Você está na página 1de 4

Atividade 1

1) Descrever as principais características, pontos fortes e pontos fracos dos


seguintes delineamentos
Estudo transversal

Pontos fortes: Barato, simples e rápido, pois não requer seguimento; ninguém é
exposto a agente causal devido ao estudo, ou negado uma terapia de benefício potencial;
são úteis para doenças comuns e de longa duração.

Pontos fracos: Em geral, é impossível determinar causalidade; impossível assegurar


que os fatores de confusão vão estar igualmente distribuídos entre os grupos; viés da
prevalência: são excluídos os curados e falecidos; os grupos (expostos doentes, expostos
não doentes, não expostos doentes e não expostos não doentes) podem terminar tendo
tamanhos muito diferentes, resultando em perda da eficiência estatística.

Estudo de caso-controle

Pontos fortes: Capaz de estudar doenças raras; mais barato e rápido que coorte;
necessita menos indivíduos para detectar diferenças entre grupos que outros desenhos;
bom para avaliar doenças com longo período de latência; permite explorar
simultaneamente múltiplas exposições com possível associação com a doença em
estudo.
Pontos fracos: Maior probabilidade de erros e vieses metodológicos (lembrança,
seleção, registro de informação sobre exposição); ineficiente para exposição rara; pode
ser difícil estabelecer relação temporal; facilidade com que pode ser feito (muitos
estudos conduzidos de forma errada).

Estudo de coorte prospectiva

Pontos fortes: Menos sujeito a informação incorreta.


Pontos fracos: Caro e demorado.

Ensaio clínico randomizado


Pontos fortes: Não devem ser influenciados por variáveis de confusão; permitem
estudar a história natural da doença.
Pontos fracos: Podem ser muito caros; podem não ser generalizáveis; podem ser
eticamente inaceitáveis; muitos pacientes podem desistir do tratamento.

2) Descreva e exemplifique os seguintes vieses


Aferição
Ocorre quando as informações do desfecho são coletadas de forma diferente entre os
grupos, por questões relacionadas aos aferidores do desfecho ou aos instrumentos
utilizados. Um termo utilizado é “polarização do instrumento”, que se refere a quando
um instrumento de medição calibrado de forma inadequada sistematicamente
super/subestima a medição, por exemplo, uma balança desregulada. O cegamento dos
avaliadores de desfecho e o uso de instrumentos calibrados podem reduzir o risco desse
viés ocorrer.
Seleção
O viés de seleção ocorre quando há uma diferença sistemática entre os indivíduos
selecionados para os grupos de exposição (coorte) ou desfecho (caso-controle) e para o
controle, ou, ainda, se essas diferenças estiverem relacionadas a quem participa e quem
não participa do estudo, podendo afetar a comparabilidade entre os grupos e a
generalização, respectivamente. Existem várias situações em que esse tipo de viés pode
ocorrer. Viés de amostragem, quando alguns indivíduos na população-alvo têm maior
probabilidade de ser selecionados para inclusão do que outros, por exemplo, ao solicitar
voluntários, pode ocorrer que aqueles que se voluntariem sejam os mais preocupados
com sua saúde ou tenham características diferentes da população em geral, o que leva à
impossibilidade de generalização dos resultados do estudo. Ou o chamado viés de
associação, quando as pessoas que escolhem ser membros de um grupo – por exemplo,
praticantes de corrida – podem diferir em aspectos importantes dos outros. Ainda, há o
viés de seleção de não resposta, quando os não respondentes diferem dos respondentes.
Por exemplo, fumantes têm menor probabilidade de responder questionários do que os
não fumantes.
Confusão
O viés de confusão ocorre quando a presença de uma ou mais variáveis está relacionada
tanto ao desfecho quanto à exposição. Ou seja, quando um pesquisador tenta relacionar
uma exposição a um desfecho, mas, na realidade, mede o efeito de uma terceira
variável, denominada fator de confusão, que está associada à exposição e afeta o
desfecho, mas não é um elo intermediário na cadeia de causalidade entre ambos. Assim,
parte do efeito observado é decorrente da presença dessa terceira variável.
Como demonstrado na Figura 1, em um estudo sobre exposição A ser fator de risco da
doença B, diz-se que um terceiro fator, X, é um fator de confusão se o seguinte for
verdadeiro:

 O fator X for um fator de risco conhecido para doença B;

 O fator X estiver associado ao fator A, mas a doença B não resultar da


exposição ao fator A.

Figura 1. Fator de confusão (X) em cadeia de causalidade entre fator A (exposição) e


doença B (desfecho)

X – Fator de Confusão

A – Exposição

B – Desfecho (doença)

Para exemplificar a Figura 1, pode-se usar as variáveis tabagismo (X) e consumo de


álcool (A) para o desfecho câncer de pulmão (B). O tabagismo está relacionado ao
consumo de álcool e ao câncer de pulmão, porém, o consumo de álcool não está
relacionado diretamente ao câncer de pulmão. Se uma pessoa fuma mais e,
consequentemente, tem câncer de pulmão, mas, ao mesmo tempo, quando fuma, bebe
mais, os pesquisadores poderiam chegar à conclusão errônea de que o consumo de
álcool (A) está relacionado ao câncer de pulmão (B), sendo que, na realidade, a
associação está confundida pelo tabagismo (X).

Você também pode gostar