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Estudos de

coorte e de
caso-controlo
Carla Costa Lança
carla.costa@estesl.ipl.pt
Sumário
Estudos Epidemiológicos

• Estudos Observacionais
• Epidemiologia descritiva
• Epidemiologia analítica
• Transversal
• Caso-controlo
• Coorte

• Estudos Experimentais
• Ensaios clínicos randomizados
• Ensaios de campo
• Ensaios comunitários
2
Tipos de estudos epidemiológicos

Bonita, Beaglehole, Kjellström. Epidemiologia básica. 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010
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Tipos de estudos epidemiológicos: caso-controlo e coorte
QUALIDADE DA EVIDÊNCIA

4
3/28 http://ortodontiadescomplicada.com.br/piramide-de-evidencia-cientifica-da-base-ao-topo/
Estudo de coorte https://www.cdc.gov/csels/dsepd/ss1978/lesson1/section7.html

Uma exposição pode ser preventiva (por


O epidemiologista registra se cada participante do estudo está
exemplo, ingestão de vitaminas) ou
exposto ou não e, em seguida, observa os participantes para ver se
eles desenvolvem a doença. prejudicial (por exemplo, exposição a
produtos químicos tóxicos).
Após um período de tempo, o inves:gador compara a taxa de
doença no grupo exposto com a taxa de doença no grupo não
exposto.

O grupo não exposto serve como grupo de comparação,


fornecendo uma estimativa da linha de base ou quantidade
esperada de ocorrência da doença na comunidade.

Se a taxa de doença for substancialmente diferente no grupo


exposto em comparação com o grupo não exposto, diz-se que a
exposição está associada à doença.
5
Estudo de coorte h<ps://www.cdc.gov/csels/dsepd/ss1978/lesson1/sec=on7.html

• O estudo de Framingham é um estudo de coorte que


acompanhou mais de 5.000 residentes de Framingham,
Massachusetts, desde o início da década de 1950 para
estabelecer os fatores de risco para doenças cardíacas.
• O Nurses Health Study e o Nurses Health Study II são estudos
de coorte estabelecidos em 1976 e 1989, respetivamente,
que acompanharam mais de 100.000 enfermeiros cada e
forneceram informações úteis sobre contracetivos orais,
dieta, fatores de risco e estilo de vida.
• Estes estudos são chamados de estudos longitudinais ou
prospetivos, porque os participantes são acompanhados
prospectivamente ao longo do tempo para identificar a
ocorrência dos resultados de interesse.

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Tipos de estudos epidemiológicos

Estudos de coorte

Também chamados longitudinais ou de incidência

Parte-se da exposição (presente/ausente) a uma causa potencial da


doença e, em pelo menos em um momento posterior no tempo,
mede-se a ocorrência do desfecho sob investigação em subgrupos
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Bonita, Beaglehole, Kjellström. Epidemiologia básica. 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010
Estudo de coorte

Bonita, Beaglehole, Kjellström. Epidemiologia básica. 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010
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Estudo de coorte prospe6vo
Estudo prospetivo

• Olhar prospetivo, Expostos Resultado


olhar para o futuro

Medir a exposição
• Analisa eventos e variáveis de
futuros, segue uma
confundimento
condição, problema
ou doença no futuro
Linha de base Não expostos Resultado

tempo

Início do estudo
9
10
Associations Between Fruit Intake and Risk of Diabetes in the AusDiab Cohort
Nicola P Bondonno, et. Al
The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, Volume 106, Issue 10, October 2021,
https://doi.org/10.1210/clinem/dgab335

Objective
The aims of this work were to examine associations between intake of fruit types and 1)
measures of glucose tolerance and insulin sensitivity and 2) diabetes at follow-up.

Methods
Among participants of the Australian Diabetes, Obesity and Lifestyle Study, fruit and fruit juice
intake was assessed by food frequency questionnaire at baseline. Associations between fruit and
fruit juice intake and 1) fasting plasma glucose, 2-hour postload plasma glucose, updated
homeostasis model assessment of insulin resistance of β-cell function (HOMA2-%β), HOMA2 of
insulin sensitivity (HOMA2-%S), and fasting insulin levels at baseline and 2) the presence of
diabetes at follow-up (5 and 12 years) were assessed using restricted cubic splines in logistic and
linear regression models.

Results
This population of 7675 Australians (45% males) had a mean ± SD age of 54 ± 12 years at
baseline. Total fruit intake was inversely associated with serum insulin and HOMA2-%β, and
positively associated with HOMA2-%S at baseline. Compared to participants with the lowest
intakes (quartile 1), participants with moderate total fruit intakes (quartile 3) had 36% lower odds
of having diabetes at 5 years (odds ratio, 0.64; 95% CI, 0.44-0.92), after adjusting for dietary and
lifestyle confounders. Associations with 12-year outcomes were not statistically significant.

Conclusion 11
A healthy diet including whole fruits, but not fruit juice, may play a role in mitigating T2DM risk.
16/28
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Estudo de coorte retrospe,vo
• É um tipo alternativo ao estudo de coorte em que tanto a
exposição quanto os desfechos já ocorreram.
• O investigador calcula e compara as taxas de doença nos grupos
expostos e não expostos.
• São usados em investigações de doenças em grupos de pessoas
facilmente identificadas, como trabalhadores de uma
determinada fábrica ou participantes de um casamento.
• Por exemplo, um estudo de coorte retrospetivo foi usado
para determinar a fonte de infeção da ciclosporíase, uma
doença parasitária que causou um surto entre os membros
de uma instalação residencial na Pensilvânia em 2004.
• A investigação indicou que o consumo de ervilhas foi
implicado como o veículo do surto de ciclosporíase.

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https://www.cdc.gov/csels/dsepd/ss1978/lesson1/section7.html
Estudo de coorte retrospetivo
• Estudo
retrospetivo Expostos Resultado
“Olhar para trás”
Medir a exposição
Analisa o tempo e variáveis de
passado, para confundimento
estudar eventos que
já ocorreram
Linha de base Não expostos Resultado

tempo

Início do estudo 14
IRRADIAÇÃO POR TINEA CAPITIS E RISCO
DE CANCRO
ESTUDO DE COORTE HISTÓRICO
OU RETROSPETIVO - EXEMPLO

Tinea capitis (vulgarmente conhecida por tinha) foi uma doença que
atingiu um padrão epidémico nas décadas de 50 e 60 em Portugal, tal
como aconteceu noutros países. Dado que nessa altura não havia
tratamento específico por via oral - a griseofluvina, antifúngico ainda
hoje utilizado, não existia – o tratamento consistia na aplicação tópica,
de forma alternada, de uma pomada à base de sais de enxofre e de
tintura de iodo. Como o cabelo dificultava o tratamento, diminuindo
por isso mesmo a adesão das pessoas à sua execução continuada,
houve a ideia de provocar a epilação do couro cabeludo com a
utilização de raios X, já que sem cabelo a aplicação da pomada e da
tintura eram mais fáceis, e a cura mais rápida. Os possíveis efeitos
secundários não eram bem conhecidos, mas os benefícios imediatos
eram visíveis.
Uma vez que vários estudos mostravam o maior risco que estes
Instituto de Patologia e Imunologia Molecular
Maria Paula Boaventura, Dina Maria Pereira,

indivíduos apresentavam, ao longo da vida adulta, de sofrerem de


Ana Paula Ferreira, José Manuel Gomes

neoplasias da zona da cabeça e pescoço, e tendo tido acesso ao registo


de 5358 indivíduos submetidos a este método de epilação para
tratamento da Tinea capitis no antigo Dispensário de Higiene Social do
Porto (DHSP), decidimos iniciar este projecto cujo objectivo geral foi o
da Universidade do Porto

de avaliar a prevalência de patologia tumoral na zona da cabeça e


pescoço, numa amostra de portugueses irradiados na infância para
tratamento da Tinea capitis.

Desde Março de 2006 que começámos a procurar estes indivíduos …


Alto Comissariado da Saúde (www.acs.min-saude.pt)
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Estudo de coorte: vantagens e desvantagens
Indicados no estudo de exposições raras
VANTAGENS

Permitem:
- cálculo incidências (expostos e não expostos)
- avaliação de múltiplos efeitos de uma exposição

Exposição medida antes da “doença”:


- estabelecimento de uma relação temporal entre
exposição
e “doença”
- minimização dos erros na medição da exposição Não indicados no estudo de
“doenças” raras

Caros e demorados

DESVANTAGENS Perdas durante o seguimento 16


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Estudo de coorte: análise

“DOENÇA”

SIM NÃO TOTAL

EXPOSIÇÃO
SIM A B A+B

NÃO C D C+D

TOTAL A+C B+D A+B+C+D

A – número de expostos com “doença”


B – número de expostos sem “doença”
C – número de não expostos com “doença”
D – número de não expostos sem “doença”

A + B – número total de expostos


C + D – número total de não expostos
A + C – número total “com doença”
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B + D - número total “sem doença”
Estudo de coorte: análise

“DOENÇA”

SIM NÃO TOTAL


EXPOSIÇÃO

SIM A B A+B

NÃO C D C+D
TOTAL A+C B+D A+B+C+D

Incidência* nos expostos


Risco Relativo (RR) =
Incidência* nos não expostos

RR = 1 à não existe associação A/(A+B)


RR > 1 à fator de risco
RR < 1 à fator de proteção
C/(C+D)

(* incidência cumulativa ou taxa de incidência pessoa-tempo) https://sph.unc.edu/wp-content/uploads/sites/112/2015/07/nciph-ERIC7-17-08.pdf 18


Estudo de coorte: análise

Risco Relativo

MEDE A FORÇA DA
ASSOCIAÇÃO ENTRE A
EXPOSIÇÃO E A “DOENÇA”

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Estudo de coortes: análise

“DOENÇA”

SIM NÃO TOTAL

EXPOSIÇÃO
SIM A B A+B

NÃO C D C+D
TOTAL A+C B+D A+B+C+D

Risco Atribuível nos Expostos =


Incidência* nos expostos – Incidência* nos não expostos

[A/(A+B)] - [C/(C+D)]

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(* incidência cumulaIva ou taxa de incidência pessoa-tempo)
Estudo de coorte: análise

Risco Atribuível (nos expostos)

MEDE O IMPACTO DA ASSOCIAÇÃO


EM TERMOS DE SAÚDE PÚBLICA

“O número de casos de “doença” nos expostos que se podiam evitar se se


eliminasse completamente a exposição”
21
Estudo de coorte: análise

“DOENÇA”

SIM NÃO TOTAL

EXPOSIÇÃO
SIM A B A+B

NÃO C D C+D
TOTAL A+C B+D A+B+C+D

Fração Atribuível nos Expostos =


Risco Atribuível
x 100
Incidência* nos expostos
[A/(A+B)] - [C/(C+D)]
x 100
A/(A+B) 22
(* incidência cumulativa ou taxa de incidência pessoa-tempo)
Estudo de coortes: análise

Fração Atribuível nos Expostos

“a proporção de casos nos expostos que se podem


atribuir à exposição”

“a proporção de casos nos expostos que se teriam


evitado se eles nunca tivessem estado expostos”
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Exercício 1
• Suponha que os investigadores conduzem um estudo de coorte e
reúnem os seguintes dados sobre os efeitos da exposição a fumo de
gasolina em doenças respiratórias entre trabalhadores de uma
fábrica.
1. Calcule o risco de desenvolver a
doença no grupo dos expostos.
2. Calcule o risco de desenvolver a
doença no grupo dos não expostos.
3. Calcule a razão de risco e interprete o
resultado.

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https://sph.unc.edu/wp-content/uploads/sites/112/2015/07/nciph-ERIC7-17-08.pdf
Incidência* nos expostos
Risco Relativo (RR) =
Incidência* nos não expostos
Exercício 1 (* incidência cumulativa ou taxa de incidência pessoa-tempo)
A/(A+B)
C/(C+D)
• Suponha que os investigadores conduzem um estudo de
coorte e reúnem os seguintes dados sobre os efeitos da
exposição a fumo de gasolina em doenças respiratórias
entre trabalhadores de uma fábrica.
• Incidência no grupo exposto = 60/200 ou 0,3
casos por pessoa (30 casos por 100 pessoas).

• Incidência no grupo não exposto = 25/200 ou


0,125 casos por pessoa (13 casos por 100
pessoas).

• Risco relaWvo = 0,3/0,125, ou 2,4. Uma razão


de risco de 2,4 implica que o grupo exposto
tem 2,4 vezes o risco de desenvolver doença
respiratória do que o grupo não exposto.
https://sph.unc.edu/wp-content/uploads/sites/112/2015/07/nciph-ERIC7-17-08.pdf
25
• Taxa de risco na coorte exposta?
Exercício 2 • Taxa de risco na coorte não exposta ?
• A razão de taxa ?

https://sph.unc.edu/wp-content/uploads/sites/112/2015/07/nciph-ERIC7-17-08.pdf 26
Exercício 2

• Taxa de incidência na coorte exposta = 60/175 pessoa-ano ou 0,34 casos/pessoa-ano.


• Taxa de incidência na coorte não exposta = de 25/188 pessoas-ano ou 0,13 casos/pessoa-ano.
• A razão de taxa = 0,34/0,13, ou 2,6. As doenças respiratórias entre os trabalhadores expostos ao fumo de gasolina
desenvolvem-se a uma taxa 2,6 vezes maior do que a doença respiratória entre os trabalhadores não expostos ao
fumo de gasolina.

https://sph.unc.edu/wp-content/uploads/sites/112/2015/07/nciph-ERIC7-17-08.pdf
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Exercício 3
• Os inves(gadores realizaram um estudo de coorte
prospe,vo para avaliar a associação entre suplementos
alimentares e capacidade cogni(va em crianças.
• Um total de 500 crianças de 12 a 17 anos que tomam
suplementos de omega-3 foram comparados com 500
crianças de 12 a 17 anos que não tomam suplementos de
omega-3.
• As crianças foram acompanhadas por 2 anos.
a) Construa uma tabela 2x2 a partir
• Durante esse período, 300 crianças que tomaram o das informações apresentadas.
suplemento ob(veram uma pontuação “alta” num teste b) Qual é a diferença de risco?
cogni(vo, enquanto 200 crianças que não tomaram o
suplemento ob(veram uma pontuação “alta” no mesmo c) Qual é a fração atribuível entre a
teste cogni(vo. população total?
d) Qual é a fração atribuível entre
os expostos? 28
Exercício 3
a)

b)
Risco Atribuível nos Expostos =
Risco expostos = 300/500 = 0,6 casos/pessoa Incidência* nos expostos – Incidência* nos não expostos

Risco não expostos = 200/500 = 0,4 casos/pessoa


[a/(a+b)] - [c/(c+d)]
A diferença de risco = 0,6 – 0,4 = 0,2 casos/pessoa ou 20 casos por 100

h<ps://sph.unc.edu/wp-content/uploads/sites/112/2015/07/nciph-ERIC7-17-08.pdf
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Exercício 3

c) Fração atribuível na população total ou risco na população total


500/1000 = 0,5 casos/pessoa
Risco atribuível na população total= (0,5-0,4)/0,5= 0,2 casos/pessoa ou 20 casos por 100
Fração Atribuível nos Expostos =
d) Fração atribuível em expostos Risco Atribuível
x 100
Risco nos expostos = 300/500= 0,6 casos/pessoa Incidência* nos expostos
Risco não expostos = 200/500 = 0,4 casos/pessoa

Risco atribuível em expostos = (0,6-0,4)/0,6=0,33 casos/pessoa ou 33 casos por 100

h<ps://sph.unc.edu/wp-content/uploads/sites/112/2015/07/nciph-ERIC7-17-08.pdf
30
a) Construa uma tabela 2x2
b) Taxa de expostos ?
c)Taxa de não expostos ?
d) Razão de taxa ?
Exercício 4 e) Diferença de taxa ?

• Os investigadores realizam um estudo prospetivo de coorte sobre


a associação entre emprego de alto stress e depressão.
• Um total de 5.000 adultos foram acompanhados por uma média
de 10 anos.
• Entre esses 5.000 adultos, 2.500 tinham um trabalho de alto
stress, enquanto 2.500 tinham um trabalho de baixo stress. Os
participantes fizeram exames de saúde anuais.
• Um total de 250 casos incidentes de depressão foram
diagnosticados no grupo de trabalho de alto stress, enquanto 90
casos incidentes de depressão foram diagnosticados no grupo de
trabalho de baixo stress.
• Suponha que todos os casos de depressão foram diagnosticados
no final do 5º ano de acompanhamento.
https://sph.unc.edu/wp-content/uploads/sites/112/2015/07/nciph-ERIC7-17-08.pdf 31
a) Construa uma tabela 2x2
b) Taxa de expostos ?
c)Taxa de não expostos ?
d) Razão de taxa ?
Exercício 4 e) Diferença de taxa ?

https://sph.unc.edu/wp-content/uploads/sites/112/2015/07/nciph-ERIC7-17-08.pdf 32
a) Construa uma tabela 2x2
b) Taxa de expostos ?
c)Taxa de não expostos ?
d) Razão de taxa ?
Exercício 4 e) Diferença de taxa ?

• b) Taxa nos expostos = 250/23.750 pessoas-ano * 10.000 = 105,3


casos/10.000 pessoas-ano
• Taxa de não expostos = 90/24.550 pessoas-ano * 10.000 = 36,7
casos/10.000 pessoas-ano
• c) Razão de taxa = 105,3 casos/10.000 pessoas-anos/36,7
casos/10.000 pessoas-anos = 2,87

h<ps://sph.unc.edu/wp-content/uploads/sites/112/2015/07/nciph-ERIC7-17-08.pdf 33
Estudo caso-controle https://www.cdc.gov/csel
s/dsepd/ss1978/lesson1/
section7.html

• Os investigadores começam por observar um grupo de pessoas


com doença (casos-pacientes).
• Como grupo de comparação, o investigador observa um grupo de
pessoas sem doença (controle). Os investigadores então
comparam as exposições anteriores entre os dois grupos.
• O grupo de controle fornece uma estimativa da linha de base ou
quantidade esperada de exposição nessa população.
• Se a quantidade de exposição entre o grupo de casos for
substancialmente maior do que a quantidade que você esperaria
com base no grupo de controle, diz-se que a doença está
associada a essa exposição.
• O estudo da hepatite A rastreado em cebolinho, é um exemplo de
estudo caso-controle. A chave em um estudo de caso-controle é
identificar um grupo de controle apropriado, comparável ao grupo de
casos em muitos aspetos, a fim de fornecer uma estimativa razoável
da exposição inicial ou esperada.
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Estudo de caso-controlo

• Forma relativamente simples de investigar a causa das doenças,


particularmente doenças raras

• Parte-se do desfecho (presente/ausente) e, através de uma fonte


confiável, verifica-se a exposição (passado) nos subgrupos

• Inclui pessoas com a doença (ou outra variável de desfecho) e um grupo


controle (grupo de comparação ou referência) composto de pessoas não
afetadas pela doença ou variável de desfecho

• A ocorrência de uma possível causa é comparada entre casos e controles.


Os investigadores coletam dados sobre a ocorrência da doença em um
determinado momento no tempo e sobre a ocorrência de exposições em
algum momento no passado
35
Estudo de caso-controlo

36
Estudo de caso-controlo: vantagens e desvantagens

Indicados no estudo de doenças raras e com período de


VANTAGENS

latência longo

Permitem a avaliação simultânea de múltiplas exposições


associadas à mesma “doença”

Planeamento e execução rápidos

Relativamente económicos

Não indicados no estudo de exposições raras

Baseiam-se em registos ou na memória para obter informação


sobre a exposição

Difícil ou impossível confirmar a exposição

Habitualmente não permitem determinar taxas de incidência da


DESVANTAGENS doença em expostos e não expostos 37
Estudo de caso-controlo: análise

NÃO
EXPOSTOS EXPOSTOS TOTAL

CASOS A B A+B

CONTROLOS C D C+D

TOTAL A+C B+D A+B+C+D

38
20/28
Estudo de caso-controlo: análise

Probabilidade de exposição dos casos ?


Casos expostos A
Todos os casos A+B

Odds de exposição dos casos ?


“Probabilidade de um caso ter estado exposto a dividir pela
probabilidade não ter estado exposto”

Casos expostos A
Todos os casos A+B A
=
Casos não expostos B B
Todos os casos A+B 39
Estudo de caso-controlo: análise

Odds de exposição dos controlos ?


“Probabilidade de um controlo ter estado exposto a dividir
pela probabilidade não ter estado exposto”

Controlos expostos C
Todos os controlos C+D C
=
D D
Controlos não expostos
Todos os controlos C+D

40
22/28
Estudo de caso-controlo: análise

MEDIDA DE ASSOCIAÇÃO ODDS RATIO

Mede a força da associação entre a “doença” e a exposição!

ODDS RATIO (OR)

ODDS EXPOSIÇÃO DOS CASOS


ODDS EXPOSIÇÃO DOS CONTROLOS

A
OR = 1 à não existe associação B AxD
OR > 1 à fator de risco =
OR < 1 à fator de proteção C BxC
D 41
23/28 Razão dos produtos cruzados!
Exercício 5
• Um surto de ciclosporíase foi detetado entre os moradores de Nova Jersey.
Em um estudo de caso-controlo, os invesFgadores descobriram que 21 dos
30 casos-pacientes e quatro dos 60 controles haviam comido framboesas.
Inserindo estes números na tabela 2x2:

• Odds de exposição dos casos = 21/9=2.3


• Odds de exposição dos controlos = 4/56=0.07
• Odds raFo = 2.3/0.07=32.7

https://www.neha.org/sites/default/files/pd/edu-train/Calculating-Measures-Association.pdf
• Como sabemos se a diferença significativa não é
simplesmente resultado do acaso?

• O valor-p é definido como a probabilidade de se observar


um valor da estatística de teste maior ou igual ao
encontrado.

• Primeiramente, estabelecemos a hipótese nula de nenhuma


diferença estatística entre os grupos e a hipótese alternativa
de uma diferença estatística.

• Tradicionalmente, o valor de corte para rejeitar a hipótese


nula é de 0,05.

https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/SWk5XsCsXTW7GBZq8n7mVMJ/?format=pdf&lang=pt

Exercício 6 • Artigo “Myopia incidence and lifestyle changes” (disponível no moodle).


Zhang et al. (2021)
44
45
46
47
Tipos de estudos epidemiológicos: caso-controlo e coorte

AVALIAM A EXISTÊNCIA DE ASSOCIAÇÕES

CAUSA EFEITO
ESTUDO DE COORTE EXPOSIÇÃO “DOENÇA”

EXPOSIÇÃO “DOENÇA”

ESTUDO DE CASO-CONTROLO
CAUSA EFEITO
48
EXPOSIÇÃO “DOENÇA”
4/28
Tipos de estudos epidemiológicos: caso-controlo e coorte

COMPARAM GRUPOS!!

ESTUDO DE COORTES

GRUPO DE EXPOSTOS

GRUPO DE NÃO EXPOSTOS

ESTUDO DE CASO-CONTROLO

GRUPO DE INDIVÍDUOS COM “A


DOENÇA”

GRUPO DE INDIVÍDUOS SEM “A


DOENÇA”
49
5/28
Tipos de estudos epidemiológicos

ESTUDOS OBSERVACIONAIS
Habitualmente, apenas
ESTUDOS DESCRITIVOS sugerem hipóteses
Relato de um caso
Séries de casos
Correlacionais ou Ecológicos
ESTUDOS Estudos transversais
ANALÍTICOS
Coortes
Caso-controlo
Testam hipóteses à Identificação de
fatores de risco
e de protecção
ESTUDOS EXPERIMENTAIS 50
Tipos de estudos epidemiológicos
ADEQUAÇÃO DOS ESTUDOS!!!

ESTUDO TRANSVERSAL – Prevalências


Caraterísticas de um atributo

ESTUDO DE COORTE
ESTUDO DE CASO-CONTROLO Etiologia

SEGUIMENTO DE UMA COORTE – Prognóstico

ESTUDOS EXPERIMENTAIS – Intervenções


- profiláticas
- terapêuticas 51
Classifique cada um
dos seguintes estudos
1. Uma amostra representativa de residentes foi questionada sobre a realização
de exercício físico semanal e se já foram diagnosticados com doença cardíaca.
2. A ocorrência de cancro foi identificada entre abril de 1991 e julho de 2002
para 50.000 soldados que serviram na primeira Guerra do Golfo (terminada
em abril de 1991) e 50.000 soldados que serviram em outros lugares durante
o mesmo período.
1.D 3. As pessoas diagnosticadas com doença de Lyme de início recente foram
2.B questionadas com que frequência eles andam pela floresta, usam repelente
3.C de insetos, usam mangas curtas e calças, etc. Duas vezes mais pacientes sem
doença de Lyme do mesmo consultório médico foram questionados sobre as
4.A mesmas perguntas, e as respostas nos dois grupos foram comparadas.
A. Experimental 4. Crianças matriculadas em uma organização de saúde. Aos 2 meses, cada
criança recebeu aleatoriamente um dos dois tipos de uma nova vacina contra
B. Coorte observacional a infeção por rotavírus. Os pais foram chamados por uma enfermeira duas
C. Caso-controle observacional semanas depois e perguntaram se as crianças haviam experimentado algum
de uma lista de efeitos adversos.
D. Corte transversal observacional
52
E. Não é um estudo analítico ou epidemiológico h<ps://www.cdc.gov/csels/dsepd/ss1978/lesson1/sec=on7.html

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