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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
EMBALAGEM E ESTABILIDADE DE ALIMENTOS

MILHO EM SALMOURA

ANA CLARA MIRANDA BATISTA - 201906940018

BELÉM-PA
2022
1. INTRODUÇÃO

O tipo de embalagem no qual o produto é armazenado influencia na sua vida útil, os


alimentos exigem um material de embalagem que assegure proteção contra agentes
externos (JAIME et al.,1998). A qualidade da embalagem se dá pela obrigação,
respectivo à legislação (ANTONIETA, 2003). A embalagem apresenta diversas
funções, cada qual trata de visões ligadas à segurança do alimento, como proteção
contra danos físicos decorrentes de transporte e distribuição. Danos na embalagem
podem indicar que o produto está impróprio para o consumo (POÇAS &
MOREIRA, 2003). Atualmente, o milho é comercializado para consumo in natura
ou destinado para a produção de conservas ou enlatados. A deterioração dos grãos
de milho pode ser influenciada por fatores genéticos, formas de manipulação e
condições de armazenamento. De acordo com a RDC nº 352 (BRASIL, 2002),
milho em conserva é classificado como uma hortaliça em conserva. Por ser um
produto de baixa acidez e sem possibilidade de acidificação, o milho é submetido a
tratamento térmico intenso, com temperaturas superiores a 100 ºC e pressão
controlada (KROLOW, 2006). Tendo em vista a importância das embalagens como
requisito para a garantia da qualidade dos alimentos o objetivo deste trabalho é
mostra o melhor tipo de embalagem utilizada no armazenamento de milho em
salmoura. No que diz respeito à metodologia, os requisitos solicitados foram:

−A embalagem deve assegurar a estabilidade física, química e microbiológica do


produto;

− A embalagem deve permitir a aplicação de processos térmicos, quando necessário;

− A embalagem deve evitar, ao máximo, a migração de constituintes para o produto;

− Atentar para o custo da embalagem em relação ao produto;

− Indicar que informações devem constar no rótulo do produto;

− Sugerir alternativas de uso para a embalagem, após o consumo do alimento,


visando minimizar os possíveis impactos ambientais.

2. EMBALAGEM

A produção do milho em conserva, basicamente, segue o fluxograma descrito


abaixo (figura 1).
figura 1: fluxograma da produção do milho em conserva

Autoria própria, 2022

As embalagens que podem ser utilizadas no acondicionamento de milho em


salmoura são vidro, latas de aço, cartonadas (multicamadas) e stand up pouch,
demonstrando ser uma nova tendência no mercado de embalagens para alimentos.

Fonte-Internet(2022)

Disponíveis em A: <https://es.123rf.com/photo_68428886_lata-de-metal-fechada
narendi%C3%A7%C3%A3o-branca-do-fundo-3d.html>;

B:< https://pt.depositphotos.com/201425244/stock-illustration-realistic-white-carton-pack-
juice.html>;

C: <http://piresembalagens.com.br/products/pote-de-vidro-conserva-74mm.html>;

D:<https://www.astervariedades.com.br/saco_stand_up_pouch14_x_193_cmlaminado_meta
lizado_prata_fecho_ziplock_/prod-5036722/>. Acesso em 09-jul-22.
A embalagem mais viável economicamente e que atente os seguintes critérios:
estabilidade física, química e microbiológica do produto, aplicação de processos
térmicos e que evita ao máximo a migração de constituintes para o produto. São as
latas de aço, para o milho em salmoura, por ser termicamente tratado na embalagem
apresenta propriedade como velocidade de fabricação, resistência, facilidade de
enchimento, recravação e suporta altas temperaturas e pressões (CUTTER, 2002).
As latas não devem estar amassadas ou estufadas, pois pisto pode indicar o
desenvolvimento microbiano, mas só estará presente no alimento se o
processamento não for realizado de forma correta. Uma vez aberta à embalagem, o
alimento deve ser transferido para outro recipiente, para evitar a perda da qualidade
do produto e a contaminação, pois não há como fechá-la adequadamente. Se todos
os cuidados forem tomados, não há motivo para distinguir os enlatados, pois
conservam melhor os nutrientes (LINHARES, 2019).

Além disso, o uso das latas de aço no envase de alimentos apresenta certas
vantagens como o fato de serem invioláveis, pois possuem sistema hermeticamente
fechado, impermeável à passagem a luz, oxigênio e microrganismos, garantindo
condições de consumo por longo tempo. Além disso, são embalagens resistentes ao
transporte, não são inflamáveis, recicláveis e degradáveis (CARNEIRO et al., 2007)

Em embalagens metálicas, são utilizadas folhas de flandres, folhas cromadas ou de


alumínio, geralmente envernizadas (BOARD, STEELE & KELLY, 2001). O milho
possui na sua composição enxofre, que ao entrar em contato com o metal da lata,
sem o verniz de revestimento, desenvolvem manchas escuras devido à formação de
sulfeto de estanho e de ferro que danificam a aparência do produto, porém, não são
prejudiciais a saúde (GAVA, 2009).

2.1 INFORMAÇÕES CONTIDAS NO RÓTULO

O rótulo dos produtos alimentícios é um aliado a decisão de compra. É nele que


estão contidas todas as informações do produto, além de ser responsável por
repassar ao consumidor informações básicas como peso, ingredientes e instruções de
manuseio, antes e após aberto, conforme a legislação exige (SILVEIRA NETO,
2001).
Fonte-Internet(2022)

Disponíveis em <https://www.clubeextra.com.br/produto/462595/milho-verde-em-
conserva-quero-lata-170g.>

Os rótulos devem apresentar:


 Designação de venda do alimento: Essa informação é o que representa
aquele produto e como ele é definido, de acordo com estudo técnico da
legislação brasileira.
 Lista de ingredientes : A lista de ingredientes também deve estar presente,
em ordem decrescente, ou seja, primeiro devem aparecer os itens presentes
em maior quantidade. Nesse caso: grãos de milho e salmoura (sal e água),
porém há algumas exceções que por se tratar de opções livre de sódio,
trazem apenas milho e água. (FAGURY, 2013).
 Origem do produto: O local onde o produto foi fabricado. Informações
como o nome de sua empresa e endereço de fabricação são necessárias. É
importante também alguns dados de contato para o atendimento ao
consumidor.
 Lote e prazo de validade: Para produtos com prazo inferior a três meses, é
necessário o dia, o mês e o ano. Para os demais, apenas o mês e o ano.
Fazendo uma pesquisa em uma grande rede de supermercado, verificou-se
que o prazo de validade do produto, em meses, não consta de nenhuma das
embalagens analisadas, há, porém, uma data que determina o término deste
prazo, de acordo com a legislação (BRASIL, 2003). Desse modo,assim que é
fechada, a embalagem de milho verde em conserva, se mantida em sua
embalagem original, fechada, nas condições descritas no rótulo (local seco e
fresco), pode durar por pelo menos um ano. Depois de aberta, o prazo de
validade é de dois a três dias, e todas as marcas trazem a mensagem de que o
alimento deve ser mantido sob refrigeração e em outro recipiente.

 Conteúdo líquido: Em massa (gramas ou quilos), ou em volume (ml, litros).


Em alguns casos, como conservas, é necessário informar também a massa do
conteúdo drenado. Isso ajuda o consumidor a entender o peso da embalagem
e outros adicionais ao produto. Exemplo: 300g de peso líquido.
 Informação nutricional: A tabela nutricional. Dessa forma, os clientes
podem encontrar exatamente os componentes que vão ingerir.
 Alergênicos

2.2 ALTERNATIVAS DE USO PARA A EMBALAGEM


Milho é um exemplo de alimento que é consumido e comercializado em latas de
aço. Por ser um material 100% reciclável, as latas de aço podem ser reutilizadas
inúmeras vezes e virar ferramentas, maçanetas, vigas e novas embalagens. Para
reciclar essas latas: “Além de lavar as latas de aço com água, para que não
causem mau cheiro, deve-se raspar com uma colher os resíduos e passar um
papel toalha nas tampas de requeijão, geleias, molhos, sucos ou outros
produtos”, Thais Fagury, engenheira de alimentos e presidente da Associação
Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço). Além da reciclagem: a embalagem
pode ser reaproveitada para uma finalidade diferente. Por exemplo, latas
decoradas, vasos de plantas, como mostra a figura 3.

Figura 3: Artesanato com lata de milho.


Fonte-Internet(2022)

Disponíveis em < https://www.artesanatopassoapassoja.com.br/artesanatos-com-lata-de-


milho/>

Enquanto a embalagem for útil, não precisa ser descartada, podendo evitar que
poluam o meio ambiente e ainda reduz a necessidade de produção de materiais
novos.

3. CONCLUSÃO
O milho é rico em nutrientes que podem auxiliar a saúde, porém desde que a
qualidade inicial seja mantida até chegar no consumidor final. Assim, a
embalagem deve servir de barreira à entrada de oxigênio, luz e outros fatores
que possam desencadear processos de deterioração. Um fator que contribui para
a perda de vida útil de produtos embalados é a temperatura de estocagem,
fazendo com que seja importante o seu controle durante transporte, distribuição
e comercialização do produto.
4. REFERÊNCIAS

ABRE-Associação Brasileira de Embalagens. Estudo macroeconômico da


embalagem. São Paulo, 2014. Disponível em <http://www.abre.org.br/setor/dadosde-
mercado/>. Acesso em 09-Jul-22.

ANTONIETA, M. R. Qualidade e embalagem. In: CASTRO, A. G.; POUZADA,


A.S. Embalagens para indústria alimentar. 1ª ed. Lisboa: Piaget, 2003. p. 389-403.

BRASIL. RDC Nº 352/2002. ANVISA. Disponível em


<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0352_23_12_2002.html.
Acesso em 09-Jul -22.

BOARD, P.W.; STEELE, R.J.; KELLY, M. The role of packaging in food


preservation. In: MOIR,C.J.; ANDREW-KABILAFKAS, C.; ARNOLD, G.; COX,
B.M.; HOCKING, A.D.; JENSON, I. Spoilage of processed foods: causes and
diagnosis. Marrickville: Southwood Press, 2001. Chap. 2.8.

CARNEIRO, C. M. B.; ZORZAL, E. J.; SANTOS, G. P.; NUNES, R. V. A


contribuição econômica e financeira da logística de embalagem para as empresas:
um estudo comparativo entre a embalagem aço versus a embalagem PET em uma
indústria de alimentos. XIV Congresso Brasileiro de Custos – João Pessoa - PB,
Brasil, 05 de dezembro a 07 de dezembro de 2007.

CUTTER, C.N. Microbial control by packaging: a review. Critical Reviews in Food


Science and Nutrition, v.42, n.2, p. 151-161, 2002. Disponível em
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11934131>. Acesso em 09-Jul -22.

JAIME, S. B. M.; ALVES, R. M. V.; SEGANTINI, E.; ANJOS, V. D. de A.;


MORI; E. E. E. Estabilidade do molho de tomate em diferentes embalagens de
consumo. Ciência e Tecnologia de Alimentos, vol. 18, n. 2, Campinas May/July
1998. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-
20611998000200010&script=sci_abstract&tlng=pt>.

KROLOW, A. C. R. Hortaliças em Conserva. Brasília, DF: Embrapa Informação


Tecnológica, 2006. 40 p. (Agroindústria Familiar). Disponível em:
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/11953/2/00078030.pdf>.

Acesso em 09-Jul -22.


FAGURY, T. Embalagens preservam os nutrientes, mas pedem cuidados na hora da
compra. Entrevista concedida a Roberta Lemgruber. Minha Vida, 2013. Disponível
em<https://www.minhavida.com.br/alimentacao/galerias/16463embalagenspreseva
m-os-nutrientes-mas-pedem-cuidados-na-hora-da-compra>. Acesso em 09-Jul -22.

GAVA, A. J.; SILVA, C. A. B.; FRIAS, J. R. Tecnologia de alimentos: princípios e


aplicações. São Paulo: Nobel, 2009. 511p.

LINHARES, K. Botulismo, lata amassada, qualidade.Tire suas dúvidas sobre


enlatados. Entrevista concedida à Daniella Grinbergas, Revista M de Mulher em 20
fev 2019. Disponível em <https://mdemulher.abril.com.br/saude/botulismo-
lataamassada-qualidade-tire-suas-duvidas-sobre-enlatados/>. Acesso em 09-Jul -22.

POÇAS, M. F. F.; MOREIRA, R. Segurança alimentar e embalagem. In: CASTRO,


A. G.; POUZADA, A.S. Embalagens para indústria alimentar. 1ª ed. Lisboa: Piaget,
2003. p. 417-438.

SILVEIRA NETO, W. D. 2001. Avaliação visual de rótulos de embalagens.


Dissertação (Mestre em Engª de Produção), Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, SC. 111 p. Disponível em
<https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/79920/176203.pdf?se
quence=1&isAllowed=y>. Acesso em 09-Jul -22.

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