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DRENAGEM
LINFÁTICA
MANUAL II

Prof Inês Cristina


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A drenagem linfática manual tem sido o tratamento de eleição para muitos


procedimentos estéticos e terapêuticos. Tem sido empregado com muita eficácia nos pós-
operatórios cirúrgicos como cirurgias plásticas, ortopédicas, câncer, vasculares entre outras.
Comprovações clínicas e científicas tem se mostrado favoravemnete ao desenvolovmento de
nosso trabalho.

Revisão anatômica:

O sistema linfático, circulação de retorno, tem grande importância no transporte de


dejetos celulares, macromoléculas e corantes além de vírus e bactérias presentes nos tecidos
corpóreos, o que o faz importante no princípio da homeostase. Sua participação no transporte de
líquidos é menos efetiva, já que esse se dá preferencialmente pela via venosa, estando o líquido
no sistema linfático para facilitar o carreamento das proteínas.
Como este sistema possui apenas sentido único, alguns autores o tem citado não
como circulação linfática mas como transporte linfático, já que a linfa é carreada sempre da
periferia ao centro (coração). É formado macroscopicamente por vasos linfáticos e tecido
linfóide, que está presente em órgãos como o intestino e forma outros como os linfonodos[5],
baço, timo e as amídalas. Seus vasos possuem diferentes calibres e uma única direção, podendo
ser listado na seguinte ordem:
-capilares linfáticos,
-pré-coletores,
-vasos coletores
-troncos linfáticos[6].
Os dois primeiros grupos seriam denominados linfáticos iniciais[16]. Foram citados em ordem
crescente na forma em que se inicia o processo de transporte linfático.
A linfa é o líquido presente no interior do sistema.

O sistema linfático pode ser dividido em sistema superficial e profundo, tendo como
divisor a tela subcutânea ou aponeurose.

Os vasos superficiais são mais numerosos, acompanham o trajeto de veias e artérias e


sua drenagem é feita para os linfonodos superficiais. Localizam-se acima da fáscia muscular ou
seja entre a pele e a aponeurose superficial (19) e drenam os tecidos superficiais.

Os vasos linfáticos profundos não são tão numerosos, possuem poucas anastomoses, seu
diâmetro é maior que os superficiais, acompanham os vasos sangüíneos profundos e sua
drenagem se dá para os linfonodos profundos. Drena as células musculares, ossos e ligamentos
(19)
. Estes sistemas se comunicam e normalmente acompanham o trajeto de veias e artérias.

Capilares linfáticos
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São os vasos iniciais do sistema linfático, são finos, delicados e transparentes (7) e estão
intimamente ligados aos tecidos (1,4,6 ) porém são maiores e mais irregulares que os capilares
sangüíneos (7,1,3). Sua função é captar o líquido intersticial nos tecidos.
Estão aderidos aos tecidos através de filamentos denominados Filamentos de Casley-
Smith, que conforme a tração ou afrouxamento de seus filamentos de proteção, abrem-se ou
fecham-se (7), como microválvulas, permitindo a entrada do fluido intersticial em seu interior
(4,16)
através de um orifício denominado zonulae (19). Não permitem refluxo pois o retorno da linfa
faz com que as paredes das válvulas se feche (3,16). Fig.
São estruturas semelhantes a pequenos dedos de luvas, e possuem aproximadamente 1
cm de comprimento.

Filamentos de Casley-Smith e zonulae

Vasos pré-coletores

Possuem um diâmetro maior que os capilares linfáticos, são repletos de válvulas (1,7,16) e
nos locais próximos a estas os capilares tem seu diâmetro reduzido, o que lhes confere a
aparência de “contas de um rosário”. O espaço compreendido entre uma válvula e outra é
chamado linfangion. Estas válvulas asseguram o fluxo da linfa numa só direção (3,7).
Estruturalmente são muito semelhantes aos capilares linfáticos, porém possuem
fibras colágenas, que fortalecem sua estrutura, e elementos elásticos e musculares que lhes
fornece contractilidade e alongamento (7,16). São inervados e isto garante o fluxo linfático.
Quando o linfangion se distende a resposta é a contração onde ocorre a expulsão da linfa para o
próximo linfangion (19) .

Vasos coletores
Também são chamados de coletores linfáticos principais. São vasos linfáticos de maior
calibre e tem a estrutura semelhante à das grandes veias, e como estas possuem três camadas
(5,7)
, a túnica íntima, túnica média e a túnica adventícia que embora semelhantes, são mais
delgadas e com separação menos nítida que no sistema venoso (5,8). Recebem a linfa que vem
desde os coletores iniciais passando pelos pré-coletores e coletores de calibre cada vez maiores
(16)
. Estes vasos estão presentes nos planos superficial e profundo (16).

Troncos linfáticos

Segundo Volfangel os troncos linfáticos (FIGURA ) são em número de onze, e recebem as


seguintes denominações: troncos lombares, tronco intestinal, troncos broncomediastinais,
troncos subclávios, troncos jugulares e troncos descendentes intercostais, que com exceção do
tronco intestinal, são citados em pares. Cada um responsável pela drenagem de áreas relativas a
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sua denominação. Estes confluirão para o ducto torácico que juntamente com o canal linfático
direito, são os dois principais e maiores coletores linfáticos do corpo humano. O ducto torácico
se funde com o canal linfático esquerdo. Ambos são responsáveis por devolver a linfa ao sistema
venoso na junção das veias jugular interna e subclávia (7,16).
O ducto torácico tem origem na parte inferior do abdômen numa dilatação chamada
Cisterna de Pequet (7,4,16). Seu comprimento varia de acordo com cada indivíduo.
Toda a linfa drenada do corpo, depois de passar por todos os vasos linfáticos e serem
filtrados nos linfonodos pelo menos duas vezes, são levados para os troncos linfáticos, que
fazem parte do sistema linfático profundo.

Linfonodos

Os linfonodos estão organizados em grupos no trajeto dos vasos linfáticos.

Ao longo do trajeto dos vasos linfáticos existem grupos compactos e esféricos de


linfócitos encapsulados, que são chamados de linfonodos (5,7), variam de tamanho, quantidade e
forma. São estruturas imunologicamente ativas, podendo aparecer isolados ou geralmente em
grupos em determinadas regiões do corpo, como axila, região inguinal, mesentério, região
submandibular ou cervical. São estações de filtragens e podem estar presentes tanto em plano
superficial como no profundo (3,4,5). Possuem a importante função de filtrar a linfa (6), retirando
dela bactérias, células neoplásicas, restos celulares e macromoléculas (5) e devolvê-la ao sistema
venoso alem da resposta auto-imune (6). Trautmann apud Levi e Panattoni (1986) denominou
estações linfonodais ou linfocentros os linfonodos que se apresentam em grupos, como os
linfocentros axilares ou os inguinais.

centro linfonoidal axilar

Possuem dois pólos. No pólo convexo encontra-se os vasos aferentes, que são os vasos
que trazem a linfa para o linfonodo, são em maior número e menos calibrosos que os vasos
eferentes (4). Na parte côncava do linfonodo encontra-se o hilo, local por onde saem vasos
sangüíneos e linfáticos eferentes por onde a linfa sai purificada.
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Corte sagital do linfonodo

Tecido linfóide

A imunidade adquirida é conseqüência do tecido linfóide, localizado principalmente nos


linfonodos, como também no baço, timo e amígdalas.

Devido à distribuição do tecido linfóide pelo corpo, os organismos invasores ou toxinas


são identificados antes que passem a se espalhar pelo corpo. Embora o baço e timo façam parte
do sistema linfático, em seu interior não se nota a presença de linfa e sim sangue, estando
responsáveis pela função imunológica, produção de linfócitos T e macrófagos.

Baço:

É o maior órgão linfático e o único interposto no trajeto da corrente sanguínea. Sua


principal função é a produção de Linfócitos B e a remoção das hemácias em vias de
degeneração, além de representar importante órgão de defesa contra os agentes
nocivos transportados pelo sangue, por exercer papel de filtro mecânico (linfonodos),
fagócitos (macrófagos) e na formação de anticorpos.

No feto, o baço tem ainda importante função de produção de células sanguíneas


(hemácias e granulócitos), mas após o nascimento esta atividade termina, só retornando
ocasionalmente, em condições de intenso estímulo hematopoiético, como nas leucemias.
Apesar de todas estas funções, o baço não é essencial à vida, pois estas funções podem ser
exercidas por outras regiões do complexo linfóide. Após sua retirada, ocorre um aumento dos
linfócitos e uma ativação da medula óssea, que passa a exercer a função hemocaterética,
juntamente com o fígado e os linfonodos.
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Timo:

É um órgão linfóide, que atinge seu tamanho máximo logo após o nascimento. Após a
puberdade, o timo sofre uma involução acentuada, chegando quase a desaparecer, mas continua
funcionando. Produz Linfócitos T, são os mais abundantes e responsáveis pelas rejeições nos
casos de enxertos. Por terem vida longa, os linfócitos T formados na infância são suficientes
para manterem seu número quase inalterado na vida adula e o timo só é necessário para
compensar seus desgastes. Na idade avançada ele ainda está presente e suas células conservam a
capacidade de reagir quando estimuladas, incrementando a produção de linfócitos. É um órgão
muito sensível, que sofre involução por radiação, infecções e doenças prolongadas, o que o
tornaria incapaz de reagir adequadamente.

A Linfa

Do latim limpha, quer dizer água clara, cristalina, água da fonte , rio claro ( 3,9) É um
líquido incolor, exceto no intestino, onde tem um aspecto leitoso e viscoso. Derivado do líquido
intersticial, composto por 96% de água e representa cerca de 15 ou 20% do peso corporal(3,4,7).
Só é chamada linfa, depois que sai do meio intersticial e penetra nos vasos linfáticos(3,6). Tem
uma composição semelhante ao plasma sangüíneo, porém é rica em dióxido de carbono e
fibrinogênio (4), distribui pelo organismo ácidos graxos e glicerol (1,4).
Circulam no organismo cerca de 2 a 3 litros de linfa por dia, podendo chegar até 20
litros conforme as necessidades do organismo.
É composta de duas partes, uma celular formada por elementos celulares cuja principal
função é a produção de linfócitos e a parte plasmática constituída de eletrólitos, proteínas,
colesterol, ferro, enzimas e hormônios (Giardini,1997 in Lopes,2002).
O fluxo da linfa é relativamente lento durante períodos de inatividade (1,4). Mas existem
fatores que podem acelerar este fluxo fazendo com que a linfa circule em maior velocidade.

FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O MOVIMENTO DO LÍQUIDO ATRAVÉS


DA MEMBRANA CELULAR.

Entre o líquido recebido dos capilares sangüíneos para os tecidos e o líquido que retorna
para os capilares sangüíneos, há um equilíbrio de valores, a quantidade que entra e sai
praticamente se equivale ( 3,4 ), e o pouco líquido- cerca de 10% do líquido intersticial- que não
conseguiu penetrar na circulação sangüínea é absorvido então pelos capilares linfáticos (3,4). Isto
é chamado de equilíbrio de Starling3,4,19. Em estado de repouso o linfangion se contrai de 5 à 15
vezes por minuto, porém esta contração pode sofrer aumentos consideráveis em caso de
estress19.
Durante o sono contrai-se 5 à 10 vezes por minuto;
Com o aumento da pulsação pode aumentar até 16 ou 17 vezes por minuto; chegando até
a 100 contrações por minuto em alguns casos.
Para que ocorra essa absorção alguns fatores intrínsecos e extrínsecos contribuem para
isso que são:
- o efeito da pressão do líquido intersticial
- a bomba linfática (capilares e vasos linfáticos)(3)
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Segundo Guyton (1996), no efeito da bomba linfática podemos considerar alguns fatores
importantes no aumento da circulação linfática como:
- contração dos músculos corporais circundantes;
- movimentos articulares
- movimentos de segmentos corpóreos
- pulsações arteriais
- compressão dos tecidos por objetos externos ao corpo.

Estes movimentos fazem com que os filamentos de ancoragem, denominados Casley-


Smith, se distendam e abram as válvulas linfáticas (junções endoteliais), dando passagem ao
líquido intersticial. Quando este líquido passa para o capilar linfático, ocorre uma pressão contra
as junções, fechando-as e impedindo o refluxo da linfa que à partir de agora será conduzida no
sistema linfático3,4,5,7,12,19.

FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO

Talvez a principal função deste sistema seja a de assegurar a cada célula a presença de
um meio adequado para o desenvolvimento de suas atividades ao que podemos chamar de
homeostasia (6,5) e isso é conseguido eliminando do interstício parte das substâncias originadas
pelo metabolismo celular, restos celulares e microrganismos além de servir como via de
transmissão de informação relativa à imunidade (6).

Como conseqüência, o sistema linfático também tem participação central no controle da


concentração proteíca nos líquidos intersticiais, no volume do líquido intersticial e na pressão do
líquido intersticial.
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FLUXO (CIRCULAÇÃO) LINFÁTICO:

Toda linfa de membro superior direito, hemitórax direito e porção direita da cabeça e
pescoço drenam a linfa através do canal linfático direito.
A porção esquerda da cabeça e pescoço, o hemitórax esquerdo e membros inferiores
drenam a linfa através do ducto torácico.
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HISTÓRICO DA TECNICA DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL

Introduzida por Vödder e recentemente recolocada por Leduc, a drenagem linfática


tem como finalidade esvaziar os líquidos exsudados e os resíduos metabólicos através
das vias linfáticas. Sua nomenclatura correta seria “manobras para aceleração da drenagem
linfática”, já que a drenagem linfática ocorre normalmente independente de estímulos externos.
A drenagem linfática manual é conhecida desde l892, quando Winiwarter a
descreveu. Em 1912, a drenagem linfática foi mostrada por Aléxis Carrel, que na ocasião
recebeu um Prêmio Nobel, e em 1 969 StillWell citou a massagem como uma das terapias
para tratamento do linfedema (7) porém o estudo sempre foi muito difícil devido a serem
estruturas transparentes onde circula líquido claro (8,5).
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Em 1932 Emil Vodder, doutor em filosofia e após fisioterapeuta, juntamente com sua
esposa interessou-se pelo assunto e iniciou suas experiências. Em 1936 Vodder divulgou seu
estudo completo e original: “a drenagem linfática”(8,4). O casal Vodder começou
experimentalmente a tratar pacientes acometidos de gripes e resfriados por massagem,
manipulando os gânglios linfáticos do pescoço com movimentos rotatórios suaves. A drenagem
linfática manual foi então alvo de estudos por muitos pesquisadores, como Leduc, Földi, Cluzan,
Casley Smith, entre outros que apoiaram, aperfeiçoaram, modificaram e comprovaram sua
eficácia (8).

OBJETIVOS DA TÉCNICA DE DRENAGEM LINFÁTICA:

- Melhoria na circulação de retorno.


- Regeneração do sistema linfático pela estimulação do automatismo nervoso e
muscular dos vasos linfáticos.
- Efeito imunológico pela melhor utilização das defesas humorais
- Estimulação do sistema retículo-endotelial no nível dos gânglios linfáticos

DA TÉCNICA

A massagem de drenagem linfática é uma técnica complexa, representada por um


conjunto de manobras muito específicas, que atuam basicamente no sistema linfático superficial.
Tem por finalidade drenar o excesso de líquido contido dentro dos espaços intersticiais e dos
vasos (3,4,7), aumentando a velocidade do transporte e com isso conseguindo um aumento do
volume da linfa.. Sendo assim, utiliza pressões superficiais(5,6) e suaves, sem causar dor ou
incômodo e com ritmos lentos e movimentos repetitivos (4,7). Segundo Dr. Vodder, a força
empregada corresponderia a aproximadamente 32 mm hg, já Leduc preconiza pressões de 44
mmhg ou seja, é apenas suficiente para fazer um deslocamento pequeno de tecido conjuntivo,
porém sem comprimir ou deprimir os tecidos.

A técnica pode variar dependendo do autor podendo haver modificações da intensidade


do toque, das manobras e do sentido da massagem, que apesar de ser sempre no sentido
fisiológico da circulação pode iniciar proximalmente ou distalmente ao segmento tratado.

O sentido da massagem é sempre no mesmo sentido do fluxo da circulação de retorno,


analisando-se durante a avaliação a extensão do comprometimento e as regiões para onde o
líquido de edema deva ser evacuado. Daí a necessidade de conhecer a anatomia do sistema
linfático.

A técnica de A. Leduc

Histórico
- Surgimento
- Dr Albert Leduc

- Dr Olivier Leduc
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 Captação - realizada nos capilares linfáticos, é o transporte da linfa do intertício


para
os capilares (reabsorção)

 Evacuação – realizada nos vasos pré coletores e coletores, é o transporte da linfa


através dos pré coletores e coletores até os linfonodos próximos (eliminação).

Manobras:
 Chamada – manobra realizada com a finalidade de evacuar os pré coletores e
coletores.

 Captação – manobra realizada para incrementar o líquido intersticial do insterstício


para os capilares iniciais.

Movimentos

 Círculos com os dedos


Manobras realizadas com os dedos 2º,3º,4º.

 Círculos com os polegares


Manobras realizadas com o dedo polegar.

 Manobras combinadas
Movimentos combinados com o polegar e os dedos

 Pressões em braceletes
Movimentos realizados com as mãos em forma de bracelete, ou seja envolvendo todo a
circunferência do membro.

DEFINIÇÃO

Drenagem linfática quer dizer coletar líquido excedente dos espaços


intercelulares pelos vasos linfáticos até os vasos de maior calibre e daí aos vasos venosos,
encontrando-se no ângulo venolinfático, também chamado terminus, localizado na
região supraclavicular com as veias subclávias direita e esquerda e jugulares direita e esquerda.
Vodder deu o nome de drenagem linfática à massagem leve feita nos casos de estase.
Alem das massagens superficiais e rotatórias, outros métodos são usados como a técnica de
Leduc em drenagem terapêutica, Föeldi e outras menos conhecidas.
A drenagem linfática manual atua de forma preventiva ou como tratamento, na estética e
na terapêutica. Na estética, por favorecer o escoamento do líquido intersticial excedente,
produzindo indiretamente uma melhor troca de materiais entre capilares sanguíneos e as células
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dos tecidos e em cirurgias promove alívio causado pelo desconforto do edema pós cirúrgico (4).
Na terapêutica, ao provocar mudança favorável em todos os sintomas de doenças que
implicam edema, mediante benéfica evacuação pelas vias sangüíneas e linfáticas.
Na forma preventiva, pela estimulação do sistema retículo-endotelial, evacuação das vias
sangüíneas e linfáticas. Pode ser aplicada diariamente por automassagem, exercícios
respiratórios combinados, e exercícios miocinéticos.

CICATRIZAÇÃO:

O programa de tratamento para que a cicatriz tenha um aspecto saudável, compreende


vários aspectos entre os quais anatomia, fisiologia, bioquímica entre outros.
Alguns fatores podem interferir diretamente neste processo entre os quais podemos citar:
doenças metabólicas Ex: diabetes Mellitus
- alterações vasculares: fumo, alcool
- deficiencia nutricional(zinco, vit C, vit A, diminuição de proteínas, vit K)
- anemia
- infecção
- uso de medicações: corticóide
- idade
- estado emocional
- técnica cirurgica
- uso de drogas sistêmicas e/ou tópicas

A pele é composta de duas camadas a derme e a epiderme. Entre suas funções podemos
citar proteção quanto a desidratação dos tecidos subjacentes, retenção de fluidos e nutrientes
dentro da pele, produção de melanina, proporciona uma barreira contra as lesões, regulação de
temperatura corpórea, proporciona oxigenação aos tecidos entre outras. (Gogia) O processo
cicatricial das feridas dérmicas envolve três fases: a fase inflamatória, proliferativa ou
fibroblástica, e de remodelagem.(Gogia).
Na fase inflamatória ocorre uma resposta inflamatória que é reação natural e esperada de
qualquer lesão. Usualmente permanece durante 24 a 48 horas e pode perdurar por até duas
semanas chegando a mais duas semanas numa fase subaguda. (Zarro). Nesta fase a resposta
esperada é a remoção de microorganismos, tecidos desvitalizados e material inorgânico,
ocorrendo portanto uma limpeza do leito da ferida.(Gogia)
Na fase fibroblástica ou proliferativa, a ferida foi limpa pelos leucócitos e ocorre a
continuação da reepitelização até a fase de cicatrização. Durante a fase de reepitelização ocorre a
contração da ferida, onde há um movimento centrípeto da pele em toda a sua espessura. A
contração inicia-se após cinco dias da lesão. (GOGIA). Durante esta fase ocorre também a força
tensil dos tecidos devido aos fibroblastos, responsáveis pela síntese de colágeno e embora o
colágeno seja essencial para que a ferida tenha resistência, a quantidade não é o fundamental
mas sim o entrecruzamento (Gogia). Além do colágeno, também é sintetizado pelos fibroblastos
o glicosaminoglicano (GAG) que é uma substância viscosa que ocupa o espaço entre as fibras
do tecido conjuntivo que proporciona lubrificação e densidade aos tecidos conjuntivos. Quando
a quantidade necessária de colágeno é alcançada os fibroblastos desaparecem e isto marca o
aparecimento de uma nova fase. (Gogia). Algumas classificações mais modernas envolvem
descrições mais minuciosas de cada fase da seguinte forma:
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1 - coagulação;
2 - inflamação;
3 - proliferação;(reepitelização,fibroplastia,
angiogenese)
4 - contração da ferida;
5 - remodelação.
O tecido de granulação invade
progressivamente o espaço da
incisão
(aparecem fibras de colágeno A cicatriz consiste em
nas margens da incisão) ocorre acúmulo tecido conjuntivo celular
de colágeno e destituído de infiltrado
Neutrófilos são proliferação dos inflamatório, epiderme
substituídos por fibroblastos. intacta.
48 h macrófagos
14 dias 30 dias
3 dias

5 dias
24 h A força
O espaço incisional é preenchido por
tecido de granulação. As fibras de elástica
colágeno tornam-se mais abundantes, aumenta
coagulo, posteriormente
crosta e formam pontes na incisão
neutrófilos

fisioterapia

Importante é que tenhamos o conhecimento de cada fase ocorre simultaneamente a outra,


sendo diferenciada apenas pelas substâncias secretadas e pelas modificações no leito da ferida.

TIPOS DE CICATRIZ

PRIMÁRIA ( PRIMEIRA INTENÇÃO)

PRIMÁRIA RETARDADA

SECUNDÁRIA (SEGUNDA INTENÇÃO)


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TIPOS DE CICATRIZ

 NORMOTRÓFICA

 ATRÓFICA

 HIPERTRÓFICA

 QUELOIDIANA

A DRENAGEM LINFÁTICA NA CIRURGIA PLÁSTICA:

“Faz dilatar os canais tissulares, favorece a formação de neo-anastomoses linfo-


linfáticas, estimula o trabalho dos linfáticos iniciais e dos linfangions.(Vogelfang)”

BIBLIOGRAFIA:

1. Vogelfang,D.: Linfologia básica; ed Ícone SP, 1995.


2. Jorge,S.,Dantas, S.: abordagem multiprofissional do tratamento de feridas ed
Atheneu,SP,2003
3. Gogia, Prem: Feridas tratamento e cicatrização. Ed Revinter, RJ, 2003.
4. 10.Guyton,A., Hall, J. tratado de fisiologia médica.9ªed. Guanabara Koogan.Rio de
Janeiro,1996 .
5. 11.Gardner, E. Gray, O. Rahilly, R. Anatomia Estudo Regional do Corpo Humano,4ª
ed.Guanabara Koogan,Rio de Janeiro,1988.
 Mandelbaum,S.H., Di Santis,H.P.,Sant'Ana Mandelbaum,M.A.:An bras Dermatol, Rio
de Janeiro, 78(4):393-410, jul./ago. 2003
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DRENAGEM LINFÁTICA EM POS OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA.

A cirurgia plástica tem demandado muitos procedimentos para o atendimento pós


cirúrgico em fisioterapia dermato-funcional devido às alterações cutâneas e vasculo-nervosas
presente. A drenagem linfática está presente em muitos desses.

A cirurgia plástica versa sobre procedimentos cirúrgico que visa corrigir possíveis
alterações ou incapacidades de origem genética ou traumática.

Podendo ser:
- estética ou
- reparadora

Indicações:
 Pré e pós operatório de cirúrgias plástica estética:
- rinoplastia
- blefaroplastia
- lifting facial
- lipoaspiração
- abdominoplastia
- mamoplastia redutora

Cirurgias de face:

Blefaroplastia

As mudanças apresentadas pelas pálpebras refletem as alterações ocorridas com a pele,


músculo e gordura que participam do contorno palpebral, porém estas estruturas não se alteram
na mesmo proporção.
O tecido adiposo situado atrás do septo orbital constitui a gordura periorbital.
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Divide-se em compartimentos ou bolsas: pálpebra superior com 2 bolsas e pálpebra


inferior com 3 bolsas de gordura.
Processo de envelhecimento palpebral: a gordura que se acumula em excesso passa a
exercer pressão sobre o septo orbital e o músculo orbicular, os quais estão enfraquecidos, tornam
aparente uma pseudo-hérnia de gordura.

A blefaroplastia é a cirurgia para correção de deformidades das pálpebras. Geralmente


são deformidades adquiridas com o envelhecimento facial, pela perda da elasticidade da pele
(ritidose ou rugas); pela queda dos tecidos: pele, músculos, gordura, mas também podem ser
anomalias do crescimento, deformidades adquiridas por traumatismo ou outras doenças.

blefaroplastia pálpebra superior

Lifiting facial ou ritidoplastia

Cirurgia realizada na face que tem por objetivo remover o excesso de tecido cutâneo
promovendo o reposicionamento das estruturas faciais revertendo parcialmente o aspecto de
envelhecimento cutaneo. Podendo ser de toda a face ou restrito a determinados segmentos, como
por exemplo, região frontal, terço médio ou região cervical (pescoço).Os procedimentos mais
comumentes realizados são:
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Ritidoplastia fronto-orbitária
Ritidoplastia cérvico-facial
Ritidoplastia em associação a lipoaspiração
Tratamento do platisma
Tratamento do mento – linha de frankfort
Ressecção subnasal
Tração da pele
Tratamento do smas = sistema músculo aponeurótico:

Lipoaspiração

Técnica cirúrgica que consiste em retirar o excesso de gordura através de um aparelho de sucção
ou seringas. Por sua vez, a lipoescultura consiste em utilizar a própria gordura retirada para modelar
partes do corpo ou preencher depressões. Ambas são procedimentos que podem ser realizados
isoladamente ou associados com intervenções outras, tais como as plásticas totais ou parciais de abdome
ou de face. ou implantes de prótese.

TÉCNICAS
 Convencional, vibrolipoaspiração, lipoaspiração ultra-sônica, lipoescultura, laser lipólise.

Lipoescultura
Após a lipoaspiração que é realizada com seringa sendo retirado certa quantidades de gordura
sem o aspirador para permitir a lavagem da gordura na própria seringa, diminuindo assim o risco de
infecção, por não haver contato do tecido aspirado com o meio exterior, proporcionando melhor sucesso
na LIPOENXERTIA. Depois de retirado o líquido, faz-se a introdução desta gordura em áreas
específicas como glúteos, fossa trocanteriana, panturrilhas ou face fazendo o preenchimento de rugas.
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áreas comumentes aspiradas

ENXERTO DE GORDURA

As regiões que receberam enxerto de gordura merecem um cuidado especial, não


devendo haver pressão nesses locais para evitar a reabsorção da gordura enxertada. Como por
exemplo os enxertos que se fazem na face lateral dos glúteos, o (a) paciente não poderá deitar-se
de lado, evitando, assim a compressão prejudicial nas regiões enxertadas.

Dermolipectomia - Abdominoplastia

O termo abdominoplastia corresponde a um conjunto de técnicas cirúrgicas para a correção das


alterações da região abdominal. As alterações estéticas do abdome podem decorrer de excesso de pele,
excesso de gordura, flacidez músculo-tendínea, ou associações de quaisquer dos três.
Pode ser abdominoplastia clássica ou mine-abdominoplastia (mine-abdome) dependendo da
avaliação realizada pelo cirurgião, que inclui qualidade da pele, quantidade de tecido cutâneo flácido
presente, flacidez muscular, quantidade de estrias entre outros.
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ABDOMINOPLASTIA

Complicacoes

- Necrose cutânea
- Seroma
- Cicatriz hipertrófica
- Cicatriz queloidiana

Cuidados
 Uso de cinta compressiva
 Cuidados posturais
 Atenção ao repouso
 Cuidados com drenos

MAMOPLASTIA:
Esta cirurgia pode ser relacionada a mamoplastia de aumento ou de redução:

Mamoplastia de aumento: é realizada através de implante de silicone.

INCISOES:

-periareolar
-inframamaria
-axilar
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Mamoplastia Redutora

Realizada devido a alterações estéticas ou funcionais ou devido a alterações posturais.

TIPOS DE INCISÃO

-Incisão em T invertido
-Incisão em L invertido

Cuidados :
- Não elevar os braços (não elevar os cotovelos mais de 45º em relação ao tronco)
- Não sustentar peso ou fazer esforço físico
- Não dirigir.
- Não dormir em decúbito ventral
- Evitar sol ou calor excessivo (sauna, ...)
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- Evitar banho de mar ou piscina


- Atenção com atividades físicas intensas no primeiro mês

DRENAGEM LINFÁTICA EM PÓS-OPERATÓRIO:


Em todos os tratamentos realizados com drenagem linfática manual se torna
imprescindível o conhecimento da anatomia e fisiologia linfáticas, da técnica a ser utilizada e
das contra-indicações. Em pós-operatório ainda é importante conhecer a técnica que foi
utilizada, e ter conhecimento sobre controle de infecção, já que estamos tratando de um
paciente que tem chances de complicações como esta.

Drenagem linfática manual em pós operatório:


Durante um ato cirúrgico, observa-se a segmentação de vários tecidos, vasos sanguíneos
e nervos. Esta destruição dependendo da cirurgia pode ser parcial ou praticamente total, vai
influenciar diretamente na produção da linfa, conseqüentemente na drenagem linfática
ocasionando o edema intersticial. Nesse caso, devido a destruição cirúrgica desses vasos, faz-se
necessário uma reorientação do sentido da drenagem.
Trabalhos evidenciam que cada tipo de vaso (arterial, venoso, linfático) tem tempo
determinado para sua reconstrução podendo chegar até 3 meses o tempo de reconstrução dos
vasos linfáticos. As manobras de DLM também estimulam a renovação e regeneração dos vasos
linfáticos, fazendo com que esta circulação se reestabeleça precocemente.

Drenagem Linfática Reversa

Para as cirurgias onde tenha havido retirada de tecido cutâneo com modificações das
vias linfáticas, faz-se necessário encontrar outros trajetos para a linfa, já que o trajeto normal
estará afetado. Para isto alguns autores descreveram o que chamamos de drenagem linfática
reversa, termo até hoje contestado por alguns autores, porém defendido através de trabalhos
científicos, tendo comprovação de sua eficácia, já que os vasos linfáticos iniciais são
avalvulados. E sendo assim a linfa pode dirigir-se ao trajeto que desejarmos.
Cabe ressaltar que muitas vezes o termo é utilizado erroneamente já que em alguns
procedimentos cirúrgicos estéticos ou mesmo oncológicos existe a dermolipectomia, que é a
retirada de tecido cutâneo, no entanto, não ocorre interferência no fluxo linfático. Nesse caso a
drenagem linfática pode não sofrer alterações em seu trajeto, mantendo seu fisiologismo.
Podemos citar por exemplo as dermolipectomias abdominais ou mamoplastias redutoras.
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capilares iniciais

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Abordagem
Fisioterapêutica
no Linfedema

Dra Inês Cristina Alves da


Silva
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INTRODUÇÃO
Várias são as causas de formação de linfedema. As origens podem ser variadas mas as
conseqüências serão as mesmas sendo mais ou menos graves. Normalmente a patologia é
irreversível tornando-se crônica. Por ocasionar alterações físicas e importantes, comprometendo
sua aparência e capacidade de relacionamentos social, afetivo e emocional, o portador de
linfedema está vulnerável a alterações psicológicas, sendo um grande obstáculo para seu retorno
a normalidade de vida o que também justifica o atendimento realizado por uma equipe
multidisciplinar.

Quanto a causa, os linfedemas podem ser classificados em:

- Primários:
São percebidos em uma fase muito recente da vida podendo ser de origem congênita e
estar presente desde o nascimento, ou precoce que aparece em mulheres durante a puberdade,
porém é raro.

- Secundários – que são causados por:


 Inflamatórios (linfangite, flebite, etc...)
 Não Inflamatório (cirurgia, radioterapia,)
Exemplos:

• Lesões teciduais
• Filariose
• Recidivas de erisipela, linfangite ou celulite
• Linfadenectomias e/ou ressecção de vasos linfáticos
• Metástases e tumores malignos
• Fibrose pós-radioterapia e radiodermite

Câncer de mama:
É uma das causas de linfedema de origem secundária. Devido a gama de
comprometimento que a doença ou mesmo seu tratamento provoca o paciente está muito
vulnerável ao aparecimento.
A mama é um órgão essencial para a preservação da espécie humana, já que o bebê
necessita integralmente do leite como alimentação e fonte de nutrientes. Mas não podemos
esquecer que também é símbolo de sexualidade e feminilidade.
Possui divisões chamadas lobos, esses lobos subdividem-se em muitos lóbulos que
terminam em dezenas de pequenos bulbos produtores de leite. Entre os lóbulos e bulbos há
ductos que interligam essas estruturas entre si e se ramificam até a aréola. É composta também
de tecidos adiposo e conjuntivo para a sustentação da glândula. (Fig)
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Toda a drenagem linfática da mama se dá via axilar. Alguns autores também descrevem a
drenagem vias linfonodos mediastínicos.

O câncer de mama tem se apresentado no mundo como a terceira causa de morte e é a


principal causa de morte entre as mulheres.
Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da patologia destacam-se:
 Sexo feminino,
 Idade avançada,
 Antecedentes familiares em primeiro e segundo grau com câncer de mama,
 Pré-disposição hereditária,
 Fatores hormonais que incluem menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade,
primípara tardia,
 Obesidade,
 Uso de contraceptivo oral,
 Reposição hormonal,
 Fatores ambientais,
 Dietéticos e
 Exposição à radiação;
 Mulheres com mais de um parente com história de câncer, com parentes de primeiro
grau com história de câncer de mama bilateral e história de câncer ovariano.

O câncer de mama pode apresentar-se como um nódulo, ou massa indolor. Apesar da
glândula mamária ser um órgão de superfície, o tecido glandular e a presença de gordura podem
causar interpretações incorretas, uma vez que esses tecidos são confundidos com nódulos e vice-
versa. Sinais do avanço da doença incluem a pele com aspecto de casca de laranja, descarga
mamilar, avermelhamento da pele, ulceração, dor, fixação à parede do tórax e comprometimento
dos gânglios da axila.
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Embora o tratamento do câncer ainda não consiga evitar seu aparecimento, a prevenção tem
se mostrado muito eficaz no controle e diagnóstico precoce da doença o que fornece a
possibilidade de tratamentos mais eficazes e diminuição da mortalidade. O toque da mama
realizado pela própria paciente é ainda o melhor instrumento usado na prevenção.

Tratamento:

A Sociedade Brasileira de Mastologia refere que o tratamento para o câncer deve ser
ministrado por uma equipe multidisciplinar já que várias são as especialidades que participam do
tratamento da patologia, como a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia e hormonioterapia e hoje
ainda contamos com a fisioterapia.

O tratamento pode ser dividido em duas etapas, conservadora e cirúrgica, que podem ser
realizados juntos ou seqüencialmente ou apenas o tratamento conservador.

Dentre as principais abordagens conservadoras para tratamento podemos citar:

Hormonioterapia – seu uso é feito quando há determinação de fator imunohistoquímico


para os receptores estrogênicos. É uma ferramenta útil no tratamento do câncer de mama
principalmente em mulheres mais velhas que já se apresentem menopausadas e mesmo assim com
receptores hormonais positivos.

Quimioterapia – São utilizados fármacos orais ou injetáveis que causam danos às células
tumorais. Seu uso pode ser de três formas:
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Terapia Principal - utilizada para tratar alguns tumores sólidos e neoplasias hematológicas.

Terapia Adjuvante - é utilizada imediatamente após a cirurgia na intenção de destruir


microtumores ou impossibilitar o aparecimento de metástases.

Terapia Neoadjuvante - quando o início acontece antes da cirurgia no intuito de diminuir o


tumor para um melhor resultado cirúrgico.

Esta terapia pode provocar efeitos colaterais como náuseas, vômitos, anemia e tendência a
sangramento, baixa imunidade e queda dos cabelos.

Radioterapia: também interfere nas moléculas de DNA assim com a quimioterapia. Pode ser
usado como tratamento conservador, como pré operatório e como tratamento coadjuvante pós
cirurgia, podendo ou não estar associado à quimioterapia. Pode provocar queimaduras teciduais,
inflamação de mucosas, queda de cabelo nas áreas irradiadas e diminuição na contagem das células
do sangue.

Como sua utilização é sempre controvérsia, alguns itens passaram a serem observados como
recomendação para seu início de tratamento:

 Tumores maiores ou iguais a 5 cm (somar com biópsia prévia);


 Pele comprometida;
 Grau III;
 Dissecção axilar inadequada (menos do que 10 linfonodos);
 Invasão extra-capsular linfonodal (mesmo em um único linfonodo);
 Margem comprometida (menor que1cm);
 Quatro ou mais linfonodos comprometidos.

Tratamento cirúrgico:

Embora a cirurgia mastectomia tenha relatos antigos (550 d.C.), somente em 1984 William
Halsted realizou a mastectomia radical clássica, que recebeu seu nome: cirurgia Halsted. Desde
então busca-se intervenções menos agressivas e que resulte em complicações menores.
As técnicas cirúrgicas utilizadas dependem de cada caso, avaliando-se as características do
tumor e o estadiamento da doença, onde as cirurgias podem ser conservadoras ou radicais. No
tratamento para o câncer de mama a cirurgia é a etapa mais importante, que pode ser apenas a
retirada da mama comprometida ou apenas do tumor e os linfonodos da axila.
As cirurgias conservadoras estão indicadas quando os tumores não ultrapassarem 3 cm.
Dentre as cirurgias conservadoras lista-se:

- Tumorectomia – realizada para tumores de até 1 cm de diâmetro onde remove-se o tumor


sem margens de tecido circunjacente, conservando-se a aponeurose subjacente do peitoral maior e
associando-se a linfadenectomia axilar radical ;

- Quadrantectomia ou Segmentectomia - é a retirada do quadrante envolvido e linfonodos


axilares, onde a pele local também será removida. É uma técnica muito utilizada em nódulos
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pequenos, permitindo resultado cosmético satisfatório. Pode ser realizada em pacientes que
apresentem tumores com até 2 cm ou 3 cm se a mama for volumosa, devendo ser realizado
esvaziamento axilar radical e radioterapia pós operatória.

Quadrantectomia Centrectomia

- Centrectomia - Quando é retirado a parte central da mama, juntamente com o mamilo.

Além das cirurgias conservadoras podemos citar as cirurgias radicais:

- Mastectomia Radical Clássica ou método de Halsted - retira-se o tecido mamário,


peitoral maior, peitoral menor, linfadenectomia axilar (incluindo o nível lll) com incisão
horizontal mais freqüente.

- Mastectomia a Patey ou Radical Modificada – é uma mastectomia total com remoção dos
linfonodos axilares (nível ll) e remoção do pequeno peitoral. Indicada para pacientes com câncer
operadas da mama que tenham linfonodos amplamente comprometidos não fixados.

- Mastectomia Radical Modificada a Madden - preserva-se os músculos peitorais grande e


pequeno, removendo-se a glândula mamaria juntamente com as aponeuroses anterior e posterior
do músculo grande peitoral e esvaziamento axilar nos 3 niveis.

- Linfadenectomia Axilar ou esvaziamento axìlar- a dissecção completa da axila é


praticada em quase todas as cirurgias e envolve a remoção dos três níveis axilares, porém podem
ocorrer complicações importantes como seroma, hemorragia, linfedema, entre outras.

- Biópsia do Linfonodo Sentinela: Essa técnica pode ser realizada em tumores pequenos,
descobertos precocemente, há a possibilidade de determinar com uma precisão em torno de
98%, se os linfonodos axilares estão acometidos pela doença e com isso, o esvaziamento axilar
só seria realizado se fosse absolutamente necessário. É realizado através de uma pequena
cirurgia, que é antecedida por uma injeção de contraste nas proximidades do tumor, que será
absorvido pelo sistema linfático. Uma sonda detectora de radiação localizará o primeiro gânglio
linfático que será retirado e submetido a testes específicos, caso ele esteja livre de metástase o
esvaziamento da axila será adiado.
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Tratamento pós operatório:

A fisioterapia tem preocupação em tratar as complicações causadas pela mastectomia e


também prevenir seu aparecimento. Os objetivos de tratamento devem se concentrar em:

 Evitar ou tratar contraturas musculares;


 Prevenir ou minimizar linfedema ;
 Prevenir complicações circulatórias e respiratórias;
 Evitar e/ou tratar aderências cicatriciais;
 Evitar e/ou tratar desvios posturais;
 Colaborar para o alívio da dor;
 Prevenir a incapacidade e a limitação de movimento do membro homolateral à cirurgia;
 Orientar a paciente para cuidados com o membro homolateral a cirurgia.

A atenção fisioterápica já se inicia no dia 1 de pós-operatório (PO 0), ou seja, no dia em que
a paciente submeteu-se a cirurgia. O posicionamento adequado do membro superior homolateral à
cirurgia deve se feito colocando-o ao longo do corpo com uma leve abdução e uma elevação de 20
cm sobre o nível cardíaco.

A paciente em pós operatório de câncer de mama, deve iniciar cuidados de fisioterapia já no


1º dia de pos operatório ( PO 0 ). Este trabalho está baseado na fisiologia das respostas cicatriciais
onde ocorre um aumento da vascularização devido a resposta inflamatória. O membro ipsilateral a
cirurgia deverá ficar em abdução de aproximadamente 30° e flexão de ombro, mantendo o membro
elevado aproximadamente 20 cm acima do nível cardíaco. O cotovelo deverá permanecer em
extensão, mantendo como apoio um travesseiro, uma cunha ou um triângulo, para que a posição
seja mantida com conforto. A contração isométrica não deve ser realizada, pois favorece o
aumento do fluxo sanguíneo local, podendo favorecer o seroma.

2º dia de pós operatório (PO 1) - É importante iniciar um programa de fisioterapia ,


objetivando-se manter a amplitude de movimento, manutenção da força muscular, prevenir a
trombose venosa profunda (TVP); e caso não haja restrições anestésicas, deve ser orientada à
deambulação. Faz-se importante salientar que este programa não visa ganho de massa muscular,
mas sim a manutenção da amplitude de movimento e força muscular. Nesse dia o programa deve
concentrar-se em pequenas mobilizações do membro superior ipsilateral a cirurgia, podendo
iniciar-se da extremidade distal para a proximal, com a finalidade de um inicio em pequenos graus
da articulação do ombro até utilizar realmente esta articulação para a realização de movimento. A
escápula também deve ser movimentada e pode ser feito pedindo para que a paciente tente encostá-
la no colchão.

É importante que a paciente sente-se no leito e para isso deve ser ensinado como a paciente
deve sentar-se sem utilizar o membro ispsilateral.

4º dia de pós operatório ( PO 3)- Pode-se realizar movimentos próximo a 90º, manter a
deambulação, saindo do leito e realizar pequenas caminhadas, tendo-se atenção com os drenos
aspirativos.
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Após este período normalmente se da alta hospitalar, onde a paciente recebe uma série de
orientações e cuidados, além de exercícios que deverá ser realizado até seu retorno, o que
acontecerá quando a paciente retirar os drenos. Este programa evolui para a fase ambulatorial e a
paciente, após ser avaliada e não havendo outras complicações, recebe outra serie de exercícios de
maior grau de dificuldade.

Várias são as complicações que podem acometer as pacientes mastectomizadas, dentre as


quais as mais comuns são trombose linfática superficial (TLS) que tem sido pouco difundida no
meio acadêmico devido a seu diagnóstico ainda não ter sido fechado e linfedema.’

Linfedema
O linfedema é uma das maiores complicações que estão envolvidas no quadro seqüelar da
paciente mastectomizada. Motiva problemas psicológicos, principalmente no tocante a
aceitação e relacionamento social.
O sistema linfático representa uma via através da qual proteínas, grandes partículas de
matéria e os líquidos conseguem fluir dos espaços intersticiais para o sistema circulatório. É
composto por capilares, vasos, linfonodos e troncos linfáticos. Em seus capilares há presença de
filamentos de ancoragem que prendem as células endoteliais do capilar ao tecido conjuntivo
circundante. Suas células são superpostas formando minúsculas válvulas que facilitam a entrada
do líquido intersticial, porém não permitem a saída da linfa. Uma obstrução ou dificuldade no
transporte dessa linfa, torna essas válvulas incapazes de absorverem o líquido intersticial
provocando uma estagnação e conseqüente linfedema.
Existem diferenças significativas entre o estado de edema e linfedema, que deve ser
entendida para que seja empregado sua terminologia correta, especificando assim
particularidades da patologia.

Edema – Conceito :

Quantidades anormais de líquido nos espaços intercelulares ou nas cavidades do


organismo, segundo Gardner, podendo ser uma conseqüência de uma aumento nas forças que
tendem a mover os fluidos do compartimento intra vascular ao intersticial (equilíbrio de Starling) .
Camargo e Marx acrescentam que só é chamado EDEMA o líquido intersticial que possui
proteínas em concentrações normais, pois o sistema linfático consegue carrear altas concentrações
de proteínas.

Linfedema - Conceito:

Segundo Mac Donald et All, linfedema é a tumefação de tecidos moles como resultado do
acúmulo de fluído intersticial com alta concentração proteíca, causado pela deficiência do fluxo
linfático em combinação com um insuficiente domínio extra linfático das proteínas plasmáticas.

LINFEDEMA CLASSIFICAÇÕES:

Para caracterizarmos linfedema se faz necessário ter atenção a algumas classificações.


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Classificação quanto à intensidade:

Embora ainda não existam critérios totalmente estabelecidos, pois várias são as citações e as
variações nos critérios para avaliação das medições, podemos citar diferenças estabelecidas entre 1 a
1,5 cm entre os membros como caracterização de linfedema e a partir dai estabelece-se uma
classificação onde:

- Linfedema leve: diferença inferior a 3 cm;

- Linfedema moderado: diferença entre 3 e 5 cm;

- Linfedema severo: diferenças superiores a 5 cm.

Mamede (1991), relata que vários autores consideram edema significativo à partir de 3 cm.
Já Haagensen (1997) diz que a gravidade é variável e quando não exceder muito os 3 cm pode ser
classificado como moderado.

Classificação de Foldi 7, segundo a intensidade do edema, que veremos no quadro a seguir:


• a) Fase I – reversível espontaneamente, ocorre apenas um pequeno acúmulo de linfa no
interstício, regredindo com estímulo de circulação linfática.
• b) Fase II – não regride espontaneamente. Ocorre uma estase da linfa nos capilares e
coletores. Possui fibrose do fluido intersticial com aumento da consistência da pele. Faz-
se necessário estímulos a circulação linfática.
• c) Fase III – em geral com grande volume da região afetada, apresenta grau elevado de
fibrose linfostática com grave estagnação da linfa nos vasos e capilares. A pele já
apresenta alterações importantes, tornando-se ressecada, friável, propícia a um processo
infeccioso vulnerável a infecções podendo resultar em erisipelas ou linfangites e a região
atingida pelo linfedema apresenta-se deformada.
• d) Fase IV – apresenta todas as alterações da fase III, ocorre uma falência total dos vasos
linfáticos, ocasionado um refluxo da linfa com extravasamento através da pele. È um
quadro muito grave. Foi chamada de elefantíase durante muito tempo, porem hoje este
termo é evitado devido à comparações esdrúxulas e animalescas.

Prudêncio (2002) classificou o linfedema segundo uma escala clínica:


1+: edema que é somente visível;
2+: uma depressão leve que é visível quando se pressiona a pele;
3+: um sinal digital e profundo que volta ao normal em 5 a 30 segundos; e
4+: a extremidade pode ser 1,5 a 2 vezes o tamanho normal.
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OBJETIVOS FISIOTERAPÊUTICOS NO TRATAMENTO DO LINFEDEMA:

-redução do edema, promovendo uma melhor drenagem linfática e melhor retorno venoso.

-manutenção e/ou obtenção de amplitude de movimento adequada.

-manutenção e/ou aumento de forca muscular.

-prevenção de complicações.

AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

- inspeção

- palpação

-avaliação funcional

- perimetria

DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL:

A massagem de drenagem linfática manual visa o reestabelecimento das vias de drenagem


tanto linfática como venosa, porem se faz necessário o uso de terapias coadjuvantes ao que
chamamos fisioterapia complexa descongestiva ou fisioterapia do edema, onde a manutenção
do estado circulatório se faz com o uso de enfaixamento compressivo.

A técnica de fisioterapia complexa descongestiva ou fisioterapia do edema compreende


quatro procedimentos básicos:

- cuidados com a higiene e hidratação

- drenagem linfática manual

- enfaixamento compressivo

- exercícios miocinéticos funcionais


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Enfaixamento Compressivo:

É complemento da terapia física complexa. Tem ação importante principalmente na


drenagem líquida do edema, ajudando a manter o tônus dos vasos, diminuindo a filtração vascular
e aumentando o retorno venoso. É utilizado sempre após a drenagem linfática manual e deve
permanecer até o próximo atendimento do cliente, podendo ser retirado em caso de algum
incômodo que justifique sua retirada como diferença de temperatura, dor, ou cianose em
extremidades.

Exercícios Miocinéticos:

Complementando o tratamento, após o enfaixamento compressivo, realiza-se os exercícios


que fará com que a musculatura exerça seu papel na circulação linfática, auxiliados pela contenção
elástica.

O paciente é orientado a realizar os exercícios em seu domícilio.

Compressão Pneumática:

Embora este último faça parte da técnica não se faz imprescindível, podendo ou não ser
utilizado. Estudos mostram que a utilização deste recurso tem grande eficácia na parte liquida do
edema, o que proporcionaria uma atuação mais rápida deste. Porém a não utilização não invalida a
eficácia da técnica no tratamento, apenas retarda seu término.
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FASES DE TRATAMENTO:

O tratamento do linfedema compreende duas fases a fase intensiva e a fase de


acompanhamento.

Durante a fase intensiva, o paciente é visto todos os dias.

Em média após 6 semanas passamos a fase de acompanhamento, que é determinado pela


regularidade na perimetria. Nesta fase o paciente é visto em dias alternados e à partir daí o
tratamento é progressivamente diminuído, ao que chamamos desmame, preparando-o para alta.

Cuidados a serem tomados pós mastectomia:

Algumas recomendações devem ser fornecidas à paciente para que utilize por toda vida,
para que possa prevenir o linfedema ou mesmo infecções em relação ao membro ipsilateral a
cirurgia:

▪ Evitar cortar as cutículas;

▪ Evitar raspar ou depilar a axila;

▪ Utilizar dedal ao costurar;

▪ Não realizar a verificação da pressão arterial no membro afetado;

▪ Não aplicar vacinas, injeções, etc;

▪ Não fazer grandes esforços e usar bolsas no lado operado;

▪ Cuidar adequadamente dos ferimentos que ocorrerem, evitando infecções;

▪ Não usar pulseiras, anéis, relógios, etc que sejam apertadas no membro operado;

▪ Evitar movimentos repetitivos;

▪ Evitar expor-se ao sol;

▪ Manter a pele hidratada, usando produtos hipoalergênicos;

▪ Usar luvas apropriadas para trabalhos domésticos

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Drenagem
Linfática
Manual em
Gestantes
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No início do período gestacional devido às necessidades de adaptações das funções


fisiológicas, os hormônios atuam para aumentar a retenção de líquidos, inicialmente para
compensar a retenção do sódio. Essa retenção tem como resultado o incremento da volemia com
participação tanto do plasma, cerca de 40%, quanto das hemácias, cerca de 30%, dependendo do
tamanho da mulher, tipo de gestação, números anteriores de gestações e de partos. Guyton
A alteração se inicia logo no inicio do período gestacional e se estende até próximo a
32ª semana, estabilizando-se. Observa-se que ocorre um aumento da frequência cardíaca,
mecanismo de compensação para o aumento do débito cardíaco que está presente também.
Todos esses sintomas sofrem interferência da posição, sendo que na posição supina tanto o
débito quanto a freqüência cardíaca estão diminuídos.Baracho Guyton
No entanto, próximo a metade da gestação a veia cava inferior começa a sofrer
compressão devido ao aumento do útero o que levará a um aumento da pressão venosa com
conseqüente redução do fluxo venoso de membros inferiores, além da influência dos hormônios
relaxina e estrogênio os quais provocam um aumento da vasodilatação periférica. Esses fatores
produzem o edema em membros inferiores em grávidas.

veia cava inferior: compressão pelo aumento do itero em grávidas

O aumento de peso ponderal pode representar também um agravante para a compressão


vascular inferior a nível pélvico, retardando a circulação de retorno, agindo como mecanismo da
formação de edema. O ganho de peso total pode variar muito de mulher para mulher. No
entanto, o aumento médio de 12 quilos – sendo que os médicos recomendam um aumento de
peso durante toda a gravidez de 9 a 13,5 quilos – será geralmente distribuído, em aproximado,
da seguinte forma: 3,5kg do feto; 2,0kg do líquido amniótico, placentas e membranas fetais;
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1,0kg do útero; 1,0kg de mamas; 1,5kg de acúmulo de gordura e 3,0kg de sangue e líquido extra
celular.

Sistema vascular

BENEFÍCIOS PARA A GRÁVIDA:


Segundo a literatura, a drenagem linfática manual produz efeitos sobre o sistema
linfático que podem trazer benefícios como:
- estímulo na circulação venosa e linfática, que reduz a retenção de líquido, amenizando os
edemas característicos da gravidez,;
- prevenção às varizes e sensação de pernas cansadas;
- tratamento e prevenção da celulite e estrias;
- alívio de tensões e redução de dores musculares;
- ativa o sistema vegetativo, aumentando a sensação de relaxamento, ajudando a combater o
estresse; e
- proporciona regeneração e aumenta a imunidade do organismo, uma vez que aumenta a
eliminação de toxinas e estimula a produção de linfócitos pelos gânglios linfáticos.

De todos os benefícios já citados para as gestantes, um, em especial, merece


destaque: com as constantes sessões, as grávidas passam a se conhecer mais e aceitam melhor
a nova identidade corporal. Dessa forma, a mulher passa a ter aumento do bem-estar
físico, psicológico e emocional, fortalecendo ainda mais o vínculo mãe-bebê.
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Contra-indicações:
As contra-indicações da drenagem linfática manual na gestante, têm relação com as
complicações da gestação e doenças que pré-existiam antes do período gravídico.
- cardiopatias na gestação
- pré-eclampsia ou eclampsia
- hipertensão
- gestações de risco.

Drenagem linfática na gestante:

Paciente em decúbito dorsal, com elevação da cabeceira próximo a 30 graus.


- o início se dá pelas mesmas áreas citadas anteriormente ( respiração, términus e bases).
- não é estimulada a cisterna do quilo.
- estímulo na região inguinal
- drenagem na face anterior, medial e lateral utilizando bombeios alternados
- compressão dos gânglios poplíteos
- drenagem do joelho ( borda superior, medial e lateral e inferior)
- drenagem da perna com bombeios alternados.
- drenagem dos maléolos ( anterior e posterior) com os dedos
- drenagem do tornozelo em três linhas
- drenagem do dorso do pé em três linhas
- drenagem do lago linfático
-decoaptação dos dedos
- drenagem da sola do pé em três linhas.

Para a drenagem da face posterior, torna-se necessário utilizar o decúbito lateral, sendo
importante saber se há algum decúbito que a paciente não tolera.
Ao concluir o tratamento, retornar a paciente para o decúbito dorsal e finalizar a
drenagem pela região anterior.
Conquanto não haja referência na bibliografia, em um curso feito com um dos
representantes da escola de Vodder da Áustria, a drenagem na gestante não deve ser feita na
região das mamas por apresentar estímulos à produção de leite. Da mesma forma, não deve ser
feita na região abdominal, pois os estímulos poderiam provocar contrações na musculatura
uterina.
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Observações:

Embora gravidez não seja doença, a grávida necessita de orientação médica para realizar
drenagem linfática, devido a possibilidades de complicações que pode apresentar nesse período.

Para que a linfa seja transportada com maior facilidade, é importante um aporte hídrico
adequado, para facilitar a veiculação da carga linfática. Dessa forma, dependendo do nível de
atividades diária, a quantidade de líquido ingerido ao dia deve ser em torno de 3 litros/dia.

Não existe a obrigatoriedade de que os líquidos seja apenas água, sucos ou


refrescos contém substâncias corantes que necessitam de maior trabalho do sistema linfático.
Água de coco, embora seja citada como saudável, possui eletrólitos e gorduras, além de
possuir um grande aporte calórico. E refrigerantes possuem gás, açucares, corantes e outras
substâncias utilizadas em sua fabricação.

Como o organismo possui um mecanismo de reabsorção de sódio, enfatizada no período


gestacional pala ação do hormônio aldosterol, diminuir a quantidade de sal na alimentação pode
facilitar o trabalho do sistema linfático por minimizar a deposição hídrica nos tecidos.

Caso não haja contra-indicação, a atividade física regular, além de ajudar na perda de
calorias e manutenção de peso, também tem um papel importante na circulação
delíquidos corporais, tanto na circulação venosa como linfática.

Como trabalho de conclusão de curso, Spaggiari relatou que a drenagem linfática manual
proporcionou redução do edema e sintomas associados nos membros inferiores de mulheres a
partir da 28º semanas de gravidez, sem alterar significativamente a pressão arterial,
proporcionando alto grau de satisfação às pacientes.
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BIBLIOGRAFIA:

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Tese de mestrado: Tocoginecologia agosto, 2008- Unicamp.

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- Cambiagui, A. S. Manual da gestante: orientações especiais para a mulher grávida. São Paulo:
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Acesso em: 20/02/2008.
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TROMBOSE
VENOSA
PROFUNDA:

Inês Cristina A. Silva


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TROMBOSE VENOSA PROFUNDA:

A palavra trombo, que vem do grego (gr. Thrómbos), significa coágulo sangüíneo,
derivando dela, a trombose, que faz menção a formação ou desenvolvimento de um trombo.
Pode ocorrer em uma veia situada na superfície corporal, logo abaixo da pele. Nessa localização é
chamada de tromboflebite superficial ou simplesmente tromboflebite ou flebite. Quando o trombo
se forma em veias profundas, no interior dos músculos, caracteriza a trombose venosa profunda ou
TVP.
Em qualquer localização, o trombo irá provocar uma inflamação na veia, podendo
permanecer restrito ao local inicial de formação ou se estender ao longo da mesma, provocando sua
obstrução parcial ou total.
O quadro de trombose venosa profunda está associado a um aumento da viscosidade sanguínea,
quadro de varizes devido à tortuosidade de veias, imobilidade no leito ou processos cirúrgicos.

Etiologia:

• Fatores clínicos
• Defeitos plasmáticos hereditários ou adquiridos.

Tríade de Virchow: Estase venosa, lesão endotelial e hipercoagulabilidade

Nosso corpo é dotado de mecanismos que mantém constante o seu equilíbrio. No sangue há
fatores que favorecem a coagulação do sangue, chamados procoagulantes, e fatores que inibem a
formação de coágulos, chamados anticoagulantes, responsáveis pela manutenção do sangue em estado
líquido. Quando ocorre um desequilíbrio em favor dos procoagulantes, desencadeia a formação do
trombo.

Os fatores que favorecem a coagulação são classificados em três grupos:

1 – Estase – é a estagnação do sangue dentro da veia. Isto ocorre durante a inatividade prolongada, tal
como permanecer sentado por longo período de tempo (viagens de avião ou automóvel), pessoas
acamadas, cirurgias prolongadas, dificuldade de deambulação, obesidade;

2 – Traumatismo na veia – qualquer fator que provoque lesão na fina e lisa camada interna da veia, tais
como trauma, introdução de medicação venosa, cateterismo, trombose anterior, infecções, etc., pode
desencadear a trombose.

3 –Estado de hipercoagulabilidade (ou Coagulação fácil) – situação em que há um desequilíbrio em favor


dos fatores procagulantes. Isto pode ocorrer durante a gravidez, nas cinco primeiras semanas do pós-
parto, uso de anticoncepcionais orais, hormonioterapia, portadores de trombofilia (deficiência congênita
dos fatores da coagulação).

Para que seu aparecimento aconteça, são necessários o que chamamos de condições clínicas, que
responsáveis por cerca de 80% no desenvolvimento da doença e as alterações hematológicas que
compreendem outros 20%, resultando assim em um grupo que podemos considerar, de risco:
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Cerca de 40% das tromboses juvenis ou recorrentes associam-se a resistência à PTN C

• Fator V( resistente a PTN C ativada)


• Lipoproteína A
• Presença de anticoagulante lúpico
• Anticorpo antifosfolipídeos
• Trombocitoses benignas ou malignas
• Elevação do fator VII

Localização:
• Vasos distais MMII (abaixo da veia poplítea), porém podem se propagar p/segmentos proximais (veia
poplítea, femoral,ilíaca e cava)
• Vasos distais de MMSS

SINAIS E SINTOMAS:

Nas veias superficiais: ocorre aumento de temperatura e dor na área afetada, além de vermelhidão e
edema. Pode-se palpar um endurecimento no trajeto da veia sob a pele.

Nas veias profundas: o que mais chama a atenção é o edema e a dor, normalmente restritos a uma só
perna. O edema pode se localizar apenas na panturrilha e pé ou estar mais exuberante na coxa, indicando
que o trombo se localiza nas veias profundas dessa região ou mais acima da virilha.
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• Dor a palpação e dorsiflexão do pé (sinal de Homans)


• Dor a compressão da panturrilha (sinal de Lowenberg)
• Edema pela estase venosa
• Palidez e Cianose do MI ( espasmo arterial)
• Empastamento da panturrilha
• Alteração de temperatura

Síndrome compartimental (pelo edema): Dor, edema, cianose, petéquias hemorrágicas

Complicações Principais: TEP e Síndrome pós TVP( hipertensão venosa)

DIAGNÓSTICO:

O diagnóstico é feito com base na história clinica e evolução, necessitando de exames


complementares para conclusão.
• Anamnese: história do paciente e identificação de grupo de risco.

• Exame físico: observação dos sinais clássicos, como edema, alterações de temperatura,
cianose ou palidez.

• D- dímero: O Dimero D é um produto da degradação da fibrina pela plasmina. Sua determinação é útil
no diagnóstico da trombose venosa profunda (TVP) e do tromboembolismo pulmonar (TEP). Nestes
pacientes, a fibrinolise endógena leva a formação do DD, que é detectado uma hora após formação do
trombo e permanece elevado em média 7 dias. Níveis elevados de Dimero D tem sensibilidade superior a
90% na identificação de TEP, confirmada a cintilografia ou angiografia. Entretanto, devemos ressaltar
sua baixa especificidade. Níveis elevados também são encontrados nas seguintes situações: infarto agudo
do miocárdio, sepses, neoplasias, pós-operatórios (até 1 semana), coagulação intravascular disseminada,
anemia falciforme, insuficiência cardíaca e pneumonias. (Piano, Luciana Pereira de Almeida de)

• Doppler de MMIs ou flebografia: O Doppler é uma forma especial de ultra-som, utilizado para avaliar
o fluxo sanguíneo e as características dos vasos a serem estudados.
O fluxo é estudado de um som audível, por um gráfico e por imagens coloridas mostradas
no monitor.

PROFILAXIA:

A profilaxia deve ser feita para pacientes que possuem alta probabilidade de desenvolver a
doença. Pode ser feito com uso de medicação ( farmacológica ) ou com cuidados preventivos ( não
farmacológica).

• Farmacológica
É feita com medicação anticoagulante dos pacientes que apresentam probabilidade de desenvolver o
quadro.
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• Não farmacológica
Meias elásticas, deambulação, compressão pneumática, cinesioterapia, mobilidade precoce,
drenagem linfática manual.
A principal providência é combater a estase venosa, isto é, fazer o sangue venoso circular,
facilitando seu retorno ao coração.

Dentre as recomendações propostas, destaca-se:

Fazer caminhadas regularmente.


Nas situações em que seja necessário permanecer sentado por muito tempo, mobilizar os pés (planti e
dorsiflexão).
Quando estiver em pé parado, mover-se discretamente como se estivesse andando sem sair do lugar.
Antes de viagens de longa distância, é importante consulta médica sobre a possibilidade do uso de
medicação preventiva.
Pacientes acamados, mobilização de pés e pernas, ativamente, ativo-assistido ou passivo.
Evitar tabagismo e o sedentarismo.
Controle de peso.
Pacientes em uso de hormônios ou já acometido de trombose ou com história familiar de tendência à
trombose (trombofilia), é necessário consulta médica regularmente.
Usar meia elástica caso tenha tendência a edema distal.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

É importante descartar outras patologias que produzem sintomas semelhantes, entre elas: ruptura
de cisto de Baker, infecções extensas de tecido celular subcutâneo, miosite, ruptura muscular,
fadiga muscular, tumores e hematoma muscular.
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COMPLICAÇÕES:
A tromboflebite superficial raramente provoca sérias complicações; as veias atingidas podem, na
maioria das vezes, ser retiradas com procedimento cirúrgico, eliminando as chances de complicar. No
entanto, se a trombose é numa veia profunda, o risco de complicações é grande.

Complicações imediatas ou agudas


A mais temida é a embolia pulmonar. O coágulo da veia profunda se desloca, podendo migrar e
ir até o pulmão, onde pode ocluir uma artéria e colocá-lo em risco de vida.

Complicações tardias
Tudo se resume numa síndrome chamada Insuficiência Venosa Crônica (IVC), que se inicia com
a destruição das válvulas existentes nas veias e que seriam responsáveis por direcionar o sangue para o
coração. O sinal mais precoce da IVC é o edema, seguido do aumento de veias varicosas e alterações da
cor da pele. Se o paciente não é submetido a um tratamento adequado, segue-se o endurecimento do
tecido subcutâneo, presença de eczema e, por fim, a tão temida úlcera de estase ou úlcera varicosa.

TRATAMENTO:

Os principais objetivos do tratamento para trombose venosa profunda são:

-Interromper o crescimento do coágulo sanguíneo.


-Prevenir o coágulo sanguíneo de quebrar e mover para os pulmões.
-Reduzir as chances de ter outro coágulo sanguíneo.

Se a trombose é superficial:

Recomenda-se cuidados especiais, tais como aplicação de calor na área afetada, elevação das
pernas e uso de antiinflamatórios não esteróides por um período de uma a duas semanas. Deve-se
retornar ao especialista, a fim de avaliar a necessidade de tratamento cirúrgico.

Na TVP (trombose venosa profunda)

Pode ser necessário manter-se internado durante os primeiros dias, a fim de fazer uso de
anticoagulantes injetáveis (Heparinas). Estes previnem o crescimento do trombo e diminuem o risco de
embolia pulmonar. Quando o trombo é grande, pode ser necessário uso de trombolítico.
Atualmente, pode-se evitar a hospitalização com o uso de heparinas de baixo peso molecular,
injetados pelo próprio paciente no espaço subcutâneo da barriga, dependendo da gravidade do caso.
Depois do tratamento com Heparina, deve-se continuar com o uso de anticoagulantes orais (Warfarin)
por um período de três a seis meses. Concomitante com esta medicação, o paciente deve fazer repouso
com as pernas elevadas e fazer uso de meia elástica adequada à sua perna.
Alguns medicamentos que interferem na ação dos anticoagulantes são proibidos neste período.

Existem procedimentos de exceção para coibir complicações, tais como: colocação de filtro de
veia cava, remoção do coágulo (trombectomia) e angioplastia com stent (dispositivo aramado e recoberto
com um tecido, o qual evita que a veia se feche novamente).
OBS: A patologia é a principal causa do tromboembolismo pulmonar (TEP), geralmente é
assintomática e a profilaxia farmacológica ou não farmacológica devem ser instituídas de rotina
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A DRENAGEM LINFÁTICA

Por apresentar edema, é comum o pensamento de que a drenagem linfática manual pode ser
realizada em pacientes portadores de trombose, porém em períodos iniciais do tratamento existe contra-
indicação absoluta do emprego da drenagem linfática manual ou não manual, por acelerar o fluxo
linfático e assim, deslocar o trombo. Porém, por apresentar características como aumentar o fluxo
linfático e a velocidade de drenagem, ela age como fator preventivo à trombose linfática.

No tratamento tardio, quando o paciente ainda apresenta edema residual e, quando indicado por
médico, a drenagem linfática pode ser realizada, assim como o uso de elastoterapia e meia de compressão
elástica.

BIBLIOGRAFIA
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de Janeiro. [Mestrado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; 2000. xiv, p.142

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