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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICISA


DEPARTAMENTOS DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO - CIÊNCIAS
FARMACÊUTICAS

FARMACOEPIDEMIOLOGIA

Grupo: 3
Período: Regular
Ano: 4º
Cursos: Ciências Farmacêuticas Orientador(a): Delfina Santana
INTEGRANTES DO GRUPO

▪ Joi Sumbula
▪ Kiassi Rachete
▪ Kudiva Francisco
▪ Lombo Gomes
▪ Luís Catumbela
▪ Lutadila Mbala
▪ Makaya Paulo
▪ Margarida Moisés
▪ Maria Fonseca
INTRODUÇÃO
A Epidemiologia é definida como o estudo da distribuição e dos determinantes das doenças ou
condições relacionadas à saúde em populações especificadas.

Estudo inclui vigilância, observação, pesquisa analítica e experimento.

Distribuição refere-se à análise por tempo, local e características dos indivíduos.

Determinantes são todos os fatores físicos,biológicos, sociais, culturais e comportamentais que influenciam
a saúde.

Condições relacionadas à saúde incluem doenças, causas de mortalidade, hábitos de vida (como
tabagismo, dieta, atividades físicas, etc.), provisão e uso de serviços de saúde e de medicamentos.

Populações especificadas são aquelas com características identificadas, como, por exemplo,determinada
faixa etária em uma dada população

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Os estudos epidemiológicos podem ser classificados em observacionais e
experimentais. Os estudos experimentais fogem o foco deste trabalho e por
este motivo não serão comentados.

De uma maneira geral, os estudos epidemiológicos observacionais podem ser


classificados em descritivos e analíticos.

Os estudos descritivos têm por objetivo determinar a


distribuição de doenças ou condições relacionadas à saúde,
segundo o tempo, o lugar e/ou as características dos
indivíduos. Ou seja, responder à pergunta: quando, onde e
quem?

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A epidemiologia descritiva examina como a incidência (casos
novos) ou a prevalência (casos existentes) de uma doença ou
condição relacionada à saúde varia de acordo com determinadas
características, como sexo, idade, escolaridade e renda, entre
outras.

Quando a ocorrência da doença/condição relacionada à saúde


difere segundo o tempo, lugar ou pessoa, o epidemiologista é
capaz não apenas de identificar grupos de alto risco para fins de
prevenção, mas também gerar hipóteses etiológicas para
investigações futuras
Estudos analíticos
Estudos analíticos são aqueles delineados para examinar a
existência de associação entre uma exposição e uma doença ou
condição relacionada à saúde.
Os principais delineamentos de estudos analíticos são:
a) ecológico;
b) seccional (transversal);
c) caso-controle (caso-referência);
d) coorte (prospectivo).
❖ Estudo de Coorte

Estudo de Coorte é um tipo de estudo observacional longitudinal que acompanha um grupo de


indivíduos ao longo do tempo para observar o desenvolvimento de um evento ou condição de
saúde específica.

Uma coorte é um conjunto de indivíduos definidos segundo um critério qualquer, acompanhados


ao longo de um período de tempo. Durante este período, que tanto pode ser toda a sua vida como
apenas um intervalo de tempo pré-definido, é medida a incidência de casos de doença ou evento
adverso à saúde entre os indivíduos da coorte.

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São seleccionados dois grupos de pessoas que, à partida, não têm doença. Um grupo está exposto
a um factor que se pensa poder estar associado com uma doença (os expostos), o outro grupo não
está exposto.
Ambos são seguidos ao longo do tempo e, no fim, a incidência da doença/condição relacionada à
saúde é comparada entre os dois grupos.

Nos estudos de coorte, primeiramente, identifica-se a


população de estudo e os participantes são
classificados em expostos e não expostos a um
determinado fator de interesse. Depois, os indivíduos
dos dois grupos são acompanhados para verificar a
incidência da doença/condição relacionada à saúde
entre expostos (a / a + d) e não expostos (c / c + d)

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1. Identificar fatores de risco: O estudo de coorte 4. Estimar a incidência ou prevalência: O estudo de
pode ser usado para identificar fatores de risco paracoorte pode ser usado para estimar a incidência (número de
doenças ou outros desfechos de saúde. novos casos de uma doença em um determinado período)
ou prevalência (número de pessoas com uma doença em
2. Avaliar a causalidade: O estudo de coorte pode ser um determinado momento) de uma doença ou desfecho de
usado para avaliar se uma exposição está causando um saúde em uma população específica.
desfecho de saúde. Isso é importante porque nem todas
as associações entre exposições e desfechos de saúde 5. Identificar subgrupos de risco: O estudo de
são necessariamente causais. O estudo de coorte pode coorte pode ser usado para identificar subgrupos de
ajudar a determinar se uma relação causal existe. pessoas que estão em maior risco de desenvolver
uma doença ou desfecho de saúde. Isso pode ajudar
3. Avaliar a eficácia de intervenções: O estudo de coorte pode
ser usado para avaliar a eficácia de intervenções de saúde, como a direcionar a prevenção e o tratamento para esses
medicamentos ou tratamentos. Por exemplo, um estudo de grupos de alto risco.
coorte pode ser usado para avaliar se um programa de prevenção
de diabetes é eficaz em reduzir o risco de desenvolver a doença. at.t: A “doença”, nos estudos de risco, deve
ser entendida como uma metáfora para
qualquer acontecimento que se pretende
estudar e que não tem de ser necessariamente
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ficar doente.
Existem dois tipos principais de estudos de coorte:
Pode ser prospectivo ou retrospectivo

➢ No estudo de coorte prospectivo, os


indivíduos são selecionados e seguidos a
partir do momento em que ainda não têm a
condição de interesse, com o objetivo de
observar a ocorrência desse evento no futuro.
Já no estudo de coorte retrospectivo, os participantes são
selecionados com base no histórico de exposição ou
doença, a partir de dados existentes em registros médicos,
por exemplo. Os participantes são então acompanhados
retroativamente, para verificar o desenvolvimento de
doenças ou outros desfechos de saúde. 10
Vantagens

▪ Identificação de fatores de risco: O estudo de coorte permite a identificação de


fatores de risco para uma condição de saúde, ajudando a compreender melhor os
mecanismos envolvidos no desenvolvimento da doença.

▪ Possibilidade de estudar múltiplos resultados de saúde: Os estudos de coorte


permitem a avaliação de múltiplos resultados de saúde em uma mesma população,
o que pode fornecer informações úteis sobre a relação entre a exposição e
diferentes desfechos.

▪ Possibilidade de avaliar subgrupos da população: O estudo de coorte pode ser


usado para avaliar subgrupos específicos da população, como idosos, crianças ou
pessoas com condições médicas específicas, permitindo uma análise mais
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detalhada da relação entre a exposição e o resultado de saúde.
Desvantagens
▪ Alto custo: O estudo de coorte pode ser caro e exigir recursos substanciais em termos de tempo, dinheiro e
pessoal. O acompanhamento longitudinal dos participantes pode ser um processo longo e dispendioso.

▪ Perda de seguimento: A perda de seguimento de participantes ao longo do tempo pode ser um problema no
estudo de coorte, especialmente em populações com mobilidade geográfica ou outras razões que possam dificultar
a participação a longo prazo.

▪ Demora na obtenção de resultados: O estudo de coorte pode levar um tempo considerável para fornecer
resultados válidos, uma vez que é necessário acompanhar os participantes por um período suficientemente longo
para observar a relação entre a exposição e o resultado.

▪ Risco de viés de seleção: O estudo de coorte pode estar sujeito a viés de seleção, já que os participantes são
selecionados com base em uma característica específica, o que pode tornar a amostra menos representativa da
população geral.
Viés em estudos epidemiologicos sãos desvios dos resultados ou
inferências a partir da verdade, ou processos que levam a tais
desvios. Qualquer tendência na coleta, análise, interpretação,
publicação ou revisão de dados que podem levar a conclusões
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que são sistematicamente diferente da verdade.
▪ Avaliação de intervenções de saúde: O estudo de coorte é frequentemente usado
para avaliar a eficácia de intervenções de saúde, como medicamentos, tratamentos ou
programas de prevenção. Isso permite que os pesquisadores avaliem se as
intervenções são eficazes em reduzir o risco de desenvolvimento de uma doença ou
outros desfechos de saúde.

▪ Planejamento de políticas de saúde: Os resultados do estudo de coorte podem ser


usados ​para informar a formulação de políticas de saúde pública. Por exemplo, se o
estudo de coorte identificar um fator de risco significativo para uma doença, as
autoridades de saúde podem implementar programas de prevenção ou campanhas de
conscientização para reduzir a exposição a esse fator de risco.
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Curiosidades
❖ O termo coorte vem do latim cohorte, que significa "parte de uma legião de
soldados do antigo Império Romano".

❖ Um dos primeiros estudos de coorte conhecidos foi realizado no século XVIII


pelo médico escocês James Lind. Ele conduziu um estudo com marinheiros
britânicos para avaliar os efeitos do limão e da laranja no tratamento do
escorbuto, uma doença causada pela deficiência de vitamina C

❖ Um estudo de coorte bem conhecido é o Estudo de Framingham, que


começou em 1948 e ainda está em andamento. O estudo envolveu a análise de
mais de 5.000 residentes de Framingham, Massachusetts, nos Estados Unidos,
com o objetivo de identificar os fatores de risco para doenças
cardiovasculares.
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CONCLUSÃO

Todavia, o estudo de coorte é um importante método de pesquisa em epidemiologia e


outras áreas que envolvem a avaliação de fatores de risco e desfechos de saúde.

Com a finalidade dos estudos de coorte é averiguar se a incidência da doença ou


evento adverso à saúde difere entre o subgrupo de expostos a um determinado fator
de risco se comparado com o subgrupo de não expostos. Em outros termos, busca-se
identificar os efeitos da exposição a um determinado fator.

Embora o estudo de coorte tenha suas vantagens e desvantagens, ele continua sendo
uma ferramenta valiosa na avaliação da saúde pública, no desenvolvimento de políticas
de saúde e na compreensão dos fatores que afetam a saúde e o bem-estar humano.

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REFERÊNCIAS
1. Lima-Costa MF, Barreto SM. Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e aplicações na área do
envelhecimento. Epidemiol Serv Saúde. 2003;12(4):189-201.

2. Clayton, D, and M Hills. 1993. Statistical Models in Epidemiology. Oxford Univ Press, Oxford.

3. Giesecke, J. 2002 (2nd ed). Modern Infectious Disease Epidemiology. Arnold, London.

4. Klein, JP and ML Moeschberger 1997. Survival Analysis. Techniques for Censored and Truncated Data.
Springer, NY.

5. Rothman, KJ. 2002. Epidemiology: An Introduction. Oxford Univ Press

6. Selwyn PA, D Hartel, VA Lewis et al. 1989. Prospective study of tuberculosis among intravenous drug
users with human immunodeficiency virus infection. N Engl J Med 320:545-50.

7. Woodward, M. 2004, 2nd Ed. Epidemiology, Study Design and Data Analysis. Chapman & Hal

8. http://residenciapediatrica.com.br/detalhes/47/estudos-de-coorte

9. https://cuboup.com/conteudo/estudo-de-coorte/
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O NOSSO CORAÇÃO É COMO O WI-FI DE CASA.
NEM TODAS AS PESSOAS MERECEM A PALAVRA-
PASSE.

MUITO OBRIGADO

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