Você está na página 1de 8

1

Medula Espinhal
Sistema Nervoso Central (SNC)

• Parte do sistema nervoso contido no arcabouço ósseo, ou seja, no crânio ou na medula espinhal.
• Telencéfalo.
• Diencéfalo.
• Cérebro.
▪ Telencéfalo + diencéfalo.
• Tronco encefálico.
• Cerebelo.
• Encéfalo.
▪ Cérebro + tronco encefálico + cerebelo.
• Medula espinhal

Raquel Souza, 260.


2

Raquel Souza, 260.


3

Medula espinhal

• É uma massa cilindroide, de tecido nervoso, situada dentro do canal vertebral.


• Limite superior:
▪ Raiz C1.
• Limite inferior:
▪ Vértebra L2.
▪ Abaixo desse nível, o canal vertebral contém apenas as meninges e as raízes nervosas dos últimos nervos
espinhais, que constituem a cauda equina.
▪ Até o quarto de mês de vida intrauterina, a coluna vertebral e a medula espinhal crescem no mesmo ritmo.
A partir do quatro mês de vida intrauterina, a coluna começa a crescer mais do que a medula, logo há o
alongamento das raízes e diminuição do ângulo que elas fazem com a medula, levando à formação da
cauda equina.
• A medula termina afilando-se para formar um cone medular, que continua com um delgado filamento
meníngeo, o filamento terminal.
• O calibre da medula espinhal não é uniforme, apresentando as dilatações:
▪ Deve-se à maior quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas
áreas e que são necessárias para a inervação dos membros.
▪ Intumescência cervical: conexão com as raízes nervosas que formam o plexo braquial → inervação de
membros superiores.
▪ Intumescência lombar: conexão com as raízes nervosas que formam o plexo lombossacral → inervação
dos membros inferiores.
• Substância branca prevalece sobre substância cinzenta: maior quantidade de axônios → maior propagação de
impulsos nervosos.
▪ Corpo anterior da substância cinzenta: motor.
▪ Corpo posterior da substancia cinzenta: sensitivo.

SULCOS LONGITUDINAIS

• Fissura mediana anterior.


• Sulco lateral anterior: conexão com as raízes ventrais dos nervos espinhais.
• Sulco mediano posterior.
• Sulco lateral posterior: conexão com as raízes dorsais dos nervos espinhais.
• Sulco intermédio posterior: na cervical; continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo
posterior.

SUBSTÂNCIA CINZENTA

Raquel Souza, 260.


4

• Tecido nervoso constituído de neuróglia, corpos de neurônios e fibras predominantemente amielínicas.


• Na medula, a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca.
• Apresenta a forma de uma borboleta ou de um H.
• Três colunas que aparecem nos cortes como cornos:
▪ Coluna anterior: uma cabeça e uma base.
▪ Coluna posterior.
➢ Sustância cinzenta intermédia central.
➢ Base.
➢ Pescoço.
➢ Ápice: possui uma área constituída por tecido nervoso translúcido, rico em células neurogliais e
pequenos neurônios, a substância gelatinosa.
▪ Coluna lateral: presente apenas na T1 a L2; faz parte da substância cinzenta intermédia lateral.
• Canal central da medula/Canal de epêndima: localiza-se no centro da substância cinzenta e é resquício da
luz do tubo neural do embrião.
• Núcleos:
▪ Coluna anterior:
➢ Neurônios motores somáticos.
➢ Medial: inervam o esqueleto axial.
➢ Lateral: inervam os membros superiores e inferiores; localizados apenas nas regiões das
intumescências cervical e lombar.
▪ Coluna posterior:
➢ Neurônios sensitivos somáticos e viscerais.
➢ Núcleo torácico/dorsal: região torácica e L1 – L2; propriocepção insconsciente
➢ Substância gelatinosa: recebe fibras sensitivas que entram pela raiz dorsal; portão da dor: mecanismo
que regula a entrada de impulsos dolorosos no sistema nervoso.
▪ Coluna lateral: neurônios pré-ganglionares viscerais.
▪ Os neurônios medulares se distribuem em lâminas de Rexed: de I a X.
➢ I a IV: onde terminam os neurônios das fibras exteroreceptivas.
➢ V e VI – recebem informações proprioreceptivas.
➢ IX: neurônios motores que correspondem aos núcleos da coluna anterior.

CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS

• Classificação dos neurônios da substância cinzenta, proposta por Cajal’.

Raquel Souza, 260.


5

• Neurônios de axônio longo (Tipo 1):


▪ Neurônios radiculares:
➢ O axônio é muito longo e sai da medula para constituir a raiz ventral.
➢ Neurônios radiculares viscerais:
✓ São os neurônios pré-ganglionares do SNA.
✓ Os corpos localizam-se na substância cinzenta lateral, de T1 a L2 (coluna lateral), ou de S2 a S4.
✓ Destinam-se à inervação de músculos lisos, cardíacos ou glândulas.
➢ Neurônios radiculares somáticos/Neurônios motores inferiores:
✓ Destinam-se à inervação de músculos estriados esqueléticos.
✓ Corpo localizado na coluna anterior.
✓ Neurônios alfa: inervação de fibras musculares extrafusais.
✓ Neurônios alfa + fibras musculares que ele inerva = unidade motora.
✓ Neurônios gama: inervação motora das fibras intrafusais; regulação a sensibilidade dos fusos
neuromusculares; execução de movimentos voluntários; permite que os fusos neuromusculares
continuem a enviar informações proprioceptivas ao SNC, mesmo durante a contração muscular
desencadeada pela atividade dos neurônios alfa (coativação alfa-gama).
▪ Neurônios cordonais:
➢ São aqueles cujos axônios ganham a substância branca da medula, onde tomam direção ascendente
ou descendente, passando a constituir as fibras que formam os funículos da medula.
➢ Ipsolateral/homolateral: axônio de um neurônio cordonal passa ao funículo situado do mesmo lado
onde se localiza o seu corpo.
➢ Contralateral/heterolateral: axônio de um neurônio cordonal passa ao funículo situado do lado oposto
onde se localiza o seu corpo.
➢ Neurônios cordonais de projeção: possuem um axônio ascendente longo, que termina fora da
medula (tálamo, cerebelo etc.), integrando as vias ascendentes da medula.
➢ Os neurônios cordonais de associação: possuem um axônio que, ao passar para a substância
branca, se bifurca em um ramo ascendente e outro descendente, ambos terminando na substância
cinzenta da própria medula.
✓ Reflexos intersegmentares na medula: mecanismo de integração de segmentos medulares,
situados em níveis diferentes.
✓ Formam os chamados fascículos próprios.
• Neurônios de axônio curto/internunciais (Tipo II):
▪ Em razão de seu pequeno tamanho, o axônio destes neurônios permanece sempre na substância cinzenta.
▪ Seus prolongamentos ramificam-se, estabelecendo conexão entre as fibras aferentes, que penetram pelas
raízes dorsais e os neurônios motores.
▪ Célula de Renshaw:
➢ Localizada na coluna anterior.
➢ Os impulsos nervosos provenientes da célula de Renshaw inibem os neurônios motores: os axônios
dos neurônios motores, antes de deixar a medula, emitem um ramo colateral recorrente que estabelece
sinapse com uma célula de Renshaw, cujo neurotransmissor é inibitório.

SUBSTÂNCIA BRANCA

• Tecido nervoso formado de neuróglia e fibras predominantemente mielínicas.


Raquel Souza, 260.
6

• Podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões.


▪ Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior.
▪ Funículo posterior:
➢ Entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este último ligado à substância cinzenta
pelo septo mediano posterior.
➢ O sulco intermédio posterior divide o funículo posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme.
➢ Fascículo grácil: presente em toda medula espinhal; metade do tronco inferior e membros inferiores.
➢ Fascículo cuneiforme: C1 – T6; membros superiores e metade do tronco superior.
▪ Funículos laterais: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior.
• Fissura mediana superior.
• Sulco mediano superior.
• Comissura branca: entre a fissura mediana anterior e a substância cinzenta.

RAÍZES

• Filamento radicular ventral: motor.


• Filamento radicular dorsal: sensitiva.
• União da raiz ventral e da raiz dorsal formam os nervos espinhais, que sai pela dura-máter.

• Pares de nervos espinhas:


▪ 8 cervicais: o C1 está localizado entre a vértebra C1 e o osso occipital.
▪ 12 torácicas.
▪ 5 lombares.
▪ 5 sacrais.
▪ 1 coccígeo.
• Os nervos espinhais estão sempre localizados abaixo da vértebra correspondente, exceto C1.
• Nos adultos, entre os níveis das vértebras C2 e T10, adiciona-se 2 ao número do processo
espinhoso da vértebra e tem-se o número do segmento medular subjacente. Aos processos
espinhosos das vértebras T11 e T12 correspondem os cinco segmentos lombares, enquanto ao
processo espinhoso de L1 correspondem os cinco segmentos sacrais.
▪ Assim, uma lesão da vértebra T12 pode afetar a medula lombar. Já uma lesão da vértebra L3
irá afetar apenas as raízes da cauda equina.

VIAS ASCENDENTES DA MEDULA

• Origem das fibras nervosas:


▪ Raiz dorsal (fascículos grácil e cuneiforme).
▪ Axônios de neurônios cordonais de projeção situados na coluna posterior.
• Ambos se dirigem para a coluna posterior.
• Funículo posterior:
▪ Fascículos grácil e cuneiforme:
➢ Os ramos ascendentes de ambos terminam no bulbo.
➢ Trajeto na medula: direto.
➢ Propriocepção consciente ou sentido de posição e de movimento (cinestesia): permite, sem o
auxílio da visão, situar uma parte do corpo ou perceber o seu movimento.

Raquel Souza, 260.


7

➢ Tato discriminativo/epicrítico: permite localizar e descrever as características táteis de um objeto.


➢ Sensibilidade vibratória: percepção de estímulos mecânicos repetitivos.
➢ Estereognosia/sensibilidade táctil: capacidade de perceber, com as mãos, a forma e o tamanho de
um objeto.
• A sensibilidade tátil tem duas vias na medula, uma direta, no funículo posterior, e outra cruzada, no funículo
anterior.
• Funículo anterior:
▪ Trato espinotalâmico anterior: sensibilidade tato protopático (localização da fonte do estimulo tátil);
trajeto cruzado na coluna.
• Funículo lateral:
▪ Trato espinotalâmico lateral: sensibilidade térmica e sensibilidade dolorosa aguda; trajeto cruzado na
coluna.
▪ Trato espinocerebelar anterior:
➢ Trajeto na medula: cruzado.
➢ Propriocepção inconsciente: sendo utilizado pelo sistema nervoso central para regular a atividade
muscular.
➢ Detecção dos níveis de atividade elétrica do trato corticoespinhal.
▪ Trato espinocerebelar posterior:
➢ Trajeto na medula: direto.
➢ Propriocepção insconsciente.
• Substância branca separada em tratos ascendentes: maioria sensitivos, alguns inconscientes.

VIAS DESCENDENTES DA MEDULA

• Origem das fibras nervosas:


▪ Córtex cerebral.
▪ Tronco encefálico
• Destinos:
▪ Neurônios pré-ganglionares do SNA, constituindo as vias descendentes viscerais.
▪ Coluna anterior.
• Lateral:
▪ Trato corticoespinhal lateral:
➢ Motricidade voluntária cruzada: no nível da decussação das pirâmides no bulbo, os tratos
corticoespinhais se cruzam, o que significa que o córtex de um hemisfério cerebral comanda os
neurônios motores situados na medula do lado oposto.
➢ Inerva a musculatura distal dos membros.
▪ Trato rubroespinhal:
➢ Origina-se no núcleo rubro do mesencéfalo.
➢ Liga-se aos neurônios motores que inervam a musculatura distal dos membros.
▪ Ambos tratos conduzem impulsos nervosos aos neurônios da coluna anterior da medula, através do de
neurônios internunciais ou diretamente.
• Sistema medial:
▪ Trato corticoespinhal anterior: inerva as raízes dos membros.
▪ Trato tetoespinhal: reflexos em que a movimentação decorre de estímulos visuais.
Raquel Souza, 260.
8

▪ Trato vestibuloespinhal: manutenção do equilíbrio e da postura básica.


▪ Tratos reticuloespinhais pontino e bulbar:
➢ Manutenção do equilíbrio e da postura básica.
➢ Motricidade voluntária da musculatura axial e proximal.
➢ Pontino: contração da musculatura extensora (antigravitária) do membro inferior necessária para a
manutenção da postura ereta.
➢ Bulbar: promove o relaxamento da musculatura extensora do membro inferior.
▪ Ligam-se aos neurônios motores situados na parte medial da coluna anterior → controle da musculatura
axial.
▪ Substância branca separada em tratos descendentes: motores.

FUNÇÕES

• Arco reflexo.
• Reflexo multisegmentares.
• Movimentos automáticos.
• Reflexos autonômicos: sudorese, micção etc.

Glossário

• Núcleo: massa de substância cinzenta dentro de substância branca, ou grupo delimitado de neurônios com
aproximadamente a mesma estrutura e mesma função.
• Formação reticular: agregado de neurônios separados por fibras nervosas que não correspondem
exatamente às substâncias branca ou cinzenta e ocupa a parte central do tronco encefálico;
• Córtex: substância cinzenta que se dispõe em uma camada fina na superfície do cérebro e do cerebelo;
• Trato: feixe de fibras nervosas com aproximadamente a mesma origem, mesma função e mesmo destino.
▪ Denominação de um trato:
➢ Primeiro: indica a origem.
➢ Segundo: indica a terminação das fibras.
➢ Terceiro nome: quando há, indica a posição do trato.
➢ Exemplo: trato corticoespinhal lateral indica um trato cujas fibras se originam no córtex cerebral,
terminam na medula espinhal e se localiza no funículo lateral da medula.
• Fascículo: trato mais compacto.
• Lemnisco: significa fita. É empregado para alguns feixes de fibras sensitivas que levam impulsos nervosos ao
tálamo.
• Funículo: significa cordão e é usado para a substância branca da medula. Um funículo contém vários tratos
ou fascículos.
• Decussação: formação anatômica constituída por fibras nervosas que cruzam obliquamente o plano mediano
e que têm aproximadamente a mesma direção.
• Comissura: formação anatômica constituída por fibras nervosas que cruzam perpendicularmente o plano
mediano e que têm, por conseguinte, direções diametralmente opostas.

• Diferença entre decussação e comissura: as fibras originadas em A e A'


cruzam o plano mediano (XX'), formando uma decussaçào; as originadas em B e
B' cruzam este plano formando uma comissura.
• Fibras de projeção: fibras de projeção de uma determinada área ou órgão do
SNC são fibras que saem fora dos limites desta área ou deste órgão;
• Fibras de associação fibras de associação de uma determinada área ou
órgão do SNC são fibras que associam pontos mais ou menos distantes desta área
ou deste órgão sem, entretanto, abandoná-lo.
• Modulação: mudança da excitabilidade de um neurônio causada por axônios
de outros neurônios não relacionados com a função do primeiro.
• Neuroimagem funcional: técnica que permite estudar o estado funcional de
áreas do SNC em indivíduos sem anestesia.

Raquel Souza, 260.

Você também pode gostar