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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

COLEGIADO DE MEDICINA VETERINÁRIA

BOVINO LEITE
BEM ESTAR

Luiz Maurício Cavalcante Salviano


Professor de Produção de Ruminantes
BEM ESTAR
 Animais são sencientes.

 Consumidor quer:
 Carne e leite com qualidade;

 Animais criados, tratados e abatidos em sistemas com:


 Bem estar;
 Sustentabilidade;
 Ambientalmente correto;
 Sem mão-de-obra escrava;
 Sem exploração infantil;
 Menor uso de insumos externos;
AMBIÊNCIA

 Dicionário Aurélio:

 AMBIÊNCIA – espaço arquitetonicamente organizado e


animado que constitui um meio físico e, ao mesmo tempo,
meio estético e psicológico, especialmente preparado para o
exercício das atividades humanas.

 Aplicar o mesmo conceito para bovinos.


BEM ESTAR
 BROOM (1986) - Bem-estar de um indivíduo é seu estado em relação às suas
tentativas de adaptar-se ao seu ambiente;
 Grau de dificuldade que um animal enfrenta (e demonstra) para viver onde está;
 Conceito das Cinco Liberdades* por BRAMBELL (1965);
 A sociedade brasileira e os mercados importadores de produtos de origem animal
exigem dos governos padrões mínimos de bem-estar animal nas cadeias
produtivas;
 Conceitos possuem forte presença nos códigos morais e éticos de vários países;
 Tratamento apropriado dos animais não é mais aceito como alternativa de livre
escolha.
 Pequenas alterações de manejo e instalações, mesmo associadas a baixos
investimentos, podem representar uma elevação importante no padrão de bem-
estar dos animais, minimizando perdas nos sistemas produtivos.
BEM ESTAR
 *Cinco Liberdades:
 1. Livre de fome e sede;
2. Livre de desconforto;
3. Livre de dor, ferimentos e doenças;
4. Livre de medo e angústia;
5. Livre para expressar seu comportamento natural.
BEM ESTAR
 Bem estar permeia:
 Boa nutrição;
 Boa saúde;
 Manejo e instalações adequadas;
 Expressão de comportamentos característicos da espécie:
 Crescimento;
 Ganho de peso;
 Desempenho reprodutivo;
 Qualidade da carne e da carcaça;
 Resistência às doenças;
 Segurança dos trabalhadores e dos animais;
 Imagem dos produtos;
 Assim, o bem-estar animal pode ter relevante impacto econômico na produção
agropecuária.
AMBIÊNCIA
 Ambiente - Bovinos a pasto
 Para bovinos a pastagem representa:
 Alimento;
 Espaço em que eles vivem:
 Nascem
 Crescem
 Estabelecem relações
 Enfrentam adversidades
 Reproduzem
 Etc...
AMBIÊNCIA
 Animais criados a pasto precisam de:
 Alimento;
 Conforto;
 Bem estar;

 Para melhor produção: carne, leite, etc


AMBIÊNCIA

 Conforto animal:
 Temperatura agradável;
 Abrigo;
 Espaço físico;
 Ar puro e água limpa;
 Dieta nutritiva;
 Ausência de:
 Dor, pânico, ansiedade / abuso / etc...

 Observar o animal no ambiente:


 Maneira de ajudá-lo a vencer desafios do meio ambiente;
AMBIENTE SOCIAL

 Bem-estar animal:
 Determina a viabilidade técnica e econômica dos sistemas de
produção animal;
 Portanto:
 A lucratividade depende de um elo entre os princípios corretos de
manejo e um ambiente confortável para os animais.

 O que é conforto animal?


 Difícil dizer...
AMBIENTE SOCIAL
 Pistas visuais indicam “sinais de perigo”:
 Problemas nos cascos;
 Nas pernas;
 Baixo ECC;
 Distúrbios metabólicos;
 Maneira de deitar, levantar, andar, etc...
 Agressividade no côcho;
 Tempo de ruminação;
 Tempo de socialização;
AMBIENTE SOCIAL

 BEM ESTAR ANIMAL

 Código de bem estar animal - Cinco pontos fundamentais:

 Ausência de fome ou sede;


 Ausência de desconforto – ambiente apropriado, incluindo abrigo e
área de repouso;
 Ausência de dor, machucadura e doença;
 Liberdade de movimentação – espaço suficiente, instalações
adequadas e convivência com os da mesma espécie;
 Ausência de medo e angustia;
AMBIENTE SOCIAL
 Princípios básicos de ambiente saudável
 As construções devem proporcionar:
 Ambiente limpo, seco;
 Confortável;
 Espaço suficiente p/ descanso e movimentação;
 Proteção contra extremos climáticos;

 Quando estes princípios não são seguidos:


 Animais consomem menos;
 O descanso não é adequado;
 Sofrem estresse;
 Diminuem produção de leite;
 Em países tropicais:
 Observar o conforto térmico
AMBIENTE SOCIAL
 FATORES QUE AFETAM O CONFORTO DOS ANIMAIS
 Ambiente social;
 Interação com o homem;
 Ambiente climático;

 Ambiente social:
 Bovinos - animais gregários:
 Proteção contra predadores;
 Encontrar parceiro sexual;
AMBIENTE SOCIAL
 Consequência de gregários:
 Aumenta competição por recursos;
 Agressividade;
 Separação e instabilidade social;
 Hierarquia social;
 Marcada territorialidade;
 Sistemas intensivos – interações agressivas;
 Liderança;
AMBIENTE SOCIAL

 Bovinos organização social:


 Padrões sociais:
 Imprescindível conhecer estes padrões sociais;
 Animais não se dispersam ao acaso em seu ambiente;
 Em condições extensivas:
 Definem área de vida, onde eles desenvolvem todas as suas
atividades;
 Dimensões dependem da:
 Disponibilidade recursos;
 Da pressão ambiental (clima, predadores, etc.)
AMBIENTE SOCIAL

 Subdivisão das áreas:


 Descanso (malhadouro) e alimentação;
 Pode haver mais de uma área de descanso;
 Exemplo:
 Se tem mosca:
 Local ventilado;
 Nas horas mais quentes do dia:
 Local sombreado;
AMBIENTE SOCIAL
 USO DE ESPAÇO
 Cada indivíduo do grupo tem um espaço individual:
 Área onde o animal se encontra ou se encontrará;
 Espaço físico que animal necessita para realizar os movimentos
básicos;
 Espaço social:
 distância mínima entre um animal e os demais;
 O espaço não é fixo, o animal se desloca;
AMBIENTE SOCIAL
 USO DE ESPAÇO
 Existe também a distância de fuga:
 O máximo de aproximação que um animal tolera a presença de um
estranho ou do predador, antes de iniciar a fuga;
AMBIENTE SOCIAL

 Esquema ilustrativo do espaço individual e da distância de fuga


nos bovinos (as diferenças apresentadas no desenho representam
a existência de diferenças individuais).
 Fonte: Paranhos da Costa, M.J.R. (2000).
AMBIENTE SOCIAL
 Hierarquia e dominância:
 Dominância se estabelece por competição;
 Dominante – animal que ocupa posição mais alta;
 Não neutraliza ou diminui agressividade quando os animais estão
competindo por algum recurso;
 Hoje, não existem mais os grupos naturais – o homem separou os
animais em categorias.
 Grupos de interesse:
 Sexo / idade / produção de leite
 Fatores que determinam posição na hierarquia:
 Peso;
 Idade;
 Raça;
AMBIENTE SOCIAL

 Intensidade das interações agressivas em função da formação da


hierarquia de dominância.
 Fonte: Paranhos da Costa, M.J.R. (2000).
AMBIENTE SOCIAL

 Liderança:
 A liderança é a atividade sincronizada;
 Rebanho se comporta como unidade;
 Um animal inicia o deslocamento e os outros acompanham
 Vacas mais velhas (que não estão no topo da dominância) ocupam
esta liderança.
AMBIENTE SOCIAL

 Disponibilidade de espaço, tamanho e composição do grupo

 Sistemas intensivos - formação de grandes grupos;


 Mantidos em alta densidade;
 Expectativa - aumento da produtividade;
 Não podem evitar a violação de seu espaço individual;
 Resultando em aumento de agressividade e estresse social;
 Grupos muito grandes - animais não reconhecem companheiros;
 Não memorizam o "status" social de todos eles;
 Aumento interações agressivas;
 Qual o tamanho do grupo?
 Qual a densidade?
AMBIENTE SOCIAL
 Interação como homem
 Característica dos modernos sistemas intensivos;
 Confinamento ou a pasto;
 Tem conseqüência na produtividade e bem-estar;
 Temperamento - atribuído ao medo;
 Seleção natural – animais menos agressivos;
 Animais menos agressivos – menor custo;
AMBIENTE SOCIAL
 Existe alta correlação:
 Medo do homem e produtividade;
 Exemplo:
 Laminite - em vacas que são forçadas a andar;
 Gado tem boa memória:
 Capacidade de reconhecer pessoas e situações;
AMBIENTE SOCIAL

 Consequência do manejo agressivo:


 Dificuldades no trabalho com o gado;
 Lesões nos animais;
 Danos nas instalações;
 Risco de acidentes para os trabalhadores etc..

 Solução:
 Treinar e selecionar as pessoas;
AMBIÊNCIA

 Ambiente e comportamento animal


 Cada animal tem uma gama de ferramentas de adaptação ao meio
ambiente;
 Animal necessita perceber as mudanças e reagir a estas
mudanças;

 Animais monitoram seu ambiente pela:


 Visão;
 Audição;
 Paladar;
 Olfato;
 Tato;
 Temperatura, etc...
AMBIÊNCIA
 Critérios para medir conforto e bem estar:
 Saúde;
 Produção;
 Reprodução;
 Características fisiológicas, bioquímicas e comportamentais;
 As vezes:
 Alteração comportamental é a única indicação de estresse;
AMBIÊNCIA
 Ingestão de alimentos
 Animais devem ter:
 Alimentos fáceis;
 Evitar disputas por alimento, água, sal, sombra;

 Consumo de alimentos é determinado por:


 Numero e duração das refeições;
 Taxa ingestão;
AMBIÊNCIA
 O consumo depende de:
 Mecanismos orais;
 Características físicas e químicas dos alimentos;
 Disponibilidade de água;
 Qualidade e Quantidade dos nutrientes;
 Temperatura ambiente;
 Do próprio animal;

 Temperatura acima de 26ºC


 Consumo reduzido;
AMBIÊNCIA
 Distância do pastejo à água:
 1,6 km;
 Animais em pastejo:
 Caminham até 9 km;
 Média de 4 km;
 Formam ondas em relação a fonte de água;
 Estresse para bovino leite:
 Caminhada rápida - > 5 km/hora;
 Caminhar morro acima - a 1,5 km/h;
 Laminite reduz caminhadas – menos consumo
AMBIÊNCIA
 Rotina de pastejo:
 8 h por dia - (4 a 14 h);
 Dia 85 %;
 Noite 15 %;

 Comportamento ingestivo:
 Antes do amanhecer;
 Meio da manhã;
 Início da tarde;
 Próximo ao crepúsculo;
AMBIÊNCIA

 Bovinos a pasto:
 Dias nublados:
 Atrasa inicio pastejo;
 Encerra mais cedo;

 Chuva:
 Só perturba pastejo se for muito forte;
 Chuva forte
 Animal imóvel por uma hora;
 Se chuva continuar animais retomam pastejo;

 Ruminação – vaca calma, relaxada / em pé ou deitada;


 Deitada – lado esquerdo / pressionar rúmen;
 Tempo de ruminação – 4-9 h (divididos);
AMBIÊNCIA

 Fatores que prejudicam a ruminação:


 Pânico, raiva, dor, doença, ansiedade, clima;

 Ócio:
 Período em que o animal não está:
 Comendo
 Ruminando
 Ingerindo água
 6 a 12 horas ao dia;
AMBIÊNCIA

 Médias ajustadas do tempo despendido por vacas Holandesas em


pastagem de alfafa e coast-cross e por vacas mestiças em
pastagens de capim-elefante, nas atividades de pastejo (TP),
ruminação (TR) e ócio (TO), em duas estações do ano

Estação Alfafa Coast-cross C.-elefante

TP (h) TR (h) TO (h) TP (h) TR (h) TO (h) TP (h) TR (h) TO (h)

Verão 6:00a 3:54a 11:24a 5:54a 3:36a 9:12a 8:39a 2:24a 8:11a

Inverno 8:30b 4:18a 8:00b 7: 48b 5:12b 5:12b 8:09a 3:08a 11:16b

 Médias seguidas por letras diferentes diferem (p<0,01) pelo teste Tukey)
 Fonte: Pires et al. (2000); Werneck et al. (2000)
AMBIÊNCIA

 Distribuição do tempo total de alimentação de vacas em lactação da raça


Holandesa em pastagens de alfafa e coast-cross e, confinadas em free-
stall, e de vacas mestiças em pastagem de capim-elefante durante o dia
(D) e à noite (N), em duas estações do ano.

alfafa coast-cross c.-elefante free-stall


Estação
D(h) N(h) D(h) N(h) D(h) N(h) D(h) N(h)
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

Verão 3:10 2:50 2:20 3:13 4:09 4:30 3:23 1:15


52,7 47,2 42,0 63,9 49,3 50,7 73,0 27,0

Inverno 5:30 3:00 5:05 2:42 6:18 1:51 4:05 1:11


64,7 33,3 65,0 34,6 74,0 26,0 78,0 22,0

Dia = 6 a 17h; Noite = 17 a 6h


AMBIÊNCIA

 Média do consumo total de água (litros) por vacas mestiças em


lactação, de acordo com o tratamento e com a estação do ano.

Verão Inverno

Bebedouro Capim Total Bebedouro Capim Silagem Total

Trat. 1 S 15,7L 57,2L 72,9L 28,7L 17,7L 15,7L 62,1L


/ supl

Trat. 2 29,5L 43,5L 73,0L 43,0L 11,6L 14,7L 69,3L


C / supl

Fonte: Werneck, 2000


AMBIÊNCIA

 Tempo/dia que vacas em lactação da raça Holandesa em


pastagem de alfafa, coast-cross e confinadas em free-stall,
permanecem em pé (TE) ou deitadas (TD), em duas estações do
ano
Estação alfafa coast-cross free-stall
TE (h) TD(h) TE (h) TD (h) TE (h) TD (h)
(%) (%) (%) (%) (%) (%)

Verão 5:36 12:18 7:12 11:48 6:50 11:06


(56,5%) (53,8%) (64,0%) (48,8%) (55,5%) (48,8%)

Inverno 4:12: 10:42 4:00 12:05 5:22 11:58


(43,5%) (46,2%) (36,0%) (51,2%) (44,5%) (51,2%)

Fonte. Pires et al. (1998)


AMBIÊNCIA

 Ingestão de água
 Disponibilidade de água:
 Determina pastejo;
 Bovinos passam mais tempo:
 Em abrigos e próximos da água do que em outras áreas;
 Área próxima ao bebedouro:
 São áreas erodidas;
 Ingestão de água depende de:
 Temperatura ambiente;
 Qualidade do alimento;
 Distribuição da água;
AMBIÊNCIA

 Em situação termoneutra:
 Vaca consome água ao longo do dia;
 Picos ao nascer e por do sol;
 Vaca em estresse calórico:
 Picos após meio dia / tarde e noite;
 Vacas preferem ingerir água morna - 15 a 27º C;
 Em pastejo extensivo:
 Vacas procuram água após o primeiro pastejo;
 Entre 7- 8 h da manhã;
AMBIÊNCIA

 Consumo de água pelo gado leiteiro no Brasil central (semi-


intensiva);
Categoria animal Consumo Variação (-/+)
(L/cabeça/dia)
Vaca em lactação 62,5 15,6
Vaca e novilha no final da gestação 50,9 12,9
Vaca seca e novilha gestante 45,0 12,9
Novilha em idade de inseminação 48,8 14,4
Fêmea desmamada (até inseminação) 29,8 7,2
Bezerro lactente (a pasto) 11,2 3,0
Bezerro lactente (baia até 60 dias) 1,0 0,4

Fonte: Benedetti (1986)


AMBIÊNCIA
 Descanso:
 Vital para integração animal/ ambiente;
 Vaca de leite – deitar prioridade;

 Bovinos descansam:
 Sem perda da vigilância;
 Sem perder consciência (?);

 Sono verdadeiro:
 Curtos períodos 2-8 min;
AMBIÊNCIA

 Posição deitada:
 8 – 14 h por dia;
 18:00 - 57% vacas deitadas;
 21:00 – 76% vacas deitadas a ruminar;

 Comportamento de bovinos em ambientes quentes:


 Relaxamento;
 Minimiza atividades físicas;
 Procuram superfície fria p/ deitar;
AMBIÊNCIA
 Eliminação diária de vacas:
 Fezes – 40 kg; Urina – 30 kg;
 Fezes – 12-18 vezes ao dia;
 À pasto – 3x que confinadas;
 Não têm controle sobre eliminações;
 Estresse – mais eliminação;
 66% das vacas defecam por ocasião da ordenha;
 Zebuínas – eliminam mais do que as mestiças;
 Evitam forragens com fezes;
 Não fazem restrição a urina;
AMBIÊNCIA
 Sombras / Vacas buscam sombras quando:
 Em ambientes quentes;
 Temperatura retal acima do normal;
 Sombras artificiais menos efetivas;
 Deve haver espaço entre animais – movimento ar;
 Locais sem sombra:
 Deitam na relva ou em locais úmidos;
AMBIÊNCIA

 Práticas de manejo para conforto dos animais:


 Sombra adequada – tipo e dimensão;
 Livre acesso água – 24 h/dia;
 Espaço e localização de bebedouros;
 Distribuir ração à noite – em hora mais frescas;
 Eliminar obstáculos à ventilação natural;
 Alterar horário de ordenha – vaca pastejar antes da ordenha;
 Treinar mão-de-obra;
 Selecionar animais reativos – reduzir agressividade;
AMBIENTE CLIMÁTICO

Trópico de Câncer

Trópico de Capricórnio
AMBIENTE CLIMÁTICO
AMBIENTE CLIMÁTICO
 Efeitos do clima sobre os animais depende de:
 Idade;
 Ciclo reprodutivo;
 Frio em animais jovens:
 Jovem maior área de superfície;
 Falta produção de calor (fermentação);
 Umidade dos líquidos fetais;
 Tempo sem alimento;
 Calor em animais adultos:
 Baixo consumo – baixa produtividade;
 Menor taxa concepção;
 Morte embrionária;
 Menor desenvolvimento fetal;
AMBIENTE CLIMÁTICO
 Reposta animal à alta carga calórica:
 Diminuir a produção de calor;
 Reduzir o consumo;
 Balanço negativo de nitrogênio;
 Redução no peso corporal;
 Redução no conforto e bem estar;
 Baixa produção na quantidade e composição do leite;
AMBIENTE CLIMÁTICO
 Efeito meio ambiente sobre os bovinos
 Clima:
 Temperatura do ar;
 Umidade relativa do ar;
 Radiação solar;
 Ventos;
 Precipitação;
AMBIÊNCIA
AMBIÊNCIA
AMBIÊNCIA

 Não deixe o estresse ambiental reduzir o desempenho


 Zona termo neutra 5 – 25 ºC
 Aumento da produção = aumento na semsibilidade ao
estress – reduzindo ITU – de 72 para 68.
 Outros sinais:
 Aumento tempertura corpo – boca aberta lingua estendida
 + agua + saliva
 Procura por sombra e vento
 - MS – menos gordura e proteina no leite
 Queda no desempenho reprodutivo – aumento laminites
cetose retenção placenta metrite
 Levedura – Saccharomyces cerevisiae I – 1077 - ameniza
AMBIENTE CLIMÁTICO
 Efeito meio ambiente sobre os bovinos
 Solo:
 Fertilidade;
 Topografia;
 Estes fatores climáticos influenciam na:
 Ocorrência de doenças;
 Ecto e endoparasitas;
 Alimentação;
 Produção;
 Reprodução;
 Longevidade;
 Conforto térmico dos bovinos;
AMBIENTE CLIMÁTICO
 Clima e raças bovinas
 Raças européias(B. taurus):
 Clima temperado;
 Selecionadas para viverem neste ambiente;
 Produzir carne e leite;
 Condições mais adequadas:
 Temp. média mensal < 20º C;
 U. relativa do ar = 50 e 80%;
 Temperaturas máximas:
 Holandesa - 24 e 26 ºC;
 Jersey - 27 e 29 ºC;
 Pardo Suíço – perto de 29,5 ºC;
 Zona de conforto térmico:
 Entre 1 ºC e 21 ºC;
 Com pequenas variações;
AMBIENTE CLIMÁTICO
 Raças zebuínas (B. indicus):
 Clima tropical;
 Selecionadas para ambiente tropical da Índia;
 Produzir leite e carne neste ambiente;
 Condições mais adequadas:
 Temp. máxima - > 35 ºC;
 Temp. mínima – 0 ºC;
 Zona de conforto;
 Entre 10 e 32º C;
 Raças Gir e Guzerá:
 Costa ocidental da Índia;
 Trópico de Câncer;
 Clima quente e seco;

 No Brasil Central:
 Clima melhor do que o de origem destas raças;
AMBIENTE CLIMÁTICO
 Raças mestiças:
 Cruzamento de Europeu x Zebu;
 Poucos estudos;
 Tolerância intermediária;
 Zona de conforto: 5 a 31 ºC;

 Recomendação:
 Uso de sombra natural nos pastos;
AMBIENTE CLIMÁTICO
 Zona de conforto térmico -ZCT
 Corresponde aos limites de temperatura em que o animal não
necessita mobilizar os recursos termorreguladores para se ajustar
às condições ambientes;
 Limites de valores p/ ZCT:
 Bos taurus – zct: 0 -16 ºC;
 Bos indicus – zct: 10 – 27 ºC; (35 ºC - crítica)
 Mestiços – zct: 5 – 31ºC;

AMBIENTE CLIMÁTICO

 Zona de conforto térmico


 Termogênese:
 Calor produzido pelo metabolismo:
 (Carboidratos, proteínas, lipídeos)
 Termólise:
 Fluxo de calor perdido para o ambiente;
 Resultando em:
 Homeotermia;
AMBIENTE CLIMÁTICO
AMBIENTE CLIMÁTICO
AMBIENTE CLIMÁTICO
AMBIENTE CLIMÁTICO

 Efeito da temperatura do ar e da umidade relativa sobre


a produção de leite das raças holandesa, jersey e pardo
suisso:

Temperatu Umidade Holandesa Jersey Pardo


ra (%) relativa (%) (%) (%) Suisso (%)
24 38 100 100 100
24 76 96 99 99
34 46 63 68 84
34 80 41 56 71
AMBIENTE CLIMÁTICO
 Estresse térmico:
 É o resultado da inabilidade do animal em dissipar calor
suficientemente para manter sua homeotermia.
 Vaca de leite fora da ZCT:
 Redução do consumo de alimentos;
 Mudança na taxa metabólica;
 Aumentos no consumo de água;
 Aumento na temperatura corporal;
 Outras reações fisiológicas:
 Vaso dilatação periférica;
 Circulação mais rápida com aumento do fluxo sanguíneo para
periferia do corpo;
 Aumento da taxa respiratória;
 Aumento da frequência cardíaca e sudação;
AMBIENTE CLIMÁTICO
AMBIENTE CLIMÁTICO
AMBIENTE CLIMÁTICO
AMBIENTE CLIMÁTICO
AMBIENTE CLIMÁTICO
AMBIENTE CLIMÁTICO
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS

 Estratégias para amenizar os efeitos do calor sobre as vacas


de leite:
 Modificação no ambiente;
 Esquema de manejo nutricional;
 Identificar estratégias específicas:
 Melhorar o desempenho reprodutivo;
 Identificar cios;
 Reduzir mortalidade;
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS
 Modificações ambientais
 Vários parâmetros do ambiente podem favorecer o desempenho
animal facilitando ou inibindo os processo produtivos e
reprodutivos;

 As instalações devem ser projetadas para amenizar os seus


extremos, bem como possibilitar o controle da luminosidade e
qualidade do ar;
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS
 Modificação do ambiente:
 Disponibilidade de sombra;
 Resfriamento evaporativo com água em forma de névoa,
gotejamento ou neblina;
 Ventilação natural ou forçada;
 Lagoas de resfriamento;
 Ar refrigerado em confinamento total;
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS
 Sombra:
 Sombreamento Natural;
 Sombreamento artificial;
 Sombreamento natural – árvores:
 Permite a movimentação adequada do ar sob sua copa;
 O animal absorve pouca radiação térmica comparada com
cobertura de metal;
 Vantagens do uso de árvores em pastagens:
 Controle da erosão e melhoramento da fertilidade do solo;
 Melhor aproveitamento da água das chuvas;
 Produção e valor nutritivo da forragem;
 Controle de geada;
 Pires e Carvalho (2000):
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS
 Espécies arbóreas recomendadas

 Que tenham as seguintes características:


 Adaptadas;
 Frondosas;
 Folhas perenes;
 Folhas pequenas;
 Altura mínima de três metros;
 Outros;
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS

 Espécies p/ região sudeste


 Nativas:
 angico vermelho
 angico branco
 angico mirim
 jacarandá branco
 orelha de macaco
 sibipiruna
 b. Exóticas
 Gliricidia sepium
 Acacia mangium
 Acacia auticuliformis
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS

 Espécies p/região Nordeste:


 Nativas:
 juazeiro
 angico vermelho
 pau-branco
 baraúna
 Aroeira

 b. Exóticas
 Gliricidia sepium
 Leucena leucocephala
 Prosopis juliflora
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS
 Sombreamento Artificial
 C
 Sombras móveis ou portáteis:
 Sombrite (diversos tipos);
 Cuidado:
 Acúmulo de águas das chuvas.

 Tipo de tela:
 Rede com 80 % de retenção;
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS

 Sombreamento Permanente
 Teto:
 alta refletividade
 baixa condutividade
 baixa emissividade
 inclinação correta
 altura da parte mais baixa, 4m
 Orientação:
 Leste / oeste;
 Àrea de sombra:
 Clima seco: 1,8 a 2,5 m2;
 Clima úmido: 4,2 a 5,6 m2;
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS
 Estábulos:
 Abertos e bem ventilados;
 Telhado:
 Em forma de A;
 Declividade de 25 a 33%;
 Material:
 telha de barro;
 chapa galvanizada;
 alumínio;
 cimento – amianto
 Distância entre galpões:
 Mínimo de 15m.
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS
 Ventilação
 Natural;
 Mecânica;
 Ventilação natural:
 Bom planejamento e projeto das instalações;
 Ventilação mecânica:
 Ventiladores;
 Animais confinados;
 Curral de espera;
 Sala de ordenha;
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS
 Sistema de ar condicionado

 Sistemas:
 Névoa
 Neblina
 Aspersão

 Benefício/ Custo:
 Custo do investimento inicial;
 Custo de manutenção;
 Consumo de água;
 Eletricidade, etc...
Climatização das instalações
 Conforto térmico em free-stalls:

 O conforto do animal no interior de instalações:


 Aproveitando ao máximo, dos ventos naturais;
 Climatização das instalações;
 Sistemas naturais ou artificiais;

 Mecanismos artificiais:
 Ventilação;
 Resfriamento adiabático evaporativo (SRAE) – vapor de água;
Climatização das instalações
 Sistemas naturais:

 Arborização ao redor das instalações;


 Galpões abertos;
 Altura do pé direito;
 Escolha do local;
 Orientação longitudinal (direção leste-oeste);
 Coberturas reflectivas;
 Beirais amplos;
 Presença de lanternim (5 cm / 3m de largura da cobertura);
Climatização das instalações
 Ventilação:
 Remoção da umidade;
 Dispersão de gases e excesso de calor;

 Ventilação natural eficiente:


 Altura do pé direito;
 Orientação das instalações – vento no sentido transversal;
 Abertura da parede lateral de 1 m2 por cada m2 de área de piso;
 Abertura do cume – 5 cm para cada 3 m de largura do estábulo;
 Evitar uso de estruturas no telhado;
 Evitar o uso exagerado de arborização em torno da instalação;
Climatização das instalações
Climatização das instalações
 Sistema de resfriamento adiabático evaporativo (SRAE):
 Nebulização;
 Microaspersão;
 Aspersão nos animais;
 Reduções de até 6ºC na temp. interna das instalações;
 Em climas úmidos – cuidado;

 Sistemas de resfriamento evaporativo são divididos em:


 “misting” - nebulização de baixa a média pressão;
 “fogging” - nebulização de alta pressão e
 “sprinkling”- aspersão.
Climatização das instalações
 fogging”:
 Nebulização sob pressão, menor tamanho das gotas – mais
eficiente;
 ”misting”:
 gotas maiores – mais barato;

 Sistemas de nebulização:
 Pequenas gotas de água são aspergidas no ar;
 Resfriando o ar – ao evaporar;
 Quando animal inala ar – troca calor;
 Na nebulização – piso seco;
 Na aspersão – piso úmido;
 Nebulização: 1 gota = 611 gotículas;
Climatização das instalações
 Efeito do uso de aspersores de água e ventiladores no
resfriamento de vacas leiteiras
Climatização das instalações
 Aspersão:
 Não tem finalidade de resfriar o ar;
 Gotas vão molhar pelo e pele das vacas;
 Evaporação da água retira calor do corpo;
 Mais eficiente que sudorese;
 Quando associada à ventilação - aumenta a eficiência;
 Acelera o processo de evaporação;
 Evita que a pulverização das gotas ocorra em um só local;
 Molha piso e a cama dos animais;
Climatização das instalações
 Como utilizar aspersão:

 Usando um termostato com um ajuste de tempo;


 Ativar o sistema quando a temperatura chega a 25,6ºC;
 Usar um timer - intermitente com aspersão de 1 a 3 min;
 Parada de 5 a 15 min;
 Utiliza de 215 a 456 litros de água/vaca/dia;
 Como utilizar aspersão:
Flórida – junho

 Usando um termostato com um ajuste de tempo;


 Ativar o sistema quando a temperatura chega a 25,6ºC;
 Usar um timer - intermitente com aspersão de 1 a 3 min;
 Parada de 5 a 15 min;
 Utiliza de 215 a 456 litros de água/vaca/dia;
 Como utilizar aspersão:

 Usando um termostato com um ajuste de tempo;


 Ativar o sistema quando a temperatura chega a 25,6ºC;
 Usar um timer - intermitente com aspersão de 1 a 3 min;
 Parada de 5 a 15 min;
 Utiliza de 215 a 456 litros de água/vaca/dia;

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