde. Tal mudança, no Brasil, implica elevação dos
custos diretos e indiretos para o sistema de saúde, fazendo do envelhecimento
um fenômeno que precisa de ampla discussão. Portanto, o aumento da
longevidade e os aspectos a ela inerentes fazem o fenômeno do
envelhecimento constituir uma questão atual¹.
A assistência à saúde ao idoso tornou-se prioridade, tendo em vista o aumento
progressivo da expectativa de vida observado nas últimas décadas. A
população mundial com idade igual ou superior a 60 anos compreende cerca de
11% da população geral com expectativa de aumento nas próximas décadas.
No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,
a população de idosos passou de 6,1% em 1980 para 7,3% em 1991, devendo
chegar por volta de 10% em 2010².
À medida que envelhecem os indivíduos não só experimentam alterações
fisiológicas normais do envelhecimento, mas também estão sujeitos a
problemas médicos. Embora alguns cheguem a idade extrema sem nenhum
problema de saúde, estatisticamente uma pessoa mais velha, tem maior
probabilidade de ter uma ou mais doenças.
As alterações biológicas tornam o idoso menos capaz de manter a homeostase
quando submetido a um estresse fisiológico. Tais modificações, principalmente
quando associadas à idade cronológica avançada, determinam maior
suscetibilidade à ação de doenças, crescente vulnerabilidade e maior
probabilidade de morte.
Inúmeras alterações fisiológicas relacionadas à idade podem afetar o
desempenho da pessoa idosa. Alterações no sistema cardiovascular, sistema
músculo esquelético, sistema nervoso e sistema respiratório são os maiores
vilões do envelhecimento.
As alterações estruturais e funcionais, assim como a coexistência de doenças
sistêmicas predispõe os idosos à diversos acidentes, principalmente quando
comparadas àquela pessoa com grande reserva fisiológica. Apesar dos idosos
sofrerem as mesmas lesões dos indivíduos mais jovens, apresentam diferenças
no que diz respeito ao espectro da lesão, a dominância sexual, a duração e o
resultado da evolução. A fragilidade da pessoa idosa faz com que uma simples
lesão evolua negativamente atingindo vários sistemas e assim se tornando mais

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grave do que seria em uma pessoa mais jovem.


A queda é o mecanismo de lesão mais frequente entre os idosos (40%). A
queda pode ser considerada um evento sentinela na vida de uma pessoa idosa,
um marcador potencial do início de um importante declínio da função ou um
sintoma de uma patologia nova. Seu número aumenta progressivamente com a
idade em ambos os sexos, em todos os grupos étnicos raciais².
Para a Sociedade Brasileira de Geriatria no Brasil, 30% dos idosos caem ao
menos uma vez ao ano. Atualmente as fraturas decorrentes de quedas são
responsáveis por aproximadamente 70% das mortes acidentais em pessoas
acima de 75 anos, em torno de 5% das quedas resultam em fraturas; 5 a 10%
resultam em feridas importantes; mais de dois terços dos que caíram sofrerão
novo episódio em seis meses. No Brasil, a participação das quedas na
mortalidade proporcional por causas externas, cresceu de 3% para 4,5% de
1984 a 1994.

OBJETIVO:
Avaliar a vulnerabilidade da pessoa idosa quanto às quedas e identificar todas
as ações educativas de prevenção.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa qualitativa de revisão bibliográfica em literatura
cientifica, a coleta de dados foi realizada em acervos disponibilizados nas bases
de dados encontrados no MEDLINE, SciELO, LILACS, BDEenf, DEDALUS e em
literaturas não eletrônicas como livros e revistas científicas, sendo adotado um
recorte temporal de 6 anos. Foram utilizados como descritores: vulnerabilidade
do idoso; fragilidade do idoso; saúde do idoso; quedas em idosos; prevenção a
quedas no idoso a fim de abranger o maior numero de artigos referentes ao
tema.
Foram encontrados 27 artigos científicos pertinentes, porém, devido ao recorte
temporal adotado foram selecionados 12 artigos para a elaboração do trabalho.
Após leitura minuciosa, qualificação, separação e comparação dos dados foi
desenvolvida uma linha de pensamento de modo que todos os objetivos do
trabalho fossem alcançados em sua totalidade.

RESUMO:
No Brasil, a atenção à saúde do idoso é uma especialidade em expansão que
ainda carece de profissionais. Tal atenção deve oportunizar o cuidado integral e

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contextualizado, através do reconhecimento de necessidades e de aspectos


individuais e coletivos dessa população. Assim, abordam-se aspectos
relacionados às dimensões da vulnerabilidade, os riscos e agravos das quedas
em idosos bem como sua prevenção, num aspecto fisiológico, psicológico e
educativo, visando subsidiar políticas de prevenção de doenças decorrentes
das quedas e práticas de cuidado individual e coletivo.
A assistência à saúde ao idoso tornou-se prioridade, tendo em vista o aumento
progressivo da expectativa de vida observado nas últimas décadas. A
população mundial com idade igual ou superior a 60 anos compreende cerca de
11% da população geral, com expectativa de aumento nas próximas décadas.
No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE, a população de idosos passou de 6,1% em 1980 para 7,3% em 1991,
devendo chegar por volta de 10% em 2010. Paralelamente a isso, a prevalência
do trauma em idosos tem aumentado de forma significativa nos últimos anos,
especialmente nos grandes centros urbanos².

A FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO E A VULNERABILIDADE BIOLÓGICA/


INDIVIDUAL NO ENVELHECIMENTO

O indivíduo ao envelhecer sofre mudanças fisiológicas que o predispõe a


doenças crônicas e muitas vezes a quedas, mudanças essas que atingem uma
série de sistemas, como²:
• Sistema Cardiovascular:
- o endurecimento das artérias leva a arteriosclerose;
- o miocárdio diminui a elasticidade diminui a contratilidade cardíaca;
- aumento da pressão arterial sistólica;
- diminuição do débito cardíaco em aproximadamente 50%.
• Sistema Músculo Esquelético:
- os ossos endurecem;
- as cartilagens ficam mais delgadas e surgem rachaduras o que as tornam
mais frágeis e redução da mobilidade articular;
- o tecido muscular é substituído por colágeno.
• Sistema Nervoso:
- o cérebro perde neurônios ficando menos eficiente.
• Sistema Respiratório:
- diminuição da elasticidade e complacência pulmonar;
- atrofia dos músculos acessórios da respiração;
- redução da caixa torácica e diminuição da ventilação alveolar.
A vulnerabilidade individual refere-se "ao grau e à qualidade da informação de
que os indivíduos dispõem sobre o problema; à capacidade de elaborar essas
informações e incorporá-las aos seus repertórios cotidianos, ao interesse e às

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possibilidades efetivas de transformar essas preocupações em práticas


protegidas e protetoras". Portanto, vulnerabilidade individual é o que uma
pessoa, na sua singularidade, pensa, faz e quer, e o que, ao mesmo tempo, a
expõe ou não à aquisição de um agravo à saúde. Refere-se à idade, à
hereditariedade, assim como ao tipo de informação de que a pessoa dispõe, e
de como a utiliza¹.
As alterações biológicas tornam o idoso menos capaz de manter homeostase
quando submetido a um estresse fisiológico. Tais modificações, principalmente
quando associadas à idade cronológica avançada, determinam maior
suscetibilidade à ação de doenças, crescente vulnerabilidade e maior
probabilidade de morte. Atualmente, no Brasil, observa-se a queda acentuada
da mortalidade infantil, redução da mortalidade por doenças infecto-contagiosas
e um aumento significativo da mortalidade por doenças crônicas não-
transmissíveis.

FATORES DE RISCO PARA QUEDAS EM IDOSOS

A queda pode ser definida como um deslocamento não-intencional do corpo


para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo
hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais que comprometem a
estabilidade3.
As causas que provocam as quedas são múltiplas e podem ser agrupadas em
fatores intrínsecos e extrínsecos. Entre os primeiros, encontram-se as
alterações fisiológicas pelas quais o idoso passa, condições patológicas e
efeitos adversos de medicações; ou uso concomitante de medicamentos. Entre
os fatores extrínsecos, destacam-se os perigos ambientais e calçados
inadequados. A maioria das quedas apresentadas pelos idosos resulta de uma
interação complexa entre estes fatores, comprometendo os sistemas envolvidos
com a manutenção do equilíbrio.
Os principais fatores de risco para quedas em idosos são: idade avançada,
sexo feminino, função neuromuscular prejudicada, presença de doenças
crônicas, história prévia de quedas, prejuízos psicocognitivos, polifarmácia, uso
de benzodiazepínicos, presença de ambiente físico inadequado, incapacidade
funcional e hipotensão postural. O risco de cair pode crescer com o acúmulo
desses fatores, sugerindo que as quedas sejam resultado de um efeito
acumulado de múltiplas debilidades3.
Distúrbios músculo-esqueléticos, como osteoartrose, que resultam em rigidez e
dor nas articulações, estão ligadas à instabilidade no caminhar e no equilíbrio. A
perda da força muscular conseqüente a estes distúrbios pode prejudicar a
mobilidade, levando à dependência funcional, sendo esta uma condição
relacionada com o evento queda.
Inúmeras alterações fisiológicas relacionadas à idade podem afetar o

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desempenho visual e levar ao risco de quedas. O déficit na acuidade visual,


restrição do campo visual, aumento da suscetibilidade à luz, percepção de
profundidade deficiente ou instabilidade na fixação do olhar constituem-se em
fatores relacionados à perda de equilíbrio, uma vez que a visão constitui o
órgão sensorial que fornece importantes informações aferentes para o
mecanismo de controle postural. Os déficits visuais, quando associados a
pouca iluminação ambiental, podem predispor a escorregões e derrapadas em
ambientes com irregularidades no chão, tais como poças d'água, pontas de
tapetes erguidas, entre outros.
A literatura aponta que a diminuição da sensibilidade auditiva resulta em
vertigens e dificulta o controle postural, principalmente em movimentos bruscos
e mudanças de direção, favorecendo, portanto, a ocorrência de quedas.
As mudanças fisiológicas relacionadas ao envelhecimento possuem uma série
de alterações que interferem diretamente nos processos de absorção,
distribuição, metabolização e eliminação dos medicamentos. Os medicamentos
são utilizados para tratar e reduzir a morbidade associada a diversas doenças.
Entretanto, o uso concomitante destes medicamentos predispõe o idoso aos
riscos de seus efeitos aditivos. O uso de medicamentos tem sido abordado em
vários estudos como um dos fatores de risco para o evento queda.
As quedas podem ser induzidas por meio de inúmeros mecanismos e atos
diretos e indiretos da medicação utilizada. Drogas como sedativos/ansiolíticos,
antidepressivos e agentes cardiovasculares (tais como diuréticos, anti-
hipertensivos, cardiotônicos) podem levar diretamente a quedas, por causarem
hipotensão postural, sedação excessiva e diminuição no tempo de reação,
dificuldades no equilíbrio e no caminhar, arritmias e danos a um estado de
alerta cognitivo3.
Os medicamentos cardiovasculares são considerados na predisposição de
quedas em idosos, em virtude dos efeitos colaterais como bradicardia,
hipotensão, sonolência e fadiga.
O envelhecimento é caracterizado por um declínio na performance motora e
pela diminuição gradual do movimento, sendo a fraqueza muscular um grande
contribuinte para o declínio da funcionalidade do idoso. Uma diminuição da
força muscular afeta em última instância a capacidade laboral, a atividade
motora e a adaptabilidade ao ambiente, contribuindo para que ocorram
instabilidades e quedas em indivíduos idosos. Vários estudos indicam uma
correlação entre a fraqueza muscular e as quedas em idosos, sendo que um
deles aponta a fraqueza muscular como segunda maior causa de queda,
juntamente com os distúrbios do equilíbrio e da marcha.

PREVENÇÃO DE QUEDAS NO IDOSO

Não é uma tarefa fácil prevenir quedas do idoso. Para controle e prevenção das

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quedas é necessária abordagem multidisciplinar incluindo medidas de


prevenção, mudanças de hábitos, tratamento médico, de enfermagem e
psicológico. Há necessidade de convencer o idoso a mudar alguns hábitos, o
que, às vezes, é a parte mais difícil do tratamento.
Orientação sobre risco de quedas e suas conseqüências e sobre a importância
da mudanças de alguns hábitos como passar a usar bengala ou andador no
casos indicados podem servir para iniciar um trabalho de prevenção.
Avaliação médica incluindo: testes cognitivos, de marcha e equilíbrio,
verificação do uso excessivo de medicamentos e avaliação da presença de co-
morbidades como depressão; avaliação anual da visão e dos pés; avaliação da
acuidade auditiva quando houver suspeita de comprometimento; avaliação do
estado nutricional e medidas de promoção à saúde com prescrição de cálcio e
vitamina D para prevenir osteoporose e tratamento da osteoporose quando
necessário com utilização de bifosfonados.
Fazer exercícios físicos para fortalecer os músculos, melhorar o equilíbrio e
aumentar a flexibilidade é prática fundamental na terceira idade. Com isso, são
reduzidos os riscos de quedas, a sexta causa de mortes de idosos no Brasil,
segundo o Ministério da Saúde. A prática de exercícios físicos mesmo nos
idosos mais frágeis ou que usam bengala, andadores ou estão em cadeira de
rodas para melhora da marcha e do equilíbrio, fortalecimento de musculatura
principalmente das pernas, aumentar a amplitude do movimento das
articulações, alongamento e aumento da flexibilidade articular, assim,
prevenindo as quedas.

O PAPEL DO CUIDADOR E/OU FAMÍLIA FRENTE A PREVENÇÃO ÀS


QUEDAS

Há diversas dicas de adaptações ambientais que podem ser realizadas nos


ambientes mais freqüentados pelo idoso na casa para evitar acidentes.
Adaptações ambientais:
Muitas vezes, é preciso fazer algumas adaptações no ambiente da casa para
evitar quedas, facilitar o trabalho do cuidador do idoso e permitir que a pessoa
possa se tornar mais independente.
&#9658; O lugar onde a pessoa mais fica deve ter somente os móveis
necessários. É importante manter alguns objetos que a pessoa mais goste de
modo a não descaracterizar totalmente o ambiente. Cuide para que os objetos e
móveis não atrapalhem os locais de circulação e nem provoquem acidentes.
&#9658; As cadeiras, camas, poltronas e vasos sanitários mais altos do que os
comuns facilitam a pessoa cuidada a sentar, deitar e levantar. O cuidador ou
outro membro da família podem fazer essas adaptações. Em lojas
especializadas existem levantadores de camas, cadeiras, vasos sanitários e
vários tipos de objetos adaptados que evitam os acidentes domésticos mais

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comuns.
&#9658;Antes de colocar a pessoa sentada em uma cadeira de plástico,
verifique se a cadeira suporta o peso da pessoa e coloque a cadeira sobre um
piso antiderrapante, para evitar escorregões e quedas.
&#9658; O sofá, poltrona e cadeira devem ser firmes e fortes, ter apoio lateral,
que permita à pessoa se sentar e se levantar com segurança.
&#9658; Retire tapetes, capachos, tacos e fios soltos, para facilitar a circulação
do cuidador e da pessoa cuidada e também evitar acidentes.
&#9658;Sempre que possível é bom ter barras de apoio na parede do chuveiro
e ao lado do vaso sanitário. Assim, a pessoa se sente segura ao tomar banho,
sentar e levantar do vaso sanitário, evitando se apoiar em pendurador de
toalhas, pias e cortinas.
&#9658; O banho de chuveiro se torna mais seguro com a pessoa cuidada
sentada em uma cadeira, com apoio lateral.
&#9658; Piso escorregadio causa quedas e escorregões. Por isso é bom utilizar
tapetes antiderrapantes (emborrachados) em frente ao vaso sanitário e cama,
no chuveiro, embaixo da cadeira etc.
&#9658; Os objetos de uso pessoal devem estar colocados próximos à pessoa
e em uma altura que facilite o manuseio, de modo que a pessoa não precise
abaixar ou se levantar para apanhá-los.
&#9658; As escadas devem ter corrimão dos dois lados, faixa ou piso
antiderrapante e ser bem iluminadas.
&#9658; Tapetes antiderrapantes e bancos no chuveiro;
&#9658; Manter uma luz acesa durante a noite, para o caso de o idoso se
levantar da cama;
&#9658; Evitar tapetes e quinas nos móveis;
&#9658; Evitar animais pequenos soltos dentro de casa que podem fazer o
idoso tropeçar.

CONCLUSÃO:
Toda a sociedade está observando o aumento da população de idosos, em
quase todas as casas existe um idoso, a mídia divulga as políticas de saúde do
idoso, mas a maioria da sociedade brasileira não está preparada para lidar com
a pessoa idosa.
Poucas famílias que tem um idoso em casa se preocupam com o seu bem
estar, sua segurança, logo não preparam o ambiente prejudicando o idoso em
suas atividades da vida diária ( AVDs), isso faz com que o idoso veja o
ambiente onde ele vive como um obstáculo a ser transposto ocasionando
quedas, as quedas por sua vez geram internações hospitalares, infecções
secundárias, dependências, desencadeando uma série de sensações como

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medo de cair novamente, insegurança, solidão, depressão e morte. A queda


pode ser o inicio de uma cascata de problemas físicos, emocionais, mentais ,
com alteração do padrão de vida do idoso e sua família .
Existem famílias que ao se depararem com a responsabilidade de acolherem
um idoso em sua casa, por conveniência ou por insegurança o internam em
instituições de longa permanência para idosos (ILPI) buscando uma melhor
qualidade de vida para esse idoso, mas geralmente não é isso que acontece. A
mudança de ambiente, rotinas, a distância da família podem ocasionar quedas
e despertar no idoso um sentimento de abandono, solidão, desprezo, causando
depressão chegando a causar até à morte.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. EIDT, Olga Rosaria; PAZ, Adriana Aparecida; SANTOS, Beatriz Regina Lara
dos. Vulnerabilidade e envelhecimento no contexto da saúde. Acta paul.
Enferm. Vol.19 n.3 São Paulo 2006.

2. PARANHOS, Wana Yeda. Atuação no trauma: uma abordagem para a


enfermagem. ed.1 cap.26 p.411 São Paulo 2008.

3. BACHION, Maria Márcia; MENEZES, Ruth Losada de. Estudo da presença


de fatores de riscos intrínsecos para quedas, em idosos institucionalizados.
Ciênc. Saúde Coletiva. vol.13 n.4 Rio de Janeiro 2008.

________________________________________________________________
*Graduando do Curso de Enfermagem – 8º semestre – Universidade de Santo
Amaro UNISA – marcuscarmona@hotmail.com.
*Orientadora – Enfermeira, Professora Mestre em Gerontologia, do Curso de
Enfermagem, da Universidade de Santo Amaro UNISA.

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QUERCETINA E RUTINA: DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE


DISSOCIAÇÃO POR TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE EM MEIO
ALCOÓLICO
CIBELE FRANCA GRANGEIRO(1), GRAZIELLY NASCIMENTO FLOSE(2)

ROBSON MIRANDA DA GAMA(3),REGINA SIQUEIRA HADDAD


CARVALHO(4)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A natureza sempre foi a principal fornecedora de medicamentos através de sua
flora medicinal, na qual ultimamente um grande avanço científico é verificado.
Extensamente encontrados na natureza em várias frutas, vegetais e diferentes
plantas medicinais, os flavonóides são substâncias fenólicas que além de
apresentarem atividades vasodilatadora e antioxidante, ainda possuem diversas
propriedades fisiológicas, bioquímicas e farmacológicas. Incluindo ação
antibacteriana, antiinflamatória, imune-estimulante e antialérgica. Tornando-se
então um importante grupo de substâncias naturais 1.
A quercetina e a rutina são flavonóides que nas últimas décadas tiveram suas
atividades farmacológicas intensamente pesquisadas havendo um aumento no
interesse por parte das indústrias farmacêuticas devido aos seus benefícios à
saúde que são bem reconhecidos 2.
A determinação dos valores das constantes de dissociação (pKs) são de grande
relevância pois é uma das formas de se prever a melhor estabilidade e
comportamento dos compostos durante a absorção, distribuição e eliminação
de substâncias de ação terapêutica.
A técnica volumétrica de titulação ácido-base permite a análise de um material
em diferentes pH. É um método clássico de doseamento que se baseia em
reações químicas. Ao ser comparada com outras técnicas, a titulação ácido-
base é simples e barata, podendo-se utilizar um pH-metro, o qual é mergulhado
na solução a ser analisada, calculando o pH da solução 3.
Conhecer o comportamento da quercetina e da rutina é importante tanto para
as formulações dermo-cosméticas, quanto para a sua possível utilização em
análises cromatográficas.

OBJETIVO:
Adequação da técnica de determinação do pK da quercetina e da rutina pelo
método da titulação ácido-base em álcool metílico e álcool etílico.

METODOLOGIA:
Foi utilizado um pH-metro B474 da Micronalo com precisão de &#61617; 0,001,

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equipado com eletrodo combinado, bureta de vidro e agitador magnético Nova


Ética.
A quercetina utilizada como padrão primário foi de grau HPLC (&#61619;
98,0%) da Flukao, e a rutina utilizada como padrão primário, foi de grau HPLC
(&#61619; 98,0%) da Sigma-Aldricho. Como solventes foram utilizados álcool
metílico e etílico absoluto para análise, hidróxido de sódio e ácido clorídrico
para análise.
Antes de se iniciar a titulação da rutina em meio alcoólico, o pH da mesma foi
corrigido com solução de HCl 0,1M até o pH se manter constante, indicando
assim o início da curva de titulação (platô inferior), em seguida adicionou-se
sucessivamente 0,2 mL do titulante (álcool metílico pH 12,8 e álcool etílico pH
12,3 – pH alcançado com a adição de pastilhas de NaOH) até o término da
titulação (platô superior).
O pK é determinado, encontrando-se o ponto médio entre o platô inferior e o
superior da curva de titulação. Esta curva foi construída no programa
Excell&#61666;.

RESUMO:
A adequação da técnica de determinação do pK da quercetina e rutina em
álcool metílico e etílico foi feita pelo método da titulação ácido-base. Através
deste método pode-se determinar o pK aparente, este é assim chamado por se
ter utilizado solvente orgânico (álcool metílico e etílico) para a solubilização e
titulação ácido-base, pois elas são pouco solúveis em solvente aquoso.
As constantes de dissociação encontradas para a quercetina em metanol e
etanol foram de aproximadamente 5,8 ± 0,1 e 4,8 ± 0,1, respectivamente. O
valor de pK para a rutina foi encontrado apenas em metanol, pois ela é instável
em etanol e este foi de aproximadamente 5,5 ± 0,1.

CONCLUSÃO:
Pode-se determinar um dos pKs da quercetina tanto em álcool metílico quanto
em álcool etílico através da técnica de titulação ácido-base na presença de
solvente orgânico, porém a rutina só pôde ter seu pK determinado em álcool
metílico, pois em álcool etílico ela é instável.
Sabe-se que o álcool metílico é muito mais tóxico que o álcool etílico, e como a
quercetina é estável em ambos os solventes, sugerimos como solvente de
trabalho o álcool etílico, propiciando uma melhor segurança de trabalho.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. COUTINHO, M. A. S.; MUZITANO, M. F.; COSTA, S. S. “Flavonóides:

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Potenciais agentes terapêuticos para o processo inflamatório” In: Revista Virtual


de Química. vol. 1, n. 3, 2009.

2. SIMÕES, C. M et al. Farmacognosia – da planta ao medicamento. 5. ed.


Porto Alegre: UFRGS, cap. 23, pp.577-583, 2004.

3. BUENO, G. GAMA, R.M. PALUDETTI, L.A. Técnicas volumétricas de


Doseamento aplicadas ao controle de qualidade. In: Revista Rx, n.7, pp. 24-28,
2008.

________________________________________________________________
1 - Discente da Faculdade de Farmácia – UNISA
2 - Discente da Faculdade de Farmácia – UNISA
3 - Farmacêutico responsável – LESIFAR – UNISA
4 - Docente da Faculdade de Farmácia, Orientadora e Química Responsável
pelo Laboratório Analítico da Faculdade de Farmácia – UNISA/LONZA .
reginash@gmail.com

Grupo de Pesquisa: Pesquisa, desenvolvimento, análise e controle de qualidade


de princípios ativos, medicamentos e cosméticos.

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Reabilitação do paciente estomizado: Um desafio para o


enfermeiro
ELISANGELA MACIEL DA SILVA LOPES.(1)

DEBORA CRISTINA SILVA POPOV(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Estomia é uma comunicação artificial entre órgãos ou vísceras até o meio
externo para drenagens, eliminações ou nutrição(1).
“As palavras ostomia, ostoma,estoma ou estomia são de origem grega .Elas
significam boca ou abertura e são utilizados para indicar a exteriorização de
qualquer víscera oca no corpo.
A primeira referência histórica que se conhece sobre estomia foi registrada na
França por Litré onde foi realizado uma colostomia terminal ou definitiva em
pacientes com defeito congênito obstrutivo do reto.
Os estomas podem se classificados, de acordo com o segmento do corpo que é
exteriorizado.
Traqueostomia é um procedimento no qual uma abertura é feita na traquéia. É
realizada para desviar-se de uma obstrução das vias aérea superiores, para
remover secreções traqueobrônquicas, e para substituir o tubo endotraqueal.
Colostomia: é a exteriorização do cólon (intestino grosso) através da parede
abdominal. Uma colostomia pode ser posicionada em qualquer segmento do
intestino grosso. Os fatores que levam as pessoas se submeterem aos
procedimentos cirúrgicos que resultam em uma colostomia são: câncer de colón
e reto, retocolite ulcerativa, doença de cronh, doença de chagas, obstruções no
trato gastrintestinal, perfurações causadas por armas de fogo, e objetos perfuro-
cortantes.Segundo a localização anatômica e o segmento do cólon
exteriorizado, influenciará a natureza da eliminação fecal, conforme a seguir:
(2).
Ascendente: localizada no quadrante inferior direito do abdome, sendo o
conteúdo eliminado geralmente de consistência semilíquida e tende a fluir
quase continuamente.
Transversa: localizada na parte transversa do cólon (pode ser direita ou
esquerda), sendo o conteúdo eliminado geralmente de consistência semilíquida
para pastosa(2).
Descendente ou sigmóide: localizada no quadrante inferior esquerdo do
abdome, sendo o conteúdo eliminado de consistência mais pastosa.
A eliminação fecal neste caso pode ser controlada através de irrigação
intestinal.
Ileostomia: consiste na formação de uma abertura temporária ou permanente
através do íleo,com fixação da alça intestinal no abdômen,geralmente á

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direita.Este procedimento é feito quando existe uma extensa lesão, para reduzir
a atividade no cólon e ressecção do intestino grosso ocasionado por neoplasias
malignas.
Jejunostomia consiste na colocação de um cateter a cerca de 20 a 30 cm do
ângulo duodeno-jejunal é indicada quando há tumores esofágicos, deiscência
de gastrostomia, abscesso ou necrose do pâncreas e proteção de suturas
gastrintestinais em ulceras perfuradas. Com finalidade descompressiva quando
colocado no sentido duodenal, para nutrição, retenções gástricas pós-
vagotomia quando colocada no sentido distal.
Gastrostomia: É um procedimento cirúrgico realizado para criar uma abertura no
estomago com o propósito de administrar alimentos e líquidos. É indicada para
Nutrição prolongada em pacientes idosos ou debilitado, por distúrbios
neurológicos acidentes e neoplasias gastrintestinal.
Urostomia: é uma abertura abdominal para a criação de um trajeto alternativo
de drenagem da urina. As estomias urinárias são realizadas por diversos
métodos cirúrgicos com objetivo de reconstruir o trato urinário e preservar a
função renal, em caso de neoplasias, trauma, doenças congênitas e outras.
Os estomas em geral podem ser classificados quanto a cronologia em:
Temporários: determinado período de tempo, o qual pode ser de meses a anos.
Definitivos: terá que conviver por tempo indeterminado, ou seja, enquanto viver.
A principal causa da confecção de colostomia são as neoplasias malignas.
De acordo com o último censo em 2007 realizados pela associação brasileira
dos ostomizados estima-se que no Brasil, existam 33.864 indivíduos
colostomizados, com maior incidência em São Paulo, com 9.200.
As estimativas de incidência de câncer no Brasil, para 2008, apontam o câncer
colorretal como o terceiro tumor maligno mais freqüente no mundo em ambos
os sexos, o número de casos novos para homem é de 12.490 e mulheres é de
14.500.Isso corresponde a uma estimativa de 13 casos novos a cada 100 mil
homens e de15 casos novos para cada 100 mil mulheres.A maior incidência
ocorre na faixa etária entre 50 e 70 anos, mas a possibilidade de desenvolver
começa a partir dos 40 anos.
Os dados epidemiológicos referentes á estomia são escassos, devido ás
dificuldades de sistematização de dados e informações de saúde, por serem
conseqüência de doenças ou traumas e não são causas de diagnostico.Sendo
descritas como procedimentos cirúrgicos(1).
O colostomizado foi escolhido como objeto desse estudo, pois percebemos que
ele pode apresentar dificuldades na sua reabilitação.Acreditamos que o
colostomizado possa retomar suas atividades após a cirurgia, significando um
desafio ao enfermeiro, devido á complexidade desse paciente e da repercussão
que esse procedimento tem na vida desses indivíduos.

OBJETIVO:

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Identificar e descrever, na literatura as dificuldades que os pacientes


colostomizados encontram na sua readaptação após a cirurgia.

METODOLOGIA:
O estudo foi uma revisão bibliográfica de caráter exploratório, utilizando as
bases de dados: SCIELO, LILACS, BIREME,,BDENF. Foram usados os
seguintes descritores: reabilitação, estomia, enfermeiro. Foram relacionados
artigos dos últimos dez anos, de 1999 a 2009, em língua portuguesa e que após
a leitura dos resumos aos objetivos propostos no estudo apresentaram
similaridade com os objetivos propostos no estudo.

RESUMO:
As dificuldades dos pacientes colostomizados foram divididas em três grandes
grupos: físicas, psico emocionais e sociais.

FÍSICAS

A deformidade física causada pela colostomia após a cirurgia provoca


alterações fisiológicas na forma de eliminação das fezes (3).
As alterações relacionadas com o físico, referem-se as modificações fisiológicas
gastrintestinais, a perda do controle fecal e da eliminação de gases,
complicações relacionadas com a colostomia e a realização do auto-cuidado
com o estoma e com a troca de bolsas.
As alterações físicas podem estar relacionadas com as complicações mais
freqüentes, como que estoma, são: hérnias, prolapsos, técnica cirurgia
inadequada, esforço físico precoce, deficiência no auto cuidado, infecção e
aumento de peso.
A demarcação do estoma é um procedimento simples e tem como finalidade
selecionar uma localização adequada no abdome para implantação do estoma.
Um estoma bem localizado facilita o auto cuidado proporciona segurança e bem
estar do individuo.
A demarcação não programada do estoma, pode gerar complicações e
transtorno após a cirurgia.O paciente pode se sentir invadido por não poder
opinar na localização do estoma que muitas vezes é feita no centro cirúrgico
pelo cirurgião sem respeitar hábitos de vida do individuo.
Para evitar a localização inadequada do estoma, deve ser considerado hábitos
pessoais, além da localização do músculo reto abdominal, distancia de
proeminências ósseas, dobras cutâneas, contorno abdominal, cicatriz que
dificulta a aderência da bolsa na pele e demarcação correta do estoma.
O individuo que tem um estoma mal localizado pode tentar amenizar essa
situação, fazendo uso de dispositivo com barreiras protetoras macias, pasta
protetora que proporciona um nivelamento da pele periestomal que prolonga o

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tempo de permanência do dispositivo, reduzindo o risco de vazamento e


infiltração.
A correção cirúrgica de um estoma inadequado pode ocorrer quando há
obstrução da luz, recidiva tumoral e dificuldade para adaptação dos
dispositivos.
É necessária a observação do estoma a cada troca de bolsa para prevenir
dermatites, problemas cutâneos, infecções e processos alérgicos que podem
estar associadas ao dispositivo inadequado impedindo a aderência da bolsa na
pele.
As bolsas são sacos coletores que tem por finalidade armazenar o conteúdo
fecal. São indicadas de acordo com a localização do estoma.É possível
encontrar uma variedade de placas e bolsas coletoras que procuram adaptar-se
cada vez mais as necessidades do individuo estomizado deixando a opção de
escolha.
Para amenizar complicações como dermatites processos alérgicos e
infecciosos existem as placas e barreiras protetoras, são produzidas, as bases
de gelatina e pectinas celuloses sódicas, que auxilia no processo de
cicatrização, oferece proteção da pele e tem melhor aderência durabilidade da
pele.
O filtro de carvão ativado e a solução higienizante são alternativas que podem
ser utilizadas na bolsa, reduzindo odores e proliferação de bactérias.
A nutrição também é um fator importante nessa nova fase da vida pois, existem
alimentos que podem ser evitados pelos colostomizados, entre eles estão a
carne de porco,frituras ,bebidas gasosas e verduras cruas para evitar diarréias
e flatulências excessivas(3).
Os alimentos podem ser classificados em constipantes e laxativos. Os que
provocam odor, são os frutos do mar, ovos, peixes, repolho, cebola e alho crus,
enquanto que alimentos que neutralizam odores são, arroz aveia, pêra, cenoura
e espinafre. O ideal seria que o individuo colostomizado fosse orientado quanto
a todos esses fatores alimentares importantes a sua readaptação do ponto de
vista físico.
Segundo estudos, a maiorias dos indivíduos colostomizados relatam o
incomodo da eliminação de gases, devido o barulho, o odor exalado e a
presença de vazamento na bolsa de colostomia.
Para amenizar essa situação o paciente pode ser orientado quanto á irrigação
da colostomia. , A irrigação é uma lavagem intestinal através da colostomia,
com água através de um irrigador próprio com volume de 1000 a 1500 ml a
cada 24 ou 72 horas, cuja finalidade é estimular os movimentos do intestino
grosso. Esse procedimento educa o intestino e mantém a colostomia em
repouso até a próxima irrigação.
Gerando mais segurança e praticidade ao colostomizado.

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DIFICULDADES PSICO-EMOCIONAIS

Quanto aos aspectos psicológicos, uma das preocupações é na alteração da


imagem corporal, que leva a sensação de mutilação e rejeição de si mesmo. A
imagem corporal refere-se aos sentimentos quanto à maneira como nos
percebemos e nossa reações ao mundo que nos circunda.
A imagem corporal está relacionada à juventude beleza, vigor, integridade e
saúde, e aqueles que não correspondem a esse conceito de beleza corporal,
podem experimentar significativo senso de rejeição (3).
É através da imagem corporal que o individuo mantém um equilíbrio interno
enquanto interage com o mundo, e sua modificação pode influenciar em suas
atividades laborativa e seu desempenho social.
A doença está intimamente relacionada ao sofrimento, a dor, a deterioração,
incertezas quanto ao futuro, Tais sentimentos resultam das transformações
percebidas pelo colostomizado com o passar do tempo decorrentes da
existência da colostomia.
Considera-se que a maioria dos indivíduos após a realização da colostomia
prefere a morte, Vivenciando os estágios emocionais de negação, ira,
barganha, depressão e aceitação(3).
A presença de uma colostomia está associada a sentimentos como: medo,
rejeição, insegurança sendo que o tempo de adaptação muda de um individuo.
para o outro. Sentimentos que mesclam a alegria de estar vivo e livre da doença
mistura-se medo, rejeição e preconceito.
A preocupação com a família é constante, principalmente quando há filhos
pequenos, e também relacionado ao bem –estar e a saúde dos seus membros.
Recomenda-se a participação da família como facilitadora na readaptação do
colostomizado, a presença da família permite a recuperação mais rápida do
individuo reforça as intervenções implementadas pelo cuidador.
A maioria dos pacientes colostomizados, apresentam dificuldades relacionadas
a sexualidade devido as alterações na imagem corporal O medo e a dor
afastam os desejos sexuais e a falta de orientação e diálogo não deixam que o
prazer e a sexualidade voltem a fazer parte da vida desse indivíduos.
Boa parte das dificuldades sexuais tem origem psicológica, sobretudo a
vergonha frente do parceiro pela sensação de estar sujo e repugnante gerando
o medo de ser rejeitado. A sexualidade do individuo é alterada mais pela baixa
auto-estima, do que pela limitação física(3).
Após a colostomia, o individuo pode sofrer alterações na sexualidade, como o
homem no qual ocorrem secção de artérias ou nervos responsáveis pela ereção
peniana durante a cirurgia, e na mulher a perda do libido e dor dificultam ato
sexual.
O fato de ser portador de um estoma não significa que a sexualidade foi
anulada, e sim que deve haver uma adaptação de forma criativa a essa nova

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realidade.
É essencial considerar o papel da religiosidade nesses indivíduos, suas
tradições culturais, crenças e praticas religiosa que representam uma conduta
essencial da condição humana. A refêrencia em DEUS contribui muito para
continuar a manutenção de suas vidas.

DIFICULDADES SOCIAIS

O preconceito de uma sociedade desinformada leva o portador de colostomia a


uma drástica mudança em suas relações sociais, no lazer, no trabalho e no
cotidiano familiar.
O portador da colostomia, ao perceber descriminação, afasta-se
antecipadamente desse constrangimento, para evitar sentimentos de pena e
reações de aversão (3).
Uma das alterações ocasionadas pela colostomia é a alteração do papel e do
Status social do cliente na família e na sociedade.É comum após a cirurgia o
individuo que trabalhava, ser aposentado, deixando de ser o provedor da
família.
A nível social, constata-se que existe uma preocupação por parte da pessoa
colostomizado em manter secreta a colostomia. Alguns percebem o
afastamento de ‘amigos’, enquanto outros se afastam, por se sentirem
“estigmatizados” nas relações sociais.
As associações de Ostomizados são destacadas na sociedade como um local
onde esses indivíduos podem se sentir “normais e capazes” de manifestarem
seus sentimentos reprimidos, estabelecendo um relacionamento social com um
grupo que enfrenta dificuldades semelhantes.
Segundo a declaração internacional dos direitos dos ostomizados o paciente
tem direito a garantia de um estoma bem construído, receber gratuitamente os
dispositivos, cuidados de enfermagem no período pré e pós-operatório tanto no
hospital como em suas próprias comunidades(1).
A lei 5.384 atribui ao individuo ostomizado direito de acessibilidade em locais
públicos indentificado com o símbolo de pessoa ostomizado que é representado
por uma cruz no abdome à esquerda, essa lei estabelece no dia 3 de outubro o
dia mundial do ostomizado.
A reabilitação do colostomizado visa restituir as atividades do convívio social e a
melhorara na qualidade de vida diante do impacto da colostomia.O convívio
social no que se refere às atividades de lazer como cinema, assistir TV, leitura
não sofre alterações, mas as atividades de lazer que exigem mais do individuo
como viajar, praticar esportes etc, gera insegurança quanto a qualidade do
dispositivo e vergonha por estar usando a bolsa de colostomia.
A volta ao trabalho é uma atividade positiva que o colostomizado deve reiniciar
o mais rápido possível, para normalizar sua nova condição de vida, e gerar

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sentimentos de utilidade, e inserção na vida financeira da família.


O enfermeiro tem um papel importante como educador e cuidador do individuo
colostomizado e auxilia na orientação do individuo e família estabelecendo
vínculos; esse cuidado tem início no período que precede a cirurgia, e não tem
um momento para acabar, pois esse indíviduo, está continuamente passando
por alterações e mudanças no seu cotidiano.

CONCLUSÃO:
Com esse estudo concluímos que as dificuldades que os indivíduos
colostomizados encontram podem ser divididas em três categorias distintas:
físicas, psico-emocional e sociais.
As físicas estão relacionadas com o dispositivo, nutrição, demarcação do
estoma e eliminações.
Psico –emocionais são relacionados a alteração imagem corporal
,relacionamento afetivo e atividade sexual.
Sociais foram classificadas em alterações de status social, isolamento social e
vida laborativa.
O enfermeiro é muito importante na reabilitação do colostomizado, não só pela
orientação, mas pela reinserção desse individuo na sociedade, pois ele
necessita de acompanhamento por um longo período devido as alterações que
vão surgindo ao longo da vida.Com este estudo acreditamos ter contribuído
com a sociedade, pois há pouco conhecimento sobre a história da colostomia e
das mudanças que acontecem na vida desse individuo. Acreditamos que os
colostomizados são capazes de retomar suas atividades respeitando os
limites;Impostos pela sua nova condição.
Esperamos que este estudo venha promover conhecimento não só ao nível de
auto cuidado, mas também de autonomia social, com cuidado humanizado
elaborado pelo enfermeiro respeitando as dificuldades desses pacientes após a
cirurgia,e contribuindo para uma relação completa e satisfatória.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Sampaio FAA, Aquino PS,Araujo TL,Galvão MTG.Assistência de enfermagem
a paciente com colostomia:aplicação da teoria de Orem. Rev Acta PAUL
Enferm. 2008;21(1): 94-100.
2.Delay DMP.O cuidado com ostomizado: uma revisão de
literatura.Cascavel,2007
3. Silva AL, Shimizu HE. O significado da mudança no modo de vida
da pessoa com estomia intestinal definitiva. Rev Latino-am Enferm, 2006;
14(4): 483-90.

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1. Aluna do curso enfermagem da Universidade de Santo Amaro – Unisa.E-


mail:lili.maciel@ig.com.br.
2.Enfermeira mestre em enfermagem na saúde do adulto.professora Assistente
do curso de Enfermagem da Unisa.

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RELATO DE CASO: FISIOTERAPIA NO GANHO DE


HABILIDADES FUNCIONAIS EM CRIANÇA COM A SÍNDROME DE
CRI DU CHAT
ANA LUÍSA RODRIGUES SANTOS DELALIBERA(1)

DALVA MARIA DE ALMEIDA MARCHESE(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Descrita por Lejeune et al. (1963), a Síndrome de Cri-du-chat (SCDC), do
francês “miado do gato”, ou monossomia 5p (MIM#123450) é caracterizada
como uma síndrome congênita hereditária associada à deleção de parte do
braço curto do cromossomo 5 sendo uma das síndromes autossômicas de
deleção mais freqüentes. A incidência da SCDC varia de 1:15.000 a 1:50.000
nativivos, com ligeiro predomínio do sexo. Mais de 80% das deleções são de
origem paterna e é raro encontrar inversão paracêntrica no cromossomo da
mãe. O risco de recorrência é inferior a 1% se o estudo cromossômico dos pais
for normal, e 25% se um dos progenitores for portador de translocação
balanceada. A mortalidade é mais elevada nos pacientes com translocação não
balanceada em relação aos pacientes com apagamentos terminais. O nome da
síndrome deve-se ao fato das crianças com este distúrbio apresentarem choro
similar ao miado de gato ao nascimento que desaparece com algumas semanas
de vida. O choro semelhante ao miado de gato é devido à hipoplasia da laringe.
Os recém-nascidos apresentam baixo peso ao nascimento, devido ao retardo
de crescimento intra-uterino, hipotonia, dificuldades respiratórias, de sucção e
de alimentação. O fenótipo característico inclui microcefalia, baixa estatura, face
redonda, hipertelorismo, micrognatia, pregas epicânticas, orelhas de
implantação baixa, retardo mental e atraso psicomotor severo. O retardo do
crescimento é bastante acentuado ao longo da vida e a estatura no adulto pode
variar de 124 a 168 cm. No período neonatal e infantil as crianças portadoras
são hipotônicas; a causa da deformidade da coluna espinal nessa fase pode ser
devida ao desequilíbrio dos músculos paraespinhais. A escoliose está
frequentemente associada ao aumento do tônus muscular com hiperreflexia
tendinosa profunda. Cuidado e atenção devem ser dados à escoliose na SCDC,
especialmente a associada à espasticidade. Os portadores da SCDC têm atraso
no desenvolvimento da fala e da linguagem e grande parte deles não
desenvolve a linguagem falada. Alguns se comunicam através de sinais ou por
técnicas alternativas. O atraso de desenvolvimento neuropsicomotor é muito
grave e somente 20% das crianças adquirem marcha. Algumas crianças
afetadas atingem nível psicomotor e social de cinco a seis anos de idade, com
estimulação precoce e com suporte familiar adequado. Problemas

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comportamentais são comuns em crianças e jovens adultos com SCDC; podem


apresentar estereotipia, hiperatividade, déficit de atenção, auto-lesão,
comportamentos agressivos e obsessão por objetos. A região específica que
falta em todos os pacientes com o fenótipo foi identificada na banda 5p15; a
5p15.3 está relacionada com o retardo mental e da fala; e, a 5p.15.2 relaciona-
se com o dismorfismo; porém, nem todas as deleções no cromossomo 5p
ocasionam o fenótipo. Das condições listadas para a síndrome, além da
necessidade de cuidados com o desenvolvimento de escoliose, o atraso no
desenvolvimento motor é preocupação do fisioterapeuta que trata pessoas com
SCDC, com as mesmas técnicas de tratamento consagradas na fisioterapia
neurológica, acrescidas dos estímulos neuropsicomotores.

OBJETIVO:
Descrever o tratamento fisioterapêutico de criança com a síndrome de Cri-du-
Chat.

METODOLOGIA:
Trata-se de relato de caso de paciente de fisioterapia com a síndrome de Cri-
du-chat (SCDC). O acompanhamento do tratamento fisioterapêutico foi
realizado no Ambulatório do Projeto CURUMIM – CPEP, do Curso de
Fisioterapia da Universidade Santo Amaro – UNISA, durante período de 18
meses. Os atendimentos foram realizados uma vez por semana, porém nos
meses de dezembro, janeiro e julho não houve atendimento, devido ao período
de recesso escolar. A coleta de dados iniciou-se após aprovação do Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade de Santo Amaro (CEP UNISA) e da leitura
da Carta de Esclarecimento ao Sujeito de Pesquisa e assinatura do Termo CE
Consentimento Livre e Esclarecido pelos responsáveis da menor.

RESUMO:
Apresenta-se o propósito A. M. S., 5 anos, feminino, procedente de São Paulo,
SP, nascida em hospital privado, com cariótipo 46 XX, del(5)(p13),
correspondente ao diagnóstico de monossomia 5p- ou síndrome de Cri-du-chat
(síndrome do miado de gato). Primeira filha de pais não consangüíneos, hígidos
e ambos com cariótipo normal; irmão mais novo, hígido. Nasceu de parto
cesáreo, eletivo, a termo (37 1/7 semanas), com peso ao nascer de 2.690g
(adequado para a idade gestacional), estatura de 44,5 centímetros, com 32
centímetros de perímetro cefálico e 30,5 centímetros de perímetro torácico.
Apresentou laringomalácia e desconforto respiratório agudo (APGAR 07 e 08) e
risco infeccioso (RI) por bolsa rota, não confirmado após exames. Logo após o
nascimento apresentou choro semelhante ao miado de gato e reflexo de sucção
e procura ausentes. Até os dois anos de idade apresentou freqüente
constipação. Aos sete meses de idade, em virtude do atraso no

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desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), foi consultada por geneticista e teve


seu diagnóstico confirmado por cariótipo aos 10 meses de idade. Recebeu
acompanhamento em outra instituição de fisioterapeutas, terapeutas
ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos, durante três meses, dos 4 anos aos
4 anos e três meses de idade. Em seguida foi encaminhada para o ambulatório
de fisioterapia da Universidade de Santo Amaro – Projeto Curumim, onde é
acompanhada desde 01 de abril de 2008. Na primeira avaliação observaram-se
como alterações físicas: microcefalia; hipertelorismo; pregas epicânticas; má
oclusão dental; mamilos baixos, hipocrômicos e lateralizados; calcâneo varo,
tornozelo valgo e formação de arco longitudinal na lateral dos pés; reação de
equilíbrio, proteção e retificação presentes na posição sentada, em “W” (com os
joelhos flexionados e com apoio nos calcanhares); movimentos incoordenados
de membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII); motricidade fina
ausente. Não foi possível avaliar alteração de tônus na criança porque ela
apresentava-se agitada. As alterações neurológicas observadas foram:
deficiência mental; sinal de Babinski presente bilateralmente; sensibilidade
normoestésica; não seguia objetos com a visão, apesar de buscar com o olhar
e de observar o que manipulasse, e apresentava atraso na fala e na linguagem.
Nessa mesma avaliação fisioterapêutica a genitora informou sobre o DNPM que
a criança adquiriu o controle de cabeça com menos de um ano de idade e o
rolar com um ano de idade, aproximadamente; começou a sentar-se com apoio
aos dois anos e a arrastar-se, sentada e com o auxílio das mãos, aos quatro
anos. Não adquiriu posição de quatro apoios e ortostática. Relacionava-se com
os pais de maneira afetiva, porém, com o irmão, estranhos e outras crianças,
não respondia de maneira agradável ao contato, esboçando reações de fuga.
Não freqüentava escola ou qualquer tipo instituição educativa. Não apresentou
infecção, convulsão e anemia até esse período. Em relação à alimentação, a
mãe informou que a paciente ingeria somente alimentos pastosos e líquidos,
necessitando de auxílio. Não apresentava controle de esfíncter, utilizando
fraldas descartáveis. No tratamento fisioterapêutico priorizou-se a melhora da
locomoção, o ganho de força e do equilíbrio (para o ortostatismo e a marcha) e
da praxia. Nas sessões de terapia foram realizados exercícios a partir do
arrastar-se sentada, modo de locomoção da paciente, ultrapassando obstáculos
como sair de dentro da piscina de bolinhas, subir e descer da cama elástica
com movimentos coordenados dos membros superiores e inferiores. Utilizou-se
a bola terapêutica (BT) para o fortalecimento da musculatura extensora da
coluna, em decúbito ventral; para dissociação de cinturas na posição sentada;
descarga parcial de peso na posição ortostática com correção da posição dos
tornozelos valgo, calcâneo varo e equinismo. Treinados o rolar e a descarga de
peso em quatro apoios. Exercitada a passagem do sentado-ajoelhado-em pé,
com ênfase no ganho de controle de cintura pélvica. Estímulo do equilíbrio
sentada no balanço, na cama elástica e na BT. Treino da praxia com objetos de

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diferentes pesos, formas, tamanhos e texturas como parte dos estímulos


motores. Durante o atendimento observou-se, ao lado da sialorréia volumosa,
comportamento auto-agressivo, hiperatividade, estereotipias (mãos na boca,
“flapping”, agitação do corpo quando contrariada ou imotivada); não chorava
com facilidade; não demonstrava interesse no contato com a terapeuta ou com
objetos oferecidos. Durante os primeiros atendimentos as mãos serviam-lhe
somente como apoio para se locomover ou eram colocadas na boca; no
estímulo para o uso das mãos, utilizava os pés. Não respondia a estímulos para
adquirir a posição ortostática; para ela esta posição não tinha nenhuma função.
Quando foi colocada na posição ortostática com auxílio do parapódio, a criança
reagiu com irritação e choro; essa atitude se refletiu nas terapias que se
sucederam, com a piora do contato da criança com a terapeuta. Não respondia
a estímulos vestibulares, como brincadeiras de elevação do seu corpo acima da
altura da terapeuta, com reações de medo. Não compreendia comandos
simples como “sim” e “não”; quando se dizia “não”, respondia com risadas, não
executado o que lhe era solicitado. Fazia ruídos com a boca e quando ouvia
músicas ficava atenta ao som e calma, ou expressava reações de felicidade;
porém, sem atenção para a terapia. A presença dos genitores durante a terapia
tirava-lhe a atenção, fazendo com se tornasse ainda mais difícil qualquer
resposta aos comandos. Durante o período de atendimento foi solicitada órtese
para correção de posicionamento para tornozelos (“splint” posterior para pés e
pernas) para uma Unidade Básica de Saúde; porém, não foi obtida até agora.
Como solução provisória foi solicitado aos genitores que comprassem um tênis
de “cano longo” para ser utilizado com palmilha; mas devido à condição
financeira da família, não foi possível a compra. Até o presente momento,
paciente permanece sem nenhuma órtese. Na avaliação final a paciente
apresentou melhora na comunicação com a terapeuta, demonstrando
satisfação no contato pessoal. Interage com objetos de seu interesse,
realizando preensão palmar e demonstra melhora da coordenação olho-mão,
explorando-os e conduzindo-os menos vezes a boca, o que acontece somente
quando está agitada. Deixou de utilizar os pés como mãos, passando a fazer
uso das mãos. Ausência do reflexo de Babinski. Responde aos estímulos para
adquirir a posição ortostática, tentando realizar alguns passos, com grande
assistência da terapeuta e indicando ainda pouca força muscular para a
realização da ação. Apresentou melhora na coordenação dos MMII e MMSS,
conseguindo subir obstáculos com coordenação dos membros, segundo
informação dos pais. Responde a alguns comandos como: chamar pelo nome,
mandar beijos e bater palmas, sem movimentos estereotipados. Mas ainda não
compreende o “não”, respondendo com risadas; acredita-se que a paciente não
entenda porque os pais faziam brincadeiras utilizando o “não” e sorrindo ao
mesmo tempo; eles foram alertados pela terapeuta sobre esta postura e
mudaram a maneira de brincar com a criança. Porém, durante a terapia ela

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continuou reagindo da mesma maneira, o que não sabemos se é mesmo um


mau sinal. Assim também o hábito de se despir a qualquer momento, querendo
tomar banho, o que faz com que toda a terapia se desordene. Na avaliação
final, os genitores relatam que a criança, em sua residência, dificilmente senta-
se em “W”, sentando-se sempre com os MMII estendidos; consegue subir na
cama e passou a reagir com satisfação aos estímulos vestibulares durante as
brincadeiras.

CONCLUSÃO:
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Mainard (2006) atribui à fisioterapia, entre outros
fatores, a melhora da aquisição de habilidades do desenvolvimento e a inclusão
social de crianças com SCDC; além disso, os pais e cuidadores devem ser
incentivados quanto à realização de reabilitação e introdução educacional.
Apesar das dificuldades financeiras presentes no cotidiano de A.M.S., seus pais
são muito dedicados, colaborativos e bem esclarecidos sobre a condição da
filha; mostravam-se sempre positivos em relação à contribuição da fisioterapia
para a melhora da criança. A maior barreira encontrada durante o tratamento foi
a da deficiência mental, o comportamento de negação em adquirir certas
posições, já que havia adquirido outra maneira de se locomover, não
percebendo funcionalidade na posição ortostática e no ganho de marcha. Outra
limitação foi a não aquisição da órtese para a correção da deformidade dos pés
o que impossibilitou que o treino de marcha fosse realizado com maior
efetividade. Em relação à saúde física, durante o período de atendimento a
paciente não apresentou qualquer intercorrência como infecções, convulsões,
febre ou outro tipo de patologia decorrente do seu sistema imunológico, motivo
que pudesse afastá-la da terapia. Mesmo assim, o curto tempo de terapia
semanal e a carência de estímulos no período em que se encontrava em sua
residência, podem ter sido fatores que contribuíram para que a paciente não
evoluísse mais rapidamente e demonstrasse não fixar muitas habilidades que
adquiria. Entretanto, conseguiu-se obter respostas significativas em relação à
aquisição de funcionalidade, contribuindo para a melhora motora e social. Ela
ganhou novos hábitos, novas maneira de se relacionar e novas habilidades. Os
estudos consultados somente citam a função da fisioterapia em crianças
portadoras da SCDC. Este trabalho pretende oferecer um pouco mais de
informação sobre a intervenção e a possibilidade de melhora no prognóstico
dessa condição. Os relatos da literatura indicam que diferentes apagamentos
no cromossomo 5p, que conduzem ao fenótipo típico e a severidade da
deficiência mental encontradas na SCDC, estão associados ao local e ao
tamanho do apagamento, e que a gravidade é proporcional à área acometida;
assim, quanto menor o apagamento, melhor o prognóstico (Cornish et al.,1999).
Para cada criança com SCDC há, portanto, um prognóstico diferente; mesmo
com prognóstico pior, uma vez que algumas delas conseguem bons resultados

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motores, cognitivos e sociais, cabe o estímulo e a chance de busca pelo limite


de cada uma delas. Ao realizar este estudo, pode-se perceber que as pequenas
aquisições alcançadas pela paciente a cada dia, fizeram crer que valeu a pena
o tempo, a paciência e o cuidado durante o período de atendimento. Os pais
parecem satisfeitos com os resultados. E a menina também parece feliz,
retribuindo com seus beijos molhados, abraços muito apertados, a convivência
com a fisioterapia.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CARAKUSHANSKY, Gerson. Doenças genéticas em pediatria: Rio de Janeiro:
Guanabara-Koogan, 2001, cap. 10, p. 125-126.

MAINARDI, Paola Cerruti et al. The natural history of Cri du Chat Syndrome. A
report from the Italian Register. European Journal of Medical Genetics, v. 49, p.
363-383, 2006.

OMIM - Online Mendelian Inheritance. Cri-Du-Chat_ Síndrome, sdp. Disponível


em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/dispomim.cgi?id=123450. Acesso em: 19
Set. 2008.

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Palavras-chave: fisioterapia, síndrome de Cri-du-chat, deficiência mental,
hipotonia.

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Responsabilidade do profissional de enfermagem sobre


notificação de casos de violência doméstica
SERGIO ANGELO DA SILVA(1)

MARCO ANTONIO DOS SANTOS(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A violência doméstica representa toda ação ou omissão que prejudique o bem-
estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno
desenvolvimento de um membro da família. Pode ser cometida dentro ou fora
do lar, por qualquer um que esteja em relação de poder com a pessoa agredida,
incluindo aqueles que exercem a função de pai ou mãe, mesmo sem laços de
sangue. A maior parte dos casos de violência acontece em casa, afetando,
sobretudo mulheres, crianças e idosos. Entretanto, a violência doméstica pode
ocasionar danos diretos ou indiretos a todas as pessoas da família, nas várias
fases de suas vidas.
Assim, muitas crianças experimentam o dissabor das agressões. Infelizmente,
o uso da punição física ainda é um instrumento utilizado com freqüência na
educação dos filhos na sociedade contemporânea. Os pais tendem a defender
essa forma de disciplina que pode favorecer a banalização e tornar crônica a
violência doméstica física contra crianças e adolescentes. Mesmo encarada
como algo normal por alguns, a agressão na infância e adolescência pode
acarretar problemas que muito provavelmente terão impacto por toda a vida da
vítima, levando-a a repetir o comportamento violento (1).
Entretanto, essa situação afeta também a mulher, apontada como a principal
vítima dentro do lar. Estima-se que, em todo o mundo, pelo menos uma em
cada três mulheres já foi espancada, coagida ao sexo ou sofreu alguma outra
forma de abuso durante a vida, onde o companheiro apresenta-se como o
agressor mais comum (1).
Estudos mostram que mulheres em situação de violência procuram pelos
serviços de saúde mais do que aquelas que não se encontram nessa
circunstância, em decorrência dos efeitos crônicos da agressão (1).
Os idosos também sofrem abusos no lar, pois com o avançar da idade
aumentam também as situações de vulnerabilidade, passando a exigir mais
cuidados, criando uma situação de dependência. Além das formas comuns de
violência (física, sexual e psicológica), a família pode fazer uso do benefício
financeiro pessoal do idoso, acarretando desatenção às suas necessidades (1).
Os reflexos da violência são nitidamente percebidos no âmbito dos serviços de
saúde, seja pelos custos que representam, seja pela complexidade do
atendimento que demandam. Dessa maneira, esse setor tem importante papel
no enfrentamento da violência familiar. Todavia, os profissionais dessa área

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tendem a subestimar a importância do fenômeno, voltando suas atenções às


lesões físicas, raramente se empenhando em prevenir ou diagnosticar a origem
das injúrias. Esse fato pode estar relacionado à falta de preparo profissional, ou
simplesmente, à decisão de não se envolver com os casos (1).
Os profissionais tendem a compreender a violência doméstica como
problemática que diz respeito à esfera da Segurança Pública e à Justiça, e não
à assistência médica (1).
O despreparo do profissional em lidar com as vítimas que recorrem ao seu
serviço se deve possivelmente ao desconhecimento acerca de como proceder
frente a esses casos. Além disso, existem vários entraves à notificação no
Brasil, como escassez de regulamentos que firmem os procedimentos técnicos
para isso, ausência de mecanismos legais de proteção aos profissionais
encarregados de notificar, falha na identificação da violência no serviço de
saúde e a quebra de sigilo profissional (1).
Os casos notificados apresentam grande importância, pois é por meio deles
que a violência ganha visibilidade, permitindo o dimensionamento
epidemiológico do problema e a criação de políticas públicas voltadas à sua
prevenção (1).
Trabalhar com a violência doméstica exige um compromisso do serviço de
saúde como um todo, desde a chefia até os profissionais de nível médio e
elementar. A chefia precisa apoiar aqueles que farão orientação e
aconselhamento e propiciar treinamento e supervisão sobre o tema (2).
A violência doméstica é trazida aos serviços de saúde “travestida” das mais
variadas queixas, referentes a agravos físicos, sofrimentos mentais e
dificuldades no cuidado de si e dos outros. Os profissionais de saúde são
educados para procurar, no sofrimento do paciente, sinais e sintomas
localizados no corpo. Por vezes, ouvem relatos de violência, mas não dão a
eles importância, reagindo com comentários do senso comum ou simplesmente
ignorando o relato. Outras vezes, desconfiam de que há violência envolvida no
caso de um paciente ou família, ou mesmo ficam sabendo disso por terceiros,
mas ficam constrangidos de questionar o assunto. Para superar isso, é
necessário aprender a perguntar e, especialmente, escutar de forma respeitosa
e solidária os usuários (2).
O trabalho com violência doméstica necessita de supervisão constante. Os
profissionais envolvidos podem sentir raiva, medo e impotência, e esses
sentimentos podem ser trabalhados no sentido de enriquecer a prática
profissional. É necessária a troca de experiências e a produção constante de
conhecimento sobre as melhores formas de cuidado, aconselhamento e
orientação (2).
Trabalhar com a violência doméstica não é trazer mais novo incômodo aos já
saturados serviços de saúde. Trata-se, ao contrário, de um novo olhar, que
inclui a promoção da saúde e o respeito aos direitos humanos no cuidado à

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saúde, ampliando nossa concepção de saúde e tornando o trabalho mais rico e


satisfatório. Um olhar em que todos os profissionais estejam atentos e
trabalhem em rede. Já existem diversas capacitações, cartilhas e guias à
disposição, mas elas só farão sentido à medida que os profissionais as usarem
para transformação de sua prática, abandonando a omissão e tomando uma
postura ativa a favor dos direitos humanos (2).
Diante do exposto, ressalta-se a importância do papel dos profissionais de
enfermagem na transformação de uma cultura de violência, para uma cultura de
paz, despertando a consciência de que devemos promover novas atitudes,
outros modos de viver em sociedade, novos arranjos sociais.

OBJETIVO:
O estudo teve como objetivo, analisar na literatura brasileira, trabalhos que
evidenciam os estudos científicos a respeito da notificação de casos de
violência doméstica realizada na área da enfermagem.

METODOLOGIA:
A metodologia utilizada neste estudo se caracterizou por uma revisão
bibliográfica. Utilizou-se as bases de dados: SCIELO, BEDENF, LILACS e
BANCO DE TESES. Para a pesquisa foram utilizados os termos: “Notificação”,
“Violência”, “Violência doméstica” e “Enfermagem”, que fazem parte dos
Descritores em Ciências da Saúde – DeCS. A busca foi realizada no período de
fevereiro e março de 2009. Foram lidos os resumos dos produtos resultantes da
pesquisa e descartados os repetidos e aqueles que não traziam relação com o
tema estudado. Após este processo foram selecionados 41 artigos, 02
dissertações, que foram lidos e fichados. Foi usado, também, para
complementação deste material de estudo outras fontes, retiradas das
referências bibliográficas dos artigos selecionados.

RESUMO:
A produção científica sobre a notificação da violência domestica na área da
enfermagem é reduzida, mesmo levando-se em consideração a importância
desta temática.
Estudos apontam o desconhecimento e despreparo dos profissionais de
enfermagem em lidar com vítimas de violência e da responsabilidade das
notificações de tais casos.

Alguns fatores estão associados com a dificuldade dos profissionais em adotar


o processo de notificação como conduta padrão.

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Essa dificuldade pode estar relacionada ao fato de que a questão da violência


doméstica não tem sido tratada de forma sistematizada e integrada na
formação dos profissionais, ou seja, nos currículos de graduação, e mostra-se
ausente da pauta de educação permanente nos serviços de saúde. Logo,
muitos profissionais não dispõem de informações básicas que permitam
diagnosticá-la com exatidão (3).

Outra fonte de dificuldade é a cultura familiar. Na sociedade brasileira, tende-se


a valorizar a privacidade da vida em família, e qualquer intervenção que
confronte o discurso dos pais e responsáveis é tido como intrusiva e ofensiva à
autoridade paterna. Em tais casos, tentamos mostrar a família que a intenção
primeira da notificação é o bem estar da criança. Isto é importante para que a
notificação não se transforme em obstáculo capaz de se interpor entre o
profissional e os responsáveis, ou entre estes e seus filhos, criando
impedimentos para o trabalho de médio e longo prazo, tão necessário quando
se trata de transformar os padrões de relacionamento intrafamiliar e reverter
formas de interação pautadas pela violência.

O medo também contribui para a não notificação. A cultura do medo que


prevalece em nossa sociedade como reação ao fenômeno violento, igualmente
afeta os trabalhadores de saúde, que se sentem inseguros com as eventuais
repercussões e conseqüências das notificações e do próprio trabalho de
acolhimento e cuidado aos usuários. O medo gera resistências. Os profissionais
se sentem, muitas vezes, incomodados e impotentes quando o assunto é lidar
com a notificação de violência doméstica. São diversos os mecanismos de
defesa para evitar entrar em contato com essas situações. Este sentimento se
justifica em algumas circunstâncias, pois existe a possibilidade de alguma
reação desfavorável por parte daqueles que cometeram o ato violento.
Entretanto, na grande maioria das situações esse temor de represálias não tem
fundamento, e mesmo assim muitos profissionais escolhem não notificar.

Há ainda um desconhecimento quase generalizado acerca do uso ao qual será


destinado à informação registrada. É fundamental para a gestão de qualquer
política pública consistente para o setor a criação de banco de dados sobre a
epidemia da violência doméstica, garantindo visibilidade e informação de
qualidade para a tomada de decisões e organização dos recursos assistenciais.

No estudo cujo objetivo foi identificar e analisar as notificações de violência


doméstica contra crianças, realizadas junto às Regionais de Saúde de
Guarulhos, os limites da atuação dos profissionais de saúde e o significado da
violência contra a criança no cotidiano do seu trabalho, verificou que entre as
categorias profissionais responsáveis pela notificação, a que mais notificou foi o

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assistente social, sendo responsável por 46% das notificações, seguido pelos
psicólogos, os quais foram responsáveis por 12% das notificações. Os
enfermeiros foram responsáveis por apenas 3% das notificações. Um
percentual significativo, 21% das notificações, não apresentou categoria
profissional notificante (3).

Observou-se, ainda, que a baixa notificação realizada pelos enfermeiros parece


evidenciar a necessidade de maior envolvimento dessa categoria, que se
mostra peculiar não só pelo seu saber específico, mas pela sua capacidade de
ação, de escuta e de relação, um agente com potência de ação e
transformação (3).

A enfermagem foi apontada nas produções nacionais, como uma categoria


profissional com um papel fundamental na identificação dos casos, no
tratamento e proteção das vítimas.

Não obstante, a prioridade dos autores tenha sido a atuação dos enfermeiros
da área pediátrica, a análise das publicações nacionais possibilitou a
identificação de outras especialidades da enfermagem com ação direta no
atendimento às vítimas de violência. Além da pediatria, foram relacionadas
áreas de saúde pública, saúde mental e emergência. Na literatura destaca-se
ainda a área do atendimento domiciliar, considerada prioritária tanto na
prevenção da violência, quanto no acompanhamento e tratamento dos casos
após a identificação. Outro aspecto ressaltado na produção internacional e
ausente na bibliografia nacional foi à importância de profissionais de
enfermagem sem formação superior atuando frente aos maus-tratos. Um estudo
aponta que profissionais de enfermagem com vários níveis de educação e
escolaridade podem realizar ações como: identificação de casos, intervenções
em crises e terapia físicas.

Finalmente, a prevenção da violência doméstica através da notificação é uma


entre tantas tarefas do profissional de enfermagem, e também pode ser
compreendida como um ato de cuidado, além de ser um instrumento importante
no controle epidemiológico e combate à violência. Por isso, é imprescindível o
incremento de programas de educação continuada, o aumento das redes de
suporte profissional, a organização e o fortalecimento de redes de cuidados que
ofereçam uma atenção de qualidade às pessoas em situação de violência
doméstica, para viabilizar o processo de notificação pelo profissional de
enfermagem, diminuindo seu grau de insegurança quanto ao ato de notificar.

CONCLUSÃO:

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Neste estudo verificou-se um baixo quantitativo de produções cientificas que


evidenciam os estudos a respeito da notificação de casos de violência
doméstica realizada na área da enfermagem. Dos produtos pesquisados, não
foi identificado nenhuma produção científica que abordasse a capacitação de
tais profissionais a adotarem a notificação como conduta padrão.

No serviço de saúde, o profissional de enfermagem, dado a sua possibilidade


de um contato mais próximo e contínuo com o paciente e seus familiares, uma
vez sensibilizado e capacitado quanto ao uso da notificação, que deve ser
compreendida muito mais como assistência e auxílio, não como punição,
através de seu devido preenchimento e encaminhamento aos órgãos
competentes, estará contribuindo de maneira eficaz, uma vez que a notificação
é um poderoso instrumento para a construção de políticas públicas em defesa
dos direitos humanos daqueles que sofrem violência.
Há publicações em número escasso, mesmo considerando-se a importância da
notificação de violência doméstica. Espera-se que este estudo contribua para
despertar o interesse de novos e atuais pesquisadores no necessário
aprofundamento do tema.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Saliba O, Garbin CAS, Garbin AJI, Dossi AP. Responsabilidade do
profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência doméstica. Rev
Saúde Pública 2007; 41(3): 472-77.
2. D’ Oliveira AF. Violência doméstica. Tecendo Redes de Paz 2006; 1: 78-79.
3. Silva MAI, Ferriani MGC. Violência doméstica: do visível ao invisível. Rev
Latino am Enferm 2007; 15(2): 275-81.

________________________________________________________________
1- Dissertação de TCC para titulação de graduação de enfermagem.
2- Aluno do 8º semestre da graduação da Faculdade de Enfermagem UNISA.
3- Orientador, Sociólogo, Educador em Saúde Pública, Especialista em
Educação em Saúde e Saúde Pública pela FSP- USP. Professor Assistente da
Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro – FACENF-
UNINA.

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RISCO BIOLÓGICO PARA O PROFISSIONAL QUE TRABALHA


EM HEMODIÁLISE
GEICIANE ROCHA DE BRITO(1)

DEBORA CRISTINA SILVA POPOV(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A hemodiálise é o processo de filtragem e depuração do sangue de substâncias
indesejáveis como a creatinina e a uréia que necessitam ser eliminadas da
corrente sangüínea humana devido à deficiência no mecanismo de filtragem
nos pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica. No Brasil, é
responsável pela sobrevida de aproximadamente 34.000 pessoas.
A hemodiálise evita a morte dos pacientes com IRC, embora ela não cure a
doença renal e não compense a perda das atividades endócrinas ou
metabólicas dos rins. Os pacientes que recebem hemodiálise devem submeter-
se ao tratamento pelo resto da vida (usualmente três vezes por semana, por no
mínimo de 3 a 4 horas por tratamento) ou até submeterem a um transplante
renal bem-sucedido.
Os objetivos da hemodiálise são extrair as substâncias nitrogenadas tóxicas do
sangue e remover o excesso de água. Na hemodiálise o sangue carregado de
toxinas e resíduos nitrogenados, é desviado do paciente para um aparelho, um
dialisador, onde as toxinas são removidas e o sangue é devolvido para o
paciente. Difusão, osmose e ultrafiltração são princípios nos quais se baseia a
hemodiálise. As toxinas e os resíduos no sangue são removidos por difusão –
isto é, eles se movem a partir de uma área de concentração mais elevada no
sangue para uma área de concentração mais baixa no dialisado. O dialisado é
uma solução constituída de todos os eletrólitos importantes em suas
concentrações extracelulares ideais. O excesso de água é removido do sangue
por osmose, durante a qual a água se move de um a área de maior
concentração de soluto (o sangue) para um a área de menor concentração de
soluto (o banho do dialisado). Na ultrafiltração, a água move-se sob alta
pressão para uma área de menor concentração. Esse processo é muito mais
eficiente que a osmose na remoção da água e é realizado aplicando-se pressão
negativa ou uma força de sucção à membrana de diálise como os pacientes
com doença renal comumente não podem excretar a água, essa força é
necessária para remover o liquido, visando atingir o equilíbrio hídrico).
Atualmente, obtem-se um grande progresso em relação à segurança e a
eficácia das maquinas de hemodiálise, tornando o tratamento mais seguro.
Existem alarmes que indicam qualquer alteração que ocorra no sistema
(detectores de bolhas, alteração de temperatura e do fluxo do sangue entre
outros), mesmo assim, isso não garante que as complicações deixem de

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ocorrer.
As complicações que ocorrem durante a sessão de hemodiálise podem ser
eventuais, mas algumas são extremamente graves e fatais. A equipe de
enfermagem tem importância muito grande na observação contínua dos
pacientes durante a sessão, podendo ajudar a salvar vidas e evitar
complicações ao fazer o diagnóstico precoce de tais intercorrências.

Indicações
•Insuficiência Renal Aguda
A insuficiência renal aguda (IRA) é uma perda súbita e quase completa da
função renal durante um período de horas a dias. Embora a IRA aguda seja
freqüentemente creditada como um problema observado apenas em pacientes
hospitalizados, ela também pode ocorrer no setor ambulatorial. Manifesta-se
como oligúria, anúria ou volume urinário normal. A oligúria (menos de 400ml de
urina/dia) é a situação clinica mais comumente notada, a anúria (menos de 50
ml de urina/dia) e o debito urinário normal não são tão comuns.
•Insuficiência Renal Crônica
A insuficiência renal crônica (IRC) é a perda brusca ou gradativa, de
forma irreversível, da função renal , e seus portadores são submetidos a
tratamento de substituição desta função (diálise ou transplante renal) para que
haja a manutenção da vida . É uma enfermidade que, além de trazer
conseqüências físicas ao individuo que a vivencia, traz prejuízos psicológicos e
altera o seu cotidiano, sendo caracterizada também como um problema social,
que interfere no papel que esse individuo desempenha na sociedade. A IRC é
uma doença com vários efeitos na vida do paciente e de déficit tratamento, com
serias implicações físicas, psicológicas e sócio-economicas não apenas para o
individuo, mas também para a família e a comunidade.

Vias de Acesso
O acesso ao sistema vascular do paciente deve ser estabelecido para
possibilitar que o sangue seja removido, limpo e devolvido ao sistema vascular
do paciente em velocidade entre 300 e 550 ml/minuto. Estão disponíveis vários
tipos de acesso:
•Dispositivos de Acesso Vascular
O acesso imediato à circulação do paciente para hemodiálise aguda é
alcançado inserindo-se um cateter calibroso, com luz dupla, na veia subclávia,
jugular interna ou femoral. Esse método de acesso vascular envolve algum
risco(p. ex., pneumotórax, infecção, trombose da veia subclávia, fluxo
inadequado) e pode ser utilizado por não mais de 3 semanas. O cateter é
removido quando não é mais necessário (p.ex., porque a condição do paciente
melhorou ou outro tipo de acesso foi estabelecido). Os cateteres de luz dupla
com balão também pode ser inseridos na veia jugular interna de pacientes que

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precisam de um cateter venoso central para a diálise. Esses cateteres podem


ser empregados para o acesso por longo prazo.
•Fístula Arteriovenosa
O método preferido do acesso permanente é um fístula arteriovenosa que é
criada por meios cirúrgicos para unir uma artéria a uma veia, quer de modo
termino-terminal, quer termino-lateral. As agulhas são inseridas nos vasos e,
assim, obtem-se o fluxo sangüíneo adequado para atravessar o dialisador. O
paciente é incentivado a realizar exercícios para aumentar o tamanho desses
vasos (ex., apertar uma bola de borracha para as fistulas de antebraço),
visando acomodar as agulhas calibrosas empregadas na hemodiálise.
•Enxerto Arteriovenoso
Um enxerto arteriovenoso pode ser criado interpondo-se, por via
subcutânea, um material biológico, semibiologico ou sintético entre uma artéria
e uma veia. O material de enxerto sintético mais comumente utilizado é o
politetrafluoroetileno expandido. Outros materiais sintéticos estão sendo
utilizados para a criação desses enxertos. A infecção e a trombose são as
complicações mais comuns dos enxertos arteriovenosos.
A utilização prolongada desses acessos pode levar a complicações, como a
infecção, pseudoaneurisma de punção, pseudoaneurisma anastomótico,
hipertensão venosa, isquemia distal e mesmo a sua perda.

Risco Biológico
Risco biológico, de acordo com a NR-32, é a probabilidade da exposição
ocupacional a microorganismos, culturas de células, parasitas, toxinas e prions.
Todo local onde exista possibilidade de exposição a agente biológico deve ter
lavatório exclusivo para higiene das mãos, com água corrente, sabonete líquido,
toalha descartável e lixeira com sistema de abertura sem contato manual .
Devido conhecer uma paciente com tratamento em hemodiálise surgiu o
interesse de pesquisar sobre esse assunto, buscando os riscos que o
profissional da saúde estão expostos à realização desse procedimento.
Com base nesses dados, temos como pergunta norteadora desse estudo a
seguinte: Segundo a literatura, quais são os riscos biológicos aos quais o
profissional que trabalha com hemodiálise está exposto?

OBJETIVO:
Identificar e descrever os riscos biológicos aos quais são expostos os
profissionais que trabalham em hemodiálise.
Propor medidas preventivas relacionadas aos riscos biológicos dos profissionais
de hemodiálise.

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METODOLOGIA:
Estudo de revisão bibliográfica, na base de dados: Scielo e Revista Eletrônica
de Enfermagem; selecionados artigos do período de 2000 a 2008, usando
descritores: hemodiálise, enfermagem, risco biológico.
Foram achados 20 Artigos e utilizados 15, devido a similaridade com o objetivo
do estudo. Também foi utilizado 1 livro.

RESUMO:
Riscos Biológicos
Sabe-se que os trabalhadores da saúde, que atuam na área hospitalar, estão
expostos a inúmeros acidentes de trabalho, principalmente aqueles causados
por materiais perfurocortantes e fluidos biológicos. Nos últimos tempos tem
aumentado a preocupação com acidentes causados por este tipo de material,
devido ao risco de o trabalhador contrair o HIV e o vírus da hepatite B e C .
O sangue é o material biológico que tem a maior quantidade do vírus da
hepatite B (HBV), representando o principal responsável por sua transmissão
nos serviços de saúde. Sabe-se que, em temperatura ambiente, o HBV pode
sobreviver em superfícies por períodos de até uma semana .
O vírus da hepatite C (HCV) só é transmitido de forma eficiente através do
sangue. A incidência media de soroconversão, após exposição percutânea com
sangue infectado pelo HCV é de 1,8% variando de 0 a 7% . E a soroconversão
do HIV ocorre em até seis meses após a exposição. Casos documentados
demonstram que, com maior freqüência, a soroconversão acontece no período
de duas a seis semanas após o acidente, porém há registros de casos onde ela
tenha ocorrido após seis meses .
Com relação ao objeto causador do acidente perfurante ou cortante,
identificam-se: agulhas, lâminas de bisturi, tubos de ensaio, instrumentais,
tesouras e curetas. As agulhas, seguidas das lâminas, foram as responsáveis
pelo maior número de acidentes. Dos fluidos biológicos identificam-se: sangue,
líquido amniótico, soro com secreção de orofaringe.
A maioria dos acidentes são causados por agulhas. Diversos estudos mostram
que o número de acidentes provocados por agulhas é bastante significativo.
Esses acidentes ocorrem, em geral, devido à pratica de reencape de agulhas
antes do descarte, transporte de medicação a ser realizada sem bandeja, luvas
de procedimentos maiores que o tamanho das mãos, falta de habilidade,
agitação psicomotora do paciente, entre outros .
Os riscos para os profissionais de saúde relacionados a hemodiálise estão
associados a punção de Fístula Arteriovenosa (FAV) onde é mais comum
espetar o dedo ao puncionar ou desprezar a agulha e espirrar sangue em olho
e boca pela alta pressão da FAV. Além disso, o sangue também pode espirrar

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ao manipular cateter de dupla luz e durante o reprocessamento de dialisadores


e de linhas de sangue onde existe a necessidade de lavagem e manipulação
para retirar coágulos, mais uma vez colocando o profissional em risco .

Medidas Preventivas
A biossegurança é um fator importante em uma unidade. O trabalhador de
saúde em seu ambiente de trabalho precisa sentir que há um profissional (ou
uma equipe) ao seu lado para lhe dar um suporte psicossocial, que defenda
seus interesses, principalmente, quanto ele mais precisar, quando estiver mais
vulnerável e frágil .
O Equipamento de Proteção Individual (EPI) (luvas, aventais, máscaras,
protetores oculares e propés) que segundo a Norma Regulamentadora (NR-6)
através da portaria nº 3214 de 08 de junho de 1978 considera o EPI, é todo
“dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção dos riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho”. É obrigatória a utilização desses equipamentos de proteção na
execução de qualquer atividade que envolva o manuseio de reagentes químicos
e soluções, movimentação e transporte de materiais perigosos e também na
circulação em áreas externas consideradas de risco .
De acordo com a NR-06/78 do Ministério do Trabalho, á empresa é obrigada a
fornecer os EPI’S aos empregados gratuitamente, adequadamente às situações
de risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Em
contrapartida, a Norma Regulamentadora obriga o trabalhador a usar o EPI
adequado para função a que se destina(12). O EPI deve ser inspecionado
periodicamente e substituído, quando apresentar sinais de deteriorização que
comprometam por pouco que seja, a segurança de quem vai usá-lo. Por outro
lado os recursos técnicos, educacionais e psicológicos, devidamente aplicados,
são imprescindíveis para que os EPI’S correspondam ao grau de eficiência, que
deles se espera na segurança do trabalho .
Os quartos ou enfermarias destinadas ao isolamento de pacientes portadores
de doenças infecciosas devem contar com lavatório em seu interior. O uso de
luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no
mínimo, antes e depois da manipulação .
Devem ser fornecidas aos profissionais, mediante recibo, instruções escritas, de
linguagem acessível, das rotinas realizadas e medidas de prevenção de
acidente e de doenças relacionadas ao trabalho. O empregador deve oferecer,
sem ônus ao trabalhador vestimentas adequadas e deve assegurar capacitação
continuada sobre prevenção dos riscos .
A RDC 33/03/ANVISA preconiza que o resíduo infectante seja acondicionado
em saco branco leitoso resistente a ruptura e vazamento, impermeável,
segundo a NBR 9191 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A
mesma resolução preconiza que os perfurocortantes devem ser devidamente

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separados no local de geração, imediatamente após o uso, em recipientes de


paredes rígidas, resistentes a punctura e vazamento com tampa baseado na
NBR 13853/97 e NBR 9259/97, ambas da ABNT .
A importância da lixeira com tampa acionada a pedal evita o contato manual
dos trabalhadores com a tampa .
Os carrinhos destinados ao transporte dos resíduos devem ser de uso exclusivo
para esta finalidade, mantidos fechados, íntegros e de material que permita a
sua higienização. Cuidados devem ser observados para não haver
extravasamento de líquidos, e não oferecer riscos para o profissional. É
importante que a unidade estabeleça horários definidos para o transporte
desses resíduos para não haver cruzamento com visitas, alimentos, roupas
limpas e medicamentos .
Profissionais de saúde têm sido considerados como um grupo de alto risco para
a infecção pelo HBV, mais do que a população geral, certamente devido à
exposição mais freqüente a pessoas infectadas. Uma das principais medidas de
prevenção de hepatite B é a vacina pré-exposição, indicada para todos os
trabalhadores da área da saúde. E as medidas preventivas contra a hepatite C
estão relacionadas às praticas seguras do manuseio com sangue e secreções
corpóreas, pois não existe vacina nem profilaxia pós-exposição .
Em caso de exposição acidental o material biológico, deve-se lavar
imediatamente a região afetada com água e sabão, também pode ser usadas
as soluções anti-sépticas degermantes, nos caso de exposições cutâneas ou
percutânea. Já em caso de exposição de mucosas, lavar imediatamente o local
atingido com água corrente ou solução fisiológica, repetindo o procedimento de
maneira exaustiva, garantindo a limpeza completa do local. Não se recomenda
a lavagem do local com soluções irritantes para a pele ou mucosas (hipoclorito
de sódio, soluções alcoólicas, glutaraldeído, entre outros) ou a realização de
procedimentos que possam aumentar a área lesada (cortes, injeções).
Os acidentes de trabalho devem ser registrados com informações, sobretudo
das condições do acidente (data e hora da ocorrência, tipo de exposição, área
corporal atingida no acidente, material biológico, utilização ou não do EPI,
avaliação do risco, causa, descrição e local do acidente); dados do paciente-
fonte (identificação, dados sorológicos e/ou virológicos, dados clínicos); dados
do profissional de saúde (identificação, ocupação, idade, datas de coleta e os
resultados dos exames laboratoriais, dentre outros). A recusa do profissional
para a realização do teste sorológico ou para o uso das quimioprofilaxias
especificas deve ser registrada e atestada pelo profissional. Portanto, o
formulário específico de comunicação de acidente de trabalho deve ser
preenchido para devido encaminhamento .

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CONCLUSÃO:
Concluímos que os riscos biológicos aos quais os profissionais de hemodiálise
estão expostos são: punção de FAV, cateteres de acesso vascular,
manipulação de conexões e da maquina de diálise, manipulação de agulhas e
reencape.
Como medidas preventivas temos o uso de EPI adequado e orientação
continuada/permanente aos trabalhadores envolvidos.
Acreditamos que este estudo contribua para a área da saúde do trabalhador,
pois traz conceitos importantes relativos aos riscos biológicos especialmente ao
trabalhador da área da hemodiálise.
Encontramos pouca literatura exclusiva relacionada aos trabalhadores na
hemodiálise, portanto sugerimos mais atenção a esse fato, e confecção de
estudos futuros.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth -Tratado de enfermagem médico-
cirurgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008: 1869-1891.
2.Santos APB, Novas MMV, Paizante GO. Acidentes de trabalho e
biossegurança no ambiente hospitalar. Rev. Edu. Meio Amb. e Saúde. 2008;
3(1): 51-62.
3.Eliam ISV, Barros IP, Lopes KEM, Tipple AFV, Silva AC. Resíduos biológicos
em serviços de diálise: discussão sobre o seu gerenciamento. Rev. Eletrônica
de Enfermagem. 2004; 6(3). Disponível em: http://www.fen.ufg.br/

________________________________________________________________
¹ Aluna da Graduação de Enfermagem, Universidade de Santo Amaro-UNISA.
E-mail: geici_15@yahoo.com.br
² Enfermeira. Professora e Mestre em Enfermagem na Saúde do Adulto,
Universidade de Santo Amaro-UNISA

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Sepse: atualizações e implicações para a enfermagem


TATIANE ARAUJO ALMEIDA(1)

ISAAC ROSA MARQUES(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O choque séptico ou sepse é uma das causas de mortalidade tardia cada vez
mais frequente em unidade de terapia intensiva do mundo todo, tendo os
seguintes fatores contribuintes para o seu surgimento: a crescente população
de idosos (maior que sessenta e cinco anos): a maior sobrevida de diversas
doenças debilitantes; o emprego mais frequente de técnicas invasivas
(cateteres vesicais, tubos endotraqueais, cateteres intravasculares etc); o
cuidado de maior número de pacientes imunossuprimidos e as infecções
hospitalares. Mesmo com os modernos recursos diagnóstico, como a
monitorização hemodinâmica e metabólica intensiva associada a novos
recursos terapêuticos, a mortalidade ainda se mantém acima de 40% e estima-
se que 35 a 40% dos pacientes sépticos evoluem para o estado de choque(1,3).
A detecção precoce das infecções é vital para um bom prognóstico. O exame
clínico á beira do leito freqüentemente mostra-se ineficaz, obrigando-nos a
recorrer aos exames laboratoriais, como forma de aumentar a sensibilidade
diagnóstica(1).
Uma antibioticoterapia inicial inadequada na sepse encontra-se associada a um
risco de morte aumentado em até cinco vezes. Por outro lado, a
antibioticoterapia indiscriminada deve ser responsabilizada pelo surgimento
crescente de bactéria multireresistente e infecções(1).
A importância da avaliação e diagnóstico precoce está associada a um
tratamento efetivo, com o objetivo de proporcionar menor número de
complicações e disfunções orgânicas. Assim a Enfermagem deve estar atenta a
sinais clínicos iniciais, para direcionar terapias e melhorar prognóstico(3).
A mortalidade alta e a demora no diagnóstico são os grandes problemas
relacionados ao Choque Séptico.

OBJETIVO:
Considerando este contexto, este estudo teve como objetivo apresentar os
mecanismos do choque séptico, as terapêuticas, as complicações e suas
implicações para a assistência de enfermagem.
A demora no diagnóstico e tratamento são os grandes problemas relacionados
ao Choque Séptico, levando ao alto índice de mortalidade.

METODOLOGIA:

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Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica não-estruturada que considerou


primariamente os materiais indexados em bases de dados bibliográficos como a
LILACS e SciELO. Outros materiais foram localizados voluntariamente, como
livros-texto consagrados, materiais referidos por outros autores e que eram
pertinentes ao tema de pesquisa.
Para a localização dos materiais nas BDB, utilizou-se a interface de pesquisa
avançada disponibilizada no portal da Biblioteca Virtual em Saúde
(http://www.bvs.br), utilizando-se os descritores MeSH “choque séptico” e
“terapêuticas”; “monitorização hemodinâmica” “assistência de enfermagem”.
Como limites de pesquisa foram estabelecidos os seguintes critérios: idioma
português e espanhol dentro do recorte temporal de 2000 a 2009.
A análise dos materiais compreendeu a leitura superficial dos resumos
apresentados nas BDB e assim que o material respondia aos critérios
estabelecidos, o mesmo era selecionado para compor a amostra.
Os materiais selecionados foram submetidos à leitura compreensiva e analítica,
sendo classificados por temáticas. Derivaram desta classificação as seguintes
temáticas: Causas Comuns do CS, Mecanismos Fisiopatológicos do CS,
Terapêuticas Comuns no CS, Complicações e Implicações para a Assistência
de Enfermagem.

RESUMO:
Causa Comuns do Choque Séptico (CS)
Existem varias razões para que o perfil das bactérias em uma UTI seja diferente
dos demais setores do hospital, entre elas a gravidade das patologias tratadas,
a baixa imunidade do cliente, e sucessivos procedimentos invasivos sejam
estes para tratamento ou diagnóstico. Alem disso não se pode filtrar a
procedência dos atendidos neste setor, os pacientes chegam de todas as
partes da instituição e mesmo de outros hospitais. Tempo de permanência varia
de acordo com cada caso e prognóstico, fazendo com que seja possível que a
permanência na UTI se estenda por longos períodos, e não sendo escassos os
casos de permanências sem previsão de alta. O principal fator para que as
bactérias da UTI sejam mais resistentes que as dos demais setores, talvez seja
o uso indiscriminado de antibióticos na unidade e maior possibilidade de
transmissão por infecção cruzada destes patógenos entre pacientes(2,3).
Mecanismos Fisiopatológicos do Choque Séptico
A resposta inflamatória da sepse, em função de circunstância ainda não
estabelecida, pode se restringir a um fenômeno auto-limitado ou pode progredir
para quadros de maior gravidade, como choque séptico que é caracterizado por
uma insuficiência microcirculatória aguda secundária à infecção grave, com alto
índice de disfunção ou falência de um ou mais órgãos(2).
Na suspeita de Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS), se

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nenhum outro importante evento não infeccioso é detectado, a conduta deve ser
orientada para a sepse(2).
Exames Laboratoriais
A avaliação laboratorial é capaz de revelar dois aspectos distintos da sepse. O
primeiro é o que se refere á busca ou identificação do agente agressor, através
do rastreamento microbiológico do paciente; o segundo, diz respeito à
identificação de alterações metabólicas ou da homeostasia, indicativas de
comprometimento sistêmico e de órgãos específicos(3).
A avaliação microbiológica inclui exames diretos e culturais de sangue, urina,
fezes, secreções, líquor, petéquias e sufusões (na suspeita de
meningococcemia).
Na suspeita de sepse de paciente com longa permanecia na UTI, torna-se
mandatória a investigação para infecção sistêmica causada por fungos, ácido
lático e acidose metabólica(3).
Manifestações Clínicas da Sepse
As manifestações clínicas á ativação inflamatória são inespecifica(3) e incluem
a alteração no estado de consciência e fisiológicas como: hipertermia ou
hipotermia, taquicardia, hipotensão, taquipnéia, alcalose respiratória,
leucocitose ou leucopenia, aumento dos números de bastonetes,
hipermetabolismo sistêmico, consumo elevado de oxigênio, hipoperfusão
sistêmica, acidose metabólica, estado circulatório hiperdinâmico, elevação da
uréia e creatinina plasmática e oligúria(1).

Terapêuticas Comuns no Choque Séptico


A escolha da terapêutica e seu inicio precoce são fatores determinantes para o
bom prognóstico nas síndromes sépticas, quando esta é bem aplicada
contemplando tratamento, evitando o estabelecimento de novas complicações
da sepse, existe uma grande chance de sucesso no tratamento.
Reposição Volêmica
O objetivo primário da reposição volêmica na sepse é aumentar o retorno
venoso com subseqüente aumento da perfusão tecidual. Múltiplos estudos têm
indicado que pacientes em choque séptico podem ser ressuscitados com
sucesso utilizando-se colóides ou cristalóides(1).
Suporte Inotrópico
Quando a administração de líquido não é suficiente para restabelecer a
estabilidade hemodinâmica, agentes inotrópicos são indicados para aumentar a
perfusão e a oferta de oxigênio aos tecidos. Uma das finalidades do emprego
de inotrópicos é restaurar a pressão de perfusão tecidual mínima(1).
Terapia Relacionada ao Agente Agressor
Os antimicrobianos (AM) são os agentes mais específicos e acessíveis para o
tratamento do paciente com infecção, embora representem uma abordagem
somente parcial do problema. Os AM podem ser mais úteis no tratamento de

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estágios clínicos precoces da sepse, antes que a produção seqüencial dos


mediadores dos hospedeiros determine estágios mais adiantados na cascata
inflamatória, com eventuais danos teciduais graves(3).
Monitorização Hemodinâmica e Tonometria Gástrica
O tratamento do paciente crítico, sem auxilio da monitorização e a avaliação
hemodinâmica, torna-se em 50% impreciso. Diversos sistemas de
monitorizações sofisticados foram sendo desenvolvidos e, como resultado,
avaliações hemodinâmicas mais completas podem ser conduzidas a beira do
leito. A refratariedade do choque séptico, a necessidade de emprego de mais
de uma droga vasoativa, a dificuldade de estabelecer a hidratação ideal e o
aparecimento de disfunções orgânicas tornam obrigatória a monitorização
hemodinâmica invasiva.
O cateter de Swan-gan inserido para obter dados muito precisos é indicado na
terapêutica para o controle do estado hemodinâmico do paciente em choque
séptico.
Como é muito difícil estabelecer até onde a oferta de oxigênio deve ser elevada,
uma normalização progressiva do lactato indica que a demanda tecidual de
oxigênio está sendo atingida e a oferta de oxigênio encontra-se em nível
satisfatório. Conseguindo-se os parâmetros de oxigenação aparentemente
ideais, a permanência do lactato em nível elevados pode indicar um dano
tecidual irreparável ou, então, uma eventual deficiência perfusional em tecido
mais exigentes, como o trato digestório. A tonometria gastrintestinal é capaz de
revelar insuficiente reposição volêmica, não demonstrável pelas pressões de
enchimento e pelos parâmetros globais de oxigenação.
Complicações
Disfunção Cardiovascular
O quadro de sepse é freqüentemente acompanhado por hipovolemia, devido á
dilatação arterial e venosa, e a perda de fluidos para o espaço extravascular. Se
a hipovolemia é corrigida por uma reposição agressiva de líquidos intravenosos,
haverá uma resistência vascular sistêmica, com débito cardíaco normal ou
elevado e uma alteração da extração de oxigênio pelos tecidos. A repercussão
clinica dessas alterações inclui: taquicardia, alargamento da pressão de pulso e
extremidades quentes, caracterizando o estado hiperdinâmico, generalizado,
que ocorre em mais de 90.
Certos padrões hemodinâmicas têm implicações prognósticas. Uma baixa
freqüência cardíaca é um fator preditor de sobrevivência, provavelmente
refletindo uma doença menos severa.
Disfunção Pulmonar
A lesão endotélio vascular pulmonar, secundária à inflamação, produz um
progressivo edema intersticial, acarretando um desequilíbrio entre a ventilação
e a perfusão pulmonar, com hipoxia refrataria, diminuição da complacência
pulmonar e necessidade de ventilação mecânica para adequação oxigenação

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tecidual . Na fase inicial (edematoso). Há poucos infiltrados pulmonares e a


hipoxia é discreta(2).
Com a progressão do quadro séptico, a saturação venosa, mista, de oxigênio
aumenta, e a diferença arteriovenosa diminui. O gradiente alvéolo-arterial se
alarga e há uma diminuição da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial.
Disfunção Renal
Desde o início da sepse, a hipoperfusão tecidual (com ou sem hipotensão) e a
lesão inflamatória resultam em um dano isquêmico e disfunção tubular renal. Há
oliguria progressiva com queda da taxa de filtração glomerular e elevação da
creatinina. O investimento clínico inicial, com restauração da volêmia e uso de
drogas vasoativas, pode reverter o processo e evitar a necrose tubular aguda. A
insuficiência renal aguda, associada a sepse, determina um prognóstico
extremamente reservado, com taxas de mortalidade de até 80%(3).
Disfunção Neurológica
Podem ser observados vários graus de alterações do nível de consciência nos
pacientes sépticos, variando desde um estado confusional leve, estupor até o
coma(2).
As principais manifestações clínicas que aparecem são as encefalopatia
séptica; ocorre também a polineuropatia do doente crítico, presente em 70%
dos pacientes sépticos.
A polineuropatia do doente crítico caracterizado pela fraqueza dos membros e
fraqueza da musculatura respiratória, o que dificulta no desmame da ventilação
mecânica. A eletromiografia mostra degeneração axonal de fibras motoras e
sensitivas. Tal quadro assemelha-se à neuropatia motora, aguda associada
com o uso de agentes bloqueadores neuromusculares competitivos
principalmente o pancurônio e vecurônio, usados por mais de quarenta e oito
horas(1,2) para a otimização da ventilação mecânica.
Disfunção Gastrintestinal
Existe um retardo precoce no esvaziamento gástrico e aparecimento de úlceras
de estresse. A seguir, ocorre um comprometimento estrutural da mucosa
intestinal e translocação de bactéria e de seus produtos tóxicos para os vasos
sanguíneos, o que faz surgir a hipótese de que o intestino possa manter o
estimulo inflamatório na sepse, mesmo após a eliminação do foco infeccioso
inicial(1,2).
No choque séptico, a presença de um débito cardíaco normal ou elevado não
pode evitar a isquemia intestinal, devido ao choque distributivo(1,2) .
Disfunção Hepática
A deteriorização da função hepática só é significativa tardiamente, no curso da
sepse. A Colestase é a manifestação mais comum, caracterizando-se por uma
elevação das bilirrubinas (predominantemente direta), sem obstrução biliar e
sem grandes aumentos nas transaminase(1,2).
O aparecimento de icterícia é um sinal de pior prognostico na sepse. Só mais

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tardiamente aparecem os quadros de insuficiência hepática e


encefalopatia(2,3).
Disfunção Hematológica
As anormalidades habituais são a leucocitose, com aumento do número de
bastonetes (&#61502;10%), e linfopenia. Eventualmente, pode haver
leucopenia, o que parece ter um prognóstico mais sombrio.
A anemia é progressiva, decorrente da diminuição da produção de
eritropoietina, bloqueio medular e perda de sangue(2).
Disfunção Metabólica
São as disfunções mais comuns e precoces na sepse, havendo hiperglicemia,
hipertrigliceridemia, estimulo da glicogenólise e da neoglicogênese e aumento
do catabolismo protéico e lipídico, decorrentes da elevação da secreção de
insulina, porém não proporcional aos níveis glicêmicos, e do aumento da
resistência periférica a seus efeitos, além da elevação da secreção de
catecolaminas, do glucagon e de glicocorticóides endógenos(2) .
Implicações para a Assistência de Enfermagem
Diante de pacientes tão crítico como os convalescente de sepse a enfermagem
deve aguçar seu olhar clínico, e estar atento das mínimas alterações
hemodinâmicas e de nível de consciência, agindo de encontro com as
necessidades fisiológicas e humanas básicas do cliente, proporcionando-lhe
uma assistência adequada a fim de prevenir danos decorrentes do tratamento
instituído.
Alteração da Integridade Tissular
As UPs são causadas por fatores intrínsecos e extrínsecos ao paciente.
Existem quatro fatores extrínsecos que podem levar ao aparecimento destas
lesões: a pressão, o cisalhamento, a fricção e a umidade.
Dentre os fatores intrínsecos, destaca-se a idade, o estado nutricional, a
perfusão tecidual, o uso de alguns medicamentos e as doenças crônicas.
Sabendo da magnitude do problema das UP, é importante que os profissionais
da área de saúde atuem no sentindo de prevenir essas feridas. Como se sabe,
um bom trabalho de prevenção pressupõe o conhecimento da etiologia e
também da realidade na instituição.
Percepção Alterada
Interagir com pacientes sedados aparentemente incapazes de se expressar
existe e requer uma atenção especial da parte da enfermagem para fornecer ao
seu cliente o mínimo de conforto, segurança e tranqüilidade.
Comunicação adequada é aquela apropriada a uma determinada situação,
pessoa, tempo e que atinge um objetivo definido. Vale salientar que a audição é
um dos últimos sentidos a perder, porém existe o questionamento sobre até que
ponto existe entendimento.
Alteração Eliminação Urinária
A infecção do trato urinário é responsável por 35 a 40% de todas as infecções

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adquiridas no hospital. Os pacientes em choque séptico são expostos


temporariamente a cateterização vesical de demora o que predispõem a esses
pacientes uma piora do seu estado clínico.
A colonização do meato uretral por bactérias potencialmente patogênicas é o
fator mais importante para a bacteriúria relacionada à cateterização vesical.

Alimentação por Sonda


A alimentação enteral é a modalidade preferida de suporte em pacientes graves
com função digestiva aceitável, porém incapazes de se alimentar por via oral. O
alimento constitui importante estímulo para manter a função e a estrutura
intestinal da mucosa, liberando secreções pancreáticas, biliares e fatores
hormonais - além da possibilidade de melhor oferta de nutrientes, menor custo
e menor risco de infecções e lesões hepáticas - fazem com que a via digestiva
seja cada vez mais utilizada.

CONCLUSÃO:
O diagnóstico da sepse é o maior dos desafios com os quais se depara o
enfermeiro, especialmente por que a sua identificação, quando não for
suficientemente precoce que permita alguma intervenção, poderá resultar em
choque, falência orgânica ou até a morte do paciente. O diagnóstico precoce da
sepse continua sendo uma tarefa das mais difíceis,seja porque as suas
primeiras manifestações clínicas podem passar despercebidas, ou porque
podem ser confundidas com outros processos não infecciosos.
Os numerosos avanços tecnológicos de suporte de vida aos pacientes
assistidos em Unidade de Terapia Intensiva indubitavelmente trouxeram
benefícios para o prognóstico dos pacientes em sepse, entretanto aumentaram
riscos de infecções associados procedimentos invasivos utilizados para
tratamento e diagnóstico da sepse.
Para minimizarmos os riscos em relação às infecções, faz-se necessária a
colaboração de toda a equipe de assistência direta, sendo a enfermagem a
principal responsável por gerenciar o emprego correto das técnicas assépticas
e estéreis. O conhecimento dos fundamentos fisiológicos pela equipe de
enfermagem é de extrema importância na avaliação dos distúrbios
hemodinâmicos dos pacientes com sepse grave e choque séptico; tendo em
vista que é ela quem dá um atendimento mais próximo ao cliente, o que
possibilita a percepção de alterações fisiológicas precocemente. O uso
adequado destes conceitos pode auxiliar em muito de medidas terapêuticos e
avanços nas intervenções. A enfermagem tem ainda a obrigação de tratar o
cliente como um todo, prevenindo então as complicações decorrentes das
manipulações, uso de dispositivos de manutenção da vida, diagnósticos e de
tratamento.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Dias FS, Rezende E, Mendes CL, Réa-Neto A, David CM, Schettino G, Lobo
SMA, et al. Parte II: Monitorização hemodinâmica básica e cateter de artéria
pulmonar. Rev Bras Terap Intens 2006; 18(1): 63-76.
2.Pereira Júnior GA, Marson F, Abeid M, Ostini FM, Souza SH, Basile-Filho A,
et al. Fisiopatologia da sepse e suas implicações terapêuticas. Medicina 1998;
31: 349-62.
3.Stamm AMNF, Coutinho MSSA. Infecção do trato urinário relacionado a
Cateter vesical de demora: incidência e fatores de risco. Rev Ass Med Bras
2003; 45(1): 22-26.

________________________________________________________________
¹Estudante do 8º. Semestre do Curso de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro. São Paulo, SP.
² Mestre em Enfermagem. Professor Adjunto do Curso de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP.

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Sinais e comportamentos observados pelo enfermeiro em


crianças vítimas de abuso sexual
SONIA MARIA DE OLIVEIRA ARAUJO(1)

DAMARIS GOMES MARANHAO(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A violência está introduzida no cotidiano de vida conforme observa-se
diariamente nos noticiários de todo o mundo, como a rede de pedofilia que as
vezes envolve políticos, religiosos, profissionais, parentes ou conhecidos da
criança. Segundo a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a
Infância e Adolescência (ABRAPIA), a definição de abuso sexual nesta faixa
etária, é uma situação em que uma criança ou adolescente é usado para
gratificação de um adulto ou mesmo de um adolescente mais velho, baseado
em uma relação de poder que pode incluir desde caricias, manipulação da
genitália, mama ou anus, exploração sexual, voyeurismos, pornografia e
exibicionismo, até o ato sexual com ou sem penetração, com ou sem violência
física. Embora a maioria dos estudos trate do tema referindo-se genericamente
à criança e ao adolescente, neste trabalho aborda-se o abuso sexual de
crianças, definindo-se como aquelas na faixa etária entre zero e doze anos de
idade. Quanto menor a idade mais difícil é o diagnostico uma vez que as
habilidades de percepção de si própria, do outro, do meio e do que ocorre com
ela, assim como das habilidades de comunicação estão em construção. No
Brasil, na década de 1990, foi promulgado o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), que reconhece o direito da criança vitima de violência,
garantindo o amparo das autoridades competentes, assegurando o seu bem
estar, sua liberdade, sua participação e a garantia de sua vida. Este fato fez
com que os profissionais de saúde, entre outros o enfermeiro, se tornassem
responsáveis pelo registro, notificação e assistência de crianças que são
cuidadas por eles e que às vezes manifestam sinais ou comportamentos que os
levam a suspeitar de serem vitimas de abuso sexual ou outra violência
doméstica ou institucional. O enfermeiro, por ter no cuidado humano o foco de
seu trabalho, exerce um papel importante no acompanhamento, orientação e
cuidados diretos e indiretos de crianças no contexto dos serviços de saúde, das
famílias, das instituições educacionais ou assistenciais e da comunidade. Isto
possibilita que ele possa ser um dos primeiros profissionais a perceber sinais ou
comportamentos infantis que sugiram sofrimento psicofísico decorrentes do
abuso sexual ou outras formas de violência contra a criança. O enfermeiro
precisa desenvolver um olhar compreensivo da problemática e se assegurar
nos termos da Constituição Brasileira, do ECA e do próprio Código de Ética
Profissional, uma vez que este ultimo exige que o enfermeiro não seja conivente

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com maus tratos de qualquer tipo. Assim, não basta cumprir os aspectos legais,
é necessário que o enfermeiro em parceria com outros profissionais e redes de
apoio social, identifique, acolha e proteja, enfim cuide da criança vitima de
violência. Para tanto é importante que desenvolva habilidades especificas que
tem como base o conhecimento do processo de crescimento e desenvolvimento
infantil. Na prática clinica da Disciplina de Enfermagem na Atenção Básica a
Saúde da Criança, em uma creche, os graduandos da Faculdade de
Enfermagem da Universidade Santo Amaro ficaram cientes de um caso de uma
menina de três anos de idade que era cuidada pelo pai e que começou a
apresentar um comportamento sexualizado exacerbado. Os professores da
criança solicitaram uma Consulta de Enfermagem que resultou no acolhimento
e escuta da criança, da família e encaminhamento para profissional
especializado, com aconselhamento dos pais que resultou em mudanças tanto
na dinâmica familiar como no comportamento da menina. A partir desta vivência
surgiu a necessidade de aprofundar o estudo sobre este problema cada vez
mais evidente na mídia da maioria dos países. A principal questão que a
pesquisadora procura responder neste estudo é como o enfermeiro pode
identificar sinais ou comportamentos indicativos de suspeita de abuso sexual na
infância.

OBJETIVO:
Identificar na literatura os sinais e comportamentos manifestos por crianças
vítimas de abuso sexual de forma a subsidiar a capacitação de enfermeiros
para reconhecer, acolher, aconselhar, encaminhar e cuidar das pessoas
envolvidas.

METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica publicada em períodos indexados nas bases de dados
LILACS, Scielo e Medline, em língua portuguesa, com recorte temporal no
período de 2000-2008, a partir dos descritores: violência intrafamiliar; maus
tratos infantis; abuso sexual da criança; abuso sexual na infância; enfermagem
pediátrica. Também foram consultados publicações na ABRAPIA e Ministério da
Saúde. Foram encontrados 366 artigos indexados nas bases de dados da
Biblioteca Virtual de Saúde, nos idiomas inglês, espanhol e português, sendo
que neste ultimo foram identificados 58 artigos. Os títulos e resumos foram lidos
para excluir aqueles que não abordavam o objeto de estudo, resultando 17
artigos. A partir da leitura destes artigos foi realizada um nova pesquisa em
artigos específicos utilizados como referencia nos anteriores. A análise temática
resultou em três categorias, que abordam a dinâmica do abuso infantil, os sinais
e comportamentos manifestos e a assistência de enfermagem.

RESUMO:

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O muro de silencio em torno do abuso sexual infantil: um desafio para o


enfermeiro
Grande parte das ocorrências de abuso sexual acontece na própria residência
da criança, envolvendo parentes, configurando uma relação incestuosa.
Excepcionalmente os abusos podem ser praticados por outros conhecidos das
crianças, freqüentemente são pessoas em que a criança e a família confiam e
que as usam para sua satisfação sexual. O abuso é praticado em todas as
classes sociais, não exclui credos e etnias, embora alguns autores afirmem que
o desemprego e a baixa escolaridade possam ser fatores que contribuam para
sua maior prevalência entre as populações mais pobres. Entretanto, é preciso
evitar afirmações deste tipo sem evidencias cientificas, por ser um fenômeno
ainda em estudo, para que preconceitos não sejam perpetuados. É possível
que o abuso seja mais evidente nas populações com condições inadequadas
de vida, sobretudo onde as famílias e crianças residam em moradias restritas,
com dificuldade de acesso regular aos bens e serviços de saúde, educação,
cultura e lazer. O abuso pode se iniciar desde o primeiro ano de vida da criança
e continuar até que ela comece a ter um melhor entendimento do que está
acontecendo, em geral na faixa etária dos 9 aos 12 anos. As vitimas de incestos
são as que sofrem maior dano psicológico, porque o agressor se aproveita do
grau de parentesco e, muitas vezes, capciosa e repetitivamente, continuam
perpetuando esta violência por anos seguidos. Isso faz com que a criança crie
uma barreira que os autores denominam de “muro do silêncio”, que possibilita a
continuação da agressão. A criança não consegue acabar com esta relação de
medo, e não se abre por medo, timidez, constrangimento, falta de confiança nas
pessoas que poderiam ajudá-la, culpa e medo de causar a separação dos pais.
Às vezes o principal cuidador é o próprio abusador, ou a mãe pode ser
conivente com o abuso, ignorando os sinais e comportamentos que o
denunciam. Isto faz com que a criança se cale e carregue este segredo durante
todo processo de crescimento e desenvolvimento que é afetado severamente.
O abusador costuma usar de chantagem dizendo para a criança que ela o
induziu a cometer o erro, ameaça-a ou a sua família. Uma grande parcela dos
abusos é feita por conhecidos da vitima e se utilizam disso para abordá-la.
Alguns autores também citam casos nos quais o pai utiliza de comportamento
autoritário ou extremamente protetor para que o abuso não seja descoberto. Os
abusadores calculam, manipulam e idealizam um plano para abordar a criança,
empregando estratégias como presentes ou lisonjas para persuadi-las e abusá-
las.
Sinais e comportamentos observados na criança vítima de abuso sexual
Em muitos casos não há evidências clinicas, apenas comportamentos
subjetivos, o que dificulta a identificação e confirmação da suspeita. Assim, para
a prevenção e identificação precoce é importante que o enfermeiro que
acompanha regularmente a criança ou cuida dela, conheça o processo de

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crescimento e desenvolvimento normal, para que possa identificar sinais ou


comportamentos que possam fazer suspeitar deste grave problema. Os sinais
ou comportamentos indicativos de que a criança sofre algum tipo de violência
podem se revelar em qualquer idade, com diferentes manifestações. No caso
de abusos que são mais agressivos, ou se perpetuam por meses ou anos, é
possível observar lesões como fissuras e hematomas presentes na região anal;
lesões causadas por agentes transmissíveis como verrugas, secreções, marcas
ou mordidas em qualquer região do corpo. Nos casos mais evidentes
clinicamente é possível coletar material que se configura como prova clinica e
jurídica, como presença de resíduos de sangue, esperma, cabelos do agressor.
As agressões com características mais evidentes em meninas são secreções
ou cortes na vulva ou região perianal, alargamento do hímen, devido a
penetrações forçadas e cicatrizações posteriores ao abuso. Em algumas
situações a criança para impedir o abuso pode usar de artifício, colocando
papel na região genital, crendo que isto cessará o abuso, o corrimento, a dor e
a vergonha. Os profissionais da saúde que prestam o atendimento a estas
crianças devem ter um conhecimento cientifico da anatomia pré-pubere a fim de
evitar um falso diagnóstico. As lesões na região ano genital podem não ser por
conseqüência de abuso, mas de anormalidade não especificas, como
anormalidades urogenitais ou lesões causadas por constipação, infecções
adquiridas por outras formas de contato humano, ou pela própria manipulação
da criança na fase de desenvolvimento da sexualidade genital. A inabilidade na
condução do processo de investigação da suspeita de abuso pode afetar o
desenvolvimento infantil, assim como suscitar desconfianças e conflitos
familiares que trazem conseqüências graves para a criança. Os
comportamentos reacionais são variados e não específicos: pesadelos,
mudanças no hábito de dormir, brincadeiras agressivas ou sexualizadas com
pessoas ou bonecos. Na investigação do comportamento e da rotina de vida
diária, evidencia-se ansiedade, distúrbios de sono, mudanças bruscas no modo
de ser, manifestações de medo de lugares específicos, assim como desconforto
na presença de determinado adulto. Nos testes projetivos realizados pelos
especialistas, quando se pede para a criança desenhar a figura humana, podem
surgir formas assustadoras, com genitálias super desenvolvidas, pintados com
cores escuras, ou com rabiscos que expressam a violência vivida. Entretanto,
na avaliação do desenho infantil também é preciso ter cuidado, pela
complexidade da interpretação dos signos que requer formação especializada.
Embora o enfermeiro possa conhecer como se realiza o psicodiagnóstico da
criança suspeita ou vitima de abuso sexual, ele precisa ter cuidado para não
empregar estas técnicas sem que tenha desenvolvido conhecimentos
especializados e ter claro que está é uma competência do psicólogo. Deve-se
ter muita cautela e não inferir a partir de evidências que podem ser sinais ou
comportamentos causados por outros problemas ou próprios do processo de

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desenvolvimento humano saudável. Deve-se levar em conta também à


possibilidade da falsa denúncia, em que a criança é induzida a acusar alguém
por motivos alheios a sua compreensão. Para a identificação dos sinais e
comportamentos existe a necessidade de uma rigorosidade na capacitação de
profissionais e treinamento neste campo da violência sexual com crianças.
A assistência sistematizada de enfermagem à criança
A Sistematização da Assistência de Enfermagem, a interação e vinculo com a
criança e seu principal cuidador, iniciando-se com a observação e escuta da
criança, do acompanhante, coletando dados para o histórico de enfermagem,
seguido de exame físico detalhado, da avaliação do crescimento e
desenvolvimento permite que o enfermeiro identifique problemas nos cuidados
e atendimento das necessidades básicas da criança. Considerando os
resultados apresentados em relação ao fato do abuso sexual da criança ocorrer
de forma silenciosa durante muitos anos, o fato de muitas crianças não
apresentarem evidencias especificas que permita ao enfermeiro suspeitar para
que possa acolher cuidar, encaminhar e notificar os casos, é fundamental que
ele considere esta possibilidade e acompanhe e avalie o crescimento e
desenvolvimento de todas as crianças que atende, sempre atento aos
comportamentos, ao processo de interação de cada criança com sua família ou
outros responsáveis pelos seus cuidados. Embora o Estatuto da Criança e do
Adolescente afirme que todas as suspeitas deverão se comunicadas ao
Conselho Tutelar, não basta notificar, é preciso cuidar da criança e de sua
família e desenvolver estratégias educativas para prevenir estas e outras
atitudes que coloquem em risco a integridade psicofísica das crianças. O
enfermeiro pode contribuir com grupos educativos para os pais e educadores
abordando este e outros temas relativos aos riscos no processo de crescimento
e desenvolvimento saudável das crianças. Alertar as mães, pais e educadores,
mas sem causar pânico, para dar atenção às queixas das crianças, observarem
seu comportamento e consultar os profissionais de saúde no caso de ter
duvidas ou suspeitas. O profissional de enfermagem é obrigado a notificar o
abuso da criança mesmo que seja uma suspeita. Não notificar significa ser
conivente com a violência e poderá responder nos rigores da lei em conjunto
com o Conselho e as Delegacias que defende os direitos da criança e do
adolescente, com punição de multa na categoria profissional. É através da
notificação dos casos que é possível interromperem os abusos, conscientizar,
educar e esclarer a população.

CONCLUSÃO:
A literatura analisada apresenta a dinâmica do abuso sexual da criança e
descreve os principais sinais e comportamentos que podem expressar o
sofrimento psicofísico a que estão submetidas. Os sinais e comportamentos

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nem sempre são evidentes ou específicos. O enfermeiro precisa desenvolver


conhecimentos e habilidades para acompanhar o processo de crescimento e
desenvolvimento infantil normal, identificar sinais e comportamentos que são
freqüentes nos casos de crianças abusadas, quais os possíveis diagnósticos de
enfermagem diferenciais, como abordá-las e à sua família, bem como que
cuidados requerem, que medidas de proteção deve implementar, como e para
quem encaminhá-las para confirmação diagnóstica, tratamento, notificação e
proteção jurídica. Os profissionais devem observar esta criança holisticamente,
através de um olhar atento sem julgamentos precipitados. Através desta
identificação do caso outras crianças serão poupadas deste ato que prejudicara
o seu desenvolvimento e doenças mentais, ou a repetição da historia.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1) ABRAPIA (Associação brasileira multiprofissional de proteção à infância e à
adolescência). Abuso sexual mitos e realidade. 3ª ed, Autores Agentes &
associados. 2000.
2) Pfeiffer L, Salvagni EP. Visão atual do abuso sexual na infância e
adolescência. Jornal de Pediatria. Rio grande do Sul. 2005; 81. (5).
3) Algieri S. A violência infantil na perspectiva do enfermeiro: uma questão de
saúde e educação. Rev. Gaúcha enfermagem. Rio grande do Sul. 2005; 26(3):
308-15.

________________________________________________________________
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Santo Amaro
Graduanda do oitavo semestre da Faculdade de Enfermagem da UNISA
(so_araujo@yahoo.com.br)
Orientadora Doutora em Ciências da Saúde Profª Titular. Damaris Gomes
Maranhão Faculdade de Enfermagem UNISA

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SÍNDROME DE FOURNIER: ALTERAÇÕES DO PORTADOR


MARIA DE LOURDES DOS SANTOS DIAS(1)

DEBORA CRISTINA SILVA POPOV(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A Síndrome de Fournier (SF) é uma afecção rara que vem sendo diagnosticada
entre aqueles que procuram assistência á saúde. É um processo infeccioso
onde há necrose do tecido subcutâneo e toxicidade sistêmica grave, evoluindo
para uma gangrena progressiva da pele.
A infecção foi descrita como gangrena idiopática fulminante que destrói
rapidamente a genitália recebendo o nome de Síndrome de Fournier. O
processo infeccioso acomete a região perineal; é também conhecida como
fasciite necrosante do períneo, gangrena escrotal, celulite necrosante sinérgica,
gangrena sinérgica, gangrena idiopática e gangrena fulminante.
Essa doença acomete homens e mulheres de todas as idades, desde crianças
até idosos, com predomínio na terceira idade, sendo mais freqüente no sexo
masculino. Conforme descrito na literatura, existe uma mulher para cada 10
homens que apresentam a doença.
Por ser uma afecção que apresenta como sintomas dor, febre e edema, entre
outros, pode levar a um quadro dramático tanto para o paciente quanto aos
profissionais da área da saúde.
A SF foi descrita pela 1ª vez por Fournier em 1883, Depois da observação do
acometimento de cinco indivíduos do sexo masculino, por processo gangrenoso
súbito, de extrema virulência.
Em seu trabalho original, Fournier descreve um processo de instalação
explosiva. Indivíduos aparentemente sadios, que começaram a apresentar mal -
estar geral, febre, dor, na genitália externa, edema e hiperemia da mesma,
inicialmente, seguida de perda da coloração normal, principalmente da bolsa
escrotal.
Estas lesões evoluíam para gangrena, com pontos de crepitação, em questão
de horas. Posteriormente, os pacientes passavam a eliminar pelas lesões, pus
achocolatado, de odor terrivelmente fétido. Esses foram os primeiros casos
descritos desta doença, que ficou conhecida pelo nome do primeiro relator.
Não se explica a preferência pela pele escrotal. Várias sugestões existem entre
elas falta de higiene; evaporação menor de suor; pregas de pele que albergam
em ninhos as bactérias que penetram após pequenos traumas; as rugas da
pele impedem uma circulação livre com baixa resistência à infecção; ocorre
produção de secreção purulenta fétida que deve ser encaminhada para cultura
e exame bacteriológico com o intuito de conhecer os microorganismos
responsáveis.

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As origens anorretais, geniturinárias e lesões cutâneas, são consideradas como


principal fonte de infecção, atingindo, preferencialmente, a pele escrotal.
A SF é uma enfermidade com etiologia de múltiplas bactérias, podendo variar
entre aeróbios (E. coli, Bactérias Stafhilococcus, Pidermidis) e/ou Anaeróbicos
(Bacteróides clostrídium, ou Streptococci).
O material colhido da região infectada após análise laboratorial mostra múltiplos
microorganismos aeróbios e anaeróbios, sugerindo hipótese de sinergismo.
Comumente os agentes etiológicos mais encontrados são os Streptococus,
Stafilococus, e microorganismos Gram negativos, Bacteróides, Klebsiella,
Proteus, E. Coli, Pseudômonas e Clostridium.
São sinais e sintomas presentes no início da doença, a dor, eritema, edema,
prurido na genitália e necrose, da região escrotal, perianal e perineal, com
associação de febre e calafrios.
Outros sinais locais são flictenas, crepitação, cianose e secreção com forte odor
fétido.
O índice de mortalidade é de aproximadamente 20% variando entre 7 a 75%,
geralmente associada a outras desordens, como o diabetes, (40-60%)
alcoolismo (25-50%) e também em pacientes portadores de infecções.
A afecção foi descrita no início como causa desconhecida, hoje um processo
patológico subjacente pode ser encontrado na maioria dos casos de SF,
embora um grande número de pacientes não tenha causa determinada. Uma
cuidadosa investigação pode mostrar a porta de entrada, podendo ser
localizada no trato urogenital, no trato digestivo ou em afecções cutâneas.
Há relatos na literatura da doença pós-cirurgias e métodos invasivos de
herneorrafia, apendicectomia, vasectomia, após traumas (perineal, sexual),
picadas de inseto, mordida humana, dentre outros, e ainda 20 a 30 % dos
casos são de origem idiopática.
No combate a infecção é fundamental a coleta de material para cultura e
antibiogramas. Os testes permitem orientação segura para terapêutica
antimicrobiana, vários antibióticos de amplo espectro são utilizados para
combater a infecção, o uso combinado de penicilina, gentamicina e clorofenicol
ou ampicilina, amicacina e clorofenicol, é favorável no controle das bactérias
citadas.
O tratamento clínico deve ter início imediato; na correção dos distúrbios
hidroeletrolíticos, ácido-base e hemodinâmicos, antibioticoterapia de largo
espectro.
Os antibióticos ministrados com maior freqüência são cefalosparina
aminoglicosídeo, beta lactam metronidazol, acrescentando-se Anfotericina-b na
presença de fungos, sendo o uso em associações de no mínimo três drogas, de
forma a abranger todo o espectro de possíveis agentes causadores da doença.
O tratamento cirúrgico consiste de um desbridamento amplo de todos os
tecidos desvitalizados, com drenagem de todas as coleções purulentas e, se

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necessário, sob anestesia geral. Este procedimento deve ser repetido sempre
que surgirem novas áreas de necrose tecidual; a cada 24 ou 48 horas.
Nesta fase da doença há deterioração rápida do estado geral, tornando a ferida
extensa e profunda, o que agrava a infecção.
Pode ser necessária a colostomia derivativa de rotina nos casos que houver
comprometimento esfincteriano importante, perfuração colônica ou retal, ferida
perineal muito ampla, paciente imunossuprimido ou com incontinência fecal.
O tratamento por hiperóxia hiperbárica é constituído por administração inalatória
e intermitente de oxigênio a 100% a uma pressão maior que ao nível do mar,
podendo ser realizada em câmara hiperbárica.
O efeito imediato da hiperoxia hiperbárica é a hiperoxigenação, que resulta no
aumento do oxigênio dissolvido no plasma, o qual é diretamente proporcional á
pressão parcial do oxigênio inalado.
A oxigenioterapia hiperbárica exerce um efeito antibacteriano direto sobre os
anaeróbios reduzindo a atividade de endotoxinas na presença de níveis
teciduais elevados de oxigênio. Este tratamento está indicado nos pacientes de
SF que permaneçam toxemiados apesar de extenso desbridamento e naqueles
com evidências clinicas de infecção por anaeróbios.
Alguns autores fazem referência ao uso de câmera hiperbárica com bons
resultados, porém é um tratamento caro e inacessível à maioria dos hospitais.
A SF trata-se de uma infecção mutiladora, que atinge até os testículos, sendo
que sua circulação é independente e o comprometimento do mesmo é raro. Em
um estudo de 30 casos praticou-se a orquiectomia apenas em um paciente com
gangrena no testículo.
Apesar da evolução da medicina no atendimento de casos de infecção grave
com antibióticos cada vez mais poderosos, cuidados intensivos e cirurgias de
urgência, no controle de SF ainda acompanha de morbimortalidade elevada,
oscilando entre 9,1 e 45%.
O interesse por pesquisar sobre esse tema surgiu devido à vivência da autora
no cuidado a pacientes com SF durante o cumprimento de um estágio curricular
da graduação, no qual houve a oportunidade de cuidar, e realizar um estudo de
caso de um cliente com SF. A partir deste contato com paciente e familiar,
surgiu à idéia de aprofundar o conhecimento sobre o assunto, por meio da
realização desse trabalho.

OBJETIVO:
Identificar e descrever as principais alterações do portador de SF.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica exploratório, nas bases de

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dados. Lilacs, Scielo, Bireme e livros da área. Foram utilizados os seguintes


descritores: Doença de Fournier, Fasciite necrotizante, enfermagem, sem
recorte temporal, foram utilizados 11 artigos, que foram selecionados após
leitura dos resumos; também foram utilizados 4 livros. Selecionados artigos em
língua portuguesa.

RESUMO:
Para melhor responder aos objetivos do estudo, dividimos em tópicos as
principais alterações do portador de SF.

4.1 Infecção
A infecção é todo processo inflamatório no qual existe um agente infeccioso, a
origem da infecção na SF pode ser urogenital, anorretal ou cutânea, sendo a
urogenital mais freqüente. A infecção urogenital pode ser causada por
estreitamento uretral, cateterismo traumático, cálculo uretral, a anorretal inicia
através de abscesso isquiorretal e perianal, podendo ser secundário á biopsia
de mucosa retal ou ligadura hemorroidária, e a cutânea ocorre por traumatismo
e procedimentos (exemplo vasectomia e colocação de prótese peniana entre
outras).
A SF ocorre ao redor da área genital masculina, e é causada por infecções
perianais, genitais, ou por procedimentos cirúrgicos na região. Evolui com
necrose dos tecidos moles superficiais e profundos, incluindo pênis, escroto,
podendo atingir a cavidade peritoneal e retroperitônio.
O processo infeccioso causado por inflamação de uma artéria leva a trombose
dos vasos cutâneos e subcutâneos e conseqüentemente necrose da pele da
região acometida.
As bactérias anaeróbias são umas das principais na SF, e a alta
morbimortalidade são características das infecções por anaeróbios, devido à
rápida evolução e a capacidade de causar inflamação e necrose de tecidos
moles, superficiais e profundos, culminando em choque séptico e falência de
múltiplos órgãos.
As bactérias anaeróbias são definidas como aquelas que não são capazes de
crescer em superfície de meios sólidos e sim, em baixas tensões de oxigênio.
Um ambiente onde predomine a hipóxia tecidual é crucial para a patogenia de
SF, e é um alicerce para a proliferação de bactérias anaeróbias a baixa tensão
de Oxigênio, que são características desta enfermidade.
No exame físico o que levanta a suspeita de uma infecção por anaeróbios é a
presença de secreções fétidas, presença de gás nos tecidos e a presença de
tecidos necróticos.
O consumo local de oxigênio ocorre pelas bactérias aeróbias e é aumentado
pela diminuição do suprimento vascular secundário ao edema e processo
inflamatório, podendo levar a trombose de pequenos vasos.

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Em um estudo é referido que a combinação de bactérias aeróbias e anaeróbias


é esperada em todos, ou pelo menos na maioria dos casos de SF.

4.2 – Necrose
A necrose é definida como o estado de morte de um tecido ou parte dele em um
organismo vivo. A necrose é sempre um processo patológico e desordenado de
morte celular causada por fatores que levam à lesão celular irreversível e
conseqüente morte celular.
A necrose é utilizada para identificar a morte celular ocorrida no organismo vivo
e seguida de fenômenos de autólises, quando a agressão é suficiente para
interromper as funções vitais (cessam a produção de energia e as sínteses
celulares). Dentre os vários fatores que a causam, estão estresses anormais
como isquemia e lesão química.
A necrose pode ser produzida por qualquer agente lesivo, e o aspecto da lesão
varia de acordo com a causa, porém necroses produzidas por diferentes
agentes possam ter aspecto semelhantes.
Quanto à extensão da lesão estudos relatam que quanto maior a necrose maior
os índices de mortalidade; porém outros autores demonstraram que a extensão
média da área de superfície corpórea envolvida no processo de necrose em
pacientes que sobreviveram e faleceram não foi estatisticamente significante,
sugerindo-se que a extensão da necrose não é fator preditivo para mortalidade.

4.3 – Dor
A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada à lesão
tissular real ou potencial. É o motivo mais comum para a busca de cuidados de
saúde. Ela acontece em muitos distúrbios, exames diagnósticos e tratamentos,
incapacitam e angustiam mais pessoas de que qualquer doença isolada.
A dor é categorizada de acordo com sua duração, localização e etiologia. Em
geral, três categorias básicas são conhecidas: Dor aguda, dor crônica (não -
maligna) e dor ligada ao câncer.
A dor aguda, em geral é de início recente e comumente associada a uma lesão
específica, a dor aguda indica que aconteceu a lesão ou comprometimento.
Quando eliminada a lesão ou doença sistêmica, a dor aguda geralmente diminui
juntamente com a cura. A dor aguda pode ser definida como, duração de alguns
segundos até 6 meses.
A dor crônica não maligna é a dor constante ou intermitente que persiste além
do tempo de cura esperado e que raramente pode ser atribuída a uma lesão ou
causa específica. Ela pode ter um início maldefinido, e, com freqüência, é difícil
tratá-la, porque a causa ou origem pode ser incerta. Embora a dor aguda possa
ser um sinal útil de que algo está errado, a dor crônica geralmente se torna um
problema por si próprio. E pode ser definida como a dor que dura de 6 meses

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ou mais.
A dor no paciente Oncológico pode está diretamente associada ao câncer. E a
intensidade da dor varia desde nenhuma, passando pelo desconforto brando,
até a dor excruciante. Não há correlação entre a intensidade relatada e o
estímulo que produziu.
A intensidade reportada é influenciada pelo limiar de dor da pessoa e a
tolerância à dor. O limiar de dor consiste no estímulo mínimo para o qual uma
pessoa reporta a dor, sendo a tolerância a quantidade máxima de dor que uma
pessoa pode tolerar.
Conforme descrito na literatura indivíduos que passaram pela experiência de
terem sido portadores de SF, deixam claro que é um quadro dramático de início
insidioso, cuja dor é insuportável, com presença de febre, edema e ferida
caracterizada por necrose do tecido.
Em estudo de caso encontramos que mesmo depois da alta hospitalar o
paciente ainda pode evoluir com dor discreta e desconforto testicular.
Em um estudo realizado em pacientes com diagnóstico de SF encontrou-se os
seguintes resultados em termos de freqüência de sinais e sintomas: dor 100%;
eritema 100%; febre 72%; crepitação 62%; choque 40%; alteração do estado
mental 32%, demonstrando assim a importância de se considerar à dor nessa
doença em particular.

4.4 – Alterações psicoemocionais e sociais


A SF por se enquadrar nos tipo de doenças estigmatizantes como (Síndrome
da imunodeficiência adquirida (AIDS) ou Micobactérium Leprae) pode provocar
reações das mais diversas às pessoas, como rejeição, curiosidade, medo,
pena, fuga, agressividade entre outras. Não somente da população em geral,
mas inclusive do pessoal da área de saúde.
Segundo estudo, os sentimentos que acompanham o paciente portador de SF
são: medo, horror, omissão, pena, desespero, espanto, curiosidade,
brutalidade, descaso, desconhecimento entre outros; o que demonstra uma
ameaça a vida do indivíduo.
Temos evidências da falta de orientação dos pacientes e cuidadores,
demonstrando a necessidade dos cuidadores terem um treinamento e
orientações adequadas.
O que representa o afastamento do ambiente usual de vida é a situação da
doença que é sempre causadora de impacto tanto para o portador quanto para
a sua família. A doença pode levar a perda de emprego, dificuldades
econômicas para o sustento da família e a possibilidade de incapacidade
permanente; a vergonha da doença e o medo de serem rejeitados por serem
portadores de doença estigmatizante.

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CONCLUSÃO:
Concluímos que as principais alterações selecionadas ao portador de SF são:
-Infecção: principalmente causadas por bactérias anaeróbicas.
-Necrose: primo patológico de morte celular.
-Dor: relatada como insuportável e presente em 100% dos portadores.
-Alterações psicoemocionais e sociais: estigma e preconceito do portador e
cuidadores, afastando o indivíduo do convívio social.
É importante o enfermeiro e o cuidador estarem conscientes da doença de seus
cuidados, pois requer cuidados específicos, e devem ter preparo técnico e
emocional frente ao doente. Acreditamos que, com esse estudo esclarecemos
questões relativas à SF, que podem trazer informações relevantes aos
enfermeiros, cuidadores e pacientes, contribuindo para aprimoramento da
prática, e humanização da assistência ao paciente de SF.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Cavalini F, Moriya TM, Pelei NTR. Síndrome de Fournier: a percepção do seu
portador. Rev Esc Enferm USP 2002; 36(2): 108-14.
2. Smeltzer SC, Bare BG. In: Brunner, Suddarth. Tratado de enfermagem
médico-cirúrgica. 10ª ed. Guanabara koogan 2005. P.231-45.
3. Cardoso JB, Féres O. Gangrena de Fournier medicina (ribeirão preto) 2007;
40(4): 493-9.

________________________________________________________________
1. Aluno (a) do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de
Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. Lourdes.007@hotmail.com
2. Enfermeira Mestre em Enfermagem na Saúde do Adulto, Especialista em
Enfermagem CC; CME E RPA; Professora Assistente do Curso de Enfermagem
da Universidade de santo Amaro – UNISA

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STENTS REVESTIDOS POR FÁRMACOS: QUAIS AS


DESVANTAGENS?
MAYCON PAULO DE OLIVEIRA(1), LAMIZ TANNOURI(2), MARCELLA MAIA DE
SOUZA(3), GERSON JÚLIO DE FREITAS(4)

PATRICIA COLOMBO COMPRI(5)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A medicina passa por um momento de inquietação, em que a busca por
ferramentas terapêuticas mais eficazes e seguras é uma constante. Nesse
contexto, a intervenção coronariana percutânea (do balão aos stents
farmacológicos) é, por muitos, considerada um dos maiores avanços da
cardiologia em todos os tempos. A análise de vários estudos em diferentes
leitos vasculares tende a mostrar que artérias de pequeno calibre estão mais
sujeitas a hiperplasia intimal e a reações celulares da interação stent/parede do
vaso e as artérias de maior calibre estão sujeitas a fatores estruturais e
mecânicos tanto do stent como da parede do vaso envolvido60.
A própria estrutura dos stents tem importância na prevenção da oclusão ou
reestenose, sendo baseada em diversos fatores, como: o mecanismo de
liberação, o material de fabricação, a geometria dos stents, a presença de
polímeros e/ou outras substâncias capazes de induzir inflamação local e outros
fatores mecânicos. Uma complicação do tratamento com stents não revestidos,
entretanto, consiste no risco de reestenose, o chamado “calcanhar de Aquiles”
da cardiologia intervencionista. Atualmente, um dos maiores avanços da
cardiologia intervecionista foi o desenvolvimento dos stents eluídos em
fármacos (normalmente rapamicina ou paclitaxel) que, por atuarem inibindo a
proliferação neo-intimal, reduziram dramaticamente a reestenose. Apesar de
ainda existirem dúvidas quanto ao real custoxbenefício e aos riscos tardios,
especialmente o de trombose, os stents farmacológicos têm sido empregados
em diversas situações clínicas e na cardiologia e na cirurgia vascular.

OBJETIVO:
Verificar o que a literatura relata sobre as vantagens e as possíveis
desvantagens do uso de stents revestidos por fármacos em procedimentos
cardiovasculares e endovasculares.

METODOLOGIA:
Levantamento e análise sistemática de publicações acerca do uso de stents
revestidos por fármacos nas bases LILACS, Medline, SciELO, Cochrane,
EBSCO, Pubmed e revistas impressas, encontrando as vantagens e
desvantagens mais citadas.

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RESUMO:
Foram encontrados diversos estudos acerca das vantagens do uso de stents
revestidos por fármacos, e poucos estudos sobre desvantagens. Dentre as
principais desvantagens, destacam-se o custo e o possível maior risco de
trombose tardia.

CONCLUSÃO:
O “boom” recente do advento dos stents revestidos por fármacos ainda causa
muita euforia, sendo necessários mais estudos que abordem claramente as
desvantagens desse tipo de tratamento, como o elevado custo para os sistemas
de saúde e o risco de trombose tardia.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Rassi A. Análise Econômica dos Stents Coronarianos Farmacológicos no
Brasil: para Todos ou para Poucos Pacientes? Arq Bras Cardiol 2007; 88(4):
376-377.
2. Boechat JÁ, Andréa J, Cortes L et al. Aplicação dos Stents Farmacológicos
Baseada em Evidências: “Não, a Indicação é Seletiva”. Rev Bras Cardiol Invas
2005; 13(1): 43-49.
3. Araujo DV, Lima VC, Ferraz MB. Análise de impacto do stent farmacológico
no Sistema Único de Saúde. Arq. Bras Cardiol. 2007; 88(4) 458-463.
4. Cutlip DE, Baim DS, Ho KK, et al. Stent thrombosis in the modern era: a
pooled analysis of multicenter coronary stent clinical trials. Circulation.
2001;103:1967-1971.
5. Cutlip DE, Windecker S, Mehran R, et al.; for the Academic Research
Consortium. Clinical end points in coronary stent trials: a case for standardized
definitions. Circulation. 2007;115:2344-2351.

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Nada digno de nota.

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SUICÍDIO: SEU IMPACTO NO CONTEXTO FAMILIAR


SUSANA FERNANDES DA SILVA(1)

CLAUDIA POLUBRIAGINOF(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
A palavra suicídio deriva do latim e significa: sui = si mesmo e caedes = ação de
matar. O suicídio é um ato contra o próprio ser, sendo um fenômeno violento e
complexo é um baque violento na vida dos outros merecendo uma ampla
discussão na sociedade. Desde as antiguidades até os dias hoje o fenômeno do
suicídio é visto como tabu e motivo de culpa. O suicídio e suas tentativas
representam uma grande violência no âmbito familiar e dos profissionais
envolvidos, pois implicam atitudes que traumatizam, silenciam e estarrecem.
Tem sido considerado sinônimo de loucura, sendo por vezes um assunto
proibido.(1)
O suicídio é um fenômeno complexo e impactante representando um grave
problema de saúde pública. Para cada óbito por suicídio, há no mínimo cinco ou
seis pessoas próximas ao falecido cujas vidas são profundamente afetadas
emocional, social e economicamente. As repercussões do suicídio na família
podem levar a mudanças comportamentais, psicológicas, devido à ambivalência
de sentimentos frente a esse tipo de morte.
A morte de um ente querido nessas condições desencadeia grande
desestruturação na vida daqueles que o cercam. O processo de perda é mais
facilmente superado, quando a morte é tida como natural, mas no caso do
suicídio isto não é observado, visto que se interrompe o ciclo vital, de uma
forma violenta e todos que estão envolvidos sofrem suas influencias, visto que
não atinge somente a vitima.(1)
Quando encaramos o suicídio e suas tentativas, estamos dando visibilidade a
um problema que fica limitado às famílias, aos amigos, e aos profissionais de
saúde, e damos uma oportunidade de ajudar a resolvê-lo e diminuir o
sofrimento de todos os envolvidos.
A família necessita de cuidado e atenção para que possa vivenciar esse
momento de maneira mais equilibrada, pois essa experiência atinge todo o
sistema familiar. O sentimento de culpa por não ter conseguido evitar o ocorrido
desencadeia no familiar um sentimento de perseguição, sentir-se culpado
acaba antecipando uma punição imaginária. Que passa a se ver como
desacreditada e estabelece estratégias para se proteger, dentre as quais o
sigilo a respeito do morto é a mais usual.
Os problemas que devemos enfrentar é como lidar com os sobreviventes e com
seus sentimentos de culpa. Assim será que os profissionais de Enfermagem
estão preparados para lidar com esse tipo de morte? É difícil dizer como os

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profissionais devem lidar com essa situação. Afinal, eles são preparados para
salvar vidas, não para lidar com a morte.
Este trabalho tem como objetivo compreender como os familiares reagem à
perda de um parente que tira a própria vida, destacando o papel do enfermeiro
junto à família.

OBJETIVO:
Descrever como os familiares reagem à perda de um parente que tira a própria
vida, destacando o papel do enfermeiro junto à família.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica com abordagem qualitativa.
Foi realizado levantamento bibliográfico nas bases de dados Google
acadêmico, Scielo, Lilacs e Revistas da área. Por meio das palavras-chave
contempladas na Biblioteca Virtual em Saúde – Descritores em Ciências da
Saúde (DeCS): Suicídio, Família, Cuidados de Enfermagem. Também foram
levantadas referências da biblioteca privada Doutor Milton Soldani Afonso.
Tendo sido levantado material datado de 1991 a 2008.

RESUMO:
O suicídio é um fenômeno universal, registrado desde a alta antigüidade,
rememorado pelos mitos das sociedades primitivas, criticado pelas religiões
como ato de rebelião contra o criador, aparecendo ainda, em muitos escritos
filosóficos, como ato de suprema liberdade e sempre foi punido severamente
pela sociedade.
O suicídio é um fenômeno em ascensão no mundo todo e também no Brasil.
Em 2003, cerca de 900 mil pessoas cometeram suicídio no mundo inteiro. Em
2004, aproximadamente oito mil brasileiros tiraram a própria vida. Embora a
taxa média no Brasil não seja considerada alta (4,5 suicídios a cada 100 mil
pessoas), mas, como é um país populoso, atinge o nono lugar em números
absolutos de suicídio. . Algumas cidades brasileiras possuem taxas acima da
média nacional, como Porto Alegre, onde em 2004 na população masculina
registraram-se 16 casos para cada 100 mil homens.
Quando se fala da epidemiologia do suicídio torna-se importante destacar que
as estatísticas oficiais são bastante subestimadas, uma vez que ocorrem
subnotificações decorrentes, muitas vezes, de falhas na identificação e
classificação da causa de morte. No Brasil, as taxas de suicídio não são tão
alarmantes como as que aparecem na Hungria, Finlândia, Japão e Áustria, que
apresentam coeficientes, no sexo masculino, que superam 20 casos em
100.000 habitantes.

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O suicídio é um problema complexo para o qual não existe uma única causa ou
uma única razão. Ele resulta de uma complexa interação de fatores biológicos,
genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais. Trata-se de um evento
que ocorre juntamente com uma serie de fatores que vão se acumulando na
bibliografia do individuo. O que se chama “causa” é, geralmente, o elo final
dessa cadeia.
É difícil explicar porque algumas pessoas decidem cometer suicídio, enquanto
outras em situação similar ou pior não o fazem. Contudo a maioria dos suicídios
pode ser prevenida. De uma forma geral, o suicida esta tentando fugir de uma
situação. De uma forma de sofrimento que chega a ser insuportável, havendo a
manifestação de uma angústia imensa. Há uma soma de desesperança, uma
tristeza incomensurável, uma melancolia em que nada mais vale à pena. A
morte é vista como a solução, não porque se deseje a morte, mas porque a vida
se torna insurpotável.
Os estudos sobre fatores de risco para suicídio ou tentativa de suicídio têm
apontado uma elevada correlação desses fenômenos com a presença de
alguma desordem psiquiátrica como transtorno do humor, transtorno
relacionado a substâncias, esquizofrenia e transtorno da personalidade, quase
95% de todas as pessoas que cometem ou tentam suicídio tem um transtorno
mental diagnosticado.
Inúmeras dificuldades e estresses emocionais interferem no ciclo de vida
familiar. Contudo, o impacto da morte súbita em decorrência de suicídio é um
fato que provoca inúmeras mudanças funcionais e disfuncionais ao sistema
familiar, pois rompe o seu equilíbrio uma vez que a família antes de o suicídio
ser cometido ou tentado, não se encontram propriamente envolvidas na
problemática, se for a primeira vez que se deparam com ela.(2)
Lidar com as conseqüências, principalmente na família, não é simples, é
penosa e requer sensibilidade para trabalhar as emoções que surgem, como:
tristeza, alterações do estado de ânimo, além de sentimentos de culpa e
remorso. Torna-se importante lembrar que a pessoa que tenta ou comete
suicídio não é somente ela a vítima. Após um suicídio, a família e amigos
necessitam, muitas vezes, de assistência médica e/ou psicológica. (2)
Diversos fatores estão ligados às reações psicológicas de familiares de pessoas
que se suicidaram, dentre eles as principais seriam: a idade do falecido; o tipo
de relação estabelecida; o tempo passado desde o episódio, a exposição ao
corpo da vitima; antecipação do suicídio; participação de grupos de suporte, e o
tipo de suporte recebido após o ocorrido.
As diversidades das respostas culturais, individuais e familiares à perda,
consideram os processos familiares como determinantes cruciais da adaptação
saudável ou disfuncional à perda. Quando as famílias não conseguem fazer
adequadamente o luto de suas perdas, não conseguem seguir em frente com
as tarefas do viver. Mesmo uma perda traumática pode ser suportada desde

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que os membros da família possam aceitá-la e reestruturar seu relacionamento


para seguir em frente com suas vidas.
O desamparo que ocorre na família após um de seus membros tirarem a própria
vida é enorme, alguns familiares são tomados por uma sensação de que nada
mais vale à pena, principalmente quando são bem próximos ao morto. A
ausência de um parente deixa lacunas abertas, que podem persistir por toda a
vida. Estas perdas são comumente relatadas como perder um pedaço de si. No
caso, se um membro da família morre, altera o esquema por meio do qual a
família se define; neste caso ela pode ver-se como anormal.
Embora os suicidas tenham cometido o ato de forma consciente, a família
muitas vezes procura afastar a responsabilidade do suicida, justificando o ato. A
morte por suicídio é provavelmente mais difícil de ser aceita, tanto que não é
rara a fala dos familiares conterem elementos de dúvida sobre se houve
realmente suicídio. Ela não se encaixa no conceito de “boa morte”, ou seja,
aquela que se seguiu a uma boa vida.
O processo de morte é uma situação particular para o profissional, pois as
questões relacionadas a perdas reais ou potenciais e o medo da própria
terminalidade podem levá-lo a manter uma distância emocional da família,
podendo apresentar certa incompreensão em relação ao suicídio, que se traduz
em um desconforto emocional, muitos trazem uma carga cultural de repulsa e
tentativa de afastamento quando o assunto é a autodestruição.
As ações desenvolvidas no sentido de assistir a família tornam-se necessárias,
pois o profissional percebe-se sem recursos para confortá-la, diante da situação
estarrecedora. Assim, faz-se necessário que a enfermeira reexamine sua
posição diante da morte e do morrer, para estar pronta e aberta para ouvir com
tranquilidade e acolher a família em suas necessidades, principalmente as
emocionais.
O grande desafio coloca-se no estabelecimento de uma interação efetiva entre
o enfermeiro e a família, para que a experiência dessa perda possa ser menos
dolorosa e mais amena para todos. Essa é uma experiência atinge todo o
sistema familiar. Assim torna-se essencial uma assistência que abranja a família
nesse contexto, pois essa experiência é vivenciada intensamente por todos os
seus membros, os quais necessitam de atenção.(3)
Enquanto o foco estiver voltado somente ao suicida e aos fatores que o levaram
a esse ato, a família não será contemplada, especialmente, quanto à
necessidade de expor seus sentimentos e seus anseios. Dessa forma, é
importante que o enfermeiro bem como os demais profissionais de saúde
compreendam o impacto do suicídio para família considerando as principais
necessidades dos mesmos, e o significado dessa perda para a família, como
possibilidade de desenvolver um trabalho junto à família do suicida, uma vez
que o suicídio se relaciona diretamente com a unidade familiar e o meio próximo
ao individuo. Os serviços de saúde podem promover ações de apoio dirigidas a

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este publico alvo uma vez que a família com um membro suicida encontra-se
frequentemente desamparada e impotente diante de tal situação. Podendo
ocorrer um retraimento, típico daqueles que sofrem sua dor em silencio.(3)
O enfermeiro tem que estar capacitado para identificar, abordar, manejar e
encaminhar essa família, utilizando-se de uma abordagem calma, aberta, de
aceitação e de não-julgamento que o é fundamental para facilitar a
comunicação. Precisa ser levado em consideração a crença da família a
respeito do suicídio, o estigma que o cerca e qual a melhor forma para essa
família elaborar o processo do luto.
A enfermagem deve usar nesse momento várias estratégias que devem incluir:
criação de serviços de apoio e promoção da sua utilização; desenvolvimento de
programas com a finalidade de promover estratégias de resolução de
problemas ; aumentar o conhecimento e a consciência dessas famílias para a
problemática do suicídio. O objetivo é identificar o mais precocemente
sentimentos de depressão, desesperança,desamparo,desespero e dar à
pessoa esperança e certeza de um suporte nessa situação.

CONCLUSÃO:
A morte por suicídio desencadeia grande desestruturação na vida daqueles que
o cercam. Para a família, a elaboração do luto será muito mais difícil. Os
sentimentos de culpa, universalmente fantasiados, podem levar o sobrevivente
a estados melancólicos e suicídio, numa espécie de punição.
Faz-se importante ressaltar o papel fundamental da Enfermagem e demais
profissionais de saúde na compreensão das diversas reações familiares ao
suicídio, vendo a família como um todo e compreendendo suas necessidades
físicas e emocionais, ajudando dessa forma a elaboração do luto, minimizando
assim o temor e sentimentos dolorosos em decorrência da perda.
São poucas pesquisam que enfocam a reação das pessoas próximas ao
suicida, sendo comparada com outros temas relativos ao suicídio. Mas nem por
isso é menos importante, ao contrário as reações familiares como grupo social
que pode ser suporte para seus integrantes se forem ouvidas e acolhidas em
serviços de atenção especializados são de suma importância. A necessidade
de redes de apoio social são campos de estudo e pesquisas valiosos para se
trabalhar nas prevenções de novas mortes. Dessa forma é necessário a ação
da Enfermagem no conhecimento das reações patológicas à perda e sua
dinâmica no suicídio, oferecendo apoio emocional e trabalhando com os
sentimento de desesperança, solidão, impotência e ambivalência e sendo
necessário o encaminhamento para um profissional de saúde mental ou a um
médico.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1.Broker EA. O comportamento autodestrutivo e o seu impacto junto aos
profissionais de enfermagem no ambiente hospitalar – Aspectos jurídicos e
Biopsicossocias [dissertação]. Porto Alegre (RS): Pontifícia Universidade
católica do Rio Grande do Sul, 2007.
2.Palheta ALS, Leal MSL. As implicações do suicídio de adolescentes no
funcionamento e estrutura familiar. [dissertação] Belém (PA): Centro de
Ciencias Biológicas e da Saúde, Universidade da Amazônia; 2002.
3.Poles K, Bousso RS. Compartilhando o processo de morte com a família: a
experiência da enfermeira na UTI pediátrica. Rev. Latino-am Enfermagem 2006;
março-abril; 14(2): 207-13.

________________________________________________________________
1. Graduando em Enfermagem na Faculdade de Enfermagem da Universidade
de Santo Amaro, São Paulo – SP. Sukita_nik@hotmail.com

2. Orientadora e Enfermeira especialista em Enfermagem Psiquiátrica, Saúde


Mental e Qualidade em Serviços de Saúde e Professora na Faculdade de
Enfermagem da Universidade de Santo Amaro, São Paulo-SP.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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Tentativa de suicídio pela ingestão de medicamentos: como


identificar e intervir
ROSA HELENA DE SOUSA ROCHA(1)

CLAUDIA POLUBRIAGINOF(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O uso abusivo de medicamentos controlados por jovens e adultos se da á partir
da tentativa de resolver seus próprios problemas, ou em busca de sensações
agradáveis como euforia, excitação ou aumento da motivação para suas
atividades diárias.
Devido ao uso continuo na terapêutica psiquiátrica, alguns pacientes podem
desenvolver tolerância e tentar induzir o médico a aumentar a dose do
medicamento, pois referem não ter mais o mesmo efeito, quando não
conseguem procuram outros médicos, com outras argumentações como a
perda da receita, a receita que perdeu a validade, até conseguir mais
medicamentos e aumentar a dose por conta, está prática pode levar a uma
intoxicação exógena, pois se aumentou a dose sem o consentimento médico,
para o mesmo avaliar uma dose não tóxica.
Pessoas que apresentam ansiedade e alterações do sono, ao fazer uso
prolongado de benzodiazepínicos, podem levar ao desenvolvimento de
tolerância, abstinência e conseqüentemente dependência.
Geralmente para se ter acesso aos medicamentos controlados sem estar em
tratamento psiquiátrico, os indivíduos utilizam alguns artifícios como adulteração
e falsificação de receitas médicas, diversas queixas somáticas descrevendo
sintomas de ansiedade e referindo insônia, afirmam insistentemente de que
nenhum medicamento faz efeito, recusam a prescrição de agentes
farmacológicos alternativos, insistindo para o médico prescrever algum
medicamento controlado na primeira consulta.
Para se implantar programas de prevenção adequados sobre o uso de drogas
psicotrópicas numa determinada população, é necessário, antes de tudo,
conhecer a realidade desse consumo. Dessa forma, se faz necessário entender
as causas e como intervir na intoxicação exógena, utilizando os conhecimentos
adquiridos através da literatura.

OBJETIVO:
Entender as causas e como intervir na intoxicação exógena.

METODOLOGIA:

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Estudo de revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa, pesquisado artigos


na base de dados Scielo. Foram pesquisados 25 artigos, nos quais foram
utilizados apenas 16 e uma monografia, descartado 9 artigos após leitura, por
não ser pertinente ao assunto.

RESUMO:
Epidemiologia
Durante o período de 1988 a 2004, foram atendidos no setor de urgências
psiquiátricas do Hospital das Clínicas da FMRP-USP 1.377 casos de tentativas
de suicídio de adolescentes com idade entre 10 e 24 anos, sendo 1.027 (75%)
do sexo feminino e 350 (25%) do sexo masculino, o que estabelece uma
relação aproximada de 3:1 em favor das mulheres.
O medicamento é o principal agente tóxico que causa intoxicação em seres
humanos no país, ocupando o primeiro lugar, nas estatísticas do SINITOX,
desde 1994.
Os benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos, antiinflamatórios são as
classes de medicamentos que mais causam intoxicações em nosso país; 44%
do total das intoxicações medicamentosas foram classificadas como tentativa
de suicídio e 40%, como acidentais. Do total registrado das tentativas de
suicídio, 62% foram atribuídas aos medicamentos; o sexo feminino é o mais
vulnerável – do total das intoxicações e do total dos óbitos atribuídos aos
medicamentos, 63% e 57%, respectivamente, ocorreram no sexo feminino.
A utilização de psicofármacos tem crescido nas últimas décadas em vários
países ocidentais e, até mesmo, em alguns países orientais. Esse crescimento
tem sido atribuído ao aumento da freqüência de diagnósticos de transtornos
psiquiátricos na população, à introdução de novos psicofármacos no mercado
farmacêutico e ás novas indicações terapêuticas de psicofármacos já
existentes.
Em 1994, o percentual de utilização de psicofármacos que haviam sido
indicados por médicos foi de 92%. Oito por cento dos usuários tomavam o
medicamento por conta própria. O percentual de consumo de psicofármacos
que tiveram indicação médica foi de 92%, dos quais 41% por clínicos gerais,
20% por psiquiatras e 31% por outros especialistas. A comparação por grupos
de psicofármacos consumidos em 1994 e em 2003. Em ambos os estudos, os
benzodiazepínicos representaram mais da metade dos psicofármacos
consumidos. Por outro lado, houve um significativo aumento do consumo de
antidepressivos em 2003, em relação a 1994.
O aumento no consumo de antidepressivos na última década mostra uma
tendência já observada em outros estudos, relacionada com o crescimento do
diagnóstico das doenças depressivas, com o surgimento de novos
medicamentos e com a ampliação das indicações terapêuticas desses

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medicamentos. O uso de psicofármacos foi maior entre mulheres, sendo em


2003 mais de duas vezes superiores do que no sexo masculino. Em relação ao
maior consumo de psicofármacos entre os fumantes na análise ajustada do
estudo de 2003, observa-se que já havia sido relatada associação entre doença
mental e dependência a nicotina.
Os medicamentos ocuparam o primeiro lugar entre todos os tipos de agentes
tóxicos registrados pelos centros. Os eventos toxicológicos relacionados a
medicamentos caracterizam-se por serem registrados por telefone (78,5%), a
partir de hospitais (86,6%); originam-se de exposições agudas, pela via oral
(90,2%), ocorridas em residência (85,7%) de área urbana (95%). Houve
predomínio do sexo feminino (59%) e maior concentração na primeira década
de vida (49,4%). Os princípios ativos mais freqüentemente encontrados foram:
fenobarbital, diazepam, haloperidol, carbamazepina e bromazepam. As
principais circunstâncias foram as acidentais (38,8%) e tentativas de suicídio
(36,5%). Entre os princípios ativos relacionados predominaram os dos grupos
terapêuticos psiquiatria, analgesia/anestesia e respiratório.
No Brasil, apesar de existirem normas, não há ainda um sistema de registro de
agravos relacionados a medicamentos, efetivamente implantado e funcionante,
que contemple critérios de qualidade, confiabilidade e disponibilidade para a
execução da vigilância.

O Perfil do Indivíduo
As histórias clínicas dos pacientes entrevistados mostraram que a grande
maioria deles (70%) provinha de lares desfeitos, isto é, eram jovens que haviam
sofrido perdas parentais em fases precoces de desenvolvimento, sendo a
maioria por separação dos pais. Além disso, eram adolescentes que se sentiam
intensamente desvalorizados, rejeitados e desprezados pelas pessoas dos seus
núcleos sócio-familiares, e que apresentavam intensos e constantes problemas
de relacionamentos familiares e amorosos, que foram os motivos determinantes
de suas tentativas.
Transtornos Mentais Comuns (TMC) são altamente prevalentes e têm sido
consistentemente associados a piores condições socioeconômicas em
diferentes países, incluindo-se o Brasil. Nem sempre a busca por serviços de
saúde e o acesso a intervenções terapêuticas são mais freqüentes entre
aqueles com maior necessidade.
O suicídio não é, portanto um ato casual ou sem finalidade, ao contrário, trata-
se da resolução de um problema ou crise que está causando intenso
sofrimento, estando associados a necessidades não satisfeitas, sentimentos de
desesperança e desamparo, conflitos entre a sobrevivência e um estresse
insuportável, um estreitamento das opções percebidas e uma necessidade de
fuga, onde a pessoa suicida emite sinais de angústia.
O perfil do adolescente, entre 10 e 19 anos que tentou suicídio e foi admitido na

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unidade de Emergência, no ano de 2002, apresentaram as seguintes


características: a maioria pertence ao sexo feminino na faixa etária entre 15 e
19 anos, da raça branca, solteiros, atuantes em profissões de baixa
qualificação, em maior parte são moradores de bairros pobres de Ribeirão
Preto, o método predominante na tentativa foram ingestões, principalmente do
tipo psicotrópicos e neurolépticos, e a maioria das Tentativas de Suicídio
ocorreram no período diurno.
A freqüência de comportamentos autodestrutivos entre jovens apresenta-se
como um desafio para toda sociedade e para a saúde pública, onde tabus
devem ser quebrados, a fim de que se notifiquem as tentativas para que
colaborem com estudos epidemiológicos com finalidades de estabelecer
estratégias de prevenção de casos novos e reincidências.
Observa-se maior prevalência do sexo feminino nos óbitos de intoxicação por
medicamentos, agrotóxicos de uso agrícola e raticidas.
Entre as 43.648 tentativas de suicídio registradas pelo SINITOX, os
medicamentos responderam por 54,8%.

Tentativa de Suicídio por intoxicação


Se o medicamento está sendo utilizado, além de sua finalidade terapêutica, de
forma abusiva ou indevida, a sociedade e o sistema de saúde devem enxergar
esses casos e encontrar formas adequadas para enfrentá-los.
O método mais utilizado para as tentativas de suicídio foi, em ambos os sexos,
o envenenamento (93,9%), utilizando-se em ordem decrescente de importância
a ingestão de medicamentos (73,8%) e a ingestão de outras substâncias
químicas (20,1%). O emprego de outros procedimentos ocorreu em apenas
6,1% dos casos. Enquanto a ingestão de medicamentos (psicofármacos e
outros) foi mais freqüentemente empregada pelas mulheres (79,8%) do que
pelos homens (56,0%), a ingestão de outras substâncias químicas, ao contrário,
foi mais usada pelos homens (44,0%).

Como Identificar
Os sinais de angústia podem ser considerados como fatores de risco, e
classificados em modificáveis e não modificáveis, evidenciando assim, a forma
mais pragmática de uma divisão. Para tanto, consideram-se, por exemplo, como
fatores de risco modificáveis a depressão, que, com tratamento adequado e
eficaz, progride a um potencial de letalidade menor, e como fatores não
modificáveis estão inclusos a história pregressa do indivíduo, a história familiar
e aspectos como sexo e idade, podendo também estar incluso o desemprego e
as dificuldades financeiras, que são fatores de difícil transformação, pelo menos
em curto prazo.
Em relação a fatores de proteção destacam-se a gravidez, a religiosidade,
presença de habilidades de enfrentamento e suporte da rede social, reforçando

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que alguns desses fatores podem diminuir o risco potencial de suicídio.


Outro aspecto de proteção relaciona-se a estruturação familiar. Em famílias
estruturadas há maior possibilidade de proteger o indivíduo do risco de suicídio.
Entretanto, a desestrutura ou o conflito pode vir a provocar aumento no risco de
suicídio de seus integrantes. Ressalta-se ainda, que o indivíduo que tem uma
convivência entre amigos favorece a uma proteção do risco ao suicídio,
diferentemente do indivíduo que vive solitário e isolado, associando-se
diretamente ao risco de suicídio.
Os suicídios são menos freqüentes em pessoas casadas e aumentam em
números expressivos entre os solteiros, viúvos e divorciados, destacando o
isolamento social como importante fator de risco ao suicídio.

Atendimento Hospitalar
A tentativa de suicídio é uma causa muito freqüente de atendimento em
urgência psiquiátricas. O serviço de urgência desempenha papel importante na
intervenção e prevenção, pois o paciente que tenta suicídio é vulnerável a
novas tentativas.
É relevante notar que a porcentagem de mulheres que usam benzodiazepínicos
e anfetamínicos é cerca de três vezes maior do que os homens. O perigo de
indução de dependência por estas substâncias tem sido freqüentemente
alertado pela Organização Mundial de Saúde.
A prevalência do consumo destes fármacos é elevada no Brasil. Segundo o
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP, 2002) um
em cada dez adultos recebe prescrição de benzodiazepínicos, quase sempre
feita por clínico geral.
Os psicofármacos são medicamentos necessários e seguros, mas podem
causar dependência física e/ou psíquica. Segundo Paulo e Zanini (1997), a
dependência psíquica favorece o desenvolvimento da procura compulsiva do
fármaco, surgindo o vício, o que leva à distorção dos valores pessoais e sociais
do indivíduo, prejudicando o seu comportamento social.
O clínico geral é o profissional mais atuante em saúde mental não só no Brasil,
mas também na Inglaterra, EUA, e Canadá. O paciente apresenta, em geral,
suas queixas através de um sintoma orgânico, pois acredita que o médico tem a
expectativa de ouvir uma queixa somática. Um clínico não preparado tem mais
dificuldade para diagnosticar um transtorno mental, quando mascarado pelas
queixas somáticas. Isto poderia refletir, em parte, o consumo indiscriminado
destes fármacos de controle especial.
O atendimento de enfermagem em PSG (Pronto Socorro Geral), ao doente
mental, é quase exclusivamente voltado aos aspectos técnicos da profissão.

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Acesso aos medicamentos controlados


Os resultados evidenciam o não-cumprimento da legislação vigente, referente
aos medicamentos de regime especial de controle, tanto por parte dos
prescritores, necessário que os órgãos de fiscalização sejam mais efetivos, com
a realização de investimentos financeiros na contratação, formação e
capacitação dos recursos humanos envolvidos no processo. Esta capacitação
deve ser estendida aos prescritores, permitindo-lhes a atualização de
informações por fonte neutra e fidedigna.
Quando consideramos o viés entre gênero e distúrbios mentais apresentados
nas propagandas de medicamentos psicoativos, induzindo ao estereótipo de
que a depressão e ansiedade são sintomatologias femininas, contraditório aos
dados epidemiológicos. Além disso, transmitem a idéia de que o uso de
antidepressivos e ansiolíticos pode promover o bem-estar semelhante aos
momentos de lazer e descanso doméstico e/ou contato com a natureza,
favorecendo o processo de medicalização para qualquer situação de
desconforto do dia-a-dia sem uma indicação objetiva.
Já com relação aos 1.233 óbitos por intoxicação registrados pelo SINITOX,
60,1% ocorreram entre pessoas do sexo masculino contra 36,3% entre pessoas
do sexo feminino. Conseqüentemente, a letalidade por intoxicações para o sexo
masculino é maior do que a do que a do sexo feminino, 0,7% contra 0,4%.
Estima-se que 1,6% da população adulta é usuária crônica de
benzodiazepínicos, principalmente os pacientes do sexo feminino, acima de 50
anos e apresentando problemas clínicos crônicos, tais como transtornos de
ansiedade.
Os principais artifícios utilizados para solicitar a prescrição de medicamentos
controlados podem ser listados da seguinte forma:
a) Adulteração e falsificação de receitas médicas (por ex, roubar prescrições
médicas, preencher receitas em branco; fotocopiar receitas, reescrever as
receitas para eles próprios, ou então, usar outra pessoa para reescrever as
receitas médicas, modificar a dosagem do medicamento prescrito, a quantidade
de comprimidos prescritos e a data da receita);
b) Diversas queixas somáticas, vagas e de origem indefinida, envolvendo
sintomas ansiosos e insônia;
c) Supervalorização dos sintomas, que parece indicar a necessidade de
aumento da dosagem ou prescrição de vários medicamentos controlados;
d) Insistência de que nenhum outro medicamento faz efeito, excetuando aquele
com potencial de abuso;
e) Recusa na prescrição de agentes farmacológicos alternativos (por ex. relato
de alergia à vários medicamentos);
f) Auto- afirmação que possui tolerância alta ao medicamento;
g) Insistência para o médico prescrever algum medicamento controlado na
primeira consulta;

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h) Ameaças veladas;
Bajulação e elogios, seguida da solicitação da receita médica por ex. “você é o
único médico que me compreende...”.
Outra estratégia é quando procuram dois médicos ou mais médicos com o
objetivo de obter uma quantidade razoável de medicamento, que possa supri-lo
por determinado período de tempo.
Entre os medicamentos usados com fins de abuso, os estimulantes (drogas tipo
anfetamínicas utilizadas clinicamente como anorexígenos), tiveram 1,5% de
prevalência de uso na vida, o que corresponde a uma população estimada de
704.000 pessoas, nas 107 cidades pesquisadas.
É necessário melhorar a qualidade dos serviços médicos e farmacêuticos
prestados á comunidade e de ampliar a conscientização dos usuários sobre os
riscos inerentes ao uso abusivo e desnecessário de anorexígenos. Ressaltam,
ainda, a importância que a distribuição e o consumo deste tipo de droga
assumem, tendo de um lado o mercado farmacêutico – sobretudo no que tange
à indústria da estética, e de outro a saúde pública, onerada pelos problemas
acarretados pelo uso irracional desses medicamentos.
Segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), um relatório concluído
recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU) alerta as
autoridades sanitárias do mundo inteiro para o rápido tráfico de drogas lícitas
(medicamentos controlados) pelas farmácias virtuais, que têm como principal
forma de atuação os e-mails. O CFF se pronunciou chamando a atenção de que
a venda de medicamentos é muito mais grave do que se imagina, pois além do
tráfico, acumula outros graves problemas á saúde da população. Os usuários
de múltiplas drogas, os ex-pacientes que se tornam dependentes e
permanecem fazendo uso de medicamentos, mesmo depois de terem concluído
o tratamento, e as pessoas que preferem a comodidade de receber produtos
em casa e a preços baixos são os alvos do “cibertráfico”.
Os medicamentos respondem por 27% das intoxicações no Brasil e 16% dos
casos de morte por intoxicações são causados por medicamentos.

CONCLUSÃO:
Através da literatura pesquisada, o método mais utilizado nas tentativas de
suicídio é através da ingestão de medicamentos controlados, pesticidas, sendo
que os com maior letalidade são os pesticidas. A maior parte dos indivíduos que
tentam suicídio tem como causa lares desfeitos, decepções amorosas, situação
de estresse insuportável, falta de reconhecimento, se sentem desprezados por
pessoa do núcleo-sócio familiar.
Com a ampliação da indicação terapêutica de medicamentos controlados,
alguns pacientes ao concluir o tratamento, continuam por conta a utilizar a
medicação, tornando-se assim dependente, outros desenvolvem tolerância, e

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aumentam a dosagem por conta, para isso solicitam receitas,


indiscriminadamente.
Podemos intervir na intoxicação exógena, promovendo a escuta terapêutica,
tratando o paciente com respeito e dignidade. Após a alta é necessário orientar
e encaminhar para o especialista para que tenha acompanhamento
ambulatorial, pois ele é passível de ter novas tentativas de suicido utilizando a
ingestão de medicamentos.
Há escassez de literatura, sendo necessários estudos de caráter
epidemiológico, para que se conheça melhor a população e a partir dos
resultados, possa desenvolver plano de ação preventiva nas tentativas de
suicídio.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Castro LAPG, Laranjeira R. Dependência de benzodiazepínicos. 2000.
www.monografias.com.br

2. Gandolfi E, Andrade MGG. Eventos toxicológicos relacionados a


medicamentos no Estado de São Paulo. Rev. Saúde pública, São Paulo, v.40,
n.6, dez., 2006.

3. Ficher AMFT, Vasan GA. Tentativas de suicido em jovens: aspectos


epidemiológicos dos casos atendidos no setor de urgências psiquiátricas de um
hospital geral universitário entre 1988 e 2004. Estudos de psicologia, Campinas,
v.25, n.3, jul./set., 2008.

________________________________________________________________
¹Graduanda da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro –
FACENF – UNISA. rosahrocha2006@yahoo.com.br
²Orientadora, Enfermeira. Especialista em Enfermagem Psiquiátrica,
Especialista em Saúde Mental e Qualidade em serviços de enfermagem.
Professora da FACENF – UNISA.

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VALIDAÇÃO DO MÉTODO ESPECTROFOTOMÉTRICO PARA A


QUANTIFICAÇÃO DE RUTINA E QUERCETINA EM METANOL E
ETANOL
GRAZIELLY NASCIMENTO FLOSE(1), CIBELE FRANCA GRANGEIRO(2)

ROBSON MIRANDA DA GAMA(3),REGINA SIQUEIRA HADDAD


CARVALHO(4)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Os flavonóides são compostos que apresentam várias contribuições para as
plantas como: proteção contra raios UV, insetos, fungos, bactérias, etc. Além
disso, possuem uma grande importância farmacológica, como propriedades
antioxidantes, antitumoral, antivirais, fungistática e bactericida 1.
A rutina é um flavonóide que tem por característica ser praticamente insolúvel
em água e solúvel em metanol e etanol, porém em etanol ela é instável. Atua no
corpo humano fortalecendo as paredes dos vasos capilares em combinação
com a vitamina C e inibindo o processo de formação de radicais livres em vários
estágios. É empregada na indústria farmacêutica para fabricação de
medicamentos que atuam na circulação sanguínea, tem atividade
hipocolesterolêmica e poderá no futuro transformar-se em um fármaco
importante para o tratamento das dislipidemias 2.
A quercetina apresenta ser um ácido fraco, por ser compostos polar ou
moderadamente polar. É um flavonóide que possui uma série de ações
farmacológicas, tais como: antioxidante, antitumoral, antiinflamatória e antiviral.
A quercetina está sendo muito utilizada para a formulação de produtos de uso
tópico, devido a sua ação antioxidante que fornece a pele métodos para
enriquecê-la, diminuindo assim o dano oxidativo causado pela radiação
ultravioleta 1.
A espectrofotometria na região do UV-Visível, é uma das técnicas analíticas
mais aplicadas na quantificação de flavonóides, por ser uma técnica de fácil
manuseio, custo relativamente baixo e rápido, ao ser comparado com outras
técnicas analiticas 1-3.
Em métodos espectrofotométricos no UV-Visivel, os flavonóides podem ser bem
absorvidos, em aproximadamente 350nm, por haver a presença de ligações
duplas conjugadas com anéis aromáticos 1.
A validação do método espectrofotométrico é de grande relevância, pois é uma
forma de garantir a qualidade e segurança do produto, sendo assim empregado
para se estabelecer um controle na qualidade de medicamentos e cosméticos,
principalmente quando estes métodos não estão presentes em compêndios
oficiais 2.
Segundo a Resolução n° 899, de 29 de maio de 2003 da Anvisa (RE 899 - Guia

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para Validação de Métodos Analíticos e Bioanalíticos) a validação dos métodos


analíticos é um processo pelo qual, estudos estatísticos são utilizados para
garantir que o método em questão atenda às exigências desejadas, fornecendo
uma evidencia documentada de que o método realiza sua finalidade para a qual
está indicada. Na validação, os parâmetros analisados envolverão: intervalos da
curva analítica, linearidade, exatidão, precisão e sensibilidade (limite de
detecção e quantificação) 2.

OBJETIVO:
Validar o método espectrofotométrico na região do visível, para a quantificação
da rutina e quercetina em metanol e etanol.

METODOLOGIA:
Foram preparadas soluções-estoques metanólicas e etanólicas de
concentração de 2,5x10&#61485;3 g.mL&#61485;1 de rutina (padrão primário
de grau HPLC, &#61619; 98,0%, Sigma-Aldricho, e de quercetina (padrão
primário de grau HPLC, &#61619; 98,0%, Flukao). A partir das soluções-
estoques foram realizadas diluições, originando soluções de concentrações:
1,0; 2,0; 4,0; 8,0, 12,0 e 16,0g.mL&#61485;1. O mesmo procedimento foi
empregado na preparação das soluções complexadas, que partiam das
mesmas soluções-estoques, as quais foram diluídas e adicionado nestas, 1 ml
da soluções de cloreto de alumínio 5% para completar o volume final.
Neste método proposto por HARDER et al, 2007 e MANABE et al, 2005
modificado, para quantificação de flavonóides totais expresso em rutina e
quercetina complexada ou não em diferentes meios alcoólicos foi agora
validado, conforme descrito na RE 899, e alguns dos parâmetros analisados
foram: determinação da curva padrão para avaliação de linearidade, exatidão,
precisão e sensibilidade (limite de detecção e quantificação), descritos a seguir.
Linearidade - Foram determinadas as absorbâncias de cada uma destas
concentrações em espectrofotômetro a 415 nm em sextuplicata. Esses dados
foram utilizados para a construção das curvas padrão, podendo-se assim
calcular o coeficiente de correlação (r).
Exatidão – Foi determinado a correlação entre os valores obtidos
experimentalmente versus o teórico através da equação apresentada pela RE
899.
Precisão – Foram determinadas as proximidades entre os resultados obtidos
nas várias leituras em sextuplicata de uma mesma amostra, onde foi feito o
desvio padrão relativo, o qual determinou a relação entre os valores do desvio
padrão e a concentração média.
Sensibilidade – A partir das curvas padrão obtidas os dados foram aplicados
utilizando-se a equação apresentada pela Resolução n° 899 de 2003.

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RESUMO:
Os resultados obtidos a partir da rutina complexada em metanol e etanol foram
correspondentes aos exigidos pela RE 899, sendo que o coeficiente de
correlação atingiu o valor mínimo aceitável de 0,99 para linearidade. Para a
exatidão os resultados deram todos próximos a 100%, para a precisão todos os
resultados apresentaram valores menores que 5%, os limites de detecção e
quantificação confirmaram que o método é sensível mostrando assim a
confiabilidade dos resultados.
Porém os resultados obtidos para a rutina não complexada em metanol, não se
apresentaram dentro dos padrões exigidos pela RE 899, enquanto não foi
possível obter leitura das amostras de rutina não complexada em etanol devido
a sua instabilidade neste solvente.
Os resultados obtidos para a quercetina se apresentaram dentro dos
parâmetros exigidos pela RE 899, para linearidade, precisão e exatidão, em
ambos os métodos (complexada e não complexada), tanto em metanol quanto
etanol.

CONCLUSÃO:
De acordo com os resultados encontrados para os parâmetros utilizados, pode-
se validar o método para a rutina complexada em metanol e etanol. Para a
rutina não complexada não foi possível obter resultados confiáveis em metanol
e em etanol também.
A quercetina em soluções metanólica e etanólica, complexada ou não
complexada apresentaram valores coerentes com os descritos na RE 899,
alcançando assim o objetivo do trabalho em validar o método
espectrofotométrico através de padrões de análise.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. MANABE, E.A; SILVA, E.C; CARVALHO, R.S.H. Adequação da metodologia
do cloreto de alumínio em metanol para cloreto de alumínio em etanol. In:
Programa da 12ª Jornada Nacional de Iniciação Científica e 57ª Reunião Anual
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, realizado em
Fortaleza, CE, no período de 17 a 22 de julho de 2005. p. 89.

2. HARDER, H. CARVALHO, R. S. H. Rutina: Quantificação espectrofotométrica


em meio alcoólico. In: Anais do X Congresso de Iniciação Científica, 4° mostra
de Pós-Graduação e 1° mostra de Ensino Médio da Universidade de Santo
Amaro, realizado em São Paulo, SP em 2007.

3. SOBRINHO, T. J. S. P.; et. al. “Validação de metodologia espectrofotométrica


para quantificação dos flavonóides de Bauhinia cheilantha (Bongard) Steudel”
In: Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. vol.44, n.4, pp.683-689, 2008.

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________________________________________________________________
1 Discente da Faculdade de Farmácia – UNISA.
2 Discente da Faculdade de Farmácia – UNISA.
3 Docente da Faculdade de Farmácia e Farmacêutico Responsável – LESIFAR
– UNISA.
4 Docente da Faculdade de Farmácia, Coordenadora do Laboratório Analítico
da Faculdade de Farmácia – UNISA/LONZA e Orientadora -
reginash@gmail.com

Grupo de Pesquisa: Pesquisa, desenvolvimento, análise e controle de qualidade


de princípios ativos, medicamentos e cosméticos.

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Variabilidade da Frequência Cardíaca e performance física


durante o exercício aeróbio de baixa intensidade associado ao
Binível
NADIELLE SANTOS COSTA(1), VANESSA CAMARGO FIORE(2), FLÁVIO TOMAZELLI
FAIM(3), JOSÉ MARIO COUTO DE SOUZA(4), BRUNO PLACHA CAVALLI(5),
ALEXANDRA CORREA ARAUJO OCANHA(6)

WLADIMIR MUSETTI MEDEIROS(7)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O Binível é uma estratégia ventilatória que tem como função melhorar diversos
parâmetros ventilatórios, sanguíneos e cardíacos. A disfunção destes
parâmetros e outros podem contribuir com a incapacidade de se executar um
exercício físico, impedindo que o praticante se beneficie dos efeitos de um
programa de exercícios físicos. Este fenômeno é frequente em diversas
doenças, onde se destaca a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A
associação do Binível ao exercício físico permitiria que o indivíduo completasse
um programa de exercícios físicos e desta forma alcançaria os benéficos deste
programa. Entretanto são escassos os estudos que investigaram os efeitos da
associação do Binível com os exercícios físicos, principalmente com relação a
função autonômica (FA) mais especificamente a Variabilidade da Frequência
Cardíaca e a performance física.

OBJETIVO:
Verificar o impacto da VMNI (Binivel) sobre a FA (simpática e parassimpática),
durante a realização de EF aeróbio com e sem o uso do Binível.

METODOLOGIA:
Foram submetidos ao protocolo A: 10 min de repouso, 20 de exercício de baixa
intensidade (60% da reserva da frequência cardíaca (RFC), e protocolo B: idem
ao protocolo A, associado ao Binivel com IPAP de 15 cm/H2O e EPAP de 2
cm/H2O com tempo inspiratório de 1,2. A FA foi verificada através da
Variabilidade da Frequência Cardíaca e a performance física através do
comportamento da frequencia cardíaca, pressão arterial sistólica e diastólica,
frequencia respiratória e percepção de esforço (BORG). Estatística realizada
através do programa SPSS 11.5/Windows. Normalidade através do teste de
Shapiro-Wilk, comparação intragrupos pelo Wilcoxon e entre-grupos com Mann-
Whitney. Significativo p0,05.

RESUMO:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Na comparação entre os 2 grupos as variáveis não apresentaram diferença


significativa. Apresentando no momento HF sem e com binível uma média de
14,6 ms x 18,5 ms, no momento LF apresentou uma média de 84,9 ms x 81,4
ms e no momento LF/HF tendo média de 5,7 x 4,0.

CONCLUSÃO:
Concluí-se que a associação do Binível ao exercício físico de baixa intensidade
não promove mudanças fisiológicas em indivíduos saudáveis que justifiquem a
sua aplicação.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
COOPER, CB; Exercise in COPD: limitation and rehabilitation. Med Sci Sports
Exer 2001; 33: 643-646
CASABURI, R.; Physiologic benefits of exercise training in rehabilitation of
patients with severe COPD. Am J Respir Crit Care Med 1997;
COSTA, D.; et al.; Influência da Ventilação Não Invasiva por meio do Bipap
sobre a Tolerância ao Exercício Físico e Força Muscular Respiratória em
Pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Revista Latino-am
Enfermagem, Maio-Junho, 2006, n.14.
EBEO, C.T, et al. The effect of bi-level positive airway pressure on postoperative
exercise in severe scoliosis. Chest 2002; 121: 1555-60.
GARY, C.B, et al.; Continuous positive airway pressure incresease heart rate
variability in congestive heart failure. J Am Coll Cardiol. 1995; v. 25, p. 672-9.
KOH, J,; BROWN, T.; BEIGHOTO, L.; Contributions of tidal lung insuflation to
human R-R interval and arterial pressure fluctuations. J Auton Nerv Syst. 1998;
v.68, p. 89-95.

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Grupo de Estudo em Reabilitação e Fisiologia do Exercício - GERFE

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verificação do perfil de crianças encaminhadas a fisioterapia que


frequentam o ensino fundamental
SANDRA DE MORAIS RODRIGUES(1)

ZODJA GRACIANI(2)(Orientadores)
Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO:O conceito de dificuldades de aprendizagem (DA) surgiu da
necessidade de se compreender a razão pela qual alunos vivenciam o
insucesso escolar. Na busca da educação para todos, ao entrarem para a
escola, as crianças que possuem alguma necessidade educativa especial
permanecem sem assistência especializada já que a falta de profissionais e
capacitação de professores geram falhas no processo de ensino-aprendizagem.
De forma geral, o termo distúrbio de aprendizagem relaciona-se a um grupo
heterogêneo de distúrbios, cujas manifestações desencadeiam dificuldades
significativas na aquisição e no uso da compreensão da fala, leitura, escrita,
raciocínio ou habilidades matemáticas. Estes distúrbios são intrínsecos ao
indivíduo, supostamente devido a uma disfunção do sistema nervoso central, e
podem ocorrer ao longo da vida. São dois os tipos de dificuldades de
aprendizagem (DA): as dificuldades específicas, que se apresentam em tarefas
cognitivas específicas e dificuldades gerais, representadas pelo aprendizado
mais lento do que o normal em uma série de tarefas.

OBJETIVO:
OBJETIVO:Verificar o perfil de crianças com idade de 6 a 10 anos que
freqüentam 1ª a 4ª série do ensino fundamental no Centro Educacional
Unificado (CEU) encaminhadas ao setor de fisioterapia na saúde do escolar da
Universidade de Santo Amaro e comparar o desempenho por grupo etário,
gênero e série. Após o instrumento de triagem, verificar quais crianças foram
enquadradas nas atividades sensório-motoras em grupo, para atendimentos
individuais e/ou encaminhadas ao setor de psicomotricidade, psicologia e
psicopedagogia.

METODOLOGIA:
METODOLOGIA: Analisou-se prontuários de 99 crianças na faixa etária de 6 a
10 anos, do ensino fundamental de 1ª à 4ª série que freqüentam o Centro
Educacional (CEU) – Cidade Dutra e encaminhadas pelos professores ao setor
de fisioterapia na saúde do escolar da Universidade de Santo Amaro (UNISA).
Os dados foram coletados a partir dos relatórios emitidos pelos estagiários do
setor de fisioterapia bem como prontuários gerados por professores. O
Instrumento de triagem utilizado pelo serviço de fisioterapia da UNISA foi a

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Bateria Psicomotora de Vitor da Fonseca, destinada ao estudo do perfil


psicomotor da criança, que incluem dados sobre o desempenho da criança
durante a aplicação de tarefas.

RESUMO:
RESULTADOS e DISCUSSÃO: Os dados foram apresentados descritivamente
no que se refere a presença do distúrbio de aprendizagem, o perfil psicomotor e
a conduta realizada. Constatou-se que 74,4% (74) eram do sexo masculino e a
faixa etária variou entre 7 e 14 anos. Verificou-se que 100% dos indivíduos
apresentavam algum distúrbio de aprendizagem. Em relação à série do ensino
fundamental, 3ª e 4ª séries tiveram maior predominância. Quanto ao perfil
psicomotor, verificou-se que o perfil eupráxico foi identificado com maior
freqüência e o perfil hiperpráxico com menor freqüência. Quanto as condutas,
verificou-se que em relação ao tipo de intervenção as crianças do sexo feminino
estiveram menor número de encaminhamentos em relação ao sexo masculino.

CONCLUSÃO:
CONCLUSSÃO: Foi possível concluir que os meninos estão mais vulneráveis as
dificuldades de aprendizagem sendo esta a condição que necessita de
investigação e acompanhamento interdisciplinar adequado para a melhoria do
processo de ensino-aprendizagem.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
REFERÊNCIAS:

FONSECA V. Manual de Observação Psicomotora: Significação


Psiconeurológica dos fatores psicomotores. 1. Ed. Porto Alegre: Artmed, 1995,
371 p.

MAZZOTTA, M J. S. Fundamentos da educação especial. São Paulo: Livraria


Pioneira, 1997.
__________________. Deficiências, Incapacidades e Necessidades Especiais.
In: Deficiência, Educação Escolar e Necessidades Especiais: reflexões sobre
inclusão socioeducacional. São Paulo, Mackenzie, 2002.

UMPHERED, D. A. Fisioterapia Neurológica. 2. Ed. São Paulo: Manole, 1994, p.


281–312.

________________________________________________________________
Palavras- chave: Transtornos de aprendizagem, desempenho psicomotor,
educação

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Violência Contra Idosos


ANDRE PADILHA DE FREITAS(1)

HOGLA CARDOZO MURAI(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Dados do DATASUS 2007 mostram que das 131032 mortes por causas
violentas no Brasil, 18946 foram de pessoas com sessenta anos e mais. Entre
as causas figuram acidentes de transporte, quedas, lesões autoprovocadas,
agressões, entre outras. A origem desses óbitos pode ser natural, acidental ou
desconhecida. Pode ser também conseqüência de abuso ou negligência. A
violência é a mudança de comportamento, um conceito referente á vários
processos, podendo atingir as relações sociais, interpessoais, quando
empregam diferentes formas, métodos e meios de aniquilamento, ou de sua
coação direta ou indireta, podendo causar danos físicos, mentais e morais (1).
Com o aumento da população idosa no Brasil, os estudos sobre violência contra
este grupo populacional específico também está aumentando. Nas duas últimas
décadas o tema violência contra idosos ganhou importância e motivaram a
criação de leis para garantir os direitos dos idosos. A lei 8.842 de 4 de janeiro
de 1994 dispõe sobre a Política Nacional do Idoso cujo objetivo é assegurar os
direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia,
integração e participação efetiva na sociedade.
Esta Lei estabelece direitos dos idosos na área da saúde, do trabalho e
previdência social, da justiça, da cultura, esporte e lazer:
Na área da saúde são ações governamentais “ garantir ao idoso a assistência à
saúde, nos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de Saúde e
prevenir, promover, proteger e recuperar a saúde do idoso, mediante programas
e medidas profiláticas”;enquanto na área da justiça é promover e defender os
direitos da pessoa idosa e zelar pela aplicação das normas sobre o idoso,
determinando ações para evitar abusos e lesões a seus direitos.O conjunto
dessas duas ações governamentais constituíram o problema de pesquisa do
presente estudo, definido pela questão: como a bibliografia da área da saúde
descreve a violência contra os idosos e as intervenções propostas.

OBJETIVO:
Identificar e descrever as causas da violência contra idosos com ênfase no
papel dos profissionais de saúde em relação a esse problema.

METODOLOGIA:

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Estudo de revisão bibliográfica utilizando o portal da Biblioteca Virtual em Saúde


(BIREME), para realizar o levantamento de artigos publicados em língua
portuguesa, utilizando os seguintes descritores: “violência”, “violência contra o
idoso”, e “profissionais da saúde”. Foram encontrados 4942 artigos completos
com a palavra-chave violência; submetidos ao limite de violência e idoso, se
resumiram a 209 e, excluídos aqueles publicados em idiomas diferentes de
português, resultaram em 39. Após a leitura dos resumos foram selecionados
sete pela pertinência da abordagem aos objetivos propostos.

RESUMO:
Estudos realizados por Krueger e Patterson citados por (2) apontam as
dificuldades para detectar violência contra o idoso enfatizando a negação do
paciente ou da família de que ocorrem maus-tratos. Os autores apresentam
como motivadores da negação o medo do idoso de sofrer vingança por parte do
agressor, culpa e vergonha pela situação além do temor de ser internado em
um asilo. Conhecer as formas e manifestação da violência praticada contra
idosos é necessário para os profissionais de saúde elaborar propostas de
intervenção. A bibliografia tem tratado do assunto e a violência contra idosos é
objeto de estudo e registro em sistemas de informação que permitem a
caracterização do problema. (2) Estudou os maus tratos a idosos em um
município do nordeste brasileiro aplicando entre outros instrumentos de
pesquisa um questionário com os objetivos de quantificar o número de idosos
vítimas de maus tratos; quantificar e qualificar os tipos de maus tratos dos quais
os idosos eram vítimas; determinar o local onde ocorreram os maus-tratos;
identificar o perpetrador dos maus-tratos; determinara reação dos idosos
maltratados frente ao abuso; determinar se os idosos sabiam a que órgão
deveriam denunciar os maus-tratos; determinar se os idosos tinham
conhecimento sobre a existência de algum idoso vítima de maus-tratos;
determinar a reação da comunidade frente a um caso de maus tratos contra
idosos; determinar se os idosos tinham conhecimento da existência de alguma
instituição de apoio na comunidade e identificá-la. Os autores concluíram que
“os maus-tratos contra idosos no município apresentam-se como um problema
relevante para saúde pública, pois atingem cerca de um quinto desse grupo
populacional. Medidas educativas e de mobilização social poderiam ser
implementadas com o objetivo de esclarecer a esse grupo os seus direitos,
orientar quanto à atitude apropriada a adotar diante da agressão, facilitar a
denúncia e a obtenção de apoio ou ajuda, buscar junto a sociedade uma
sensibilização para o problema e sua participação na construção de uma rede
de proteção ao idoso. Essa que poderia envolver o sistema de saúde, pelo
poder executivo, com os agentes comunitários de saúde e as equipes de saúde
da família, os órgãos da segurança pública, os órgãos do poder judiciário
(ministério público), o poder legislativo municipal e a sociedade civil por meio

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das suas organizações. (3) Realizaram estudo sobre a responsabilidade do


profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência doméstica e
escreveram que a violência domestica é dever do poder público, de agir na
prevenção e no combate de violência, e responsabilidade do profissional da
saúde nas áreas da medicina, odontologia, enfermagem, e psicologia. Os
idosos podem sofrer algum tipo de agressão dentro ou fora de seus lares, com
o avançar da idade tornam vitimas mais fáceis.Os autores concluíram que o
setor da saúde não tem condições de assumir a responsabilidade no combate à
violência, todavia há um compromisso institucional, de forma a qualificar seus
profissionais para saberem a encarar o problema, com apoio moral. A
notificação é um poderoso instrumento de política pública, e também contribui
na questão de violência familiar. Há uma carência nos núcleos de vigilância,
assistência em relação à violência domestica, precisando de investimento e
qualificação dos profissionais para que haja uma melhoria neste sistema. Araújo
e Lobo Filho desenvolveram uma análise psicossocial da violência contra idosos
em um estado do nordeste brasileiro em uma amostra não probabilística,
intencional e acidental, constituída por 50 idosos, de ambos os sexos, com
média de idade de 64 anos, com o objetivo de apreender as representações
sociais de idosos do local acerca da violência na velhice.

O estudo mostra que a violência contra idosos foi relacionada a expressões


como abandono, negligência, agressão física e desrespeito. As medidas
preventivas contra a violência na velhice foram representadas pelas expressões
denúncia, punição, políticas públicas e cuidados. Os autores concluíram que a
violência parte geralmente da pessoa de confiança, sendo na maioria dos casos
os filhos os autores da agressão. Alguns idosos tomaram medidas para
prevenção da violência, sendo que alguns houve a necessidade de denunciar
mesmo sendo membros dos familiares. Outro estudo teve o objetivo de
descrever o perfil epidemiológico de violência contra idosos no Distrito Federal a
partir dos registros de todas as ocorrências de violência física contra o idoso, no
período de janeiro a dezembro de 2006 encaminhadas pelo SOS Idoso à
Central de Valorização do Idoso. Os autores encontraram 867 denuncias de
registros, 77 eram de agressões físicas, 8,88% de outros tipos de agressão.
2,59% empurrões; 2,59% espancamentos; 1,29% tapas; 1,29% foram
amarradas e 1,29% arranhões. Confirmou neste estudo a tendência mundial
sobre violência aos idosos em que a maior ia das vitimas são do sexo feminino,
com idade de 60 a 79 anos, 87,01% demonstram ter parentesco, que
dependem da renda da vitima. Concluíram em seu estudo que “intervir na
questão da violência ao idoso em seu ambiente familiar, implica no trabalho que
deve ser desenvolvido nas relações familiares, quebrando esse ciclo de
violência, vergonha, humilhação e constrangimento derivados da perda da
autonomia. É uma ação que deve ser realizada por toda a sociedade, o Estado,

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a família e os profissionais de saúde, e assim, fazer uma abordagem focalizada


e multiprofissional, enfocando todas as necessidades do idoso e de sua família
de acordo com sua realidade e necessidade para assim melhorar as relações
parentais no intuito de promover a saúde de uma forma mais globalizada”.
Estudiosos brasileiros perceberam que há poucos instrumentos disponíveis
para o rastreamento de violência contra idosos e traduziram e tentaram adaptar
um teste denominado Hwalek-Sengstock Elder Abuse Screening . O grupo de
pesquisadores, entretanto, notou que o instrumento deixou de identificar
importantes itens como a autonegligência, abandono e violência sexual.
Outros autores identificaram que Programa Médico de Família constituído por 6
equipes que atuam no bairro Ilha da Conceição, situado no Município de Niterói
Rio de Janeiro com população de 6.500 mil habitantes segundo censo de 2006,
tendo um índice elevado de idosos. Com elaboração de 384 idosos que foram
submetidos a questionário, entrevistas. O estudo tem objetivo de detectar tipos
de agressão numa população idosa de media e baixa renda. Todos participante
tinham que preencher o requisito ter mais de 60 anos de idade, concordar em
participar da pesquisa, assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.
Dados foram coletados no período de março a julho do ano de 2006 com
entrevista oral, na Unidade de Saúde, tendo uma preferência no local da
moradia dos idosos. Foi montada uma equipe por graduandos do 7° e 8°
semestre Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense,
supervisionadas por (P.C.A.J.) sendo treinadas para saber abordar de maneira
adequada e elaborar questionário de forma certa. A entrevista foi no inicio
individual, garantindo lhes manter a privacidade de cada um e buscando uma
solução rápida nos casos grave de violência
A população idosa e de media e baixa renda, do bairro Ilha da Conceição e tem
cobertura da assistência de Saúde de 100% pelo Programa Médico de Família.
Todos que participaram da pesquisa são cadastrados pelo Programa
Foram colhidos pelo Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB)
O número de 384 idosos, 14 foram excluídos, apresentando um suposto déficit
cognitivo depois de serem analisados com primeiro teste, 21 por não
comprovarem ser maior de 60 anos devido sua certidão de nascimento estar
ilegível, 9 mudaram do local onde não fazia parte da pesquisa, 18 foi por outros
motivos, 4 por motivo de hospitalização e 8 por não estarem em suas casas
depois de três tentativas e pelo não comparecimento no local do programa
Primeiro modulo foi de saúde mental, utilizando o Mini-exame do Estado Mental
(MEEM), eliminando casos suspeito de demência, idosos que cursaram ate a
quarta serie do ensino fundamental e tiveram nota inferior a 14 pontos, aqueles
que tenham mais tempo de estudo, más notas inferiores a 18 pontos.
Segundo foi baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNDA),
para saber se eles sabiam sobre características demográficas básicas, numero
de filhos e suas idades, habitação, naturalidade, cor, raça, estado civil,

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indicadores sócio econômico ocupação.


Foi utilizado para detectar violência física ó método (conflict Tactics Scales-
STS1), sendo na versão em português Escalas Tática de Conflitos. O autor
concluiu que de 384 que foram submetidos à pesquisa, apenas 322 concluíram
a pesquisa
O seguinte estudo se comparado com de outros países, sendo eles Estados
Unidos da America, 29, Inglaterra 30 e Holanda 31, as estimativas de violência
física, não ultrapassa a 2% das populações avaliadas.
Comparando também com a pesquisa Nacional realizada em Camaragibe,
Pernambuco, onde apresentou 6,7% casos de violência em 2006 que
representa um tempo menor de intervalo na questão confiança, más com
numero igual no total de violência física.
Outros autores identificaram que o presente estudo foi desenvolvido numa
instituição de referência situada em Fortaleza-CE, com análise de documentos
oficiais. O objetivo do seguinte artigo foi de observar dados de violência contra
idosos através de documentos oficiais, em Fortaleza- CE
Foi identificado pelos autores serviços de atendimento ao idoso: Núcleo de
atendimento ao Cidadão (NUACI), Secretaria Geral do Meio Ambiente (SOMA),
Serviço Especial de Defesa do Idoso (SEDI) e Alo idoso. Estes prestadores de
serviços agem com integralidade, buscando orientar ao Idoso quanto a seus
direitos e deveres que o Município de Fortaleza lhes proporciona, visando
esclarecer duvidas referente ao estatuto do Idoso, quais os procedimentos de
denuncias, quando sofrem de algum tipo de violência.
Foram analisados 424 documentos sobre denuncias de maus tratos contra
idosos, no período do primeiro semestre de 2005 e foi identificado que um
número elevado de Idosos foi abandonado por algum parentesco, sendo 284
(67%) do sexo feminino e 140 (33%) Masculino.
Quanto ao agressor, apresentou o filho sendo o autor da agressão, com numero
de 207(49%). Casos de violência 161(38%), negligência em conjunto com
apropriação
da aposentadoria não autorizada pelo idoso, 114,7 (27%) agressões verbais, 79
(19%) e física 68 (16%).
Os dados analisado, foram colhidos através de denuncias, dando grande
importância ao serviço Alô Idoso com numero de 306 (77%) dos documentos
O envelhecimento e um dos maiores desafios para saúde pública, a violência
coloca barreiras para um envelhecer digno e seguro. E preciso a participação
de todos os níveis governamentais visando diminuir o número de maus tratos.
Para o idoso e difícil de tomar decisão em denunciar qualquer tipo violência,
mesmo em dizer que tem conhecimento dos seus direitos, muitos na verdade
não sabem dos mesmos. Outra dificuldade e em deslocar ate alguma delegacia,
alguns por dificuldade na locomoção, outros com medo de represália de seu
cuidador.

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Um dos índices que apresentou maior destaque foi à negligência por ter um
aumento significativo nos últimos anos.

CONCLUSÃO:
A bibliografia consultada mostra que a violência contra idosos pode ocorrer em
vários ambientes, em varias maneiras. É um fator imprevisível, que pode ocorrer
da pessoa que menos se espera. Saber detectar se a pessoa idosa está
sofrendo maus tratos é difícil, pois muitos não comentam que estão sofrendo
algum tipo de violência. O profissional da saúde deve estar bem atento para
detectar tais sinais e orientar e alertar aos idosos e as famílias sobre
instituições que apóiam os idosos, orientar sobre os direitos e leis que protegem
a idosos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1-MINAYO M.C.S. Violência contra idosos: relevância para um velho problema.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(3): 783-791 mai-jun, 2003

2- Melo VL, Cunha J O C, Falbo-Neto G H. Maus-tratos contra idosos no


município de Camaragibe, Pernambuco. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant.,
Recife, 6 (Supl 1): S43-S48, maio, 2006.

3- Saliba O et al. Responsabilidade do profissional de saúde sobre a notificação


de casos de violência doméstica. Rev. Saúde Pública; 2007; 41 (3): 472-7

________________________________________________________________
1Graduando em Enfermagem da Universidade de Santo Amaro, São Paulo –
SP, Rua Huelva n°37, Jardim São Francisco- São Paulo, SP 04918-040
2 Enfermeira. Doutora em saúde Pública. Professora Titular I na Universidade
de Santo Amaro, São Paulo-SP – Orientadora.

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VISITA PRÉ OPERATÓRIA DE ENFERMAGEM:


KARLA APARECIDA ALMEIDA MOREIRA(1)

DEBORA CRISTINA SILVA POPOV(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O indivíduo que se encontra doente e hospitalizado apresenta
conseqüentemente algum desequilíbrio de suas necessidades humanas
básicas, portanto, para esse indivíduo é importante oferecer um tratamento
eficaz que o restabeleça o mais rápido possível.
A internação hospitalar pode contribuir para o sentimento de ruptura com a vida
diária, com a perda de sua autonomia. Portanto nesse período, deve-se assistir
o paciente em toda sua complexidade, necessita-se, no entanto de anotações
complexas e objetivas sobre o paciente, fazendo com que o embasamento
científico seja garantido, desde a década de 70, Wanda de Aguiar Horta
desenvolveu um modelo conceitual, no qual o processo de enfermagem tem
sua assistência planejada para alcançar as necessidades humanas básicas do
paciente.
Em 1986 há a orientação de Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, e,
além disso, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) se torna
uma estratégia na organização da assistência nas instituições, porém para
implantar a SAE é necessário que se tenha embasamento teórico, isso faz com
que se tenha uma melhora na qualidade da assistência prestada ao cliente.
Implantou-se com isso a SAE, que a partir de Janeiro de 2000 tornou-se
obrigatória em todo o estado de São Paulo, de acordo com a decisão do
Conselho Regional de Enfermagem (COREN-SP). A SAE é um método
científico de trabalho que proporciona melhora significativa da qualidade de
assistência prestada ao paciente através do planejamento individualizado de
ações de enfermagem elaboradas pelo Enfermeiro, essa Sistematização é
composta: Levantamento da Dados/Histórico; Exame Físico; Diagnósticos;
Prescrição e Evolução de Enfermagem, dessa forma o conteúdo obtido pela
SAE representam uma preciosa fonte de informação sobre o paciente.
O ato cirúrgico representa para qualquer pessoa uma ameaça de vida, envolve,
portanto uma carga emocional muito grande, de ampla gama de sentimentos,
momentos que antecedem um procedimento cirúrgico são sentidos pelos
pacientes como um momento dramático e assustador (1). A atenção nesse
momento difícil que é o ato anestésico cirúrgico deve se estender à família do
paciente, isso porque orientar familiares em situações de estresse, em que a
ansiedade é comum compromete o aprendizado e dificulta a capacidade de
resolução dos problemas.
A Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) é um

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método para organizar o cuidado individualizado e administrar a assistência,


favorecendo maior integração do enfermeiro com os pacientes e famílias,
gerando resultados positivos. Tem como objetivos promover, manter e
recuperar a saúde do paciente e de sua família, e abrange três fases da
experiência cirúrgica que são:
• O Período Pré-Operatório, iniciado no momento da indicação da cirurgia até a
admissão do paciente no CC;
• O Período Intra ou Trans-Operatório iniciado no momento de admissão do
paciente no CC até a sua entrada na Sala de Recuperação Pós Anestesia
(SRPA);
• Período Pós-Operatório que se inicia no momento da entrada do paciente na
SRPA e vai até a alta hospitalar do mesmo.
Contudo o trabalho em questão irá focar o Período Pré-Operatório que é uma
fase realizada com a finalidade de preparar o paciente como também sua
família para a cirurgia que será submetido, buscando prevenir e reduzir
complicações nos períodos Trans e Pós-Operatórios, e ainda, a qualidade
prestada ao paciente cirúrgico está diretamente relacionada ao papel que o
enfermeiro do Centro Cirúrgico cumpre (1).
A Visita Pré Operatória de Enfermagem (VPOE) é uma etapa que está na SAEP
é o modo em que à enfermagem qualifica sua assistência, que dá uma
sustentação às ações de enfermagem no CC, quer esteja relacionada à parte
assistencial na promoção da saúde ou esteja voltada à prevenção de
complicações no pós-operatório, sendo que a VPOE é utilizada no Brasil desde
1973.
A escolha desse tema surgiu pelo fato de atuar em uma unidade de Centro
Cirúrgico, e vivenciar a falta de informação que os pacientes têm em relação
aos procedimentos anestésico-cirúrgicos pelos quais serão submetidos, e que a
VPOE é sempre importante para o paciente cirúrgico, pois a mesma ajuda a
sanar dúvidas, diminuindo a ansiedade e o medo, porque é isso que o paciente
merece.

OBJETIVO:
Descrever a importância da Visita Pré Operatória de Enfermagem (VPOE) para
o paciente cirúrgico.

METODOLOGIA:
O estudo realizado trata-se de uma revisão de literatura descritiva exploratória,
cuja coleta de dados foi efetuada por meio de levantamento de bibliográfico,
baseado em artigos encontrados na internet pelas bases de dados Scielo
(Scientific Eletronic Library On-line) e Bireme. Tendo como descritores
utilizados: Visita, Assistência, Enfermagem e Operatório.

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O critério utilizado para seleção dos artigos foi buscar artigos que relatavam à
importância do saber, de tirar dúvidas a respeito do tema escolhido.
Foram selecionados 15 artigos e 2 livros técnicos, do período de 2002 a 2009.
O levantamento bibliográfico foi realizado no período de fevereiro a junho de
2009.

RESUMO:
Os momentos que antecedem a cirurgia podem ser de agonia para ao paciente
cirúrgico, a ponto de levá-lo ao pânico, fazendo com que muitas vezes cirurgias
sejam canceladas devido ao extremo grau de ansiedade e medo que o mesmo
apresenta, com a intenção de evitar problemas no período trans e pós-
operatório (2).
A SAEP é vista como um processo interativo que promove e/ou recupera a
integridade e a plenitude bio-psico-sócio-espiritual do paciente cirúrgico. Para
amenizar sentimentos negativos é imprescindível que todo paciente cirúrgico
seja educado no período pré-operatório de enfermagem (1).
A VPOE é o início da Sistematização, na qual o enfermeiro atua de maneira
expressiva, a fim de proporcionar ao paciente cirúrgico apoio emocional,
atenção e orientação sobre procedimentos anestésico-cirúrgicos no qual será
submetido, isso permite, que a enfermagem assista-o de forma sistematizada e
contínua, buscando respeita-lo como uma pessoa dotada de valores,
experiências e expectativas.
Por meio a VPOE o enfermeiro coleta informações a respeito do paciente
cirúrgico e identificar suas necessidades, torna com isso a assistência
perioperatória individualizada e eficaz. Portanto, a VPOE torna-se procedimento
indispensável, visto que possibilita ao profissional enfermeiro a detecção,
solução e encaminhamento dos problemas enfrentados pelo paciente cirúrgico,
além de vantagens como o vínculo com este (3).
A realização da VPOE tem como objetivos gerais: esclarecer dúvidas que o
paciente e seus familiares possam vir a ter; preparar uma melhor assistência de
enfermagem nos períodos trans e pós-operatórios; orientar sobre o tipo de
cirurgia e anestesia que serão realizados; revisão de exames solicitados como
eletrocardiograma, laboratoriais, radiografias, tomografias como também
reserva de hemoderivados entre outros; presença de alergias; uso de
medicamentos; tabagismo; etilismo; a importância do jejum; realização de
tricotomia; retirada de adornos e próteses; assinatura do termo de
consentimento; encaminhar para avaliação de especialistas, quando esta for
necessária e por fim saber se o paciente está em condições de ser submetido
ao procedimento anestésico-cirúrgico, os dados obtidos e orientações
realizadas deve ser registrado em prontuário, em impresso próprio.
Para que a VPOE atinja sua finalidade é primordial que o Enfermeiro que a

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realize seja cordial; compreensivo; saiba ouvir atentamente; tenha


disponibilidade; mostre-se preocupado; ofereça segurança; tenha conhecimento
científico; respeite crenças espirituais e valores culturais; dê informação que
ajude no desconforto emocional e encoraje seu paciente verbalizando que tudo
dará certo e que está lá somente para ajudá-lo nesse momento tão difícil.
Sabe-se o quanto a VPOE é importante para a evolução do comportamento do
paciente cirúrgico, uma vez que quando este chega ao Centro Cirúrgico pode
não saber de tudo que acontecerá com ele, mas, grande parte dos
procedimentos aos quais será submetido já tem idéia, esse momento, portanto
não será tão difícil quanto se torna para aqueles que não recebem a mesma,
contudo, muitas instituições brasileiras que adotaram esta estratégia, não têm
sido fáceis de ser implementada e mantida.
Apesar dos inúmeros benefícios conferidos pela VPOE que é o bem estar físico
e emocional ao paciente cirúrgico, para a realização desta o Enfermeiro se
depara com algumas dificuldades como: a falta de tempo; horário das
internações; escassez de recursos humanos; falta de ficha específica para a
visita; excesso das rotinas nas unidades; falta de um protocolo na instituição da
visita; rotina de serviços que impedem a saída da unidade; mapa cirúrgico não
confiável; falta de planejamento (3). Portanto, quando por algum desses motivos
anteriores citados ou até outros ocorrer e a VPOE não for realizada, no
momento em que o paciente chegar ao CC quem terá que recepcioná-lo será o
profissional Enfermeiro para com isso esclarecer dúvidas, explicar
procedimentos que serão realizados e confirmar dados como: Jejum, alergias,
patologias entre outros (2). Entretanto, o Enfermeiro da Unidade de Internação
deverá realizar a VPOE quando esta não for possível pelo profissional do CC
(3).

Interação Enfermeiro-Paciente

A relação enfermeiro-paciente é a essência do propósito da enfermagem, com o


objetivo de ajudar o paciente e a família a enfrentarem e compreenderem a
experiência da dor, do sofrimento pela qual passam (2); é por esse motivo que o
bem-estar do paciente cirúrgico é um objetivo do profissional Enfermeiro, isso
porque o mesmo pode apresentar um alto nível de estresse, desenvolver
sentimentos negativos para seu estado emocional, tornando-se vulneráveis e
dependentes, a equipe de enfermagem é responsável no período pré-operatório
pelo preparo desse paciente de acordo com a especificidade de cada cirurgia
que este será submetido.
Para que o enfermeiro possa se relacionar adequadamente com o paciente
cirúrgico no momento da VPOE, este deve saber como se comunicar, isso
porque a comunicação é uma exigência da própria natureza humana.
Logo para o paciente cirúrgico é muito importante poder esclarecer suas

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dúvidas no momento da VPOE, pois normalmente acham que os profissionais


de saúde se aborrecem facilmente com ele, e para não incomodá-los preferem
ficar com suas dúvidas e receios para si.
Deve-se ressaltar que, o período que antecede a internação é de poucas
informações para qualquer paciente. O paciente não deixa sua essência
humana na portaria do hospital, passa por grandes transformações durante o
período pré-operatório, ele traz consigo sua inteligência, seus sentimentos e
seus mitos em relação à doença, vêm com numerosas percepções
desenvolvidas na sua cultura, educação e toda bagagem de vida (1). Este sabe
pouco sobre sua real situação e o que vai lhe acontecer, para muitos, uma fonte
de informação são de familiares, amigos e vizinhos que vivenciaram situações
semelhantes. Por isso a melhor forma de esclarecer dúvidas e minimizar
ansiedade e medo é oferecendo informações simples que contemplem as
ações a serem realizadas pela equipe de enfermagem, orientando o paciente
cirúrgico acerca do que deseja conhecer (2).

Ansiedade

Ansiedade é um estado emocional desconfortável que basicamente consiste em


três condições: Pressentimentos de perigo iminente; Atitude de espera em
relação ao perigo e Desestruturação ante ao perigo com sensação de estar
desprotegido. Ela é experimentada por cada um é capaz de pressenti-la em si
próprio ou ainda no outro.
O sentimento mais comum despertado por um paciente cirúrgico é a ansiedade,
por isso é fundamental o esclarecimento de suas dúvidas sobre os
procedimentos a serem realizados e suas condições no pós-operatório para que
esse sentimento seje amenizado (1).
As principais fontes de ansiedade no período pré-operatório são: Separação de
casa, da família e de suas coisas pessoais; O medo com relação à vida em si; e
ser forçado a assumir o papel de doente e antecipar questões diretamente
relacionadas com o físico, tais como: O ato cirúrgico, a dor e a perda do
controle de si mesmo.
Tornar uma informação esclarecedora e eficiente no pré-operatório requer bom
senso, arte e criatividade por parte do profissional, para fazer do momento do
cuidado um encontro de interação, diálogo, calma, tranqüilidade e
esclarecimento. Evitando com que o paciente tenha alterações de seus sinais
vitais, como um pico de hipertensão devido à ansiedade do momento cirúrgico,
assim como frio intenso ou até mesmo sudorese, provoca também alterações
psíquicas onde o mesmo fica tão apreensivo que mal conseguem responder
seu nome e idade no momento da recepção no Centro Cirúrgico.
A atenção deve se estender à família porque para o paciente ela é sua
referência, que lhe oferece apoio e confiança, e como esses familiares podem

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apoiar alguém se eles próprios estão desanimados e apreensivos com o que


está para acontecer, é por tudo isso que a família é considerada fator
insubstituível na recuperação do paciente, garantindo assim uma troca mútua,
ou seja, o paciente estará satisfeito por estar ao lado das pessoas que lhe são
queridas e a família por poder participar da recuperação do mesmo.

Medo

Medo é um estado gerado pela presença real de um objetivo ou situação


ameaçadora, isso explica o porquê paciente cirúrgicos, durante o período
perioperatório, que se encontra diante de uma realidade diferente e
amendrotadora desencadeia esse estado podendo comprometer seu estado
emocional e fisiológico.
O paciente cirúrgico apresenta medo da dor, da anestesia, de ficar desfigurado
ou incapacitado, de morrer e por fim medo de sentir medo (1), embora
enriquecida pela sua imaginação, nunca é totalmente imaginário, isso porque
pode ter uma base concreta como: procedimentos cirúrgicos que causarão
mutilações como amputação de membros e retirada de órgãos. Portanto na
tentativa de controlar esse medo, inibem a função mental de forma tão estrema
que caem em estado letárgico ou apático, perdendo o interesse pelo o que o
cerca (aparência, alimentação, conforto, higiene) e paralisando os seus
sentimentos.

Trauma Anestésico-Cirúrgico

O paciente submetido ao procedimento anestésico-cirúrgico sofre mudanças


bruscas em sua totalidade e requer uma adaptação favorável para o
restabelecimento de seu estado de saúde.
A recuperação pós-anestésica do paciente que foi instruído e orientado no pré-
operatório é muito tranqüila e menos traumatizante para o paciente e para
equipe que o assiste, pois se observa que, mesmo em estado alterado de
consciência, é menor a incidência de comportamento agitado e agressivo, e que
não tenta arrancar os drenos, curativos e demais equipamentos (1). Outro fator
agravante para a recuperação do ato anestésico-cirúrgico é a reação de perda,
tal sensação é geralmente decorrente de uma cirurgia mutiladora, a sensação
do membro fantasma é bastante freqüente e não se sabe explicar se é devido à
estimulação das fibras nervosas cortadas ou se é uma tentativa psicológica de
não se desprender da parte perdida (3).
Considera-se que o paciente ao ser submetido ao tratamento anestésico-
cirúrgico, vivencia situações de estresse e ansiedade, que se iniciam no
momento em que toma conhecimento da necessidade cirúrgica e estendem até
o momento em que retorna às suas atividades normais do cotidiano.

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CONCLUSÃO:
A VPOE tem sua importância devido proporcionar uma interação maior entre o
enfermeiro, paciente e família, essa trará benefícios, reduzindo através de uma
boa comunicação momentos de ansiedade, medo, angústia e até mesmo
trauma decorrentes do ato anestésico-cirurgico contribuindo, portanto para uma
recuperação mais satisfatória do paciente.
Podemos concluir no decorrer do trabalho que a VPOE é sim uma etapa muito
importante para o paciente cirúrgico assim como para sua família, isso porque é
o momento em que o profissional enfermeiro tem a oportunidade de conhecer
seu paciente, e com isso pode detectar problemas ou alterações relacionados
ao estado bio-psico-sócio-espirituais do mesmo e com isso planejar uma melhor
orientação.
Faz-se necessário que este profissional incorpore em seu dia-a-dia a utilização
de um instrumento para a coleta de dados de maior importância para com isso
poder planejar uma assistência integral e individualizada, e principalmente
humanizada.
A realização da VPOE favorece o bem estar dos pacientes, e proporciona para
o enfermeiro a oportunidade de desempenhar uma atividade de alta
competência técnica, com elevados conhecimentos científicos e sabendo
estabelecer essa ponte com a humanização, onde reine o respeito pelo ser
humano, mesmo que em alguns momentos os mesmos encontrem dificuldades
para a realização dessa atividade, é importante que não se perca
definitivamente a essência de realizar uma assistência eficaz.
Fica bem claro que os pacientes bem orientados no período pré-operatório
aceitam melhor os procedimentos que serão submetidos, e com isso sua
recuperação será mais satisfatória, isso se faz possível porque é no momento
da VPOE que o enfermeiro proporciona aos pacientes entenderem sua situação
de saúde, expressar-se de forma espontânea e com isso liberar seus medos,
angústias e ansiedades, porque para o sucesso dessa etapa,VPOE, deve haver
o envolvimento de ambas as partes , com vínculos de empatias e confiança
para alcançar o mesmo propósito que é o bem estar geral do paciente cirúrgico.
Acreditamos que o atual estudo traz para a prática da enfermagem a
importância de oferecer ao paciente cirúrgico todo o esclarecimento que é
possível sobre o que lhe será realizado, isso fará do profissional Enfermeiro um
profissional com quem se pode contar, realizando o seu papel com excelência,
visando, contudo, um único objetivo que é o bem estar de seu paciente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Tenani AC, Pinto MH. A importância do conhecimento do cliente sobre o
enfrentamento do tratamento cirúrgico. Arq Ciênc Saúde, abr./jun. 2007; 14(2):
81-7.

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2. Jorgetto GV, Noronha R, Araújo IEM. Assistência de enfermagem a pacientes


cirúrgicos: avaliação comparativa. Revista Eletrônica de Enfermagem 2005;
7(3): 273-77.

3. Grittem L, Méier MJ, Gaievicz AP. Visita pré-operatória de enfermagem:


percepções dos enfermeiros de um hospital de ensino. Cogitare Enferm,
set./dez. 2006; 11(3): 245-51

________________________________________________________________
1. Acadêmica do 8º semestre do curso de graduação da faculdade de
enfermagem da Universidade de Santo Amaro. E-mail:
karlaap1@hotmail.com.br
2. Enfermeira, Mestre em enfermagem na Saúde do Adulto pela USP, professor
assistente do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. E-mail:
deborapopov@ig.com.br

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Visita Pré Operatória de Enfermagem:Considerações de sua


importância ao paciente cirurgico
KARLA APARECIDA ALMEIDA MOREIRA(1)

DEBORA CRISTINA SILVA POPOV(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
O indivíduo que se encontra doente e hospitalizado apresenta
conseqüentemente algum desequilíbrio de suas necessidades humanas
básicas, portanto, para esse indivíduo é importante oferecer um tratamento
eficaz que o restabeleça o mais rápido possível.
A internação hospitalar pode contribuir para o sentimento de ruptura com a vida
diária, com a perda de sua autonomia. Portanto nesse período, deve-se assistir
o paciente em toda sua complexidade, necessita-se, no entanto de anotações
complexas e objetivas sobre o paciente, fazendo com que o embasamento
científico seja garantido, desde a década de 70, Wanda de Aguiar Horta
desenvolveu um modelo conceitual, no qual o processo de enfermagem tem
sua assistência planejada para alcançar as necessidades humanas básicas do
paciente.
Em 1986 há a orientação de Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, e,
além disso, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) se torna
uma estratégia na organização da assistência nas instituições, porém para
implantar a SAE é necessário que se tenha embasamento teórico, isso faz com
que se tenha uma melhora na qualidade da assistência prestada ao cliente.
Implantou-se com isso a SAE, que a partir de Janeiro de 2000 tornou-se
obrigatória em todo o estado de São Paulo, de acordo com a decisão do
Conselho Regional de Enfermagem (COREN-SP). A SAE é um método
científico de trabalho que proporciona melhora significativa da qualidade de
assistência prestada ao paciente através do planejamento individualizado de
ações de enfermagem elaboradas pelo Enfermeiro, essa Sistematização é
composta: Levantamento da Dados/Histórico; Exame Físico; Diagnósticos;
Prescrição e Evolução de Enfermagem, dessa forma o conteúdo obtido pela
SAE representam uma preciosa fonte de informação sobre o paciente.
O ato cirúrgico representa para qualquer pessoa uma ameaça de vida, envolve,
portanto uma carga emocional muito grande, de ampla gama de sentimentos,
momentos que antecedem um procedimento cirúrgico são sentidos pelos
pacientes como um momento dramático e assustador (1). A atenção nesse
momento difícil que é o ato anestésico cirúrgico deve se estender à família do
paciente, isso porque orientar familiares em situações de estresse, em que a
ansiedade é comum compromete o aprendizado e dificulta a capacidade de
resolução dos problemas.

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A Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) é um


método para organizar o cuidado individualizado e administrar a assistência,
favorecendo maior integração do enfermeiro com os pacientes e famílias,
gerando resultados positivos. Tem como objetivos promover, manter e
recuperar a saúde do paciente e de sua família, e abrange três fases da
experiência cirúrgica que são:
• O Período Pré-Operatório, iniciado no momento da indicação da cirurgia até a
admissão do paciente no CC;
• O Período Intra ou Trans-Operatório iniciado no momento de admissão do
paciente no CC até a sua entrada na Sala de Recuperação Pós Anestesia
(SRPA);
• Período Pós-Operatório que se inicia no momento da entrada do paciente na
SRPA e vai até a alta hospitalar do mesmo.
Contudo o trabalho em questão irá focar o Período Pré-Operatório que é uma
fase realizada com a finalidade de preparar o paciente como também sua
família para a cirurgia que será submetido, buscando prevenir e reduzir
complicações nos períodos Trans e Pós-Operatórios, e ainda, a qualidade
prestada ao paciente cirúrgico está diretamente relacionada ao papel que o
enfermeiro do Centro Cirúrgico cumpre (1).
A Visita Pré Operatória de Enfermagem (VPOE) é uma etapa que está na SAEP
é o modo em que à enfermagem qualifica sua assistência, que dá uma
sustentação às ações de enfermagem no CC, quer esteja relacionada à parte
assistencial na promoção da saúde ou esteja voltada à prevenção de
complicações no pós-operatório, sendo que a VPOE é utilizada no Brasil desde
1973.
A escolha desse tema surgiu pelo fato de atuar em uma unidade de Centro
Cirúrgico, e vivenciar a falta de informação que os pacientes têm em relação
aos procedimentos anestésico-cirúrgicos pelos quais serão submetidos, e que a
VPOE é sempre importante para o paciente cirúrgico, pois a mesma ajuda a
sanar dúvidas, diminuindo a ansiedade e o medo, porque é isso que o paciente
merece.

OBJETIVO:
Descrever a importância da Visita Pré Operatória de Enfermagem (VPOE) para
o paciente cirúrgico

METODOLOGIA:
O estudo realizado trata-se de uma revisão de literatura descritiva exploratória,
cuja coleta de dados foi efetuada por meio de levantamento de bibliográfico,
baseado em artigos encontrados na internet pelas bases de dados Scielo
(Scientific Eletronic Library On-line) e Bireme. Tendo como descritores

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utilizados: Visita, Assistência, Enfermagem e Operatório.


O critério utilizado para seleção dos artigos foi buscar artigos que relatavam à
importância do saber, de tirar dúvidas a respeito do tema escolhido.
Foram selecionados 15 artigos e 2 livros técnicos, do período de 2002 a 2009.
O levantamento bibliográfico foi realizado no período de fevereiro a junho de
2009.

RESUMO:
Os momentos que antecedem a cirurgia podem ser de agonia para ao paciente
cirúrgico, a ponto de levá-lo ao pânico, fazendo com que muitas vezes cirurgias
sejam canceladas devido ao extremo grau de ansiedade e medo que o mesmo
apresenta, com a intenção de evitar problemas no período trans e pós-
operatório (2).
A SAEP é vista como um processo interativo que promove e/ou recupera a
integridade e a plenitude bio-psico-sócio-espiritual do paciente cirúrgico. Para
amenizar sentimentos negativos é imprescindível que todo paciente cirúrgico
seja educado no período pré-operatório de enfermagem (1).
A VPOE é o início da Sistematização, na qual o enfermeiro atua de maneira
expressiva, a fim de proporcionar ao paciente cirúrgico apoio emocional,
atenção e orientação sobre procedimentos anestésico-cirúrgicos no qual será
submetido, isso permite, que a enfermagem assista-o de forma sistematizada e
contínua, buscando respeita-lo como uma pessoa dotada de valores,
experiências e expectativas.
Por meio a VPOE o enfermeiro coleta informações a respeito do paciente
cirúrgico e identificar suas necessidades, torna com isso a assistência
perioperatória individualizada e eficaz. Portanto, a VPOE torna-se procedimento
indispensável, visto que possibilita ao profissional enfermeiro a detecção,
solução e encaminhamento dos problemas enfrentados pelo paciente cirúrgico,
além de vantagens como o vínculo com este (3).
A realização da VPOE tem como objetivos gerais: esclarecer dúvidas que o
paciente e seus familiares possam vir a ter; preparar uma melhor assistência de
enfermagem nos períodos trans e pós-operatórios; orientar sobre o tipo de
cirurgia e anestesia que serão realizados; revisão de exames solicitados como
eletrocardiograma, laboratoriais, radiografias, tomografias como também
reserva de hemoderivados entre outros; presença de alergias; uso de
medicamentos; tabagismo; etilismo; a importância do jejum; realização de
tricotomia; retirada de adornos e próteses; assinatura do termo de
consentimento; encaminhar para avaliação de especialistas, quando esta for
necessária e por fim saber se o paciente está em condições de ser submetido
ao procedimento anestésico-cirúrgico, os dados obtidos e orientações
realizadas deve ser registrado em prontuário, em impresso próprio.

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Para que a VPOE atinja sua finalidade é primordial que o Enfermeiro que a
realize seja cordial; compreensivo; saiba ouvir atentamente; tenha
disponibilidade; mostre-se preocupado; ofereça segurança; tenha conhecimento
científico; respeite crenças espirituais e valores culturais; dê informação que
ajude no desconforto emocional e encoraje seu paciente verbalizando que tudo
dará certo e que está lá somente para ajudá-lo nesse momento tão difícil.
Sabe-se o quanto a VPOE é importante para a evolução do comportamento do
paciente cirúrgico, uma vez que quando este chega ao Centro Cirúrgico pode
não saber de tudo que acontecerá com ele, mas, grande parte dos
procedimentos aos quais será submetido já tem idéia, esse momento, portanto
não será tão difícil quanto se torna para aqueles que não recebem a mesma,
contudo, muitas instituições brasileiras que adotaram esta estratégia, não têm
sido fáceis de ser implementada e mantida.
Apesar dos inúmeros benefícios conferidos pela VPOE que é o bem estar físico
e emocional ao paciente cirúrgico, para a realização desta o Enfermeiro se
depara com algumas dificuldades como: a falta de tempo; horário das
internações; escassez de recursos humanos; falta de ficha específica para a
visita; excesso das rotinas nas unidades; falta de um protocolo na instituição da
visita; rotina de serviços que impedem a saída da unidade; mapa cirúrgico não
confiável; falta de planejamento (3). Portanto, quando por algum desses motivos
anteriores citados ou até outros ocorrer e a VPOE não for realizada, no
momento em que o paciente chegar ao CC quem terá que recepcioná-lo será o
profissional Enfermeiro para com isso esclarecer dúvidas, explicar
procedimentos que serão realizados e confirmar dados como: Jejum, alergias,
patologias entre outros (2). Entretanto, o Enfermeiro da Unidade de Internação
deverá realizar a VPOE quando esta não for possível pelo profissional do CC
(3).

Interação Enfermeiro-Paciente

A relação enfermeiro-paciente é a essência do propósito da enfermagem, com


o objetivo de ajudar o paciente e a família a enfrentarem e compreenderem a
experiência da dor, do sofrimento pela qual passam (2); é por esse motivo que o
bem-estar do paciente cirúrgico é um objetivo do profissional Enfermeiro, isso
porque o mesmo pode apresentar um alto nível de estresse, desenvolver
sentimentos negativos para seu estado emocional, tornando-se vulneráveis e
dependentes, a equipe de enfermagem é responsável no período pré-operatório
pelo preparo desse paciente de acordo com a especificidade de cada cirurgia
que este será submetido.
Para que o enfermeiro possa se relacionar adequadamente com o paciente
cirúrgico no momento da VPOE, este deve saber como se comunicar, isso
porque a comunicação é uma exigência da própria natureza humana.

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Logo para o paciente cirúrgico é muito importante poder esclarecer suas


dúvidas no momento da VPOE, pois normalmente acham que os profissionais
de saúde se aborrecem facilmente com ele, e para não incomodá-los preferem
ficar com suas dúvidas e receios para si.
Deve-se ressaltar que, o período que antecede a internação é de poucas
informações para qualquer paciente. O paciente não deixa sua essência
humana na portaria do hospital, passa por grandes transformações durante o
período pré-operatório, ele traz consigo sua inteligência, seus sentimentos e
seus mitos em relação à doença, vêm com numerosas percepções
desenvolvidas na sua cultura, educação e toda bagagem de vida (1). Este sabe
pouco sobre sua real situação e o que vai lhe acontecer, para muitos, uma fonte
de informação são de familiares, amigos e vizinhos que vivenciaram situações
semelhantes. Por isso a melhor forma de esclarecer dúvidas e minimizar
ansiedade e medo é oferecendo informações simples que contemplem as
ações a serem realizadas pela equipe de enfermagem, orientando o paciente
cirúrgico acerca do que deseja conhecer (2).

Ansiedade

Ansiedade é um estado emocional desconfortável que basicamente consiste em


três condições: Pressentimentos de perigo iminente; Atitude de espera em
relação ao perigo e Desestruturação ante ao perigo com sensação de estar
desprotegido. Ela é experimentada por cada um é capaz de pressenti-la em si
próprio ou ainda no outro.
O sentimento mais comum despertado por um paciente cirúrgico é a ansiedade,
por isso é fundamental o esclarecimento de suas dúvidas sobre os
procedimentos a serem realizados e suas condições no pós-operatório para que
esse sentimento seje amenizado (1).
As principais fontes de ansiedade no período pré-operatório são: Separação de
casa, da família e de suas coisas pessoais; O medo com relação à vida em si; e
ser forçado a assumir o papel de doente e antecipar questões diretamente
relacionadas com o físico, tais como: O ato cirúrgico, a dor e a perda do
controle de si mesmo.
Tornar uma informação esclarecedora e eficiente no pré-operatório requer bom
senso, arte e criatividade por parte do profissional, para fazer do momento do
cuidado um encontro de interação, diálogo, calma, tranqüilidade e
esclarecimento. Evitando com que o paciente tenha alterações de seus sinais
vitais, como um pico de hipertensão devido à ansiedade do momento cirúrgico,
assim como frio intenso ou até mesmo sudorese, provoca também alterações
psíquicas onde o mesmo fica tão apreensivo que mal conseguem responder
seu nome e idade no momento da recepção no Centro Cirúrgico.
A atenção deve se estender à família porque para o paciente ela é sua

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referência, que lhe oferece apoio e confiança, e como esses familiares podem
apoiar alguém se eles próprios estão desanimados e apreensivos com o que
está para acontecer, é por tudo isso que a família é considerada fator
insubstituível na recuperação do paciente, garantindo assim uma troca mútua,
ou seja, o paciente estará satisfeito por estar ao lado das pessoas que lhe são
queridas e a família por poder participar da recuperação do mesmo.

Medo

Medo é um estado gerado pela presença real de um objetivo ou situação


ameaçadora, isso explica o porquê paciente cirúrgicos, durante o período
perioperatório, que se encontra diante de uma realidade diferente e
amendrotadora desencadeia esse estado podendo comprometer seu estado
emocional e fisiológico.
O paciente cirúrgico apresenta medo da dor, da anestesia, de ficar desfigurado
ou incapacitado, de morrer e por fim medo de sentir medo (1), embora
enriquecida pela sua imaginação, nunca é totalmente imaginário, isso porque
pode ter uma base concreta como: procedimentos cirúrgicos que causarão
mutilações como amputação de membros e retirada de órgãos. Portanto na
tentativa de controlar esse medo, inibem a função mental de forma tão estrema
que caem em estado letárgico ou apático, perdendo o interesse pelo o que o
cerca (aparência, alimentação, conforto, higiene) e paralisando os seus
sentimentos.

Trauma Anestésico-Cirúrgico

O paciente submetido ao procedimento anestésico-cirúrgico sofre mudanças


bruscas em sua totalidade e requer uma adaptação favorável para o
restabelecimento de seu estado de saúde.
A recuperação pós-anestésica do paciente que foi instruído e orientado no pré-
operatório é muito tranqüila e menos traumatizante para o paciente e para
equipe que o assiste, pois se observa que, mesmo em estado alterado de
consciência, é menor a incidência de comportamento agitado e agressivo, e que
não tenta arrancar os drenos, curativos e demais equipamentos (1). Outro fator
agravante para a recuperação do ato anestésico-cirúrgico é a reação de perda,
tal sensação é geralmente decorrente de uma cirurgia mutiladora, a sensação
do membro fantasma é bastante freqüente e não se sabe explicar se é devido à
estimulação das fibras nervosas cortadas ou se é uma tentativa psicológica de
não se desprender da parte perdida (3).
Considera-se que o paciente ao ser submetido ao tratamento anestésico-
cirúrgico, vivencia situações de estresse e ansiedade, que se iniciam no
momento em que toma conhecimento da necessidade cirúrgica e estendem até

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o momento em que retorna às suas atividades normais do cotidiano.

CONCLUSÃO:
A VPOE tem sua importância devido proporcionar uma interação maior entre o
enfermeiro, paciente e família, essa trará benefícios, reduzindo através de uma
boa comunicação momentos de ansiedade, medo, angústia e até mesmo
trauma decorrentes do ato anestésico-cirurgico contribuindo, portanto para uma
recuperação mais satisfatória do paciente.
Podemos concluir no decorrer do trabalho que a VPOE é sim uma etapa muito
importante para o paciente cirúrgico assim como para sua família, isso porque é
o momento em que o profissional enfermeiro tem a oportunidade de conhecer
seu paciente, e com isso pode detectar problemas ou alterações relacionados
ao estado bio-psico-sócio-espirituais do mesmo e com isso planejar uma melhor
orientação.
Faz-se necessário que este profissional incorpore em seu dia-a-dia a utilização
de um instrumento para a coleta de dados de maior importância para com isso
poder planejar uma assistência integral e individualizada, e principalmente
humanizada.
A realização da VPOE favorece o bem estar dos pacientes, e proporciona para
o enfermeiro a oportunidade de desempenhar uma atividade de alta
competência técnica, com elevados conhecimentos científicos e sabendo
estabelecer essa ponte com a humanização, onde reine o respeito pelo ser
humano, mesmo que em alguns momentos os mesmos encontrem dificuldades
para a realização dessa atividade, é importante que não se perca
definitivamente a essência de realizar uma assistência eficaz.
Fica bem claro que os pacientes bem orientados no período pré-operatório
aceitam melhor os procedimentos que serão submetidos, e com isso sua
recuperação será mais satisfatória, isso se faz possível porque é no momento
da VPOE que o enfermeiro proporciona aos pacientes entenderem sua situação
de saúde, expressar-se de forma espontânea e com isso liberar seus medos,
angústias e ansiedades, porque para o sucesso dessa etapa,VPOE, deve haver
o envolvimento de ambas as partes , com vínculos de empatias e confiança
para alcançar o mesmo propósito que é o bem estar geral do paciente cirúrgico.
Acreditamos que o atual estudo traz para a prática da enfermagem a
importância de oferecer ao paciente cirúrgico todo o esclarecimento que é
possível sobre o que lhe será realizado, isso fará do profissional Enfermeiro um
profissional com quem se pode contar, realizando o seu papel com excelência,
visando, contudo, um único objetivo que é o bem estar de seu paciente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

***
UNISA - Universidade de Santo Amaro

1. Tenani AC, Pinto MH. A importância do conhecimento do cliente sobre o


enfrentamento do tratamento cirúrgico. Arq Ciênc Saúde, abr./jun. 2007; 14(2):
81-7.

2. Jorgetto GV, Noronha R, Araújo IEM. Assistência de enfermagem a pacientes


cirúrgicos: avaliação comparativa. Revista Eletrônica de Enfermagem 2005;
7(3): 273-77.

3. Grittem L, Méier MJ, Gaievicz AP. Visita pré-operatória de enfermagem:


percepções dos enfermeiros de um hospital de ensino. Cogitare Enferm,
set./dez. 2006; 11(3): 245-51.

________________________________________________________________
1 Acadêmica do 8º semestre do curso de graduação da faculdade de
enfermagem da Universidade de Santo Amaro. E-mail:
karlaap1@hotmail.com.br
2 Enfermeira, Mestre em enfermagem na Saúde do Adulto pela USP, professor
assistente do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. E-mail:
deborapopov@ig.com.br

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VIVÊNCIA DOS ENFERMEIROS DE PROGRAMA DE SAÚDE DA


FAMÍLIA NO ATENDIMENTO AOS PORTADORES DE LESÕES DE
PELE
ROSANGELA MONALISA DOS SANTOS(1)

TATIANE APARECIDA VENANCIO BARBOZA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Atualmente o Programa de Saúde da Família (PSF) tem sido amplamente
discutido dentro das Políticas de Saúde como estratégia do Ministério da Saúde
(MS) onde o governo preconiza como prioridade do programa o assistir/cuidar
da saúde das famílias. (1)
O programa baseia-se em ações inter e multidisciplinares, onde os profissionais
procuram atender as necessidades básicas da família através de ações
eficientes, de alta resolutividade e baixo custo, procurando proporcionar-lhes
melhor qualidade de vida através da humanização das práticas de saúde.
A pele, também conhecida como sistema tegumentar, é o maior órgão de
absorção do corpo (2), sendo este o maior órgão do corpo humano que tem
como principais funções: proteção contra infecções, lesões ou traumas, raios
solares e possui importante função no controle da temperatura corpórea.
O termo lesão tecidual ou lesão de pele é utilizado para descrever deformidade
ou solução de continuidade, que pode atingir desde a epiderme, até estruturas
profundas, como fáscias, músculos, aponeuroses, articulações, cartilagens
tendões, ossos, órgãos cavitários e qualquer outra estrutura do corpo.
Desenvolvem-se como conseqüência de uma agressão ao tecido vivo por
agentes físicos, químicos, térmicos ou biológicos. Também podem ocorrer
devido a distúrbios clínicos ou fisiológicos. Podem ser causadas por fatores
extrínsecos, como incisão cirúrgica e lesões acidentais por corte ou trauma; ou
intrínsecos; como feridas produzidas por infecção, úlceras crônicas e
vasculares, defeitos metabólicos e neoplasias. (12) Sua classificação constitui
forma de sistematização, necessária para o processo de avaliação e registro.
(3)
No Brasil, as lesões de pele acometem a população de forma geral,
independente de sexo, idade ou etnia, determinando um alto índice de pessoas
com alterações na integridade da pele, constituindo assim, um sério problema
de saúde pública. Porém não há dados estatísticos que comprovem este fato,
devido os registros desses atendimentos serem escassos. Contudo, o
surgimento de lesões de pele onera os gastos públicos e prejudica a qualidade
de vida da população. (4)
A preocupação com o cuidado às lesões de pele vem desde a antiguidade. Nos

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dias de hoje, apesar dos avanços científico-tecnológicos na área da saúde, o


tratamento de lesões de pele continua a ser polêmico e representa tema de
relevante preocupação, principalmente para os profissionais de enfermagem,
que procuram se qualificar, ampliando a abordagem para o conhecimento da
anatomia da pele e para os fatores responsáveis pela perda de sua integridade,
para a fisiologia da cicatrização e para a fundamentação teórica e prática dos
procedimentos de enfermagem associados ao déficit tegumentar. (2)
Segundo a deliberação COREN-MG nº 65/00, em 22 de maio de 2000, dispõe
sobre as competências dos profissionais de enfermagem na prevenção e
tratamento das lesões cutâneas, obedecendo à Sistematização da Assistência
de Enfermagem (SAE), seguindo a seguinte ordem: histórico, diagnóstico,
prescrição e evolução para melhor desempenho profissional e assistência ao
portador de lesões. (5)
O processo de enfermagem é um método sistêmico de prestação de cuidados
humanizados, que enfoca a obtenção de resultados desejados de maneira
eficiente. Conforme a resolução do COFEN nº 272/2002, a Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) trata-se de uma atividade privativa do
enfermeiro. (6)
É de responsabilidade do enfermeiro prestar uma assistência integral ao
paciente portador de lesões cutâneas, proporcionando qualidade no
atendimento, conforto e segurança. A prescrição do profissional responsável
pelo tratamento da ferida e preservação da pele deve incluir:
• Localização específica;
• Solução e método de limpeza;
• Curativo primário ou fármaco;
• Curativo secundário, quando necessário;
• Dispositivo de fixação, quando indicado;
• Freqüência da troca de curativo;
• Cronograma para avaliação da efetividade terapêutica. (10)
É, portanto, função do enfermeiro avaliar, classificar, prescrever e acompanhar
a evolução e executar o curativo da ferida, observando todas as características
morfológicas dessas lesões (formato e tamanho, quantidade de exsudato,
localização e aparência da ferida) uma vez que é o Enfermeiro que detém maior
domínio desta técnica, em virtude de ter na sua formação componentes
curriculares voltados para esta prática e da equipe de enfermagem desenvolvê-
la como uma de suas atribuições. (4)
Desse modo neste processo de trabalho o Enfermeiro exerce um imprescindível
papel, uma vez que tem preconizado como instrumento de trabalho o
planejamento, a implementação, a avaliação das ações desenvolvidas e o
compromisso com a coletividade e a saúde do ser humano como um todo, ou
seja, executa o cuidado holístico. (8)
Baseado nas ações relacionadas surgiu à necessidade de realizar um estudo

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que pudesse caracterizar a atuação do enfermeiro de programa de saúde da


família aos portadores de lesões de pele, uma vez que este profissional tem
maior contato com o paciente, avalia, acompanha a evolução da lesão, orienta e
executa o curativo das lesões de pele.

OBJETIVO:
- Descrever o processo de trabalho do enfermeiro atuante em uma unidade de
PSF aos portadores de lesões de pele;
- Identificar os recursos utilizados pelos enfermeiros no cuidado aos portadores
de lesões de pele;
- Identificar as responsabilidades assistenciais e administrativas do enfermeiro
frente a uma lesão de pele.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa.
A população do presente estudo compreende aos enfermeiros atuantes do
Programa de Saúde da Família de uma Unidade Básica de Saúde, situada em
Parelheiros, São Paulo, reconhecida como referência para Assistência em
Lesões de Pele na região. Para seleção da amostra foram observados os
seguintes critérios: ser enfermeiro assistencial que atende pacientes com
lesões de pele, estar presente no momento da coleta de dados e concordar em
participar da pesquisa.
A Coleta dos dados foi realizada através da aplicação de um questionário
(Apêndice II) aos enfermeiros da UBS/PSF, constituído de questões abertas e
semi-abertas, o qual está dividido em duas partes, sendo que a primeira aborda
assuntos relacionados ao perfil de formação profissional dos enfermeiros e a
segunda parte está relacionada à atuação específica do enfermeiro na
assistência as lesões de pele.
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Santo Amaro (UNISA) visando garantir aos participantes,
durante a pesquisa de campo, o respeito dos direitos humanos conforme
Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre diretrizes e normas
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Somente após
aprovação iniciou a coleta dos dados junto aos participantes. A participação foi
voluntária e os objetivos do estudo foram esclarecidos através do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (Apêndice I) previamente ao início da coleta
dos dados confirmando a participação no estudo (Apêndice II). E com a
finalidade de preservar o anonimato dos enfermeiros entrevistado foi encolhida
a palavra “enfª” e em seqüência uma numeração que segue a ordem
cronológica da participação de cada indivíduo (enfª1, enfª2 e enfª3).
As informações foram organizadas em categorias analíticas e foram validadas

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de acordo com o método de análise de conteúdo proposto por Bardin.

RESUMO:
Entre as enfermeiras participantes do estudo a atuação no PSF variou de 01
ano e 08 meses a 03 anos e 06 meses. Todas fizeram o curso de pós-
graduação em Saúde Pública com ênfase em PSF, curso de Tratamento de
Feridas e atuam no cuidado as lesões de pele dos usuários da unidade.

Destacaram-se três categorias: Processo de cuidar do cliente com lesão de


pele, implementação da SAE aos pacientes com lesões de pele no PSF,
aspectos administrativos da prática profissional do enfermeiro de PSF.

Processo de cuidar do cliente com lesão de pele

Há algum tempo, o tratamento das lesões de pele “deixou de ser apenas


focado na realização da técnica de curativo, para incorporar toda a metodologia
da assistência que o enfermeiro presta, com avaliação do estado geral do
paciente, exame físico direcionado de acordo com a etiologia da lesão, escolha
do tratamento e da cobertura a ser utilizada. Além do registro de enfermagem e
projeção prognóstica”.
As enfermeiras, ao serem questionadas quanto aos critérios de cuidado inicial
as lesões de pele declararam agendar uma avaliação inicial para caracterizar o
tipo de lesão e traçar um tratamento para aquele indivíduo.
“Conforme avaliação da lesão, quantidade de secreção e higiene do paciente.”
enfª1
“É agendado uma avaliação com a enfermeira e/ou é chamada a mesma na
sala onde é feito a avaliação e prescrito material segundo avaliação...” enfª1
“Paciente chegou a unidade com úlcera em braço esquerdo na região axilar
(...) a mesma referiu ter apertado um furúnculo. Com isto fiz uma avaliação da
ferida...” enfª3
No contexto geral da questão a preconização de cuidado inicial à pacientes
com lesões de pele foi abordada pelas enfermeiras. Sendo assim, elas
mostraram que possuem a visão correta acerca do que deve ser feito no
cuidado inicial aos portadores de lesão de pele e a importância deste para o
direcionamento da escolha do tratamento adequado.
Em relação à periodicidade da avaliação da lesão, as enfermeiras declararam
que realizam apenas uma vez por semana devido a dois motivos: ter muitos
portadores de lesões de pele na área de abrangência e a falta de tempo para
acompanhar diariamente o processo de cicatrização. Seguem as respostas:
“Semanalmente...” enfª’s 1,2 e 3
“... o tempo disponível de execução é muito curto, pois o enfermeiro de PSF
[Programa de Saúde da Família] desempenha diversas outras funções ao

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decorrer do dia, nós temos que cumprir metas dia-a-dia.” enfª1


“... Não há referência na região, na verdade a referência é esta UBS/PSF
[Unidade Básica de Saúde].” enfª2
¬ Apesar de haver impedimentos na prática profissional do enfermeiro de PSF a
realização correta de avaliação das lesões não poderia ser afetada, pois é de
fundamental importância acompanhar a evolução do processo cicatricial da
lesão uma vez que está em desacordo com as recomendações preconizadas
que dizem que: “(...) a avaliação da lesão deve ser feita em conjunto com a
realização do curativo e esta deve ser repetida a intervalos regulares e
freqüentes, de acordo com a evolução do processo de cicatrização.”

Implementação da SAE aos pacientes com lesões de pele no PSF

A SAE é um processo sistematizado de prestação de cuidados que visa a


obtenção de resultados desejados de uma maneira rentável. É sistemático por
se constituir de etapas, durante as quais são dados passos deliberados para
potencializar a eficiência e atingir resultados benéficos. Este processo sempre
foi desenvolvido pelos enfermeiros como forma de prestar assistência ao
cliente, sendo aperfeiçoado com o passar do tempo e atualizado a partir de
estudos e bases científicas até os dias de hoje, quando foi introduzida esta
nomenclatura (Sistematização da Assistência de Enfermagem), tendo se
tornado obrigatória sua implementação nas instituições de saúde desde agosto
de 2002, através da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem.
Os resultados revelaram que as enfermeiras realizam a SAE (Sistematização
da Assistência de Enfermagem), contemplando aspectos inerentes à idade,
doenças crônicas (diabetes, hipertensão, doenças vasculares), condição
nutricional, repouso, uso de medicamentos, higiene, atividade física, entre
outros, fatores estes que contribuem para o avanço ou retardo do processo de
cicatrização. Esta preocupação se mostra pertinente, uma vez que os fatores
relacionados no discurso das enfermeiras têm relação direta com o processo de
cicatrização.
“É feito através da SAE” enfª3
“Através da SAE [Sistematização da Assistência de Enfermagem], do impresso
da unidade. A enfermeira que inicia e dá continuidade ao tratamento. É feito
uma avaliação, ou seja, a enfermeira levanta os problemas, diagnostica e
prescreve o tratamento baseado na SAE.” enfª2
“...Foi realizada a SAE, onde avaliei a ferida, solicitei exames laboratoriais e dei
início ao tratamento...”enfª1
Contudo, quando foi abordado o conteúdo do que seria a SAE e como era
executada, as mesmas disseram que seguiam o protocolo da unidade que era
um impresso “Consulta de Enfermagem – Tratamento de Feridas” [Apêndice III]
desenvolvido pela Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas da

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Secretaria Municipal de Saúde.


“...em impresso próprio do acompanhamento de lesão de pele da
unidade.”enfª1
“No prontuário do paciente em impresso específico.”enfª2
“...Com isto fiz uma avaliação da ferida utilizando a SAE e dei início ao
tratamento...”enfª3
O impresso contempla tanto os aspectos locais como os sistêmicos do portador
de lesões de pele, assim como também dá espaço para acompanhamento da
evolução da lesão, porém não há espaço para o desenvolvimento de todas as
etapas da SAE que compreende nas etapas de Diagnóstico de Enfermagem,
Conceitualmente é definido como sendo um juízo clínico sobre respostas
individuais, familiares ou comunitárias a problemas de saúde/processos vitais,
reais ou potenciais. Este fornece subsídios para a futura seleção de
intervenções e conseqüentemente obter os resultados esperados, os quais o
enfermeiro será responsável.
E Evolução de Enfermagem que:
É o registro feito pelo Enfermeiro após a avaliação do estado geral do paciente.
Desse registro devem constar os problemas novos identificados, um resumo
sucinto dos resultados dos cuidados prescritos e os problemas a serem
abordados nas 24 horas subseqüentes.

Segundo Artigo I - Ao enfermeiro incumbe: A implantação, planejamento,


organização, execução e avaliação do processo de enfermagem, que
compreende as seguintes etapas: a consulta de enfermagem, histórico de
enfermagem, exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição de
enfermagem e a evolução de assistência de enfermagem. E Artigo II - A
implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) deve
ocorrer em toda a instituição da saúde pública ou privada.

Contudo, a inexistência destas duas etapas descaracteriza o ponto central da


SAE que é guiar as ações de enfermagem afim de que possa atender as
necessidades individuais do cliente-família-comunidade, ou seja, não garante
um levantamento completo de suas necessidades reais e potenciais. O
resultado disso traduz-se em ineficácia nas condutas adotadas com diminuição
na resolutividade do caso.
Notou-se também que em nenhum momento as enfermeiras disseram haver
um atendimento multidisciplinar no atendimento aos portadores de lesão de
pele, apesar da proposta do Ministério da Saúde (MS) para o PSF ser a de
assistir/cuidar da saúde das famílias baseado na interdisciplinaridade, ou seja,
do trabalho em equipe multiprofissional, (...) estas equipes são compostas por
“minimamente, conter um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um médico
de família ou generalista e seis agentes comunitários de saúde. E quando

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ampliada, deverá conter: um dentista, auxiliar de consultório dentário e um


técnico em higiene dental”.
Com isto a avaliação holística do portador de lesões de pele fica prejudicada
uma vez que é preconizado um atendimento global deste paciente, onde o
profissional de nutrição, fisioterapia também são de suma importância, porém
não são membros atuantes em equipes de saúde da família.

Aspectos administrativos da prática assistencial do enfermeiro de PSF aos


pacientes com lesões de pele

A qualidade das ações desenvolvidas pelos enfermeiros aos pacientes com


lesões de pele está diretamente ligada com a demanda de material disponível e
ao tempo disponível para execução. Porém, na realidade analisada, a falta de
material específico é apontada como fator que dificulta o processo de
tratamento de lesões de pele.
“... Depende dos materiais disponíveis na unidade, (...), pois nem sempre há o
material adequado e/ou suficiente na unidade.”enfª 1,2 e 3
“... Após algum tempo de tratamento com realização do curativo 3x/semana a
unidade ficou sem o fornecimento do material para realização do curativo, com
isto a paciente começou a trazer os materiais de sua casa e assim dei
continuidade ao tratamento...” enfª3
Na verdade o que acontece é um descaso por parte do setor de
reabastecimento da unidade aos portadores de lesões de pele. De acordo com
os dados coletados todas as enfermeiras terem curso de formação para
atuação específica aos portadores de lesão de pele, ou seja, ter embasamento
teórico a este paciente especificamente, no entanto não executam devido a falta
de fornecimento de material por parte do “governo”.
Sendo que o referencial teórico diz que: “(...) o PSF não faz uma opção
econômica pelo mais barato, nem técnica pela simplificação, nem política por
qualquer forma de exclusão”.
Um fator que favoreceria o trabalho do enfermeiro e principalmente o portador
de lesão de pele seria a maior fiscalização dos órgãos competentes, exigindo-
se, dessa forma, que as instituições de saúde se responsabilizassem pela falta
de material adequado para atendimento qualificado, humanizado e fidedigno da
população que tem o direito de ser atendido holisticamente no PSF que é
fundamentado nos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), que
estabelece assistência de forma universal, integral, equânime, contínua e,
acima de tudo, resolutiva à população na unidade de saúde e domicílio,
identificando os fatores de risco aos quais a população está exposta e neles
intervindo de forma apropriada.

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CONCLUSÃO:
A prática de cuidados a pacientes portadores de lesões de pele é uma
especialidade do enfermeiro enquanto profissional de saúde, reconhecida pela
Sociedade Brasileira de Enfermagem Dermatológica (SOBEND) e Associação
Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) e, ao mesmo tempo é um desafio que
requer conhecimento específico, habilidade e abordagem holística.
O estudo mostra o despontar do enfermeiro, participando de forma direta e
ativa nos processos de intervenção de enfermagem ao paciente portador de
lesões de pele e possibilitou uma compreensão das condições vivenciadas
pelos enfermeiros de PSF que atuam junto aos portadores de lesões de pele,
apontado suas habilidades, dificuldades e limitações. Porém fica claro que é
necessário adequar tanto o acesso dos profissionais a recursos materiais
quanto o impresso de “Consulta de Enfermagem – Tratamento de Feridas” que
é seguido pela unidade como protocolo de atendimento no tratamento aos
portadores de lesões de pele e seja incluída uma equipe multidisciplinar
completa no PSF para que os enfermeiros que atuam em PSF possam
assistir/cuidar do portador de lesão de pele de forma humanitária, com
eficiência e resolutividade e os usuários sejam atendidos holisticamente.
Com o presente estudo observou-se também que existe pouca literatura a cerca
do tema “lesões de pele em programa de saúde da família”. Dessa maneira,
considero que esta é uma área na qual a enfermagem pode e deve desenvolver
pesquisas, para ofertar à comunidade e profissionais um rol de procedimentos e
ações para melhorar a qualidade de vida do paciente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
(1) Antunes MJM, Egry EY. O programa de saúde da família e a reconstrução
da atenção básica no SUS: a contribuição da enfermagem brasileira. Rev. Bras.
Enf. 2001; jan./mar; 54(1): 98-107.
(2) BRASIL. Ministério da Saúde. A implementação da unidade de saúde da
família. Caderno da Atenção Básica: Programa de Saúde da Família. Ver.
Saúde Pública. 2000 jun. [acesso em Jul 6];34(3): [aproximadamente 8 p.].
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php.
(3) Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Resolução COFEN nº
272/2002 COREN-SP. [acesso em 2009 Agosto 03]. Disponível em:
http://www.corensp.gov.br/drupal6/node/3560
(4) BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96. Decreto nº
93.933. Rio de Janeiro de 1987. Estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo
seres humanos. Bioética, v. 4, n. 2, Suplemento. p. 15-25, 1996.
(5) Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, p. 226, 1977.
________________________________________________________________
TCC

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VIVÊNCIA DOS ENFERMEIROS DE PROGRAMA DE SAÚDE DA


FAMÍLIA NO ATENDIMENTO AOS PORTADORES DE LESÕES DE
PELE
ROSANGELA MONALISA DOS SANTOS(1)

TATIANE APARECIDA VENANCIO BARBOZA(2)(Orientadores)


Ciências da Saúde
INTRODUÇÃO:
Atualmente o Programa de Saúde da Família (PSF) tem sido amplamente
discutido dentro das Políticas de Saúde como estratégia do Ministério da Saúde
(MS) onde o governo preconiza como prioridade do programa o assistir/cuidar
da saúde das famílias.
O programa baseia-se em ações inter e multidisciplinares, onde os
profissionais procuram atender as necessidades básicas da família através de
ações eficientes, de alta resolutividade e baixo custo, procurando proporcionar-
lhes melhor qualidade de vida através da humanização das práticas de saúde.
A pele, também conhecida como sistema tegumentar, é o maior órgão de
absorção do corpo, sendo este o maior órgão do corpo humano que tem como
principais funções: proteção contra infecções, lesões ou traumas, raios solares
e possui importante função no controle da temperatura corpórea.
O termo lesão tecidual ou lesão de pele é utilizado para descrever deformidade
ou solução de continuidade, que pode atingir desde a epiderme, até estruturas
profundas, como fáscias, músculos, aponeuroses, articulações, cartilagens
tendões, ossos, órgãos cavitários e qualquer outra estrutura do corpo.
Desenvolvem-se como conseqüência de uma agressão ao tecido vivo por
agentes físicos, químicos, térmicos ou biológicos. Também podem ocorrer
devido a distúrbios clínicos ou fisiológicos. Podem ser causadas por fatores
extrínsecos, como incisão cirúrgica e lesões acidentais por corte ou trauma; ou
intrínsecos; como feridas produzidas por infecção, úlceras crônicas e
vasculares, defeitos metabólicos e neoplasias. Sua classificação constitui forma
de sistematização, necessária para o processo de avaliação e registro.
No Brasil, as lesões de pele acometem a população de forma geral,
independente de sexo, idade ou etnia, determinando um alto índice de pessoas
com alterações na integridade da pele, constituindo assim, um sério problema
de saúde pública. Porém não há dados estatísticos que comprovem este fato,
devido os registros desses atendimentos serem escassos. Contudo, o
surgimento de lesões de pele onera os gastos públicos e prejudica a qualidade
de vida da população.
A preocupação com o cuidado às lesões de pele vem desde a antiguidade. Nos
dias de hoje, apesar dos avanços científico-tecnológicos na área da saúde, o

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tratamento de lesões de pele continua a ser polêmico e representa tema de


relevante preocupação, principalmente para os profissionais de enfermagem,
que procuram se qualificar, ampliando a abordagem para o conhecimento da
anatomia da pele e para os fatores responsáveis pela perda de sua integridade,
para a fisiologia da cicatrização e para a fundamentação teórica e prática dos
procedimentos de enfermagem associados ao déficit tegumentar.
Segundo a deliberação COREN-MG nº 65/00, em 22 de maio de 2000, dispõe
sobre as competências dos profissionais de enfermagem na prevenção e
tratamento das lesões cutâneas, obedecendo à Sistematização da Assistência
de Enfermagem (SAE), seguindo a seguinte ordem: histórico, diagnóstico,
prescrição e evolução para melhor desempenho profissional e assistência ao
portador de lesões.
O processo de enfermagem é um método sistêmico de prestação de cuidados
humanizados, que enfoca a obtenção de resultados desejados de maneira
eficiente. Conforme a resolução do COFEN nº 272/2002, a Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) trata-se de uma atividade privativa do
enfermeiro.
É de responsabilidade do enfermeiro prestar uma assistência integral ao
paciente portador de lesões cutâneas, proporcionando qualidade no
atendimento, conforto e segurança. A prescrição do profissional responsável
pelo tratamento da ferida e preservação da pele deve incluir:
• Localização específica;
• Solução e método de limpeza;
• Curativo primário ou fármaco;
• Curativo secundário, quando necessário;
• Dispositivo de fixação, quando indicado;
• Freqüência da troca de curativo;
• Cronograma para avaliação da efetividade terapêutica.
É, portanto, função do enfermeiro avaliar, classificar, prescrever e acompanhar
a evolução e executar o curativo da ferida, observando todas as características
morfológicas dessas lesões (formato e tamanho, quantidade de exsudato,
localização e aparência da ferida) uma vez que é o Enfermeiro que detém maior
domínio desta técnica, em virtude de ter na sua formação componentes
curriculares voltados para esta prática e da equipe de enfermagem desenvolvê-
la como uma de suas atribuições.
Desse modo neste processo de trabalho o Enfermeiro exerce um
imprescindível papel, uma vez que tem preconizado como instrumento de
trabalho o planejamento, a implementação, a avaliação das ações
desenvolvidas e o compromisso com a coletividade e a saúde do ser humano
como um todo, ou seja, executa o cuidado holístico.
Baseado nas ações relacionadas surgiu à necessidade de realizar um estudo
que pudesse caracterizar a atuação do enfermeiro de programa de saúde da

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família aos portadores de lesões de pele, uma vez que este profissional tem
maior contato com o paciente, avalia, acompanha a evolução da lesão, orienta e
executa o curativo das lesões de pele.

OBJETIVO:
- Descrever o processo de trabalho do enfermeiro atuante em uma unidade de
PSF aos portadores de lesões de pele;
- Identificar os recursos utilizados pelos enfermeiros no cuidado aos portadores
de lesões de pele;
- Identificar as responsabilidades assistenciais e administrativas do enfermeiro
frente a uma lesão de pele.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa.
A população do presente estudo compreende aos enfermeiros atuantes do
Programa de Saúde da Família de uma Unidade Básica de Saúde, situada em
Parelheiros, São Paulo, reconhecida como referência para Assistência em
Lesões de Pele na região. Para seleção da amostra foram observados os
seguintes critérios: ser enfermeiro assistencial que atende pacientes com
lesões de pele, estar presente no momento da coleta de dados e concordar em
participar da pesquisa.
A Coleta dos dados foi realizada através da aplicação de um questionário
(Apêndice II) aos enfermeiros da UBS/PSF, constituído de questões abertas e
semi-abertas, o qual está dividido em duas partes, sendo que a primeira aborda
assuntos relacionados ao perfil de formação profissional dos enfermeiros e a
segunda parte está relacionada à atuação específica do enfermeiro na
assistência as lesões de pele.
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Santo Amaro (UNISA) visando garantir aos participantes,
durante a pesquisa de campo, o respeito dos direitos humanos conforme
Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre diretrizes e normas
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Somente após
aprovação iniciou a coleta dos dados junto aos participantes. A participação foi
voluntária e os objetivos do estudo foram esclarecidos através do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (Apêndice I) previamente ao início da coleta
dos dados confirmando a participação no estudo (Apêndice II). E com a
finalidade de preservar o anonimato dos enfermeiros entrevistado foi encolhida
a palavra “enfª” e em seqüência uma numeração que segue a ordem
cronológica da participação de cada indivíduo (enfª1, enfª2 e enfª3).

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As informações foram organizadas em categorias analíticas e foram validadas


de acordo com o método de análise de conteúdo proposto por Bardin.

RESUMO:
Entre as enfermeiras participantes do estudo a atuação no PSF variou de 01
ano e 08 meses a 03 anos e 06 meses. Todas fizeram o curso de pós-
graduação em Saúde Pública com ênfase em PSF, curso de Tratamento de
Feridas e atuam no cuidado as lesões de pele dos usuários da unidade.
Destacaram-se três categorias: Processo de cuidar do cliente com lesão de
pele, implementação da SAE aos pacientes com lesões de pele no PSF,
aspectos administrativos da prática profissional do enfermeiro de PSF.

PROCESSO DE CUIDAR DO CLIENTE COM LESÃO DE PELE

Há algum tempo, o tratamento das lesões de pele “deixou de ser apenas focado
na realização da técnica de curativo, para incorporar toda a metodologia da
assistência que o enfermeiro presta, com avaliação do estado geral do
paciente, exame físico direcionado de acordo com a etiologia da lesão, escolha
do tratamento e da cobertura a ser utilizada. Além do registro de enfermagem e
projeção prognóstica”.
As enfermeiras, ao serem questionadas quanto aos critérios de cuidado inicial
as lesões de pele declararam agendar uma avaliação inicial para caracterizar o
tipo de lesão e traçar um tratamento para aquele indivíduo.
“Conforme avaliação da lesão, quantidade de secreção e higiene do paciente.”
enfª1
“É agendado uma avaliação com a enfermeira e/ou é chamada a mesma na
sala onde é feito a avaliação e prescrito material segundo avaliação...” enfª1
“Paciente chegou a unidade com úlcera em braço esquerdo na região axilar
(...) a mesma referiu ter apertado um furúnculo. Com isto fiz uma avaliação da
ferida...” enfª3
No contexto geral da questão a preconização de cuidado inicial à pacientes com
lesões de pele foi abordada pelas enfermeiras. Sendo assim, elas mostraram
que possuem a visão correta acerca do que deve ser feito no cuidado inicial aos
portadores de lesão de pele e a importância deste para o direcionamento da
escolha do tratamento adequado.
Em relação à periodicidade da avaliação da lesão, as enfermeiras declararam
que realizam apenas uma vez por semana devido a dois motivos: ter muitos
portadores de lesões de pele na área de abrangência e a falta de tempo para
acompanhar diariamente o processo de cicatrização. Seguem as respostas:
“Semanalmente...” enfª’s 1,2 e 3

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“... o tempo disponível de execução é muito curto, pois o enfermeiro de PSF


[Programa de Saúde da Família] desempenha diversas outras funções ao
decorrer do dia, nós temos que cumprir metas dia-a-dia.” enfª1
“... Não há referência na região, na verdade a referência é esta UBS/PSF
[Unidade Básica de Saúde].” enfª2
Apesar de haver impedimentos na prática profissional do enfermeiro de PSF a
realização correta de avaliação das lesões não poderia ser afetada, pois é de
fundamental importância acompanhar a evolução do processo cicatricial da
lesão uma vez que está em desacordo com as recomendações preconizadas
que dizem que: “(...) a avaliação da lesão deve ser feita em conjunto com a
realização do curativo e esta deve ser repetida a intervalos regulares e
freqüentes, de acordo com a evolução do processo de cicatrização.”

IMPLEMENTAÇÃO DA SAE AOS PACIENTES COM LESÕES DE PELE NO


PSF

A SAE é um processo sistematizado de prestação de cuidados que visa a


obtenção de resultados desejados de uma maneira rentável. É sistemático por
se constituir de etapas, durante as quais são dados passos deliberados para
potencializar a eficiência e atingir resultados benéficos. Este processo sempre
foi desenvolvido pelos enfermeiros como forma de prestar assistência ao
cliente, sendo aperfeiçoado com o passar do tempo e atualizado a partir de
estudos e bases científicas até os dias de hoje, quando foi introduzida esta
nomenclatura (Sistematização da Assistência de Enfermagem), tendo se
tornado obrigatória sua implementação nas instituições de saúde desde agosto
de 2002, através da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem.
Os resultados revelaram que as enfermeiras realizam a SAE (Sistematização da
Assistência de Enfermagem), contemplando aspectos inerentes à idade,
doenças crônicas (diabetes, hipertensão, doenças vasculares), condição
nutricional, repouso, uso de medicamentos, higiene, atividade física, entre
outros, fatores estes que contribuem para o avanço ou retardo do processo de
cicatrização. Esta preocupação se mostra pertinente, uma vez que os fatores
relacionados no discurso das enfermeiras têm relação direta com o processo de
cicatrização.
“É feito através da SAE” enfª3
“Através da SAE [Sistematização da Assistência de Enfermagem], do impresso
da unidade. A enfermeira que inicia e dá continuidade ao tratamento. É feito
uma avaliação, ou seja, a enfermeira levanta os problemas, diagnostica e
prescreve o tratamento baseado na SAE.” enfª2
“...Foi realizada a SAE, onde avaliei a ferida, solicitei exames laboratoriais e dei
início ao tratamento...”enfª1
Contudo, quando foi abordado o conteúdo do que seria a SAE e como era

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executada, as mesmas disseram que seguiam o protocolo da unidade que era


um impresso “Consulta de Enfermagem – Tratamento de Feridas” [Apêndice III]
desenvolvido pela Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas da
Secretaria Municipal de Saúde.
“...em impresso próprio do acompanhamento de lesão de pele da
unidade.”enfª1
“No prontuário do paciente em impresso específico.”enfª2
“...Com isto fiz uma avaliação da ferida utilizando a SAE e dei início ao
tratamento...”enfª3
O impresso contempla tanto os aspectos locais como os sistêmicos do portador
de lesões de pele, assim como também dá espaço para acompanhamento da
evolução da lesão, porém não há espaço para o desenvolvimento de todas as
etapas da SAE que compreende nas etapas de Diagnóstico de Enfermagem:
Conceitualmente é definido como sendo um juízo clínico sobre respostas
individuais, familiares ou comunitárias a problemas de saúde/processos vitais,
reais ou potenciais. Este fornece subsídios para a futura seleção de
intervenções e conseqüentemente obter os resultados esperados, os quais o
enfermeiro será responsável.
E Evolução de Enfermagem que: É o registro feito pelo Enfermeiro após a
avaliação do estado geral do paciente. Desse registro devem constar os
problemas novos identificados, um resumo sucinto dos resultados dos cuidados
prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas subseqüentes.

Segundo Artigo I - Ao enfermeiro incumbe: A implantação, planejamento,


organização, execução e avaliação do processo de enfermagem, que
compreende as seguintes etapas: a consulta de enfermagem, histórico de
enfermagem, exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição de
enfermagem e a evolução de assistência de enfermagem. E Artigo II - A
implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) deve
ocorrer em toda a instituição da saúde pública ou privada.

Contudo, a inexistência destas duas etapas descaracteriza o ponto central da


SAE que é guiar as ações de enfermagem afim de que possa atender as
necessidades individuais do cliente-família-comunidade, ou seja, não garante
um levantamento completo de suas necessidades reais e potenciais. O
resultado disso traduz-se em ineficácia nas condutas adotadas com diminuição
na resolutividade do caso.
Notou-se também que em nenhum momento as enfermeiras disseram haver um
atendimento multidisciplinar no atendimento aos portadores de lesão de pele,
apesar da proposta do Ministério da Saúde (MS) para o PSF ser a de
assistir/cuidar da saúde das famílias baseado na interdisciplinaridade, ou seja,
do trabalho em equipe multiprofissional, (...) estas equipes são compostas por

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“minimamente, conter um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um médico


de família ou generalista e seis agentes comunitários de saúde. E quando
ampliada, deverá conter: um dentista, auxiliar de consultório dentário e um
técnico em higiene dental”.
Com isto a avaliação holística do portador de lesões de pele fica prejudicada
uma vez que é preconizado um atendimento global deste paciente, onde o
profissional de nutrição, fisioterapia também são de suma importância, porém
não são membros atuantes em equipes de saúde da família.

ASPECTOS ADMINISTRATIVOS DA PRÁTICA ASSISTENCIAL DO


ENFERMEIRO DE PSF AOS PACIENTES COM LESÕES DE PELE

A qualidade das ações desenvolvidas pelos enfermeiros aos pacientes com


lesões de pele está diretamente ligada com a demanda de material disponível e
ao tempo disponível para execução. Porém, na realidade analisada, a falta de
material específico é apontada como fator que dificulta o processo de
tratamento de lesões de pele.
“... Depende dos materiais disponíveis na unidade, (...), pois nem sempre há o
material adequado e/ou suficiente na unidade.”enfª 1,2 e 3
“... Após algum tempo de tratamento com realização do curativo 3x/semana a
unidade ficou sem o fornecimento do material para realização do curativo, com
isto a paciente começou a trazer os materiais de sua casa e assim dei
continuidade ao tratamento...” enfª3
Na verdade o que acontece é um descaso por parte do setor de
reabastecimento da unidade aos portadores de lesões de pele. De acordo com
os dados coletados todas as enfermeiras terem curso de formação para
atuação específica aos portadores de lesão de pele, ou seja, ter embasamento
teórico a este paciente especificamente, no entanto não executam devido a falta
de fornecimento de material por parte do “governo”.
Sendo que o referencial teórico diz que: “(...) o PSF não faz uma opção
econômica pelo mais barato, nem técnica pela simplificação, nem política por
qualquer forma de exclusão”.
Um fator que favoreceria o trabalho do enfermeiro e principalmente o portador
de lesão de pele seria a maior fiscalização dos órgãos competentes, exigindo-
se, dessa forma, que as instituições de saúde se responsabilizassem pela falta
de material adequado para atendimento qualificado, humanizado e fidedigno da
população que tem o direito de ser atendido holisticamente no PSF que é
fundamentado nos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), que
estabelece assistência de forma universal, integral, equânime, contínua e,
acima de tudo, resolutiva à população na unidade de saúde e domicílio,
identificando os fatores de risco aos quais a população está exposta e neles
intervindo de forma apropriada.

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CONCLUSÃO:
A prática de cuidados a pacientes portadores de lesões de pele é uma
especialidade do enfermeiro enquanto profissional de saúde, reconhecida pela
Sociedade Brasileira de Enfermagem Dermatológica (SOBEND) e Associação
Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) e, ao mesmo tempo é um desafio que
requer conhecimento específico, habilidade e abordagem holística.
O estudo mostra o despontar do enfermeiro, participando de forma direta e ativa
nos processos de intervenção de enfermagem ao paciente portador de lesões
de pele e possibilitou uma compreensão das condições vivenciadas pelos
enfermeiros de PSF que atuam junto aos portadores de lesões de pele,
apontado suas habilidades, dificuldades e limitações. Porém fica claro que é
necessário adequar tanto o acesso dos profissionais a recursos materiais
quanto o impresso de “Consulta de Enfermagem – Tratamento de Feridas” que
é seguido pela unidade como protocolo de atendimento no tratamento aos
portadores de lesões de pele e seja incluída uma equipe multidisciplinar
completa no PSF para que os enfermeiros que atuam em PSF possam
assistir/cuidar do portador de lesão de pele de forma humanitária, com
eficiência e resolutividade e os usuários sejam atendidos holisticamente.
Com o presente estudo observou-se também que existe pouca literatura a cerca
do tema “lesões de pele em programa de saúde da família”. Dessa maneira,
considero que esta é uma área na qual a enfermagem pode e deve desenvolver
pesquisas, para ofertar à comunidade e profissionais um rol de procedimentos e
ações para melhorar a qualidade de vida do paciente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
(1) Antunes MJM, Egry EY. O programa de saúde da família e a reconstrução
da atenção básica no SUS: a contribuição da enfermagem brasileira. Rev. Bras.
Enf. 2001; jan./mar; 54(1): 98-107.
(2) BRASIL. Ministério da Saúde. A implementação da unidade de saúde da
família. Caderno da Atenção Básica: Programa de Saúde da Família. Ver.
Saúde Pública. 2000 jun. [acesso em Jul 6];34(3): [aproximadamente 8 p.].
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php.
(3) Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Resolução COFEN nº
272/2002 COREN-SP. [acesso em 2009 Agosto 03]. Disponível em:
http://www.corensp.gov.br/drupal6/node/3560
(4) BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96. Decreto nº
93.933. Rio de Janeiro de 1987. Estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo
seres humanos. Bioética, v. 4, n. 2, Suplemento. p. 15-25, 1996.
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TCC

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Ciências Exatas e da Terra

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Automação de Teste - S Testing


ALAN DA SILVA BULCÃO(1), VALÉRIA SILVA DOS SANTOS(2)

EUGENIO AKIHIRO NASSU(3)(Orientadores)


Ciências Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO:
A relevância de teste automatizado é importante para se ter mais confiabilidade
e agilidade na execução dos testes.

Atualmente, são poucos desenvolvedores que se preocupam em disponibilizar


parte de seu cronograma para planejar, documentar e automatizar a etapa de
testes. No entanto, estamos em uma fase de transição quanto à aceitação e
incentivo das empresas quanto aos testes automatizados. Empresas e escolas
oferecem treinamentos específicos do tema para que desenvolvedores sejam
melhores orientados.

O estudo sobre automação de testes tem como objetivo desmitificar o fato de


“perda de tempo” no processo de automatizar testes.
Além disso, almeja-se praticar e entender as categorias de testes e o
planejamento envolvido.

O caso de uso será uma página web, sendo a metodologia adotada para testes
de aplicações web, ou seja, via navegador validar suas funcionalidades. A S
Testing realiza o teste no modelo Caixa Preta.

Tendo como objetivo principal de desmistificar a lenda de que a o processo de


automação de teste é apenas um período desnecessário no cronograma, será
necessário entender as funcionalidades do sistema de modo usuário e
desenvolvedor, ou seja, interface e código fonte. Assim, os testes serão
desenvolvidos para que seja gerada a documentação de aprovação projeto, ou
seja, atingiu as necessidades do cliente.

Objetivo: Projeto tem por objetivo apresentar a importância e vantagens de se


realizar testes de forma automática. Usando como exemplo prático, uma página
de internet, apresentar que a automação do teste é um processo de muitos
benefícios e pode resultar em lucros financeiros, seja para quem aplica como
para quem comercializa ferramentas e serviços para automação de teste.

As páginas seguintes apresentam as seções:


a) Resumo: uma breve visão do projeto como um todo
b) Histórico de revisão: documentação das alterações feitas no documento

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c) Sumário: apresentação de todos os capítulos contidos


d) Introdução: introdução do conteúdo e objetivo do projeto
e) Estado da arte: uma análise atual do mercado em relação ao processo de
automação de teste
f) Projeto:
* Objetivo: objetivo do projeto automação de teste
* Tipos de teste: lista de principais tipos de teste
* Vantagens: descrição das vantagens de se aplicar teste automatizado
* Desvantagens: descrição das desvantagens na aplicação de teste
automatizado
* Relevância de Teste Automatizado: resposta a pergunta que todo analista se
faz quando é solicitado testar o que desenvolveu, porque testar?.
* Processo de Teste: descrição de como será efetuado o teste nesse projeto,
de forma automatizada.
- Aplicação Avaliada: apresentação da página web que será testada.
- Ferramentas: descrição e comparativo das principais ferramentas para teste
automatizado.
- Documentação: descrição sobre as documentações necessárias no
processo de teste automatizado.
- Resultados: descrição de como os resultados dos testes será apresentado.
* Resultados: apresentação de resultados da execução do projeto.
* Considerações Finais
* Referências
* Apêndice:
* Anexos:
* Lista de Figuras: listagem de todas as figuras apresentadas na
documentação do projeto.
* Lista de Tabelas: listagem de todas as tabelas apresentadas na
documentação do projeto.

Serão apresentadas também demonstrações e comparativos.

OBJETIVO:
O objetivo é esclarecer que vale a pena o investimento no processo de
automação de teste de software.

Utilizando das técnicas de testes funcionais, interface e segurança e controle de


acesso demonstrar que a automação de teste resulta em agilidade, prática de
reuso, qualidade e confiança no processo de teste.

METODOLOGIA:

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Aplicação de teste automatizado do tipo funcional, de interface, segurança e


controle de acesso com complemento SELENIUM IDE em conjunto com FireFox
sobre uma aplicação web.

Para gravação e apresentação dos resusltados utilizou-se a ferramenta


AutoScreenRecorder.

RESUMO:
Como resultado tivemos um comparativo em tempo sobre uma execução
manual e uma execução automatizada:

* Teste Manual *
Tempo mínimo de 00:45:54

* Teste Automatizado *
Tempo mínimo de 00:12:59

Tempo usado para execução de 23 testes.

* Descrição Detalhada
- - - TESTE MANUAL - - -
Acessar.Aplicacao.Cenario1 00:00:51
Acessar.Aplicacao.Cenario2 00:00:31
Acessar.Aplicacao.Cenario3 00:00:52
Acessar.Aplicacao.Cenario4 00:00:46
Cadastrar.Evento.Cenario1 00:02:18
Cadastrar.Evento.Cenario2 00:01:24
Cadastrar.Evento.Cenario3 00:01:33
Cadastrar.Evento.Cenario4 00:01:29
Cadastrar.Evento.Cenario5 00:01:40
Cadastrar.Evento.Cenario6 00:01:59
Cadastrar.Evento.Cenario7 00:01:53
Inserir.Foto.Cenario1 00:04:18
Inserir.Foto.Cenario2 00:02:15
Inserir.Topico.Forum.Cenario1 00:06:34
Inserir.Topico.Forum.Cenario2 00:01:40
Inserir.Topico.Forum.Cenario3 00:01:06
Inserir.Topico.Forum.Cenario4 00:01:09
Inserir.Video.Cenario1 00:04:07
Navegar.Selenium.Cenario1 00:02:53
Navegar.Selenium.Cenario2 00:01:12

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Perfil.Membro.Cenario1 00:01:23
Perlfi.Administrador.Cenario1 00:01:59
Visitar.Pagina.Membro.Cenario1 00:01:02

- - - TESTE AUTOMATIZADO - - -
Acessar.Aplicacao.Cenario1.Validacao 00:00:30
Erro esperado de não gravar 00:00:00
Acessar.Aplicacao.Cenario3.Validacao 00:00:23
Acessar.Aplicacao.Cenario4.Validacao 00:00:22
Cadastrar.Evento.Cenario1.Validacao 00:00:36
Cadastrar.Evento.Cenario2.Validacao 00:00:36
Cadastrar.Evento.Cenario3.Validacao 00:00:31
Cadastrar.Evento.Cenario4.Validacao 00:00:30
Cadastrar.Evento.Cenario5.Validacao 00:00:30
Cadastrar.Evento.Cenario6.Validacao 00:00:34
Cadastrar.Evento.Cenario7.Validacao 00:00:44
Inserir.Foto.Cenaro1.Erro.Validacao 00:00:29
Inserir.Foto.Cenaro2.Erro.Validacao 00:00:32
Inserir.Topico.Forum.Cenario1.Validacao 00:00:40
Inserir.Topico.Forum.Cenario2.Validacao 00:00:40
Inserir.Topico.Forum.Cenario3.Validacao 00:00:33
Inserir.Topico.Forum.Cenario4.Validacao 00:00:31
Inserir.Video.Cenario1.Erro.Validacao 00:00:30
Navegar.Selenium.Cenario1.Validacao 00:01:06
Navegar.Selenium.Cenario2.Validacao 00:00:37
Perfil.Administrador.Cenario1.Validacao 00:00:57
Perfil.Membro.Cenario1.Validacao 00:00:41
Visitar.Pagina.Membro.Cenario1.Validacao 00:00:27

CONCLUSÃO:
Com execução do teste manual e o teste automatizado, gerou-se um
comparativo relevante.

A execução manual necessitou de um profissional e muito do seu tempo.


Durante a execução manual, o aplicativo SELENIUM IDE estava ativo gravando
as ações realizadas manualmente. Após alterações na aplicação em teste, os
mesmos testes antes realizados manualmente, foram executados via
SELENIUM IDE com as gravações que foram armazenadas.

Primeiro ponto relevante foi a não necessidade de lembrar os mesmo passos


para executar o teste com a mesma precisão que o primeiro, pois a gravação

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armazena o passo-a-passo executado manualmente.

Segundo ponto, o tempo de execução caiu até pela metade, pois os passos em
que se fez necessário a escrita de um texto longo manualmente, já estava
armazenado na gravação e não se fez necessário escrever letra por letra
novamente. Esse fato resulta num ganho de tempo muito bom no processo de
teste.

Além disso, o reuso das gravações pode ser aplicado sempre que uma
alteração for realizada na aplicação sob os testes.

Um fato que não resultou conforme o esperado foi que para as ações de
inclusão de arquivos e visualização de vídeos, o SELENIUM IDE não conseguiu
inserir nem abrir um vídeo, sendo assim seria necessário trabalhar com o
SELENIUM IDE em conjunto com um processo manual para esses casos ou
ainda adquirir uma ferramenta com licença paga que, na maioria das vezes,
disponibiliza essas configurações.

De modo geral, conclui-se que a validação/teste automatizado agrega


confiança, qualidade, agilidade, aprendizagem e aproveitamento de conteúdo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
a) Contatos que atuam na área
João José Pedrini joaojosepedrini@gmail.com
Marcos Muto marcos.muto@gmail.com
Diego Tremper diegotremper@gmail.com

b) Geral
ADRIANA T.A., CARLOS A. F., FABRÍCIO Y. F.; Selenium em outros browsers;
São Paulo, 2009; Disponível em:
http://oglobo.globo.com/blogs/tecnologia/posts/2009/07/23/testes-
automatizados-em-software-198155.asp; Acessado em: 05 Set. 2009

MSCHLINDWEIN; Automação de Teste; 2009; Disponível em:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Automa%C3%A7%C3%A3o_de_teste; Acessado em:
05 Set. 2009

DESCONHECIDO; Testes Automatizados; Curitiba, 2009; Disponível em:


http://www.guj.com.br/posts/list/73050.java; Último acesso em: 05 Set. 2009

GABRIEL O. R.; Como rodar os testes do Selenium IDE em outro browser?;


São Paulo, 2009; Disponível em:

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http://www.seuenium.com.br/2009/01/20/como-rodar-os-testes-do-selenium-no-
ie-ou-em-outro-browser/; Último acesso em: 05 Set. 2009

CRISTIANO C.; Automação e Gerenciamento de Testes: Aumentando a


Produtividade com as Principais Soluções Open Source e Gratuitas; Nacional,
2009; Disponível em: http://www.linhadecodigo.com.br/EBook.aspx?id=2951;
Acessado em: 08 Set. 2009.

c) Automação de Testes
GUILHERME C.; Louco por automação; Rio de Janeiro 2009; Disponível em
http://gc.blog.br/2009/04/15/louco-por-automatizacao/; Acessado em 17 Mai.
2009.

RODRIGO V.; Automação de Testes de Aceitação em Sistemas Web; Rio de


Janeiro, 2009; Disponível em: http://www.slideshare.net/rveiga/automao-de-
testes-de-aceitao-em-sistemas-web; Acessado em: 28 Ago. 2009.

CRISTIANO C.; Artigo Engenharia de Software 5 - Melhores Práticas na


Automação de Testes; Revista Engenharia de Software; Disponível em:
http://www.devmedia.com.br/articles/viewcomp.asp?comp=10249; Acessado
em: 10 Nov. 2009.

d) Ferramentas:
CRISTIANO C., Ferramentas Open Source Gratuitas; Nacional, 2009;
Disponível em:
http://www.mindomo.com/view?m=d1535d37f8b0aa6df765a1db90bfa317;
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SELENIUM; Get Started with Selenium – Começando com Selenium; Chicago,


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ODRACIR A. J., MIGUEL G.; Dicas Selenium; Nacional, 2008; Disponível em:
http://www.dicas-l.com.br/dicas-l/20080207.php; Acessado em: 08 Set. 2009.

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2009.
VIA DIGITAL; Ferramentas Livres de Apoio ao Desenvolvedor; Via Digital, 2005;
Disponível em:
http://www.viadigital.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=20&It
emid=11; Acessado em: 09 Set. 2009.

e) Testes e Tipos de Teste:


MICROSOFT; Tipos de Teste; Microsoft MSDN; Disponível em:
http://msdn.microsoft.com/pt-br/library/ms182514.aspx; Acessado em: 05 Set.
2009.

ALEX E.; Qualidade de Software - Introdução; São Paulo, 2009; Disponível em:
http://www.plugmasters.com.br/sys/materias/604/1/Qualidade-de-Software---
Introdu%E7%E3o; Acessado em: 17 Mai. 2009;

ALEX E.; Qualidade de Software - Tipos de testes em software, parte 1; São


Paulo, 2009; Disponível em:
http://www.plugmasters.com.br/sys/materias/647/1/Qualidade-de-Software---
Tipos-de-testes-em-software,-parte-1; Acessado em: 17 Mai. 2009;

ALEX E.; Qualidade de Software - Tipos de testes em software, parte 2; São


Paulo, 2009; Disponível em:
http://www.plugmasters.com.br/sys/materias/686/1/Qualidade-de-Software---
Tipos-de-testes-em-software%2C-parte-2; Acessado em: 17 Mai. 2009;

EPF WIKI; Tipos de Teste; EPF Wiki, 2008; Disponível em:


http://epf.eclipse.org/wikis/openuppt/openup_basic/guidances/concepts/types_of
_test,_0aJ6cMlgEdmt3adZL5Dmdw.html; Acessado em: 17 Mai. 2009.

EPF WIKI; Teste; EPF Wiki, 2008; Disponível em:


http://epf.eclipse.org/wikis/openuppt/openup_basic/disciplines/test,_0TkKQMlgE
dmt3adZL5Dmdw.html; Acessado em: 17 Mai. 2009.

CRISTIANO C.; Introdução à Automação de Testes Funcionais; Nacional, 2007;


Disponível em: http://www.testexpert.com.br/?q=node/178; Acessado em: 08
Set. 2009.

JOÃO J. P.; Testes Automatizados no Cakephp; Paraná, 2009; Disponível em:


http://www.slideshare.net/joaojose/testes-automatizados-no-cakephp; Acessado
em: 16 Set. 2009.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

***
UNISA - Universidade de Santo Amaro

MWALDECK; Teste de Software; Brasil, 2009; Disponível em:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_software#Caixa-cinza; Acessado em: 20
Set. 2009.

WALTER G.; System Testing – Teste do Sistema; Internacional, 2009;


Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/System_test; Acessado em: 20 Set.
2009.

ALFREDO G., FABIO K.; Testes; São Paulo USP, 2009; Disponível em:
http://www.ime.usp.br/~kon/presentations/testes2004.ppt; Acessado em: 11
Nov. 2009.

CRISTIANE M.; Ferramentas para Confecção do Plano de Teste em Testes


Automatizados; 2008; Disponível em:
http://www.testexpert.com.br/?q=node/646; Acessado em: 11 Nov. 2009.

RATIONAL S. C.; Exemplo Plano de Teste; Disponível em:


http://www.wthreex.com/rup/examples/csports/ex_tstpln.htm; Acesso em: 11
Nov. 2009.

f) Pesquisa Salarial
CRISTIANO C.; Cargos e Salários: Quanto ganha o profissional de teste e
qualidade de software?; Nacional, 2007; Disponível em:
http://www.linhadecodigo.com.br/Artigo.aspx?id=1299; Acessado em: 04 Nov.
2009.

CEVIU; Pesquisa por Cargos; Ceviu, 2009; Disponível em: http://ceviu.com.br;


Acessado em: 04 Nov. 2009.

TROVIT; Pesquisa Salário Analista Teste; Trovit, 2009; Disponível em:


http://empregos.trovitbrasil.com.br/salário-analista-teste/; Acessado em: 04 Nov.
2009.

INFO; Salários; INFO Abril 2009; Disponível em:


http://info.abril.com.br/professional/salarios/; Acessado em: 11 Nov. 2009.

PAULA R.; Quanto ganha o profissional de TI em São Paulo; INFo Abril, 2009;
Disponível em: http://info.abril.com.br/professional/carreira/quanto-ganha-o-
profissional-de-ti-em-sao-paulo.shtml; Acessado em: 11 Nov. 2009.
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[Não se aplica]

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Ciências Humanas

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A CONTRIBUIÇÃO DA INFORMÁTICA NO PROCESSO


ROGÉRIO PEREIRA DA SILVA(1), ROGERIO GONCALVES DE PAIVA(2)

FERNANDO ROBERTO CAMPOS(3)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
O computador a cada dia que se passa é mais presente no nosso cotidiano,
consequentemente também vem sendo muito utilizado na escola, como
ferramenta de ensino, tornando mais dinâmico o aprendizado dos alunos. Nesta
pesquisa analisaremos como utilizar e como já é utilizada a informática na
educação, focando principalmente como meio de inclusão de alunos com
necessidades educativas especiais. E como uso desta nova ferramenta pode
auxiliar e melhorar o aprendizado desses alunos.
Constatamos que crianças com necessidades especiais, quando em contato
com o computador ou em as aulas de informática, ficam mais envolvidos,
aprendem de maneira mais proveitosa, se tornam mais autônomas. E
gostaríamos de saber como melhorar essa interação, torná-la mais proveitosa,
tanto para escola quanto para o aluno.
Este trabalho tem como objetivo: verificar as contribuições da informática no
desenvolvimento cognitivo da pessoa com necessidades educativas especiais.
Analisar experiências e projetos desenvolvidos sobre o uso da informática para
esse público em especial.
Usamos como base bibliográfica os estudos de Maria Teresa Égler Mantoan,
Luís Paulo Leopoldo Mercado, José Junior Lopes e Nilson Guedes de Freitas e
outros autores. Serão utilizados os livros Programa de Educação Inclusiva:
Direito à diversidade – A escola, Projeto Escola Viva – Garantindo o acesso e
permanência de todos os alunos na escola – Alunos com necessidades
especiais e o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil – Vol. 1. A
pesquisa de campo será realizada no Colégio Adventista Ellen G. White, se
dará por meio questionário abordando professores, profissionais da área de
informática e na observação de alunos, que participaram das aulas de
informática.

OBJETIVO:
Constatar em que a informática pode auxiliar no desenvolvimento cognitivo e
no aprendizado do aluno com necessidades educativas especiais.

METODOLOGIA:
Usamos como base bibliográfica os estudos de Maria Teresa Égler Mantoan,
Luís Paulo Leopoldo Mercado, José Junior Lopes e Nilson Guedes de Freitas e

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outros autores. Serão utilizados os livros Programa de Educação Inclusiva:


Direito à diversidade – A escola, Projeto Escola Viva – Garantindo o acesso e
permanência de todos os alunos na escola – Alunos com necessidades
especiais e o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil – Vol. 1. A
pesquisa de campo será realizada no Colégio Adventista Ellen G. White, se
dará por meio questionário abordando professores, profissionais da área de
informática e na observação de alunos, que participaram das aulas de
informática.

RESUMO:
O resultado da pesquisa e da observação, mostrou que todos os professores
pesquisados, gostariam de utilizar o computador dentro de suas aulas,
lembrando que na escola pesquisada há professores responsáveis pelas aulas
de informática, pois notam maior envolvimento dos seus alunos nas aulas
quando utilizam o computador, ressaltam que não planejam aulas para alunos
com necessidades educativas especiais por falta de recursos, e apontam o
computador como uma ferramenta que tornaria a aquisição de novos conceitos
por esses alunos mais significativas, pois poderiam adequar aula para as
necessidades de cada aluno. Porém todos, não consideram que estejam
capacitados para trabalhar nem com os alunos portadores de necessidades
educativas especiais e nem com o computador (apesar de quererem utilizá-los
dentro da sala de aula para estes alunos). Com as duas questões abertas da
pesquisa chegamos às dificuldades de se trabalhar com alunos portadores de
necessidades educativas especiais, indicadas pelos professores, apontaram
que a falta de material especifico, formação e informação e a falta de tempo
dificulta o planejamento de aulas para cada necessidade de seus alunos,
limitando-se apenas em uma avaliação diferenciada ou atividades que muitas
vezes não tem sentido para o aluno.
Nas observações notamos um maior grau de atenção e comprometimento por
parte dos alunos com necessidades educativas especiais nas aulas de
informática. Nas salas de aula esses mesmos alunos eram dispersos,
geralmente não terminavam as atividades, ou não compreendiam o que deveria
ser feito. Na escola foram observados alunos com Síndrome de Down, com
mobilidade reduzida (usavam cadeira de rodas ou muletas), crianças com
superdotação e com condutas típicas. Todos apresentam uma apatia dentro da
sala de aula.

CONCLUSÃO:
Concluímos as escolas ainda não conseguiram incluir com sucesso os alunos
com necessidades educativas especiais e a informática dentro do seu currículo.
E muito menos trabalhar com ambos juntos mesmo quando os benefícios para

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os alunos são evidentes. A falta de preparo dos professores tornou as aulas de


informática uma extensão da aula “tradicional”, mas mesmo assim, os alunos
com necessidades educativas especiais, compreendem o assunto, pois
dominam a ferramenta como todos. Para a informática não importa se individuo
é cego, surdo seja qual for seu problema, a informática lhe dará subsídios de
competir de igual para igual com aqueles que são ditos “normais”.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Baixaki
http://www.baixaki.com.br/info/2789-tecnologia-a-favor-das-pessoas-portadoras-
de-necessidades-especiais.htm

LAGÔA,Vera, Estudo do sistema Montessori - Fundamentado na análise


experimental do comportamento. São Paulo: Edições Loyola, 1981.

LOPES, José Junio, A introdução da informática no Ambiente Escolar – São


Paulo – 2002 – Programa de Pós – Graduação em Educação Matemática.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér, Ser ou Estar, Eis a Questão: explicando o


déficit intelectual. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

MERCADO, Luís Paulo Leopoldo, Novas tecnologias na educação:


reflexões sobre a prática. Maceió: EDUFAL, 2002.

NIEE - Núcleo de Informática na Educação Especial


http://www.niee.ufrgs.br/

Parâmetros Curriculares Nacionais - Adaptações Curriculares - Estratégias


para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais -
Secretaria de Educação Especial. – Brasília: MEC/SEF/SEESP, 1998.

Projeto DOSVOX
http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/

Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade – A escola – Brasília:


Ministério da Educação – Secretária de Educação Especial – 2004.

Projeto Escola Viva – Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos


na escola – Alunos com necessidades especiais, Brasília: Ministério da
Educação – Secretaria da Educação Especial, 2000.

Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – Vol. 1 – Brasília:

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Ministério da Educação e do Desporto, Secretária da Educação Fundamental –


1998.

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Eduquito v1.0
O Eduquito tem como proposta básica ser um espaço virtual de inclusão digital
para que todos possam exercer sua cidadania em termos de convivência e
desenvolvimento de projetos colaborativos, em áreas de interesse comum.
Como espaço de encontros virtuais o Eduquito oferece, além de recursos de
acessibilidade a pessoas com necessidades especiais, inúmeros ferramentas
de interação e desenvolvimento, as quais permitem atividades prazerosas para
motivar o processo de criatividade, trocas e crescimento em conjunto.
Fábrica Fantástica
O sistema usa a metáfora de uma "Fábrica Fantástica" que convida (através de
um personagem) e estimula a criança no desenvolvimento de atividades que
envolvem a realização de atividades lúdicas, no âmbito de desenvolvimento de
dimensões cognitivas. Assim, a criança é motivada a penetrar nesse ambiente
onde circulando através do espaço ambientes (sala) para o desenvolvimento de
atividades específicas. O acesso a essas opções é feito através de ícones ou
regiões da tela. Para tal, a seleção (e o desenvolvimento de muitas das
atividades) é feito com o uso de mouse.
Simulador de teclado
O Simulador de Teclado é um programa que possibilita o uso do computador a
pessoas portadoras de deficiências físicas ou motoras.Constitui-se em uma
alternativa, que é oferecida a pessoas que não podem ter acesso ao
computador utilizando teclados convencionais.
Dosvox
O DOSVOX é um sistema para microcomputadores da linha PC que se
comunica com o usuário através de síntese de voz, viabilizando, deste modo, o
uso de computadores por deficientes visuais, que adquirem assim, um alto grau
de independência no estudo e no trabalho.
O sistema realiza a comunicação com o deficiente visual através de síntese de
voz em Português, sendo que a síntese de textos pode ser configurada para
outros idiomas.

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A ESCOLA DIANTE DAS ALTAS HABILIDADES E


SUPERDOTAÇÃO
MAGDA HELENA AMARAL PEREIRA(1), CLAUDIA SAMPAIO NUNES(2)

VANIA VIEIRA COSTA(3),FERNANDO ROBERTO CAMPOS(4)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
A Política Nacional de Educação Especial define como portadores de Altas
Habilidades/ Superdotados os educandos que apresentarem notável
desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos,
isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica
específica, pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento
especial para as artes e capacidade psicomotora. Nas classificações
internacionais, destacam-se ainda os seguintes tipos: intelectual – apresenta
flexibilidade e fluência de pensamento; capacidade de pensamento abstrato
para fazer associações; produção ideativa; rapidez do pensamento; julgamento
crítico; independência de pensamento; compreensão e memória elevadas; e
capacidade de resolver e lidar com problemas; acadêmico – evidencia aptidão
acadêmica específica, de atenção, de concentração, de rapidez de
aprendizagem; boa memória; gosto e motivação pelas disciplinas acadêmicas
de seu interesse; habilidade para avaliar, sintetizar e organizar o conhecimento;
e capacidade de produção acadêmica; criativo – relaciona-se às seguintes
características: originalidade; imaginação; capacidade para resolver problemas
de forma diferente e inovadora; sensibilidade para as situações ambientais,
podendo reagir e produzir diferentemente e até de modo extravagante;
sentimento de desafio diante da desordem dos fatos; e facilidade de auto-
expressão, fluência e flexibilidade; social - revela capacidade de liderança e
caracteriza-se por demonstrar sensibilidade interpessoal; atitude cooperativa;
sociabilidade expressiva; habilidade de trato com pessoas diversas e grupos
para estabelecer relações sociais; percepção apurada das situações de grupo;
capacidade para resolver situações sociais complexas; e alto poder de
persuasão e de influência no grupo; talento especial – pode-se destacar tanto
na área das artes plásticas e musicais quanto dramáticas, literárias ou técnicas,
evidenciando habilidades especiais para essas atividades e alto desempenho e
o tipo psicomotor, no qual apresenta habilidade e interesse pelas atividades
psicomotoras, evidenciando desempenho fora do comum em velocidade;
agilidade de movimentos; força; resistência; controle; e coordenação motora. A
definição de superdotação amplamente estudada é a que caracteriza a
superdotação criativa produtiva e serve como parte da filosofia do Modelo
Triádico de Enriquecimento - concepção dos três anéis. Esta concepção
destaca a interação de três elementos básicos: habilidade geral acima da

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média, altos níveis de criatividade e envolvimento com a tarefa. Indivíduos


superdotados e talentosos capazes de desenvolver esta combinação de
elementos numa dada área de desempenho humano, ou capazes de
desenvolver uma interação entre eles, requerem uma variedade de
oportunidades e serviços educacionais que normalmente não são oferecidos na
programação instrucional regular. Assim, a responsabilidade pelo estímulo e
promoção de condições para o desenvolvimento de crianças e adolescentes
superdotados deve ser, além da família e da escola, regido por um movimento
em rede, no qual todos os segmentos da sociedade se co-responsabilizem pela
garantia das condições de desenvolvimento das habilidades especiais que
estes alunos apresentam, favorecendo aos mesmos o acesso aos diferentes
contextos e âmbitos sociais.

OBJETIVO:
O presente estudo teve como objetivo identificar o conhecimento de educadores
sobre o tema, e, verificar como tem sido realizada a capacitação dos
professores para o trabalho em busca de informação sobre a superdotação.

METODOLOGIA:
A metodologia utilizada constou de pesquisa de campo realizada com 50
professores das redes pública e particular de ensino, localizadas na região sul
do município de São Paulo. Na coleta de dados, utilizou-se como instrumento
um questionário desenvolvido pelas pesquisadoras, com questões abertas e
fechadas. Foram contempladas no instrumento, questões sobre o conhecimento
dos educadores sobre superdotação e dificuldades enfrentadas na prática
pedagógica com tais alunos. A análise das obras Ângela Maria Rodrigues
Virgolim e Joseph Renzulli fundamentaram os aspectos teóricos.

RESUMO:
Os resultados indicam que apesar da maioria dos professores entrevistados
relatarem conhecimento sobre o tema superdotação, observou-se por meios
das respostas apresentadas idéias equivocadas ou superficiais sobre o
assunto, baseadas em grande parte no senso comum, sem embasamento
teórico. No que se refere à capacitação, somente 30% dos professores
afirmaram que receberam informações sobre o assunto em sua graduação,
enquanto 70% não receberam nenhuma instrução. Em relação as maiores
dificuldades da escola e dos professores em lidar com estes alunos, 32%
relataram a falta de capacitação dos cursos de graduação e das escolas, que
não promovem cursos ou palestras para seus docentes; 24% destacaram a
indisciplina dos alunos superdotados e a superlotação das classes; 24% citaram
a falta de recursos disponíveis na escola, obrigando o professor a oferecer
somente o conteúdo básico, destinado à determinada série; 20% responderam

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que a sala de aula é composta por crianças com níveis de aprendizagem e


conhecimento muito diferentes, fazendo com que o professor tenha que
trabalhar com conteúdos gerais, deixando o superdotado desestimulado,
desinteressado. Observou-se então que o professor, na maioria dos casos, está
despreparado e não recebeu a instrução necessária para lidar com estes
alunos. A maior parte das escolas, não promove cursos de capacitação e
palestras sobre o assunto, para facilitar o trabalho em sala. As faculdades de
pedagogia atualmente têm em sua grade curricular a disciplina Educação
Especial, mas o assunto pode não ser trabalhado ou então é ministrado
superficialmente.

CONCLUSÃO:
Conclui-se que há desconhecimento dos professores entrevistados sobre o
tema superdotação, o que pode acarretar em prejuízos significativos no
desenvolvimento biopsicossocial destas crianças, as quais se atribui conceitos
errôneos e rótulos, impedindo o aproveitamento das altas habilidades para o
enriquecimento do ambiente escolar como espaço de se aprender.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALENCAR, E.M.L.S. e FLEITH, D. S. Superdotados: determinantes, educação e
ajustamento. São Paulo: EPU, 2001.
BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes gerais para o atendimento
dos alunos portadores de altas habilidades, superdotação e talento. Brasília:
MEC/SEESP, 1996.
FLEITH, D.S.; ALENCAR, E.M.L.S. (orgs.) Desenvolvimento de Talentos e Altas
Habilidades - Orientação a pais e professores. Porto Alegre: Artmed, 2007.

________________________________________________________________
1Aluna do sexto semestre do curso de Pedagogia, Bolsista do Programa de
Iniciação Científica da Unisa, e-mail: prof_cau@hotmail.com
2Aluna do sexto semestre do curso de Pedagogia, Unisa. e-mail:
mag_helena@hotmail.com
3Professora Mestre em Ciências da Saúde do curso de Pedagogia, Unisa, e-
mail: vaniavcosta@yahoo.com.br
4Professor Doutor em Educação do curso de Pedagogia, Unisa, e-mail:
fernandocampos@br.inter.net

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A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA NO


DESEMPENHO ESCOLAR DOS ALUNOS.
IVANIA DE SOUSA SANTOS(1), SUELI FRANCO COELHO(2), EDILAINE
VASCONCELOS DE JESUS DE SOUZA(3)

FERNANDO ROBERTO CAMPOS(4)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
É realmente necessária à participação dos pais na escola? É possível que ela
exista? Como o professor pode mediar esta relação? Quais são as
contribuições da interação entre família e escola para o desempenho escolar
dos alunos? Quais são as atividades promovidas pela escola que favorecem a
relação com as famílias?
Essas e outras questões pairam na mente dos pais e educadores em geral e
para respondê-las é necessário que se faça uma avaliação de quanto os pais
participam e auxiliam no processo educacional da criança e como o professor
pode ajudar no aumento e na qualidade da participação dos pais na escola.
A participação dos pais na escola é fundamental para o bom desenvolvimento
do aluno, pois o professor passará a conhecê-lo melhor e os pais terão acesso
não somente à lista de problemas dos filhos e seu desempenho escolar, mas
também a tudo que se refere ao desenvolvimento de seu filho como cidadão.
Cabe ao professor construir essa parceria, fazendo os pais se sentirem
recepcionados e com a auto-estima reconstruída para exercer seu papel de
colaborador no desenvolvimento escolar de seu filho.

OBJETIVO:
Esta pesquisa tem por objetivo analisar a importância da interação da escola
com a família no processo educacional das crianças e verificar se ambas falam
a mesma linguagem, que é o ponto mais importante, no nosso entender, para o
desenvolvimento da criança. Também queremos mostrar o papel importante do
professor, que é o de mediador nesta relação.

METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento deste trabalho efetuamos pesquisas bibliográficas com
base em literatura especializada no assunto e autores conceituados, pesquisa
de campo por meio de questionário envolvendo professores de educação
infantil e pais de alunos, e observação de escolas públicas e particulares.

RESUMO:
De acordo com o questionário aplicado com pais e profissionais de educação

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detectamos o quanto os pais participam da vida escolar de seus filhos e o


quanto eles acham essa participação importante na vida acadêmica e
emocional de seus filhos. Todos os pais responderam que é essencial a
participação deles na escola por diversos motivos como conhecer a escola e
sua direção, trabalho pedagógico e como seus filhos são tratados. Também
falaram da importância emocional que essa participação promove.
Com relação à forma como a escola facilita a participação das famílias tivemos
várias respostas, até mesmo sugestões de atividades que poderiam ser
realizadas com os pais.
Em uma EMEI conversamos com o coordenador pedagógico e ele nos informou
que essa escola tem parceria com uma ONG que promove cursos e palestras a
pais e educadores da escola que têm ou trabalham com crianças deficientes
físicos e através dos cursos todos têm sido favorecidos com os resultados
positivos que a criança apresenta. Essa é uma maneira de se aproximar das
famílias e como já dissemos anteriormente os pais tem a possibilidade de
aprender junto com os filhos. Essa aprendizagem também acontece na escola
particular que observamos, pois oferece cursos de artesanato e culinária para
as mães e elas que participam com alegria.
Tudo o que foi identificado nessa pesquisa fortalece o entendimento de que a
participação dos pais é de extrema importância na vida das crianças e cada
escola tem a sua maneira de promovê-la, algumas mais efetivamente e outras
ainda estão começando a mudar sua visão no que diz respeito a esse assunto.

CONCLUSÃO:
Diante de todas as informações citadas nesse texto podemos concluir que é
muito importante a participação da família no desenvolvimento escolar das
crianças, que se sentem valorizadas e aceita como são, tendo seus limites
respeitados e conseqüentemente a aprendizagem facilitada.
Durante o processo de formação desse trabalho nos deparamos com situações
positivas e negativas relacionadas ao tema proposto, identificamos escolas que
levam essa parceria a sério e outras que ainda estão caminhando para a
mudança de pensamento a esse respeito, mas os objetivos propostos aqui
foram alcançados, que era analisar a importância da parceria família/escola
para o desenvolvimento infantil e quais os benefícios trazidos por ela a ambos.
Porém, o mais importante de tudo é que nos tornamos mais conscientes de
nosso papel como educadoras na mediação da relação escola/ família e o
quanto o professor pode ajudar dando os primeiros passos rumo a essa
parceria. Só assim a educação cumprirá seu papel completamente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CAETANO, Lucia Maria. Relação Escola e Família: Uma proposta de parceria.
Dissertação (Mestrado) – Instituto de Psicologia, USP

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CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Relações entre família e escola e suas
implicações de gênero. Caderno de pesquisas, nº. 110, p. 143 – 155 julho/2000.

CAVALCANTE, Roseli Schultz Chiovitti. Colaboração entre pais e escola:


educação abrangente. Psicol. esc. educ., 1998, vol.2, no.2, p.153-160. ISSN
1413-8557.

DI SANTO, Joana Maria R. (2008). Interação família – escola.


http://www.centrorefeducacional.com.br/infamesco.htm

PEQUENO, Andréia Cristina Alves. Educação e família: Uma união


fundamental? Dissertação (Mestrado) - Serviço Social e Política Social, UERJ.

ONG: Parceira da Família – São Paulo: CENPEC, 1999 et al.

WEIL, Pierre. A criança, o lar e a escola – 11ª edição. Rio de Janeiro: Vozes,
1984.

SZYMANSKI, Heloisa. A relação família/ escola: desafios e perspectivas – 2ª


edição. Brasília: Liber Livro, 2009

TEIXEIRA, Gilberto (2005). Porque e para que serve a pesquisa bibliográfica.


http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=21&texto=1354

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Procuramos mostrar quão importante é para os alunos o interesse de seus pais
por seu progresso educacional e como isto trará benefícios tanto para a vida
escolar quanto para a relação entre pais, filhos e escola.

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A importãncia dos valores éticos no convívio escolar


GEROSINA DOS SANTOS SILVA(1)

MEIRIELLE DUARTE PEREIRA(2)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO

A importância dos valores éticos no convívio escolar, tema abordado nesta


monografia, visa levantar o questionamento referente à importância do respeito
aos valores éticos na escola, para um relacionamento saudável entre alunos e
professores, incluindo a ajuda na construção da formação do aluno. Devendo-
se ressaltar que a valorização da ética na escola é de suma importância para o
convívio escolar, para a cidadania e para a vida, incluindo melhoramentos no
processo de ensino-aprendizagem, sendo também fundamental para evitar
conflitos, já que o respeito e cumprimento dos valores éticos na escola, levam
simultaneamente à aceitação dos direitos e deveres de ambos, e também a
conservação do ambiente onde encontram-se.
Não basta que seja transferido ao aluno apenas o conteúdo da disciplina, mas
a educação requer também temas voltados para a convivência em grupo, para
a valorização da vida, que contribua para a formação de alunos como cidadãos
de bem, dispostos a lutar por uma melhor educação e uma sociedade cada vez
mais justa e digna a todos. E nisso a ética juntamente com a cidadania e a
democracia exercem papéis essenciais como alicerce para estas estruturas que
se formam nas escolas. E os professores são os elos entre o aluno e estes
conhecimentos. Porém é necessário que os professores vejam na ética, assim
como na cidadania e na democracia conceitos fundamentais para o
desenvolvimento e progresso deles como profissionais e cidadãos, para assim
munidos e conscientes destas informações, tenham a capacidade de transmitir,
alertar e despertar no aluno os conceitos éticos, o sentimento de ser cidadão,
desenvolvendo o senso de respeito aos valores éticos na escola e na
comunidade, para uma boa convivência em toda comunidade escolar e na vida.
Sendo cidadãos da sociedade conhecedores de seus direitos e deveres,
instruídos pelos conceitos e valores éticos a viverem e exercerem uma
cidadania consciente e responsável, criando uma sociedade mais justa,
composta por escolas que possuem nestes conceitos componentes
fundamentais de sustento e desenvolvimento da educação, importante na vida e
formação humana, capaz de estruturar desde a família até contribuir para uma
sociedade menos preconceituosa, valorizando e resgatando a ética na escola
como ponto de partida para uma educação digna, sem conflitos e consciente
das atribuições que cabe a ela, educando o homem dentro dos princípios éticos

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e cientes de como podem ser aplicados estes valores, para manter viva a
cidadania e a democracia, que são alguns de seus direitos conquistados por
que: “Sem uma boa educação para as pessoas, a democracia e a cidadania
não resistem, não desabrocham”. (FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA, 2002, p.25)
É necessário ver nos valores éticos que estão a disposição das escolas e da
sociedade, um instrumento muito importante de igualdade, responsabilidade e
respeito, que fará do professor um profissional diferenciado e do aluno um ser
disposto a aceitar e cumprir normas e regras, amigável e capaz de envolver-se
em menos conflitos no ambiente escolar e na própria comunidade, respeitando
todos os profissionais da educação e colegas, sendo para a sociedade um
cidadão ético e responsável.
É nessa perspectiva de levantar o questionamento quanto a importância da
aplicação dos valores éticos no convívio escolar, que produziremos nosso
trabalho, fazendo uso quando possível e necessário de bibliografias afins.
A pesquisa que atualmente propomos partirá de exemplos práticos e opinião de
professores com aplicação de questionários à Alguns educadores do ensino
fundamental das Escolas Municipais Jacinto Silveira e Mestre José de Melo,
ambas localizadas na cidade de Capitão Enéas – MG, incluindo também como
citado no parágrafo anterior, de pesquisas bibliográficas para confirmação do
embasamento teórico. E terá por objetivos conceituar a ética na formação da
conduta humana, identificar os valores éticos na escola e incentivar o
desenvolvimento dos valores éticos pelo professor.
Quanto ao calendário cronológico de execução, ocorrerá durante o período de
30 de setembro de 2009 à 14 de novembro de 2009.
Este trabalho será desenvolvido de forma que no primeiro capítulo será
conceituado a ética e apresentado seu princípios e influência no convívio e e
conduta humana, mostrando como esta pode influenciar no comportamento,
atitude e relacionamento nos mais diversos ambientes e seguimentos desde a
família, início do aprendizado sobre valores; escola, foco exclusivo da nossa
pesquisa; no âmbito profissional e na comunidade que exerce tanta influência
na conduta do cidadão pertencente ao seu meio e agente transformador desta.
No segundo capítulo abordaremos exclusivamente os valores éticos na escola,
relacionando a escola com a necessidade destes em seu interior e sua
influência no convívio escolar desde a solução de alguns problemas e conflitos
comuns ao trabalho construção da formação do aluno, contribuindo para um
melhor desenvolvimento da escola, envolvendo todos os alunos e profissionais
que a compõem.
E no terceiro capítulo discutiremos sobre a relação direta do professor e o
ensino dos valores éticos, apresentando suas dificuldades e anseios em
trabalhar o este tema, inclusive baseado em pesquisa realizada com os próprios
professores, fundamentando também em autores que abordam o assunto,
mostrando a importância do professor no ensino da ética e seus valores,

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apresentando também possíveis soluções para as dificuldades e problemas


apresentados, destacando que o professor deve buscar superar os obstáculos e
não desistir, sendo o exemplo de cidadão ético aos alunos, mostrando na
prática a teoria ensinada em sala.
Acreditamos que, de alguma forma, esse trabalho possa contribuir para
mostrar a importância dos valores éticos serem trabalhados na escola, na
construção da formação do aluno, ressaltando a responsabilidade que toda a
comunidade escolar tem para com esta formação, desde o auxílio no melhor
convívio, até a apresentação para a sociedade de um cidadão convicto dos
seus atos, direitos, obrigações, responsabilidades, senso de justiça, dignidade e
humildade. Portanto em virtude da importância do tema, mesmo sendo um
assunto que desperta contradições e discussões, o apresentaremos como
sendo de extrema relevância.

OBJETIVO:
E terá por objetivos conceituar a ética na formação da conduta humana,
identificar os valores éticos na escola e incentivar o desenvolvimento dos
valores éticos pelo professor.

METODOLOGIA:
É nessa perspectiva de levantar o questionamento quanto a importância da
aplicação dos valores éticos no convívio escolar, que produziremos nosso
trabalho, fazendo uso quando possível e necessário de bibliografias afins.
-Pesquisa de campo
-Pesquisa bibliografica

RESUMO:
Este trabalho será desenvolvido de forma que no primeiro capítulo será
conceituado a ética e apresentado seu princípios e influência no convívio e e
conduta humana, mostrando como esta pode influenciar no comportamento,
atitude e relacionamento nos mais diversos ambientes e seguimentos desde a
família, início do aprendizado sobre valores; escola, foco exclusivo da nossa
pesquisa; no âmbito profissional e na comunidade que exerce tanta influência
na conduta do cidadão pertencente ao seu meio e agente transformador desta.
No segundo capítulo abordaremos exclusivamente os valores éticos na escola,
relacionando a escola com a necessidade destes em seu interior e sua
influência no convívio escolar desde a solução de alguns problemas e conflitos
comuns ao trabalho construção da formação do aluno, contribuindo para um
melhor desenvolvimento da escola, envolvendo todos os alunos e profissionais
que a compõem.
E no terceiro capítulo discutiremos sobre a relação direta do professor e o

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ensino dos valores éticos, apresentando suas dificuldades e anseios em


trabalhar o este tema, inclusive baseado em pesquisa realizada com os próprios
professores, fundamentando também em autores que abordam o assunto,
mostrando a importância do professor no ensino da ética e seus valores,
apresentando também possíveis soluções para as dificuldades e problemas
apresentados, destacando que o professor deve buscar superar os obstáculos e
não desistir, sendo o exemplo de cidadão ético aos alunos, mostrando na
prática a teoria ensinada em sala.
Acreditamos que, de alguma forma, esse trabalho possa contribuir para
mostrar a importância dos valores éticos serem trabalhados na escola, na
construção da formação do aluno, ressaltando a responsabilidade que toda a
comunidade escolar tem para com esta formação, desde o auxílio no melhor
convívio, até a apresentação para a sociedade de um cidadão convicto dos
seus atos, direitos, obrigações, responsabilidades, senso de justiça, dignidade e
humildade. Portanto em virtude da importância do tema, mesmo sendo um
assunto que desperta contradições e discussões, o apresentaremos como
sendo de extrema relevância.

CONCLUSÃO:
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou pesquisar a importância dos valores éticos no convívio


escolar, desenvolvendo pesquisa de campo junto a professores da rede
municipal de ensino da cidade de Capitão Enéas – MG, e também pesquisa
bibliográfica que delimitam o tema.
Verificando-se que é fundamental que a escola busque desenvolver no seu
ambiente escolar, a associação dos temas transversais, neste caso a ética,
junto as disciplinas trabalhadas em sala de aula, já que conforme as fontes
pesquisadas, a formação humana, o desenvolvimento do senso crítico do aluno,
sua conscientização par a vida profissional e o melhoramento do seu convívio
com os colegas e família, requer o conhecimento e interação com os valores
éticos, tão debatidos nos PCN, e essenciais ao aluno em sua formação. Mas
para que esta construção da formação do aluno a partir destes valores
aconteça, é necessária a superação das dificuldades existentes e constatadas,
que impedem um melhor ensino e aprendizagem destes.
Sendo assim, é importante que se valorize mais os professores, fornecendo
formação adequada, condições financeiras melhores, maior diversidade de
materiais didáticos na própria escola, ambiente escolar adequado as aulas,
revisão das metodologias aplicadas, a fim de que possa ser exigido dele um
comprometimento pleno e suficiente para um bom aprendizado e convívio do

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aluno com o tema, contribuindo plenamente na construção de sua formação.


Nesse sentido é que nossa pesquisa pretende atuar, mostrando possíveis
soluções às dificuldades do ensino destes valores, na sala de aula e sua
importância para o aluno em formação, no seu desenvolvimento e
comportamento na escola e conseqüentemente na sociedade e na vida.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre. Petrópolis: Vozes, 2000.

BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília – DF: Senado, 1988.

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Secretaria de Educação


Fundamental. Volume 8. Apresentação dos temas transversais: ético. 1997

CHAUÍ, Marilena. Ideologia e educação. Revista Educação e sociedade. São


Paulo, ano II (5): 24-40, jan., 1980.

FUNDAÇÃO VICTOR CÍVITA. Aprender mais para ensinar melhor. Ética e


cidadania. São Paulo, volume 8. 4ª impressão, 2003.

CARVALHO, Rosita Edler. Uma promessa de futuro. Aprendizagem para todos


e por toda a vida. Porto Alegre: Mediação, 2008.

CASALI, A. A relação escola, sociedade e Estado. São Paulo, Cortês; Cenafor,


1985.

LIMA, Raymundo de. Falta um código de ética ao professor. Disponível em http:


// www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br acessado em 28 de outubro de
2009.

LODI, Lúcia Helena. Ética e cidadania: construindo valores na escola e na


sociedade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos: Ministério da
Educação, SEB, SETEC, SEED, 2003. 6v:il.

LOMBARDI, José Claudinei; GOERGEN, Pedro. Ética e educação: reflexões


filosóficas e históricas. Coleção educação contemporânea. Campinas, SP:
Autores associados: Histeden, 2005.

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MELLO, G. N. Magistério de 1º grau – Da competência técnica ao compromisso


político. São Paulo, Cortês/autores associados, 1982.

RIOS, Terezinha Azevedo. Ética e competência: 7ª ed. São Paulo. Cortês, 1999
(Coleção questões da nossa época, v.16)

SAVATER, Fernando. Da ética como método do trabalho. Revista Nova Escola.


São Paulo: Editora Abril Cultural, julho/2009.

SOUZA, Herbert de; RODRIGUES, Carla. Ética e cidadania. Coleção Polêmica.


São Paulo: Moderna, 1994.

SOUZA, Lucimara Silva de. Ética e educação: uma revisão da literatura


educacional de 1990 a 2003. Scielo. São Paulo, 2004
________________________________________________________________
não possui.

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A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial: da


neutralidade pró-aliados em 1941 à guerra não declarada entre
fevereiro e agosto de 1942
ANDERSON LUIZ SALAFIA(1)

VAGNER CARVALHEIRO PORTO(2)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
A participação brasileira na segunda guerra mundial, normalmente tem sido
restrita ao envio de uma força expedicionária à Itália, após fins de 1944 e ao
fornecimento de matérias primas aos Estados Unidos, configurando-se como
uma mera resposta ao ataque desfechado pela Kriegsmarine (1) contra nossa
Marinha Mercante ao longo do ano de 1942. Porém, devemos observar uma
série de outros fatores, muitos dos quais remontam a fins dos anos trinta, que
revelam um alinhamento do Brasil com a causa Aliada muito antes do ingresso
formal da América no conflito mundial.
Entre meados da década de 1930 e a implantação do Estado Novo, o Brasil
cultivou excelentes relações comerciais com a Alemanha nazista porém, em
momento algum fez muito mais que isto. Por outro lado, no ambiente do pan-
americanismo, expresso pelas conferencias realizadas entre chanceleres das
repúblicas latino-americanas, o Itamaraty sempre adotou uma postura de
fortalecimento das relações de amizade e cooperação continental, reforçando
assim a política da “Boa Vizinhança” do presidente estadunidense Franklin
Dellano Roosevelt.
Em maio ao conturbado panorama dos anos finais do período entre os dois
conflitos mundiais, esta relação com a Alemanha e os Estados Unidos revelou
um traço marcante da diplomacia externa brasileira: a manutenção de acordos
informais, buscando assim manter sua plena autonomia para manobrar de
acordo com os interesses nacionais. Seguindo esta orientação, o Brasil, num
primeiro momento, aproximou-se do III Reich (2) em razão das facilidades de
comércio com aquela nação enquanto ostentava um discurso alinhado com
Washington, o que representou a busca pela segurança nacional. O comércio
com a Alemanha assegurou ao governo Vargas, ao mesmo tempo, a
oportunidade de ampliar as exportações, enquanto se obtinha, em condições
inigualáveis em outro lugar, produtos industrializados, enquanto o apoio político
aos norte-americanos representaria a garantia de cooperação destes para fazer
frente à rivalidade existente com a Argentina.
Quando da implantação da ditadura de Vargas, em novembro de 1937, o
nacionalismo do novo regime, que impôs uma política de assimilação da colônia
de imigrantes alemães no sul do país, levou a um choque de interesses com o

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governo alemão, o que somado à desconfiança de que este financiou os


integralistas e apoiou seu fracassado levante contra Vargas, resultou no
fechamento das embaixadas dos dois paises em outubro de 1938. Com a posse
de Oswaldo Aranha como novo chanceler brasileiro, o Itamaraty imediatamente
passou a estreitar as relações políticas com o Departamento de Estado norte-
americano, levando o Brasil a defender, em dezembro de 1938, durante a
conferencia de Lima, um pacto de segurança continental contra agressões
externas ou ameaças internas à paz no hemisfério ocidental.
Apesar de as relações entre o Brasil e a Alemanha terem sido retomadas em
setembro de 1939, o inicio da guerra na Europa levou à interrupção do
comércio entre os dois paises, abrindo assim espaço para que, em fins de
1940, tivesse inicio um extenso programa de cooperação econômica entre
Brasil e Estados Unidos, culminando com o compromisso, ainda que informal,
do governo brasileiro em atuar na defesa do continente contra uma invasão
alemã. Os temores de que Adolf Hitler estivesse planejando um ataque contra
os Estados Unidos, tendo como manobra inicial um assalto aéreo contra o
nordeste brasileiro desde territórios coloniais franceses na áfrica ocidental,
levaram os dois governos a debaterem abertamente os dispositivos para prover
ao Brasil condições de defender seu território contra tal ameaça.
Adotando uma posição cautelosa, o governo brasileiro evitou um alinhamento
declarado em favor do apoio norte-americano aos britânicos porém, já em maio
de 1941 abriu seu espaço aéreo para que aeronaves militares destinadas à
Royal Air Force (3) realizassem a travessia do Atlântico, através de rotas aéreas
que seguiam desde os Estados Unidos, descendo pelo Caribe e América
Central, chegando ao Brasil e cruzando o oceano após escala técnica em Natal,
tendo como destino territórios coloniais britânicos no oeste da África. Neste
mesmo ano, o Brasil formalizava uma série de acordos que previam
exclusividade no envio de matérias primas estratégicas aos norte-americanos,
além de se comprometer em cooperar com a defesa continental empregando as
armas que viesse a receber daquela nação. Em outubro de 1941 o Brasil
assinou em Washington um acordo dentro do programa Lend-Lease act (4),
segundo o qual receberia 100 milhões de dólares em armas, ou seja, o país
havia sido incluído em um programa de assistência militar originalmente criado
para armar as nações que lutavam contra o nazi-fascismo. Mas foi durante as
conferências pan-americanas de consulta, realizadas no Panamá (1939),
Havana (1940) e Rio de Janeiro (1942) que a disposição brasileira em apoiar a
atitude do governo norte-americano em confrontar o expansionismo alemão
ficou evidente.
Se em dezembro de 1938 o Itamaraty apoiou uma série de medidas que se
revelaram essenciais com a eclosão da guerra, tais como a adoção de um
sistema de consulta entre os representantes dos paises do continente em caso
de agressão ou grave ameaça à paz, no Panamá e em Havana foi definido que

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um ataque contra qualquer nação do continente seria considerado um ato de


guerra contra todas as repúblicas americanas, além é claro, de levar o
continente a adotar uma neutralidade benevolente com os ingleses e franceses.
Após a agressão nipônica contra os Estados Unidos, em 07 de dezembro de
1941, o governo brasileiro não tardou em declarar solidariedade a Washington,
enquanto na Conferência do Rio de Janeiro, coube a Oswaldo Aranha presidi-la
no sentido de conduzir o continente a um rompimento diplomático com o Eixo.

OBJETIVO:
O objetivo do trabalho de pesquisa que resultou neste Trabalho de Conclusão
de Curso foi o de traçar um breve relato da atitude da diplomacia brasileira,
sobretudo entre 1937 e 1942, buscando demonstrar que o envolvimento do
Brasil na segunda guerra mundial foi uma atitude consciente, realizada com
extrema cautela e que visou afirmar a posição brasileira no continente sul-
americano, bem como, atender a importantes demandas nacionais, tais como a
implantação de um parque siderúrgico e o re-aparelhamento das Forças
Armadas. Assim que a ação da diplomacia brasileira foi devidamente
assinalada, procedi á analise das atitudes do governo brasileiro durante os
primeiros anos do conflito mundial, buscando determinar se de fato manteve-se
neutro até agosto de 1942, quando oficialmente declarou guerra contra o Eixo.

METODOLOGIA:
Para a realização deste trabalho, tive como ponto de partida uma pesquisa
bibliográfica, compreendendo algumas obras recentes voltadas ao estudo das
relações internacionais do Brasil no período acima mencionado. Durante estas
leituras, foram considerados aspectos econômicos (necessidades de expandir o
comércio externo), diplomáticos (rivalidade com a Argentina), políticos (contexto
interno) e o contexto internacional (pressões e interesses de norte-americanos
e alemães sobre o Brasil). Uma vez que estas questões foram devidamente
equacionadas, o passo seguinte foi o de analisar a neutralidade brasileira,
proclamada quando do inicio da guerra na Europa, em setembro de 1939, e que
fora reforçada imediatamente após o ataque a Pearl Harbour em 1941,
confrontando aquilo que o governo declarava publicamente com suas ações,
citando como exemplos a presença de militares norte-americanos no Brasil,
realizando missões de patrulha no Atlântico Sul (caça aos submarinos alemães)
antes mesmo da conferência do Rio de Janeiro, quando o Brasil rompeu
relações com o Eixo.
Outro elemento considerado neste trabalho foi o momento e as circunstancias
em que o Brasil declarou guerra contra o Eixo, após uma série de violentos
ataques contra mercantes nacionais que transitavam ao largo de seu litoral
durante o mês de agosto. Contando com apoio de bibliografia sobre o tema,

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foram consultadas as edições do jornal paulistano Correio paulistano, entre


janeiro e agosto de 1942, no intuito de observar o destaque dado pela imprensa
à guerra submarina que os U-Boats (5) nazistas vinham empreendendo desde o
rompimento de relações diplomáticas do Brasil para com a Alemanha. O
objetivo por trás desta pesquisa era observar qualquer tipo de manipulação por
parte do Departamento de Imprensa e Propaganda, visando angariar apoio
popular para quando se fizesse necessário formalizar o envolvimento do Brasil
no conflito.

RESUMO:
Como resultado desta pesquisa, ficou visível que o Brasil, diferentemente do
que estamos habituados a reconhecer, não adotou uma postura passiva ou de
neutralidade estrita durante os primeiros anos da guerra. Isto é, nosso país
aderiu, ainda que informalmente, à aliança anglo-americana já em meados de
1941, atuando ativamente de duas maneiras: apoiando politicamente os
Estados Unidos na preparação do continente para a guerra, e ainda, facilitando
o envio de armas para os ingleses. Porém, a oficialização do envolvimento do
Brasil na guerra somente veio em razão da revolta popular, que mesmo sem um
maior destaque por parte do governo quanto aos ataques sofridos pela Marinha
mercante, não deixaram de tomar conhecimento dos fatos e protestaram em
favor de uma atitude enérgica do governo contra o Eixo.
A extensa mobilização e preparo da sociedade civil empreendida pelas
autoridades desde fevereiro de 1942, quando tiveram inicio exercícios de black-
out ou ainda, a criação de um serviço de defesa civil e a construção de abrigos
antiaéreos, levaram á população a se mobilizar em favor do imediato
envolvimento do Brasil na guerra, o que foi realizado pelas autoridades apesar
de os comandantes militares reconhecerem que ainda não haviam recebido o
mínimo de material militar para proteger o território.
Desta maneira, em resultado deste trabalho de pesquisa foi possível observar
três elementos fundamentais para compreender o envolvimento do Brasil na
guerra. O primeiro deles, de ordem interna foi a constatação de que se fazia
essencial dotar o país de um parque industrial capaz de conceder maior
autonomia em relação às importações, algo que evidenciou-se após a crise de
1929. O segundo fator, dizia respeito ás aspirações do Brasil em assumir uma
posição de liderança dentro do continente, sobretudo na América do Sul. Para
alcançar este objetivo se fazia essencial contar com o apoio norte-americano
para fazer frente às ambições da Argentina e, também, proteger o Brasil de
eventuais alianças entre as nações de colonização hispânica. Para isto, o
governo brasileiro adotou uma política de aproximação em relação aos norte-
americanos, apoiando-os em seus assuntos no Caribe, América central e
Europa, o que deveria ser feito de maneira informal, resultando em uma

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cooperação dos dois paises para liderarem o continente. Por fim, o terceiro fator
foram as condicionantes internacionais do final da década de 1930, isto é, o
surgimento de regimes totalitaristas, o uso da guerra como maneira de subjugar
nações mais fracas e, principalmente, as divergências entre os governos
brasileiro e alemão quanto á definição da nacionalidade dos imigrantes daquela
nação residentes no sul do país. Com a implantação do Estado Novo e a
adoção de ações para integrá-los em definitivo á sociedade brasileira, diante
das acusações de perseguição do III Reich contra seus cidadãos, e
principalmente após a Crise de Munique, o temor de uma anschluss (6) na
América envolvendo a porção sul do Brasil levaram o governo Vargas a buscar
no alinhamento com os norte-americanos, e a solidariedade continental os
meios de proteger o Brasil contra as ambições da Alemanha nazista.

CONCLUSÃO:
Assim sendo, a conclusão desta pesquisa foi a de que o governo brasileiro, já
em fins de 1938 tinha a Alemanha como uma ameaça à as soberania, passando
então a adotar uma série de medidas que visavam resguardar seus próprios
interesses. Desta maneira, enquanto pôde, manteve boas relações comerciais
com a Alemanha, sobretudo importando o máximo de armas que podia, já que
os Estados Unidos se encontravam incapazes em atender a esta demanda
nacional. Porém, buscaram fortalecer os laços de amizade e cooperação com o
continente americano, sobretudo, mediando as propostas norte-americanas que
tinham por objetivo criar dispositivos de defesa e cooperação no continente
para barrar o avanço do nazismo.
Seguindo a tradição da diplomacia brasileira, o Itamaraty manobrou habilmente
dentro das limitações que o panorama internacional lhe impunha. Enquanto
uma vitória alemã se revelava como uma certeza, manteve o Brasil distante de
assumir uma posição explicitamente pró-EUA porém, diante do impasse em que
a guerra se converteu em fins de 1940 e a evidente dificuldade em manter o
comércio com a Alemanha, aceitou as propostas norte-americanas para prover
ao Brasil àquilo que ele tanto havia buscado obter com a Alemanha: industria de
base e material bélico, além é claro, de ter meios efetivos de dissuadir a
Argentina e assumir posição de liderança no continente a partir do momento em
que se tornou um aliado imprescindível para os norte-americanos dentro do
continente.
O Brasil sabia que não haveria escolhas quando a guerra chegasse ao
continente americano, e por isso, manobrou cautelosamente em direção aos
Estados Unidos, não se comprometendo irreversivelmente com uma aliança
formal antes que tivesse a certeza de que sua soberania estivesse assegurada.
Ao longo do ano de 1941 adotou uma posição que o classificaria como uma
nação “não-beligerante”, ou seja, embora declaradamente neutro, o Brasil

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praticava uma neutralidade conivente com os ingleses e norte-americanos em


detrimento da Alemanha. Após o rompimento de relações com Berlim, esta não-
beligerância foi substituída pelo envolvimento indireto na guerra, ou seja, o
Brasil travou, entre fevereiro e agosto de 1942, uma guerra não oficial que
envolveu sua Marinha mercante e os submarinos nazistas. Caracterizada por
uma série de eventos do tipo ação e reação, Brasil e Alemanha foram
levantando todas as restrições, chegando ao ataque de submarinos inimigos
por aviões da Força Aérea Brasileira no mês de maio e a ordem para atacar a
navegação de cabotagem a poucas milhas da costa brasileira.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALVES, Vagner Camilo. O Brasil e a Segunda Guerra Mundial. História de um
envolvimento forçado. 1º edição, São Paulo, Edições Loyola, 2002

MCCANN, Frank D. Aliança Brasil-Estados Unidos – 1937/1945. Rio de Janeiro,


Biblioteca do Exército Editora, 1995.

SEITENFUS, Ricardo. O Brasil vai à Guerra. 3º edição, São Paulo, Editora


Manole, 2003.
________________________________________________________________
(1) Kriegsmarine: Marinha de Guerra da Alemanha Nazista.
(2) III Reich: Após a ascensão do nazismo ao poder, a Alemanha passou a ser
também chamada como III Reich, ou Terceiro Império Alemão. O I Reich
corresponde ao Sacro-Império Romano-Germânico, e o II Reich existiu entre a
unificação alemã, em 1871 e se encerrou em 1918, após o armistício que levou
à renuncia do Kaiser.
(3) Royal Air Force: Real Força Aérea Inglesa.
(4) Lend-Lease Act: O Brasil foi o quinto maior beneficiado por este programa
de assistência militar norte-americano, tendo recebido um total de 332 milhões
de dólares em armas ao longo da guerra. Em complemento ao acordo firmado
em outubro de 1941, foi assinado um segundo acordo no valor de 200 milhões
em fevereiro de 1942. Segundo este programa, o governo dos EUA podiam
vender todo o material bélico a nações cuja sobrevivência estava diretamente
ligada à segurança dos Estados Unidos. Tal lei foi aprovada em 11 de março de
1941 pelo congresso estadunidense ao constatar que os ingleses não teriam
meios de sustentar seu esforço de guerra sem apoio externo.
(5) U-Boat: abreviação de Unterseeboot. Denominação dada aos submarinos da
Marinha Alemã durante a guerra.
(6) Anschluss: anexação. Em março de 1938 o governo alemão anexou a
Áustria, e em setembro anexou os Sudetos com a conivência dos governos
europeus. A crise resultante da ambição alemã sobre os Sudetos levou à Crise

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de Munique, onde a recusa anglo-francesa sobre o desmembramento da


Tchecoslováquia foi superada.

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A PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A


ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO HOSPITAL GERAL
LUANA CAROLINA DE FREITAS SOUSA(1), ADRIANA SANTANA AGUIAR
MENDONÇA(2)

GILBERTO MITSUO UKITA(3)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
Segundo Salto (2005), os hospitais vêm abrindo espaço cada vez mais para a
Psicologia, priorizando os trabalhos interdisciplinares. Nos últimos anos,
observa-se que o número de profissionais da Psicologia na área hospitalar
cresceu consideravelmente, na medida em que a ênfase passa a ser a
prevenção, levando em conta não apenas os aspectos físicos, mas também os
aspectos emocionais da doença. Para Vilela e Mendes (2003), a atuação é
interdisciplinar quando é integrada e há uma cooperação entre os profissionais,
promovendo intercâmbios reais, ou seja, troca de saberes e enriquecimento
mútuo. Em contrapartida, na atuação multidisciplinar, os profissionais
desenvolvem seu trabalho de forma independente, isolada, individualmente,
impossibilitando a troca de saberes que enriquece o trabalho. O Conselho
Federal de Psicologia (CFP), através da Resolução nº 013/2007, define que o
psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar atua em instituições de saúde,
tanto em nível secundário quanto terciário. A atuação do psicólogo neste
contexto deve permear tanto o atendimento aos pacientes, como seus
familiares e/ou responsáveis, e os membros da equipe interdisciplinar, visando
sempre o bem-estar físico e emocional dos indivíduos. Atualmente os hospitais
consideram importante que os pacientes tenham atendimento psicológico nas
enfermarias e ambulatórios, pois este atendimento se dá de forma humanizada,
inclusive para seus familiares. Hoje, entende-se que a angústia ou depressão
dos pacientes está relacionada ao corpo, no sentido de que o sofrimento ou até
mesmo o medo estão presentes, podendo inclusive dificultar a relação do
médico com seu paciente. Para Simões, Bittar, Mattos e Sakai (2007), a
humanização, devido ao seu caráter subjetivo e multidimensional, é uma
expressão de difícil conceituação. No contexto da saúde, a humanização exige
qualidade de comportamento, além da qualidade clínica dos profissionais. O
principal objeto de atenção da equipe de saúde deve estar voltado para
minimizar eventuais riscos à vida do paciente, no entanto o profissional de
saúde deve compreender que, em sua atuação, é necessário ter uma visão
integral do paciente, considerando-o um ser biopsicossocial e, desta forma,
possibilitar que haja uma maior integração à equipe, permitindo que o paciente
sinta-se fazendo parte de um processo humanizado de saúde-doença. O
hospital pode e deve ser compreendido como um centro de investigação

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biopsicossocial, devendo proporcionar a manutenção do bem-estar físico, social


e mental do homem. Portanto, cabe ao psicólogo atuar junto à equipe,
transmitindo seus conhecimentos e percepções que têm dos casos em questão,
com o objetivo de levar os outros membros da equipe a ter uma visão holística
do paciente, ou seja, vê-lo integralmente, promovendo uma ação humanizada.
Ainda nas atribuições do psicólogo, é necessário que, junto à equipe, o mesmo
busque conscientizar os profissionais envolvidos sobre a importância de uma
atuação interdisciplinar, auxiliando no esclarecimento sobre o papel que cada
um deve desenvolver, bem como seus objetivos, facilitando a comunicação
entre os membros da equipe, pacientes e familiares.

OBJETIVO:
O presente estudo teve como objetivo verificar a percepção de profissionais de
saúde de um hospital geral em relação ao trabalho do psicólogo no contexto
hospitalar.

METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 60 sujeitos, de ambos os sexos, profissionais de
saúde que trabalhavam em hospitais públicos. Os sujeitos foram divididos em
dois grupos: 30 profissionais da equipe médica (médicos e residentes) e 30
profissionais da equipe de enfermagem (enfermeiros, auxiliares e técnicos de
enfermagem). A pesquisa foi realizada em hospitais públicos, localizados na
Região Sul da cidade de São Paulo. Foi utilizado um Questionário, composto
por 5 questões de caracterização dos sujeitos e 12 questões que abrangeram
aspectos relacionados à percepção da equipe médica e de enfermagem em
relação à inserção e atuação do psicólogo no contexto hospitalar. Inicialmente,
o projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) do Hospital Geral do Grajaú. Em seguida, foram solicitados às
instituições – hospitais públicos da Zona Sul da cidade de São Paulo – a
autorização para a realização da pesquisa. Posteriormente foi agendado, junto
à direção dessas instituições, dias e horários adequados para a aplicação dos
instrumentos. Os sujeitos foram convidados a participar voluntariamente da
pesquisa, quando foram dados os devidos esclarecimentos sobre os objetivos
do estudo, assim como a garantia por escrito, conforme Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, de que a identificação e as informações
dadas pelos participantes seriam mantidas em completo sigilo. As
Pesquisadoras se apresentaram a cada um dos sujeitos individualmente e, após
explicar o conteúdo da pesquisa, entregaram os instrumentos com o
compromisso de recolher os mesmos assim que finalizada o preenchimento. O
tratamento estatístico foi realizado por meio de provas não-paramétricas, pela
aplicação do teste de qui-quadrado de independência. O nível de significância
utilizado foi de 0,05 (5%).

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RESUMO:
As questões levantadas buscaram verificar como a equipe de saúde lida com a
Psicologia no contexto hospitalar, ou seja, qual sua percepção sobre a
relevância do serviço de Psicologia. Verificou-se que 100% dos sujeitos
consideram ser necessário o trabalho interdisciplinar entre os vários
profissionais de saúde no contexto hospitalar, bem como a inserção da
Psicologia neste contexto. Esse resultado vai de encontro às considerações de
que a inserção da Psicologia no contexto hospitalar de fato tem sido
reconhecida nos últimos anos, já havendo inclusive um entendimento de que o
ser humano deve ser visto como um ser biopsicossocial, devendo, portanto, ser
considerado como um todo neste contexto. No que se refere ao atendimento do
paciente, verificou-se que a maioria sujeitos considera satisfatória a intervenção
psicológica junto ao paciente internado. Além disso, dentre os resultados mais
significativos encontrados, podemos destacar que 30% dos sujeitos da equipe
médica nunca encaminham ou informam os pacientes acerca do serviço de
Psicologia no hospital. Conforme pontuam Wallig e Souza Filho (2007), esta
dificuldade pode se dar em razão de questões que permeiam o trabalho em
equipe interdisciplinar neste tipo de instituição. Dentre estas, podemos citar
algumas dificuldades que surgem por diversos fatores, tais como a ausência de
papéis definidos e de fronteiras profissionais, a competição que há entre os
profissionais da equipe, a hierarquia das profissões ou até mesmo os
obstáculos na relação inter-profissional. Por outro lado, destacam que estudos
nesta área buscam compreender como se dá a dinâmica do trabalho em
equipe, suas barreiras e facilitadores, envolvendo não apenas o profissional da
Psicologia, mas o trabalho interdisciplinar, com o objetivo de aprimorar as
relações entre os profissionais da saúde. Quanto ao trabalho do psicólogo,
verificou-se que ambos os grupos consideram o auxílio na relação com o
paciente e com os familiares como o principal objetivo do psicólogo no ambiente
hospitalar, não confirmando a hipótese de que o atendimento clínico ao
paciente seria indicado como o principal objetivo do psicólogo nesse contexto.
Observa-se, portanto, que a equipe médica e de enfermagem percebem o
psicólogo no papel de facilitador da comunicação entre equipe de saúde de um
lado e paciente e familiares de outro. Em virtude da despersonalização no
atendimento que é exigido dos médicos e enfermeiros, em muitas ocasiões, os
membros da equipe médica transferem ao psicólogo a tarefa de resolver
situações delicadas. Desta forma, médicos e enfermeiros conseguem manter
distância do paciente e dos familiares, não tendo que lidar com respostas
emocionais com as quais não sabem lidar. Os resultados desta pesquisa
reforçam a importância da atuação da Psicologia no contexto hospitalar, bem
como enfatiza o quanto a intervenção psicológica é tida como fundamental para
o manejo com o paciente e equipe de saúde. Salto (2005) menciona que,
atualmente, os hospitais vêm abrindo espaço cada vez mais para a Psicologia,

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priorizando os trabalhos interdisciplinares. Menciona ainda que, nos últimos


anos, o número de profissionais da Psicologia na área hospitalar cresceu
consideravelmente, na medida em que a ênfase passa a ser a prevenção,
levando em conta não apenas os aspectos físicos, mas também os aspectos
emocionais da doença. Também é importante considerar que a Psicologia
Hospitalar denomina um local de atuação e não um campo do saber. Esta
premissa poderá evitar algumas dificuldades no estabelecimento de uma
identidade profissional do psicólogo que atua em hospitais.

CONCLUSÃO:
A presente pesquisa reforça a importância da Psicologia no contexto hospitalar,
tanto no manejo com pacientes internados e seus familiares, como com a
própria equipe médica e de enfermagem, percebendo-se que esta atuação
proporcionaria melhorias a todos os envolvidos. As contribuições apresentadas
no presente trabalho permitem uma reflexão sobre a atuação do psicólogo no
contexto hospitalar, cabendo aos profissionais de saúde, de um modo geral,
promover cada vez mais a atuação interdisciplinar para implantar um
atendimento humanizado, baseado em valores que considerem os aspectos
biopsicossociais do paciente. Embora seja um tema muito discutido na
literatura, sugere-se a continuidade dos estudos sobre o assunto,
especialmente no que se refere à atuação interdisciplinar e na troca de saberes
entre os profissionais de saúde.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Conselho Federal de Psicologia – CFP (2007). Institui a consolidação das
resoluções relativas ao título profissional de especialista em Psicologia e dispõe
sobre normas e procedimentos para seu registro. Resolução CFP no 013/2007,
de 14 de setembro de 2007. Recuperado em 30 abr. 2008:
http://www.pol.org.br/legislacao/pdf/resolucao2007_13.pdf.

Salto, M. C. E. (2005). O psicólogo no contexto hospitalar: uma visão


psicodramática. Federação Brasileira de Psicodrama, acervo FEBRAP em pdf.
Recuperado em 30 abr. 2008: http://www.febrap.org.br/
biblioteca/pdf/Psicologo_no_Contexto_Hospitalar.pdf

Simões, A. L. A., Bittar, D. B., Mattos, E. F. & Sakai, L. A. (2007). A


humanização do atendimento no contexto atual de saúde: uma reflexão. Revista
Mineira de Enfermagem, 11 (1), 81-85.

Vilela, E. M. & Mendes, I. J. M. (2003). Interdisciplinaridade e saúde: estudo


bibliográfico. Revista Latino-Am. Enfermagem, 11 (4), 525-531. Recuperado em
30 abr. 2008, da SciELO (Scientific Eletrocnic Library On Line): www.scielo.br.

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Wallig, J. & Souza Filho, E. (2007). A Psicologia Hospitalar segundo médicos e


psicólogos: um estudo psicossocial. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho,
10 (2), 47-62. Recuperado em 30 abr. 2008, da PEPSIC (Periódicos Eletrônicos
em Psicologia): www.pepsic.bvs-psi.org.br.
________________________________________________________________
1 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
3 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA

Trabalho parcialmente financiado pelo Centro de Ensino e Pesquisa “Dr.


Liberato John Alphonse Di Dio” do Hospital Geral do Grajaú.

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A PERCEPÇÃO DO SUPORTE FAMILIAR DE ADOLESCENTES


INFRATORES E NÃO-INFRATORES
ANA PAULA APARECIDA DOS SANTOS(1), SANDRA DE ARAUJO CARVALHO(2),
TATIANA TARRÃO DOS SANTOS(3)

GILBERTO MITSUO UKITA(4)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
A problemática do adolescente em conflito com a lei é um tema que tem
merecido uma profunda reflexão, pois a participação de jovens em atos
infracionais vem ganhando destaque e preocupando a sociedade. Para
compreender o adolescente em conflito com a lei, deve-se considerar as
perspectivas dos riscos que envolvem os processos físico, social e emocional
do seu desenvolvimento. Vale ressaltar, ainda, que o papel da família é de
grande importância, bem como sua estrutura e os vínculos afetivos
estabelecidos (Costa & Assis, 2006). A adolescência é um período da vida
humana que inicia-se aos 12 e termina aos 21 anos, e abrange três níveis de
maturação e desenvolvimento: puberdade, mudanças psicológicas e busca da
identidade individual e social. É um período transicional, em que a
personalidade fica perturbada e desajustada em detrimento dos lutos do corpo
infantil, dos pais da infância e da condição de criança, que o adolescente está
tentando elaborar. A família funciona como um elo tanto na construção da
realidade social e desenvolvimento psicológico, quanto como um sistema
intermediário entre a sociedade e os comportamentos individuais. Mostra-se,
portanto, como um importante provedor de suporte na conquista da maturidade
e autonomia, bem como um fator determinante na construção da identidade do
adolescente (Formiga, 2005). Neste sentido, Feijó e Assis (2004) postulam que
o meio em que o adolescente está inserido (família, comunidade, escola,
amigos) deve dar a este jovem um suporte para que seja possível a construção
de um ser humano capaz de desenvolver um papel importante na sociedade.
Dessa forma, a família tem como papel preponderante a educação dos filhos, a
orientação para o desenvolvimento de suas potencialidades e a direção no
convívio social e, portanto, constitui-se como fator de risco ou de proteção para
o envolvimento de adolescentes com atos infracionais.

OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo identificar e comparar as percepções
que adolescentes infratores e não-infratores possuem do suporte familiar.

METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 72 adolescentes, com idades entre 13 a 18 anos,

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do sexo masculino, sendo 36 adolescentes infratores e 36 adolescentes que


não estavam em conflito com a lei, alunos de uma escola pública. Utilizou-se
como instrumentos de coleta de dados, um questionário de caracterização e o
Inventário de Percepção do Suporte Familiar (IPSF), que foi desenvolvido e
validado por Baptista (2005). Os sujeitos foram convidados a participar
voluntariamente da pesquisa através de um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. Para a análise estatística, foi utilizado o teste t (amostras
independentes), sendo adotado o nível de significância de 0,05.

RESUMO:
A partir dos resultados obtidos, verificou-se que não existem diferenças
estatisticamente significativas entre os adolescentes infratores e não-infratores
quanto à percepção do suporte familiar, sendo que os adolescentes infratores
percebem um suporte familiar tão bom quanto os adolescentes não-infratores.
Os dados também mostraram que a família nuclear é o arranjo familiar da
maioria dos adolescentes infratores e não-infratores pesquisados, e que a mãe
é apontada como a figura com quem eles podem contar em situações de
necessidade. Embora os resultados apontem que os adolescentes, tanto os
infratores como os não-infratores, percebem de modo positivo o suporte familiar
que recebem, existe a necessidade de estudos mais aprofundados sobre o
tema, dado o caráter exploratório da presente pesquisa.

CONCLUSÃO:
A família é a base estrutural da sociedade, funcionando como o meio no qual
são realizados os primeiros contatos e trocas socializatórias. Assim, a família é
uma instituição que desempenha um papel privilegiado na socialização primária
do adolescente, e constitui-se, portanto, como fator de risco ou de proteção
para a infração, tendo em vista que ela é referência para o desenvolvimento
psicossocial da criança e do adolescente a partir do estabelecimento de
vínculos afetivos, regras e recompensas (Feijó & Assis, 2004). A análise dos
dados indica que não existem diferenças estatisticamente significantes entre os
adolescentes infratores e não-infratores quanto à percepção do suporte familiar,
sendo que os adolescentes infratores percebem um suporte familiar tão bom
quanto os adolescentes não-infratores. Verificou-se que, para ambos os grupos,
os adolescentes quase nunca possuem a percepção de inadequação familiar e
quase sempre possuem a percepção de afetividade, consistência e autonomia.
Sugere-se a continuidade de novos estudos que possam investigar os fatores
de risco que levam o adolescente à infração e também os fatores protetores
que dificultam o seu envolvimento com atos infracionais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Baptista, M. N. (2005). Desenvolvimento do Inventário de Percepção de Suporte

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Familiar (IPSF): estudos psicométricos preliminares. Psico-USF, 10 (1), 11-19.


Recuperado em 8 abr. 2008, da PEPSIC (Periódicos Eletrônicos em Psicologia):
www.pepsic.bvs-psi.org.br.

Costa, C. R. B. F. & Assis, S. G. (2006). Fatores protetivos a adolescentes em


conflito com a lei no contexto socioeducativo. Psicologia & Sociedade, 18 (3),
74-81. Recuperado em 3 abr. 2008, da SciELO (Scientific Eletrocnic Library On
Line): www.scielo.br.

Feijó, M. C. & Assis, S. G. (2004). O contexto da exclusão social e de


vulnerabilidades de jovens infratores e de suas famílias. Estudos de Psicologia,
9 (1), 157-166. Recuperado em 3 abr. 2008, da SciELO (Scientific Eletrocnic
Library On Line): www.scielo.br.

Formiga, N. S. (2005, julho/dezembro). Condutas anti-sociais e delitivas e


relações familiares em duas áreas urbanas na cidade de Palmas-To. Aletheia,
22, 63-70. Recuperado em 8 abr. 2008, da PEPSIC (Periódicos Eletrônicos em
Psicologia): www.pepsic.bvs-psi.org.br.

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1 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
3 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
4 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA

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APLICAÇÃO DO TESTE DAS MATRIZES PROGRESSIVAS


COLORIDAS DE RAVEN EM SUJEITOS DA TERCEIRA IDADE
CAMILA SOARES CARVALHO(1), CELSO RICARDO DOS SANTOS(2), DEISE FELIPE
DE OLIVEIRA(3)

GILBERTO MITSUO UKITA(4)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
De acordo com Barbosa (2006), pesquisas com idosos têm demonstrado que
alguns domínios cognitivos tendem a declinar com o aumento da idade. Ocorre
um decréscimo das médias de algumas habilidades intelectuais tais como a
inteligência fluida, a velocidade de processamento cognitivo e a memória e
aprendizagem. Dessa forma, o desempenho intelectual do idoso apresenta uma
discreta deterioração em tarefas que exigem velocidade e flexibilidade no
processamento da informação, levando a um declínio do fator g. Segundo
Angelini, Alves, Custódio, Duarte e Duarte (1999), o Teste das Matrizes
Progressivas Coloridas de Raven (CPM), criado em 1947, se baseia na Teoria
Bifatorial de Spearman e foi desenvolvido para avaliar as capacidades edutivas
do fator g. A atividade mental edutiva envolve a capacidade de extrair um
significado de uma situação confusa; de desenvolver novas compreensões; de
ir além do que é dado para perceber o que não é imediatamente óbvio; e de
estabelecer construtos (geralmente não-verbais) que facilitam lidar com
problemas complexos, envolvendo muitas variáveis mutuamente dependentes.
O CPM é composto por três séries (A, Ab e B), com 12 problemas em cada
uma, ordenadas por dificuldade crescente. O escore geral é obtido pela soma
dos acertos em cada série, sendo que a pontuação máxima pode ser 36 e a
mínima zero. O CPM foi construído para avaliar, em maior detalhe, os
processos intelectuais de crianças (na faixa de 5 a 11 anos), deficientes
mentais e pessoas idosas.

OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo investigar o desempenho de pessoas
idosas no Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven.

METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 75 idosos, de ambos os sexos, divididos em dois
grupos: 52 idosos de 60 a 69 anos (G60) e 23 idosos de 70 anos ou mais
(G70). Os sujeitos participavam de grupos de terceira idade de instituições
filantrópicas localizadas na Região Sul da cidade de São Paulo e não
apresentavam quadro neurológico ou psiquiátrico diagnosticado (demência,
Alzheimer, depressão etc.). Foi utilizado um questionário com 10 questões

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destinadas a levantar dados de caracterização sociodemográfica e de


condições gerais de saúde dos sujeitos. O Teste das Matrizes Progressivas
Coloridas de Raven foi administrado na forma de caderno e aplicado
individualmente pelos Pesquisadores após autorização obtida mediante um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O tratamento estatístico foi
realizado através da aplicação do teste t, sendo adotado um nível de
significância de 0,05.

RESUMO:
Os dados sociodemográficos e de condições gerais de saúde dos sujeitos
(sexo, grau de instrução, ocupação, renda, uso de medicação,
acompanhamento médico, uso de bebidas alcoólicas, atividades físicas e
hábitos de leitura) não apresentaram diferenças significativas entre os dois
grupos. Os resultados obtidos através da análise do Teste das Matrizes
Progressivas Coloridas de Raven indicaram uma diferença significativa com
relação à idade dos sujeitos, sendo que se observou uma queda acentuada no
desempenho do grupo G60 (M=22,06 e DP=6,73) para o grupo G70 (M=16,65 e
DP=3,98). Os dados revelaram também um maior número de diferenças
significativas entre G60 e G70 nos itens da série A, que exigem um raciocínio
por identidade e mudança em padrões contínuos para a resolução das
questões.

CONCLUSÃO:
Comparando os resultados obtidos na presente pesquisa com as normas para a
população geral de crianças do Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de
Raven (Angelini et al., 1999), observa-se que a média dos idosos do Grupo G60
tem um desempenho correspondente ao de uma criança de 10 anos, e a média
dos idosos do grupo G70 apresenta desempenho equivalente ao de uma
criança de 7 anos. As evidências colhidas com essa pequena amostra indicam
a importância de estudos mais amplos sobre o tema. Sugere-se a realização de
estudos com um número maior de participantes, considerando intervalos
menores de faixa etária, o que proporcionaria resultados mais confiáveis para o
estabelecimento das normas percentis do Teste das Matrizes Progressivas
Coloridas de Raven para sujeitos da terceira idade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Angelini, A. L., Alves, I. C. B., Custódio, E. M., Duarte, W. F., & Duarte, J. L. M.
(1999). Manual. Matrizes progressivas coloridas de Raven: escala especial. São
Paulo: Centro Editor de Testes e Pesquisas em Psicologia.

Barbosa, M. A. (2006). Evidências de validade da Bateria BPR-5 para idosos.


Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em

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Psicologia, Universidade São Francisco, Itatiba (SP).

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1 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
3 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
4 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA

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Arqueologia Histórica no Vale do Anhangabaú


SOLANGE HELENA VICENTINI(1)

VAGNER CARVALHEIRO PORTO(2)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
Muitos são os estudos sobre o Vale do Anhangabaú. São trabalhos sob
diferentes perspectivas: históricas, urbanísticas, geográfico - espaciais e outros.
Considerando-se as limitações deste trabalho e sem ter a pretensão de esgotar
o assunto, fazia-se necessário um estudo sob o ponto de vista dos vestígios
materiais: domínio da Arqueologia.
Na última década verificou-se um considerável crescimento das pesquisas
desenvolvidas no campo da cultura material no Brasil. Tais pesquisas vêm
legitimando a Arqueologia como parte fundamental para o entendimento da
nossa cultura, seja ela pré-histórica ou histórica, fazendo com que esta supere
definitivamente o papel de mera ciência auxiliar da História.
Não restam dúvidas de que a união dos conhecimentos e técnicas das duas
disciplinas resulta em um avanço teórico e metodológico sem precedentes,
abrindo enormes possibilidades de estudo .
Para o estudo da Coleção do Vale do Anhangabaú utilizou-se o arcabouço
científico-metodológico da Arqueologia Histórica que, segundo Charles Orser
Jr., é o estudo arqueológico dos aspectos materiais, em termos históricos,
culturais e sociais concretos dos efeitos do mercantilismo e do capitalismo que
foi trazido da Europa em fins do século XV e que continua em ação ainda hoje
(Orser 1992:23). O intercâmbio entre as várias fontes documentais (registros
escritos, vestígios materiais, iconográficos, pictóricos, histórias orais, geografia
histórica e cultural, arquitetura histórica, antropologia cultural, folclore e outros ),
característica fundamental da Arqueologia Histórica, vêm nos auxiliar na
interpretação e compreensão da ocupação do Vale do Anhangabaú e dos usos
e costumes daqueles que habitavam essa região.

OBJETIVO:
O objetivo deste estudo é analisar, identificar e quantificar as louças
encontradas no Vale do Anhangabaú, bem como entender o contexto histórico
da cidade de São Paulo no final do século XIX e início do século XX onde os
fragmentos dessa coleção estão inseridos.

METODOLOGIA:

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Para o estudo da Coleção do Vale do Anhangabaú foram utilizados o relatório


das escavações feitas pelo Departamento de Patrimônio Histórico da Cidade de
São Paulo, sites confiáveis sobre a história de São Paulo e fontes iconográficas.
Para o estudo das louças foi usada a terminologia adotada por ceramógrafos
como Brancante , por seu uso já difundido e de domínio entre os pesquisadores
que atuam com a Arqueologia Histórica..
As peças foram classificadas por pasta, decoração e quantidade de fragmentos
de cada pasta.
As pastas foram divididas tipologicamente em: faianças, faianças finas,
porcelanas, grés comum e grés fino. A decoração por sua vez, foi classificada
de acordo com o seguinte critério: traços estilísticos, baixos e altos relevos,
pintura manual, decalque e transfer printing.
As louças foram descritas de acordo com o padrão decorativo. Por padrão
convencionou-se chamar um determinado motivo que, por alguma contingência,
passou a ser adotado por um grande número de fabricantes (Araujo & Carvalho
1993: 82-83). A denominação modelo derivou do título dado por um fabricante
específico e conhecido para uma decoração de sua criação.

RESUMO:
Um grande número de fragmentos de faiança fina inglesa, que foi produzida nos
séculos XIX e início do XX, foi encontrado na Coleção do Vale do Anhangabaú,
sugerindo o amplo consumo desta louça pela elite que habitava o local.
No Brasil a faiança fina inglesa teve forte inserção a partir da abertura dos
portos, em 1808, e passou a substituir a louça portuguesa sem a suprimir.
Uma expressiva quantidade de vestígios de faiança fina branca não decorada
foi encontrada no sítio. Os mesmos nos levam a crer que essa era uma louça
de uso cotidiano.
Também foi possível verificar um número não muito elevado de porcelanas,
porém sua propriedade conferia certo prestígio para quem as possuía.

Tabela

Número de fragmentos da coleção do Vale do Anhangabaú

Louças Total

Faianças 03
Faianças finas 304
Porcelana 67

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Fragmentos com inscrição 06


Grés comum 13
Grés fino 54

CONCLUSÃO:
Pelo presente trabalho, foi possível observar que o surgimento e consolidação
da camada social burguesa no Brasil, do século XIX, encontra-se em
consonância com os objetos fabricados em porcelana e faiança fina
encontrados no Vale do Anhangabaú.
Ao ler outros textos e estudos sobre o assunto, pôde-se constatar que a faiança
fina inglesa, bem como, outros utensílios, estão presentes em várias regiões do
Brasil: Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo.
Sendo assim, São Paulo não foge à regra do restante do país e insere-se em
um contexto mundial mais amplo refletindo as transformações impostas pelo
processo de industrialização e desenvolvimento capitalista vividos na Europa
Ocidental no século XIX e início do século XX.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ARAÚJO, Astolfo G. de M. e CARVALHO, Marcos R. R. de A louça inglesa do
século XIX: considerações sobre a terminologia e metodologia utilizada no sítio
Florêncio de Abreu. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, MAE/USP,
3:81-95.1993.

BRANCANTE, Eldino F. O Brasil e a Cerâmica Antiga. São Paulo, Cia.


Lithographica Ypiranga. 1981.

ORSER JR., Charles. Introdução à Arqueologia Histórica. Belo


Horizonte.Oficina de Livros. 1992.
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Não possui.

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AUTOESTIMA E AUTOIMAGEM DE MULHERES SUBMETIDAS À


CIRURGIA DE QUADRANTECTOMIA E MASTECTOMIA
VALQUIRIA GALDINO DA SILVA(1), ADRIANA ROCHA SILVA DOS REIS(2)

GILBERTO MITSUO UKITA(3)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
O diagnóstico de câncer de mama altera permanentemente a vida da mulher,
porém há peculiaridades que precisam ser consideradas, dependendo da fase
da doença. Segundo Almeida (2006), somente após verificar o estágio em que
se encontra o câncer de mama é que se define o tipo de tratamento. Existem
várias formas de tratamento como a quimioterapia, a radioterapia, a terapia
hormonal e a cirurgia, que podem ser administrados individual ou
concomitantemente. Existem ainda duas formas de cirurgia para o tratamento
do câncer de mama: uma menos agressiva que é conhecida como cirurgia
conservadora, à chamada quadrantectomia, onde é retirada apenas uma parte
da mama, seguida de tratamento com a radioterapia. Em casos de câncer em
estágio mais avançado, é necessária uma cirurgia mais agressiva chamada de
mastectomia, que é mais radical, pois se retira a mama. Em geral, ambas as
cirurgias são mutiladoras para a paciente. A cirurgia de retirada parcial
(quadrantectomia) ou total (mastectomia) da mama pode comprometer,
portanto, a autoestima e a imagem corporal daquelas que passam por esse tipo
de tratamento.

OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo realizar uma avaliação da autoimagem
e da autoestima em mulheres com câncer de mama, submetidas à cirurgia de
quadrantectomia e mastectomia. Também investigou a percepção dessas
mulheres frente à cirurgia.

METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 40 mulheres, com 18 ou mais anos de idade,
submetidas à cirurgia de quadrantectomia e mastectomia e tratadas por
Hospitais da Rede Pública da cidade de São Paulo. Foram utilizados um
questionário, composto de 10 questões de caracterização sociodemográfica, a
Escala de Autoestima de Rosenberg e o Teste do Desenho da Figura Humana
(DFH), analisado através da adaptação de Duarte (1992) para os indicadores de
autoimagem. A aplicação foi feita de forma individual e os sujeitos foram
convidados a participar voluntariamente através de um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. A análise das diferenças foi realizada
através de provas paramétricas e não-paramétricas e o nível de significância

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adotado foi de 5%.

RESUMO:
Dentre os resultados mais significativos encontrados, podemos destacar que
55,00% das mulheres mastectomizadas possuem autoimagem positiva,
enquanto que 40,00% das mulheres quadrantectomizadas possuem
autoimagem negativa. Verificou-se que o tempo de diagnóstico das mulheres
mastectomizadas é de dois a cinco anos (40,00%) e das mulheres
quadrantectomizadas é de cinco a dez anos (35,00%). Observou-se que
40,00% das mulheres mastectomizadas são casadas e possuem dois filhos,
enquanto que 30,00% das mulheres quadrantectomizadas são solteiras e não
possuem filhos, sendo que nos dois grupos metade ou mais da metade das
mulheres possuem autoestima em nível médio superior.

CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos não confirmaram as hipóteses levantadas na presente
pesquisa, pois pôde-se observar que diante da condição imposta pelo câncer
de mama, as mulheres do grupo de mastectomia e as mulheres do grupo de
quadrantectomia apresentaram uma autoestima e autoimagem positiva. Para
Antunes et al. (2006), a autoestima positiva deixa o indivíduo livre de tensões e
frustrações, tornando-o capaz de dar um passo à frente e ir em busca de seus
objetivos. Acredita-se que as mulheres pesquisadas, por terem um
acompanhamento psicológico no pré e pós-operatório, apresentaram
autoestima e autoimagem positiva. Esta pesquisa é uma contribuição para uma
maior compreensão de como a mulher se percebe e se aceita após os
procedimentos cirúrgicos, que são mutiladores. Sugere-se que outros estudos
sejam realizados com tempo de cirurgia de no máximo três meses no intuito de
melhor compreender como estas mulheres sentem-se logo após a mutilação.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Almeida, R. A. (2006, dezembro). Impacto da mastectomia na vida da mulher.
Rev. SBPH, 9(2), 99-113. Recuperado em 23 fevereiro, 2009, da Pepsic:
http://pepsic.bvs-psi.org.br/pdf/rsbph/v9n2/v9n2a07.pdf.

Antunes, C., Sousa, M. C., Carvalho, A., Costa, M., Raimundo, F., Lemos, E., et.
al. (2006). Auto-estima e comportamentos de saúde e de risco no adolescente:
efeitos diferenciais em alunos do 7º ao 10º ano. Psicologia, Saúde & Doenças,
7(1), 117-123. Recuperado em 31 março, 2009, de
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/psd/v7n1/v7n1a10.pdf.

Duarte, W. F. (1992). As crianças desenham a escola - um estudo do Desenho


Cinético da Escola (KSD) e sua relação com o desempenho escolar. Tese de

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Doutorado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.

________________________________________________________________
1 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
3 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA

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BENEFICIO EVENTUAL/INSTRUMENTAL DE TRABALHO:


EMANCIPAÇÃO OU REINTERAÇÃO DA SUBALTERNIDADE?
EDNA MARIA DA SILVA ORILHANA(1), PAULA ROBERTA DOS SANTOS LÉLIS(2),
ELISETE LEANDRO FERREIRA MARTINS(3)

SELMA AMARAL SILVEIRA(4)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
A crise do capitalismo dos anos 80 e as transformações no sistema produtivo
têm conseqüências avassaladoras, levando um grande contingente de
trabalhadores ao desemprego e/ou subemprego, resultando no seu
empobrecimento e na miserabilidade, levando-os a utilizar o Serviço Social no
sentido de suprir suas necessidades mais básicas, já que diante desse quadro
não conseguem por si só.
Um dos objetivos preconizados na Lei Orgânica da Assistência Social, LOAS, é
a promoção da integração ao mercado de trabalho (Art.2º, inciso III).
A proteção social básica, serviço de competência do Centro de Referência da
Assistência Social, CRAS, prevê “um conjunto de ações, cuidados e benefícios
e auxílios ofertados pelo Sistema Único da Assistência Social, SUAS para a
redução e prevenção do impacto das vicissitudes sociais e naturais do ciclo da
vida (NOB/SUAS, 2005, p.16).
Na Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, SMADS, esses
benefícios estão elencados na portaria 29/04- SAS, anexos I e II. Entre eles
estão previstos auxílios para alimentação, alimento para viagem de longa
duração, vale transporte urbano, segunda via de documentos, passagens
intermunicipais e estaduais, pagamento de contas de água e luz em atraso,
fotografia e fotocópia para documentação, materiais para pequenos reparos em
moradia e instrumentos de trabalho.
O CRAS de Campo Limpo, tendo como subsídio a referida portaria nos artigos
que dispõem sobre o Benefício Eventual, faça saber, que “os benefícios
eventuais serão concedidos a pessoas e famílias em situação de
vulnerabilidade por renda insuficiente ou desemprego que a incapacite de ter
condições de suprir a reprodução social cotidiana de sua família” (art.13), tem
priorizado o benefício eventual Instrumental de Trabalho. Esta opção se deu em
decorrência do profissional identificar a demanda respeitando a diversidade
local e tendo o trabalho como gerador e fonte de renda, considerando as
características do território quanto à oferta de emprego, para que este possa vir
a promover impacto positivo nas condições de vida dos usuários, sempre na
perspectiva da emancipação destes sujeitos.
Este instrumental está previsto no artigo 16.6 da Portaria 29/2004 SAS-SMADS
da seguinte forma: “aquisição e manutenção de recursos para a sua aquisição

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como apoio à inserção do beneficiário no mercado de trabalho e aferição de


renda”.
O Benefício Eventual Instrumental de Trabalho disponibilizado no CRAS-
Campo Limpo consiste em ferramentas de trabalho, tais como: kit manicure,
cabeleireiro, artesanato, bijuterias, kanekalon , serra makita , máquina de
costura, overloque, etc., podendo haver modificações de acordo com a
demanda, todavia, devemos observar que este pacote não é fechado e que
cada CRAS determina o tipo de instrumental que irá fornecer de acordo com as
características do território.
O interesse por este estudo é decorrente da prática cotidiana no campo de
estágio vivenciada por duas integrantes deste grupo, onde se percebeu que
apesar dos critérios estabelecidos para a concessão do citado benefício, não há
acompanhamento após seu recebimento que permita dar capacitação continua,
técnica e gerencial, bem como avaliar a efetividade deste benefício, no sentido
da emancipação do usuário, conforme preconizado no Sistema Único de
Assistência Social – SUAS.

OBJETIVO:
Esta pesquisa tem como objetivo geral avaliar os impactos socioeconômicos do
Benefício Eventual/Instrumental de Trabalho nas condições de vida e
sobrevivência dos sujeitos atendidos no Centro de Referência de Assistência
Social – CRAS - Campo Limpo da Subprefeitura de Campo Limpo, Zona Sul da
cidade de São Paulo no ano de 2008, seguidos dos seguintes objetivos
específicos: identificar o perfil socioeconômico destes usuários no momento da
concessão deste instrumental, verificar se houve alteração no perfil
socioeconômico dos usuários do CRAS após o recebimento do benefício,
analisar se as possíveis alterações ocorridas contribuíram para a autonomia
destes sujeitos e identificar os entraves e/ou facilitadores para se alcançar a
efetividade do beneficio.

METODOLOGIA:
A referida pesquisa encontra-se no âmbito do estudo de caso e tem como
objetivo colher informações para identificar a efetividade deste benefício.
Utilizamos a pesquisa quantitativa, cujo universo total é composto por 260
usuários do CRAS, pertencentes à Subprefeitura de Campo Limpo e que foram
beneficiadas com o instrumental de trabalho em 2008 e a partir daí, traçado o
perfil do beneficiário a ser pesquisado.
Para a pesquisa qualitativa, foi adotada como referência a amostragem

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probabilística, pois a seleção dos pesquisados ocorreu de forma aleatória. Este


método foi utilizado porque o objetivo principal não é somente fazer um
levantamento numérico de dados e sim entender se houve impactos do
benefício na vida econômica destas famílias.
Foram selecionadas nove mulheres por ser uma quantidade viável,
significativa/representativa para a realização da pesquisa. Estas são chefes de
família, entre 31 e 50 anos, com até o ensino fundamental, sem renda fixa.
Estes critérios foram utilizados devido à grande procura do serviço por esta
parcela da população local. Dentre o instrumentais mais solicitados optamos
por 01 de alimento, 03 de artesanato, 01 de cabeleireiro, 02 de depilação e 02
de manicure.

RESUMO:
A demanda principal do CRAS corresponde a mulheres, isso se reflete também
na procura pelo Instrumental de Trabalho: 93%, sendo que dos 260 usuários,
158 têm de 31 a 50 anos de idade e 133 o ensino fundamental incompleto.
Desse total, 54% têm origem nordestina e 164 não tem rendimento fixo.
Um dado importante colhido na pesquisa é que 65% desse universo de
pesquisa não estão incluídos em nenhum, programa de transferência de renda,
apesar de preencherem os critérios para sua inclusão. Além disso, percebemos
que os 31% incluídos nesses programas, ainda assim recorrem à Assistência
Social.
Das 09 mulheres pesquisadas para a pesquisa qualitativa, 07 delas nunca
trabalharam com carteira assinada, contexto que é agravado devido a pouca
escolaridade, uma vez que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente.
Contudo, sempre estiveram inseridas no mercado informal de trabalho, que tem
como principal característica a flexibilização e perdas dos direitos trabalhistas.
Porém, diante deste contexto, percebemos, através da pesquisa, o desejo e a
busca pelo emprego formal e a frustração de sua não concretização.
Essas atividades exercidas no mercado informal nem sempre suprem as
necessidades mínimas de sobrevivência dessa população e elas acabam
procurando o serviço de Assistência Social requerendo cesta básica. De 09
munícipes entrevistadas, 06 procuraram o CRAS com esse objetivo que é
garantido pela própria Política de Assistência Social e que vem ao encontro da
Constituição Federal de 88.
Quando as usuárias recorrem ao CRAS não o reconhecem como Política
Pública pautada na garantia de direitos e sim como órgão da prefeitura ou
subprefeitura que possa “dar”, “doar” cesta básica. O usuário ainda carrega a
visão assistencialista, do favor, da caridade que é reproduzida de geração para
geração. Se sentem devedoras e, por tanto, não se reconhecem enquanto
sujeitos de direitos. É buscando a alteração deste contexto, trabalhando na

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perspectiva de garantia de direitos e a autonomia do indivíduo que os


profissionais do CRAS Campo Limpo procuram ir além do atendimento
emergencial, percebendo e enfatizando as potencialidades do usuário. Entra
neste contexto o benefício Eventual/ Instrumental de Trabalho.
As Assistentes Sociais do CRAS Campo Limpo não se atêm à demanda inicial
procurando esgotar todas as possibilidades de encaminhamentos dentro da
competência da organização e fora dela, também, tendo como apoio a rede
socioassistencial e “tentando” estabelecer diálogo com as demais secretárias.
A renda mensal destas famílias a partir do recebimento do instrumental de
trabalho, onde 06 munícipes declararam ganhar menos que um salário mínimo,
alguns mencionaram que o valor corresponde a aproximadamente ¼ do salário
mínimo.
Esse baixo rendimento é justificável, uma vez que, embora poucas exceções,
essas mulheres comercializam e/ou realizam suas atividades no próprio
território em que estão inseridas. Esta atividade não lhes possibilita sair de seu
território, permanecem segregadas, apartadas, ou seja, “na zona de vida social
caracterizada pelo déficit em relação ao trabalho e à integração social”
(CASTEL, 2007.p.28). O rendimento advindo das atividades exercidas é na
maioria das vezes destinadas a cesta básica familiar, não propiciando assim,
outros investimentos, tais como cursos profissionalizantes e de capacitação.
Percebe-se que há interesse em realizá-los, contudo, a escassez de recursos
financeiros e até mesmo de equipamentos gratuitos na região são fatores
impeditivos. Esse contexto denota a falta de investimento público que perpassa
todos os setores e eclode na Assistência Social.
Outro fato relevante diz respeito ao trabalho intersecretarial, previsto na PNAS,
ou seja, o trabalho integrado entre as diversas secretarias. No entanto, na
prática isto não acontece, pois há resistência ao diálogo e o desinteresse em
saber quais são as atribuições de fato da Assistência Social. Tais ações trazem
prejuízos à população, que é encaminhada equivocadamente para o CRAS, e a
própria implementação da PNAS.
No entanto, vale ressaltar os avanços mencionados por estes munícipes, que
transcendem as questões financeiras, perpassando as questões relacionadas à
auto-estima e a vida social. De 09 beneficiárias, 06 afirmam ter alcançado
resultados positivos.
Na vida social, elas mencionam que se sentem pertencentes ao grupo, a
sociedade, isto nos remete, ao fato de que as relações sociais se dão no mundo
do trabalho.
No que tange à auto-estima, essas mulheres verbalizam que se sentem
valorizadas.
Já referente às questões financeiras, apesar do rendimento ser irrisório ao
nosso olhar, não podemos negar a afirmação destas mulheres ao relatar que
trouxe mudanças significativas em suas vidas, uma vez que através deste

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rendimento foi possível adquirir, mesmo que precariamente, o mínimo, isto é, “o


pão para as crianças”.
Diante de toda essa adversidade, não sentimos as usuárias desesperançadas.
A pobreza constatada e apresentada nesta pesquisa é real, porém não se
apresenta como em Martins, 1991: a5 apud Yazbek, 2007, p.23 “como carência
de possibilidades e de esperanças”. As possibilidades, essas mulheres as criam
todos os dias. Quando negociam sua mão de obra (diarista) em troca da
compra de blocos e cimentos para levantar seu barraco. Quando fazem novos
conhecimentos através da venda de seus produtos e com isso consegue
emprego de diarista e com um salário fixo conseguem levantar seu barraco,
quando improvisam a maca de depilação no quarto do filho ou então atende em
domicílio. Esperanças, elas não as perde nunca, sonham em construir suas
casas, em abrir e ampliar seus negócios, conseguir um emprego formal e
propiciar uma vida melhor para seus filhos.

CONCLUSÃO:
Iniciamos a pesquisa acreditando fielmente na hipótese apresentada, que o
instrumental de trabalho não teria efetividade na transformação da vida
socioeconômica dos sujeitos da pesquisa, contudo, no decorrer do processo,
um mundo de possibilidades e também de limitações se descortinou aos nossos
olhos.
Percebemos que o contexto econômico e social vivenciado desde a década de
30, com o crescimento da industrialização, trouxe conseqüências alarmantes
para o trabalhador que estava inserido no mercado formal e conseqüências
ainda maiores aos que compunham o chamado “exército de reserva”. Ambos
tiveram que buscar novas formas de sobrevivência, pois não havia perspectiva
de inserção no mercado formal de trabalho. Esse processo se intensificou na
década de 90 com a chegada das políticas neoliberais ao Brasil.
Os sujeitos desta pesquisa são provenientes deste exercito de reserva.
Residentes nas áreas de grande vulnerabilidade, com déficit de equipamentos
públicos e sociais de toda natureza. Desempregadas ou vivendo do
subemprego, sem rendimento fixo, o que os leva a recorrer à Assistência Social
visando recursos para suprir suas necessidades básicas.
Consideramos relevante a opção pela concessão e até mesmo a ampliação
deste benefício, instrumental de trabalho, por vislumbrar nele uma possibilidade
de geração de renda que pode vir a se caracterizar como inicio do
protagonismo deste sujeito.
A transformação que este benefício traz a estas famílias, para nos pode ser
considerado “irrisório”, uma vez que não há emancipação concreta, por ser

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recorrente o retorno aos serviços de assistência social e não haver mudança de


fato no que se refere à inclusão aos bens e serviços, continuando assim, à
margem da sociedade. Porém, para estas famílias ele se configura como
possibilidade de mudança em suas vidas, principalmente econômica, pois esta
é sua demanda inicial. E esta mudança de fato acontece. Uma mudança tímida,
aos nossos olhos, mas extremamente significativa na vida desses sujeitos. A
precarização e a subalternização permanecem, mas é inegável seu efeito
positivo. Não é o ideal, mas é o possível, por enquanto, ou pelo menos até que
seja dada a Assistência Social a devida fatia do bolo do orçamento da
Seguridade Social para que possa haver mais investimento, tanto em recursos
humanos como financeiros para um atendimento, realmente, na perspectiva da
emancipação.
Entretanto, se faz necessário enfatizar que no relato das entrevistadas houve
alterações significativas no que se refere, não somente às questões
econômicas, mas também na auto-estima e na vida social.
Mais de uma vez ouvimos na academia que o assistente social não tem clareza
de suas funções/atribuições dentro das organizações em que estão vinculados.
O que observamos durante a pesquisa não foi isto.
O Assistente social da Assistência Social tem claras suas funções e suas
especificidades dentro de sua secretaria, porém não percebemos o mesmo em
relação às outras secretariais. Por vezes encaminham para a assistência social
todas as demandas que não consegue solucionar, mesmo que estas lhe sejam
próprias. A PNAS é clara quanto ao que lhe é cabido e devido, porém verifica-
se um desconhecimento desta política por parte dos profissionais das outras
secretarias, sejam eles assistentes sociais, ou de outra formação.
Percebemos que os técnicos do CRAS Campo Limpo conseguem fazer essa
leitura. As demandas encaminhadas por outras secretarias, mesmo que não
sejam de competência da assistência social e não possa ser feita a intervenção
e/ou o atendimento naquilo que o usuário solicita, são registradas, ouvidas,
orientadas, encaminhadas. Esses profissionais sabem e não se furtam ao que é
prerrogativa primeira do assistente social: o acolhimento, a escuta atenta.
Entendemos que a superação da subalternidade não está relacionada apenas à
questão financeira, mas também ao acesso a uma educação de qualidade,
habitação digna, direito a lazer, cultura e tudo mais que contribua para o
crescimento e desenvolvimento da pessoa humana e para que isso não seja
somente um discurso vazio reconhecemos, aqui, a necessidade de superar este
distanciamento entre as secretarias. Trata-se de um desafio a ser assumido e
enfrentado pela Assistência Social, dando fim a esta fragmentação na
prestação de serviço ao usuário.
Entendemos que se faz urgente à implementação do CRAS de acordo com o
que está estabelecido na PNAS, pois se configura aqui um espaço de
possibilidades, de esperança e perspectivas. Através do trabalho mais efetivo

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com as famílias em vulnerabilidade, como preconizado na legislação, realizando


não só atendimentos individuais, mas inclusive valorizando o trabalho coletivo,
como as reuniões socioeducativas, que deveriam acontecer objetivando o
fortalecimento e a organização desta população, que ao ter consciência e se
apropriar de seus direitos e deveres, passa a ser sujeito político.
Acreditamos que o trabalho da Assistência Social deve ser publicizado por
quem está na prática (artigos, livros e etc.), principalmente as intervenções
como esta, o “instrumental de trabalho”. Desta forma se dará visibilidade, não
só ao profissional propositivo, atuante, inovador e comprometido com o seu
cliente, o usuário das políticas sociais, como também o usuário e por fim a
própria PNAS, possibilitando que os autores envolvidos venham a público não
só enfatizar seus limites, mas inclusive suas potencialidades, avanços,
possibilidades e criatividade na superação da sua condição subalterna.
É claro que não podemos deixar de sinalizar quanto à importância em realizar
avaliações periódicas destes benefícios e programas sociais objetivando
analisar seus resultados e efetividade, porém compreendemos os entraves que
os profissionais do CRAS encontram para isto. Mais uma vez devemos enfatizar
a questão recursos humanos/financeiros versus demanda. A subprefeitura de
Campo Limpo, com uma população aproximada de 550.000 habitantes, sendo
que aproximadamente 20% dessa população está em área de IPVS 5 e 6 ,
conta somente com um CRAS composto por apenas 5 assistentes sociais.
Sendo assim, acreditar que esse trabalho possa feito dentro desta conjuntura
seria utopia.
A PNAS é uma política nova e, como toda novidade, necessita de tempo para
se efetivar, porém acreditamos que para que essa efetivação se concretize
depende muito mais de vontade política do que de tempo. Percebemos que o
assistente social atua na contramão do sistema e que as políticas sociais são
paliativas, focalizadas, fragmentadas e que se continuarmos agindo sobre o
efeito e não sobre a causa esse cenário pouco ou quase nada mudará, exemplo
disto é o universo de pesquisa aqui apresentado.
Finalizando, o que pudemos constatar a partir da pesquisa é que nossa
hipótese foi parcialmente refutada. Se tínhamos como certeza que o Benefício
Eventual /Instrumental de Trabalho recebido pelo usuário do CRAS da
Subprefeitura de Campo Limpo, na cidade de São Paulo, não tinha efetividade
para a autonomia econômica deste sujeito, isto se confirmou, em partes, já que,
apesar de ter havido uma significativa melhora na questão econômica (isso
sobre o ponto de vista do usuário) a relação de subalternidade permanece.
Continuam no trabalho precarizado, sem acesso a uma educação de qualidade,
a uma habitação digna, sem acesso ao lazer, cultura e demais serviços que
caracterize a esses usuários uma boa qualidade de vida. Porém outras
possibilidades foram reveladas: possibilidades de lutas, estratégias criativas de
sobrevivência e a capacidade de sonhar, ter planos e projetos, apesar de toda a

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adversidade.
Entendemos que o Benéfico Eventual/Instrumental de trabalho se caracteriza
como uma alavanca para a intenção de emancipação deste usuário.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social. Brasília, 1993.

BRASIL. Norma Operacional Básica NOB/SUAS. Brasília: Ministério do


Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Secretaria Nacional de Assistência
Social, Julho de 2005.

BRASIL. Política Nacional de Assistência Social. Brasília: Ministério do


Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Secretaria Nacional de Assistência
Social, Novembro de 2004.

IAMAMOTO, Marilda; CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e serviço Social


no Brasil. 14. ed.São Paulo: Cortez, 2001.

SPOSATI, Aldaíza de Oliviera; BONETTI, Dilsea Adeodata; YASBEK, Maria


Carmelita; FALCÃO, Maria do Carmo B. Carvalho. Assistência na Trajetória das
Políticas Sociais Brasileiras: Uma Questão em Análise. 10. ed. São Paulo:
Cortez, 2008.

YAZBEK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e Assistência Social. 6. ed.São


Paulo:Cortez, 2007.
________________________________________________________________
1,2 e 3: alunas do 8º semestre de Serviço Social.
4: professora Drª.do curso de Serviço Social

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COMPARAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE BULLYING EM ALUNOS DE


ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES
LARISSA TEBAS SANTOS(1), LIDIA CERINA DE MOURA(2)

GILBERTO MITSUO UKITA(3)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
Atualmente, o estudo das relações interpessoais no contexto escolar adquiriu
uma grande importância no mundo. A escola, por ser o primeiro agente
socializador fora do círculo familiar da criança, torna-se a base da
aprendizagem se oferecer todas as condições necessárias para que ela se sinta
segura e protegida. Assim, para que a criança tenha um desenvolvimento
saudável e adequado dentro do ambiente escolar, e consequentemente no
social, faz-se necessário que haja um estabelecimento de relações
interpessoais positivas, como aceitação e apoio, possibilitando assim o sucesso
dos objetivos educacionais. Tomando como ponto de partida a violência, o
presente trabalho pretende pesquisar a presença do Bullying dentro das
instituições de ensino fundamental. Bullying é um termo inglês utilizado para
descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos,
praticados por um indivíduo (bully ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o
objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos)
incapaz(es) de se defender. Os protagonistas do Bullying podem ser
qualificados de acordo com o papel executado: ativo, passivo, ativo/passivo e
neutros ou atores, alvos e testemunhas. O Bullying também pode ser praticado
direta ou indiretamente, o que inclui ameaçar, bater, roubar pertences, chamar
de apelidos pejorativos, como também indiretos ao espalhar boatos maldosos
ou isolar socialmente a vítima. A prática direta, na qual as vítimas são agredidas
diretamente, é quatro vezes mais utilizada pelos meninos. Já a prática indireta,
onde as vítimas estão apartadas, são atos mais adotados por meninas
(ALMEIDA; CAMPOS; SILVA, 2008). Esse comportamento prevalece com maior
intensidade em alunos entre 11 e 13 anos de idade. Existe uma abundante
literatura sobre Bullying, porém a prática deste comportamento tem sido motivo
de preocupação de todos os setores ligados ao ensino. Sua ocorrência em
idades escolares precoces justifica a importância deste estudo visando maior
compreensão e consequente intervenção de caráter preventivo.

OBJETIVO:
O objetivo desta pesquisa foi o de verificar a frequência do Bullying em crianças
de 11 a 13 anos, identificando atos de violência física ou psicológica. O trabalho
também investigou diferenças na incidência de Bullying em alunos de escolas
públicas e particulares.

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METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 85 alunos, de ambos os sexos, divididos em dois
grupos: 43 alunos de uma escola pública e 42 alunos de uma escola privada. A
pesquisa foi realizada em instituições de ensino localizadas na Zona Sul da
cidade de São Paulo. Foi utilizado um Questionário, elaborado pelas
Pesquisadoras com base na literatura consultada, composto por 2 questões de
caracterização (sexo e idade) e 15 questões relacionadas às características e
frequência do Bullying no contexto escolar. Foi solicitada às instituições de
ensino a autorização para a realização da pesquisa em seus estabelecimentos.
Na sequência, foi apresentada aos pais ou responsáveis, o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido para obter a permissão para a participação
das crianças na pesquisa. Posteriormente foi agendado, junto à direção, dias e
horários adequados para a aplicação dos questionários. O tratamento
estatístico foi realizado através da aplicação do de qui-quadrado de
independência, sendo adotado um nível de significância de 0,05.

RESUMO:
Os resultados apontam uma diferença em relação ao gênero, com as crianças
do sexo masculino afirmando que já sofreram algum tipo de agressão física ou
verbal, tanto na escola pública quanto na escola particular. Os dados também
indicam que os alunos de escola particular (feminino e masculino) afirmam que
já sofreram algum tipo de agressão física ou verbal. Para o comportamento de
agressor, observa-se uma predominância do sexo feminino da escola pública e
do sexo masculino da escola particular que afirmaram já ter praticado algum
tipo de agressão física ou verbal.

CONCLUSÃO:
Vários estudos apontam para os prejuízos desencadeados no indivíduo vítima
de Bullying e é baseado nesses estudos que escolas estão buscando
alternativas para garantir um local seguro e agradável, onde crianças e
adolescentes possam desenvolver suas potencialidades. Nota-se que muitas
escolas passaram a desencorajar fortemente a prática do Bullying, com
programas para promover a cooperação entre os estudantes e o treinamento de
seus profissionais pedagógicos. Não existem soluções simples para se
combater o Bullying. Trata-se de um problema complexo e de causas múltiplas.
Portanto, cada escola deve desenvolver sua própria estratégia para reduzi-lo
(ALMEIDA; CAMPOS; SILVA, 2008).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALMEIDA, K. L.; SILVA, A. C.; CAMPOS, J. S. Importância da identificação
precoce da ocorrência do bullying: uma revisão de literatura. Revista de
Pediatria, Fortaleza, v. 9, n. 1, p. 8-16, jan./jun. 2008. Disponível em:

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http://www.socep.org.br/Rped/pdf/9.1%20Art%20Rev%20-
%20A%20importância%
20da%20identificação%20precoce%20da%20ocorrência%20do%20Bullying%2
0-%20uma%20revisão%20de%20literatura.pdf. Acesso em 17 fev. 2009.

________________________________________________________________
1 Acadêmica do 8. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Acadêmica do 8. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
3 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA

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DANÇA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: SEXISMO E


DISCRIMINAÇÃO
EDNA BATISTA GONÇALVES(1)

CARMEN LUCIA DALANO(2)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
DANÇA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: SEXISMO E DISCRIMINAÇÃO

Considerações Iniciais

Considerando a escola como espaço privilegiado de construção do


conhecimento e responsável pela formação da cidadania, espera-se que a
mesma desenvolva nos educandos compreensão e atitudes de respeito mútuo,
dignidade e solidariedade. Com o exercício desses princípios a Educação Física
tem por finalidade auxiliar os alunos na construção de valores sociais, bem
como respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações da cultura corporal,
propiciando também aos mesmos a oportunidade de conhecer a diversidade de
padrões de saúde, beleza e desempenho que existem nos diferentes sociais,
compreendendo sua inserção dentro das cultura em que são produzidos,
analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia.
Dançar é uma das mais antigas formas de se expressar, para os seres
humanos compreende uma forma de manifestar seus instintos. Considerada
como um conteúdo da Educação Física, a dança é uma linguagem de arte que
expressa diversas possibilidades de assimilação e compreensão do mundo. Em
suas diferentes origens e nos mais variados estilos ela contribui na formação
humana e para ampliação do conhecimento.
Diferentes autores descrevem a relação entre a Educação Física e a dança
reconhecem a necessidade desta última na formação em Educação Física, no
mesmo ponto que ressaltam que é preciso uma avaliação critica desde a
graduação no sentido de solucionar os problemas que vem ocorrendo na
pratica da dança nas escolas, como o sexismo. Ao tratar a questão do sexismo
na dança devemos compreender que este sugere uma mudança de
comportamento, logo, aponta-se para mudanças principalmente no
comportamento masculino, uma vez que a própria história da humanidade
descreve a mulher como um ser sensível dotado de delicadeza e sempre
submisso ao homem, seria necessário que estes compreendessem que o
simples ato de dançar não interfere na sua sexualidade, o fato dos homens
dançarem e o rompimento de preconceitos não necessariamente conjugam uma
relação de reciprocidade ou de causar efeito, existe ai uma idéia implícita dentro

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da sociedade, podemos entender a participação do homem em certas danças


exatamente como uma maneira para reforçarem os estereótipos masculinos ao
em vez de representarem uma ruptura destes.
O preconceito que gira em torno do homem que dança tem raízes nos modos
conservadores de agir e de pensar. Concepções preconceituosas permeiam a
sociedade. A transmissão de estereótipos através das gerações vem a ser um
fator condicionante incorporados inicialmente a vida familiar reforçada pela
sociedade, pela escola inclusive nas aulas de Educação Física, onde
infelizmente muitas vezes nota-se que a cultura corporal produzida e refletida
nestas aulas reproduz o modelo de discriminação dos papéis masculinos e
femininos existentes. Nesse sentido a educação acaba recebendo tais
influencias e nas aulas de Educação Física tem-se adotado como referência os
padrões masculinos, um indicativo deste problema pode ser atribuído a
esportivização da educação Física, pois ao converter o esporte no conteúdo
principal da Educação Física faz-se com que esta disciplina assuma um caráter
sexista, já que o esporte tem se caracterizado como uma atividade própria dos
homens e um meio para reforçar sua virilidade. A Educação Física se torna no
contexto escolar a responsável pela atribuição de esteriótipos.
O mais importante é que a própria Educação Física é um meio de tentarmos
transformar estes modelos estabelecidos e a dança é um dos caminhos
possíveis, o que justifica o presente estudo, o qual se destina à todos
profissionais que atuam ou pretendem atuar no campo da educação física
escolar. Os Parâmetros Curriculares Nacionais sustentam que as aulas de
Educação Física devem propor uma diversidade de conteúdos, não se
restringindo aos esportes.
A dança neste contexto pode contribuir para que acabemos com concepções
machistas, sendo fundamental para resgatarmos essa atividade no convívio,
porém, para que isto aconteça a dança tem que primeiro ser efetivamente
incorporada à escola e a Educação Física.

OBJETIVO:
Objetivo: O objetivo do presente estudo é identificar e analisar as evidências
que sustentam a discriminação de gênero com a dança dentro das aulas de
educação física no ambiente escolar.

METODOLOGIA:
Metodologia: Para o alcance dos objetivos propostos este estudo utilizou como
metodologia a pesquisa indireta, caracterizada pela consulta e coleta de dados
a respeito da dança e do sexismo contidos nas diferentes bibliográficas. As
informações coletadas e os argumentos que sustentavam as principais idéias
da pesquisa foram selecionados, analisados confrontados com os dados reais

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da dança enquanto conteúdo escolar e com o histórico que a mesma apresenta.


Ao final o produto deste conhecimento foi organizado de forma a contribuir com
o estudo.

RESUMO:
Discussão
O Brasil, devido ao seu tamanho e diversidade étnica, é repleto de festas,
canções, crenças, danças etc. Scarpato (2004) diz que o povo brasileiro no
cotidiano apresenta diversas formas de manifestações artísticas, a dança se
apresenta como uma manifestação cultural e social, a qual busca revelar
segundo a autora os aspectos intrínsecos de uma sociedade. É a dança em
suas diferentes origens e nos seus diversos estilos (samba, rock, axé, forró
entre outros) que faz com que o Brasil hoje seja reconhecido como o país que
dança.
E com status de um país dançante toda essa riqueza cultural é vista e vivida
nas diferentes regiões do país, com características específicas de cada povo.
Porém ao chegar na escola, onde deveria haver o encontro dessas culturas
pela diversidade étnica existente em nosso país, todo movimento e gingado
cessam (SCARPATO, 2004). As possibilidades de movimento ficam restritas
aos intervalos e as aulas de Educação Física. Esta por sua vez nos últimos
anos também se limitou ao desporto. A dança ao passar dos anos ganhou uma
nova visão da sociedade no ambiente escolar, professores e alunos não a
compreendem e não a valorizam enquanto conteúdo.
Atualmente as diretrizes educacionais através dos Parâmetros Curriculares
Educacionais explicam que a Educação Física é mais do que moldar a estrutura
física do aluno, ela deve contribuir para a atividade intelectual e para formação
do cidadão através das diversas possibilidades oferecidas pela cultura corporal.
A dança neste documento é apontada como um conteúdo a ser trabalhado nas
aulas de Educação Física (BRASIL, 1998), a instituição escolar ainda possui
uma certa restrição quanto ao movimento em seu contexto. No entanto o que se
tem observado no ambiente escolar e nas aulas de Educação Física é que a
dança não é parte integrante do conteúdo programado do processo de ensino
aprendizagem, estando muito distante deste contexto. Ou ainda a dança
aparece na escola em momentos específicos do calendário escolar, em geral
nos momentos festivos, este onde a dança se apresenta sem um estudo mais
elaborado do seu contexto, sua utilização se restringe a uma composição
coreográfica muitas vezes não fazem sentido para os alunos.
Existe um problema maior que faz com que a dança não seja incorporada
efetivamente nas aulas de Educação Física, o sexismo. O preconceito com a
dança mesmo que passados anos continua sendo um tabu para a sociedade,
aceitar que a dança é uma forma de manifestação cultural de Estudos sobre a
construção histórico-cultural dos estereótipos sexuais, no ambiente escolar, a

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educação física constitui o campo onde, por excelência, acentuam-se, as


diferenças entre homens e mulheres, em outros componentes curriculares a
constituição da identidade de gênero parece, muitas vezes, ocorrer por meio de
discursos implícitos, uma vez que os conteúdos e a metodologia de ensino não
permitem momentos de discurssão sobre o assunto, no entanto nas aulas de
educação física pelo fato de ser um momento mais descontraído para os alunos
esse processo é mais explícito e evidente Kunz (1993).
Altiman e Sousa (1999) esclarecem que na aparência das diferenças biológicas
entre os sexos ocultaram-se relações de poder marcadas pela dominação
masculina que mantiveram a separação entre homens e mulheres. Buscou-se
manter a simbologia da mulher como um ser dotado de fragilidade e emoções, e
do homem como força e razão, por meio das normas sociais, dos conteúdos de
ensino, sobretudo os esportes. Com a introdução do esporte como conteúdo da
educação física escolar no Brasil a mulher manteve-se muitas vezes distante
porque era um corpo frágil diante do homem, mas era por natureza a vencedora
nas danças e nas artes.
Um povo, esta que pode e deve ser praticada por qualquer pessoa
independentemente de sua sexualidade, porém em ema sociedade com traços
machistas tão fortes esta é uma barreira a ser superada. Altiman e Sousa
(1999) reforça essas idéias ao considerar o esporte uma “instituição
genereficada” [...] uma instituição construída por relações de gênero. Enquanto
tal, sua estrutura e valores (regras, organização formal, composição sexual,
etc.) refletem concepções dominantes de masculinidade e feminilidade. Os
esportes organizados são também uma instituição genereficadora uma
instituição que ajuda a construir a ordem de gênero corrente [...]. Diversos
autores e autoras apontam o esporte como uma atividade predominantemente
masculina e de fundamental importância na construção da identidade
masculina.
Neste sentido, em uma sociedade de traços sexistas (nem sempre explícitos e
admitidos), a dança ainda é considerada um campo de atuação quase que
exclusivo de mulheres, sendo este um fator condicionante que mantém a dança
afastada da Educação Física escolar. Preconceito este que foi construído pela
sociedade, preservado e transmitido ao longo dos anos, e que tem influenciado
alunos e professores.
Bourdieu (1995) lembra que o mundo social constrói o corpo por meio de um
trabalho permanente de formação e imprime nele diversas formas de
comportamento diante de determinadas situações da vida diária, nesse
processo, as diferenças socialmente construídas acabam sendo consideradas
naturais, inscritas no biológico de cada um, o que de certa forma legitima uma
relação de dominação. Nesta perspectiva se os corpos assumem a organização
social, a política as normas religiosas e culturais, também é por seu intermédio
que se expressam as estruturas sociais. Assim para Connel apud Altiman e

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Sousa (1999) há uma estreita e contínua relação entre o social e o biológico,


um jeito de ser masculino e um jeito de ser feminino, com atitudes e
movimentos corporais socialmente entendidos como naturais de cada sexo.
Portanto, o processo de educação de homens e mulheres uma vez ligados a
uma construção social e corporal dos sujeitos implica e interfere no processo
ensino aprendizagem de valores conhecimentos, posturas considerados
masculinos ou femininos.
A idéia de gênero está fundada nas diferenças biológicas entre os sexos.
Assim, gênero pode ser considerado uma categoria relacional porque leva em
conta o outro sexo. Além disso, relaciona-se com outras categorias, pois não
somos vistos de acordo apenas com nosso sexo ou com o que a cultura fez
dele, mas de uma maneira muito mais ampla: somos classificados de acordo
com nossa idade, raça, etnia, classe social, altura e peso corporal, habilidades
motoras, dentre muitas outras. Isso ocorre nos diversos espaços sociais,
incluindo a escola e as aulas de Educação Física. Os sistemas escolares não
apenas refletem a ideologia sexual dominante da sociedade, mas produzem
ativamente uma cadeia de masculinidades e feminilidades heterossexuais
diferenciadas e hierarquicamente ordenadas Altiman e Sousa (1999).
As diversas formas de manifestação da cultura corporal sempre estiveram
presentes na história da humanidade, sendo uma necessidade de
representação cultural e social do homem. A dança enquanto manifestação da
cultura corporal pode e deve ser tematizada como conteúdo da Educação Física
escolar, bem como, ser parte integrante das propostas pedagógicas da
instituição educacional.
A dança, enquanto produto coletivo da sociedade possui uma diversidade
cultural, dessa forma, o conhecimento em dança oferecer diferentes formas de
ser apresentado aos alunos. Segundo Laban apud Santos e Figueiredo (2003),
a dança na educação tem por objetivo ajudar o ser humano a achar uma
relação corporal com a totalidade da existência. Por isso, na escola, não se
deve procurar a perfeição ou a execução de danças sensacionais, mas a
possibilidade de conhecimento que a atividade criativa da dança traz ao aluno.
A dança presente nas aulas de Educação Física torna-se, para o aluno, um
campo vivenciado de muitas experiências do movimento humano e, também,
um campo de resgate cultural e social do ser humano na sociedade
contemporânea.
Marques (2003) sugere que, ao pensar na dança no contexto escolar
possamos compreender a realidade local, de maneira a proporcionar ao aluno a
familiarização com a proposta e venha desenvolver o interesse pelo tema, e só
a partir de então levar este aluno a compreender a dança como um processo
individual e coletivo que reflete uma cultura social onde todos são responsáveis
pela construção do saber.
Mas vale lembrar que ensinar dança na escola vai muito além de reproduzir

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coreografias atreladas a um ritmo musical, ensinar e aprender a dança é


vivenciar, criar, expressar, brincar com o próprio corpo, é deixar-se levar pela
descoberta. Desta maneira, verifica-se que o ensino da dança possui uma
diversidade de elementos a serem desenvolvidos dentro e fora da escola. Como
sugere Arruda (1988), é importante introduzir a arte do movimento no currículo
escolar, bem como nos diversos espaços educativos, sejam eles formais e
informais, e independentemente do grupo, classe social ou gênero de forma
que todos possam vivenciar a dança, sentir e conhecer a sua própria história e
expressar sua emoção.

CONCLUSÃO:
Considerações finais
A escola erroneamente vem a ser uma das grandes responsáveis pelo trabalho
a favor da discriminação que se apresenta em diversos textos e contextos, o
preconceito que gira em torno da dança nas aulas de Educação Física sendo
uma construção social ainda tem muitas barreiras para serem superadas,
principalmente às ações voltadas para superação de manifestações sexistas.
Para que mudanças nesse sentido sejam possíveis e se efetivem, é necessário
que nos preocupemos com os caminhos do ensino da dança na escola, na
Educação Física.
Diante deste estudo fica claro a necessidade de nós professores de Educação
Física repensarmos nossas práticas em relação aos conteúdos tratados em
nossas aulas, uma vez que não devemos reforçar idéias machistas ou
feministas, tão pouco determinados grupos de alunos. Ao contrário fica
registrado o desafio de propiciarmos uma educação que busque o
desenvolvimento interpessoal e intrapessoal, uma educação integral que
promova desafios e infinitas descobertas aos professores e alunos, de forma a
superar manifestações sexistas no ambiente escolar e conseqüentemente na
sociedade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Referências

ALTMANN, H. & SOUSA , E. de S. Meninos e Meninas: Expectativas corporais


e implicações na educação física escolar. Cad. CEDES. Campinas v. 19, p.15-
22, 1999.

COLETIVO DE AUTORES. Educação Física Escolar: desafios e propostas. In:


SCARPATO, M. T. A formação do professor de Educação Física e suas
experiências com a dança. Jundiaí: Fontoura, 2004. cap. 4, p.67-73.

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MARQUES, I. A. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003. p.37-61

________________________________________________________________
1 DISCENTE DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE DE
SANTO AMARO

2 DOCENTE DO CURSO DE eDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE DE


SANTO AMARO

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Discriminação Social Vivenciada por um Grupo de Jovens


Homoeróticos na Cidade de São Paulo
CAMILA DANTAS RODRIGUES DA SILVA(1)

PAULO GONCALVES DE FREITAS(2)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
A homossexualidade, ainda nos dias atuais, é alvo de discriminação no âmbito
familiar, escolar e social. Indivíduos homoeróticos sofrem muitas vezes com a
estereotipia na qual são enquadrados vivendo situações de privações impostas
pela sociedade. Gays, lésbicas e transgêneros representam, ao menos, 10% da
população brasileira, sendo cerca de 16 milhões de indivíduos presentes em
todas as esferas sociais. Os homossexuais formam a única categoria social que
é presente em todos os subgrupos minoritários (MOTT, 2000). Com a
publicação da décima edição (CID-10), a homossexualidade deixou de ser
relacionada a distúrbios mentais de qualquer natureza, sendo considerada
como uma opção sexual e devendo ser reconhecida como um estilo de vida e
não uma patologia (CID -10, 1993). Em nossa sociedade, acima das minorias
representadas por raças, etnias e gêneros, os gays, lésbicas, travestis e
transexuais são as principais vítimas do preconceito e discriminação. Por tal
situação, este grupo necessita de maior atenção do poder público e do meio
social para que haja a implementação de medidas que assegurem seus direitos
humanos e cidadania (MOTT, 2000). O preconceito contra homoeróticos
apresenta-se nas mais diversas esferas sociais e, de acordo com estudo
recente apresentado pelo MEC (2009), em escolas públicas brasileiras diversos
grupos (diretores, professores, funcionários, alunos, pais e mães) apresentam
fatores que indicam o preconceito relacionado à opção sexual (entre outras
temáticas) como sendo uma realidade presente no cotidiano destes sujeitos.
Desta forma, a presente pesquisa teve por objetivo identificar a percepção de
fatores de discriminação vivenciados por jovens homoeróticos, reconhecendo
estes como barreiras sociais impostas aos sujeitos que apresentam uma opção
sexual diferente do padrão social da maioria.

OBJETIVO:
O objetivo da presente foi identificar a percepção de fatores de discriminação
vivenciados por jovens homoeróticos do sexo feminino e masculino,
reconhecendo estes como barreiras sociais impostas aos sujeitos que
apresentam uma opção sexual diferente do padrão social da maioria.

METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa descritiva comparando dois grupos de

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homossexuais: masculino e feminino. A amostra foi composta por 60 jovens


com idade entre 18 e 28 anos, todos residentes na região metropolitana de São
Paulo. Os sujeitos foram abordados individualmente. Como instrumento foi
elaborado e aplicado uma escala de percepção de discriminação baseada na
literatura composta de 20 questões as quais contemplavam aspectos sobre a
percepção da discriminação em relação à vida social, familiar, escolar e
profissional. Os dados foram tabulados e apresentados em gráficos sendo
aplicada prova estatística com média e desvio padrão na comparação dos
grupos.

RESUMO:
Os principais resultados com diferenças estatisticamente significantes foram: ao
nível do ambiente familiar os sujeitos do sexo feminino apresentaram médias
superiores do que os masculinos na resposta sobre se os pais se sentem mais
seguros em escolas que não tenham profissionais homossexuais atuando e, ao
nível do meio social, na resposta sobre se casais homossexuais enfrentam
dificuldades para adoção de uma criança mesmo que apresentem estabilidade
no relacionamento e boa situação socioeconômica. Além destes resultados, na
mensuração dos aspectos da discriminação vivenciada pelos sujeitos, os
resultados que tiveram média estatística superior a 3,5 foram: os dois grupos
indicaram sentirem-se coagidos na expressão da homossexualidade no
ambiente familiar; serem apelidados por colegas heterossexuais no ambiente
escolar; perceberem dificuldades dos pais aceitarem sua opção sexual;
pessoas heterossexuais tendem a crer que possuem valores éticos e morais
diferentes dos homossexuais; homossexuais sofrerem violência física em
ambiente escolar; homossexuais masculinos terem funções laborais associadas
às artes e estética. Ainda no grupo feminino cabe ressaltar que na maioria dos
aspectos investigados sobre a percepção da discriminação, a população
feminina mostrou tendência com maior média em comparação com a população
masculina.

CONCLUSÃO:
Concluímos que a percepção da discriminação da homossexualidade ainda é
uma questão social presente e que deve ser avaliada junto ao indivíduo
homoerótico de forma ampla, abrangendo as esferas social, familiar, escolar e
profissional. De acordo com os dados obtidos, os sujeitos da pesquisa
percebem que seus pais se sentem mais seguros em ambientes escolares que
não tenham profissionais homossexuais atuando e que casais homossexuais
enfrentam dificuldades para adoção de uma criança mesmo que apresentem
estabilidade no relacionamento e boa situação socioeconômica, evidenciando o
preconceito imposto à relação amorosa de indivíduos homoeróticos. Os dois
grupos pesquisados percebem o preconceito no âmbito familiar, informando

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perceberem-se coagidos a não expressarem sua orientação entre familiares e


percebendo dificuldade na aceitação dos pais referente ao fato de seus filhos
serem homossexuais. No meio profissional, os dois grupos indicaram a crença
de que homossexuais masculinos têm funções laborais associadas às artes e
estética e que homossexuais recebem apelidos e até mesmo sofrem violência
física por colegas heterossexuais em escolas. Estes resultados estão também
pontuados no estudo do MEC (2009), segundo o qual na comunidade escolar
que abrange alunos, funcionários, pais e mães, 87% das pessoas mostram
algum grau de preconceito contra homossexuais. Por fim, evidenciando a
discriminação no meio social, os grupos pesquisados informaram que indivíduos
heterossexuais tendem a crer que possuem valores diferentes dos
homossexuais. É possível observar que os ambientes escolares e familiares
foram avaliados com maiores índices de percepção da discriminação vivenciada
pelos sujeitos do grupo, além das esferas social e profissional, que
apresentaram menor frequência de respostas. Pela complexidade de fatores
que envolvem essa temática, ratificamos a importância de mais pesquisas na
área e a divulgação desses resultados para uma maior e melhor compreensão
do preconceito e da discriminação sexual numa sociedade mais justa e livre.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
MEC - MINISTÉRIO EDUCAÇÃO E CULTURA – Instituto Nacional de Estudo e
Pesquisas Educacionais INEP. Projeto de estudo de ações discriminatórias no
âmbito escolar, organizada de acordo com áreas temáticas a saber, etino-racial,
gênero, geracional, territorial, necessidades especiais, socioeconômica e
orientação sexual. Fipe. Brasília, 2009

MOTT, Luiz. Por que os homossexuais são os mais odiados dentre todas as
minorias? Palestra preparada para o Seminário Gênero &Cidadania: Tolerância
e Distribuição da Justiça. Núcleo de Estudos de Gênero –Pagu, Unicamp, 2000.

World Health Organization. CID - 10, 1993.

________________________________________________________________
Instituição de fomento: UNISA - Universidade de Santo Amaro

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: homoerótico, discriminação, homossexualismo

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MORADORES DE RUA E FAMÍLIA: APROXIMAÇÕES E


INCOMPATIBILIDADES
ANA PAULA CARUSO HUNGARO(1)

ESNY CERENE SOARES(2)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO - O senso comum tende a declarar os moradores de rua como
destituídos de família ou inseridos em famílias problemáticas e isso tem
significado para eles um importante estigma social, que tem servido para afastar
deles ainda mais a população em geral. Como " pessoas destituídas de
famílias", os moradores de rua costumam ser vistos, por boa parte da
população, como pessoas perigosas e nocivas à sociedade.(1)

OBJETIVO:
OBJETIVOS - A presente pesquisa tem por objetivo investigar a percepção que
uma mostra de moradores de rua da Zona Sul da cidade de São Paulo tem das
suas relações familiares.

METODOLOGIA:
METODOLOGIA - Para o levantamento dos dados foi utilizado um questinário
elaborado pela Autora, com base na literatura que trata do tema, composto de
questões de identificação dos sujeitos e de questões abertas que procuravam
explorar o relacionamento dos sujeitos com suas famílias. Foram entrevistados
50 sujeitos, todos do sexo masculino e que pernoitavam em um alberque
público da Zona Sul de São Paulo. Da amostra, 34% tinham entre 18 e 30 anos,
58% entre 31 e 50 anos e apenas 8% na faixa etária entre 51 e 60 anos. 76%
eram nascidos na zona urbana e apenas 24% advinham da zona rural. Apenas
4% da amostra não era alfabetizada, sendo relevante que 56% da amostra
declararam ter cursado o Ensino Fundamental e 38% o Ensino Médio.

RESUMO:
RESULTADOS E DISCUSSÃO - Quando inquiridos sobre " qual o principal
motivo que os levaram a viver na rua", 40% referiam diretamente a problemas
familiares, 34% referiam problemas com álcool e drogas e 26% apresentaram
outros motivos. Estes dados demonstram que a família encontra um lugar
central na discussão do tema, pois também os problemas com álcool e drogas
estão ligados, ainda que indiretamente, com as questões familiares; quando
perguntados sobre "como você define a sua família", 62% apresentaram
definições positivas, 30% negativas e 8% apresentaram respostas que

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poderiam ser entendidas como "neutras", ou seja, nem positivas nem negativas;
no entanto, quando perguntados sobre "como se imagina daqui a 5 anos", 72%
das respostas excluíam a família dos planos, apenas 26% referiam a família
como parte do futuro e 2% dos sujeitos de viam construindo uma nova família.

CONCLUSÃO:
CONCLUSÕES - Os resultados demonstram claramente que o relacionamento
com a família continua ocupando um lugar de destaque na formação e no
desenvolvimento do indivíduo. Além disso, indica-se que problemas familiares
estão na raiz de problemas sociais seriíssimos, como a desagregação social
percebida na vivência dos moradores de rua. O fato da maioria dos moradores
de rua entrevistados excluírem da sua projeção para os próximos 5 anos as
suas famílias é indicador preocupante, pois presume-se que, diante de tal
quadro, dificilmente se poderá projetar uma reorganização na vida destes
sujeitos. É urgente a necessidade de projetos de intervenção nas famílais
menos estruturadas, que tenham o caráter preventivo, a fim de se impedir o
aumento da população de moradores de rua. O presente estudo esteve longe
de pretender esgotar o tema e deve servir para alçar a problemática social
desta amostra e estimular novos estudos na área.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Fiedler-Ferrara, N., Alvarez, A. M. S, et al. O encontro transformador em
moradores de rua na cidade de São Paulo, in Psicologia & Sociedade; set./dez.
2004, Porto Alegre.

2. Mizoguchi, D. H. & Costa, L. A. Sujeitos no sumidouro: a experiência de


criação e resistência do Jornal Boca de Rua, in Psicologia & Sociedade – vol.19
no.1 Porto Alegre Jan./Apr. 2007. Porto Alegre.
________________________________________________________________
(1) Fiedler-Ferrara, N., Alvarez, A. M. S, et al. O encontro transformador em
moradores de rua na cidade de São Paulo, in Psicologia & Sociedade; set./dez.
2004, Porto Alegre.

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O Professor Ideal na Realidade da Sociedade Brasileira


CAROLINA ANDRADE RAMOS(1)

FERNANDO ROBERTO CAMPOS(2)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho visa refletir sobre a realidade do professor na sociedade
brasileira, apontando algumas teorias, concepções e tendências que
influenciaram e influenciam a educação. Tais influências, inegáveis na
educação contemporânea, segundo o pensamento de Dermeval Saviani e
Libâneo, não se limitam à esfera de seus aspectos benéficos, mas apresentam
elementos contraditórios que dificultam a concretização plena do grande sonho
de democratização do ensino, dando margem a várias visões de como e o que
ensinar, visto que, as dificuldades enfrentadas pelo professor em sua prática
docente apontam os porquês da má qualidade do ensino. Em contrapartida,
destacamos as características de um professor ideal que apontam como
melhorar a qualidade de sua prática educativa, para tanto, recorremos às
reflexões do pensamento de Augusto Cury, Paulo Freire e Rubem Alves.
O maior desafio dos professores na educação atual é encontrar diferentes
mecanismos que possam ajudar em sua prática pedagógica. Este trabalho
aborda como os professores podem ser ideais para realizarem seu trabalho
educativo de maneira a formar o aluno integralmente. O professor ideal
consegue alcançar grandes resultados para os aspectos que envolvem o
desenvolvimento do aluno que os difere dos demais.

OBJETIVO:
O objetivo deste trabalho é refletir acerca das características do professor ideal
na realidade educacional brasileira e como são os verdadeiros professores.

METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica com embasamento
teórico, apoiando-se principalmente nos estudos de Dermeval Saviani, Rubem
Alves e Paulo Freire e pesquisa de campo, de cunho quantitativo e qualitativo,
com professores da Rede Pública e Particular de Ensino, Região de Campo
Limpo, Santo Amaro e Grajaú, para obter informações que nos levassem a
refletir qual a relação que os professores estabelecem entre sua vivência e as
características do professor ideal. Responderam um questionário por meio de
perguntas abertas.

RESUMO:

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Questão: Você se considera um professor ideal, por quê?


Nesta questão, da pesquisa, nos deparamos com a problemática da visão
individual de cada professor, se eles se consideram como professor ideal. O
resultado foi: 20 de respostas que apontam não ser, por motivos de faltar
preparo profissional, desvalorização da profissão, falta de tempo e de recursos
pedagógicos, 10 apontam ser, com convicção e clareza por que sabem que dão
o melhor de si para os alunos e pela escola e os outros 8 estão no meio termo,
onde se consideram professor ideal pelo fato de buscar ser melhor e não se
consideram pelos mesmos motivos que foram citados.
Podemos perceber que não estão “errados” em suas visões. Nossa pesquisa
aponta no capítulo 1 as dificuldades que o professor na sociedade brasileira
enfrenta em seu dia a dia. Diz Alves que: “não se trata de formar o educador,
como se ele não existisse. Como se houvesse escolas capazes de gerá-lo ou
programas que pudessem trazê-lo a luz”.
Identificamos que a palavra buscar esteve presente na maior parte das
respostas, os professores têm sede de formação, mas infelizmente estão sendo
esmagados pelo próprio Sistema de Ensino.
Na teoria tudo parece perfeito com técnicas, metodologias e soluções que
parecem não ter erro, mas na prática à situação é outra surgem problemas com
os alunos, direção e coordenação da escola, pais, comunidade, diretorias de
ensino, leis, normas e regulamentos. Perante a isso o professor deve ter uma
verdadeira convicção que a teoria e a prática devem caminhar juntas, para
juntas obter um excelente trabalho. Ressaltamos o pensamento de Alves
quando diz:
Questão: Quais as características de um professor ideal?
Nesta outra questão, da pesquisa, analisamos que todos os professores
apontam algumas das principais características de um professor ideal, a saber:
amar o que faz; obter conhecimento; pesquisar; atualizar-se; mediar; estar em
constante aprendizado, respeitar o aluno, entre outros.
Ficamos com a impressão que os professores, que responderam a pesquisa,
sabem quais são as características, o que não sabem é relacioná-las, ou
melhor, tem uma visão centrada em apenas uma das características que estão
contidas no tripé a que nos referimos no capítulo 2, deixando as outras a
desejar. Diz Alves que “a questão não é gerenciar o educador. É necessário
acordá-lo. E para acordá-lo, uma experiência de amor é necessária”. É
necessário consciência da importância de tais características, pois sabemos
que uma não caminha sem a outra.
A seguir faremos um paralelo com o que mencionamos no capítulo 2 junto ao
pensamento de Paulo Freire, onde, entendemos que, o tripé das características
estão ligadas ao: ser, saber e fazer.
Em que o Ser está relacionado ao Amor. Este amor engloba todas as virtudes
do ser humano e compete ao professor identificá-las e adequá-las a cada aluno.

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Segundo Freire:
“Não há docência sem discência: ensinar exige rigorosidade metódica; ensinar
exige pesquisa; ensinar exige respeito aos saberes dos educandos; ensinar
exige criticidade; ensinar exige estética e ética; ensinar exige a corporeificação
das palavras pelo exemplo; ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a
qualquer forma de discriminação; ensinar exige reflexão crítica sobre a prática;
ensinar exige conhecimento e a assunção da identidade cultural”. (FREIRE,
1995:8)
O Saber relacionado ao acreditar. Onde é necessário um conhecimento
individual de cada aluno e o respeito a diversidade. Diz Freire
“Ensinar não é transferir conhecimento: ensinar exige consciência do
inacabamento; ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado; ensinar
exige respeito à autonomia do ser do educando; ensinar exige bom senso;
ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos
educadores; ensinar exige apreensão da realidade; ensinar exige alegria e
esperança; ensinar exige a convicção de que a mudança é possível; ensinar
exige curiosidade”. (FREIRE, 1995:8)
E por fim o Fazer que está relacionado ao buscar. Esta busca incorpora toda
parte de conhecimento enquanto conteúdo para aprimorar a prática docente.
Segundo Freire:
“Ensinar é uma especificidade humana: ensinar exige segurança, competência
profissional e generosidade; ensinar exige comprometimento; ensinar exige
compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo; ensinar
exige liberdade e autoridade; ensinar exige tomada consciente de decisões;
ensinar exige saber escutar; ensinar exige reconhecer que a educação é
ideológica; ensinar exige disponibilidade para o diálogo; ensinar exige querer
bem aos educandos”. (FREIRE, 2003:7-8)
Abaixo concluímos, depois da analise e discussão das questões que foram
realizadas na pesquisa de campo, o porquê é necessário ser um “professor
ideal”.
Os resultados indicaram que eles têm ciência das características, mas não
percebem sua relação para conduzir o trabalho. Podemos dizer que para muitos
a concretização da utopia do professor ideal é possível, porque acreditam ser
possível a realização de mudanças, mas infelizmente os outros professores
caminham no sentido contrário devido aos aspectos negativos apontado por
Saviani. No entanto, o nosso trabalho irá abordar que é desta utopia que
precisam para melhorar a qualidade de ensino no Brasil.

CONCLUSÃO:
O objetivo do trabalho foi alcançado, a saber: identificar se existem professores

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ideais e se é possível se tornar um professor ideal e como os professores atuais


fazem relação de sua prática com as características do professor ideal.
Com a pesquisa de campo, ao receber e ler os questionários respondidos
pelos professores da rede pública e particular de ensino, descobrimos que a
educação precisa ter mais qualidade, porém não depende somente do governo
ou das instituições de ensino para que isso ocorra, pois o professor é a peça
fundamental para que se possa desenvolver uma educação digna para todos.
A pesquisa bibliográfica levantou os pontos principais para se chegar ao
objetivo, nela encontramos todo o conteúdo pertinente para apresentar a
situação do professor na realidade brasileira e as características de um
professor ideal, contudo poderia haver um aprofundamento com outros autores
que defendam as mesmas idéias dos autores pesquisados. A pesquisa de
campo também poderia ter sido realizada com alunos para o levantamento de
outros tipos de dados apontando a visão de ambos no processo educativo,
infelizmente não ocorreu.
Este trabalho trouxe uma contribuição significativa para a nossa formação, a
realidade da educação brasileira pode ser vista e vivenciada por todos, mas
depois deste estudo, fica difícil ser como a maioria dos professores, pois
sabemos como buscar os mecanismos para uma melhor qualidade no ensino,
não que eles sejam os únicos, mas é um começo para a grande luta de “nadar
contra a maré”. No entanto, tal “conclusão” visa assim deixar o caminho aberto
a posteriores e necessárias investigações.
DISCUSSÃO:
A realização desta pesquisa nos revelou que, ser ideal é utópico, nunca
chegaremos à perfeição, mas para o professor ideal a perfeição é o impossível
necessário. E hoje na sociedade o professor ideal é o Educador a que Paulo
Freire, entre outros autores, se refere.
Em suma: este saber necessário à prática educativa levou-nos a refletir que o
professor dentro da sociedade é uma peça chave para uma revolução
educacional. Se existem professores/educadores bem sucedidos certamente a
prática deles é pautada por uma teoria sólida capaz de ir além do que a
aparência demonstra, por mais desfavorável que seja, e não uma pessoa
desvairada que se limita a apenas “apagar incêndios”. Se todos se unissem
verdadeiramente (essa união se daria de forma a aprofundar no conhecimento
teórico, exigindo do governo ‘os direitos de valorização do profissional da
educação’ formação adequada para os professores de cada modalidade de
ensino, para o aprimoramento da prática educativa) a educação na sociedade
brasileira seria bem diferente. Pois os verdadeiros ativos na história
transcendem a realidade sensível (realidade esta que não é lá muito ‘gostosa’
para o exército dos ‘heróis’ docentes) de forma diferente sabendo tirar proveito
de diferentes maneiras. Assim nasceria do seio da sociedade brasileira por
parte do “professor ideal”, que faz o impossível necessário e vê a utopia, no

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contexto educação, como uma maneira de não deixar de caminhar, uma nova
forma de educação no Brasil. Se levarmos em conta a educação brasileira tal
como se desenvolve em nossas escolas nos dias atuais, como encontrar ou se
tornar um professor ideal? Diz Içami Tiba “há professores que dão o máximo
pra que os alunos aproveitem o mínimo. Não seria o caso de preparar menos
comida e melhorar a qualidade da refeição, para que as garfadas fossem mais
nutritivas?”. Tais desafios são encontrados, no entanto o professor ideal
encontra mecanismos que os fazem acreditar que sua prática possa ser um
instrumento tanto que valoriza os múltiplos aspectos de seus alunos quanto os
liberta para a construção de seus próprios conhecimentos. Na essência, ser
professor hoje é diferente do que era há décadas atrás. Para acompanhar a
fluidez da informação e a constante construção de novos conhecimentos é
necessário que o professor se torne aquele profissional reflexivo e pesquisador
que Paulo Freire desenhava em seus estudos desde a década de 60. Ao
enfrentar esses papéis, o professor de hoje assumiu ser um aprendiz, um
gestor de informação e de conhecimento, cuja disponibilidade tem se orientado
para o cuidado global com o outro. O professor tem uma função de muita
importância na sociedade na responsabilidade da formação moral do aluno,
pois deve estar empenhado em apresentar um conhecimento crítico do que está
sendo desenvolvido no trabalho, de forma que venha somar na prática
pedagógica, pois ele deveria ser o agente transformador do processo de
ensino, mas diz Saviani “ele é deslocado do eixo do processo educativo. Seu
trabalho tende a ser objetivado. Já não será mais o processo do trabalho
pedagógico que se ajustará a seu ritmo, mas é ele que deverá se ajustar ao
ritmo do processo pedagógico”. A escola pode agir sobre a sociedade, no
sentido de transformá-la, mas a educação sempre será uma forma de
dominação se continuar desta forma, diz Içami Tiba “eu, professor, ensino;
vocês, alunos, escutam e aprendem”. Isto ocorre para que o professor cumpra o
seu papel e para Saviani “o professor é explorado para explorar; dominado para
dominar”.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALVES, RUBEM. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo, SP: Ars
Poetica Speculum, 1995.
FREIRE, PAULO. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, SP: Paz e Terra, 1996.
SAVIANI, DERMEVAL. Escola e Democracia. São Paulo, SP: Cortez, 1991.
Filosofia da Educação Brasileira. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira,
1991.

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Utilizamos dois livros do mesmo autor, Saviani.

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OBESIDADE E ANSIEDADE EM MULHERES: UM ESTUDO


CORRELACIONAL.
MAIRA TEREZA MENEZES(1), EDINILSON DE LIMA HEREIDA(2)

GILBERTO MITSUO UKITA(3),WALQUÍRIA FONSECA DUARTE(4)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
Desde a antiguidade, o homem conhece e representa a obesidade através de
pinturas, esculturas e estátuas. Na Idade da Pedra, essas figuras
representavam dois tipos de obesidade - a abdominal e a glútea - e foram
encontradas em diferentes locais da Europa. A obesidade abdominal parece
estar associada a povos que possuíam abundância de alimentos e
predominância do sedentarismo e estaria mais ligada a enfermidades. Já a
obesidade glútea estaria mais ligada ao armazenamento de energia, como uma
forma de garantir a sobrevivência. O critério para diagnosticar a obesidade,
estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), baseia-se no cálculo do
Índice de Massa Corpórea (IMC), que é a relação entre o peso corpóreo em
quilogramas (kg) e a estatura em metros quadrados (m²). Por meio do resultado
obtido, são considerados na faixa de sobrepeso os indivíduos cujo índice de
massa corpórea é igual ou superior a 25 kg/m² e como obeso, aqueles cujo
índice de massa corpórea é igual ou superior a 30 kg/m². Quando o IMC é maior
ou igual a 40 kg/m², diz-se que o indivíduo está com obesidade mórbida. De
acordo com Ferreira e Magalhães (2005), a obesidade é definida pela OMS
como uma doença crônica. Os danos acarretados pela obesidade são extensos
e estão relacionados a diversas enfermidades, incluindo as cardiovasculares, as
cerebrais, o diabetes e até mesmo alguns tipos de câncer. A obesidade é uma
doença à qual não pode ser atribuída uma única causa. Existe um consenso na
literatura de que ela é causada pela interação de diversos fatores, dando a essa
enfermidade uma natureza multifatorial, envolvendo diferentes abordagens
como o físico, o psíquico, o ambiental e/ou genético. Em pessoas obesas existe
um aumento de prevalência de estados depressivos, da intensificação da
ansiedade e da alteração do comportamento alimentar (Segal & Fandiño, 2002).
A obesidade tem alcançado índices preocupantes de saúde pública e muitos
estudos têm sido desenvolvidos procurando relacioná-la com variáveis
psicológicas como, por exemplo, a ansiedade e a depressão. A ansiedade é um
estado emocional com componentes fisiológicos normais na experiência
humana. É um construto que pode ter uma concepção dualista, com uma
diferenciação entre ansiedade traço e estado. A ansiedade estado (AE) é um
estado emocional transitório que se caracteriza por sentimentos de tensão e
apreensão, percebidos de maneira consciente e variando a intensidade com o
passar do tempo. A ansiedade traço (AT) refere-se às diferenças individuais

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estáveis de propensão à ansiedade, ou seja, é a forma como a pessoa tende a


reagir em situações percebidas como ameaçadoras, havendo uma
intensificação da ansiedade. Os transtornos que estão associados à obesidade
têm ocupado frequentemente as clínicas de Psicologia, devido principalmente
às consequências psicológicas e sociais do impacto que ela causa na saúde
física e mental das pessoas.

OBJETIVO:
O objetivo da presente pesquisa é o de verificar a relação entre ansiedade e
obesidade em mulheres, comparando os níveis de ansiedade traço (AT) e
estado (AE) em três amostras distintas: um grupo de universitárias não-obesas
(sem obesidade), um grupo de universitárias obesas (obesidade grau I e II) e
um grupo de mulheres com obesidade mórbida (obesidade grau III). A hipótese
formulada é de que quanto maior o grau de obesidade, mais elevados são os
níveis de ansiedade traço (AT) e estado (AE).

METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 80 sujeitos do sexo feminino, selecionados de
forma não-probabilística, utilizando-se como critério o Índice de Massa
Corpórea (IMC), estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os
sujeitos foram divididos em três grupos: 30 universitárias não-obesas (IMC entre
18,0 e 24,9 kg/m²), 29 universitárias obesas (IMC entre 30,0 e 39,9 kg/m²) e 21
mulheres com obesidade mórbida (IMC igual ou superior a 40,0 kg/m²). A
pesquisa foi realizada em uma instituição de ensino superior da Zona Sul de
São Paulo e em clínicas e ambulatórios especializados em tratamento da
obesidade. Foram utilizados um Questionário de Caracterização composto de 3
questões, onde foram levantados a idade e as medidas antropométricas (peso e
altura) dos sujeitos, e o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE),
validado para o português por Spielberger, Biaggio e Natalício (1979). Os itens
dessa escala constituem-se de frases que são respondidas por meio da
atribuição de um escore que varia de 1 (quase nunca/absolutamente não) a 4
(quase sempre/muitíssimo). A correção do IDATE foi feita de acordo com as
normas do manual do teste. Os sujeitos foram contatados individualmente e
convidados a participar voluntariamente da pesquisa, sendo que foram dados
os devidos esclarecimentos sobre os objetivos da pesquisa, assim como foi
dada a garantia de que as identificações fornecidas por cada participante
seriam mantidas em completo sigilo, conforme Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. O tratamento estatístico foi realizado por meio de provas não-
paramétricas, pela aplicação do teste de qui-quadrado de independência. O
nível de significância utilizado foi de 0,05 (5%).

RESUMO:

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Em termos de caracterização, o Grupo de Universitárias Não-Obesas foi


composto por 30 sujeitos, com uma idade média de 27,4 anos (Desvio Padrão =
6,5 anos; Mínimo = 20 anos; Máximo = 40 anos) e um IMC médio de 22,3 kg/m²
(Desvio Padrão = 1,6 kg/m²; Mínimo = 20,0 kg/m²; Máximo = 25,0 kg/m²). O
Grupo de Universitárias Obesas foi composto por 29 sujeitos, com uma idade
média de 33,4 anos (Desvio Padrão = 13,2 anos; Mínimo = 18 anos; Máximo =
80 anos) e um IMC médio de 32,3 kg/m² (Desvio Padrão = 2,5 kg/m²; Mínimo =
30,0 kg/m²; Máximo = 38,4 kg/m²). Já o Grupo de Mulheres com Obesidade
Mórbida foi composto por 21 sujeitos, com uma idade média de 40,7 anos
(Desvio Padrão = 10,8 anos; Mínimo = 21 anos; Máximo = 62 anos) e um IMC
médio de 46,4 kg/m² (Desvio Padrão = 7,03 kg/m²; Mínimo = 40,0 kg/m²;
Máximo = 66,3 kg/m²). A avaliação quantitativa da ansiedade mostrou
diferenças significativas ao nível de 5% entre as distribuições dos escores no
traço de ansiedade entre os três grupos (&#61539;2 = 13,79; gl = 6 e p =
3,21%). Observou-se que 42,9% das mulheres com obesidade mórbida
apresentaram um escore igual ou superior 50 pontos, indicando ansiedade
traço elevada ou grave. Para as universitárias obesas essa porcentagem foi de
31,0%, enquanto para as universitárias não-obesas foi de apenas 26,7%. Em
relação à ansiedade estado, as diferenças não foram suficientes para se afirmar
uma significância estatística entre os três grupos (&#61539;2 = 9,15; gl = 6 e p
= 16,53%). Entretanto, verificou-se o mesmo comportamento qualitativo para
escores iguais ou superiores a 50 pontos, isto é, 42,9% das mulheres com
obesidade mórbida, 27,6% das universitárias obesas e 23,3% das universitárias
não-obesas apresentaram ansiedade estado elevada ou grave. Esses
resultados permitem afirmar que as mulheres com obesidade mórbida são mais
vulneráveis quanto à ansiedade, quer traço ou estado, do que as universitárias
obesas e não-obesas, confirmando a hipótese da presente pesquisa. Esses
dados estão de acordo com o levantamento bibliográfico realizado, que mostra
que a maioria dos estudos que relacionam obesidade com transtornos
psicológicos (ansiedade, depressão, baixa autoestima, entre outros) são
realizados com pacientes que buscam tratamento especializado para a
obesidade mórbida (obesidade de grau III ou IMC maior ou igual a 40,0 kg/m²)
em clínicas e hospitais. No entanto, pôde-se observar também que, em relação
à escores menores que 35 pontos (ansiedade baixa ou branda), houve um
predomínio das universitárias obesas, tanto na ansiedade traço (27,6%) quanto
no estado (31,0%), superando as universitárias não-obesas (traço = 6,7% e
estado = 13,3%) e as mulheres com obesidade mórbida (traço = 0,0% e estado
= 9,5%). Nesse sentido, para esses sujeitos, o excesso de peso parece não
interferir consideravelmente na sua ansiedade. Resultado semelhante foi obtido
por Cunha (2001) que, para a padronização do Inventário de Ansiedade de
Beck (BAI), pesquisou um Grupo Obesidade, com 107 sujeitos, e um Grupo
Universitário, com 1.733 elementos. Embora não tenha especificado o IMC dos

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participantes, a autora observou que Grupo Obesidade (M=6,87 e DP=7,89)


apresentou, em média, uma ansiedade menor que o Grupo Universitário
(M=7,54 e DP=6,88), embora com diferenças não significativas. Dessa forma,
para o Grupo de Universitárias Obesas, a ansiedade poderia estar sendo
substituída pela obesidade enquanto sintoma, formulação que encontra
respaldo teórico na teoria psicanalítica. Fica assim caracterizada uma indicação
de se considerar a obesidade como um sintoma que estaria substituindo a
ansiedade, como discutem Capitão e Tello (2004), no atendimento psicológico
de pacientes com obesidade.

CONCLUSÃO:
Independente dos resultados obtidos, a obesidade é definida pela OMS como
uma doença crônica devido ao acúmulo excessivo de tecido adiposo que pode
acarretar prejuízos à saúde do indivíduo. Consideramos, portanto, que é
relevante enfatizar quais os fatores psicológicos estão presentes para que os
obesos possam ser encaminhados para propostas terapêuticas de prevenção e
de ajuda. Sugere-se que novos estudos possam ser feitos para melhoria não
apenas dos aspectos relacionados à redução do peso, mas também da
condição psicológica desses sujeitos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Capitão, C. G. & Tello, R. R. (2004, dezembro). Traço e estado de ansiedade
em mulheres obesas. Psicologia Hospitalar, 2 (2). Recuperado em 30 abr. 2008,
da PEPSIC (Periódicos Eletrônicos em Psicologia): www.pepsic.bvs-psi.org.br.

Cunha, J. A. (2001). Manual da Versão em Português das Escalas Beck. São


Paulo: Casa do Psicólogo.

Ferreira, V. A. & Magalhães, R. (2005). Obesidade e pobreza: o aparente


paradoxo. Um estudo com mulheres da Favela da Rocinha, Rio de Janeiro.
Caderno de Saúde Pública, 21 (6), 1792-1800. Recuperado em 30 abr. 2008,
da SciELO (Scientific Eletrocnic Library On Line): www.scielo.br.

Segal, A. & Fandiño, J. (2002, dezembro). Indicações e contra-indicações para


realização das operações bariátricas. Revista Brasileira de Psiquiatria, 24 (supl.
III), 68-72. Recuperado em 30 abr. 2008, da SciELO (Scientific Eletrocnic
Library On Line): www.scielo.br.

Spielberger, C. D., Biaggio, A. M. B. & Natalício, L. F. (1979). Manual para o


Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). Rio de Janeiro: Centro Editor
de Psicologia Aplicada - CEPA.

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1 Acadêmico do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
3 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA
4 Professora Doutora do Curso de Psicologia da UNISA

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Os conflitos gerados entre a Equipe de Enfermagem e os


acompanhantes durante a internação conjunta pediátrica
ISABEL MARTINS SOARES(1)

CAROLINE ALVES GARCIA(2)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
A hospitalização conjunta pediátrica tem sido um desafio para enfermagem,
diante das diversas complexidades envolvidas ao prestar cuidados à criança na
presença de seus familiares.(1)
Essa nova realidade para a criança vem acompanhada de múltiplos
sentimentos como ameaça, insegurança, ofensa, já que no momento da
internação a criança é desvinculada dos objetos significativos de sua
segurança.(1)
A hospitalização é quase sempre um duplo traumatismo, pois ela tem que se
separar do ambiente familiar e entrar num ambiente diverso que é o hospital, e
por outro lado a família volta para casa com um sentimento de culpa,
incapacidade para suprir as necessidades do filho e as questões financeiras,
sociais e afetivas compõem o cenário da família da criança hospitalizada.
A hospitalização da criança determina a perda de controle de funcionamento
da família, representada pelo contato inesperado e a desestruturação familiar
em um contexto complicado, assim a família tenta buscar o equilíbrio diante da
nova situação vivenciada na internação.
A preocupação com a permanência da mãe durante a hospitalização do filho já
vem sendo discutida na literatura desde a década de 50, enquanto no Brasil,
uma maior preocupação aparece somente a partir de 1980, década que
caracterizou mudanças estruturais na sociedade e no setor saúde.
Culminando em 1988 com a promulgação da nova Constituição e com as Leis
Orgânicas de Saúde. Nº 8.080 e Nº 8.142, que incorpora como prioridade a
proteção dos direitos da criança e do adolescente e o atendimento de suas
necessidades básicas, além de considerar a saúde como um direito do cidadão
e dever do Estado Constituição Brasileira.
Com isso o Brasil avançou na humanização do conceito criança, com a
promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente que entre outros
aspectos garante o direito à saúde e a internação hospitalar com o
acompanhamento dos familiares, mediante a esse direito concedido à criança
surgiram facilidades e dificuldades na assistência de enfermagem. (5)
O cuidar em enfermagem pediátrica tem a família como núcleo de atenção,
implicando assim, que uma criança esta inserida numa família com historia
própria, que por sua vez, pertence a um grupo social com todas as
determinações históricas e seus valores culturais. (1)

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Dentre os principais problemas encontrados pela equipe de enfermagem


podemos citar a inadequação física para a acomodação e alimentação dos
acompanhantes que deixa muito a desejar, o número insuficiente de
profissionais, e a falta de preparo em assistir as famílias, além do estresse
familiar que dificulta a interação e uma melhor assistência. (6)
Com a implementação da internação conjunta nas unidades pediátricas, houve
a compreensão e a aceitação da importância de ter alguém da família ou
conhecido próximo à criança hospitalizada. (1)
Porém, existem serviços que se programaram apenas para cumprir a lei, e não
fizeram adequações que comportam a presença do acompanhante, além da
estrutura física nem sempre planejada visando um ambiente harmonioso para a
criança e seus acompanhantes, o numero de funcionários não foi ajustado para
atender as demandas das particularidades do cuidado da criança e a família,
dificultando a adaptação do paciente e acompanhante durante o período de
internação. (1)
A família por não obter informações seguras sobre o tratamento, diagnóstico e
quadro clínico da criança, apresenta resistência na hora da realização dos
procedimentos dolorosos, pois a mãe sofre junto com a criança pelo fato de vê-
la sofrendo, sem que ela possa fazer algo para evitar ou diminuir a dor,
contribuindo para a mãe não aceitar e colaborar no cuidado a criança. (6)
A mãe é o membro da família que geralmente cuida, tornando-se o agente
principal na vigência da doença, logo a mesma sente dificuldade em
compartilhar o cuidado, como se somente fosse dela essa atribuição. Cuidar no
momento da hospitalização do filho minimiza uma possível culpa que pode
encontrar-se latente em seus pensamentos, o cuidado que ela presta o filho a
tranqüiliza e a própria criança, gerando sentimentos de aconchego, segurança e
plenitude.
A presença do acompanhante é essencial para a recuperação da criança
porque ela sente-se mais segura, os acompanhantes ajudam no cuidado
cotidiano da criança, mas a presença constante dos familiares no ambiente
hospitalar exige que a equipe de enfermagem se atualize e busque capacitação
nas relações interpessoais, para que o cuidado compartilhado não seja visto
apenas como angústia, mas que esse processo sirva como crescimento pessoal
para o profissional, família e para o fortalecimento da criança. (1)

OBJETIVO:
Compreender a assistência de enfermagem na internação conjunta pediátrica e
conhecer as dificuldades.

METODOLOGIA:

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Trata-se de um trabalho de Revisão Bibliográfica, com consulta à base de


dados Lilacs e Bireme, leitura de artigos periódicos dissertações, teses e livros
relacionados ao tema abrangendo o período de 1997 a 2008 foi realizado leitura
exploratória, reflexiva e análise dos dados coletados.
Seguindo os seguintes descritores família, hospitalização, enfermagem
pediátrica. Foram selecionados 10 artigos, na língua portuguesa.
Para maior clareza e facilidade de leitura, a análise foi classificada em três
grupos conforme assuntos e objetivos semelhantes.
Os três grupos foram:
1) A internação conjunta pediátrica na percepção dos pais e familiares.
2) A internação conjunta pediátrica na percepção dos profissionais.
3) A internação pediátrica na revisão bibliográfica e pesquisa virtual.

RESUMO:
A internação conjunta pediátrica na percepção dos pais e familiares.

A mãe se percebe como importante a assistência emocional que a filho


precisa, que normalmente seria ofertado por ela e que temporariamente está
abstendo-se desta função. Contudo, percebe sua limitação em relação aos
cuidados profissionais que a criança necessita para curar-se da doença
adquirida, surgindo da ambivalência entre o que o filho sente e o que o filho
precisa para ficar “bom”. Apesar da culpa por estar deixando o filho aos
cuidados de outras pessoas, a mãe acredita que a equipe estará prestando
toda assistência às necessidades da criança.(5)
Outro aspecto importante a ser pontuado neste momento é o impacto que a
hospitalização de uma criança causa na família, desestruturando-a e fazendo
com que seus membros tenham de passar por uma modificação temporária,
adaptando-se ou não a nova situação estressora criada involuntariamente pela
doença. (5)
Ao internar seu filho, os pais estão se expondo, normalmente a sociedade e a
própria mãe crêem que a responsabilidade do cuidado da criança deva ser seu
e que ela deva ser um modelo de sacrifício e devoção, assim com o evento da
doença, surge o sentimento de falha em relação à maternidade, que pode
determinar sentimento de culpa, presente nas falas de todas entrevistadas,
confusão, inadequação e infelicidade. (5)
No hospital os pais podem ter dificuldade de saber como agir para atender as
necessidades físico-emocionais de seu filho, que está doente e num ambiente
que tem regras próprias. A indecisão, a insegurança e a ansiedade levam os
pais a mudar seu comportamento, o que é percebido pela criança, que busca
sua segurança no padrão de cuidados ao qual está acostumada. (5)
O papel dos pais é fundamental para o ajuste social e psicológico da criança

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durante a hospitalização, seja qual for a sua idade e normalmente, a atenção da


equipe assistencial hospitalar se volta para a criança, e as necessidades da
família são esquecidas ou tem atenção secundária, pelo fato de que a relação
dos pais e filhos se define e dirige o nível de tensão emocional da criança.(5)
Os pais relatam que as enfermeiras estão sempre muito ocupadas e não tem
tempo para compartilhar seus sentimentos, suas angústias ou simplesmente
velar a criança, as dificuldades citadas foram faltas de informação sobre o
tratamento, medicação e tratamento desigual entre as crianças, houve relatos
da falta na habilidade técnica dos profissionais, e administração de
medicamentos em horários errados. (6)

A internação conjunta pediátrica na percepção dos profissionais.

Todos os enfermeiros relataram que sua relação com os acompanhantes eram


estáveis, ressaltando que estes trazem benefícios e deixam as crianças mais
seguras, no entanto não está delimitada a extensão desta participação, pois
acreditam que a presença do acompanhante é um direito da criança, e os
profissionais de saúde tem que se adequar a essa evolução, e o diálogo é uma
importante ferramenta na construção deste relacionamento. (6)
Os enfermeiros apresentam pouca aceitação da família no cuidado a criança e
desvalorização do saber próprio da família. (6)
Citaram como dificuldades a não-aceitação do tratamento proposto, os pais que
não aceitam a rotina do serviço, atrapalham ao se manifestar contrariamente a
situação que vivenciam, sobretudo, em relação a essa rotina e ao atendimento
a criança. (6)
A falta de recursos materiais para oferecer assistência de qualidade à criança
hospitalizada é geradora de sofrimento. A instituição pública hospitalar em seus
processos tem demora demasiada na compra de materiais, que nem sempre
atende a qualidade e quantidade adequada a assistência.
Os trabalhadores de enfermagem, por desenvolverem suas atividades há muito
tempo com quadro reduzido de funcionários, acabam realizando seu trabalho
mecanicamente e a assistência a criança fica reduzida ao ato de medicar,
sendo isso considerado o fator mais importante no cuidado de enfermagem.
Os enfermeiros apresentam pouca aceitação da família no cuidado a criança e
desvalorização do saber próprio da família. (6)
Os profissionais apresentam grande dificuldade para orientar os
acompanhantes a seguir as normas e rotinas da unidade, sendo necessário
flexioná-las conforme cada caso, as tensões tendem a diminuir, essas regras
formais são reformuladas com as informais geradas pelas negociações com os
familiares, porém estas negociações podem gerar um desgaste psicológico
para a equipe demandando uma tarefa a mais na categoria profissional que
nem sempre está preparada para gerenciar conflitos. (1)

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A convivência diária não gera conflitos somente entre a equipe de enfermagem


com a família da criança hospitalizada, como também gera conflitos e
estratégias defensivas entre a enfermagem e outros trabalhadores da equipe
multiprofissional e entre componentes da própria enfermagem.

A internação pediátrica na revisão bibliográfica e pesquisa virtual.

O cuidado centrado na família e a participação dos pais na assistência são


temas muito explorados, mas pouco aprofundados, o alojamento conjunto para
crianças e seus pais criam demandas complexas para a família e a equipe que
não serão atendidas por meio de uma organização técnica da assistência de
enfermagem centrada em tarefas.
Essa situação organizacional colide com a tendência atual de gerenciamento
em instituições que, em geral, tem por meta exclusivamente a efetividade e
eficiência e o suporte social oferecido pelos profissionais foi visto como
iniciativa individual das pessoas e não como parte do programa de assistência.

DISCUSSÃO
O conhecimento acerca da relação apego mãe e filho é imprescindível na
formação de enfermeiros pediátrica e neonatal, dado que são os responsáveis
por amenizar o sofrimento das criança, quando estas estiverem hospitalizadas,
que por muitas vezes , assumem o papel de mãe substituta.
Para a criança e seus familiares a internação proporciona um momento difícil
vivenciado com sentimento de impotência, angústia, ansiedade, estresse, para
tanto a equipe de enfermagem ao prestar assistência à criança e sua família
neste contexto, encontram dificuldades no relacionamento humano e
interpessoal.
A família não aceita o tratamento proposto e isso compromete diretamente a
assistência de enfermagem, o enfermeiro tem como ferramenta principal para
mediar estas dificuldades o diálogo, que tem como implicação a longo prazo,o
desgaste psicológico para a equipe.
Compartilhar saberes, poderes e espaços não é um ato simples, implica
mudanças de valores e atitudes por parte da família e dos profissionais, sendo
primordial perceber que somente o desejo de querer que a família participe do
cuidado não é suficiente, é necessário compreender que a família precisa ser
cuidada, principalmente no momento da hospitalização e de modo especial, nas
internações prolongadas.
Muito já se estudou sobre internação conjunta pediátrica, mas, na
implementação encontram-se diversas dificuldades, tanto estruturais quanto
funcionais.

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A negociação entre mães e equipes não tem sido uma tarefa fácil para ambos,
a equipe que não tem claro qual o seu novo papel neste processo, nem para as
mães, que não sabem o que é esperado delas o que ocasiona a instabilidade
emocional que é percebida pela criança, e como resultado não consegue ser
atendida em suas necessidades de proteção e afeto. (6)
Diante dessas complexidades faz se necessário conhecimento que contemplem
a amplitude e complexidade inerentes a situação do afastamento da criança do
meio familiar por meio da educação continuada, para os profissionais visando à
melhoria das relações humanas e interpessoais, torna-se importante criar
estratégias que sensibilizem o enfermeiro para estar com as famílias.
É necessário que as mudanças comecem pelos profissionais de saúde através
da educação continuada, objetivando ouvir, educar e sensibilizar as famílias por
meio de grupos, assim a interação entre a equipe de enfermagem, criança e
familiares, terá avanços significativos.
Se desejamos que o acompanhante seja capaz de participar da assistência e
oferecer suporte emocional e conforto psicológico para ajudar na recuperação
do paciente, ele deve estar em condições de fazê-lo, o que pressupõe sua
própria segurança e estabilidade. Se não dispusermos de uma equipe que os
ajude neste período, eles não podem ser capazes de dar assistência que a
criança precisa ou de assimilarem as orientações profissionais sobre os
cuidados da criança no hospital e em casa.
Outro ponto não menos importante é que as instituições criem momentos de
troca de experiências entre profissionais das unidades de pediatria, buscando
consolidar o cuidado voltado para a participação da família, para que a
internação não seja vista apenas como um sofrimento pela criança e familiar,
mas que sirva de fortalecimento e oportuna para melhor cuidado da saúde.

CONCLUSÃO:
Esta revisão bibliográfica proporcionou-me um entendimento amplo dos
conflitos gerados na internação conjunta pediátrica, pude perceber que a maior
dificuldade encontrada é a comunicação, logo que o desejo da equipe e dos
familiares são semelhantes, porém uma vez que a comunicação não é realizada
de maneira eficaz, ocorre uma série de desentendimentos entre os profissionais
da própria equipe e entre os familiares.
A internação conjunta pediátrica é um assunto delicado tanto para os pais
quanto para os profissionais, trata-se de um momento difícil, para a criança e
família, que se sofre uma desestruturação abrupta, e para a enfermagem
assistir essa família torna-se difícil.
Durante a formação do Enfermeiro, os mesmos precisam apreender habilidades
como empatia, acolhimento e principalmente a gerenciar conflitos, entendendo

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a criança em suas necessidades, não esquecendo que a mesma faz parte de


uma família, com costumes próprios, para que como futuro enfermeiro tenha
melhor desprendimento e propriedade no relacionamento com a criança e seus
familiares, e assim envolva a família no cuidado a criança, desde que a mesma
tenha condições psicológicas para tal atuação.
Faz se necessário o acompanhamento multiprofissional com as famílias das
crianças hospitalizadas, além disso, que as unidades de pediatria propiciem um
momento de troca entre família e equipes por meio de grupos, afim de que a
internação não seja vista apenas como um momento de sofrimento, mas que
sirva de crescimento para a criança, família e equipe.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
(1) Litchteneker, K, Ferrari, RAP. – Internação Conjunta: opinião da equipe de
enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem. V.07, n.01 p.19-
28/2005.disponível em www.fen.ufg.br/revista.htm acessado em 15.09.2008.
(5) Oliveira, B.R.; Collet. Criança hospitalizada: Percepção das mães sobre o
vínculo criança-família. Revista Latino-am.enfermagem. Ribeirão Preto, v.795-
102, dezembro 1999.
(6) Soares, MF, Leventhal, A relação entre a equipe de enfermagem e o
acompanhante da criança hospitalizada: facilidades e dificuldades. Ciência do
cuidado e saúde , 2008 Jul/Set; 7(3): 327-332.
________________________________________________________________
1 Academica do 8º semestre do curso de graduação do curso de Enfermagem
da Universidade de Santo Amaro.
E-mail: belicasoares1@yahoo.com.br
2 Professora da Disciplina de Pediatria na Universidade de Santo Amaro.
Enfermeira Especialista em Pediatria e Neonatologia.

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Politicas Públicas de Ações Afirmativas:Privilégio ou Igualdade


de Oportunidades?
ALVARO LUIZ DA SILVA(1)

VERA CRISTINA DE SOUZA(2)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
O Projeto “Políticas Publicas de Ações Afirmativas: Privilégio ou Igualdade de
Oportunidades?" fundamenta-se na necessidade de se investigar junto a
estudantes de Graduação da Unisa de que modo se posicionam frente à
polêmica em torno das Cotas Étnicas voltadas à população negra brasileira.
Como mostram vários estudos a maioria da população negra concentra-se nas
regiões periféricas dos grandes centros urbanos, apresenta precárias condições
materiais de vida, baixos níveis de escolaridade além de estar constantemente
exposta ao sub e desemprego (HERINGER,2006).

OBJETIVO:
1.Geral:
1.1 Verificar o que pensam e o que sabem sobre as Políticas de Ações
Afirmativas
2.Específico
2.1 Conhecer as fontes de informações e de conhecimentos sobre os assuntos
voltados à população negra brasileira

METODOLOGIA:
Metodologia: A Metodologia de Pesquisa está dividida em duas etapas quais
sejam:
1. A composição da amostra:

1.1 Em andamento: Está sendo levantado junto às Coordenações de Cursos do


Campus 2/Unisa o número de alunos matriculados nos primeiros segundos,
sétimos e oitavos semestres no ano de 2009.

1.2 Em andamento: Concomitantemente a isso, está sendo produzido o material


de campo (questionários/formulários/roteiros) a ser aplicado aos entrevistados a
fim de coletarmos as informações sócio-demográficas relativas à raça/cor (auto-
classificação), sexo, faixa etária, mercado de trabalho
1.3.Em andamento: Igualmente, está sendo produzido o material de campo
(roteiros de questões ) a ser aplicado aos entrevistados a fim de conhecermos
as percepções sobre a existência de racismo e posicionamento acerca das

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políticas de ações afirmativas voltadas a população negra brasileira

2. Desenvolvimento do Trabalho de Campo

2.1 Primeiramente aplicaremos a todos os participantes roteiro de questões


abertas e exploratórias que envolvem a temática da pesquisa (relações raciais e
políticas de cotas)

2.2 Depois, serão apresentados a todos eles resultados de estudos e pesquisas


que tratam das respectivas questões.

2.3 Feito isso, reaplicaremos o mesmo roteiro descrito no item 2.1 acima com o
objetivo de verificarmos se de posse de informações científicas voltadas ao
tema haverá ou não alterações nos posicionamentos anteriormente
identificados

3. Técnicas de análises (Tratamento do material)

3.1.Quantitativa / semi-estruturadas (fechadas/semi-abertas):


Os dados obtidos das questões estruturadas serão quantificados, listados,
codificados tabulados e contrapostos segundo as variáveis raça/cor, sexo e
semestre cursado.

3.2.Qualitativas / não estruturadas (abertas):


As Informações obtidas das informações provenientes dos roteiros de questões
abertas serão listadas e construídas as respectivas e categorias de análises

Resultados e Discussões
O presente estudo teve início em 07/2009 e encontra-se em fase de coleta de
dados conforme cronograma anteriormente apresentado

RESUMO:
Resultados e discussões

O presente estudo teve início em 07/2009 e encontra-se em fase de coleta de


dados conforme cronograma anteriormente apresentado

CONCLUSÃO:
Conclusões:
O presente estudo teve início em 07/2009 e encontra-se em fase de coleta de
dados conforme cronograma anteriormente apresentado

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Bibliografia

DAMATTA, Roberto. “Um Racismo à Brasileira” O que é o Brasil. Rocco.Rio de


Janeiro.21-28,. 2004.

__________, Roberto - Uma Nova Interpretação do Brasil, Entrevista.


Laboratório de Políticas Públicas / UERJ - Programa Políticas da Cor na
Educação Brasileira, Rio de Janeiro, 2007.

HERINGER, Rosana. Diversidade Racial e Relações de Gênero no Brasil


Contemporâneo. O Progresso das Mulheres no Brasil. Unifem/Fundação
Ford/Cepia, Rio de Janeiro. 141-165, 2006.
________________________________________________________________
Cabe destacar que participei em dois Eventos voltados às discussões sobre o
tema deste Projeto, quais sejam:
1. Forum do Ensino Superior sobre os Desafios para o Ensino de Historia e
Cultura Africana e Indígena - promovido pela CONE - Coordenadoria dos
Assuntos voltados à População Negra, São Paulo,Outubro de 2009.
2. Primeiro Seminário Municipal: O Serviço Social e as Questões Étnico-Raciais
- promovido pela SOWETO - Organização Negra, São Paulo, Novembro de
2009

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QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA


RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO
HERCILIA DE SOUZA SILVEIRA(1)

GILBERTO MITSUO UKITA(2),WALQUÍRIA FONSECA DUARTE(3)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
De acordo com Schardong, Lukrafka e Garcia (2008), a doença renal crônica
pode ser considerada um grande problema de saúde pública. Associada com
sua extensão e somadas as comorbidades, traz consigo altas taxas de
mortalidade e morbidade, o que implica em altos gastos na área da saúde,
pública e privada. Além disso, no Brasil, a prevalência de pacientes mantidos
em programas dialíticos crônicos têm tido um aumento substancial ao longo das
duas últimas décadas. Apesar dos avanços do tratamento dialítico para
aumentar a expectativa de vida dos pacientes, o impacto negativo da doença e
do tratamento afeta a percepção dos pacientes em relação à qualidade de vida
relacionada à saúde. Consequentemente, a doença renal passa a interferir
ativamente na saúde física e mental, na funcionalidade, na independência, no
bem-estar geral e no convívio social, limitando a capacidade de trabalho e as
atividades de vida diária. Os rins são responsáveis pela regulação do volume de
líquidos e pela eliminação de toxinas através da filtragem do sangue do
organismo humano. A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é a incapacidade de
eliminar essas toxinas do organismo pelos rins, devido a dano orgânico ou
funcional apresentado por este órgão. Santos (2007) verificou em sua pesquisa
que portadores de IRC que tem sido acompanhados por equipe interdisciplinar
apresentaram uma melhora significativa da qualidade de vida nos domínios da
capacidade funcional, aspectos físicos, estado geral de saúde, vitalidade e
aspectos emocionais. A Qualidade de Vida tem se tornado importante critério na
avaliação da efetividade de tratamentos, sendo cada vez mais utilizado como
parâmetro para analisar o impacto das doenças crônicas no cotidiano dos
sujeitos.

OBJETIVO:
A presente pesquisa teve como objetivo identificar a forma pela qual o portador
de insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico percebe sua
qualidade de vida.

METODOLOGIA:
A amostra pesquisada foi composta por 30 sujeitos, portadores de insuficiência
renal crônica em tratamento hemodialítico, de ambos os sexos e com idade
superior a 18 anos. Foram utilizados: um questionário de caracterização, com

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18 perguntas abrangendo questões sócio-demográficas e questões que


abordavam aspectos relacionados ao tratamento da doença e vida familiar; e
um questionário de avaliação da qualidade de vida (WHOQOL-Bref), composto
por 26 itens, sendo duas questões gerais e 24 itens que compõem 4 domínios:
Físico, Psicológico, Relações Sociais e Meio-Ambiente. A aplicação foi feita de
forma individual e os sujeitos foram solicitados a participar voluntariamente na
pesquisa através de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A análise
estatística foi realizada através da aplicação do teste t (amostras dependentes),
sendo adotado um nível de significância de 0,05.

RESUMO:
Dentre os resultados obtidos, destaca-se que, no que se referiu ao tratamento
hemodialítico, os pacientes não indicaram desconfortos. Quanto ao
relacionamento familiar, observou que esta se mostra bastante alterado no
início do tratamento, mas acaba por se adequar a rotina de maneira satisfatória.
Verificou-se também que os sujeitos indicaram o apoio da família e o
conhecimento da doença como os principais recursos para enfrentarem
emocionalmente esta fase do tratamento. Em relação ao WHOQOL-bref, a
maioria dos pacientes pesquisados indicaram ter uma boa qualidade de vida.
Entretanto, observou-se que o domínio físico apresentou uma média
significativamente menor que os outros domínios, sendo que a maioria dos
sujeitos a consideraram apenas como regular.

CONCLUSÃO:
Por meio dos dados obtidos pelo Whoqol-Bref, observa-se que os sujeitos
pesquisados apresentaram uma percepção satisfatória da sua qualidade de
vida. Houve a possibilidade de se obter dos sujeitos pesquisados, diversas
manifestações sobre os significados atribuídos por eles próprios a sua doença e
ao tratamento decorrente da hemodiálise. A qualidade de vida de um paciente
com insuficiência renal crônica e que necessita submeter-se a um tratamento
de hemodiálise inclui a percepção individual dentro de um contexto de
interações de ordem física, emocional e social, que refletirá o seu grau de
satisfação com a vida.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Santos, F. R. (2007). Efeitos da abordagem interdisciplinar na qualidade de vida
de pacientes com doença renal crônica. Dissertação de Mestrado, Pós-
graduação em Saúde, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora-MG.

Schardong, T. J., Lukrafka, J. L. & Garcia, V. D. (2008). Avaliação da função


pulmonar e da qualidade de vida em pacientes com doença renal crônica
submetidos a hemodiálise. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 30 (1), 40-47.

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Recuperado em 30 abr. 2008: http://www.sbn.org.br/JBN.

________________________________________________________________
1 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA
3 Professora Doutora do Curso de Psicologia da UNISA

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QUALIDADE DE VIDA E ESTRESSE EM TRABALHADORES DE


UM CURTUME
JONES TRAJANO CECI EMANN(1)

GILBERTO MITSUO UKITA(2)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho trata de uma pesquisa descritiva não-probabilística que irá
privilegiar o estudo de caso de uma indústria de curtume. Segundo o Centro das
Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), o comércio de peles e couros é um
setor que movimenta aproximadamente US$ 1,5 bilhões de dólares por ano,
empregando 44,7 mil pessoas e com um PIB da ordem de US$ 2,5 bilhões de
dólares. Entretanto, das cerca de 800 indústrias curtidoras do Brasil, muitos
curtumes ainda podem ser caracterizados como artesanais, sem qualquer
registro formal, mas que empregam um grande número de pessoas nas regiões
menos desenvolvidas do país. O trabalho, sem dúvida, ocupa um espaço muito
importante na vida das pessoas e da sociedade. Observa-se, porém, que de
maneira geral os empregos na atualidade estão seguindo o modelo das novas
tendências tecnológicas, que afetam diretamente as pessoas, sofrendo
constantemente transformações, alterando e criando novas formas de se
trabalhar. O termo Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) teve como ponto de
partida, no final da década de 1960, a crescente preocupação de empresários,
líderes sindicais e autoridades da sociedade Norte Americana em relação à
influência que as atividades desempenhadas pelo empregado têm no aspecto
da saúde e bem-estar do trabalhador. As inovações feitas pela Europa, como
grupos de trabalhadores autônomos e tomada de decisões democráticas no
local de trabalho, trouxeram muita conscientização e proporcionou estudos
sobre a relação entre os aspectos do bem-estar psicológico e a produtividade
dos empregados (MELO, 2004). Dessa forma, o aumento da qualidade de vida
traz a diminuição das doenças relacionadas ao trabalho, aumentando, assim, os
níveis de satisfação dos trabalhadores, que se estenderá por toda a
organização. O estilo como as organizações de nossa modernidade vem
estruturando as atuações no ambiente de trabalho têm contribuído para o
desenvolvimento de doenças psicossomáticas e biológicas. Barrios Casas e
Paravic Klijn (2006) sugerem que o ambiente saudável no trabalho constitui um
âmbito prioritário à promoção da saúde no século XXI. Este constitui um bem
que potenciará o desenvolvimento de pessoas, comunidades e países. Constitui
um elemento central da qualidade de vida.

OBJETIVO:
O objetivo da presente pesquisa é verificar a qualidade de vida e o nível de

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estresse em trabalhadores de uma indústria do segmento de curtumes. A


hipótese é de que a maioria dos colaboradores da empresa pesquisada
percebe uma qualidade de vida baixa e altos níveis de estresse.

METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 55 sujeitos, funcionários de uma indústria de
curtume, de ambos os sexos, e de todos os setores da empresa (fábrica e
administração). A idade variou entre 18 e 69 anos, com uma média de 25,8
anos e um desvio padrão de 9,5 anos. Foram utilizados três instrumentos: um
questionário de caracterização, composto de 5 questões, onde foram
levantados dados sociodemográficos dos sujeitos; um questionário de avaliação
do nível de estresse, com 16 questões que avaliam, de modo simplificado, o
nível de estresse através de uma escala Likert de 5 pontos; e o questionário de
avaliação de qualidade de vida (WHOQOL-Bref), da Organização Mundial da
Saúde (OMS), composto de 26 questões, sendo duas questões gerais e 24
itens, também respondidas em uma escala do tipo Likert de 5 pontos, que
podem ser divididas em 4 fatores: físico, psicológico, relações sociais e
ambiente. Após a devida autorização e consentimento informado dos
funcionários, obtida mediante um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
os instrumentos foram aplicados individualmente no local de trabalho. O
tratamento estatístico foi realizado através da aplicação do teste t, sendo
adotado um nível de significância de 0,05.

RESUMO:
Em relação ao nível de estresse, observou-se que 41,8% dos funcionários da
empresa de curtume não apresentaram estresse, 50,9% apresentaram estresse
na fase de alerta e 7,3% na fase de resistência. Também demonstraram ter
uma boa percepção da qualidade de vida, tanto nos aspectos geral e de saúde,
como também nos fatores físico, psicológico e social. Já o fator ambiente teve a
menor avaliação, sendo classificado apenas como regular. Quanto aos setores
pesquisados, verificou-se uma diferença significativa ao nível de 5% apenas
para o fator físico, com o setor administrativo percebendo uma qualidade de
vida melhor nesse fator do que os funcionários do setor de fábrica. No setor
administrativo estão alocados os 6 sujeitos do sexo feminino. Já no setor de
fábrica, os colaboradores são todos do sexo masculino, apresentando um nível
de escolaridade mais baixo (a maioria com 1º grau incompleto). Considerando-
se os grupos com e sem estresse, os dados mostram uma diferença
significativa ao nível de 5% para os fatores físico, psicológico e social, sendo
que o grupo que apresenta estresse percebe uma qualidade de vida mais baixa
que o grupo sem estresse.

CONCLUSÃO:

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No geral, observou-se que os funcionários do curtume pesquisado percebem


uma boa qualidade de vida e não apresentam níveis de estresse elevados.
Embora os resultados não tenham confirmado as hipóteses iniciais, verificou-se
uma forte relação entre a presença de estresse e uma percepção mais baixa de
qualidade de vida. O estresse, apesar de ser originalmente uma reação natural
do organismo, quando acionado e não desativado pode ameaçar a estabilidade
do equilíbrio orgânico, suscitando enfermidades. Dessa forma, o elevado nível
de estresse gerado pelo ambiente de trabalho pode interferir na qualidade de
vida dos funcionários, o que pode gerar insatisfação com o trabalho e ocasionar
perdas, tanto para o colaborador como para a organização.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BARRIOS CASAS, S.; PARAVIC KLIJN, T. Promoción de la salud y un entorno
laboral saludable. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v.
14, n. 1, p. 136-141, jan./fev. 2006. Disponível em: www.scielo.br. Acesso em 10
fev. 2009.

MELO, R. R. Qualidade de vida no trabalho e os programas de qualidade total


nas empresas: estudo de caso em uma indústria de curtume. 2004. 121 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Faculdade de Engenharia
Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, Campinas (SP). 2004.

________________________________________________________________
1 Acadêmico do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA

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STRESS E ESTRATÉGIAS DE COPING EM POLICIAIS CIVIS DE


SÃO PAULO: COMPARAÇÃO ENTRE HOMENS E MULHERES
FABIANA DE NAPOLIS REIMBERG SILVA(1), GABRIELA MORALES GALHARDO(2),
BEATRIZ VINHA PASCHOAL PESTILLI(3)

GILBERTO MITSUO UKITA(4)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
Lipp (2000) afirma que o stress é uma reação do organismo, que ocorre quando
surge uma necessidade de uma adaptação a um evento ou situação de
importância, e que esta reação tem influências psicológicas, físicas, mentais e
hormonais no indivíduo, podendo ter um sentido tanto negativo como positivo.
De acordo com Lipp e Novaes (2003), o stress pode ser distinguido quanto à
origem, existindo estressores externos e internos. Os estressores externos
podem ser caracterizados como as situações que enfrentamos no cotidiano e
as pessoas com as quais encontramos ou convivemos. Já os estressores
internos podem ser nossas características pessoais, ou seja, nossos valores,
crenças e formas de interpretar as situações. O stress ocupacional é fruto da
relação entre o indivíduo e o seu ambiente de trabalho, onde as exigências do
meio ultrapassam as habilidades do trabalhador para enfrentá-las, o que pode
acarretar um desgaste excessivo do organismo, interferindo na produtividade do
profissional. Nesse sentido, o stress ocupacional pode interferir na qualidade de
vida, modificando a maneira como o indivíduo interage nas diversas áreas da
sua vida. Dessa forma, é comum ocorrer alta incidência de desajustamentos na
área familiar. Na área social, pode ocorrer o isolamento e a conseqüente falta
de amigos. A literatura apresenta diversas pesquisas sobre os efeitos negativos
do stress no que se refere à profissão, sendo que, no Brasil, já se encontram
estudos sobre o stress ocupacional em psicólogos, enfermeiros, médicos,
professores, policiais militares, bancários, executivos, jornalistas, atletas, entre
outros. Pinheiro, Tróccoli e Tamayo (2003) definem coping como uma variável
individual do modo pelo qual as pessoas habitualmente reagem ao stress,
determinadas por fatores pessoais, exigências situacionais e recursos
disponíveis. Tendo em vista o regime de trabalho desses profissionais, estudos
destacam que os policiais lidam com riscos reais e imaginários que são
inerentes à profissão, e que podem gerar stress e sofrimento.

OBJETIVO:
O objetivo da presente pesquisa foi verificar o nível de stress de policiais civis
da capital e da grande São Paulo e averiguar a existência de diferenças entre
homens e mulheres. Também identificou as fontes de stress ocupacional e as
estratégias de coping utilizadas por esses profissionais.

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METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 60 sujeitos, policiais civis de diversas carreiras,
sendo 30 homens e 30 mulheres. A coleta foi feita em delegacias da capital e
da grande São Paulo. Utilizaram-se como instrumentos um questionário de
caracterização, um inventário de fontes de stress, um inventário de estratégias
de coping e o Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL). A participação
dos sujeitos foi voluntária, através de um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. Para a análise estatística foram utilizadas provas paramétricas e
não-paramétricas, sendo adotado o nível de significância de 0,05.

RESUMO:
Os resultados mostram que homens e mulheres, com mais frequência,
apresentam stress em níveis significativos, segundo o ISSL. Constatou-se que
ambos os sujeitos, tanto femininos (70,0%), como masculinos (56,7%),
apresentaram stress em nível significativo. Entretanto, não se observou
diferenças significantes entre os sexos em relação à presença de stress.
Quanto às fontes de stress, identificou-se que, tanto homens, quanto mulheres
policiais civis consideraram o salário insuficiente como o maior gerador de
stress. Por fim, os dados obtidos mostram que as médias de controle são
significativamente superiores aos de manejo e esquiva, indicando que homens
e mulheres utilizam o controle do stress como forma de estratégia de coping.
Além disso, verificou-se que as mulheres utilizam a estratégia de controle mais
freqüentemente do que os homens.

CONCLUSÃO:
Considerando a importância do tema e dos profissionais abordados neste
trabalho, além da necessidade dos psicólogos entenderem como se processa o
stress ocupacional em homens e mulheres, sugerimos novas pesquisas e
estudos visando preparar estratégias psicoterápicas adequadas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Lipp, M. E. N. (2000). Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos
de Lipp (ISSL). (2a ed. rev.). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Lipp, M. E. N. & Novaes, L. M. (2003). O stress. São Paulo: Contexto.

Pinheiro, F. A., Tróccoli, B. T. & Tomayo, M. R. (2003, maio/agosto).


Mensuração de coping no ambiente ocupacional. Psicologia: Teoria e Pesquisa,
19 (2), 153-158. Recuperado em 30 abr. 2008, da SciELO (Scientific Eletrocnic
Library On Line): www.scielo.br.

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1 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
3 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
4 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA

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VIDA REVIRADA: DO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA A


UM NOVO SENTIDO DO SER
LUIZA TERUYA DE MEDEIROS(1), CLEIRE LEONOR MOLINARI BOSIO(2)

GILBERTO MITSUO UKITA(3)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer – INCA (2008), o câncer de
mama representa uma das principais causas de morte entre as mulheres,
observando-se um aumento de sua frequência, tanto nos países desenvolvidos,
quanto nos países em desenvolvimento. No Brasil, o número de casos novos de
câncer de mama esperados para 2008 é de 49.400, com um risco estimado de
51 casos a cada 100 mil mulheres. O câncer de mama, provavelmente, é o mais
temido pelas mulheres, principalmente pelos seus efeitos psicológicos, que
afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Mesmo com
os avanços médicos e medicamentosos que têm aumentado consideravelmente
as estatísticas de cura, uma grande parte da população mundial é
diagnosticada tardiamente. Conforme Regis e Simões (2005), o diagnóstico de
câncer de mama, quase sempre associado à morte, pode desencadear na
mulher sentimentos e comportamentos como medo, desespero, negação,
constrangimento, aceitação da doença e busca pela causa. Também pode
gerar uma nova visão da vida após o câncer. Segundo Almeida (2006), é de
grande relevância que as pacientes diagnosticadas com câncer de mama
tenham um adequado suporte psicológico durante todas as fases do
tratamento.

OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo identificar os modos de enfrentamento
utilizados por mulheres com o diagnóstico de câncer de mama, assistidas por
uma Organização Não-Governamental (ONG) da região Sul da cidade de São
Paulo. Também investigou a percepção dessas mulheres frente ao suporte
familiar e sua reação à doença.

METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 60 mulheres, com idades entre 30 e 79 anos,
portadoras de câncer de mama assistidas por Organizações Não-
Governamentais (ONG’s) e Hospitais da Rede Pública e Particular da cidade de
São Paulo. Foram utilizados dois instrumentos: um Questionário elaborado
pelas Autoras com base na literatura pesquisada, com questões sócio-
demográficas para caracterização dos sujeitos e 13 questões que abordam
aspectos relacionados ao diagnóstico e tratamento da doença, vida afetiva,

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relação familiar e social, e reações psicológicas e comportamentais; e a Escala


Modos de Enfrentamento de Problemas, para identificar as estratégias de
enfrentamento adotadas. A aplicação foi feita de forma individual e os sujeitos
foram solicitados a participar voluntariamente através de um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. A análise das diferenças foi realizada
através de provas paramétricas e não-paramétricas e o nível de significância
adotado foi de 5%.

RESUMO:
Verificou-se que a grande maioria das mulheres (73,33%) tem a família como
uma das mais importantes fontes de apoio para enfrentar a doença. Em relação
aos modos de enfrentamento utilizados, constatou-se que a estratégia de
coping mais utilizada por estes sujeitos foi a estratégia de enfrentamento
focalizado no problema (M=3,98 e DP=0,56), seguido da busca de práticas
religiosas (M=3,69 e DP=0,92). Além disso, a maioria das mulheres indicou que
a disposição para enfrentar a doença era a principal reação atual frente à
enfermidade (66,67%). Pôde-se observar que diante da condição imposta pelo
câncer de mama, as participantes sinalizaram a importância de abertura para
novas formas de pensar e agir, evidenciando a relação de apego à vida.

CONCLUSÃO:
As participantes afirmaram o foco nos aspectos positivos da vida com o objetivo
de manterem-se fortes e, portanto, mais aptas para lutar pela recuperação da
própria saúde. Observa-se que atitudes positivas e espírito combativo são
aspectos considerados benéficos para a recuperação psico-física. Além disso,
esta pesquisa é uma contribuição para uma maior compreensão sobre o
processo de enfrentamento do câncer de mama, mas sugere-se que outros
estudos sejam realizados com o intuito de melhor compreender este construto
multidimensional que é a forma de enfrentar a doença.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Almeida, R. A. (2006). Impacto da mastectomia na vida da mulher. Rev. SBPH,
9 (2), 99-113. Recuperado em 30 abr. 2008, da SciELO (Scientific Eletrocnic
Library On Line): www.scielo.br.

Instituto Nacional de Câncer – INCA (2008). Câncer de Mama. Ministério da


Saúde. Recuperado em 06 mar. 2008:
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=336.

Regis, M. F. & Simões, M. F. (2005). Diagnóstico de câncer de mama:


sentimentos, comportamentos e expectativas de mulheres. Revista Eletrônica
de Enfermagem, 7 (1), 81-86. Recuperado em 30 abr. 2008:

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http://www.fen.ufg.br/revista.htm.

________________________________________________________________
1 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
3 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA

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VIVÊNCIAS DE PRAZER E SOFRIMENTO: UM ESTUDO ENTRE


OS FUNCIONÁRIOS DE UMA AUTARQUIA FEDERAL DE
FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL.
JANAINA MALDONADO FERNANDES(1), JUSSARA DE GODOI(2)

GILBERTO MITSUO UKITA(3)(Orientadores)


Ciências Humanas
INTRODUÇÃO:
O estudo da psicodinâmica do trabalho é baseado no referencial da abordagem
psicodinâmica, desenvolvida por Dejours (1987), onde pressupõe ser o trabalho
um lugar de prazer e sofrimento. A obra de Dejours e o referencial por ele
desenvolvido, dada a centralidade que alcançaram nas discussões sobre as
relações de trabalho, nortearam o presente estudo. Dejours construiu um
sistema teórico, através da psicopatologia do trabalho e da psicodinâmica do
trabalho, que considerou todas as dimensões do ser humano e analisou o
quanto a organização do trabalho influenciou na obtenção da saúde e bem-
estar. Para ele, mais importante do que estudar as doenças psíquicas
decorrentes das condições de trabalho, é buscar conhecer e compreender as
estratégias (de defesa, individuas e coletivas) encontradas pelos trabalhadores
para equilibrarem sua instância psíquica e manterem-se na normalidade.
Conforme Resende (2003), a dinâmica do prazer e sofrimento é dialética, no
sentido de que as duas vivências co-existem e passam a ser mediadoras da
realidade psíquica, em confronto com a realidade sócio-cultural, marcada por
um movimento de luta do trabalhador em busca do prazer e evitação do
sofrimento, para manter seu equilíbrio psíquico. Para Mendes (1999), quando
há sofrimento, o indivíduo elabora mecanismos de defesa psicológicos, seja
pela forma individual ou coletiva, para manter seu equilíbrio psíquico e evitar
uma doença mental, em função do clima das relações sociais estar
comprometido. O trabalho pode favorecer a vivência de prazer, quando
beneficia a autonomia, valorizando a participação no processo de trabalho,
principalmente pela realização de uma tarefa significativa para a organização e
a sociedade.

OBJETIVO:
O presente trabalho teve como objetivo medir as vivências de prazer-sofrimento
no trabalho em funcionários de uma Autarquia Federal de Fiscalização do
Exercício Profissional. Como hipótese, partimos da premissa que existe um
predomínio da vivência de sofrimento na organização que será estudada.

METODOLOGIA:

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A amostra foi composta por 73 sujeitos, de ambos os sexos, que trabalhavam


em uma Autarquia Federal de Fiscalização do Exercício Profissional, localizado
na Região Oeste da cidade de São Paulo. Os sujeitos foram divididos em dois
grupos, sendo 50 sujeitos dos cargos Profissional de Serviços Técnico-
Administrativos (PSA) e Profissional de Suporte Técnico (PST), e 23 sujeitos
dos cargos Profissional de Atividades de Suporte (PAS), Profissional de
Atividades Estratégicas (PAE) e Cargo de Livre Provimento (CLP). Foram
utilizados dois instrumentos: um questionário de caracterização destinado a
levantar informações sociodemográficas e laborais dos sujeitos e a Escala de
Indicadores de Prazer-Sofrimento no Trabalho (EIPST). Os instrumentos foram
aplicados individualmente pelas Pesquisadoras após autorização e
consentimento informado dos funcionários, obtido mediante um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. O tratamento estatístico foi realizado
através da aplicação do teste t, sendo adotado um nível de significância de
0,05.

RESUMO:
Os resultados encontrados mostram que, em relação ao sofrimento, não houve
diferenças significantes entre os grupos PSA/PST e PAS/PAE/CLP, sendo que
os funcionários indicaram vivência moderada no fator Desgaste e vivência baixa
no fator Desvalorização. No que se refere ao prazer, os resultados apontam
uma diferenças significante entre os grupos PSA/PST e PAS/PAE/CLP, sendo
que os funcionários do grupo PAS/PAE/CLP indicaram vivência alta nos fatores
Realização e Liberdade, enquanto os do grupo PSA/PST indicaram vivência
moderada nesses fatores. Os participantes demonstraram, de modo geral, não
sofrerem e sentirem prazer com seu trabalho. Verifica-se, portanto, que a
hipótese de predomínio de vivência de sofrimento na organização estudada não
foi confirmada.

CONCLUSÃO:
Mendes e Tamayo (2001) apontam que o sofrimento dificilmente tem aparecido
nas pesquisas como predominante no contexto organizacional, o que pode ser
explicado, também, pela necessidade constante inerente à condição humana da
busca constante do prazer e evitação do sofrimento. Contudo, conforme aponta
Mendes (1999), não se pode deixar de considerar que prazer e sofrimento são
inseparáveis, fazendo parte de um único construto. Espera-se que os
resultados dessa pesquisa possam ser de utilidade para outros pesquisadores e
para empresas que busquem compreender e trabalhar em prol do bem-estar
dos trabalhadores e, consequentemente, promover melhores condições de
trabalho. As evidências colhidas com essa pequena amostra indicam a
importância de estudos mais amplos sobre o tema, dado o caráter exploratório
da presente pesquisa.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Dejours, C. (1987). A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho.
São Paulo: Cortez.

Mendes, A. M. (1999). Valores e vivências de prazer-sofrimento no contexto


organizacional. Tese de doutorado, Universidade de Brasília, Brasília-DF.

Mendes, A. M. & Tamayo, A. (2001). Valores organizacionais e prazer-


sofrimento no trabalho. Psico-USF, 6 (1), 39-47. Recuperado em 30 abr. 2008,
da PEPSIC (Periódicos Eletrônicos em Psicologia): www.pepsic.bvs-psi.org.br.

Resende, S. (2003). Valores individuais e vivências de prazer e sofrimento em


bancários de instituições públicas e privadas. Dissertação de Mestrado,
Universidade de Brasília, Brasília-DF.

________________________________________________________________
1 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
2 Acadêmica do 10. semestre do Curso de Psicologia da UNISA
3 Professor Doutor do Curso de Psicologia da UNISA

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Ciências Sociais Aplicadas

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Aborto: Um direito a ser discutido pela sociedade civil e


garantido pelo Estado
TERESA MARIA BEZERRA(1), ARIENE OLIVEIRA LOPES(2)

SONIA MARIA DE ALMEIDA FIGUEIRA(3)(Orientadores)


Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
O presente estudo tem o intuito de apresentar como se dá a questão do aborto
no Brasil e suas implicações políticas, jurídicas, sociais. Para tanto, se faz
necessário primeiramente entender como os aspectos de ordem social, política
e cultural encontram-se atrelados a essa problemática, rompendo assim, a
concepção do senso comum.
A criminalização do aborto na sociedade brasileira traz como conseqüência a
violação dos direitos da mulher, gerando estatísticas que apontam a realização
de cerca de um milhão de abortos ilegais no Brasil. Assim como os abortos
clandestinos ocasionam a 4° causa de morte materna em São Paulo.
O Decreto Lei nº. 2.848, promulgado em 7 de Dezembro de 1940, permite a
realização do aborto em dois casos: quando a gestação representa risco de
morte a gestante, ou quando a gravidez resulte de estupro e representou um
tímido avanço no código penal brasileiro. Haja vista a contextualização social da
época, que limitava a participação da mulher na sociedade, não reconhecendo
a necessidade da garantia de direitos humanos específicos como a questão dos
direitos reprodutivos.
Todavia a sociedade encontra-se em constante movimento, fator que explica o
surgimento de diversos movimentos feministas na sociedade brasileira, o que
tornou evidente a problemática social a qual se refere à questão do gênero.
A promulgação da Constituição Federal de 1988 trouxe como premissas
questões como democracia, liberdade, igualdade de direitos. Direitos estes que
estão sendo feridos constantemente a partir do momento que não se reconhece
a necessidade de alteração no obsoleto código penal brasileiro, contemplando o
aborto a uma parcela da sociedade, deixando explícito o agravamento do
problema social.
A ilegalidade do aborto traz consequências não só de cunho social, mas
também político e econômico. Haja vista a existência de clínicas particulares
clandestinas não fiscalizadas que possibilitam a corrupção e o oportunismo. No
que se refere à questão econômica, a não legalização gera altos gastos por
parte dos serviços de saúde pública, no atendimento às mulheres com doenças
e seqüelas provenientes de abortos inseguros.
Sendo assim, faz-se notória a necessidade da discussão sobre esta temática de
forma democrática, atingindo todas as esferas da sociedade brasileira, a fim de
desmistificar conceitos fortemente arraigados na sociedade, que impossibilitam

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o debate e impedem a garantia do acesso integral e eqüitativo das mulheres a


direitos reprodutivos e serviços públicos de qualidade.
Por tratar-se de uma problemática complexa, as discussões sobre a questão
iniciaram-se no término do 4º semestre acadêmico Dezembro/2007 e a partir
daí foram pontuados aspectos que seriam importantes abordar na pesquisa.
Encontramos como dificuldade inicial a escassez de pesquisa e estudos que
abordassem o tema por um viés social e imparcial, o que demonstra o quanto
esse assunto é pouco discutido na sociedade, apesar da prática do
abortamento ser utilizada há séculos, inclusive no Brasil.
As publicações da instituição feminista Católicas pelo Direito de Decidir – CDD,
foram essenciais para elaboração do estudo. A partir de algumas leituras foi
possível traçar o percurso a ser percorrido para alcançar os objetivos propostos
pela pesquisa, que visa abordar a questão do aborto buscando entender suas
implicações, fomentando uma discussão imparcial que venha evidenciar a
necessidade de ampliação e manutenção de políticas públicas que garantam a
efetivação dos diretos reprodutivos, seguidos por um acesso igualitário. Desta
forma, para abordar a temática do aborto foi necessário percorrer por diversas
áreas do conhecimento, possibilitando assim traçar uma linha lógica de
raciocínio que contemplassem tais objetivos.
Escolhemos como campo de pesquisa o Hospital Dr. Arthur Ribeiro de Sabóya,
conhecido como Jabaquara, onde funciona o Programa Aborto Legal. A opção
por um campo de pesquisa rico fez toda diferença na confecção do trabalho,
pois além de disponibilizar material bibliográfico específicos do tema, sendo um
local de discussões, reflexões e aprendizado junto aos profissionais atuante do
programa.
Outro fator a ser evidenciado, se deve ao auxilio do corpo docente da faculdade
de serviço social da Universidade de Santo Amaro - Unisa, estes se mostraram
desde o princípio disponível a auxiliar e orientar sobre como abordar uma
temática tão polêmica.
Desta forma, a pesquisa apresentada é fruto de um trabalho árduo, porém
fascinante, que nos possibilitou maior entendimento de como se estabelece as
relações de gênero na sociedade brasileira, e as conseqüências dessa
legitimada assimetria.

OBJETIVO:
Objetivo Geral:
Compreender a questão do aborto e suas implicações de cunho cultural,
político, religioso e econômico na sociedade brasileira, fomentando uma
discussão imparcial que venha evidenciar a necessidade de formulação de
políticas públicas que garantam os diretos reprodutivos seguidos por um acesso

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igualitário
Objetivos Específicos:
1.Conhecer o perfil das usuárias do Programa Aborto Legal no Hospital Dr.
Arthur Ribeiro de Sabóya
2.Conhecer como se efetiva a política pública que visa garantir o serviço de
abortamento conforme o previsto no artigo 128 do código penal brasileiro de
1940, a partir da experiência do Programa Aborto Legal realizado no Hospital
Arthur Ribeiro de Sabóia.
3.Conhecer os entraves relacionados às questões, que permeiam a intervenção
do Assistente Social, no programa Aborto Legal.

METODOLOGIA:
Com o intuito de atender os objetivos da pesquisa foram escolhidas para
abordagem do tema as metodologias: qualitativa e quantitativa.
A pesquisa quantitativa se deu por meio do levantamento de dados de mulheres
usuárias do programa aborto legal no período de janeiro 2008 à Maio 2009. Já
o método qualitativo se efetivou através de entrevistas semi-estruturadas com
os profissionais atuantes no Programa de Aborto Legal, pensando na
especificidade de cada categoria profissional.

RESUMO:
A realização da pesquisa nos possibilitou verificar o acesso ao Serviço de
Aborto Legal, ocorre em sua maioria através de encaminhamentos serviços
diversa como: ONGs, igrejas, hospitais. O perfil das usuárias do programa é
jovens mulheres, cuja gestação geralmente advém de estupro.
O método utilizado com maior freqüência para a interrupção da gravidez é o
Misoprostol, conhecido comercialmente como Cytotec, fato que evidencia a
chegada tardia dessas mulheres ao atendimento.
No que tange a questão dos direitos reprodutivos e sexuais, nota-se que o
corpo de profissionais que compõem o programa Aborto Legal em sua maioria,
visualizam as questões de caráter político e social que se encontram
intrinsecamente ligada à execução e proteção destes. Porém, apesar de todos
apresentarem clareza a respeito da concepção sobre direitos reprodutivos e
sexuais das mulheres, não há unanimidade quanto ao posicionamento pessoal
dos profissionais.
Todavia, apesar de não haver uma homogeneização nos posicionamentos dos
profissionais atuantes do programa, verificamos que os princípios pessoais não
comprometem a prática profissional dentro do programa, pois os mesmos
mostram-se imparciais durante o atendimento, conforme preconiza a norma

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técnica de atenção humanizada ao abortamento.


Apesar de a política estar pautada no direito instituído código penal brasileiro de
1940 no artigo 128, percebe-se que a mesma não é considerada uma política
prioritária pelo Estado, apresentando assim entraves que permeiam a
efetivação da mesma como: a ausência de profissionais que tratem a questão
do aborto com imparcialidade, limitações institucionais, escassez de espaço
físico adequado para o atendimento, falta de recursos públicos que garantam a
funcionalidade do serviço prestado.
Percebe-se que a resistência de profissionais se dá maciçamente na categoria
médica, fato evidenciado no corpo técnico do programa onde há somente um
médico, este atuante também no Pronto Socorro - PS do hospital.
Todos os profissionais entrevistados afirmam que este fato encontra-se
intrinsecamente relacionado à questão do preconceito que envolve a sociedade,
reforçado pelo Conselho Regional de Medicina - CRM, que torna o atendimento
médico facultativo em caso de aborto.
No entanto, a questão do preconceito é um fator existente na sociedade
brasileira, que construída sob pilares patriarcais e conservadores, mostra-se
resistente a mudanças pertinentes ao âmbito feminino, isso compromete a
agilidade no avanço de discussões relacionadas à questão do gênero

CONCLUSÃO:
Tratar a questão do aborto na sociedade brasileira é algo delicado, devido
fatores de ordem social, moral, religiosa e jurídica, que se encontram
diretamente atrelados a esta problemática. Estes comprometem diretamente a
execução e ampliação de políticas públicas, que visam garantir o acesso pleno
a um direito instituído legalmente.
Partindo desse pressuposto, o estudo possibilitou contextualizar a questão do
aborto no Brasil, verificar como se dá a política pública de saúde que visa
executar o abortamento nos casos previstos por lei, traçar o perfil das usuárias
do serviço, e averiguar a atuação dos profissionais envolvidos com a execução
desta política.
Apesar da Constituição de 1988 preconizar um estado laico, nota-se que
questões de ordem moral e religiosa influenciam negativamente a execução da
política pública de saúde que visa a realização do abortamento em casos
específicos previstos no artigo 128 do Código Penal Brasileiro vigente,como
risco de vida da gestante e gestação advinda de estupro.
A existência de um aparato jurídico que subsidie a garantia do direito ao aborto
não legitima na prática o serviço de abortamento legal. Haja vista, fatores como:
a dificuldade do Programa de Aborto Legal do Hospital Dr. Arthur Ribeiro de
Sabóya em pleitear e manter uma estrutura física que possibilite um

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atendimento humanizado, pois se fazem necessários argumentos constantes da


equipe que justifiquem a existência de tal estrutura; a ausência de profissionais
sensibilizados com a problemática, principalmente médicos, já que a realização
do procedimento abortivo em casos previstos é facultativa de acordo com
código de ética da categoria; a dificuldade de acesso a medicamentos e
manutenção de equipamentos necessários para realização da prática abortiva
como Misoprostol, AMIU elétrico e manual.
Os fatores acima citado, elucidam a dificuldade de aplicar-se um direito de
forma digna à população usuária que necessita do serviço. Além de ferir normas
e princípios estabelecidos em documentos jurídicos oficiais e legítimos como
leis, normas técnicas de saúde e portarias.
Percebe-se que a permanência do serviço de aborto legal no Hospital Dr. Arthur
Ribeiro de Sabóya, não se deve ao respaldo legal e sim ao corpo técnico do
programa. Este, composto por profissionais que buscam exercer uma prática
com distanciamento de princípios pessoais, entendendo a questão do aborto
além da perspectiva jurídica.
Nota-se que a problemática do aborto traz situações de conflitos para os
profissionais que trabalha diretamente com esta questão, sejam eles de ordem
pessoal, profissional, social ou política. Fato que evidencia o quanto é difícil
tratar a questão do aborto na sociedade brasileira, seja para a mulher como
cidadã que busca autonomia sobre seu corpo e acesso a um direito, quanto
para os profissionais que atuam nas políticas que visam garantir tal direito.
O Serviço Social na execução desta política atua como porta de entrada do
serviço, além de representar papel central de liderança no programa, função
esta, legitimada pelos demais profissionais e diretoria do programa.
Tal reconhecimento representa o compromisso e engajamento evidenciado na
atuação profissional, que por sua vez é norteada pelos princípios fundamentais
do Código de Ética Profissional como: reconhecimento de liberdade, defesa
intransigente dos direitos humanos, ampliação e consolidação da cidadania,
defesa da democracia, posicionamento a favor da equidade e justiça social,
empenho nas formas de eliminação de todas as formas de preconceito,
compromisso com a qualidade de serviços prestados a população.
Embora a atuação da categoria tenha como parâmetro tais princípios, o serviço
social do programa apresenta como nós críticos uma rede institucional
atualmente enfraquecida que não fomenta discussões a respeito da temática e
dos serviços existentes que trabalha direta ou indiretamente a questão de
gênero, ausência de relatórios periódicos avaliativos do programa que permita
avaliar o atendimento além de institucionalizar dados do programa.
Avaliamos que a política pública de saúde que visa a garantia de direitos
estabelecidos legalmente no código penal de 1940 sofre com a omissão do
Estado, que por sua vez não oferece recursos suficientes para efetivação
integral e satisfatória de tal política.

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O profissional de Serviço Social dentro desse contexto, enfrenta em seu local


de trabalho as diversas expressões da questão social, os recursos escassos, a
dinâmica institucional inconstante e a necessidade de capacitação constante
para responder aos desafios, propor possibilidades, facilitando o acesso e a
comunicação das usuárias entre os sistemas.
Diante da escassez de produção bibliográfica que aborde a questão do aborto
desprovida de conceitos morais e religiosos, a pesquisa apresentada visa
contribuir de forma positiva para discussão imparcial que venha evidenciar a
necessidade de legitimação e formulação de políticas públicas que garantam os
diretos reprodutivos seguidos por um acesso igualitário.
A partir do estudo realizado verificamos a necessidade dos profissionais
atuantes na política pública de saúde, do programa Aborto Legal, buscar
estratégias que possibilitem a superação dos complicadores da política. Desta
forma sugerimos a realização de avaliações periódicas do programa realizadas
tanto pela equipe técnica, quanto pelo usuário do serviço. Estas serão utilizadas
como parâmetros da atuação profissional e qualidade do serviço, assim como
subsidio para formulação de pesquisas, artigos e outros materiais que
divulguem o serviço e estimulem o debate na sociedade.
Outro fator a ser otimizado no serviço, é o fortalecimento do trabalho em rede
institucional. Já que as redes de serviços bem articuladas contribuem de forma
positiva, na fomentação de discussões e mobilizações que tratem a questão de
gênero, auxiliando na desconstrução de conceitos conservadores e machistas
amplamente propagados em na sociedade brasileira, pois trabalhar a sociedade
civil é primordial para a garantia e ampliação de direitos sociais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CAVALCANTE, Alcinete.; XAVIER, Dulce. (org). Em defesa da vida: aborto e
direitos humanos. São Paulo: Católicas pelo Direito de Decidir, 2006.
LOLATTO, Simone. A intervenção da Assistente Social diante da questão do
aborto. 2004. 140 f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) - Programa de
Pós-Graduação em Serviço Social, Universidade Federal de Santa Catarina,
Santa Catarina, 2004
BRAVO, Maria Inês Souza. Políticas de Saúde de no Brasil. In: MOTA, Ana
Elizabeth et al. (orgs). Serviço Social e Saúde: Formação e trabalho
profissional. 2. ed. São Paulo: OPAS, OMS e Ministério da Saúde, 2007.
FALEIROS, Vicente de Paula: Estratégias em Serviço Social. 4. ed. São Paulo:
Cortez, 2002
CAVALCANTI, Ludmila Fontenele; ZUCCO, Luciana Patricia. Políticas de Saúde
e Serviço Social. In: REZENDE, Ilma.; CAVALCANTI, Ludmila Fontenele. (orgs).

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Serviço Social e Políticas Sociais, 2. ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006.

________________________________________________________________
1- Aluna do 8º semestre da faculdade de Serviço Social da Universidade de
Santo Amaro.
2-Aluna do 8º semestre da faculdade de Serviço Social da Universidade de
Santo Amaro.
3- Professora Doutora orientadora do trabalho científico

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Casa Hope: Mais que uma reinserção social


CAMILA ARAUJO DA SILVA(1), SUZANY INGRID DE MIRANDA(2), ANGELICA KOJO
QUINTELA(3)

CARLOS EDUARDO MUNHOZ(4)(Orientadores)


Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
Acompanhar um grande projeto social é edificante na formação pessoal e
acadêmica de qualquer pessoa que tenha esta possibilidade. Nosso país vem
passando por profundas transformações sociais, econômicas, políticas e legais,
mas ainda existem diversas áreas que precisam de melhorias urgentes. O
trabalho voluntário e os profissionais envolvidos em Organizações Sem Fins
Lucrativos constituem um exército de brasileiros que mostram ser possível unir
forças e trabalharem na busca de soluções para diferentes problemas. Estas
pessoas são capazes de mudar a realidade em que vivem milhares de
brasileiros, os principais ingredientes desta equação são coragem,
determinação e a certeza de que estão fazendo um país melhor.

Após conhecer a Casa Hope e toda a sua infra-estrutura, utilizamos dos


conhecimentos tecnológicos adquiridos em nosso curso de Gestão em
Marketing para desenvolver o Projeto Casa Hope: Mais que uma Reinserção
Social.

Temos a certeza que nosso projeto pode ser adotado por outras Instituições
que prestam trabalhos sem fins lucrativos e desejamos motivar nossos amigos
(estudantes) para utilizarem de seus conhecimentos em causas sociais,
utilizando todas as competências desenvolvidas academicamente como norte
transformador e impulsionador de um país com um futuro melhor.

OBJETIVO:
Nosso objetivo foi criar uma Campanha de Marketing Social, intitulada Casa
Hope: Mais que uma Reinserção Social, que utiliza técnicas mercadológicas,
que produzem a promoção dos trabalhos e ações desenvolvidas pela
Instituição.

Todas as ações foram focalizadas para criar um clima de assistência a Casa


Hope que atente a crianças e adolescentes com câncer, disponibilizando de
apoio biopsicosocial e educacional, com 100% de gratuidade as pessoas
carentes, que são portadoras de câncer, transplantadas de medula óssea,
fígado e rins e seus respectivos acompanhantes.

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Sabemos que é possível alcançar estes objetivos e transformar a vida destas


crianças e adolescentes.

METODOLOGIA:
Utilizamos o método de pesquisa hipotético dedutivo, através de pesquisas
primárias e secundárias. Várias fontes foram pesquisadas para o levantamento
dos dados secundários.

RESUMO:
Discussão

Um projeto de marketing social isolado pode ajudar o nosso país a descobrir um


caminho para o desenvolvimento? Entendemos que existem milhões de
cidadãos que nunca contribuíram com um projeto social e assim nunca
obtiveram a chance de desenvolver seu potencial social. A campanha de
marketing social para o Casa Hope visa criar mecanismos para que a iniciativa
privada abrace projetos sociais.
As universidades como a Unisa – Universidade de Santo Amaro, são potenciais
parceiras destas ações, pois podem incentivar ou até mesmo premiar os alunos
que desenvolvam trabalhos voluntários, agregando valor acadêmico a diversas
entidades ou instituições que necessitam de conhecimento tecnológico e que
não tem ou não o dominam por completo.

Resultados
Os resultados que surgiram durante nosso projeto nos ajudaram a perceber
quantos benefícios podem ser alcançados e a quantidade de mudanças que
poderemos proporcionar no sistema de comunicação e marketing da Casa
Hope.
Na busca de novos voluntários para apoio técnico e financeiro, tanto pessoas
físicas quanto jurídicas, devem ser estimuladas constantemente. Desejamos
alcançar todos os resultados esperados em 06 meses no que estamos
chamando de fase pioneira do processo.

CONCLUSÃO:
Utilizar de técnicas acadêmicas e aplicá-las na busca de melhorar o
desempenho de uma Instituição cria uma sinergia educacional entre a teoria e
prática e demonstra que podemos aplicar nossos conhecimentos em qualquer
tipo de empresa, entidade ou instituição.
Podemos e devemos levar estes conhecimentos aos mais necessitados, pois
assim, teremos a chance de conhecer realidades e situações que estimulam o
crescimento pessoal e profissional, na busca de um bem maior que é a criação
de práticas que melhorem a qualidade de vida das pessoas que passam por um

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momento tão difícil, como é ser tratado por câncer.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
KOTLER, Philip, ROBERTO, Eduardo L. Marketing Social: estratégias para
alterar o comportamento público. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

MARCOVITCH, Jacques. Da exclusão à coesão social: profissionalização do


Terceiro Setor. In 3º Setor – Desenvolvimento Social Sustentado. São Paulo: E
Paz e Terra, 1997.

ROCHE, Crhis. Avaliação de impacto do trabalho das ONGs: Aprendendo a


valorizar as mudanças. São Paulo: ABONG, 2002
________________________________________________________________
"marketing social é visto como uma estratégia de comportamento
inovador das empresas, combinado a um esquema integrado de planejamento e
ação, com o
aproveitamento dos avanços na tecnologia das comunicações e na capacidade
de marketing."

Philip Kotler

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Enade, um direito nosso!


PEDRO SILVEIRA MAIA FILHO(1), RALF DE ALMEIDA(2), CAROLINA PAULELLA
MANENTE(3), ELAINE CRISTINA SANTIAGO PORTO(4), TATIANA APARECIDA DOS
ANJOS(5), ALESSA TEO DIAS HENRIQUE(6)

JULIA LUCIA DE O ALBANO DA SILVA(7),PAULO RENATO SAMA SOARES DE


SOUZA(8)(Orientadores)
Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
O projeto de campanha institucional " Enade um Direito Nosso" teve como
principais objetivos informar ao aluno da UNISA sobre a existência e a
importância do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 1;
sensibilizar o discente sobre a importância do referido exame para a instituição,
seu curso e sua formação, alertando sobre a relevância da avaliação como um
diferencial para o mercado de trabalho.

A campanha foi desenvolvida pelos alunos de Comunicação Social -


Publicidade e Propaganda Agência Experimental JUMP- com orientação de
professores e coordenação do curso no período compreendido entre 15 de
Setembro e 10 de Novembro de 2009.

Na concepção das peças que integraram a campanha, buscou-se uma


linguagem adequada ao perfil jovem do estudante da UNISA, de fácil
assimilação, com enfoque na função persuasiva da comunicação. Exploraram-
se técnicas e estratégias de marketing e da publicidade impressa e digital para
garantir não apenas a informação, mas também o processo de identificação tão
necessário para a efetiva adesão do aluno e de toda a comunidade envolvida.

Entre as peças desenvolvidas, estavam cartazes, flyers, banners eletrônicos,


wallpapers, faixas e camisetas, utilizadas nas diferentes ações de marketing
interno e de orientação aos alunos, professores e agentes administrativos da
universidade.

Nos corredores, foram afixados os cartazes desenvolvidos com conteúdo geral


sobre o exame, cujo foco principal estava na questão da persuasão. Assim
como, a utilização do banner exposto em palestras e eventos na universidade,
tais como o ciclo de estudos avançados, e a colocação de faixas de divulgação
sobre o exame nas entradas principais dos três campi.

Dentro das salas de aula, os cartazes afixados foram desenvolvidos com um


texto informativo sobre o que é o Enade e os benefícios da prova ser realizada

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com responsabilidade. O objetivo dos cartazes dentro das salas de aula foi o de
estimular os estudantes a se informarem mais sobre o assunto.

Recursos digitais foram explorados como suporte para desenvolver e aprimorar


a campanha. Wallpapers que inseridos como plano de fundo nos computadores
do Centro de Micro informática (CMI) serviram de alerta aos alunos sobre o
tema da campanha, ou seja, tornou-se um dos instrumentos para motivar os
alunos a acessar o site que continha todas as informações sobre o Enade.

O flyer desenvolvido para panfletagem abordava o conteúdo completo da


campanha com a data e horário da prova, dicas e informações gerais para que
os alunos pudessem levar com eles e lerem quando possível. O material ficou
disponível nos balcões da Central de Relacionamento, CMI, Biblioteca,
Secretaria de Cursos e as duas lanchonetes do campus II, além de serem
divulgados para os outros campi e polos parceiros da Unisa Digital.

E- mails marketing foram disparados em escala para comunicar à toda


comunidade acadêmica, em especial, aos alunos, sobre os principais
acontecimentos relativos ao exame. Foram quatro envios, desde a informação
sobre o Enade até o agradecimento da realização consciente da avaliação.

A inserção do banner no site da UNISA foi um recurso utilizado devido a


facilidade de visualização e mobilização da atenção da comunidade acadêmica
e, consequentemente, o seu redirecionamento para a página específica sobre o
Enade onde estavam contidas todas as informações atualizadas sobre o
exame.

O próximo passo é o desenvolvimento de uma pesquisa qualitativa para avaliar


os principais efeitos da campanha junto a comunidade acadêmica, em especial
os discentes que realizarm o Exame em 2009.

OBJETIVO:
Informar ao aluno da UNISA sobre a existência e a importância do Exame
Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade); sensibilizar o discente sobre
a importância do referido exame para a instituição, seu curso e sua formação,
alertando sobre a relevância da avaliação como um diferencial para o mercado
de trabalho.

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METODOLOGIA:
Abordar os meios de comunicação internos e digitais com os estudantes da
universidade por se tratar de uma campanha de curto período.
Por conseguinte, a divulgação inicial da campanha por meio de cartazes nos
corredores e salas de aula, e-mail marketing, banner no site da universidade,
faixas nas vias principais de circulação e panfletagem, assim conseguir atingir o
maior número de alunos em curto prazo.
O segundo momento teve grande relevância por se tratar da proximidade da
data do exame. Os alunos foram abordados com a presença dos
coordenadores nas salas de aula e um segundo período de panfletagem, dando
ênfase à campanha e conteúdo programático.
A tática principal foi e será sempre disponibilizar o link para a visualização e
consulta do site da universidade, uma vez que os dados sobre o Enade podem
ser alterados sem aviso prévio.

RESUMO:
O resultado da campanha institucional "Enade: um direito nosso" poderá ser
verificado após a publicação do desempenho dos alunos no Enade. Existe
ainda a perspectiva de desenvolver uma pesquisa qualitativa para obter um
retorno concreto quanto à assimilação e satisfação das estratégias
desenvolvidas.

CONCLUSÃO:
O desenvolvimento da Campanha "Enade um direito nosso" evidenciou o
importante papel da comunicação no processo de informação e sensibilização
da comunidade acadêmica, assim como, mostrou-se como uma oportunidade
para que nós- alunos de Comunicação Social:- Publicidade e Propaganda -
pudésemos colocar em prática conceitos e teorias desenvolvidas nas disciplinas
regulares do curso.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. A era da informação: economia,
sociedade e cultura; v.1. Trad. Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz e
Terra, 2001

LÉVY, Pierre. O ciberespaço como um passo metaevolutivo. A genealogia do


virtual: comunicação, cultura e tecnologia do imaginário. Francisco M. Martins,
Juremir Machado da Silva (org). Porto Alegre: Sulinas, 2004.

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______________ A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço.


São Paulo: Loyola, 1998.

CARVALHO, N. – Publicidade: A linguagem da sedução, São Paulo: Atica,


2002.

CARRASCOZA, João Anzanello. Redação Publicitária - Estudos sobre a


Retórica do Consumo. São Paulo, Futura

________________________________________________________________
1. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – ENADE para a sociedade
acadêmica se faz necessária a sua conceituação, seus objetivos e sua posição
estrutural no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES.
O SINAES foi instituído pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, com o
objetivo de
“assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação
superior, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus
estudantes” (art. 1º). Essas avaliações giram em torno dos três eixos que
compõem a educação superior: o ensino, a extensão e a pesquisa.

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Estudo da Evolução da Cobertura dos Grandes Eventos


Esportivos nas Revistas Semanais: aspectos textuais e
imagéticos
MAICON ROBERTO FELISBINO(1)

ANDERSON GURGEL CAMPOS(2)(Orientadores)


Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
As três principais revistas semanais de informação são a Veja (criada em 1968),
Istoé (criada em 1976) e Época (criada em 1998). Na prática, a cobertura
semanal feita por esses veículos ajuda a contar um pouco da história dos
grandes eventos esportivos e ajudará a entender a construção jornalística
desses eventos, a partir das páginas desses veículos. Em um momento em que
o País caminha para a realização da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e
dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, entender como as revistas
semanais, como forma de cobertura jornalística, construíram em suas páginas
esses eventos pode ser uma forma de contribuir para o entendimento da
evolução social da percepção desses eventos e de como o jornalismo pode
preparar-se para as oportunidades que já estão agendadas para o futuro.

OBJETIVO:
1. Entender o histórico de cada publicação e suas particularidades editoriais;
2. Levantar o escopo de reportagens que abordam o tema indicado;
3. Estudar teorias que permitam entender a construção de sentido dada pelas
revistas dos grandes temas sociais;
4. Analisar, a partir de teorias de análise de discurso e de construção de
sentido, a cobertura de cada veículo;
5. Levantar considerações sobre a teia simbólica de valores criada pela
sociedade, a partir desses veículos de comunicação, para esporte espetacular
de alto rendimento;
6. Contribuir para o debate e preparação dos profissionais de comunicação para
a cobertura dos grandes eventos esportivos que serão realizados no Brasil
futuramente.

METODOLOGIA:
A partir da consulta ao acervo das revistas criamos a seguinte metodologia de
pesquisa: Início com a clipagem das reportagens que abordam a cobertura dos
grandes eventos esportivos desse estudo, a saber: as Copas do Mundo de
Futebol, os Jogos Olímpicos e, em particular, os Jogos Pan-Americanos Rio

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2007. Após a seleção desse material, vamos iniciar o estudo quantitativo e


qualitativo do corpo de reportagens levantados para definição dos temas e
abordagens percebidos. Paralelamente, será feita um estudo de autores que
permitam o entendimento da relação das mídias impressas com seus públicos,
o jornalismo de revista e a análise de discurso como forma de construção de
sentido desses objetos no jornalismo. Em seguida, será feito um estudo
qualitativo de textos emblemáticos de cada categoria levantada. Por fim, como
considerações finais, vamos fazer uma análise dos resultados e das
perspectivas surgidas a partir desse estudo para a cobertura dos grandes
eventos esportivos na mídia impressa.

RESUMO:
A) A cobertura esportiva dos grandes eventos esportivos no passado tem a
mesma importância que atualmente?
B) O foco da cobertura esportiva sofreu alguma evolução? As abordagens de
pauta são as mesmas?
C) Sobre os negócios do esporte: há um aumento do número de reportagens,
com a consolidação da Indústria da Cobertura dos Eventos Esportivos?
D) Como é o comportamento das três revistas? As coberturas são similares,
abordam os mesmos assuntos? Há divergências? Há convergências?
E) Como o entendimento dessa evolução histórica das coberturas contribui para
a preparação da cobertura dos futuros grandes eventos esportivos que
ocorrerão no Brasil?

CONCLUSÃO:
O trabalho de pesquisa ainda está em fase inicial, ou seja, na clipagem das
revistas. Mas esperamos como resultados alcançar um amplo levantamento da
construção de sentido desses eventos ao longo do período histórico coberto
pelas três revistas. Acreditamos que esta pesquisa irá ajudar a entender as
complexas relações existentes entre os veículos de comunicação de massa e
seus públicos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
GURGEL, ANDERSON. Futebol S/A – A Economia em Campo. São Paulo:
Editora Saraiva, 2006.
LANDOWSKI, ERIC. A Sociedade Refletida. São Paulo/Campinas:
Educ/Pontes, 1992.
SAVIOLI, FRANCISCO PLATÃO; FIORIN, JOSÉ LUIZ. Lições de Texto: Leitura
e Redação. São Paulo: Editora Ática, 2002.

________________________________________________________________
n/c

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Estudo sobre as escolhas étnicas raciais nos processos de


adoção
RENATA CRISTINA BLEINAT(1), SHEILA CARNEIRO DA SILVA(2), DANIELE HARDER
PEREIRA(3)

VERA CRISTINA DE SOUZA(4)(Orientadores)


Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
Este estudo discute os conceitos de família, processo de adoção e
principalmanete, apresenta amplamente as dificuldades que crianças negras
enfretam para serem adotadas quando comparadas às crianças brancas de
uma mesma faixa-etária.

Como mostram vários estudiosos, a família é a primeira forma de socialização


do indivíduo. Afirmam também que o convívio familiar é condição relevante para
a proteção, crescimento e desenvolvimento da criança e do adolescente.
CARVALHO (2000)

Razões como a reestruração do mercado de trabalho, o emprego instável, o


desemprego, o mercado informal e consequentemente, a ausência de recursos
básicos como moradia, alimentação entre outros, se apresentam como um dos
principais motivos que conduzem à colocação de uma criança ou jovem em
instituições ou famílias substitutas.

Este cenário embora atinga brancos e negros são esses últimos os mais
atingidos.

Autroes como CARNEIRO (2001) mostram que é a população negra quando


comparada com a população branca que mais vem sofrendo com essas
ausências ocupando uma posição de inferioridade e desigualdade de condições
em relação aos brancos.

No que se refere ao processo de adoção estudiosos mostram que a mesma


evoluiu através de implementações de novas legislações. Exemplo disto é que
em um passado não muito distante as adoções visavam apenas beneficiar os
casais sem filhos mas atualmente atuam de forma a atender os principais
direitos de crianças e adolescentes.

E ainda, este novo processo legislativo voltado às adoções evidenciam que a


criança adotada possui os mesmos direitos de filhos biológicos, independente
de sua etnia.

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Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) a instituição


familiar é um direito e deve ser priorizado como local de sociabilidade favorável
aos interesses e as necessidades do segmento infanto-juvenil sendo proibidas
quaisquer denominações discriminatórias.

Dessa forma, a hipótese inicial que nortearam a produção de nosso TCC –


Trabalho de Conclusão de Curso era:

a) Estaria a variável étnica racial negra influenciando negativamente nos


processos de adoções?

Verificamos junto a bibliografia voltada ao tema que de fato, a


institucionalização da criança e do adolescente negro é prolongada seja em
virtude da burocracia, da morosidade bem como pela atuação dos preconceitos
étnicos que compõem este processo.

Cabe destacar que encontramos muitas dificuldades para localizar bibliografia e


estudiosos que tratam da temática adoção associada a variável étnica, uma vez
que a questão racial é pouco discutida neste processo.

Dessa forma noss pesquisa se fundamentou nos elementos que envolvem a


adoção: família, legislação, pobreza, abandono, questão social, questão
socioeconômica, preconceito, institucionalização, políticas públicas e o trabalho
do profissional de Serviço Social.

OBJETIVO:
Verificar o processo de escolha da etnia de uma criança apta para adoção e o
possível preterimento pela variável negra.

METODOLOGIA:
Nossa pesquisa de campo teve início em Junho e término em Outubro
resultando em 5 meses de trabalho.

Nossa pesquisa envolveu as seguintes etapas:

A. Busca bibliográfica e Entrevistados

1. Pesquisa bibliográfica.

2.Entrevistas com profissionais – brancos e negros - envolvidos com o processo


adotivo: sociólogos, antropológos, psicólogos e assistentes sociais.

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3.Entrevistas com membros do Movimento Social Negro.

4. Participações nas atividades desenvolvidas por Grupos de Apoio à Adoção,


Abrigos, Vara da infância.

5. Entrevistas com famílias, homens e mulheres em processo de adoções

6. Entrevistas com famílias, homens e mulheres já adotivos

B. Material de Campo:

1. Questionário semi-estruturado ( 15 perguntas fechadas e 6 abertas)

2. Transcrição das entrevistas.

3.Análise de dados mediante análise do discurso.

RESUMO:
1. Preterimento Étnico: Nosso estudo mostrou que o preterimento étnico
também compõem o universo da adoção evidenciando que o exercício do
convívio com as diferenças é desprezado. De 15 casais entrevistados
pretendentes à adoção, somente 03 optaram pela etnia negra/parda.

2. Representações Sociais: A idealização de padrões de beleza, justamente


pela possibilidade de poder escolher, acaba excluindo crianças negras,
cessando o direito ao convívio familiar.
Observa-se, que na hora de adotar, a cor da pele pode ter uma importância tão
grande que assistentes sociais e profissionais da área têm dificuldade em
trabalhar a questão.
"Aqui não há crianças negras", fala de uma técnica de abrigo, contrastando com
dados do Cadastro Nacional da Adoção.

3. Discriminação Social e Étnica: em nosso país ainda se encontra enraizada


nos preconceitos raciais. A população negra ainda é, hoje, discriminada
culturalmente e socialmente.

4.O Direito à Diferença: a sociedade não aceita as diferenças entre brancos e


negros.

CONCLUSÃO:
Este estudo demonstrou que práticas de seleção e preterimento também fazem
parte do universo da adoção, assim o exercício do convívio com as diferenças

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mais uma vez é deixado de lado, também foi constado que aqueles que
adotaram crianças de etnia diferente as suas passam ou já passaram por algum
tipo de preconceito quando à diferença existente entre eles fica evidente.
Infelizmente a cultura do nosso país ainda se encontra enraizada nos
preconceitos raciais de antigamente.
A adoção deve assumir seu verdadeiro papel acabando com a crise da criança
sem família, visando satisfazer prioritariamente os interesses do adotado a ter
uma proteção familiar.
Somos a favor da construção daquilo que denominamos como “adoções
necessárias” estimulando estudos, pesquisas, realização de eventos sobre o
tema da adoção, trabalhando as origens, raízes socioculturais (em especial a
cultura africana) o multiculturalismo e a capacitação dos técnicos envolvidos
nos processos de adoção.
“Se assumirmos que o preconceito é aprendido socialmente, entendemos que
este tipo de pensamento pode ser modificado!”. (WEBER, 1997)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CHAVES, Antonio. Adoção. Belo Horizonte: Del Rey, 1995.

SILVEIRA, Ana Maria da. Adoção de crianças negras: inclusão ou


exclusão?.São Paulo: Veras, 2005.

WEBER, L.N.D. Institucionalização X Adoção: um caminho possível? Boletim


Adoção em Terre des Hommes. Ano VIII, n.83/84, 26 de maio de 1996.
________________________________________________________________
Após a construção do nosso trabalho fomos convidadas a participar do I Forúm
do Ensino Superior Sobre os Desafios do Ensino de História e Cultura Africana
e Indigena organizado pela CONE ( Cordenadoria dos Assuntos da População
Negra) nos dia 29 e 30/10/09 onde apresentamos nosso trabalho representando
a UNISA.

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Estudo Territorial: Instrumental de Intervenção Profissional


LEANDRA ARAUJO DE SOUZA(1)

CAROLINE PAULA SILVA MARQUES DE SOUZA(2)(Orientadores)


Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
Este presente trabalho correspondeu à avaliação final como requisito de
aprovação no Curso de Serviço Social, realizado na Universidade de Santo
Amaro – UNISA e visa contribuir com o Estudo Territorial como um Instrumental
de Intervenção profissional através de reflexões concretas, obtidas na
investigação.
O interesse por esta pesquisa surgiu a partir de um trabalho realizado em sala
de aula, na disciplina de Oficina de Serviço Social, ministrada pela professora
Viviane Diniz, a qual incentivou e apoiou o inicio do projeto, por se tratar de um
tema tão importante e pouco utilizado pelos assistentes sociais.
A abordagem territorial surge da necessidade de compreender o
desenvolvimento, as articulações e as relações entre as classes, como
processos interligados e não dicotômicos. Conseqüentemente o conhecimento
do território possibilita uma justa identificação das demandas das condições de
vida dos moradores de determinado local e com isso possibilita
elaborar/planejar alternativas de atuação mais justas e desenvolvimento/gestão
de políticas públicas efetivas, eficazes e eficientes.
O Plano Nacional de Assistência Social enfoca como emergencial a construção
de ações territorialmente definidas e relacionadas às desigualdades sociais
existentes no território, propiciando o desenvolvimento de ações
descentralizadas, integradas e articuladas.
É com esta visão da importância do Estudo Territorial como intervenção
profissional que elaboramos o presente estudo, a fim de conhecer quais são as
possibilidades de intervenção, conquistas e entraves do assistente social que
utiliza o estudo territorial como instrumental de intervenção.
Para tanto, elegemos o Presença Social nas Ruas, projeto do Instituto Santa
Lucia, que tem como objetivo atender crianças, adolescentes, jovens, adultos,
idosos em situação de rua e suas famílias, através de ações que
proporcionassem inclusão social e o exercício da cidadania.
Por se tratar de um projeto que apresenta abordagens consistentes e não
apenas encaminhamentos, como vinha acontecendo até então com o Programa
Acolher, em 2006 este projeto foi aprovado pela Secretaria Municipal de
Assistência e Desenvolvimento Social e implantado como projeto piloto, no
bairro da Sé, em caráter emergencial. Em agosto do mesmo ano, foi
descentralizado, dando origem as unidades de Santana, Mooca, Pinheiros,
Santo Amaro e Lapa.

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Essa pesquisa foi realizada no Presença Social – Santo Amaro, utilizando como
técnica metodológica a pesquisa qualitativa, quantitativa, análise documental,
entrevista aberta, semi estruturada e gravada com as assistentes sociais e
acompanhamento de abordagem com os agentes de proteção social, no
território de Santo Amaro.
As respostas para as questões apresentadas no decorrer deste estudo, foram
encontradas em referenciais teóricos como: Marcos Aurélio Saquet, Roberto
Lobato Corrêa, Vicente de Paula Faleiros, Gerson Heidrich, Marilda Iamamoto,
Dirce Koga, Milton Santos, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a
Fome – Secretaria Nacional de Assistência Social, Fundação Seade de 2000,
sobre moradores em situação de rua, entre outras pesquisas e documentos que
vieram a contribuir.
Sendo assim, o presente trabalho foi estruturado da seguinte forma, no Capítulo
I, foi realizado um resgate sobre as reflexões e conceitos de território na
perspectiva histórico-geográfica, destacando os reflexos sociais, políticos,
econômicos e culturais. No Capítulo II, foram analisados o processo de
construção e a compreensão do estudo territorial do projeto Presença Social
nas Ruas – Santo Amaro como um instrumental de intervenção profissional.
As considerações finas foram elaboradas conforme o estudo realizado.

OBJETIVO:
Analisamos o Estudo Territorial como instrumental de intervenção profissional,
através das reflexões concretas obtidas na investigação, observando os
fenômenos encontrados na realidade estudada e identificando as
potencialidades e limitações profissionais. Sendo assim:
- Analisamos a construção do processo de estudo territorial;
- Conhecemos o Estudo Territorial no Instituto Santa Lucia – Presença Social
nas Ruas/ Santo Amaro;
- Identificamos como se dá a ação profissional do Assistente Social a partir do
uso do estudo territorial na referida organização.

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METODOLOGIA:
Em janeiro de 2009, realizamos contato com a Secretaria de Assistência Social
para indicação de um campo de pesquisa que utilizasse o estudo territorial
como instrumental de intervenção do assistente social. Foram indicadas as
seguintes instituições: Gaia, Cruz de Malta e PSR Santo Amaro. A opção pelo
PSR Santo Amaro ocorreu em virtude da localização e facilidade de acesso.
Após contato telefônico com as assistentes sociais da instituição, agendamos a
primeira visita em 02 de abril de 2009, para explanação da pesquisa e coleta de
informações sobre a instituição.
No segundo encontro, contando com a presença das 2 assistentes sociais e o
coordenador da instituição, coletamos as primeiras informações históricas sobre
a instituição e o processo de trabalho da equipe técnica no Presença Social nas
Ruas e agendamos entrevista com o diretor geral do Instituto Social Santa
Lucia, no escritório central, para complementação das informações. Também foi
sugerido o acompanhamento de uma abordagem, realizada pelos Agentes de
Proteção Social, que aconteceu em 08 de julho de 2009.
Ao chegarmos na sede do Presença Social nas Ruas – Santo Amaro, para o
acompanhamento de uma abordagem realizada pelos Agentes de Proteção
Social, notamos que os mesmos tinham propriedade e conhecimento do
território a ser percorrido, o que facilitava a aproximação e a efetivação dos
vínculos já estabelecidos pelos usuários.
No decorrer da caminhada, os agentes foram explicando o processo de
trabalho, como são realizadas as abordagens, as características dos usuários,
indicação dos pontos de concentração e localização dos equipamentos
utilizados para encaminhamentos existentes na área.
Presenciamos duas abordagens. Na primeira foi verificado com o usuário se ele
havia comparecido à consulta médica, agendada anteriormente, se foi prescrito
algum medicamento e se o mesmo conseguiu retirá-lo no posto de saúde. O
usuário informou que compareceu à consulta, porém não conseguiu a
medicação, pois estava em falta. O agente o orientou a verificar em outra
unidade de saúde, enfatizando a importância de continuar o tratamento,
A segunda abordagem se deu na Praça Floriano Peixoto, onde o Agente colheu
informações sobre o emprego que o usuário estava procurando, sendo
informado que havia conseguido e que o empregador iria ajudá-lo a locar uma
casa para que pudesse morar com a companheira.
Houve também outra tentativa de abordagem, sem sucesso, pois a usuária em
questão ainda não permitia a aproximação dos agentes.
Notamos que os agentes conhecem detalhadamente a área em que atuam e os
usuários que nela habitam.
Esse acompanhamento foi de extrema importância para compreendermos o
processo de trabalho e a realização do mapeamento do território, além da
proposta de trabalho de PSR – Santo Amaro.

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Teorizar muitas vezes foge da realizadade implícita na prática profissional. No


decorrer do acompanhamento da abordagem, notamos a preocupação dos
agentes em explicar sua rotina de trabalho para compreendermos esse
processo.
A rotatividade dessa população no território, é para os agentes de proteção
social, um grande desafio no que diz respeito a aproximação, criação de
vínculos e principalmente a busca de novos serviços que acolham as diversas
necessidades existentes.
Embora não tenham uma formação acadêmica, a formação humana norteada
de princípios éticos e morais, são a base para atuação desses profissionais.
Por se tratar de profissionais selecionados de uma região precária como o
Jardim Ângela, muitos deles conhecem e sentem a falta de novas políticas
públicas, que possibilitem a inserção no mercado de trabalho e o convívio em
sociedade.
Acreditamos que essas faltas norteiam e refletem o desejo e a necessidade
vivenciados anteriormente, e que no decorrer do tempo, contribui para a
construção do que chamamos de ideologia.
Em 26 de agosto de 2009 realizamos a coleta de dados. Utilizamos como
técnica metodológica a pesquisa qualitativa e entrevista aberta.
A entrevista foi realizada e gravada, partindo da elaboração de um roteiro com
perguntas abertas e semi-estruturadas com as duas assistentes sociais da
instituição, no escritório do PSR Santo Amaro, durando cerca de 60 minutos.
Após autorização, transcrevemos para maior produção e veiculação do
trabalho.
Na pesquisa qualitativa não há preocupação em projetar resultados estatísticos,
são realizadas entrevistas em profundidade ou discussões em grupo e o
número de entrevistados geralmente é pequeno. As informações são colhidas e
analisadas de acordo com o roteiro aplicado, registradas em relatório,
destacando opiniões, comentários e frases mais relevantes.
Segundo Martinelli (1999), existem pressupostos que fundamentam o uso de
metodologias qualitativas:

Um primeiro pressuposto é o reconhecimento da singularidade do sujeito (...) o


segundo pressuposto é que essas pesquisas partem do reconhecimento da
importância de se conhecer a experiência social do sujeito (...) e o terceiro
pressuposto que se expressa no reconhecimento de que, conhecer o modo de
vida do sujeito pressupõe o conhecimento de sua experiência social
(MARTINELLI, 1999, p. 22 - 23).

Assim, os dados coletados foram analisados qualitativamente e

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quantitativamente com o objetivo de alcançar respostas para o propósito da


pesquisa.

RESUMO:
O objetivo desse estudo foi conhecer e analisar o estudo territorial do Instituto
Santa Lucia – Presença Social nas Ruas - Santo Amaro e identificar como se dá
a ação profissional do Assistente Social a partir de seu uso como um
instrumental de intervenção profissional.
Os diversos conceitos de território trabalhados nesta produção nos remetem a
maiores reflexões no que diz respeito ao território, a subjetividade e ao
pertencimento dos sujeitos envolvidos.
Territorializar é todo o movimento existente em um espaço vazio, e as relações
sociais que nele se desenvolvem, constituem o território.
A elaboração e gestão de políticas públicas, o planejamento de alternativas de
intervenção mais efetiva, eficazes e eficientes podem ser desenvolvidos a partir
do conhecimento do território, o qual possibilita a identificação das
necessidades da população de determinada região.
Ao realizarmos essa pesquisa percebemos que o trabalho desenvolvido no
Presença Social nas Ruas – Santo Amaro se dá a partir do estudo territorial e
apesar das assistentes sociais definirem o território como um espaço onde se
estabelecem as relações de trabalho e convivência, demonstrando a
compreensão teórica do significado do estudo territorial, não observamos sua
efetivação através da prática.
Suas ações são fragmentadas, restritas a demandas pontuais e mesmo
existindo uma preocupação com as questões que envolvem a subjetividade e
do pertencimento do sujeito, as possibilidades de intervenção proporcionadas
pelo estudo territorial, e os resultados que poderiam ser obtidos para propor
alternativas não são efetivados.

Outro aspecto a ser considerado é que o estudo territorial ainda não é


compreendido ou utilizado como uma ferramenta de trabalho das assistentes
sociais, tendo em vista que o mesmo já existia antes da inserção do Serviço
Social na instituição e o fato de ser realizado pelos agentes e coordenação do
PSR –Santo Amaro e não pelas assistentes sociais.
Nesse sentido, acreditamos que se toda a equipe (assistentes sociais, agentes
e coordenação), participasse dessa construção, sua efetivação e compreensão
seriam naturalmente incorporadas ao processo de trabalho.
As assistentes sociais ao registrar as informações colhidas, tabular os dados de
atendimento e encaminhamentos, teriam subsídios para uma análise crítica da
demanda, sugerindo ações integradas e articuladas com os demais
equipamentos, Esse processo se daria através da construção de uma rede de

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parcerias, resultando em um trabalho efetivo do Serviço Social que utiliza o


estudo territorial como instrumental de intervenção profissional.

CONCLUSÃO:
Os diversos conceitos de território trabalhados nesta produção, nos remetem a
maiores reflexões no que diz respeito ao território, a subjetividade e ao
pertencimento dos sujeitos envolvidos.
O trabalho realizado no Presença Social nas Ruas – Santo Amaro não seria
concretizado sem a realização do estudo territorial.
Territorializar é trazer vida ao espaço vazio e a partir desse movimento,
desenvolver ações para a construção e apropriação do território

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BOCK, Ana Mercês Bahia; TEIXEIRA, Maria de Lourdes T.; FURTADO, Odair.
Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. 13 ed. São Paulo:
Saraiva, 1999.

BORDO, Adilson Aparecido et al. As Diferentes Abordagens do Conceito de


Território. 10 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdade de Ciência e
Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2004.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Secretaria


Nacional de Assistência Social. Política Nacional de Assistência Social. Brasília,
2004. 37 p.

CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. 2. ed. São Paulo: Ática, 2000.
DANELON, Fernanda. No olho da rua. TRIP, São Paulo, n. 167, p. 79 – 80, jun.
2008.

FALEIROS, Vicente de Paula. O saber profissional e o poder institucional. 2 ed.


São Paulo: Cortez, 1987.

HEIDRICH, Gerson. Entre o lado de cá e o lado de lá. “Paper” como exigência


parcial para avaliação da disciplina de mestrado: Práticas Executivas, Territórios
e Subjetivação. FEUSP, Set/2005.

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IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e


formação profissional. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2001.

Instituto Social Santa Lucia. Disponível em: http://www.santaluciasp.org. Acesso


em 21 fev 2009.

KOGA, Dirce. Medidas de Cidades: entre Territórios de Vida e Territórios


Vividos. São Paulo, Cortez, 2003.

KOGA, Dirce e RAMOS, Frederico. Território e Políticas Públicas. Trabalho com


Famílias. Caderno 2, SAS/PMSP/PUC/São Paulo, p.54-76, 2003.

MOREIRA, I. Itamar Moreira: depoimento (jul. 2009). Entrevistadores: C. S.


Lima, L. A. Souza e M. R. F. N. Rocha. São Paulo: Escritório Central Instituto
Santa Lucia, 2009. 1 fita cassete ( 60 min.).

NAVARRETE, P. R. L. Patrícia Regina Lima Navarrete: depoimento (ago. 2009).


Entrevistadores: C. S. Lima, L. A. Souza e M. R. F. N. Rocha. São Paulo: PSR
Santo Amaro, 2009. 1 fita cassete ( 60 min.).

SANTOS, D. de O. Daniele de Oliveira Santos: depoimento (ago. 2009).


Entrevistadores: C. S. Lima, L. A. Souza e M. R. F. N. Rocha. São Paulo: PSR
Santo Amaro, 2009. 1 fita cassete ( 60 min.).

SAQUET, Marcos Aurélio. Abordagens e Concepções de Território.1.ed. São


Paulo: Expressão Popular,2007.

Prefeitura da Cidade de São Paulo. Disponível em:


http://portal.prefeitura.sp.gov.br/subprefeituras/spmb/mapas/0001. Acesso em
14 mar. 2009.

________________________________________________________________
1 - SAQUET, Marcos Aurélio. Abordagens e Concepções Território. 1. ed. São
Paulo: Expressão Popular, 2007.

2 - Raffestin e Guichonnet (1974), - abordagem materialista, conceituam o


território a partir dos conceitos de fronteira e franja pioneira”.
Soja (1971), “compreende a territorialidade como um comportamento ligado à
diferenciação espacial, como produto da atuação de indivíduos e/ou grupos
sociais”.
Eco (1984[1972]) - o território é um lugar militarizado, protegido e controlado.
Pellegrini (1974), “o território é constituído histórica e socialmente; é

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transformado por órgãos do poder público Estado e por indivíduos ou grupos


sociais”.
Garofoli (1978 e 1978a),“evidencia fatores endógenos e exógenos, pautados
nas relações capital-trabalho(...)”
SAQUET, Marcos Aurélio. Abordagens e Concepções Território. 1. ed. São
Paulo: Expressão Popular, 2007.

3 - “a questão social é compreendida como um conjunto de expressões das


desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum a
produção social .... Questão social que, sendo desigualdade é tambem rebeldia,
por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem e se
opõem.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e
formação profissional. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001, p.27-28.

4 - “O Assistente Social dispõe de um Código de Ética profissional e embora o


Serviço Social seja regulamentado como uma profissão liberal, não tem essa
tradição na sociedade brasileira. É um trabalhador especializado, que vende a
sua capacidade de trabalho para algumas entidades empregadoras,
predominantemente de caráter patronal, empresarial ou estatal, que demandam
essa força de trabalho qualificada e a contratam”.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e
formação profissional. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001, p.23-24.

5 “Geralmente, tem-se uma visão dos instrumentos de trabalho como um


“arsenal de técnicas”: entrevistas, reuniões, plantão, encaminhamento (...). as
bases teórico-metodológicas são recursos essenciais... contribuem para
iluminar a leitura da realidade e imprimir rumos à ação, e ao mesmo tempo em
que a moldam”.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e
formação profissional. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001, p.62-63.

6 - Programa elaborado pela SAS, para atender moradores de rua e


encaminhar a albergues, onde receberão cuidados de saúde e higiene, apoio
para obter documentos e convite para atividades culturais e educativas.

7 - Órgão executivo voltado exclusivamente para o atendimento a moradores de


rua, vinculado a Coordenadoria Regional de Assistência Social.

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Gestão de Mudanças
SILVIO CAETANO(1), BRUNA PEREIRA DE OLIVEIRA(2), ANA LUISA DOS SANTOS
AZEVEDO(3), JOYCE SOUSA NASCIMENTO(4)

DOUGLAS SOARES(5)(Orientadores)
Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
Em uma organização, as mudanças podem ser impulsionadas por fatores
externos, como adesão às novas tecnologias para acompanhar a demanda, ou
ainda, por almejar crescimento em relação aos seus concorrentes. Há ainda
diversos outros impulsos para mudanças, como a inserção de novos produtos e
serviços, a conquista de novos clientes ou manutenção dos que detém - cada
vez mais exigentes -, inserção de programas de responsabilidade social e ainda
a transformação da imagem empresarial com os públicos os quais ela se
relaciona. Sabemos que tudo é passível de mudanças, e normalmente quando
essas ocorrem trazem expectativas de compensadores novos tempos tanto
para os funcionários quanto para os donos da empresa.

OBJETIVO:
Essa pesquisa tem como objetivo analisar as dificuldades encontradas no
processo de melhoria da organização de transição de cartão de ponto manual
para eletrônico

METODOLOGIA:
Foram utilizadas pesquisas quantitativas(numero de funcionários) pesquisas
qualitativas de como seria a qualidade na mudança do cartão de ponto manual
para o eletrônico,foram feitas reuniões com os funcionários,palestras e
divulgação no site da empresa de como funcionaria o processo de mudança.

RESUMO:
A Gestão de mudança organizacional
De forma resumida, o conceito consiste em quatro ações importantes que
devem ser realizadas. São elas:
O Mapear os impactos gerados pela mudança para uma atuação focada e
eficaz;
O Alinhar a estrutura da empresa a nova rotina organizacional, com foco no
aumento do nível de desempenho;
O Preparar a organização para que, no "vale do desespero", ela venha a ter
condições de reagir e interpretar a queda como parte do processo de mudança,
sem perda do controle da situação, e assim.
o Promover a redução do tempo de recuperação do desempenho em relação à

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situação anterior ao marco da mudança.

5º Analise do Caso e Conclusão

A Link foi fundada em 1998 por quatro amigos, o empresário Daniel Torres, seu
irmão Marcello Mendonça Economista, Norberto Giagrande Economista e
Frederico Menberg Empresário, ambos eram amigos e tinham com o objetivo
montar um corretora de títulos e valores imobiliários e com uma meta de
conseguir fazer com que sua nova empresa torna-se reconhecida no mercado e
tornasse líder em suas negociações com a BM&F e rapidamente com o apoio e
conquistas de novos clientes jurídicos e agropecuários não foi difícil que isto
acontecesse, rapidamente realizando grandes negociações tornou-se líder de
mercado como corretora de derivativos.
Este fato inusitado se deve ao inovador modelo de negócios implantado desde
o início e à trajetória de seus sócios, profissionais que, além de terem um
histórico de vida em comum, reuniam importantes passagens em outras
empresas do setor. Outro fator essencial que levou a Link à liderança foi sua
equipe ser formada por grandes talentos da área, com alto grau de
comprometimento e competência.
O que ocorreu, a empresa fundada há 10 anos e com inicio de 20 funcionários
tinha o controle de registro de seus funcionários através de folha de ponto onde
todos os funcionários tinham que assinalar o horário de entrada e de saída da
empresa, porém a empresa cresceu de uma maneira muito rápida e com isso o
número de funcionários que em 3 anos de existência passou de 20 para 120
novos colaboradores e graças a um bom desempenho da empresa aumentava
a cada dia mais o número de funcionários, foi quando a empresa passou por
um processo para identificar os problemas encontrados no controle do cartão
de ponto ( folhas rasuradas, inconsistência no dias preenchidos, horários não
batiam, férias dos funcionários incompatíveis com as assinadas, atestados de
afastamento não conferia com os dias trabalhados, folhas que sumiram entre
outros ).
O controle através de folha de ponto já não era suficiente devido a tantas falhas
no processo de registro e controle, foi quando através de uma reunião decidiu
se contratar um gestor para ser o responsável pela área de RH da empresa que
até então não havia nenhum responsável na empresa e que este profissional
desenvolvesse alguma técnica para corrigir estas falhas já que a organização
crescia de uma maneira muito rápida e necessitava de um planejamento para o
momento e para o futuro com o crescimento e desenvolvimento da empresa.
A primeira solução encontrada foi contratar alguém para resolver este e outros
problemas encontrados , já que a empresa estava crescendo muito rápido e
necessitava de um responsável pelo RH da organização, fora realizados
processos de seleção até decidirem contratar uma gestora.

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A nova gestora contratada agora responsável pela Gestão do RH da empresa


viu como primeira solução para o problema encontrado a informatização do
sistema de ponto, registro e controle, como já existia este controle em diversas
outras organizações, e 90 % dos funcionários usufruem microcomputadores em
suas atividades, ficando de fora apenas serviço de Limpeza/Copa e Office-boy.
Passou a solução para o Comitê que aprovou a idéia e junto com o TI –
desenvolvimento de sistemas elaborou um software chamado (Agente de
Recursos Humanos) e implantado em cada computador, toda vez que o
funcionário chegar, ligar sua maquina e “logar”, com seu usuário e senha
aparece um já nela com o (nome do funcionário, foto, data, hora de entrada e
saída), assim todos digitavam suas senha disponibilizada exclusiva para o
registro do ponto, as informações são enviadas para um banco de dados de
acesso exclusivo pelo RH e no final de cada mês os funcionários passam no RH
e assinam suas folhas impressas.
Por questões de regras e complice, nenhum outro funcionário pode acessar
utilizando o Usuário e a Senha de seus companheiros assim se necessitasse
utilizar o micro do funcionário caso faltasse teriam que “logar” com seu próprio
usuário e senha evitando o registro indevido por outros funcionários e caso
ocorresse de um registro indevido por outra pessoa seria punido por estar
passando informações confidenciais disponibilizadas pela empresa.
Com isso hoje a empresa conseguiu obter um melhor controle com o horário de
entrada, saída, horas extra, faltas, férias e atrasos de cada funcionário, onde na
próxima auditoria que houve os índices de falhas e erros por questões de
pessoais e pontos caíram para quase zero, “recebendo os parabéns pela
mudança que fora necessário na hora certa, pois hoje 10 anos depois do inicio
da organização já somos em mais de 500 funcionários entre assessores e
terceiros e o controle ficaria praticamente impossível se fosse tudo manual” diz
Tatiana Rocha a Gestora de RH da empresa.
A não aceitação pelo novo sistema teve por parte dos funcionários, pois antes
faziam seus horários os de entrada, almoço e horas extras, ficando difícil o
controle e por parte de alguns que abusavam destas normas e ficava até 12, 14
horas por dia trabalhando para obter recompensas no final do mês, com isto
causando sérios riscos para empresa com processos e multa por parte pessoal.
Alguns funcionários ficaram até preocupados com a redução de salários, pois
não se pode mais fazer horas extras alem do que prevê a constituição
trabalhista, porem trouxe benefícios como a redução de carga horária obrigou a
novas contratações e melhorou o bem estar do ambiente de trabalho.

CONCLUSÃO:
Analise dos resultados do caso
As medidas tomadas pela gestora na organização:

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• Verificar o número de funcionários a partir do período de sua contratação que


utiliza computador. (Foi baseado em uma analise de entrevistas com os
funcionários, controle de maquinas existentes que obteve-se esta conclusão,
com o apoio da equipe de TI para fornecer dados de acesso e usuários).
• Analisar processos já utilizados, (Cadastro, registro, arquivo e controle das
informações com um estudo mais avançado, detectaram que havia sérios
problemas de controle e falhas em sistemas já que utilizava de inúmeras
planilhas e serviço manual, Segundo Thomas k. Connellan “Serviços manuais
geram problemas, de perda de informações a prejuízos a longo e médio
prazo”).
• Possibilidade de crescimento da empresa, (Jean Pierre disse que:
”organizações em crescimento avançado, se não obter um controle adequado
de seus dados e informações quando vier a encontrar falhas através de
auditorias, processos podem acarretar no desenvolvimento de qualquer
organização e causar grandes problemas como bloqueios judiciais e acabar
tendo que tomar medidas drásticas”).
• Tempo para implantar um novo sistema de Registro de Ponto e Controle. ( foi
estimado que é necessário desde o inicio de a implantação de um sistema, que
baseia em entrevistas, estudos de outros casos similares até a contratação ou
criação de um sistema e processo de instalação e adaptação seria necessário
pelo menos três meses).
• Data para a nova auditoria: Segundo Daniel Dantas tesoureiro da “Iginis
Contabilidade” As auditorias devem ocorrer de seis em seis meses, por isso
seria necessário, correr contra o tempo para que tudo desse certo.
• Como implantar novo sistema: Segundo (“Thompson é importante sempre
comunicar sobe tudo que esta acontecendo e tudo que será implantado
evitando desconfiança e caso necessite tomar medidas para os que não apóiem
ou se adaptam as mudanças que sejam tomadas”).
• Relação com os funcionários e como informar sobre o novo sistema.
Thompson, também diz que a comunicação pode ser através de e-mails,
murais, reunião, jornais semanais e até mesmo em momentos de descanso ex.
Café ou almoço.

Problemas encontrados:
• Problemas com o Cadastro e arquivos dos funcionários
• Horas extras excedidas
• Tempo curto para implantar o sistema para a próxima auditoria
• Dificuldade na emissão de relatórios quando solicitados
• Divergência nas informações
• Planilhas e backup desatualizados
• Reação dos funcionários perante a nova mudança e implantação do sistema
• Mudança dos departamentos e união de áreas

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• Medo dos funcionários de que algo acontecesse e prejudicasse


Foi detectado diverso falhas e problema, Peter Benger diz que problemas são
encontrados facilmente quando um consultor externo avalia os processos que a
organização desenvolve.
Não precisou muito para detectar estas falhas já que a pouco tempo passou
por uma auditoria que informou varias falhas e vários problemas nos processos
utilizados pela organização, porem pesquisando mas afundo a nova Gestora
criou um relatório de processo e medidas para analisar os problemas e
soluções futuras. Segundo Hammer, a tecnologia da informação tem sido usada
de forma incorreta pela maioria das empresas. O que elas fazem, geralmente, é
automatizar os processos de trabalho da forma como estão projetados.
O que elas deveriam fazer, antes de tudo, é re-projetar os processos.
(redesenhar processos). Por isso em reuniões com o Comitê foi decidido a
reestruturação de processos e a criação de um novo sistema que tornasse mais
seguro confiante

Soluções encontradas:
Segundo Hammer Benchmarking é uma técnica que consiste em fazer
comparações e procurar imitar as organizações, concorrentes ou não, do
mesmo ramo de negócios ou de outros, que façam algo de maneira
particularmente bem feita.
• Implantar um novo sistema, onde englobe desde o registro de ponto do
funcionário até emissão de relatórios para o controle de horas trabalhadas,
férias, faltas, feriados etc...
• Apresentar Proposta, desenvolver sistema com equipe de TI.
Toyota as empresas japonesas conseguiam fazer mais produtos, de melhor
qualidade, usando menor número de funcionários e chefes. Com isso não foi
necessário novas contratações e sim trabalho com funcionários da própria
organização locomovendo programadores para que se desenvolve se o novo
sistema.
• Acompanhar mudanças.
Segundo Antonio César Amaru é importante sempre verificar e acompanhar
desde o inicio de uma idéia com dados positivos e negativo até o final de uma
implantação de um sistema, comparar com os resultados já adquiridos se
realmente esta ou não dando certo essa mudanças.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Administração de recursos humanos de Alan Pierre Marras
Helio Magalhães(presidente da América Express)
Jeanie Daniel Duck(O Monstro da Mudança nas Empresas. Editora Campus,

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Rio de Janeiro, 2002)


Artigo da revista Você S.A 2006 –(Pequeno Roteiro da Curva da Mudança -
um mapa para o território da Mudança)
Artigo Mario Marques(revista Exame 21 de Dez 2005)

________________________________________________________________
3º Embasamento Teórico
Segundo Helio Magalhães(presidente da América Express) “Uma das maiores
dificuldades no processo de mudança é conseguir com que os funcionários
abracem a causa e se esforcem para que tudo saia certo”.
Segundo Jeanie Daniel Duck(O Monstro da Mudança nas Empresas. Editora
Campus, Rio de Janeiro, 2002)” Os líderes devem especificar o plano de
mudança da melhor forma possível para que seus gerentes e funcionários
possam acrescentar os detalhes que serão necessários durante a fase de
implementação.
Segundo o Artigo da revista Você S.A –(Pequeno Roteiro da Curva da Mudança
- um mapa para o território da Mudança) Os líderes devem:
- ajudar as pessoas a compreender o plano geral.
- persuadi-las de que vai funcionar
- motivá-las a participar da sua implementação
- ajudá-las a garantir que seja adequadamente executado
Segundo Mario Marques(revista Exame 21 de Dez 2005) “Mudar significa sair
da zona de conforto e trabalhar num cenário sem gabarito, onde o certo e o
errado ainda não foram colocados à prova”.

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juventude lazer cultura politicas publicas para o jovem da


periferia
ANDREA RODRIGUES OTONI(1), GERSON ALVES DE SOUZA(2)

MARLENE ALMEIDA DE ATAIDE(3)(Orientadores)


Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
A presente monografia intitulada “Juventude, lazer e cultura: políticas públicas
para o jovem da periferia.” É uma pesquisa derivada do trabalho de iniciação
cientifica intitulado “Faça Você Mesmo” realizado pelos autores no bairro Jardim
Silveira, Distrito de Parelheiros, zona sul da cidade de São Paulo, bairro este
que elegemos os sujeitos desta pesquisa.

OBJETIVO:
O objetivo deste estudo foi o de conhecer o cotidiano de jovens, moradores do
Jardim Silveira região de Parelheiros, zona Sul da cidade de São Paulo, em
relação ao acesso a cultura, e ao lazer fatores que consideramos determinantes
de possibilidades futuras para tornarem-se sujeitos. Quanto aos objetivos
específicos decidimos por conhecer as políticas públicas voltadas para o
atendimento da juventude, identificar qual a importância que o jovem atribui à
cultura, saber qual o papel da escola nesta construção cultural e conhecer suas
formas de lazer e ocupação do tempo livre.

METODOLOGIA:
optamos pela pesquisa qualitativa que privilegia a oralidade dos sujeitos, e,
concordando com Queiroz (1991), a oralidade capta as experiências dos
narradores e tudo o que ele narra oralmente pode ser considerado história, seja
a história dele ou de um determinado grupo que se transforma numa
informação.

RESUMO:
Todo bairro possui problemas, de especificidades próprias e em níveis
diferentes. Entre o trabalho, estudo e compromissos familiares, lutar por direitos
e reivindicar melhorias na comunidade em que moramos, acaba sendo uma
tarefa praticamente secundária. Evidente, não por considerar desnecessário,
mas considerando nossas prioridades e o desgaste físico e psicológico infligido
pelas atividades cotidianas, acaba quase sempre não sobrando tempo para as
lutas coletivas.

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Para corroborar a firmação, primeiramente convidamos a quem estiver


interessado, a pensar em como é o seu bairro, quais são seus problemas, como
é sua infra-estrutura?
Respondidas as perguntas, será que estas respostas são satisfatórias para a
nossa qualidade de vida, bem estar, crescimento saudável de crianças e
adolescentes da comunidade?

CONCLUSÃO:
Nossos objetivos foram alcançados tanto através dos encontros semanais que
mantivemos com os jovens durante um ano, período de duração da iniciação
cientifica, como través de pesquisa bibliográfica sobre o tema e com as visitas
de observação ao território onde vivem.
Nossa hipótese inicial era de que a ação do estado é insuficiente para o
desenvolvimento cultural e social dos jovens da periferia, tanto na oferta de
meios materiais como infra-estrutura como na oferta de atividades culturais,
assim como no numero de projetos voltados para a cultura dentro da periferia
da cidade de São Paulo, sendo esta confirmada, pois percebemos como são
precárias as opções de cultura e lazer para os jovens deste bairro, apenas a
escola e uma ONG, onde as condições de acesso a estes espaços são tão
precárias quanto a oferta dos mesmos, e isso pôde ser observado no segundo
capítulo da monografia onde descrevemos as características deste bairro em
particular.
No entanto percebemos que existe um forte desejo por parte destes jovens de
se apropriarem da cidade onde vivem, e acreditamos que este é o principio de
um caminho que deve ser trilhado. Para tanto é necessária maior ação por parte
de todos os órgãos envolvidos com a questão da juventude, bem como, a
mobilização da comunidade, apresentando propostas consistentes sobre as
reais necessidades da juventude para que estes cumpram com suas obrigações
políticas, considerando que não estamos tratando apenas de sonhos e desejos
e sim de cidadania e direitos.
Neste processo, percebemos o quão é forte o desejo dos jovens de se
apropriarem da cidade onde vivem, e acreditamos que este ó o caminho a ser
trilhado, contudo, não pode e não deve ser de forma solitária, mas de uma forte
mobilização, para que os jovens saiam da mera posição de antagonistas e de
fato se transformem nos principais protagonistas das suas histórias.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ABRAMO, Helena Wendel. Cenas juvenis. 1ª ed. São Paulo: Editora Pagina
Aberta, 1994.

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ARREGUI, Corola C.; WANDERLEY, Mariângela B. A Vulnerabilidade social é


atributo da pobreza? Serviço Social e Sociedade, v. 97, p. 143-165, mar./mai.
2009.

CAMARGO, Luiz O, Lima. O que é Lazer. 3ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense,
1992.

CARRANO, Paulo César Rodrigues; SPOSITO, Marilia Pontes. Juventude e


políticas públicas no Brasil. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 24, p.
16-39, set/dez. 2003.
LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação abordagens
qualitativas. São Paulo: E.P.U., 1988.

MARCELLINO, Nelson Carvalho. Algumas aproximações Lazer e cultura.


Campinas, Alínea Editora, 2007.

MINAYO, Maria C.S. Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis:


Vozes, 2007.

NEDER, Gilene. Ajustando o foco das lentes: um novo olhar sobre a


organização das famílias no Brasil. In: KALOUSTIAN, Silvio Manoug (Org.).
Família Brasileira – a base de tudo. 4a. ed. São Paulo: Cortez, 2000. p. 26-46.

________________________________________________________________
O Projeto "Faça Você Mesmo" teve a participação de 18 jovens, com idades
entre 15 e 16 anos, todos estudantes da Escola Estadual de ensino médio
Professora Ana Luiza Florence Borges e moradores do Jardim Silveira ou
proximidades. Com estes, desenvolvemos discussões voltadas ao tema cultura,
organizando excursões em espaços da região no centro da cidade ligadas aos
temas discutidos e promovendo reuniões abertas a toda comunidade para
conhecer as opiniões de todos os interessados em promover novas atividades
ligadas a pratica do lazer e o tema cultura.

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&quot;Quem não se comunica se estrumbica: a lan house como


espaço de sociabilidade entre jovens e adolescentes, moradores
da região da Capela do Socorro - São Paulo&quot;
CAROLINA VIEIRA BELIZARIO(1)

EXPEDITO LEANDRO SILVA(2)(Orientadores)


Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
Em 14 anos de implantação da internet no Brasil, as formas com que ela tornou-
se acessível mudou muito, deixo de ser um ideal inatingível, passou a ser uma
ferramenta social. Seja para aquisição de conhecimento ou por mero status, o
fato é que a internet alcançou parâmetros em vários setores da sociedade.

Hoje o número de usuários de internet aumentou muito e em são Paulo as


proporções são enormes, grande parte destes usuários são jovem adolescentes
que utilizam as Lan Houses para se conectarem por diversas vezes ao dia para
inúmeras finalidades. O grande número de conectados se da justamente em
bairros afastados do centro da capital onde se encontram boa parte deste
público que faz o número de Lan House crescer e modificar os padrões da
cultura contemporânea.

Com as mudanças vindas por meio da internet, as Lan Houses se tornaram um


ponto de encontro entre todos aqueles que apesar das diferentes formas de agir
encontram um lugar onde podem fazer parte daquilo que buscam como
conhecimento ou entretenimento. E o caso dos jovens e adolescentes da região
de Santo Amaro, especificamente do bairro da Capela do Socorro, onde se
pretende efetuar uma pesquisa técnico-cientifica a respeito de conhecer e
analisar o fenômeno.

OBJETIVO:
Analisar e compreender as relações sociais (comunicação e cultura) entre os
usuários de web, freqüentadores das salas de Lan-house.Tendo a tecnologia
digital como um dos elementos que contribuirão na formação sócio educativa
dos jovens e adolescentes do bairro capela do Socorro, região de Santo Amaro
na cidade de São Paulo.

Objetivos - específicos
1. Verificar as principais páginas utilizadas e seus referenciais de identidade ao
usuário.

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2. Compreender as formas de relacionamento entre os usuários no processo,


conhecimento e interatividade.
3. Identificar as redes de relacionamento e seus conteúdos e a participação dos
usuários.

METODOLOGIA:
O desenvolvimento do trabalho teórico-prático dar-se-á por meio de uma
pesquisa, sendo utilizados acervos de livros, periódicos específicos, revistas,
programas de jogos interativos e Software entre outros. Além disso, participar
como observadora de atividades realizadas nas lan houses.
No mais será aplicado um questionário onde serão entrevistados os usuários e
proprietários das lan houses, moradores do bairro e especialistas na área.

RESUMO:
A análise dos resultados terá como ponto de partida a recapitulação dos
objetivos traçados e confrontados com os elementos coletados. Posteriormente
a este processo será verificada a proximidade dos elementos com os objetivos,
a análise final dos resultados pretende ser concluída em forma de comparação
entre:
1. Os usuários das lan houses - abordando seus signos e significados na
vivência coletiva, educacional e sociocultural.
2. Os proprietários das lan houses – sua participação interativa e econômica.

CONCLUSÃO:
Considerando a observação em campo, apreende-se que as lan houses vem
firmando-se como espaço interativo entre o público pesquisado, uma vez que
proporciona o acesso ao conhecimento em geral, isto é, em relação à cultura,
educação, entretenimento e lazer, além de representar uma ferramenta de
aproximação entre os indíviduos da comunidade e outros indivíduos que
interagem pela rede mundial.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. A era da informação: economia,
sociedade e cultura; v.1. Trad. Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz e
Terra, 2001
CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1994
LÉVY, Pierre. O ciberespaço como um passo metaevolutivo. A genealogia do
virtual: comunicação, cultura e tecnologia do imaginário. Francisco M. Martins,

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

***
UNISA - Universidade de Santo Amaro

Juremir Machado da Silva (ogrs). Porto Alegre: Sulinas, 2004


_____. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo:
Loyola, 1998
MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: neurose. Trad. Maura Ribeiro
Sardinha, 9ª ed. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2009
SANTAELLA, Lúcia. Navegar no ciberespaço: perfil cognitivo do leitor imersivo.
São Paulo: Paulus, 2004
SILVA, Elizabeth Murilho. Sociabilidade juvenil e cultura urbana. São Paulo:
EDUC, 2006
SIMMEL, Georg. (1983). Simmel. Organizado por Evaristo Moraes Filho
(Coleção Grandes Cientistas Sociais). São Paulo: Ática, 1983

________________________________________________________________
Gostaríamos de acrescentar ainda que essa é uma conclusão prévia. E que o
presente trabalho encontra-se em fase de conclusão, conforme previsto em
cronograma do mesmo.

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&quot;Quem não se comunica se estrumbica: a lan house como


espaço de sociabilidade entre jovens e adolescentes, moradores
da região da Capela do Socorro - São Paulo&quot;
CAROLINE MACEDO BISPO ALVES(1)

EXPEDITO LEANDRO SILVA(2)(Orientadores)


Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
Em 14 anos de implantação da internet no Brasil, as formas com que ela tornou-
se acessível mudou muito, deixo de ser um ideal inatingível, passou a ser uma
ferramenta social. Seja para aquisição de conhecimento ou por mero status, o
fato é que a internet alcançou parâmetros em vários setores da sociedade.

Hoje o número de usuários de internet aumentou muito e em são Paulo as


proporções são enormes, grande parte destes usuários são jovem adolescentes
que utilizam as Lan Houses para se conectarem por diversas vezes ao dia para
inúmeras finalidades. O grande número de conectados se da justamente em
bairros afastados do centro da capital onde se encontram boa parte deste
público que faz o número de Lan House crescer e modificar os padrões da
cultura contemporânea.

Com as mudanças vindas por meio da internet, as Lan Houses se tornaram um


ponto de encontro entre todos aqueles que apesar das diferentes formas de agir
encontram um lugar onde podem fazer parte daquilo que buscam como
conhecimento ou entretenimento. E o caso dos jovens e adolescentes da região
de Santo Amaro, especificamente do bairro da Capela do Socorro, onde se
pretende efetuar uma pesquisa técnico-cientifica a respeito de conhecer e
analisar o fenômeno.

OBJETIVO:
Analisar e compreender as relações sociais (comunicação e cultura) entre os
usuários de web, freqüentadores das salas de Lan-house.Tendo a tecnologia
digital como um dos elementos que contribuirão na formação sócio educativa
dos jovens e adolescentes do bairro capela do Socorro, região de Santo Amaro
na cidade de São Paulo.

Objetivos - específicos
1. Verificar as principais páginas utilizadas e seus referenciais de identidade ao

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usuário.
2. Compreender as formas de relacionamento entre os usuários no processo,
conhecimento e interatividade.
3. Identificar as redes de relacionamento e seus conteúdos e a participação dos
usuários.

METODOLOGIA:
O desenvolvimento do trabalho teórico-prático dar-se-á por meio de uma
pesquisa, sendo utilizados acervos de livros, periódicos específicos, revistas,
programas de jogos interativos e Software entre outros. Além disso, participar
como observadora de atividades realizadas nas lan houses.
No mais será aplicado um questionário onde serão entrevistados os usuários e
proprietários das lan houses, moradores do bairro e especialistas na área.

RESUMO:
A análise dos resultados terá como ponto de partida a recapitulação dos
objetivos traçados e confrontados com os elementos coletados. Posteriormente
a este processo será verificada a proximidade dos elementos com os objetivos,
a análise final dos resultados pretende ser concluída em forma de comparação
entre:
1. Os usuários das lan houses - abordando seus signos e significados na
vivência coletiva, educacional e sociocultural.
2. Os proprietários das lan houses – sua participação interativa e econômica.

CONCLUSÃO:
Considerando a observação em campo, apreende-se que as lan houses vem
firmando-se como espaço interativo entre o público pesquisado, uma vez que
proporciona o acesso ao conhecimento em geral, isto é, em relação à cultura,
educação, entretenimento e lazer, além de representar uma ferramenta de
aproximação entre os indíviduos da comunidade e outros indivíduos que
interagem pela rede mundial.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. A era da informação: economia,
sociedade e cultura; v.1. Trad. Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz e
Terra, 2001
CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1994
LÉVY, Pierre. O ciberespaço como um passo metaevolutivo. A genealogia do

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virtual: comunicação, cultura e tecnologia do imaginário. Francisco M. Martins,


Juremir Machado da Silva (ogrs). Porto Alegre: Sulinas, 2004
_____. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo:
Loyola, 1998
MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: neurose. Trad. Maura Ribeiro
Sardinha, 9ª ed. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2009
SANTAELLA, Lúcia. Navegar no ciberespaço: perfil cognitivo do leitor imersivo.
São Paulo: Paulus, 2004
SILVA, Elizabeth Murilho. Sociabilidade juvenil e cultura urbana. São Paulo:
EDUC, 2006
SIMMEL, Georg. (1983). Simmel. Organizado por Evaristo Moraes Filho
(Coleção Grandes Cientistas Sociais). São Paulo: Ática, 1983
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Gostaríamos de acrescentar ainda que essa é uma conclusão prévia. E que o
presente trabalho encontra-se em fase de conclusão, conforme previsto em
cronograma do mesmo.

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Violência Doméstica contra mulher e as possibilidades de


intervenção junto ao agressor
EDIRENE ALVES DA SILVA WEIGERT(1), ANGELA MARIA DE SOUZA(2), REGIANE
NOVAES DE OLIVEIRA(3)

ALBERTA EMILIA DOLORES DE GOES(4)(Orientadores)


Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
Embora cada vez mais reconhecida e investigada a problemática da violência
doméstica contra a mulher, ela é ainda uma temática complexa e que merece
investigação e intervenção e por esse motivo ficamos instigadas a realizar este
estudo, principalmente pela perspectiva da importância do atendimento ao
homem agressor, uma vez que o mesmo está inserido no ciclo de violência.
Atualmente, as mulheres possuem um respaldo mínimo do Estado e em
contrapartida o homem agressor praticamente não possui nenhum respaldo das
políticas públicas no que diz respeito a um atendimento qualificado e com o
objetivo de erradicação dessa violência tão prejudicial à família.
Por isso, como pesquisadoras buscamos o aprofundamento do tema através de
diversas leituras, participação em palestras e entrevistas com profissionais da
área como, por exemplo: advogados, assistente social e psicólogo.
Este estudo se propôs a compreender porque muitas mulheres, de diversas
classes sociais, com lesões leves ou graves, buscam punição ao agressor por
meio de terceiro – policial –, mas não evidenciam interesse em se separar dos
seus companheiros. São mulheres que se submetem a viver com seu agressor,
apesar das conseqüências graves que decorrem deste ato tão agressivo, como
por exemplo: conflitos familiares, sofrimentos e dores, desespero, baixa auto-
estima, estupro, dentre outras, comprometendo assim sua autonomia e seu
direito de exercer a sua cidadania.
Nosso interesse nasceu também em demonstrarmos a necessidade e a
importância de realizar um atendimento especifico ao homem agressor, pois
toda essa agressividade é parte de sua construção sócio - cultural, e para que
consigamos erradicar a violência doméstica, o agressor tem que ser ouvido e
atendido por uma equipe multidisciplinar, só assim conseguiremos avanços
para o fim da violência doméstica.
Como referência para confirmar nossas leituras, entrevistamos a equipe
multidisciplinar da Coordenadoria dos Direitos da Mulher do Município de
Taboão da Serra que tem como objetivos formular, coordenar e acompanhar as
políticas públicas referentes à mulher, trabalhando na defesa de seus direitos e
garantindo a plena manifestação de suas capacidades com autonomia.
O estudo foi dividido em três capítulos:
Capítulo 1 que tem por título “A violência doméstica e suas diversas faces”,

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abordamos o contexto histórico da violência doméstica contra a mulher,


refletindo sobre a questão de gênero, possibilidades de intervenção junto ao
homem agressor, a importância das políticas públicas para o enfrentamento da
violência doméstica e a prevenção e erradicação da violência doméstica contra
a mulher que teve maior visibilidade com a Lei 11340/2006 – Lei Maria da
Penha.
O Capítulo 2 trata-se do conhecimento territorial onde a Coordenadoria dos
Direitos da Mulher está localizada e tem como título “O território do campo de
pesquisa”. Onde apresentamos o campo de pesquisa, a história da instituição e
seu processo de funcionamento, ações da equipe multidisciplinar e também
utilizamos como referência os autores Minayo - 2000 e Lakatos – 1992 para
elaboração da metodologia utilizada nessa pesquisa.
No Capítulo 3 tendo como título “Análise e interpretação dos dados”, neste
capitulo analisamos a pesquisa de campo buscando articular os dados com
nossas leituras sobre o tema. Levando em consideração os trabalhos realizados
com as mulheres vitimizadas e com seus familiares, atuação junto ao homem
agressor de forma a demonstrar as facilidades e desafios da intervenção.
Acreditamos que por existirem tantas divergências sobre a intervenção junto ao
homem agressor nosso trabalho tem como propósito mostrar a importância
desta intervenção no sentido da erradicação da violência doméstica contra a
mulher, sendo para isso de extrema importância uma percepção ampla sobre
todo o processo de extensão da violência, considerando tanto os homens como
as mulheres, atores e protagonistas não só das relações violentas, mas também
das possibilidades de enfrentamento e superação e lembrando também que as
instituições voltadas à proteção da vítima não englobam o agressor como se
este não fizesse parte do processo de violência; por isso, propõe-se mostrar à
importância de se implantar ações que atinjam, também, aquele que agride.

OBJETIVO:
Analisar a necessidade da implantação de programas voltados ao atendimento
do homem “agressor”.

Objetivo Geral
Compreender o trabalho da equipe multidisciplinar dentro da Coordenadoria dos
Direitos da Mulher no Município de Taboão da Serra e identificar a necessidade
da implantação de programas voltados ao atendimento do homem “agressor”.

METODOLOGIA:

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Metodologia

Trata-se de um estudo de caso de abordagem qualitativa com a intenção de


compreender de forma abrangente a experiência profissional da equipe
multidisciplinar em relação ao nosso objeto de pesquisa;
Os sujeitos da pesquisa foram profissionais da equipe multidisciplinar da
Coordenadoria dos Direitos da Mulher do Município de Taboão da Serra que
têm a sua atuação na área da Violência Doméstica contra a Mulher. A equipe é
composta por uma advogada, uma assistente social e uma psicóloga.
O instrumento utilizado na pesquisa foi à entrevista semi-estruturada.

RESUMO:
Resultado:
Percebemos de modo geral nas falas das entrevistadas que estas vão de
encontro com o artigo 35 da Lei 11.340/06 e também do objetivo geral da nossa
pesquisa, que é compreender o trabalho da equipe multidisciplinar dentro da
Coordenadoria dos Direitos da Mulher no Município de Taboão da Serra e
principalmente identificar como percebem a necessidade da implantação de
programas voltados ao atendimento do homem agressor.
Conclusão:
A pesquisa realizada na Coordenadoria veio confirmar a hipótese da pesquisa,
no que se refere a importância da implantação, da efetividade e visibilidade da
Lei Maria da Penha principalmente pelo Estado e pelo Judiciário e também nos
ratificou a necessidade e a acuidade da criação de centros para atendimentos
aos homens agressores.

Entretanto, para nós futuras assistentes sociais fica a partir das bibliografias, da
Lei Maria da Penha e dos relatos da equipe multidisciplinar da Coordenadoria,
um grande desafio que é poder contribuir para o desenvolvimento de projetos
para a Reeducação do Homem Agressor, na perspectiva de sua
responsabilização quanto à Lei Maria da Penha e buscar meios de implantação
dos centros de atendimento aos homens agressores, pois este não pode ser
visto/ entendido como um doente, porque sua patologia não é física, mas
socialmente construída.

CONCLUSÃO:
A pesquisa realizada na Coordenadoria veio confirmar a importância da
implantação, da efetividade e visibilidade da Lei Maria da Penha principalmente
pelo Estado e pelo Judiciário e também nos ratificou a necessidade e a

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acuidade da criação de centros para atendimentos aos homens agressores.

Entretanto, para nós futuras assistentes sociais fica a partir das bibliografias, da
Lei Maria da Penha e dos relatos da equipe multidisciplinar da Coordenadoria,
um grande desafio que é poder contribuir para o desenvolvimento de projetos
para a Reeducação do Homem Agressor, na perspectiva de sua
responsabilização quanto à Lei Maria da Penha e buscar meios de implantação
dos centros de atendimento aos homens agressores, pois este não pode ser
visto/ entendido como um doente, porque sua patologia não é física, mas
socialmente construída.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Referências Bibliográficas

ALAMBERT, Zuleika. Mulher uma Trajetória Épica – São Paulo: Imprensa


Oficial do Estado, 1997.

ALMEIDA, Suely Souza, organizadora. Violência de gênero e políticas públicas.


Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007.
BOURDIEU. Pierre. A Dominação Masculina. Tradução Maria Helena Khuner-
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.

BRASIL, LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Cria mecanismos para


coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do
art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de
Execução Penal; e dá outras providências.Lei “Maria da Penha”

Brasília: AGENDE, 2006 Cartilha da Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da


Violência contra as Mulheres. 2008.

CHAUÍ, Marilena. Participando do debate sobre mulher e violência. Em


Perspectivas Antropológicas da Mulher - Rio de Janeiro: Zahar 1985.

CORDEIRO, P.L. Anna Renata – Ente punição, prevenção e assistência:


Repertórios e jogos de posicionamento de profissionais sobre homens na rede

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de atenção a violência contra a mulher em Recife-PE. Recife. 140 p.


Dissertação (Mestrado em Psicologia) UFPE, 2008.

FROMM, Erich. Analise do Homem. Tradução de Octavio Alves Velho. 9º


edição. Zahar Editores. Rio de Janeiro 1974.

GIKOVATE, Flávio. Homem: O Sexo Frágil? São Paulo: MG Editores, 1989.

GOLDBERG, Maria Amélia Azevedo. Violência Contra a Mulher – São Paulo:


Conselho Estadual da Condição Feminina, 1984.

JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3ª ed.


revisada e ampliada. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho


Cientifico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório,
publicações e trabalhos científicos. 4ª. Ed. São Paulo. Atlas. 1992.

LEOPOLDI, Deise, Do Silêncio ao Grito Contra a Impunidade, Caso Márcia


Leopoldi, São Paulo, União de Mulheres de São Paulo, 2007

LINS, Regina Navarro. A cama na varanda: arejando nossas idéias a respeito


de amor e sexo. 3 ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

MADEIRA, Felicia Reicher. Quem Mandou Nascer Mulher? – 1º edição. Editora:


Rosa dos Tempos 1997.

MAGALHÃES, Belmira. As marcas do corpo contando a história um estudo


sobre a violência doméstica. Maceió: EDUFAL: PPGLL, 2005.

MEDRADO, Benedito et al. Princípios, diretrizes e recomendações para uma


atenção integral aos homens na saúde. Recife: Instituto PAPAI, 2009.

__________________ e PEDROSA, Cláudio. Pelo fim da violência contra as


mulheres, um compromisso também dos homens. Brasília. AGENDE. 2006.

MINAYO, Maria Cecília de Souza Minayo. O desafio do conhecimento: Pesquisa


Qualitativa em Saúde. São Paulo. Hucitec – ABRASCO. São Paulo – Rio de
Janeiro/2000.

NOVA, Sebastião Vila. Introdução á Sociologia. 6º edição. São Paulo: Atlas,


2004.

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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OBSERVATÓRIO SOCIAL. EM Revista – A Mulher no Mercado de Trabalho –


No Brasil, mulheres são discriminadas, ganham menos e perdem emprego mais
facilmente. Ano 2- Nº 5 março de 2004.

PARADA, Marli. Cartilha Sobre Violência contra a Mulher, Comissão da Mulher


Advogada, São Paulo 2009.

PARKER, Richard. Corpos, Prazeres e Paixões. A Cultura Sexual no Brasil.


Contemporâneo. São Paulo: Best Seller, 2000.

SAFFIOTI, Heleieth I. B –. Gênero, Patriarcado, Violência. 1º edição. São Paulo:


Editora Perseu Abramo. 2004.

____________________. O PODER DO MACHO – 1º edição. São Paulo. –


Editora Moderna - 1987 (Coleção Polêmica).

SECRETARIA ESPECIAL DE POLITICAS PARA MULHERES. II Plano Nacional


de Políticas para as Mulheres, Brasília – DF, 2008. 236 p.

SEMINÁRIO PROTEGENDO AS MULHERES DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, 2.,


2006. Brasília – DF.

SINA, Amália. Mulher e trabalho: o desafio de conciliar diferente papel na


sociedade. 1º edição São Paulo. Ed. Saraiva, 2005.

TELES, Maria Amélia de Almeida - Breve historia do feminismo no Brasil. 1º


edição –Editora Brasiliense, São Paulo 1993.

__________________________. O que é violência contra a mulher/ Maria


Amélia de Almeida Teles, Mônica de Melo – São Paulo: Brasiliense, 2003. –
(Coleção primeiros passos).

________________________________________________________________
Maria da Penha Maia Fernandes é uma biofarmacêutica brasileira que lutou
para que seu agressor viesse a ser condenado, onde o seu marido tentou matá-
la duas vezes em conseqüência dessas tentativas a mesma ficou paraplégica.
Seu agressor foi condenado a oito anos, mas ficou preso por dois anos e hoje
está livre. Com 60 anos e três filhas, hoje ela é líder de movimentos de defesa
dos direitos das mulheres, vítima emblemática da violência doméstica. (fonte:
www.wikipedia.com.br/ Maria da penha acesso em 08 de setembro de 2009 as
08:33 min).

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Canal Futura dia 17 de março de 2009.


Esses depoimentos foram retirados da reportagem do Jornal Futura do dia 17
de março de 2009.
15º Seminário Internacional do IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais), audiência pública realizada em 25 de agosto de 2009 as 19h00min.
Programa de Prevenção, Assistência e Combate à Violência Contra a Mulher –
Plano Nacional: diálogos sobre violência doméstica e de gênero : construindo
políticas públicas / Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

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Violência Silenciada: Um estudo sobre os castigos físicos


sofridos pela criança no contexto familiar.
MIRELLA CARNEIREIRO(1)

GERSON HEIDRICH DA SILVA(2)(Orientadores)


Ciências Sociais Aplicadas
INTRODUÇÃO:
Segundo a UNICEF, a violência é apontada, desde a década de 1970, como
uma das principais causas de morbi-mortalidade, despertando uma grande
preocupação com essa temática que, progressivamente, deixa de ser
considerada um problema exclusivo da área social e jurídica para ser, também,
incluída no universo da saúde pública, embora, no nosso modo de ver, de forma
ainda acanhada.
Historicamente, a violência tem se apresentado de forma ampla. Ao estudarmos
a escravidão desde a nossa inserção na escola, era freqüente nos chocarmos
com os relatos de crueldade e frieza dos senhores para com seus escravos.
Escravos que, por sua vez, eram considerados como objetos que pertenciam
aos senhores. Bastava que um deles (os escravos) fizesse algo que
desagradasse o seu “dono” para que fossem punidos severamente com
castigos físicos, humilhantes e até mesmo sexuais. Bater em um escravo era
forma de demonstrar poder e autoridade.
Essa época passou, a Lei Áurea foi assinada, os direitos humanos criados, a
constituição cidadã enfim decretada. Mas, embora haja inúmeras leis que
asseguram o direito da pessoa humana, ainda presenciamos várias formas de
violência em nosso cotidiano.
Neste estudo, entretanto, discutimos a violência contra a criança em âmbito
familiar que, ao longo do tempo, continua existindo enquanto assunto vedado e
arraigado à sociedade Brasileira como se fosse natural.
Realizamos este estudo buscando um melhor entendimento acerca da violência
física contra a criança em âmbito familiar, partindo do pressuposto de que os
castigos são atos que visam causar dor e sofrimento à criança para forçar uma
mudança de comportamento ou punir suas faltas.
Aceitos em quase todas as sociedades, os castigos (sobretudo os considerados
moderados) são utilizados como uma forma de educação das crianças. No
entanto, nos é difícil perceber essas práticas como sendo diferentes das
cometidas pelos senhores para com seus escravos.
Procuramos compreender, também, quais são as motivações dos pais para
castigarem seus filhos e verificar se há relação entre a violência sofrida quando
eles eram crianças com a violência as quais submetem seus filhos, analisando,
assim, os reflexos dessas práticas.
A hipótese que motivou a realização deste estudo foi a de que a prática da

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violência física contra a criança possui raízes profundas na formação da


sociedade e na tradição familiar brasileira, tendo, por diversas vezes, conotação
cultural e sendo reproduzida por aqueles que também foram vítimas de
violência física na infância.
Ainda, estes castigos estão tão arraigados à sociedade brasileira que as
pessoas acreditam que as punições físicas são necessárias frente a não
obediência. Acreditávamos que, apesar de terem ciência de que o diálogo pode
ser um caminho para a educação dos filhos, o costume de utilizar a agressão,
por diversas vezes, impulsionaria os pais a não pensarem estratégias de
dialogar com a criança, adotando assim a violência física frente ações da
criança que desagrade às regras impostas pela família.
Para a obtenção dos dados necessários para a confecção deste estudo foi
realizado um levantamento bibliográfico acerca do tema, utilizando
principalmente os estudos de Guerra, Azevedo, Santos e Schreiber sobre o
tema. Fizemos, também, um estudo de caso com uma única família residente
na região de Capão Redondo e que utiliza métodos coercitivos violentos para
com as crianças.
Alguns critérios para escolha dessa família foram estipulados, considerando
características cuja adequação a este estudo seria primordial. Por exemplo, a
importância dessa família, apesar de fazer uso da agressão física, ainda não
estar inserida em algum programa de proteção aos direitos da criança e do
adolescente, de modo que pudéssemos pesquisar e entender o fenômeno
enquanto uma situação ainda vedada e que não tivesse sofrido intervenções
profissionais.
A pesquisa foi realizada por meio de uma entrevista semiestruturada, com
questões direcionadas e previamente estabelecidas, sem a necessidade de se
ater à ordem pensada na elaboração do roteiro e nem vetar assuntos que
pareciam não condizer à pesquisa, de modo que pudéssemos apreender o que
os sujeitos pensam, sabem, fazem e argumentam acerca da imposição dos
castigos físicos à criança no ambiente familiar.
Os resultados, bem como a análise do material coletado e as propostas de
intervenções serão apresentados ao longo deste estudo.

OBJETIVO:

Identificar e analisar o processo de violência física contra a criança no contexto


familiar, a partir do olhar de pais e filhos;
Verificar se os agressores foram vítimas de violência doméstica quando
crianças e qual a relação entre a violência que sofreram e a que ocasionam;
Analisar os reflexos dessas práticas coercitivas;
Elencar os principais motivos que levam os pais a agredirem seus filhos;

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Identificar, na legislação vigente no Brasil, os direitos que protegem as crianças


da violência física intrafamiliar;

METODOLOGIA:
Para entender sua essência, é fundamental realizar esta pesquisa com os pais
e ou responsáveis que utilizam os castigos físicos como método coercitivo, bem
como com as crianças que são punidas em âmbito familiar. Entretanto, temos
ciência que para coletar relatos acerca desta prática, precisamos quebrar com o
pacto de silêncio, que envolve a dinâmica familiar. Portanto, para que
pudéssemos coletar dados significativamente representativos desta realidade,
optamos por realizar um estudo de caso, com o intuito de centrar os esforços no
entendimento de um caso particular, que seja “apto para fundamentar uma
generalização para situações análogas, autorizando interferências”.
(SEVERINO 2007, p. 121).
Este estudo de caso que apresentaremos a seguir, foi resultado de uma
pesquisa de campo realizada com uma única família, com perfil condizente a
maioria da população da região escolhida como foco de estudo e que possui
em seu cotidiano, a imposição de castigos físicos à criança. Como critério para
escolha desta família, estipulamos algumas características cuja adequação
seria primordial. Por exemplo, a importância desta família, apesar de fazer uso
da agressão física, ainda não estar inserida em algum programa de proteção
aos direitos da criança e do adolescente, de modo que pudéssemos pesquisar
e entender o fenômeno enquanto uma situação ainda velada e que não tivesse
sofrido intervenções profissionais.
A pesquisa foi realizada por meio de uma entrevista semiestruturada, com
questões direcionadas e previamente estabelecidas pela pesquisadora, sem a
necessidade de se ater à ordem pensada na elaboração do roteiro e nem vetar
assuntos que pareciam não condizer à pesquisa, para que pudéssemos
apreender o que os sujeitos pensam, sabem, fazem e argumentam acerca da
imposição dos castigos físicos à criança no ambiente familiar, estimulando-os a
exporem suas concepções acerca desta situação.
Para verificar a hipótese de que essa prática tem por diversas vezes conotação
cultural, sendo reproduzida por aqueles que foram vítimas dessa, procuramos
compreender a história de vida destes sujeitos, principalmente dos agressores,
de modo a tentar relacionar suas vivências familiares e possíveis situações de
violência doméstica sofridas enquanto crianças, aos métodos coercitivos
violentos aos quais submetem seus filhos. Em relação à criança, focamos
nossos esforços na compreensão de como esta concebe a violência que sofre,
principalmente questionando-a sobre a necessidade e importância de tal ação
para a sua educação e, ainda, investigar se esta criança reproduz a violência
que sofre, e se utiliza a agressão como forma de solucionar os seu problemas e

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de se impor perante às crianças mais novas.

RESUMO:
A entrevista com os membros da família e a observação realizada através das
visitas domiciliares, nos proporcionaram analisar o quanto as questões culturais
e comportamentais são reproduzidas pelos membros da família, por mais que,
aparentemente, não tenham ciência dessas reproduções.
Cabe analisarmos alguns pontos em comum que comprovam nossas hipóteses
e que subsidiam os objetivos deste estudo, como por exemplo:

1) J.S foi vítima de diversas formas de violência doméstica enquanto criança,


seja ela sob forma da agressão física, psicológica ou da negligência, contudo,
apesar de mostrar-se contraria a tudo o que vivenciou, não considera que foi
vitima de violência. Na realidade, ela parece não entender ao certo o que é
violência, descrevendo essa como uma ação que gera dano físico aparente e
grave, exemplificando em seu discurso a violência com o ato de quebrar algum
membro do corpo ou provocar cortes na pele. As agressões vividas por ela são
vistas como situações naturais e costumeiras nas relações familiares.
Mesmo tendo sido vítima dessa violência e ter sofrido bastante com ela, J.S a
reproduz em seus filhos, ainda que de maneira mais sutil. Justifica seus atos
pela dificuldade que é educar os filhos nos dias atuais, onde os mesmos não
mais obedecem as ordens dos mais velhos, havendo assim a necessidade de
puni-los para que não realizem novamente os atos que desagradam aos pais.
Os instrumentos para coerção que utiliza são diferentes dos utilizados pelo seu
padrasto. Castiga seus filhos com instrumentos diversos: cinta, chinelo,
utensílios domésticos ou qualquer outra coisa que esteja de fácil acesso,
demonstrando que as agressões não são premeditadas como eram as
realizadas pelo seu padrasto, são atos automáticos que funcionam como
resposta rápida à ação que lhe desagradou.

2) As filhas de J.S, mesmo que desaprovem certas atitudes da genitora, as


reproduzem de maneira bastante semelhante. Ambas se casaram muito cedo,
com homens muito mais velhos do que elas. Concebem que o papel da mulher
em uma relação deve ser o de cuidadora do lar e da família, cabendo a esta
abandonar sua escolarização e suas formas de lazer para dedicar-se
integralmente ao esposo e aos filhos. Apesar de estarem inseridas em
contextos sociais distintos, ambas acreditam que devem conceber uma criança
para cumprirem seu papel de mulher.
T.S, que foi vítima da violência doméstica quando criança, expõe seu filho as
mesmas situações, embora utilize métodos coercitivos violentos diferentes, e
que parecem ser mais severos e freqüentes. A criança é submetida a

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constantes ameaças e agressões, todas justificadas como métodos educativos


para impor limites e demonstrar autoridade da mãe frente ao filho. A mesma,
apesar de demonstrar insatisfação sobre a forma como foi educada pela sua
mãe, acaba por impor ao filho situações muito semelhantes.

3) M.A foi educado de maneira bastante rigorosa, com a utilização constante de


castigos físicos como método educativo e de demonstração de autoridade do
pai para com os filhos. A educação que proporciona ao filho não é tão rigorosa,
mas ainda assim as punições corporais são freqüentes. Estas, por sua vez, não
como forma de impor a autoridade patriarcal, como seu pai fazia, mas como
uma resposta imediata à ação da criança que o incomoda. Funciona como uma
espécie de estratégia para conter a atitude infantil que o desagrada.

4) L.H acredita ser inaceitável a postura do pai quando o agride e afirma que o
diálogo poderia ser usado como método educativo em detrimento das punições
corporais as quais é submetido. Contudo, L.H reproduz estas punições com o
seu sobrinho. L.S é objeto de mando e desmando do seu tio e é visto como
submisso frente aos seus desejos. Todas as agressões que L.H sofre, ele
reproduz no seu sobrinho, seja como forma de impor sua vontade ou de punir
L.S quando o mesmo realiza uma ação considerada inaceitável.
L.H concebe a violência física como um método mais fácil e rápido para
alcançar seus objetivos e/ou resolver seus problemas.

5) L.S é submetido à castigos corporais por todos os membros da família. Suas


atitudes de evitações sociais e de temores podem ser considerados como
conseqüentes das punições pelas quais é submetido.
Atualmente, o mesmo não tem em quem reproduzir a violência que sofre, isso
porque não há ninguém mais novo no circulo familiar e nem possui amigos.

Desta forma cabe ressaltar que a reprodução da violência doméstica é evidente


e ocorre por motivos distintos, com objetos diferentes e de formas diversas, mas
com a mesma intensidade e com justificativas muito semelhantes, girando em
torno do argumento de que é necessário punir para educar.

CONCLUSÃO:
A partir do levantamento de algumas das mais importantes referências
bibliográficas sobre os castigos físicos sofridos pela criança no contexto familiar
e do estudo de caso realizado com uma família que utiliza métodos coercitivos
violentos contra os filhos, pudemos perceber que a prática da violência física
contra a criança possui raízes profundas na formação da sociedade e na
tradição familiar brasileira, tendo por diversas vezes conotação cultural, sendo

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reproduzida por aqueles que também foram vítimas de violência física na


infância. E, ainda, esses castigos parecem tão arraigados à sociedade brasileira
que as pessoas acreditam que as punições físicas ainda são necessárias frente
a não obediência da criança.
Apesar de, pressupostamente, terem ciência de que o diálogo possa ser um
caminho para a educação dos filhos, o costume de utilizar a agressão, por
diversas vezes, impulsiona os pais a não pensarem estratégias de dialogar com
a criança, adotando assim a violência física frente ações dos filhos que
desagrade às regras impostas pela família.
Estas constatações nos propiciaram a comprovação de nossa hipótese sobre a
existência de uma cultura de punições corporais contra a criança, a percepção
desta como um ser submisso aos desejos do adulto e ainda a crença de que os
castigos físicos são essenciais para a educação das mesmas.
Outro dado também muito importante obtido a partir desta pesquisa é o fato de
que as pessoas que foram agredidas quando crianças reproduzem essas ações
em seus filhos, mesmo conscientes do sofrimento aos quais foram submetidos.
Esta situação responde a uma de nossas questões iniciais que objetivava
verificar se os agressores foram vítimas de violência doméstica quando crianças
e qual a relação entre a violência que sofreram e a que ocasionam.
As concepções de violência doméstica que pais e filhos possuem estão
diretamente ligadas à existência de danos físicos graves como, por exemplo, o
ato de quebrar algum membro do corpo ou provocar cortes na pele. As
agressões vividas e provocadas, quando não há a ocorrência de fratura de
algum membro ou cortes pelo corpo, são vistas como situações naturais e
costumeiras nas relações familiares.
Dentre os reflexos dessas práticas coercitivas violentas, podemos elencar
alguns percebidos como comuns conforme constam do material disponibilizado
pelos sujeitos desta pesquisa: indisposições, comportamento evitativo,
isolamento e evitações afetivas, dores de cabeça, dificuldades no aprendizado
escolar, baixa auto-estima, temores sem motivos aparentes e comportamento
hostil em grupos.
Outra característica também marcante é a maneira como a criança passa a
perceber os relacionamentos sociais. Segundo Azevedo e Guerra (1994 p. 63),
quando a criança é exposta a violência física ou psíquica, quando ainda está
em uma fase em que não pode se defender, tenderá a tornar-se um adulto que
poderá não compreender um relacionamento centrado no afeto, sem a
existência da violência.
As crianças que são submetidas a castigos corporais, percebem a violência
como métodos mais fáceis e rápidos para alcançar seus objetivos e/ou resolver
seus problemas, reproduzindo a violência que vivenciam ao submeterem as
crianças mais novas ou de menos estatura a sua ação também agressiva, isso
porque as visualizam como submissas aos seus desejos, assim como seus pais

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o tratam.
A violência doméstica contra a criança é uma situação cujas bases são
culturalmente estabelecidas e ocorrem, principalmente, dentro do ambiente
familiar, local onde a intimidade garante a não interferência e certo sigilo,
formando um pacto de silêncio que consolida o papel de vítima e agressor.
O ECA garante legalmente a proteção integral à criança e ao adolescente, mas
ainda representa um grande desafio em sua total implantação, isso porque,
essas regras interferem diretamente na maneira como os pais educam seus
filhos, vindo de encontro à cultura de punição corporal como método de
educação para com as crianças e adolescentes.
Percebemos que as punições corporais têm passado por inúmeras
transformações, fato esse explícito nas entrevistas realizadas. Isso porque os
motivos e a maneira como os pais foram punidos são, em certo sentido,
diferentes das quais submetem seus filhos. Contudo, as justificativas da
necessidade de punições como forma de educar a criança são mantidas.
Temos a concepção de que a escola pode ser um ambiente bastante propício
para a detecção da violência doméstica, uma vez que a prática da procura das
unidades de saúde pelos familiares das crianças agredidas só se dá quando
essa agressão gera danos aparentes e podem ocasionar seqüelas graves.
A escola deveria contar com profissionais capacitados para detectar e intervir
na situação, de modo a criar formas de prevenção dessa agressão que causa
danos irreparáveis. Isso requer, num primeiro momento, um pouco mais de
atenção de todos os funcionários de determinada instituição, no que se refere
no cuidado ao olhar e escutar as crianças. Pequenos sinais físicos e mudanças
de comportamento da criança podem servir de indicadores de algum tipo de
agressão que, percebida, deve ser combatida imediatamente, buscando, dessa
forma, evitar que a prática da violência torne-se freqüente e banalizada.
A inclusão de Assistentes Sociais e Psicólogos nas escolas municipais e
estaduais pode ser uma estratégia bastante eficaz, uma vez que estes
profissionais são capacitados para detectar a prática da violência contra a
criança e intervir na situação, de modo a evitar futuras agressões por meio de
orientações com os pais, encaminhamentos para serviços de acompanhamento
para crianças acometidas de violência.
Outra ação bastante eficaz seria o desenvolvimento de programas de atenção
ao agressor, pois atualmente, quando a violência contra a criança é detectada,
a criança é retirada do seio familiar como uma medida protetiva, mas o agressor
passa a reproduzir essas punições corporais nos outros filhos, criando um
circulo de violência que, no nosso modo de entender, precisa ser rompido.
Esse círculo de violência é constituído a partir da reprodução das punições
corporais por aqueles que a sofreram quando criança. A situação perdura
durante gerações, até que alguém consiga romper com esse círculo, tarefa
nada fácil se considerarmos que grande parte dessas famílias tem essa prática

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tão arraigada e, de certa forma, naturalizada.


Cremos que estudos como este são muito importantes para fomentar a
discussão e, mediante olhar interdisciplinar, construir metodologias de trabalho
que possam respaldar a prática profissional, bem como reforçar a exigência da
criação (construção) de políticas públicas que possam, efetivamente, contribuir
para que a violência contra a criança faça parte, apenas, de uma história já
contada.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
AIRÈS. P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro, Zahar, 1978.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasí¬lia, DF: Senado, 1988.

BRASIL. Código Civil. Organização dos textos, notas remissivas e índices por
Antó¬nio de Oliveira Marques, 52. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

BRASIL. Código do Processo Penall. Organização dos textos, notas remissivas


e índices por Juarez de Oliveira, 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Decreto – lei nº 8069, de 13 de


Julho de 1990. VL&P – Editora, Belo Horizonte, 2001.

CADERNOS de violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes.


Coordenação de Desenvolvimento de Programas e Políticas de Saúde –
CODEPPS.
São Paulo: SMS, 2007.

Diagnóstico Social Instituto Lidas (www.criancaeadolescente2007.com.br) –


Pesquisa realizada no dia 07 de Junho de 2009 às 9h00.

Documentos históricos da Associação de Moradores do Conjunto Habitacional


Chico Mendes.

DROGAS – Violência na família estimula o consumo. Revista Nova Escola. Ano


IX, v. 9, n 79, p. 46-47, Outubro de 1994.

GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo. Violência de pais contra filhos: a


tragédia revisada. 5. ed. – São Paulo: Cortez, 2005.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (www.ibge.gov.br) – Pesquisa

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realizada no dia 22 de Maio de 2009 às 12h00.

MOURA, Ana Cristina Marcondes ...[et al]. Reconstrução de vidas: como


prevenir e enfrentar a violência doméstica, o abuso e a exploração sexual de
crianças e adolescentes. São Paulo: SMADS. SEDES Sapientae, 2008.

NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Organização


Editoral por Jair Lot. São Paulo: Saraiva, 2008.

NORDON, David Gonçalves; ROCHA, José Inácio Pereira da. Violência


doméstica contra a criança. Revista da Faculdade de Ciências Médica de
Sorocaba. Espaço Aberto. v 10. n. 4, p. 28-30, 2008.

Observatório cidadão Nossa São Paulo (www.nossasaopaulo.org.br) – pesquisa


realizada no dia 03 de Junho de 2009 às 14h00.

SAGIM, Mirian Botelho. Violência doméstica observada e vivenciada por


crianças e adolescentes no ambiente familiar. 2008. Tese (Doutorado em
Psicologia) – Universidade de São Paulo, São Paulo

SANTOS, H. O. Crianças espancadas. Campinas, Papirus, 1987.

SARTI, Cynthia Andersen. A família como espelho – um estudo sobre a moral


dos pobres – 2 ed. São Paulo: Cortez, 2003

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 22ª. E.São


Paulo: Cortez 2002.

SCHREIBER, Elisabeth. Os direitos fundamentais da criança na violência


intrafamiliar. Porto Alegre: Ricardo Lenz, 2001.

SILVA, Maria Liduina Oliveira. O Estatuto da Criança e do Adolescente e o


Código de Menores: descontinuidades e continuidades. São Paulo, Revista
serviço social e sociedade, ano XXVI, n° 83, Set./ Dez., Editora Cortez, 2005.

________________________________________________________________
Todo ato e/ou omissão praticado por pais, parentes ou responsáveis em relação
à criança que – sendo capaz de causar dano ou dor de natureza física, sexual
e/ou psicológica à vítima – implica, de um lado, uma transgressão do
poder/dever de proteção do adulto e, de outro, uma “coisificação” da infância,
isto é, uma negação do direito que a criança tem de ser tratado como sujeito e
pessoa em condição peculiar de desenvolvimento. (Guerra, 2005 p. 32)

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Lingüística, Letras e Artes

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A Intertextualidade na Poética de Paulo Leminski


FELIPE ANTONIO NUNES LEAL(1)

MARCIA ANTONIA GUEDES MOLINA(2)(Orientadores)


Lingüística, Letras e Artes
INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa tem por finalidade avaliar a presença do discurso
intertextual na poética de Paulo Leminski, buscando, assim, analisar o processo
de criação deste poeta.

OBJETIVO:
Objetiva-se analisar poemas do autor em que haja intertextualidade e, assim,
entender a relação existente entre o autor e autores de sua geração, ou, mais
especificamente, o pensamento acerca de poesia em destaque na sua época;
para, afinal, apreender quais os resultados de tais diálogos em sua obra.

METODOLOGIA:
Inicialmente, será realizada uma breve pesquisa sobre a poesia e suas origens,
evolução, finalidade, etc. Em seguida, contextualizaremos o autor, explorando a
sua época, o pensamento, a poética vigente e suas influências.
Após isso, serão feitas leituras dos poemas do autor em busca do discurso
intertextual. Finalmente, após a leitura da biografia pertinente, serão feitas as
análises e comparações de textos com os quais o poeta cria diálogos , para,
então, estudarmos qual o valor desse processo em sua obra, em seu tempo e,
enfim, quais as relações que o poeta cria ao “recriar” textos de outros autores
através da intertextualidade.

RESUMO:
No decorrer da pesquisa, foi-nos possível avaliar textos do autor, tendo como
base outros textos de diversas estéticas literárias e, até mesmo, de textos não
literários - no sentito estrito do termo.
A partir disso, pôde-se concluir que, sobretudo, o autor trabalha com o efeito da
apropriação de textos, idéias, formas; porém, sempre com um sentido muito
agudo de perversão de suas fontes.

CONCLUSÃO:
Concluímos que, como questionamos no início de nossas análises, a alcunha

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de apenas parodiador dada a Paulo Leminski é verdadeira, mas, somente, até


certo ponto; uma vez que, o poeta, como dissemos, usa muito mais um efeito
próximo da paródia: a apropriação - que, juntamente com a paródia, forma o
que Sant'Anna (1988), chama de eixo-parodístico, ou eixo da intertextualidade
por diferenças.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Bibliografia básica
BOSI, Alfredo. O ser e o tempo da poesia. Ed. da Universidade de São Paulo.
São Paulo: Cultrix, 1.977.
LEMINSKI, Paulo. Caprichos e Relaxos. 3. ed. São Paulo: Editora Brasiliense,
1985.
LEMINSKI, Paulo. Distraídos Venceremos. 2. ed. São Paulo: Editora
Brasiliense, 1.987.
LEMINSKI, Paulo. Melhores Poemas. 5. ed. São Paulo: Global Editora, 2001.
SANT’ANNA, Affonso Romano. Paródia Paráfrase CIA. São Paulo: Editora Ática
S.A., 2001.
SPINA, Segismundo. Na madrugada das formas poéticas. São Paulo: Ática,
1.982.

Bibliografia complementar
ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte Poética. 17. ed. Rio de Janeiro: Ediouro,
2005.
ABRÃO, Bernadete Siqueira... [et al]. Enciclopédia do Estudante: História da
Filosofia. 1ed. São Paulo: Moderna, 2008.
D’ONOFRIO, Salvatore. Forma e sentido do texto literário. São Paulo: Editora
Ática S.A., 2007.
GONÇALVES, M. T; BELLODI, Z. C. Teoria da Literatura “Revisatada”. Rio de
Janeiro: Editora Vozes, 2005.
LEMINSKI, Paulo. Anseios Crípticos. Curitiba: Criar Edições Ltda, 1986.
LEMINSKI, Paulo. Anseios Crípticos 2. Curitiba: Criar Edições Ltda, 2001.
LOPES, Edward. Fundamentos da Lingüística Contemporânea. 23.ed. São
Paulo: Cultrix, 2007.
PIGNATARI, Décio. Comunicação poética. 2.ed. São Paulo: Cortez & Moraes,
1978.
POUND, Ezra. ABC da Literatura. 11.ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
RAMOS, Maria Luiza. Fenomenologia da Obra Literária. 2.ed. Rio de Janeiro:
Florense, 1972.

________________________________________________________________
Trabalho realizado pelo aluno do 6º semestre do curso de Letras, Felipe Antonio
Nunes Leal, sob supervisão da profª Dra. Marcia. A. G. Molina.

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A representação feminina na obra “Política Sexual” de Kate


Millet
ROSIANA DA SILVA NOVAES DE PAULA(1)

MARCIA ANTONIA GUEDES MOLINA(2)(Orientadores)


Lingüística, Letras e Artes
INTRODUÇÃO:
Sabemos que a mulher tem ocupado um papel cada vez mais relevante dentro
de nossa sociedade, desde a sua liberação sexual ocorrida na década de 60,
no século XX; em eventos importantes como a globalização, a mulher tem
ocupado papéis de destaque e tem sido fonte de milhares de pesquisas,
inclusive dentro da literatura, levando-nos a questionar o papel ocupado por ela
dentro de uma sociedade patriarcal, mesmo nos dias atuais.
A autora americana contemporânea Kate Millet no seu livro “Sexual Politics”
(1968) ou Política Sexual descreve três histórias envolvendo um relacionamento
sexual, relatadas em livros de diferentes autores como: Miller, Mailer e Genet.
Em seu livro ela faz críticas ao papel do homem e da mulher nessa relação e
busca a intenção dos autores. Devemos destacar que os livros comentados por
Millet foram escritos nas décadas de 1920 e 1930. É a partir destas histórias
que temos acesso a uma maneira de interpretar a sexualidade por meio da
literatura, ao longo de algumas décadas do século XX e repensá-la hoje. Para
Kate Millet, faz-se necessária a observação do papel da mulher na sociedade
patriarcal, a fim de conscientizá-la sobre o seu papel hoje.
A pesquisa é pertinente, visto que, principalmente no Brasil, as discussões em
torno do papel social (e subjetivo) da mulher encontram respaldo na divulgação
das mudanças sociológicas ao longo dos anos. Cada vez mais a mulher tem
ocupado um papel importante dentro da literatura e por que não analisar sua
evolução sociológica e histórica sob uma perspectiva feminista? A autora
feminista Kate Millet, embora não tão conhecida no Brasil, procura mostrar o
papel da mulher relacionado ao sexo em termos comparativos, fazendo uma
análise de sua posição dentro do sistema patriarcal e trazendo essa análise
para os dias atuais, o que nos permite fazer uma leitura crítica dessa evolução.

OBJETIVO:
Buscamos, por meio da análise da obra Política Sexual, interpretar a postura
feminina numa relação amorosa que envolve sexualidade, observando o papel
da mulher em nossa sociedade patriarcal, a fim de conscientizá-la de seu papel
na sociedade atual.

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METODOLOGIA:
Para desenvolver nossa pesquisa, efetuamos a leitura dos capítulos iniciais do
livro “Sexual Politics” da autora Kate Millet, a seguir, realizamos uma pesquisa
biográfica inicial. Depois, fizemos uma leitura crítica dos capítulos citados acima
analisando os dados observados inscritos nas seguintes categorias: ideológica,
biológica, sociológica, de classe, econômica e educacional, de força,
antropológica e psicológica.

RESUMO:
Observou-se na categoria ideológica que assim como o governo é sustentado
pelo poder, suportado por consentimento ou imposto por meio da violência, o
mesmo ocorre com relação ao sexo. Na categoria biológica chegamos á
conclusão de que a personalidade psico-social é, portanto pós-natal e é
aprendida. Na categoria sociológica, percebemos que a família é a instituição
mais importante no sistema patriarcal e ela exerce um grande controle sobre o
indivíduo e principalmente sobre a mulher. Na categoria de classe, as mulheres
são a classe dependente. Na econômica e educacional, a mulher aparece em
um ranque inferior aos homens. Na categoria de força, o sistema patriarcal tem
institucionalizado a força através do seu sistema legal, inclusive nos dias atuais.
Na antropológica, ainda predomina a idéia de que as funções sexuais da mulher
são impuras (ex: a menstruação) e por fim na categoria psicológica, a mulher é
vista como o objeto de narrativas e o sujeito sobre o qual incide todo o tipo e
sorte de distúrbio psicológico.

CONCLUSÃO:
Após a análise da obra de Kate Milet, chegamos á conclusão de que a mulher
- entendida tanto do ponto de vista sexual como nas demais categorias citadas,
apesar de suas grandes conquistas, de sua liberação sexual, ocorrida na
década de 60 - ainda tem uma longa caminhada, ainda sofre muita
discriminação, mas vemos também na literatura uma forma de repensarmos
essa postura. Por isso, o estudo da sexualidade, via literatura, permite-nos um
acesso á compreensão mais abrangente de nós mesmos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
MILLET, Kate. Sexual Politics. London: Hart-Davis, 1969.
LLOGAN, Harriet. Mulheres de Cabul. São Paulo: Ediouro, 2006.
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Aluna do segundo semestre do Curso de Letras.


Profa. Dra. Márcia A G Molina - Coordenadora do Curso de Letras.

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Outros

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100 anos da descoberta da Doença de Chagas: Testes


Diagnósticos Disponíveis para Fase Aguda
BEATRIZ AKEMI TANAKA GONÇALVES(1), LAISA CODIGNOTO PREVI(2), VANESSA
PRETES(3), ADARA AUREA DOS SANTOS(4)

MARIA REGINA ANDRADE DE AZEVEDO(5)(Orientadores)


Outros
INTRODUÇÃO:
A doença de Chagas é uma das patologias de mais larga distribuição no
continente americano, além do conhecido da existência de vetores da doença
desde o sul dos Estados Unidos à Argentina. São mais de cem espécies
responsáveis pela transmissão natural da infecção pelo Trypanosoma cruzi,
intervindo diretamente na sua veiculação no ambiente domiciliar ou participando
na manutenção da enzootia chagásica. Estima-se que sejam de 16 a 18
milhões os indivíduos infectados e de aproximadamente oitenta milhões a
população em risco de contaminação na América Latina. O protozoário
responsável pela parasitose, Trypanosoma cruzi, vivia restrito à situação
silvestre, circulando entre mamíferos do ambiente natural, como roedores, tatus
e gambás, através do inseto vetor ou, também, muito comumente, por via oral
(ingestão de vetores e mamíferos infectados).
Os triatomíneos, hematófagos estritos, encontraram nas habitações de pau a
pique uma condição ideal de abrigo e oferta alimentar abundante, tornando a
transmissão vetorial no mecanismo primário de difusão da doença. A adaptação
dos triatomíneos à vivenda humana (domiciliação e colonização) mostrou-se
eficiente para cerca de uma dezena de espécies e é considerada fator
primordial da ocorrência e da expansão da doença de Chagas humana.
Estabelecida a transmissão vetorial da doença, outros mecanismos foram a ele
consequentes e são, nesse sentido, secundários ou alternativos, principalmente
a transmissão transfusional e a transmissão transplacentária .
A fase aguda da Doença de Chagas (DCA) pode ser sintomática ou
assintomática, sendo esta a mais frequente. Ambas estão relacionadas com o
estado imunológico do hospedeiro. Há predomínio da forma aguda sintomática
na primeira infância, levando a morte em cerca de 10% dos casos, devido
principalmente a meningoencefalite e mais raramente a falência cardíaca devido
à miocardite aguda difusa, uma das mais violentas que se tem noticia.
A fase aguda inicia-se através das manifestações locais, quando o
Trypanosoma cruzi penetra na conjuntiva (sinal de Romana) ou na pele
(chagoma de inoculação). Estas lesões aparecem em 50% dos casos agudos
dentro de 4-10 dias após a picada do barbeiro, regredindo em um ou dois
meses. Concomitantemente os linfonodos-satélites são comprometidos e no
conjunto forma-se o complexo cutâneo e/ou conjuntivo-linfonodal. O sinal de

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Romana se caracteriza por edema bipalpebral unilateral, congestão conjuntival,


linfadenite-satélite, com linfonodos pré-auriculares, submandibulares e outros
aumentados de volume, palpáveis, celulite do tecido gorduroso periorbitário e
palpebral e presença de parasitos intra e extracelulares em abundância. O
complexo cutâneo-linfonodal caracteriza-se pelo aparecimento, em qualquer
parte do corpo, do chagoma primário e da linfadenite-satélite. O primeiro é
representado pela inflamação aguda local na derme e hipoderme, no ponto de
inoculação do parasito. Microscopicamente, a lesão lembra um funrúnculo que
não chega à supuração, seguida de regressão lenta acompanhada de
descamação.
As manifestações gerais são representadas por febre, edema localizado e/ou
generalizado, poliadenia, hepatomegalia, esplenomeglia e, às vezes,
insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas.
Excepcionalmente, alguns pacientes apesar de apresentarem diminuição da
parasitemia, desaparecimento dos edemas dos sinais de porta de entrada, não
normalizam o eletrocardiograma, apresentando continuamente alguma
sintomatologia cardíaca de maior ou menor grau. As perturbações neurológicas
são raras e consequência da meningoencefalite que ocorre apenas em crianças
muito jovens e em pacientes imunossuprimidos.

OBJETIVO:
Apresentar os métodos laboratoriais para o diagnóstico da Doença de Chagas
na Fase aguda e elencar o mais eficiente com base na bibliografia disponível.

METODOLOGIA:
O projeto consiste em um levantamento bibliográfico dos exames laboratoriais
para o diagnóstico da doença de Chagas durante a fase aguda e suas
especificidades.

RESUMO:
Exames Específicos
O diagnóstico laboratorial da fase aguda da doença de Chagas se baseia-se em
testes parasitológicos/hematológico, sorológicos e diagnóstico molecular. O
critério parasitológico/hematológico é definido pela presença de parasitos
circulantes demonstráveis no exame direto do sangue periférico. Por sua vez, o
critério sorológico é baseado na presença de anticorpos anti- Trypanosoma
cruzi da classe IgM no sangue periférico, particularmente quando associada a
alterações clínicas e epidemiológicas sugestivas, enquanto o diagnóstico
molecular apresenta-se como o exame mais específico atualmente.

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Exames Parasitológicos/Hematológicos
São exame em que o parasito é observado diretamente pelo analista e
dispensam qualquer outra evidência complementar adicional para a infecção,
ou seja, por si só, são definidores do quadro de infecção por Trypanosoma cruzi
em processo de investigação:
• Pesquisa a fresco de tripanossomatídeos: É a primeira alternativa por ser
rápida, simples, custo-efetiva e mais sensível do que o esfregaço corado. O
ideal é que o paciente esteja febril no ato da coleta ou em coleta posterior a 12-
24 horas após, se a primeira for negativa e a suspeita clínica persistir.
• Métodos de concentração: estes testes apresentam maior sensibilidade e
recomendados quando o teste direto a fresco for negativo. Na presença de
sintomas por mais de 30 dias deverá ser o método de primeira escolha. São
eles o método de Strout, microhematócrito e creme leucocitário.
• Lâmina corada de gota espessa ou esfregaço: Para realização desta técnica,
uma pequena gota de sangue obtida por punção da polpa digital ou de sangue
venoso colhido com anticoagulante é colocada entre lâmina e lamínula e
examinada exaustivamente ao microscópio em objetiva de (40 x). Entretanto,
face aos pequenos volumes de sangue examinados a cada vez, o método
necessita ser repetido várias vezes ao dia ou mesmo em dias consecutivos até
que o parasita possa ser detectado. Embora apresente sensibilidade inferior
aos métodos anteriores, esta técnica vem sendo largamente utilizada na região
da Amazônia legal em virtude de sua praticidade e disponibilidade nas ações de
diagnóstico da malária.
• Hemocultura: O Trypanosoma cruzi é capaz de crescer e de multiplicar-se em
diferentes meios de cultura acelulares que contenham hemina ou derivados da
hemoglobina. A hemocultura é uma técnica mais difícil de ser realizada uma vez
que requer condições assépticas para a coleta e o manuseio da amostra de
sangue, o que a torna pouco prática nos trabalhos de campo. A técnica consiste
em coletar cerca de 10 ml de sangue venoso do paciente com anticoagulante e
semear alíquotas de cerca de 1 a 2 ml de sangue total em tubos contendo 5 ml
de meio LIT. As culturas são mantidas a 28ºC e examinadas em intervalos de
15 dias até um total de 4 meses. As percentagens de positividade obtidas na
hemocultura convencional por diferentes estudos são muito semelhantes à
aquelas observadas para o xenodiagnóstico.
• Xenodiagnóstico: é uma técnica perfeitamente aplicável para a pesquisa de
campo e/ou isolamento de amostras de Trypanosoma cruzi de pacientes e/ou
animais. Neste método, recomenda-se a utilização de 30 a 40 ninfas de 3°a
5°estágio de desenvolvimento, as quais são criadas em condições controladas
em laboratório, sendo, portanto livres do parasita.
As ninfas em jejum alimentar de 20 a 30 dias são acondicionadas em pequenas
caixas cobertas com tela, as quais são aplicadas diretamente sobre o
hospedeiro por 30 a 60 minutos, até completar-se a alimentação dos insetos.

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Em humamos, a caixa é aplicada no antebraço e em animais deve-se escolher


um local onde os pêlos não dificultem a alimentação dos triatomíneos. O exame
dos insetos para pesquisa do Trypanosoma cruzi é realizada aos 30 e 60 dias
após o repasto sanguíneo, devendo ser realizada individualmente ou em grupos
dependendo do propósito do estudo. As fezes ou urina dos triatomíneos são
obtidas através de uma leve compressão do abdômen dos insetos, adicionadas
de uma gota de solução salina e em seguida examinadas a fresco ao
microscópio ótico entre lâmina e lamínula, ou utilizadas para a confecção de
preparações coradas.

Exames Sorológicos
Têm utilidade complementar aos exames parasitológicos, e devem sempre ser
colhidos em casos suspeitos ou confirmados de DCA e enviados ao
Laboratório Central de Saúde Pública - LACEN. As metodologias utilizadas são
a hemoaglutinação indireta (HAI), a reação de imunofluorescência indireta
(RIFI) e o método imunoenzimático (ELISA). A reação de fixação de
complemento (reação de Guerreiro-Machado) não é mais utilizada pelos
laboratórios da rede do Sistema Único de Saúde do Brasil. Ressalta-se que
para a existência de evidência clínico-epidemiológica aumenta o valor preditivo
positivo das abordagens sorológicas abaixo:
• Anticorpos IgM: método recentemente incorporado na rotina de poucos
laboratórios de referência no Brasil. Representa técnica complexa, de uso
restrito. É mais útil na fase aguda tardia, após pelo menos 30 dias de febre
quando repetidos exames de pesquisa direta do parasito forem negativos.
Na prática, recomenda-se que, diante de um caso suspeito de DCA, sejam
realizados exames parasitológicos diretos para leitura imediata, repetidas vezes
se for necessário.
Colher soro para testes convencionais (IgG). Caso os parasitológicos resultem
negativos ou não possam ser lidos no local da coleta, recomenda-se coleta de
sangue total com anticoagulante, para realizar método de concentração, os
quais serão enviados para laboratórios de referência nos países. Caso a
sorologia inicial resulte negativa, repeti-la após 3 semanas: uma soroconversão
indicará a ocorrência de Doença de Chagas na Fase Aguda.

Diagnóstico Molecular
O diagnóstico molecular da infecção por T. Cruzi por meio da reação em cadeia
da polimerase - PCR (Polymerase Chain Reaction) é de uso restrito e realizado
por centros colaboradores em caráter experimental até que se tenham
protocolos definidos e procedimentos operacionais padronizados.

Exames Inespecíficos

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Para a verificação do estado geral dos casos de DCA, em especial dos


sistemas usualmente mais acometidos, é proposta uma relação de exames
laboratoriais complementares para o seguimento dos casos e manejo clínico de
eventuais complicações.
Ressalta-se que o início do tratamento etiológico independe da realização de
tais exames.
• Hemograma completo com plaquetas: são observadas leucopenia ou
leucocitose discreta, com desvio à esquerda, associado à linfocitose, bem como
eventual anemia hipocrômica e velocidade de eritrosedimentação (VES ou
velocidade de hemosedimentação [VHS]) moderadamente aumentada. Em
casos graves podem ocorrer plaquetopenia e leucopenia moderadas.
• Urinálise (EAS): usado para avaliação relativa da função renal; é útil para
verificar a ocorrência de sangramento pelas vias urinárias.
• Provas de função hepática: são importantes marcadores para verificação do
acometimento hepático, especialmente em casos de DCA por transmissão oral.
As aminotransferases (AST e ALT) freqüentemente aparecem elevadas.
Bilirrubinas (totais e frações) também podem estar alteradas, com ou sem
icterícia visível. O Tempo de Protrombina (TAP ou TP) prolongado sugere dano
hepático.
• Radiografia de Tórax: na forma indeterminada e na cardíaca e digestiva com
pequenas alterações, a área cardíaca estará normal em quase todos os casos.
É comum o aumento global da área cardíaca de pequena ou moderada
intensidade, evoluindo para um grande aumento (cardiomegalia) na
dependência do grau da cardiopatia chagásica crônica (CCC). Nos casos
agudos, a cardiomegalia pode ser decorrente da miocardite ou derrame
pericárdico.
Os campos pleuro-pulmonares geralmente estão limpos, podendo ocorrer
derrame pleural em casos de insuficiência cardíaca congestiva.
• Eletrocardiografia: Na fase aguda são sugestivos os sinais de sofrimento
miocárdico, com alterações de T, aumento de PR, taquicardia sinusal e baixa
voltagem de QRS. Extrassistoles ventriculares e bloqueios AV ou
intraventriculares avançados são raros e de mau prognóstico. O
eletrocardiograma se normaliza em alguns meses com o tratamento específico
ou a evolução da doença e, freqüentemente, se mantém normal por muitos
anos durante o período de forma indeterminada. A cardiopatia chagásica
crônica envolve a presença de distúrbios do ritmo cardíaco (extrassístoles
ventriculares, fibrilação atrial e outras) e /ou distúrbios de condução (bloqueio
completo do ramo direito, bloqueios divisionais do ramo esquerdo, bloqueios
atrioventriculares) e as alterações da repolarização ventricular, presentes em
aproximadamente 50% dos pacientes.

Outros exames recomendados:

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• Provas de coagulação (TTPA): devem ser realizadas sempre que possível,


especialmente nos casos nos quais haja acometimento hepático importante ou
manifestações hemorrágicas.
• Endoscopia digestiva alta: indicada em casos de dor epigástrica intensa e
refratária ao tratamento específico, ou na vigência dos seguintes sinais de
alarme: hematêmese, melena, vômitos persistentes, disfagia ou anemia.
• Ecodopplercardiografia: recomendada em casos com comprometimento
cardíaco clinicamente importante, em razão da elevada freqüência de derrame
pericárdico nos casos de Doença de Chagas na Fase Aguda e disfunção
miocárdica na cardiopatia chagásica crônica.
• Exame do líquor: deve ser realizado em casos que apresentem sinais e
sintomas de meningoencefalite (convulsões, torpor ou queda da consciência ou
coma de origem neurológica). Geralmente aparece limpo, com pequeno
aumento de células e teor de glicose e proteínas normal. Pode-se identificar o
parasito por exame direto ou isolá-lo mediante cultivo do líquor em meio
adequado, do mesmo modo que é feito com o sangue.

CONCLUSÃO:
De acordo com a pesquisa realizada por Pinto e cols, 2008, os exames
específicos, como hemocultura (46,5%), gota espessa (47,5%), ou exames
diretos (57,1%), e nos exames inespecíficos, como anemia (49,3%), linfositose
(54,7%) e plaquetopenia (8,2%), não apresentam boa eficiência no diagnóstico
da Doença de Chagas na fase aguda, além do fato que alguns pacientes com
parasitemia em sangue periférico possam apresentar resultados negativos em
exames como xenocultura ou hemocultura. Desta forma conclui-se que
atualmente o diagnóstico molecular corresponde ao exame mais eficiente para
o diagnóstico da doença de Chagas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
- Pinto, A.Y.N., Valente, S.A., Valente, V.C.V., Ferreira Junior, A.G. e Coura,
J.R. Fase aguda da doença de Chagas na Amazônia brasileira. Estudo de 233
casos do Pará, Amapá e Maranhão observados entre 1988 e 2005. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 41(6): 602-614 nov-dez, 2008.
- Fundação Oswaldo Cruz. 100 anos da descoberta da Doença de Chagas.
Disponível em: www.fiocruz.br/chagas/.
- Medei, E.H., Nascimento, J.H.M., Pedrosa, R.C. e Carvalho, A.C.C.
Envolvimento de Auto-Anticorpos na Fisiopatologia da doença de Chagas.
Arquivo Brasileiro de Cardiologia. 2008;91(4):281-286.
- NEVES, David Pereira; et al. Parasitologia Humana. 11 ed, São Paulo. Editora
Atheneu, 2005.
- Doença de Chagas, Guia para Vigilância, Prevenção, Controle e Manejo

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Clínico da Doença de Chagas Aguda Transmitida por Alimentos. Disponível em:


http://bvs.panalimentos.org/local/File/Guia_Doenca_Chagas_2009.pdf.

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Trabalho de relato de caso com base em pesquisa bibliográfica.

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Índice por Autor


ADARA AUREA DOS SANTOS...........................................................1580;
ADRIANA CARNEIRO DA SILVA........................................................1237;
ADRIANA GIMENEZ GARCIA.............................................................708;
ADRIANA ROCHA SILVA DOS REIS..................................................1452;
ADRIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO.......................................631;
ADRIANA SANTANA AGUIAR MENDONÇA.......................................1438;
ALAN DA SILVA BULCÃO...................................................................1404;
ALDISLENE SANTOS DE AGUIAR.....................................................519;
ALESSA APARECIDA SOUZA ALVES................................................902;
ALESSA TEO DIAS HENRIQUE..........................................................1525;
ALESSANDRA VIEIRA DA SILVA.......................................................144;
ALESSANDRO LOPES DOS SANTOS...............................................1033;
ALEX DE OLIVEIRA VASCONCELOS................................................436;
ALEXANDRA CORREA ARAUJO OCANHA.......................................587; 763; 800; 929; 932; 951; 1201; 1359;
ALEXANDRE EMANOEL MARTINS ZOMER......................................93;
ALEXANDRE TAVARES DA COSTA..................................................1042;
ALINE CORREIA ALMEIDA.................................................................836;
ALINE DA SILVA CORTE....................................................................918;
ALINE MARCELINA LIMA DO CARMO...............................................327;
ALINE OLIVEIRA FERREIRA DE SOUSA...........................................1080; 1088;
ALINE VIVIANE MUNIZ........................................................................ 483;
ALVARO LUIZ DA SILVA.....................................................................1496;
AMANDA DE SÁ SILVA.......................................................................255;
AMANDA EVELYN CECCONI DA SILVA............................................32;
AMANDA LIE ITO.................................................................................
269;
ANA LUISA DOS SANTOS AZEVEDO................................................1543;
ANA LUÍSA RODRIGUES SANTOS DELALIBERA.............................1299;
ANA PAULA APARECIDA DOS SANTOS...........................................1443;
ANA PAULA CARUSO HUNGARO......................................................1476;
ANA PAULA COSTA SILVA.................................................................543;
ANA RENATA BELLOTTI....................................................................575;
ANDERSON LUIZ SALAFIA................................................................. 1431;
ANDRE PADILHA DE FREITAS..........................................................1365;
ANDREA CRISTHIANE MARTINS......................................................164;
ANDREA HENRIQUE DOS SANTOS..................................................1064; 1096;
ANDREA RODRIGUES OTONI...........................................................1549;
ANDREAS KANNER BRUNO..............................................................800; 932;
ANDRESSA TARAKDJIAN..................................................................1193;
ANGELA MARIA DE SOUZA...............................................................1558;
ANGELICA KOJO QUINTELA.............................................................1522;
ANGELICA REIMBERG DE MORAES.................................................1013;
ANTONIO BENTO FERRAZ................................................................1193;
ARIENE OLIVEIRA LOPES.................................................................. 1514;
ARYENE CASSILO SANTANNA..........................................................598;
ATILA STEIGERWALD........................................................................386;
BÁRBARA CORTOPASSI FONSECA.................................................184;
BEATRIZ AKEMI TANAKA GONÇALVES...........................................1580;
BEATRIZ SERNAJOTO CRISTIANI....................................................972;
BEATRIZ VINHA PASCHOAL PESTILLI.............................................1505;
BIANCA MARTINS SANCHEZ.............................................................1134;
BRUNA DA SILVA MOREIRA..............................................................9; 16;
BRUNA PEREIRA DE OLIVEIRA.........................................................1543;
BRUNO HENRIQUE GUERZONI........................................................401;
BRUNO PLACHA CAVALLI.................................................................587; 763; 800; 929; 932; 951; 1201; 1359;
CAMILA ARAUJO DA SILVA...............................................................1522;
CAMILA DANTAS DOS SANTOS BARROS........................................401;
CAMILA DANTAS RODRIGUES DA SILVA.........................................1473;

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CAMILA IRAMAIA PIRES.....................................................................429;


CAMILA LOPES DE MORAES............................................................. 736;
CAMILA SILVESTRE LIMA..................................................................918;
CAMILA SOARES CARVALHO...........................................................1446;
CAMILA SOUZA NUNES.....................................................................575;
CAROLINA ANDRADE RAMOS..........................................................1478;
CAROLINA PAULELLA MANENTE.....................................................1525;
CAROLINA VIEIRA BELIZARIO........................................................... 1552;
CAROLINE MACEDO BISPO ALVES..................................................1555;
CECILIA MARCIANO DE OLIVEIRA....................................................836;
CELSO RICARDO DOS SANTOS.......................................................1446;
CIBELE FRANCA GRANGEIRO..........................................................1288; 1355;
CINTHIA REGINA DE SOUZA FERREIRA..........................................1262;
CINTYA EMY OUCHI...........................................................................298;
CLÁUDIA DE GODOY OLIVEIRA ANDRADE.....................................727;
CLÁUDIA DIAS SOARES SEGANTIN.................................................495;
CLAUDIA SAMPAIO NUNES...............................................................1419;
CLAUDIO ANDRÉ NUCITELLI............................................................335;
CLEIA BISPO DOS SANTOS............................................................... 106;
CLEIRE LEONOR MOLINARI BOSIO.................................................1508;
DANIELE COELHO GOMES LIMA......................................................56;
DANIELE HARDER PEREIRA.............................................................1531;
DANILO DA COSTA SILVA.................................................................. 170;
DAYANE CRISTINA RIBEIRO.............................................................371;
DÉBORA DE SOUZA...........................................................................766;
DEBORA FRANCISCA DOS SANTOS................................................830;
DÉBORA GALDINO PINTO.................................................................150;
DEBORA NOGUEIRA..........................................................................943;
DEBORA RODRIGUES DANTAS DOS SANTOS...............................657;
DEISE FELIPE DE OLIVEIRA..............................................................1446;
DEISE SIMEÃO MARTINS BENEDITO...............................................684;
DIANA APARECIDA DOS SANTOS GAVA.........................................875;
DOUGLAS DOS SANTOS RIBEIRO...................................................918;
DOUGLAS MORAES FREIRE CHARPINEL........................................1193;
DRYELE FERREIRA MEIRELES.........................................................845; 850;
EDER ALEXANDRE MAGALHÃES.....................................................1056;
EDILAINE VASCONCELOS DE JESUS DE SOUZA...........................1422;
EDINEIA NOLASCO LOPES................................................................ 693;
EDINILSON DE LIMA HEREIDA..........................................................1484;
EDIRENE ALVES DA SILVA WEIGERT..............................................1558;
EDIVANIA LIMA DOS SANTOS...........................................................771;
EDIVANIA PAIVA BASTOS.................................................................. 233; 235;
EDNA BATISTA GONÇALVES............................................................1466;
EDNA MARIA DA SILVA ORILHANA...................................................1455;
EDUARDO ANGELICO KUHL.............................................................727;
EGLE ALVES RODRIGUES................................................................. 910;
ELAINE CRISTINA SANTIAGO PORTO.............................................1525;
ELAINE RODRIGUES DOS SANTOS.................................................918;
ELENICE DE ARAUJO ANDRADE......................................................583;
ELIANE FERNANDES JANEZ.............................................................275;
ELIANE SILVA DE FRANCA................................................................875;
ELIDA NEVES DA SILVA.....................................................................897;
ELISANGELA MACIEL DA SILVA LOPES...........................................1291;
ELISETE LEANDRO FERREIRA MARTINS........................................1455;
ESTER DOS REIS BUENO.................................................................. 1187;
FABIANA ANGELIM CAMÕES............................................................81;
FABIANA DE NAPOLIS REIMBERG SILVA........................................1505;
FABIANA FRAGA GOTTSFRITZ.........................................................645;

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FABIOLA DE ALMEIDA LUZ................................................................963;


FAGNER LEITAO DE MENEZES........................................................210;
FELIPE ANTONIO NUNES LEAL........................................................1574;
FERNANDA DE OLIVEIRA ARAÚJO GIANNACCARI........................244;
FERNANDA SILVA DO AGUIAR.........................................................1148;
FERNANDA TORRES PIVA................................................................. 516;
FERNANDO IGOR DE GODOY PIRES DA SILVA..............................309;
FLAVIA MOREIRA RESINA.................................................................845; 850;
FLAVIA PEREIRA SOUSA...................................................................836;
FLAVIA REGINA SOUZA DE OLIVEIRA.............................................112;
FLÁVIO TOMAZELLI FAIM..................................................................587; 763; 800; 916; 929; 932; 951; 977; 1201;
1359;
FRANCIANE SCHULTZ.......................................................................676;
GABRIEL ALAN CREIN RODRIGUES.................................................303;
GABRIELA CARVALHO SECUNDO....................................................1141;
GABRIELA MORALES GALHARDO....................................................1505;
GABRIELA PAGANINI GALVAO.......................................................... 836;
GABRIELA TURINO MENDES............................................................269;
GEICIANE ROCHA DE BRITO............................................................1311;
GEORGES MIKHAEL NAMMOURA NETO.........................................319;
GEORGIA RAYMUNDO.......................................................................591; 719;
GEROSINA DOS SANTOS SILVA.......................................................1425;
GERSON ALVES DE SOUZA..............................................................1549;
GERSON JÚLIO DE FREITAS............................................................572; 941; 1339;
GLAUCIA BEGHINI..............................................................................862;
GRACINETE DO CARMO SILVA........................................................882;
GRAZIELLY NASCIMENTO FLOSE....................................................1288; 1355;
HERCILIA DE SOUZA SILVEIRA........................................................1499;
HUGO HARDER PEREIRA..................................................................1276;
HUMBERTO MUNIZ DE SOUZA RAMOS...........................................252; 825; 888;
IGOR WRAGEL CARNEIRO DE OLIVEIRA........................................651;
ILDETE DE JESUS REIS.....................................................................910;
ILMA MARIA BATISTA DA SILVA........................................................1109;
ISABEL MARTINS SOARES................................................................1489;
IVAN CHAMI GENTIL...........................................................................
351; 392;
IVAN HENRIQUE YOSHIDA................................................................363;
IVANIA DE SOUSA SANTOS..............................................................1422;
JANAINA MALDONADO FERNANDES...............................................1511;
JANAINA OLIVEIRA COSTA...............................................................48;
JANETE CERQUEIRA SOUSA............................................................841;
JAQUELINE GOMIDE LOPES.............................................................1048;
JEFERSON CASSIO MARINHO GALVEZ JARA................................918;
JESSICA HERRSCHAFT.....................................................................1257;
JESSICA KARINE ARANHA SILVA.....................................................531;
JÉSSIKA TEIXEIRA SANTOS.............................................................359;
JOANA DE JESUS...............................................................................1072;
JOCELI MABEL ROCHA......................................................................670;
JONES TRAJANO CECI EMANN........................................................1502;
JORGIANE APARECIDA DA SILVA....................................................729;
JOSÉ ADRIANO PINHEIRO................................................................194; 202;
JOSÉ CARLOS ARROJO JÚNIOR......................................................1193;
JOSÉ MARIO COUTO DE SOUZA......................................................587; 763; 800; 916; 929; 932; 951; 977; 1201;
1359;
JOSEFA ELIANA REZENDE DE OLIVEIRA........................................463;
JOSIE PARAIZO DE MELO.................................................................116;
JOYCE SOUSA NASCIMENTO...........................................................1543;
JULIANA ABREU LOPES....................................................................489;
JULIANA ALVES BARBOSA................................................................1103;

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JULIANA DA CONCEIÇÃO SANTOS..................................................450;


JULIANE RODRIGUES JORDÃO........................................................1193;
JULIANO JOSE PRIMO RIBEIRO.......................................................252; 888;
JULIELE BARROS SILVA....................................................................836;
JUSSARA DE GODOI..........................................................................1511;
KARINA FERRAZ SILVA DE OLIVEIRA..............................................564;
KARINA NODARE DE MORAES.........................................................407;
KARLA APARECIDA ALMEIDA MOREIRA.........................................1371; 1379;
KATIA DE CARVALHO........................................................................809;
KATIA REIS FERREIRA....................................................................... 1222;
KEILA FERREIRA HIRLE..................................................................... 957;
KESIO VIEIRA DA SILVA..................................................................... 1210; 1215;
LAERCIO CANDIDO JUNIOR..............................................................890;
LAHYS MOREIRA DE ALMEIDA.........................................................1121;
LAÍS LUNDSTEDT KAHTALIAN..........................................................1193;
LAISA CODIGNOTO PREVI................................................................1580;
LAMIZ TANNOURI...............................................................................941; 1339;
LARISSA TEBAS SANTOS..................................................................1463;
LEANDRA ARAUJO DE SOUZA..........................................................1535;
LEANDRO REIS DA SILVA.................................................................. 916; 977;
LIDIA CERINA DE MOURA.................................................................. 1463;
LUANA CAROLINA DE FREITAS SOUSA..........................................1438;
LUCIANO AUGUSTO MADID ROSA...................................................698;
LUCIANO FERNANDES DOS SANTOS..............................................158;
LUCIENE COELHO ALAYETE CORTEZ.............................................1024;
LUCIENE DE SOUZA SILVA...............................................................610;
LUCIMARA ROCHA GOMES............................................................... 856;
LUIZ CARLOS DE PAIVA NOGUEIRA DA SILVA...............................1193;
LUIZA TERUYA DE MEDEIROS..........................................................1508;
MADILENE ALVES DE MIRANDA.......................................................227;
MAGDA HELENA AMARAL PEREIRA................................................1419;
MAICON ROBERTO FELISBINO........................................................1529;
MAIRA TEREZA MENEZES................................................................. 1484;
MARCELLA MAIA DE SOUZA.............................................................941; 1339;
MARCELO ANDREETTA CORRAL.....................................................363;
MARCELO BARBOSA ROZA..............................................................980;
MARCOS CAMPOS DE CAMARGO....................................................616;
MARCUS VINICIUS MENDES DE SOUZA CARMONA......................1280;
MARIA APARECIDA VIEIRA GOMES DE MELO................................817;
MARIA CLEONICE GALDINO PEREIRA.............................................85;
MARIA CRISTIANA SANTOS..............................................................99;
MARIA CRISTINA QUEIROZ MENDES..............................................537;
MARIA DE LOURDES DE SOUSA......................................................477;
MARIA DE LOURDES DOS SANTOS DIAS........................................1332;
MARIA DO CARMO REIS CRESPILHO..............................................1267;
MARIA JUSIANA GONÇALVES DA CRUZ..........................................557;
MARIA MACIANA DE LIMA.................................................................1127;
MARIA MADALENA ROSA DE CARVALHO.......................................401;
MARIANA LARA DOS REIS................................................................. 1178;
MARIANA LAURA ESTEVES PALOMARES.......................................794;
MARIANE MUNIZ BISCA.....................................................................1115;
MARINA SUEMI NOMURA..................................................................39;
MARLUCI BARBOSA DE CARVALHO................................................583;
MAYCON PAULO DE OLIVEIRA.........................................................572; 941; 1339;
MAYSE DAMASCENO SOUSA...........................................................836;
MICHELLE SALZMANN MONTEIRO..................................................269;
MICHELLE STORCH CARDOSO LIMA...............................................69;
MIRELLA CARNEIREIRO....................................................................1565;

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MONICA APARECIDA DA SILVA SOUZA...........................................603;


MONIQUE LORYS ARAÚJO DE SIQUEIRA.......................................178;
NADIELLE SANTOS COSTA...............................................................587; 763; 800; 929; 932; 951; 1201; 1359;
NÁDILA MAGALHAES MILLAN...........................................................132;
NATALIA CARDADEIRO E SILVA.......................................................138;
NATALIA LUCIO ALVES......................................................................1204;
NATÁLIA MARQUES BORGES...........................................................64;
NATALIA MIRANDA ZANETTI.............................................................263;
NATHÁLIA NOTARNICOLA DE MORAES..........................................9; 16; 22;
NAYARA DALILA COSTA....................................................................269;
NEUZA RODRIGUES DE JESUS RIBEIRO........................................992;
NILVA ARAUJO COELHO...................................................................755;
NÚBIA CRUZ GÊNOVA.......................................................................74;
PATRICIA DA SILVA SANTOS............................................................869;
PATRÍCIA GISSONI SOARES LÚCIO.................................................458;
PATRICIA LUCIA DA COSTA..............................................................662;
PAULA ROBERTA DOS SANTOS LÉLIS............................................1455;
PAULO EDNILSON MARÇAL..............................................................415;
PEDRO SILVEIRA MAIA FILHO..........................................................1525;
PRICILA ROSILÉIA DA SILVA SANTOS.............................................638;
PRISCILA ALVES PISTORI.................................................................1154;
PRISCILA IAMASHITA.........................................................................237;
PRISCILA LÚCIDE RIBEIRO PIRES...................................................1005;
PRISCILA MORALES GALHARDO.....................................................836;
PRISCILA TATIANE MAIA AUGUSTO PINTO....................................470;
PRISCILLA LIMA DOS SANTOS SILVA..............................................923;
PRISCILLA MONDADORI DA SILVA...................................................953;
RAFAEL FERREIRA CUNHA...............................................................551;
RAFAEL GOUVEIA SANTOS..............................................................1;
RAFAEL VICENTE DOS SANTOS......................................................124;
RAFFAELLA BARBOSA TELES MACHADO.......................................1193;
RALF DE ALMEIDA..............................................................................
1525;
RAQUEL FERNANDA FERREIRA DA SILVA......................................803;
RAQUEL RODRIGUES CORREA.......................................................745;
RAQUEL SATURNINO LIMA CAMPELO............................................444;
REGIANE NOVAES DE OLIVEIRA......................................................1558;
RENATA CRISTINA BLEINAT.............................................................1531;
RENATA DO NASCIMENTO SILVERIA..............................................504;
RENATO AUGUSTO MARTINS..........................................................160;
RICARDO DE LIMA SANTOS..............................................................935;
RODRIGO DANTAS FERREIRA.........................................................918;
RODRIGO QUEIROS MARTINHO......................................................291;
RODRIGO SILVA MACEDO................................................................188;
RODRIGO VIEIRA FERNANDES........................................................786;
ROGERIO GONCALVES DE PAIVA....................................................1414;
ROGÉRIO PEREIRA DA SILVA........................................................... 1414;
ROSA HELENA DE SOUSA ROCHA..................................................1347;
ROSANE FERNANDA FARAH............................................................379;
ROSANGELA MONALISA DOS SANTOS...........................................1387; 1395;
ROSIANA DA SILVA NOVAES DE PAULA.........................................1577;
ROSIANE PEREIRA DE SANTANA.....................................................1019;
ROSILENE ROSA................................................................................875;
SANDRA DE ARAUJO CARVALHO....................................................1443;
SANDRA DE MORAIS RODRIGUES...................................................1361;
SANDRA SANTANA SOUZA...............................................................510;
SARA GOMES BEZERRA...................................................................779;
SERGIO ANGELO DA SILVA..............................................................1305;
SHEILA CARNEIRO DA SILVA............................................................1531;

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

SILVIA BEATRIZ DIAS ALVES PORTELA..........................................269;


SILVIO CAETANO................................................................................ 1543;
SILVIO OLIVEIRA ARAÚJO.................................................................342; 349;
SIMONE APARECIDA RIBEIRO DE SOUZA......................................401;
SOLANGE GABRIEL DA SILVA..........................................................771;
SOLANGE HELENA VICENTINI..........................................................1449;
SONIA MARIA DE OLIVEIRA ARAUJO...............................................1326;
SUELI FRANCO COELHO...................................................................1422;
SUSANA FERNANDES DA SILVA......................................................1341;
SUZANA FIGUEIREDO ALVES PEREIRA..........................................1231;
SUZANY INGRID DE MIRANDA..........................................................1522;
TATIANA APARECIDA DOS ANJOS...................................................1525;
TATIANA ROBERTA LUCENA DE MENESES....................................986;
TATIANA TARRÃO DOS SANTOS......................................................1443;
TATIANE APARECIDA ANTUNES NASCIMENTO.............................422;
TATIANE APARECIDA ROSCHEL......................................................525;
TATIANE ARAUJO ALMEIDA..............................................................1318;
TÉO CHINAIA.......................................................................................
623;
TERESA MARIA BEZERRA.................................................................1514;
THAÍS AGUILAR MIRANDA................................................................. 312;
THAIS MOURA MACHADO.................................................................836;
THAISA DE CASTRO ARAUJO...........................................................1243;
THALITA DUTRA PAIVA......................................................................999;
VAGNER FRANCISCO LUCIANO DE SOUZA....................................285;
VALERIA DE SOUZA LEITE................................................................217;
VALÉRIA SILVA DOS SANTOS...........................................................1404;
VALQUIRIA GALDINO DA SILVA........................................................1452;
VANESSA CAMARGO FIORE.............................................................587; 763; 800; 929; 932; 951; 1201; 1359;
VANESSA DE CARVALHO..................................................................1160; 1169;
VANESSA PRETES.............................................................................1580;
VANESSA SILVERIO LUCENA...........................................................1249;

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

Índice por Titulo


- PREVENÇÃO DA MUCOSITE ORAL NO PACIENTE COM LEUCEMIA: ASSISTÊNCIA DE 407
ENFERMAGEM
- HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA E AS INTERCORRÊNCIAS DA PRÓSTATA, UMA REVISÃO DA 415
LITERATURA
- A ACUPUNTURA COMO FERRAMENTA DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM 422
- A ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA APÓS OS SEIS MESES DE VIDA 429
- A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO 436
- A ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO SOBRE A DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECIFICA 444
DA GRAVIDEZ (DHEG), DURANTE O PRÉ-NATAL
- A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO COMO FATOR PREVENTIVO E EDUCACIONAL NA GESTAÇÃO EM 450
IDADE MATERNA AVANÇADA E SUAS POSSÍVEIS CONSEQUENCIAS
- A CONTRIBUIÇÃO DA INFORMÁTICA NO PROCESSO 1414
- A CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO NA ABORDAGEM DA CRIANÇA VÍTIMA DE VIOLÊNCIA 458
DOMÉSTICA
- A DIFICULDADE DO PLANEJAMENTO FAMILIAR NA ADOLESCÊNCIA 463
- A DOR NO PACIENTE ONCOLÓGICO 470
- A ENFERMAGEM E O CONTROLE DO DIABETES NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA 477
- A ENFERMAGEM E O PACIENTE TERMINAL: HUMANIZANDO AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS. 483
- A ENFERMAGEM FRENTE AO TRATAMENTO DO PACIENTE COM MIELOMA MÚLTIPLO 489
- A ENFERMAGEM IDENTIFICANDO E CUIDANDO DO PÉ DIABÉTICO 495
- A ESCOLA DIANTE DAS ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO 1419
- A FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO MOTOR E PROPRIOCEPTIVO NA SÍNDROME DE SMITH-LEMLI- 504
OPITZ
- A HIPOTONIA E O TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 510
- A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM FAMILIAR NO TRATAMENTO DA ESQUIZOFRENIA 516
- A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA NO DESEMPENHO ESCOLAR DOS ALUNOS. 1422
- A IMPORTÂNCIA DOS DOUTORES DA ALEGRIA NA VISÃO DOS PAIS DE CRIANÇAS COM CÂNCER 519
- A IMPORTÃNCIA DOS VALORES ÉTICOS NO CONVÍVIO ESCOLAR 1425
- A INCLUSÃO NA ESCOLA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM ALGUMA DEFICIÊNCIA 525
- A INFLUÊNCIA DA GRANULOMETRIA NO SUCESSO DE ECLOSÃO E TEMPO DE INCUBAÇÃO DOS 39
NINHOS DAS TARTARUGAS MARINHAS CARETTA CARETTA (LINNAEUS, 1758) E LEPIDOCHELYS
OLIVACEA (ESCHSCHOLTZ, 1829) NO LITORAL NORTE DA BAHIA, BRASIL
- A INTERTEXTUALIDADE NA POÉTICA DE PAULO LEMINSKI 1574
- A PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: DA NEUTRALIDADE PRÓ-ALIADOS 1431
EM 1941 À GUERRA NÃO DECLARADA ENTRE FEVEREIRO E AGOSTO DE 1942
- A PARTICIPAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO E PROMOÇÃO À SAÚDE DAS CRIANÇAS 531
USUÁRIAS DE CRECHES
- A PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO HOSPITAL 1438
GERAL
- A PERCEPÇÃO DO SUPORTE FAMILIAR DE ADOLESCENTES INFRATORES E NÃO-INFRATORES 1443
- A RELAÇÃO DA ENFERMAGEM COM PACIENTE EM ESTADO TERMINAL SOB CUIDADOS PALIATIVOS 537
- A REPRESENTAÇÃO FEMININA NA OBRA “POLÍTICA SEXUAL” DE KATE MILLET 1577
- A SÍNDROME DE BURNOUT E A SAÚDE DO ENFERMEIRO 543
- ABORTO: UM DIREITO A SER DISCUTIDO PELA SOCIEDADE CIVIL E GARANTIDO PELO ESTADO 1514
- AÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À CONTENÇÃO DE CUSTOS E DESPERDÍCIO DE MATERIAL. 551
- ACESSIBILIDADE DOS IDOSOS NA REDE BÁSICA DE SAÚDE 557
- AÇÕES DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA CRISE, CONTROLE E TRATAMENTO DA ASMA EM 564
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
- ÁLCOOL E SAÚDE: UMA QUESTÃO DE ALTO CUSTO SOCIAL 572
- ANÁLISE CINESIOLÓGICA E AVALIAÇÃO DE RISCOS DE LESÕES EM VELEJADORES 575
PARAOLÍMPICOS DE SÃO PAULO
- ANÁLISE COMPARATIVA DE UM PROJETO DE MECANISMOS DE DESENVOLVIMENTO LIMPO E DOIS 48
PROJETOS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA DE DUAS EMPRESAS DO SETOR INDUSTRIAL
- ANÁLISE DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA E TEORES DE FENÓIS TOTAIS E FLAVONÓIDES EM 56
EXTRATOS DE TITHONIA DIVERSIFOLIA (HEMSL.) A. GRAY (ASTERACEAE)
- ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE GALECTINA-3 NO TUMOR PRIMÁRIO E SUA METÁSTASE LINFONODAL 64
DO CARCINOMA PAPILÍFERO DA TIRÓIDE ASSOCIADA À MUTAÇÃO BRAF TI799A
- ANÁLISE DA MARCHA EM INDIVIDUOS ESCOLIÓTICOS 583
- ANÁLISE DAS POSTURAS DE TRABALHO DO PERIODONTISTA COMO UM FATOR DE RISCO NO 69

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

DESENVOLVIMENTO DE POSSÍVEIS DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES


- ANÁLISE DO COMPORTAMENTO AMBIENTAL DOS COLABORADORES DE UMA EMPRESA QUIMICA 74
COM RELAÇÃO À COLETA SELETIVA DE LIXO EMPRESARIAL
- ANÁLISE DO PERFIL DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO 81
MEIO AMBIENTE DE SÃO PAULO EM RELAÇÃO AOS RESÍDUOS GERADOS NO AMBIENTE DE
TRABALHO COM BASE NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
- ANÁLISE DO PERFIL SOCIAMBIENTAL DOS USUÁRIOS DO PARQUE ECOLÓGICO GUARAPIRANGA, 85
SÃO PAULO
- ANALISE DO POTENCIAL FITOTÓXICO DE EXTRATOS ETANÓLIOS DE ERECHTITES 93
VALERIANAEFOLIA (WOLF) DC.
- ANÁLISE DO QUIMIORREFLEXO CENTRAL PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO 587
- ANALISE ERGONOMICA DO TRABALHO EM UMA COZINHA HOSPITALAR DA CIDADE DE SÃO PAULO 591
- ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE CARNE DE OSTRAS (CRASSOSTREA RHIZOPHAE) 598
COMERCIALIZADAS EM SUPERMERCADOS DA REGIÃO SUL DE SÃO PAULO
- ANSIEDADE: INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM RELACIONADA AO PACIENTE NO PERÍODO PÓS- 603
OPERATÓRIO
- APLICAÇÃO DE PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM CONDOMÍNIO RESIDENCIAL 99
- APLICAÇÃO DO TESTE DAS MATRIZES PROGRESSIVAS COLORIDAS DE RAVEN EM SUJEITOS DA 1446
TERCEIRA IDADE
- ARQUEOLOGIA HISTÓRICA NO VALE DO ANHANGABAÚ 1449
- AS COMPETENCIAS DO ENFERMEIRO ATUANTE NA UNIDADE DO AMA 610
- AS DIFICULDADES DO ENFERMEIRO NA ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS 616
- AS DIFICULDADES DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DO 6º, 7º E 8º SEMESTRE EM RELACIONAR 623
TEORIA E PRÁTICA1.
- AS SENSAÇÕES VISUAIS E PROPRIOCEPTIVAS NA NATAÇÃO 106
- ASPECTO DA FERIDA: AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM 631
- ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Á CRIANÇA EM DESENVOLVIMENTO DE CONTROLES 638
ESFINCTERIANOS
- ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM CÂNCER 645
- ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO IMPLANTE DE CÉLULAS TRONCO EM TERAPIAS CARDÍACAS 651
- ATITUDES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ANTES, DURANTE E APÓS A INJEÇÃO DE 657
MEDICAMENTOS OU COLETA DE SANGUE EM CRIANÇAS
- ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO 662
- ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DECISÓRIO 670
- ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO TRANSPLANTE CARDÍACO 676
- ATUALIZAÇÃO SOBRE AS TÉCNICAS DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA E AS IMPLICAÇÕES 684
PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
- AUTOESTIMA E AUTOIMAGEM DE MULHERES SUBMETIDAS À CIRURGIA DE QUADRANTECTOMIA E 1452
MASTECTOMIA
- AUTOMAÇÃO DE TESTE - S TESTING 1404
- AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL DE PUMA CONCOLOR (LINNAEUS, 1771) CATIVO NO ZOOLÓGICO 112
MUNICIPAL DE GUARULHOS UTILIZANDO TÉCNICAS DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL
- AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE CORANTES REATIVOS DA INDÚSTRIA TÊXTIL POR QUELANTES 116
DE FERRO PRODUZIDOS POR FUNGOS BASIDIOMICETOS
- AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SEXUAL EM MULHERES DE DIFERENTES FASES DO PERIODO 693
GESTACIONAL
- AVALIAÇÃO DA PROTEINA SURFACTANTE EM PULMÕES DE BEZERROS CLONADOS 1
- AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO MOBILIÁRIO EM POSTOS ADMINISTRATIVOS 698
- AVALIAÇÃO DE FERIDAS NA PRÁTICA CLÍNICA DO ENFERMEIRO 708
- AVALIAÇÃO DO NIVEL DE ESTRESSE EM OPERADORES DE TELEMARKETING. 719
- AVALIAÇÃO DO POTENCIAL FITOTÓXICO DE EXTRATOS DE ZINGIBER SPECTABILIS GRIFF. 124
(ZINGIBERACEAE)
- AVALIAÇÃO FÍSICA DO JOELHO DE CRIANÇAS E ADOLECENTES PRATICANTES E NÃO 727
PRATICANTES DE FUTEBOL
- AVALIAR O PERFIL HEMODINÂMICO E A RESPOSTA INFLAMATÓRIA EM MODELO EXPERIMENTAL DE 729
CHOQUE SÉPTICO EM RESSUSCITAÇÃO VOLEMICA
- BENEFICIO EVENTUAL/INSTRUMENTAL DE TRABALHO: EMANCIPAÇÃO OU REINTERAÇÃO DA 1455
SUBALTERNIDADE?
- BUSCA DE INIBIDORES PARA PROTEÍNA ANTIOXIDANTE OHR (ORGANIC HYDROPEROXIDE 132
RESISTANCE PROTEIN) DE XYLELLA FASTIDIOSA (WELLS ET AL., 1987)
- CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES DE MOTOCICLETA E SUAS VÍTIMAS NO MUNICÍPIO DE 736
SOROCABA, SP

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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- CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA DA ÁREA ENFERMAGEM COM TEMÁTICA SAÚDE 745
COLETIVA
- CASA HOPE: MAIS QUE UMA REINSERÇÃO SOCIAL 1522
- CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA: INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM EM 755
NEONATOLOGIA
- COMPARAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA MÁXIMA OBTIDA NO TESTE ERGOMÊTRICO COM AS 763
FÓRMULAS DE PREDIÇÃO DA FREQUÊNCIA MÁXIMA EM UMA POPULAÇÃO GERAL
- COMPARAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE BULLYING EM ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E 1463
PARTICULARES
- COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO AS NECESSIDADES DE CUIDADO DO 766
PORTADOR DE OSTOMIA INTESTINAL
- COMPLICAÇÕES PÓS-NATAL DOS RECÉM NASCIDOS PREMATUROS ATENDIDOS NO BERÇÁRIO DO 771
HOSPITAL GERAL DO GRAJAÚ
- CONCENTRAÇÃO DE METAIS EM SOLOS ADJACENTES À AVENIDA MARGINAL DO RIO TIETÊ, SÃO 138
PAULO
- CONDUTA DA ENFERMAGEM DIANTE DOS ASPECTOS SOCIAIS RELACIONADOS À ORIENTAÇÃO 144
JUNTO A MÃE SOROPOSITIVO
- CONSULTA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE 779
- CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO NA AVALIAÇÃO CARDIOLÓGICA POR MEIO DO EXAME DE 786
ELETROCARDIOGRAMA
- CONTRIBUIÇÕES DOS SISTEMAS COMPUTACIONAIS NO PROCESSO DE SISTEMATIZAÇÃO DA 794
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
- CORRELAÇÃO ENTRE A HIPERTENSÃO NA OBESIDADE E O PERFIL AUTONÔMICO E HORMONAL 800
- CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES COM DOR ONCOLOGICA 803
- CUIDADOS INTENSIVOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES PEDIATRICOS SUBMETIDOS A 809
TRANSPLANTE RENAL
- CUIDADOS PALIATIVOS AO PACIENTE COM HIV/AIDS 817
- CULTIVO DE FIBROBLASTOS AUTÓLOGOS PARA O PREENCHIMENTO FACIAL 150
- DANÇA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: SEXISMO E DISCRIMINAÇÃO 1466
- DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO E ANÁLISE FÍSICA E QUÍMICA DE IOGURTE COM A ADIÇÃO 825
DE PRE E PROBIÓTICO
- DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE SENSORIAL DE IOGURTE CONTENDO PREBIÓTICOS E 830
PROBIÓTICOS
- DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR EM TODAS AS FASES 836
- DETECÇÃO DE RADIACAIS LIVRES EM EXTRATOS DE GINKGO BILOBA POR RPE, ANTES E APÓS 841
IRRADIAÇÃO GAMA.
- DIFEENÇAS CLÍNICAS ENTRE PACIENTES JOVENS E IDOSOS COM SEQUELA DE AVE 845
- DIFERENÇAS CLÍNICAS ENTRE PACIENTES JOVENS E IDOSOS COM SEQUELA DE AVE 850
- DIFICULDADES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM CONDUZIR O PARTO HUMANIZADO 856
- DIGESTIBILIDADE APARENTE DE CÃES PASTORES ADULTOS ALIMENTOS COM DIFERENTES 862
RAÇÕES COMERCIAIS.
- DIGESTIBILIDADE APARENTE DE RAÇÕES CONTENDO MISTURAS EM DIFERENTES PROPORÇÕES 9
DE MILHO (ZEA MAYS) E POLPA CÍTRICA
- DIGESTIBILIDADE IN SITU DE MISTURAS EM DIFERENTES PROPORÇÕES DE MILHO (ZEA MAYS) E 16
POLPA CÍTRICA
- DISCRIMINAÇÃO SOCIAL VIVENCIADA POR UM GRUPO DE JOVENS HOMOERÓTICOS NA CIDADE DE 1473
SÃO PAULO
- DOENÇA DE ALZHEIMER: UM DESAFIO PARA O CUIDADOR FAMILIAR 869
- EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA IMPORTÂNCIA 875
- EFEITOS DA PRIVAÇÃO AGUDA DE SONO TOTAL SOBRE A EVOCAÇÃO DE UMA TAREFA 158
DISCRIMINATIVA EM CAMUNDONGOS
- EFICIÊNCIA DAS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA (PITFALL) DURANTE O 160
LEVANTAMENTO DA HERPETOFAUNA DO PARQUE ECOLÓGICO GUARAPIRANGA
- EFICIÊNCIA DE ESTUDO DO MEIO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM NO ENSINO 164
FUNDAMENTAL II E MÉDIO
- ENADE, UM DIREITO NOSSO! 1525
- ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COM DUAS ESPÉCIES DE FELÍDEOS CATIVOS DO GÊNERO 170
PANTHERA (OKEN,1816)
- ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA DA MULHER NO CLIMATÉRIO. 178
- ERRO DE MEDICAÇÃO: ESTRATÉGIAS E NOVOS AVANÇOS PARA MINIMIZAR O ERRO 882
- ESTUDO COMPARATIVO DE CONSTITUINTES NUTRICIONAIS E DO TEOR DE MERCÚRIO TOTAL, 184
CÁDMIO E CHUMBO EM PEIXES COMERCIALIZADOS PARA CONSUMO HUMANO NA CIDADE DE

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

CUBATÃO LITORAL DE SÃO PAULO – ÊNFASE À RELAÇÃO: INGESTÃO DE MERCÚRIO E PRÁTICAS


ALIMENTARES
- ESTUDO DA ATIVIDADE FITOTÓXICA DE EXTRATOS FOLIARES DE PIPER SPP L. (PIPERACEAE) 188
- ESTUDO DA EVOLUÇÃO DA COBERTURA DOS GRANDES EVENTOS ESPORTIVOS NAS REVISTAS 1529
SEMANAIS: ASPECTOS TEXTUAIS E IMAGÉTICOS
- ESTUDO DO POTENCIAL ANTIFÚNGICO DE ESPÉCIES DE MELASTOMATACEAE 194
- ESTUDO DO POTENCIAL ANTIMICROBIANO DE EXTRATOS FOLIARES DE ESPÉCIES DE 202
MELASTOMATACEAE
- ESTUDO ESTRUTURAL DA DISTRIBUIÇÃO DAS FIBRAS DA MATRIZ EXTRACELULAR NA PELE DA 210
LONTRA (LONTRA LONGICAUDIS OLFERS, 1818).
- ESTUDO HISTÓLOGICO E HISTOQUÍMICO DA GLÂNDULA DE DUVERNOY DE OXYBELIS FULGIDUS 217
- ESTUDO LITERARIO DA INFECÇÃO DE MALÁRIA NO ESTADO DE SÃO PAULO 888
- ESTUDO PRELIMINAR DA MASTOFAUNA TERRESTRE DO PARQUE ECOLÓGICO DO GUARAPIRANGA 227
- ESTUDO SOBRE AS ESCOLHAS ÉTNICAS RACIAIS NOS PROCESSOS DE ADOÇÃO 1531
- ESTUDO TERRITORIAL: INSTRUMENTAL DE INTERVENÇÃO PROFISSIONAL 1535
- ESTUDOS ESTRUTURAIS E CONFORMACIONAIS DA HISTATINA-5 E SEU ANÁLOGO, TOACº- 233
HISTATINA-5: INTERAÇÃO COM ÍONS METÁLICOS E SISTEMAS BIOMIMÉTICOS
- ESTUDOS ESTRUTURAIS E CONFORMACIONAIS DA HISTATINA-5 E SEU ANÁLOGO, TOACº- 235
HISTATINA-5: INTERAÇÃO COM METAIS E SISTEMAS BIOMIMÉTICOS
- EXPLORANDO MÉTODOS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE 890
- EXPRESSÃO DO RNAM PARA INOS E ARGINASE EM MACRÓFAGOS MURINOS ESTIMULADOS IN 237
VITRO COM BORDETELLA PERTUSSIS
- FATORES QUE INTERFEREM NO CONHECIMENTO DA NUTRIZ SOBRE ALEITAMENTO MATERNO 897
- FATORES RELACIONADOS AO RISCO DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA, ENTRE ESTUDANTES 902
DE ENFERMAGEM
- FISIOTERAPIA EM GRUPO E A MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM SEQUELAS 910
DE AVE
- FREQUENCIA DE LESÕES NO JIU JTSU 916
- FUTSAL 918
- GERAÇÃO DE LINHAGENS SENSORAS DE MORTE CELULAR VIA ATIVAÇÃO DE CASPASE 3 - 244
APOPTOSE
- GESTÃO DE MUDANÇAS 1543
- GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E SUAS IMPLICAÇÕES 923
- HIPOATIVAÇÃO AUTONÔMICA SIMPÁTICA DURANTE O ESTIMULO DO QUIMIORREFLEXO 929
PERIFÉRICO
- HISTÓRICO LITERÁRIO DA DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL - COMEMORAÇÃO DOS 100 ANOS 252
- IDENTIDADE AMBIENTAL DOS ALUNOS DA ESCOLA E.E. PROF. CARLOS AYRES: A EDUCAÇÃO 255
AMBIENTAL COMO FORMADORA DO SUJEITO ECOLÓGICO
- IMPACTO DA PESCA ARTESANAL SOBRE AS TARTARUGAS MARINHAS NO MUNICÍPIO DE UBATUBA, 263
SÃO PAULO.
- IMPACTO DE UM PROGRAMA DE FISIOTERAPIA CARDIVASCULAR DE CURTO PRAZO NA PRESSÃO 932
ARTERIAL DE INDIVÍDUOS OBESOS HIPERTENSOS
- IMPACTO DO ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA FRENTE À SAÚDE PÚBLICA 935
- IMPORTÂNCIA DOS ANTICORPOS ANTIFOSFOLÍPIDES NAS PERDAS GESTACIONAIS 941
- INCIDÊNCIA DE COCCÍDEAS E HELMINTOS EM PSITACÍDEOS PROVENIENTES DO TRÁFICO DE 269
ANIMAIS SILVESTRES
- INCIDÊNCIA DE DESCONFORTOS OSTEOMUSCULARES EM USUÁRIOS DE COMPUTADORES 943
PORTÁTEIS.
- INCIDÊNCIA DE LESÕES NO KARATE SHOTOKAN 951
- ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL CONSTITUINTE DE UMA EMULSÃO 953
- INFECÇÃO NATURAL POR ESPÉCIES DE PLASMÓDIOS, EM ANOFELINOS CAPTURADOS NA MATA 275
ATLÂNTICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, POR MEIO DA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE
(PCR)
- INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM EM HANSENÍASE: INSTRUMENTOS E POLÍTICAS PÚBLICAS 957
- INVESTIGAÇÃO DO ESTRESSE NA EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL LOCALIZADO NA 963
ZONA SUL DE SÃO PAULO: OCORRÊNCIA, FASE, SINTOMATOLOGIA E FATORES ESTRESSANTES
- JUVENTUDE LAZER CULTURA POLITICAS PUBLICAS PARA O JOVEM DA PERIFERIA 1549
- LESÕES EM ATLETAS VETERANAS DE VOLEIBOL 972
- LESÕES NO KARATE SHOTOKAN E NO JIU JITSU - TRAUMA DIRETO VERSUS INDIRETO 977
- LEVAMENTO DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELA COMUNIDADE DO JARDIM CAMPESTRE, 285
EMBÚ-GUAÇÚ, SP
- LEVANTAMENTO DE HABENARIA WILLD. NO NÚCLEO CURUCUTU, PARQUE ESTADUAL DA SERRA 291

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

DO MAR, SÃO PAULO, SP


- LEVANTAMENTO DE OCHNACEAE DC. NO NÚCLEO CURUCUTU, PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO 298
MAR, SÃO PAULO
- LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE COLEOBROCAS (INSECTA: COLEOPTERA) DO PARQUE 303
ECOLÓGICO DO GUARAPIRANGA
- LEVANTAMENTO QUALITATIVO E DISTRIBUIÇÃO DA AVIFAUNA DO SOLO SAGRADO DO 309
GUARAPIRANGA, SÃO PAULO, SP
- LIDERANÇA EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA 980
- MARCAÇÃO DE DROGAS HEPARINOMIMÉTICAS E SUAS INTERAÇÕES COM CÉLULAS ENDOTELIAIS 312
EM CULTURA
- MARCA-PASSO CARDÍACO: BASE DE CONHECIMENTO PARA O PROCESSO DE ENFERMAGEM EM 986
CARDIOLOGIA
- METAIS EM SOLOS URBANOS: AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO EM SOLOS ADJACENTES À 319
MARGINAL DO RIO PINHEIROS
- MITOS E PRECONCEITOS COM A SEXUALIDADE DO IDOSO 992
- MORADORES DE RUA E FAMÍLIA: APROXIMAÇÕES E INCOMPATIBILIDADES 1476
- MORTALIDADE DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE CRECHES: RISCOS E PAPEL DO ENFERMEIRO NA 999
PREVENÇÃO
- O ENVELHECIMENTO HUMANO E O MANEJO DE QUEDAS 1005
- O CUIDADOR E A ASSISTÊNCIA AO PORTADOR DA DOENÇA DE ALZHEIMER 1013
- O DESAFIO DOS IDOSOS FRENTE AO HIV/AIDS 1019
- O ENFERMEIRO E O ESTRESSE DO PACIENTE CIRÚRGICO 1024
- O PAPEL DA ENFERMAGEM EM ORIENTAÇÃO DO PROGRAMA PLANEJAMENTO FAMILIAR 1033
- O PAPEL DA ENFERMAGEM PERANTE OS 1042
- O PAPEL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA RCP EM RN NA SALA DE PARTO 1048
- O PAPEL DAS CIÊNCIAS HUMANAS NA FORMAÇÃO ACADÊMICA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO 1056
FÍSICA: UM ESTUDO DE CASO
- O PAPEL DO ENFERMEIRO DURANTE O PRÉ-NATAL 1064
- O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE AS ORIENTAÇÕES SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO 1072
EXCLUSIVO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
- O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA MÉDICA AMBULATORIAL (AMA): UM NOVO MODELO 1080
ASSISTENCIAL DA REDE BÁSICA DE SAÚDE 1088
- O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CONSULTA DO PRÉ-NATAL 1096
- O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA ONFALITE E SEUS PRINCIPAIS ASPECTOS DE 327
EDUCAÇÃO EM SAÚDE.
- O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO HPV EM ADOLESCENTES 1103
- O PAPEL DO ENFERMEIRO NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA 1109
- O PERFIL DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DO PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM 1115
INÍCIO DE TRATAMENTO HEMODIALÍTICO
- O PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE FISIOTERAPIA NEUROLÓGICA DA 1121
UNISA
- O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE UMA CARTILHA PARA ORIENTAÇÃO DO AUTOCUIDADO EM 1127
DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
- O PROCESSO DE TRABALHO DO ENFERMEIRO NO BANCO DE LEITE HUMANO 1134
- O PROFESSOR IDEAL NA REALIDADE DA SOCIEDADE BRASILEIRA 1478
- O PROFISSIONAL DE SAÚDE E O ESTIGMA 1141
- O USO DA LIBRAS NA COMUNICAÇÃO ENTRE O ENFERMEIRO E O PORTADOR DE DEFICIÊNCIA 1148
AUDITIVA.
- OBESIDADE E ANSIEDADE EM MULHERES: UM ESTUDO CORRELACIONAL. 1484
- OBSERVAÇÃO DE QUELÔNIOS COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PEG - PARQUE 335
ECOLÓGICO GUARAPIRANGA, SP
- OS CONFLITOS GERADOS ENTRE A EQUIPE DE ENFERMAGEM E OS ACOMPANHANTES DURANTE A 1489
INTERNAÇÃO CONJUNTA PEDIÁTRICA
- OS CUIDADOS E ORIENTAÇÕES DA ENFERMAGEM PARA OS PACIENTES COM LÚPUS 1154
ERITEMATOSO SISTÊMICO
- PARTO HUMANIZADO: IDEALIZAÇÃO OU REALIDADE 1160
- PARTO HUMANIZADO:IDEALIZAÇÃO OU REALIDADE? 1169
- PERCEPÇÃO DOS GRADUANDOS DE ENFERMAGEM SOBRE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS 1178
- PERCEPÇÃO DOS SINAIS E SINTOMAS DA SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL DA MULHER INSERIDA NUM 1187
CONTEXTO FAMILIAR, SOCIAL E PROFISSIONAL.
- PERFIL E EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL DE SUBPREFEITURA DA REGIÃO SUL DO 1193
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: SÉRIE HISTÓRICA DE 2003 A 2007

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

- PERFORMANCE CARDIOVASCULAR E COMPORTAMENTO AUTONÔMICO EM INDIVÍDUOS 1201


SAUDÁVEIS SUBMETIDOS AO EXERCÍCIO AERÓBIO DE ALTA INTENSIDADE ASSOCIADOS À
VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA
- POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO E AS ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA PROMOÇÃO 1204
DO ENVELHECIMENTO ATIVO.
- POLITICAS PÚBLICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS:PRIVILÉGIO OU IGUALDADE DE OPORTUNIDADES? 1496
- POTENCIAL INSETICIDA DE EXTRATOS DE ASTERACEAE SOBRE BLATELLA GERMANICA 342
(LINNAEUS, 1758) 349
- PRÁTICAS DE MANEJO DE MACRÓFITAS NO RESERVATÓRIO GUARAPIRANGA 351
- PRATICAS EDUCATICAS DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO 1210
1215
- PREVALÊNCIA DAS LESÕES DE TECIDO MOLE DA CAVIDADE ORAL EM PACIENTES ATENDIDOS NA 1222
CLÍNICA ODONTOLÓGICA DA UNISA.
- PREVALÊNCIA DE CISTOISOSPOROSE EM GATOS MANTIDOS EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE 359
MANEJO AMBIENTAL
- PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITOS E PERFIL HEMATOLÓGICO DE CRIANÇAS DE BAIXA RENDA 363
DA ZONA SUL DE SÃO PAULO-SP
- PREVENÇÃO DE ACIDENTES DOMÉSTICOS NA INFÂNCIA 1231
- PROCEDIMENTO DE INSERÇÃO, MANUTENÇÃO E REMOÇÃO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO 1237
PERIFÉRICA COM A EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE PEDIÁTRICA
- PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS GRUPOS DE PESQUISA DO CNPQ SOBRE FAMÍLIA 1243
- PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DO BOLO TIPO INGLÊS PRODUZIDO COM DIFERENTES 1249
CONCENTRAÇÕES DE KEFIR
- PROGRAMA DE COLETA SELETIVA DOMICILIAR NO CONDOMINIO RESIDENCIAL ECO VITTA SABARÁ 371
- PROGRAMA DE CONTROLE POPULACIONAL ANIMAL (PROCOPA): EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA 22
CONTRIBUINDO PARA O BEM ESTAR ANIMAL E CONTROLE DE ZOONOSES
- PROGRAMA DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COM LONTRA, LONTRA LONGICAUDIS (OLFERS, 379
1818), NO PARQUE ZOOLÓGICO MUNICIPAL DE GUARULHOS.
- PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA REPERCUSSÃO DE UMA ANOMALIA CONGÊNITA NO CONTEXTO DA 1257
FAMÍLIA SEGUNDO O MODELO CALGARY
- PROPOSTA DE TREINAMENTO DE PROCEDIMENTOS BÁSICOS NO LABORATÓRIO DE 1262
ENFERMAGEM
- PSF SOB A ÓTICA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE 1267
- QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO 1499
HEMODIALÍTICO
- QUALIDADE DE VIDA E ESTRESSE EM TRABALHADORES DE UM CURTUME 1502
- QUANTIFICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO MOLUSCO DA FAMÍLIA AMPULARIDAE, POMACEA 386
CANALICULATA (LAMARCK, 1822) NA ILHA DOS EUCALIPTOS LOCALIZADA NA REPRESA DO
GUARAPIRANGA, SÃO PAULO – SP
- QUANTIFICAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA COMPARATIVA DA QUERCETINA E RUTINA EM MEIO 1276
ALCÓOLICO
- QUEDA EM PESSOA IDOSA: UM DESAFIO SOCIAL 1280
- QUERCETINA E RUTINA: DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO POR TITULAÇÃO 1288
ÁCIDO-BASE EM MEIO ALCOÓLICO
- &QUOT;QUEM NÃO SE COMUNICA SE ESTRUMBICA: A LAN HOUSE COMO ESPAÇO DE 1552
SOCIABILIDADE ENTRE JOVENS E ADOLESCENTES, MORADORES DA REGIÃO DA CAPELA DO 1555
SOCORRO - SÃO PAULO&QUOT;
- REABILITAÇÃO DO PACIENTE ESTOMIZADO: UM DESAFIO PARA O ENFERMEIRO 1291
- RELATO DE CASO: FISIOTERAPIA NO GANHO DE HABILIDADES FUNCIONAIS EM CRIANÇA COM A 1299
SÍNDROME DE CRI DU CHAT
- RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM SOBRE NOTIFICAÇÃO DE CASOS DE 1305
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
- RETICULOCITOSE E RETICULOCITOPENIA CANINA 32
- RISCO BIOLÓGICO PARA O PROFISSIONAL QUE TRABALHA EM HEMODIÁLISE 1311
- SEPSE: ATUALIZAÇÕES E IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM 1318
- SINAIS E COMPORTAMENTOS OBSERVADOS PELO ENFERMEIRO EM CRIANÇAS VÍTIMAS DE ABUSO 1326
SEXUAL
- SÍNDROME DE FOURNIER: ALTERAÇÕES DO PORTADOR 1332
- STENTS REVESTIDOS POR FÁRMACOS: QUAIS AS DESVANTAGENS? 1339
- STRESS E ESTRATÉGIAS DE COPING EM POLICIAIS CIVIS DE SÃO PAULO: COMPARAÇÃO ENTRE 1505
HOMENS E MULHERES
- SUICÍDIO: SEU IMPACTO NO CONTEXTO FAMILIAR 1341

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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UNISA - Universidade de Santo Amaro

- TENTATIVA DE SUICÍDIO PELA INGESTÃO DE MEDICAMENTOS: COMO IDENTIFICAR E INTERVIR 1347


- UTILIZAÇÃO DE TÉCNICA DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COM PINGUIM DE MAGALHÃES 392
(SPHENISCUS MAGELLANICUS FOSTER, 1781) NO AQUÁRIO DE SÃO PAULO
- VALIDAÇÃO DO MÉTODO ESPECTROFOTOMÉTRICO PARA A QUANTIFICAÇÃO DE RUTINA E 1355
QUERCETINA EM METANOL E ETANOL
- VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E PERFORMANCE FÍSICA DURANTE O EXERCÍCIO 1359
AERÓBIO DE BAIXA INTENSIDADE ASSOCIADO AO BINÍVEL
- VERIFICAÇÃO DO PERFIL DE CRIANÇAS ENCAMINHADAS A FISIOTERAPIA QUE FREQUENTAM O 1361
ENSINO FUNDAMENTAL
- VIDA REVIRADA: DO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA A UM NOVO SENTIDO DO SER 1508
- VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS 1365
- VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER E AS POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO JUNTO AO 1558
AGRESSOR
- VIOLÊNCIA SILENCIADA: UM ESTUDO SOBRE OS CASTIGOS FÍSICOS SOFRIDOS PELA CRIANÇA NO 1565
CONTEXTO FAMILIAR.
- VISITA PRÉ OPERATÓRIA DE ENFERMAGEM: 1371
- VISITA PRÉ OPERATÓRIA DE ENFERMAGEM:CONSIDERAÇÕES DE SUA IMPORTÂNCIA AO 1379
PACIENTE CIRURGICO
- VIVÊNCIA DOS ENFERMEIROS DE PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO ATENDIMENTO AOS 1387
PORTADORES DE LESÕES DE PELE 1395
- VIVÊNCIAS DE PRAZER E SOFRIMENTO: UM ESTUDO ENTRE OS FUNCIONÁRIOS DE UMA 1511
AUTARQUIA FEDERAL DE FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL.
- 100 ANOS DA DESCOBERTA DA DOENÇA DE CHAGAS: TESTES DIAGNÓSTICOS DISPONÍVEIS PARA 1580
FASE AGUDA
- 100 ANOS DA DOENÇA DE CHAGAS 401

12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação

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